As metodologias ativas e a formação continuada de professores(as) de línguas estrangeiras: As percepções de duas professoras formadoras
Rev. EntreLinguas, Araraquara, v. 10, n. esp. 1, e024015, 2024. e-ISSN: 2447-3529
DOI: https://doi.org/10.29051/el.v10iesp.1.19036 10
Aprendizagem significativa processa-se quando o material novo, ideias e
informações que apresentam uma estrutura lógica, interage com conceitos
relevantes e inclusivos, claros e disponíveis na estrutura cognitiva, sendo por
eles assimilados, contribuindo para sua diferenciação, elaboração e
estabilidade.
No que se refere ao aspecto didático-metodológico, as reflexões propostas giraram em
torno da natureza das atividades solicitadas, o grau de interatividade que elas favorecem e o
papel do(a) professor(a) no desenvolvimento das atividades. Porém, mesmo com as discussões
ali empreendidas, observamos que, em certos momentos, quando os(as) participantes do curso
aplicavam algumas das modalidades de metodologias ativas, houve a reprodução de práticas
tradicionais de ensino, porém com uma nova roupagem. Por outro lado, o trabalho colaborativo,
a partir da troca de experiências, exercido pela maioria dos professores(as), proporcionou uma
estrutura apropriada de aprendizagem.
Sobre esse aspecto, os princípios do Design Thinking como empatia, colaboração,
criatividade e otimismo (Rocha, 2018, p. 158), contribuíram para aprimorar a formação nesse
curso, fomentando a criatividade e a técnica, através da colaboração no desenvolvimento e na
aplicação dos conteúdos expostos. Esses princípios nortearam os seminários propostos pelos
professores em formação continuada, pela criação de uma espécie de trilha colaborativa para
eles(as) se organizarem. Os seminários abordaram as diferentes modalidades de metodologias
ativas e suas peculiaridades em contextos específicos.
Nesse sentido, percebemos criatividade e autonomia para a produção de materiais
específicos para os seminários, engajamento da turma na participação das dinâmicas propostas
pelos grupos, e desenvolvimento profissional no sentido de conseguir transpor da teoria
elementos para compor a sua prática pedagógica. Enfim, os envolvidos no processo aprenderam
a extrair o melhor dos grupos, partindo do entendimento dos problemas e desafios no universo
da educação linguística, seja de currículo, seja de sala de aula.
Vale ressaltar que, para criar atividades inovadoras, é preciso ter um novo olhar sobre o
mundo e, para chegarmos a esse mundo cheio de possibilidades, é preciso dedicação e eterna
vigilância para romper a passividade, o comodismo e o sentimento de impossibilidade. Em
relação a essa questão, entendemos que a autonomia e a pró-atividade também importam. Sobre
isso, o papel do professor como facilitador da aprendizagem leva a libertar a potencialidade do
aluno, no caso aqui, do professor em formação continuada. Isso ocorre porque formadores que
assumem essa postura se empenham em criar um clima de confiança, de apreço, de
autenticidade, de compreensão e, acima de tudo, de liberdade.