Desenvolvimento da protoargumentação na interação adulto-bebê

Autores

  • Angelina Nunes de Vasconcelos UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. Campinas - SP - Brasil. 13083-859
  • Selma Leitão Mestrado em Psicologia Cognitiva. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva. Recife - PE - Brasil. 50740-550

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-1604-6

Palavras-chave:

Protoargumentação, Argumentação infantil, Desenvolvimento cognitivo,

Resumo

O presente artigo focaliza a gênese de produções proto-opositivas infantis, definidas como movimentos corporais, gestuais e vocalizações infantis interpretadas como oposições a comandos, vontades e ações. Assume-se, como proposto em Leitão (2010; LEITÃO; FERREIRA, 2006), que tais produções constituam antecedentes remotos da contraposição e da resposta à oposição, vistas como constituintes centrais da argumentação. Fundamentandose em referências que inserem a gênese da ação e cognição humanas no âmbito das relações dialogicamente constituídas (BAKHTIN; VOLOCHINOV, 2009; VYGOTSKY, 1998, 2001; WERTSCH, 1978), este estudo analisa registros videográficos produzidos com duas crianças, entre a quarta semana e os seis meses de vida, em interação com adultos, em contexto doméstico. Com base em análises micro e macrogenéticas desses registros (GRANOTT; PARZIALE, 2002), três momentos foram identificados no processo de desenvolvimento de produções proto-opositivas: atribuição de sentido opositivo ao choro; construção de produções infantis como ‘recusa’ e, por fim, interpretação da ação infantil como contraposição complexa. Neste último, que implica um deslocamento do lugar discursivo atribuído à criança (LEITÃO, 2012), esta passa a ser vista não só como oponente de ações iniciadas pelo adulto, mas, também, como proponente de novas ações.

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Publicado

25/04/2016

Como Citar

VASCONCELOS, A. N. de; LEITÃO, S. Desenvolvimento da protoargumentação na interação adulto-bebê. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 60, n. 1, 2016. DOI: 10.1590/1981-5794-1604-6. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/7005. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais