image/svg+xmlEstudo relacional entre gênero e rendimento escolar de alunos do ensino fundamental e médio de Brasília-BrasilRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344837ESTUDO RELACIONAL ENTRE GÊNERO E RENDIMENTO ESCOLAR DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE BRASÍLIA-BRASILESTUDIO DE RELACIÓN ENTRE EL GÉNERO Y EL RENDIMIENTOESCOLAR DE ESTUDIANTES DE ESCUELA PRIMARIAY SECUNDARIA DEBRASÍLIA-BRASILRELATIONAL STUDY BETWEEN GENDER AND SCHOOL PERFORMANCE OF STUDENTS IN ELEMENTARY AND HIGH SCHOOL IN BRASÍLIA-BRAZILEder AngeloSANCHES1Oscar Ulloa GUERRA2RESUMO: Este estudo se propõe descobrir relações entre gênero e rendimento escolar, composto em especial por valores de metas acadêmicas (3 fatorespsicossociaisnão-cognitivos), de uma amostra de alunos de 11a 17anos inseridos na rede de ensino fundamentalIIe médio de Brasília-DF, capital do Brasil. A pesquisa se inscreveu em uma perspectiva motivacional, que se sustenta em um desenho transversal descritivo e correlacional com metodologia qualitativa e quantitativa. Se aplicou o Questionário de Metas Acadêmicas de Hayamizu e Weiner (1991). Descreveu-se e aplicou, empiricamente, a um grupo de alunos dosgêneros masculino e feminino. Foi possível demonstrar que nãoexistiramcorrelações entre as variáveisdevido ànormalidade estatística da amostra. No entanto, os resultados da descrição fazem supor impactos positivos em metas de aprendizagem e metas de obtenção, pelo alto nível de pontuação obtido na descrição da amostra e pela consistência dos dados, e impactos negativos em metas de reforço social. O fatomais chamativo foi a contradição encontrada com os resultados obtidos por Cominetti e Ruiz (1997),que se baseiam em sustentar que o fator gênero ajudaamodular as relações com o rendimento escolar. Esta pesquisa contribui cientificamente com novos elementos às literaturas sobre o assunto.PALAVRAS-CHAVE: Fatores de aprendizagem. Rendimento escolar. Gênero. Variáveis sociodemográficas. Metas acadêmicas.RESUMEN:Este estudio propone descubrir relaciones entre género y rendimiento escolar, compuesto en particular por valores de metas académicas (3 factores psicosociales no cognitivos), a partir de una muestra de estudiantes de 11a 17años insertadosen la red de educación básicay mediade Brasilia-DF, capital de Brasil.La investigación se inscribió en una perspectiva motivacional, que se basa en un diseño descriptivo y correlacional de corte transversal con metodología cualitativa y cuantitativa. Se aplicóel Cuestionario de Metas Académicas de Hayamizu y Weiner (1991).Se lo describió y aplicó, empíricamente, a un grupode estudiantes delos génerosmasculino y femenino. Fue posible demostrar que no hubo correlación entre las variables debido a la normalidad estadística de la muestra.Sin 1Universidade Internacional Iberoamericana(UNINI), México.Doutorando no Programa de Pós-graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3276-9132. E-mail: sanches.eder@yahoo.es2Universidade Internacional Iberoamericana(UNINI), México. Professor e Pesquisador. Doutoradoem Educação(UFRGS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9505-7768. E-mail: oscar.ulloa.guerra@gmail.com
image/svg+xmlEder Angelo SANCHES e Oscar UlloaGUERRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344838embargo, los resultados de la descripción sugieren impactos positivos en las metas de aprendizaje y las metas de logro, debido al alto nivel de puntuación obtenido en la descripción de la muestra y la consistencia de los datos, y los impactos negativos en las metas de refuerzo social.El hecho más llamativo fue la contradicción encontrada con los resultados obtenidos por Cominetti y Ruiz (1997), que se basan en mantener que el factor de género ayuda a modular las relacionescon el rendimiento escolar. Esta investigación contribuye científicamente con nuevos elementos a la literatura sobre el tema.PALABRAS CLAVE:Factores de aprendizaje. Rendimiento escolar. Género. Variables sociodemográficas. Metas académicas.ABSTRACT:This study proposes to discover relations between gender and school performance, composed in particular by values of academic goals (3 non-cognitive psychosocial factors), from a sample of students aged 11to 17inserted in the fundamentalIIand high school network of Brasilia-DF, capital of Brazil. The research was enrolled in a motivational perspective, which is based on a cross-sectional descriptive and correlational design with qualitative and quantitative methodology. The Hayamizu and Weiner’s (1991)Goals Questionnaire was applied. It was described and applied, empirically, to a genderof male and female students. It was possible to demonstrate that there were no correlations between the variables due to the statistical normality of the sample. However, the results of the description suggest positive impacts on learning goals and achievement goals, due to the high level of punctuation obtained in the sample description and the consistency of the data, and negative impacts on social reinforcement goals. The most striking factwas the contradiction found with the results obtained by Cominetti and Ruiz (1997), which are based on maintaining that the gender factor helps to modulate the relations with school performance. This research contributes scientifically with new elements to the literature on the subject.KEYWORDS:Learning factors. School performance. Gender. Sociodemographic variables. Academic goals.IntroduçãoOrganismos internacionais, como aOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), perseguem, entre seus objetivos, educação de qualidade para todos, em todos os níveis e modalidades, incluindo a educação de jovens e adultos. Destacam a necessidade de encontrar alternativas de soluçãoao problema de deserção universitária, devidoaos baixos resultados na aprendizagem escolar (PORCAR, 2010).Neste contexto, o conceito fatores de aprendizagem pode ser uma alternativa para instituições escolaresformaisque querem mudar o seu modeloeducacionalatual,tornandoo ambiente escolar mais atraente para os alunos,pois permite abordar não apenas a dimensão relacionada aosaspectos curriculares, mas também as dimensões psicossociais, física e didática de futuros modelos.
image/svg+xmlEstudo relacional entre gênero e rendimento escolar de alunos do ensino fundamental e médio de Brasília-BrasilRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344839É importante considerar que determinados fatores de aprendizagem vinculam o rendimento acadêmico, considerado na literatura como um constructo complexo e multifacetário. Dentre esses fatores, a variável gêneroe outras variáveis sociodemográficas têm sidoestudadas pelos teóricos Cominetti e Ruiz (1997) e Beguet, Kohan, Solano e Renault(2001).A combinação dessas variáveis implica grandes mudanças nas operações, no processo de ensino-aprendizagem e no pensamento das escolas, a tal ponto que é possível perguntar: Como uma escola oferece educação equitativa para seus alunos? Como produzir e distribuir com igualdade essa educação? Como interagir com alunos de diferentes gêneros? Consequentemente,as escolas precisam ajustar características de seusmodelos educacionais para tirar vantagem dos benefícios dos fatores de aprendizagem.Apesar de sua importância, a literatura tem poucas informações sobre esses fatores de aprendizagem. Nesse sentido, para contribuir cientificamente com estudos existentes sobre os determinantes do rendimento acadêmico, um dos primeiros passosé verificar qual arelação de dependência entre gênero e rendimento escolar para,em seguida,analisar seus efeitos.Portanto, o objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar se há diferenças nas metas acadêmicas dos discentes do ensino fundamentalII(11 a 14 anos) e médio (15a 17anos) em função da diferença de gênerodos alunos. Para tanto, tal objetivo foi desdobrado em dois objetivos específicos:(i) comparar, qualitativamente, o resultado de cada fator de metas utilizando-se o softwareExcel e Power Business Innovation, e a consistência interna do sistema de escala de pontuação (escores) das 20 perguntas distribuídas nos três fatores de metas, utilizando-se o estimador de confiabilidade de instrumento de medição chamado Teste αde Cronbach; e (ii) comparar, estatisticamente (ɤ=5%), se existe efeito do gênero (masculino/feminino) dos alunos sobre as metas acadêmicas, por meio da ferramenta Teste t de Student.A próxima seção descreve a revisão da literaturae apresenta alguns estudos relativos aos fatores de aprendizagem e a combinação de fatores utilizados para sustentar este estudo. Na sequência, apresenta-sea seção dametodologia adotada neste trabalho, que abrange a identificaçãoea caracterização da população e amostra, a relação de variáveis e os procedimentos de pesquisa. Na seção posterior,osresultados, que compreendema análise de consistência dos escores e correlacional das variáveis estudadas. Finalmente, a seção de discussão e conclusões destaca os resultados alcançados pela pesquisa, indicando a contribuição teóricapara ciência, além de listar futuras oportunidades de pesquisas.
image/svg+xmlEder Angelo SANCHES e Oscar UlloaGUERRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344840Revisão teóricaAtualmente, instituições de educação formal no mundo estão concentradas no desenvolvimento de estratégias para melhorar a eficácia de suas atividades educacionaise acadêmicas. Parte das preocupações tem centrado nos temas de qualidadeda educaçãoe credenciamento do sistema educacional, que depende do esforço de seus membros, dos resultados na relaçãoingresso/egressode alunos, das oportunidades para todos,da relação professor-aluno-escola,entre outros.As diferentes pesquisas relacionadas fazem conhecer que o estudo do rendimento acadêmico deve vincular-se não só com o “saber” (aprendizagem significativa), mas também com fatores psicossociais que incidem no que aprende (crenças, valores, atitudes, motivaçõesetc.). Dessa forma, o rendimento acadêmico implica assinalar um êxito compartilhado entre o estudante, o docente, o clima da aula e o contexto. É uma problemática que preocupa também as famílias e, especialmente, o próprio aluno,que pode atribuir seu fracasso a causas externas ou internas.Na literatura educativa,o rendimento acadêmico é considerado um processo complexo, demúltiplas variáveis, resultado da ação tanto de fatores internos quanto externos ao sujeito, não existindo um modelo que o descreva. Risoto (2008)considera que o rendimento acadêmico é um conceito multifacetário,que se relaciona com alguns fatores psicossociais que o vinculam.Dentre os fatores internos, o rendimento acadêmico está vinculado às variáveis de nível intelectual(cognitiva), de personalidade e de atitudes motivacionais. Mas essas relações com o rendimento acadêmico nem sempre são lineares, podem sermoduladas também por outros fatores, como o nível de escolaridade, gênero, aptidão, autoestima, personalidade, conduta, inteligência, esforço, estilos atribucionais, autocontrole, autopercepção, autoeficácia, entre outros (PORCAR, 2010).Numerososestudos relacionaram o rendimento acadêmico com características particulares da pessoa. Cominetti e Ruiz (1997), consideram que as expectativas e o gênero são fatores que influenciam no rendimento.Oliveira, Reis e Tinoca (2018) pensam que não se pode afirmar que as práticas docentes favorecem mais claramente um gênero do que o outro.Expectativa baixa do professor, por exemplo, érecebida pelos alunos com atitude de abandono/desinteresse frente a qualquer tarefa.Cascón (2000) assegura que a inteligência é o fator psicopedagógico que mais peso tem na predição do rendimento acadêmico. Para determinar a capacidade intelectual do
image/svg+xmlEstudo relacional entre gênero e rendimento escolar de alunos do ensino fundamental e médio de Brasília-BrasilRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344841indivíduo, são utilizados instrumentos padronizados de testes (Quociente de Inteligência QI), que estabelecem uma relação entre idade mental e cronológica.O QI demonstra um conjunto de habilidades mentais, verbais e lógico-matemáticas relevantes para o contexto da educação.Flynn (2009) constatou que as mulherestêm o QI maior do que os homens.Jacob (2002) considera que o desempenho escolar é normalmente mais alto nas meninas do que nos meninos, e essa diferença pode ser atribuída a fatores não cognitivosassociados ao gênero.Emboraassegure na literatura que a influência de determinados fatores psicossociais é direta durante o processo educativo, quando se fala emsistemas educacionais de rendimento acadêmico, em geral, a análisevem associadaa notas numéricas resultantesde avaliações que credenciam e promovem o processo ensino-aprendizagem. Estudos da última década indicam que valor quantitativo pode serenriquecido por outros aspectos qualitativos. Beguet, Kohan, Solano e Renault (2001) procuraram variáveis sociodemográficas, antecedentes escolares, autopercepção de razões de ingresso e permanência nos estudos, expectativas de conquista, bem como inserção profissional e seu rendimento acadêmico. Eles afirmamque todas as aprendizagens explícitas mais complexas supõem uma certa quantidade de esforço que requer uma boa dose do fator motivação. Bandura (1977) considera que a autoeficácia determina escolhas, condutas, motivação, esforço e, portanto, persistência para chegar ao final da meta pensada.Nesse aspecto, Bandura (1993) desenvolveu a Teoria Cognitiva Social,em que pensa que a motivação se considera o produto de duas forças principais: a expectativa do indivíduo em alcançar uma meta e o valor dessa meta para ele mesmo. Emgeral, a meta ajuda a orientar a conduta, a potencializar os esforços, a persistir nas ações e a encontrar,com facilidade,as estratégias a cumprir. Nessa linha, destaca-se os trabalhos de Dweck (1986), que propôs três tipos de metas gerais,concernentes às razões ou propósitos individuais,às quaisbusca o estudante quando se aproxima de uma tarefa: uma meta de aprendizagem e duas metas de rendimento ou reforço de conquista. As metas identificadas definem três tendências motivacionais relacionadas com o rendimento acadêmico: (i) pretender aprender (metas de aprendizagem); (ii) buscar ser aprovado (metas de obtenção); e (iii)pretender ficar bem frente aos outros (metas de reforço social).Risoto (2008), aborda em seu estudo aspectos cognitivos e não-cognitivos relacionados à concepção multidimensional do rendimento escolar: a dimensão psicológica, a
image/svg+xmlEder Angelo SANCHES e Oscar UlloaGUERRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344842sociológica e a cultural. Outros autores, como Weiner (1986),concedemao estilo atribucional (aspecto nãocognitivo) o êxito ou fracasso acadêmico. Em nosso estudo, os valores de metas representam a variável psicossocial definida (aspecto nãocognitivo). As metas de aprendizagem (fator I) evocam diferentes cenários mentais nos alunos, fazendo com que tenham atitudes positivas ou negativas em relação ao estudo. Isso determina o esforço(estilo atribucional)queelededica para aprender e o rendimento acadêmico correspondente ao empenho e àmotivaçãoempreendidos(PORCAR, 2010). As metas de reforço social (fator II) e as metas de obtenção (fator III) abordam a dimensão sociológica dos alunos, perfazendo estilos atributivos ligados tanto ahábitos e relações interpessoais como a expectativas de êxito ou fracasso acadêmico-social.As três metas identificadas definem tendências motivacionais que não são mutuamente excludentes. Só expressam disposições, sendo que o estudante pode perseguir mais de uma delas e de formas e motivações diferentes.Para as análises realizadas, foi importante considerar ademais a relevância da categoria gênero, utilizada nas ciências sociais para estabelecer a centralidade docenáriohistórico-cultural na interpretação das diferenças entre homens e mulheres. As posições sociais de homens e mulheres e os comportamentos considerados como masculinos ou femininos não estão determinados por características biológicas, senão pelas significações construídas sobre masculinidades e feminidades (BEAUVOIR, 1990; SCOTT, 1995; LOURO, 1995). Nessa lógica, Ulloa (2018, p. 656) assinala:Não é nossa anatomia, pele, aparelhos genitais, peso, etc., o que determina os lugares e posições que ocupamos socialmente. É precisamente tudo aquilo que se diz sobre nossa biologia o que termina estabelecendo espaços, funções, hierarquias e desigualdades.Ou seja, gênero refere-se aos mais diversos processos sociais pelos quais os sujeitos seconstituem como masculinos e femininos.Diversas representações de masculinidades e feminilidades são construídas culturalmente e ganham sentido através de ‘verdades’ estabelecidas nas particularidades dos contextos histórico-culturais onde elas emergem, constituindo modos de pensar, sentir e agir. Louro (1995, p. 106) adverte: ser do gênero feminino ou do gênero masculino leva a perceber o mundo diferentemente, a estar no mundo de modos diferentes.As significações construídas sobre homens ou mulheres circulam socialmente por meio de diversas instâncias (família, escola, igreja, mídia, ONGs, etc.). Essas instâncias não falam apenas de comportamentos considerados masculinos ou femininos, também classificam
image/svg+xmlEstudo relacional entre gênero e rendimento escolar de alunos do ensino fundamental e médio de Brasília-BrasilRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344843e dividem o mundo em masculino e feminino e, consequentemente, em coisas que se associam às mulheres ou aos homens.Há um enorme investimento da sociedade em geral para que os sujeitos sejam ou se comportem desta ou daquela forma, que gostem de determinadas coisas em função do seu sexo. Os tipos de jogos, brinquedos e brincadeiras que oportunizamos a meninos e meninas, a utilização dos espaços que permitimos um ao outro, são alguns exemplos de como os indivíduos vão se constituindo (FELIPE, 1999, p. 169).Nesta direção, o interesse pelo estudo da relação entre gênero e rendimento escolar se fundamenta na necessidade de analisar se existem resultados correlacionais significativos entre ambasasvariáveis.MétodoEsta pesquisa pode ser classificada como empírica, isto porque os trabalhos,e a coleta de dados, foramrealizados diretamente no local natural (sem manipulação) onde estão sendo implantadas as metas acadêmicas, parte doobjeto desteestudo. Isso permitiráque o resultado e o tipo de conhecimento gerado sejam reconhecidos como científicos.Com relação àforma de abordagem, a pesquisa se inscreveu em uma perspectiva motivacional, que se sustenta em um desenho correlacional com metodologia qualitativa e quantitativa, com ênfase em uma investigação mais orientada à prática educativa. A pesquisa quantitativa traduz em números todas opiniões, informações, ações e dados estruturados coletados, tornando-os mais precisos e objetivos. A pesquisa qualitativa foca na análise e interpretação subjetiva dos fenômenos naturais e na atribuição de significados aos dados coletados, com aprofundamento da compreensão de um grupo ou categoria social.O trabalho empírico foi embasado em uma pesquisa de levantamento (survey), com objetivo de conhecer melhor uma dada realidade acadêmica pouca explorada em sua dinâmica natural na escola,e indicar meios para impulsioná-la.Para atender aos dois objetivos específicos, utilizou-se o Questionário de Metas Acadêmicas de Hayamizu e Weiner (1991)como instrumento de coleta de dados. O questionário foi dividido em 2seções: a Seção 1,“Caracterização do Aluno”,com 9 perguntas, sendo 6 sobre identificação e 3 sobre características gerais; ea Seção 2,“Metas Acadêmicas”,com 20perguntas, sendo 8sobre o Fator I (metas de aprendizagem),5sobre o Fator II (metas de reforço social) e 7 sobre o Fator III(metas de obtenção).Todas as
image/svg+xmlEder Angelo SANCHES e Oscar UlloaGUERRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 37-62, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.1344844