image/svg+xmlConstrução de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de uma intervenção na escolaCONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS INVENTIVAS EM PSICOLOGIA ESCOLAR: UMRELATO DE UMA INTERVENÇÃO NA ESCOLACONSTRUCCIÓN DE PRÁCTICAS INVENTIVAS EN PSICOLOGÍA ESCOLAR: UNRELATO DE UNA INTERVENCIÓN EN LA ESCUELACONSTRUCTION OF INVENTIVE PRACTICES IN SCHOOL PSYCHOLOGY: ANACCOUNT OF A SCHOOL INTERVENTIONRodrigo TOLEDO1RESUMO: Este texto aborda um relato de prática de intervenção escolar e educacionalrealizado em uma escola pública estadual de ensino fundamental II e médio. O trabalho foidesenvolvido por estagiários do curso de Psicologia, durante a pandemia de Covid-19. Apartir de uma demanda apresentada pela gestão escolar, indicando dificuldade de articularprojetos e atividades coletivas entre os professores, falta de conhecimento da equipe sobre omanuseio das ferramentas tecnológicas e dificuldade de adesão das famílias e estudantes àsatividades acadêmicas, desenhou-se intervenção que foi dividida em quatro blocos de ações,que foram: seis reuniões de alinhamento do projeto, vinte reuniões com professores, seisgrupos de discussão com a comunidade escolar e dez reuniões de monitoramento e avaliaçãocom a gestão. Concluiu-se que o trabalho realizado permitiu aos participantes refletir, elaborare construir estratégias para o enfrentamento coletivo dos desafios institucionais impostos pelapandemia e pelo ensino remoto emergencial.PALAVRAS-CHAVE: Escola. COVID. Intervenção psicológica. Pandemia. Psicologia. RESUMEN: Este texto aborda un relato de práctica de intervención escolar y educativarealizado en una escuela pública estatal de enseñanza primaria II y secundaria. El trabajofue desarrollado por pasantes del curso de Psicología, durante la pandemia de Covid-19. Apartir de una demanda presentada por la gestión escolar, indicando dificultad de articularproyectos y actividades colectivas entre los profesores, falta de conocimiento del equiposobre el manejo de las herramientas tecnológicas y dificultad de adhesión de las familias yestudiantes a las actividades académicas, se diseñó intervención que fue dividida en cuatrobloques de acciones, que fueron: seis reuniones de alineación del proyecto, veinte reunionescon profesores, seis grupos de discusión con la comunidad escolar y diez reuniones demonitoreo y evaluación con la gestión. Se concluyó que el trabajo realizado permitió a losparticipantes reflexionar, elaborar y construir estrategias para el enfrentamiento colectivo delos desafíos institucionales impuestos por la pandemia y la enseñanza remota de emergencia.PALABRAS CLAVE: Escuela. COVID. Intervención Psicológica. Pandemia. Psicología.1Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), São Caetano – SP – Brasil. Professor Titular do curso de Psicologia. Doutorado em Educação (PUC/SP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5767-3439. E-mail: toledordg@gmail.comDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153211
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOABSTRACT: This text addresses a report of school and educational intervention carried outin a state public elementary school II and high school. The work was developed by interns ofthe Psychology course, during the Covid-19 pandemic. From a demand presented by schoolmanagement, indicating difficulty to articulate projects and collective activities amongteachers, lack of knowledge of the team on the handling of technological tools and difficultyof adherence of families and students to academic activities, an intervention was designedthat was divided into four blocks of actions, which were: six project alignment meetings,twenty meetings with teachers, six discussion groups with the school community, and tenmonitoring and evaluation meetings with management. It was concluded that the work carriedout allowed the participants to reflect, develop and build strategies for the collectiveconfrontation of institutional challenges imposed by the pandemic and emergency remoteeducation.KEYWORDS: School. COVID. Intervención Psicológica. Pandemic. Psychology.IntroduçãoDesde o início de 2020, com o estabelecimento da pandemia causada pelo Covid-19,vivemos um cenário de instabilidade, especialmente pelo gerenciamento controverso que osgovernantes nas esferas municipais, estaduais e federal têm adotado no enfrentamento da crisehumanitária e sanitária.No estado de São Paulo, com o objetivo de conter a pandemia do Covid-19, a gestãodo governo estadual decretou quarentena no dia de 24 de março de 2020, atendendo asrecomendações da Organização Mundial da Saúde. Este decreto definiu a obrigatoriedade dofechamento do comércio, mantendo-se em funcionamento apenas serviços denominadosessenciais, como os serviços de saúde, alimentação e segurança. Após este decreto, muitasoutras publicações foram realizadas para restringir ou estabelecer parâmetros para ofuncionamento dos mais diversos serviços, comércios e até o funcionamento das instituiçõeseducativas (SÃO PAULO, 2020). Por consequência do contexto social de pandemia do Covid-19, as atividadespresenciais das escolas também deixaram de ocorrer, de modo que se fez necessário que acomunidade escolar se adaptasse, com urgência, ao que convencionalmente vem sendodenominado ensino remoto emergencial (ERE). Esta situação exigiu que professores eestudantes – e suas famílias – tivessem acesso, pelo menos, a um equipamento tecnológico(celular, tabletou computador) e acesso a internet. No entanto, segundo o IBGE (2020), uma em cada quatro pessoas no Brasil não possui acessoà internet. Dessa maneira, compreendemos que a vivência do ensino remoto emergencial temevidenciado – de forma intensa – as desigualdades existentes no país.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153212
image/svg+xmlConstrução de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de uma intervenção na escolaComo afirmam Sousa Oliveira et al.(2020), Rosa e Pereira (2020) e Toledo e Pereira(2020) é imprescindível a elaboração de ações públicas que visem a integraçãomultiprofissional para acolher e apoiar todos os atores escolares – gestores, professores,trabalhadores, estudantes e famílias – visando o bem-estar e o fortalecimento de aspectos dasaúde mental, além de garantir o papel educativo dos estudantes. Neste contexto de incertezas,marcado pela necessidade de ações impreteríveis de apoio e acolhimento durante o período deensino remoto emergencial, é que se insere o presente relato de experiência. A experiênciaAutores como Bock (2015), Santos (2017) e Rechtman e Bock (2019) afirmam que aPsicologia, como ciência e profissão, engloba muitas concepções teórica-metodológicas quenorteiam as mais diversas práticas, nos mais diversificados campos de atuação, ou seja, ocompromisso social da Psicologia está associado a uma leitura crítica da realidade, comodefende Martín-Baró (1996).Com o olhar direcionado para a prática no contexto escolar, Oliveira, Ramos e Souza(2020) também corroboram a perspectiva crítica de Psicologia quando explicam a necessidadede romper com modelos de trabalho que se desenvolveram de forma fragmentada,descontextualizada e prioritariamente individualizante e com um forte viés excludente, para aconstrução de práticas que sejam comprometidas com a realidade social, visando o atender asdemandas que emerjam do contexto educativo. Dessa maneira, concordo com Silva (2021, p. 24) ao afirmar a psicologia escolar“como uma disciplina e uma especialidade de atuação profissional tem muito a dizer” nestecenário de grande transformação que estamos vivendo. A autora recorda que a atuação empsicologia escolar deve considerar a análise do cenário atual e das perspectivas futurasconsiderando as demandas das pessoas e das coletividades para a promoção de justiça social. Essa visão de psicologia escolar requer uma postura crítica e inventiva na construçãode um trabalho comprometido com a transformação da realidade, que possibilite a construçãode práticas que atendam as necessidades daqueles que vem enfrentando os desafios impostospela pandemia e pelo ensino remoto emergencial. Com base nesses pressupostos, a experiência aqui relatada aconteceu no projeto deextensão e de estágio profissionalizante realizado no curso de Psicologia de uma universidadeprivada da região metropolita de São Paulo. Participaram do projeto estudantes do quinto anoDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153213
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOdo curso de Psicologia que optaram pela ênfase em Psicologia e Processos Educativos, alunospesquisadores de iniciação científica e professores orientadores.Todas as atividades realizadas seguiram as recomendações publicadas pelo ConselhoFederal de Psicologia (CFP) e pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) em2020. As ações foram realizadas on-line, mediadas por ferramentas disponibilizadas pelainstituição parceira e pela universidade, que permitiriam a realização de encontros síncronos.Destaca-se que a parceria com a unidade escolar – instituição pública que atende estudantesdos anos finais do ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) –já estava estabelecida anteriormente ao período de pandemia e previa três etapas: desenho doprojeto de intervenção, práticas inventivas e desdobramentos, que foram mantidos e adaptadospara o contexto de distanciamento social.Desenho do projeto de intervençãoNo segundo semestre de 2020, por meio das reuniões com a equipe gestora da unidadeescolar, iniciamos o levantamento de demandas e queixas vividas durante os meses de marçoa julho do mesmo ano. Nesta conversa, foram apresentadas as seguintes situações: i)dificuldade de articulação de projetos e atividades coletivas entre os professores; ii) falta deconhecimento dos docentes sobre o manuseio das ferramentas tecnológicas para a mediaçãodas aulas; iii) falta de adesão das famílias e estudantes às atividades acadêmicas.Reconhecidas as principais problemáticas vividas pela escola, definiu-se comoestratégia inicial a realização de encontros como o grupo de professores nas reuniões dehorário pedagógico coletivo. Planejaram-se quatro reuniões iniciais, sendo duas com o grupode professores do horário matutino e duas com os professores do horário noturno. Diante dasrestrições sanitárias, definiu-se que todas as reuniões ocorreriam na modalidade on-lineutilizando a ferramenta disponibilizada pela escola. As quatro reuniões tiveram o mesmo objetivo: o primeiro encontro tinha como foco aapresentação da equipe de estagiários, síntese das reuniões com a equipe gestora ealinhamento do grupo sobre disponibilidade e interesse de construir um projeto paraenfrentamento dos desafios vivido na escola. Após a realização desta reunião, a equipe detrabalho (estagiários e professor orientador de estágio) desenhou a proposta de intervençãopara cada um dos grupos de professores (matutino e noturno) e também a proposta para oacompanhamento da equipe gestora da escola. O segundo encontro tinha como desenho aDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153214
image/svg+xmlConstrução de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de uma intervenção na escolaapreciação da proposta de trabalho, alinhamento de combinados sobre temas, dias e tempo dosencontros. Após a esta etapa de levantamento de necessidades, foram desenvolvidos três blocosde ações concomitantes, sendo elas: i) com o grupo de professores (subgrupo do períodomatutino e subgrupo do período noturno): dez reuniões semanais com cada subgrupo focadona apresentação de problema, discussão dos desafios e planejamento de ações deenfrentamento ou resolução conjunta das dificuldades; ii) com a comunidade escolar: grupode discussão realizado de forma quinzenal para escuta e compartilhamento de experiênciasdas famílias, estudantes e professores, e; iii) com a equipe gestora: reuniões quinzenais paramonitoramento e avaliação dos grupos de professores por meio de reuniões quinzenais. Práticas inventivasOs encontros com os professores tiveram inspiração nas práticas denominadas PlantãoPsicoeducativo, proposto por Szymaski (2004) e Capeli Andrade e Szymaski (2011), em que apresença e a participação dos professores eram opcionais e voluntárias. Participaram emmédia 12 professores por grupo, totalizando 24 participantes de 40 professores. Foram definidos cinco temas: falta de habilidade com o uso das ferramentastecnológicas, mediação pedagógica das atividades presenciais para as atividades on-line,papel do professor na busca ativa dos estudantes, administração e gerenciamento do tempo,avaliação e monitoramento de aprendizagem. Os temas foram trabalhados da seguinte forma:o primeiro encontro de cada tema tinha como foco a discussão da temática escolhida eavaliação das perspectivas de cada um dos participantes do encontro; o segundo tinha comoobjetivo traçar estratégias de enfrentamento coletivo e desenhar ações ou atividades para oenfrentamento da problemática debatida, mantendo-se como combinado a construção deconsensos sobre estes desdobramentos. As atividades desenvolvidas nos encontros com a comunidade escolar inspiraram-senas discussões de Euzébio Filho (2019) sobre o fortalecimento das relações entre escola ecomunidade, nas reflexões de Carvalho, Meireles e Guzzo (2018) sobre a participação deestudantes para a gestão democrática e nos grupos de discussão proposto por Weller (2006). Com este grupo foram realizados seis encontros ao longo do semestre letivo, com umamédia de 15 participantes em cada atividade. Os encontros não tinham temas pré-definidos e acada encontro os participantes elegiam uma temática para realizar o debate. Nestes encontrosforam discutidos: o papel da escola e da família na aprendizagem dos estudantes, aDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153215
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOdificuldade dos estudantes de acessarem os conteúdos, organização das entregas presenciaisde atividades para os estudantes, necessidade de otimização da comunicação entre a escola eas famílias e por fim a ausência de orientações precisas da gestão escolar sobre o retorno dasaulas presenciais. Os encontros com a equipe gestora ocorreram de forma quinzenal e se inspiraram naproposta de intervenções institucionais de Martinez (2010). Com as reuniões, buscava-secontribuir com a análise e intervenção em nível institucional, visando delinear estratégias detrabalho favorecedoras das mudanças necessárias para a otimização do processo educativo.Foram realizados dez encontros ao longo do semestre letivo e em cada encontro seavaliava as ações de articulação e comunicação da equipe gestora como o grupo deprofessores e também eram analisados os impactos da mudança de atitude – dos professores eda equipe gestora – para toda a escola. DesdobramentosNos debates realizados nas reuniões de orientação de estágio, percebiam-se asmudanças nas atitudes e discursos apresentados pelos participantes. Os professores indicavammaior colaboração entre si e criaram um grupo virtual para compartilhamento materiaispedagógicos, materiais de apoio e também de experiências exitosas em suas aulas virtuais.Nos momentos de avaliação e devolutiva afirmaram que a construção de um espaço em que sesentiam livres para se expressarem, sem sentirem-se cobrados, era muito produtivo ereconheciam que o trabalho no grupo contribuiu significativamente para o planejamento dassuas práticas pedagógicas.Outro desdobramento importante ocorreu dos encontros de discussão realizados com acomunidade escolar. Ficava nítido que, com o avanço e a qualidade dos debates realizados, osparticipantes expressaram um discurso mais positivo sobre a escola, principalmente porcompreenderem os desafios da instituição e também por reconhecer o importante papel dacomunidade no processo educativo. No encerramento dos trabalhos, o grupo afirmou que aconstrução dos encontros organizados por uma atitude de abertura e reconhecimento dosdiversos saberes, a sensação de estarem livre de julgamentos e por não oferecer um discursopré-estabelecido favoreceram positivamente o trabalho. Estas percepções foram validadas na reunião com a equipe gestora. No encontro deencerramento, a equipe gestora afirmou que as intervenções desenvolvidas foramimprescindíveis para o amadurecimento das práticas escolares neste contexto do ensinoDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153216
image/svg+xmlConstrução de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de uma intervenção na escolaremoto emergencial. Também afirmaram que o planejamento para a retomada parcial dasatividades escolares, conforme instruções que receberam do governo do Estado, só foipossível a partir do amadurecimento que toda a comunidade escolar – gestão, professores,estudantes e comunidade – tinham sobre o seu papel e de como poderia contribuir paraenfrentar os desafios enfrentados. Também se definiu que a equipe gestora precisava construirum espaço de discussão interna que privilegiasse o debate sobre questões pedagógicas. Considerações finaisO foco deste trabalho era possibilitar para os atores escolares – equipe gestora,professores, estudantes e comunidade – um espaço de escuta, acolhimento e a construção deestratégias de enfrentamento dos desafios vividos no atual contexto social e sanitário. Com odecorrer do trabalho foi possível notar anseios, dificuldades e frustrações frente às decisões daSecretaria Estadual de Educação e da equipe gestora da escola, principalmente no que sereferia ao retorno das atividades escolares presenciais. Contudo, pôde-se refletir, elaborar ebuscar possibilidades de acordos. Dessa maneira, entende-se que os participantes ampliaram oolhar e, conjuntamente, construíram possibilidades de enfrentamento institucional. Defende-se com este trabalho, a importância de construir intervenções em PsicologiaEscolar e Educacional que produzam ação de escuta ativa e diálogo, haja vista que podemoportunizar a todas as pessoas envolvidas no reconhecimento de suas potencias e fragilidadese, com isso, disponibilizar-se para a construção coletiva e colaborativa que, neste momento,torna-se imprescindível para os fazeres de dentro e de fora dos muros da escola.Corroboramos com Toledo (2021) quando afirma que essa ação crítica e coletiva deenfrentamento aos problemas e dificuldades do cotidiano escolar é fundamental para aconstrução de um trabalho comprometido com a transformação da realidade. Por fim, assim como Cordeiro e Curado (2017), compreende-se que as intervençõespsicológicas devem produzir saberes e práticas situadas, de maneira criativa e inventiva. Estetrabalho permitiu que os processos educativos pudessem ser reorganizados e utilizados deuma maneira que otimizasse as potencialidades do grupo, além de permitir que os estagiáriosconstruíssem uma perspectiva crítica sobre o trabalho e vislumbrassem novas formas deconstruir a prática psicológica, sempre alinhada a uma perspectiva ética e histórica.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153217
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOREFERÊNCIASBOCK, A. M. B. A psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. In:BOCK, A. M. B.; GONÇALVES, M. G. M.; FURTADO, O. (org.). Psicologia sócio-histórica: Uma perspectiva crítica em psicologia. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2015.CAPELI ANDRADE, R.; SZYMANSKI, H. O plantão psicoeducativo para educadores: uma proposta de intervenção. In:CONGRESO INTERNACIONAL DE INVESTIGACIÓN Y PRÁCTICA PROFESIONAL EN PSICOLOGÍA, 3., 2011.JORNADAS DE INVESTIGACIÓN SÉPTIMO ENCUENTRO DE INVESTIGADORES EN PSICOLOGÍA DEL MERCOSUR, 18., 2011, Buenos Aires. Anais[...]. Facultad de Psicología, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2011. Disponível em: https://www.aacademica.org/000-052/449.pdf. Acesso em: 24 jul. 2021.CARVALHO, J. P. M.; MEIRELES, J.; GUZZO, R. S. L. Políticas de participação de estudantes: Psicologia na democratização da escola. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 38, n.2, p. 378-390, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/wgbW9qq5SyBdgHBSfRmZW8y/?lang=pt. Acesso em: 24 jul. 2021.CORDEIRO, M. P.; CURADO, J. C. Psicologia na Assistência Social: Um campo em formação. Psicologia & Sociedade,v. 29, e169210, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/RVPdxYsDWFcWrZK8skKVfjc/?lang=pt. Acesso em: 24 jul. 2021.EUZEBIOS FILHO, A. Conselhos Escolares para que?: Análise de uma experiência com gestão escolar democrática. Rev. Psicol. IMED, Passo Fundo, v. 11, n. 1, p. 139-152, 2019. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/2891. Acesso em: 24 jul. 2021.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Um em cada 4 brasileiros não tem acesso à internet, mostra pesquisa. AgênciaBrasil, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-04/um-em-cada-quatro-brasileiros-nao-tem-acesso-internet. Acesso em: 24 jul. 2021.MARTÍN-BARÓ, I. O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia,Natal, v. 2, n. 1, p. 7-27, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/a/T997nnKHfd3FwVQnWYYGdqj/?lang=pt. Acesso em: 24 jul. 2021.MARTINEZ, A. M. O que pode fazer o psicólogo na escola. Em Aberto, v. 23, n. 83, p. 39-56, 2010. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/6292. Acesso em: 24 jul. 2021.OLIVEIRA, B. C.; RAMOS, V. R. L.; SOUZA, V. L. T. Parceira crítica: possibilidades de atuação em Psicologia Escolar. In:MARINHO-ARAUJO, C. M., TEIXEIRA, A. M. B. (org.). Práticas exitosas em Psicologia Escolar Crítica. Campinas, SP: Editora Alínea, 2020.RECHTMAN, R.; BOCK, A. M. B. Formação do Psicólogo para a Realidade Brasileira: Identificando Recursos para Atuação Profissional. Psicologia: Teoria e Pesquisa,v. 35, Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153218
image/svg+xmlConstrução de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de uma intervenção na escolae3551, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/rpn5FcNBLhqm55NQskLjymm/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 24 jul. 2021.ROSA, S. S.; PEREIRA, R. Políticas e Estratégias dos Sistemas Municipais de Ensino do ABC Paulista durante a pandemia de Covid-19. São Caetano do Sul, SP: USCS, 2020. Disponível em: https://www.uscs.edu.br/boletim/337. Acesso em: 24 jul. 2021.SANTOS, L. N. O compromisso social da psicologia um estudo sobre o desenvolvimento de um projeto crítico. 2017. 268 f. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo, 2017.SÃO PAULO. Decreto n. 64.881, de 22 de março de 2020. Decreta quarentena no Estado deSão Paulo, no contexto da pandemia do COVID-19 (Novo Coronavírus), e dá providências complementares. São Paulo: Governador do Estado, 2020. Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/norma/193361. Acesso em: 24 jul. 2021.SILVA, I. R. Psicologia escolar e eventos emergenciais: resistência e luta por uma educação socialmente referenciada. In:NEGREIROS, F.; FERREIRA, B. O. Onde está a psicologia escolar no meio da pandemia?São Paulo: Pimenta Cultural, 2021.SOUSA O. E. et al.A educação a distância (EaD) e os novos caminhos da educação após a pandemia ocasionada pela Covid-19. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p. 52860-52867, jul. 2020. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/14095/11787. Acesso em: 24jul. 2021.SZYMANSKI, H. Plantão psicoeducativo: novas perspectivas para a prática e pesquisa em psicologia da educação. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 19, p. 169-182, jul./dez. 2004. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752004000200009. Acesso em: 24 jul. 2021.TOLEDO, R. Significações de professores gays sobre violências homofóbicas e suas formas de enfrentamento na escola. ECCOM, v. 12, n. 23, p. 48-62, jan./jun. 2021. Disponível em: http://fatea.br/seer3/index.php/ECCOM/article/view/1224/1157. Acesso em: 24 jul. 2021.TOLEDO, R.; PEREIRA, R. Análise sobre o retorno às aulas presenciais no contexto da pandemia da covid-19: caminhos para uma atuação crítica em psicologia escolar. In:LAMIM-GUEDES, V. (org.). A educação na Covid-19: A voz docente. 1. ed. São Paulo: Editora na Raiz, 2020.WELLER, W. Grupos de discussão na pesquisa com adolescentes e jovens: Aportes teórico-metodológicos e análise de uma experiência com o método. Educação e Pesquisa, São Paulo,v. 32, n. 2, p. 241-260, maio/ago., 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/7c6QvcWJc6pX6xwgxYVLFKv/?lang=pt. Acesso em: 24 jul. 2021.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153219
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOComo referenciar este artigoTOLEDO, R. Construção de práticas inventivas em psicologia escolar: Um relato de umaintervenção na escola. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ.,Araraquara, v. 23, n. 00, e022005,jan./dez. 2022. e-ISSN: 2594-8385. DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.15321Submetido em: 24/07/2021Revisões requeridas em: 17/09/2021Aprovado em: 28/11/2021Publicado em: 30/06/2022Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, jan./dez. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1532110
image/svg+xmlConstruction of inventive practices in school psychology: An account of a school interventionCONSTRUCTION OF INVENTIVE PRACTICES IN SCHOOL PSYCHOLOGY: ANACCOUNT OF A SCHOOL INTERVENTIONCONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS INVENTIVAS EM PSICOLOGIA ESCOLAR: UMRELATO DE UMA INTERVENÇÃO NA ESCOLACONSTRUCCIÓN DE PRÁCTICAS INVENTIVAS EN PSICOLOGÍA ESCOLAR: UNRELATO DE UNA INTERVENCIÓN EN LA ESCUELARodrigo TOLEDO1ABSTRACT: This text addresses a report of school and educational intervention carried outin a state public elementary school II and high school. The work was developed by interns ofthe Psychology course, during the Covid-19 pandemic. From a demand presented by schoolmanagement, indicating difficulty to articulate projects and collective activities amongteachers, lack of knowledge of the team on the handling of technological tools and difficultyof adherence of families and students to academic activities, an intervention was designed thatwas divided into four blocks of actions, which were: six project alignment meetings, twentymeetings with teachers, six discussion groups with the school community, and ten monitoringand evaluation meetings with management. It was concluded that the work carried outallowed the participants to reflect, develop and build strategies for the collective confrontationof institutional challenges imposed by the pandemic and emergency remote education.KEYWORDS: School. COVID. Intervención Psicológica. Pandemic. Psychology.RESUMO: Este texto aborda um relato de prática de intervenção escolar e educacionalrealizado em uma escola pública estadual de ensino fundamental II e médio. O trabalho foidesenvolvido por estagiários do curso de Psicologia, durante a pandemia de Covid-19. Apartir de uma demanda apresentada pela gestão escolar, indicando dificuldade de articularprojetos e atividades coletivas entre os professores, falta de conhecimento da equipe sobre omanuseio das ferramentas tecnológicas e dificuldade de adesão das famílias e estudantes àsatividades acadêmicas, desenhou-se intervenção que foi dividida em quatro blocos de ações,que foram: seis reuniões de alinhamento do projeto, vinte reuniões com professores, seisgrupos de discussão com a comunidade escolar e dez reuniões de monitoramento e avaliaçãocom a gestão. Concluiu-se que o trabalho realizado permitiu aos participantes refletir,elaborar e construir estratégias para o enfrentamento coletivo dos desafios institucionaisimpostos pela pandemia e pelo ensino remoto emergencial.PALAVRAS-CHAVE: Escola. COVID. Intervenção psicológica. Pandemia. Psicologia. 1Municipal University of São Caetano do Sul (USCS), São Caetano – SP – Brazil. Professor of the Psychologycourse. PhD in Education (PUC/SP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5767-3439. E-mail:toledordg@gmail.comDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153211
image/svg+xmlRodrigo TOLEDORESUMEN: Este texto aborda un relato de práctica de intervención escolar y educativarealizado en una escuela pública estatal de enseñanza primaria II y secundaria. El trabajofue desarrollado por pasantes del curso de Psicología, durante la pandemia de Covid-19. Apartir de una demanda presentada por la gestión escolar, indicando dificultad de articularproyectos y actividades colectivas entre los profesores, falta de conocimiento del equiposobre el manejo de las herramientas tecnológicas y dificultad de adhesión de las familias yestudiantes a las actividades académicas, se diseñó intervención que fue dividida en cuatrobloques de acciones, que fueron: seis reuniones de alineación del proyecto, veinte reunionescon profesores, seis grupos de discusión con la comunidad escolar y diez reuniones demonitoreo y evaluación con la gestión. Se concluyó que el trabajo realizado permitió a losparticipantes reflexionar, elaborar y construir estrategias para el enfrentamiento colectivo delos desafíos institucionales impuestos por la pandemia y la enseñanza remota de emergencia.PALABRAS CLAVE: Escuela. COVID. Intervención Psicológica. Pandemia. Psicología.IntroductionSince the beginning of 2020, with the establishment of the pandemic caused by covid-19, we have experienced a scenario of instability, especially due to the controversialmanagement that governments in the municipal, state and federal spheres have adopted incoping with the humanitarian and sanitary crisis.In the state of São Paulo, with the objective of containing the Covid-19 pandemic, thestate government's management decreed quarantine on March 24, 2020, meeting therecommendations of the World Health Organization. This decree defined the obligation toclose the trade, keeping in operation only services called essential, such as health, food andsafety services. After this decree, many other publications were carried out to restrict orestablish parameters for the operation of the most diverse services, trades and even thefunctioning of educational institutions (SÃO PAULO, 2020). As a result of the social context of the Covid-19 pandemic, the classroom activities ofthe schools also ceased to occur, so that it was necessary for the school community to adapturgently to what has conventionally been called emergency remote education (ER). Thissituation required teachers and students – and their families – to have access to at leasttechnological equipment (mobile, tabletor computer) and internet access. However, according to IBGE (2020), one in four people in Brazil does not have internetaccess. Thus, we understand that the experience of emergency remote education hasevidenced – intensely – the inequalities existing in the country.As stated by Sousa Oliveira et al.(2020), Rosa and Pereira (2020) and Toledo andPereira (2020) it is essential to develop public actions aimed at multiprofessional integrationto welcome and support all school actors – managers, teachers, workers, students and familiesDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153212
image/svg+xmlConstruction of inventive practices in school psychology: An account of a school intervention– aiming at the well-being and strengthening of mental health aspects, in addition to ensuringthe educational role of students. In this context of uncertainties, marked by the need forunavoidable actions of support and reception during the period of emergency remote teaching,this experience report is included.The experienceAuthors such as Bock (2015), Santos (2017) and Rechtman and Bock (2019) affirmthat Psychology, as science and profession, encompasses many theoretical-methodologicalconceptions that guide the most diverse practices, in the most diverse fields of action, that is,the social commitment of Psychology is associated with a critical reading of reality, asMartín-Baró (1996) argues.With the perspective directed to practice in the school context, Oliveira, Ramos andSouza (2020) also corroborate the critical perspective of Psychology when they explain theneed to break with work models that have developed in a fragmented, decontextualized andprimarily individualizing way and with a strong exclusionary bias, for the construction ofpractices that are committed to social reality, to meet the demands that emerge from theeducational context. Thus, I agree with Silva (2021, p. 24) in affirming school psychology "as a disciplineand a specialty of professional activity has much to say" in this scenario of greattransformation that we are living. The author recalls that the performance in schoolpsychology should consider the analysis of the current scenario and future perspectivesconsidering the demands of people and collectivities for the promotion of social justice.This view of school psychology requires a critical and inventive posture in theconstruction of a work committed to the transformation of reality, which enables theconstruction of practices that meet the needs of those who have been facing the challengesposed by the pandemic and emergency remote education. Based on these assumptions, the experience reported here took place in the extensionand vocational internship project carried out in the Psychology course of a private universityin the metropolitan region of São Paulo. The project was for the fifth-year students of thePsychology course who opted for the emphasis on Psychology and Educational Processes,students of scientific initiation and guidance teachers.All activities followed the recommendations published by the Federal Council ofPsychology (CFP) and the Brazilian Association of Psychology Teaching (ABEP) in 2020.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153213
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOThe actions were carried out online, mediated by tools provided by the partner institution andthe university, which would allow the holding of synchronous meetings. It is noteworthy thatthe partnership with the school unit – a public institution that serves students from the finalyears of elementary school, high school and Youth and Adult Education (EJA) – was alreadyestablished before the pandemic period and provided for three stages: design of theintervention project, inventive practices and developments, which were maintained andadapted to the context of social distancing.Design of the intervention projectIn the second half of 2020, through meetings with the school unit's management team,we began to survey demands and complaints experienced during the months of March to Julyof the same year. In this conversation, the following situations were presented: i) difficulty inarticulating projects and collective activities among teachers; ii) lack of knowledge ofteachers about the handling of technological tools for the mediation of classes; iii) lack ofaccess of families and students to academic activities.After recognizing the main problems experienced by the school, the initial strategywas defined as the holding of meetings such as the group of teachers in the meetings ofcollective pedagogical hours. Four initial meetings were planned, two with the group ofteachers of the morning hours and two with the teachers of the night time. In view of thesanitary restrictions, it was defined that all meetings would take place in the online modalityusing the tool provided by the school. The four meetings had the same objective: the first meeting focused on thepresentation of the team of interns, synthesis of meetings with the management team andalignment of the group on availability and interest to build a project to face the challengesexperienced in the school. After this meeting, the work team (interns and trainee teacher)designed the intervention proposal for each of the groups of teachers (morning and night) andalso the proposal for the monitoring of the school's management team. The second meetingwas designed to appreciate the work proposal, alignment of combinations on topics, days andtime of the meetings. After this phase of needs survey, three blocks of concomitant actions were developed:i) with the group of teachers (subgroup of the morning period and subgroup of the night): tenweekly meetings with each subgroup focused on the presentation of the problem, discussionof challenges and planning of coping actions or joint resolution of difficulties; ii) with theDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153214
image/svg+xmlConstruction of inventive practices in school psychology: An account of a school interventionschool community: a discussion group held in a fortnightly way to listen and share theexperiences of families, students and teachers, and; iii) with the management team: fortnightlymeetings for monitoring and evaluation of teacher groups through fortnightly meetings. Inventive practicesThe meetings with the teachers were inspired by the practices calledPsychoeducational Shift, proposed by Szymaski (2004) and Capeli Andrade and Szymaski(2011), in which the presence and participation of teachers were optional and voluntary. Anaverage of 12 teachers per group participated, totaling 24 participants of 40 teachers. Five themes were defined: lack of skill with the use of technological tools,pedagogical mediation of face-to-face activities for online activities, role of the teacher in theactive search of students, administration and time management, evaluation and monitoring oflearning. The themes were worked as follows: the first meeting of each theme focused on thediscussion of the chosen theme and evaluation of the perspectives of each of the participantsof the meeting; the second had as objective to outline strategies of collective confrontationand to design actions or activities to face the problem discussed, keeping as combined theconstruction of consensus on these consequences. The activities developed in the meetings with the school community were inspired bythe discussions of Euzébio Filho (2019) on the strengthening of relations between school andcommunity, in the reflections of Carvalho, Meireles and Guzzo (2018) on the participation ofstudents for democratic management and in the discussion groups proposed by Weller (2006).With this group, six meetings were held throughout the school semester, with anaverage of 15 participants in each activity. The meetings had no pre-defined themes and ateach meeting the participants elected a theme to hold the debate. In these meetings werediscussed: the role of the school and the family in the learning of students, the difficulty ofstudents to access the contents, organization of face-to-face deliveries of activities forstudents, need to optimize communication between the school and families and finally theabsence of precise guidance from school management on the return of face-to-face classes. The meetings with the management team took place fortnightly and were inspired byMartinez's proposal for institutional interventions (2010). With the meetings, we sought tocontribute to the analysis and intervention at the institutional level, aiming to delineate workstrategies favoring the changes necessary for the optimization of the educational process.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153215
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOTen meetings were held throughout the school semester and in each meeting thearticulation and communication actions of the management team were evaluated as the groupof teachers and also analyzed the impacts of the change of attitude – of teachers andmanagement staff – for the whole school. DevelopmentsIn the debates held in the internship orientation meetings, changes in attitudes anddiscourses presented by the participants were perceived. The teachers indicated greatercollaboration with each other and created a virtual group to share pedagogical materials,support materials and also successful experiences in their virtual classes. In the moments ofevaluation and return, they affirmed that the construction of a space in which they felt free toexpress themselves, without feeling charged, was very productive and recognized that thework in the group contributed significantly to the planning of their pedagogical practices.Another important development occurred from the discussion meetings held with theschool community. It was clear that, with the progress and quality of the debates, theparticipants expressed a more positive discourse about the school, mainly because theyunderstood the challenges of the institution and also because they recognized the importantrole of the community in the educational process. At the close of the work, the group statedthat the construction of the meetings organized by an attitude of openness and recognition ofthe various knowledge, the feeling of being free of judgments and for not offering a pre-established discourse favored the work. These perceptions were validated in the meeting with the management team. At theclosing meeting, the management team stated that the interventions developed were essentialfor the maturation of school practices in this context of emergency remote education. Theyalso stated that planning for the partial resumption of school activities, according toinstructions they received from the state government, was only possible from the maturingthat the entire school community – management, teachers, students and community – had ontheir role and how they could contribute to meeting the challenges faced. It was also definedthat the management team needed to build a space for internal discussion that favored thedebate on pedagogical issues. Final considerationsDoxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153216
image/svg+xmlConstruction of inventive practices in school psychology: An account of a school interventionThe focus of this work was to enable school actors – management team, teachers,students and community – a space for listening, welcoming and building strategies to face thechallenges experienced in the current social and health context. As of the course of the work,it was possible to notice difficulties and frustrations concerning the decisions of the StateDepartment of Education and the school's management team, especially with regard to thereturn of face-to-face school activities. However, it was possible to reflect, elaborate and seekpossibilities for agreements. Thus, it is understood that the participants broadened their gazeand, together, constructed possibilities of institutional confrontation. With this work, the importance of building interventions in School and EducationalPsychology that produce active listening and dialogue action is defended, since they canprovide opportunities for all people involved in the recognition of their potentials andweaknesses and, thus, make themselves available for collective and collaborativeconstruction, which, at this moment, becomes indispensable to make them inside and outsidethe school walls.We corroborate Toledo (2021) when it states that this critical and collective action ofcoping with the problems and difficulties of daily school life is fundamental for theconstruction of a work committed to the transformation of reality. Finally, as well as Cordeiro e Curado (2017), it is understood that psychologicalinterventions should produce knowledge and practices situated, in a creative and inventiveway. This work allowed the educational processes to be reorganized and used in a way thatoptimized the group's potential, besides allowing the trainees to build a critical perspective onthe work and envision new ways of constructing psychological practice, always aligned withan ethical and historical perspective.REFERENCESBOCK, A. M. B. A psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. In:BOCK, A. M. B.; GONÇALVES, M. G. M.; FURTADO, O. (org.). Psicologia sócio-histórica: Uma perspectiva crítica em psicologia. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2015.CAPELI ANDRADE, R.; SZYMANSKI, H. O plantão psicoeducativo para educadores: uma proposta de intervenção. In:CONGRESO INTERNACIONAL DE INVESTIGACIÓN Y PRÁCTICA PROFESIONAL EN PSICOLOGÍA, 3., 2011.JORNADAS DE INVESTIGACIÓN SÉPTIMO ENCUENTRO DE INVESTIGADORES EN PSICOLOGÍA DEL MERCOSUR, 18., 2011, Buenos Aires. Anais[...]. Facultad de Psicología, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2011. Available: https://www.aacademica.org/000-052/449.pdf. Access: 24 July 2021.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153217
image/svg+xmlRodrigo TOLEDOCARVALHO, J. P. M.; MEIRELES, J.; GUZZO, R. S. L. Políticas de participação de estudantes: Psicologia na democratização da escola. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 38, n.2, p. 378-390, 2018. Available: https://www.scielo.br/j/pcp/a/wgbW9qq5SyBdgHBSfRmZW8y/?lang=pt. Access: 24 July 2021.CORDEIRO, M. P.; CURADO, J. C. Psicologia na Assistência Social: Um campo em formação. Psicologia & Sociedade,v. 29, e169210, 2017. Available: https://www.scielo.br/j/psoc/a/RVPdxYsDWFcWrZK8skKVfjc/?lang=pt. Access: 24 July 2021.EUZEBIOS FILHO, A. Conselhos Escolares para que?: Análise de uma experiência com gestão escolar democrática. Rev. Psicol. IMED, Passo Fundo, v. 11, n. 1, p. 139-152, 2019. Available: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/2891. Access: 24 July 2021.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Um em cada 4 brasileiros não tem acesso à internet, mostra pesquisa. AgênciaBrasil, 2020. Available: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-04/um-em-cada-quatro-brasileiros-nao-tem-acesso-internet. Access: 24 July 2021.MARTÍN-BARÓ, I. O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia,Natal, v. 2, n. 1, p. 7-27, 1997. Available: https://www.scielo.br/j/epsic/a/T997nnKHfd3FwVQnWYYGdqj/?lang=pt. Access: 24 July 2021.MARTINEZ, A. M. O que pode fazer o psicólogo na escola. Em Aberto, v. 23, n. 83, p. 39-56, 2010. Available: http://repositorio.unb.br/handle/10482/6292. Access: 24 July 2021.OLIVEIRA, B. C.; RAMOS, V. R. L.; SOUZA, V. L. T. Parceira crítica: possibilidades de atuação em Psicologia Escolar. In:MARINHO-ARAUJO, C. M., TEIXEIRA, A. M. B. (org.). Práticas exitosas em Psicologia Escolar Crítica. Campinas, SP: Editora Alínea, 2020.RECHTMAN, R.; BOCK, A. M. B. Formação do Psicólogo para a Realidade Brasileira: Identificando Recursos para Atuação Profissional. Psicologia: Teoria e Pesquisa,v. 35, e3551, 2019. Available: https://www.scielo.br/j/ptp/a/rpn5FcNBLhqm55NQskLjymm/?format=pdf&lang=pt. Access: 24 July 2021.ROSA, S. S.; PEREIRA, R. Políticas e Estratégias dos Sistemas Municipais de Ensino do ABC Paulista durante a pandemia de Covid-19. São Caetano do Sul, SP: USCS, 2020. Available: https://www.uscs.edu.br/boletim/337. Access: 24 July 2021.SANTOS, L. N. O compromisso social da psicologia um estudo sobre o desenvolvimento de um projeto crítico. 2017. 268 f. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo, 2017.SÃO PAULO. Decreto n. 64.881, de 22 de março de 2020. Decreta quarentena no Estado deSão Paulo, no contexto da pandemia do COVID-19 (Novo Coronavírus), e dá providências complementares. São Paulo: Governador do Estado, 2020. Available: https://www.al.sp.gov.br/norma/193361. Access: 24 July 2021.Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153218
image/svg+xmlConstruction of inventive practices in school psychology: An account of a school interventionSILVA, I. R. Psicologia escolar e eventos emergenciais: resistência e luta por uma educação socialmente referenciada. In:NEGREIROS, F.; FERREIRA, B. O. Onde está a psicologia escolar no meio da pandemia?São Paulo: Pimenta Cultural, 2021.SOUSA O. E. et al.A educação a distância (EaD) e os novos caminhos da educação após a pandemia ocasionada pela Covid-19. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p. 52860-52867, jul. 2020. Available: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/14095/11787. Access: 24 July 2021.SZYMANSKI, H. Plantão psicoeducativo: novas perspectivas para a prática e pesquisa em psicologia da educação. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 19, p. 169-182, jul./dez. 2004. Available: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752004000200009. Access: 24 July 2021.TOLEDO, R. Significações de professores gays sobre violências homofóbicas e suas formas de enfrentamento na escola. ECCOM, v. 12, n. 23, p. 48-62, jan./jun. 2021. Available: http://fatea.br/seer3/index.php/ECCOM/article/view/1224/1157. Access: 24 July 2021.TOLEDO, R.; PEREIRA, R. Análise sobre o retorno às aulas presenciais no contexto da pandemia da covid-19: caminhos para uma atuação crítica em psicologia escolar. In:LAMIM-GUEDES, V. (org.). A educação na Covid-19: A voz docente. 1. ed. São Paulo: Editora na Raiz, 2020.WELLER, W. Grupos de discussão na pesquisa com adolescentes e jovens: Aportes teórico-metodológicos e análise de uma experiência com o método. Educação e Pesquisa, São Paulo,v. 32, n. 2, p. 241-260, maio/ago., 2006. Available: https://www.scielo.br/j/ep/a/7c6QvcWJc6pX6xwgxYVLFKv/?lang=pt. Access: 24 July 2021.How to refer to this articleTOLEDO, R. Construction of inventive practices in school psychology: An account of aschool intervention. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ.,Araraquara, v. 23, n. 00, e022005,Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 2594-8385. DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.15321Submitted: 24/07/2021Revisions required:17/09/2021Approved:28/11/2021Published:30/06/2022Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022005, Jan./Dec. 2022 e-ISSN: 2594-8385DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.153219