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Uma resenha do livro “Automation and the Future of Work”, de Aaron Benanav
Estudos de Sociologia
, Araraquara,
v.
27
, n.
00
,
e0220
33
,
2022
.
e
-
ISSN:
1982
-
4718
DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v27i00.14585
1
AUTOMAÇÃO, CRISE E DESEMPREGO: UMA RESENHA DO LIVRO
“
AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK
”
, DE AARON BENANAV
AUTOMATIZACIÓN, CRISIS Y DESEMPLEO: UNA RESEÑA DEL LIBRO
“
AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK
”
, DE AARON BENANAV
AUTOMATION, CRISIS AND UNEMPLOYMENT: A REVIEW OF THE BOOK
“
AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK
”
, BY AARON BENANAV
Thiago CANETTIERI
1
RESUMO
: O mundo ocidental enfrenta o desmantelamento do mundo do trabalho. As
estatísticas de desemprego não param de crescer em todo o mundo. Uma ampla literatura se
desenvolveu creditando ao processo de automação da economia essa transformação social
drástica.
É nesse debate que o livro
Automation and the future of work
, de Aaron Benanav se
insere. O livro busca questionar essa resposta. Para Aaron Benanav existem outras causas para
o desmantelamento do trabalho em todo o mundo. Ao investigar as causas deste pr
ocesso,
Benanav pode também discutir sobre as alternativas que, em geral, são apresentadas para esse
problema social, apontando os limites de cada uma das respostas. Seu livro, muito bem
documentado, figura como uma importante contribuição no debate sobre
o futuro do mundo do
trabalho e seus efeitos sociais.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Produtividade do trabalho. Automação. Estagnação econômica. Crise.
Desemprego.
RESUMEN
: El mundo occidental encara al desmantelamiento del mundo del trabajo. Las
estadísticas de desem
pleo están creciendo en todo el mundo. Una amplia literatura ha
desarrollado el crédito al proceso de automatización de la economía esta drástica
transformación social.
En este debate se inserta el libro de Aaron Benanav "Automation and
the future of work"
.
El libro busca cuestionar esa respuesta. Para Aaron Benanav hay otras
causas para el desmantelamiento del trabajo en todo el mundo. Investigando las causas de este
proceso, Benanav puede también discutir las alternativas que se presentan generalmente par
a
este problema social, señalando los límites de cada una de las respuestas. Su libro, muy bien
documentado, figura como una importante contribución en el debate sobre el futuro del mundo
del trabajo y sus efectos sociales.
PALABRAS CLAVE
: Productividad l
aboral. Automatización.
Estancamiento económico.
Crisis. Desempleo.
1
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte
–
MG
–
Brasil.
Professor Adjunto do
Departamento de Urbanismo da UFMG
.
Doutor em Geografia
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
3662
-
610
4
.
E
-
mail:
thiago.canettieri@gmail.com
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Thiago CANETTIERI
Estudos de
Sociologia
, Araraquara,
v. 27, n.
00
, e0220
33
, 2022.
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ISSN:
1982
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4718
DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v27i00.14585
2
ABSTRACT
: The Western world faces the dismantling of the
labor
. Unemployment statistics
are growing all over the world. A wide literature has developed crediting to the automation
proce
ss of the economy this drastic social transformation. It is in this debate that the book
Automation and the future of work, by Aaron Benanav, is inserted. The book seeks to question
that answer. For Aaron Benanav, there are other causes for the dismantling
of
labor
all over
the world. By investigating the causes of this process, Benanav can also discuss the alternatives
that are generally presented for this social problem, pointing out the limits of each of the
answers. His book, very well documented, figur
es as an important contribution to the debate
on the future of the world of work and its social effects.
KEYWORDS
: Labor productivity. Automation. Economic stagnation.
Crisis. Unemployment.
Aaron Benanav é um historiador da economia e um crítico social importante para o
mundo contemporâneo. Sua pesquisa, sobre a natureza do trabalho no capitalismo tardio,
embasada em pesquisas de economia histórica do século XIX e XX, é relevante para
compree
nder as dinâmicas de mercado contemporâneo. Seu livro de estreia
Automation and the
future of work
[
Automação e o futuro do trabalho
, em tradução literal] enfrenta, de frente, um
debate urgente: estaria a automação destruindo os empregos? Muitos responderi
am que sim
sem hesitação. Benanav, contudo, é mais comedido, toma uma distância da questão para
investigar criticamente a fundamentação dessa percepção
–
como ele bem nota, tem se tornado
cada vez mais comum: das lojas on
-
line aos smartphones, dos aspirado
res de pó robô aos caixas
automáticos, dos carros sem motoristas aos algoritmos de inteligência até, é claro, pelos robôs
industriais nas plantas fabris de todo o mundo.
É nesse debate que Aaron Benanav se insere, apresentando um livro que nada contra a
c
orrenteza das interpretações sobre a automação. A partir de uma vasta pesquisa sobre o
discurso dos teóricos da automação, que est
ão
em alta nos dias de hoje, Aaron busca construir
uma interpretação divergente, demonstrando de maneira clara as contradições
aos argumentos
destes teóricos.
No entanto, a explicação que eles oferecem
–
que a mudança tecnológica
desenfreada está destruindo empregos
–
é simplesmente falsa. Há uma
subdemanda real e persistente de mão de obra nos Estados Unidos e na União
Europeia
, e ainda mais em países como África do Sul, Índia e Brasil, mas sua
causa é quase oposta àquela apontada pelos teóricos da automação
(BENANAV, 2020, p.
80
, tradução nossa
).
Como Benanav nota, tal interpretação da realidade ganha relevância diante da atua
l
tendência que se instala em todo o mundo:
“there are simply too few Jobs for too many people”
(simplesmente existem poucas vagas de trabalho para tantas pessoas assim)
. Essa situação de
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, Araraquara,
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baixa demanda de trabalho crônica é manifestada hoje de maneira esca
ncarada: aumento do
desemprego e da crescente insegurança no trabalho; ascensão de políticos de extrema
-
direita
baseados no ressentimento e no medo; o aprofundamento do fosso da desigualdade estrutural.
Talvez seja por essa urgência latente que o discurso
da automação tenha se tornado tão aceito
na sociedade.
Segundo Benanav o discurso da automação está assentado em quatro proposições
principais: (i) os postos de trabalho estão sendo eliminados pelo desenvolvimento tecnológico,
resultando num crescente des
emprego tecnológico; (ii) essa situação seria um bom indicador
da tendência que a sociedade se encaminha, indicando um futuro altamente automatizado e que,
por consequente, reduziria a oferta de trabalho; (iii) contudo, mesmo diante desse cenário, o
trabal
ho ainda se sustenta enquanto forma básica de mediação social por meio da qual se garante
a reprodução material da vida; (iv) para conter essa situação é preciso ampliar os postos de
trabalho com gastos improdutivos, em geral orientados pelo Estado ou gara
ntir uma renda
básica universal rompendo a conexão entre a renda que as pessoas recebem e a quantidade de
trabalho que desempenham.
Contudo, para Benanav, essa interpretação perde de foco o que se passa:
Na realidade, as taxas de crescimento da
produtividade do trabalho estão
diminuindo, não acelerando. Isso deveria ter aumentado a demanda por mão
de obra, exceto que a desaceleração da produtividade foi ofuscada por outra
tendência mais marcante: em um desenvolvimento originalmente analisado
pelo
economista marxista Robert Brenner sob o título de “long downturn”
–
e
tardiamente reconhecido pelos economistas convencionais como “estagnação
secular” ou “japonificação”
–
as economias têm crescido a um ritmo
progressivamente mais lento. A causa? Década
s de excesso de capacidade
industrial mataram o motor do crescimento industrial, e nenhuma alternativa
foi encontrada, muito menos nas atividades de crescimento lento e baixa
produtividade que constituem a maior parte do setor de serviços. À medida
que o c
rescimento econômico desacelera, as taxas de criação de empregos
diminuem, e é isso, e não a destruição de empregos induzida pela tecnologia,
que deprime a demanda global por mão de obra
(BENANAV, 2020, p.
8
,
tradução nossa
).
O autor tentará demonstrar que não é o desenvolvimento tecnológico contemporâneo
(robótica avançada, inteligência artificial e
machine learning)
, que está destruindo os empregos
e diminuindo as taxas de criação de novos empregos. A causa do desemprego, par
a Benanav, é
uma demanda persistentemente baixa por mão de obra, representada por picos elevados de
desemprego durante as recessões e com recuperações cada vez mais fracas. O efeito disso é que
a baixa demanda por trabalho implica no declínio na parcela de
toda renda obtida pelo salário
o que reduz a demanda por bens que, por sua vez, esfria, ainda mais a demanda por trabalho.
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Thiago CANETTIERI
Estudos de
Sociologia
, Araraquara,
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Para o autor, não se trata de um “desemprego tecnológico de longo prazo”, no qual a
automação total da produção e dos serviços leva
ria a sociedade ao desemprego total. Caso esse
prognostico fosse verdadeiro, o trabalho não seria mais necessário e, assim, diante da
automação total, o que teríamos era um apocalipse do desemprego, obrigando à uma
reorganização social.
Assim, Benanav cons
trói um argumento crítico à teoria da automação: não foi a
“
runaway technological change
”
(
mudança tecnológica desenfreada
)
que causou a baixa
demanda por trabalho. Contudo, apesar de crítico à teoria da automação, Benanav vai se
diferenciar dos outros crí
ticos pois estes possuem uma teoria que explica a queda da demanda
por trabalho apenas em países de alta renda ou porque estes não produzem uma visão radical
de mudança social.
Benanav então sugere pensar a relação entre a variação do crescimento da produç
ão e
do crescimento da produtividade do trabalho para averiguar a taxa de crescimento do emprego.
Para qualquer setor econômico, a taxa de crescimento da produção(ΔO) menos a taxa de
crescimento da produtividade do trabalho (ΔP) é igual à taxa de crescimen
to do emprego (ΔE).
Assim, ΔO
–
ΔP = ΔE. Desse modo, o autor percebe que as taxas de crescimento da
produtividade têm se mantido elevadas em relação às taxas de crescimento da produção, mas
não exatamente porque a produtividade vem crescendo mais rapidamen
te do que antes, o que
seria, de fato, um sinal de aceleração da automação. O que se observa, ao contrário, é que é a
produção que vem diminuindo seu ritmo. Embora ainda não se possa falar de um declínio
absoluto na produção industrial, o que acontece é qu
e “
a taxa na qual a produção cresce
diminuiu, então o crescimento da produção passou a ser consistentemente mais lento do que o
crescimento da produtividade
” (BENANAV, 2020, p.
23
, tradução nossa
).
Ainda que boa parte da literatura acadêmica entenda que a
desindustrialização é mais
comumente definida como um declínio na participação da indústria no emprego total, para
Benanav a situação é mais complexa. Esses teóricos assumem que o rápido aumento da
produtividade do trabalho seria a principal causa da perda
de empregos industrial. Contudo,
segundo Benanav, essa explicação é inadequada. Segundo ele a desindustrialização como
acontece no mundo não é possível de ser explicada em termos puramente tecnológicos. Na
verdade, para Benanav, a causa do derretimento do
emprego, sobretudo com o processo de
desindustrialização deve
-
se à grave estagnação econômica e à redundância global das
capacidades produtivas e tecnológicas.
O resultado foi que o motor do crescimento capitalista calcado na industrialização se
engasgou
devido à disseminação das capacidades técnicas criando redundância da produção e
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Uma resenha do livro “Automation and the Future of Work”, de Aaron Benanav
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à feroz concorrência nos mercados globais. Benanav, contudo, não explora o desenvolvimento
histórico dessa tendência. O resultado disso é então a generalização de empregos de
baixa
produtividade, e, em geral, precários. Ao mesmo tempo, há uma virada dos capitais em direção
à sua forma fictícia que buscam retornos pela propriedade de ativos relativamente líquidos ao
invés de investir a longo prazo em novo capital fixo.
Ou seja,
apesar do alto grau de supercapacidade na indústria, não há lugar mais rentável
na economia manufatureira para o capital investir. Se este fosse o caso, argumenta Benanav,
teríamos evidências disso em taxas mais elevadas de acumulação de capital e, portant
o, taxas
de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais elevadas. Em vez disso, o que vemos é o
desinvestimento contínuo
-
com as corporações usando dinheiro ocioso para comprar suas
próprias ações ou pagar dividendos
-
e a queda das taxas de juros de
longo prazo, à medida que
a oferta de fundos emprestados supera em muito a demanda. Nessas condições, grandes
quantidades de dinheiro fluíram em ativos financeiros.
Diante desse cenário, é possível sintetizar o argumento do livro. O cenário social que se
c
oloca no horizonte não é resultado direto do dinamismo tecnológico. Para Benanav, o resultado
é consequência do agravamento da estagnação econômica após décadas de excesso de
capacidade e de subinvestimento nas indústrias. Ele tece uma crítica aos teóricos
da automação
por estes assumirem que um ritmo acelerado de crescimento da produtividade é o principal
motor da diminuição da demanda por mão de obra, quando, na realidade, o principal motor é
um ritmo desacelerante do crescimento da produção. Critica a de
sorientada busca desses
teóricos para encontrar evidências no desenvolvimento tecnológico numa posição quase mítica,
capaz de apoiar essa interpretação sobre as causas da baixa demanda de trabalho. Assim, com
esse salto de fé, escreve Benanav (2020, p.
30
,
tradução nossa
), “
os teóricos da automação
perdem a verdadeira história que explica esse fenômeno: mercados globais superlotados para
manufaturas, taxas decrescentes de investimento em capital fixo e uma desaceleração
econômica correspondente
”.
Diante des
sa realidade, Benanav investiga as consequências sociais deste fenômeno. A
principal formulação que o autor constrói é de que diante da subdemanda de trabalho o que
ocorre é a imposição categórica de “trabalhar a qualquer custo”, o que significa a dissemin
ação
de “empregos fora do padrão”. Contudo, nota o autor, a expressão é claramente um equívoco
haja vista que o emprego fordista foi, na verdade, resíduo de um sonho do meio do século XX
de pleno emprego que nunca se tornou uma realidade global, muito meno
s nas partes do mundo
onde a maioria das pessoas vive. O que isso significa na prática é que
—
com exceção de uma
pequena minoria de empregados protegidos
—
os trabalhadores de todo o mundo se encontram
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Thiago CANETTIERI
Estudos de
Sociologia
, Araraquara,
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altamente expostos às fugas e fluxos da demanda por m
ão de obra. Assim, tudo indica que a
continuidade desse cenário levará ao agravamento da precariedade laboral em diferentes esferas
econômicas. Com a baixa demanda de trabalho em escala planetária, os trabalhadores temem
sabem objetivamente da dificuldade
de acessar empregos e, portanto, submetem
-
se a situações
mais degradantes, nocivas e precárias. Diante da insegurança no trabalho, esses trabalhadores
são forçados a aceitar salários relativamente estagnados e condições
ruins
de trabalho
.
Para construir um
a resposta à essa situação é preciso uma ação coordenada. Em
diferentes pontos do espectro político, tanto à esquerda como à direita, já existe a preocupação
em como lidar com esse cenário de subdemanda de trabalho. Cada qual desenvolve, portanto,
suas “
si
lver bullets
”. Benanav analisa duas: a primeira, um “keynesianismo
reloaded
” que tenta
pensar o papel do Estado para reaquecer a demanda por mão de obra. A segunda é a aposta na
Renda Básica Universal, que poderia ser colocada como uma possiblidade de reve
rter a abismal
desigualdade, revertendo o cenário de pobreza e de insegurança no trabalho. Contudo, o autor
sabe muito bem das dificuldades da aplicação de qualquer medida, seja uma mais
“conservadora” ou mais “progressista”, ou mais de “direita” ou de “es
querda” caso o
diagnóstico esteja equivocado como o autor parece indicar. Assim, Benanav, ainda que de
maneira um tanto superficial, busca colocar as possibilidades para se construir um futuro longe
da escassez e que não pressuponha a automação total, a pa
rtir de novas formas de organizar o
trabalho, compartilhando tanto o trabalho que precisa ser realizado quando o tempo livre
estando orientada pela ideia de justiça cooperativa.
O livro de Benanav é, sem dúvida, uma importante contribuição para compreender
o
mundo em que vivemos e figura entre as tentativas de pensar alternativas para a difícil situação
que encaramos.
Todavia, nos parece que o texto apresenta algumas lacunas que aqui deixaremos sob a
forma de questões. Trata
-
se de questionamentos que surgem
da leitura do texto de Benanav e
que apontam para limitações no argumento do autor. Expô
-
las não é uma forma de diminuir a
contribuição do autor, mas de engajar num debate ainda por ser feito.
O primeiro limite do livro é não pensar a historicidade do pro
cesso que ele mesmo
descreve. Seria fácil argumentar que o descrito por Benanav como possíveis causas da queda
da demanda por trabalho, à saber, a disseminação das capacidades técnicas que cria redundância
da produção e a feroz concorrência nos mercados gl
obais já estavam historicamente colocadas
desde sempre no capitalismo. Seria possível rastrear esses elementos na obra de Karl Marx
ainda no século XIX. Portanto, qual seria exatamente a especificidade histórica do momento
em que vivemos?
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Uma resenha do livro “Automation and the Future of Work”, de Aaron Benanav
Estudos de Sociologia
, Araraquara,
v.
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, n.
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,
e0220
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,
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Outro ponto merec
edor de destaque é que Benanav vai criticar a leitura dos teóricos da
automação que entendem que a crise que atravessamos é resultado do aumento exacerbado da
produtividade por causa do desenvolvimento da automação. Para ele, as causas estão na
estagnação
econômica que gera uma taxa de crescimento da produção cada vez menor. Ao que
parece, Benanav estrutura seu argumento entendendo que uma das posições implica na exclusão
da outra. Em nossa perspectiva, há, na verdade, uma dupla determinação entre os dois t
ermos
apresentados. Não é apenas que a causa da estagnação econômica é a crise do mundo do
trabalho; também o desemprego é causador da estagnação econômica numa reciprocidade
dialética. Em nossa perspectiva é exatamente esse o fundamento da crítica da econ
omia política
desenvolvia por Karl Marx. Já que a substância do capital é o trabalho humano, a valorização
do valor só pode ocorrer na exata medida em que ocorre dispêndio de força de trabalho. Mas,
como Marx mesmo desenvolve, pela pressão da concorrência
sobre os capitais individuais o
aumento da produtividade do trabalho implica não raro na expulsão de trabalhadores das esferas
produtivas o que, por fim, resulta na incapacidade de valorização. Portanto, não seria nenhum
exagero dizer que, há uma ausência
de crítica da economia política no livro de Aaron Benanav.
REFERÊNCIAS
BENANAV, A.
Automation and the future of work
.
Londres: Verso, 2020.
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Thiago CANETTIERI
Estudos de
Sociologia
, Araraquara,
v. 27, n.
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, e0220
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, 2022.
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ISSN:
1982
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Como referenciar este artigo
CANETTIERI, Thiago
.
Automação, crise e desemprego:
Uma
resenha do livro
“
Automation
and the
Future
of
Work
”
, de Aaron Benanav
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Estudos de Sociologia
, Araraquara, v. 27, n.
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-
4718
. DOI:
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Submetido em
:
10/05/2022
Revisões requeridas em
:
13/06/2022
Aprovado em
:
16/07/2022
Publicado em
:
21/12/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Automation, crisis
and unemployment: A review of the book “Automation and the Future of Work”, by Aaron Benanav
Estudos de Sociologia
, Araraquara,
v. 27, n.
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, e0220
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ISSN:
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718
DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v27i00.14585
1
AUTOMATION, CRISIS AND UNEMPLOYMENT: A REVIEW OF THE BOOK
“AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK”, BY AARON BENANAV
AUTOMAÇÃO, CRISE E DESEMPREGO: UMA RESENHA DO LIVRO
“AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK”, DE AARON BENANAV
AUTOMATIZACIÓN, CRISIS Y DESEMPLEO: UNA RESEÑA DEL LIBRO
“
AUTOMATION AND THE FUTURE OF WORK
”
, DE AARON BENANAV
Thiago CANETTIERI
1
ABSTRACT
: The Western world faces the dismantling of the labor. Unemployment statistics
are growing all over the world. A wide literature has developed crediting to the automation
process of the economy this drastic social transformation. It is in this debate that
the book
Automation and the future of work, by Aaron Benanav, is inserted. The book seeks to question
that answer. For Aaron Benanav, there are other causes for the dismantling of labor all over the
world. By investigating the causes of this process, Bena
nav can also discuss the alternatives
that are generally presented for this social problem, pointing out the limits of each of the
answers. His book, very well documented, figures as an important contribution to the debate on
the future of the world of wor
k and its social effects.
KEYWORDS
: Labor productivity. Automation. Economic stagnation.
Crisis. Unemployment.
RESUMO
: O mundo ocidental enfrenta o desmantelamento do mundo do trabalho. As
estatísticas de desemprego não param de crescer em todo o mundo.
Uma ampla literatura se
desenvolveu creditando ao processo de automação da economia essa transformação social
drástica. É nesse debate que o livro Automation and the future of work, de Aaron Benanav se
insere. O livro busca questionar essa resposta. Para
Aaron Benanav existem outras causas
para o desmantelamento do trabalho em todo o mundo. Ao investigar as causas deste processo,
Benanav pode também discutir sobre as alternativas que, em geral, são apresentadas para esse
problema social, apontando os limit
es de cada uma das respostas. Seu livro, muito bem
documentado, figura como uma importante contribuição no debate sobre o futuro do mundo
do trabalho e seus efeitos sociais.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Produtividade do trabalho. Automação. Estagnação econômica. Crise
.
Desemprego.
RESUMEN
: El mundo occidental encara al desmantelamiento del mundo del trabajo. Las
estadísticas de desempleo están creciendo en todo el mundo. Una amplia literatura ha
desarrollado el crédito al proceso de automatización de la economía esta
drástica
transformación social.
En este debate se inserta el libro de Aaron Benanav "Automation and
1
Federal University of Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte
-
MG
-
Brazil. Adjunct Professor, Department of
Urbanism, UFMG. Doctorate in Geography. ORCID: https://orcid.org/0000
-
0003
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6104. E
-
mail:
thiago.canettieri@gmail.com
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Thiago CANETTIERI
Estudos de Sociologia
, Araraquara,
v. 27, n.
00
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, 2022.
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1982
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https://doi.org/10.52780/res.v27i00.14585
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the future of work".
El libro busca cuestionar esa respuesta. Para Aaron Benanav hay otras
causas para el desmantelamiento del trabajo en todo el mundo. In
vestigando las causas de este
proceso, Benanav puede también discutir las alternativas que se presentan generalmente para
este problema social, señalando los límites de cada una de las respuestas. Su libro, muy bien
documentado, figura como una importante
contribución en el debate sobre el futuro del mundo
del trabajo y sus efectos sociales.
PALABRAS CLAVE
: Productividad laboral. Automatización.
Estancamiento económico.
Crisis. Desempleo.
Aaron Benanav
is an economic historian and an important social critic for the
contemporary world. His research on the nature of work in late capitalism, based on historical
economic research from the 19th and 20th centuries, is relevant to understanding contemporary
ma
rket dynamics. His debut book Automation and the future of work confronts an urgent debate
head
-
on: is automation destroying jobs? Many would answer yes without hesitation. Benanav,
however, is more measured, he takes a distance from the question to critic
ally investigate the
foundation of this perception
–
as he well notes, it has become increasingly common: from
online stores to smartphones, from robot vacuum cleaners to ATMs, from driverless cars to
intelligence algorithms to, of course, industrial robot
s in manufacturing plants around the world.
It is in this debate that Aaron Benanav inserts himself, presenting a book that swims
against the current of interpretations about automation. Based on extensive research on the
discourse of automation theorists,
who are on the rise these days, Aaron seeks to build a
divergent interpretation, clearly demonstrating the contradictions to the arguments of these
theorists.
However, the explanation they offer
–
that runaway technological change is
destroying jobs
–
is
simply false. There is a real and persistent underdemand
for labor in the United States and the European Union, and even more so in
countries such as South Africa, India and Brazil, but its cause is almost the
opposite of that pointed out by automation th
eorists
(BENANAV, 2020, p.
80
,
our translation
).
As Benanav
notes, such an interpretation of reality gains relevance in view of the current
trend that is taking hold around the world: “there are simply too few Jobs for too many people”.
This situation of chronically low demand for work is clearly manifested today:
rising
unemployment and growing job insecurity; rise of far
-
right politicians based on resentment and
fear; the deepening of the gap of structural inequality. Perhaps it is because of this latent urgency
that the automation discourse has become so accepte
d in society.
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Automation, crisis
and unemployment: A review of the book “Automation and the Future of Work”, by Aaron Benanav
Estudos de Sociologia
, Araraquara,
v. 27, n.
00
, e0220
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, 2022.
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According to Benanav, the automation discourse is based on four main propositions: (i)
jobs are being eliminated by technological development, resulting in growing technological
unemployment; (ii) this situation would be a good indicator of t
he trend that society is heading
towards, indicating a highly automated future that, consequently, would reduce the supply of
work; (iii) however, even in the face of this scenario, work still stands as a basic form of social
mediation through which the ma
terial reproduction of life is guaranteed; (iv) to contain this
situation, it is necessary to expand job posts with unproductive spending, generally guided by
the State, or guarantee a universal basic income, breaking the connection between the income
peop
le receive and the amount of work they perform.
However, for Benanav, this interpretation loses focus on what is happening:
In reality, labor productivity growth rates are slowing, not accelerating. This
should have increased demand for labor, except that
the productivity
slowdown was overshadowed by another, more striking trend: in a
development originally analyzed by Marxist economist Robert Brenner under
the heading of the “long downturn”
–
and belatedly recognized by mainstream
economists such as “secu
lar stagnation” or “Japanification”
–
economies have
been growing at a progressively slower pace. The cause? Decades of industrial
overcapacity killed the engine of industrial growth, and no alternatives were
found, least of all in the slow
-
growing, low
-
pr
oductivity activities that make
up most of the service sector. As economic growth slows, job creation rates
slow, and it is this, not technology
-
induced job destruction, that depresses
global demand for
workforce
(BENANAV, 2020, p.
8
,
our translation
).
Th
e author will try to demonstrate that it is not the contemporary technological
development (advanced robotics, artificial intelligence and machine learning), which is
destroying jobs and decreasing the rates of creation of new jobs. The cause of unemployme
nt,
for Benanav, is a persistently low demand for labor, represented by high unemployment peaks
during recessions and with increasingly weak recoveries. The effect of this is that the low
demand for labor implies a decline in the share of all income obtain
ed by wages, which reduces
the demand for goods, which, in turn, cools down even more the demand for labor.
For the author, this is not about “long
-
term technological unemployment”, in which the
total automation of production and services would lead societ
y to total unemployment. If this
prognosis were true, work would no longer be necessary and, thus, in the face of total
automation, what we would have was an unemployment apocalypse, forcing a social
reorganization.
Thus, Benanav builds a critical argument
to the theory of automation: it was not the
“runaway technological change” (unbridled technological change) that caused the low demand
for work. However, despite being critical of automation theory, Benanav will differ from other
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Thiago CANETTIERI
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critics because they have
a theory that explains the drop in demand for labor only in high
-
income countries or because they do not produce a radical vision of social change.
Benanav then suggests thinking about the relationship between the variation in
production growth and labor
productivity growth in order to ascertain the employment growth
rate. For any economic sector, the output growth rate (ΔO) minus the labor productivity growth
rate (ΔP) equals the employment growth rate (ΔE). Thus, ΔO
–
ΔP = ΔE. In this way, the author
per
ceives that productivity growth rates have remained high in relation to production growth
rates, but not exactly because productivity has been growing faster than before, which would,
in fact, be a sign of automation acceleration. What is observed, on the
contrary, is that
production has been slowing down. Although one cannot yet speak of an absolute decline in
industrial production, what happens is that “the rate at which output grows has slowed, so output
growth has become consistently slower than product
ivity growth” (BENANAV, 2020, p. 23,
our translation).
Although much of the academic literature understands that deindustrialization is more
commonly defined as a decline in the share of industry in total employment, for Benanav the
situation is more compl
ex. These theorists assume that the rapid increase in labor productivity
would be the main cause of industrial job losses. However, according to Benanav, this
explanation is inadequate. According to him, deindustrialization as it happens in the world
canno
t be explained in purely technological terms. In fact, for Benanav, the cause of the job
meltdown, especially with the deindustrialization process, is due to the serious economic
stagnation and the global redundancy of productive and technological capaciti
es.
The result was that the engine of capitalist growth based on industrialization choked due
to the dissemination of technical capabilities creating redundancy of production and fierce
competition in global markets. Benanav, however, does not explore the
historical development
of this trend. The result of this is then the generalization of low
-
productivity and, in general,
precarious jobs. At the same time, there is a turn of capital towards its fictitious form that seeks
returns by owning relatively liqui
d assets instead of investing in the long term in new fixed
capital.
That is, despite the high degree of overcapacity in industry, there is no more profitable
place in the manufacturing economy for capital to invest. If this were the case, argues Benanav,
we would have evidence of it in higher rates of capital accumulation and therefore higher rates
of Gross Domestic Product (GDP) growth. Instead, what we see is continued divestment
-
with
corporations using idle cash to buy their own stock or pay dividends
-
and long
-
term interest
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Automation, crisis
and unemployment: A review of the book “Automation and the Future of Work”, by Aaron Benanav
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rates falling as the supply of borrowed funds far outstrips the demand. Under these conditions,
large amounts of money flowed into financial assets.
Given this scenario, it is possible to summarize the argument of the book. The so
cial
scenario that appears on the horizon is not a direct result of technological dynamism. For
Benanav, the result is a consequence of the worsening economic stagnation after decades of
excess capacity and underinvestment in industries. He criticizes auto
mation theorists for
assuming that an accelerated rate of productivity growth is the main driver of the decrease in
the demand for labor, when, in reality, the main driver is a decelerating rate of production
growth. He criticizes the disoriented search of
these theorists to find evidence in technological
development in an almost mythical position, able to support this interpretation about the causes
of the low demand for work. Thus, with this leap of faith, writes Benanav (2020, p. 30
, our
translation
), “a
utomation theorists miss the real story that explains this phenomenon:
overcrowded global markets for manufactures, falling rates of fixed capital investment and a
corresponding economic downturn”.
Faced with this reality, Benanav investigates the social c
onsequences of this
phenomenon. The main formulation that the author constructs is that, faced with the under
-
demand for work, what happens is the categorical imposition of “working at any cost”, which
means the dissemination of “non
-
standard jobs”. Howeve
r, the author notes, the expression is
clearly a misnomer given that Fordist employment was, in fact, the residue of a mid
-
twentieth
-
century dream of full employment that never became a global reality, much less in the parts of
the world where most people
live. What this means in practice is that
—
with the exception of a
small minority of protected employees
—
workers around the world are highly exposed to the
ebbs and flows of labor demand. Thus, everything indicates that the continuity of this scenario
will
lead to the worsening of precarious work in different economic spheres. With the low
demand for work on a planetary scale, workers fear they know objectively the difficulty of
accessing jobs and, therefore, submit themselves to more degrading, harmful and
precarious
situations. Faced with job insecurity, these workers are forced to accept relatively stagnant
wages and poor working conditions.
To build a response to this situation requires coordinated action. At different points of
the political spectrum, bo
th on the left and on the right, there is already concern about how to
deal with this scenario of under
-
demand for work. Each one develops, therefore, its “silver
bullets”. Benanav analyzes two: the first, a “reloaded Keynesianism” that tries to think abou
t
the role of the State in reviving the demand for labor. The second is the bet on Universal Basic
Income, which could be seen as a possibility of reversing the abysmal inequality, reversing the
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Thiago CANETTIERI
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scenario of poverty and job insecurity. However, the author i
s well aware of the difficulties in
applying any measure, be it more “conservative” or more “progressive”, or more “right” or
“left” if the diagnosis is wrong, as the author seems to indicate. Thus, Benanav, albeit somewhat
superficially, seeks to put poss
ibilities to build a future far from scarcity and that does not
presuppose total automation, based on new ways of organizing work, sharing both the work
that needs to be done when free time being guided by the idea of cooperative justice.
Benanav's book is undoubtedly an important contribution to understanding the world
we live in and is among the attempts to think about alternatives to the difficult situation we face.
However, it seems to us that the text has some gaps that we will leave h
ere in the form
of questions. These are questions that arise from reading Benanav's text and that point to
limitations in the author's argument. Exposing them is not a way to diminish the author's
contribution, but to engage in a debate yet to be held.
The
first limit of the book is not thinking about the historicity of the process that it
describes. It would be easy to argue that what Benanav described as possible causes of the drop
in demand for labor, namely, the spread of technical capabilities that cre
ates redundancy in
production and the fierce competition in global markets, were already historically placed in
capitalism. It would be possible to trace these elements in the work of Karl Marx even in the
19th century. Therefore, what exactly would be the
historical specificity of the moment in which
we live?
Another point worth mentioning is that Benanav will criticize the reading of automation
theorists who understand that the crisis we are going through is the result of the exacerbated
increase in produ
ctivity due to the development of automation. For him, the causes are in the
economic stagnation that generates an ever
-
lower production growth rate. It seems that Benanav
structures his argument by understanding that one of the positions implies the exclu
sion of the
other. In our perspective, there is, in fact, a double determination between the two terms
presented. It's not just that the cause of economic stagnation is the crisis in the world of work;
Unemployment is also the cause of economic stagnation
in a dialectical reciprocity. In our
perspective, this is exactly the foundation of the critique of political economy developed by
Karl Marx. Since the substance of capital is human labor, the valorization of value can only
occur to the exact extent that t
here is expenditure of labor power. But, as Marx himself develops,
due to the pressure of competition on individual capital, the increase in labor productivity often
implies the expulsion of workers from the productive spheres, which ultimately results in
the
inability to value. Therefore, it would be no exaggeration to say that there is an absence of
critique of political economy in Aaron Benanav's book.
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Automation, crisis
and unemployment: A review of the book “Automation and the Future of Work”, by Aaron Benanav
Estudos de Sociologia
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DOI:
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REFERENCES
BENANAV, A.
Automation and the future of work
. Londres: Verso, 2020.
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CANETTIERI
, Thiago
.
Automation, crisis and unemployment: A review of the book
“Automation and the Future of Work”, by Aaron Benanav
.
Rev. Estudos de Sociologia
,
Araraquara, v. 27, n.
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,
e0220
33
,
2022. e
-
ISSN:
1982
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4718
. DOI:
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Submitted
:
10/05/2022
Required revisions
:
13/06/2022
Approved
:
16/07/2022
Published
:
21/12/2022
Processing and publication by the Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.