Atividades linguageiras e atividades de trabalho

Autores

  • Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva PUC/SP - Pontífice Universidade Católica/São Paulo - SP

Palavras-chave:

Oral/escrito, Atividades linguageiras/atividades do trabalho, Interação, Linguagem e trabalho,

Resumo

Pensar a linguagem em cenários profissionais, aqui compreendida como a linguagem no trabalho, apresenta algumas especificidades. Apresentá-las e discuti-las constitui o objetivo desde artigo, no qual a lingüística dialoga com pesquisas desenvolvidas pelo grupo Langage & Travail e com a ergonomia da atividade, disciplina que tem por objetivo de estudo a relação homem/trabalho. Enquanto na era industrial, sob a influência do taylorismo, a fala e o trabalho eram considerados atividades antagônicas, na sociedade contemporânea, em decorrência da informatização e da automação da produção industrial e dos serviços, a competência para se comunicar passou a ser valorizada, avaliada e remunerada. Tal mudança deu origem a diferentes tipos de relação entre atividade linguageira e atividade de trabalho e a uma proliferação de textos escritos, cuja proximação cada vez maior com o oral tem gerado investimentos sociais e identitários diferentes. Ao mesmo tempo em que vêm sendo valorizada, as atividades linguageiras têm sido vistas como nova forma de dominar os assalariados por meio de novos modelos produtivos. Qualquer que seja a interpretação, a parte a elas atribuída nas organizações encontra-se transformada. De interdita, desconsiderada, a palavra se encontra reabilitada, convocada.

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Como Citar

SOUZA-E-SILVA, M. C. P. de. Atividades linguageiras e atividades de trabalho. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 49, n. 2, 2005. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1669. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais