image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207276PADRÕES DA AUTOCITAÇÃO EM ARTIGOS DE ALTO IMPACTO DA REVISTA NATUREESTÁNDARES DE AUTOCITACIÓN EN ARTÍCULOS DE ALTO IMPACTO DE LA REVISTA NATURESTANDARDS OF SELF-CITATION IN HIGH IMPACT ARTICLES OF NATURE JOURNALAdriana FISCHER1Camila GRIMES2Elis Regina KOSLOSKI3Mariana Aparecida VICENTINI4RESUMO: Este trabalho tem por objetivo compreender padrões da autocitação em artigos científicos de alto fator de impacto da revista Nature. A pesquisa é qualitativa e as discussões são sustentadas pela perspectiva sociocultural que compreende a escrita como prática de letramento situada contextualmente.A partir de levantamentos realizados no Google Scholar, selecionamos para análise os quatro artigos mais citados no periódico Nature. A partir das análises, três ocorrências são recorrentes nesses artigos em análise: o alto índice de citação, autocitação e coautoria. Quanto à autocitação, analisamos o contexto de publicação desses estudos, questões relacionadas à legitimidade, às relações de poder e de coautoria que marcam a escrita acadêmico-científica.Os padrões de autocitaçãoindicam um enfoque heterogêneo na escrita dos artigos desta revista, o qual marca convenções nesta área do conhecimento, relações de poder manifestadas nas parcerias entre pesquisadores, o que implica legitimidade na comunidade científica das publicações referidas. PALAVRAS-CHAVE: Escrita acadêmico-científica. Práticas de letramentos. Autocitação. Nature.RESUMEN: Esta investigación tiene como objetivo comprender los patrones de autocitación en artículos científicos de alto impacto de la revista Nature. La investigación es cualitativa y las discusiones están respaldadas por la perspectiva sociocultural que incluye la escritura como una práctica de literacidad contextualizada. De las encuestas realizadas en Google Scholar, seleccionamos para su análisis los cuatro artículos más citados de la revista Nature. Del análisis, tres ocurrencias son recurrentes en estos artículos bajo análisis: elalta tasa de citación, autocitación y coautoría. En cuanto a la autocitación, analizamos el contexto de 1Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Docente no Centro de Ciências da Educação, Artes e Letras e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado Linguística (UFSC).ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9787-2814. E-mail:adrfischer@furb.br2Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0105-4046. E-mail:cgrimes@furb.br3Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Mestrandano Programa de Pós-graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6366-9444. E-mail:erkosloski@furb.br4Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6256-2904. E-mail:mvicentini@furb.br
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207277publicación de estos estudios, cuestiones relacionadas con la legitimidad, el poder y las relaciones de coautoría que marcan la escritura académico-científica. Los patrones de autocitación indican un enfoque heterogéneo en la redacción de los artículos de esta revista, lo que marca convenciones en esta área del conocimiento, relaciones de poder manifestadas en alianzas entre investigadores, lo que implica legitimidad en la comunidad científica de las publicaciones mencionadas.PALABRAS CLAVE: Escritura académico-científica. Prácticas de literacidad. Autocitación. Nature.ABSTRACT:This investigation aims to understand self-citation patterns in scientific articles with a high impact factor from the journal Nature. The research is qualitative and the discussions are supported by the socio-cultural perspective that includes writing as a contextually situated literacy practice. From surveys carried out at Google Scholar, we selected for analysis the four most cited articles in the journal Nature. From the analysis, three occurrences are recurrent in these articles under analysis: the high rate of citation, self-citation and co-authorship. As for self-citation, we analyzed the context of publication of these studies, issues related to legitimacy, power and co-authorship relationships that mark academic-scientific writing. The self-citationpatterns indicate a heterogeneous focus on the writing of the articles in this journal, which marks conventions in this area of knowledge, power relations manifested in partnerships between researchers, which implies legitimacy in the scientific communityof the publications mentioned.KEYWORDS: Academic-scientific writing. Literacy practices. Self-citation. Nature journal.IntroduçãoA escrita acadêmico-científica em artigos com alto índice de citação, da Revista Nature, é o foco de atenção neste artigo. Com particular especificidade, padrões de autocitação nesses artigos nos guiam, a fim de discutirmos regularidades que emergem ao tratarmos esta ocorrência, com apoio de um enfoque social e discursivo (LEA;STREET, 1998, CORRÊA, 2004; BOCH;GROSSMAN, 2002;2015). Nesse sentido, consideramos relevante destacar que, no decorrer deste artigo, optamos por utilizar o termo escrita acadêmico-científica para caracterizar o modo como a escrita é concebida por nós, neste estudo. Esta formulação está de acordo com o modelo dos letramentos acadêmicos, proposto por Lea e Street (1998) que, ao invés de se engajarem em debates sobre valoração da escrita, propuseram conceituar, no plano epistemológico, a escrita em contextos acadêmicos-científicos, que tem relação com a produção de sentido, identidade, poder e autoridade e coloca, em primeiro plano, a natureza institucional daquilo que conta como conhecimento em qualquer contexto acadêmico-científico (LEA; STREET; LILLIS, 2015).
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207278A opção pelo uso do termo escrita acadêmico-científica encontra apoio, ainda, em Assis (2014), ao mencionar que as formas écrit scientifique, écrit universitaire, écrit de recherche, em francês, e academic writing ou scientific writing, em inglês, são expressões comuns na referência ao tipo de prática tomada em nossa discussão. Temos o conhecimento de que existem diferenças entre as formas escrita acadêmica e escrita científica, instauradas, principalmente, por uma organização hierárquica, relativamente às práticas discursivas da escrita, em que, num polo há o pesquisador reconhecido e, em outro, o pesquisador em formação. Entretanto, no Brasil, embora se adotem os termos escrita científica e escrita universitária, é mais frequente a ocorrência do temo escrita acadêmico-científica (ASSIS, 2014). Considerando o enfoque em torno das práticas de letramentos (LEA;STREET, 1998), que dão suporte à contextualização da escrita e da publicação científica dos artigos da Revista Nature, opomo-nos ao mito da homogeneidade do gênero discursivo artigo científico, o qual se relaciona a abordagens comumente realizadas por manuais e por normas de redação acadêmica (SILVA; RODRIGUES, 2019). Nossa afiliação encontra lugar na heterogeneidade constitutiva da escrita (CORRÊA, 2004), própria das disciplinas e comunidades científicas (BOCH; GROSSMAN, 2015). Para o pesquisador, seja ele iniciante ou expert, é exigência, segundo Hyland (2005) e Assis, Bailly e Corrêa (2017), comprometer-se com práticas de escrita e divulgação na comunidade científica. Mais propriamente em relação às demandas das normatizações nessas práticas de escrita, um ponto em especial é a referência à voz do outro, como forma de engajamento com os conhecimentos científicos em circulação na área específica do conhecimento. O discurso do outro se materializa, explicitamente no texto, a partir das citações, que contribuem para que o pesquisador ampare e legitime seus posicionamentos. Conforme Boch e Grossmann (2015, p. 296), quando a citação “é incluída em um sistema de autorreferenciamento, ela marca a vontade do escritor de se inscrever em uma continuidade de pensamento, do mesmo modo valorizando, na passagem, inúmeros trabalhos já realizados”. Assim, pode-se dizer que há padrões discursivos em torno da autocitação. Hyland (2003), em um de seus trabalhos sobre escrita acadêmico-científica, faz uma abordagem sobre o uso da autocitação, relacionando-a à automenção. Neste caso, além de fazer a autorreferência a trabalhos já relacionados, o autor de um texto expõe, linguisticamente, a partir do uso da primeira pessoa do discurso (plural ou singular), que é pesquisador/autor dos trabalhos citados.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207279Além dos elementos apresentados até o momento em torno da autocitação, relacionados a ela estão, também, outros aspectos relevantes, como o fator de impacto e o índice h, os quais auxiliam na compreensão desta ocorrência em artigos de alto impacto.De acordo com Barata (2010, p. 103), o fator de impacto “indica o número médio de citações que os artigos de determinados periódicos recebem em um dado ano. Este índice tem servido para balizar a qualidade das publicações científicas e escolha de periódicos para os quais os autores querem submeter seus trabalhos”. Contudo, em alguns casos, o fator de impacto pode estar relacionado a diversos interesses além da qualidade científica (PINTO; ANDRADE, 1999), tais como, as diferenças de impacto de publicações entre áreas de conhecimento e diferenças entre pesquisadores iniciantes e experts.O índice h foi desenvolvido, em 2005, por Jorge E.Hirsch, da Universidade da Califórnia (OLIVEIRA et al.,2015), avalia a produção científica e mensura a relevância de publicações. Esse índice é um dos indicadores de destaque na literatura científica, que pode integrar o cálculo do fator de impacto. É umparâmetro avaliativo robusto, visto que considera aspectos relativos à produção de artigos e o impacto de número de citações de forma simultânea (SILVA; GRÁCIO, 2017). Além disso, “diversas bases de dados apresentam o cálculo desse indicador, visto que ele é utilizado tanto na avaliação do comportamento da produção científica de pesquisadores como também é um critério avaliativo em diversas agências de fomento” (SILVA; GRÁCIO, 2017, p. 199). Pesquisadores, artigos e periódicos são avaliados por seu índice h em diversas bases de dados, a exemplo da Web of Science, Scopus, Scielo e Google Scholar.Um periódico científico multidisciplinar britânico, de alto fator de impacto e de índice h elevado é a Nature.Lançado em 1869, desempenha um importante papel na circulação de informações científicas para a academia internacional, bem como possui grande visibilidade com a publicação de seus artigos nos meios de comunicação em todo o mundo (BARATA, 2010). Nesse sentido, a Natureconstitui-se como um dos periódicos mais antigos, tradicionais dentre os atuantes no mundo científico (BARATA, 2010; KRASILCHIK; SILVA; SILVA, 2015). Para os autores, este periódico, semanal, possui linguagem compreensível, avaliação por pares, que confere credibilidade e base em um corpo editorial com pesquisadores de renome no meio científico. Desta forma, confere grande valorização na mídia tanto especializada quanto não especializada, bem como apresenta informações significativas e legitimadas, oferecendo visibilidade e prestígio aos autoresque publicam no periódico. A Naturetem como base diversas áreas do conhecimento, especialmente as intituladas Hard Sciencesou Ciências Duras. Para Barata (2010, p. 100), “o termo hard sciencese refere
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207280às áreas do conhecimento baseadas na observação empírica e em investigações realizadas a partir do chamado método científico, nas quais estão a física, química, matemática e as ciências biológicas”. As Hard Sciencesrealizam pesquisas pertinentes aos progressos científicos, de alto fator de impacto e, deste modo, têm norteado as demandas de produção acadêmico-científica em outras áreas do conhecimento, em relação ao financiamento de pesquisas e sua legitimidade, por exemplo (BARATA, 2010).Nesse sentido, compreender os modos de escrita nasHard Sciences, pode auxiliar, também, na compreensão da dinâmica de produção científica em revistas de alto impacto. A partir dessas delimitações, o objetivo5deste estudo é compreender padrões da autocitação em artigos científicos de alto fator de impacto da revista Nature. Em consonância com as explanações apresentadas até o momento em torno da ocorrência de autocitação em artigos de alto impacto, na área dasHard Sciences, a seguir, apresentamos as principais escolhas metodológicas que nortearam este estudo.Percurso metodológicoEsta pesquisa, aprovada em comitê de ética sob o número 28740820.0.0000.5370, caracteriza-se como qualitativa. Nessa vertente, os dados em torno da autocitação, em artigos da Revista Nature, são analisados de forma indutiva e os sentidos em discussão são de extrema importância ao estudo (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Os artigos selecionados para o presente estudo advêm de uma base de dados de livre acesso ao público.As bases de dados, a exemplo da Web of Science, Scientific Electronic Library Online Scielo, Scopuse Google Scholar, caracterizam-se em importantes mecanismos de organização, classificação e condicionamento da circulação deperiódicos científicos de distintas áreas de conhecimento (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018).Para iniciar o levantamento do corpus de pesquisa, a base selecionada para esta investigação foi o Google Scholar, por possuir métricas que identificam os principais periódicos de todas as áreas, como o índice h. Além disso, o Google Scholar, por ser plataforma de acesso gratuito, é de manuseio prático, apresenta informações acerca do fator de impacto de periódicos, de artigos ede autores, disponibilizando, por exemplo, os artigos por ordem de maior número de citações, diferentemente das outras plataformas mencionadas. 5Este objetivo é parte de dois projetos interinstitucionais em andamento, dos quais integramos o corpo de pesquisadores: "Escrita acadêmica/científica: das formas de presença do autor, do outro, das áreas deconhecimento e seus domínios disciplinares" (CNPQ/Universal), liderado pela profa. Dra.Juliana A. Assis (PUC-MG); "Authorship in Different Fields of Knowledge" (CAPES PRINT UNESP), coordenado pela Profa. Dra. Fabiana C. Komesu, UNESP-São José do Rio Preto.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207281A Naturefoi selecionada para análise por se tratar do periódico mais citado dentre todas as áreas de conhecimento, no Google Scholare, também, por ser o periódico mais citado dentro das Hard Sciences, levando em conta seu índice h, conforme Figura 1.Figura 1Principais publicações da base de dados Google ScholarFonte: Dados da pesquisa (2020)No Google Scholar, além da primeira posição geral dentre os periódicos, conforme Figura 1, a Naturepossui, também, a primeira posição nas categorias Life Sciences & Earth Sciencese Life Sciences & Earth Sciences (general).Em acréscimo, o índice h5 é 368 e a Mediana é 546. O índice h5 é o indexador h dos artigos publicados nos últimos cinco anos passados. Trata-se do maior número h de uma publicação, em que h artigos publicados de 2014 a 2018 tenham sido citados no mínimo h vezes cada. Já a mediana h5 de umapublicação consiste na média de citações para os artigos que compõem seu índice h5 (GOOGLE SCHOLAR, 2020).Na base de dados Google Scholar, existe uma classificação dos artigos mais citados dentro do periódico de forma decrescente (Quadro 1), na qual pode-se identificar os artigos de maior impacto, a partir do índice h. Deste modo, em pesquisa realizada no mês de fevereiro de 2020, foram selecionados, para a apresente investigação, os quatro artigos mais citados no periódico Nature.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207282Quadro 1Classificação dos quatro artigos mais citados no periódico Naturena base de dados Google ScholarTÍTULO / AUTORCITADOANOA1-Deep learning.Y LeCun, Y Bengio, G Hinton. Nature 521 (7553), 436-444.167502015A2-Human-level control through deep reinforcement learning.V Mnih, K Kavukcuoglu, D Silver, AA Rusu, J Veness, MG Bellemare, ... Nature 518 (7540), 529-533.61012015A3-Mastering the game of Go with deep neural networks and tree search.D Silver, A Huang, CJ Maddison, A Guez, L Sifre, J Schrittwieser, ... Nature 529 (7587), 484-489.52122016A4-Analysis of protein-coding genetic variation in 60,706 humans.M Lek, KJ Karczewski, EV Minikel, KE Samocha, E Banks, T Fennell, ... Nature 536 (7616), 285-291.45302016Fonte: Google Scholar(2020)Posteriormente à seleção dos artigos, realizamos a análise em torno dos seguintes aspectos: i) o contexto de publicação desses estudos, ii) questões relacionadas à legitimidade e relações de poder que perpassam a escrita acadêmico-científica e iii) especificidades em torno da autocitação. Estes elementos são discutidos e aprofundados, a seguir, na seção que segue.Resultados e discussõesA perspectiva em torno da escrita acadêmico-científica, entendida como uma prática de letramento, dá apoio para que possamos compreender como funciona a dinâmica de visibilidade que publicações acadêmico-científicas recebem em periódicos de alto fator de impacto. Nesse sentido, damos destaque a três ocorrências constantes nos artigos em análise, do periódico Nature:o alto índice de citação, autocitação e coautoria. Outro aspecto que merece atenção é a utilização, dentro do periódico, das normas Vancouver, tipicamente utilizadas por periódicos das Hard Sciences, especialmente por trazerem uma configuração que é captada pelas grandes bases de dados internacionais, a exemplo da Web of Sciencee Scopus (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018).Cabe destacar, ainda, o fato de que a seção metodológica dos artigos em análise é apresentada após as conclusões e referências, uma característica específica deste periódico.Nossas constatações são sustentadas pelas discussões de Barata (2010), que define a Naturecomo uma revista de alto fator de impacto reconhecida como um dos mais importantes periódicos científicos do mundo, sendo responsável pela divulgação das descobertas científicas mais relevantes e inéditas. A autora acrescenta que os pesquisadores que submetem
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207283seus trabalhos a esta revista compreendem a relevância de suas pesquisas, e que, deste modo, na Natureterão grande visibilidade e divulgação.Nessa direção, relações de poder necessariamente regulam o que conta como conhecimento neste periódico científico (STREET;LEA;LILLIS, 2015). O posicionamento desses três estudiosos, representantes dos estudos dos letramentos, vai ao encontro do que postula Barata (2010), quando discute que, para a publicação na Nature,vários aspectos são relevantes, tais como: grande rigor científico no desenvolvimento do trabalho, reenquadramento do formato por sugestão dos editores, linguagem adaptada e ajustada por editores especializados, contato prévio com os editores antes da submissão do trabalho, conhecimento préviodos editores em relação ao trabalho dos autores, parcerias com pesquisadores estrangeiros e trabalhos multidisciplinares. Nesse sentido, tais aspectos mencionados representam indícios de relações de poder em práticas de letramentos com a escrita acadêmico-científica (STREET;LEA;LILLIS, 2015).Ao partir do dado de que a Revista Naturedivulga os artigos na língua inglesa, damos voz a autores como Emiliozzi (2018) e Hyland(2019), os quais problematizam esta ocorrência. Em consonância com os autores,Barata (2010) indica que o idioma e a condição socioeconômica se apresentam como barreiras para pesquisadores de países de origem não-inglesa, refletindo que “[...] autores e artigos de países periféricos ou pobres recebem um tratamento diferenciado, a saber, mais rigoroso,em relação a países do hemisfério Norte, ricos ou desenvolvidos” (BARATA, 2010, p. 174). Essas discussões sustentam nossos dados ao passo que os artigos analisados por nós são, em sua maioria, de autores que têm o inglês como língua materna e, também, por terem sido produzidos, em grande parte, em contextos de países desenvolvidos. Outro ponto que merece destaque neste estudo é o fato de que uma análise pautada pelos pressupostos das práticas de letramentos, dentre eles relações de poder, contexto, condições de produção, ideologias, identidades e autoridade, permitem que analisemos os sentidos da presença do outro nos artigos. Esta reflexão vai ao encontro do que discute Gee (2000), ao mencionar que a inserção de um sujeito em diferentes práticas de letramentos, neste caso, com a escrita acadêmico-científica, exige suasocialização com o que Gee (2001) classifica como Discursos. Nos Discursos estão inseridas aslinguagens sociais que assumem relevância e sentido por meio deles (AUTOR). Nesse sentido, os Discursos envolvem mais do que a linguagem, integrando
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207284[...] modos de falar, ouvir, escrever, ler, agir, interagir, acreditar, valorizar, sentir e usar vários objetos, símbolos, imagens, ferramentas e tecnologias, com a finalidade de ativar identidades e atividades significativas, socialmente situadas (GEE, 2001, p. 719, tradução nossa).Segundo Gee(2001), a principal característica dos Discursos é a de que são ideológicos, pois envolvem um conjunto de valores, pontos de vista sobre a relação entre as pessoas, sobre a distribuição de bens sociais e indicam quem são os insidersem determinadas práticas de letramentos.A partir dessas reflexões, os autores que compõem o corpusdo presente estudo podem ser considerados insidersnas práticas de letramentos que envolvem o percurso de escrita e publicação acadêmico-científica. Deste modo, o uso da autocitação foi um dos elementos que emergiu dessas práticas, sendo, também, parte da dinâmica utilizada por eles no engajamento com o Discurso científico. O Quadro 2, a seguir, apresenta a organização dos dados dos artigos analisados, com ênfase ao número de vezes que foram citados por outros autores, número de autores, referências e autocitações por referências.Cabe ressaltar que, nos artigos analisados, cada autocitação foi contabilizada apenas uma vez, independentemente do número de ocorrências no texto. Quadro 2Dados dos artigos em relação ao número de vezes que foi citado por outros autores, número de autores, referências e autocitações por referênciasArtigoNúmero de vezes citado por outros autoresNúmero de autoresNúmero de referênciasNúmero de autocitações por referênciaA116750310355 (53,39%)A2610119337 (21,21%)A35212206112 (19,67%)A44530423717 (45,94%)Fonte: elaborado pelas autoras (2020)A1 apresenta um padrão específico quando comparado aos demais artigos, tanto em relação ao número de citações (16.750), que chega a ser três vezes maior do que os subsequentes, quanto ao número de autores, que apresenta proporção extremamente reduzida em comparação aos demais. Além disso, A1 é composto pelo maior índice de autocitação, que representa em torno de 53% da quantidade de referências do artigo. A1, o único de revisão bibliográfica dentre os artigos analisados, possui seus autores citados nas demais publicações
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207285que integram o corpus de análise. Essas características específicas de A1 podem estar relacionadas ao grande impacto desta publicação ou com a própria credibilidade dos autores.Apesar de A1 ter sido escrito por apenas três autores, as referências das autocitações indicam que eles possuem uma grande rede colaborativa de estudos e produções acadêmico-científicas com outros autores. Isso se comprova a partir do número de referências dispostas no Quadro 2, onde pode-se observar que A1 possui 103referências, representando, aproximadamente, o dobro em relação à A3 e, aproximadamente, o triplo em relação à A2 e A4. Em contrapartida, os artigos A2, A3 e A4 apresentam um elevado número de autores, respectivamente 19, 20 e 42. O número elevado de pesquisadores que produzem em coautoria é uma regularidade que vem se estabelecendo nas Hard Sciences, atendendo às demandas sociais das áreas e de publicação, a exemplo da internacionalização. Ao encontro deste posicionamento, Barata (2010, p. 119) menciona que um ponto importante da construção do conhecimento científico na Nature“é o aumento dos artigos escritos em co-autoria, cada vez mais comuns em áreas em que as cooperações e consórcios internacionais se fazem presente (genética, climatologia e física, são as áreas mais populares)”. A autora reflete que a co-autoria ganhou força após a segunda Guerra Mundial, no período da denominada big science, devido aos grandes investimentos em ciência e tecnologia, bem como a complexidade e competitividade dos experimentos, sendo necessárias equipes multidisciplinares de diversas instituições e nacionalidades. Contudo, a autora destaca que,embora louvável e justificável, os artigos assinados em co-autoria (muitos chegam facilmente a um total de várias dezenas de autores, chegando a algumas centenas) não deixam claro as contribuições feitas por cada um e levantam o questionamento sobre os limites impostos por uma demanda por produtividade crescente versusa real contribuição individual. É fato que hierarquias existentes nos laboratórios, grupos de pesquisa e até departamentos suscitam a inclusão de autores meramente por seu papel de autoridade científica, ou outros ainda por seu status acadêmico como cientistas de países desenvolvidos que são convidados a elaborar já pensando na facilitação do processo de aceite em periódicos de maior impacto. Os índices cientométricos atuais, no entanto, não discriminam artigos com um ou muitos autores (BARATA, 2010, p. 120).Essas discussões refletem importantes aspectos presentes em nossos dados, pois os artigos em análise possuem um grande número de co-autoria, porém, não épossível identificarmos e mensurarmos a participação efetiva de todos os autores em cada trabalho. Nesse sentido, Barata (2010), a partir de diálogos com autores da Nature,constatou que a credibilidade de publicar neste periódico ultrapassa o fator de impacto e o número de citações
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207286que os artigos recebem, possuindo maior relação ao destaque em âmbito social e profissional. A autora acrescenta que publicar na Nature“funciona como a entrada em uma rede internacional com legitimidade para tornar o autor e sua pesquisa mais visível para que possa ter o acesso a academia internacional e, muitas vezes, nacional, facilitado” (BARATA; 2010, p. 184). A questão da legitimidade no meio acadêmico-científico, discutida anteriormente, dialoga com Hyland (2003, p. 251, tradução nossa), quando afirma que “o uso de autocitação é uma das formas mais importantes que autores buscam para atingir a credibilidade no meio científico”. Consideramos, portanto, que atingir esta credibilidade exige do pesquisador o envolvimento e a compreensão acerca de práticas de letramentos ditas dominantes (STREET, 1995; BARTON; HAMILTON, 2000), presentes e disseminadas em contextos socialmente institucionalizados, como a universidade.Conforme mostra o Quadro 2, os artigos analisados apresentaramum alto índice de autocitações por referência, sendo A1 com 55/103 (53,39%), A2 com 7/33 (21,21%), A3 com 12/61 (19,67%) e A4 com 17/37 (45,94%). Este padrão confirma as reflexões realizadas por Hyland (2003), sobre artigos da grande área de Ciências Biológicas, integrante das Hard Sciences, que possuem um número elevado de autocitações, um padrão da própria área. De acordo com Hyland e Jiang (2018, p. 372, tradução nossa),“autores podem, portanto, ter boas razões para citar seu próprio trabalho, pois elepode demonstrar pesquisa durante um período extenso com estudos individuais construídos uns sobre os outros e referindo-se a seus trabalhos anteriores”. Entretanto, Hyland e Jiang (2018) mencionam que estudos cientométricos consideram que autocitações podem ser utilizadas artificialmente, como uma estratégia para elevar o índice h ou fator de impacto dos autores.Levando em consideração as especificidades das Hard Sciences, os dados em análise podem indicar que as autocitações têm sido utilizadas, em nosso corpus, não como uma estratégia, mas como forma de divulgar trabalhos de pesquisa que foram elaborados seguindo padrões da área. Essas discussões podem ser percebidas a partir do Quadro 3, o qual apresenta o uso de autocitações de acordo com cada seção dos artigos analisados:
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207287Quadro 3 Uso de autocitações por seção dos artigosA1A2A3A4Resumo0 (0,0%)2 (11%)0 (0,0%)0 (0,0%)Introdução3 (4%)2 (11%)3 (15%)4 (15%)Aporte teórico1 (1%)1 (6%)0 (0,0%)0 (0,0%)Resultados e discussões57 (83%)5 (28%)5 (25%)18 (67%)Conclusões8 (12%)2 (11%)1 (5%)3 (11%)MétodosNão se aplica66 (33%)11 (55%)2 (7%)Fonte: elaborado pelas autoras (2020)As Hard Sciences, conforme o Quadro 3, apresentam um padrão de distribuição de autocitação por seção do artigo, sendo concentrada em resultados e discussões e métodos. As seções de resumo, introdução, aporte teórico e conclusões apresentam baixos índices de autocitação. A elevada ocorrência de autocitação em determinadas seções pode estar relacionada às exigências da comunidade científica, em que os autores estão inseridos (HYLAND, 2011). Nesse sentido, no percurso de escrita acadêmico-científica há a necessidade de referenciar o discurso do outro, porém, como os autores dos artigos analisados são pesquisadores experientes e possuem uma trajetória de pesquisa consolidada, há, também, a necessidade de referenciar estudos realizados por eles, o que implica no uso da autocitação.Assim sendo, a partir das análises em relação às autocitações, parece haver uma necessidade, por parte dos autores, de ressaltar a visibilidade da sua participação no desenvolvimento das pesquisas autocitadas a partir do uso de automenções. Deste modo, a automenção se apresenta como uma forma de presença explícita dos autores no texto, a partir do uso de pronomes de primeira pessoa. Tal constatação pode ser observada em detrimento das ocorrências de automenção, dentro das autocitações, encontradas em todos os artigos analisados, conforme demonstrado a seguir:A1: “When the RNN is given the ability to focus its attention on a different location in the input image (middle and bottom; the lighter patches were given more attention) as it generates each word (bold), we found86that it exploits this to achieve better‘translation’ of images into captions” (Seção de discussão).A2: “We testedthis agent on the challenging domain of classic Atari 2600 games12(Seção introdutória).A3: “For the first stage of the training pipeline, we buildon prior work on predicting expert moves in the game of Go using supervised learning”13, 2124(Referencial teórico).A4: “We adjusted the standard GATK variant site filtering38to increase the number of singleton variants that pass this filter, while maintaining a singleton transmission 6Por se tratar de um artigo de revisão bibliográfica, o estudo não apresenta seção metodológica.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207288rate of 50.1%, very near the expected 50%, within sequenced trios”. (Seção metodológica).Um padrão que pôde ser identificado em nossas análises foi que, ainda que observada uma quantidade elevada de autocitações, o índice de automenções se demonstrou relativamente baixo nos artigos. Além disso, apesar de haver a manifestação de automenções em diferentes seções dos artigos analisados, conforme os excertos acima, a maior recorrência de automenções aconteceu na seção metodológica.Essas ponderações são bem marcadas por Hyland (2003), ao afirmar que nos artigos das Hard Sciences, especificamente em Ciências Biológicas, quando realizada a automenção,geralmente, acontece na explicação de procedimentos, nas seções metodológicas. De certa forma, odiálogo tecido entre automenção e autocitação demarca a participação e autoria nas pesquisas referenciadas. Esta reflexão dialoga, também, com Hyland (2011) ao afirmar que a automenção assume uma função de destaque no engajamento entre os posicionamentos dos autores e a comunidade científica. Nesse sentido, “a auto-menção explícita aqui não enfatiza a credibilidade pessoal por meio de competências procedimentais, mas destaca o papel único do escritor na construção de uma interpretação plausível para um fenômeno” (HYLAND, 2003, p. 258). Portanto, conforme proposto no objetivo deste artigo, uma outra especificidade que se estabelece é a recorrência de automenções relacionadas a autocitações dentro da seção de procedimentos metodológicos. Assim, conforme discussões de Hyland(2003, p. 6, tradução nossa), “embora a impessoalidade possa ser institucionalmente santificada e a autocitação desaprovada, essas convenções são constantemente transgredidas à medida que os escritores são pressionados a promover seus argumentos e a si próprios”. Dessa forma, há indícios de que, apesar de normas e regulações e do discurso de neutralidade e objetividade na escrita acadêmico-científica, elementos como comunidade científica, trajetória de pesquisa e a posição de insidersnesta prática, possibilitam e demandam a ruptura de determinados aspectos estabelecidos socialmente, como a impessoalidade na escrita acadêmico-científica.Considerações finaisA partir do objetivo de compreender padrões da autocitações em artigos científicos de alto fator de impacto da revista Nature, interpretamos, pelas análises aqui encaminhadas, queas principais especificidades que se apresentam em torno da autocitação estão relacionadas, ao contexto de publicação, que se marca por relações de poder na produção em grupos de
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207289coautores, o que os legitimam na comunidade científica. O recurso da automenção é notório como parte das autocitações em análise. Estas características parecem, portanto, transgredir convenções em torno das práticas de escrita acadêmico-científicas, apresentando marcas deheterogeneidade na escrita.O contexto de publicação que envolve as Hard Sciences, especificamente no periódico de alto fator de impacto Nature, assim como outros contextos de práticas de letramentos, é perpassado por relações de poder, como idioma, região,statusdos autores e do tipo de pesquisa. A publicação nesta revista também possibilita a legitimidade na comunidade científica. A busca pelo reconhecimento pode se dar por meio de parcerias entre os pesquisadores, grupos de pesquisa e instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, implicando na coautoria e no elevado número de pesquisadores nos artigos. Diante dessas constatações, abrem-se reflexões e notoriedade em torno de projetos interinstitucionais, em distintas áreas do conhecimento, os quais viabilizam pesquisas em profundidade, produções colaborativas na escrita acadêmico-científica, que podem oportunizar alcances maiores e mais qualitativos de publicação científica. REFERÊNCIASASSIS, J. A. Representações sobre os textos acadêmico-científicos: pistas para a didática da escrita na universidade. Estudos Linguísticos, São Carlos, v. 43, p. 801-815, 2014.ASSIS, J. A.; BAILLY, S.; CORRÊA, M. L. G. Still around the issue of writing in higher education: teaching and research demands. Scripta, v. 21, p. 23-36, 2017.BARATA, G. F. Nature e Science: mudança na comunicação da ciência e a contribuição da ciência brasileira (1936-2009). 2010. 247 f. Tese (Doutoradoem História)Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010. BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy practices. In:BARTON, D.; HAMILTON M.; IVANIC, R. Situated literacies: reading and writing in context. London: Routledge, 2000. p. 7-15.BOCH, F.; GROSSMAN,F. Referir-se ao discurso do outro:alguns elementos de comparação. Scripta, Belo Horizonte, v. 6, n. 11 p. 97-108, 2002.BOCH, F.; GROSSMAN, F. Sobre o uso das citações no discurso teórico:de constatações a proposições didáticas.In: RINCK, F.; BOCH, F.; ASSIS, J. A. (Org.). Letramento e formao universitria: formar para a escrita e pela escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 225-250.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207290BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. CALDERÓN, A. I.; MARTI-NOGUERA, J. J.; FERNANDEZ-GODENZI, A. La responsabilidad social universitaria en Iberoamérica: análisis de las legislaciones de Brasil, España y Perú.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 9, n. 24, p.107-124, 2018.CORRÊA, M. L. G. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.EMILIOZZI, S. El influjo de los rankings sobre la calidad en las universidades argentinas. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad-CTS, v. 13, n.37, p. 127-141, 2018.GOOGLE SCHOLAR. Principais publicações. Google Scholar, 2020. Disponível em: https://scholar.google.com.br/citations?view_op=top_venues&hl=pt-BR. Acesso em: 22 jan. 2020.HYLAND, K. Self-citationand self-reference: credibility and promotion in academic publication. Journal of the American Society of Information, Science and Technology,v. 54, n. 3, p. 251-259, 2003.HYLAND, K.Academic discourse.In: HYLAND, K.;PALTRIDGE, B. (Org.). Continuum Companion to Discourse Analysis.London:Continuum, 2011.p. 171-184.HYLAND, K.; JIANG, K. Changing patterns of self-citation: Cumulative inquiry or self-promotion? Text and Talk, n. 38, v. 3, p. 365-387, 2018.KRASILCHIK, M.; SILVA, R. L. F.; SILVA, P. F. da. Perspectivas da educação em ciências expressas nos periódicos Science e Nature. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 192-207, 2015.LEA, M. R.; STREET, B.; LILLIS, T. Revisiting the question of transformation in academic literacies: the ethnographic imperative. In: LILLIS, T.; HARRINGTON, K.; LEA, M. R.; MITCHELL, S. Working with academic literacies:case studies towards transformative practice. Anderson, South Carolina: Parlor Press; Fort Collins, Colorado: WAC Clearinghouse, 2015.LEA, M. R.; STREET, B. V. Student writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education, v. 23, p. 157-172, 1998.LILLIS, T. Ethnography as method, methodology, and “deep theorizing”: closing the gap between text and context in academic writing research. Written communication. v. 3, n. 25, p. 353-388, 2008.OLIVEIRA, A. B.; RODRIGUES, R. S.; BLATTMANN, U.; PINTO, A. L. Comparação entre o QUALIS/CAPES e os Índices h e g: o caso do Portal de Periódicos UFSC. Informação & Informação, Londrina, v. 20, n. 1, p. 70-91, jan./abr. 2015.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207291PINTO, A. C.; ANDRADE, J. B. de. Fator de impacto de revistas científicas: qual o significado deste parâmetro? Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 448-453, 1999. SILVA, D. D; GRÁCIO, M. C. C. Índice h de Hirsch: análise comparativa entre as bases de dados Scopus, Web of Science e Google Acadêmico.Em Questão, Porto Alegre, v. 23, p. 196-212, 2017.SILVA, J. Q. G.; RODRIGUES, D. L. D. I. O ensino da escrita de artigo acadêmico na web:suas práticas discursivas e jogos de verdade. In:KOMESU, F.; ASSIS, J. A. Práticas discursivas em letramento acadêmico: questões em estudo: Ensaios sobre a escrita acadêmica. Belo Horizonte: Editora PUC-Minas.p. 46-63, 2019. Disponível em:https://issuu.com/cespuc-centrodeestudosluso-afro-bra/docs/ensaios_sobre_a_escrita_acad_mica_oficial_. Acesso em: 16 set. 2020.STREET, B. Introduction: the new literacy studies. In: STREET, B. Cross-cultural approaches to literacy.Great Britain: Cambridge University Press, 1995.p. 1-21.Como referenciar este artigoFISCHER, A.; GRIMES, C.; KOSLOSKI, E. R.;VICENTINI, M. A. Padrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista Nature.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207Submetido em:19/09/2020Aprovado em:23/11/2020Publicado em:02/01/2021
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207276ESTÁNDARES DE AUTOCITACIÓN EN ARTÍCULOS DE ALTO IMPACTO DE LA REVISTA NATUREPADRÕES DA AUTOCITAÇÃO EM ARTIGOS DE ALTO IMPACTO DA REVISTA NATURE STANDARDS OF SELF-CITATION IN HIGH IMPACT ARTICLES OF NATURE JOURNALAdriana FISCHER1Camila GRIMES2Elis Regina KOSLOSKI3Mariana Aparecida VICENTINI4RESUMEN: Esta investigación tiene como objetivo comprender los patrones de autocitación en artículos científicos de alto impacto de la revista Nature. La investigación es cualitativa y las discusiones están respaldadas por la perspectiva sociocultural que incluye la escritura como una práctica de literacidad contextualizada. De las encuestas realizadas en Google Scholar, seleccionamos para su análisis los cuatro artículos más citados de la revista Nature. Del análisis, tres ocurrencias son recurrentes en estos artículos bajo análisis: el alta tasa de citación, autocitación y coautoría. En cuanto a la autocitación, analizamos el contexto de publicación de estos estudios, cuestiones relacionadas con la legitimidad, el poder y las relaciones de coautoría que marcan la escritura académico-científica. Los patrones de autocitación indican un enfoque heterogéneo en la redacción de los artículos de esta revista, lo que marca convenciones en esta área del conocimiento, relaciones de poder manifestadas en alianzas entre investigadores, lo que implica legitimidad en la comunidad científica de las publicaciones mencionadas.PALABRAS CLAVE: Escritura académico-científica. Prácticas de literacidad. Autocitación. Nature.RESUMO: Este trabalho tem por objetivo compreender padrões da autocitação em artigos científicos de alto fator de impacto da revista Nature. A pesquisa é qualitativa e as discussões são sustentadas pela perspectiva sociocultural que compreende a escrita como prática de letramento situada contextualmente.A partir de levantamentos realizados no Google Scholar, selecionamos para análise os quatro artigos mais citados no periódico Nature. A partir das 1Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Docente en el Centro de Ciencias de la Educación, Artes y Letras y en el Programa de Posgrado en Educación. Doctorado en Lingüística(UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9787-2814. E-mail:adrfischer@furb.br2Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Doctoranda en el Programa de Posgrado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0105-4046. E-mail:cgrimes@furb.br3Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Estudiante de Maestría en el Programa de Posgrado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6366-9444. E-mail:erkosloski@furb.br4Fundação Universidade Regional de Blumenau(FURB), BlumenauSC Brasil. Doctoranda en el Programa de Posgrado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6256-2904. E-mail:mvicentini@furb.br
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207277análises, três ocorrências são recorrentes nesses artigos em análise: o alto índice de citação, autocitação e coautoria. Quanto à autocitação, analisamos o contexto de publicação desses estudos, questões relacionadas à legitimidade, às relações de poder e de coautoria que marcam a escrita acadêmico-científica.Os padrões de autocitaçãoindicam um enfoque heterogêneo na escrita dos artigos desta revista, o qual marca convenções nesta área do conhecimento, relações de poder manifestadas nas parcerias entre pesquisadores, o que implica legitimidade na comunidade científica das publicações referidas. PALAVRAS-CHAVE: Escrita acadêmico-científica. Práticas de letramentos. Autocitação. Nature.ABSTRACT:This investigation aims to understand self-citation patterns in scientific articles with a high impact factor from the journal Nature. The research is qualitative and the discussions are supported by the socio-cultural perspective that includes writing as a contextually situated literacy practice. From surveys carried out at Google Scholar, we selected for analysis the four most cited articles in the journal Nature. From the analysis, three occurrences are recurrent in these articles under analysis: the high rate of citation, self-citation and co-authorship. As for self-citation, we analyzed the context of publication of these studies, issues related to legitimacy, power and co-authorship relationships that mark academic-scientific writing. The self-citation patterns indicate a heterogeneous focus on the writing of the articles in this journal, which marks conventions in this area of knowledge, power relations manifested in partnerships between researchers, which implies legitimacy in the scientific community of the publications mentioned.KEYWORDS: Academic-scientific writing. Literacy practices. Self-citation. Nature journal.IntroducciónLa escritura académico-científica enartículos con alto índice de citación, de la Revista Nature, es el enfoque de atención en este artículo. Con particular especificidad, estándares de autocitación en estos artículos nos guían, con el fin de discutir regularidades que emergen al intentar esta ocurrencia, con apoyo de un enfoque social y discursivo (LEA; STREET, 1998, CORRÊA, 2004; BOCH; GROSSMAN, 2002; 2015).En este sentido, consideramos relevante destacar que, a lo largo de este artículo, optamos por utilizar el término escritura académico-científica para caracterizar el modo como la escritura se concibe, en este estudio. Esta formulación está acorde con el modelo de las literacidades académicas, propuesto por Lea y Street (1998) que, a la vez de comprometerse en debates sobre valoración de la escritura, propusieron conceptuar, en el plano epistemológico, la escritura en contextos académicos-científicos, que tiene relación con la producción de sentido, identidad, poder y autoridad y pone, en primer plan, la naturaleza institucional de lo que cuenta como conocimiento en cualquier contexto académico-científico(LEA; STREET; LILLIS, 2015).
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207278La opción por el uso del término escritura académico-científica encuentra apoyo en Assis (2014), al mencionar que las formas écrit scientifique, écrit universitaire, écrit de recherche,en francés, y academic writing oscientific writing,en inglés, son expresiones comunes en la referencia al tipo de práctica tomada en nuestra discusión. Tenemos el conocimiento de que hay diferencias entre las formas escritura académica y escritura científica, instauradas, principalmente, por una organización jerárquica, relativamente a las prácticas discursivas de la escritura, en que, en un lado hay el investigador reconocido y, en otro, el investigador en formación. Sin embargo, en Brasil, aunque se adopte los términos escritura científica y escritura universitaria es más frecuente la ocurrencia del término escritura académico-científica (ASSIS, 2014).Considerando el enfoque acerca de las prácticas de literacidad (LEA; STREET, 1998),que dan soporte a la contextualización de la escritura y de la publicación científica de los artículos de la Revista Nature, nos oponemos al mito de la homogeneidad del género discursivo artículo científico, el cual se relaciona a abordajes comúnmente realizadas por manuales y por normas de redacción académica (SILVA; RODRIGUES, 2019).Nuestra afiliación encuentra lugar en la heterogeneidad constitutiva de la escritura (CORRÊA, 2004),propia de las asignaturas y comunidades científicas (BOCH; GROSSMAN, 2015).Para el investigador, ya sea iniciante o experimentado, la exigencia, según Hyland (2005)y Assis, Bailly yCorrêa (2017),se compromete con prácticas de escritura y divulgación en la comunidad científica. Más propiamente con relación a las demandas de lasnormalizaciones en estas prácticas de escritura, un punto especial sonla referencias a la voz del otro, como forma de comprometimiento con los conocimientos científicos en circulación en el área específica del conocimiento. El discurso del otro se materializa, explícitamente en el texto, a partir de las citaciones, que contribuyen para que el investigador ampare y legitime sus posicionamientos. Según Boch y Grossmann (2015, p. 296), cuando la citación “se incluye en un sistema de autorreferenciamiento, ella marca las ganas del escritor de inscribirse en una continuidad de pensamiento, del mismo modo valorando, en el pasaje, numerosos trabajos ya realizados”. Así, se puede decir que hay estándares discursivos acerca de la autocitación. Hyland (2003),en uno de sus trabajos sobre la escritura académico-científica, hace un abordaje sobre el uso de la autocitación, relacionándola a la automención. En ese caso, además de hacer la autorreferencia a trabajos ya relacionados, el autor de un texto expone, lingüísticamente, a partir del uso de la primera persona del discurso (plural o singular), que es investigador/autor de los trabajos citados.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207279Además de los elementos presentados hasta el momento acerca de la autocitación, están relacionados a ella, también otros aspectos relevantes, como el factor de impacto y el índice h, los cuales auxilian en la comprensión de esta ocurrencia en artículos de alto impacto. Acorde con Barata (2010, p. 103), el factor de impacto “señala el número medio de citaciones que los artículos de determinados periódicos reciben en un determinado año. Este índice ha servido para balizar la calidad de las publicaciones científicas y elección de periódicos para los cuales los autores quieren someter sus trabajos”. Sin embargo, en algunos casos,el factor de impacto puede estar relacionado a diversos intereses más alláde la calidad científica (PINTO; ANDRADE, 1999),tales como, las diferencias de impacto de publicaciones entre áreas de conocimiento y diferencias entre investigadores iniciantes yexperimentados. El índice h se desarrolló, en 2005, con autoría de Jorge. E. Hirsch, de la Universidad de California (OLIVEIRA et al.,2015), evalúa la producción científica y mide la relevancia de publicaciones. Ese índice es uno de los indicadores de destaque en la literatura científica, que puede integrar el cálculo del factor de impacto. Es un parámetro evaluativo robusto, puesto queconsidera aspectos relativos a la producción de artículos y el impacto de número de citaciones de forma simultánea (SILVA; GRÁCIO, 2017). Además de eso, “diversas bases de datos presentan el cálculo de ese indicador, puesto que él se utiliza tanto en la evaluación del comportamiento de la producción científica de investigadores como también es un criterio evaluativo en diversas agencias de fomento” (SILVA; GRÁCIO, 2017, p. 199). El índice h evalúa investigadores, artículos y periódicos en diversas bases dedatos, a ejemplo de la Web of Science, Scopus, Scielo y Google Scholar.Un periódico científico multidisciplinario británico, de alto factor de impacto y de índice h elevado es la Nature. Estrenadoen 1869, desarrolla un rol importante en la circulación de informaciones científicaspara la academia internacional, así como tiene gran visibilidad con la publicación de sus artículos en sus medios de comunicación en todo el mundo (BARATA, 2010). En ese sentido, la Naturese constituye como uno de los periódicos más antiguos, tradicionales entre los actuantes en el mundo científico. De ese modo, confiere gran valorización en la prensa tanto especializada como no especializada, así como presenta informaciones significativas y legitimadas, ofreciendo visibilidad yprestigio a los autores que publican en la revista científica. La Naturetiene como base diversas áreas del conocimiento, especialmente las tituladas Hard Scienceso Ciencias Duras. Para Barata (2010, p. 100), “el término hard science se refiere a las áreas del conocimiento basadas en la observación empírica y en investigaciones realizadas a partir del dicho método científico, en las cuales están la física,
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207280química, matemáticasy las ciencias biológicas”. Las Hard Sciencesrealizan investigaciones pertinentes a los programas científicos, de alto factor de impacto y, de este modo, han orientado las demandas de producción académico-científica en otras áreas del conocimiento, con relación al financiamiento de investigaciones ysu legitimidad, por ejemplo (BARATA, 2010). En ese sentido,comprender los modos de escrituraen las Hard Sciences, puede auxiliar, también, en la comprensión de la dinámica de producción científica en revistas de alto impacto. A partir de las delimitaciones, el objetivo5de este estudio es comprender estándaresde autocitación en artículos científicos de alto factor de impacto de la revista Nature. En consonancia con las explanaciones presentadas hasta el momento acerca de la ocurrencia de autocitación en artículos de alto impacto, en el área de las Hard Sciences, a continuación, presentamos las principales elecciones metodológicas que orientan este estudio. Recorrido metodológicoEsta investigación, aprobada en comité de ética bajo el número 28740820.0.0000.5370,se caracteriza como cualitativa. En esta vertiente, los datos acerca de la autocitación, en artículos de la Revista Nature, se analizan de forma inductiva y los sentidos en discusión son de extrema importancia al estudio (BOGDAN; BIKLEN, 1994).Los artículos seleccionados para este estudio advienen de una base de datos de libre acceso al público. Las bases de datos, a ejemplo de la Web of Science, Scientific Electronic Library Online Scielo, ScopusyGoogle Scholar,se caracterizan en importantes mecanismos de organización, clasificación y condicionamiento de la circulación de periódicos científicos de diferentes áreas del conocimiento (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018).Para iniciar el levantamiento del corpus de investigación, la base seleccionada para esta investigación fue el Google Scholar,por tener métricas que identifican los principales periódicos de todas las áreas, como el índice h. Además de eso, el Google Scholar, por ser plataforma de acceso gratuito, es de manejo práctico, presenta informaciones acerca del factor de impacto de periódicos, de artículos y de autores, disponiendo, por 5Este objetivo se enmarca en dos proyectos interinstitucionales en curso, de los que formamos parte del cuerpo de investigadores:: "Escrita acadêmica/científica: das formasde presença do autor, do outro, das áreas deconhecimento e seus domínios disciplinares" (CNPQ/Universal), liderado por laprofa. Dra. Juliana A. Assis (PUC-MG); "Authorship in Different Fields of Knowledge" (CAPES PRINT UNESP), coordinado por laProfa. Dra. Fabiana C. Komesu, UNESP-São José do Rio Preto.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207281ejemplo, los artículos por orden de mayor número de citaciones, diferentemente delas otras plataformas mencionadas. La Naturefue seleccionada para análisis por tratarse de la revista científica más citada entre todas las áreas de conocimiento, en el Google Scholary, también, por ser el periódico más citado dentro de las Hard Sciences, teniendo en cuenta su índice h, conforme Figura 1. Figura 1Principales publicacionesde la base de datos Google ScholarFuente: Datos de la investigación(2020)En el Google Scholar, además de la primera posición general entre las revistas científicas, según la Figura 1, Naturetiene también la primera posición en las categorías categorias Life Sciences & Earth SciencesyLife Sciences & Earth Sciences (general).Adicionalmente, el índice h5 es 368 y la Mediana es 546. El índice h5 es el indexador h de los artículos publicados en los últimos cinco años. Se trata del mayor número h de una publicación, en que h artículos publicados de 2014 a 2018 hayan sido citados como mínimo h veces cada. Ya la mediana h5 de una publicación consiste en la media de citaciones para los artículos que componen su índice h5 (GOOGLE SCHOLAR, 2020).En la base de datos Google Scholar, hay una clasificación de los artículos más citados dentro de la revista científica de forma decreciente(Cuadro 1), en la cual se puede identificar los artículos de mayor impacto, a partir del índice h. De este modo, en investigación realizada en el mes de febrero de 2020, se seleccionó, para esta investigación, los cuatro artículos más citados en la revista científica Nature.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207282Cuadro 1Clasificaciónde los cuatro artículos máscitados en la revista científicaNatureen la base de datos Google ScholarTÍTULO / AUTORCITADOOA1-Deep learning.Y LeCun, Y Bengio, G Hinton. Nature 521 (7553), 436-444.167502015A2-Human-level control through deep reinforcement learning.V Mnih, K Kavukcuoglu, D Silver, AA Rusu, J Veness, MG Bellemare, ... Nature 518 (7540), 529-533.61012015A3-Mastering the game of Go with deep neural networks and tree search.D Silver, A Huang, CJ Maddison, A Guez, L Sifre, J Schrittwieser, ... Nature 529 (7587), 484-489.52122016A4-Analysis of protein-coding genetic variation in 60,706 humans.M Lek, KJ Karczewski, EV Minikel, KE Samocha, E Banks, T Fennell, ... Nature 536 (7616), 285-291.45302016Fuente: Google Scholar(2020)Posteriormente a la selección de los artículos, realizamos el análisis acerca de los siguientes aspectos: i) el contexto de publicación de estos estudios, ii) cuestiones relacionadas a la legitimidad y relaciones depoder que atraviesan la escrituraacadémico-científica y iii) especificidades acerca de la autocitación. Se discute y profundiza estos elementos, a continuación en la sección que sigue. Resultados y discusionesLa perspectiva acerca de la escrituraacadémico-científica, entendida como una práctica de literacidad, da apoyo para que podamos comprender cómo funciona la dinámica de visibilidad que publicaciones académico-científicas reciben en revistas científicas de alto factor de impacto. En ese sentido, destacamos tres ocurrencias constantes en los artículos en análisis, del periódico Nature: el alto índice de citación, autocitación y coautoría. Otro aspecto que merece atención es la utilización, dentro del periódico, de las normas Vancouver, típicamente utilizadas por periódicos de las Hard Sciences, especialmente por traer una configuración que se capta por las grandes bases de datos internacionales, a ejemplo de la Web of ScienceyScopus (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018).Cabe destacar, también, el hecho de que la sección metodológica de los artículos en análisis se presenta tras las conclusiones y referencias, una característica específica de este periódico. Nuestras constataciones se sostienen por las discusiones de Barata (2010), que define la Naturecomo una revista de alto factor de impacto reconocida como uno de los más importantes periódicos científicos del mundo, siendo responsable por la divulgación de las
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207283descubiertas científicas más relevantes e inéditas. La autora añade que los investigadores que someten sus trabajos a esta revista comprenden la relevancia de sus investigaciones y que, de este modo, en la Naturetendrán gran visibilidad y divulgación. En esta dirección, relaciones de poder necesariamente regulan lo que cuenta como conocimiento en este periódico científico(STREET; LEA; LILLIS, 2015).El posicionamiento de estos tres estudiosos, representantes de los estudios de las literacidades, guarda relación con lo que postula Barata (2010), cuando discute que, para la publicación en la Nature, varios aspectos son relevantes, tales como: gran rigor científico en el desarrollo del trabajo, reenmarcacióndel formato por sugerencia de los editores, lenguaje adaptado y ajustado por editores especializados, contacto previo con los editores antes de la sumisión del trabajo, conocimiento previo de los editores con relación al trabajo de los autores, colaboraciones con investigadores extranjeros y trabajos multidisciplinarios. En ese sentido, tales aspectos mencionados representan indicios de relaciones de poder en prácticas de literacidad con la escritura académico-científica (STREET; LEA; LILLIS, 2015).A partir del dato de que la Revista Naturedifunde los artículos en la lengua inglesa, damos voz a autores como Emiliozzi (2018) yHyland (2019),los cuales problematizan esta ocurrencia. Acorde con los autores, Barata (2010) indica que el idioma y la condición socioeconómica se presentan como barreras para investigadores de países de origen no-inglesa, reflexionando que “[…] autores y artículos de países periféricos o pobres reciben un tratamiento diferenciado, a saber, más riguroso, con relación a países del hemisferio Norte, ricos o desarrollados” (BARATA, 2010, p. 174). Esas discusiones sostienen nuestros datos mientras que nosotros analizamosa los artículos que son, en la mayoría, de autores que tienen el inglés como lengua materna y, también, por haber sido producidos, en gran parte, en contextos de países desarrollados. Otro punto que merece destaque en este estudio es el hecho que un análisis pautado por los supuestos de las prácticas de literacidad, entre ellos relaciones de poder, contexto, condicionesde producción, ideologías, identidades y autoridad, permiten que analicemos los sentidos de la presencia del otro en los artículos. Esta reflexión está acorde con lo que discute Gee (2000), al mencionar que la inserción de un sujeto en diferentes prácticas de literacidad, en ese caso, con laescrituraacadémico-científica, exige su socialización con lo que Gee (2001) clasifica como Discursos. En los Discursos están insertados los lenguajes sociales que asumen relevancia y sentido por medio de ellos (AUTOR). En ese sentido, los Discursos involucran más que el lenguaje, integrando
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207284[...] formas de hablar, escuchar, escribir, leer, actuar, interactuar, creer, valorar, sentir y utilizar diversos objetos, símbolos, imágenes, herramientas y tecnologías, con el fin de activar identidades socialmente situadas y actividades significativas (GEE, 2001, p. 719, nuestra traducción).Según Gee(2001), la principal característica de los Discursos es la que son ideológicos, pues involucran un conjunto de valores, puntos de vista sobre la relación entre las personas, sobre la distribución de bienes sociales y señalan quienes son los insidersen determinadas prácticas de literacidad. A partir de esas reflexiones, los autores que componen el corpusde este estudio se pueden considerar insidersen las prácticas de literacidad que involucran el recurrido de escritura y publicación académico-científica.De ese modo, el uso de la autocitación fue uno de los elementos que emergió de esas prácticas, siendo también parte de la dinámica utilizada por ellos en el comprometimiento con el Discurso científico. El Cuadro 2, a continuación presenta la organizaciónde los datos de los artículos analizados, con énfasis al número de veces que se citó por otros autores, número de autores, referencias y autocitaciones por referencias. Cabe señalar que, en los artículos analizados, cada autocitación se contabilizó una sola vez, independientemente del número de ocurrencias en el texto. Cuadro 2Datos de los artículos en relación con el número de veces que fue citado por otros autores, número de autores, referencias y autocitacionepor referenciasArtículoNúmero de veces citado por otros autoresNúmero de autoresNúmero de referenciasNúmero de autocitacionespor referenciaA116750310355 (53,39%)A2610119337 (21,21%)A35212206112 (19,67%)A44530423717 (45,94%)Fuente: elaborado por lasautoras (2020)A1 presenta un estándar específico cuando comparado a los demás artículos, tanto con relación al número de citaciones (16.750),que es tres veces mayor que los subsecuentes, como a los números de autores, que presenta proporción extremamente reducida en comparación a los demás. Además de eso, A1 es compuesto por el mayor índice de autocitación, que representa cerca de 53% de la cantidad de referencias del artículo. A1, el único de revisión bibliográfica entre los artículos analizados, tiene sus autores citados en las demás publicaciones que integran el corpus de análisis. Esas características específicas de A1
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207285pueden estar relacionadas al gran impacto de esta publicación o con la propia credibilidad de los autores. A pesar de A1 haber sido escrito por solo tres autores, las referencias de las autocitaciones señalan que ellos tienen una gran red colaborativa de estudios y producciones académico-científicas con otros autores. Eso se comprueba a partir del número de referencias dispuestas en el Cuadro 2, en el quese puede observar que A1 tiene 103 referencias, representando, aproximadamente, el doble con relación a A3 y, aproximadamente el triplo con relación a A2 y A4. Por otro lado, los artículos A2, A3 y A4 presentan un elevado número de autores, respectivamente 19, 20 y 42. El número elevado de investigadores que producen en coautoría es una regularidad que se ha establecido en las Hard Sciences, atendiendo a las demandas sociales de las áreas y de publicación, a ejemplo de la internacionalización. Acorde con este posicionamiento, Barata (2010, p. 199) menciona que un punto importante de la construcción del conocimiento científico en la Nature“es el aumento de los artículos escritos en co-autoría, cada vez más comunes en áreas en que las cooperaciones y consorcios internacionales se hacen presente (genética, climatología y física, con las áreas más populares)”. La autora reflexiona que la co-autoría ganó fuerza tras la Segunda Guerra Mundial, en el período de la denominada big science,debidoa los grandes investimentos en ciencia y tecnología, así como la complejidad y competitividad de los experimentos, siendo necesarios equipos multidisciplinariosde diversas instituciones y nacionalidades. Sin embargo, destaca la autora que, Aunque loable y justificable, los artículos en coautoría (muchos alcanzan fácilmente un total de varias docenas de autores, llegando a algunos cientos) no dejan claras las contribuciones de cada uno y plantean cuestiones sobre los límites impuestos por una creciente demanda de productividad frente a la contribución individual real. Es un hecho que las jerarquías existentes en los laboratorios, los grupos de investigación e incluso los departamentos plantean la inclusión de autores por su mera condición de autoridad científica, u otros aún por su estatus académico -como científicos de países desarrollados que son invitados a elaborar ya pensando en la facilitación del proceso de aceptación en revistas de mayor impacto. Los índices científicos actuales, sin embargo, no discriminan los artículos con uno o varios autores (BARATA, 2010, p. 120, nuestra traducción).Esas discusiones reflejan importantes aspectos presentes en nuestros datos, pues los artículos en análisis poseen un gran número de co-autoría, pero, no es posible identificar y mensurar la participación efectiva de todos los autores en cada trabajo. En ese sentido, Barata (2010)a partir de diálogos con autores da la Nature, constató que la credibilidad de publicar en este periódico sobrepasa el factor de impacto y el número de citaciones que los artículos
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207286reciben, poseyendo mayor relación al destaque en ámbito social y profesional. La autora añade que publicar en la Nature“funciona como la entrada en una red internacional con legitimidad para volver el autor y su investigación más visible para que pueda tener acceso a la academia internacional y, muchas veces, nacional, facilitado” (BARATA; 2010, p. 184).La cuestión de la legitimidad en el medio académico-científico, discutida anteriormente, dialoga con Hyland (2003, p. 251,nuestra traducción), cuando afirma que “el uso de la autocitación es una de las formas más importantes que los autores buscan para lograr la credibilidad en el medio científico”. Consideramos, por lo tanto, que lograr esta credibilidad exige del investigador el envolvimiento y la comprensión acerca de prácticas de literacidad dichas dominantes (STREET, 1995; BARTON; HAMILTON, 2000),presentes y diseminadas en contextos socialmente institucionalizados, como la universidad. Conforme muestra el Cuadro 2, los artículos analizados presentan un alto índice de autocitaciones por referencia, siendo A1 con 55/103 (53,39%), A2con 7/33 (21,21%), A3 con 12/61 (19,67%)y A4 con 17/37(45,94%).Este estándar confirma las reflexiones realizadas por Hyland (2003), sobre artículos de la gran área de Ciencias Biológicas, integrante de las Hard Sciences,que poseen un número elevado de autocitaciones, un estándar de la propia área. Acorde con Hyland y Jiang (2018, p. 372, nuestra traducción), “autores pueden, por lo tanto, tener buenas razones para citar su propio trabajo, pues él puede demostrar investigación durante un período extenso con estudios individuales construidos unos sobre los demás y refiriéndose a sus trabajos anteriores”. Sin embargo, Hyland y Jiang (2018) mencionan que estudios cientométricos consideran que autocitaciones se pueden utilizar artificialmente, como una estrategia para elevar el índice h o factor de impacto de los autores. Teniendo en cuenta las especificidades de las Hard Sciences, los datos en análisis pueden señalar que las autocitaciones se han utilizado, en nuestro corpus, no como una estrategia, sino como forma de difundir trabajos de investigación que fueron elaborados siguiendo estándares del área. Esas discusiones se pueden percibir a partir del Cuadro 3, que presenta el uso de autocitaciones acorde con cada sección de los artículos analizados: Cuadro 3 Uso de autocitacionespor sección de los artículosA1A2A3A4Resumen0 (0,0%)2 (11%)0 (0,0%)0 (0,0%)Introducción3 (4%)2 (11%)3 (15%)4 (15%)Aporte teórico1 (1%)1 (6%)0 (0,0%)0 (0,0%)
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207287Resultados y discusiones57 (83%)5 (28%)5 (25%)18 (67%)Conclusiones8 (12%)2 (11%)1 (5%)3 (11%)MétodosNo se aplica66 (33%)11 (55%)2 (7%)Fuente: elaborado por lasautoras (2020)Las Hard Sciences, según el Cuadro 3, presentan un estándar de distribución de autocitación por sección del artículo, siendo concentrada en resultados y discusiones y métodos. Las secciones de resumen, introducción, aporte teórico y conclusiones presentan bajos índices de autocitación. La elevada ocurrencia de autocitación en determinadas secciones puede estar relacionada a las exigencias de la comunidad científica, en que los autores están insertados (HYLAND, 2011). En ese sentido, en el recurrido de escrita académico-científica hay la necesidad de referenciar el discurso del otro, pero, como los autores de los artículos analizados son investigadores experimentados y poseen una trayectoria de investigación consolidada, hay también, la necesidad de referenciar estudios realizados por ellos, lo que implica en el uso de la autocitación. Así, a partir de los análisis en relación a las autocitaciones, parece haber una necesidad, por parte de los autores, de señalar la visibilidad de su participación en el desarrollo de las investigaciones autocitadas a partir del uso de automenciones. De ese modo, la automención se presenta como una forma de presencia explícita de los autores en el texto, a partir del uso de pronombres de primera personas. Tal constatación se puede observar en detrimento de las ocurrencias de automención, dentro de las autocitaciones, encontradas en todos los artículos analizados, conforme demostrado a continuación:A1: “When the RNN is given the ability to focus its attention on a different location in the input image (middle and bottom; the lighter patches were given more attention) as it generates each word (bold), we found86that it exploits this to achieve better‘translation’ of images into captions” (Sección de discusión).A2: “We testedthis agent on the challenging domain of classic Atari 2600 games12(Secciónintroductória).A3: “For the first stage of the training pipeline, we buildon prior work on predicting expert moves in the game of Go using supervised learning”13, 2124(Referencial teórico).A4: “We adjusted the standard GATK variant site filtering38to increase the number of singleton variants that pass this filter, while maintaining a singleton transmission rate of 50.1%, very near the expected 50%, within sequenced trios”. (Secciónmetodológica).Un estándar que se puede identificar en nuestros análisis fue que, aunque observada una cantidad elevada de autocitaciones, el índice de automenciones se demostró relativamente 6Al tratarse de un artículo de revisión bibliográfica, el estudio no presenta un apartado metodológico.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207288bajo en los artículos. Además de eso, a pesar de haber la manifiestaciónde automenciones en diferentessecciones de los artículosanalizados, conforme los trechos anteriores, la mayor recurrencia de automenciones ocurrió en la sección metodológica. Esas ponderaciones son bien señaladas por Hyland (2003),al afirmar queen los artículos de las Hard Sciences,específicamente en Ciencias Biológicas, cuando realizada la automención, generalmente, ocurre en la explicación de procedimientos, en las secciones metodológicas. De cierto modo, el diálogo establecido entre automención y autocitación demarca la participación y autoría en las investigaciones referenciadas. Esta reflexión dialoga, también con Hyland (2011) al afirmar que la automención asume una función de destaque en el compromiso entre los posicionamientos de los autores y la comunidad científica. En ese sentido, “la auto-menciónaquí explícita no enfatiza la credibilidad personal por medio de competencias procedimentales, pero destaca el papel único del escritor en la construcción de una interpretación plausible para un fenómeno” (HYLAND, 2003, p. 258).Por lo tanto, conforme propuesto en el objetivo de este artículo, otra especificidad que se establece es la recurrencia de automenciones relacionadas y autocitaciones dentro de la sección de procedimientos metodológicos. Así, según discusiones de Hyland (2003, p. 6,nuestra traducción), “aunque la impersonalidad esté institucionalmente santificada y la abnegación desaprobada, estas convenciones se transgreden constantemente, ya que los escritores se ven presionados para promover sus argumentos y a sí mismos”. De ese modo, hay indicios de que, a pesar de normas y regulaciones y del discurso de neutralidad y objetividad en la escritura académico-científica, elementos como comunidad científica, trayectoria de investigación y la posición de insidersen esta práctica, posibilitan y demandan la ruptura de determinados aspectos establecidos socialmente, como la impersonalidad en la escrituraacadémico-científica. Consideraciones finalesA partir del objetivo de comprender estándares de autocitaciones en artículos científico de alto factor de impacto de la revista Nature, interpretamos, por los análisis aquí encaminados, que las principales especificidades que se presentan acerca de la autocitación están relacionadas, al contexto de publicación, que se enmarca por relaciones de poder en la producción en grupos de coautores, lo que los legitiman en la comunidad científica. El recurso de la automención es notorio como parte de las autocitaciones en análisis. Estas características
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207289parecen, por lo tanto, transgredirconvenciones acerca de las prácticas de escritura académico-científicas, presentando marcas de heterogeneidad en la escritura. El contexto de publicación que involucra las Hard Sciences,específicamente en la revista científica de alto factor de impacto Nature, así como otros contextos de prácticas de literacidad, es atravesadopor relaciones de poder, como idioma, religión, statusde los autores y del tipo de investigación. La publicación en esta revista también posibilita la legitimidad en la comunidad científica. La búsqueda por el reconocimiento puede ocurrir por medio de colaboraciones entre los investigadores, grupos de investigación e instituciones públicas y privadas, nacionales e internacionales, implicando en la coautoría y en el elevado número de investigadores en los artículos. Frente a esas constataciones, se abren reflexiones y notoriedad acerca de proyectos interinstitucionales, en distintas áreas del conocimiento, los cuales viabilizan investigaciones en profundidad, producciones colaborativas en la escritura académico-científica, que pueden proporcionar alcances mayores y más cualitativos de publicación científica. REFERENCIASASSIS, J. A. Representações sobre os textos acadêmico-científicos: pistas para a didática da escrita na universidade. Estudos Linguísticos, São Carlos, v. 43, p. 801-815, 2014.ASSIS, J. A.; BAILLY, S.; CORRÊA, M. L. G. Still around the issue of writing in higher education: teaching and research demands. Scripta, v. 21, p. 23-36, 2017.BARATA, G. F. Nature e Science: mudança na comunicação da ciência e a contribuição da ciência brasileira (1936-2009). 2010. 247 f. Tese (Doutoradoem História)Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010. BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy practices. In:BARTON, D.; HAMILTON M.; IVANIC, R. Situated literacies: reading and writing in context. London: Routledge, 2000. p. 7-15.BOCH, F.; GROSSMAN,F. Referir-se ao discurso do outro:alguns elementos de comparação. Scripta, Belo Horizonte, v. 6,n. 11 p. 97-108, 2002.BOCH, F.; GROSSMAN, F. Sobre o uso das citações no discurso teórico:de constatações a proposições didáticas.In: RINCK, F.; BOCH, F.; ASSIS, J. A. (Org.). Letramento e formao universitria: formar para a escrita e pela escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 225-250. BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.
image/svg+xmlPadrões da autocitação em artigos de alto impacto da Revista NatureRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207290CALDERÓN, A. I.; MARTI-NOGUERA, J. J.; FERNANDEZ-GODENZI, A. La responsabilidad social universitaria en Iberoamérica: análisis de las legislaciones de Brasil, España y Perú.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 9, n. 24, p.107-124, 2018.CORRÊA, M. L. G. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.EMILIOZZI, S. El influjo de los rankings sobre la calidad en las universidades argentinas. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad-CTS, v. 13, n.37, p. 127-141, 2018.GOOGLE SCHOLAR. Principais publicações. Google Scholar, 2020. Disponível em: https://scholar.google.com.br/citations?view_op=top_venues&hl=pt-BR. Acesso em: 22 jan. 2020.HYLAND, K. Self-citation and self-reference: credibility and promotion in academic publication. Journal of the American Society of Information, Science and Technology,v. 54, n. 3, p. 251-259, 2003.HYLAND, K.Academic discourse.In: HYLAND, K.;PALTRIDGE, B. (Org.). Continuum Companion to Discourse Analysis.London:Continuum, 2011.p. 171-184.HYLAND, K.; JIANG, K. Changing patterns of self-citation: Cumulative inquiry or self-promotion? Text and Talk, n. 38, v. 3, p. 365-387, 2018.KRASILCHIK, M.; SILVA, R. L. F.; SILVA, P. F. da. Perspectivas da educação em ciências expressas nos periódicos Science e Nature. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 192-207, 2015.LEA, M. R.; STREET, B.; LILLIS, T. Revisiting the question of transformation in academic literacies: the ethnographic imperative. In: LILLIS, T.; HARRINGTON, K.; LEA, M. R.; MITCHELL, S. Working with academic literacies:case studies towards transformative practice. Anderson, South Carolina: Parlor Press; Fort Collins, Colorado: WAC Clearinghouse, 2015.LEA, M. R.; STREET, B. V. Student writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education, v. 23, p. 157-172, 1998.LILLIS, T. Ethnography as method, methodology, and “deep theorizing”: closing the gap between text and context in academic writing research. Written communication. v. 3, n. 25, p. 353-388, 2008.OLIVEIRA, A. B.; RODRIGUES, R. S.; BLATTMANN, U.; PINTO, A. L. Comparação entre o QUALIS/CAPES e os Índices h e g: o caso do Portal de Periódicos UFSC. Informação & Informação, Londrina, v. 20, n. 1, p. 70-91, jan./abr. 2015.PINTO, A. C.; ANDRADE, J. B. de. Fator de impacto de revistas científicas: qual o significado deste parâmetro? Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 448-453, 1999.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI e Mariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207291SILVA, D. D; GRÁCIO, M. C. C. Índice h de Hirsch: análise comparativa entre as bases de dados Scopus, Web of Science e Google Acadêmico.Em Questão, Porto Alegre, v. 23, p. 196-212, 2017.SILVA, J. Q. G.; RODRIGUES, D. L. D. I. O ensino da escrita de artigo acadêmico na web:suas práticas discursivas e jogos de verdade. In:KOMESU, F.; ASSIS, J. A. Práticas discursivas em letramento acadêmico: questões em estudo: Ensaios sobre a escrita acadêmica. Belo Horizonte: Editora PUC-Minas.p. 46-63, 2019. Disponível em:https://issuu.com/cespuc-centrodeestudosluso-afro-bra/docs/ensaios_sobre_a_escrita_acad_mica_oficial_. Acesso em: 16 set. 2020.STREET, B. Introduction: the new literacy studies. In: STREET, B. Cross-cultural approaches to literacy.Great Britain: Cambridge University Press, 1995.p. 1-21.mo referenciar este artículoFISCHER, A.; GRIMES, C.; KOSLOSKI, E. R.; VICENTINI, M. A. Estándares de autocitación en artículosde alto impacto de la Revista Nature. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, jan./mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587.DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207Enviado el:19/09/2020Aprobado el:23/11/2020Publicado el:02/01/2021
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207276STANDARDS OF SELF-CITATION IN HIGH IMPACT ARTICLES OF NATURE JOURNALPADRÕES DA AUTOCITAÇÃO EM ARTIGOS DE ALTO IMPACTO DA REVISTA NATURE ESTÁNDARES DE AUTOCITACIÓN EN ARTÍCULOS DE ALTO IMPACTO DE LA REVISTA NATUREAdriana FISCHER1Camila GRIMES2Elis Regina KOSLOSKI3Mariana Aparecida VICENTINI4ABSTRACT:This investigation aims to understand self-citation patterns in scientific articles with a high impact factor from the journal Nature. The research is qualitative and the discussions are supported by the socio-cultural perspective that includes writing as a contextually situated literacy practice. From surveys carried out at Google Scholardatabase, we selected for analysis the four most cited articles in the journal Nature. From the analysis, three occurrences are recurrent in these articles under analysis: the high rate of citation, self-citation, and co-authorship. As for self-citation, we analyzed the context of publication of these studies, issues related to legitimacy, power and co-authorship relationships that mark academic-scientific writing. The self-citation patterns indicate a heterogeneous focus on the writing of the articles in this journal, which marks conventions in this area of knowledge, power relations manifested in partnerships between researchers, which implies legitimacy in the scientificcommunity of the publications mentioned.KEYWORDS: Academic-scientific writing. Literacy practices. Self-citation. Naturejournal.RESUMO: Este trabalho tem por objetivo compreender padrões da autocitação em artigos científicos de alto fator de impacto da revista Nature. A pesquisa é qualitativa e as discussões são sustentadas pela perspectiva sociocultural que compreende a escrita como prática de letramento situada contextualmente.A partir de levantamentos realizados no Google Scholar, selecionamos para análise os quatro artigos mais citados no periódico Nature. A partir das análises, três ocorrências são recorrentes nesses artigos em análise: o alto índice de citação, 1Regional University Foundation of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. Professor at the Center for Educational Sciences, Arts and Letters and the Postgraduate Program in Education. Doctorate Linguistics (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9787-2814. E-mail: adrfischer@furb.br2Regional University Foundation of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. PhD student in the Postgraduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0105-4046. E-mail: cgrimes@furb.br3Regional University Foundation of Blumenau (FURB), Blumenau SCBrazil. Master's student in the Postgraduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6366-9444. E-mail: erkosloski@furb.br4Regional University Foundation of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. PhD student in the Postgraduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6256-2904. E-mail: mvicentini@furb.br
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207277autocitação e coautoria. Quanto à autocitação, analisamos o contexto de publicação desses estudos, questões relacionadas à legitimidade, às relações de poder e de coautoria que marcam a escrita acadêmico-científica.Os padrões de autocitaçãoindicam um enfoque heterogêneo na escrita dos artigos desta revista, o qual marca convenções nesta área do conhecimento, relações de poder manifestadas nas parcerias entre pesquisadores, o que implica legitimidade na comunidade científica das publicações referidas. PALAVRAS-CHAVE: Escrita acadêmico-científica. Práticas de letramentos. Autocitação. Nature.RESUMEN: Esta investigación tiene como objetivo comprender los patrones de autocitación en artículos científicos de alto impacto de la revista Nature. La investigación es cualitativa y las discusiones están respaldadas por la perspectiva sociocultural que incluye la escritura como una práctica de literacidad contextualizada. De las encuestas realizadas en Google Scholar, seleccionamos para su análisis los cuatro artículos más citados de la revista Nature. Del análisis, tres ocurrencias son recurrentes en estos artículos bajo análisis: elalta tasa de citación, autocitación y coautoría. En cuanto a la autocitación, analizamos el contexto de publicación de estos estudios, cuestiones relacionadas con la legitimidad, el poder y las relaciones de coautoría que marcan la escritura académico-científica. Los patrones de autocitación indican un enfoque heterogéneo en la redacción de los artículos de esta revista, lo que marca convenciones en esta área del conocimiento, relaciones de poder manifestadas en alianzas entre investigadores, lo que implica legitimidad en la comunidad científica de las publicaciones mencionadas.PALABRAS CLAVE: Escritura académico-científica. Prácticas de literacidad. Autocitación. Nature.IntroductionAcademic-scientific writing in articles with a high citation index, from NatureJournal, is the focus of attention in this article. Specifically, self-citation patterns in these articles guide us in in the discussion of the regularities that emerge when dealing with this occurrence, with the support of a social and discursive approach (LEA; STREET, 1998, CORRÊA, 2004; BOCH; GROSSMAN, 2002; 2015). In this sense, we consider it relevant to highlight that, throughout this article, we chose to use the term academic-scientific writing to characterize the way writing is conceived by us in this study. This formulation is in accordance with the model of academic literacy, proposed by Lea and Street (1998) who, instead of engaging in debates about the valuation of writing, proposed to conceptualize, in the epistemological plane, writing in academic-scientific contexts, which it is related to the production of meaning, identity, power and authority and puts, in the foreground, the institutional nature of
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207278what counts as knowledge in any academic-scientific context (LEA; STREET; LILLIS, 2015).The option to use the term academic-scientific writing is also supported by Assis (2014), when mentioning that the forms écrit scientifique, écrit universitaire, écrit de recherche, in French, and academic writing or scientific writing, in English, are common expressions about the type of practice used in our discussion. We are aware that there are differences between the academic and scientific writing forms, established mainly by a hierarchical organization, in relation to the discursive practices of writing,in which, in one pole there is the recognized researcher and, in another, the researcher in formation. However, in Brazil, although the terms scientific writing and university writing are adopted, the term academic-scientific writing is more frequent (ASSIS, 2014).Considering the focus around literacy practices (LEA; STREET, 1998), which support the contextualization of the writing and scientific publication of articles in the NatureJournal, we oppose the myth of the homogeneity of the discursive genre scientific article, which relates to approaches commonly performed by manuals and by academic writing standards (SILVA; RODRIGUES, 2019). Our affiliation finds place in the constitutive heterogeneity of writing (CORRÊA, 2004), typical of scientific disciplines and communities (BOCH; GROSSMAN, 2015).For the researcher, whether a beginner or an expert, it is a requirement, according to Hyland (2005) and Assis, Bailly and Corrêa (2017), to commit to writing and dissemination practices in the scientific community. More specifically in relation to the demands of the norms in these writing practices, one point in particular is the reference to the voice of the other, as a way of engaging with the scientific knowledge in circulation in the specific area of knowledge.The other's discourse is materialized, explicitly in the text, from the citations, which contribute for the researcher to support and legitimize his positions. According to Boch and Grossmann (2015, p. 296, our translation), when the quote “is included in a self-citation system, it marks the writer's willingness to enroll in a continuity of thought, in the same way valuing, in the passage, countless works already performed. Thus, it can be said that there are discursive patterns around self-citation. Hyland (2003), in a work on academic-scientific writing, approaches the use of self-quotation, relating it to self-mention. In this case, in addition to making self-reference to works already related, the author of a text exposes, linguistically, from the use of the first person of the speech (plural or singular), who is a researcher/author of the works cited.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207279In addition to the elements presented so far around self-citation, related to it, there are also other relevant aspects, such as the impact factor and the h index, which help in understanding this occurrence in high impact articles. According to Barata (2010, p. 103, our translation), the impact factor “indicates the average number of citations that articles from certain journals receive in a given year.This index has served to guide the quality of scientific publications and the choice of journals to which authors want to submit their work”. However, in some cases, the impact factor may be related to several interests in addition to scientific quality (PINTO; ANDRADE, 1999), such as differences in the impact of publications between areas of knowledge and differences between beginning and expert researchers.The h-index was developed in 2005 by Jorge E. Hirsch, from the University of California (OLIVEIRA et al., 2015), and assesses scientific production and measures the relevance of publications. This index is one of the prominent indicators in the scientific literature, which can integrate the calculation of the impact factor. It is a robust evaluative parameter, since it considers aspects related to the production of articles and the impact of the number of citations simultaneously (SILVA; GRÁCIO, 2017). In addition, “several databases present the calculation of this indicator, since it is used both in the evaluation of the behavior of researchers' scientific production and is also an evaluative criterion in several funding agencies” (SILVA; GRÁCIO, 2017, p. 199, our translation). Researchers, articles and journals are evaluated by their h index in severaldatabases, such as the Web of Science, Scopus, Scielo and Google Scholar.A British multidisciplinary scientific journal with a high impact factor and a high h index is Nature. Launched in 1869, it plays an important role in the circulation of scientific information for the international academy, as well as having great visibility with the publication of its articles in the media around the world (BARATA, 2010). In this sense, Natureis one of the oldest, most traditional journals active in the scientific world (BARATA, 2010; KRASILCHIK; SILVA; SILVA, 2015). For the authors, this weekly journal has an understandable language, peer review, which gives credibility and is based on an editorial board with renowned researchers in the scientific community. In this way, it gives great value to both specialized and non-specialized media, as well as presenting meaningful and legitimate information, offering visibility and prestige to authors who publish in the journal.Natureis based on several areas of knowledge, especially those called Hard Sciences. For Barata (2010, p. 100, our translation), “the term hard science refers to areas of knowledge based on empirical observation and investigations carried out from the so-called scientific
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207280method, physics, chemistry, mathematics and biological sciences”. The Hard Sciences carry out research relevant to scientific progress, with a high impact factor and, thus, have guided the demands of academic-scientific production in other areas of knowledge, in relation to research funding and its legitimacy, for example (BARATA, 2010).In this sense, understanding the ways of writing in the Hard Sciences can also help in understanding the dynamics of scientific production in high impact journals. From these delimitations, the objective5of this study is to understand self-citation patterns in scientific articles with a high impact factor from the journal Nature. In line with the explanations presented so far about the occurrence of self-citation in articles of high impact, in the area of Hard Sciences, below, we present the main methodological choices that guided this study.Methodological pathThis research, approved by the ethics committee under number 28740820.0.0000.5370, is characterized as qualitative. In this regard, the data around self-citation, in articles in the journal Nature, are analyzed inductively and the meanings under discussionare extremely important to the study (BOGDAN; BIKLEN, 1994). The articles selected for the present study come from a database with free access to the public.The databases, such as the Web of Science, Scientific Electronic Library Online -Scielo, Scopus and Google Scholar, are characterized by important mechanisms for organizing, classifying and conditioning the circulation of scientific journals from different areas of knowledge (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018). To start the survey of the research corpus, the base selected for this investigation was Google Scholar, as it has metrics that identify the main journals in all areas, such as the h index. In addition, Google Scholar, being a free access platform, is practical to handle, presents information about the impact factor of journals, articles and authors, making available, for example, articles in order of the highest number of citations, unlike the other platforms mentioned.5This objective is part of two interinstitutional projects in progress, of which we integrate the group of researchers: Escrita acadêmica/científica: das formas de presença do autor, do outro, das áreas de conhecimento e seus domínios disciplinares” (Academic/scientific writing: the forms of presence of the author, the other, the areas of knowledge and their disciplinary domains)(CNPQ/Universal), led by prof. Dr. Juliana A. Assis (PUC-MG); "Authorship in Different Fields of Knowledge" (CAPES PRINT UNESP), coordinated by Prof. Dr. Fabiana C. Komesu, UNESP-São José do Rio Preto.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207281Naturewas selected for analysis because it is the most cited journal among all areas of knowledge, on Google Scholar, and also because it is the most cited journal within Hard Sciences, taking into account its h index, as shown in Figure 1.Figure1Principais publicações da base de dados Google ScholarSource: Research data(2020)At Google Scholar, in addition to the first general position among the journals, as shown in Figure 1, Naturealso has the first position in the Life Sciences & Earth Sciences and Life Sciences & Earth Sciences (general) categories. In addition, the h5 index is 368 and the median is 546. The h5 index is the h index of articles published in the past five years. This is the largest number h of a publication, in which h articles published from 2014 to 2018 have been cited at least h times each. The median h5 of a publication, on the other hand, consists of the average number of citations for the articles that make upits h5 index (GOOGLE SCHOLAR, 2020).In the Google Scholar database, there is a decreasing classification of the most cited articles within the journal (Chart 1), in which the articles with the greatest impact can be identified, based on the h index. Thus, in a research carried out in February 2020, the four most cited articles in the journal Naturewere selected for the present investigation.Chart1Classification of the four most cited articles in Naturein the Google Scholar databaseTitle/ AuthorCitedYearA1-Deep learning.Y LeCun, Y Bengio, G Hinton. Nature521 (7553), 436-444.167502015A2-Human-level control through deep reinforcement learning.V Mnih, K Kavukcuoglu, D Silver, AA Rusu, J Veness, MG Bellemare, ... Nature518 (7540), 529-533.61012015
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207282A3-Mastering the game of Go with deep neural networks and tree search.D Silver, A Huang, CJ Maddison, A Guez, L Sifre, J Schrittwieser, ... Nature529 (7587), 484-489.52122016A4-Analysis of protein-coding genetic variation in 60,706 humans.M Lek, KJ Karczewski, EV Minikel, KE Samocha, E Banks, T Fennell, ... Nature536 (7616), 285-291.45302016Source: Google Scholar(2020)After the selection of the articles, we carried out the analysis around the following aspects: i) the context of publication of these studies, ii) issues related to the legitimacy and power relationships that permeate academic-scientific writing and iii) specificities around self-citation. Theseelements are understood and discussed in detail in the section that follows.Results and discussionThe perspective around academic-scientific writing, understood as a literacy practice, provides support so that we can understand how the dynamics of visibility that academic-scientific publications receive in journals with a high impact factor work. In this sense, we highlight three occurrences in the articles under analysis, from the journal Nature: the high rate of citation, self-citation and co-authorship. Another aspect that deserves attention is the use, within the journal, of the Vancouver standards, typically used by Hard Sciences journals, especially because they bring a configuration that is captured by the large international databases, such as the Web of Science and Scopus (CALDERÓN; MARTI-NOGUEIRA; FERNANDEZ-GODENZI, 2018). It is also worth noting the fact that the methodological section of the articles under analysis is presented after the conclusions and references, a specific feature of thisjournal.Our findings are supported by discussions by Barata (2010), which defines Natureas a high impact factor journal recognized as one of the most important scientific journals in the world, being responsible for the dissemination of the most relevant and unprecedented scientific discoveries. The author adds that the researchers who submit their work to this journal understand the relevance of their research, and that, in this way, in Naturethey will have great visibility and dissemination.In this sense, power relations necessarily regulate what counts as knowledge in this scientific journal (STREET; LEA; LILLIS, 2015). The positioning of these three scholars, representatives of literacy studies, is in line with what Barata (2010) postulates, when arguing that, for publication in Nature, several aspects are relevant, such as: great scientific rigor in
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207283the development of the work, reframing the format at the suggestion of the editors, language adapted and adjusted by specialized editors, prior contact with the editors before the submission of the work, prior knowledge of the editors regarding the work of the authors, partnerships with foreign researchers and multidisciplinary works. In this sense, such aspects mentioned represent evidence of power relationships in literacy practices with academic-scientific writing (STREET; LEA; LILLIS, 2015).Since the journal Naturepublishes articles in the English language, we give voice to authors such as Emiliozzi (2018) and Hyland (2019), who problematize this occurrence. In line with the authors, Barata (2010) indicates that language and socioeconomicconditions present barriers for researchers from countries of non-English origin, reflecting that “[...] authors and articles from peripheral or poor countries receive a differentiated treatment, namely, more rigorous, in relation to countries in the Northern Hemisphere, rich or developed” (BARATA, 2010, p. 174, our translation). These discussions support our data while the articles analyzed by us are, for the most part, by authors who have English as their mother tongue and also because they were produced, in large part, in developed country contexts.Another point that deserves to be highlighted in this study is the fact that an analysis based on the assumptions of literacy practices, among them relations of power, context, production conditions, ideologies, identities and authority, allow us to analyze the meanings of the presence of the other in articles. This reflection is in line with what Gee (2000) discusses, when mentioning that the insertion of a subject in different literacy practices, in this case, with academic-scientific writing, requires his socialization with what Gee (2001) classifies as Discourses. In the Discourses are inserted the social languages that assume relevance and meaning through them (AUTHOR). In this sense, Discourses involve more than language, integrating[...] ways of speaking, listening, writing, reading, acting, interacting, believing, valuing, feeling and using various objects, symbols, images, tools and technologies, in order to activate meaningful identities and activities, socially situated(GEE, 2001, p. 719,our translation).According to Gee (2001), the main characteristic of Discourses is that they are ideological, as they involve a set of values, points of view on the relationship between people, on the distribution of social goods and indicate who are the insiders in certain literacy practices. Based on these reflections, the authors that make up the corpus of the present study can be considered insiders in literacy practices that involve the academic-scientific writing
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207284and publication path. In this way, the use of self-citation was one of the elements that emerged from these practices, being also part of the dynamics used by them in engaging with the Scientific Discourse.Chart 2, below, shows the organization of the data of the analyzed articles, with emphasis on the numberof times that were cited by other authors, number of authors, references, and self-citations by references. It should be noted that, in the articles analyzed, each self-citation was counted only once, regardless of the number of occurrences in the text.Chart2Data of the articles in relation to the number of times that it was cited by other authors, number of authors, references and self-citations perreferenceArticleNumber of times cited by other authorsNumber of authorsNumber of referencesNumber of self-citations per referenceA116750310355 (53,39%)A2610119337 (21,21%)A35212206112 (19,67%)A44530423717 (45,94%)Source: devised by the authors(2020)A1 presents a specific pattern when compared to the other articles, both in relation to the number of citations (16,750), which is up to three times greater than the subsequent ones, and in the number of authors, since it presents a reduced proportion compared to the others. In addition, A1 is composed of the highest self-citation index, which represents around 53% of the number of references in the article. A1, the only of bibliographic review nature among the analyzed articles, has its authors cited in other publications that make up the corpus of analysis. These specific characteristics of A1 may be related to the great impact of this publication or to the authors' own credibility.Although A1 was written by only three authors, the references in the self-citations indicate that they have a large collaborative network of academic and scientific studies and productions with other authors. This is confirmed by the number of references shown in Chart 2, where it can be seen that A1 has 103 references, representing approximately twice as much in relation to A3 and approximately triple in relation to A2 and A4. In contrast, articles A2, A3 and A4 have a high number of authors, 19, 20 and 42, respectively.The high number of researchers who produce in co-authorship is a regularity that has been establishing itself in theHard Sciences, meeting the social demands of the areas and
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207285publication, such as internationalization. In line with this positioning, Barata (2010, p. 119, our translation) mentions that an important point in the construction of scientific knowledge in Nature“is the increase in articles written in co-authorship, which are increasingly common in areas where international cooperation and consortia are present (genetics, climatology, and physics, are the most popular areas)”. The author reflects that co-authorship gained strength after the Second World War, in the period of the so-called big science, due to the large investments in science and technology, as well as the complexity and competitiveness of the experiments, requiring multidisciplinary teams from different institutions and nationalities. However, the author points out that,although commendable and justifiable, the articles signed in co-authorship (many easily reach a total of several dozen authors, reaching a few hundred) do not make clear the contributions made by each one and raise the question about the limits imposed by a demand for increasing productivity versus the actual individual contribution. It is a fact that hierarchies existing in laboratories, research groups and even departments raise the inclusion of authors merely for their role as scientific authority, or others for their academic status -such as scientists from developed countries who are invited to elaborate a given article already thinking facilitation of the acceptance processin high impact journals. Current scientometric indices, however, do not discriminate articles with one or many authors (BARATA, 2010, p. 120, our translation).These discussions reflect important aspects present in our data, since the articles under analysis have many co-authors, however, it is not possible to identify and measure the effective participation of all authors in each work. In this sense, Barata (2010), from dialogues with authors from Nature, found that the credibility of publishing in this journal exceeds the impact factor and the number of citations that the articles receive, having a greater relation to the prominence in the social and professional scope. The author adds that publishing in Nature“works as an entry into an international network with legitimacy to make the author and his research more visible so that he can have access to the international and, often, national academy, facilitated” (BARATA; 2010, p. 184, our translation). The issue of legitimacy in the academic-scientific environment, discussed earlier, dialogues with Hyland (2003, p. 251, our translation), when he states that “the use of self-quotation is one of the most important ways that authors seek to achieve credibility in the scientific environment". We believe, therefore, that achieving this credibility requires the researcher to be involved and understand the so-called dominant literacy practices (STREET, 1995; BARTON; HAMILTON, 2000), present and disseminated in socially institutionalized contexts, such as the university.
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207286As shown in Chart 2, the analyzed articles had a high rate of self-citations by reference, being A1 with 55/103 (53.39%), A2 with 7/33 (21.21%), A3 with 12/61 (19.67%) and A4 with 17/37 (45.94%). This pattern confirms the reflections made by Hyland (2003) on articles in the large area of Biological Sciences, a member of the Hard Sciences, which have a high number of self-citations, a pattern in the area itself. According to Hyland and Jiang (2018, p. 372, our translation), “authors may, therefore, have good reasons to cite their own work, as they can demonstrate research over an extended period with individual studies built on each other and referring to their previous work”. However, Hyland and Jiang (2018) mention that scientometric studies consider that self-citations can be used artificially, as a strategy to raise the h index or impact factor of the authors. Taking into account the specificities of the Hard Sciences, the data under analysis may indicate that self-citations have been used, in our corpus, not as a strategy, but as a way of disseminating research works that were developed following standards in the area. These discussions can be seen from Chart 3, which shows the use of self-citations according to each section of the analyzed articles:Chart3 Use of self-citations by article sectionA1A2A3A4Abstract0 (0,0%)2 (11%)0 (0,0%)0 (0,0%)Introduction3 (4%)2 (11%)3 (15%)4 (15%)Theoretical Support1 (1%)1 (6%)0 (0,0%)0 (0,0%)Results and discussion57 (83%)5 (28%)5 (25%)18 (67%)Conclusions8 (12%)2 (11%)1 (5%)3 (11%)MethodsDo not apply66 (33%)11 (55%)2 (7%)Source: devised by the authors(2020)The Hard Sciences, according to Chart 3, present a pattern of distribution of self-citation by section of the article, being concentrated on results and discussions and methods. The sections of summary, introduction, theoretical support and conclusions have low rates of self-citation. The high occurrence of self-citation in certain sections may be related to the requirements of the scientific community, in which the authors are inserted (HYLAND, 2011). In this sense, in the course of academic-scientific writing there is a need to reference the discourse of the other, however, as the authors of the analyzed articles are experienced 6As this is a bibliographic review article, the study does not have a methodological section.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207287researchers and have a consolidated research trajectory, there is also the need to reference studies carried out by them, which implies the use of self-quotation.Therefore, from the analysis in relation to self-citations, there seems to be a need, on the part of the authors, to highlight the visibility of their participation in the development of self-cited research based on the use of self-mention. Thus, the self-mention is presented as a form of explicit presence of the authors in the text, based on the use of first person pronouns. Such finding can be observed to the detriment of occurrences of self-mention, within the self-citations, found in all the analyzed articles, as shown below:A1: “When the RNN is given the ability to focus its attention on a different location in the input image (middle and bottom; the lighter patches were given more attention) as it generates each word (bold), we found86that it exploits this to achieve better ‘translation’ of images into captions” (Discussion section).A2: “We testedthis agent on the challenging domain of classic Atari 2600 games12(Introductory section).A3: “For the first stage of the training pipeline, we buildon prior work on predicting expert moves in the game of Go using supervised learning”13, 2124(Theoretical Reference).A4: “We adjusted the standard GATK variant site filtering38to increase the number of singleton variants that pass this filter, while maintaining a singleton transmission rate of 50.1%, very near the expected 50%, within sequenced trios”. (Methodological section).A pattern that could be identified in our analyzes was that, although a high number of self-citations was observed, the self-mention index was relatively low in the articles. In addition, despite the manifestation of self-mentions in different sections of the analyzed articles, according to the excerpts above, the greatest recurrence of self-mentions occurred in the methodological section.These considerations are well marked by Hyland (2003), when stating that in the Hard Sciences articles, specifically in Biological Sciences, when self-mention is made, it usually happens in the explanation of procedures, in the methodological sections. In a way, the dialogue woven between self-mention and self-quotation marks the participation and authorship in the referenced researches. This reflection also dialogues with Hyland (2011) when stating that self-mention plays a prominent role in the engagement between the positions of the authors and the scientific community. In this sense, “the explicit self-mention does not emphasize personal credibility through proceduralskills buthighlights the writer's unique role in building a plausible interpretation for a phenomenon” (HYLAND, 2003, p. 258, our translation). Therefore, as proposed in the objective of this article, another specificity that is established is the recurrence of self-mentions related to self-citations within the methodological procedures section.
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207288Thus, according to discussions by Hyland (2003, p. 6, our translation), “although impersonality can be institutionally sanctified and self-citation disapproved, these conventions are constantly transgressed as writers are pressured to promote their arguments and themselves”. Thus, there is evidence that, despite rules and regulations and the discourse of neutrality and objectivity in academic-scientific writing, elements such as the scientific community, research trajectory and the position of insiders in this practice, allow and demand the rupture of certain aspects socially established, such as impersonality in academic-scientific writing.Final considerationsBased on the objective of understanding self-citation patterns in scientific articles with a high impact factor from the journal Nature, we interpret, through the analyzes presented here, that the main specificities that arise around self-citation are related to the publication context, which is marked by power relations in production in groups of co-authors, which legitimize them in the scientific community. The self-mention feature is notorious as part of the self-citation under analysis. These characteristics, therefore, seem to transgress conventions around academic-scientific writing practices, presenting marks of heterogeneity in writing.The publication context involving the Hard Sciences, specifically in the high impact factor journal Nature, as well as other contexts of literacy practices, is permeated by power relations, such as language, region, status of authors and type of research. Publication in this journal also allows legitimacy in the scientific community. The search for recognition can take place through partnerships between researchers, research groups and public and private institutions, national and international, implying co-authorship and the high number of researchers in the articles.Given these findings, reflections and notorietyare opened around interinstitutional projects, in different areas of knowledge, which enable in-depth research, collaborative production in academic-scientific writing, which can provide greater and more qualitative reaches of scientific publication.
image/svg+xmlAdriana FISCHER; Camila GRIMES; Elis Regina KOSLOSKI andMariana Aparecida VICENTINIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207289REFERENCESASSIS, J. A. Representações sobre os textos acadêmico-científicos: pistas para a didática da escrita na universidade. Estudos Linguísticos, São Carlos, v. 43, p. 801-815, 2014.ASSIS, J. A.; BAILLY, S.; CORRÊA, M. L. G. Still around the issue of writing in higher education: teaching and research demands. Scripta, v. 21, p. 23-36, 2017.BARATA, G. F. Naturee Science: mudança na comunicação da ciência e a contribuição da ciência brasileira (1936-2009). 2010. 247 f. Tese (Doutoradoem História)Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010. BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy practices. In:BARTON, D.; HAMILTON M.; IVANIC, R. Situated literacies: reading and writing in context. London: Routledge, 2000. p. 7-15.BOCH, F.; GROSSMAN,F. Referir-se ao discurso do outro:alguns elementos de comparação. Scripta, Belo Horizonte, v. 6, n. 11 p. 97-108, 2002.BOCH, F.; GROSSMAN, F. Sobre o uso das citações no discurso teórico:de constatações a proposições didáticas.In: RINCK, F.; BOCH, F.; ASSIS, J. A. (Org.). Letramento e formao universitria: formar para a escrita e pela escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 225-250. BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. CALDERÓN, A. I.; MARTI-NOGUERA, J. J.; FERNANDEZ-GODENZI, A. La responsabilidad social universitaria en Iberoamérica: análisis de las legislaciones de Brasil, España y Perú.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 9, n. 24, p.107-124, 2018.CORRÊA, M. L. G. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.EMILIOZZI, S. El influjo de los rankings sobre la calidad en las universidades argentinas. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad-CTS, v. 13, n.37, p. 127-141, 2018.GOOGLE SCHOLAR. Principais publicações. Google Scholar, 2020. Available: https://scholar.google.com.br/citations?view_op=top_venues&hl=pt-BR. Access: 22 Jan. 2020.HYLAND, K. Self-citation and self-reference: credibility and promotion in academic publication. Journal of the American Society of Information, Science and Technology,v. 54, n. 3, p. 251-259, 2003.HYLAND, K.Academic discourse.In: HYLAND, K.;PALTRIDGE, B. (Org.). Continuum Companion to Discourse Analysis.London:Continuum, 2011.p. 171-184.
image/svg+xmlStandards of self-citation in high impact articles of NaturejournalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 1, p. 276-291, Jan./Mar. 2021. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.14207290HYLAND, K.; JIANG, K. Changing patterns of self-citation: Cumulative inquiry or self-promotion? Text and Talk, n. 38, v. 3, p. 365-387, 2018.KRASILCHIK, M.; SILVA, R. L. F.; SILVA, P. F. da. Perspectivas da educação em ciências expressas nos periódicos Science e Nature. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 192-207, 2015.LEA, M. R.; STREET, B.; LILLIS, T. Revisiting the question of transformation in academic literacies: the ethnographic imperative. In: LILLIS, T.; HARRINGTON, K.; LEA, M. R.; MITCHELL, S. Working with academic literacies:case studies towards transformative practice. Anderson, South Carolina: Parlor Press; Fort Collins, Colorado: WAC Clearinghouse, 2015.LEA, M. R.; STREET, B. V. Student writing in higher education: an academic literacies approach. Studies in Higher Education, v. 23, p. 157-172, 1998.LILLIS, T. Ethnography as method, methodology, and “deep theorizing”: closing the gap between text and context in academic writing research. Written communication. v. 3, n. 25, p. 353-388, 2008.OLIVEIRA, A. B.; RODRIGUES, R. S.; BLATTMANN, U.; PINTO, A. L. Comparação entre o QUALIS/CAPES e os Índices h e g: o caso do Portal de Periódicos UFSC. Informação & Informação, Londrina, v. 20, n. 1, p. 70-91, jan./abr. 2015.PINTO, A. C.; ANDRADE, J. B. de. Fator de impacto de revistas científicas: qual o significado deste parâmetro? Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 448-453, 1999. SILVA, D. D; GRÁCIO, M. C. C. Índice h de Hirsch: análise comparativa entre as bases de dados Scopus, Web of Science e Google Acadêmico.Em Questão, Porto Alegre, v. 23, p. 196-212, 2017.SILVA, J. Q. G.; RODRIGUES, D. L. D. I. O ensino da escrita de artigo acadêmico na web:suas práticas discursivas e jogos de verdade. In:KOMESU, F.; ASSIS, J. A. Práticas discursivas em letramento acadêmico: questões em estudo: Ensaios sobre a escrita acadêmica. Belo Horizonte: Editora PUC-Minas.p. 46-63, 2019. Available:https://issuu.com/cespuc-centrodeestudosluso-afro-bra/docs/ensaios_sobre_a_escrita_acad_mica_oficial_. Access: 16 Sep. 2020.STREET, B. Introduction: the new literacy studies. In: STREET, B. Cross-cultural approaches to literacy.Great Britain: Cambridge University Press, 1995.p. 1-21.
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