image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591473CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA DIALÉTICO CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO MATERIALISTA DIALÉCTICOCONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL MATERIALIST BIASRosangela Miola GALVÃO1Sandra Aparecida Pires FRANCO2RESUMO:O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista histórico dialético, de modo a compreender a representatividade enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico dialético acredita na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho, o que interfere em sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da sociedade, sendo assim, conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao pesquisador conceber quais sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como compreender suas ações mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na historicidade da filosofia da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período histórico com ênfase para os estudiosos do materialismo histórico dialético, pois defende-se a tese de que as relações sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens, de modo a interferir no processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem conceber o homem como ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na sociedade. Nesse contexto, a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social e político dos homens, e dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade. PALAVRAS-CHAVE: Concepção. Contemporâneo. Materialismo. RESUMEN: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El materialismo histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las relaciones sociales en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de actuar en la transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre contemporáneo permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar en la sociedad, así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación bibliográfica tiene su base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos más representativos de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo 1Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina PR Brasil. Doutoranda em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com 2Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina PR Brasil. Professora do Programa de Pós-graduação. Pós-Doutorado em Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail: sandrafranco26@hotmail.com
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591474histórico dialéctico, pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo permean y constituyen el pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico de desarrollo humano. Las lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso influenciado e influenciador de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación puede contribuir al desarrollo cultural, social y político de los hombres y de esa manera se constituye como medio de transformación de la realidad.PALABRAS CLAVE: Concepción. Contemporáneo. Materialismo.ABSTRACT: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis on scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at work permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of human development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore influenced and influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the cultural, social and political development of men and in this way constitutes a means of transforming reality. KEYWORDS: Conception. Contemporary. Materialism.IntroduçãoNa trajetória filosófica do homem, a busca aos questionamentos atemporais: “Qual o sentido da vida? Qual a origem do mundo e do ser humano? O que é o ser?”, mediante o uso de base científica, com o objetivo de romper com o conhecimento adquirido por meio de respostas mitológicas, embasaram os filósofos da Antiguidade, Sócrates, Platão e Aristóteles, principalmente, na incessante busca pela verdade. Na Idade Média, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino foram os principais filósofos que conduziram os questionamentos, sendo esse movimento alicerçado pelo viés religioso, no qual Deus seria o meio ideal para conhecer a verdade. Já na modernidade, o conhecimento se constituiu como a grande questão a ser revelada aos homens, sendo em suma o uso da razão o modo de conquistá-lo, segundo os grandes filósofos desse período, dentre eles Bacon e Kant. Na contemporaneidade, várias são as teorias e correntes filosóficas responsáveis por compreender o homem e traçar caminhos que apontem possíveis respostas às questões da
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591475existência humana e ao papel do homem nesse ínterim. Com o objetivo de compreender o homem contemporâneo, a pesquisa buscou apresentar a concepção de homem contemporâneo pelo viés do materialismo histórico dialético, de modo a compreender a representatividade enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. Para tanto, a primeira seção fez um resgate histórico das principais concepções de homem formuladas pelos principais filósofos em cada período da Filosofia da Educação, desde a Antiguidade até a atualidade, de modo a mostrar as transformações ocorridas nos pensamentos e no papel do homem nessas sociedades. Na segunda seção, a discussão começou com a apresentação de corrente filosóficas contemporâneas e focou nas considerações de teóricos materialistas acerca do papel do homem no mundo contemporâneo, de modo a constituir uma concepção de homem. Concepção de homem na Filosofia da EducaçãoAo propor o resgate histórico do homem é preciso considerar antes de conceber avaliações precipitadas o contexto histórico de cada pensador, as necessidades vivenciadas pela sociedade em cada período e a tentativa de cada estudioso em compreender aquele momento político, econômico e existencial, assim como, os pensamentos desenvolvidos por eles para sanar as inquietações de um povo, mesmo que as reflexões digam respeito às condições existenciais universais para atender a sujeitos particulares. Diante dessa complexidade, a pesquisa buscou contribuir para uma visão mais ampla dos anseios humanos de cada época, bem como, ao desenvolvimento dos pensamentos que culminaram em teorias para resolvê-los. Nessa pesquisa foram apresentados apenas os estudiosos mais ilustrativos e os enfoques mais relevantes, cabendo a outras pesquisas o aprofundamento em cada período selecionado e sua respectiva análise. Tradicionalmente, a história da filosofia está dividida em quatro períodos: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea; essa divisão visa a organização e o entendimento dos pensamentos mais relevantes de cada período. A classificação dos períodos representa a sagacidade de alguns estudiosos em romper com paradigmas e estabelecer avanços nas ciências. Esse processo resulta no surgimento de novos períodos. Para isso, os pensadores precisam perceber as necessidades da sociedade, satisfazer os anseios particulares e atrelá-los ao inquietamento geral de conhecimento. Pode-se considerar que esse processo traduz grande parte do desenvolvimento humano, ao avançar no sentido de humanizar o homem, entretanto, percebe-se historicamente que muitas
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591476vezes o inverso ocorre. Nessa pesquisa, tornar-se humano vai além do sentido biológico, pois abrange o sentido cultural que, nessa pesquisa, supera o fisiológico, de modo a caracterizar o humano como o ser que possui empatia e o desejo de realizar o movimento de busca de melhorias para o coletivo. Na Antiguidade, os homens, a princípio, eram guiados pelo conhecimento mitológico. As narrativas míticas conduziam as ações humanas, já que apresentavam respostas às indagações do homem. No período clássico da filosofia grega, os estudos se baseavam nas questões éticas e políticas da vida humana. A constituição democrática desse período exigia dos pensadores o questionamento acerca do justo e injusto, e desse modo a questão mais importante era o problema da verdade. As discussões realizadas pelos pensadores atenienses resultavam em divergências de opiniões, o que levou os sofistas a imaginarem que a verdade não existia, que seria relativa, subjetiva e parcial. Para Sócrates, o discurso humano estava tão carregado de ambiguidades e contradições que fica impossível conhecer a verdade, entretanto, buscou-se com o uso da razão a conquista da verdade (VASCONCELOS, 2012). Ainda na Antiguidade, Platão e Aristóteles conceberam o problema da verdade de maneira distinta. Para Platão, o mundo se divide entre as coisas e as ideias. As coisas são transitórias e imperfeitas, as ideias são eternas e perfeitas. No caso do homem, para Platão existia a divisão entre alma e corpo, sendo a alma eterna e o corpo mortal. A alma como ser dominante deve conduzir as ações humanas, por isso a razão prevalece sendo contrária aos impulsos humanos. Desse modo, a verdade para Platão estaria do mundo das ideias. Para Aristóteles existia a divisão de corpo e alma, sendo a alma mais importante, no entanto, o filósofo grego discordava da concepção de mundo das ideias. Para Aristóteles, a realidade é aquilo que conhecemos por meio dos sentidos e as ideias estão na mente humana. Esse posicionamento se diferencia do idealismo platônico, da constituição de um mundo separado para as ideias. Aristóteles considerava que mesmo sendo particulares as ideias, existia uma essência universal, desse modo, apropriar-se das ideias seria conhecer a essência das coisas, daquilo que permanece mesmo com as mudanças que estão no campo das aparências (VERNANT, 1972). Percebe-se que o homem grego buscava a verdade com o uso da razão, para que o cidadão pudesse atuar de maneira significativa na vida, discutindo de modo democrático as questões que afligiam uma sociedade conduzida pela lei, pela política “[...] é no plano político que a Razão, na Grécia, se exprimiu, constituiu-se e formou-se” (VERNANT, 1972, p. 103). Devido a esse modo de atuar, sendo a vida pública considerada pelos gregos a atividade principal, o homem enquanto sujeito não se separava do seu papel de cidadão. O
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591477desenvolvimento dos conceitos da filosofia que surgiram nesse período não se embasaram pela experiência, mas na edificação de uma lógica para os fenômenos. A linguagem atuava nesse período como instrumento dos debates, discursos e conduções da lógica, sendo a principal atividade dos gregos as relações entre si. Na Idade Média, o cristianismo influenciou o pensamento da sociedade, sendo muitas vezes responsável por impedir a reflexão livre filosófica. Enquanto para os gregos a razão nos diferenciava dos animais, e por isso era considerada um estágio superior do homem, no cristianismo a verdade advinha de alguém, de um ser superior aos homens, que seria Deus. Para o homem medieval, o pecado humano impossibilitava a razão e, consequentemente, a verdade, desse modo ela só pode ser conhecida através da fé. Nesse contexto, é possível encontrar filósofos que prestigiam os pensamentos de Aristóteles, realizando uma mescla entre o uso da razão pelo homem e a fé como intercessora do ensino, assim como, aqueles que desconsideram totalmente o pensamento do filósofo grego e creem na fé como único meio de aprendizagem. Desse modo, Deus é o provedor do ensino. Em suma, Tomás de Aquino seguia o caminho de acreditar na junção dos ensinos de Aristóteles e da fé cristã e Santo Agostinho seria o representante do ensino exclusivo pela fé; desse modo, o papel do homem era de um ser passivo guiado pela fé, tendo como principal atividade a busca da verdade pelos estudos religiosos (OLIVEIRA, 2007). O pensamento na Idade Moderna voltou-se para o conhecimento da verdade pela razão, entretanto, essa razão se caracterizava por ser mais investigativa, distante da tendência natural da razão para a verdade como acreditavam os gregos, sendo essa desconfiança fruto dos questionamentos do cristianismo. Um dos primeiros movimentos desse período foi o naturalismo, cujo maior representante foi Jacques Rousseau. Para esse pensador, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe; para evitar essa situação, que poderia ser irreversível, o filósofo sugeriu o retorno ao ambiente natural, distante do mundo artificial que é a civilização. Para Rousseau, era preciso promover o retorno à essência humana, ao desenvolvimento dos sentidos, após esse período de educação, de experiências diversas, o homem estaria preparado para distanciar-se dos vícios presentes na sociedade civilizada (DE PAIVA, 2007). A passagem do mundo Medieval para o Moderno é marcada pela disputa de poder entre a igreja, a nobreza e a burguesia. Nesse contexto, vários foram os movimentos revolucionários, a começar com o Iluminismo, que consistiu na crítica de filósofos ao regime monárquico absolutista. Um dos principais críticos desse período foi Voltaire. Esse filósofo apoiava a reforma social francesa, com críticas à igreja católica e à monarquia absolutista. Na educação, Voltaire era contrário ao ensino tradicional, distante da realidade, em defesa de uma educação
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591478mais prática. O posicionamento mais crítico da razão fez surgir duas vertentes na Idade Moderna, o racionalismo e o empirismo. O racionalismo acreditava no movimento da dedução para o alcance da pura razão. Já o empirismo utilizava as experiências como fator predominante da razão, pelo método indutivo. René Descartes é um dos filósofos representantes desse momento histórico como racionalista. Para esse filósofo, as ideias nascem com o homem e se manifestam à medida que o indivíduo se desenvolvia, sendo o pensamento a essência do ser humano; dessa maneira os aspectos materiais seriam desconsiderados para a obtenção da verdade (RUSSEL, 2002). Como opositor do pensamento racionalista, Francis Bacon ressaltava a importância da experiência para constituir a razão, por isso considerado positivista. O que aproxima Bacon de seus antecessores cristãos é o fato desse filósofo considerar a existência de obstáculos para que se alcance a razão, denominados de preconceitos, com o sentido de ideias preconcebidas que afugentam a realidade dos fatos. No entanto, os preconceitos não são intransponíveis, eles ocorrem quando tomamos como verdade o que os sentidos nos apresentam; quando acreditamos naquilo que é passado pela educação; quando confiamos na autoridade de quem afirma algo e quando não entendemos o sentido das palavras. Portanto, a busca pela verdade com o uso da razão deveria ser um exercício de investigação com o uso da experiência, que fornece os dados para a confirmação ou refutação dos fenômenos (VASCONCELOS, 2012). Outros filósofos que marcaram o pensamento positivista foram Augusto Comte e Hebert Spencer. Comte foi um dos primeiros defensores do pensamento positivista. Para esse filósofo, a constante evolução humana ocorre mediante três estágios: teológico, metafísico e positivo. No teológico, ocorre a busca do indivíduo por explicações sobrenaturais, que aos poucos são rechaçadas, e passam a ser situações metafísicas, ou seja, relacionadas à própria natureza das coisas. O último estágio seria o positivo, consubstanciado pelas explicações científicas advindas das experiências que estabelecem leis para as observações. No caso de Spencer, sua contribuição pode ser observada na junção realizada por ele dos ideais de Comte com a teoria da seleção natural de Charles Darwin. O objetivo desse filósofo foi de criar uma teoria na qual pudesse integrar os fenômenos de ordem física, mental e social, por isso unia aos seus pensamentos, além de Comte e Darwin, os ensinamentos da psicologia de John Stuart Mill relacionados à associação de ideias. A corrente funcionalista, liderada por Émile Durkheim, pode ser considerada um desdobramento do positivismo. Essa corrente defendia que os fatos sociais devem ser estudados como coisas, do mesmo modo que se analisa um fenômeno em outras disciplinas. Outra contribuição de Durkheim a esse período foi de considerar a influência
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591479do meio social na vida do indivíduo, desse modo o aprendizado viria do meio no qual se vive (RIBEIRO, 2017). Na Idade Moderna, buscava-se pela razão estabelecer leis universais com o uso de experiências particulares, no caso do empirismo, e ao mesmo tempo o racionalismo acreditava que a pura razão traria a universalidade ao conhecimento; no entanto, as duas correntes não conseguiam alcançar a universalidade de modo coerente. Para tentar sanar essa necessidade, Immanuel Kant, outro filósofo moderno, analisou as duas vertentes e apontou seus erros. Para Kant, o primeiro erro do racionalismo estava em acreditar que a verdade estaria somente no sujeito, e do empirismo ao crer somente no objeto. Para o filósofo, o conhecimento envolvia dois elementos: o sujeito e o objeto em uma ação combinada na qual os dois atuam, o sujeito universalizando o conhecimento e a experiência com o objeto ao renová-lo (KANT, 2005). Para alguns críticos, Kant aproxima-se do negabilidade da existência do objeto, já que o considera conhecido pelo sujeito. Cogita-se a esse fato o surgimento do idealismo realizado pelos filósofos Johann Gottlieb Fichte e Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para Hegel, o conhecimento primeiro era idealizado no pensamento para depois atuar na realidade. Karl Marx vem a contrapor aos idealistas, pois para ele a realidade é que permite o desenvolvimento do pensamento, é o concreto, o material que vai transformar a consciência. Percebe-se que para o homem moderno a busca pela verdade está baseada novamente na razão; no entanto, a busca se divide naqueles que a buscam pela dedução e nos que buscam pela indução. O papel do homem nesse período é marcado pela busca pelo conhecimento. No embate entre o ideal e o concreto surge o pensamento do homem contemporâneo, sendo seus principais representantes e teorias expressas na próxima seção. Considerações da filosofia da educação para o homem contemporâneo com ênfase ao viés materialista dialéticoOMaterialismo Histórico-Dialético possui como objeto de estudo o movimento real da sociedade burguesa. Karl Marx, o maior representante dessa teoria, queria compreender o processo de formação da sociedade capitalista. As investigações desse processo culminam com a importância do trabalho para o desenvolvimento humano, sendo as relações sociais na atividade o grande impulsionador das transformações do pensamento humano. O desenvolvimento dessa teoria, na idade contemporânea, buscou responder aos anseios de uma sociedade fragmentada pela exploração do trabalho.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591480Os movimentos da Revolução Industrial retiraram da terra e das atividades artesãs o homem, que se viu diante da necessidade de buscar a sobrevivência mediante o trabalho degradante nas fábricas. Nesse contexto, a busca por respostas dos filósofos e estudiosos da época culminaram em várias correntes teóricas, sendo elas: o materialismo histórico dialético, a fenomenologia, o existencialismo, o estruturalismo, o pragmatismo e a filosofia analítica. O materialismo histórico dialético tem Karl Marx e Friedrich Engels como pensadores referenciais. Para esses filósofos, a sociedade se encontrava alienada pelo sistema capitalista de produção, ao vender a força de trabalho, na tentativa de sobreviver. A alienação surge no momento em que o valor do trabalho é menor que o valor para a compra dos objetos produzidos, com isso, constitui-se um movimento do qual o trabalhador está sempre numa situação dependente da mercadoria. No materialismo histórico dialético, a intencionalidade é reconhecer as contradições presentes na sociedade dividida em classes sociais, de modo a transformar seres alienados em cidadãos conscientes do papel de sujeitos, buscando a totalidade dos conhecimentos e desenvolvendo o ser humano. Para tanto, Marx e Engels acreditam que o sistema capitalista deve sucumbir em favor do socialismo, no qual acabaria o Estado e a divisão de classes (MÉSZÁROS, 2007). Na contramão do materialismo histórico dialético, que acreditava na incapacidade da liberdade devido à manipulação do sistema pela classe burguesa, estão a fenomenologia e o existencialismo. Na fenomenologia, os atos mentais são subjetivos, desse modo, busca-se um método de análise objetivo para a observação dos fenômenos. A descrição das vivências seria um caminho a ser percorrido por essa corrente, para isso ocorre o resgate do conceito de intencionalidade do sujeito, daquele que quer conhecer o objeto para que ocorre a investigação. O existencialismo nasceu na virada do século XIX para XX, o ser humano desejava a liberdade, e através de suas escolhas, fazer-se a si mesmo, construir seus caminhos, o destino de cada sujeito dependia de suas ações. Percebe-se que ao mesmo tempo que o existencialismo se mostra libertador, ele possui uma visão pessimista da existência do ser, já que seu maior representante, Jean Paul Sartre, considera que a vida humana não vale ser vivida. A descrença em Deus ou em qualquer outro ente que possa interferir na conduta humana faz crer aos adeptos dessa corrente que exista liberdade plena de escolhas. Entretanto, o próprio Sartre é sagaz ao afirmar que a figura do outro é um problema à livre escolha, acometendo certo desacordo aos princípios do movimento libertador do ser, ou seja, até que ponto somos realmente livres para escolher nossos caminhos? (VASCONCELOS, 2012). Coexistiam na contemporaneidade pensamentos diversos, dentre eles o estruturalismo, o pragmatismo e a filosofia analítica. O estruturalismo que teve seu princípio nos estudos de
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591481Ferdinand Saussure no campo da linguística foi seguido por outros campos da ciência. Na filosofia, Michel Foucault buscou analisar as estruturas de poder, bem como, o mito do progresso. Para esse pensador, as evoluções que ocorriam eram dos conceitos que eram entendidos somente por aqueles que faziam parte daquela formação discursiva. Nesse interim, Foucault fica conhecido como filósofo que busca a arqueologia do saber, estuda a profundidade dos conceitos, assim como das estruturas relacionadas ao objeto, fato ou fenômeno, ao considerar que a verdade é relativa, e a liberdade mínima. (PINTO, 2002). No Pragmatismo, os filósofos acreditam que a verdade não é alcançável pelo intelecto humano, já que é impossível nos colocarmos fora de nosso contexto, ou seja, desvincularmo-nos da realidade da qual participamos é um ato improvável. Desse modo, diante da mesma situação, os valores e crenças interferem no posicionamento humano de maneira a que tomemos medidas conflitantes. Para John Dewey, principal representante dessa corrente, os problemas da vida devem ser tratados cientificamente, dessa maneira, na escola, o procedimento de investigação parte do princípio do levantamento de hipóteses para a solução e a busca pela experiência, para saná-las sem desvincular o aluno da formação democrática. No caso da filosofia analítica, a grande ênfase está nas questões da linguagem. Para Wittgenstein, o pensamento e a linguagem são indissociáveis. A importância da fala, nessa corrente filosófica, considera a oralidade não só como meio para disseminar ideias, mas como modo de agir no mundo. Desse modo, o contexto no qual é realizado o discurso interfere no significado das palavras, por isso merece atenção a contextualização para a interpretação dos fatos (VASCONCELOS, 2012). Percebe-se que o homem contemporâneo busca romper com os paradigmas dominantes que circundam o conhecimento, dessa maneira questiona a verdade de modo a atender as necessidades particulares e as universais. A complexidade na qual o homem está inserido dificulta o olhar mais apurado às adversidades que o contemplam, o que impossibilita determinar verdades absolutas, e crer na relativização do ser. Destarte, na análise das contradições presentes na realidade, é possível perceber que a história e as atividades realizadas pelos homens podem indicar melhores caminhos para compor uma concepção de homem contemporâneo, para tanto seguem as considerações de estudiosos materialistas. A dinâmica da sociedade contemporânea é considerada por Vigotski (1930) dividida em diferentes classes sociais, composta por um conjunto heterogêneo de pessoas, sendo suas diferenças influenciadas pelo trabalho que exercem.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591482[...] e não só os trabalhadores, mas também as classes que os exploram direta ou indiretamente são escravizadas pelos instrumentos de suas atividades, como resultado da divisão do trabalho: os burgueses, amesquinhados pelo capital e pela ganância de lucros; o advogado pelas ideias jurídicas ossificadas que o governam como se foram uma força independente; “as classes educadas”, em geral, por suas limitações locais, particulares e unilaterais, suas deformidades físicas e sua miopia espiritual. Estão todos mutilados pela educação que os treina para uma certa especialidade, pela escravidão vitalícia a essa especialidade, até mesmo se essa especialidade seja fazer absolutamente nada [a mais absoluta lassidão] (VIGOTSKI, 1930, p. 3). No trecho citado, o psicólogo russo descreve a divisão do trabalho da sociedade contemporânea e a degradação dos seres ao serem escravizados pelo trabalho exaustivo, em especial, o proletariado, mas também daqueles que se submetem à escravidão do capital, à dependência do dinheiro, sendo esse sinônimo de vida. Para Vigotski (1930), a divisão do trabalho, que a princípio seccionava o ser humano ao incapacitá-lo de ter acesso à dinâmica global da produção, produzindo seres insatisfeitos com suas atividades, com o desenvolvimento do sistema capitalista produziu mudanças no trabalho, requerendo do sujeito maior mobilidade e multifuncionalidade. O trabalhador não precisa saber do processo como um todo, mas dominar várias atividades reprodutivas que exijam rapidez em suas execuções, além de demonstrar agilidade em gerenciar e entrelaçar as diferentes necessidades, de modo que os ganhos de capital sejam maiores, como nos alerta Vigotski (1930, p. 5) ao dizer que [...] o fim da época burguesa constitui-se como uma antítese notável em relação ao seu começo. Se no princípio o indivíduo foi transformado em uma fração, em executor de uma função fracionária, em uma extensão viva [apêndice] da máquina, então, ao final, as próprias exigências da indústria irão requerer uma pessoa plenamente desenvolvida, com elástica plasticidade, e que seja capaz de modificar as formas sociais de trabalho, de modificar a ordenação do processo social de produção, e de, enfim, controlá-lo. As considerações do psicólogo russo acerca das transformações da sociedade capitalista se confirmaram na sociedade burguesa atual, ao ser possível observar as atuais exigências de conhecimento para a inclusão do homem no mercado de trabalho. Destarte, a concepção de homem contemporâneo na perspectiva materialista necessita levar em consideração as influências das relações sociais desde a infância, pois as mudanças ocorridas nesse ao longo do desenvolvimento do sujeito afetam diretamente a consciência, e consequentemente o comportamento humano. O crítico literário, filósofo e sociólogo Walter Benjamin, na obra O narrador, discorre acerca da morte da cultura do narrador. Nessa obra, Benjamin diz que “são cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente”
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591483(BENJAMIN, 1986, p. 197). A cultura de contar e recontar histórias aos familiares, de passagens da vida, ou ainda, de lendas permeadas pela cultura de um povo, praticamente está extinta. A arte de narrar, para esse autor, está presente na sabedoria de povos simples, e por isso a importância da oralidade, ação essencial da arte de narrar, assim como do ouvinte, já que a memorização de quem escuta a história possibilita a reprodução do fato, sendo esse um ciclo essencial para a manutenção da narrativa. Segundo Benjamin, o romance escrito contribuiu para o processo de aniquilamento do narrador, assim como o texto informativo de reprodução imediata produz a morte de personagens, do imediatismo no qual o homem, hoje, se encontra. Para o historiador inglês Eric Hobsbawn, na obra A era dos extremos(1995), o contexto do século XX passou por três grandes transformações: a catástrofe, a era de ouro e o desmoronamento. Em suma, na catástrofe, o homem se vê envolto nas grandes guerras, que tiveram como base os interesses entre as grandes potências, nas terras e a na concorrência econômica. A era de ouro, para o historiador, representou o momento no qual os países capitalistas desenvolvidos investiram em políticas de bem-estar social, no setor público, voltados para o social, mesmo que o objetivo fosse a recuperação econômica, como no caso dos Estados Unidos com a quebra da bolsa em 1929: os investimentos foram positivos para a sociedade. Já nos países socialistas ocorreram as políticas de redistribuição de renda. O desmoronamento veio com a queda do sistema socialista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS), que apresentava problemas internos e a competição capitalista, em grande parte devido à elasticidade do capital, que era mais presente na economia capitalista, ou seja, o capital com maior adaptabilidade aos contextos de mercado. Segundo o historiador, após a terceira fase, os sujeitos passaram a conviver com o domínio do capital sobre a vida humana. Nesse contexto, Mészáros (2007) considera que a educação seja o meio pelo qual se possa amenizar a autoalienação do capital, pois para o filósofo a aprendizagem é a própria vida, ou seja, ela assume o papel de guia ao ser humano em todo seu processo de desenvolvimento. Segundo esse autor, por meio da educação é possível produzir a consciência social que refuta a dominação do capital, de modo a romper com o ciclo capitalista de internalização. Na obra O desafio e o fardo do tempo histórico, Mészáros (2007) vai defender a maior atenção ao processo de internalização, no qual o sistema capitalista busca incutir nos sujeitos como essencial à manutenção do sistema capitalista: o trabalho de refutação desse ciclo procura superar a visão de mundo restrita ao capital para produzir no homem uma visão emancipadora do sujeito, de modo que o trabalho cumpra sua função vital, a de atividade realizadora do homem. Sánchez Vásquez (2011) recorda as considerações de Marx para a definição de sociedade, ao relembrar que ela, a sociedade, é produto da ação recíproca dos homens, e, por
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591484isso, considera essencial na formação da concepção de homem as relações sociais. Desse modo, a sociedade atual não pode menosprezar as relações sociais como desencadeadoras do próprio desenvolvimento psíquico, como nos alerta Duarte (2016) na obra Os conteúdos escolares e a ressureição dos mortos. Ao analisar a influência do trabalho, da cultura e dos conteúdos escolares em prol do desenvolvimento humano, o educador considera que “[...] quanto mais ele seja capaz de conduzir de forma racional e livre seus processos psicológicos por meio da incorporação, à sua atividade mental, da experiência psíquica humana corporificada e sintetizada na cultura”. Dessa maneira, o homem é produtor e fruto da sua atividade.Nessa mesma linha de pensamento, Sánchez Vázquez (2011), na obra a Filosofia da práxis, alerta para o fato de que as relações humanas são objetivas e por isso mediatizadas pelo desejo do homem, mesmo que de modo inconsciente algumas vezes, como as produzidas por intermédio do capital, por isso a importância de que as relações sejam realizadas entre pessoas, e não entre objetos, distanciando o sujeito do aprendizado, da oportunidade de transformação, de superação das adversidades. Por ser o indivíduo um ser social, as relações entre os homens não se reduzem a relações humanas intersubjetivas. As relações de produção são certamente relações objetivas, sociais, entre os homens, independentemente de como eles a vivam ou conheçam. Mas os homens não contraem essas relações como puros suportes ou efeitos, mas sim, como indivíduos concretos, dotados de consciência e vontade, ainda que um tipo peculiar de relações sociais como as relações capitalistas de produção tenda a fazer deles meros suportes ou efeitos, e fazer das relações humanas simples relações entre coisas (SANCHEZ VÁSQUEZ, 2011, p. 344). Fica evidente a preocupação de Sánchez Vásquez com as condições de reprodução humana criadas no meio social, das relações entre o ser social, e o papel do trabalho como meio fundante do homem, de desenvolvimento do sujeito. Nesse contexto, cabe ao pesquisador analisar as estruturas atuais de exigência do mercado de trabalho, do mesmo modo, observar as mudanças nas relações sociais historicamente, de maneira a conceber possíveis análises da concepção de homem e contribuir para a melhoria da concepção de mundo dos sujeitos. Considerações finaisDestarte, o homem sempre buscou respostas para sua existência, o naturalismo, o positivismo, o materialismo histórico dialético, a fenomenologia, o existencialismo e o estruturalismo são correntes da filosofia da educação que contribuíram e contribuem para esse processo. Entretanto, nesse caminhar, na tentativa de se conhecer, o homem é influenciado pela
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591485história e pelos contextos que o conduziram a distanciar-se da natureza e do próprio homem. Entender a influência da Revolução Industrial, da culminação de guerras e do comportamento do homem diante do Outro, o anseio por conquistar a liberdade, podem demonstrar indícios da formação do homem contemporâneo. Sujeito que busca a ruptura de paradigmas, o questionamento às diferentes instituições que, até o momento, eram suas referências de vida, seus ideais de história. Nesse contexto, as correntes filosóficas citadas acima buscam satisfazer o sentimento de angústia humana pela liberdade, pregando o rompimento com as antigas tradições, o voltar-se para si. Tais atitudes produziram no homem uma sensação de poder diante de suas vidas, seus destinos, seus corpos. Percebe-se na multiplicidade de correntes filosóficas a ausência de um fio condutor, nesse ínterim, o homem buscou no “ter” em detrimento do “ser” motivos para existência humana. Para Campos (2018), entre o real e o imaginário está o que o homem é de verdade e aquilo que é sua projeção. Entretanto, o homem primeiro precisa conhecer-se para depois constituir as condições de transformação e superação. Desse modo, uma forma de entender o homem contemporâneo seria saber quem de fato somos, ou ainda, o que tem nos possibilitado ser o que somos. O conceito de homem contemporâneo vai além de sociedade individualizada, sem utopias, sem o caráter reflexivo em relação à sociedade com o prazer individual como fim último do homem, para um homem invisível, ao desconsiderar as reais necessidades dos sujeitos, de seres alienados pelo atual sistema capitalista, que universaliza os desejos da classe dominante, desconsiderando as particularidades, a historicidade e a construção coletiva do conhecimento. REFERÊNCIASBENJAMIN, W. O narrador. In: BENJAMIN, W. Magia e Técnica, arte e política:Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. CAMPOS, D. C. Um olhar qualitativo sobre a contemporaneidade. In: BAPTISTA, M. N.; CAMPOS, D. C. Metodologia de pesquisa em ciências:Análise quantitativa e qualitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2018. PAIVA, W. A. A formação do homem no Emílio de Rousseau. Educação e Pesquisa, v. 33, n. 2, p. 323-333, maio/ago. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/B5YfxvNVpv9ywxWwtvDL5cm/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29 ago. 2021.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591486DUARTE, N.; Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: contribuição à teoria histórico-crítica do currículo. Campinas, SP: Autores Associados, 2016. HOBSBAWN, E. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 90 p. KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento. A paz perpétua e outros opúsculos. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2005. p. 39-55. MEINERZ, A. Concepção de experiência em Walter Benjamin. 2008. 81 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. MÉSZÁROS, I. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no séculoXXI.São Paulo: Boitempo, 2015. OLIVEIRA, T. Os mendicantes e o ensino na Universidade Medieval: Boaventura e Tomás de Aquino. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 24., 2007, São Leopoldo. Anais[...]. São Leopoldo: Unisinos, 2007. p. 1-8. PINTO, P. R. M. O método analítico em filosofia. Filosofia e método. São Paulo: Loyola, 2002. RIBEIRO, J. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2017. ROSSEAU, J. J. Emílio ou Da educação. Tradução: Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2004. RUSSELL, B. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. VÁZQUEZ, A. V. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2011. VASCONCELOS, J. A. Fundamentos filosóficos da educação. Curitiba: Ibpex, 2012. VERNANT, J-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1972. VIGOTSKI, L. S. A transformação socialista do homem. URSS: Varnitso, 1930. p. 1-9.
image/svg+xmlConcepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591487Como referenciar este artigo GALVÃO, R. M.; FRANCO, S. A. P. Concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659 Submetido em:09/06/2019 Revisões requeridas em:17/12/2021 Aprovado em:28/02/2022 Publicado em:01/04/2022
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591481CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO MATERIALISTA DIALÉCTICO CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA DIALÉTICO CONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL MATERIALIST BIASRosangela Miola GALVÃO1Sandra Aparecida Pires FRANCO2RESUMEN: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El materialismo histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las relaciones sociales en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de actuar en la transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre contemporáneo permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar en la sociedad, así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación bibliográfica tiene su base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos más representativos de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo histórico dialéctico, pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo permean y constituyen el pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico de desarrollo humano. Las lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso influenciado e influenciador de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación puede contribuir al desarrollo cultural, social y político de los hombres y de esa manera se constituye como medio de transformación de la realidad. PALABRAS CLAVE: Concepción. Contemporáneo. Materialismo. RESUMO: O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista histórico-dialético, de modo a compreender a representatividade enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico-dialético acredita na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho, o que interfere em sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da sociedade, sendo assim, conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao pesquisador conceber quais sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como compreender suas ações mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na historicidade da filosofia da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período 1Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina - PR - Brasil. Doctoranda en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com 2Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina - PR - Brasil. Profesora del Programa de Posgrado. Postdoctorado en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail: sandrafranco26@hotmail.com
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591482histórico com ênfase para os estudiosos do materialismo histórico-dialético, pois defende-se a tese de que as relações sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens, de modo a interferir no processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem conceber o homem como ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na sociedade. Nesse contexto, a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social e político dos homens, e dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade. PALAVRAS-CHAVE: Concepção. Contemporâneo. Materialismo. ABSTRACT: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis on scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at work permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of human development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore influenced and influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the cultural, social and political development of men and in this way constitutes a means of transforming reality. KEYWORDS: Conception. Contemporary. Materialism.IntroducciónEn la trayectoria filosófica del hombre, la búsqueda de preguntas atemporales: "¿Cuál es el sentido de la vida? ¿Cuál es el origen del mundo y del ser humano? ¿Qué es el ser?", mediante el uso de la base científica, con el objetivo de romper con el conocimiento adquirido a través de respuestas mitológicas, basando a los filósofos de la Antigüedad, Sócrates, Platón y Aristóteles, principalmente, en la incesante búsqueda de la verdad. En la Edad Media, San Agustín y Santo Tomás de Aquino fueron los principales filósofos que lideraron el cuestionamiento, y este movimiento fue fundado por el sesgo religioso, en el que Dios sería el medio ideal para conocer la verdad. En la modernidad, el conocimiento era la gran cuestión a revelar a los hombres, y en definitiva el uso de la razón es la forma de conquistarla, según los grandes filósofos de este periodo, entre ellos Bacon y Kant. En los tiempos contemporáneos, hay varias teorías filosóficas y corrientes responsables de comprender al hombre y trazar caminos que señalan posibles respuestas a las preguntas de
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591483la existencia humana y al papel del hombre mientras tanto. Con el objetivo de comprender al hombre contemporáneo, la investigación buscó presentar la concepción del hombre contemporáneo por el sesgo del materialismo histórico dialéctico, con el fin de comprender la representatividad como ser humano que este sujeto ejerce en la sociedad actual. Para ello, la primera sección realizó un rescate histórico de las principales concepciones del hombre formuladas por los principales filósofos en cada período de la Filosofía de la Educación, desde la antigüedad hasta nuestros días, con el fin de mostrar las transformaciones que se produjeron en el pensamiento y el papel del hombre en estas sociedades. En la segunda sección, la discusión comenzó con la presentación de las corrientes filosóficas contemporáneas y se centró en las consideraciones de los teóricos materialistas sobre el papel del hombre en el mundo contemporáneo, para constituir una concepción del hombre. Concepción del hombre en la filosofía de la educaciónAl proponer el rescate histórico del hombre es necesario considerar antes de concebir evaluaciones apresuradas el contexto histórico de cada pensador, las necesidades experimentadas por la sociedad en cada período y el intento de cada estudioso de comprender ese momento político, económico y existencial, así como los pensamientos desarrollados por ellos para saludar las preocupaciones de un pueblo, incluso si las reflexiones se refieren a las condiciones existenciales universales para servir a los sujetos privados. Ante esta complejidad, la investigación buscó contribuir a una visión más amplia de los anides humanos de cada época, así como al desarrollo de pensamientos que culminaron en teorías para resolverlos. En esta investigación, solo se presentaron los estudiosos más ilustrativos y los enfoques más relevantes, y otros estudios se encargaron de profundizar cada período seleccionado y su respectivo análisis. Tradicionalmente, la historia de la filosofía se divide en cuatro períodos: Antigüedad, Edad Media, Edad Moderna y Edad Contemporánea; esta división tiene como objetivo la organización y comprensión de los pensamientos más relevantes de cada período. La clasificación de períodos representa el ingenio de algunos estudiosos para romper paradigmas y establecer avances en la ciencia. Este proceso da lugar a la aparición de nuevos períodos. Para esto, los pensadores necesitan comprender las necesidades de la sociedad, satisfacer anhelos particulares y vincularlos a la inquietud general del conocimiento. Se puede considerar que este proceso traduce gran parte del desarrollo humano, al avanzar hacia la humanización del hombre, sin embargo, históricamente se percibe que muchas
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591484veces ocurre lo contrario. En esta investigación, hacerse humano va más allá del sentido biológico, pues engloba el sentido cultural que, en esta investigación, supera lo fisiológico, con el fin de caracterizar al humano como el ser que tiene empatía y el deseo de realizar el movimiento de búsqueda de mejoras para el colectivo. En la antigüedad, los hombres, al principio, se guiaban por el conocimiento mitológico. Las narrativas míticas condujeron a acciones humanas, ya que presentaban respuestas a las preguntas del hombre. En el período clásico de la filosofía griega, los estudios se basaban en las cuestiones éticas y políticas de la vida humana. La constitución democrática de este período requería que los pensadores cuestionaran lo justo e injusto, y por lo tanto el tema más importante era el problema de la verdad. Las discusiones mantenidas por los pensadores atenienses dieron lugar a diferencias de opiniones, lo que llevó a los sofistas a imaginar que la verdad no existía, que sería relativa, subjetiva y parcial. Para Sócrates, el discurso humano estaba tan lleno de ambigüedades y contradicciones que es imposible conocer la verdad, sin embargo, buscamos con el uso de la razón la conquista de la verdad (VASCONCELOS, 2012). Todavía en la antigüedad, Platón y Aristóteles concibieron el problema de la verdad de manera diferente. Para Platón, el mundo está dividido entre cosas e ideas. Las cosas son transitorias e imperfectas, las ideas son eternas y perfectas. En el caso del hombre, para Platón había una división entre alma y cuerpo, siendo el alma eterna y el cuerpo mortal. El alma como ser dominante debe liderar las acciones humanas, por lo que la razón prevalece al ser contraria a los impulsos humanos. De esta manera, la verdad para Platón estaría en el mundo de las ideas. Para Aristóteles existía la división del cuerpo y el alma, siendo el alma más importante, sin embargo, el filósofo griego no estaba de acuerdo con la concepción mundial de las ideas. Para Aristóteles, la realidad es lo que sabemos a través de los sentidos y las ideas están en la mente humana. Este posicionamiento difiere del idealismo platónico, de la constitución de un mundo separado para las ideas. Aristóteles consideraba que, aunque las ideas eran particulares, había una esencia universal, por lo que apropiarse de las ideas sería conocer la esencia de las cosas, de lo que queda incluso con los cambios que hay en el campo de las apariencias (VERNANT, 1972). Se percibe que el hombre griego buscaba la verdad con el uso de la razón, para que el ciudadano pudiera actuar de manera significativa en la vida, discutiendo de manera democrática los temas que afligían a una sociedad liderada por la ley, por la política "[...] es en el plano político donde la Razón en Grecia se ha expresado, constituido y formado" (VERNANT, 1972, p. 103). Debido a esta forma de actuar, y a que la vida pública considerada por los griegos era la actividad principal, el hombre como sujeto no se separó de su papel de ciudadano. El
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591485desarrollo de los conceptos de filosofía que surgieron en este período no se basó en la experiencia, sino en la construcción de una lógica para los fenómenos. El lenguaje actuó en este período como instrumento de debates, discursos y conductas de lógica, siendo la actividad principal de los griegos las relaciones entre sí. En la Edad Media, el cristianismo influyó en el pensamiento de la sociedad, y a menudo fue responsable de impedir la libre reflexión filosófica. Mientras que para los griegos la razón nos diferenciaba de los animales, y por eso se consideraba una etapa superior del hombre, en el cristianismo la verdad venía de alguien, de un ser superior a los hombres, que sería Dios. Para el hombre medieval, el pecado humano hizo imposible la razón y, en consecuencia, la verdad, por lo que sólo puede conocerse a través de la fe. En este contexto, es posible encontrar filósofos que honran los pensamientos de Aristóteles, haciendo una mezcla entre el uso de la razón por el hombre y la fe como intercesor de la enseñanza, así como aquellos que ignoran totalmente el pensamiento del filósofo griego y creen en la fe como único medio de aprendizaje. De esta manera, Dios es el proveedor de la enseñanza. En resumen, Tomás de Aquino siguió el camino de creer en la unión de las enseñanzas de Aristóteles y la fe cristiana, y San Agustín sería el representante de la enseñanza exclusiva por la fe; así, el papel del hombre era de un ser pasivo guiado por la fe, teniendo como actividad principal la búsqueda de la verdad por los estudios religiosos (OLIVEIRA, 2007). El pensamiento en la Edad Moderna se volcó hacia el conocimiento de la verdad por la razón, sin embargo, esta razón se caracterizó por ser más investigativa, lejos de la tendencia natural de la razón a la verdad como creían los griegos, siendo esta desconfianza el resultado del cuestionamiento del cristianismo. Uno de los primeros movimientos de este período fue el naturalismo, cuyo mayor representante fue Jacques Rousseau. Para este pensador, el hombre nace bueno y la sociedad lo corrompe; para evitar esta situación, que podría ser irreversible, el filósofo sugirió el retorno al entorno natural, lejos del mundo artificial que es la civilización. Para Rousseau, era necesario promover el retorno a la esencia humana, al desarrollo de los sentidos, después de este período de educación, de experiencias diversas, el hombre estaría preparado para distanciarse de los vicios presentes en la sociedad civilizada (DE PAIVA, 2007). El paso del mundo medieval al moderno está marcado por la lucha de poder entre la iglesia, la nobleza y la burguesía. En este contexto, hubo varios movimientos revolucionarios, comenzando con la Ilustración, que consistió en la crítica de los filósofos al régimen monárquico absolutista. Uno de los principales críticos de este período fue Voltaire. Este filósofo apoyó la reforma social francesa, con críticas a la Iglesia Católica y a la monarquía absolutista. En educación, Voltaire se opuso a la enseñanza tradicional, alejada de la realidad,
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591486en defensa de una educación más práctica. El posicionamiento más crítico de la razón dio lugar a dos aspectos en la Edad Moderna, el racionalismo y el empirismo. El racionalismo creía en el movimiento de la deducción para lograr la razón pura. El empirismo utilizó las experiencias como factor predominante de la razón, por el método inductivo. René Descartes es uno de los filósofos que representa este momento histórico como racionalista. Para este filósofo, las ideas nacen con el hombre y se manifiestan a medida que el individuo se desarrolla, siendo el pensamiento la esencia del ser humano; por lo tanto, los aspectos materiales serían ignorados para obtener la verdad (RUSSEL, 2002). Como opositor del pensamiento racionalista, Francis Bacon enfatizó la importancia de la experiencia para constituir la razón, por lo tanto, considerada positivista. Lo que acerca a Bacon a sus predecesores cristianos es el hecho de que este filósofo considera la existencia de obstáculos para llegar a la razón, llamados prejuicios, con el sentido de ideas preconcebidas que ahuyentan la realidad de los hechos. Sin embargo, los prejuicios no son insuperables, ocurren cuando tomamos como verdad lo que los sentidos nos presentan; cuando creemos en lo que transmite la educación; cuando confiamos en la autoridad de aquellos que dicen algo y cuando no entendemos el significado de las palabras. Por lo tanto, la búsqueda de la verdad con el uso de la razón debe ser un ejercicio de investigación con el uso de la experiencia, que proporciona los datos para la confirmación o refutación de los fenómenos (VASCONCELOS, 2012). Otros filósofos que marcaron el pensamiento positivista fueron Augusto Comte y Hebert Spencer. Comte fue uno de los primeros defensores del pensamiento positivista. Para este filósofo, la constante evolución humana se produce a través de tres etapas: teológica, metafísica y positiva. En lo teológico, está la búsqueda del individuo de explicaciones sobrenaturales, que son gradualmente rechazadas, y se convierten en situaciones metafísicas, es decir, relacionadas con la naturaleza misma de las cosas. La última etapa sería positiva, encarnada por las explicaciones científicas resultantes de las experiencias que establecen leyes para las observaciones. En el caso de Spencer, su contribución se puede observar en la unión llevada a cabo por él de los ideales de Comte con la teoría de la selección natural de Charles Darwin. El objetivo de este filósofo era crear una teoría en la que pudiera integrar los fenómenos del orden físico, mental y social, por lo que conectó a sus pensamientos, además de Comte y Darwin, las enseñanzas de psicología de John Stuart Mill relacionadas con la asociación de ideas. La corriente funcionalista, liderada por Émile Durkheim, puede considerarse una rama del positivismo. Esta corriente argumentaba que los hechos sociales debían ser estudiados como cosas, de la misma manera que se analiza un fenómeno en otras disciplinas. Otra contribución
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591487de Durkheim a este período fue considerar la influencia del entorno social en la vida del individuo, por lo que el aprendizaje provendría del entorno en el que se vive (RIBEIRO, 2017). En la Edad Moderna, se buscó por razón establecer leyes universales con el uso de experiencias particulares, en el caso del empirismo, y al mismo tiempo el racionalismo creía que la razón pura traería universalidad al conocimiento; sin embargo, las dos corrientes no pudieron alcanzar la universalidad de manera consistente. Para tratar de arreglar esta necesidad, Immanuel Kant, otro filósofo moderno, analizó ambos aspectos y señaló sus errores. Para Kant, el primer error del racionalismo fue creer que la verdad estaría sólo en el sujeto, y del empirismo creyendo sólo en el objeto. Para el filósofo, el conocimiento involucraba dos elementos: el sujeto y el objeto en una acción combinada en la que los dos actúan, el sujeto universalizando el conocimiento y la experiencia con el objeto al renovarlo (KANT, 2005). Para algunos críticos, Kant se acerca a la negabilidad de la existencia del objeto, ya que lo considera conocido por el sujeto. Este hecho se considera el surgimiento del idealismo realizado por los filósofos Johann Gottlieb Fichte y Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para Hegel, el conocimiento fue idealizado primero en el pensamiento y luego actuado en la realidad. Karl Marx viene a contraponer a los idealistas, porque para él la realidad es la que permite el desarrollo del pensamiento, es lo concreto, lo material que transformará la conciencia. Se percibe que para el hombre moderno la búsqueda de la verdad se basa de nuevo en la razón; sin embargo, la búsqueda se divide en aquellos que la buscan para la deducción y aquellos que buscan la inducción. El papel del hombre en este período está marcado por la búsqueda del conocimiento. En el choque entre lo ideal y lo concreto surge el pensamiento del hombre contemporáneo, siendo sus principales representantes y teorías expresadas en el siguiente apartado. Consideraciones de la filosofía de la educación para el hombre contemporáneo con énfasis en el sesgo materialista dialécticoEl materialismo histórico-dialéctico tiene como objeto de estudio el movimiento real de la sociedad burguesa. Karl Marx, el mayor representante de esta teoría, quería entender el proceso de formación de la sociedad capitalista. Las investigaciones de este proceso culminan con la importancia del trabajo para el desarrollo humano, y las relaciones sociales en la actividad son el gran impulsor de las transformaciones del pensamiento humano. El desarrollo de esta teoría, en la edad contemporánea, buscó responder a los anhelos de una sociedad fragmentada mediante la exploración del trabajo.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591488Los movimientos de la Revolución Industrial sacaron al hombre de la tierra y de las actividades artesanales, que se enfrentó a la necesidad de buscar la supervivencia a través de la degradación del trabajo en las fábricas. En este contexto, la búsqueda de respuestas de filósofos y estudiosos de la época culminó en varias corrientes teóricas: materialismo histórico dialéctico, fenomenología, existencialismo, estructuralismo, pragmatismo y filosofía analítica. El materialismo histórico dialéctico tiene a Karl Marx y Friedrich Engels como pensadores referenciales. Para estos filósofos, la sociedad estaba alienada por el sistema capitalista de producción, por la venta de la fuerza de trabajo, en un intento de sobrevivir. La alienación surge en un momento en que el valor de la obra es menor que el valor para la compra de los objetos producidos, constituyendo así un movimiento del cual el trabajador se encuentra siempre en una situación dependiente de la mercancía. En el materialismo histórico dialéctico, la intencionalidad consiste en reconocer las contradicciones presentes en la sociedad dividida en clases sociales, con el fin de transformar a los seres alienados en ciudadanos conscientes del papel de los sujetos, buscando la totalidad del conocimiento y desarrollando al ser humano. Con este fin, Marx y Engels creen que el sistema capitalista debe sucumbir en favor del socialismo, en el que terminaría la división estatal y de clases (MÉSZÁROS, 2007). En el contexto del materialismo histórico dialéctico, que creía en la incapacidad de la libertad debido a la manipulación del sistema por parte de la clase burguesa, están la fenomenología y el existencialismo. En fenomenología, los actos mentales son subjetivos, por lo tanto, se busca un método de análisis objetivo para la observación de fenómenos. La descripción de las experiencias sería un camino a recorrer por esta corriente, para ello se produce el rescate del concepto de intencionalidad del sujeto, del que quiere conocer el objeto por el que se produce la investigación. El existencialismo nació a principios del siglo 19 al 20, el ser humano deseaba la libertad, y a través de sus elecciones, para hacerse a sí mismo, para construir sus caminos, el destino de cada sujeto dependía de sus acciones. Se percibe que, si bien el existencialismo resulta liberador, tiene una visión pesimista de la existencia del ser, ya que su mayor representante, Jean Paul Sartre, considera que la vida humana no vale la pena vivirla. La incredulidad en Dios o en cualquier otra persona que pueda interferir con la conducta humana hace que los adherentes de esta corriente crean que hay plena libertad de elección. Sin embargo, el propio Sartre es astuto al afirmar que la figura del otro es un problema de libre elección, que afecta a un cierto desacuerdo con los principios del movimiento liberador del ser, es decir, ¿hasta qué punto somos realmente libres de elegir nuestros caminos? (VASCONCELOS, 2012).
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591489Diversos pensamientos coexistieron en los tiempos contemporáneos, incluyendo el estructuralismo, el pragmatismo y la filosofía analítica. El estructuralismo que tuvo su principio en los estudios de Ferdinand Saussure en el campo de la lingüística fue seguido por otros campos de la ciencia. En filosofía, Michel Foucault buscó analizar las estructuras de poder, así como el mito del progreso. Para este pensador, las evoluciones que se produjeron fueron de los conceptos que fueron entendidos sólo por quienes formaban parte de esa formación discursiva. En este ínterin, Foucault es conocido como un filósofo que busca la arqueología del conocimiento, estudia la profundidad de los conceptos, así como las estructuras relacionadas con el objeto, hecho o fenómeno, considerando que la verdad es relativa, y la libertad mínima. (PINTO, 2002). En el pragmatismo, los filósofos creen que la verdad no es alcanzable por el intelecto humano, ya que es imposible ponernos fuera de nuestro contexto, es decir, desprendernos de la realidad en la que participamos es un acto poco probable. Así, ante una misma situación, los valores y creencias interfieren en el posicionamiento humano para que tomemos medidas contradictorias. Para John Dewey, el principal representante de esta corriente, los problemas de la vida deben ser tratados científicamente, de esta manera, en la escuela, el procedimiento de investigación asume el principio de la encuesta de hipótesis para la solución y la búsqueda de la experiencia, para resolverlas sin desvincular al estudiante de la formación democrática. En el caso de la filosofía analítica, el gran énfasis está en las cuestiones del lenguaje. Para Wittgenstein, el pensamiento y el lenguaje son indisociables. La importancia del habla, en esta corriente filosófica, considera la oralidad no sólo como un medio para difundir ideas, sino como una forma de actuar en el mundo. Así, el contexto en el que se realiza el discurso interfiere con el significado de las palabras, por lo que la contextualización para la interpretación de los hechos merece atención (VASCONCELOS, 2012). Se percibe que el hombre contemporáneo busca romper con los paradigmas dominantes que rodean el conocimiento, cuestionando así la verdad para satisfacer necesidades particulares y universales. La complejidad en la que se inserta el hombre hace difícil mirar con mayor precisión las adversidades que lo contemplan, lo que hace imposible determinar verdades absolutas, y creer en la relativización del ser. Así, en el análisis de las contradicciones presentes en la realidad, es posible percibir que la historia y las actividades realizadas por los hombres pueden indicar mejores formas de complacenciar una concepción del hombre contemporáneo, por lo que siguen las consideraciones de los eruditos materialistas.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591490La dinámica de la sociedad contemporánea es considerada por Vigotski (1930) dividida en diferentes clases sociales, compuestas por un conjunto heterogéneo de personas, y sus diferencias están influenciadas por el trabajo que realizan. [...] y no sólo los trabajadores, sino también las clases que los explotan directa o indirectamenteson esclavizados por los instrumentos de sus actividades, como resultado de la división del trabajo: la burguesía, agria por el capital y por la codicia de ganancias; el abogado de las ideas jurídicas osificadas que lo rigen como si fueran una fuerza independiente; "las clases educadas", en general, por sus limitaciones locales, particulares y unilaterales, sus deformidades físicas y su miopía espiritual. Todos ellos están mutilados por la educación que los entrena para una determinada especialidad, por la esclavitud de por vida a esta especialidad, incluso si esta especialidad es no hacer absolutamente nada [la más absoluta lasitud] (VIGOTSKI, 1930, p. 3). En el extracto citado, el psicólogo ruso describe la división del trabajo de la sociedad contemporánea y la degradación de los seres al ser esclavizados por el trabajo exhaustivo, especialmente el proletariado, pero también de aquellos que se someten a la esclavitud del capital, a la dependencia del dinero, que es sinónimo de vida. Para Vigotski (1930), la división del trabajo, que en un principio seccionaba al ser humano al incapacitarlo para tener acceso a la dinámica global de la producción, produciendo seres insatisfechos con sus actividades, con el desarrollo del sistema capitalista produjo cambios en el trabajo, requiriendo al sujeto mayor movilidad y multifuncionalidad. El trabajador no necesita conocer el proceso en su conjunto, sino dominar diversas actividades reproductivas que requieren rapidez en sus ejecuciones, además de demostrar agilidad en la gestión y entrelazamiento de las diferentes necesidades, para que las ganancias de capital sean mayores, como advirtió Vigotski (1930, p. 5) al decir que [...] el fin de la era burguesa constituye una antítesis notable en relación con su inicio. Si al principio el individuo se ha transformado en un fraccionario, ejecutor de una función fraccionaria, en una extensión viva [apéndice] de la máquina, entonces, al final, los requisitos mismos de la industria requerirán una persona completamente desarrollada, con plasticidad elástica, y que sea capaz de modificar las formas sociales de trabajo, modificar el orden del proceso de producción social, y para, por fin, controlarlo. Las consideraciones del psicólogo ruso sobre las transformaciones de la sociedad capitalista se confirmaron en la sociedad burguesa actual, siendo posible observar las demandas actuales de conocimiento para la inclusión del hombre en el mercado laboral. Así, la concepción del hombre contemporáneo en la perspectiva materialista necesita tener en cuenta las influencias de las relaciones sociales desde la infancia, porque los cambios que se producen en esta a lo largo del desarrollo del sujeto afectan directamente a la conciencia,
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591491y en consecuencia al comportamiento humano. El crítico literario, filósofo y sociólogo Walter Benjamin, en El narrador, discute la muerte de la cultura del narrador. En este trabajo, Benjamin dice que "las personasque saben narrar correctamente son cada vez más raras" (BENJAMIN, 1986, p. 197).La cultura de contar y volver a contar historias a los miembros de la familia, de pasajes de la vida, o incluso de leyendas permeadas por la cultura de un pueblo, está prácticamente extinta. El arte de narrar, para este autor, está presente en la sabiduría de los pueblos sencillos, y por lo tanto la importancia de la oralidad, una acción esencial del arte de narrar, así como del oyente, ya que la memorización de quienes escuchan la historia permite la reproducción del hecho, que es un ciclo esencial para el mantenimiento de la narrativa. Según Benjamin, la novela escrita contribuyó al proceso de aniquilación del narrador, así como el texto informativo de reproducción inmediata produce la muerte de personajes, de la inmediatez en la que se encuentra el hombre, hoy, se encuentra. Para el historiador inglés Eric Hobsbawn, en La era de los extremos(1995), el contexto del siglo XX sufrió tres grandes transformaciones: la catástrofe, la edad de oro y el colapso. En un total, en la catástrofe, el hombre se encuentra envuelto en las grandes guerras, que se basaron en los intereses entre las grandes potencias, en las tierras y en la competencia económica. La edad de oro, para el historiador, representó el momento en que los países capitalistas desarrollados invirtieron en políticas de bienestar social en el sector público, centradas en lo social, incluso si el objetivo era la recuperación económica, como en el caso de los Estados Unidos con la caída del mercado de valores en 1929: las inversiones eran positivas para la sociedad. En los países socialistas, se han producido políticas de redistribución del ingreso. El colapso llegó con la caída del sistema socialista de la Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS), que presentaba problemas internos y de competencia capitalista, en gran parte debido a la elasticidad del capital, que estaba más presente en la economía capitalista, es decir, capital con mayor adaptabilidad a los contextos de mercado. Según el historiador, después de la tercera fase, los sujetos comenzaron a vivir con el dominio del capital sobre la vida humana. En este contexto, Mészáros (2007) considera que la educación es el medio por el cual se puede mitigar la auto alienación del capital, pues para el filósofo el aprendizaje es la vida misma, es decir, asume el papel de guía del ser humano a lo largo de su proceso de desarrollo. Según este autor, a través de la educación es posible producir la conciencia social que refuta la dominación del capital, para romper con el ciclo capitalista de internalización. En la obra El desafío y la carga del tiempo histórico, Mészáros (2007) defenderá la mayor atención al proceso de internalización, en el que el sistema capitalista busca inculcar en los sujetos como esenciales
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591492para el mantenimiento del sistema capitalista: el trabajo de refutación de este ciclo busca superar la cosmovisión restringida al capital para producir en el hombre una visión emancipadora del sujeto, para que la obra cumpla su función vital, la de la actividad dirigida por el ser humano. Sánchez Vásquez (2011) recuerda las consideraciones de Marx para la definición de la sociedad, recordando que ésta, la sociedad, es el producto de la acción recíproca de los hombres, y por lo tanto la considera esencial en la formación de la concepción de las relaciones sociales del hombre. Así, la sociedad actual no puede subestimar las relaciones sociales como detonantes del propio desarrollo psíquico, como nos advierte Duarte (2016) en la obra Los contenidos escolares y La resurrección de los muertos. Al analizar la influencia del trabajo, la cultura y los contenidos escolares a favor del desarrollo humano, el educador considera que "[...] cuanto más es capaz de conducir racional y libremente sus procesos psicológicos a través de la incorporación, a su actividad mental, de la experiencia psíquica humana encarnada y sintetizada en la cultura". De esta manera, el hombre es productor y fruto de su actividad. En esta misma línea de pensamiento, Sánchez Vázquez (2011), en la obraFilosofía de la Praxis, advierte del hecho de que las relaciones humanas son objetivas y por lo tanto mediadas por el deseo del hombre, aunque sea inconscientemente a veces, como las producidas a través del capital, por lo que la importancia de que las relaciones se realicen entre las personas, y no entre objetos, distanciando al sujeto del aprendizaje, de la oportunidad de transformación, de la superación de las adversidades. Debido a que el individuo es un ser social, las relaciones entre los hombres no se reducen a relaciones humanas intersubjetivas. Las relaciones de producción son ciertamente objetivas, relaciones sociales, entre los hombres, independientemente de cómo lo vivan o lo conozcan. Pero los hombres no contraen estas relaciones como puros soportes o efectos, sino más bien como individuos concretos, dotados de conciencia y voluntad, aunque un tipo peculiar de relaciones sociales como las relaciones capitalistas de producción tiendan a convertirlas en meros soportes o efectos, y a hacer de las relaciones humanas relaciones simples entre las cosas (SANCHEZ VÁSQUEZ, 2011, pág. 344). Es evidente la preocupación de Sánchez Vásquez por las condiciones de reproducción humana creadas en el entorno social, por las relaciones entre el ser social, y por el papel del trabajo como medio fundacional del hombre, del desarrollo del sujeto. En este contexto, corresponde al investigador analizar las estructuras actuales de demanda del mercado laboral, de la misma manera, observar los cambios en las relaciones sociales históricamente, con el fin de concebir posibles análisis de la concepción del hombre y contribuir a la mejora de la concepción del mundo de los sujetos.
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591493Consideraciones finalesAsí, el hombre siempre ha buscado respuestas a su existencia, el naturalismo, el positivismo, el materialismo histórico dialéctico, la fenomenología, el existencialismo y el estructuralismo son corrientes de la filosofía de la educación que contribuyeron y contribuyen a este proceso. Sin embargo, en este viaje, en un intento de conocerse a sí mismo, el hombre está influenciado por la historia y los contextos que lo llevaron a distanciarse de la naturaleza y del hombre mismo. Comprender la influencia de la Revolución Industrial, la culminación de las guerras y el comportamiento del hombre ante el Otro, el anhelo de conquistar la libertad puede demostrar signos de la formación del hombre contemporáneo. Sujeto que busca la ruptura de paradigmas, el cuestionamiento de las diferentes instituciones que, hasta ahora, eran sus referentes de vida, sus ideales de historia. En este contexto, las corrientes filosóficas mencionadas anteriormente buscan satisfacer el sentimiento de angustia humana por la libertad, predicando la ruptura con las tradiciones antiguas, volviéndose unas a otras. Tales actitudes produjeron en el hombre un sentido de poder ante sus vidas, sus destinos, sus cuerpos. Se percibe en la multiplicidad de corrientes filosóficas la ausencia de un hilo conductor, mientras tanto, el hombre buscaba en "tener" en detrimento del "ser" razones para la existencia humana. Para Campos (2018), entre lo real y lo imaginario es lo que el hombre es real y cuál es su proyección. Sin embargo, el hombre primero necesita conocerse a sí mismo y luego constituir las condiciones de transformación y superación. Por lo tanto, una forma de entender al hombre contemporáneo sería saber quiénes somos realmente, o qué nos ha se nos permite ser quienes somos. El concepto de hombre contemporáneo va más allá de una sociedad individualizada, sin utopías, sin el carácter reflexivo en relación con la sociedad con el placer individual como fin último del hombre, para un hombre invisible, al desconocer las necesidades reales de los sujetos, de los seres alienados por el sistema capitalista actual, que universaliza los deseos de la clase dominante, sin tener en cuenta las particularidades, la historicidad y la construcción colectiva del conocimiento. REFERENCIASBENJAMIN, W. O narrador. In: BENJAMIN, W. Magia e Técnica, arte e política:Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591494CAMPOS, D. C. Um olhar qualitativo sobre a contemporaneidade. In: BAPTISTA, M. N.; CAMPOS, D. C. Metodologia de pesquisa em ciências:Análise quantitativa e qualitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2018. PAIVA, W. A. A formação do homem no Emílio de Rousseau. Educação e Pesquisa, v. 33, n. 2, p. 323-333, maio/ago. 2007. Disponible en: https://www.scielo.br/j/ep/a/B5YfxvNVpv9ywxWwtvDL5cm/?format=pdf&lang=pt. Acceso: 29 ago. 2021. DUARTE, N.; Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: contribuição à teoria histórico-crítica do currículo. Campinas, SP: Autores Associados, 2016. HOBSBAWN, E. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 90 p. KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento. A paz perpétua e outros opúsculos. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2005. p. 39-55. MEINERZ, A. Concepção de experiência em Walter Benjamin. 2008. 81 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. MÉSZÁROS, I. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no séculoXXI.São Paulo: Boitempo, 2015. OLIVEIRA, T. Os mendicantes e o ensino na Universidade Medieval: Boaventura e Tomás de Aquino. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 24., 2007, São Leopoldo. Anais[...]. São Leopoldo: Unisinos, 2007. p. 1-8. PINTO, P. R. M. O método analítico em filosofia. Filosofia e método. São Paulo: Loyola, 2002. RIBEIRO, J. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2017. ROSSEAU, J. J. Emílio ou Da educação. Tradução: Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2004. RUSSELL, B. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. VÁZQUEZ, A. V. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2011. VASCONCELOS, J. A. Fundamentos filosóficos da educação. Curitiba: Ibpex, 2012. VERNANT, J-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1972. VIGOTSKI, L. S. A transformação socialista do homem. URSS: Varnitso, 1930. p. 1-9.
image/svg+xmlConcepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591495Cómo hacer referencia a este artículoGALVÃO, R. M.; FRANCO, S. A. P. Concepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659 Enviado en: 09/06/2019 Revisiones requeridas en: 17/12/2021 Aprobado en: 28/02/2022 Publicado en: 01/04/2022
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591473CONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL MATERIALIST BIAS CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA DIALÉTICO CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO MATERIALISTA DIALÉCTICORosangela Miola GALVÃO1Sandra Aparecida Pires FRANCO2ABSTRACT: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis on scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at work permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of human development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore influenced and influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the cultural, social and political development of men and in this way constitutes a means of transforming reality. KEYWORDS: Conception. Contemporary. Materialism. RESUMO: O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista histórico dialético, de modo a compreender a representatividade enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico dialético acredita na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho, o que interfere em sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da sociedade, sendo assim, conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao pesquisador conceber quais sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como compreender suas ações mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na historicidade da filosofia da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período histórico com ênfase para os estudiosos do materialismo histórico dialético, pois defende-se a tese de que as relações sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens, de modo a interferir no processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem 1University of Londrina (UEL), Londrina PR Brazil. Doctoral Student in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com 2University of Londrina (UEL), Londrina PR Brazil. Professor of the Postgraduate Program. Post-Doctorate in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail: sandrafranco26@hotmail.com
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591474conceber o homem como ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na sociedade. Nesse contexto, a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social e político dos homens, e dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade. PALAVRAS-CHAVE: Concepção. Contemporâneo. Materialismo. RESUMEN: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El materialismo histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las relaciones sociales en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de actuar en la transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre contemporáneo permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar en la sociedad, así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación bibliográfica tiene su base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos más representativos de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo histórico dialéctico, pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo permean y constituyen el pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico de desarrollo humano. Las lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso influenciado e influenciador de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación puede contribuir al desarrollo cultural, social y político de los hombres y de esa manera se constituye como medio de transformación de la realidad.PALABRAS CLAVE: Concepción. Contemporáneo. Materialismo.IntroductionIn the philosophical trajectory of man, the search for timeless questions: "What is the meaning of life? What is the origin of the world and of the human being? What is being?", through the use of scientific basis, aiming to break with the knowledge acquired through mythological answers, grounded the philosophers of Antiquity, Socrates, Plato, and Aristotle, mainly, in the incessant search for truth. In the Middle Ages, St. Augustine and St. Thomas Aquinas were the main philosophers who led the questioning, and this movement was based on the religious bias, in which God would be the ideal way to know the truth. In modernity, knowledge was constituted as the great question to be revealed to men, and, in short, the use of reason was the way to conquer it, according to the great philosophers of this period, among them Bacon and Kant. In contemporary times, there are several theories and philosophical currents responsible for understanding man and tracing paths that point to possible answers to the questions of human existence and man's role in the meantime. Aiming at understanding contemporary man, this research sought to present the conception of contemporary man through dialectical
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591475historical materialism, in order to understand the representation as a human being that this subject exerts in today's society. To this end, the first section made a historical review of the main conceptions of man formulated by the main philosophers in each period of Philosophy of Education, from antiquity to the present day, in order to show the changes in thoughts and in the role of man in these societies. In the second section, the discussion started with the presentation of contemporary philosophical currents and focused on the considerations of materialist theorists about the role of man in the contemporary world, in order to constitute a conception of man. Conception of Man in the Philosophy of Education When proposing the historical rescue of man it is necessary to consider, before making hasty evaluations, the historical context of each thinker, the needs experienced by society in each period, and the attempt of each scholar to understand that political, economic, and existential moment, as well as the thoughts developed by them to solve the concerns of a people, even if the reflections concern universal existential conditions to meet the needs of particular subjects. In view of this complexity, the research sought to contribute to a broader vision of the human anxieties of each period, as well as to the development of thoughts that culminated in theories to solve them. In this research, only the most illustrative scholars and the most relevant approaches were presented, leaving to other researches the deepening in each selected period and its respective analysis. Traditionally, the history of philosophy is divided into four periods: Antiquity, Middle Ages, Modern and Contemporary Ages; this division aims at the organization and understanding of the most relevant thoughts of each period. The classification of the periods represents the sagacity of some scholars in breaking with paradigms and establishing advances in the sciences. This process results in the emergence of new periods. To do this, thinkers need to perceive the needs of society, satisfy particular anxieties, and tie them to the general restlessness for knowledge. It can be considered that this process translates a large part of human development, by advancing in the sense of humanizing man; however, it is historically noticeable that the opposite often occurs. In this research, to become human goes beyond the biological sense, as it encompasses the cultural sense that, in this research, surpasses the physiological one, so as to
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591476characterize the human as the being who possesses empathy and the desire to carry out the movement of searching for improvements for the collective. In ancient times, men, at first, were guided by mythological knowledge. Mythical narratives guided human actions, since they provided answers to man's questions. In the classical period of Greek philosophy, studies were based on ethical and political questions of human life. The democratic constitution of this period required thinkers to question what was just and unjust, and thus the most important question was the problem of truth. The discussions held by the Athenian thinkers resulted in differences of opinion, which led the sophists to imagine that truth did not exist, that it was relative, subjective and partial. For Socrates, human speech was so full of ambiguities and contradictions that it was impossible to know the truth, however, the conquest of truth was sought through the use of reason (VASCONCELOS, 2012). Still in antiquity, Plato and Aristotle conceived the problem of truth in a different way. For Plato, the world is divided between things and ideas. Things are transitory and imperfect; ideas are eternal and perfect. In the case of man, for Plato there was the division between soul and body, the soul being eternal and the body being mortal. The soul, as the dominant being, should guide human actions, so reason prevails, being contrary to human impulses. Thus, for Plato, truth was in the world of ideas. For Aristotle, there was a division between body and soul, with the soul being more important; however, the Greek philosopher disagreed with the conception of the world of ideas. For Aristotle, reality is what we know through the senses and ideas are in the human mind. This position differs from Platonic idealism, the constitution of a separate world for the ideas. Aristotle considered that even though the ideas were particular, there was a universal essence, thus, to appropriate the ideas would be to know the essence of things, of what remains even with the changes that are in the field of appearances (VERNANT, 1972). It can be seen that the Greek man sought the truth through the use of reason, so that the citizen could act in a meaningful way in life, discussing in a democratic way the issues that afflicted a society conducted by law, by politics "[...] it is on the political level that Reason, in Greece, was expressed, constituted and formed" (VERNANT, 1972, p. 103). Due to this way of acting, being public life considered by the Greeks the main activity, man as a subject was not separated from his role as a citizen. The development of the concepts of philosophy that emerged in this period was not based on experience, but on the construction of a logic for the phenomena. Language acted in this period as an instrument of the debates, speeches, and conducts of logic, and the main activity of the Greeks was the relations among themselves.
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591477In the Middle Ages, Christianity influenced the thinking of society, often being responsible for preventing free philosophical reflection. While for the Greeks reason differentiated us from animals, and was therefore considered a superior stage of man, in Christianity truth came from someone, from a being superior to men, which would be God. For the medieval man, human sin made reason and, consequently, truth, impossible; therefore, it can only be known through faith. In this context, it is possible to find philosophers who give prestige to Aristotle's thoughts, making a mix between man's use of reason and faith as the intercessor of learning, as well as those who totally disregard the Greek philosopher's thought and believe in faith as the only means of learning. In this way, God is the provider of learning. In short, Thomas Aquinas followed the path of believing in the junction of Aristotle's teachings and the Christian faith and St. Augustine would be the representative of the exclusive teaching by faith; thus, the role of man was a passive being guided by faith, having as its main activity the search for truth through religious studies (OLIVEIRA, 2007). The thought in the Modern Age turned to the knowledge of the truth through reason, however, this reason was characterized by being more investigative, far from the natural tendency of reason to the truth as believed by the Greeks, being this distrust the fruit of Christianity's questionings. One of the first movements of this period was naturalism, whose greatest representative was Jacques Rousseau. For this thinker, man is born good and society corrupts him; to avoid this situation, which could be irreversible, the philosopher suggested a return to the natural environment, away from the artificial world that is civilization. For Rousseau, it was necessary to promote the return to the human essence, to the development of the senses, after this period of education, of diverse experiences, man would be prepared to distance himself from the vices present in civilized society (DE PAIVA, 2007). The passage from the Medieval to the Modern world is marked by the dispute for power between the church, the nobility and the bourgeoisie. In this context, there were several revolutionary movements, starting with the Enlightenment, which consisted of philosophers criticizing the absolutist monarchical regime. One of the main critics of this period was Voltaire. This philosopher supported French social reform, with criticism of the Catholic Church and the absolutist monarchy. In education, Voltaire was against traditional teaching, distant from reality, in defense of a more practical education. The more critical position of reason led to the emergence of two trends in the Modern Age, rationalism and empiricism. Rationalism believed in the movement of deduction to reach pure reason. Empiricism, on the other hand, used experience as the predominant factor of reason, through the inductive method. René Descartes is one of the philosophers representing this historical moment as a rationalist. For this
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591478philosopher, ideas are born with man and manifest themselves as the individual develops, with thought being the essence of the human being; thus, material aspects would be disregarded in order to obtain the truth (RUSSEL, 2002). As an opponent of rationalist thought, Francis Bacon stressed the importance of experience to constitute reason, which is why he was considered a positivist. What brings Bacon closer to his Christian predecessors is the fact that this philosopher considered the existence of obstacles to the attainment of reason, called prejudices, in the sense of preconceived ideas that drive away the reality of facts. However, prejudices are not insurmountable, they occur when we take as truth what the senses present us; when we believe in what is passed on by education; when we trust the authority of those who affirm something and when we do not understand the meaning of words. Therefore, the search for truth with the use of reason should be an exercise of investigation with the use of experience, which provides the data for the confirmation or refutation of phenomena (VASCONCELOS, 2012). Other philosophers who marked positivist thought were Auguste Comte and Hebert Spencer. Comte was one of the first proponents of positivist thought. For this philosopher, constant human evolution occurs through three stages: theological, metaphysical, and positive. In the theological stage, the individual searches for supernatural explanations, which are gradually rejected, and become metaphysical situations, in other words, related to the nature of things themselves. The last stage would be the positive, embodied by scientific explanations arising from experiments that establish laws for observations. In Spencer's case, his contribution can be observed in the combination he made of Comte's ideals with Charles Darwin's theory of natural selection. The objective of this philosopher was to create a theory in which he could integrate the physical, mental, and social phenomena, and for this reason he joined to his thoughts, besides Comte and Darwin, the teachings of John Stuart Mill's psychology related to the association of ideas. The functionalist current, led by Émile Durkheim, can be considered a development of positivism. This current advocated that social facts should be studied as things, in the same way that one analyzes a phenomenon in other disciplines. Another contribution of Durkheim to this period was to consider the influence of the social environment in the individual's life, thus learning would come from the environment in which one lives (RIBEIRO, 2017). In the Modern Age, reason sought to establish universal laws with the use of particular experiences, in the case of empiricism, and at the same time rationalism believed that pure reason would bring universality to knowledge; however, the two currents could not achieve universality in a coherent way. To try to remedy this need, Immanuel Kant, another modern
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591479philosopher, analyzed both currents and pointed out their errors. For Kant, the first error of rationalism was in believing that truth was only in the subject, and of empiricism in believing only in the object. For the philosopher, knowledge involved two elements: the subject and the object in a combined action in which both act, the subject universalizing knowledge and the experience with the object renewing it (KANT, 2005). For some critics, Kant comes close to denying the existence of the object, since he considers it known by the subject. This fact is attributed to the emergence of idealism by the philosophers Johann Gottlieb Fichte and Georg Wilhelm Friedrich Hegel. For Hegel, knowledge was first idealized in thought and then acted upon in reality. Karl Marx opposes the idealists, because for him reality is what allows the development of thought; it is the concrete, the material that will transform consciousness. It can be seen that, for modern man, the search for truth is again based on reason; however, the search is divided into those who search by deduction and those who search by induction. Man's role in this period is marked by the search for knowledge. In the clash between the ideal and the concrete, the thought of contemporary man emerges, and its main representatives and theories are expressed in the next section. Considerations of the philosophy of education for the contemporary man with emphasis on the dialectic materialist approach Dialectical Historical Materialism has as its object of study the real movement of bourgeois society. Karl Marx, the greatest representative of this theory, wanted to understand the process of formation of capitalist society. The investigations of this process culminate in the importance of work for human development, with social relations in the activity being the great driver of the transformations of human thought. The development of this theory, in the contemporary age, sought to respond to the yearnings of a society fragmented by the exploitation of work. The movements of the Industrial Revolution removed man from the land and from craft activities, and he was faced with the need to seek survival through degrading work in factories. In this context, the search for answers by philosophers and scholars of the time culminated in several theoretical currents, namely: dialectical historical materialism, phenomenology, existentialism, structuralism, pragmatism, and analytical philosophy. Dialectical historical materialism has Karl Marx and Friedrich Engels as its referential thinkers. For these philosophers, society was alienated by the capitalist system of production, by selling labor power in an attempt to survive. Alienation arises at the moment in which the
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591480value of labor is lower than the value for the purchase of the objects produced, thus constituting a movement in which the worker is always in a situation dependent on the merchandise. In dialectical historical materialism, the intentionality is to recognize the contradictions present in the society divided into social classes, in order to transform alienated beings into citizens aware of their role as subjects, seeking the totality of knowledge and developing the human being. To this end, Marx and Engels believe that the capitalist system should collapse in favor of socialism, in which the State and the division of classes would end (MÉSZÁROS, 2007). At the opposite of dialectical historical materialism, which believed in the incapacity of freedom due to the manipulation of the system by the bourgeois class, are phenomenology and existentialism. In phenomenology, mental acts are subjective, so an objective method of analysis is sought for the observation of phenomena. The description of the experiences would be a path to be followed by this current, for which the concept of intentionality of the subject is rescued, the one who wants to know the object for which the investigation occurs. Existentialism was born in the turn of the 19th to the 20th century, the human being desired freedom, and through his choices, to make himself, build his paths, the destiny of each subject depended on his actions. At the same time that existentialism shows itself to be liberating, it has a pessimistic view of existence, since its greatest representative, Jean Paul Sartre, considers that human life is not worth living. The disbelief in God or in any other entity that can interfere in human behavior makes the followers of this current believe that there is full freedom of choices. However, Sartre himself is wise to state that the figure of the other is a problem to free choice, affecting a certain disagreement with the principles of the liberating movement of being, i.e., to what extent are we really free to choose our paths? (VASCONCELOS, 2012). In contemporary times, different thoughts coexisted, among them structuralism, pragmatism, and analytical philosophy. The structuralism that had its beginning in Ferdinand Saussure's studies in the field of linguistics was followed by other fields of science. In philosophy, Michel Foucault sought to analyze the structures of power, as well as the myth of progress. For this thinker, the evolutions that occurred were of concepts that were understood only by those who were part of that discursive formation. In the meantime, Foucault became known as a philosopher who sought the archeology of knowledge, studying the depth of concepts, as well as the structures related to the object, fact or phenomenon, by considering that truth is relative, and freedom minimal (PINTO, 2002). In Pragmatism, philosophers believe that truth is not attainable by the human intellect, since it is impossible to place ourselves outside our context, that is, to detach ourselves from the reality in which we participate is an improbable act. In this way, when faced with the same
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591481situation, values and beliefs interfere with human positioning in such a way that we take conflicting actions. For John Dewey, the main representative of this current, the problems of life should be treated scientifically, thus, at school, the investigation procedure starts from the principle of raising hypotheses for the solution and the search for experience to solve them without disconnecting the student from democratic education. In the case of analytic philosophy, the great emphasis is on questions of language. For Wittgenstein, thought and language are inseparable. The importance of speech, in this philosophical current, considers orality not only as a means to disseminate ideas, but as a way of acting in the world. Thus, the context in which the speech is made interferes with the meaning of words, so it deserves attention the contextualization for the interpretation of facts (VASCONCELOS, 2012). It is perceived that contemporary man seeks to break with the dominant paradigms that surround knowledge, thus questioning the truth in order to meet the particular and universal needs. The complexity in which man is inserted makes it difficult to have a more accurate look at the adversities that surround him, which makes it impossible to determine absolute truths, and to believe in the relativization of being. Therefore, in the analysis of the contradictions present in reality, it is possible to realize that history and the activities carried out by men can indicate better ways to compose a conception of contemporary man. The dynamics of contemporary society is considered by Vigotski (1930) to be divided into different social classes, composed of a heterogeneous set of people, their differences being influenced by the work they do. [...] and not only the workers, but also the classes that exploit them - directly or indirectly - are enslaved by the instruments of their activities, as a result of the division of labor: the bourgeois, frightened by capital and greed for profits; the lawyer by the ossified legal ideas that govern him as if he were an independent force; "the educated classes," in general, by their local, particular and unilateral limitations, their physical deformities and their spiritual myopia. They are all mutilated by the education that trains them for a certain specialty, by lifelong slavery to that specialty, even if that specialty is to do absolutely nothing [the most absolute lassitude] (VIGOTSKI, 1930, p. 3). In the excerpt cited, the Russian psychologist describes the division of labor in contemporary society and the degradation of beings enslaved by exhausting work, especially the proletariat, but also those who submit themselves to the slavery of capital, to the dependence on money, which is synonymous with life. For Vigotski (1930), the division of labor, which at first sectioned the human being by disabling him from having access to the global dynamics of production, producing beings dissatisfied with their activities, with the development of the capitalist system produced changes
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591482in the work, requiring from the subject greater mobility and multifunctionality. The worker doesn't need to know the process as a whole, but to master several reproductive activities that require speed in their execution, besides demonstrating agility in managing and interlacing the different needs, so that the capital gains are greater, as Vygotsky (1930, p. 5) alerts us when he says [...] the end of the bourgeois epoch constitutes a remarkable antithesis to its beginning. If at the beginning the individual was transformed into a fraction, a performer of a fractional function, a living extension [appendix] of the machine, then, at the end, the demands of industry itself will require a fully developed person, with elastic plasticity, and who will be able to modify the social forms of labor, to modify the ordering of the social production process, and finally to control it. The Russian psychologist's considerations about the transformations of capitalist society were confirmed in the current bourgeois society, when it is possible to observe the current knowledge requirements for the inclusion of man in the labor market. Thus, the conception of contemporary man from the materialist perspective needs to take into account the influences of social relations since childhood, because the changes that take place in this throughout the subject's development directly affect consciousness, and consequently human behavior. The literary critic, philosopher, and sociologist Walter Benjamin, in his work The Storyteller, discusses the death of the culture of the narrator. In this work, Benjamin says that "people who know how to narrate properly are increasingly rare" (BENJAMIN, 1986, p. 197). The culture of telling and retelling stories to family members, of life passages, or even of legends permeated by the culture of a people, is practically extinct. The art of telling, for this author, is present in the wisdom of simple peoples, and for this reason the importance of orality, an essential action of the art of telling, as well as of the listener, since the memorization of those who listen to the story enables the reproduction of the fact, and this is an essential cycle for the maintenance of narrative. According to Benjamin, the written novel contributed to the narrator's annihilation process, just as the information text of immediate reproduction produces the death of characters, of the immediacy in which mankind finds itself today. For the English historian Eric Hobsbawn, in his book The Age of Extremes(1995), the context of the 20th century went through three major transformations: the catastrophe, the golden age, and the collapse. In short, in the catastrophe, man is involved in the great wars, which were based on the interests between the great powers, on land and economic competition. The golden age, for the historian, represented the moment in which developed capitalist
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591483countries invested in social welfare policies, in the public sector, focused on social issues, even if the objective was economic recovery, as in the case of the United States with the stock market crash in 1929: the investments were positive for society. In socialist countries, on the other hand, there were policies of income redistribution. The collapse came with the fall of the socialist system of the Union of Soviet Socialist Republics (USSR), which had internal problems and capitalist competition, largely due to the elasticity of capital, which was more present in the capitalist economy, that is, capital with greater adaptability to market contexts. According to the historian, after the third phase, the subjects started to live with the dominion of capital over human life. In this context, Mészáros (2007) considers that education is the means through which the capital's self-alienation can be mitigated, because for the philosopher, learning is life itself, that is, it assumes the role of a guide to the human being throughout its development process. According to this author, through education it is possible to produce the social conscience that refutes the domination of capital, in order to break with the capitalist cycle of internalization. In the work The Challenge and the Burden of Historical Time,Mészáros (2007) defends a greater attention to the internalization process, in which the capitalist system seeks to instill in the subjects as essential to the maintenance of the capitalist system: the refutation work of this cycle seeks to overcome the worldview restricted to the capital to produce in man an emancipating vision of the subject, so that work fulfills its vital function, that of man's fulfilling activity. Sánchez Vásquez (2011) recalls Marx's considerations for the definition of society, by recalling that society is a product of the reciprocal action of men, and, therefore, considers social relations essential in the formation of the conception of man. In this way, today's society cannot belittle social relationships as triggers of psychic development itself, as Duarte (2016) warns us in the work The school contents and the resurrection of the dead. When analyzing the influence of work, culture and school contents in favor of human development, the educator considers that “[...] the more he is able to rationally and freely conduct his psychological processes through incorporation, to the mental activity, of human psychic experience embodied and synthesized in culture. In this way, man is the producer and fruit of his activity. In the same line of thought, Sánchez Vázquez (2011), in the work Philosophy of praxis, alerts to the fact that human relationships are objective and therefore mediated by man's desire, even if unconsciously sometimes, such as those produced through capital, hence the importance of relationships being between people, and not between objects, distancing the subject from learning, from the opportunity for transformation, to overcome adversities.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591484Because the individual is a social being, relationships between men are not reduced to intersubjective human relationships. Production relations are certainly objective, social relations between men, regardless of how they experience or know them. But men do not contract these relations as pure supports or effects, but as concrete individuals, endowed with conscience and will, even if a peculiar type of social relations such as capitalist relations of production tends to make them mere supports or effects, and to make human relationships simple relationships between things (SANCHEZ VÁSQUEZ, 2011, p. 344). Sánchez Vásquez's concern with the conditions of human reproduction created in the social environment is evident, with the relations between the social being, and the role of work as a founding means of man, of the development of the subject. In this context, it is up to the researcher to analyze the current structures of demand in the labor market, in the same way, to observe the changes in social relations historically, in order to conceive possible analyzes of the conception of man and contribute to the improvement of the subjects' conception of the world. . Final remarksThus, man has always sought answers to his existence, naturalism, positivism, dialectical historical materialism, phenomenology, existentialism and structuralism are currents in the philosophy of education that have contributed and contribute to this process. However, in this walk, in the attempt to know himself, man is influenced by history and by the contexts that led him to distance himself from nature and from man himself. Understanding the influence of the Industrial Revolution, the culmination of wars and the behavior of man towards the Other, the yearning to conquer freedom, can demonstrate evidence of the formation of contemporary man. A subject who seeks to break paradigms, to question the different institutions that, until now, were his references in life, his ideals of history. In this context, the philosophical currents mentioned above seek to satisfy the feeling of human anguish for freedom, preaching the break with old traditions, the turning to oneself. Such attitudes produced in man a feeling of power over their lives, their destinies, their bodies. It is noticed in the multiplicity of philosophical currents the absence of a guiding thread, in the meantime, man sought in "having" to the detriment of "being" reasons for human existence. For Campos (2018), between the real and the imaginary is what man really is and what is his projection. However, man first needs to know himself in order to establish the conditions for
image/svg+xmlConception of contemporary man by the dialectical materialist bias RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591485transformation and overcoming. In this way, one way of understanding contemporary man would be to know who we really are, or even what has enabled us to be what we are. The concept of contemporary man goes beyond individualized society, without utopias, without the reflective character in relation to society with individual pleasure as man's ultimate end, for an invisible man, by disregarding the real needs of subjects, of beings alienated by the current capitalist system, which universalizes the desires of the ruling class, disregarding particularities, historicity and the collective construction of knowledge. REFERENCESBENJAMIN, W. O narrador. In: BENJAMIN, W. Magia e Técnica, arte e política:Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. CAMPOS, D. C. Um olhar qualitativo sobre a contemporaneidade. In: BAPTISTA, M. N.; CAMPOS, D. C. Metodologia de pesquisa em ciências:Análise quantitativa e qualitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2018. DUARTE, N.; Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: contribuição à teoria histórico-crítica do currículo. Campinas, SP: Autores Associados, 2016. HOBSBAWN, E. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 90 p. KANT, I. Que significa orientar-se no pensamento. A paz perpétua e outros opúsculos. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2005. p. 39-55. MEINERZ, A. Concepção de experiência em Walter Benjamin. 2008. 81 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. MÉSZÁROS, I. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no séculoXXI.São Paulo: Boitempo, 2015. OLIVEIRA, T. Os mendicantes e o ensino na Universidade Medieval: Boaventura e Tomás de Aquino. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 24., 2007, São Leopoldo. Anais[...]. São Leopoldo: Unisinos, 2007. p. 1-8. PAIVA, W. A. A formação do homem no Emílio de Rousseau. Educação e Pesquisa, v. 33, n. 2, p. 323-333, maio/ago. 2007. Available at: https://www.scielo.br/j/ep/a/B5YfxvNVpv9ywxWwtvDL5cm/?format=pdf&lang=pt. Accessed on: 29 Aug. 2021.
image/svg+xmlRosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.126591486PINTO, P. R. M. O método analítico em filosofia. Filosofia e método. São Paulo: Loyola, 2002. RIBEIRO, J. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 2017. ROSSEAU, J. J. Emílio ou Da educação. Tradução: Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2004. RUSSELL, B. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. VÁZQUEZ, A. V. Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular, 2011. VASCONCELOS, J. A. Fundamentos filosóficos da educação. Curitiba: Ibpex, 2012. VERNANT, J-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1972. VIGOTSKI, L. S. A transformação socialista do homem. URSS: Varnitso, 1930. p. 1-9. How to reference this article GALVÃO, R. M.; FRANCO, S. A. P. Conception of contemporary man by the dialectical materialistic bias. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659 Submitted: 09/06/2019 Revisions required: 17/12/2021 Approved: 28/02/2022 Published: 01/04/2022 Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva