Yessy Villavicencio SIMÓN e Ivan Gabriel Grajales MELIAN
Rev. EntreLinguas, Araraquara, v. 9, n. 00, e023010, 2023. e-ISSN: 2447-3529
DOI: https://doi.org/10.29051/el.v9i00.17761 5
pertinentes à sua cultura, o que torna o texto cinematográfico mais acessível. Da mesma forma,
a linguagem cinematográfica é uma ferramenta que permite contextualizar o textual e o
sociocultural através do uso da língua espanhola. Assumimos, nessa ordem, a abordagem de
Castro Viúdez (2002, p. 223, tradução nossa),
[...] é viável introduzir textos escritos e audiovisuais de todos os tipos [...] que
tenham conteúdo sociocultural relevante para ajudar a construir os esquemas
que os nativos de uma cultura possuem. Nesse sentido, séries e filmes são
muito úteis [...]. Embora seja difícil de selecionar, é importante que o texto
seja rico o suficiente para dar origem à discussão do contraste entre culturas.
Para os propósitos deste trabalho, adotamos as contribuições de estudos anteriores com
abordagem intercultural em um ambiente de imersão linguístico-cultural, pois analisam que na
prática pedagógica integrativa é necessário reconhecer as semelhanças e diferenças entre a nova
realidade sociocultural e a de origem, a partir da programação com caráter de aplicação flexível
sobre os conteúdos linguísticos, sociocultural e pragmático (VILLEGAS PAREDES, 2016;
SIMÓN et al., 2021). Por essa razão, também é necessário implementar uma abordagem
pragmática no processo de ensino-aprendizagem do espanhol como forma de resolver
interferências ou erros pragmáticos, com base no "[...] tratamento das categorias pragmáticas
que regem a L1 do aprendiz, em contraste com as de L2, de modo que uma análise consciente
das línguas envolvidas possa ser feita para uma aprendizagem reflexiva e significativa"
(VILLEGAS PAREDES, 2016, p. 77, tradução nossa). Nesse sentido, o uso de materiais
autênticos possibilita a conscientização sobre as estratégias de atos de fala como componentes
de natureza pragmática-discursiva, que variam na interação comunicativa com particularidades
situacionais e contextuais que a negociação, a argumentação, o controle e a tarefa de cooperação
com o interlocutor implicam (GUTIÉRREZ QUINTANA, 2005; SIMÓN et al., 2021).
Roses Nieves, Villavicencio Simón e Barriel Guevara (2017), afirmam que os
estudantes não falantes de espanhol da Universidad de Oriente se sentem motivados a conhecer
as particularidades referenciais e diferenciais que vêm moldando a cultura cubana:
[...] Os cursos geralmente utilizam materiais didáticos que focam seus
conteúdos em aspectos linguísticos com pouca integração de aspectos
socioculturais; há um número limitado de materiais audiovisuais que refletem
o ser e o trabalho dos cubanos, os utilizados são anedótico-históricos, que
facilitam a prática comunicativa em sala de aula, mas não possibilitam a
interação sociocultural nos contextos de ação dos alunos (ROSES NIEVES;
VILLAVICENCIO SIMÓN; BARRIEL GUEVARA, 2017, p. 479, tradução
nossa).