image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2741CRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE SÉCULO CREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE ESTE SIGLO CREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS CENTURY Maria Angela Barbato CARNEIRO1Neide de Aquino NOFFS2RESUMO: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças sociais, econômicas e políticas que se refletem na educação. Fruto desse processo, ela deve estar alinhada à nova ordem mundial sem, contudo, perder de vista as funções; reflexiva, cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal discutir o conceito de criatividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades fundamentais na formação de docentes, buscando transformá-los em sujeitos críticos e capazes de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação de profissionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se tornem sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata-se de um estudo teórico que se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretudo na universidade, o processo criativo. PALAVRAS-CHAVE:Educação. Criatividade. Habilidade docente. RESUMEN:El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios sociales, económicos y políticos que se reflejan en la educación. El resultado de este proceso debe ser alineado con el nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones; reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo principal discutir el concepto de creatividad y su importancia en el desarrollo de habilidades fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en sujetos críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy. Esto hizo la formación de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad creativa para que sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que pretende ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre todo en la Universidad, el proceso creativo. 1Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP – Brasil. Professora Titular no Departamento de Fundamentos da Educação e Coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar. Doutorado em Ciências da Comunicação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5039-9326. E-mail: mabarbato@gmail.com 2Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP – Brasil. Professora Titular no Departamento de Formação Docente, Gestão e Tecnologias, Presidente vitalícia da ABPp, Assessora Institucional na Rede Municipal de Ensino e Coordenadora Geral da Comissão de Regulamentação e Formação do Psicopedagogo no Brasil junto à ABPp. Doutorado em Educação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1700-7682. E-mail: nnoffs@terra.com.br
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2742PALABRAS-CLAVE: Educación. Creatividad. Habilidad docente. ABSTRACT: The present moment of humanity has been characterized by countless social, economic and political changes that are reflected in education. As a result of this process, it must be aligned with the new world order without, however, losing sight of the functions; reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work has as main objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the fundamental skills in the formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects capable of quickly solving the problems faced in the current world. This way, the formation of education professionals must develop their creative capacity so that they become active subjects in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to offer some suggestions for teaching in order to stimulate the creative process, especially at university. KEYWORDS: Education. Creativity. Teaching ability. Introdução Este trabalho é resultado da observação do desempenho, enquanto docente, formando profissionais na área da educação infantil. A prática tem mostrado que o século XXI passou por inúmeras transformações sociais, econômicas, culturais e políticas, determinadas por aquilo que Arendt (1996)3denominou a crise da modernidade. Tais mudanças têm modificado a ordem mundial e exigido, por parte da educação, outras habilidades diferentes daquelas praticadas nos séculos anteriores. Do ponto de vista social tem aumentado a pobreza mundial e com ela os conflitos entre diversos grupos em diferentes países. O crescimento da população carente, entre outros fatores, não é um fato único, mas decorre de outros elementos como, por exemplo, o aumento demográfico e a expansão do modo capitalista de produção que transformou as economias locais em economia global. No caso do primeiro há de se considerar, em todos os continentes, o grande fluxo populacional que migrou para os centros urbanos em busca de melhores condições de vida e de trabalho, porém sem nenhuma formação, provocando o êxodo no campo e um desemprego estrutural nas cidades. No bojo desse processo aumentaram os problemas sociais decorrentes da ausência de infraestrutura e de políticas públicas. No caso do segundo, com a abertura dos mercados internacionais e o aumento do modo capitalista de produção, cresceu a miséria mundial, devido aos baixos salários, à substituição 3Segundo Arendt a crise da modernidade caracteriza-se pelas mudanças na autoridade na cultura e na autoridade.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2743da mão de obra humana pelas novas tecnologias de produção, ao desenvolvimento dos sistemas de comunicação e informação e, especialmente, pela diminuição da participação do Estado na área dos direitos sociais, fazendo com que eles ficassem a cargo do setor privado. Se, até a metade do século passado o modelo político liberal foi dominante, colocando a educação como um dos direitos do cidadão, o neoliberalismo crescente a partir dos anos 70, passou a abordar a escola no âmbito do mercado, pois uma vez que o Estado se ausentou de tal responsabilidade, permitiu que a empresa privada assumisse esse papel, deixando um grande contingente da população fora da escola. Esse descompromisso, porém, não se refere apenas à privatização da educação, mas à associação entre ela e as demandas do mercado de trabalho e das multinacionais, impedindo que um número cada vez maior de pessoas tenha acesso a esse bem. Neste século, observa-se uma interligação crescente das economias mundiais e das nações industrializadas, desprovidas de conteúdo político democrático, a partir do livre comércio. Tal processo resulta da combinação de alianças estratégias e de cooperação, da organização de agentes econômicos em redes e do desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação e da informação. Esses fatores acabaram por modificar as culturas locais e singulares, transformando-as em culturas globais. Logo, as peculiaridades de cada povo têm se transformado em universalidades e a escolarização tem se voltado para o atendimento dos interesses empresariais internacionais, contribuindo para o crescimento da miséria mundial e para a exclusão de crianças e jovens da educação. De acordo com Marrach (1996), o processo neoliberal, não alterou a estrutura piramidal da sociedade, pelo contrário, piorou o modelo de distribuição de renda da população, aumentando ainda mais os problemas sociais, econômicos, culturais e políticos já existentes nos diversos países e, consequentemente, educacionais. Nesse âmbito “a globalização pode ser definida pela circulação de fluxos e pelo desenvolvimento correlativo de empresas multinacionais. Essas existiam antes da globalização, mas se tornaram ainda mais potentes com a globalização e o recuo do Estado” (CHARLOT, 2013.p. 47). Isso demonstra que o processo de mundialização cresceu mais com a diminuição do poder do Estado e da sua responsabilidade na área social, deixando tal incumbência a cargo do setor privado, de tal forma que acabam prevalecendo as leis do mercado. Evidentemente que tais transformações afetaram os diferentes contextos e, dentro deles, a escola.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2744A sociedade da informação e as novas exigências na formação de profissionais A sociedade da informação, porém, exige uma mudança de paradigmas, priorizando o domínio de certas habilidades, dantes desnecessárias, fazendo com que a escolarização prepare o homem para o trabalho, de modo que haja mão de obra qualificada apta para competir no mercado interno e externo. Dessa forma a instituição tem estimulado a competição além de ter se configurado como um mercado para produtos da indústria cultural e da informática, funcionando de formasimilar a ele. Apesar da globalização ser um processo econômico, no que tange à cultura, suas consequências se espalham por outras áreas, provocando o encontro entre os grupos, a divulgação de novas formas de expressão e de comunicação, o crescimento da mídia mundial, a difusão de produtos culturais e a generalização da língua inglesa como idioma internacional. A educação reflete as influências internacionais de modo que a escola se viu obrigada a mudar em função das novas demandas do mercado, tendo que desenvolver outras habilidades tais como, por exemplo, conhecimento, reflexão, competência, cooperação e criatividade. Exige-se, portanto, um novo homem para um mundo novo no qual o aprendizado deve ser contínuo. Aparentemente, a escola se abriu para ”toda” a população nos últimos 40 (quarenta) anos e, agora, deveria se atendê-la com qualidade, mas a educação mostra-se, ainda, como um grande desafio, porque se mantem como reprodutora de princípios doutrinários, onde as classes desfavorecidas permanecem excluídas, mais ainda, sem direito à receber um ensino de qualidade. Entretanto, no mercado de trabalho embora se atribua um papel fundamental à escolarização, nem sempre questiona a sua qualidade em geral até porque, na maior parte das vezes, ela não é um meio de reflexão e de transformação dos princípios doutrinários vigentes, reforçando, assim, ainda mais, o controle político e ideológico. A tais fatores observa-se que em vários países desenvolvidos houve, nos últimos anos, um crescimento de grupos políticos com ideologias fascistas e antidemocráticas, dominado, por trás de tudo isso, pelo poder do capital. A par dessas transformações salienta-se, também, que na sociedade do século XXI não existem mais verdades absolutas, mas realidades em perspectivas, fazendo-se necessária a atualização contínua dos conhecimentos científicos devido, sobretudo, à evolução dos meios de comunicação, que passaram a exigir aprendizagens básicas que possibilitem uma relação permanente entre a cultura local e a global.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2745No interior desse contexto a educação busca atender às exigências do mercado internacional, até mesmo porque seus interesses são adotados pelo próprio Estado, enquanto poder público. Além disso, as novas lógicas exigem trabalhadores e consumidores mais formados, pois de acordo com Charlot (2013) não se trata apenas de desenvolver competências técnicas, mas melhorar o nível da formação básica da população. A educação e suas novas demandas Tal demanda passa pela educação, porém não alienada, mas consciente e refletida. Para ser oferecida com qualidade ela necessita de conhecimento, de compromisso, de cooperação e de criatividade, de tal sorte que o ser humano possa ser sujeito e, não objeto, da sociedade em que vive. Dentro dessa nova realidade é que se deve pensar a escola e a educação, dentro do contexto atual de modo que ele forneça os elementos necessários para que o ser humano possa viver dentro do seu tempo, contribuindo com as transformações adequadas para a sociedade na qual se insere. Portanto, a instituição deve estar preparada para o grande desafio, que consiste em oferecer um ensino de qualidade a toda a população, de modo que a educação cumpra a sua função humanizadora e transformadora, onde a reflexão e a ação sejam constituintes inseparáveis da práxis. Segundo Freire (1982), o ser humano é inacabado e se constrói continuamente, tanto do ponto de vista filogenético, quanto ontogenético, não podendo ignorar que tem uma história enquanto sujeito singular que é. Tal afirmação leva o pensador a explicitar sobre a função transformadora do processo educativo, desde que ela seja consciente, crítica e comprometida. Infelizmente, porém, atingida pela chamada crise mundial, a escola brasileira, nos últimos 40 anos se abriu, aparentemente, para toda a população, permitindo que um contingente maior de pessoas a ela tivesse acesso. Porém, um dos grandes entraves observados é que ela continuou elitista, não alterando nem a sua estrutura, nem o seu funcionamento, atuando de forma bastante similar ao momento da sua origem, de modo que continuou provocando o fracasso escolar, a exclusão e a desigualdade social, além de não atender às exigências do mercado. À primeira vista parece que as transformações sociais não atingem a educação e, particularmente, a escola, no entanto, elas fazem parte de um contexto mais amplo no qual se integram e estão intrinsecamente inter-relacionadas, através influências contínuas.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2746Nessa perspectiva concordamos com Charlot (op.cit.), para quem existem quatro grandes desafios a serem enfrentados pela escola na sociedade contemporânea, aumentar o nível de formação da população como um todo, melhorar a qualidade do trabalho realizado, encarar os novos desafios educativos e culturais e redefinir os conteúdos escolares. Tais desafios passam pela adoção de políticas públicas, pelo financiamento necessário às pesquisas, pela criação de infraestrutura adequada, pela capacitação, valorização e remuneração do magistério, fatores esses que no Brasil, parecem, há muito tempo, ter sido esquecidos. Dentre os principais obstáculos arrolados merece atenção especial a formação docente, visto que a realidade vivida pela maioria dos professores é bastante contraditória, porque envolve por um lado uma perspectiva de educar para o presente, porém, por outro, não se pode perder de vista o passado e o futuro. O primeiro, por ajudar a entender e a alicerçar alguns conhecimentos importantes e, o futuro, por projetar novos objetivos que redundem em uma sociedade mais justa, menos competitiva e mais igualitária. Logo, como muito bem explicitou Delors (1996) em uma de suas obras, que compete à educação, oferecer às crianças e aos adultos os conhecimentos básicos, que permitam identificar as rápidas mudanças da sociedade contemporânea., supondo, portanto, novos conteúdos e habilidades e, principalmente, a capacidade de refletir sobre uma gama de informações a fim de entendê-las melhor dentro de seus respectivos contextos sociais e políticos. É nesse âmbito que, após anos de docência, realizamos este trabalho, refletindo sobre alguns elementos, a partir da experiência que podem contribuir para melhorar a escola e, de modo especial, a formação dos docentes, destacando-se os que atuarão junto às crianças pequenas. Tal preferência se deve ao fato de que as pesquisas recentes sobre a psicologia, a medicina, a sociologia e a educação, entre outras ciências, têm apontado para a relevância dos cinco primeiros anos de vida, portanto, atuar com os pequenos supõe o trabalho de um profissional bem formado. Na formação docente merecerá atenção especial o desenvolvimento da criatividade. A escolha incidiu sobre tal área, por dois motivos. O primeiro pelo fato de que ela se constitui em um dos elementos básicos para a prática reflexiva. O segundo porque dada a sua desvalorização precisa ser, urgentemente, repensada diante das habilidades exigidas para o homem do século XXI.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2747Trata-se, portanto, de uma discussão teórica que permitirá estabelecer alguns pontos fundamentais para iluminar as práticas nas licenciaturas que formam profissionais para atuarem, principalmente, no âmbito da educação infantil. A formação docente neste século se torna um processo muito complexo, considerando-se a existência de várias contradições do contexto local e internacional, interfere na educação, exigindo que o profissional esteja preparado e, portanto, tenha conhecimento da realidade, compromisso com ela, atue cooperativamente e seja criativo para solucionar os múltiplos problemas enfrentados cotidianamente. Na perspectiva do conhecimento, por exemplo, é fundamental que o docente detenha o conteúdo a ser trabalhado e, também, saiba refletir sobre ele, pois de acordo com Imbernón (2017), o conhecimento sempre é “heterodoxo, autônomo e heterônomo”4, na prática educativa. Portanto, ele é parte integrante do pensamento, porque é reflexivo e isso se espelha na da práxis.5No âmbito da docência o pensamento se associa ao conhecimento e à maneira de ensiná-lo. Contudo, essas duas condições não são suficientes, pois a elas se associa o compromisso do profissional com a sociedade em que se insere, exigindo, segundo Freire (op. Cit.), uma decisão lúcida e profunda de quem assume o processo educativo, no qual condição necessária para o ato comprometido é a relação dialógica estabelecida entre a reflexão e a ação que possibilita ter consciência da realidade. Assim, o compromisso do profissional deve envolver um engajamento com o contexto em que atua o que exige o exercício da cidadania e da solidariedade. De acordo com o pensador, ” não há homem sem mundo, nem mundo sem homem” portanto, “ não pode haver reflexão e ação fora da realidade”.6É nesse sentido que se deve pensar a educação, pois não deve haver educador fora do contexto, porque só refletindo sobre ela é que será possível transformá-la. O compromisso e o conhecimento são características fundamentais e complementares, no caso da docência, que devem vir acompanhados de um sentimento de que o fazer educativo transforma a realidade, ponto fulcral para melhorar a educação e o futuro da humanidade. Portanto, a formação docente deve considerá-lo em todas as suas nuances e perspectivas. Só, assim, será possível exercer responsavelmente a ação educativa. 4Palavras de Imbernón. 5Praxis está sendo utilizada neste trabalho de acordo com a visão freireana de educação, mostrando a relação existente no processo ação-reflexão- ação. 6Palavras de Freire.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2748Às características apresentadas deve-se associar o valor da cooperação. Torna-se difícil trabalhar isoladamente, especialmente em um momento em que se multiplicam as informações em rede. A exigência duma solidariedade à escala mundial supõe, por outro lado, que todos ultrapassem a tendência de se fecharem sobre si mesmos, de modo a abrir-se à compreensão dos outros, baseada no respeito pela diversidade. A responsabilidade da educação nessa matéria é, ao mesmo tempo, essencial e delicada na medida em que a noção de identidade se presta a uma dupla leitura: afirmar a diferença, descobrir os fundamentos da sua cultura, reforçar a solidariedade do grupo, podem constituir para qualquer pessoa, passos positivos e libertadores, mas quando mal compreendido este tipo de reivindicação contribui, igualmente, para tornar difíceis e, até mesmo impossíveis, o encontro e o diálogo com o outro (DELORS, 2003, p. 42). Por tais razões nesse processo de globalização aliam-se à cooperação, outras habilidades que os docentes devem possuir tais como a comunicação e a criatividade. Inicialmente é fundamental pensar na comunicação, pois, o destino de cada um de nós, na aldeia global, está circunscrito a uma escala mundial, pois com abertura de fronteiras econômicas estimuladas pelo livre comércio aumentou a interdependência planetária, o que têm provocado, rapidamente, o crescimento de problemas para os quais não estamos preparados para solucionar. Juntamente com o livre comércio surgiram também os movimentos migratórios de pessoas para os países desenvolvidos ou para aqueles que apresentam um pouco mais de segurança econômica e política em busca de melhores condições de vida e de trabalho. Em todos os continentes tais movimentos vem crescendo e, diante de tal mobilidade, há necessidade de um acolhimento destinado aos migrantes e necessita, por parte da educação, tolerância, inclusão e respeito à diversidade. Para Delors (2003), ajudar a transformar a interdependência real em solidariedade é uma importante tarefa da educação daí o valor de se compreender o mundo e o outro e, portanto, a necessidade de um profissional que atue cooperativamente. Isso implica no conhecimento melhor de si e das formas de relacionar-se com os demais, exigindo uma educação mais solidária e colaborativa, de modo que possam ser contemplados os conhecimentos e as culturas diferentes, factíveis através do estabelecimento de vínculos sociais, objetivando o desenvolvimento humano na sua dimensão social e ética. Se os movimentos migratórios provocaram internacionalmente graves conflitos, eles poderão ser minimizados pela cooperação, através da educação de modo a evitar os problemas de exclusão, da miséria e das lutas.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2749Outro elemento a se considerar do ponto de vista educacional é a comunicação, especialmente num momento em que os meios de informação se propagaram e se desenvolveram rapidamente. Cresce cotidianamente a penetração das novas tecnologias, facilitada pelo baixo custo de materiais e equipamentos, tornando-as cada vez mais acessíveis. É verdade que a revolução tecnológica se tornou um fator imprescindível para a compreensão da modernidade, criando novas formas de relacionamento. Porém, se por um lado ela possibilita a expansão do conhecimento em uma esfera mundial e o rápido intercâmbio com pessoas de outras partes do planeta, por outro há uma tendência de cada ser humano fechar-se sobre si próprio e isolar-se, comprometendo os laços de solidariedade. Há, ainda, outras questões que podem ser abordadas como o fato de que o uso das novas tecnologias tem aumentado as distâncias entre os países desenvolvidos e os países pobres, porque os primeiros têm condições de atualizar continuamente suas pesquisas na área. No entanto, contrariamente tal desenvolvimento poderia contribuir para melhorar as regiões mais afastadas e carentes do planeta. Essa realidade parece ser, ainda, uma utopia, pois os países desenvolvidos têm prosseguido cientificamente com o rápido avanço dos seus conhecimentos, enquanto os mais pobres e periféricos têm se limitado a receber informações, sem que haja uma verdadeiramente troca. Hoje, as informações ocorrem em tempo real, porém não se trata apenas da comunicação através de equipamentos, mas a interpessoal que necessita de relações mais profundas entre os seres humanos. A educação reflete essa realidade, por vezes, dentro de um mesmo país, porque há escolas e professores dotados de infraestrutura tecnológica e novos recursos de comunicação, enquanto há outras que funcionam, apenas com a saliva do docente, o giz e o apagador. As formas de comunicação utilizadas na escola, ainda, se restringem à oralidade e a escrita, como se a humanidade só tivesse dependido delas para garantir a cultura dos inúmeros grupos sociais. Evidentemente, que há, também, um vácuo entre os conhecimentos trabalhados, as aprendizagens realizadas e as habilidades exigidas, aumentando ainda mais as distâncias entre as populações e, por conseguinte, entre alunos ricos e pobres. Dentre as habilidades necessárias para a vida humana e que devem ser tratadas pelas escolas está a criatividade, porque é um dos fatores responsáveis pela reflexão. Ela será, portanto, objeto principal de estudo neste trabalho. Porém não se trata de um assunto simples a ser discutido, porque, tanto a sociedade, quanto a escola parecem desvalorizá-la.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2750Criatividade uma habilidade necessária neste século O ato de criar está intimamente ligado à liberdade de expressão e à utilização das diversas linguagens pelo ser humano. Porém, há muito tempo a sociedade e a educação tem valorizado apenas a linguagem oral e a escrita, deixando as demais em um segundo plano. Por isso tem razão Charlot (2013), ao afirmar que a instituição tende a ensinar o que pode ser dito através de palavras e negligenciar, desprezar e, às vezes até combater, o que envolve o corpo e a sensibilidade. O caminho para a formação do homem centrado em seu mundo interior e exterior se dá por meio do saber, do sentir, do lúdico, do poético. Um caminho direcionado para o criativo, para a imaginação que favoreça ao homem a construção de seu mundo interior e exterior, diferenciando-o como indivíduo único que é. É necessário que o educador pela sua percepção dos mundos interior e exterior, esteja em constante movimento de busca, pesquisa e estudo para sempre reinventar o necessário para a sua prática educacional, e que as relações existentes entre a escola e a comunidade, o professor e o aluno, a administração e os professores sejam relações reais com o mesmo propósito (STORI, 2003, p. 17). Um professor descompromissado, não reflexivo e insensível será mais um elemento de reprodução dos valores elitistas e estagnação das transformações educacionais e sociais. Se a criatividade é tão importante para contribuir na formação de um ser humano crítico e reflexivo, quais seriam os impedimentos para que ela seja estimulada? Por que, quando pequenas, as crianças são mais criativas e quando crescem perdem tal habilidade? Tal impedimento estaria ligado às práticas escolares? Essa discussão, portanto, toma como ponto de partida o conceito de criatividade, ideia esta que é bastante complexa. Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer que seja o campo de atividade, trata-se, nesse ‘novo, novas coerências que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar (OSTROWER, 1979, p. 9). Segundo a autora, nos movemos entre formas, coisas que se configuram para nós. Cada ato nosso se relaciona com o nosso interior, se constituindo em uma maneira singular de focalizar e interpretar os fenômenos, dando a eles significados de modo que possamos compreender a vida. Tais processos são intuitivos, mas se tornam conscientes na medida em que lhe damos forma. Por essa razão, pode-se dizer que o homem é um ser formador porque é capaz de relacionar os eventos.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2751Logo, o ato criativo toma por princípio a percepção consciente de si que surge a partir das necessidades concretas, que é um fator de realização pessoal e de transformação. Isso faz com que além de resolvermos situações imediatas somos capazes de antever problemas e solucioná-los. A criação, portanto, está relacionada à sensibilidade, por ligar o mundo exterior ao interior através da expressão simbólica. Criatividade, portanto, pode ser considerada como uma função universal, que existe potencialmente em todo o ser humano e a sua ativação compete à educação através da utilização da sensibilização e das diferentes linguagens, pois elas consistem em manifestações da expressão criadora. Criar é exprimir o que existe dentro de cada um de nós e resulta de um longo processo de elaboração. Tal habilidade depende da experiência de cada um e que se desenvolve de acordo com o contexto. Vigotski (1998) mostrou em uma de suas obras que, o que chamamos de criação, é um complexo processo de gestação iniciado através da percepção externa e interna, servindo de base para a experiência de cada um. Para ele a imaginação é extremamente complexa para ser estudada, constituindo um dos obstáculos principais para as investigações sobre criatividade. Aponta que tal habilidade depende de uma longa gestação, que o ser humano acumula para construir suas fantasias, envolvendo associações, dissociações, análises, sínteses, comparações... Tais processos dependem da extração de características isoladas, que passam por transformações, rápidas e dinâmicas chegando muitas vezes ao exagero. Um dos fatores mais importantes para que ela se desenvolva é a necessidade de adaptar-se ao mundo que nos rodeia. Aquele que está perfeitamente adaptado ao seu contexto não poderia desejar, experimentar, descobrir e criar. O ato criativo depende tanto de estímulos, quanto de imagens que sofrem influência das emoções, da experiência vivida e das necessidades de cada um. Logo, segundo o pesquisador, o inventor é sempre produto do seu meio e nenhum descobrimento aparece sem que sejam criadas condições materiais e psicológicas para isso. Toda obra criadora resulta, assim, de um processo histórico, onde cada nova forma se apoia na anterior. Quanto mais ricas são as experiências de cada um, maiores serão as chances que a pessoa terá para criar. Não é possível haver criação a partir do nada, ela se assenta no conhecimento que se tem da realidade. Toda e qualquer fantasia se origina nos elementos extraídos do mundo real. Possui, portanto, numa relação direta com a riqueza de experiências vividas por cada um. Para criar é preciso relacionar a realidade com a fantasia. Uma vez acumuladas as experiências elas
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2752são amadurecidas e combinadas. Não há uma simples reprodução, mas rearranjos. Dessa forma a última se converte em uma ampliação da experiência, que permite ir muito além daquilo que se conhece. Muitas vezes a fantasia auxilia a conhecer a realidade. Vale ressaltar, nesse processo, a influência do fator emocional, pois as representações acompanhadas de emoções se associam, resultando na combinação de imagens baseadas em sentimentos comuns, ainda que com representações divergentes, explicitando, assim, o vínculo recíproco entre imaginação e emoção. Logo todas as formas de imaginação criadora também dependem desse último fator. A todos os elementos descritos anteriormente adiciona-se a representação de algo novo, que não existe na experiência humana e que nela acabam se materializando, voltando-se para a realidade. Pode-se dizer, portanto, que o ato criativo envolve a junção do sentimento e do pensamento e se estrutura sobre a tríplice relação entre fazer, perceber e sentir. De acordo com Guilford e Löwefld (apudGLOTON; CLERO, 1976), são oito as características que evidenciam a criatividade: sensibilidade, receptividade, mobilidade, originalidade, análise, síntese e organização coerente: sensibilidade porque permite notar certas sutilezas, prever prejuízos, perceber emoções, descobrir necessidades e carências; receptividade que manifesta a abertura e a fluidez do pensamento; mobilidade que pressupõe a rápida adaptação a novas situações, favorecendo as mudanças; transformar e redimensionar a função de um objeto em outra de acordo com a necessidade do momento resultando na originalidade; abstrair certas capacidades fundamentais do objeto, oferecendo a possibilidade de perceber melhor as diferenças; sintetizar, permitindo a reunião de vários elementos formando novos conjuntos; e, finalmente, a organização coerente que consiste na capacidade de harmonizar os pensamentos. Tais características devem ser cultivadas no ser humano, desde cedo de modo que eles possam se tornar criativos. Pode-se dizer que quatro estágios do processo criativo, a preparação, quando a pessoa identifica as ideias; a incubação e quando elas permanecem no inconsciente para serem selecionadas; a iluminação quando o criador se torna consciente do ajustamento de todos os elementos e a verificação quando os detalhes finais são comprovados. Assim, a criatividade envolve a educação do fazer, perceber e sentir para que o ser humano consiga manipular, compreender o meio que o cerca e relacionar-se com os meios simbólicos. Quanto mais a ela favorecer a prática dessa relação mais contribuirá para o desenvolvimento da criatividade.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2753Porém, a educação e a criatividade na escola, parecem trafegar em direções opostas. Não há a valorização do ato criativo no processo de escolarização e as práticas pedagógicas, no Brasil, ainda são muito tradicionais, impedindo o uso de outras linguagens simbólicas. De acordo com Charlot (2013), entre a estrutura organizacional tradicional e conservadora e um discurso construtivista, os professores tentam sobreviver, sem que haja um espaço/tempo real para que os alunos possam criar. Isso se torna mais nítido no bojo do próprio processo de formação docente, porque a academia, ainda é predominantemente teórica, não havendo de fato um lugar para uma reflexão entre ela e a prática capaz de favorecer a existência de um clima liberal e aberto, que possibilite maior independência para os alunos se expressarem. Nas licenciaturas tal realidade, ainda, parece ser pior, porque tem aumentado a perspectiva da pesquisa teórica, desvinculada da prática de determinadas habilidades capazes de favorecer a criatividade. Habilidades artísticas e expressivas são vistas como meros passatempos e, muitas vezes, desprezadas como há um descaso pela infância. A imaginação e a expressão criadoras são aptidões fundamentais para formar nos jovens, pois de acordo com Gloton e Clero (1997), elas ajudam os alunos a se armarem contra as alienações e a estarem atentos aos desvios das tecnologias e aos perigos das automatizações. Daí a importância da sua utilização na formação de pessoas livres, originais, com iniciativa e responsabilidade. E, para isso, elas precisam ser estimuladas. Resta lembrar que, apesar das mudanças, a escola brasileira ainda é elitista e como a o ato criativo depende das experiências vividas pelos sujeitos, os alunos que possuem uma melhor condição econômica, geralmente têm vivências mais ricas o que, em tese, permite que tenham mais elementos para o desenvolvimento de tal habilidade. Sendo altamente exclusiva, um grande contingente de alunos fica fora do processo educacional., portanto não têm a oportunidade de criar. Pior do que isso, os poucos que a ela têm acesso são impedidos de fazê-lo, porque são submetidos à uma educação tradicional, na qual os sentimentos, o fazer e o pensar não são relacionados e sim segmentados, dificultando o desenvolvimento da criatividade. Em se tratando dos cursos de licenciatura a questão torna-se ainda mais séria, porque profissionais que não tiveram a oportunidade de experimentar certas habilidades, se sentirão inseguros desenvolverem tal habilidade ou para permitirem tais vivências aos seus alunos. Trabalhar para a mudança significa transformarmos a nós mesmos, a partir das práticas através de experiências mais ricas, da utilização de inúmeras linguagens, além de maiores
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2754oportunidades de atividades favoreçam o conhecimento de novos espaços, o contato com outras formas de comunicação e de expressão unindo o pensar, o fazer e o sentir para, consequentemente, poderem criar. Reflexões finais A partir das reflexões realizadas ao longo deste trabalho sugerimos alguns passos para que a formação docente contribua para o desenvolvimento da criatividade. Por essa razão é importante pensar: que todas as pessoas são capazes de criar e que quanto mais experiências tiverem, mais ricas poderão ser suas representações simbólicas; que o ato criativo está intimamente relacionado ao ato reflexivo; que a utilização das diferentes linguagens enriquecerá as habilidades criativas; que a sala de aula é um ambiente de experimentação; que outros espaços, para além da escola, poderão contribuir para enriquecimento do conhecimento, a observação, a análise e reflexão do trabalho, valorizando habilidades criativas; que o professor deve ousar e permitir que seus alunos o façam também; que a oportunidade para criar depende de uma educação democrática e libertadora, em que a qualidade, não é um privilégio de poucos, mas, acima de tudo, um direito de todos. Só assim será possível desenvolver o potencial criativo que existe em cada um de nós REFERÊNCIAS ARENDT, H. Entre el passado y el futuro: ocho ejercicios sobre la reflexión política. 1. ed. Barcelona: Península, 1996. CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2013. DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Lisboa: UNESCO/ ASA, 1996. FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. GLOTON, R.; CLERO, C. A actividade criadora da criança. Lisboa: Estampa, 1976. IMBERNÓN, F. Ser docente em uma sociedade compleja: la difícil tarea de enseñar. São Paulo: Cortez/ Barcelona: Graó, 2017.
image/svg+xmlCriatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 2755MARRACH, S. Neoliberalismo e Educação. In: SILVA JR., C.; BUENO, M. S.; GHIRALDELLI JR., P.; MARRACH, S. Infância, Educação e Neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996. OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1987. STORI, N. (Org.). O despertar da sensibilidade na educação.São Paulo:Instituto Presbiteriano Mackenzie: Cultura Acadêmica, 2003. VIGOSTSKI, L. S. La imaginación y el arte en la infância.4. ed. Akal: Madrid, 1998. Como referenciar este artigo CARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A. Criatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522 Submetido em:10/09/2019 Revisões requeridas:10/01/2020 Aprovado em: 30/04/2020 Publicado em: 01/12/2020
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222741CREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE ESTE SIGLOCRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE SÉCULOCREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS CENTURYMaria Angela Barbato CARNEIRO1Neide de Aquino NOFFS2RESUMEN:El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios sociales, económicos y políticos que se reflejan en la educación. El resultado de este proceso debe ser alineado con el nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones; reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo principal discutir el concepto de creatividad y su importancia en el desarrollo de habilidades fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en sujetos críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy. Esto hizo la formación de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad creativa para que sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que pretende ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre todo en la Universidad, el proceso creativo.PALABRAS-CLAVE: Educación. Creatividad. Habilidad docente.RESUMO: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças sociais, econômicas e políticas que se refletem na educação. Fruto desse processo, ela deve estar alinhada à nova ordem mundial sem, contudo, perder de vista as funções; reflexiva, cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal discutir o conceito de criatividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades fundamentais na formação de docentes, buscando transformá-los em sujeitos críticos e capazes de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação de profissionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se tornem sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata-se de um estudo teórico que se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretudo na universidade, o processo criativo.PALAVRAS-CHAVE:Educação. Criatividade. Habilidade docente.1Pontificia Universidad Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo SP Brasil. Profesora Titulardel Departamento de Fundamentos de la Educación y Coordinador del Centro de Cultura e Investigación del Juego. Doctoraen Ciencias de la Comunicación (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5039-9326. E-mail: mabarbato@gmail.com2Pontificia Universidad Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo SP Brasil. ProfesoraTitular en el Departamento de Formación del Profesorado, Gestión y Tecnologías. Vitalicio Presidente de ABPp, Asesor Institucional de la Red Municipal de Educación y Coordinador General de la Comisión de Regulación y Capacitación de Psicopedagogos en Brasil con ABPp.Doctorado en Educación(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1700-7682. E-mail:nnoffs@terra.com.br
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222742ABSTRACT:The present moment of humanity has been characterized by countless social, economic and political changes that are reflected in education. As a result of this process, it must be aligned with the new world order without, however, losing sight of the functions; reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work has as main objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the fundamental skills in the formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects capable of quickly solving the problems faced in the current world. This way, the formation of education professionals must develop their creative capacity so that they become activesubjects in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to offer some suggestions for teaching in order to stimulate the creative process, especially at university.KEYWORDS:Education. Creativity. Teaching ability.IntroducciónEste trabajo es el resultado de la observación del desempeño, como docente, formando profesionales en el área de la educación infantil.La práctica ha demostrado que el siglo 21 ha sufrido numerosas transformaciones sociales, económicas, culturales y políticas, determinadas por lo que Arendt (1996)3llamada la crisis de la modernidad. Tales cambios han cambiado el orden mundial y han requerido, por parte de la educación, otras habilidades diferentes a las practicadas en siglosanteriores.Desde un punto de vista social, la pobreza global ha aumentado y los conflictos entre diferentes grupos en diferentes países han aumentado con ella. El crecimiento de la población necesitada, entre otros factores, no es un hecho único, sino que se deriva de otros elementos como el aumento demográfico y la expansión del modo de producción capitalista que ha transformado las economías locales en una economía global.En el caso de los primeros, en todos los continentes, el gran flujo poblacional que emigró a los centros urbanos en busca de mejores condiciones de vida y de trabajo, pero sin ninguna formación, provocando el éxodo en el campo y el desempleo estructural en las ciudades. En medio de este proceso, los problemas sociales derivados de la falta de infraestructura y políticas públicas aumentaron.En el caso de estos últimos, con la apertura de los mercados internacionales y el aumento del modo de producción capitalista, la pobreza global ha crecido, debido a los bajos salarios, la sustituciónde la fuerza de trabajo humana por nuevas tecnologías de producción, el desarrollo de sistemas de comunicación e información y, especialmente, la disminución de la participación 3Según Arendt, la crisis de la modernidad se caracteriza por cambios en la autoridad en la cultura y la autoridad.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222743del Estado en el área de los derechos sociales, convirtiéndolosen responsabilidad del sector privado.Si, hasta mediados del siglo pasado predominaba el modelo político liberal, colocando la educación como uno de los derechos del ciudadano, el creciente neoliberalismo a partir de la década de 1970 comenzó a acercarse a la escuela en el mercado, pues una vez ausente el Estado de tal responsabilidad, permitió que la empresa privada asumiera este rol, dejando a un gran contingente de la población fuera de la escuela. Esta desvinculación, sin embargo, se refiere no solo a la privatización de la educación, sino a la asociación entre ésta y las demandas del mercado laboral y las multinacionales, impidiendo que un número creciente de personas tenga acceso a este bien. En este siglo, hay una creciente interconexión de las economías mundiales y las naciones industrializadas, desprovistas de contenido político democrático, del libre comercio. Este proceso resulta de la combinación de alianzas estratégicas y cooperación, la organización de agentes económicos en redes y el desarrollo de nuevas tecnologías de la comunicación y la información. Estos factores eventualmente cambiaron las culturas locales y únicas, transformándolas en culturas globales. Por lo tanto, las peculiaridades de cada pueblo se han convertido en universalidades y la escolarización se ha centrado en satisfacer los intereses comerciales internacionales, contribuyendo al crecimiento de la pobreza mundial y a la exclusión de los niños y jóvenes de la educación.Según Marrach (1996), el proceso neoliberal no alteró la estructura piramidal de la sociedad, por el contrario, empeoró el modelo de distribución del ingreso de la población, aumentando aún más los problemas sociales, económicos, culturales y políticos ya existentes en los diversos países y, en consecuencia, educativos.En este contexto" la globalización puede definirse por la circulación de flujos y el desarrollo correlativo de las empresas multinacionales. Estos existían antes de la globalización, pero se hicieron aún más poderosos con la globalización y el retroceso del Estado" (CHARLOT, 2013.p. 47).Esto demuestra que el proceso de globalización ha crecido más con la reducción del poder del Estado y su responsabilidad en el área social, dejando esta tarea al sector privado, de tal manera que las leyes del mercado terminan prevaleciendo. Por supuesto, tales transformaciones afectaron a los diferentes contextos y, dentro de ellos, a la escuela.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222744La sociedad de la información y las nuevas exigencias en la formación deLa sociedad de la información, sin embargo,requiere un cambio de paradigma, priorizando el dominio de ciertas habilidades, antes innecesarias, haciendo que la escolarización prepare al hombre para el trabajo, de modo que haya una mano de obra cualificada capaz de competir en el mercado interior y exterior. Así, la institución ha estimulado la competencia y se ha configurado como un mercado de productos de la industria cultural e informática, funcionando de manera similar a ella.Aunque la globalización es un proceso económico, en lo que respecta a la cultura, sus consecuencias se extienden a otros ámbitos, provocando el encuentro entre los grupos, la difusión de nuevas formas de expresión y comunicación, el crecimiento de los medios de comunicación mundiales, la difusión de productos culturales y la generalización de la lengua inglesa como lengua internacional.La educación refleja influencias internacionales por lo que la escuela se vio obligada a cambiar debido a las nuevas demandas del mercado, teniendo que desarrollar otras habilidadescomo el conocimiento, la reflexión, la competencia, la cooperación y la creatividad.Por lo tanto, se requiere un hombre nuevo para un nuevo mundo en el que el aprendizaje debe ser continuo.Aparentemente, la escuela se ha abierto a "toda" la población enlos últimos 40 (cuarenta) años y ahora debe ser atendida con calidad, pero la educación sigue siendo un gran desafío, porque sigue siendo un criador de principios doctrinales, donde las clases desfavorecidas permanecen excluidas, aún más, sin el derecho arecibir una educación de calidad.Sin embargo, en el mercado laboral, aunque se atribuye un papel fundamental a la escolarización, no siempre cuestiona su calidad en general, porque, en la mayoría de los casos, no es un medio de reflexión y transformaciónde los principios doctrinales vigentes, reforzando así aún más el control político e ideológico. A estos factores se observa que en varios países desarrollados ha habido, en los últimos años, un crecimiento de grupos políticos con ideologías fascistas y antidemocráticas, dominados, detrás de todo esto, por el poder del capital.Además de estas transformaciones, también se enfatiza que en la sociedad del siglo 21 no hay verdades más absolutas, sino realidades en las perspectivas, por lo que es necesario actualizar continuamente el conocimiento científico debido, sobre todo, a la evolución de los medios de comunicación, que comenzaron a requerir un aprendizaje básico que permite una relación permanente entre la cultura local y global.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222745En este contexto, la educación busca satisfacer las demandas del mercado internacional, aun porque sus intereses son adoptados por el propio Estado, como poder público. Además, las nuevas lógicas requieren trabajadores y consumidores más capacitados, pues según Charlot (2013) no se trata solo de desarrollar habilidades técnicas, sino de mejorar el nivel de formación básica de la población.La educación y sus nuevas exigenciasEsta demanda pasa por la educación, pero no alienada, sino consciente y reflejada. Para ser ofrecida con calidad necesita conocimiento, compromiso, cooperación y creatividad, para que el ser humano pueda ser sujeto y, no objeto, de la sociedad en la que vive. Dentro de esta nueva realidad hay que pensar en la escuela y la educación, dentro del contexto actual para que aporte los elementos necesarios para que el ser humano viva en su tiempo, contribuyendo a las transformaciones adecuadas para la sociedad en la que forma parte. Por lo tanto, la institución debe estar preparada para el gran desafío, que consiste en ofrecer una educación de calidad a toda la población, para que la educación cumpla su función humanizadora y transformadora, donde la reflexión y la acción son constituyentes inseparables de la praxis. Según Freire (1982), el ser humano está inacabado y se construye continuamente, tanto desde el punto de vista filogenético como ontogenético, no pudiendo ignorar que tiene una historia como sujeto singular que es. Esta afirmación lleva al pensador a explicar sobre la función transformadora del proceso educativo, siempre y cuando sea consciente, crítico y comprometido.Desafortunadamente, sin embargo, afectada por la llamada crisis global, la escuela brasileña, en los últimos 40 años, aparentemente se abrió a toda la población, permitiendo que un mayor contingente de personas tuviera acceso a ella. Sin embargo, uno de los mayores obstáculos observados es que continuó siendo elitista, no alterando ni su estructura ni su funcionamiento, actuando de manera muy similar al momento de su origen, por lo que siguprovocando fracaso escolar, exclusión y desigualdad social, además de no satisfacer las demandas del mercado.A primera vista parece que las transformaciones sociales no afectan a la educación y, particularmente, a la escuela, sin embargo, forman parte de un contexto más amplio en el que se integran y están intrínsecamente interrelacionadas, a través de influencias continuas.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222746Desde esta perspectiva coincidimos con Charlot (op.cit.), para quien existen cuatro grandes retos a los que se enfrenta la escuelaen la sociedad contemporánea, aumentar el nivel de formación de la población en su conjunto, mejorar la calidad del trabajo realizado, afrontar los nuevos retos educativos y culturales y redefinir los contenidos escolares.Estos desafíos incluyen la adopción de políticas públicas, el financiamiento necesario para la investigación, la creación de infraestructura adecuada, la capacitación, la valorización y la remuneración del magisterio, factores que en Brasil parecen haber sido olvidados durante mucho tiempo.Entre los principales obstáculos enumerados merece especial atención a la formación del profesorado, ya que la realidad vivida por la mayoría de los docentes es bastante contradictoria, pues implica por un lado una perspectiva de educar para el presente, pero, por otro, no se puede perder de vista el pasado y el futuro. El primero, por ayudar a comprender y subyacer algunos conocimientos importantes y, el futuro, diseñando nuevas metas que redunden en una sociedad más justa, menos competitiva y más igualitaria.Por ello, como Delors (1996) explicó muy bien en una de sus obras, que se encarga de la educación, ofrecer a niños y adultos conocimientos básicos, que permitan identificar los rápidos cambios de la sociedad contemporánea, asumiendo así nuevos contenidos y habilidades y, principalmente, la capacidad de reflexionar sobre un abanico de información con el fin de comprenderlos mejor dentro de sus respectivos contextos sociales y políticos.Es en este contexto que, tras años de docencia, realizamos esta labor, reflexionando sobre algunos elementos, a partir de la experiencia que puede contribuir a mejorar la escuela y, especialmente, la formación de los profesores, especialmente de aquellos que trabajarán con niños pequeños.Esta preferencia se debe a que investigaciones recientes sobre psicología, medicina, sociología y educación, entre otras ciencias, han apuntado a la relevancia de los primeros cinco años de vida, por lo tanto, actuar con los más pequeños supone el trabajo de un profesional bienformado.En la formación del profesorado, el desarrollo de la creatividad merecerá una atención especial. La elección se centró en tal área, por dos razones. El primero es el hecho de que constituye uno de los elementos básicos para la práctica reflexiva.El segundo porque dada su devaluación necesita ser repensado urgentemente ante las habilidades requeridas para el hombre del siglo 21.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222747Se trata, por tanto, de una discusión teórica que permitirá establecer algunos puntos fundamentales para iluminar las prácticas en las titulaciones que forman a los profesionales para actuar, principalmente, en el ámbito de la educación infantil.La formación docente en este siglo se convierte en un proceso muy complejo, considerando la existencia de diversas contradicciones del contexto local e internacional, interfiere en la educación, requiriendo que el profesional esté preparado y, por lo tanto, tenga conocimiento de la realidad, compromiso con ella, actúe cooperativamente y sea creativo para resolver los múltiples problemas que enfrenta a diario. Desde la perspectiva del conocimiento, por ejemplo, es fundamental que el docente tenga el contenido para ser trabajado y también sepa reflexionar sobre él, porque según Imbernón (2017), el conocimiento es siempre "heterodoxo, autónomo y heterónomo4,en la práctica educativa. Por lo tanto, es una parte integral del pensamiento, porque es reflexivo y esto se refleja en el de la praxis.5En el contexto de la enseñanza, el pensamiento se asocia con el conocimiento y la forma de enseñarlo. Sin embargo, estas dos condiciones no son suficientes, porque están asociadas al compromiso del profesional con la sociedad en la que forma parte, requiriendo, según Freire (op. Cit.), una decisión lúcida y profunda de quienes asumen elproceso educativo, en el que la condición necesaria para el acto cometido es la relación dialógica establecida entre reflexión y acción que permita ser consciente de la realidad. Así, el compromiso del profesional debe implicar un compromiso con el contexto en el que se desenvuelve, lo que requiere el ejercicio de la ciudadanía y la solidaridad.Según el pensador, "no hay hombre sin mundo, no hay mundo sin hombre", por lo tanto, "no puede haber reflexión y acción fuera de la realidad". Es en este sentido que uno debe pensar en la educación, porque no debe haber ningún educador fuera del contexto, porque solo reflexionando sobre ella será posible transformarla.6El compromiso y el conocimiento son características fundamentales y complementarias, en el caso de la enseñanza, que deben ir acompañadas de un sentimiento de que el hacer educativo transforma la realidad, un punto focal para mejorar la educación y el futuro de la humanidad. Por lo tanto, la formación docente debe considerarlo en todos sus matices y perspectivas. Solo así será posible ejercer la acción educativa de forma responsable.4Palabras de Imbernón.5La praxis se está utilizando en este trabajo de acuerdo con la visión freiriana de la educación, mostrando la relación existente en el proceso acción-reflexión-acción.6Palabras de Freire.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222748Las características presentadas deben estar asociadas al valor de la cooperación. Se hace difícil trabajar de forma aislada, especialmente en un momento en que la información de red se multiplica.La demanda de solidaridad a escala global supone, por otro lado, que todos deben superar la tendencia a cerrarse a sí mismos, para abrirse a la comprensión de los demás, basada en el respeto a la diversidad. La responsabilidad de la educación en este ámbito es, al mismo tiempo, esencial y delicada en el sentido de que la noción de identidad se presta a una doble lectura: afirmar la diferencia, descubrir los fundamentos de su cultura, fortalecer la solidaridad del grupo, puede constituir pasos positivos y liberadores para cualquiera, pero cuando se entiende mal este tipo de reivindicación contribuye,para dificultar e incluso imposibilitar el encuentro y el diálogo con los demás (DELORS, 2003, p. 42).Por estas razones en este proceso de globalización se combinan con la cooperación, otras habilidades que los docentes deben poseer como la comunicación y la creatividad. Inicialmente es esencial pensar en la comunicación, porque el destino de cada uno de nosotros en la aldea global se limita a una escala global, porque con la apertura de las fronteras económicas estimuladas por el libre comercio aumentó la interdependencia planetaria, que ha causa rápidamente el crecimiento de problemas para los que nos estamos para resolver. Junto con el libre comercio también han surgido los movimientos migratorios de personas hacia países desarrollados o hacia aquellos que tienen un poco más de seguridad económica y política en busca de mejores condiciones de vida y de trabajo. En todos los continentes estos movimientos han ido creciendo y, ante dicha movilidad, existe la necesidad de una acogida de los migrantes y requiere, por parte de la educación, la tolerancia, la inclusión y el respeto a la diversidad.Para Delors (2003), ayudar a transformarla interdependencia real en solidaridad es una tarea importante de la educación, de ahí el valor de comprender el mundo y el otro y, por lo tanto, la necesidad de un profesional que actúe cooperativamente. Esto implica un mejor conocimiento de los demás yde las formas de relacionarse con los demás, requiriendo una educación más solidaria y colaborativa, de modo que se puedan contemplar diferentes saberes y culturas, factibles a través del establecimiento de vínculos sociales, apuntando al desarrollo humano en su dimensión social y ética.Si los movimientos migratorios han provocado graves conflictos a nivel internacional, pueden minimizarse mediante la cooperación a través de la educación para evitar los problemas de exclusión, pobreza y luchas.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222749Otro elemento a considerar desde un punto de vista educativo es la comunicación, especialmente en un momento en que los medios de comunicación se han extendido y desarrollado rápidamente. La penetración de las nuevas tecnologías crece día a día, facilitada por el bajo coste de materiales y equipos, haciéndolos cada vez más accesibles.Es cierto que la revolución tecnológica se ha convertido en un factor indispensable para entender la modernidad, creando nuevas formas de relación. Sin embargo, si por un lado permite la expansión del conocimiento en una esfera mundial y el rápido intercambio con personas de otras partes del planeta, por otro lado, existe una tendencia de cada ser humano a cerrarse sobre sí mismo y aislarse, comprometiendo los lazos de solidaridad. También hay otras cuestiones que pueden abordarse, como el hecho de que el uso de nuevas tecnologías ha aumentado las distancias entre los países desarrollados y los pobres, porque los primeros pueden actualizar continuamente sus investigaciones en el área. Sin embargo, de lo contrario, ese desarrollo podría contribuir a mejorar las regiones más remotas y necesitadas del planeta. Esta realidad todavía parece ser una utopía, porque los países desarrollados han continuado científicamente con el rápido avance de sus conocimientos, mientras que los más pobres y periféricos se han limitado a recibir información, sin un intercambio real.Hoy en día, la información ocurre en tiempo real, pero no es solo la comunicación a través de equipos, sino la información interpersonal la que requiere relaciones más profundas entre los seres humanos.La educación refleja esta realidad, a veces dentro del mismo país, porque hay escuelas y maestros con infraestructura tecnológica y nuevos recursos de comunicación,mientras que hay otros que funcionan, solo con la saliva del maestro, tiza y borrador. Las formas de comunicación utilizadas en la escuela también se restringen a la oralidad y la escritura, como si la humanidad solo hubiera dependido de ellas para asegurar la cultura de los numerosos grupos sociales.Por supuesto, también hay un vacío entre el conocimiento trabajado, el aprendizaje y las habilidades requeridas, aumentando aún más las distancias entre las poblaciones y, en consecuencia, entre los estudiantes ricos y pobres.Entre las habilidades necesarias para la vida humana y que deben ser tratadas por las escuelas está la creatividad, porque es uno de los factores responsables de la reflexión.Por lo tanto, será el principal objeto de estudio en este trabajo. Sin embargo, no es un tema sencillo de discutir, porque tanto la sociedad como la escuela parecen devaluarlo.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222750La creatividad, una habilidad necesaria en este sigloEl acto de crear está estrechamente ligado a la libertad de expresión y al uso de las diversas lenguas por parte del ser humano. Sin embargo, la sociedad y la educación han valorado durante mucho tiempo solo el lenguaje oral y la escritura, dejando al otro en un segundo plano. Es por eso que Charlot (2013) tiene razón al afirmar que la institución tiende a enseñar lo que se puede decir a través de las palabras y el descuido, despreciar y a veces incluso luchar, lo que involucra el cuerpo y la sensibilidad.El camino hacia la formación del hombre centrado en su mundo interior y exterior tiene lugar a través del conocimiento, el sentimiento, el juego, lo poético. Un camino dirigido a lo creativo, a la imaginación que favorece al hombre la construcción de su mundo interior y exterior, diferenciándolo como el individuo único que es.Es necesario que el educador por su percepción de los mundos interior y exterior, esté en constante movimiento de búsqueda, investigación y estudio para reinventar siempre lo necesario para su práctica educativa, y que las relaciones entre la escuela y la comunidad, el maestro y el alumno, la administración y los docentes sean relaciones reales con el mismo fin (STORI, 2003, p. 17).Un docente intransigente, no reflexivo e insensible será otro elemento de reproducción de valores elitistas y estancamiento de las transformaciones educativas y sociales.Si la creatividad es tan importante para contribuir a la formación de un ser humano crítico y reflexivo, ¿cuáles serían los impedimentos para que sea estimulada? ¿Por qué, cuando los niños son pequeños y cuando crecen pierden tal habilidad? ¿Estaría vinculado tal impedimento a las prácticas escolares? Esta discusión, por lo tanto, toma como punto de partida el concepto de creatividad, una idea que es bastante compleja.Crear es básicamente formar. Es ser capaz de dar forma a algo nuevo. En cualquier campo de actividad, este "nuevo" son nuevas coherencias que se establecen para la mente humana, fenómenos relacionados de una manera nueva y entendidos en nuevos términos. Por lo tanto, el acto creativo abarca la capacidad de comprender; y esto, a su vez, el de relacionar, ordenar, configurar, significar (OSTROWER, 1979, p. 9).Según el autor, nos movemos entre formas, cosas que están configuradas para nosotros. Cada acto nuestro se relaciona con nuestro interior, constituyendo una forma singular de enfocar e interpretar los fenómenos, dándoles significados para que podamos entender la vida. Tales procesos son intuitivos, pero se vuelven conscientes a medida que le damos forma. Por esta razón, se puede decir que el hombre esun formador porque es capaz de relatar eventos.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222751Por lo tanto, el acto creativo toma como principio la percepción consciente de uno mismo que surge de necesidades concretas, que es un factor de realización y transformación personal. Esto significa que además de resolver situaciones inmediatas somos capaces de prever problemas y resolverlos. La creación, por lo tanto, se relaciona con la sensibilidad, al conectar el mundo exterior con el interior a través de la expresión simbólica.La creatividad, por lo tanto, puede considerarse como una función universal, que existe potencialmente en todo el ser humano y su activación es responsabilidad de la educación a través del uso de la sensibilización y los diferentes lenguajes, porque consisten en manifestaciones de expresión creativa.Crear es expresar lo que existe dentro de cada uno de nosotros y resulta de un largo proceso de elaboración. Dicha habilidad depende de la experiencia de cada uno y que se desarrolla según el contexto. Vigotski (1998) demostró en una de sus obras que, lo que llamamos creación, es un complejo proceso de embarazo iniciado a través de la percepción externa e interna, sirviendo de base para la experiencia de cada uno.Para él la imaginación es extremadamente compleja de estudiar, constituyendo uno de los principales obstáculos para la investigación sobre la creatividad. Señala que esta habilidad depende de una larga gestación, que el ser humano acumula para construir sus fantasías, involucrando asociaciones, disociaciones, análisis, síntesis, comparaciones...Tales procesos dependen de la extracción de características aisladas, que sufren transformaciones rápidas y dinámicas, llegando a menudo a la exageración. Uno de los factores más importantes para que se desarrolle es la necesidad de adaptarse al mundo que nos rodea. Aquel que está perfectamente adaptado a su contexto no podría desear, experimentar, descubrir y crear.El acto creativo depende tanto de estímulos como de imágenes que están influenciadas por las emociones, la experiencia vivida y las necesidadesde cada uno. Por lo tanto, según el investigador, el inventor es siempre el producto de su entorno y ningún descubrimiento aparece sin las condiciones materiales y psicológicas creadas para esto. Por lo tanto, cada trabajo creativo es el resultado de un proceso histórico, donde cada nueva forma se basa en la anterior. Cuanto más ricas sean las experiencias de cada persona, mayores serán las posibilidades que la persona tendrá de crear.No es posible tener la creación de la nada, se basa en el conocimiento que uno tiene de la realidad. Todas y cada una de las fantasías se originan a partir de los elementos extraídos del mundo real. Tiene, por tanto, una relación directa con la riqueza de experiencias vividas por
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222752cada uno. Para crearla es necesario relacionarla realidad con la fantasía. Una vez acumuladas las experiencias se maduran y se combinan. No hay reproducción simple, sino reordenamientos. Así, esto último se convierte en una expansión de la experiencia, que permite ir mucho más allá de lo conocido. A menudo la fantasía ayuda a conocer la realidad.Cabe mencionar, en este proceso, la influencia del factor emocional, pues se asocian las representaciones acompañadas de emociones, dando como resultado la combinación de imágenes basadas en sentimientos comunes, incluso con representaciones divergentes, explicando así el vínculo recíproco entre imaginación y emoción. Pronto todas las formas de imaginación creativa también dependen de este último factor.A todos los elementos descritos anteriormente se suma larepresentación de algo nuevo, que no existe en la experiencia humana y que acaba materializándose en ella, recurriendo a la realidad. Se puede decir, por tanto, que el acto creativo implica la unión del sentimiento y el pensamiento y se estructura sobre la triple relación entre hacer, percibir y sentir.Según Guilford y Löwefld (apudGLOTON; CLERGY, 1976), hay ocho características que evidencian la creatividad: sensibilidad, receptividad, movilidad, originalidad, análisis, síntesis y organización coherente: sensibilidad porque permite notar ciertas sutilezas, predecir pérdidas, percibir emociones, descubrir necesidades y necesidades; receptividad que manifiesta la apertura y fluidez del pensamiento; movilidad que presupone una rápida adaptación a nuevas situaciones, favoreciendo el cambio; transformar y redimensionar la función de un objeto en otro de acuerdo con la necesidad del momento, lo que resulta en originalidad; abstraer ciertas capacidades fundamentales del objeto, ofreciendo la posibilidad de comprender mejor las diferencias; sintetizar, permitiendo la reunión de diversos elementos formando nuevos conjuntos; y, por último, la organización coherente de la capacidad de armonizar los pensamientos.Tales características deben cultivarse en los humanos desde una edad temprana para que puedan convertirse en creativos.Se puede decir que cuatro etapas del proceso creativo, la preparación, cuando la persona identifica las ideas; incubación y cuando permanecen en el inconsciente para ser seleccionados; la iluminación cuando el creador toma conciencia del ajuste de todos los elementos y la verificación cuando se prueban los detalles finales. Así, la creatividad implica la educación de hacer, percibir y sentir para que el ser humano pueda manipular, comprender el entorno que le rodea y relacionarse con los medios simbólicos. Cuanto más favorezca la práctica de esta relación, más contribuirá al desarrollo de la creatividad.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222753Sin embargo, la educación y la creatividad en la escuela parecen viajar en direcciones opuestas. No hay valorización del acto creativo en el proceso de escolarización y las prácticas pedagógicas en Brasil siguen siendo muy tradicionales, impidiendo el uso de otros lenguajes simbólicos.Según Charlot (2013), entre la estructura organizativa tradicional y conservadora y un discurso constructivista, los docentes tratan de sobrevivir, sin que haya un espacio/tiempo real para que los estudiantes creen.Esto se hace más claro en el contexto del propio proceso de enseñanza educativa, porque la academia sigue siendo predominantemente teórica, y de hecho no existe un lugar de reflexión entre ella y la práctica capaz de favorecer la existencia de un clima liberal y abierto que permita una mayor independencia para que los estudiantes se expresen.En los estudios de pregrado, esta realidad todavía parece ser peor, porque ha aumentado la perspectiva de la investigación teórica, desligada de la práctica de ciertas habilidades capaces de favorecer la creatividad.Las habilidades artísticas y expresivas son vistas como meros pasatiempos y a menudo despreciadas, ya que hay un desprecio por la infancia.La imaginación creativa y la expresión son habilidades fundamentales para formar a los jóvenes, ya que según Gloton y Clergy (1997), ayudan a los estudiantes a armarse contra la alienación y ser conscientes de las desviaciones de las tecnologías y los peligros de la automatización. De ahí la importancia de su uso en la formación de personas libres, originales, con iniciativa y responsabilidad. Y para eso, necesitan ser estimulados.Queda por recordar que, a pesar de los cambios, la escuela brasileña sigue siendo elitista y como el acto creativo depende de las experiencias vividas por los sujetos, los estudiantes que tienen una mejor condición económica generalmente tienen experiencias más ricas lo que, en teoría, les permite tener más elementos para el desarrollo de dicha habilidad.Al ser altamente exclusivos, un gran contingente de estudiantes se mantiene fuera del proceso educativo, por lo que no tienen la oportunidad de crear. Peor que eso, los pocos que tienen acceso a ella se ven impedidos de hacerlo, porque están sometidos a una educación tradicional, en la que los sentimientos, el hacer y el pensar no están relacionados sino segmentados, dificultando el desarrollo de la creatividad. Cuando se trata de cursos de pregrado, el problema se vuelve aún más grave, porque los profesionales que no han tenido la oportunidad de experimentar ciertas habilidades se sentirán inseguros para desarrollar tales habilidades o para permitir tales experiencias a sus estudiantes.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222754Trabajar por el cambio significa transformarnos, desde prácticas a través de experiencias más ricas, el uso de innumerables idiomas, y mayores oportunidades de actividades que favorezcan el conocimiento de nuevos espacios, el contacto con otras formas de comunicación y expresión, uniendo pensamiento, hacer y sentir para que puedan, en consecuencia, crear.Reflexiones finalesA partir de las reflexiones realizadas a lo largo de este trabajo sugerimos algunos pasos para que la formación del profesorado contribuya al desarrollo de la creatividad. Poresta razón es importante pensar:que todas las personas son capaces de crear y que cuantas más experiencias tengan, más ricas podrán ser sus representaciones simbólicas;que el acto creativo está estrechamente relacionado con el acto reflexivo;que el uso de diferentes lenguas enriquecerá las capacidades creativas;que el aula es un entorno de experimentación;que otros espacios, además de la escuela, puedan contribuir al enriquecimiento del conocimiento, la observación, el análisis y la reflexión del trabajo, valorando las habilidades creativas;que el maestro se atreva y permita que sus estudiantes también lo hagan;que la oportunidad de crear depende de una educación democrática y liberadora, en la que la calidad no sea un privilegio de unos pocos, sino, sobre todo, un derecho de todos.Sólo entonces será posible desarrollar el potencial creativo que existe en cada uno de nosotros.REFERENCIASARENDT, H. Entre el passado y el futuro: ocho ejercicios sobre la reflexión política. 1. ed. Barcelona: Península, 1996.CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2013.DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Lisboa: UNESCO/ ASA, 1996.FREIRE, P. Educaçãoe Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.GLOTON, R.; CLERO, C. A actividade criadora da criança. Lisboa: Estampa, 1976.
image/svg+xmlCreatividad: La habilidad necesaria paralos profesionales en este sigloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222755IMBERNÓN, F. Ser docente em uma sociedade compleja: la difícil tarea de enseñar. São Paulo: Cortez/ Barcelona: Graó, 2017.MARRACH, S. Neoliberalismo e Educação. In: SILVA JR., C.; BUENO, M. S.; GHIRALDELLI JR., P.; MARRACH, S. Infância, Educação e Neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996.OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação.7. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.STORI, N. (Org.). O despertar da sensibilidade na educação.São Paulo:Instituto Presbiteriano Mackenzie: Cultura Acadêmica, 2003.VIGOSTSKI, L. S. La imaginación y el arte en la infância.4. ed. Akal: Madrid, 1998.Cómo hacer referencia a este artículoCARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A. Creatividad: La habilidad necesaria para los profesionales en este siglo. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dic. 2020. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522Enviadoen: 10/09/2019Revisiones requeridasen: 10/01/2020Aprobadoen:30/04/2020Publicadoen: 12/01/2020
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222741CREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS CENTURYCRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE SÉCULOCREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE ESTE SIGLOMaria Angela Barbato CARNEIRO1Neide de Aquino NOFFS2ABSTRACT:The present moment of humanity has been characterized by countless social, economicand political changes that are reflected in education. As a result of this process, it must be aligned with the new world order without, however, losing sight of the functions; reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work has as main objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the fundamental skills in the formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects capable of quickly solving the problems faced in the current world. This way, the formation of education professionals must develop their creative capacity so that they become active subjects in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to offer some suggestions for teaching in order to stimulate the creative process, especially at university.KEYWORDS:Education. Creativity. Teaching ability.RESUMO: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças sociais, econômicas e políticas que se refletem na educação. Fruto desse processo, ela deve estar alinhada à nova ordem mundial sem, contudo, perder de vista as funções; reflexiva, cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal discutir o conceito de criatividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades fundamentais na formação de docentes, buscando transformá-los em sujeitos críticos e capazes de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação de profissionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se tornem sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata-se de um estudo teórico que se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretudo na universidade, o processo criativo.PALAVRAS-CHAVE:Educação. Criatividade. Habilidade docente.1Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC/SP), São Paulo SP Brazil. Full Professor in the Department of Fundamentals of Education and Coordinator of the Center for Culture and Research of Play. PhD in Science of Communication (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5039-9326. E-mail: mabarbato@gmail.com2Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC/SP), São Paulo SP Brazil. Full Professor in the Department of Teacher Training, Management and Technologies, Lifelong President of ABPp, Institutional Assessorin the Municipal Education Network and General Coordinator of the Psychopedagogue Regulation and Training Commission in Brazil with the ABPp. PhDin Education(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1700-7682. E-mail: nnoffs@terra.com.br
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222742RESUMEN:El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios sociales, económicos y políticos que se reflejan en la educación. El resultado de este proceso debe ser alineado con el nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones; reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como objetivo principal discutir el concepto de creatividad y su importancia en el desarrollo de habilidades fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en sujetos críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy. Esto hizo la formación de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad creativa para que sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que pretende ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre todo en la Universidad, el proceso creativo.PALABRAS-CLAVE: Educación.Creatividad.Habilidad docente.IntroductionThis work is the result of the observation of performance, as a teacher, training professionals in the area of early childhood education.Practice has shown that the 21st century has undergone numerous social, economic, cultural and political transformations, determined by what Arendt (1996)3called the crisis of modernity. Such changes have changed the world order andrequired, on the part of education, other skills different from those practiced in previous centuries.From a social point of view, global poverty has increased and conflicts between different groups in different countries have increased with it. The growth of the needy population, among other factors, is not a unique fact, but stems from other elements such as the demographic increase and the expansion of the capitalist mode of production that has transformed local economies into a global economy.In the case of the former, on all continents, the large population flow that migrated to urban centers in search of better living and working conditions, but without any training, causing the exodus in the countryside and structural unemployment in the cities. Inthe middle of this process, social problems arising from the lack of infrastructure and public policies increased.In the case of the latter, with the opening of international markets and the increase in the capitalist mode of production, global poverty has grown, due to low wages, the replacement of the human labor force by new production technologies, the development of communication and 3According to Arendt, the crisis of modernity is characterized by changes in authority in culture and authority.
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222743information systems and, especially, the decrease in the state's participation in the area of social rights, making them the responsibility of the private sector.If, until the middle of the last century the liberal political model was dominant, placing education as one of the rights of the citizen, the increasing neoliberalism from the 1970s began to approach the school in the market, because once the State was absent from such responsibility, it allowed the private company to assume this role, leaving a large contingent of the population out of school. This disengagement, however, refers not only to the privatization of education, but to the association between it and the demands of the labor market and multinationals, preventing an increasing number of people from having access to this good. In this century, there is a growing interconnection of world economies and industrialized nations, devoid of democratic political content, from free trade. This process results from the combination of strategic alliances and cooperation, the organization of economic agents in networks and the development of new communication and information technologies. These factors eventually changed local and unique cultures, transforming them into global cultures. Therefore, the peculiarities of each people have become universalities and schooling has focused on meeting international business interests, contributing to the growth of world poverty and to the exclusion of children and young people from education.According to Marrach (1996), the neoliberal process did not alter the pyramidal structure of society, on the contrary, it worsened the population's income distribution model, further increasing the social, economic, cultural and political problems already existing in the various countries and, consequently, educational.In this context "globalization can be defined by the circulation of flows and the correlative development of multinational companies. These existed before globalization, but became even more powerful with globalization and the retreat of the state" (CHARLOT, 2013.p. 47).This demonstrates that the process of globalization has grown more with the reduction of the state's power and its responsibility in the social area, leaving this task to the private sector, in such a way that the laws of the market end up prevailing. Of course, such transformations affected the different contexts and, within them, the school.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222744The information society and the new requirements in the training ofprofessionalsThe information society, however, requires a paradigm shift, prioritizing the mastery of certain skills, previously unnecessary, causing schooling to prepare man for work, so that there is a qualified workforce able to compete in the internal and foreign market. Thus, the institution has stimulated competition and has configured itself as a market for products of the cultural and computer industry, functioning in a similar way to it.Although globalization is an economic process, with regard to culture, its consequences spread to other areas, causing the meeting between the groups, the dissemination of new forms of expression and communication, the growth of the world media, the dissemination of cultural products and the generalization of the English language as an international language.Education reflects international influences so that the school was forced to change due to the new demands of the market, having to develop other skills such as knowledge, reflection, competence, cooperation and creativity.A new man is therefore required for a new world in which learning must be continuous.Apparently, the school has opened up to"the whole" population in the last 40 (forty) years and now it should be met with quality, but education is still a great challenge, because it remains a breeder of doctrinal principles, where disadvantaged classes remain excluded, even more, without the right to receive quality education.However, in the labor market, although a fundamental role is attributed to schooling, it does not always question its quality in general, because, in most cases, it is not a means of reflection and transformation of the doctrinal principles in force, thus further reinforcing political and ideological control. To these factors it is observed that in several developed countries there has been, in recent years, a growth of political groups with fascist and anti-democratic ideologies, dominated, behind all this, by the power of capital.In addition to these transformations, it is also emphasized that in the society of the 21st century there are no more absolute truths, but realities in perspectives, making it necessary to continuously update scientific knowledge due, above all, to the evolution of the media, which began to require basic learning that allows a permanent relationship between local and global culture.Within this context, education seeks to meet the demands of the international market, even because its interests are adopted by the State itself, as a public power. In addition, the new logics require more trained workers and consumers, because according to Charlot (2013) it is
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222745not just about developing technical skills, but improving the level of basic training of the population.Education and its new demandsThis demand goes through education, but not alienated, but conscious and reflected. To be offered with quality it needs knowledge, commitment, cooperation and creativity, so that the human being can be subject and, not object, of the society in which he lives. Within this new reality one must think of school and education, within the current context so that it provides the necessary elements for the human being to live within his time, contributing to the appropriate transformations for the society in which he is part. Therefore, the institution must be prepared for the great challenge, which consists in offering quality education to the entire population, so that education fulfills its humanizing and transforming function, where reflection and action are inseparable constituents of praxis. According to Freire (1982), the human being is unfinished and is continuously constructed, both from the phylogenetic and ontogenetic point of view, not being able to ignore that he has a history as a singular subject that he is. This statement leads the thinker to explain about the transforming function of the educational process, as long as it is conscious, critical and committed.Unfortunately, however, affected by the so-called global crisis, the Brazilian school, in the last 40 years, apparently opened up to the entire population, allowing a larger contingent of people to have access to it. However, one of the major obstacles observed is that it continued elitist, not altering either its structure or its functioning, actingin a very similar way to the moment of its origin, so that it continued causing school failure, exclusion and social inequality, besides not meeting the demands of the market.At first glance it seems that social transformations do not affect education and, particularly, the school, however, they are part of a broader context in which they integrate and are intrinsically interrelated, through continuous influences.From this perspective we agree with Charlot (op.cit.), for whom there are four major challenges to be faced by the school in contemporary society, increase the level of formation of the population as a whole, improve the quality of the work performed, face the new educational and cultural challenges and redefine school contents.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222746These challenges include the adoption of public policies, the funding needed for research, the creation of adequate infrastructure, the training, valorization and remuneration of the magisterium, factors that in Brazil seem to have been forgotten for a long time.Among themain obstacles listed deserves special attention to teacher training, since the reality experienced by most teachers is quite contradictory, because it involves on the one hand a perspective of educating for the present, but, on the other, one cannot losesight of the past and the future. The first, for helping to understand and underlie some important knowledge and, the future, by designing new goals that result in a fairer, less competitive and more egalitarian society.Therefore, as Delors (1996) very well explained in one of his works, which is responsible for education, to offer children and adults basic knowledge, which allows identifying the rapid changes of contemporary society, thus assuming new contents and skills and, mainly, the ability to reflect on a range of information in order to better understand them within their respective social and political contexts.It is in this context that, after years of teaching, we carry out this work, reflecting on some elements, from the experience that can contribute to improving the school and, especially, the training of teachers, especially those who will work with young children.This preference is due to the fact that recent research on psychology, medicine, sociology and education, among other sciences, has pointed to the relevance of the first five years of life, therefore, acting with the little ones supposes the work of a well-trained professional.In teacher training, the development of creativity will deserve special attention. The choice focused on such an area, for two reasons. The first is the fact that it constitutes one of the basic elements for reflexive practice. The second because given its devaluation needs to be urgently rethought before the skills required for the man of the 21st century.It is, therefore, a theoretical discussion that will allow to establish some fundamental points to illuminate the practices in the degrees that train professionals to act, mainly, in the field of early childhood education.Teacher education in this century becomes a very complex process, considering the existence of various contradictions of the local and international context, interferes in education, requiring the professional to be prepared and, therefore, have knowledge of reality, commitment to it, act cooperatively and be creative to solve the multiple problems faced daily. From the perspective of knowledge, for example, it is essential that the teacher detains the content to be worked and, also, knows how to reflect on it, because according to Imbernón
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222747(2017), knowledge is always "heterodox, autonomous and heteronomous"4, in educational practice. Therefore, it is an integral part of thought, because it is reflective and this is mirrored in that of praxis.5In the context of teaching, thought is associated with knowledge and the way of teaching it. However, these two conditions are not enough, because they are associated with the commitment of the professional with the society in which he is part, requiring, according to Freire (op. Cit.), a lucid and profound decision of those who assume the educational process, in which the necessary condition for the committed act is the dialogical relationship established between reflection and action that makes it possible to be aware of reality. Thus, the commitment of the professional must involve an engagement with the context in which it operates, which requires the exercise of citizenship and solidarity.According to the thinker, "there is no man without a world, no world without man" therefore, "there can be no reflection and action outside of reality"6.It is in this sense that one should think about education, because there should be no educator outside the context, because only by reflecting on it will it be possible to transform it.Commitment and knowledge are fundamental and complementary characteristics, in the case of teaching, which must be accompanied by a feeling that educational doing transforms reality, a focal point for improving education and the future of humanity. Therefore, teacher education should consider it in all its nuances and perspectives. Only in this way will it be possible to exercise the educational action responsibly.The characteristics presented must be associated with the value of cooperation. It becomes difficult to work in isolation, especially at a time when networkinformation is multiplying.The demand for solidarity on a global scale supposes, on the other hand, that everyone should overcome the tendency to close themselves to themselves, so as to open themselves to the understanding of others, based on respect for diversity. The responsibility of education in this area is, at the same time, essential and delicate in that the notion of identity lends itself to a double reading: affirming the difference, discovering the foundations of its culture, strengthening the solidarity of the group, can constitute positive and liberating steps for anyone, but when poorly understood this type of claim contributes, also to make it difficult and even impossible to meet and dialogue with others (DELORS, 2003, p. 42).4Words of Imbernon.5Praxisis being used in this work according to the vision Freirean education, showing the relationship existing in the action-reflection-action process.6Words of Freire.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222748For these reasons in this process of globalization they are combined with cooperation, other skills that teachers must possess such as communication and creativity. Initially it is essential to think about communication, because the fate of each of us in the global village is limited to a global scale, because with the opening of economic frontiers stimulated by free trade increased planetary interdependence, which have rapidly caused the growth of problems for which we are not prepared to solve. Along with free trade there have also emerged the migratory movements of people to developed countries or to those who have a little more economic and political security in search of better living and working conditions. On all continents such movements have been growing and, in the face of such mobility, there is a need for a reception for migrants and requires, on the part of education, tolerance, inclusion and respect for diversity.For Delors (2003), helping to transform real interdependence into solidarity is an important task of education hence the value of understanding the world and the other and, therefore, the need for a professional who act cooperatively. This implies better knowledge of one another and the ways of relating to others, requiring a more solidary and collaborative education, so that different knowledge and cultures can be contemplated, feasible through the establishment of social bonds, aiming at human development in its social and ethical dimension.If migration movements have provoked serious conflicts internationally, they can be minimized by cooperation through education in order to avoid the problems of exclusion, poverty and struggles.Another element to be considered from an educational point of view is communication, especially at a time when the media have spread and developed rapidly. The penetration of new technologies grows daily, facilitated by the low cost of materials and equipment, making them increasingly accessible.It is true that the technological revolution has become an indispensable factor for understanding modernity, creating new forms of relationship. However, if on the one hand it enables the expansion of knowledge in a world sphere and the rapid exchange with people from other parts of the planet, on the other hand there is a tendency for each human being to close on himself and isolate himself, compromising the bonds of solidarity. There are also other issues that can be addressed, such as the fact that the use of new technologies has increased the distances between developed and poor countries, because the former are able to continuously update their research in the area. However, otherwise such development could contribute to improving the most remote and needy regions of the planet. This reality still seems to be a utopia, because developed countries have continued scientifically
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222749with the rapid advancement of their knowledge, while the poorest and most peripheral have been limited to receiving information, without a real exchange.Today, information occurs in real time, but it is not only communication through equipment, but interpersonal information that requires deeper relationships between human beings.Education reflects this reality, sometimes within the same country, because there are schools and teachers with technological infrastructure and new communication resources, while there are others that work, only with the saliva of the teacher, chalk and eraser. The forms of communication used in school are also restricted to orality and writing, as if humanity had only depended on them to ensure the culture of the numerous social groups.Of course, there is also a vacuum between the knowledge worked, the learning and skills required, further increasing the distances between populations and, consequently, between richand poor students.Among the skills necessary for human life and that should be treated by schools is creativity, because it is one of the factors responsible for reflection.It will therefore be the main object of study in this work. However, it is not asimple subject to be discussed, because both society and the school seem to devalue it.Creativity a skill needed in this centuryThe act of creating is closely linked to freedom of expression and the use of the various languages by the human being. However, society and education have long valued only oral language and writing, leaving the other in the background. That is why Charlot (2013) is right to state that the institution tends to teach what can be said through words and neglect, despise and sometimes even fight, what involves the body and sensitivity.The path to the formation of man centered on his inner and outer world takes place through knowledge, feeling, playful, poetic. A path directed to the creative, to the imagination that favors man the construction of his inner and outer world, differentiating him as the unique individual he is.It is necessary that the educator by his perception of the inner and outer worlds, is in constant movement of search, research and study to always reinvent what is necessary for his educational practice, and that the relationships between the school and the community, the teacher and the student, the administration and teachers are real relationships with the same purpose (STORI, 2003, p. 17).An uncompromising, non-reflective and insensitive teacher will be another element of reproduction of elitist values and stagnation of educational and social transformations.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222750If creativity is so important to contribute to the formation of a critical and reflective human being, what would be the impediments for it to be stimulated? Why, when children are young, and when they grow up they lose such skill? Would such an impediment be linked to school practices? This discussion, therefore, takes as a starting pointthe concept of creativity, an idea that is quite complex.Creating is basically forming. It's being able to shape something new. In whatever field of activity, this 'new' is new coherences that are established for the human mind, phenomena related in a new way and understood in new terms. The creative act therefore encompasses the ability to understand; and this, in turn, to relate, sort, configure, mean (OSTROWER, 1979, p. 9).According to the author, we move between forms, things that are configured for us. Each act of ours relates to our interior, constituting a singular way of focusing and interpreting phenomena, giving them meanings so that we can understand life. Such processes are intuitive, but they become conscious as we shape it. For this reason, it can be said that man is a formator because he is able to relate events.Therefore, the creative act takes as principle the conscious perception of oneself that arises from concrete needs, which is a factor of personal fulfillment and transformation. This means that in addition to solving immediate situations we are able to foresee problems and solve them. Creation, therefore, is related to sensitivity, by connecting the outside world to the interior through symbolic expression.Creativity, therefore, can be considered as a universal function, which exists potentially throughout the human being and its activation is the responsibility of education through the use of sensitization and different languages, because they consist of manifestations of creativeexpression.To create is to express what exists within each of us and results from a long process of elaboration. Such skill depends on the experience of each one and that develops according to the context. Vigotski (1998) showed in one of his works that, what we call creation, is a complex process of pregnancy initiated through external and internal perception, serving as the basis for the experience of each one.For him the imagination is extremely complex to be studied, constituting one of the main obstacles to research on creativity. It points out that this ability depends on a long gestation, which the human being accumulates to build his fantasies, involving associations, dissociations, analyses, synthesis, comparations...
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222751Such processes depend on the extraction of isolated characteristics, which undergo rapid and dynamic transformations, often reaching exaggeration. One of the most important factors for it to develop is the need to adapt to the world around us. One who is perfectly adapted to its context could not desire, experiment, discover and create.The creative act depends both on stimuli and on images that are influenced by emotions, the experience lived and the needs of each one. Therefore, according to the researcher, the inventor is always the product of his environment and no discovery appears without the created material and psychological conditions for this. Every creative work thus results from a historical process, where each new form is based on the previous one. The richer each person's experiences, the greater the chances the person will have to create.It is not possible to have creation from nothing, it is based on the knowledge that one has of reality. Each and every fantasy originates from the elements extracted from the real world. It has, therefore, a direct relationship with the richness of experiences lived by each one. To create it is necessary to relate reality with fantasy. Once accumulated the experiences are matured and combined. There is no simple reproduction, but rearrangements. Thus, the latter becomes an expansion of the experience, which allows to go far beyond what is known. Often fantasy helps to know reality.It is worth mentioning, in this process, the influence of the emotional factor, because the representations accompanied by emotions are associated, resulting in the combination of images based on common feelings, even with divergent representations, thus explaining the reciprocal bond between imagination and emotion. Soon all forms of creative imagination also depend on this last factor.To all the elements described above is added the representation of something new, which does not exist in human experience and that end up materializing in it, turning to reality. It can be said, therefore, that the creative act involves the junction of feeling and thought and is structured on the triple relationship between making, perceiving and feeling.According to Guilford and Löwefld (apudGLOTON; CLERGY, 1976), there are eight characteristics that evidence creativity: sensitivity, receptivity, mobility, originality, analysis, synthesis and coherent organization: sensitivity because it allows to notice certain subtleties, predict losses, perceive emotions, discover needs and needs; receptivity that manifests the openness and fluidity of thought; mobility that presupposes rapid adaptation to new situations, favoring change; transform and resize the function of one object into another according to the need of the moment resulting in originality; abstract certain fundamental capacities of the object, offering the possibility to better understand the differences; synthesize, allowing the
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222752gathering of various elements forming new sets; and, finally, the coherent organization of the ability to harmonize thoughts.Such characteristicsmust be cultivated in humans from an early age so that they can become creative.It can be said that four stages of the creative process, preparation, when the person identifies the ideas; incubation and when they remain in the unconscious to be selected;the lighting when the creator becomes aware of the adjustment of all elements and verification when the final details are proven. Thus, creativity involves the education of doing, perceiving and feeling so that the human being can manipulate, understand the environment that surrounds him and relate to the symbolic means. The more it favors the practice of this relationship, the more it will contribute to the development of creativity. However, education and creativity at school seem to travel in oppositedirections. There is no valorization of the creative act in the schooling process and pedagogical practices in Brazil are still very traditional, preventing the use of other symbolic languages.According to Charlot (2013), between the traditional and conservative organizational structure and a constructivist discourse, teachers try to survive, without there being a real space/time for students to create.This becomes clearer in the context of the teaching education process itself, because the academy is still predominantly theoretical, and there is not in fact a place for reflection between it and practice capable of favoring the existence of a liberal and open climate that allows greater independence for students to express themselves.In the undergraduate studies, this reality still seems to be worse, because it has increased the perspective of theoretical research, detached from the practice of certain skills capable of favoring creativity.Artistic and expressive skills are seen as mere hobbies and often despised as there is a disregard for childhood.Creative imagination and expression are fundamental skills to train young people, because according to Gloton and Clergy (1997),they help students arm themselves against alienation and be aware of the deviations of technologies and the dangers of automation. Hence the importance of its use in the training of free, original people, with initiative and responsibility. And for that, they need to be stimulated.It remains to be remembered that, despite the changes, the Brazilian school is still elitist and as the creative act depends on the experiences lived by the subjects, students who have a
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222753better economic condition, usually have richer experiences which, in theory, allows them to have more elements for the development of such skill.Being highly exclusive, a large contingent of students stay out of the educational process, so they don't have the opportunity to create. Worse than that, the few who have access to it are prevented from doing so, because they are subjected to a traditional education, in which feelings, doing and thinking are not related but segmented, hindering the development of creativity. When it comes to undergraduate courses, the issue becomes even more serious, because professionals who have not had the opportunity to experience certain skills will feel unsafe to develop such skills or to allow such experiences to their students.Working for change means transforming ourselves, from practices through richer experiences, the use of countless languages, and greater opportunities for activities to favor the knowledge of new spaces, contact with other forms of communication and expression, uniting thinking, doing and feeling so that they can, consequently, create.Final reflectionsFrom the reflections carried out throughout this work we suggest some steps for teacher training to contribute to the development of creativity. For this reason, it is important to think:that all people are able to create and that the more experiences they have, the richer their symbolic representations can be;that the creative act is closely related to the reflexive act;whereas the use of different languages will enrich creative skills;whereas the classroom is an environment of experimentation;those other spaces, besides school, may contribute to the enrichment of knowledge, observation, analysis and reflection of work, valuing creative skills;that the teacher should dare and allow his students to do so as well;that the opportunity to create depends on a democratic and liberating education, in which quality is not a privilege of the few, but, above all, a right of all.Only then will it be possible to develop the creative potential that exists in each of us.
image/svg+xmlMaria Angela Barbato CARNEIRO andNeide de Aquino NOFFSRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222754REFERENCESARENDT,H. Entre el passado y el futuro: ocho ejercicios sobre la reflexión política. 1.ed. Barcelona: Península, 1996.CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2013.DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Lisboa: UNESCO/ ASA, 1996.FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.GLOTON, R.;CLERO, C.A actividade criadora da criança. Lisboa: Estampa, 1976.IMBERNÓN, F. Ser docente em uma sociedade compleja: la difícil tarea de enseñar. São Paulo: Cortez/ Barcelona: Graó, 2017.MARRACH, S. Neoliberalismo e Educação. In: SILVA JR., C.; BUENO, M. S.; GHIRALDELLI JR., P.; MARRACH, S. Infância, Educação e Neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996.OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação.7. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.STORI, N. (Org.). O despertar da sensibilidade na educação.São Paulo:Instituto Presbiteriano Mackenzie: Cultura Acadêmica, 2003.VIGOSTSKI, L. S. La imaginación y el arte en la infância.4. ed. Akal: Madrid, 1998.
image/svg+xmlCreativity: The necessary skill for professionals in this centuryRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.145222755How to refer to this articleCARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A. Creativity: The necessary skill for professionals in this century. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, Dec. 2020. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522Submitted:10/09/2019Revisions required:10/01/2020Approved: 30/04/2020Published: 01/12/2020