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Linguística moderna:
Questões
da construção de uma imagem linguística colorida e o funciona
mento dos lexemas coloridos
Rev. EntreLínguas,
Araraquara, v.
8
, n.
esp. 1,
e022018
,
mar
.
20
22
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ISSN: 2447
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DOI:
https://doi.org/10.29051/el.v8iesp.1.16929
1
LINGUÍSTICA MODERNA: QUESTÕES DA CONSTRUÇÃO DE UMA IMAGEM
LINGUÍSTICA COLORIDA E O FUNCIONAMENTO DOS LEXEMAS COLORIDOS
MODERN LINGUISTICS: ISSUES OF CONSTRUCTING A LINGUISTIC COLOR
PICTURE AND THE FUNCTIONING OF COLOR LEXEMES
LINGÜÍSTICA MODERNA: PROBLEMAS DE LA CONSTRUCCIÓN DE UNA
IMAGEN LINGÜÍSTICA EN COLOR Y EL FUNCIONAMIENTO DE LOS LEXEMAS
DE COLOR
Larisa Khanbievna
KHARAEVA
1
Musadin Latifovich
KARDANOV
2
Madina Yurievna
EZAOVA
3
Lena Khabilovna
KHEZHEVA
4
Juleta
Khabasovna
SHUGUSHEVA
5
RESUMO:
O discurso artístico é entendido como um sistema de comunicação, que é uma
síntese de formas linguísticas específicas, informações sobre a realidade, refletidas em um texto
que se distingue por seu conteúdo pragmático. O nível pragmático do discurso artíst
ico é
representado por um conjunto individual de meios linguísticos característicos. O objeto da
pesquisa são as unidades linguísticas que denotam cor, funcionamento na língua, mitopoética,
parêmias e literatura na língua Adyghe. O tema da pesquisa são as
peculiaridades da
manifestação e funcionamento da pintura a cores na linguagem e na literatura Adyghe, bem
como a identificação das especificidades da incorporação colorística das imagens nas obras de
autores Adyghe. O material da pesquisa baseia
-
se nas re
presentações linguísticas dos desenhos
de cores que formam a tríade “preto
-
branco
-
vermelho”.
PALAVRAS
-
CHAVE:
Colorística. Discurso artístico. Categorização de cores. Imagem do
mundo língua
-
cor.
Evolução dos nomes das cores.
1
Universidade Estadual de
Kabardino
-
Balkarian
em
homenagem a
H.M. Berbekov
(KBSU)
, Nalchik
–
Rússia
.
Departamento de Filologia Alemã
e Germânica
.
Professor.
ORCID
:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
8993
-
164X
.
E
-
mail:
larisa_haraeva@rambler.ru
2
Universidade Estadual de
Kabardino
-
Balkarian em
homenagem a
H.M. Berbekov (KBSU), Nalchik
–
Rússia
.
Depar
tamento da Língua
Kabardino
-
Circassiana
.
Professor Associado
.
Candidato do P
rograma de Filologia
.
ORCID
:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
3393
-
549X
.
E
-
mail:
musadin07@mail.ru
3
Universidade Estadual de
Kabardino
-
Balkarian em
homenagem a
H.M. Berbekov (KBSU), Nalchik
–
Rússia
.
Departamento da Língua
e Literatura
Kabardino
-
Circassiana. Professor
.
ORCID
:
0000
-
0003
-
4369
-
181X.
E
-
mail:
m.yu.ezaova@mail.ru
4
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Kabardino
-
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homenagem a
H.M. Berbekov (KBSU), Nalchik
–
Rússia
.
Departamento da Língua
e Literatura
Kabardino
-
Circassiana.
Professor
Associado
.
ORCID
:
https://orcid.org/0000
-
0001
-
6480
-
9819
.
E
-
mail:
lenakhezheva@mail.ru
5
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Kabardino
-
Balkarian em
homenagem a
H.M. Berbekov (KBSU), Nalchik
–
Rússia
.
Departamento da Língua
e Literatura
Kabardino
-
Circassiana.
Professor
Associado
.
ORCID
:
https://orcid.org/0000
-
0001
-
7162
-
5057
.
E
-
mail:
shugushd@mail.ru
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Larisa Khanbievna KHARAEVA; Musadin Latifovich KARDANOV; Madina Yurievna EZAOVA; Lena Khabilovna KHEZHEVA e Juleta
Khabasovna SHUGUSHEVA
Rev. EntreLínguas,
Araraquara, v. 8, n. esp. 1, e022018,
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. 2022.
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ISSN: 2447
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3529
DOI: https://doi.org/10.29051/el.v8iesp.1.16929
2
RESUMEN:
El discurso artístico se entiende como un sistema de comunicación, que es una
síntesis de formas lingüísticas específicas, información sobre la realidad, reflejada en un texto
que se distingue por su contenido pragmático. El nivel pragmático del discurso a
rtístico está
representado por un conjunto individual de medios lingüísticos característicos. El objeto de la
investigación son las unidades lingüísticas que denotan color, funcionamiento en la lengua,
mitopoética, paremias y literatura en lengua adyghé. E
l tema de la investigación son las
peculiaridades de la manifestación y el funcionamiento de la pintura en color en el idioma
Adyghe y la literatura Adyghe, así como la identificación de los detalles de la encarnación
colorística de las imágenes en las obr
as de los autores Adyghe. El material de la investigación
se basa en las representaciones lingüísticas de los diseños de color que forman la tríada
"negro
-
blanco
-
rojo".
PALABRAS CLAVE:
Colorónimo.
Discurso
artístico
.
Categorización
del color
.
Imagen
lingu
a
-
color del mundo
.
Evolución
de los nombres de los colores.
ABSTRACT
:
Artistic discourse is understood as a communication system, which is a synthesis
of specific linguistic forms, information about reality, reflected in a text that is distinguished by
its pragmatic content. The pragmatic level of artistic discourse is repre
sented by an individual
set of characteristic linguistic means. The object of the research is the linguistic units denoting
color, functioning in the language, mythopoetics, paremias, and literature in the Adyghe
language. The subject of the research is th
e peculiarities of the manifestation and functioning
of color painting in the Adyghe language and Adyghe literature, as well as the identification of
the specifics of the coloristic embodiment of images in the works of Adyghe authors. The
material of the r
esearch is based on the linguistic representations of color designations that
form the "black
-
white
-
red" triad
.
KEYWORDS
: Coloronym. Artistic discourse. Color categorization. Lingua
-
color picture of
the world.
The evolution of color names.
Introdução
Duas abordagens se distinguem no estudo dos léxicos coloridos: relativismo cultural e
universalismo linguístico. De acordo com a primeira abordagem, o processo de definição de
cores em diferentes idiomas é arbitrário, implicando a ausência de l
imites claros nos
significados das designações de cores. A segunda abordagem deve
-
se à compreensão da cor
como um universal semântico com três características interrelacionadas
-
matiz, brilho,
saturação. A unidade base é o termo de cor primária que atende
aos seguintes critérios. A
designação de cores tem várias características estruturais e formais, ou seja, pode ser
transmitida por um monolexema ou uma palavra de raiz única, dotada de um significado
diferencial e a capacidade de objetificar vários itens.
A designação de cores deve ser
reconhecível no fluxo de fala; assim, a palavra com o significado da cor deve ser geral e referir
-
se ao vocabulário básico da língua (
GATAULLINA, 2005
). A categoria de cor é um centro
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contínuo de interesses
científicos devido às suas características visuais e à presença de posição
de cor ambiental, o que naturalmente requer verbalização, bem como a possibilidade de destacar
lexemas de cor em um determinado aglomerado verbal disponível para análise linguística
em
diversos aspectos.
Fundo histórico
O estudo das léxicas coloridas baseia
-
se na percepção universal da cor humana, a
existência objetiva da imagem de cor nas línguas do mundo estão em constante
desenvolvimento, complicação e refinamento, logo, detalh
ar o espectro de cores requer
verbalização. Na resolução desses problemas, duas direções principais se distinguem: a hipótese
da relatividade linguística por Sapir
-
Whorf e a teoria de Berlim e Kay. De acordo com a
hipótese de Sapir
-
Whorf, percebemos o mund
o filtrado através das categorias semânticas de
nossa língua nativa, e a denominação de cores em diferentes línguas é formada por fatores
universais e específicos da linguagem. A teoria de Berlim e Kay postula a natureza universal
da evolução da cor denomi
nada como universais semânticas. Um dos problemas da imagem
colorida do mundo é a questão da possível categorização da cor (
BERLIM; KAY, 1969
). Os
cientistas concluem a possibilidade do estudo de cores categóricas, incluindo a seleção e análise
de todo o e
spectro: cores primárias e tons. A categoria de cor é universal, pois é determinada
pela percepção geral da cor, pela presença do espaço colorido e, como consequência, pela
existência da imagem colorida mundial, como segmento da imagem ingênua do mundo, e
se
considerarmos a cor no quadro da teoria conceitual, como segmento da imagem conceitual do
mundo (
KHARAEVA, 2017
, p. 133). O problema da categorização do espaço colorido segue
logicamente a hipótese de Sapir
-
Whorf da relatividade linguística, que se resu
me à ideia
principal de que a possibilidade de diferentes categorizações da realidade se deve à relação
entre as línguas, sua influência no comportamento da fala. A teoria em consideração postula a
influência da língua nativa em vários traços étnicos de co
mportamento, de pensamento e da
vida de uma comunidade humana separada. Apesar da universalidade do pensamento humano
e da divisão linguística do mundo, em diferentes línguas, o espaço colorido tem sua
especificidade nacionalmente colorida da designação de
cores, que é consistente com os
princípios da antropocentricidade da atividade linguística.
A novidade científica
deste trabalho é determinada pelas questões da descrição da
imagem linguística do mundo, seu segmento de cores linguísticas, percepção cultur
al da cor, a
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Khabasovna SHUGUSHEVA
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importância das colorações na literatura e designações de cores na obra de escritores e poetas
Adyghe, bem como o papel e o lugar de cor denominados na construção de imagens artísticas
.
Métodos
O trabalho utiliza métodos tradicionais
-
campo descritivo, semântico
-
estilístico,
semântico e abordagens modernas para a pesquisa linguística
-
cognitivo, linguocultural e
antropocêntrico. A pesquisa é baseada em trabalhos científicos de cientistas como E
.N.
Basovskaya (2004), Vezhbitskaya (1997), Zhanturina (2012), Kudaeva (2008), Frumkina
(1984), Fedorov (1988), Turner (1983), Kharaeva (2017), etc.
A principal fonte de material experimental é a denominação de cores na língua Adyghe
ao nível da mitopoétic
a e autores individuais usados no texto literário
.
Resultados e discussão
A formação de sistemas de cores na cultura de diferentes povos ocorre simultaneamente
com o surgimento dos primeiros símbolos cosmogônicos, os primeiros ritos mágicos e rituais...
Estudos de culturas antigas, bem como trabalhos sobre semântica teórica, mostram que já na
Idade da Pedra, as pessoas apontaram três cores básicas: branco, vermelho e preto. O confronto
entre Deus e o Diabo como o conceito central do cristianismo determin
ou a natureza binária
das representações colorísticas e foi posteriormente projetado para as camadas axiológicas da
percepção. Todavia, a consciência confessional só fortaleceu a oposição já existente às
colorações. A oposição de cores mais estável e frequ
ente "branca"
-
"negra"
-
remonta ao antigo
protótipo "luz"
-
"escuridão", que por sua vez é uma modernização estética do conflito filosófico
"Caos"
-
"Universum", no qual o último termo é entendido como "ordenando" (
FEDOROV,
1988,
p. 581
-
582). A conclusão
sobre a oposição de cores contrastantes
-
preto e branco
-
em
quase todas as características avaliativas, sensoriais e emocionais parece bastante previsível. A
segunda etapa é caracterizada pelo aparecimento do vermelho na percepção universal da cor
human
a. V. Turner foi o primeiro a destacar esse padrão, que afirma a primazia e a
universalidade, bem como o valor notável da tríade "branco
-
preto
-
vermelho" (TURNER, 1972,
p. 76). A maioria dos pesquisadores concorda com essa opinião. Ao mesmo tempo, alguns
ci
entistas argumentam que na tríade universal branco
-
preto
-
vermelho, a última cor é vermelha,
se destacou primeiro no desenvolvimento cultural e linguístico do espaço colorido, a
importância da vida das pessoas em um estágio inicial do desenvolvimento humano
é uma vez
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que essa designação de cor corresponde à cor do sangue e do fogo (
SHEMYAKIN, 1960,
p. 29,
48).
A identificação da cor vermelha deve
-
se a diferentes grupos étnicos, o que se deve às
especificidades da vida e do habitat.
Tendo
identificado um grupo de designações de cores "básicas", Berlim e Kay
investigaram ainda a natureza da aparência de vários conceitos de cores. Assim, a evolução das
designações de cores também é universal, o que, em nossa opinião, é consequência de inúmero
s
fatores de natureza linguística e extralinguística, bem como uma consequência do uso
generalizado de contrônimos para fins artísticos como meios expressivos mais importantes, a
tradição de usar que remonta ao passado distante (KHARAEVA, 2017, p. 134).
Ta
mbém podemos falar sobre as características étnicas da imagem colorida do mundo,
as especificidades de sua segmentação, devido ao habitat e à cultura material e espiritual
tradicional da comunidade linguística (
VASILEVICH, 2003,
p. 13).
Segundo Vezhbitskay
a (1997, p. 286) as designações de cores são resultado da
influência de fatores perceptivo
-
conceituais na formação de categorias linguísticas e sua
correlação com a realidade.
Cada cor que escreve Zhanturina
está associada a denotações prototípicas
-
portadoras
de cor padrão. Entretanto, os termos de cor não refletem todo o campo de cor, o que leva à
necessidade do surgimento de nomeações de cores secundárias usando uma variedade de
recursos linguísticos. No
entanto, sem dúvida, há também a existência da cor como categoria
linguocultural, fixada nas mentes dos falantes nativos, que no processo de seu desenvolvimento
está em processo de hierarquização na cultura (
ZHANTURINA, 2012
, p. 68). Uma linguagem
pode exp
ressar a ideia de cor, apelando para a modalidade visual de percepção, ou seja, o
simbolismo da cor é transmitido por léxicos de cores, palavras na estrutura semântica da qual
há um significado de cor ou denotando uma certa realidade associada a qualquer c
or. Os
processos de formação de designações de cores por psicolinguistas são explicados no âmbito
da teoria dos protótipos, que postula a formação da maioria dos léxicos coloridos a partir dos
nomes de objetos que possuem uma determinada cor (
RODIONOVA, 20
07
). Assim, a ideia da
capacidade de objetificação da cor é confirmada, a conexão dessas palavras e seus significados
com objetos para os quais uma de suas principais características é a cor é comprovada.
Consequentemente, podemos falar sobre a motivação d
esses léxicos de cor, que a base da
atividade nominativa é a característica motivacional da cor. Denominações de cores motivadas
são de particular interesse devido à sua grande associatividade, o que facilita o esclarecimento
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das preferências de cores de r
epresentantes de diferentes culturas linguísticas na escolha da
motivação de cores (
KHARAEVA, 2017,
p. 136
-
138).
A motivação dos léxicos de cores, que remontam às denotações prototípicas, é mais
claramente manifestada na consciência linguística ingênua, é
refletida em mitopoética e
folclore, portanto é lógico prefácio da análise de denominados coloridos na imagem adyghe do
mundo com notas sobre o simbolismo da cor no sistema de representações mitopoéticas de
Adyghe.
As designações de cores na imagem de Adyg
he do mundo estão repletas de profundo
significado simbólico e conteúdo semântico, representando tanto o mundo material quanto os
princípios e fundamentos morais, éticos e estéticos étnicos. A imagem de Adygeyan do mundo
distingue vários conceitos na obra
do escritor (pelo exemplo de A.P. Keshokov) ligados às
peculiaridades do estudo de sua visão de mundo artística, parece especialmente relevante sobre
o material linguístico fraseológico, no qual o "espírito do povo" é mais claramente manifestado.
Estes são
os conceitos
gu
"coração",
psè
"soul",
zèman
"time", etc. (
SHUGUSHEVA, 2017
).
Entre os conceitos de formação de cores, as cores semioticamente significativas são vermelho,
preto e branco. Tradições etnoculturais bem conhecidas descrevem a realidade visíve
l nas
oposições, começando pelas universais, que desenvolvem oposições binárias mais complexas
mais tarde. Designações de cores também formam códigos culturais que são inerentes aos seres
humanos e são universais. Além disso, sua verbalização em uma cultur
a separada, na qual são
realizadas, é nacionalmente determinada (EZAOVA, 2017). A imagem de cores universais do
mundo marca tudo de positivo com branco e negativo com preto. Contudo, no quadro universal
do mundo, há também tendências mutuamente exclusivas
que demonstram a polissão dos
coloronímos. Por exemplo, como Z.Zh. Kudaeva, nas lendas e rituais de Adyghe, implicações
favoráveis estão associadas ao branco, mas nas paremias, o simbolismo do branco revela
tendências contraditórias.
Šym i l"ak"uiplIri l"
ak"uèhumè, ug"ursyzŝ, žaIèrt
. "Se um cavalo
tem as quatro pernas brancas, então é malicioso, eles disseram".
Na mitologia e folclore de Adyghe, atributos de vários deuses pagãos estão associados
a flores brancas e negras. O complexo mito
-
ritual regulava a
cor branca dos animais
sacrificados. Animais de cor branca estão associados à díade "branca e de mãos brancas" da
floresta Mazitha. Animais de cor negra foram sacrificados a Šible
-
o deus do trovão e do
relâmpago, bem como ao deus Ahyn, o santo padroeiro
do gado, a quem um búfalo negro foi
sacrificado na primavera antes de semear. Ahyn também corresponde à água, elementos do mar.
Como sabe, Ahyn era chamado de Mar Negro. A natureza icônica do simbolismo preto e branco
no complexo mitológico
-
ritual de Adyg
he revela uma conexão simbólica do preto com o
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elemento da chuva, e de forma mais ampla, com o mundo
chthônico
, que é característico de
muitas tradições etnoculturais (
KUMAKHOV; KUMAKHOVA, 1998, p.
96
-
98).
No épico nacional, o vermelho está associado à ju
staposição dos sexos, em que o branco
corresponde ao princípio feminino, e vermelho
-
ao princípio masculino (
PROKOFIEVA,
2004
).
Vermelho é a cor da fertilidade, da prosperidade e da abundância.
Nartyhu pl"yž"
dyhèpsèmè, g"avèr bèv mèh"u, žaIèrt.
"Se você
plantar milho vermelho junto com grãos,
haverá uma colheita abundante, eles disseram."
G"ath"èm âpèu h'èndyrabg"uè pl"yž′ pl"ag"unu
fIyŝ, žaIèrt
. "Na primavera, ver uma borboleta vermelha pela primeira vez é bom, eles
disseram."
žèm l"huag"aŝIèm i kIèm h
"ydan pl"yž' kIèraŝIèrt, nè temyhuèn ŝh'èkIè.
"Um pano
vermelho foi amarrado à cauda de uma vaca de parto para que não fosse amaldiçoado." Nos
presságios das regras, o simbolismo vermelho tem uma motivação sagrada pronunciada e uma
avaliação inequivocamen
te positiva. Vermelho é a cor do princípio da vida, portanto, roupas
vermelhas são inaceitáveis no cemitério, por isso vermelho, simbolizando a vida e a
prosperidade, não é compatível com o território da morte. Aqui a dicotomia "vida"
-
"morte",
"este mund
o"
-
"esse mundo".
Ŝ
yg"yn pl"yž′ pŝyg"yu kh"èm udyh'ènu fIyk"ym, žaIèrt
. "Não é
bom ir ao cemitério com roupas vermelhas, eles disseram" (
KUMAKHOV; KUMAKHOVA,
1998, p. 97
).
Os estados psicoemocionais de uma pessoa estão associados a denotações prototípicas
universais de cor, ou seja, as cores estão associadas a certas emoções. Associação cor
-
emocional se deve à fisiologia da experiência emocional. As associações que surgem são
baseadas no pensamento metonímico e metafórico, a percepção de cor cria reações e
mocionais
específicas, e os termos de cor e emoção têm a mesma estrutura de conotação na linguagem. O
campo de cores não se limita apenas aos valores de cores primitivas, mas é complementado por
nomes matinais ou secundários que apareceram no processo de n
omeação secundária a partir
dos nomes de vários objetos da realidade circundante no curso de transferências metonímicas e
metafóricas. O papel decisivo da realidade circundante na formação do estado psicoemocional
de uma pessoa, que exerce sua influência n
a percepção da cor, é inegável e é reconhecido pela
maioria dos pesquisadores (
KHARAEVA, 2017,
p. 136
-
138).
A conotação é definida como um conjunto de aspectos semânticos de uma palavra que
vão além de sua simples designação ou referência. O significado em
ocional parece ser mediado
pela associação de termos de cor com situações ou objetos na vida real onde essa coloração está
presente. Esta pode ser a coloração de coisas naturais (vermelho sangue, verde gramado, azul
celeste) ou artefatos culturais (roupas
de luto pretas, luzes vermelhas de alarme, garotinhas
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Khabasovna SHUGUSHEVA
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vestidas de rosa), ambas podem levar à conotação dos termos de cor (mais ou menos
padronizados) e até mesmo a simbologia de cores sancionadas culturalmente. Mesmo que uma
conotação de cor dependa, em úl
tima análise, de associações em inexperiência das quais são as
mesmas para todas as pessoas, o valor específico dessa conotação pode variar de linguagem
para linguagem, da cultura para a cultura, e até mesmo de pessoa para pessoa. Todavia, E.N.
Basovskaya
em seu estudo experimental mostra que os nomes de cores, representando um grupo
bastante fechado, apesar da mobilidade do sistema léxico e sua dependência da realidade
extralinguística, o componente emocional do campo associativo das palavras do fundo léxi
co
principal, que inclui designações de cores, é altamente estável (
BASOVSKAYA, 2004,
p. 205).
As designações de cores, que compõem um fragmento da imagem linguocultural do mundo,
além da expressão explícita de cor na língua, incluem amplas camadas implíci
tas isoladas no
curso da análise linguística do componente emocional da palavra expressando cor. Associações
de cores são construídas com base em memórias, emoções experimentadas, imagens sensoriais,
estados mentais (
PROKOFIEVA, 2004
, p. 237).
A cor é um c
onceito, uma vez que seu significado não se limita ao significado denotativo
consagrado nos dicionários. Além do estável, comum para a maioria, reações a uma
determinada combinação de cores ou cores, há também reações individuais para diferentes
personalid
ades linguísticas e até mesmo para a mesma pessoa em diferentes estágios de seu
desenvolvimento. Isso faz parte do conceito de cor, que depende da visão de mundo,
experiência e estado emocional do indivíduo; pode ser isolado no processo de trabalho
interpr
etativo com textos específicos, bem como com ficção, obras de natureza autobiográfica.
Esses trabalhos fornecem material rico para análise conceitual, pois mostrar a imagem real do
mundo do ponto de vista da personalidade faz parte da tarefa da autora no p
rocesso de formação,
na reflexão de suas fantasias, vontade, experiência e emoções. Falando sobre cor como
conceito, consideramos seu significado primitivo, bem como todo o sistema de conceitos,
conotações que formam um campo semântico específico que refle
te toda a paleta de tons de
uma cor neutra, que é o conceito de uma cor particular. A expansão e complicação da nomeação
de cores ocorrem resultando na criação e formação de sinônimos estilísticos, a expansão da
estrutura semântica de designações de cores
comumente utilizadas com base em associações
individuais de autores de cor que adquirem significado estético em um texto literário
(
KHARAEVA, 2017, p.
134). A refração criativa da imagem colorida do mundo nas obras de
qualquer autor se deve à impossibilid
ade
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Linguística moderna:
Questões
da construção de uma imagem linguística colorida e o funciona
mento dos lexemas coloridos
Rev. EntreLínguas,
Araraquara, v.
8
, n.
esp. 1,
e022018
,
mar
.
20
22
.
e
-
ISSN: 2447
-
3529
DOI:
https://doi.org/10.29051/el.v8iesp.1.16929
9
para falar sobre a imagem colorida do mundo isoladamente do indivíduo que
o percebe. Para cada falante nativo, a percepção de uma cor ou outra está
associada à experiência de vida, o estado psicofísico é determinado por vários
fatores
objetivos e subjetivos, portanto, é bastante individual e faz parte de
uma imagem ingênua do mundo (
FRUMKINA, 1984,
p. 30).
O preto é a cor mais escura, e na realidade, é a negação da cor em si. A vida termina
além desse limite absoluto. Black expressa a
ideia de não
-
ser, extinção. Preto não é o contrário
do branco. Preto e branco são os dois extremos, o começo e o fim. Preto como negação
simboliza renúncia, rejeição completa; tem uma forte influência sobre qualquer cor que esteja
no mesmo grupo com ela, e
nfatizando e aprimorando suas características. "Com a ajuda do
negro, o ódio, a inimizade é expressa:
Ŝ
Iy fIycIèm ihun
–
Esprema a luz (aceso. expulse da terra negra)
Ŝ
Iy fIycIèm ŝIèg"èl"èdèn
–
Enterrar no chão; espremer da luz (iluminado.
Bij fIycIè
–
Ini
migo (iluminado. inimigo negro);
Džèdu fIycIè âku dèžaŝ
–
Brigada (lite. um gato preto correu entre eles);
Džèdu fIycIè uiIènu fIyk"ym, žaIèrt
.
–
Não é bom ter um gato preto, disseram eles.
O preto é frequentemente o ápice do simbolismo de muitas emoções n
egativas,
experiências, condições, infortúnio, tormento:
Symadžèm i nègur k"yzèIyh'aŝ, i napŝIèhèr ezyr
-
ezyru zèhèufèžaŝ, pšè fIycIè ž'auè
k"itriŝIam huèdèu
.
–
O rosto do paciente ficou sombrio, as pálpebras sagged por si mesmas
como se as nuvens negras ti
vessem lançado uma sombra.
Ŝ
Iy fIycIèm ŝIyh'ami k"èg"uèt
–
Um abismo, encontre
-
o mesmo sob o solo (literalmente:
encontre
-
o mesmo que tenha ido sob a terra negra);
Ièl fIycIèu k"yzèkIuèkIaŝ
–
Muito irritado (iluminado. transformado em um selvagem
negro);
H
'èkIašè k"yŝIoh'èž, pšè fIycIèm huèdèu zyk"yzèŝIiŝIauè.
–
Hakyasho entrou, soprando
como uma nuvem negra.
Si gur ufIycIaŝ
–
Exaustão (iluminada. meu coração ficou preto).
Ŝ
Iy fIycIèž'ym eg"èIèn
–
Burden (aceso. fazê
-
lo puxar a velha terra negra);
Ž'èn fIyc
Iè siŝIaŝ
–
Retirado, torturado (iluminado)
O preto reflete um extremo grau de atitude de rejeição:
Dzè fIycIèm huèdè
–
Como uma horda (iluminada. parece um exército negro).
Vyndym huèdèu fIycIèŝ
–
Muito preto (iluminado. preto como uma torre).
Ŝ
aj fIycIèž' iuasèk"ym
–
Não vale um centavo (aceso. não vale um centavo preto).
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