PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA: PERCURSOS INICIAIS EM CONTEXTO(S) MULTICAMPI1


PORTUGUÉS LENGUA EXTRANJERA: CURSOS INICIALES EN CONTEXTO(S) MULTICAMPI


PORTUGUESE AS A FOREIGN LANGUAGE: INITIAL APPROACHES IN A MULTICAMPUS CONTEXT


Cintia do Nascimento SEVERINO2 Nildicéia Aparecida ROCHA3


RESUMO: A língua portuguesa tem ganhado destaque nos últimos trinta anos, principalmente com a ampliação de espaços formativos, o aumento de publicações na área e a variedade de estudos que focalizam as especificidades de Português Língua Estrangeira (PLE). Os cenários atuais de globalização, transnacionalização das línguas e países, bem como as propostas de internacionalização das instituições de ensino superior brasileiras evidenciam a necessidade de investimento no ensino de línguas e impulsionam a mudança de olhares para a forma como enxergamos o português, seu ensino-aprendizagem e formação. Considerando a projeção da área, temos como objetivo retomar e analisar percursos iniciais das ações em PLE em contexto(s) de uma instituição multicampi que, apesar de não ter habilitação na área específica, vem contribuindo para a promoção da língua portuguesa e para a formação de professores a partir de experiências docentes e investigativas presenciais e virtuais que colocam em prática o diálogo entre os pilares universitários.


PALAVRAS-CHAVE: Português Língua Estrangeira. Formação de professores. Contexto multicampi. Pilares universitários.


RESUMEN: La lengua portuguesa ha ganado protagonismo en los últimos treinta años, principalmente con la expansión de los espacios de formación, el aumento de publicaciones en el área y la variedad de estudios que se centran en las especificidades del portugués como lengua extranjera (PLE). Los escenarios actuales de globalización, transnacionalización de idiomas y países, así como las propuestas para la internacionalización de las instituciones de educación superior brasileñas destacan la necesidad de invertir en la enseñanza de idiomas e impulsan un cambio de visión a la forma en que vemos el portugués, su enseñanza- aprendizaje y formación. Teniendo en cuenta la proyección del área, pretendemos recuperar


1 Este artigo retoma alguns resultados da dissertação de mestrado (SEVERINO, 2020) defendida na Universidade Estadual Paulista (UNESP – Câmpus Araraquara), sob orientação da Profa. Dra. Nildicéia Aparecida Rocha. Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida.

2 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara – SP – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós- Graduação em Linguística e Língua Portuguesa. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3679-3255. E-mail: cintia.nascimento@unesp.br

3 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara – SP – Brasil. Professora Doutora Associada no Departamento de Letras Modernas. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3815-3785. E-mail: nildiceia.rocha@unesp.br




y analizar los cursos iniciales de actuación en PLE en el (los) contexto(s) de una institución multicampi, que, a pesar de no contar con titulación en el área específica, ha estado contribuyendo a la promoción de la lengua portuguesa y a la formación del profesorado a partir de experiencias de docencia e investigación presenciales y virtuales que ponen en práctica el diálogo entre los pilares universitarios.


PALABRAS CLAVE: Portugués Lengua Extranjera. Formación de profesores. Contexto multicampi. Pilares universitarios.


ABSTRACT: The Portuguese language has gained prominence in the last thirty years, mainly due to the growth and development of training spaces, the raising quantity of publications in the field and the variety of studies focusing on many specific aspects of Portuguese as a Foreign Language (from now on, PLE [Português Língua Estrangeira]). The modern environment of globalization, transnationalization of languages and countries, together with the proposals for the internationalization of Brazilian higher education institutions highlight the need for investment in language teaching and drive a change in the way one sees Portuguese teaching, learning and professional training. Considering the projection of the field, we aim to summarize and analyze the initial approaches in PLE in the context(s) of a multicampus institution, which, despite not offering an academic course focused on PLE, has been contributing to promote the Portuguese language and to train teachers based on teaching experiments both face-to-face or in a virtual environment and investigations, thus putting into practice the dialogue between the university pillars.


KEYWORDS: Portuguese as a Foreign Language. Teacher training. Multicampus Context. University foundations.


Introdução


Frente aos chamados contextos de globalização (KUMARAVADIVELU, 2006), internacionalização (DELL’ISOLA, 2014) e transnacionalização (ZOPPI-FONTANA, 2009) das línguas e países, nota-se a necessidade e a importância de se investir em ensino- aprendizagem e formação de professores em línguas estrangeiras.

Iniciada na década de 1960, segundo Bizon e Scaramucci (2021), a área de português para estrangeiros vem se consolidando com ampliações e diversificações em seu escopo de pesquisa (não mais centralizado somente em interações de sala de aula). Desse modo, nos últimos trinta anos, aproximadamente, verificamos que a língua portuguesa ganha destaque no cenário mundial, sendo marcada por diferentes gestos de políticas linguísticas, os quais são impulsionados por relações políticas e econômicas entre instituições e países.

Consequentemente, as mudanças geopolíticas e os avanços tecnológicos também contribuem para esse deslocamento no foco dos estudos, uma vez que a complexidade dos contextos gera demandas sociais outras e evidenciam o poder e/ou importância da(s) língua(s)




nas relações cotidianas. Logo, o português deixa de ser visto apenas como língua materna e ganha outras denominações e significações: português como língua estrangeira, português como segunda língua, português como língua adicional, português para falantes de outras línguas, português como língua de acolhimento, não materna, de herança e outros termos hoje utilizados para refletir a multiplicidade de fatores (culturais, linguísticos, políticos e sociais) que perpassam as relações e interações comunicativas.

Considerando a relevância do processo de consolidação de uma área em ascensão, Português Língua Estrangeira (doravante PLE), compreendemos como fundamental retomar importantes acontecimentos discursivos que marcam o lugar da língua portuguesa nas propostas de internacionalização universitária pretendidas por uma instituição de ensino superior brasileira (recorte de investigação). Em outras palavras, para compreender o espaço que ocupamos hoje, planejar tomadas de decisão futuras e impulsionar novos estudos, é essencial analisar o processo histórico e discursivo de implantação das primeiras ações em PLE de uma instituição universitária.

Assim, objetivamos registrar, neste artigo, percursos iniciais do processo de implantação do PLE no contexto de uma instituição de ensino superior multicampi, UNESP, com destaque à importância de ações extensionistas que marcam o pioneirismo de iniciativas sinalizadas como gestos de institucionalização da área em três campi situados em diferentes cidades do interior paulista: Faculdade de Ciências e Letras – Câmpus de Araraquara (FCLAr), Faculdade de Ciências e Letras – Câmpus de Assis (FCLAs) e Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – Câmpus de São José do Rio Preto (IBILCE).

O presente estudo trata-se de um aprofundamento de discussões desenvolvidas durante a pesquisa de mestrado, tendo como base a leitura de publicações que versam sobre o assunto (artigos e trabalhos acadêmicos), análise de Relatórios de Projetos de Extensão sobre PLE disponíveis no Portal da Pró-Reitora de Extensão Universitária e Cultura (PROEX), entre os anos de 2013 e 2019; além de gravações audiovisuais transcritas da mesa de abertura do I Congresso Internacional de Português Língua Não Materna (CIPLíNM), que reuniu, em dezembro de 2019, no Câmpus de Araraquara, professores das três unidades em que há formação em Letras e que coordenam e/ou orientam ações em português como língua estrangeira.

O trabalho está organizado em três momentos. No primeiro deles, propomos uma recuperação histórica sobre alguns acontecimentos que marcam a emergência da área no contexto nacional. Em um segundo momento, focalizamos os percursos iniciais das ações em PLE nos três campi da referida universidade. No terceiro, traçamos algumas considerações



que retomam tópicos importantes e destacam o pioneirismo que ocorre em ambientes presenciais e virtuais em diálogo com os pilares da universidade.


Percursos em PLE: alguns marcos


Como bem ressalta Almeida Filho (2012), embora a autopercepção profissional sobre a área de PLE seja ainda recente (como especialidade), o ensino de línguas no Brasil tem uma longa história, tendo em vista que no século XVI (período colonial) tanto o português quanto o latim eram ensinados como línguas estrangeiras aos povos nativos.

Desde então, por muitos anos, visualizamos a língua portuguesa apenas no contexto de língua materna, em grande parte atravessada por uma construção identitária e nacional. Consequentemente, o ensino de línguas direcionava o seu foco somente para as clássicas e/ou para o inglês e o francês (exemplos de línguas modernas e de significativo prestígio cultural e social).

Aos poucos, como sabemos, são evidenciados alguns importantes movimentos emergenciais (no sentido de urgentes e necessários) para a constituição de uma especialidade no país. Rocha (2019, p. 108-110), baseada em Franca (1952) e Almeida Filho (2011), cita alguns dos marcos fundamentais desse percurso em uma perspectiva cronológica, os quais comentamos brevemente com leituras e referências complementares de Bizon e Scaramucci (2021, p. 91-93).

Em 1957, temos a publicação do primeiro livro didático de PLE intitulado O ensino de Português para estrangeiros, com autoria de Mercedes Marchant. Nos anos 60, ocorre a criação de cursos universitários de Português Língua Estrangeira nos Estados Unidos e a publicação, com participação de Francisco Gomes de Matos e Dinah Silveira de Queiroz, do livro Modern Portuguese (1966).

Na década de 70, são criados e oferecidos cursos de PLE na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – dentre outras universidades –, propiciando a criação de materiais didáticos nesses espaços e permitindo, através das primeiras experiências, reflexões e teorizações sobre a área em construção. Assim, ocorre a contratação de importantes professores pesquisadores para o quadro de docentes da Unicamp, dentre eles o Prof. Dr. José Carlos Paes de Almeida Filho.

Com o movimento Comunicacional recém-chegado ao Brasil, é publicada em 1978 uma série didática em PLE (denominada Português do Brasil para estrangeiros) com autoria de Francisco Gomes de Matos (Centro Yázigi de Linguística Aplicada).




Nos anos 80, temos a publicação dos primeiros artigos, sob a orientação do Professor Almeida Filho. Em seguida, também acontece a contratação da Profa. Dra. Matilde Virginia Ricardi Scaramucci (naquele momento com a titulação de mestrado) para composição de docentes da Unicamp, mais especificamente para atuar no ensino e pesquisa do inglês como língua estrangeira. Nos anos seguintes, a Professora Matilde Scaramucci, a convite do Professor Almeida Filho, começa a atuar na área de PLE, participando de um projeto para a criação de uma prova de proficiência para estrangeiros a ser utilizada na universidade, avaliação essa que dará origem ao Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), conforme Bizon e Scaramucci (2021, p. 92-93).

A década posterior será interpretada como o chamado “boom” do português como língua estrangeira, marcada por diferentes gestos de políticas linguísticas, os quais estão relacionados com a fundação, em 1992, da Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira (SIPLE); a elaboração e a primeira aplicação do Celpe-Bras (em 1993 e 1998, respectivamente); a criação, em 1998, da primeira Licenciatura na área, intitulada Português do Brasil como Segunda Língua, na Universidade de Brasília (UnB); e a implementação diversos cursos para formação de professores em universidades da Argentina (ROCHA, 2019, p. 112).

Durante os anos 2000, outros três cursos de graduação são criados e implementados no Brasil: a partir de 2005, a Habilitação em Português como Língua Estrangeira, na Universidade Federal da Bahia (UFBA); em 2015, a Licenciatura em Letras Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras, na Universidade Federal da Integração Latino- Americana (UNILA); e, em 2017, a Habilitação em Português Língua Segunda e Estrangeira (L2/LE), na Unicamp.

Atualmente, muitos são os eventos, pesquisas e publicações desenvolvidas e/ou em desenvolvimento em território nacional e no exterior; todavia o número de habilitações na área continua reduzido no Brasil. Apesar disso, não podemos deixar de sinalizar que há outras ações colocadas em prática, dialogando com o chamado tripé acadêmico (ensino, pesquisa e extensão) das instituições de ensino superior (IES) brasileiras e que também colaboram para a promoção e difusão da língua, bem como para a formação de professores em PLE.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), na publicação do Panorama da contribuição do Brasil para a difusão do português (2021, p. 169), a “[...] extensão universitária pode ser considerada como elemento fundador da área de PLE/PLA nas IES brasileiras, sendo até hoje o espaço mais consolidado em termos de ensino de português




para falantes de outras línguas”. Assim, as primeiras ações se dão através do oferecimento de cursos que dialogam com políticas maiores em relação ao discurso de internacionalização.

Em um país de grandes dimensões como é o Brasil, há elementos distintivos que determinam o surgimento da área a depender do contexto em que as IES estão inseridas (extensão, graduação e pós-graduação): “a) oferta de cursos de PLE/PLA; b) oferta de cursos de formação de professores de PLE/PLA; c) desenvolvimento de pesquisa em PLE/PLA e d) fundação de Institutos, Programas, Núcleos ou Grupos de PLE/PLA” (MRE, 2021, p. 169).

Desse modo, direcionamos, a partir de agora, as observações para o(s) contexto(s) de uma instituição multicampi.


Percursos em PLE: uma instituição, diferentes contextos


Considerando a(s) especificidade(s) do processo de implantação do PLE nas diferentes IES, focalizamos neste trabalho o percurso inicial da área em uma instituição de ensino superior multicampi, a UNESP, que apesar de não oferecer uma habilitação específica na área, desenvolve ações que contribuem para a promoção e difusão da língua, assim como para a formação de professores, produção de pesquisas e publicação de trabalhos científicos em PLE.

A complexidade do ambiente universitário relaciona-se justamente à sua organização e constituição. Trata-se de uma instituição de ensino superior pública composta por 34 campi localizados em 24 cidades do Estado de São Paulo, em que há formação em Letras, atuação e coordenação de ações em PLE em três de suas unidades situadas no interior do Estado: Faculdade de Ciências e Letras – Câmpus de Araraquara (FCLAr), Faculdade de Ciências e Letras – Câmpus de Assis (FCLAs) e Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – Câmpus de São José do Rio Preto (IBILCE).

Para descrever e analisar como se dá o processo de implantação do português língua estrangeira no(s) referido(s) contexto(s), partimos da infografia organizada por Severino (2020, p. 125) em que situa cronologicamente importantes marcos institucionais sobre PLE na UNESP:




Figura 1 – Linha do tempo: marcos institucionais em PLE



Fonte: Severino (2020, p. 125)


Ao visualizarmos a Figura 1, notamos que o ponto de partida para as discussões e práticas em português como língua estrangeira na instituição é bastante recente, principalmente se compararmos ao contexto nacional, em que os primeiros cursos passam a ser oferecidos na década de 60.

A ação pioneira na área acontece a partir do projeto de pesquisa Teletandem Brasil: línguas estrangeiras para todos desenvolvido entre 2006 e 2010 nos campi de Assis e São José do Rio Preto, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) a partir de 2007.

De acordo com Telles (2015, p. 604 [tradução livre]), o termo “Teletandem” baseia-se na modalidade de telecolaboração para aprendizagem de línguas estrangeiras mediada por tecnologia; ou seja, trata-se de um contexto virtual, colaborativo e autônomo para a aprendizagem de LEs, unindo recursos de áudio, vídeo e comunicação escrita, em que os alunos atuam mutuamente para ensinar/aprender interagindo e auxiliando em suas línguas proficientes.





Segundo MRE (2021, p. 329), a proposta telecolaborativa surge da experiência de tandem presencial vivenciada pelos pesquisadores Maria Luísa Vassallo (italiana e leitora de italiano) e João Antônio Telles (brasileiro e professor do Departamento de Didática da UNESP/Assis – FCLAs). Tal abordagem existe desde os anos 60 na Europa, tendo como princípios norteadores: “a separação de línguas, a reciprocidade e a autonomia” (conf. BRAMMERTS, 1996 apud MRE, 2021, p. 329). Comumente, a ideia de “tandem” encontra- se associada à metáfora da bicicleta para duas pessoas, no sentido em que a aprendizagem acontece em conjunto (compartilhando conhecimentos, tomando decisões e auxiliando o parceiro para que o processo aconteça).

Fernandes e Telles (2015, p. 264) ressaltam que o Teletandem “[...] constitui um contexto inovador para o tratamento de questões relacionadas à formação profissional de futuros professores de línguas”; além disso, também destacam a possibilidade de inserção das tecnologias na formação desses professores ainda durante a graduação em Letras.

Quando nos referimos à relação entre Teletandem e PLE, podemos enfatizar o pioneirismo do projeto, haja vista sua contribuição para a promoção, divulgação e prática da e em língua portuguesa. Pela primeira vez na instituição, o português deixa de ser visto apenas como língua materna (LM). Os princípios propostos pelo projeto permitem, nesse primeiro momento, importantes mudanças e reflexões sobre a relação que os graduandos em Letras e professores em formação têm com a própria língua (agora também percebida como estrangeira).

Atualmente, a expressividade de suas ações é revelada pela inserção de um verbete exclusivo sobre Teletandem na obra Panorama da contribuição do Brasil para a difusão do português (vide MRE, 2021, p. 329-336), além de ampliar a atuação com parcerias institucionais entre IES brasileiras e estrangeiras, registrando aumento de pesquisas e publicações que interligam o ensino-aprendizagem colaborativo ao português como língua estrangeira e à promoção da(s) cultura(s) brasileira(s) para além dos limites territoriais.

Retomando às observações sobre a linha do tempo de marcos em PLE na referida instituição, verificamos que em 2009 tem início um curso de extensão intitulado como “Português como segunda língua” no Câmpus de Araraquara (FCLAr). Segundo Martins (2011), com a coordenação e a orientação da Professora Cássia Regina Coutinho Sossolote, do Departamento de Didática, o curso de extensão vinculava-se às disciplinas de Prática de Ensino de Língua Materna e tinha como foco alunos intercambistas oriundos de países africanos que estavam no Brasil por meio de convênios internacionais e que, matriculados no curso de Letras, enfrentavam dificuldades em disciplinas específicas de Literatura.

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Rocha, Evangelista e Gileno (2016) ressaltam que as primeiras ações em PLE na FCLAr surgem da necessidade em atender à demanda de alunos estrangeiros inseridos e contemplados pelo programa PEC-G (Programa de Estudantes – Convênio Graduação, administrado pelo MRE). Naquele momento, tornava-se necessário criar estratégias para inseri-los ao contexto brasileiro, local e universitário; além de oferecer meios para aperfeiçoar seus conhecimentos em língua portuguesa (variante brasileira) e suas respectivas culturas e literaturas. Desse modo, o primeiro curso transforma-se em projeto de extensão no ano seguinte (em 2010) e é intitulado “Português para Estrangeiros”, contando igualmente com a coordenação da Professora Cássia Regina Coutinho Sossolote.

Em síntese, as ações pioneiras em Araraquara surgem da emergência (urgência e necessidade) de oferecer cursos de língua portuguesa aos alunos estrangeiros, elaborar materiais didáticos que contemplem suas especificidades e integrar a concepção de língua estrangeira à formação dos graduandos em Letras nessa língua que, até aquele momento, apenas era compreendida/percebida como Língua Materna. Observamos, portanto, que o movimento de implementação surge da prática.

Alinhados com as experiências práticas e a necessidade de pensar a formação de professores a partir dessa nova perspectiva, no fim do mesmo ano (2010), aproveitando a ocorrência do evento I Encontro de Licenciatura em Letras (ELIL), docentes da instituição decidem convidar os Professores Almeida Filho (UnB) e Nelson Viana (UFSCar), importantes pesquisadores e especialistas em PLE, para abordar e discutir o tema com professores e alunos da FCLAr/UNESP. Para seu acontecimento, a instituição contou com o apoio financeiro do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa.

Como consequência das reflexões primeiras, em 2011 há a promoção de um curso de extensão direcionado a alunos de graduação e pós-graduação focalizando a formação de futuros professores para atuar no ensino e aprendizagem de português como língua estrangeira. O curso de extensão, intitulado “Tópicos de Ensino e Aprendizagem de PLE”, foi organizado em parceria com dois departamentos do curso de Letras, o Departamento de Linguística e o Departamento de Letras Modernas, com a coordenação das Professoras Marina Célia Mendonça, Nildicéia Aparecida Rocha e Maria Cristina Reckziegel Guedes Evangelista. O êxito da proposta e sua aceitação pela comunidade acadêmica influenciou na/para a criação e a ampliação de outras ações na área, como cursos, oficinas e eventos, inclusive com oficinas de PLE para os estrangeiros que se encontravam na instituição naquele ano.




Com a não continuidade do primeiro projeto de extensão (2010), na FCLAr, e a manutenção da demanda pelo atendimento aos alunos estrangeiros advindos do aumento de parcerias com instituições no exterior, é criado um segundo projeto de extensão em 2012, que passou a receber apoio institucional a partir de 2013 com sua institucionalização e o recebimento de bolsas (via PROEX) para que alunos do curso de Letras pudessem atuar como professores de cursos de língua portuguesa para estrangeiros e complementassem sua formação.

Esse projeto ganha autonomia e constitui-se como uma rede de coordenação e orientação para ações extensionistas em PLE no Câmpus de Araraquara, reunindo professores, alunos de graduação e pós-graduação na promoção de cursos, eventos, pesquisas e formações na área. Sob a coordenação das Professoras Nildicéia Aparecida Rocha e Rosangela Sanches da Silveira Gileno, dos Departamentos de Letras Modernas e Didática respectivamente, o projeto acontece de 2012 a 2017, sendo vinculado aos poucos e incorporado, posteriormente, ao Centro de Línguas da universidade (antes conhecido como CEL e agora como CLDP – Centro de Línguas e Formação de Professores4).

Ao voltarmos às observações da Figura 1, percebemos que o início das atividades dos Centros de Línguas da universidade não acontece no mesmo período nos três campi estudados; logo, o seu vínculo com as ações em PLE também não ocorre da mesma maneira, dependendo, portanto, das condições de produção em que se inserem. De todo modo, a vinculação entre as ações em ensino-aprendizagem e formação em línguas estrangeiras a partir de um mesmo projeto/ação extensionista, como o Centro de Línguas, pode ser percebida como estratégia política-institucional de unificação, articulação e inter-relação para a institucionalização das línguas estrangeiras inseridas à proposta de internacionalização da universidade, momento em que as LEs ganham um lugar de destaque e de grande relevância.

Sendo assim, no campus de Assis (FCLAs), o Centro de Línguas tem início em 2010 e desde então está vinculado ao português como língua estrangeira, assim como o Teletandem, conforme ressaltam os trabalhos de Ramos (2012; 2013).

Em Araraquara (FCLAr), como citamos, o projeto de extensão de PLE passa a incorporar-se aos poucos ao Centro de Línguas, entre os anos de 2013 e 2014; quando em 2017, o projeto, que anteriormente era autônomo, passa a compor o CLDP da unidade como estratégia de permanecer institucionalmente vinculado e de angariar apoio e investimento para sua permanência, a partir de um processo de reestruturação das ações de extensão da


4 Embora reconheçamos as mudanças ocorridas na estruturação e nomeação, neste trabalhamos referenciaremos como Centro de Línguas – tanto para o primeiro momento (CEL) quanto para o segundo (CLDP).

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universidade, como afirma a Professora Nildicéia Aparecida Rocha em sua fala na mesa de abertura do evento CIPLíNM (ROCHA, 2020 apud SEVERINO, 2020, p. 97).

No campus de São José do Rio Preto (IBILCE), o Centro de Línguas é criado um pouco depois, em 2014. E de acordo com Tavares Pinto e Kfouri-Kaneoya (2015), o português como língua estrangeira já compõe desde o início a lista de línguas oferecidas dos cursos de extensão, juntamente com o inglês, o francês e o italiano.

Entretanto, as ações em PLE do IBILCE não se limitavam à correspondência com o Teletandem e as propostas do Centro de Línguas, já que em 2012 há a criação de um curso de extensão intitulado “Português Língua Estrangeira” – que passa a ser projeto de extensão em 2013 (com o apoio da PROEX). Ambos sob a coordenação e orientação da Professora Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya, do Departamento de Educação.

Segundo o website do projeto (https://pleibilce.wixsite.com/curso), o primeiro curso de PLE nasce de uma parceria entre Departamento de Educação e o curso de Engenharia de Alimentos do IBILCE com o objetivo de atender à necessidade de ensinar língua portuguesa a alunos da graduação e pós-graduação que chegavam ao campus da universidade; desse modo, seria uma estratégia de inserir esse público nos contextos linguísticos, culturais e sociais da universidade, da cidade e do país. Aos poucos, as ações são ampliadas para atender não somente estrangeiros da comunidade acadêmica, mas também citadina; promovendo, consequentemente, atividades extraclasse variadas.

A linha do tempo nos permite ampliar as discussões para além das propostas de cursos e ações extensionistas. Ganha destaque, como gestos de institucionalização da área, a inserção de novas disciplinas nos cursos de graduação em Letras (dos três campi) e na pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa (da FCLAr).

Isto posto, a disciplina pioneira na área inicia em 2014 na pós-graduação de Araraquara, sendo intitulada “Tópicos em ensino e aprendizagem de português língua estrangeira (PLE)”, sob a responsabilidade da Professora Nildicéia Aparecida Rocha. Também na FCLAr é oferecida pela primeira vez em 2017 a disciplina “Português como Língua Estrangeira”, inserida no currículo da graduação em Letras como eletiva e vinculada ao Departamento de Linguística do mesmo campus, ministrada por professores substitutos (inicialmente sem experiências na área, já que a instituição não abriu concurso para a contratação de professor especialista). Embora os primeiros professores não tivessem conhecimento aprofundado sobre PLE, desde o início houve o estabelecimento de comunicação entre os membros do projeto de extensão (docentes e alunos que já atuavam em




parceria com o Centro de Línguas na área de PLE) e os professores que assumiam a disciplina.

No Câmpus de São José do Rio Preto, a disciplina obrigatória “Português Língua Estrangeira: Ensino e Formação Docente” é ministrada pela primeira vez em 2018, após alterações no currículo do curso de Letras, contando com a coordenação e ministração de aulas feitas pela Professora Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya, do Departamento de Educação do IBILCE.

Já em Assis, a disciplina optativa “Português como Língua Estrangeira: Ensino e Pesquisa” foi ministrada pela primeira vez em 2020, após reformulação do currículo de Letras da FCLAs. Está vinculada ao Departamento de Educação, sob a responsabilidade da Professora Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos.

Para finalizar a análise de alguns dos principais marcos que perpassam a história do PLE na UNESP, principalmente quanto ao processo de implantação e institucionalização da área, não podemos deixar de sinalizar a publicação do número temático da Revista EntreLínguas “Português como Língua Estrangeira”, em 2015 (FCLAr), contando com a participação de importantes professores-pesquisadores-especialista na área (como os Professores Almeida Filho e Edleise Mendes, dentre outros). Mais uma publicação chama a atenção em 2018, a do livro Português Língua Estrangeira em contextos universitários organizado pela Professora Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (IBILCE) e que também reúne artigos de professores prestigiados e influentes na área (como os mencionados anteriormente).

Por fim, a organização e promoção do I Congresso de Português Língua Não Materna (CIPLíNM), pela FCLAr/UNESP, entre os dias 04 e 05 de dezembro de 2019, marca um lugar de reconhecimento na área, demonstrando não apenas a implantação das ações em PLE, mas também o registro de um movimento para sua consolidação. O evento, acompanhado de maneira presencial e on-line internacionalmente, reuniu especialistas, estudiosos e professores de IES brasileiras e estrangeiras atuando como importante instrumento de política institucional para a promoção e divulgação da língua portuguesa, bem como para a formação de professores na área com troca de experiências. Vale registrar que esse evento aconteceu em dezembro de 2020 de modo remoto, contando com a participação de especialistas em PLE de mais de 20 países (Ver: https://ciplinm.wordpress.com/).

A mesa de abertura do referido evento retoma a trajetória da área na universidade, contando com a presença de professores das três unidades que coordenam e desenvolvem ações em PLE, a saber: Profa. Dra. Nildicéia Aparecida Rocha (FCLAr), Profa. Dra. Karin

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Adriane Henschel Pobbe Ramos (FCLAs), Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (IBILCE) e Prof. Dr. Douglas Altamiro Consolo (IBILCE). Desse modo, compartilham práticas e propõem ações de integração entre os diferentes campi de uma mesma instituição, orientação também sinalizada com a criação de uma Política de Idiomas da universidade instituída em 2016, mas esse é um tema para ser discutido em outro artigo.


Algumas considerações: entre o presencial e o virtual


A área de Português Língua Estrangeira insere-se nos campi estudados de diferentes maneiras, como pudemos observar nas discussões e análises aqui abordadas. As ações, em sua maioria, dividem-se em duas modalidades: presenciais e virtuais. A chave para compreender o PLE na UNESP passa pelo contexto virtual do Teletandem e por iniciativas de extensão presenciais (compostas por cursos, projetos, oficinas e outras propostas ampliadas a posteriori), além de pesquisas e trabalhos acadêmicos que focalizam, refletem e teorizam as experiências desses contextos.

A ideia que perpassa o processo de implantação do português como língua estrangeira vincula-se com a necessidade de atender às demandas das especificidades de cada campus, bem como ao discurso de internacionalização que transita entre os novos convênios/parcerias entre países e instituições estrangeiras e o acesso à formação em LEs, incluindo o português.

O uso das novas tecnologias como ferramenta para ensinar-aprender línguas revela a dinâmica da globalização atual, com o chamado rompimento e/ou desaparecimento das fronteiras (conf. KUMARAVADIVELU, 2006). Nesse sentido, o Teletandem surge nos campi de Assis e São José do Rio Preto, em 2006, como a possibilidade de oferecer aos graduandos em Letras a oportunidade de praticar uma língua estrangeira com parceiros de outros países que também desejam aprender português (de maneira interativa, colaborativa e autônoma), além de provocar mudanças na forma como compreendem a própria língua.

Na FCLAs, o contexto presencial se fez desde o início a partir do vínculo com o Centro de Línguas e o oferecimento de aulas a alunos intercambistas, mas como o Câmpus de Assis recebia um número relativamente menor de estrangeiros por conta de sua localização – “longe dos caminhos turísticos e do comércio internacional” (TELLES; VASSALO, 2009, p. 43), o Teletandem funcionou como um contexto mais acessível para inserção e fortalecimento do PLE.

No IBILCE, São José do Rio Preto, o contexto virtual do Teletandem abriu espaço para os primeiros passos do português como língua estrangeira e a chegada expressiva de




estrangeiros nos anos posteriores impulsionou a criação de cursos e projetos que focalizassem também a modalidade presencial para atender a demanda de alunos estrangeiros interessados em aprender português e a necessidade de inserção desses intercambistas na universidade, na cidade e no país. Assim, as ações presenciais chegam a ser oferecidas tanto por meio de projeto de extensão autônomo, como através de cursos promovidos pelo Centro de Línguas do campus, atuando concomitantemente.

Em Araraquara, na FCLAr, como o Teletandem chegou um pouco depois, em 2012, de acordo com o website do projeto (https://teletandem.wixsite.com/fclar/), as ações pioneiras não se vinculam com o contexto virtual, mas com a oferta de cursos e projetos presenciais para suprir a demanda de alunos estrangeiros que chegavam à universidade. Assim, a atuação presencial ganha peso e importância tanto para a oferta de aulas, quanto para a elaboração de materiais e formação de professores (graduandos em Letras e pós-graduandos em Linguística e Língua Portuguesa). A existência de integração entre as ações de um projeto de extensão autônomo e o Centro de Línguas também colaborou para a rápida ampliação e diversificação da atuação na área.

O que parece haver em comum entre os campi quando tratamos sobre PLE, sem dúvida, é a expressiva vinculação e diálogo com os pilares universitários (ensino, pesquisa e extensão). Embora coexistam com as respectivas especificidades, as iniciativas em português como língua estrangeira transitam entre o ensinar, o aprender e o refletir. Partem da prática, são investigadas, aos poucos institucionalizadas, e ampliadas para além dos muros da universidade, deixando sinais para a consolidação.

Tais sinais podem ser verificados no momento presente, haja vista o estabelecimento de Redes de Pesquisa Internacionais (RPIs) vinculadas ao Programa Institucional de Internacionalização (CAPES-PrInt) com iniciativas coordenadas pelas professoras doutoras Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos e Nildicéia Aparecida Rocha, nos campi de Assis5 e Araraquara6 (respectivamente). As duas RPIs vêm contribuindo para a continuidade e a ampliação das ações em PLE, a partir do estabelecimento de parcerias com IES de outros países, a saber: Alemanha, Espanha, França, Estados Unidos, México e Portugal.

O registro do trabalho realizado ganha destaque e expansão mediante o aumento de estudos e publicações na área. A organização e publicação do livro Português Língua


5 Rede de Pesquisa Internacional intitulada “Difusão de Língua, Cultura e Literatura em Contexto de Telecolaboração”, coordenada pela Profa. Dra. Karin Adriane Henschel Pobbe Ramos (UNESP/FCLAs) – Assis. 6 Rede de Pesquisa Internacional intitulada “Ensino e aprendizagem de Português Língua Estrangeira e Espanhol Língua Estrangeira: Interfaces (EAPELE)”, coordenada pela Professora Dra. Nildicéia Aparecida Rocha (UNESP/FCLAr) – Araraquara.

Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 6, e021158, dez. 2021. e-ISSN: 2447-3529



Estrangeira e suas Interfaces (ROCHA; GILENO, 2021), bem como o lançamento deste Dossiê Especial da Revista EntreLínguas sobre Português Língua Não Materna (no mesmo ano), ilustram a qualidade das ações e o compromisso com a área.


AGRADECIMENTOS: Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida para realização da pesquisa de mestrado, defendida em 2020 e que deu origem ao presente artigo.


REFERÊNCIAS


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How to reference this article


SEVERINO, C. N.; ROCHA, N. A. Portuguese as a Foreign Language: initial approaches in a multicampus context. Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 6, e021158, Dec. 2021. e- ISSN: 2447-3529. DOI: https://doi.org/10.29051/el.v7iesp.6.15505


Submitted: 15/08/2021 Revisions required: 25/09/2021 Approved: 06/11/2021 Published: 28/12/2021


Rev. EntreLínguas, Araraquara, v. 7, n. esp. 6, e021158, Dec. 2021. e-ISSN: 2447-3529