Diz/topias: Construindo lugares de (r)existência na poesia brasileira de autoria transvestigênere
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023006, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18176 2
RESUMO: O imaginário e nossas vivências são transformados, pela via da criação literária, em
corpo-texto, capaz de construir outros lugares possíveis frente ao impossível da colonialidade.
Desse modo, pensamos a poesia de autoria transvestigênere como diz/topias, isto é, a poesia como
palavras de ocupar mundos, uma escrita que integra o processo de autorrecuperação e inventa
lugares [topias/tropos] para discutir nossa existência e uma resistência concebida como futuro:
mundos possíveis de sonho, de afeto, de criatividade, de coletividade. Assim, discutiremos a partir
das obras Mem(orais): poéticas de uma byxa-travesty preta de cortes, de Luna Souto Ferreira
(2019); Escuiresendo: ontografias poéticas, de Abigail Campos Leal (2020), Sal a gosto, de
Esteban Rodrigues (2018) e Profecia, de Diana Salu (2022), como suas poéticas inventam novos
lugares, diz/topias, capazes de integrar um processo de autorrecuperação e de invenção de espaços
outros que possibilitam não só sonhos, lutas e afetos; mas também ir além da dor, consolidando
nossos esforços para existir e resistir a esse mundo que nos quer silenciadas e mortas.
PALAVRAS-CHAVE: Poéticas contemporâneas. Literatura de autoria transvestigênere. Utopias
queer.
RESUMEN: El imaginario y nuestras vivencias se transforman, a través de la creación literaria,
en un cuerpo-texto, capaz de construir otros lugares posibles frente a los imposibles de la
colonialidad. De esta manera, pensamos la poesía de autoría trans como diz/topías, es decir, poesía
como palabras para ocupar mundos, una escritura que integra el proceso de autorrecuperación e
inventa lugares [topías/tropos] para discutir nuestra existencia y una resistencia concebida como
futuro: mundos posibles de sueños, afecto, creatividad, colectividad. Así, discutiremos a partir de
las obras Mem(orais): poéticas de uma byxa-travesty preta de cortes (2019), de Luna Souto
Ferreira; Escuiresendo: ontografias poéticas (2020), de Abigail Campos Leal, Sal a Gosto (2018),
de Esteban Rodrigues y Profecia (2022), de Diana Salu, cómo sus poéticas inventan nuevos lugares,
diz/topías, capaces de integrar un proceso de la autorecuperación y la invención de otros lugares
que posibiliten no sólo sueños, luchas y afectos; pero también para ir más allá del dolor,
consolidando nuestros esfuerzos por existir y resistir a este mundo que nos quiere silenciados y
muertos.
PALABRAS CLAVE: Poética contemporánea. Literatura de autoría trans. Utopías queer.
ABSTRACT: The imaginary and our experiences are transformed, through literary creation, into
a body-text, capable of building other possible places in the face of the impossible of coloniality. In
this way, we think the poetry of transgender authorship as diz/topias, that is, poetry as words to
occupy worlds, a writing that integrates the process of self-recovery and invents places
[topias/tropes] to discuss our existence and a resistance conceived as future: possible worlds of
dreams, affection, creativity, collectivity. Thus, we will discuss from the works Mem(orais): poeticas
de byxa-travesty preta de cortes (2019), by Luna Souto Ferreira; Escuiresendo: ontografias
poéticas (2020), by Abigail Campos Leal, Sal a Gosto (2018), by Esteban Rodrigues and Profecia
(2022), by Diana Salu, how their poetics invent new places, diz/topias, capable of integrating a
process of self-recovery and the invention of other places that make possible not only dreams,
struggles and affections; but also to go beyond the pain, consolidating our efforts to exist and resist
this world that wants us silenced and dead.
KEYWORDS: Contemporary poetics. Literature of transgender authorship. Queer utopias.