Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 1
VULNERABILIDADE E SEXUALIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM
ESTUDO COM PROFESSORES(AS)
1
VULNERABILIDAD E SEXUALIDAD DE LAS PERSONAS CON DISCAPACIDAD: UN
ESTUDIO CON DOCENTES
VULNERABILITY AND SEXUALITY OF PEOPLE WITH DISABILITIES: A STUDY
WITH TEACHERS
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO2
e-mail: leilane.spadotto@unesp.br
Ana Cláudia BORTOLOZZI3
e-mail: claudia.bortolozzi@unesp.br
Como referenciar este artigo:
DE CARVALHO, L. R. S.; BORTOLOZZI, A. C.
Vulnerabilidade e sexualidade de pessoas com deficiência:
Um estudo com professores(as). Doxa: Rev. Bras. Psico. e
Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN:
2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364
| Submetido em: 15/08/2023
| Revisões requeridas em: 25/03/2024
| Aprovado em: 11/04/2024
| Publicado em: 28/05/2024
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Esse artigo é parte da dissertação de mestrado “Sexualidade e educação sexual de alunos (as) alvo da educação
especial: concepções de professores (as)” defendida em 2020 no Programa de Pós Graduação em Psicologia do
Desenvolvimento e Aprendizagem (FC,UNESP/ Bauru-SP), elaborado pela primeira autora, com a orientação da
segunda autora.
2
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru SP Brasil. Psicóloga. Mestre em Psicologia do
Desenvolvimento e Aprendizagem. Bolsista CAPES de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação
Escolar (FCLar,UNESP/Araraquara-SP).
3
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru SP Brasil. Professora Associada. Faculdade de Ciências
(UNESP, Bauru).
Vulnerabilidade e sexualidade de pessoas com deficiência: Um estudo com professores(as)
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 2
RESUMO: A sexualidade é um tema repleto de tabus que pode gerar diversas formas de
vulnerabilidade, especialmente em relação a pessoas com deficiência (PcD). A educação sexual
(ES) é uma das maneiras de prevenir esses riscos. Esta pesquisa descritiva teve como objetivo
investigar a opinião de 48 professores sobre sexualidade e vulnerabilidade de PcD. Os
participantes responderam a um questionário sobre: (a) Vulnerabilidade de PcD ao contágio de
infecções sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas e violências sexuais; e (b)
Relação entre gênero e a vulnerabilidade de PcD. Os dados mostram que os professores
acreditam que os alunos com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista são mais
vulneráveis do que os demais e não percebem diferenças significativas entre homens e mulheres
nesse contexto. Conclui-se que os professores devem elaborar e aplicar propostas de ES
inclusiva que atendam a todos na escola, visando diminuir diversas vulnerabilidades.
PALAVRAS-CHAVE: Vulnerabilidade. Deficiências. Educação Sexual.
RESUMEN: La sexualidad es un tema lleno de tabúes que pueden generar diferentes formas
de vulnerabilidad, especialmente cuando se trata de personas con discapacidad (PcD) y la
educación sexual (ES) es una de las formas de prevenir estos riesgos. Esta investigación
descriptiva tuvo como objetivo investigar la opinión de 48 docentes sobre la sexualidad y
vulnerabilidad de las personas con discapacidad que respondieron a un cuestionario sobre:
(a) Vulnerabilidad de las personas con discapacidad al contagio de infecciones de transmisión
sexual, embarazos no deseados y violencia sexual y (b) Relación entre género y la
vulnerabilidad de las personas con discapacidad. Los datos muestran que los docentes creen
que los estudiantes con discapacidad intelectual y trastorno del espectro autista serían más
vulnerables que otros y no perciben diferencias si son hombres o mujeres. Se concluye que los
docentes deben desarrollar y aplicar propuestas inclusivas de ES que sirvan a todos en la
escuela para reducir diversas vulnerabilidades.
PALABRAS CLAVE: Vulnerabilidad. Discapacidades. Educación Sexual.
ABSTRACT: Sexuality is a topic filled with taboos that can create various forms of
vulnerability, particularly concerning people with disabilities (PwD). Sexual education (SE) is
one way to prevent these risks. This descriptive research aimed to investigate the opinions of
48 teachers regarding sexuality and the vulnerability of PwD. Participants responded to a
questionnaire about (a) the Vulnerability of PwD to sexually transmitted infections, unwanted
pregnancies, and sexual violence and (b) The relationship between gender and the vulnerability
of PwD. The data indicate that teachers believe students with intellectual disabilities and autism
spectrum disorder are more vulnerable than others and do not perceive significant differences
between men and women in this context. It is concluded that teachers should develop and
implement inclusive SE proposals that cater to everyone in the school, aiming to reduce various
vulnerabilities.
KEYWORDS: Vulnerability. Disabilities. Sexual Education.
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO e Ana Cláudia BORTOLOZZI
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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Introdução
A sexualidade é um fenômeno amplo presente na vida de todas as pessoas, sendo
considerada um fator fundamental para o desenvolvimento saudável de todo ser humano
(Brasil, 1997; Bastos; Deslandes, 2005). Ela inclui valores, afetos, emoções, vivências, relações
afetivas e interpessoais, crenças, entre outros aspectos, ultrapassando a ideia restritiva de que
sexualidade é apenas sinônimo de sexo (UNESCO, 2019).
Na sexualidade, vive-se também o gênero, a identidade, o erotismo, as orientações
sexuais, a intimidade, a afetividade, incluindo pensamentos, fantasias, crenças, atitudes,
valores, práticas, desejos, etc. Sendo assim, embora abarque e possibilite diversas dimensões
da experiência humana única e íntima, “nem sempre elas são todas experienciadas ou expressas.
A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais,
econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais” (WHO, 2003,
p. 5).
Além disso, embora a sexualidade seja uma expressão individual, ela é uma construção
influenciada pelo contexto no qual vivemos, variando culturalmente, temporalmente e
historicamente, ou seja, não é uma questão “natural” na medida em que é experienciada por
seres humanos culturais (Bozon, 2004; Foucault, 1988; Mottier, 2008).
Nas ciências atuais temos reconhecido a importância de vivências positivas em relação
à sexualidade, mas esse ainda é um tema cerceado por tabus e mitos, frutos de um histórico
marcado por um longo processo de repressão que, segundo Foucault (1988), desvelavam
interdições (e permissões) sociais mais presentes desde o século XIX, com justificativas não
somente religiosas, mas também médicas, que limitavam a vida sexual apenas ao contexto
privado de casais heterossexuais para fins de procriação.
Corresponder aos padrões de uma sexualidade considerada “desejável”, “normal” e
sadia”, quando se corresponde a uma norma social, por exemplo, ser homem ou mulher,
heterossexual, branco, magro, já é algo geralmente exigente para todos(as), o que se multiplica
na complexidade quando há um estigma da diferença, como a deficiência (Bortolozzi, 2021).
Os modelos definidores de normalidade são aprendidos nos processos de ES que
vivemos ao longo da vida em instâncias sociais como a família, a mídia e os discursos sociais:
regras, ordens, modelos, brincadeiras, etc. (Bortolozzi, 2022; Werebe, 1988). Este processo
pode ser informal, por meio dos diferentes discursos, artefatos culturais e formalizado em
propostas sistematizadas e intencionais de ensino sobre sexualidade e, em todos os casos, os
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comportamentos, sentimentos, ideias, identidades, etc. que são consideradas “aceitas” e
“corretas” trazem uma carga de moralidade construída social e historicamente.
Em uma modalidade “formal”, de um modo pedagógico, (como deve ocorrer nas
escolas, por exemplo), a ES deve ter finalidades, objetivos, metodologia e planejamento; ser
realizada para proporcionar o pensamento crítico e promover condições para uma vivência
saudável, autônoma e segura da sexualidade considerando o ser humano de modo integral e
contextualizado (UNESCO, 2019). Além disso, ela deve ser um meio de redução de riscos,
sobretudo, às populações mais vulneráveis como às PcD (Bortolozzi, 2021; Heighway;
Webster, 2008; Martinello, 2014; Schwier; Hingsburger, 2007; Vilela, 2016).
Vulnerabilidade é um conceito que surgiu em 1980, época da epidemia do HIV/Aids,
no campo da saúde, objetivando “uma leitura mais compreensiva dos complexos processos de
saúde e enfermidade e, portanto, auxiliadora de respostas sociais mais efetivas e integrais”
(Florêncio; Moreira, 2021, p. 2), sendo chamado também de vulnerabilidade em saúde (ou VS).
Para Carmo e Guizardi (2018), o termo teria origem no latim “vulnerare” e “bílis”, que
significa lesar, ferir, e estar suscetível a algo. Na bioética, o termo seria concernente ao “[...]
estado de ser/estar em perigo ou exposto a potenciais danos em razão de uma fragilidade
atrelada à existência individual, eivada de contradições” (p. 5). Entretanto, é preciso ampliar a
noção de pessoa vulnerável, para contextos que levam a situações de vulnerabilidade às pessoas.
Nesse sentido, pessoas ou coletividades em vulnerabilidade seriam, portanto,
aqueles(as) que estão suscetíveis a sofrer danos, adoecimento e/ou agravos e finitude por uma
ou mais condições individuais e sociais de desvantagem, definição acordada tanto pela área da
assistência social, quanto da saúde (Carmo; Guizardi, 2018; Florêncio; Moreira, 2021). Os
autores complementam que
[...] ao mesmo tempo, o ser humano vulnerável pode possuir ou ser apoiado
para criar as capacidades necessárias para a mudança de sua condição. É com
base nessa última afirmação que concordamos que não se trata,
a vulnerabilidade, apenas de uma condição natural que não permite
contestações. Isso porque percebemos que o estado de vulnerabilidade associa
situações e contextos individuais e, sobretudo, coletivos (Carmo; Guizardi,
2018, p. 6).
São muitos os fatores que contribuem para vulnerabilidade quando pensamos em
sexualidade, tais como, a condição social e econômica, questões de gênero, raça/etnia, o nível
de escolaridade, etc. A vulnerabilidade na área da saúde é especificada como a capacidade ou
não, seja essa individual e/ou coletiva, de refletir e decidir sobre situações de risco diretamente
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relacionadas aos fatores biológicos, individuais, familiares, culturais, sociais, políticos e
econômicos (Brasil, 2007).
três eixos principais que estão conectados e constituem a vulnerabilidade: (a)
individual quantidade e qualidade da educação e/ou informação que os sujeitos dispõem sobre
determinado assunto e se existe a capacidade de transpor esse conhecimento nas práticas
cotidianas (da teoria à praxis); (b) social acesso à informação e a capacidade de utilizá-la,
porém, nos níveis social, cultural e político, que inclui acesso aos meios de comunicação,
educação, recursos materiais, etc., e (c) institucional recursos sociais que disponibilizem (ou
não) informações e materiais (entre outros elementos), necessários em nível local, regional ou
nacional (Ayres; França Júnior; Calazans; Saletti Filho, 2009; Paula et al., 2010; Bortolozzi,
2021).
As condições de desvantagem social podem interferir na sexualidade das pessoas, pois
pouco ou nenhum acesso às informações e uma precária ES pode impactar negativamente nas
experiências sexuais e aumentar as condições de vulnerabilidade e prejudicar no
desenvolvimento de atitudes de prevenção contra infecções ou doenças e gravidezes
indesejadas (Bortolozzi; 2021; Paula et al., 2010). Além disso, Vilela (2016) comenta que
familiares têm dificuldades de lidar com a sexualidade de seus(as) filhos(as) com deficiência e
pouco conversam ou orientam sobre o assunto, aumentando a vulnerabilidade das PcD.
De acordo com Cavalcante e Minayo (2009), existe uma maior incidência de violências
em grupos expostos a alguma vulnerabilidade social. Essas violências vão desde o
silenciamento dos desejos das PcD até mesmo abusos psicológicos, físicos e sexuais.
cerca de 10,3% das vítimas de estupro possuíam alguma deficiência, sendo
31,1% desses casos contra indivíduos que apresentam deficiência mental e
29,6% contra indivíduos com transtorno mental. Além disso, 12,2% do total
de casos de estupros coletivos foram contra vítimas com alguma deficiência
(Brasil, 2018, p. 66).
Sendo assim, podemos considerar que PcD estão mais suscetíveis a situações de
violências, pois formam um grupo estigmatizado e vulnerável que, embora atualmente conte
com a luta por direitos de grupos ativistas, ainda carece de políticas que compreendam suas
sexualidades e abarquem suas necessidades de proteção e de orientação em propostas inclusivas
de ES.
Pessoas com deficiência (PcD) são mais vulneráveis a violências devido às situações de
maior dependência e desigualdade de poder em relação a familiares, profissionais e cuidadores.
Essas vulnerabilidades são exacerbadas por dificuldades de interação social, barreiras
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atitudinais e de comunicação, além de dificuldades para perceber e denunciar as violências
(Bortolozzi, 2021; Cerqueira; Bueno, 2023; Heighway; Webster, 2008).
Atualmente registros nacionais, como o “Atlas da Violência”, têm se preocupado em
retratar o fenômeno da violência no Brasil, principalmente a partir dos dados do Sistema de
Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan), do Ministério da Saúde (Cerqueira; Bueno, 2023). Segundo o Atlas da Violência de
2023, houve entre as PcD a ocorrência de várias formas de violência (física, psicológica, sexual,
patrimonial, laboral e ainda de negligência) e essas violências foram, muito comumente, de
modo intrafamiliar.
O Quadro 1 mostra os dados mais atuais sobre os casos denunciados e registrados de
violência relacionados às PcD, mas lembramos que muitos casos em que não denúncia,
nem notificação. Os dados sobre uma prevalência maior em vítimas meninas e que conheciam
o perpetrador (majoritariamente do sexo masculino) da violência sexual eram questões
discutidas na OMS desde seu relatório em 2003 (WHO, 2003).
Quadro 1 Número de notificações sobre violência ocorrida contra cada 10 mil PcD no
Brasil no ano de 2021
Mulher
Homem
Deficiência intelectual4
45
16,2
Deficiência física
14,3
6,3
Deficiência auditiva
5,3
2,3
Deficiência visual
2,3
1,2
Fonte: Atlas da Violência (Cerqueira; Bueno, 2023).
Penso et al. (2019) afirmam que é maior o número de casos de violência sexual nos
quais a vítima é menina. Soares et al. (2016) analisaram 700 prontuários de casos de violência
sexual notificados pelo Serviço de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Sexual
(SAMVVIS) em Teresina (Piauí), selecionando os prontuários de vítimas mulheres. No grupo
analisado, a idade das vítimas era em média 11 anos e os agressores eram do sexo masculino,
com prevalência de idade entre 22 a 39 anos (48,4%), seguida da faixa etária de 40 a 59 anos
(30,8%), 27,3% dos agressores eram o pai e/ou o padrasto da vítima, seguido pelo vizinho
(23,4%), indicando que os agressores eram frequentemente pessoas próximas à vítima. O
4
Atualmente a Deficiência Intelectual no DSM 5-TR é chamada de “Transtorno do Desenvolvimento Intelectual”,
mas neste artigo manteremos “Deficiência Intelectual” (DI), pois ainda é o termo mais conhecido e porque foi o
termo utilizado na ocasião da coleta de dados.
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO e Ana Cláudia BORTOLOZZI
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ambiente familiar representou o local de maior incidência de abusos (46,7%), seguido pela
residência do agressor (24,8%).
É possível perceber que, assim como ocorre na população sem deficiência, a ocorrência
e o registro da violência de modo geral é maior entre as mulheres retratando um cenário
preocupante que é a nossa sociedade machista e cuja violência está relacionada a questão de
gênero e outras interseccionalidades (Gesser; Block; Mello, 2020).
A literatura aponta para uma dificuldade de crianças e de adolescentes em compreender
a violência por si só, ainda mais quando essa acontece de forma intrafamiliar (em que, muitas
vezes, o uso de coerções e ameaças para que o abuso não seja descoberto) (Viodres Inoue;
Ristum, 2008). Isso reforça o fato de que a ausência de informações e uma ES omissa prejudica
a prevenção e aumenta a vulnerabilidade (dificulta a identificação e até mesmo a denúncia dos
casos), sobretudo em casos de PcD (Bortolozzi, 2021; De Carvalho, 2020).
A família é uma instância primária de ES informal e deve ser um local de atenção contra
essa violência tão recorrente. A escola, por outro lado, é um cenário fundamental para a
prevenção e a identificação de violência sexual, pois é nela que elas passam grande parte do seu
cotidiano, estando em contato com os pares, professores(as) e a equipe escolar. Viodres Inoue
e Ristum (2008) analisaram casos de violência sexual atendidos pelo Serviço de Atenção a
Pessoas em Situação de Violência Sexual (Viver, Salvador/BA) que foram identificados ou
revelados no contexto escolar no período entre 2001 e 2004.
De 2522 casos analisados, apenas 22 (0,91%) foram denunciados quando as vítimas
estavam em idade escolar, demonstrando que esses espaços tiveram pouca contribuição como
fator de proteção e/ou identificação nos casos de violência, mas quando ocorreu pela escola, foi
a professora a figura predominante a identificar os abusos. Devemos nos atentar também que é
na infância e na adolescência que se tem mais contato com serviços públicos (de saúde e
educação) e esses podem e devem atuar também como serviços de proteção a essa população.
[...] a identificação baseou-se em evidências muito claras, o que leva à
suposição de que os sinais mais sutis passam despercebidos pelos
profissionais da escola. [...] fatores responsáveis pelos baixos índices de
identificação da violência sexual pela escola: o desconhecimento, por parte
das educadoras, do ECA e das penalidades aplicáveis ao profissional que não
denuncia a suspeita ou a ocorrência da violência; o desconhecimento das
conseqüências da violência sexual sobre o desenvolvimento infanto-juvenil; e
a necessidade de fatores altamente indicativos de violência sexual, tais como
auto-relato e presença de sinais físicos. [...]. Por outro lado, a estrutura dos
cursos de formação de educadores, de modo geral, não os capacita para a
identificação e intervenção nos casos de violência sexual (Viodres Inoue;
Ristum, 2008, p. 20).
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É fundamental que não as crianças, adolescentes e jovens tenham informações para
identificarem e denunciarem situações de violência (sexual ou outras), o que é proporcionado
por uma ES de qualidade, mas que os(as) educadores(as) e equipes escolares também saibam
identificar e tomar providências legais nesses casos, para que as escolas cumpram seu papel
social de proteção às juventudes e que recebam formação e capacitação para atuarem nesta área
(Brino; Williams, 2008; De Carvalho, 2020).
Pensando na preparação de educadores(as) para lidarem com a ES na escola, Bortolozzi
e Vilaça (2020) investigaram as atitudes de professores(as) diante de situações projetivas
envolvendo alunos(as) da educação especial na escola em situações de autoerotismo, toques
indevidos, beijo, namoro, abuso sexual, pergunta sobre sexo e exibicionismo. Diante das
supostas cenas, as atitudes mais frequentes relatadas pelos(as) professores(as) foram: conversar
com o(a) aluno(a) “diálogo acolhedor”, “pedir ajuda” e “corrigir os comportamentos”. Os(as)
professores(as) tentavam resolver as situações complexas, mas não souberam refletir porque
ocorriam, nem como preveni-las e não relatavam uma proposta de ES na escola que fosse
inclusiva para alunos(as) com DI, TEA, surdez ou cegueira. As autoras defendem a ES na escola
e a formação continuada para os(as) professores(as).
Professores(as) têm mostrado dificuldades em assumir processos de ES para PcD nas
escolas, pois lidam com suas próprias dificuldades pessoais relacionadas à temática e carecem
de formação na área (Aderemi, 2014; Reus et al., 2015).
Considerando que as pessoas com deficiência (PcD) são indivíduos sexuais e que estão
mais vulneráveis em relação à sua saúde sexual devido à sua condição estigmatizante, aos
preconceitos vigentes e à falta de Educação Sexual (ES), e considerando também que os
professores são importantes agentes de ES na escola inclusiva, este estudo descritivo teve como
objetivo investigar a opinião dos professores sobre sexualidade e vulnerabilidade das pessoas
com deficiência.
Método
Participantes
Foram participantes 48 professores(as) de escolas públicas do ensino fundamental e
médio. Desses(as) professores(as), 31 se identificaram como “mulher” e 17 como “homem” e
a idade da maioria era entre “41 e 50 anos” (n=21), seguida de “31 e 40 anos” (n=10), “51 e
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60 anos” (n=9), 30 anos ou menos” (n=6) e apenas dois casos de 61 anos ou mais”. (Ver
Tabela 1).
Tabela 1 - Caracterização dos/as professores/as (n=48)
VARIÁVEIS PARTICIPANTES
No
Gênero
Mulheres
31
Homens
17
Total
48
Idade
30 anos ou menos
6
31-40 anos
10
41-50 anos
21
51-60 anos
9
61 anos ou mais
2
Total
48
Fonte: Elaborado pelas autoras de acordo com os dados coletados na pesquisa.
Instrumento
Nesse estudo descritivo o instrumento de coleta de dados escolhido foi o questionário,
com intuito de possibilitar e facilitar uma amostra (N) maior para posterior análise e discussão
(Hill; Hill, 2016). Tal questionário foi adaptado com o utilizado na pesquisa de Maia e Vilaça
(2017). Neste questionário havia solicitações de dados pessoais e profissionais e questões
fechadas e semiabertas organizadas em eixos temáticos.
Procedimentos de coleta e de análise de dados
O questionário foi aplicado em professores(as) de 4 escolas de ensino público de uma
cidade de médio porte do interior do Estado de São Paulo no ano de 2019. Após contato inicial
com o(a) coordenador(a) de cada uma das escolas, dirigiu-se à instituição presencialmente para
o convite aos professores/as presentes que, reunidos em uma sala, receberam explicações sobre
a pesquisa e seus objetivos. Aos que aceitaram participar, foi entregue o instrumento impresso
para o preenchimento que foi realizado individualmente em uma sala reservada pela escola.
Além disso, sendo voluntários(as) também leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido de participação na pesquisa.
Os questionários foram recolhidos após o preenchimento que durou, em média, 25
minutos. Os dados dos questionários foram tabulados e organizados em tabelas de Excel, para
estatística descritiva simples (Shaughnessy; Zechmeister; Zechmeister, 2012).
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Todos os procedimentos éticos foram respeitados. O projeto de pesquisa foi
encaminhado a um Comitê de Ética de uma universidade pública e obteve o parecer favorável
de n.º 2.997.987. Apresentamos neste artigo dados parciais do estudo, focalizando o eixo
vulnerabilidades, sexualidade e deficiência, embora no questionário existissem outros dados
não tratados neste texto. Os resultados serão apresentados a partir da descrição de duas
categorias temáticas.
Opinião de professores/as sobre PcD serem mais vulneráveis ao contágio de infecções
sexualmente transmissíveis (IST), gravidezes indesejadas e violências sexuais
Os professores percebem a vulnerabilidade que as pessoas com deficiência (PcD)
vivenciam na sexualidade, concordando “totalmente” ou “parcialmente” com suas condições
de risco. Em relação à crença sobre as PcD serem mais vulneráveis à violência sexual, assim
como ao contágio de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e à ocorrência de gravidezes
não planejadas, as respostas que apresentaram maior concordância (“totalmente”) com essa
afirmação foram relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) (n=8), à deficiência
intelectual (DI) (n=11), à deficiência física DF (n=8) e às deficiências sensoriais (DS) (n=7), e
em “concordo parcialmente” ao TEA (n=14), à DI (n=18), à DF (n=10) e à DS (n=9). É
possível notar que o maior número de concordância apareceu em relação à Deficiência
Intelectual.
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Figura 1 Opinião dos(as) professores(as) sobre vulnerabilidade de PcD em relação à
violência sexual, contração de IST e gravidez não planejada
Fonte: Elaborado pelas autoras de acordo com os dados coletados na pesquisa.
Nessa questão, grande parte dos(as) participantes concordou (total ou parcialmente) que
a vulnerabilidade à violência sexual, IST e gravidez não planejada ocorre em pessoas com TEA
(n=22) e DI (n=29), ou seja, a condição cognitiva e social mais prejudicada parece mais
associada a noção de maior de vulnerabilidade. Além disso, para esses(as) professores(as) existe
uma certa equivalência em relação às condições DI e TEA.
A maior parte da discordância foi em DS (total e parcial, n=20), como se as deficiências
sensoriais não fossem variáveis importantes para a vulnerabilidade. Entretanto, fatores como
falta de acesso aos serviços de saúde, desinformações, problemas de comunicação, interações
e habilidades sociais, somados a uma perspectiva interseccional, sobretudo no cenário
brasileiro, em que as pessoas com deficiências sensoriais são, em grande parte, idosas,
mulheres, de cor preta, de baixa escolaridade e de baixo rendimento, potencializam os riscos de
infecções e de outros riscos (Navega, 2024).
Bortolozzi (2021) salienta que é importante que se faça um trabalho de ES com pessoas
com DS para que elas conheçam seus corpos (anatomia), entendam e possam nomear seus
órgãos genitais e consequentemente desenvolvam sua sexualidade com informações seguras.
Wild, Kelly, Blackburn e Ryan (2014) complementam que alunos(as) com DV podem mostrar
dificuldades na compreensão de algumas informações em relação à sexualidade, podendo
manifestar comportamentos considerados inadequados, por isso, necessitam de ES com
recursos concretos e adaptados.
8
14
654
10
1
11
18
35650
810 75710
1
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10
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40
Quantidade de Professores
Respostas
TEA
DI
DF
DS
Vulnerabilidade e sexualidade de pessoas com deficiência: Um estudo com professores(as)
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Da mesma forma, alunos(as) com surdez precisam de intérpretes de línguas e uma boa
comunicação para aprenderem não somente os conteúdos escolares, mas também as
informações em ES: nomeação e funcionamento do corpo, métodos contraceptivos, saúde
sexual e reprodutiva, prevenção contra HIV/IST, questões de gênero, relacionamento,
consentimento, sexo, prazer, etc. Estudos mostram (Tobin-West; Akani, 2014; Trejo, 2005) que
alunos(as) surdos são mais vulneráveis em relação à saúde sexual, apresentam dificuldades na
compreensão de informações e necessitam de ES.
A deficiência física não foi tão significativa como uma condição de vulnerabilidade em
relação às demais para o grupo de professores(as) desta pesquisa (n=18 concordam e n=12
discordam). No entanto, Bortolozzi (2021) e Cavalcante e Minayo (2009) ressaltam que
também é um público igualmente vulnerável que necessita de Educação Sexual (ES). De acordo
com o Atlas da Violência no Brasil (Cerqueira e Bueno, 2023), a deficiência física, depois da
intelectual, foi o segundo maior grupo de pessoas acometido por violências, tanto para mulheres
quanto para homens.
De qualquer forma, as PcD intelectual e TEA, são de fato uma população bastante
vulnerável às situações de violências (Cridland et al., 2014; Schwier; Hingsburger, 2007)
especialmente se não recebe uma ES que lhe assegure um repertório com habilidades sociais de
autoproteção (Bortolozzi, 2021) e é bem interessante que os/as participantes reconheçam essa
vulnerabilidade, embora não esclareçam porque pensam assim. Qualquer pessoa pode ser
vítima de violência sexual, porém existem alguns grupos ou indivíduos que têm uma maior
vulnerabilidade, incluindo nessa lista crianças e jovens adultos e pessoas com deficiências
(homens e mulheres) (WHO, 2003).
Outro fator importante a ser considerado no atravessamento desse tema é a “infecção na
pessoa com deficiência” versus “deficiência pela infecção”, que PcD podem ser infectadas
com o vírus, mas também casos em que as pessoas portadoras do vírus adquirem alguma
deficiência como “sequela” do uso de medicação e/ou avanço da infecção (por exemplo,
limitações físicas e/ou sensoriais) (Paula et al., 2010).
Os dados, pesquisas e ações na área de prevenção de HIV/Aids em PcD são escassos
nacional e internacionalmente e “a consequência desta falta de informações, combinada às
condições de maior vulnerabilidade e risco dessa população é o aumento do número de casos
de DST
5
e de HIV/AIDS” (Gil, 2018, s/p). Esses dados corroboram o que foi discutido
5
Forma antiga de se referir à IST.
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO e Ana Cláudia BORTOLOZZI
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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anteriormente, pois, apesar da sexualidade e de tudo o que a envolve serem frequentemente
ignoradas e desconsideradas quando se lança um olhar normativo sobre a experiência das
Pessoas com Deficiência (PcD), isso não impede que elas se tornem vulneráveis a uma ampla
gama de violências e agravos à saúde sexual, incluindo o contágio de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST). Não se pode ignorar que esses cenários de risco poderiam ser
minimizados por meio de iniciativas que proporcionem um maior e melhor acesso a
informações sobre seus corpos, direitos sexuais e práticas saudáveis e seguras da sexualidade
(Gil, 2018; De Carvalho, 2020).
Salienta-se a fundamental importância da ES com crianças e jovens para uma prevenção
em relação à saúde sexual e reprodutiva, aos direitos sexuais, aos relacionamentos afetivos e
sexuais, sem violências, lembrando que a escola é um local privilegiado para que essa ES ocorra
de modo pedagógico (UNESCO, 2019). Bortolozzi (2021) ainda complementa que essa ES
deve também ser inclusiva, atendendo as necessidades e especificidades das pessoas com
deficiências.
Cavalcante e Minayo (2009) ressaltam que falta, ainda, nomear e considerar vários
outros grupos vulneráveis à violência que, consequentemente, ficam fora das estatísticas, como,
por exemplo, as crianças com deficiência que vivem nas ruas, as minorias étnicas, os refugiados,
etc.) e que a discussão com os profissionais deve envolver uma reflexão mais profunda sobre
as produções sociais e históricas da violência, das vulnerabilidades diversas e dos direitos
humanos.
Opinião de professores/as sobre gênero e a vulnerabilidade de PcD
A questão de gênero, aqui limitada à percepção de “ser homem” e “ser mulher” nas
crenças sobre a sexualidade das Pessoas com Deficiência (PcD), também foi objeto de
investigação. Os(as) professores(as) foram questionados(as) se consideravam que a
vulnerabilidade e as experiências sexuais das PcD seriam as mesmas, independentemente de
serem meninas/mulheres ou meninos/homens, ou se seriam influenciadas pelo gênero. Os dados
revelam que o grupo de professores(as) apresentou uma opinião dividida, com 19 respondendo
sim” e 18 respondendo “não”. Apenas sete professores(as) assinalaram “em parte”, enquanto
quatro deixaram a questão em branco. Em nenhum caso, houve explicação ou justificativa para
as respostas, o que dificultou a análise (Ver Figura 2).
Vulnerabilidade e sexualidade de pessoas com deficiência: Um estudo com professores(as)
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Figura 2 Opinião dos/as professores/as sobre as concepções “vulnerabilidade e
sexualidade” diferirem sendo as PcD homens e/ou mulheres
Fonte: Elaborado pelas autoras de acordo com os dados coletados na pesquisa.
Gênero, como uma condição social e parte da identidade pessoal, certamente contribuirá
para que outras relações sejam estabelecidas na vivência de sua sexualidade. Pensar o gênero
como uma categoria implica em acreditar que haveria uma influência social direta em ser
homem ou mulher, somada a condição da deficiência, qualquer que seja ela. Autores(as)
defendem que é necessário haver uma visão interseccional, levando em conta aspectos que
influenciam e estão diretamente ligados a posição social que essa população ocupa, como a
raça, a classe e, nesse caso, o gênero (Gesser; Block; Mello, 2020; Magnabosco; Souza, 2019;
De Mello; Nuernberg, 2013).
De Mello e Nuernberg (2013) acreditam que as mulheres com deficiência sofrem mais
situações de exclusão do que os homens com deficiência e do que as mulheres sem deficiência,
estando assim em uma “dupla desvantagem” (principalmente considerando a sociedade
patriarcal em que vivemos, que se reflete em aspectos como participação social, renda, direitos
sexuais e reprodutivos, entre outros). Além disso, ressaltam que a vulnerabilidade se evidencia
ainda mais quando há outros fatores relacionados, tais como: classe social, raça/etnia, religião,
orientação sexual, geração, etc.
Os dados obtidos sugerem que os(as) participantes não identificam uma relação entre
gênero e deficiência. Por exemplo, não associam o gênero a crenças sobre hipersexualidade ou
assexualidade, relacionamentos/casamentos, reprodução, e vulnerabilidades às violências e às
infecções. Isso demonstra uma visão limitada em relação às interseccionalidades.
Estudos chamam a atenção para as mulheres com deficiência como pessoas que vivem
em condições mais desvantajosas em relação à sexualidade, até mesmo assumindo uma
sobrecarga já desvantajosa apenas por “ser mulher” relacionada, por exemplo, à maternidade e
Sim; 19
Não; 18
Em Parte; 7
Em Branco;
4
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ao casamento (Gesser, 2020) e à violência. De acordo com Paula et al. (2010)
6
, “estima-se que
mulheres com deficiência correm três vezes mais o risco de sofrerem abuso sexual do que
mulheres sem deficiência. A não inclusão das pessoas com deficiência nos programas de saúde
sexual agrava esta vulnerabilidade” (p. 59). De qualquer forma, pensar a variável gênero na
relação sexualidade e deficiência é uma questão importante que deve ser considerada em outros
estudos (Bortolozzi, 2021; Dantas; Silva; Carvalho, 2014; Parkes; Hall; Wilson, 2009).
A literatura destaca a questão de gênero como uma variável importante nos estudos
sobre deficiência. No entanto, os(as) professores(as) não perceberam a vulnerabilidade, foco
deste estudo, como uma questão que variaria em função de ser homem ou mulher. Vale lembrar
que a expressão de gênero pode incluir diversas outras questões, como identidade, orientação
sexual e expressão de gênero. Os dados obtidos nos questionários foram limitados,
impossibilitando qualquer suposição sobre esses achados. Estudos futuros com uma coleta de
dados mais detalhada poderiam aprofundar e problematizar melhor essa questão.
Considerações finais
Os dados obtidos são limitados e não podem ser generalizados, mas indicam que os
agentes educativos, como os professores, ainda têm muito a revelar sobre seus conhecimentos
e percepções acerca da sexualidade de seus alunos, especialmente no contexto da escola
inclusiva. Por que professores(as) acreditam que pessoas com problemas cognitivos e
comportamentais são mais vulneráveis em relação à saúde sexual e às violências em relação às
outras condições como limitações motoras ou sensoriais e como poderiam lidar com isso em
propostas de intervenção?
A literatura evidencia que ainda preconceitos sobre a sexualidade de pessoas com
deficiência (PcD) e destaca a necessidade da escola em assumir a tarefa da educação sexual
(ES). Embora os professores comecem a reconhecer que PcD na escola inclusiva também
devem participar dos mesmos processos de ES que os demais alunos, surge a questão: estão
preparados para isso? Se reconhecem que a população com deficiência é um grupo mais
vulnerável, como irão lidar com a tarefa de diminuir essa desigualdade de acesso à prevenção,
à saúde e à proteção contra diversas formas de violência? Em que medida a ES inclusiva pode
e deve considerar as especificidades de cada condição diversa (das diferentes deficiências) para
reduzir essas vulnerabilidades?
6
Dados do relatório do Banco Mundial em conjunto com a Universidade de Yale sobre HIV/Aids e Deficiência.
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Os professores percebem a vulnerabilidade das PcD em relação à sexualidade, embora
pareça que tal percepção esteja mais associada à condição da deficiência em si do que a outras
condições estigmatizantes. No entanto, há outras questões de interseccionalidade que agravam
essas vulnerabilidades, como gênero, classe e raça, que devem ser incluídas nas propostas
educativas.
Concluímos com mais perguntas que respostas, pois, pensar essas questões junto aos
professores é importante para a elaboração e a realização de propostas inclusivas de ES nas
escolas. Além disso, pensar a questão de gênero e de vulnerabilidade deve ser algo a fazer parte,
inclusive, de todos(as) nós educadores(as).
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimentos ao GEPESEC pelas reuniões de estudo e à Pós-
Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pelo auxílio recebido para
a publicação.
Financiamento: Não.
Conflitos de interesse: Não houve conflitos de interesse.
Aprovação ética: A pesquisa respeitou todos os procedimentos éticos; teve aprovação do
Comitê de ética de uma universidade pública para sua realização (Parecer n.º 2.997.987).
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
armazenados com as pesquisadoras e podem ser disponibilizados, de forma anônima, caso
sejam solicitados para consulta.
Contribuições dos autores: Primeira e segunda autora: Elaboração do projeto, estudo da
literatura, revisão do método, análise de dados, relatório final. Primeira autora: estudo
piloto, coleta de dados, transcrição, análise preliminar. Segunda autora: discussão dos
dados, consideração final, revisão final integral.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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VULNERABILITY AND SEXUALITY OF PEOPLE WITH DISABILITIES: A
STUDY WITH TEACHERS
1
VULNERABILIDADE E SEXUALIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM
ESTUDO COM PROFESSORES(AS)
VULNERABILIDAD E SEXUALIDAD DE LAS PERSONAS CON DISCAPACIDAD: UN
ESTUDIO CON DOCENTES
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO2
e-mail: leilane.spadotto@unesp.br
Ana Cláudia BORTOLOZZI3
e-mail: claudia.bortolozzi@unesp.br
How to reference this paper:
DE CARVALHO, L. R. S.; BORTOLOZZI, A. C.
Vulnerability and sexuality of people with disabilities: A
study with teachers. Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ.,
Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385.
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364
| Submitted: 15/08/2023
| Revisions required: 25/03/2024
| Approved: 11/04/2024
| Published: 28/05/2024
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
This article is part of the master's thesis Sexualidade e educação sexual de alunos (as) alvo da educação
especial: concepções de professores (as) defended in 2020 in the Graduate Program in Developmental and
Learning Psychology (FC, UNESP/Bauru-SP), written by the first author under the guidance of the second author.
2
São Paulo State University (UNESP), Bauru SP Brazil. Psychologist. Master's in Developmental and Learning
Psychology. CAPES doctoral scholarship holder in the Graduate Program in School Education (FCLar,
UNESP/Araraquara-SP).
3
São Paulo State University (UNESP), Bauru SP Brazil. Associate Professor. Faculty of Sciences (UNESP,
Bauru).
Vulnerability and sexuality of people with disabilities: A study with teachers
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 2
ABSTRACT: Sexuality is a topic filled with taboos that can create various forms of
vulnerability, particularly concerning people with disabilities (PwD). Sexual education (SE) is
one way to prevent these risks. This descriptive research aimed to investigate the opinions of
48 teachers regarding sexuality and the vulnerability of PwD. Participants responded to a
questionnaire about (a) the Vulnerability of PwD to sexually transmitted infections, unwanted
pregnancies, and sexual violence and (b) The relationship between gender and the vulnerability
of PwD. The data indicate that teachers believe students with intellectual disabilities and autism
spectrum disorder are more vulnerable than others and do not perceive significant differences
between men and women in this context. It is concluded that teachers should develop and
implement inclusive SE proposals that cater to everyone in the school, aiming to reduce various
vulnerabilities.
KEYWORDS: Vulnerability. Disabilities. Sexual Education.
RESUMO: A sexualidade é um tema repleto de tabus que pode gerar diversas formas de
vulnerabilidade, especialmente em relação a pessoas com deficiência (PcD). A educação
sexual (ES) é uma das maneiras de prevenir esses riscos. Esta pesquisa descritiva teve como
objetivo investigar a opinião de 48 professores sobre sexualidade e vulnerabilidade de PcD.
Os participantes responderam a um questionário sobre: (a) Vulnerabilidade de PcD ao
contágio de infecções sexualmente transmissíveis, gravidezes indesejadas e violências sexuais;
e (b) Relação entre gênero e a vulnerabilidade de PcD. Os dados mostram que os professores
acreditam que os alunos com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista são mais
vulneráveis do que os demais e não percebem diferenças significativas entre homens e mulheres
nesse contexto. Conclui-se que os professores devem elaborar e aplicar propostas de ES
inclusiva que atendam a todos na escola, visando diminuir diversas vulnerabilidades.
PALAVRAS-CHAVE: Vulnerabilidade. Deficiências. Educação Sexual.
RESUMEN: La sexualidad es un tema lleno de tabúes que pueden generar diferentes formas
de vulnerabilidad, especialmente cuando se trata de personas con discapacidad (PcD) y la
educación sexual (ES) es una de las formas de prevenir estos riesgos. Esta investigación
descriptiva tuvo como objetivo investigar la opinión de 48 docentes sobre la sexualidad y
vulnerabilidad de las personas con discapacidad que respondieron a un cuestionario sobre:
(a) Vulnerabilidad de las personas con discapacidad al contagio de infecciones de transmisión
sexual, embarazos no deseados y violencia sexual y (b) Relación entre género y la
vulnerabilidad de las personas con discapacidad. Los datos muestran que los docentes creen
que los estudiantes con discapacidad intelectual y trastorno del espectro autista serían más
vulnerables que otros y no perciben diferencias si son hombres o mujeres. Se concluye que los
docentes deben desarrollar y aplicar propuestas inclusivas de ES que sirvan a todos en la
escuela para reducir diversas vulnerabilidades.
PALABRAS CLAVE: Vulnerabilidad. Discapacidades. Educación Sexual.
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO and Ana Cláudia BORTOLOZZI
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 3
Introduction
Sexuality is a broad phenomenon present in the lives of all individuals and is considered
a fundamental factor for the healthy development of every human being (Brasil, 1997; Bastos;
Deslandes, 2005). It encompasses values, affections, emotions, experiences, affective and
interpersonal relationships, and beliefs, among other aspects, transcending the restrictive idea
that sexuality is merely synonymous with sex (UNESCO, 2019).
In sexuality, one also lives gender, identity, eroticism, sexual orientations, intimacy, and
affection, including thoughts, fantasies, beliefs, attitudes, values, practices, desires, etc. Thus,
although it encompasses and enables various dimensions of unique and intimate human
experience, "they are not always all experienced or expressed. Sexuality is influenced by the
interaction of biological, psychological, social, economic, political, cultural, ethical, legal,
historical, religious, and spiritual factors" (WHO, 2003, p. 5, our translation).
Furthermore, although sexuality is an individual expression, it is a construction
influenced by the context in which we live, varying culturally, temporally, and historically. In
other words, it is not a "natural" issue as it is experienced by cultural human beings (Bozon,
2004; Foucault, 1988; Mottier, 2008).
In contemporary sciences, the importance of positive experiences concerning sexuality
is recognized, but this is still a topic surrounded by taboos and myths, stemming from a history
marked by a long process of repression. According to Foucault (1988), this history revealed
social prohibitions (and permissions) that have been more prominent since the nineteenth
century, with justifications not only religious but also medical, limiting sexual life to the private
context of heterosexual couples for procreation purposes.
Conforming to the standards of what is considered "desirable," "normal," and "healthy"
sexuality, when aligning with a social normfor example, being a man or woman,
heterosexual, white, thinis generally demanding for everyone, and this complexity is
multiplied when there is a stigma of difference, such as disability (Bortolozzi, 2021).
The defining models of normality are learned through the processes of Sexual Education
(SE) that we experience throughout our lives in social settings such as family, media, and social
discourses: rules, orders, models, jokes, etc. (Bortolozzi, 2022; Werebe, 1988). This process
can be informal, through various discourses and cultural artifacts, and formalized in systematic
and intentional proposals for teaching about sexuality. In all cases, the behaviors, feelings,
ideas, identities, etc., that are considered "accepted" and "correct" carry a load of morality
constructed socially and historically.
Vulnerability and sexuality of people with disabilities: A study with teachers
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In a “formal” mode, pedagogically speaking, as should occur in schools, Sexual
Education (SE) must have purposes, objectives, methodology, and planning. It should be
conducted to foster critical thinking and promote conditions for a healthy, autonomous, and
safe experience of sexuality, considering the human being in a holistic and contextualized
manner (UNESCO, 2019). Additionally, SE should be a means of risk reduction, especially for
the most vulnerable populations, such as people with disabilities (Bortolozzi, 2021; Heighway;
Webster, 2008; Martinello, 2014; Schwier; Hingsburger, 2007; Vilela, 2016).
Vulnerability is a concept that emerged in the 1980s, during the HIV/AIDS epidemic,
in the field of health, aiming for “a more comprehensive understanding of the complex
processes of health and illness and, therefore, aiding in more effective and comprehensive social
responses” (Florêncio; Moreira, 2021, p. 2, our translation), also referred to as health
vulnerability (or HV). According to Carmo and Guizardi (2018), the term originates from the
Latin “vulnerare” and “bílis,” meaning to injure, wound, and be susceptible to something. In
bioethics, the term refers to the “[…] state of being at risk or exposed to potential harm due to
a fragility tied to individual existence, fraught with contradictions” (p. 5, our translation).
However, it is necessary to broaden the notion of a vulnerable person to include contexts that
lead to vulnerable situations.
In this sense, vulnerable individuals or groups would be those susceptible to suffering
harm, illness, and/or deterioration and mortality due to one or more conditions of individual
and social disadvantage, a definition agreed upon by both the social assistance and health
sectors (Carmo; Guizardi, 2018; Florêncio; Moreira, 2021). The authors add that
[...] At the same time, vulnerable human beings can possess or be supported
to create the necessary capacities to change their condition. Based on this
statement, we agree that vulnerability is not merely a natural condition that
precludes contestation. This is because we see that the state of vulnerability
associates individual situations and contexts, and, above all, collective ones
(Carmo; Guizardi, 2018, p. 6, our translation).
Many factors contribute to vulnerability when we think about sexuality, such as social
and economic conditions, gender issues, race/ethnicity, education level, etc. Health
vulnerability is specified as the ability or inability, whether individual and/or collective, to
reflect on and decide about risk situations directly related to biological, individual, familial,
cultural, social, political, and economic factors (Brasil, 2007).
Three main interconnected axes constitute vulnerability: (a) individual the quantity
and quality of education and/or information available to individuals on a particular subject, and
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the ability to translate this knowledge into daily practices (from theory to praxis); (b) social
access to information and the ability to use it at social, cultural, and political levels, which
includes access to media, education, material resources, etc.; and (c) institutional social
resources that provide (or do not provide) necessary information and materials (among other
elements) at local, regional, or national levels (Ayres; França Júnior; Calazans; Saletti Filho,
2009; Paula et al., 2010; Bortolozzi, 2021).
Conditions of social disadvantage can interfere with individuals' sexuality, as little or
no access to information and poor SE can negatively impact sexual experiences, increase
vulnerability conditions, and hinder the development of preventive attitudes against infections,
diseases, and unwanted pregnancies (Bortolozzi; 2021; Paula et al., 2010). Additionally, Vilela
(2016) notes that families often struggle to deal with the sexuality of their children with
disabilities and rarely discuss or provide guidance on the subject, increasing the vulnerability
of people with disabilities (PwD).
According to Cavalcante and Minayo (2009), there is a higher incidence of violence in
groups exposed to social vulnerability. This violence ranges from silencing the desires of PwD
to psychological, physical, and sexual abuse.
Approximately 10.3% of rape victims had some form of disability, with 31.1%
of these cases involving individuals with mental disabilities and 29.6%
involving individuals with mental disorders. Additionally, 12.2% of all gang
rape cases involved victims with some form of disability (Brasil, 2018, p. 66,
our translation).
Therefore, we can consider that PwD is more susceptible to situations of violence, as
they constitute a stigmatized and vulnerable group that, although currently supported by activist
groups fighting for their rights, still lacks policies that understand their sexualities and
encompass their needs for protection and guidance in inclusive SE proposals.
People with disabilities (PwD) are more vulnerable to violence due to situations of
greater dependence and power imbalances in relation to family members, professionals, and
caregivers. These vulnerabilities are exacerbated by difficulties in social interaction, attitudinal
and communication barriers, and challenges in recognizing and reporting violence (Bortolozzi,
2021; Cerqueira; Bueno, 2023; Heighway; Webster, 2008).
Currently, national records, such as the “Atlas of Violence,” are concerned with
depicting the phenomenon of violence in Brazil, primarily using data from the Mortality
Information System (SIM) and the Notifiable Diseases Information System (Sinan) of the
Ministry of Health (Cerqueira; Bueno, 2023). According to the 2023 Atlas of Violence, various
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forms of violence (physical, psychological, sexual, property-related, labor-related, and neglect)
occurred among PwD, and these violence were often intrafamilial.
Table 1 shows the most recent data on reported and recorded cases of violence against
PwD, but it is essential to remember that many cases go unreported and unnotified. Data
showing a higher prevalence of female victims and that the perpetrator was often known to the
victim (predominantly male) of sexual violence were already discussed by the WHO in its 2003
report (WHO, 2003).
Table 1 Number of reported cases of violence per 10,000 PwD in Brazil in 2021
Female
Male
Intellectual Disability4
45
16,2
Physical Disability
14,3
6,3
Hearing Impairment
5,3
2,3
Visual Impairment
2,3
1,2
Source: Atlas of Violence (Cerqueira; Bueno, 2023).
Penso et al. (2019) state that the number of sexual violence cases is higher when the
victim is female. Soares et al. (2016) analyzed 700 medical records of sexual violence cases
reported by the Sexual Violence Victim Care Service (SAMVVIS) in Teresina (Piauí), selecting
records of female victims. In the analyzed group, the average age of the victims was 11 years,
and the aggressors were male, with a prevalence of ages between 22 to 39 years (48.4%),
followed by the 40 to 59 years age group (30.8%). 27.3% of the aggressors were the victim’s
father and/or stepfather, followed by the neighbor (23.4%), indicating that the aggressors were
often close to the victim. The family environment represented the location with the highest
incidence of abuse (46.7%), followed by the aggressor’s residence (24.8%).
It is possible to perceive that, as with the non-disabled population, the occurrence and
registration of violence, in general, are higher among women, reflecting a concerning scenario
of our patriarchal society in which violence is related to gender issues and other intersecting
factors (Gesser; Block; Mello, 2020).
Literature indicates it is difficult for children and adolescents to understand violence on
their own, especially when it occurs within the family (where coercion and threats are often
used to prevent the abuse from being discovered) (Viodres Inoue; Ristum, 2008). This
reinforces the fact that the absence of information and an omission in Sexual Education (SE)
4
Currently, Intellectual Disability in the DSM 5-TR is called “Intellectual Developmental Disorder,” but in this
article, we will maintain “Intellectual Disability” (ID) as it is still the best-known term and because it was the term
used at the time of data collection.
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hinder prevention and increase vulnerability (making it difficult to identify and even report
cases), especially in the case of PwD (Bortolozzi, 2021; De Carvalho, 2020).
The family serves as a primary instance of informal SE and should be a focal point for
combating this recurring violence. On the other hand, school is a fundamental setting for the
prevention and identification of sexual violence, as students spend a significant portion of their
daily lives there, interacting with peers, teachers, and the school staff. Viodres Inoue and Ristum
(2008) analyzed cases of sexual violence attended by the Sexual Violence Victim Care Service
(Viver, Salvador/BA) that were identified or revealed in the school context between 2001 and
2004.
Out of 2522 cases analyzed, only 22 (0.91%) were reported when the victims were of
school age, indicating that these spaces had little contribution as protective factors and/or for
identifying cases of violence. However, when reported by the school, it was predominantly the
teachers who identified the abuses. It is also worth noting that childhood and adolescence are
the periods with the most contact with public services (health and education), and these services
can and should also act as protection services for this population.
[...] identification was based on very clear evidence, leading to the assumption
that more subtle signs go unnoticed by school professionals. [...] factors
responsible for the low rates of sexual violence identification by the school:
educators' lack of knowledge of the ECA (Child and Adolescent Statute) and
the penalties applicable to professionals who fail to report suspected or actual
violence; ignorance of the consequences of sexual violence on child and
adolescent development; and the need for highly indicative factors of sexual
violence, such as self-reporting and the presence of physical signs. [...]. On
the other hand, the structure of teacher training courses, in general, does not
equip them to identify and intervene in cases of sexual violence (Viodres
Inoue; Ristum, 2008, p. 20, our translation).
It is crucial not only for children, adolescents, and young people to have information to
identify and report situations of violence (sexual or otherwise), which is provided by quality
Sexual Education (SE), but also for educators and school teams to know how to identify and
take legal action in these cases, so that schools fulfill their social role of protecting youth and
receive training and capacity-building to work in this area (Brino; Williams, 2008; De Carvalho,
2020).
Considering the preparation of educators to deal with SE in schools, Bortolozzi and
Vilaça (2020) investigated teachers' attitudes towards projective situations involving students
with special education needs in situations of self-erotism, inappropriate touching, kissing,
dating, sexual abuse, questions about sex, and exhibitionism. Faced with the supposed scenes,
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the most frequent attitudes reported by teachers were: "engaging in a welcoming dialogue with
the student," "seeking help," and "correcting behaviors". Teachers attempted to address
complex situations but did not know how to reflect on why they occurred or how to prevent
them, and they did not report a SE proposal in schools that was inclusive for students with
Intellectual Disabilities (ID), Autism Spectrum Disorder (ASD), deafness, or blindness. The
authors advocate for SE in schools and ongoing training for teachers.
Teachers have shown difficulties in assuming SE processes for PwD in schools, as they
deal with their own personal problems related to the topic and lack training in the area (Aderemi,
2014; Reus et al., 2015).
Considering that people with disabilities (PwD) are sexual individuals and are more
vulnerable regarding their sexual health due to their stigmatized condition, prevailing
prejudices, and lack of Sexual Education (SE), and also considering that teachers are important
agents of SE in inclusive schools, this descriptive study aimed to investigate teachers' opinions
on the sexuality and vulnerability of people with disabilities.
Method
Participants
A total of 48 teachers from public elementary and high schools participated in the study.
Of these teachers, 31 identified themselves as "female" and 17 as "male," with the majority
falling between the ages of "41 and 50 years" (n=21), followed by "31 and 40 years" (n=10),
"51 and 60 years" (n=9), "30 years or younger" (n=6), and only two cases of "61 years or older"
(See Table 1).
Table 1 - Characterization of Teachers (n=48)
PARTICIPANTS VARIABLES
No
Gender
Females
31
Males
17
Total
48
Age
30 years or younger
6
31-40 years
10
41-50 years
21
51-60 years
9
61 years or older
2
Total
48
Source: Developed by the authors according to the data collected in the research.
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Instrument
In this descriptive study, the chosen data collection instrument was a questionnaire, with
the aim of enabling and facilitating a larger sample (N) for subsequent analysis and discussion
(Hill; Hill, 2016). This questionnaire was adapted from the one used in the research by Maia
and Vilaça (2017). It included requests for personal and professional data and closed and semi-
open questions organized into thematic axes.
Data Collection and Analysis Procedures
The questionnaire was administered to teachers from 4 public schools in a medium-
sized city in the interior of the state of São Paulo in 2019. After initial contact with the
coordinator of each school, the institution was visited in person to invite the attending teachers,
who were gathered in a room, to receive explanations about the research and its objectives.
Those who agreed to participate were given the printed instrument for individual completion in
a room reserved by the school. Additionally, as volunteers, they also read and signed the
Informed Consent Form to participate in the research.
The questionnaires were collected after they were completed, which lasted an average
of 25 minutes. The questionnaire data were tabulated and organized into Excel tables for simple
descriptive statistics (Shaughnessy; Zechmeister; Zechmeister, 2012).
All ethical procedures were respected. The research project was submitted to an Ethics
Committee of a public university and obtained a favorable opinion number 2,997,987. In this
article, we present partial data from the study, focusing on the vulnerability, sexuality, and
disability axis, although other data in the questionnaire were not addressed in this text. The
results will be presented based on the description of two thematic categories.
Teachers' Opinions on PwD Being More Vulnerable to Sexually Transmitted Infections
(STIs), Unintended Pregnancies, and Sexual Violence
Teachers perceive the vulnerability that people with disabilities (PwD) experience in
sexuality, agreeing "fully" or "partially" with their risk conditions. Regarding the belief that
PwD is more vulnerable to sexual violence, as well as to the transmission of Sexually
Transmitted Infections (STIs) and the occurrence of unplanned pregnancies, the responses that
showed the highest agreement ("fully") with this statement were related to Autism Spectrum
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Disorder (ASD) (n=8), intellectual disability (ID) (n=11), physical disability (PD) (n=8), and
sensory disabilities (SD) (n=7), and "partially agree" to ASD (n=14), ID (n=18), PD (n=10),
and SD (n=9). It is possible to note that the highest number of agreements appeared in relation
to Intellectual Disability.
Figure 1 - Teachers' Opinion on the Vulnerability of PwD Regarding Sexual Violence,
Contracting STIs, and Unplanned Pregnancy
5
Source: Compiled by the authors according to the data collected in the research.
In this question, a large portion of the participants agreed (totally or partially) that
vulnerability to sexual violence, STIs, and unplanned pregnancy occurs in people with ASD
(n=22) and ID (n=29), meaning that the most impaired cognitive and social condition seems
more associated with the notion of greater vulnerability. Additionally, for these teachers, there
is a certain equivalence regarding the ID and ASD conditions.
The majority of disagreement was in SD (total and partial, n=20), as if sensory
disabilities were not important variables for vulnerability. However, factors such as lack of
access to healthcare services, misinformation, communication problems, interactions, and
social skills, combined with an intersectional perspective, especially in the Brazilian scenario,
where people with sensory disabilities are largely elderly, women, black, with low education,
and low income, enhance the risks of infections and other hazards (Navega, 2024).
Bortolozzi (2021) emphasizes the importance of conducting sexual education with
people with SD so that they understand their bodies (anatomy), can name their genital organs,
5
Translation of the text from left to right: I completely agree; I partially agree; Neutral; Partially disagree; I
completely disagree; I don't know what to say about it; In blank.
8
14
654
10
1
11
18
35650
810 75710
1
794812 7
1
0
10
20
30
40
Quantidade de Professores
Respostas
TEA
DI
DF
DS
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO and Ana Cláudia BORTOLOZZI
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and consequently develop their sexuality with accurate information. Wild, Kelly, Blackburn,
and Ryan (2014) add that students with visual impairments may have difficulty understanding
some information regarding sexuality, and may exhibit behaviors considered inappropriate,
thus requiring sexual education with concrete and adapted resources.
Similarly, students with hearing impairments need language interpreters and effective
communication to learn not only academic content but also information on sexual education:
body naming and functioning, contraceptive methods, sexual and reproductive health, HIV/STI
prevention, gender issues, relationships, consent, sex, pleasure, etc. Studies (Tobin-West;
Akani, 2014; Trejo, 2005) show that deaf students are more vulnerable concerning sexual
health, experience difficulties in understanding information, and require sexual education.
Physical disability was not as significant as a vulnerability condition compared to others
for the group of teachers in this research (n=18 agree and n=12 disagree). However, Bortolozzi
(2021) and Cavalcante and Minayo (2009) emphasize that it is also an equally vulnerable
audience in need of Sexual Education (SE). According to the Violence Atlas in Brazil
(Cerqueira and Bueno, 2023), physical disability, after intellectual disability, was the second-
largest group affected by violence, both for women and men.
Regardless, individuals with intellectual disabilities and ASD are indeed a highly
vulnerable population to situations of violence (Cridland et al., 2014; Schwier; Hingsburger,
2007) especially if they do not receive SE that ensures them a repertoire of self-protection social
skills (Bortolozzi, 2021). It is quite interesting that the participants acknowledge this
vulnerability, although they do not clarify why they think so. Anyone can be a victim of sexual
violence, but there are some groups or individuals who are more vulnerable, including children,
young adults, and people with disabilities (both men and women) (WHO, 2003).
Another important factor to consider in addressing this issue is the "infection in the
person with a disability" versus "disability due to infection," as PwD can be infected with the
virus, but there are also cases where people with the virus acquire some disability as a "sequela"
of medication use and/or disease progression (e.g., physical and/or sensory limitations) (Paula
et al., 2010).
Data, research, and actions in the field of HIV/AIDS prevention among PwD are scarce
both nationally and internationally, and "the consequence of this lack of information, combined
with the conditions of greater vulnerability and risk of this population, is the increase in the
number of cases of STDs
6
and HIV/AIDS" (Gil, 2018, n.p.). These data corroborate what has
6
Old way of referring to STI.
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been discussed previously, as despite sexuality and all that it entails often being ignored and
disregarded when a normative gaze is cast upon the experience of People with Disabilities
(PwD), this does not prevent them from becoming vulnerable to a wide range of violence and
sexual health issues, including the transmission of Sexually Transmitted Infections (STIs). It
cannot be ignored that these risk scenarios could be minimized through initiatives that provide
greater and better access to information about their bodies, sexual rights, and healthy and safe
sexual practices (Gil, 2018; De Carvalho, 2020).
The fundamental importance of sexual education with children and youth for prevention
in terms of sexual and reproductive health, sexual rights, and affective and sexual relationships
without violence is emphasized, noting that school is a privileged place for this education to
occur pedagogically (UNESCO, 2019). Bortolozzi (2021) further emphasizes that this sexual
education must also be inclusive, addressing the needs and specificities of people with
disabilities.
Cavalcante and Minayo (2009) highlight the need to name and consider various other
groups vulnerable to violence that consequently fall outside of statistics, such as children with
disabilities living on the streets, ethnic minorities, refugees, etc., and that discussions with
professionals should involve a deeper reflection on the social and historical productions of
violence, various vulnerabilities, and human rights.
Teachers' Opinion on Gender and PwD Vulnerability
The issue of gender, here limited to the perception of "being male" and "being female"
in beliefs about the sexuality of People with Disabilities (PwD), was also investigated. Teachers
were asked whether they considered the vulnerability and sexual experiences of PwD to be the
same, regardless of whether they were girls/women or boys/men, or whether they were
influenced by gender. The data reveal that the group of teachers presented a divided opinion,
with 19 responding "yes" and 18 responding "no". Only seven teachers marked "partly", while
four left the question blank. There were no explanations or justifications for the answers, which
made analysis difficult (See Figure 2).
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO and Ana Cláudia BORTOLOZZI
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 13
Figure 2 - Teachers' Opinion on the Conceptions of "Vulnerability and Sexuality" Differing
for PwD Men and/or Women
Source: Developed by the authors according to the data collected in the research.
Gender, as a social condition and part of personal identity, will certainly contribute to
establishing other relationships in the experience of one's sexuality. Thinking about gender as
a category implies believing that there would be a direct social influence on "being male" or
"female", in addition to the condition of disability, whatever it may be. Authors argue that an
intersectional view is necessary, taking into account aspects that influence and are directly
linked to the social position that this population occupies, such as race, class, and, in this case,
gender (Gesser; Block; Mello, 2020; Magnabosco; Souza, 2019; De Mello; Nuernberg, 2013).
De Mello and Nuernberg (2013) believe that women with disabilities experience more
situations of exclusion than men with disabilities and women without disabilities, thus being at
a "double disadvantage" (especially considering the patriarchal society in which we live, which
is reflected in aspects such as social participation, income, sexual and reproductive rights,
among others). Furthermore, they emphasize that vulnerability is even more evident when there
are other related factors, such as: social class, race/ethnicity, religion, sexual orientation,
generation, etc.
The data obtained suggest that the participants do not identify a relationship between
gender and disability. For example, they do not associate gender with beliefs about
hypersexuality or asexuality, relationships/marriages, reproduction, and vulnerabilities to
violence and infections. This demonstrates a limited view regarding intersectionalities.
Studies draw attention to women with disabilities as individuals living in more
disadvantageous conditions regarding sexuality, even assuming an already disadvantageous
burden simply because of "being a woman" related, for example, to motherhood and marriage
Sim; 19
Não; 18
Em Parte; 7
Em Branco;
4
Vulnerability and sexuality of people with disabilities: A study with teachers
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024003, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 14
(Gesser, 2020) and violence. According to Paula et al. (2010)
7
, "It is estimated that women with
disabilities are three times more likely to suffer sexual abuse than women without disabilities.
The non-inclusion of people with disabilities in sexual health programs exacerbates this
vulnerability" (p. 59). Nonetheless, considering the gender variable in the relationship between
sexuality and disability is an important issue that should be addressed in further studies
(Bortolozzi, 2021; Dantas; Silva; Carvalho, 2014; Parkes; Hall; Wilson, 2009).
The literature highlights the issue of gender as an essential variable in studies on
disability. However, the teachers did not perceive vulnerability, the focus of this study, as an
issue that would vary based on being male or female. It is worth noting that gender expression
can include various other issues, such as identity, sexual orientation, and gender expression.
The data obtained from the questionnaires were limited, making any assumptions about these
findings impossible. Future studies with more detailed data collection could further explore and
problematize this issue.
Final considerations
The data obtained is limited and cannot be generalized, but it indicates that educational
agents, such as teachers, still have much to reveal about their knowledge and perceptions
regarding the sexuality of their students, especially in the context of inclusive schooling. Why
do teachers believe that individuals with cognitive and behavioral problems are more vulnerable
regarding sexual health and violence compared to other conditions such as motor or sensory
limitations, and how could they address this in intervention proposals?
The literature highlights that there are still prejudices about the sexuality of people with
disabilities (PwD) and emphasizes the need for schools to take on the task of sexual education
(SE). Although teachers are beginning to recognize that PwD in inclusive schools should also
participate in the same SE processes as other students, the question arises: are they prepared for
this? If they acknowledge that the disabled population is a more vulnerable group, how will
they deal with the task of reducing this inequality of access to prevention, health, and protection
against various forms of violence? To what extent can inclusive SE consider the specificities of
each diverse condition (of different disabilities) to reduce these vulnerabilities?
Teachers perceive the vulnerability of PwD regarding sexuality, although it seems that
such perception is more associated with the condition of disability itself than with other
7
Data from the World Bank and Yale University report on HIV/AIDS and Disability.
Leilane R. Spadotto DE CARVALHO and Ana Cláudia BORTOLOZZI
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DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 15
stigmatizing conditions. However, other intersectional issues exacerbate these vulnerabilities,
such as gender, class, and race, which should be included in educational proposals.
We conclude with more questions than answers because thinking about these issues
alongside teachers is important for developing and implementing inclusive SE proposals in
schools. Furthermore, considering the issue of gender and vulnerability should be something
that all educators should be part of.
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DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.18364 19
CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to thank GEPESEC for the study meetings and the
Graduate Program in Developmental and Learning Psychology for the assistance provided
for publication.
Funding: None.
Conflicts of interest: There were no conflicts of interest.
Ethical approval: The research respected all ethical procedures; it was approved by the
Ethics Committee of a public university for its execution (Approval No. 2.997.987).
Data and material availability: The data and materials used in the work are stored with
the researchers and can be made available, anonymously, upon request for consultation.
Author’s contributions: First and second authors: Project development, literature review,
method review, data analysis, final report. First author: Pilot study, data collection,
transcription, preliminary analysis. Second author: Data discussion, final consideration, full
final review.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.