APRESENTAÇÃO DE POSSESSIVIDADE NOS VERBOS DE LÍNGUAS DE SISTEMAS DIFERENTES


REPRESENTACIÓN DE POSESIVIDAD EN VERBOS DE IDIOMAS DE SISTEMAS DIFERENTES


REPRESENTATION OF POSSESSIVENESS IN THE VERBS OF LANGUAGES OF DIFFERENT SYSTEMS


Evgeny V. KRASNOSHCHEKOV1

Galina T. POLENOVA2


RESUMO: Numa determinada fase de desenvolvimento, possessividade podia ser expressa pelas formas de pronomes pessoais. Em muitas línguas, os verbos com os indicadores especiais de possessividade, que são formas possessivas, enclíticas de pronomes pessoais, formam uma conjugação possessiva. A identidade material dos indicadores examinados em verbos e substantivos indica a sua origem comum. À medida que o verbo e o substantivo diferenciavam, estes formantes uniformes foram divididos: em substantivos, eles permaneceram num significado pessoal e possessivo, e em verbos, começaram a servir para expressar as relações entre sujeito e objeto. O artigo proposto contribui para o desenvolvimento da linguística geral, bem como é de interesse para os que estudam teoria e tipologia de línguas.


PALAVRAS-CHAVE: Afixos predicados. Afixos possessivos. Prefixos possessivos. Pronomes possessivos. Conjugação possessiva.


RESUMEN: En una cierta fase de desarrollo se puede expresar la categoría de posesividad por varias formas de promobres personales. En muchas idiomas los verbos con indicadores especiales de pertenecido, incluyendo formas posesivas y enclíticas de pronombres personales, forman la conjugación posesiva. La identidad material de los indicadores considerados en verbos y (nombres) sustantivos revela su origen común. Esas unidades formativas comunes se resquebraron en el transcurso de la diferenciación entre el nombre y el verbo: quedan conservados en nombres en el sentido posesivo personal y en verbos se usan para expresar las relaciones entre el objeto y el sujeto. Este artículo es una contribución en el desarrollo de la lingüística general así como es interesante para los que estudian la teoría y tipología de idiomas.


PALABRAS CLAVE: Afijos de predicados. Afijos posesivos. Prefijos posesivos. Pronombres posesivos. Conjugación posesiva.



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1 Universidade Federal do Sul (SFEDU), Taganrog – Rússia. Professor do Departamento de Linguística e Candidato a Ciências Pedagógicas. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2338-5578. E-mail: judgin58@mail.ru

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2 Universidade Estadual de Economia de Rostov (RSUE), Taganrog – Rússia. Professor do Departamento de Língua Alemã do Instituto Anton Chekhov Taganrog. Doutor em filologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0001- 8295-856X. E-mail: polenova@mail.ru

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ABSTRACT: Possessiveness at a certain stage of development could be expressed by the forms of personal pronouns. In many languages, verbs with special indicators of belonging, which are possessive, enclitic forms of personal pronouns, form possessive conjugation. The material identity of the considered indicators in verbs and nouns shows their common origin. As the noun and the verb differentiated, these single formants were subjected to splitting: in the nouns they remained in a personal possessive meaning, and in the verbs they began to express subject-object relations. The present article contributes to the development of general linguistics and is of interest to researchers of the theory and typology of languages.


KEYWORDS: Predicate affixes. Possessive affixes. Possessive prefixes. Possessive pronouns. Possessive conjugation.


Introdução


Possessividade expressa por verbos geralmente implica o significado expresso por tais verbos como ter e possuir, ou seja, por verbos que inicialmente têm o significado de possessividade (pertencer).

No estudo de línguas de outros sistemas, descobriu-se que em muitos deles o significado possessivo é expresso com a ajuda de indicadores-afixos especiais, que podem ser anexados ao verbo como prefixos (línguas Yenisei), ou como sufixos (Línguas Turcas). Verificou-se que ambos derivam de pronomes pessoais, que serviram de base inicial para a formação de indicadores pessoais possessivos de verbos e substantivos. Em algumas línguas, os indicadores de pertencimento seguem o verbo e coincidem com os pronomes pessoais. Em muitas línguas, ao conjugar um verbo, dois grupos de indicadores predicativos pessoais (terminações pessoais) são usados.

Vale ressaltar que verbos com indicadores possessivos nem sempre expressam pertencimento diretamente como, por exemplo, nas línguas Yenisei, em que verbos que denotam vários tipos de ruído são formados com índices de pertencimento. Frequentemente, os indicadores de pertencimento e predicação coincidem, por exemplo, prefixos e sufixos em verbos e substantivos (KHANINA; SHLUINSKY, 2014). Os sufixos possessivos pessoais do caso nominativo (principal) de substantivos estruturalmente são completamente idênticos ao formante pessoal do verbo na conjugação sujeito-objeto do modo indicativo, mas diferem significativamente em função (O’CONNOR, 2007). As primeiras expressam a pertença de um objeto a uma pessoa ou a outro objeto, enquanto as últimas caracterizam a transição da ação do sujeito para um determinado objeto (AMITH; SMITH-STARK, 1994).

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O objetivo deste artigo é analisar linguagens estruturalmente diferentes e identificar as características de expressão de possessividade em verbos.


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Materiais e métodos


O material da pesquisa são os dados de línguas existentes na Rússia e no exterior. Para atingir o objetivo, foram utilizados métodos histórico-comparativos, comparativos e tipológicos de contexto dentro da abordagem diacrônica, bem como interpretação e generalização.


Resultados


A análise da expressão de possessividade em verbos de várias línguas, bem como da conjugação possessiva que existe em várias línguas, pode mostrar que na maioria delas os verbos são formados por indicadores de pertencimento, que são formas possessivas e enclíticas de pronomes pessoais. Posteriormente, esses afixos possessivos, embora continuem a mudar gradualmente, foram transformados em morfemas possessivos monossilábicos. Por exemplo, na linguagem Tofalar, os substantivos podem atuar como um predicado quando denotam o que está sendo dito. Nesse caso, os substantivos, bem como outras partes do discurso nominais, são compostos de indicadores de predicação pospositiva especiais que mostram a categoria de pessoa. Na língua Khakass, os pronomes de primeira e segunda pessoa, tendo perdido o caráter de uma palavra independente, fundem-se com o predicado como seu elemento construtor, ou seja, tornam-se afixos, o que confirma a existência, no passado, de um período em que partes nominais da linguagem e os verbos foram formados com os mesmos elementos de possessividade.

Isso é confirmado pelos dados das línguas Yenisei, em que os indicadores nominais e verbais apresentam semelhança quase completa. Os indicadores do caso genitivo de pronomes pessoais, prefixos possessivos de classes gramaticais nominais e indicadores de um dos grupos de verbos coincidem na primeira e na segunda pessoa do singular.

Entre as línguas do grupo Chukotko-Kamchatkan, resquícios desse tipo de conjugação são registrados apenas na língua Itelmen. Nas línguas Yukagir e Eskimo-Aleut, os verbos também têm indicadores de pertencimento.

Nas línguas Tungus-Manchu, os verbos têm dois grupos de indicadores predicativos pessoais. Os indicadores de um grupo coincidem na forma com os afixos de pertencimento pessoal de nomes e particípios. Os sufixos possessivos coincidem com os dos substantivos.

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Nas línguas samoiedas (o grupo fino-úgrico) há uma coincidência completa dos sufixos possessivos pessoais do caso nominativo (principal) com os formantes pessoais do verbo na conjugação sujeito-objeto do modo indicativo. Essa semelhança indica a origem

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comum dessas línguas. Aparentemente, no período mais antigo de desenvolvimento da linguagem, o sujeito e a ação claramente não se opunham e, portanto, eram estruturalmente semelhantes.

Uma característica da conjugação sujeito-objeto é que o predicado se correlaciona tanto com o sujeito quanto com o objeto direto: na pessoa e no número ele corresponde ao sujeito, no número - ao objeto direto.

Os sufixos possessivos coincidem com as terminações verbais pessoais das formas de conjugação de objetos. Os indicadores do sujeito da ação poderiam ser sufixos possessivos, cujas formas no sistema de conjugação de objetos desenvolveram alguns desvios.

Nas línguas do Cáucaso, por exemplo, Adyghe e Abkhaz, também existem verbos que contêm em sua forma de palavras prefixos que servem como indicadores de possessividade. Ambas as pessoas podem ser expressas simultaneamente no verbo: a pessoa do sujeito e a pessoa do objeto direto. Os meios gramaticais de expressão de pessoa em um verbo são afixos pessoais, que são sempre prefixos e denotam junto com a pessoa a classe e o número do sujeito e do objeto. Como em outras línguas, esses afixos remontam aos pronomes pessoais correspondentes.


Discussão


O presente estudo começa com as línguas turcas.

Os afixos de possessividade nas línguas turcas têm uma relação estreita com as formas dos pronomes pessoais e, em quase todas as línguas deste grupo, são apresentados dois sistemas de afixos pessoais. Uma série é composta por pronomes pessoais no caso nominativo, que são pospositivos, a outra série coincide parcialmente com afixos possessivos. A presença de duas séries de desinências pessoais nas línguas turcas pode ser explicada de um ponto de vista semântico-sintático: na preposição do substantivo-pronome "eu", "você", etc., pode haver o particípio ("coletando-me lenha" > "Eu coleto lenha"), o caráter possessivo de um indicador pessoal que mostra o nome da ação (“minha coleta de

lenha”) (TENISHEV; DYBO, 2006, p. 256).

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É característico que em todas as línguas e dialetos turcos, apesar da mudança no sistema de afixos possessivos, o elemento -n- seja retido no paradigma nominal-possessivo. O fato de tal estabilidade contra o pano de fundo de um sistema deformador pode indicar uma antiguidade muito grande e o enraizamento inicial do elemento -n-. Posteriormente, os afixos possessivos formados continuaram a desaparecer gradualmente, transformando-se em


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morfemas possessivos monossilábicos. Por exemplo, na língua Yakut, várias formas de conjugação de verbos contêm afixos de pertencimento, que perderam esse significado e foram transferidos para o paradigma de conjugação, por exemplo: barbyt-tar-a (Eles se foram); Bar- yaҕ-ym 'Eu irei' (KORKINA; UBRYATOVA, 1982, p. 129).

Na língua Yakut, além dos afixos de pertença, os verbos também possuem afixos de predicação, diferindo em pessoas e números. No entanto, esses afixos estão ausentes na terceira pessoa e sua forma coincide com a forma do morfema de base do substantivo: sahabyn ‘Eu sou Yakut’, uolgun ‘você é um menino’, kini nauchcha ‘ele é russo’.

Na primeira pessoa e em parte na segunda pessoa do plural, a forma de predicação coincide com a forma de pertencimento. Essas formas diferem apenas no contexto e na estrutura da frase: Bihigu oҕolorbut (pertencendo) kəllilər ‘Nossos caras chegaram’; Bihigu - mannaҕy oҕolorbut ‘Nós somos os caras locais’ (predicação) (KORKINA; UBRYATOVA, 1982, p. 155-156).

Na linguagem Tofalar, os substantivos também podem atuar como predicados quando indicam quem ou o que é o sujeito (ou pessoa). Os substantivos, como outras partes do discurso nominais, são formados com indicadores pospositivos especiais de predicação que indicam a pessoa. Na forma, eles coincidem com os pronomes pessoais e não correspondem à parte nominal do predicado, como é o caso, por exemplo, nas línguas Khakass ou Cazaque, em que esses pronomes predicativos já se tornaram afixos de predicação.

A linguagem Tofalar neste aspecto é idêntica à linguagem Tuvan, que também contém pronomes predicativos semelhantes (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 222-223), por exemplo: singular, linguagem Tofalar – men aңshy men, linguagem Tuvan – men aңzhy men, Linguagem Khakass– min aңchybyn – ‘Eu sou um caçador’; Tofalar – sen aңshy sen, Tuvan – sen aңzhy sen, Khakass – sin aңchyzyn – ‘Você é um caçador’; Tofalar – oң aңshy, Tuvan – ol aңzhy, Khakass – ol aңshy – ‘Ele é um caçador’; Tofalar – bis aңshy bis, Tuvan – aңzhy bis, Khakass – pis aңchybis – ‘Nós somos caçadores’ (RASSADIN, 1978, p 27). Tuvan – men өөrenikchi men, Khakass – min ÿgrenchibin – Eu sou um estudante’; Tuvan – sen өөrenikchk sen, Khakass – sip ÿgrenchizin ‘Você é um estudante’, etc. (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 222).

Nos exemplos da língua Tuvan, as primeiras palavras são pronomes pessoais e as últimas (em negrito) são pronomes predicativos.

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Nos exemplos de Khakass, as primeiras palavras também são pronomes pessoais e as partes das segundas palavras em negrito são afixos predicados (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 223).

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Na linguagem Bashkir moderna, na primeira e na segunda pessoas do singular e do plural, afixos especiais são usados, com os quais não apenas as classes gramaticais nominais, mas também algumas partes das classes gramaticais auxiliares (posposições, partículas) são formadas.

Os afixos predicados da primeira pessoa do singular e do plural também são pronomes pessoais (myn - eu, bez - nós) que perderam o caráter de palavras independentes, por exemplo: ukyusymyn ‘Eu sou um estudante’, beҙ iaҙyusy byҙ ‘Nós somos escritores’.

O afixo da segunda pessoa do singular remonta ao pronome da segunda pessoa do singular hin (você). O afixo de predicação da segunda pessoa do plural nas línguas turcas também derivou do pronome pessoal: siz > sez (você) (DMITRIEV, 1948, p. 52-53).

Em turco, o afixo de pertencer à primeira pessoa do singular, no caso de morfemas de base consonantal, coincide na forma com os afixos de predicação da primeira pessoa do singular: kardeşim ‘meu irmão’ / 'Eu sou um irmão'; a diferença entre esses dois afixos depende do acento: os afixos de pertença são acentuados, enquanto os afixos de predicação não.

O afixo de pertencimento da segunda pessoa do singular no caso de morfemas de base consonantal (-t ...) na forma e na ênfase coincide com o afixo do caso genitivo: kardeşin seu irmão / irmão, kitaplann seus livros / livros (KONONOV, 1956, p. 75).

No Balkar, o verbo é formado por afixos especiais, que se dividem em dois grupos: 1) afixos possessivos 2) afixos predicativos derivados de pronomes pessoais. O afixo possessivo da primeira pessoa do singular é -m; segunda pessoa do singular -ng; primeira pessoa do plural tem indicador o -k, k’; segunda pessoa do plural -giz. Não há afixo na terceira pessoa (FILONENKO, 1940, p. 58).

Existem dois grupos de afixos para expressar a categoria de pessoa na estrutura dos verbos na língua Karaim.

Uma situação semelhante é observada em outras línguas turcas.

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Os autores do presente artigo acreditam que nas línguas turcas, na ausência de pronomes possessivos, os pronomes pessoais passaram a atuar como indicadores de "possessividade" nos verbos (denotando o sujeito da ação). Posteriormente, o caso genitivo de pronomes pessoais serviu de base para a formação de pronomes possessivos em línguas turcas. Gradualmente, os pronomes pessoais, que serviam como indicadores de pertencimento aos verbos, foram se transformando em afixos de pertencimento e perderam sua independência. Os dados da língua Tuvan representam a fase inicial de desenvolvimento: de



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uma palavra independente a um afixo, enquanto na língua Khakass já podem ser vistos como afixos.

No estudo das línguas Yenisei (grupo paleo-asiático), notou-se que tanto as classes gramaticais nominais (substantivos) quanto os verbos possuem indicadores de possessividade, que já foram traçados por M. A. Castrén (CASTRÉN, 1858, p. 139) como pronomes possessivos, e que também são usados (em uma versão fonética ligeiramente diferente) como prefixos possessivos das partes nominais do discurso: ab – 'meu', b-ор – 'meu pai', ba-ga:bde

'Eu escuto'; uk – 'seu', k-op – 'seu pai', ku-ga:bde 'você escuta'; buda – 'dele', d-a-op 'o pai dele', a-ga:bde 'ele escuta'.

Também há casos em que os morfemas de base verbal (infinitivos) nas línguas Yenisei contêm os prefixos possessivos indicados: ba:t 'me procurar', kа:t 'procurar você', daа:t 'procurar por ele', da: t 'procurar por ela', naa:t 'nos procurar' ou nas línguas Ket do Sul: ptar 'para me bater’ ('minha surra'), ktar 'para bater em você' ('sua surra'), datar 'para bater nele' ('a surra dele'), etc. Esses exemplos, junto com outros fatos, permitem dizer que há algum tempo nessas linguagens as formas baga:bde 'Eu escuto', ba-ksa:r 'Estou passando a noite', ba-xy-b- der ' Eu estou vestindo isso (roupas)', etc. foram usados para indicar a pertença da ação a uma pessoa (KREINOVICH, 1968, p. 121).

Os dados apresentados demonstram claramente a identidade quase completa dos morfemas nominais e verbais. Na primeira e na segunda pessoas do singular, os indicadores do caso genitivo de pronomes pessoais e os prefixos possessivos de partes nominais da fala e de um dos grupos de verbos coincidem: а:bа ki:m 'minha esposa'; bор 'meu pai'; ba-yissal 'Vou passar a noite'; kop 'seu pai'; ukse:l 'seu veado'; ku-t-ung 'vê você'; ku-yissal 'Você vai passar a noite' (WERNER, 1997, p. 134-136).

Na linguagem Ket moderna, os verbos denotam som e efeitos sonoros, bem como o verbo modal qoj 'desejar, querer' são formados com prefixos possessivos. Cf: ab ongajbata 'Eu resmungo', uk oŋajbata 'você resmunga', buda oŋajbata 'ele resmunga', ap kutɔl'ejbεta 'eu assovio', ab (uk, buda, bud, ʌtna, ʌkŋa, buŋna) nʌγajbata 'Eu (você, ele, ela, nós, vocês, eles) (POLENOVA, 2008, 134-135). Nos exemplos dados, o verbo é precedido por um pronome possessivo: "meu, seu, dele, dela, nosso, seu, deles". Cf: ab (uγ, but, buda, ʌtna, ʌkŋa, buŋna) qoj 'Eu quero, você quer’ etc.; Ket – ŋajteän ‘Eu quero’ literalmente para ‘Meu desejo’ (KRASNOSHCHEKOV, 2006, p. 219-225).

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O pesquisador americano Ed. Wajda, que estuda as línguas Yenisei, escolheu uma conjugação possessiva especial para esses verbos (WAJDA, 2000, p. 39).


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Uma situação semelhante é observada em outras línguas da Sibéria, principalmente o paleo-asiático.

Na linguagem Itelmen, a conjugação possessiva (objetivo indireto) é o terceiro tipo de conjugação verbal. Este tipo de conjugação possui dois subtipos - conjugação possessiva e indireta-objetiva - e, obviamente, está entre os elementos mais antigos do sistema verbal de Itelmen. Este tipo de conjugação está ausente em outras línguas do grupo Chukotko- Kamchatkan.

Um verbo foi encontrado na língua Itelmen que pode ser conjugado apenas como um tipo possessivo. Este é o verbo chikes 'disponível para alguém'.

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O verbo de conjugação possessiva é o núcleo de um sintagma possessivo de três elementos, em que o objeto de posse está no caso absoluto e o possuidor está no caso locativo. Assim, este sintagma é estruturalmente análogo ao sintagma russo, como 'Eu tenho um barco', 'Você tem um barco', 'Ele tem um barco', etc. Indicadores especiais na conjugação possessiva são usados para denotar a pessoa e o número do possuidor, antes de mais nada, a terceira pessoa. É a forma de terceira pessoa do possuidor que é a característica externa mais marcante da conjugação possessiva. O objeto de posse, como já indicado, não difere pessoalmente (sempre a terceira pessoa) e é diferenciado apenas por número usando o indicador de pluralidade padrão - (chizuen 'este é/ um objeto/' - chizγe n 'estes são / diversos objetos/'). O sujeito da posse não tem diferenças em seis das doze formas do paradigma: em chizuen é identificado apenas pela substituição do pronome especificador (kəmmank chizuen 'Eu tenho isso /um objeto/', knank chizuen 'você tem isso /um objeto/', etc.). Três formas são claramente diferenciadas no paradigma: a forma da segunda pessoa do plural de possuidor chis kishen ' você tem ' (em que vemos o indicador -sh, um pluralizador especial do sujeito da segunda pessoa), e as formas da terceira pessoa do singular e do plural: chis kinen ‘ele tem isso (um objeto)’, chiskipənen ‘eles tem isso (um objeto)’ (VOLODIN, 1978, p. 256).

Na língua Yukagir, de acordo com E. A. Kreinovich, a questão que se coloca na forma afirmativa-subjetiva de conjugação de verbos transitivos é kin ai? ‘quem atirou?’ lembra estruturalmente a questão sobre o possuidor kin ilə? ‘De quem é esse veado?’

A semelhança é observada não apenas nas perguntas, mas também nas respostas: mət ilə 'meu veado', mət ai 'Eu atirei'; tət ilə 'seu veado', tət ai 'você atirou'; tud ilə 'o veado dele', tud ai 'ele atirou'.

Em construções possessivas, o final -l na terceira pessoa dos pronomes pessoais é omitido quando esses pronomes são combinados com desinências casuais ou substantivos. Portanto, os morfemas básicos da terceira pessoa dos pronomes pessoais devem ser

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Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529

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considerados tud(ə) 'ele' e tutt(ə) 'eles': tudəl ‘ele’ (pronome pessoal) - tudəl’ə ‘ele’ (pronome pessoal) – tudəl’ə ‘dele’ (pronome possessivo); tuttəl ‘eles’ (pronome pessoal) – tuttəl'ə ‘deles’ (pronome possessivo). Em construções possessivas: tud-ilə "o veado dele", titt-ilə "o veado deles".

O mesmo pode ser visto nas frases: tud ai 'ele atirou', titt ai 'eles atiraram'. Parece que, neste último caso, não é uma frase, não é um sujeito e predicado, mas uma frase atributiva, um atributo com uma palavra definida, como a frase tud-ilə 'o veado dele'. Esta impressão é reforçada pelo fato de que o verbo susəj(l) 'sair', começando com s, na forma afirmativa- subjetiva de conjugação tem as seguintes formas: kin susəj? "quem saiu?" - kөdə sуsэj "um homem saiu"; mə susəj 'Eu saio' - mi susəj 'nós saímos'.

Quando combinado com a inicial s de substantivos, o final t de pronomes pessoais podem ser omitidos: məsal` bari (mət - + - + - sal' bari) 'meu dente'. Na mesma posição, em caso de combinação da vogal final do atributo com a inicial s da palavra definida, o último alterna com r (KREINOVICH, 1982, p. 133).

Tudo isso parece indicar que frases como mət ai 'Eu atiro' não são sentenças, mas frases atributivas. Contudo, mət ai cnão pode ser traduzido como 'meu tiro', uma vez que este significado é expresso pela frase atributiva mət-ail.

Além disso, combinações como mət ai têm indicadores de aspecto e tempo: mət ai 'Eu atiro', mət ainu 'Eu atirei', mət ait 'Eu vou atirar'.

Essa circunstância faz com que os pesquisadores considerem essas frases como sentenças compostas por um sujeito e um predicado, e não como uma combinação de um atributo com a palavra definida. (KRASNOSHCHEKOV, 2008, p. 88-95).

Entre o sujeito e o predicado de tais sentenças podem ser colocados membros secundários das sentenças: kin wuə? ‘quem fez?’; kin l'ukuol wuə, l'ukuol məd'im 'quem trabalha pouco, recebe pouco'.

Membros subordinados das sentenças podem ser colocados entre o sujeito e o predicado de tais sentenças: kin wuə? ‘quem fez isso?’; kin l'ukuol wuə, l'ukuol məd'im 'quem trabalha pouco ganha pouco'.

Ao mesmo tempo, não se pode deixar de prestar atenção à semelhança estrutural de frases como tud ai 'ele atirou' com frases atributivas e possessivas como tud-ilə 'o veado dele' (KREINOVICH, 1982, p. 134).

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Na Groenlândico (línguas Eskimo-Aleut ), os verbos têm dois modelos de conjugação: o sujeito e o sujeito-objetivo. Existem seis formas na conjugação sujeito, 28 na conjunção sujeito-objeto (não há número dual). Formas possessivas de classes nominais e predicados de

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unidades predicativas dependentes têm, além das três pessoas usuais, uma ("quarta") pessoa reflexiva: aγqa taißaa ‘o nome-dele (da outra pessoa) ele-nomeou’; aγqi tuißaa ‘o nome (o dele próprio) ele nomeou’; em uma frase multipredicativa, a quarta pessoa é usada quando co- referenciando objetos, a terceira - na ausência de co-referência (VAKHTIN, 1997, p. 97).

Considerando a expressão de relações possessivas com o auxílio de verbos em várias línguas paleo-asiáticas, verifica-se que em quase todas as línguas (Yenisei, Chukotka- Kamchatkan e Yukagir) existem verbos com indicadores de pertencimento, ou seja, são evidências de que essas línguas passaram pelo período em que os afixos de classes gramaticais nominais e os verbos apresentavam afixos possessivos em sua estrutura. De acordo com os estudos de pesquisadores anteriores e contemporâneos das línguas Ket (KREINOVICH, 1982; WERNER, 1997; BELIMOV, 1991; POLENOVA, 2008), no estágio

inicial de desenvolvimento das línguas Yenisei não havia diferença entre as partes nominais de fala e verbos, mais precisamente, eles não existiam de todo, mas existiam apenas morfemas de base que, ao adicionar certos afixos, desempenhavam alternadamente as funções do verbo ou substantivo. De acordo com a E. I. Belimov, “é quase impossível traçar uma linha entre um verbo e um não-verbo, uma vez que não há verbo fora de uma sentença” (BELIMOV, 1991,

p. 148, tradução nossa). Conforme observado por A. P. Dulson, "nem uma parte nominal da linguagem Ket nem um verbo tem quaisquer indicadores especiais (sufixos) que mostrariam sua categoria gramatical" (DULZON, 1968, p. 585, tradução nossa).

Nas línguas paleo-asiáticas podem-se observar alguns processos que são interessantes do ponto de vista da história e da teoria da linguagem, que, por exemplo, nas línguas europeias acabaram há muito tempo e nunca será possível reproduzi-los com precisão confiável. É por isso que as línguas paleo-asiáticas atraem a atenção de muitos pesquisadores.

As línguas Tungus-Manchu são consideradas a seguir.

Nas línguas Tungus-Manchu, ao conjugar o verbo em todos os modos (com exceção de certas formas exortativas), dois grupos de indicadores predicativos pessoais (desinências pessoais) são usados.

Por exemplo, na linguagem Even, os indicadores do primeiro grupo no sistema verbal são apresentados da seguinte forma:


Singular Plural

  1. pessoa -m 1 pessoa (incl.) -n; l pessoa (except.) -u

  2. pessoa -nni 2 pessoa -s

  3. pessoa -n, -ni 3 pessoa -r, -ra /-rə, -a /-ə


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Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529

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Os indicadores do segundo grupo coincidem na forma com os afixos de pertença pessoal das classes gramaticais nominais e particípios:


Singular Plural

  1. pessoa -w, -wу,-у 1 pessoa -t; /-w.un

  2. pessoa -s 2 pessoa -san /sən, -sni

  3. pessoa -n 3 pessoa -tan./-tən, -tni


Os afixos predicativos do primeiro grupo são usados apenas nos tempos presente e futuro do modo indicativo. Os afixos do segundo grupo são usados no pretérito do modo indicativo e em outras formas pessoais do verbo.

Na linguagem Nanai, o verbal mais universal e comum é o particípio. O particípio se refere à ação como um ato real, independente da avaliação subjetiva do falante, e é usado em três funções: predicativa (na maioria das vezes), atributiva e substantiva. A forma de particípio pessoal consiste em pelo menos dois morfemas: raiz + sufixo de tempo verbal. Os particípios pessoais são usados em formas simples e possessivas. Forma simples: morfema de base + sufixo de tempo verbal; forma possessiva: morfema de base + sufixo de tempo verbal

+ sufixo possessivo. Os sufixos possessivos são iguais aos dos substantivos. A forma simples não tem declinação; a forma possessiva declina de acordo com o modelo da forma possessiva dos substantivos, mas não tem um caso orientativo (AVRORIN, 1961, p. 78-79).

A forma possessiva de particípio pessoal é usada como um predicado, por exemplo: Mi dangsawa holai ‘Eu estou lendo um livro’; Mi danghawa holahambi ‘Eu tenho lido um livro, eu li um livro’. Sj debojsi 'Seu trabalho'; Sj debohasi 'Você trabalhou', etc. A mesma forma, no processo de declinação, é usada substantivamente: Mü tachiochii ələ hodini 'Meu ensino terminará em breve'; Si holajwasi maktami-da aja 'Sua leitura pode ser elogiada'. Também pode ser usado atributivamente, denotando a característica de um objeto por uma ação externa ao objeto definido, por exemplo: mi holai dangsa ‘minha leitura de um livro’ (‘um livro lido por mim – literalmente, ‘eu li um livro), si bisi de 'sua morada é casa' (a casa em que você vive); si dichisi pokto ' o caminho pelo qual você veio ' (literalmente, 'você veio pelo caminho') (AVRORIN, 1961, p. 82).

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Na linguagem Ulchi, os indicadores de possessividade podem aparecer nas formas de humor do subjuntivo. As formas do modo subjuntivo são formadas pelo sufixo -mcha- / mch, anexado ao morfema de base do verbo, seguido por desinências pessoais-predicativas,


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coincidindo parcialmente com as desinências pessoais-possessivas de substantivos: bi anamcha-ji 'Eu empurraria', si anamcha-si 'você empurraria', nāni anamcha 'ele empurraria', bi ȝəmchə-ji 'Eu comeria', si ȝəmchə-si 'você comeria', nāni ȝəmchə 'ele comeria', etc. (SUNIK, 1968, p. 164-165).

O advérbio verbal é representado por várias formas frequentemente usadas. A forma do presente (ou advérbio verbal monotemporal) é diferenciada de acordo com o número do sujeito da ação: singular –mi’/-mi, plural -mari/-məri. A forma de pretérito (ou advérbio verbal multitemporal) tem as seguintes desinências -ra/-rə, -da/-də, -tа/-tə; não é diferenciado de acordo com o número. O advérbio verbal condicional (multitemporal) possui desinências, diferenciadas pelos números do sujeito da ação: singular -ni’/-ni; plural pari/-pəri, anami / anamari 'empurrando', bȳmi / bȳməri 'dando', etc. Cf: anara "tendo empurrado", bȳrə "foi dado", ȝəptə "tendo comido", birə "tendo sido", etc. (SUNIK, 1968, p. 164-165).

Em termos funcionais, a forma supina e a forma condicionada (ou a forma temporal- condicional do verbo) estão próximas do advérbio verbal. Supino é formado pelo sufixo -bda-

/-bdə-, anexado ao morfema de base do verbo, seguido por desinências possessivas pessoais ou impessoais: min anabdag 'para que eu empurrasse', sin wəmbdəsi 'para que você dissesse', nān bdəni 'para que ele comesse', mun ʒebdepu 'para que nós comêssemos', sun bibdəsu 'para que você fosse', etc.

Na linguagem Oroch, o particípio pessoal é usado em formas simples e possessivas. A forma possessiva é composta do morfema de base + sufixo de tempo verbal + sufixo possessivo. Os sufixos possessivos são iguais aos dos substantivos (AVRORIN, 1968, p. 203).

A forma possessiva de particípio pessoal é usada como um predicado, por exemplo: bū gunəiwi 'Eu digo', bū guӊkimi 'Eu disse', bū gun'ʒəmi (= gun'ʒəӊəji) 'Eu direi', sū nədəisi 'você coloca', sū nəkkisi 'você colocou', sū nəʒəsi (= nəǯəӊəsi) 'você colocará'. A mesma forma, no processo de declinação, é usada substantivamente: Bū dəӊsūbi odiptauni 'Meu trabalho (trabalhar) termina'; Wū sū dəӊsiəəsi ichəiwi 'Eu vejo que (como) você trabalha'. Por fim, também pode ser usado atributivamente, denotando uma característica de um sujeito por meio de uma ação externa, por exemplo: bū hoӊūbi suk 'o machado com o qual corto' (literalmente, “eu corto machado”) (AVRORIN, 1968, p. 204).

Assim, nas línguas da Sibéria e do Extremo Oriente, os verbos contendo sufixos pertencentes sugerem que não apenas as línguas paleo-asiáticas tinham uma declinação e conjugação possessiva. Por exemplo, a declinação possessiva (conjugação) é observada em Húngaro, Mordoviano e outras línguas fino-úgricas.

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Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529

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Nas línguas samoiedas (o grupo fino-úgrico), os sufixos possessivos pessoais do caso nominativo (principal) são estruturalmente idênticos aos formantes pessoais do verbo na conjugação sujeito-objeto do modo indicativo, mas diferem significativamente em função. As primeiras expressam a pertença de um objeto a uma pessoa ou a outro objeto, enquanto as últimas caracterizam a transição da ação do sujeito para um ou outro objeto.

Formas possessivas pessoais do substantivo no caso nominativo, singular: linguagem Nganasan - kətu 'prego, garra' kətu-mə 'meu prego', kətu-rə 'seu prego' - 'o prego dele', etc. O modo indicativo do verbo na conjugação sujeito-objeto para um tempo indeterminado, singular: língua Nganasan - kotu-dja 'matar', 'pegar' Koʒa''a-mə 'Eu matei, eu peguei' koʒa "a- rə 'você matou, você pegou' koʒa" a-tu 'ele matou, ele pegou', etc. (TERESHCHENKO, 1979, p. 97).

Portanto, uma característica distintiva da conjugação sujeito-objeto é que o predicado expresso por um verbo transicional corresponde em pessoa e número ao sujeito, e em número ao objeto direto e, portanto, corresponde ao objeto direto da mesma forma que com o sujeito.

Além disso, nessas línguas, por exemplo, Nganasan e Nenets, existem verbos de posse. Como o próprio nome mostra, os verbos desse tipo contêm em seu morfema de base o nome do sujeito que o sujeito da ação possui, por exemplo: Nganasan – samu 'boné' - səma"təsa 'ter um boné, estar em um boné'; sejmy 'olhos' - sejmy"təsy 'ter olhos, olhar algo de perto/em detalhes'. Na prática, verbos desse tipo podem ser formados a partir de qualquer morfema de base nominal, desde que seja possível do ponto de vista do significado. A base geradora para tais verbos é a forma plural do caso genitivo (TERESHCHENKO, 1979, p. 257).

Na prática, verbos desse tipo podem ser formados a partir de qualquer morfema de base nominal, desde que seja possível do ponto de vista do significado. A base geradora para tais verbos é a forma plural do caso genitivo -mγ, -tγ, (sγ), -mγk, -tγk, (sγk). Outras terminações continham um indicador da multiplicidade de objetos -n-, por exemplo: -ptγ, -ntγ, (-nsγ), -ptγk, -ntγk, (-nsγk). Essas desinências eram características de verbos que expressam ação dirigida a vários objetos, por exemplo kandə -n-tγk ‘nós estamos carregando diversos (muitos) objetos’ (SEREBRENNIKOV, 1967, p. 180).

Uma análise das formas de conjugação de objetos nas linguagens modernas permite estabelecer que apenas três elementos foram usados como indicadores.: -m- para “eu” e “nós”,

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-t- para “você” e “vocês” e -s- para “dele” e “deles”'. As terminações verbais pessoais de formas de conjugação de objetos coincidiam principalmente com sufixos possessivos, cf.


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formas como Erzyan kundasy-nek 'nós vamos pegá-lo', kundasy-nk 'você vai pegá-lo', kundy- ze 'ele o pegou', etc. (SEREBRENNIKOV, 1967, p. 180).

Os indicadores do sujeito da ação poderiam ser sufixos possessivos, cujas formas no sistema de conjugação de objetos adquiriram alguns desvios.

Obviamente, houve uma época em que o sistema de conjugação de objetos representava algum sistema mais harmonioso e logicamente estruturado, mas esse sistema não foi totalmente preservado em qualquer lugar, mesmo em dialetos. Nas línguas fino-úgrica e samoieda, os resquícios desse antigo sistema são preservados, permitindo fazer uma conclusão sobre tal estado linguístico quando a classe dos verbos possessivos ainda não foi formada (KRASNOSHCHEKOV, 2013, p. 40-43).

As línguas caucasianas são consideradas a seguir.

Nas línguas Adyghe (línguas do Cáucaso Ocidental), existem verbos contendo indicadores de possessividade em sua forma de palavra como prefixos. Estes incluem: verbos estáticos derivados de substantivos com um prefixo possessivo i (jy); todos os verbos intransitivos de duas pessoas: ar sə s-i-nybdzhəg’u - 'Ele é meu amigo (ele meu amigo é)', ar sə s-i-unə - 'Aquela é minha casa (Aquela minha casa é)'; sə ashch sy-ri-nybdzhəg'u - 'Eu sou amigo dele (Eu dele amigo sou)', sə o sy-ui-nybdzhəg'u - 'Eu sou seu amigo' (ROGAVA; KERASHEVA, 1966, p. 169-170).

Na língua abkhaz, o verbo pode expressar simultaneamente (na voz produtiva) ambas as pessoas: a pessoa do sujeito e a pessoa do objeto direto. Essas, pessoas expressas simultaneamente no verbo, estão associadas a diferentes membros da frase - com várias palavras adicionais (YAKOVLEV, 2006, p. 225).

Os meios gramaticais de expressar a categoria de pessoa em um verbo são afixos pessoais, que são sempre prefixos e denotam junto com a pessoa a classe e o número do sujeito e do objeto. Eles voltam aos pronomes pessoais correspondentes (ARISTAVA et al., 1968, p. 74).

A primeira pessoa do singular é indicada pelo prefixo s (derivado do pronome pessoal

sapa - Eu). No plural, é denotado pelo prefixo h (derivado do pronome pessoal hara - nós).

A primeira pessoa, singular e plural, pode referir-se ao sujeito ou objeto. Em qualquer caso, significa a pessoa que fala: sara ashkolah’ stsoit 'Eu vou para a escola', sara ashkolah’ sryshtueit 'Eu fui enviado à escola'.

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Os indicadores da segunda pessoa do singular são os prefixos u- (na subclasse de homens) e b- (na subclasse de mulheres): uara u-tsoit 'você (homem) está indo' bara b-tsoit 'você (mulher) está indo'.

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Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529

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No plural, a segunda pessoa é indicada pelo prefixo shə - (do pronome pessoal shəara

- vocês) shəara ashəku shəatsəh, oit 'vocês estão lendo um livro'.

Os indicadores da terceira pessoa do singular são i, na subclasse de homens, l, na subclasse de mulheres, d, na classe de humanos, combinando a subclasse de homens e a subclasse de mulheres, e a / na, i, na classe das coisas (ARISTAVA et al., 1968, p. 75).

Na língua abkhaz, podem servir como prefixos possessivos. Por exemplo: ian "a mãe dele", lan "a mãe dela", etc. Prefixos de classe pessoal da série L na função possessiva no caso de formas relativas são substituídas pelo prefixo relativo з-.

O prefixo possessivo é um prefixo relativo з- (particípio possessivo) з->-gu... 'aquele (gêneros feminino e masculino e aqueles) (quem) de quem o coração...' 3ymch machu ibz duhoit 'Ele que é fraco tem uma língua comprida” 3gula izyp azhra zzhyz, iҧ, a dtahait 'O filho daquele que cavou um buraco para seu vizinho, caiu nele'.

Deve-se dizer que o prefixo relativo з- na função do elemento possessivo junto com o nome cria um sintagma composto, que inclui necessariamente o infinitivo, cf. з-təyҩa htsəou akambаsh (‘um búfalo que tem o chifre quebrado’). A forma з-təyҩa sem um verbo no infinitivo de hzhəou não pode ser usado aqui. Ao mesmo tempo, se a "pessoa" denotada pelo nome e expressa pelo prefixo relativo (possessivo) з é repetida no verbo, será representado nele pelo prefixo relativo correspondente, por exemplo: Зyџ’makua takny kuashara itsaz ieiҧsh 'como aquele que após trancar suas cabras, foi dançar' (ARISTAVA et al., 1968, p. 70).

Aqui, existem dois prefixos relativos diferentes: por um lado, o prefixo possessivo з- (зyџ’makua 'aquele cujas cabras',' aquele que ... suas próprias cabras... ') e, por outro lado, o prefixo do assunto i- (itsaz ' aquele que foi, saiu ...').

O prefixo relativo з- (como representação nos formantes do particípio infinitivo do sujeito no caso dos verbos transitivos, do objeto indireto e da categoria de possessividade) desempenha aproximadamente as mesmas funções que os casos ergativo, dativo e genitivo desempenham nas línguas ibero-caucasianas relacionadas.


Conclusão


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Assim, a possessividade em um determinado estágio de desenvolvimento em diferentes línguas, devido à ausência de pronomes possessivos no início, poderia ser expressa por meio das formas de pronomes pessoais que serviam como indicadores de pertencimento.



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Este material permite observar a evolução da expressão da possessividade pessoal no verbo, desde a forma completa de um pronome pessoal (línguas Yukagir e Tuvan) para afixos: prefixos (línguas Yenisei e Abkhaz-Adyghe) / sufixos (línguas Turca, Fino-Ugrica, Tungus- Manchu, Mongol, Chukotko-Kamchatkan), que remonta ao principal componente consonantal da forma de um pronome pessoal.

É digno de nota que os afixos possessivos das partes nominais da fala e indicadores predicativos das formas verbais (particípios, advérbios, supino) coincidem em várias línguas (grupo Tungus-Manchu).

Resumindo o exposto, pode-se concluir que o uso de sufixos pertencentes a substantivos e verbos indica a possibilidade da existência de declinação e conjugação possessiva anteriores em várias línguas.


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Como referenciar este artigo


KRASNOSHCHEKOV, E. V.; POLENOVA, G. T. Apresentação de possessividade nos verbos de línguas de sistemas diferentes. Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529. DOI: https://doi.org/10.29051/el.v7iesp.2.15139


Submetido em: 05/01/2021

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Revisões requeridas em: 26/02/2021 Aprovado em: 24/03/2021 Publicado em: 01/06/2021


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REPRESENTATION OF POSSESSIVENESS IN THE VERBS OF LANGUAGES OF DIFFERENT SYSTEMS


APRESENTAÇÃO DE POSSESSIVIDADE NOS VERBOS DE LÍNGUAS DE SISTEMAS DIFERENTES


REPRESENTACIÓN DE POSESIVIDAD EN VERBOS DE IDIOMAS DE SISTEMAS DIFERENTES


Evgeny V. KRASNOSHCHEKOV1

Galina T. POLENOVA2


ABSTRACT: Possessiveness at a certain stage of development could be expressed by the forms of personal pronouns. In many languages, verbs with special indicators of belonging, which are possessive, enclitic forms of personal pronouns, form possessive conjugation. The material identity of the considered indicators in verbs and nouns shows their common origin. As the noun and the verb differentiated, these single formants were subjected to splitting: in the nouns they remained in a personal possessive meaning, and in the verbs they began to express subject-object relations. The present article contributes to the development of general linguistics and is of interest to researchers of the theory and typology of languages.


KEYWORDS: Predicate affixes. Possessive affixes. Possessive prefixes. Possessive pronouns. Possessive conjugation.


RESUMO: Numa determinada fase de desenvolvimento, possessividade podia ser expressa pelas formas de pronomes pessoais. Em muitas línguas, os verbos com os indicadores especiais de possessividade, que são formas possessivas, enclíticas de pronomes pessoais, formam uma conjugação possessiva. A identidade material dos indicadores examinados em verbos e substantivos indica a sua origem comum. À medida que o verbo e o substantivo diferenciavam, estes formantes uniformes foram divididos: em substantivos, eles permaneceram num significado pessoal e possessivo, e em verbos, começaram a servir para expressar as relações entre sujeito e objeto. O artigo proposto contribui para o desenvolvimento da linguística geral, bem como é de interesse para os que estudam teoria e tipologia de línguas.


PALAVRAS-CHAVE: Afixos predicados. Afixos possessivos. Prefixos possessivos. Pronomes possessivos. Conjugação possessiva.


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1 Southern Federal University (SFEDU), Taganrog – Russia. Professor of the Department of Linguistic and Candidate of Pedagogical Science. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2338-5578. E-mail: judgin58@mail.ru

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2 Rostov State University of Economics (RSUE), Taganrog – Russia. Professor of the Department of German Language of the Anton Chekhov Taganrog Institute Institute. Doctor of Philology. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8295-856X. E-mail: polenova@mail.ru

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RESUMEN: En una cierta fase de desarrollo se puede expresar la categoría de posesividad por varias formas de promobres personales. En muchas idiomas los verbos con indicadores especiales de pertenecido, incluyendo formas posesivas y enclíticas de pronombres personales, forman la conjugación posesiva. La identidad material de los indicadores considerados en verbos y (nombres) sustantivos revela su origen común. Esas unidades formativas comunes se resquebraron en el transcurso de la diferenciación entre el nombre y el verbo: quedan conservados en nombres en el sentido posesivo personal y en verbos se usan para expresar las relaciones entre el objeto y el sujeto. Este artículo es una contribución en el desarrollo de la lingüística general así como es interesante para los que estudian la teoría y tipología de idiomas.


PALABRAS CLAVE: Afijos de predicados. Afijos posesivos. Prefijos posesivos. Pronombres posesivos. Conjugación posesiva.


Introduction


Possessiveness expressed by verbs usually implies the meaning expressed by such verbs as to have and to possess, i.e. by verbs that initially have the meaning of possessiveness (belonging).

In the study of languages of other systems, it turned out that in many of them the possessive meaning is expressed with the help of special indicators-affixes, which can be attached to the verb as prefixes (Yenisei languages), or as suffixes (Turkic languages). It was found that both derive from personal pronouns, which served as the initial basis for the formation of personal-possessive indicators of verbs and nouns. In some languages, the indicators of belonging follow the verb and coincide with personal pronouns. In many languages, when conjugating a verb, two groups of personal predicative indicators (personal endings) are used.

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It is noteworthy that verbs with possessive indicators do not always express belonging directly as, for example, in Yenisei languages, where verbs denoting various kinds of noise are formed with indices of belonging. Often, the indicators of belonging and predication coincide, for example, prefixes and suffixes in verbs and nouns (KHANINA; SHLUINSKY, 2014). The personal-possessive suffixes of the nominative (main) case of nouns are structurally completely identical with the personal formant of the verb in the subject-object conjugation of the indicative mood, but differ significantly in function (O’CONNOR, 2007). The former express the belonging of an object to a person or another object, while the latter characterize the transition of the action of the subject to a particular object (AMITH; SMITH- STARK, 1994).



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The purpose of this paper is to analyze structurally different languages and identify the features of expression of possessiveness in verbs


Materials and methods


The material of the research is the data of languages existing both in Russia and abroad. To achieve the goal, comparative-historical, comparative and context-typological methods were used within the diachronic approach, as well as interpretation and generalization


Results


The analysis of the expression of possessiveness in verbs of various languages, as well as possessive conjugation that exists in various languages, can show that in most of them verbs are formed by indicators of belonging, which are possessive, enclitic forms of personal pronouns. Later, these possessive affixes, while continuing to gradually change, were transformed into monosyllabic possessive morphemes. For example, in Tofalar language, nouns can act as a predicate when they denote what is being said. In this case, nouns, as well as other nominal parts of speech, are made up of special postpositive predication indicators showing the category of person. In the Khakass language, the first and second person pronouns, having lost the character of an independent word, merge with the predicate as its constructing element, i.e. they become affixes, which confirms the existence in the past of a period when nominal parts of speech and verbs were formed with the same elements of possessiveness.

This is confirmed by the data of the Yenisei languages, where the nominal and verbal indicators show almost complete similarity. The indicators of the genitive case of personal pronouns, possessive prefixes of nominal parts of speech and indicators of one of the groups of verbs coincide in the first and second person singular.

Among the languages of the Chukotko-Kamchatkan group, remnants of this type of conjugation are registered only in Itelmen language. In the Yukagir and Eskimo-Aleut languages, verbs also have indicators of belonging.

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In the Tungus-Manchu languages, the verbs have two groups of personal predicative indicators. The indicators of one group coincide in form with the affixes of personal belonging of names and participles. Possessive suffixes coincide with those of nouns.


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In the Samoyed languages (the Finno-Ugric group) there is a complete coincidence of the personal-possessive suffixes of the nominative (main) case with the personal formants of the verb in the subject-object conjugation of the indicative mood. This similarity indicates the common origin of these languages. Apparently, in the more ancient period of development of the language, the subject and the action were clearly not opposed to each other and therefore were structurally similar.

A characteristic feature of subject-object conjugation is that the predicate correlates with both the subject and the direct object: in the person and number it corresponds to the subject, in the number – to the direct object.

Possessive suffixes coincide with the personal verb endings of the object conjugation forms. The indicators of the subject of the action could be possessive suffixes, the forms of which in the object conjugation system developed some deviations.

In the languages of the Caucasus, for example, Adyghe and Abkhaz, there are also verbs that contain in their word form prefixes which serve as possessiveness indicators. Both persons can be expressed simultaneously in the verb: the person of the subject and the person of the direct object. The grammatical means of expressing person in a verb are personal affixes, which are always prefixes and denote along with the person the class and the number of the subject and object. As in other languages, these affixes go back to the corresponding personal pronouns.


Discussion


The present study starts with the Turkic languages.

Affixes of possessiveness in the Turkic languages have a close relationship with the forms of personal pronouns and in almost all languages of this group, two systems of personal affixes are presented. One series is personal pronouns in the nominative case, which are postpositive, the other series partially coincides with possessive affixes.

The presence of two series of personal endings in Turkic languages can be explained from a semantic-syntactic point of view: in the preposition to the noun-pronoun "I", "you", etc., there can be the participle ("collecting firewood-me" > "I collect firewood" ), the possessive nature of a personal indicator showing the name of the action (“my gathering of firewood”) (TENISHEV; DYBO, 2006, p. 256).

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It is characteristic that in all Turkic languages and dialects, despite the change in the system of possessive affixes, the -n- element is retained in the possessive-nominal paradigm.


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The fact of such stability against the background of a deforming system may indicate a very great antiquity and the initial deep-rootedness of the -n- element. Subsequently, the formed possessive affixes continued to gradually disappear, turning into monosyllabic possessive morphemes. For example, in the Yakut language, a number of verb conjugation forms contain affixes of belonging, which have lost this meaning and have been transferred into conjugation paradigm, for example: barbyt-tar-a (They have gone); Bar-yaҕ-ym 'I will go' (KORKINA; UBRYATOVA, 1982, p. 129).

In the Yakut language, in addition to the affixes of belonging, verbs also have affixes of predicatation, differing in persons and numbers. However, these affixes are absent in the third person, and their form coincides with the form of the base morpheme of the noun: sahabyn ‘I am Yakut’, uolgun ‘you are a boy’, kini nauchcha ‘he is Russian’.

In the first person and partly in the second person plural, the form of predication coincides with the form of belonging. These forms differ only in context and sentence structure: Bihigu oҕolorbut (belonging) kəllilər 'Our guys have come; Bihigu - mannaҕy oҕolorbut ‘We are local guys’ (predication) (KORKINA; UBRYATOVA, 1982, p. 155-156).

In Tofalar language, nouns can also act as predicates when they indicate who or what the subject (or person) is. Nouns, like other nominal parts of speech, are formed with special post-positive indicators of predication indicating the person. In form, they coincide with personal pronouns and do not correspond to the nominal part of the predicate, as is the case, for example, in Khakass or Kazakh languages, where these predicative pronouns have already become affixes of predication.

Tofalar language in this regard is identical to the Tuvan language, which also contains similar predicative pronouns (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 222-223), for example: singular, Tofalar language – men aңshy men, Tuvan language – men aңzhy men, Khakass language – min aңchybyn – ‘I am a hunter’; Tofalar – sen aңshy sen, Tuvan – sen aңzhy sen, Khakass – sin aңchyzyn – ‘You are a hunter’; Tofalar – oң aңshy, Tuvan – ol aңzhy, Khakass

ol aңshy – ‘He is a hunter’; Tofalar – bis aңshy bis, Tuvan – aңzhy bis, Khakass – pis aңchybis – ‘We are hunters’ (RASSADIN, 1978, p 27). Tuvan – men өөrenikchi men, Khakass – min ÿgrenchibin – I am a student’; Tuvan – sen өөrenikchk sen, Khakass – sip ÿgrenchizin ‘You are a student’, etc. (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 222).

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In examples from the Tuvan language, the first words are personal pronouns, and the last (in the bold type) are predicative pronouns.



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In the examples from Khakass, the first words are also personal pronouns, and the parts of the second words in the bold type are predicate affixes. (ISKHAKOV; PALMBAKH, 1961, p. 223).

In the modern Bashkir language, in the first and second persons singular and plural, special affixes are used, with which not only the nominal parts of speech, but also some bits of auxiliary parts of speech (postpositions, particles) are formed.

The predicate affixes of the first person of both singular and plural are also personal pronouns (myn - me, bez - we) that have lost the character of independent words, for example: ukyusymyn ‘I'm a student’, beҙ iaҙyusy byҙ ‘We are writers’.

The affix of the second person singular goes back to the second person pronoun singular hin (you). The affix of predication of the second person plural in Turkic languages also derived from the personal pronoun: siz > sez (you) (DMITRIEV, 1948, p. 52-53).

In Turkish, the affix of belonging to the first person singular, in case of consonant base morphemes, in form coincides with the affixes of predication of the first person singular: kardeşim ‘my brother’ / 'I am brother'; the difference between these two affixes depends on the stress: affixes of belonging are stressed, while the affixes of predication are not.

The affix of belonging of the second person singular in case of consonant base morphemes (-t ...) in form and stress coincides with the affix of the genitive case: kardeşin your brother' / brother', kitaplann 'your books' / 'books (KONONOV, 1956, p. 75).

In Balkar, the verb is formed by special affixes, which are divided into two groups: 1) possessive affixes 2) predicative affixes derived from personal pronouns. The possessive affix of the first person singular is -m; second person singular -ng; first person plural has the -k, k’ indicator; second person plural -giz. There is no affix does in the third person (FILONENKO, 1940, p. 58).

Two groups of affixes for expressing the category of person in the structure of verbs exist in the Karaim language.

A similar situation is observed in other Turkic languages.

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The authors of the present paper believe that in the Turkic languages, in the absence of possessive pronouns, personal pronouns began to act as the indicators of "possessiveness" in the verbs (denoting the subject of the action). Subsequently, the genitive case of personal pronouns served as the basis for the formation of possessive pronouns in Turkic languages. Gradually, the personal pronouns, which served as indicators of belonging to verbs, were transformed into affixes of belonging and lost their independence. The data of the Tuvan



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language represent the initial phase of development: from an independent word to an affix, while in the Khakass language they can already be seen as affixes.

In the study of the Yenisei (Paleo-Asian group) languages, it was noted that both nominal parts of speech (nouns) and verbs have possessiveness indicators, which were already traced by M.A. Castrén (CASTRÉN, 1858, p. 139) to possessive pronouns, and which are also used (in a slightly different phonetic version) as possessive prefixes of the nominal parts of speech: ab – 'my', b-ор – 'my father', ba-ga:bde – 'I hear'; uk – 'your', k-op – 'your father', ku- ga:bde 'you hear'; buda – 'his', d-a-op 'his father', a-ga:bde 'he hears'.

There are also cases when the verbal base morphemes (infinitives) in the Yenisei languages contain the indicated possessive prefixes: ba:t 'to look for me', kа:t 'to look for you', daа:t 'to look for him', da: t 'to look for her', naa:t 'to look for us' or in the South Ket languages: ptar 'to beat me' ('my beating'), ktar 'to beat you' ('your beating'), datar 'to beat him' ('his beating'), etc. These examples, along with other facts, make it possible to say that some time ago in these languages the forms baga:bde 'I hear', ba-ksa:r 'I am spending the night', ba-xy-b-der 'I am wearing this (clothing)', etc. were used to indicate the belonging of the action to a person (KREINOVICH, 1968, p. 121).

The data presented clearly demonstrate the almost complete identity of the nominal and verbal morphemes. In the first and second persons singular, the indicators of the genitive case of personal pronouns and the possessive prefixes of nominal parts of speech and of one of the verb groups coincide: а:bа ki:m 'my wife'; bор 'my father'; ba-yissal 'I will spend the night'; kop 'your father'; ukse:l 'your deer'; ku-t-ung 'sees you'; ku-yissal 'You will spend the night' (WERNER, 1997, p. 134-136).

In modern Ket language, verbs denoting sound and sound effects, as well as the modal verb qoj 'to desire, to want' are formed with possessive prefixes. Cf: ab ongajbata 'I grumble', uk oŋajbata 'you grumble', buda oŋajbata 'he grumbles', ap kutɔl'ejbεta 'I whistle', ab (uk, buda, bud, ʌtna, ʌkŋa, buŋna) nʌγajbata 'I (you, he, she, we, you, they) (POLENOVA, 2008, 134-135). In the examples given, the verb is preceded by a possessive pronoun: "my, your, his, her, our, your, their". Cf: ab (uγ, but, buda, ʌtna, ʌkŋa, buŋna) qoj 'I want, you want,’ etc.; Ket – ŋajteän ‘I want,’ verbatim for ‘My Desire’ (KRASNOSHCHEKOV, 2006, p. 219-225).

The American researcher Ed. Wajda, who studies Yenisei languages, singled out special possessive conjugation for these verbs (WAJDA, 2000, p. 39).

A similar situation is observed in other languages of Siberia, mainly Paleo-Asian.

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In Itelmen language, possessive (indirect-objective) conjugation is the third type of verb conjugation. This type of conjugation has two subtypes - possessive and indirect-

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objective conjugation - and, obviously, is among the oldest elements of the Itelmen verb system. This type of conjugation is absent in other languages of the Chukotko-Kamchatkan group.

A verb has been found in the Itelmen language that can be conjugated solely as a possessive type. This is the verb chikes 'available for someone'.

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The verb of possessive conjugation is the core of a three-element possessive syntagma, in which the object of possession is in the absolute case, and the possessor is in locative case. Thus, this syntagma is structurally analogous to Russian syntagmata like ‘I have a boat,’ ‘You have a boat,’ ‘He has a boat,’ etc. Special indicators in the possessive conjugation are used to denote the person and number of the possessor, first of all the third person. It is the third- person form of the possessor that is the most striking external feature of the possessive conjugation. The object of possession, as already indicated, does not differ in person (always the third person) and is differentiated only by number using the standard plurality indicator - (chizuen 'is this /one object/' - chizγe n 'are these /several objects/'). The subject of possession neither has differences in six of the twelve forms of the paradigm: in chizuen it is identified only by the substitution of the specifying pronoun (kəmmank chizuen 'I have this /one object/', knank chizuen 'you have this /one object/', etc.). Three forms are clearly differentiated in the paradigm: the form of the second person plural of possessor chis kishen 'you have' (in which we see the indicator -sh, a special pluralizer of the subject of the second person), and the forms of the third person singular and plural: chis kinen ‘he has this (one object)’, chiskipənen "they have this (one object)’ (VOLODIN, 1978, p. 256).

In the Yukagir language, according to E.A. Kreinovich, the question that is put in the affirmative-subjective form of conjugation of transitive verbs is kin ai? ‘who shot?’ structurally reminds the question about the posseror kin ilə? ‘Whose deer is this?’

The similarity is noted not only in questions, but also in answers: mət ilə 'my deer', mət ai 'I shot'; tət ilə 'your deer', tət ai 'you shot'; tud ilə 'his deer', tud ai 'he shot'.

In possessive constructions, the final -l in the third-person of personal pronouns is omitted when these pronouns are combined with case endings or nouns. Therefore, the base morphemes of the third person of personal pronouns should be considered tud(ə) 'he' and tutt(ə) 'they': tudəl he (personal pronoun) - tudəl’ə him (personal pronoun) – tudəl’ə his (possessive pronoun); tuttəl they (personal pronoun) – tuttəl'ə their (possessive pronoun). In possessive constructions: tud-ilə "his deer", titt-ilə "their deer".

The same can be seen in the sentences: tud ai 'he shot', titt ai 'they shot'. It seems that in the latter case it is not a sentence, not a subject and predicate, but an attributive phrase, an

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attribute with a defined word, like the phrase tud-ilə 'his deer'. This impression is reinforced by the fact that the verb susəj(l) 'quit', beginning with s, in the affirmative-subjective form of conjugation has the following forms: kin susəj? "who quit?" - kөdə sуsэj "a man quit"; mə susəj 'I quit' - mi susəj 'we quit'.

When combined with the initial s of nouns, the final t of personal pronouns can be omitted: məsal` bari (mət - + - + - sal' bari) 'my tooth '. In the same position, in case of combination of the final vowel of the attribute with the initial s of the defined word, the latter alternates with r (KREINOVICH, 1982, p. 133).

All this seems to indicate that sentences like mət ai 'I shot' are not sentences, but attributive phrases. However, mət ai cannot be translated as 'my shooting', since this meaning is expressed by the attributive phrase mət-ail.

In addition, combinations like mət ai have indicators of aspect and tense: mət ai 'I shot', mət ainu 'I shoot', mət ait 'I will shoot'.

This circumstance makes the researchers consider these phrases as sentences consisting of a subject and a predicate, and not as a combination of an attribute with the defined word (KRASNOSHCHEKOV, 2008, p. 88-95).

Between the subject and the predicate of such sentences can be placed secondary members of the sentences: kin wuə? 'who did ?; kin l'ukuol wuə, l'ukuol məd'im 'who works little, receives little'.

Subordinate members of the sentences can be placed between the subject and the predicate of such sentences: kin wuə? ‘who did it?’; kin l'ukuol wuə, l'ukuol məd'im 'who works little, gets little'.

At the same time, one cannot help paying attention to the structural similarity of sentences like tud ai 'he shot' with attributive and possessive phrases like tud-ilə 'his deer' (KREINOVICH, 1982, p. 134).

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In Greenlandic (Eskimo-Aleut languages), verbs have two conjugation models: the subject and the subject-objective. There are six forms in subject conjugation, 28 in subject- object conjunction (there is no dual number). Possessive forms of nominal parts of speech and predicates of dependent predicative units have, in addition to the usual three persons, a reflexive (“fourth”) person: aγqa taißaa ‘the name-his (the other person’s) he-named’; aγqi tuißaa ‘the name (his own one) he named’; in a multipredicative sentence the fourth person is used when coreferencing objects, the third - in the absence of coreferency (VAKHTIN, 1997, p. 97).


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Considering the expression of possessive relations with the help of verbs in various Paleo-Asian languages, it can be seen that in almost all languages (Yenisei, Chukotka- Kamchatkan and Yukagir) there are verbs with indicators of belonging, that is, they are the evidence that these languages passed through the period when affixes nominal parts of speech and verbs were had possessive affixes in their structure. According to the studies of the previous and contemporary researchers of the Ket languages (KREINOVICH, 1982; WERNER, 1997; BELIMOV, 1991; POLENOVA, 2008), at the early stage of development in the Yenisei languages there was no difference between nominal parts of speech and verbs, more precisely, they did not exist at all, but there were only base morphemes that, when adding certain affixes, performed alternately the functions of the verb or noun. According to

    1. Belimov, “it is almost impossible to draw a line between a verb and a non-verb, since there is no verb outside a sentence” (BELIMOV, 1991, p. 148). As noted by A.P. Dulson, “neither a Ket nominal part of speech nor a verb has any special indicators (suffixes) that would show their grammatical category” (DULZON, 1968, p. 585).

      In the Paleo-Asian languages one can observe some processes that are interesting from the point of view of history and theory of language, which, for example, in European languages have ended long ago and it will never be possible to reproduce them with reliable accuracy. That is why the Paleo-Asian languages attract the attention of many researchers.

      The Tungus-Manchu languages are considered below.

      In the Tungus-Manchu languages, when conjugating the verb in all moods (with the exception of certain hortatory forms), two groups of personal predicative indicators (personal endings) are used.

      For example, in Even language, the indicators of the first group in the verb system are presented as follows:


      Singular Plural

      1. person -m 1 person (incl.) -n; l person (except.) -u

      2. person -nni 2 person -s

      3. person -n, -ni 3 person -r, -ra /-rə, -a /-ə


The indicators of the second group coincide in form with the affixes of personal belonging of the nominal parts of speech and participles:



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Singular Plural

  1. person -w, -wу,-у 1 person -t; /-w.un

  2. person -s 2 person -san /sən, -sni

  3. person -n 3 person -tan./-tən, -tni


Predicative affixes of the first group are used only in the present and future tenses of indicative mood. Affixes of the second group are used in the past tense of the indicative mood and in other personal forms of the verb.

In Nanai language, the most universal and common verbal is participle. Participle refers to action as a real act, independent of the subjective assessment of the speaker, and is used in three functions: predicative (most often), attributive and substantive. The form of personal participle consists of at least two morphemes: root + tense suffix. Personal participles are used in simple and possessive forms. Simple form: base morpheme + tense suffix; possessive form: base morpheme + tense suffix + possessive suffix. Possessive suffixes are the same as those of nouns. The simple form has no declension; the possessive form declines according to the model of the possessive form of nouns but does not have an orientative case (AVRORIN, 1961, p. 78-79).

The possessive form of personal participle is used as a predicate, for example: Mi dangsawa holai ‘I am reading a book’; Mi danghawa holahambi ‘I have read a book, I read a book’. Sj debojsi 'You work'; Sj debohasi 'You worked', etc. The same form, in the process of declension, is used substantively: Mü tachiochii ələ hodini 'My teaching will end soon'; Si holajwasi maktami-da aja 'Your reading can be praised'. It can also be used attributively, denoting the characteristic of an object by an action external to the defined object, for example: mi holai dangsa ‘my reading a book’ (‘a book read by me’- verbatim, ‘I read a book’), si bisi de 'your dwelling is house' (the house in which you live); si dichisi pokto 'the way along which you came' (verbatim, 'you came the way') (AVRORIN, 1961, p. 82).

In Ulchi language, possessiveness indicators may appear in the subjunctive mood forms. The forms of the subjunctive mood are formed by the suffix -mcha- / mch, attached to the verb base morpheme, followed by personal-predicative endings, partially coinciding with the personal-possessive endings of nouns: bi anamcha-ji 'I would push', si anamcha-si 'you would push', nāni anamcha 'he would push', bi ȝəmchə-ji 'I would eat', si ȝəmchə-si 'you would eat', nāni ȝəmchə 'he would eat', etc. (SUNIK, 1968, p. 164-165).

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The verbal adverb is represented by several frequently used forms. The present tense form (or single- temporal verbal adverb) is differentiated according to the number of the


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subject of the action: singular –mi’/-mi, plural -mari/-məri. The past tense form (or multi- temporal verbal adverb) has the following endings -ra/-rə, -da/-də, -tа/-tə; it is not differentiated according to the number. The conditional verbal adverb (multi-temporal) has endings, differentiated by the numbers of the subject of the action: singular -ni’/-ni; plural pari/-pəri, anami / anamari 'pushing', bȳmi / bȳməri 'giving', etc. Cf: anara "having pushed", bȳrə "has been given", ȝəptə "having eaten", birə "having been", etc. (SUNIK, 1968, p. 164- 165).

In functional terms, the supine and the conditioned form (or the conditional-temporal form of the verb) are close to the verbal adverb. Supine is formed by the suffix -bda-/-bdə-, attached to the base morpheme of the verb, followed by personal or impersonal possessive endings: min anabdag 'so that I pushed', sin wəmbdəsi 'so that you said', nān bdəni 'so that he ate ', mun ʒebdepu 'so that we ate', sun bibdəsu 'so that you were', etc.

In the Oroch language, personal participle is used in simple and possessive forms. The possessive form is made of the base morpheme + tense suffix + possessive suffix. Possessive suffixes are the same as those of nouns (AVRORIN, 1968, p. 203).

The possessive form of personal participle is used as a predicate, for example: bū gunəiwi 'I say', bū guӊkimi 'I said', bū gun'ʒəmi (= gun'ʒəӊəji) 'I will say', sū nədəisi 'you put', sū nəkkisi 'you put (in the past)', sū nəʒəsi (= nəǯəӊəsi) 'you will put '. The same form, in the process of declension, is used substantively: Bū dəӊsūbi odiptauni 'My work (working) ends'; Wū sū dəӊsiəəsi ichəiwi 'I see that (how) you work.' Finally, it can also be used attributively, denoting a feature of a subject by means of external action, for example: bū hoӊūbi suk 'the ax with which I hack' (literally, “I hack ax”) (AVRORIN, 1968, p. 204).

Thus, in the languages of Siberia and the Far East, verbs containing suffixes belonging suggest that not only Paleo-Asian languages had a possessive declension and conjugation. For example, possessive declension (conjugation), is observed in Hungarian, Mordovian and other Finno-Ugric languages.

In Samoyed languages (the Finno-Ugric group), the personal possessive suffixes of the nominative (main) case are structurally completely identical with the personal formants of the verb in the subject-object conjugation of the indicative mood but differ significantly in function. The former express the belonging of an object to a person or another object, while the latter characterize the transition of the subject’s action to one or another object. Cf.

Personal possessive forms of the noun in the nominative case, singular: Nganasan language - kətu 'nail, claw' kətu-mə 'my nail', kətu-rə 'your nail' - 'his nail', etc. The indicative mood of the verb in subject-object conjugation for an indefinite tense, singular: Nganasan

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language - kotu-dja 'kill', 'get' Koʒa''a-mə 'I killed, I got' koʒa "a-rə 'you killed, you got' koʒa" a-tu 'he killed, he got', etc. (TERESHCHENKO, 1979, p. 97).

Therefore, a distinctive feature of subject-object conjugation is that the predicate expressed by a transitional verb corresponds in person and number to the subject, and in number to the direct object and thus corresponds to the direct object in the same way as with the subject.

In addition, in these languages, for example, Nganasan and Nenets, there are verbs of possession. As the name itself shows, verbs of this type contain in their base morpheme the name of the subject that the subject of action has, for example: Nganasan – samu 'cap' - səma"təsa 'to have a cap, be in a cap'; sejmy 'eyes' - sejmy"təsy 'have eyes, look at something closely'. Practically, verbs of this type can be formed from any nominal base morpheme, if only it is possible from the point of view of meaning. The generating base for such verbs is the plural form of the genitive case (TERESHCHENKO, 1979, p. 257).

Object conjugation exists in the Finno-Ugric languages. For example, in the Mordovian language, personal endings were initially of two types - some of them were used when the action was directed to a single object. These are endings like -mγ, -tγ, (sγ), -mγk, - tγk, (sγk). Other endings contained an indicator of the multiplicity of objects -n-, for example:

-ptγ, -ntγ, (-nsγ), -ptγk, -ntγk, (-nsγk). These endings were characteristic for verbs expressing action directed at several objects, for example kandə -n-tγk ‘we are carrying several (or many) objects’ (SEREBRENNIKOV, 1967, p. 180).

An analysis of the forms of object conjugation in modern languages makes it possible to establish that only three elements were used as indicators: -m- for “me” and “us”, -t- for “you (singular)” and “you (plural)” and -s- for 'his' and 'their'. Personal verb endings of object conjugation forms mostly coincided with possessive suffixes, cf. forms such as Erzyan kundasy-nek 'we will catch him', kundasy-nk 'you will catch him', kundy-ze 'he caught him', etc. (SEREBRENNIKOV, 1967, p. 180).

The indicators of the subject of the action could be possessive suffixes, the forms of which in the object conjugation system acquired some deviations.

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Obviously, there was an epoch when the system of object conjugation represented some more harmonious and logically structurized system, but this system was not fully preserved anywhere, even in dialects. In the Finno-Ugric and Samoyed languages, the remnants of this ancient system are preserved, allowing to make a conclusion about such a linguistic state when the class of possessive verbs has not yet been formed (KRASNOSHCHEKOV, 2013, p. 40-43).

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The Caucasian languages are considered below.

In the Adyghe languages (West Caucasian languages), there are verbs containing possessiveness indicators in their word form as prefixes. These include: static verbs derived from nouns with a possessive prefix i (jy); all two-person intransitive verbs: ar sə s-i- nybdzhəg’u - 'He is my friend (He my friend is)', ar sə s-i-unə - 'That is my house (That my house is)'; sə ashch sy-ri-nybdzhəg'u - 'I am his friend (I his friend am)', sə o sy-ui-nybdzhəg'u - 'I am your friend' (ROGAVA; KERASHEVA, 1966, p. 169-170).

In the Abkhaz language, the verb can simultaneously express (in the productive voice) both persons: the person of the subject and the person of the direct object. These, persons simultaneously expressed in the verb, are associated with different members of the sentence - with various additional words (YAKOVLEV, 2006, p. 225).

The grammatical means of expressing the category of person in a verb are personal affixes, which are always prefixes and denote along with the person the class and the number of the subject and object. They go back to the corresponding personal pronouns (ARISTAVA et al., 1968, p. 74).

The first person singular is indicated by the s prefix (derived from the personal pronoun sapa - I). In the plural, it is denoted by the h prefix (derived from the personal pronoun hara - we).

The first person, both singular and plural, can refer to the subject or object. In either case, it means the person speaking: sara ashkolah’ stsoit 'I go to school', sara ashkolah’ sryshtueit 'I am sent to school'.

The indicators of the second person singular are the prefixes u- (in the subclass of men) and b- (in the subclass of women): uara u-tsoit 'you (man) are going' bara b-tsoit 'you (woman) are going'.

In the plural, the second person is indicated by the prefix shə - (from the personal pronoun shəara - you) shəara ashəku shəatsəh, oit 'you are reading a book'.

Indicators of the third person singular are i in the subclass of men, l in the subclass of women, d in the human class, combining the subclass of men and the subclass of women, and a / na, i in the class of things (ARISTAVA et al., 1968, p. 75).

In the Abkhaz language, can serve as possessive prefixes. For example: ian "his (man’s) mother", lan "her (woman’s) mother", etc. Person-class prefixes of the L series in the possessive function in case of relative forms are replaced by the relative prefix з-.

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The possessive prefix is a relative prefix з- (possessive participle) з->-gu... 'that (feminine and masculine gender and those) (whose) whose heart...' 3ymch machu ibz duhoit

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'He who is weak has a long tongue” 3gula izyp azhra zzhyz, iҧ, a dtahait 'The son of the one who dug a hole for his neighbor, fell into it'.

It should be said that the relative prefix з- in the function of the possessive element together with the name creates a composite syntagma, which necessarily includes the infinitive, cf. з-təyҩa htsəou akambаsh (‘a buffalo whose horn is broken’). The form з-təyҩa without a verb in infinite form of hzhəou cannot be used here. At the same time, if the “person” denoted by the name and expressed by the relative (possessive) prefix з is repeated in the verb, it will be represented in it by the corresponding relative prefix, for example: Зyџ’makua takny kuashara itsaz ieiҧsh 'like the one who after locking his goats, went to dance' (ARISTAVA et al., 1968, p. 70).

Here there are two different relative prefixes: on the one hand, the possessive prefix з- (зyџ’makua 'the one whose goats',' the one who …his own goats ... ') and, on the other hand, the subject prefix i- (itsaz 'the one who went, left...').

The relative prefix з- (as a representation in the infinitive-participle formants of the subject in case of transitive verbs, indirect object and the category of possessiveness) performs approximately the same functions as the ergative, dative and genitive cases perform in the related Iberian-Caucasian languages.


Conclusion


Thus, possessiveness at a certain stage of development in different languages, due to the absence of possessive pronouns at the beginning, could be expressed using the forms of personal pronouns that served as indicators of belonging.

This material makes it possible to see the evolution of the expression of personal possessiveness in the verb from the full form of a personal pronoun (Yukagir and Tuvan languages) to affixes: prefixes (Yenisei and Abkhaz-Adyghe languages) / suffixes (Turkic, Finno-Ugric, Tungus-Manchu, Mongolian, Chukotko-Kamchatkan languages), dating back to the main consonant component of the form of a personal pronoun.

It is noteworthy that the possessive affixes of the nominal parts of speech and predicative indicators of verb forms (participles, adverbs, supine) coincide in a number of languages (Tungus-Manchu group).

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Summarizing the above, it can be concluded that the use of suffixes belonging in nouns and verbs indicates the possibility of the existence of the earlier possessive declension and conjugation in various languages.


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REFERENCES


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How to reference this article


KRASNOSHCHEKOV, E. V.; POLENOVA, G. T. Representation of possessiveness in the verbs of languages of different systems. Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 2, e021013, 2021. e-ISSN: 2447-3529. DOI: https://doi.org/10.29051/el.v7iesp.2.15139


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Submitted: 05/01/2021 Required revisions: 26/02/2021 Approved: 24/03/2021 Published: 01/06/2021


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