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Concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
1473
CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA
DIALÉTICO
CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO MATERIALISTA
DIALÉCTICO
CONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL MATERIALIST
BIAS
Rosangela Miola GALVÃO
1
Sandra Aparecida Pires FRANCO
2
RESUMO
:
O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo pelo
viés materialista histórico dialético, de modo a compreender a representatividade enquanto ser
humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico dialético acredita
na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho, o que interfere em
sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da sociedade, sendo assim,
conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao pesquisador conceber quais
sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como compreender suas ações
mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na historicidade da filosofia
da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período histórico com ênfase para
os estudiosos do materialismo histórico dialético, pois defende-se a tese de que as relações
sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens, de modo a interferir no
processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem conceber o homem como
ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na sociedade. Nesse contexto,
a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social e político dos homens, e
dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade.
PALAVRAS-CHAVE
: Concepção. Contemporâneo. Materialismo.
RESUMEN
: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre
contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la
representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El
materialismo histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las
relaciones sociales en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de
actuar en la transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre
contemporáneo permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar
en la sociedad, así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación
bibliográfica tiene su base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos
más representativos de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo
1
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina
–
PR
–
Brasil. Doutoranda em Educação. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com
2
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina
–
PR
–
Brasil. Professora do Programa de Pós-graduação.
Pós-Doutorado em Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail:
sandrafranco26@hotmail.com
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Rosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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histórico dialéctico, pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo
permean y constituyen el pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico
de desarrollo humano. Las lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso
influenciado e influenciador de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación
puede contribuir al desarrollo cultural, social y político de los hombres y de esa manera se
constituye como medio de transformación de la realidad.
PALABRAS CLAVE
: Concepción. Contemporáneo. Materialismo.
ABSTRACT
: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man
by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a
human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism
believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which
interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the
society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive
which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through
reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of
education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis
on scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at
work permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of
human development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore
influenced and influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the
cultural, social and political development of men and in this way constitutes a means of
transforming reality
.
KEYWORDS
: Conception. Contemporary. Materialism.
Introdução
Na trajetória filosófica do homem, a busca aos questionamentos atemporais: “Qual o
sentido da vida? Qual a origem do mundo e do ser humano? O que é o ser?”, mediante o uso de
base científica, com o objetivo de romper com o conhecimento adquirido por meio de respostas
mitológicas, embasaram os filósofos da Antiguidade, Sócrates, Platão e Aristóteles,
principalmente, na incessante busca pela verdade. Na Idade Média, Santo Agostinho e São
Tomás de Aquino foram os principais filósofos que conduziram os questionamentos, sendo esse
movimento alicerçado pelo viés religioso, no qual Deus seria o meio ideal para conhecer a
verdade. Já na modernidade, o conhecimento se constituiu como a grande questão a ser revelada
aos homens, sendo em suma o uso da razão o modo de conquistá-lo, segundo os grandes
filósofos desse período, dentre eles Bacon e Kant.
Na contemporaneidade, várias são as teorias e correntes filosóficas responsáveis por
compreender o homem e traçar caminhos que apontem possíveis respostas às questões da
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Concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético
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existência humana e ao papel do homem nesse ínterim. Com o objetivo de compreender o
homem contemporâneo, a pesquisa buscou apresentar a concepção de homem contemporâneo
pelo viés do materialismo histórico dialético, de modo a compreender a representatividade
enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual.
Para tanto, a primeira seção fez um resgate histórico das principais concepções de
homem formuladas pelos principais filósofos em cada período da Filosofia da Educação, desde
a Antiguidade até a atualidade, de modo a mostrar as transformações ocorridas nos pensamentos
e no papel do homem nessas sociedades. Na segunda seção, a discussão começou com a
apresentação de corrente filosóficas contemporâneas e focou nas considerações de teóricos
materialistas acerca do papel do homem no mundo contemporâneo, de modo a constituir uma
concepção de homem.
Concepção de homem na Filosofia da Educação
Ao propor o resgate histórico do homem é preciso considerar antes de conceber
avaliações precipitadas o contexto histórico de cada pensador, as necessidades vivenciadas pela
sociedade em cada período e a tentativa de cada estudioso em compreender aquele momento
político, econômico e existencial, assim como, os pensamentos desenvolvidos por eles para
sanar as inquietações de um povo, mesmo que as reflexões digam respeito às condições
existenciais universais para atender a sujeitos particulares.
Diante dessa complexidade, a pesquisa buscou contribuir para uma visão mais ampla
dos anseios humanos de cada época, bem como, ao desenvolvimento dos pensamentos que
culminaram em teorias para resolvê-los. Nessa pesquisa foram apresentados apenas os
estudiosos mais ilustrativos e os enfoques mais relevantes, cabendo a outras pesquisas o
aprofundamento em cada período selecionado e sua respectiva análise.
Tradicionalmente, a história da filosofia está dividida em quatro períodos: Antiguidade,
Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea; essa divisão visa a organização e o
entendimento dos pensamentos mais relevantes de cada período. A classificação dos períodos
representa a sagacidade de alguns estudiosos em romper com paradigmas e estabelecer avanços
nas ciências. Esse processo resulta no surgimento de novos períodos. Para isso, os pensadores
precisam perceber as necessidades da sociedade, satisfazer os anseios particulares e atrelá-los
ao inquietamento geral de conhecimento.
Pode-se considerar que esse processo traduz grande parte do desenvolvimento humano,
ao avançar no sentido de humanizar o homem, entretanto, percebe-se historicamente que muitas
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vezes o inverso ocorre. Nessa pesquisa, tornar-se humano vai além do sentido biológico, pois
abrange o sentido cultural que, nessa pesquisa, supera o fisiológico, de modo a caracterizar o
humano como o ser que possui empatia e o desejo de realizar o movimento de busca de
melhorias para o coletivo.
Na Antiguidade, os homens, a princípio, eram guiados pelo conhecimento mitológico.
As narrativas míticas conduziam as ações humanas, já que apresentavam respostas às
indagações do homem. No período clássico da filosofia grega, os estudos se baseavam nas
questões éticas e políticas da vida humana. A constituição democrática desse período exigia
dos pensadores o questionamento acerca do justo e injusto, e desse modo a questão mais
importante era o problema da verdade. As discussões realizadas pelos pensadores atenienses
resultavam em divergências de opiniões, o que levou os sofistas a imaginarem que a verdade
não existia, que seria relativa, subjetiva e parcial. Para Sócrates, o discurso humano estava tão
carregado de ambiguidades e contradições que fica impossível conhecer a verdade, entretanto,
buscou-se com o uso da razão a conquista da verdade (VASCONCELOS, 2012).
Ainda na Antiguidade, Platão e Aristóteles conceberam o problema da verdade de
maneira distinta. Para Platão, o mundo se divide entre as coisas e as ideias. As coisas são
transitórias e imperfeitas, as ideias são eternas e perfeitas. No caso do homem, para Platão
existia a divisão entre alma e corpo, sendo a alma eterna e o corpo mortal. A alma como ser
dominante deve conduzir as ações humanas, por isso a razão prevalece sendo contrária aos
impulsos humanos. Desse modo, a verdade para Platão estaria do mundo das ideias. Para
Aristóteles existia a divisão de corpo e alma, sendo a alma mais importante, no entanto, o
filósofo grego discordava da concepção de mundo das ideias. Para Aristóteles, a realidade é
aquilo que conhecemos por meio dos sentidos e as ideias estão na mente humana. Esse
posicionamento se diferencia do idealismo platônico, da constituição de um mundo separado
para as ideias. Aristóteles considerava que mesmo sendo particulares as ideias, existia uma
essência universal, desse modo, apropriar-se das ideias seria conhecer a essência das coisas,
daquilo que permanece mesmo com as mudanças que estão no campo das aparências
(VERNANT, 1972).
Percebe-se que o homem grego buscava a verdade com o uso da razão, para que o
cidadão pudesse atuar de maneira significativa na vida, discutindo de modo democrático as
questões que afligiam uma sociedade conduzida pela lei, pela política “[...] é no plano político
que a Razão, na Grécia, se exprimiu, constituiu-se e formou-
se” (VERNANT, 1972, p. 103).
Devido a esse modo de atuar, sendo a vida pública considerada pelos gregos a atividade
principal, o homem enquanto sujeito não se separava do seu papel de cidadão. O
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desenvolvimento dos conceitos da filosofia que surgiram nesse período não se embasaram pela
experiência, mas na edificação de uma lógica para os fenômenos. A linguagem atuava nesse
período como instrumento dos debates, discursos e conduções da lógica, sendo a principal
atividade dos gregos as relações entre si.
Na Idade Média, o cristianismo influenciou o pensamento da sociedade, sendo muitas
vezes responsável por impedir a reflexão livre filosófica. Enquanto para os gregos a razão nos
diferenciava dos animais, e por isso era considerada um estágio superior do homem, no
cristianismo a verdade advinha de alguém, de um ser superior aos homens, que seria Deus. Para
o homem medieval, o pecado humano impossibilitava a razão e, consequentemente, a verdade,
desse modo ela só pode ser conhecida através da fé. Nesse contexto, é possível encontrar
filósofos que prestigiam os pensamentos de Aristóteles, realizando uma mescla entre o uso da
razão pelo homem e a fé como intercessora do ensino, assim como, aqueles que desconsideram
totalmente o pensamento do filósofo grego e creem na fé como único meio de aprendizagem.
Desse modo, Deus é o provedor do ensino. Em suma, Tomás de Aquino seguia o caminho de
acreditar na junção dos ensinos de Aristóteles e da fé cristã e Santo Agostinho seria o
representante do ensino exclusivo pela fé; desse modo, o papel do homem era de um ser passivo
guiado pela fé, tendo como principal atividade a busca da verdade pelos estudos religiosos
(OLIVEIRA, 2007).
O pensamento na Idade Moderna voltou-se para o conhecimento da verdade pela razão,
entretanto, essa razão se caracterizava por ser mais investigativa, distante da tendência natural
da razão para a verdade como acreditavam os gregos, sendo essa desconfiança fruto dos
questionamentos do cristianismo. Um dos primeiros movimentos desse período foi o
naturalismo, cujo maior representante foi Jacques Rousseau. Para esse pensador, o homem
nasce bom e a sociedade o corrompe; para evitar essa situação, que poderia ser irreversível, o
filósofo sugeriu o retorno ao ambiente natural, distante do mundo artificial que é a civilização.
Para Rousseau, era preciso promover o retorno à essência humana, ao desenvolvimento dos
sentidos, após esse período de educação, de experiências diversas, o homem estaria preparado
para distanciar-se dos vícios presentes na sociedade civilizada (DE PAIVA, 2007).
A passagem do mundo Medieval para o Moderno é marcada pela disputa de poder entre
a igreja, a nobreza e a burguesia. Nesse contexto, vários foram os movimentos revolucionários,
a começar com o Iluminismo, que consistiu na crítica de filósofos ao regime monárquico
absolutista. Um dos principais críticos desse período foi Voltaire. Esse filósofo apoiava a
reforma social francesa, com críticas à igreja católica e à monarquia absolutista. Na educação,
Voltaire era contrário ao ensino tradicional, distante da realidade, em defesa de uma educação
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Rosangela Miola GALVÃO e Sandra Aparecida Pires FRANCO
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mais prática. O posicionamento mais crítico da razão fez surgir duas vertentes na Idade
Moderna, o racionalismo e o empirismo. O racionalismo acreditava no movimento da dedução
para o alcance da pura razão. Já o empirismo utilizava as experiências como fator predominante
da razão, pelo método indutivo. René Descartes é um dos filósofos representantes desse
momento histórico como racionalista. Para esse filósofo, as ideias nascem com o homem e se
manifestam à medida que o indivíduo se desenvolvia, sendo o pensamento a essência do ser
humano; dessa maneira os aspectos materiais seriam desconsiderados para a obtenção da
verdade (RUSSEL, 2002).
Como opositor do pensamento racionalista, Francis Bacon ressaltava a importância da
experiência para constituir a razão, por isso considerado positivista. O que aproxima Bacon de
seus antecessores cristãos é o fato desse filósofo considerar a existência de obstáculos para que
se alcance a razão, denominados de preconceitos, com o sentido de ideias preconcebidas que
afugentam a realidade dos fatos. No entanto, os preconceitos não são intransponíveis, eles
ocorrem quando tomamos como verdade o que os sentidos nos apresentam; quando acreditamos
naquilo que é passado pela educação; quando confiamos na autoridade de quem afirma algo e
quando não entendemos o sentido das palavras. Portanto, a busca pela verdade com o uso da
razão deveria ser um exercício de investigação com o uso da experiência, que fornece os dados
para a confirmação ou refutação dos fenômenos (VASCONCELOS, 2012).
Outros filósofos que marcaram o pensamento positivista foram Augusto Comte e Hebert
Spencer. Comte foi um dos primeiros defensores do pensamento positivista. Para esse filósofo,
a constante evolução humana ocorre mediante três estágios: teológico, metafísico e positivo.
No teológico, ocorre a busca do indivíduo por explicações sobrenaturais, que aos poucos são
rechaçadas, e passam a ser situações metafísicas, ou seja, relacionadas à própria natureza das
coisas. O último estágio seria o positivo, consubstanciado pelas explicações científicas advindas
das experiências que estabelecem leis para as observações. No caso de Spencer, sua
contribuição pode ser observada na junção realizada por ele dos ideais de Comte com a teoria
da seleção natural de Charles Darwin. O objetivo desse filósofo foi de criar uma teoria na qual
pudesse integrar os fenômenos de ordem física, mental e social, por isso unia aos seus
pensamentos, além de Comte e Darwin, os ensinamentos da psicologia de John Stuart Mill
relacionados à associação de ideias. A corrente funcionalista, liderada por Émile Durkheim,
pode ser considerada um desdobramento do positivismo. Essa corrente defendia que os fatos
sociais devem ser estudados como coisas, do mesmo modo que se analisa um fenômeno em
outras disciplinas. Outra contribuição de Durkheim a esse período foi de considerar a influência
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do meio social na vida do indivíduo, desse modo o aprendizado viria do meio no qual se vive
(RIBEIRO, 2017).
Na Idade Moderna, buscava-se pela razão estabelecer leis universais com o uso de
experiências particulares, no caso do empirismo, e ao mesmo tempo o racionalismo acreditava
que a pura razão traria a universalidade ao conhecimento; no entanto, as duas correntes não
conseguiam alcançar a universalidade de modo coerente. Para tentar sanar essa necessidade,
Immanuel Kant, outro filósofo moderno, analisou as duas vertentes e apontou seus erros. Para
Kant, o primeiro erro do racionalismo estava em acreditar que a verdade estaria somente no
sujeito, e do empirismo ao crer somente no objeto. Para o filósofo, o conhecimento envolvia
dois elementos: o sujeito e o objeto em uma ação combinada na qual os dois atuam, o sujeito
universalizando o conhecimento e a experiência com o objeto ao renová-lo (KANT, 2005).
Para alguns críticos, Kant aproxima-se do negabilidade da existência do objeto, já que
o considera conhecido pelo sujeito. Cogita-se a esse fato o surgimento do idealismo realizado
pelos filósofos Johann Gottlieb Fichte e Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para Hegel, o
conhecimento primeiro era idealizado no pensamento para depois atuar na realidade. Karl Marx
vem a contrapor aos idealistas, pois para ele a realidade é que permite o desenvolvimento do
pensamento, é o concreto, o material que vai transformar a consciência. Percebe-se que para o
homem moderno a busca pela verdade está baseada novamente na razão; no entanto, a busca se
divide naqueles que a buscam pela dedução e nos que buscam pela indução. O papel do homem
nesse período é marcado pela busca pelo conhecimento. No embate entre o ideal e o concreto
surge o pensamento do homem contemporâneo, sendo seus principais representantes e teorias
expressas na próxima seção.
Considerações da filosofia da educação para o homem contemporâneo com ênfase ao viés
materialista dialético
O
Materialismo Histórico-Dialético possui como objeto de estudo o movimento real da
sociedade burguesa. Karl Marx, o maior representante dessa teoria, queria compreender o
processo de formação da sociedade capitalista. As investigações desse processo culminam com
a importância do trabalho para o desenvolvimento humano, sendo as relações sociais na
atividade o grande impulsionador das transformações do pensamento humano. O
desenvolvimento dessa teoria, na idade contemporânea, buscou responder aos anseios de uma
sociedade fragmentada pela exploração do trabalho.
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Os movimentos da Revolução Industrial retiraram da terra e das atividades artesãs o
homem, que se viu diante da necessidade de buscar a sobrevivência mediante o trabalho
degradante nas fábricas. Nesse contexto, a busca por respostas dos filósofos e estudiosos da
época culminaram em várias correntes teóricas, sendo elas: o materialismo histórico dialético,
a fenomenologia, o existencialismo, o estruturalismo, o pragmatismo e a filosofia analítica.
O materialismo histórico dialético tem Karl Marx e Friedrich Engels como pensadores
referenciais. Para esses filósofos, a sociedade se encontrava alienada pelo sistema capitalista de
produção, ao vender a força de trabalho, na tentativa de sobreviver. A alienação surge no
momento em que o valor do trabalho é menor que o valor para a compra dos objetos produzidos,
com isso, constitui-se um movimento do qual o trabalhador está sempre numa situação
dependente da mercadoria. No materialismo histórico dialético, a intencionalidade é reconhecer
as contradições presentes na sociedade dividida em classes sociais, de modo a transformar seres
alienados em cidadãos conscientes do papel de sujeitos, buscando a totalidade dos
conhecimentos e desenvolvendo o ser humano. Para tanto, Marx e Engels acreditam que o
sistema capitalista deve sucumbir em favor do socialismo, no qual acabaria o Estado e a divisão
de classes (MÉSZÁROS, 2007).
Na contramão do materialismo histórico dialético, que acreditava na incapacidade da
liberdade devido à manipulação do sistema pela classe burguesa, estão a fenomenologia e o
existencialismo. Na fenomenologia, os atos mentais são subjetivos, desse modo, busca-se um
método de análise objetivo para a observação dos fenômenos. A descrição das vivências seria
um caminho a ser percorrido por essa corrente, para isso ocorre o resgate do conceito de
intencionalidade do sujeito, daquele que quer conhecer o objeto para que ocorre a investigação.
O existencialismo nasceu na virada do século XIX para XX, o ser humano desejava a liberdade,
e através de suas escolhas, fazer-se a si mesmo, construir seus caminhos, o destino de cada
sujeito dependia de suas ações. Percebe-se que ao mesmo tempo que o existencialismo se
mostra libertador, ele possui uma visão pessimista da existência do ser, já que seu maior
representante, Jean Paul Sartre, considera que a vida humana não vale ser vivida. A descrença
em Deus ou em qualquer outro ente que possa interferir na conduta humana faz crer aos adeptos
dessa corrente que exista liberdade plena de escolhas. Entretanto, o próprio Sartre é sagaz ao
afirmar que a figura do outro é um problema à livre escolha, acometendo certo desacordo aos
princípios do movimento libertador do ser, ou seja, até que ponto somos realmente livres para
escolher nossos caminhos? (VASCONCELOS, 2012).
Coexistiam na contemporaneidade pensamentos diversos, dentre eles o estruturalismo,
o pragmatismo e a filosofia analítica. O estruturalismo que teve seu princípio nos estudos de
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Ferdinand Saussure no campo da linguística foi seguido por outros campos da ciência. Na
filosofia, Michel Foucault buscou analisar as estruturas de poder, bem como, o mito do
progresso. Para esse pensador, as evoluções que ocorriam eram dos conceitos que eram
entendidos somente por aqueles que faziam parte daquela formação discursiva. Nesse interim,
Foucault fica conhecido como filósofo que busca a arqueologia do saber, estuda a profundidade
dos conceitos, assim como das estruturas relacionadas ao objeto, fato ou fenômeno, ao
considerar que a verdade é relativa, e a liberdade mínima. (PINTO, 2002).
No Pragmatismo, os filósofos acreditam que a verdade não é alcançável pelo intelecto
humano, já que é impossível nos colocarmos fora de nosso contexto, ou seja, desvincularmo-
nos da realidade da qual participamos é um ato improvável. Desse modo, diante da mesma
situação, os valores e crenças interferem no posicionamento humano de maneira a que tomemos
medidas conflitantes. Para John Dewey, principal representante dessa corrente, os problemas
da vida devem ser tratados cientificamente, dessa maneira, na escola, o procedimento de
investigação parte do princípio do levantamento de hipóteses para a solução e a busca pela
experiência, para saná-las sem desvincular o aluno da formação democrática. No caso da
filosofia analítica, a grande ênfase está nas questões da linguagem. Para Wittgenstein, o
pensamento e a linguagem são indissociáveis. A importância da fala, nessa corrente filosófica,
considera a oralidade não só como meio para disseminar ideias, mas como modo de agir no
mundo. Desse modo, o contexto no qual é realizado o discurso interfere no significado das
palavras, por isso merece atenção a contextualização para a interpretação dos fatos
(VASCONCELOS, 2012).
Percebe-se que o homem contemporâneo busca romper com os paradigmas dominantes
que circundam o conhecimento, dessa maneira questiona a verdade de modo a atender as
necessidades particulares e as universais. A complexidade na qual o homem está inserido
dificulta o olhar mais apurado às adversidades que o contemplam, o que impossibilita
determinar verdades absolutas, e crer na relativização do ser. Destarte, na análise das
contradições presentes na realidade, é possível perceber que a história e as atividades realizadas
pelos homens podem indicar melhores caminhos para compor uma concepção de homem
contemporâneo, para tanto seguem as considerações de estudiosos materialistas.
A dinâmica da sociedade contemporânea é considerada por Vigotski (1930) dividida em
diferentes classes sociais, composta por um conjunto heterogêneo de pessoas, sendo suas
diferenças influenciadas pelo trabalho que exercem.
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[...] e não só os trabalhadores, mas também as classes que os exploram
–
direta
ou indiretamente
–
são escravizadas pelos instrumentos de suas atividades,
como resultado da divisão do trabalho: os burgueses, amesquinhados pelo
capital e pela ganância de lucros; o advogado pelas ideias jurídicas ossificadas
que o governam como se foram uma força independente; “as classes
educadas”, em geral, por suas limitações locais, particulares e u
nilaterais, suas
deformidades físicas e sua miopia espiritual. Estão todos mutilados pela
educação que os treina para uma certa especialidade, pela escravidão vitalícia
a essa especialidade, até mesmo se essa especialidade seja fazer absolutamente
nada [a mais absoluta lassidão] (VIGOTSKI, 1930, p. 3).
No trecho citado, o psicólogo russo descreve a divisão do trabalho da sociedade
contemporânea e a degradação dos seres ao serem escravizados pelo trabalho exaustivo, em
especial, o proletariado, mas também daqueles que se submetem à escravidão do capital, à
dependência do dinheiro, sendo esse sinônimo de vida.
Para Vigotski (1930), a divisão do trabalho, que a princípio seccionava o ser humano ao
incapacitá-lo de ter acesso à dinâmica global da produção, produzindo seres insatisfeitos com
suas atividades, com o desenvolvimento do sistema capitalista produziu mudanças no trabalho,
requerendo do sujeito maior mobilidade e multifuncionalidade. O trabalhador não precisa saber
do processo como um todo, mas dominar várias atividades reprodutivas que exijam rapidez em
suas execuções, além de demonstrar agilidade em gerenciar e entrelaçar as diferentes
necessidades, de modo que os ganhos de capital sejam maiores, como nos alerta Vigotski (1930,
p. 5) ao dizer que
[...] o fim da época burguesa constitui-se como uma antítese notável em
relação ao seu começo. Se no princípio o indivíduo foi transformado em uma
fração, em executor de uma função fracionária, em uma extensão viva
[apêndice] da máquina, então, ao final, as próprias exigências da indústria irão
requerer uma pessoa plenamente desenvolvida, com elástica plasticidade, e
que seja capaz de modificar as formas sociais de trabalho, de modificar a
ordenação do processo social de produção, e de, enfim, controlá-lo.
As considerações do psicólogo russo acerca das transformações da sociedade capitalista
se confirmaram na sociedade burguesa atual, ao ser possível observar as atuais exigências de
conhecimento para a inclusão do homem no mercado de trabalho.
Destarte, a concepção de homem contemporâneo na perspectiva materialista necessita
levar em consideração as influências das relações sociais desde a infância, pois as mudanças
ocorridas nesse ao longo do desenvolvimento do sujeito afetam diretamente a consciência, e
consequentemente o comportamento humano. O crítico literário, filósofo e sociólogo Walter
Benjamin, na obra
O narrador
, discorre acerca da morte da cultura do narrador. Nessa obra,
Benjamin diz que “são cada vez mais raras as pessoas que sabem narrar devidamente”
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1487, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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(BENJAMIN, 1986, p. 197). A cultura de contar e recontar histórias aos familiares, de
passagens da vida, ou ainda, de lendas permeadas pela cultura de um povo, praticamente está
extinta. A arte de narrar, para esse autor, está presente na sabedoria de povos simples, e por isso
a importância da oralidade, ação essencial da arte de narrar, assim como do ouvinte, já que a
memorização de quem escuta a história possibilita a reprodução do fato, sendo esse um ciclo
essencial para a manutenção da narrativa. Segundo Benjamin, o romance escrito contribuiu para
o processo de aniquilamento do narrador, assim como o texto informativo de reprodução
imediata produz a morte de personagens, do imediatismo no qual o homem, hoje, se encontra.
Para o historiador inglês Eric Hobsbawn, na obra
A era dos extremos
(1995), o contexto
do século XX passou por três grandes transformações: a catástrofe, a era de ouro e o
desmoronamento. Em suma, na catástrofe, o homem se vê envolto nas grandes guerras, que
tiveram como base os interesses entre as grandes potências, nas terras e a na concorrência
econômica. A era de ouro, para o historiador, representou o momento no qual os países
capitalistas desenvolvidos investiram em políticas de bem-estar social, no setor público,
voltados para o social, mesmo que o objetivo fosse a recuperação econômica, como no caso dos
Estados Unidos com a quebra da bolsa em 1929: os investimentos foram positivos para a
sociedade. Já nos países socialistas ocorreram as políticas de redistribuição de renda. O
desmoronamento veio com a queda do sistema socialista da
União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas
(URSS), que apresentava problemas internos e a competição capitalista, em grande
parte devido à elasticidade do capital, que era mais presente na economia capitalista, ou seja, o
capital com maior adaptabilidade aos contextos de mercado. Segundo o historiador, após a
terceira fase, os sujeitos passaram a conviver com o domínio do capital sobre a vida humana.
Nesse contexto, Mészáros (2007) considera que a educação seja o meio pelo qual se
possa amenizar a autoalienação do capital, pois para o filósofo a aprendizagem é a própria vida,
ou seja, ela assume o papel de guia ao ser humano em todo seu processo de desenvolvimento.
Segundo esse autor, por meio da educação é possível produzir a consciência social que refuta a
dominação do capital, de modo a romper com o ciclo capitalista de internalização. Na obra
O
desafio e o fardo do tempo histórico
, Mészáros (2007) vai defender a maior atenção ao processo
de internalização, no qual o sistema capitalista busca incutir nos sujeitos como essencial à
manutenção do sistema capitalista: o trabalho de refutação desse ciclo procura superar a visão
de mundo restrita ao capital para produzir no homem uma visão emancipadora do sujeito, de
modo que o trabalho cumpra sua função vital, a de atividade realizadora do homem.
Sánchez Vásquez (2011) recorda as considerações de Marx para a definição de
sociedade, ao relembrar que ela, a sociedade, é produto da ação recíproca dos homens, e, por
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isso, considera essencial na formação da concepção de homem as relações sociais. Desse modo,
a sociedade atual não pode menosprezar as relações sociais como desencadeadoras do próprio
desenvolvimento psíquico, como nos alerta Duarte (2016) na obra
Os conteúdos escolares e a
ressureição dos mortos
. Ao analisar a influência do trabalho, da cultura e dos conteúdos
escolares em prol do desenvolvimento humano, o educador considera que “[...] quanto mais ele
seja capaz de conduzir de forma racional e livre seus processos psicológicos por meio da
incorporação, à sua atividade mental, da experiência psíquica humana corporificada e
sintetizada na cultura”. Dessa maneira, o homem é produtor e fruto da sua atividade.
Nessa mesma linha de pensamento, Sánchez Vázquez (2011), na obra a
Filosofia da
práxis
, alerta para o fato de que as relações humanas são objetivas e por isso mediatizadas pelo
desejo do homem, mesmo que de modo inconsciente algumas vezes, como as produzidas por
intermédio do capital, por isso a importância de que as relações sejam realizadas entre pessoas,
e não entre objetos, distanciando o sujeito do aprendizado, da oportunidade de transformação,
de superação das adversidades.
Por ser o indivíduo um ser social, as relações entre os homens não se reduzem
a relações humanas intersubjetivas. As relações de produção são certamente
relações objetivas, sociais, entre os homens, independentemente de como eles
a vivam ou conheçam. Mas os homens não contraem essas relações como
puros suportes ou efeitos, mas sim, como indivíduos concretos, dotados de
consciência e vontade, ainda que um tipo peculiar de relações sociais como as
relações capitalistas de produção tenda a fazer deles meros suportes ou efeitos,
e fazer das relações humanas simples relações entre coisas (SANCHEZ
VÁSQUEZ, 2011, p. 344).
Fica evidente a preocupação de Sánchez Vásquez com as condições de reprodução
humana criadas no meio social, das relações entre o ser social, e o papel do trabalho como meio
fundante do homem, de desenvolvimento do sujeito. Nesse contexto, cabe ao pesquisador
analisar as estruturas atuais de exigência do mercado de trabalho, do mesmo modo, observar as
mudanças nas relações sociais historicamente, de maneira a conceber possíveis análises da
concepção de homem e contribuir para a melhoria da concepção de mundo dos sujeitos.
Considerações finais
Destarte, o homem sempre buscou respostas para sua existência, o naturalismo, o
positivismo, o materialismo histórico dialético, a fenomenologia, o existencialismo e o
estruturalismo são correntes da filosofia da educação que contribuíram e contribuem para esse
processo. Entretanto, nesse caminhar, na tentativa de se conhecer, o homem é influenciado pela
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história e pelos contextos que o conduziram a distanciar-se da natureza e do próprio homem.
Entender a influência da Revolução Industrial, da culminação de guerras e do comportamento
do homem diante do Outro, o anseio por conquistar a liberdade, podem demonstrar indícios da
formação do homem contemporâneo. Sujeito que busca a ruptura de paradigmas, o
questionamento às diferentes instituições que, até o momento, eram suas referências de vida,
seus ideais de história.
Nesse contexto, as correntes filosóficas citadas acima buscam satisfazer o sentimento
de angústia humana pela liberdade, pregando o rompimento com as antigas tradições, o voltar-
se para si. Tais atitudes produziram no homem uma sensação de poder diante de suas vidas,
seus destinos, seus corpos. Percebe-se na multiplicidade de correntes filosóficas a ausência de
um fio condutor, nesse ínterim, o homem buscou no “ter” em detrimento do “ser” motivos p
ara
existência humana.
Para Campos (2018), entre o real e o imaginário está o que o homem é de verdade e
aquilo que é sua projeção. Entretanto, o homem primeiro precisa conhecer-se para depois
constituir as condições de transformação e superação. Desse modo, uma forma de entender o
homem contemporâneo seria saber quem de fato somos, ou ainda, o que tem nos possibilitado
ser o que somos.
O conceito de homem contemporâneo vai além de sociedade individualizada, sem
utopias, sem o caráter reflexivo em relação à sociedade com o prazer individual como fim
último do homem, para um homem invisível, ao desconsiderar as reais necessidades dos
sujeitos, de seres alienados pelo atual sistema capitalista, que universaliza os desejos da classe
dominante, desconsiderando as particularidades, a historicidade e a construção coletiva do
conhecimento.
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Concepção de homem contemporâneo pelo viés materialista dialético
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Como referenciar este artigo
GALVÃO, R. M.; FRANCO, S. A. P. Concepção de homem contemporâneo pelo viés
materialista dialético.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
Submetido em
:
09/06/2019
Revisões requeridas em
:
17/12/2021
Aprovado em
:
28/02/2022
Publicado em
:
01/04/2022
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Concepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO
MATERIALISTA DIALÉCTICO
CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA
DIALÉTICO
CONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL MATERIALIST
BIAS
Rosangela Miola GALVÃO
1
Sandra Aparecida Pires FRANCO
2
RESUMEN
: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre
contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la
representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El materialismo
histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las relaciones sociales
en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de actuar en la
transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre contemporáneo
permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar en la sociedad,
así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación bibliográfica tiene su
base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos más representativos
de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo histórico dialéctico,
pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo permean y constituyen el
pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico de desarrollo humano. Las
lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso influenciado e influenciador
de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación puede contribuir al desarrollo
cultural, social y político de los hombres y de esa manera se constituye como medio de
transformación de la realidad.
PALABRAS CLAVE
: Concepción. Contemporáneo. Materialismo.
RESUMO:
O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo
pelo viés materialista histórico-dialético, de modo a compreender a representatividade
enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico-
dialético acredita na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho,
o que interfere em sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da
sociedade, sendo assim, conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao
pesquisador conceber quais sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como
compreender suas ações mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na
historicidade da filosofia da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período
1
Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina - PR - Brasil. Doctoranda en Educación. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com
2
Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina - PR - Brasil. Profesora del Programa de Posgrado.
Postdoctorado en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail:
sandrafranco26@hotmail.com
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Rosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCO
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histórico com ênfase para os estudiosos do materialismo histórico-dialético, pois defende-se a
tese de que as relações sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens,
de modo a interferir no processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem
conceber o homem como ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na
sociedade. Nesse contexto, a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social
e político dos homens, e dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade.
PALAVRAS-CHAVE
: Concepção. Contemporâneo. Materialismo.
ABSTRACT
: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man
by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a
human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism
believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which
interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the
society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive
which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through
reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of
education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis
on scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at
work permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of
human development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore
influenced and influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the
cultural, social and political development of men and in this way constitutes a means of
transforming reality
.
KEYWORDS
: Conception. Contemporary. Materialism.
Introducción
En la trayectoria filosófica del hombre, la búsqueda de preguntas atemporales: "¿Cuál
es el sentido de la vida? ¿Cuál es el origen del mundo y del ser humano? ¿Qué es el ser?",
mediante el uso de la base científica, con el objetivo de romper con el conocimiento adquirido
a través de respuestas mitológicas, basando a los filósofos de la Antigüedad, Sócrates, Platón y
Aristóteles, principalmente, en la incesante búsqueda de la verdad. En la Edad Media, San
Agustín y Santo Tomás de Aquino fueron los principales filósofos que lideraron el
cuestionamiento, y este movimiento fue fundado por el sesgo religioso, en el que Dios sería el
medio ideal para conocer la verdad. En la modernidad, el conocimiento era la gran cuestión a
revelar a los hombres, y en definitiva el uso de la razón es la forma de conquistarla, según los
grandes filósofos de este periodo, entre ellos Bacon y Kant.
En los tiempos contemporáneos, hay varias teorías filosóficas y corrientes responsables
de comprender al hombre y trazar caminos que señalan posibles respuestas a las preguntas de
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la existencia humana y al papel del hombre mientras tanto. Con el objetivo de comprender al
hombre contemporáneo, la investigación buscó presentar la concepción del hombre
contemporáneo por el sesgo del materialismo histórico dialéctico, con el fin de comprender la
representatividad como ser humano que este sujeto ejerce en la sociedad actual.
Para ello, la primera sección realizó un rescate histórico de las principales concepciones
del hombre formuladas por los principales filósofos en cada período de la Filosofía de la
Educación, desde la antigüedad hasta nuestros días, con el fin de mostrar las transformaciones
que se produjeron en el pensamiento y el papel del hombre en estas sociedades. En la segunda
sección, la discusión comenzó con la presentación de las corrientes filosóficas contemporáneas
y se centró en las consideraciones de los teóricos materialistas sobre el papel del hombre en el
mundo contemporáneo, para constituir una concepción del hombre.
Concepción del hombre en la filosofía de la educación
Al proponer el rescate histórico del hombre es necesario considerar antes de concebir
evaluaciones apresuradas el contexto histórico de cada pensador, las necesidades
experimentadas por la sociedad en cada período y el intento de cada estudioso de comprender
ese momento político, económico y existencial, así como los pensamientos desarrollados por
ellos para saludar las preocupaciones de un pueblo, incluso si las reflexiones se refieren a las
condiciones existenciales universales para servir a los sujetos privados.
Ante esta complejidad, la investigación buscó contribuir a una visión más amplia de los
anides humanos de cada época, así como al desarrollo de pensamientos que culminaron en
teorías para resolverlos. En esta investigación, solo se presentaron los estudiosos más
ilustrativos y los enfoques más relevantes, y otros estudios se encargaron de profundizar cada
período seleccionado y su respectivo análisis.
Tradicionalmente, la historia de la filosofía se divide en cuatro períodos: Antigüedad,
Edad Media, Edad Moderna y Edad Contemporánea; esta división tiene como objetivo la
organización y comprensión de los pensamientos más relevantes de cada período. La
clasificación de períodos representa el ingenio de algunos estudiosos para romper paradigmas
y establecer avances en la ciencia. Este proceso da lugar a la aparición de nuevos períodos. Para
esto, los pensadores necesitan comprender las necesidades de la sociedad, satisfacer anhelos
particulares y vincularlos a la inquietud general del conocimiento.
Se puede considerar que este proceso traduce gran parte del desarrollo humano, al
avanzar hacia la humanización del hombre, sin embargo, históricamente se percibe que muchas
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veces ocurre lo contrario. En esta investigación, hacerse humano va más allá del sentido
biológico, pues engloba el sentido cultural que, en esta investigación, supera lo fisiológico, con
el fin de caracterizar al humano como el ser que tiene empatía y el deseo de realizar el
movimiento de búsqueda de mejoras para el colectivo.
En la antigüedad, los hombres, al principio, se guiaban por el conocimiento mitológico.
Las narrativas míticas condujeron a acciones humanas, ya que presentaban respuestas a las
preguntas del hombre. En el período clásico de la filosofía griega, los estudios se basaban en
las cuestiones éticas y políticas de la vida humana. La constitución democrática de este período
requería que los pensadores cuestionaran lo justo e injusto, y por lo tanto el tema más importante
era el problema de la verdad. Las discusiones mantenidas por los pensadores atenienses dieron
lugar a diferencias de opiniones, lo que llevó a los sofistas a imaginar que la verdad no existía,
que sería relativa, subjetiva y parcial. Para Sócrates, el discurso humano estaba tan lleno de
ambigüedades y contradicciones que es imposible conocer la verdad, sin embargo, buscamos
con el uso de la razón la conquista de la verdad (VASCONCELOS, 2012).
Todavía en la antigüedad, Platón y Aristóteles concibieron el problema de la verdad de
manera diferente. Para Platón, el mundo está dividido entre cosas e ideas. Las cosas son
transitorias e imperfectas, las ideas son eternas y perfectas. En el caso del hombre, para Platón
había una división entre alma y cuerpo, siendo el alma eterna y el cuerpo mortal. El alma como
ser dominante debe liderar las acciones humanas, por lo que la razón prevalece al ser contraria
a los impulsos humanos. De esta manera, la verdad para Platón estaría en el mundo de las ideas.
Para Aristóteles existía la división del cuerpo y el alma, siendo el alma más importante, sin
embargo, el filósofo griego no estaba de acuerdo con la concepción mundial de las ideas. Para
Aristóteles, la realidad es lo que sabemos a través de los sentidos y las ideas están en la mente
humana. Este posicionamiento difiere del idealismo platónico, de la constitución de un mundo
separado para las ideas. Aristóteles consideraba que, aunque las ideas eran particulares, había
una esencia universal, por lo que apropiarse de las ideas sería conocer la esencia de las cosas,
de lo que queda incluso con los cambios que hay en el campo de las apariencias (VERNANT,
1972).
Se percibe que el hombre griego buscaba la verdad con el uso de la razón, para que el
ciudadano pudiera actuar de manera significativa en la vida, discutiendo de manera democrática
los temas que afligían a una sociedad liderada por la ley, por la política "[...] es en el plano
político donde la Razón en Grecia se ha expresado, constituido y formado" (VERNANT, 1972,
p. 103). Debido a esta forma de actuar, y a que la vida pública considerada por los griegos era
la actividad principal, el hombre como sujeto no se separó de su papel de ciudadano. El
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desarrollo de los conceptos de filosofía que surgieron en este período no se basó en la
experiencia, sino en la construcción de una lógica para los fenómenos. El lenguaje actuó en este
período como instrumento de debates, discursos y conductas de lógica, siendo la actividad
principal de los griegos las relaciones entre sí.
En la Edad Media, el cristianismo influyó en el pensamiento de la sociedad, y a menudo
fue responsable de impedir la libre reflexión filosófica. Mientras que para los griegos la razón
nos diferenciaba de los animales, y por eso se consideraba una etapa superior del hombre, en el
cristianismo la verdad venía de alguien, de un ser superior a los hombres, que sería Dios. Para
el hombre medieval, el pecado humano hizo imposible la razón y, en consecuencia, la verdad,
por lo que sólo puede conocerse a través de la fe. En este contexto, es posible encontrar filósofos
que honran los pensamientos de Aristóteles, haciendo una mezcla entre el uso de la razón por
el hombre y la fe como intercesor de la enseñanza, así como aquellos que ignoran totalmente el
pensamiento del filósofo griego y creen en la fe como único medio de aprendizaje. De esta
manera, Dios es el proveedor de la enseñanza. En resumen, Tomás de Aquino siguió el camino
de creer en la unión de las enseñanzas de Aristóteles y la fe cristiana, y San Agustín sería el
representante de la enseñanza exclusiva por la fe; así, el papel del hombre era de un ser pasivo
guiado por la fe, teniendo como actividad principal la búsqueda de la verdad por los estudios
religiosos (OLIVEIRA, 2007).
El pensamiento en la Edad Moderna se volcó hacia el conocimiento de la verdad por la
razón, sin embargo, esta razón se caracterizó por ser más investigativa, lejos de la tendencia
natural de la razón a la verdad como creían los griegos, siendo esta desconfianza el resultado
del cuestionamiento del cristianismo. Uno de los primeros movimientos de este período fue el
naturalismo, cuyo mayor representante fue Jacques Rousseau. Para este pensador, el hombre
nace bueno y la sociedad lo corrompe; para evitar esta situación, que podría ser irreversible, el
filósofo sugirió el retorno al entorno natural, lejos del mundo artificial que es la civilización.
Para Rousseau, era necesario promover el retorno a la esencia humana, al desarrollo de los
sentidos, después de este período de educación, de experiencias diversas, el hombre estaría
preparado para distanciarse de los vicios presentes en la sociedad civilizada (DE PAIVA, 2007).
El paso del mundo medieval al moderno está marcado por la lucha de poder entre la
iglesia, la nobleza y la burguesía. En este contexto, hubo varios movimientos revolucionarios,
comenzando con la Ilustración, que consistió en la crítica de los filósofos al régimen
monárquico absolutista. Uno de los principales críticos de este período fue Voltaire. Este
filósofo apoyó la reforma social francesa, con críticas a la Iglesia Católica y a la monarquía
absolutista. En educación, Voltaire se opuso a la enseñanza tradicional, alejada de la realidad,
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en defensa de una educación más práctica. El posicionamiento más crítico de la razón dio lugar
a dos aspectos en la Edad Moderna, el racionalismo y el empirismo. El racionalismo creía en el
movimiento de la deducción para lograr la razón pura. El empirismo utilizó las experiencias
como factor predominante de la razón, por el método inductivo. René Descartes es uno de los
filósofos que representa este momento histórico como racionalista. Para este filósofo, las ideas
nacen con el hombre y se manifiestan a medida que el individuo se desarrolla, siendo el
pensamiento la esencia del ser humano; por lo tanto, los aspectos materiales serían ignorados
para obtener la verdad (RUSSEL, 2002).
Como opositor del pensamiento racionalista, Francis Bacon enfatizó la importancia de
la experiencia para constituir la razón, por lo tanto, considerada positivista. Lo que acerca a
Bacon a sus predecesores cristianos es el hecho de que este filósofo considera la existencia de
obstáculos para llegar a la razón, llamados prejuicios, con el sentido de ideas preconcebidas que
ahuyentan la realidad de los hechos. Sin embargo, los prejuicios no son insuperables, ocurren
cuando tomamos como verdad lo que los sentidos nos presentan; cuando creemos en lo que
transmite la educación; cuando confiamos en la autoridad de aquellos que dicen algo y cuando
no entendemos el significado de las palabras. Por lo tanto, la búsqueda de la verdad con el uso
de la razón debe ser un ejercicio de investigación con el uso de la experiencia, que proporciona
los datos para la confirmación o refutación de los fenómenos (VASCONCELOS, 2012).
Otros filósofos que marcaron el pensamiento positivista fueron Augusto Comte y Hebert
Spencer. Comte fue uno de los primeros defensores del pensamiento positivista. Para este
filósofo, la constante evolución humana se produce a través de tres etapas: teológica, metafísica
y positiva. En lo teológico, está la búsqueda del individuo de explicaciones sobrenaturales, que
son gradualmente rechazadas, y se convierten en situaciones metafísicas, es decir, relacionadas
con la naturaleza misma de las cosas. La última etapa sería positiva, encarnada por las
explicaciones científicas resultantes de las experiencias que establecen leyes para las
observaciones. En el caso de Spencer, su contribución se puede observar en la unión llevada a
cabo por él de los ideales de Comte con la teoría de la selección natural de Charles Darwin. El
objetivo de este filósofo era crear una teoría en la que pudiera integrar los fenómenos del orden
físico, mental y social, por lo que conectó a sus pensamientos, además de Comte y Darwin, las
enseñanzas de psicología de John Stuart Mill relacionadas con la asociación de ideas. La
corriente funcionalista, liderada por Émile Durkheim, puede considerarse una rama del
positivismo. Esta corriente argumentaba que los hechos sociales debían ser estudiados como
cosas, de la misma manera que se analiza un fenómeno en otras disciplinas. Otra contribución
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Concepción del hombre contemporáneo por el sesgo materialista dialéctico
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de Durkheim a este período fue considerar la influencia del entorno social en la vida del
individuo, por lo que el aprendizaje provendría del entorno en el que se vive (RIBEIRO, 2017).
En la Edad Moderna, se buscó por razón establecer leyes universales con el uso de
experiencias particulares, en el caso del empirismo, y al mismo tiempo el racionalismo creía
que la razón pura traería universalidad al conocimiento; sin embargo, las dos corrientes no
pudieron alcanzar la universalidad de manera consistente. Para tratar de arreglar esta necesidad,
Immanuel Kant, otro filósofo moderno, analizó ambos aspectos y señaló sus errores. Para Kant,
el primer error del racionalismo fue creer que la verdad estaría sólo en el sujeto, y del empirismo
creyendo sólo en el objeto. Para el filósofo, el conocimiento involucraba dos elementos: el
sujeto y el objeto en una acción combinada en la que los dos actúan, el sujeto universalizando
el conocimiento y la experiencia con el objeto al renovarlo (KANT, 2005).
Para algunos críticos, Kant se acerca a la negabilidad de la existencia del objeto, ya que
lo considera conocido por el sujeto. Este hecho se considera el surgimiento del idealismo
realizado por los filósofos Johann Gottlieb Fichte y Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para
Hegel, el conocimiento fue idealizado primero en el pensamiento y luego actuado en la realidad.
Karl Marx viene a contraponer a los idealistas, porque para él la realidad es la que permite el
desarrollo del pensamiento, es lo concreto, lo material que transformará la conciencia. Se
percibe que para el hombre moderno la búsqueda de la verdad se basa de nuevo en la razón; sin
embargo, la búsqueda se divide en aquellos que la buscan para la deducción y aquellos que
buscan la inducción. El papel del hombre en este período está marcado por la búsqueda del
conocimiento. En el choque entre lo ideal y lo concreto surge el pensamiento del hombre
contemporáneo, siendo sus principales representantes y teorías expresadas en el siguiente
apartado.
Consideraciones de la filosofía de la educación para el hombre contemporáneo con énfasis
en el sesgo materialista dialéctico
El materialismo histórico-dialéctico tiene como objeto de estudio el movimiento real de
la sociedad burguesa. Karl Marx, el mayor representante de esta teoría, quería entender el
proceso de formación de la sociedad capitalista. Las investigaciones de este proceso culminan
con la importancia del trabajo para el desarrollo humano, y las relaciones sociales en la
actividad son el gran impulsor de las transformaciones del pensamiento humano. El desarrollo
de esta teoría, en la edad contemporánea, buscó responder a los anhelos de una sociedad
fragmentada mediante la exploración del trabajo.
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Rosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCO
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Los movimientos de la Revolución Industrial sacaron al hombre de la tierra y de las
actividades artesanales, que se enfrentó a la necesidad de buscar la supervivencia a través de la
degradación del trabajo en las fábricas. En este contexto, la búsqueda de respuestas de filósofos
y estudiosos de la época culminó en varias corrientes teóricas: materialismo histórico dialéctico,
fenomenología, existencialismo, estructuralismo, pragmatismo y filosofía analítica.
El materialismo histórico dialéctico tiene a Karl Marx y Friedrich Engels como
pensadores referenciales. Para estos filósofos, la sociedad estaba alienada por el sistema
capitalista de producción, por la venta de la fuerza de trabajo, en un intento de sobrevivir. La
alienación surge en un momento en que el valor de la obra es menor que el valor para la compra
de los objetos producidos, constituyendo así un movimiento del cual el trabajador se encuentra
siempre en una situación dependiente de la mercancía. En el materialismo histórico dialéctico,
la intencionalidad consiste en reconocer las contradicciones presentes en la sociedad dividida
en clases sociales, con el fin de transformar a los seres alienados en ciudadanos conscientes del
papel de los sujetos, buscando la totalidad del conocimiento y desarrollando al ser humano. Con
este fin, Marx y Engels creen que el sistema capitalista debe sucumbir en favor del socialismo,
en el que terminaría la división estatal y de clases (MÉSZÁROS, 2007).
En el contexto del materialismo histórico dialéctico, que creía en la incapacidad de la
libertad debido a la manipulación del sistema por parte de la clase burguesa, están la
fenomenología y el existencialismo. En fenomenología, los actos mentales son subjetivos, por
lo tanto, se busca un método de análisis objetivo para la observación de fenómenos. La
descripción de las experiencias sería un camino a recorrer por esta corriente, para ello se
produce el rescate del concepto de intencionalidad del sujeto, del que quiere conocer el objeto
por el que se produce la investigación. El existencialismo nació a principios del siglo 19 al 20,
el ser humano deseaba la libertad, y a través de sus elecciones, para hacerse a sí mismo, para
construir sus caminos, el destino de cada sujeto dependía de sus acciones. Se percibe que, si
bien el existencialismo resulta liberador, tiene una visión pesimista de la existencia del ser, ya
que su mayor representante, Jean Paul Sartre, considera que la vida humana no vale la pena
vivirla. La incredulidad en Dios o en cualquier otra persona que pueda interferir con la conducta
humana hace que los adherentes de esta corriente crean que hay plena libertad de elección. Sin
embargo, el propio Sartre es astuto al afirmar que la figura del otro es un problema de libre
elección, que afecta a un cierto desacuerdo con los principios del movimiento liberador del ser,
es decir, ¿hasta qué punto somos realmente libres de elegir nuestros caminos?
(VASCONCELOS, 2012).
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Diversos pensamientos coexistieron en los tiempos contemporáneos, incluyendo el
estructuralismo, el pragmatismo y la filosofía analítica. El estructuralismo que tuvo su principio
en los estudios de Ferdinand Saussure en el campo de la lingüística fue seguido por otros
campos de la ciencia. En filosofía, Michel Foucault buscó analizar las estructuras de poder, así
como el mito del progreso. Para este pensador, las evoluciones que se produjeron fueron de los
conceptos que fueron entendidos sólo por quienes formaban parte de esa formación discursiva.
En este ínterin, Foucault es conocido como un filósofo que busca la arqueología del
conocimiento, estudia la profundidad de los conceptos, así como las estructuras relacionadas
con el objeto, hecho o fenómeno, considerando que la verdad es relativa, y la libertad mínima.
(PINTO, 2002).
En el pragmatismo, los filósofos creen que la verdad no es alcanzable por el intelecto
humano, ya que es imposible ponernos fuera de nuestro contexto, es decir, desprendernos de la
realidad en la que participamos es un acto poco probable. Así, ante una misma situación, los
valores y creencias interfieren en el posicionamiento humano para que tomemos medidas
contradictorias. Para John Dewey, el principal representante de esta corriente, los problemas de
la vida deben ser tratados científicamente, de esta manera, en la escuela, el procedimiento de
investigación asume el principio de la encuesta de hipótesis para la solución y la búsqueda de
la experiencia, para resolverlas sin desvincular al estudiante de la formación democrática. En
el caso de la filosofía analítica, el gran énfasis está en las cuestiones del lenguaje. Para
Wittgenstein, el pensamiento y el lenguaje son indisociables. La importancia del habla, en esta
corriente filosófica, considera la oralidad no sólo como un medio para difundir ideas, sino como
una forma de actuar en el mundo. Así, el contexto en el que se realiza el discurso interfiere con
el significado de las palabras, por lo que la contextualización para la interpretación de los
hechos merece atención (VASCONCELOS, 2012).
Se percibe que el hombre contemporáneo busca romper con los paradigmas dominantes
que rodean el conocimiento, cuestionando así la verdad para satisfacer necesidades particulares
y universales. La complejidad en la que se inserta el hombre hace difícil mirar con mayor
precisión las adversidades que lo contemplan, lo que hace imposible determinar verdades
absolutas, y creer en la relativización del ser. Así, en el análisis de las contradicciones presentes
en la realidad, es posible percibir que la historia y las actividades realizadas por los hombres
pueden indicar mejores formas de complacenciar una concepción del hombre contemporáneo,
por lo que siguen las consideraciones de los eruditos materialistas.
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La dinámica de la sociedad contemporánea es considerada por Vigotski (1930) dividida
en diferentes clases sociales, compuestas por un conjunto heterogéneo de personas, y sus
diferencias están influenciadas por el trabajo que realizan.
[...] y no sólo los trabajadores, sino también las clases que los explotan
–
directa o indirectamente
–
son esclavizados por los instrumentos de sus
actividades, como resultado de la división del trabajo: la burguesía, agria por
el capital y por la codicia de ganancias; el abogado de las ideas jurídicas
osificadas que lo rigen como si fueran una fuerza independiente; "las clases
educadas", en general, por sus limitaciones locales, particulares y unilaterales,
sus deformidades físicas y su miopía espiritual. Todos ellos están mutilados
por la educación que los entrena para una determinada especialidad, por la
esclavitud de por vida a esta especialidad, incluso si esta especialidad es no
hacer absolutamente nada [la más absoluta lasitud] (VIGOTSKI, 1930, p. 3).
En el extracto citado, el psicólogo ruso describe la división del trabajo de la sociedad
contemporánea y la degradación de los seres al ser esclavizados por el trabajo exhaustivo,
especialmente el proletariado, pero también de aquellos que se someten a la esclavitud del
capital, a la dependencia del dinero, que es sinónimo de vida.
Para Vigotski (1930), la división del trabajo, que en un principio seccionaba al ser
humano al incapacitarlo para tener acceso a la dinámica global de la producción, produciendo
seres insatisfechos con sus actividades, con el desarrollo del sistema capitalista produjo cambios
en el trabajo, requiriendo al sujeto mayor movilidad y multifuncionalidad. El trabajador no
necesita conocer el proceso en su conjunto, sino dominar diversas actividades reproductivas
que requieren rapidez en sus ejecuciones, además de demostrar agilidad en la gestión y
entrelazamiento de las diferentes necesidades, para que las ganancias de capital sean mayores,
como advirtió Vigotski (1930, p. 5) al decir que
[...] el fin de la era burguesa constituye una antítesis notable en relación con
su inicio. Si al principio el individuo se ha transformado en un fraccionario,
ejecutor de una función fraccionaria, en una extensión viva [apéndice] de la
máquina, entonces, al final, los requisitos mismos de la industria requerirán
una persona completamente desarrollada, con plasticidad elástica, y que sea
capaz de modificar las formas sociales de trabajo, modificar el orden del
proceso de producción social, y para, por fin, controlarlo.
Las consideraciones del psicólogo ruso sobre las transformaciones de la sociedad
capitalista se confirmaron en la sociedad burguesa actual, siendo posible observar las demandas
actuales de conocimiento para la inclusión del hombre en el mercado laboral.
Así, la concepción del hombre contemporáneo en la perspectiva materialista necesita
tener en cuenta las influencias de las relaciones sociales desde la infancia, porque los cambios
que se producen en esta a lo largo del desarrollo del sujeto afectan directamente a la conciencia,
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y en consecuencia al comportamiento humano. El crítico literario, filósofo y sociólogo Walter
Benjamin, en El
narrador
, discute la muerte de la cultura del narrador. En este trabajo,
Benjamin dice que "las personas
que saben
narrar correctamente son cada vez más raras"
(BENJAMIN, 1986, p. 197).
La cultura de contar y volver a contar historias a los miembros de
la familia, de pasajes de la vida, o incluso de leyendas permeadas por la cultura de un pueblo,
está prácticamente extinta. El arte de narrar, para este autor, está presente en la sabiduría de los
pueblos sencillos, y por lo tanto la importancia de la oralidad, una acción esencial del arte de
narrar, así como del oyente, ya que la memorización de quienes escuchan la historia permite la
reproducción del hecho, que es un ciclo esencial para el mantenimiento de la narrativa. Según
Benjamin, la novela escrita contribuyó al proceso de aniquilación del narrador, así como el
texto informativo de reproducción inmediata produce la muerte de personajes, de la inmediatez
en la que se encuentra el hombre, hoy, se encuentra.
Para el historiador inglés Eric Hobsbawn, en
La era de los extremos
(1995), el contexto
del siglo XX sufrió tres grandes transformaciones: la catástrofe, la edad de oro y el colapso. En
un total, en la catástrofe, el hombre se encuentra envuelto en las grandes guerras, que se basaron
en los intereses entre las grandes potencias, en las tierras y en la competencia económica. La
edad de oro, para el historiador, representó el momento en que los países capitalistas
desarrollados invirtieron en políticas de bienestar social en el sector público, centradas en lo
social, incluso si el objetivo era la recuperación económica, como en el caso de los Estados
Unidos con la caída del mercado de valores en 1929: las inversiones eran positivas para la
sociedad. En los países socialistas, se han producido políticas de redistribución del ingreso. El
colapso llegó con la caída del sistema socialista de la
Unión de Repúblicas Socialistas
Soviéticas
(URSS), que presentaba problemas internos y de competencia capitalista, en gran
parte debido a la elasticidad del capital, que estaba más presente en la economía capitalista, es
decir, capital con mayor adaptabilidad a los contextos de mercado. Según el historiador, después
de la tercera fase, los sujetos comenzaron a vivir con el dominio del capital sobre la vida
humana.
En este contexto, Mészáros (2007) considera que la educación es el medio por el cual
se puede mitigar la auto alienación del capital, pues para el filósofo el aprendizaje es la vida
misma, es decir, asume el papel de guía del ser humano a lo largo de su proceso de desarrollo.
Según este autor, a través de la educación es posible producir la conciencia social que refuta la
dominación del capital, para romper con el ciclo capitalista de internalización. En
la obra El
desafío y la carga del tiempo histórico
, Mészáros (2007) defenderá la mayor atención al proceso
de internalización, en el que el sistema capitalista busca inculcar en los sujetos como esenciales
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para el mantenimiento del sistema capitalista: el trabajo de refutación de este ciclo busca superar
la cosmovisión restringida al capital para producir en el hombre una visión emancipadora del
sujeto, para que la obra cumpla su función vital, la de la actividad dirigida por el ser humano.
Sánchez Vásquez (2011) recuerda las consideraciones de Marx para la definición de la
sociedad, recordando que ésta, la sociedad, es el producto de la acción recíproca de los hombres,
y por lo tanto la considera esencial en la formación de la concepción de las relaciones sociales
del hombre. Así, la sociedad actual no puede subestimar las relaciones sociales como detonantes
del propio desarrollo psíquico, como nos advierte Duarte (2016) en
la obra Los contenidos
escolares y La resurrección de los muertos
. Al analizar la influencia del trabajo, la cultura y los
contenidos escolares a favor del desarrollo humano, el educador considera que "[...] cuanto más
es capaz de conducir racional y libremente sus procesos psicológicos a través de la
incorporación, a su actividad mental, de la experiencia psíquica humana encarnada y sintetizada
en la cultura". De esta manera, el hombre es productor y fruto de su actividad.
En esta misma línea de pensamiento, Sánchez Vázquez (2011), en la obra
Filosofía de
la Praxis
, advierte del hecho de que las relaciones humanas son objetivas y por lo tanto
mediadas por el deseo del hombre, aunque sea inconscientemente a veces, como las producidas
a través del capital, por lo que la importancia de que las relaciones se realicen entre las personas,
y no entre objetos, distanciando al sujeto del aprendizaje, de la oportunidad de transformación,
de la superación de las adversidades.
Debido a que el individuo es un ser social, las relaciones entre los hombres no
se reducen a relaciones humanas intersubjetivas. Las relaciones de producción
son ciertamente objetivas, relaciones sociales, entre los hombres,
independientemente de cómo lo vivan o lo conozcan. Pero los hombres no
contraen estas relaciones como puros soportes o efectos, sino más bien como
individuos concretos, dotados de conciencia y voluntad, aunque un tipo
peculiar de relaciones sociales como las relaciones capitalistas de producción
tiendan a convertirlas en meros soportes o efectos, y a hacer de las relaciones
humanas relaciones simples entre las cosas (SANCHEZ VÁSQUEZ, 2011,
pág. 344).
Es evidente la preocupación de Sánchez Vásquez por las condiciones de reproducción
humana creadas en el entorno social, por las relaciones entre el ser social, y por el papel del
trabajo como medio fundacional del hombre, del desarrollo del sujeto. En este contexto,
corresponde al investigador analizar las estructuras actuales de demanda del mercado laboral,
de la misma manera, observar los cambios en las relaciones sociales históricamente, con el fin
de concebir posibles análisis de la concepción del hombre y contribuir a la mejora de la
concepción del mundo de los sujetos.
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Consideraciones finales
Así, el hombre siempre ha buscado respuestas a su existencia, el naturalismo, el
positivismo, el materialismo histórico dialéctico, la fenomenología, el existencialismo y el
estructuralismo son corrientes de la filosofía de la educación que contribuyeron y contribuyen
a este proceso. Sin embargo, en este viaje, en un intento de conocerse a sí mismo, el hombre
está influenciado por la historia y los contextos que lo llevaron a distanciarse de la naturaleza y
del hombre mismo. Comprender la influencia de la Revolución Industrial, la culminación de
las guerras y el comportamiento del hombre ante el Otro, el anhelo de conquistar la libertad
puede demostrar signos de la formación del hombre contemporáneo. Sujeto que busca la ruptura
de paradigmas, el cuestionamiento de las diferentes instituciones que, hasta ahora, eran sus
referentes de vida, sus ideales de historia.
En este contexto, las corrientes filosóficas mencionadas anteriormente buscan satisfacer
el sentimiento de angustia humana por la libertad, predicando la ruptura con las tradiciones
antiguas, volviéndose unas a otras. Tales actitudes produjeron en el hombre un sentido de poder
ante sus vidas, sus destinos, sus cuerpos. Se percibe en la multiplicidad de corrientes filosóficas
la ausencia de un hilo conductor, mientras tanto, el hombre buscaba en "tener" en detrimento
del "ser" razones para la existencia humana.
Para Campos (2018), entre lo real y lo imaginario es lo que el hombre es real y cuál es
su proyección. Sin embargo, el hombre primero necesita conocerse a sí mismo y luego constituir
las condiciones de transformación y superación. Por lo tanto, una forma de entender al hombre
contemporáneo sería saber quiénes somos realmente, o qué nos ha se nos permite ser quienes
somos.
El concepto de hombre contemporáneo va más allá de una sociedad individualizada, sin
utopías, sin el carácter reflexivo en relación con la sociedad con el placer individual como fin
último del hombre, para un hombre invisible, al desconocer las necesidades reales de los
sujetos, de los seres alienados por el sistema capitalista actual, que universaliza los deseos de
la clase dominante, sin tener en cuenta las particularidades, la historicidad y la construcción
colectiva del conocimiento.
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Rosangela Miola GALVÃO y Sandra Aparecida Pires FRANCO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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Cómo hacer referencia a este artículo
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materialista dialéctico.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v.
17, n. 2, p. 1481-1495, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
Enviado en:
09/06/2019
Revisiones requeridas en:
17/12/2021
Aprobado en:
28/02/2022
Publicado en:
01/04/2022
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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CONCEPTION OF CONTEMPORARY MAN BY THE DIALECTICAL
MATERIALIST BIAS
CONCEPÇÃO DE HOMEM CONTEMPORÂNEO PELO VIÉS MATERIALISTA
DIALÉTICO
CONCEPCIÓN DEL HOMBRE CONTEMPORÁNEO POR EL SESGO MATERIALISTA
DIALÉCTICO
Rosangela Miola GALVÃO
1
Sandra Aparecida Pires FRANCO
2
ABSTRACT
: The purpose of this research is to present the conception of contemporary man
by the dialectical historical materialist bias, in order to understand the representativeness as a
human being that this subject exercises in today's society. Dialectical historical materialism
believes in the human formation of the subject mediated by social relations at work, which
interferes in his conception of the world and in the way of acting in the transformation of the
society, thus, to know the conception of contemporary man allows the researcher to conceive
which subjects are being formed to act in society, as well as to understand their actions through
reality. Bibliographical research has its foundation in the historicity of the philosophy of
education and in the most representative scholars of each historical period with an emphasis on
scholars of dialectical historical materialism, because it is defend that social relations at work
permeate and constitute the thinking of the men, interfering in the historical process of human
development. The readings allow to conceive man as social being, and therefore influenced and
influencer of changes in society. In this context, education can contribute to the cultural, social
and political development of men and in this way constitutes a means of transforming reality.
KEYWORDS
: Conception. Contemporary. Materialism.
RESUMO:
O objetivo dessa pesquisa é apresentar a concepção de homem contemporâneo
pelo viés materialista histórico dialético, de modo a compreender a representatividade
enquanto ser humano que esse sujeito exerce na sociedade atual. O materialismo histórico
dialético acredita na formação humana do sujeito mediada pelas relações sociais no trabalho,
o que interfere em sua concepção de mundo e no modo de atuar na transformação da
sociedade, sendo assim, conhecer a concepção de homem contemporâneo permite ao
pesquisador conceber quais sujeitos estão sendo formados para atuar na sociedade, bem como
compreender suas ações mediante a realidade. A pesquisa bibliográfica possui seu alicerce na
historicidade da filosofia da educação e nos estudiosos mais representativos de cada período
histórico com ênfase para os estudiosos do materialismo histórico dialético, pois defende-se a
tese de que as relações sociais no trabalho permeiam e constituem o pensamento dos homens,
de modo a interferir no processo histórico de desenvolvimento humano. As leituras permitem
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University of Londrina (UEL), Londrina
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Brazil. Doctoral Student in Education. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-7326-6959. E-mail: rmgalvao2012letras@gmail.com
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University of Londrina (UEL), Londrina
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Brazil. Professor of the Postgraduate Program. Post-Doctorate
in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7205-744X. E-mail: sandrafranco26@hotmail.com
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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conceber o homem como ser social, e por isso influenciado e influenciador das mudanças na
sociedade. Nesse contexto, a educação pode contribuir para o desenvolvimento cultural, social
e político dos homens, e dessa maneira se constitui como meio de transformação da realidade.
PALAVRAS-CHAVE
: Concepção. Contemporâneo. Materialismo.
RESUMEN
: El objetivo de esta investigación es presentar la concepción de hombre
contemporáneo por el sesgo materialista histórico-dialéctico, de modo a comprender la
representatividad como ser humano que ese sujeto ejerce en la sociedad actual. El
materialismo histórico-dialéctico cree en la formación humana del sujeto mediada por las
relaciones sociales en el trabajo, lo que interfiere en su concepción de mundo y en el modo de
actuar en la transformación de la sociedad, siendo así, conocer la concepción de hombre
contemporáneo permite al investigador concebir cuáles sujetos se están formando para actuar
en la sociedad, así como comprender sus acciones mediante la realidad. La investigación
bibliográfica tiene su base en la historicidad de la filosofía de la educación y en los estudiosos
más representativos de cada período histórico con énfasis para los estudiosos del materialismo
histórico dialéctico, pues se defiende la tesis de que las relaciones sociales en el trabajo
permean y constituyen el pensamiento de los hombres, para interferir en el proceso histórico
de desarrollo humano. Las lecturas permiten concebir al hombre como ser social, y por eso
influenciado e influenciador de los cambios en la sociedad. En este contexto, la educación
puede contribuir al desarrollo cultural, social y político de los hombres y de esa manera se
constituye como medio de transformación de la realidad.
PALABRAS CLAVE
: Concepción. Contemporáneo. Materialismo.
Introduction
In the philosophical trajectory of man, the search for timeless questions: "What is the
meaning of life? What is the origin of the world and of the human being? What is being?",
through the use of scientific basis, aiming to break with the knowledge acquired through
mythological answers, grounded the philosophers of Antiquity, Socrates, Plato, and Aristotle,
mainly, in the incessant search for truth. In the Middle Ages, St. Augustine and St. Thomas
Aquinas were the main philosophers who led the questioning, and this movement was based on
the religious bias, in which God would be the ideal way to know the truth. In modernity,
knowledge was constituted as the great question to be revealed to men, and, in short, the use of
reason was the way to conquer it, according to the great philosophers of this period, among
them Bacon and Kant.
In contemporary times, there are several theories and philosophical currents responsible
for understanding man and tracing paths that point to possible answers to the questions of
human existence and man's role in the meantime. Aiming at understanding contemporary man,
this research sought to present the conception of contemporary man through dialectical
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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historical materialism, in order to understand the representation as a human being that this
subject exerts in today's society.
To this end, the first section made a historical review of the main conceptions of man
formulated by the main philosophers in each period of Philosophy of Education, from antiquity
to the present day, in order to show the changes in thoughts and in the role of man in these
societies. In the second section, the discussion started with the presentation of contemporary
philosophical currents and focused on the considerations of materialist theorists about the role
of man in the contemporary world, in order to constitute a conception of man.
Conception of Man in the Philosophy of Education
When proposing the historical rescue of man it is necessary to consider, before making
hasty evaluations, the historical context of each thinker, the needs experienced by society in
each period, and the attempt of each scholar to understand that political, economic, and
existential moment, as well as the thoughts developed by them to solve the concerns of a people,
even if the reflections concern universal existential conditions to meet the needs of particular
subjects.
In view of this complexity, the research sought to contribute to a broader vision of the
human anxieties of each period, as well as to the development of thoughts that culminated in
theories to solve them. In this research, only the most illustrative scholars and the most relevant
approaches were presented, leaving to other researches the deepening in each selected period
and its respective analysis.
Traditionally, the history of philosophy is divided into four periods: Antiquity, Middle
Ages, Modern and Contemporary Ages; this division aims at the organization and
understanding of the most relevant thoughts of each period. The classification of the periods
represents the sagacity of some scholars in breaking with paradigms and establishing advances
in the sciences. This process results in the emergence of new periods. To do this, thinkers need
to perceive the needs of society, satisfy particular anxieties, and tie them to the general
restlessness for knowledge.
It can be considered that this process translates a large part of human development, by
advancing in the sense of humanizing man; however, it is historically noticeable that the
opposite often occurs. In this research, to become human goes beyond the biological sense, as
it encompasses the cultural sense that, in this research, surpasses the physiological one, so as to
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
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characterize the human as the being who possesses empathy and the desire to carry out the
movement of searching for improvements for the collective.
In ancient times, men, at first, were guided by mythological knowledge. Mythical
narratives guided human actions, since they provided answers to man's questions. In the
classical period of Greek philosophy, studies were based on ethical and political questions of
human life. The democratic constitution of this period required thinkers to question what was
just and unjust, and thus the most important question was the problem of truth. The discussions
held by the Athenian thinkers resulted in differences of opinion, which led the sophists to
imagine that truth did not exist, that it was relative, subjective and partial. For Socrates, human
speech was so full of ambiguities and contradictions that it was impossible to know the truth,
however, the conquest of truth was sought through the use of reason (VASCONCELOS, 2012).
Still in antiquity, Plato and Aristotle conceived the problem of truth in a different way.
For Plato, the world is divided between things and ideas. Things are transitory and imperfect;
ideas are eternal and perfect. In the case of man, for Plato there was the division between soul
and body, the soul being eternal and the body being mortal. The soul, as the dominant being,
should guide human actions, so reason prevails, being contrary to human impulses. Thus, for
Plato, truth was in the world of ideas. For Aristotle, there was a division between body and soul,
with the soul being more important; however, the Greek philosopher disagreed with the
conception of the world of ideas. For Aristotle, reality is what we know through the senses and
ideas are in the human mind. This position differs from Platonic idealism, the constitution of a
separate world for the ideas. Aristotle considered that even though the ideas were particular,
there was a universal essence, thus, to appropriate the ideas would be to know the essence of
things, of what remains even with the changes that are in the field of appearances (VERNANT,
1972).
It can be seen that the Greek man sought the truth through the use of reason, so that the
citizen could act in a meaningful way in life, discussing in a democratic way the issues that
afflicted a society conducted by law, by politics "[...] it is on the political level that Reason, in
Greece, was expressed, constituted and formed" (VERNANT, 1972, p. 103). Due to this way
of acting, being public life considered by the Greeks the main activity, man as a subject was
not separated from his role as a citizen. The development of the concepts of philosophy that
emerged in this period was not based on experience, but on the construction of a logic for the
phenomena. Language acted in this period as an instrument of the debates, speeches, and
conducts of logic, and the main activity of the Greeks was the relations among themselves.
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
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In the Middle Ages, Christianity influenced the thinking of society, often being
responsible for preventing free philosophical reflection. While for the Greeks reason
differentiated us from animals, and was therefore considered a superior stage of man, in
Christianity truth came from someone, from a being superior to men, which would be God. For
the medieval man, human sin made reason and, consequently, truth, impossible; therefore, it
can only be known through faith. In this context, it is possible to find philosophers who give
prestige to Aristotle's thoughts, making a mix between man's use of reason and faith as the
intercessor of learning, as well as those who totally disregard the Greek philosopher's thought
and believe in faith as the only means of learning. In this way, God is the provider of learning.
In short, Thomas Aquinas followed the path of believing in the junction of Aristotle's teachings
and the Christian faith and St. Augustine would be the representative of the exclusive teaching
by faith; thus, the role of man was a passive being guided by faith, having as its main activity
the search for truth through religious studies (OLIVEIRA, 2007).
The thought in the Modern Age turned to the knowledge of the truth through reason,
however, this reason was characterized by being more investigative, far from the natural
tendency of reason to the truth as believed by the Greeks, being this distrust the fruit of
Christianity's questionings. One of the first movements of this period was naturalism, whose
greatest representative was Jacques Rousseau. For this thinker, man is born good and society
corrupts him; to avoid this situation, which could be irreversible, the philosopher suggested a
return to the natural environment, away from the artificial world that is civilization. For
Rousseau, it was necessary to promote the return to the human essence, to the development of
the senses, after this period of education, of diverse experiences, man would be prepared to
distance himself from the vices present in civilized society (DE PAIVA, 2007).
The passage from the Medieval to the Modern world is marked by the dispute for power
between the church, the nobility and the bourgeoisie. In this context, there were several
revolutionary movements, starting with the Enlightenment, which consisted of philosophers
criticizing the absolutist monarchical regime. One of the main critics of this period was Voltaire.
This philosopher supported French social reform, with criticism of the Catholic Church and the
absolutist monarchy. In education, Voltaire was against traditional teaching, distant from
reality, in defense of a more practical education. The more critical position of reason led to the
emergence of two trends in the Modern Age, rationalism and empiricism. Rationalism believed
in the movement of deduction to reach pure reason. Empiricism, on the other hand, used
experience as the predominant factor of reason, through the inductive method. René Descartes
is one of the philosophers representing this historical moment as a rationalist. For this
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
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philosopher, ideas are born with man and manifest themselves as the individual develops, with
thought being the essence of the human being; thus, material aspects would be disregarded in
order to obtain the truth (RUSSEL, 2002).
As an opponent of rationalist thought, Francis Bacon stressed the importance of
experience to constitute reason, which is why he was considered a positivist. What brings Bacon
closer to his Christian predecessors is the fact that this philosopher considered the existence of
obstacles to the attainment of reason, called prejudices, in the sense of preconceived ideas that
drive away the reality of facts. However, prejudices are not insurmountable, they occur when
we take as truth what the senses present us; when we believe in what is passed on by education;
when we trust the authority of those who affirm something and when we do not understand the
meaning of words. Therefore, the search for truth with the use of reason should be an exercise
of investigation with the use of experience, which provides the data for the confirmation or
refutation of phenomena (VASCONCELOS, 2012).
Other philosophers who marked positivist thought were Auguste Comte and Hebert
Spencer. Comte was one of the first proponents of positivist thought. For this philosopher,
constant human evolution occurs through three stages: theological, metaphysical, and positive.
In the theological stage, the individual searches for supernatural explanations, which are
gradually rejected, and become metaphysical situations, in other words, related to the nature of
things themselves. The last stage would be the positive, embodied by scientific explanations
arising from experiments that establish laws for observations. In Spencer's case, his contribution
can be observed in the combination he made of Comte's ideals with Charles Darwin's theory of
natural selection. The objective of this philosopher was to create a theory in which he could
integrate the physical, mental, and social phenomena, and for this reason he joined to his
thoughts, besides Comte and Darwin, the teachings of John Stuart Mill's psychology related to
the association of ideas. The functionalist current, led by Émile Durkheim, can be considered a
development of positivism. This current advocated that social facts should be studied as things,
in the same way that one analyzes a phenomenon in other disciplines. Another contribution of
Durkheim to this period was to consider the influence of the social environment in the
individual's life, thus learning would come from the environment in which one lives (RIBEIRO,
2017).
In the Modern Age, reason sought to establish universal laws with the use of particular
experiences, in the case of empiricism, and at the same time rationalism believed that pure
reason would bring universality to knowledge; however, the two currents could not achieve
universality in a coherent way. To try to remedy this need, Immanuel Kant, another modern
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
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philosopher, analyzed both currents and pointed out their errors. For Kant, the first error of
rationalism was in believing that truth was only in the subject, and of empiricism in believing
only in the object. For the philosopher, knowledge involved two elements: the subject and the
object in a combined action in which both act, the subject universalizing knowledge and the
experience with the object renewing it (KANT, 2005).
For some critics, Kant comes close to denying the existence of the object, since he
considers it known by the subject. This fact is attributed to the emergence of idealism by the
philosophers Johann Gottlieb Fichte and Georg Wilhelm Friedrich Hegel. For Hegel,
knowledge was first idealized in thought and then acted upon in reality. Karl Marx opposes the
idealists, because for him reality is what allows the development of thought; it is the concrete,
the material that will transform consciousness. It can be seen that, for modern man, the search
for truth is again based on reason; however, the search is divided into those who search by
deduction and those who search by induction. Man's role in this period is marked by the search
for knowledge. In the clash between the ideal and the concrete, the thought of contemporary
man emerges, and its main representatives and theories are expressed in the next section.
Considerations of the philosophy of education for the contemporary man with emphasis
on the dialectic materialist approach
Dialectical Historical Materialism has as its object of study the real movement of
bourgeois society. Karl Marx, the greatest representative of this theory, wanted to understand
the process of formation of capitalist society. The investigations of this process culminate in
the importance of work for human development, with social relations in the activity being the
great driver of the transformations of human thought. The development of this theory, in the
contemporary age, sought to respond to the yearnings of a society fragmented by the
exploitation of work.
The movements of the Industrial Revolution removed man from the land and from craft
activities, and he was faced with the need to seek survival through degrading work in factories.
In this context, the search for answers by philosophers and scholars of the time culminated in
several theoretical currents, namely: dialectical historical materialism, phenomenology,
existentialism, structuralism, pragmatism, and analytical philosophy.
Dialectical historical materialism has Karl Marx and Friedrich Engels as its referential
thinkers. For these philosophers, society was alienated by the capitalist system of production,
by selling labor power in an attempt to survive. Alienation arises at the moment in which the
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
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value of labor is lower than the value for the purchase of the objects produced, thus constituting
a movement in which the worker is always in a situation dependent on the merchandise. In
dialectical historical materialism, the intentionality is to recognize the contradictions present in
the society divided into social classes, in order to transform alienated beings into citizens aware
of their role as subjects, seeking the totality of knowledge and developing the human being. To
this end, Marx and Engels believe that the capitalist system should collapse in favor of
socialism, in which the State and the division of classes would end (MÉSZÁROS, 2007).
At the opposite of dialectical historical materialism, which believed in the incapacity of
freedom due to the manipulation of the system by the bourgeois class, are phenomenology and
existentialism. In phenomenology, mental acts are subjective, so an objective method of
analysis is sought for the observation of phenomena. The description of the experiences would
be a path to be followed by this current, for which the concept of intentionality of the subject is
rescued, the one who wants to know the object for which the investigation occurs.
Existentialism was born in the turn of the 19th to the 20th century, the human being desired
freedom, and through his choices, to make himself, build his paths, the destiny of each subject
depended on his actions. At the same time that existentialism shows itself to be liberating, it
has a pessimistic view of existence, since its greatest representative, Jean Paul Sartre, considers
that human life is not worth living. The disbelief in God or in any other entity that can interfere
in human behavior makes the followers of this current believe that there is full freedom of
choices. However, Sartre himself is wise to state that the figure of the other is a problem to free
choice, affecting a certain disagreement with the principles of the liberating movement of being,
i.e., to what extent are we really free to choose our paths? (VASCONCELOS, 2012).
In contemporary times, different thoughts coexisted, among them structuralism,
pragmatism, and analytical philosophy. The structuralism that had its beginning in Ferdinand
Saussure's studies in the field of linguistics was followed by other fields of science. In
philosophy, Michel Foucault sought to analyze the structures of power, as well as the myth of
progress. For this thinker, the evolutions that occurred were of concepts that were understood
only by those who were part of that discursive formation. In the meantime, Foucault became
known as a philosopher who sought the archeology of knowledge, studying the depth of
concepts, as well as the structures related to the object, fact or phenomenon, by considering that
truth is relative, and freedom minimal (PINTO, 2002).
In Pragmatism, philosophers believe that truth is not attainable by the human intellect,
since it is impossible to place ourselves outside our context, that is, to detach ourselves from
the reality in which we participate is an improbable act. In this way, when faced with the same
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
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situation, values and beliefs interfere with human positioning in such a way that we take
conflicting actions. For John Dewey, the main representative of this current, the problems of
life should be treated scientifically, thus, at school, the investigation procedure starts from the
principle of raising hypotheses for the solution and the search for experience to solve them
without disconnecting the student from democratic education. In the case of analytic
philosophy, the great emphasis is on questions of language. For Wittgenstein, thought and
language are inseparable. The importance of speech, in this philosophical current, considers
orality not only as a means to disseminate ideas, but as a way of acting in the world. Thus, the
context in which the speech is made interferes with the meaning of words, so it deserves
attention the contextualization for the interpretation of facts (VASCONCELOS, 2012).
It is perceived that contemporary man seeks to break with the dominant paradigms that
surround knowledge, thus questioning the truth in order to meet the particular and universal
needs. The complexity in which man is inserted makes it difficult to have a more accurate look
at the adversities that surround him, which makes it impossible to determine absolute truths,
and to believe in the relativization of being. Therefore, in the analysis of the contradictions
present in reality, it is possible to realize that history and the activities carried out by men can
indicate better ways to compose a conception of contemporary man.
The dynamics of contemporary society is considered by Vigotski (1930) to be divided
into different social classes, composed of a heterogeneous set of people, their differences being
influenced by the work they do.
[...] and not only the workers, but also the classes that exploit them - directly
or indirectly - are enslaved by the instruments of their activities, as a result of
the division of labor: the bourgeois, frightened by capital and greed for profits;
the lawyer by the ossified legal ideas that govern him as if he were an
independent force; "the educated classes," in general, by their local, particular
and unilateral limitations, their physical deformities and their spiritual
myopia. They are all mutilated by the education that trains them for a certain
specialty, by lifelong slavery to that specialty, even if that specialty is to do
absolutely nothing [the most absolute lassitude] (VIGOTSKI, 1930, p. 3).
In the excerpt cited, the Russian psychologist describes the division of labor in
contemporary society and the degradation of beings enslaved by exhausting work, especially
the proletariat, but also those who submit themselves to the slavery of capital, to the dependence
on money, which is synonymous with life.
For Vigotski (1930), the division of labor, which at first sectioned the human being by
disabling him from having access to the global dynamics of production, producing beings
dissatisfied with their activities, with the development of the capitalist system produced changes
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
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in the work, requiring from the subject greater mobility and multifunctionality. The worker
doesn't need to know the process as a whole, but to master several reproductive activities that
require speed in their execution, besides demonstrating agility in managing and interlacing the
different needs, so that the capital gains are greater, as Vygotsky (1930, p. 5) alerts us when he
says
[...] the end of the bourgeois epoch constitutes a remarkable antithesis to its
beginning. If at the beginning the individual was transformed into a fraction,
a performer of a fractional function, a living extension [appendix] of the
machine, then, at the end, the demands of industry itself will require a fully
developed person, with elastic plasticity, and who will be able to modify the
social forms of labor, to modify the ordering of the social production process,
and finally to control it.
The Russian psychologist's considerations about the transformations of capitalist society
were confirmed in the current bourgeois society, when it is possible to observe the current
knowledge requirements for the inclusion of man in the labor market.
Thus, the conception of contemporary man from the materialist perspective needs to
take into account the influences of social relations since childhood, because the changes that
take place in this throughout the subject's development directly affect consciousness, and
consequently human behavior. The literary critic, philosopher, and sociologist Walter
Benjamin, in his work
The Storyteller
, discusses the death of the culture of the narrator. In this
work, Benjamin says that "people who know how to narrate properly are increasingly rare"
(BENJAMIN, 1986, p. 197). The culture of telling and retelling stories to family members, of
life passages, or even of legends permeated by the culture of a people, is practically extinct.
The art of telling, for this author, is present in the wisdom of simple peoples, and for this reason
the importance of orality, an essential action of the art of telling, as well as of the listener, since
the memorization of those who listen to the story enables the reproduction of the fact, and this
is an essential cycle for the maintenance of narrative. According to Benjamin, the written novel
contributed to the narrator's annihilation process, just as the information text of immediate
reproduction produces the death of characters, of the immediacy in which mankind finds itself
today.
For the English historian Eric Hobsbawn, in his book
The Age of Extremes
(1995), the
context of the 20th century went through three major transformations: the catastrophe, the
golden age, and the collapse. In short, in the catastrophe, man is involved in the great wars,
which were based on the interests between the great powers, on land and economic competition.
The golden age, for the historian, represented the moment in which developed capitalist
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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countries invested in social welfare policies, in the public sector, focused on social issues, even
if the objective was economic recovery, as in the case of the United States with the stock market
crash in 1929: the investments were positive for society. In socialist countries, on the other
hand, there were policies of income redistribution. The collapse came with the fall of the
socialist system of the Union of Soviet Socialist Republics (USSR), which had internal
problems and capitalist competition, largely due to the elasticity of capital, which was more
present in the capitalist economy, that is, capital with greater adaptability to market contexts.
According to the historian, after the third phase, the subjects started to live with the dominion
of capital over human life.
In this context, Mészáros (2007) considers that education is the means through which
the capital's self-alienation can be mitigated, because for the philosopher, learning is life itself,
that is, it assumes the role of a guide to the human being throughout its development process.
According to this author, through education it is possible to produce the social conscience that
refutes the domination of capital, in order to break with the capitalist cycle of internalization.
In the work
The Challenge and the Burden of Historical Time,
Mészáros (2007) defends a
greater attention to the internalization process, in which the capitalist system seeks to instill in
the subjects as essential to the maintenance of the capitalist system: the refutation work of this
cycle seeks to overcome the worldview restricted to the capital to produce in man an
emancipating vision of the subject, so that work fulfills its vital function, that of man's fulfilling
activity.
Sánchez Vásquez (2011) recalls Marx's considerations for the definition of society, by
recalling that society is a product of the reciprocal action of men, and, therefore, considers
social relations essential in the formation of the conception of man. In this way, today's society
cannot belittle social relationships as triggers of psychic development itself, as Duarte (2016)
warns us in the work
The school contents and the resurrection of the dead
. When analyzing the
influence of work, culture and school contents in favor of human development, the educator
considers that “[...] the more he is able to rationally a
nd freely conduct his psychological
processes through incorporation, to the mental activity, of human psychic experience embodied
and synthesized in culture. In this way, man is the producer and fruit of his activity.
In the same line of thought, Sánchez Vázquez (2011), in the work
Philosophy of praxis
,
alerts to the fact that human relationships are objective and therefore mediated by man's desire,
even if unconsciously sometimes, such as those produced through capital, hence the importance
of relationships being between people, and not between objects, distancing the subject from
learning, from the opportunity for transformation, to overcome adversities.
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Rosangela Miola GALVÃO and Sandra Aparecida Pires FRANCO
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Because the individual is a social being, relationships between men are not
reduced to intersubjective human relationships. Production relations are
certainly objective, social relations between men, regardless of how they
experience or know them. But men do not contract these relations as pure
supports or effects, but as concrete individuals, endowed with conscience and
will, even if a peculiar type of social relations such as capitalist relations of
production tends to make them mere supports or effects, and to make human
relationships simple relationships between things (SANCHEZ VÁSQUEZ,
2011, p. 344).
Sánchez Vásquez's concern with the conditions of human reproduction created in the
social environment is evident, with the relations between the social being, and the role of work
as a founding means of man, of the development of the subject. In this context, it is up to the
researcher to analyze the current structures of demand in the labor market, in the same way, to
observe the changes in social relations historically, in order to conceive possible analyzes of
the conception of man and contribute to the improvement of the subjects' conception of the
world. .
Final remarks
Thus, man has always sought answers to his existence, naturalism, positivism,
dialectical historical materialism, phenomenology, existentialism and structuralism are currents
in the philosophy of education that have contributed and contribute to this process. However,
in this walk, in the attempt to know himself, man is influenced by history and by the contexts
that led him to distance himself from nature and from man himself. Understanding the influence
of the Industrial Revolution, the culmination of wars and the behavior of man towards the Other,
the yearning to conquer freedom, can demonstrate evidence of the formation of contemporary
man. A subject who seeks to break paradigms, to question the different institutions that, until
now, were his references in life, his ideals of history.
In this context, the philosophical currents mentioned above seek to satisfy the feeling of
human anguish for freedom, preaching the break with old traditions, the turning to oneself. Such
attitudes produced in man a feeling of power over their lives, their destinies, their bodies. It is
noticed in the multiplicity of philosophical currents the absence of a guiding thread, in the
meantime, man sought in "having" to the detriment of "being" reasons for human existence.
For Campos (2018), between the real and the imaginary is what man really is and what is his
projection. However, man first needs to know himself in order to establish the conditions for
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Conception of contemporary man by the dialectical materialist bias
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v 17, n. 2, p. 1473-1486, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
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transformation and overcoming. In this way, one way of understanding contemporary man
would be to know who we really are, or even what has enabled us to be what we are.
The concept of contemporary man goes beyond individualized society, without utopias,
without the reflective character in relation to society with individual pleasure as man's ultimate
end, for an invisible man, by disregarding the real needs of subjects, of beings alienated by the
current capitalist system, which universalizes the desires of the ruling class, disregarding
particularities, historicity and the collective construction of knowledge.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.12659
Submitted:
09/06/2019
Revisions required:
17/12/2021
Approved:
28/02/2022
Published:
01/04/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação
Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva