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Bartolomeu de Las Casas: A arte da oratória e a educação pelo exemplo
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1148-1161, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1148
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: A ARTE DA ORATÓRIA E A EDUCAÇÃO PELO
EXEMPLO
BARTOLOMÉ DE LAS CASAS: EL ARTE DE LA ORATORIA Y LA EDUCACIÓN POR
EL EJEMPLO
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: THE ART OF RHETORIC AND EDUCATION BY
EXAMPLE
Christina Aparecida SANTOS
1
José Joaquim Pereira MELO
2
RESUMO
: O processo de conquista e de colonização da América, ocorrido entre os finais do
século XV e o início do século XVI, foi marcado por conflitos entre o Velho e o Novo
Mundo. Em meio às tensões, com a importante participação de Bartolomeu de Las Casas,
buscava-se equalizar um modo educativo para conduzir a suposta civilização do nativo
americano e sua catequização. Na proposta desse frei dominicano, o mestre pregador seria o
responsável direto pelo processo de cristianização/formação, devendo, para desempenhar sua
função, ter características bem específicas: boa oratória, vida exemplar, mansidão, amor e
doçura. Em seu livro
Único modo de atrair todos os povos à verdadeira religião (1942)
, Las
Casas elaborou uma espécie de manual com orientações pedagógicas para os freis da Ordem
de São Domingos, fundamentando-se na concepção de que o nativo tinha racionalidade e,
portanto, poderia ser cristianizado por meios pacíficos, o que era incompatível com as ações
dos colonizadores. Neste artigo, o objetivo é analisar o modo como Las Casas entendia o
trabalho do mestre pregador e as características que ele considerava necessárias para que este
pudesse atender às novas necessidades, sobretudo, as da cristianização/formação e submissão
do nativo americano naquele momento.
PALAVRAS-CHAVE
: Bartolomeu de Las Casas. Mestre pregador. Nativo. Educação pelo
exemplo.
RESUMEN
:
El proceso de la conquista y de la colonización de América, ocurrido entre el
final del siglo XV y el inicio del siglo XVI, fue marcado por conflictos entre el Viejo y el
Nuevo Mundo. En medio a las tensiones, con la importante participación de Bartolomé de las
Casas, se buscó ecualizar un modo educativo para conducir la supuesta civilización del
nativo americano y su catequización. En la propuesta de este fray dominicano, el maestro
pregonero sería el responsable directo por el proceso de cristianización/formación, y
debiera, para desempeñar su función, tener las características muy específicas: buena
oratoria, vida ejemplar, mansedumbre, amor y dulzura. En su libro El único modo de atraer
a todos los pueblos a la verdadera religión (1550, 1942), Las Casas elaboró una especie de
1
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brasil. Professora no Departamento de Ciências.
Doutora em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4746-166X. E-mail: christinaas20@gmail.com
2
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brasil. Professor no Departamento de Fundamento
da Educação e do Programa Pós-Graduação em Educação. Doutorado em História. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-0743-8000. E-mail: pereirameloneto@hotmail.com
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Christina Aparecida SANTOS e José Joaquim Pereira MELO
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manual de orientaciones pedagógicas para los frailes de la Orden de Santo Domingo, en el
que se fundamenta en la concepción de que el nativo tenía la racionalidad y, por lo tanto,
podría ser cristianizado por los medios pacíficos, lo que era incompatible con las acciones de
los colonizadores. En este artículo, el objetivo es analizar el modo como Las Casas entendía
el trabajo del maestro pregonero y las características que él consideraba necesarias para
que este pudiera atender a las nuevas necesidades, sobretodo, a las de la
cristianización/formación y sumisión del nativo americano en aquel momento.
PALABRAS CLAVE
:
Bartolomé de las Casas. Maestro pregonero. Nativo. Educación por el
ejemplo.
ABSTRACT
:
The conquest and colonization of America between the late 15
th
century and the
beginning of the 16
th
have been marked by conflicts between the Old and New World. In the
midst of such tensions and with the relevant participation of Bartolomé de las Casas, a type of
education had to be found to introduce and catechize the American native into a supposed
civilization. The Dominican friar´s proposal insisted that the preacher would be the person
directly responsible for the process of Christianization/formation and he should have specific
features to perform his task well, namely, a good rhetoric, an exemplary life, meekness, love
and sweetness. In his book The Only Way (c. 1550, 1942), Las casas prepared a handbook of
pedagogical guidelines for the friars of the Order of Preachers, based on the idea that the
American native was endowed with reason and could be Christianized in a peaceful way,
which was incompatible with the conquistadores´ modes and activities. Current paper
analyzes how Las Casas understood the task of the preacher and the characteristics he
considered necessary to comply with the novel needs, especially Christianization/formation
and the submission of the Native American at that specific instance.
KEYWORDS
:
Bartolomeu de las Casas. Preacher. American Native. Education by example.
Introdução
A conquista e a colonização da América, ocorridas entre 1492 e 1556, compuseram
um dos eventos mais importantes da História Moderna. O contato entre o Velho Mundo e o
Novo Mundo foi conflituoso e tenso, sobretudo, porque envolveu o encontro de homens
muito distintos em termos de organização social, cultural e religiosa.
Com a justificativa de levar a fé cristã aos territórios descobertos e apresentando-a
como missão divina, os colonizadores, em busca do ouro e de outras riquezas, invadiam as
terras onde viviam os nativos e os submetiam, empregando a violência armada. O processo
não se fez sem resistência, mas, pela forma diferenciada de fazer a guerra, pelas armas
rudimentares com que os nativos enfrentavam as armas de fogo e até mesmo a arma
bacteriológica, o resultado foi um verdadeiro genocídio.
Supondo-se superiores, os espanhóis perguntavam-se sobre a natureza dos nativos,
que, não raras vezes, eram entendidos como seres irracionais e incivis. Eram homens? Tinham
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capacidade de aprender? Como “civilizá
-
los”? Como cristianizá
-los? O modo como os
concebiam era o que fundamentava suas ações. Assim, considerar os nativos seres irracionais
justificava a guerra desencadeada para a submissão, a cristianização e a obtenção das
riquezas, a exemplo do que ocorrera na época da Reconquista, entre 718 e 1492.
No entanto, outros entendiam os nativos como seres racionais. Nessa vertente, destaca-
se Bartolomeu de Las Casas
3
, um frei dominicano que, desde sua conversão, dedicou-se a
fundamentar a defesa da racionalidade dos nativos e a propor um modo diferenciado de
tratamento e de cristianização/formação desses homens.
Em 1513, depois de ouvir um sermão do dominicano Antônio de Montesinos (1475-
1540), Las Casas passou a afirmar que a mensagem evangélica estava em desacordo com a
violência adotada no processo de conquista e colonização, defendendo desde então a
racionalidade do nativo e um modo pacífico para sua cristianização e submissão. Com uma
voz dissonante, atuou de modo significativo, escrevendo tratados, cartas, opúsculos contendo
apelos à coroa e denúncias dos abusos cometidos pelos colonizadores.
Em 1542, elaborou um manual de orientação pedagógica para os religiosos de sua
ordem e atribuiu importância significativa ao mestre pregador, que seria o grande responsável
pela cristianização e pela submissão dos nativos. Além de orientá-lo a utilizar boa oratória
para atrair o nativo, ele propôs um modo de cristianização/formação fundado no amor, na
doçura e na mansidão. Ao mesmo tempo, alertava para que o mestre adotasse uma “vida reta”,
educando pelo exemplo.
O modo de cristianização/formação e o mestre pregador
O modo de cristianização/formação proposto por Las Casas fundamentava-se na
defesa da racionalidade nativa e da irmandade divina. Sendo filhos do mesmo Deus dos
europeus, os nativos teriam condições racionais para assimilar e dar seu assentimento aos
ensinamentos da fé. Para tanto, era necessário atrair sua vontade, dar-lhes tempo, liberdade.
Por sua propensão natural para o bem, eles poderiam entender o que era proposto como digno
de cren
ça: “[...] que se convença com razões a inteligência de quem tem de ser instruído na fé
e religião cristã; que por reflexão e investigação lhe pareça bom e útil aquiescer ou assentir a
essa parte” (LAS CASAS, 2005, p. 67).
3
Nasceu em Sevilla, no ano de 1474. Religioso, teólogo, bispo de Chiapas, México, era defensor dos nativos
americanos. Dirigiu-se para a América em 1502, como clérigo, obtendo terras e nativos. Fez inúmeras viagens
para a Espanha, sempre procurando defendê-los junto à Corte Espanhola. Decepcionado, voltou definitivamente
para a Espanha em 1547, onde continuou a defender o nativo americano. Morreu em Madrid, no ano de 1566.
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Em sua proposta, considerava imprescindíveis o trabalho incansável e o empenho do
mestre pregador, que deveria ter atributos específicos para realizar tarefa tão difícil.
Em suas reflexões, Las Casas fundamentou-se nas
Súmula Teológica
de Santo Tomás
de Aquino (1225-1274), especialmente em suas discussões sobre fé e razão e sobre o processo
de compreensão e de assimilação das verdades cristãs. Para Tomás de Aquino, razão e fé
estavam intimamente relacionadas e se complementavam mutuamente. Por razão natural, ele
entendia a capacidade pela qual o homem eleva seu espírito às verdades que precisa alcançar.
Ao mesmo tempo, ponderava que, amparado apenas nessa capacidade, o homem não teria
condições de atingir seus objetivos epistemológicos, ou seja, alcançar as verdades superiores,
a verdade divina, devendo, portanto, requisitar a aquiescência da fé. O mesmo Deus, em sua
generosidade suprema, iria ao encontro do homem, o acolheria e o ajudaria em suas
limitações, criando condições para sua elevação aos domínios das verdades superiores.
Em Tomás de Aquino, a relação entre razão e fé, filosofia e teologia, não se referia
apenas à caminhada do homem para Deus: abrangia a própria edificação do saber, cuja
plenitude só se realizaria quando o homem chegasse às verdades supremas. Mesmo sendo
instâncias distintas, filosofia e teologia eram imprescindíveis: de um lado, a conquista do
conhecimento das verdades divinas indicava que o objetivo epistemológico tinha chegado a
bons termos; de outro, tal objetivo não era um mero recorte especulativo, correspondia a uma
vivência religiosa com a transcendência.
Considerando a afinidade entre os dois saberes, ele destaca o direcionamento da
filosofia para a teologia e a relação de mutualidade entre elas, mas, na escala de importância,
a teologia estaria em posição mais elevada. Dessa perspectiva, a aceitação de verdades da fé
que passavam ao largo da lógica da filosofia reivindicava a efetividade da fé. Caso se
satisfizesse apenas com a luz natural, o que significava a negação da fé, o sábio obstaculizaria
seu caminhar epistemológico. O saber patrocinado pela teologia não divergia daquele que era
assimilado por meio da razão, ou seja, ia ao encontro da filosofia. Nessa relação dinâmica
entre razão e fé, nesse processo de interação, se realizaria a plenitude do conhecimento das
verdades do sagrado. Portanto, a teologia se evidenciava como a última escala do exercício
especulativo, mostrando o alcance da verdade divina, assim como as premissas que
afiançavam o saber filosófico (MELO, 2019, p. 86-87).
Com tal fundamentação, Las Casas argumentava que o processo de aprendizagem
acontecia de dois modos, um, denominado de modo natural, e outro, de modo voluntário
(LAS CASAS, 2005, p. 70). No primeiro, o conhecimento era movido pelo próprio objeto,
que seria evidente por si ou se tornaria evidente por meio da demonstração, como ocorria com
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a ciência. No segundo, denominado por ele de voluntário, a inteligência daria seu
assentimento não porque fosse movida pelo próprio objeto, mas porque, por opção, se
inclinaria voluntariamente para a aprendizagem. É nesse segundo modo que o dominicano
enquadra os conhecimentos da fé cristã.
Como o objeto de conhecimento não era evidente por si, o mestre pregador teria que
atrair a vontade do nativo, o que faria com que a inteligência se determinasse a aceitá-lo,
mesmo que não o reconhecesse como evidente. É por isso que os homens, inclusive os
nativos, por terem as condições de, voluntariamente e de propósito, raciocinar sobre as
verdades apresentadas, deveriam, segundo o dominicano, ser considerados racionais (LAS
CASAS, 2005). O mestre pregador era responsável por ativar essa vontade de crer:
O homem, pois, precisa de alguém que o ative, um guia ou pregador que do
exterior o leve a crer por meio da instrução, da apresentação ou
desenvolvimento das verdades dignas de fé; e com raciocínios fundados,
com exemplos, com semelhanças, como que apontando com o dedo e quase
descrevendo e imprimindo na mente aquilo em que convém crer
(LAS
CASAS, 2005, p. 87).
Para reafirmar a importância do mestre pregador, ele argumentava que Deus poderia se
bastar, mas preferiu contar com os homens para a missão de evangelização:
[...] poderia bastar, se Deus quisesse; no entanto, por lei comum, ao menos
se tratando de adultos, se requer necessariamente o ensinamento exterior, a
instrução, a narração, a exposição, a explanação ou explicação daquilo em
que se tem de crer, para que todo adulto receba a fé e consiga a salvação
(LAS CASAS, 2005, p. 87).
Tendo recebido a instrução e a apresentação das coisas da fé, os nativos raciocinariam
e dariam seu assentimento; entenderiam que se tratava da própria verdade, que, segundo o
dominicano, era Deus. Por sua propensão natural ao bem, os nativos entenderiam que o
proposto lhes era bom e agradável e por isso desejado e aceitável. Nessa formulação, está
implícita a concepção do nativo como bom selvagem. Ou seja, Las Casas compartilhava a
visão mítica do homem americano, divulgada na Europa nos primeiros tempos das
descobertas. Aos povos encontrados nessas terras era atribuído todo tipo de bondade, de
ingenuidade, de pureza.
O conceito aparece nos escritos de viagem de Cristóvão Colombo (1451-1506), que
afirmava que o descobridor havia encontrado o “paraíso terrestre”. Ganhou sistematização e
popularização, supostamente, com o filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que, em
seu livro
Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre os Homens
,
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defendia uma humanidade naturalmente boa, que se modificaria/desvirtuaria com o processo
civilizatório.
Na
Brevíssima Relação da Destruição das Índias
, Las Casas também contribuiu para a
propagação desse conceito no imaginário europeu, o que oportunizou um amplo debate nas
Cortes Espanholas sobre a natureza do nativo americano, tendo em vista justificar a prática
conquistadora/exploradora da América e definir leis que norteariam o processo.
No debate, Las Casas passou a defender a ideia de que, sendo tratado com brandura e
mansidão, o nativo seria docilizado, aceitaria as novas condições e se submeteria com mais
facilidade a elas.
O mestre pregador deveria atrair a vontade dos nativos, apresentando-lhes os
ensinamentos religiosos de modo amável, manso, brando. Ou seja, dentre os meios adotados
pelos missionários para atrair o nativo, estava o de cativar sua simpatia por meio do carinho
(BORGES, 1992, p. 574). Com esse objetivo, Las Casas dividia a essência da pregação em
cinco partes.
Fundamentando-se em São João Crisóstomo
4
, ele explica a primeira: “[...] é que os
ouvintes, principalmente os infiéis, vejam que os pregadores da fé não têm nenhuma intenção
de adquirir domíni
o sobre eles com a pregação” (LAS CASAS, 2005, p. 159). Ou seja, os
pregadores não poderiam deixar que os ouvintes percebessem a intenção de domínio, caso
contrário, rejeitariam os pregadores.
A segunda parte consistia em deixar evidente aos ouvintes, principalmente aos infiéis,
que a ambição de ter não movia os apóstolos (LAS CASAS, 2005, p. 159). Assim,
aconselhava os mestres a renunciar à ambição de ter, pois isso seria um empecilho para atrair
a vontade dos nativos.
A terceira e a quarta partes referem-se ao tratamento a ser dado pelos mestres
pregadores. Contrário à guerra, ele entendia que a forma pacífica é que deveria ser adotada
para o convencimento dos nativos e sua possível dominação.
A terceira parte consiste em que os pregadores se comportem de tal maneira
que sejam dóceis e humildes, afáveis e tranquilos, amáveis e benévolos ao
falar e conversar com seus ouvintes, especialmente com os fiéis (LAS
CASAS, 2005, p. 160).
A quarta parte da forma de pregar, mais necessária que as outras, ao menos
para que a pregação seja proveitosa ao pregador, claramente se colige de
tudo isso. Ela é o amor de caridade com que Paulo acolhia todos os homens
do mundo para que fossem salvos (LAS CASAS, 2005, p. 162).
4
João Crisóstomo (347-407), bispo de Constantinopla, foi um dos importantes representantes do cristianismo
primitivo.
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Para explicar a quinta parte, que seria a do exemplo, ele reiterava que não bastavam as
atitudes de mansidão, amor, brandura e caridade:
Já se evidencia com clareza que a quinta parte da forma de pregar o
evangelho, a saber, uma vida exemplar resplandecente por obras de virtude,
e sem ofensa de ninguém, totalmente correta, por todos os lados. Pois quem
ensina deve ser exemplo de suas palavras (LAS CASAS, 2005, p. 165).
Argumentando que os espanhóis haviam sido escolhidos pela “Divina providência”
para levar a fé cristã aos que ainda não a conheciam, já que os nativos buscavam meios
diversos de resistência, afirmava que os nativos se atrairiam pelo modo como os religiosos
viviam, por suas virtudes e obras religiosas e buscariam imitá-los:
Esta quinta parte é a vida justa, irrepreensível, exemplar e santa com a qual
deve brilhar aquele que reconhece ter recebido a missão de anunciar o
Evangelho e se considera o enviado para iluminar os povos. Vida justa, isto
é, sem queixa de ninguém, nem ofensa, mas sim convivendo com todos
simplesmente, não dando motivo a que ninguém se queixe do pregador.
Santa, como anjos entre os homens, e, mais ainda, quase como deuses
descidos do céu, que desprezam o mundano e o transitório, considerando-os
esterco. Não desejam acumular nem ouro, nem prata, nem domínio ou
primazia sobre os outros, nem glória humana ou riqueza. Ao contrário,
mostram-se todos moderados, pacíficos, modestos, humildes, pacientes,
puros, honestos e espirituais, pois sua intenção primordial é tratar de coisas
celestes mais do que terrestres (LAS CASAS, 2005, p. 248).
Enfim, considerava que os nativos precisavam ser convencidos de que os religiosos
não estavam em busca de riquezas terrenas, mas que, tendo uma vida voltada para a santidade,
tinham como único objetivo trazer-lhes a fé e os ensinamentos cristãos.
Pois, quando virem que eles rejeitam todas as coisas presentes, que
estão preparados para os prêmios futuros e adornados com as outras
ações e virtudes, muito acima de todo o sermão, hão de crer em suas
ações e serão atraídos à verdade, aproximando-se deles com gosto,
embora tivessem a ferocidade dos animais selvagens (LAS CASAS,
2005, p. 248).
Ao propor “una educación primera no con palavras y las doctrinas, sino con el ejemplo
de vida, sin ésta sería inútil todo intento pedagógico” (MORENO, 1976, p. 162)
, Las Casas
evidencia que o nativo precisava diferenciar os religiosos dos colonizadores. Ao passo que
estes invadiam e guerreavam em busca do ouro, os religiosos deveriam renunciar à riqueza e
convencer pelo exemplo e pela brandura. A incessante batalha dos espanhóis pelo ouro, que
os distanciava do propósito de cristianização dos nativos, dificultava o trabalho dos religiosos,
gerando inúmeros conflitos entre as duas partes. Em suas ações e seus modos de vida, os
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religiosos deveriam ser contrários às atitudes dos colonizadores, comportando-se como
ovelhas entre lobos:
É a condição da ovelha sofrer males, não causá-los; e assim, os pregadores
do Evangelho não farão mal a ninguém. Apenas com sua mansidão, tolerarão
e vencerão as fraquezas e perseguições alheias, como fica exposto (LAS
CASAS, 2005, p. 134).
Como ovelhas, declara, vos envio no meio de lobos, o que quer dizer, não
vos envio com poder de armas para que com a violência submetais as nações
à vossa doutrina [...]. Apenas vos envio como ovelhas entre lobos; ou seja,
como quem não ferirá ninguém, e nem é capaz de ferir; envio-vos de forma
que possais sofrer a injúria de qualquer um. E ensina e preserve
suficientemente a mansidão, pelo fato de que aduz a semelhança da ovelha e
da pomba; eu, insiste Cristo, vos envio como ovelhas...e sede simples como
pombas (LAS CASAS, 2005, p. 136).
Convivendo de modo conflituoso com os colonizadores, disputando com eles o tempo
do nativo, os religiosos, com “vida reta”, amáveis e com suavidade, conqu
istariam o ânimo
dos nativos, que os aceitariam e se tornariam os novos crentes, os novos cristãos (LAS
CASAS, 2005, p. 95).
Além do bom tratamento e da “vida reta”, era preciso prever um intervalo de tempo
para a cristianização. Era necessário agir, sem pressa, com ensinamentos paulatinos e não com
a rapidez que comumente ocorria: não bastava aspergir a água do batismo para considerá-los
convertidos.
É necessário, portanto, que quem se proponha a atrair os homens à fé e à
verdadeira religião, que não estão ao alcance das forças naturais, use desta
arte: com a maior frequência possível, proponha, explique, distinga,
fundamente, repita o que pertence à fé e à religião. Igualmente induza,
persuada, peça, suplique, convide, atraia, guie os que deve conduzir à fé e à
religião até que, pela frequência da apresentação, da manifestação, da
pregação, da tematização da doutrina, das explicações das verdades dignas
de fé, com rogos, súplicas, estímulos, convites, afagos, orientações, com
esses atos tão reiterados, sejam gerados no coração dos ouvintes, pouco a
pouco, um certo vigor e disposição ou grato costume ou hábito, que cause
uma inclinação quase que natural (LAS CASAS, 2005, p. 98).
Além da repetição constante, dos exemplos de vida e das ações brandas e amorosas,
para convencer os nativos era fundamental que o mestre pregador dominasse a boa oratória.
O recurso da retórica na comunicação da fé
Para mostrar que mestre pregador necessitava da arte da boa oratória, Las Casas se
fundamentava em Cícero (106-43 a.C.) e em Santo Agostinho (354-430):
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O pregador, que tem por ofício ensinar e atrair os homens à fé verdadeira e à
religião cristã, tem de cultivar, ainda mais que os retóricos e os oradores, a
arte e as regras da oratória para tornar benévolos, atentos e dóceis os seus
ouvintes, pois o que a fé ensina é matéria da maior excelência que ultrapassa
toda faculdade da natureza. E a norma retórica ensina que há de se mostrar
benevolência, atrair os ouvintes, ensinar, deleitar e afeiçoar pela suavidade
da voz, mansidão e delicadeza plácida das palavras. O que se resume em
persuadir o entendimento com razões e atrair suavemente a vontade [...]
(LAS CASAS, 2005, p. 214).
O mestre pregador precisava também dominar as línguas nativas. Sem desconhecer as
dificuldades, Las Casas considerava que isso seria fundamental para que o processo de
cristianização acontecesse. Tal preocupação se justificava pela multiplicidade linguística que
pontilhava na Nova Espanha (México) nos primeiros tempos da conquista e da colonização.
Para clarificarmos esse problema linguístico, basta lembrarmos que apenas
no espaço que hoje ocupa o México, os estudos desenvolvidos por
Hermenegildo Zamora apontam que se falavam, até o século XVI, mais de
63 idiomas hoje perdidos, além de outros 51 que tiveram a classificação por
parte de estudiosos. Com isso, somam-se 114 diferentes manifestações
linguísticas. Acrescentemos a isso a existência de mais de 70 dialetos
desenvolvidos a partir dessas 51 línguas classificadas, e, ainda, mais um
número impreciso das línguas que foram desaparecendo à medida que foram
sendo disseminadas as famílias que a elas deram origem (PEREIRA MELO;
FERNANDES GOMES, 2012, p. 93).
A dificuldade no processo de comunicação-interação entre religiosos e nativos exigia
dedicação e persistência. Assim, aprendendo a língua dos nativos, os missionários poderiam
levar os segundos a entender os ensinamentos cristãos (BORGES, 1960).
Segundo Las Casas, que se amparou nas reflexões de Cícero, com essas duas formas
de comunicação os religiosos conseguiriam o acolhimento do auditório. Por essa razão,
declara: “[...] quem quer induzir ou comover seus ouvintes ao que tem em mente, necessita,
em primeiro lugar, ter o ânimo deles a seu favor, de modo a se tornarem todos benévolos,
atentos e dóceis” (LAS CASAS, 2005, p. 78). Em
Do orador
, Livro II, Cícero (2002, p. 238)
afirma: “[...] en efecto, quieren que se comience de tal modo que logremos hacer al auditorio
bien dispuesto para
nosotros, receptivo y atento”.
Assim, para conquistar os ouvintes, o mestre pregador deveria usar de veracidade, de
simplicidade e de brevidade em sua apresentação e argumentação. Tais valores eram
essenciais para envolver a plateia, tocar o coração e a sensibilidade dos nativos, atraindo sua
simpatia e credibilidade.
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“[...] y hay que hacer
uso de seriedad en todos los pensamientos y de
ponderación en todas las expressiones. Es conveniente, además, una
ejecución del discurso variada, apasionada, llena de empuje, llena de aliento,
llena de pasión, llena de auténtica realidade” (BORGES, 1992,
p. 574).
Las Casas afirmava que os evangelizadores americanos tinham consciência de que os
nativos poderiam estender aos missionários seu desafeto pelos colonizadores e de que não
prestariam atenção aos ensinamentos se primeiro não lhes fosse dado afeto. Fica evidente,
nessa afirmação, a influência de Cícero (2002, p. 254): “probar que es verdad lo que
defendemos, conciliar la simpatía de nuestro auditorio y ser capaces de llevarlos a cualquier
estado de ânimo que la causa pueda exigir”.
Da perspectiva do filósofo romano, o orador de excelência tem como qualidades: a
dignidade, que reflete seu próprio modo de viver, a clara firmeza, resultado das lutas travadas
ao longo de sua caminhada, e a justa medida, que não comporta excessos nas avaliações
pessoais, quer em termos de dignificação quer de condescendência. A dignidade não é
desvinculada do sentimento de paixão ou de amor pelo conhecimento. Cabe ao orador
adquirir potencial para, em uma seleção contínua, aperfeiçoar as qualidades que lhe são
conferidas e desejadas em sua função. Cícero elenca, como qualidades do orador, a dignidade,
a paixão, a vontade, a autoridade e o acolhimento daquilo que representa os limites que o
particularizam.
Segundo Cícero, tanto na elaboração do discurso quanto na
pronuntiatio
, o orador
deve ter em conta três objetivos: ensinar, comover e deleitar. Nessa peroração, fica evidente
que, para ele, na ação discursiva, razão e sentimento mantêm relação de afinidade. No
entanto, ele esboça um escalonamento hierárquico, dando prioridade ao conhecimento em
relação à emoção e ao ornato, e afirma que essas três dimensões, quaisquer que sejam os
marcos retóricos, independentemente desta ou daquela opção, fazem parte da dinâmica que
movimenta a arte oratória. Caso se ensine sem deleitar; caso se deleite sem ensinar ou sem
comover, o desempenho retórico estará fadado ao fracasso (FERNÁNDEZ, 1995, 2018, p. 34-
41).
Essas reflexões reverberam na argumentação de Las Casas:
[...] tem de ser [...] antes de qualquer coisa, apropriado para comover o
ânimo do auditório àquilo que desejamos. A esse respeito, convirá que o
orador ou quem está a serviço de uma causa
–
segundo Túlio
–
procure:
começar com acerto, narrar com lucidez, recapitular com vigor, combater
com valentia, desenvolver com profundidade, pronunciar com clareza e
sustentar com firmeza. Enfim, ensinar, deleitar e comover. A tarefa dos
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oradores abarca tudo isso. É o que ensina Cícero (LAS CASAS, 2005, p.
79).
Reverberam também em sua afirmativa de que, com voz agradável, semblante
modesto, mansidão, tranquilidade, delicadeza, o mestre conquistaria o ânimo dos nativos:
Um dos primeiros preceitos da retórica é ganhar a simpatia da assembleia
com o exórdio. Conquista-se isso com voz agradável, com a expressão de
um semblante modesto, mostrando mansidão, tranquila delicadeza nas
palavras; tudo isso atrai sobremaneira a benevolência dos ouvintes [...] o
pregador da verdade e mestre da fé, ao se dispor a ensinar os que procura
induzir e estimular à fé e à religião, precisa, mais que nenhum outro,
conquistar, antes de tudo o ânimo dos ouvintes
–
especialmente daqueles que
tenham sido convidados à fé pela primeira vez, ou seja, os infiéis
–
com a
suavidade da voz, com a serenidade e a grata expressão do semblante, com
mostras de mansidão, com tranquila delicadeza nas palavras, com o
ensinamento e a persuasão amáveis, com agradável boa vontade e, enfim,
que ensine, deleite e comova (LAS CASAS, 2005, p. 79).
Las Casas também buscou amparo em
Da Doutrina Cristã
de Santo Agostinho,
refletindo sobre uma ação discursiva que levaria ao convencimento do ânimo dos ouvintes:
Santo Agostinho entende também que o mestre ou pregador da verdade, ou
quem tenha o encargo de ensinar e de atrair os homens à fé e à religião
cristã, deve conquistar o ânimo de seus ouvintes, torná-los bem dispostos,
ensinar, deleitar e convencer os dóceis atentos. Isso demonstra que o modo
de ensinar, convidar e atrair os homens à reta fé e à verdadeira religião tem
necessariamente de persuadir o entendimento com razões e atrair com
suavidade e incitar docemente a vontade (LAS CASAS, 2005, p. 80).
No livro IV
Da Doutrina Cristã
, Santo Agostinho aborda a melhor forma de ensinar as
verdades do cristianismo, os objetivos, as finalidades e as conformidades do orador sacro,
além da melhor maneira de usar os estilos da retórica clássica. Atribuindo mais importância à
sabedoria do que à eloquência, o que remete ao
Logos-Verbum
divino, ele afirma que não
cabe à retórica qualquer tipo de criação da verdade, pois sua função é transmitir a sabedoria
impressa nos textos sagrados (PERENCINI, 2014, p. 88-95). Afirma, referindo-se a Cícero:
“Disse certo orador –
e disse a verdade
–
que é preciso falar ‘de maneira a
instruir, agradar e
convencer’ –
Depois acrescentou
–
‘Instruir é uma necessidade, agradar, um prazer,
convencer, uma vitória’” (AGOSTINHO, 2002, p. 141).
Não podemos desconsiderar a mudança candente que Santo Agostinho propôs para a
oratória cristã. Ao orador sacro, que deveria usar um estilo simples, não cabia ensinar,
demonstrar, provar, pois não era necessário ensinar, demonstrar ou provar o que se constitui
como verdade. Cabia-lhe, sim, instruir aqueles que estavam em falta com a verdade, ou seja,
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seus ensinamentos tinham por fim instruir. O estilo médio poderia ser utilizado desde que o
ornamento não fosse contrário à verdade que constitui a palavra de Deus. Esse estilo, desde
que em consonância com as verdades contidas nos textos sagrados, devia ser a preocupação
do orador: “agradar para cativar” e engrandecer a doutrina. Por último, por meio do estilo
sublime, o orador sacro poderia sensibilizar e converter sua plateia, caso a instrução associada
à beleza da expressão não tenha alcançado seus objetivos (PERENCINI, 2014, p. 92).
A forma de catequização e de explicação das coisas da fé deveria atingir o homem em
sua vivência, de maneira fraterna e por meio das boas práticas cristãs:
[...] de maneira que los oyentes percibieran con nitidez lo que se les
ense
n
͂
aba, para lo cual se debían valer los más posible de comparaciones o
semejanzas tomadas de la vida diária de los indigenas. Afirmativa, en el
sentido de aseverar con autoridade y firmeza, excluyendo toda sensación de
inseguridad [...] afectuosa, en el sentido de hablar a los oyentes con cari
n
͂
o,
como los padres a los hijos (SARANYANA, 1992, p. 568).
As solenidades também correspondiam ao objetivo de gerar gradativamente a
autoridade do cristianismo. Promover um espetáculo solene de convencimento por meio de
imagens, de posturas e de sons dava sobriedade, autoridade e poder diante dos nativos. Sua
função era suscitar o apreço dos nativos pela nova religião. Era comum a prática de beijar as
mãos nas solenidades de inauguração dos povoados e nas comemorações e festividades
religiosas, inclusive na própria catequese oferecida aos nativos. Utilizando-se desses recursos,
praticando certas condutas e evitando certos atos, os missionários ganhariam e conservariam o
prestígio junto aos nativos (BORGES, 1992, p. 588).
Em seus projetos de
poblados
, o dominicano tinha proposto castigos físicos para os
nativos que não aceitassem os novos costumes religiosos. No entanto, em seu manual
pedagógico, ele não manteve esse argumento e se posicionou contrariamente a esses castigos:
Mas se o pregador do Evangelho castiga e aterroriza seus ouvintes,
principalmente aqueles que por primeira vez cruzam as portas da Igreja, e
recorre a asperezas, açoites, cárceres, e outros pavores e aflições diante de
qualquer classe de pecados, seus discípulos logicamente se encherão de
angústia, dor, temor, tristeza, ódio, ira e indignação contra quem os açoitou e
castigou, ou seja, contra os pregadores (LAS CASAS, 2005, p. 298).
Em lugar da prática dos castigos físicos, longe da dor, dos castigos e das perturbações,
a persuasão seria obtida pela brandura, pelo amor e pela mansidão (LAS CASAS, 2005, p.
92).
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Bartolomeu de Las Casas: A arte da oratória e a educação pelo exemplo
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Por fim, cabe destacar que, nesse apelo aos mestres e pregadores que se propunham ao
trabalho de cristianização/formação dos nativos, ele ponderava: mesmo que o trabalho dos
pregadores não fosse reconhecido ou não obtivesse frutos, “a condenação não será imputada
aos pregadores, mas sim aos seus opositores recalcitrantes. Sua recompensa lhes está
reservada em lugar seguro, e a esperança s
empre os haverá de consolar” (LAS CASAS,
2005, p. 302).
Considerações finais
Las Casas foi uma voz dissonante ao propor uma alternativa para o processo de
conquista, colonização e cristianização dos nativos. Esse posicionamento correspondeu ao
momento histórico do padroado, quando se pregava a união da Igreja com a Coroa. Buscando
dar respostas para os conflitos de seu tempo, ele defendeu a racionalidade do nativo e atribuiu
a tarefa de cristianização/formação ao mestre pregador, que, diferentemente do que era
comum e aceito na Espanha, deveria se adequar às novas necessidades e à natureza do nativo.
Sua resposta foi amparada em clássicos da Antiguidade e da Medievalidade, como
Cícero, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, os quais, independentemente das
diferenças de tempo, espaço e cultura ou de objetivos, teorizaram sobre a importância da
formação do mestre pregador. Assim, ele idealizou as ações do mestre pregador no processo
de cristianização, atribuindo-lhe responsabilidade e papel social para com a plateia. Com
ações específicas, boa oratória, vida exemplar, este seria o agente principal na condução do
processo em terras americanas, apresentando-se com um diferencial em relação aos demais
colonizadores.
Cabe considerar, portanto, que Las Casas não rompeu com o processo colonizador
desencadeado pela Coroa Espanhola; pelo contrário, em consonância com o espírito de seu
tempo, tentou viabilizar um novo modelo de submissão e, portanto, de exploração dos
nativos. A diferença estava no método de obtenção dessa subjugação. Conquistando os
nativos, os mestres pregadores garantiriam não apenas o domínio religioso, mas também o
domínio político, ou seja, o domínio da Coroa Espanhola.
REFERÊNCIAS
AGOSTINHO.
Da doutrina cristão
: Manual da exegese e formação cristã. São Paulo:
Paulus, 2002.
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Christina Aparecida SANTOS e José Joaquim Pereira MELO
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1161
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Como referenciar este artigo
SANTOS, C. A.; MELO, J. J. P. Bartolomeu de Las Casas: A arte da oratória e a educação
pelo exemplo.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 7, n. 2,
p. 1148-1161, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600
Submetido em:
30/12/2020
Revisões requeridas em
: 22/01/2021
Aprovado em
: 18/02/2022
Publicado em
: 01/04/2022
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Bartolomé de Las Casas: El arte de la oratoria y la educación por el ejemplo
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1152-1166, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1152
BARTOLOMÉ DE LAS CASAS: EL ARTE DE LA ORATORIA Y LA EDUCACIÓN
POR EL EJEMPLO
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: A ARTE DA ORATÓRIA E A EDUCAÇÃO PELO
EXEMPLO
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: THE ART OF RHETORIC AND EDUCATION BY
EXAMPLE
Christina Aparecida SANTOS
1
José Joaquim Pereira MELO
2
RESUMEN
: El proceso de la conquista y de la colonización de América, ocurrido entre el
final del siglo XV y el inicio del siglo XVI, fue marcado por conflictos entre el Viejo y el
Nuevo Mundo. En medio a las tensiones, con la importante participación de Bartolomé de las
Casas, se buscó ecualizar un modo educativo para conducir la supuesta civilización del nativo
americano y su catequización. En la propuesta de este fray dominicano, el maestro pregonero
sería el responsable directo por el proceso de cristianización/formación, y debiera, para
desempeñar su función, tener las características muy específicas: buena oratoria, vida
ejemplar, mansedumbre, amor y dulzura. En su libro El único modo de atraer a todos los
pueblos a la verdadera religión (1550, 1942), Las Casas elaboró una especie de manual de
orientaciones pedagógicas para los frailes de la Orden de Santo Domingo, en el que se
fundamenta en la concepción de que el nativo tenía la racionalidad y, por lo tanto, podría ser
cristianizado por los medios pacíficos, lo que era incompatible con las acciones de los
colonizadores. En este artículo, el objetivo es analizar el modo como Las Casas entendía el
trabajo del maestro pregonero y las características que él consideraba necesarias para que este
pudiera atender a las nuevas necesidades, sobre todo, a las de la cristianización/formación y
sumisión del nativo americano en aquel momento.
PALABRAS CLAVE
: Bartolomé de las Casas. Maestro pregonero. Nativo. Educación por el
ejemplo.
RESUMO
: O processo de conquista e de colonização da América, ocorrido entre os finais do
século XV e o início do século XVI, foi marcado por conflitos entre o Velho e o Novo Mundo.
Em meio às tensões, com a importante participação de Bartolomeu de Las Casas, buscava-se
equalizar um modo educativo para conduzir a suposta civilização do nativo americano e sua
catequização. Na proposta desse frei dominicano, o mestre pregador seria o responsável
direto pelo processo de cristianização/formação, devendo, para desempenhar sua função, ter
características bem específicas: boa oratória, vida exemplar, mansidão, amor e doçura. Em
seu livro Único modo de atrair todos os povos à verdadeira religião (1942), Las Casas
1
Universidad Estatal de Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brasil. Profesora del Departamento de Ciencias.
Doctora en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4746-166X. E-mail: christinaas20@gmail.com
2
Universidad Estatal de Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brasil. Profesor en la Fundación Departamento de
Educación y en el Programa de Posgrado en Educación. Doctor en Historia. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-0743-8000. E-mail: pereirameloneto@hotmail.com
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elaborou uma espécie de manual com orientações pedagógicas para os freis da Ordem de
São Domingos, fundamentando-se na concepção de que o nativo tinha racionalidade e,
portanto, poderia ser cristianizado por meios pacíficos, o que era incompatível com as ações
dos colonizadores. Neste artigo, o objetivo é analisar o modo como Las Casas entendia o
trabalho do mestre pregador e as características que ele considerava necessárias para que
este pudesse atender às novas necessidades, sobretudo, as da cristianização/formação e
submissão do nativo americano naquele momento.
PALAVRAS-CHAVE
: Bartolomeu de Las Casas. Mestre pregador. Nativo. Educação pelo
exemplo.
ABSTRACT
:
The conquest and colonization of America between the late 15
th
century and the
beginning of the 16
th
have been marked by conflicts between the Old and New World. In the
midst of such tensions and with the relevant participation of Bartolomé de las Casas, a type of
education had to be found to introduce and catechize the American native into a supposed
civilization. The Dominican friar´s proposal insisted that the preacher would be the person
directly responsible for the process of Christianization/formation and he should have specific
features to perform his task well, namely, a good rhetoric, an exemplary life, meekness, love
and sweetness. In his book The Only Way (c. 1550, 1942), Las casas prepared a handbook of
pedagogical guidelines for the friars of the Order of Preachers, based on the idea that the
American native was endowed with reason and could be Christianized in a peaceful way,
which was incompatible with the conquistadores´ modes and activities. Current paper
analyzes how Las Casas understood the task of the preacher and the characteristics he
considered necessary to comply with the novel needs, especially Christianization/formation
and the submission of the Native American at that specific instance.
KEYWORDS
:
Bartolomeu de las Casas. Preacher. American Native. Education by example.
Introducción
La conquista y colonización de América, que ocurrió entre 1492 y 1556, comprendió
uno de los eventos más importantes de la historia moderna. El contacto entre el Viejo Mundo
y el Nuevo Mundo fue conflictivo y tenso, especialmente porque implicó el encuentro de
hombres muy diferentes en términos de organización social, cultural y religiosa.
Con la justificación de llevar la fe cristiana a los territorios descubiertos y presentarla
como una misión divina, los colonizadores, en busca de oro y otras riquezas, invadieron las
tierras donde vivían los nativos y las sometieron, empleando la violencia armada. El proceso
no estuvo exento de resistencia, pero, por la forma diferenciada de hacer la guerra, por las
armas rudimentarias con las que los nativos se enfrentaron a las armas de fuego e incluso al
arma bacteriológica, el resultado fue un verdadero genocidio.
Asumiendo superiores, los españoles se preguntaban sobre la naturaleza de los nativos,
que a menudo eran entendidos como seres irracionales e incívicos. ¿Eran hombres? ¿Tenían la
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capacidad de aprender? ¿Cómo "civilizarlos"? ¿Cómo cristianizarlos? La forma en que los
concibieron fue lo que sustentó sus acciones. Así, considerando a los seres irracionales
nativos justificados la guerra desatada para la sumisión, la cristianización y la obtención de
riquezas, como había ocurrido en la época de la Reconquista, entre 718 y 1492.
Sin embargo, otros entendían a los nativos como seres racionales. En este sentido,
destaca Bartolomé de Las Casas
3
, un fraile dominico que, desde su conversión, se ha dedicado
a basar la defensa de la racionalidad de los nativos y a proponer una forma diferenciada de
tratar y cristianizar/formar a estos hombres.
En 1513, después de escuchar un sermón del dominico Antônio de Montesinos (1475-
1540), Las Casas continuó afirmando que el mensaje evangélico estaba en desacuerdo con la
violencia adoptada en el proceso de conquista y colonización, defendiendo desde entonces la
racionalidad del nativo y un camino pacífico para su cristianización y sumisión. Con voz
disonante, actuó significativamente, escribiendo tratados, cartas, opúsculos que contenían
apelaciones a la corona y denuncias de los abusos cometidos por los colonizadores.
En 1542, elaboró un manual de orientación pedagógica para los religiosos de su orden
y atribuyó una importancia significativa al maestro predicador, que sería en gran parte
responsable de la cristianización y la sumisión de los nativos. Además de guiarlo a usar la
buena oratoria para atraer al nativo, propuso un modo de cristianización / formación basada en
el amor, la dulzura y la mansedumbre. Al mismo tiempo, advirtió que el maestro adoptaría
una "vida recta", educando con el ejemplo.
El modo de cristianización/formación y el maestro predicador
El modo de cristianización/formación propuesta por Las Casas se basaba en la defensa
de la racionalidad nativa y la hermandad divina. Como hijos del mismo Dios de los europeos,
los nativos tendrían condiciones racionales para asimilar y dar su asentimiento a las
enseñanzas de la fe. Para hacerlo, era necesario atraer su voluntad, darles tiempo, libertad.
Debido a su propensión natural al bien, podían entender lo que se proponía como digno de
creer: "[...] que la inteligencia de aquellos que tienen que ser instruidos en la fe y la religión
cristianas sea convencida con razones; que por reflexión e investigación parece bueno y útil
sentir esta parte" (LAS CASAS, 2005, p. 67).
3
Nació en Sevilla en 1474. Religioso, teólogo, obispo de Chiapas, México, fue un partidario de los nativos
americanos. Fue a América en 1502 como clérigo, obteniendo tierras y nativos. Realizó numerosos viajes a
España, siempre tratando de defenderlos ante la Corte española. Decepcionado, regresó definitivamente a España
en 1547, donde continuó defendiendo a los nativos americanos. Murió en Madrid en 1566.
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En su propuesta, consideró esencial el trabajo incansable y el compromiso del maestro
predicador, quien debe tener atributos específicos para llevar a cabo una tarea tan difícil.
En sus reflexiones, Las Casas se basó en el
Resumen Teológico
de Santo Tomás de
Aquino (1225-1274), especialmente en sus discusiones sobre la fe y la razón y sobre el
proceso de comprensión y asimilación de las verdades cristianas. Para Tomás de Aquino, la
razón y la fe estaban estrechamente relacionadas y se complementaban entre sí. Por una razón
natural, entendió la habilidad por la cual el hombre eleva su espíritu a las verdades que
necesita alcanzar. Al mismo tiempo, consideraba que, basándose sólo en esta capacidad, el
hombre no sería capaz de alcanzar sus objetivos epistemológicos, es decir, alcanzar las
verdades superiores, la verdad divina, y por lo tanto debería solicitar la aquiescencia de la fe.
El mismo Dios, en su suprema generosidad, se encontraría con el hombre, lo acogería y lo
ayudaría en sus limitaciones, creando condiciones para su elevación a los dominios de las
verdades superiores.
En Tomás de Aquino, la relación entre razón y fe, filosofía y teología, no se refería
sólo al camino del hombre hacia Dios: abarcaba la construcción misma del conocimiento,
cuya plenitud sólo se realizaría cuando el hombre llegara a las verdades supremas. Aunque
eran instancias distintas, la filosofía y la teología eran indispensables: por un lado, la
conquista del conocimiento de las verdades divinas indicaba que el objetivo epistemológico
había alcanzado buenos términos; por otro lado, este objetivo no era un mero recorte
especulativo, correspondía a una experiencia religiosa con trascendencia.
Teniendo en cuenta la afinidad entre los dos conocimientos, destaca la dirección de la
filosofía hacia la teología y la relación mutua entre ellos, pero en la escala de importancia, la
teología estaría en una posición más alta. Desde esta perspectiva, la aceptación de verdades de
fe que hacían pasar por alto la lógica de la filosofía reclamaba la eficacia de la fe. Si estuviera
satisfecho sólo con la luz natural, lo que significaba la negación de la fe, el sabio
obstaculizaría su caminar epistemológico. El conocimiento patrocinado por la teología no
difería del que se asimilaba a través de la razón, es decir, llegaba hasta el final de la filosofía.
En esta relación dinámica entre razón y fe, en este proceso de interacción, se realizaría la
plenitud del conocimiento de las verdades de lo sagrado. Por lo tanto, la teología se evidenció
como la última escala del ejercicio especulativo, mostrando el alcance de la verdad divina, así
como las premisas que aseguraron el conocimiento filosófico (MELO, 2019, p. 86-87).
Con este razonamiento, Las Casas argumentó que el proceso de aprendizaje tuvo lugar
de dos maneras, una, llamada de manera natural, y la otra, de manera voluntaria (LAS
CASAS, 2005, p. 70). En el primero, el conocimiento era movido por el propio objeto, que
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Bartolomé de Las Casas: El arte de la oratoria y la educación por el ejemplo
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1156
sería evidente por sí mismo o se haría evidente a través de la demostración, como era el caso
de la ciencia. En el segundo, llamó a un voluntario, la inteligencia daría su visto bueno no
porque fuera movido por el objeto en sí, sino porque, por elección, se inclinaría
voluntariamente hacia el aprendizaje. Es en esta segunda vía que el dominico enmarca el
conocimiento de la fe cristiana.
Como el objeto del conocimiento no era evidente en sí mismo, el maestro predicador
tendría que atraer la voluntad del nativo, lo que haría que la inteligencia se determinara a
aceptarlo, incluso si no lo reconocía como evidente. Es por eso por lo que los hombres,
incluidos los nativos, porque tienen las condiciones para razonar voluntaria y deliberadamente
sobre las verdades presentadas, deben, según el dominicano, ser considerados racionales
(LAS CASAS, 2005). El maestro predicador fue responsable de activar esta voluntad de creer:
Por lo tanto, el hombre necesita a alguien que lo active, un guía o predicador
que desde el exterior lo lleve a creer a través de la instrucción, la
presentación o el desarrollo de verdades dignas de fe; y con razonamientos
bien fundados, con ejemplos, con similitudes, como si señalaran con el dedo
y casi describieran e imprimieran en la mente en qué es apropiado creer
(LAS CASAS, 2005, p. 87).
Para reafirmar la importancia del maestro predicador, argumentó que Dios podía ser
suficiente, pero prefirió confiar en los hombres para la misión de evangelización:
[...] podría ser suficiente, si Dios quisiera; sin embargo, por el derecho
consuetudinario, al menos cuando se trata de adultos, es necesariamente
necesario conocer la enseñanza externa, instrucción, narración, exposición,
explicación o explicación de lo que uno debe creer, para que cada adulto
reciba la fe y logre la salvación (LAS CASAS, 2005, p. 87).
Habiendo recibido la instrucción y presentación de las cosas de fe, los nativos
razonaban y daban su asentimiento; entenderían que era la verdad misma, que, según el
dominico, era Dios. Debido a su propensión natural al bien, los nativos entenderían que la
propuesta era buena y agradable para ellos y, por lo tanto, deseada y aceptable. En esta
formulación, la concepción del nativo como buen salvaje está implícita. En otras palabras, Las
Casas compartía la visión mítica del hombre americano, difundida en Europa en los primeros
días de los descubrimientos. A los pueblos encontrados en estas tierras se les atribuía todo
tipo de bondad, ingenuidad, pureza.
El concepto aparece en los escritos de viaje de Cristóbal Colón (1451-1506), que
afirmaban que el descubridor había encontrado el "paraíso terrenal". Ganó sistematización y
popularización, supuestamente, con el filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), quien,
en
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su libro Discurso sobre el origen y los fundamentos de la
desigualdad entre los hombres
,
defendió una humanidad naturalmente buena, que cambiaría / tergiversaría con el proceso
civilizatorio.
En la
Muy Breve Relación de la Destrucción de Las Indias
, Las Casas también
contribuyó a la difusión de este concepto en el imaginario europeo, lo que permitió un amplio
debate en las Cortes españolas sobre la naturaleza de los nativos americanos, con el fin de
justificar la práctica conquistadora/explotadora de América y definir leyes que guiarían el
proceso.
En el debate, Las Casas comenzó a defender la idea de que, al ser tratado con dulzura
y mansedumbre, el nativo sería docilitado, aceptaría las nuevas condiciones y se sometería
más fácilmente a ellas.
El maestro predicador debe atraer la voluntad de los nativos presentándoles
enseñanzas religiosas de una manera amable, mansa y gentil. Es decir, entre los medios
adoptados por los misioneros para atraer a los nativos, estaba cautivar su simpatía a través del
afecto (BORGES, 1992, p. 574). Con este fin, Las Casas dividió la esencia de la predicación
en cinco partes.
Basado en San Juan Crisóstomo
4
, explica la primera: "[...] es que los oyentes,
especialmente los infieles, ven que los predicadores de la fe no tienen intención de adquirir
dominio sobre ellos con la predicación" (LAS CASAS, 2005, p. 159). Es decir, los
predicadores no podían dejar que los oyentes percibieran la intención de dominio, de lo
contrario rechazarían a los predicadores.
La segunda parte consistió en hacer evidente a los oyentes, especialmente a los
infieles, que la ambición de no haber conmovido a los apóstoles (LAS CASAS, 2005, p. 159).
Así, aconsejó a los maestros que renunciaran a la ambición de tener, pues esto sería un
obstáculo para atraer la voluntad de los nativos.
Las partes tercera y cuarta se refieren al tratamiento que deben dar los maestros
predicadores. Contrariamente a la guerra, entendió que el camino pacífico es que debe ser
adoptado para la convicción de los nativos y su posible dominación.
La tercera parte es que los predicadores se comportan de tal manera que son
dóciles y humildes, amables y callados, amables y benevolentes al hablar y
hablar con sus oyentes, especialmente con los fieles (LAS CASAS, 2005, p.
160).
4
Juan Crisóstomo (347-407), obispo de Constantinopla, fue uno de los representantes importantes del
cristianismo primitivo.
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La cuarta parte del camino de la predicación, más necesaria que las otras, al
menos para que la predicación sea provechosa para el predicador, coincide
claramente con todo esto. Ella es el amor a la caridad con el que Pablo
acogió a todos los hombres del mundo para ser salvos (LAS CASAS
[2005],162).
Para explicar la quinta parte, que sería la del ejemplo, reiteró que las actitudes de
mansedumbre, amor, dulzura y caridad no eran suficientes:
Ya está claro que la quinta parte del camino de predicar el evangelio, es
decir, una vida ejemplar resplandeciente por obras de virtud, y sin ofender a
nadie, totalmente correcta, por todos lados. Para quien enseña debe ser un
ejemplo de sus palabras (LAS CASAS, 2005, p. 165).
Argumentando que los españoles habían sido elegidos por la "Divina Providencia"
para llevar la fe cristiana a aquellos que aún no la conocían, ya que los nativos buscaban
diferentes medios de resistencia, afirmó que los nativos se sentirían atraídos por la forma en
que vivían los religiosos, por sus virtudes y obras religiosas y buscarían imitarlos:
Esta quinta parte es la vida justa, irreprochable, ejemplar y santa con la que
debe brillar aquel que reconoce haber recibido la misión de anunciar el
Evangelio y se considera el enviado para iluminar a los pueblos. Vida justa,
es decir, sin quejarse de nadie, ni ofender, sino vivir con todos simplemente,
sin dar ninguna razón para que nadie se queje del predicador. Santos, como
ángeles entre los hombres, y más aún, casi como dioses descendientes del
cielo, que desprecian lo mundano y lo transitorio, considerándolos estiércol.
No desean acumular ni oro, ni plata, ni dominio o primacía sobre los demás,
ni gloria o riqueza humana. Por el contrario, todos son moderados, pacíficos,
modestos, humildes, pacientes, puros, honestos y espirituales, porque su
intención principal es tratar con las cosas celestiales más que con las cosas
terrenales (LAS CASAS, 2005, p. 248).
Finalmente, consideró que los nativos necesitaban estar convencidos de que los
religiosos no estaban en busca de las riquezas eternas, sino que, teniendo una vida centrada en
la santidad, tenían como único objetivo llevarles la fe y las enseñanzas cristianas.
Porque cuando vean que rechazan todas las cosas presentes, que están
preparados para futuros premios y adornados con las otras acciones y
virtudes, muy por encima de todo el sermón, creerán en sus acciones,
y se sentirán atraídos por la verdad, acercándose a ellos con gusto, a
pesar de que tenían la ferocidad de los animales salvajes (LAS
CASAS, 2005, p. 248).
Al proponer "una educación primera no con palabras y las doctrinas, sino con el
ejemplo de vida, sin ésta sería inútil todo intento pedagógico" (MORENO, 1976, p. 162), Las
Casas muestra que el nativo necesitaba diferenciar a los religiosos de los colonizadores.
Mientras invadían y luchaban en busca de oro, los religiosos debían renunciar a la riqueza y
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convencer con el ejemplo y la suavidad. La incesante batalla de los españoles por el oro, que
los alejó del propósito de cristianización de los nativos, dificultó el trabajo de los religiosos,
generando numerosos conflictos entre las dos partes. En sus acciones y sus formas de vida,
los religiosos deben oponerse a las actitudes de los colonizadores, comportándose como
ovejas entre los lobos:
Es condición de las ovejas sufrir males, no causarlos; y así los predicadores
del Evangelio no harán daño a nadie. Sólo con su mansedumbre tolerarán y
superarán las debilidades y persecuciones de otras personas, como se expone
(LAS CASAS, 2005, p. 134).
Como ovejas, declara, os envío en medio de lobos, lo que significa que no os
envío con el poder de las armas para que con violencia las naciones sub-
metales a vuestra doctrina... Sólo te envío como ovejas entre lobos; es decir,
como el que no hará daño a nadie, y no es capaz de herir; tú para que puedas
sufrir la lesión de cualquiera. Y enseña y preserva lo suficientemente
mansedumbre, por el hecho de que induce la semejanza de las ovejas y la
paloma; Yo, insiste Cristo, os envío como ovejas... y simples palomas como
el mar (LAS CASAS, 2005, p. 136).
Vivir de manera conflictiva con los colonizadores, disputando con ellos el tiempo de
los nativos, los religiosos, con "vida recta", amable y con bondad, conquistaría el espíritu de
los nativos, que los aceptarían y se convertirían en los nuevos creyentes, los nuevos cristianos
(LAS CASAS, 2005, p. 95).
Además del buen trato y la "vida recta", era necesario proporcionar un intervalo de
tiempo para la cristianización. Era necesario actuar, sin prisas, con enseñanzas graduales y no
con la velocidad que comúnmente ocurría: no bastaba con rociar el agua del bautismo para
considerarlos convertidos.
Es necesario, por lo tanto, que aquellos que se proponen atraer a los hombres
a la fe y a la verdadera religión, que no están al alcance de las fuerzas
naturales, utilicen este arte: tan a menudo como sea posible, propongan,
expliquen, distingan, repitan fundamente lo que pertenece a la fe y la
religión. Igualmente inducir, persuadir, pedir, suplicar, invitar, atraer, guiar a
los que deben conducir a la fe y a la religión hasta que, por la frecuencia de
presentación, manifestación, predicación, el tema de la doctrina,
explicaciones de verdades dignas de fe, con súplicas, súplicas, estímulos,
invitaciones, trazos, directrices, con tales actos repetidos, se generen en los
corazones de los oyentes, poco a poco, un cierto vigor y disposición o
costumbre o hábito agradecido, que provoca una inclinación casi natural
(LAS CASAS, 2005, p. 98).
Además de la repetición constante, ejemplos de vida y acciones insulsas y amorosas,
para convencer a los nativos era esencial que el maestro predicador dominara la buena
oratoria.
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El recurso de la retórica en la comunicación de la fe
Para demostrar que un maestro predicador necesitaba el arte de la buena oratoria, Las
Casas se basó en Cicerón (106-43 a.C.) y San Agustín (354-430):
El predicador, que tiene como oficio enseñar y atraer a los hombres a la
verdadera fe y a la religión cristiana, debe cultivar, incluso más que los
retóricos y los oradores, el arte y las reglas de la oratoria para hacer
benévolos, atentos y dóciles a sus oyentes, porque lo que la fe enseña es un
asunto de la mayor excelencia que supera toda la facultad de la naturaleza. Y
la norma retórica enseña que uno debe mostrar benevolencia, atraer a los
oyentes, enseñar, desenmascarar y con cariño por la suavidad de la voz, la
mansedumbre y la delicadeza plácida de las palabras. Lo que se reduce a
persuadir la comprensión con la razón y atraer suavemente la voluntad [...]
(LAS CASAS, 2005, p. 214).
El maestro predicador también necesitaba dominar los idiomas nativos. Sin
desconocer las dificultades, Las Casas consideró que esto sería fundamental para que el
proceso de cristianización se produjera. Esta preocupación se justificó por la multiplicidad
lingüística que salpicó a Nueva España (México) en los primeros días de la conquista y
colonización.
Para aclarar este problema lingüístico, basta recordar que sólo en el espacio
que actualmente ocupa México, los estudios desarrollados por Hermenegildo
Zamora indican que, hasta el siglo XVI, hoy se perdieron más de 63 lenguas,
además de otras 51 que fueron clasificadas por los estudiosos. Con esto, hay
114 manifestaciones lingüísticas diferentes. A esto le sumamos la existencia
de más de 70 dialectos desarrollados a partir de estas 51 lenguas clasificadas,
y también un número inexacto de lenguas que fueron desapareciendo a
medida que se difundían las familias que las dieron origen (PEREIRA
MELO; FERNANDES GOMES, 2012, p. 93).
La dificultad en el proceso de comunicación-interacción entre religiosos y nativos
requería dedicación y persistencia. Así, aprendiendo el idioma de los nativos, los misioneros
podían tomar el segundo para entender las enseñanzas cristianas (BORGES, 1960).
Según Las Casas, que se basó en las reflexiones de Cicerón, con estas dos formas de
comunicación los religiosos podrían albergar el auditorio. Por ello, declara: "[...] quien quiera
inducir o conmover a sus oyentes a lo que tiene en mente, debe ante todo tener su espíritu a su
favor, para que todos se vuelvan benévolos, atentos y dóciles" (LAS CASAS, 2005, p. 78). En
El orador
, Libro II, Cicerón (2002, p. 238) dice: "[...] en efecto, quieren que se comience de
tal manera que conseguimos hacer al auditorio bien dispuesto para nosotros, receptivo y
atento".
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Assim, para conquistar os ouvintes, o mestre pregador deveria usar de veracidade, de
simplicidade e de brevidade em sua apresentação e argumentação. Tais valores eram
essenciais para envolver a plateia, tocar o coração e a sensibilidade dos nativos, atraindo sua
simpatia e credibilidade.
"[...] y hay que hacer uso de seriedad en todos los pensamientos y de
ponderación en todas las expresiones. Es conveniente, además, una
ejecución del discurso varia, apasionada, llena de empuje, llena de aliento,
llena de pasión, llena de auténtica realidad" (BORGES, 1992, p. 574).
Las Casas declaró que los evangelizadores estadounidenses eran conscientes de que
los nativos podían extender a los misioneros su desafección por los colonizadores y que no
prestarían atención a las enseñanzas si no se les daba afecto primero. La influencia de Cicerón
(2002, p. 254) es evidente en esta afirmación:
“probar que es verdad lo que defendemos,
conciliar la simpatía de nuestro auditorio y ser capaces de llevarlos a cualquier estado de
ânimo que la causa pueda exigir”.
Desde la perspectiva del filósofo romano, el orador de la excelencia tiene como
cualidades: la dignidad, que refleja su propia forma de vivir, la clara firmeza, el resultado de
las luchas libradas a lo largo de su camino, y la justa medida, que no implica excesos en las
valoraciones personales, ni en términos de dignificación ni de condescendencia. La dignidad
no se separa del sentimiento de pasión o amor por el conocimiento. Corresponde al hablante
adquirir el potencial para, en una selección continua, mejorar las cualidades que se confieren
y desean en su función. Cicerón enumera, como cualidades del hablante, la dignidad, la
pasión, la voluntad, la autoridad y la aceptación de lo que representa los límites que lo
particularizan.
Según Cicerón, tanto en la elaboración del discurso como en la pronuntiatio, el
hablante debe tener en cuenta tres objetivos: enseñar, moverse y desedelegar. En esta
peroración, es evidente que, para él, en la acción discursiva, la razón y el sentimiento
mantienen una relación de afinidad. Sin embargo, esboza una escalada jerárquica, dando
prioridad al conocimiento en relación con la emoción y la ornación, y afirma que estas tres
dimensiones, cualesquiera que sean los hitos retóricos, independientemente de esta o aquella
opción, son parte de las dinámicas que mueven el arte oratorio. Si te enseñas a ti mismo sin
partir; si se deleita sin enseñar ni moverse, la performance retórica estará condenada al fracaso
(FERNÁNDEZ, 1995, 2018, p. 34-41).
Estas reflexiones repercuten en la argumentación de Las Casas:
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[...] tiene que ser [...] en primer lugar, apropiado para trasladar el estado de
ánimo del auditorio a lo que deseamos. En este sentido, será necesario que el
orador o quien esté al servicio de una causa -según Tulio- busque: comenzar
con un derecho, narrar con claridad, recapitular con vigor, luchar con
valentía, desarrollarse con profundidad, pronunciarse con claridad y sostener
con firmeza. De todos modos, enseña, deleita y muévete. La tarea de los
ponentes abarca todo esto. Esto es lo que enseña Cicerón (LAS CASAS,
2005, p. 79).
También reverberan en su afirmación de que, con una voz agradable, semblante
modesto, mansedumbre, tranquilidad, delicadeza, el maestro conquistaría los espíritus de los
nativos:
Uno de los primeros preceptos de la retórica es ganarse la simpatía de la
asamblea con el exordio. Esto se logra con una voz agradable, con la
expresión de un semblante modesto, mostrando mansedumbre, delicadeza
tranquila en las palabras; todo esto atrae la benevolencia de los oyentes... el
predicador de la verdad y maestro de la fe, al estar dispuesto a enseñar a
aquellos que buscan inducir y estimular la fe y la religión, debe, más que
cualquier otro, conquistar, en primer lugar, el espíritu de los oyentes,
especialmente aquellos que han sido invitados a la fe por primera vez, es
decir, los infieles, con la suavidad de su voz, con la serenidad y la expresión
agradecida del semblante, con muestras de mansedumbre, con delicadeza
tranquila en las palabras, con la enseñanza amable y la persuasión, con
buena voluntad agradable y, finalmente, que enseña, deleite y aullidos (LAS
CASAS, 2005, p. 79).
Las Casas también buscó apoyo en
La
Doctrina Cristiana de
San Agustín,
reflexionando sobre una acción discursiva que llevaría a la convicción de los espíritus de los
oyentes:
San Agustín también entiende que el maestro o predicador de la verdad, o
quien tenga el encargo de enseñar y atraer a los hombres a la fe y religión
cristianas, debe ganarse los espíritus de sus oyentes, hacerlos bien
dispuestos, enseñar, desatar y convencer a los dóciles atentos. Esto
demuestra que la forma de enseñar, invitar y atraer a los hombres a la fe
justa y la verdadera religión debe necesariamente persuadir la comprensión
con la razón y atraer con dulzura e incitar dulcemente la voluntad (LAS
CASAS, 2005, p. 80).
En el libro IV
De la doctrina cristiana
, San Agustín discute la mejor manera de
enseñar las verdades del cristianismo, los objetivos, propósitos y conformidades del hablante
sagrado, y la mejor manera de usar los estilos de la retórica clásica. Atribuyendo más
importancia a la sabiduría que a la elocuencia, que se refiere al
divino Logos-Verbum
, afirma
que no corresponde a la retórica crear ningún tipo de verdad, porque su función es transmitir
la sabiduría impresa en los textos sagrados (PERENCINI, 2014, p. 88-95). Afirma,
refiriéndose a Cicerón: "Dijo a cierto orador
–
y dijo la verdad
–
que es necesario hablar 'de
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una manera que instruya, agrade y convenza'
–
Luego agregó
–
'El instrumento es una
necesidad, para complacer, un placer, para convencer, una victoria'" (AUGUSTINHO, 2002,
p. 141).
No podemos ignorar el tedioso cambio que San Agustín propuso para la oratoria
cristiana. El orador sagrado, que debía usar un estilo simple, no era apto para enseñar,
demostrar, probar, porque no era necesario enseñar, demostrar o probar lo que constituye
como verdad. Dependía de él, sí, instruir a aquellos que tenían la culpa de la verdad, es decir,
sus enseñanzas eran en última instancia instruidas. El estilo promedio podría usarse siempre y
cuando el adorno no fuera contrario a la verdad que constituye la palabra de Dios. Este estilo,
siempre que esté en línea con las verdades contenidas en los textos sagrados, debe ser la
preocupación del hablante: "por favor, cautivar" y engrandecer la doctrina. Finalmente, a
través del estilo sublime, el orador sagrado podría sensibilizar y convertir a su audiencia, si la
instrucción asociada con la belleza de la expresión no ha alcanzado sus objetivos
(PERENCINI, 2014, p. 92).
La forma de catequización y la explicación de las cosas de fe deben llegar al hombre
en su experiencia, fraternalmente y a través de buenas prácticas cristianas:
[...] de manera que los oyentes percibieran con nitidez lo que se les
enseñaba, para lo cual se debían valer los más posible de comparaciones o
semejanzas tomadas de la vida diaria de los indígenas. Afirmativa, en el
sentido de aseverar con autoridad y firmeza, excluyendo toda sensación de
inseguridad [...] afectuosa, en el sentido de hablar a los oyentes con cariño,
como los padres a los hijos (SARANYANA, 1992, p. 568).
Las solemnidades también correspondían al objetivo de generar gradualmente la
autoridad del cristianismo. Promover un espectáculo solemne de convencimiento a través de
imágenes, posturas y sonidos dio sobriedad, autoridad y poder ante los nativos. Su función era
despertar el aprecio de los nativos por la nueva religión. Era una práctica común besar las
manos en las solemnidades de inauguración de los pueblos y en las celebraciones y
festividades religiosas, incluso en la catequesis misma ofrecida a los nativos. Usando estos
recursos, practicando ciertos comportamientos y evitando ciertos actos, los misioneros
ganarían y conservarían prestigio con los nativos (BORGES, 1992, p. 588).
Em seus projetos de
poblados
, o dominicano tinha proposto castigos físicos para os
nativos que não aceitassem os novos costumes religiosos. No entanto, em seu manual
pedagógico, ele não manteve esse argumento e se posicionou contrariamente a esses castigos:
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Pero si el predicador del Evangelio castiga y aterroriza a sus oyentes,
especialmente a aquellos que primero cruzan las puertas de la Iglesia, y
recurren a la dureza, el azote, la prisión y otros temores y aflicciones ante
cualquier tipo de pecado, sus discípulos lógicamente se llenarán de angustia,
dolor, miedo, tristeza, odio, ira e indignación contra aquellos que los
azotaron y castigaron, es decir, contra los predicadores (LAS CASAS, 2005,
p. 298).
En lugar de la práctica del castigo físico, lejos del dolor, el castigo y la perturbación, la
persuasión se obtendría mediante la dulzura, el amor y la mansedumbre (LAS CASAS,
2005, p. 92).
Finalmente, cabe señalar que, en este llamamiento a los maestros y predicadores que
propusieron la obra de cristianización/formación de los nativos, reflexionó: aunque la obra
de los predicadores no fuera reconocida o no diera fruto, "la condenación no se atribuirá a
los predicadores, sino a sus oponentes recalcitrantes. Su recompensa está reservada para
ellos en un lugar seguro, y la esperanza siempre los consolará" (LAS CASAS [2005),302).
Consideraciones finales
Las Casas fue una voz disonante al proponer una alternativa al proceso de conquista,
colonización y cristianización de los nativos. Esta posición correspondía al momento histórico
del patronato, cuando se predicaba la unión de la Iglesia con la Corona. Buscando dar
respuestas a los conflictos de su tiempo, defendió la racionalidad del nativo y atribuyó la tarea
de cristianización/formación al maestro predicador, quien, a diferencia de lo común y
aceptado en España, debía adaptarse a las nuevas necesidades y naturaleza del nativo.
Su respuesta se basó en clásicos de la Antigüedad y la Medievalidad, como Cicerón,
San Agustín y Santo Tomás de Aquino, quienes, independientemente de las diferencias de
tiempo, espacio y cultura u objetivos, teorizaron sobre la importancia de la formación del
maestro predicador. Así, idealizó las acciones del maestro predicador en el proceso de
cristianización, atribuyendo responsabilidad y papel social a la audiencia. Con acciones
específicas, buena oratoria, vida ejemplar, este sería el principal agente en la conducción del
proceso en tierras americanas, presentándose con un diferencial con relación a los demás
pobladores.
Es importante considerar, por tanto, que Las Casas no rompió con el proceso
colonizador desencadenado por la Corona española; por el contrario, en línea con el espíritu
de su tiempo, trató de posibilitar un nuevo modelo de sumisión y, por tanto, de explotación de
los nativos. La diferencia estuvo en el método de obtención de esta subyugación. Al
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conquistar a los nativos, los maestros predicadores garantizarían no solo el dominio religioso,
sino también el dominio político, es decir, el dominio de la Corona Española.
REFERENCIAS
AGOSTINHO.
Da doutrina cristão
: Manual da exegese e formação cristã. São Paulo:
Paulus, 2002.
AQUINO, T.
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. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São
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In:
BORGES, P. (org.).
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Madrid, 2018.
LAS CASAS, B.
Único modo de atrair todos os povos à verdadeira religião
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Bartolomé de Las Casas: El arte de la oratoria y la educación por el ejemplo
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1152-1166, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1166
Cómo hacer referencia a este artículo
SANTOS, C. A.; MELO, J. J. P. Bartolomé de Las Casas: El arte de la oratoria y la educación
por el ejemplo.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 7, n. 2,
p. 1152-1166, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600
Enviado en
:
30/12/2020
Revisiones requeridas en
: 22/01/2021
Aprobado en
: 18/02/2022
Publicado en
: 01/04/2022
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Bartolomeu de Las Casas: The art of rhetoric and education by example
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1148-1161, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1148
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: THE ART OF RHETORIC AND EDUCATION BY
EXAMPLE
BARTOLOMEU DE LAS CASAS: A ARTE DA ORATÓRIA E A EDUCAÇÃO PELO
EXEMPLO
BARTOLOMÉ DE LAS CASAS: EL ARTE DE LA ORATORIA Y LA EDUCACIÓN POR
EL EJEMPLO
Christina Aparecida SANTOS
1
José Joaquim Pereira MELO
2
ABSTRACT
: The conquest and colonization of America between the late 15
th
century and the
beginning of the 16
th
have been marked by conflicts between the Old and New World. In the
midst of such tensions and with the relevant participation of Bartolomé de las Casas, a type of
education had to be found to introduce and catechize the American native into a supposed
civilization. The Dominican friar´s proposal insisted that the preacher would be the person
directly responsible for the process of Christianization/formation and he should have specific
features to perform his task well, namely, a good rhetoric, an exemplary life, meekness, love
and sweetness. In his book The Only Way (c. 1550, 1942), Las casas prepared a handbook of
pedagogical guidelines for the friars of the Order of Preachers, based on the idea that the
American native was endowed with reason and could be Christianized in a peaceful way, which
was incompatible with the conquistadores´ modes and activities. Current paper analyzes how
Las Casas understood the task of the preacher and the characteristics he considered necessary
to comply with the novel needs, especially Christianization/formation and the submission of
the Native American at that specific instance.
KEYWORDS
: Bartolomeu de las Casas. Preacher. American Native. Education by example.
RESUMO
: O processo de conquista e de colonização da América, ocorrido entre os finais do
século XV e o início do século XVI, foi marcado por conflitos entre o Velho e o Novo Mundo.
Em meio às tensões, com a importante participação de Bartolomeu de Las Casas, buscava-se
equalizar um modo educativo para conduzir a suposta civilização do nativo americano e sua
catequização. Na proposta desse frei dominicano, o mestre pregador seria o responsável direto
pelo processo de cristianização/formação, devendo, para desempenhar sua função, ter
características bem específicas: boa oratória, vida exemplar, mansidão, amor e doçura. Em
seu livro Único modo de atrair todos os povos à verdadeira religião (1942), Las Casas
elaborou uma espécie de manual com orientações pedagógicas para os freis da Ordem de São
Domingos, fundamentando-se na concepção de que o nativo tinha racionalidade e, portanto,
poderia ser cristianizado por meios pacíficos, o que era incompatível com as ações dos
1
University of Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brazil. Professor in the Science Department. Doctorate in
Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4746-166X. E-mail: christinaas20@gmail.com
2
University of Maringá (UEM), Maringá
–
PR
–
Brazil. Professor at the Department of Educational Foundations
and the Graduate Program in Education. Doctorate in History. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0743-8000.
E-mail: pereirameloneto@hotmail.com
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Christina Aparecida SANTOS and José Joaquim Pereira MELO
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1149
colonizadores. Neste artigo, o objetivo é analisar o modo como Las Casas entendia o trabalho
do mestre pregador e as características que ele considerava necessárias para que este pudesse
atender às novas necessidades, sobretudo, as da cristianização/formação e submissão do
nativo americano naquele momento.
PALAVRAS-CHAVE
: Bartolomeu de Las Casas. Mestre pregador. Nativo. Educação pelo
exemplo.
RESUMEN
:
El proceso de la conquista y de la colonización de América, ocurrido entre el
final del siglo XV y el inicio del siglo XVI, fue marcado por conflictos entre el Viejo y el Nuevo
Mundo. En medio a las tensiones, con la importante participación de Bartolomé de las Casas,
se buscó ecualizar un modo educativo para conducir la supuesta civilización del nativo
americano y su catequización. En la propuesta de este fray dominicano, el maestro pregonero
sería el responsable directo por el proceso de cristianización/formación, y debiera, para
desempeñar su función, tener las características muy específicas: buena oratoria, vida
ejemplar, mansedumbre, amor y dulzura. En su libro El único modo de atraer a todos los
pueblos a la verdadera religión (1550, 1942), Las Casas elaboró una especie de manual de
orientaciones pedagógicas para los frailes de la Orden de Santo Domingo, en el que se
fundamenta en la concepción de que el nativo tenía la racionalidad y, por lo tanto, podría ser
cristianizado por los medios pacíficos, lo que era incompatible con las acciones de los
colonizadores. En este artículo, el objetivo es analizar el modo como Las Casas entendía el
trabajo del maestro pregonero y las características que él consideraba necesarias para que
este pudiera atender a las nuevas necesidades, sobretodo, a las de la cristianización/formación
y sumisión del nativo americano en aquel momento.
PALABRAS CLAVE
:
Bartolomé de las Casas. Maestro pregonero. Nativo. Educación por el
ejemplo.
Introduction
The conquest and colonization of America, which took place between 1492 and 1556,
was one of the most important events in modern history. The contact between the Old World
and the New World was conflictive and tense, especially because it involved the encounter of
very different people in terms of social, cultural, and religious organization.
With the justification of taking the Christian faith to the discovered territories and
presenting it as a divine mission, the colonizers, in search of gold and other riches, invaded the
lands where the natives lived and subjugated them, using armed violence. The process was not
without resistance, but because of the different way of waging war, the rudimentary weapons
with which the natives faced firearms and even bacteriological weapons, the result was a true
genocide.
Supposing themselves superior, the Spaniards wondered about the nature of the natives,
who were often perceived as irrational and uncivilized beings. Were they men? Did they have
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Bartolomeu de Las Casas: The art of rhetoric and education by example
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the capacity to learn? How to "civilize" them? How to Christianize them? The way they were
conceived was the basis of their actions. Thus, to consider the natives irrational beings justified
the war unleashed for their submission, Christianization, and obtaining riches, as had occurred
during the Reconquista period, between 718 and 1492.
However, others understood the natives as rational beings. On this side, Bartolomeu de
Las Casas stands out
3
, a Dominican friar who, since his conversion, has dedicated himself to
defend the rationality of the natives and to propose a different way of treating and
Christianizing/training these men.
In 1513, after listening to a sermon by the Dominican Antonio de Montesinos (1475-
1540), Las Casas started to affirm that the evangelical message was in disagreement with the
violence adopted in the process of conquest and colonization, defending since then the
rationality of the natives and a peaceful way for their Christianization and submission. With a
dissenting voice, he acted in a significant way, writing treatises, letters, and opuses containing
appeals to the crown and denunciations of the abuses committed by the colonizers.
In 1542, he elaborated a pedagogical manual for the religious of his order and attributed
significant importance to the preaching master, who would be the main responsible for the
Christianization and submission of the natives. Besides advising him to use good oratory to
attract the natives, he proposed a way of Christianization/training based on love, gentleness,
and meekness. At the same time, he warned that the teacher should adopt an "upright life",
educating by example.
The Christianization/Formation Mode and the Master Preacher
The way of Christianization/formation proposed by Las Casas was based on the defense
of native rationality and divine brotherhood. Being children of the same God as the Europeans,
the natives would have rational conditions to assimilate and give their assent to the teachings
of the faith. For that, it was necessary to attract their will, give them time, freedom. Because of
their natural propensity for the good, they could understand what was proposed as worthy of
belief: “[...] that the intelligence of those who have
to be instructed in the Christian faith and
religion should be convinced with reasons; that, by reflection and investigation, it seems good
and useful to acquiesce or assent to this part” (LAS CASAS, 2005, p. 67).
3
Born in Sevilla, in1474. Religious, theologian, bishop of Chiapas, Mexico, he was a defender of the Native
Americans. He went to America in 1502 as a cleric, obtaining land and natives. He made numerous trips to Spain,
always trying to defend them before the Spanish Court. Disappointed, he returned definitively to Spain in 1547,
where he continued to defend the Native Americans. He died in Madrid in 1566.
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Christina Aparecida SANTOS and José Joaquim Pereira MELO
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In his proposal, he considered indispensable the tireless work and commitment of the
master preacher, who should have specific attributes to accomplish such a difficult task.
In his reflections, Las Casas based himself on the
Theological Summaries
of St. Thomas
Aquinas (1225-1274), especially in his discussions on faith and reason and on the process of
understanding and assimilation of Christian truths. For Thomas Aquinas, reason and faith were
closely related and complemented each other. By natural reason, he understood the capacity by
which man raises his spirit to the truths he needs to attain. At the same time, he pondered that,
supported only by this capacity, man would not be able to reach his epistemological objectives,
that is, to reach the higher truths, the divine truth, and should therefore request the acquiescence
of faith. God Himself, in His supreme generosity, would meet man, welcome him and help him
in his limitations, creating the conditions for his elevation to the realms of higher truths.
For Thomas Aquinas, the relationship between reason and faith, philosophy and
theology, did not refer only to man's journey towards God: it embraced the very construction
of knowledge, whose fullness would only be realized when man reached the supreme truths.
Even though they were distinct instances, philosophy and theology were indispensable: on the
one hand, the conquest of the knowledge of divine truths indicated that the epistemological
objective had reached good terms; on the other hand, such objective was not a mere speculative
cutout, but corresponded to a religious experience with transcendence.
Considering the affinity between the two knowledges, he emphasized the direction of
philosophy towards theology and the mutual relationship between them, but, in the scale of
importance, theology would be in a higher position. From this perspective, the acceptance of
the truths of faith that went beyond the logic of philosophy claimed the effectiveness of faith.
If the wise man were satisfied with natural light alone, which meant the denial of faith, he would
hinder his epistemological journey. The knowledge sponsored by theology did not diverge from
that which was assimilated through reason, that is, it went towards philosophy. In this dynamic
relationship between reason and faith, in this process of interaction, the fullness of knowledge
of the truths of the sacred would be realized. Therefore, theology was evidenced as the last scale
of the speculative exercise, showing the reach of divine truth, as well as the premises that
affirmed philosophical knowledge (MELO, 2019, p. 86-87).
With such a foundation, Las Casas argued that the learning process happened in two
ways, one, called the natural way, and the other, the voluntary way (LAS CASAS, 2005, p. 70).
In the first, knowledge was driven by the object itself, which would be evident by itself or would
become evident through demonstration, as it happened with science. In the second, called by
him voluntary, the intelligence would give its assent not because it was moved by the object
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itself, but because, by choice, it would voluntarily incline towards learning. It is in this second
mode that the Dominican places the knowledge of the Christian faith.
As the object of knowledge was not self-evident, the master preacher would have to
attract the native's will, which would make the intelligence determine to accept it, even if it did
not recognize it as evident. That is why men, including natives, should, according to the
Dominican, be considered rational, because they are able to voluntarily and deliberately reason
about the truths presented (LAS CASAS, 2005). The master preacher was responsible for
activating this will to believe:
Man, therefore, needs someone to activate him, a guide or preacher who leads
him to believe from the outside through instruction, through the presentation
or development of the truths worthy of faith; and with reasoning based, with
examples, with similarities, as if pointing with his finger and almost
describing and imprinting in the mind what should be believed (LAS CASAS,
2005, p. 87).
To reaffirm the importance of the master preacher, he argued that God could suffice,
but preferred to rely on men for the mission of evangelization:
[...] could be enough, if God wanted it; however, by common law, at least in
the case of adults, it is necessarily required the external teaching, instruction,
narration, exposition, explanation or explanation of what one has to believe,
so that every adult receives faith and obtains salvation (LAS CASAS, 2005,
p. 87).
Having received the instruction and the presentation of the things of faith, the natives
would reason and give their assent; they would understand that it was the truth itself, which,
according to the Dominican, was God. Because of their natural propensity to goodness, the
natives would understand that what was proposed was good and pleasing to them, and therefore
desired and acceptable. In this formulation, the conception of the native as a good savage is
implicit. That is, Las Casas shared the mythical vision of the American man, disseminated in
Europe in the early days of the discoveries. To the people found in these lands was attributed
every kind of goodness, ingenuity, purity.
The concept appeared in the travel writings of Christopher Columbus (1451-1506), who
claimed that the discoverer had found the "earthly paradise". It was supposedly systematized
and popularized by the philosopher Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), who, in his book
Discourse on the Origin and Basis of Inequality Among Men
, defended a naturally good
humanity, which would change/deteriorate with the civilizing process.
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Christina Aparecida SANTOS and José Joaquim Pereira MELO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1148-1161, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600 1153
In
A Short Account of the Destruction of the Indies
, Las Casas also contributed to the
propagation of this concept in the European imagination, which provided the opportunity for a
wide debate in the Spanish Cortes about the nature of the Native American, in order to justify
the conquering/exploring practice of America and define laws that would guide the process.
In the debate, Las Casas came to defend the idea that, if treated with gentleness and
meekness, the native would be docile, would accept the new conditions and submit more easily
to them.
The master preacher should attract the natives' will, presenting them with the religious
teachings in a kind, gentle, and soft manner. That is, among the means adopted by the
missionaries to attract the natives, was to captivate their sympathy through affection (BORGES,
1992, p. 574). With this purpose, Las Casas divided the essence of preaching into five parts.
Basing himself on St. John Chrysostom, he explains the first part: "[...] is that the
listeners, especially the unbelievers, see that the preachers of the faith have no intention of
acquiring dominion over them by preaching" (LAS CASAS, 2005, p. 159). In other words, the
preachers could not let the listeners perceive the intention of domination, otherwise they would
reject the preachers.
The second part consisted in making it evident to the listeners, especially the
unbelievers, that the ambition to have did not move the apostles (LAS CASAS, 2005, p. 159).
Thus, he advised the teachers to renounce the ambition to have, because this would be a
hindrance to attract the will of the natives.
The third and fourth parts refer to the treatment to be given by the preaching masters.
Contrary to war, he understood that the peaceful way should be adopted to convince the natives
and their possible domination.
The third part is that preachers should behave in such a way that they are docile
and humble, affable and calm, kind and benevolent when speaking and
conversing with their listeners, especially with the faithful (LAS CASAS,
2005, p. 160).
The fourth part of the way of preaching, more necessary than the others, at
least for the preaching to be fruitful to the preacher, is clearly gathered from
all this. It is the love of charity with which Paul welcomed all men of the world
so that they could be saved (LAS CASAS, 2005, p. 162).
To explain the fifth part, which would be the example, he reiterated that attitudes of
meekness, love, gentleness and charity were not enough:
It is already clearly evident that the fifth part of the way of preaching the
gospel, namely, an exemplary life resplendent by works of virtue, and without
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offense to anyone, is totally correct on all sides. For he who teaches must be
an example of his words (LAS CASAS, 2005, p. 165).
Arguing that the Spaniards had been chosen by "Divine providence" to bring the
Christian faith to those who did not yet know it, since the natives sought various means of
resistance, he claimed that the natives would be attracted by the way the religious lived, by their
virtues and religious works, and would seek to imitate them:
This fifth part is the righteous, irreproachable, exemplary and holy life with
which the one who has received the mission of announcing the Gospel and
considers himself sent to enlighten the people should shine. A righteous life,
that is, without complaining about anyone, or offending anyone, but simply
living with everyone, giving no reason for anyone to complain about the
preacher. Holy, like angels among men, and even more, almost like gods
descended from heaven, who despise the mundane and the transitory,
considering them as dung. They desire to accumulate neither gold, nor silver,
nor dominion or primacy over others, nor human glory or wealth. On the
contrary, they are all moderate, peaceful, modest, humble, patient, pure,
honest, and spiritual, for their primary intention is to deal with heavenly things
rather than earthly ones (LAS CASAS, 2005, p. 248).
Finally, he considered that the natives needed to be convinced that the religious were
not in search of earthly riches, but that, having a life of holiness, their only goal was to bring
them the faith and Christian teachings.
For when they see that they reject all things present, that they are prepared for
future rewards and adorned with the other actions and virtues, far above all
sermonizing, they will believe in their actions and will be attracted to the truth,
approaching them with gusto, although they had the ferocity of wild animals
(LAS CASAS, 2005, p. 248).
By proposing "
una educación primera no con palavras y las doctrinas, sino con el
ejemplo de vida, sin ésta sería inútil todo intento pedagógico
" (MORENO, 1976, p. 162), Las
Casas evidences that the native needed to differentiate the religious from the colonizers. While
the latter invaded and warred for gold, the religious should renounce to wealth and convince by
example and gentleness. The Spanish incessant battle for gold, which distanced them from the
purpose of Christianizing the natives, hindered the work of the religious, generating numerous
conflicts between the two parties. In their actions and their ways of life, the religious had to be
contrary to the attitudes of the colonizers, behaving like sheep among wolves:
It is the condition of the sheep to suffer harm, not to cause it; and so, the
preachers of the Gospel will not harm anyone. Only with their gentleness, they
will tolerate and overcome the weaknesses and persecutions of others, as is
exposed (LAS CASAS, 2005, p. 134).
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As sheep, he declares, I send you out among wolves, which means, I do not
send you out with the power of arms to violently submit the nations to your
doctrine [...]. I only send you as sheep among wolves; that is, as one who will
not harm anyone, and is not capable of harming; I send you in such a way that
you can suffer the injury of anyone. And he teaches and preserves meekness
sufficiently, by the fact that he adduces the likeness of the sheep and the dove;
I, Christ insists, send you out as sheep...and be as simple as doves (LAS
CASAS, 2005, p. 136).
Living in a conflictive way with the colonizers, disputing with them the native's time,
the religious, with "right life", kindness and gentleness, would conquer the natives' spirit, who
would accept them and become the new believers, the new Christians (LAS CASAS, 2005, p.
95).
Besides the good treatment and the "straight life", it was necessary to foresee a time
interval for the Christianization. It was necessary to act without haste, with gradual teachings
and not with the speed that usually occurred: it was not enough to sprinkle the water of baptism
to consider them converted.
It is necessary, therefore, that he who proposes to attract men to faith and true
religion, which are not within the reach of natural forces, should use this art:
as often as possible he should propose, explain, distinguish, substantiate,
repeat what belongs to faith and religion. Likewise induce, persuade, ask,
entreat, invite, attract, guide those whom you must lead to faith and religion
until, by the frequency of the presentation, the manifestation, the preaching,
the thematization of the doctrine, the explanations of the truths worthy of faith,
with entreaties pleas, entreaties, encouragements, invitations, caresses,
guidance, with these repeated acts, are generated in the hearts of the listeners,
little by little, a certain vigor and disposition or grateful custom or habit, that
causes an inclination almost natural (LAS CASAS, 2005, p. 98). 98).
Besides the constant repetition, the examples of life, and the gentle and loving actions,
in order to convince the natives it was fundamental that the preacher mastered good oratory.
The use of rhetoric in the communication of faith
To show that master preachers needed the art of good oratory, Las Casas based himself
on Cicero (106-43 B.C.) and St. Augustine (354-430):
The preacher, whose office it is to teach and to attract men to the true faith
and the Christian religion, must cultivate, even more than rhetoricians and
orators, the art and rules of oratory in order to make his hearers benevolent,
attentive and docile, for what faith teaches is a matter of the greatest
excellence that surpasses every faculty of nature. And the rhetorical rule
teaches that one must show benevolence, attract the listeners, teach, delight
and affection by the softness of the voice, gentleness and placid delicacy of
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the words. What it boils down to is to persuade the understanding with reasons
and gently attract the will [...] (LAS CASAS, 2005, p. 214).
The master preacher also needed to master the native languages. Without ignoring the
difficulties, Las Casas considered that this would be fundamental for the process of
Christianization to take place. Such concern was justified by the linguistic multiplicity that
dotted New Spain (Mexico) in the early days of the conquest and colonization.
To clarify this linguistic problem, it is enough to remember that just in the area
that Mexico now occupies, the studies developed by Hermenegildo Zamora
indicate that until the 16th century, more than 63 languages were spoken that
have now been lost, in addition to another 51 that have been classified by
scholars. This adds up to 114 different linguistic manifestations. Add to that
the existence of more than 70 dialects developed from these 51 classified
languages, and, yet, another imprecise number of languages that disappeared
as the families that gave rise to them were disseminated (PEREIRA MELO;
FERNANDES GOMES, 2012, p. 93).
The difficulty in the communication-interaction process between religious and natives
demanded dedication and persistence. Thus, by learning the natives' language, the missionaries
could lead the natives to understand the Christian teachings (BORGES, 1960).
According to Las Casas, who based himself on Cicero's reflections, with these two
forms of communication, the religious would achieve the acceptance of the audience. For this
reason, he states: "[...] whoever wants to induce or move his listeners to what he has in mind,
needs first of all to have their mood in his favor, so that they become all benevolent, attentive
and docile" (LAS CASAS, 2005, p. 78). In
On the Orator
, Book II, Cicero (2002, p. 238) states:
"[...] en efecto, quieren que se comience de tal modo que logremos hacer al auditorio bien
dispuesto para nosotros, receptivo y atento".
Thus, to win over the listeners, the master preacher should use truthfulness, simplicity,
and brevity in his presentation and argumentation. Such values were essential to engage the
audience, touch the hearts and sensibilities of the natives, attracting their sympathy and
credibility.
"[...] and it is necessary to make use of seriousness in all thoughts and weight
in all expressions. It is also convenient a varied, passionate, full of drive, full
of breath, full of passion, full of authentic reality" (BORGES, 1992, p. 574).
Las Casas stated that the American evangelists were aware that the natives could extend
to the missionaries their dislike for the colonizers and that they would not pay attention to the
teachings if they were not first given affection. It is evident in this statement the influence of
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Cicero (2002, p. 254): "probar que es verdad lo que defendemos, conciliar la simpatía de nuestro
auditorio y ser capaces de llevarlos a cualquier estado de ânimo que la causa pueda exigir".
From the Roman philosopher's perspective, the qualities of the excellent orator are:
dignity, which reflects his own way of living; clear firmness, the result of the struggles fought
along his path; and just measure, which does not allow for excesses in personal evaluations,
either in terms of dignification or condescension. Dignity is not unrelated to the feeling of
passion or love for knowledge. It is up to the speaker to acquire the potential to, in a continuous
selection, perfect the qualities that are conferred and desired in his function. Cicero lists, as
qualities of the orator, dignity, passion, will, authority, and the reception of that which
represents the limits that particularize him.
According to Cicero, both in the elaboration of the speech and in the pronuntiatio, the
orator must take into account three objectives: to teach, to move, and to delight. In this
peroration, it is evident that, for him, in discursive action, reason and feeling have an affinity.
However, he outlines a hierarchical ranking, giving priority to knowledge over emotion and
ornament, and states that these three dimensions, whatever the rhetorical frameworks,
regardless of this or that option, are part of the dynamic that moves the oratorical art. Should
one teach without delighting; should one delight without teaching or moving, rhetorical
performance is doomed to failure (FERNÁNDEZ, 1995, 2018, p. 34-41).
These reflections reverberate in Las Casas' argument:
[...] it must be [...] before anything else, appropriate to move the audience to
what we want. In this regard, it is convenient that the orator or whoever is at
the service of a cause - according to Tulio - should seek: to begin well, to
narrate with lucidity, to recapitulate with vigor, to combat with bravery, to
develop with depth, to pronounce with clarity and to sustain with firmness. In
short, teach, delight and move. The task of the orator encompasses all of this.
This is what Cicero teaches (LAS CASAS, 2005, p. 79).
They also reverberate in his assertion that, with a pleasant voice, modest countenance,
gentleness, tranquility, and delicacy, the master would win the mood of the natives:
One of the first precepts of rhetoric is to win the sympathy of the assembly
with the exordium. This is achieved with a pleasant voice, with the expression
of a modest countenance, showing meekness, quiet delicacy in the words; all
of which greatly attract the benevolence of the listeners [... ...] the preacher of
truth and teacher of faith, in setting out to teach those he seeks to induce and
stimulate to faith and religion, needs more than any other to win the hearts of
his hearers - especially of those who have been invited to faith for the first
time, that is, the unbelievers - with softness of voice, with serenity and
pleasant expression of countenance, with meekness, with quiet delicacy in
words, with kind teaching and persuasion, with pleasant good will, and finally,
that it teaches, delights, and moves (LAS CASAS, 2005, p. 79). 79).
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Bartolomeu de Las Casas: The art of rhetoric and education by example
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Las Casas also sought support in
On Christian Doctrine
of Saint Augustine, reflecting
on a discursive action that would convince the listeners:
St. Augustine also understands that the teacher or preacher of truth, or
whoever is in charge of teaching and attracting men to the faith and Christian
religion, must conquer the mood of his listeners, make them well disposed,
teach, delight and convince the docile attentive. This shows that the way to
teach, invite and attract men to the right faith and true religion must
necessarily persuade the understanding with reasons and attract with
gentleness and sweetly incite the will (LAS CASAS, 2005, p. 80).
In book IV
On Christian Doctrine
, St. Augustine discusses the best way to teach the
truths of Christianity, the objectives, purposes and conformities of the sacred orator, and the
best way to use the styles of classical rhetoric. Attributing more importance to wisdom than to
eloquence, which refers back to the divine
Logos-Verbum
, he states that it is not up to rhetoric
any kind of creation of truth, because its function is to transmit the wisdom printed in the sacred
texts (PERENCINI, 2014, p. 88-95). He states, referring to Cicero: "A certain orator said - and
he spoke the truth - that one must speak 'in such a way as to instruct, please, and convince' -
Then he added - 'To instruct is a necessity, to please, a pleasure, to convince, a victory'"
(AGOSTINHO, 2002, p. 141).
We cannot disregard the burning change that St. Augustine proposed for Christian
oratory. The sacred orator, who should use a simple style, should not teach, demonstrate, prove,
because it was not necessary to teach, demonstrate or prove what is constituted as truth. It was
up to him, rather, to instruct those who were at fault with the truth, that is, his teachings were
meant to instruct. The medium style could be used as long as the ornament was not contrary to
the truth that constitutes the word of God. This style, as long as it was in consonance with the
truths contained in the sacred texts, should be the speaker's concern: "to please in order to
captivate" and to magnify the doctrine. Finally, by means of the sublime style, the sacred orator
could sensitize and convert his audience, in case the instruction associated with the beauty of
the expression did not achieve its goals (PERENCINI, 2014, p. 92).
The way of catechizing and explaining the things of faith should reach man in his living,
in a fraternal way and through good Christian practices:
[...] in such a way that the listeners would clearly perceive what they were
being taught, for which purpose they should make use as much as possible of
comparisons or similarities taken from the daily life of the Indians.
Affirmative, in the sense of asserting with authority and firmness, excluding
any sense of insecurity [...] affectionate, in the sense of speaking to the
listeners with affection, as parents do to their children (SARANYANA, 1992,
p. 568).
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The solemnities also corresponded to the objective of gradually generating the authority
of Christianity. Promoting a solemn spectacle of convincing through images, postures, and
sounds gave sobriety, authority, and power before the natives. Its function was to arouse the
natives' appreciation for the new religion. The practice of hand-kissing was common in the
solemnities that inaugurated the settlements and in religious celebrations and festivities,
including in the catechesis offered to the natives. Using these resources, practicing certain
behaviors and avoiding certain acts, the missionaries would gain and keep their prestige among
the natives (BORGES, 1992, p. 588).
In his
poblados
projects, the Dominican had proposed physical punishment for the
natives who did not accept the new religious customs. However, in his pedagogical manual, he
did not maintain this argument and positioned himself against these punishments:
But if the preacher of the Gospel punishes and terrifies his hearers, especially
those who for the first time cross the doors of the Church, and resorts to
harshness, scourging, imprisonment, and other fears and afflictions in the face
of any class of sins, his disciples will logically be filled with anguish, pain,
fear, sadness, hatred, anger, and indignation against the one who scourged and
punished them, that is, against the preachers (LAS CASAS, 2005, p. 298).
Instead of the practice of physical punishment, away from pain, punishments and
disturbances, persuasion would be obtained by gentleness, love and meekness (LAS CASAS,
2005, p. 92).
Finally, it is noteworthy that, in this appeal to teachers and preachers who proposed to
work on the Christianization/training of the natives, he pondered: even if the preachers' work
was not recognized or did not bear fruit, "condemnation will not be imputed to the preachers,
but to their recalcitrant opponents. Their reward is in a safe place, and hope will always console
them" (LAS CASAS, 2005, p. 302).
Final remarks
Las Casas was a dissenting voice in proposing an alternative for the process of conquest,
colonization and Christianization of the natives. This position corresponded to the historical
moment of the patronage, when the union of the Church and the Crown was preached. Seeking
answers to the conflicts of his time, he defended the rationality of the natives and attributed the
task of Christianization/formation to the preaching master, who, unlike what was common and
accepted in Spain, should adapt to the new needs and the nature of the natives.
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His answer was supported by classics from Antiquity and Medieval times, such as
Cicero, St. Augustine and St. Thomas Aquinas, who, regardless of the differences in time, space
and culture or objectives, theorized about the importance of the formation of the master
preacher. Thus, he idealized the actions of the master preacher in the Christianization process,
assigning him responsibility and social role to the audience. With specific actions, good oratory,
exemplary life, he would be the main agent in conducting the process in American lands,
presenting himself with a differential in relation to other colonizers.
It is worth considering, therefore, that Las Casas did not break with the colonizing
process triggered by the Spanish Crown; on the contrary, in accordance with the spirit of his
time, he tried to make possible a new model of submission and, therefore, of exploitation of the
natives. The difference was in the method of achieving this subjugation. By conquering the
natives, the preacher masters would guarantee not only religious domination, but also political
domination, that is, the domination of the Spanish Crown.
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How to reference this article
SANTOS, C. A.; MELO, J. J. P. Bartolomeu de Las Casas: Bartolomeu de Las Casas: The art
of rhetoric and education by example.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 7, n. 2, p. 1148-1161, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14600
Submitted:
30/12/2020
Revisions required
: 22/01/2021
Approved
: 18/02/2022
Published
: 01/04/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação
Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva