image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267620CHARGE: GÊNERO MULTIMODAL NO LETRAMENTO DOS ESTUDANTES DO SEGUNDO CICLO DA EDUCAÇÃOFUNDAMENTAL TIRITA: GÉNERO MULTIMODAL EN LA LITERACIDAD DE LOS ESTUDIANTES DEL SEGUNDO CICLO DE LA EDUCACIÓN PRIMARIACARTOON: MULTIMODAL GENDERIN THE LITERACY OF STUDENTS OF THE SECOND CYCLE OF ELEMENTARY EDUCATIONElisângela Renata Tomaz DENARDIN1Angela Rita Christofolo de MELLO2RESUMO: O artigo publiciza resultados de uma pesquisa, realizada no âmbitodo Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), ofertado na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Sinop. A abordagem qualitativapautou-se nos princípios da pesquisa ação e no planejamento deuma Sequência Didática (SD), com o propósito de trabalhar o gênero charge, a fim de motivar os estudantes para a leitura e letramento dos gêneros multimodais. A SDfoi trabalhada em uma escola da rede pública, com estudantes do ano da EducaçãoFundamental. Aintervençãodocenterealizadasuscitoudebates e compreensões que propiciaram aos estudantesreflexões críticas, decorrentes da apropriação de diferentes níveis de letramentos, por meio do trabalho com o gênero charge. PALAVRAS-CHAVE: Educação fundamental. Gêneromultimodal. Letramento.RESUMEN:El artículo propone presentar los resultados de una investigación, realizada en el ámbito del Programa de Maestría Profesional en Letras (PROFLETRAS), ofrecido en la Universidad del Estado deMato Grosso (UNEMAT), campus de Sinop. El enfoque cualitativose basóen los principios de la investigación accióny en la planificación de una Secuencia Didáctica (SD), con propósito de trabajar el género exageración burlesca, para motivar los estudiantes para lectura y la alfabetización de los géneros multimodales. Se trabajó la SDen una escuela de la rede pública, con alumnos del 5º año de la educación primaria. La intervención docente realizada suscitó debates y comprensión que propiciaron a los estudiantes reflexiones críticas, resultante de la apropiación de diferentes niveles de literacidades, por medio del trabajo con el género exageración burlesca.PALABRAS CLAVE:Educación fundamental. Género multimodal. Literacidad.1Secretaria Municipal de Educação(SME), Lucas do Rio Verde MT Brasil. Professora de Língua Portuguesa. Mestradoem Letras (UNEMAT). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9991-0447. E-mail:eli.denardin@gmail.com2Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), JuaraMT Brasil.Professora Adjunta na Faculdade de Educação e Ciências Sociais Aplicadase Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Letras.Doutorado em Educação (UNIMEP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9732-6175. E-mail:angela.mello@unemat.br
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267621ABSTRACT:The article disseminate the results about a research, accomplished by the scope of the Masters Program in Languages degree (PROFLETRAS), offered by the University of the State of Mato Grosso (UNEMAT), campus of Sinop. The qualitative approach was guided in the principles of actionresearch and planning of a Didactic Sequence (SD), with the purpose of working in the cartoongender, to motivate the students for reading and literacy about the multimodal’s gender. The SDwas carried outin a public school, with students of 5th grade ofelemantary school. The teaching intervention accomplished generate debates and understandings that provide to students, critical reflection, resulting the appropriation of different levels of literacy, by means of working with cartoongender.KEYWORDS:Basic education. Multimodal gender. Literature.IntroduçãoO artigo publiciza resultados de uma pesquisa desenvolvida no âmbitodo Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), ofertado na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Sinop/MT. A dissertação defendida em fevereiro de 2019 trouxe resultados de uma intervenção realizada com o propósito de trabalhar com o gênero charge, a fim de motivar os estudantes para a leitura e letramento do gêneromultimodal. A Sequência Didática (SD) denominada “Charge no Letramento dos Estudantes no Processo Final da Alfabetização do Fundamental I: Gêneros Multimodais que permitem a Leitura além da Decodificação” foi trabalhada em umaescola da rede pública municipal,no município de Lucas doRio Verde, em Mato Grosso/Brasil, com estudantes matriculados em uma turma do ano da EducaçãoFundamental.Assim, a pesquisa ação teve como objetivo geralanalisar como o trabalho com a charge pode contribuir com a melhoria do nível de letramento e de proficiência em leitura de informações implícitas com estudantes do 5º ano. Em atenção a esse objetivo, várias ações foram realizadas. Primeiramente, mobilizou-seo interesse dos estudantes para a especificidade do gênero de criticar fatos atuais por meio do humor.Também se observou como osmecanismos linguísticos e visuais,presentes nessa composição verbo-visual, normalmente como uma crítica irônica, contribuipara uma melhor compreensão leitora de textos pelos estudantes do 5º ano.Por último, analisaram-se como as noções básicas de leitura trabalhadas em sala de aula possibilitaram aosestudantes realizarem interferências e estabeleceremrelação entre texto e contexto, no que concerne a função social da charge nocontexto histórico, político e social. O gênero charge não está proposto na matriz curricular doano da Educação Fundamental,ofertada na rede pública municipalde Lucas do Rio Verde. Por isso, esta
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267622pesquisa foi realizada neste ano da escolarização, com o fim deanalisar possibilidades de trabalho com estudantes menores, tendo em vista que as charges propiciam condições para se trabalhar com os objetivos e direitos de aprendizagem específicos, a exemplo da localização de informações implícitas.A intervenção realizada,por meio do planejamento de uma SD na perspectiva de Dolz, Noverraz e Schneuwly(2004), foi escolhida porque se compreendeu que a estrutura sugerida pelos referidos autores é considerada adequada para desenvolver o projeto de intervenção proposto, pois a sua orientação didáticapermite trabalhar, de forma mais aprofundada, as características e a função social de um determinado gênero textual, no caso desta pesquisa, o gênero charge. Charge: gênero multimodal e discursivo e sua contribuição no processo de reconhecimento da informação implícita e da apropriação da leitura proficienteOs Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1998)publicizaram que a funçãosocialda educação, no desenvolvimento das pessoas e das sociedades,ampliou-se ainda mais no despertar do novo milênio,e apontou para a necessidade de se construir uma escola com foco na formação integral, em atenção às exigências de um mundo em intenso desenvolvimento científico e tecnológico. Naera marcada pela competição e pela excelência, progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressam no mundo do trabalho. Tal demanda implica em uma revisão dos currículos, que orientam professores e especialistas em educação, responsáveis pelo letramento dos estudantes, com vistas a habilitá-los a ler e a produzir textos de todos os gêneros,com compreensão das suas características e funções sociais.Assim, é importante que os estudantes tenham conhecimento de que a charge é um gênero textual,cuja intencionalidade principal é fazer uma crítica por meio do humor. Por isso, as charges destacam-se pela criatividade e abordagem de temas da atualidade.Consoante ao contexto, Bazerman (2015, p. 23) afirma que “Gêneros não são apenas formas. Gêneros são formas de vida, modos de ser. São frames para a ação social. São ambientes para a aprendizagem. São lugares onde o sentido é construído”.Os gêneros organizam os pensamentos que se formame as comunicações por meio das quaisseinteragem. Gêneros são os lugares familiares para onde nos dirigimos para criar ações comunicativas,inteligíveis umas com as outras,e são, também,os modelos que utilizamos para explorar o não familiar.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267623Neste sentido, oeixo da discussão na Educação Fundamental centra-se, principalmente, no não domínio da leitura e da escrita pelos estudantes. Esta realidadeéresponsável pelo fracasso escolar que se expressa com clareza,nos dois funis em que se concentra a maior parte da repetência: no 1ºano e noano. No 1º, pela dificuldade de alfabetizar; no5º, por não se conseguir levar os estudantes ao uso apropriado de padrões da linguagem escrita, condição primordial para que continuem a progredir.(BRASIL, 1998).Em atenção aos diferentes níveis de conhecimento prévio, aorientação é que a escola valorize as diferentesáreas do conhecimento, para promover aaprendizagem,legalmente assegurada, enquanto direito de todos. Assim, espera-se que cada estudante seja capaz de interpretar os diferentes textos que circulam socialmente, assumir a palavra e produzir textos nas mais variadas situações e contextosao concluir a EducaçãoFundamental.O gênero textualcharge está presente nos principais jornais e revistas de informação geral que circulam no país. Refere-se a fatos ocorridos em uma época definida, em um determinado contexto cultural, econômico, político e social, portanto o conhecimento desses fatores é fundamental para que suas mensagens sejam compreendidas. Fora desse contexto, provavelmente perderão suas forças comunicativas. Justamente por esta característica, a charge tem um papel importante como registro histórico. Vale lembrar que, como texto de caráter humorístico, pode manifestar, também,preconceitos e visões de mundo de forma implícita. Em relação à escolha dos gêneros, considera-se que todos são bons enquanto recurso para o trabalho em sala de aula, mas a orientação é que se dê preferência àqueles de maior circulação social, ou aqueles que detêm maior complexidade, ou seja, os gêneros secundários. Com relação às divisões dos gêneros, Bakhtin (1992, p. 28) divide os gêneros em primários aqueles que ocorrem em situações cotidianas -e secundários que ocorrem em contextos comunicativos mais complexos”.Observa-se que para oautor, os gêneros exercemefeitosnormativos, pois funcionam como modeladores dos discursos, uma vez que em qualquer situação de interação verbal, os falantes recorrem a eles.Para tanta, exige-se diferentes habilidades de linguagem em que:[...] há necessidade de leitores não apenas do texto verbal, mas de uma gama de textos multimodais, ou seja, de textos que têm vários sistemas de linguagem (verbal + visual; verbal + audiovisual; verbal + gestual, etc.) em sua constituição. Pudemos constatar que a relação palavra/imagem mantém uma relação cada vez mais estreita, assim não havendo mais lugar para a velha concepção de letramento, que se detinha apenas à habilidade de ler e escrever (DIONÍSIO, 2005, p.159).
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267624Na concepção interacional dialógica da língua, os sujeitos são concebidos como atores construtores sociais ativos, que dialogicamente se constroem e são construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos interlocutores. Desse modo, há lugar no textopara que diferentes informações implícitas sejam lançadas. Nessa perspectiva, o sentido de um texto é dado na interação entre texto e sujeito. Por conseguinte, a leitura é uma atividade interativa altamente complexa,de produção de sentidos,que se realiza com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização. Todavia, para que as informações implícitas sejam lidas e compreendidas, um conjunto de conhecimentos precisa ser mobilizado no interior do evento comunicativo. Com isso, a leitura proficiente de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do códigolinguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo. Diante do exposto: Uma proposta de ensino/aprendizagem organizada a partir de gêneros textuais permite ao professor a observação e a avaliação das capacidades de linguagem dos alunos; antes e durante sua realização, fornecendo-lhe orientações mais precisas para sua intervenção didática. Para os alunos, o trabalho com gêneros constitui, por um lado, uma forma de se confrontar comsituações sociais efetivas de produção e leitura de textos e, por outro, uma maneira de dominá-los progressivamente (DOLZ;SCHNEUWLY, 1996, p. 41).A afirmação dos autores reforça a compreensão acerca da necessidade do trabalho com os diferentes gêneros textuaisem sala de aulas da Educação Fundamental. Conhecer as características dos gêneros, bem como suas funções sociais é de suma relevância, pois como destaca Bazerman (2006, p. 88),“a relação que cada texto estabelece com os outros textos à sua volta é chamada de intertextualidade”.Por outro lado, a análise intertextual investiga a relação de um enunciado com o seu oceano de palavras, como também o modo como tal enunciado usa essas palavras. Desse modo, pode haver várias razões para se analisar a intertextualidade de um texto. Daí a importância de se trabalhar com essa diversidade de gêneros textuais, uma vez que o reconhecimento intertextual demanda o conhecimento das especificidades de cada gênero e do contexto de produção.Como afirma Romualdo (2000, p. 47-50), as relações intertextuais do gênero charge “não são só visuais, mas também verbais. É que ele é, essencialmente, um texto polifônico, ou seja, constituído por várias vozes”.Diante disso, o leitor desse gênero textual,como destaca Magalhães (2006, p. 191), “deve ser um leitor atento, já que a história, a política e o humor se mesclam, manifestando a posição do chargista”.Como a charge não é um texto isolado, para
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267625compreender a informação, a opinião, o humor nela contidos, exige-se do leitor uma leitura ampla dos fatos que aparecem no suporte (jornal, revista, internet) em que a charge é veiculada. Abordagem metodológica: aspectos de uma pesquisa qualitativa pautada nos princípios da pesquisa-açãoComo afirma Thiollent (2008),na pesquisa-ação, a capacidade de aprendizagem associa-se ao processo de investigação, quase sempre relacionada ao contexto de pesquisa em educação.O fatodesse tipo de pesquisa permitir associar pesquisa-ação e aprendizagema destacana pesquisa educacional.Em atenção ao objetivo proposto, algumas etapas foram realizadas: identificação, por meio de observação in loco, do interesse do estudante para a intencionalidade específica do gênero; observaçãoe registro decomo os mecanismos linguísticos e visuais presentes nas charges composição verbo-visual, normalmente como uma crítica irônica, contribui para uma melhor compreensão leitora dos estudantes do 5º ano; análise de como a charge trabalhada em sala de aula possibilita que os estudantes realizem interferências e estabeleçam relação entre texto e contexto, no que concerne àfunção da charge no contexto histórico, político e social.É importante destacarque em cada situação proposta em uma pesquisa-ação, o pesquisador e os demais participantes podem redefinir o caminhoa serseguido, e,no caso desta intervenção,o planejamento inicial da SDfoi apenas um ponto de partida. Mesmo porqueesse tipo de planejamento é flexível, como qualquer outro, há sempre um reorganizar nas propostas, e isto aconteceu em diversos momentos no decorrer daintervenção, quando as aulas previstas parasetrabalhar determinados módulos da SD não foram suficientes,sendo necessária a reorganização das atividades. No decorrer da realização da intervenção, as observações, assim como os episódios vivenciados junto aos estudantes,foram registradas em um caderno de campo(CHARLON, 2010). As informações registradas compuseram o corpusde análise, partes destas, apresentadasnos próximos itens.O trabalho pedagógico com sequências didáticasPara trabalhar um gênero de forma adequada é preciso conhecer suas características, como também a compreensão que os estudantes possuem acerca da aprendizagem do mesmo. Isso é necessário para que a SD seja planejadade maneira que não fique nem muito fácil,
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267626porque a ausência de desafios poderá desestimular os estudantes, nem muito difícil, porque também poderá desencorajá-los a iniciar o trabalho e envolver-se com as atividades.De acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p.97), a SD é umplanejamento de aprendizagem que compreende “[...] um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um gênero oral ou escrito [...]”, cuja principal finalidadeé a de ajudar o estudante no melhor domínio sobre as características de um gênero específico, permitindo-lhe, assim, uma maneira mais adequada de falar ou escrever em uma dada situação de comunicação. Neste sentido, a SD apresenta uma estrutura básica que compreende: a apresentação da situação; primeira produção; módulos e a produçãofinal. Ainda de acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 97),para que haja umasignificativa aprendizagem é preciso um ensino sistemático, que permita ao estudante explorar, experimentar, reorganizar informações e conceitos, com vistasà conquista de novas aprendizagem. Daí a relevância de se trabalhar com esse planejamento na intervenção em sala, pois ao organizar umaSD, o professor poderá incluir atividades diversas como leitura, pesquisa individual ou coletiva, aula dialogada, produções textuaiseaulas práticas. A SD, na perspectiva dos referidos autores, visa trabalhar um conteúdo específico, um tema ou um gênero discursivode exploração inicial até a formação de um conceito, uma ideia, uma elaboração prática, uma produção escrita. O que propõe Dolz e Schneuwly (1996),é que o professor,ao longo do ano letivo, escolha como objeto de ensino vários gêneros com características composicionais, sociodiscursivas e linguísticas, relativamente diferentes entre si, pois, assim, contribuipara queos estudantes realizem diferentes operações de linguagem e se apropriem de diversas práticas de letramento. Dessa forma, terão a oportunidade de refletirem sistematicamente sobre gêneros semelhantes e diferentes entre si no decorrer da sua escolaridade. Desenvolvimento da sequência didáticaO desdobramento da SD planejada aconteceu de abril a julho de 2018, ocasião emque foram trabalhados a produção inicial, os cinco módulos e a produção final. As intervenções, com duração de duas horas semanais, aconteceram àssegundas-feiras,porque nesse dia estava disponível o Laboratório de Informática e a assistente para colaborar. Mediante a extensão da intervenção realizada e os limites de páginas do artigo será descrito apenas o trabalho realizado no módulo IV, que foi o mais longo, e a produção finalda SD trabalhada.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267627Módulo IV: Possibilidades de leituraO quarto módulo foio mais extenso de todos, durou um mês e necessitou do dobro de aulas planejadas.Com um projetor de imagens trabalhou-se em sala de aula ascharges:Figura 1 Charge 1Fonte:Chirlam (2013)Ao apresentar acharge1, propôs-se aos estudantes que observassem por alguns minutos, em seguida foram feitas algumas perguntas: Qual o tema dessa charge? Qual é o contexto-histórico social em que se insere esse fato? Porque a professora não tem coragem de dizer a nota para o aluno? Explique como você chegou à conclusão. O que produz o efeito humorístico nessa charge? A discussão foi finalizada comum debate acerca da realidade social representada, os fatores e condições que provocaram essa situação e o que poderia ser feito para diminuir a violêncianas escolas. Especialmente na apresentação desta charge, na discussão sobre o tema abordado, os estudantes participaram de uma roda de conversa e tiveram dificuldade para identificar o tema. Após a pesquisadora comentar a temáticada charge, identificaramque se tratava de violência. Ao fazer a pergunta em que contexto se apresentava a charge, ficaram em silêncio, mas ao explicar o que era contexto e os diversos contextos existentes, identificaram que se tratava do escolar, pelo fato de aparecer uma professora, um estudante, carteira, nota, prova. Contudo, umestudante atentou-se à frase no altoda charge “violência nas escolas”. A conversa continuou em relação à violência ser um fato nas escolas, discutiu-se sobre a épocaemque o professor era uma autoridade, o respeito que lhe era atribuído, e como está a situação na atualidade. Neste processo, o diálogo se constituiu como um importante recurso
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267628ditico, pois promoveua interação,aspecto importante,mesmo por que“[...] para o processamento textual, recorremos a três grandes sistemas de conhecimento: conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico e conhecimento interacional” (KOCH;ELIAS, 2006, p. 39-40), neste caso, viabilizados por meio do diálogo.Ao abordar o gênero charge com o5ºano, observou-se quea dificuldade dos estudantes perpassavapelos três eixos de conhecimento.Quanto ao conhecimento linguístico,os estudantes tiveram dificuldades de compreender o significado de algumas frases destacadas nascharges, principalmente durante as pesquisas feitas na sala de informática, para obter um contato maior com o gênero. Em relação aoconhecimento enciclopédico, conhecimento de mundo que éum dos fatores que interferem na produção de sentido, os estudantes tiveram dificuldades, principalmente em ler as charges que abordavamquestões sociaisepolíticas. Também o conhecimento interacional,que é o conhecimento sobre as ações verbais,isto é,formas de interaçãopor meioda linguagem, os estudantes tiveram dificuldades para entender, principalmente, as mensagens que representavam o cenário político do país. Diante das dificuldades apresentadas, a intervenção da pesquisadorase fez necessária.Em todos os módulos se esforçou para trabalhar as dificuldades apresentadas pelos estudantes com vistas a superá-las. Entretanto, é importante destacar que tais dificuldades fazem parte do processo de escolarização formal, pois não é fácil apropriar-se detodas as áreasdo conhecimento, mesmo por que:[...] o conhecimento linguístico abrange o conhecimento gramatical e lexical. Com este conhecimento, podemos compreender a organização do material linguístico, na superfície textual; a seleção lexical adequada ao tema ou aos modelos cognitivos ativados. O conhecimento enciclopédico, ou de mundo, são conhecimentos alusivos às vivências pessoais e eventos espaço-temporalmente situados, permitindo construção de sentidos. Já o conhecimento interacional,refere-se àsformas de interação por meio da linguagem e engloba os conhecimentos: ilocucional; comunicacional; metacognitivo; superestrutural (KOCH;ELIAS, 2006, p. 40-45).Prosseguindo com a leitura das imagens contida na charge, a professora questionou aos estudantes como estava vestido o aluno, o que ele portava em sua mão, bem como a expressão facial do estudante. Também questionou o fato de a professora, por estar de costas para o estudante, não mostrava a expressão do seu rosto, mas o balão expressava o seupensamento: “Meu Deus eu não tenho coragem de falar a nota dele”. As discussões em sala sobre essa chargeforam produtivas, os estudantes participaram ativamente, ora com a intervenção da professora, ora tirando suas próprias conclusões a respeito do queestava sendoprojetado no quadro. Concluíramque a professora não tinha
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267629coragem de dizer a nota para o estudante por conta da expressãode violência estampada no rosto dele. O efeito humorístico da charge estaria na figura da professora, uma autoridade dasala de aula, com medo de dizer a nota aoestudante. Discutiu-se,então, a atual realidade social, representada na charge. Assim, questionou-se que fatores provocam essa situação e o que poderia ser feito para mudar essa realidade. As contribuições dos estudantes surpreenderam a professora pelo nível de maturidade apresentada nas discussões. Percebeu-se que muitos estudantes apresentaram um bom entendimento da situação apresentada na charge, ao teceremcomentários pertinentes de reportagensassistidas na televisão, ouconversas que tiveram com os pais e familiares sobre a violência nas escolas, em que os pais destacaram que,em sua época de estudante,professor era autoridade e tinha-se muito respeito para com os professores. Os estudantes também destacaram que a violência escolar não faz parte do cotidiano da escola em que estudam.Figura 2 Charge 2Fonte: Acervo O Globo s/dAinda neste módulo foi trabalhada a charge 2. Para apresentá-la utilizou-se o mesmo recurso e a estratégia de projetá-la no quadro, de deixá-la exposta para a visualização e discussão das questões propostas. Ao questionar em que contexto se passaria esta charge, alguns responderam contexto escolar, por causa da visualização da professora, do quadro e do aluno. Com isso, discutiu-se que não se deve levar em conta, ao definir o contexto, apenas o aspecto visual, reforçou-se que também é recomendado analisar o texto verbal.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267630Após esta discussão e intervenção da pesquisadora, alguns estudantes concluíram que seria um contexto político. A dificuldade dos estudantes em identificar ou reconhecer o contexto de produção fez pensar que a escolha do gênerocharge fora inadequada para se trabalhar com o 5ºano. Contudo, a defesa é de que esse tipo de gênero seja trabalhadonos anosiniciais,pois os estudantes têm o direito de reconhecer suas características, função social e aprender a interpretá-lo.Mesmo com as dificuldades dos estudantes, prosseguiu-se com o trabalho planejado para esta segunda charge. Então, após concluir que o contexto de produção da charge era o político, explorou-se as linguagens contidas na charge, primeiramente lembrou-se que este é um gênero multimodal porque possui linguagem verbal e não verbal,e que ambas são importantes para a compreensão da leitura. Ao se trabalhar os elementos extratextuais contidos na charge, observou-se que as dificuldades de compreensão dos estudantes acentuaram-se. Diante da observação, insistiu-se na explicação vocabular utilizada,pois uma das dificuldades apresentadas pelos estudantes nasavaliações externas se refere àincompreensão do que está escrito. Neste sentido, Kleiman(2007)destaca que as práticas sociais passam a ser o objeto estruturante da aprendizagemda língua materna. Isso implica assumir aspectos sociais de escrita, leitura, oralidade e escutasobre o conteúdo a ser ensinado. Nessa perspectiva, devem-se apresentar textos significativos aos estudantes, considerar o estudante como sujeito do discurso, portador do texto, que participa de eventos de letramentos, realiza práticasque dependem da língua, mesmo antes de entrar na escola. Destaca,ainda,que na escola onde predomina a concepção de leitura e deescrita como competências, concebe-se a atividade de ler e escrever como habilidades que devem ser desenvolvidas progressivamente,até se atingir a competência leitora e escritora ideal. Assim, a partir do momento em que o letramento do estudante é o objetivo da ação pedagógica, o movimento será da prática social para o conteúdo, nunca o contrário.Os elementos extratextuais contidos na charge trabalhada referiram-se àimplicitude dos fatos, o que não foi dito, mas faz parte do textoecomplementa a compreensão. Não foi fácil exemplificar aos estudantes esses elementos. Ao questionar porque o estudante respondeu desta forma, permitiu melhor explicar a presença dos elementos implícitos em um texto. Para esse elemento ser inserido em um gênero textual, demanda conhecimento do contexto político explicitado na charge por parte do produtor. As intervenções da professora permitiramque as discussões fluíssem em torno da pergunta: qual a intenção da professora ao perguntar “Quem éo sujeito da oração”? Os
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267631estudantesdo 5ºano ainda não estudaram sujeito e predicado, essesconteúdos sãotrabalhadosa partir do sexto ano, por isso a dificuldade de compreender e discutir a charge. Por fim, perguntou-se aos estudantes o sentido da charge na atualidade, o momento político atual com o descrédito dos eleitores na melhoria das conjunturas sociopolítica e econômica. Esses aspectos foram discutidosjunto aos estudantes, mas com pouca participação deles. Alguns arriscaram contribuir com as impressões e comentários que escutaram em casa, o que pensam sobre honestidade, o que se discute em suas casas e o que poderia ser feito para melhorar a condiçãoatual. Observam-se que os PCNs mencionam que para formar leitores e escritores competentes em sala de aula, o professor deve incentivar os estudantes ase defrontarem com as reais questões que a escrita coloca,conforme as circunstâncias nas quais os textos foram produzidos,incentivá-los a arriscarem e procurarem escritores e leitores mais experientes, isso fará com que possam melhorar o seu desenvolvimento(BRASIL, 1998). Ressalta-se, contudo, que oprofessor temimportanteresponsabilidadenas interões verbais e sociaisestabelecidasem sala de aula, que foi o que aconteceu neste módulo, paraque os estudantes pudessem compreender a situação retratada na charge, compreendero contexto, a ironiae assim discutir com os seus pares.Produçõesdos estudantes do 5º ano de umaEscola Municipal situada em Lucas do Rio Verde-MTEste item reuniu as produções dos estudantes do anode umaescolamunicipal situada na cidade de Lucas do rio Verde-MT. Após alguns meses de trabalho e todos os módulos planejados concluídos, todos os estudantespuderamcolocar em prática os conhecimentos aprendidos durante a intervenção. Esta produção final serviu de estímulo aos estudantes e àprofessora, com avaliação importanteem relação ao objetivo inicial proposto, de um nero que nunca foratrabalhado nesta turma e resultou em boas charges como produto final.O texto multimodal consiste em uma construção textual e na união de outros elementos de diferentes registros de linguagem. Os textos multimodais mais conhecidos sãoos que estão pautados na junção de elementos alfabéticos, linguagem verbal, e imagéticos, linguagem não-verbal/visual. A consolidação proficiente da leitura e interpretação de informações implícitas em textos multimodais, com vistas a valorizar a alfabetização e o letramento nos anos iniciais da Educação Fundamental, pode ser observadapor meio dasatividades realizadas.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267632Assim, ao se considerar osdiferentes níveis de conhecimentosprévios dos estudantes,foramtrabalhadosconhecimentos formais, em consonância às Orientações Curriculares (BRASIL, 1998),comvistas apromover a construção progressiva dos conhecimentos historicamente construídos, direito de todos os estudantes, durante os nove anos do Ensino Fundamental. Cada estudante respondeu às produções elaboradas de acordo com seus conhecimentos, bem comoproduziu novos. A seguir estão algumas produções dos estudantes, estas também estão disponíveis na página do Facebook da “Escola Municipalsituada em Lucas do Rio Verde-MT”.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267633Figura 3Produção Final: Charges produzidas pelos estudantes do 5º anoFonte: Acervo das autorasDe acordo com a concepção de Vygotsky(1984),práticas e formas culturais desenvolvidas, identificáveis como gêneros distintivos, discursivos, e a diferenciaçãodos mundos sociais e culturais, são lugares específicos de atividades que utilizam ferramentas cognitivas exclusivase sustentam diferentes linhas de desenvolvimento psicológico.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267634Indivíduos,ao aprender e interiorizar as formas culturais,as usampararegular sua percepção, pensamento e participação com os outros. Marcuschi (2008, p. 19), defineos gêneros textuais como “entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis de qualquer situação comunicativa”.Assim, os gêneros surgem como formas decomunicação, para atender a necessidadede expressão do ser humano, afeiçoadossob a influência do contexto histórico e social das diversas esferas da comunicação humana. Considerações finaisVisto que o letramento pretende, com a prática pedagógica, ensinar a escrita e as novas tecnologias da sociedade letrada,como uma das maneiras de possibilitar ao cidadão conviver nas diferentes esferassociais, as atividades realizadas com chargesem sala de aula permitiram suscitar debates e compreensões que propiciaram aos estudantesreflexões críticas, decorrentes da apropriação de diferentes níveis de letramentosconsolidados por meio do trabalho com o gênero charge. Desta forma, ao término da intervençãodocentefoi possível reeditar anecessidadede se trabalhar com a diversidade de gêneros textuais que circulam nas diferentes esferas sociais e suas respectivas funções. Isso porque, ao passo que os estudantes compreenderam a função social de cada gênero, tiverammais facilidade para interpretá-los, e,consequentemente, para compreender o atual contexto sociopolítico e econômico. Mesmo porqueé direito dos estudantes aprender a ler as diferentes linguagens utilizadas na composição dos infinitos gêneros textuais, como a linguagem verbal e não verbal,o movimento, as imagens, os sinais, e os diferentes signos do mundo moderno, que combinaram textos multimodais com movimentos e imagens que complementaram e ampliaram a compreensão da leitura dos estudantes e do contexto de produçãodestas.AGRADECIMENTOS: Coordenadoria de Pessoal de Nível Superior (CAPES).REFERÊNCIASACERVO O GLOBO. Charges e humor. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/charges-e-humor/. Acesso em: 2 abr. 2018.BAKHTIN, M. Estética da criação verbal.São Paulo: Martins Fontes,1992.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267635BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Cortez,2006. 144 p.BAZERMAN, C. Teoria da ação letrada. Trad. Milton Camargo Mota, Angela Paiva DionísioeJudith Chamblis Hoffnagel.São Paulo: Parábola, 2015.BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, área de linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/ SEF,1998.CHARLON, M. L. P. Os cadernos de campo de Roger Bastide. História: Questões & Debates, v. 53, n. 2, 2010.DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v0i53.24118CHIRLAM. Volta às aulas 2013: charge. Educação. Blog: Informática & Educação = Diversão, 2013. Disponível em: https://chirlamjr.blogspot.com/2013/02/volta-as-aulas-2013-charge-educacao.html?m=0. Acesso em: 2 abr. 2018.DOZ,J.;NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e para o escrito: apresentação de um procedimento.In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.DOZ, J.; SCHNEUWLY, B. Genres et progression em expression orale et écrite:elements de réflexions à propôs d’une expérience romande.Tradução provisória de Roxane RojoEmjeux,1996. KLEIMAN, A.B. Letramento e suas implicações para oensino de língua materna.Signo, v. 32, n. 53, p. 1-25, 2007.DOI: http://dx.doi.org/10.17058/signo.v32i53.242KOCH, I. V.; ELIAS, V. M.Ler e compreenderos sentidos do texto.São Paulo: Contexto, 2006.MAGALHÃES, A. P. Sentido, história e memória em charges eletrônicas sobre o governo Lula: os domínios do interdiscurso.Orientação: Profa. Dra. Sônia Aparecida LopesBenites.2006. 246 f. Dissertação (Mestrado em Letras) Universidade Estadual de Maringá, 2006.MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análisede gêneros e compreensão.São Paulo. Parábola editorial,2008.ROMUALDO, E. C. Charge jornalística:intertextualidade e polifonia.Maringá: Ed. dá UEM, 2000.THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: EdCortez, 2008.VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267636Como referenciar este artigoDENARDIN, E.R.T.; MELLO, Â.R.C.Charge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.12676Submetido em: 16/06/2019Revisões requeridas: 25/09/2020Aprovado em: 18/12/2020Publicado em: 02/01/2021
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267620TIRITA: GÉNERO MULTIMODAL EN LA LITERACIDAD DE LOS ESTUDIANTES DEL SEGUNDO CICLO DE LA EDUCACIÓN PRIMARIACHARGE: GÊNERO MULTIMODAL NO LETRAMENTO DOS ESTUDANTES DO SEGUNDO CICLO DA EDUCAÇÃOFUNDAMENTAL CARTOON: MULTIMODAL GENDERIN THE LITERACY OF STUDENTS OF THE SECOND CYCLE OF ELEMENTARY EDUCATIONElisângela Renata Tomaz DENARDIN1Angela Rita Christofolo de MELLO2RESUMEN:El artículo propone presentar los resultados de una investigación, realizada en el ámbito del Programa de Maestría Profesional en Letras (PROFLETRAS), ofrecido en la Universidad del Estado deMato Grosso (UNEMAT), campus de Sinop. El enfoque cualitativose basóen los principios de lainvestigación accióny en la planificación de una Secuencia Didáctica (SD), con propósito de trabajar el género exageración burlesca, para motivar los estudiantes para lectura y la alfabetización de los géneros multimodales. Se trabajó la SDen una escuelade la rede pública, con alumnos del 5º año de la educación primaria. La intervención docente realizada suscitó debates y comprensión que propiciaron a los estudiantes reflexiones críticas, resultante de la apropiación de diferentes niveles de literacidades, por medio del trabajo con el género exageración burlesca.PALABRAS CLAVE:Educación fundamental. Género multimodal. Literacidad.RESUMO: O artigo publiciza resultados de uma pesquisa, realizada no âmbito do Programa de Mestrado Profissional em Letras(PROFLETRAS), ofertado na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Sinop. A abordagem qualitativa pautou-se nos princípios da pesquisa ação e no planejamento de uma Sequência Didática (SD), com o propósito de trabalhar o gênero charge, a fim de motivar os estudantes para a leitura e letramento dos gêneros multimodais. A SD foi trabalhada em uma escola da rede pública, com estudantes do 5º ano da Educação Fundamental. A intervenção docente realizada suscitou debates e compreensões que propiciaram aos estudantes reflexões críticas, decorrentes da apropriação de diferentes níveis de letramentos, por meio do trabalho com o gênero charge. PALAVRAS-CHAVE: Educação fundamental. Gênero multimodal. Letramento. 1Secretaria Municipal de Educação(SME), Lucas do Rio Verde MT Brasil. Profesora de LenguaPortuguesa. Máster enLetras (UNEMAT). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9991-0447. E-mail:eli.denardin@gmail.com2Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), JuaraMT Brasil.Profesora Adjuntaen laFacultad de Educación y Ciencias Sociales Aplicadasy Profesora Permanente en elPrograma de Posgrado en Letras.Doctorado en Educación(UNIMEP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9732-6175. E-mail:angela.mello@unemat.br
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267621ABSTRACT:The article disseminate the results about a research, accomplished by the scope of the Masters Program in Languages degree (PROFLETRAS), offered by the University of the State of Mato Grosso (UNEMAT), campus of Sinop. The qualitative approach was guided in the principles of actionresearch and planning of a Didactic Sequence (SD), with the purpose of working in the cartoongender, to motivate the students for reading and literacy about the multimodal’s gender. The SDwas carried outin a public school, with students of 5th grade of elemantary school. The teaching intervention accomplished generate debates and understandings that provide to students, critical reflection, resulting the appropriation of different levels of literacy, by means of working with cartoongender.KEYWORDS:Basic education. Multimodal gender. Literature.IntroducciónEl artículo publiciza resultados de una investigación desarrollada en el ámbito del Programa de Maestría Profesional en Letras (PROFLETRAS),ofertado en la Universidad del Estado de Mato Grosso(UNEMAT), campus de Sinop/MT. La disertación defendida en febrero de 2019 ha planteado resultados de una intervención realizada con el propósito de trabajar con el género tiritas, con el fin de motivar los estudiantes para la lectura y literacidad del género multimodal. La Secuencia Didáctica (SD) denominada “Charge no Letramento dos Estudantes no Processo Final da Alfabetização do Fundamental I: Gêneros Multimodais que permitem a Leitura além da Decodificação” ha sido trabajada en una escuela de la red blica municipal, en el municipio de Lucas del Rio Verde, en Mato Grosso/Brasil, con estudiantes matriculados en un grupo del 5º año de la Educación Primaria. Así, la investigación-acción tuvo como objeto general analizar cómo el trabajo con la tirita puede contribuir con la mejora del nivel de literacidad y de competenciaen lectura de informaciones implícitas con estudiantes del 5º año. En atención a ese objetivo, varias acciones han sido realizadas. Primeramente, se movilizó el interés de los estudiantespara la especificidad del género de criticar hechos actuales por medio del humor. También se observó cómolos mecanismos lingüísticosy visuales, presentes enesta composición verbo-visual, normalmente como una crítica irónica, ha contribuido para una mejor comprensión lectora de textos por los estudiantes del 5º año. Por último, se analizó cómo las nociones básicas de lectura trabajadas en aula de clase han posibilitado a los estudiantes realizar interferencias y establecer relación entre texto y contexto, en lo que respecta a la función social de la tirita en el contexto histórico, político y social. El género tirita no se propone en la matriz curricular del 5º año de la Educación Primaria, ofertada en la red pública municipal de Lucas do Rio Verde. Por ello, esta
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267622investigación se realizóen este año de la escolarización, con el fin de analizar posibilidades de trabajo con estudiantes más pequeños, teniendo en cuenta que las tiritas propician condiciones para trabajar con los objetivos y derechos de aprendizaje específicos, a ejemplo de la localización de informaciones implícitas. La intervención realizada, a través de la planificación de una SD desde la perspectiva de Dolz, Noverraz y Schneuwly (2004), fue elegida por entender que la estructura sugerida por estos autores se considera adecuada para desarrollar el proyecto de intervención propuesto, ya que su orientación didáctica permite trabajar, de manera más profunda, las características y función social de un determinado género textual, en el caso deesta investigación, del género tirita.Tirita: género multimodal y discursivo y su contribución en el proceso de reconocimiento de la información y de la apropiación de la lectura proficiente Los Parámetros Curriculares Nacionales (BRASIL, 1998) publicaron que la función social de la educación, en el desarrollo de las personas y de las sociedades, se amplió aún más en el despertar del nuevo milenio, y señalaron la necesidad de construir una escuela con enfoque en la formación integral, en atención a las demandas de un mundo en intenso desarrollo científico y tecnológico. En una época marcada por la competencia y la excelencia, el progreso científico y los avances tecnológicos definen nuevas exigencias para los jóvenes que se incorporan al mundo laboral.Esta exigencia implica una revisión de los planes de estudio, que orientan a los profesores y especialistas en educación, responsables de la alfabetización de los alumnos, para que puedan leer y producir textos de todo tipo, con la comprensión de sus características y funciones sociales.Así, es importante que los alumnos sepan que la tirita es un género textual, cuya intención principal es hacer una crítica a través del humor. Por ello, las tiritas destacan por su creatividad y por su acercamiento a los temas de actualidad.Según el contexto, Bazerman (2015, p. 23) afirma que “el género no es sólo formas. Los géneros son formas de vida, maneras de ser. Son marcos para la acción social. Son entornos para el aprendizaje. Son lugares donde se construye el sentido”. Los géneros organizan los pensamientos que se forman y las comunicaciones a través de las cuales interactúan. Los géneros son los lugares familiares a los que acudimos para crear acciones comunicativas, inteligibles para los demás, y también son losmodelos que utilizamos para explorar lo desconocido.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267623En este sentido, el enfoquede la discusión en la Educación Básica se centra principalmente en el no dominio de la lectura y la escritura por parte de los alumnos. Esta realidad es la responsable del fracaso escolar que se expresa claramente en los dos embudos en los que se concentra la mayor parte de la repetición: en el 1º año y en el 5º año. En el 1º, por la dificultad de la alfabetización; en el 5º, por no ser capaz de conducir a los alumnos al uso adecuado de los patrones del lenguaje escrito, condición primordial para que sigan progresando. (BRASIL, 1998).Teniendo en cuenta los diferentes niveles de conocimientos previos, la orientación es que la escuela valore las diferentes áreas de conocimiento,para promover el aprendizaje, legalmente asegurado, como un derecho de todos. Así, se espera que cada alumno sea capaz de interpretar los diferentes textos que circulan socialmente, de tomar la palabra y de producir textos en las más variadas situaciones y contextos al final de la Educación Primaria.El género textual tirita está presente en los principales periódicos y revistas de información general que circulan en el país. Se refiere a hechos ocurridos en un momento definido, en un contexto cultural, económico, político y social determinado, por lo que el conocimiento de estos factores es fundamental para que sus mensajes sean comprendidos. Fuera de este contexto, probablemente perderán sus fuerzas comunicativas. Precisamente por esta característica, la tirita tiene un importante papel como registro histórico. Cabe recordar que, como texto humorístico, también puede manifestar prejuicios y visiones del mundo de forma implícita.En cuanto a la elección de los géneros, se considera que todos son buenos comorecurso para el trabajo en el aula, pero la orientación es dar preferencia a los de mayor circulación social, o los de mayor complejidad, es decir, los géneros secundarios.En cuanto a las divisiones degénero, Bakhtin (1992, p. 28) “divide los géneros enprimarios -los que se dan en situaciones cotidianas -y secundarios -los que se dan en contextos comunicativos más complejos”. Se observa que para el autor, los géneros ejercen efectos normativos, pues funcionan como modeladores de los discursos, ya queen cualquier situación de interacción verbal, los hablantes recurren a ellos. Para ello, se necesitan diferentes conocimientos lingüísticos:[...] se necesitan lectores no sólo del texto verbal, sino de una serie de textos multimodales, es decir, de textosque tienen varios sistemas de lenguaje (verbal + visual; verbal + audiovisual; verbal + gestual, etc.) en su constitución. Hemos visto que la relación palabra/imagen mantiene una relación cada vez más estrecha, por lo que ya no hay lugar para el antiguo
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267624concepto de alfabetización, que se refería únicamente a la capacidad de leer y escribir (DIONÍSIO, 2005, p.159, traducción nuestra). En la concepción dialógica interactiva del lenguaje, los sujetos son concebidos como constructores sociales activos, que se construyen dialógicamente a sí mismos y se construyen en el texto, considerado como el propio lugar de interacción y constitución de los interlocutores. De este modo, hay un lugar en el texto para lanzar diferentes informaciones implícitas. Desde estaperspectiva, el significado de un texto se da en la interacción entre el texto y el sujeto.La lectura es, por lo tanto, una actividad interactiva muy compleja, productora de sentidos, que se realiza a partir de los elementos lingüísticos presentes en lasuperficie textual y de su forma de organización. Sin embargo, para que la información implícita sea leída y comprendida, es necesario movilizar un conjunto de conocimientos dentro del evento comunicativo. Esto significa que la lectura competente de un texto requiere del lector mucho más que el conocimiento del código de la lengua, ya que el texto no es simplemente el producto de la codificación de un emisor para ser descodificado por un receptor pasivo. Teniendo en cuenta lo anterior:Una propuesta de enseñanza/aprendizaje organizada a partir de géneros textuales permite al profesor observar y evaluar las capacidades lingüísticas de los alumnos; antes y durante su realización, proporcionándole pautas más precisas para su intervención didáctica. Para los alumnos, el trabajo con los géneros es, por un lado, una forma de enfrentarse a situaciones sociales efectivas de producción y lectura de textos y, por otro, una forma de dominarlos progresivamente (DOLZ; SCHNEUWLY, 1996, p. 41, traducción nuestra).La afirmación de los autores refuerza la comprensión de la necesidad de trabajar con los diferentes géneros textuales en el aula de Educación Básica. Conocer las características de los géneros, así como sus funciones sociales, es de gran relevancia, pues como destaca Bazerman (2006, p. 88), “la relación que cada texto establece con los demás textos que lo rodean se denomina intertextualidad.Por otro lado, el análisis intertextual investiga la relación de un enunciado con su océano de palabras, así como la formaen que dicho enunciado utiliza estas palabras. Así, puede haber varias razones para analizar la intertextualidad de un texto. De ahí la importancia de trabajar con esta diversidad de géneros textuales, ya que el reconocimiento intertextual exige el conocimiento de las especificidades de cada género y del contexto de producción.Como afirma Romualdo (2000, p. 47-50), las relaciones intertextuales del género tiritano son sólo visuales, sino también verbales. Es que son, esencialmente, un texto polifónico,
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267625esdecir, constituido por varias voces. Ante esto, el lector de este género textual, como señala Magalhães (2006, p. 191), “debe ser un lector atento, ya que la historia, la política y el humor se funden, manifestando la posición del carismático”. Como latiritano es un texto aislado, para entender la acción informativa, la opinión, el humor que contiene, se requiere que el lector lea los hechos que aparecen en el soporte (periódico, revista, internet) en el que se transmite la tirita.Abordaje metodológico: aspectos de una investigación cualitativa pautada en los principios de la investigación-acciónComo afirma Thiollent (2008), en la investigación-acción, la capacidad de aprendizaje está asociada al proceso de investigación, casi siempre relacionado con el contexto de la investigación en educación. El hecho de que este tipo de investigación permita asociar la investigación-acción con el aprendizaje la destaca en la investigación educativa.En atención al objetivo propuesto algunas etapas han sido realizadas: identificación, por medio de observación in loco, del interés del estudiante para la intencionalidad específica del género; observación y registro de cómo los mecanismos lingüísticos y visuales presentes en las tiritascomposición verbo-visual, normalmente como una crítica irónica, contribuye para una mejor comprensión lectora de los estudiantes del 5º año; análisis de cómo la tirita trabajada en aula de clase posibilita que los estudiantes realicen inferencias y establezcan relación entre texto y contexto, en lo que respecta a la función de la tirita en el contexto histórico, político y social. Es importante destacar que en cada situación propuesta en una investigación-acción, el investigador y los demás participantes pueden redefinir el camino a seguir, y en el caso de esta intervención, la planificación inicial de la AD fue sólo un punto de partida. Incluso porque este tipo de planificación es flexible, como cualquier otra, siempre hay una reorganización en las propuestas, y esto sucedió en varios momentos de la intervención, cuando las clases planificadas para trabajar ciertos módulos de SD no fueron suficientes, y fue necesario reorganizar las actividades.A lo largo de la realización de la intervención, las observaciones, así como los episodiosvivenciados junto a os estudiantes, han sido registrados en un cuadernos de campo (CHARLON, 2010). Las informaciones registradas compusieron el corpus de análisis, parte de estas, presentadas en los próximos ítems.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267626El trabajo pedagógico con secuencias didácticasPara trabajar un género de forma adecuada es necesario conocer sus características, así como la comprensión que tienen los alumnos sobre su aprendizaje. Es necesario que la SD se planifique de forma que no sea demasiado fácil, porque la ausencia de retos puede desanimar a los alumnos, ni demasiado difícil, porque también puede desanimarles a empezar a trabajar e implicarse en las actividades.Según Dolz, Noverraz y Schneuwly (2004, p. 97), la SD es un plan de aprendizaje que comprende [...] un conjunto de actividades escolares organizadas de forma sistemática, en torno aun género oral o escrito”, cuyo objetivo principal es ayudar al alumno en el mejor dominio sobre las características de un género específico, permitiéndole así una forma más adecuada de hablar o escribir en una situación de comunicación determinada. En este sentido, la DS presenta una estructura básica que incluye: la presentación de la situación; la primera producción; los módulos y la producción final.También según Dolz, Noverraz y Schneuwly (2004, p. 97), para que haya un aprendizaje significativo, es necesaria una enseñanza sistemática que permita al alumno explorar, experimentar, reorganizar la información y los conceptos, con vistas a lograr nuevos aprendizajes. De ahí larelevancia de trabajar con esta planificación en la intervención en el aula, ya que al organizar una SD, el profesor puede incluir diversas actividades como lecturas, investigaciones individuales o colectivas, diálogos, producciones textuales y clases prácticas. La SD, desde la perspectiva de estos autores, tiene como objetivo trabajar un contenido específico, un tema o un género discursivo de exploración inicial hasta la formación de un concepto, una idea, una elaboración práctica, una producción escrita.Lo que proponen Dolz y Schneuwly (1996) es que el profesor, a lo largo del curso escolar, elija como objeto de enseñanza varios géneros con características compositivas, sociodiscursivas y lingüísticas, relativamente diferentes entre sí, contribuyendo asíaque los alumnos realicen diferentes operaciones lingüísticas y se apropien de diferentes prácticas de enseñanza. De este modo, tendrán la oportunidad de reflexionar sistemáticamente sobre los géneros similares y diferentes en el curso de su escolarización.Desarrollo de una secuencia didácticaEl desarrollo de la SD prevista tuvo lugar de abril a julio de 2018, cuando se trabajó en la producción inicial, los cinco módulos y la producción final. Las intervenciones, de dos horas semanales, tuvieron lugar los lunes, porque ese día el Laboratorio de Informática y el
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267627asistente estaban disponibles para colaborar. Por la extensión de la intervención y los límites de páginas del artículo se describirá sólo el trabajo realizado en el módulo IV, que fue el máslargo, y la producción final del SD trabajado.Módulo IV: Posibilidades de lecturaEl cuarto módulo fue lo más extenso de todos, duró un mes y necesitó del doble de clases planificadas. Con un proyector de imágenes se trabajó en aula de clase las tiritas: Figura 1 Tira1Fuente:Chirlam (2013)Al presentar la tirita 1, se ofreció a los alumnos que observaran durante unos minutos, y luego se formularon algunas preguntas: ¿Cuál es el tema de esta tirita? ¿Cuál es el contexto socio-histórico en elque se inserta este hecho? ¿Por qué el profesor no tiene el valor de decirle al alumno la nota? Explica cómo has llegado a esa conclusión. ¿Cuál es el efecto humorístico de esta tirita? La discusión finalizó con un debate sobre la realidad social representada,los factores y condiciones que provocaron esta situación, y lo que se podría hacer para reducir la violencia en las escuelas.Especialmente en la presentación de esta tirita, en la discusión sobre el tema tratado, los alumnos participaron en un círculodeconversación y tuvieron dificultades para identificar el tema. Después de que el investigador comentara el tema de la tirita, identificaron que se trataba de violencia. Cuando se les preguntaba en qué contexto se presentaba la tirita, guardaban silencio, pero al explicar cuál era el contexto y los diferentes contextos existentes, identificaban que se trataba de la escuela, porque un profesor, un alumno, una cartera, una
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267628nota, un examen. Sin embargo, un estudiante prestó atención a la frase que encabeza la acusación “violencia en las escuelas”.La conversación continuó sobre el hecho de que la violencia es un hecho en las escuelas, se habló de la época en la que el profesor era una autoridad, del respeto que se le atribuía y de cómo es la situación hoy en día. En este proceso, el diálogo se constituyó como un importante recurso didáctico, porque promovió la interacción, aspecto importante, incluso porque “[...] para el procesamiento textual, recurrimos a tres grandes sistemas de conocimiento: el conocimiento lingüístico, el conocimiento enciclopédicoy el conocimiento interacional”(KOCH; ELIAS, 2006, p. 39-40), en este caso, posibilitado por el diálogo.Al abordar la carga de género con el 5º grado, se observó que la dificultad de los alumnos pasaba por los tres ejes de conocimiento. En cuanto a los conocimientos lingüísticos, los alumnos tuvieron dificultades para comprender el significado de algunas frases destacadas en las tiritas, especialmente durante la investigación realizada en el aula de informática, para obtener un mayor contacto con el género. En cuanto al conocimiento enciclopédico, el conocimiento del mundo que es uno de los factores que interfieren en la producción de significado, los alumnos tuvieron dificultades, principalmente en la lectura de los dibujos animados que abordaban temas sociales y políticos. También el conocimiento interactivo, que es el conocimiento sobre las acciones verbales, es decir, las formas de interacción a través del lenguaje, los alumnos tuvieron dificultades para comprender, principalmente, los mensajes que representaban el escenario político del país.Dadas las dificultades presentadas, fue necesaria la intervención del investigador. En todos los módulos se esforzó por trabajar las dificultades que presentaban los alumnos para superarlas. Sin embargo, es importante destacar que estas dificultades forman parte del proceso de escolarización formal, ya que no es fácil apropiarse de todas las áreas de conocimiento, incluso porque:[...] el conocimiento lingüístico abarca los conocimientos gramaticales y lexicales. Con este conocimiento, podemos entender la organización del material lingüístico en la superficie textual; la selección léxicalapropiada para el tema o los modelos cognitivos activados. El conocimiento enciclopédico, o conocimiento del mundo, es un conocimiento alusivo a las experiencias personales y a los acontecimientos espacio-temporales, que permite la construcción de sentidos. El conocimiento interaccional, por su parte, se refiere a las formas de interaccióna través del lenguaje y abarca los conocimientos: ilocutivo; comunicacional; metacognitivo; superestructural (KOCH;ELIAS, 2006, p. 40-45, traducción nuestra).
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267629Continuando con la lectura de las imágenes contenidas en la tasa, el profesor preguntó a los alumnos cómo iba vestido el estudiante, qué llevaba en la mano, así como la expresión facial del mismo. También cuestionó el hecho de que la profesora, por estar de espaldas a la alumna, no mostrara la expresión de su rostro, pero el globo expresó su pensamiento: Dios mío, no tengo el valor de decir su nota”.Las discusiones en clase sobre esta tirita cargo fueron productivas, los alumnos participaron activamente, a veces con la intervención del profesor, a veces sacando sus propias conclusiones sobre lo que se proyectaba en la pizarra. Llegaron a la conclusión de que la profesora no tuvo el coraje de decir la nota al alumno por la expresión de violencia que tenía estampada en su rostro. El efecto humorístico de la tirita recaería sobre la figura de la profesora, una autoridad en el aula, temerosa de decirle la nota al alumno. A continuación se debatió la realidad social actual, representada en la tirita.Por ello, se cuestionó qué factores provocan esta situación y qué se puede hacer para cambiar esta realidad. Las aportaciones de los alumnos sorprendieron a la profesora por el nivel de madurez presentado en los debates. Se observó que muchos estudiantes entendían bien la situación presentada en la tirita, cuando hacían comentarios pertinentes a partir de reportajes de televisión, o de conversaciones que tenían con padres y familiares sobre la violencia en las escuelas, en las que los padres señalaban que, en su época de estudiante, el profesor era una autoridad y tenían mucho respeto por los profesores. Los estudiantes también señalaron que la violencia escolar no forma parte de la vida cotidiana en la escuela donde estudian.Figura 2 Tira2Fuente: Acervo O Globo s/d
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267630Todavía en este módulo se trabajó la tirita 2. Para presentarla se utilizó el mismo recurso de la estrategia de proyectarla en la pizarra, de dejarla expuesta para la visualización y discusión de los temas propuestos. Cuando se preguntó en qué contexto se produciría esta tirita, algunos respondieron contexto escolar, por la visualización dela profesora, de la pizarra y del alumno. Con esto, se discutió que no sólo se debe tener en cuenta el aspecto visual a la hora de definir el contexto, se reforzó que también se recomienda analizar el texto verbal.Tras este debate y la intervención del investigador, algunos alumnos concluyeron que se trataría de un contexto político. La dificultad de los alumnos para identificar o reconocer el contexto de producción les hizo pensar que la elección del género tirita era inadecuada para trabajar con el 5º grado. Sin embargo, la defensa es que este tipo de género se trabaja en los años iniciales, porque los alumnos tienen derecho a reconocer sus características, función social y aprender a interpretarlo.Incluso con las dificultades de los estudiantes,el trabajo previsto para esta segunda tirita continuó. Luego, tras concluir que el contexto de producción de la tirita fue el político, se exploraron los lenguajes contenidos en la tirita, en primer lugar se recordó que este es un género multimodal porquetiene lenguaje verbal y no verbal, y que ambos son importantes para la comprensión de la lectura. Al trabajar con los elementos extratextuales contenidos en el cargo, se observó que se acentuaban las dificultades de comprensión de los alumnos. Ante la observación, se destacó la explicación del vocabulario utilizado, ya que una de las dificultades que presentan los alumnos en las evaluaciones externas se refiere a la incomprensión de lo escrito.En este sentido, Kleiman (2007) señala que las prácticas sociales se convierten en el objeto estructurador del aprendizaje de la lengua materna. Esto implica asumir los aspectos sociales de la escritura, la lectura, la oralidad y la escucha sobre el contenido a enseñar. Desde esta perspectiva, los textos significativos deben ser presentados a los alumnos, considerando al estudiante como sujeto del discurso, portador del texto, que participa en eventos de conferencias, realiza prácticas que dependen de la lengua, incluso antes de entrar en la escuela. También es importante señalar que en la escuela donde predomina la concepción de la lectura y la escritura como competencias, la actividad de leer y escribir se concibe como habilidades que deben desarrollarse progresivamente hasta alcanzar la competencia lectora y escritora ideal. Así, desde el momento en que la alfabetización del alumno es el objetivo de la acción pedagógica, el movimiento será de la práctica social al contenido, nunca lo contrario.Los elementos extratextuales contenidos en la tirita elaborada se referían a loimplícito de los hechos, que no se dijo, pero que forma parte del texto y complementa la
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267631comprensión. No fue fácil ejemplificar estos elementos a los estudiantes. Al cuestionar por qué el alumno respondió de esta manera, le permitió explicar mejor la presencia de los elementos implícitos en un texto. Para que este elemento se inserte en un género textual, se requiere el conocimiento del contexto político explicitado en el cargo por el productor.Las intervenciones de la profesora permitieron que losdebates fluyeran en torno a la pregunta: ¿cuál es la intención de la profesora al preguntar quién es el sujeto de la oración”? Los alumnos de 5º todavía no han estudiado el sujeto y el predicado, estos contenidos se trabajan a partir de 6º, por lo que ladificultad de comprensión y discusión de la tirita. Por último, se preguntó a los alumnos el significado de la tirita en la actualidad, el momento político actual con el descrédito de los votantes en la mejora de la coyuntura sociopolítica y económica. Estos aspectos se discutieron con los estudiantes, pero con poca participación de ellos. Algunos se arriesgaron a aportar las impresiones y comentarios que escucharon en casa, lo que piensan sobre la honestidad, lo que se discute en sus hogares y lo que se podría hacer para mejorar el estado actual.Se observa que los PNC mencionan que para formar lectores y escritores competentes en el aula, el profesor debe animar a los alumnos a enfrentarse a los verdaderos problemas que plantea la escritura, dependiendo de las circunstancias en las que se produjeron los textos, animarles a asumir riesgos y buscar a escritores y lectores más experimentados, esto les permitirá mejorar su desarrollo (BRASIL, 1998).No obstante, hay que señalar que el profesor tiene una importante responsabilidad en las interacciones verbales y sociales que se establecen en el aula, que es lo que ocurrió en este módulo, para que los alumnos pudieran entender la situación que se retrata en la carga, comprender el contexto, la ironía y así debatir con sus compañeros.Producciones de los estudiantes del 5º año de una Escuela Municipal ubicada en Lucas de Rio Verde-MT. Este ítem reunió las producciones de los alumnos de 5º grado de una escuela municipal ubicada en la ciudad de Lucas do Rio Verde-MT. Después de unos meses de trabajo y de haber completado todos los módulos previstos, todos los alumnos pudieron poner en práctica los conocimientos aprendidos durante la intervención. Esta producción final sirvió de estímulo a los alumnos y a la profesora, con una importante evaluación en relación con el objetivo inicial propuesto, de un género que nunca se había trabajado en esta clase y que resultó con buenos cargos como producto final.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267632El texto multimodal se compone de una construcción textual y de la uniónde otros elementos de diferentes registros lingüísticos. Los textos multimodales más conocidos son los que se basan en la unión de elementos alfabéticos, lenguaje verbal, e imágenes, lenguaje no verbal/visual. A través de las actividades realizadasse puede observar la consolidación de la lectura e interpretación de la información implícita en los textos multimodales, con el fin de mejorar la alfabetización y el aprendizaje de los primeros años de la educación primaria.Así, al considerar los diferentes niveles de conocimientos previos de los alumnos, se trabajaron los conocimientos formales, en consonancia con las Directrices Curriculares (BRASIL, 1998), con el fin de promover la construcción progresiva de conocimientos históricamente construidos, derecho de todos los alumnos, durante los nueve años de la escuela primaria. Cada alumno respondió a las producciones elaboradas según sus conocimientos, así como produjo otras nuevas.A continuación se muestran algunas de las producciones de los alumnos, que también están disponibles en la página de Facebook de laEscola Municipal situada em Lucas do Rio Verde-MT.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267633Figura 3ProducciónFinal: Tiritasproducidas por losestudiantes del5º añoFuente: Acervo de las autorasSegún la concepción de Vygotsky (1984), las prácticas y formas culturales desarrolladas, identificables como géneros distintivos y discursivos, y la diferenciación de los mundos sociales y culturales, son lugares específicos de actividades que utilizan herramientascognitivas exclusivas y sostienen diferentes líneas de desarrollo psicológico. Los individuos,
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267634al aprender e interiorizar las formas culturales, las utilizan para regular su percepción, su pensamiento y su participación con los demás.Marcuschi (2008, p. 19), define los géneros textuales como “entidades sociodiscursivas y formas de acción social inevitables de cualquier situación comunicativa”. Así, los géneros aparecen como formas de comunicación para satisfacer la necesidad de expresión del ser humano, afectiva bajo la influencia del contexto histórico y social de las diversas esferas de la comunicación humana.Consideraciones finalesTeniendo en cuenta que la literacidad pretende, conla práctica pedagógica, enseñar la escritura y las nuevas tecnologías de la sociedad letrada, como una de las maneras de posibilitar al ciudadano convivir en las diferentes esferas sociales, las actividades realizadas con tiritas en aula de clase permitieron suscitar debates y comprensiones que propiciaron a los estudiantes reflexiones críticas, decurrentes de la apropiación de diferentes niveles de literacidad consolidados por medio del trabajo con el género tirita. Así, al final de la intervención docente se pudo reeditar la necesidad de trabajar con la diversidad de géneros textuales quecirculan en los diferentes ámbitos sociales y sus respectivas funciones. Los alumnos comprendieron la función social de cada género, pero les resultó más fácil interpretarlos y, por consiguiente, comprender el contexto sociopolítico y económico actual. Incluso porque es un derecho de los alumnos aprender a leer los diferentes lenguajes utilizados en la composición de los infinitos géneros textuales, como el lenguaje verbal y no verbal, el movimiento, las imágenes, los signos, y los diferentes signos del mundo moderno, que combinaron textos multimodales con movimientos e imágenes que complementaron y ampliaron la comprensión de los alumnos de su contexto de lectura y producción.AGRADECIMENTOS: Coordenadoria de Pessoal de Nível Superior (CAPES).REFERENCIASACERVO O GLOBO. Charges e humor. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/charges-e-humor/. Acesso em: 2 abr. 2018.BAKHTIN, M. Estética da criação verbal.São Paulo: Martins Fontes, 1992.
image/svg+xmlElisângela Renata Tomaz DENARDIN e Angela Rita Christofolo de MELLORIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267635BAZERMAN, C. Gênero, agência e escrita. Cortez,2006. 144 p.BAZERMAN, C. Teoria da ação letrada. Trad. Milton Camargo Mota, Angela Paiva DionísioeJudith Chamblis Hoffnagel.São Paulo: Parábola, 2015.BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, área delinguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/ SEF,1998.CHARLON, M. L. P. Os cadernos de campo de Roger Bastide. História: Questões & Debates, v. 53, n. 2, 2010.DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v0i53.24118CHIRLAM. Volta às aulas 2013: charge. Educação. Blog: Informática & Educação = Diversão, 2013. Disponível em: https://chirlamjr.blogspot.com/2013/02/volta-as-aulas-2013-charge-educacao.html?m=0. Acesso em: 2 abr. 2018.DOZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e para o escrito: apresentação de um procedimento.In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.DOZ, J.; SCHNEUWLY, B. Genres et progression em expression orale et écrite:elements de réflexions à propôs d’une expérience romande.Tradução provisória de Roxane RojoEmjeux,1996. KLEIMAN, A.B. Letramento e suas implicações para o ensino de língua materna.Signo, v. 32, n.53, p. 1-25, 2007.DOI: http://dx.doi.org/10.17058/signo.v32i53.242KOCH, I. V.; ELIAS, V. M.Ler e compreenderos sentidos do texto.São Paulo: Contexto, 2006.MAGALHÃES, A. P. Sentido, história e memória em charges eletrônicas sobre o governo Lula: osdomínios do interdiscurso.Orientação: Profa. Dra. Sônia Aparecida LopesBenites.2006. 246 f. Dissertação (Mestrado em Letras) Universidade Estadual de Maringá, 2006.MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão.São Paulo. Parábola editorial,2008.ROMUALDO, E. C. Charge jornalística:intertextualidade e polifonia.Maringá: Ed. dá UEM, 2000.THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: EdCortez, 2008.VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
image/svg+xmlCharge: gênero multimodal no letramento dos estudantes do segundo ciclo da EducaçãoFundamental RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1267636mo referenciar este artículoDENARDIN, E.R.T.; MELLO, Â.R.C.Tirita: género multimodal en la literacidad de los estudiantes del segundo ciclo de la Educación Primaria.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 20-36,jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.12676Enviado el: 16/06/2019Revisionesrequeridas: 25/09/2020Aprobado el: 18/12/2020Publicado el: 02/01/2021