image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162141 RELAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIOECONÔMICO E O PADRÃO DE USO DE ÁLCOOL E MACONHA DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)RELACIÓN ENTRE EL PERFIL SOCIOECONÓMICO Y EL PATRÓN DE USO DE ALCOHOL Y MARIHUANA DE LOS ESTUDIANTES DE EDUCACIÓN DE JÓVENES Y ADULTOS (EJA) RELATIONSHIP BETWEEN THE SOCIOECONOMIC STATUS AND THE PATTERN USE OF ALCOHOL AND MARIJUANA OF STUDENTS FROM YOUTH AND ADULT EDUCATION (EJA) Aline da Costa SOEIRO1Douglas GARCIA2Daniela Ribeiro SCHNEIDER3RESUMO: Objetiva-se discutir o perfil socioeconômico de estudantes da EJA em Florianópolis em sua relação com o padrão de uso de álcool e maconha. Delineamento epidemiológico e transversal, com 364 participantes, uso de estatísticas descritivas e inferenciais. O padrão de consumo apresentado no último ano e mês de álcool (73,9% e 59,3%) e de maconha (39% e 31,9%) foi significativamente maior do que os dados disponíveis de outras pesquisas sobre estudantes brasileiros, como do CEBRID e do IBGE. Entre os estudantes, a dimensão da faixa etária foi a que apresentou diferenças mais significativas, quando os de 15-17 anos tiveram índices mais elevados de consumo de substâncias do que os mais velhos, refletindo a questão da juvenilização da EJA. O histórico de vulneração dos estudantes da EJA, que chegam a esta modalidade com várias experiências de exclusão escolar e social é uma das principais condições para este uso elevado de substâncias psicoativas. PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia. Educação de Jovens e Adultos. Estudantes. Álcool. Maconha. 1Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brasil. Pós-Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4898-0979. E-mail: lisoeiro@gmail.com 2Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brasil. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5245-6075. E-mail: garciadouglas90@gmail.com 3 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brasil. Professora Titular do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Pós-doutorado em Ciências da Prevenção (Saúde Pública) (MSGM/Miami). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2936-6503. E-mail: danischneiderpsi@gmail.com
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162142 RESUMEN: El objetivo es discutir el perfil socioeconómico de los estudiantes de EJA en Florianópolis en su relación al patrón de consumo de alcohol y marihuana. Diseño epidemiológico y transversal, con 364 participantes, utilizando estadística descriptiva e inferencial. El patrón de consumo presentado en el último año y mes de alcohol (73,9% y 59,3%) y marihuana (39% y 31,9%) fue significativamente superior a los datos disponibles de otras encuestas de estudiantes brasileños, como las de CEBRID e IBGE. Entre los estudiantes, la dimensión del grupo de edad fue la que mostró las diferencias más significativas, cuando los de 15-17 años tenían mayores tasas de consumo de sustancias que los mayores, reflejando el tema de la juvenilización de EJA. El historial de vulnerabilidad de los estudiantes de la EJA, que llegan a esta modalidad con varias experiencias de exclusión escolar y social, es una de las principales condiciones para este alto consumo de sustancias psicoactivas. PALABRAS CLAVE:Epidemiología. Educación de Jóvenes y Adultos. Estudiantes. Alcohol. Marihuana. ABSTRACT: The goal is to discuss the socioeconomic status of EJA´s students in Florianópolis concerning the pattern use of alcohol and marijuana. An epidemiological and cross-sectional design, with 364 participants, using descriptive and inferential statistics. The consumption pattern presented in the last year and month of alcohol (73.9% and 59.3%) and marijuana (39% and 31.9%) was significantly higher than data available from other surveys on Brazilian students, such as those of CEBRID and IBGE. Among the students, the dimension of the age group was the one that showed the most significant differences, when those aged 15-17 years had higher rates of substance use than the older ones, reflecting the issue of the juvenilization of EJA. The vulnerability history of EJA students, who come to this modality with several experiences of school and social exclusion, is one of the main conditions for this high use of psychoactive substances. KEYWORDS:Epidemiology. Youth and Adult Education. Students. Alcohol. Marihuana. Introdução A Educação de Jovens e Adultos (EJA) consolidou-se no Brasil a partir dos preceitos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), em que foi definida no artigo 37, como a “modalidade de ensino destinada àqueles que não tiveram acesso ou à continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Em seus antecedentesessa modalidade foi chamada de “ensino supletivo”, mas a mudança para a perspectiva da Educação foi justo para romper com a lógica de suplemento, passando a incorporá-la como uma modalidade efetiva do processo educacional, para além do meramente instrucional, em um processo complexo, envolvendo diferentes vias de ensino-aprendizagem, com práticas formais e informais relacionadas aos conhecimentos básicos, às competências técnicas e profissionais e às dimensões de cidadania e habilidades socioculturais dos estudantes ingressados (FRIEDRICH et al., 2010).
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162143 A EJA vem se consolidando em uma ação educativa para estudantes que possuem trajetórias de vida marcadas por dificuldades em diversos âmbitos, entre elas vivências de exclusão e negação de direitos, além de condições de risco psicossocial, contextualizadas a partir dos territórios existenciais de jovens de classe populares no Brasil (ARROYO, 2005). Essas vulnerabilidades incidem na restrição do acesso ao ensino na escolarização etária regular e acabam por ser determinantes nas escolhas pelo absenteísmo e evasão escolar, lançando estes estudantes na exclusão da escola regular e na busca de alternativas educacionais mais acolhedoras para a diversidade da formação sociocultural da juventude brasileira. Nas transformações das políticas educativas foi alterada a idade mínima para entrada na EJA, que passou de 18 para 15 anos no ensino fundamental e de 21 para 18 anos no Ensino Médio. Esta regulação tem produzido, pouco a pouco, aquilo que foi definido como um processo de juvenilização dos estudantes da EJA (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). Cada vez mais, jovens adolescentes que desistem de estudar no ensino regular têm procurado vagas nesta modalidade. Trata-se de um novo grupo social que ocupa estes bancos escolares, diferente dos tradicionais estudantes da EJA, trabalhadores rurais ou urbanos, que não tiveram oportunidades anteriores de se alfabetizarem. Esses jovens trazem, geralmente, uma trajetória escolar anterior malsucedida, sendo que, em grande medida, enquanto os mais velhos veem na EJA uma perspectiva de integração sociocultural, os mais jovens mantêm com ela uma relação de tensão e conflito aprendida na experiência anterior (HADDAD; DI PIERO, 2000). Ambos os grupos trazem marcadores sociais fortes, com histórias de vulneração social e interseccionalidades que lhe constituem: questões de raça (PASSOS; SANTOS, 2018), de classe social e de gênero atravessam as histórias desses alunos, impondo desafios para professores e equipes pedagógicas no planejamento das ações educativas e na conciliação de públicos com interesses tão diversos (HADDAD; DI PIERO, 2000). A EJA atende uma grande diversidade de situações sociais, o que aumenta ainda mais seus desafios: pessoas com deficiência, reclusos, indígenas, quilombolas, sem terras, pessoas em situação de rua, entre outros, que exigem dos professores uma abertura para “trabalhar com a heterogeneidade de culturas, de idades, de interesses, de traços e perfis individuais, o que sugere não ser mais viável ficarmos presos a uma homogeneidade abstrata” (MELLO, 2009, p. 6). Sendo assim, a relação tensa e conflituosa com a escola já vem da trajetória escolar anterior do jovem diante de aspectos disciplinares e pedagógicos, fatores que acabam por se constituir como excludentes na perspectiva da interação social e cultural. “Essas visões, atitudes e
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162144 posturas acabam estigmatizando esse jovem aluno, rotulado como problema” (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021, p. 723). Sendo assim, a EJA, em sua dimensão de gestão e projeto pedagógico, tem de enfrentar o desafio de lidar com os desdobramentos de iniquidades socioeconômicas que impactam o acesso à educação. Suas dificuldades constituem-se, portanto, como expressão histórica da desigualdade dos bens materiais e simbólicos, bem como da negação de direitos fundamentais, dentre eles o direito pleno à educação para parte da população brasileira (RUMMERT, 2007). Estudantes da EJA possuem necessidades educativas diferenciadas dos estudantes de mesma idade que fazem parte de outras modalidades de ensino, pois o seu perfil é majoritariamente de trabalhadores, que tem sua realidade social marcada pelo exercício de profissões que exigem esforço físico, recebem salários baixos, estudam no período noturno, após jornadas de trabalho exaustivas e possuem dificuldades no acesso a materiais e bens culturais que facilitariam seu processo de aprendizagem (ARROYO, 2005). Todos esses problemas concorrem com as práticas pedagógicas da EJA, sendo que, muitas vezes, pelas condições de vida presentes e pelo histórico anterior de fracasso escolar, não conseguem priorizar os estudos. Sendo assim, suas trajetórias educativas são delineadas, em certo sentido, por experiências de fracasso, de incapacidade, de desinteresse, de indisciplina, assim como de comportamentos de risco (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). Entre as vulnerabilidades psicossociais mais comuns destes públicos encontra-se a questão do abuso de substâncias psicoativas e o envolvimento com o tráfico. Esta condição se relaciona com uma multideterminação deste fenômeno do abuso de álcool e outras drogas, com características históricas e interseccionais (classe social, raça, gênero), que perpassa por questões de ordem territoriais, pelo fato de muitos desses jovens residirem em bairros empobrecidos, com histórias de violência, que acabam enrodilhados por estas situações de comércio ilegal e disputas entre facções criminosas (MELLO, 2009; CARRANO, 2007). Da mesma forma, vêm atravessados por questões de ordem familiar, marcadas pela transgeracionalidade de várias experiências advindas de trajetórias de vulneração e, muito comum, de problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas. É importante destacar que vários levantamentos epidemiológicos no Brasil mostraram que o consumo de álcool e outras drogas entre estudantes de escolas regulares se faz presente desde cedo (IBGE, 2021; CARLINI et al., 2010), indicando a necessidade de pensar políticas públicas dirigidas a este público. Por exemplo, a última PENSE (Pesquisa Saúde do Escolar, 2019) demonstrou que no sul do país 38,1% de escolares de 13 a 17 anos, 30,9% nos escolares de 13 a 15 anos e 51,9% dos escolares de 16 e 17 anos consumiram álcool no último mês. A
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162145 taxa foi mais elevada em Santa Catarina (41,4%), sendo que Florianópolis está entre as capitais com os índices mais elevados (34,4%) (IBGE, 2021). Já o consumo da maconha no último mês no sul do país entre os estudantes de 13 a 17 anos foi de 6,7%, sendo de 4,7% para os escolares de 13 a 15 anos e de 10,3% para os de 16 e 17 anos. Florianópolis foi a capital que apresentou o maior índice de uso de maconha nos últimos 30 dias entre os estudantes (9,4%) (IBGE, 2021). Os dados do V Levantamento entre Estudantes Brasileiros, ainda que sejam de 2010, indicam importantes dados para comparação, como o consumo elevado para estudantes de Florianópolis de álcool no último ano (63,4%) e no último mês (59,3%), sendo o uso no ano de maconha nesta capital de 5,0% e no mês de 3,2% (CARLINI et al., 2010). No entanto, nestes levantamentos nacionais não aparecem dados sobre estudantes da Educação de Jovens e Adultos que, pelas várias dimensões acima citadas, caracterizam-se por condições de maior vulnerabilidade social e aumento de exposição a situações de risco, incluindo o abuso de substâncias psicoativas. Em busca realizada no portal Scielo e Redalyc, em março de 2021, não encontramos nenhum artigo que descrevesse uma abordagem epidemiológica relacionada ao padrão do uso de álcool e outras drogas sobre estes estudantes, com exceção de um artigo que abordava a questão do uso de tabaco entre estudantes de uma cidade de Goiás (VARGAS et al., 2017). Este artigo objetiva descrever a relação entre o perfil socioeconômico de estudantes da EJA do município de Florianópolis e o padrão de uso de álcool e maconha do grupo em questão, como parte do levantamento de necessidades para subsidiar o desenvolvimento de um programa de promoção de saúde e prevenção de riscos ao uso abusivo de drogas na EJA (BRASIL, 2002), que tenha na redução de danos e na promoção da saúde os princípios norteadores para as ações. A metodologia geral do projeto buscou envolver os estudantes e professores como coconstrutores do processo de desenvolvimento de intervenções, para que estes se colocassem como autores do desenvolvimento de ações de promoção de saúde em contexto educacional (RAUPP; SCHNEIDER, 2017; SCHNEIDER et al.,2019). Esta ação de pesquisa e de extensão surgiu a partir de uma demanda da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, mediante a solicitação de um projeto de intervenção na EJA, a fim de abordar problemas relativos ao uso de drogas pelos estudantes, em especial, a maconha. A demanda foi justificada por meio de relatos acerca do uso de maconha ser considerado um dos principais problemas enfrentados pelos coordenadores e professores, ao ser percebido como uma prática frequente entre uma parcela considerável dos alunos em horário escolar, acarretando problemas diversos, internos e externos aos polos de ensino. Em função da compreensão da complexidade envolvida na questão do consumo de substâncias psicoativas na
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162146 perspectiva de evitar reducionismos, foi proposto, como primeiro passo, o levantamento do padrão de uso ora relatado, para compreender a real dimensão da problemática levantada, visando fundamentar ações de promoção de saúde e redução de danos, com base nas necessidades específicas deste público da EJA (RAUPP; SCHNEIDER, 2017; SCHNEIDER et al., 2019). Esta é a parte da pesquisa e extensão aqui relatada. Método Delineamento geral Trata-se de um estudo de corte transversal, desenvolvido por meio de levantamento epidemiológico junto aos estudantes dos núcleos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do município de Florianópolis. A coleta de dados foi realizada no período de outubro a novembro de 2017. Participantes da pesquisa A amostragem foi por conglomerado, não aleatória, tendo sido recrutados os estudantes presentes no dia da aplicação da pesquisa em sala de aula de seis núcleos da EJA de Florianópolis, os quais aceitaram participar e responderam o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE). Anterior à coleta de dados, a direção de cada núcleo da EJA já havia assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ao concordar com a participação dos estudantes matriculados na instituição. A amostra de pesquisa teve a inclusão inicial de 378 estudantes, dentre os quais foram excluídos 14 participantes por deixarem o instrumento em branco (n = 12) ou por responderem perguntas que inquiriram sobre o uso de drogas inexistentes como critério de exclusão para respostas falsas positivas (n = 2), totalizando, assim, uma amostra final válida de 364 estudantes. Instrumento e procedimento de coleta de dados O instrumento utilizado foi um questionário, validado anteriormente em pesquisas de colaboração entre a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para avaliar programas preventivos (SANCHEZ et al., 2017). É composto por um conjunto de 76 itens que objetivou rastrear variáveis explicativas relacionadas
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162147 a dados sociodemográficos, questões de violência e bullying e relação dos estudantes com os estudos e com a escola. Além das variáveis explicativas, o instrumento também contemplou variáveis de desfecho relacionadas a padrão de consumo de substâncias psicoativas. O questionário foi construído a partir de três instrumentos: o questionário da European Drug Abuse Prevention Trial(EUDAP) adaptado ao português (PRADO et al., 2016), o questionário amplamente utilizado em levantamentos com estudantes brasileiros pelo Centro Brasileiro de Drogas Psicotrópicas Informações (CARLINI et al., 2010)e alguns itens extraídos da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (IBGE, 2016), principalmente sobre a relação dos estudantes com a escola. A aplicação do questionário foi on-line e conduzida pelos próprios estudantes da EJA, coparticipantes do projeto de pesquisa, que foram treinados para a tarefa e supervisionados pela equipe de pesquisadores, pós-graduandos do Núcleo de Pesquisas em Clínica da Atenção Psicossocial (PSICLIN/UFSC). Procedimentos analíticos Os dados inicialmente foram tabulados e organizados em suas respectivas variáveis e modalidades categóricas de respostas. Alguns dados sociodemográficos foram agrupados e sintetizados para a composição de uma variável de nível socioeconômico a partir do Critério Brasil (ABEP, 2018). Estatísticas descritivas de frequência também foram utilizadas para sintetizar e estimar as tendências observadas com os dados de cada variável separadamente. Para análise inferencial dos dados foi utilizado o teste de qui-quadrado para comparação entre grupos em relação às modalidades categóricas de respostas das variáveis incluídas no estudo. Na ocorrência de violação às pressuposições estatísticas do teste de qui-quadrado, foi utilizado o teste de Razão de Verossimilhança. O tamanho do efeito das associações entre as categorias das variáveis foi estimado pela estatística V de Cramer. A análise de Resíduos Ajustados também foi utilizada para estimar os cruzamentos de categorias com diferenças das estimativas em escores z mais elevadas (1,96 ≥ α ≤ -1,96; IC 95%). Para os procedimentos analíticos, foram considerados apenas os casos válidos (pairwise deletion) das variáveis em análises pareadas para otimizar ao máximo o volume de dados e evitar imputação e o consequente risco de artificialização dos resultados. Os procedimentos de análise de dados foram realizados por meio do softwareStatistical Package for the Social Sciences(SPSS-12).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162148 Este estudo seguiu todas as exigências éticas da Resolução CNS 466/12, aprovado pelo Comitê de Ética sob nº CAAE nº CAAE 75283317.3.0000.0121. Apresentação e discussão dos resultados O perfil socioeconômico dos estudantes da EJA - Florianópolis. Os dados obtidos neste estudo evidenciam relativa heterogeneidade amostral nas respostas das variáveis socioeconômicas dos participantes, indicando, porém, uma maior prevalência de participantes do sexo masculino (61%), jovens de 15 a 17 anos (51,4%), de raça negra (50,3%), pertencentes a condições socioeconômicas desfavorecidas, consideradas pelo Critério Brasil (ABEP, 2018) como sendo das classes D e E (49,2%) (tabela 1). Tabela 1 Caracterização dos dados sociodemográficos dos estudantes da EJA do município de Florianópolis, 2017 Total n % Sexo Feminino 142 39,0 Masculino 222 61,0 Total 364 100 Raça/Cor Amarela 12 3,3 Branca 162 44,5 Indígena 7 1,9 Negraa183 50,3 Total 364 100 Faixa etária 15 a 17 anos 187 51,4 18 a 21 anos 65 17,9 ≥ 22 anos105 28,8 Missings7 1,9 Total 364 100 Classe social A 2 0,6 B1 3 0,8 B2 23 6,3 C1 49 13,5 C2 108 29,7 D-E 179 49,2 Total 364 100 a Os participantes que se autodeclararam de cor/raça parda foram agrupados com os participantes que se autodeclararam pretos, pela classificação do IBGE, para a adequação em termos de raça negra. Fonte: Elaborado pelos autores
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162149 Este perfil mostra as interseccionalidades que atravessam as condições destes estudantes da EJA, na medida em que o entrecruzamento das dimensões de raça, classe social, faixa etária e sexo/gênero potencializam as experiências de vulneração dos sujeitos (HIRATA, 2014). Aqui vamos trabalhar com o conceito de vulneração que, para a Bioética, transcende ao conceito de vulnerabilidade, pois ultrapassa o que é simplesmente uma possibilidade para a concretude do ato de submissão a sofrimentos diversos (SOTERO, 2011). A questão racial é uma das principais em destaque a discutir no perfil dos estudantes respondentes, já que a distribuição por raça/cor em Santa Catarina, no Censo de 2010, foram predominantemente de brancos (86,96%), seguido de negros (9,98%) e pardos (2,63%), por fim, indígenas (0,2%) (IBGE, 2011). Sendo assim, a população de estudantes da EJA em Florianópolis não espelha essa estatística, já que tivemos a presença de uma maioria de jovens de raça negra, quando somados os que se declararam pardos e pretos. Florianópolis, se destaca como a capital brasileira com um dos maiores Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o qual agrega a análise de três dimensões: longevidade, educação e renda. Entretanto, a capital demonstra, segundo pesquisa do Instituto Comunitário Grande Florianópolis sobre o diagnóstico social da situação de adolescentes e jovens no mundo do trabalho (ICOM, 2019), iniquidades sociais profundas, entre as quais uma maior carga de trabalho dos negros, pois os pardos (37,8 horas/semana) e pretos (34,6 h/s) trabalham mais horas do que os brancos (33 h/s) e ganham menos, sendo que a diferença salarial entre estas populações pode chegar a quase R$ 1,4 mil. Além disso, há uma diferença em Florianópolis entre o IDHM da população negra (0,80) e da população branca (0,85), sendo que em Santa Catarina esta diferença é ainda maior, já que o índice para a população negra foi de 0,76 e o da branca de 0,82, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (ICOM, 2019). Estas questões mostram o atravessamento do racismo estrutural no acesso e sucesso educacional e seus impactos na prevalência de determinado perfil entre estudantes da EJA. Estes dados são reforçados, assim, em sua interseccionalidade quando observamos que em sua absoluta maioria (92,3%) integram as classes C1, C2, D ou E, ou seja, cujas famílias ganham até dois salários mínimos ou menos. Entre estes, temos quase metade dos estudantes que se enquadram dentro da classe D e E, ou seja, aquelas cuja renda familiar estava na média, em 2017, dos R$ 708,19 (ABEP, 2018), desvelando a condição de alta vulnerabilidade econômica dos que procuram a EJA para concluir seus estudos. Demarca-se, assim, questões históricas do acesso e permanência na estrutura da escola regular da população com esse tipo de marcadores sociais. Em comparação com o levantamento entre estudantes realizado pelo CEBRID, em 2010, entre escolas públicas e privadas de Florianópolis, no qual 33,1%
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621410 pertenciam à classe B, 46% à classe C, sendo somente 12,7% à classe D e 2,7% à classe E, verifica-se, que a questão da vulnerabilidade socioeconômica é, de fato, parte central do perfil dos estudantes da EJA. Este dado evidencia que estudantes pertencentes a estas classes menos favorecidas são expostos a um processo de exclusão escolar que os levam a buscar estratégias educativas mais condizentes com sua realidade. As condições educativas propostas pela EJA parecem facilitar a inclusão desses estudantes, pois, por exemplo, as aulas noturnas se colocam como um facilitador para um público de características majoritariamente de trabalhadores.Por outro lado, estudantes, que em função de seu histórico do que se costuma definir como “dificuldades de aprendizagem” no ensino regular, vão em busca de métodos didáticos alternativos, mais inclusivos, que facilitam o acesso ao conhecimento universalmente produzido, como se caracterizam muitas das propostas didático pedagógicas da EJA. O retorno aos bancos escolares significa possibilidades de reinserção social e educativa, assim como uma possibilidade de obter de forma mais acelerada a certificação, que possibilita o ingresso no mercado de trabalho ou a continuidade para outros níveis educacionais (CARRANO et al.,2015). Muitas vezes, porém, a EJA acaba por reforçar o processo anterior de exclusão, ao manter um projeto pedagógico tradicional, que entra em conflito com valores culturais e sociabilidades desses alunos (HADDAD; DI PIERO, 2000; MELLO, 2009). Não é este o caso da EJA de Florianópolis, que ao se deparar com estes desafios buscou inovar ao utilizar a pesquisa como princípio educativo, seguindo metodologia baseada em Paulo Freire (REIBNITZ; MELO, 2021). A maior prevalência de jovens entre os participantes deste estudo (até 21 anos são 69,2%) vem a reforçar a discussão do processo de juvenilização da EJA, em consonância com outro levantamento realizado entre estudantes da EJA em Santa Catarina entre 2012 e 2014 (LAFFIN et al., 2015). Estes dados consubstanciam a hipótese de que o público estudantil dessa modalidade educativa vem se modificando, sendo cada vez mais caracterizado por jovens que buscam a EJA em função de suas trajetórias truncadas com seu processo de escolarização regular, com impactos em seus processos de vulneração social e implicações para os direitos básicos de cidadania (CARRANO et al., 2015).
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621411 Padrão de consumo de álcool e suas relações com perfil socioeconômico de estudantes da EJA - Florianópolis Em relação ao padrão de consumo de substâncias psicoativas no último ano e no último mês, os dados evidenciaram que o álcool foi a substância mais consumida pelos estudantes da EJA de Florianópolis, com uma prevalência de 73,9% no último ano e 69% no último mês como se verifica na tabela 2. Tabela 2 Caracterização do padrão de consumo no mês e no ano de álcool e maconha de estudantes da EJA de Florianópolis, 2017. Substância Padrão de consumo de álcool e maconha no último ano Não (%) Sim (%) Missing (%) Álcool 60 16,5 269 73,9 35 9,6 Maconha 80 22,0 142 39,0 142 39,0 Substância Padrão de consumo no último mês e quantidade de dias dos que apontaram consumo de álcool e maconha Não (%) Sim (%) Missing (%) 1-5 dias (%) 6-19 d (%) ≥ 20 d(%) Álcool 113 31,0 216 59,3 35 9,6 172 47,3 28 7,7 16 4,4 Maconha 106 29,1 116 31,9 142 39,0 50 13,7 13 3,6 53 14,6 Fonte: Elaborado pelos autores Estes dados confirmam pesquisas anteriores, nas quais o álcool foi a substância mais consumida entre estudantes de escolas públicas e privadas (CARLINI et al., 2010; GALDURÓZ et al., 2004; IBGE, 2021). As prevalências de consumo do álcool dos estudantes da EJA no último ano e mês são um pouco superiores aos dados de levantamentos entre estudantes da Região Sul, de Santa Catarina e de Florianópolis entre estudantes do ensino regular, como foram descritos os dados na introdução (CARLINI et al., 2010; IBGE, 2021). A tabela 3, por sua vez, mostra o padrão de consumo de álcool de participantes com respostas disponíveis em relação ao último ano e o último mês, considerando as dimensões de sexo/gênero, classe social, raça e faixa etária. Sobre a questão de sexo/gênero não houve diferença significativa no padrão de consumo dos estudantes, o que implica, que as mulheres também acompanham seus colegas homens no consumo das substâncias psicoativas. Em outras pesquisas o padrão de consumo das estudantes do sexo feminino também apareceu elevado, sendo que, em alguns levantamentos apresentaram até padrões mais elevados do que os
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621412 estudantes do sexo masculino (CARLINI et al., 2010; GALDUROZ et al., 2004; IBGE, 2021), ou um consumo similar entre participantes de ambos os sexos (IBGE, 2016). Tabela 3 Padrão de consumo de álcool de participantes com respostas disponíveis em relação ao último ano e o último mês e em relação a sexo, faixa etária, raça e classe social de estudantes da EJA de Florianópolis, a partir de casos válidos e intervalo de confiança de 95% Consumo de álcool no último ano Consumo de álcool no último mês o % Sim % 2p VaNão % Sim % 2p VaSexo Feminino 25 7,6 106 32,2 0,105 0,746 0,018 48 14,5 83 25,0 0,508 0,476 0,039 Masculino 35 10,6 163 49,5 68 20,5 133 40,1 Total 60 18,2 269 81,8 116 34,9 216 65,1 Faixa etária 15 a 17 22 6,8 147 45,5 16,01 0,001* 52 16,1 117 36,2 7,806 0,020* 0,155 18 a 21 6 1,9 51 15,8 0,223 15 4,6 42 13,0 ≥ 2230 9,3 67 20,7 44 13,6 53 16,4 Total 58 18,0 265 82,0 111 34,4 212 65,6 Raça/Cor Amarela 5 1,5 5 1,5 8,112 0,044* 0,157 4 1,2 6 1,8 0,255 0,968 0,028 Branca 29 8,8 118 35,9 50 15,2 97 29,5 Indígena 1 0,3 6 1,8 2 0,6 5 1,5 Negra 25 7,6 140 42,6 57 17,3 108 32,8 Total 60 18,2 269 81,8 113 34,3 216 65,7 Classe social A 0 0,0 2 0,6 10,04 0,074 0,163 0 0,0 2 0,6 6,364 0,272 0,012 B1 0 0,0 3 0,9 0 0,0 3 0,9 B2 2 0,6 19 5,8 6 1,8 15 4,6 C1 10 3,0 33 10,0 17 5,2 26 8,0 C2 11 3,3 88 26,7 30 9,0 65 20,0 D-E 37 11,2 124 37,7 60 18,5 101 31,1 Total 60 18,2 269 81,8 113 34,8 212 65,2 a V de Cramer; *Valor-p ≤ 0,05Fonte: Elaborado pelos autores
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621413 Em relação à raça/cor foi observada associação estatisticamente significativa com consumo de álcool no último ano (V de Cramer = 0,157, p = 0,044), ainda que não com muita força na associação, sendo que o grupo que se autodeclarou de raça/cor amarelo, teve a carga de resíduos ajustados mais significativos, tanto os que alegaram consumo (z = -2,6) como os que negaram (z = 2,6). Este dado, porém, é fragilizado pelo “n” baixo de estudantes de cor amarela presentes entre os respondentes. No último ano e mês o consumo de álcool na raça negra foi de 42,6% e 32,9% e na branca foi de 35,9% e 29%, respectivamente, sendo que apesar de um pouco superior entre os estudantes negros a diferença não apresentou significância. Assim, pode-se sugerir que a variável de análise raça, parece não indicar um fator relacionado a susceptibilidade ao consumo de álcool nos estudantes da EJA. Em relação à dimensão da classe social não houve diferença significativa no consumo do álcool entre os estudantes da EJA. A associação mais significativa entre os estudantes da EJA Florianópolis foi na relação com a faixa etária, principalmente no consumo de álcool no último ano e mês (tabela 3). Foi observada um p significativo, ainda que a força da associação tenha sido moderada (V de Cramer = 0,223, p = 0,001), demonstrando na análise de resíduos ajustados diferenças mais significativas para o grupo de participantes de 15 a 17 anos (z = 2,4) para índices mais elevados de consumo e para o grupo com 22 anos ou mais (z = 4,0), para índices mais baixos de consumo. Para o consumo de álcool no último mês em relação à faixa etária, também foi observada uma associação estatisticamente significativa, porém fraca em seu poder associativo (V de Cramer = 0,155, p = 0,020), com a análise de resíduos ajustados, apresentando maior diferença para o grupo de 22 anos ou mais que alegou ter consumido álcool no período (z = -2,7) ou não (z = 2,7). Padrão de consumo de maconha e suas relações com perfil socioeconômico de estudantes da EJA - Florianópolis Em relação ao padrão de consumo de maconha dos estudantes da EJA de Florianópolis, em 2017, os dados dos participantes evidenciaram índices elevados, com 39% de uso no último ano e 31,9% no último mês (tabela 2). Os resultados revelam, quando consideradas somente as substâncias ilícitas, uma maior prevalência no consumo de maconha, assim como foi evidenciado em outros estudos conduzidos com a população em geral (BASTOS et al., 2017; CARLINI et al., 2002)e com estudantes brasileiros (CARLINI et al.,2010; IBGE, 2016; IBGE, 2021).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621414 É importante ressaltar, entretanto, a diferença significativa no maior consumo de maconha entre os estudantes da EJA em comparação com os estudantes do ensino regular. Enquanto o CEBRID (CARLINI et al., 2010) indicou o consumo no ano, em Florianópolis, como sendo de 5,0% entre estudantes de escolas públicas e particulares, 39% dos estudantes aqui analisados indicaram haver consumido maconha no último ano. Já a PENSE (IBGE, 2021) indicou o consumo nos últimos 30 dias de 6,7% dos estudantes da Região Sul do Brasil, sendo 10,3% entre a faixa etária de 16 a 17 anos, mais próxima da idade dos estudantes da EJA analisados. Nesta mesma pesquisa, Florianópolis foi a capital com maior consumo de maconha no último mês (9,4%) (IBGE, 2021). Para os estudantes da EJA de Florianópolis, conforme os dados aqui discutidos, o índice no mês foi de 31,9%, significativamente mais elevado. Atentando-se para o dado significativamente elevado de padrão de consumo de maconha na EJA em Florianópolis quando comparado aos padrões nacionais e locais, é necessário voltar-se para questões contextuais e interseccionais que possam estar influenciando este quadro. Uma questão que pode estar associada, exigindo o cruzamento com dados qualitativos, é a questão da alta vulnerabilidade psicossocial desta população, como demonstra o perfil socioeconômico, mas também os depoimentos de exclusão da escola regular e da discussão do sentido de estudar para este grupo. A tabela 4, por sua vez, mostra o padrão de consumo de maconha dos participantes com respostas válidas em relação ao último ano e o último mês, considerando as dimensões de sexo/gênero, faixa etária, raça e classe social. Tabela 4 Padrão de consumo de maconha de participantes com respostas disponíveis em relação ao último ano e o último mês e em relação a sexo, faixa etária, raça e classe social de estudantes da EJA de Florianópolis, a partir de casos válidos e intervalo de confiança de 95% Consumo de maconha no último ano Consumo de maconha no último mês Não % Sim % 2p VaNão % Sim % 2p VaSexo Feminino 33 14,9 46 20,7 1,751 0,186 0,089 42 18,9 37 16,7 1,442 0,23 0,081 Masculino 47 21,2 96 43,2 64 28,8 79 35,6 Total 80 36,0 142 64,0 106 47,7 116 52,3 Faixa etária 15 a 17 27 12,4 87 39,9 18,98 0,001* 44 20,2 70 32,1 11,44 0,003* 0,229 18 a 21 20 9,2 28 12,8 0,295 24 11,0 24 11,0 22 ou + 32 14,7 24 11,0 37 17,0 19 8,7
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621415 Total 79 36,2 139 63,8 105 48,2 113 51,8 Raça/Cor Amarela 1 0,5 4 1,8 1,592 0,661 0,083 2 0,9 3 1,4 1,572 0,666 0,084 Branca 34 15,3 67 30,2 44 19,8 57 25,7 Indígena 1 0,5 3 1,4 2 0,9 2 0,9 Negra 44 19,8 68 30,6 58 26,1 54 24,3 Total 80 36,0 142 64,0 106 47,7 116 52,3 Classe social A 0 0,0 2 0,8 13,42 0,055 0,022 0 0,0 2 0,9 15,7 0,017* 0,249 B1 0 0,0 2 0,8 0 0,0 2 0,9 B2 5 2,1 10 4,1 5 2,3 10 4,5 C1 3 1,2 23 9,5 6 2,7 20 9,0 C2 49 20,2 40 16,5 37 16,7 32 14,4 D-E 43 17,8 65 26,9 58 26,1 50 22,5 Total 100 41,3 142 58,7 106 47,7 116 52,3 a V de Cramer; *Valor-p ≤ 0,05Fonte: Elaborado pelos autores Entre os estudantes da EJA de Florianópolis, em 2017, não apareceram diferenças significativas no padrão de consumo de maconha entre sexo/gênero, sendo que homens e mulheres tiveram índices aproximados de consumo no último mês e ano. Estes dados divergem de outros levantamentos nacionais, os quais apontam uma associação importante com a dimensão do sexo/gênero dos participantes, nos quais se observou um maior consumo de maconha no sexo masculino (CARLINI et al., 2010; GALDUROZ et al., 2004; IBGE, 2016; IBGE, 2021). No que tange à questão da raça/cor, os dados não apresentaram diferença significativa no padrão de consumo de maconha entre os estudantes da EJA de Florianópolis. Da mesma forma como no consumo de álcool, foi a questão da faixa etária que apresentou diferenças significativas no consumo de maconha entre os estudantes participantes (tabela 4). As diferenças observadas foram, sobretudo, entre o grupo de participantes mais jovens (15 a 17 anos) e o grupo de participantes mais velhos (22 anos ou mais). O consumo de maconha no último ano apresentou um p significativo, mas um índice não tão forte em seu efeito associativo (V de Cramer = 0,295, p = 0,001). A análise de resíduos ajustados demonstrou maiores cargas de resíduos nos grupos de 15 a 17 anos (z = 4,0) para maiores índices de consumo e no grupo de 22 anos ou mais (z = 3,8), para menores índices de consumo. O uso de maconha no último mês apresentou também associação semelhante ao ano em relação à faixa
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621416 etária (V de Cramer = 0,229, p = 0,003). O grupo de participantes com faixa etária de 15 a 17 anos (z = 3,0) e o grupo de 22 anos ou mais (z = 3,1) apresentaram as maiores diferenças residuais da análise, o que contribuiu majoritariamente para a associação observada. Essa significância no consumo da faixa etária retoma a discussão dos impactos da juvenilização da EJA (CARRANO, 2007; SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). Como afirma Carrano (2007, p. 3) a entrada dos jovens na EJA traz desafios que transcendem os projetos pedagógicos tradicionais, pois implicam a necessidade de [...] compreender os tempos e espaços não escolares dos sujeitos jovens que estão na escola, mas que não são, em última instância, da escola. Este jovem aluno cada vez mais jovem que chega às classes de EJA carrega para a instituição, referências de sociabilidade e interações que se distanciam das referências institucionais. Nesta direção, ainda que “juventude” seja uma categoria construída no pós-guerra, esta construção social tornou-se práxis, fazendo-se produtiva e, assim, produzindo mundo e sociabilidades (CARRANO, 2007). Este mesmo autor reflete sobre os conflitos mal resolvidos entre os jovens e as instituições, provocados pelas dificuldades de reconhecimento e tradução de sinais não decifrados adequadamente pela escola, advindos da especificidade da cultura dos jovens (CARRANO, 2007). É neste sentido que o abuso de álcool e maconha podem ter seus sinais enraizados na cultura destes jovens com trajetórias de vulnerabilidade, cuja decifração pode ser de difícil compreensão para profissionais e pesquisadores. Neste sentido, é importante realizar investigações que considerem as trajetórias de vida e o resgate dos sentidos existenciais destes estudantes. Em relação a associação entre consumo de maconha e classe social, os resultados obtidos sobre o consumo de maconha, revelaram uma associação baixa com o consumo de maconha no último mês (V de Cramer = 0,249, p = 0,017). A análise de resíduos ajustados indicou maior carga residual de disparidade maior para a classe socioeconômica C1 (z = 2,7), com índices mais elevados de consumo. Dado o baixo número de participantes nas classes sociais mais altas (A e B1) foram realizadas análises complementares como a exclusão, o agrupamento e o remanejamento destes participantes e, mesmo assim, observou-se a manutenção da probabilidade de consumo de maconha no último mês e classe social ser uma associação não aleatória (0,006 ≥ p ≤ 0,019), ainda que com um baixo efeito (0,21 ≥ V de Cramer ≤ 0,25). Assim, para preservar a heterogeneidade da amostra optou-se pela manutenção das classes A e B1.
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621417 É importante ressaltar que no VI Levantamento realizado pelo CEBRID revelou-se um maior envolvimento de alunos das escolas privadas com o consumo de substâncias em geral e, especificamente, para maconha, álcool e tabaco, com maior prevalência das classes A e B, em relação às escolas públicas que, por sua vez, apresentam maior prevalência de estudantes das classes C, D e E. Porém, quando considerado o padrão de consumo frequente ou pesado, os índices foram maiores entre os estudantes de escolas públicas. Assim, possivelmente as diferenças sociais no caso dos estudantes, parece não ser relacionada ao maior acesso ao consumo dessas substâncias, mas possivelmente esteja associado a uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de um padrão de consumo problemático (CARLINI et al., 2010). Considerações finais Este foi o primeiro estudo com foco na caracterização do consumo de substâncias psicoativas na EJA em Florianópolis, assim como, um dos primeiros levantamentos sobre o padrão de uso de álcool e outras drogas da população de estudantes desta modalidade educacional no Brasil. Estes estudantes, por seu perfil de maior vulnerabilidade psicossocial necessitam de maiores estudos epidemiológicos e descritivos do seu perfil, seja com características qualitativas e quantitativas, visando subsídios para a formulação de ações estratégicas e políticas públicas específicas. No que se refere à faixa etária, o consumo de álcool e maconha apresentou uma relação mais significativa. Os estudantes mais jovens, 15 a 17 anos, declararam um maior consumo de ambas as substâncias que os estudantes acima de 18 anos e, principalmente, do que os estudantes mais velhos, acima de 22 anos. Estes dados nos fazem refletir sobre os impactos da juvenilização da EJA e os desafios pedagógicos daí decorrentes. De maneira geral, as diferenças entre padrões de consumo de álcool e maconha dos estudantes da EJA de Florianópolis, em 2017, quando moderadas pelos indicadores socioeconômicos como sexo/gênero, raça e classe social, não demonstraram resultados significativos, apresentando força de correlação fraca. Sendo assim, há indicativos de que o perfil destes estudantes, quando procuram a modalidade da EJA, considerada como o “tabuleiro escolar da segunda chance”, como afirma Carrano (2007, p. 2), têm na vulnerabilidade psicossocial uma situação que transcende a própria condição de raça, classe social e sexo/gênero em si, implicando históricos de vulneração, marcados pelos processos de exclusão dos bancos escolares e estigmas sociais, que atravessam o perfil geral dos estudantes desta modalidade, aumentando sua condição de envolvimento em situações de risco psicossocial.
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621418 Os resultados obtidos no levantamento, que caracterizaram o consumo de álcool e, em especial, de maconha dos estudantes da EJA de Florianópolis, foram significativamente maiores do que o de índices nacionais de consumo de substâncias psicoativas entre estudantes do ensino regular, sendo inclusive, maior do que na população brasileira em geral. Estes dados reforçam a necessidade da atenção a este grupo, com o desafio de formulação de estratégias e programas de promoção de saúde, prevenção aos riscos e redução de danos, com foco específico para a modalidade da EJA. Importante, também, o cuidado na abordagem desta questão do consumo elevado do álcool e maconha para não transformar esta relação em mais uma justificativa para os já custosos preconceitos que cercam os estudantes da EJA e para o aumento dos estigmas que os cercam. Por isso, esta situação exige também, a necessidade de ações que se voltem para a investigação dos processos de determinação social, dessa exposição a maiores riscos, buscando desvelar as interseccionalidades e os sentidos implicados no retorno aos bancos escolares por parte destes estudantes, o campo de possibilidades que se descortinam com esta modalidade educativa para esta população e da função do uso de substâncias no manejo dos desafios e conflitos de sua vida. Sendo assim, decorrentes destes dados e de sua discussão, foram desenvolvidas duas propostas de intervenção para estudantes da EJA: uma delas foi a realização de oficinas psicoeducativas focadas em redução de danos e autocuidado, voltada para os jovens e professores. Em 2019, um ciclo de oficinas foi conduzido nos seis diferentes núcleos da EJA de Florianópolis, envolvendo a participação de mais de 100 estudantes e 20 professores, com a colaboração de estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC como moderadores. Muito importante para estudantes que tem um padrão de consumo de substâncias psicoativas elevado, quando constatado por pesquisa, que se estabeleça uma abordagem dialógica, participativa, que não seja proibicionista e que considere a diversidade de vivências com as substâncias e com seus contextos de vida. Por isso, indica-se a redução de danos como uma das abordagens que melhor se adequam para este tipo de público, como o do perfil da EJA de Florianópolis. Não é uma abordagem que sirva para todo e qualquer público, por exemplo, estudantes mais novos e que não iniciaram ainda no uso de substâncias psicoativas, para os quais seriam mais adequado ações focadas em habilidades de vida, por exemplo. Uma outra ação decorrente da pesquisa foi o desenvolvimento da proposta de oficinas de projeto de vida, construídas na perspectiva da promoção de saúde, como forma de enfrentar vulnerabilidades pessoais e construir um planejamento de estratégias para fortalecer perspectivas de futuro acadêmico e profissional. Isto porque, a maioria daqueles jovens
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621419 declararam que a EJA era a sua última oportunidade educacional e a consideram uma ponte para um futuro melhor, em termos de cursar uma universidade, na melhoria nas condições de trabalho, emprego e renda. Sendo assim, desenvolver possibilidades concretas de construção de pontes para o futuro passa a ser uma importante responsabilidade e desafio pedagógico para a EJA (RODRIGUES, 2020). Como limitação do estudo aponta-se a escassez de estimativas de confiabilidade dos instrumentos utilizados e, por conseguinte, das estimativas dos construtos subjacentes, sendo que os índices de força de associação entre as variáveis explicativas e as variáveis explicadas foram moderados ou baixos. Além disso, os resultados de pesquisa devem ser avaliados com parcimônia em relação à validade externa, dado delineamento de levantamento e a elevada quantidade de variáveis utilizadas para testar as hipóteses relacionadas ao problema de pesquisa. Sendo assim, os resultados apresentados e discutidos restringem-se para o perfil dos estudantes da EJA de Florianópolis, em 2017, e devem ser utilizados com cuidado para generalizações em outros contextos. Sugere-se, por fim, novas pesquisas que possam triangular dados qualitativos e quantitativos na análise dos dados, para assim graduar ainda mais a discussão dos resultados. AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pela Bolsa de Produtividade 2 para a Profª Drª Daniela Ribeiro Schneider. REFERÊNCIAS ARROYO, M. G. Educação de jovens-adultos: Um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, L.; GIOVANETTI, M. A. G. C.; GOMES, N. L. (org.). Diálogos na educação de jovens e adultos.Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa - ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil. São Paulo: CCEB, 2018. Disponível em: https://www.abep.org/criterio-brasil. Acesso em: 15 jun. 2018. BASTOS, F. et al. III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira. Rio de Janeiro: ICICT, Fiocruz, 2017. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34614. Acesso em: 10 jun. 2020. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em: 15 mar. 2020.
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621420 BRASIL. As cartas da promoção em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf. Acesso em: 15 mar 2020. CARLINI, E. A. et al. I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: Estudo envolvendo as 107 maiores cidades do país: 2001. São Paulo: CEBRID; UNIFESP, 2002. Disponível em: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2012/10/I-Levantamento-Domiciliar-sobre-o-Uso-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-no-Brasil-2001.pdf. Acesso em: 23 jul. 2020. CARLINI, E. A. et al. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras 2010. São Paulo: CEBRID; UNIFESP 2010. Disponível em: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2012/10/VI-Levantamento-Nacional-sobre-o-Consumo-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-entre-Estudantes-do-Ensino-Fundamental-e-M%C3%A9dio-das-Redes-P%C3%BAblica-e-Privada-de-Ensino-nas-27-Capitais-Brasileiras.pdf. Acesso em: 28 abr. 2021. CARRANO, P. C. Educação de Jovens e Adultos e Juventude: O desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance”. Revista de Educação de Jovens e Adultos, n. 0, p. 1-11, 2007. Disponível em http://www.emdialogo.uff.br/sites/default/files/educacao_de_jovens_e_adultos_e_juventude_-_carrano.pdf. Acesso em: 24 mar. 2020. CARRANO, P. C. et al. Trajetórias truncadas, trabalho e futuro: Jovens fora de série na escola pública de ensino médio I. Educação e Pesquisa [online],v. 41, n. esp., p. 1439-1454, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/P9xX7fLyt8MSgL4VmcGK4ft/?lang=pt. Acesso em: 6 dez. 2021. FRIEDRICH, M. et al. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 18, n. 67, p. 389-410, jun. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/VCpG4Tr5KBvNkfdXj5ShtZG/?lang=pt. Acesso em: 17 jun. 2021. GALDURÓZ, J. C. et al. V Levantamento nacional sobre o uso de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras. São Paulo: CEBRID; UNIFESP, 2004. Disponível em: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2004/04/V-Levantamento-Nacional-sobre-o-Consumo-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-entre-Estudantes-do-Ensino-Fundamental-e-M%C3%A9dio-da-Rede-P%C3%BAblica-de-Ensino-nas-27-Capitais-Brasileiras-2004.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021. HADDAD, S.; DI PIERO, M. C. Escolarização de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Educação, v. 14, p. 108-130, maio/ago. 2000. Disponível em https://www.scielo.br/j/rbedu/a/YK8DJk85m4BrKJqzHTGm8zD/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 16 jun. 2021.
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621421 HIRATA, H. Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, v. 26, n. 1, p. 61-73, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/LhNLNH6YJB5HVJ6vnGpLgHz/abstract/?lang=pt. Acesso: 16 jun. 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Brasileiro de 2010.Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 15 out. 2020. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE): 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf. Acesso em: 06 abr. 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE): 2019.Rio de Janeiro: IBGE, 2021. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf. Acesso em: 28 dez. 2021. Instituto Comunitário Grande Florianópolis - ICOM. População negra trabalha mais e ganha menos que a branca em Florianópolis. Florianópolis: ICOM, 2019. Disponível em: https://www.icomfloripa.org.br/populacao-negra-trabalha-mais-e-ganha-menos-que-a-branca-em-florianopolis/. Acesso em: 05 fev. 2021. LAFFIN, M. E. et al. A oferta para a Educação de Jovens e Adultos em Santa Catarina: Seus processos e políticas públicas. Relatório de pesquisa. 2015. Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação, Florianópolis, 2015. Disponível em: https://epejaufsc.paginas.ufsc.br/files/2020/03/A-oferta-para-a-Educa%C3%A7%C3%A3o-de-Jovens-e-Adultos-em-Santa-Catarina.pdf. Acesso em: 20 mar. 2020. MELLO, M. Culturas e identidades juvenis: Na EJA de quem é mesmo o bagulho? Websmed, 2009. Disponível em: https://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/emilio/autoria/artigos2009/artigo-marco-2009.pdf. Acesso em: 21 mar. 2020. PASSOS, J. C.; SANTOS, C. S. A. Educação das relações étnico-raciais na EJA: Entre as potencialidades e os desafios da prática pedagógica. Educação em Revista,v. 34, e192251, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/dsQgRT7Lzd7zM84DtrgB6jv/?lang=pt. Acesso em: 30 fev. 2021. PRADO, M. C. et al. Transcultural Adaptation of Questionnaire to Evaluate Drug Use Among Students: The Use of the EU-Dap European Questionnaire in Brazil. Substance Use & Misuse,v. 51, p. 1-10, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.3109/10826084.2015.1117108. Acesso em: 30 jul. 2020. RAUPP, L.; SCHNEIDER, D. R. Educação de jovens e adultos e problemas relacionados ao uso de drogas: Análise de necessidades psicossociais junto aos núcleos de Florianópolis/SC. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental,v. 9, n. 24, p. 204-229, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69606. Acesso em: 21 mar. 2020.
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA e Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621422 REIBNITZ, C. S.; MELO, A. C. S. Pesquisa como princípio educativo: Uma metodologia de trabalho para a Educação de Jovens e Adultos. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 29, n. 111, p. 484-502, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/yb4j3Sn68RMHj5RB6XgDPgL/?lang=pt. Acesso em: 27 dez. 2021. RODRIGUES, G. O futuro como horizonte de possibilidades: Criação do modelo lógico de um programa de promoção de saúde para a Educação de Jovens e Adultos. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221985. Acesso em: 29 set. 2022. RUMMERT, S. M. A educação de jovens e adultos trabalhadores: O "novo" que reitera antiga destituição de direitos. Sísifo, Revista de Ciências da Educação,v. 2, p. 35-50, 2007. Disponível em: http://sisifo.ie.ulisboa.pt/index.php/sisifo/article/view/50. Acesso em: 10 jun. 2021. SANCHEZ, Z. M. et al.The #Tamojunto Drug Prevention Program in Brazilian Schools: A Randomized Controlled Trial. Prevention Science, v. 18, p. 772782, mar. 2017. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11121-017-0770-8. Acesso em: 10 jun. 2021. SCHNEIDER, D. R. et al. Intervenção e pesquisa em promoção de saúde na EJA: Desafio do uso de metodologias emancipatórias. In: OLIVEIRA, A. C. Bases Conceituais da Saúde. 1. ed. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/331596763_INTERVENCAO_E_PESQUISA_EM_PROMOCAO_DE_SAUDE_NA_EJADESAFIO_DO_USO_DE_METODOLOGIAS_EMANCIPATORIAS. Acesso em: 21 mar. 2020. SOTERO, M. Vulnerabilidade e vulneração: População de rua, uma questão ética. Rev. Bioética, v. 19, n. 3, p. 799-817, 2011. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/677/709. Acesso em: 25 jun. 2020. SOUZA FILHO, A. A.; CASSOL, A. P.; AMORIM, A. Juvenilização da EJA e as implicações no processo de escolarização. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação,v. 29, n. 112, p. 718-737, jul./set. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/4b8tWfCRNXmBxCt8CzC3chQ/?lang=pt. Acesso em: 27 dez. 2021. VARGAS, L. S. et al. Determinantes do consumo de tabaco por estudantes. Revista de Saúde Pública, v. 51, n. 1, p. 1-9, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=67249591041. Acesso em: 23 mar. 2021.
image/svg+xmlRelação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621423 Como referenciar este artigo SOEIRO, A. G; GARCIA, D.; SCHNEIDER, D. R. Relação entre o perfil socioeconômico e o padrão de uso de álcool e maconha de estudantes da Educação de jovens e adultos (EJA). Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385. DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.16214 Submetido em: 21/05/2022 Revisões requeridas em: 13/07/2022 Aprovado em: 08/09/2022 Publicado em: 30/11/2022 Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162141 RELATIONSHIP BETWEEN THE SOCIOECONOMIC STATUS AND THE PATTERN USE OF ALCOHOL AND MARIJUANA OF STUDENTS FROM YOUTH AND ADULT EDUCATION (EJA) RELAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIOECONÔMICO E O PADRÃO DE USO DE ÁLCOOL E MACONHA DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)RELACIÓN ENTRE EL PERFIL SOCIOECONÓMICO Y EL PATRÓN DE USO DE ALCOHOL Y MARIHUANA DE LOS ESTUDIANTES DE EDUCACIÓN DE JÓVENES Y ADULTOS (EJA) Aline da Costa SOEIRO1Douglas GARCIA2Daniela Ribeiro SCHNEIDER3ABSTRACT: The goal is to discuss the socioeconomic status of EJA´s students in Florianópolis concerning the pattern use of alcohol and marijuana. An epidemiological and cross-sectional design, with 364 participants, using descriptive and inferential statistics. The consumption pattern presented in the last year and month of alcohol (73.9% and 59.3%) and marijuana (39% and 31.9%) was significantly higher than data available from other surveys on Brazilian students, such as those of CEBRID and IBGE. Among the students, the dimension of the age group was the one that showed the most significant differences, when those aged 15-17 years had higher rates of substance use than the older ones, reflecting the issue of the juvenilization of EJA. The vulnerability history of EJA students, who come to this modality with several experiences of school and social exclusion, is one of the main conditions for this high use of psychoactive substances. KEYWORDS: Epidemiology. Youth and Adult Education. Students. Alcohol. Marihuana. RESUMO: Objetiva-se discutir o perfil socioeconômico de estudantes da EJA em Florianópolis em sua relação com o padrão de uso de álcool e maconha. Delineamento epidemiológico e transversal, com 364 participantes, uso de estatísticas descritivas e inferenciais. O padrão de consumo apresentado no último ano e mês de álcool (73,9% e 59,3%) e de maconha (39% e 31,9%) foi significativamente maior do que os dados disponíveis de outras pesquisas sobre estudantes brasileiros, como do CEBRID e do IBGE. Entre os estudantes, a dimensão da faixa etária foi a que apresentou diferenças mais significativas, quando os de 15-17 anos tiveram índices mais elevados de consumo de substâncias do que os 1Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brazil. Post-Doctorate by the Post-Graduate Program in Psychology. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4898-0979. E-mail: lisoeiro@gmail.com 2Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brazil. PhD student in the Post-Graduate Program in Psychology. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5245-6075. E-mail: garciadouglas90@gmail.com 3 Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brazil. Full Professor, Department of Psychology and Post-Graduate program in Psychology. Post-doctorate in Prevention Sciences (Public Health) (MSGM/Miami). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2936-6503. E-mail: danischneiderpsi@gmail.com
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162142 mais velhos, refletindo a questão da juvenilização da EJA. O histórico de vulneração dos estudantes da EJA, que chegam a esta modalidade com várias experiências de exclusão escolar e social é uma das principais condições para este uso elevado de substâncias psicoativas. PALAVRAS-CHAVE: Epidemiologia. Educação de Jovens e Adultos. Estudantes. Álcool. Maconha. RESUMEN: El objetivo es discutir el perfil socioeconómico de los estudiantes de EJA en Florianópolis en su relación al patrón de consumo de alcohol y marihuana. Diseño epidemiológico y transversal, con 364 participantes, utilizando estadística descriptiva e inferencial. El patrón de consumo presentado en el último año y mes de alcohol (73,9% y 59,3%) y marihuana (39% y 31,9%) fue significativamente superior a los datos disponibles de otras encuestas de estudiantes brasileños, como las de CEBRID e IBGE. Entre los estudiantes, la dimensión del grupo de edad fue la que mostró las diferencias más significativas, cuando los de 15-17 años tenían mayores tasas de consumo de sustancias que los mayores, reflejando el tema de la juvenilización de EJA. El historial de vulnerabilidad de los estudiantes de la EJA, que llegan a esta modalidad con varias experiencias de exclusión escolar y social, es una de las principales condiciones para este alto consumo de sustancias psicoactivas. PALABRAS CLAVE:Epidemiología. Educación de Jóvenes y Adultos. Estudiantes. Alcohol. Marihuana. Introduction The Education of Youth and Adults (EJA) was consolidated in Brazil based on the precepts of the Law of Guidelines and Bases of Education (BRASIL, 1996), in which it was defined in Article 37, as the "modality of teaching intended for those who did not have access or the continuity of studies in elementary and high school in their own age". In its antecedents this modality was called "supplementary teaching", but the change to the perspective of Education was fair to break with the logic of supplementation, starting to incorporate it as an effective modality of the educational process, beyond the merely instructional, in a complex process, involving different teaching-learning routes, with formal and informal practices related to basic knowledge, technical and professional skills and the dimensions of citizenship and sociocultural skills of the enrolled students (FRIEDRICH et al., 2010). The EJA has been consolidating itself in an educational action for students who have life trajectories marked by difficulties in various areas, including experiences of exclusion and denial of rights, in addition to psychosocial risk conditions, contextualized from the existential territories of popular class youth in Brazil (ARROYO, 2005). These vulnerabilities focus on restricting access to education in regular age schooling and end up being determinant in the choices for absenteeism and school dropout, casting these students in the exclusion of the
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162143 regular school and in the search for more welcoming educational alternatives for the diversity of sociocultural formation of Brazilian youth. In the transformations of educational policies, the minimum age for entry into the EJA was changed, which went from 18 to 15 years in elementary school and from 21 to 18 years in high school. This regulation has produced, little by little, what has been defined as a process of juvenilizing of EJA students (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). Increasingly, young adolescents who give up studying in regular education have sought vacancies in this modality. It is a new social group that occupies these school benches, different from traditional EJA students, rural or urban workers, who have not had previous opportunities to become literate. These young people generally bring a previous school trajectory that is poorly understood, and to a large extent, while older people see in the EJA a perspective of sociocultural integration, the younger ones maintain with it a relationship of tension and conflict learned in the previous experience (HADDAD; DI PIERO, 2000). Both groups bring strong social markers, with histories of social vulnerability and intersectionalities that constitute them: issues of race (PASSOS; SANTOS, 2018), social class and gender cross the stories of these students, imposing challenges for teachers and pedagogical teams in the planning of educational actions and in the reconciliation of audiences with such diverse interests (HADDAD; DI PIERO, 2000). The EJA meets a great diversity of social situations, which further increases its challenges: people with disabilities, prisoners, indigenous, quilombolas, landless, homeless people, among others, who require teachers to "work with heterogeneity cultures, ages, interests, traits and individual profiles, which suggests that it is no longer feasible to be stuck to an abstract homogeneity" (MELLO, 2009, p. 6, our translation). Thus, the tense and conflicting relationship with the school already comes from the previous school trajectory of the young in the face of disciplinary and pedagogical aspects, factors that end up being excluded from the perspective of social and cultural interaction. "These views, attitudes and postures end up stigmatizing this young student, labeled as a problem" (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021, p. 723, our translation). Thus, the EJA, in its dimension of management and pedagogical project, has to face the challenge of dealing with the consequences of socioeconomic inequities that impact access to education. Its difficulties are, therefore, a historical expression of the inequality of material and symbolic goods, as well as the denial of fundamental rights, among them the full right to education for part of the Brazilian population (RUMMERT, 2007).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162144 EJA students have different educational needs from students of the same age who are part of other teaching modalities, because their profile is mostly workers, who have their social reality marked by the exercise of professions that require physical effort, receive low salaries, study at night, after exhaustive working hours and have difficulties in accessing cultural materials and goods that would facilitate their learning process (ARROYO, 2005). All these problems compete with the pedagogical practices of the EJA, and, often, due to the present living conditions and the previous history of school failure, they cannot prioritize studies. Thus, their educational trajectories are delineated, in a certain sense, by experiences of failure, disability, disinterest, indiscipline, as well as risk behaviors (SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). Among the most common psychosocial vulnerabilities of these publics is the issue of psychoactive substance abuse and involvement with trafficking. This condition is related to a multidetermined view of this phenomenon of alcohol and other drugs abuse, with historical and intersectional characteristics (social class, race, gender), which permeates territorial issues, because many of these young people live in impoverished neighborhoods, with histories of violence, which end up full by these situations of illegal trade and disputes between criminal factions (MELLO, 2009; CARRANO, 2007). Likewise, they have been crossed by family issues, marked by the transgenerationality of various experiences departing from trajectories of vulnerability and, very common, of problems related to the use of psychoactive substances. It is important to highlight that several epidemiological surveys in Brazil have shown that the consumption of alcohol and other drugs among students from regular schools is present from an early age (IBGE, 2021; CARLINI et al., 2010), indicating the need to think about public policies directed at this public. For example, the latest PENSE (School Health Survey, 2019) showed that in the south of the country 38.1% of schoolchildren aged 13 to 17 years, 30.9% in schoolchildren aged 13 to 15 years and 51.9% of schoolchildren aged 16 to 17 years consumed alcohol in the last month. The rate was higher in Santa Catarina (41.4%), and Florianópolis is among the capitals with the highest rates (34.4%) (IBGE, 2021). Marijuana use in the last month in the south of the country among students aged 13 to 17 years was 6.7%, 4.7% for students aged 13 to 15 years and 10.3% for 16- and 17-year-olds. Florianópolis was the capital with the highest rate of marijuana use in the last 30 days among students (9.4%) (IBGE, 2021). The data from the V Survey between Brazilian Students, even if they are from 2010, indicate important data for comparison, such as high consumption for students from
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162145 Florianópolis of alcohol in the last year (63.4%) and in the last month (59.3%), with the use in the year of marijuana in this capital of 5.0% and in the month of 3.2% (CARLINI et al., 2010). However, in these national surveys there are no data on students of Youth and Adult Education, which, due to the various dimensions mentioned above, are characterized by conditions of greater social vulnerability and increased exposure to risk situations, including the abuse of psychoactive substances. In a search carried out on the Scielo and Redalyc portal, in March 2021, we did not find any article describing an epidemiological approach related tothe pattern of alcohol and other drug use on these students, except for an article that addressed the issue of tobacco use among students in a city of Goiás (VARGAS et al., 2017). This article aims to describe the relationship between the socioeconomic profile of Students of the EJA of the city of Florianópolis and the pattern of alcohol and marijuana use of the group in question, as part of the needs survey to support the development of a program for health promotion and risk prevention of drug abuse in the EJA (BRAZIL, 2002), which has in harm reduction and health promotion the guiding principle for actions. The general methodology of the project sought to involve students and teachers as co-builders of the intervention development process, so that they could be the authors of the development of health promotion actions in an educational context (RAUPP; SCHNEIDER, 2017; SCHNEIDER et al.,2019). This research and extension action arose from a demand of the Municipal Department of Education of Florianópolis, upon request of an intervention project in the EJA, in order to address problems related to the use of drugs by students, especially marijuana. The demand was justified by reports about marijuana use being considered one of the main problems faced by coordinators and teachers, when it was perceived as a frequent practice among a considerable portion of students during school hours, leading to various problems, internal and external to the teaching centers. Due to the understanding of the complexity involved in the issue of the consumption of psychoactive substances in the perspective of avoiding reductionism, it was proposed, as a first step, the survey of the pattern of use reported here, to understand the real dimension of the problem raised, aiming to support health promotion actions and harm reduction, based on the specific needs of this public of the EJA (RAUPP; SCHNEIDER, 2017; SCHNEIDER et al., 2019). This is the part of the research and extension reported here.
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162146 Method General design This is a cross-sectional study, developed through an epidemiological survey with students from the Youth and Adult Education (EJA) centers of the city of Florianópolis. Data were collected from October to November 2017. Survey participants The sampling was by conglomerate, not random, and the students present on the day of the application of the research in the classroom of six nuclei of the EJA of Florianópolis, who agreed to participate and answered the Term of Free and Enlightened Assent (TALE). Prior to data collection, the management of each EJA nucleus had already signed the Free and Informed Consent Form (TCLE), agreeing to the participation of students enrolled in the institution. The research sample had the initial inclusion of 378 students, among whom 14 participants were excluded because they left the instrument blank (n = 12) or because they answered questions that asked about the use of nonexistent drugs as an exclusion criterion for positive false answers (n = 2), thus totaling a valid final sample of 364 students. Instrument and data collection procedure The instrument used was a questionnaire, previously validated in collaborative research between the Federal University of São Paulo (UNIFESP) and the Federal University of Santa Catarina (UFSC) to evaluate preventive programs (SANCHEZ et al., 2017). It consists of a set of 76 items that aimed to track explanatory variables related to sociodemographic data, issues of violence and bullying and the relationship of students with studies and school. In addition to the explanatory variables, the instrument also included outcome variables related to the pattern of consumption of psychoactive substances. The questionnaire was constructed from three instruments: the Questionnaire of the European Drug Abuse Prevention Trial(EUDAP) adapted to Portuguese (PRADO et al., 2016), the questionnaire widely used in surveys with Brazilian students by the Brazilian Center for Psychotropic Drugs Information (CARLINI et al., 2010) and some items extracted from the National School Health Survey (IBGE, 2016), mainly about the relationship of students with the school. The application of the questionnaire was online and conducted by the students of the EJA themselves, co-participants of the research project, who were trained for the task and
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162147 supervised by the team of researchers, graduate students of the Center for Research in Clinic of Psychosocial Care (PSICLIN/UFSC). Analytical procedures The data were initially tabulated and organized in their respective variables and categorical modalities of responses. Some sociodemographic data were grouped and synthesized for the composition of a socioeconomic variable based on criterion Brazil (ABEP, 2018). Descriptive frequency statistics were also used to synthesize and estimate the trends observed with the data of each variable separately. For inferential analysis of the data, the chi-square test was used to compare groups in relation to the categorical modalities of responses of the variables included in the study. In the occurrence of violation to the statistical assumptions of the chi-square test, the Likelihood Ratio test was used. The size of the effect of the associations between the categories of the variables was estimated by Cramer's V statistic. The Adjusted Residuals analysis was also used to estimate the crosses of categories with differences in estimates in higher z-scores (1.96 ≥ α ≤ -1.96; CI 95%). For the analytical procedures, only the valid cases (pairwise deletion) of the variables in pairedanalyses were considered to optimize the volume of data as much as possible and avoid imputation and the consequent risk of artificialization of the results. Data analysis procedures were performed using the Statistical Package for the Social Sciences(SPSS-12) software. This study followed all the ethical requirements of CNS Resolution 466/12, approved by the Ethics Committee under no. CAAE no. CAAE 75283317.3.0000.0121. Presentation and discussion of results The socioeconomic profile of EJA students - Florianópolis. The data obtained in this study show relative sample heterogeneity in the responses of the socioeconomic variables of the participants, indicating, however, a higher prevalence of male participants (61%), young people aged 15 to 17 years (51.4%), black (50.3%), belonging to disadvantaged socioeconomic conditions, considered by criterion Brazil (ABEP, 2018) as being from classes D and E (49.2%) (Table 1).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162148 Table 1 - Characterization of the sociodemographic data of students of the EJA of the city of Florianópolis, 2017 Total n % Sex Female 142 39,0 Male 222 61,0 Total 364 100 Race/Color Yellow 12 3,3 White 162 44,5 Indigenous 7 1,9 Black 183 50,3 Total 364 100 Age group 15 to 17 years 187 51,4 18 to 21 years 65 17,9 ≥ 22 years old105 28,8 Missings7 1,9 Total 364 100 Social class The 2 0,6 B1 3 0,8 B2 23 6,3 C1 49 13,5 C2 108 29,7 D-E 179 49,2 Total 364 100 aThe participants who declared themselves brown color/race were grouped with the participants who declared themselves black, according to the IBGE classification, for the adequacy in terms of black race. Source: Prepared by the authors This profile shows the intersectionalities that cross the conditions of these students of the EJA, to the extent that the intersection of the dimensions of race, social class, age group and gender/gender enhance the experiences of the subjects (HIRATA, 2014). Here we will work with the concept of vulnerability that, for Bioethics, that goes beyond what is simply a possibility for the concrete act of submission to various sufferings (SOTERO, 2011). The racial issue is one of the main ones highlighted to discuss in the profile of the students’ respondents, since the distribution by race/color in Santa Catarina, in the 2010 Census, were predominantly white (86.96%), followed by blacks (9.98%) and brown (2.63%), finally, indigenous (0.2%) (IBGE, 2011). Thus, the population of Students of the EJA in Florianópolis does not reflect this statistic, since we had the presence of a majority of young black people, when added those who declared themselves brown and black. Florianópolis stands out as the Brazilian capital with one of the highest Municipal Human Development Index (MHDI), which
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.162149 aggregates the analysis of three dimensions: longevity, education and income. However, the capital demonstrates, according to research by the Community Institute Greater Florianópolis on the social diagnosis of the situation of adolescents and young people in the world of work (ICOM, 2019), deep social inequities, among which a higher workload of blacks, because browns (37.8 hours/week) and blacks (34.6 h/s) work more hours than whites (33 h/s) and earn less, and the wage gap between these populations can reach almost R$ 1,400. In addition, there is a difference in Florianópolis between the MHDI of the black population (0.80) and the white population (0.85), and in Santa Catarina this difference is even greater, since the index for the black population was 0.76 and the white population was 0.82, according to data from the United Nations Development Program (ICOM, 2019). These issues show the crossing of structural racism in access and educational success and its impacts on the prevalence of a given profile among EJA students. These data are reinforced, thus, in their intersectionality when we observe that in its absolute majority (92.3%) they are part of classes C1, C2, D or E, that is, whose families earn up to two minimum wages or less. Among these, we have almost half of the students who fall within class D and E, that is, those whose family income was on average, in 2017, of R$ 708.19 (ABEP, 2018), unfamiliar with the condition of high economic vulnerability of those who seek the EJA to complete their studies. Thus, historical issues of access and permanence in the structure of the regular school of the population with this type of social markers are demarcated. Compared to the survey among students conducted by CEBRID in 2010, between public and private schools in Florianópolis, in which 33.1% belonged to class B, 46% to class C, being only 12.7% to class D and 2.7% to class E, it turns out that the issue of socioeconomic vulnerability is, in fact, a central part of the profile of students of the EJA. This data shows that students belonging to these less favored classes are exposed to a process of school exclusion that led them to seek educational strategies more consistent with their reality. The educational conditions proposed by the EJA seem to facilitate the inclusion of these students, because, for example, night classes are a facilitator for a public of characteristics mostly of workers On the other hand, students, who, due to their history of what is usually defined as "learning difficulties" in regular education, go in search of alternative teaching methods, which facilitate access to universally produced knowledge, as many of the Pedagogical Didactic Proposals of the EJA are characterized. The return to school benches means possibilities for social and educational reintegration, as well as a possibility of obtaining more accelerated certification that allows entry into the labor market or continuity to other educational levels (CARRANO, et al.,2015).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621410 Often, however, the EJA ends up reinforcing the previous process of exclusion by maintaining a traditional pedagogical project, which conflicts with cultural values and sociability of these students (HADDAD; DI PIERO, 2000; MELLO, 2009). This is not the case of the EJA of Florianópolis, which, when faced with these challenges, sought to innovate by using research as an educational principle, following a methodology based on Paulo Freire (REIBNITZ; MELO, 2021). The higher prevalence of young people among the participants of this study (up to 21 years are 69.2%) reinforces the discussion of the juvenilizing process of the EJA, in line with another survey conducted among students of the EJA in Santa Catarina between 2012 and 2014 (LAFFIN et al., 2015). These data embody the hypothesis that the student public of this educational modality has been changing, being increasingly characterized by young people who seek the EJA due to their truncated trajectories with their regular schooling process, with impacts on their processes of social vulnerability and implications for the basic rights of citizenship (CARRANO et al., 2015). Pattern of alcohol consumption and its relationships with socioeconomic profile of Students of the EJA - Florianópolis Regarding the pattern of consumption of psychoactive substances in the last year and last month, the data showed that alcohol was the substance most consumed by students of the EJA of Florianópolis, with a prevalence of 73.9% in the last year and 69% in the last month as shown in table 2.
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621411 Table 2 - Characterization of the pattern of consumption in the month and year of alcohol and marijuana of students of the EJA of Florianópolis, 2017. Substance Pattern of alcohol and marijuana consumption in the last year No (%) Yes (%) Missing (%) Alcohol 60 16,5 269 73,9 35 9,6 Marijuana 80 22,0 142 39,0 142 39,0 Substance Pattern of consumption in the last month and number of days of those who pointed alcohol and marijuana consumption No (%) Yes (%) Missing (%) 1-5 days (%) 6-19 D (%) ≥ 20 d(%) Alcohol 113 31,0 216 59,3 35 9,6 172 47,3 28 7,7 16 4,4 Marijuana 106 29,1 116 31,9 142 39,0 50 13,7 13 3,6 53 14,6 Source: Prepared by the authors These data confirm previous research, in which alcohol was the most consumed substance among students from public and private schools (CARLINI et al., 2010; GALDURÓZ et al., 2004; IBGE, 2021). The prevalence of alcohol consumption of Students of the EJA in the last year and month are slightly higher than the data of surveys among students from the Southern Region, Santa Catarina and Florianópolis among regular school students, as described in the data in the introduction (CARLINI et al., 2010; IBGE, 2021). Table 3, in turn, shows the pattern of alcohol consumption of participants with available answers in relation to the last year and the last month considering the dimensions of gender/gender, social class, race and age group. On the issue of sex/gender there was no significant difference in the pattern of consumption of students, which implies that women also accompany their male colleagues in the consumption of psychoactive substances. In other studies, the consumption pattern of female students also appeared high, and in some surveys, they presented even higher standards than male students (CARLINI ,et al., 2010; GALDUROZ et al., 2004; IBGE, 2021), or a similar consumption between participants of both sexes (IBGE, 2016).
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621412 Table 3 -Pattern of alcohol consumption of participants with available answers in relation to the last year and last month and in relation to sex, age group, race and social class of students of the EJA of Florianópolis, based on valid cases and confidence interval of 95% Alcohol consumption in the last year Alcohol consumption in the last month No % Yes % 2p VtoNo % Yes % 2p VtoSex Female 25 7,6 106 32,2 0,105 0,746 0,018 48 14,5 83 25,0 0,508 0,476 0,039 Male 35 10,6 163 49,5 68 20,5 133 40,1 Total 60 18,2 269 81,8 116 34,9 216 65,1 Age group 15 to 17 22 6,8 147 45,5 16,01 0,001* 52 16,1 117 36,2 7,806 0,020* 0,155 18 to 21 6 1,9 51 15,8 0,223 15 4,6 42 13,0 ≥ 2230 9,3 67 20,7 44 13,6 53 16,4 Total 58 18,0 265 82,0 111 34,4 212 65,6 Race/Color Yellow 5 1,5 5 1,5 8,112 0,044* 0,157 4 1,2 6 1,8 0,255 0,968 0,028 White 29 8,8 118 35,9 50 15,2 97 29,5 Indigenous 1 0,3 6 1,8 2 0,6 5 1,5 Negress 25 7,6 140 42,6 57 17,3 108 32,8 Total 60 18,2 269 81,8 113 34,3 216 65,7 Social class The 0 0,0 2 0,6 10,04 0,074 0,163 0 0,0 2 0,6 6,364 0,272 0,012 B1 0 0,0 3 0,9 0 0,0 3 0,9 B2 2 0,6 19 5,8 6 1,8 15 4,6 C1 10 3,0 33 10,0 17 5,2 26 8,0 C2 11 3,3 88 26,7 30 9,0 65 20,0 D-E 37 11,2 124 37,7 60 18,5 101 31,1 Total 60 18,2 269 81,8 113 34,8 212 65,2 to Cramer's V; *P-value ≤ 0.05Source: Prepared by the authors In relation to race/color, a statistically significant association was observed with alcohol consumption in the last year (Cramer V = 0.157, p = 0.044), although not very strongly in the association, and the group that declared themselves of race/yellow color had the most significant adjusted waste load, both those who claimed consumption (z = -2.6) and those who
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621413 denied (z = 2.6). This data, however, is weakened by the low "n" of yellow students present among the respondents. In the last year and month, alcohol consumption in the black race was 42.6% and 32.9% and in white was 35.9% and 29%, respectively, and despite being slightly higher among black students the difference was not significant. Thus, it can be suggested that the race analysis variable does not seem to indicate a factor related to susceptibility to alcohol consumption in students of the EJA. Regarding the dimension of social class, there was no significant difference in alcohol consumption among the students of the EJA. The most significant association among students of the EJA Florianópolis was in the relationship with the age group, especially in alcohol consumption in the last year and month (table 3). A significant p was observed, although the strength of the association was moderate (Cramer V = 0.223, p = 0.001), demonstrating in the analysis of adjusted residuals more significant differences for the group of participants aged 15 to 17 years (z = 2.4) for higher consumption indexes and for the group aged 22 years or more (z = 4.0), for lower consumption indexes. For alcohol consumption in the last month in relation to age group, a statistically significant but weak association in its associative power was also observed (Cramer V = 0.155, p = 0.020), with the analysis of adjusted residues, showing a greater difference for the group of 22 years or more who claimed to have consumed alcohol in the period (z = -2.7) or not (z = 2.7). Pattern of marijuana consumption and its relationships with socioeconomic profile of EJA students - Florianópolis Regarding the pattern of marijuana use of students of the EJA of Florianópolis, in 2017, the participants' data showed high rates, with 39% of use in the last year and 31.9% in the last month (Table 2). The results reveal, when considering only illicit substances, a higher prevalence in marijuana use, as evidenced in other studies conducted with the general population (BASTOS et al., 2017; CARLINI et al., 2002) and with Brazilian students (CARLINI et al.,2010; IBGE, 2016; IBGE, 2021). It is important to highlight, however, the significant difference in higher marijuana use among EJA students compared to regular school students. While CEBRID (CARLINI et al., 2010) indicated consumption in the year, in Florianópolis, as being 5.0% among students from public and private schools, 39% of the students analyzed here indicated that they had consumed marijuana in the last year. Pense (IBGE, 2021) indicated the consumption in the last 30 days of
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621414 6.7% of students in the Southern Region of Brazil, with 10.3% among the age group 16 to 17 years, closer to the age of the Students of the EJA analyzed. In this same survey, Florianópolis was the capital with the highest marijuana use in the last month (9.4%) (IBGE, 2021). For students of the EJA of Florianópolis, according to the data discussed here, the index in the month was 31.9%, significantly higher. When looking at the significantly high number of marijuana use patterns in the EJA in Florianópolis when compared to national and local standards, it is necessary to turn to contextual and intersectional issues that may be influencing this situation. One issue that may be associated, requiring the crossing with qualitative data, is the issue of the high psychosocial vulnerability of this population, as demonstrated by the socioeconomic profile, but also the statements of exclusion from the regular school and the discussion of the meaning of studying for this group. Table 4, in turn, shows the pattern of marijuana consumption of participants with valid answers in relation to the last year and last month, considering the dimensions of gender/gender, age group, race and social class. Table 4 -Pattern of marijuana consumption of participants with answers available in relation to the last year and last month and in relation to sex, age group, race and social class of students of the EJA of Florianópolis, based on valid cases and confidence interval of 95% Marijuana use in the last year Marijuana use in the last month No % Yes % 2p VtoNo % Yes % 2p VtoSex Female 33 14,9 46 20,7 1,751 0,186 0,089 42 18,9 37 16,7 1,442 0,23 0,081 Male 47 21,2 96 43,2 64 28,8 79 35,6 Total 80 36,0 142 64,0 106 47,7 116 52,3 Age group 15 to 17 27 12,4 87 39,9 18,98 0,001* 44 20,2 70 32,1 11,44 0,003* 0,229 18 to 21 20 9,2 28 12,8 0,295 24 11,0 24 11,0 22 or + 32 14,7 24 11,0 37 17,0 19 8,7 Total 79 36,2 139 63,8 105 48,2 113 51,8 Race/Color Yellow 1 0,5 4 1,8 1,592 0,661 0,083 2 0,9 3 1,4 1,572 0,666 0,084 White 34 15,3 67 30,2 44 19,8 57 25,7 Indigenous 1 0,5 3 1,4 2 0,9 2 0,9
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621415 Negress 44 19,8 68 30,6 58 26,1 54 24,3 Total 80 36,0 142 64,0 106 47,7 116 52,3 Social class The 0 0,0 2 0,8 13,42 0,055 0,022 0 0,0 2 0,9 15,7 0,017* 0,249 B1 0 0,0 2 0,8 0 0,0 2 0,9 B2 5 2,1 10 4,1 5 2,3 10 4,5 C1 3 1,2 23 9,5 6 2,7 20 9,0 C2 49 20,2 40 16,5 37 16,7 32 14,4 D-E 43 17,8 65 26,9 58 26,1 50 22,5 Total 100 41,3 142 58,7 106 47,7 116 52,3 to Cramer's V; *P-value ≤ 0.05Source: Prepared by the authors Among the students of the EJA of Florianópolis, in 2017, there were no significant differences in the pattern of marijuana use between sex/gender, and men and women had approximate rates of consumption in the last month and year. These data differ from other national surveys, which indicate an important association with the gender/gender dimension of the participants, in which there was a higher consumption of marijuana in males (CARLINI et al., 2010; GALDUROZ et al., 2004; IBGE, 2016; IBGE, 2021). Regarding the issue of race/color, the data did not show a significant difference in the pattern of marijuana consumption among students of the EJA of Florianópolis. As in alcohol consumption, it was the age group that showed significant differences in marijuana consumption among participating students (Table 4). The differences observed were mainly between the group of younger participants (15 to 17 years) and the group of older participants (22 years or more). Marijuana use in the last year showed a significant p, but a not so strong index in its associative effect (Cramer V = 0.295, p = 0.001). The analysis of adjusted residues showed higher residue loads in the groups of 15 to 17 years (z = 4.0) for higher consumption indexes and in the group of 22 years or more (z = 3.8), for lower consumption indexes. Marijuana use in the last month also had an association similar to year in relation to age group (Cramer V = 0.229, p = 0.003). The group of participants aged 15 to 17 years (z = 3.0) and the group of 22 years or more (z = 3.1) presented the greatest residual differences of the analysis, which contributed mostly to the association observed. This significance in the consumption of the age group resumes the discussion of the impacts of juvenilizing the EJA (CARRANO, 2007; SOUZA FILHO; CASSOL; AMORIM, 2021). As Carrano (2007, p. 3) (Our translation) states, the entry of young people into the EJA brings challenges that transcend traditional pedagogical projects, as they imply the need to
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621416 [...] understand the non-school times and spaces of young subjects who are in school but are not ultimately school. This young student increasingly young who arrives at the EJA classes carries to the institution references of sociability and interactions that distance themselves from institutional references. In this direction, even though "youth" is a category built in the post-war period, this social construction became praxis, making itself productive and thus producing world and sociability (CARRANO, 2007). This same author reflects on the unresolved conflicts between young people and institutions, caused by difficulties in recognizing and translating signs not adequately deciphered by the school, arising from the specificity of the culture of young people (CARRANO, 2007). It is in this sense that alcohol and marijuana abuse can have its signs rooted in the culture of these young people with trajectories of vulnerability, whose deciphering can be difficult to understand for professionals and researchers. In this sense, it is important to carry out investigations that consider the trajectories of life and the rescue of the existential senses of these students. Regarding the association between marijuana use and social class, the results obtained on marijuana use revealed a low association with marijuana use in the last month (CsV = 0.249, p = 0.017). The analysis of adjusted residuals indicated a higher residual load of greater disparity for socioeconomic class C1 (z = 2.7), with higher consumption rates. Given the low number of participants in the higher social classes (A and B1) complementary analyses were performed, such as exclusion, grouping and management of these participants and, even so, it was observed the maintenance of the probability of marijuana use in the last month and social class being a non-random association (0.006 ≥ p ≤ 0.019), (0.21 v ≥ of Cramer ≤ 0.25). Thus, to preserve the heterogeneity of the sample, we opted for the maintenance of classes A and B1. It is important to highlight that in the 6e survey conducted by CEBRID, it was revealed a greater involvement of students from private schools with the consumption of substances in general and, specifically, for marijuana, alcohol and tobacco, with a higher prevalence of classes A and B, in relation to public schools, which, in turn, have a higher prevalence of students in classes C, D and E. However, when considering the frequent or heavy consumption pattern, the rates were higher among students from public schools. Thus, possibly the social differences in the case of students, seem not to be related to greater access to the consumption of these substances, but possibly be associated with a greater vulnerability to the development of a problematic consumption pattern (CARLINI et al., 2010).
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621417 Final considerations This was the first study focusing on the characterization of the consumption of psychoactive substances in the EJA in Florianópolis, as well as one of the first surveys on the pattern of use of alcohol and other drugs of the population of students of this educational modality in Brazil. These students, due to their profile of greater psychosocial vulnerability, require greater epidemiological and descriptive studies of their profile, either with qualitative and quantitative characteristics, aiming at subsidies for the formulation of specific strategic actions and public policies. Regarding the age group, alcohol and marijuana consumption showed a more significant relationship. Younger students, 15 to 17 years old, reported higher consumption of both substances than students over 18 years of age and, mainly, than older students over 22 years of age. These data make us reflect on the impacts of juvenilizing of the EJA and the pedagogical challenges arising from it. In general, the differences between alcohol and marijuana consumption patterns of students of the EJA of Florianópolis, in 2017, when moderated by socioeconomic indicators such as gender/gender, race and social class, did not show significant results, presenting weak correlation strength. Thus, there are indications that the profile of these students, when they seek the modality of the EJA, considered as the "school board of the second chance", as Carrano (2007, p. 2) states, has in the psychosocial vulnerability a situation that transcends the condition of race, social class and sex/gender itself, implying history of vulnerability, marked by the processes of exclusion of school benches and social stigmas, that cross the general profile of students in this modality, increasing their condition of involvement in psychosocial risk situations. The results obtained in the survey, which characterized the consumption of alcohol and especially marijuana of students of the EJA of Florianópolis, were significantly higher than that of national rates of consumption of psychoactive substances among regular school students, being even higher than in the Brazilian population in general. These data reinforce the need for attention to this group, with the challenge of formulating strategies and programs for health promotion, risk prevention and harm reduction, with a specific focus on the EJA modality. Important, too, the care in addressing this issue of high consumption of alcohol and marijuana so as not to transform this relationship into another justification for the already costly prejudices that surround EJA students and to increase the stigmas that surround them. Therefore, this situation also requires the need for actions that turn to the investigation of the
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621418 processes of social determination, this exposure to greater risks, seeking to unveil the intersectionalities and meanings implied in the return to school benches by these students, the field of possibilities that are unveiled with this educational modality for this population and the function of the use of substances in the management of the challenges and conflicts of their lives. Thus, resulting from these data and their discussion, two intervention proposals were developed for Students of the EJA: one of them was the realization of psychoeducational workshops focused on harm reduction and self-care, aimed at young people and teachers. In 2019, a cycle of workshops was conducted in the six different centers of the EJA of Florianópolis, involving the participation of more than 100 students and 20 professors, with the collaboration of undergraduate and graduate students from UFSC as moderators. Very important for students who have a high pattern of psychoactive substance use, when verified by research, to establish a dialogical, participatory approach that is not prohibitionist and that considers the diversity of experiences with substances and their life contexts. Therefore, it is indicated the reduction of damages as one of the approaches that best fit for this type of public, such as the profile of the EJA of Florianópolis. It is not an approach that serves any and all audiences, for example, younger students who have not yet started in the use of psychoactive substances, for which they would be more adequate actions focused on life skills, for example. Another action resulting from the research was the development of the proposal of life project workshops, built from the perspective of health promotion, as a way to face personal vulnerabilities and build a planning of strategies to strengthen perspectives of academic and professional future. This is because most of those young people declared that the EJA was their last educational opportunity and consider it a bridge to a better future, in terms of attending a university, in improving working conditions, employment and income. Thus, developing concrete possibilities for building bridges for the future becomes an important responsibility and pedagogical challenge for the EJA (RODRIGUES, 2020). The limitation of the study is the scarcity of reliability estimates of the instruments used and, consequently, the estimates of the underlying constructs, and the indexes of strength of association between the explanatory variables and the variables explained were moderate or low. In addition, the research results should be evaluated with parsimony in relation to the external validity, given the survey design and the high number of variables used to test the hypotheses related to the research problem. Thus, the results presented and discussed are restricted to the profile of students of the EJA of Florianópolis, in 2017, and should be used with care for generalizations in other contexts. Finally, it is suggested new research that can
image/svg+xmlRelationship between the socioeconomic status and the pattern use of alcohol and marijuana of students from Youth and Adult Education (EJA) Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621419 triangulate qualitative and quantitative data in the data analysis, in order to further grade the discussion of the results. ACKNOWLEDGEMENTS: To CNPq for the Productivity Grant 2 for Professor Doctor Daniela Ribeiro Schneider. REFERENCES ARROYO, M. G. Educação de jovens-adultos: Um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, L.; GIOVANETTI, M. A. G. C.; GOMES, N. L. (org.). Diálogos na educação de jovens e adultos.Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa - ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil. São Paulo: CCEB, 2018. Available: https://www.abep.org/criterio-brasil. Access: 15 jun. 2018. BASTOS, F. et al. III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira. Rio de Janeiro: ICICT, Fiocruz, 2017. Available: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34614. Access: 10 June 2020. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Available: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Access: 15 Mar. 2020. BRASIL. As cartas da promoção em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. Available: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf. Access: 15 Mar. 2020. CARLINI, E. A. et al. I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: Estudo envolvendo as 107 maiores cidades do país: 2001. São Paulo: CEBRID; UNIFESP, 2002. Available: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2012/10/I-Levantamento-Domiciliar-sobre-o-Uso-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-no-Brasil-2001.pdf. Access: 23 July 2020. CARLINI, E. A. et al. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras 2010. São Paulo: CEBRID; UNIFESP 2010. Available: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2012/10/VI-Levantamento-Nacional-sobre-o-Consumo-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-entre-Estudantes-do-Ensino-Fundamental-e-M%C3%A9dio-das-Redes-P%C3%BAblica-e-Privada-de-Ensino-nas-27-Capitais-Brasileiras.pdf. Access: 28 Apr. 2021. CARRANO, P. C. Educação de Jovens e Adultos e Juventude: O desafio de compreender os sentidos da presença dos jovens na escola da “segunda chance”. Revista de Educação de Jovens e Adultos, n. 0, p. 1-11, 2007. Available:
image/svg+xmlAline da Costa SOEIRO; Douglas GARCIA and Daniela Ribeiro SCHNEIDER Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022009, 2022. e-ISSN: 2594-8385 DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v23i00.1621420 http://www.emdialogo.uff.br/sites/default/files/educacao_de_jovens_e_adultos_e_juventude_-_carrano.pdf. Access: 24 Mar. 2020. CARRANO, P. C. et al. Trajetórias truncadas, trabalho e futuro: Jovens fora de série na escola pública de ensino médio I. Educação e Pesquisa [online],v. 41, n. esp., p. 1439-1454, 2015. Available: https://www.scielo.br/j/ep/a/P9xX7fLyt8MSgL4VmcGK4ft/?lang=pt. Access: 6 Dec. 2021. FRIEDRICH, M. et al. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 18, n. 67, p. 389-410, jun. 2010. Available: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/VCpG4Tr5KBvNkfdXj5ShtZG/?lang=pt. Access: 17 June 2021. GALDURÓZ, J. C. et al. V Levantamento nacional sobre o uso de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras. São Paulo: CEBRID; UNIFESP, 2004. Available: https://www.cebrid.com.br/wp-content/uploads/2004/04/V-Levantamento-Nacional-sobre-o-Consumo-de-Drogas-Psicotr%C3%B3picas-entre-Estudantes-do-Ensino-Fundamental-e-M%C3%A9dio-da-Rede-P%C3%BAblica-de-Ensino-nas-27-Capitais-Brasileiras-2004.pdf. Access: 15 Mar. 2021. HADDAD, S.; DI PIERO, M. C. Escolarização de Jovens e Adultos. Revista Brasileira de Educação, v. 14, p. 108-130, maio/ago. 2000. Available https://www.scielo.br/j/rbedu/a/YK8DJk85m4BrKJqzHTGm8zD/?lang=pt&format=pdf. Access: 16 June 2021. HIRATA, H. Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, v. 26, n. 1, p. 61-73, 2014. Available: https://www.scielo.br/j/ts/a/LhNLNH6YJB5HVJ6vnGpLgHz/abstract/?lang=pt. Access: 16 June 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Brasileiro de 2010.Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Available: https://censo2010.ibge.gov.br/. Access: 15 Oct. 2020. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE): 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Available: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf. Access: 06 Apr. 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE): 2019.Rio de Janeiro: IBGE, 2021. Available: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf. Access: 28 Dec. 2021. Instituto Comunitário Grande Florianópolis - ICOM. População negra trabalha mais e ganha menos que a branca em Florianópolis.Florianópolis: ICOM, 2019. Available: https://www.icomfloripa.org.br/populacao-negra-trabalha-mais-e-ganha-menos-que-a-branca-em-florianopolis/. Access: 05 Feb. 2021. LAFFIN, M. E. et al. A oferta para a Educação de Jovens e Adultos em Santa Catarina: Seus processos e políticas públicas. Relatório de pesquisa. 2015. Universidade Federal de
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