DA FORMAÇÃO CONTINUADA AO BEM-ESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SÓCIO-OCUPACIONAIS E PREVENÇÃO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES


DE LA FORMACIÓN CONTÍNUA AL BIENESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SOCIO-OCUPACIONALES Y PREVENCIÓN DE SÍNTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS


FROM CONTINUING FORMATION TO TEACHER’S WELL-BEING: SOCIAL OCCUPATIONAL CHARACTERISTICS AND PREVENTION OF OSTEOMUSCULAR SYMPTOMS


Ricelli Endrigo Ruppel da ROCHA1 Marlene ZWIEREWICZ2 Verónica VIOLANT HOLZ3


RESUMO: Os distúrbios osteomusculares são destaque entre os problemas que mais afetam a saúde docente. Este estudo objetiva avaliar a associação entre características sócio- ocupacionais e sintomas osteomusculares em docentes da Educação Básica que frequentam o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas, visando o delineamento de estratégias que colaborem com seu bem-estar. Participaram da pesquisa 48 docentes atuantes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental de instituições vinculadas às Redes Municipais de Ensino de São Ludgero e Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: o Questionário Socioeconômico e Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (BARROS; ALEXANDRE, 2003). O estudo constatou que diferentes características sócio-ocupacionais apresentadas pelos participantes se associam a sintomas osteomusculares específicos; isso pode auxiliar na definição de estratégias de prevenção para reduzir ainda mais a prevalência dos sintomas osteomusculares em docentes que frequentam o programa de formação proposto nesta pesquisa.


PALAVRAS-CHAVE: Formação docente. Saúde docente. Distúrbios osteomusculares. Escolas criativas.


1 Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Professor do Programa de Mestrado Profissional em Educação Básica e do Programa de Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento e Sociedade. Doutorado em Ciências Biomédicas (IUNIR - UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4277-1407. E-mail: ricellie@uniarp.edu.br

2 Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Coordenadora e Professora do Programa de Mestrado Profissional em Educação Básica. Coordenadora com Saturnino de la Torre da Red Internacional de Escuelas Creativas (RIEC). Doutorado em Psicologia (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000- 0002-5840-1136. E-mail: marlenezwie@yahoo.com.br

3 Universidade de Barcelona (UB), Barcelona – Catalunha – Espanha. Professora Titular da Faculdade de Educação. Diretora do Observatório Internacional em Pedagogia Hospitalar. ORCID: https://orcid.org/0000-0003- 2464-6845. E-mail: vviolant@ub.edu




RESUMEN: Los trastornos musculoesqueléticos se destacan entre los problemas que más afectan a la salud docente. Este estudio tiene como objetivo evaluar la asociación entre características socio-ocupacionales y los síntomas musculoesqueléticos en docentes de la Educación Básica que cursan el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas, con el objetivo de estrategias que aporten a su bienestar. Participaron de la investigación 48 docentes actuantes en la Educación de Niños y en la Enseñanza Básica de instituciones vinculadas a las Redes Municipales de Enseñanza de São Ludgero y Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para la recolecta de datos, se utilizaron los siguientes instrumentos: El Cuestionario Socioeconómico y Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) y el Cuestionario Nórdico de Síntomas Musculoesqueléticos (BARROS; ALEXANDRE, 2003). Por medio del estudio se ha constatado que diferentes características sociolaborales presentadas por los participantes se asocian con síntomas musculoesqueléticos específicos, puede eso auxiliar en la definición de estrategias de prevención para reducir aún más la prevalencia de los síntomas musculoesqueléticos en docentes que asisten al programa de formación propuesto en esta investigación.


PALABRAS CLAVE: Formación docente. Salud docente. Trastornos musculoesqueléticos. Escuelas creativas.


ABSTRACT: The osteomuscular diseases are highlighted among the problems which most affect teacher’s health. The present study is due to evaluate the association among the social occupational characteristics and osteomuscular symptoms in teachers of Basic Education who take part in the Formation-Action Program in Creative Schools, aiming to outline strategies to assist in their well-being. 48 teachers took part in the research who work with Child Education and Elementary School from institutions bond to the Municipal Department of Education of São Ludgero and Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. To collect the data, the following tools were used: The Social Economic and Occupational Questionnaire (BJORNER; OLSEN, 2010) and the Nordic Questionnaire of Osteomuscular Symptoms (BARROS; ALEXANDRE, 2003). The study verified that different social occupational characteristics showed in the participants are associated with specific musculoskeletal symptoms and this can assist in the outlining of prevention strategies to reduce even more the prevalence of musculoskeletal symptoms in teachers who go to the formation program proposed by the research.


KEYWORDS: Teacher formation. Teacher’s health. Osteomuscular diseases. Creative schools.


Introdução


Distúrbios musculoesqueléticos se constituem em uma condição inflamatória e degenerativa que afeta tendões, músculos, ligamentos, nervos periféricos, articulações e vasos sanguíneos de suporte. Tais condições resultam em esforço excessivo de ossos, ligamentos e músculos, manifestando-se tipicamente como dor musculoesquelética com subsequente comprometimento funcional (EGGERS; PILLAY; GOVENDER, 2018).




Os distúrbios musculoesqueléticos representam a segunda maior causa de problemas de saúde na população trabalhadora, acometendo de 50% a 80% dessa população em todo o mundo, perdendo somente para os transtornos mentais e comportamentais (SHUAI et al., 2014). Entre as categorias ocupacionais que apresentam alta prevalência de distúrbios musculoesqueléticos estão os docentes.

No caso desses profissionais, os distúrbios musculoesqueléticos geram sofrimento, limitações e absenteísmo do trabalho, impactando negativamente sua qualidade de vida. Esses distúrbios também acarretam efeitos indesejáveis no rendimento dos estudantes, uma vez que as dificuldades sentidas pelos docentes refletem na qualidade de suas práticas pedagógicas, reduzindo as potencialidades de aprendizagem (SCHEUCH; HAUFE; SEIBT, 2015).

Em uma revisão sistemática feita em 13 países (três da América, quatro da Europa, cinco da Ásia e Austrália), a prevalência de distúrbios musculoesqueléticos atingiu de 40% a 50% dos docentes (TEMESGEN et al., 2019). Especificamente no contexto brasileiro, 39% a 95% dos docentes são acometidos por problemas musculoesqueléticos, constituindo um grande problema de saúde pública (ERICK; SMITH, 2011).

Outros estudos confirmam essa realidade ao constatar um elevado percentual de docentes que apresentou os sintomas nos 12 meses que antecederam a coleta de dados, entre eles: a) a pesquisa que investigou 525 docentes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, constatando que 73,5% apresentaram os sintomas (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) a pesquisa que investigou 320 docentes da Rede Municipal de Ensino de Pelotas, Rio Grande do Sul, constatando que 89,7% apresentaram os sintomas (BRANCO; JANSEN, 2011); c) a pesquisa que investigou 157 docentes de escolas estaduais e municipais de uma cidade do interior de São Paulo, constatando que 90,4% apresentaram os sintomas (CARVALHO; ALEXANDRE, 2006); d) e a pesquisa que investigou 242 docentes da Rede Municipal de Ensino de Natal, Rio Grande do Norte, constatando que 93% apresentaram os sintomas (FERNANDES; ROCHA; COSTA- OLIVEIRA, 2011).

O índice, contudo, foi inferior nos docentes que participam especificamente deste estudo, 26%, conforme indicado por Zwierewicz et al. (2019), despertando o interesse em averiguar se existe uma associação entre as características socioeconômicas e ocupacionais e os sintomas osteomusculares manifestados por esses profissionais. Destaca-se que os participantes da pesquisa atuam em escolas de Educação Básica nas Redes Municipais de Ensino de Paulo Lopes e São Ludgero, no sul do estado de Santa Catarina, Brasil, e durante a




coleta de dados frequentavam, pelo segundo ano consecutivo, o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas.

Esse programa vem sendo desenvolvido na Educação Básica de diferentes municípios de Santa Catarina desde o ano de 2009, com o objetivo de favorecer o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras, por meio do estímulo ao trabalho colaborativo, da pertinência do ensino, da resiliência e da valorização do protagonismo dos implicados.

A constatação de que os índices apresentados por esses docentes foram inferiores aos detectados em vários estudos precedentes motivou esta pesquisa. Investiga-se, portanto, a associação entre características socioeconômicas e ocupacionais e sintomas osteomusculares, com a intenção de que mais dados fossem obtidos e considerados na elaboração de estratégias de prevenção nas próximas ofertas do programa formativo.

Este estudo faz parte do projeto de pesquisa intitulado “Nível de estresse e qualidade de vida de professores da rede estadual de educação”, aprovado na Chamada Pública FAPESC nº 09/2015. O projeto iniciou suas pesquisas na região do meio-oeste de Santa Catarina e se expande para outras regiões do estado com o intuito de mapear e propor estratégias que colaborem para o bem-estar docente.


Dos sintomas osteomusculares ao Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas e sua aproximação à Agenda 2030


Os sintomas osteomusculares representam um dos problemas mais comuns e importantes de saúde ocupacional dos trabalhadores, destacando-se entre as doenças relacionadas ao trabalho (CARDOSO et al., 2011). Tendo como possíveis causas as modificações nos hábitos de vida e no meio ambiente, o aumento do estresse e das cobranças do mundo corporativo (HUGUE; PEREIRA JÚNIOR, 2011), eles geram impactos negativos na qualidade de vida dos trabalhadores, diminuem a produtividade e aumentam os custos econômicos causados pelos afastamentos para tratamento de saúde (SOLIS-SOTO et al., 2017, SHUAI et al., 2014). Esses sintomas podem levar à incapacidade funcional e até mesmo ao impedimento definitivo da execução da atividade laboral (SOLIS-SOTO et al., 2017).

No contexto brasileiro, os sintomas osteomusculares começaram a se destacar na década de 1980 e, gradativamente, transformaram-se em um grande problema de saúde pública (CARVALHO; ALEXANDRE, 2006). Atualmente, constituem uma epidemia e representam um dos grupos de destaque entre as doenças ocupacionais que permeiam a realidade nacional (PICOLOTO; SILVEIRA, 2008).




Entre os trabalhadores que apresentam alta prevalência de sintomas osteomusculares estão os da educação (CEBALLOS; SANTOS, 2015). Pesquisas indicam que, nos 39% a 95% dos docentes acometidos por problemas musculoesqueléticos, as regiões anatômicas mais afetadas são as costas, os ombros, o pescoço e os joelhos (CONVERSO et al., 2018).

Estudos epidemiológicos mostram que os fatores causais associados à alta prevalência de distúrbios musculoesqueléticos nos docentes são os biomecânicos presentes na atividade, os psicossociais, as características individuais e os fatores ocupacionais (TEMESGEN et al., 2019). Entretanto, esses fatores podem se modificar dependendo do contexto socioeconômico, demográfico e ocupacional em que os docentes estão inseridos. Conhecer esses contextos pode subsidiar ações para a elaboração de políticas de promoção da saúde e da qualidade de vida na docência, especialmente em momentos de pandemia.

Especificamente em relação à COVID-19, são exemplos os estudos de Ammar et al. (2020) e Vicent et al. (2020), dedicados a pesquisar os efeitos vinculados às medidas de isolamento social – como o fechamento de escolas – sobre a atividade física da população confinada. Também são referências os estudos de Camacho-Cardenosa et al. (2020) e Antunes et al. (2020), que pesquisam os efeitos de atividades físicas na saúde mental da população.

Anterior à pandemia, destaca-se um estudo realizado com 298 docentes da Educação Básica de um município da região do meio-oeste de Santa Catarina, cujo resultado indicou alta prevalência de sintomas osteomusculares. Contudo, não foram analisados que fatores poderiam estar associados ao resultado (ROCHA et al., 2017).

De forma geral, os fatores causais que se destacam para a alta prevalência de sintomas osteomusculares nos docentes incluem o tempo prolongado em pé na sala de aula e a escrita repetitiva no quadro, as sessões prolongadas e frequentes de leitura na mesa de trabalho e no computador e as posturas desconfortáveis. Também fazem parte desse cenário a preparação das aulas e as correções das tarefas dos estudantes, os fatores psicossociais, que incluem alta demanda e sobrecarga de trabalho, a percepção alta dos níveis de estresse, o baixo suporte social e a baixa satisfação no trabalho (CONVERSO et al., 2018).

Realizar intervenções que revertam essa realidade torna-se, portanto, indispensável. Elas podem ser desenvolvidas tanto durante a formação inicial para atuar na Educação Básica como no processo de formação continuada, pois esses são dois momentos requisitados pela legislação brasileira para a atuação profissional.

Por um lado, as formações podem ser mecânicas e reproduzir rotinas que estimulem os sintomas osteomusculares. Por outro, podem estimular bem-estar nos docentes, especialmente quando os momentos formativos oferecerem alternativas para atender suas necessidades reais



em seus contextos de atuação, utilizando o próprio trabalho como inspiração para a formação continuada (LÜDKE; GOING, 2018).

Essa é a intencionalidade do Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas. Desenvolvido em diferentes municípios do estado de Santa Catarina, Brasil, entre eles Paulo Lopes e São Ludgero, o programa vem sendo oferecido como uma ação extensionista de uma Instituição do Ensino Superior (IES) de Santa Catarina e seu cronograma é estruturado prioritariamente em encontros mensais. Por trabalhar a partir de uma perspectiva transdisciplinar e ecoformadora, comprometida com o estímulo ao trabalho colaborativo, a pertinência do ensino, a resiliência e a valorização do protagonismo dos implicados, utilizando uma metodologia inovadora, espera-se que o programa possa ampliar o bem-estar dos docentes e dos estudantes, melhorando também as condições do entorno escolar (ZWIEREWICZ et al., 2016).

Destaca-se, ainda, que o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas – pautado na transdisciplinaridade e na ecoformação – compromete-se com o estímulo ao pensamento complexo (ALMEIDA, 2018). A dinamização desses conceitos nos encontros formativos tem como justificativa a necessidade anunciada por Gatti, Barreto e André (2011) de se refletir sobre os referenciais de formação continuada que vêm sendo implantados, especialmente quando desenvolvidos de maneira descontextualizada da realidade escolar, priorizando ainda uma formação transmissiva, centrada em palestras, seminários, oficinas e cursos rápidos.

Enquanto a transdisciplinaridade fortalece “[…] a construção de uma nova epistemologia capaz de resgatar a multidimensionalidade do sujeito, compreendido a partir de uma ontologia complexa” (RIBEIRO; MORAES, 2014, p. 244), a ecoformação se constitui em um convite “[...] para o reencontro e para diálogo entre o natural e o cultural [...]” para que, ao reencontrarem a natureza, os sujeitos possam “[...] reencontrar a si mesmos e reencontrar os outros”. Portanto, por meio da ecoformação, propõe-se que “[...] o contato formador com as coisas, com os objetos e com a natureza [...] possa ser formador de outras ligações, em especial das ligações humanas” (SILVA, 2008, p. 102).

Esse processo colabora para o estímulo ao pensamento complexo, ou seja, “[...] um tipo de pensamento que não separa, mas une e busca as relações existentes entre os diversos aspectos da vida [...]” (PETRAGLIA, 2013, p. 16). Uma das teses nodais do pensamento complexo é a religação dos saberes e, “[...] portanto, a superação da fragmentação dos conhecimentos sobre o humano, a natureza e a sociedade”.

Pautando-se nesta tríade conceitual – pensamento complexo, transdisciplinaridade e ecoformação –, o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas é desenvolvido em etapas



que estimulam a conexão com a realidade dos docentes participantes e de seus contextos de atuação. Nesse processo, ele favorece “[...] a mobilização dos docentes na consolidação de uma formação que, de fato, traduz-se pela ação [...]”. Portanto,


[...] Não se trata de uma formação no formato tradicional, pois, enquanto contribui com o aprofundamento da concepção pedagógica, prioriza uma metodologia que estimula a aplicação do proposto coletivamente pela equipe em sala de aula com os estudantes (ALMEIDA; ZWIEREWICZ; CARREÑO- SAUCEDO, 2019, p. 97).


Por estimular o protagonismo e a resiliência docente, o Programa de Formação-Ação se aproxima a Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, entre eles, os que se comprometem com o bem-estar da população, o desenvolvimento sustentável e a construção de instituições eficazes, responsáveis e inclusivas (ONU BRASIL, 2015). Por isso, os encontros formativos são pautados na transdisciplinaridade e na ecoformação e priorizam o estímulo ao pensamento complexo.

Esta pesquisa se justifica por se constituir no primeiro estudo quantitativo estruturado para avaliar a associação entre características socioeconômicas e ocupacionais e sintomas osteomusculares em docentes que frequentam o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas. Sua relevância consiste nas possibilidades que os resultados oferecem para se tomar decisões que ressignifiquem o programa formativo para atender as demandas observadas nos docentes investigados.


Metodologia da pesquisa


Considerando que o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre características socioeconômicas e ocupacionais e sintomas osteomusculares em docentes da Educação Básica que frequentam o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas e apresentam prevalência inferior aos pesquisados em estudos precedentes, foi priorizada a utilização da pesquisa descritiva associativa, com delineamento transversal e abordagem quantitativa. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Alto Vale do Rio Peixe (UNIARP), atendendo, portanto, os preceitos éticos implicados em pesquisas envolvendo seres humanos.

O estudo foi desenvolvido no estado de Santa Catarina, especificamente em dois dos 295 municípios que o constituem: Paulo Lopes e São Ludgero. A seleção desses municípios ocorreu porque os docentes das duas redes municipais de ensino estavam participando, por dois anos consecutivos, do Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas. Participaram da



pesquisa 48 docentes voluntários da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, a maioria mulheres, em atuação nas respectivas redes municipais de ensino.

Para a realização do estudo foi solicitada aos secretários de educação dos municípios uma autorização para a pesquisa. Em seguida, durante o processo de formação continuada, os docentes foram informados sobre seus procedimentos, e somente participaram os profissionais que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A coleta de dados relacionados às características socioeconômicas e ocupacionais dos docentes foi realizada por meio da aplicação do Questionário Socioeconômico e Ocupacional. Esse instrumento foi estruturado de acordo com os procedimentos descritos por Bjorner e Olsen (2010).

Constituído por 15 questões, o questionário coleta dados sobre: sexo, idade, número de filhos, estado civil, renda individual, prática de atividades físicas semanais, tabagismo, utilização de medicamentos diários, tempo de docência, carga horária semanal, turno de trabalho, pluriempregos, nível educacional de vínculo (Infantil ou Fundamental), quantidade de estudantes por turma de atuação e afastamento do trabalho para tratamento de saúde nos últimos 12 meses.

Para avaliar os sintomas osteomusculares, foi utilizado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), composto por uma figura humana dividida em nove regiões anatômicas, adaptado culturalmente para a língua portuguesa por Barros e Alexandre (2003). O respondente deve relatar a ocorrência dos sintomas considerando tanto os 12 meses como os sete dias precedentes à entrevista, além da ocorrência de afastamento das atividades rotineiras no último ano (PINHEIRO, TRÓCCOLI; CARVALHO, 2002).

Ambos os instrumentos foram aplicados no início das formações ocorridas no mês de julho. Logo após a abertura, os docentes tiveram acesso aos questionários e os preencheram antes do início das atividades teórico-práticas previstas para o encontro.

O tratamento dos dados foi realizado por meio de análise descritiva, apresentando-se a frequência absoluta e relativa. Para analisar a associação entre as variáveis socioeconômicas e ocupacionais e sintomas osteomusculares, foi utilizado o teste estatístico Qui-Quadrado de Pearson com nível de significância adotado de p<0,05. Todas as análises foram realizadas no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25.0.




Resultados e discussão


As características socioeconômicas dos docentes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental mostraram que 88,9% eram do sexo feminino, com idade acima de 40 anos e com, no mínimo, um filho. Além disso, 77% eram casados e com renda inferior a três salários- mínimos, 81,2% praticam algum tipo de atividade física semanal e a maior parte não era tabagista e não utilizava medicamentos diários.

A característica ocupacional dos docentes demonstrou que 43,8% trabalhavam na Educação Infantil ou no Ensino Fundamental há 10 anos, com carga horária semanal entre 21 e 40 horas, a maioria em dois turnos diários. Predominaram ainda os que tinham dois vínculos empregatícios (77,1%), concursados e com média de 20 alunos por sala de aula. A maior porcentagem dos docentes (73%) não se afastou de suas atividades nos últimos 12 meses para tratamento de saúde.

Com relação aos sintomas osteomusculares (Tabela 1), 26% dos docentes apresentaram problemas nos últimos 12 meses, sendo que as regiões de maior frequência foram a parte inferior das costas (43,8%), os ombros (33,3%) e os punhos/as mãos (31,3%).


Tabela 1 – Frequência de sintomas osteomusculares e incapacidade funcional em professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental



Região anatômica

Sintomas nos últimos 12 meses

(%)

Impedimento para realizar atividades nos últimos 12 meses

(%)

Sintomas nos últimos

7 dias (%)

Pescoço

27,1

6,3

10,4

Ombros

33,3

8,3

8,3

Parte superior das costas

29,2

8,3

10,4

Cotovelos

8,3

2,1

6,3

Punhos/mãos

31,3

8,3

8,3

Parte inferior das costas

43,8

12,5

14,6

Quadril/coxas

16,7

4,2

6,3

Joelhos

20,8

8,3

22,9

Tornozelo/pé

22,9

6,3

8,3

Média ± Dp

26,0±10,2

7,1±2,9

10,6±5,2

Fonte: Dados da pesquisa (2020)


Na análise da associação entre as características socioeconômicas e ocupacionais e os sintomas osteomusculares nas diferentes regiões anatômicas do corpo dos docentes (Tabela 2), houve a associação do estado civil, da prática de atividade física semanal e do uso de medicamentos com sintomas no quadril/nas coxas, no pescoço e nos joelhos, respectivamente, (p<0,05). Além disso, o tempo de docência no magistério e o pluriemprego foram associados com sintomas nos punhos/nas mãos e nos tornozelos/pés, respectivamente, (p<0,05). Nas outras




variáveis socioeconômicas e ocupacionais não houve associação com os sintomas osteomusculares (p>0,05).


Tabela 2 – Análise da associação entre sintomas osteomusculares e características socioeconômicas e ocupacionais


Variáveis socioeconômicas e ocupacionais4




                 Sintomas osteomusculares       





SC


/M

IC

/C


/P

Gênero


,563


,000


,307


,000


,000


,121


,000


,000


,000

Idade

,000

,081

,413

,125

,097

,413

,128

,152

,193

Número de filhos

,475

,972

,967

,000

,260

,652

,811

,131

,137

Estado civil

,350

,390

,750

,000

,158

,109

,013*

,640

,237

Renda

,783

,810

,000

,000

,000

,478

,723

,734

,297

Prática de AF

,491

,910

,000

,000

,561

,308

,873

,002*

,797

Tabagismo

,000

,000

,503

,000

,532

,186

,000

,377

,410

Medicamentos

,025*

,413

,676

,124

,692

,715

,116

,047*

,068

Tempo de docência

,088

,445

,262

,660

,023*

,067

,129

,267

,210

Carga horária

,000

,257

,443

,000

,000

,179

,000

,781

,797

Turno

,000

,000

,060

,630

,371

,165

,250

,151

,000

Pluriemprego

,458

,293

,000

,561

,000

,000

,000

,416

,048*

Vínculo

,622

,694

,654

,000

,227

,186

,000

,000

,000

Alunos por sala

,330

,201

,320

,282

,000

,544

,000

,000

,000

LTS

,298

,735

,480

,563

,000

,000

,000

,706

,702

Fonte: Dados da pesquisa (2020)


Os resultados desta pesquisa mostraram a predominância de docentes de meia idade, casados e do sexo feminino. Em relação à predominância de mulheres, o resultado está de acordo com pesquisas nacionais e internacionais com docentes que atuam na Educação Básica, confirmando que a escola é um espaço de trabalho com predomínio feminino (ROCHA et al., 2017, CONVERSO et al., 2018).



4 Associação significativa com p<0,05. P – Pescoço; O – Ombros; PSC – Parte superior das costas; C – Cotovelos; P/M – Punhos/mãos; PIC – Parte inferior das costas; Q/C – Quadril/coxas; J – Joelhos; T/P – Tornozelos/pés; LTS

– Licença para Tratamento de Saúde.




Com relação ao estilo de vida dos docentes deste estudo, a maioria pratica algum tipo de atividade física semanal, contrariando estudos que comprovam que a prática de atividade física por docentes brasileiros é baixa e que a maioria não atinge os valores recomendados de 150 minutos de atividade moderada à vigorosa por semana (BRITO et al., 2012). É importante destacar que um estilo de vida fisicamente ativo diminui o risco do desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, além de preservar e manter o estado de saúde geral dos docentes, podendo influenciar positivamente na qualidade de ensino e na aprendizagem dos estudantes (MOTA JÚNIOR et al., 2017).

Na avaliação de comportamentos de risco dos docentes, os resultados mostraram que poucos utilizam tabaco e bebidas alcoólicas. Esse resultado converge com outros três estudos:

a) a pesquisa envolvendo 525 docentes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Jaboatão dos Guararapes, localizada na Região Metropolitana do Recife, capital do estado de Pernambuco, que constatou baixa frequência de utilização de tabaco e bebidas alcoólicas pelos docentes investigados (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) a pesquisa com 414 docentes da Educação Básica do município de Bagé, Rio Grande do Sul, que também encontrou poucos tabagistas (SANTOS; MARQUES, 2013); c) o estudo de Yue, Liu e Li (2012), realizado com 893 professores da Educação Básica, que também identificou uma baixa taxa de tabagistas. Como mencionado anteriormente, hábitos de vida saudáveis, como a redução do consumo de álcool e tabaco, diminuem o risco de diversos agravos à saúde, principalmente os relacionados a doenças crônicas não transmissíveis, destacando-se as doenças cardiovasculares, as neoplasias, as doenças respiratórias e o diabetes (SANTANA; PEIXOTO, 2017).

Na análise das características ocupacionais, predominou carga horária acima de 20 horas semanais em uma única escola, concursados e atividade docente como principal ocupação. Outros estudos com docentes da Educação Básica também encontraram resultados semelhantes aos da presente pesquisa (CONVERSO et al., 2018; CEBALLOS; SANTOS, 2015; SANTOS; MARQUES, 2013).

Nos últimos 12 meses, 26% dos docentes participantes desta pesquisa apresentaram sintomas osteomusculares, conforme indicado por Zwierewicz et al. (2019), o que também pode ser observado na Tabela 1. Os dados encontram-se abaixo de outros estudos nacionais sistematizados neste artigo e de estudos internacionais, entre os quais a pesquisa realizada em Taiwan, na China, com docentes da Educação Básica, cujo resultado indicou que 86% dos participantes tinham algum tipo de sintoma osteomuscular (CHENG et al., 2016).




A diferença nos sintomas osteomusculares dos pesquisados neste estudo em comparação com os demais pode estar relacionada às atividades formativas, ao estilo de vida e às características ocupacionais dos docentes. Os hábitos de vida saudáveis demonstrados pela prática de atividade física e pelo baixo consumo de tabaco e álcool podem aumentar a aptidão física e diminuir o estresse ocupacional, resultando em um maior suporte às cargas fisiológicas laborais e, consequentemente, redução dos sintomas osteomusculares (DIAS et al., 2017).

Quanto às características ocupacionais, Neves e Silva (2006) alertam sobre a influência na saúde docente da desvalorização social de seu trabalho, da falta de estímulo ao trabalho, da exigência do domínio de temas diferentes e em constante mudança, da existência de relações interpessoais insatisfatórias, além das classes numerosas, da extensiva jornada de trabalho e do sentimento de culpa por não darem conta satisfatoriamente das atividades domésticas e familiares. Essas condições justificam a ênfase transdisciplinar e ecoformadora do programa formativo ofertado aos participantes deste estudo.

As regiões anatômicas do corpo mais acometidas por sintomas osteomusculares foram as costas, os ombros, os punhos/as mãos e o pescoço (Tabela 1). Os resultados desta pesquisa apresentam similaridade com pesquisas anteriores, em que os principais problemas osteomusculares encontrados nos docentes se localizam em regiões como as costas, o pescoço, os ombros, os punhos/as mãos (ROCHA et al., 2017; CONVERSO et al, 2018; SOLIS-SOTO et al., 2017; CHENG et al., 2016; ERICK; SMITH, 2014; NG; VOO; MAAKIP, 2019). Os

estudos têm mostrado que as características do trabalho docente – como o tempo prolongado nas posições sentada e em pé, sessões frequentes e prolongadas de leituras, preparação de aulas e digitação de atividades no computador – associadas aos fatores biomecânicos presentes nas atividades – de exigências repetitivas e desenvolvidas em ambientes sem planejamento ergonômico adequado – são aspectos que resultam em alterações osteomusculares (SHUAI et al., 2014).

Características individuais como o gênero, a idade, o número de filhos, a renda e o tabagismo não foram associados com sintomas osteomusculares nas diferentes regiões anatômicas do corpo dos professores. Entretanto, os docentes casados, os que praticam atividades físicas e os que não utilizam medicamentos foram associados com sintomas no quadril/nas coxas, no pescoço e nos joelhos, respectivamente (Tabela 2).

Destaca-se que os estudos têm mostrado resultados conflitantes na associação de características individuais com sintomas osteomusculares. Uma pesquisa com 754 professores da Educação Básica de uma cidade da região nordeste da Etiópia mostrou que a idade, o estado marital e o tabagismo não foram associados com sintomas osteomusculares nos ombros e no



pescoço. Além disso, a prática de exercício físico reduziu as dores nos ombros e no pescoço, corroborando em parte com este estudo (TEMESGEN et al., 2019). Erick e Smith (2014), por sua vez, avaliaram 1747 docentes da Educação Básica de Botswana, e os resultados mostraram que a idade, o estado civil e o uso de tabaco não foram associados com dores nas costas.

Em uma pesquisa realizada com 525 professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife, verificou-se que o sexo feminino e o tabagismo estavam associados às dores nos ombros, na parte superior das costas e na região do pescoço, enquanto as outras variáveis socioeconômicas não mostraram associação significativa (CEBALLOS; SANTOS, 2015). Já no estudo de Yue, Liu e Li (2012), com 893 docentes chineses que atuavam na Educação Básica na cidade de Puning, o sexo feminino foi associado positivamente com sintomas osteomusculares nos ombros e joelhos, e a prática de exercício físico reduziu o risco nessas mesmas regiões do corpo.

É importante destacar que a prática de atividade física tem sido um fator protetivo para a ocorrência de problemas osteomusculares em professores. Inferimos que seja por causa do aumento da força muscular e da flexibilidade, do aumento do limiar de dor e do fortalecimento das estruturas musculares e ligamentosas, que passam a suportar com maior eficiência as sobrecargas de trabalho e o estresse diário das atividades (TEMESGEN et al., 2019).

Nas características laborais, os professores que trabalham há pouco tempo na Educação Básica e atuam somente em uma escola estão associados a sintomas osteomusculares nas regiões dos punhos/das mãos e dos tornozelos/pés, respectivamente. As outras características do trabalho, como a carga horária, o turno, o vínculo empregatício, a licença para tratamento de saúde e a quantidade de estudantes por sala não foram associadas aos sintomas osteomusculares (Tabela 2).

Yue, Liu e Li (2012) verificaram em 893 docentes da Educação Básica que a experiência como docente e a carga horária semanal não estavam associadas com sintomas osteomusculares. Em contrapartida, no estudo de Temesgen et al. (2019), com 754 professores da Educação Básica, um maior tempo de experiência como docente e a carga horária acima de 30 horas semanais foram associados a dores nos ombros e no pescoço. Também no estudo de Cardoso et al. (2009), com 4.496 docentes da Rede Municipal de Ensino de Salvador, Bahia, o maior tempo de trabalho na escola, a carga horária semanal de 40 horas e o pluriemprego foram associados positivamente à dor musculoesquelética.

Em outro estudo com 525 professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, o tempo de mais de 10 anos de trabalho foi associado positivamente às dores nos tornozelos e/ou



pés (CEBALLOS; SANTOS, 2015). Na pesquisa de Erick e Smith (2014), com 1747 professores da Educação Básica de Botswana, o tempo de serviço foi associado com sintomas osteomusculares na região inferior das costas. Já a carga horária semanal, o número de alunos por turma e o pluriemprego não se associaram com sintomas osteomusculares.


Considerações finais


Considerando que o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas prioriza o estímulo ao trabalho colaborativo, a pertinência do ensino, a resiliência e a valorização do protagonismo dos implicados, utilizando uma metodologia inovadora em seu desenvolvimento, além de estimular que os docentes utilizem um processo que replique essas condições em sala de aula, este estudo colabora para indicar algumas estratégias que podem ser fundamentais tanto para reduzir o número de docentes que manifestam sintomas como para auxiliar aqueles que os manifestam. Algumas estratégias dependem, em parte, do poder público, enquanto outras podem ser dinamizadas na própria formação.

Em resumo, os docentes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental das redes municipais de ensino implicadas no estudo apresentaram baixa frequência de sintomas osteomusculares, sendo que as regiões do corpo mais afetadas pelos sintomas foram as partes inferiores e superiores das costas, os ombros e punhos e/ou as mãos. Além disso, as características sócio-ocupacionais dos docentes foram associadas com os sintomas osteomusculares.

O número elevado de mulheres, a idade majoritariamente superior a 40 anos e os compromissos com os filhos e a família definem um perfil com várias responsabilidades além das atribuídas pela profissão. Considerar essas condições no planejamento dos encontros formativos e no planejamento dos próprios docentes é demanda prioritária para a melhoria tanto na qualidade de vida quanto no rendimento laboral dessas mulheres.

Nesse sentido, ampliar o trabalho colaborativo pode ser determinante para minimizar a carga de trabalho dos docentes. Além disso, construir repositórios de atividades desenvolvidas pelas diferentes escolas pode reduzir o tempo dedicado ao planejamento, sem, contudo, desconsiderar que são necessárias adaptações a partir do contexto de cada uma das unidades de ensino.

Em relação aos resultados quanto ao número acentuado de docentes que praticam atividades físicas, que não são tabagistas e não utilizam medicamentos, especialmente os indicados para quadros depressivos, observa-se a importância de seguir motivando os docentes.




Nesse sentido, a valorização do protagonismo e o estímulo à resiliência, por meio de atividades formativas que auxiliem no enfrentamento das adversidades, podem ser fundamentais para que os índices obtidos se mantenham ou até mesmo melhorem. No caso específico deste estudo, os resultados nos convidam a pensar que o programa formativo proposto pode se constituir em um programa de prevenção de sintomas osteomusculares, especialmente em profissionais que atuam na Educação Básica.

Em relação à associação do tempo de docência no magistério e do pluriemprego com sintomas nos punhos/nas mãos e nos tornozelos/pés, respectivamente, observa-se que a solução não se limita à capacidade do programa. Contudo, a constatação pode colaborar tanto no planejamento de atividades de autoformação com especialistas que discutam cuidados com as respectivas partes do corpo, quanto no estímulo para que os docentes planejem as atividades de tal forma que tanta escrita e tanto tempo em pé na sala de aula não lhes sejam exigidos.

Essas estratégias também são válidas para melhorar os resultados em relação às regiões anatômicas do corpo mais acometidas pelos sintomas, que foram as costas, os ombros, os punhos/as mãos e o pescoço. Nesse processo, é preciso superar práticas que ainda exigem dos docentes a escrita excessiva, condição considerada quando se trabalha com propostas pedagógicas transdisciplinares e ecoformadoras, e que, de acordo com Oliveira, Behrens e Prigol (2020, p. 1891), compreendem uma “[...] dinâmica não linear do processo de ensinar e de aprender”.

Destaca-se, ainda, que as diferenças na associação das características ocupacionais com os sintomas osteomusculares, conforme apontado em estudos como este, podem estar relacionadas às características das amostras, ao período de coleta das informações, às condições ocupacionais, ao tempo de experiência no magistério e às regiões em que vivem os docentes.

Além disso, na avaliação dos sintomas musculares dos participantes deste estudo, foi aplicado um questionário recordatório autorrelatado. Apesar de este ser o mais utilizado na literatura, ele pode causar viés de memória, subestimando ou superestimando os valores encontrados. Faz-se necessário considerar ainda que a coleta de dados no mês de julho pode ter subestimado a prevalência de sintomas osteomusculares quando comparada aos meses finais do ano letivo, acarretando resultados com menor sobrecarga de trabalho e estresse.

Apesar disso, considera-se que os dados coletados e seu confronto com outros estudos pode colaborar para a definição de estratégias comprometidas com o bem-estar docente. Assim, apresenta-se a relevância de formações que superam padrões reprodutivistas para ouvir os docentes e dar visibilidade à sua realidade local, sem subestimar demandas globais.




AGRADECIMENTOS: À Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina que, por meio da Chamada Pública FAPESC nº 09/2015, viabilizou o início da pesquisa.


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Como referenciar este artigo


ROCHA, R. E. R.; ZWIEREWICZ, M.; VIOLANT HOLZ, V. Da formação continuada ao bem-estar docente: Características sócio-ocupacionais e prevenção de sintomas osteomusculares. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0428-0446, jan./mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14279


Submetido em: 01/09/2021

Revisões requeridas em: 10/10/2021 Aprovado em: 25/11/2021 Publicado em: 02/01/2022





DE LA FORMACIÓN CONTINUA AL BIENESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SOCIO-OCUPACIONALES Y PREVENCIÓN DE SÍNTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS


DA FORMAÇÃO CONTINUADA AO BEM-ESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SÓCIO-OCUPACIONAIS E PREVENÇÃO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES


FROM CONTINUING FORMATION TO TEACHER’S WELL-BEING: SOCIAL OCCUPATIONAL CHARACTERISTICS AND PREVENTION OF OSTEOMUSCULAR SYMPTOMS


Ricelli Endrigo Ruppel da ROCHA1 Marlene ZWIEREWICZ2 Verónica VIOLANT HOLZ3


RESUMEN: Los trastornos musculoesqueléticos se destacan entre los problemas que más afectan a la salud docente. Este estudio tiene como objetivo evaluar la asociación entre características socio-ocupacionales y los síntomas musculoesqueléticos en docentes de la Educación Básica que cursan el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas, con el objetivo de estrategias que aporten a su bienestar. Participaron de la investigación 48 docentes actuantes en la Educación de Niños y en la Enseñanza Básica de instituciones vinculadas a las Redes Municipales de Enseñanza de São Ludgero y Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para la recolecta de datos, se utilizaron los siguientes instrumentos: El Cuestionario Socioeconómico y Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) y el Cuestionario Nórdico de Síntomas Musculoesqueléticos (BARROS; ALEXANDRE, 2003). Por medio del estudio se ha constatado que diferentes características sociolaborales presentadas por los participantes se asocian con síntomas musculoesqueléticos específicos, puede eso auxiliar en la definición de estrategias de prevención para reducir aún más la prevalencia de los síntomas musculoesqueléticos en docentes que asisten al programa de formación propuesto en esta investigación.


PALABRAS CLAVE: Formación docente. Salud docente. Trastornos musculoesqueléticos. Escuelas creativas.


1 Universidad del Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Profesor del Programa de Maestría Profesional en Educación Básica y del Programa de Maestría Académica en Desarrollo y Sociedad. Doctorado en Ciencias Biomédicas (IUNIR - UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4277-1407. E-mail: ricellie@uniarp.edu.br

2 Universidad Alto Vale Do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Coordinadora y Docente del Programa de Maestría Profesional en Educación Básica. Coordinadora con Saturnino de la Torre da Red Internacional de Escuelas Creativas (RIEC). Doctora en Psicología (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002- 5840-1136. E-mail: marlenezwie@yahoo.com.br

3 Universidad de Barcelona (UB), Barcelona – Cataluña – España. Profesora titular de la Facultad de Educación. Directora del Observatorio Internacional de Pedagogía Hospitalaria. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2464- 6845. E-mail: vviolant@ub.edu




RESUMO: Os distúrbios osteomusculares são destaque entre os problemas que mais afetam a saúde docente. Este estudo objetiva avaliar a associação entre características sócio- ocupacionais e sintomas osteomusculares em docentes da Educação Básica que frequentam o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas, visando o delineamento de estratégias que colaborem com seu bem-estar. Participaram da pesquisa 48 docentes atuantes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental de instituições vinculadas às Redes Municipais de Ensino de São Ludgero e Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: o Questionário Socioeconômico e Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (BARROS; ALEXANDRE, 2003). O estudo constatou que diferentes características sócio-ocupacionais apresentadas pelos participantes se associam a sintomas osteomusculares específicos; isso pode auxiliar na definição de estratégias de prevenção para reduzir ainda mais a prevalência dos sintomas osteomusculares em docentes que frequentam o programa de formação proposto nesta pesquisa.


PALAVRAS-CHAVE: Formação docente. Saúde docente. Distúrbios osteomusculares. Escolas criativas.


ABSTRACT: The osteomuscular diseases are highlighted among the problems which most affect teacher’s health. The present study is due to evaluate the association among the social occupational characteristics and osteomuscular symptoms in teachers of Basic Education who take part in the Formation-Action Program in Creative Schools, aiming to outline strategies to assist in their well-being. 48 teachers took part in the research who work with Child Education and Elementary School from institutions bond to the Municipal Department of Education of São Ludgero and Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. To collect the data, the following tools were used: The Social Economic and Occupational Questionnaire (BJORNER; OLSEN, 2010) and the Nordic Questionnaire of Osteomuscular Symptoms (BARROS; ALEXANDRE, 2003). The study verified that different social occupational characteristics showed in the participants are associated with specific musculoskeletal symptoms and this can assist in the outlining of prevention strategies to reduce even more the prevalence of musculoskeletal symptoms in teachers who go to the formation program proposed by the research.


KEYWORDS: Teacher formation. Teacher’s health. Osteomuscular diseases. Creative schools.


Introducción


Los trastornos musculoesqueléticos constituyen una afección inflamatoria y degenerativa que afecta a tendones, músculos, ligamentos, nervios periféricos, articulaciones y vasos sanguíneos de soporte. Tales condiciones resultan en un estrés excesivo de los huesos, ligamentos y músculos, que generalmente se manifiesta como dolor musculoesquelético con deterioro funcional posterior (EGGERS; PILLAY, 2014. GOVENDER, 2018). Los trastornos musculoesqueléticos representan la segunda causa de problemas de salud en la población activa, afectando del 50% al 80% de esta población en todo el mundo, perdiendo solo por trastornos




mentales y de comportamiento (SHUAI et al., 2014). Entre las categorías ocupacionales que presentan una alta prevalencia de trastornos musculoesqueléticos se encuentran los docentes. En el caso de estos profesionales, los trastornos musculoesqueléticos generan sufrimiento, limitaciones y absentismo laboral, impactando negativamente en su calidad de vida. Estos trastornos también tienen efectos indeseables en los ingresos de los estudiantes, ya que las dificultades experimentadas por los docentes se reflejan en la calidad de sus prácticas pedagógicas, reduciendo el potencial de aprendizaje (SCHEUCH; HAUFE; SEIBT, 2015). En una revisión sistemática realizada en 13 países (tres de América, cuatro de Europa, cinco de Asia y Australia), la prevalencia de trastornos musculoesqueléticos alcanzó del 40% al 50% de los docentes (TEMESGEN et al., 2019). Específicamente en el contexto brasileño, entre el 39% y el 95% de los docentes se ven afectados por problemas musculoesqueléticos, lo que constituye un importante problema de salud pública (ERICK; SMITH, 2011). Otros estudios confirman esta realidad al verificar un alto porcentaje de maestros que presentaron síntomas en los 12 meses anteriores a la recolección de datos, incluyendo: a) la investigación que investigó a 525 maestros de Educación Infantil y Primaria de la Red Escolar Municipal de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, encontrando que el 73,5% presentó los síntomas (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) la investigación que investigó a 320 docentes de la Red Escolar Municipal de Pelotas, Rio Grande do Sul, encontrando que el 89,7% presentaba los síntomas (BRANCO; JANSEN, 2011); c) la investigación que investigó a 157 docentes de escuelas estatales y municipales de una ciudad del interior de São Paulo, encontrando que el 90,4% presentaba síntomas (CARVALHO; ALEJANDRO, 2006); d) y la investigación que investigó a 242 docentes de la Red Escolar Municipal de Natal, Rio Grande do Norte, encontrando que el 93% presentaba los síntomas (FERNANDES; ROCA; COSTA-OLIVEIRA, 2011).

El índice, sin embargo, fue menor en los docentes que participan específicamente en este estudio, 26%, según indican Zwierewicz et al. (2019), despertando el interés por determinar si existe una asociación entre las características socioeconómicas y ocupacionales y los síntomas musculoesqueléticos manifestados por estos profesionales. Cabe destacar que los participantes de la investigación trabajan en escuelas de educación básica en las Redes Municipales de Educación de Paulo Lopes y São Ludgero, en el sur del estado de Santa Catarina, Brasil, y durante la recolección de datos asistieron, por segundo año consecutivo, al Programa de Capacitación en Acción en Escuelas Creativas.

Este programa se desarrolla en Educación Básica en diferentes municipios de Santa Catarina desde el año 2009, con el objetivo de favorecer el desarrollo de prácticas pedagógicas




innovadoras, a través de la estimulación del trabajo colaborativo, la pertinencia de la enseñanza, la resiliencia y la valorización del protagonismo de los involucrados.

El hallazgo de que los índices presentados por estos profesores eran inferiores a los detectados en varios estudios previos motivó esta investigación. Por ello, se investiga la asociación entre características socioeconómicas y ocupacionales y síntomas musculoesqueléticos, con la intención de que se obtengan más datos y se consideren en la elaboración de estrategias de prevención en las próximas ofertas del programa formativo.

Este estudio forma parte del proyecto de investigación titulado "Nivel de estrés y calidad de vida de docentes de la red educativa estatal", aprobado en la Convocatoria Pública FAPESC N° 09/2015. El proyecto inició su investigación en la región medio oeste de Santa Catarina y se expande a otras regiones del estado con el fin de mapear y proponer estrategias que contribuyan al bienestar de los docentes.


De los síntomas musculoesqueléticos al Programa de Formación-Acción en las Escuelas Creativas y su acercamiento a la Agenda 2030


Los síntomas musculoesqueléticos representan uno de los problemas de salud laboral más comunes e importantes entre los trabajadores, destacando entre las enfermedades relacionadas con el trabajo (CARDOSO et al., 2011). Teniendo como posibles causas los cambios en los hábitos de vida y en el entorno, el aumento del estrés y las exigencias del mundo empresarial (HUGUE; PEREIRA JÚNIOR, 2011), generan impactos negativos en la calidad de vida de los trabajadores, disminuyen la productividad y aumentan los costes económicos causados por las ausencias para el tratamiento de la salud (SOLIS-SOTO et al., 2017, SHUAI et al., 2014). Estos síntomas pueden llevar a la incapacidad funcional e incluso al impedimento definitivo para realizar la actividad laboral (SOLIS-SOTO et al., 2017).

En el contexto brasileño, los síntomas musculoesqueléticos comenzaron a destacar en la década de 1980 y se convirtieron gradualmente en un importante problema de salud pública (CARVALHO; ALEXANDRE, 2006). Actualmente, constituyen una epidemia y representan uno de los grupos más destacados entre las enfermedades profesionales que permean la realidad nacional (PICOLOTO; SILVEIRA, 2008).

Entre los trabajadores que presentan una alta prevalencia de síntomas musculoesqueléticos se encuentran los de la enseñanza (CEBALLOS; SANTOS, 2015). Las investigaciones indican que en el 39% al 95% de los profesores afectados por problemas




musculoesqueléticos, las regiones anatómicas más afectadas son la espalda, los hombros, el cuello y las rodillas (CONVERSO et al., 2018).

Los estudios epidemiológicos demuestran que los factores causales asociados a la alta prevalencia de trastornos musculoesqueléticos en el profesorado son los biomecánicos presentes en la actividad, los psicosociales, las características individuales y los factores laborales (TEMESGEN et al., 2019). Sin embargo, estos factores pueden cambiar en función del contexto socioeconómico, demográfico y laboral en el que se insertan los profesores. Conocer estos contextos puede apoyar las acciones para el desarrollo de políticas de promoción de la salud y la calidad de vida en la enseñanza, especialmente en tiempos de pandemia.

Específicamente en relación con COVID-19, son ejemplos los estudios de Ammar et al. (2020) y Vicent et al. (2020), dedicados a investigar los efectos de las medidas de aislamiento social -como el cierre de escuelas- sobre la actividad física de la población confinada. También son referencias los estudios de Camacho-Cardenosa et al. (2020) y Antunes et al. (2020), que investigan los efectos de la actividad física en la salud mental de la población.

Antes de la pandemia, un estudio realizado con 298 profesores de Educación Básica en un municipio de la región Centro-Oeste de Santa Catarina, cuyo resultado indicó una alta prevalencia de síntomas musculoesqueléticos. Sin embargo, no se analizaron los factores que podrían estar asociados al resultado (ROCHA et al., 2017).

En general, los factores causales que destacan por la alta prevalencia de síntomas musculoesqueléticos en los profesores son el tiempo prolongado de pie en el aula y la escritura repetitiva en la pizarra, las sesiones de lectura prolongadas y frecuentes en el escritorio y el ordenador, y las posturas incómodas. También forman parte de este escenario la preparación de las clases y las correcciones de las tareas de los alumnos, los factores psicosociales, entre los que se encuentran la alta demanda y la sobrecarga de trabajo, los altos niveles de estrés percibido, el bajo apoyo social y la baja satisfacción laboral (CONVERSO et al., 2018).

Por lo tanto, las intervenciones para revertir esta realidad son indispensables. Pueden desarrollarse tanto durante la formación inicial para trabajar en la Educación Básica como en el proceso de formación continua, porque son dos momentos exigidos por la legislación brasileña para el desempeño profesional.

Por un lado, los entrenamientos pueden ser mecánicos y reproducir rutinas que estimulan los síntomas musculoesqueléticos. Por otro, pueden estimular el bienestar en los docentes, especialmente cuando los momentos formativos ofrecen alternativas para satisfacer sus necesidades reales en sus contextos de desempeño, utilizando su propio trabajo como inspiración para la formación continua (LÜDKE; GOING, 2018).



Esta es la intencionalidad del Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas. Desarrollado en diferentes municipios del estado de Santa Catarina, Brasil, entre ellos Paulo Lopes y São Ludgero, el programa se ofrece como una acción de extensión de una Institución de Educación Superior (IES) de Santa Catarina y su calendario se estructura principalmente en encuentros mensuales. Al trabajar desde una perspectiva transdisciplinar y eco-formativa, apostando por estimular el trabajo colaborativo, la pertinencia de la enseñanza, la resiliencia y la valoración del protagonismo de los implicados, utilizando una metodología innovadora, se espera que el programa pueda potenciar el bienestar de profesores y alumnos, mejorando también las condiciones del entorno escolar (ZWIEREWICZ et al., 2016).

También es destacable que el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas - basado en la transdisciplinariedad y la ecoformación- apuesta por estimular el pensamiento complejo (ALMEIDA, 2018). La dinamización de estos conceptos en los encuentros de formación se justifica por la necesidad anunciada por Gatti, Barreto y André (2011) de reflexionar sobre los referentes de formación continua que se han implementado, especialmente cuando se desarrollan de manera descontextualizada de la realidad escolar, priorizando aún una formación transmisiva, centrada en charlas, seminarios, talleres y cursos cortos.

Mientras la transdisciplinariedad fortalece "[...] la construcción de una nueva epistemología capaz de rescatar la multidimensionalidad del sujeto, entendida desde una ontología compleja" (RIBEIRO; MORAES, 2014, p. 244), la ecoformación. 244), la ecoformación constituye una invitación "[...] al reencuentro y al diálogo entre lo natural y lo cultural [...]" para que, redescubriendo la naturaleza, los sujetos puedan "[...] redescubrirse a sí mismos y redescubrir a los demás". Por lo tanto, a través de la ecoformación, se propone que "[...] el contacto formativo con las cosas, con los objetos y con la naturaleza [...] puede ser formativo de otras conexiones, especialmente de las humanas" (SILVA, 2008, p. 102).

Este proceso contribuye al estímulo del pensamiento complejo, es decir, "[...] un tipo de pensamiento que no separa, sino que une y busca las relaciones existentes entre los diversos aspectos de la vida [...]" (PETRAGLIA, 2013, p. 16). Una de las tesis nodales del pensamiento complejo es la reconexión del conocimiento y, "[...] por tanto, la superación de la fragmentación del conocimiento sobre el ser humano, la naturaleza y la sociedad".

A partir de esta tríada conceptual -pensamiento complejo, transdisciplinariedad y ecoformación- el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas se desarrolla en etapas que estimulan la conexión con la realidad de los docentes participantes y sus contextos de actuación. En este proceso, favorece "[...] la movilización de los profesores en la consolidación de una formación que, de hecho, se traduce en acción [...]". Por lo tanto,


[...] No es una formación en el formato tradicional, ya que, si bien contribuye a la profundización del concepto pedagógico, prioriza una metodología que fomenta la aplicación de lo propuesto colectivamente por el equipo en el aula con los alumnos (ALMEIDA; ZWIEREWICZ; CARREÑO-SAUCEDO, 2019, p. 97).


Al estimular el liderazgo y la resiliencia docente, el Programa de Capacitación en Acción se acerca a los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS) presentes en la Agenda 2030 para el Desarrollo Sostenible, incluidos aquellos que están comprometidos con el bienestar de la población, el desarrollo sostenible y la construcción de instituciones efectivas, responsables e inclusivas (UN BRASIL, 2015). Por lo tanto, las reuniones formativas se basan en la transdisciplinariedad y la ecoformación y priorizan el estímulo al pensamiento complejo.

Esta investigación se justifica por ser el primer estudio cuantitativo estructurado para evaluar la asociación entre


Metodología de la investigación


Considerando que el objetivo de este estudio fue evaluar la asociación entre características socioeconómicas y ocupacionales y síntomas musculoesqueléticos en docentes de educación básica que asisten al Programa de Formación Acción en Escuelas Creativas y tienen una prevalencia menor que las investigadas en estudios previos, se priorizó el uso de la investigación asociativa descriptiva, con un diseño transversal y enfoque cuantitativo. La investigación fue aprobada por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Alto Vale do Rio Peixe (UNIARP), cumpliendo así con los preceptos éticos involucrados en la investigación con seres humanos.

El estudio se desarrolló en el estado de Santa Catarina, específicamente en dos de los

295 municipios que lo constituyen: Paulo Lopes y São Ludgero. La selección de estos municipios se produjo porque los profesores de las dos escuelas municipales estuvieron participando, durante dos años consecutivos, en el Programa de Formación en Acción en Escuelas Creativas. Cuarenta y ocho maestros voluntarios de Educación Infantil y Escuela Primaria participaron en el estudio, en su mayoría mujeres, que trabajan en las respectivas escuelas municipales.

Para realizar el estudio, se solicitó a los secretarios de educación de los municipios obtener la autorización para la investigación. Luego, durante el proceso de educación continua,




los maestros fueron informados sobre sus procedimientos, y solo participaron los profesionales que firmaron el Formulario de Consentimiento Libre e Informado (TCLE).

Los datos relacionados con las características socioeconómicas y ocupacionales de los docentes fueron recolectados a través de la aplicación del Cuestionario Socioeconómico y Ocupacional. Este instrumento se estructuró de acuerdo con los procedimientos descritos por Bjorner y Olsen (2010).

Compuesto por 15 preguntas, el cuestionario recoge datos sobre: sexo, edad, número de hijos, estado civil, ingresos individuales, práctica de actividades físicas semanales, tabaquismo, uso diario de medicación, tiempo de enseñanza, carga de trabajo semanal, turno de trabajo, multiempleo, nivel educativo de vinculación (Infantil o Primaria), número de estudiantes por clase y ausencia del trabajo para tratamiento de salud en los últimos 12 meses.

Para evaluar los síntomas musculoesqueléticos, se utilizó el Nordic Musculoskeletal Symptoms Questionnaire (Cuestionario de síntomas musculoesqueléticos nórdicos - QNSO), compuesto por una figura humana dividida en nueve regiones anatómicas, adaptadas culturalmente a la lengua portuguesa por Barros y Alexandre (2003). El encuestado debe informar la ocurrencia de síntomas considerando tanto los 12 meses como los siete días anteriores a la entrevista, además de la ocurrencia de ausencia de actividades rutinarias en el último año (PINHEIRO, TRÓCCOLI; ROBLE, 2002).

Ambos instrumentos se aplicaron al inicio de las formaciones que se produjeron en julio. Poco después de la inauguración, los profesores tuvieron acceso a los cuestionarios y los rellenaron antes del inicio de las actividades teórico-prácticas previstas para el encuentro.

Los datos fueron procesados mediante análisis descriptivo, presentando la frecuencia absoluta y relativa. Se utilizó la prueba estadística chi-cuadrado de Pearson con un nivel de significancia adoptado de p<0,05 para analizar la asociación entre variables socioeconómicas y ocupacionales y síntomas musculoesqueléticos. Todos los análisis se realizaron en el Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versión 25.0.


Resultados y discusión


Las características socioeconómicas de los maestros de primera infancia y primaria mostraron que el 88,9% eran mujeres, mayores de 40 años y con al menos un hijo. Además, el 77% estaba casado y tenía un ingreso de menos de tres salarios mínimos, el 81,2% practicaba algún tipo de actividad física semanal y la mayoría no eran fumadores y no utilizaban medicación diaria.




Las características ocupacionales de los docentes mostraron que el 43,8% llevaba 10 años trabajando en Educación Infantil o Primaria, con una carga de trabajo semanal de entre 21 y 40 horas, la mayoría de ellos en dos turnos diarios. También hubo predominio de los que tenían dos vínculos laborales (77,1%), con un promedio de 20 alumnos por aula. El mayor porcentaje de maestros (73%) no se alejó de sus actividades en los últimos 12 meses para recibir tratamiento de salud.

En cuanto a los síntomas musculoesqueléticos (Tabla 1), el 26% de los docentes tuvo problemas en los últimos 12 meses, y las regiones más frecuentes fueron la parte lumbar (43,8%), los hombros (33,3%) y las muñecas/manos (31,3%).


Tabla 1 - Frecuencia de síntomas musculoesqueléticos y discapacidad funcional en maestros de primera infancia y primaria



Región anatómica


Síntomas en los últimos 12 meses

(%)

Impedimento

para realizar actividades en los últimos 12 meses

Síntomas en este último


(%)


Cuello

27,1

6,3

10,4

Hombros

33,3

8,3

8,3

Espalda

29,2

8,3

10,4

Codos

8,3

2,1

6,3

Puños/manos

31,3

8,3

8,3

Espalda baja

43,8

12,5

14,6

Cadera/muslos

16,7

4,2

6,3

Rodillas

20,8

8,3

22,9

Tobillo/pie

22,9

6,3

8,3

Promedio ± Dn

26,0±10,2

7,1±2,9

10,6±5,2

7 días (%)


Fuente: Datos de la encuesta (2020)


En el análisis de la asociación entre características socioeconómicas y ocupacionales y síntomas musculoesqueléticos en las diferentes regiones anatómicas de la facultad (Tabla 2), hubo una asociación entre el estado civil, la práctica de actividad física semanal y el uso de medicamentos con síntomas en caderas/muslos, cuello y rodillas, respectivamente, (p<0,05). Además, el tiempo de enseñanza en la enseñanza y el pluriempleo se asociaron con síntomas en muñecas/manos y tobillos/pies, respectivamente, (p<0,05). En el otro variáveis socioeconômicas e ocupacionais não houve associação com os sintomas osteomusculares (p>0,05).





Tabla 2 - Análisis de la asociación entre los síntomas musculoesqueléticos y las características socioeconómicas y ocupacionales



SC


/M

IC

/C


/P

Género ,563


,000


,307


,000


,000


,121


,000


,000


,000

Edad ,000

,081

,413

,125

,097

,413

,128

,152

,193

Número de hijos ,475

,972

,967

,000

,260

,652

,811

,131

,137

Estado civil ,350

,390

,750

,000

,158

,109

,013*

,640

,237

Renta ,783

,810

,000

,000

,000

,478

,723

,734

,297

Práctica de AF ,491

,910

,000

,000

,561

,308

,873

,002*

,797

Tabaquismo ,000

,000

,503

,000

,532

,186

,000

,377

,410

Medicamentos ,025*

,413

,676

,124

,692

,715

,116

,047*

,068

Tiempo de enseñanza ,088

,445

,262

,660

,023*

,067

,129

,267

,210

Carga de trabajo ,000

,257

,443

,000

,000

,179

,000

,781

,797

Turno ,000

,000

,060

,630

,371

,165

,250

,151

,000

Pluriempleo ,458

,293

,000

,561

,000

,000

,000

,416

,048*

Vínculo ,622

,694

,654

,000

,227

,186

,000

,000

,000

Estudiantes por habitación ,330

,201

,320

,282

,000

,544

,000

,000

,000

LTS ,298

,735

,480

,563

,000

,000

,000

,706

,702

Variables socioeconómicas y ocupacionales4

                Síntomas musculoesqueléticos       


Fuente: Datos de la encuesta (2020)


Los resultados de esta investigación mostraron el predominio de maestros de mediana edad, casados y mujeres. En cuanto al predominio de las mujeres, el resultado es de acuerdo con la investigación nacional e internacional con docentes que trabajan en Educación Básica, confirmando que la escuela es un espacio de trabajo con predominio femenino (ROCHA et al., 2017, CONVERSO et al., 2018).

En cuanto al estilo de vida de los maestros en este estudio, la mayoría practica algún tipo de actividad física semanal, contradiciendo estudios que demuestran que la práctica de actividad física por parte de los maestros brasileños es baja y que la mayoría no alcanza los valores recomendados de 150 minutos de actividad moderada a vigorosa por semana (BRITO


4 Asociación significativa con p<0,05. P - Cuello; O - Hombros; PSC - Parte superior de la espalda; C - Codos; W/W - Puños/manos; PIC - Espalda baja; Q/C - Cadera/muslos; J - Rodillas; T/P - Tobillos/pies; LTS - Licencia de Tratamiento de Salud.




et al., 2012). Es importante destacar que un estilo de vida físicamente activo reduce el riesgo de desarrollar enfermedades cardiometabólicas, además de preservar y mantener el estado general de salud de los docentes, y puede influir positivamente en la calidad de la enseñanza y el aprendizaje de los estudiantes (MOTA JÚNIOR et al., 2017).

En la evaluación de los comportamientos de riesgo de los maestros, los resultados mostraron que pocos consumen tabaco y bebidas alcohólicas. Este resultado converge con otros tres estudios: a) la investigación que involucró a 525 maestros de Educación Infantil y Escuela Primaria de la Red Escolar Municipal de Jaboatão dos Guararapes, ubicada en la Región Metropolitana de Recife, capital del estado de Pernambuco, que encontró una baja frecuencia de uso de tabaco y bebidas alcohólicas por parte de los maestros investigados (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) la investigación con 414 profesores de Educación Básica en el municipio de Bagé, Rio Grande do Sul, que también encontraron pocos fumadores (SANTOS; MARQUES, 2013); c) el estudio de Yue, Liu y Li (2012), realizado con 893 docentes de Educación Básica, que también identificó una baja tasa de fumadores. Como se mencionó anteriormente, los hábitos de vida saludables, como la reducción del consumo de alcohol y tabaco, reducen el riesgo de diversos problemas de salud, especialmente los relacionados con enfermedades crónicas no transmisibles, especialmente enfermedades cardiovasculares, neoplasias, enfermedades respiratorias y diabetes (SANTANA; PEIXOTO, 2017).

En el análisis de las características ocupacionales, hubo un predominio de cargas de trabajo superiores a 20 horas semanales en una sola escuela, concursados y la actividad docente como ocupación principal. Otros estudios con docentes de Educación Básica también encontraron resultados similares a los del presente estudio (CONVERSO et al., 2018; CEBALLOS; SANTOS, 2015; SANTOS; MARQUES, 2013).

En los últimos 12 meses, el 26% de los profesores participantes en este estudio presentaron síntomas musculoesqueléticos, según indican Zwierewicz et al. (2019), que también se puede observar en la Tabla 1. Los datos están por debajo de otros estudios nacionales sistematizados en este artículo y estudios internacionales, entre los que destacan la investigación realizada en Taiwán, China, con docentes de Educación Básica, cuyo resultado indicó que el 86% de los participantes presentaba algún tipo de síntoma musculoesquelético (CHENG et al., 2016).

La diferencia en los síntomas musculoesqueléticos de los encuestados en este estudio en comparación con los otros estudios puede estar relacionada con las actividades de formación, el estilo de vida y las características ocupacionales de los profesores. Los hábitos de vida saludables demostrados por la actividad física y el bajo consumo de tabaco y alcohol pueden



aumentar la condición física y disminuir el estrés ocupacional, lo que resulta en un mayor apoyo a las cargas de trabajo fisiológicas y, en consecuencia, la reducción de los síntomas musculoesqueléticos (DIAS et al., 2017).

En cuanto a las características ocupacionales, Neves e Silva (2006) advierten sobre la influencia en la salud docente de la devaluación social de su trabajo, la falta de estímulo para trabajar, la exigencia de dominar temas diferentes y en constante cambio, la existencia de relaciones interpersonales insatisfactorias, además de las numerosas clases, la extensa jornada laboral y el sentimiento de culpa por no atender satisfactoriamente las actividades domésticas y familiares. Estas condiciones justifican el énfasis transdisciplinario y eco-formador del programa formativo ofrecido a los participantes de este estudio.

Las regiones anatómicas del cuerpo más afectadas por los síntomas musculoesqueléticos fueron la espalda, los hombros, las muñecas/manos y el cuello (Tabla 1). Los resultados de esta investigación muestran similitud con investigaciones anteriores, en las que los principales problemas musculoesqueléticos encontrados en los docentes se localizan en regiones como la espalda, el cuello, los hombros, las muñecas/manos (ROCHA et al., 2017; CONVERSO et al, 2018; SOLIS-SOTO et al., 2017; CHENG et al., 2016; ERICK; SMITH,

2014; NG; VUELO; MAAKIP, 2019). Los estudios han demostrado que las características del trabajo docente -como el tiempo prolongado en posiciones sentadas y de pie, las sesiones de lectura frecuentes y prolongadas, la preparación de clases y la tipificación de actividades informáticas- asociadas a factores biomecánicos presentes en las actividades -de requerimientos repetitivos y desarrollados en entornos sin una adecuada planificación ergonómica- son aspectos que dan lugar a cambios musculoesqueléticos (SHUAI et al., 2014).

Las características individuales como el sexo, la edad, el número de hijos, los ingresos y el tabaquismo no se asociaron con síntomas musculoesqueléticos en las diferentes regiones anatómicas de los cuerpos de los maestros. Sin embargo, los maestros casados, los que practican actividades físicas y los que no usan medicamentos se asociaron con síntomas en las caderas, los muslos, el cuello y las rodillas, respectivamente (Tabla 2).

Cabe destacar que los estudios han demostrado resultados contradictorios en la asociación de características individuales con síntomas musculoesqueléticos. Una encuesta de 754 maestros de Educación Básica de una ciudad en el noreste de Etiopía mostró que la edad, el estado civil y el tabaquismo no estaban asociados con síntomas musculoesqueléticos en los hombros y el cuello. Además, la práctica de ejercicio físico redujo el dolor de hombro y cuello, corroborando parcialmente este estudio (TEMESGEN et al., 2019). Erick y Smith (2014), a su vez, evaluaron a 1.747 maestros de la Educación Básica de Botswana, y los resultados



mostraron que la edad, el estado civil y el consumo de tabaco no estaban asociados con el dolor de espalda.

En un estudio realizado con 525 docentes de Educación Infantil y Primaria de la Red Escolar Municipal de Jaboatão dos Guararapes, región metropolitana de Recife, se encontró que el género femenino y el tabaquismo se asociaron con dolor en la región de hombros, parte superior de la espalda y cuello, mientras que las otras variables socioeconómicas no mostraron asociación significativa (CEBALLOS; SANTOS, 2015). En el estudio de Yue, Liu y Li (2012), con 893 profesores chinos trabajando en Educación Básica en la ciudad de Puning, el género femenino se asoció positivamente con síntomas musculoesqueléticos en los hombros y las rodillas, y la práctica de ejercicio físico redujo el riesgo en estas mismas regiones del cuerpo.

Es importante destacar que la práctica de actividad física ha sido un factor protector para la aparición de problemas musculoesqueléticos en los docentes. Inferimos que se debe al aumento de la fuerza y flexibilidad muscular, el aumento del umbral de dolor y el fortalecimiento de las estructuras musculares y de ligamentos, que comienzan a soportar de manera más eficiente las sobrecargas de trabajo y el estrés diario de las actividades (TEMESGEN et al., 2019).

En las características laborales, los maestros que han trabajado recientemente en Educación Básica y trabajan solo en una escuela se asocian con síntomas musculoesqueléticos en las regiones de muñeca / manos y tobillo / pie, respectivamente. Las otras características del trabajo, como la carga de trabajo, el turno, el empleo, la licencia para el tratamiento de salud y el número de estudiantes por habitación no se asociaron con síntomas musculoesqueléticos (Tabla 2).

Yue, Liu y Li (2012) verificaron en 893 maestros de educación básica que la experiencia como docente y la carga de trabajo semanal no estaban asociadas con síntomas musculoesqueléticos. Por otro lado, en el estudio de Temesgen et al. (2019), con 754 docentes de educación básica, un mayor tiempo de experiencia como docente y la carga de trabajo de más de 30 horas semanales se asociaron con dolor de hombro y cuello. También en el estudio de Cardoso et al. (2009), con 4.496 docentes de la Red Municipal de Educación de Salvador, Bahía, el mayor tiempo de trabajo en la escuela, la carga de trabajo semanal de 40 horas y el multiempleo se asociaron positivamente con el dolor musculoesquelético.

En otro estudio con 525 docentes de Educación Infantil y Primaria, el tiempo de más de 10 años de trabajo se asoció positivamente con dolor de tobillo y/o pie (CEBALLOS; SANTOS, 2015). En la investigación de Erick y Smith (2014), con 1747 maestros de Educación Básica de Botswana, el tiempo de servicio se asoció con síntomas musculoesqueléticos en la región



lumbar. Por otro lado, la carga de trabajo semanal, el número de estudiantes por clase y el empleo múltiple no se asociaron con síntomas musculoesqueléticos.


Consideraciones finales


Considerando que el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas prioriza la estimulación del trabajo colaborativo, la pertinencia de la enseñanza, la resiliencia y la valorización del protagonismo de los involucrados, utilizando una metodología innovadora en su desarrollo, además de incentivar a los docentes a utilizar un proceso que replique estas condiciones en el aula, este estudio colabora a indicar algunas estrategias que pueden ser fundamentales tanto para reducir el número de docentes que manifiestan síntomas así como para ayudar a quienes los manifiestan. Algunas estrategias dependen, en parte, del poder público, mientras que otras pueden ser utilizadas en su propia formación.

En resumen, los docentes de Educación Infantil y Primaria de las escuelas municipales involucradas en el estudio presentaron baja frecuencia de síntomas musculoesqueléticos, y las regiones del cuerpo más afectadas por los síntomas fueron las partes inferior y superior de la espalda, hombros y muñecas y/o manos. Además, las características socio-ocupacionales de los docentes se asociaron con síntomas musculoesqueléticos.

El elevado número de mujeres, la mayoría de edad de 40 años y los compromisos con la infancia y la familia definen un perfil con varias responsabilidades más allá de las asignadas por la profesión. Considerar estas condiciones en la planificación de las reuniones de capacitación y en la planificación de los propios docentes es una demanda prioritaria para la mejora tanto de la calidad de vida como del desempeño laboral de estas mujeres.

En este sentido, ampliar el trabajo colaborativo puede ser determinante para minimizar la carga de trabajo de los docentes. Además, la construcción de repositorios de actividades desarrolladas por las diferentes escuelas se puede reducir el tiempo dedicado a la planificación, sin, sin embargo, desconociendo que las adaptaciones son necesarias desde el contexto de cada una de las unidades didácticas.

En cuanto a los resultados respecto al alto número de docentes que practican actividades físicas, que no son fumadores y no usan medicamentos, especialmente los indicados para condiciones depresivas, se observa la importancia de motivar a los docentes. En este sentido, la valorización del protagonismo y el estímulo a la resiliencia, a través de actividades formativas que ayuden a hacer frente a las adversidades, pueden ser fundamentales para que los índices obtenidos se mantengan o incluso mejoren. En el caso concreto de este estudio, los resultados




invitan a pensar que el programa formativo propuesto puede constituir un programa de prevención de síntomas musculoesqueléticos, especialmente en profesionales que trabajan en Educación Básica.

En cuanto a la asociación del tiempo docente en la docencia y el pluriempleo con síntomas en muñecas/manos y tobillos/pies, respectivamente, se observa que la solución no se limita a la capacidad del programa. Sin embargo, el hallazgo puede colaborar tanto en la planificación de actividades de autoformación con especialistas que discuten el cuidado de las respectivas partes del cuerpo, como en el estímulo para que los maestros planifiquen las actividades de tal manera que no se requiera tanta escritura y tanto tiempo de pie en el aula.

Estas estrategias también son válidas para mejorar los resultados en relación con las regiones anatómicas del cuerpo más afectadas por los síntomas, que fueron la espalda, los hombros, las muñecas/manos y el cuello. En este proceso, es necesario superar prácticas que aún requieren una escritura excesiva por parte de los docentes, condición que se considera a la hora de trabajar con propuestas pedagógicas transdisciplinarias y ecoformativas, y que, según Oliveira, Behrens y Prigol (2020, p. 1891), comprenden un "[...] dinámicas no lineales del proceso de enseñanza y aprendizaje".

También cabe destacar que las diferencias en la asociación de características ocupacionales con síntomas musculoesqueléticos, como se señala en estudios como este, pueden estar relacionadas con las características de las muestras, el período de recopilación de información, las condiciones ocupacionales, el tiempo de experiencia en la profesión docente y las regiones en las que viven los maestros.

Además, en la evaluación de los síntomas musculares de los participantes de este estudio, se aplicó un cuestionario de recuerdo autoinformado. Aunque este es el más utilizado en la literatura, puede provocar sesgos de memoria, subestimando o sobreestimando los valores encontrados. También es necesario considerar que la recolección de datos en julio puede haber subestimado la prevalencia de síntomas musculoesqueléticos en comparación con los últimos meses del año escolar, lo que resulta en resultados con menor sobrecarga de trabajo y estrés.

Sin embargo, se considera que los datos recogidos y su comparación con otros estudios pueden contribuir a la definición de estrategias comprometidas con el bienestar docente. Así, se presenta la relevancia de las formaciones que superan los patrones reproductivos para escuchar a los docentes y dar visibilidad a su realidad local, sin subestimar las demandas globales.





GRACIAS: A la Fundación de Apoyo a la Investigación e Innovación del Estado de Santa Catarina, que, a través de la Convocatoria Pública Fapesc nº 09/2015, posibilitó el inicio de la investigación.


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Cómo hacer referencia a este artículo


ROCHA, R. E. R.; ZWIEREWICZ, M.; VIOLANT HOLZ, V. De la formación continua al bienestar docente: Características socio-ocupacionales y prevención de síntomas musculoesqueléticos. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0431-0449, enero/marzo 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14279


Enviado en: 01/09/2021

Revisiones requeridas en: 10/10/2021

Aprobado en: 25/11/2021

Publicado en: 02/01/2022





FROM CONTINUING FORMATION TO TEACHER’S WELL-BEING: SOCIAL OCCUPATIONAL CHARACTERISTICS AND PREVENTION OF OSTEOMUSCULAR SYMPTOMS


DA FORMAÇÃO CONTINUADA AO BEM-ESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SÓCIO-OCUPACIONAIS E PREVENÇÃO DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES


DE LA FORMACIÓN CONTÍNUA AL BIENESTAR DOCENTE: CARACTERÍSTICAS SOCIO-OCUPACIONALES Y PREVENCIÓN DE SÍNTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS


Ricelli Endrigo Ruppel da ROCHA1 Marlene ZWIEREWICZ2 Verónica VIOLANT HOLZ3


ABSTRACT: The osteomuscular diseases are highlighted among the problems which most affect teacher’s health. The present study is due to evaluate the association among the social occupational characteristics and osteomuscular symptoms in teachers of Basic Education who take part in the Formation-Action Program in Creative Schools, aiming to outline strategies to assist in their well-being. 48 teachers took part in the research who work with Child Education and Elementary School from institutions bond to the Municipal Department of Education of São Ludgero and Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. To collect the data, the following tools were used: The Social Economic and Occupational Questionnaire (BJORNER; OLSEN, 2010) and the Nordic Questionnaire of Osteomuscular Symptoms (BARROS; ALEXANDRE, 2003). The study verified that different social occupational characteristics showed in the participants are associated with specific musculoskeletal symptoms and this can assist in the outlining of prevention strategies to reduce even more the prevalence of musculoskeletal symptoms in teachers who go to the formation program proposed by the research.


KEYWORDS: Teacher formation. Teacher’s health. Osteomuscular diseases. Creative schools.


RESUMO: Os distúrbios osteomusculares são destaque entre os problemas que mais afetam a saúde docente. Este estudo objetiva avaliar a associação entre características sócio-


1 Alto Vale do Rio do Peixe University (UNIARP), Caçador - SC - Brazil. Professor of the Professional Master's Degree Program in Basic Education and of the Academic Master's Degree Program in Development and Society. PhD in Biomedical Sciences (IUNIR - UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4277-1407. E-mail: ricellie@uniarp.edu.br

2 Alto Vale do Rio do Peixe University (UNIARP), Caçador - SC - Brazil. Coordinator and Professor of the Professional Master's Program in Basic Education. Coordinator with Saturnino de la Torre of the International Network of Creative Schools (RIEC). PhD in Psychology (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5840- 1136. E-mail: marlenezwie@yahoo.com.br

3 University of Barcelona (UB), Barcelona - Catalonia - Spain. Professor at the School of Education. Director of the International Observatory on Hospital Pedagogy. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2464-6845. E-mail: vviolant@ub.edu




ocupacionais e sintomas osteomusculares em docentes da Educação Básica que frequentam o Programa de Formação-Ação em Escolas Criativas, visando o delineamento de estratégias que colaborem com seu bem-estar. Participaram da pesquisa 48 docentes atuantes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental de instituições vinculadas às Redes Municipais de Ensino de São Ludgero e Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: o Questionário Socioeconômico e Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (BARROS; ALEXANDRE, 2003). O estudo constatou que diferentes características sócio-ocupacionais apresentadas pelos participantes se associam a sintomas osteomusculares específicos; isso pode auxiliar na definição de estratégias de prevenção para reduzir ainda mais a prevalência dos sintomas osteomusculares em docentes que frequentam o programa de formação proposto nesta pesquisa.


PALAVRAS-CHAVE: Formação docente. Saúde docente. Distúrbios osteomusculares. Escolas criativas.


RESUMEN: Los trastornos musculoesqueléticos se destacan entre los problemas que más afectan a la salud docente. Este estudio tiene como objetivo evaluar la asociación entre características socio-ocupacionales y los síntomas musculoesqueléticos en docentes de la Educación Básica que cursan el Programa de Formación-Acción en Escuelas Creativas, con el objetivo de estrategias que aporten a su bienestar. Participaron de la investigación 48 docentes actuantes en la Educación de Niños y en la Enseñanza Básica de instituciones vinculadas a las Redes Municipales de Enseñanza de São Ludgero y Paulo Lopes, Santa Catarina, Brasil. Para la recolecta de datos, se utilizaron los siguientes instrumentos: El Cuestionario Socioeconómico y Ocupacional (BJORNER; OLSEN, 2010) y el Cuestionario Nórdico de Síntomas Musculoesqueléticos (BARROS; ALEXANDRE, 2003). Por medio del estudio se ha constatado que diferentes características sociolaborales presentadas por los participantes se asocian con síntomas musculoesqueléticos específicos, puede eso auxiliar en la definición de estrategias de prevención para reducir aún más la prevalencia de los síntomas musculoesqueléticos en docentes que asisten al programa de formación propuesto en esta investigación.


PALABRAS CLAVE: Formación docente. Salud docente. Trastornos musculoesqueléticos. Escuelas creativas.


Introduction


Musculoskeletal (osteomuscular) disorders constitute of an inflammatory and degenerative condition affecting tendons, muscles, ligaments, peripheral nerves, joints, and supporting blood vessels. Such conditions result in overstrain of bones, ligaments, and muscles, typically manifesting as musculoskeletal pain with subsequent functional impairment (EGGERS; PILLAY; GOVENDER, 2018).

Musculoskeletal disorders represent the second leading cause of health problems in the working population, affecting 50% to 80% of this population worldwide, second only to mental




and behavioral disorders (SHUAI et al., 2014). Among the occupational categories that have a high prevalence of musculoskeletal disorders are teachers.

In the case of these professionals, musculoskeletal disorders cause suffering, limitations and absenteeism from work, negatively impacting their quality of life. These disorders also have undesirable effects on student performance, since the difficulties experienced by teachers reflect on the quality of their teaching practices, reducing the learning potential (SCHEUCH; HAUFE; SEIBT, 2015).

In a systematic review conducted in 13 countries (three from America, four from Europe, five from Asia and Australia), the prevalence of musculoskeletal disorders reached 40% to 50% of teachers (TEMESGEN et al., 2019). Specifically in the Brazilian context, 39% to 95% of teachers are affected by musculoskeletal problems, constituting a major public health problem (ERICK; SMITH, 2011).

Other studies confirm this reality by finding a high percentage of teachers who presented symptoms in the 12 months prior to data collection, among them: a) the research that investigated 525 Kindergarten and Elementary School teachers from the Municipal Teaching Network of Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, finding that 73.5% presented the symptoms (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) the research that investigated 320 teachers from the Municipal Teaching Network of Pelotas, Rio Grande do Sul, finding that 89.7% presented the symptoms (BRANCO; JANSEN, 2011); c) the research that investigated 157 teachers from state and municipal schools in a city in the countryside of São Paulo, finding that 90.4% presented the symptoms (CARVALHO; ALEXANDRE, 2006); d) and the research that investigated 242 teachers from the Municipal Teaching Network of Natal, Rio Grande do Norte, finding that 93% presented the symptoms (FERNANDES; ROCHA; COSTA-OLIVEIRA, 2011).

The rate, however, was lower in the teachers specifically participating in this study, 26%, as indicated by Zwierewicz et al. (2019), arousing the interest in investigating whether there is an association between socioeconomic and occupational characteristics and musculoskeletal symptoms manifested by these professionals. It is noteworthy that the research participants work in Basic Education schools in the Municipal Education Networks of Paulo Lopes and São Ludgero, in the south of the state of Santa Catarina, Brazil, and during data collection were attending, for the second consecutive year, the Training-Action Program in Creative Schools.

This program has been developed in Basic Education in different cities of Santa Catarina since 2009, with the objective of favoring the development of innovative pedagogical practices



by stimulating collaborative work, the relevance of teaching, resilience, and valuing the protagonism of those involved.

The fact that the indexes presented by these teachers were lower than those detected in several previous studies motivated this research. Therefore, the association between socioeconomic and occupational characteristics and musculoskeletal symptoms was investigated, with the intention that more data would be obtained and considered in the development of prevention strategies in the next training program offerings.

This study is part of the research project entitled "Stress level and quality of life of teachers in the state education network", approved in the FAPESC Public Call No. 09/2015. The project began its research in the midwest region of Santa Catarina and is expanding to other regions of the state in order to map and propose strategies that contribute to the well-being of teachers.


From Musculoskeletal Symptoms to the Training-Action Program in Creative Schools and its approach to the 2030 Agenda


Osteomuscular symptoms represent one of the most common and important occupational health problems among workers, standing out among work-related diseases (CARDOSO et al., 2011). Having as possible causes the changes in lifestyle habits and in the environment, the increase in stress and the demands of the corporate world (HUGUE; PEREIRA JÚNIOR, 2011), they generate negative impacts on the quality of life of workers, decrease productivity and increase economic costs caused by absences for health treatment (SOLIS-SOTO et al., 2017, SHUAI et al., 2014). These symptoms can lead to functional disability and even the definitive impediment of the execution of the work activity (SOLIS- SOTO et al., 2017).

In the Brazilian context, musculoskeletal symptoms began to stand out in the 1980s and gradually became a major public health problem (CARVALHO; ALEXANDRE, 2006). Currently, they constitute an epidemic and represent one of the prominent groups among the occupational diseases that permeate the national reality (PICOLOTO; SILVEIRA, 2008).

Among the workers who present high prevalence of musculoskeletal symptoms are those in education (CEBALLOS; SANTOS, 2015). Research indicates that in the 39% to 95% of teachers affected by musculoskeletal problems, the most affected anatomical regions are the back, shoulders, neck, and knees (CONVERSO et al., 2018).

Epidemiological studies show that the causal factors associated with the high prevalence of musculoskeletal disorders in teachers are the biomechanical ones present in the activity, the




psychosocial ones, individual characteristics and occupational factors (TEMESGEN et al., 2019). However, these factors can change depending on the socioeconomic, demographic, and occupational context in which teachers are inserted. Knowing these contexts can subsidize actions for the development of policies to promote health and quality of life in teaching, especially in times of pandemic.

Specifically in relation to COVID-19, examples are the studies by Ammar et al. (2020) and Vicent et al. (2020), dedicated to researching the effects linked to social isolation measures

- such as school closures - on the physical activity of the confined population. The studies of Camacho-Cardenosa et al. (2020) and Antunes et al. (2020) are also references, researching the effects of physical activity on the mental health of the population.

Before the pandemic, we highlight a study conducted with 298 teachers of Basic Education in a city in the midwest region of Santa Catarina, whose results indicated a high prevalence of musculoskeletal symptoms. However, the factors that could be associated with the result were not analyzed (ROCHA et al., 2017).

In general, the causal factors that stand out for the high prevalence of musculoskeletal symptoms in teachers include prolonged standing time in the classroom and repetitive writing on the blackboard, prolonged and frequent reading sessions at the desk and computer, and uncomfortable postures. Also part of this scenario are class preparation and corrections of student assignments, psychosocial factors, which include high demand and work overload, high perceived stress levels, low social support, and low job satisfaction (CONVERSO et al., 2018).

Therefore, interventions to reverse this reality are indispensable. They can be developed both during the initial training to work in Basic Education and in the continuing education process, because these are two moments required by Brazilian legislation for professional performance.

On the one hand, the trainings can be mechanical and reproduce routines that stimulate musculoskeletal symptoms. On the other, they can stimulate well-being in teachers, especially when the formative moments offer alternatives to meet their real needs in their performance contexts, using their own work as inspiration for continuing education (LÜDKE; GOING, 2018).

This is the intentionality of the Training-Action Program in Creative Schools. Developed in different municipalities of the state of Santa Catarina, Brazil, among them Paulo Lopes and São Ludgero, the program is being offered as an extension action of a Higher Education Institution (HEI) of Santa Catarina and its schedule is structured primarily in monthly meetings. By working from a transdisciplinary and eco-training perspective, committed to



stimulating collaborative work, the relevance of teaching, resilience and appreciation of the protagonism of those involved, using an innovative methodology, it is expected that the program can increase the well-being of teachers and students, also improving the conditions of the school environment (ZWIEREWICZ et al., 2016).

It is also noteworthy that the Training-Action Program in Creative Schools - based on transdisciplinarity and eco-training - is committed to stimulating complex thinking (ALMEIDA, 2018). The dynamization of these concepts in the training meetings is justified by the need announced by Gatti, Barreto, and André (2011) to reflect on the continuing education references that have been implemented, especially when developed out of context with the school reality, prioritizing a transmissive training, focused on lectures, seminars, workshops, and short courses.

While transdisciplinarity strengthens "[...] the construction of a new epistemology capable of rescuing the multidimensionality of the subject, understood from a complex ontology" (RIBEIRO; MORAES, 2014, p. 244). 244), eco-training constitutes an invitation "[...] to meet again and to dialogue between the natural and the cultural [...]" so that, by meeting nature again, subjects can "[...] meet themselves and others again. Therefore, through eco- training, it is proposed that "[...] the formative contact with things, with objects and with nature [...] may be formative of other connections, especially human connections" (SILVA, 2008, p. 102).

This process contributes to the stimulus of complex thinking, i.e., "[...] a type of thinking that does not separate, but rather unites and seeks the existing relationships between the various aspects of life [...]" (PETRAGLIA, 2013, p. 16). One of the nodal theses of complex thinking is the reconnection of knowledge and, "[...] therefore, the overcoming of the fragmentation of knowledge about the human, nature, and society.

Based on this conceptual triad - complex thinking, transdisciplinarity and eco-training - the Training-Action Program in Creative Schools is developed in stages that stimulate the connection with the reality of the participating teachers and their contexts. In this process, it favors "[...] the mobilization of teachers in the consolidation of a formation that, in fact, translates into action [...]". Hence,


[...] It is not a training in the traditional format, because, while it contributes to the deepening of the pedagogical conception, it prioritizes a methodology that encourages the application of what is collectively proposed by the team in the classroom with the students (ALMEIDA; ZWIEREWICZ; CARREÑO- SAUCEDO, 2019, p. 97).





By encouraging teacher protagonism and resilience, the Training-Action Program is close to the Sustainable Development Goals (SDGs) present in the 2030 Agenda for Sustainable Development, among them, those committed to the well-being of the population, sustainable development, and building effective, responsible, and inclusive institutions (UN BRAZIL, 2015). Therefore, the training meetings are based on transdisciplinarity and eco-training and prioritize the stimulus of complex thinking.

This research is justified because it is the first quantitative study structured to evaluate the association between socioeconomic and occupational characteristics and musculoskeletal symptoms in teachers who attend the Training-Action Program in Creative Schools. Its relevance consists of the possibilities that the results offer to make decisions that redefine the training program to meet the demands observed in the investigated teachers.


Research Methodology


Considering that the objective of this study was to evaluate the association between socioeconomic and occupational characteristics and musculoskeletal symptoms in Basic Education teachers who attend the Training-Action Program in Creative Schools and present a lower prevalence than those investigated in previous studies, the use of associative descriptive research was prioritized, with cross-sectional design and quantitative approach. The research was approved by the Research Ethics Committee of the Alto Vale do Rio Peixe University (UNIARP), thus meeting the ethical precepts involved in research involving human beings.

The study was carried out in the state of Santa Catarina, specifically in two of its 295 municipalities: Paulo Lopes and São Ludgero. The selection of these municipalities occurred because teachers from the two municipal education networks had been participating, for two consecutive years, in the Training-Action Program in Creative Schools. The research included 48 volunteer teachers of Kindergarten and Elementary School, most of them women, working in the respective municipal education networks.

To carry out the study, authorization for the research was requested from the education secretaries of the municipalities. Then, during the continuing education process, the teachers were informed about its procedures, and only those professionals who signed the Free and Informed Consent Form (FICF) participated.

The collection of data related to the teachers' socioeconomic and occupational characteristics was carried out through the application of the Socioeconomic and Occupational





Questionnaire. This instrument was structured according to the procedures described by Bjorner and Olsen (2010).

Comprising 15 questions, the questionnaire collects data on gender, age, number of children, marital status, individual income, practice of weekly physical activities, smoking, use of daily medication, time teaching, weekly workload, work shift, multiple jobs, educational level of employment (Kindergarten or Elementary School), number of students per class and time off work for health treatment in the last 12 months.

To evaluate musculoskeletal symptoms, we used the Nordic Musculoskeletal Symptoms Questionnaire (NMQ), composed of a human figure divided into nine anatomical regions, culturally adapted for the Portuguese language by Barros and Alexandre (2003). The respondent must report the occurrence of symptoms considering both the 12 months and the seven days preceding the interview, in addition to the occurrence of absence from routine activities in the last year (PINHEIRO, TRÓCCOLI; CARVALHO, 2002).

Both instruments were applied at the beginning of the training sessions held in July. Soon after the opening, the teachers had access to the questionnaires and filled them out before the beginning of the theoretical and practical activities planned for the meeting.

The data treatment was carried out through descriptive analysis, presenting the absolute and relative frequency. To analyze the association between socioeconomic and occupational variables and musculoskeletal symptoms, Pearson's chi-square test was used with a significance level of p<0.05. All analyses were performed in the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 25.0.


Results and discussion


The socioeconomic characteristics of the Kindergarten and Elementary School teachers showed that 88.9% were female, over 40 years old, and had at least one child. Moreover, 77% were married and had an income of less than three minimum wages, 81.2% practiced some kind of weekly physical activity, and most of them did not smoke and did not use daily medications. The occupational characteristics of the teachers showed that 43.8% had worked in kindergarten or elementary school for 10 years, with a weekly workload between 21 and 40 hours, most of them in two daily shifts. There was a predominance of those who had two jobs (77.1%), who were permanent employees and had an average of 20 students per classroom. The highest percentage of teachers (73%) had not left their activities in the last 12 months for health

treatment.




Regarding musculoskeletal symptoms (Table 1), 26% of the teachers presented problems in the last 12 months, and the most frequent regions were the lower back (43.8%), shoulders (33.3%), and wrists/hands (31.3%).


Table 1 – Frequency of musculoskeletal symptoms and functional disability in kindergarten and elementary school teachers



Anatomical region

Symptoms in the past 12 months


(%)


Neck

27,1

6,3

10,4

Shoulders

33,3

8,3

8,3

Upper Back

29,2

8,3

10,4

Elbows

8,3

2,1

6,3

Wrists/Hands

31,3

8,3

8,3

Lower back

43,8

12,5

14,6

Hips/thighs

16,7

4,2

6,3

Knees

20,8

8,3

22,9

Ankle/foot

22,9

6,3

8,3

(%)

Impediment to perform activities in the

last 12 months

Symptoms during the last

7 days (%)


Average ± Dp 26,0±10,2 7,1±2,9 10,6±5,2

Source: Research data (2020)


In the analysis of the association between socioeconomic and occupational characteristics and musculoskeletal symptoms in different anatomical regions of the teachers' bodies (Table 2), marital status, the practice of weekly physical activity and the use of medication were associated with symptoms in the hip/thighs, neck and knees, respectively (p<0.05). In addition, length of tenure in teaching and multiemployment were associated with symptoms in wrists/hands and ankles/feet, respectively, (p<0.05). In the other socioeconomic and occupational variables, there was no association with musculoskeletal symptoms (p>0.05).


Table 2 – Analysis of the association between musculoskeletal symptoms and socioeconomic and occupational characteristics



SC


/M

IC

/C


/P

Gender











,563

,000

,307

,000

,000

,121

,000

,000

,000

Age











,000

,081

,413

,125

,097

,413

,128

,152

,193

Number of children











,475

,972

,967

,000

,260

,652

,811

,131

,137

Marital status











,350

,390

,750

,000

,158

,109

,013*

,640

,237

Socioeconomic and occupational variables 4

                 Musculoskeletal Symptoms       



4 Significant association with p<0.05. P - Neck; O - Shoulders; PSC - Upper back; C - Elbows; P/M - Wrists/hands; PIC - Lower back; Q/C - Hips/thighs; J - Knees; T/P - Ankles/foot; LTS - Health Care Leave.



Income











,783

,810

,000

,000

,000

,478

,723

,734

,297

PA practice











,491

,910

,000

,000

,561

,308

,873

,002*

,797

Smoking











,000

,000

,503

,000

,532

,186

,000

,377

,410

Medications











,025*

,413

,676

,124

,692

,715

,116

,047*

,068

Teaching time











,088

,445

,262

,660

,023*

,067

,129

,267

,210

Working hours











,000

,257

,443

,000

,000

,179

,000

,781

,797

Shift











,000

,000

,060

,630

,371

,165

,250

,151

,000

Pluriemployment











,458

,293

,000

,561

,000

,000

,000

,416

,048*

Link











,622

,694

,654

,000

,227

,186

,000

,000

,000

Students per class











,330

,201

,320

,282

,000

,544

,000

,000

,000

LTS











,298

,735

,480

,563

,000

,000

,000

,706

,702

Source: Research data (2020)











The results of this research showed the predominance of middle-aged, married and female teachers. Regarding the predominance of women, the result is in accordance with national and international research with teachers who work in Basic Education, confirming that the school is a work space with female predominance (ROCHA et al., 2017, CONVERSO et al., 2018).

Regarding the lifestyle of teachers in this study, most of them practice some kind of weekly physical activity, contrary to studies that show that the practice of physical activity by Brazilian teachers is low and that most do not reach the recommended values of 150 minutes of moderate to vigorous activity per week (BRITO et al., 2012). Importantly, a physically active lifestyle reduces the risk of developing cardiometabolic diseases, in addition to preserving and maintaining the general health status of teachers, and can positively influence the quality of teaching and student learning (MOTA JÚNIOR et al., 2017).

In assessing the teachers' risk behaviors, the results showed that few of them use tobacco and alcoholic beverages. This result converges with three other studies: a) the survey involving 525 Kindergarten and Elementary School teachers from the Municipal Teaching Network of Jaboatão dos Guararapes, located in the Metropolitan Region of Recife, capital of the state of Pernambuco, which found a low frequency of tobacco and alcoholic beverage use by the teachers investigated (CEBALLOS; SANTOS, 2015); b) the survey of 414 Basic Education teachers in the municipality of Bagé, Rio Grande do Sul, which also found few smokers (SANTOS; MARQUES, 2013); c) the study by Yue, Liu, and Li (2012), conducted with 893



Basic Education teachers, which also identified a low rate of smokers. As previously mentioned, healthy lifestyle habits, such as reducing alcohol and tobacco consumption, reduce the risk of various health problems, especially those related to chronic noncommunicable diseases, especially cardiovascular diseases, cancer, respiratory diseases, and diabetes (SANTANA; PEIXOTO, 2017).

In the analysis of occupational characteristics, there was a predominance of working hours above 20 hours per week in a single school, concurrent and teaching activity as the main occupation. Other studies with Basic Education teachers also found similar results to those of the present research (CONVERSO et al., 2018; CEBALLOS; SANTOS, 2015; SANTOS; MARQUES, 2013).

In the past 12 months, 26% of the faculty members participating in this research had osteomuscular symptoms, as indicated by Zwierewicz et al. (2019), which can also be seen in Table 1. The data are below other national studies systematized in this article and international studies, including the survey conducted in Taiwan, China, with teachers of Basic Education, whose result indicated that 86% of participants had some type of osteomuscular symptom (CHENG et al., 2016).

The difference in musculoskeletal symptoms of the respondents in this study compared to the others may be related to the formative activities, lifestyle and occupational characteristics of the teachers. Healthy lifestyle habits demonstrated by the practice of physical activity and low tobacco and alcohol consumption can increase physical fitness and decrease occupational stress, resulting in greater support for physiological work loads and, consequently, reduction of musculoskeletal symptoms (DIAS et al., 2017).

As for the occupational characteristics, Neves and Silva (2006) warn about the influence on teaching health of the social devaluation of their work, the lack of stimulus to work, the requirement of mastering different and constantly changing subjects, the existence of unsatisfactory interpersonal relationships, in addition to the large classes, the extensive work day, and the feeling of guilt for not satisfactorily dealing with domestic and family activities. These conditions justify the transdisciplinary and eco-formative emphasis of the training program offered to the participants of this study.

The anatomical regions of the body most affected by musculoskeletal symptoms were the back, shoulders, wrists/hands and neck (Table 1). The results of this research show similarity with previous research, in which the main musculoskeletal problems found in faculty members are located in regions such as the back, neck, shoulders, and wrists/hands (ROCHA et al., 2017; CONVERSO et al, 2018; SOLIS-SOTO et al., 2017; CHENG et al., 2016; ERICK;



SMITH, 2014; NG; VOO; MAAKIP, 2019). Studies have shown that the characteristics of the teaching work - such as prolonged time in sitting and standing positions, frequent and prolonged sessions of reading, preparing classes, and typing activities on the computer - associated with the biomechanical factors present in the activities - of repetitive demands and developed in environments without adequate ergonomic planning - are aspects that result in musculoskeletal changes (SHUAI et al., 2014).

Individual characteristics such as gender, age, number of children, income and smoking were not associated with musculoskeletal symptoms in the different anatomical regions of the teachers' bodies. However, married teachers, those who practice physical activities, and those who do not use medication were associated with symptoms in the hip/thighs, neck, and knees, respectively (Table 2).

It is noteworthy that studies have shown conflicting results in the association of individual characteristics with musculoskeletal symptoms. A survey of 754 elementary school teachers in a city in the northeastern region of Ethiopia showed that age, marital status, and smoking were not associated with musculoskeletal symptoms in the shoulders and neck. In addition, exercise reduced shoulder and neck pain, corroborating in part with this study (TEMESGEN et al., 2019). Erick and Smith (2014), meanwhile, assessed 1747 elementary education teachers in Botswana, and the results showed that age, marital status, and tobacco use were not associated with back pain.

In a survey conducted with 525 kindergarten and elementary school teachers from the Municipal Education Network of Jaboatão dos Guararapes, metropolitan region of Recife, it was found that female gender and smoking were associated with shoulder, upper back and neck pain, while the other socioeconomic variables showed no significant association (CEBALLOS; SANTOS, 2015). In the study by Yue, Liu and Li (2012), with 893 Chinese teachers who worked in Basic Education in the city of Puning, the female gender was positively associated with musculoskeletal symptoms in the shoulders and knees, and the practice of physical exercise reduced the risk in these same body regions.

Importantly, physical activity has been found to be a protective factor for the occurrence of musculoskeletal problems in teachers. We infer that it is because of the increase in muscle strength and flexibility, the increase in pain threshold and the strengthening of muscular and ligamentous structures, which start to support more efficiently the work overloads and daily stress of the activities (TEMESGEN et al., 2019).

Regarding labor characteristics, teachers who have been working for a short time in elementary education and those who work in only one school are associated with



musculoskeletal symptoms in the wrist/hand and ankle/foot regions, respectively. Other job characteristics, such as workload, shift, employment status, sick leave, and number of students per class were not associated with musculoskeletal symptoms (Table 2).

Yue, Liu, and Li (2012) found that teaching experience and weekly workload were not associated with musculoskeletal symptoms in 893 elementary school teachers. In contrast, in Temesgen et al.'s (2019) study of 754 Basic Education teachers, longer teaching experience and workload above 30 hours per week were associated with shoulder and neck pain. Also in the study by Cardoso et al. (2009), with 4,496 teachers in the Municipal Teaching Network of Salvador, Bahia, longer time working at school, weekly workload of 40 hours, and multiemployment were positively associated with musculoskeletal pain.

In another study of 525 Kindergarten and Elementary School teachers, length of service of more than 10 years was positively associated with ankle and/or foot pain (CEBALLOS; SANTOS, 2015). In Erick and Smith's (2014) survey of 1747 elementary education teachers in Botswana, length of service was associated with musculoskeletal symptoms in the lower back. On the other hand, weekly workload, number of students per class and multiple jobs were not associated with musculoskeletal symptoms.


Final considerations


Considering that the Training-Action Program in Creative Schools prioritizes the stimulus to collaborative work, the pertinence of teaching, resilience and valorization of the protagonism of those involved, using an innovative methodology in its development, besides encouraging teachers to use a process that replicates these conditions in the classroom, this study contributes to indicate some strategies that may be essential both to reduce the number of teachers who manifest symptoms and to help those who do. Some strategies depend, in part, on public authorities, while others can be streamlined in the training itself.

In summary, the Kindergarten and Elementary School teachers of the municipal education networks involved in the study showed a low frequency of musculoskeletal symptoms, and the body regions most affected by the symptoms were the lower and upper back, shoulders and wrists and/or hands. In addition, the teachers' socio-occupational characteristics were associated with musculoskeletal symptoms.

The high number of women, the age of most of them over 40 years old, and the commitments with children and family define a profile with several responsibilities in addition to those assigned by the profession. Considering these conditions in the planning of training



meetings and in the planning of the teachers themselves is a priority demand in order to improve both the quality of life and the work performance of these women.

In this sense, expanding collaborative work can be a determining factor in minimizing the teachers' workload. In addition, building repositories of activities developed by different schools can reduce the time devoted to planning, without, however, disregarding that adaptations are necessary based on the context of each of the teaching units.

Regarding the results concerning the large number of teachers who practice physical activities, are not smokers, and do not use medications, especially those indicated for depressive disorders, it is observed the importance of continuing to motivate teachers. In this sense, the valorization of the protagonism and the encouragement of resilience through formative activities that help in facing adversities may be fundamental for the indexes obtained to be maintained or even improved. In the specific case of this study, the results invite us to think that the proposed formative program can be a prevention program for musculoskeletal symptoms, especially in professionals who work in Basic Education.

In relation to the association of teaching time in teaching and multi-employment with symptoms in wrists/hands and ankles/foot, respectively, it is observed that the solution is not limited to the capacity of the program. However, the finding can collaborate both in planning self-training activities with specialists who discuss care of the respective body parts, and in encouraging teachers to plan activities in such a way that so much writing and so much standing in the classroom are not required of them.

These strategies are also valid for improving the results regarding the anatomical body regions most affected by the symptoms, which were the back, shoulders, wrists/hands, and neck. In this process, it is necessary to overcome practices that still demand excessive writing from teachers, a condition considered when working with transdisciplinary and eco-training pedagogical proposals, and which, according to Oliveira, Behrens and Prigol (2020, p. 1891), comprise a "[...] non-linear dynamic of the teaching and learning process.

It is also noteworthy that the differences in the association of occupational characteristics with musculoskeletal symptoms, as pointed out in studies such as this, may be related to the characteristics of the samples, the information collection period, occupational conditions, the time of experience in teaching, and the regions where the teachers live.

In addition, in the evaluation of the muscular symptoms of the participants in this study, a self-reported recall questionnaire was applied. Although this is the most widely used in the literature, it may cause memory bias, underestimating or overestimating the values found. It is also necessary to consider that data collection in the month of July may have underestimated



the prevalence of musculoskeletal symptoms when compared to the final months of the school year, leading to results with less work overload and stress

Despite this, it is considered that the data collected and its comparison with other studies can contribute to the definition of strategies committed to the well-being of teachers. Thus, the relevance of trainings that overcome reproductive patterns to listen to teachers and give visibility to their local reality, without underestimating global demands, is presented.


ACKNOWLEDGEMENTS: To the Research and Innovation Support Foundation of the State of Santa Catarina that, through the FAPESC Public Call No. 09/2015, made the beginning of the research possible.


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ROCHA, R. E. R.; ZWIEREWICZ, M.; VIOLANT HOLZ, V. From continuing formation to the teacher’s well-being: Social occupational characteristics and prevention of osteomuscular symptoms. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0424-0442, Jan./Mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

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Submitted: 01/09/2021 Revisions required 10/10/2021 Approved: 25/11/2021 Published: 02/01/2022


Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt

Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva