INTERVENÇÕES EM HABILIDADES DE VIDA: CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


INTERVENCIONES EN HABILIDADES PARA LA VIDA: CONTRIBUCIONES AL DESARROLLO PSICOSOCIAL DE NIÑOS Y ADOLESCENTES


LIFE SKILLS INTERVENTIONS: CONTRIBUTIONS TO THE PSYCHOSOCIAL DEVELOPMENT OF CHILDREN AND ADOLESCENTS


Kathyllen Bezerra dos SANTOS1 Ana Lúcia Novais CARVALHO2


RESUMO: Intervenções direcionadas a crianças e adolescentes que promovam o desenvolvimento psicossocial saudável são relevantes. Nessa perspectiva, destacam-se as que têm como proposta o desenvolvimento das Habilidades de Vida (HV), que são competências definidas pela Organização Mundial da Saúde como fundamentais para melhor lidar com os desafios da vida cotidiana, sendo aliadas na promoção da saúde integral dos indivíduos. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo descrever intervenções, em grupo, para o desenvolvimento de HV em crianças e adolescentes realizadas no Brasil. Foi feito um estudo exploratório considerando apenas publicações em língua portuguesa. Foram identificadas oito intervenções, nas quais a idade dos participantes variava dos oito aos dezoito anos. Os principais resultados observados foram a redução de crenças sexistas e homofóbicas, mudanças positivas de comportamento, contribuição para o autoconhecimento e melhoria no relacionamento interpessoal. Conclui-se que tais intervenções são importantes ao impactarem positivamente na qualidade de vida como um todo.


PALAVRAS-CHAVE: Habilidades de vida. Crianças. Adolescentes. Intervenções grupais. Desenvolvimento psicossocial. Promoção de saúde.


RESUMEN: Las intervenciones dirigidas a niños y adolescentes que promueven un desarrollo psicosocial saludable son relevantes. Desde esta perspectiva, destacamos las propuestas para el desarrollo de las Habilidades para la Vida (HV), que son competencias definidas por la Organización Mundial de la Salud como fundamentales para afrontar mejor los retos de la vida cotidiana, y son aliadas para promover la salud integral de los individuos. Así, el presente estudio tuvo como objetivo describir las intervenciones grupales para el desarrollo de la HV en niños y adolescentes realizadas en Brasil. Se realizó un estudio exploratorio considerando sólo las publicaciones en portugués. Se identificaron ocho intervenciones, en las que la edad de los participantes oscilaba entre los ocho y los dieciocho años. Los principales resultados observados fueron la reducción de las creencias sexistas y homófobas, los cambios positivos en el comportamiento, la contribución al autoconocimiento


1 Universidade Federal Fluminense (UFF), Goytacazes – RJ – Brasil. Graduada em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6970-6421. E-mail: kathyllenbezerra@id.uff.br

2 Universidade Federal Fluminense (UFF), Goytacazes – RJ – Brasil. Professora Associada do Departamento de Psicologia. Doutorado em Biociencias Nucleares (UERJ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4808-8449. E- mail: analucianovaiscarvalho@id.uff.br

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y la mejora de las relaciones interpersonales. Concluimos que estas intervenciones son importantes porque tienen un impacto positivo en la calidad de vida en su conjunto.


PALABRAS CLAVE: Habilidades para la vida. Niños. Adolescentes. Intervenciones grupales. Desarrollo psicossocial. Promoción de la salud.


ABSTRACT: Interventions aimed at children and adolescents that promote healthy psychosocial development are relevant. From this perspective, we highlight those proposed for the development of Life Skills (LS), which are competencies defined by the World Health Organization as fundamental for better dealing with the challenges of daily life, and are allies in promoting the integral health of individuals. Thus, the present study aimed to describe group interventions for the development of LS in children and adolescents carried out in Brazil. An exploratory study was carried out considering only publications in Portuguese. Eight interventions were identified, in which the age of the participants ranged from eight to eighteen years old. The main results observed were the reduction of sexist and homophobic beliefs, positive changes in behavior, contribution to self-knowledge and improvement in interpersonal relationships. We conclude that such interventions are important in positively impacting quality of life as a whole.


KEYWORDS: Life skills. Children. Adolescents. Group interventions. Psychosocial development. Health promotion.


Introdução


Intervenções com o objetivo de diminuir a frequência de comportamentos considerados socialmente inadequados, como a agressividade, apresentados por crianças e adolescentes são amplamente realizados, como trazem as autoras Bolsoni-Silva et al. (2010).

A contribuição para o desenvolvimento integral da saúde de crianças e adolescentes pode se dar a partir de intervenções em Habilidade de Vida (HV), que envolvem habilidades sociais, cognitivas e afetivas (MURTA; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2010) que, como destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1997), auxiliam no lidar com as dificuldades que surgem no cotidiano, promovendo competências psicossociais. Diversos estudos apontam resultados positivos na redução de comportamentos de risco e aumento em competências direcionadas à saúde entre crianças e adolescentes em programas com esta proposta (BOTVIN, 1998; GORAYEB; NETTO; BUGLIANI, 2003; MANGRULKAR; WHITMAN; POSNER, 2001; MINTO et al., 2006).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1997) compreende que as HV são repertórios comportamentais capazes de promover pessoas mais capazes de lidar com os desafios e vivências que surgem no cotidiano. Desta forma, elas estimulam e promovem a competência psicossocial, auxiliando no bem-estar, seja ele físico, mental ou mesmo social

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dos indivíduos (OMS, 1997), por meio de habilidades interpessoais (OMS, 2003). Ainda de acordo com a OMS (1997), são dez as competências listadas, sendo estas divididas em cinco áreas básicas: tomada de decisão e resolução de problemas; pensamento criativo e pensamento crítico; comunicação e habilidades interpessoais; autoconhecimento e empatia; por fim, lidando com as emoções e lidando com estresse (OMS, 1999).

Atualmente, como trazem Cunha e Rodrigues (2010), são diversos os desafios cotidianos encontrados que podem gerar níveis elevados de estresse, o que afeta muito os sujeitos, independentemente de sua faixa etária. No intuito de lidar com tais questões que demandam uma flexibilidade cognitiva mais expressiva, é necessário tanto o enfrentamento das situações geradoras de estresse, quanto o desenvolvimento de habilidades para tal fim.

A temática se torna ainda mais relevante ao se pensar no enfrentamento da pandemia da COVID-19. Este evento atípico e estressor fez com que as pessoas se confinassem em seus lares, aliado ao medo de contrair o vírus. Em média, um terço das pessoas atravessadas por tal evento, caso não se intervenha logo e corretamente, como trazem dados da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (2020a), podem ter manifestações no âmbito psicológico, em que as crianças e adolescentes são também impactadas.

Apesar de a taxa de mortalidade não ser tão expressiva nessa faixa etária, a pandemia muito impactou a rotina da vida de crianças e adolescentes, como com o fechamento de escolas, aumentando expressivamente o tempo que passam em casa, aliado à perda do convívio social (FIOCRUZ, 2020b). Muitas são as reações esperadas e apresentadas pelas crianças ao longo do período pandêmico, tais como “dificuldades de concentração, irritabilidade, medo, inquietação, tédio, sensação de solidão, alterações no padrão de sono e alimentação” (FIOCRUZ, 2020b, p. 4). De tal maneira, os efeitos indiretos da pandemia podem ser tão nocivos quanto os diretos, uma vez que há prejuízos associados à educação formal e à socialização, por exemplo.

Nesse contexto, com a presença de diversas variáveis estressoras, o desenvolvimento de HV pode auxiliar. Tal hipótese se dá, pois, de acordo com a OMS (1997), o ensino de HV amplia a competência psicossocial, auxiliando na promoção de saúde. Como trazem Cunha e Rodrigues (2010), tal competência se mostra relevante ao promover o desenvolvimento de características pessoais que tenham um cunho positivo e mais adaptativo, sendo capaz de promover a saúde psicológica através de recursos, como a resiliência.

Nessa perspectiva, intervenções precoces com o objetivo de desenvolver HV com crianças e adolescentes são cruciais dado que seus estilos de vida, seus hábitos, dentre outros aspectos de sua personalidade, ainda se encontram em constante processo de transformação e

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desenvolvimento. Desta forma, se nota que o público infantojuvenil é mais receptivo, flexível e suscetível a mudanças (RODRIGUES et al., 2008).

Murta, Del Prette e Del Prette (2010) apontam como treinamentos em habilidades sociais, assim como as de vida, podem ser importantes para prevenir sexismo e heterossexismo. Espera-se, também, que a partir do uso de tais competências, adolescentes possam, por exemplo, evitar a gravidez na adolescência, desenvolvendo um comportamento sexual mais seguro, prevenindo infecções sexualmente transmissíveis (IST)3, como traz a Organização das Nações Unidas (ONU) (2006) e o HIV/AIDS, como trabalhado na Tailândia e Zimbábue (OMS, 1999). Estudos também apontam que o desenvolvimento das HV potencializa a promoção de autoestima e autoconfiança, prevenindo o bullying (MARYAM et al., 2011; SUPARP, 2010).

Como explicita Botvin e Griffin (2004), as HV podem atuar enquanto estratégia para a redução de comportamentos de risco, promovendo cuidados não só com a saúde física, como também aumento do bem-estar psicológico, atuando, portanto, como fatores de proteção ao uso de substâncias psicoativas entre jovens. Isso denota sua grande valia em intervenções que envolvam crianças e adolescentes no intuito da promoção de saúde e de seu desenvolvimento psicossocial.

Desta forma, o presente estudo tem como objetivo identificar intervenções direcionadas a crianças e adolescentes para o desenvolvimento de HV realizadas no Brasil, identificando suas características, estratégias e resultados. Assim, foi realizado um estudo exploratório, realizado a partir de uma pesquisa bibliográfica.

Com exceção de Neufeld et al. (2014), cujo trabalho fomentou o interesse de buscar mais publicações acerca da temática, fazendo surgir esta pesquisa e foi na mesma incluído, foram buscadas publicações na base de dados Google Scholar, por sua amplitude, utilizando os seguintes descritores de busca: habilidades de vida, habilidades de vida e crianças, habilidades de vida e adolescentes, habilidades para vida e crianças, habilidades para vida e adolescentes, fazendo uso do operador booleano AND entre os descritores. A coleta de dados se deu em junho do ano de 2021, em que os critérios de inclusão foram trabalhos na língua portuguesa, ocorridos no Brasil, com crianças e/ou adolescentes, e que trouxessem o conceito de HV promulgado pela OMS (1997). O período selecionado para a coleta abrangeu publicações realizadas nos últimos 20 anos. Assim, ao final foram identificadas oito intervenções que cumpriam os requisitos da pesquisa.


3 No arquivo original se utilizou o termo doença sexualmente transmissível (DST), atualmente em desuso, portanto, se substituiu por infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 22, n. 00, e021015, 2021. e-ISSN: 2594-8385

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Intervenções em HV com crianças e adolescentes no Brasil


Uma intervenção com adolescentes foi realizada entre 2001 e 2003 pelo Programa de Promoção de Saúde na Comunidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP). Ela se deu em uma escola estadual por Minto et al. (2006) e teve como objetivo a promoção de saúde, buscando impactar positivamente na qualidade de vida dos estudantes. Foram 12 sessões com duração média de duas horas cada. Todas as HV foram abordadas, sendo trabalhada uma por sessão, em que se descreve quais técnicas foram utilizadas para desenvolver as habilidades. Concluíram que a intervenção foi adequada, sendo perceptível através de relatos dos participantes, que auxiliou no autoconhecimento, reflexão e no relacionamento interpessoal. Assim, corroborou com os dados descritos na literatura, visto que propiciou o desenvolvimento de habilidades que auxiliam em questões surgidas no cotidiano.

Em sua dissertação de mestrado, Minto (2005) relata a experiência em um programa de HV, durante os anos de 2003 e 2004, para a promoção da saúde e prevenção de comportamentos de risco, como beber, fumar e comportamentos sexuais sem uso de proteção, entre adolescentes de 14 e 17 anos. A intervenção ocorreu em duas instituições, também em Ribeirão Preto. Grande parte dos participantes, dentre os 45 do projeto, era do sexo masculino. Na análise quantitativa não houve diferenças significativas antes e após a intervenção, em que o ato de beber e fumar estavam acima da média nacional. Contudo, na análise qualitativa foram identificados resultados positivos em que HV relacionadas ao autocontrole auxiliavam a lidar com situações estressantes envolvendo o contexto familiar, escolar e social.

Murta et al. (2009) trazem em seu artigo resultados positivos de um programa de delineamento pré-experimental em HV com dezoito adolescentes entre 12 e 14 anos, sendo a maioria do sexo feminino. Foram dezesseis sessões realizadas em uma universidade, com duração de aproximadamente 90 minutos, ao longo de cinco meses. Junto às HV foram trabalhadas também outras temáticas, como riscos à saúde associados ao gênero, rede de apoio social e prevenção de recaída, assim como técnicas de treinamento em Habilidades sociais e da Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), através de vivências em grupo. A efetividade da intervenção foi positiva, o que se deu a partir do discernimento dos adolescentes e seus cuidadores. Grande parte das metas intermediárias foram alcançadas, dado que havia satisfação por parte dos participantes com os encontros, assim como a prática de habilidades.

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Murta et al. (2009) relatam que todos os participantes se mostraram contemplados com o programa, dado que um ano após a finalização da intervenção relataram não terem tido contato com uso de substâncias lícitas ou ilícitas, IST ou gravidez, em que também se apontou melhoras positivas nas relações com familiares e um maior direcionamento na elaboração de projetos futuros. Houve piora no desempenho escolar de três alunos, todavia, seria necessária uma investigação detalhada para melhor entender tal acontecimento. Os resultados gerais apontam para uma constituição relevante de fatores de proteção que podem auxiliar a lidar com os desafios vivenciados em suas vidas.

Demonstrando como são múltiplas as temáticas que podem ser trabalhadas com HV, Murta et al. (2012) relatam a experiência de um programa que visava promover habilidades interpessoais, direitos sexuais e reprodutivos para adolescentes. Os participantes foram 93 adolescentes, do sexo masculino e feminino, entre 12 e 17 anos de uma escola pública de ensino fundamental em Goiânia. Foram realizadas em 15 sessões que duravam, em média, 90 minutos. A partir de temáticas como violência no namoro, violência contra a mulher e recursos para autoproteção, eram trabalhadas HV tais como relacionamento interpessoal, empatia, lidar com o estresse e a resolução de problemas. Apesar de pontuarem mudanças que seriam relevantes de serem realizadas no intuito de um melhor aproveitamento do programa, como alterações na ordem das sessões, e a inclusão de medidas escritas de avaliação em detrimento a modalidade oral, destaca-se também aspectos positivos da experiência. Isso se dá uma vez que esteve presente uma aceitabilidade entre os adolescentes, isto é, estavam receptivos a discussão dos temas propostos, aspecto de grande importância para o sucesso de uma intervenção. Apontam também como houve aceitação para tratar dos tópicos relativos à sexualidade, gênero e direitos sexuais, gerando engajamento significativo, diferente do apontado na literatura.

Em um outro estudo, Murta et al. (2013) utilizaram as HV para trabalharem junto a adolescentes a prevenção de violência em relacionamentos amorosos, como o namoro, assim como crenças sexistas e homofóbicas. Trata-se de um estudo quase-experimental com 60 alunos de uma escola pública em Brasília, com idades entre 14 e 18 anos. Foi também realizada uma entrevista, cinco meses após a intervenção. Notou-se que, dentre aqueles que participaram do programa, houve mudanças positivas no que diz respeito a respostas sexistas e homofóbicas, havendo diminuição em respostas de tal cunho. No entanto, não houve diferença estaticamente significativa na intenção de enfrentamento à violência no namoro no grupo que passou pela intervenção, em relação ao grupo que não foi exposto, em que se notou

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crescimento na negociação, como para a forma como se estabelece o relacionamento, tanto de forma afetiva quanto sexual. Notou-se também diminuição da resignação.

O Programa Cognitivo-Comportamental de Habilidades de Vida para Crianças e Adolescentes (PRHAVIDA) é uma intervenção baseada em HV feita no Brasil e que ainda se encontra em atividade, desenvolvida por Neufeld et al. (2014), sendo voltada para crianças e adolescentes alunos de uma escola municipal no interior de São Paulo. A intervenção relatada se deu com crianças entre oito e nove anos e adolescentes entre 12 e 13 anos. Os participantes tinham escores heterogêneos em habilidades sociais, depressão, estresse e ansiedade, o que demonstra um olhar para a saúde mental dos participantes, que pertenciam tanto ao sexo masculino quanto feminino.

O programa de Neufeld et al. (2014) foi estruturado em 11 sessões semanais em grupo, com intervenções pré e pós teste. Para além do trabalho de todas as HV, foi também incluído o desenvolvimento de Habilidades Sociais. Os resultados foram considerados positivos, com os participantes relatando o apreço pelo grupo em sessões de avaliação qualitativa ao final. As relações dos participantes do programa entre si melhoraram com o passar das sessões, assim como foi perceptível uma mudança positiva de comportamento por parte dos próprios participantes e terapeutas.

Franco (2014) desenvolveu um estudo de delineamento quase experimental para o desenvolvimento de HV e Habilidades Sociais junto a adolescentes do sexo masculino, em vulnerabilidade social. A média de idade dos participantes era de 12,8 anos e frequentavam uma instituição filantrópica no estado de Minas Gerais. Foram 12 encontros semanais com duração de 60 minutos cada, em que os resultados foram positivos, visto que adquiriram, por exemplo, comportamentos positivos nas interações sociais, em que as HV mais destacadas foram relacionamento interpessoal, comunicação eficaz, tomada de decisão, empatia e pensamento criativo, por serem evidenciadas pelos adolescentes como as mais praticadas por eles em seu cotidiano. Houve também efeitos indiretos no bem-estar dos jovens e direto na habilidade social de civilidade.

Mais recentemente e indo ao encontro ao observado na literatura, como em Paiva e Rodrigues (2008), Nadaleti et al. (2018) apresentaram um estudo quase-experimental que abordava o modelo das HV como prevenção ao uso de substâncias psicoativas entre adolescentes. A intervenção foi realizada em uma escola pública no estado de Minas Gerais, com 78 participantes com idades entre dez e 15 anos. Nadaleti et al. (2018) concluíram que a aplicação do programa foi adequada, auxiliando, por exemplo, no aumento no reconhecimento de fatores de risco e atuando no desenvolvimento de habilidades dos

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adolescentes, apesar da limitação apontada referente ao número reduzido de participantes no estudo.

Foi possível observar que as intervenções aqui relatadas possuem aspectos que se assemelham. Apesar da idade dos participantes ir dos oito aos 18 anos, a grande maioria, com exceção de Neufeld et al. (2014), era voltada para o público adolescente. Por hipótese, acredita-se que tal característica deve ocorrer frente a possíveis dificuldades encontradas ao desenvolver a temática de HV com públicos mais jovens. Isso se dá, pois, o trabalho com crianças acaba por demandar mais dos aplicadores, por exigir que aspectos lúdicos estejam mais presentes. Percebe-se, também, que os temas escolhidos para as pesquisas se direcionaram às experiências mais concebidas durante a adolescência, como o uso de substância psicoativas, por Nadaleti et al. (2018), e a promoção de direitos sexuais e reprodutivos, por Murta et al. (2012), o que explicaria o foco em determinada faixa etária.

Todas as intervenções ocorreram em grupo, visto que a experiência grupal possibilita, além de atingir diversas pessoas simultaneamente, que muitas das habilidades discutidas sejam colocadas em prática pela troca entre os participantes. O tempo de duração mínimo observado foi de 60 minutos, indo a até 120 minutos, em que metade das intervenções, sendo de Murta et al. (2009), Murta et al. (2013), Neufeld et al. (2014) e Franco (2014), incluíram sessões após a finalização das vivências grupais. Essa coleta de dados se dava nos programas como um todo, através de instrumentos qualitativos, como entrevistas.

Por diversas vezes as temáticas trabalhadas não se limitavam às HV, incluindo também Habilidades Sociais, como visto em Murta et al. (2009), Murta et al. (2012), Neufeld et al. (2014) e Franco (2014). Muitos dos trabalhos versavam sobre temáticas distintas, algo que demonstra a grande valia das intervenções envolvendo as HV, visto que como pontuado anteriormente, é capaz de ser útil para diferentes objetivos. Todavia, é importante salientar que todas abordavam, direta ou indiretamente, a questão referente à promoção de saúde.

A partir do demonstrado, destaca-se a relevância que as intervenções em HV possuem, dado que seus pressupostos podem se adequar às mais diversas demandas, tendo resultados benéficos. Aliado a isso, é notável seu impacto positivo no desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, tal qual observado no Brasil, mesmo frente a quantidade ainda não muito expressiva de publicações tratando da temática, o que denota a necessidade de mais pesquisas na área.

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Considerações finais


O desenvolvimento de crianças e adolescentes é atravessado por diversos aspectos que necessitam ser considerados, como aqueles de cunho social, econômico, assim como o meio familiar no qual se está inserido e as práticas adotadas no mesmo. De tal maneira, é relevante elaborar formas de impactar positivamente o público mais jovem, visto que ao atuar com crianças e adolescentes, no desenvolvimento precoce de competências, espera-se estar atuando em atitudes e decisões que estes terão quando adultos.

Em tal perspectiva, é necessário um olhar direcionado aos estudos voltados para o ensino de HV, pois buscam impactar em escolhas mais saudáveis, proporcionando uma diminuição de comportamentos de risco, como o uso abusivo de substâncias psicoativas e o comportamento sexual não seguro. Assim sendo, intervenções em HV, principalmente de forma grupal, são pontuadas como de grande relevância por, dentre seus diversos benefícios, estimularem o contato e convívio social, em que no próprio grupo se torna possível praticar as habilidades discutidas.

No Brasil ainda não são muitos os estudos envolvendo intervenções em HV com crianças e adolescentes. Todavia, a partir da pesquisa exploratória aqui realizada, torna-se evidente os benefícios que tais intervenções proporcionaram, visto que, em todos os programas encontrados, foi possível observar aspectos positivos das experiências, sobretudo considerando dados qualitativos, a partir dos relatos dos participantes, assim como de cuidadores. Ademais, são apontados a manutenção das melhorias, mesmo em entrevistas de seguimento.

Conclui-se, de tal forma, que investimentos em intervenções que trabalhem as HV se fazem necessários e são relevantes, uma vez que podem ser inseridos em diversos contextos, versando sobre diferentes temáticas. Estas intervenções são benéficas, principalmente para o público infantojuvenil, dado a sua reverberação positiva ao desenvolvimento psicossocial, promovendo uma melhora na qualidade de vida como um todo. Salienta-se, conjuntamente a isso, a importância de se trabalhar essas habilidades para além do âmbito escolar, onde o foco tem se dado, ao se pensar em formas de atingir crianças e adolescentes em demais contextos.


REFERÊNCIAS


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Como referenciar este artigo


SANTOS, K. B.; CARVALHO, A. N. Intervenções em Habilidades de Vida: contribuições para o desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 22, n. 00, e021015, 2021. e-ISSN: 2594-8385. DOI:

https://doi.org/10.30715/doxa.v22i00.15349


Submetido em: 06/08/2021

Revisões requeridas em: 26/09/2021 Aprovado em: 14/10/2021 Publicado em: 01/10/2021

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LIFE SKILLS INTERVENTIONS: CONTRIBUTIONS TO THE PSYCHOSOCIAL DEVELOPMENT OF CHILDREN AND ADOLESCENTS


INTERVENÇÕES EM HABILIDADES DE VIDA: CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


INTERVENCIONES EN HABILIDADES PARA LA VIDA: CONTRIBUCIONES AL DESARROLLO PSICOSOCIAL DE NIÑOS Y ADOLESCENTES


Kathyllen Bezerra dos SANTOS1 Ana Lúcia Novais CARVALHO2


ABSTRACT: Interventions aimed at children and adolescents that promote healthy psychosocial development are relevant. From this perspective, we highlight those proposed for the development of Life Skills (LS), which are competencies defined by the World Health Organization as fundamental for better dealing with the challenges of daily life, and are allies in promoting the integral health of individuals. Thus, the present study aimed to describe group interventions for the development of LS in children and adolescents carried out in Brazil. An exploratory study was carried out considering only publications in Portuguese. Eight interventions were identified, in which the age of the participants ranged from eight to eighteen years old. The main results observed were the reduction of sexist and homophobic beliefs, positive changes in behavior, contribution to self-knowledge and improvement in interpersonal relationships. We conclude that such interventions are important in positively impacting quality of life as a whole.


KEYWORDS: Life skills. Children. Adolescents. Group interventions. Psychosocial development. Health promotion.


RESUMO: Intervenções direcionadas a crianças e adolescentes que promovam o desenvolvimento psicossocial saudável são relevantes. Nessa perspectiva, destacam-se as que têm como proposta o desenvolvimento das Habilidades de Vida (HV), que são competências definidas pela Organização Mundial da Saúde como fundamentais para melhor lidar com os desafios da vida cotidiana, sendo aliadas na promoção da saúde integral dos indivíduos. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo descrever intervenções, em grupo, para o desenvolvimento de HV em crianças e adolescentes realizadas no Brasil. Foi feito um estudo exploratório considerando apenas publicações em língua portuguesa. Foram identificadas oito intervenções, nas quais a idade dos participantes variava dos oito aos dezoito anos. Os principais resultados observados foram a redução de crenças sexistas e homofóbicas, mudanças positivas de comportamento, contribuição para o autoconhecimento e melhoria no



1 Fluminense Federal University (UFF), Goytacazes – RJ – Brazil. Psychology Undergraduate. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6970-6421. E-mail: kathyllenbezerra@id.uff.br

2 Fluminense Federal University (UFF), Goytacazes – RJ – Brazil. Associate Professor at the Psychology Department. Doctorate in Nuclear Biosciences (UERJ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4808-8449. E-mail: analucianovaiscarvalho@id.uff.br

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relacionamento interpessoal. Conclui-se que tais intervenções são importantes ao impactarem positivamente na qualidade de vida como um todo.


PALAVRAS-CHAVE: Habilidades de vida. Crianças. Adolescentes. Intervenções grupais. Desenvolvimento psicossocial. Promoção de saúde.


RESUMEN: Las intervenciones dirigidas a niños y adolescentes que promueven un desarrollo psicosocial saludable son relevantes. Desde esta perspectiva, destacamos las propuestas para el desarrollo de las Habilidades para la Vida (HV), que son competencias definidas por la Organización Mundial de la Salud como fundamentales para afrontar mejor los retos de la vida cotidiana, y son aliadas para promover la salud integral de los individuos. Así, el presente estudio tuvo como objetivo describir las intervenciones grupales para el desarrollo de la HV en niños y adolescentes realizadas en Brasil. Se realizó un estudio exploratorio considerando sólo las publicaciones en portugués. Se identificaron ocho intervenciones, en las que la edad de los participantes oscilaba entre los ocho y los dieciocho años. Los principales resultados observados fueron la reducción de las creencias sexistas y homófobas, los cambios positivos en el comportamiento, la contribución al autoconocimiento y la mejora de las relaciones interpersonales. Concluimos que estas intervenciones son importantes porque tienen un impacto positivo en la calidad de vida en su conjunto.


PALABRAS CLAVE: Habilidades para la vida. Niños. Adolescentes. Intervenciones grupales. Desarrollo psicossocial. Promoción de la salud.


Introduction


Interventions aimed at reducing the frequency of behaviours considered socially inappropriate, such as aggressiveness, presented by children and adolescents are widely used, as reported by Bolsoni-Silva et al. (2010).

The contribution to the comprehensive development of children and adolescents' health can be made through interventions in Life Skills (LS), which involve social, cognitive and affective skills (MURTA; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2010) that, as highlighted by the World Health Organization (WHO) (1997), help deal with the difficulties that arise in everyday life, promoting psychosocial skills. Several studies point positive results in reducing risk behaviors and increase in competencies directed to health among children and adolescents in programs with this proposal (BOTVIN, 1998; GORAYEB; NETTO; BUGLIANI, 2003; MANGRULKAR; WHITMAN; POSNER, 2001; MINTO et al., 2006).

The World Health Organization (WHO, 1997) understands that LS are behavioural repertoires capable of promoting people who are better able to deal with the challenges and experiences that arise in daily life. Thus, they stimulate and promote psychosocial competence, assisting in the well-being, whether physical, mental or even social of

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individuals (WHO, 1997), through interpersonal skills (WHO, 2003). Also according to the WHO (1997), there are ten competencies listed, which are divided into five basic areas: decision-making and problem solving; creative thinking and critical thinking; communication and interpersonal skills; selfknowledge and empathy; and finally, dealing with emotions and dealing with stress (WHO, 1999).

Currently, as Cunha and Rodrigues (2010) point out, there are several daily challenges that can generate high levels of stress, which affects individuals regardless of their age group. In order to deal with such issues that require a more expressive cognitive flexibility, it is necessary both to face the situations that generate stress and to develop skills for this purpose. The theme becomes even more relevant when thinking about facing the pandemic of COVID-19. This atypical and stressful event caused people to confine themselves in their homes, coupled with the fear of contracting the virus. On average, one third of people affected by this event, if there is no prompt and correct intervention, as data from the Oswaldo Cruz Foundation (FIOCRUZ) (2020a) show, may have psychological manifestations, in which

children and adolescents are also impacted.

Although the mortality rate is not so significant in this age group, the pandemic had a great impact on the routine life of children and adolescents, with the closure of schools, significantly increasing the time they spend at home, combined with the loss of social interaction (FIOCRUZ, 2020b). Many are the expected reactions presented by children during the pandemic period, such as "difficulties in concentration, irritability, fear, restlessness, boredom, feeling of loneliness, changes in sleep and eating patterns" (FIOCRUZ, 2020b, p. 4, our translation). Thus, the indirect effects of the pandemic can be as harmful as the direct ones, since there are losses associated with formal education and socialization, for example.

In this context, with the presence of several stressful variables, the development of LS can help. This hypothesis arises because, according to the WHO (1997), the teaching of LS increases psychosocial competence, thus helping to promote health. According to Cunha and Rodrigues (2010), this competence is relevant because it promotes the development of personal characteristics with a positive and more adaptive nature, being able to promote psychological health through resources such as resilience.

From this perspective, early interventions aimed at developing LS with children and adolescents are crucial given that their lifestyles, habits, among other aspects of their personality, are still in a constant process of transformation and development. Thus, children and adolescents are more receptive, flexible and susceptible to change (RODRIGUES et al., 2008).

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Murta, Del Prette, and Del Prette (2010) point out how training in social skills, as well as in life skills, can be important to prevent sexism and heterosexism. It is also expected that, based on the use of such skills, adolescents may, for example, avoid teenage pregnancy, developing a safer sexual behaviour, preventing sexually transmitted infections (STDs), as stated by the United Nations (UN) (2006), and HIV/AIDS, as worked in Thailand and Zimbabwe (WHO, 1999). Studies also indicate that the development of LS enhances the promotion of self-esteem and self-confidence, preventing bullying (MARYAM et al., 2011; SUPARP, 2010).

As explained by Botvin and Griffin (2004), LS can act as a strategy to reduce risk behaviours, promoting not only physical health care, but also an increase in psychological wellbeing, thus acting as protective factors against substance use among young people. This denotes their great value in interventions involving children and adolescents for the promotion of health and psychosocial development.

Thus, the present study aims to identify interventions directed at children and adolescents for the development of LS carried out in Brazil, identifying their characteristics, strategies, and results. Thus, an exploratory study was conducted based on a bibliographic search.

With the exception of Neufeld et al. (2014), whose work stimulated the interest in seeking more publications on the topic, giving rise to this research, and was included in the same study, publications were searched in the Google Scholar database for its breadth, using the following search descriptors: life skills, life skills and children, life skills and adolescents, life skills and children, life skills and adolescents, using the Boolean operator AND between the descriptors. Data collection took place in June 2021, and the inclusion criteria were papers in Portuguese, conducted in Brazil, with children and/or adolescents, and that included the concept of LS as promulgated by the WHO (1997). The period selected for the collection covered publications carried out in the last 20 years. Thus, at the end, eight interventions that met the research requirements were identified.


LS interventions with children and adolescents in Brazil


An intervention with adolescents was carried out between 2001 and 2003 by the Health Promotion in the Community Program of the Hospital das Clínicas of the Ribeirão Preto Medical School at the University of São Paulo (HCFMRP/USP). It took place in a state school by Minto et al. (2006) and aimed to promote health, seeking to positively impact the

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quality of life of students. There were 12 sessions with an average duration of two hours each. All LS were addressed, being worked one per session, describing which techniques were used to develop the skills. They concluded that the intervention was adequate, being perceptible through the participants' reports, that it helped in the self-knowledge, reflection and interpersonal relationship. Thus, it corroborated the data described in the literature, since it provided the development of skills that help in issues arising in everyday life.

In her master's thesis, Minto (2005) reports on the experience of a LS program, during 2003 and 2004, for the promotion of health and prevention of risky behaviors, such as drinking, smoking and unprotected sexual behavior, among adolescents between 14 and 17 years old. The intervention took place in two institutions, also in Ribeirão Preto. Most of the participants, among the 45 in the project, were male. In the quantitative analysis there were no significant differences before and after the intervention, in which drinking and smoking were above the national average. However, in the qualitative analysis, positive results were identified in which LS related to self-control helped to deal with stressful situations involving the family, school, and social context.

Murta et al. (2009) present in their article positive results from a LS pre-experimental design programme with eighteen adolescents aged between 12 and 14 years, most of whom were female. There were sixteen sessions held at a university, lasting approximately 90 minutes over five months. Together with the LS, other themes were also worked, such as health risks associated with gender, social support network and relapse prevention, as well as training techniques in social skills and Cognitive-Behavioral Therapy (CBT), through group experiences. The effectiveness of the intervention was positive, which was based on the insight of adolescents and their caregivers. Most of the intermediate goals were achieved, given the participants' satisfaction with the meetings, as well as the practice of skills.

Murta et al. (2009) report that all participants were satisfied with the programme, given that one year after the end of the intervention they reported having had no contact with licit or illicit substance use, STDs or pregnancy. There was a worsening in the school performance of three students, however, it would be necessary a detailed investigation to better understand this event. The overall results point to a relevant constitution of protective factors that can help deal with the challenges experienced in their lives.

Demonstrating how multiple are the themes that can be worked with LS, Murta et al. (2012) report the experience of a programme aimed at promoting interpersonal skills, sexual and reproductive rights for adolescents. The participants were 93 adolescents, male and female, between 12 and 17 years old from a public elementary school in Goiânia. They were

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held in 15 sessions lasting an average of 90 minutes. Based on themes such as dating violence, violence against women and resources for self-protection, they worked on LS such as interpersonal relationships, empathy, dealing with stress and problem solving. Despite pointing out changes that would be relevant to be made in order to make better use of the program, such as changes in the order of the sessions, and the inclusion of written evaluation measures in detriment to the oral modality, positive aspects of the experience are also highlighted. This is because there was an acceptance among the adolescents, i.e., they were receptive to discussing the proposed topics, an aspect of great importance for the success of an intervention. They also point out how there was acceptance to address topics related to sexuality, gender and sexual rights, generating significant engagement, different from what is pointed out in the literature.

In another study, Murta et al. (2013) used the LS to work with adolescents to prevent violence in romantic relationships, such as dating, as well as sexist and homophobic beliefs.

This is a quasi-experimental study with 60 students from a public school in Brasília, aged 1418 years. An interview was also conducted five months after the intervention. It was noticed that among those who participated in the program, there were positive changes regarding sexist and homophobic answers, with a decrease in such answers. However, there was no statistically significant difference in the intention of coping with dating violence in the group that underwent the intervention, in relation to the group that was not exposed, in which growth was noted in the negotiation, as for the way the relationship is established, both affectively and sexually. A decrease in resignation was also noted.

The Cognitive-Behavioral Life Skills Program for Children and Adolescents (PRHAVIDA) is a LS-based intervention carried out in Brazil and still in activity, developed by Neufeld et al. (2014), being aimed at children and adolescent students of a municipal school in the countryside of São Paulo. The reported intervention took place with children between eight and nine years and adolescents between 12 and 13 years. The participants had heterogeneous scores in social skills, depression, stress and anxiety, which demonstrates a look at the mental health of the participants, who belonged to both males and females.

The program of Neufeld et al. (2014) was structured in 11 weekly group sessions, with pre- and post-test interventions. In addition to working on all LSs, the development of Social Skills was also included. Results were found to be positive, with participants reporting appreciation for the group in qualitative evaluation sessions at the end. Program participants' relationships with each other improved over the course of the sessions, as well as positive behavior change was noticeable from participants and therapists themselves.

Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 22, n. 00, e021015, 2021. e-ISSN: 2594-8385

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Franco (2014) developed a quasi-experimental study for the development of LS and Social Skills among socially vulnerable male adolescents. The mean age of the participants was 12.8 years and they attended a philanthropic institution in the state of Minas Gerais. There were 12 weekly meetings lasting 60 minutes each, and the results were positive, as they acquired, for example, positive behaviors in social interactions, where the most prominent CVs were interpersonal relationships, effective communication, decision making, empathy, and creative thinking, as these were evidenced by the adolescents as the most practiced by them in their daily lives. There were also indirect effects on the well-being of young people and direct effects on the social skill of civility.

More recently and going against what has been observed in the literature, as in Paiva and Rodrigues (2008), Nadaleti et al. (2018) presented a quasi-experimental study that addressed the LS model as a prevention of substance use among adolescents. The intervention was conducted in a public school in the state of Minas Gerais, with 78 participants aged between ten and 15 years. Nadaleti et al. (2018) concluded that the application of the program was appropriate, helping, for example, to increase the recognition of risk factors and acting in the development of adolescents' skills, despite the limitation related to the small number of participants in the study.

It was possible to observe that the interventions reported here have similar aspects. Although the age of the participants ranged from eight to 18 years, most of them, with the exception of Neufeld et al. (2014), were aimed at adolescents. By hypothesis, it is believed that this characteristic should occur due to possible difficulties encountered when developing the theme of LS with younger audiences. This is because working with children makes greater demands on the administrators, as playful aspects are required to be more present. It is also noted that the themes chosen for the research were directed to experiences more conceived during adolescence, such as the use of psychoactive substances, by Nadaleti et al. (2018), and the promotion of sexual and reproductive rights, by Murta et al. (2012), which would explain the focus on a certain age group.

All interventions occurred in groups, since the group experience allows, in addition to reaching several people simultaneously, many of the discussed skills to be put into practice through the exchange between participants. The minimum duration observed was 60 minutes, going up to 120 minutes, in which half of the interventions, being Murta et al. (2009), Murta et al. (2013), Neufeld et al. (2014) and Franco (2014), included sessions after the completion of the group experiences. This data collection took place in the programs as a whole, through qualitative instruments, such as interviews.

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Several times the themes addressed were not limited to LS, but also included social skills, as seen in Murta et al. (2009), Murta et al. (2012), Neufeld et al. (2014) and Franco (2014). Many of the studies dealt with different themes, which demonstrates the great value of interventions involving LS, since, as previously mentioned, they can be useful for different objectives. However, it is important to note that all of them addressed, directly or indirectly, the issue related to health promotion.

Based on what has been demonstrated, the relevance of LS interventions is highlighted, given that their assumptions can be adapted to the most diverse demands, with beneficial results. In addition, its positive impact on the psychosocial development of children and adolescents is noteworthy, as observed in Brazil, even in the face of the still not very expressive number of publications on the theme, which denotes the need for further research in the area.


Final considerations


The development of children and adolescents is crossed by several aspects that need to be considered, such as those of social and economic nature, as well as the family environment in which one is inserted and the practices adopted in it. Thus, it is relevant to develop ways to positively impact the younger audience, since when working with children and adolescents, in the early development of skills, it is expected to be acting in attitudes and decisions that they will have as adults.

From this perspective, it is necessary to focus on studies aimed at teaching LS, as they seek to impact on healthier choices, providing a decrease in risk behaviors, such as substance abuse and unsafe sexual behavior. Therefore, interventions in LS, especially in group settings, are considered of great relevance because, among their various benefits, they stimulate social contact and coexistence, in which it becomes possible to practice the skills discussed in the group itself.

In Brazil, there are still not many studies involving LS interventions with children and adolescents. However, from the exploratory research conducted here, it becomes evident the benefits that such interventions provided, since, in all the programs found, it was possible to observe positive aspects of the experiences, especially considering qualitative data, from the reports of the participants, as well as from caregivers. Moreover, the maintenance of improvements are pointed out, even in follow-up interviews.

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We conclude that investments in interventions that work with LS are necessary and relevant, since they can be inserted into various contexts and address different themes. These interventions are beneficial, especially for children and adolescents, given their positive reverberation on psychosocial development, promoting an improvement in quality of life as a whole. In addition, the importance of working these skills beyond the school environment is emphasized, where the focus has been on ways to reach children and adolescents in other contexts.


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How to reference this article


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Submitted: 06/08/2021 Required revisions: 26/09/2021 Accepted: 14/10/2021 Published: 01/10/2021

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