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Um olhar para a dimensão infr
aestrutura como uma das condições objetivas possibilitadoras da qualidade em escolas públicas
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Revista Ibero
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Americana de Estudos em Educaçã
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13473
127
UM OLHAR PARA A DIMENSÃO INFRAESTRUTURA COMO UMA DAS
CONDIÇÕES OBJETIVAS POSSIBILITADORAS DA QUALIDADE EM
ESCOLAS PÚBLICAS
UNA MIRADA A LA DIMENSIÓN DE INFRAESTRUCTURA COMO UNA DE
LAS CONDICIONES OBJETIVAS DE CALIDAD POSIBILITANTE EN LAS
ESCUELAS PÚBLICAS
A LOOK TO THE INFRASTRUCTURE DIMENSION AS ONE OF THE
OBJECTIVE CONDITIONS ENABLERS OF QUALITY IN PUBLIC
SCHOOLS
Claudia Pereira de Pádua SABIA
1
Mara Regina Lemes de SORDI
2
RESUMO
: As avaliações externas e seus indicadores vêm responsabilizando uni
lateralmente
a escola e seus profissionais pelos resultados atingidos por estudantes, desconsiderando o peso
das condições objetivas para o desenvolvimento do trabalho escolar, o que afeta a autoestima
dos professores e gestores. Objetiva
-
se com este estud
o, identificar e analisar as condições
objetivas das escolas públicas do ensino fundamental de uma diretoria de ensino, com
destaque à dimensão infraestrutura. Para tal, a metodologia utilizada envolve abordagem
quanti
-
qualitativa e conjuga pesquisas bibli
ográficas, análise documental e aplicação de
questionários. A coleta de dados consistiu em questionário google docs encaminhado aos
professores dos anos finais do Ensino Fundamental de uma Diretoria de Ensino do oeste
paulista. Como resultados, identificam
os que das 47 escolas pesquisadas, 22 (46,80%)
possuem infraestrutura elementar e 24 (51,06%) podem ser enquadradas como infraestrutura
básica; nenhuma adequada e nenhuma avançada, que seria o nível mais elevado da escala de
infraestrutura proposta por Soa
res Neto
,
Jesus
,
Karino
e
Andrade (2013). Os indicadores da
dimensão infraestrutura evidenciam que as condições objetivas são predominantemente
precárias, o que compromete o desenvolvimento do trabalho docente. Entretanto, as condições
objetivas são subest
imadas nos processos avaliativos, que culpabilizam apenas um dos polos,
ou seja, a escola e seus profissionais, pelos resultados das avaliações externas, e não
responsabilizam o Estado pelo seu não oferecimento. Consideramos a necessidade da
discussão dos
resultados avaliativos na perspectiva de uma responsabilização compartilhada,
ou seja, participativa, em que o poder público se reconheça no processo de melhoria da
qualidade, assumindo a parte que lhe cabe.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Qualidade da
e
scola. Condições
o
bjetivas. Infraestrutura
e
scolar.
Responsabilização
e
ducacional
p
articipativa. Avaliação
e
xterna. Avaliação Institucional
Participativa (AIP).
1
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
, Campinas
–
SP
–
Brasil.
Professora da Faculdade de
Filosofia e Ciências (
UNESP).
Doutora
do
em Educação
(UNESP)
.
Estágio de Pós
-
Doutorado em
Desenvolvimento (PPGE)
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0001
-
8173
-
6420
.
E
-
mail:
claudia.sabia@unesp.br
2
Universidade Estadual de Cam
p
inas (UNICAMP)
, Campinas
–
SP
–
Brasil.
Professora Associada do
Departamento de Estudos e Práticas Culturais (DEPRAC) da Faculdade de Educação.
Doutorado em Educação
(UNICAMP).
ORCID:
http
s
://orcid.org/0000
-
0003
-
1216
-
7185
.
E
-
mail:
maradesordi14@g
m
ail.com
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Claudia Pereira de Pádua SABIA e Mara Regina Lemes de SORDI
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128
RESUMEN
: Las evaluaciones externas y sus indicadores han hecho unilateralmente que la
escuela y sus profesionale
s sean responsables de los resultados alcanzados por los
estudiantes, sin tener en cuenta el peso de las condiciones objetivas para el desarrollo del
trabajo escolar, lo que afecta la autoestima de los maestros y administradores. El objetivo de
este estudi
o es identificar y analizar las condiciones objetivas de las escuelas primarias
públicas en una
directora de enseñanza
con énfasis en la dimensión de infraestructura. Para
este fin, la metodología utilizada implica un enfoque cuanti
-
cualitativo
y combina
i
nvestigación bibliográfica, análisis de documentos y aplicación de cuestionarios. La
recopilación de datos consistió en un cuestionario de documentos de Google enviado a los
maestros en los últimos años de la escuela primaria por una dirección de enseñanza
en el
oeste de São Paulo. Como resultado, identificamos que de las 47 escuelas encuestadas, 22
(46.80%) tienen infraestructura primaria, 24 (51.06%) pueden clasificarse como
infraestructura básica, ninguna adecuada, ninguna avanzada que sería el nivel más
alto de la
escala de infraestructura propuesto por Soares Neto
,
Jes
u
s
,
Karino
y
Andrade (2013) Los
indicadores de la dimensión de infraestructura muestran que las condiciones objetivas son
predominantemente precarias, lo que compromete el desarrollo del t
rabajo docente. Sin
embargo, las condiciones objetivas se subestiman en los procesos de evaluación que culpan
solo a uno de los polos, es decir, la escuela y sus profesionales, por los resultados de las
evaluaciones externas y no responsabiliza al Estado p
or
no of
recer
-
los. Consideramos la
necesidad de discutir los resultados de la evaluación en la perspectiva de una
responsabilidad compartida, es decir, participativa, en la que el poder público se reconozca
en el proceso de mejora de la calidad, asumiendo
su parte.
PALABRAS CLAVE
:
Calidad Escolar.
Condiciones objetivas. Infraestructura escolar.
Responsabilidad educativa participativa. Evaluación externa. Evaluación Institucional
Participativa (AIP).
ABSTRACT
: External evaluations and their indicators hav
e unilaterally made the school and
its professionals responsible for the results achieved by students, disregarding the weight of
objective conditions for the development of school work, which affects the self
-
esteem of
teachers and administrators. The aim
of this study is to identify and analyze the objective
conditions of public elementary schools from a teaching board with emphasis on the
infrastructure dimension. To this end, the methodology used involves a quantiqualitative
approach and combines biblio
graphic research, document analysis and application of
questionnaires. The data collection consisted of a google docs questionnaire sent to teachers
in the final years of elementary school from a teaching directorate in the west of São Paulo.
As a result,
we identified that of the 47 schools surveyed, 22 (46.80%) have elementary
infrastructure, 24 (51.06%) can be classified as basic infrastructure, none adequate, none
advanced that would be the highest level of the infrastructure scale proposed by Soares Ne
to
,
Jesus
,
Karino
and
Andrade; (2013). The indicators of the infrastructure dimension show that
the objective conditions are predominantly precarious, which compromises the development
of teaching work. However, the objective conditions are underestimated
in the evaluation
processes that blame only one of the poles, that is, the school and its professionals for the
results of external evaluations and does not hold the State responsible for not offering them.
We consider the need to discuss the evaluation re
sults in the perspective of shared, that is,
participatory, accountability, in which the public power recognizes itself in the quality
improvement process, assuming its part.
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KEYWORDS
: School
q
uality. Objective
c
onditions. School
i
nfrastructure. Participa
tory
e
ducational
a
ccountability.
External
e
valuation. Participatory Institutional Assessment (AIP).
Introdução
O atual contexto educacional evidencia a hegemonia das avaliações de larga escala
(externas) sobre os demais níveis de abordagem da avaliação
(avaliação da aprendizagem) dos
estudantes na sala de aula e (avaliação institucional) da escola.
Conforme Fischer (2010), os processos avaliativos constituem um elemento
fundamental da ação educativa. Entretanto, a avaliação não é um momento final do ato
pedagógico e, sim, um elemento integrante do seu processo. Para a autora:
[...] o que se questiona é o fato de que, a partir da década de noventa do
século XX, a implantação de determinadas políticas e o sucesso do
atingimento de metas passaram a determ
inar não só o conteúdo a ser
ensinado, mas também o modo de um estudante responder as questões de
uma prova, ou até a forma como deve pensar. E o mais grave, no dia a dia da
sala de aula, o sentido pedagógico do processo ensinar
a
prender corre o
risco de
ficar focado muito mais nos resultados do que nos processos.
Educadores, pais e professores precisam ter consciência de que a obsessão
pelo resultado pode obscurecer a importância do processo (FISCHER, 2010,
p.
39)
.
As avaliações de larga escala e sua per
spectiva de avaliação uni/bidimensional buscam
expressar o quantum de qualidade que cada escola possui, ignorando as variáveis que afetam
os resultados das aprendizagens dos estudantes.
O processo de ensino
-
aprendizagem é complexo e exige a interação de di
versos fatores
para ser realizado de forma adequada. Requer desde um corpo docente qualificado até
condições de infraestrutura escolar favorável, o que inclui materiais didáticos, equipamentos e
estruturas físicas apropriadas. Sem o suporte suficiente para
o desenvolvimento do seu
trabalho, a atuação do professor fica comprometida, ou seja, o suporte institucional é
fundamental para que o professor possa desenvolver um bom trabalho educacional.
As avaliações externas (Prova Brasil
3
e SARESP
4
) e seus indicad
ores (IDEB
5
e
IDESP
6
) vêm responsabilizando unilateralmente a escola e seus profissionais pelos resultados
atingidos, desconsiderando as condições objetivas para o desenvolvimento do trabalho na
escola e afetando a autoestima dos professores e gestores.
3
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
.
4
Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
.
5
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
.
6
Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo
.
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Claudia Pereira de Pádua SABIA e Mara Regina Lemes de SORDI
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Es
te artigo faz parte de estudo de pós
-
doutorado sobre as condições objetivas das
escolas públicas paulistas dos anos finais do ensino fundamental de uma Diretoria de Ensino
da Região oeste do Estado de São Paulo. O objetivo deste trabalho será identificar a
s
condições objetivas da dimensão infraestrutura das escolas pesquisadas para que sejam
consideradas como componentes da qualidade em processos avaliativos coerentes com os
contextos em que se realizam. Portanto, não se restringindo exclusivamente aos resu
ltados dos
testes padronizados e aos índices decorrentes (IDEB e IDESP), numa perspectiva de avaliação
bidimensional que ignora a impossibilidade de se isolar ou exercer controle sobre todas as
variáveis que afetam os resultados.
Para o desenvolvimento des
te trabalho, iniciaremos com as condições objetivas das
escolas, o processo de responsabilização educacional, a metodologia, a apresentação,
discussão e análise dos dados e as considerações finais.
Condições objetivas das escolas
Entendemos que as condi
ções objetivas são componentes da qualidade das escolas
desta Diretoria de Ensino que precisam ser levadas em conta em seus processos avaliativos. A
qualidade de um estabelecimento de ensino deve abarcar três categorias: Projeto Político
Pedagógico (PPP),
corpo social e a infraestrutura. Parece consensual a importância do PPP e
igualmente se valoriza o corpo social da escola como fundamental para sustentar o PPP.
Temos visto que a categoria da infraestrutura é a menos valorizada e que seu peso passa quase
d
esapercebido no processo de qualificação da escola. Disso deriva nosso interesse em
desvelar as condições objetivas desapercebidas e as efetivamente existentes em determinadas
escolas
,
com destaque à infraestrutura e seus indicadores.
Considerando a forte
presença dos reformadores empresariais na política educacional,
que conseguiram a criação do IDEB como indicador que afeta o entendimento do que seja
qualidade, defendemos a necessidade de assumir e de adjetivar a qualidade com o vocábulo
‘social’, que ent
endemos necessário à escola pública e que exige infraestrutura e condições de
trabalho adequadas ao desenvolvimento das aprendizagens. Entendemos que a finalidade da
escola abarca outras dimensões da formação humana que extrapolam a dimensão cognitiva e
de
vem ser consideradas na avaliação educacional.
Apoiamos em Sordi (2017, p.
86) ao afirmar que a “qualidade social na escola pública
deve orientar
-
se pela construção de um mundo melhor, isto é, um mundo mais educado, mais
evoluído culturalmente e socialment
e mais justo.”
Para a autora, estes educadores estão
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“filiados e unidos em torno de uma concepção de qualidade ampliada, detentora de
pertinência social, uma qualidade includente e democrática, construída com os atores, com a
comunidade e regida pela ideia
do bem público
”
.
Explicitamos também a referência ao SINAES, pois este serviu de modelo para a
construção de um olhar ampliado, para a discussão da qualidade da educação superior e
orientou os processos de regulação, ou seja, autorização, reconhecimento,
renovação de
reconhecimento de cursos superiores. Na sua primeira fase foi considerada ideia vanguardista,
mas depois acabou se distanciando de determinada concepção de educação que tinha
compromisso com a formação humana, dadas as pressões de ordem políti
co
-
econômicas que
foram metamorfoseando seus princípios. Em que pese este retrocesso, a Rede Municipal de
Campinas recupera a base filosófica do SINAES para conceber e implementar o processo de
Avaliação Institucional Participativa (AIP), que se contrapõe
ao processo de
responsabilização (accountability) da escola e de seus profissionais unilateralmente pelos
resultados obtidos nas avaliações de larga escala, ou seja, propõe a responsabilidade
compartilhada entre poder público e atores da comunidade escolar
para a construção da
qualidade educacional.
No que concerne ao recorte deste estudo, cabe desvelar o que se entende por condições
objetivas para iluminar o debate sobre a qualidade da escola, e assim a responsabilização
compartilhada traz à cena outros at
ores e fatores que afetam a discussão sobre qualidade.
Conforme Betini (2009):
[...] as condições objetivas, concretas, são aquelas que já existem, aquelas
que na escola pública são providas, dadas pelo poder público, implícitas nas
políticas públicas e
ducacionais. Seguramente, existirão outras que podem ser
conquistadas e outras que podem ser transformadas pela ação do coletivo da
escola e que passam a se incorporar àquelas já existentes. Afinal, as
condições objetivas materiais, tanto determinam como p
odem ser
determinadas pelo homem (BETINI, 2009, p.
91)
.
Paro (2012, p.
598) menciona que as autoridades governamentais responsáveis pelos
sistemas de ensino, em seus discursos, concentram a atenção sobre a formação dos
profissionais da educação como o pro
blema mais importante da qualidade do ensino
fundamental. Para o autor, “pode ser uma boa forma de obnubilar os reais determinantes do
fracasso escolar, ou seja, as condições objetivas de trabalho”. Conforme o Dicionário Aurélio
(2020), obnubilar significa
“escurecer, fazer com que se torne obscuro, como se observado
por entre nuvens”. Pelo que apreendemos, o autor considera as condições objetivas de
trabalho como uma das causas do fracasso escolar.
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Embora não se negue a necessidade de melhor qualificar o
s professores,
especialmente a partir de formação em serviço (mas também não se pode
deixar de, paralelamente, passar a aproveitar melhor suas potencialidades,
frequentemente subutilizadas), é no conjunto dos fatores constitutivos das
práticas presentes no
interior da escola que devem ser buscadas as causas de
seus problemas e as fontes de suas soluções: no montante e na utilização dos
recursos materiais e financeiros; na organização do trabalho; nos métodos de
ensino; na formação, desempenho e satisfação d
o pessoal escolar; nos
currículos e nos programas; no tamanho das turmas; na adequação de
edifícios; na utilização de tempos e espaços; na distribuição da autoridade e
do poder na instituição; na relação com os membros da comunidade e na
importância que se
dê a seu papel como cidadãos/sujeitos; no planejamento,
na avaliação e no acompanhamento constante das práticas escolares; enfim,
em tudo que diz respeito à estrutura e ao funcionamento da escola. [...]
(PARO, 2003, p. 99
apud
PARO, 2012, p.
598
-
599)
.
Em
síntese, Paro (2012), considera como condições objetivas tudo o que diz respeito à
estrutura e ao funcionamento da escola. A pesquisa de Tomaz; Silva (2017)
,
intitulad
a
“O que
as escolas fazem que os testes estandardizados desprezam na avaliação da qualid
ade?
Ouvindo as escolas”
, traz que
:
[...] Não menos importantes foram as contribuições coletadas sobre as
condições objetivas de trabalho na escola
, que indicaram a necessidade de
as redes considerarem: 1) número de alunos coerente com a proposta de
aten
dimento; 2) carga horária docente que respeite tempos sem alunos, para
trabalho na escola; 3)presença no aluno no contra turno; 4) presença de
estagiários e cuidadores na escola; 5) presença de docentes para ministrar
aula e de demais funcionários de apoio
; 6) estrutura física adequada. Estas
condições, aliadas ao cuidado com a formação para o trabalho docente, são
fundamentais para o desenvolvimento das práticas anteriormente citadas,
pois segundo os professores de escola observada “a prática docente em
co
ndições precárias compromete o ensino e, como consequência, a
aprendizagem dos alunos” (TOMAZ; SILVA, 2017, p.
163
, grifo nosso
)
.
Buscamos enfatizar que as condições objetivas não têm sido consideradas como
fatores que afetam o desempenho das escolas e qu
e são publicizadas sob a forma de rankings,
com o resultado das escolas no IDEB ou IDESP. Por outro lado, pesquisas vão apontando que
as condições precárias comprometem o ensino e aprendizagem dos alunos. Soares (2013, p.
181) destaca “a complexa relação e
ntre o valor do IDEB da escola e suas características
contextuais definidas pelo perfil do aluno e pelas condições de oferta escolar”
.
Oliveira;
Pereira Junior (2016) elaboraram trabalho denominado “Indicadores do trabalho docente:
múltiplas associações no
contexto escolar’’ em que apresentam indicadores para
representarem os aspectos do trabalho escolar docente na educação básica a partir de uma
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pesquisa realizada em sete estados brasileiros. Destacamos aspectos relacionados à nossa
discussão sobre as cond
ições objetivas
:
Acrescenta
-
se ainda que o maior efeito total na satisfação profissional foi
exercido pela frequência de desenvolvimento de atividades com colegas de
trabalho. Entretanto,
ao se considerarem, de forma concomitante, as
condições da sala de
aula e da unidade educacional, o efeito conjunto
dessas condições (0,233) se torna o principal aspecto relacionado à
satisfação dos professores com a profissão.
Por mais óbvio que possa
parecer, o investimento em infraestrutura e equipamentos é de suma
imp
ortância para a melhoria da educação, pois não só permite melhor
acolhimento às crianças e jovens que frequentam a escola, como também se
traduz em melhores condições de trabalho para os que nela atuam. Diante
das desigualdades regionais deste país, é muit
o importante termos em vista
que um padrão mínimo de atendimento escolar deveria ser garantido; o
Custo Aluno Qualidade (CAQ),
já aprovado em lei, poderia ser uma medida
relevante nessa direção (OLIVEIRA; PEREIRA JÚNIOR, 2016, p.
874
,
grifo nosso)
.
Segund
o Pinto (2014), o sistema de ensino brasileiro se propõe a formar cidadãos
críticos e autônomos e, portanto, “há um grande impacto sobre a demanda de insumos.
Dificilmente se consegue esse objetivo com muitos alunos por turma e professores que só
sabem seg
uir apostilas.” (PINTO, 2014, p.
10)
.
O autor apresenta ainda estudos sobre os
insumos de Hedges
,
Laine
e
Grenwald (1994), que mostram que existe uma forte correlação
entre insumos escolares e desempenho dos estudantes.
Soares Neto
,
Jesus
,
Karino
e
Andrade
(2013) apresentam pesquisa de Hattie (2009)
que verifica a influência da infraestrutura no desempenho dos estudantes, considerando vários
países, entre os quais Estados Unidos e Nova Zelândia. Neste estudo foi argumentado que a
maior fonte de variância es
tá, na verdade, dentro das escolas e não entre as escolas. Este dado
é consistente em países desenvolvidos, cuja infraestrutura escolar se apresenta de forma
equitativa entre as escolas, não podendo ser ratificado em países que possuem um sistema
educacion
al não equitativo
,
como o Brasil. Neste país, a responsabilidade pela oferta da
educação básica é dividida entre estados e municípios em um cenário de grande desigualdade
regional e com a enorme disparidade existente entre as diversas redes de ensino.
Os
autores citados buscaram identificar qual a infraestrutura adequada para que uma
escola tenha condições de oferecer uma educação de melhor qualidade. Os autores criaram
uma escala para medir a infraestrutura escolar, utilizando como ferramenta a Teoria de
Resposta ao Item (TRI) e se baseando em informações referentes às escolas no Censo Escolar
da Educação Básica de 2011. Os autores estabeleceram quatro categorias: Elementar, Básica,
Adequada e Avançada. O estudo apresenta como resultados que “44,5% das esc
olas
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brasileiras encontram
-
se na categoria elementar, 40% na categoria básica, 14,9% na categoria
adequada e 0,6% em avançada” (SOARES NETO; JESUS; KARINO; ANDRADE; 2013, p.
90
-
92)
.
Conforme abordamos anteriormente, várias pesquisas: Paro (2012)
;
Soares Ne
to
,
Jesus
,
Karino
e
Andrade (2013); Pinto (2014); Oliveira
e
Pereira Junior (2016), dentre outras,
informam a complexa relação de variáveis que interferem no desempenho dos estudantes nos
testes padronizados e, particularmente, no desenvolvimento de aprend
izagens ampliadas,
orientadas por uma matriz de formação humana, ou seja, outras qualidades da escola pública.
No entanto, tem prevalecido a lógica do ranqueamento, exacerbando o controle vertical sobre
a escola, sem considerar as condições objetivas em qu
e a escola está atuando. No tópico
seguinte, apresentaremos o processo de responsabilização educacional e suas várias nuances.
O Processo de
r
esponsabilização
e
ducacional
A
accountability
é uma política de responsabilização com atribuição de consequênci
as
para os agentes escolares. Podemos citar como exemplos as políticas de responsabilização
educacional: a bonificação docente
–
em função do atingimento de metas; a premiação de
alunos ou escolas
–
com destaque o desempenho positivo nas avaliações em larg
a escala; e a
aplicação de sanções e intervenções em escolas que não tenham atingido as metas
determinadas.
Conforme Bonamino
e
Sousa (2012), quando as consequências dessas políticas “são
apenas simbólicas, elas são chamadas de
low stakes
ou de
responsabil
ização branda
. Já
quando as consequências são sérias, elas são chamadas de
high stakes
ou de
responsabilização forte
”
(CARNOY; LOEB, 2002; BROOKE, 2006
apud
BONAMINO;
SOUSA, 2012, p.
375).
Destacamos que no Brasil temos tanto as sanções sérias, ou seja, ma
teriais, como as
simbólicas. Citamos como exemplo de sanções materiais a bonificação docente
7
e a liberação
de recursos às escolas condicionado ao cumprimento de metas
8
, e simbólicas com a
divulgação dos resultados publicamente em rankings que afetam a aut
oestima dos
profissionais da escola, entre outras coisas.
7
Conforme Capocchi (2
0
17), baseado em dados de 2014, dos vinte e sete estados brasileiros
,
treze já possuíam
algum tipo de bonificação docente.
8
Em matéria publicada recentemente no Jornal Folha de São Paulo, a respeito do FUNDEB, os autores
informam que têm avançado as propo
s
tas que reservam parte deste recurso extra para ser distribuído com base
na adoção de boas práticas educacionais
e, também, a partir da melhoria de indicadores educacionais (PUPO;
SALDANÃ, 2020)
.
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Afonso (2012) considera o seu significado ligado a uma forma gerencialista de
prestação de contas:
[...] o significado do vocábulo accountability indica frequentemente uma
forma hierárquico
-
burocr
ática ou tecnocrática e gerencialista de prestação de
contas que, pelo menos implicitamente, contém e dá ênfase a consequências
ou imputações negativas e estigmatizantes, as quais, não raras vezes,
consubstanciam formas autoritárias de responsabilização da
s instituições,
organizações e indivíduos. Aliás, mesmo quando estas caraterísticas são
menos vincadas, o certo é que a representação social que acentua o seu
carácter punitivo tem sido um importante obstáculo à conceptualização de
formas mais avançadas e
alternativas de accountability (AFONSO, 2012, p.
472)
.
Conforme Brooke (2006), esta exigência por maiores informações sobre os resultados
dos sistemas escolares tem sido respondida pela implementação de políticas de
accountability
,
ou seja, de responsabil
ização mediante as quais se tornam públicas as informações sobre o
trabalho das escolas, e consideram
-
se os gestores e outros membros da equipe escolar como
corresponsáveis pelo nível de desempenho alcançado pela instituição.
Ressaltamos que o nosso intere
sse em realizar o mapeamento das condições objetivas
das escolas públicas paulistas desta Diretoria consiste em fornecer subsídios para a discussão
de seus resultados avaliativos na perspectiva de uma responsabilização compartilhada, ou
seja, participativa
, em que o poder público se reconheça no processo de melhoria da
qualidade, assumindo a parte que lhe couber. Por outro lado, a repercussão das condições
objetivas poderá contribuir para diminuir as resistências dos professores aos processos de
avaliação q
ue apenas cobram e responsabilizam
-
nos. Apoiamos em Sordi para explicitar o
sentido da responsabilização participativa. Conforme a autora:
[...] a responsabilização participativa assenta
-
se numa visão de avaliação
dialógica, fruto de um processo intersub
jetivo rico e plural em que se
buscam acordos consensuados de modo transparente e corajoso, negociando
-
se sentidos, tempos, estratégias e metas. Atores se unem em torno do Bem
Comum e, juntos, constroem o futuro pelas decisões que tomam no presente
(SORDI,
2017, p.
93)
.
A responsabilização participativa se contrapõe aos processos de responsabilização
unilateral e vertical que culpabilizam escolas, gestores e professores pelos resultados
insatisfatórios obtidos nas avaliações externas. Segundo Freitas (2016
, p.
128):
O Brasil fez a escolha por uma política nacional imediatista de controle e
responsabilização verticalizada de suas escolas, professores e alunos como
método para aprimorar a qualidade da educação, perdendo a oportunidade de
apostar em uma polí
tica consistente de responsabilização participativa. A
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política adotada tem por princípio promover a concorrência entre escolas e
entre os profissionais da área, baseada na ideia de que médias mais altas
seriam um indicador de bom ensino.
Ainda s
egundo Fr
eitas (2013), há evidências de que o desenho desta política
educacional baseada em
accountability
tem origem nos Estados Unidos e, portanto, produziu
efeitos lá dentro. Hoje há uma farta literatura naquele país que examina as consequências da
política de r
esponsabilização.
O trabalho mais conhecido foi o de Ravitch
(2011), que analisa detalhadamente a
reforma educacional americana expressa na
No Child Left Behind
(NCLB), que se baseava na
possibilidade de as famílias escolherem a melhor escola, levando cons
igo para a escola
escolhida as subvenções públicas oferecidas pelo Estado. Visando facilitar a escolha, foi
estimulada a competição entre as escolas, para que captassem mais alunos e mais recursos. O
sistema de escolhas é baseado nos resultados dos testes
padronizados, estabelecendo
ranking
entre as instituições escolares. Conforme a autora:
[...] a (NCLB) mudou a natureza das escolas públicas do país, tornando os
escores de testes padronizados a principal forma de medir a qualidade
escolar. A ascensão ou
queda dos escores em leitura ou matemática se tornou
a variável crítica para julgar os estudantes, professores, diretores e escolas.
[...] No fim eu percebi que as novas reformas tinham tudo a ver com
mudanças estruturais e com a responsabilização, e nada
que ver com a
substância do aprendizado. A responsabilização não faz sentido quando ela
sabota os objetivos maiores da educação (RAVITCH, 2011, p. 31
-
32).
Pelo que pudemos apreender, Ravitch (2011) destaca que a responsabilização não está
ajudando as esco
las americanas, pelo contrário, comprometendo ainda mais a qualidade do
ensino ao focar as habilidades básicas. A autora considera que o problema com a
responsabilização baseada em testes é que impõe sérias consequências para crianças,
educadores e escolas
com base em escores que podem refletir um erro de mensuração, um
erro estatístico, uma variação aleatória ou um conjunto de fatores ambientais ou atributos dos
estudantes. Em síntese, afirma que os testes agora em uso não são adequados por si só para a
ta
refa de avaliar a qualidade das escolas e professores.
Karp (2012) chama atenção para as sanções cada vez mais direcionadas aos
professores. Alimentado pelo sistema de responsabilização baseado em testes e punições da
NCLB, o discurso dominante se centrou
nos fracassos da escola pública e na necessidade de
reduzir o poder dos educadores sobre as políticas escolares para aumentar o poder dos
gerentes empresariais e das burocracias políticas. Ele considera que estas estratégias mudaram
a maneira como as escol
as e as salas de aula funcionam no cotidiano e refletem
-
se nos ataques
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contra as negociações coletivas e os sindicatos dos professores e na permanente crise de
financiamento. Pelo que pudemos apreender, o autor considera um ataque sem precedentes à
educaçã
o pública e sua substituição por um sistema baseado no mercado.
No caso brasileiro não tem sido diferente. Leher (2014) identifica a atuação do
Movimento Todos Pela Educação (TPE), que representa o setor empresarial.
Já no governo Lula da Silva, em 2006
, expressando a liderança do setor
financeiro no bloco no poder e no Estado Maior do Capital, os bancos
convocaram uma nova coalizão, mais ampla e orgânica, para interferir na
educação, o já apresentado TPE. Atuando na forma de partido, o movimento
reuniu
e agregou as iniciativas burguesas na educação até então dispersas,
estabeleceu uma agenda na forma de metas e compromissos de todos pela
educação (inicialmente 10 Causas e 26 Compromissos, depois sintetizados)
e organizou um robusto aparato de circulação
de suas ideias nos grandes
meios de comunicação, situação facilitada pela adesão dos mesmos ao TPE
(LEHER, 2014, p.
4)
.
Freitas (2007) destaca a pressão que esses acordos entre prefeitos e o governo federal
iriam gerar nas escolas e professores.
O mais
grave é o fortalecimento da ideia de que seria possível, a partir de
sistemas de larga escala centralizados em Brasília ou em uma capital,
reorientar escolas específicas, a distância, por exposição dos resultados à
sociedade e acordos com prefeitos. Pode
-
s
e imaginar a pressão autoritária,
verticalizada, que os acordos assinados entre os prefeitos e o governo
federal, para assumir metas do IDEB para seu município e obter verbas, vão
gerar nas escolas e em seus profissionais (FREITAS, 2007, p.
973)
.
A pressã
o pelos resultados para obtenção de bônus e para evitar sanções tem
provocado uma série de consequências para a educação brasileira. Várias pesquisas têm
contribuído para a discussão dos seus efeitos, apontando suas contradições e ineficiência para
alavanc
arem a qualidade de ensino. Destacamos o processo de responsabilização educacional
americano e apresentamos suas consequências, pois é neste país que o Brasil tem buscado a
referência para a implantação do processo de responsabilização educacional. Portant
o,
estamos implantando no país uma política educacional que já teve sua ineficácia comprovada
na educação norte
-
americana e que agravou ainda mais a crise da educação pública naquele
país. Após abordarmos o processo de responsabilização e a forma sorrateir
a com que trata (ou
não trata) as condições objetivas que deveriam sustentar o trabalho escolar, apresentaremos a
metodologia e na sequência a apresentação e discussão dos dados.
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Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida em uma abordagem quanti
-
qualitati
va
.
Esta abordagem
destaca a potência e pertinência dos métodos qualitativos para fazerem a ponte com a
realidade, o contexto, o processo, e o papel dos métodos quantitativos nas pesquisas com
grande número de casos. A combinação dos métodos pode estimular
ainda mais a
investigação qualitativa, desde que os resultados impulsionem o pesquisador ao
questionamento mais aprofundado do fenômeno investigado. Conforme Minayo (2000):
[...] a dicotomia que se estabelece na prática, de um lado, deixa à margem
relevâ
ncias e dados que não podem ser contidos em números, e de outro
lado, às vezes contempla apenas os significados subjetivos, omitindo a
realidade estruturada (MINAYO, 2000, p.
28)
.
A pesquisa abarcou as 47 escolas que oferecem vagas aos alunos dos anos fin
ais do
ensino fundamental (6º ao 9º ano) regular pertencentes a uma Diretoria de Ensino do oeste
paulista. Os procedimentos utilizados na investigação foram a pesquisa bibliográfica, a
pesquisa documental e a coleta de dados.
A pesquisa documental consist
iu no levantamento de dados disponíveis no site do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no site da
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE/SP) e dados obtidos junto à Diretoria de
Ensino pesquisada, ou se
ja, planilha no Excel contendo dados de infraestrutura das escolas
pesquisadas enviadas ao Censo Escolar.
Na coleta de dados foi utilizado o questionário
google docs
para complementar os
dados obtidos na pesquisa documental. A Diretoria de Ensino pesquisa
da nos forneceu e
-
mail
das 47 escolas pesquisadas. Encaminhamos link do formulário no período de finalização do
ano letivo, ou seja, em dezembro de 2019, para que fosse enviado aos professores que
trabalharam nos anos finais do ensino fundamental neste ano
. O formulário ficou aberto para
preenchimento pelo período de 30 dias. Informamos que de 844 docentes obtivemos 191
respostas, ou seja, 22,74%. Na atualidade, o índice de retorno de questionários está entre 15 e
20%. Para apresentar as respostas abertas,
utilizaremos a abreviação de Professor (P), com o
respectivo número do respondente (P1, P2, P3, P4 .... P192).
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Apresentação e
discussão dos dados
O nosso estudo abarca os dados das 47 escolas da Rede Estadual Paulista que
oferecem os anos finais do Ensi
no Fundamental (EF) na Diretoria de Ensino de Marília
(DRM).
Esta Unidade é uma das 91 Diretorias do Estado de São Paulo.
A Rede Estadual Paulista compartilha
9
com os municípios a oferta do ensino
fundamental e é responsável pela oferta do ensino médio. Co
nforme dados do INEP
10
(2019),
neste ano o total de matrículas nos anos finais do ensino fundamental foi 2.367.699. Deste
total, a rede estadual atende majoritariamente os anos finais do EF, pois possui 57,53% das
matrículas,
enquanto
a
rede municipal (22,8
6%) e a rede privada
(19,61%). Diferentemente
dos anos iniciais do EF, que do total de 3.041.488 matrículas, a rede municipal atende a maior
parcela do alunado (57,77%), a rede estadual (20,77%), a rede privada (21,44%), e o restante
com uma ínfima partici
pação da rede federal.
Esta Diretoria possui 60 escolas sob sua responsabilidade. Apenas 10 escolas
oferecem os anos iniciais do ensino fundamental (3.174 matrículas nos municípios de Mar
í
lia
e Oriente) em 2019. Embora estes municípios tenham aderido ao pr
ocesso de
municipalização do ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF), a Rede Estadual
manteve 9 escolas em Marília e uma em Oriente, compartilhando a oferta. A DRM possui 47
escolas que oferecem os anos finais do EF, indicando que o processo de
municipalização dos
anos iniciais prevaleceu em relação aos anos finais nos municípios abrangidos por esta
Diretoria. Informamos também que ela oferece ainda o Ensino Médio e a modalidade de
ensino de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para os anos finais
do (EF) e Ensino Médio.
Tabela 1
–
Número de municípios, de escolas e matrículas dos anos finais do (EF) na
Diretoria de
Ensino de Marília (DRM) e na Rede Privada
Rede
Municípios
Escolas
Matrículas
Rede Estadual (DRM)
13
47
11.986
Rede Parti
cular
04
22
4.735
Fonte: Sinopse Estatística (2019) INEP
9
Artigo 211
–
Parágrafo 2º
-
Os Municípios atuarão priorit
a
riamente no ensino fundamental e na educação
infantil. Parágrafo 3º
-
Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
Parágrafo 4º
-
Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão fo
r
mas de
colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório
.
(Constituição Federal de 1988)
.
10
6
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) Sinopse Estatística 2019.
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A Diretoria de Ensino de Marília (DRM) é responsável pelas matrículas públicas dos
anos finais do Ensino Fundamental (EF). Não temos matrículas neste segmento do EF nas
Redes Municipais nos
13 municípios desta Diretoria, pois eles são responsáveis apenas pelos
anos iniciais do EF. O setor privado possui 4.735 matrículas neste segmento, representando
39,50% das matrículas.
Apresentamos o decréscimo de matrículas nos anos finais do EF ocorrida
nos últimos
dez anos (Tabela 2). Portanto, do mesmo modo que aconteceu no estado de São Paulo, a
DRM apresentou queda de matrículas neste período correspondente a 32,93%, em números
absolutos, 5.885 alunos a menos.
Tabela 2
–
Matrículas dos anos finais do
(EF) nas Redes Estadual e Privada nos municípios
abrangidos pela Diretoria de Ensino de Marília (DRM) no ano de 2009 e 2019
Municípios
Rede
Estadual
2009
Rede
Estadual
2019
Rede
Privada
2009
Rede
Privada
2019
Álvaro de Carvalho
265
1
97
---
---
Alvinlândia
236
180
---
---
Echaporã
448
299
---
---
Fernão
114
121
---
---
Gália
431
240
---
---
Garça
2.290
1.649
513
547
Júlio Mesquita
352
188
---
5
Lupércio
327
226
---
---
Marília
11.053
7.327
2.911
3.936
Ocauçu
270
219
---
---
Oriente
360
198
---
---
Pompéia
1.025
688
179
247
Vera Cruz
700
454
---
---
TOTAL
17.871
11.986
3.603
4.735
Fonte: Sinopse Estatística (2009, 2019) INEP
Enfatizamo
s o crescimento do setor privado, pois quanto mais se precariza a oferta
educacional pelo setor público, com recursos insuficientes e condições de trabalho
insatisfatórias, maior a possibilidade de instalação de processos de privatização da escola
pública.
Freitas (2012) aborda como a privatização vai sendo viabilizada.
Conforme o autor, “responsabilização e meritocracia são duas categorias, portanto,
intimamente relacionadas. A terceira categoria é a da privatização”. Para Freitas, o processo
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de responsabi
lização e a meritocracia criam o ambiente para ampliar a privatização do
sistema público de educação. Resgatamos a forma como este processo ocorre:
Esta categoria sofreu uma verdadeira mutação na última década. O conceito
de público estatal e público não
estatal abriu novas perspectivas para o
empresariado: a gestão por concessão. Desta forma, aquela divisão
fundamental entre público e privado ficou matizada. Agora, abre
-
se a
possibilidade do público administrado privadamente. O advento
da
privatização da
gestão introduziu na educação a possibilidade de que
uma escola continue sendo pública e tenha sua gestão privada (público
não estatal) (
PEDROSO
, 2008)
.
Continua gratuita para os alunos, mas o
Estado transfere para a iniciativa privada um pagamento pela s
ua gestão. Há
um “contrato de gestão” entre a iniciativa privada e o governo (FREITAS,
2012, p.
386
,
grifo nosso).
Após abordarmos o crescimento das matrículas no setor privado, buscamos identificar
o nível socioeconômico das escolas da Diretoria de Ensin
o de Marília (DRM), a partir dos
dados obtidos no site do INEP. No Painel Educacional Municipal, a dimensão Contexto
apresenta o Indicador de Nível Socioeconômico (INSE
)
11
. Conforme a Nota Técnica INSE
(2015, p.
9), para melhor descrever o nível socioeconôm
ico das escolas, “foram criados, a
partir da análise de
cluster
por método hierárquico, seis grupos de forma que o Grupo 1
congrega as escolas com INSE médio mais baixo e o Grupo 6, com o mais alto”. Resgatamos
os níveis socioeconômicos dos alunos para com
preendermos o que indica cada um.
O gráfico
da Figura
1 indica que 20,5% do público atendido por esta Diretoria está
classificado no Grupo 3. Estes grupos indicam que as famílias possuem em sua casa bens
elementares, a renda familiar mensal é entre 1 e 1,5
salário
s
mínimo
s
; e seus responsáveis
completaram o ensino fundamental ou o ensino médio. A maioria (75.0%) das escolas da
Diretoria Regional de Marília caracteriza
-
se como Grupo 4 (Teste de Qui
-
quadrado
)
,
indicando que as famílias também possuem em sua
c
asa os bens elementares, mas a renda
familiar situa
-
se entre 1,5 e 3 salários mínimos; e seus responsáveis completaram o ensino
médio ou a faculdade. Na comparação entre a distribuição de escolas nos seis grupos, a
diferença foi significativa: Marília tem
maior expressão no grupo 4 que o Estado (Teste G
)
.
11
O INSE foi calculado usando os da
d
os da Prova Brasil e do ENEM de 2015. Cabe ressaltar que há
escolas em
que não foi possível calcular o indicador.
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Figura 1
–
Gráfico
:
Indicador socioeconômico das escolas da Diretoria Regional de
Marília (DRM) e da Rede Estadual (RE) segundo os grupos classificados segundo o INSE
médio
Fonte: Elaborado pelas
a
utoras
Os dados apresentados indicam que as instituições escolares desta Diretoria atendem
um público com baixo nível socioeconômico e com baixa escolaridade dos pais, que
demandarão que as escolas estejam mais preparadas para atendê
-
los. Ernica
e
Batis
t
a (2011)
enfatizam a necessidade de condições adequadas para os alunos que trazem poucos recursos
culturais de casa. Soares (2016) afirma que
o
sistema educacional brasileiro deve encontrar
“outras formas de atender estudantes de NSE mais baixo que trazem
poucos conhecimentos
escolares de casa e, portanto, dependem completamente da escola para adquirir os
conhecimentos e habilidades que precisam para a vida” (SOARES, 2016, p.
775)
.
Portanto, o que pretendemos enfatizar com a contribuição dos autores citado
s
é que
estes dois aspectos, ou seja, o baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade dos pais
desta DRM demandarão escolas com melhor infraestrutura e equipamentos, corpo docente
qualificado e com carga horária para acompanharem e orientarem grupos de
estudantes,
realizarem contatos com a comunidade externa à escola, entre outros aspectos que contribuam
para que as aprendizagens possam ocorrer.
Em relação à dimensão da infraestrutura das escolas da DRM, conforme apresentamos
anteriormente, Soares Neto
,
Jesus
,
Karino
e
Andrade (2013, p.
90) criaram uma escala para
medir a infraestrutura das escolas. Baseada na escala dos autores citados, a denominação de
infraestrutura elementar “compreende este nível escolas que possuem somente aspectos de
infraestrutur
a
elementares para o funcionamento de uma escola, tais como água, sanitário,
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energia, esgoto e cozinha”. As escolas pesquisadas possuem cozinha, sanitários, energia,
coleta de lixo, esgoto e água pública, com exceção de uma escola, localizada no distrito d
e
Avencas, no município de Marília, que não possui esgoto público, ou seja, possui fossa
negra
12
. Portanto, esta escola não possui os requisitos mínimos para ser considerada como
infraestrutura elementar, que é a mais baixa da escala.
Informamos ainda que d
a
s 47 escolas pesquisadas, 10 (21,27%) não possuem despensa
para guarda e armazenagem de gêneros alimentícios e outros produtos, 23 (48,93%) não
possuem refeitório para servir o almoço ou lanche.
Em relação à quadra de esportes, 43 (91,49%) são cobertas, 4
(8,51%) não são nem
coberta nem descoberta, e 11 (23,40%) possuem uma quadra coberta e uma descoberta.
Em relação à questão da acessibilidade, 23 (48,93%) possuem sala de recursos, 5
(10,63%) possuem elevador, 24 (51,06%) possuem rampa de acesso, 26 (55,3
1
%) possuem
sanitário adequado, 3 (6,38%) possuem piso direcionado, e apenas uma escola possui também
porta de vão livre, sinalização tátil (piso paredes) e corrimão e guarda
-
copos.
O próximo nível na escala de infraestrutura é a básica. Além dos itens pre
s
entes no
nível anterior, “neste nível as escolas já possuem uma infraestrutura básica, típica de unidades
escolares. Em geral, elas possuem: sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD,
computadores e impressora”. (SOARES NETO; JESUS; KARINO; ANDRADE
,
2
0
13, p.
90).
No nível básico da escala, considerando todos os itens citados, uma escola não possui sala de
diretor, 9 não possuem DVD, 12 não possuem impressora, uma não possui TV, uma não
possui computador para uso dos alunos. Destacamos que as 46 escolas
que possuem
computadores, apresentam um número reduzido para utilização dos alunos, considerando o
número de matrículas por escola (entre 150 e 1000, conforme tabela 4). Das 46 escolas que
possuem computadores para uso dos alunos, 31 escolas (67,39%) têm
e
ntre 11 e 20
computadores, 10 escolas (21,74%) têm menos de 10 computadores e 5 escolas (10,87%) têm
entre 21 e 30 computadores. Diante do exposto, das 47 escolas pesquisadas, 24 escolas
(51,06%) da DRM poderiam ser enquadradas como infraestrutura básica.
Pensando no próximo nível da escala de infraestrutura, apresentaremos na sequência
gráficos das instalações das escolas da DRM. Informamos que todas as escolas pesquisadas
possuem sala de professores.
12
Fossa Negra
é um meio de saneamento bastante primitivo. Sua estrutura consiste em um buraco no solo, não
necessariamente coberto, onde são
levados os dejetos. Como não se trata de estanque, esse conteúdo pode vir a
se infiltrar no solo
,
t
razendo riscos de contaminação aos lençóis freáticos.
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Figura 2
–
Gráfico
:
Salas de aulas: Escolas do Ensin
o
Fundamental (EF) Anos Finais (AF)
(DRM)
Fonte: Diretoria de Ensino de Marília (2019)
Conforme pode ser observado no gráfico
da Figura
2, as cidades de Marília e Garça
possuem o maior número de escolas, 27 e 06 respectivamente. O Gráfico
da Figura
3
a
presenta o número de salas de aula por município e a DRM possui o total de 447 salas de
aula.
Figura 3
–
Gráfico
:
Laboratórios de informática (%) nas escolas (EF) (AF) da DRM
Fonte: Diretoria de Ensino de Marília (2019)
O Gráfico
da Figura
3 indica
que
,
dos municípios da DRM, apenas na cidade de Garça
uma das escolas não possui laboratório de informática. Esta cidade possui seis escolas. Os
demais municípios possuem laboratório de informática.
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Um olhar para a dimensão infr
aestrutura como uma das condições objetivas possibilitadoras da qualidade em escolas públicas
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13473
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Figura 4
–
Gráfico
:
Laboratório de Ciências (%) nas es
c
olas dos anos finais do (EF) da DRM
Fonte: Diretoria de Ensino de Marília (2019)
O Gráfico
da Figura
4 indica que na DRM seis municípios não possuem Laboratório
de Ciências em suas escolas, em Garça metade das escolas possu
i
e em Marília apenas 25%
d
a
s escolas.
Figura 5
–
Gráfico
:
Escolas dos anos finais do (EF) (%) que oferecem internet para os alunos
nos Municípios da DRM
Fonte: Diretoria de Ensino de Marília (2019)
O Gráfico
da Figura
5 indica que dos treze municípios da DRM, cinco municípios
não
oferecem internet para os alunos. Dois municípios (Lupércio e Pompéia) oferecem em apenas
uma das escolas. Estes municípios possuem duas escolas cada um. O município de Marília
oferece em 74,1%, ou seja, em 20 escolas, o restante, 7 escolas
,
não dispo
n
ibilizam internet
aos alunos. Portanto, apesar de 46, ou seja, a maioria possuir laboratório de informática e
computadores para uso dos alunos (embora em número reduzido), o gráfico
da Figura
6
informa que 13 escolas (27,65%) da DRM não disponibilizam int
e
rnet aos alunos.
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Informamos ainda que as Escolas do Ensino Fundamental da Diretoria de Ensino da
Região de Marília (DRM) não possuem biblioteca. Das 47 escolas pesquisadas, 45 escolas
possuem Sala de Leitura e duas escolas localizadas em Marília não possu
e
m nenhuma das
duas. A denominação Sala de Leitura retira a exigência de contratação de um bibliotecário(a)
para cada escola, o que consideramos um fator negativo, já que este profissional tem
formação para a organização adequada do acervo e espaço para mo
t
ivar/incentivar o interesse
pela leitura, planejando contação de estórias, saraus, entre outros serviços. Com muita
frequência, o responsável pela Sala de Leitura é um professor que teve algum problema de
saúde e não pode estar mais na sala de aula, com f
o
rmação em diversas áreas do
conhecimento, o professor “readaptado”. Conforme Soares et al (2013, p.84) [...], “a Sala de
Leitura, por ser, em muitas escolas, um substituto da biblioteca. Portanto, se confunde, mas
não substitui a biblioteca, que é o desej
á
vel”.
Após abordarmos estes itens de infraestrutura das escolas pesquisadas, retomamos a
escala de infraestrutura (SOARES NETO; JESUS; KARINO; ANDRADE, 2013, p.
90),
resgatando o próximo nível da escala:
Adequada: além dos itens presentes nos níveis ant
e
riores, as escolas deste
nível, em geral, possuem uma infraestrutura mais completa, o que permite
um ambiente mais propício para o ensino e aprendizagem. Essas escolas
possuem, por exemplo, espaços como sala de professores, biblioteca,
laboratório de info
r
mática e sanitário para educação infantil. Há também
espaços que permitem o convívio social e o desenvolvimento motor, tais
como quadra esportiva e parque infantil. Além disso, são escolas que
possuem equipamentos complementares como copiadora e acesso à
i
nternet
(SOARES
et al
.
,
2013, p.
90)
.
Mesmo desconsiderando o sanitário para educação infantil e o parque infantil, pois
nosso estudo se refere aos anos finais do ensino fundamental, conforme já apontado, nenhuma
escola possui biblioteca, treze não possu
e
m acesso à internet e apenas quatro possuem
copiadora. Deste modo, pelo que pudemos apreender da infraestrutura das escolas
pesquisadas, utilizando a escala de infraestrutura dos autores citados, em síntese, das 47
escolas pesquisadas, 22 (46,80%) possuem
infraestrutura elementar, 24 (51,06%) podem ser
enquadradas como infraestrutura básica, nenhuma adequada, nenhuma avançada, que seria o
próximo nível, e ainda, uma escola (2,13%) que não se enquadra nem como elementar (a mais
baixa da escala) por conta de
não ter o esgoto público.
Cabe ressaltar que a análise considera apenas se existe ou não determinada instalação
ou equipamento, e não temos informações para inferir sobre a qualidade dos itens abordados.
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Entretanto, trazemos contribuição de auditoria rea
l
izada pelo Tribunal de Contas da
União (TCU) no ano de 2015. Este órgão coordenou ações integradas entre o TCU e 19
tribunais de contas regionais, realizando auditoria em 679 escolas públicas estaduais e
municipais do ensino fundamental. Destacamos trecho
do documento:
O conjunto examinado foi, como destacado, escolhido a partir de estudos
prévios que já indicavam que as unidades escolares apresentavam baixa
disponibilidade de instalações importantes para o processo ensino
-
aprendizagem. Em aprimoramento
d
os exames, as equipes técnicas
aplicaram metodologia que também avaliou aspectos qualitativos da
infraestrutura das escolas e, em conclusão, 59% das 679 escolas públicas
visitadas apresentaram aspectos gerais de conforto, segurança, higiene,
acessibilidad
e
e adequação ruins ou precários (BRASIL, 2015, p. 8)
.
O documento aponta ainda a necessidade do INEP aprimorar a coleta de dados da
tabela Escola do Censo Escolar, visando qualificar os ambientes e equipamentos escolares.
[...] recomendar ao Instituto
N
acional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira
–
Inep que aperfeiçoe o processo de coleta de dados do
Censo Escolar, especialmente nos dados integrantes da tabela “escola”, de
forma a minimizar inconsistências entre o declarado pelo diretor d
a
escola e
a realidade, empregando, se possível, críticas na entrada de dados do
sistema;
dados sobre a qualidade/operacionalidade dos ambientes e
equipamentos escolares; e diferenciação entre a existência de internet
para uso exclusivo da administração e
p
ara uso dos alunos, no
laboratório ou fora dele
(BRASIL, 2015, p.12
,
grifo nosso)
.
Para finalizar a dimensão de infraestrutura das 47 escolas pesquisadas, trazemos
algumas referências a esta dimensão obtidas dos professores que responderam o nosso
formul
á
rio no
google docs
(ver anexo). Conforme mencionado anteriormente, as 47 escolas
enviaram o formulário para os professores que trabalharam nos anos finais no ano de 2019, e
obtivemos 191 respostas. Selecionamos algumas respostas, cada uma refere
-
se ao
apo
n
tamento de um único professor.
“
Falta de materiais adequados
”. (P1, 2019)
“
Escola antiga precisando de reformas
”. (P8, 2019)
“
Falta de anfiteatro, funcionário habilitado para trabalhar na biblioteca
”.
(P25, 2019)
“
Falta de espaço principalmente na bi
b
lioteca
”. (P29, 2019).
“
Falta de computadores
”. (P35, 2019)
“
Lousa Branca, datashow e instrumentos de trabalho de qualidade
” (P67,
2019)
.
“
Falta de computadores, piso adequado nas salas de aula e um refeitório
adequado
”. (P98, 2019)
“
Sala disponível pa
r
a educação especial, internet disponível, materiais
disponíveis
”. (P103, 2019)
“
Escola com poucas salas
”. (P112, 2019)
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“
Falta de Material didático, recursos tecnológicos insuficientes
”. (P124,
2019)
“
Falta de lousa digital, verbas para manutenção do di
a
a dia na escola e
infraestrutura esportiva
”. (P143, 2019)
“
Falta de anfiteatro, funcionário habilitado para trabalhar na biblioteca
”.
(P155, 2019)
Considerações
f
inais
Pelo que podemos apreender das informações documentais e da coleta de dados obtida
junto aos professores da dimensão infraestrutura da DRM, as escolas pesquisadas não
possuem a infraestrutura adequada para que a aprendizagem possa ocorrer em um ambiente
escolar mais favorável. Muito pelo contrário, as condições objetivas na dimensão de
i
nfraestrutura são precárias, o que compromete o desenvolvimento do trabalho do professor.
Destacamos ainda que a infraestrutura disponível nestas escolas está distante de atingir um
padrão mínimo de qualidade, conforme a lista de insumos prevista para est
a
etapa de ensino
no Parecer 08/2010 (BRASIL, 2010), que propõe a identificação dos insumos essenciais ao
desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem que levem gradualmente a uma
educação de qualidade.
A partir desta lista de insumos, foi estabe
l
ecido o Custo Aluno
Qualidade Inicial (CAQi) para cada etapa e modalidade da educação básica.
O nosso objetivo foi identificar as condições objetivas de funcionamento das escolas
para fornecer subsídios para a discussão de seus resultados avaliativos na p
e
rspectiva de uma
responsabilização compartilhada, ou seja, participativa, em que o poder público se reconheça
no processo de melhoria da qualidade, assumindo a parte que lhe cabe, ou seja, oferecer
suporte ao trabalho docente.
A agenda dos reformadores em
p
resariais vem “aumentando a pressão sobre as escolas
e seus profissionais”, com a implantação de recompensas (sistema de bonificação atrelado aos
resultados educacionais) e a possibilidade de sanções às escolas (repasse de verbas
condicionado a resultados
educacionais) e, também, encontra
-
se em discussão no Congresso a
Lei de Responsabilidade Educacional, entre outras propostas. Portanto, cada vez mais, as
escolas e seus profissionais vêm sendo culpabilizados unilateralmente pelos resultados
obtidos pelos
a
lunos nas avaliações de larga escala, sem qualquer menção às condições
precárias da infraestrutura e insatisfatórias condições de trabalho dos docentes oferecidas pelo
Estado.
Diante do exposto, defendemos efusivamente a importância de recuperar ou introd
u
zir
na escola um debate mais amplo sobre a qualidade, que envolva olhar tanto para as dimensões
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que a constituem, ou seja, na direção da qualidade social referenciada na formação humana,
bem como as condições objetivas garantidoras da realização de seu pr
o
jeto educativo, que
implica não desconsiderar as questões de infraestrutura como este estudo buscou fazer, para
instrumentalizar um debate mais robusto na Diretoria de Ensino estudada.
Propomos como um dos caminhos possíveis para o processo de qualificaçã
o
das
escolas desta rede de ensino, políticas de avaliação que se respaldem nos processos de
Avaliação Institucional Participativa (AIP), nos quais os coletivos escolares se posicionam,
refletem e deliberam sobre os significados e desdobramentos dos result
a
dos obtidos, ou seja, a
AIP parece muito potente para que a qualidade da escola seja de fato uma busca coletiva,
compartilhada e construída pelo conjunto de atores municiados por dados que permitam maior
visibilidade da realidade da escola.
Finalizamos re
a
firmando o perigo de estar sob a égide de políticas de avaliação
educacional propostas pelos reformadores empresariais que se contentam com resultados que
mais confundem do que esclarecem a complexidade do fenômeno educativo, que não se deixa
capturar fac
i
lmente, e que tem provocado efeito contrário do pretendido, ou seja, melhorar a
qualidade da educação. Nos Estados Unidos, a proposta dos reformadores empresariais não
melhorou a educaçã
o
, provocou a privatização do sistema educacional
norte
-
americano e a
destruição do magistério. Alguns autores avaliam como uma década perdida para a educação
naquele país
. Vamos seguir o mesmo caminho?
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UNA MIRADA HACIA
LA DIMENSIÓN DE INFRAESTRUCTURA COMO UNA DE
LAS CONDICIONES OBJETIVAS DE CALIDAD POSIBILITANTE EN LAS
ESCUELAS PÚBLICAS
UM OLHAR PARA A DIMENSÃO INFRAESTRUTURA COMO UMA DAS
CONDIÇÕES OBJETIVAS POSSIBILITADORAS DA QUALIDADE EM ESCOLAS
PÚBL
ICAS
A LOOK TO THE INFRASTRUCTURE DIMENSION AS ONE OF THE
OBJECTIVE CONDITIONS ENABLERS OF QUALITY IN PUBLIC
SCHOOLS
Claudia Pereira de Pádua SABIA
1
Mara Regina Lemes de SORDI
2
RESUMEN
: Las evaluaciones externas y sus indicadores han hecho unilate
ralmente que la
escuela y sus profesionales sean responsables de los resultados alcanzados por los estudiantes,
sin tener en cuenta el peso de las condiciones objetivas para el desarrollo del trabajo escolar,
lo que afecta la autoestima de los maestros y a
dministradores. El objetivo de este estudio es
identificar y analizar las condiciones objetivas de las escuelas primarias públicas en una
directora de enseñanza con énfasis en la dimensión de infraestructura. Para este fin, la
metodología utilizada implica
un enfoque cuanti
-
cualitativo y combina investigación
bibliográfica, análisis de documentos y aplicación de cuestionarios. La recopilación de datos
consistió en un cuestionario de documentos de Google enviado a los maestros en los últimos
años de la escue
la primaria por una dirección de enseñanza en el oeste de São Paulo. Como
resultado, identificamos que de las 47 escuelas encuestadas, 22 (46.80%) tienen
infraestructura primaria, 24 (51.06%) pueden clasificarse como infraestructura básica,
ninguna adecuad
a, ninguna avanzada que sería el nivel más alto de la escala de infraestructura
propuesto por Soares Neto, Jesus, Karino y Andrade (2013) Los indicadores de la dimensión
de infraestructura muestran que las condiciones objetivas son predominantemente precar
ias,
lo que compromete el desarrollo del trabajo docente. Sin embargo, las condiciones objetivas
se subestiman en los procesos de evaluación que culpan solo a uno de los polos, es decir, la
escuela y sus profesionales, por los resultados de las evaluacione
s externas y no
responsabiliza al Estado por no ofrecer
-
los. Consideramos la necesidad de discutir los
resultados de la evaluación en la perspectiva de una responsabilidad compartida, es decir,
participativa, en la que el poder público se reconozca en el p
roceso de mejora de la calidad,
asumiendo su parte.
1
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
, Campinas
–
SP
–
Brasil.
Profes
ora d
e l
a
Facultad de
Filosofí
a
y
Ci
e
ncias (UNESP).
Doc
tora
do
e
n Educación
(UNESP)
.
Pr
áctica
de
Posdoctorado
e
n
Desarrollo
(PPGE)
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0001
-
8173
-
6420
.
E
-
mail:
claudia.sabia@unesp.br
2
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
, Campinas
–
SP
–
Brasil.
Profesora Asociada del
Departamento de Estud
i
os
y
Prá
c
ticas
Cul
turales
(DEPRAC) d
e l
a
Facultad de Educación
.
Do
ctorado en
Educación
(UNICAMP).
ORCID:
http
s
://orcid.org/0000
-
0003
-
1216
-
7185
.
E
-
mail:
maradesordi14@gmail.com
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PALABRAS CLAVE
:
Calidad Escolar.
Condiciones objetivas. Infraestructura escolar.
Responsabilidad educativa participativa. Evaluación externa. Evaluación Institucional
Participativa (AIP).
RESUMO
: As a
valiações externas e seus indicadores vêm responsabilizando unilateralmente
a escola e seus profissionais pelos resultados atingidos por estudantes, desconsiderando o
peso das condições objetivas para o desenvolvimento do trabalho escolar, o que afeta a
au
toestima dos professores e gestores. Objetiva
-
se com este estudo, identificar e analisar as
condições objetivas das escolas públicas do ensino fundamental de uma diretoria de ensino,
com destaque à dimensão infraestrutura. Para tal, a metodologia utilizada
envolve
abordagem quanti
-
qualitativa e conjuga pesquisas bibliográficas, análise documental e
aplicação de questionários. A coleta de dados consistiu em questionário google docs
encaminhado aos professores dos anos finais do Ensino Fundamental de uma Dire
toria de
Ensino do oeste paulista. Como resultados, identificamos que das 47 escolas pesquisadas, 22
(46,80%) possuem infraestrutura elementar e 24 (51,06%) podem ser enquadradas como
infraestrutura básica; nenhuma adequada e nenhuma avançada, que seria o
nível mais
elevado da escala de infraestrutura proposta por Soares Neto
,
Jesus
,
Karino
e
Andrade
(2013). Os indicadores da dimensão infraestrutura evidenciam que as condições objetivas
são predominantemente precárias, o que compromete o desenvolvimento do
trabalho docente.
Entretanto, as condições objetivas são subestimadas nos processos avaliativos, que
culpabilizam apenas um dos polos, ou seja, a escola e seus profissionais, pelos resultados das
avaliações externas, e não responsabilizam o Estado pelo seu
não oferecimento.
Consideramos a necessidade da discussão dos resultados avaliativos na perspectiva de uma
responsabilização compartilhada, ou seja, participativa, em que o poder público se
reconheça no processo de melhoria da qualidade, assumindo a parte
que lhe cabe.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Qualidade da
e
scola. Condições
o
bjetivas. Infraestrutura
e
scolar.
Responsabilização
e
ducacional
p
articipativa. Avaliação
e
xterna. Avaliação Institucional
Participativa (AIP).
ABSTRACT
: External evaluations and their indic
ators have unilaterally made the school and
its professionals responsible for the results achieved by students, disregarding the weight of
objective conditions for the development of school work, which affects the self
-
esteem of
teachers and administrators
. The aim of this study is to identify and analyze the objective
conditions of public elementary schools from a teaching board with emphasis on the
infrastructure dimension. To this end, the methodology used involves a quantiqualitative
approach and combin
es bibliographic research, document analysis and application of
questionnaires. The data collection consisted of a google docs questionnaire sent to teachers
in the final years of elementary school from a teaching directorate in the west of São Paulo.
As a
result, we identified that of the 47 schools surveyed, 22 (46.80%) have elementary
infrastructure, 24 (51.06%) can be classified as basic infrastructure, none adequate, none
advanced that would be the highest level of the infrastructure scale proposed by
Soares Neto
,
Jesus
,
Karino
and
Andrade; (2013). The indicators of the infrastructure dimension show that
the objective conditions are predominantly precarious, which compromises the development
of teaching work. However, the objective conditions are undere
stimated in the evaluation
processes that blame only one of the poles, that is, the school and its professionals for the
results of external evaluations and does not hold the State responsible for not offering them.
We consider the need to discuss the eval
uation results in the perspective of shared, that is,
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da qualidade em escolas públicas
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participatory, accountability, in which the public power recognizes itself in the quality
improvement process, assuming its part.
KEYWORDS
: School
q
uality. Objective
c
onditions. School
i
nfrastructure.
Participatory
e
ducational
a
ccountability.
External
e
valuation. Participatory Institutional Assessment (AIP).
Introducción
El actual contexto
educacional evidencia la hegemon
ía de las evaluaciones de larga
escala (externas) sobre los demás niveles de ab
ordaje de la evaluación (evaluación del
aprendizaje) de los estudiantes en el aula de clase y (evaluación institucional) de la escuela.
Según Fischer (2010), los procesos evaluativos constituyen un elemento fundamental
de la acción. Sin embargo, la evalua
ción no es un momento final del acto pedagógico, sino un
elemento integrante de su proceso. Para la autora:
[...] lo que se cuestiona es el hecho de que, a partir de los años noventa, la
aplicación de ciertas políticas y el éxito en la consecución de los
objetivos
empezaron a determinar no sólo los contenidos a enseñar, sino también
cómo debe responder un alumno a las preguntas de un examen, o incluso
cómo debe pensar. Y lo que es más grave, en el día a día del aula, el sentido
pedagógico del proceso de e
nseñanza de la detención corre el riesgo de
centrarse mucho más en los resultados que en los procesos. Los educadores,
padres y profesores deben ser conscientes de que la obsesión por los
resultados puede ocultar la importancia del proceso (FISCHER, 2010,
p. 39
,
traducción nuestra
).
Las evaluaciones de larga escala y su perspectiva de evaluaci
ón uni/bidimensional
buscan expresar la cantidad que cada escuela posee, ignorando las variables que afectan los
resultados de los aprendizajes de los estudiantes.
El proceso de enseñanza
-
aprendizaje es complejo y exige la interacci
ón de diversos
factores para ser re
alizado de forma adecuada. Requie
r
e
desde un cuerpo docente cualificado
hasta condiciones de infraestructura escolar favorable
s
, lo que incluye materiale
s didácticos,
equipamiento y estructuras físicas apropiadas. Sin el soporte suficiente para el desarrollo de
su trabajo, la actuación del profesor se compromete, o sea, el soporte institucional es
fundamental para que el profesor pueda desarrollar un buen
trabajo educacional.
Las evaluaciones externas (Prova Brasil
3
y SARESP
4
)
han responsabilizado
unilateralmente la escuela y sus profesionales por los resultados logrados, desconsiderando las
3
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar.
4
Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar
do Estado de São Paulo.
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condiciones
objetivas para el desarrollo del trabajo en la escuel
a y afectando
la
autoestima de
los profesores y gestores.
Las evaluaciones externas y sus indicadores (
IDEB
5
e IDESP
6
)
han responsabilizado
unilateralmente la escuela y sus profesionales por los resultados antiguos, desconsiderando las
condiciones objetiv
as para el desarrollo del trabajo en la escuela y afectando
la
autoestima de
los profesores y gestores.
Este artículo hace parte del estudio de postdoctorado sobre las condiciones objetivas
de las escuelas públicas paulistas de los años finales de la ense
ñanza primaria de una
Directora de Enseñanza de la Región este del Estado de São Paulo. El objetivo de este trabajo
será identificar las condiciones
objetivas de la dimensión infraestructura de las escuelas
investigadas para que se considere como component
es de la calidad en procesos evaluativos
coherentes con los contextos en que se realizan. Por lo tanto, no restringiendo exclusivamente
a los resultados de los testes estandarizados y a los índices decurrentes
(IDEB e IDESP),
en
una perspectiva de evaluaci
ón bidimensional que ignora la imposibilidad de aislar o ejercer
control sobre todas las variables que afectan los resultados.
Para el desarrollo de este trabajo, iniciaremos con las condiciones objetivas de las
escuelas, el proceso de responsabilización
educacional, la metodología, la presentación,
discusión y análisis de los datos y las consideraciones finales.
Condiciones objetivas de las escuelas
Comprendemos que las condiciones objetivas son componentes de la calidad de las
escuelas de este Direc
torio de Ense
ñanza que se necesitan llevar en cuenta en sus procesos
evaluativos. La calidad de un establecimiento de enseñanza debe abarcar tres categorías:
Proyecto Político Pedagógico (PPP), cuerpo social e infraestructura. Parece consensual la
importan
cia del PPP e igualmente se valora el cuerpo social de la escuela como fundamental
para sostener el PPP. Hemos visto que la categoría de infraestructura es la menos valorada y
que su peso pasa casi desapercibido en el proceso de calificación de la escuela.
De eso deriva
nuestro interés en desvelar las condiciones objetivas desapercibidas y las efectivamente
existentes en determinadas escuelas, con destaque a la infraestructura y sus indicadores.
Considerando la fuerte presencia de los reformadores empresar
iales en la política
educacional, que lograron la creación del IDEB como indicador que afecta la calidad con el
5
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
6
Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo.
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vocabulario ‘social’, que entendemos necesario a la escuela pública y que exige
infraestructura y condiciones de trabajo adecuadas al desarrollo
de los aprendizajes.
Comprendemos que el fin de la escuela abarca otras dimensiones de la formación humana que
extrapolan la
dimensión cognitiva y se deben considerar en la evaluación educacional.
Apoyamos en
Sordi (2017, p. 86) al afirmar que la “calida
d social en la escuela
p
ública debe orientarse por la construcción de un mundo mejor, es decir, un mundo más
evolucionado
culturalmente y socialmente más justo.” Para la autora, estos educadores están
“filiados y unidos alrededor de una concepción de calid
ad ampliada, detentora de pertinencia
social, una calidad
incluyente
y democrática,
construida
con los actores, con la comunidad y
regida por la idea del bien público”.
Explicitamos también la referencia al SINAES, pues este sirvió de modelo para la
const
rucción de una mirada ampliada, para la discusión de la calidad de la educación superior
y orientó los procesos de regulación,
es decir, autorización, reconocimiento, renovación de
reconocimiento de cursos superiores. En su primera fase se consideró idea v
anguardista, pero
después acabó alejándose de determinada concepción de educación que tenía compromiso con
la formación humana, dadas las presiones de orden político
-
económicas que fueran
metamorfoseando sus principios.
A pesar de este contratiempo, la Red
Municipal de
Campinas recupera la base filosófica del SINAES para concebir e implementar el proceso de
Evaluación Institucional Participativa (EIP), que se opone al proceso de rendición de cuentas
de la escuela y sus profesionales de forma unilateral por
los resultados obtenidos en las
evaluaciones a gran escala, es decir, propone la responsabilidad compartida entre el poder
público y los actores de la comunidad escolar para la construcción de la calidad educativa.
En lo que respeta al recorte de este
est
udio, cabe desvelar lo que se entiende por
condiciones objetivas para iluminar el debate sobre la calidad de la escuela, y así la
responsabilización compartida trae a la escena actores y factores que afectan la discusión
sobre cualidad.
Conforme Betini (
2009):
[...]
l
as condiciones objetivas, concretas, son las que ya existen, las que en la
escuela pública están dadas, otorgadas por el poder público, implícitas en las
políticas públicas educativas. Seguramente, habrá otros que puedan ser
conquistados y
otros que puedan ser transformados por la acción del
colectivo de la escuela y que comiencen a incorporarse a los ya existentes.
Al fin y al cabo, las condiciones materiales objetivas determinan y pueden
ser determinadas por el hombre (BETINI, 2009, p. 91
,
traducción nuestra
).
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Paro (2012, p. 598) menciona que las autoridades gubernamentales responsables por
los si
s
temas de ense
ñanza, en sus discursos, concentran la atención sobre la formación de los
profesionales de la educación
como el problema más import
ante de la calidad de la enseñanza
primaria. Para el autor, “puede ser una buena forma de obnubilar los reales determinantes del
fracaso escolar, es decir, las condiciones objetivas de trabajo”. Según el Diccionario Aurelio
(2020), obnubilar significa “osc
urecer, hacer que se vuelva obscuro, como si observado por
entre las nubes”. Por lo que aprendemos, el autor considera las condiciones objetivas de
trabajo como una de las causas del fracaso escolar.
Aunque no se puede negar la necesidad de cualificar me
jor a los profesores,
sobre todo a partir de la formación continua (pero al mismo tiempo también
es importante aprovechar mejor su potencial, a menudo infrautilizado), es en
el conjunto de factores que conforman las prácticas presentes en la escuela
donde
hay que buscar las causas de sus problemas y las fuentes de sus
soluciones: en la cantidad y el uso de los recursos materiales y financieros;
en la organización del trabajo; en los métodos de enseñanza; en la
formación, el rendimiento y la satisfacción del
personal escolar; en los
planes de estudio y los programas; en el tamaño de las clases; en la
adecuación de los edificios; en el uso del tiempo y el espacio; en la
distribución de la autoridad y el poder en la institución; en la relación con
los miembros
de la comunidad y en la importancia que se da a su papel
como ciudadanos/sujetos; en la planificación, la evaluación y el seguimiento
constante de las prácticas escolares; por último, en todo lo que se refiere a la
estructura y el funcionamiento de la escu
ela.
[...]
(PARO, 2003, p. 99
apud
PARO, 2012, p.
598
-
599)
.
En síntesis, Paro (2012), considera como condiciones objetivas todo lo que respeta a la
estructura y al funcionamiento de la escuela.
La investigación de
Tomaz; Silva (2017),
titulada “
O que as
escolas fazem que os testes estandardizados desprezam na avaliação da
qualidade? Ouvindo as escolas
”, afirma que:
[...]
No menos importantes fueron los aportes recogidos sobre las
condiciones objetivas del trabajo en la escuela
, que indicaron la necesida
d
de que las redes consideren: 1) el número de alumnos coherente con la
propuesta de atención; 2) la carga lectiva que respete el tiempo sin alumnos,
para el trabajo en la escuela; 3) la presencia en el alumno en el contra turno;
4) la presencia de pasante
s y cuidadores en la escuela; 5) la presencia de
profesores para enseñar y otro personal de apoyo; 6) la estructura física
adecuada. Estas condiciones, junto con el cuidado con la formación para el
trabajo docente, son fundamentales para el desarrollo de d
ichas prácticas,
pues según los profesores de la
escuela observada “
la práctica docente en
condiciones precarias compromete la enseñanza y, como consecuencia, el
aprendizaje de los alumnos”
(TOMAZ; SILVA, 2017, p. 163, énfasis
añadido
, traducción nuestra
).
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Buscamos señalar que las condiciones objetivas no se han considerado como factores
que afectan el desempe
ño de las escuelas y que son publicizadas bajo la forma de
rankings
,
con el resultado de las escuelas en el IDEB o IDESP. Por otro lado, investigacio
nes
señalan
que las condiciones precarias comprometen la enseñanza y aprendizaje de los alumnos. Soares
(2013, p. 181) destaca “la compleja relación entre el valor del IDEB de la escuela y sus
características contextuales definidas por el perfil del alumno
y por las condiciones de oferta
escolar”.
Oliveira; Pereira Junior (2016) elaboraron trabajo denominado “
Indicadores do
trabalho docente: múltiplas associações no contexto escolar
’’ en el que presentan indicadores
para representar los aspectos del trabajo
escolar docente en la educaci
ón básica a partir de una
investigación realizada en siete estados brasileños. Destacamos aspectos relacionados a
nuestra discusión sobre las condiciones objetivas:
Además, el mayor efecto total sobre la satisfacción profesi
onal lo ejerció la
frecuencia de las actividades con los compañeros de trabajo. Sin embargo,
cuando se consideran simultáneamente las condiciones del aula y de la
unidad educativa, el efecto conjunto de estas condiciones (0,233) se
convierte en el principa
l aspecto relacionado con la satisfacción del
profesorado con la profesión
. Por muy obvio que parezca, la inversión en
infraestructuras y equipamientos es de suma importancia para la mejora de la
educación, ya que no sólo permite una mejor acogida de los n
iños y jóvenes
que asisten a la escuela, sino que también se traduce en mejores condiciones
laborales para quienes trabajan en ella. Dadas las desigualdades regionales
en este país, es muy importante tener un estándar mínimo de asistencia
escolar; el Costo
Calidad Estudiantil (CAQ), ya aprobado por ley, podría ser
una medida relevante en esta dirección (OLIVEIRA; PEREIRA JÚNIOR,
2016, p. 874, énfasis añadido
, traducción nuestra
).
Según Pinto (2014), el sistema de ense
ñanza brasileño se propone a formar ciu
dadanos
críticos y autónomos y, por lo tanto, “hay un gran impacto sobre la demanda de insumos.
Difícilmente se logra ese objetivo con muchos alumnos por grupo y profesores que solo saben
seguir apostil
l
as.”
(PINTO, 2014, p. 10). El autor presenta también
estudios sobre los insumos
de Hedges, Laine
y
Grenwald (1994),
que muestran que hay una fuerte correlación entre
insumos escolares y desempeño de los estudiantes.
Soares Neto, Jesus, Karino y Andrade (2013) presentan investigación Hattie (2009)
que verifi
ca la influencia de la infraestructura en el desempeño de los estudiantes,
considerando varios países, entre los cuales Estados Unidos y Nova Zelandia. En este estudio
se argumentó que la mayor fuente de variancia está, en realidad, dentro de las escuelas
y no
entre las escuelas. Este dato es consistente en países desarrollados, cuya infraestructura
escolar se presente de forma igual entre las escuelas, no pudiendo ser ratificado en países que
tienen un sistema educacional no equitativo, como Brasil. En est
e país, la responsabilidad por
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la oferta de la educación básica se divide entre estados y municipios en un escenario de gran
desigualdad regional y con la enorme disparidad existente entre las diversas redes de
enseñanza.
Los autores citados buscaron iden
tificar
cu
ál la infraestructura adecuada para que una
escuela tenga condiciones de ofrecer una educación de mejor calidad. Los autores crearon una
escala para medir la infraestructura escolar, utilizando como herramienta la Teoría de
Respuesta al Ítem (TRI
) y se basando en informaciones referentes a las escuelas en el Censo
Escolar de la Educación Básica de 2011. Los autores establecieron cuatro categorías:
Elementar, Básica, Adecuada y Avanzada. El estudio presenta como resultados que “
El 44,5%
de las escu
elas brasileñas están en la categoría elemental, el 40% en la básica, el 14,9% en la
ad
ecuada y el 0,6% en la avanzada”
(SOARES NETO; JESUS; KARINO; ANDRADE; 2013,
p. 90
-
92).
Como hemos comentado anteriormente, varios estudios: Paro (2012); Soares Neto,
Je
sus, Karino y Andrade (2013); Pinto (2014); Oliveira y Pereira Junior (2016), entre otros,
informan de la compleja relación de variables que interfieren en el rendimiento de los
alumnos en las pruebas estandarizadas y, particularmente, en el desarrollo del
aprendizaje
ampliado, guiado por una matriz de formación humana, es decir, otras cualidades de la
escuela pública. Sin embargo, ha prevalecido la lógica de la clasificación, exacerbando el
control vertical sobre la escuela, sin considerar las condiciones
objetivas en las que ésta actúa.
En el siguiente tema, presentaremos el proceso de responsabilidad e
ducativa y sus diversos
matices
.
El proceso de responsabilización educativa
La
accountability
es una política de responsabilizaci
ón con atribución de
con
secuencias para los agentes escolares. Podemos citar como ejemplos las políticas de
responsabilización educacional: la bonificación docente
–
en función del alcance de metas; la
premiación de alumnos o escuelas
–
con destaque al desempeño positivo en las e
valuaciones
en larga escala; y la aplicación de sanciones e intervenciones en escuelas que no hayan
logrado las metas determinadas.
Según Bonamino y Sousa (2012), cuando las consecuencias de e
sas políticas “son solo
simbólicas, ellas son llamadas de
low s
takes
o de
responsabilización branda
. Ya cuando las
consecuencias son serias, ellas son llamadas de
high stakes
o de
responsabilización fuerte
”
(CARNOY; LOEB, 2002; BROOKE, 2006
apud
BONAMINO; SOUSA, 2012, p. 375).
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Destacamos que en Brasil tenemos tanto l
as sanciones serias, o sea, materiales, como
las simbólicas. Citamos como ejemplo de sanciones materiales la bonificación docente
7
y la
liberación de recursos a las escuelas condicionado al cumplimiento de metas
8
, simbólicas con
la divulgación de los resul
tados públicamente en
clasificaciones que afectan la
autoestima de
los profesionales de la escuela, entre otras cosas.
Afonso (2012) considera su significado relacionado a una forma
de gestión
de
prestación de cuentas:
[...]
El significado de la palabra
accountability
suele indicar una forma
jerárquica
-
burocrática o tecnocrática y gerencial de rendición de cuentas
que, al menos implícitamente, contiene y enfatiza las consecuencias o
imputaciones negativas y estigmatiza
dora
s, que suelen constituir formas
autoritarias de rendición de cuentas de instituciones, organizaciones e
individuos. Además, incluso cuando estas características son menos
pronunciadas, el hecho es que la representación social, que acentúa su
carácter punitivo, ha sido un gran obstáculo p
ara la conceptualización de
formas más avanzadas y alternativas de
accountability
(AFONSO, 2012, p.
472
, traducción nuestra
).
Según
Brooke (2006), esta exigencia por mayores informaciones sobre los resultados
de los sistemas escolares se han respondido p
or la implementaci
ón de políticas de
accountability
, es decir, de responsabilización mediante las cuales se vuelven públicas las
informaciones sobre el trabajo de las escuelas, y se consideran los gestores y otros
miembros
del equipo escolar como correspon
sables por el nivel de desempeño logrado por la institución.
Destacamos que nuestro interés en mapear las condiciones objetivas de las escuelas
públicas de São Paulo consiste en proporcionar subsidios para la discusión de sus resultados
de evaluación desd
e la perspectiva de la rendición de cuentas compartida, es decir,
participativa, en la que el poder público se reconoce en el proceso de mejora de la calidad,
asumiendo la parte que le corresponde. Por otra parte, la repercusión de las condiciones
objetiva
s puede contribuir a disminuir la resistencia de los profesores a los procesos de
evaluación que sólo los acusan y responsabilizan. Apoyamos a Sordi para hacer explícito el
sentido de la responsabilidad participativa.
Según la autora:
7
Según Capocchi (2017), con base en datos de 2014, de los veintisiete estados brasileños, trece ya contaban con
algún t
ipo de bonificación para los docentes.
8
En un artículo publicado recientemente en el diario Folha de São Paulo sobre el FUNDEB, los autores
informan que han avanzado propuestas que reservan parte de este recurso extra para ser distribuido con base en
la a
dopción de buenas prácticas educativas y también con base en la mejora de los indicadores educativos
(PUPO; SALDANÃ, 2020).
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[...] la
responsabil
ización participativ
a
se basa en una visión de evaluación
dialógica, fruto de un proceso intersubjetivo rico y plural en el que se buscan
acuerdos consensuados de forma transparente y valiente, negociando
significados, tiempos, estrategias y metas. Los act
ores se unen en torno al
Bien Común y, juntos, construyen el futuro a través de las decisiones que
toman en el presente (SORDI, 2017, p. 93
, traducción nuestra
).
La responsabilización participativa se contrapone a los procesos de responsabilizaci
ón
unil
ateral y vertical que culpabilizan escuelas, gestores y profesores por los resultados
insatisfactorios obtenidos en las evaluaciones externas. Según Freitas
(2016, p. 128
,
traducción nuestra
):
Brasil optó por una política nacional inmediata de control ver
tical y
rendición de cuentas de sus escuelas, profesores y alumnos como método
para mejorar la calidad de la educación, perdiendo la oportunidad de apostar
por una política consistente de rendición de cuentas participativa. La política
adoptada tiene como
principio el fomento de la competencia entre las
escuelas y entre los profesionales del sector, basándose en la idea de que los
promedios más altos serían un indicador de buena enseñanza.
También según Freitas (2013), hay evidencias que el dis
eño de esta
política
educacional basada en
accountability
tiene origen en los Estados Unidos, y, por lo tanto, ha
producido efectos. Hoy hay una
gran
literatura en aquél país que examina las consecuencias
de la política de responsabilización.
El trabajo más conocido
fue lo de
Ravitch
(2011),
que analiza con detalles la reforma
educacional americana expresada en la
No Child Left Behind
(NCLB),
que se basaba en que
las familias pudieran elegir la mejor escuela, llevando consigo a la escuela elegida las
subvenciones púb
licas ofrecidas por el Estado. Para facilitar la elección, se estimuló la
competencia entre las escuelas, para que pudieran atraer a más estudiantes y más recursos. El
sistema de elección se basa en los resultados de las pruebas estandarizadas, establecien
do una
clasificación entre las instituciones escolares. Según la autora:
[...] la ley (NCLB) ha cambiado la naturaleza de las escuelas públicas del
país, convirtiendo las puntuaciones de los exámenes estandarizados en la
principal forma de medir la calida
d de las escuelas. La subida o bajada de las
puntuaciones en lectura o matemáticas se ha convertido en la variable crítica
para juzgar a los alumnos, los profesores, los directores y los centros.
[...] Al final me di cuenta de que las nuevas reformas tenía
n que ver con el
cambio estructural y la rendición de cuentas, y nada que ver con la esencia
del aprendizaje. La rendición de cuentas no tiene sentido cuando sabotea los
objetivos más amplios de la educación (RAVITCH, 2011, p. 31
-
32
,
traducción nuestra
).
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A partir de lo aprendido, Ravitch (2011) señala que la responsabilización no está
ayudando a las escuelas estadounidenses, sino que está comprometiendo aún más la calidad
de la educación al centrarse en las habilidades básicas. La autora considera que el p
roblema
de la rendición de cuentas basada en los exámenes es que impone graves consecuencias a los
niños, a los educadores y a las escuelas, basándose en puntuaciones que pueden reflejar un
error de medición, un error estadístico, una variación aleatoria o
un conjunto de factores
ambientales o atributos de los alumnos. En resumen, afirma que las pruebas que se utilizan
actualmente no son adecuadas por sí mismas para la tarea de evaluar la calidad de las escuelas
y los profesores.
Karp (2012) llama la atenci
ón sobre las sanciones dirigidas cada vez más a los
profesores. Impulsado por el sistema de responsabilzación y castigo basado en los exámenes
de la NCLB, el discurso dominante se centró en los fracasos de la escuela pública y en la
necesidad de reducir el
poder de los educadores sobre las políticas escolares para aumentar el
poder de los gestores empresariales y las burocracias políticas. Considera que estas estrategias
han cambiado el funcionamiento diario de las escuelas y las aulas y se reflejan en los
ataques
contra la negociación colectiva y los sindicatos de profesores y en la actual crisis de
financiación. El autor considera un ataque sin precedentes a la educación pública y su
sustitución por un sistema basado en el mercado.
En el caso brasileño no
ha sido diferente. Leher (2014) identifica la actuación del
Movimiento Todos por la Educación (TPE), que representa al sector empresarial.
En 2006, durante el gobierno de Lula da Silva, expresando el liderazgo del
sector financiero en el bloque gobernant
e y en el estado mayor de la capital,
los bancos llamaron a una nueva coalición más amplia y orgánica para
interferir en la educación, la ya presentada TPE. Actuando en forma de
partido, el movimiento aglutinó y agregó las iniciativas burguesas en materia
de educación hasta entonces dispersas, estableció una agenda en forma de
objetivos y compromisos de todos por la educación (inicialmente 10 Causas
y 26 Compromisos, luego resumidos) y organizó un robusto aparato de
circulación de sus ideas en los principal
es medios de comunicación,
situación facilitada
por su adhesión al TPE
(LEHER, 2014, p.
4
, traducción
nuestra
)
.
Freitas (2007) destaca la presión que estos acuerdos entre los alcaldes y el gobierno
federal generarían
en las escuelas y los maestros
.
Lo m
ás grave es el fortalecimiento de la idea de que sería posible, a partir de
sistemas de gran escala centralizados en Brasilia o en una capital, reorientar
escuelas específicas, a distancia, mediante la exposición de los resultados a
la sociedad y acuerdos
con los alcaldes. Se puede imaginar la presión
autoritaria y verticalizada que los acuerdos firmados entre los alcaldes y el
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gobierno federal, para asumir las metas del IDEB para su municipio y
obtener fondos, generarán en las escuelas y en sus profesional
es (FREITAS,
2007, p. 973
, traducción nuestra
).
La presión por los resultados para obtener bonificaciones y evitar sanciones ha
provocado una serie de consecuencias en la educación brasileña. Varias
investigaciones
han
contribuido al debate sobre sus efe
ctos, señalando sus contradicciones y su ineficacia para
potenciar la calidad de la educación. Destacamos el proceso de
accontability
educativo
estadounidense y presentamos sus consecuencias, ya que es en este país donde Brasil ha
buscado la referencia par
a la implementación del proceso de rendición de cuentas educativo.
Por lo tanto, estamos implementando en el país una política educativa que ya ha tenido su
ineficacia probada en la educación estadounidense y que ha agravado aún más la crisis de la
educaci
ón pública en ese país. Después de abordar el proceso de
accontability
y la forma
solapada en que trata (o no trata) las condiciones objetivas que deberían sustentar el trabajo
escolar, presentaremos la metodología y en la secuencia la presentació
n y discu
sión de los
datos
.
Metodolog
í
a
La investigación se desarrolló con un enfoque cuanti
-
cualitativo. Este enfoque pone de
manifiesto la potencia y la relevancia de los métodos cualitativos para establecer un puente
con la realidad, el contexto y el proceso
, así como el papel de los métodos cuantitativos en la
investigación con un gran número de casos. La combinación de métodos puede estimular aún
más la investigación cualitativa, siempre que los resultados animen al investigador a seguir
cuestionando el fen
ómeno investigado. Según Minayo (2000):
[...]
l
a dicotomía que se establece en la práctica, por un lado, deja de lado las
relevancias y los datos que no pueden contenerse en los números, y por otro
lado, a veces contempla sólo los significados subjetivos,
omitiendo la
realidad estructurada (MINAYO, 2000, p. 28
, traducción nuestra
).
La encuesta abarcó las 47 escuelas que ofrecen vacantes a los alumnos de los últimos
años de la escuela primaria (6º a 9º grado) pertenecientes a una Dirección de Educación
reg
ular en el oeste de São Paulo. Los procedimientos utilizados en la investigación fueron la
investigación bibliográfica, la investigación documental y la recogida de datos.
La investigación documental consistió en el relevamiento de los datos disponibles e
n
el sitio del Instituto Nacional de Estudios e Investigaciones Educativas Anísio Teixeira
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(INEP), en el sitio de la Secretaría de Estado de Educación de São Paulo (SEE/SP) y en los
datos obtenidos del Consejo de Educación investigado, es decir, hoja de cá
lculo en Excel que
contiene datos sobre la infraestructura de las escuelas investigadas enviados al Censo Escolar.
En la recogida de datos se utilizó el cuestionario de
Google D
ocs
para complementar
los datos obtenidos en la encuesta documental. El Consej
o de Educación
investigado
nos ha
proporcionado el correo electrónico de los 47 colegios encuestados. Enviamos un enlace del
formulario al final del curso escolar, es decir, en diciembre de 2019, para que fuera enviado a
los profesores que trabajaron en lo
s últimos cursos de primaria este año. El formulario estuvo
abierto para su cumplimentación durante 30 días. Les informamos de que de 844 profesores
hemos obtenido 191 respuestas, es decir, el 22,74%. Actualmente, el índice de devolución de
los cuestionari
os se sitúa entre el 15 y el 20%. Para presentar las respuestas abiertas,
utilizaremos la abreviatura de Profesor (P), con el respectivo número de encuestado (P1, P2,
P3, P4 .... P192).
Presentación y discusión de los datos
Nuestro estudio abarca los da
tos de las 47 escuelas de la Red del Estado de São Paulo
que ofrecen los últimos años de la Escuela Primaria (EF) en el Consejo de Educación de
Marília (DRM).
Esta Unidad es una de las 91 Direcciones del Estado de São Paulo.
La Red Estatal Paulista compart
ida
9
con los municipios la oferta de la enseñanza
primaria y es responsable por la oferta de la enseñanza media. Según datos del INEP
10
(2019),
en este año el total de matr
ículas en los años finales de la enseñanza primaria fue
2.367.699
.
De este total, la
red estatal atiende a la mayor parte de los últimos años de EF, ya que cuenta
con el 57,53% de las matriculaciones, mientras que la red municipal (22,86%) y la red privada
(19,61%). A diferencia de los primeros años de EF, que del total de 3.041.488 matric
ulados, la
red municipal atiende a la mayor parte del alumnado (57,77%), la red estatal (20,77%), la red
privada (21,44%), y el resto con una ínfima participación de la red federal.
Esta Junta tiene 60 escuelas bajo su responsabilidad. Sólo 10 escuelas ofr
ecen los
primeros años de primaria (3.174 matrículas en los municipios de Marilia y Oriente) en 2019.
Aunque estos municipios se sumaron al proceso de municipalización de la educación en los
9
Artículo 211
-
Párrafo 2
-
Los Municipios actuarán prioritariamente en la educación primaria y en la educación
infantil. Párrafo 3
-
Los Estados y el Distrito Federal darán prioridad a la enseñanza primaria y secundaria.
Párrafo 4
-
En la organización de sus sistemas de enseñanza, los Estados y los Municipios definirán formas de
colaboración, a fin de asegurar la universalización de
la enseñanza obligatoria.
(Constitución Federal de 1988).
10
6
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) Sinopsis estadística 2019.
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primeros años de la escuela primaria (EF), la Red Estatal mantuvo
9 escuelas en Marilia y
una en Oriente, compartiendo la oferta. El DRM cuenta con 47 escuelas que ofrecen los
últimos años de EF, lo que indica que el proceso de municipalización en los años iniciales
prevaleció sobre los últimos años en los municipios cu
biertos por esta Junta. Asimismo,
informamos que también ofrece Bachillerato y la Enseñanza de Jóvenes y Adultos (EJA) para
los último
s cursos de (EF) y Bachillerato
.
Tab
la 1
–
Número de municipios, escuelas y matrículas en los últimos años de la (EF) en
la
Dirección de Educación de Marília (DRM) y en la Red Privada
Red
Municipios
Escue
las
Matrículas
Red
Estatal
(DRM)
13
47
11.986
Red Particular
04
22
4.735
F
ue
nte: Sinopse Estatística (2019) INEP
La Dirección de Enseñanza de Marília (D
RM) es responsable de la matriculación
pública en los últimos años de la escuela primaria (EF). No contamos con inscripciones en
este segmento de EF en las Redes Municipales en los 13 municipios de esta Junta, porque son
responsables sólo de los años inici
ales de EF. El sector privado cuenta con 4.735
inscripciones en este segmento, lo que representa el 39,50% de las inscripciones.
Presentamos la disminución de las inscripciones en los últimos diez años de EF
(Tabla 2). Por lo tanto, al igual que ocurrió en
el estado de São Paulo, la DRM presentó una
disminución de la matrícula en este período correspondiente al 32,93%, en números
absolutos, 5.885 alumnos menos
.
Tab
la 2
–
Matrícula en los últimos años de (EF) en las Redes Estatal y Privada en los
municipios
cubiertos por la Dirección de Educación de Marília (DRM) en 2009 y 2019
Municípios
Rede
Estadual
2009
Rede
Estadual
2019
Rede
Privada
2009
Rede
Privada
2019
Álvaro de Carvalho
265
197
---
---
Alvinlândia
236
180
---
---
Echaporã
448
299
---
---
Fernão
114
121
---
---
Gália
431
240
---
---
Garça
2.290
1.649
513
547
Júlio Mesquita
352
188
---
5
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Lupércio
327
226
---
---
Marília
11.053
7.327
2.911
3.936
Ocauçu
270
219
---
---
Oriente
360
198
---
---
Pompéia
1.025
688
179
247
Vera Cruz
700
454
---
---
TOTAL
17.871
11.986
3.603
4.735
Fue
nte: Sinopse Estatística (2009, 2019) INEP
Destacamos el crecimiento del sector privado, porque cuanto m
ás precaria es la oferta
educativa del sector público, con recursos insuficientes y condiciones laborales
insatisfactorias, mayor es la posibilidad de procesos de privatización de la escuela pública.
Freitas (2012) aborda cómo se está haciendo posible la p
rivatización.
Según el autor, “
la responsabilidad y la meritocracia son dos categorías, por tanto,
estrechamente relacionadas. La tercera categoría es la de la privatización
”
. Para Freitas, el
proceso de rendición de cuentas y la meritocracia crean el ambi
ente propicio para ampliar la
privatización del sistema educativo público. Rescatamos la forma en que se produce este
proceso
:
Esta categor
ía sufrió una verdadera mutación en la última década. El
concepto de público estatal y público no estatal abrió nue
vas perspectivas
para el empresariado: la gestión por concesión. De ese modo, aquella
división fundamental entre público y privado quedó matizada. Ahora se abre
al posibilidad del público administrado privadamente. El advenimiento
de la
privatización de la
gestión introdujo en la educación la posibilidad de
que una escuela siga siendo pública y tenga su gestión privada (público
no estatal)
(PEDROSO, 2008)
.
Siga gratuita para los alumnos, pero el
Estado transfiere para la iniciativa privada un pagamento por
su gestión. Hay
un “contracto de gestión” entre la iniciativa privada y el gobierno
(
FREITAS, 2012, p. 386,
destacado añadido
, traducción nuestra
).
Tras abordar el crecimiento de las matr
ículas en el sector privado, buscamos
identificar el nivel socioeco
nómico de las escuelas del Directorio de Enseñanza de Marília
(DRM), desde los datos obtenidos en la página de INEP. En el Painel Educacional Municipal,
la dimensión Contexto presenta el Indicador de Nivel Socioeconómico
(INSE)
11
.
Según la
Nota Técnica INSE
(2015, p. 9), para mejor describir el nivel socioecon
ómico de las escuelas,
“se creó, a partir del análisis de
cluster
por método jerárquico, seis grupos de modo que el
Grupo 1 congrega las escuelas con INSE medio más bajo y el Grupo 6, con lo más alto”.
11
El INSE se calculó con datos de Prova Brasil y ENEM en 2015. Cabe señalar que hay escue
las en las que no
fu
e posible calcular el indicador
.
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Rescatamos los niveles socioeconómicos de los alumnos para entender lo que indica cada
uno.
El gráfico de la Figura 1 indica que el 20,5% del público atendido por esta Junta está
clasificado en el Grupo 3. Estos grupos indican que las familias tienen biene
s elementales en
sus hogares, los ingresos familiares mensuales están entre 1 y 1,5 salarios mínimos; y sus
tutores han terminado la escuela primaria o la secundaria. La mayoría (75,0%) de las escuelas
de la Dirección Regional de Marilia se caracterizan co
mo Grupo 4 (Prueba de Chi
-
cuadrado),
lo que indica que las familias también tienen en su casa los bienes elementales, pero el ingreso
familiar está entre 1,5 y 3 salarios mínimos; y sus tutores han completado la escuela
secundaria o la universidad. En la c
omparación entre la distribución de las escuelas en los seis
grupos, la diferencia fue significativa: Marilia tiene más expresión en el g
rupo 4 que el Estado
(Teste G)
.
Figura 1
–
Gráfico
:
Indicador socioeconó
mico d
e las escue
las del Directorio
Regio
nal de
Marília (DRM)
y
d
e l
a Red Estat
al (RE)
según
l
os grupos
clasificados
según el
INSE
medio
F
ue
nte: Elaborado
por las
autoras
Los datos presentados indican que las instituciones escolares de esta Junta atienden a
un público con bajo nivel socioeco
nómico y baja escolaridad de los padres, quienes exigirán
que las escuelas estén más preparadas para atenderlos. Ernica y Batista (2011) enfatizan la
necesidad de condiciones adecuadas para los estudiantes que traen pocos recursos culturales
de casa.
Soare
s (2016) afirma que el sistema educ
ativo brasileño debe encontrar “
otras formas
de atender a los alumnos de menor NSE que traen pocos conocimientos escolares de casa y,
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por lo tanto, dependen completamente de la escuela para adquirir los conocimientos y
ha
bilidades que necesitan para la vida
”
(SOARES, 2016, p. 775).
Por lo tanto, lo que pretendemos destacar con el aporte de los autores citados es que
estos dos aspectos, es decir, el bajo nivel socioeconómico y la baja escolaridad de los padres
de este DRM d
emandarán escuelas con mejor infraestructura y equipamiento, personal
docente calificado y con carga horaria para acompañar y guiar a los grupos de alumnos,
realizar contactos con la comunidad fuera de la escuela, entre otros aspectos que contribuyan
al pr
oceso de aprendizaje.
En cuanto al tamaño de la infraestructura de las escuelas de GRD, como se presentó
anteriormente, Soares Neto, Jesús, Karino y Andrade (2013, p. 90) crearon una escala para
medir la infraestructura de las escuelas. Según la escala de
los autores citados, la
denominació
n de infraestructura elemental
comprende este nivel las escuelas que sólo tienen
aspectos de infraestructura elementales para el funcionamiento de una escuela, como agua,
saneamiento, energía, alcantarillado y cocina. Las
escuelas investigadas disponen de cocina,
aseos, energía, recogida de basura, alcantarillado y agua pública, a excepción de una escuela,
situada en el barrio de Avencas, en el municipio de Marília, que no dispone de alcantarillado
público, es decir, tiene
una fosa negra
12
. Por lo tanto, esta escuela no tiene los requisitos
mínimos para ser considerada como una infraestructura elemental, que es la más baja de la
escala.
También informamos que de las 47 escuelas encuestadas, 10 (21,27%) no tienen una
despensa
para almacenar alimentos y otros productos, 23 (48,93%) no tienen una cafetería
para servir el almuerzo o la merienda.
En relación con la pista deportiva, 43 (91,49%) están cubiertas, 4 (8,51%) no están ni
cubiertas ni descubiertas, y 11 (23,40%) tienen u
na pista cubierta y otra descubierta.
En cuanto a la accesibilidad, 23 (48,93%) tienen un aula de recursos, 5 (10,63%)
tienen un ascensor, 24 (51,06%) tienen una rampa de acceso, 26 (55,31%) tienen un aseo
adecuado, 3 (6,38%) tienen un suelo dirigido, y só
lo una escuela tiene además una puerta de
vano libre, señalización táctil (paredes del suelo) y un pasamanos y portavasos.
El siguiente nivel en la escala de infraestructuras es el básico. Además de los
elementos p
resentes en el nivel anterior, “
en este ni
vel las escuelas ya cuentan con una
infraestructura básica, propia de las unidades escolares. En general, disponen de: sala de
12
La fosa negra es un medio de saneamiento muy primitivo. Su estructura consiste en un agujero en el suelo, no
necesariamente cubierto, al que se llevan los residuos. Al no ser estanco, este contenido pu
ede filtrarse al suelo,
lo que conlleva riesgos de contaminación de las aguas subterráneas.
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juntas y equipos como T
V, DVD, ordenadores e impresora”
. (SOARES NETO; JESUS;
KARINO; ANDRADE, 2013, p. 90). En el nivel básico d
e la escala, considerando todos los
ítems mencionados, una escuela no tiene una oficina del director, 9 no tienen un DVD, 12 no
tienen una impresora, una no tiene una TV, una no tiene una computadora para uso de los
estudiantes. Destacamos que las 46 escue
las que disponen de ordenadores tienen un número
reducido para el uso de los alumnos, teniendo en cuenta el número de matrículas por escuela
(entre 150 y 1000, según la tabla 4). De los 46 centros que disponen de ordenadores para uso
de los alumnos, 31 cen
tros (67,39%) tienen entre 11 y 20 ordenadores, 10 centros (21,74%)
tienen menos de 10 ordenadores y 5 centros (10,87%) tienen entre 21 y 30 ordenadores.
Teniendo en cuenta lo anterior, de las 47 escuelas encuestadas, 24 escuelas (51,06%) en DRM
podrían cl
asificarse como infraestructura básica.
Pensando en el siguiente nivel de la escala de infraestructuras, presentaremos en la
secuencia gráficos de las instalaciones de las escuelas DRM. Le informamos de que todas las
escuelas encuestadas dis
ponen de una sa
la de profesores
.
Figura 2
–
Gráfico
:
Aulas de clase
: Escuelas de la
Enseñanza
Primaria
(EF) A
ñ
os Finales
(AF) (DRM)
Fue
nte: Dire
c
tori
o
de
Enseñanza
de Marília (2019)
Como se puede ver en el gráfico de la Figura 2, las ciudades de Marília y Garça so
n
las que tienen el mayor número de escuelas, 27 y 06 respectivamente. El gráfico de la figura 3
muestra el número de aulas por municipio y el DRM tiene un total de 447 aulas.
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Um olhar para a dimensão infraestrutura como uma das condições objetivas possibilitadoras
da qualidade em escolas públicas
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–
Revista
Ibero
-
Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 16, n. 1, p. 127
-
152, jan./mar. 202
1
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-
ISSN: 1982
-
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13473
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Figura 3
–
Gráfico: Laboratorios informáticos (%) en las escuelas (EF) (AF) de
DRM
Fue
nte:
Directorio
de
Enseñanza
de Marília (2019)
El gráfico de la Figura 3 indica que de los municipios del DRM, sólo en la ciudad de
Garça una de las escuelas no dispone de laboratorio de informática. Esta ciudad tiene seis
escuelas. Los demás m
unicipios disponen de un laboratorio informático.
Figura 4
–
Gráfico
:
Laboratorio
de
Ciencias
(%)
en las
esc
ue
las d
e los añ
os
finales del
(EF)
d
e l
a DRM
Fuente: Directorio de Enseñanza de Marília (2019)
El gráfico de la figura 4 indica que en el DRM
seis municipios no tienen laboratorio de
ciencias en sus escuelas, en Garça la mitad de las escuelas lo tienen y en Marília sólo el 25%
de las escuelas.
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Figura 5
–
Gráfico
:
Escue
las d
e los añ
os
finales do (EF) (%) que ofrecen
internet para
l
os
alu
m
nos
en
los
Municipios
d
e l
a DRM
Fuente: Directorio de Enseñanza de Marília (2019)
El gráfico de la figura 5 indica que de los trece municipios del DRM, cinco no ofrecen
Internet a los estudiantes. Dos municipios (Lupércio y Pompéia) ofrecen sólo una de las
e
scuelas. Estos municipios tienen dos escuelas cada uno. El municipio de Marília ofrece en el
74,1%, es decir, en 20 escuelas, el resto, 7 escuelas, no ofrecen Internet a los estudiantes. Por
lo tanto, a pesar de que 46, es decir, la mayoría de ellos tienen
un laboratorio de informática y
ordenadores para uso de los alumnos (aunque en pequeño número), el gráfico de la Figura 6
informa de que 13 escuelas (27,65%) de DRM no ponen Internet a disposición de los
alumnos.
También informamos que las escuelas primar
ias de la Junta de Enseñanza de la
Región de Marilia (DRM) no tienen biblioteca. De las 47 escuelas
investigadas, 45 tienen un
aula
de lectura y dos escuelas situadas en Marilia no tienen ninguna. El nombre de
Aula
de
Lectura elimina el requisito de contra
tar un bibliotecario para cada escuela, lo que
consideramos un factor negativo, ya que este profesional está capacitado para organizar la
colección adecuadamente y tiene espacio para motivar
/
fomentar el interés por la lectura, la
planificación de la nar
rac
ión, sarao
s, entre otros servicios. Muy a menudo, la persona
encargada de la Sala de Lectura es un profesor que ha tenido algún problema de salud y ya no
puede estar en el aula, con formación en diversas áreas de conocimiento, el profesor
“
readaptado
”
. Seg
ún So
ares et al (2013, p.84) “[...] el
Aula
de Lectura, porque en muchas
escuelas es un sustituto de la biblioteca.
Por tanto, es confuso, pero no sustituye a la
biblioteca, que es lo deseable
”
.
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Después de abordar estos ítems de infraestructura de las escu
elas encuestadas,
retomamos la escala de infraestructura (SOARES NETO; JESUS; KARINO; ANDRADE,
2013, p. 90), rescatando
el siguiente nivel de la escala
:
Adecuado: además de los elementos presentes en los niveles anteriores, las
escuelas de este nivel sue
len tener una infraestructura más completa, lo que
permite un entorno más propicio para la enseñanza y el aprendizaje. Estas
escuelas disponen, por ejemplo, de espacios como sala de profesores,
biblioteca, laboratorio de informática e instalaciones sanitar
ias para la
educación infantil. También hay espacios que permiten la interacción social
y el desarrollo motor, como una pista deportiva y un parque infantil.
Además, estas escuelas cuentan con equipos complementarios como una
fotocopiadora y acceso a Inter
net.
(SOARES
et al
.
,
2013, p.
90
, traducción
nuestra
)
.
Incluso no considerando el sanitario para la educación de los niños y del patio de
recreo, porque nuestro estudio se refiere a los últimos años de la escuela primaria, como ya se
ha dicho, ninguna esc
uela tiene biblioteca, trece no tienen acceso a Internet y sólo cuatro
tienen fotocopiadora. De esta manera, pudimos conocer la infraestructura de las escuelas
investigadas, utilizando la escala de infraestructura de los autores citados, en síntesis, de la
s
47 escuelas investigadas, 22 (46,80%) tienen infraestructura elemental, 24 (51,06%) se
pueden encuadrar como infraestructura básica, ninguna adecuada, ninguna avanzada, que
sería el siguiente nivel, y todavía, una escuela (2,13%) que no cabe ni siquiera
como
elemental (la más baja de la escala) porque no tiene alcantarillado público.
Hay que tener en cuenta que el análisis sólo tiene en cuenta si hay o no una instalación
o un equipo concreto, y no tenemos información para inferir sobre la calidad de los e
lementos
tratados.
Sin embargo
, traemos una contribución de auditoría del Tribunal de Cuentas de la
Unión (TCU) en el año 2015. Este organismo ha coordinado acciones integradas entre el TCU
y 19 tribunales regionales de auditoría, auditando 679 escuelas p
rimarias estatales y
municipales. Destacamos un extracto del documento
:
El conjunto examinado fue, como se destacó, elegido a partir de estudios
anteriores que ya indicaban que las unidades escolares tenían baja
disponibilidad de instalaciones importante
s para el proceso de enseñanza
-
aprendizaje. Al mejorar los exámenes, los equipos técnicos aplicaron una
metodología que también evaluó aspectos cualitativos de la infraestructura
de las escuelas y, en conclusión, el 59% de las 679 escuelas públicas
visitad
as presentaban aspectos generales de confort, seguridad, higiene,
accesibilidad y adecuación deficiente o precaria (BRASIL, 2015, p. 8
,
traducción nuestra
).
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El documento también señala la necesidad de que el INEP mejore la recogida de datos
de la tabla d
el Censo Escolar, para calificar los ent
ornos y equipamientos escolares
.
[...
]
recomiendan al Instituto Nacional de Estudios e Investigaciones
Educativas Anísio Teixeira
-
Inep mejorar el proceso de recolección de datos
en el Censo Escolar, especial
mente
en los datos de la tabla “
escue
la”
, con el
fin de minimizar las inconsistencias entre lo declarado por el director de la
escuela y la realidad, empleando, si es posible, la crítica en la entrada de
datos del sistema;
los datos sobre la calidad/operativida
d de los entornos
y equipos escolares; y la diferenciación entre la existencia de Internet
para uso exclusivo de la administración y para el uso de los estudiantes,
en el laboratorio o fuera de él
(BRASIL, 2015, p.12,
nuestro
destaque
,
traducción nuestra
).
Para finalizar la dimensión de infraestructura de las 47 escuelas
investigadas
, traemos
algunas referencias a esta dimensión obtenidas de los profesores que respondieron a nuestro
formulario en
google docs
(ver anexo). Como se ha mencionado anteriormente
, los 47 centros
educativos enviaron el formulario a los profesores que trabajaron en los últimos años de 2019,
y obtuvimos 191 respuestas. Seleccionamos algunas respuestas, cada una de ellas referida a
un solo nombramiento de profesor.
“
Falta de material
es adecuados
”. (P1, 2019)
“
Escue
la antig
u
a
necesitando
de
arreglos
”.
(P8, 2019)
“
Falta de anfiteatro, empleado cualificado para trabajar en la biblioteca
”.
(P25, 2019)
“
Falta de espacio, especialmente en la biblioteca
”. (P29, 2019).
“
Falta de ordenador
es
”. (P35, 2019)
“
Pizarra, datashow y herramientas de trabajo de calidad
” (P67, 2019)
.
“
Falta de ordenadores, suelo adecuado en las aulas y un comedor
adecuado
”.
(P98, 2019)
“
Aula disponible para educación especial, internet disponible, materiales
dispon
ibles
”.
(P103, 2019)
“
Escuela con pocas aulas
”. (P112, 2019)
“
Falta de material didáctico, recursos tecnológicos insuficientes
”. (P124,
2019)
“
Falta de pizarras digitales, fondos para el mantenimiento diario en la
escuela e infraestructuras deportivas
”.
(P143, 2019)
“
Falta de anfiteatro, empleado cualificado para trabajar en la biblioteca
”.
(P155, 2019)
Consideracione
s
f
inales
Como resultado de la información documental y de la recopilación de datos obtenida
de los docentes de la dimensión de infraes
tructura de la GRD, las escuelas investigadas no
cuentan con la infraestructura adecuada para que el aprendizaje se desarrolle en un ambiente
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escolar más favorable. Por el contrario, las condiciones objetivas en la dimensión de la
infraestructura son preca
rias, lo que compromete el desarrollo del trabajo del profesor.
También destacamos que la infraestructura disponible en estas escuelas está lejos de alcanzar
un estándar mínimo de calidad, de acuerdo con la lista de insumos previstos para esta etapa de
la
educación en el Dictamen 08/2010 (BRASIL, 2010), que propone la identificación de
insumos esenciales para el desarrollo de los procesos de enseñanza y aprendizaje que
conducen gradualmente a una educación de calidad.
A partir de esta lista de insumos, se
e
stableció el Costo Inicial de Calidad del Alumno (CAQi) para cada etapa y modalidad de la
educación básica.
Nuestro objetivo era identificar las condiciones objetivas en las que operan los centros
educativos para aportar información a la discusión de sus r
esultados de evaluación desde la
perspectiva de la rendición de cuentas compartida, es decir, participativa, en la que los
poderes públicos se reconocen en el proceso de mejora de la calidad, asumiendo su parte, es
decir, apoyando la labor docente.
La agen
da de lo
s reformistas empresariales ha “
aumentado la presión sobre l
os
colegios y sus profesionales”
, con la implantación de premios (sistema de bonificaciones
ligado a los resultados educativos) y la posibilidad de sanciones a los colegios (transferencia
de fondos condicionada a los resultados educativos) y, además, se está debatiendo en el
Congreso la Ley de Responsabilidad Educativa, entre otras propuestas. Por lo tanto, cada vez
más escuelas y sus profesionales son culpados unilateralmente por los resul
tados obtenidos
por los estudiantes en las evaluaciones a gran escala, sin ninguna mención a las precarias
condiciones de la infraestructura y las insatisfactorias condiciones de trabajo de los profesores
ofrecidas por el Estado.
Por todo lo anterior, defe
ndemos efusivamente la importancia de recuperar o
introducir en la escuela un debate más amplio sobre la calidad, que implique mirar tanto hacia
las dimensiones que la constituyen, es decir, hacia la calidad social referenciada en la
formación humana, como
hacia las condiciones objetivas que garanticen la realización de su
proyecto educativo, lo que implica no prescindir de las cuestiones de infraestructura como
pretendía este estudio, para instrumentalizar un debate más robusto en el Consejo de
Educación e
studiado.
Proponemos, como uno de los caminos posibles para el proceso de calificación de las
escuelas en esta red educativa, políticas de evaluación que se basen en los procesos de
Evaluación Institucional Participativa (EIP), en los que los colectivos es
colares se posicionen,
reflexionen y deliberen sobre los significados y desdoblamientos de los resultados obtenidos,
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es decir, la EIP parece muy potente para que la calidad de la escuela sea de hecho una
búsqueda colectiva, compartida y construida por el c
onjunto de actores dotados de datos que
permitan una mayor visibilidad de la realidad de la escuela.
Concluimos reafirmando el peligro de estar bajo la égida de políticas de evaluación
educativa propuestas por reformistas empresariales que se conforman con
resultados que
confunden más que aclaran la complejidad del fenómeno educativo, que no es fácil de captar,
y que ha tenido el efecto contrario al que se pretende, es decir, mejorar la calidad de la
educación. En Estados Unidos, la propuesta de los reformi
stas empresariales no ha mejorado
la educación, sino que ha provocado la privatización del sistema educativo estadounidense y
la destrucción de la enseñanza. Algunos autores la evalúan como una década perdida para la
educación en ese país.
¿Vamos a seguir
el mismo camino?
REFERE
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Una mirada hacia la dimensión de infraestructura como
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5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13473
Enviado el
:
2
3/03/2020
Revisione
s requeridas:
21/07/2020
Aprobado el
:
26/08/2020
Publ
icado el
:
02/01/2021