IMPACTO DEL PROCESO FORMATIVO EN LA TRAYECTORIA LABORAL DE ESTUDIANTES MAESTROS(AS): NECESIDADES DE ORIENTACIÓN EDUCATIVA
IMPACT OF THE FORMATIVE PROCESS ON THE LABORAL TRAJECTORY OF YOUNG MASTERS: NEEDS FOR EDUCATIONAL ORIENTATION
Naiara Gracia TIBOLA1 Tânia Regina RAITZ2 Alexandre VANZUITA3
RESUMEN: Esta investigación tuvo como objetivo analizar el impacto del proceso de capacitación en la trayectoria laboral de los jóvenes estudiantes de la Maestría en Educación, de una universidad comunitaria en el sur de Brasil, y las necesidades de orientación educativa. Su objetivo fundamental era contribuir a los procesos de transición académica y laboral de los jóvenes estudiantes de máster. La metodología fue acercarse cualitativa y la recolección de datos se realizó mediante cuestionario semiestructurado y entrevista individual. La técnica de análisis fue sistematizada por análisis de contenido. Las expectativas refuerzan el deseo de estos estudiantes de invertir en calificación, ya que el proyecto es lograr un doctorado y la mayoría desea continuar sus estudios para insertarse como maestro en la educación superior
en el futuro. La mayor dificultad es el momento en que la conciliación de la educación y el trabajo, qué, a veces, lleva a pensar en abandonar el curso.
PALABRAS CLAVE: Estudiantes de maestria. Proceso formativo. Orientación educativa.
ABSTRACT: This research aimed to analyze the impact of the training process on the work trajectory of young students of the Master of Education, from a community university in southern Brazil and the needs for educational guidance. It aimed fundamentally to contribute to the academic and labor transition processes of young master's students. The methodology was of qualitative approach and the data collection took place through semi-structured questionnaires and individual interviews. The analysis technique was systematized by content analysis. Expectations reinforce the desire of these students to invest in qualification, as the project is to achieve a doctorate and most want to continue their studies in order to be inserted as a teacher in higher education in the future. The biggest difficulty is the time when reconciling education and work, sometimes leads us to think about dropping out of the course.
KEY WORDS: Master students. Formative process. Educational guidance.
No contexto educacional brasileiro, a análise realizada por Carrano (2009) apontou a relevância de estudos que investigam o aluno jovem na sua condição universitária, trazendo à baila, como um dos exemplos, pesquisas que se inserem no contexto dos alunos jovens, trabalhadores ou desempregados. O autor comenta que ainda sabemos pouco sobre as trajetórias escolares e biográficas dos estudantes universitários e como se dão as condições após o ingresso, durante e após o curso de graduação. Este fato inclui os processos de formação continuada, nos quais estão os estudos de pós-graduação stricto sensu. Da mesma forma, Corrochano e Nakano (2002) também anunciam no levantamento bibliográfico realizado acerca da temática “Jovens, Mundo do Trabalho e Educação”, a inferência sobre a ausência de pesquisas que investigam essa temática a partir da percepção de jovens que ingressam cada vez mais cedo em cursos de mestrado e doutorado.
As maneiras como os jovens mestrandos(as) vivem a transição dos processos formativos e de trabalho, além de suas perspectivas futuras, necessitam ser consideradas no panorama atual e na estrutura laboral, em constante mudança. Na conjuntura do capitalismo moderno, novas exigências de habilidades e competências foram colocadas em evidência no mundo do trabalho, o que afeta as formas de contratação dos trabalhadores. Nessa mesma perspectiva, o contexto nefasto e precarizado que a Pandemia de Covid-19 tem gerado no trabalho informal colocou aos trabalhadores “autônomos” ou ditos “informais” o seguinte questionamento: “[...] o que
significará a quarentena para estes trabalhadores, que tendem a ser os mais rapidamente
despedidos sempre que há uma crise econômica?” (SANTOS, 2020, p. 16).
Os autores Rodrígues-Moreno et al. (2008) sugerem que devemos ter em mente que as tendências globais apresentam um mundo do trabalho que não é uniforme, portanto, as variações (quanto aos ciclos econômicos e às lógicas de produção e de organização laboral) não afetam da mesma forma todos os níveis de estratos. Por esse motivo, a qualidade da formação universitária configura-se num importante indicador para poder avaliar em que medida a universidade atende a sua crescente função profissionalizante.
Uma das principais alternativas para a qualificação profissional consiste na oferta da educação continuada (cursos de atualização, especialização e pós-graduação stricto sensu). Conforme Silva; Bardagi (2016), desde o ano de 2000 se observa que os cursos recebem mais jovens, o que leva a considerar o aumento da transição direta da graduação para a pós- graduação.
Conforme a observação destas autoras, houve um crescimento da população universitária e dos pós-graduandos entre os clientes da Orientação Profissional ou Educativa. Diante do exposto, esta investigação se mostra extremamente relevante e atual, se justificando do ponto de vista científico, teórico e social. É nesta perspectiva que este estudo tem como foco a formação continuada, a trajetória laboral de jovens mestrandos(as) e suas necessidades de Orientação Educativa.
Desta forma, o objetivo geral é analisar o impacto da formação continuada na trajetória laboral de jovens estudantes do Mestrado em Educação de uma universidade comunitária no Sul do Brasil, e as necessidades de orientação educativa. Também é importante salientar os objetivos específicos orientadores da presente pesquisa: 1) caracterizar o perfil dos alunos do mestrado em educação em relação à formação e trabalho; 2) identificar o impacto da formação no mestrado em educação no que se refere à área de atuação profissional, competências formativas e dificuldades em conciliar o tempo entre formação e trabalho e; 3) verificar as necessidades de orientação educativa ou profissional para eventuais processos de intervenção nas trajetórias acadêmicas e laborais.
Para desenvolver esta investigação, utilizamos a abordagem qualitativa como pressuposto teórico e epistemológico. Os instrumentos de coleta de dados foram o questionário semiestruturado e a entrevista individual. A técnica de análise utilizada foi a análise de conteúdo, conforme Bardin (2011) e Franco (2018). As bases teóricas e conceituais foram utilizadas no sentido atender aos objetivos desta investigação.
As motivações, valores e expectativas dos(as) estudantes de cursos de pós-graduação são indicadores que podem auxiliar os cursos de Mestrado e Doutorado a avaliarem suas técnicas de ensino, bem como a possibilidade de refletir sobre as estratégias implementadas. A criação de ferramentas que auxiliem a instituição a aprimorar os Programas e seus processos metodológicos de ensino é fundamental para se entender o público a que se destinam.
Identificar o perfil dos alunos no processo de escolha no curso de mestrado conduzirá inevitavelmente a novas relações, uma vez que a profissionalização como investigador possibilitará a construção de uma nova identidade profissional, tomando forma a partir da elaboração de novos conhecimentos em sua área de especialização. Ao eleger um curso de mestrado, diversos aspectos acabam interferindo no contexto profissional, tais como os pessoais, contextuais e sociais. Estes aspectos são tratados por Valério e Souza (2012) como período da escolha pela profissão, em que alguns elementos são fundamentais para a tomada de decisão: características pessoais, habilidades específicas em uma determinada área, o contexto histórico e o ambiente sociocultural do sujeito. A escolha por uma área de conhecimento está intimamente relacionada com a contribuição para o desenvolvimento de habilidades e competências que orientam as motivações dos alunos de pós-graduação. Para analisar as influências dessa formação, é importante identificar como o mestrado impacta nos processos de construção de conhecimento na área específica (Educação) e se estabelece diálogo com as demandas do mundo do trabalho (LUNA; SANTOS; BARDAGI, 2014).
É fundamental considerar a situação atual das estruturas de trabalho, que estão sujeitas a rápidas mudanças na maneira como jovens experimentam a transição da universidade ao mundo do trabalho. Além da flexibilidade do mundo do trabalho, afetando as formas de contratação, há clara redução da oferta de empregos formais, especialmente para os jovens (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
Nesse contexto, os mestrados, sugere Mateo (2005), devem apresentar uma oferta transversal de variados conhecimentos científicos que favoreçam não só o acesso ao doutorado, com a definição de linhas de investigação, mas o enfrentamento dos desafios específicos do mundo laboral. Os mestrados necessitam possibilitar, na perspectiva de Mateo (2005), ações de preparação, orientação e facilitação dos estudantes nos seus processos de transição.
No atual panorama, se buscam respostas inovadoras nos mestrados (MICHAVILA, 2011), entre as quais, a possibilidade de inserção social dos estudantes em projetos de pesquisa, inovação pedagógica e extensão, bem como o diálogo com a educação básica por meio de ações
de formação continuada de professores das redes de ensino. Como consequência dos processos sociolaboriais, assistimos a um incremento da diversidade de perfis de estudantes de mestrado, desde aqueles que alargam sua formação inicial de graduação, em busca de uma melhor especialização, até profissionais que voltam às aulas com objetivos diversos, entre eles: reciclar- se, melhorar as condições laborais, promoções no trabalho ou facilitar mudanças profissionais (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
Essa concepção é essencial para se compreender a diversidade dos tipos de transição em sociedades diferentes, ou seja, marcadas pela chegada da formatura, inserção no mundo do trabalho e após a escolha de um curso de mestrado, que costumam gerar grandes expectativas, ansiedades e inseguranças (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003). Por outro lado, promove o contentamento pela conclusão de mais uma etapa da vida (OLIVEIRA, 2005).
Entretanto, esse momento de transição se constitui num novo desafio, isto é, sair de um ambiente conhecido, o ensino superior, e passar ao mundo do trabalho composto por novos tipos de relações e informações, principalmente, exigindo habilidades sociais diferentes das desenvolvidas no âmbito acadêmico. Buscar a formação continuada em um curso de pós- graduação gera novas expectativas, com possibilidades de construção de habilidades e competências, oportunizando, dessa forma, o autoconhecimento e ampliação de um campo de relações sócio-profissionais diversificadas e heterogêneas.
Esta investigação de abordagem qualitativa fundamenta-se na perspectiva de Bogdan e Biklen (1994), na qual mencionam que a pesquisa qualitativa tem por finalidade compreender os sujeitos, observando os significados que esses elaboram sobre as coisas e sobre a vida, isto é, procurando os sentidos como interpretam e estruturam seu mundo. No primeiro momento da pesquisa foi aplicado um questionário semiestruturado para caracterizar o perfil dos 23 (vinte e três) alunos do mestrado em educação. No segundo momento, realizaram-se entrevistas individuais com 06 (seis) participantes da pesquisa, que já haviam participado da primeira etapa. Utilizamos dois critérios para selecionar os participantes da pesquisa: a) ter idade até 34 anos, conforme discussão do alargamento da faixa etária quando se discute o conceito de juventude, a partir de Pochmann (2001) e Pais (2005); e b) estar trabalhando com docência na educação básica.
A pesquisa foi estruturada por categorias analíticas associadas aos objetivos propostos em relação ao objeto de estudo desta investigação e conforme a análise de conteúdo (BARDIN,
2011; FRANCO, 2018): a) Caracterização do perfil dos jovens mestrandos(as) em educação e identificação com relação à formação e trabalho; b) Identificação dos conhecimentos adquiridos e aplicação na área de atuação: relação educação e trabalho e; c) Imagem da profissão, projetos pessoais e profissionais futuros de trabalho: necessidade de orientação educativa.
Os sujeitos da pesquisa foram jovens mulheres e homens que frequentaram o curso de Mestrado em Educação de uma universidade no sul do Brasil. Nesse sentido, entende-se que a juventude ou juventude(s) consiste(m) em considerar muito mais do que apenas a faixa etária ou uma classe de idade, no sentido de limites etários restritos, ou seja, “[...] não existe realmente uma ‘classe social’ formada, ao mesmo tempo, por todos os indivíduos de uma mesma faixa etária” (GROPPO, 2000, p. 7), tornando, dessa maneira, a juventude uma “representação sociocultural e uma situação social”.
Pochmann (2001) justifica essa posição quando preconiza que a ampliação da faixa etária juvenil se constitui em desafios da transição etária em função do que já foi comentado anteriormente e que se faz necessário reafirmar: a inflexibilidade ao delimitar a faixa etária juvenil por razões sociais e históricas de reconhecimento da juventude como uma fase distinta das demais fases da vida.
Desse modo, conforme Pochmann (2001), Melucci (2004) e Pais (2005), a faixa etária é concebida como um determinante que condiciona a juventude vinculada sempre a uma fase de transitoriedade, gerando uma incerteza ou uma instabilidade no momento de transição da adolescência para a vida adulta. Nesse sentido, a ampliação da faixa etária para o presente estudo considera os(as) jovens estudantes do Mestrado em Educação não apenas pelos aspectos biologizantes ou de faixa etária, contudo, os observa como sujeitos sociohistóricos e culturais, percebidos por meio das características de gênero, etnia, classe social etc (GROPPO, 2000).
O tratamento dos dados da pesquisa qualitativa foi realizado por meio de importantes contribuições de autores que proporcionaram arranjos e pontes para novas questões, enfim, auxiliaram nas conexões e interlocuções na análise de conteúdo. Esta técnica de Bardin (2011) considera três fases: Fase 1) pré-análise do material; Fase 2) tratamento e categorização dos dados e; Fase 3) inferências e comparações interpretativas. Neste contexto, a análise de conteúdo visa “[...] produzir inferências acerca dos dados verbais e/ou simbólicos, mas obtidos a partir de perguntas e observações de interesse de um determinado pesquisador” (BARDIN, 2011, p. 123).
Portanto, neste estudo, levou-se em consideração a mensagem como princípio da análise de conteúdo, tanto verbal como escrita, da mesma forma quando se apresentou silenciosa, figurativa, gestual, documental ou diretamente provocada (FRANCO, 2018). Nesse sentido, na presente investigação, percebeu-se que para produzir as inferências, na análise de conteúdo (BARDIN, 2011; FRANCO, 2018), foi necessário relacionar e construir ligações entre os dados coletados e o referencial teórico.
Neste tópico apresentam-se os resultados encontrados na investigação sobre os impactos do processo formativo na trajetória laboral de jovens mestrandos(as) em educação e suas necessidades de orientação profissional. A análise de conteúdo foi fundamental para a conexão entre autores (teorias), pesquisador e sujeitos (depoimentos ou informações). Nesse sentido, segue a discussão e análise do questionário semiestruturado e das entrevistas desenvolvidas com os(as) mestrandos(as).
Os participantes da pesquisa são estudantes no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, no período que compreendeu o segundo semestre de 2018 e primeiro semestre de 2019. Ao total, 23 mestrandos(as) participaram da primeira etapa, respondendo ao questionário semiestruturado, contribuindo para uma interpretação dos dados da pesquisa.
Em uma segunda etapa foram coletadas informações mais detalhadas de 06 mestrandos(as) nas entrevistas individuais. Destes, 02 tinham idade entre 22 e 23 anos e 04 entre 30 e 34 anos. Neste sentido, podemos afirmar que o perfil da maior parte dos estudantes é de profissionais com experiência de trabalho reconhecida, ao mesmo tempo em que se verifica que estes procuram por uma combinação de promoção e formação teórico-profissional mais sólida, uma vez que o mestrado em educação possibilita produzir novos conhecimentos. Além de que, cabe aos mestrados se destacar social e cientificamente, com estímulo ao novo conhecimento, potencializando a criatividade e a inovação (SILVA; BARDAGI, 2016).
Dos(as) 23 jovens mestrandos(as), identificamos que 14 são mulheres e 9 são homens, ingressantes no mestrado em educação, considerando os 02 semestres. Entre a totalidade dos(as) estudantes, 19 escolheram o mestrado em educação como primeira opção. Dois deles chegaram
a pensar em fazer mestrado em psicologia, mas não foi possível. Apenas 02 afirmaram não ter sido sua primeira escolha. Destes, 18 frequentam o curso parcialmente, 06 realizam o curso de forma integral, 13 têm financiamento próprio para realizar o mestrado, 07 têm bolsa de estudos e 02 têm o auxílio da família. 13 estudantes afirmaram que optaram pelo curso com interesse na pesquisa, quando 08 apontaram a possibilidade de profissionalizar-se e 02 não responderam. No que se refere à análise da situação de trabalho, apontamos que 65,1% dos alunos(as)
têm mais de 5 anos de experiência profissional, 27,9% nunca tiveram experiência de trabalho e apenas 7% têm menos de 5 anos, o que significa que deixaram a faculdade de graduação e imediatamente se inseriram no mestrado. Estes assumem que estavam com pressa para buscar conhecimento como pesquisador, uma vez que existe a preocupação com a inserção profissional após o curso.
Antes de iniciar o mestrado, 04 estudantes estavam desempregados (16,3%), 12 estavam trabalhando em tempo integral (54,4%), 04 trabalhando em tempo parcial (19,3%) e 03 estudantes não responderam (10%). Estes resultados demonstram as várias situações de experiência de trabalho, uma vez que há uma heterogeneidade quanto à formação, tempo, trabalho e atuação profissional. Em relação a esse aspecto, notou-se nos resultados a dificuldade que os jovens mestrandos(as) têm para conciliar educação e trabalho. Este fato leva-os a vivenciarem sentimentos de angústia, em razão da desistência ou possibilidade de trancamento do curso. A área de formação em educação entre eles é destaque, uma vez que são professores de educação infantil, educação especial, educação física, professor de música e de jovens e adultos, como também entre eles contêm orientadora educacional, supervisor escolar e coordenador pedagógico.
As novas e rápidas mudanças no mundo do trabalho apresentam diversas demandas no mercado de trabalho brasileiro, o que tem levado muitos a se especializarem e buscarem diferentes ambientes para a qualificação profissional. Esse contexto incrementa ou incentiva os(as) estudantes a procurarem por suas credenciais de mais alto nível, como no caso do mestrado e/ou doutorado (BENDASSOLLI, 2007; RODRÍGUEZ-MORENO et al., 2008), oportunizando “mudanças de área profissional”. Nesse sentido, a pesquisa identificou que 61% dos participantes pretendem mudar de área para ingressar no ensino superior como professores(as), com o intuito de ministrar aulas em universidades.
Quando perguntamos sobre os conhecimentos adquiridos no mestrado e o impacto na área de atuação, alguns depoimentos demonstram os desafios que estes enfrentaram e como podem utilizar essas experiências na prática profissional:
Algumas disciplinas de discurso ou análise escrita são bem interessantes. Como eu lido com o público, aquelas questões de vírgulas, daqueles silêncios, eu acho que a gente consegue perceber algumas coisas que antes a gente não dava bola. A gente consegue prestar um pouco mais de atenção, não só na questão profissional, mas na social também. Tem algumas disciplinas de gênero, trabalho, onde você consegue ampliar a disciplina (Mestranda 2).
Eu acredito que como psicólogo, enquanto eu estou atendendo, existe a questão da própria subjetividade da pessoa, só que essa pessoa tem que ser lida no meio. Porque tem um sistema, principalmente agora, capitalista, liberal, e que essa pessoa embora ela tenha suas próprias características ela está inserida neste meio, e este meio influencia no jeito de agir dela. Então eu acredito que o mestrado me ajuda a compreender esta questão que está um pouco fora da subjetividade da pessoa, que está na própria sociedade, no sistema. Esse processo ajuda na minha atuação, eu consigo compreender melhor o meio dessa pessoa (Mestrando 6).
A minha linha de pesquisa é prática educativa e a minha área é educação infantil. Eu acho que vai ser mais aplicado é a parte de princípios. Esse estudo de princípios diz que se eu tenho uma imagem diante da matemática, eu não gosto de matemática, mas eu tenho que ensinar, eu vou ensinar de forma que eu não gosto, então é algo ruim. Então, o princípio dela, no fim para mim é negativa, ela é uma coisa que não tem utilidade, não tem uma representação social. Esses são todos conhecimentos matemáticos e quando eu percebo o princípio de que a matemática existe de uma forma diferente, inventada para nós convivermos melhor, é um princípio positivo. Tem coisas que a gente sabe que se temos o princípio elas vão ser positivas. Esse é o mais prático que eu consegui chegar de desenvolver essa capacidade de síntese das teorias e te explicar nesses minutos, por exemplo, de forma que seja entendível. E aí, nossa. Isso é pesquisa? Isso é pesquisa! (Mestranda 1).
Nas narrativas apresentadas constata-se uma interconexão positiva na relação que se estabelece entre educação e trabalho. Contudo, nota-se outra atribuição do mestrado, ou seja, quando articula a vida acadêmica com os aspectos comportamentais associados ao âmbito profissional, bem como outros aspectos necessários, especificamente à área de atuação. Os(as) mestrandos(as) buscam por mais conhecimentos, atualizam-se e aperfeiçoam-se, no sentido de suprir as necessidades profissionais, realizando cursos extras e especializando-se nas suas práticas profissionais.
É justamente por meio desta reflexão que observamos a universidade como lócus privilegiado de preparação em alto nível de mestrandos(as), no sentido de enfrentamento dos desafios no mundo do trabalho. Melo e Borges (2007) sugerem, neste caso, a orientação universitária para o mundo do trabalho como fator crucial. Dias (2009) pondera que as pessoas
vão à universidade em busca de qualificação e se lançam em uma realidade de incertezas e inseguranças. Entretanto, mesmo diante de tantas interrogações, as ofertas de cursos de mestrados acadêmicos ou profissionais podem provocar novas oportunidades profissionais em contextos de precarização do trabalho, uma vez que possibilita aos(às) estudantes o redirecionamento de atuação profissional, como identificado na presente pesquisa.
É necessário também analisar a expectativa dos alunos(as) com relação à formação e o trabalho, isto é, observar a projeção da atuação profissional no sentido de relacionar a teoria e a prática, além de adquirir novos conhecimentos:
Minha expectativa pessoal é retornar com um diploma, mas também com uma fundamentação teórica que eu possa relacionar teoria com a prática. Trabalho desde os 14 anos formalmente, então foram 16 anos de trabalho antes de chegar aqui no mestrado, e eu sempre percebi uma distância dentro do trabalho, tanto numa escola pública quanto escola privada quando eu trabalhei, entre a teoria e a prática. E aí eu percebi como seria legal e possível se a gente pegasse como pesquisa alguns conceitos e aprofundasse dentro da instituição. Então eu fiz esse recesso de saída, mas eu pretendo retornar com essa fundamentação, mas voltada para a pesquisa, mesmo que seja na prática, que no caso não seria no campo universitário, num curso de extensão, e sim na prática das 40 horas com as crianças, com toda a situação que aparece na faixa etária (Mestrando 1).
A minha expectativa é o conhecimento, adquirir novos conhecimentos, novas perspectivas, de atuação, para alcançar novos conhecimentos, sempre evoluir (Mestrando 4).
Eu trabalhava só com pesquisa, agora o meu intuito é voltar pra escola pra poder trabalhar com a área pedagógica, não só a pesquisa (Mestrando 5).
Então assim, a expectativa, sempre a melhor possível, mas eu acho que vai ser bem complicado daqui a algum tempo, acho que só vai piorar. Eu tenho até medo, mas é o que a gente escolheu e a gente vai tentar lutar, e assim, eu sempre penso que talvez, ainda mais na Educação Física, que teoricamente é onde eu posso dar aula, acho que realmente isso aí só vai aumentar essa questão do ensino a distância. Então eu até penso em fazer uma nova graduação, sempre gostei da área de fisioterapia, nutrição, para tentar conseguir permear nessas áreas para não ficar desempregado (Mestrando 2).
A mudança de área de atuação pode estar relacionada com a desvalorização da profissão professor na educação básica, como já foi referido anteriormente, especialmente no ensino fundamental e médio. A este respeito, 02 mestrandos demonstram a vontade de ingressarem como professores no ensino superior: “A expectativa é a docência, no ensino superior. E também o fato de agregar conhecimentos na área” (Mestrando 6). Outro mestrando afirma: “Eu espero abrir as portas para trabalhar com ensino superior [...] já com o meu trabalho, espero somar pontos na minha profissão [...] e fortalecer o meu currículo” (Mestrando 4).
Desta forma, aparece o desejo de migrar para o ensino superior com a perspectiva de alcançar a valorização profissional. Neste caso, o mestrado tem oportunizado aos jovens mestrandos(as) a reflexão crítica sobre a educação e formação continuada, como também dos processos de autodesenvolvimento no contexto da Pós-graduação. O estudo de Rizatti et al. (2018) demonstra que adultos que realizam a transição da universidade-trabalho ou mercado-mercado necessitam de autoconhecimento de si e do contexto do mundo do trabalho. A orientação profissional contribui para construir projetos de carreira e de planejamento no sentido de provocar processos de inserção profissional mais assertivos e adequados aos valores relacionados ao trabalho.
Por conta da diversidade de possibilidades que o mestrado em educação oferece, o processo de formação continuada necessita ser observado a partir de uma perspectiva em que se oriente na superação da tradição aplicacionista do conhecimento (TARDIF, 2002), ou seja, provocando nos(as) mestrandos(as) em formação o que Demo (2005) indica como “questionamento reconstrutivo”, por meio da pesquisa como princípio formativo. Com efeito, a oportunidade de fazer pesquisa e aprender sobre a profissão docente em nível stricto sensu, impacta significativamente nos processos de escolha e novas transições laborais no âmbito da docência, possibilitando aos(as) mestrandos(as) uma melhor colocação no mundo do trabalho, pela experiência da autonomia formativa e elaboração do conhecimento inovador (VANZUITA, 2021).
É neste contexto que os(as) jovens mestrandos(as) se sentem pressionados a fazer suas escolhas e buscar a formação profissional. Por isso, afirmamos que o trabalho da orientação acadêmica e profissional necessita ser cada vez mais especializado e competente, no sentido de contribuir com os processos de transição, notadamente, de estudantes em nível de mestrado.
As transformações no mundo do trabalho apresentam características diversas: reestruturação produtiva, avanço da tecnologia, nova organização do trabalho, mercado de trabalho extremamente heterogêneo e exigente (ANTUNES, 2007). Neste contexto, muitas vezes, somente um diploma de ensino superior ou de pós-graduação não é o suficiente. Em busca de novas oportunidades e crescimento dentro das empresas, muitos profissionais investem em cursos de especialização e qualificação. O mestrado no Brasil se caracterizou como um curso em que, nos últimos anos, houve um forte incremento.
Neste sentido, não há a menor dúvida que a educação é um meio que contribui para uma melhor empregabilidade ou para se autoprojetar. Segundo os(as) participantes entrevistados(as), o mestrado, além de possibilitar a promoção no trabalho, aperfeiçoamento e qualificação, proporciona o conhecimento e autoconhecimento da realidade profissional. Como sujeitos singulares, os jovens se apropriam do fenômeno social, modificando sentidos, aspirações e práticas que se tornam educativas, interpretativas e que significam seu mundo e as relações no seu contexto profissional. É neste aspecto que os(as) estudantes de mestrado têm um desenho da imagem que fazem da profissão, assim como têm projetos, sonhos e desejos. Em relação ao desenho da profissão, um dos entrevistados mencionou que ela é transformadora.
Ela pode transformar qualquer realidade [...] a escola, como professor de educação infantil, é um espaço que está a serviço de infâncias, e ela é diferente de ir numa praia, ela é diferente da própria família, que tem preceitos. E lá, todas essas infâncias, esse serviço que a gente presta para elas, ela tem que ser respeitosa, tem que ser cidadã; se for público tem que ser democrática, ele não é um serviço exclusivo, se for num colégio particular é um serviço exclusivo que a criança tem pago pela família, e ela tem que ter consciência, mas uma consciência de que ela está tendo este direito, porque a família dela quer. O trabalho pode transformar, mas também pode podar. A imagem que eu tenho da minha profissão é muito terrível eu acho né, porque ela é capaz dessas duas coisas ao mesmo tempo (Mestrando 1).
Esse aspecto para nossa análise é fundamental, uma vez que para os profissionais da área da educação um dos grandes problemas é a desvalorização da profissão. Ao longo dos anos, tem se percebido que não existe atenção dos(as) jovens em escolher a profissão professor, pois a falta de interesse não está apenas pautada no retorno financeiro, mas também por ser uma carreira pouco cogitada e valorada pela maioria (SOUSA, 2019). Esta questão já era analisada por Kuenzer e Caldas (2009) quando destacam os comportamentos de resistência e desistência do trabalho docente. Os estudos sobre trabalho docente apontam um cenário, nas últimas décadas, provocado pelas reformas educacionais, em que o professor é elevado à protagonista dos processos de reformas e responsabilizado, muitas vezes, pelos resultados obtidos resultando na intensificação de seu trabalho. O trabalho docente a partir das reflexões das autoras se insere na totalidade do trabalho no capitalismo, marcado por profundas contradições e pela dupla face dessa atividade. Uma das faces é que se apresenta num contexto de precarização do trabalho, caracterizado em perda de autonomia intelectual, adoecimento docente, invasão do tempo da vida privada dos docentes, baixos salários, jornada de trabalho ampliada, evasão do magistério, lógica da produtividade, contratos temporários etc.
Esse quadro se reverte em falta de condições dignas de trabalho, conforme defende Kuenzer e Caldas (2009), quando diz respeito a um conjunto necessário para a realização de
um trabalho de qualidade. A ausência dessas condições acaba provocando o adoecimento dos profissionais e contribui para que uma parcela dos professores(as) pense em abandonar ou efetivamente abandone o magistério. Conforme um dos depoimentos, fica claro a desmotivação como professor:
Como educador físico, eu acho que é uma profissão um pouco defasada, esgotada pelo o que é e onde a gente está, pela questão de ser litoral, porque aqui há muito o culto do corpo belo, então, é muita aquela coisa de estética. E eu acho que Educação Física é mais que estética, é promoção de saúde. Eu acho que aqui a nossa área é muito mal-vista, é aquele pré-julgamento que educador físico é tudo forte e burro! É realmente o que acontece aqui, porque o pessoal só quer saber de estética, não quer se aprimorar. Dos que eu conheço, são poucos aqueles que realmente se preocupam com a qualidade profissional deles para com a qualidade de vida dos alunos, o resto só quer mostrar resultado. E eu acho isso preocupante (Mestrando 2).
Sugere-se, nesse caso, que a desvalorização acaba por afetar o ensino, provocando a busca por outra profissão em que possam se realizar e elevar sua autoestima. A concepção de educação no ensino do mestrado ou de um curso de pós-graduação stricto sensu centra-se numa aprendizagem e no alcance das competências acadêmicas e profissionais do estudante que lhe permitirão desenvolver seu projeto pessoal e profissional. Nesse sentido, em última instância, a experiência de participar em cursos de pós-graduação stricto sensu pode oportunizar a inserção profissional de forma planejada, se ainda não está inserido no mundo do trabalho. Outros jovens mestrandos(as) tem uma boa imagem da profissão e fazem questão de referenciar, como nos depoimentos a seguir:
A minha profissão é de extrema importância. Eu volto pra profissão de pedagogo, que é a minha formação inicial. Hoje eu estou supervisora, mas eu sou professora. E aí ela tem uma importância incrível. Então, eu acho que essa importância é muito boa, de ver a profissão professor como sendo fundamental para o desenvolvimento de todas as outras áreas. Na educação básica, que é a minha função de professora, é fundamental. Não dá pra ter aula a distância com a educação básica, tem que ter o presencial. A educação a distância pro ensino superior é até viável e possível, porque o acadêmico é um pouco mais maduro. Tem pesquisas que vão comprovar ou não a minha fala, mas no ensino fundamental, a troca de experiências com o outro é importante, por isso que a profissão professor é importante (Mestrando 3).
Eu particularmente tenho uma imagem boa da minha profissão. Só que a maioria das pessoas não a vê positivamente, vê como uma linha de fuga, fazer pedagogia como uma linha de fuga. Mas, eu particularmente, tenho uma boa imagem, porque eu gosto do que eu faço. Através da educação a gente pode mudar muita coisa (Mestrando 4).
No mestrado, além de buscar aperfeiçoamento e especialização, os jovens mestrandos(as) buscam também o crescimento pessoal, a realização de novas competências e
habilidades que possibilitem ampliar as práticas e interesses profissionais. Diante desse cenário, são colocados novos desafios no que se refere aos fatores da transição da universidade ou do mestrado ao mundo do trabalho, uma vez que estes fatores também são verificados em outras pesquisas como as de Silva; Bardagi (2016), Sousa (2019) e Oliveira (2005).
Como anseiam em mudar de área, ter estabilidade, maior qualificação ou conseguir um diploma de mestrado para ingressar em um doutorado, o esforço é intenso para frequentar o curso e realizarem seus projetos futuros. Os(as) estudantes demonstraram que têm sonhos e pretendem inserir-se na educação superior: “Ser um docente em alguma universidade, com alguma especialização. Acho muito cedo pra pensar em um doutorado, mas sempre foi a ideia terminar o mestrado e começar um doutorado” (Mestrando 2).
Da mesma forma, outro estudante do mestrado salienta essa possibilidade: “Eu gostaria de continuar estudando, de seguir com o doutorado, mas eu gostaria de ainda, talvez esse ano, conciliar trabalho com os estudos. A única coisa que está me fazendo falta é o recurso financeiro” (Mestrando 5). Os projetos são variados, mas a maioria demonstrou que gostaria de inserir-se na docência. Outro mestrando também ressalta esse desejo: “Continuar na clínica, porque é uma coisa que eu amo fazer, e a docência” (Mestrando 6). Essas motivações também aparecem em participantes egressos de programas de pós-graduação stricto sensu em educação de duas universidades públicas da Bahia, na pesquisa realizada por Soares e Cunha (2010). Essa experiência representou, além da possibilidade de ascensão profissional e financeira, amadurecimento intelectual, maior embasamento para o exercício da prática educativa, ressignificação das suas práticas na educação básica.
Estas autoras mencionam que é interessante perceber que aprender a fazer pesquisa, que até pode estar associado ao que colocam os participantes da nossa investigação (realização de novas competências e habilidades, possibilitando a ampliação de práticas e interesses profissionais), inclusive práticas na docência do ensino superior, necessitaria ser a principal conquista da experiência vivenciada. Soares e Cunha (2010), neste aspecto, registram o estranhamento de alguns egressos frente a essa temática e a informação de que nunca haviam refletido sobre tal ação, quando nenhum dos participantes faz referência à formação inicial específica para a docência universitária, revelando a ausência de uma cultura de formação do professor, culminado numa escassa reflexão de sua profissionalização, já que se trata de uma formação específica de alto nível.
Ainda, conforme estas autoras, é relevante observar que a “[...] reflexão e a crítica sistemáticas, entre os pares, e o desenvolvimento de projetos de investigação-ação sobre a própria prática de ensino, no interior dos departamentos e faculdades, não aparecem como
experiências de formação continuada” (SOARES; CUNHA, 2010, p. 66). Fato esse que deveria ser refletido inclusive na experiência do estágio docência, que é uma prática que pode ampliar o escopo de conhecimentos do trabalho docente e se constituir em formação continuada específica.
Este estudo tem como preocupação também refletir sobre a orientação educativa ou profissional. Primeiramente é necessário distinguirmos estes conceitos para esclarecer o tipo de orientação que os mestrandos se referem em suas narrativas. Segundo Brasil et al. (2012, p. 120), o mundo do trabalho na atualidade coloca novas exigências, que demandam um novo posicionamento dos indivíduos frente às decisões profissionais, momento que não está restrito especificamente ao período da escolha de uma profissão, ou apenas à graduação, contudo, se “[...] estendem ao longo de toda trajetória de trabalho (inserção no mercado de trabalho; permanência, desenvolvimento e transição de carreira; novos cursos para atualização, desligamento e aposentadoria), demandando, assim, contínuas reflexões e reposicionamentos durante a vida profissional”.
O papel da orientação profissional se configura, nesses casos, num “[...] conjunto de ações que visam auxiliar jovens e adultos a refletir e se posicionar diante de uma escolha profissional, estabelecida criticamente, que respeite desejos e possiblidades pessoais e sociais” (BRASIL et al., 2012, p. 125). A orientação profissional pode ser realizada no âmbito do Ensino Médio, Graduação, pós-graduação, processos laborais, aposentadoria, em diversos momentos da vida, com a finalidade de facilitar os processos de escolhas, inserção profissional e desenvolvimento de carreiras.
Luna (2012, p. 114) é um autor expressivo, porque contribui para nossa reflexão apontando que os processos de orientação profissional têm como premissa beneficiar, frente a todo seu “[...] desenvolvimento (autoconhecimento, trabalho/identidade, informação profissional), escolhas profissionais mais autônomas”. Para tanto, menciona que as responsabilidades do processo de orientação resultam na “[...] identificação e [n]o questionamento do poder alheio, e de sua associação com diferentes e antagônicos sistemas de sentido, na determinação do futuro pessoal e profissional dos indivíduos atendidos” (GAULEJAC, 2007 apud LUNA, 2012, p. 114). Portanto, os profissionais necessitam refletir que suas carreiras devem ser estudadas, planejadas e estruturadas, o que possibilita ter uma ótica mais geral e abrangente das condições em que o próprio profissional se encontra, permitindo definir aonde se quer chegar e o que deve ser feito para que se atinjam os objetivos que o indivíduo tem, tanto para sua vida profissional quanto pessoal.
Já a orientação acadêmica, que também faz parte do sistema de ensino, busca contribuir com os estudantes em sua trajetória acadêmica e no processo de ensino-aprendizagem, normalmente, identificando conflitos e problemas para criar soluções na superação de obstáculos nesse processo. Garcia (1999) nos auxilia quando discute na formação de professores o conceito de orientação acadêmica. Esse autor destaca que o professor, além de ser um especialista numa ou várias áreas disciplinares (domínio do conteúdo, dos conceitos e estrutura disciplinar), possui conhecimento didático, de paradigmas, e tem uma completa formação pedagógica. Estes conhecimentos – sintático e didático – consistem numa orientação que predomina no ensino superior. Portanto, Garcia (1999) salienta que os professores não são só especialistas do conteúdo, mas sujeitos competentes e capazes de selecionar e decidir qual competência é a mais adequada para cada situação e outras orientações significativas. Desta forma, nesta investigação, entende-se que os mestrandos quando foram questionados se sentem necessidade de orientação e em que momentos, registraram em seus depoimentos a compreensão de orientação acadêmica conforme os depoimentos:
Sim, não dá pra ficar sem. A gente precisa de orientações sempre [...]. Por mais que tenham livros e vários artigos que ensinam a fazer tese e dissertação, se tu não tiveres uma orientação de alguém que tenha mais experiência, mais vivências, tu te perdes. Então é de extrema importância. Fora a orientadora, temos também nossos pares, os professores das disciplinas, então toda e qualquer ajuda e orientação que venha a somar é significativa (Mestrando 3).
Eu sinto necessidade de perguntar durante a aula [...]. Porque quando eu faço perguntas dentro da sala de aula, todos os professores com quem eu tenho aula atualmente conseguem me responder perfeitamente. Então, as minhas dúvidas são saciadas ali. Não tenho necessidade de outra pessoa para me dar orientação. A não ser a minha orientadora da minha dissertação (Mestrando 6).
Atualmente o mundo do trabalho contemporâneo exige um novo posicionamento e novas habilidades dos indivíduos frente às atuações profissionais, que não mais se reduzem ao momento específico da escolha de uma profissão, mas leva em consideração a trajetória de estudo e trabalho ao longo da vida, desde sua inserção no mundo do trabalho até os processos de desenvolvimento e transição de carreira (ALVES, 2018). Esses aspectos demandam processos de constante reflexão e reposicionamentos durante a vida profissional.
É justamente a orientação profissional que se configura como mediadora ou interventora para que os alunos desenvolvam a consciência necessária que lhes possibilite, no cenário acadêmico, comprometer-se com os estudos e investir em uma formação continuada, tanto no âmbito pessoal (realização profissional), como no âmbito social (superação dos problemas
relacionados à qualificação profissional). A Orientação Profissional, nessa perspectiva, contribui, sem sombra de dúvidas, nos processos de autoavaliação com vistas ao estabelecimento de objetivos e metas profissionais a serem implementadas ao longo da trajetória acadêmica e profissional (SANTOS; LUNA; BARDAGI, 2014).
Ao término deste estudo se pergunta: são possíveis essas realizações? Para alguns, o presente se apresenta como possibilidade, já para outros, só o futuro em sua imprevisibilidade balizará os acontecimentos. Portanto, apresenta-se na concepção de alguns jovens mestrandos(as), quando elaboram, seja simbolicamente ou não, em seus projetos profissionais, a necessidade de um tipo de trabalho que seja mais compatível com suas realizações, para que possam viver mais intensamente ou plenamente. Todas estas ponderações estão expostas num movimento cambiante e complexo ao mesmo tempo, como um tecer e destecer ininterrupto dessas relações e ligações, que por si só são inacabadas, isto é, pelo movimento que os próprios jovens mestrandos(as) constroem, cruzando e entrelaçando os sentidos sobre a educação e o trabalho, sobre seus projetos, sonhos e desejos.
Ao término deste estudo podemos afirmar que a conquista de um espaço no mundo do trabalho não depende apenas de um diploma, mas também de características pessoais, competências específicas, redes de relações e capacidade de ajustar-se a diferentes demandas de trabalho. Estas características são exigidas em função das profundas transformações impactantes na esfera do trabalho, sentidas também no campo da educação e da família, principalmente nas últimas três décadas, que abrangem o século 20 e início do 21 (Antunes, 2007).
Não resta dúvida que a necessidade de inovar a competitividade crescente nas organizações laborais exige não só profissionais cada vez mais especialistas e bem formados, mas cada vez mais em constante atualização das competências adquiridas na formação inicial e durante sua vida laboral, incrementando sua demanda de formação em um mestrado. Nota-se, por meio dos resultados deste estudo, que com maior frequência as expectativas destes jovens mestrandos(as) são positivas no que concerne aos processos formativos no âmbito do mestrado, no trabalho, na área de atuação e nas suas variáveis analisadas. Todos os aspectos verificados e trazidos como resultados na análise com os(as) mestrandos(as) também reforçam o comportamento de continuar a investir na qualificação profissional e acadêmica para inserir-se na área desejada ou para se manter onde está, construindo novos projetos futuros.
Os jovens mestrandos(as) da presente pesquisa demonstraram insatisfações relacionadas, especialmente, a conciliar educação e trabalho, o que pode provocar o desejo de abandonar o curso. Por tudo isso, é importante a universidade repensar o seu papel diante dessas transformações, no sentido de levar em conta as dificuldades atuais enfrentadas pelos jovens na transição atual e incluir como parte das atividades acadêmicas projetos voltados à orientação na carreira, a fim de que eles(as) tenham maior suporte institucional.
Apesar dos mestrandos trazerem nos resultados da investigação mais elementos da orientação acadêmica, e neste sugere-se falta de entendimento, na pesquisa como um todo, percebeu-se que a orientação profissional é extremamente significativa como um processo de intervenção para refletir sobre as escolhas, os rumos a tomar e os projetos de carreira. Para tanto, são necessárias intervenções e ações orientadoras nos processos de transição dos estudos no mestrado para o mundo do trabalho.
A formação no mestrado constitui um processo complexo que envolve não só a participação dos(as) estudantes, mas também a participação de professores e da própria instituição de ensino por meio de uma adequada estrutura organizativa. Esse processo de transição requer adaptações e ajustes de todos os(as) envolvidos(as). É nesta complexa realidade educativa que a orientação profissional se converte num valor acrescido de desenvolvimento integral dos jovens mestrandos(as) e na própria melhora da instituição educativa.
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IMPACTO DO PROCESSO FORMATIVO NA TRAJETÓRIA LABORAL DE JOVENS MESTRANDOS(AS): NECESSIDADES DE ORIENTAÇÃO EDUCATIVA
IMPACT OF THE FORMATIVE PROCESS ON THE LABORAL TRAJECTORY OF YOUNG MASTERS: NEEDS FOR EDUCATIONAL ORIENTATION
Naiara Gracia TIBOLA1 Tânia Regina RAITZ2 Alexandre VANZUITA3
RESUMO: A presente pesquisa objetivou analisar o impacto da formação continuada na trajetória laboral de jovens estudantes do Mestrado em Educação, de uma universidade comunitária no sul do Brasil, e as necessidades de orientação educativa. A metodologia foi de abordagem qualitativa e a coleta dos dados ocorreu por meio de questionário semiestruturado e entrevista individual. A técnica de análise foi sistematizada pela análise de conteúdo. As expectativas reforçam o desejo desses estudantes em investir na qualificação profissional, pois o projeto é alcançar um doutorado e a maioria quer prosseguir os estudos para futuramente se inserir como docente no ensino superior. A maior dificuldade anunciada pelos(as)
mestrandos(as) foi a possibilidade de conciliar educação e trabalho, o que, às vezes, leva a pensar em abandonar o curso.
PALAVRAS-CHAVE: Estudantes de mestrado. Processo formativo. Orientação educativa.
ABSTRACT: This research aimed to analyze the impact of the training process on the work trajectory of young students of the Master of Education, from a community university in southern Brazil and the needs for educational guidance. It aimed fundamentally to contribute to the academic and labor transition processes of young master's students. The methodology was of qualitative approach and the data collection took place through semi-structured questionnaires and individual interviews. The analysis technique was systematized by content analysis. Expectations reinforce the desire of these students to invest in qualification, as the project is to achieve a doctorate and most want to continue their studies in order to be inserted as a teacher in higher education in the future. The biggest difficulty is the time when reconciling education and work, sometimes leads us to think about dropping out of the course.
KEY WORDS: Master students. Formative process. Educational guidance.
En el contexto educativo brasileño, el análisis realizado por Carrano (2009) señaló la relevancia de los estudios que investigan a los jóvenes estudiantes en su estado universitario, poniendo de relieve, como uno de los ejemplos, la investigación que forma parte del contexto de los estudiantes jóvenes, trabajadores o desempleados. El autor comenta que aún sabemos poco sobre las trayectorias escolares y biográficas de los estudiantes universitarios y cómo se dan las condiciones tras la admisión, durante y después del curso de pregrado. Este hecho incluye los procesos de educación continua, en los que se encuentran los estudios de posgrado stricto sensu. Del mismo modo, Corrochano y Nakano (2002) también anuncian en la encuesta bibliográfica realizada sobre el tema "Juventud, mundo del trabajo y la educación", la inferencia sobre la ausencia de investigación que investigue este tema a partir de la percepción de los jóvenes que ingresan cada vez antes en cursos de maestría y doctorado.
Las formas en que los jóvenes estudiantes de máster viven la transición de los procesos formativos y de trabajo, además de sus perspectivas de futuro, deben considerarse en el panorama actual y en la estructura de trabajo, en constante cambio. En el contexto del capitalismo moderno, se han puesto de relieve nuevas demandas de habilidades y competencias en el mundo del trabajo, lo que afecta las formas de contratación de trabajadores. En esta misma perspectiva, el nefasto y precario contexto que la Pandemia del Covid-19 ha generado en el trabajo informal ha colocado lo siguiente "[...] ¿Qué significará la cuarentena para estos
trabajadores, que tienden a ser los despedidos más rápidos cada vez que hay una crisis económica?" (SANTOS, 2020, p. 16).
Los autores Rodrígues-Moreno et al. (2008) sugieren que debemos tener en cuenta que las tendencias globales presentan un mundo del trabajo que no es uniforme, por lo que las variaciones (en términos de ciclos económicos y lógicas de producción y organización del trabajo) no afectan a todos los niveles de estratos de la misma manera. Por esta razón, la calidad de la educación universitaria es un indicador importante para poder evaluar en qué medida la universidad cumple su creciente función profesional.
Una de las principales alternativas para la calificación profesional es la provisión de educación continua (cursos de actualización, especialización y programas de posgrado stricto sensu). Según Silva; Bardagi (2016), desde el año 2000, se ha observado que los cursos reciben más jóvenes, lo que lleva a considerar el aumento en la transición directa de la graduación a la escuela de posgrado.
Según la observación de estos autores, hubo un crecimiento de la población universitaria y de estudiantes de posgrado entre los clientes de Orientación Profesional o Educativa. En vista de lo anterior, esta investigación es sumamente relevante y actual, estando justificada desde el punto de vista científico, teórico y social. Es en esta perspectiva que este estudio se centra en la educación continua, la trayectoria laboral de los jóvenes estudiantes de máster y sus necesidades de orientación educativa.
Por lo tanto, el objetivo general es analizar el impacto de la educación continua en la trayectoria laboral de los jóvenes estudiantes de la Maestría en Educación en una universidad comunitaria en el sur de Brasil, y las necesidades de orientación educativa. También es importante destacar los objetivos rectores específicos de esta investigación: 1) caracterizar el perfil de los estudiantes de máster en educación en relación con la formación y el trabajo; 2) identificar el impacto de la formación en el máster en educación en el ámbito de la práctica profesional, las competencias formativas y las dificultades para conciliar el tiempo entre la formación y el trabajo y; 3) verificar las necesidades de orientación educativa o profesional para posibles procesos de intervención en trayectorias académicas y laborales.
Para desarrollar esta investigación, se utilizó el enfoque cualitativo como presuposición teórica y epistemológica. Los instrumentos de recolección de datos fueron el cuestionario semiestructurado y la entrevista individual. La técnica de análisis utilizada fue el análisis de contenido, según Bardin (2011) y Franco (2018). Las bases teóricas y conceptuales fueron utilizadas para cumplir con los objetivos de esta investigación.
Las motivaciones, valores y expectativas de los estudiantes de posgrado son indicadores que pueden ayudar a los cursos de Maestría y Doctorado a evaluar sus técnicas de enseñanza, así como la posibilidad de reflexionar sobre las estrategias implementadas. La creación de herramientas que ayuden a la institución a mejorar los Programas y sus procesos metodológicos de enseñanza es fundamental para comprender al público al que están destinados.
Identificar el perfil de los estudiantes en el proceso de selección en el máster conducirá inevitablemente a nuevas relaciones, ya que la profesionalización como investigador permitirá la construcción de una nueva identidad profesional, tomando forma a partir de la elaboración de nuevos conocimientos en su área de especialización. Al elegir un máster, varios aspectos acaban interfiriendo en el contexto profesional, como el personal, el contextual y el social. Estos aspectos son tratados por Valério e Souza (2012) como un período de elección para la profesión, en el que algunos elementos son fundamentales para la toma de decisiones: características personales, habilidades específicas en un área determinada, el contexto histórico y el entorno sociocultural del sujeto. La elección de un campo de conocimiento está estrechamente relacionada con la contribución al desarrollo de habilidades y competencias que guían las motivaciones de los estudiantes de posgrado. Para analizar las influencias de esta formación, es importante identificar cómo impacta la maestría en los procesos de construcción de conocimiento en el área específica (Educación) y establece diálogo con las demandas del mundo del trabajo (LUNA; SANTOS; BARDAGI, 2014).
Es esencial considerar la situación actual de las estructuras de trabajo, que están sujetas a rápidos cambios en la forma en que los jóvenes experimentan la transición de la universidad al mundo del trabajo. Además de la flexibilidad del mundo del trabajo, afectando las formas de contratación, hay una clara reducción en la oferta de empleos formales, especialmente para los jóvenes (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
En este contexto, los másteres, sugiere Mateo (2005), deben presentar una oferta transversal de conocimiento científico variado que favorezca no solo el acceso al doctorado, con la definición de líneas de investigación, sino la confrontación de los retos específicos del mundo laboral. Los másteres deben posibilitar, desde la perspectiva de Mateo (2005), acciones para la preparación, orientación y facilitación de los estudiantes en sus procesos de transición. En el escenario actual, se buscan respuestas innovadoras en las maestrías (MICHAVILA, 2011), entre las que se encuentran la posibilidad de inserción social de los estudiantes en proyectos de investigación, innovación pedagógica y extensión, así como el
diálogo con la educación básica a través de acciones de educación continua de docentes de las redes educativas. Como consecuencia de los procesos sociolaborales, se vio incrementada la diversidad de perfiles de los estudiantes de máster, desde aquellos que amplían su formación inicial de grado, en busca de una mejor especialización, hasta profesionales que regresan a clases con diferentes objetivos, entre ellos: reciclar, mejorar las condiciones laborales, promociones en el trabajo o facilitar cambios profesionales (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
Esta concepción es fundamental para comprender la diversidad de tipos de transición en las diferentes sociedades, es decir, marcada por la llegada de la graduación, la inserción en el mundo laboral y tras la elección de un máster, que suelen generar altas expectativas, ansiedades e inseguridad (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003). Por otro lado, promueve la satisfacción por la realización de otra etapa de la vida (OLIVEIRA, 2005).
Sin embargo, este momento de transición constituye un nuevo reto, es decir, salir de un entorno conocido, la educación superior, y pasar al mundo del trabajo compuesto por nuevos tipos de relaciones e información, principalmente, que requieren habilidades sociales diferentes a las desarrolladas en el ámbito académico. Buscar la formación continua en un curso de postgrado genera nuevas expectativas, con posibilidades de desarrollar habilidades y competencias, lo que resulta en el autoconocimiento y la expansión de un campo de relaciones socio-profesionales diversificadas y heterogéneas.
Esta investigación cualitativa se basa en la perspectiva de Bogdan y Biklen (1994), en la que mencionan que la investigación cualitativa tiene como objetivo comprender a los sujetos, observando los significados que estos elaboran sobre las cosas y sobre la vida, es decir, buscando los significados a medida que interpretan y estructuran su mundo. En el primer momento de la investigación, se aplicó un cuestionario semiestructurado para caracterizar el perfil de los 23 (veintitrés) estudiantes de la maestría en educación. En el segundo momento, se realizaron entrevistas individuales a 06 (seis) participantes de la investigación, que ya habían participado en la primera etapa. Se utilizaron dos criterios para seleccionar a los participantes de la investigación: a) tener hasta 34 años, según la discusión de la ampliación del grupo de edad al discutir el concepto de juventud, de Pochmann (2001) y Pais (2005); y b) trabajar con la enseñanza en la educación básica.
La investigación se estructuró por categorías analíticas asociadas a los objetivos propuestos en relación con el objeto de estudio de esta investigación y según análisis de contenido (BARDIN, 2011; FRANCO, 2018): a) Caracterización del perfil de los jóvenes estudiantes de máster en educación e identificación en relación con la formación y el trabajo;
b) Identificación de los conocimientos adquiridos y aplicación en el área de actividad: educación relacional y laboral y; c) Imagen de la profesión, proyectos personales y futuros profesionales laborales: necesidad de orientación educativa.
Los sujetos de investigación fueron mujeres y hombres jóvenes que asistieron a la Maestría en Educación en una universidad del sur de Brasil. En este sentido, se entiende que la juventud o juventud(es) consiste en considerar mucho más que solo el grupo de edad o un grupo de edad, en el sentido de límites de edad restringidos, es decir, "[...] no existe realmente una 'clase social' formada, al mismo tiempo, por todos los individuos del mismo grupo de edad" (GROPPO, 2000, p. 7), haciendo así de la juventud una "representación sociocultural y una situación social".
Pochmann (2001) justifica esta posición cuando defiende que la expansión del grupo de edad juvenil constituye desafíos de la transición de edad debido a lo comentado anteriormente y que es necesario reafirmar: la inflexibilidad para delimitar el grupo de edad juvenil por razones sociales e históricas de reconocimiento de la juventud como una fase distinta de las otras fases de la vida.
Así, según Pochmann (2001), Melucci (2004) y Pais (2005), el grupo de edad se concibe como un determinante que condiciona a la juventud siempre ligado a una fase de fugacidad, generando incertidumbre o inestabilidad en el momento de transición de la adolescencia a la edad adulta. En este sentido, la ampliación del grupo de edad para el presente estudio considera a los jóvenes estudiantes de la Maestría en Educación no solo por los aspectos biologizantes o de grupo de edad, sino que los observa como sujetos sociohistóricos y culturales, percibidos a través de las características de género, etnia, clase social, etc. (GROPPO, 2000).
El tratamiento de los datos de investigación cualitativa se realizó a través de importantes contribuciones de autores que proporcionaron arreglos y puentes a nuevas preguntas, en resumen, ayudaron en las conexiones e interlocuciones en el análisis de contenido. Esta técnica de Bardin (2011) considera tres fases: Fase 1) pre-análisis del material; Fase 2) tratamiento y categorización de datos y; Fase 3) inferencias y comparaciones interpretativas. En este contexto,
el análisis de contenido tiene como objetivo "[...] producen inferencias sobre datos verbales y/o simbólicos, pero obtenidos a partir de preguntas y observaciones de interés de un investigador determinado" (BARDIN, 2011, p. 123).
Por ello, en este estudio, el mensaje fue tenido en cuenta como principio de análisis de contenido, tanto verbal como escrito, de la misma manera cuando era silencioso, figurativo, gestual, documental o directamente provocado (FRANCO, 2018). En este sentido, en la presente investigación, se percibió que para producir las inferencias, en el análisis de contenido (BARDIN, 2011; FRANCO, 2018), fue necesario relacionar y construir vínculos entre los datos recolectados y el marco teórico.
En este tema se presentan los resultados encontrados en la investigación sobre los impactos del proceso formativo en la trayectoria laboral de los jóvenes estudiantes de máster en educación y sus necesidades de orientación profesional. El análisis de contenido fue fundamental para la conexión entre autores (teorías), investigador y sujetos (testimonios o información). En este sentido, sigue la discusión y análisis del cuestionario semiestructurado y las entrevistas desarrolladas con los alumnos del máster.
Los participantes de la investigación son estudiantes del Programa de Posgrado en Educación - PPGE, en el período que comprendió el segundo semestre de 2018 y el primer semestre de 2019. En total, 23 estudiantes de maestría participaron en la primera etapa, respondiendo al cuestionario semiestructurado, contribuyendo a una interpretación de los datos de la investigación.
En una segunda etapa, se recopiló información más detallada de 06 estudiantes de maestría en las entrevistas individuales. De ellos, 02 tenían entre 22 y 23 años y 04 entre 30 y 34 años. En este sentido, podemos afirmar que el perfil de la mayoría de los estudiantes es de profesionales con reconocida experiencia laboral, a la vez que se verifica que buscan una combinación de promoción y formación teórico-profesional más sólida, ya que el máster en educación permite producir nuevos conocimientos. Además, corresponde a los másteres
destacar social y científicamente, estimulando nuevos conocimientos, potenciando la creatividad y la innovación (SILVA; BARDAGI, 2016).
De los 23 jóvenes estudiantes de maestría, identificamos que 14 son mujeres y 9 son hombres, ingresando a la maestría en educación, considerando los 02 semestres. Entre todos los estudiantes, 19 eligieron el máster en educación como su primera opción. Dos de ellos incluso pensaron en hacer una maestría en psicología, pero no fue posible. Solo 02 afirmó que no era su primera opción. De estos, 18 asisten parcialmente al curso, 06 toman el curso en su totalidad, 13 tienen su propia financiación para realizar su maestría, 07 tienen una beca y 02 tienen la ayuda de la familia. 13 estudiantes declararon que eligieron el curso con interés en la investigación, cuando 08 señaló la posibilidad de profesionalizarse y 02 no respondió.
En cuanto al análisis de la situación laboral, señalamos que el 65,1% de los estudiantes tiene más de 5 años de experiencia profesional, el 27,9% nunca tuvo experiencia laboral y solo el 7% tiene menos de 5 años, lo que significa que dejó la escuela de pregrado e ingresó inmediatamente al máster. Asumen que tenían prisa por buscar conocimientos como investigadores, ya que existe una preocupación por la inserción profesional después del curso.
Antes de comenzar el máster, 04 estudiantes estaban desempleados (16,3%), 12 trabajaban a tiempo completo (54,4%), 04 trabajaban a tiempo parcial (19,3%) y 03 estudiantes no respondían (10%). Estos resultados demuestran las diversas situaciones de la experiencia laboral, ya que existe una heterogeneidad en cuanto a formación, tiempo, trabajo y desempeño profesional. En relación con este aspecto, los resultados mostraron la dificultad que tienen los jóvenes estudiantes de máster para conciliar la educación y el trabajo. Este hecho los lleva a experimentar sentimientos de angustia, debido a la retirada o posibilidad de bloquear el curso. Se destaca el área de formación educativa entre ellos, ya que son docentes de educación infantil, educación especial, educación física, profesor de música y jóvenes y adultos, así como entre ellos se encuentran asesor educativo, supervisor escolar y coordinador pedagógico.
Los nuevos y rápidos cambios en el mundo del trabajo presentan varias demandas en el mercado laboral brasileño, lo que ha llevado a muchos a especializarse y buscar diferentes entornos para la calificación profesional. Este contexto aumenta o alienta a los estudiantes a buscar sus credenciales de más alto nivel, como en el caso de los estudiantes de maestría y/o doctorado (BENDASSOLLI, 2007; RODRÍGUEZ-MORENO et al. , 2008), "cambios
oportunistas en el área profesional". En este sentido, la investigación identificó que el 61% de los participantes pretende cambiar su área para ingresar a la educación superior como docentes, con el fin de impartir clases en las universidades.
Cuando preguntamos por los conocimientos adquiridos en el máster y el impacto en el área de actividad, algunas afirmaciones demuestran los retos a los que se enfrentaron y cómo pueden utilizar estas experiencias en la práctica profesional:
Algunos temas de habla o análisis escrito son muy interesantes. Al tratar con el público, esos problemas de comas, esos silencios, creo que podemos entender algunas cosas que antes no le dimos la pelota. Podemos prestar un poco más de atención, no solo en el tema profesional, sino también en el social. Hay algunas disciplinas de género, trabajo, donde se puede ampliar la disciplina (Estudiante de Maestría 2).
Creo que como psicólogo, mientras asisto, está la cuestión de la propia subjetividad de la persona, solo que esa persona tiene que ser leída en el medio. Porque tiene un sistema, sobre todo ahora, capitalista, liberal, y esa persona aunque tenga sus propias características se inserta en este entorno, y este medio influye en la forma de actuar del mismo. Así que creo que el máster me ayuda a entender este tema que está un poco fuera de la subjetividad de la persona, que está en la sociedad misma, en el sistema. Este proceso ayuda en mi desempeño, puedo entender mejor el medio de esta persona (Maestría 6).
Mi línea de investigación es la práctica educativa y mi área es la educación infantil. Creo que lo que se aplicará más es la parte de principios. Este estudio de principios dice que si tengo una imagen antes que las matemáticas, no me gustan las matemáticas, pero tengo que enseñar, enseñaré de una manera que no me gusta, así que es algo malo. Así que el principio, al final para mí es negativo, es algo que no sirve de nada, no tiene representación social. Todos estos son conocimientos matemáticos y cuando me doy cuenta del principio de que las matemáticas existen de una manera diferente, inventadas para que vivamos mejor, es un principio positivo. Hay cosas que sabemos que si tenemos el principio serán positivas. Esto es lo más práctico que podría llegar a desarrollar esta capacidad de síntesis de teorías y explicarles en estos minutos, por ejemplo, para que sea comprensible. Oye, guau. ¿Es eso investigación? ¡Eso es investigación! (Estudiante de maestría 1).
En las narrativas presentadas, hay una interconexión positiva en la relación que se establece entre educación y trabajo. Sin embargo, se observa otro máster, es decir, cuando articula la vida académica con los aspectos conductuales asociados al ámbito profesional, así como otros aspectos necesarios, específicamente al área de actividad. Los estudiantes de máster buscan más conocimientos, actualizarse y superarse, con el fin de satisfacer las necesidades profesionales, realizando cursos extra y especializándose en sus prácticas profesionales.
Es precisamente a través de esta reflexión que observamos a la universidad como un
locus privilegiado de preparación a un alto nivel de estudiantes de máster, para afrontar los retos
del mundo laboral. Melo y Borges (2007) sugieren, en este caso, la orientación universitaria al mundo del trabajo como un factor crucial. Dias (2009) considera que las personas acuden a la universidad en busca de titulación y se lanzan a una realidad de incertidumbres e inseguridad. Sin embargo, incluso ante tantas preguntas, las ofertas de maestrías académicas o profesionales pueden provocar nuevas oportunidades profesionales en contextos de trabajo precario, ya que permite a los estudiantes reorientar el desempeño profesional, como se identifica en esta investigación.
También es necesario analizar la expectativa de los estudiantes sobre la educación y el trabajo, es decir, observar la proyección del desempeño profesional para relacionar teoría y práctica, además de adquirir nuevos conocimientos:
Mi expectativa personal es regresar con un diploma, pero también con una base teórica que pueda relacionar la teoría con la práctica. He estado trabajando desde que tenía 14 años formalmente, por lo que pasaron 16 años de trabajo antes de llegar aquí para la maestría, y siempre noté una distancia dentro del trabajo, tanto en una escuela pública como en una escuela privada cuando trabajaba, entre la teoría y la práctica. Y luego me di cuenta de lo genial y posible que sería si tomáramos algunos conceptos como investigación y profundizáramos dentro de la institución. Así que hice este receso de salida, pero pretendo volver con esta fundación, pero centrada en la investigación, aunque sea en la práctica, que en este caso no sería en el ámbito universitario, en un curso de extensión, sino en la práctica de 40 horas con niños, con toda la situación que aparece en el grupo de edad (Máster 1).
Mi expectativa es el conocimiento, adquirir nuevos conocimientos, nuevas perspectivas, actuar, para lograr nuevos conocimientos, evolucionar siempre (Máster 4).
Trabajé solo con investigación, ahora mi intención es volver a la escuela para poder trabajar con el área pedagógica, no solo con la investigación (Maestría 5).
Entonces, la expectativa, siempre la mejor posible, pero creo que va a ser bastante complicado en un tiempo, creo que solo va a empeorar. Incluso tengo miedo, pero eso es lo que elegimos y vamos a tratar de luchar, y entonces, siempre pienso que tal vez, aún más en Educación Física, que teóricamente es donde puedo enseñar, creo que realmente eso solo va a aumentar este problema de la educación a distancia. Así que incluso pienso en hacer una nueva carrera, siempre me gustó el área de fisioterapia, nutrición, para tratar de permear en estas áreas para no estar desempleado (Máster 2).
El cambio en el área de actividad puede estar relacionado con la devaluación de la profesión docente en la educación básica, como se mencionó anteriormente, especialmente en la escuela primaria y secundaria. En este sentido, 02 estudiantes de maestría demuestran el deseo de ingresar como maestros en la educación superior: "La expectativa es la enseñanza, en la educación superior. Y también el hecho de sumar conocimientos en el área" (Máster 6). Otro
estudiante de maestría afirma: "Espero abrir las puertas para trabajar con la educación superior [...] ya con mi trabajo, espero sumar puntos en mi profesión [...] y fortalecer mi currículum" (Máster 4). Por lo tanto, el deseo de migrar a la educación superior aparece con la perspectiva de lograr la apreciación profesional. En este caso, el máster ha permitido a los jóvenes estudiantes de máster una reflexión crítica sobre la educación y la educación continua, así como sobre los procesos de autodesarrollo en el contexto de los estudios de posgrado. El estudio de Rizatti et al. (2018) demuestra que los adultos que hacen la transición de la universidad al trabajo o del mercado-mercado necesitan autoconocimiento de sí mismos y del contexto del mundo laboral. La orientación profesional contribuye a construir proyectos de carrera y planificación con el fin de provocar procesos de inserción profesional más asertivos y adecuados a los valores relacionados con el trabajo.
Debido a la diversidad de posibilidades que ofrece el máster en educación, el proceso de formación continua debe ser observado desde una perspectiva en la que se oriente en la superación de la tradición aplicacionista del conocimiento (TARDIF, 2002), es decir, provocando a los estudiantes de máster en formación lo que Demo (2005) indica como "cuestionamiento reconstructivo", a través de la investigación como principio formativo. De hecho, la oportunidad de investigar y aprender sobre la profesión docente a nivel stricto sensu impacta significativamente en los procesos de elección y nuevas transiciones laborales en el campo de la docencia, permitiendo a los estudiantes de maestría ubicarse mejor en el mundo del trabajo, a través de la experiencia de autonomía formativa y desarrollo de conocimientos innovadores (VANZUITA, 2021).
Es en este contexto que los jóvenes estudiantes de maestría se sienten presionados a tomar sus decisiones y buscar formación profesional. Por ello, afirmamos que el trabajo de orientación académica y profesional necesita ser cada vez más especializado y competente, con el fin de contribuir a los procesos de transición, nodily, de los estudiantes a nivel de máster.
Las transformaciones en el mundo del trabajo tienen varias características: reestructuración productiva, avance tecnológico, nueva organización del trabajo, mercado laboral extremadamente heterogéneo y exigente (ANTUNES, 2007). En este contexto, a menudo, solo una educación superior o un título de posgrado no es suficiente. En busca de nuevas oportunidades y crecimiento dentro de las empresas, muchos profesionales invierten en
cursos de especialización y cualificación. La maestría en Brasil se caracterizó como un curso en el que, en los últimos años, ha habido un fuerte aumento.
En este sentido, no cabe duda de que la educación es un medio que contribuye a una mejor empleabilidad o al autodiseño. Según los participantes entrevistados, el máster, además de posibilitar la promoción en el trabajo, la mejora y la cualificación, aporta conocimiento y autoconocimiento de la realidad profesional. Como sujetos singulares, los jóvenes se apropian del fenómeno social, modificando significados, aspiraciones y prácticas que se vuelven educativas, interpretativas y que significan su mundo y sus relaciones en su contexto profesional. Es en este aspecto que los estudiantes de maestría tienen un diseño de imágenes que hacen la profesión, así como tienen proyectos, sueños y deseos. Respecto al diseño de la profesión, uno de los entrevistados mencionó que es transformador.
Puede transformar cualquier realidad [...] la escuela, como maestra de jardín de infantes, es un espacio que está al servicio de los niños, y es diferente de ir a una playa, es diferente de la propia familia, que tiene preceptos. Y ahí, todas estas infancias, este servicio que les brindamos, ella tiene que ser respetuosa, tiene que ser ciudadana; si es público tiene que ser democrático, no es un servicio exclusivo, si es en un colegio privado es un servicio exclusivo que el niño ha pagado por la familia, y ella tiene que ser consciente, pero consciente de que está teniendo este derecho, porque su familia quiere. El trabajo puede transformar, pero también puede podar. La imagen que tengo de mi profesión es muy terrible, creo que correcta, porque ella es capaz de estas dos cosas al mismo tiempo (Maestro 1).
Este aspecto para nuestro análisis es fundamental, ya que para los profesionales de la educación uno de los grandes problemas es la devaluación de la profesión. A lo largo de los años, se ha percibido que no hay atención de los jóvenes en la elección de la profesión docente, porque la falta de interés no solo se basa en el rendimiento financiero, sino también porque es una carrera mal considerada y valorada por la mayoría (SOUSA, 2019). Esta pregunta ya fue analizada por Kuenzer y Caldas (2009) cuando destacan los comportamientos de resistencia y retirada del trabajo docente. Los estudios sobre el trabajo docente apuntan a un escenario, en las últimas décadas, provocado por las reformas educativas, en el que el docente es elevado a protagonista de los procesos de reforma y muchas veces culpado de los resultados obtenidos que resultan en la intensificación de su trabajo. El trabajo docente basado en las reflexiones de los autores forma parte de la totalidad del trabajo en el capitalismo, marcado por profundas contradicciones y la doble cara de esta actividad. Una de las caras es que se presenta en un contexto de trabajo precario, caracterizado por pérdida de autonomía intelectual, enfermedad docente, invasión del tiempo de la vida privada de los docentes, bajos salarios, jornadas extendidas, evasión de la enseñanza, lógica de la productividad, contratos temporales, etc.
Esta situación se invierte en la falta de condiciones de trabajo dignas, como propugnan Kuenzer y Caldas (2009), cuando se trata de un conjunto necesario para el desempeño de un trabajo de calidad. La ausencia de estas condiciones acaba provocando la enfermedad de los profesionales y contribuye a que una parte de los docentes piense en abandonar o abandonar efectivamente la docencia. Según una de las afirmaciones, está clara la desmotivación como docente:
Como educador físico, creo que es una profesión un poco fuera de tiempo, agotada por lo que es y dónde estamos, por el bien de ser costeros, porque aquí hay mucho culto al cuerpo hermoso, así que es mucho de eso de la estética. Y creo que la educación física es más que estética, es promoción de la salud. Creo que aquí nuestra área es muy invisible, ¡es ese prejuicio que el educador físico es todo fuerte y tonto! Eso es realmente lo que sucede aquí, porque la gente solo quiere saber sobre estética, no quiere mejorar. De los que conozco, son pocos los que realmente se preocupan por su calidad de vida profesional por la calidad de vida de los estudiantes, el resto solo quiere mostrar resultado. Y eso me parece preocupante (Maestro 2).
Se sugiere, en este caso, que la devaluación acabe afectando a la docencia, provocando la búsqueda de otra profesión en la que puedan desempeñarse y elevar su autoestima. El concepto de educación en la enseñanza del máster o un curso de postgrado stricto sensu se centra en el aprendizaje y el logro de las habilidades académicas y profesionales del estudiante que le permitirán desarrollar su proyecto personal y profesional. En este sentido, en definitiva, la experiencia de participar en cursos de postgrado stricto sensu puede proporcionar oportunidades de inserción profesional de forma planificada, si aún no está inserta en el mundo laboral. Otros jóvenes estudiantes de maestría tienen una buena imagen de la profesión y hacen un punto de referencia, como en las siguientes declaraciones:
Mi profesión es de suma importancia. Vuelvo a la profesión de pedagogo, que es mi formación inicial. Hoy soy supervisor, pero soy profesor. Y luego es de una importancia increíble. Así que creo que esta importancia es muy buena, de ver la profesión docente como fundamental para el desarrollo de todas las demás áreas. En la educación básica, que es mi papel como docente, es fundamental. No se puede tener una clase a distancia con educación básica, hay que tener la presencial. La educación a distancia para la educación superior es incluso factible y posible, porque lo académico es un poco más maduro. Hay investigaciones que probarán o no mi discurso, pero en la escuela primaria, el intercambio de experiencias con el otro es importante, por lo que la profesión docente es importante (estudiante de maestría 3).
Particularmente tengo una buena imagen de mi profesión. Solo que la mayoría de la gente no lo ve positivamente, lo ve como una línea de escape, hace de la pedagogía una línea de escape. Pero, particularmente, tengo una buena imagen, porque me gusta lo que hago. A través de la educación podemos cambiar mucho (Máster 4).
En el máster, además de buscar la superación y la especialización, los jóvenes estudiantes de máster también buscan el crecimiento personal, la realización de nuevas habilidades y destrezas que les permitan ampliar las prácticas e intereses profesionales. Ante este escenario, se plantean nuevos retos respecto a los factores de la transición de la universidad o el máster al mundo laboral, ya que estos factores también se verifican en otros estudios como el de Silva; Bardagi (2016), Sousa (2019) y Oliveira (2005).
Como anhelan cambiar de área, tener estabilidad, mayor cualificación u obtener un máster para ingresar a un doctorado, el esfuerzo es intenso para asistir al curso y llevar a cabo sus proyectos futuros. Los estudiantes demostraron que tienen sueños y pretenden insertarse en la educación superior: "Ser docenter en alguna universidad, con alguna especialización. Creo que es demasiado pronto para pensar en un doctorado, pero siempre fue la idea terminar mi maestría y comenzar un doctorado" (Estudiante de Maestría 2).
Del mismo modo, otro estudiante de máster hace hincapié en esta posibilidad: "Me gustaría seguir estudiando, continuar con el doctorado, pero me gustaría todavía, quizás este año, conciliar el trabajo con los estudios. Lo único que me falta es el recurso financiero" (Maestría 5). Los proyectos son variados, pero la mayoría han demostrado que les gustaría insertarse en la enseñanza. Otro maestro de maestría también enfatiza este deseo: "Continuar en la clínica, porque es algo que me encanta hacer, y enseñar" (Maestro de Maestría 6). Estas motivaciones también aparecen en los participantes que se graduaron de los programas de posgrado stricto sensu en educación de dos universidades públicas de Bahía, en la investigación realizada por Soares y Cunha (2010). Esta experiencia representó, además de la posibilidad de ascensión profesional y financiera, maduración intelectual, mayor base para el ejercicio de la práctica educativa, resignificación de sus prácticas en la educación básica.
Estos autores mencionan que es interesante darse cuenta de que aprender a hacer investigación, que incluso puede estar asociado con lo que los participantes de nuestra investigación ponen (realización de nuevas competencias y habilidades, permitiendo la expansión de las prácticas e intereses profesionales), incluidas las prácticas en la enseñanza de la educación superior, tendría que ser el principal logro de la experiencia experimentada. Soares y Cunha (2010), en este aspecto, registran la extrañeza de algunos egresados frente a este tema y la información que nunca habían reflexionado sobre tal acción, cuando ninguno de los participantes se refiere a la formación inicial específica para la docencia universitaria, revelando la ausencia de una cultura de formación docente, culminando en un escaso reflejo de su profesionalización, ya que se trata de una formación específica de alto nivel.
Además, según estos autores, es importante señalar que "[...] la reflexión y la crítica sistemáticas, entre pares, y el desarrollo de proyectos de investigación-acción sobre la propia práctica docente, dentro de departamentos y facultades, no aparecen como experiencias de educación continua" (SOARES; CUNHA, 2010, p. 66). Este hecho debe reflejarse incluso en la experiencia de la pasantía docente, que es una práctica que puede ampliar el alcance del conocimiento de la labor docente y constituir una educación continua específica.
Este estudio también se ocupa de reflexionar sobre la orientación educativa o profesional. En primer lugar, es necesario distinguir estos conceptos para aclarar el tipo de orientación a la que se refieren los estudiantes de máster en sus narrativas. Según Brasil et al. (2012, p. 120), el mundo del trabajo hoy impone nuevas exigencias, que requieren una nueva posición de los individuos frente a las decisiones profesionales, un momento que no se limita específicamente al período de elección de una profesión, o solo a la graduación, sin embargo, si "[...] extenderse a lo largo de toda la trayectoria laboral (inserción en el mercado laboral; permanencia, desarrollo y transición profesional; nuevos cursos de actualización, desconexión y jubilación), exigiendo así continuas reflexiones y reposicionamiento durante la vida profesional".
El papel de la orientación profesional se configura, en estos casos, en un "[...] un conjunto de acciones que tienen como objetivo ayudar a los jóvenes y adultos a reflexionar y posicionarse frente a una elección profesional, establecida críticamente, que respeta los deseos y posibilidades personales y sociales" (BRASIL et al. , 2012, p. 125). La orientación profesional se puede realizar en la escuela secundaria, pregrado, posgrado, procesos de trabajo, jubilación, en diversos momentos de la vida, con el fin de facilitar los procesos de elección, inserción profesional y desarrollo profesional.
Luna (2012, p. 114) es una autora expresiva, porque contribuye a nuestra reflexión al señalar que los procesos de orientación profesional tienen la premisa de beneficiar, en vista de todo su "[...] desarrollo (autoconocimiento, trabajo/identidad, información profesional), opciones profesionales más autónomas". Con este fin, menciona que las responsabilidades del proceso de orientación resultan en "[...] identificación y cuestionamiento del poder de los demás, y su asociación con sistemas de significado diferentes y antagónicos, para determinar el futuro personal y profesional de los individuos atendidos" (GAULEJAC, 2007 apud LUNA, 2012, p. 114). Por ello, los profesionales necesitan reflexionar que sus carreras deben ser estudiadas, planificadas y estructuradas, lo que permite tener una visión más general e integral de las condiciones en las que se encuentra el profesional, permitiendo definir dónde se quiere
llegar y qué se debe hacer para alcanzar los objetivos que tiene el individuo, tanto para su vida profesional como personal.
Por otro lado, la orientación académica, que también forma parte del sistema educativo, busca contribuir a los estudiantes en su trayectoria académica y en el proceso de enseñanza- aprendizaje, generalmente identificando conflictos y problemas para crear soluciones en la superación de obstáculos en este proceso. García (1999) nos ayuda a discutir el concepto de orientación académica en la formación docente. Este autor señala que el docente, además de ser experto en una o más áreas disciplinares (dominio de contenidos, conceptos y estructura disciplinar), tiene conocimientos didácticos, paradigmas, y tiene una formación pedagógica completa. Este conocimiento –sintáctico y didáctico– consiste en una orientación que predomina en la educación superior. Por ello, García (1999) subraya que los docentes no son sólo especialistas en contenidos, sino sujetos competentes capaces de seleccionar y decidir qué competencia es la más adecuada para cada situación y otras orientaciones significativas. Así, en esta investigación, se entiende que los estudiantes de máster cuando son interrogados sienten la necesidad de orientación y en qué momentos, registran en sus declaraciones la comprensión de la orientación académica de acuerdo con las declaraciones:
Sí, no puedes estar sin él. Siempre necesitamos orientación [...]. Por mucho que tengan libros y varios artículos que te enseñen a hacer tesis y disertación, si no tienes una guía de alguien que tenga más experiencia, más experiencias, te pierdes. Así que es extremadamente importante. Aparte del asesor, también tenemos a nuestros compañeros, los profesores de las disciplinas, por lo que cualquier ayuda y orientación que se sume es significativa (estudiante de maestría 3).
Siento la necesidad de preguntar durante la clase [...]. Porque cuando hago preguntas en el aula, todos los profesores con los que tengo clase actualmente pueden responderme perfectamente. Así que mis dudas están saciadas allí. No necesito que nadie más me dé orientación. A menos que sea mi asesor de mi disertación (Maestría 6).
Actualmente el mundo del trabajo contemporáneo requiere un nuevo posicionamiento y nuevas habilidades de los individuos frente a las actuaciones profesionales, que ya no se reducen al momento concreto de elegir una profesión, sino que tiene en cuenta la trayectoria de estudio y trabajo a lo largo de la vida, desde su inserción en el mundo laboral hasta los procesos de desarrollo y transición profesional (ALVES, 2018). Estos aspectos requieren procesos de reflexión y reposicionamiento constante durante la vida profesional.
Es precisamente la orientación profesional la que se configura como mediadora o intervencionista para que los estudiantes desarrollen la conciencia necesaria que les permita, en
el escenario académico, comprometerse con los estudios e invertir en formación continua, tanto en el ámbito personal (realización profesional) como en el social (superación de problemas relacionados con la cualificación profesional). La Orientación Profesional, en esta perspectiva, sin duda contribuye a los procesos de autoevaluación con miras a establecer objetivos y metas profesionales a implementar a lo largo de la trayectoria académica y profesional (SANTOS; LUNA; BARDAGI, 2014).
Al final de este estudio uno se pregunta: ¿son posibles estos logros? Para algunos, el presente se presenta como una posibilidad, ya para otros, solo el futuro en su imprevisibilidad marcará los acontecimientos. Por ello, se presenta en la concepción de algunos jóvenes estudiantes de máster, cuando elaboran, simbólicamente o no, en sus proyectos profesionales, la necesidad de un tipo de trabajo que sea más compatible con sus logros, para que puedan vivir más intensa o plenamente. Todas estas ponderaciones se exponen en un movimiento cambiante y complejo al mismo tiempo, como un tejido ininterrumpido y la indigencia de estas relaciones y conexiones, que en sí mismas son inconclusas, es decir, por el movimiento que los propios jóvenes estudiantes de maestría construyen, cruzando y entrelazando los sentidos sobre la educación y el trabajo, sobre sus proyectos, sueños y deseos.
Al final de este estudio podemos afirmar que la conquista de un espacio en el mundo del trabajo depende no solo de un diploma, sino también de características personales, competencias específicas, redes de relaciones y capacidad de adaptación a diferentes demandas laborales. Estas características son requeridas debido a las profundas transformaciones impactantes en la esfera del trabajo, también sentidas en el campo de la educación y la familia, especialmente en las últimas tres décadas, que abarcan el siglo XX y principios del siglo XXI (Antunes, 2007).
No cabe duda de que la necesidad de innovar la creciente competitividad en las organizaciones laborales requiere no solo de profesionales cada vez más especialistas y bien formados, sino cada vez más en constante actualización de las competencias adquiridas en la formación inicial y durante su vida laboral, aumentando su demanda de formación en un máster. Se observa, a través de los resultados de este estudio, que con mayor frecuencia las expectativas de estos jóvenes estudiantes de máster son positivas con respecto a los procesos formativos en el ámbito del máster, en el trabajo, en el área de actividad y en sus variables analizadas. Todos los aspectos verificados y aportados como resultados en el análisis con los estudiantes de máster
también refuerzan el comportamiento de seguir invirtiendo en cualificación profesional y académica para insertarse en el área deseada o para quedarse donde está, construyendo nuevos proyectos de futuro.
Los jóvenes estudiantes de maestría de esta investigación demostraron insatisfactorio relacionado, especialmente, con la conciliación de la educación y el trabajo, lo que puede provocar el deseo de abandonar el curso. Por todo ello, es importante que la universidad se replantee su papel ante estas transformaciones, con el fin de tener en cuenta las dificultades actuales a las que se enfrentan los jóvenes en la transición actual e incluir como parte de las actividades académicas proyectos orientados a la orientación profesional, para que cuenten con un mayor apoyo institucional.
Aunque los estudiantes de maestría aportan en los resultados de la investigación más elementos de orientación académica, y en esta se sugiere falta de comprensión, en la investigación en su conjunto, se percibió que la orientación profesional es extremadamente significativa como un proceso de intervención para reflexionar sobre las elecciones, direcciones a tomar y proyectos de carrera. Para ello, son necesarias intervenciones y acciones orientadoras en los procesos de transición de los estudios en el máster al mundo laboral.
La formación de maestría es un proceso complejo que implica no solo la participación de los estudiantes, sino también la participación de los maestros y la propia institución educativa a través de una estructura organizativa adecuada. Este proceso de transición requiere adaptaciones y ajustes de todos los involucrados. Es en esta compleja realidad educativa que la orientación profesional se convierte en un valor creciente del desarrollo integral de los jóvenes estudiantes de maestría y la mejora misma de la institución educativa.
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IMPACTO DO PROCESSO FORMATIVO NA TRAJETÓRIA LABORAL DE JOVENS MESTRANDOS(AS): NECESSIDADES DE ORIENTAÇÃO EDUCATIVA
IMPACTO DEL PROCESO FORMATIVO EN LA TRAYECTORIA LABORAL DE ESTUDIANTES MAESTROS(AS): NECESIDADES DE ORIENTACIÓN EDUCATIVA
Naiara Gracia TIBOLA1 Tânia Regina RAITZ2 Alexandre VANZUITA3
RESUMO: A presente pesquisa objetivou analisar o impacto da formação continuada na trajetória laboral de jovens estudantes do Mestrado em Educação, de uma universidade comunitária no sul do Brasil, e as necessidades de orientação educativa. A metodologia foi de abordagem qualitativa e a coleta dos dados ocorreu por meio de questionário semiestruturado e entrevista individual. A técnica de análise foi sistematizada pela análise de conteúdo. As expectativas reforçam o desejo desses estudantes em investir na qualificação profissional, pois o projeto é alcançar um doutorado e a maioria quer prosseguir os estudos para futuramente se inserir como docente no ensino superior. A maior dificuldade anunciada pelos(as)
mestrandos(as) foi a possibilidade de conciliar educação e trabalho, o que, às vezes, leva a pensar em abandonar o curso.
PALAVRAS-CHAVE: Estudantes de mestrado. Processo formativo. Orientação educativa.
RESUMEN: Esta investigación tuvo como objetivo analizar el impacto del proceso de capacitación en la trayectoria laboral de los jóvenes estudiantes de la Maestría en Educación, de una universidad comunitaria en el sur de Brasil, y las necesidades de orientación educativa. Su objetivo fundamental era contribuir a los procesos de transición académica y laboral de los jóvenes estudiantes de máster. La metodología fue acercarse cualitativa y la recolección de datos se realizó mediante cuestionario semiestructurado y entrevista individual. La técnica de análisis fue sistematizada por análisis de contenido. Las expectativas refuerzan el deseo de estos estudiantes de invertir en calificación, ya que el proyecto es lograr un doctorado y la mayoría desea continuar sus estudios para insertarse como maestro en la educación superior en el futuro. La mayor dificultad es el momento en que la conciliación de la educación y el trabajo, qué, a veces, lleva a pensar en abandonar el curso.
PALABRAS CLAVE: Estudiantes de maestria. Proceso formativo. Orientación educativa.
In the Brazilian educational context, the analysis conducted by Carrano (2009) pointed out the relevance of studies that investigate the young student in his university condition, bringing up, as one of the examples, researches that are inserted in the context of young students, workers or unemployed. The author comments that we still know little about the schooling and biographical trajectories of university students and how conditions occur after admission, during and after graduation. This fact includes the continuing education processes, in which post-graduate stricto sensu studies are included. In the same way, Corrochano and Nakano (2002) also announce in the bibliographical survey carried out on the theme "Young people, World of Work and Education", the inference about the absence of researches that investigate this theme from the perception of young people who enter increasingly earlier in master's and doctorate courses.
The ways in which young master's students live the transition from the educational and working processes, as well as their future perspectives, need to be considered in the current panorama and in the ever-changing labor structure. In the conjuncture of modern capitalism, new demands for skills and competencies have been put in evidence in the world of work, which affects the ways of hiring workers. In this same perspective, the nefarious and precarious context that the Covid-19 Pandemic has generated in informal work has posed to "self- employed" or so-called "informal" workers the following question: "[...] what will the
quarantine mean for these workers, who tend to be the most rapidly fired whenever there is an economic crisis?" (SANTOS, 2020, p. 16).
The authors Rodrígues-Moreno et al. (2008) suggest that we must bear in mind that global trends present a world of work that is not uniform, so variations (in terms of economic cycles and the logic of production and work organization) do not affect all levels of strata in the same way. For this reason, the quality of university education is an important indicator to evaluate to what extent universities are fulfilling their growing professionalizing function.
One of the main alternatives for professional qualification consists in offering continuing education (refresher courses, specialization and stricto sensu post-graduation courses). According to Silva; Bardagi (2016), since the year 2000 it has been observed that the courses receive more young people, which leads to consider the increase in the direct transition from undergraduate to graduate.
As per the observation of these authors, there has been a growth of the undergraduate and graduate student population among the clients of Career or Educational Guidance. In light of the above, this research is extremely relevant and current, justifying itself from a scientific, theoretical, and social standpoint. It is in this perspective that this study focuses on the continuing education, the working trajectory of young master's degree students and their need for Career Guidance.
In this way, the general objective is to analyze the impact of continuing education on the labor trajectory of young students of the Master's in Education of a communitarian university in the South of Brazil, and the needs of Educational Orientation. It is also important to point out the specific objectives guiding this research: 1) to characterize the profile of Master's in Education students in relation to training and work; 2) to identify the impact of training in the Master's in Education regarding the area of professional activity, training skills and difficulties in reconciling the time between training and work and; 3) to verify the needs of educational or professional guidance for possible intervention processes in the academic and work trajectories.
To develop this research, we used the qualitative approach as a theoretical and epistemological assumption. The instruments for data collection were the semi-structured questionnaire and the individual interview. The analysis technique used was content analysis, according to Bardin (2011) and Franco (2018). The theoretical and conceptual bases were used in order to meet the objectives of this research.
The motivations, values and expectations of graduate students are indicators that can help Master's and Doctoral programs to evaluate their teaching techniques, as well as the possibility of reflecting on the strategies implemented. The creation of tools that help the institution to improve the Programs and their teaching methodological processes is fundamental to understand the public they are aimed at.
Identifying the students' profile in the master's course choice process will inevitably lead to new relationships, since professionalization as a researcher will enable the construction of a new professional identity, taking shape from the elaboration of new knowledge in their area of specialization. When choosing a master's course, several aspects end up interfering in the professional context, such as the personal, contextual and social ones. These aspects are treated by Valério and Souza (2012) as the period of choice for the profession, in which some elements are fundamental for decision making: personal characteristics, specific skills in a given area, the historical context and the sociocultural environment of the subject. The choice for a knowledge area is closely related to the contribution to the development of skills and competencies that guide graduate students' motivations. To analyze the influences of this training, it is important to identify how the master's degree impacts on the processes of knowledge construction in the specific area (Education) and if it establishes dialogue with the demands of the world of work (LUNA; SANTOS; BARDAGI, 2014).
It is essential to consider the current situation of work structures, which are subject to rapid changes in the way young people experience the transition from university to the world of work. In addition to the flexibility of the world of work, affecting the forms of hiring, there is a clear reduction in the supply of formal jobs, especially for young people (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
In this context, master's degrees, suggests Mateo (2005), must present a transversal offer of varied scientific knowledge that favors not only access to the doctorate, with the definition of lines of research, but also the confrontation of specific challenges of the labor world. In Mateo's (2005) perspective, masters programs need to enable actions of preparation, orientation and facilitation of students in their transition processes.
In the current panorama, innovative responses are sought in master's programs (MICHAVILA, 2011), among which, the possibility of social insertion of students in research projects, pedagogical innovation and extension, as well as dialogue with basic education through actions of continued training of teachers in education networks. As a consequence of
sociolaboratory processes, we have seen an increase in the diversity of master's students' profiles, from those who extend their initial undergraduate training, in search of a better specialization, to professionals who return to the classroom with diverse objectives, among them: to recycle themselves, improve working conditions, promotions at work or facilitate professional changes (FIGUERA GAZO; RAITZ; LLANES, 2012).
This conception is essential to understand the diversity of the types of transition in different societies, i.e., marked by the arrival of graduation, insertion in the world of work and after choosing a master's course, which usually generate great expectations, anxieties and insecurities (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003). On the other hand, it promotes the contentment for the completion of another stage of life (OLIVEIRA, 2005).
However, this moment of transition is a new challenge, that is, to leave a known environment, higher education, and move into the world of work composed of new types of relationships and information, especially requiring social skills different from those developed in the academic environment. Seeking continued education in a post-graduation course generates new expectations, with possibilities of building skills and competencies, thus providing the opportunity for self-knowledge and expansion of a field of diverse and heterogeneous socio-professional relationships.
This qualitative research is based on the perspective of Bogdan and Biklen (1994), in which they mention that qualitative research aims to understand the subjects, observing the meanings they elaborate about things and about life, that is, looking for the meanings how they interpret and structure their world. In the first moment of the research, a semi-structured questionnaire was applied to characterize the profile of the 23 (twenty-three) students in the Master's program in education. In the second moment, individual interviews were held with 06 (six) research participants, who had already participated in the first stage. We used two criteria to select the research participants: a) to be up to 34 years old, as discussed by Pochmann (2001) and Pais (2005) when discussing the concept of youth; and b) to be working as a teacher in basic education.
The research was structured by analytical categories associated with the proposed objectives in relation to the object of study of this investigation and according to the content analysis (BARDIN, 2011; FRANCO, 2018): a) Characterization of the profile of young masters students in education and identification regarding training and work; b) Identification of the
knowledge acquired and application in the area of performance: education and work relationship and; c) Image of the profession, personal and professional future work projects: need for educational guidance.
The research subjects were young women and men who attended the Master of Education course at a university in southern Brazil. In this sense, it is understood that youth or youth(s) consists of considering much more than just the age group or an age class, in the sense of restricted age limits, that is, "[...] there is not really a 'social class' formed at the same time by all individuals of the same age group" (GROPPO, 2000, p. 7), thus making youth a "sociocultural representation and a social situation.
Pochmann (2001) justifies this position when he advocates that the expansion of the juvenile age bracket constitutes challenges of the age transition due to what has already been previously commented and that it is necessary to reaffirm: the inflexibility when defining the juvenile age bracket for social and historical reasons of the recognition of youth as a distinct phase from the other phases of life.
In this manner, according to Pochmann (2001), Melucci (2004) and Pais (2005), the age bracket is conceived as a determinant that conditions youth always linked to a transitional phase, generating uncertainty or instability at the moment of transition from adolescence to adulthood. In this sense, the expansion of the age bracket for the present study considers young students of the Master's in Education not only by biological aspects or the age bracket, however, observes them as socio-historical and cultural subjects, perceived through the characteristics of gender, ethnicity, social class, etc. (GROPPO, 2000).
The treatment of the qualitative research data was carried out through important contributions of authors who provided arrangements and bridges to new questions, in short, assisted in the connections and interlocutions in the content analysis. This technique by Bardin (2011) considers three phases: Phase 1) pre-analysis of the material; Phase 2) treatment and categorization of the data and; Phase 3) inferences and interpretative comparisons. In this context, content analysis aims "[...] to produce inferences about verbal and/or symbolic data, but obtained from questions and observations of interest to a particular researcher" (BARDIN, 2011, p. 123).
Therefore, in this study, it was taken into account the message as a principle of content analysis, both verbal and written, in the same way when it was silent, figurative, gestural,
documentary or directly provoked (FRANCO, 2018). In this sense, in the present investigation, it was realized that to produce the inferences, in content analysis (BARDIN, 2011; FRANCO, 2018), it was necessary to relate and build links between the data collected and the theoretical referential.
This topic presents the results found in the investigation about the impacts of the formative process in the labor trajectory of young master's degree students in education and their needs for professional orientation. The content analysis was fundamental for the connection between authors (theories), researcher and subjects (statements or information). In this sense, there follows the discussion and analysis of the semi-structured questionnaire and the interviews developed with the master's students.
The research participants are students in the Graduate Program in Education - PPGE, in the period that comprised the second semester of 2018 and first semester of 2019. In total, 23 master's students participated in the first stage, answering the semi-structured questionnaire, contributing to an interpretation of the research data.
In a second stage, more detailed information was collected from 06 master's students in individual interviews. Of these, 02 were between 22 and 23 years old and 04 between 30 and 34 years old. In this sense, we can say that the profile of most students is that of professionals with recognized work experience, while it can be seen that they are looking for a combination of promotion and more solid theoretical and professional training, since the master's degree in education makes it possible to produce new knowledge. In addition, it is up to the master's degrees to stand out socially and scientifically, with stimulus to new knowledge, enhancing creativity and innovation (SILVA; BARDAGI, 2016).
Of the 23 young master's students, we identified that 14 are women and 9 are men, entering the master's program in education, considering the 02 semesters. Among all the students, 19 chose the master's in education as their first option. Two of them even thought of doing a master's in psychology, but it was not possible. Only two declared that it had not been their first choice. Of these, 18 attend the course partially, 06 attend the course full-time, 13 have
their own funding to attend the master's course, 07 have scholarships, and 02 have family support. 13 students said they chose the course with interest in research, while 08 pointed out the possibility of becoming professionals and 02 did not answer.
As for the analysis of the work situation, we pointed out that 65.1% of the students have more than 5 years of professional experience, 27.9% have never had work experience and only 7% have less than 5 years, which means that they left undergraduate school and immediately entered the master's program. These assume that they were in a hurry to seek knowledge as a researcher, since there is a concern with professional insertion after the course.
Before starting the master's degree, 04 students were unemployed (16.3%), 12 were working full time (54.4%), 04 working part time (19.3%) and 03 students did not answer (10%). These results show the various situations of work experience, since there is heterogeneity regarding education, time, work and professional performance. In relation to this aspect, it was noted in the results the difficulty that young master's students have to reconcile education and work. This fact leads them to experience feelings of anguish, due to dropping out or the possibility of cancelling the course. The area of education among them is highlighted, since they are teachers of early childhood education, special education, physical education, music teacher, and teacher of young people and adults, as well as among them they contain educational counselor, school supervisor, and pedagogical coordinator.
The new and rapid changes in the world of work present several demands in the Brazilian labor market, which has led many to specialize and seek different environments for professional qualification. This context increases or encourages students to search for their highest level credentials, as in the case of master's and/or doctoral degrees (BENDASSOLLI, 2007; RODRÍGUEZ-MORENO et al., 2008), providing opportunities to "change professional areas". In this sense, the research identified that 61% of the participants intend to change area to enter higher education as teachers, with the intention of teaching in universities.
When they were asked about the knowledge acquired in the master's program and the impact on the field of work, some statements demonstrate the challenges they have faced and how they can use these experiences in their professional practice:
Some courses on discourse or written analysis are very interesting. As I deal with the public, those comma issues, those silences, I think we are able to
perceive some things that before we didn't pay attention to. We are able to pay a little more attention, not only to professional issues, but to social ones as well. There are some courses on gender, labor, where you can broaden the discipline (Master's student 2).
I believe that as a psychologist, while I am assisting, there is the issue of the person's own subjectivity, but this person has to be read in the middle. Because there is a system, mainly now, capitalist, liberal, and although this person has his own characteristics, he is inserted in this environment, and this environment influences the way he acts. So I believe that the master's degree helps me to understand this issue that is a little outside the subjectivity of the person, that is in society itself, in the system. This process helps me in my work, I can better understand the environment of this person (Master's student 6).
My line of research is educational practice and my area is early childhood education. I think that the part that will be most applied is the principles. This study of principles says that if I have an image in front of mathematics, I do not like mathematics, but I have to teach it, I will teach it in a way that I do not like, so it is something bad. So, the principle of it, in the end for me it is negative, it is something that has no use, it has no social representation. This is all mathematical knowledge, and when I realize the principle that math exists in a different way, invented for us to live better together, it is a positive principle. There are things that we know that if we have the principle, they will be positive. This is the most practical I could get to develop this capacity to synthesize theories and explain them in these minutes, for example, in a way that is understandable. And then, wow. Is this research? This is research! (Master's student 1).
In the narratives presented, one can see a positive interconnection in the relationship established between education and work. However, another attribute of the master's degree is noted, that is, when it articulates academic life with the behavioral aspects associated with the professional field, as well as other necessary aspects, specifically to the area of work. Master's students search for more knowledge, update and improve themselves in order to supply their professional needs, taking extra courses and specializing in their professional practices.
It is precisely through this reflection that we observe the university as a privileged locus of preparation at a high level for master's students, in the sense of facing the challenges in the world of work. Melo and Borges (2007) suggest, in this case, the university orientation to the world of work as a crucial factor. Dias (2009) considers that people go to university in search of qualification and launch themselves into a reality of uncertainties and insecurities. However, even in the face of so many questions, the offers of academic or professional master's courses can provoke new professional opportunities in contexts of labor precarization, since it enables students to redirect their professional activities, as identified in this research.
It is also necessary to analyze the students' expectations about education and work, that is, to observe the projection of professional performance in the sense of relating theory and practice, besides acquiring new knowledge:
My personal expectation is to return with a degree, but also with a theoretical foundation that I can relate theory to practice. I have been working since I was 14, formally, so it was 16 years of work before I got here for my master's degree, and I have always noticed a gap in my work, both in public and private schools, between theory and practice. And then I realized how cool and possible it would be if we could take some concepts as research and deepen them inside the institution. So I took this leave, but I intend to return with this foundation, but focused on research, even if it is in practice, which in this case would not be in the university field, in an extension course, but in the practice of 40 hours with the children, with all the situation that appears in the age group (Master's student 1).
My expectation is knowledge, to acquire new knowledge, new perspectives, of acting, to achieve new knowledge, to always evolve (Masters student 4).
I used to work only with research, now my intention is to go back to school to be able to work in the pedagogical area, not only in research (Master's student 5).
So, the expectation, always the best possible, but I think it will be very complicated in some time, I think it will only get worse. I am even afraid, but it is what we chose and we will try to fight for, and so, I always think that maybe, even more so in Physical Education, which is theoretically where I can teach, I think that this will only increase this issue of distance learning. So I even think of doing a new undergraduate course, I have always liked the area of physiotherapy, nutrition, to try to be able to permeate these areas so as not to be unemployed (Master student 2).
The change of field may be related to the devaluation of the teaching profession in basic education, as previously mentioned, especially in elementary and high school. In this respect, 02 master's students demonstrate the desire to enter as teachers in higher education: "The expectation is teaching, in higher education. And also the fact of adding knowledge in the area" (Master's student 6). Another master's student states: "I hope to open doors to work in higher education [...] already with my work, I hope to add points in my profession [...] and strengthen my resumé" (Master's student 4). Thus, the desire to migrate to higher education with the perspective of achieving professional valorization appears. In this case, the master's degree has provided young masters students with the opportunity to reflect critically on education and continuing education, as well as on the processes of self-development in the context of graduate studies. The study by Rizatti et al. (2018) shows that adults who make the transition from university-work or market-market need self-knowledge of themselves and the context of the world of work. Career counseling contributes to building career and planning projects in order
to provoke more assertive and appropriate professional insertion processes to work-related values.
Because of the diversity of possibilities that the master's degree in education offers, the continuing education process needs to be observed from a perspective in which it is oriented towards overcoming the applicationist tradition of knowledge (TARDIF, 2002), that is, provoking in the master's students in training what Demo (2005) indicates as "reconstructive questioning", by means of research as a formative principle. In effect, the opportunity to do research and learn about the teaching profession at a stricto sensu level, impacts significantly on the processes of choice and new labor transitions in the scope of teaching, allowing Master's students a better placement in the world of work, through the experience of formative autonomy and the elaboration of innovative knowledge (VANZUITA, 2021).
It is in this context that young master's students feel pressured to make their choices and seek professional training. Therefore, we state that the work of academic and professional guidance needs to be increasingly specialized and competent, in order to contribute to the processes of transition, especially of master's level students.
The transformations in the world of work present several characteristics: productive restructuring, advancement of technology, new organization of work, extremely heterogeneous and demanding labor market (ANTUNES, 2007). In this context, many times, only a higher education diploma or a graduate degree is not enough. In search of new opportunities and growth within companies, many professionals invest in specialization and qualification courses. The master's degree in Brazil has been characterized as a course in which, in the last few years, there has been a strong increase.
In this sense, there is no doubt that education is a means that contributes to a better employability or to self-projection. According to the interviewed participants, the master's degree, besides making possible the promotion at work, improvement and qualification, provides the knowledge and self-knowledge of the professional reality. As unique subjects, young people appropriate the social phenomenon, modifying meanings, aspirations, and practices that become educational, interpretative, and that signify their world and the relations in their professional context. It is in this aspect that the master's students have a drawing of the
image they have of the profession, just as they have projects, dreams and desires. As to the design of the profession, one of the interviewees mentioned that it is transforming.
It can transform any reality [...] the school, as a teacher of early childhood education, is a space that is at the service of childhood, and it is different from going to a beach, it is different from the family itself, which has rules. And there, all these childhoods, this service that we provide for them, it has to be respectful, it has to be a citizen; if it is public it has to be democratic, it is not an exclusive service, if it is in a private school it is an exclusive service that the child has paid for by the family, and the child has to be conscious, but conscious that she is having this right because her family wants it. Work can transform, but it can also prune. The image that I have of my profession is very terrible, I think, right, because it is capable of these two things at the same time (Master's student 1).
This aspect for our analysis is fundamental, since for the professionals in the area of education one of the great problems is the devaluation of the profession. Over the years, it has been noticed that there is no attention from young people in choosing the teaching profession, because the lack of interest is not only based on the financial return, but also because it is a career that is little considered and valued by most (SOUSA, 2019). This issue was already analyzed by Kuenzer and Caldas (2009) when they highlight the behaviors of resistance and giving up the teaching work. Studies on teaching work point out a scenario, in recent decades, caused by educational reforms, in which the teacher is elevated to the protagonist of the reform processes and held responsible, many times, for the results obtained resulting in the intensification of his work. From the authors' reflections, the teaching work is inserted in the totality of work in capitalism, marked by deep contradictions and by the double face of this activity. One of the faces is that it is presented in a context of labor precariousness, characterized by the loss of intellectual autonomy, teacher illness, invasion of teachers' private lives, low salaries, extended working hours, evasion of teachers, the logic of productivity, temporary contracts, and so on.
This situation reverts into a lack of decent working conditions, as argued by Kuenzer and Caldas (2009), when it refers to a set necessary for the performance of a quality job. The absence of these conditions ends up causing the professionals to get sick and contributes to a portion of the teachers thinking of abandoning or effectively quitting the teaching profession. According to one of the statements, the demotivation as a teacher is clear:
As a physical educator, I think it is a profession that is a little outdated, exhausted by what it is and where we are, by the issue of being on the coast, because here there is a lot of the cult of the beautiful body, so, it is a lot of that aesthetic thing. And I think that Physical Education is more than aesthetics, it is health promotion. I think that here our area is very badly seen, it is that pre- judgment that physical educators are all strong and stupid! That is really what
happens here, because people only care about aesthetics, they don't want to improve themselves. Of those that I know, there are few who really care about their professional quality for the quality of life of the students, the rest just want to show results. And I find this worrying (Master student 2).
It is suggested, in this case, that devaluation ends up affecting teaching, causing them to seek another profession in which they can fulfill themselves and raise their self-esteem. The conception of education in the teaching of a master's degree or a stricto sensu graduate course focuses on the student's learning and achievement of academic and professional skills that will allow him/her to develop his/her personal and professional project. In this sense, ultimately, the experience of participating in stricto sensu post-graduation courses can provide the opportunity for professional insertion in a planned way, if not yet inserted in the world of work. Other young master's students have a good image of the profession and make a point of referencing it, as in the statements below:
My profession is of extreme importance. I go back to the pedagogical profession, which is my initial training. Today I am a supervisor, but I am a teacher. And there it has an incredible importance. So, I think that this importance is very good, to see the teaching profession as being fundamental for the development of all the other areas. In basic education, which is my function as a teacher, it is fundamental. You can't have distance learning with basic education, you have to have face-to-face teaching. Distance education for higher education is even feasible and possible, because the academics are a little more mature. There are studies that will prove or disprove my statement, but in basic education, the exchange of experiences with others is important, that is why the teaching profession is important (Master student 3).
I particularly have a good image of my profession. But most people don't see it positively, they see it as an escape line, doing pedagogy as an escape line. But, I particularly have a good image, because I like what I do. Through education we can change a lot of things (Master's student 4).
In the master's program, in addition to seeking improvement and specialization, young master's students also seek personal growth, the achievement of new skills and abilities that allow them to expand their professional practices and interests. In view of this scenario, new challenges are posed regarding the factors of transition from university or master's degree to the world of work, since these factors are also verified in other research such as those of Silva; Bardagi (2016), Sousa (2019) and Oliveira (2005).
As they yearn to change fields, have stability, higher qualification, or get a master's degree to enter a doctorate, the effort is intense to attend the course and realize their future projects. The students showed that they have dreams and intend to enter higher education: "To be a teacher in some university, with some specialization. I think it is too early to think about a
doctorate, but it was always the idea to finish the master's degree and start a doctorate" (Master's student 2).
In the same way, another master's student points out this possibility: "I would like to continue studying, to continue with the doctorate, but I would like to still, maybe this year, reconcile work with my studies. The only thing I'm missing is financial resources" (Master's student 5). The projects vary, but most of them have shown that they would like to enter the teaching profession. Another master's student also emphasizes this desire: "To continue in the clinic, because it is something I love to do, and teaching" (Master's student 6). These motivations also appear in participants graduating from postgraduate stricto sensu programs in education at two public universities in Bahia, in the research conducted by Soares and Cunha (2010). This experience represented, in addition to the possibility of professional and financial advancement, intellectual maturation, greater grounding for the exercise of educational practice, and a redefinition of their practices in basic education.
These authors mention that it is interesting to realize that learning how to do research, which may even be associated with what the participants of our research put forward (achievement of new skills and abilities, enabling the expansion of professional practices and interests), including practices in higher education teaching, would need to be the main achievement of the experience. Soares and Cunha (2010), in this aspect, register the strangeness of some graduates facing this theme and the information that they had never reflected on such action, when none of the participants refers to the specific initial training for university teaching, revealing the absence of a culture of teacher training, culminating in a scarce reflection on their professionalization, since it is a specific high-level training.
Still, according to these authors, it is relevant to note that "[...] systematic reflection and criticism, among peers, and the development of action-research projects on the teaching practice itself, within departments and faculties, do not appear as continuing education experiences" (SOARES; CUNHA, 2010, p. 66). This fact should be reflected even in the experience of the teaching internship, which is a practice that can expand the scope of knowledge of the teaching work and constitute specific continuing education.
This study is also concerned with reflecting on educational or professional orientation. First, it is necessary to distinguish these concepts to clarify the type of guidance that master's students refer to in their narratives. According to Brasil et al. (2012, p. 120), the world of work nowadays places new demands, which require a new positioning of individuals facing professional decisions, a moment that is not restricted specifically to the period of choosing a profession, or only to graduation, however, they "[...] extend throughout the entire work
trajectory (insertion in the labor market; permanence, development and career transition; new courses for updating, termination and retirement), thus requiring continuous reflections and repositioning during the professional life".
The role of career counseling is configured, in these cases, in a "[...] set of actions that aim to help young people and adults to reflect and position themselves before a professional choice, established critically, that respects personal and social desires and possibilities" (BRASIL et al., 2012, p. 125). Career counseling can be carried out in the context of high school, undergraduate, graduate, labor processes, retirement, at various times in life, in order to facilitate the processes of choice, professional insertion, and career development.
Luna (2012, p. 114) is an expressive author, because he contributes to our reflection by pointing out that the processes of career guidance have as a premise to benefit, facing all its "[...] development (self-knowledge, work/identity, professional information), more autonomous professional choices". To this end, he mentions that the responsibilities of the guidance process result in "[...] identifying and [n]o questioning the power of others, and its association with different and antagonistic systems of meaning, in determining the personal and professional future of the individuals assisted" (GAULEJAC, 2007 apud LUNA, 2012, p. 114). Therefore, professionals need to reflect that their careers must be studied, planned and structured, which enables them to have a more general and comprehensive view of the conditions in which the professional finds himself, allowing them to define where they want to go and what must be done to achieve the goals that the individual has, both for his professional and personal life.
Academic guidance, on the other hand, which is also part of the teaching system, seeks to contribute with students in their academic trajectory and in the teaching-learning process, usually by identifying conflicts and problems in order to create solutions to overcome obstacles in this process. Garcia (1999) helps us when discussing the concept of academic orientation in teacher education. This author emphasizes that the teacher, besides being a specialist in one or several disciplinary areas (mastery of content, concepts and disciplinary structure), possesses didactic and paradigmatic knowledge, and has a complete pedagogical training. This knowledge
- syntactic and didactic - consists of an orientation that predominates in higher education. Therefore, Garcia (1999) points out that teachers are not only content experts, but competent subjects who are able to select and decide which competence is the most appropriate for each situation and other significant orientations. Thus, in this research, it is understood that the master's students when they were asked if they feel the need for guidance and at what times,
registered in their statements the understanding of academic guidance according to the statements:
Yes, we can't do without. We always need orientation [...]. Even though there are books and several articles that teach how to do thesis and dissertation, if you don't have an orientation from someone who has more experience, more experiences, you get lost. So it is extremely important. Besides the supervisor, we also have our peers, the teachers of the disciplines, so any help and guidance that adds up is significant (Master student 3).
I feel the need to ask questions during the class [...]. Because when I ask questions inside the classroom, all the professors with whom I currently have classes can answer me perfectly. So my doubts are answered there. I don't need another person to give me guidance. Except my dissertation advisor (Master's student 6).
Currently, the contemporary world of work demands a new positioning and new skills from individuals when facing professional performances, which are no longer reduced to the specific moment of choosing a profession, but take into consideration the trajectory of study and work throughout life, from their insertion in the world of work to the processes of career development and transition (ALVES, 2018). These aspects demand processes of constant reflection and repositioning during one's professional life.
It is precisely the professional orientation that is configured as a mediator or intervener so that students develop the necessary awareness that enables them, in the academic scenario, to commit to their studies and invest in a continued education, both personally (professional achievement) and socially (overcoming problems related to professional qualification). The Career Guidance, in this perspective, contributes, without a doubt, in the processes of self- assessment in order to establish objectives and professional goals to be implemented throughout the academic and professional trajectory (SANTOS; LUNA; BARDAGI, 2014).
At the end of this study, one wonders: are these achievements possible? For some, the present presents itself as a possibility, while for others, only the future in its unpredictability will mark the events. Therefore, it is presented in the conception of some young master's students, when they elaborate, be it symbolically or not, in their professional projects, the need for a type of work that is more compatible with their accomplishments, so that they can live more intensely or fully. All these considerations are exposed in a changing and complex movement at the same time, like an uninterrupted weaving and weaving of these relations and connections, which in themselves are unfinished, that is, by the movement that the young master's students themselves build, crossing and intertwining the meanings about education and work, about their projects, dreams and desires.
At the end of this study, we can affirm that the conquest of a space in the world of work does not depend only on a diploma, but also on personal characteristics, specific skills, networks of relationships, and the ability to adjust to different work demands. These characteristics are required due to the profound transformations impacting the sphere of work, which have also been felt in the field of education and family, especially in the last three decades, which span the 20th century and the beginning of the 21st (Antunes, 2007).
There is no doubt that the need to innovate the growing competitiveness in labor organizations requires not only increasingly specialized and well-trained professionals, but increasingly in constant updating of the skills acquired in their initial training and during their working life, increasing their demand for training in a master's degree. It can be seen, through the results of this study, that more often than not the expectations of these young master's students are positive with regard to the formative processes in the scope of the master's degree, at work, in the area of work and in the variables analyzed. All the aspects verified and brought as results in the analysis with the master's students also reinforce the behavior of continuing to invest in professional and academic qualification to enter the desired area or to stay where they are, building new future projects.
The young master's students in the present study demonstrated dissatisfactions related, especially, to reconciling education and work, which can cause the desire to abandon the course. For all these reasons, it is important for the university to rethink its role before these transformations, in the sense of taking into account the current difficulties faced by young people in the current transition and include as part of the academic activities projects aimed at career guidance so that they have greater institutional support.
Although the master's students bring in the research results more elements of academic guidance, and in this suggests a lack of understanding, in the research as a whole, it was perceived that career guidance is extremely significant as an intervention process to reflect about the choices, the directions to take and the career projects. To this end, interventions and guiding actions are necessary in the processes of transition from master's studies to the world of work.
The master's program is a complex process that involves not only the participation of the students, but also the participation of professors and the educational institution itself by means of an adequate organizational structure. This transition process requires adaptations and adjustments from all those involved. It is in this complex educational reality that career
guidance becomes an added value in the integral development of young master's students and in the improvement of the educational institution itself.
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Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva