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Criatividade: a habilidade necessária aos profissionais neste século
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
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CRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE
SÉCULO
CREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE
ESTE SIGLO
CREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS CENTURY
Maria Angela Barbato CARNEIRO
1
Neide de Aquino NOFFS
2
RESUMO
: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças
sociais, econômicas e políticas que se refletem na educação. Fruto desse processo, ela deve
estar alinhada à nova ordem mundial sem, contudo, perder de vista as funções; reflexiva,
cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal
discutir o conceito de criatividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades
fundamentais na formação de docentes, buscando transformá-los em sujeitos críticos e capazes
de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação
de profissionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se
tornem sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata-se de um estudo teórico que
se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretudo na
universidade, o processo criativo.
PALAVRAS-CHAVE
:
Educação. Criatividade. Habilidade docente.
RESUMEN
:
El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios
sociales, económicos y políticos que se reflejan en la educación. El resultado de este proceso
debe ser alineado con el nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones;
reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como
objetivo principal discutir el concepto de creatividad y su importancia en el desarrollo de
habilidades fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en
sujetos críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy.
Esto hizo la formación de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad creativa
para que sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que
pretende ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre todo en
la Universidad, el proceso creativo.
1
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP – Brasil. Professora Titular no
Departamento de Fundamentos da Educação e Coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar.
Doutorado em Ciências da Comunicação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5039-9326. E-mail:
mabarbato@gmail.com
2
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP – Brasil. Professora Titular no
Departamento de Formação Docente, Gestão e Tecnologias, Presidente vitalícia da ABPp, Assessora Institucional
na Rede Municipal de Ensino e Coordenadora Geral da Comissão de Regulamentação e Formação do
Psicopedagogo no Brasil junto à ABPp. Doutorado em Educação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-
1700-7682. E-mail: nnoffs@terra.com.br
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Maria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS
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PALABRAS-CLAVE
: Educación. Creatividad. Habilidad docente.
ABSTRACT
: The present moment of humanity has been characterized by countless social,
economic and political changes that are reflected in education. As a result of this process, it
must be aligned with the new world order without, however, losing sight of the functions;
reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work has as main
objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the
fundamental skills in the formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects
capable of quickly solving the problems faced in the current world. This way, the formation of
education professionals must develop their creative capacity so that they become active
subjects in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to
offer some suggestions for teaching in order to stimulate the creative process, especially at
university.
KEYWORDS
: Education. Creativity. Teaching ability.
Introdução
Este trabalho é resultado da observação do desempenho, enquanto docente, formando
profissionais na área da educação infantil.
A prática tem mostrado que o século XXI passou por inúmeras transformações sociais,
econômicas, culturais e políticas, determinadas por aquilo que Arendt (1996)
3
denominou a
crise da modernidade. Tais mudanças têm modificado a ordem mundial e exigido, por parte da
educação, outras habilidades diferentes daquelas praticadas nos séculos anteriores.
Do ponto de vista social tem aumentado a pobreza mundial e com ela os conflitos entre
diversos grupos em diferentes países. O crescimento da população carente, entre outros fatores,
não é um fato único, mas decorre de outros elementos como, por exemplo, o aumento
demográfico e a expansão do modo capitalista de produção que transformou as economias
locais em economia global.
No caso do primeiro há de se considerar, em todos os continentes, o grande fluxo
populacional que migrou para os centros urbanos em busca de melhores condições de vida e de
trabalho, porém sem nenhuma formação, provocando o êxodo no campo e um desemprego
estrutural nas cidades. No bojo desse processo aumentaram os problemas sociais decorrentes
da ausência de infraestrutura e de políticas públicas.
No caso do segundo, com a abertura dos mercados internacionais e o aumento do modo
capitalista de produção, cresceu a miséria mundial, devido aos baixos salários, à substituição
3
Segundo Arendt a crise da modernidade caracteriza-se pelas mudanças na autoridade na cultura e na autoridade.
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da mão de obra humana pelas novas tecnologias de produção, ao desenvolvimento dos sistemas
de comunicação e informação e, especialmente, pela diminuição da participação do Estado na
área dos direitos sociais, fazendo com que eles ficassem a cargo do setor privado.
Se, até a metade do século passado o modelo político liberal foi dominante, colocando
a educação como um dos direitos do cidadão, o neoliberalismo crescente a partir dos anos 70,
passou a abordar a escola no âmbito do mercado, pois uma vez que o Estado se ausentou de tal
responsabilidade, permitiu que a empresa privada assumisse esse papel, deixando um grande
contingente da população fora da escola. Esse descompromisso, porém, não se refere apenas à
privatização da educação, mas à associação entre ela e as demandas do mercado de trabalho e
das multinacionais, impedindo que um número cada vez maior de pessoas tenha acesso a esse
bem.
Neste século
,
observa-se uma interligação crescente das economias mundiais e das
nações industrializadas, desprovidas de conteúdo político democrático, a partir do livre
comércio. Tal processo resulta da combinação de alianças estratégias e de cooperação, da
organização de agentes econômicos em redes e do desenvolvimento das novas tecnologias da
comunicação e da informação. Esses fatores acabaram por modificar as culturas locais e
singulares, transformando-as em culturas globais. Logo, as peculiaridades de cada povo têm se
transformado em universalidades e a escolarização tem se voltado para o atendimento dos
interesses empresariais internacionais, contribuindo para o crescimento da miséria mundial e
para a exclusão de crianças e jovens da educação.
De acordo com Marrach (1996), o processo neoliberal, não alterou a estrutura piramidal
da sociedade, pelo contrário, piorou o modelo de distribuição de renda da população,
aumentando ainda mais os problemas sociais, econômicos, culturais e políticos já existentes
nos diversos países e, consequentemente, educacionais.
Nesse âmbito “a globalização pode ser definida pela circulação de fluxos e pelo
desenvolvimento correlativo de empresas multinacionais. Essas existiam antes da globalização,
mas se tornaram ainda mais potentes com a globalização e o recuo do Estado” (CHARLOT,
2013.p. 47).
Isso demonstra que o processo de mundialização cresceu mais com a diminuição do
poder do Estado e da sua responsabilidade na área social, deixando tal incumbência a cargo do
setor privado, de tal forma que acabam prevalecendo as leis do mercado. Evidentemente que
tais transformações afetaram os diferentes contextos e, dentro deles, a escola.
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Maria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS
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A sociedade da informação e as novas exigências na formação de profissionais
A sociedade da informação, porém, exige uma mudança de paradigmas, priorizando o
domínio de certas habilidades, dantes desnecessárias, fazendo com que a escolarização prepare
o homem para o trabalho, de modo que haja mão de obra qualificada apta para competir no
mercado interno e externo. Dessa forma a instituição tem estimulado a competição além de ter
se configurado como um mercado para produtos da indústria cultural e da informática,
funcionando de forma
similar a ele.
Apesar da globalização ser um processo econômico, no que tange à cultura, suas
consequências se espalham por outras áreas, provocando o encontro entre os grupos, a
divulgação de novas formas de expressão e de comunicação, o crescimento da mídia mundial,
a difusão de produtos culturais e a generalização da língua inglesa como idioma internacional.
A educação reflete as influências internacionais de modo que a escola se viu obrigada a
mudar em função das novas demandas do mercado, tendo que desenvolver outras habilidades
tais como, por exemplo, conhecimento, reflexão, competência, cooperação e criatividade.
Exige-se, portanto, um novo homem para um mundo novo no qual o aprendizado deve
ser contínuo.
Aparentemente, a escola se abriu para
”toda”
a população nos últimos 40 (quarenta)
anos e, agora, deveria se atendê-la com qualidade, mas a educação mostra-se, ainda, como um
grande desafio, porque se mantem como reprodutora de princípios doutrinários, onde as classes
desfavorecidas permanecem excluídas, mais ainda, sem direito à receber um ensino de
qualidade.
Entretanto, no mercado de trabalho embora se atribua um papel fundamental à
escolarização, nem sempre questiona a sua qualidade em geral até porque, na maior parte das
vezes, ela não é um meio de reflexão e de transformação dos princípios doutrinários vigentes,
reforçando, assim, ainda mais, o controle político e ideológico. A tais fatores observa-se que
em vários países desenvolvidos houve, nos últimos anos, um crescimento de grupos políticos
com ideologias fascistas e antidemocráticas, dominado, por trás de tudo isso, pelo poder do
capital.
A par dessas transformações salienta-se, também, que na sociedade do século XXI não
existem mais verdades absolutas, mas realidades em perspectivas, fazendo-se necessária a
atualização contínua dos conhecimentos científicos devido, sobretudo, à evolução dos meios de
comunicação, que passaram a exigir aprendizagens básicas que possibilitem uma relação
permanente entre a cultura local e a global.
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No interior desse contexto a educação busca atender às exigências do mercado
internacional, até mesmo porque seus interesses são adotados pelo próprio Estado, enquanto
poder público. Além disso, as novas lógicas exigem trabalhadores e consumidores mais
formados, pois de acordo com Charlot (2013) não se trata apenas de desenvolver competências
técnicas, mas melhorar o nível da formação básica da população.
A educação e suas novas demandas
Tal demanda passa pela educação, porém não alienada, mas consciente e refletida. Para
ser oferecida com qualidade ela necessita de conhecimento, de compromisso, de cooperação e
de criatividade, de tal sorte que o ser humano possa ser sujeito e, não objeto, da sociedade em
que vive.
Dentro dessa nova realidade é que se deve pensar a escola e a educação, dentro do
contexto atual de modo que ele forneça os elementos necessários para que o ser humano possa
viver dentro do seu tempo, contribuindo com as transformações adequadas para a sociedade na
qual se insere. Portanto, a instituição deve estar preparada para o grande desafio, que consiste
em oferecer um ensino de qualidade a toda a população, de modo que a educação cumpra a sua
função humanizadora e transformadora, onde a reflexão e a ação sejam constituintes
inseparáveis da práxis.
Segundo Freire (1982), o ser humano é inacabado e se constrói continuamente, tanto do
ponto de vista filogenético, quanto ontogenético, não podendo ignorar que tem uma história
enquanto sujeito singular que é. Tal afirmação leva o pensador a explicitar sobre a função
transformadora do processo educativo, desde que ela seja consciente, crítica e comprometida.
Infelizmente, porém, atingida pela chamada crise mundial, a escola brasileira, nos
últimos 40 anos se abriu, aparentemente, para toda a população, permitindo que um contingente
maior de pessoas a ela tivesse acesso. Porém, um dos grandes entraves observados é que ela
continuou elitista, não alterando nem a sua estrutura, nem o seu funcionamento, atuando de
forma bastante similar ao momento da sua origem, de modo que continuou provocando o
fracasso escolar, a exclusão e a desigualdade social, além de não atender às exigências do
mercado.
À primeira vista parece que as transformações sociais não atingem a educação e,
particularmente, a escola, no entanto, elas fazem parte de um contexto mais amplo no qual se
integram e estão intrinsecamente inter-relacionadas, através influências contínuas.
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Maria Angela Barbato CARNEIRO e Neide de Aquino NOFFS
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Nessa perspectiva concordamos com Charlot (op.cit.), para quem existem quatro
grandes desafios a serem enfrentados pela escola na sociedade contemporânea, aumentar o nível
de formação da população como um todo, melhorar a qualidade do trabalho realizado, encarar
os novos desafios educativos e culturais e redefinir os conteúdos escolares.
Tais desafios passam pela adoção de políticas públicas, pelo financiamento necessário
às pesquisas, pela criação de infraestrutura adequada, pela capacitação, valorização e
remuneração do magistério, fatores esses que no Brasil, parecem, há muito tempo, ter sido
esquecidos.
Dentre os principais obstáculos arrolados merece atenção especial a formação docente,
visto que a realidade vivida pela maioria dos professores é bastante contraditória, porque
envolve por um lado uma perspectiva de educar para o presente, porém, por outro, não se pode
perder de vista o passado e o futuro. O primeiro, por ajudar a entender e a alicerçar alguns
conhecimentos importantes e, o futuro, por projetar novos objetivos que redundem em uma
sociedade mais justa, menos competitiva e mais igualitária.
Logo, como muito bem explicitou Delors (1996) em uma de suas obras, que compete à
educação, oferecer às crianças e aos adultos os conhecimentos básicos, que permitam identificar
as rápidas mudanças da sociedade contemporânea., supondo, portanto, novos conteúdos e
habilidades e, principalmente, a capacidade de refletir sobre uma gama de informações a fim
de entendê-las melhor dentro de seus respectivos contextos sociais e políticos.
É nesse âmbito que, após anos de docência, realizamos este trabalho, refletindo sobre
alguns elementos, a partir da experiência que podem contribuir para melhorar a escola e, de
modo especial, a formação dos docentes, destacando-se os que atuarão junto às crianças
pequenas.
Tal preferência se deve ao fato de que as pesquisas recentes sobre a psicologia, a
medicina, a sociologia e a educação, entre outras ciências, têm apontado para a relevância dos
cinco primeiros anos de vida, portanto, atuar com os pequenos supõe o trabalho de um
profissional bem formado.
Na formação docente merecerá atenção especial o desenvolvimento da criatividade. A
escolha incidiu sobre tal área, por dois motivos. O primeiro pelo fato de que ela se constitui em
um dos elementos básicos para a prática reflexiva. O segundo porque dada a sua desvalorização
precisa ser, urgentemente, repensada diante das habilidades exigidas para o homem do século
XXI.
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Trata-se, portanto, de uma discussão teórica que permitirá estabelecer alguns pontos
fundamentais para iluminar as práticas nas licenciaturas que formam profissionais para
atuarem, principalmente, no âmbito da educação infantil.
A formação docente neste século se torna um processo muito complexo, considerando-
se a existência de várias contradições do contexto local e internacional, interfere na educação,
exigindo que o profissional esteja preparado e, portanto, tenha conhecimento da realidade,
compromisso com ela, atue cooperativamente e seja criativo para solucionar os múltiplos
problemas enfrentados cotidianamente.
Na perspectiva do conhecimento, por exemplo, é fundamental que o docente detenha o
conteúdo a ser trabalhado e, também, saiba refletir sobre ele, pois de acordo com Imbernón
(2017), o conhecimento sempre é “heterodoxo, autônomo e heterônomo”
4
, na prática educativa.
Portanto, ele é parte integrante do pensamento, porque é reflexivo e isso se espelha na da
práxis.
5
No âmbito da docência o pensamento se associa ao conhecimento e à maneira de ensiná-
lo. Contudo, essas duas condições não são suficientes, pois a elas se associa o compromisso do
profissional com a sociedade em que se insere, exigindo, segundo Freire (op. Cit.), uma decisão
lúcida e profunda de quem assume o processo educativo, no qual condição necessária para o
ato comprometido é a relação dialógica estabelecida entre a reflexão e a ação que possibilita ter
consciência da realidade. Assim, o compromisso do profissional deve envolver um engajamento
com o contexto em que atua o que exige o exercício da cidadania e da solidariedade.
De acordo com o pensador, ” não há homem sem mundo, nem mundo sem homem”
portanto, “ não pode haver reflexão e ação fora da realidade”.
6
É nesse sentido que se deve
pensar a educação, pois não deve haver educador fora do contexto, porque só refletindo sobre
ela é que será possível transformá-la.
O compromisso e o conhecimento são características fundamentais e complementares,
no caso da docência, que devem vir acompanhados de um sentimento de que o fazer educativo
transforma a realidade, ponto fulcral para melhorar a educação e o futuro da humanidade.
Portanto, a formação docente deve considerá-lo em todas as suas nuances e perspectivas. Só,
assim, será possível exercer responsavelmente a ação educativa.
4
Palavras de Imbernón.
5
Praxis está sendo utilizada neste trabalho de acordo com a visão freireana de educação, mostrando a relação
existente no processo ação-reflexão- ação.
6
Palavras de Freire.
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Às características apresentadas deve-se associar o valor da cooperação. Torna-se difícil
trabalhar isoladamente, especialmente em um momento em que se multiplicam as informações
em rede.
A exigência duma solidariedade à escala mundial supõe, por outro lado, que
todos ultrapassem a tendência de se fecharem sobre si mesmos, de modo a
abrir-se à compreensão dos outros, baseada no respeito pela diversidade. A
responsabilidade da educação nessa matéria é, ao mesmo tempo, essencial e
delicada na medida em que a noção de identidade se presta a uma dupla leitura:
afirmar a diferença, descobrir os fundamentos da sua cultura, reforçar a
solidariedade do grupo, podem constituir para qualquer pessoa, passos
positivos e libertadores, mas quando mal compreendido este tipo de
reivindicação contribui, igualmente, para tornar difíceis e, até mesmo
impossíveis, o encontro e o diálogo com o outro (DELORS, 2003, p. 42).
Por tais razões nesse processo de globalização aliam-se à cooperação, outras habilidades
que os docentes devem possuir tais como a comunicação e a criatividade.
Inicialmente é fundamental pensar na comunicação, pois, o destino de cada um de nós,
na aldeia global, está circunscrito a uma escala mundial, pois com abertura de fronteiras
econômicas estimuladas pelo livre comércio aumentou a interdependência planetária, o que têm
provocado, rapidamente, o crescimento de problemas para os quais não estamos preparados
para solucionar.
Juntamente com o livre comércio surgiram também os movimentos migratórios de
pessoas para os países desenvolvidos ou para aqueles que apresentam um pouco mais de
segurança econômica e política em busca de melhores condições de vida e de trabalho. Em
todos os continentes tais movimentos vem crescendo e, diante de tal mobilidade, há necessidade
de um acolhimento destinado aos migrantes e necessita, por parte da educação, tolerância,
inclusão e respeito à diversidade.
Para Delors (2003), ajudar a transformar a interdependência real em solidariedade é uma
importante tarefa da educação daí o valor de se compreender o mundo e o outro e, portanto, a
necessidade de um profissional que atue cooperativamente. Isso implica no conhecimento
melhor de si e das formas de relacionar-se com os demais, exigindo uma educação mais
solidária e colaborativa, de modo que possam ser contemplados os conhecimentos e as culturas
diferentes, factíveis através do estabelecimento de vínculos sociais, objetivando o
desenvolvimento humano na sua dimensão social e ética.
Se os movimentos migratórios provocaram internacionalmente graves conflitos, eles
poderão ser minimizados pela cooperação, através da educação de modo a evitar os problemas
de exclusão, da miséria e das lutas.
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Outro elemento a se considerar do ponto de vista educacional é a comunicação,
especialmente num momento em que os meios de informação se propagaram e se
desenvolveram rapidamente. Cresce cotidianamente a penetração das novas tecnologias,
facilitada pelo baixo custo de materiais e equipamentos, tornando-as cada vez mais acessíveis.
É verdade que a revolução tecnológica se tornou um fator imprescindível para a
compreensão da modernidade, criando novas formas de relacionamento. Porém, se por um lado
ela possibilita a expansão do conhecimento em uma esfera mundial e o rápido intercâmbio com
pessoas de outras partes do planeta, por outro há uma tendência de cada ser humano fechar-se
sobre si próprio e isolar-se, comprometendo os laços de solidariedade.
Há, ainda, outras questões que podem ser abordadas como o fato de que o uso das novas
tecnologias tem aumentado as distâncias entre os países desenvolvidos e os países pobres,
porque os primeiros têm condições de atualizar continuamente suas pesquisas na área. No
entanto, contrariamente tal desenvolvimento poderia contribuir para melhorar as regiões mais
afastadas e carentes do planeta. Essa realidade parece ser, ainda, uma utopia, pois os países
desenvolvidos têm prosseguido cientificamente com o rápido avanço dos seus conhecimentos,
enquanto os mais pobres e periféricos têm se limitado a receber informações, sem que haja uma
verdadeiramente troca.
Hoje, as informações ocorrem em tempo real, porém não se trata apenas da comunicação
através de equipamentos, mas a interpessoal que necessita de relações mais profundas entre os
seres humanos.
A educação reflete essa realidade, por vezes, dentro de um mesmo país, porque há
escolas e professores dotados de infraestrutura tecnológica e novos recursos de comunicação,
enquanto há outras que funcionam, apenas com a saliva do docente, o giz e o apagador. As
formas de comunicação utilizadas na escola, ainda, se restringem à oralidade e a escrita, como
se a humanidade só tivesse dependido delas para garantir a cultura dos inúmeros grupos sociais.
Evidentemente, que há, também, um vácuo entre os conhecimentos trabalhados, as
aprendizagens realizadas e as habilidades exigidas, aumentando ainda mais as distâncias entre
as populações e, por conseguinte, entre alunos ricos e pobres.
Dentre as habilidades necessárias para a vida humana e que devem ser tratadas pelas
escolas está a criatividade, porque é um dos fatores responsáveis pela reflexão.
Ela será, portanto, objeto principal de estudo neste trabalho. Porém não se trata de um
assunto simples a ser discutido, porque, tanto a sociedade, quanto a escola parecem desvalorizá-
la.
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Criatividade uma habilidade necessária neste século
O ato de criar está intimamente ligado à liberdade de expressão e à utilização das
diversas linguagens pelo ser humano. Porém, há muito tempo a sociedade e a educação tem
valorizado apenas a linguagem oral e a escrita, deixando as demais em um segundo plano. Por
isso tem razão Charlot (2013), ao afirmar que a instituição tende a ensinar o que pode ser dito
através de palavras e negligenciar, desprezar e, às vezes até combater, o que envolve o corpo e
a sensibilidade.
O caminho para a formação do homem centrado em seu mundo interior e
exterior se dá por meio do saber, do sentir, do lúdico, do poético. Um caminho
direcionado para o criativo, para a imaginação que favoreça ao homem a
construção de seu mundo interior e exterior, diferenciando-o como indivíduo
único que é.
É necessário que o educador pela sua percepção dos mundos interior e
exterior, esteja em constante movimento de busca, pesquisa e estudo para
sempre reinventar o necessário para a sua prática educacional, e que as
relações existentes entre a escola e a comunidade, o professor e o aluno, a
administração e os professores sejam relações reais com o mesmo propósito
(STORI, 2003, p. 17).
Um professor descompromissado, não reflexivo e insensível será mais um elemento de
reprodução dos valores elitistas e estagnação das transformações educacionais e sociais.
Se a criatividade é tão importante para contribuir na formação de um ser humano crítico
e reflexivo, quais seriam os impedimentos para que ela seja estimulada? Por que, quando
pequenas, as crianças são mais criativas e quando crescem perdem tal habilidade? Tal
impedimento estaria ligado às práticas escolares? Essa discussão, portanto, toma como ponto
de partida o conceito de criatividade, ideia esta que é bastante complexa.
Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer que
seja o campo de atividade, trata-se, nesse ‘novo, novas coerências que se
estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e
compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a
capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar,
configurar, significar (OSTROWER, 1979, p. 9).
Segundo a autora, nos movemos entre formas, coisas que se configuram para nós. Cada
ato nosso se relaciona com o nosso interior, se constituindo em uma maneira singular de
focalizar e interpretar os fenômenos, dando a eles significados de modo que possamos
compreender a vida. Tais processos são intuitivos, mas se tornam conscientes na medida em
que lhe damos forma. Por essa razão, pode-se dizer que o homem é um ser formador porque é
capaz de relacionar os eventos.
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Logo, o ato criativo toma por princípio a percepção consciente de si que surge a partir
das necessidades concretas, que é um fator de realização pessoal e de transformação. Isso faz
com que além de resolvermos situações imediatas somos capazes de antever problemas e
solucioná-los. A criação, portanto, está relacionada à sensibilidade, por ligar o mundo exterior
ao interior através da expressão simbólica.
Criatividade, portanto, pode ser considerada como uma função universal, que existe
potencialmente em todo o ser humano e a sua ativação compete à educação através da utilização
da sensibilização e das diferentes linguagens, pois elas consistem em manifestações da
expressão criadora.
Criar é exprimir o que existe dentro de cada um de nós e resulta de um longo processo
de elaboração. Tal habilidade depende da experiência de cada um e que se desenvolve de acordo
com o contexto.
Vigotski (1998) mostrou em uma de suas obras que, o que chamamos de criação, é um
complexo processo de gestação iniciado através da percepção externa e interna, servindo de
base para a experiência de cada um.
Para ele a imaginação é extremamente complexa para ser estudada, constituindo um dos
obstáculos principais para as investigações sobre criatividade. Aponta que tal habilidade
depende de uma longa gestação, que o ser humano acumula para construir suas fantasias,
envolvendo associações, dissociações, análises, sínteses, comparações...
Tais processos dependem da extração de características isoladas, que passam por
transformações, rápidas e dinâmicas chegando muitas vezes ao exagero. Um dos fatores mais
importantes para que ela se desenvolva é a necessidade de adaptar-se ao mundo que nos rodeia.
Aquele que está perfeitamente adaptado ao seu contexto não poderia desejar, experimentar,
descobrir e criar.
O ato criativo depende tanto de estímulos, quanto de imagens que sofrem influência das
emoções, da experiência vivida e das necessidades de cada um. Logo, segundo o pesquisador,
o inventor é sempre produto do seu meio e nenhum descobrimento aparece sem que sejam
criadas condições materiais e psicológicas para isso. Toda obra criadora resulta, assim, de um
processo histórico, onde cada nova forma se apoia na anterior. Quanto mais ricas são as
experiências de cada um, maiores serão as chances que a pessoa terá para criar.
Não é possível haver criação a partir do nada, ela se assenta no conhecimento que se
tem da realidade. Toda e qualquer fantasia se origina nos elementos extraídos do mundo real.
Possui, portanto, numa relação direta com a riqueza de experiências vividas por cada um. Para
criar é preciso relacionar a realidade com a fantasia. Uma vez acumuladas as experiências elas
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são amadurecidas e combinadas. Não há uma simples reprodução, mas rearranjos. Dessa forma
a última se converte em uma ampliação da experiência, que permite ir muito além daquilo que
se conhece. Muitas vezes a fantasia auxilia a conhecer a realidade.
Vale ressaltar, nesse processo, a influência do fator emocional, pois as representações
acompanhadas de emoções se associam, resultando na combinação de imagens baseadas em
sentimentos comuns, ainda que com representações divergentes, explicitando, assim, o vínculo
recíproco entre imaginação e emoção. Logo todas as formas de imaginação criadora também
dependem desse último fator.
A todos os elementos descritos anteriormente adiciona-se a representação de algo novo,
que não existe na experiência humana e que nela acabam se materializando, voltando-se para a
realidade. Pode-se dizer, portanto, que o ato criativo envolve a junção do sentimento e do
pensamento e se estrutura sobre a tríplice relação entre fazer, perceber e sentir.
De acordo com Guilford e Löwefld (
apud
GLOTON; CLERO, 1976), são oito as
características que evidenciam a criatividade: sensibilidade, receptividade, mobilidade,
originalidade, análise, síntese e organização coerente: sensibilidade porque permite notar certas
sutilezas, prever prejuízos, perceber emoções, descobrir necessidades e carências; receptividade
que manifesta a abertura e a fluidez do pensamento; mobilidade que pressupõe a rápida
adaptação a novas situações, favorecendo as mudanças; transformar e redimensionar a função
de um objeto em outra de acordo com a necessidade do momento resultando na originalidade;
abstrair certas capacidades fundamentais do objeto, oferecendo a possibilidade de perceber
melhor as diferenças; sintetizar, permitindo a reunião de vários elementos formando novos
conjuntos; e, finalmente, a organização coerente que consiste na capacidade de harmonizar os
pensamentos.
Tais características devem ser cultivadas no ser humano, desde cedo de modo que eles
possam se tornar criativos.
Pode-se dizer que quatro estágios do processo criativo, a preparação, quando a pessoa
identifica as ideias; a incubação e quando elas permanecem no inconsciente para serem
selecionadas; a iluminação quando o criador se torna consciente do ajustamento de todos os
elementos e a verificação quando os detalhes finais são comprovados.
Assim, a criatividade envolve a educação do fazer, perceber e sentir para que o ser
humano consiga manipular, compreender o meio que o cerca e relacionar-se com os meios
simbólicos. Quanto mais a ela favorecer a prática dessa relação mais contribuirá para o
desenvolvimento da criatividade.
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Porém, a educação e a criatividade na escola, parecem trafegar em direções opostas.
Não há a valorização do ato criativo no processo de escolarização e as práticas pedagógicas, no
Brasil, ainda são muito tradicionais, impedindo o uso de outras linguagens simbólicas.
De acordo com Charlot (2013), entre a estrutura organizacional tradicional e
conservadora e um discurso construtivista, os professores tentam sobreviver, sem que haja um
espaço/tempo real para que os alunos possam criar.
Isso se torna mais nítido no bojo do próprio processo de formação docente, porque a
academia, ainda é predominantemente teórica, não havendo de fato um lugar para uma reflexão
entre ela e a prática capaz de favorecer a existência de um clima liberal e aberto, que possibilite
maior independência para os alunos se expressarem.
Nas licenciaturas tal realidade, ainda, parece ser pior, porque tem aumentado a
perspectiva da pesquisa teórica, desvinculada da prática de determinadas habilidades capazes
de favorecer a criatividade.
Habilidades artísticas e expressivas são vistas como meros passatempos e, muitas vezes,
desprezadas como há um descaso pela infância.
A imaginação e a expressão criadoras são aptidões fundamentais para formar nos jovens,
pois de acordo com Gloton e Clero (1997), elas ajudam os alunos a se armarem contra as
alienações e a estarem atentos aos desvios das tecnologias e aos perigos das automatizações.
Daí a importância da sua utilização na formação de pessoas livres, originais, com iniciativa e
responsabilidade. E, para isso, elas precisam ser estimuladas.
Resta lembrar que, apesar das mudanças, a escola brasileira ainda é elitista e como a o
ato criativo depende das experiências vividas pelos sujeitos, os alunos que possuem uma melhor
condição econômica, geralmente têm vivências mais ricas o que, em tese, permite que tenham
mais elementos para o desenvolvimento de tal habilidade.
Sendo altamente exclusiva, um grande contingente de alunos fica fora do processo
educacional., portanto não têm a oportunidade de criar. Pior do que isso, os poucos que a ela
têm acesso são impedidos de fazê-lo, porque são submetidos à uma educação tradicional, na
qual os sentimentos, o fazer e o pensar não são relacionados e sim segmentados, dificultando o
desenvolvimento da criatividade.
Em se tratando dos cursos de licenciatura a questão torna-se ainda mais séria, porque
profissionais que não tiveram a oportunidade de experimentar certas habilidades, se sentirão
inseguros desenvolverem tal habilidade ou para permitirem tais vivências aos seus alunos.
Trabalhar para a mudança significa transformarmos a nós mesmos, a partir das práticas
através de experiências mais ricas, da utilização de inúmeras linguagens, além de maiores
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oportunidades de atividades favoreçam o conhecimento de novos espaços, o contato com outras
formas de comunicação e de expressão unindo o pensar, o fazer e o sentir para,
consequentemente, poderem criar.
Reflexões finais
A partir das reflexões realizadas ao longo deste trabalho sugerimos alguns passos para
que a formação docente contribua para o desenvolvimento da criatividade. Por essa razão é
importante pensar:
•
que todas as pessoas são capazes de criar e que quanto mais experiências tiverem, mais
ricas poderão ser suas representações simbólicas;
•
que o ato criativo está intimamente relacionado ao ato reflexivo;
•
que a utilização das diferentes linguagens enriquecerá as habilidades criativas;
•
que a sala de aula é um ambiente de experimentação;
•
que outros espaços, para além da escola, poderão contribuir para enriquecimento do
conhecimento, a observação, a análise e reflexão do trabalho, valorizando habilidades criativas;
•
que o professor deve ousar e permitir que seus alunos o façam também;
•
que a oportunidade para criar depende de uma educação democrática e libertadora, em
que a qualidade, não é um privilégio de poucos, mas, acima de tudo, um direito de todos.
Só assim será possível desenvolver o potencial criativo que existe em cada um de nós
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Entre el passado y el futuro
: ocho ejercicios sobre la reflexión política. 1. ed.
Barcelona: Península, 1996.
CHARLOT, B.
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Educação e Mudança
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
GLOTON, R.; CLERO, C.
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Ser docente em uma sociedade compleja
: la difícil tarea de enseñar. São
Paulo: Cortez/ Barcelona: Graó, 2017.
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MARRACH, S. Neoliberalismo e Educação.
In
: SILVA JR., C.; BUENO, M. S.;
GHIRALDELLI JR., P.; MARRACH, S.
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Cortez, 1996.
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STORI, N. (Org.).
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São Paulo:
Instituto
Presbiteriano Mackenzie: Cultura Acadêmica, 2003.
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4. ed. Akal: Madrid, 1998.
Como referenciar este artigo
CARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A. Criatividade: a habilidade necessária aos profissionais
neste século.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 15, n. esp.
4, p. 2741-2755, dez., 2020. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
Submetido em
:
10/09/2019
Revisões requeridas
:
10/01/2020
Aprovado em
: 30/04/2020
Publicado em
: 01/12/2020
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La
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necesaria para
los profesionales en este siglo
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CREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE
ESTE SIGLO
CRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE
SÉCULO
CREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS CENTURY
Maria Angela
Barbato CARNEIRO
1
Neide de Aquino NOFFS
2
RESUMEN
:
El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios
sociales, económicos y políticos que se reflejan en la educación. El resultado de este proceso
debe ser alineado con el
nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones;
reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como
objetivo principal discutir el concepto de creatividad y su importancia en el desarrollo de
habilidad
es fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en sujetos
críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy. Esto hizo
la formación de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad
creativa para que
sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que pretende
ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre todo en la
Universidad, el proceso creativo.
PALABRAS
-
CLAVE
: Edu
cación. Creatividad. Habilidad docente.
RESUMO
: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças
sociais, econômicas e políticas que se refletem na educação. Fruto desse processo, ela deve
estar alinhada à nova ordem mundial sem,
contudo, perder de vista as funções; reflexiva,
cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal
discutir o conceito de criatividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades
fundamentais na formaçã
o de docentes, buscando transformá
-
los em sujeitos críticos e capazes
de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação
de profissionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se
tornem
sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata
-
se de um estudo teórico que
se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretudo na
universidade, o processo criativo.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação.
Criatividade. Habilidade docente.
1
Pontificia Universidad Católica de São Paulo
(PUC/SP), São Paulo
–
SP
–
Brasil.
Profesora
Titular
del
Departamento de Fundamentos de la Educación y Coordinador del Centro de Cultura e Investigación del Juego.
Doctor
a
en Ciencias de la Comunicación
(USP).
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
5039
-
9326
. E
-
mail:
mabarbato@gmail.com
2
Pontificia Universidad Católica de São Paulo
(PUC/SP), São Paulo
–
SP
–
Brasil.
Profesor
a
Titular en el
Departamento de Formación del Profeso
rado, Gestión y
Tecnologías
.
Vitalicio Presidente de
ABPp, Asesor
Institucional de la Red Municipal de Educación y Coordinador General de la Comisión de Regulación y
Capacitación de Psicopedagogos en Brasil con ABPp.
Doctorado en Educación
(USP). ORCID:
ht
tps://orcid.org/0000
-
0003
-
1700
-
7682
. E
-
mail:
nnoffs@terra.com.br
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Maria Angela Barbato CARNEIRO
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ABSTRACT
:
The present moment of humanity has been characterized by countless social,
economic and political changes that are reflected in education. As a result of this process, it
must be aligned with the new world orde
r without, however, losing sight of the functions;
reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work has as main
objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the
fundamental skills in th
e formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects
capable of quickly solving the problems faced in the current world. This way, the formation of
education professionals must develop their creative capacity so that they become active
subjects in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to
offer some suggestions for teaching in order to stimulate the creative process, especially at
university.
KEYWORDS
:
Education. Creativity. Teaching ability.
Introducción
Este trabajo es el resultado de la observación del desempeño, como docente, formando
profesionales en el área de la educación infantil.
La práctica ha demostrado que el siglo 21 ha sufrido numerosas transformaciones
sociales,
económicas, culturales y políticas, determinadas por lo que Arendt (1996)
3
llamada la
crisis de la modernidad. Tales cambios han cambiado el orden mundial y han requerido, por
parte de la educación, otras habilidades diferentes a las practicadas en siglos
anteriores.
Desde un punto de vista social, la pobreza global ha aumentado y los conflictos entre
diferentes grupos en diferentes países han aumentado con ella. El crecimiento de la población
necesitada, entre otros factores, no es un hecho único, sino qu
e se deriva de otros elementos
como el aumento demográfico y la expansión del modo de producción capitalista que ha
transformado las economías locales en una economía global.
En el caso de los primeros, en todos los continentes, el gran flujo poblacional q
ue emigró
a los centros urbanos en busca de mejores condiciones de vida y de trabajo, pero sin ninguna
formación, provocando el éxodo en el campo y el desempleo estructural en las ciudades. En
medio de este proceso, los problemas sociales derivados de la f
alta de infraestructura y políticas
públicas aumentaron.
En el caso de estos últimos, con la apertura de los mercados internacionales y el aumento
del modo de producción capitalista, la pobreza global ha crecido, debido a los bajos salarios, la
sustitución
de la fuerza de trabajo humana por nuevas tecnologías de producción, el desarrollo
de sistemas de comunicación e información y, especialmente, la disminución de la participación
3
Según Arendt, la crisis de la modernidad se caracteriza por cambios en la autoridad en la cultura y la autoridad.
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del Estado en el área de los derechos
sociales, convirtiéndolos
en responsabi
lidad del sector
privado.
Si, hasta mediados del siglo pasado predominaba el modelo político liberal, colocando
la educación como uno de los derechos del ciudadano, el creciente neoliberalismo a partir de la
década de 1970 comenzó a acercarse a la escuela
en el mercado, pues una vez ausente el Estado
de tal responsabilidad, permitió que la empresa privada asumiera este rol, dejando a un gran
contingente de la población fuera de la escuela. Esta desvinculación, sin embargo, se refiere no
solo a la privatizac
ión de la educación, sino a la asociación entre ésta y las demandas del
mercado laboral y las multinacionales, impidiendo que un número creciente de personas tenga
acceso a este bien.
En este siglo, hay una creciente interconexión de las economías mundial
es y las
naciones industrializadas, desprovistas de contenido político democrático, del libre comercio.
Este proceso resulta de la combinación de alianzas estratégicas y cooperación, la organización
de agentes económicos en redes y el desarrollo de nuevas
tecnologías de la comunicación y la
información. Estos factores eventualmente cambiaron las culturas locales y únicas,
transformándolas en culturas globales. Por lo tanto, las peculiaridades de cada pueblo se han
convertido en universalidades y la escolari
zación se ha centrado en satisfacer los intereses
comerciales internacionales, contribuyendo al crecimiento de la pobreza mundial y a la
exclusión de los niños y jóvenes de la educación.
Según Marrach (1996), el proceso neoliberal no alteró la
estructura piramidal de la
sociedad, por el contrario, empeoró el modelo de distribución del ingreso de la población,
aumentando aún más los problemas sociales, económicos, culturales y políticos ya existentes
en los diversos países y, en consecuencia, edu
cativos.
En este contexto" la globalización puede definirse por la circulación de flujos y el
desarrollo correlativo de las empresas multinacionales. Estos existían antes de la globalización,
pero se hicieron aún más poderosos con la globalización y el ret
roceso del Estado" (CHARLOT,
2013.p. 47).
Esto demuestra que el proceso de globalización ha crecido más con la reducción del
poder del Estado y su responsabilidad en el área social, dejando esta tarea al sector privado, de
tal manera que las leyes del merc
ado terminan prevaleciendo. Por supuesto, tales
transformaciones afectaron a los diferentes contextos y, dentro de ellos, a la escuela.
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La sociedad de la información y las nuevas exigencias en la formación de
La sociedad de la información, sin embargo,
requiere un cambio de paradigma,
priorizando el dominio de ciertas habilidades, antes innecesarias, haciendo que la escolarización
prepare al hombre para el trabajo, de modo que haya una mano de obra cualificada capaz de
competir en el mercado interior y
exterior. Así, la institución ha estimulado la competencia y
se ha configurado como un mercado de productos de la industria cultural e informática,
funcionando de manera similar a ella.
Aunque la globalización es un proceso económico, en lo que
respecta a la cultura, sus
consecuencias se extienden a otros ámbitos, provocando el encuentro entre los grupos, la
difusión de nuevas formas de expresión y comunicación, el crecimiento de los medios de
comunicación mundiales, la difusión de productos cult
urales y la generalización de la lengua
inglesa como lengua internacional.
La educación refleja influencias internacionales por lo que la escuela se vio obligada a
cambiar debido a las nuevas demandas del mercado, teniendo que desarrollar otras habilidades
como el conocimiento, la reflexión, la competencia, la cooperación y la creatividad.
Por lo tanto, se requiere un hombre nuevo para un nuevo mundo en el que el aprendizaje
debe ser continuo.
Aparentemente, la escuela se ha abierto a "
toda
" la
población en
los últimos 40
(cuarenta) años y ahora debe ser atendida con calidad, pero la educación sigue siendo un gran
desafío, porque sigue siendo un criador de principios doctrinales, donde las clases
desfavorecidas permanecen excluidas, aún más, sin el derecho a
recibir una educación de
calidad.
Sin embargo, en el mercado laboral, aunque se atribuye un papel fundamental a la
escolarización, no siempre cuestiona su calidad en general, porque, en la mayoría de los casos,
no es un medio de reflexión y transformación
de los principios doctrinales vigentes, reforzando
así aún más el control político e ideológico. A estos factores se observa que en varios países
desarrollados ha habido, en los últimos años, un crecimiento de grupos políticos con ideologías
fascistas y a
ntidemocráticas, dominados, detrás de todo esto, por el poder del capital.
Además de estas transformaciones, también se enfatiza que en la sociedad del siglo 21
no hay verdades más absolutas, sino realidades en las perspectivas, por lo que es necesario
act
ualizar continuamente el conocimiento científico debido, sobre todo, a la evolución de los
medios de comunicación, que comenzaron a requerir un aprendizaje básico que permite una
relación permanente entre la cultura local y global.
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En este contexto, la edu
cación busca satisfacer las demandas del mercado internacional,
aun porque sus intereses son adoptados por el propio Estado, como poder público. Además, las
nuevas lógicas requieren trabajadores y consumidores más capacitados, pues según Charlot
(2013) no
se trata solo de desarrollar habilidades técnicas, sino de mejorar el nivel de formación
básica de la población.
La educación y sus nuevas exigencias
Esta demanda pasa por la educación, pero no alienada, sino consciente y reflejada. Para
ser ofrecida co
n calidad necesita conocimiento, compromiso, cooperación y creatividad, para
que el ser humano pueda ser sujeto y, no objeto, de la sociedad en la que vive.
Dentro de esta nueva realidad hay que pensar en la escuela y la educación, dentro del
contexto act
ual para que aporte los elementos necesarios para que el ser humano viva en su
tiempo, contribuyendo a las transformaciones adecuadas para la sociedad en la que forma parte.
Por lo tanto, la institución debe estar preparada para el gran desafío, que consis
te en ofrecer una
educación de calidad a toda la población, para que la educación cumpla su función
humanizadora y transformadora, donde la reflexión y la acción son constituyentes inseparables
de la praxis.
Según Freire (1982), el ser humano está inacaba
do y se construye continuamente, tanto
desde el punto de vista filogenético como ontogenético, no pudiendo ignorar que tiene una
historia como sujeto singular que es. Esta afirmación lleva al pensador a explicar sobre la
función transformadora del proceso
educativo, siempre y cuando sea consciente, crítico y
comprometido.
Desafortunadamente, sin embargo, afectada por la llamada crisis global, la escuela
brasileña, en los últimos 40 años, aparentemente se abrió a toda la población, permitiendo que
un mayor c
ontingente de personas tuviera acceso a ella. Sin embargo, uno de los mayores
obstáculos observados es que continuó siendo elitista, no alterando ni su estructura ni su
funcionamiento, actuando de manera muy similar al momento de su origen, por lo que sigu
ió
provocando fracaso escolar, exclusión y desigualdad social, además de no satisfacer las
demandas del mercado.
A primera vista parece que las transformaciones sociales no afectan a la educación y,
particularmente, a la escuela, sin embargo, forman parte
de un contexto más amplio en el que
se integran y están intrínsecamente interrelacionadas, a través de influencias continuas.
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Desde esta perspectiva coincidimos con Charlot (op.cit.), para quien existen cuatro
grandes retos a los que se enfrenta la escuela
en la sociedad contemporánea, aumentar el nivel
de formación de la población en su conjunto, mejorar la calidad del trabajo realizado, afrontar
los nuevos retos educativos y culturales y redefinir los contenidos escolares.
Estos desafíos incluyen la adopc
ión de políticas públicas, el financiamiento necesario
para la investigación, la creación de infraestructura adecuada, la capacitación, la valorización y
la remuneración del magisterio, factores que en Brasil parecen haber sido olvidados durante
mucho tiem
po.
Entre los principales obstáculos enumerados merece especial atención a la formación
del profesorado, ya que la realidad vivida por la mayoría de los docentes es bastante
contradictoria, pues implica por un lado una perspectiva de educar para el
presente, pero, por
otro, no se puede perder de vista el pasado y el futuro. El primero, por ayudar a comprender y
subyacer algunos conocimientos importantes y, el futuro, diseñando nuevas metas que redunden
en una sociedad más justa, menos competitiva y m
ás igualitaria.
Por ello, como Delors (1996) explicó muy bien en una de sus obras, que se encarga de
la educación, ofrecer a niños y adultos conocimientos básicos, que permitan identificar los
rápidos cambios de la sociedad contemporánea, asumiendo así nue
vos contenidos y habilidades
y, principalmente, la capacidad de reflexionar sobre un abanico de información con el fin de
comprenderlos mejor dentro de sus respectivos contextos sociales y políticos.
Es en este contexto que, tras años de docencia, realizam
os esta labor, reflexionando
sobre algunos elementos, a partir de la experiencia que puede contribuir a mejorar la escuela y,
especialmente, la formación de los profesores, especialmente de aquellos que trabajarán con
niños pequeños.
Esta preferencia se de
be a que investigaciones recientes sobre psicología, medicina,
sociología y educación, entre otras ciencias, han apuntado a la relevancia de los primeros cinco
años de vida, por lo tanto, actuar con los más pequeños supone el trabajo de un profesional bien
formado.
En la formación del profesorado, el desarrollo de la creatividad merecerá una atención
especial. La elección se centró en tal área, por dos razones. El primero es el hecho de que
constituye uno de los elementos básicos para la práctica reflexiva.
El segundo porque dada su
devaluación necesita ser repensado urgentemente ante las habilidades requeridas para el hombre
del siglo 21.
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Se trata, por tanto, de una discusión teórica que permitirá establecer algunos puntos
fundamentales para iluminar las pr
ácticas en las titulaciones que forman a los profesionales
para actuar, principalmente, en el ámbito de la educación infantil.
La formación docente en este siglo se convierte en un proceso muy complejo,
considerando la existencia de diversas contradiccione
s del contexto local e internacional,
interfiere en la educación, requiriendo que el profesional esté preparado y, por lo tanto, tenga
conocimiento de la realidad, compromiso con ella, actúe cooperativamente y sea creativo para
resolver los múltiples probl
emas que enfrenta a diario.
Desde la perspectiva del conocimiento, por ejemplo, es fundamental que el docente
tenga el contenido para ser trabajado y también sepa reflexionar sobre él, porque según
Imbernón (2017), el conocimiento es siempre "heterodoxo,
autónomo y heterónomo
”
4
,
en la
práctica educativa. Por lo tanto, es una parte integral del pensamiento, porque es reflexivo y
esto se refleja en el de la praxis.
5
En el contexto de la enseñanza, el pensamiento se asocia con el conocimiento y la
forma
de enseñarlo. Sin embargo, estas dos condiciones no son suficientes, porque están asociadas al
compromiso del profesional con la sociedad en la que forma parte, requiriendo, según Freire
(op. Cit.), una decisión lúcida y profunda de quienes asumen el
proceso educativo, en el que la
condición necesaria para el acto cometido es la relación dialógica establecida entre reflexión y
acción que permita ser consciente de la realidad. Así, el compromiso del profesional debe
implicar un compromiso con el contex
to en el que se desenvuelve, lo que requiere el ejercicio
de la ciudadanía y la solidaridad.
Según el pensador, "no hay hombre sin mundo, no hay mundo sin hombre", por lo tanto,
"no puede haber reflexión y acción fuera de la realidad". Es en este sentido q
ue uno debe pensar
en la educación, porque no debe haber ningún educador fuera del contexto, porque solo
reflexionando sobre ella será posible transformarla.
6
El compromiso y el conocimiento son características fundamentales y complementarias,
en el caso
de la enseñanza, que deben ir acompañadas de un sentimiento de que el hacer
educativo transforma la realidad, un punto focal para mejorar la educación y el futuro de la
humanidad. Por lo tanto, la formación docente debe considerarlo en todos sus matices y
perspectivas. Solo así será posible ejercer la acción educativa de forma responsable.
4
Palabras de Imbernón.
5
La praxis se está utilizando en este trabajo de acuerdo con la visión freiriana de la educación, mostrando la
relación existente en el proceso acción
-
reflexión
-
acción.
6
Palabras de Freire.
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Las características presentadas deben estar asociadas al valor de la cooperación. Se hace
difícil trabajar de forma aislada, especialmente en un momento en que la informa
ción de red se
multiplica.
La demanda de solidaridad a escala global supone, por otro lado, que todos
deben superar la tendencia a cerrarse a sí mismos, para abrirse a la
comprensión de los demás, basada en el respeto a la diversidad. La
responsabilidad d
e la educación en este ámbito es, al mismo tiempo, esencial
y delicada en el sentido de que la noción de identidad se presta a una doble
lectura: afirmar la diferencia, descubrir los fundamentos de su cultura,
fortalecer la solidaridad del grupo, puede con
stituir pasos positivos y
liberadores para cualquiera, pero cuando se entiende mal este tipo de
reivindicación contribuye,
para dificultar e incluso imposibilitar el encuentro
y el diálogo con los demás (DELORS, 2003, p. 42).
Por estas razones en este pro
ceso de globalización se combinan con la cooperación, otras
habilidades que los docentes deben poseer como la comunicación y la creatividad.
Inicialmente es esencial pensar en la comunicación, porque el destino de cada uno de
nosotros en la aldea global s
e limita a una escala global, porque con la apertura de las fronteras
económicas estimuladas por el libre comercio aumentó la interdependencia planetaria, que ha
causa rápidamente el crecimiento de problemas para los que nos estamos para resolver.
Junto
con el libre comercio también han surgido los movimientos migratorios de
personas hacia países desarrollados o hacia aquellos que tienen un poco más de seguridad
económica y política en busca de mejores condiciones de vida y de trabajo. En todos los
contin
entes estos movimientos han ido creciendo y, ante dicha movilidad, existe la necesidad
de una acogida de los migrantes y requiere, por parte de la educación, la tolerancia, la inclusión
y el respeto a la diversidad.
Para Delors (2003), ayudar a transformar
la interdependencia real en solidaridad es una
tarea importante de la educación, de ahí el valor de comprender el mundo y el otro y, por lo
tanto, la necesidad de un profesional que actúe cooperativamente. Esto implica un mejor
conocimiento de los demás y
de las formas de relacionarse con los demás, requiriendo una
educación más solidaria y colaborativa, de modo que se puedan contemplar diferentes saberes
y culturas, factibles a través del establecimiento de vínculos sociales, apuntando al desarrollo
human
o en su dimensión social y ética.
Si los movimientos migratorios han provocado graves conflictos a nivel internacional,
pueden minimizarse mediante la cooperación a través de la educación para evitar los problemas
de exclusión, pobreza y luchas.
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Creatividad:
La
habilidad
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Otro eleme
nto a considerar desde un punto de vista educativo es la comunicación,
especialmente en un momento en que los medios de comunicación se han extendido y
desarrollado rápidamente. La penetración de las nuevas tecnologías crece día a día, facilitada
por el ba
jo coste de materiales y equipos, haciéndolos cada vez más accesibles.
Es cierto que la revolución tecnológica se ha convertido en un factor indispensable para
entender la modernidad, creando nuevas formas de relación. Sin embargo, si por un lado
permite l
a expansión del conocimiento en una esfera mundial y el rápido intercambio con
personas de otras partes del planeta, por otro lado, existe una tendencia de cada ser humano a
cerrarse sobre sí mismo y aislarse, comprometiendo los lazos de solidaridad.
Tamb
ién hay otras cuestiones que pueden abordarse, como el hecho de que el uso de
nuevas tecnologías ha aumentado las distancias entre los países desarrollados y los pobres,
porque los primeros pueden actualizar continuamente sus investigaciones en el área. Si
n
embargo, de lo contrario, ese desarrollo podría contribuir a mejorar las regiones más remotas y
necesitadas del planeta. Esta realidad todavía parece ser una utopía, porque los países
desarrollados han continuado científicamente con el rápido avance de s
us conocimientos,
mientras que los más pobres y periféricos se han limitado a recibir información, sin un
intercambio real.
Hoy en día, la información ocurre en tiempo real, pero no es solo la comunicación a
través de equipos, sino la
información interpersonal la que requiere relaciones más profundas
entre los seres humanos.
La educación refleja esta realidad, a veces dentro del mismo país, porque hay escuelas
y maestros con infraestructura tecnológica y nuevos recursos de comunicación,
mientras que
hay otros que funcionan, solo con la saliva del maestro, tiza y borrador. Las formas de
comunicación utilizadas en la escuela también se restringen a la oralidad y la escritura, como si
la humanidad solo hubiera dependido de ellas para asegur
ar la cultura de los numerosos grupos
sociales.
Por supuesto, también hay un vacío entre el conocimiento trabajado, el aprendizaje y las
habilidades requeridas, aumentando aún más las distancias entre las poblaciones y, en
consecuencia, entre los estudiant
es ricos y pobres.
Entre las habilidades necesarias para la vida humana y que deben ser tratadas por las
escuelas está la creatividad, porque es uno de los factores responsables de la reflexión.
Por lo tanto, será el principal objeto de estudio en este tra
bajo. Sin embargo, no es un
tema sencillo de discutir, porque tanto la sociedad como la escuela parecen devaluarlo.
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La creatividad, una habilidad necesaria en este siglo
El acto de crear está estrechamente ligado a la libertad de expresión y al uso de l
as
diversas lenguas por parte del ser humano. Sin embargo, la sociedad y la educación han
valorado durante mucho tiempo solo el lenguaje oral y la escritura, dejando al otro en un
segundo plano. Es por eso que Charlot (2013) tiene razón al afirmar que la i
nstitución tiende a
enseñar lo que se puede decir a través de las palabras y el descuido, despreciar y a veces incluso
luchar, lo que involucra el cuerpo y la sensibilidad.
El camino hacia la formación del hombre centrado en su mundo interior y
exterior t
iene lugar a través del conocimiento, el sentimiento, el juego, lo
poético. Un camino dirigido a lo creativo, a la imaginación que favorece al
hombre la construcción de su mundo interior y exterior, diferenciándolo como
el individuo único que es.
Es necesa
rio que el educador por su percepción de los mundos interior y
exterior, esté en constante movimiento de búsqueda, investigación y estudio
para reinventar siempre lo necesario para su práctica educativa, y que las
relaciones entre la escuela y la comunidad
, el maestro y el alumno, la
administración y los docentes sean relaciones reales con el mismo fin (STORI,
2003, p. 17).
Un docente intransigente, no reflexivo e insensible será otro elemento de reproducción
de valores elitistas y estancamiento de las tra
nsformaciones educativas y sociales.
Si la creatividad es tan importante para contribuir a la formación de un ser humano
crítico y reflexivo, ¿cuáles serían los impedimentos para que sea estimulada? ¿Por qué, cuando
los niños son pequeños y cuando crecen p
ierden tal habilidad? ¿Estaría vinculado tal
impedimento a las prácticas escolares? Esta discusión, por lo tanto, toma como punto de partida
el concepto de creatividad, una idea que es bastante compleja.
Crear es básicamente formar. Es ser capaz de dar
forma a algo nuevo. En
cualquier campo de actividad, este "nuevo" son nuevas coherencias que se
establecen para la mente humana, fenómenos relacionados de una manera
nueva y entendidos en nuevos términos. Por lo tanto, el acto creativo abarca
la capacidad
de comprender; y esto, a su vez, el de relacionar, ordenar,
configurar, significar (OSTROWER, 1979, p. 9
).
Según el autor, nos movemos entre formas, cosas que están configuradas para nosotros.
Cada acto nuestro se relaciona con nuestro interior, constituy
endo una forma singular de enfocar
e interpretar los fenómenos, dándoles significados para que podamos entender la vida. Tales
procesos son intuitivos, pero se vuelven conscientes a medida que le damos forma. Por esta
razón, se puede decir que el hombre es
un formador porque es capaz de relatar eventos.
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Creatividad:
La
habilidad
necesaria para
los profesionales en este siglo
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Por lo tanto, el acto creativo toma como principio la percepción consciente de uno
mismo que surge de necesidades concretas, que es un factor de realización y transformación
personal. Esto significa que adem
ás de resolver situaciones inmediatas somos capaces de prever
problemas y resolverlos. La creación, por lo tanto, se relaciona con la sensibilidad, al conectar
el mundo exterior con el interior a través de la expresión simbólica.
La creatividad, por lo tan
to, puede considerarse como una función universal, que existe
potencialmente en todo el ser humano y su activación es responsabilidad de la educación a
través del uso de la sensibilización y los diferentes lenguajes, porque consisten en
manifestaciones de
expresión creativa.
Crear es expresar lo que existe dentro de cada uno de nosotros y resulta de un largo
proceso de elaboración. Dicha habilidad depende de la experiencia de cada uno y que se
desarrolla según el contexto.
Vigotski (1998) demostró en una de sus obras que, lo
que llamamos creación, es un
complejo proceso de embarazo iniciado a través de la percepción externa e interna, sirviendo
de base para la experiencia de cada uno.
Para él la imaginación es extremadamente compleja de estudiar, constituyendo uno de
los princ
ipales obstáculos para la investigación sobre la creatividad. Señala que esta habilidad
depende de una larga gestación, que el ser humano acumula para construir sus fantasías,
involucrando asociaciones, disociaciones, análisis, síntesis, comparaciones...
T
ales procesos dependen de la extracción de características aisladas, que sufren
transformaciones rápidas y dinámicas, llegando a menudo a la exageración. Uno de los factores
más importantes para que se desarrolle es la necesidad de adaptarse al mundo que n
os rodea.
Aquel que está perfectamente adaptado a su contexto no podría desear, experimentar, descubrir
y crear.
El acto creativo depende tanto de estímulos como de imágenes que están influenciadas
por las emociones, la experiencia vivida y las necesidades
de cada uno. Por lo tanto, según el
investigador, el inventor es siempre el producto de su entorno y ningún descubrimiento aparece
sin las condiciones materiales y psicológicas creadas para esto. Por lo tanto, cada trabajo
creativo es el resultado de un p
roceso histórico, donde cada nueva forma se basa en la anterior.
Cuanto más ricas sean las experiencias de cada persona, mayores serán las posibilidades que la
persona tendrá de crear.
No es posible tener la creación de la nada, se basa en el conocimiento
que uno tiene de
la realidad. Todas y cada una de las fantasías se originan a partir de los elementos extraídos del
mundo real. Tiene, por tanto, una relación directa con la riqueza de experiencias vividas por
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cada uno. Para crearla es necesario relacionar
la realidad con la fantasía. Una vez acumuladas
las experiencias se maduran y se combinan. No hay reproducción simple, sino reordenamientos.
Así, esto último se convierte en una expansión de la experiencia, que permite ir mucho más allá
de lo conocido.
A
menudo la fantasía ayuda a conocer la realidad.
Cabe mencionar, en este proceso, la influencia del factor emocional, pues se asocian las
representaciones acompañadas de emociones, dando como resultado la combinación de
imágenes basadas en sentimientos comu
nes, incluso con representaciones divergentes,
explicando así el vínculo recíproco entre imaginación y emoción. Pronto todas las formas de
imaginación creativa también dependen de este último factor.
A todos los elementos descritos anteriormente se suma la
representación de algo nuevo,
que no existe en la experiencia humana y que acaba materializándose en ella, recurriendo a la
realidad. Se puede decir, por tanto, que el acto creativo implica la unión del sentimiento y el
pensamiento y se estructura sobre l
a triple relación entre hacer, percibir y sentir.
Según Guilford y Löwefld (
apud
GLOTON; CLERGY, 1976), hay ocho características
que evidencian la creatividad: sensibilidad, receptividad, movilidad, originalidad, análisis,
síntesis y organización coherente
: sensibilidad porque permite notar ciertas sutilezas, predecir
pérdidas, percibir emociones, descubrir necesidades y necesidades; receptividad que manifiesta
la apertura y fluidez del pensamiento; movilidad que presupone una rápida adaptación a nuevas
sit
uaciones, favoreciendo el cambio; transformar y redimensionar la función de un objeto en
otro de acuerdo con la necesidad del momento, lo que resulta en originalidad; abstraer ciertas
capacidades fundamentales del objeto, ofreciendo la posibilidad de compr
ender mejor las
diferencias; sintetizar, permitiendo la reunión de diversos elementos formando nuevos
conjuntos; y, por último, la organización coherente de la capacidad de armonizar los
pensamientos.
Tales características deben cultivarse en los humanos d
esde una edad temprana para que
puedan convertirse en creativos.
Se puede decir que cuatro etapas del proceso creativo, la preparación, cuando la persona
identifica las ideas; incubación y cuando permanecen en el inconsciente para ser seleccionados;
la ilu
minación cuando el creador toma conciencia del ajuste de todos los elementos y la
verificación cuando se prueban los detalles finales.
Así, la creatividad implica la educación de hacer, percibir y sentir para que el ser
humano pueda manipular, comprender
el entorno que le rodea y relacionarse con los medios
simbólicos. Cuanto más favorezca la práctica de esta relación, más contribuirá al desarrollo de
la creatividad.
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La
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necesaria para
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Sin embargo, la educación y la creatividad en la escuela parecen viajar en direcciones
op
uestas. No hay valorización del acto creativo en el proceso de escolarización y las prácticas
pedagógicas en Brasil siguen siendo muy tradicionales, impidiendo el uso de otros lenguajes
simbólicos.
Según Charlot (2013), entre la estructura organizativa tra
dicional y conservadora y un
discurso constructivista, los docentes tratan de sobrevivir, sin que haya un espacio/tiempo real
para que los estudiantes creen.
Esto se hace más claro en el contexto del propio proceso de enseñanza educativa, porque
la academi
a sigue siendo predominantemente teórica, y de hecho no existe un lugar de reflexión
entre ella y la práctica capaz de favorecer la existencia de un clima liberal y abierto que permita
una mayor independencia para que los estudiantes se expresen.
En los es
tudios de pregrado, esta realidad todavía parece ser peor, porque ha aumentado
la perspectiva de la investigación teórica, desligada de la práctica de ciertas habilidades capaces
de favorecer la creatividad.
Las habilidades artísticas y expresivas son vist
as como meros pasatiempos y a menudo
despreciadas, ya que hay un desprecio por la infancia.
La imaginación creativa y la expresión son habilidades fundamentales para formar a los
jóvenes, ya que según Gloton y Clergy (1997), ayudan a los estudiantes a armarse contra la
alienación y ser conscientes de las desviaciones de las tecnologías y los peli
gros de la
automatización. De ahí la importancia de su uso en la formación de personas libres, originales,
con iniciativa y responsabilidad.
Y para eso, necesitan ser estimulados.
Queda por recordar que, a pesar de los cambios, la escuela brasileña sigue s
iendo elitista
y como el acto creativo depende de las experiencias vividas por los sujetos, los estudiantes que
tienen una mejor condición económica generalmente tienen experiencias más ricas lo que, en
teoría, les permite tener más elementos para el desar
rollo de dicha habilidad.
Al ser altamente exclusivos, un gran contingente de estudiantes se mantiene fuera del
proceso educativo, por lo que no tienen la oportunidad de crear. Peor que eso, los pocos que
tienen acceso a ella se ven impedidos de hacerlo, p
orque están sometidos a una educación
tradicional, en la que los sentimientos, el hacer y el pensar no están relacionados sino
segmentados, dificultando el desarrollo de la creatividad.
Cuando se trata de cursos de pregrado, el problema se vuelve aún más
grave, porque los
profesionales que no han tenido la oportunidad de experimentar ciertas habilidades se sentirán
inseguros para desarrollar tales habilidades o para permitir tales experiencias a sus estudiantes.
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Trabajar por el cambio significa transformar
nos, desde prácticas a través de experiencias
más ricas, el uso de innumerables idiomas, y mayores oportunidades de actividades que
favorezcan el conocimiento de nuevos espacios, el contacto con otras formas de comunicación
y expresión, uniendo pensamiento
, hacer y sentir para que puedan, en consecuencia, crear.
Reflexiones finales
A partir de las reflexiones realizadas a lo largo de este trabajo sugerimos algunos pasos
para que la formación del profesorado contribuya al desarrollo de la creatividad. Por
esta razón
es importante pensar:
•
que todas las personas son capaces de crear y que cuantas más experiencias
tengan, más ricas podrán ser sus representaciones simbólicas;
•
que el acto creativo está estrechamente relacionado con el acto reflexivo;
•
que el
uso de diferentes lenguas enriquecerá las capacidades creativas;
•
que el aula es un entorno de experimentación;
•
que otros espacios, además de la escuela, puedan contribuir al enriquecimiento
del conocimiento, la observación, el análisis y la reflexión del t
rabajo, valorando las habilidades
creativas;
•
que el maestro se atreva y permita que sus estudiantes también lo hagan;
•
que la oportunidad de crear depende de una educación democrática y liberadora,
en la que la calidad no sea un privilegio de unos pocos, si
no, sobre todo, un derecho de todos.
•
Sólo entonces será posible desarrollar el potencial creativo que existe en cada
uno de nosotros.
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Entre el passado y el futuro
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Barcelona: Península, 1996.
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Creatividad:
La
habilidad
necesaria para
los profesionales en este siglo
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
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Paulo: Cortez/ Barcelona: Graó, 2017.
MARRACH, S. Neoliberalismo e Educação.
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Cómo hacer referencia a este artículo
CARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A.
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Revista Ibero
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https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
Enviado
en
: 10/09/2019
Revisiones requeridas
en
: 10/01/2020
Aprobado
en
:
30/04/2020
Publicado
en
: 12/01/2020
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Creativity:
The
necessary skill for professionals in this century
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CREATIVITY: THE NECESSARY SKILL FOR PROFESSIONALS IN THIS
CENTURY
CRIATIVIDADE: A HABILIDADE NECESSÁRIA AOS PROFISSIONAIS NESTE
SÉCULO
CREATIVIDAD: LA HABILIDAD NECESARIA PARA LOS PROFESIONALES DE
ESTE SIGLO
Maria Angela
Barbato CARNEIRO
1
Neide de Aquino NOFFS
2
ABSTRACT
:
The present moment of humanity has been characterized by countless social,
economic
and political changes that are reflected in education. As a result of this process, it
must be aligned with the new world order without, however, losing sight of the functions;
reflective, cooperative, communicative and creative. In this sense, this work
has as main
objective to discuss the concept of creativity and its relevance in the development of the
fundamental skills in the formation of teachers, seeking to transform them into critical subjects
capable of quickly solving the problems faced in the cu
rrent world. This way, the formation of
education professionals must develop their creative capacity so that they become active subjects
in the process of social transformation. This is a theoretical study that proposes to offer some
suggestions for teachi
ng in order to stimulate the creative process, especially at university.
KEYWORDS
:
Education. Creativity. Teaching ability.
RESUMO
: O momento atual da humanidade tem se caracterizado por inúmeras mudanças
sociais, econômicas e políticas que se refletem
na educação. Fruto desse processo, ela deve
estar alinhada à nova ordem mundial sem, contudo, perder de vista as funções; reflexiva,
cooperativa, comunicativa e criativa. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal
discutir o conceito de criat
ividade e a sua relevância no desenvolvimento das habilidades
fundamentais na formação de docentes, buscando transformá
-
los em sujeitos críticos e capazes
de solucionar rapidamente os problemas enfrentados no mundo atual. Dessa feita, a formação
de profiss
ionais da educação deve desenvolver a capacidade criativa de modo que eles se
tornem sujeitos ativos, no processo de transformação social. Trata
-
se de um estudo teórico que
se propõe a oferecer algumas sugestões para a docência de modo a estimular, sobretu
do na
universidade, o processo criativo.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Educação. Criatividade. Habilidade docente.
1
Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC/SP), São Paulo
–
SP
–
Brazil. Full Professor in the Department
of Fundamentals of Education and Coordinator of the Center for Culture and Research of Play.
PhD in Science of
C
ommunication
(USP)
. ORCID: https
://orcid.org/0000
-
0002
-
5039
-
9326. E
-
mail: mabarbato@gmail.com
2
Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC/SP),
São Paulo
–
SP
–
Brazil
.
Full Professor
in t
he Department
of Teacher Training, Management and Technologies
, L
ifelong
P
resident of ABPp, Institutional
Assessor
in the
Municipal Education Network and General Coordinator of the Psychopedagogue Regulation and Training
Commission in Brazil with the ABPp
. PhD
in Education
(USP)
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0003
-
1700
-
7682.
E
-
m
ail: nnoffs@terra.com.br
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
2742
RESUMEN
:
El momento actual de la humanidad se ha caracterizado por numerosos cambios
sociales, económicos y políticos que se reflejan en la
educación. El resultado de este proceso
debe ser alineado con el nuevo orden mundial, sin embargo, perder de vista las funciones;
reflexivo, cooperativo, creativo y comunicativo. En este sentido, este trabajo tiene como
objetivo principal discutir el conce
pto de creatividad y su importancia en el desarrollo de
habilidades fundamentales en la formación de maestros, que buscan para convertirlos en
sujetos críticos y capaces de resolver rápidamente los problemas que enfrenta el mundo hoy.
Esto hizo la formació
n de profesionales de la educación debe desarrollar la capacidad creativa
para que sean sujetos activos en el proceso de transformación social. Es un estudio teórico que
pretende ofrecer algunas sugerencias para la enseñanza con el fin de estimular, sobre
todo en
la Universidad, el proceso creativo.
PALABRAS
-
CLAVE
:
E
ducación
.
C
reatividad
.
H
abilidad docente
.
Introduction
This work is the result of the observation of performance, as a teacher, training
professionals in the area of early
childhood education.
Practice has shown that the 21st century has undergone numerous social, economic,
cultural and political transformations, determined by what Arendt (1996)
3
called the crisis of
modernity. Such changes have changed the world order and
required, on the part of education,
other skills different from those practiced in previous centuries.
From a social point of view, global poverty has increased and conflicts between different
groups in different countries have increased with it. The grow
th of the needy population, among
other factors, is not a unique fact, but stems from other elements such as the demographic
increase and the expansion of the capitalist mode of production that has transformed local
economies into a global economy.
In the
case of the former, on all continents, the large population flow that migrated to
urban centers in search of better living and working conditions, but without any training,
causing the exodus in the countryside and structural unemployment in the cities. In
the middle
of this process, social problems arising from the lack of infrastructure and public policies
increased.
In the case of the latter, with the opening of international markets and the increase in the
capitalist mode of production, global poverty h
as grown, due to low wages, the replacement of
the human labor force by new production technologies, the development of communication and
3
According to Arendt, the crisis of modernity is characterized by changes in authority in culture and authority.
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Creativity:
The
necessary skill for professionals in this century
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information systems and, especially, the decrease in the state's participation in the area of social
rights, making th
em the responsibility of the private sector.
If, until the middle of the last century the liberal political model was dominant, placing
education as one of the rights of the citizen, the increasing neoliberalism from the 1970s began
to approach the school
in the market, because once the State was absent from such
responsibility, it allowed the private company to assume this role, leaving a large contingent of
the population out of school. This disengagement, however, refers not only to the privatization
of
education, but to the association between it and the demands of the labor market and
multinationals, preventing an increasing number of people from having access to this good.
In this
century
,
there is a growing interconnection of world economies and indu
strialized
nations, devoid of democratic political content, from free trade. This process results from the
combination of strategic alliances and cooperation, the organization of economic agents in
networks and the development of new communication and info
rmation technologies. These
factors eventually changed local and unique cultures, transforming them into global cultures.
Therefore, the peculiarities of each people have become universalities and schooling has
focused on meeting international business int
erests, contributing to the growth of world poverty
and to the exclusion of children and young people from education.
According to Marrach (1996), the neoliberal process did not alter the pyramidal
structure of society, on the contrary, it worsened the pop
ulation's income distribution model,
further increasing the social, economic, cultural and political problems already existing in the
various countries and, consequently, educational.
In this context "globalization can be defined by the circulation of flow
s and the
correlative development of multinational companies. These existed before globalization, but
became even more powerful with globalization and the retreat of the state" (CHARLOT,
2013.p. 47)
.
This demonstrates that the process of globalization has
grown more with the reduction
of the state's power and its responsibility in the social area, leaving this task to the private sector,
in such a way that the laws of the market end up prevailing. Of course, such transformations
affected the different conte
xts and, within them, the school.
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The information society and the new requirements in the training of
professionals
The information society, however, requires a paradigm shift, prioritizing the mastery of
certain skills, previously
unnecessary, causing schooling to prepare man for work, so that there
is a qualified workforce able to compete in the internal and foreign market. Thus, the institution
has stimulated competition and has configured itself as a market for products of the cu
ltural and
computer industry, functioning in a similar way to it.
Although globalization is an economic process, with regard to culture, its consequences
spread to other areas, causing the meeting between the groups, the dissemination of new forms
of expre
ssion and communication, the growth of the world media, the dissemination of cultural
products and the generalization of the English language as an international language.
Education reflects international influences so that the school was forced to change
due
to the new demands of the market, having to develop other skills such as knowledge, reflection,
competence, cooperation and creativity.
A new man is therefore required for a new world in which learning must be continuous.
Apparently, the school
has ope
ned up to
"the whole"
population in the last 40 (forty)
years and now it should be met with quality, but education is still a great challenge, because it
remains a breeder of doctrinal principles, where disadvantaged classes remain excluded, even
more, wit
hout the right to receive quality education.
However, in the labor market, although a fundamental role is attributed to schooling, it
does not always question its quality in general, because, in most cases, it is not a means of
reflection and transformatio
n of the doctrinal principles in force, thus further reinforcing
political and ideological control. To these factors it is observed that in several developed
countries there has been, in recent years, a growth of political groups with fascist and anti
-
demo
cratic ideologies, dominated, behind all this, by the power of capital.
In addition to these transformations, it is also emphasized that in the society of the 21st
century there are no more absolute truths, but realities in perspectives, making it necessar
y to
continuously update scientific knowledge due, above all, to the evolution of the media, which
began to require basic learning that allows a
permanent relationship between local and global
culture.
Within this context, education seeks to meet the deman
ds of the international market,
even because its interests are adopted by the State itself, as a public power. In addition, the new
logics require more trained workers and consumers, because according to Charlot (2013) it is
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not just about developing techn
ical skills, but improving the level of basic training of the
population.
Education and its new demands
This demand goes through education, but not alienated, but conscious and reflected. To
be offered with quality it needs knowledge, commitment, cooperation and creativity, so that the
human being can be subject and, not object, of the society in which he li
ves.
Within this new reality one must think of school and education, within the current
context so that it provides the necessary elements for the human being to live within his time,
contributing to the appropriate transformations for the society in which he i
s part. Therefore,
the institution must be prepared for the great challenge, which
consists in offering quality
education to the entire population, so that education fulfills its humanizing and transforming
function, where reflection and action are insepar
able constituents of praxis.
According to Freire (1982), the human being is unfinished and is continuously
constructed, both from the phylogenetic and ontogenetic point of view, not being able to ignore
that he has a history as a singular subject that he
is. This statement leads the thinker to explain
about the transforming function of the educational process, as long as it is conscious, critical
and committed.
Unfortunately, however, affected by the so
-
called global crisis, the Brazilian school, in
the la
st 40 years, apparently opened up to the entire population, allowing a larger contingent of
people to have access to it. However, one of the major obstacles observed is that it continued
elitist, not altering either its structure or its functioning, acting
in a very similar way to the
moment of its origin, so that it continued causing school failure, exclusion and social inequality,
besides not meeting the demands of the market.
At first glance it seems that social transformations do not affect education an
d,
particularly, the school, however, they are part of a broader context in which they integrate and
are intrinsically interrelated, through continuous influences.
From this perspective we agree with Charlot (op.cit.), for whom there are four major
challen
ges to be faced by the school in contemporary society, increase the level of formation of
the population as a whole, improve the quality of the work performed, face the new educational
and cultural challenges and redefine school contents.
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These challenges
include the adoption of public policies, the funding needed for
research, the creation of adequate infrastructure, the training, valorization and remuneration of
the magisterium, factors that in Brazil seem to have been forgotten for a long time.
Among the
main obstacles listed deserves special attention to teacher training, since the
reality experienced by most teachers is quite contradictory, because it involves on the one hand
a perspective of educating for the present, but, on the other, one cannot lose
sight of the past
and the future. The first, for helping to understand and underlie some important knowledge and,
the future, by designing new goals that result in a fairer, less competitive and more egalitarian
society.
Therefore, as Delors (1996) very w
ell explained in one of his works, which is
responsible for education, to offer children and adults basic knowledge, which allows
identifying the rapid changes of contemporary society, thus assuming new contents and skills
and, mainly, the ability to refle
ct on a range of information in order to better understand them
within their respective social and political contexts.
It is in this context that, after years of teaching, we carry out this work, reflecting on
some elements, from the experience that can co
ntribute to improving the school and, especially,
the training of teachers, especially those who will work with young children.
This preference is due to the fact that recent research on psychology, medicine,
sociology and education, among other sciences,
has pointed to the relevance of the first five
years of life, therefore, acting with the little ones supposes the work of a well
-
trained
professional.
In teacher training, the development of creativity will deserve special attention. The
choice focused on
such an area, for two reasons. The first is the fact that it constitutes one of
the basic elements for reflexive practice. The second because given its devaluation needs to be
urgently rethought before the skills required for the man of the 21st century.
I
t is, therefore, a theoretical discussion that will allow to establish some fundamental
points to illuminate the practices in the degrees that train professionals to act, mainly, in the
field of early childhood education.
Teacher education in this century
becomes a very complex process, considering the
existence of various contradictions of the local and international context, interferes in education,
requiring the professional to be prepared and, therefore, have knowledge of reality, commitment
to it, act
cooperatively and be creative to solve the multiple problems faced daily.
From the perspective of knowledge, for example, it is essential that the teacher detains
the content to be worked and, also, knows how to reflect on it, because according to Imbernó
n
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(2017), knowledge is always "heterodox, autonomous and heteronomous"
4
, in educational
practice. Therefore, it is an integral part of thought, because it is reflective and this is mirrored
in that of praxis.
5
In the context of teaching, thought is assoc
iated with knowledge and the way of teaching
it. However, these two conditions are not enough, because they are associated with the
commitment of the professional with the society in which he is part, requiring, according to
Freire (op. Cit.), a lucid and
profound decision of those who assume the educational process, in
which the necessary condition for the committed act is the dialogical relationship established
between reflection and action that makes it possible to be aware of reality. Thus, the
commitme
nt of the professional must involve an engagement with the context in which it
operates, which requires the exercise of citizenship and solidarity.
According to the thinker, "there is no man without a world, no world without man"
therefore, "there can be n
o reflection and action outside of reality"
6
.
It is in this sense that one
should think about education, because there should be no educator outside the context, because
only by reflecting on it will it be possible to transform it.
Commitment and knowledg
e are fundamental and complementary characteristics, in the
case of teaching, which must be accompanied by a feeling that educational doing transforms
reality, a focal point for improving education and the future of humanity. Therefore, teacher
education s
hould consider it in all its nuances and perspectives. Only in this way will it be
possible to exercise the educational action responsibly.
The characteristics presented must be associated with the value of cooperation. It
becomes difficult to work in isol
ation, especially at a time when network
information is
multiplying.
The demand for solidarity on a global scale supposes, on the other hand, that
everyone should overcome the tendency to close themselves to themselves, so
as to open themselves to the
understanding of others, based on respect for
diversity. The responsibility of education in this area is, at the same time,
essential and delicate in that the notion of identity lends itself to a double
reading: affirming the difference, discovering the fo
undations of its culture,
strengthening the solidarity of the group, can constitute positive and liberating
steps for anyone, but when poorly understood this type of claim contributes,
also to make it difficult and even impossible to meet and dialogue wit
h others
(DELORS, 2003, p. 42)
.
4
Words of Imbernon
.
5
Praxis
is being used in this work according to the vision Freirean education, showing the rela
tionship existing in
the action
-
reflection
-
action process.
6
Words of Freire
.
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For these reasons in this process of globalization they are combined with cooperation,
other skills that teachers must possess such as communication and creativity.
Initially it is essential to think about communication, because the fate of each of us in
the global village is limited to a global scale, because with the opening of economic frontiers
stimulated by free trade increased planetary interdependence, which have rapidly caused the
growth of problems for which we are not prepared to solve.
Along wi
th free trade there have also emerged the migratory movements of people to
developed countries or to those who have a little more economic and political security in search
of better living and working conditions. On all continents such movements have been
growing
and, in the face of such mobility, there is a need for a reception for migrants and requires, on
the part of education, tolerance, inclusion and respect for diversity.
For Delors (2003), helping to transform real interdependence into solidarity is
an
important task of education hence the value of understanding the world and the other and,
therefore, the need for a professional who act cooperatively. This implies better knowledge of
one another and the ways of relating to others, requiring a more sol
idary and collaborative
education, so that different knowledge and cultures can be contemplated, feasible through the
establishment of social bonds, aiming at human development in its social and ethical dimension.
If migration movements have provoked serio
us conflicts internationally, they can be
minimized by cooperation through education in order to avoid the problems of exclusion,
poverty and struggles.
Another element to be considered from an educational point of view is communication,
especially at a ti
me when the media have spread and developed rapidly. The penetration of new
technologies grows daily, facilitated by the low cost of materials and equipment, making them
increasingly accessible.
It is true that the technological revolution has become an in
dispensable factor for
understanding modernity, creating new forms of relationship. However, if on the one hand it
enables the expansion of knowledge in a world sphere and the rapid exchange with people from
other parts of the planet, on the other hand the
re is a tendency for each human being to close on
himself and isolate himself, compromising the bonds of solidarity.
There are also other issues that can be addressed, such as the fact that the use of new
technologies has increased the distances between d
eveloped and poor countries, because the
former are able to continuously update their research in the area. However, otherwise such
development could contribute to improving the most remote and needy regions of the planet.
This reality still seems to be a
utopia, because developed countries have continued scientifically
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with the rapid advancement of their knowledge, while the poorest and most peripheral have
been limited to receiving information, without a real exchange.
Today, information occurs in real ti
me, but it is not only communication through
equipment, but interpersonal information that requires deeper relationships between human
beings.
Education reflects this reality, sometimes within the same country, because there are
schools and teachers with t
echnological infrastructure and new communication resources, while
there are others that work, only with the saliva of the teacher, chalk and eraser. The forms of
communication used in school are also restricted to orality and writing, as if humanity had o
nly
depended on them to ensure the culture of the numerous social groups.
Of course, there is also a vacuum between the knowledge worked, the learning and skills
required, further increasing the distances between populations and, consequently, between rich
and poor students.
Among the skills necessary for human life and that should be treated by schools is
creativity, because it is one of the factors responsible for reflection.
It will therefore be the main object of study in this work. However, it is not a
simple
subject to be discussed, because both society and the school seem to devalue it.
Creativity a skill needed in this century
The act of creating is closely linked to freedom of expression and the use of the various
languages by the human being. Ho
wever, society and education have long valued only oral
language and writing, leaving the other in the background. That is why Charlot (2013) is right
to state that the institution tends to teach what can be said through words and neglect, despise
and some
times even fight, what involves
the body and sensitivity.
The path to the formation of man centered on his inner and outer world takes
place through knowledge, feeling, playful, poetic. A path directed to the
creative, to the imagination that favors
man the construction of his inner and
outer world, differentiating him as the unique individual he is.
It is necessary that the educator by his perception of the inner and outer
worlds, is in constant movement of search, research and study to always
reinve
nt what is necessary for his educational practice, and that the
relationships between the school and the community, the teacher and the
student, the administration and teachers are real relationships with the same
purpose (STORI, 2003, p. 17)
.
An
uncompromising, non
-
reflective and insensitive teacher will be another element of
reproduction of elitist values and stagnation of educational and social transformations.
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If creativity is so important to contribute to the formation of a critical and reflec
tive
human being, what would be the impediments for it to be stimulated? Why, when children are
young, and when they grow up they lose such skill?
Would such an impediment be linked to
school practices? This discussion, therefore, takes as a starting point
the concept of creativity,
an idea that is quite complex.
Creating is basically forming. It's being able to shape something new. In
whatever field of activity, this 'new' is new coherences that are established for
the human mind, phenomena related in a n
ew way and understood in new
terms. The creative act therefore encompasses the ability to understand; and
this, in turn, to relate, sort, configure, mean (OSTROWER, 1979, p. 9)
.
According to the author, we move between forms, things that are configured fo
r us.
Each act of ours relates to our interior, constituting a singular way of focusing and interpreting
phenomena, giving them meanings so that we can understand life. Such processes are intuitive,
but they become conscious as we shape it. For this reason
, it can be said that man is a formator
because he is able to relate events.
Therefore, the creative act takes as principle the conscious perception of oneself that
arises from concrete needs, which is a factor of personal fulfillment and transformation. T
his
means that in addition to solving immediate situations we are able to foresee problems and
solve them. Creation, therefore, is related to sensitivity, by connecting the outside world to the
interior through symbolic expression.
Creativity, therefore, c
an be considered as a universal function, which exists potentially
throughout the human being and its activation is the responsibility of education through the use
of sensitization and different languages, because they consist of manifestations of creative
expression.
To create is to express what exists within each of us and results from a long process of
elaboration. Such skill depends on the experience of each one and that develops according to
the context.
Vigotski (1998) showed in one of his works that
, what we call creation, is a complex
process of pregnancy initiated through external and internal perception, serving as the basis for
the experience of each one.
For him the imagination is extremely complex to be studied, constituting one of the
main obs
tacles to research on creativity. It points out that this ability depends on a long
gestation, which the human being accumulates to build his fantasies, involving associations,
dissociations, analyses, synthesis, comparations...
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Such processes depend on th
e extraction of isolated characteristics, which undergo rapid
and dynamic transformations, often reaching exaggeration. One of the most important factors
for it to develop is the need to adapt to the world around us. One who is perfectly adapted to its
con
text could not desire, experiment, discover and create.
The creative act depends both on stimuli and on images that are influenced by emotions,
the experience lived and the needs of each one. Therefore, according to the researcher, the
inventor is always t
he product of his environment and no discovery appears without the created
material and psychological conditions for this. Every creative work thus results from a historical
process, where each new form is based on the previous one. The richer each person'
s
experiences, the greater the chances the person will have to create.
It is not possible to have creation from nothing, it is based on the knowledge that one
has of reality. Each and every fantasy originates from the elements extracted from the real
world
. It has, therefore, a direct relationship with the richness of experiences lived by each one.
To create it is necessary to relate reality with fantasy. Once accumulated the experiences are
matured and combined. There is no simple reproduction, but rearran
gements. Thus, the latter
becomes an expansion of the experience, which allows to go far beyond what is known. Often
fantasy helps to know reality.
It is worth mentioning, in this process, the influence of the emotional factor, because the
representations
accompanied by emotions are associated, resulting in the combination of
images based on common feelings, even with divergent representations, thus explaining the
reciprocal bond between imagination and emotion. Soon all forms of creative imagination also
d
epend on this last factor.
To all the elements described above is added the representation of something new,
which does not exist in human experience and that end up materializing in it, turning to reality.
It can be said, therefore, that the creative act
involves the junction of feeling and thought and is
structured on the triple relationship between making, perceiving and feeling.
According to Guilford and Löwefld (
apud
GLOTON; CLERGY, 1976
), there are eight
characteristics that evidence creativity: sensi
tivity, receptivity, mobility, originality, analysis,
synthesis and coherent organization: sensitivity because it allows to notice certain subtleties,
predict losses, perceive emotions, discover needs and needs; receptivity that manifests the
openness and
fluidity of thought; mobility that presupposes rapid adaptation to new situations,
favoring change; transform and resize the function of one object into another according to the
need of the moment resulting in originality; abstract certain fundamental capa
cities of the
object, offering the possibility to better understand the differences; synthesize, allowing the
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gathering of various elements forming new sets; and, finally, the coherent organization of the
ability to harmonize thoughts.
Such characteristics
must be cultivated in humans from an early age so that they can
become creative.
It can be said that four stages of the creative process, preparation, when the person
identifies the ideas; incubation and when they remain in the unconscious to be selected;
the
lighting when the creator becomes aware of the adjustment of all elements and verification
when the final details are proven.
Thus, creativity involves the education of doing, perceiving and feeling so that the
human being can manipulate, understand
the environment that surrounds him and relate to the
symbolic means. The more it favors the practice of this relationship, the more it will contribute
to the development of creativity.
However, education and creativity at school seem to travel in opposite
directions. There
is no valorization of the creative act in the schooling process and pedagogical practices in Brazil
are still very traditional, preventing the use of other symbolic languages.
According to Charlot (2013), between the traditional and cons
ervative organizational
structure and a constructivist discourse, teachers try to survive, without there being a real
space/time for students to create.
This becomes clearer in the context of the teaching education process itself, because the
academy is still predominantly theoretical, and there is not in fact a place for reflection between
it and practice capable of favoring the existence of a liberal and open climate that allows greater
independence for students to express themselves.
In the
undergraduate studies, this reality still seems to be worse, because it has increased
the perspective of theoretical research, detached from the practice of certain skills capable of
favoring creativity.
Artistic and expressive skills are seen as mere hobb
ies and often despised as there is a
disregard for childhood.
Creative imagination and
expression are fundamental skills to train young people,
because according to Gloton and Clergy (1997),
they help students arm themselves against
alienation and be aware of the deviations of technologies and the dangers of automation. Hence
the importance of its use in the training of free, original people, with initiative and
responsibility. And for that,
they need to be stimulated.
It remains to be remembered that, despite the changes, the Brazilian school is still elitist
and as the creative act depends on the experiences lived by the subjects, students who have a
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necessary skill for professionals in this century
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–
Revista Ibero
-
Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741
-
2755,
Dec. 2020
. e
-
ISSN: 1982
-
5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee
.v15iesp4.14522
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better economic condition, usually have r
icher experiences which, in theory, allows them to
have more elements for the development of such skill.
Being highly exclusive, a large contingent of students stay out of the educational
process, so they don't have the opportunity to create. Worse than th
at, the few who have access
to it are prevented from doing so, because they are subjected to a traditional education, in which
feelings, doing and thinking are not related but segmented, hindering the development of
creativity.
When it comes to undergradu
ate courses, the issue becomes even more serious, because
professionals who have not had the opportunity to experience certain skills will feel unsafe to
develop such skills or to allow such experiences to their students.
Working for change means transform
ing ourselves, from practices through richer
experiences, the use of countless languages, and greater opportunities for activities to favor the
knowledge of new spaces, contact with other forms of communication and expression, uniting
thinking, doing and f
eeling so that they can, consequently, create.
Final reflections
From the reflections carried out throughout this work we suggest some steps for teacher
training to contribute to the development of creativity. For this reason, it is important to think:
•
that all people are able to create and that the more experiences they have, the
richer their symbolic representations can be;
•
that the creative act is closely related to the reflexive act;
•
whereas the use of different languages will enrich creative skills
;
•
whereas the classroom is an environment of experimentation;
•
those other spaces, besides school, may contribute to the enrichment of
knowledge, observation, analysis and reflection of work, valuing creative skills;
•
that the teacher should dare and allow h
is students to do so as well;
•
that the opportunity to create depends on a democratic and liberating education,
in which quality is not a privilege of the few, but, above all, a right of all.
Only then will it be possible to develop the creative potential t
hat exists in each of us
.
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Maria Angela Barbato CARNEIRO
and
Neide de Aquino NOFFS
RIAEE
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Revista Ibero
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Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p. 2741
-
2755,
Dec. 2020
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Creativity:
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ISSN: 1982
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5587
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.v15iesp4.14522
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How to refer to t
his article
CARNEIRO, M. A. B.; NOFFS, N. A.
Creativity: The necessary skill for professionals in this
century
.
Revista Ibero
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Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 15, n. esp. 4, p.
2741
-
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55,
Dec
. 2020. e
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ISSN: 1982
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5587.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp4.14522
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:
10/09/2019
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ions required
:
10/01/2020
Approved
: 30/04/2020
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shed
: 01/12/2020