Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 1
MULHERES RURAIS E EMPODERAMENTO FEMININO: VIVÊNCIAS DE
ESTÁGIO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
MUJER RURAL Y EMPODERAMIENTO FEMENINO: EXPERIENCIAS DE
PRÁCTICAS EN ESPACIOS NO ESCOLARES
RURAL WOMEN AND FEMALE EMPOWERMENT: INTERNSHIP EXPERIENCES IN
NON-SCHOOL SPACES
Islla Rayane Bonfim SANTOS1
e-mail: souzaislla@gmail.com
Pedro Paulo Souza RIOS2
e-mail:peudesouza@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
SANTOS, Islla Rayane Bonfim; RIOS, Pedro Paulo Souza.
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de
Estágio em Espaços não Escolares. Doxa: Rev. Bras. Psico.
e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN:
2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177
| Submetido em: 15/02/2023
| Revisões requeridas em: 22/04/2023
| Aprovado em: 11/06/2023
| Publicado em: 01/08/2023
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Senhor do Bonfim BA Brasil. Discente do curso de Pedagogia.
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Senhor do Bonfim BA Brasil. Professor substituto. Pós-Doutorado
em Educação (UFS).
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 2
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo refletir a importância do empoderamento
feminino para a potencialização e o fortalecimento, sobretudo, individual, social e econômico das
mulheres. Nessa perspectiva, foi desenvolvida uma pesquisa de caráter qualitativo com a utilização
das narrativas autobiográficas, a partir das atividades desenvolvidas no estágio em espaços não
escolares. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados: a observação e o diário de bordo.
Sendo assim, a pesquisa foi realizada no perímetro rural do município de Campo Formoso - Bahia.
E, no tocante às colaboradoras da pesquisa, foram um grupo de mulheres que residem em Limoeiro.
Para o aprofundamento teórico, busquei fundamentação nos/as seguintes autores/as: Minayo
(2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn (2007, 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018), Louro
(1997), Pimenta e Lima (2004) dentre outros/as. O estudo sinalizou que as discussões acerca dessa
temática precisam permear todos os espaços e cenários possíveis, uma vez que se tratam de questões
que envolvem o bem-estar e a qualidade de vida, sobretudo, das mulheres.
PALAVRAS-CHAVE: Empoderamento feminino. Ruralidades feministas. Equidade de gênero.
RESUMEN: Este estudio pretende reflejar la importancia del empoderamiento femenino para el
empoderamiento y fortalecimiento, sobre todo, individual, social y económico de la mujer. En esta
perspectiva, se desarrolló una investigación cualitativa con el uso de narrativas autobiográficas,
a partir de las actividades desarrolladas en el internado en espacios no escolares. Para la
recolección de datos se utilizaron los siguientes instrumentos: la observación y la bitácora. Por lo
tanto, la investigación se llevó a cabo en el perímetro rural del municipio de Campo Formoso -
Bahía. Y, en cuanto a los colaboradores de la investigación, eran un grupo de mujeres que viven
en Limoeiro. Para la profundización teórica busqué fundamento en los siguientes autores: Minayo
(2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn (2007; 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018), Louro
(1997), Pimenta y Lima (2004) entre otros. El estudio indicó que las discusiones sobre este tema
necesitan permear todos los espacios y escenarios posibles, ya que se trata de cuestiones que
involucran el bienestar y la calidad de vida, especialmente de las mujeres.
PALABRAS CLAVE: Empoderamiento femenino. Ruralidades feministas. Equidad de género.
ABSTRACT: This study aims to reflect the importance of female empowerment for the
empowerment and strengthening, above all, individual, social and economic women. In this
perspective, qualitative research was developed with the use of autobiographical narratives, from
the activities developed in the internship in non-school spaces. The following instruments were used
for data collection: observation and the logbook. Therefore, the research was carried out in the
rural perimeter of the municipality of Campo Formoso - Bahia. And, with regard to the research
collaborators, they were a group of women who live in Limoeiro. For the theoretical deepening, I
sought foundation in the following authors: Minayo (2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn
(2007; 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018), Louro (1997), Pimenta (2004) among others. The study
indicated that discussions about this theme need to permeate all possible spaces and scenarios,
since these are issues that involve the well-being and quality of life, especially for women.
KEYWORDS: Feminine empowerment. Feminist ruralities. Gender equity.
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 3
Considerações sobre os papéis de gênero
Levando em consideração o processo histórico, é possível perceber que desde a infância
vamos aprendendo como determinar funções, tarefas, espaços e classificá-los como “coisa de
homem e coisa de mulher”, sempre nos colocando em um posicionamento binário e dicotômico.
Neste contexto, as mulheres são sempre consideradas como frágeis, indefesas e incapazes de
serem autônomas (LOURO, 1997), sempre dependentes do estado, da igreja e do marido, sendo
a elas atribuídos papéis domésticos, familiares e maternos, criando-se o preconceito de que o
trabalho, ação responsável pela renda familiar, é função unicamente dos homens, que por sua
vez possuem a inteligência, a razão, a capacidade de decisão (PERROT, 2001), sendo essa
relação histórica de diferenciação consequência da desigualdade de gênero.
No entanto, é preciso ressaltar que as mulheres sempre desempenharam papéis
significativos no que diz respeito à sobrevivência, sobretudo, familiar, exercendo funções desde
as domésticas e maternas até as tarefas do campo que vão desde o plantio à colheita (CONTE,
2009), mas suas funções não eram restritas apenas ao fazer doméstico, registros de
participação das mulheres em inúmeros espaços de tomada de decisão, o que nos leva a pensar
o quanto a voz das mulheres foi silenciada da escrita da história, atribuindo esse papel apenas
aos homens (SCOTT, 1992). Quando nos referimos às mulheres em contextos rurais, é
importante salientar que mesmo com a sua participação e desempenho na produção rural, o
trabalho feminino acaba sendo, na maioria das vezes, desvalorizado e não possuindo o
reconhecimento que merece (FARIA, 2009), principalmente pelos homens da família, na qual
essa ação é vista não como trabalho, mas como auxílio ou complemento das atividades
domésticas, reforçando o silenciamento e a desvalorização do trabalho desenvolvido pelas
mulheres.
Dito isso, apresentamos como inquietação para o estudo em curso a seguinte indagação:
Qual a relevância do empoderamento feminino para a construção e/ou potencialização da
autoestima, autonomia e independência pessoal, social e econômica das mulheres rurais? Nessa
perspectiva, o presente estudo buscou compreender a importância do empoderamento feminino
para a potencialização e o fortalecimento, sobretudo, individual, social e econômico das
mulheres rurais.
Sabe-se que esse processo de empoderamento é desafiador, pois não é fácil romper com
as relações de poder existentes na sociedade, uma vez que desde a nossa base familiar somos
ensinadas acerca da dominação dos homens sobre as mulheres, dos privilégios masculinos que
a eles culturalmente dão o poder de tomar decisões unilaterais, que na maioria das vezes afetam
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 4
a nós mulheres e a família, da superioridade, do controle e até mesmo do direito de utilizar da
violência (BATLIWALA, 1994), admitido aos homens pelo patriarcado. Porém, precisamos
suscitar a discussão, provocar o emergir do debate em torno de tais questões, para que possamos
criar novas narrativas e formas de nos constituirmos enquanto mulheres nos múltiplos espaços
de atuação. Fazer fissuras nas narrativas cristalizadas e tomadas como verdade é um passo
importante no processo de tecer histórias das quais somos as protagonistas.
Caminhos metodológicos
O presente estudo se caracteriza como pesquisa de caráter qualitativo, movido pelo
interesse de buscar uma compreensão detalhada dos dados e informações apresentadas pelas
colaboradoras da pesquisa. Com base nisso, optamos por essa metodologia, sobretudo, porque
ela permite o aprofundamento e a complexificação do tema. A abordagem qualitativa preocupa-
se em responder questões muito particulares, e, portanto, possibilita que aconteça uma análise
aprofundada da realidade dos fatos, das relações e dos processos, o que resulta em uma
compreensão minuciosa dos aspectos e questões relacionadas à temática (MINAYO, 2004).
O tipo de pesquisa utilizado neste estudo foi a narrativa autobiográfica. A pesquisa
autobiográfica tem o intuito de formar elementos de análise que possibilitam a compreensão
subjetiva de determinado indivíduo e/ou situação que esteja envolvido/a, permitindo trabalhar
o passado e o presente de cada pessoa a partir das suas lembranças e experiências (SOUZA,
2006). Essas narrativas possibilitam que aconteça uma compreensão singular, e ao mesmo
tempo universal, uma vez que a narração dos fatos presentes na história de um sujeito pode
também fazer parte da história de vida de outros sujeitos.
Rios (2022, p. 28), salienta que as narrativas (auto)biográficas se apresentam enquanto
importantes ferramentas de investigação no processo de formação, pois: “[...] evidenciam
elementos da subjetividade dos sujeitos, suas trajetórias de formação e experiências de vida,
fatores que têm desencadeado novas perspectivas inerentes a formação docente”. Dessa
maneira, ressaltamos que a utilização desse método visa colaborar com os processos formativos
em distintas áreas do conhecimento. No caso específico deste estudo, o mesmo método irá
assegurar que as mulheres rurais possam discorrer acerca das suas vivências de
empoderamento.
No que diz respeito aos instrumentos de coleta de dados, foi utilizado a observação e o
diário de bordo. É pertinente destacar que os fatos ocorridos durante a observação precisam ser
registrados o quanto antes no diário de bordo para que o/a pesquisador/a não esqueça ou
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 5
introduza elementos que não aconteceram (FALKEMBACH, 1987). Através dele, juntamente
com a observação, que é outro instrumento pertinente na pesquisa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986),
foram coletadas informações para a reflexão e construção da minha análise de dados. A
pesquisa foi realizada em Limoeiro, perímetro rural do município de Campo Formoso Bahia
e as colaboradoras do estudo foram algumas senhoras da comunidade.
Partindo dessa perspectiva, é pertinente ressaltar que, no que diz respeito às
colaboradoras da pesquisa, optamos por atribuir nomes fictícios, para que sejam preservadas as
suas identidades. Em vista disso, é importante preservar e garantir o anonimato das pessoas
envolvidas na investigação, uma vez que no seu decorrer os/as colaboradores/as possam trazer
informações que, de alguma forma, sejam capazes de comprometê-los/as (MINAYO, 2010).
Portanto, durante as análises, irei chamar as colaboradoras da pesquisa por nomes de planetas,
sendo eles: Vênus, Saturno e Marte.
Estágio e formação docente
O estágio desenvolvido tanto em espaços escolares como em não escolares tem,
sobretudo, a finalidade de proporcionar ao/à discente uma aproximação com a realidade de um
grupo, ou até mesmo de uma comunidade (PIMENTA, 2012). Em vista disso, a partir do
diálogo, o momento do estágio pode contribuir para que as pessoas possam refletir acerca do
seu lugar e papel na sociedade (FREIRE, 2014), como também possibilita a emancipação dos
indivíduos, a sua transformação pessoal e, por conseguinte, social.
Considerando que o estágio possibilita ao/à discente um contato mais direto com a sua
área de estudo, é possível pensar esse período como uma oportunidade em que os/as
professores/as em formação adquirem conhecimentos para a construção da sua identidade
profissional (BARREIRO, 2006). Nesse sentido, durante as atividades de estágio, conseguimos
ampliar e intensificar os saberes dos aspectos que foram trabalhados, sobretudo, nas aulas do
componente curricular Estágio em Espaços não Escolares, uma vez que me possibilitou ver na
prática como e onde a teoria se aplica.
No tocante ao estágio na formação docente, Pimenta e Lima (2004, p. 61) ressaltam que:
“possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos
saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente”. No decorrer do período
formativo, os/as docentes vão construindo o seu conhecimento acerca das questões que
envolvem os espaços educacionais, bem como recebem uma preparação para lidar frente aos
desafios e às situações que emergem nesses espaços. A partir das vivências no momento do
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 6
estágio, o/a futuro/a educador/a constrói e reconstrói as suas concepções e a sua postura em
relação à docência.
Ao considerarmos que o estágio é uma atividade que promove um processo de
transformação da natureza e da sociedade (LIMA, 2012), é pertinente dizer que é também de
extrema importância reali-lo em espaços que tiveram o acesso dos processos de aprendizagem
negado, por não se configurarem como espaços formais de educação. As experiências que
obtive durante as atividades desenvolvidas foram suficientes para que eu pudesse enxergar a
importância do estágio nos espaços não escolares, visando contribuir para o desenvolvimento
do senso crítico e reflexivo dessas pessoas que, na maioria das vezes, são colocadas à margem
da sociedade.
Comumente, quando pensamos em estágio docente nos cursos de licenciatura, logo vem
à tona a imagem da escola, a sala de aula e todo o aparato educativo inerente ao fazer educativo.
Sobre isso, Rios (2020) argumenta que o estágio em espaços não escolares se configura como
um importante momento de aprendizagem para os/as futuros/as professores/as, uma vez que
acaba favorecendo que estes vivenciem práticas educativas em diferentes espaços, provocando
os/as professores/as em formação a pensar a educação para além dos espaços escolares. Assim,
é possível dizer que o referido estágio nos possibilita novos olhares quanto às práticas
educativas não escolares.
Estágio em Espaços não Escolares: educação para além dos muros da escola
Embora a educação seja comumente compreendida como o resultado das práticas
educativas desenvolvidas em salas de aulas, esta não pode ser limitada apenas a esses espaços
(BRANDÃO, 2013). Os conhecimentos, valores, hábitos dentre outros que adquirimos e
compartilhamos com as nossas famílias e/ou com o contexto social no qual estamos inseridos
também se configura como um tipo de educação, mesmo não acontecendo nas instituições de
ensino e de maneira formal (GOHN, 2010). Logo, os espaços intitulados como não escolares
ou espaços não formais como museus, bibliotecas, hospitais, associações também são
ambientes produtores de conhecimento.
Partindo dessa perspectiva, compreendemos que os espaços não escolares são locais
coletivos que possibilitam, de forma intencional, o compartilhamento de saberes, experiências
e aprendizados entre as pessoas que os frequentam, mas que não têm uma educação
sistematizada ou pré-estabelecida como nos espaços escolares (LIBÂNEO, 2010). É importante
destacar que a educação nesses espaços não é norteada por professores/as como no contexto
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 7
escolar, isto é, a aprendizagem acontece de forma espontânea entre as pessoas, sem que haja a
presença de um/a educador/a. Rios (2020) argumenta que nos espaços não escolares os/as
responsáveis pelo processo educativo são os sujeitos envolvidos, não havendo necessariamente
a obrigatoriedade de cumprir protocolos comuns em prática educativas escolares, como por
exemplo: cumprir horários rígidos ou discutir assuntos decididos de maneira vertical.
Durante os encontros de estágio, mesmo sinalizando para as colaboradoras da pesquisa
que estava passando por um período de estágio voltado para os espaços não escolares e
encontrava-se cursando o 5° semestre da licenciatura em pedagogia, algumas delas já me viam
como professora, como também, assim me chamavam. Diante disso, é possível perceber que
mesmo sem essa apresentação, o fato de estar articulando, propondo e desenvolvendo atividades
naquele espaço fazia de mim a docente (GADOTTI, 2005), reforçando a ideia tradicionalista
de que somente existe educação e aquisição do conhecimento se algum professor/a estiver à
frente do processo.
Ademais, no decorrer da oficina desenvolvida no dia 24/11/22, ao propor uma dinâmica
de interação que consistia em todas as pessoas presentes realizarem gestos sinalizadores de
afeto umas nas outras conforme o enredo do texto ia pedindo, ficou nítido a imagem do ser
intocável que as pessoas carregam em relação ao/a docente. Embora ainda não tenha a
formação, a concepção de que eu era a professora fez com que eu fosse excluída da maior parte
da atividade, o cenário mudou quando uma das colaboradoras fez o seguinte comentário:
“Tô percebendo que ninguém fazendo as coisas nela. É pra fazer também, (MARTE,
2022)?”. Nota-se, que enquanto alguém não disse que era permitido e sinalizou a minha
participação na interação, as pessoas não se dirigiram até mim, foi necessário dar “permissão”
para que elas entendessem que podiam me tocar e vir até mim.
Ao falarmos de estágio em espaços não escolares, muitos aspectos devem ser
considerados, sobretudo, a adequação das atividades à realidade dos sujeitos que nele estão
envolvidos (GOHN, 2007). Não se pode perder de vista que esses espaços são formados por
pessoas que possuem responsabilidades dentro de uma rotina cansativa, principalmente se
tratando de mulheres, que foi o público alvo do meu estágio. Nesse sentido, para melhor atendê-
las, em alguns momentos as atividades precisaram sofrer alterações. Como todas elas eram
donas de casa e tinham demandas domésticas e/ou maternas, houve a necessidade de adaptação
no horário e no caso de a oficina do dia 10/11/22 continuar em outro dia.
Conforme ressalta Dubar (1997, p. 29), a “identidade nunca é dada, é sempre construída
e a (re)construir, em uma incerteza maior ou menor e mais ou menos durável”. Em cada oficina
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 8
desenvolvida a partir do estágio, tivemos a oportunidade de construir e reconstruir nossas
identidades, no entanto, é importante ressaltar que essa reconstrução não se deu de maneira
tranquila, foi necessário rememorar nossas histórias, compreendermos quem somos de fato, em
nossas multidimensões.
Os diálogos, as socializações, as orientações das pessoas que ficaram à frente da
instrução da oficina da culinária e do artesanato, contribuíram para que pudéssemos adquirir
novas maneiras de pensar e agir enquanto pessoa e coletivo, bem como, possibilitou a
oportunidade dessas mulheres compartilharem um pouco do seu trabalho com a sociedade, ao
mesmo tempo em que faziam um exercício de autocompreensão de quem somos de fato:
mulheres da roça, que buscam, por meio do empoderamento feminino, reconstruir suas próprias
histórias.
Dessa maneira, entendemos que os momentos de discussões, sobretudo nos espaços não
escolares, são essenciais para promover o acesso ao conhecimento de questões pertinentes às
vivências das mulheres em suas individualidades, bem como, as experiências socializadas em
comunidade. Nesse sentido, visando refletir junto com as mulheres sobre autonomia e
consciência das relações de poder, os diálogos acerca do empoderamento feminino durante as
atividades de estágio foram indispensáveis. Em vista disso, é preciso que as universidades se
preocupem ainda mais com a educação nesses espaços, uma vez que, para além do âmbito
escolar, existem pessoas que necessitam conhecer o mundo e os debates à sua volta.
Empoderamento feminino: reflexões necessárias
Nas últimas décadas, o movimento em torno do empoderamento feminino vem
ganhando cada vez mais visibilidade em diferentes países, dentre eles o Brasil. A emancipação
individual e coletiva das mulheres é um dos atributos que nós historicamente temos lutado para
alcançarmos. Para nós que estamos engajadas na pauta da equidade de gênero, o
empoderamento feminino trata-se de um mecanismo que coadjuva para o avanço da liberdade,
no qual as mulheres individual e coletivamente possam tomar decisões e fazer escolhas sem
serem vítimas da opressão de gênero.
Comumente, as mulheres residentes no perímetro rural são vistas como pessoas
ignorantes e sem conhecimentos, atrasadas cultural e socialmente, que pelo lugar onde residem
terão sempre que ocupar o espaço de servir e não de serem servidas (PERROT, 2007). É notório
que a ausência do acesso ao conhecimento e às informações impossibilita ainda mais o
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 9
desenvolvimento da autoconfiança, autonomia, independência, bem como contribui para que
elas permaneçam nesse lugar de inferioridade que historicamente foram colocadas.
O empoderamento, sobretudo de mulheres rurais, não é positivo para aqueles que
desejam manter o patriarcado, as injustiças, as desigualdades sociais e de gênero (LERNER,
2019). Logo, é mais conveniente garantir que as “minorias” não tenham acesso a informações
que propiciem o desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva, assim os sistemas de
opressão serão preservados. O conhecimento é fundamental para nos libertarmos das amarras
da opressão de gênero que nos prendem (TIBURI, 2018), e, por isso, o entendimento para nós
mulheres sempre foi inviabilizado ou limitado. Assim, nos articularmos no sentido de promover
iniciativas de formação que assegurem às mulheres, em suas distintas realidades sociais,
instrumentos de autonomia e empoderamento se constitui enquanto um desafio a ser superado
por todos/as nós.
É importante ressaltar que, ao contrário do que muitos/as pensam, o empoderamento
feminino não procura fomentar a superioridade das mulheres sobre os homens, mas sim
desnaturalizar a predisposição para a servidão atribuída a nós mulheres desde o nascimento, por
meio de práticas sociais machistas e misóginas, que tentam a todo custo nos diminuir (TIBURI,
2018). Reconhecer-se como sujeito de direitos, compreender a importância de se posicionar e
expressar livremente frente às situações, ocupar espaços na sociedade que por muito tempo
foram inacessíveis e até proibidos para nós mulheres, nada disso está relacionado a
superioridade e sim a liberdade. Liberdade que o sistema conservador nunca quis que
tivéssemos.
Ruralidades feministas: refletindo sobre as vivências de mulheres rurais
Historicamente, as mulheres, sobretudo as rurais, tiveram direitos e oportunidades
negadas, bem como foram impossibilitadas de adentrar em alguns espaços e desempenhar
papéis, como a participação política e o exercício da cidadania (OLIVEIRA, 1999). Não se
pode perder de vista que, por muito tempo, “ser da roça” era visto, e ainda continua sendo, por
muitos/as como algo ruim ou vergonhoso, nos colocando em lugares tidos como de menor valor
social e cultural. Comumente, este espaço e as pessoas que nele residem não têm significância
para a sociedade, tudo o que é produzido por eles/as é colocado em dúvida ou é considerado
irrelevante. A roça não é pensada enquanto território de produção de conhecimento, de cultura,
de sentidos e significados, a esse território é atribuído apenas o lugar de produção de alimentos,
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 10
sendo inclusive desconsiderado todos os processos de subjetivações de gênero, raça, etnia,
dentre outros.
Ao falarmos das desigualdades de gênero, podemos dizer que são decorrência da
estrutura social patriarcal que, por vezes, continuidade às práticas machistas, sexistas,
preconceituosas e homofóbicas presentes cotidianamente em nossas vidas. No tocante às
ideologias tradicionais e conservadoras adotadas pela sociedade que contribuem para o
prosseguimento de preconceitos e discriminações, a colaboradora Vênus (2022) relatou: “Fui
tirar a habilitação e me perguntaram pra que eu queria se eu era mulher e não tinha
oportunidade”.
Nesse cenário, é possível perceber que, mesmo no século XXI, ainda uma resistência
em aceitar, sem questionar, as escolhas das mulheres. Embora, por um tempo, elas precisassem
de homens para dirigir e levá-las aos locais escolhidos, percebemos que para algumas isso não
é mais necessário. Todavia, mesmo com a possibilidade de aprenderem a dirigir e adquirirem
seu próprio meio de transporte, a sociedade ainda polemiza e associa essa prática ao masculino.
O comentário direcionado a essa mulher também reforça a ideia de que as pessoas da roça,
principalmente as mulheres, não precisam e não podem possuir bens materiais.
Desde criança somos educadas para sermos subservientes às figuras masculinas, desde
os nossos pais até os nossos parceiros que, por sua vez, tomam todas as decisões, até mesmo as
que cabem somente a nós (HOOKS, 2018). Essa relação de poder advém, acima de tudo, do
machismo estrutural que fundamenta a subjugação da mulher como sendo inferior ao homem,
sendo esse um dos pretextos utilizados para alcançar submissão e domínio (SCOTT, 1995). O
silenciamento e a opressão das mulheres são resultados dessas relações.
Partindo dessa perspectiva, a colaboradora Saturno (2022) ressaltou: “Eu trabalhava,
mas quem recebia o salário era ele, quando acabava ele gastava todo o dinheiro com cachaça e
mulher e nem me dava satisfação”. Em consonância ao que foi descrito, percebemos o nível de
subordinação que nós mulheres somos condicionadas a ter nas nossas relações, bem como, a
presença da cultura do silenciamento existente nos relacionamentos abusivos. Observem que
mesmo trabalhando, essa mulher não tinha sequer a chance de receber o pagamento, tampouco
de questionar ou saber pelo marido como e/ou onde o seu dinheiro foi empregado. Logo, a
relação social de poder desigual resulta em práticas abusivas como a dominação, na qual, quase
sempre, a pessoa subordinada é a esposa.
De sexo frágil, indefesa e inferior a mulher não tem nada. Embora, por muito tempo,
fomos obrigadas a acreditar nessa falácia, dia após dia temos lutado para desconstruir esses
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 11
estereótipos que incitam a misoginia, o sexismo, o machismo que estão impregnados na
sociedade. A educação pautada na opressão, submissão, inferioridade que muitas de nós
recebemos, principalmente quem reside no perímetro rural, onde a perspectiva de vida é o
casamento e a maternidade, precisa ser ultrapassada. Precisamos continuar sendo força e
resistência.
Equidade de gênero: uma luta por justiça
Percebemos que, desde cedo, os homens têm a predileção para estar à frente dos
negócios e serem bem-sucedidos, enquanto as mulheres o meramente ensinadas e
responsabilizadas pelos afazeres domésticos e maternos (FARIA; NOBRE, 1997). Se pararmos
para pensar, de forma consciente ou inconsciente, estamos a todo momento sendo preparadas
para desenvolver atividades ligadas ao lar e a família. É comum, na infância, recebermos
brinquedos como itens de cozinha e bonecas e, em contrapartida, os meninos recebem carros,
itens de marcenaria, dentre outros, voltados para o trabalho fora de casa.
Mesmo considerando todos os avanços que tivemos ao longo dos séculos no que diz
respeito aos direitos femininos, percebemos que ainda uma delimitação de espaços nos quais
as mulheres possam atuar (BIROLI, 2018). É notório que embora o intuito seja alcançar uma
sociedade equânime, que promova um tratamento justo entre as pessoas, na qual homens e
mulheres tenham acesso às mesmas oportunidades e direitos de forma proporcional, ainda
uma resistência em desconstruir tabus e estereótipos, sobretudo, no ambiente familiar.
As expectativas criadas pela sociedade em relação aos comportamentos, sobretudo das
crianças, são muitas. Exige-se que as garotas sejam delicadas, obedientes, sentimentais e, os
garotos, o oposto disso. Consequentemente, as pessoas que não se enquadram ou fogem do
padrão heteronormativo, considerado ideal, são excluídas, como também acabam sendo vítimas
do preconceito e da violência.
Não se pode perder de vista que, diferente do conceito de igualdade, a equidade não
parte da concepção de que as pessoas precisam somente ter as mesmas oportunidades, caindo
no equívoco de dizer que somos “todos” iguais. É necessário pensarmos a partir dos diferentes
contextos, uma vez que, no decorrer dos séculos, o acesso ao conhecimento e às oportunidades
encaminhou-se de maneiras e ritmos distintos para alguns/mas na sociedade (DAVIS, 2016).
Nessa conjuntura, pensando na perspectiva da equidade de gênero, para que todos/as alcancem
os mesmos resultados, é essencial que, para além das mesmas oportunidades, se propiciem
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 12
recursos que tornem o percurso mais justo para aquelas pessoas injustiçadas e prejudicadas no
processo.
Considerações finais: continuar é preciso!
As discussões realizadas no decorrer da pesquisa resultaram em dados e informações
fundamentais para o meu estudo no tocante às mulheres e ao perímetro rural. Nesse ensejo, é
relevante ressaltar a importância das experiências proporcionadas pelo estágio para a formação
docente, tanto para a construção da identidade pessoal como profissional dos/as futuros/as
pedagogos/as (LIMA, 2008). A partilha de saberes, experiências e aprendizados no percurso
das atividades de estágio permitiram expandir e aprofundar os meus conhecimentos e horizontes
sobre a perspectiva de gênero e as ruralidades feministas.
Em vista disso, a escolha dos recursos, que viriam a ser utilizados durante as atividades,
foram essenciais para que elas não deixassem de ser lúdicas e que o conhecimento fosse
construído, mas não de uma maneira monótona como normalmente acontece na educação em
espaços escolares. Nesse sentido, ter pensado em uma didática que favorecesse a aprendizagem,
ao mesmo tempo que permitia às pessoas se sentirem parte daquele espaço e processo,
contribuiu positivamente para que os objetivos do projeto fossem alcançados.
Por seu turno, as oficinas promoveram reflexões e debates importantes a partir das
histórias de vida, saberes pessoais, locais e concepções de beleza das colaboradoras da pesquisa.
Conhecer as suas lutas enquanto mulheres e residentes da comunidade rural me possibilitou
perceber, ainda mais, a relevância do empoderamento para a construção da autonomia,
autoestima e independência. Empoderar-me junto a elas nesse processo foi excepcional para a
minha formação como profissional e pessoa.
Conclui-se, preliminarmente, que os diálogos acerca dessa temática precisam permear
todos os espaços e cenários possíveis. Não podemos mais permitir que as mulheres permaneçam
sem ter acesso ao conhecimento das questões que envolvem o seu bem-estar e qualidade de
vida. Quando se trata das mulheres rurais, tal cenário é ainda mais preocupante, pois, como
vimos no decorrer do trabalho, além das dificuldades subsequentes da desigualdade de gênero,
elas enfrentam também percalços em virtude das condições sociais. Diante dessas premissas,
refletir próximo à comunidade rural feminina se fez importante e necessário.
No mais, pretendo aprofundar os meus estudos sobre a temática com a finalidade,
sobretudo, de dar continuidade a luta voltada para a construção de uma sociedade mais justa,
sensível e humana. Consoante a isso, a educação ainda é a nossa melhor ferramenta para romper
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 13
com a cultura da opressão, violência e dominação que nós mulheres somos sujeitadas. Em suma,
as discussões e reflexões acerca do empoderamento feminino e da equidade de gênero
contribuem para a desnaturalização da servidão e descontinuação de práticas machistas, sexistas
e discriminatórias existentes na sociedade.
REFERÊNCIAS
BARREIRO, I. M. F.; GEBRAN, R. A. Práticas de ensino e estágio supervisionado na
formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006.
BATLIWALA, S. The meaning of women’s empowerment: new concepts from action. In:
SEN, G.; GERMAIN, A.; CHEN, L. C. (eds.). Population policies reconsidered: health,
empowerment and rights. Boston: Harvard University Press, 1994.
BIROLI, F. Gênero e desigualdades: os limites da democracia no Brasil. São Paulo:
Boitempo, 2018.
BRANDÃO, C. R. O que é educação? São Paulo: Paz e Terra, 2013.
CONTE, I. I. Retalhos de História das Mulheres Camponesas. Revista Semina, v. 8, n. 2,
2009.
DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DUBAR, C. Para uma teoria sociológica da identidade: Em A socialização. Porto: Porto
Editora, 1997.
FALKEMBACH, E. M. F. Diário de campo: um instrumento de reflexão. Contexto e
educação, n. 7, 1987. Disponível em:
http://www.unirio.br/cchs/ess/Members/silvana.marinho/disciplina-instrumentos-e-tecnicas-
de-intervencao/unid-2-instrumentos-de-conhecimento-intervencao-e-registro/texto-7-
falkembach-elza-maria-fonseca-diario-de-campo-um-instrumento-de-reflexao-in-contexto-e-
educacao-no-7-jui-inijui-1987/at_download/file. Acesso em: 17 out. 2022.
FARIA, N. Economia feminista e agenda de lutas das mulheres no meio rural. In: BUTTO, A.
(org.). Estatísticas Rurais e a Economia Feminista: um olhar sobre o trabalho das mulheres.
Brasília, DF: MDA, 2009.
FARIA, N.; NOBRE, M. (org.). Gênero e desigualdade. São Paulo: SOF, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 56. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
GADOTTI, M. A questão da educação formal/não-formal. In: DROIT À LEDUCATION:
SOLUTION À TOUS LES PROBLÈMES OU PROBLÈME SANS SOLUTION? 2005, Sion.
Anais [...]. Sion: Institut international des droits de l’enfant, 2005.
GOHN, M. G. Educação não-formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 2007.
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 14
GOHN, M. G. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de
projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
HOOKS, B. O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras. 1. ed. Rio de Janeiro:
Rosa tempos, 2018.
LERNER, G. A Criação do Patriarcado: História da opressão das mulheres pelos homens.
São Paulo: Cultrix, 2019.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos: para que? São Paulo: Cortez, 2010.
LIMA, M. S. L. Reflexões sobre o estágio/ prática de ensino na formação de professores. Rev.
Diálogo Educ., v. 8, n. 23, p. 195-205, jan./abr. 2008. Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1981-416x2008000100012&script=sci_abstract.
Acesso em: 17 out. 2022.
LIMA, M. S. L. Estágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília, DF: Líder Livro,
2012.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. Rio de
Janeiro: Vozes, 1997.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São
Paulo: EPU, 1986.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social, teoria, método e criatividade. 24. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2004.
MINAYO, M. C. S. Técnicas de pesquisa: entrevista como técnica privilegiada de
comunicação. In: MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
OLIVEIRA, R. D. Elogio da diferença: o feminino emergente. 3. ed. São Paulo: Brasiliense,
1999.
PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução: Denise
Bottman. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
PERROT, M. Minha história de Mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.
PIMENTA, S. G. O Estágio na Formação do Professor: unidade teoria e prática? 11. ed.
São Paulo: Cortez, 2012.
RIOS, P. P. S. Estágio docente em espaços não escolares: narrativas de formação no curso de
pedagogia. Revista Debates em Educação, v. 12, n. esp. 2, p. 213-231, 2020. Disponível em:
https://www.seer.ufal.br/ojs2-somente-
consulta/index.php/debateseducacao/article/view/10213/pdf. Acesso em: 13 mar. 2023.
Islla Rayane Bonfim SANTOS e Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 15
RIOS, P. P. S. O estranho que habita em mim: subjetivações de gênero na educação.
Curitiba, PR: CRV, 2022.
SCOTT, J. História das mulheres. In: BURKE, P. (org.). A Escrita da história: novas
perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto
Alegre, v. 1, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 18 jun.
2022.
SOUZA, E. C. S. (org.). Autobiografias, Histórias de vida e Formação: pesquisa e ensino.
Porto Alegre, RS: EDIPUCRS; Salvador, BA: EDUNEB, 2006.
TIBURI, M. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. Rio de Janeiro: Rosa dos
Tempos, 2018.
Mulheres rurais e empoderamento feminino: Vivências de Estágio em Espaços não Escolares
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 16
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Ressaltamos a pesquisa respeitou todos os procedimentos éticos, contudo
não passou pelo comitê, tendo sido assinado o Termo de Livre Esclarecido e Consentido
TLEC, pelas participantes, que se encontra com os responsáveis pela pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Os dados coletados durante a pesquisa, inerentes às
entrevistas, foram digitados e posteriormente apresentados às participantes e estão sob a
responsabilidades dos responsáveis pela pesquisa.
Contribuições dos autores: Os pesquisadores participaram efetivamente na construção do
texto, bem como no processo de coleta de dados, não havendo uma separação entre os dois,
na construção de toda pesquisa.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 1
RURAL WOMEN AND FEMALE EMPOWERMENT: INTERNSHIP EXPERIENCES
IN NON-SCHOOL SPACES
MULHERES RURAIS E EMPODERAMENTO FEMININO: VIVÊNCIAS DE ESTÁGIO
EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
MUJER RURAL Y EMPODERAMIENTO FEMENINO: EXPERIENCIAS DE
PRÁCTICAS EN ESPACIOS NO ESCOLARES
Islla Rayane BONFIM SANTOS1
e-mail: souzaislla@gmail.com
Pedro Paulo SOUZA RIOS2
e-mail:peudesouza@yahoo.com.br
How to reference this article:
SANTOS, Islla Rayane Bonfim; RIOS, Pedro Paulo Souza.
Rural women and female empowerment: Internship
experiences in non-school spaces. Doxa: Rev. Bras. Psico. e
Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN:
2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177
| Submitted: 15/02/2023
| Revisions required: 22/04/2023
| Approved: 11/06/2023
| Published: 01/08/2023
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
State University of Bahia (UNEB), Senhor do Bonfim BA Brazil. Student of the Pedagogy course.
State University of Bahia (UNEB), Senhor do Bonfim BA Brazil. Substitute professor. Post-Doctorate in
Education (UFS).
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 2
ABSTRACT: This study aims to reflect the importance of female empowerment for the
empowerment and strengthening, above all, individual, social and economic women. In this
perspective, qualitative research was developed with the use of autobiographical narratives, from
the activities developed in the internship in non-school spaces. The following instruments were used
for data collection: observation and the logbook. Therefore, the research was carried out in the rural
perimeter of the municipality of Campo Formoso - Bahia. And, with regard to the research
collaborators, they were a group of women who live in Limoeiro. For the theoretical deepening, I
sought foundation in the following authors: Minayo (2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn
(2007; 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018), Louro (1997), Pimenta and Lima (2004) among others.
The study indicated that discussions about this theme need to permeate all possible spaces and
scenarios, since these are issues that involve the well-being and quality of life, especially for
women.
KEYWORDS: Feminine empowerment. Feminist ruralities. Gender equity.
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo refletir a importância do empoderamento
feminino para a potencialização e o fortalecimento, sobretudo, individual, social e econômico das
mulheres. Nessa perspectiva, foi desenvolvida uma pesquisa de caráter qualitativo com a utilização
das narrativas autobiográficas, a partir das atividades desenvolvidas no estágio em espaços não
escolares. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados: a observação e o diário de
bordo. Sendo assim, a pesquisa foi realizada no perímetro rural do município de Campo Formoso
- Bahia. E, no tocante às colaboradoras da pesquisa, foram um grupo de mulheres que residem em
Limoeiro. Para o aprofundamento teórico, busquei fundamentação nos/as seguintes autores/as:
Minayo (2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn (2007, 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018),
Louro (1997), Pimenta e Lima (2004) dentre outros/as. O estudo sinalizou que as discussões acerca
dessa temática precisam permear todos os espaços e cenários possíveis, uma vez que se tratam de
questões que envolvem o bem-estar e a qualidade de vida, sobretudo, das mulheres.
PALAVRAS-CHAVE: Empoderamento feminino. Ruralidades feministas. Equidade de gênero.
RESUMEN: Este estudio pretende reflejar la importancia del empoderamiento femenino para el
empoderamiento y fortalecimiento, sobre todo, individual, social y económico de la mujer. En esta
perspectiva, se desarrolló una investigación cualitativa con el uso de narrativas autobiográficas,
a partir de las actividades desarrolladas en el internado en espacios no escolares. Para la
recolección de datos se utilizaron los siguientes instrumentos: la observación y la bitácora. Por lo
tanto, la investigación se llevó a cabo en el perímetro rural del municipio de Campo Formoso -
Bahía. Y, en cuanto a los colaboradores de la investigación, eran un grupo de mujeres que viven
en Limoeiro. Para la profundización teórica busqué fundamento en los siguientes autores: Minayo
(2004), Souza (2006), Davis (2016), Gohn (2007; 2010), Hooks (2018), Tiburi (2018), Louro
(1997), Pimenta y Lima (2004) entre otros. El estudio indicó que las discusiones sobre este tema
necesitan permear todos los espacios y escenarios posibles, ya que se trata de cuestiones que
involucran el bienestar y la calidad de vida, especialmente de las mujeres.
PALABRAS CLAVE: Empoderamiento femenino. Ruralidades feministas. Equidad de género.
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 3
Considerations about gender roles
Taking into account the historical process, it is possible to see that, since childhood, we
have been learning how to determine functions, tasks, spaces and classify them as “a man thing
and a woman thing”, always placing us in a binary and dichotomous position. In this context,
women are always considered as fragile, defenseless and incapable of being autonomous
(LOURO, 1997), always dependent on the state, the church and the husband, being assigned
domestic, family and maternal roles, creating prejudice that work, the action responsible for
family income, is a function solely of men, who in turn have intelligence, reason, and decision-
making capacity (PERROT, 2001), and this historical relationship of differentiation is a
consequence of gender inequality.
However, it should be noted that women have always played significant roles with
regard to survival, especially in the family, performing functions ranging from domestic and
maternal to field tasks ranging from planting to harvesting (CONTE, 2009), but their functions
were not restricted to just doing housework, there are records of women's participation in
numerous decision-making spaces, which leads us to think how much women's voice was
silenced in the writing of history, attributing this role only to men (SCOTT, 1992). When we
refer to women in rural contexts, it is important to point out that even with their participation
and performance in rural production, female work ends up being, in most cases, undervalued
and not having the recognition it deserves (FARIA, 2009), mainly by the men in the family, in
which this action is seen not as work, but as an aid or complement to domestic activities,
reinforcing the silencing and devaluation of the work carried out by women.
That said, we present as a concern for the ongoing study the following question: What
is the relevance of female empowerment for the construction and/or enhancement of self-
esteem, autonomy and personal, social and economic independence of rural women? In this
perspective, the present study sought to understand the importance of female empowerment for
the potentializing and strengthening, above all, individual, social and economic of rural women.
It is known that this process of empowerment is challenging, as it is not easy to break
with existing power relations in society, since from our family base we are taught about the
domination of men over women, the male privileges that they culturally give the power to make
unilateral decisions, which most often affect us women and the family, superiority, control and
even the right to use violence (BATLIWALA, 1994), admitted to men by patriarchy. However,
we need to raise the discussion, provoke the emergence of the debate around such issues, so
that we can create new narratives and ways of constituting ourselves as women in the multiple
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 4
spaces of action. Making cracks in crystallized narratives taken as truth is an important step in
the process of weaving stories in which we are the protagonists.
Methodological paths
The present study is characterized as qualitative research, driven by the interest of
seeking a detailed understanding of the data and information presented by the research
collaborators. Based on this, we opted for this methodology, mainly because it allows the
deepening and complexification of the theme. The qualitative approach is concerned with
answering very particular questions, and therefore allows for an in-depth analysis of the reality
of facts, relationships and processes, which results in a thorough understanding of aspects and
issues related to the theme (MINAYO, 2004).
The type of research used in this study was the autobiographical narrative. The
autobiographical research aims to form elements of analysis that allow the subjective
understanding of a certain individual and/or situation that is involved, allowing to work the past
and the present of each person from their memories and experiences (SOUZA, 2006). These
narratives allow for a unique and, at the same time, universal understanding, since the narration
of the facts present in the history of a subject can also be part of the life history of other subjects.
Rios (2022, p. 28, our translation), points out that (auto)biographical narratives are
presented as important research tools in the training process, because: “[...] they show elements
of the subjects' subjectivity, their training trajectories and experiences of life, factors that have
triggered new perspectives inherent to teacher education”. Thus, we emphasize that the use of
this method aims to collaborate with the training processes in different areas of knowledge. In
the specific case of this study, the same method will ensure that rural women can talk about
their experiences of empowerment.
With regard to data collection instruments, observation and the logbook were used. It is
pertinent to point out that the facts that occurred during the observation need to be recorded as
soon as possible in the logbook so that the researcher does not forget or introduce elements that
did not happen (FALKEMBACH, 1987). Through it, together with observation, which is
another relevant instrument in the research (LÜDKE; ANDRÉ, 1986), information was
collected for reflection and construction of my data analysis. The research was carried out in
Limoeiro, rural perimeter of the municipality of Campo Formoso - Bahia and the collaborators
of the study were some ladies of the community.
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 5
From this perspective, it is pertinent to emphasize that, with regard to the research
collaborators, we chose to assign fictitious names, so that their identities are preserved. In view
of this, it is important to preserve and guarantee the anonymity of the people involved in the
investigation, since in the course of the investigation the collaborators can bring information
that, in some way, are capable of compromising them (MINAYO, 2010). Therefore, during the
analyses, I will call the research collaborators by names of planets, namely: Venus, Saturn and
Mars.
Internship and teacher training
The internship developed both in school and non-school spaces has, above all, the
purpose of providing the student with an approximation with the reality of a group, or even a
community (PIMENTA, 2012). In view of this, based on dialogue, the moment of the internship
can contribute to people reflecting on their place and role in society (FREIRE, 2014), as well
as enabling the emancipation of individuals, their personal transformation and, therefore,
therefore social.
Considering that the internship allows the student to have a more direct contact with
their area of study, it is possible to think of this period as an opportunity in which teachers in
training acquire knowledge for the construction of their professional identity (BARREIRO,
2006). In this sense, during the internship activities, we were able to expand and intensify the
knowledge of the aspects that were worked on, especially in the classes of the curricular
component Internship in Non-School Spaces, since it allowed me to see in practice how and
where the theory is applied.
With regard to the internship in teacher training, Pimenta and Lima (2004, p. 61, our
translation) point out that: “it allows working on essential aspects for the construction of
identity, knowledge and specific postures in the teaching profession”. During the training
period, teachers build their knowledge about issues involving educational spaces, as well as
receive preparation to deal with the challenges and situations that emerge in these spaces. From
the experiences at the time of the internship, the future educator builds and rebuilds his/her
conceptions and posture in relation to teaching.
When we consider that the internship is an activity that promotes a process of
transformation of nature and society (LIMA, 2012), it is pertinent to say that it is also extremely
important to carry it out in spaces that have had access to the learning processes denied, for do
not configure themselves as formal spaces of education. The experiences I obtained during the
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 6
developed activities were enough for me to see the importance of the internship in non-school
spaces, aiming to contribute to the development of the critical and reflective sense of these
people who, most of the time, are placed on the margins of society.
Usually, when we think of a teaching internship in undergraduate courses, the image of
the school, the classroom and all the educational apparatus inherent in educational activities
soon come to the fore. About this, Rios (2020) argues that the internship in non-school spaces
is an important learning moment for future teachers, since it ends up favoring them to
experience educational practices in different spaces, provoking the /teachers in training to think
about education beyond school spaces. Thus, it is possible to say that the referred internship
allows us new perspectives regarding non-school educational practices.
Internship in Non-School Spaces: education beyond the walls of the school
Although education is commonly understood as the result of educational practices
developed in classrooms, this cannot be limited to these spaces only (BRANDÃO, 2013). The
knowledge, values, habits, among others, that we acquire and share with our families and/or
with the social context in which we are inserted is also configured as a type of education, even
though it does not happen in educational institutions and in a formal way (GOHN, 2010).
Therefore, non-school spaces or non-formal spaces such as museums, libraries, hospitals,
associations are also knowledge-producing environments.
From this perspective, we understand that non-school spaces are collective places that
intentionally allow the sharing of knowledge, experiences and learning among people who
attend them, but who do not have a systematized or pre-established education as in school
spaces (LIBÂNEO, 2010). It is important to highlight that education in these spaces is not
guided by teachers as in the school context, that is, learning happens spontaneously among
people, without the presence of an educator. Rios (2020) argues that in non-school spaces, those
responsible for the educational process are the subjects involved, and there is not necessarily
an obligation to comply with common protocols in school educational practices, such as:
complying with strict schedules or discussing matters decided vertically.
During the internship meetings, even signaling to the research collaborators that I was
going through an internship period focused on non-school spaces and was studying the 5th
semester of the degree in pedagogy, some of them already saw me as a teacher, as also, that's
what they called me. Therefore, it is possible to perceive that even without this presentation,
the fact of articulating, proposing and developing activities in that space made me a teacher
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 7
(GADOTTI, 2005), reinforcing the traditionalist idea that there is only education and
knowledge acquisition if some teacher is at the forefront of the process.
In addition, during the workshop held on 11/24/22, by proposing an interaction dynamic
that consisted of all the people present performing gestures that signal affection towards each
other as the plot of the text was asking, the image of the being became clear untouchable that
people carry in relation to the teacher. Although I still didn't have the training, the idea that I
was the teacher meant that I was excluded from most of the activity, the scenario only changed
when one of the collaborators made the following comment: “I'm noticing that nobody is doing
things there. It’s also supposed to be done, right (MARS, 2022)?”. It is noted that while
someone did not say that it was allowed and signaled my participation in the interaction, people
did not approach me, it was necessary to give “permission” so that they understood that they
could touch me and come to me.
When we talk about internships in non-school spaces, many aspects must be considered,
above all, the adequacy of activities to the reality of the subjects involved in them (GOHN,
2007). One cannot lose sight of the fact that these spaces are made up of people who have
responsibilities within a tiring routine, especially when it comes to women, who were the target
audience of my internship. In this sense, to better serve them, at times the activities had to
undergo changes. As all of them were housewives and had domestic and/or maternal demands,
there was a need to adapt the time and in case the workshop on 11/10/22 continued on another
day.
As Dubar (1997, p. 29, our translation) points out, “identity is never given, it is always
constructed and to be (re) constructed, in greater or lesser uncertainty and more or less durable”.
In each workshop developed from the internship, we had the opportunity to build and rebuild
our identities, however, it is important to emphasize that this reconstruction did not happen
smoothly, it was necessary to remember our stories, to understand who we are in fact, in our
multidimensions.
The dialogues, the socializations, the orientations of the people who were in charge of
the cooking and handicraft workshop instruction, contributed so that we could acquire new
ways of thinking and acting as a person and collective, as well as, it made possible the
opportunity for these women to share a little of their work with society, at the same time that
they carried out an exercise in self-understanding of who we really are: rural women, who seek,
through female empowerment, to rebuild their own stories.
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 8
In this way, we understand that the moments of discussion, especially in non-school
spaces, are essential to promote access to knowledge of issues pertinent to the experiences of
women in their individualities, as well as the experiences socialized in the community. In this
sense, aiming to reflect together with the women on autonomy and awareness of power
relations, the dialogues about female empowerment during the internship activities were
indispensable. In view of this, universities need to be even more concerned with education in
these spaces, since, in addition to the school environment, there are people who need to know
the world and the debates around them.
Female empowerment: necessary reflections
In recent decades, the movement around female empowerment has been gaining more
and more visibility in different countries, including Brazil. The individual and collective
emancipation of women is one of the attributes that we have historically struggled to achieve.
For those of us who are engaged in the agenda of gender equality, female empowerment is a
mechanism that helps to advance freedom, in which women individually and collectively can
make decisions and make choices without being victims of gender oppression.
Commonly, women residing in rural perimeters are seen as ignorant and uninformed
people, culturally and socially backward, who, due to the place where they live, will always
have to occupy the space of serving and not being served (PERROT, 2007). It is notorious that
the lack of access to knowledge and information further impedes the development of self-
confidence, autonomy, independence, as well as contributing to their remaining in that place of
inferiority that they have historically been placed.
Empowerment, especially of rural women, is not positive for those who wish to maintain
patriarchy, injustices, social and gender inequalities (LERNER, 2019). Therefore, it is more
convenient to guarantee that “minorities” do not have access to information that favors the
development of critical and reflective capacity, thus the systems of oppression will be
preserved. Knowledge is fundamental to freeing ourselves from the shackles of gender
oppression that bind us (TIBURI, 2018), and, therefore, understanding for us women has always
been unfeasible or limited. Thus, articulating ourselves in order to promote training initiatives
that ensure that women, in their different social realities, instruments of autonomy and
empowerment constitutes a challenge to be overcome by all of us.
It is important to emphasize that, contrary to what many people think, female
empowerment does not seek to encourage women's superiority over men, but rather to
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 9
denaturalize the predisposition to servitude attributed to us women from birth, through sexist
social practices. and misogynists, who try at all costs to diminish us (TIBURI, 2018).
Recognizing yourself as a subject of rights, understanding the importance of taking a stand and
expressing yourself freely in the face of situations, occupying spaces in society that for a long
time were inaccessible and even prohibited for us women, none of this is related to superiority,
but freedom. Freedom that the conservative system never wanted us to have.
Feminist rurality: reflecting on the experiences of rural women
Historically, women, especially rural ones, have had their rights and opportunities
denied, as well as being unable to enter certain spaces and play roles, such as political
participation and the exercise of citizenship (OLIVEIRA, 1999). One cannot lose sight of the
fact that, for a long time, “being from the countryside” was seen, and still is, by many as
something bad or shameful, placing us in places considered to have less social and cultural
value. Commonly, this space and the people who live in it have no significance for society,
everything that is produced by them is questioned or considered irrelevant. The farm is not
thought of as a territory for the production of knowledge, culture, senses and meanings, this
territory is only attributed to the place of food production, and all processes of subjectivation
of gender, race, ethnicity, among others, are disregarded.
When we talk about gender inequalities, we can say that they are a result of the
patriarchal social structure that sometimes gives continuity to sexist, sexist, prejudiced and
homophobic practices that are present in our daily lives. With regard to the traditional and
conservative ideologies adopted by society that contribute to the continuation of prejudice and
discrimination, the collaborator Venus (2022) reported: “I went to get my driver's license and
they asked me why I wanted it if I was a woman and I didn't have the opportunity”.
In this scenario, it is possible to perceive that, even in the 21st century, there is still
resistance to accepting, without questioning, women's choices. Although for a while they
needed men to drive and take them to their chosen locations, we have realized that for some
this is no longer necessary. However, even with the possibility of learning to drive and acquiring
their own means of transport, society still argues and associates this practice with men. The
comment directed at this woman also reinforces the idea that people from the countryside,
especially women, do not need and cannot have material goods.
Since childhood, we are educated to be subservient to male figures, from our parents to
our partners who, in turn, make all decisions, even those that are ours alone (HOOKS, 2018).
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 10
This power relationship comes, above all, from the structural machismo that underlies the
subjugation of women as being inferior to men, which is one of the pretexts used to achieve
submission and dominance (SCOTT, 1995). The silencing and oppression of women are results
of these relationships.
From this perspective, the collaborator Saturn (2022) highlighted: “I worked, but he was
the one who received the salary, when it was over, he spent all the money on cachaça and
women and did not even give me satisfaction”. In line with what has been described, we
perceive the level of subordination that we women are conditioned to have in our relationships,
as well as the presence of the culture of silencing that exists in abusive relationships. Note that
even working, this woman did not even have the chance to receive payment, nor to question or
know from her husband how and/or where her money was used. Therefore, the social
relationship of unequal power results in abusive practices such as domination, in which, almost
always, the subordinate person is the wife.
Of fragile, defenseless and inferior sex, woman has nothing. Although, for a long time,
we were forced to believe in this fallacy, day after day we have struggled to deconstruct these
stereotypes that incite misogyny, sexism, machismo that are impregnated in society. The
education based on oppression, submission, inferiority that many of us receive, especially those
who live in rural areas, where the perspective of life is marriage and motherhood, needs to be
overcome. We need to continue to be strength and endurance.
Gender equity: a fight for justice
We noticed that, from an early age, men have a predilection for being at the forefront of
business and being successful, while women are merely taught and held responsible for
domestic and maternal tasks (FARIA; NOBRE, 1997). If we stop to think, consciously or
unconsciously, we are constantly being prepared to develop activities related to home and
family. It is common, in childhood, to receive toys such as kitchen items and dolls and, in return,
boys receive cars, carpentry items, among others, aimed at working outside the home.
Even considering all the advances we have made over the centuries with regard to
women's rights, we realize that there is still a delimitation of spaces in which women can act
(BIROLI, 2018). It is clear that although the intention is to achieve an equitable society, which
promotes fair treatment among people, in which men and women have proportional access to
the same opportunities and rights, there is still resistance in deconstructing taboos and
stereotypes, especially in the family environment.
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 11
The expectations created by society in relation to behavior, especially children, are
many. Girls are required to be delicate, obedient, sentimental, and boys the opposite of that.
Consequently, people who do not fit into or flee the heteronormative pattern, considered ideal,
are excluded, as well as end up being victims of prejudice and violence.
One cannot lose sight of the fact that, unlike the concept of equality, equity does not
start from the idea that people only need to have the same opportunities, falling into the mistake
of saying that we are “all” equal. It is necessary to think from different contexts, since, over the
centuries, access to knowledge and opportunities has moved in different ways and rhythms for
some/but in society (DAVIS, 2016). At this juncture, thinking from the perspective of gender
equity, so that everyone can achieve the same results, it is essential that, in addition to the same
opportunities, resources are provided that make the path fairer for those people who are harmed
in the process.
Final remarks: continuing is necessary!
The discussions held during the research resulted in fundamental data and information
for my study regarding women and the rural perimeter. In this context, it is important to
emphasize the importance of the experiences provided by the internship for teacher training,
both for the construction of the personal and professional identity of future pedagogues (LIMA,
2008). The sharing of knowledge, experiences and lessons learned during the internship
activities allowed me to expand and deepen my knowledge and horizons on the gender
perspective and feminist rurality.
In view of this, the choice of resources, which would be used during the activities, were
essential so that they did not cease to be playful and that knowledge was built, but not in a
monotonous way, as usually happens in education in school spaces. In this sense, having
thought of a didactic that favored learning, while allowing people to feel part of that space and
process, contributed positively to the achievement of the project's objectives.
In turn, the workshops promoted important reflections and debates based on the life
stories, personal knowledge, places and conceptions of beauty of the research collaborators.
Getting to know their struggles as women and residents of the rural community allowed me to
further understand the relevance of empowerment for building autonomy, self-esteem and
independence. Empowering myself with them in this process was exceptional for my training
as a professional and person.
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 12
It is concluded, preliminarily, that the dialogues about this theme need to permeate all
possible spaces and scenarios. We can no longer allow women to remain without access to
knowledge of issues that involve their well-being and quality of life. When it comes to rural
women, this scenario is even more worrying because, as we saw in the course of the work, in
addition to the subsequent difficulties of gender inequality, they also face mishaps due to social
conditions. Given these assumptions, reflecting closely on the female rural community has
become important and necessary.
Furthermore, I intend to deepen my studies on the subject with the aim, above all, of
continuing the struggle aimed at building a more just, sensitive and humane society.
Accordingly, education is still our best tool to break with the culture of oppression, violence
and domination that we women are subjected to. In short, discussions and reflections on female
empowerment and gender equity contribute to the denaturalization of servitude and the
discontinuation of sexist, sexist and discriminatory practices existing in society.
REFERENCES
BARREIRO, I. M. F.; GEBRAN, R. A. Práticas de ensino e estágio supervisionado na
formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006.
BATLIWALA, S. The meaning of women’s empowerment: new concepts from action. In:
SEN, G.; GERMAIN, A.; CHEN, L. C. (eds.). Population policies reconsidered: health,
empowerment and rights. Boston: Harvard University Press, 1994.
BIROLI, F. Gênero e desigualdades: os limites da democracia no Brasil. São Paulo:
Boitempo, 2018.
BRANDÃO, C. R. O que é educação? São Paulo: Paz e Terra, 2013.
CONTE, I. I. Retalhos de História das Mulheres Camponesas. Revista Semina, v. 8, n. 2,
2009.
DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DUBAR, C. Para uma teoria sociológica da identidade: Em A socialização. Porto: Porto
Editora, 1997.
FALKEMBACH, E. M. F. Diário de campo: um instrumento de reflexão. Contexto e
educação, n. 7, 1987. Available at:
http://www.unirio.br/cchs/ess/Members/silvana.marinho/disciplina-instrumentos-e-tecnicas-
de-intervencao/unid-2-instrumentos-de-conhecimento-intervencao-e-registro/texto-7-
falkembach-elza-maria-fonseca-diario-de-campo-um-instrumento-de-reflexao-in-contexto-e-
educacao-no-7-jui-inijui-1987/at_download/file. Access: 17 Oct. 2022.
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 13
FARIA, N. Economia feminista e agenda de lutas das mulheres no meio rural. In: BUTTO, A.
(org.). Estatísticas Rurais e a Economia Feminista: um olhar sobre o trabalho das mulheres.
Brasília, DF: MDA, 2009.
FARIA, N.; NOBRE, M. (org.). Gênero e desigualdade. São Paulo: SOF, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 56. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
GADOTTI, M. A questão da educação formal/não-formal. In: DROIT À LEDUCATION:
SOLUTION À TOUS LES PROBLÈMES OU PROBLÈME SANS SOLUTION? 2005, Sion.
Anais [...]. Sion: Institut international des droits de l’enfant, 2005.
GOHN, M. G. Educação não-formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 2007.
GOHN, M. G. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de
projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010.
HOOKS, B. O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras. 1. ed. Rio de Janeiro:
Rosa tempos, 2018.
LERNER, G. A Criação do Patriarcado: História da opressão das mulheres pelos homens.
São Paulo: Cultrix, 2019.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos: para que? São Paulo: Cortez, 2010.
LIMA, M. S. L. Reflexões sobre o estágio/ prática de ensino na formação de professores. Rev.
Diálogo Educ., v. 8, n. 23, p. 195-205, jan./abr. 2008. Available at:
http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1981-416x2008000100012&script=sci_abstract.
Access: 17 Oct. 2022.
LIMA, M. S. L. Estágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília, DF: Líder Livro,
2012.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. Rio de
Janeiro: Vozes, 1997.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São
Paulo: EPU, 1986.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social, teoria, método e criatividade. 24. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2004.
MINAYO, M. C. S. Técnicas de pesquisa: entrevista como técnica privilegiada de
comunicação. In: MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.
OLIVEIRA, R. D. Elogio da diferença: o feminino emergente. 3. ed. São Paulo: Brasiliense,
1999.
Rural women and female empowerment: Internship experiences in non-school spaces
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 24, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 14
PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução: Denise
Bottman. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
PERROT, M. Minha história de Mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.
PIMENTA, S. G. O Estágio na Formação do Professor: unidade teoria e prática? 11. ed.
São Paulo: Cortez, 2012.
RIOS, P. P. S. Estágio docente em espaços não escolares: narrativas de formação no curso de
pedagogia. Revista Debates em Educação, v. 12, n. esp. 2, p. 213-231, 2020. Available at:
https://www.seer.ufal.br/ojs2-somente-
consulta/index.php/debateseducacao/article/view/10213/pdf. Access: 13 Mar. 2023.
RIOS, P. P. S. O estranho que habita em mim: subjetivações de gênero na educação.
Curitiba, PR: CRV, 2022.
SCOTT, J. História das mulheres. In: BURKE, P. (org.). A Escrita da história: novas
perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1992.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto
Alegre, v. 1, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995. Available at:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Access: 18 Jun. 2022.
SOUZA, E. C. S. (org.). Autobiografias, Histórias de vida e Formação: pesquisa e ensino.
Porto Alegre, RS: EDIPUCRS; Salvador, BA: EDUNEB, 2006.
TIBURI, M. Feminismo em comum: para todas, todes e todos. Rio de Janeiro: Rosa dos
Tempos, 2018.
Islla Rayane Bonfim SANTOS and Pedro Paulo Souza RIOS
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 18, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v24iesp.1.18177 15
CRediT Author Statement
Acknowledgments: Not applicable.
Financing: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: We emphasize that the research respected all ethical procedures,
however it did not pass through the committee, and the participants signed the Informed
Consent Form (TLEC), which is with those responsible for the research.
Availability of data and material: The data collected during the research, inherent to the
interviews, were typed and later presented to the participants and are under the
responsibility of those responsible for the research.
Author Contributions: The researchers participated effectively in the construction of the
text, as well as in the data collection process, with no separation between the two in the
construction of the entire research.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.