DIVERSIDADE E DIFERENÇA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO ESPAÇO EDUCACIONAL


DIVERSIDAD Y DIFERENCIA: REPRESENTACIONES SOCIALES EN EL ESPACIO EDUCATIVO


DIVERSITY AND DIFFERENCE: SOCIAL REPRESENTATIONS IN THE EDUCATIONAL SPACE


Sandra Cristina Morais SOUZA1

Carmem Lúcia Vidal PEREZ2


RESUMO: Este artigo é uma revisão narrativa, e seu objetivo foi identificar o panorama da produção acadêmica nacional pertinente aos temas diversidade e diferença na perspectiva da Teoria das Representações Sociais no campo da Educação. A literatura acadêmica e a científica têm publicado diversos estudos que investigam esses fenômenos sociais. Nessa direção, procuramos aprofundar a temática realizando pesquisas nas bases de artigos e periódicos indexados, como o Portal de Periódicos da CAPES e SCIELO, relativos aos anos de 2010 a 2018. No decorrer do texto, depois de feita a análise descritiva dos trabalhos, procedeu-se a uma interpretação qualitativa dos trabalhos. Os resultados indicaram que o número de estudos que tratam da diversidade e da diferença no espaço educacional é incipiente e, quando se apresentam, são atravessados pelo fenômeno da inclusão de pessoas com deficiência ou abordam a questão da diversidade sexual e racial. Nesse sentido, a diversidade e a diferença não atendem a todos, pois só incluem determinadas categorias e deixam de fora as demais. Foi possível perceber que esses temas ainda são delicados no contexto da Educação. A questão da diversidade e da diferença na educação sugere uma discussão acerca dos vários processos de exclusão social e a participação da escola nesses processos.


PALAVRAS-CHAVE: Representações Sociais. Diversidade. Diferença. Educação.


RESUMEN: Este artículo es una revisión narrativa, y su objetivo fue identificar el panorama de la producción académica nacional relevante a los temas de diversidad y diferencia desde la perspectiva de la Teoría de las Representaciones Sociales en el campo de la Educación. La literatura académica y científica ha publicado varios estudios que investigan estos fenómenos sociales. En esta dirección, buscamos profundizar el tema mediante la realización de investigaciones en las bases de artículos y revistas indexadas, como el Portal de Revistas de CAPES y SCIELO, correspondientes a los años 2010 a 2018. A lo largo del texto, luego del análisis descriptivo de las obras, se procedió a una interpretación cualitativa de las obras. Los resultados indicaron que el número de estudios que abordan la diversidad y la diferencia en el



1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brasil. Professora do Centro de Educação. Doutorado em Educação (UFF). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4176-4352. E-mail: profsandrapsico@gmail.com

2 Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói – RJ – Brasil. Professora da Faculdade de Educação. Doutorado em Educação (USP). Pós-Doutorado em Filosofia da Educação (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000- 0001-6943-4905. E-mail: clvperez@gmail.com




espacio educativo es incipiente y, cuando se presentan, están atravesados por el fenómeno de la inclusión de personas con discapacidad o abordan el tema de la diversidad sexual y racial. En este sentido, la diversidad y la diferencia no les conviene a todos, ya que solo incluyen determinadas categorías y dejan fuera las demás. Se pudo notar que estos temas aún son delicados en el contexto de la Educación. El tema de la diversidad y la diferencia en la educación sugiere una discusión sobre los diversos procesos de exclusión social y la participación de la escuela en estos procesos.


PALABRAS CLAVE: Representaciones sociales. Diversidad. Diferencia. Educación.


ABSTRACT: This article is a narrative review, and its objective was to identify the panorama of national academic production relevant to the themes of diversity and difference from the perspective of the Theory of Social Representations in the field of Education. Academic and scientific literature have published several studies that investigate these social phenomena. In this direction, we seek to deepen the theme by conducting research in the bases of articles and indexed journals, such as the Portal of Journals of CAPES and SCIELO, relating to the years 2010 to 2018. Throughout the text, after the descriptive analysis of the works, proceeded to a qualitative interpretation of the works. The results indicated that the number of studies dealing with diversity and difference in the educational space is incipient and, when presented, they are crossed by the phenomenon of inclusion of people with disabilities or address the issue of sexual and racial diversity. In this sense, diversity and difference do not suit everyone, as they only include certain categories and leave out the others. It was possible to notice that these themes are still delicate in the context of Education. The issue of diversity and difference in education suggests a discussion about the various processes of social exclusion and the school's participation in these processes.


KEYWORDS: Social Representations. Diversity. Difference. Education.


Introdução


A sociedade contemporânea tem ampliado consideravelmente os discursos acerca da diversidade e da diferença. Existem várias discussões que cercam essas temáticas, principalmente no ambiente educacional. De que maneira os termos diversidade e diferença estão sendo representados no debate contemporâneo em educação e em suas políticas públicas? Quais as concepções e os significados atribuídos aos termos diversidade e diferença nos discursos que envolvem o ambiente educacional? Quais as semelhanças e os contrastes no uso dos termos diversidade e diferença e suas conceituações teóricas?

Segundo Morin (1973), a diversidade e a variedade de indivíduos sempre existiram. É um fenômeno natural, estabelecido pela evolução de uma espécie sobre a outra, por meio do qual a sociedade se alimenta e cria e recria seus estatutos, modelos e escalões e, até, as classes sociais, em que as hierarquias se estabelecem.




Dessa forma, a sociedade organiza seus papéis sociais e determina os que irão pertencer a determinada camada social e os irão ser excluídos dela. Para que isso aconteça, demarca os desviantes, os estranhos, os diferentes e os marginais, ou seja, todos os que precisam ser marcados por seu selo. A diferença ganha inúmeros significados, cada um de acordo com as relações de poder presentes na situação, razão pela qual é necessário nomeá-la e categorizá-la, pois, só assim, podemos inclui-la numa perspectiva do aceitável. É relevante dizer que, ao categorizar objetos ou pessoas, imputamos rótulos e identidades não usuais ou não familiares, que fazem aflorar ações estigmatizantes e excludentes (ROCHA; RANGEL, 2016).

Falar da diferença nos leva a pensar no sentido que podemos dar a esse termo pela via da desigualdade, em que a diferença pode ser atribuída à distribuição desigual de recursos na sociedade. Por outra via, podemos estudar a diferença em um contexto particular, que envolve categorias específicas, como gênero, etnia, religião, deficiência, entre outras. Em uma terceira via, busca-se explicar a diferença a partir de concepções teóricas. Independentemente da escolha, todas convergem para um problema que se manifesta no contexto da sociedade: Quem são os diferentes? Onde estão? Como devemos lidar com eles?

Esse questionamento é condizente com um discurso unificador, em que as convergências seriam celebradas, equiparadas e contempladas. Haveria, então, uma tentativa de homogeneizar os sujeitos ou iríamos no inverso dessa visão?

Vale dizer que este estudo, em primeiro lugar, atende às nossas inquietações, como uma forma de refletir sobre nosso pensamento acerca da diversidade e da diferença. As indagações acima são frutos de nosso questionamento e fazem parte de um esforço que fazemos para entender os discursos que norteiam essas temáticas.

Nesse sentido, este ensaio visa identificar, por meio de uma revisão narrativa, o panorama da produção acadêmica nacional pertinente aos temas diversidade e diferença no espaço educacional, à luz da Teoria das Representações Sociais.


Fundamentação teórica


A Teoria das Representações Sociais propõe uma relação simultaneamente individual e social, que ultrapassa a dicotomia entre o indivíduo e a sociedade. É exatamente nesse ponto que reflete sobre a indivisibilidade entre o indivíduo e a sociedade na produção de representações sociais. Essa construção advém das relações sociocognitivas e afetivas. Nesse sentido, a representação social é uma estrutura psicológica relativamente autônoma, pertence a





uma sociedade, em que se instaura, a não ruptura entre o individual e o social (CATÃO; COUTINHO, 2003).

Moscovici (1978, p. 05) compreende a representação social como um conhecimento prático, uma teoria do senso comum: “Trata-se de uma modalidade de conhecimento na perspectiva do indivíduo que dá sentido às práticas sociais e procura compreender os significados que as pessoas atribuem a um objeto social”. É importante salientar que a representação social é um conhecimento prático, uma teoria do senso comum, que não despreza as diversas formas de conhecimento produzidas e mobilizadas pela sociedade.

Para o autor, a representação social contempla a coexistência de duas classes de pensamento: os universos consensuais e os universos reificados (SÁ, 2004). Os primeiros nos encaminham ao conhecimento proveniente das massas, do povo, melhor dizendo, do senso comum; os segundos nos remetem ao conhecimento especializado, aos objetivos lógicos e hierarquizados oriundos das ciências. Portanto, o pensamento se processa a partir dos dois universos: o da ciência e o do senso comum.

Ambos os universos são próprios de nossa cultura. Para que possamos entender esses conceitos, trazemos este pensamento de Moscovici (2015, p. 50-51, grifo nosso):


Em um universo consensual, a sociedade é vista como um grupo de pessoas que são iguais e livres, cada um com possibilidades de falar em nome do grupo e sob seu auspício. Dessa maneira presume-se que nenhum membro possua competência exclusiva, mas cada qual pode adquirir toda competência que seja requerida pelas circunstâncias. Sob esse aspecto, cada um age como um “amador” responsável, ou como um “observador curioso” nas “frases feitas” e chavões do último Século. Na maioria em locais públicos de encontro, esses políticos amadores, doutores, educadores, astrônomos, etc. Podem ser encontrados expressando opiniões, revelando seus pontos de vista e construindo a lei [...]. As regras dessa arte mantêm todo um complexo de ambiguidades e convenções, sem o qual a vida social não poderia existir.


De outro lado,


[...] num universo reificado, a sociedade é vista como um sistema de diferentes papéis e classes, cujos membros são desiguais. Somente a competência adquirida determinada seu grau de participação de acordo com o mérito, seu direito de trabalhar como médico, como psicólogo, como comerciante, ou de se abster desses que “eles não tenham competência na matéria”. Troca de papéis e a capacidade de ocupar o lugar de outro são muitas maneiras de adquirir competência ou de se isolar, de ser diferente. Nós nos confrontamos, pois, dentro do sistema, como organizações preestabelecidas, cada uma com suas regras e regulamentos (MOSCOVICI, 2015, p. 51-52, grifo nosso).




Assim, podemos entender, tendo em vista as considerações citadas, que estamos diante de dois universos: um, em que todos têm a possibilidade de falar livremente, de manifestar opiniões, e têm autoridade para falar sobre determinado assunto; e outro, em que a hierarquização de saberes é amplamente divulgada, e os saberes são institucionalizados e legitimados na busca constante por consolidar a verdade.

O conhecimento científico se apoia na sistematização e na apuração de fatos. O conhecimento do senso comum não é sistemático, apoia-se na memória coletiva e no consenso, e o pensamento que dele provém é razoável, racional e sensível. Nesse sentido, o importante a ser enfatizado é que tanto o pensamento científico quanto o advindo do senso comum baseiam- se na razão (MOSCOVICI, 2015).

O aprofundamento nos estudos que envolvem o senso comum nos possibilita extrair o pensamento de um grupo e culmina na própria expressão simbólica, criando recursos suficientes para se estudar o cotidiano. Assim, a representação é um conjunto organizado de informações, atitudes e crenças que um indivíduo ou um grupo elabora a propósito de um objeto, de uma situação, de um conceito e de outros indivíduos ou grupos, portanto, uma visão subjetiva e social da realidade (ABRIC, 2000).

Ampliando essa compreensão, Coutinho (2001) enfatiza que todos os fenômenos que emergem do contexto social são investidos simbolicamente, porque recebem nomes e significados que os avaliam, explicam e lhes dão sentido. Logo, ao falar de diversidade e diferença, estamos fazendo referência a algo que faz parte do nosso cotidiano e que recebe significados a partir do contexto em que está inserido.

Nessa lógica, Jodelet (2001, p. 26) aprofunda o conceito ao dizer:


A representação social é uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. São sistemas de interpretações que regem as relações do sujeito com o mundo, no sentido em que orientam e organizam as condutas a as comunicações sociais, assumindo forma de linguagem comum.


A representação social é um saber prático que liga um sujeito a um objeto, com determinados elementos e relações; é sempre representação de alguma coisa (objeto) e de alguém (sujeito). Tem uma relação de simbolização (substituindo-o) e de interpretação (que lhe confere significações) com seu objeto que faz da representação uma construção e expressão do sujeito (JODELET, 2001).

Quando nos remetemos ao conceito de representação social e sua relação com a diversidade e a diferença, ressaltamos o aspecto simbólico que esses termos apresentam, o que



considera a construção de uma ênfase social (simbólica) paralela à construção científica. Nesse sentido, compreendemos que as estruturas sociais e suas interações são dotadas de significados, em que se abrigam teorias, doutrinas e crenças que circundam os sujeitos e que os indivíduos utilizam para elaborar suas respostas, ao mesmo tempo em que contribuem para construir e reconstruir uma realidade comum.

As representações sociais são como sistemas de interpretação que regem nossa relação com o mundo e com os outros e orientam e organizam nossas condutas. Elas estão ligadas a sistemas de pensamento mais amplos (ideológicos ou culturais) e a um estado de conhecimentos científicos assim, como à condição social e à esfera da experiência privada e afetiva dos indivíduos (JODELET, 2001).

Assim, compreendemos que as ações e os discursos produzidos pelos indivíduos são dinâmicos e alteram-se ao longo de suas vidas, de acordo com suas experiências. Desse modo, evidencia-se o emergir das representações sociais, que refletem as condições sociais, econômicas e culturais em que vivem os coletivos e contemplam as condições de existência dos atores sociais. É no teor desses discursos que pretendemos analisar o panorama dos estudos que cercam a relação entre a diversidade e a diferença à luz das representações sociais.


Método


Trata-se de um estudo qualitativo de revisão narrativa, indicada para estudar e discutir sobre o estado da arte de um assunto. Para Elias et al. (2012) e Rother (2007), a revisão narrativa é um método por meio do qual os autores podem analisar e interpretar os artigos de maneira mais abrangente e crítica sob uma ótica teórica ou contextual.

Rother (2007) chama a atenção, ainda, para a necessidade de se ater a fontes de qualidade que assegurem uma análise profunda e fidedigna das informações. Isso justifica nossa escolha pelas fontes de pesquisa em bases de dados de artigos e periódicos: Portal de Periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e SCIELO (Scientific Eletronic Library Online).

Os critérios de inclusão foram artigos publicados no Brasil, no período de 2010 a 2018, cujo referencial teórico retratasse os temas diversidade e diferença no ambiente educacional, tendo como aporte teórico a Teoria das Representações Sociais. Assim, foram aplicados os seguintes descritores: representações sociais, diversidade e diferença; representações sociais e diversidade; representações sociais e diferença. O critério de inclusão das publicações foi de que apresentassem os termos ‘diversidade’ e ‘diferença’ no título, nas palavras-chave ou no




resumo. Foram excluídos os artigos que não apresentavam os critérios de inclusão propostos, além de teses e dissertações.

Depois de fazer a seleção inicial, procedemos à leitura dos títulos e dos resumos e, em momento posterior, a leitura completa dos textos. Como eixo de análise, verificamos os objetivos do estudo, a metodologia utilizada, os sujeitos da pesquisa, os resultados e as discussões.


Resultados e discussão


Na área de Educação, o estudo das representações sociais tem encontrado um campo fértil para a realização de várias pesquisas. Para elaborar um mapeamento da produção acadêmica e científica no cenário nacional sobre esse objeto de estudo, optamos pelo cruzamento dos eixos temáticos norteadores deste trabalho – representações sociais, diversidade e diferença; representações sociais e diversidade; representações sociais e diferença. Na busca por artigos para compor o estudo, encontramos 34 artigos sobre representações sociais, dos quais 24 foram excluídos por se relacionar com os termos diversidade e/ou diferença.

Depois de ler criteriosamente os artigos, encontramos nove que se aproximavam do nosso objeto de estudo, entretanto, não identificamos nenhum que associasse as três categorias conjuntamente. No que diz respeito ao aspecto metodológico, fizemos uma análise descritiva dos trabalhos e posterior interpretação, a fim de compreender as possíveis aproximações e as especificidades de cada artigo, evidenciando seus objetivos, o aporte teórico da TRS, a metodologia utilizada, os sujeitos da pesquisa, os resultados e as discussões.

Primeiramente, apresentamos o estudo de Zucchetti (2011), intitulado A inclusão escolar vista sob a ótica de professores da escola básica. O objetivo desse artigo foi apresentar os resultados de uma pesquisa interinstitucional que se ocupou dos discursos de professores da escola básica do Vale do Sinos, Região Metropolitana de Porto Alegre/RS, acerca da inclusão escolar. Participaram da pesquisa 50 professores da Educação Básica de escolas públicas e privadas que estavam em formação acadêmica em cursos de licenciatura. Os instrumentos utilizados para coletar os dados foram a entrevista e o questionário, enviado eletronicamente. Em relação à abordagem metodológica, a pesquisa se apresentou como qualitativa.

Os resultados apontaram que os fundamentos da educação inclusiva se voltam apenas para os sujeitos com necessidades educativas especiais. As demais categorias em situação de




desvantagem social não fazem parte da pauta da educação inclusiva. A inclusão ainda é pensada como algo eminentemente dos deficientes. Por isso, no discurso pedagógico atual, o termo inclusão está ‘colado’ nas pessoas com deficiência (ORRU, 2009). Então, convém perguntar: Existem outras categorias a serem incluídas, além das pessoas com deficiência? Poderíamos afirmar que sim.

Precisamos, no entanto, ampliar nosso olhar para as demais categorias que são excluídas da sociedade – os mais pobres, os negros, os índios, os que residem na zona rural, os marginalizados, os sem teto, os moradores de rua, os homossexuais, os travestis e os transexuais

– ou seja, todos aqueles cujas diferenças, de alguma maneira, sejam pessoais, sociais, econômicas ou políticas, encontram-se à margem da sociedade (ORRU, 2009).

Em relação aos discursos dos docentes que trazem à tona seu imaginário social, percebemos certo desconforto por parte deles, no que se refere às diferenças e à inclusão, que são tratadas como fenômenos sociais visíveis na escola. Há de se entender que as representações sociais são a maneira como os indivíduos pensam e interpretam seu cotidiano, um conjunto de imagens, acompanhado de um sistema de referência que possibilita ao indivíduo interpretar sua vida, dar sentido a ela e compartilhar essa interpretação com seu meio social (COUTINHO, 2005).

No contexto das representações sociais, o trabalho se destaca na tentativa de capturar a realidade e o movimento advindo dele. Foi possível perceber, na fala dos docentes, um desabafo, um pedido silencioso de socorro em relação às novas demandas da escola, o que sugere a necessidade de pensar na escola em seu sentido mais amplo, com o olhar voltado para uma cultura de pertencimento, em que a educação inclusiva realmente aconteça. Segundo Jodelet (2001, p. 26),


[...] a representação social é uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. São sistemas de interpretações que regem as relações do sujeito com o mundo, no sentido em que orientam e organizam as condutas a as comunicações sociais, assumindo forma de linguagem comum.


Em Diversidade sexual na escola: uma análise das representações sociais de educadores/as, Souza et al. (2014) trazem à tona um estudo sobre as representações de educadores/as acerca da diversidade sexual que influenciam a (des)construção de atitudes preconceituosas e discriminatórias que são manifestadas na instituição escolar e ocasionam diversos outros tipos de violência homofóbica em toda a sociedade.




O principal objetivo desse estudo foi analisar as representações sociais de educadores/as da Educação Básica acerca da diversidade sexual. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, em que foi empregado o método de análise de conteúdo categorial temática. Os instrumentos utilizados foram: entrevistas e questionários semiestruturados realizados com sete docentes do Ensino Fundamental. Os resultados indicaram que as representações dos/as educadores/as estão ancoradas em crenças, normas e estereótipos impostos socialmente a respeito da diversidade sexual que, devido ao desconhecimento e a outras questões como a influência religiosa, impedem a busca de (in)-formação, e isso gera os preconceitos sutis ou manifestos, o que contribui com a manutenção das práticas homofóbicas no ambiente escolar.

Importa dizer que as representações sociais, como parte do imaginário social, são carregadas de ideias, valores e crenças que se articulam e se organizam de modos específicos e singulares em busca de significados e sentidos. Compreendemos que as estruturas sociais e suas interações são dotadas de significados, em que se abrigam teorias, doutrinas e crenças que circundam os sujeitos e que os indivíduos utilizam para elaborar suas respostas, ao mesmo tempo em que contribuem para construir e reconstruir uma realidade comum.

Portanto, ao desvelar as concepções e as vivências de educadores/as acerca da diversidade sexual, entendemos que é preciso promover cursos de formação inicial e continuada que forneçam constantemente (in)-formações precisas e atualizadas sobre esses temas.

Com enfoque similar, o estudo de Neves et al. (2015), intitulado Representações sociais de professores sobre diversidade sexual em uma escola paraense, teve o objetivo de identificar e analisar as representações sociais de professores sobre diversidade sexual considerando a Teoria do Núcleo Central. Em relação à metodologia, a pesquisa levou em consideração os atributos qualitativos e quantitativos para determinar os elementos centrais e periféricos de uma representação. A coleta dos dados, da qual participaram 50 professores de uma escola pública, foi feita por meio da Técnica de Associação Livre de Palavras. Os dados foram analisados a partir do quadro de quatro casas construídos pelo software EVOC2003: centrais, intermediários, contrastes e periféricos.

As análises indicaram que os sujeitos apresentam uma estrutura representacional que contempla a diversidade sexual determinada pelas cognições: ‘Respeito e Liberdade’, que são os elementos centrais; ‘Homossexualismo, Opção Sexual e Preconceito’, os intermediários; Aceitação, Direitos Humanos, Família e Igualdade, os de contraste; e Bissexual, Diferente, Heterossexual, Tipos de Atos Sexuais e Transexual, os periféricos.

Os dados indicaram que há dois grupos de professores em condições diferentes e que a maioria dos docentes apresentam uma grande carga de preconceito, estereótipo e visão



reducionista da sexualidade humana. Uma pequena parte olha o outro com respeito, embora não haja muitos subsídios para fundamentar essa representação. O segundo grupo é mais tolerante à diversidade sexual, o que significa dizer que seu olhar sobre a diversidade sexual está em processo de construção.

No que se refere ao preconceito, Jodelet (2006) nos alerta para o preconceito como uma atitude que contém inerentemente uma tendência à ação, em que podemos encontrar a discriminação, a marginação e a segregação. Ou seja, o preconceito não se apresenta isolado, mas agregado a outras ações, tão maléficas e danosas quanto ele. Para compreender esses conceitos, vejamos a citação:


Com efeito, a exclusão induz sempre a uma organização específica de relações interpessoais ou intergrupos, de alguma forma material ou simbólica, através da qual ela se traduz; no caso da segregação, através de um afastamento, da manutenção de uma distância topológica; no caso da marginação, através da manutenção do indivíduo à parte do grupo, de uma instituição ou do corpo social; no caso da discriminação, através do fechamento a certos bens ou recursos, certos papéis ou status, ou através de um fechamento diferencial ou negativo. Decorrendo de um estado estrutural ou conjuntural da organização social, ela inaugurará um tipo de relação social (JODELET, 2006, p. 53).


Podemos dizer que o primeiro grupo de professores traz uma visão de sexualidade agregada a vários fatores materiais e simbólicos, pensados a partir do contexto social em que estão inseridos. Jedelet (1989) esclarece que o social intervém na formação individual das representações de várias maneiras: por meio do contexto em que as pessoas se situam, da comunidade que se estabelece entre elas, da matriz cultural, dos valores ligados à participação dos sujeitos em grupos com interesses específicos e da posição.

O estudo de Silva (2015), As representações sociais acerca da criança negra na educação infantil e os mecanismos de discriminação, adentrou o espaço da diversidade no sentido do preconceito racial. Trata-se de uma reflexão a partir de uma pesquisa sobre as representações sociais de crianças negras na Educação Infantil e os mecanismos de discriminação racial existentes nessa instituição. O foco desse estudo consistiu em compreender o modo pelo qual as crianças negras são representadas na Educação Infantil.

Para tanto, a autora analisou como os educadores abordam a questão da diversidade étnico-racial em sua prática pedagógica e como resolvem os possíveis conflitos advindos dessa diversidade, visando provocar no leitor uma reflexão crítica acerca das relações raciais e suas implicações na escola e destituir das práticas sociais e pedagógicas os elementos trazidos pelo mito da democracia racial e ideal de branqueamento. Durante a pesquisa de campo, fez um




levantamento de todos os livros que a creche possuía – 450 – dos quais aproximadamente 30% traziam representações de pessoas, porém, apenas 10% representavam pessoas negras.

Em relação à metodologia, a pesquisa sugere uma abordagem qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados uma entrevista com as educadoras de uma creche municipal no interior de São Paulo. As questões das entrevistas foram: Por que você escolheu estes livros? Qual é a importância que você percebe em trabalhar estes livros que você escolheu?

Quanto aos resultados, nenhuma das educadoras citou o fato de escolherem os livros pensando na diversidade étnico-racial que eles possam ou não apresentar, o que mostra que a diversidade de representações de pessoas não se configura como um critério para escolher os livros que elas utilizam. Essa constatação é clara na análise dos livros escolhidos pelas educadoras, porque, do total de livros que elas escolheram, que apresentavam representação de pessoas, somente 13,7% tinham ilustrações de pessoas negras.

As representações construídas a respeito do segmento negro e da criança negra, identificadas no discurso das educadoras, reforçam o mito da democracia racial e o ideal de branqueamento, demonstrando que os profissionais da Educação não compreendem a dinâmica do racismo em nossa sociedade. Por essa razão, o reproduzem no contexto escolar.

Em relação aos resultados, foram identificadas representações negativas sobre as crianças negras, que denotam a figura do negro como o diferente, o escurinho, o que causa curiosidade. Assim, a falta de representação ou a sub-representação dos negros nos recursos pedagógicos e sua representação social negativa por parte de algumas educadoras são compartilhadas cotidianamente entre as crianças e os adultos, que estão inseridos no contexto da creche, impedindo que outras representações positivas sobre o segmento negro sejam construídas.

Essas representações negativas estão alicerçadas no preconceito racial, que gera uma ação perversa e desencadeia uma série de estímulos dolorosos, pois retira do sujeito sua possibilidade de reconhecimento e identidade. Essa questão nos remete aos mecanismos de formação das representações sociais. Estamos nos referindo ao processo de objetivação e de ancoragem (MOSCOVICI, 1978).

Nesse caso, a objetivação associa-se à materialização de conceitos, à sua imagem e à formação do núcleo figurativo das representações. A ancoragem se associa à inserção e à consolidação das representações no pensamento social, o que influencia no sentido de que novos conceitos ou novas informações tenham mais ou menos probabilidade de aceitação por se “ancorarem” em representações já consolidadas pela solidez ou sustentação de seus núcleos (MOSCOVICI, 1978).



Focando ainda na esfera da diversidade sexual, Rocha e Rangel (2016), em sua pesquisa A Diversidade Sexual permeada pela Teoria das Representações Sociais: uma revisão narrativa, contempla-nos com uma revisão narrativa cujo objetivo foi analisar a questão da diversidade sexual mediada pela Teoria das Representações Sociais. As autoras traçaram um panorama da produção acadêmica alusiva ao tema e apreenderam aproximações e singularidades nas investigações dos diferentes autores.

A pesquisa da literatura pertinente ao assunto ocorreu na base de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo), no período delimitado entre 2000 e 2015, em artigos produzidos no Brasil. A análise integrativa das pesquisas demonstrou que as representações estão arraigadas de significações negativas. Os descritores utilizados foram os seguintes: representações sociais e diversidade sexual; representações sociais e homossexuais; representações sociais e homossexualidade. No tocante à metodologia, o estudo apresentou-se como qualitativo, perfazendo uma análise descritiva sintética dos artigos e posterior interpretação.

Nos estudos, destacam-se duas aproximações: a problematização do preconceito e a da natureza da homossexualidade. Quanto às singularidades, a raridade de investigações no domínio escolar é um destaque. E como os estudos foram insuficientes e escassos, o aprofundamento das investigações dissemina-se como um caminho fértil para superar e desconstruir práticas impregnadas de intolerância e de repúdio a padrões não hegemônicos.

Falar de diversidade sexual implica adentrar um campo de vários significados, cercado por um contexto social, político, educacional e cultural, calcado em vários preconceitos e exclusões. Talvez isso explique a raridade de investigações de cunho educacional. No que se refere à problematização do preconceito, destacamos o pensamento de Bobbio (2002, p. 103), que assevera que o preconceito é gerado por:


[...] uma opinião ou um conjunto de opiniões, às vezes, até mesmo uma doutrina completa, que é acolhida acrítica e passivamente pela tradição, pelo costume ou por uma autoridade de quem aceitamos as ordens sem discussão: acriticamente e passivamente, na medida em que a aceitamos sem verificá-la, por inércia, respeito ou temor, e a aceitamos sem verificá-la, por inércia, respeito ou temor, e a aceitamos com tanta força que resiste a qualquer refutação racional. [...] Por isso, se diz corretamente que o preconceito pertence à esfera do não racional, ao conjunto das crenças que não nascem do raciocínio e escapam de qualquer refutação fundada num raciocínio.


No caso da homossexualidade, é rechaçada pela sociedade de uma maneira geral. Uma demonstração disso são as representações sociais negativas a seu respeito. Os resultados do estudo enfatizam as representações sociais radicadas de significações negativas. Nesse




contexto, podemos compreender que as ideias evocadas e compartilhadas por um grupo social propiciam a elaboração de um conhecimento compartilhado por todos, o que sugere o entendimento do grupo a partir da soma de suas ideias. Isso corrobora o pensamento de Moscovici (2003, p. 52) de que as representações sociais: “[...] restauram a consciência coletiva e lhe dão forma, explicitando os objetivos e os acontecimentos de tal modo que eles se tornam acessíveis a qualquer um que coincida com nossos interesses imediatos”.

Souza et al. (2017) realizaram uma pesquisa qualitativa, denominada de Representações de docentes acerca da diversidade sexual e homofobia, que objetivou analisar as representações sociais de educadores/as do Ensino Fundamental Maior e o Ensino Médio sobre a diversidade sexual e a homofobia. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi feita em duas escolas públicas do município sergipano Simão Dias. A escolha por esse campo de pesquisa deveu-se à escassez de estudos a respeito desse assunto no interior de Sergipe. Foi realizada uma amostragem não probabilística por conveniência com sete professores/as do Ensino Fundamental Maior (6º ao 9º anos) e 10 (dez) do Ensino Médio. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas, o que se configura como uma pesquisa de cunho quantiqualitativo.

No questionário, foram inseridas imagens gráficas referentes às identidades sexuais e de gênero não heterossexuais (casal de gays e de lésbicas, uma travesti e uma mulher transexual), com o objetivo de compreender, de modo acurado, as representações dos/as docentes acerca da diversidade sexual. O uso de imagens possibilita uma apreensão clara das representações dos/as docentes, visto que, em conformidade com a própria Teoria das Representações Sociais, torna o objeto de estudo mais concreto e revela as concepções, as crenças e os pré-julgamentos a respeito das identidades sexuais e de gênero ilustradas (SILVA JÚNIOR, 2010).

Os resultados obtidos evidenciaram que as representações dos/as educadores/as estão ancoradas em padrões sociais acerca da diversidade sexual, que geram preconceitos sutis e contribuem para espalhar a homofobia no ambiente escolar.

Segundo Jodelet (2001), a ancoragem é um processo de enraizamento no sistema de pensamento a que atribuímos sentidos e a instrumentalização do saber, que explica a maneira como as informações novas são integradas e transformadas no conjunto dos conhecimentos socialmente estabelecidos e na rede de significados construídos socialmente para interpretar o real.

No que diz respeito à questão da homofobia no ambiente escolar, Louro (2010) enfatiza que a escola tem dificuldade de lidar com os que, de alguma maneira, estão fora da norma,




inclusive argumenta que a escola pode se apresentar como um espaço cruel de segregação, homofobia e violência.

Morgado et al. (2017), em seu estudo, As representações sociais da deficiência (RSD) podem ter amplo impacto na efetiva inclusão nas aulas de Educação Física, objetivaram investigar as RSD por alunos de Educação Física e avaliar suas repercussões na participação do aluno com deficiência nas atividades pedagógicas propostas.

O estudo, de natureza descritiva, qualitativa e exploratória, contou com a participação de 29 estudantes da Rede Estadual de Ensino dos municípios de Itaguaí e Seropédica - RJ, de ambos os sexos, com idade média de 19,55 anos (DP=5,05), com ou sem a manifestação de uma deficiência e que praticavam aulas de Educação Física. A entrevista semiestruturada foi utilizada para coletar os dados.

As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e analisadas com a técnica de análise de conteúdo. Três categorias emergiram: (1) RSD: modelos teóricos; (2) RSD: conceitos e valores; (3) representações sociais e participação nas aulas de Educação Física. Cada uma foi discutida junto com sugestões para estudos futuros. Conclui-se que a maioria das RSD foi pautada no modelo médico, com características estigmatizantes e excludentes, e podem ter um forte impacto na participação dos alunos com deficiência nas aulas de Educação Física, o que torna essencial a elaboração de intervenções que enfoquem essa problemática e contribuam para efetivar a inclusão.

É importante destacar que o saber médico está presente nos discursos escolares. Uma prova disso são as discrições, as classificações, os diagnósticos e os tratamentos a que são submetidos os sujeitos. O saber médico se apresenta nos relatórios e nas explicações sobre a não aprendizagem do sujeito (LOCKMANN; TRAVERSINI, 2011). Cabe refletir sobre as formas como as representações sociais se manifestam. Segundo Minayo (1994, p. 108),


[...] as representações sociais se manifestam em palavras, sentimentos e condutas e se institucionalizam, portanto, podem e devem ser analisadas a partir da compreensão das estruturas e dos comportamentos sociais. Sua mediação privilegiada, porém, é a linguagem, tomada como forma de conhecimento e de interação social.


Oliveira (2017), em seu trabalho: as Representações sociais sobre educação inclusiva e o ato de ensinar na diversidade: a pessoalidade do professor em cena, traz uma revisão sistêmica da literatura, com o objetivo de discutir sobre como se operam as representações sociais dos professores, tendo como base a ideia de que a constituição humana é resultado das




múltiplas apropriações de signos culturais e caracterizada pelo desenvolvimento psíquico e pelo autocontrole da conduta no contexto coletivo.

Nessa perspectiva, o trabalho foi compreendido como o fator decisivo no processo de humanização do psiquismo e está diretamente relacionado aos produtos históricos e aos processos de mediação que atuam no desenvolvimento de conceitos que formarão as representações sobre os fenômenos que nos rodeiam. As representações sociais retratam um sistema de pensamento marcado pela indissociabilidade entre o social e o individual, que se fundem por meio do processo de mediação semiótica e instrumental. Os professores também estão submetidos a essa estrutura de formação do pensamento, portanto, suas representações atuam diretamente no ato pedagógico, entrelaçando o conhecimento teórico e seu equipamento emocional nem sempre consciente.

No que diz respeito à diversidade, Rangel (2011, p. 15) a define como um “conjunto de manifestações no mundo plural” e “um conjunto de diferenças que se expressam nos contornos de cada manifestação do mundo plural”. Nesse sentido, o foco da diversidade encontra-se imbricado no contexto dos diversos significados e nas várias expressões da diferença.

Considerando as discussões sobre a inseparabilidade do individual e do social na formação do pensamento, convém enfatizar que as representações sociais imprimem uma dinâmica de caracterização, interpretação e delimitação de ações e práticas sociais, que explica o cruzamento entre o conhecimento e as emoções. Para Jodelet (2001, p. 17-22), as representações:


[...] nos guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, eventualmente, posicionar-se frente a eles de forma decisiva, “portanto”, [...] orientam e organizam as condutas e as comunicações sociais.


Assim, as representações fazem parte de um processo ativo na construção da identidade de um grupo social, o que fundamenta a condução e o comportamento de grupo, orientando suas ações, seus julgamentos e a identidade grupal (ALVES, 2019).

O estudo de Paulino, Coutinho e Costa (2018), intitulado Apreendendo a inclusão social sob o olhar das representações sociais, objetivou apreender as representações sociais (RS) acerca da inclusão social elaboradas por pessoas com deficiência visual.

O levantamento de dados foi feito através de um questionário com 30 pessoas com idades entre 18 e 69 anos, contatadas em duas instituições públicas, que responderam a um questionário psicossociológico e à entrevista em profundidade. Quanto à natureza, a pesquisa é




descritiva, de campo e de cunho quatiqualitativo. Os dados foram processados pelo SPSS 19.0 e pelo Alceste e analisados por meio da estatística descritiva e da análise lexical.

Os resultados apontaram que as RS sobre a inclusão social das pessoas com deficiência visual foram objetivadas por meio das expressões: ambiente físico escolar inadequado, dificuldade na acessibilidade urbana, equipe educacional despreparada para lidar com a diversidade, distância entre as leis e sua aplicabilidade e desconhecimento dos direitos sociais. Nesse ponto, nosso olhar se volta para os resultados encontrados, em especial, para os processos geradores das representações sociais, ou seja, a ancoragem e a subjetivação.

Segundo Moscovici (2003), a ancoragem é um processo que busca ancorar as ideias estranhas e reduzi-las a categorias e a imagens comuns e colocá-las em um contexto familiar, melhor dizendo, tornar familiar o que é estranho. A subjetivação consiste em transformar algo abstrato em quase concreto, ou seja, transformar o que está na mente em algo que exista no mundo físico.

Ou seja, ancorados na dialética inclusão/exclusão evidenciada nos aspectos multifacetados desse processo, percebemos, nos enunciados, que os participantes têm consciência da importância da educação no processo de inclusão na sociedade, uma vez que ela propicia o acesso ao mercado de trabalho, ao lazer e à conquista da cidadania.

A ancoragem é um mecanismo que classifica e nomeia algo, o que possibilita que esse objeto seja inserido em um campo de aproximação e aceitação do novo, com base em uma referência anterior. Para Moscovici (2003, p. 66), “ao nomear algo, nós o libertamos de um anonimato perturbador, para dotá-lo de uma genealogia e para incluí-lo em um complexo de palavras específicas, para localizá-lo, de fato, na matriz de identidade de uma cultura”.





Considerações finais


Este estudo versou sobre o panorama da produção acadêmica nacional pertinente aos temas diversidade e diferença, na perspectiva da teoria das representações sociais, no campo da Educação.

Em relação às tendências metodológicas, boa parte dos estudos se apresentam como descritivos, de campo, e de cunho quantiqualitativos. Outro ponto relevante foi o uso de combinações de procedimentos de coleta, o que proporciona uma profundidade na análise dos dados. No que diz respeito ao perfil dos participantes, foi possível constatar que os estudos em sua maioria, tratavam de docentes inseridos na Educação Básica, entretanto, encontramos alguns trabalhos que tinham em seu público os discentes.

Com base nas análises realizadas, podemos inferir que existe um significativo número de artigos que envolvem o tema diversidade, entretanto, não podemos dizer o mesmo em relação ao tema diferença. Destaca-se, assim, que os estudos que abordam a diversidade trazem certa ambivalência em relação ao uso do termo. Essa ambiguidade deve-se ao fato de que em determinado momento o diverso é vinculado a alguma característica do sujeito, seja étnica, racial, sexual, corporal e/ou cultural. Outras vezes, falar de diversidade é uma tentativa de reduzir a diferença, o que banaliza sua expressividade ou sugere pensá-la como sendo o oposto da igualdade.

Ainda com base nos dados coletados, nos cabe refletir que o tema diversidade é bastante presente no discurso pedagógico, especialmente quando vem associado à aceitação e à valorização da diversidade. Todavia, é importante lembrar que a bandeira da diversidade é levantada enquanto a reconhecemos e acolhemos o outro. Mas, a que outro estamos nos referindo?

A lógica da diversidade nos artigos nos possibilita afirmar que os elementos presentes nos discursos trazem representações conflitantes, pois, enquanto se eleva a necessidade de acolher e aceitar o diverso, o ambiente educacional se traduz como preconceituoso e discriminatório, o que contribui para excluir pessoas que não se enquadram nos padrões aceitos socialmente.

Ademais, esse estudo aponta a necessidade de novas pesquisas nesse campo, que envolvam mais docentes, discentes e educadores de outras áreas do conhecimento que se interessem pelo tema da diversidade e da diferença. Como é próprio das pesquisas científicas, registram-se algumas limitações encontradas nesse estudo, como a ampliação das amostras, ou seja, a utilização de outras bases de dados, que possam subsidiar novos estudos.




Para encerrar, destaca-se a importância da Teoria das Representações Sociais – TRS, por ser uma teoria que apresenta ferramentas conceituais capazes de analisar vários ângulos da realidade. Sua contribuição é inegável para atravessar as demandas que envolvem as questões sociais, sem perder de vista que as representações sociais nos permitem apreender a história da forma como ela está sendo construída, pois ela evolui na medida das mudanças que intervém nos modelos culturais, nas relações sociais, nas circunstâncias que afetam os contextos em que se desenvolvem, nos agentes que as constroem e da sua inserção em uma rede de vínculos sociais e intersubjetivos.


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Como referenciar este artigo


SOUZA, S. C. M.; PEREZ, C. L. V. Diversidade e diferença: representações sociais no espaço educacional. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2720-2740, out./dez. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.14269


Submetido em: 12/07/2021

Revisões requeridas em: 14/08/2021 Aprovado em: 18/09/2021 Publicado em: 21/10/2021




DIVERSIDAD Y DIFERENCIA: REPRESENTACIONES SOCIALES EN EL ESPACIO EDUCATIVO


DIVERSIDADE E DIFERENÇA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO ESPAÇO EDUCACIONAL


DIVERSITY AND DIFFERENCE: SOCIAL REPRESENTATIONS IN THE EDUCATIONAL SPACE


Sandra Cristina Morais SOUZA1 Carmem Lúcia Vidal PEREZ2


RESUMEN: Este artículo es una revisión narrativa, y su objetivo fue identificar el panorama de la producción académica nacional relevante a los temas de diversidad y diferencia desde la perspectiva de la Teoría de las Representaciones Sociales en el campo de la Educación. La literatura académica y científica ha publicado varios estudios que investigan estos fenómenos sociales. En esta dirección, buscamos profundizar el tema mediante la realización de investigaciones en las bases de artículos y revistas indexadas, como el Portal de Revistas de CAPES y SCIELO, correspondientes a los años 2010 a 2018. A lo largo del texto, luego del análisis descriptivo de las obras, se procedió a una interpretación cualitativa de las obras. Los resultados indicaron que el número de estudios que abordan la diversidad y la diferencia en el espacio educativo es incipiente y, cuando se presentan, están atravesados por el fenómeno de la inclusión de personas con discapacidad o abordan el tema de la diversidad sexual y racial. En este sentido, la diversidad y la diferencia no les conviene a todos, ya que solo incluyen determinadas categorías y dejan fuera las demás. Se pudo notar que estos temas aún son delicados en el contexto de la Educación. El tema de la diversidad y la diferencia en la educación sugiere una discusión sobre los diversos procesos de exclusión social y la participación de la escuela en estos procesos.


PALABRAS CLAVE: Representaciones sociales. Diversidad. Diferencia. Educación.


RESUMO: Este artigo é uma revisão narrativa, e seu objetivo foi identificar o panorama da produção acadêmica nacional pertinente aos temas diversidade e diferença na perspectiva da Teoria das Representações Sociais no campo da Educação. A literatura acadêmica e a científica têm publicado diversos estudos que investigam esses fenômenos sociais. Nessa direção, procuramos aprofundar a temática realizando pesquisas nas bases de artigos e periódicos indexados, como o Portal de Periódicos da CAPES e SCIELO, relativos aos anos de 2010 a 2018. No decorrer do texto, depois de feita a análise descritiva dos trabalhos, procedeu-se a uma interpretação qualitativa dos trabalhos. Os resultados indicaram que o



1 Universidad Federal de Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brasil. Profesora del Centro de Educación. Doctorado en Educación (UFF). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4176-4352. E-mail: profsandrapsico@gmail.com

2 Universidad Federal Fluminense (UFF), Niterói – RJ – Brasil. Profesora de la Facultad de Educación. Doctorado en Educación (USP). Postdoctorado en Filosofia de la Educación (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6943-4905. E-mail: clvperez@gmail.com




número de estudos que tratam da diversidade e da diferença no espaço educacional é incipiente e, quando se apresentam, são atravessados pelo fenômeno da inclusão de pessoas com deficiência ou abordam a questão da diversidade sexual e racial. Nesse sentido, a diversidade e a diferença não atendem a todos, pois só incluem determinadas categorias e deixam de fora as demais. Foi possível perceber que esses temas ainda são delicados no contexto da Educação. A questão da diversidade e da diferença na educação sugere uma discussão acerca dos vários processos de exclusão social e a participação da escola nesses processos.


PALAVRAS-CHAVE: Representações Sociais. Diversidade. Diferença. Educação.


ABSTRACT: This article is a narrative review, and its objective was to identify the panorama of national academic production relevant to the themes of diversity and difference from the perspective of the Theory of Social Representations in the field of Education. Academic and scientific literature have published several studies that investigate these social phenomena. In this direction, we seek to deepen the theme by conducting research in the bases of articles and indexed journals, such as the Portal of Journals of CAPES and SCIELO, relating to the years 2010 to 2018. Throughout the text, after the descriptive analysis of the works, proceeded to a qualitative interpretation of the works. The results indicated that the number of studies dealing with diversity and difference in the educational space is incipient and, when presented, they are crossed by the phenomenon of inclusion of people with disabilities or address the issue of sexual and racial diversity. In this sense, diversity and difference do not suit everyone, as they only include certain categories and leave out the others. It was possible to notice that these themes are still delicate in the context of Education. The issue of diversity and difference in education suggests a discussion about the various processes of social exclusion and the school's participation in these processes.


KEYWORDS: Social Representations. Diversity. Difference. Education.


Introducción


La sociedad contemporánea ha ampliado considerablemente el discurso sobre la diversidad y la diferencia. Hay varios debates en torno a estos temas, especialmente en el ámbito educativo. ¿Cómo se representan los términos diversidad y diferencia en el debate contemporáneo sobre la educación y sus políticas públicas? ¿Cuáles son las concepciones y los significados que se dan a los términos diversidad y diferencia en los discursos que rodean el ámbito educativo? ¿Cuáles son las similitudes y los contrastes en el uso de los términos diversidad y diferencia y sus conceptualizaciones teóricas?

Según Morin (1973), la diversidad y la variedad de individuos siempre han existido. Es un fenómeno natural, establecido por la evolución de una especie sobre otra, mediante el




cual la sociedad se alimenta y crea y recrea sus estatutos, modelos y rangos, e incluso clases sociales, en las que se establecen jerarquías.

De este modo, la sociedad organiza sus roles sociales y determina quiénes deben pertenecer a un determinado estrato social y quiénes deben ser excluidos de él. Para ello, señala a los desviados, a los extraños, a los diferentes y a los marginales, es decir, a todos aquellos que deben ser marcados por su etiqueta. La diferencia adquiere innumerables significados, cada uno de ellos en función de las relaciones de poder presentes en la situación, por lo que es necesario nombrarla y categorizarla, porque sólo así podemos incluirla en una perspectiva de lo aceptable. Es relevante decir que, al categorizar objetos o personas, imputamos etiquetas e identidades inusuales o desconocidas, que hacen aflorar acciones estigmatizantes y excluyentes (ROCHA; RANGEL, 2016).

Hablar de diferencia nos lleva a pensar en el significado que podemos dar a este término a través de la desigualdad, en la que la diferencia puede atribuirse a la distribución desigual de los recursos en la sociedad. Por otra parte, podemos estudiar la diferencia en un contexto particular, que implica categorías específicas, como el género, la etnia, la religión, la discapacidad, entre otras. En una tercera vía, se busca explicar la diferencia a partir de concepciones teóricas. Independientemente de la elección, todas convergen en un problema que se manifiesta en el contexto de la sociedad: ¿Quiénes son los diferentes? ¿Dónde están?

¿Cómo debemos tratarlos?

Este cuestionamiento es coherente con un discurso unificador, en el que las convergencias serían celebradas, equiparadas y contempladas. ¿Habría, entonces, un intento de homogeneizar los temas o iríamos en sentido contrario a esta visión?

Vale la pena decir que este estudio, en primer lugar, responde a nuestras preocupaciones, como una forma de reflexionar sobre nuestro pensamiento acerca de la diversidad y la diferencia. Las preguntas anteriores son fruto de nuestro cuestionamiento y forman parte de un esfuerzo por comprender los discursos que guían estos temas.

En este sentido, este ensayo pretende identificar, a través de una revisión narrativa, el panorama de la producción académica nacional sobre los temas de la diversidad y la diferencia en el espacio educativo, a la luz de la Teoría de las Representaciones Sociales.




Marco teórico


La Teoría de las Representaciones Sociales propone una relación entre lo individual y lo social, que va más allá de la dicotomía entre individuo y sociedad. Es precisamente en este punto donde reflexiona sobre la indivisibilidad entre el individuo y la sociedad en la producción de representaciones sociales. Esta construcción proviene de las relaciones socio- cognitivas y afectivas. En este sentido, la representación social es una estructura psicológica relativamente autónoma, perteneciente a una sociedad, en la que se establece, la no ruptura entre lo individual y lo social (CATÃO; COUTINHO, 2003).

Moscovici (1978, p. 05) entiende la representación social como un conocimiento práctico, una teoría del sentido común: "Es un modo de conocimiento en la perspectiva del individuo que da sentido a las prácticas sociales y busca comprender los significados que las personas atribuyen a un objeto social". Es importante señalar que la representación social es un conocimiento práctico, una teoría del sentido común, que no prescinde de las diversas formas de conocimiento producidas y movilizadas por la sociedad.

Para el autor, la representación social contempla la coexistencia de dos clases de pensamiento: los universos consensuados y los universos reificados (SÁ, 2004). Los primeros nos llevan al conocimiento proveniente de las masas, del pueblo, mejor dicho, del sentido común; los segundos nos llevan al conocimiento especializado, a los objetivos lógicos y jerárquicos provenientes de las ciencias. Por tanto, el pensamiento se procesa desde dos universos: el de la ciencia y el del sentido común.

Ambos universos son específicos de nuestra cultura. Para que entendamos estos conceptos, traemos este pensamiento de Moscovici (2015, p. 50-51, énfasis nuestro):


En un universo consensuado, la sociedad se ve como un grupo de personas iguales y libres, cada una de las cuales puede hablar en nombre del grupo y bajo sus auspicios. Así pues, no se presume que ningún miembro posea una competencia exclusiva, sino que cada uno puede adquirir la competencia que exijan las circunstancias. En este sentido, cada uno actúa como un "aficionado" responsable, o como un "observador curioso" en los "tópicos" y palabras de moda del siglo pasado. En su mayoría, en lugares de reunión públicos, estos políticos aficionados, médicos, educadores, astrónomos, etc. pueden encontrarse expresando opiniones, revelando sus puntos de vista y construyendo la ley [...]. Las reglas de este arte mantienen todo un complejo de ambigüedades y convenciones, sin las cuales la vida social no podría existir.


De otro lado,




[...]En un universo reificado, la sociedad es vista como un sistema de diferentes roles y clases, cuyos miembros son desiguales. Sólo la competencia adquirida determina su grado de participación según el mérito, su derecho a trabajar como médico, como psicólogo, como comerciante, o a abstenerse de estos que "no son competentes en la materia". El intercambio de papeles y la capacidad de ocupar el lugar de otro son muchas formas de adquirir competencia o de aislarse, de ser diferente. Nos enfrentamos, pues, dentro del sistema, como organizaciones preestablecidas, cada una con sus normas y reglamentos (MOSCOVICI, 2015, p. 51-52, énfasis añadido).


Así, podemos entender, a la vista de las consideraciones citadas, que estamos ante dos universos: uno en el que cada uno tiene la posibilidad de hablar libremente, de manifestar opiniones, y tiene autoridad para hablar sobre un tema determinado; y otro en el que la jerarquía del conocimiento está ampliamente difundida, y el conocimiento está institucionalizado y legitimado en la búsqueda constante de consolidar la verdad.

El conocimiento científico se basa en la sistematización y verificación de los hechos. El conocimiento de sentido común no es sistemático, se basa en la memoria colectiva y el consenso, y el pensamiento que surge de él es razonable, racional y sensible. En este sentido, lo importante es destacar que tanto el pensamiento científico como el de sentido común se basan en la razón (MOSCOVICI, 2015).

La profundización en los estudios que involucran el sentido común permite extraer el pensamiento de un grupo y culmina en la propia expresión simbólica, creando recursos suficientes para estudiar la vida cotidiana. Así, la representación es un conjunto organizado de información, actitudes y creencias que un individuo o un grupo elabora sobre un objeto, una situación, un concepto y otros individuos o grupos, por tanto, una visión subjetiva y social de la realidad (ABRIC, 2000).

Ampliando esta comprensión, Coutinho (2001) destaca que todos los fenómenos que surgen del contexto social están investidos simbólicamente, porque reciben nombres y significados que los evalúan, explican y dan sentido. Por tanto, cuando hablamos de diversidad y diferencia, nos referimos a algo que forma parte de nuestra vida cotidiana y que recibe significados del contexto en el que se inserta.

En esta lógica, Jodelet (2001, p. 26) profundiza el concepto diciendo:


La representación social es una forma de conocimiento, elaborada y compartida socialmente, con una finalidad práctica, y que contribuye a la construcción de una realidad común para un grupo social. Son sistemas de interpretaciones que rigen las relaciones del sujeto con el mundo, en el sentido de que orientan y organizan la conducta y la comunicación social, tomando la forma de un lenguaje común.



La representación social es un conocimiento práctico que vincula a un sujeto con un objeto, con determinados elementos y relaciones; es siempre representación de algo (objeto) y de alguien (sujeto). Tiene una relación de simbolización (que lo sustituye) y de interpretación (que le da significados) con su objeto que hace de la representación una construcción y una expresión del sujeto (JODELET, 2001).

Cuando nos referimos al concepto de representación social y su relación con la diversidad y la diferencia, destacamos el aspecto simbólico que presentan estos términos, que considera la construcción de un énfasis social (simbólico) paralelo a la construcción científica. En este sentido, entendemos que las estructuras sociales y sus interacciones están dotadas de significados, en los que se alojan teorías, doctrinas y creencias que rodean a los sujetos y que los individuos utilizan para elaborar sus respuestas, a la vez que contribuyen a la construcción y reconstrucción de una realidad común.

Las representaciones sociales son como sistemas de interpretación que rigen nuestra relación con el mundo y con los demás y guían y organizan nuestro comportamiento. Están vinculados a sistemas de pensamiento más amplios (ideológicos o culturales) y a un estado de conocimiento científico, así como a la condición social y a la esfera de la experiencia privada y afectiva de los individuos (JODELET, 2001).

Así, entendemos que las acciones y los discursos producidos por los individuos son dinámicos y cambian a lo largo de su vida, según sus experiencias. Así, es evidente la aparición de representaciones sociales, que reflejan las condiciones sociales, económicas y culturales en las que viven los colectivos y contemplan las condiciones de existencia de los actores sociales. Es en el contenido de estos discursos donde pretendemos analizar el panorama de los estudios que rodean la relación entre diversidad y diferencia a la luz de las representaciones sociales.


Método


Se trata de un estudio cualitativo de revisión narrativa, indicado para estudiar y discutir el estado del arte de un tema. Para Elias et al. (2012) y Rother (2007), la revisión narrativa es un método a través del cual los autores pueden analizar e interpretar los artículos de forma más exhaustiva y crítica desde una perspectiva teórica o contextual.

Rother (2007) también llama la atención sobre la necesidad de atenerse a fuentes de calidad que garanticen un análisis profundo y fiable de la información. Esto justifica nuestra




elección de fuentes de investigación en bases de datos de artículos y revistas: Portal de Periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) y SCIELO (Scientific Eletronic Library Online).

Los criterios de inclusión fueron artículos publicados en Brasil, en el período de 2010 a 2018, cuyo marco teórico retratara los temas de la diversidad y la diferencia en el ámbito educativo, con la Teoría de las Representaciones Sociales como contribución teórica. Así, se aplicaron los siguientes descriptores: representaciones sociales, diversidad y diferencia; representaciones sociales y diversidad; representaciones sociales y diferencia. Los criterios de inclusión de las publicaciones fueron que presentaran los términos "diversidad" y "diferencia" en el título, en las palabras clave o en el resumen. Se excluyeron los artículos que no cumplían los criterios de inclusión propuestos, así como las tesis y disertaciones.

Tras realizar la selección inicial, leemos los títulos y resúmenes y, posteriormente, la lectura completa de los textos. Como eje de análisis, verificamos los objetivos del estudio, la metodología utilizada, los sujetos de la investigación, los resultados y las discusiones.


Resultados y discusión


En el ámbito de la Educación, el estudio de las representaciones sociales ha encontrado un campo fértil para la realización de diversas investigaciones. Para elaborar un mapeo de la producción académica y científica en el escenario nacional sobre este objeto de estudio, optamos por cruzar los ejes temáticos que guiaron este trabajo - representaciones sociales, diversidad y diferencia; representaciones sociales y diversidad; representaciones sociales y diferencia. En la búsqueda de artículos para componer el estudio, encontramos 34 artículos sobre representaciones sociales, de los cuales 24 fueron excluidos por estar relacionados con los términos diversidad y/o diferencia.

Tras leer detenidamente los artículos, encontramos nueve que se acercaban a nuestro objeto de estudio, sin embargo, no identificamos ninguno que asociara las tres categorías. En cuanto al aspecto metodológico, realizamos un análisis descriptivo de los trabajos y su posterior interpretación para comprender las posibles aproximaciones y especificidades de cada artículo, destacando sus objetivos, la aportación teórica de la TRS, la metodología utilizada, los temas de investigación, los resultados y las discusiones.

En primer lugar, presentamos el estudio de Zucchetti (2011), titulado La inclusión escolar vista desde la perspectiva de los profesores de primaria. El objetivo de este artículo fue presentar los resultados de una investigación interinstitucional que trató de los




discursos de los profesores de las escuelas primarias de Vale do Sinos, Región Metropolitana de Porto Alegre/RS, sobre la inclusión escolar. Participaron en la investigación 50 profesores de Educación Básica de escuelas públicas y concertadas que estaban en formación académica en cursos de pregrado. Los instrumentos utilizados para la recogida de datos fueron la entrevista y el cuestionario, enviados por vía electrónica. En cuanto al enfoque metodológico, la investigación se presentó como cualitativa.

Los resultados señalan que las bases de la educación inclusiva se centran únicamente en los sujetos con necesidades educativas especiales. Las demás categorías en situación de desventaja social no forman parte del programa de educación inclusiva. Se sigue pensando en la inclusión como algo eminentemente para discapacitados. Por lo tanto, en el discurso pedagógico actual, el término inclusión está "pegado" a las personas con discapacidad (ORRU, 2009). Por tanto, debemos preguntarnos: ¿hay otras categorías que deban incluirse, además de las personas con discapacidad? Podríamos decir que sí.

Sin embargo, es necesario ampliar la mirada a las demás categorías excluidas de la sociedad: los más pobres, los negros, los indios, los que viven en zonas rurales, los marginados, los sin techo, los sin hogar, los homosexuales, los travestis y los transexuales, es decir, todos aquellos que, por sus diferencias, ya sean personales, sociales, económicas o políticas, están al margen de la sociedad (ORRU, 2009).

En cuanto a los discursos de los profesores que sacan a la luz su imaginario social, notamos una cierta incomodidad por su parte, en relación con las diferencias y la inclusión, que son tratadas como fenómenos sociales visibles en la escuela. Hay que entender que las representaciones sociales son la forma en que los individuos piensan e interpretan su vida cotidiana, un conjunto de imágenes, acompañadas de un sistema de referencia que permite a los individuos interpretar su vida, darle sentido y compartir esta interpretación con su entorno social (COUTINHO, 2005).

En el contexto de las representaciones sociales, el trabajo destaca en el intento de captar la realidad y el movimiento que surge de ella. Fue posible notar, en el discurso de los profesores, un estallido, un grito silencioso de auxilio en relación a las nuevas demandas de la escuela, lo que sugiere la necesidad de pensar en la escuela en su sentido más amplio, con la mirada puesta en una cultura de pertenencia, en la que la educación inclusiva realmente suceda. Según Jodelet (2001, p. 26),


[...]La representación social es una forma de conocimiento, elaborada y compartida socialmente, con una finalidad práctica, y que contribuye a la




construcción de una realidad común para un grupo social. Son sistemas de interpretaciones que rigen las relaciones del sujeto con el mundo, en el sentido de que orientan y organizan la conducta y la comunicación social, tomando la forma de un lenguaje común.


En Diversidade sexual na escola: uma análise das representações sociais de educadores/as, Souza et al. (2014). Sacan a la luz un estudio sobre las representaciones de los educadores acerca de la diversidad sexual que influyen en la (de)construcción de actitudes prejuiciosas y discriminatorias que se manifiestan en la institución escolar y causan varios otros tipos de violencia homofóbica en toda la sociedad.

El objetivo principal de este estudio fue analizar las representaciones sociales de los educadores de Educación Básica sobre la diversidad sexual. Se trata de una investigación cualitativa, en la que se utilizó el método de análisis de contenido categórico temático. Los instrumentos utilizados fueron: entrevistas y cuestionarios semiestructurados realizados a siete profesores de enseñanza primaria. Los resultados indicaron que las representaciones de los profesores están ancladas en creencias, normas y estereotipos impuestos socialmente respecto a la diversidad sexual que, por desconocimiento y otras cuestiones como la influencia religiosa, impiden la búsqueda de la (in)formación, y esto genera los prejuicios sutiles o manifiestos, lo que contribuye al mantenimiento de las prácticas homófobas en el ámbito escolar.

Es importante decir que las representaciones sociales, como parte del imaginario social, están cargadas de ideas, valores y creencias que se articulan y organizan de manera específica y singular en busca de significados y sentidos. Entendemos que las estructuras sociales y sus interacciones están dotadas de significados, en los que se alojan teorías, doctrinas y creencias que rodean a los sujetos y que los individuos utilizan para elaborar sus respuestas, al tiempo que contribuyen a construir y reconstruir una realidad común.

Por lo tanto, al develar las concepciones y experiencias de los educadores sobre la diversidad sexual, entendemos que es necesario promover cursos de formación inicial y continua que brinden constantemente una (in)formación precisa y actualizada sobre estos temas.

Con un enfoque similar, el estudio de Neves et al. (2015), titulado Representações sociais de professores sobre diversidade sexual em uma escola paraense, tuvo como objetivo identificar y analizar las representaciones sociales de los profesores sobre la diversidad sexual considerando la Teoría del Núcleo Central. En cuanto a la metodología, la investigación tuvo en cuenta atributos cualitativos y cuantitativos para determinar los elementos centrales y periféricos de una representación. La recogida de datos, en la que



participaron 50 profesores de un colegio público, se realizó mediante la técnica de asociación libre de palabras. Los datos se analizaron a partir de las cuatro cajas construidas por el software EVOC2003: central, intermedia, de contrastes y periférica.

Los análisis indicaron que los sujetos presentan una estructura representacional que contempla la diversidad sexual determinada por las cogniciones: 'Respeto y Libertad', que son los elementos centrales; 'Homosexualidad, Elección Sexual y Prejuicios', los intermedios; Aceptación, Derechos Humanos, Familia e Igualdad, los contrastantes; y Bisexual, Diferente, Heterosexual, Tipos de Actos Sexuales y Transexual, los periféricos.

Los datos indicaron que hay dos grupos de profesores en condiciones diferentes y que la mayoría de los profesores presentan una gran carga de prejuicios, estereotipos y una visión reduccionista de la sexualidad humana. Una pequeña parte mira a la otra con respeto, aunque no hay muchas subvenciones que corroboren esta representación. El segundo grupo es más tolerante con la diversidad sexual, lo que significa que su visión de la diversidad sexual está en proceso de construcción.

En lo que respecta al prejuicio, Jodelet (2006) nos alerta sobre el prejuicio como una actitud que contiene intrínsecamente una tendencia a la acción, en la que podemos encontrar discriminación, marginación y segregación. En otras palabras, el prejuicio no se presenta aislado, sino agregado a otras acciones, por muy dañinas y perjudiciales que sean. Para entender estos conceptos, veamos la cita:


En efecto, la exclusión induce siempre una organización específica de las relaciones interpersonales o intergrupales, de alguna manera material o simbólica, a través de la cual se traduce; en el caso de la segregación, a través de un distanciamiento, del mantenimiento de una distancia topológica; en el caso de la marginación, a través del mantenimiento del individuo al margen del grupo, de una institución o del cuerpo social; en el caso de la discriminación, a través del cierre a determinados bienes o recursos, a determinados roles o estatus, o a través de un cierre diferencial o negativo. Resultante de un estado estructural o coyuntural de la organización social, inaugurará un tipo de relación social (JODELET, 2006, p. 53).


Podemos decir que el primer grupo de profesores aporta una visión de la sexualidad agregada a diversos factores materiales y simbólicos, pensados desde el contexto social en el que se insertan. Jedelet (1989) aclara que lo social interviene en la formación individual de las representaciones de varias maneras: a través del contexto en el que se sitúan las personas, la comunidad que se establece entre ellas, la matriz cultural, los valores vinculados a la participación de los individuos en grupos con intereses específicos y la posición.





El estudio de Silva (2015), As representações sociais acerca da criança negra na educação infantil e os mecanismos de discriminação, entró en el espacio de la diversidad en el sentido de los prejuicios raciales. Se trata de una reflexión basada en una investigación sobre las representaciones sociales de los niños negros en la Educación Infantil y los mecanismos de discriminación racial existentes en esta institución. El objetivo de este estudio era comprender la forma en que los niños negros están representados en la Educación Infantil.

Para ello, la autora analizó cómo los educadores abordan la cuestión de la diversidad étnico-racial en su práctica docente y cómo resuelven los posibles conflictos derivados de esta diversidad, con el objetivo de provocar en el lector una reflexión crítica sobre las relaciones raciales y sus implicaciones en la escuela y eliminar de las prácticas sociales y pedagógicas los elementos aportados por el mito de la democracia racial y el ideal blanqueador. Durante la investigación de campo, se realizó un estudio de todos los libros que tenía la guardería - 450 - de los cuales aproximadamente el 30% contenía representaciones de personas, pero sólo el 10% representaba a personas negras.

En cuanto a la metodología, la investigación sugiere un enfoque cualitativo, teniendo como instrumento de recolección de datos una entrevista con las educadoras de una guardería municipal del interior de São Paulo. Las preguntas de la entrevista fueron: ¿Por qué eligió estos libros? ¿Cuál es la importancia que percibe al trabajar con estos libros que ha elegido?

En cuanto a los resultados, ninguno de los educadores mencionó el hecho de elegir los libros pensando en la diversidad étnico-racial que pudieran presentar o no, lo que demuestra que la diversidad de representaciones de personas no se configura como un criterio para elegir los libros que utilizan. Este hallazgo queda claro en el análisis de los libros elegidos por los educadores porque, del total de libros que eligieron que presentaban representaciones de personas, sólo el 13,7% tenían ilustraciones de personas negras.

Las representaciones del segmento negro y del niño negro identificadas en el discurso de los educadores refuerzan el mito de la democracia racial y el ideal de blanqueamiento, demostrando que los profesionales de la educación no comprenden la dinámica del racismo en nuestra sociedad. Por ello, lo reproducen en el contexto escolar.

En cuanto a los resultados, se identificaron representaciones negativas sobre los niños negros, que denotan la figura del negro como el diferente, el oscuro, lo que provoca curiosidad. Así, la falta de representación o la subrepresentación de los negros en los recursos pedagógicos y su representación social negativa por parte de algunos educadores son compartidas cotidianamente entre los niños y adultos que se insertan en el contexto de la guardería, impidiendo que se construyan otras representaciones positivas del segmento negro.



Estas representaciones negativas se basan en el prejuicio racial, que genera una acción perversa y desencadena una serie de estímulos dolorosos, ya que elimina del sujeto la posibilidad de reconocimiento e identidad. Esta cuestión nos remite a los mecanismos de formación de las representaciones sociales. Nos referimos al proceso de objetivación y anclaje (MOSCOVICI, 1978).

En este caso, la objetivación está asociada a la materialización de los conceptos, su imagen y la formación del núcleo figurativo de las representaciones. El anclaje está asociado a la inserción y consolidación de las representaciones en el pensamiento social, lo que influye en el sentido de que nuevos conceptos o nuevas informaciones tienen más o menos probabilidad de aceptación porque se "anclan" en representaciones ya consolidadas por la solidez o sustentación de sus núcleos (MOSCOVICI, 1978).

Centrándonos aún en la esfera de la diversidad sexual, Rocha y Rangel (2016), en su investigación Diversidad sexual permeada por la Teoría de las Representaciones Sociales: una revisión narrativa, nos contempla con una revisión narrativa cuyo objetivo fue analizar la cuestión de la diversidad sexual mediada por la Teoría de las Representaciones Sociales. Los autores trazaron un panorama de la producción académica alusiva al tema y aprehendieron aproximaciones y singularidades en las investigaciones de diferentes autores.

La búsqueda bibliográfica pertinente al tema ocurrió en la base de datos Scientific Electronic Library Online (Scielo), en el período entre 2000 y 2015, en artículos producidos en Brasil. El análisis integrador de la investigación mostró que las representaciones están arraigadas en significados negativos. Los descriptores utilizados fueron los siguientes: representaciones sociales y diversidad sexual; representaciones sociales y homosexuales; representaciones sociales y homosexualidad. En cuanto a la metodología, el estudio se presentó como cualitativo, realizando un análisis descriptivo sintético de los artículos y su posterior interpretación.

En los estudios destacan dos enfoques: la problematización del prejuicio y la naturaleza de la homosexualidad. En cuanto a las singularidades, destaca la rareza de las investigaciones en el ámbito escolar. Y como los estudios eran insuficientes y escasos, la profundización de las investigaciones se extiende como un camino fértil para superar y deconstruir prácticas impregnadas de intolerancia y repudio a los patrones no hegemónicos.

Hablar de diversidad sexual implica entrar en un campo de diversos significados, rodeado de un contexto social, político, educativo y cultural, basado en diversos prejuicios y exclusiones. Quizás esto explique la rareza de la investigación educativa. En cuanto a la





problematización del prejuicio, destacamos el pensamiento de Bobbio (2002, p. 103), quien afirma que el prejuicio se genera por:


[...] una opinión o un conjunto de opiniones, a veces incluso una doctrina completa, que es aceptada acrítica y pasivamente por la tradición, por la costumbre o por una autoridad de la que aceptamos las órdenes sin discusión: acrítica y pasivamente, en la medida en que la aceptamos sin verificarla, por inercia, por respeto o por miedo, y la aceptamos sin verificarla, por inercia, por respeto o por miedo, y la aceptamos con tal fuerza que resiste cualquier refutación racional. [...] Por esta razón, se dice con razón que el prejuicio pertenece a la esfera de lo no racional, al conjunto de creencias que no nacen del razonamiento y escapan a cualquier refutación fundada en el razonamiento.


En el caso de la homosexualidad, es rechazada por la sociedad en general. Una muestra de ello son las representaciones sociales negativas sobre ella. Los resultados del estudio destacan las representaciones sociales arraigadas en los significados negativos. En este contexto, podemos entender que las ideas evocadas y compartidas por un grupo social proporcionan la elaboración de un conocimiento compartido por todos, lo que sugiere la comprensión del grupo a partir de la suma de sus ideas. Esto corrobora el pensamiento de Moscovici (2003, p. 52) de que las representaciones sociales: "[...] restauran la conciencia colectiva y le dan forma, explicando los objetivos y los acontecimientos de tal manera que se vuelven accesibles a cualquiera que coincida con nuestros intereses inmediatos”.

Souza et al. (2017) realizaron una investigación cualitativa, denominada Representaciones de los docentes sobre la diversidad sexual y la homofobia, que tuvo como objetivo analizar las representaciones sociales de los educadores de la Escuela Primaria y Secundaria sobre la diversidad sexual y la homofobia. La investigación, con enfoque cualitativo, se realizó en dos escuelas públicas del municipio de Simão Dias, en el estado de Sergipe. La elección de este campo de investigación se debió a la escasez de estudios sobre este tema en el interior de Sergipe. Se realizó un muestreo no probabilístico por conveniencia con siete profesores de la Escuela Primaria (6º a 9º grado) y 10 (diez) de la Escuela Secundaria. La recogida de datos se realizó a través de un cuestionario con preguntas abiertas y cerradas, que se configura como una investigación de carácter cuanti-cualitativo.

En el cuestionario se insertaron imágenes gráficas referidas a identidades sexuales y de género no heterosexuales (una pareja de gays y lesbianas, un travesti y una mujer transexual), con el objetivo de comprender de forma precisa las representaciones de los profesores sobre la diversidad sexual. El uso de imágenes permite una clara aprehensión de las representaciones de los profesores, ya que, de acuerdo con la propia Teoría de las Representaciones Sociales,




concreta el objeto de estudio y revela las concepciones, creencias y prejuicios sobre las identidades sexuales y de género ilustradas (SILVA JÚNIOR, 2010).

Los resultados obtenidos mostraron que las representaciones de los educadores están ancladas en patrones sociales sobre la diversidad sexual, que generan prejuicios sutiles y contribuyen a difundir la homofobia en el ámbito escolar.

Según Jodelet (2001), el anclaje es un proceso de enraizamiento en el sistema de pensamiento al que atribuimos significados y la instrumentalización del conocimiento, que explica cómo la nueva información se integra y transforma en el conjunto de conocimientos socialmente establecidos y en la red de significados socialmente construidos para interpretar la realidad.

En cuanto a la cuestión de la homofobia en el ámbito escolar, Louro (2010) destaca que la escuela tiene dificultades para lidiar con aquellos que, de alguna manera, están fuera de la norma, argumentando incluso que la escuela puede presentarse como un espacio cruel de segregación, homofobia y violencia.

Morgado et al. (2017), en su estudio, As representações sociais da deficiência (RSD) podem ter amplo impacto na efetiva inclusão nas aulas de Educação Física, tuvo como objetivo investigar las RSD por parte de los estudiantes de Educación Física y evaluar sus repercusiones en la participación de los estudiantes con discapacidad en las actividades pedagógicas propuestas.

El estudio, de carácter descriptivo, cualitativo y exploratorio, contó con la participación de 29 alumnos de la Red Estatal de Educación de las ciudades de Itaguaí y Seropédica - RJ, de ambos sexos, con edad media de 19,55 años (SD=5,05), con o sin manifestación de discapacidad y que practicaban clases de Educación Física. Se utilizó la entrevista semiestructurada para recoger los datos.

Las entrevistas se grabaron, se transcribieron en su totalidad y se analizaron mediante la técnica del análisis de contenido. Surgieron tres categorías: (1) DER: modelos teóricos; (2) DER: conceptos y valores; (3) representaciones sociales y participación en las clases de educación física. Se discutió cada uno de ellos junto con sugerencias para futuros estudios. Concluimos que la mayoría de los DSR se basaron en el modelo médico, con características estigmatizantes y excluyentes, y pueden tener un fuerte impacto en la participación de los estudiantes con discapacidad en las clases de Educación Física, lo que hace que sea esencial para desarrollar intervenciones que se centran en este tema y contribuir a la inclusión efectiva

Es importante destacar que el conocimiento médico está presente en los discursos escolares. Prueba de ello son las descripciones, las clasificaciones, los diagnósticos y los

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2725-2745, out./dez. 2021. e-ISSN: 1982-5587



tratamientos a los que se someten los sujetos. El conocimiento médico se presenta en los informes y en las explicaciones sobre el fracaso del sujeto en el aprendizaje (LOCKMANN; TRAVERSINI, 2011). Merece la pena reflexionar sobre las formas en que se manifiestan las representaciones sociales. Según Minayo (1994, p. 108),


[...] Las representaciones sociales se manifiestan en palabras, sentimientos y comportamientos y están institucionalizadas, por lo que pueden y deben ser analizadas desde la comprensión de las estructuras y comportamientos sociales. Su mediación privilegiada, sin embargo, es el lenguaje, tomado como forma de conocimiento e interacción social.


Oliveira (2017), en su trabajo: Representações sociais sobre educação inclusiva e o ato de ensinar na diversidade: la personalidad del profesor en la escena, trae una revisión sistémica de la literatura, con el objetivo de discutir cómo operan las representaciones sociales de los profesores, a partir de la idea de que la constitución humana es el resultado de múltiples apropiaciones de signos culturales y se caracteriza por el desarrollo psíquico y el autocontrol de la conducta en el contexto colectivo

Desde esta perspectiva, el trabajo fue entendido como el factor decisivo en el proceso de humanización del psiquismo y está directamente relacionado con los productos históricos y los procesos de mediación que actúan en el desarrollo de los conceptos que formarán las representaciones sobre los fenómenos que nos rodean. Las representaciones sociales retratan un sistema de pensamiento marcado por la inseparabilidad entre lo social y lo individual, que se funden a través del proceso de mediación semiótica e instrumental. Los profesores también están sometidos a esta estructura de formación del pensamiento, por lo tanto, sus representaciones actúan directamente en el acto pedagógico, entrelazando el conocimiento teórico y su equipo emocional, no siempre consciente.

En cuanto a la diversidad, Rangel (2011, p. 15) la define como un "conjunto de manifestaciones en el mundo plural" y "un conjunto de diferencias que se expresan en los contornos de cada manifestación del mundo plural". En este sentido, el enfoque de la diversidad está imbricado en el contexto de los diversos significados y las distintas expresiones de la diferencia.

Teniendo en cuenta las discusiones sobre la inseparabilidad de lo individual y lo social en la formación del pensamiento, cabe destacar que las representaciones sociales imprimen una dinámica de caracterización, interpretación y delimitación de las acciones y las prácticas sociales, lo que explica la intersección entre el conocimiento y las emociones. Para Jodelet (2001, p. 17-22), las representaciones:



[...] nos guían en la forma de nombrar y definir conjuntamente los diferentes aspectos de la realidad cotidiana, en la forma de interpretar estos aspectos, de tomar decisiones y, eventualmente, de posicionarnos frente a ellos de forma decisiva, "por lo tanto", [...] guían y organizan la conducta social y la comunicación.


Así, las representaciones forman parte de un proceso activo en la construcción de la identidad de un grupo social, que subyace en la conducta y el comportamiento grupal, guiando sus acciones, juicios e identidad grupal (ALVES, 2019).

El estudio de Paulino, Coutinho y Costa (2018), titulado Apreendendo a inclusão social sob o olhar das representações sociais (Aprehendiendo la inclusión social desde la perspectiva de las representaciones sociales), tenía como objetivo comprender las representaciones sociales (RS) sobre la inclusión social desarrolladas por las personas con discapacidad visual.

El relevamiento de datos se realizó a través de un cuestionario con 30 personas de entre 18 y 69 años, contactadas en dos instituciones públicas, que respondieron un cuestionario psicosociológico y una entrevista en profundidad. En cuanto a la naturaleza, la investigación es descriptiva, de campo y de carácter cuasicualitativo. Los datos se procesaron con SPSS 19.0 y Alceste y se analizaron mediante estadísticas descriptivas y análisis léxico.

Los resultados señalaron que las RS sobre la inclusión social de las personas con discapacidad visual se objetivaron a través de las expresiones: entorno físico escolar inadecuado, dificultad de accesibilidad urbana, personal educativo no preparado para atender la diversidad, distancia entre las leyes y su aplicabilidad y desconocimiento de los derechos sociales. En este punto, nuestra mirada se dirige a los resultados encontrados, especialmente para los procesos que generan las representaciones sociales, es decir, el anclaje y la subjetivación.

Según Moscovici (2003), el anclaje es un proceso que busca anclar las ideas extrañas y reducirlas a categorías e imágenes comunes y situarlas en un contexto familiar, o mejor dicho, hacer familiar lo que es extraño. La subjetivación consiste en transformar algo abstracto en algo casi concreto, es decir, transformar lo que está en la mente en algo que existe en el mundo físico.

Es decir, anclados en la dialéctica inclusión/exclusión evidenciada en los aspectos multifacéticos de este proceso, notamos, en las declaraciones, que los participantes son conscientes de la importancia de la educación en el proceso de inclusión en la sociedad, ya que proporciona el acceso al mercado laboral, al ocio y a la consecución de la ciudadanía.




El anclaje es un mecanismo que clasifica y nombra algo, lo que permite que este objeto se inserte en un campo de aproximación y aceptación de lo nuevo, a partir de una referencia anterior. Para Moscovici (2003, p. 66), "al nombrar algo, lo liberamos de un anonimato inquietante, lo dotamos de una genealogía y lo incluimos en un complejo de palabras específicas, lo situamos, de hecho, en la matriz identitaria de una cultura”.


Consideraciones finales


Este estudio abordó el panorama de la producción académica nacional sobre los temas de la diversidad y la diferencia, desde la perspectiva de la teoría de las representaciones sociales en el ámbito de la Educación.

En cuanto a las tendencias metodológicas, la mayoría de los estudios son descriptivos, de campo y de carácter cuantitativo. Otro punto relevante fue el uso de combinaciones de procedimientos de recogida, que proporciona profundidad en el análisis de los datos. En cuanto al perfil de los participantes, se pudo observar que la mayoría de los estudios trataban de profesores insertos en la Educación Básica, sin embargo, encontramos algunos trabajos que tenían en su público a los estudiantes.

A partir de los análisis realizados, podemos deducir que hay un número significativo de artículos que tratan el tema de la diversidad, sin embargo, no podemos decir lo mismo en relación con el tema de la diferencia. Cabe destacar, por tanto, que los estudios que abordan la diversidad aportan cierta ambivalencia en relación con el uso del término. Esta ambigüedad se debe a que en un momento dado la diversidad está vinculada a alguna característica del sujeto, ya sea étnica, racial, sexual, corporal y/o cultural. Otras veces, hablar de diversidad es un intento de reducir la diferencia, lo que trivializa su expresividad o sugiere pensar en ella como lo contrario de la igualdad.

También a partir de los datos recogidos, debemos reflejar que el tema de la diversidad está bastante presente en el discurso pedagógico, especialmente cuando se asocia a la aceptación y valoración de la diversidad. Sin embargo, es importante recordar que la bandera de la diversidad se levanta mientras reconocemos y acogemos al otro. Pero, ¿a qué otro nos referimos?

La lógica de la diversidad en los artículos nos permite afirmar que los elementos presentes en los discursos traen representaciones conflictivas, ya que, mientras se plantea la necesidad de acoger y aceptar a los diversos, el entorno educativo se traduce como prejuicioso





y discriminatorio, lo que contribuye a excluir a las personas que no se ajustan a los estándares socialmente aceptados.

Además, este estudio señala la necesidad de nuevas investigaciones en este campo, que involucren a más profesores, estudiantes y educadores de otras áreas del conocimiento que se interesen por el tema de la diversidad y la diferencia. Como es típico de la investigación científica, hay algunas limitaciones encontradas en este estudio, como la ampliación de las muestras, es decir, el uso de otras bases de datos que pueden apoyar nuevos estudios.

Para concluir, se destaca la importancia de la Teoría de las Representaciones Sociales - TRS, por ser una teoría que presenta herramientas conceptuales capaces de analizar diversos ángulos de la realidad. Su contribución es innegable para atravesar las demandas que implican lo social, sin perder de vista que las representaciones sociales permiten aprehender la historia tal como se va construyendo, porque evoluciona en la medida de los cambios que intervienen en los modelos culturales, en las relaciones sociales, en las circunstancias que afectan a los contextos en los que se desarrollan, en los agentes que los construyen y su inserción en una red de vínculos sociales e intersubjetivos.


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Cómo referenciar este artículo


SOUZA, S. C. M.; PEREZ, C. L. V. Diversidad y diferencia: representaciones sociales en el espacio educativo. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2725-2745, out./dez. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.14269


Enviado el: 12/07/2021 Revisiones necesarias: 14/08/2021 Aprobado el: 18/09/2021 Publicado el: 21/10/2021




DIVERSITY AND DIFFERENCE: SOCIAL REPRESENTATIONS IN THE EDUCATIONAL SPACE


DIVERSIDADE E DIFERENÇA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NO ESPAÇO EDUCACIONAL


DIVERSIDAD Y DIFERENCIA: REPRESENTACIONES SOCIALES EN EL ESPACIO EDUCATIVO


Sandra Cristina Morais SOUZA1 Carmem Lúcia Vidal PEREZ2


ABSTRACT: This article is a narrative review, and its objective was to identify the panorama of national academic production relevant to the themes of diversity and difference from the perspective of the Theory of Social Representations in the field of Education. Academic and scientific literature have published several studies that investigate these social phenomena. In this direction, we seek to deepen the theme by conducting research in the bases of articles and indexed journals, such as the Portal of Journals of CAPES and SCIELO, relating to the years 2010 to 2018. Throughout the text, after the descriptive analysis of the works, we proceeded to a qualitative interpretation of the works. The results indicated that the number of studies dealing with diversity and difference in the educational space is incipient and, when presented, they are crossed by the phenomenon of inclusion of people with disabilities or address the issue of sexual and racial diversity. In this sense, diversity and difference do not suit everyone, as they only include certain categories and leave out the others. It was possible to notice that these themes are still delicate in the context of Education. The issue of diversity and difference in education suggests a discussion about the various processes of social exclusion and the school's participation in these processes.


KEYWORDS: Social Representations. Diversity. Difference. Education.


RESUMO: Este artigo é uma revisão narrativa, e seu objetivo foi identificar o panorama da produção acadêmica nacional pertinente aos temas diversidade e diferença na perspectiva da Teoria das Representações Sociais no campo da Educação. A literatura acadêmica e a científica têm publicado diversos estudos que investigam esses fenômenos sociais. Nessa direção, procuramos aprofundar a temática realizando pesquisas nas bases de artigos e periódicos indexados, como o Portal de Periódicos da CAPES e SCIELO, relativos aos anos de 2010 a 2018. No decorrer do texto, depois de feita a análise descritiva dos trabalhos, procedeu-se a uma interpretação qualitativa dos trabalhos. Os resultados indicaram que o número de estudos que tratam da diversidade e da diferença no espaço educacional é incipiente e, quando se apresentam, são atravessados pelo fenômeno da inclusão de pessoas


1 Federal University of Paraíba (UFPB), João Pessoa – PB – Brazil. Professor at the Education Center. Doctorate in Education (UFF). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4176-4352. E-mail: profsandrapsico@gmail.com

2 Fluminense Federal University (UFF), Niterói – RJ – Brazil. Professor at the College of Education. Doctorate in Education (USP). Postdoc in Philosophy of Education (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001- 6943-4905. E-mail: clvperez@gmail.com




com deficiência ou abordam a questão da diversidade sexual e racial. Nesse sentido, a diversidade e a diferença não atendem a todos, pois só incluem determinadas categorias e deixam de fora as demais. Foi possível perceber que esses temas ainda são delicados no contexto da Educação. A questão da diversidade e da diferença na educação sugere uma discussão acerca dos vários processos de exclusão social e a participação da escola nesses processos.


PALAVRAS-CHAVE: Representações Sociais. Diversidade. Diferença. Educação.


RESUMEN: Este artículo es una revisión narrativa, y su objetivo fue identificar el panorama de la producción académica nacional relevante a los temas de diversidad y diferencia desde la perspectiva de la Teoría de las Representaciones Sociales en el campo de la Educación. La literatura académica y científica ha publicado varios estudios que investigan estos fenómenos sociales. En esta dirección, buscamos profundizar el tema mediante la realización de investigaciones en las bases de artículos y revistas indexadas, como el Portal de Revistas de CAPES y SCIELO, correspondientes a los años 2010 a 2018. A lo largo del texto, luego del análisis descriptivo de las obras, se procedió a una interpretación cualitativa de las obras. Los resultados indicaron que el número de estudios que abordan la diversidad y la diferencia en el espacio educativo es incipiente y, cuando se presentan, están atravesados por el fenómeno de la inclusión de personas con discapacidad o abordan el tema de la diversidad sexual y racial. En este sentido, la diversidad y la diferencia no les conviene a todos, ya que solo incluyen determinadas categorías y dejan fuera las demás. Se pudo notar que estos temas aún son delicados en el contexto de la Educación. El tema de la diversidad y la diferencia en la educación sugiere una discusión sobre los diversos procesos de exclusión social y la participación de la escuela en estos procesos.


PALABRAS CLAVE: Representaciones sociales. Diversidad. Diferencia. Educación.


Introduction


Contemporary society has considerably expanded discourses about diversity and difference. There are several discussions surrounding these themes, mainly in the educational environment. How are the terms diversity and difference being represented in the contemporary debate on education and its public policies? What are the conceptions and meanings attributed to the terms diversity and difference in the discourses that involve the educational environment? What are the similarities and contrasts in the use of the terms diversity and difference and their theoretical concepts?

According to Morin (1973), diversity and variety of individuals have always existed. It is a natural phenomenon, established by the evolution of one species over another, through which society feeds and creates and recreates its statutes, models and levels, and even the social classes, in which hierarchies are established.





In this way, society organizes its social roles and determines those who will belong to a certain social stratum and those who will be excluded from it. For that to happen, it demarcates the deviant, the strange, the different and the marginal, that is, all those that need to be marked by its seal. Difference takes on innumerable meanings, each one according to the power relations present in the situation, which is why it is necessary to name and categorize it, as only then can we include it in an acceptable perspective. It is important to say that, when categorizing objects or people, we impute unusual or unfamiliar labels and identities, which bring out stigmatizing and excluding actions (ROCHA; RANGEL, 2016).

Talking about difference makes us think about the meaning that we can give to this term through inequality, in which the difference can be attributed to the unequal distribution of resources in society. On the other hand, we can study the difference in a particular context, which involves specific categories, such as gender, ethnicity, religion, disability, among others. In a third way, we seek to explain the difference from theoretical conceptions. Regardless of the choice, they all converge on a problem that manifests itself in the context of society: Who are the different ones? Where are them? How should we deal with them?

This questioning is consistent with a unifying discourse, in which convergences would be celebrated, equated and contemplated. Would there be, then, an attempt to homogenize the subjects or would we go in the opposite direction of this view?

It is worth mentioning that this study, in the first place, responds to our concerns, as a way of reflecting on our thinking about diversity and difference. The questions above are the result of our questioning and are part of an effort we make to understand the discourses that guide these themes.

In this sense, this essay aims to identify, through a narrative review, the panorama of national academic production relevant to the themes of diversity and difference in the educational space, in the light of the Theory of Social Representations.


Theoretical foundation


The Social Representations Theory proposes a relationship that is simultaneously individual and social, which goes beyond the dichotomy between the individual and society. It is exactly at this point that he reflects on the indivisibility between the individual and society in the production of social representations. This construction comes from socio- cognitive and affective relationships. In this sense, social representation is a relatively





autonomous psychological structure, belonging to a society, in which there is no rupture between the individual and the social (CATÃO; COUTINHO, 2003).

Moscovici (1978, p. 05, our translation) understands social representation as practical knowledge, a theory of common sense: “It is a modality of knowledge from the perspective of the individual that gives meaning to social practices and seeks to understand the meanings that people have attributed to a social object”. It is important to emphasize that social representation is practical knowledge, a theory of common sense, which does not disregard the different forms of knowledge produced and mobilized by society.

For the author, social representation contemplates the coexistence of two classes of thought: consensual universes and reified universes (SÁ, 2004). The former lead us to knowledge coming from the masses, from the people, rather, from common sense; the second refer us to specialized knowledge, to logical and hierarchical objectives arising from science. Therefore, thought is processed from two universes: science and common sense.

Both universes are characteristic of our culture. So that we can understand these concepts, we bring this thought by Moscovici (2015, p. 50-51, author’s highlights, our translation):


In a consensual universe, society is seen as a group of people who are equal and free, each able to speak on behalf of the group and under its auspices. In this way it is assumed that no member has exclusive competence, but each can acquire all competence that is required by the circumstances. In this respect, each one acts as a responsible "amateur", or as a "curious observer" in the "fashionable phrases" and platitudes of the last century. Mostly in public meeting places, these amateur politicians, doctors, educators, astronomers etc. can be found expressing opinions, revealing their views and building the law [...]. The rules of this art maintain a whole complex of ambiguities and conventions, without which social life could not exist.


On the other side,


[...] in a reified universe, society is seen as a system of different roles and classes, whose members are unequal. Only the competence acquired determines their degree of participation according to merit, their right to work as a doctor, as a psychologist, as a tradesman, or to abstain from those they "have no competence in the matter". Changing roles and the ability to step into someone else's shoes are many ways to acquire competence or to isolate yourself, to be different. We are confronted, therefore, within the system, as pre-established organizations, each with its own rules and regulations (MOSCOVICI, 2015, p. 51-52, author’s highlights, our translation).


Thus, we can understand, in view of the aforementioned considerations, that we are facing two universes: one, in which everyone has the possibility to speak freely, to express



opinions, and has the authority to speak about a certain subject; and another, in which the hierarchy of knowledge is widely disseminated, and knowledge is institutionalized and legitimized in the constant search for consolidating the truth.

Scientific knowledge is based on the systematization and verification of facts. Common sense knowledge is not systematic, it relies on collective memory and consensus, and the thinking that comes from it is reasonable, rational and sensitive. In this sense, the important thing to be emphasized is that both scientific and common-sense thinking are based on reason (MOSCOVICI, 2015).

The deepening of studies that involve common sense allows us to extract the thought of a group and culminate in the symbolic expression itself, creating sufficient resources to study everyday life. Thus, representation is an organized set of information, attitudes and beliefs that an individual or a group elaborates regarding an object, a situation, a concept and other individuals or groups, therefore, a subjective and social view of reality (ABRIC, 2000).

Extending this understanding, Coutinho (2001) emphasizes that all phenomena that emerge from the social context are symbolically invested, because they receive names and meanings that evaluate, explain and give them meaning. Therefore, when talking about diversity and difference, we are referring to something that is part of our daily life and that receives meaning from the context in which it is inserted.

In this logic, Jodelet (2001, p. 26, our translation) deepens the concept by saying:


Social representation is a form of knowledge, socially elaborated and shared, with a practical objective, and which contributes to the construction of a reality common to a social group. They are systems of interpretations that govern the subject's relationships with the world, in the sense that they guide and organize behaviors and social communications, assuming the form of a common language.


Social representation is a practical knowledge that links a subject to an object, with certain elements and relationships; it is always a representation of something (object) and someone (subject). It has a relationship of symbolization (replacing it) and interpretation (which gives it meanings) with its object, which makes representation a construction and expression of the subject (JODELET, 2001).

When we refer to the concept of social representation and its relationship with diversity and difference, we emphasize the symbolic aspect that these terms present, which considers the construction of a social (symbolic) emphasis parallel to the scientific construction. In this sense, we understand that social structures and their interactions are endowed with meanings, in which theories, doctrines and beliefs that surround the subjects



are sheltered and that individuals use to elaborate their responses, while contributing to build and reconstruct a common reality.

Social representations are like systems of interpretation that govern our relationship with the world and with others and guide and organize our behavior. They are linked to broader systems of thought (ideological or cultural) and to a state of scientific knowledge, as well as to the social condition and sphere of private and affective experience of individuals (JODELET, 2001).

Thus, we understand that the actions and speeches produced by individuals are dynamic and change throughout their lives, according to their experiences. Thus, the emergence of social representations is evidenced, which reflect the social, economic and cultural conditions in which collectives live and contemplate the conditions of existence of social actors. It is in the content of these speeches that we intend to analyze the panorama of studies that surround the relationship between diversity and difference in the light of social representations.


Method


It is a qualitative study of narrative review, indicated to study and discuss the state of the art of a subject. For Elias et al. (2012) and Rother (2007), narrative review is a method through which authors can analyze and interpret articles in a more comprehensive and critical way from a theoretical or contextual perspective.

Rother (2007) also draws attention to the need to stick to quality sources that ensure a deep and reliable analysis of information. This justifies our choice of research sources in databases of articles and journals: CAPES Journal Portal (Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel) and SCIELO (Scientific Electronic Library Online).

The inclusion criteria were articles published in Brazil, from 2010 to 2018, whose theoretical framework portrayed the themes of diversity and difference in the educational environment, having as theoretical support the Theory of Social Representations. Thus, the following descriptors were applied: social representations, diversity and difference; social representations and diversity; social representations and difference. The inclusion criterion for publications was that they presented the terms 'diversity' and 'difference' in the title, keywords or abstract. Articles that did not meet the proposed inclusion criteria, in addition to theses and dissertations, were excluded.




After making the initial selection, we proceeded to read the titles and abstracts and, later, the complete reading of the texts. As an analysis axis, we verified the study objectives, the methodology used, the research subjects, the results and discussions.


Results and discussion


In the area of Education, the study of social representations has found a fertile field for carrying out various research. To draw up a mapping of academic and scientific production in the national scenario on this object of study, we chose to cross the thematic axes that guide this work – social representations, diversity and difference; social representations and diversity; social representations and difference. In the search for articles to compose the study, we found 34 articles on social representations, of which 24 were excluded because they were related to the terms diversity and/or difference.

After carefully reading the articles, we found nine that approached our object of study, however, we did not identify any that associated the three categories together. Regarding the methodological aspect, we performed a descriptive analysis of the works and subsequent interpretation, in order to understand the possible approaches and specificities of each article, highlighting its objectives, the theoretical support of Theory of social representations - TRS, the methodology used, the research subjects, results and discussions.

First, we present the study by Zucchetti (2011), entitled A inclusão escolar vista sob a ótica de professores da escola básica (School inclusion seen from the perspective of elementary school teachers). The objective of this article was to present the results of an inter- institutional research that dealt with the discourses of elementary school teachers in Vale do Sinos, Metropolitan Region of Porto Alegre/RS, about school inclusion. Fifty teachers of Basic Education from public and private schools who were undergoing academic formation in teaching degree courses participated in the research. The instruments used to collect the data were the interview and the questionnaire, sent electronically. Regarding the methodological approach, the research was presented as qualitative.

The results showed that the foundations of inclusive education are aimed only at subjects with special educational needs. The other socially disadvantaged categories are not part of the inclusive education agenda. Inclusion is still thought of as something eminently for the disabled. Therefore, in the current pedagogical discourse, the term inclusion is 'glued' to people with disabilities (ORRU, 2009). So, it is worth asking: Are there any other categories to include besides people with disabilities? We could say yes.




We need, however, to broaden our view to other categories that are excluded from society – the poorest, the blacks, the indigenous, those living in rural areas, the marginalized, the homeless people, homosexuals, transvestites and transsexuals – that is, all those whose differences, in some way, whether personal, social, economic or political, are on the margins of society (ORRU, 2009).

Regarding the discourses of teachers who bring out their social imagination, we noticed some discomfort on their part, with regard to differences and inclusion, which are treated as visible social phenomena at school. It must be understood that social representations are the way in which individuals think and interpret their daily lives, a set of images, accompanied by a reference system that allows the individual to interpret their life, give meaning to it and share this interpretation with their environment social (COUTINHO, 2005).

In the context of social representations, the work stands out in an attempt to capture reality and the movement arising from it. It was possible to perceive, in the teachers' speech, an outburst, a silent request for help in relation to the new demands of the school, which suggests the need to think about the school in its broadest sense, with an eye towards a culture of belonging, where inclusive education actually takes place. According to Jodelet (2001, p. 26, our translation),


[...] social representation is a form of knowledge, socially elaborated and shared, with a practical objective, and which contributes to the construction of a reality common to a social group. They are systems of interpretations that govern the subject's relationships with the world, in the sense that they guide and organize behaviors and social communications, assuming the form of a common language.


In Diversidade sexual na escola: uma análise das representações sociais de educadores/as (Sexual diversity at school: an analysis of the social representations of educators), Souza et al. (2014) bring up a study on the representations of educators about sexual diversity that influence the (de)construction of prejudiced and discriminatory attitudes that are manifested in the school institution and cause various other types of homophobic violence throughout society.

The main objective of this study was to analyze the social representations of Basic Education educators about sexual diversity. It was qualitative research, in which the thematic categorical content analysis method was used. The instruments used were: interviews and semi-structured questionnaires carried out with seven elementary school teachers. The results indicated that the educators' representations are anchored in socially imposed beliefs, norms



and stereotypes about sexual diversity that, due to lack of knowledge and other issues such as religious influence, impede the search for (in)-formation, and this generates subtle or overt prejudices, which contributes to the maintenance of homophobic practices in the school environment.

It is important to say that social representations, as part of the social imaginary, are loaded with ideas, values and beliefs that are articulated and organized in specific and singular ways in search of meanings and senses. We understand that social structures and their interactions are endowed with meanings, in which theories, doctrines and beliefs that surround the subjects are sheltered and that individuals use to elaborate their responses, while contributing to build and reconstruct a common reality.

Therefore, when unveiling the educators' conceptions and experiences about sexual diversity, we understand that it is necessary to promote initial and continuing education courses that constantly provide accurate and updated (in)-formation on these topics.

With a similar focus, the study by Neves et al. (2015), entitled Representações sociais de professores sobre diversidade sexual em uma escola paraense (Social representations of teachers about sexual diversity in a school in Pará), aimed to identify and analyze the social representations of teachers about sexual diversity considering the Central Core Theory. Regarding the methodology, the research considered the qualitative and quantitative attributes to determine the central and peripheral elements of a representation. Data collection, in which

50 teachers from a public school participated, was carried out using the Free Word Association Technique. Data were analyzed from the table of four houses built by the EVOC2003 software: central, intermediate, contrast and peripheral.

The analyzes indicated that the subjects present a representational structure that contemplates sexual diversity determined by the cognitions: 'Respect and Freedom', which are the central elements; 'Homosexuality, Sexual Option and Prejudice', the intermediaries; Acceptance, Human Rights, Family and Equality, those in contrast; and Bisexual, Different, Heterosexual, Types of Sexual Acts and Transsexual, the peripherals.

The data indicated that there are two groups of teachers in different conditions and that most teachers have a great deal of prejudice, stereotype and a reductionist view of human sexuality. A small part looks at the other with respect, although there are not many subsidies to support this representation. The second group is more tolerant of sexual diversity, which means that their view of sexual diversity is under construction.

Regarding prejudice, Jodelet (2006) alerts us to prejudice as an attitude that inherently contains a tendency to action, in which we can find discrimination, marginalization and



segregation. In other words, prejudice is not isolated, but added to other actions, as harmful and harmful as it is. To understand these concepts, let's look at the quote:


Indeed, exclusion always leads to a specific organization of interpersonal or intergroup relationships, in some material or symbolic way, through which it is translated; in the case of segregation, through a distance, the maintenance of a topological distance; in the case of marginalization, by keeping the individual apart from the group, from an institution or from the social body; in the case of discrimination, through closure to certain assets or resources, certain roles or status, or through differential or negative closure. As a result of a structural or conjunctural state of the social organization, it will inaugurate a type of social relationship (JODELET, 2006, p. 53, our translation).


We can say that the first group of teachers brings a vision of sexuality added to various material and symbolic factors, thought of from the social context in which they are inserted. Jedelet (1989) clarifies that the social intervenes in the individual formation of representations in several ways: through the context in which people are located, the community that is established between them, the cultural matrix, the values linked to the participation of subjects in groups with specific interests and position.

Silva's (2015) study, As representações sociais acerca da criança negra na educação infantil e os mecanismos de discriminação (Social representations about black children in early childhood education and mechanisms of discrimination), entered the space of diversity in the sense of racial prejudice. This is a reflection based on research on the social representations of black children in Child Education and the mechanisms of racial discrimination that exist in this institution. The focus of this study was to understand the way in which black children are represented in Early Childhood Education.

Therefore, the author analyzed how educators address the issue of ethnic-racial diversity in their pedagogical practice and how they resolve the possible conflicts arising from this diversity, aiming to provoke in the reader a critical reflection on racial relations and its implications in school and dismiss the social and pedagogical practices the elements brought by the myth of racial democracy and the ideal of whitening. During the field research, she made a survey of all the books that the daycare had – 450 – of which approximately 30% had representations of people, however, only 10% represented black people.

Regarding the methodology, the research suggests a qualitative approach, having as a data collection instrument an interview with the educators of a municipal day care center in the interior of São Paulo. The interview questions were: Why did you choose these books? What is the importance you see in working on these books you have chosen?




As for the results, none of the educators mentioned the fact that they chose books thinking about the ethnic-racial diversity they may or may not present, which shows that the diversity of representations of people is not a criterion for choosing the books they use. This finding is clear in the analysis of the books chosen by the educators, because, of the total number of books they chose, which presented representations of people, only 13.7% had illustrations by black people.

The representations built about the black segment and the black child, identified in the educators' discourse, reinforce the myth of racial democracy and the whitening ideal, demonstrating that education professionals do not understand the dynamics of racism in our society. For this reason, they reproduce it in the school context.

Regarding the results, negative representations about black children were identified, which denote the figure of black people as the different one, the dark one, which causes curiosity. Thus, the lack of representation or under-representation of blacks in pedagogical resources and their negative social representation by some educators are shared daily between children and adults, who are inserted in the daycare context, preventing other positive representations about the black segment are built.

These negative representations are based on racial prejudice, which generates a perverse action and triggers a series of painful stimuli, as it removes the subject's possibility of recognition and identity. This question leads us to the mechanisms of formation of social representations. We are referring to the process of objectification and anchoring (MOSCOVICI, 1978).

In this case, objectification is associated with the materialization of concepts, their image and the formation of the figurative nucleus of representations. Anchoring is associated with the insertion and consolidation of representations in social thinking, which influences the sense that new concepts or new information are more or less likely to be accepted because they are "anchored" in representations already consolidated by the solidity or support of their cores (MOSCOVICI, 1978).

Still focusing on the sphere of sexual diversity, Rocha and Rangel (2016), in their research A Diversidade Sexual permeada pela Teoria das Representações Sociais: uma revisão narrativa (Sexual Diversity permeated by the Theory of Social Representations: a narrative review), contemplates us with a narrative review whose objective was to analyze the issue of sexual diversity mediated by Theory of Social Representations. The authors traced an overview of the academic production alluding to the theme and apprehended similarities and singularities in the investigations of different authors.



The literature search pertinent to the subject took place in the Scientific Electronic Library Online (Scielo) database, in the period delimited between 2000 and 2015, in articles produced in Brazil. The integrative analysis of research showed that representations are rooted in negative meanings. The descriptors used were the following: social representations and sexual diversity; social and homosexual representations; social representations and homosexuality. Regarding the methodology, the study was presented as qualitative, making a synthetic descriptive analysis of the articles and subsequent interpretation.

In the studies, two approaches stand out: the problematization of prejudice and the nature of homosexuality. As for the singularities, the rarity of investigations in the school domain is a highlight. And as the studies were insufficient and scarce, the deepening of investigations spreads as a fertile path to overcome and deconstruct practices impregnated with intolerance and repudiation of non-hegemonic standards.

Talking about sexual diversity implies entering a field of various meanings, surrounded by a social, political, educational and cultural context, based on various prejudices and exclusions. Perhaps this explains the rarity of investigations of an educational nature. Regarding the problematization of prejudice, we highlight the thought of Bobbio (2002, p. 103, our transaltion), who asserts that prejudice is generated by:


[...] an opinion or a set of opinions, sometimes even a complete doctrine, which is accepted uncritically and passively by tradition, custom or an authority from whom we accept orders without discussion: uncritically and passively, in the to the extent that we accept it without verifying it, out of inertia, respect or fear, and we accept it without verifying it, out of inertia, respect or fear, and we accept it with such force that it resists any rational refutation. [...] Therefore, it is correctly said that prejudice belongs to the non-rational sphere, to the set of beliefs that are not born of reasoning and escape any refutation based on reasoning.


In the case of homosexuality, it is rejected by society in general. A demonstration of this are the negative social representations about it. The study results emphasize social representations rooted in negative meanings. In this context, we can understand that the ideas evoked and shared by a social group provide the development of knowledge shared by all, which suggests the understanding of the group based on the sum of its ideas. This corroborates the thought of Moscovici (2003, p. 52, our translation) that social representations: “[...] restore collective consciousness and give it shape, explaining the objectives and events in such a way that they become accessible to anyone that coincides with our immediate interests”.




Souza et al. (2017) carried out qualitative research, called Representações de docentes acerca da diversidade sexual e homofobia (Teacher representations about sexual diversity and homophobia), which aimed to analyze the social representations of educators from Elementary School and High School on sexual diversity and homophobia. The research, with a qualitative approach, was carried out in two public schools in the municipality of Sergipe Simão Dias. The choice of this field of research was due to the scarcity of studies on this subject in Sergipe. A non-probabilistic convenience sampling was carried out with seven teachers from Elementary School (6th to 9th grades) and 10 (ten) from High School. Data collection was carried out through a questionnaire with open and closed questions, which is configured as a quantitative and qualitative research.

In the questionnaire, graphic images referring to non-heterosexual sexual and gender identities (gay and lesbian couple, a transvestite and a transsexual woman) were inserted in order to accurately understand the representations of the teachers about the sexual diversity. The use of images enables a clear understanding of the representations of the teachers, as, in accordance with the Social Representations Theory itself, it makes the object of study more concrete and reveals the conceptions, beliefs and pre-judgments regarding the illustrated sexual and gender identities (SILVA JÚNIOR, 2010).

The results obtained showed that the representations of educators are anchored in social standards about sexual diversity, which generate subtle prejudices and contribute to spreading homophobia in the school environment.

According to Jodelet (2001), anchoring is a process of rooting in the thought system to which we attribute meanings and the instrumentalization of knowledge, which explains how new information is integrated and transformed in the set of socially established knowledge and in the network of meanings. socially constructed to interpret the real.

Regarding the issue of homophobia in the school environment, Louro (2010) emphasizes that the school has difficulty dealing with those who, in some way, are outside the norm, he even argues that the school can present itself as a cruel space for segregation, homophobia and violence.

Morgado et al. (2017), in their study, As representações sociais da deficiência (RSD) podem ter amplo impacto na efetiva inclusão nas aulas de Educação Física (The Social Representations of Disability (SRD) can have a broad impact on the effective inclusion in Physical Education classes), aimed to investigate the SRD by Physical Education students and assess its impact on the participation of students with disabilities in activities pedagogical proposals.



The study, of a descriptive, qualitative and exploratory nature, had the participation of 29 students from the State Education Network in the municipalities of Itaguaí and Seropédica

- RJ, of both genders, with an average age of 19.55 years (SD=5, 05), with or without the manifestation of a disability and who practiced Physical Education classes. A semi-structured interview was used to collect data.

The interviews were recorded, transcribed in full and analyzed using the content analysis technique. Three categories emerged: (1) SRD: theoretical models; (2) SRD: concepts and values; (3) social representations and participation in Physical Education classes. Each was discussed along with suggestions for future studies. It is concluded that most SRD were based on the medical model, with stigmatizing and excluding characteristics, and can have a strong impact on the participation of students with disabilities in Physical Education classes, which makes it essential to develop interventions that focus on this issue. and contribute to effecting inclusion.

It is important to highlight that medical knowledge is present in school discourses. A proof of this are the discretions, classifications, diagnoses and treatments to which the subjects are submitted. Medical knowledge is presented in reports and explanations about the subject's non-learning (LOCKMANN; TRAVERSINI, 2011). It is worth reflecting on the ways in which social representations manifest themselves. According to Minayo (1994, p. 108, our translation),


[...] social representations are manifested in words, feelings and behaviors and are institutionalized, therefore, they can and should be analyzed based on the understanding of social structures and behaviors. Its privileged mediation, however, is language, taken as a form of knowledge and social interaction.


Oliveira (2017), in the work: Representações sociais sobre educação inclusiva e o ato de ensinar na diversidade: a pessoalidade do professor em cena (Social representations on inclusive education and the act of teaching in diversity: the teacher's personality on the scene), brings a systemic literature review, with the aim of discussing how the social representations of teachers operate, based on the idea that human constitution is the result of multiple appropriations of cultural signs and characterized by psychic development and self-control of conduct in the collective context.

From this perspective, work was understood as the decisive factor in the process of humanization of the psyche and is directly related to historical products and mediation processes that act in the development of concepts that will form representations of the phenomena that surround us. Social representations portray a system of thought marked by



the inseparability between the social and the individual, which merge through the process of semiotic and instrumental mediation. Teachers are also subjected to this structure of thought formation, therefore, their representations act directly in the pedagogical act, intertwining theoretical knowledge and their emotional equipment, which is not always conscious.

With regard to diversity, Rangel (2011, p. 15, our translation) defines it as a “set of manifestations in the plural world” and “a set of differences that are expressed in the contours of each manifestation in the plural world”. In this sense, the focus of diversity is imbricated in the context of different meanings and in the various expressions of difference.

Considering the discussions about the inseparability of the individual and the social in the formation of thought, it should be emphasized that social representations imprint a dynamic of characterization, interpretation and delimitation of social actions and practices, which explains the intersection between knowledge and emotions. For Jodelet (2001, p. 17- 22, our translation), the representations:


[...] guide us in the way of jointly naming and defining the different aspects of daily reality, in the way of interpreting these aspects, making decisions and, eventually, taking a decisive stance towards them, “therefore”, [...] guide and organize behavior and social communications.


Thus, representations are part of an active process in the construction of the identity of a social group, which underlies the conduct and behavior of the group, guiding its actions, judgments and group identity (ALVES, 2019).

The study by Paulino, Coutinho and Costa (2018), entitled Apreendendo a inclusão social sob o olhar das representações sociais (Understanding social inclusion from the perspective of social representations), aimed to apprehend the social representations (SR) about social inclusion developed by people with visual impairments.

The data survey was carried out through a questionnaire with 30 people aged between 18 and 69 years, contacted in two public institutions, who answered a psycho-sociological questionnaire and an in-depth interview. As for nature, the research is descriptive, field and qualitative. Data were processed by SPSS 19.0 and Alceste and analyzed using descriptive statistics and lexical analysis.

The results showed that the SR on the social inclusion of people with visual impairment were objectified through the expressions: inadequate physical school environment, difficulty in urban accessibility, educational staff unprepared to deal with diversity, distance between laws and their applicability, and ignorance of social rights. At this




point, our gaze turns to the results found, in particular, to the generating processes of social representations, that is, anchoring and subjectivation.

According to Moscovici (2003), anchoring is a process that seeks to anchor strange ideas and reduce them to common categories and images and place them in a familiar context, better said, make familiar what is strange. Subjectivation consists in transforming something abstract into almost concrete, that is, transforming what is in the mind into something that exists in the physical world.

That is, anchored in the inclusion/exclusion dialectic evidenced in the multifaceted aspects of this process, we notice, in the statements, that the participants are aware of the importance of education in the process of inclusion in society, as it provides access to the labor market, to the leisure and the achievement of citizenship.

Anchoring is a mechanism that classifies and names something, which makes it possible for this object to be inserted into a field of approximation and acceptance of the new, based on a previous reference. For Moscovici (2003, p. 66, our translation), “by naming something, we free it from a disturbing anonymity, to endow it with a genealogy and to include it in a complex of specific words, to locate it, in fact, in the identity matrix of a culture”.


Final considerations


This study focused on the panorama of national academic production relevant to the themes of diversity and difference, from the perspective of the theory of social representations, in the field of Education.

Regarding methodological trends, most of the studies are descriptive, fieldwork, and quantitative in nature. Another relevant point was the use of combinations of collection procedures, which provide depth in data analysis. Regarding the profile of the participants, it was possible to see that most studies dealt with teachers inserted in Basic Education, however, we found some works that had students in their audience.

Based on the analyzes carried out, we can infer that there is a significant number of articles that involve the theme of diversity, however, we cannot say the same in relation to the theme of difference. It is noteworthy, therefore, that studies that address diversity bring some ambivalence in relation to the use of the term. This ambiguity is due to the fact that at any given time the diverse is linked to some characteristic of the subject, whether ethnic, racial, sexual, bodily and/or cultural. Other times, talking about diversity is an attempt to reduce the




difference, which trivializes its expressiveness or suggests thinking of it as the opposite of equality.

Still based on the collected data, it is up to us to reflect that the theme of diversity is very present in the pedagogical discourse, especially when it comes associated with the acceptance and appreciation of diversity. However, it is important to remember that the banner of diversity is raised as we recognize and welcome the other. But what else are we referring to?

The logic of diversity in the articles allows us to state that the elements present in the speeches bring conflicting representations, because, while the need to welcome and accept the diverse increases, the educational environment translates into prejudiced and discriminatory, which contributes to excluding people who do not fit into socially accepted standards.

Furthermore, this study points to the need for further research in this field, involving more teachers, students and educators from other areas of knowledge who are interested in the theme of diversity and difference. As is typical of scientific research, there are some limitations found in this study, such as the expansion of samples, that is, the use of other databases, which can support further studies.

In conclusion, the importance of the Social Representations Theory – SRT is highlighted, as it is a theory that presents conceptual tools capable of analyzing various angles of reality. Its contribution is undeniable to go through the demands that involve social issues, without losing sight that social representations allow us to grasp the history of the way it is being built, as it evolves with the changes that intervene in cultural models, in relationships social, in the circumstances that affect the contexts in which they develop, in the agents that build them and their insertion in a network of social and intersubjective bonds.


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https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.14269


Submitted: 12/07/2021 Required revisions: 14/08/2021 Approved: 18/09/2021 Published: 21/10/2021