SOBRE LA CORRELACIÓN DE LOS LENGUAJES MUSICAL Y NATURAL: LA MÚSICA ROCK Y EL INGLÉS
ON CORRELATION OF MUSICAL AND NATURAL LANGUAGES: ROCK MUSIC AND ENGLISH
Arkadiy Petrovich SEDYKH1 Alexander Mikhailovich AMATOV2 Tatyana Alexandrovna SIDOROVA3 Elvira Nikolajevna AKIMOVA4 Konstantin Viktorovich SKVORTSOV5 Anna Nikolaevna ZHAVORONKOVA6
RESUMO: O artigo trata dos pontos de intersecção do discurso musical com as línguas nacionais. Esta questão é relevante para a linguística moderna, em particular para os estudos do discurso. A questão da interpenetração de vários tipos de discurso durante a última década foi ativada em todos os níveis das principais vertentes do paradigma antropocêntrico na pesquisa acadêmica. A música e a linguagem verbal se tornaram repetidamente objeto de análise e detecção da interação semiótica, mas isto se refere principalmente à música folclórica ou clássica e à composição de canções folclóricas. No entanto, a música rock britânica e o inglês têm sido estudados de forma fragmentada ao nível dos intérpretes individuais. O objetivo do artigo é identificar correlações semióticas entre a música e as línguas naturais. A abordagem principal para estudar o assunto é uma análise do discurso do material empírico no nível da terminologia e da prosódia do funcionamento dos signos. É apresentada a hipótese de que o sucesso mundial do rock britânico se deve não apenas à realização das possibilidades criativas de músicos talentosos, mas às características estruturais e semânticas específicas da língua inglesa e da cultura britânica. Os autores descrevem os elementos sinergéticos da fono-estilística inglesa no nível de funcionamento do ditongo (tritongo), prosódia rítmica, estruturas melódicas, mecanismos de versificação e componentes cantantes. Foram identificados vários correlatos semióticos do continuum verbal e não-verbal da música rock e do inglês. Um elemento importante das correlações descobertas é a pertença dos discursos musicais e verbais ao fenômeno da criatividade artística, em particular, à
1 Universidade Nacional de Pesquisa de Belgorod (BSU), Belgorod – Rússia. Professor e Doutor em Filologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6604-3722. E-mail: sedykh@bsu.edu.ru
2 Universidade Nacional de Pesquisa de Belgorod (BSU), Belgorod – Rússia. Doutor em Filologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5530-3274. E-mail: amatov@bsu.edu.ru
3 Universidade Federal do Norte (Ártico) (NARFU), Arkhangelsk – Rússia. Doutora em Filologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3221-3428. E-mail: t.sidorova@narfu.ru
4 Instituto Russo de Linguagem do Estado de Pushkin (PUSHKIN), Moscou – Rússia. Doutora em Filologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0883-2173. E-mail: akimovaen@mail.ru
5 Universidade Russa de Transporte (MIIT), Moscou – Rússia. Doutor em Pedagogia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8772-0056. E-mail: skv-kv@mail.ru
6 Universidade Estadual de São Petersburgo (SPBU), São Petersburgo – Rússia. Candidata em Ciências Filológicas. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9405-1073. E-mail: annyare@yandex.ru
tradição histórica e cultural britânica. Os resultados do estudo podem ser aplicados em pesquisas posteriores no campo da correlação sinergética entre três tipos de substâncias linguoculturais: música, mentalidade e língua nacional.
RESUMEN: El artículo trata de los puntos de intersección entre el discurso musical y las lenguas nacionales. Esta cuestión es relevante para la lingüística moderna, los estudios del discurso en particular. La cuestión de la interpenetración de varios tipos de discurso se ha activado en la última década en todos los niveles de las direcciones principales del paradigma antropocéntrico en la investigación académica. La música y el lenguaje verbal se han convertido repetidamente en objeto de análisis y detección de la interacción semiótica, pero esto se ha referido principalmente a la música folclórica o clásica y a la canción popular. Sin embargo, la música rock británica y el inglés se han estudiado fragmentariamente a nivel de intérpretes individuales. El objetivo de este artículo es identificar las correlaciones semióticas entre la música y las lenguas naturales. El enfoque principal para estudiar la cuestión es un análisis del discurso del material empírico a nivel de la terminología y la prosodia del funcionamiento de los signos. Se plantea la hipótesis de que el éxito mundial del rock británico se debe no sólo a la realización de las posibilidades creativas de los músicos de talento, sino a las características estructurales y semánticas específicas de la lengua inglesa y de la cultura británica. Los autores describen los elementos sinérgicos de la fonoestilística inglesa a nivel del funcionamiento de los diptongos (triptongos), la prosodia rítmica, las estructuras melódicas, los mecanismos de versificación y los componentes del canto. Se han identificado varios correlatos semióticos del continuo verbal y no verbal de la música rock y el inglés. Un elemento importante de las correlaciones descubiertas es la pertenencia de los discursos musicales y verbales al fenómeno de la creatividad artística, en particular, a la tradición histórica y cultural británica. Los resultados del estudio pueden aplicarse en futuras investigaciones en el ámbito de la correlación sinérgica entre tres tipos de sustancias lingüísticas-culturales: la música, la mentalidad y la lengua nacional.
PALABRAS CLAVE: Lenguaje de la música. Lenguaje natural. Código semiótico. Comunicación verbal. Comunicación no verbal. Análisis del discurso. Discurso de la música y de las canciones.
ABSTRACT: The article deals with the points of intersection of musical discourse and national languages. This issue is relevant for modern linguistics, discourse studies in particular. The issue of the interpenetration of various discourse types over the last decade has been activated at all levels of the main strands of the anthropocentric paradigm in academic research. Music and verbal language have repeatedly become the object of analysis and detection of semiotic interaction, but this has mainly concerned folk or classical music and folk songwriting. However, British rock music and English have been studied fragmentarily at the level of individual performers. The purpose of the article is to identify semiotic correlations between music and natural languages. The leading approach to studying the issue is a discourse analysis of empirical material at the level of terminology and prosody of sign functioning. A hypothesis consider that the worldwide success of British rock
is due not only to the realization of the creative possibilities of talented musicians but to the specific structural and semantic features of the English language and British culture. The authors describe the synergetic elements of English phono-stylistics at the level of diphthong (triphthong) functioning, rhythmic prosody, melodic structures, versification mechanisms, and singing components. Several semiotic correlates of the verbal and non-verbal continuum of rock music and English have been identified. An important element of the discovered correlations is the belonging of musical and verbal discourses to the phenomenon of artistic creativity, specially, the British historical and cultural tradition. The results of the study can be applied in further research in the field of synergetic correlation between three types of linguocultural substances: music, mentality, and national language.
KEYWORDS: Language of music. Natural language. Semiotic code. Verbal communication. Non-verbal communication. Discourse analysis. Discourse of music and songs.
As línguas nacionais e o discurso musical estão em interação sinergética. Isso significa que essas substâncias semióticas têm gramática, vocabulário e sintaxe específicos para cada categoria e refletem as características essenciais da visão de mundo e mentalidade etnocultural. A cosmovisão nacional tem diferentes hipóstases de sua existência, que incluem formas linguísticas e musicais que estão longe de serem as menos importantes em termos de geração e acumulação da experiência cultural da sociedade.
A maioria das escolas científicas modernas prioriza o estudo de uma pessoa para melhorar seu potencial. O antropocentrismo como princípio de pesquisa é proeminente nos paradigmas modernos do conhecimento acadêmico das humanidades (BENVENIST, 1974; ECO, 2006; FILLMORE, 1983; KHARCHENKO, 2010; POPOVA, 2005; STEPANOV,
1998; VISHNYAKOVA, 2003). No âmbito deste princípio, as correlações entre as linguagens naturais e musicais são investigadas. Isso implica um apelo não apenas às características cognitivas e comunicativas da linguagem e do pensamento, mas também a toda uma gama de cosmovisões e aspectos etnoculturais do discurso linguístico e musical.
Qualquer linguagem natural possui características determinadas principalmente pela implementação da função principal - comunicativa. Em termos mais gerais, a essência da função comunicativa é garantir a transferência de vários tipos de informações ao interlocutor, dependendo dos objetivos estratégicos e táticos da comunicação. Em outras palavras, o objetivo principal da linguagem é garantir a comunicação entre as pessoas.
Acreditamos que a música tem a mesma função, apenas a essência da informação comunicativa transmitida por uma obra musical é de outro tipo.
Segundo os pesquisadores, “qualquer peça musical (como objeto e resultado de tal atividade) está saturada de significado, ou seja, de um determinado conteúdo espiritual (ideal) que será transmitido (transmitido) por meio de meios materiais (sonoros, acústicos), ou - graças a uma representação mental do som real” (BONFELD, 2009, tradução nossa).
Atribuímos a descoberta e a descrição da dialética das linguagens verbais e não verbais ao objetivo principal e aos objetivos da pesquisa. Compartilhamos a opinião de que,
qualquer peça musical, como signo de uma linguagem, é uma formação material-ideal integral que contém a unidade do significado/significante. Isso significa que o som de uma obra musical (forma material) está associado na mente do ouvinte a um certo complexo de conceitos, ideias e emoções (essências espirituais) inerentes apenas a esta obra, que diferem do próprio som, mas estão em unidade específica indissolúvel com o som, que garante a percepção da música como um determinado conteúdo - sentido (GALPERIN, 1981, tradução nossa).
Na maioria dos casos, esse significado, o conteúdo espiritual e ideal, é visto como modelagem, compreensão e generalização dos fenômenos da realidade. No entanto, o significado musical não é apenas a assimilação de valores existentes, mas um novo valor criado que não existia anteriormente e não existe fora da obra musical dada.
Música e linguagem humana estão correlacionadas, principalmente no nível das imagens. Um texto musical pode ser interpretado como uma espécie de texto literário, que se reduz a um texto em sentido amplo “como um sinal incorporado em objetos da realidade física que transfere informações de uma consciência para outra e, portanto, não existe fora do consciência que o percebe” (RUDNEV, 2000, tradução nossa).
According to researchers,
Uma partitura é um sistema de signos convencionais que expressam visualmente a estrutura e a arquitetura de uma obra musical. O texto musical apenas começa com o texto musical, há também a necessidade de um procedimento para desobjetivar o significado no som real e no processo de percepção desse texto pelo ouvinte, e também é necessário o pensamento organizado do intérprete sobre uma dada obra musical <...> Um texto musical, como uma partitura, tem estruturas semióticas: linguagem, sintaxe, semântica e pragmática. No entanto, a interação do destinatário com essas estruturas é diferente em ambos os casos. A linguagem da partitura é um
conjunto de sinais gráficos (notas, tonalidades, sinais de aliteração, indicações de volume, andamento etc.) e as regras para sua combinação. A denotação dos signos musicais é um som que ocupa seu lugar específico no sistema de temperamento (BARANOVA, 2009, grifo dos autores, tradução nossa).
A prática secular da atividade musical confirmou o fato da originalidade, a singularidade do conteúdo espiritual de cada obra de arte genuína. Uma obra musical individual tem, portanto, um significado inerente única e exclusivamente à obra. Certos aspectos dela, como em outras esferas da arte, podem entrar em contato em diferentes obras, formando grupos geneticamente e tipologicamente homogêneos: por tipo, gênero, estilo etc. (BONFELD, 1991).
Falando sobre as correlações da linguagem natural e da música, o lugar da linguagem humana na classificação dos sistemas semióticos deve ser determinado. Classificamos a música como uma linguagem não verbal e humana, como um continuum semiótico verbal. No entanto, uma peça musical pode ser vista como um texto composto de componentes não- verbais (música sui generis) e verbais (partituras, partitura).
Considerando as especificidades da percepção musical e linguística, ambas as categorias são determinadas pelo chamado "espírito da nação" (SEDYKH; BUZINOVA, 2019). Podemos dizer que cada música nacional é gerada em certa medida pela língua nacional.
Do ponto de vista semiótico, a música é uma linguagem que serve a um formato de comunicação específico - a comunicação por meio de sons. Na interação linguística, a comunicação com o auxílio de sons nem sempre é necessária. No entanto, a fala verbal é uma das formas centrais de comunicação, cujo funcionamento é impossível sem a "produção sonora", ou seja, os fenômenos fonéticos. Ao nível da hipóstase sonora, torna-se possível identificar as correlações entre a música e a língua nacional.
Esse fato se manifesta, por exemplo, na comunhão nominativa e muitas vezes na semelhança semântica dos termos linguísticos e musicais (EFREMOVA, 2000) (Tabela 1).
Tabela 1 – Normalidade nominativa e, muitas vezes, semelhança semântica de termos linguísticos e musicais
termo linguístico | termo musical |
entonação 1) Estrutura rítmico-melódica da fala, alternância de sobe e desce no tom durante a pronúncia (em linguística). | entonação 3) O grau de precisão na reprodução da altura dos sons durante uma apresentação musical. |
articulação 1. 1) a) O trabalho dos órgãos vocais - lábios, língua, etc., necessários para a formação dos sons característicos de uma determinada língua (em linguística). | articulação 1. 2. Um método de execução de uma sequência de sons em um instrumento ou com voz (na música). |
timbre A cor característica do som da voz. | timbre A cor característica do som do instrumento. |
tempo O grau de rapidez de pronúncia de palavras na fala | tempo O grau de velocidade de execução de uma peça musical |
cesura 1) Pausa rítmica dentro de um verso. | cesura 2) Uma linha entre as partes de uma peça musical ou suas estruturas separadas; uma pausa. |
Fonte: Elaborado pelos autores
Um fato óbvio da banalidade das linguagens musicais e verbais pode ser considerado seu pertencimento à comunicação artística. A comunicação artística desempenha a função principal de transmitir significados transcendentais embutidos (extraídos pelo destinatário) em obras de diferentes naturezas: arte, literatura, música, escultura etc. Nesse sentido, uma peça musical faz parte de um sistema de signos específico que se correlaciona com a linguagem verbal.
Ao contrário da música clássica, que era tipicamente executada sem a participação do formato verbal, a cultura musical moderna frequentemente combina duas formas de interação integrativa - verbal e não verbal (musical em si). Isso se aplica principalmente à cultura da música, onde as letras das músicas são parte integrante do acompanhamento musical.
A música popular, em particular o rock, está repleta de letras e textos musicais que transmitem as características específicas deste gênero criativo moderno. Nesse caso, estamos falando do rock britânico, no qual o inglês prevalece como parte integrante da cultura anglo- americana. Pode-se argumentar que a popularidade da música rock britânica, que conquistou o mundo inteiro, se deve em grande parte ao inglês.
Acreditamos que a estrutura fonética e morfológica do inglês predispõe a geração ativa de música popular e, em particular, rock. Isso se refere à presença em inglês de um sistema desenvolvido de ditongos (tritongos), um sistema rítmico específico de palavras pronunciadas, "cantando" por meio de frases, uma melodia de fala especial "britânica" (canto) e os princípios de versificação e cântico.
Vamos considerar cada ponto e tentar encontrar correlações com as características do rock britânico.
O inglês tem um sistema desenvolvido de estrutura de ditongos e até mesmo de tritongos. Os ditongos incluem uma pronúncia conjunta de dois sons vocálicos com ênfase na primeira vogal e enfraquecimento (contração, redução) da segunda vogal. Este fenômeno pode ser chamado de deslizar o primeiro elemento sem atingir a pronúncia completa do segundo elemento: [eı] (day, say, way [dia, fala, caminho]); [ↄı] (boy, Roy, oyster [menino, Roy, ostra]); [aı] (my, why, cry [meu, por que, choro]); [əu] (no, go, so [não, ir, assim]); [au] (now, cow, our [agora, vaca, nosso]); [uə] (sure, tour, poor [certeza, passeio, pobre]); [juə] (viewer, cure [espectador, cura]); [eə] (pair, fair, care [par, justo, cuidado]); [iə] (here, fear, near [aqui, medo, perto]).
Tritongos: ['auə] (flower, shower [flor, chuveiro]); ['aiə] (higher [elevado]); ['əuə] (slower [mais lento]).
Acreditamos que ditongos e tritongos soam muito melódicos nas composições de rock britânico (anglo-americano), enquanto essas estruturas se encaixam quase perfeitamente na estrutura dos ornamentos vocais (enfeites). Os ornamentos vocais geralmente incluem notas graciosas (executadas durante a emissão da nota principal ou anterior mais duradoura), mordentes (alternâncias do som principal com o auxiliar), trinados (alternância repetida de duas notas curtas adjacentes) e vibrato ("balanço" de uma nota com uma mudança periódica em seu tom ou timbre). O uso de ornamentos se generalizou, principalmente com o advento do jazz, do blues e do rock and roll, de onde, por meio da transformação criativa desses gêneros, surgiu o rock britânico.
O ritmo da pronúncia em inglês tem as seguintes características:
O ponto chave da estruturação da fala fonética em inglês é a ênfase e o ritmo frasal.
O inglês tem acentuação rítmica e predomínio do acento frasal.
Deslizamento contínuo "canto" de unidades frasais.
Isso se refere ao importante papel dos grupos rítmicos que são pronunciados em uma respiração, e uma pausa e uma respiração ocorrem entre os sintagmas (grupos rítmicos). Segundo os pesquisadores, o inglês é caracterizado por uma tendência à possível compressão de palavras e frases devido à redução de sílabas átonas. Isso leva à uniformidade do ritmo, seu isocronismo. Se houver vários elementos não enfatizados em uma palavra ou sintagma (unidade semântica mínima), esses elementos serão pronunciados mais rapidamente.
Assim, a frase em inglês é foneticamente estruturada em função da composição dos grupos semânticos. A ênfase, via de regra, está na palavra que carrega o significado principal. Os fatos acima dão um ritmo especial à unidade frasal, que se correlaciona com a clareza do padrão rítmico da música rock.
A tonalidade e o significado do enunciado estão em interação dialética: as configurações semânticas induzem a escolha do tom apropriado (sobretons), e a tonalidade geral contribui para a transformação da semântica do que foi dito.
A acústica do tom descendente inglês que vagamente se assemelha ao tom russo do modo imperativo (comandos, proibições, ordens) tem uma gama mais ampla de "voz de fala" (contorno de entonação, características de timbre, modulações, tom) do que na fala russa. O início da frase é muito mais alto em tonalidade e o final é muito mais baixo.
As características dos melódicos britânicos incluem o movimento peculiar do tom da voz dentro do som da vogal, que pode ser produzido durante um período relativamente longo. Trata-se de criar a impressão de "cantar" as sílabas tônicas. É apropriado falar sobre a grande variabilidade da tonalidade da voz falada que depende dos tons mais baixos. Os falantes de russo requerem prática fonética especial para realizar tais exercícios vocais.
O princípio inglês de versificação é baseado principalmente no esquema tônico (acento) de distribuição de um número igual de sílabas tônicas e um número flexível de elementos não tônicos. Isso se refere ao tipo rítmico de ênfase quando um número igual de intervalos de tempo (pausas) está localizado entre as sílabas acentuadas e não um número igual de elementos átonos. Não há consenso entre os linguistas sobre as características da versificação do inglês. Alguns foneticistas acreditam que a estrutura métrica do verso em
inglês desafia a definição. Essa é a opinião do linguista inglês e fundador da escola inglesa de fonéticos Henry Sweet (1877).
Os princípios britânicos de versificação, como qualquer forma de versificação, surgem da composição. Um sistema poético independente fica isolado como resultado da separação entre o texto e a música como substância acompanhante. O ritmo está no cerne de qualquer produto musical, assim como da poesia que se manifesta na alternância de segmentos do discurso em proporção ao espaço temporal. Pode-se chamar esse fenômeno de cronotopo do discurso, em que o tempo e o espaço determinam a existência e o funcionamento do padrão rítmico.
O verso em inglês é baseado na alternância de unidades de discurso tônicas e não tônicas (sílabas). A música é um vetor quantitativo de ritmo, enquanto o verso em inglês tem um ritmo de natureza qualitativa. A versão em inglês tem características dominantes de uma formação poética de alta qualidade.
O inglês, em particular seu sistema fonético, nem sempre se ajusta às normas de alternância regular de unidades qualitativamente diferentes. Se não fosse assim, então seria possível encontrar padrões rítmicos ideais no nível de sílabas tônicas e átonas. Por exemplo, esses padrões podem existir na forma dos seguintes esquemas métricos ideais: acentuado + não estressado; estressado + estressado; estressado + 2 não estressados; 2 átonos + acentuado etc. Independentemente disso, o ritmo e a métrica ideais raramente existem na natureza, especialmente na música rock. No entanto, os princípios britânicos de versificação continuam suas tradições rítmicas e métricas nas formas modernas de arte musical.
Mesmo F. de Saussure em seu "Cours de linguistique générale" formulou as principais disposições da semiótica com base em uma abordagem sintética da linguagem (langue) e da fala (parole). A linguagem é apresentada como um "conjunto de meios comuns para todos os falantes, usado para formar frases em uma dada língua" e "um sistema de signos diferenciados que correspondem a conceitos diferenciados" (DE SAUSSURE, 2011, tradução nossa), e a fala como uma atualização individual do sistema linguístico. É oportuno citar as conhecidas palavras do linguista, que reúnem as linguagens musicais e verbais, de que um signo é uma "entidade psíquica bilateral" que combina "um conceito e uma imagem acústica" (ibid). A imagem acústica é entendida como a aparência material do signo (o significante na
linguagem, a forma sonora de uma peça na música), e o conceito é o lado do conteúdo do signo (a imagem significada, musical).
Um elemento importante de correlação da linguagem verbal e musical é a percepção do destinatário a quem a mensagem se destina: "A música sempre circulou na sociedade como um sistema funcional com feedback. Era a linguagem falada pela parte da sociedade para a qual destinava-se essa música” (ARANOVSKII, 1998, tradução nossa). De acordo com A.S. Kozhenkova: “Numa peça musical, um signo desempenha certas funções: desperta ideias e pensamentos sobre os fenômenos do mundo; expressa relações emocional-avaliativas; afeta os mecanismos de percepção; indica uma conexão com outros signos” (KOZHENKOVA, 2012, tradução nossa)
Ch. Peirce propôs uma classificação de signos que mais tarde se tornou comum na semiótica. De acordo com essa classificação, a relação entre o significante e o significado pode ser dividida em aproximadamente três tipos (KOZHENKOVA, 2012):
de acordo com o princípio da semelhança real, expressa em um signo icônico. Este tipo de signo pode ser denominado figurativo. Isso porque o significante do signo pode ajudar a determinar o significado, uma vez que a forma física duplica o conteúdo do objeto. Sinais icônicos incluem desenhos, fotografias, esculturas etc.
de acordo com o princípio da contiguidade real, expressa no signo de índice. A forma do signo e o significado estão em uma relação de contiguidade espacial e temporal. A forma é o efeito do significado e o significado é a causa da forma. Na vida cotidiana, é comum encontrar esse tipo de signo, incluindo setas de direção, sinais de trânsito, gestos de apontar etc.
de acordo com o princípio da contiguidade condicional - um signo de símbolo. Os signos deste tipo são ditos condicionais ou convencionais, uma vez que o seu significado está associado à forma por acordo, contrato celebrado tacitamente entre os utilizadores destes signos. Os signos simbólicos incluem as linguagens naturais e os sistemas de signos artificiais (linguagens de programação, notação musical, símbolos químicos etc.).
Alguns estudiosos propõem o conceito de lexema musical e definem o lexema como: "Uma unidade expressivo-semântica existente em uma expressão sonora não verbal, funcionando com a participação da experiência musical e associações extramusicais" (KHOLOPOVA, 2002, tradução nossa). Para a compreensão de um tesauro da relação entre música e linguagem natural, podemos elencar vários termos introduzidos pelos pesquisadores: "discurso musical" (KALYUZHNYI, 2005), "tonalidade polissemântica" (KHOLOPOV, 2003), e "discurso poético musical" (PODRYADOVA, 2012).
A música rock e o inglês (fala e discurso em inglês) estão inextricavelmente ligados. Sem analisar e considerar essa correlação, não se pode entender nem o rock britânico nem a mentalidade britânica. As características fonéticas e prosódicas da língua inglesa predispõem à criação de obras musicais de rock. O ritmo, a melodia e os princípios da versificação britânica estão em correlação dialética com o ritmo, os padrões melódicos e a versificação da música rock. Cada país tem seus músicos de rock ou aqueles que se posicionam como tais, mas o rock britânico continua sendo um padrão semiótico para todas as áreas da música pop moderna, em particular, devido à sinergia inextricável e construtiva das propriedades musicais específicas do inglês e do discurso do rock.
As proposições teóricas deste artigo podem ser interpretadas como direcionamentos para pesquisas futuras do discurso música-canção, em particular, do discurso rock baseado no princípio sinérgico da seleção do material empírico. No âmbito desta abordagem, propõe-se a utilização de uma análise cognitivo-comunicativa dos formatos de discurso dos meios linguísticos da língua e da música nacionais. Isso ajudará não apenas a encontrar correlatos semióticos adicionais da linguagem verbal e musical, mas também a identificar e categorizar os signos tipológicos da mentalidade nacional e a personalidade linguística do criador de uma composição musical.
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SOBRE A CORRELAÇÃO DE LINGUAGENS MUSICAIS E NATURAIS: MÚSICA ROCK E INGLÊS
SOBRE LA CORRELACIÓN DE LOS LENGUAJES MUSICAL Y NATURAL: LA MÚSICA ROCK Y EL INGLÉS
Arkadiy Petrovich SEDYKH1 Alexander Mikhailovich AMATOV2 Tatyana Alexandrovna SIDOROVA3 Elvira Nikolajevna AKIMOVA4 Konstantin Viktorovich SKVORTSOV5 Anna Nikolaevna ZHAVORONKOVA6
1 Belgorod National Research University (BSU), Belgorod – Russia. Professor and Doctor of Philology. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6604-3722. E-mail: sedykh@bsu.edu.ru
2 Belgorod National Research University (BSU), Belgorod – Russia. Doctor of Philology. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5530-3274. E-mail: amatov@bsu.edu.ru
3 Northern (Arctic) Federal University (NARFU), Arkhangelsk – Russia. Doctor of Philology. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3221-3428. E-mail: t.sidorova@narfu.ru
4 Pushkin State Russian Language Institute (PUSHKIN), Moscow – Russia. Doctor of Philology. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0883-2173. E-mail: akimovaen@mail.ru
5 Russian University of Transport (MIIT), Moscow – Russia. Doctor of Pedagogy. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8772-0056. E-mail: skv-kv@mail.ru
6 Saint Petersburg State University (SPBU), Saint Petersburg – Russia. Candidate of Philological Sciences. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9405-1073. E-mail: annyare@yandex.ru
be applied in further research in the field of synergetic correlation between three types of linguocultural substances: music, mentality, and national language.
RESUMO: O artigo trata dos pontos de intersecção do discurso musical com as línguas nacionais. Esta questão é relevante para a linguística moderna, em particular para os estudos do discurso. A questão da interpenetração de vários tipos de discurso durante a última década foi ativada em todos os níveis das principais vertentes do paradigma antropocêntrico na pesquisa acadêmica. A música e a linguagem verbal se tornaram repetidamente objeto de análise e detecção da interação semiótica, mas isto se refere principalmente à música folclórica ou clássica e à composição de canções folclóricas. No entanto, a música rock britânica e o inglês têm sido estudados de forma fragmentada ao nível dos intérpretes individuais. O objetivo do artigo é identificar correlações semióticas entre a música e as línguas naturais. A abordagem principal para estudar o assunto é uma análise do discurso do material empírico no nível da terminologia e da prosódia do funcionamento dos signos. É apresentada a hipótese de que o sucesso mundial do rock britânico se deve não apenas à realização das possibilidades criativas de músicos talentosos, mas às características estruturais e semânticas específicas da língua inglesa e da cultura britânica. Os autores descrevem os elementos sinergéticos da fono-estilística inglesa no nível de funcionamento do ditongo (tritongo), prosódia rítmica, estruturas melódicas, mecanismos de versificação e componentes cantantes. Foram identificados vários correlatos semióticos do continuum verbal e não-verbal da música rock e do inglês. Um elemento importante das correlações descobertas é a pertença dos discursos musicais e verbais ao fenômeno da criatividade artística, em particular, à tradição histórica e cultural britânica. Os resultados do estudo podem ser aplicados em pesquisas posteriores no campo da correlação sinergética entre três tipos de substâncias linguoculturais: música, mentalidade e língua nacional.
PALAVRAS-CHAVE: Linguagem da música. Linguagem natural. Código semiótico. Comunicação verbal. Comunicação não-verbal. Análise do discurso. Discurso de música e canções.
RESUMEN: El artículo trata de los puntos de intersección entre el discurso musical y las lenguas nacionales. Esta cuestión es relevante para la lingüística moderna, los estudios del discurso en particular. La cuestión de la interpenetración de varios tipos de discurso se ha activado en la última década en todos los niveles de las direcciones principales del paradigma antropocéntrico en la investigación académica. La música y el lenguaje verbal se han convertido repetidamente en objeto de análisis y detección de la interacción semiótica, pero esto se ha referido principalmente a la música folclórica o clásica y a la canción popular. Sin embargo, la música rock británica y el inglés se han estudiado fragmentariamente a nivel de intérpretes individuales. El objetivo de este artículo es identificar las correlaciones semióticas entre la música y las lenguas naturales. El enfoque principal para estudiar la cuestión es un análisis del discurso del material empírico a nivel de la terminología y la prosodia del funcionamiento de los signos. Se plantea la hipótesis de que el éxito mundial del rock británico se debe no sólo a la realización de las posibilidades creativas de los músicos de talento, sino a las características estructurales y semánticas específicas de la lengua inglesa y de la cultura británica. Los autores describen los elementos
sinérgicos de la fonoestilística inglesa a nivel del funcionamiento de los diptongos (triptongos), la prosodia rítmica, las estructuras melódicas, los mecanismos de versificación y los componentes del canto. Se han identificado varios correlatos semióticos del continuo verbal y no verbal de la música rock y el inglés. Un elemento importante de las correlaciones descubiertas es la pertenencia de los discursos musicales y verbales al fenómeno de la creatividad artística, en particular, a la tradición histórica y cultural británica. Los resultados del estudio pueden aplicarse en futuras investigaciones en el ámbito de la correlación sinérgica entre tres tipos de sustancias lingüísticas-culturales: la música, la mentalidad y la lengua nacional.
PALABRAS CLAVE: Lenguaje de la música. Lenguaje natural. Código semiótico. Comunicación verbal. Comunicación no verbal. Análisis del discurso. Discurso de la música y de las canciones.
National languages and musical discourse are in synergetic interaction. This means that these semiotic substances have grammar, vocabulary, and syntax specific for each category and reflect the essential characteristics of the ethnocultural worldview and mentality. The national worldview has different hypostases of its existence that include linguistic and musical forms which are far from the least important in terms of generation and accumulation of the society's cultural experience.
Most modern scientific schools prioritize the study of a person to improve their potential. Anthropocentrism as a research principle is prominent in modern paradigms of academic humanities knowledge (BENVENIST, 1974; ECO, 2006; FILLMORE, 1983;
KHARCHENKO, 2010; POPOVA, 2005; STEPANOV, 1998; VISHNYAKOVA, 2003).
Within the framework of this principle, correlations between natural and musical languages are investigated. This implies an appeal not only to the cognitive and communicative characteristics of language and thinking but also to a whole range of worldview and ethnocultural aspects of linguistic and musical discourse.
Any natural language has characteristics determined mainly by the implementation of the main function – communicative. In the most general terms, the essence of the communicative function is to ensure the transfer of various kinds of information to the interlocutor, depending on the strategic and tactical goals of communication. In other words, the main goal of the language is to ensure communication between people.
We believe that music has the same function, only the essence of the communicative information transmitted by a musical work is of a different kind.
According to researchers, "any musical piece (as an object and result of such activity) is saturated with meaning, that is, with a certain spiritual (ideal) content that will be transmitted (broadcast) using material (sound, acoustic) means, or – thanks to a mental representation of the real sound" (BONFELD, 2009).
We attribute the discovery and description of the dialectics of verbal and non-verbal languages to the main goal and objectives of the research. We share the opinion that,
any musical piece, like a sign of a language, is an integral material-ideal formation that contains the unity of the signified/signifier. This means that the sound of a musical work (material form) is associated in the listener's mind with a certain complex of concepts, ideas, and emotions (spiritual essences) inherent only in this work, which differ from the sound itself but are in a specific indissoluble unity with the sound, which ensures the perception of music as a certain content – meaning (GALPERIN, 1981).
In most cases, this meaning, the spiritual and ideal content, is viewed as the modeling, comprehending, and generalizing of the phenomena of reality. However, musical meaning is not only the assimilation of existing values but a created new value that did not previously exist and does not exist outside the given musical work.
Music and human language are correlated, primarily at the level of imagery. A musical text can be interpreted as a type of literary text, which is reduced to a text in a broad sense "as a signal embodied in objects of physical reality that transfers information from one consciousness to another and, therefore, does not exist outside the consciousness that perceives it" (RUDNEV, 2000).
According to researchers,
A score is a system of conventional signs that visually express the structure and architectonics of a musical work. The musical text just begins with the musical text, there is also a need for a procedure for de-objectifying the meaning in the real sound and in the process of perceiving this text by the listener, and one also needs the interpreter's organized thinking about a given musical work <...> A musical text, like a score, has semiotic structures: language, syntax, semantics, and pragmatics. However, the interaction of the recipient with these structures is different in both cases. The language of the score is a set of graphic signs (notes, keys, alliteration signs, indications of volume, tempo, etc.) and the rules for their combination. The denotation
of musical signs is a sound that occupies its specific place in the
The centuries-old practice of musical activity has confirmed the fact of the originality, the uniqueness of the spiritual content of each genuine work of art. An individual musical work has, therefore, a meaning inherent only and exclusively in the work. Certain aspects of it, as in other spheres of art, can come into contact in different works, forming genetically and typologically homogeneous groups: by kind, genre, style, etc. (BONFELD, 1991).
Speaking about the correlations of natural language and music, the place of human language in the classification of semiotic systems should be determined. We classify music as a non-verbal and human language as a verbal semiotic continuum. However, a piece of music can be viewed as a text composed of non-verbal (sui generis music) and verbal components (sheet music, musical score).
Considering the specific features of musical and linguistic perception, both categories are determined by the so-called "spirit of the nation" (SEDYKH; BUZINOVA, 2019). We can say that each national music is generated to a certain extent by the national language.
From the semiotic perspective, music is a language serving a specific communication format – communication using sounds. In linguistic interaction, communication with the help of sounds is not always necessary. Nevertheless, verbal speech is one of the central forms of communication, the functioning of which is impossible without "sound production", that is, phonetic phenomena. At the level of the sound hypostasis, it becomes possible to identify the correlations between music and the national language.
This fact is manifested, for example, in the nominative commonness and often semantic similarity of linguistic and musical terms (EFREMOVA, 2000) (Table 1).
Table 1 – Nominative commonness and often semantic similarity of linguistic and musical terms
linguistic term | musical term |
intonation 1) Rhythmic-melodic structure of speech, alternation of rises and falls in tone during pronunciation (in linguistics). | intonation 3) The degree of accuracy in the reproduction of the pitch of sounds during a musical performance. |
articulation 1. 1) a) The work of the vocal organs – lips, tongue, etc., necessary for the formation of sounds characteristic of a particular language (in linguistics). | articulation 1. 2. A method of performing a sequence of sounds on an instrument or with voice (in music). |
timbre The characteristic color of the sound of the voice. | timbre The characteristic color of the sound of the instrument. |
tempo The degree of the rapidity of pronouncing words in speech | tempo The degree of the speed of performing a musical piece |
caesura 1) Rhythmic pause inside a verse. | caesura 2) A line between parts of a musical piece or its separate structures; a pause. |
Source: Prepared by the authors
An obvious fact of the commonness of musical and verbal languages can be considered their belonging to artistic communication. Artistic communication carries out the main function of conveying transcendental meanings embedded (extracted by the recipient) in works of different nature: art, literature, music, sculpture, etc. In this sense, a piece of music is part of a specific sign system that correlates with verbal language.
Unlike classical music, which was typically performed without the participation of the verbal format, modern musical culture often combines two forms of integrative interaction – verbal and non-verbal (musical itself). This applies primarily to song culture, where song lyrics are an integral part of the musical accompaniment.
Popular music, in particular rock music, is filled with lyrics and musical texts that convey the specific features of this modern creative genre. In this case, we are talking about British rock, in which English prevails as an integral part of the Anglo-American culture. It can be argued that the popularity of British rock music which has conquered the whole world is largely due to English.
We believe that the phonetic and morphological structure of English predisposes one to actively generate popular and, in particular, rock music. This refers to the presence in English of a developed system of diphthongs (triphthongs), a specific rhythm system of pronouncing words, "singing" through phrases, a special "British" melody of speech (singing), and the principles of versification and chanting.
Let us consider each point and try to find correlations with the features of British rock.
English has a developed system of diphthong and even triphthong structure. Diphthongs include a joint pronunciation of two vowel sounds with stress on the first vowel and weakening (contraction, reduction) of the second vowel. This phenomenon can be called slipping off the first element without achieving full pronunciation of the second element: [eı] (day, say, way); [ↄı] (boy, Roy, oyster); [aı] (my, why, cry); [əu] (no, go, so); [au] (now, cow,
our); [uə] (sure, tour, poor); [juə] (viewer, cure); [eə] (pair, fair, care); [iə] (here, fear, near).
Triphthongs: ['auə] (flower, shower); ['aiə] (higher); ['əuə] (slower).
We believe that diphthongs and triphthongs sound very melodic in British (Anglo- American) rock compositions, while these structures fit almost perfectly into the structure of vocal ornaments (embellishments). Vocal ornaments usually include grace notes (performed during the sounding of the longer-lasting main or previous note), mordents (alternations of the main sound with the auxiliary one), trills (repeated alternation of two adjacent short notes), and vibrato ("swinging" of one note with a periodic change in its pitch or timbre). The use of ornaments became widespread, especially with the advent of jazz, blues, and rock and roll, from where, by creatively transforming these genres, British rock music emerged.
English pronunciation rhythm has the following characteristics:
The key point of phonetic speech structuring in English is phrasal stress and rhythm.
English has rhythmic accentuation and a predominance of phrasal stress.
Continuous sliding "chanting" of phrasal units.
This refers to the important role of rhythmic groups which are pronounced in one breath, and a pause and a breath occur between syntagmas (rhythmic groups). According to researchers, English is characterized by a tendency towards the possible compression of words and phrases due to the reduction of unstressed syllables. This leads to uniformity of rhythm, its isochronism. If there are several unstressed elements in a word or syntagma (minimal semantic unit), these elements are pronounced faster.
Thus, the English phrase is phonetically structured depending on the composition of the semantic groups. The stress, as a rule, is on the word that carries the key meaning. The
above facts give a special rhythm to the phrasal unity, which correlates with the clarity of the rhythmic pattern of rock music.
The tonality and meaning of the utterance are in dialectical interaction: the semantic configurations prompt the choice of the appropriate tone (overtones), and the general tonality contributes to the transformation of the semantics of what has been said.
The acoustics of the English descending tone which vaguely resembles the Russian tone of the imperative mood (commands, prohibitions, orders) has a wider range of "speech voice" (intonation contour, timbre characteristics, modulations, tone) than in Russian speech. The beginning of the phrase is much higher in tonality, and the end is much lower.
The features of British melodics include the peculiar movement of the voice tone inside the vowel sound which can be produced over a relatively long period. This is about creating the impression of "singing" the stressed syllables. It is appropriate to speak about the great variability of the tonality of the speech voice which relies on the lowest tones. Russian speakers require special phonetic practice to perform such vocal exercises.
The English principle of versification is based primarily on the tonic (accent) scheme of distributing an equal number of stressed syllables and a flexible number of unstressed elements. This refers to the rhythmic type of stress when an equal number of time intervals (pauses) are located between stressed syllables and not an equal number of unstressed elements. There is no consensus among linguists about the features of English versification. Some phoneticians believe that the metric structure of English verse defies definition. This is the opinion of the English linguist and founder of the English school of phoneticians Henry Sweet (1877).
British principles of versification, like any form of versification, arise from songwriting. An independent poetic system becomes isolated as a result of the separation of the text from the music as an accompanying substance. Rhythm is at the heart of any musical product as well as poetry which is manifested in the alternation of segments of discourse in proportion to the temporal space. One can call this phenomenon a discourse chronotope, in which time and space determine the existence and functioning of the rhythmic pattern.
English verse is based on the alternation of stressed and unstressed units of discourse (syllables). Music is a quantitative vector of rhythm while English verse has a rhythm of a qualitative nature. The English version has dominant features of a high-quality poetic formation.
English, in particular its phonetic system, does not always fit into the norms of regular alternation of qualitatively dissimilar units. If it were not so, then one could find ideal rhythmic patterns at the level of stressed and unstressed syllables. For example, these patterns could exist in the form of the following ideal metric schemes: stressed + unstressed; stressed
+ stressed; stressed + 2 unstressed; 2 unstressed + stressed, etc. Regardless, the ideal rhythm and metrics rarely exist in nature, especially in rock music. Nevertheless, the British principles of versification continue their rhythmic and metric traditions in modern forms of musical art.
Even F. de Saussure in his "Cours de linguistique générale" formulated the main provisions of semiotics based on a synthetic approach to language (langue) and speech (parole). Language is presented as a "common set of means for all speakers used to form phrases in a given language" and "a system of differentiated signs corresponding to differentiated concepts" (DE SAUSSURE, 2011), and speech as an individual actualization of the language system. It is appropriate to cite the linguist's well-known words, bringing together musical and verbal languages, that a sign is a "two-sided psychic entity" that combines "a concept and an acoustic image" (ibid). The acoustic image is understood as the material appearance of the sign (the signifier in language, the sound form of a piece in music), and the concept is the content side of the sign (the signified, musical image).
An important correlating element of verbal and musical language is the perception of the addressee for whom the message is intended: "Music has always circulated in the society like a functional system with feedback. It was the language spoken by the part of society for whom this music was intended" (ARANOVSKII, 1998). According to A.S. Kozhenkova: "In a piece of music, a sign performs certain functions: it awakens ideas and thoughts about the phenomena of the world; expresses emotional-evaluative relations; affects the mechanisms of perception; indicates a connection with other signs" (KOZHENKOVA, 2012).
Ch. Peirce proposed a classification of signs which later became common in semiotics. According to this classification, the relationship between the signifier and the signified can be roughly divided into three types (KOZHENKOVA, 2012):
according to the principle of actual similarity, expressed in an iconic sign. This type of sign can be designated as figurative. This is because the signifier of the sign can help to determine the signified since the physical form duplicates the content of the object. Iconic signs include drawings, photographs, sculptures, etc.
according to the principle of actual contiguity, expressed in the index sign. The sign form and the meaning are in a relationship of spatial and temporal contiguity. The form is the effect of meaning, and meaning is the cause of form. In everyday life, one often encounters this type of sign, including direction arrows, road signs, pointing gestures, etc.
according to the principle of conditional contiguity – a symbol sign. Signs of this kind are called conditional or conventional since their meaning is associated with the form by agreement, contract tacitly concluded between the users of these signs. Symbolic signs include natural languages and artificial sign systems (programming languages, musical notation, chemical symbols, etc.).
Some scholars put forward the concept of a musical lexeme and define the lexeme as: "An expressive-semantic unity existing in a non-verbal-sound expression, functioning with the participation of musical experience and extra-musical associations" (KHOLOPOVA, 2002). For a thesaurus understanding of the relationship between music and natural language, we can list several terms introduced by researchers: "musical discourse" (KALYUZHNYI, 2005), "polysemantic tonality" (KHOLOPOV, 2003), and "musical poetic discourse" (PODRYADOVA, 2012).
Rock music and English (English speech and discourse) are inextricably linked. Without analyzing and considering this correlation, one can understand neither British rock nor the British mentality. The phonetic and prosodic characteristics of the English language predispose to the creation of rock musical works. The rhythm, melody, and principles of British versification are in dialectical correlation with rhythm, melodic patterns, and song versification of rock music. Each country has its rock musicians or those who position themselves as such, but British rock remains a semiotic standard for all areas of modern pop
music, in particular, due to the inextricable and constructive synergy of the specific musical properties of English and rock discourse.
The theoretical propositions in this article can be interpreted as directions for future research of music-song discourse, in particular, rock discourse based on the synergetic principle of selecting the empirical material. Within the framework of this approach, it is proposed to use a cognitive-communicative analysis of the discourse formats of the linguistic means within the national language and music. This will help not only to find additional semiotic correlates of the verbal and musical language but also identify and categorize the typological signs of the national mentality and the linguistic personality of the creator of a musical composition.
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