Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 1
ESTADO, CAPITAL E NATUREZA NA AMAZÔNIA CONTEMPORÂNEA:
QUESTÕES DE UM DEBATE CENTRAL PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A
SOCIEDADE BRASILEIRA
ESTADO, CAPITAL Y NATURALEZA EN LA AMAZONIA CONTEMPORANEA:
CUESTIONES DE UN DEBATE CENTRAL PARA LAS CIENCIAS SOCIALES Y LA
SOCIEDAD BRASILEÑA
STATE, CAPITAL AND NATURE IN CONTEMPORARY AMAZON: QUESTIONS OF A
CENTRAL DEBATE FOR THE SOCIAL SCIENCES AND BRAZILIAN SOCIETY
Marcelo Sampaio CARNEIRO1
e-mail: marcelo.sampaio@ufma.br
Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO2
e-mail: seacandido@ufscar.br
Como referenciar este artigo:
CARNEIRO, M. S.; ALVAREZ, S. E. Estado, capital e natureza na
Amazônia contemporânea: Questões de um debate central para as
ciências sociais e a sociedade brasileira. Estudos de Sociologia,
Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718.
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953
| Submetido em: 15/08/2023
| Revisões requeridas em: 19/10/2023
| Aprovado em: 05/11/2023
| Publicado em: 29/12/2023
Editora:
Profa. Dra. Maria Chaves Jardim
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís MA Brasil. Professor Titular do Departamento de
Sociologia e Antropologia.
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos SP Brasil. Doutor em Engenharia de Produção
pela UFSCar (PROFESSOR DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS)
Estado, capital e natureza na Amazônia contemporânea: Questões de um debate central para as ciências sociais e a sociedade brasileira
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 2
O debate acerca da relação entre o desenvolvimento do capitalismo e a exploração da
natureza é um dos principais temas da agenda de pesquisa contemporânea das Ciências Sociais
(O’CONNOR, 2004; ALTVATER, 2010; CALHOUN, 2014), como atestam as discussões
correntes sobre as causas e os efeitos do aquecimento climático global e as análises acerca das
correlações entre a destruição de ecossistemas naturais e a produção de pandemias (BOYER,
2020).
No caso brasileiro, essa discussão tem na Amazônia um de seus principais focos, haja
vista a importância que essa região desempenha nos processos ecológicos globais e a forte
antropização que ela vem sofrendo ao longo dos últimos cinquenta anos, como mostram os
dados acerca do desenvolvimento das atividades agropecuárias e da evolução das áreas
desmatadas (COSTA, 2000).
A dinâmica da destruição da floresta envolve diferentes forças sociais, mobilizando
agentes coletivos e individuais interessados na exploração dos recursos naturais regionais (terra,
madeira, minerais, produtos da biodiversidade etc.). Ela é contraposta por uma gama importante
de atores sociais que vêm se mobilizando para conter esse processo, caso das chamadas
populações tradicionais (povos indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos etc.)
(ACEVEDO; CASTRO, 1993; RUSTAIN, 2021) e de grupos sociais que se deslocaram em
período mais recente para a região, como camponeses atraídos para os projetos de colonização
durante o período da ditadura militar (ESTERCI, 1987; HÉBETTE, 1991; SCHMINK; WOOD,
2012).
Nesse sentido, a análise aqui proposta procura dar conta de processos que envolve ao
menos três dimensões: a dinâmica do desenvolvimento capitalista, o papel desempenhado pelas
agências que objetivam o poder do estado na região (BOURDIEU, 2012) e as disputas entre
diferentes agentes sociais situados no âmbito da sociedade civil.
No primeiro caso, temos uma dinâmica de desenvolvimento do capitalismo, que em
muitos aspectos relembra o processo de acumulação primitiva (MARX, 1998) ou do chamado
“moinho satânico” polanyiano (POLANYI, 2000), que avança sobre terras indígenas, unidades
de conservação ambiental e áreas ocupadas por populações tradicionais (quilombolas,
seringueiros, castanheiros etc.), utilizando mecanismos repressivos para a imobilização da força
de trabalho, hoje amplamente descritos como típicos do trabalho escravo contemporâneo
(ESTERCI, 1994).
Contudo, essa alusão aos aspectos mais deletérios do processo de acumulação primitiva
não deve obscurecer o fato de que os processos econômicos em curso na Amazônia encontram-
Marcelo Sampaio CARNEIRO e Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 3
se fortemente articulados e são muitas vezes dirigidos por atores líderes de cadeias globais de
valor ou redes de produção globais, caso, por exemplo, da mineração de ferro, da exploração
sojícola ou produção de dendê (SANTOS, 2010; GUÉNEAU, 2018; CANDIDO, 2023;
CARNEIRO, 2023).
Como detentor do monopólio da violência física/simbólica legítima e por vezes agente
diretamente investido em processos de apropriação e exploração dos recursos naturais, o Estado
pode ser considerado como parte integrante do padrão de desenvolvimento do capitalismo na
Amazônia (FRANÇOIS; LEMERCIER, 2021), desempenhando papel central nas disputas na
região. Essa atuação, por vezes, incorpora as demandas e reivindicações de grupos sociais
subalternos, servindo para contrabalançar interesses econômicos poderosos.
Os artigos reunidos no dossiê “Estado, capital e natureza na Amazônia contemporânea”
discutem as questões acima elencadas, aprofundando-as a partir de diferentes campos de
investigação, recortes temáticos diversos e mobilizando perspectivas teóricas específicas.
O primeiro artigo do dossiê, denominado A sociobiodiversidade amazônica em busca
de mercados internacionais é assinado por Ana Margarida Castro Euler, Catherine Aubertin e
Nathalie Cialdella. O texto verifica as potencialidades do desenvolvimento de cadeias de
suprimento de insumos naturais da Amazônia para mercados internacionais. Em linha com as
propostas que estão na origem do movimento socioambientalista das últimas décadas da
Amazônia e com recente criação da Secretaria Nacional de Bioeconomia no Ministério do Meio
Ambiente pelo Governo Lula 3, as autoras discutem como as cadeias da sociobiodiversidade
brasileira podem valorizar o conhecimento das comunidades da floresta e conciliar a melhoria
de sua qualidade de vida com a conservação da floresta.
A análise enfoca as potencialidades associadas ao mercado internacional de cosméticos.
Nesse mercado verifica-se uma tendência consistente de valorização da sociobiodiversidade e
de uma “volta à natureza”, como posto no título da terceira parte do texto. As autoras analisam
as ligações entre os principais elos do fornecimento de bioinsumos amazônicos e os elos
internacionais, identificando alguns dos principais atores e analisando suas motivações e linhas
de atuação. Ganha relevo a análise de grandes empresas de cosméticos que estão “na ponta” da
cadeia. O texto destaca a importância da lógica do marketing nessas organizações, que orienta
a procura por insumos da Amazônia, e a preocupação com as condições de sociais, econômicas
e ambientais dos seus fornecedores, que impulsiona o desenvolvimento de “cadeias curtas” e
articulação com certificadoras, tendo em vista que precariedades existentes nessas cadeias
representam importantes riscos para a sua reputação.
Estado, capital e natureza na Amazônia contemporânea: Questões de um debate central para as ciências sociais e a sociedade brasileira
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 4
O segundo artigo analisa a construção e a desconstrução de capacidades estatais federais
de controle do desmatamento da Amazônia brasileira com base na abordagem político-cultural
desenvolvida por Fligstein e McAdam (2012). O texto é de autoria de Silvio Eduardo A.
Candido, Leonardo H. L. de Moura, Ricardo M. Duarte e Juan D. Pietro e foi intitulado de A
construção e desconstrução de capacidades estatais de controle do desmatamento da
Amazônia: do PPCDAm a Bolsonaro.
Operacionalizando conceitos como o de campos de ação estratégica, ações socialmente
hábeis e unidades internas de governança em uma densa pesquisa histórica que leva a sério as
relações de poder, os autores apresentam sua narrativa em três partes principais. A primeira
investiga a gradual formação dos fundamentos institucionais do campo ambiental, nos quais as
políticas de controle do desmatamento se situam. Os autores mostram que esse processo ocorreu
de forma lenta e cumulativa a partir dos anos 1970, culminando na exitosa criação e
implementação do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm)
pelo primeiro e segundo governos Lula.
O segundo é marcado pelas intensas mudanças no campo do poder brasileiro que se
iniciam com as jornadas de junho de 2013, passando pelo golpe parlamentar contra a Presidente
Dilma Rousseff e desembocando na eleição de Bolsonaro. As mudanças no Código Florestal
de 2012 foram o prenúncio das reações à efetividade do PPCDAm que se desdobraram nesse
período. Para os autores esse processo envolveu a efetiva mobilização e ascensão de campos
concorrentes ao desmatamento da Amazônia, notavelmente o do agronegócio e o da
infraestrutura. O fortalecimento desses campos impôs retrocessos ao campo ambiental, mas não
prescindiram de sua existência.
O ataque mais severo veio com a eleição de Bolsonaro, que marca o início do terceiro
período de análise. Aqui, são os fundamentos em si da existência do campo ambiental e do
combate ao desmatamento que passam a ser desmantelados por meio de sua incorporação pelos
campos opositores e pelo campo militar, que passam a destruí-los “de dentro para fora”. A
solidez das instituições ambientais gradualmente constituídas e a falta de habilidade social dos
atores do Governo fez com que esse processo não tenha avançado significativamente nessa
desconstrução, que foi felizmente interrompida pela eleição de Lula em 2022.
O texto seguinte, denominado O desenvolvimento da produção siderúrgica na
Amazônia Oriental e o debate sobre o processo de aprimoramento tecnológico e social de
Marcelo Sampaio Carneiro e Roberto Martins Mancini discute o processo de estruturação da
Marcelo Sampaio CARNEIRO e Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 5
cadeia produtiva mínero-metalúrgica, localizada na Amazônia oriental, enfocando um processo
recente de upgrading (aprimoramento) tecnológico e social.
Escrito a partir da perspectiva das cadeias globais de valor (GEREFFI, 2018), os autores
discutem o processo de aprimoramento tecnológico em curso nessa cadeia, com a passagem da
produção de ferro-gusa para a de laminados e trefilados de aço, procurando identificar se esse
processo também gera benefícios para os trabalhadores e o território no qual essas empresas se
localizam, caso do município de Açailândia/MA e Marabá/PA.
Nessa análise do processo de upgrading tecnológico e social, os autores chamam
atenção também para a necessidade de se levar em consideração as disputas no âmbito das
cadeias globais de valor, pois, no estudo em questão, a passagem para a produção de uma
mercadoria de maior valor agregado (laminados e trefilados de aço), implicou no desligamento
parcial de duas empresas da cadeia de valor que deu origem ao polo siderúrgico de Carajás, a
cadeia de produção de ferro-gusa.
O quarto artigo, Ambientalização travada: Sistema de dominação e seus efeitos em
Caeté-Taperaço, uma Resex marinha na Amazônia, escrito por Maria José Aquino Tesseirenc
(UFPA) e Pierre Tesseirenc (Université Paris XIII), abordam a questão da construção de
espaços de deliberação autônoma e sua relação com modos de dominação tradicional em
reservas extrativistas (RESEX) marinhas localizadas no estado do Pará.
A partir da comparação dos estudos de caso das RESEX de Curuçá e São João da Ponta
com a RESEX de Caeté-Taperaçu, os autores procuram identificar os fatores que dificultaram
a construção de uma atuação mais autônoma por parte dos moradores dessa última, que teriam
continuado envoltos nas malhas das redes tradicionais de dominação, particularmente da
política municipal. Com elementos explicativos para a manutenção dessas relações de
dominação, os autores chamam a atenção para como os agentes do poder político municipal de
Bragança (PA) dificultam o estabelecimento de relações mais fortes de cooperação entre os
moradores e representantes do saber expert (CALLON et al., 2001) que possuem uma forte
atuação na área da RESEX. A relação da população local com esses técnicos também foi
dificultada por conflitos surgidos no processo de elaboração do Plano de Manejo da reserva.
O quinto texto, A diversidade cultural como paradigma ultrapassado na persistência
do desenvolvimentismo na Amazônia, de Luciana Gonçalves de Carvalho, analisa as iniciativas
de políticas governamentais para a chamada região da Calha Norte na Amazônia, destacando o
Programa Barão do Rio Branco (PBRB), apresentada no início do governo Jair Bolsonaro
(2019-2022).
Estado, capital e natureza na Amazônia contemporânea: Questões de um debate central para as ciências sociais e a sociedade brasileira
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 6
A autora retoma as propostas apresentadas no âmbito do Projeto Calha Norte, política
governamental elaborada no final da ditadura militar, mas que começou a ser executada durante
o governo José Sarney (OLIVEIRA FILHO, 1991), destacando as ações de estabelecimento de
batalhões do exército nas áreas de fronteira e os projetos de construção da rodovia Perimetral
Norte e da UHE de Cachoeira Porteira, de forma a viabilizar a exploração mineral na região do
Rio Trombetas.
Apesar de identificar muitos elementos comuns entre as duas iniciativas de políticas
governamentais, Luciana Carvalho destaca uma diferença central, pois enquanto no Projeto
Calha Norte havia um discurso de valorização do conhecimento e das características das
populações tradicionais presentes na região da Calha Norte, no PBRB essa preocupação é
substituída pela denúncia do que o governo Bolsonaro chama dos paradigmas do indigenismo,
ambientalismo e quilombolismo.
No último trabalho do dossiê, Ismail Ertürk, analisa a mobilização do setor financeiro
para tratar das emergências ambientais e climáticas globais. Seu texto, que é intitulado
Financeirização, meio ambiente e valores, critica as iniciativas financeiras para lidar com
nossos desafios ambientais e climáticos contemporâneos. Essas iniciativas são divididas em
dois tipos principais e brevemente apresentadas. As primeiras são mais ligadas às mudanças
regulatórias no setor bancário tradicional e têm sido lideradas pelos Bancos Centrais do mundo
que, no rastro das medidas macroprudenciais para enfrentar a Crise Financeira de 2008, m
proposto formas de estabilizar o sistema financeiro mundial durante a transição para uma
economia de baixo carbono.
Com base na ideia de Cisne Verde (Green Swan), parte-se da visão de que as mudanças
climáticas implicam em riscos sistêmicos, gerando acúmulos de perdas em cascata, com efeitos
multiplicadores (BOLTON et al., 2020). Esses riscos decorrem tanto de eventos climáticos
extremos quanto das próprias mudanças institucionais preconizadas pelo Acordo de Paris para
mitigar os efeitos da crise climática, que podem afetar severamente setores “marrons” da
economia e criar problemas financeiros, nos denominados “riscos de transição”. Ertürk ilustra
as transformações que vêm ocorrendo no espaço dos Bancos Centrais e a importância que esses
têm adquirido nas ações climáticas analisando a trajetória de Mark Carney, considerado um dos
mais respeitados banqueiros centrais do mundo nas últimas décadas.
O segundo conjunto de iniciativas, mais associado aos mercados financeiros,
compreende ações voluntárias desenvolvidas sob a liderança das Nações Unidas e organizadas
em torno da ideia de Environmental, Social and Governance (ESG). O autor questiona o
Marcelo Sampaio CARNEIRO e Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 7
consenso entre economistas acadêmicos e profissionais que mostram que empresas com boa
performance ESG também possuem desempenho financeiro superior e aponta que os mercados
financeiros e sua dinâmica não refletem a dinâmica da economia real e as questões
socioambientais globais, o que faz com que eles tenham pouco a contribuir para a resolução das
crises ambientais e climáticas.
Por fim, aponta que para que os atores financeiros sejam realmente capazes de contribuir
para superar os desafios ambientais e climáticos globais, eles precisam romper com seus
conceitos, reinventar sua linguagem e substituir formas de mensuração de desempenho
puramente financeiras por medidas físicas e conectadas aos problemas reais enfrentados. Ele
aponta ainda, com base no trabalho do filósofo Michel Serres, que uma aproximação do
pensamento econômico com o mundo da arte pode inspirar essas reinvenções.
REFERÊNCIAS
ACEVEDO, R.; CASTRO, E. Negros do Trombetas: guardiões de matas e rios. Belém:
UFPA/NAEA, 1993.
ALTVATER, E. O fim do capitalismo como o conhecemos. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2010.
BOLTON, P. et al. The green swan. BIS Books, 2020.
BOURDIEU, P. Sobre o Estado. Cursos no Collège de France 1989-1992. São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
BOYER, R. Les capitalismes à l’épreuve de la pandemie. Paris : La Découverte, 2020.
CALHOUM, C. Ce qui menace le capitalisme aujourd’hui. In: WALLERSTEIN, Immanuel et
al. (ed.). Le capitalisme a-t-il un avenir ? Paris: La Découverte, 2014. p. 217-269.
CALLON, M.; LASCOUMES, P.; BARTHE, Y. Agir dans un monde incertain: essai sur la
démocratie technique. Paris: Seuil, 2001.
CANDIDO, S. E. A. O estabelecimento da moratória da soja na floresta amazônica brasileira:
ação ambiental estratégica para explorar oportunidades em múltiplos campos. Sociologias, [S.
l.], v. 25, n. 62, 2023. DOI: 10.1590/18070337-128528pt.
CARNEIRO, M. S. A economia maranhense e as cadeias globais de valor: elementos para
uma estratégia de desenvolvimento. In: ANDRADE, E. O. (org.). Brasil: 200 anos de luta do
povo trabalhador. São Paulo: FPA/Hucitec, 2023. p. 285-296.
COSTA, F. A. A formação agropecuária da Amazônia: os desafios do desenvolvimento
sustentável. Belém: UFPA/NAEA, 2000.
Estado, capital e natureza na Amazônia contemporânea: Questões de um debate central para as ciências sociais e a sociedade brasileira
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 8
ESTERCI, N. Conflito no Araguaia: peões e posseiros contra a grande empresa. Petrópolis:
Vozes, 1987.
ESTERCI, N. Escravos da desigualdade: um estudo sobre o uso repressivo da força de
trabalho hoje. Rio de Janeiro: CEDI/Koinonia, 1994.
FLIGSTEIN, N.; MCADAM, D. A theory of fields. Oxford UP, 2012.
FRANÇOIS, P.; LEMERCIER, C. Sociologie historique du capitalisme. Paris: La
Découverte, 2021.
GEREFFI, G. The emergence of global value chains. Ideas, institutions, and research
communities. In: GEREFFI, G. Global Value Chains and Development: redefining the
contours of 21st Century Capitalism. Cambridge, UK: UP, 2018. p. 17-39.
HÉBETTE, J. (org.). O cerco está se fechando: o impacto do grande capital na Amazônia.
Petrópolis/Rio de Janeiro/Belém: Vozes/FASE/NAEA, 1991.
MARX, K. O capital: o processo de produção do capital. Livro 1. 16. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1998. Capítulo XXIV. v. 1.
O’CONNOR, M. Is Capitalism Sustainable? Political economy and the politics of ecology.
New York/London: Guilford Press, 1994.
OLIVEIRA FILHO, J. P. A segurança das fronteiras e o novo indigenismo. Formas e
linhagens do Projeto Calha Norte. In: HÉBETTE, J. (org.). O cerco está se fechando: o
impacto do grande capital na Amazônia. Petrópolis/Rio de Janeiro/Belém:
Vozes/FASE/NAEA, 1991. p. 321-347.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. São Paulo: Campus,
2000.
RUSTAIN, S. La forête vierge d’Amazonie n’existe pas. Paris: Le Pommier, 2021.
SANTOS, R. S. P. Desenvolvimento econômico e mudança social: a Vale e a mineração na
Amazônia Oriental. Cadernos CRH, [S. l.], v. 29, p. 295-312, 2016.
SCHMINK, M.; WOOD, C. H. Conflitos sociais e a formação da Amazônia. Belém:
Editora da UFPA, 2012.
Marcelo Sampaio CARNEIRO e Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 9
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 1
STATE, CAPITAL AND NATURE IN CONTEMPORARY AMAZON: QUESTIONS
OF A CENTRAL DEBATE FOR THE SOCIAL SCIENCES AND BRAZILIAN
SOCIETY
ESTADO, CAPITAL E NATUREZA NA AMAZÔNIA CONTEMPORÂNEA: QUESTÕES
DE UM DEBATE CENTRAL PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A SOCIEDADE
BRASILEIRA
ESTADO, CAPITAL Y NATURALEZA EN LA AMAZONIA CONTEMPORANEA:
CUESTIONES DE UN DEBATE CENTRAL PARA LAS CIENCIAS SOCIALES Y LA
SOCIEDAD BRASILEÑA
Marcelo Sampaio CARNEIRO1
e-mail: marcelo.sampaio@ufma.br
Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO2
e-mail: seacandido@ufscar.br
How to reference this article:
CARNEIRO, M. S.; ALVAREZ, S. E. State, capital and nature in
contemporary Amazon: Questions of a central debate for the social
sciences and Brazilian society. Estudos de Sociologia, Araraquara,
v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718. DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953
| Submitted: 15/08/2023
| Required revisions: 19/10/2023
| Approved: 05/11/2023
| Published: 29/12/2023
Editor:
Profa. Dra. Maria Chaves Jardim
Executive Deputy Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Federal University of Maranhão (UFMA), São Luís MA Brazil. Full Professor in the Department of Sociology
and Anthropology.
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos SP Brasil. Doutor em Engenharia de Produção
pela UFSCar (PROFESSOR DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS)
State, capital and nature in contemporary Amazon: Questions of a central debate for the social sciences and Brazilian society
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 2
The debate on the relationship between the development of capitalism and the
exploitation of nature is one of the main topics on the contemporary research agenda of the
Social Sciences (O'CONNOR, 2004; ALTVATER, 2010; CALHOUN, 2014), as evidenced by
the current discussions on the causes and effects of global climate warming and the analysis of
the correlations between the destruction of natural ecosystems and the production of pandemics
(BOYER, 2020).
In the case of Brazil, this discussion has the Amazon as one of its main focuses, given
the importance that this region plays in global ecological processes and the strong
anthropization that it has undergone over the last fifty years, as shown by the data on the
development of agricultural activities and the evolution of deforested areas (COSTA, 2000).
The dynamics of forest destruction involve different social forces, mobilizing collective
and individual agents interested in exploiting regional natural resources (land, timber, minerals,
biodiversity products etc.). It is opposed by an important range of social actors who have been
mobilizing to curb this process, such as the so-called traditional populations (indigenous
peoples, quilombolas, extractivists, riverside dwellers etc.) (ACEVEDO; CASTRO, 1993;
RUSTAIN, 2021) and social groups who moved to the region more recently, such as peasants
attracted to colonization projects during the period of the military dictatorship (ESTERCI,
1987; HÉBETTE, 1991; SCHMINK; WOOD, 2012).
In this sense, the analysis proposed here seeks to account for processes that involve at
least three dimensions: the dynamics of capitalist development, the role played by the agencies
that aim for state power in the region (BOURDIEU, 2012) and the disputes between different
social agents located within civil society.
In the first case, we have a dynamic development of capitalism, which in many ways
recalls the process of primitive accumulation (MARX, 1998) or the so-called Polanyian "satanic
mill" (POLANYI, 2000), which is advancing on indigenous lands, environmental conservation
units and areas occupied by traditional populations (quilombolas, rubber tappers, Brazil nut
growers etc.), using repressive mechanisms to immobilize the workforce, now widely described
as typical of contemporary slave labor (ESTERCI, 1994).
However, this allusion to the more deleterious aspects of the process of primitive
accumulation should not obscure the fact that the economic processes underway in the Amazon
are strongly articulated and are often directed by leading actors in global value chains or global
production networks, as is the case, for example, with iron mining, soybean exploitation or
Marcelo Sampaio CARNEIRO and Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 3
palm oil production (SANTOS, 2010; GUÉNEAU, 2018; CANDIDO, 2023; CARNEIRO,
2023).
As the holder of a monopoly on legitimate physical/symbolic violence and sometimes
an agent directly involved in processes of appropriation and exploitation of natural resources,
the state can be considered an integral part of the pattern of development of capitalism in the
Amazon (FRANÇOIS; LEMERCIER, 2021), playing a central role in disputes in the region.
This action sometimes incorporates the demands and claims of subaltern social groups, serving
to counterbalance powerful economic interests.
The articles in the dossier "State, capital and nature in contemporary Amazonia" discuss
the issues listed above, delving into them from different fields of research, different thematic
perspectives and mobilizing specific theoretical perspectives.
The first article in the dossier, entitled Amazon socio-biodiversity in search of
international markets, is signed by Ana Margarida Castro Euler, Catherine Aubertin and
Nathalie Cialdella. The text examines the potential for developing supply chains for natural
inputs from the Amazon for international markets. In line with the proposals at the origin of the
socio-environmentalist movement of recent decades in the Amazon and with the recent creation
of the National Bioeconomy Secretariat in the Ministry of the Environment by the third Lula
government, the authors discuss how Brazilian socio-biodiversity chains can value the
knowledge of forest communities and reconcile improving their quality of life with forest
conservation.
The analysis focuses on the potential associated with the international cosmetics market.
In this market, there is a consistent trend towards valuing socio-biodiversity and a "return to
nature", as stated in the title of the third part of the text. The authors analyze the connections
between the main links in the supply of Amazonian bio-inputs and the international links,
identifying some of the main players and analyzing their motivations and lines of action. The
analysis of large cosmetics companies that are "at the tip" of the chain is highlighted. The text
emphasizes the importance of the marketing logic of these organizations, which guides the
search for Amazonian inputs, and the concern with the social, economic and environmental
conditions of their suppliers, which drives the development of "short chains" and articulation
with certifiers, given that the precariousness of these chains represents important risks for their
reputation.
The second article analyzes the construction and deconstruction of federal state
capacities to control deforestation in the Brazilian Amazon based on the political-cultural
State, capital and nature in contemporary Amazon: Questions of a central debate for the social sciences and Brazilian society
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 4
approach developed by Fligstein and McAdam (2012). The text was written by Silvio Eduardo
A. Candido, Leonardo H. L. de Moura, Ricardo M. Duarte and Juan D. Pietro and was entitled
The construction and deconstruction of state capacities to control deforestation in the Amazon
Rainforest: From PPCDAm to Bolsonaro.
Operationalizing concepts such as fields of strategic action, socially adept actions and
internal units of governance in dense historical research that takes power relations seriously,
the authors present their narrative in three main parts. The first investigates the gradual
formation of the institutional foundations of the environmental field, in which deforestation
control policies are situated. The authors show that this process took place slowly and
cumulatively from the 1970s onwards, culminating in the successful creation and
implementation of the Plan for the Prevention and Control of Deforestation in the Amazon
(PPCDAm) by the first and second Lula governments.
The second is marked by the intense changes in the Brazilian power field, beginning
with the June 2013 protests, passing through the parliamentary coup against President Dilma
Rousseff and ending with the election of Bolsonaro. The changes to the Forest Code in 2012
were the harbinger of the reactions to the effectiveness of the PPCDAm that unfolded during
this period. For the authors, this process involved the effective mobilization and rise of fields
competing with deforestation in the Amazon, notably agribusiness and infrastructure. The
strengthening of these fields imposed setbacks on the environmental field, but they did not
dispense with its existence.
The most severe attack came with the election of Bolsonaro, which marks the beginning
of the third period of analysis. Here, it is the very foundations of the existence of the
environmental field and the fight against deforestation that are being dismantled through their
incorporation by opposing sectors and the military, which are destroying them "from the inside
out". The solidity of the gradually constituted environmental institutions and the lack of social
skills of the government actors meant that this process did not advance significantly in this
deconstruction, which was fortunately interrupted by Lula's election in 2022.
The next text, entitled The development of steel production in the Eastern Amazon and
the debate on the process of technological and social upgrading e social by Marcelo Sampaio
Carneiro and Roberto Martins Mancini, discusses the process of structuring the mining and
metallurgical production chain located in the eastern Amazon, focusing on a recent process of
technological and social upgrading.
Marcelo Sampaio CARNEIRO and Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 5
Written from the perspective of global value chains (GEREFFI, 2018), the authors
discuss the process of technological improvement underway in this chain, with the shift from
pig iron production to rolled and drawn steel, seeking to identify whether this process also
generates benefits for workers and the territory in which these companies are located, in the
case of the municipality of Açailândia/MA and Marabá/PA.
In this analysis of the process of technological and social upgrading, the authors also
draw attention to the need to take into account the disputes within the global value chains, since,
in the study in question, the switch to the production of a higher added value commodity (rolled
and drawn steel) implied the partial disconnection of two companies from the value chain that
gave rise to the Carajás steel hub, the pig iron production chain.
The fourth article, Environmentalization locked in: Domination system and its effects in
Caeté-Taperaçu, a marine extractive Resex in the Amazon, by Maria José Aquino Tesseirenc
(UFPA) and Pierre Tesseirenc (Université Paris XIII), addresses the issue of the construction
of spaces for autonomous deliberation and their relationship with traditional methods of
domination in marine extractive reserves (RESEX) located in the state of Pará.
By comparing the case studies of the Curuçá and São João da Ponta RESEX with the
Caeté-Taperaçu RESEX, the authors try to identify the factors that have made it difficult for
the residents of the latter to take more autonomous action, as they continue to be entangled in
traditional networks of domination, particularly municipal politics. With explanatory elements
for the maintenance of these relations of domination, the authors draw attention to how the
agents of municipal political power in Bragança (PA) hinder the establishment of stronger
relations of cooperation between the residents and representatives of expert knowledge
(CALLON et al., 2001) who have a strong presence in the RESEX area. The local population's
relationship with these experts was also hampered by conflicts that arose during the process of
drawing up the reserve's Management Plan.
The fifth text, Cultural diversity as an outdated paradigm in the persistence of
developmentalism in the Amazon, by Luciana Gonçalves de Carvalho, analyzes government
policy initiatives for the so-called Calha Norte region in the Amazon, highlighting the Barão
do Rio Branco Program (PBRB), presented at the beginning of the Jair Bolsonaro
administration (2019-2022).
The author revisits the proposals put forward under the Calha Norte Project, a
government policy drawn up at the end of the military dictatorship, but which began to be
implemented during the José Sarney administration (OLIVEIRA FILHO, 1991), highlighting
State, capital and nature in contemporary Amazon: Questions of a central debate for the social sciences and Brazilian society
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 6
the actions to establish army battalions in border areas and the projects to build the Perimetral
Norte highway and the Cachoeira Porteira hydroelectric dam, in order to make mineral
exploration in the Trombetas River region viable.
Despite identifying many common elements between the two government policy
initiatives, Luciana Carvalho highlights a central difference, because while in the Calha Norte
Project there was a discourse of valuing the knowledge and characteristics of the traditional
populations present in the Calha Norte region, in the PBRB this concern is replaced by a
denounce of what the Bolsonaro government calls the paradigms of indigenism,
environmentalism and quilombolism.
In the last paper in the dossier, Ismail Ertürk analyzes the mobilization of the financial
sector to deal with global environmental and climate emergencies. His text, entitled
Financialization, environment and values, critiques financial initiatives to deal with our
contemporary environmental and climate challenges. These initiatives are divided into two
main types and briefly presented. The first are more linked to regulatory changes in the
traditional banking sector and have been led by the world's Central Banks which, in the wake
of the macro-prudential measures to deal with the 2008 Financial Crisis, have proposed ways
of stabilizing the world's financial system during the transition to a low-carbon economy.
Based on the idea of the Green Swan, climate change implies systemic risks, generating
accumulations of cascading losses with multiplier effects (BOLTON et al., 2020). These risks
stem from both extreme weather events and the institutional changes recommended by the Paris
Agreement to mitigate the effects of the climate crisis, which could severely affect "brown"
sectors of the economy and create financial problems, in what are known as "transition risks".
Ertürk illustrates the transformations that have been taking place in the space of central banks
and the importance they have acquired in climate action by analyzing the trajectory of Mark
Carney, considered one of the most respected central bankers in the world in recent decades.
The second set of initiatives, more associated with the financial markets, comprises
voluntary actions developed under the leadership of the United Nations and organized around
the idea of Environmental, Social and Governance (ESG). The author questions the consensus
among academic and professional economists that companies with good ESG performance also
have superior financial performance and points out that the financial markets and their
dynamics do not reflect the dynamics of the real economy and global socio-environmental
issues, which means that they have little to contribute to solving the environmental and climate
crises.
Marcelo Sampaio CARNEIRO and Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 7
Finally, he points out that for financial actors to really be able to contribute to
overcoming global environmental and climate challenges, they need to break with their
concepts, reinvent their language and replace purely financial forms of performance
measurement with physical measures that are connected to the real problems they face. He also
points out, based on the work of philosopher Michel Serres, that a rapprochement between
economic thinking and the world of art can inspire these reinventions.
REFERENCES
ACEVEDO, R.; CASTRO, E. Negros do Trombetas: guardiões de matas e rios. Belém:
UFPA/NAEA, 1993.
ALTVATER, E. O fim do capitalismo como o conhecemos. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2010.
BOLTON, P. et al. The green swan. BIS Books, 2020.
BOURDIEU, P. Sobre o Estado. Cursos no Collège de France 1989-1992. São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
BOYER, R. Les capitalismes à l’épreuve de la pandemie. Paris : La Découverte, 2020.
CALHOUM, C. Ce qui menace le capitalisme aujourd’hui. In: WALLERSTEIN, Immanuel et
al. (ed.). Le capitalisme a-t-il un avenir ? Paris: La Découverte, 2014. p. 217-269.
CALLON, M.; LASCOUMES, P.; BARTHE, Y. Agir dans un monde incertain: essai sur la
démocratie technique. Paris: Seuil, 2001.
CANDIDO, S. E. A. O estabelecimento da moratória da soja na floresta amazônica brasileira:
ação ambiental estratégica para explorar oportunidades em múltiplos campos. Sociologias, [S.
l.], v. 25, n. 62, 2023. DOI: 10.1590/18070337-128528pt.
CARNEIRO, M. S. A economia maranhense e as cadeias globais de valor: elementos para
uma estratégia de desenvolvimento. In: ANDRADE, E. O. (org.). Brasil: 200 anos de luta do
povo trabalhador. São Paulo: FPA/Hucitec, 2023. p. 285-296.
COSTA, F. A. A formação agropecuária da Amazônia: os desafios do desenvolvimento
sustentável. Belém: UFPA/NAEA, 2000.
ESTERCI, N. Conflito no Araguaia: peões e posseiros contra a grande empresa. Petrópolis:
Vozes, 1987.
ESTERCI, N. Escravos da desigualdade: um estudo sobre o uso repressivo da força de
trabalho hoje. Rio de Janeiro: CEDI/Koinonia, 1994.
State, capital and nature in contemporary Amazon: Questions of a central debate for the social sciences and Brazilian society
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 8
FLIGSTEIN, N.; MCADAM, D. A theory of fields. Oxford UP, 2012.
FRANÇOIS, P.; LEMERCIER, C. Sociologie historique du capitalisme. Paris: La
Découverte, 2021.
GEREFFI, G. The emergence of global value chains. Ideas, institutions, and research
communities. In: GEREFFI, G. Global Value Chains and Development: redefining the
contours of 21st Century Capitalism. Cambridge, UK: UP, 2018. p. 17-39.
HÉBETTE, J. (org.). O cerco está se fechando: o impacto do grande capital na Amazônia.
Petrópolis/Rio de Janeiro/Belém: Vozes/FASE/NAEA, 1991.
MARX, K. O capital: o processo de produção do capital. Livro 1. 16. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1998. Capítulo XXIV. v. 1.
O’CONNOR, M. Is Capitalism Sustainable? Political economy and the politics of ecology.
New York/London: Guilford Press, 1994.
OLIVEIRA FILHO, J. P. A segurança das fronteiras e o novo indigenismo. Formas e
linhagens do Projeto Calha Norte. In: HÉBETTE, J. (org.). O cerco está se fechando: o
impacto do grande capital na Amazônia. Petrópolis/Rio de Janeiro/Belém:
Vozes/FASE/NAEA, 1991. p. 321-347.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. São Paulo: Campus,
2000.
RUSTAIN, S. La forête vierge d’Amazonie n’existe pas. Paris: Le Pommier, 2021.
SANTOS, R. S. P. Desenvolvimento econômico e mudança social: a Vale e a mineração na
Amazônia Oriental. Cadernos CRH, [S. l.], v. 29, p. 295-312, 2016.
SCHMINK, M.; WOOD, C. H. Conflitos sociais e a formação da Amazônia. Belém:
Editora da UFPA, 2012.
Marcelo Sampaio CARNEIRO and Silvio Eduardo Alvarez CANDIDO
Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp. 2, e023012, 2023. e-ISSN: 1982-4718
DOI: https://doi.org/10.52780/res.v28iesp.2.18953 9
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.