Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699 1
ESTRATÉGIAS DE TRANSIÇÃO COM INGRESSO DE BEBÊS NA CRECHE: O
QUE DIZEM OS DOCUMENTOS OFICIAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ESTRATEGIAS DE TRANSICIÓN PARA LOS BEBÉS QUE ENTRAN EN LA
GUARDERÍA: LO QUE DICEN LOS DOCUMENTOS OFICIALES BRASILEÑOS
SOBRE EDUCACIÓN
TRANSITION STRATEGIES FOR BABIES ENTERING IN A DAYCARE: WHAT
OFFICIAL BRAZILIAN EDUCATION DOCUMENTS SAY
Cíntia Regina Czysz de CASTRO1
e-mail: cintiaczysz@usp.br
Katia de Souza AMORIM2
e-mail: katiamorim@ffclrp.usp.br
Como referenciar este artigo:
CASTRO, C. R. C.; AMORIM, K. de S. Estratégias de
transição com ingresso de bebês na creche: o que dizem os
documentos oficiais da educação brasileira. Doxa: Rev. Bras.
Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-
ISSN: 2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699
| Submetido em: 25/09/2024
| Revisões requeridas em: 14/10/2024
| Aprovado em: 17/11/2024
| Publicado em: 13/12/2024
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), São
Paulo SP Brasil. Professora de Educação Infantil e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da FFCLRP-USP.
Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), São
Paulo SP Brasil. Professora Titular do Departamento de Educação, Informação e Comunicação da FFCLRP-
USP.
Estratégias de transição com ingresso de bebês na creche: o que dizem os documentos oficiais da educação brasileira
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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RESUMO: Diante das mudanças históricas e culturais, a percepção da infância e preocupação
com o desenvolvimento global de bebês, sobretudo, diante da inserção em contextos
coletivos, foi se aprimorando. Ainda que a questão do atendimento de bebês em instituições
de educação infantil tenha se tornado alvo de muitas pesquisas, existem poucos trabalhos que
se debruçam sobre ações e estratégias de inserção/transição inicial de bebês de casa para a
creche. Portanto, diante desse contexto, utilizando o estudo documental exploratório e análise
de conteúdo de Bardin, este trabalho tem como objetivo, analisar e discutir as ações e
estratégias de transição mencionadas nos principais documentos norteadores educacionais
brasileiros. Mediante isso, conclui-se que, tais documentos mencionam poucas estratégias de
transição inicial e, quando o fazem, geralmente são superficiais e não diretivos.
PALAVRAS-CHAVE: Adaptação de bebês na creche. Acolhimento de bebês na creche
Instituição de Educação Infantil. Estratégia de transição. Documentos norteadores nacionais.
RESUMEN: Frente a los cambios históricos y culturales, ha mejorado la percepción de la
infancia y la preocupación por el desarrollo global de los bebés, especialmente de cara a su
inserción en contextos colectivos. Aunque el tema del cuidado de los bebés en instituciones de
educación infantil se ha convertido en objeto de muchas investigaciones, son pocos los
estudios que se centran en acciones y estrategias para la inserción/transición inicial de los
bebés del hogar a la guardería. Por lo tanto, en este contexto, utilizando el estudio
documental exploratorio y el análisis de contenido de Bardin, este trabajo tiene como
objetivo analizar y discutir las acciones y estrategias de transición mencionadas en los
principales documentos rectores de la educación brasileña. Por lo tanto, se concluye que
dichos documentos mencionan pocas estrategias iniciales de transición y, cuando lo hacen,
son generalmente superficiales y no directivas.
PALABRAS CLAVE: Adaptación de los bebés a la guardería. Cuidando niños en la
guardería. Institución de Educación Infantil. Estrategia de transición. Documentos rectores
nacionales.
ABSTRACT: In view of historical and cultural changes, the perception of childhood and
concern for the overall development of babies, especially in view of their insertion into
collective contexts, has been improving. Although the issue of caring for babies in early
childhood education institutions has become the target of much research, few studies focus on
actions and strategies for the initial insertion/transition of babies from home to daycare.
Therefore, in view of this context, using Bardin's exploratory documentary study and content
analysis, this work aims to analyze and discuss the transition actions and strategies
mentioned in the main Brazilian educational guidance documents. Therefore, it is concluded
that such documents mention few initial transition strategies, and when they do, they are
generally superficial and non-directive.
KEYWORDS: Adaptation of babies in daycare. Welcoming babies in daycare. Early
childhood education institution. Transition strategy. National guiding documents.
Cintia Regina Czysz de CASTRO e Katia de Souza AMORIM
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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Introdução
O percurso histórico da institucionalização da infância no Brasil é relativamente longo
e remonta, historicamente, ao início da colonização, com a catequização dos indígenas
(Amoroso, 1998; Almeida, 2015). Posteriormente a isso, esse processo de institucionalização
teve como foco a infância pobre e desvalida, objetivando mais uma “higienização social”,
retirando elementos considerados de risco à “ordem” e os “bons costumes”, escondendo-os
em instituições pretensamente reabilitadoras (Fonseca, 2007; Marcílio, 1997). Esse percurso
continuou com as Casas de Misericórdia e Rodas dos Expostos, perpassando a assistência
filantrópica, os reformatórios e, posteriormente, as FEBENS, até chegar ao surgimento das
primeiras Creches no Brasil (Ewbank, 1990; Marcílio, 1998; Matta, 1999; Rizzini; Rizzini,
2004; Kuhlmann Jr., 2007; Carvalho, 2009; Marcílio, 2009; Fonseca; Castro, 2013; Schach,
2015).
No Brasil, as creches começaram a aparecer ao final do século XIX, para atender os
filhos das escravas, devido à Lei do Ventre Livre, e também para o primeiro segmento
feminino que passou a trabalhar fora de casa, que eram as mães trabalhadoras domésticas.
Posteriormente, com o fim da escravidão, houve também uma intensificação da incorporação
da mão de obra imigrante, que passou a trabalhar nas fazendas, mas que também se organizou
nas cidades, em torno das indústrias (Kuhlmann Jr., 2007). Com a chegada desses imigrantes
que possuíam experiências prévias a respeito das relações de trabalho e do movimento
operário, aceleraram as reivindicações por melhores condições de trabalho, que pressupunham
como um direito a disponibilização de creches para os filhos das mães que, por uma demanda
de mão de obra, sobretudo mão de obra barata, fora incorporada pelas fábricas e indústrias
(Oliveira; Rosseti-Ferreira, 1986).
Para atender a demanda das necessidades das famílias pobres, das reivindicações dos
trabalhadores das fábricas e indústrias, o assunto referente às creches passou a ser abordado
em congressos, no âmbito da assistência à infância. Recomendava-se a criação de creches
junto às indústrias, como uma medida de regulamentação das relações do trabalho feminino
(Kuhlmann Jr., 2007).
Diante desse novo contexto social, principalmente com relação à incorporação
intensiva do trabalho feminino, e consequentes separações diárias de mães e filhos, tanto no
Brasil como fora dele, intensificou-se a preocupação com a infância, tornando-se foco de
pesquisas de estudiosos de diversas áreas do conhecimento, como a educação, psicologia,
filosofia, sociologia, medicina, psiquiatria, biologia e administração.
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Surgiram teorias, principalmente da área da psicologia e psiquiatria, que buscavam
observar mais de perto os efeitos da separação de bebês e crianças pequenas de suas mães no
processo de ingresso em creches. Observou-se que, diante de algumas circunstâncias, em
alguns casos, os bebês poderiam desenvolver diferentes formas de apego (Bowlby, 2002).
Notou-se que, em casos de ausência da mãe, que poderia ser uma ausência física ou
psicológica, os bebês podem desenvolver o apego inseguro e até mesmo prejudicar sua saúde
mental (Bowlby, 2002; 2004).
Fruto dos movimentos e discussões, a educação infantil passou a receber atenção
especial a partir da Constituição Federal de 1988, passando a ser considerada como direito da
criança, opção da família e dever do Estado. No processo, as crianças pobres deixaram de ser
definidas com termos pejorativos como “menores”, para serem consideradas sujeitos de
direitos, estes garantidos pela Constituição de 1988 (Fonseca, 2007; Marcílio, 1998;
Carvalho, 2009; Marcílio, 2009; Fonseca; Castro, 2013).
Nesse contexto, destaca-se a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
promulgado em 1990, a partir da Lei n.º 8.069, o qual reconhece, de forma institucionalizada,
as crianças e os adolescentes como cidadãos de direito, alcançando novas conquistas em seus
processos de construções históricas. A Educação Infantil foi incorporada à Educação Básica
por meio da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96, estabelecendo os princípios da
educação e deveres do Estado em relação à educação pública, reafirmando os direitos.
Segundo a LDB, a Educação Infantil foi definida como a etapa inicial da educação básica,
representando uma conquista histórica que tirou as crianças pequenas pobres de seu
confinamento em instituições vinculadas a órgãos de assistência social (Oliveira, 2011).
Ainda, a Educação Infantil passou a ser organizada em duas etapas: o atendimento de crianças
de 0 a 3 anos, em creches; e, para crianças de 4 e 5 anos, o atendimento deveria se dar em pré-
escolas, de maneira gratuita e de competência dos municípios.
A partir de então, inúmeras foram as publicações oficiais do Ministério da Educação
(MEC) do Brasil, estabelecendo os marcos regulatórios que buscam orientar as práticas
pedagógicas e o trabalho docente nas instituições de educação infantil. É possível elencar, de
forma cronológica, alguns momentos e documentos legais que normatizam como a educação
infantil deveria ser orientada (Marquezan; Martins, 2017), tais como o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), de 1998; o Plano Nacional de Educação (PNE),
de 2001; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de 2009; e, a
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BNCC de 2017, dentre outros que estabelecem princípios norteadores para a primeira etapa da
educação básica.
Assim, as mudanças e os avanços adquiridos em relação à educação infantil desde a
Constituição Federal de 1988 solidificaram-se com a aprovação, pelo Conselho Nacional de
Educação, em 2009, da Resolução CNE/CEB n.º 05/09, que instituiu as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI). Diretrizes que reúnem princípios,
fundamentos e procedimentos para nortear as políticas públicas, a elaboração, o planejamento,
a execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares da educação infantil. Desse
modo, as diretrizes têm buscado orientar o trabalho docente do professor junto às crianças e à
sua comunidade escolar, ao propor ações educativas com qualidade, articuladas com
diversidades sociais e culturais no que diz respeito à infância e à criança no país (Marquezan;
Martins, 2017).
o Plano Nacional de Educação (PNE) se configura como um conjunto de metas
político-pedagógicas, enfatizando a educação infantil em creches e pré-escolas de forma
comum e constitui-se como um avanço no processo de aprendizado, passando a ter novas
visões sobre propostas pedagógicas (Nascimento; Gurgel; Almeida, 2017). Dentre os marcos
regulatórios, destaca-se a elaboração do projeto político-pedagógico (PPP), de incumbência
das instituições de ensino, prevista no art. 121 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN) Lei n.º 9.394/96.
Em 22 de dezembro de 2017, foi publicada a Resolução CNE/CP n.º 2, que institui e
orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Documento de caráter
normativo e que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica,
de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em
conformidade com o Plano Nacional de Educação (Dias, 2019).
Aquele documento normatiza e orienta todas as etapas e modalidades da Educação
Básica, além de apresentar uma série de atividades por idade, elencadas de modo
compartimentado. Ainda, enfatiza a cisão entre creche e pré-escola na educação infantil,
categorização essa que vem sendo mantida desde a LDB, (Barbosa et al., 2019). A BNCC
estabeleceu direitos de aprendizagem para a fase da Educação Infantil, os quais têm a função
de garantir as condições necessárias para que as crianças tenham um papel ativo em seus
ambientes de aprendizagem, teoricamente solucionando os desafios vivenciados e construindo
significados sobre si próprias e sobre o mundo (Brasil, 2017).
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Baseando-se na BNCC, documento norteador nacional, alguns Estados brasileiros
publicaram seus próprios currículos, levando em conta especificidades e demandas regionais.
No Estado de São Paulo, temos o Currículo Paulista, publicado em agosto de 2019, que define
e explicita a todos os profissionais da educação que atuam no Estado, as competências e as
habilidades essenciais para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos estudantes
paulistas e considera sempre sua formação integral na perspectiva do desenvolvimento
humano (Seduc/SP, 2019). Segundo o próprio documento, a BNCC é uma referência
obrigatória, mas não é um currículo. A Base estabelece os objetivos que se espera alcançar e o
Currículo Paulista define como alcançar os objetivos.
Por influência desses estudos, grande parte dos trabalhos sobre o ingresso/transição
inicial de bebês para o ambiente coletivo foi publicado sob a perspectiva psicanalítica
bowlbiana e, portanto, inferindo que o ingresso de bebês em instituições de educação infantil
poderia ser potencialmente prejudicial, que, o bebê estaria longe de sua figura primária de
apego (Bowlby, 2002; 2004). Alguns estudos seguem sob esta perspectiva (Rapoport; Bossi;
Piccinini, 2018) e outros se contrapõem (Roecker et al., 2012; Izidoro; Pereira; Rodrigues,
2020), de modo que, não se pode comprovar que, o ambiente educacional coletivo possa ser,
realmente, prejudicial.
O fato mais importante é “como” acontece o processo de transição inicial desses bebês
para a instituição de educação infantil, ou seja, como as instituições se organizam para
recepcionarem os ingressantes, quais estratégias de transição são empregadas pelas
instituições para acolherem os novatos. De acordo com Peixoto et al. (2017), é o número de
práticas de transição que está associado ao bem-estar emocional dos bebês durante o primeiro
mês de frequência da creche. Portanto, o primeiro contato que a criança tem com a escola é
um momento único e especial, tanto para a família, quanto para a escola (Dias, 2019).
Partindo desse pressuposto, é fundamental que o/a professor/a receba as crianças com
o maior afeto possível, demonstrando simpatia, principalmente passando segurança para os
pequenos iniciantes do convívio escolar. Dessa maneira, o planejamento das atividades a
serem inseridas é considerado o momento principal que irá propiciar a aceitação, a
participação e a evolução da criança nesse novo ambiente (Dias, 2019).
De acordo com trabalho de Dentz et al., (2022), que realiza uma revisão bibliográfica
sistemática integrativa sobre a temática da transição inicial de bebês em instituições de
educação infantil, observou-se uma tendência de crescimento de estudos sobre a temática,
porém, de acordo com os artigos resgatados, ainda existem poucos trabalhos que trazem as
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estratégias de transição de forma sistematizada. Portanto, mostra-se central a construção de
políticas que destaquem essa questão e aponte práticas a serem consideradas no processo de
transição inicial. Assim, definiu-se o objetivo do presente artigo.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi analisar os documentos oficiais da Educação Infantil em
busca de orientações para os professores de como proceder diante do processo de transição
inicial de bebês em instituições de educação infantil, bem como buscar, nesses documentos,
menções às estratégias de transição de bebês de casa para a creche.
Metodologia
Os documentos analisados foram os três volumes do RCNEI (1998), os dois volumes
dos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2006), o DCNEI (2010), a
BNCC (2017) e o Currículo Paulista (2019). Como discutido na introdução, tais documentos
foram então selecionados por terem grande importância histórica e política, por tratarem, não
da educação básica de maneira geral, mas, por, discutirem a educação infantil e
apresentarem elementos de caráter normativo e/ou sugestões específicas relacionadas à essa
temática, sendo também, os documentos que são mais citados em outros trabalhos sobre o
assunto. Os recursos metodológicos utilizados para a análise destes documentos foram o
estudo documental exploratório e análise de conteúdo de Bardin (2011). Segundo Gil (2002),
a pesquisa exploratória:
[...]tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer
que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias
ou a descoberta de instituições (Gil, 2002, p. 41).
Para a análise, as partes que se referiam à educação infantil foram lidas
integralmente, buscando-se especificamente tópicos que abordam a temática do processo de
transição inicial de casa para a creche. Os excertos foram apresentados na íntegra, sendo
discutidos individualmente e de maneira comparativa, analisando se são apresentadas ou não
estratégias de transição e/ou orientações para esse processo. A análise de conteúdo tem se
apresentado como um dos métodos mais empregados nos estudos do meio educacional (Dalla
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Valle; Lima Ferreira, 2024). Por esta razão, para a análise dos documentos oficiais nacionais
brasileiros, foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin (2011).
De acordo com Santos (2012), a análise de conteúdo envolve um conjunto de
instrumentos metodológicos, que podem ser aplicados a discursos diversificados oriundos de
diferentes fontes de dados, como jornais, discursos, cartas, publicidade, romances e relatórios
oficiais. Neste trabalho, a análise de conteúdo será aplicada aos documentos mencionados
acima, no intuito de se organizar e categorizar as estratégias de transição inicial mencionadas
nos documentos.
Na pré-análise dos documentos, foram lidos sistematicamente os trechos referentes à
educação infantil, em busca da temática da inserção/transição inicial de bebês de casa para a
creche. De acordo com Bardin (2011), o contato inicial com os documentos, a chamada
“leitura flutuante” é a fase em que são elaboradas as hipóteses e os objetivos da pesquisa.
Havia a hipótese de que os documentos mencionariam as “estratégias de transição”
de alguma forma. Esperava-se encontrar estratégias para o processo de transição, de maneira
mais objetiva, clara e sistematizada, por se tratar de documentos norteadores da educação
infantil. Entretanto, após as buscas e análises, evidenciou-se que tais documentos trazem as
estratégias de transição de maneira dispersa e superficial, com poucas exemplificações de
procedimentos pedagógicos/institucionais/políticos.
O processo de codificação é o recorte que se dana pesquisa, reduzindo-se a uma
unidade de registro, que é uma unidade a ser codificada, podendo ser um tema, uma palavra
ou uma frase (Santos, 2012). Portanto, a unidade de registro deste trabalho é a “Estratégia de
Transição” (Bardin, 2011). As estratégias de transição foram categorizadas em estratégias de
transição diretas (ETD) e indiretas (ETI). Portanto, considera-se que foram respeitadas regras
de exaustividade, representatividade, homogeneidade, pertinência e exclusividade de acordo
com Bardin (2011).
Resultados e discussão
A seguir, serão apresentados os principais documentos norteadores oficiais da
educação brasileira que foram analisados sob a perspectiva de como a transição inicial de
bebês é abordada em cada um deles.
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Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), primeiro
documento analisado, tem por objetivo:
(...) apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham
um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem
como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. Visa, também,
contribuir para que possa realizar, nas instituições, o objetivo socializador
dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a
ampliação, pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural
(Brasil, 1998).
O RCNEI foi materializado para servir como um guia para a reflexão sobre os
objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais da educação infantil (seja
creche ou pré-escola), respeitando suas individualidades, com o objetivo de auxiliá-los em seu
trabalho educativo e esclarecer o que deve ser ensinado tendo uma proposta aberta e não
obrigatória. Tal documento está organizado em três volumes, sendo o primeiro a Introdução,
que explica brevemente do que se trata o documento; o segundo trata do primeiro âmbito de
experiência, que é a Formação Pessoal e Social que favorece a construção da Identidade e da
Autonomia da criança; e, o terceiro trata do segundo âmbito de experiência que é o
Conhecimento de Mundo, referente aos eixos de trabalhos que são: Movimento, Música, Artes
Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática (Silva, 2019).
O RCNEI tem um tópico específico, em seu primeiro volume, que trata da entrada na
instituição e do acolhimento das famílias e das crianças, lembrando que esse tópico no livro
abrange crianças de zero a seis anos. São apresentadas algumas estratégias de transição, como
a orientação para a realização de entrevistas, para conhecer melhor a realidade da família e os
hábitos das crianças. Como ali indicado,
A entrevista de matrícula pode ser usada para apresentar informações sobre o
atendimento oferecido, os objetivos do trabalho, a concepção de educação
adotada. Esta é uma boa oportunidade também para que se conheçam alguns
hábitos das crianças e para que o professor estabeleça um primeiro contato
com as famílias (Brasil, 1998, p.80).
Além disso, o professor é orientado a dar toda a atenção para a criança no seu primeiro
dia na instituição, quando se aconselha o uso de objetos de transição.
Estratégias de transição com ingresso de bebês na creche: o que dizem os documentos oficiais da educação brasileira
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No primeiro dia da criança na instituição, a atenção do professor deve estar
voltada para ela de maneira especial. Este dia deve ser muito bem planejado
para que a criança possa ser bem acolhida. É recomendável receber poucas
crianças por vez para que se possa atendê-las de forma individualizada. Com
os bebês muito pequenos, o principal cuidado será preparar o seu lugar no
ambiente, o seu berço, identificá-lo com o nome, providenciar os alimentos
que i receber, e principalmente tranquilizar os pais. A permanência na
instituição de alguns objetos de transição, como a chupeta, a fralda que ele
usa para cheirar, um mordedor, ou mesmo o bico da mamadeira a que ele
está acostumado, ajudará neste processo. Pode-se mesmo solicitar que a mãe
ou responsável pela criança venha, alguns dias antes, ajudar a preparar o
berço de seu bebê (Brasil, 1998, p.80).
Para um atendimento integral, recomenda-se que o processo de adaptação à instituição
seja gradual, com a ampliação progressiva do tempo de permanência da criança, permitindo
que ela se familiarize aos poucos com as novidades. Sugere-se, ainda, que nos primeiros dias
a presença do pai, da mãe ou de outro familiar ou pessoa próxima seja assegurada,
proporcionando à criança um apoio afetivo enquanto enfrenta o novo ambiente, garantindo-
lhe uma sensação de segurança.
Quando o atendimento é de período integral, é recomendável que se
estabeleça um processo gradual de inserção, ampliando o tempo de
permanência de maneira que a criança se familiarizando aos poucos com
o professor, com o espaço, com a rotina e com as outras crianças com as
quais irá conviver. É importante que se solicite, nos primeiros dias, e até
quando se fizer necessário, a presença da mãe ou do pai ou de alguém
conhecido da criança para que ela possa enfrentar o ambiente estranho junto
de alguém com quem se sinta segura. Quando tiver estabelecido um vínculo
afetivo com o professor e com as outras crianças, é que ela poderá enfrentar
bem a separação, sendo capaz de se despedir da pessoa querida, com
segurança e desprendimento (Brasil, 1998, p.82).
Ainda segundo o documento, este período exige muito do professor, que necessita de
apoio da instituição e dos colegas de trabalho.
Este período exige muita habilidade, por isso, o professor necessita de apoio
e acompanhamento, especialmente do diretor e membros da equipe técnica
uma vez que ele também está sofrendo um processo de adaptação. Os
professores precisam ter claro qual é o papel da mãe (ou de quem estiver
acompanhando a criança) em seus primeiros dias na instituição (Brasil,
1998, p.82).
O documento também trata da questão do choro, talvez um dos momentos mais
traumáticos para as famílias e mais desafiador para os professores.
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O choro da criança, durante o processo de inserção, parece ser o fator que
mais provoca ansiedade tanto nos pais quanto nos professores. Mas parece
haver, também, uma crença de que o choro é inevitável e que a criança
acabará se acostumando, vencida pelo esgotamento físico ou emocional,
parando de chorar. Alguns acreditam que, se derem muita atenção e as
pegarem no colo, as crianças se tornarão manhosas, deixando-as chorar. Essa
experiência deve ser evitada. Deve ser dada uma atenção especial às
crianças, nesses momentos de choro, pegando no colo ou sugerindo-lhes
atividades interessantes (Brasil, 1998, p.82).
É sugerido, ainda, que o professor planeje atividades para os primeiros dias, no intuito
de chamar a atenção das crianças, além de organizar os espaços para as atividades ou de
acordo com os gostos das crianças.
O professor pode planejar a melhor forma de organizar o ambiente nestes
primeiros dias, levando em consideração os gostos e preferências das
crianças, repensando a rotina em função de sua chegada e oferecendo-lhes
atividades atrativas. Ambientes organizados com material de pintura,
desenho e modelagem, brinquedos de casinha, baldes, pás, areia e água, etc.,
são boas estratégias (Brasil, 1998, p.82).
De maneira geral, pode-se dizer que o primeiro documento aqui analisado, menciona a
creche e apresenta estratégias gerais de transição, com sugestões para a instituição, para a
família e professor. O documento menciona crianças, de maneira genérica a maior parte do
tempo, mas também define uma faixa etária específica, quando cita “bebês muito pequenos”,
sugerindo estratégias diretas de transição específicas para esta faixa etária, como objeto de
transição, entrada planejada e escalonada, atendimento mais individualizado, preparo especial
do espaço em que o bebê irá permanecer, presença da mãe alguns dias antes para organizar o
berço do bebê, etc.
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil
Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, publicados em 2006,
constituem um documento orientador para a implementação e avaliação de políticas públicas
educacionais voltadas a crianças de zero a cinco anos. Na formulação desses parâmetros,
foram considerados os direitos assegurados às crianças pelas legislações vigentes, as quais
reconhecem que, desde o nascimento, as crianças são cidadãos de direitos, indivíduos únicos e
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singulares, seres sociais e históricos, além de competentes, produtores de cultura e integrantes
do conjunto da natureza animal, vegetal e mineral (Brasil, 2006). O documento:
(...) contém referências de qualidade para a Educação Infantil a serem
utilizadas pelos sistemas educacionais, por creches, pré-escolas e centros de
Educação Infantil, que promovam a igualdade de oportunidades
educacionais e que levem em conta diferenças, diversidades e desigualdades
de nosso imenso território e das muitas culturas nele presentes (Brasil, 2006,
p.3).
Como o próprio nome diz, o documento, em seus dois volumes, aborda a qualidade da
educação infantil, apontando fundamentos, parâmetros e indicadores de qualidade, para além
de discutir a concepção de criança e da pedagogia da educação infantil, bem como as
competências dos sistemas de ensino.
Sobre a temática da transição, pouca informação é apresentada. O documento apenas
enfatiza a importância do momento de ingresso, que demanda atenção especial dos
professores e gestores, bem como defende a presença de um familiar ou conhecido da criança
no período de transição. Vale indicar que esta terminologia da transição não aparece no
documento, sendo esse período tratado como acolhimento ou adaptação.
O período de acolhimento inicial (“adaptação”) demanda das professoras,
professores, gestoras e gestores uma atenção especial com as famílias e/ou
responsáveis pelas crianças, possibilitando, até mesmo, a presença de um
representante destas nas dependências da instituição (Brasil, 2006, p. 32).
Destaca-se nos Parâmetros, também, a importância da realização de entrevistas com as
famílias, bem como o planejamento e a organização dos espaços para receber as crianças e
acolher as famílias.
(...) são previstos espaços para o acolhimento das famílias e/ou responsáveis,
tais como local para amamentação, para entrevistas e conversas mais
reservadas e para reuniões coletivas na instituição de Educação Infantil (...)
são destinados espaços diferenciados para as atividades das crianças, para a
dos profissionais, para os serviços de apoio e para o acolhimento das
famílias e/ou responsáveis (Brasil, 2006, p.44).
Cintia Regina Czysz de CASTRO e Katia de Souza AMORIM
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Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), cuja
resolução foi publicada em dezembro de 2009, articulam-se às Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica. Esses documentos reúnem princípios, fundamentos e
procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, para orientar as políticas públicas e a elaboração, planejamento, execução e
avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação Infantil (Brasil, 2010).
O DCNEI afirma que a instituição de educação infantil tem o dever de promover o
desenvolvimento da criança, oferecer a ela aprendizagens significativas sem a antecipação de
conteúdos previstos para o ensino fundamental (Brasil, 2010). As propostas pedagógicas
devem respeitar os princípios éticos, políticos e estéticos, garantindo sua função sociopolítica
e pedagógica e ter como objetivo que a criança tenha:
(...) acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o
direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade,
à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças (Brasil, 2010,
p.18).
O DCNEI aborda a temática da transição muito superficialmente e de maneira pontual,
citando a importância de estratégias adequadas para os diferentes momentos da transição, mas
sem mencionar quais seriam essas estratégias.
A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de
estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela
criança: transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior
da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino
Fundamental (Brasil, 2010, p. 29).
Base Nacional Comum Curricular
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja primeira versão foi publicada em
dezembro de 2017, é um documento normativo e referência obrigatória para a elaboração dos
currículos escolares e de propostas pedagógicas para todos os níveis da Educação Básica,
tendo as interações e as brincadeiras como eixos estruturantes na Educação Infantil.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta uma sistematização e uma
diferenciação clara entre as etapas da educação infantil, creche e p-escola, e as respectivas
faixas etárias. As creches atendem bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses) e crianças bem pequenas
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(de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses), enquanto a pré-escola é destinada a crianças
pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses). Para cada faixa etária, são definidos objetivos de
aprendizagem e campos de experiência específicos.
Em nenhum momento do texto é abordada a questão da transição da casa para a creche
ou da casa para a pré-escola. Contudo, o documento dedica atenção significativa à transição
da educação infantil para o ensino fundamental, incluindo, inclusive, um tópico específico
sobre esse tema.
Para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é
indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade
das aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se
construa com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer,
evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho pedagógico (Brasil,
2017, p.53).
Logo, pela análise do documento, pode-se concluir que nenhuma estratégia de
transição inicial é apresentada. Na verdade, como supracitado, esse assunto sequer é abordado
na BNCC.
Currículo Paulista
O último documento analisado é o Currículo Paulista, homologado em agosto de 2019,
cujo objetivo é aprimorar a qualidade da Educação Básica no Estado de São Paulo. Ele
fornece orientações para a aprendizagem dos estudantes por meio da elaboração de Cadernos
do Aluno e do Professor, que seguem as competências gerais estabelecidas pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como os currículos e orientações curriculares das
redes de ensino públicas e privadas.
O Currículo Paulista é fruto do esforço dos profissionais da educação representantes
das redes municipal e estadual de ensino que, atuando de modo colaborativo, associaram
saberes, procedimentos, reflexões e experiências na construção de um documento referencial,
que orienta a prática docente nos diferentes componentes curriculares, sendo um documento
norteador da formação docente e das demais políticas públicas educacionais (SEduc/SP,
2019).
O documento apresenta um breve histórico da educação infantil, discute a concepção
de infância e de criança, além de abordar a função social das instituições de educação infantil
e o papel dos profissionais que atuam nessa área. Em relação à temática da transição, o
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Currículo Paulista dedica um tópico específico ao assunto, definindo o conceito de transição
e destacando a importância da participação das famílias nesse processo.
A primeira transição da Educação Infantil acontece no momento em que a
criança deixa sua família e ingressa na instituição. Para que esta transição
ocorra de modo tranquilo, é imprescindível que os profissionais da escola
possibilitem o acolhimento no ato da matrícula e viabilizem um atendimento
que permita à família e à escola compartilharem suas especificidades, suas
expectativas e suas necessidades. Assim, uma instituição segura em relação à
criança favorece o processo de acolhimento da família, do mesmo modo que
uma família segura proporciona segurança à criança (SEduc/SP, 2019, p.
42).
Mais uma vez, é ressaltada a importância de se conhecer a criança e a família, por
meio de entrevistas ou reuniões com os pais e/ou responsáveis.
(...) faz-se necessário que a família e a escola se conheçam. Para tanto, pode-
se recorrer às reuniões específicas com novos pais/responsáveis e/ou
entrevistas individuais. Saber gostos e comportamentos típicos de cada
criança pode, efetivamente, amenizar inseguranças, angústias, ansiedades de
ambas as instituições, em prol da garantia do bem-estar da criança
(SEduc/SP, 2019, p. 43).
O documento destaca que são várias transições que a criança enfrenta continuamente e
salienta a importância da presença de um adulto conhecido para facilitar o processo.
A criança passa, continuamente, por processos de transição, que vão desde
as mudanças dos espaços físicos, trocas ou substituições de professores, ou
mesmo entradas e saídas de colegas do grupo. Cabe à instituição minimizar
os impactos dessas mudanças a partir de propostas que ampliem as situações
de interação da criança com os diversos espaços e pessoas (SEduc/SP, 2019
p. 43).
De modo geral, pode-se afirmar que, embora o Currículo Paulista aborde a temática da
transição e destaque pontos relevantes a serem considerados pelos professores e pela
instituição, apresenta poucas estratégias práticas para sua efetivação. Sob uma perspectiva
positiva, essa lacuna pode proporcionar maior autonomia para que cada instituição planeje o
processo de transição considerando suas especificidades. No entanto, é importante ressaltar a
ausência de um documento normativo ou instrumento diretivo que ofereça orientações mais
precisas sobre o tema, incluindo exemplos de estratégias e sugestões de implementação.
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Discussão geral sobre as estratégias de transição mencionadas nos documentos
norteadores analisados
Ao destacar e comparar a temática da transição e as estratégias de transição
apresentadas em cada um dos documentos norteadores analisados, conclui-se que o RCNEI,
documento mais antigo, é o que mais detalhadamente descreve o processo e as estratégias de
transição para os professores, instituições e famílias, embora não utilize o termo transição,
chamando o processo de acolhimento.
Destaca-se a ênfase na importância da “entrevista com a família”, como estratégia para
“tranquilizar a família”, conhecer a criança e a realidade em que ela está inserida, bem como
para, em contrapartida, “oferecer informação sobra a instituição, seu funcionamento e
filosofia” (Brasil, 1998). Estudos como os de Costa, Dentz e Amorim (2023) corroboram a
relevância dessa prática, ressaltando a importância de reuniões, entrevistas e anamneses para
um melhor conhecimento dos ingressantes. Além da entrevista com a família, alguns autores
apontam que determinadas instituições adotam a estratégia da “visita antes do ingresso”
(Martins et al., 2014; White et al., 2020), prática que pode envolver tanto a visita da família à
instituição quanto o inverso.
O RCNEI destaca, também, que se trata de um momento propício para incentivar os
familiares ou responsáveis a fazerem parte do processo, como observado nas estratégias
citadas no documento: “Pessoa de referência vir organizar o berço do bebê antes do ingresso”
e “Presença de uma pessoa de referência nos primeiros dias” (Brasil, 1998). Afinal de contas,
ao se compartilhar os cuidados de um bebê, que outrora era centrado na família, com uma
instituição de atendimento coletivo, é necessário fazê-lo aos poucos, mostrando o novo
espaço, dando respaldo para o bebê interagir com os objetos e pessoas. Se houver a presença
de uma “Pessoa de referência nos primeiros dias” (Rapoport; Piccinini, 2001; Klein; Kraft;
Shohet, 2010; Bossi et al., 2014; Martins et al., 2014; Tebet et al., 2020; Uellner; Frizzo,
2022), o bebê sentirá mais confiança e autorização para explorar o novo contexto, no seu
tempo, alicerçado na segurança da presença de um ente familiar de referência.
O documento ainda menciona a importância do “objeto transicional” (Brasil, 1998),
que pode ser uma chupeta, um paninho, ou até mesmo um brinquedo de apego da criança
(Guédeney; Grasso; Starakis, 2004; Peixoto et al., 2017; White et al., 2020). Considera-se que
esse objeto de apego pode trazer algum acalento para o bebê, uma vez que é um pedacinho de
casa que é trazido para esse novo ambiente institucional.
Cintia Regina Czysz de CASTRO e Katia de Souza AMORIM
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Destaca-se também atitudes no sentido de se dar uma “atenção mais individualizada”,
que pode ser organizada por meio de um “escalonamento”, ou mediante formas específicas
de organização”, contando também com a “sensibilidade e responsividade do professor” em
perceber sinais de sofrimento, “acalmando o bebê” ao “pegar no colo” ou “distraí-lo” com
“atividades atrativas” (Brasil, 1998). Para garantir uma atenção mais individualizada”,
necessita-se da promoção de outras estratégias, como, por exemplo, a “Inserção gradativa”
(Martins et al., 2014; Grande et al., 2017; Tebet et al., 2020; Peixoto et al., 2017; Uellner;
Frizzo, 2022; Costa; Dentz; Amorim, 2023), que permite uma inserção gradual, ou seja, os
bebês começam a frequentar a instituição algumas horas no primeiro dia, com um aumento
das horas no transcorrer da semana. Esta estratégia está intimamente ligada com a “entrada
escalonada” (Costa; Dentz; Amorim, 2023) dos bebês.
De acordo com (Rossetti-Ferreira et al., 1994; Rapoport; Piccinini, 2001; Esteves et
al., 2012; Tebet et al., 2020), as “formas específicas de organização”, dizem respeito à
organização do espaço nos momentos de recepção, brincadeiras, alimentação, higiene e
despedida; e, de maneira especial, para a recepção dos ingressantes, considerando
pedagogicamente todos os fatores que envolvem a especificidade desse momento.
Quando o documento fala das formas específicas de organização, ele cita exemplos do
que pode ser feito para enriquecer o ambiente com possibilidades atrativas e facilitadoras do
processo, por exemplo: “Ambientes organizados com material de pintura, desenho e
modelagem, brinquedos de casinha, baldes, s, areia e água etc., o boas estratégias”
(Brasil, 1998, p.82). Além de se organizar o espaço considerando as especificidades da turma
e seus bebês/crianças, “levando em consideração gostos e preferências” (Brasil, 1998). Essa
exemplificação de estratégias não é comum em nenhum outro documento.
Entretanto, para que o professor saiba desses dados, fazem-se necessárias as atitudes
citadas acima (reuniões, entrevistas e questionários) para o professor conhecer o bebê, seu
humor e temperamento previamente, tentando prever comportamentos e necessidades.
Geralmente, para que o professor possa participar de reuniões e entrevistas, a instituição
precisa conseguir se organizar para garantir sua participação.
Além disso, para que o professor tenha mais chances de sucesso em relação ao
processo de transição, ele precisa de “apoio da equipe gestora” (Brasil, 1998), pois ele
também é um sujeito que está imerso nesse processo, portanto também em transição. Além do
apoio da equipe, é necessário que a instituição funcione como uma engrenagem, em que cada
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profissional desempenhe bem sua tarefa, garantindo equilíbrio das funções, sem sobrecarregar
ninguém.
Nesse mesmo sentido, White et al. (2020) considera a importância do “apoio
psicológico para as famílias e professores”, que diz respeito a gestão do tipo organizacional e
de recursos humanos para o processo de transição dos envolvidos (familiares, professores e,
principalmente, bebês), que entra em consonância com o que é mencionado no Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), como mostrado abaixo (Quadro 1).
Seguindo com a análise dos documentos a seguir, evidencia-se que abordam a
temática da transição inicial de maneira mais superficial e sem destaque ao ingresso dos
bebês. Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil mencionam quatro
estratégias de transição (Quadro 2). Ele retoma a estratégia da “presença de uma pessoa de
referência nos primeiros dias” e as “formas específicas de organização” (Brasil, 2006),
presentes no RCNEI, e adiciona outras duas estratégias: “local para amamentação” e “atenção
especial voltada para as famílias” (Brasil, 2006).
Quadro 1 Estratégias de transição mencionadas no RCNEI
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI)
Realização de entrevistas.
Informação sobre os bebês e famílias.
Oferecer informação sobra a instituição, seu funcionamento e filosofia.
Objetos transicionais.
Tranquilizar a família.
Atenção individualizada.
Escalonamento.
Pessoa de Referência vir organizar o berço do bebê antes do ingresso.
Presença de uma pessoa de referência nos primeiros dias.
Apoio da equipe gestora aos professores.
Atenção especial para o bebê individualizada.
Acalmar o bebê.
Pegar o bebê no colo.
Distrair o bebê.
Sensibilidade e responsividade.
Formas específicas de organização (com exemplos).
Levar em consideração gostos e preferência das crianças.
Atividades atrativas.
Fonte: Elaboração do autor.
Cintia Regina Czysz de CASTRO e Katia de Souza AMORIM
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Outra estratégia importante mencionada no documento refere-se à ordem estrutural e
organizacional, que depende de um espaço adequado e planejado para o ato de amamentação.
A equipe gestora, os professores e demais funcionários devem considerar essa necessidade ao
planejar o ambiente. Trata-se de um espaço garantido por lei, com o objetivo de estimular a
continuidade do aleitamento. Em relação ao processo de transição, essa estratégia se mostra
relevante, pois assegura a continuidade da amamentação, proporcionando tranquilidade à mãe
quanto à nutrição e ao bem-estar do bebê. Contudo, não se trata de uma estratégia exclusiva
do processo de transição, uma vez que o estímulo ao aleitamento deve ser mantido ao longo
de todo o ano (ou por mais tempo, caso o bebê seja pequeno).
A “atenção especial voltada para as famílias” (Brasil, 2006), em termos de sentido,
parece similar ao acolhimento da família” (Brasil, 2019), presente no Currículo Paulista.
Porém, ver-seadiante que não é bem assim. As terminologias mudam um pouco, poder-se-
ia dizer que significa basicamente a mesma coisa, exceto que, o acolhimento da família
acontece exclusivamente no processo de transição, ao passo que, a “atenção especial voltada
para a família” deixa abertura para outras interpretações, podendo ser considerada ou
confundida com uma estratégia pedagógica geral. Este é um bom exemplo da necessidade de
se criar a diferenciação em Estratégias de Transição Diretas (ETD) e Estratégias de
Transição Indiretas (ETIND), para explicar melhor os processos de transição, se são
exclusivos do momento de início de frequência na creche, ou se são mais gerais ao processo
pedagógico como um todo.
Quadro 2 Estratégias de transição mencionadas nos Parâmetros Nacionais de Qualidade
para a Educação Infantil
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil
Atenção especial voltada para as famílias.
Presença de uma pessoa de referência nos primeiros dias.
Formas específicas de organização.
Local para amamentação.
Fonte: Elaboração do autor.
O documento Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI)
mencionou uma estratégia de transição, sendo ela “formas específicas de organização”
(Brasil, 2010), já citada pelo Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI)
e Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil. Outro fato que merece destaque
Estratégias de transição com ingresso de bebês na creche: o que dizem os documentos oficiais da educação brasileira
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é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não fazer nenhuma alusão ao processo de
transição inicial.
Dentre os demais publicados após o RCNEI, o documento que mais resgata o assunto
e apresenta sugestões para o momento da transição é o Currículo Paulista. Esse documento é
inovador, no que diz respeito à utilização da terminologia “transição”. Ele explicita, inclusive,
que existem outros processos de transição, além da inicial, como a transição da creche para a
pré-escola e da pré-escola para o ensino fundamental. Além desses que são mais citados pela
literatura, ainda existem os processos relacionados à troca ou mudança de salas na mesma
instituição, ou mudança de programas, ou trocas/mudança de professores, ou até mesmo as
transições que ocorrem no mesmo dia, que são as chamadas “microtransições” (Dentz et al.,
2022).
O Currículo Paulista menciona como estratégias de transição (Quadro 3) o
“acolhimento da família no ato da matrícula”, momento em que geralmente se faz também a
“entrevista sobre o bebê”, e se “compartilha expectativas, especificidades e necessidades entre
família e instituição”. Ele também menciona o “acolhimento à família” em contexto mais
geral (SEduc/SP, 2019).
Quadro 3 Estratégias de transição mencionadas pelo Currículo Paulista
Currículo Paulista
Acolhimento no ato da matrícula.
Acolhimento da família.
Entrevista da família sobre o bebê.
Compartilhamento de expectativas e especificidades entre família e instituição.
Fonte: Elaboração do autor.
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Estratégias de Transição Diretas e Indiretas
Essa classificação surgiu como uma necessidade premente para distinguir as
estratégias pedagógicas específicas para o período de transição das estratégias pedagógicas
que são importantes para a transição, mas vão além da transição, ou seja, que dizem respeito à
qualidade da educação infantil como um todo. A qualidade da educação infantil está
diretamente relacionada com uma boa transição, sendo a melhor estratégia, pois engloba todo
o contexto educacional e seus condicionantes, interferindo positivamente nas estratégias de
transição diretas.
A Estratégia de Transição Indireta é um tipo de abordagem que, na prática, está
relacionada a aspectos pedagógicos gerais, estruturais, institucionais, políticas, recursos
materiais e humanos, fatores externos e qualidades particulares do professor. Essa estratégia
pode ser aplicada tanto ao fenômeno específico da transição de bebês para a creche quanto ao
processo pedagógico de maneira geral. Afinal, espera-se que tanto as famílias quanto os bebês
recebam atenção especial ao longo de todo o ano e durante todos os anos.
Apesar de se tratar de documentos norteadores, observa-se que muitas das estratégias
mencionadas são de natureza indireta. Embora algumas estratégias possam ser semelhantes, é
possível perceber que uma pequena diferença terminológica pode caracterizar uma estratégia
como geral (indireta) ou exclusiva do processo de transição inicial. A partir da análise dos
documentos norteadores supracitados, foi possível compilar todas as estratégias de transição
mencionadas, as quais foram classificadas em estratégias diretas ou indiretas (Quadro 4),
conforme discutido ao longo deste trabalho.
Quadro 4 Relação de todas as estratégias de transição inicial mencionadas nos documentos
norteadores analisados, classificadas como diretas ou indiretas
Estratégias de transição diretas
Estratégias de transição indiretas
Realização de entrevistas.
Apoio da equipe gestora aos professores.
Informação sobre os bebês e famílias.
Acalmar o bebê.
Oferecer informação sobre a instituição.
Pegar o bebê no colo.
Objetos transicionais
Sensibilidade e responsividade.
Tranquilizar a família.
Considerar gostos e preferência das crianças.
Atenção mais individualizada.
Atividades atrativas.
Escalonamento.
Local para amamentação.
Pessoa de referência (PR) nos primeiros dias.
Atenção especial voltada para as famílias.
PR organizar o berço do bebê antes do ingresso.
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Formas específicas de organização.
Compartilhamento de expectativas e especificidades entre família e instituição.
Acolhimento da família.
Acolhimento no ato da matrícula.
Fonte: Elaboração do autor.
Considerações finais
Pode-se concluir que é notável o crescimento e investimento das pesquisas na área da
infância, sobretudo no que diz respeito ao processo inicial de inserção de bebês e crianças
pequenas para instituições de educação infantil. Essa literatura possui um bom arcabouço de
conhecimentos sobre este processo. Esses trabalhos apontam novas possibilidades e
contribuições para a área, sugerindo estratégias políticas, sociais, institucionais, pedagógicas e
pessoais para a melhoria do contexto educacional onde ocorrem tantos processos. Porém, da
mesma forma que os documentos norteadores oficiais nacionais, ainda não trazem esses
conceitos (estratégias de transição) de maneira clara e sistematizada, como um instrumento a
ser seguido pelas instituições e profissionais da área.
É notável como a maneira de se escrever algo pode defini-lo de formas distintas,
atribuindo-lhe pesos ou importâncias diversas, podendo, inclusive, alterar completamente seu
sentido. Por essa razão, este trabalho sugere maior precisão terminológica para restringir as
ações pedagógicas específicas ao processo de transição de bebês para a instituição de
educação infantil. O ato de definir e delimitar ações específicas para este processo confere-lhe
maior importância, tornando-o um facilitador na sua implementação.
Portanto, é necessário a elaboração de novos documentos mais diretivos para o
processo de transição, que elenquem estratégias políticas, sociais, econômicas, estruturais e
pedagógicas exclusivas para a transição inicial de bebês do ambiente familiar para a creche,
evidenciando a relevância desse processo. Além disso, a Educação Infantil brasileira carece
de documentos e manuais técnicos que funcionem como guias para as instituições e
profissionais da área, permitindo-lhes implementá-los com maior assertividade.
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DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699 27
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Gostaria de agradecer ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, aos avaliadores anônimos, pelas contribuições e sugestões, para a versão final deste
trabalho.
Financiamento: Não houve fomento para o desenvolvimento do trabalho.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesses.
Aprovação ética: Como se trata de um trabalho teórico, não houve necessidade de
aprovação ética.
Disponibilidade de dados e material: Todos os documentos norteadores oficiais da
educação brasileira utilizados para a análise e discussão do trabalho estão disponíveis
online no site do Ministério da Educação do Governo Federal ou da Secretaria de
Educação do estado de São Paulo. Os artigos utilizados para o embasamento teórico da
introdução e da discussão também estão todos disponíveis online em bases de dados como
SCIELO, Google Acadêmico, PSYCINFO e ERIC.
Contribuições dos autores: O manuscrito é fruto da dissertação de mestrado de uma das
autoras, cujo texto, análises e discussões apresentadas neste trabalho foram construídos ao
longo do período de Pós-graduação da aluna, sob supervisão e orientação da Profa. Katia
Amorim, que contribuiu com a revisão do trabalho e a complementação de ideias no texto.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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TRANSITION STRATEGIES FOR BABIES ENTERING IN A DAYCARE: WHAT
OFFICIAL BRAZILIAN EDUCATION DOCUMENTS SAY
ESTRATÉGIAS DE TRANSIÇÃO COM INGRESSO DE BEBÊS NA CRECHE: O QUE
DIZEM OS DOCUMENTOS OFICIAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ESTRATEGIAS DE TRANSICIÓN PARA LOS BEBÉS QUE ENTRAN EN LA
GUARDERÍA: LO QUE DICEN LOS DOCUMENTOS OFICIALES BRASILEÑOS
SOBRE EDUCACIÓN
Cíntia Regina Czysz de CASTRO1
e-mail: cintiaczysz@usp.br
Katia de Souza AMORIM2
e-mail: katiamorim@ffclrp.usp.br
How to reference this article:
CASTRO, Cíntia Regina Czysz; AMORIM, Katia de Souza.
Transition strategies for babies entering in a daycare: what
official Brazilian education documents say. Doxa: Rev. Bras.
Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-
ISSN: 2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699
| Submitted: 25/09/2024
| Revisions required: 14/10/2024
| Approved: 17/11/2024
| Published: 13/12/2024
Editor:
Prof. Dr. Paulo Rennes Marçal Ribeiro
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
The University of São Paulo (USP), Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Ribeirão Preto (FFCLRP),
São Paulo SP Brazil. Early Childhood Education teacher and master's student in the Psychology Postgraduate
Program at FFCLRP-USP.
The University of São Paulo (USP), Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Ribeirão Preto (FFCLRP),
São Paulo SP Brazil. Full Professor, Department of Education, Information and Communication, FFCLRP-
USP.
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699 2
ABSTRACT: In view of historical and cultural changes, the perception of childhood and
concern for the overall development of babies, especially in view of their insertion into
collective contexts, has been improving. Although the issue of caring for babies in early
childhood education institutions has become the target of much research, few studies focus on
actions and strategies for the initial insertion/transition of babies from home to daycare.
Therefore, in view of this context, using Bardin's exploratory documentary study and content
analysis, this work aims to analyze and discuss the transition actions and strategies mentioned
in the main Brazilian educational guidance documents. Therefore, it is concluded that such
documents mention few initial transition strategies, and when they do, they are generally
superficial and non-directive.
KEYWORDS: Adaptation of babies in daycare. Welcoming babies in daycare. Early
childhood education institution. Transition strategy. National guiding documents.
RESUMO: Diante das mudanças históricas e culturais, a percepção da infância e
preocupação com o desenvolvimento global de bebês, sobretudo, diante da inserção em
contextos coletivos, foi se aprimorando. Ainda que a questão do atendimento de bebês em
instituições de educação infantil tenha se tornado alvo de muitas pesquisas, existem poucos
trabalhos que se debruçam sobre ações e estratégias de inserção/transição inicial de bebês
de casa para a creche. Portanto, diante desse contexto, utilizando o estudo documental
exploratório e análise de conteúdo de Bardin, este trabalho tem como objetivo, analisar e
discutir as ações e estratégias de transição mencionadas nos principais documentos
norteadores educacionais brasileiros. Mediante isso, conclui-se que, tais documentos
mencionam poucas estratégias de transição inicial e, quando o fazem, geralmente são
superficiais e não diretivos.
PALAVRAS-CHAVE: Adaptação de bebês na creche. Acolhimento de bebês na creche
Instituição de Educação Infantil. Estratégia de transição. Documentos norteadores nacionais.
RESUMEN: Frente a los cambios históricos y culturales, ha mejorado la percepción de la
infancia y la preocupación por el desarrollo global de los bebés, especialmente de cara a su
inserción en contextos colectivos. Aunque el tema del cuidado de los bebés en instituciones de
educación infantil se ha convertido en objeto de muchas investigaciones, son pocos los
estudios que se centran en acciones y estrategias para la inserción/transición inicial de los
bebés del hogar a la guardería. Por lo tanto, en este contexto, utilizando el estudio
documental exploratorio y el análisis de contenido de Bardin, este trabajo tiene como
objetivo analizar y discutir las acciones y estrategias de transición mencionadas en los
principales documentos rectores de la educación brasileña. Por lo tanto, se concluye que
dichos documentos mencionan pocas estrategias iniciales de transición y, cuando lo hacen,
son generalmente superficiales y no directivas.
PALABRAS CLAVE: Adaptación de los bebés a la guardería. Cuidando niños en la
guardería. Institución de Educación Infantil. Estrategia de transición. Documentos rectores
nacionales.
Cintia Regina Czysz de CASTRO and Katia de Souza AMORIM
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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Introduction
The history of the institutionalization of childhood in Brazil is relatively long and goes
back historically to the beginning of colonization, with the catechization of the indigenous
people (Amoroso, 1998; Almeida, 2015). Subsequently, this process of institutionalization
focused on poor and disadvantaged children, with the aim of further "social hygiene",
removing elements considered to be at risk of "order" and "good customs", hiding them in
supposedly rehabilitative institutions (Fonseca, 2007; Marcílio, 1997). This path continued
with the Houses of Mercy and Wheels of the Exposed, passing through philanthropic
assistance, reformatories and, later, the FEBENS, until the emergence of the first nurseries in
Brazil (Ewbank, 1990; Marcílio, 1998; Matta, 1999; Rizzini; Rizzini, 2004; Kuhlmann Jr.,
2007; Carvalho, 2009; Marcílio, 2009; Fonseca; Castro, 2013; Schach, 2015).
In Brazil, crèches began to appear at the end of the 19th century to care for the
children of female slaves, due to the Free Womb Law, and also for the first segment of
women who started working outside the home, who were domestic workers. Later, with the
end of slavery, there was also an intensification of the incorporation of immigrant labor,
which began to work on the farms but also organized itself in the cities and around the
industries (Kuhlmann Jr., 2007). With the arrival of these immigrants, who had previous
experience in labor relations and the workers' movement, demands for better working
conditions accelerated, which presupposed as a right the provision of crèches for the children
of mothers who, due to a demand for labor, especially cheap labor, had been incorporated by
factories and industries (Oliveira; Rosseti-Ferreira, 1986).
In order to meet the needs of low-income families and the demands of factory and
industrial workers, the issue of childcare centers began to be discussed at congresses. It was
recommended that crèches be set up in industries, as a measure to regulate women's labor
relations (Kuhlmann Jr., 2007).
Faced with this new social context, especially in relation to the intensive incorporation
of female labor, and the consequent daily separations of mothers and children, both in Brazil
and abroad, concern about childhood intensified, becoming the focus of research by scholars
from various fields of knowledge, such as education, psychology, philosophy, sociology,
medicine, psychiatry, biology and administration.
Theories emerged, mainly from the fields of psychology and psychiatry, which sought
to take a closer look at the effects of separating babies and young children from their mothers
in the process of entering nurseries. It was observed that, given certain circumstances, in some
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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cases, babies could develop different forms of attachment (Bowlby, 2002). It has been noted
that in cases of absence of the mother, which could be a physical or psychological absence,
babies can develop insecure attachments and even damage their mental health (Bowlby, 2002;
2004).
As a result of these movements and discussions, early childhood education began to
receive special attention under the 1988 Federal Constitution and is now considered a child's
right, a family option, and a duty of the State. In the process, poor children were no longer
defined in pejorative terms as "minors", but as subjects of rights, guaranteed by the 1988
Constitution (Fonseca, 2007; Marcílio, 1998; Carvalho, 2009; Marcílio, 2009; Fonseca;
Castro, 2013).
In this context, we highlight the creation of the Statute of the Child and Adolescent
(ECA), promulgated in 1990, based on Law No. 8,069, which institutionally recognizes
children and adolescents as citizens with rights, achieving new conquests in their historical
construction processes. Early Childhood Education was incorporated into Basic Education
through the Law of Guidelines and Bases (LDB) 9394/96, establishing the principles of
education and the duties of the State in relation to public education, reaffirming rights.
According to the LDB, Early Childhood Education was defined as the initial stage of basic
education, representing a historic achievement that took poor young children out of their
confinement in institutions linked to social welfare agencies (Oliveira, 2011). In addition,
early childhood education was organized in two stages: children aged 0 to 3 would be cared
for in crèches; and children aged 4 and 5 would be cared for in preschools, free of charge and
under the responsibility of the municipalities.
Since then, there have been countless official publications from Brazil's Ministry of
Education (MEC), establishing regulatory frameworks that seek to guide pedagogical
practices and the work of teachers in early childhood education institutions. It is possible to
list, chronologically, some moments and legal documents that regulate how early childhood
education should be oriented (Marquezan; Martins, 2017), such as the National Curriculum
Framework for Early Childhood Education (RCNEI), from 1998; the National Education Plan
(PNE), from 2001; the National Curriculum Guidelines for Early Childhood Education
(DCNEI), from 2009; and, the BNCC from 2017, among others that establish guiding
principles for the first stage of basic education.
Thus, the changes and progress made in relation to early childhood education since the
1988 Federal Constitution were solidified with the approval by the National Education
Cintia Regina Czysz de CASTRO and Katia de Souza AMORIM
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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Council in 2009 of CNE/CEB Resolution No. 05/09, which established the National
Curriculum Guidelines for Early Childhood Education (DCNEI). Guidelines that bring
together principles, foundations, and procedures to guide public policies, the elaboration,
planning, execution, and evaluation of pedagogical and curricular proposals for early
childhood education. In this way, the guidelines have sought to guide the teacher's work with
children and their school community, by proposing quality educational actions, articulated
with social and cultural diversities with regard to childhood and children in the country
(Marquezan; Martins, 2017).
The National Education Plan (PNE), on the other hand, is configured as a set of
political-pedagogical goals, emphasizing early childhood education in kindergartens and
preschools in a common way and constitutes an advance in the learning process, starting to
have new visions on pedagogical proposals (Nascimento; Gurgel; Almeida, 2017). Among the
regulatory frameworks, we highlight the preparation of the political-pedagogical project
(PPP), which is the responsibility of educational institutions, provided for in art. 121 of the
National Education Guidelines and Bases Law (LDBEN) - Law No. 9.394/96.
On December 22, 2017, CNE/CP Resolution No. 2 was published, establishing and
guiding the implementation of the Common National Curriculum Base (BNCC). A normative
document that defines the organic and progressive set of essential learning that all students
must develop throughout the stages and modalities of Basic Education, so that their learning
and development rights are guaranteed, in accordance with the National Education Plan (Dias,
2019).
This document regulates and guides all the stages and modalities of basic education, as
well as presenting a series of activities by age, listed in a compartmentalized way. It also
emphasizes the split between daycare and preschool in early childhood education, a
categorization that has been maintained since the LDB, (Barbosa et al., 2019). The BNCC
established learning rights for the Early Childhood Education phase, which are intended to
guarantee the necessary conditions for children to play an active role in their learning
environments, theoretically solving the challenges they experience and constructing meanings
about themselves and the world (Brasil, 2017).
Based on the BNCC, a national guiding document, some Brazilian states have
published their curricula, taking into account regional specificities and demands. In the state
of São Paulo, we have the São Paulo Curriculum, published in August 2019, which defines
and makes explicit to all education professionals working in the state, the competencies and
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
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skills essential for the cognitive, social, and emotional development of São Paulo students and
always considers their integral formation from the perspective of human development
(Seduc/SP, 2019). According to the document itself, the BNCC is a mandatory reference, but
it is not a curriculum. The Base establishes the objectives that are expected to be achieved,
and the São Paulo Curriculum defines how to achieve the objectives.
Under the influence of these studies, a large part of the work on the initial
entry/transition of babies into the collective environment was published from a Bowlbyian
psychoanalytic perspective, and, therefore, inferred that the entry of babies into early
childhood education institutions could be potentially harmful, since the baby would be far
from their primary attachment figure (Bowlby, 2002; 2004). Some studies follow this
perspective (Rapoport; Bossi; Piccinini, 2018), and others oppose it (Roecker et al., 2012;
Izidoro; Pereira; Rodrigues, 2020), so it cannot be proven that the collective educational
environment can actually be harmful.
The most important fact is "how" the initial transition process of these babies to the
early childhood education institution takes place, in other words, how the institutions organize
themselves to welcome the newcomers, and what transition strategies are employed by the
institutions to welcome the newcomers. According to Peixoto et al. (2017), the number of
transition practices is associated with babies' emotional well-being during the first month of
attending daycare. Therefore, the child's first contact with school is a unique and memorable
moment for the family and the school (Dias, 2019).
Based on this assumption, the teacher must welcome the children with as much
affection as possible, showing sympathy and, above all, reassuring the little ones who are just
starting school. In this way, planning the activities to be introduced is considered the main
moment to foster the child's acceptance, participation and evolution in this new environment
(Dias, 2019).
According to the work of Dentz et al., (2022), who carried out a systematic integrative
bibliographic review on the subject of the initial transition of babies in early childhood
education institutions, a growing trend of studies on the subject was observed, however,
according to the articles retrieved, there are still few studies that present transition strategies
in a systematized way. The construction of policies that highlight this issue and point out
practices to be considered in the initial transition process is therefore crucial. The aim of this
article was thus defined.
Cintia Regina Czysz de CASTRO and Katia de Souza AMORIM
Doxa: Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 25, n. 00, e024012, 2024. e-ISSN: 2594-8385
DOI: https://doi.org/10.30715/doxa.v25i00.19699 7
Objective
The aim of this study was to analyze official early childhood education documents in
search of guidelines for teachers on how to proceed with the initial transition process of
babies in early childhood education institutions, as well as to look for mentions in these
documents of strategies for transitioning babies from home to daycare.
Methodology
The documents analyzed were the three volumes of the RCNEI (1998), the two
volumes of the National Quality Parameters for Early Childhood Education (2006), the
DCNEI (2010), the BNCC (2017), and the São Paulo Curriculum (2019). As discussed in the
introduction, these documents were selected because they are of great historical and political
importance, because they deal not only with basic education in general, but also because they
discuss early childhood education and present elements of a normative nature and/or specific
suggestions related to this subject, as well as being the documents that are most cited in other
works on the subject. The methodological resources used to analyze these documents were
Bardin's exploratory documentary study and content analysis (2011). According to Gil (2002),
exploratory research:
[...] its objective is to provide greater familiarity with the problem, with a
view to making it more explicit or constructing hypotheses. It can be said
that the main aim of this research is to improve ideas or discover institutions
(Gil, 2002, p. 41, our translation).
For the analysis, the parts that referred to early childhood education were read in
their entirety, looking specifically for topics that dealt with the initial transition process from
home to nursery school. The excerpts were presented in full and discussed individually and
comparatively, analyzing whether or not transition strategies and/or guidelines for this process
are presented. Content analysis has become one of educational studies' most widely used
methods (Dalla Valle; Lima Ferreira, 2024). For this reason, Bardin's (2011) content analysis
was used to analyze Brazilian official documents.
According to Santos (2012), content analysis involves a set of methodological tools
that can be applied to diverse discourses from different data sources, such as newspapers,
speeches, letters, advertising, novels, and official reports. In this paper, content analysis will
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
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be applied to the documents mentioned above in order to organize and categorize the initial
transition strategies mentioned in the papers.
In the pre-analysis of the documents, we systematically read the excerpts referring to
early childhood education, looking for the theme of the initial insertion/transition of babies
from home to nursery school. According to Bardin (2011), the initial contact with the
documents, the so-called "floating reading", is the phase in which the hypotheses and
objectives of the research are developed.
It was hypothesized that the documents would mention "transition strategies" in some
way. It was hoped to find strategies for the transition process more objectively, clearly, and
systematized, as these are guiding documents for early childhood education. However, after
searching and analyzing, it became clear that these documents present transition strategies in a
scattered and superficial way, with few examples of pedagogical/institutional/political
procedures.
The coding process is the cut that will be made in the research, reducing it to a
registration unit, which is a unit to be coded, which can be a theme, a word, or a phrase
(Santos, 2012). Therefore, the recording unit of this work is the "Transition Strategy" (Bardin,
2011). Transition strategies were categorized into direct transition strategies (DTS) and
indirect transition strategies (ITS). Therefore, the rules of completeness, representativeness,
homogeneity, relevance, and exclusivity, according to Bardin (2011), were respected.
Results and discussion
The following are the main official guiding documents for Brazilian education that
were analyzed from the perspective of how the initial transition of babies is approached in
each of them.
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National Curriculum Framework for Early Childhood Education
The National Curriculum Framework for Early Childhood Education (RCNEI), the
first document analyzed, aims to:
(...) to set quality goals that contribute to children's full development of their
identities, capable of growing up as citizens whose rights to childhood are
recognized. It also aims to help institutions achieve the socializing objective
of this educational stage, in environments that allow children to access and
expand their knowledge of social and cultural reality (Brasil, 1998, our
translation).
The RCNEI was created to serve as a guide for reflection on the objectives, contents,
and teaching guidelines for early childhood education professionals (whether nursery or
preschool), respecting their individualities, helping them in their educational work, and
clarifying what should be taught with an open and non-mandatory proposal. This document is
organized into three volumes, the first of which is the Introduction, which briefly explains
what the document is about; the second deals with the first area of experience, which is
Personal Formation and Social which encourages the construction of Identity and Autonomy
of the child; and, the third deals with the second area of experience, which is Knowledge of
the World, referring to the axes of work which are: Movement, Music, Visual Arts, Oral and
Written Language, Nature and Society and Mathematics (Silva, 2019).
The RCNEI has a specific topic, in its first volume, which deals with entering the
institution and welcoming families and children, remembering that this topic in the book
covers children from zero to six years old. Some transition strategies are presented, such as
the orientation to carry out interviews, to get to know the family's reality and the children's
habits better. As indicated there,
The enrollment interview can be used to provide information about the care
offered, the objectives of the work, and the concept of education adopted.
This is also a good opportunity to get to know some of the children's habits
and for the teacher to establish a first contact with the families (Brasil, 1998,
p.80, our translation).
In addition, the teacher is instructed to give the child their full attention on their first
day at the institution, when they are advised to use transitional objects.
On the child's first day at the institution, the teacher's attention should be
focused on them in a special way. This day should be very well planned so
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
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that the child can be welcomed. It is advisable to receive a few children at a
time so that you can attend to them individually. With very young babies, the
main thing is to prepare their place in the room and their crib, identify them
by their name, provide the food they will receive, and, above all, reassure
their parents. Keeping some transitional objects in the institution, such as a
pacifier, the diaper he uses to sniff, a teether, or even the bottle nipple he is
used to, will help in this process. You can even ask the mother or person
responsible for the child to come in a few days earlier to help prepare their
baby's crib (Brasil, 1998, p. 80, our translation).
For comprehensive care, it is recommended that the process of adapting to the
institution be gradual, with the child's length of stay gradually increasing, allowing them to
gradually become familiar with what's new. It is also suggested that during the first few days,
the presence of the father, mother or other close family member should be guaranteed,
providing the child with emotional support as they face the new environment, guaranteeing
them a sense of security.
When full-time care is provided, it is recommended that a gradual process of
integration is established, extending the time the child is there so that they
gradually become familiar with the teacher, the space, the routine, and the
other children they will be living with. It's essential to request the presence
of the child's mother or father or someone they know for the first few days,
and even when necessary, so that they can face the strange environment with
someone they feel safe with. Once they have established an emotional bond
with the teacher and the other children, they will be able to cope well with
the separation, being able to say goodbye to their loved one safely and
detached (Brasil, 1998, p.82, our translation).
According to the document, this period demands a lot from the teacher, who needs
support from the institution and colleagues.
This period requires a lot of skill, so the teacher needs support and
accompaniment, especially from the principal and members of the technical
team, as they are also undergoing a process of adaptation. Teachers need to
be clear about the role of the mother (or whoever is accompanying the child)
in their first days at the institution (Brasil, 1998, p.82, our translation).
The document also deals with the issue of crying, perhaps one of the most traumatic
moments for families and the most challenging for teachers.
The child's crying during the insertion process seems to be the most anxiety-
provoking factor for both parents and teachers. But there also seems to be a
belief that crying is inevitable and that the child will eventually get used to
it, overcome by physical or emotional exhaustion, and stop crying. Some
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believe that if you give them too much attention and hold them in your arms,
they will become sly and cry. This experience should be avoided. Special
attention should be paid to children in these moments of crying by holding
them or suggesting enjoyable activities (Brasil, 1998, p.82, our translation).
It is also suggested that the teacher plan activities for the first few days in order to
attract the children's attention, as well as organize the spaces for the activities according to the
children's tastes.
The teacher can plan the best way to organize the environment during these
first few days, taking into account the children's tastes and preferences,
rethinking the routine according to their arrival, and offering them attractive
activities. Organized environments with painting, drawing, and modeling
materials, house toys, buckets, shovels, sand, water, etc., are good strategies
(Brasil, 1998, p.82, our translation).
In general, it can be said that the first document analyzed here mentions daycare and
presents general transition strategies, with suggestions for the institution, the family, and the
teacher. The document mentions children generically most of the time, but also defines a
specific age group when it mentions "very young babies", suggesting direct transition
strategies particular to this age group, such as a transition object, planned and staggered entry,
more individualized care, special preparation of the space where the baby will stay, the
presence of the mother a few days before to organize the baby's crib, etc.
National Quality Parameters for Early Childhood Education
The National Quality Parameters for Early Childhood Education, published in 2006, is
a guiding document for implementing and evaluating public educational policies aimed at
children from zero to five years old. The formulation of these parameters took into account
the rights guaranteed to children by current legislation, which recognizes that, from birth,
children are citizens with rights, unique and singular individuals, social and historical beings,
as well as being competent, producers of culture and members of the whole of animal,
vegetable and mineral nature (Brasil, 2006). The document:
(...) contains quality references for Early Childhood Education to be used by
educational systems, nurseries, pre-schools, and Early Childhood Education
centers, which promote equal educational opportunities and take into
account the differences, diversities, and inequalities of our immense territory
and the many cultures present in it (Brasil, 2006, p.3, our translation).
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
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As its name implies, the document, in its two volumes, addresses the quality of early
childhood education, pointing out the foundations, parameters, and indicators of quality, as
well as discussing the concept of the child and the pedagogy of early childhood education, as
well as the competencies of education systems.
Little information is presented on the subject of transition. The document only
emphasizes the importance of the moment of entry, which requires special attention from
teachers and administrators, and advocates the presence of a relative or acquaintance of the
child during the transition period. It's worth noting that the terminology of transition doesn't
appear in the document, but is instead referred to as reception or adaptation.
The period of initial reception ("adaptation") requires teachers, managers,
and administrators to pay special attention to the families and/or guardians of
the children, even making it possible for a representative of these families to
be present on the premises of the institution (Brasil, 2006, p. 32, our
translation).
The Parameters also highlight the importance of conducting interviews with families,
as well as planning and organizing spaces to receive children and welcome families.
(...) spaces are provided for welcoming families and/or guardians, such as a
place for breastfeeding, for more private interviews and conversations, and
for collective meetings in the Early Childhood Education institution (...)
differentiated spaces are provided for children's activities, for professionals,
for support services and welcoming families and/or guardians (Brasil, 2006,
p.44, our translation).
National Curriculum Guidelines for Early Childhood Education
The National Curriculum Guidelines for Early Childhood Education (DCNEI), whose
resolution was published in December 2009, are linked to the National Curriculum Guidelines
for Basic Education. These documents bring together principles, foundations, and procedures
defined by the Basic Education Chamber of the National Education Council to guide public
policies and the preparation, planning, implementation, and evaluation of pedagogical and
curricular proposals for Early Childhood Education (Brasil, 2010).
The DCNEI states that early childhood education institutions have a duty to promote
children's development, offering them meaningful learning without anticipating the content
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expected for elementary school (Brasil, 2010). Pedagogical proposals must respect ethical,
political, and aesthetic principles, guaranteeing their socio-political and pedagogical function:
(...) access to processes of appropriation, renewal, and articulation of
knowledge and learning of different languages, as well as the right to
protection, health, freedom, trust, respect, dignity, play, coexistence, and
interaction with other children (Brazil, 2010, p.18, our translation).
The DCNEI addresses the issue of transition very superficially and in a punctual
manner, mentioning the importance of appropriate strategies for the different moments of
transition, but without mentioning what these strategies might be.
The continuity of learning processes through the creation of appropriate
strategies for the different moments of transition experienced by the child:
transition from home to the Early Childhood Education institution,
transitions within the institution, transition from nursery to preschool, and
transition from preschool to elementary school (Brasil, 2010, p. 29, our
translation).
Common National Curriculum Base
The Common National Curriculum Base (BNCC), the first version of which was
published in December 2017, is a normative document and a mandatory reference for the
preparation of school curricula and teaching proposals for all levels of basic education, with
interaction and play as the structuring axes in early childhood education.
The Common National Curriculum Base (BNCC) presents a systematization and a
clear differentiation between the stages of early childhood education, nursery and preschool,
and the respective age groups. Nurseries cater for babies (0 to 1 year and 6 months) and very
young children (1 year and 7 months to 3 years and 11 months), while preschools are aimed at
young children (4 years to 5 years and 11 months). For each age group, specific learning
objectives and fields of experience are defined.
At no point in the text is the issue of the transition from home to nursery or from home
to preschool addressed. However, the document devotes significant attention to the transition
from early childhood education to primary education, including a specific topic on this
subject.
For children to successfully overcome the challenges of transition, it is
essential to strike a balance between the changes introduced, the continuity
of learning, and an affectionate welcome, so that the new stage is built on
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what the students know and are able to do, avoiding fragmentation and
discontinuity in pedagogical work (Brasil, 2017, p.53, our translation).
Therefore, from an analysis of the document, it can be concluded that no initial
transition strategy is presented. In fact, as mentioned above, this subject is not even addressed
in the BNCC.
Curriculum Paulista
The last document analyzed is the São Paulo Curriculum, approved in August 2019,
which aims to improve the quality of basic education in the state of São Paulo. It provides
guidelines for student learning through the development of Student and Teacher Workbooks,
which follow the general competencies established by the Common National Curriculum
Base (BNCC), as well as the curricula and curricular guidelines of public and private
education networks.
The São Paulo Curriculum is the result of the efforts of education professionals
representing the municipal and state education networks who, working collaboratively, have
combined knowledge, procedures, reflections, and experiences in the construction of a
reference document, which guides teaching practice in the different curricular components,
being a guiding document for teacher training and other public educational policies
(SEduc/SP, 2019).
The document presents a brief history of early childhood education, discusses the
concept of childhood and children, and addresses the social function of early childhood
education institutions and the role of professionals working in this area. On the subject of
transition, the Currículo Paulista dedicates a specific topic to the subject, defining the
concept of transition and highlighting the importance of family participation in this process.
The first transition in Early Childhood Education takes place when the child
leaves their family and enters the institution. For this transition to take place
smoothly, the school's professionals must provide a warm welcome at the
time of enrollment and make it possible for the family and the school to
share their specificities, expectations, and needs. Thus, an institution that is
safe in relation to the child favors the process of welcoming the family, just
as a safe family provides security for the child (SEduc/SP, 2019, p. 42, our
translation).
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Once again, the importance of getting to know the child and their family is
emphasized through interviews or meetings with parents and/or guardians.
(...) families and schools need to get to know each other. This can be done
through specific meetings with new parents/guardians and/or individual
interviews. Knowing the typical tastes and behaviors of each child can
effectively ease the insecurities, anxieties, and anxieties of both institutions
in order to guarantee the child's well-being (SEduc/SP, 2019, p. 43, our
translation).
The document points out that there are several transitions that the child faces
continuously and stresses the importance of the presence of a known adult to facilitate the
process.
The child is continually going through transition processes, ranging from
changes in physical spaces, changes or replacements of teachers, or even
classmates joining or leaving the group. It is up to the institution to minimize
the impact of these changes by making proposals that increase the child's
interaction with different spaces and people (SEduc/SP, 2019 p. 43, our
translation).
In general, it can be said that although the São Paulo Curriculum addresses the issue of
transition and highlights relevant points to be considered by teachers and the institution, it
presents few practical strategies for its implementation. From a positive perspective, this gap
could provide greater autonomy for each institution to plan the transition process, taking into
account its specificities. However, it is essential to note the absence of a normative document
or directive instrument that offers more precise guidelines on the subject, including examples
of strategies and suggestions for implementation.
General discussion on the transition strategies mentioned in the guiding documents
analyzed
By highlighting and comparing the theme of transition and the transition strategies
presented in each of the guiding documents analyzed, it can be concluded that the RCNEI, the
oldest document, is the one that describes the transition process and strategies in the most
detail for teachers, institutions, and families, although it does not use the term transition,
calling the process welcoming.
Emphasis is placed on the importance of "interviewing the family" as a strategy to
"reassure the family", to get to know the child and the reality in which he or she is inserted
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well, and to "provide information about the institution, its functioning, and philosophy"
(Brasil, 1998). Studies such as those by Costa, Dentz, and Amorim (2023) corroborate the
relevance of this practice, highlighting the importance of meetings, interviews, and anamneses
to get to know newcomers better. In addition to the interview with the family, some authors
point out that certain institutions adopt the "visit before admission" strategy (Martins et al.,
2014; White et al., 2020), a practice that can involve either the family visiting the institution
or the other way around.
The RCNEI also points out that this is a good time to encourage family members or
guardians to take part in the process, as seen in the strategies mentioned in the document:
"Caregiver comes to organize the baby's crib before admission" and "Presence of a caregiver
in the first few days" (Brasil, 1998). After all, when you share the care of a baby, who was
once centered on the family, with a collective care institution, you have to do it gradually,
showing the new space and giving the baby support to interact with objects and people. If
there is the presence of a "reference person in the early days" (Rapoport; Piccinini, 2001;
Klein; Kraft; Shohet, 2010; Bossi et al., 2014; Martins et al., 2014; Tebet et al., 2020;
Uellner; Frizzo, 2022, our translation), the baby will feel more confident and authorized to
explore the new context, in their own time, based on the security of the presence of a family
member of reference.
The document also mentions the importance of the "transitional object" (Brasil, 1998),
which can be a pacifier, a washcloth, or even a child's attachment toy (Guédeney; Grasso;
Starakis, 2004; Peixoto et al., 2017; White et al., 2020). It is considered that this object of
attachment can bring some comfort to the baby, since it is a little piece of home that is
brought into this new institutional environment.
It also highlights attitudes towards giving "more individualized attention", which can
be organized by "staggering", or through "specific forms of organization", also relying on the
"sensitivity and responsiveness of the teacher" in noticing signs of distress, "calming the
baby" by "holding them" or "distracting them" with "attractive activities" (Brasil, 1998). In
order to guarantee "more individualized care", other strategies need to be promoted, such as
"Gradual Insertion" (Martins et al., 2014; Grande et al., 2017; Tebet et al., 2020; Peixoto et
al., 2017; Uellner; Frizzo, 2022; Costa; Dentz; Amorim, 2023), which allows for a gradual
insertion, i.e. babies start attending the institution for a few hours on the first day, with an
increase in hours over the course of the week. This strategy is closely linked to the "staggered
entry" (Costa; Dentz; Amorim, 2023) of babies.
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According to (Rossetti-Ferreira et al., 1994; Rapoport; Piccinini, 2001; Esteves et al.,
2012; Tebet et al., 2020), the "specific forms of organization" refer to the organization of the
space at the moments of reception, play, feeding, hygiene, and farewell; and, in a special way,
for the reception of newcomers, pedagogically considering all the factors that involve the
specificity of this moment.
When the document talks about specific forms of organization, it cites examples of
what can be done to enrich the environment with attractive possibilities that facilitate the
process, for example: "Organized environments with painting, drawing and modeling
materials, house toys, buckets, shovels, sand, and water, etc. are good strategies" (Brasil,
1998, p.82, our translation). In addition to organizing the space considering the specificities of
the class and its babies/children, "taking into account tastes and preferences" (Brasil, 1998).
This exemplification of strategies is not common in any other document.
However, in order for the teacher to know this data, the attitudes mentioned above
(meetings, interviews, and questionnaires) are necessary for the teacher to get to know the
baby, their mood, and temperament beforehand, trying to predict behavior and needs.
Generally, for teachers to be able to take part in meetings and interviews, the institution needs
to be able to organize itself to guarantee their participation.
In addition, for teachers to have a better chance of success in the transition process,
they need "support from the management team" (Brasil, 1998), as they are also immersed in
this process and, therefore, also in transition. In addition to the support of the team, it is
necessary for the institution to function as a cog in the wheel, where each professional
performs their task well, ensuring a balance of functions without overloading anyone.
In the same vein, White et al. (2020) consider the importance of "psychological
support for families and teachers", which concerns the management of the organizational type
and human resources for the transition process of those involved (family members, teachers,
and, above all, babies), which is in line with what is mentioned in the National Curriculum
Framework for Early Childhood Education (RCNEI), as shown below (Chart 1).
An analysis of the following documents shows that they deal with the issue of initial
transition in a more superficial way and do not emphasize the entry of babies. The National
Quality Parameters for Early Childhood Education mention four transition strategies (Chart
2). It takes up the strategy of "the presence of a reference person in the first few days" and the
"specific forms of organization" (Brasil, 2006), already present in the RCNEI, and adds two
other strategies: "a place for breastfeeding" and "special attention for families" (Brasil, 2006).
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Chart 1 - Transition strategies mentioned in the RCNEI
National Curriculum Framework for Early Childhood Education (RCNEI)
Conducting interviews.
Information about babies and families.
Providing information about the institution, its workings and philosophy.
Transitional objects.
Reassure the family.
Individualized attention.
Scaling.
A reference person will come and organize the baby's crib before the entrance.
Presence of a caregiver in the first few days.
Support for teachers from the management team.
Special attention for the baby - individualized.
Calming the baby.
Holding the baby.
Distract the baby.
Sensitivity and responsiveness.
Specific forms of organization (with examples).
Take children's tastes and preferences into account.
Attractive activities.
Source: Prepared by the author.
Another critical strategy mentioned in the document refers to the structural and
organizational order, which depends on an adequate and planned space for breastfeeding. The
management team, teachers, and other staff must take this into account when designing the
environment. This is a space guaranteed by law, with the aim of encouraging continued
breastfeeding. This strategy is relevant in relation to the transition process because it ensures
the continuity of breastfeeding, giving the mother peace of mind about the baby's nutrition
and well-being. However, this strategy is not exclusive to the transition process, since
breastfeeding should be encouraged throughout the year (or longer if the baby is small).
"Special attention to families" (Brasil, 2006), in terms of meaning, seems similar to
"welcoming the family" (Brasil, 2019), present in the São Paulo Curriculum. However, it will
be seen below that this is not the case. The terminology changes a little, but it could be said
that it basically means the same thing, except that welcoming the family takes place
exclusively in the transition process, while "special attention for the family" leaves room for
other interpretations, and can be considered or confused with a general pedagogical strategy.
This is a good example of the need to differentiate between Direct Transition Strategies
(ETD) and Indirect Transition Strategies (ETIND), in order to better explain the transition
Cintia Regina Czysz de CASTRO and Katia de Souza AMORIM
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processes, whether they are exclusive to the moment of starting nursery school, or whether
they are more general to the pedagogical process as a whole.
Chart 2 - Transition strategies mentioned in the National Quality Parameters for Early
Childhood Education
National Quality Parameters for Early Childhood Education
Special attention to families.
Presence of a caregiver in the first few days.
Specific forms of organization.
Breastfeeding area.
Source: Prepared by the author.
The document "Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI)"
only mentioned one transition strategy, which was "specific forms of organization" (Brasil,
2010), already mentioned by the Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) and Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Another fact
worth highlighting is that the Common National Curriculum Base (BNCC) does not mention
the initial transition process.
Among the other documents published after the RCNEI, the one that most recalls the
subject and makes suggestions for the moment of transition is the São Paulo Curriculum. This
document is innovative in terms of the use of the terminology "transition". He also explains
that there are other transition processes besides the initial one, such as the transition from
nursery school to preschool and from preschool to elementary school. In addition to those
most cited in the literature, there are also processes related to changing rooms in the same
institution, changing programs, changing teachers, or even transitions that occur on the same
day, which are called "microtransitions" (Dentz et al., 2022).
The São Paulo Curriculum mentions as transition strategies (Chart 3) the "welcoming
of the family at the time of enrollment", at which time there is usually also an "interview
about the baby", and the "sharing of expectations, specificities and needs between family and
institution". It also mentions "welcoming the family" in a more general context (SEduc/SP,
2019).
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
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Chart 3 - Transition strategies mentioned by the São Paulo Curriculum
Curriculum Paulista
Welcome upon enrollment.
Welcoming the family.
Family interview about the baby.
Sharing expectations and specificities between family and institution.
Source: Prepared by the author.
Direct and Indirect Transition Strategies
This classification emerged as a pressing need to distinguish between teaching
strategies specific to the transition period and teaching strategies that are important for the
transition but go beyond the transition, i.e., those that concern the quality of early childhood
education as a whole. The quality of early childhood education is directly related to a good
transition, which is the best strategy because it encompasses the entire educational context
and its conditioning factors, positively interfering in direct transition strategies.
The Indirect Transition Strategy is a type of approach that, in practice, is related to
general pedagogical, structural, institutional, and political aspects, material and human
resources, external factors, and the particular qualities of the teacher. This strategy can be
applied both to the specific phenomenon of the transition of babies to nursery school and the
pedagogical process in general. After all, families and babies are expected to receive special
attention yearly and yearly.
Despite being guiding documents, many of the strategies mentioned are indirect in
nature. Although some strategies may be similar, it is possible to see that a small difference in
terminology can characterize a strategy as general (indirect) or exclusive to the initial
transition process. From the analysis of the guiding documents mentioned above, it was
possible to compile all the transition strategies, which were classified as direct or indirect
(Chart 4), as discussed throughout this paper.
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Chart 4 - List of all the initial transition strategies mentioned in the guiding documents
analyzed, classified as direct or indirect
Direct transition strategies
Indirect transition strategies
Conducting interviews.
Support for teachers from the management
team.
Information about babies and families.
Calming the baby.
Offer information about the institution.
Holding the baby.
Transitional objects
Sensitivity and responsiveness.
Reassure the family.
Consider children's tastes and preferences.
More individualized attention.
Attractive activities.
Scaling.
Breastfeeding area.
Reference person (RP) in the first few days.
Special attention to families.
PR organized the baby's crib before the entrance.
Specific forms of organization.
Sharing expectations and specificities between family and institution.
Welcoming the family.
Welcome upon enrollment.
Source: Prepared by the author.
Final considerations
It can be concluded that the growth and investment in research in the area of childhood
is remarkable, especially with regard to the initial process of bringing babies and young
children into early childhood education institutions. This literature has a good body of
knowledge about this process. These studies point to new possibilities and contributions to the
field, suggesting political, social, institutional, pedagogical, and personal strategies for
improving the educational context in which so many processes take place. However, just like
the official national guiding documents, these concepts (transition strategies) have not yet
been clearly and systematized as a tool to be followed by institutions and professionals in the
field.
It's remarkable how the way something is written can define it in different ways,
giving it different weight or importance and even completely altering its meaning. For this
reason, this paper suggests greater terminological precision in order to restrict specific
pedagogical actions to the process of transitioning babies to the early childhood education
Transition strategies for babies entering in a daycare: what official Brazilian education documents say
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institution. The act of defining and delimiting particular actions for this process gives it
greater importance, making it a facilitator in its implementation.
It is, therefore, necessary to draw up new, more directive documents for the transition
process, which list exclusive political, social, economic, structural, and pedagogical strategies
for the initial transition of babies from the family environment to nursery school, highlighting
the importance of this process. In addition, Brazilian Early Childhood Education lacks
technical documents and manuals that act as guides for institutions and professionals in the
field, allowing them to implement them with greater assertiveness.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: I would like to thank the Graduate Program in Psychology of the
Ribeirão Preto School of Philosophy, Sciences and Letters, University of São Paulo, and
the anonymous evaluators for their contributions and suggestions for the final version of
this work.
Funding: There was no funding for the work.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: As this is a theoretical study, there was no need for ethical approval.
Availability of data and material: All the official guiding documents of Brazilian
education used for the analysis and discussion of the work are available online on the
website of the Ministry of Education of the Federal Government or the Secretary of
Education of the state of São Paulo. The articles used for the theoretical basis of the
introduction and discussion are all available online in databases such as SCIELO, Google
Scholar, PsycINFO, and ERIC.
Author contributions: The manuscript is the result of the master’s thesis of one of the
authors, whose text, analyses, and discussions presented in this work were developed
during the student’s postgraduate studies under the supervision and guidance of Professor
Katia Amorim, who contributed to the revision of the work and the enhancement of ideas
in the text.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, standardization and translation.