IMPACTOS Y RETOS DE LA EDUCACIÓN EN LÍNEA DERIVADOS DE LA PANDEMIA COVID-19
IMPACTS AND CHALLENGES OF ONLINE EDUCATION ARISING FROM COVID- 19 PANDEMIC
Elizabeth Matos ROCHA1 Juliana Maria da Silva LIMA2
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre los impactos y desafíos impuestos a la educación en línea, en el territorio brasileño, en 2020, un año atípico, dada la incidencia y reajuste de la agenda educativa impuesta por la pandemia COVID-19. Para ello, se abordó el marco regulatorio emitido por el gobierno federal y el MEC, presentando la normativa específica en la UFGD. Se demostró que las modalidades de educación presencial y a distancia han sufrido impactos relacionados con la alteración de la agenda y el formato pedagógico, ya que los cursos de educación a distancia de pregrado, debido al Decreto nº 9057/2017, generan también en algún momento flujo social. Se admite que se ha producido un cambio en el comportamiento de la sociedad en la experiencia de la educación a distancia subvencionada por un conjunto de estándares y disponibilidad tecnológica, especialmente aquellas que hacen factibles las clases a través de conferencias web.
PALABRAS CLAVE: COVID-19. Enseñanza presencial. Enseñanza a distancia.
ABSTRACT: This paper aims to reflect on the impacts and challenges imposed on online education, in Brazilian territory, in 2020, an atypical year, given the incidence and readjustment of the educational agenda imposed by the COVID-19 pandemic. Thus, the regulatory framework issued by the federal government and MEC was addressed, presenting the specific regulations at UFGD. It was shown that the modalities of face-to-face and distance education suffered impacts related to the alteration of the agenda and the pedagogical format, since undergraduate distance education courses, due to Decree nº 9057/2017, generate social flow at some point, too. It is admitted that there has been a change in the behavior of society in the experience of remote education subsidized by a set of standards and technological availability, especially those that make classes via web conferences feasible.
KEYWORDS: COVID-19. Face-to-face teaching. Distance education.
De acordo com o Art. 43 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9.394/1996 (BRASIL, 1996), dentre outros objetivos, a Educação Superior tem por finalidade estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo. Tomando-se como base que o pensamento reflexivo na educação requer analisar o percurso da trajetória didático-pedagógica que se propõe dar as condições necessárias para que o educando tenha pleno desenvolvimento da sua cognição, emoção e personalidade, constata-se que refletir sobre a educação, não somente tem que ser ou precisa pautar-se em uma garantia legal, mas sim, um princípio desejável.
Com base nisso, este artigo objetiva refletir sobre os impactos e desafios impostos ao ensino on-line, em território brasileiro, em 2020, um ano atípico, dada à incidência e readequação da agenda educacional imposta pela pandemia da COVID-19. O rápido contágio entre humanos, a alta taxa de mortalidade e a falta de vacina, impuseram confinamento à humanidade, no formato lockdown, desde março de 2020.
Quando usamos o termo ensino on-line somos levados de imediato à Educação a Distância (EaD), pois segundo o Decreto 9.057/2017 (BRASIL, 2017), que regulamenta o Art. 80 da LDB 9.394/1996 (BRASIL, 1996), vincula a EaD às tecnologias digitais, de forma compatível aos princípios defendidos à educação, na Constituição Federal brasileiria de 1988 (BRASIL, 1988). O Decreto 9.057/2017 (BRASIL, 2017), que revogou o Decreto 5.622/2005 (BRASIL, 2005), em seu Art. 1º, considera Educação a Distância como “a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação”.
Isso porque, usar tecnologias que garantam o fluxo da informação e da comunicação, como o sistema postal, comunicações por satélites, radiotransmissão, dentre outras tecnologias a esse fim, são inerentes à EaD, dada a dependência que essa modalidade educacional tem de tecnologias que viabilizem o fluxo da informação e da comunicação em seu modus operandi, já que professores e estudantes, no desenvolvimento dos seus papéis vinculados ao ensino e à aprendizagem, estão, via de regra, em lugares e tempos diversos (WENCZENOVICZ, 2020).
No entanto, com as especificidades impostas pela COVID-19 aos diversos setores da sociedade, no território brasileiro e, também, mundial, o ensino on-line ao qual nos reportamos neste texto, abarca, também, o universo do ensino presencial, não se limitando à EaD.
Para subsidiar as reflexões deste artigo, nos pautamos no conjunto normativo expedido, desde março/2020, pelo Governo Federal, Ministério da Economia/Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital/Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal, Ministério da Educação e Cultura, que reverberaram no ensino presencial e de Educação a Distância da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Destacamos, portanto, os impactos e desafios que sobrevieram aos professores e estudantes na oferta de ensino remoto, de forma on-line. Apontamos, ainda, o papel da pandemia nesse cenário, considerando conceitos ensinados, mas, também, outros, aprendidos, destacando, por fim, elementos que prospectam mudanças na concepção educacional, doravante.
Com misto de espanto e desconforto, a sociedade brasileira, com ênfase nas Instituições Públicas de Ensino Superior (IES), tiveram acesso à Lei nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020 (BRASIL, 2020,) que dispõe sobre “as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019”. No âmbito do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal - SIPEC, estabeleceu, por meio da Instrução Normativa nº 19, de 12 de março de 2020 (BRASIL, 2020), expedida pelo Ministério da Economia, as orientações necessárias “quanto às medidas de proteção para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19).”
O conjunto normativo para garantir o isolamento social, no âmbito educacional, incluiu a Portaria MEC nº 343, de 17 de março de 2020 (BRASIL, 2020,), que “dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19”, e, ainda, a Medida Provisória nº 934, de 01 de abril de 2020 (BRASIL, 2020,), que “estabelece normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas para enfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020”.
Esse subsídio legal impactou, de imediato, nas IES, readequação administrativa e pedagógica, dado o início do semestre letivo de 2020.1 que vinha sendo executado rotineiramente, espelhados nos planos de ensino das disciplinas dos muitos realizados no ensino presencial ou no ensino a distância.
Na UFGD, o embasamento legal que visou adequação e alinhamento com as normativas do governo federal para evitar o contato social contemplou, dentre outros documentos, a Portaria RTR nº 194, de 13 de março de 2020 (UFGD, 2020), para suspensão de viagens, atividades, eventos, reuniões, dentre outras tratativas; Instrução Normativa nº 04, de 17 de março de 2020, que instituiu o teletrabalho nas unidades acadêmicas e administrativas; Portaria nº 205, de 18 de março de 2020, que suspendeu o calendário acadêmico por 30 dias, sendo revogada pela Portaria nº 249, de 13 de abril de 2020, que prorrogou “Sine Die” a suspensão do calendário acadêmico.
Esse leque normativo, de forma impositiva pela situação pandêmica, mexeu com a lógica do ensino presencial marcada pela movimentação de professores, estudantes, técnicos, profissionais terceirizados, nas paradas de ônibus, nos estacionamentos, na lanchonete para o cafezinho, no restaurante universitário, na biblioteca, nos laboratórios, nas muitas salas de aula.
Houve, igualmente, impacto nos cursos de graduação ofertados pela EaD/UFGD, visto que seu modelo pedagógico gera, também, fluxo social no encontro presencial mensal previsto no calendário acadêmico, mesmo com um ensino que ocorre, durante o mês, com a utilização de e-books, sites, livros eletrônicos, ambiente virtual de aprendizagem MOODLE (AVA), videoaulas, além de interação assíncrona com o estudante nos fóruns virtuais e nos grupos de WhatsApp. Logo, não é pelo fato de desenvolver EaD, em ambiente web, que estudantes e professores da rede federal de ensino não se veem, presencialmente, para dar continuidade ao momento pedagógico on-line, e, ao menos por algumas horas, vivenciar a interlocução verbal frente a frente, professores e estudantes, de modo análogo ao ensino presencial.
Feita a contextualização é preciso considerar que a interrupção da agenda pedagógica relativa ao fluxo social de ambas modalidades educacionais só ocorreu a partir do suporte legal emitido pelo governo federal para enfrentamento de emergência da saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19), quando da publicação da Instrução Normativa nº 19/2020 aos órgãos do SIPEC, reavaliando de forma criteriosa, viagens de servidores, realização presencial de reuniões e eventos presenciais, aceite de atestados digitais, delimitação e manutenção dos serviços essenciais por parte dos dirigentes.
De forma mais específica à educação, a Portaria MEC nº 343/2020 (BRASIL, 2020), revogada pela Portaria MEC nº 544/2020 (BRASIL, 2020), dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meio digitais. Quanto à Medida Provisória nº 934/2020 (BRASIL, 2020), convertida na Lei nº 10.040/2020 (BRASIL, 2020) teve o papel de estabelecer normas excepcionais para o ano letivo na Educação Básica e Superior, dispensando-as, “em caráter excepcional, da obrigatoriedade de observância ao mínimo de dias de efetivo trabalho acadêmico, nos termos do caput e no §3º do art. 47 da Lei nº 9394/1996”.
Tal marco regulatório, saliente-se, excepcional, foi suficiente para trazer à existência, nas IES, documentos normativos que ajudassem, de forma rápida, nos encaminhamentos para superação de momento tão nevrálgico a todos. Na UFGD, para ilustrar, houve publicações da Portaria RTR nº 194/2020, que suspendeu as atividades presenciais, na UFGD; Instrução Normativa PROGESP nº 04/2020 que orientou o teletrabalho na UFGD; Portaria RTR nº 205/2020, que suspendeu o calendário acadêmico por 30 dias, sendo prorrogado “Sine Die”, pela Portaria RTR nº 249/2020.
A paralisação do calendário acadêmico na UFGD trouxe impacto para a Faculdade de Educação a Distância na medida em que se identificou diversos espaços escolares, sobretudo na Educação Básica e, fez migrarem seus professores e estudantes para o ensino on-line. Pareceu contraditório que cursos já veiculados em ambiente web tivessem suas aulas suspensas, de modo que identificar o funcionamento laboral, de modo remoto, de espaços escolares e não escolares, foi decisivo para que o retorno das aulas na EaD/UFGD voltasse às aulas no dia 02/05/2020, com a publicação da Portaria nº 253/2020.
Enquanto a EaD/UFGD teve a perda de um mês letivo, o ensino presencial da UFGD suspendeu o semestre letivo 2020.1, voltando às aulas no semestre 2020.2, em 03/08/2020, por meio da Portaria RTR nº 367/2020, de forma remota, em caráter emergencial e excepcional. Para isso, a UFGD disponibilizou formações continuadas para todos os docentes para que se sentissem seguros quanto à mediação, edição, diagramação de aulas em ambientes
virtuais MOODLE e Google Classroom, gravação, edição e publicação de vídeos na plataforma YouTube.
No entanto, a readequação do formato de aulas presenciais para ambientes virtuais não foi uma realidade personalizada da UFGD. Escolas, universidades, cursos de formação no Brasil e no mundo migraram seus professores, estudantes e equipe de gestão para plataformas de webconferências, como a conferência Web da Rede Nacional de Pesquisa – RNP, o Google Meet, a Microsoft Teams e, até mesmo o WhatsApp disponibilizou, desde junho de 2020, salas de conferência pela ferramenta Messenger. Sem dúvida, a situação emergencial provocada pelo coronavírus (COVID-19) quebrou, mesmo que de forma abrupta, resistências para uso de tecnologias digitais na educação, por parte da sociedade.
Ao observar a trajetória da raça humana, desde os primórdios de nossas origens, identificamos a capacidade cognitiva do desenvolvimento de técnicas, enquanto “habilidade de/para fazer algo, uma espécie de conhecimento específico para que uma determinada função seja desempenhada”, como aponta Kussler (2015, p. 188-189). No entanto, a técnica carece ser efetivada ao cenário ao qual se presta e como isso dando significado à incorporação da tecnologia, que, nas palavras de Kussler (2015, p. 189), como sendo:
[...] um processo mais elaborado, responsável pela criação e pelo desenvolvimento de inúmeros produtos, e no estudo científico que envolve tal processo criatório. Novamente, etimologicamente falando, tecnologia é o próprio dizer da técnica, ou seja, o modo como ela é organizada, elencada, sistematizada e pensada (KUSSLER, 2015, p. 189).
Desse modo, tanto a técnica, como a tecnologia a ela vinculada, surgem e se transformam em contexto de necessidade humana, “expressa como uma astúcia criativa”, como ressalta Kussler (2015, p. 189), sempre em resposta aos fatores diversos da dimensão humana, como por exemplo, a economia, cultura, saúde, política, arte, educação, dentre outras. No momento atual, o contexto de necessidade da raça humana, frente à pandemia, requer superação, evitando o fluxo social, mas com a garantia de continuidade das atividades básicas da sociedade. Trata-se de campo de aplicação que nos revela, no mínimo, três aspectos interessantes em que é possível constatar as estratégias tecnológicas em transformação para superação das limitações impostas pelo isolamento social.
O primeiro aspecto se vincula à mudança de comportamento da sociedade para disponibilização e uso de plataformas de webconferências que viabilizam reuniões virtuais.
Em apenas cinco meses, de abril a agosto de 2020, o Brasil e diversos países do mundo, em consequência ao isolamento social, migraram diversas atividades presenciais para plataformas de trabalho remoto. Participaram desse movimento, o setor público e o privado, como empresas, escolas, universidades. Isso só foi possível porque empresas que oferecem serviço de plataformas de webconferência, viram-se estimuladas a disponibilizar à população nesse período, inclusive, gratuitamente, uma versão mais básica para comunicação de várias pessoas, em tempo real, simultaneamente.
Se por um lado, a organização e sistematização de plataformas como o Zoom, Hangout Google Meet, Messenger Rooms, Skype, YouTube, Facebook, sofreram transformações em suas técnicas e tecnologias, de forma célere a fim de possibilitar ao usuário mais conforto, comodidade, de modo a reverter maior visibilidade na disputa de mercado, por outro lado, pessoas de várias gerações se dispuseram a aprender como essas tecnologias funcionam, bem como, aos poucos, têm absorvido a comunicação com o outro por meio da tela do computador ou do celular.
Esse cenário foi registrado quantitativamente, pela revista Forbes3 em 27 de abril de 2020, por meio de uma pesquisa desenvolvida pela SEMrush, companhia norte americana especializada em marketing digital, que apresenta, como caso de sucesso, o home office e a transferência de aulas presenciais para plataformas de webconferência. De acordo com a pesquisa, no dia 01 de abril de 2020, mais de 25 milhões de reuniões foram realizadas de maneira on-line em todo o mundo pela plataforma Zoom, contribuindo para que ações da empresa saísse de US$ 68, em janeiro, para US$ 150,25, em 22 de abril de 2020. É importante que se ressalte que a plataforma Zoom já estava em pleno uso antes da pandemia, só que por e para um público restrito de empresas particulares, vinculadas ao mundo dos negócios. A necessidade gerada pela COVID-19, contudo, disseminou essa tecnologia, mudando hábitos e usos das pessoas.
Dessa feita, o necessário isolamento social revelou que a tecnologia de plataformas de webconferência estava pronta, mas não disseminada e que foi aperfeiçoada com incremento de novas funcionalidades, como por exemplo, capacidade de reprodução simultânea de muitas câmeras e capacidade de mais pessoas por reunião.
O segundo aspecto se vincula ao fato de que o ensino a distância foi beneficiado com a crise. De acordo com estudo desenvolvido pela Bain & Company (2020), publicado pelo
3 Disponível em: https://forbes.com.br/forbes-insider/2020/04/pesquisa-revela-os-setores-que-estao-se-dando- bem-na-crise-causada-pela-pandemia/. Acesso em: 08 fev. 2021.
Estadão4, no dia 04 de abril de 2020, haverá desigualdade na recuperação de vários setores após a crise do coronavírus. No entanto, o ensino a distância é um dos setores que mais se destacaram positivamente na crise, devendo se manter em alta a longo prazo. O resultado dessa pesquisa se reflete de forma similar, quando olhamos para o cenário de oferta dos cursos de graduação da UFGD, em que, como já apresentado, conseguiu retornar mais facilmente às aulas, superando mais rapidamente as dificuldades de percurso.
No entanto, os sinais de avanço do Educação a Distância, pode ser comprovado antes da pandemia, por meio do Censo da Educação Superior de 2019, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. Com a divulgação dos resultados em outubro de 2020, temos acesso à informação de que, em 2019, o número de vagas ofertadas em cursos de graduação foi de 10.395.600, na modalidade a distância, enquanto que na modalidade presencial, o quantitativo foi de 6.029.702 vagas (BRASIL/INEP, 2019, p. 12).
Efetivamente, o número de ingressantes em cursos de graduação a distância, saltou de 16,1%, em 2009, para 43,8%, em 2019, enquanto nos últimos cinco anos constatou-se a diminuição de 14,3% de ingressantes nos cursos de graduação presenciais, como pode ser constatado na Figura 1, abaixo:
Fonte: INEP (2019, p. 16)
4 Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,setores-economicos-terao-recuperacao- desigual,70003260430. Acesso em: 08 fev. 2021.
Se em 2019, antes da crise gerada pelo coronavírus, a Educação Superior, no âmbito da graduação em cursos de ensino a distância, com o respaldo do Decreto nº 9057/2017 (BRASIL, 2020), é de se esperar que se confirme a projeção feita pelo estudo de Brain & Company que indicam que a EaD, manter-se-á aquecida quando a crise passar. Isso, porque é inegável que as metodologias e as tecnologias utilizadas na EaD subsidiaram escolas, que precisaram fechar seus espaços, presencialmente, na adoção de novos formatos de ensino. Nos últimos oito meses acompanhamos pelos noticiários, crianças e jovens tendo aulas em plataformas de ensino remoto, exigindo dos espaços escolares, sobretudo, dos professores, atualização na formação continuada para lidar adequadamente com o planejamento, a mediação e a avaliação de conteúdos para disponibilização em ambientes digitais.
O terceiro e último ponto desta abordagem remete à rapidez com que o marco regulatório relativo ao ensino para enfrentamento da pandemia, foi disponibilizado por parte do governo federal, Ministério da Educação (MEC) e Conselho Nacional de Educação (CNE), para dar legalidade, sustentação e validade das ações educacionais realizadas em ambientes virtuais, aspecto, inclusive, admitido neste texto, como impacto ao cenário educacional.
Os documentos cuidaram em conceituar ensino remoto, Educação a Distância e aprendizagem mediada por tecnologia. As aulas on-line, tanto da Educação Básica, como do ensino presencial e da própria EaD, que se tem vivido nos últimos meses, no Brasil, mostram que os cenários educacionais diversos têm suas especificidades e realidades, quanto ao acesso e autonomia da tecnologia, mas que, apesar das dificuldades de muitos espaços, reconhece-se que o ensino por computador e/ou celular ligado à internet tem ajudado a comunidade educacional a refletir e considerar incorporar no ensino presencial outros formatos de aula e de aprendizagem.
Como dito na introdução deste artigo, refletir sobre a trilha pedagógica a fim de atingir as finalidades presentes na LDB nº 9.394/96 (BRASIL, 1996) e incorporar nas aulas, em todos os níveis, as melhores práticas, além de fazer parte do movimento inerente à técnica e à tecnologia educacional, vai ao encontro do perfil do estudante, caracterizado como a geração Z, e que compõem um coletivo social caracterizado por permanente mudança (BEZERRA et al., 2019). A educação, composta por professores, gestores, estudantes, modalidades educacionais, escolas, marco regulatório, áreas do saber, não tem um fim em si mesma, mas ganha força e valor na medida, “na aquisição de novos discursos”, como defende Martins (2020, p. 2172), em que serve de instrumento para ajudar as pessoas na autonomia intelectual, no exercício da ética, da paz, da cidadania, na inserção ao mercado de trabalho e no equilíbrio emocional.
Quando constatamos que, tanto ensino presencial como ensino a distância estão sendo realizados em formato metodológico similar, utilizando as mesmas tecnologias, de forma imposta, dada à situação vivenciada, nos ajuda a prospectar que a educação se fortalece na medida em que ambas modalidades se aproximaram ao ponto de encontrarem entre elas mais pontos de intercessão, afinal não é uma questão de ensino presencial versus ensino a distância, mas de que os saberes no formato de uma modalidade educacional pode reverter beneficamente em prol da outra.
Com isso queremos dizer que o ensino híbrido é uma consequência? Talvez, não. Uma saída interessante, para o fortalecimento da educação no Brasil é o desenvolvimento de um modelo educacional que garanta autonomia financeira para que as IES, no âmbito federal, estadual e municipal, possam realizar a Educação a Distância como amplificação do ensino presencial, respeitando o curso presencial, na sua lógica de desenvolvimento, podendo capturar a aula, por meio de webconferência, em tempo real, mas eternizando-a na conversão da live em videoaula.
Se, por um lado, os estudantes que fazem o curso remotamente, vão ter acesso ao mesmo conteúdo do estudante do presencial, por outro lado, os estudantes da aula presencial vão dispor do registro das aulas em AVA. Podendo, ainda, contratar professores para atuar em colaboração com o professor titular da disciplina, não para funcionar como tutores, mas para fortalecer a mediação pedagógica no ambiente virtual e viajar para encontrar os estudantes nas cidades polo, quando for o caso, conforme previsto no projeto pedagógico do curso. A contratação de professores não anula o concurso público que deve ser estimulado para que se mantenha ativa e forte, institucionalmente, a equipe docente dos cursos. Há necessidade de contratação de técnicos e equipe multidisciplinar, mantendo-se ativa, igualmente, a equipe básica de servidores técnicos, estimulando-se o concurso público para preenchimento do quadro de vagas.
O vestibular de um curso ofertado nessas condições deverá prever o total de vagas no curso presencial e nos polos advindos da articulação com as cidades que se interessarem com a formação a ser ministrada. As vagas, portanto, deverão ser mérito do presencial e da EaD, onde ambas modalidades se unem e fortalecem, não a si mesmas, apenas, mas à universidade, diversos municípios e, por consequência, o Brasil. Isso requer criação de lei específica para incorporar as especificidades didático-pedagógicas e gerenciais da EaD. Tais pensamentos
não deixam de se encaixar no ciclo da técnica e da tecnologia que muda e se transforma sempre que a sociedade apresenta necessidades de mudança no seu estilo de vida.
Ao elencar os impactos e desafios do ensino on-line decorrentes da pandemia COVID- 19, deixamos estabelecido que a abordagem empreendida no texto versaria sobre as modalidades de educação presencial e a distância. Mostramos que o marco regulatório construído no cenário pandêmico foi direcionado à Educação Básica e Superior. Para dar mais clareza ao leitor, apresentamos, mais especificamente, o contexto da UFGD, a fim de mostrar localmente, os caminhos seguidos no ensino de ambas modalidades.
Os impactos identificados foram vinculados à interrupção da agenda pedagógica, bem como à migração do ensino presencial para o formato de ensino remoto. Com isso, restaram como desafio, a continuidade das aulas readequando o modelo pedagógico ao tempo em que professores e estudantes, sobretudo, do ensino presencial, aprenderam a lidar com a realidade de ensino e de aprendizagem de aulas virtuais, síncronas e assíncronas.
Mesmo com o avanço da tecnologia digital, constata-se que o ensino presencial e a EaD caminham em vias distintas, em suas ofertas de cursos, tanto no setor público como no privado. Isso denota via média no alcance dos objetivos. Se a universidade tem a missão institucional de ofertar educação de qualidade, há que se refletir como proporcionar meios de que o ensino seja viabilizado a regiões mais distantes, geograficamente, das cidades universitárias. O ideal é evitar o caminho dicotômico do ensino presencial versus ensino a distância, ou nosso ensino no “cuspe e giz” e o deles na via web, o que leva, quase sempre ao errôneo juízo de valor comparativo entre as duas modalidades. Para compensar o distanciamento, tem-se visto ampla oferta de lives de professores no YouTube, de ampla natureza e abordagem, mostrando que muitos professores não só superaram o bloqueio tecnológico, como incorporaram o uso de diversas tecnologias na educação.
Contudo, a adaptação do formato pedagógico das atividades letivas presenciais, como leitura e discussão de textos, uso do quadro de escrever, uso do caderno para as anotações, perguntas e respostas dialogadas olho no olho e realização de atividades avaliativas para o ambiente virtual se mostra desafiante para professores e estudantes, tanto pela tecnologia, devido ao conjunto de saberes que se fez necessário aprender, como pela imposição. Apesar de esses dois segmentos, presencial e EaD, utilizarem em seu cotidiano recursos digitais, como internet, celular, notebook, computador ou tablet, o certo é que a ruptura do encontro
presencial não tem sido aceita com facilidade. No entanto, enquanto perdurar o estado pandêmico decorrente da COVID-19, e houver necessidade de isolamento social como estratégia para evitar contaminação, sabe-se que as ferramentas para ensino on-line, aliadas à vivência de professores e estudantes nos mais diversos espaços virtuais, desde março de 2020, conseguem manter ativo o fluxo educacional, até que se tenha solução satisfatória para trazer de volta a rotina de professores e estudantes nas salas de aula, prospectando-se, contudo, a incorporação dos saberes virtuais nas aulas presenciais.
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IMPACTOS E DESAFIOS DO ENSINO ON-LINE DECORRENTES DA PANDEMIA COVID-19
IMPACTS AND CHALLENGES OF ONLINE EDUCATION ARISING FROM COVID- 19 PANDEMIC
Elizabeth Matos ROCHA1 Juliana Maria da Silva LIMA2
RESUMO: Este artigo objetiva refletir sobre os impactos e desafios impostos ao ensino on- line, em território brasileiro, em 2020, um ano atípico, dada à incidência e readequação da agenda educacional imposta pela pandemia da COVID-19. Para isso, abordou-se o marco regulatório expedido pelo governo federal brasileiro e pelo MEC, apresentando as normativas específicas na Universidade Federal da Grande Dourados -UFGD. Mostrou-se que as modalidades de educação presencial e a distância sofreram impactos relacionados à alteração da agenda e do formato pedagógico, visto que cursos de graduação EaD, devido ao Decreto nº 9057/2017 (BRASIL, 2017), geram em algum momento, fluxo social. Admite-se que tem ocorrido mudanças de comportamento da sociedade na vivência do ensino remoto subsidiado por um conjunto normativo e de disponibilização tecnológica, sobretudo, as que viabilizam as aulas no formato de webconferências.
PALAVRAS-CHAVE: COVID-19. Ensino presencial. Ensino a distancia.
ABSTRACT: This paper aims to reflect on the impacts and challenges imposed on online education, in Brazilian territory, in 2020, an atypical year, given the incidence and readjustment of the educational agenda imposed by the COVID-19 pandemic. Thus, the regulatory framework issued by the federal government and MEC was addressed, presenting the specific regulations at UFGD. It was shown that the modalities of face-to-face and distance education suffered impacts related to the alteration of the agenda and the pedagogical format, since undergraduate distance education courses, due to Decree nº 9057/2017, generate social flow at some point, too. It is admitted that there has been a change in the behavior of society in the experience of remote education subsidized by a set of standards and technological availability, especially those that make classes via web conferences feasible.
KEYWORDS: COVID-19. Face-to-face teaching. Distance education.
Acorde con el Art. 43 de la Ley de Directrices y Bases de la Educación – LDB 9.394/1996 (BRASIL, 1996), entre otros objetivos, la Enseñanza Superior tiene por fin estimular la creación cultural y el desarrollo del espíritu científico y del pensamiento reflexivo. Tomándose como base que el pensamiento reflexivo en la educación requiere analizar el recorrido de la trayectoria didáctico-pedagógica que se propone dar las condiciones necesarias que el estudiante tenga pleno desarrollo de su cognición, emoción y personalidad, se constata que reflexionar sobre la educación, no solo tiene que ser o necesita pautarse en una garantía legal, sino un principio deseable.
Con base en eso, este artículo tiene por objeto reflexionar sobre los impactos y retos impuestos a la enseñanza en línea en territorio brasileño el 2020, un año atípico, dada a la incidencia y readecuación de la agenda educacional impuesta por la pandemia de la COVID-
19. El rápido contagio entre humanos y la alta tasa de mortalidad y la falta de vacuna, impusieran el confinamiento a la humanidad, en el formato lockdown, desde marzo de 2020.
Cuando utilizamos el término enseñanza en línea llevados de inmediato a la Educación a Distancia (EaD), pues según el Decreto 9.057/2017 (BRASIL, 2017), que reglamenta el Art. 80 de la LDB 9.394/1996 (BRASIL, 1996), vincula la EaD a las tecnologías digitales, de forma compatible a los principios defendidos a la educación, en la Constitución Federal brasileña de 1988 (BRASIL, 1988). El Decreto 9.057/2017 (BRASIL, 2017), que revocó el Decreto 5.622/2005 (BRASIL, 2005), en su Art. 1º, considera Educación a Distancia como “la modalidad educacional en la que la mediación didáctico-pedagógica en los procesos de enseñanza aprendizaje ocurra con la utilización de medios y tecnologías de información y comunicación”.
Eso porque usar tecnologías que garantizan el flujo de la información y de la comunicación, como el sistema postal, comunicaciones por satélites, radiotransmisión, entre otras tecnologías a esa finalidad, son inherentes a la EaD, dada la dependencia que esa modalidad educacional tiene de tecnologías que viabilicen el flujo de la información y de la comunicación en su modus operandi, ya que profesores y estudiantes, en el desarrollo de sus roles vinculados a la enseñanza y al aprendizaje, están, vía de regla, en lugares y tiempos diversos (WENCZENOVICZ, 2020).
Sin embargo, con las especificidades impuestas por la COVID-19 a los diversos sectores de la sociedad, en el territorio brasileño y, también, mundial, la enseñanza en línea a la que nos reportamos en este texto, abarca, también, el universo de enseñanza presencial, no limitándose a la EaD.
Para apoyar las reflexiones de este artículo, nos basamos en el conjunto normativo emitido, desde marzo/2020, por el Gobierno Federal, Ministerio de Economía/Secretaría Especial de Desburocratización, Gestión y Gobierno Digital/Secretaría de Gestión y Desempeño de Personal, Ministerio de Educación y Cultura, que repercutió en la enseñanza presencial y en la Educación a Distancia en la Universidad Federal de Grande Dourados (UFGD).
Destacamos, por tanto, las repercusiones y los retos que han surgido para profesores y alumnos en la impartición de la enseñanza a distancia, en línea. También señalamos el papel de la pandemia en este escenario, considerando conceptos enseñados, pero también otros, aprendidos, destacando, finalmente, elementos que prospectan cambios en la concepción educativa, en adelante.
Con una mezcla de asombro y malestar, la sociedad brasileña, con énfasis en las Instituciones Públicas de Enseñanza Superior (IES), tuvo acceso a la Ley nº 13.979, de 6 de febrero de 2020 (BRASIL, 2020) que prevé “las medidas para enfrentar la emergencia de salud pública de importancia internacional debido al coronavirus responsable del brote de 2019”. En el ámbito del Sistema de Personal Civil de la Administración Pública Federal - SIPEC, estableció, a través de la Instrucción Normativa nº 19 del 12 de marzo de 2020 (BRASIL, 2020), emitida por el Ministerio de Economía, las directrices necesarias “en cuanto a las medidas de protección para hacer frente a la emergencia de salud pública de importancia internacional derivada del coronavirus (COVID-19)”.
El conjunto normativo para garantizar el aislamiento social, en el ámbito educativo, incluyó la Ordenanza del MEC nº 343 del 17 de marzo de 2020 (BRASIL, 2020,), que “prevé la sustitución de las clases presenciales por clases en medios digitales mientras dure la situación de pandemia del Nuevo Coronavirus - COVID-19”, y, también, la Medida Provisional nº 934 del 1º de abril de 2020 (BRASIL, 2020), que “establece reglas excepcionales sobre el año escolar de la enseñanza básica y de la enseñanza superior resultantes de las medidas para enfrentar la situación de emergencia de salud pública tratada por la Ley nº 13. 979, de 6 de febrero de 2020”.
Ese subsidio legal impacto, de inmediato en las IES, readecuación administrativa y pedagógica, dado el inicio del semestre lectivo de 2020.1 que se estaba ejecutando rutineramente, reflejado en los planes de enseñanza de las asignaturas de los muchos realizados en la enseñanza presencial o en la enseñanza a distancia.
En la UFGD, la base legal que pretendía la adecuación y el alineamiento con la normativa del gobierno federal para evitar el contacto social contemplaba, entre otros documentos, la Ordenanza RTR nº 194 del 13 de marzo de 2020 (UFGD, 2020), para la suspensión de viajes, actividades, eventos, reuniones, entre otros tratados; Resolución Normativa Nº 04, del 17 de marzo de 2020, que estableció el teletrabajo en unidades académicas y administrativas; Ordenanza Nº 205, del 18 de marzo de 2020, que suspendió el calendario académico por 30 días, siendo derogada por la Ordenanza Nº 249, del 13 de abril de 2020, que prorrogó “Sine Die” la suspensión del calendario académico.
Este abanico normativo, impuesto por la situación de pandemia, ha desordenado la lógica de la enseñanza en el aula marcada por el movimiento de profesores, alumnos, técnicos, profesionales subcontratados, en las paradas de autobús, en los aparcamientos, en la cafetería para el café, en el restaurante de la universidad, en la biblioteca, en los laboratorios, en muchas aulas.
También hubo un impacto en los cursos de pregrado ofrecidos por la EaD/UFGD, ya que su modelo pedagógico también genera un flujo social en el encuentro presencial mensual previsto en el calendario académico, incluso con una enseñanza que se produce, durante el mes, con el uso de e-books, sitios web, libros electrónicos, entorno virtual de aprendizaje MOODLE (VLE), clases de vídeo, además de la interacción asíncrona con el estudiante en foros virtuales y grupos de WhatsApp. Por lo tanto, no es por el hecho de desarrollar la EAD, en entorno web, que los alumnos y profesores de la red federal de enseñanza no se vean, en persona, para continuar el momento pedagógico en línea, y, al menos durante unas horas,
experimentar la interlocución verbal cara a cara, profesores y alumnos, de forma similar a la enseñanza presencial.
Realizada la contextualización es necesario considerar que la interrupción de la agenda educativa sobre el flujo social de ambas modalidades educativas sólo se produjo a partir del apoyo legal emitido por el gobierno federal para hacer frente a la emergencia de salud pública de importancia internacional debido al coronavirus (COVID-19), cuando la publicación de la Instrucción Normativa N º 19/2020 a los órganos del SIPEC, reevaluando de manera cuidadosa, los servidores de viaje, la realización de reuniones y eventos en persona, la aceptación de los certificados digitales, la delimitación y el mantenimiento de los servicios esenciales por los líderes.
De forma más específica para la educación, la Ordenanza del MEC nº 343/2020 (BRASIL, 2020), revocada por la Ordenanza del MEC nº 544/2020 (BRASIL, 2020), prevé la sustitución de las clases presenciales por clases digitales. En cuanto a la Medida Provisional nº 934/2020 (BRASIL, 2020), convertida en la Ley nº 10.040/2020 (BRASIL, 2020) tuvo la función de establecer reglas excepcionales para el año escolar en la Enseñanza Básica y Superior, eximiéndolas, “con carácter excepcional, de la exigencia del cumplimiento del número mínimo de días de trabajo académico efectivo, en los términos del caput y del párrafo 3º del art. 47 de la Ley nº 9394/1996”.
Este marco normativo excepcional fue suficiente para que nacieran, en las IES, documentos normativos que ayudaran, de forma rápida, en el proceso de superación de un momento tan neurálgico para todos. En la UFGD, por ejemplo, se publicaron la Ordenanza RTR Nº 194/2020, que suspendió las actividades presenciales en la UFGD; la Instrucción Normativa PROGESP Nº 04/2020 que orientó el teletrabajo en la UFGD; la Ordenanza RTR Nº 205/2020, que suspendió el calendario académico por 30 días, siendo prorrogada “Sine Die” por la Ordenanza RTR Nº 249/2020.
La paralización del calendario académico en la UFGD repercutió en la Facultad de Educación a Distancia hasta el punto de identificar varios espacios escolares, especialmente en la Educación Básica, e hizo que sus profesores y alumnos migraran a la educación en línea. Parecía contradictorio que los cursos ya transmitidos en entorno web tuvieran sus clases suspendidas, por lo que la identificación del funcionamiento, a distancia, de los espacios escolares y no escolares, fue decisiva para que las clases en EaD/UFGD volvieran a impartirse el 02/05/2020, con la publicación de la Ordenanza nº 253/2020.
Mientras la EaD/UFGD perdió un mes de clases, la enseñanza presencial de la UFGD suspendió el semestre académico 2020.1, volviendo a las clases en el semestre 2020.2, el
08/03/2020, a través de la Ordenanza RTR nº 367/2020, a distancia, con carácter de urgencia y excepcional. Para ello, la UFGD impartió formación continua a todos los profesores para que se sientan seguros en cuanto a la mediación, edición, disposición de las clases en los entornos virtuales MOODLE y Google Classroom, grabación, edición y publicación de vídeos en la plataforma YouTube.
Sin embargo, la readaptación del formato de las clases presenciales a los entornos virtuales no fue una realidad personalizada de la UFGD. Escuelas, universidades, cursos de formación en Brasil y en el mundo han migrado sus profesores, estudiantes y equipo de gestión a las plataformas de conferencia web, como la conferencia web de la Red Nacional de Investigación - RNP, Google Meet, Microsoft Teams e incluso WhatsApp ha puesto a disposición, desde junio de 2020, salas de conferencias por la herramienta Messenger. Sin duda, la situación de emergencia provocada por el coronavirus (COVID-19) ha roto, aunque sea bruscamente, la resistencia de la sociedad al uso de las tecnologías digitales en la educación.
Al observar la trayectoria de la raza humana, desde los albores de nuestros orígenes, identificamos la capacidad cognitiva del desarrollo de las técnicas, como “capacidad de/para hacer algo, un tipo de conocimiento específico para que se realice una función particular”, como señala Kussler (2015, p. 188-189). Sin embargo, la técnica tiene que ser eficaz para el escenario al que se presta y como está dando sentido a la incorporación de la tecnología, que, en palabras de Kussler (2015, p. 189), como ser:
[...] un proceso más elaborado, responsable de la creación y el desarrollo de numerosos productos, y en el estudio científico que implica dicho proceso creativo. De nuevo, etimológicamente hablando, la tecnología es el significado mismo de la técnica, es decir, la forma en que se organiza, se enumera, se sistematiza y se piensa (KUSSLER, 2015, p. 189, nuestra traducción).
Así, tanto la técnica, como la tecnología vinculada a ella, surgen y se transforman en el contexto de la necesidad humana, “expresada como astucia creativa”, como destaca Kussler (2015, p. 189), siempre en respuesta a los diversos factores de la dimensión humana, como la economía, la cultura, la salud, la política, el arte, la educación, entre otros. En el momento actual, el contexto de la necesidad de la raza humana, frente a la pandemia, requiere la superación, evitando el flujo social, pero con la garantía de la continuidad de las actividades
básicas de la sociedad. Se trata de un campo de aplicación que nos revela al menos tres aspectos interesantes en los que es posible comprobar las estrategias tecnológicas en transformación para superar las limitaciones impuestas por el aislamiento social.
El primer aspecto está relacionado con el cambio de comportamiento de la sociedad por la disponibilidad y el uso de plataformas de conferencia web que permiten las reuniones virtuales. En sólo cinco meses, de abril a agosto de 2020, Brasil y varios países del mundo, como consecuencia del aislamiento social, migraron varias actividades presenciales a plataformas de trabajo remoto. Participan en este movimiento los sectores públicos y privados, como empresas, escuelas, universidades. Esto sólo fue posible porque las empresas que ofrecen servicios de plataformas de webconferencia, se vieron estimuladas a poner a disposición de la población en este período, incluso, de forma gratuita, una versión más básica para la comunicación de varias personas, en tiempo real, simultáneamente.
Si por un lado, la organización y sistematización de plataformas como Zoom, Hangout, Google Meet, Messenger Rooms, Skype, YouTube, Facebook, han sufrido transformaciones en sus técnicas y tecnologías, de manera rápida con el fin de permitir al usuario más comodidad, conveniencia, con el fin de revertir una mayor visibilidad en la disputa del mercado, por otro lado, las personas de diversas generaciones han estado dispuestos a aprender cómo funcionan estas tecnologías, así como, poco a poco, han absorbido la comunicación con los demás a través de la pantalla del ordenador o el teléfono móvil.
Se registró a ese escenario cuantitativamente, por la revista Forbes3 el 27 de abril de 2020, por medio de una investigación desarrollada por la SEMrush, compañía norte americana experta en marketing digital, que presenta, como caso de suceso, el home office y la transferencia de clases presenciales para plataformas de webconferencia. Acorde con la investigación, el día 01 de abril de 2020, más de 25 millones de reuniones se realizaron de modo en línea en todo el mundo por la plataforma Zoom, contribuyendo para que acciones de la empresa saliera de US$ 68, en enero, para US$ 150,25, el 22 de abril de 2020. Es importante que se señale de la plataforma Zoom ya estaba en pleno uso antes de la pandemia, solo que por y para un público restricto de empresas particulares, vinculadas al mundo de los negocios. La necesidad generada por la COVID-19, sin embargo, diseminó esa tecnología, cambiando hábitos y usos de las personas.
3 Investigación disponoble en: https://forbes.com.br/forbes-insider/2020/04/pesquisa-revela-os-setores-que- estao-se-dando-bem-na-crise-causada-pela-pandemia/. Accedido el: 08 feb. 2021.
Así, el necesario aislamiento social reveló que la tecnología de las plataformas de conferencias web estaba preparada, pero no difundida y que se mejoró con el incremento de nuevas características, como la capacidad de reproducción simultánea de muchas cámaras y la capacidad de más personas por reunión.
El segundo aspecto está relacionado con el hecho de que la enseñanza a distancia se benefició de la crisis. Según un estudio desarrollado por Bain & Company (año), publicado por Estadão 4, el 04 de abril de 2020, habrá desigualdad en la recuperación de varios sectores tras la crisis del coronavirus. Sin embargo, la formación a distancia es uno de los sectores que más ha destacado en la crisis, y debería seguir siendo alto a largo plazo. El resultado de esta investigación se refleja de forma similar, cuando observamos el escenario de la oferta de cursos de pregrado de la UFGD, en el que, como ya se ha presentado, se consiguió volver con más facilidad a las clases, superando más rápidamente las dificultades en el camino.
Sin embargo, las señales de avance de la educación a distancia se pueden comprobar antes de la pandemia, a través del Censo de Educación Superior 2019, puesto a disposición por el Instituto Nacional de Estudios e Investigaciones Educativas - INEP. Con la divulgación de los resultados en octubre de 2020, tenemos acceso a la información de que, en 2019, el número de vacantes ofrecidas en cursos de pregrado fue de 10.395.600, en la modalidad a distancia, mientras que en la modalidad presencial, el cuantitativo fue de 6.029.702 vacantes (BRASIL/INEP, 2019, p. 12).
Efectivamente, el número de matriculados en las carreras de grado a distancia pasó del 16,1% en 2009 al 43,8% en 2019, mientras que en los últimos cinco años se produjo un descenso del 14,3% de los matriculados en las carreras de grado presenciales, tal y como se puede ver en la siguiente Figura 1:
4 Investigación disponible en: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,setores-economicos-terao- recuperacao-desigual,70003260430. Accedido el: 08 feb. 2021.
Fuente: INEP (2019, p. 16)
Si en 2019, antes de la crisis generada por el coronavirus, la Educación Superior, en el contexto de los cursos de pregrado a distancia, con el apoyo del Decreto N º 9057/2017 (BRASIL, 2020), se espera confirmar la proyección realizada por el estudio de Brain & Company indicando que la EaD se mantendrá caliente cuando la crisis pasa. Y es que es innegable que las metodologías y tecnologías utilizadas en la EAD han subvencionado a las escuelas, que necesitaban cerrar sus espacios, de forma presencial, en la adopción de nuevos formatos de enseñanza. En los últimos ocho meses hemos seguido las noticias, los niños y jóvenes toman clases en plataformas de aprendizaje a distancia, lo que requiere de espacios escolares, especialmente de los profesores, la actualización en la formación continua para abordar adecuadamente la planificación, la mediación y la evaluación de los contenidos para su disponibilidad en entornos digitales.
El tercer y último punto de este enfoque se refiere a la rapidez con la que el marco normativo en materia de educación para hacer frente a la pandemia, fue puesto a disposición por el gobierno federal, el Ministerio de Educación (MEC) y el Consejo Nacional de Educación (CNE), para dar legalidad, apoyo y validez a las acciones educativas realizadas en entornos virtuales, aspecto, incluso admitido en este texto, como un impacto en el escenario educativo.
Los documentos se ocuparon de conceptualizar la enseñanza a distancia, la educación a distancia y el aprendizaje mediado por la tecnología. Las clases en línea, tanto en la Educación Básica, como en la enseñanza presencial y en la propia EAD, que se han
experimentado en los últimos meses en Brasil, muestran que los diversos escenarios educativos tienen sus especificidades y realidades, en cuanto al acceso y la autonomía de la tecnología, pero que, a pesar de las dificultades de muchos espacios, se reconoce que la enseñanza por ordenador y/o teléfono móvil conectado a Internet ha ayudado a la comunidad educativa a reflexionar y considerar la incorporación en la enseñanza presencial de otros formatos de clase y aprendizaje.
Como se ha dicho en la introducción de este artículo, reflexionar sobre la pista pedagógica para lograr los propósitos presentes en la LDB no. 9.394/96 (BRASIL, 1996) e incorporar en las clases, en todos los niveles, las mejores prácticas, además de ser parte del movimiento inherente a la técnica y la tecnología educativa, cumple con el perfil del estudiante, caracterizado como generación Z, y que conforman un colectivo social caracterizado por el cambio permanente (BEZERRA, et al., 2019). La educación, compuesta por profesores, gestores, alumnos, modalidades educativas, escuelas, marco normativo, áreas de conocimiento, no tiene un fin en sí misma, sino que gana fuerza y valor en la medida, “en la adquisición de nuevos discursos”, como sostiene Martins (2020, p. 2172), en que sirve como instrumento para ayudar a las personas en la autonomía intelectual, en el ejercicio de la ética, la paz, la ciudadanía, en la inserción al mercado laboral y en el equilibrio emocional.
Cuando encontramos que tanto la enseñanza presencial como la enseñanza a distancia se están llevando a cabo en un formato metodológico similar, utilizando las mismas tecnologías, de forma impuesta, dada la situación vivida, nos ayuda a prospectar que la educación se fortalece en la medida en que ambas modalidades se acercan hasta encontrar entre ellas más puntos de intersección, al fin y al cabo no es una cuestión de enseñanza presencial versus enseñanza a distancia, sino que el conocimiento en el formato de una modalidad educativa puede revertir beneficiosamente a favor de la otra.
¿Quiere decir esto que la educación híbrida es una consecuencia? Tal vez no. Una solución interesante, para el fortalecimiento de la educación en Brasil, es el desarrollo de un modelo educativo que garantice la autonomía financiera de las IES, a nivel federal, estatal y municipal, para realizar la educación a distancia como una ampliación de la enseñanza presencial, respetando el curso presencial, en su lógica de desarrollo, pudiendo captar la clase, a través de la conferencia web, en tiempo real, pero eternizándola en la conversión del directo en video clase.
Si, por un lado, los alumnos que realicen el curso a distancia tendrán acceso a los mismos contenidos que el alumno presencial, por otro lado, los alumnos de la clase presencial tendrán el registro de las clases en el VLE. También pueden contratar a profesores para que trabajen en colaboración con el profesor de la asignatura, no para que actúen como tutores, sino para que refuercen la mediación pedagógica en el entorno virtual y se desplacen para reunirse con los alumnos en las ciudades centrales, cuando proceda, según lo previsto en el proyecto pedagógico del curso. La contratación de profesores no anula el certamen público que debe estimularse para mantener activo y fuerte, institucionalmente, el profesorado de los cursos. Es necesario contratar técnicos y equipo multidisciplinar, manteniendo activo, igualmente, el equipo básico de servidores técnicos, estimulando el certamen público para cubrir las vacantes.
El vestibular de un curso ofrecido en estas condiciones debe proporcionar el número total de vacantes en el curso presencial y en los polos que surgen de la articulación con las ciudades que están interesadas en la formación a impartir. Las vacantes, por lo tanto, deben ser mérito de la presencialidad y de la EAD, donde ambas modalidades se unen y fortalecen, no sólo a ellos mismos, sino a la universidad, a varios municipios y, en consecuencia, a Brasil. Esto requiere la creación de una ley específica que incorpore las especificidades didáctico-pedagógicas y de gestión de la ED. Estos pensamientos no dejan de encajar en el ciclo de la técnica y la tecnología que cambia y se transforma cada vez que la sociedad presenta necesidades de cambio en su estilo de vida.
Al enumerar las repercusiones y los retos de la educación en línea derivados de la pandemia del COVID-19, establecimos que el enfoque realizado en el texto se centraría en las modalidades de educación presencial y a distancia. Mostramos que el marco normativo construido en el escenario de la pandemia estaba dirigido a la Educación Básica y Superior. Para dar más claridad al lector, presentamos, más específicamente, el contexto de la UFGD, para mostrar localmente, los caminos seguidos en la enseñanza de ambas modalidades.
Los impactos identificados estaban relacionados con la interrupción de la agenda pedagógica, así como con la migración de la enseñanza presencial al formato de enseñanza a distancia. Así, el reto que quedaba era la continuidad de las clases, reajustando el modelo pedagógico al momento en que profesores y alumnos, especialmente de la enseñanza
presencial, aprendían a lidiar con la realidad de la enseñanza y el aprendizaje de las clases virtuales, sincrónicas y asincrónicas.
Incluso con el avance de la tecnología digital, se puede ver que la enseñanza presencial y la ED caminan por caminos diferentes en su oferta de cursos, tanto en el sector público como en el privado. Esto denota un camino intermedio en la consecución de los objetivos. Si la universidad tiene la misión institucional de ofrecer una educación de calidad, es necesario reflexionar sobre cómo poner los medios para que la educación sea posible a las regiones más alejadas geográficamente de las ciudades universitarias. Lo ideal es evitar el camino dicotómico de la enseñanza presencial frente a la enseñanza a distancia, o nuestra enseñanza en el "escupitajo y la tiza" y la suya en la web, que lleva, casi siempre, al juicio de valor comparativo erróneo entre ambas modalidades. Para compensar la distancia, hemos visto en YouTube un amplio abanico de lives de profesores, de naturaleza y enfoque muy variados, lo que demuestra que muchos profesores no sólo han superado el bloqueo tecnológico, sino que han incorporado el uso de diversas tecnologías en la educación.
Sin embargo, adaptar el formato pedagógico de las actividades de enseñanza presencial, como la lectura y discusión de textos, el uso de la pizarra, el uso de un cuaderno para los apuntes, el diálogo ojo a ojo de preguntas y respuestas, y la realización de actividades de evaluación para el entorno virtual es un reto tanto para los profesores como para los alumnos, tanto por la tecnología, por el conjunto de conocimientos que era necesario aprender, como por la imposición. Aunque estos dos segmentos, el presencial y el digital, utilizan en su vida diaria recursos digitales, como Internet, el teléfono móvil, el portátil, el ordenador o la tableta, lo cierto es que la ruptura del encuentro presencial no se ha aceptado fácilmente. Sin embargo, mientras persiste el estado de pandemia resultante del COVID-19, y se hace necesario el aislamiento social como estrategia para evitar la contaminación, se sabe que las herramientas para la enseñanza en línea, combinadas con la experiencia de profesores y alumnos en los más diversos espacios virtuales, desde marzo de 2020, pueden mantener activo el flujo educativo, hasta que haya una solución satisfactoria para recuperar la rutina de profesores y alumnos en el aula, considerando, sin embargo, la incorporación del conocimiento virtual en las clases presenciales.
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