image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133543UNIVERSIDADES: SURGIMENTO, NACIONALIZAÇÃO E INDICADORES DE INTERNACIONALIZAÇÃO1UNIVERSIDADES: SURGIMIENTO, NACIONALIZACIÓN E INDICADORES DE INTERNACIONALIZACIÓNUNIVERSITIES: EMERGENCE, NATIONALIZATION AND INDICATORS OF INTERNATIONALIZATIONIracema Campos CUSATI2Luciano José VIANNA3Paulo César Marques de Andrade SANTOS4Rita di Cássia de Oliveira ANGELO5Antonio Carrillo AVELAR6RESUMO:O presente artigo iniciaapresentando a trajetória das Universidades desde o surgimento no período medieval, com a criação de uma comunidade de scolares; passando pelo fenômeno da nacionalização, com a consequente perda do seu caráter inicial influenciado pelas escolas de ofício e posteriormente pela ordem eclesiástica e imperial; abordando nesse bojo o processo deestatização a partir da revolução francesa. A universidade brasileira, fortemente influenciada até a década de 1970 pelo modelo europeu, foi impactada pelas premissas das reformas educacionaise objetivos delineados para uma estrutura integradora entre ensino e pesquisa, que ocorreu de forma mais efetiva a partir da década de 1980, movimento apresentado juntamente com as iniciativas de internacionalização da universidade. Por último, são elencadas as estratégias para o desenvolvimento de um projeto de internacionalização das universidades brasileiras no século XXI sob a premissa de que para conceber a cooperação internacional, como parte integrante das missões institucionais, cabe às 1O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) Código de Financiamento 001”2Universidade dePernambuco (UPE),Petrolina PE Brasil.Professora Adjunta do Colegiado de Matemática e Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI). Doutoradoem Educação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4812-8412. E-mail: iracema.cusati@upe.br3Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina PE Brasil.Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI). Doutoradoem História Medieval pela Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7355-7609. E-mail: luciano.vianna@upe.br4Universidade de Pernambuco (UPE), PetrolinaPE Brasil. Professor Adjunto do Colegiado Pleno de Pedagogia e Coordenador da Linha de Políticas Educacionais, Formação Docente e Práxis Pedagógica do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI). Doutoradoem Educação (UFBA). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5803-2388.E-mail:paulo.marques@upe.br5Universidade de Pernambuco (UPE), Serra TalhadaPE Basil. Professora Adjunta no Colegiado de Medicina. Doutoradoem Neurociências (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1694-1927. E-mail: rita.angelo@upe.br6Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), Cidade do México México. Professor do Programa de Pós-Graduação em Pedagogia (UNAM), Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação da Universidad Pedagógica Nacional (UPN) e Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (UFG).Pós-doutoradoem Educação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5654-0650. Email: antoniocarrillobr@hotmail.com
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133544universidades a criação de mecanismos e estruturas apropriadas para promover a internacionalização como um dos pressupostos indicativos desse direcionamento. PALAVRAS-CHAVE:Internacionalização. Educação superior. Experiências interinstitucionais.RESUMEN: Este artículo se inicia presentando la trayectoria de las Universidades desde el surgimiento en el período medieval, con la creación de una comunidad de escolares; pasando por el fenómeno de la nacionalización, con la consecuente pérdida de su carácter inicial influenciado por las escuelas de oficio y posteriormente por el orden eclesiástica e imperial; abordando en este ámbitoel proceso de estatización a partir de la revolución francesa. La universidad brasileña, fuertemente influenciada hasta la década de 1970 por el modelo europeo, ha sidoimpactada por las premisas de las reformas educacionales y objetivos delineados para una estructura integradora entre enseñanza e investigación, que ocurrió de forma más efectiva a partir de la década de 1980, se presentan juntamente con las iniciativas de internacionalización de la universidad. Por último, seenumeranlas estrategias para el desarrollo de un proyecto de internacionalización de las universidades brasileñas en el siglo XXI,bajo la premisa de que para concebir la cooperación internacional, como parte integrante de las misiones institucionales, cabe a las universidades la creación de mecanismos y estructuras apropiadas para promover la internacionalización como uno de los supuestos indicativos de este direccionamiento. PALABRASCLAVE:Internacionalización. Educación superior. Experiencias interinstitucionales.ABSTRACT:This article begins by presenting the trajectory of universities since the emergence in the medieval period, with the creation of a community of students; passing through the phenomenon of nationalization, with the consequent loss of its initial character influenced by the schools of craft and later by the ecclesiastical and imperial order; addressing in this bulge the process of nationalization in from of the French revolution. The Brazilian university, strongly influenced until the 1970s by the European model, was impacted by the premises of the educational reforms and objectives outlined for an integrating structure between teaching and research, which occurred more effectively from the 1980s, are presented together with the initiatives of the university's internationalization. Finally, the strategies for the development of a project for the internationalization of Brazilian universities in the 21st century are listed under the premise that in order to conceive international cooperation, as an integral part of institutional missions, it is up to universities to create appropriate mechanisms and structures to promote internationalization as one of the indicative assumptions of this direction.KEYWORDS:Internationalization.Higher education.Interinstitutional experiences.Universidades: do surgimento à nacionalizaçãoO século XIII foi um momento crucial na história intelectual do Ocidente medieval, principalmente pelo surgimento de uma nova forma deorganização social e que serviu para
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133545romper gradativamente com o pensamento que até então vigorava neste território: as universidades. Dentre as diversas afirmações que podem ser feitas em relação ao surgimento destas instituições no período medieval, algumas são imprescindíveis e devem ser destacadas, como, por exemplo, sua originalidade na sociedade de então, ser um produto do crescimento demográfico da época, promover o favorecimento da promoção de uma sociabilidade e o rompimento de traços até então tradicionais em termos de organização social com a criação de uma comunidade de scolares, ou seja, formada tanto por professores quanto por alunos. O surgimento das universidades foi um fenômeno de grande importância, em vários sentidos, tanto que Rui AfonsodaCosta Nunes (2018, p. 221), em seu livro História da Educação na Idade Média, ao abordar o capítulo sobre as universidades, deixa claro para o leitor que tal capítulo é o “ponto culminante” do seu livro.Nas palavras de Jacques Verger:Tornar-se estudante: isso significava, no final da Idade Média, independentemente do estatuto anterior de cada um, aceder a uma condição privilegiada; significava poder furtar-se ao imposto e às formas mais rigorosas da justiça ordinária, significava poder pleitear determinados tipos de proventos (proventos dos benefícios eclesiásticos sem obrigação de residência), significava tomar assento sob a direta salvaguarda das mais altas autoridades, laicas ou eclesiásticas, intervindo indiretamente pelos ‘conservadores privilégios’universitários. Antes mesmo de qualquer obtenção de graus, a mera matrícula universitária já era, de uma certa maneira, promoção social (VERGER, 1999, p. 100).Devemos lembrar que o contexto medieval foi um período em quenão havia a ideia de igualdade social perante a lei. Para a época, isso era impensável. Assim, o surgimento da universidade neste período favoreceu a formação de um grupo com condições sociais privilegiadas, de destaque social, um grupo que seria distinto dentro do corpo social medieval e, nas palavras de Le Goff, cada membro deste grupo se sentia “como um artesão, como um homem de ofício” (LE GOFF, 2003, p. 87).Neste sentido, em termos sociais, aos poucos foi se formando um grupo com uma prática cultural distinta, em diversos termos:ensino com base na utilização de autoridades, uso exclusivo do latim e um procedimento pedagógico essencialmente oral e repetitivo. Ademais, também mantinham uma singular autonomia, com estatutos próprios, regras de cooperação mútua e organização autônomadesuas atividades.Gradativamente, o campo do saber tornou-se um lócusde formação profissional e destacou na sociedade a figura do intelectual no contexto universitário, como podemos ver nas palavras de Verger sobre a Paris do século XIII:
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133546Paris tornou-se, verdadeiramente, no século XIII, um foco maior de debate intelectual e de renovação das ideias. Centenas de jovens clérigos foram ali formados nas técnicas mais refinadas do trabalho intelectual, segundo métodos seguros. Evidentemente, este trabalho intelectual comportava regras às vezes rígidas, [...], mas a qualidade do ensino universitário parisiense levou a se fazer progressos decisivos em direção à autonomia, para não se dizer, à profissionalização, da cultura erudita. A figura ainda um pouco vagadas pessoas de saber passou a estar associada a um tipo social bem preciso e excepcionalmente prestigioso, o doutor. Compreender-se que a Universidade de Paris tenha se tornado então um modelo que se procuraria imitar e reproduzir em toda a parte em que se fizesse sentir a aspiração a uma semelhante promoção da cultura (VERGER, 2001, p. 208).Neste sentido, a importância do século XIII para o Ocidente medieval é destacada com base no surgimento de novos grupos sociais, dentre os quais o universitário, formado tanto por professores quanto por alunos, os quais cada vez mais seriam vinculados como pertencentes a uma cultura identificada como erudita.Entretanto, embora tenham surgido em espacialidades distantes uma das outras, as universidades medievais destacaram-se desde o início pelo seu caráter internacional, e isso em diversos aspectos. Em primeiro lugar, porque as mesmas favoreceram a migração constante de estudantes entre um território e outro, levando inclusive a formar, no contexto da época, grupos que eram denominados “nações”, ou seja, a formação de grupos que estudavam em um território de indivíduos oriundos do mesmo contexto territorial, fato que se refletia no contexto universitário (PEDRERO-SÁNCHEZ, 2000, p. 185). Em segundo lugar, porque muitas vezes os professores também não eram originários do território da universidade, o que implica também em uma movimentação por parte do corpo docente destas instituições (LE GOFF, 2003, p. 101). Ademais, deve-se destacar também a utilização da língua latinanas aulas, a qual foi utilizada para fazer veicular as informações referente aos estudos, principalmente em um contexto no qual as línguas vulgares estavam cada vez mais se destacando (VERGER, 2002, p. 580). Neste sentido, a formação da universidade medievaljá apresenta uma característica que vemos hoje nas universidades atuais, e, dessa forma, sua formação pode ser caracterizada como dinâmica em termos sociais.A criação das universidades obedeceu basicamente a dois contextos. Um primeiro, chamado ex-consuetudine, referia-se à junção a partir de centros de estudos já existentes anteriormente, geralmente formadospela reunião de professores. Neste caso, as universidades eram organismos autônomos de natureza de caráter corporativo, eram reconhecidas pelas instituições eclesiásticas e laicas e tinham autonomia em relação ao ensino, aos programas das
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133547disciplinas, àduração dos estudos, modalidades de exames, entre outros (VERGER, 1999, p. 82). É necessário destacar que este modelo de formação universitária correspondia a um desejo de organização autônoma de uma comunidade de mestres e estudantes, apresentando-se como outro ofício urbano qualquer (BASCHET, 2006, p. 214). O segundo contexto, surgido posteriormente, chamado ex-privilegio, era uma criação universitária concedida pelo poder estatal (NUNES, 2018, p. 230). Assim, com o passar dos séculos, cada vez mais ocorreu a associação entre o mundo universitário e outro fenômeno que estava se formando neste mesmo contexto: a formação estatal. Em termos de formação do estado durante o Medievo, o século XIII apresenta o que seria o quarto estágio da formação estatal de acordo com Genet, aquele que seria, inclusive, o anterior ao estado absolutista. Cada vez mais havia uma centralização de poder, a criação de grupos burocráticos, uma padronização das cobranças de impostos em relação à sociedadee uma padronização em termos de relação da sociedade com o rei, na figura do súdito (GENET, 2002, p. 405-408). Afonso X, rei de Castela entre os anos 1252 e 1284, conhecido como oSábio pelo seu envolvimento com atividades intelectuais no século XIII, nos apresenta esta divisão:Um estudo é uma associação de mestres e de escolares feita num determinado lugar com a vontade e a intenção de aprender os saberes. E dele existem duasmodalidades: uma é a que chamam “estudo geral”, onde há mestres das artes, assim como de gramática, de lógica, de retórica, de aritmética, de geometria, e de astrologia, e outrossim em que há mestres de decretos e senhores de leis (mestres de direito civil);este estudo deve ser estabelecido por mandado de papa, de imperador ou de rei. A segunda modalidade é a que chamam “estudo particular”, quer dizer, quando um mestre ensina nalguma cidade, apartadamente, a poucos escolares. E este, pode mandá-lo fazer oprelado ou conselho de qualquer lugar (PEDRERO-SÁNCHEZ, 2000, p. 182).O primeiro exemplo apresentado no fragmento acima, que na verdade surgiu depois do segundo, é o momento no qual a universidade passa a ser um assunto político, vinculado a uma iniciativade criação política. Dessa forma, a associação dos termos intelecto poder foi um fenômeno que envolveu o contexto universitário cada vez mais a partir do século XIV, integrando-se à dinâmica estatal de cada território. Se em um primeiro momento as universidades foram criadas a partir de uma criação já anterior (ex-consuetudine), posteriormente, cada vez mais as mesmas foram incorporadas ao contexto estatal (ex-privilegio), e foram utilizadas como instrumentos para fortalecer o poder dos estados então nascentes e cada vez mais burocráticos no final do período medieval. Cada vez mais, portanto,
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133548iniciou-se um fenômeno que conhecemos como a nacionalização das universidades, cujo primeiro exemplo foi Praga (LE GOFF, 2003, p. 177-178).Uma das primeiras consequências desta nacionalização foi a perda do seu caráter internacional, onde aspectos nacionais ou até mesmo regionais assumiram um destaque em comparação com aspectos internacionais, onde a iniciativa da criação está a cargo de soberanos e de papas. Dentre as universidades deste calado, podem ser citadas, por exemplo: Salamanca, entre 1220 e 1230; Lisboa (1290); Coimbra (1290); Lérida (1300); Praga (1347); Perpignan (1350); Huesca (1354); Colônia (1388); Barcelona (1450); Friburgo-em-Brisgau (1455-1456); Basileia (1459), entre outras (LE GOFF, 2003, p. 169-170). A iniciativa real em relação à fundação das universidades estava vinculada a questões políticas do território, tais como o seu próprio desenvolvimento, o benefício favorecido aos súditos e a tentativa de evitar a participação de políticos estrangeiros (NUNES, 2018, p. 231). Porém, se o século XIII foi o século de ouro das universidades com a constituição das mais importantes, como Paris, Salamanca e Oxford (NUNES, 2018, p. 231), nos séculos seguintes elas começaram a perder as suas características iniciais, ou seja, perda da autonomia inicial em detrimento da centralização feita pelo Estado, e a perda do caráter internacional com a criação de diversas outras universidades em diversos territórios (NUNES, 2018, p. 250). E foi justamente neste contexto que as universidades começaram a estabelecer cada vez mais uma relação de poder com o Estado da época, como podemos observar nas palavras de Le Goff:No final da Idade Média as grandes universidades se convertem em potências políticas, desempenham um papel ativo, às vezes de primeiro plano, nas lutas entre os estados, são o teatro de violência e crise que opõem as ‘nações’ inspiradas a partir de então por um sentimento nacional e se integram, por fim, nasnovas estruturas nacionais dos estados (LE GOFF, 2003, p. 132).Em termos gerais, pode-se afirmar que a partir do século XIV cada vez mais as universidades se direcionaram para ser um importante instrumento de poder por parte do papado e das monarquias, coma formação de profissionais para atuarem no âmbito do poder na origem do Estado laico na Baixa Idade Média. Sua autonomia inicial foi gradativamente sendo englobada pelos Estados que estavam surgindo, e cada vez mais passaram a ser instrumentos nacionais dos novos territórios em formação. Entretanto, dois fenômenos em relação ao mundo universitário, que surgiram no contexto medieval,iriam continuar nos séculos seguintes: a migração de estudantes e a expansão das universidades.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133549A migração de estudantes ea expansão da universidadeA migração de estudantes é um fenômeno iniciado com as primeiras escolas filosóficas do século III (A.C), comoaHekadimiade Platão na cidade de Atenas. Embora sem essas mesmas características, a academia universitária da idade média contou como marco importante para o desenvolvimento das instituições universitárias a migração de estudantes e professores. Conhecidas no século XII por Studium Generale (Estudos Gerais), essas instituições tinham como objetivo, além de formar clérigos para defesa da fé católica, contribuir para formação dos filhos dos nobres. Com o passar dos anos os Studium Generalepassaram a ser chamados de Universitas Studii ou Magistrorum et Scolarium.Para Jaques Verger (1990), a palavra Studiumsignificava lugar onde os alunos estudavam, um tipo de estabelecimento de Ensino Superior onde se reuniam os aprendizes e mestres. E universitaso nome da organização corporativa responsável pela manutenção e administração do studium. Para a legislação em vigor, significava qualquer tipo de comunidade ou corporação.Provavelmente, as primeiras relações didáticas estabelecidas nesses tipos de associações tenham sido semelhantes às das corporações de ofício onde eram comuns o compartilhamento dos conhecimentos técnicos, profissionais e a prática de atividades de manutenção e proteção da corporação. Pela necessidade de uma sistematização dos conteúdos trabalhados nasce o currículo como instrumento que produz a formação esperada pela sociedade.O currículo era composto por atividades instrumentais e práticas oriundas do college. As atividades instrumentais eram compostas pelo conjunto de três (triviun) ramosdo conhecimento (disciplinas): gramática, retórica e dialética. E as atividades práticas de quatro (cuandriviu) ramos do conhecimento (disciplinas): Astronomia, Geometria, Aritmética e Música. No exercício comum e diário dessas corporações, os alunos eram conduzidos ao exercício de uma mentalidade laica, técnica e racionalista(CAMBI, 1999, p.174-175).Até meados do século XIV as universidades e faculdades funcionavam em casas alugadas, conventos e igrejas. Por vezes, nos conflitos com as autoridades locais, os professores e alunos ameaçavam migrar para outra região. A partir do final do século XIV, a Universidade de Paris começou a fixar o seu funcionamento com a aquisição de prédios e edifícios. No século XV,o mesmo passou a ocorrer com outras universidades.
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335410Por volta de 1500, tanto as novas universidades como as velhas possuíam edifícios acadêmicos apropriados -salas de aulas, salas de reuniões, uma capela, uma ou mais bibliotecas, alojamentos para estudantes e professores. [...] agora, as universidades já não podiam ameaçar com a migração, nem as autoridades tolerar greves ou secessões (GIEYSZTOR, 2000, p. 135-138).Por volta dos anos 1500, em quase todas as regiões da Europa já havia uma Universidade; como os currículos eram semelhantes, era muito comum estudantes migrarem de uma região para outra, por exemplo, saírem da Universidade de Coimbra em Portugal para estudarememOxford na Inglaterra ou o estudante sair de Salamanca, na Espanha, para estudar em Toulouse, na França. Por conta das distâncias, mesmo entre regiões contíguas como Espanha e França, os estudantes se deslocavam de uma para outra com a finalidadede ali permanecerem. Os mais afortunados eram mantidos a expensas de suas famílias e os menos afortunados trabalhavam para custear seus estudos. Essas migrações eram comuns e constantes em todo o período medieval.Segundo Santos (2014, p. 90),com o passardo tempo, as cidades onde essas Universidades foram estabelecidas passaram a ser conhecidas como cidades universitárias, que se beneficiavam tanto com a mobilidade quanto com a migração de estudantes. A migração e a mobilidade eram estimuladas por dois fatores: as aulas nas universidades eram em latim e os graus eram os mesmos em todas as universidades. Um estudante geralmente iniciava seus estudos em uma universidade perto de sua residência e poderia concluí-los em outra mais distante.No fim da Idade Média a Europa já contava com 60 universidades estruturadas nas denominadas cidades universitárias. Com o Renascimento, esse número cresceu rapidamente,chegando a 143 em 1790. Mas, apesar do aumento no número de instituições, isso não impediu que as grandescidades e capitais como Londres, Amsterdam, Anvers, Bruxelas, Rouem, Lyon, Madrid, Milan, Berlin, Saint-Pétersbourg perdessem o controle político e financeiro sobre elas (CHARLE;VERGER, 2012, p. 48).Com as grandes navegações, os hispânicos levaram para suas colônias o modelo de educação superior europeia. Entre os anos de 1511 a 1609, foram criadas nas colônias espanholas 16 universidades. Entre 1677 e 1791, muitas dessas universidades serviram de cenários para criação de outras e extinção de outras tantas. Nesse mesmo período, surgem as primeiras universidades fora da Europa, principalmente nas colônias da América do Norte e na América Latina. Em paralelo a esse movimento expansionista surge um novo modelo de universidade, com uma estrutura administrativa diferente, concepção de ensino, tipologia e metodologias diferentes da
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335411desenvolvida no período medieval, mas adaptada à ideologia dominante dos grupos que deram origem a essas instituições.Um dos fatores marcantes na vida dos estudantes migrantes é quequando se tornam egressos das universidades estrangeiras, uma grande parte não retorna mais para os países de origem,sendo inseridos no mercado de trabalho do país de destino. O que não acontece na grande maioria dos estudantes em mobilidade acadêmica internacional:No início do século XIV, havia 301 médicos registrados em França; destes, 57,8% tinham estudado em Paris, 35,2% em Montpelllier, 2,7% noutras faculdades de medicina francesas e 4,3% no estrangeiro. No final do século XV, num total de 436 médicos, os alumni de Montpellier formavam apenas 16,3% do total e os de Paris 47,5%; outras universidades de França, então, 27,6% e as faculdades estrangeiras 8,5%. Paris -e Montpellier ainda mais -perderam terreno para Caen, Toulose e Avanhão, ou para Perpinhão, Cahors, Angers, Dôle, Nantes, Poitiers, Bordéus e Borges. Os diplomados pelas universidadesestrangeiras eram quase todos estrangeiros que, depois de terem terminado os seus estudos, vinham exercer a profissão na França (RIDDER-SYMOENS, 1996, p.286).A reforma protestante impactou positivamente na expansão do número de instituições de Ensino Superior dentro e fora da Europa. Além das criadas pelo Estado e pela Igreja Católica, contava-se agora com as Luteranas e Calvinistas, influenciando diretamente na redução do fluxo migratório dos estudantes. A redução desse fluxo foi possibilitada graças à expansão no número de instituições de ensino.Estatização das universidadesNos 300 anos que separam o processo de declínio do medievo e a estabilidade doestado moderno (século XV a XVIII), a universidade alcança o absolutismo monárquico, regime político pelo qual reunia ao mesmo tempo e região monarcas, nobres e burgueses e que favoreceu o desenvolvimento das instituições públicas mantidas administrativamente por um corpo burocrático.Com o advento da revolução francesa de 1789, onde Napoleão Bonaparte, sob a égide da monarquia constitucional, assumiu o completo controle estatal e submeteu o Estado Francês a uma profunda reforma institucional e administrativa,entre elas a do ensino, a Universidade de então passou por profundas modificações,adquirindo características das quais algumas delas estão presentes nas universidades atuais.Vista como uma instituição perigosa pelos revolucionários franceses por manter as tradições do velho regime medieval, cujo currículo, embasadona cultura clássica, impedia a
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335412divulgação e o ensino, portanto, a assimilação de novos conhecimentos produzidos pelas ciências experimentais e peloenciclopedismo. Em 1806, com o apoio da assembleia constituinte, foi aprovada a lei que passou a disciplinar o ensino superior em toda a França: “Ela será formada, sob o nome de Université Imperiale, uma corporação encarregada exclusivamente do ensino e da educação pública em todo Império.”A universidade, além de se tornar uma instituição pública, pertencente ao monopólio estatal, laica por conta dos princípios revolucionários e agora cartorial por conta das certificações, graus e diplomas,passou a disciplinar o funcionamento e a estrutura didático-pedagógica das faculdades existentes, as escolas primárias, os colégios, os Liceus e qualquer outra instituição de ensino.Em suma, a universidade era vista como um aparelho ideológico do Ancien Régime. Sucessivos decretos revolucionários, aos quais se juntou o decreto napoleônico de março de 1808, produziram profundas mudanças no panorama do ensino superior. Foram criadas as Escolas Politécnicas, a Faculdade de Ciências e a Faculdade de Letras; e as Escolas de Medicina e de Direito foram promovidas aFaculdades (CUNHA, 2007, p. 16-17).Semelhante àrelação dos governantes para com a sociedade civil da época, a universidade, revestida da burocracia estatal, passou a agir de forma autoritária e ditar regras para seu corpo docente e discente,que não tinhamclareza da situação, porque a educação não estimulava a crítica, pelo contrário, servia como doutrinação, mantendo os interesses do governo e da elite burguesa. Na esteira do Iluminismo, outros países europeus passaram a refletir sobre a importância do papel social da universidade. Destaca-se a Alemanha que, influenciada por pensadores como Wilhelm Von Humboldt e filósofos iluministas, estatizou o ensino superior a partir do entendimento de que a Universidade é uma instituição vital para a manutenção ereprodução da identidade nacional.Se destaca na produção desses filósofos asde Wilhelm Von Humboldt (1767-1835),considerado por muitos autores como pai da universidade moderna, ao introduzir na pedagogia universitária a indissociabilidade entre ensinoe pesquisa nas práticas formativas fundamentadas no desenvolvimento científico. Para Humboldt, o chão da universidade é o território apropriado para o enlace entre a ciência e a política, entre o desenvolvimento do espírito crítico e da ação prática: “[...] a universidade mantém sempre uma relação intrínseca com a vida prática e com as necessidades do Estado, já que, ao orientar a juventude, desempenha tarefas pragmáticas que interessam ao Estado” (HUMBOLDT, 1997, p. 94-95).
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335413Segundo Fallon (1983),a universidade se tornava parte do Estado não apenas para unificar culturalmente a nação, mas, simultaneamente, para humanizar o Estado,cabendo a este a obrigação de manter a dinâmica do desenvolvimento científico apresentado pela universidade.Brunner (2014) destaca duas vertentes distintas no processo de estatização da universidade: a vertente francesa e a vertente alemã. Para ele:avertente alemã, idealista-romântica, dá ao modelo de universidade pública ocidental uma elevada autoconsciência como parte integrante do Estado e expressão cultural da nação. Por outro lado, a vertente francesa, mais político-administrativa, concede a legitimidade e o reconhecimento como um serviço público de primeira ordem, como formadora das elites nacionais (BRUNNER, 2014, p. 15-16).A vertente alemã pensa a universidade como um espaço de fortalecimento das representações culturais, valorização da identidade, humanização das relações nos contextos sociais, políticos e econômicos. A vertente francesa, por outro lado, pensa a universidade como instituição formadora das elites, mesmo tendo como lema político institucional a liberté, égalité e fraternité. Estratégias de internacionalização das universidades brasileirasA educação superior no Brasil vem se internacionalizando progressivamente,tendo como marco inicial as propositivas das reformas educacionais das décadas de 1960 e 1970,que enfocavam a necessidade de uma estrutura educacional mais integradora,propiciando unidade entre ensino e pesquisa.A partir da década de 1980, as iniciativas de internacionalização da universidade brasileira se concretizaram contemplando alguns dos objetivos mencionados no artigo 15º da Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação, entre eles, o “compartilhamento de conhecimentos teóricos e práticos entre países e continentes”7. A declaração é enfática ao conceber que as instituições de Ensino Superior devem, dentre outras funções, assumir a iniciativa de internacionalização e não somente reagir diante das demandas da globalização. A internacionalização consubstancia a valorização e o respeito pelas diferenças e pela identidade. O efeito da internacionalização é explicitado num conjunto de esforços 7Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educação/declaracao-mundial-sobreeducacao-superior-no-seculo-XXI-visao-e-acao.html.Acesso em: 2 jan. 2021.
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335414institucionais envidados para se adaptar a um mundo globalizado,que tem noprocesso de globalização a universalização de estratégias eficazes e eficientes em prol do pleno conhecimento.Globalização significa inclusão, conexões entre grupos, regiões etc. Também significa exclusão pois, enquanto grupo e regiões estão conectados,outros tantos e tantas estão excluídos. Nesse sentido, globalização e guetorização inclusão e exclusão se tornam aspectos do mesmo processo (VERWOERD, 1954).Da exposição sucinta das matrizes iniciais, desencadeia a premissa de que para conceber a cooperação internacional como parte integrante das missões institucionais, cabe às universidades a criação de mecanismos e estruturas apropriadas para promover a internacionalização como um dos objetivos indicativos desse direcionamento. As instituições de ensino superior precisam se moldar a este novo cenário mundial para que possam se equiparar aos países desenvolvidos,pois um cenário globalizado, e cada vez mais competitivo,a integraçãopassa pela internacionalização e pela capacidade de inovar. O processode internacionalização das instituições de ensino superior no Brasil ocorre de formas diversas,tendo em vista a autonomia de cada Universidade. No entanto, o modo mais comum se dá pela cooperação internacional, que inclui a mobilidade de acadêmicos, gestores e professores. Relevante ressaltar que a internacionalização não ocorre isoladamente, pois pressupõe cooperação em todas suas formas,sejam acadêmicas, científicas e tecnológicas, eem seus diferentes níveis,desde que voltadas ao âmbito da cooperação interinstitucional (STALLIVIERI, 2001). A internacionalização das instituições de ensino superior em suas diferentes formas de cooperação tem se tornado essencial para a melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa que, articulados, criam as condiçõespara o desenvolvimento dos países participantes e promovemmelhor qualidade de vida das populações.As universidades públicas na América Latina, no contexto da globalização, estão sujeitas a forças e tensões, que derivam em políticas públicas, pela necessidade de gerar propostas para enfrentamento dos desafios atuais de formação, buscando consolidar ações que atendam às demandas educacionais do mundo globalizado. Neste cenário, uma das mais complexas estratégias educacionais e políticas que as instituiçõesde ensino superior têm de enfrentar refere-seàinternacionalização como aponta Didriksson (2015),visto que existe uma política de interdependência econômica, social e cultural, facilitada recentemente pela mídia de informação e comunicação.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335415A internacionalização acadêmica, durante a última década, vem se fortalecendo na rotina da vida universitária e, por ser uma situação relativamente nova para muitas instituições do ensino superior latinoamericano, sãoapresentadasna sequência estratégias metodológicas de uma experiência com ações de intercâmbio em desenvolvimento pelos autores deste artigo,por entendermos que é urgente promover uma reflexão sobre a concepção de internacionalização assumida nas instituições de ensino superior. O intuito é dar visibilidade aos conceitos que permeiam a cooperação internacional em nível acadêmico e as formas em que ela se configura e se concretiza, destacando os desafios para a efetiva internacionalização institucional, tendo como foco a realidade das instituições de ensino superior.A experiência interinstitucional de internacionalizaçãoCom o objetivo de compreender, vis-a-visrelatos de experiências de estudantes intercambistas, as teorias que fundamentam a abordagem didática de um projeto de articulação interinstitucional como prática de internacionalização binacional, serão explicitados os desafios e as possibilidades de mudanças na prática educativa, possibilitados pelo diálogo do conhecimento e de cosmovisões dos povos indígenas em relação às demandas contemporâneas da vida intercultural. Vale dizer que a formação de professores em contextos interculturais de internacionalização é fortemente permeada por crenças, compromissos sociais e culturais distintos, conduzindo a reflexões e avaliações de ricas experiênciasacadêmicas derivadas de práticas de mobilidade, currículos, viagens, diferentes idiomas e experiências em propostas dita inovadoras.A proposta metodológica em desenvolvimento com estudantes intercambistas parte de uma noção ampla de flexibilidade curricular (PARASKEVA, 2011), que a considera como um processo coletivo e individual de criação e recriação das formas de reorganização, percepção e interpretação do currículo presumido como um processo de comunicação e interação entre diferentes espaços curriculares. A flexibilidade é vista na organização horizontal e vertical, na elaboração de produtos acadêmicos e na maneira pela qual eles são concebidos e utilizados com originalidade e harmonizados com contextos reais. Baseando-senos princípios de uma filosofia da internacionalização e para uma melhor compreensão do programa e de suas práticas de internacionalização, são elencadas premissas da parceria entre instituições de ensino superior no Brasil e no México que,apoiadas numa ampla flexibilização curricular, consideram um processo coletivo e individual de criação e recriação como forma de reorganização, percepção e interpretação do currículo,reconhecendo
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335416que se os programas de mestrado têm a tarefa principal de produzir e criar conhecimento significa que devem aceitar a diversidade acadêmica. Os objetivos dessa experiência de internacionalização são,entre outros: propor elementos acadêmicos concretos para envolver estudantes de pós-graduação e professores em uma experiência alternativa de formação entre as instituições parceiras;identificar problemas acadêmicos muito específicos que possam ser articulados aos projetos de pesquisa;estabelecer diretrizes de trabalho e implementação de internacionalização que contribuam para favorecer uma estratégia de articulação dentro das linhas acadêmicas que compõem os programas de pós-graduação;potencializar as condições acadêmicas e materiais existentes nos programasde pós-graduação para possibilitar um maior processo de internacionalização e explorar elementos específicos de logística dentro das instituições para promover práticas de internacionalização.Portanto, após esse preâmbulo, passamos àapresentação do projeto (AVELAR; ROA;CUSATI, 2019, p. 1195-1201),elencando estratégias de seu desenvolvimento e de seu sentido pedagógico:I) A utilização das narrativas das experiências dos alunosno programa de internacionalização é a primeira documentação (registro escrito) utilizada para explorar em profundidade as ideias sobre a experiência de mobilidade acadêmica e buscar o potencial de mudança em outros cenários educativos.II) As experiências relatadasrelacionadas aos vínculos interculturais entre o Brasil e o México tem como propósito apresentar depoimentos, em forma de seminários, nos quais os estudantes vivenciam a experiência de internacionalização na comunicação em diferentes idiomas. Embora os entusiasmos possam ser percebidos na experiência vivida e retratadosnos relatos, é perceptível o progresso alcançado pelo compartilhamento de aspectos socioculturais elinguísticos dos países dos participantes.III) O compromisso social dos estudantes com seu povo, sua comunidade de origem, compromisso que vai além da conclusão de estudos de pós-graduação de natureza acadêmica, pois são enumerados outros relacionados à consciência de suas responsabilidades e o vínculo com obrigações sociais.IV) Experiência que acumula conhecimentos, sentimentos, valores e ações que ampliam a compreensão dos direitos humanos pelas experiências interculturais.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335417V) Experiências acadêmicas formais são possibilitadas pelos seminários de aprofundamento teórico-metodológico que subsidiam as pesquisas e propiciam o progresso das mesmas,pois há ênfase no rigor da pesquisa acadêmica e de sua escrita.VI) Experiências de intercâmbios culturais promovem o estudo e o fortalecimento de práticas culturais em programas de pós-graduação para estudantes de diferentes nacionalidades. Nesta atividade de troca de experiências culturais são valorizados, entre outros, os costumes, o vestuário, a organização social e as manifestações artísticas que permitam compreender as estruturas culturais internas que os estudantes possuem e favorecer um entendimento integral das vivências acadêmicas que são construídas nesse processo de práticas com variados traços culturais.O trabalho de intercâmbio compartilhado favorece o desenvolvimento de uma identidade individual e coletiva pois, além das pesquisas individuais, ofício de cada pós-graduando, há experiências de pesquisas em equipe e vivências de pesquisadores em formaçãocom pesquisadores acadêmicos reconhecidos pela sua produção.Vínculos binacionais favorecem a geração e a aplicação do conhecimento dos estudantes que irão expandir e revitalizar, com o apoio teórico, os resultados de suas investigações específicas. É premente a necessidade de se avançar na construção de elementos norteadores da internacionalização da educação superior no marco dos instrumentos de política pública, o que exige uma revisão da própria política externa brasileira, enfatizando mais os temas educativos e científicos, assim como promovendo a abertura de oportunidades no âmbito educacional. Da mesma forma, é demandada da instituição de ensino superior uma revisão das limitações estruturais que enfrenta o seu sistema em relação àinternacionalização,para que se possa definir fórmulas para o avanço nesse processo. REFERÊNCIASAFONSO X, O SÁBIO. Las Siete Partidas. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média. Textos e Testemunhas. São Paulo: Editora Unesp, 2000.AVELAR, Antonio Carrillo; ROA, Andrea Olmos; CUSATI, Iracema Campos. Articulações entre educação intercultural e práticas de internacionalização entre México e Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. 3, p. 1182-1204, jul./set. 2019.e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14i3.12486
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO e Antonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335418BASCHET, Jérôme. A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. Rio de Janeiro: Globo, 2006.BRUNNER. J. J.Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.22, n. 82, p. 11-30, jan./mar. 2014.CASTAÑEDA, ,SALINAS:InAlrededor de la idea de formación.. José Antonio SerranoUPN, -COMIE:México.La investigación educativa en México.oord.)C(Sonia Comboni 2001. CHARLE, Christophe; VERGER, Jacques. Histoire des universités.Paris: Presses Universitaires de France, 1994.DIDRIKSSON, Axel.La universidad de la innovación.México:CESU/UNAM, 2015.FALLON, Daniel. The German University: a heroic ideal in conflict with the modern world. Boulder, Colorado: Colorado Associated University Press, 1983.GENET, Jean-Philippe. Estado. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2002. v. 1. p. 397-409.HUMBOLDT, Wilhelm von. Sobre a organização interna e externa das instituições científicas superiores em Berliml.Rio de Janeiro: EdUERJ, 1997.LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média.Rio de Janeiro: José Olympio editora, 2003.LUCAS-DUBRETON, Jean. La France de Napoléon. Paris: Librairie Jules Tallandier, 1981.NUNES, Rui Afonso da Costa. História da educação na Idade Média. Campinas: Kirion, 2018.PARASKEVA, João. Nova teoria curricular. Portugal: Edições Pedago, Lda, 2011.SANTOS, Paulo César Marques de Andrade. Politiques publiques de mobilité académique internationale:une étude exploratoire du quotidien d´étudiants brésiliens dansla ville de Lyon France.Orientadores: Dra. Rosilda Arruda Ferreira, Bahia Brasil; Dr. Jean-Claude Régnier Lyon2, Lyon França.2014. 342f. Tese (Doutorado em Educação)Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia; Faculté Sciences de l’Education, Ecole Doctorale Education, Psychologie, Information et Communication,Université Lumière-Lyon 2.Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/18687/1/TESE%20-%20Mobilidade%20Acad%C3%AAmica%20Internacional.pdf. Acesso em: 24 fev. 2020.STALLIVIERI, Luciane. Guia de Orientações para Alunos e Professores Participantes de Programas de Intercâmbios Internacionais. Caxias do Sul: Gráfica da UCS, 2001.VERGER, Jacques. Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001.VERGER, Jacques. Homens e saber na Idade Média. Bauru: EDUSC, 1999.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335419VERGER, Jacques. Universidade. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2002.v. 2. p. 573-587.VERWOERD, Hendrik Frensch. Bantoe-onderwys: Beleidsbepaling vir die onmiddelike toekoms. Verklaring. Deur dr H.F. Verwoerd, Minister van Naturellesake, in die Senaat van die Parlement van die Unie van Suid-Afrika, 7 jun. 1954. Pretoria: Staatsdrukker.Como referenciar este artigoCUSATI, I.C.; VIANNA, L.J.; SANTOS, P.C.M.A.; ANGELO, R.C.O.;AVELAR, A.C.Universidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalização. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13354Submetido em:20/02/2020Revisões requeridas:06/03/2020Aprovado em:30/09/2020Publicado em:02/01/2021
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133543UNIVERSIDADES: SURGIMIENTO, NACIONALIZACIÓN E INDICADORES DE INTERNACIONALIZACIÓN1UNIVERSIDADES: SURGIMENTO, NACIONALIZAÇÃO E INDICADORES DE INTERNACIONALIZAÇÃOUNIVERSITIES: EMERGENCE, NATIONALIZATION AND INDICATORS OF INTERNATIONALIZATIONIracema Campos CUSATI2Luciano José VIANNA3Paulo César Marques de Andrade SANTOS4Rita di Cássia de Oliveira ANGELO5Antonio Carrillo AVELAR6RESUMEN: Este artículo se inicia presentando la trayectoria de las Universidades desde el surgimiento en el período medieval, con la creación de una comunidad de escolares; pasando por el fenómeno de la nacionalización, con la consecuente pérdida de su carácter inicial influenciado por las escuelas de oficio y posteriormente por el orden eclesiástica e imperial; abordando en este ámbitoel proceso de estatización a partir de la revolución francesa. La universidad brasileña, fuertemente influenciada hasta la década de 1970 por el modelo europeo, ha sidoimpactada por las premisas de las reformas educacionales y objetivos delineados para una estructura integradora entre enseñanza e investigación, que ocurrió de forma más efectiva a partir de la década de 1980, se presentan juntamente con las iniciativas de internacionalización de la universidad. Por último, se enumeranlas estrategias para el desarrollo de un proyecto de internacionalización de las universidades brasileñas en el siglo XXI,bajo la premisa de que para concebir la cooperación internacional, como parte integrante 1“Este trabajo se realizó con el apoyo de la Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -Brasil (CAPES) -Código de Financiación 001”2Universidade de Pernambuco (UPE),Petrolina PE Brasil.Profesora Adjunta delColegiado de Matemática y Profesora Permanente delPrograma de Posgrado en Formación del Profesorado ye Prácticas Interdisciplinarias (PPGFPPI). DoctoradoenEducación(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4812-8412. E-mail: iracema.cusati@upe.br3Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina PE Brasil.Profesor Permanente delPrograma de Posgrado en Formación del Profesorado y PrácticasInterdisciplinarias (PPGFPPI). DoctoradoenHistoria Medieval por laUniversitat Autònoma de Barcelona (UAB). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7355-7609. E-mail: luciano.vianna@upe.br4Universidade de Pernambuco (UPE), PetrolinaPE Brasil. Profesor Adjunto del Colegiado Pleno de Pedagogía yCoordinador de la Línea de Políticas Educacionales, FormaciónDocente y Praxis Pedagógica delPosgrado en Formación del Profesorado y Prácticas Interdisciplinarias (PPGFPPI). Doctorado enEducación(UFBA). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5803-2388.E-mail: paulo.marques@upe.br5Universidade de Pernambuco (UPE), Serra TalhadaPE Basil. Profesora Adjunta en elColegiado de Medicina. Doctoradoen Neurociencias (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1694-1927. E-mail: rita.angelo@upe.br6Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), CiudaddeMéxico México. Profesor delPrograma de Posgrado en Pedagogía (UNAM), Profesor e investigador delPrograma de Posgrado de laUniversidad Pedagógica Nacional (UPN) y Professor Visitante delPrograma de Posgrado Interdisciplinario en DerechosHumanos (UFG).Posdoctorado en Educación(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5654-0650. Email: antoniocarrillobr@hotmail.com
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133544de las misiones institucionales, cabe a las universidades la creación de mecanismos y estructuras apropiadas para promover la internacionalización como uno de los supuestos indicativos de este direccionamiento. PALABRASCLAVE:Internacionalización. Educación superior. Experiencias interinstitucionales.RESUMO:O presente artigo iniciaapresentando a trajetória das Universidades desde o surgimento no período medieval, com a criação de uma comunidade de scolares; passando pelo fenômeno da nacionalização, com a consequente perda do seu caráter inicial influenciado pelas escolas de ofício e posteriormente pela ordem eclesiástica e imperial; abordando nesse bojo o processo de estatização a partir da revolução francesa. A universidade brasileira, fortemente influenciada até a década de 1970 pelo modelo europeu, foi impactada pelas premissas das reformas educacionais e objetivos delineados para uma estrutura integradora entre ensino e pesquisa, que ocorreu de forma mais efetiva a partir da década de 1980, movimento apresentado juntamente com as iniciativas de internacionalização da universidade. Por último, são elencadas as estratégias para o desenvolvimento de um projeto de internacionalização das universidades brasileiras no século XXI sob a premissa de que para conceber a cooperação internacional, como parte integrante das missões institucionais, cabe às universidades a criação de mecanismos e estruturas apropriadas para promover a internacionalização como um dos pressupostos indicativos desse direcionamento. PALAVRAS-CHAVE:Internacionalização. Educação superior. Experiências interinstitucionais.ABSTRACT:This article begins by presenting the trajectory of universities since the emergence in the medieval period, with the creation of a community of students; passing through the phenomenon of nationalization, with the consequent loss of its initial character influenced by the schools of craft and later by the ecclesiastical and imperial order; addressing in this bulge the process of nationalization in from of the French revolution. The Brazilian university, strongly influenced until the 1970s by the European model, was impacted by the premises of the educational reforms and objectives outlined for an integrating structure between teaching and research, which occurred more effectively from the 1980s, are presented together with the initiatives of the university's internationalization. Finally, the strategies for the development of a project for the internationalization of Brazilian universities in the 21st century are listed under the premise that in order to conceive international cooperation, as an integral part of institutional missions, it is up to universities to create appropriate mechanisms and structures to promote internationalization as one of the indicative assumptions of this direction.KEYWORDS:Internationalization.Higher education.Interinstitutional experiences.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133545Universidades: desde elsurgimientohastala nacionalización El siglo XIII fue un momento crucial en la historia intelectual del Occidentemedieval, principalmente por el surgimientode una nueva forma de organización social y que sirvió para romper gradualmente con el pensamiento que hasta entonces vigoraba en este territorio: las universidades. Entre las diversas afirmaciones que se pueden hacer con relación al surgimiento de estas instituciones en el período medieval, algunas son imprescindibles y se deben destacar, como, por ejemplo, su originalidad en la sociedad de actual, ser un producto del crecimiento demográfico de la época, promover el favorecimiento de la promoción de una sociabilidad y el rompimiento de rasgos hasta entonces tradicionales en términos de organización social con la creación de una comunidad de scolares, es decir, formada tanto de profesores como de alumnos. El surgimiento de las universidades fue un fenómeno de gran importancia, en muchos sentidos, tanto que Rui Afonso da Costa Nunes (2018, p. 221),en su libro História da Educação na Idade Média,al abordar el capítulo sobre las universidades, aclara para el lector que tal capítulo es el “punto culminante”desu libro. En las palabras de Jacques Verger:Convertirse en estudiante: significaba, a finales de la Edad Media, independientemente del estatus anterior, acceder a una condición privilegiada; significaba poder eludir el impuesto y las formas más estrictas de la justicia ordinaria, significaba poder reclamar cierto tipo de rentas (ingresos de beneficios eclesiásticos sin obligación de residencia), significaba tomar asiento bajo la protección directa de las más altas autoridades, seculares o eclesiásticas,interviniendo indirectamente los “privilegios conservadores”universitarios. Incluso antes de la obtención de títulos, la mera inscripción en la universidad era ya, en cierto sentido, una promoción social (VERGER, 1999, p. 100, traducción nuestra).Debemos recordar que el contexto medieval fue un período en que no había la idea de igualdad social ante la ley. Para la época, eso era impensable. Así, el surgimiento de la universidad en este período favoreció la formación de un grupo con condiciones socialesprivilegiadas, de destaque social, un grupo que sería distinto dentro del cuerpo social medieval y, en las palabras de Le Goff,cada miembro de ese grupo se sentía “como un artesano, como un hombre de oficio” (LE GOFF, 2003, p. 87).En este sentido, enrminos sociales, se fue formando un grupo con una práctica cultural diferenciada, en distintos términos: enseñanza basada en el uso de autoridades, uso exclusivo del latín y un procedimiento pedagógico esencialmente oral y repetitivo. También mantuvieron una autonomía singular, con sus propios estatutos, normas de cooperación mutua y organización autónoma de sus actividades.
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133546Gradualmente, el campo del saber se volvió un lócusde formación profesional y destacó en la sociedad la figura del intelectual en el contexto universitario, como podemos ver en las palabras de Verger sobre Paris del siglo XIII: París se convirtió realmente en un importante foco de debate intelectual y de renovación de ideas en el siglo XIII. Cientos de jóvenes clérigos se formaron allí en las más refinadas técnicas de trabajo intelectual, según métodos seguros. Por supuesto, este trabajo intelectual contenía reglas a veces rígidas, [...] pero la calidad de la enseñanza universitaria parisina permitió avanzar de forma decisiva hacia la autonomía, por no decir la profesionalización, de la cultura erudita. La figura, todavía un tanto vaga, de los conocedores se ha asociado a un tipo social muy preciso y excepcionalmente prestigioso, el médico. Se entendió que la Universidad de París se había convertido entonces en un modelo que se intentaría imitar y reproducir en todos los lugares donde se sintiera la aspiración de una promoción similar de la cultura (VERGER, 2001, p. 208).En este sentido, la importancia del siglo XIII para el Occidente medieval se destaca con base en el surgimiento de nuevos grupos sociales, entre los cuales el universo, formado tanto por profesores como por alumno, los cuales cada vez más serían vinculados como pertenecientes a una cultura identificada como erudita. Sin embargo, aunque haya surgido en espacialidades distantes una de las demás, las universidades medievales se destacaron desde el inicio por su carácter internacional, y eso en diversos aspectos. En primer lugar, porque ellas favorecen la migración constante de estudiantes entre un territorio y otro, llevando incluso a formar, en el contexto de la época, grupos que eran nombrados “naciones” o sea, la formación de grupos que estudiaban en un territorio de individuos oriundos del mismo contexto territorial,hecho que se refleja en el contexto universitario (PEDRERO-SÁNCHEZ, 2000, p. 185).En segundo lugar, porque muchas veces los profesores tampoco eran originarios del territorio de la universidad, lo que implica también en una movimientopor parte del cuerpo docente de estas instituciones (LE GOFF, 2003, p. 101). Además, hay que destacar el uso de la lengua latina en las clases, que se utilizaba para transmitir la información relacionada con los estudios, sobre todo en un contexto en el que las lenguas ordinarias adquirían cada vez más protagonismo (VERGER, 2002, p. 580). En este sentido, la formación de la universidad medieval presenta ya una característica que vemos hoy en las universidades actuales, por lo que su formación puede caracterizarse como dinámica en términos sociales.La creación de las universidades obedeció básicamente a dos contextos. Un primero, llamado ex-consuetudine, se referíaa la junción a partir de centros de estudios ya existentes
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133547anteriormente, generalmente formados por la reunión de profesores. En ese caso, las universidades eran organismos autónomos de naturaleza de carácter corporativo, eran reconocidas por las instituciones eclesiásticas y laicas y tenían autonomía conrelación a la enseñanza, a las mallas de las asignaturas, a la duración de los estudios, modalidades de exámenes, entre otros (VERGER, 1999, p. 82).Es necesario destacar que este modelo de formación universitaria correspondía a un deseo de organización autónoma de una comunidad de másteres y estudiantes, presentándosecomo otro oficio urbano cualquier (BASCHET, 2006, p. 214).El segundo contexto, surgido posteriormente, llamado ex-privilegio, era una creaciónuniversitaria concedida por el poder estatal (NUNES, 2018, p. 230).Así, a lo largo de los siglos, cada vez másocurrió la asociación entre el mundo universitario y otro fenómeno que se estaba formando en este mismo contexto: la formación estatal. En cuanto a la formación del Estado durante el periodo medieval, el siglo XIII presenta lo que sería la cuarta etapa de formación del Estado según Genet, que sería incluso la etapa anterior al Estado absolutista. Cada vez más se produjo una centralización del poder, la creación de grupos burocráticos, una normalización de la recaudación de impuestos en relación con la sociedad, y una normalización en cuanto a la relación de la sociedad con el rey, en la figura del súbdito (GENET, 2002, pp. 405-408). Alfonso X, rey de Castilla entre 1252 y 1284, conocido como el Sabio por su implicación en las actividades intelectuales del siglo XIII, nos presenta esta división:Un estudio es una asociación de maestros y escolares realizada en un lugar determinado con la voluntad y la intención de aprender los conocimientos. Y hay dos tipos: uno es el que llaman “estudio general”, en elque hay maestros de artes, así como de gramática, lógica, retórica, aritmética, geometría y astrología, y el otro en el que hay maestros de decretos y maestros de leyes (maestros de derecho civil); este estudio debe establecerse por mandato del Papa, del Emperador o del Rey. La segunda modalidad es lo que llaman “estudio privado”, es decir, cuando un maestro enseña en alguna ciudad, aparte de algunos escolares. Y éste puede hacer que el prelado o el consejo lo hagan desde cualquier lugar (PEDRERO-SÁNCHEZ, 2000, p. 182, traducción nuestra).El primer ejemplo presentado en el trecho anterior, que en realidad surgió después del segundo, es el momento en el cual la universidad pasa a ser un tema político, vinculando a una iniciativa de creación política. De ese modo, la asociación de los términos intelecto-poder fue un fenómeno que involucró el contexto universitario cada vez más a partir del siglo XIV, integrándose a la dinámica estatal de cada territorio. Si en un primer momento las universidades han sido creadas a partir de una creación ya anterior (ex-consuetudine),
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133548posteriormente, cada vez más ellas fueran incorporadas al contexto estatal (ex-consuetudine),y han sido utilizadas como instrumentos para fortalecer el poder de los estados entonces nacientes y cada vez más burocráticos en el final del período medieval. Cada vez más, por lo tanto, se inició un fenómeno que conocemos como la nacionalización de las universidades, cuyo primer ejemplo fue Praga (LE GOFF, 2003, p. 177-178).Una de las primeras consecuencias de esta nacionalización fue la pérdida de su carácter internacional, donde los aspectos nacionales o incluso regionales asumieron un protagonismo frente a los internacionales, donde la iniciativa de la creación está a cargo de soberanos y papas. Entre las universidades de este calado, pueden citarse, por ejemplo: Salamanca, entre 1220 y 1230; Lisboa (1290); Coimbra (1290); Lérida (1300); Praga (1347); Perpiñán (1350); Huesca (1354); Colonia (1388); Barcelona (1450); Friburgo de Brisgovia (1455-1456);Basilea (1459), entre otras (LE GOFF, 2003, p. 169-170).La iniciativa real en relación a la fundación de universidades estuvo ligada a cuestiones políticas del territorio, como su propio desarrollo, el beneficio favorecido a los sujetos y el intento de evitar la participación de políticos extranjeros (NUNES, 2018, p. 231). Sin embargo, si el siglo XIII fue el siglo de oro de las universidades con la constitución de las más importantes, como París, Salamanca y Oxford (NUNES, 2018, p. 231), en los siglos siguientes comenzaron a perder sus características iniciales, es decir, la pérdida de la autonomía inicial en detrimento de la centralización realizada por el Estado, y la pérdida del carácter internacional con la creación de otras varias universidades en distintos territorios (NUNES, 2018, p. 250). Y fue precisamente en este contexto en el que las universidades comenzaron a establecer cada vez más una relación de poder con el Estado de la época, como podemos ver en las palabras de Le Goff:Al final de la Edad Media, las grandes universidades se convirtieron en poderes políticos, desempeñaron un papel activo, a veces protagonista, en las luchas entre Estados, fueron el teatro de la violencia y de lascrisis que se opusieron a las “naciones”inspiradas a partir de entonces por un sentimiento nacional, y finalmente se integraron en las nuevas estructuras nacionales de los Estados (LE GOFF, 1996, p. 132, traducción nuestra).En términos generales, se puede afirmar que a partir del siglo XIV las universidades se orientaron cada vez más a ser un importante instrumento de poder por parte del Papado y de las monarquías, con la formación de profesionales para actuar en el ámbito del poder en el origen del estado laico en la Baja Edad Media. Su autonomía inicial fue siendo englobada por los estados emergentes, y cada vez más se convirtieron en instrumentos nacionales de los nuevos territorios en formación. Sin embargo, dos fenómenos en relación con el mundo
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.133549universitario, surgidos en el contexto medieval, continuarían en los siglos siguientes: la migración de estudiantes y la expansión de las universidades.La migración de estudiantes y la expansión de la universidadLa migración de estudiantes es un fenómeno iniciado con las primeras escuelas filosóficas del siglo III(A.C),como la Hekadirmiade Platón en la ciudad de Atenas. Aunque sin esas mismas características, la academia universitaria de la edad media contó como marco importante para el desarrollo en las instituciones universitarias la migración de estudiantes yprofesores. Conocidas en el siglo XII por Studium Generale(Estudios Generales), estas instituciones tenían como objetivo, además de formar clérigos para defensa de la fe católica, contribuir para formación de los hijos de los nobles. A lo largo de los años los Studium Generalepasaron a llamarse de Universitas Studii o Magistrorum et Scolarium.Para Jaques Verger (1990), la palabra Studiumsignificaba lugar donde los alumnos estudiaban, un tipo de establecimiento de Enseñanza Superior donde se reunían losaprendices y másteres. Y universitasel nombre de la organización corporativa responsable por la manutención y administración del studium. Para la legislación en vigor, significaba cualquier tipo de comunidad o corporación. A lo mejor, las primeras relaciones didácticas establecidas en estos tipos de asociaciones hayan sido semejantes a las de las corporaciones de oficio donde eran comunes el compartimiento de los conocimientos técnicos, profesionales y la práctica de actividad de manutención y proteccióndela corporación. Por la necesidad de una sistematización de los contenidos trabajados nasce el currículo como instrumento que produce la formación esperada por la sociedad. El currículo era compuesto por actividades instrumentales y prácticas oriundas delcollege. Las actividades instrumentales eran compuestas por el conjunto de tres (triviun) ramosdel conocimiento(asignaturas): gramática, retórica y dialéctica. Y las actividades prácticas de cuatro (cuandriviu) ramos del conocimiento (asignaturas): Astronomía, Geometría, Aritmética y Música. En el ejercicio común y diario de esas corporaciones, los alumnos eran conducidos al ejércitode una “mentalidad laica, técnica y racionalista” (CAMBI, 1999, p. 174-175).Hasta mediados del siglo XIV, las universidades y colegios funcionaban en casas alquiladas, conventos e iglesias. A veces, en los conflictos con las autoridades locales, los profesores y alumnos amenazan con emigrar a otra región. Desde finales del siglo XIV, la
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335410Universidad de París comenzó a fijar su funcionamiento con la adquisición de edificios y construcciones. En el siglo XV comenzó a ocurrir lo mismo con otras universidades.Hacia el año 1500, tanto las universidades nuevas como las antiguas contaban con edificios académicos apropiados: aulas, salas de reuniones, una capilla, una o varias bibliotecas y viviendas para estudiantes y profesores. [...] ahora, las universidades ya no podían amenazar con la migración, ni las autoridades podían tolerar huelgas o secesiones (GIEYSZTOR, 2000, p. 135-138,traducción nuestra).En el año 1500, en casi todas las regiones de Europa ya había una universidad; como los planes de estudio eran similares, era muy común que los estudiantes emigraran de una región a otra, por ejemplo, dejar la Universidad de Coímbraen Portugal para estudiar en Oxford en Inglaterra o que el estudiante dejara Salamanca en España para estudiar en Toulouse en Francia. Debido a las distancias, incluso entre regiones contiguas como España y Francia, los estudiantes se desplazaban de unaregión a otra para poder permanecer en ella. Los más afortunados se mantenían a expensas de sus familias y los menos afortunados trabajaban para pagar sus estudios. Estas migraciones fueron comunes y constantes durante todo el periodo medieval.Según Santos (2014, p. 90), con el paso del tiempo las ciudades donde se establecieron estas universidades pasaron a ser conocidas como ciudades universitarias, que se beneficiaron tanto de la movilidad como de la migración de estudiantes. La migración y la movilidad se vieron estimuladas por dos factores: las clases en las universidades se impartían en latín y los títulos eran iguales en todas las universidades. Por lo general, un estudiante comenzaba sus estudios en una universidad cercana a su residencia y podía completarlos en otra más lejana.A finales de la Edad Media, Europa contaba ya con 60 universidades estructuradas en las llamadas ciudades universitarias. Con el Renacimiento, este número creció rápidamente, llegando a 143 en 1790. Pero a pesar del aumento delnúmero de instituciones, esto no impidió que grandes ciudades y capitales como Londres, Ámsterdam, Anvers, Bruselas, Rouem, Lyon, Madrid, Milán, Berlín, Saint-Pétersbourg perdieran el control político y financiero sobre ellas (CHARLE; VERGER, 2012, p. 48).Con las grandes navegaciones, los hispanos llevaron a sus colonias el modelo europeo de educación superior. Entre 1511 y 1609 se crearon 16 universidades en las colonias españolas. Entre 1677 y 1791, muchas de estas universidades sirvieron de escenario para la creación de otras y la extinción de muchas otras.Durante el mismo periodo, aparecieron las primeras universidades fuera de Europa, principalmente en las colonias de América del Norte y América Latina. Paralelamente a este
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335411movimiento expansionista, surgió un nuevo modelo de universidad, con una estructura administrativa, una concepción de la enseñanza, una tipología y unas metodologías diferentes a las desarrolladas en la época medieval, pero adaptadas a la ideología dominante de los grupos que dieron origen a estas instituciones.Uno de los factores destacables en la vida de los estudiantes inmigrantes es que cuando se convierten en egresados de universidades extranjeras, una gran parte ya no regresa a sus países de origen, sino que se inserta en el mercado laboral del país de destino. Esto no ocurre en la gran mayoría de los estudiantes de movilidad académica internacional:A principios del siglo XIV, había 301 médicos colegiados en Francia; de ellos, el 57,8% había estudiado en París, el 35,2% en Montpelllier, el 2,7% en otras facultades de medicina francesas y el 4,3% en el extranjero. A finales del siglo XV, de un total de 436 doctores, los de Montpellier sólo formaban el 16,3% del total y los de París el 47,5%; las otras universidades de Francia entonces el 27,6% y las facultades extranjeras el 8,5%. París -y Montpellier aún más-perdió terreno frente a Caen, Toulose y Avanhão, o frente a Perpinhão, Cahors, Angers, Dôle, Nantes, Poitiers, Burdeos y Borges. Los titulados de las universidades extranjeras eran casi todos extranjeros que, tras finalizar sus estudios, venían a trabajar a Francia (RIDDER-SYMOENS, 1996, p. 286).La reforma protestante ha tenido un impacto positivo en la expansión del número de instituciones de educación superior dentro yfuera de Europa. Además de los creados por el Estado y la Iglesia católica, ahora había luteranos y calvinistas, lo que influyó directamente en la reducción de la migración estudiantil. La reducción de este flujo fue posible gracias a la ampliación delmero de centros educativos.Estatización de las universidadesEn los 300 años que separan el proceso de decadencia de lo medieval y la estabilidad del Estado moderno (siglos XV al XVIII), la universidad alcanzó el absolutismo monárquico, un régimen político por el que aglutinaba a monarcas, nobles y burgueses al mismo tiempo y región, y que favorecía el desarrollo de instituciones públicas mantenidas administrativamente por un cuerpo burocrático.Con el advenimiento de la revolución francesa en 1789, en la que Napoleón Bonaparte, bajo la égida de la monarquía constitucional, tomó el control total del Estado y sometió al Estado francés a una profunda reforma institucional y administrativa, entre ellas la de la enseñanza, la Universidad de la época sufrió profundos cambios, adquiriendo características de las que algunas están presentes en las universidades actuales.
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335412Dado como una institución peligrosa por los revolucionarios franceses por mantener las tradiciones del viejo medieval, cuyo currículo, basadoenla cultura clásica, impedía la divulgación y la enseñanza, por lo tanto, la asimilación de nuevos conocimientos producidos por las ciencias experimentales y por el enciclopedismo. En 1806, con el apoyo de la asamblea constituyente, se aprobó la ley quepasó a disciplinar la enseñanza superior en toda Francia: “Ella será formada, bajo el nombre de Université Imperiale, una corporación encargada exclusivamente de la enseñanza y de la enseñanza pública en todo Imperio”. La universidad, además de volverse unainstitución pública, perteneciente al monopolio estatal, laica por cuenta de los principios revolucionarios y ahora cartorial por cuenta de las certificaciones, niveles y diplomas, pasó a disciplinar el funcionamiento y la estructura didáctico-pedagógica de las facultades existentes, las escuelas primarias, los colegios, los Liceos y cualquier otra institución de enseñanza. En resumen, la universidad se consideraba un aparato ideológico del Ancien Régime. Los sucesivos decretos revolucionarios, a los quese sumó el decreto napoleónico de marzo de 1808, produjeron profundos cambios en el panorama de la enseñanza superior. Se crearon las Escuelas Politécnicas, la Facultad de Ciencias y la Facultad de Letras; y las Escuelas de Medicina y Derecho fueron promovidas a Colegios Mayores (CUNHA, 2007, p. 16-17, traducción nuestra).De forma similar a la relación de los gobernantes con la sociedad civil de la época, la universidad, revestida de burocracia estatal, comenzó a actuar de forma autoritaria y a dictarnormas para su profesorado y alumnado, que no tenían clara la situación, porque la educación no estimulaba la crítica, al contrario, servía de adoctrinamiento, manteniendo los intereses del gobierno y de la élite burguesa.En el período de la Ilustración, otros países europeos pasaron a reflexionar sobre la importancia del rol social de la universidad. Se destaca Alemania que, influenciada por pensadores como Wilhelm Von Humboldt y filósofos ilustrados, estatizó la enseñanza superior a partir del entendimiento de que la Universidad es unainstitución vital para la manutención y reproducción de la identidad nacional. En la producción de estos filósofos destaca la de Wilhelm Von Humboldt (1767-1835), considerado por muchos autores como el padre de la universidad moderna, al introducir en la pedagogía universitaria la insociabilidadentre la enseñanza y la investigación en prácticas formativas basadas en el desarrollo científico. Para Humboldt, el suelo universitario es el territorio apropiado para la vinculación entre ciencia y política, entre el desarrollo del espíritucrítico y la acción práctica: “[...] la universidad mantiene siempre una
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335413relación intrínseca con la vida práctica y con las necesidades del Estado, ya que, al guiar a la juventud, realiza tareas pragmáticas de interés para el Estado”(HUMBOLDT, 1997, pp. 94-95).Según Fallon (1983), la universidad pasó a formar parte del Estado no sólo para unificar culturalmente a la nación, sino también para humanizar al Estado, teniendo éste la obligación demantener la dinámica de desarrollo científico que presenta la universidad.Brunner (2014) destaca dos vertientes distintas en el proceso de estatización de la universidad: la vertiente francesa y la vertiente alamana. Para él: […] el lado alemán, idealista-romántico, confiere al modelo de universidad pública occidental un alto grado de autoconciencia como parte integrante del Estado y de la expresión cultural de la nación. Por otro lado, la parte francesa, más político-administrativa, otorga legitimidad y reconocimiento como servicio público de primer orden, como formador de las élites nacionales (BRUNNER, 2014, p. 15-16, traducción nuestra).La parte alemana piensa en la universidad como un espacio para fortalecer las representaciones culturales, valorar la identidad, humanizar las relaciones en contextos sociales, políticos y económicos. La parte francesa, en cambio, piensa en la universidad como una institución de formación de las élites, teniendo incluso como lema político institucional la liberté, laégalité y la fraternité.Estrategias de internacionalización de las universidades brasileñasLa educación superior en Brasil se ha ido internacionalizando progresivamente, teniendo como marco inicial las propuestas de las reformas educativas de los años 60 y 70, que se centraron en la necesidad de una estructura educativa más integradora, proporcionando unidad entre la enseñanza y la investigación.Desde la década de 1980, las iniciativas de internacionalización de la universidad brasileña se han materializado contemplando algunos de los objetivos mencionados en el artículo 15 de la Declaración Mundial sobre la Educación Superior en el Siglo XXI: Visión y Acción, entre ellos, el intercambio de conocimientos teóricos y prácticos entre países y continentes. La declaración es enfática al concebir que las instituciones de Educación Superior debe, entre otras funciones, asumir la iniciativa de la internacionalización y no sólo reaccionar a las demandas de la globalización.La internacionalización encarna elaprecio y el respeto por las diferencias y la identidad. El efecto de la internacionalización se hace explícito en un conjunto de esfuerzos
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335414institucionales realizados para adaptarse a un mundo globalizado, que tiene en el proceso de globalización la universalización de estrategias eficaces y eficientes a favor del pleno conocimiento.La globalización significa inclusión, conexiones entre grupos, regiones, etc. También significa exclusión, porque mientras los grupos y las regiones están conectados, otros muchos están excluidos. En este sentido, la globalización y la guetización inclusión y exclusión se convierten en aspectos del mismo proceso (VERWOERD, 1954).A partir de la breve presentación de las matrices iniciales, se parte de la premisa de que para concebir la cooperación internacional como parte integrante de las misiones institucionales, corresponde a las universidades crear mecanismos y estructuras adecuadas para promover la internacionalización como uno de los objetivos indicativos de esta dirección.Las instituciones de educación superior deben adaptarse a este nuevo escenario mundial para estar a la altura de los países desarrollados, ya que en un escenario globalizado, y cada vez más competitivo, la integración pasa por la internacionalización yla capacidad de innovación.El proceso de internacionalización de las instituciones de enseñanza superior en Brasil se produce de diferentes maneras, teniendo en cuenta la autonomía de cada universidad. Sin embargo, la forma más habitual es la cooperacióninternacional, que incluye la movilidad de académicos, directivos y profesores. Es importante destacar que la internacionalización no se produce de forma aislada, ya que presupone la cooperación en todas sus formas, académica, científica y tecnológica,y en sus diferentes niveles, siempre que se centren en el ámbito de la cooperación interinstitucional (STALLIVIERI, 2001).La internacionalización de las instituciones de educación superior en sus diferentes formas de cooperación se ha vuelto esencial para la mejora de la calidad de la enseñanza y la investigación que, articuladas, crean las condiciones para el desarrollo de los países participantes y promueven una mejor calidad de vida de las poblaciones.Las universidades públicas de América Latina, en el contexto de la globalización, están sometidas a fuerzas y tensiones, que se derivan de las políticas públicas, debido a la necesidad de generar propuestas para enfrentar los actuales desafíos de formación, buscando consolidar acciones que respondan a lasdemandas educativas del mundo globalizado. En este escenario, una de las estrategias educativas y políticas más complejas que tienen que afrontar las instituciones de educación superior se refiere a la internacionalización como señala Didriksson (2015), ya que existe una política de interdependencia económica, social y cultural, facilitada recientemente por los medios de información y comunicación.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335415La internacionalización académica, durante la última década, se ha ido fortaleciendo en la rutina de la vida universitaria y, por ser una situación relativamente nueva para muchas instituciones de educación superior latinoamericanas, se presentan estrategias metodológicas en la secuencia de una experiencia con acciones de intercambio en desarrollo por los autoresdeeste artículo, porque creemos que es urgente promover una reflexión sobre el concepto de internacionalización asumido en las instituciones de educación superior. El objetivo es dar visibilidad a los conceptos que impregnan la cooperación internacional a nivel académico y las formas en que se configura y materializa, destacando los retos para una efectiva internacionalización institucional, centrándose en la realidad de las instituciones de educación superior.La experiencia interinstitucional de internacionalización Con el objetivo de comprender, vis-a-visrelatos de experiencias de estudiantes intercambistas, las teorías que basan el abordaje didáctico de un proyecto de articulación interinstitucional como práctica de internacionalización binacional, se explicitarán los retos y las posibilidades de cambios en la práctica educativa, posibilitados por el diálogo del conocimiento y de cosmovisiones de los pueblos indígenas con relación a las demandas contemporáneas de vida intercultural. Cabe decir que la formación del profesorado en contextos interculturales de internacionalización es fuertemente atravesada por creencias, compromisos sociales y culturales distintos, conduciendo a reflexiones y evaluaciones de ricas experiencias académicas derivadas de prácticas de movilidad, currículos, viajes, diferentes idiomas y experiencias en propuestas dichas innovadoras. La propuesta metodológica en desarrollo con los estudiantes de intercambio se basa en una noción amplia de flexibilidad curricular (PARASKEVA, 2011), que la considera como un proceso colectivo e individual de creación y recreación de las formas de reorganización, percepción e interpretación del currículo asumido como un proceso de comunicación e interacción entre diferentes espacios curriculares. La flexibilidad se observa en la organización horizontal y vertical, en la elaboración de productos académicos y en la forma de concebirlos y utilizarlos con originalidad y armonizados con los contextos reales.Con base en los principios de una filosofía de la internacionalización y para una mejor comprensión del programa y sus prácticas de internacionalización, se enumeran las premisas de la asociación entre instituciones de educación superior de Brasil y México que, apoyadas en una amplia flexibilidad curricular, consideran un proceso colectivo e individual de creación
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335416y recreación como una forma de reorganización, percepción e interpretación del currículo, reconociendo que si los programas de maestría tienen la tarea principal de producir y crear conocimiento significa que deben aceptar la diversidad académica.Los objetivos de esta experiencia de internacionalización son, entre otros: proponer elementos académicos concretos para involucrar a los estudiantes y profesores de posgrado en una experiencia de formación alternativa entre las instituciones asociadas; identificar problemas académicos muy específicos que puedan articularse a proyectos de investigación; establecer pautas de trabajo e implementación de la internacionalización que contribuyan a favorecer una estrategia de articulación dentro de las líneas académicas que conforman los programas de posgrado; potenciar las condiciones académicas y materiales existentes en los programas de posgrado para posibilitar un mayor proceso de internacionalización yexplorar elementos logísticos específicos dentro de las instituciones para promover las prácticas de internacionalización.Por ello, tras este preámbulo, pasamos a la presentación del proyecto (AVELAR; ROA; CUSATI, 2019, p. 1195-1201), enumerando estrategiaspara su desarrollo y sentido pedagógico:I) La utilización de las narrativas de las experiencias de los alumnosen el programa de internacionalización es la primera documentación (registro escrito) utilizada para explorar en profundidad las ideas sobrelaexperiencia de movilidad académica y buscar el potencial de cambio en otros escenarios educativos. II) Las experiencias relatadasrelacionadas a los vínculos interculturales entre Brasil y México tienen como propósito presentar testimonios, en forma de seminarios, en los que los estudiantes vivencian la experiencia de internacionalización en la comunicación en diferentes idiomas. Aunque los entusiasmos se puedan percibir en la experiencia vivida y retratadas en los informes, se percibe el progreso logradopor el compartimiento de aspectos socioculturales y lingüísticos de los países participantes. III) El compromiso social de los estudiantes con su pueblo, su comunidad de origen, compromiso que va más allá de la conclusión de estudios de posgrado de naturaleza académica, pues son enumerados otros relacionados a la consciencia de sus responsabilidades y el vínculo con obligaciones sociales. IV) Experiencia que acumula conocimientos, sentimientos, valores y accionesque amplían la comprensión de los derechos humanos por las experiencias interculturales.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335417V) Experiencias académicas formalesson posibilitadas por los seminarios de profundizaciónteórico-metodológicaque subsidian las investigaciones y propician suprogreso, pues hay énfasis en el rigor de la investigación académica y de su escritura. VI) Experiencias de intercambios culturalespromocionan el estudio y el fortalecimiento de prácticas culturales en programas de posgrado para estudiantes de diferentes nacionalidades. En esta actividad de intercambio de experiencias culturales se valoran, entre otros, las costumbres, el vestuario, la organización social y las manifestaciones artísticas que permitan comprender las estructuras culturales internas que los estudiantes puedan favorecer un entendimiento integral de las vivencias académicas que se construyen en ese proceso de prácticas con variados rasgos culturales. El trabajo de intercambio compartido favorece el desarrollo de una identidad individual y colectiva porque, además de la investigación individual, el oficio de cada postgraduado, hay experiencias de investigación en equipoy experiencias de investigadores en formación con investigadores académicos reconocidos por su producción.Los vínculos binacionales favorecen la generación y aplicacióndeconocimientos de los estudiantes que ampliarán y revitalizarán, con apoyo teórico, los resultados de sus investigaciones específicas.Es urgente avanzar en la construcción de elementos orientadores de la internacionalización de la educación superior enelmarco de los instrumentos de política pública, lo que requiere una revisión de la propia política exterior brasileña, enfatizando más las cuestiones educativas y científicas, además de promover la apertura de oportunidades en el ámbito educativo. Asimismo, se requiere que la institución de educación superior revise las limitaciones estructurales a las que se enfrenta su sistema en relación con la internacionalización, de manera que se puedan definir fórmulas para avanzar en este proceso.REFERENCIASAFONSO X, O SÁBIO. Las Siete Partidas. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média. Textos e Testemunhas. São Paulo: Editora Unesp, 2000.AVELAR, Antonio Carrillo; ROA, Andrea Olmos; CUSATI, Iracema Campos. Articulações entre educação intercultural e práticas de internacionalização entre México e Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. 3, p. 1182-1204, jul./set. 2019. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14i3.12486BASCHET, Jérôme.A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. Rio de Janeiro: Globo, 2006.
image/svg+xmlIracema Campos CUSATI; Luciano José VIANNA; Paulo César Marques de Andrade SANTOS; Rita di Cássia de Oliveira ANGELO eAntonio Carrillo AVELARRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335418BRUNNER. J. J.Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.22, n. 82, p. 11-30, jan./mar. 2014.CASTAÑEDA, ,SALINAS:InAlrededor de la idea de formación.. José Antonio SerranoUPN, -COMIE:México.La investigación educativa en México.oord.)C(Sonia Comboni 2001. DIDRIKSSON, Axel.La universidad de la innovación.México:CESU/UNAM, 2015.FALLON, Daniel. TheGerman University: a heroic ideal in conflict with the modern world. Boulder, Colorado: Colorado Associated University Press, 1983.GENET, Jean-Philippe. Estado. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2002. v. 1. p. 397-409.HUMBOLDT, Wilhelm von. Sobre a organização interna e externa das instituições científicas superiores em Berliml.Rio de Janeiro: EdUERJ, 1997.LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média.Rio de Janeiro: José Olympio editora, 2003.LUCAS-DUBRETON, Jean. La France de Napoléon. Paris: Librairie Jules Tallandier, 1981.NUNES, Rui Afonso da Costa. História da educação na Idade Média. Campinas: Kirion, 2018.PARASKEVA, João. Nova teoria curricular. Portugal: Edições Pedago, Lda, 2011.SANTOS, Paulo César Marques de Andrade. Politiques publiques de mobilité académique internationale:une étude exploratoire du quotidien d´étudiants brésiliens dansla ville de Lyon France.Orientadores: Dra. Rosilda Arruda Ferreira, Bahia Brasil; Dr. Jean-Claude Régnier Lyon2, Lyon França.2014. 342f. Tese (Doutorado em Educação)Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia; Faculté Sciences de l’Education, Ecole Doctorale Education, Psychologie, Information et Communication, Université Lumière-Lyon 2.Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/18687/1/TESE%20-%20Mobilidade%20Acad%C3%AAmica%20Internacional.pdf. Acesso em: 24 fev. 2020.STALLIVIERI, Luciane. Guia de Orientações para Alunos e Professores Participantes de Programas de Intercâmbios Internacionais. Caxias do Sul: Gráfica da UCS, 2001.VERGER, Jacques. Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001.VERGER, Jacques. Homens e saber na Idade Média. Bauru: EDUSC, 1999.VERGER, Jacques. Universidade. In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2002.v. 2. p. 573-587.
image/svg+xmlUniversidades: surgimento, nacionalização e indicadores de internacionalizaçãoRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1335419VERWOERD, Hendrik Frensch. Bantoe-onderwys: Beleidsbepaling vir die onmiddelike toekoms. Verklaring. Deur dr H.F. Verwoerd, Minister van Naturellesake, in die Senaatvan die Parlement van die Unie van Suid-Afrika, 7 jun. 1954. Pretoria: Staatsdrukker.Cómo referenciar este artículoCUSATI, I.C.; VIANNA, L.J.; SANTOS, P.C.M.A.; ANGELO, R.C.O.;AVELAR, A.C.Universidades: surgimiento, nacionalización e indicadores de internacionalización. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 3-19, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13354Enviadoel:20/02/2020Revisiones requeridas:06/03/2020Aprobado el:30/09/2020Publicado el:02/01/2021