Gustavo Adolfo D’ALMEIDA LÔBO1 Kátia Regina Rodrigues LIMA2
RESUMEN: El libro Investigación en educación: métodos y epistemologías, del profesor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, se inscribe en la lista de lecturas esenciales para los dedicados a la investigación educativa, el trabajo trae una rica contribución al proceso de análisis de las producciones académicas sobre educación en Brasil y presenta importantes problemas y sugerencias sobre la estructura metodológica, epistemológica y filosófica de la investigación en educación. Establece una matriz paradigmática que, en la edición reseñada, se amplió y se convierte en una matriz epistemológica, capaz de identificar los aspectos internos que conforman la construcción de textos científicos resultantes de la investigación, así como factores externos que impactan la investigación y la producción científica. El trabajo, dividido en 10 capítulos, conduce al lector a una percepción del proceso lógico necesario para la producción científica, superando el sesgo técnico de los manuales de metodología de la investigación y planteando discusiones sobre aspectos epistemológicos, filosóficos y éticos relevantes para una ciencia liberadora.
1 Universidade Estadual do Ceará (UECE), Limoeiro do Norte – CE – Brasil. Professor Assistente do Curso de Licenciatura em História da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos - FAFIDAM/UECE. Mestrado em História (UFPE), Doutorando em Educação pelo PPGE/UECE. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2956-3758. E-mail: gustavo.lobo@uece.br
2 Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato – CE – Brasil. Professora Associada do Departamento de Ciências Biológicas. Professora do PPGE/UECE. Pós-Doutorado em Educação (UFC); Doutorado em Educação (UFSCar), Mestrado em Educação (UFC). ORCID https://orcid.org/0000-0002-9132-9551. E-mail: katia.lima@urca.br
PALABRAS CLAVE: Epistemología de la investigación. Investigación en educación. Matriz epistemológica.
ABSTRACT: The book Research in education: methods and epistemologies, by Professor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, fits into the list of essential readings for those dedicated to educational research, the work brings a rich contribution to the process of analysis of academic productions on education in Brazil and points out important problems and suggestions about the methodological, epistemological and philosophical structure of research in education. It establishes a paradigmatic matrix that, in the reviewed edition, was expanded and becomes an epistemological matrix, able to identify the internal aspects that make up the construction of scientific texts resulting from research, as well as external factors that impact on research and scientific production. The work, divided into 10 chapters, leads the reader to a perception of the logical process necessary for scientific production, overcoming the technical bias of the research methodology manuals and raising discussions on epistemological, philosophical and ethical aspects relevant to a liberating Science.
KEYWORDS: Research epistemology. Education research. Epistemological matrix.
Silvio Ancisar Sánchez Gamboa é um renomado professor colombiano, radicado no Brasil há décadas, e que tem contribuído como docente na área da Filosofia e História da Educação na Unicamp e como professor visitante em várias instituições de ensino superior, no Brasil e em outros países sul-americanos.
O livro Pesquisa em Educação: métodos e epistemologias, origina-se de relatos das experiências de “pesquisa da pesquisa”, realizadas no período entre o início da década de 1970 e o ano de 1984, nas quais Gamboa analisa a existência e o desenvolvimento das relações lógicas entre os aspectos técnico-metodológicos e epistemológico-filosóficos presentes nas pesquisas educacionais desenvolvidas nos programas de pós-graduação por ele investigados.
A forma como o livro é estruturado, dividido em 10 capítulos, demonstra a preocupação do autor com o processo lógico que destaca ao longo do texto. Os capítulos iniciais tratam de uma fundamentação teórica necessária à compreensão da análise realizada sobre a produção da pós-graduação, apresentada nos capítulos seguintes. O autor, além de basear o leitor com conceitos essenciais, aponta a necessidade de ruptura com o paradigma clássico do estatuto estabelecido da ciência positiva, critica as publicações sobre investigação educativa por serem tecnicistas, pela falta de fundamentos lógicos e epistemológicos, por serem pouco acessíveis aos estudantes e iniciantes na investigação, e por não articular os aspectos técnico- metodológicos com os aspectos epistemológico-filosóficos da pesquisa.
No primeiro capítulo desenvolve uma explanação sobre a contribuição de pensadores contemporâneos à epistemologia da pesquisa científica e mostra que a mesma preocupação também se desenvolveu no campo da educação, a partir dos anos de 1970. O autor conduz o leitor à percepção do como e porque se construiu o instrumento matriz paradigmática para a realização de seu trabalho de “pesquisa da pesquisa”. Expõe uma série de paradoxos implícitos nos métodos das produções pesquisadas e passa a apresentá-los a partir dos conflitos perceptíveis em polos ou pares. No que se refere à relação entre o sujeito e o objeto da pesquisa, aponta para a quebra da dicotomia investigador-sujeito/objeto. Salienta que nas Ciências Sociais todos são sujeitos e o único objeto plausível de ser conhecido e transformado é a realidade.
Ao longo do segundo capítulo, Gamboa denuncia a invasão de uma redução tecnicista da prática da pesquisa em educação e exalta a investigação científica como criadora de uma teoria do conhecimento e de uma filosofia, e não apenas de um saber do campo específico de cada área. Critica os manuais de pesquisa que apenas ensinam técnicas e fazem parecer a pesquisa com o domínio de receitas prontas e gerais, sem atentar para as especificidades do trabalho científico, como a produção de uma filosofia implícita no processo de construção das respostas organizadas às questões e ao estabelecimento de uma cosmovisão.
O autor explica que uma abordagem epistemológica poderá esclarecer as relações entre técnicas, métodos, paradigmas, pressupostos gnosiológicos e ontológicos, presentes de forma mais ou menos explícita em cada pesquisa. Afirma que a pesquisa epistemológica sobre a pesquisa educacional agrega o método lógico ao método histórico e pode dar conta de explicar as transformações paradigmáticas da produção científica. Diz que não se deve ver a abordagem epistemológica como modelo para elaboração de projetos, pois é uma análise a posteriori, sobre trabalhos já realizados, nos quais se busca ver os percursos e como as etapas se relacionam. Expõe, também, que não deve ser objetivo do projeto de pesquisa fixar a priori um modelo paradigmático, pois além de criar falsas expectativas, essa escolha limita a criatividade e a liberdade do pesquisador no contato com a realidade a ser pesquisada.
No terceiro capítulo, Gamboa apresenta a matriz paradigmática, instrumento que elaborou e utilizou para a reconstrução da lógica interna que conduz a pesquisa e, a partir daí, ver as bases do enfoque teórico e metodológico utilizado. Afirma que a concretização é produzida pelo movimento recíproco em que fatos e conceitos se correlacionam. Estabelece diferentes níveis ou grupos de pressupostos em que se organizam os elementos da correlação: o nível básico se refere à lógica na relação entre Pergunta e Resposta, e a elaboração da Resposta
integra diversos níveis de complexidade (técnico, metodológico, teórico, pressupostos epistemológicos, pressupostos gnosiológicos e pressupostos ontológicos).
Ao desconstruir os conceitos de pureza e neutralidade científica, o autor elucida os interesses por trás de cada paradigma. Expõe os pressupostos gnosiológicos como uma maneira de generalizar, aspecto que permite reconhecer caracteres comuns entre objetos também comuns. Cada enfoque metodológico possui uma forma de conceber os processos lógico- gnosiológicos a partir de como se relacionam o real, o abstrato e o concreto, tomando como pressupostos ontológicos as concepções de homem, história e realidade.
O quarto capítulo, que tem colaboração do professor Régis Henrique Reis da Silva e foi acrescido nesta edição publicada em 2018, traz uma requalificação do instrumento desenvolvido por Gamboa, a matriz paradigmática, que avançou, após absorvidas as críticas supervenientes, para uma matriz epistemológica que contempla as condições sociopolíticas e econômicas do entorno no qual o pesquisador está inserido. A associação de aspectos externos, histórico-sociais, aos aspectos internos, lógicos, na análise da pesquisa das ciências da ação, dá matizes novas ao processo de produção científica, mostrando-o mais politizado e exigindo dele mais criticidade. Colocam o mundo da necessidade na relação de composição do problema, apresentando os elementos de contexto que influem na atividade do pesquisador.
O quinto capítulo relata os estudos de caráter epistemológico que fez sobre as pós- graduações em educação no estado de São Paulo, no período de 1971 a 1984. A pesquisa buscou a relação entre o lógico e o histórico, reconstituindo os modelos epistemológicos das pesquisas, caracterizando-as quanto ao nível de articulação explícito e pressupostos implícitos, elucidando as tendências e paradigmas e as condições históricas que explicam a trajetória dessas tendências. Identificou três vertentes epistemológicas: empírico-analítica, fenomenológico- hermenêutica e crítico-dialética. A partir dos resultados foi possível confrontar as lógicas das três tendências em vários níveis: técnico, metodológico, teórico, epistemológico, concepção de ciência, gnosiológico e ontológico; em cada um o autor elenca as características que os diferenciam e discorre sobre elas.
Sílvio Gamboa expõe a necessidade de uma melhor formação filosófica para os pesquisadores ao longo do seu processo formativo, a fim de que possam compreender aspectos como a teoria do conhecimento, processos científicos e fundamentos epistemológicos da pesquisa, para fugir da reprodução de fórmulas ou receitas como as existentes nos tradicionais manuais de pesquisa e escapar das opções epistemológicas como modismos teórico- metodológicos.
No sexto capítulo o autor identifica, a partir das abordagens teórico-metodológicas, as dificuldades encontradas nos projetos de pesquisa para relacionar os resultados da pesquisa com a prática educativa e discutir o estatuto científico da educação. Aponta que uma certa tendência ‘utilitarista’ faz com que se inverta o sentido da pesquisa, colocando o uso de seus resultados como objetivo, quando o conhecimento do evento/fenômeno deveria ser priorizado. Este aspecto, aliás, causa um problema de ordem ética que o autor irá abordar. Adverte que se investigam problemas. Os projetos que não apresentam problemas/indagações e sim afirmações são equivocados e fogem da lógica da pesquisa. Compreende que, na aplicabilidade dos resultados, há uma relação entre o tipo de abordagem e o tipo de mudança propostas em uma pesquisa, do menor nível de mudança (homeostase e incrementalismo) ao maior nível de mudança (neomovilismo e metamorfose). Trata do ‘colonialismo epistemológico’ ou da invasão das teorias ou categorias de outras áreas do conhecimento na pesquisa educacional devido à falta de um estatuto epistemológico próprio da educação.
Aponta um novo circuito de conhecimento no qual se parte da educação, trafega-se por outras áreas e retorna-se para a educação como ponto final. A dialética da práxis estabelece a máxima de que a teoria é válida à medida que transforma a prática e esta também é verdadeira à medida que transforma a teoria. Constrói-se o novo campo epistemológico da educação, tendo a prática educativa como ponto de partida e de caráter multidisciplinar. Há um reforço na defesa da teoria da práxis como elemento essencial para a transformação da pesquisa em instrumento eficaz para a transformação da educação.
No sétimo capítulo, Gamboa parte da matriz epistemológica que organiza por complexidade os elementos que compõem a pesquisa, dos mais concretos aos mais abstratos, para definir os aspectos gnosiológicos das abordagens epistemológicas e das teorias educativas usadas na pesquisa educacional. O autor trata da análise do problema da relação cognitiva entre o sujeito e o objeto, campo da filosofia que é essencial na pesquisa, no qual se dá a articulação lógica entre conceitos de objeto, sujeito (gnosiológico) e as teorias da educação como indicador da qualidade da produção da pesquisa. Cita Tedesco e Saviani para conceituar as tendências e as concepções sobre educação prevalentes na América Latina, e dentro destes quadros explicita a diversidade entre as teorias críticas, no que se refere à relação sociedade-educação: sendo marcante e reprodutivista (teorias crítico-reprodutivistas) e vendo uma relação dialética de determinação e transformação da sociedade e da educação (crítico-dialéticas).
Gamboa expõe que a maior diferença encontrada nas abordagens dos pressupostos gnosiológicos no tocante aos desdobramentos metodológicos não está nas técnicas de coleta e tratamento de dados, mas na concepção do objeto, como ele é entendido e compreendido pelo
sujeito. Há uma relação intrínseca entre o método e os pressupostos gnosiológicos. O método não se explica por si só, ele depende do ponto de saída e chegada da pesquisa, depende dos sentidos atribuídos aos dados empíricos coletados e de como o objeto é compreendido como algo pronto e dado ou como fenômeno em construção e transformação permanente.
O oitavo capítulo é dedicado à concepção de homem na pesquisa educativa. Nele, o autor resgata o papel da pesquisa filosófica como fundamental para construção crítica dos modelos científicos. Destaca que o desenvolvimento de pesquisas de caráter epistemológico e filosófico dá consistência lógica a essas tendências. Fazendo uso da sua “matriz paradigmática” foi possível recuperar as ligações entre registro e análise de dados, abordagens metodológicas, teorias, concepções epistemológicas e pressupostos filosóficos. Cada abordagem se identifica com pressupostos filosóficos, e foram divididas em duas dimensões: gnosiológica (relação sujeito-objeto) e ontológica (concepção de homem, história e realidade). Apresenta as diferentes concepções de homem a partir de cada modelo: homem funcional e quantificável, típico do racionalismo cartesiano da matriz empírico-analítica; ser de múltiplos papéis, inserido no sistema que o conforma, um ser transitório e inacabado como apresenta a matriz fenomenológico-hermenêutica ou um ser incluído no conjunto das relações sociais e capaz de libertar-se da determinação social através de uma prática revolucionária, como propõe a matriz crítico-dialética.
Gamboa aponta o interesse crescente dos pesquisadores por compreender e explicar a ação educativa, as relações da escola com o todo social e as contradições sociais que se manifestam nas lutas por erradicar a marginalidade, a exclusão e as estruturas de exploração, para tanto, o marxismo e a dialética se afirmam como teoria e método com significativa capacidade heurística, dada sua proximidade com o interesse transformador.
O nono capítulo afirma que os fenômenos educativos, por sua natureza social, são também históricos. Diz que, dependendo da abordagem teórico-metodológica, nem sempre a pesquisa em educação leva em conta a historicidade do fenômeno educativo. A reflexão sobre temporalidade e historicidade do fenômeno educacional é dividida em três etapas: como justificativa de um novo campo para a historiografia; como apresentação da forma como as pesquisas educacionais abordam a temporalidade e a historicidade do objeto, e como questões que venham a mover o debate e novos estudos. Indagar sobre as formas de abordar a temporalidade e a historicidade na investigação educativa é uma forma de desenvolver a crítica epistemológica e ideológica como uma função da historiografia da educação. Ao identificar as abordagens teórico-metodológicas utilizadas na pesquisa educacional e elucidar os pressupostos epistemológicos e gnosiológicos que as sustentam e que definem a categoria
tempo e a abordagem da historicidade dos fenômenos estudados, encontrou duas concepções sobre a concepção ontológica de realidade: uma sincrônica (empírico-analíticas e fenomenológicas/estruturalistas) e outra diacrônica (fenomenológicas/existencialista- hermenêuticas e dialéticas). Na concepção sincrônica há uma ideia de tempo que tende à apreensão estática do momento tomado como pano de fundo ou como reedição do contexto histórico. Na concepção diacrônica o tempo aparece dinâmico, quer como existência viva, quer como movimento, evolução e dinâmica dos fenômenos.
O décimo capítulo responde à questão: os interesses cognitivos, presentes nos enfoques epistemológicos que embasam a pesquisa na educação, podem ser abordados como questão ética? Com o contributo de Habermas, levanta questões relacionadas à postura ética de pesquisadores na construção do saber sobre educação; indagam sobre a separação entre a ciência e os valores; a pretensa objetividade do método e a neutralidade axiológica do pesquisador. Critica a percepção de ética na ciência, limitada aos cuidados metodológicos da pesquisa e a aplicação e utilização dos resultados da pesquisa.
Gamboa ressalta o papel do investigador/pesquisador na elaboração do conhecimento científico, que é uma produção social e histórica, afastando a visão de uma produção mecânica, com aplicação de elementos prontos. Esse processo articula diversos elementos, inclusive pressupostos epistemológicos e filosóficos, os mais basilares, pois elucidam e explicam os demais, técnico-metodológicos. Expõe que os três enfoques básicos da pesquisa: o empírico- analítico; o histórico-hermenêutico e o crítico-dialético, correspondem, respectivamente, aos três tipos de interesse humano quanto à produção de conhecimento: o técnico de controle; o dialógico de consenso e o crítico emancipador. O pensar não pode dissociar-se das três dimensões fundamentais da vida humana: o trabalho, a linguagem e o poder. O autor coloca que os três enfoques correspondem a três conjuntos lógicos: o conjunto trabalho-técnica- informação, subjacente ao enfoque empírico-analítico; o conjunto linguagem-consenso- interpretação, contido no enfoque histórico-hermenêutico; e o conjunto poder-emancipação- crítica, implícito ao enfoque dialético.
Tratando da ética na pesquisa científica, o filósofo analisa como os interesses cognitivos de cada opção epistemológica se expressam na pesquisa por meio de técnicas, métodos e aspectos epistemológicos e filosóficos. Por ser consciente, o ato moral se dá por convicção íntima e não de forma mecânica, externa ou impessoal. Entretanto, há uma mecanicidade nas ações dos pesquisadores que não buscam as razões implícitas originadas de suas convicções filosóficas, de onde concluímos que o agir ético pode ser prejudicado.
Gamboa finaliza apresentando a obra como um ensaio que contribui para o aprofundamento dos aspectos relativos aos fundamentos epistemológicos e filosóficos da pesquisa educacional e não como um manual de pesquisa. Refere-se à importância do ponto de partida: a prática da investigação científica, cuja análise se dá na procura pela lógica que articula os elementos que compõem a produção científica já pronta, sendo, pois, uma análise a posteriori. Reafirma que a pesquisa educacional deve ser percebida pela complexidade, que vai da adoção de instrumentos, técnicas e procedimentos, passando por um método que é uma teoria de ciência em ação afirmada em uma teoria do conhecimento. Aponta o fato de não existir teoria do conhecimento sem uma ontologia, uma concepção de mundo, uma cosmovisão, sendo, portanto, o conhecimento também afetado ideologicamente.
A obra não é, de fato, um manual de pesquisa, ao contrário, trata-se de um manifesto pela utilização dos pressupostos filosóficos, epistemológicos e gnosiológicos na construção da ciência, seja em educação ou em quaisquer outras áreas do conhecimento. A obra é um chamado à valorização filosófica, destinado a estudantes, professores(as) e pesquisadores(as) que buscam um pensamento aprofundado sobre os assuntos referentes à pesquisa, que ultrapassa os limites teórico-metodológicos, indo nas raízes que sustentam nossa forma de compreender o mundo e de nele intervir. Gamboa busca dotar o pesquisador de consciência sobre as formas implícitas que condicionam a construção do conhecimento, desde a natureza ontológica até os meandros das etapas técnicas da pesquisa.
GAMBOA, Silvio Sánchez. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. 3. ed. rev., atual. e ampl. Chapecó: Argos, 2018. e-PUB. ISBN: 978-85-7897-253-0.
D’ALMEIDA LÔBO, G. A.; LIMA, K. R. R. Pesquisa em educação: Métodos e epistemologias. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0596-0603, jan./mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14618
INVESTIGACIÓN EN EDUCACIÓN: MÉTODOS Y EPISTEMOLOGÍAS PESQUISA EM EDUCAÇÃO: MÉTODOS E EPISTEMOLOGIAS RESEARCH IN EDUCATION: METHODS AND EPISTEMOLOGIES
Gustavo Adolfo D'ALMEIDA LÔBO1 Katia Regina Rodrigues LIMA2
RESUMO: O livro Pesquisa em educação: métodos e epistemologias, de autoria do professor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, se enquadra no rol das leituras essenciais para quem envereda na pesquisa educacional: a obra traz uma rica contribuição ao processo de análise das produções acadêmicas sobre educação no Brasil e aponta importantes problemas e sugestões sobre a estrutura metodológica, epistemológica e filosófica da pesquisa em educação. Estabelece uma matriz paradigmática que, na edição resenhada, foi ampliada e torna-se uma matriz epistemológica, capaz de identificar os aspectos internos que compõem a construção dos textos científicos resultantes das pesquisas, bem como os fatores externos que impactam na investigação e produção acadêmica. A obra, dividida em 10 capítulos, conduz o leitor a uma percepção do processo lógico necessário ao trabalho científico, superando o viés tecnicista dos manuais de metodologia de pesquisa e levantando discussões sobre aspectos epistemológicos, filosóficos e éticos relevantes para uma ciência libertadora.
1 Universidad Estatal de Ceará (UECE), Limoeiro do Norte – CE – Brasil. Profesor Ayudante del Curso de Grado en Historia de la Facultad de Filosofía Dom Aureliano Matos - FAFIDAM/UECE. Magíster en Historia (UFPE), Doctoranda en Educación por PPGE/UECE. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2956-3758. E-mail: gustavo.lobo@uece.br
2 Universidad Regional de Cariri (URCA), Crato – CE – Brasil. Profesor Asociado, Departamento de Ciencias Biológicas. Profesor en PPGE/UECE. Post-Doctorado en Educación (UFC); Doctor en Educación (UFSCar), Maestría en Educación (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9132-9551. E-mail: katia.lima@urca.br
PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia da pesquisa. Pesquisa em educação. Matriz epistemológica.
ABSTRACT: The book Research in education: methods and epistemologies, by Professor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, fits into the list of essential readings for those dedicated to educational research, the work brings a rich contribution to the process of analysis of academic productions on education in Brazil and points out important problems and suggestions about the methodological, epistemological and philosophical structure of research in education. It establishes a paradigmatic matrix that, in the reviewed edition, was expanded and becomes an epistemological matrix, able to identify the internal aspects that make up the construction of scientific texts resulting from research, as well as external factors that impact on research and scientific production. The work, divided into 10 chapters, leads the reader to a perception of the logical process necessary for scientific production, overcoming the technical bias of the research methodology manuals and raising discussions on epistemological, philosophical and ethical aspects relevant to a liberating Science.
KEYWORDS: Research epistemology. Education research. Epistemological matrix.
Silvio Ancisar Sánchez Gamboa es un reconocido docente colombiano, residente en Brasil desde hace décadas, y que ha contribuido como profesor en el área de Filosofía e Historia de la Educación en la Unicamp y como profesor visitante en varias instituciones de educación superior en Brasil y otros países sudamericanos.
El libro Investigación en Educación: métodos y epistemologías, tiene su origen en informes de las experiencias de "investigación investigadora", realizadas en el período comprendido entre principios de la década de 1970 y el año 1984, en el que Gamboa analiza la existencia y desarrollo de relaciones lógicas entre los aspectos técnico-metodológicos y epistemológicos-filosóficos presentes en la investigación educativa desarrollada en los programas de posgrado investigados por él.
La forma en que está estructurado el libro, dividido en 10 capítulos, demuestra la preocupación del autor por el proceso lógico que destaca a lo largo del texto. Los capítulos iniciales abordan una base teórica necesaria para comprender el análisis realizado sobre la producción de estudios de posgrado, presentados en los capítulos siguientes. El autor, además de basar al lector en conceptos esenciales, señala la necesidad de romper con el paradigma clásico del estatus establecido de la ciencia positiva, critica las publicaciones sobre investigación educativa por ser técnicas, por la falta de fundamentos lógicos y epistemológicos, por ser poco accesibles para estudiantes y principiantes en investigación, y por no articular los
aspectos técnico-metodológicos con los aspectos epistemológico-filosóficos de la investigación.
En el primer capítulo desarrolla una explicación sobre la contribución de los pensadores contemporáneos a la epistemología de la investigación científica y muestra que la misma preocupación también se desarrolló en el campo de la educación, a partir de la década de 1970. El autor lleva al lector a la percepción de cómo y por qué se construyó el instrumento paradigmático de la matriz para la realización de su trabajo de "investigación investigadora". Expone una serie de paradojas implícitas en los métodos de las producciones investigadas y comienza a presentarlas a partir de los conflictos perceptibles en polos o pares. En cuanto a la relación entre el sujeto y el objeto de investigación, apunta a la ruptura de la dicotomía investigador-sujeto/objeto. Subraya que en las Ciencias Sociales todo el mundo es sujeto y el único objeto plausible de ser conocido y transformado es la realidad.
A lo largo del segundo capítulo, Gamboa denuncia la invasión de una reducción técnica de la práctica de la investigación en educación y exalta la investigación científica como creadora de una teoría del conocimiento y una filosofía, y no sólo de un conocimiento del campo específico de cada área. Critica los manuales de investigación que solo enseñan técnicas y hacen que la investigación parezca con el dominio de recetas listas y generales, sin mirar las especificidades del trabajo científico, como la producción de una filosofía implícita en el proceso de construcción de respuestas organizadas a preguntas y el establecimiento de una cosmovisión.
El autor explica que un enfoque epistemológico puede aclarar las relaciones entre técnicas, métodos, paradigmas, supuestos gnosiológicos y ontológicos, presentes de forma más o menos explícita en cada investigación. Afirma que la investigación epistemológica sobre la investigación educativa añade el método lógico al método histórico y puede explicar las transformaciones paradigmáticas de la producción científica. Dice que no se debe ver el enfoque epistemológico como un modelo para la elaboración de proyectos, porque es un análisis a posteriori, sobre trabajos ya realizados, en el que se busca ver los caminos y cómo se relacionan las etapas. También explica que no debe ser el objetivo del proyecto de investigación fijar a priori un modelo paradigmático, porque además de crear falsas expectativas, esta elección limita la creatividad y libertad del investigador en contacto con la realidad a investigar.
En el tercer capítulo, Gamboa presenta la matriz paradigmática, instrumento que elaboró y utilizó para la reconstrucción de la lógica interna que realiza la investigación y, a partir de ahí, ver las bases del enfoque teórico y metodológico utilizado. Afirma que la encarnación es producida por el movimiento recíproco en el que los hechos y los conceptos se correlacionan.
Establece diferentes niveles o grupos de supuestos en los que se organizan los elementos de correlación: el nivel básico se refiere a la lógica en la relación entre Pregunta y Respuesta, y la elaboración de la Respuesta integra varios niveles de complejidad (supuestos técnicos, metodológicos, teóricos, epistemológicos, supuestos gnosiológicos y supuestos ontológicos).
Al deconstruir los conceptos de pureza y neutralidad científica, el autor aclara los intereses detrás de cada paradigma. Expone supuestos gnosiológicos como una forma de generalizar, un aspecto que permite reconocer caracteres comunes entre objetos también comunes. Cada enfoque metodológico tiene una forma de concebir los procesos lógico- gnosiológicos a partir de cómo se relacionan lo real, lo abstracto y lo concreto, tomando como supuestos ontológicos las concepciones del hombre, la historia y la realidad.
El cuarto capítulo, que cuenta con la colaboración del profesor Régis Henrique Reis da Silva y fue agregado en esta edición publicada en 2018, trae una recalificación del instrumento desarrollado por Gamboa, la matriz paradigmática, que avanzó, después de absorber las críticas sobrevenidas, a una matriz epistemológica que contempla las condiciones sociopolíticas y económicas del entorno en el que se inserta el investigador. La asociación de aspectos externos, histórico-sociales, con aspectos internos y lógicos, en el análisis de la investigación de las ciencias de la acción, da nuevos matices al proceso de producción científica, mostrándolo más politizado y exigiéndole más criticidad. Sitúan el mundo de la necesidad en la relación de composición del problema, presentando los elementos de contexto que influyen en la actividad del investigador.
El quinto capítulo relata los estudios epistemológicos que realizó sobre estudios de posgrado en educación en el estado de São Paulo, de 1971 a 1984. La investigación buscó la relación entre lo lógico y lo histórico, reconstituyendo los modelos epistemológicos de las investigaciones, caracterizándolos en cuanto al nivel de articulación explícita y supuestos implícitos, dilucidando las tendencias y paradigmas y las condiciones históricas que explican la trayectoria de estas tendencias. Identificó tres aspectos epistemológicos: empírico-analítico, fenomenológico-hermenéutico y crítico-dialéctico. A partir de los resultados fue posible comparar las lógicas de las tres tendencias en varios niveles: técnico, metodológico, teórico, epistemológico, concepción de la ciencia, gnosiológico y ontológico; en cada autor enumera las características que los diferencian y los discute.
Sílvio Gamboa expone la necesidad de una mejor formación filosófica de los investigadores a lo largo de todo su proceso formativo, para que puedan comprender aspectos como la teoría del conocimiento, los procesos científicos y los fundamentos epistemológicos de la investigación, para escapar a la reproducción de fórmulas o recetas como las existentes en
los manuales de investigación tradicionales y escapar de opciones epistemológicas como las modas teórico-metodológicas.
En el sexto capítulo, el autor identifica, a partir de los enfoques teórico-metodológicos, las dificultades encontradas en los proyectos de investigación para relacionar los resultados de la investigación con la práctica educativa y discutir el estado científico de la educación. Señala que una cierta tendencia 'utilitaria' hace que se invierta la dirección de la investigación, colocando el uso de sus resultados como objetivo, cuando se debe priorizar el conocimiento del evento/fenómeno. Este aspecto, además, provoca un problema ético que el autor abordará. Advierte que se están investigando los problemas. Proyectos que no presentan problemas/preguntas, pero las afirmaciones son erróneas y huyen de la lógica de la investigación. Entiende que, en la aplicabilidad de los resultados, existe una relación entre el tipo de enfoque y el tipo de cambio propuesto en una investigación, desde el nivel más bajo de cambio (homeotasa e incrementalismo) hasta el nivel más alto de cambio (neomovilismo y metamorfosis). Se trata del "colonialismo epistemológico" o la invasión de teorías o categorías de otras áreas del conocimiento en la investigación educativa debido a la falta de un estatus epistemológico propio de la educación.
Apunta a un nuevo circuito de conocimiento en el que uno se aparta de la educación, se mueve por otras áreas y regresa a la educación como punto final. La dialéctica de la praxis establece la máxima de que la teoría es válida ya que transforma la práctica y también es verdadera cuando transforma la teoría. Se construye el nuevo campo epistemológico de la educación, con la práctica educativa como punto de partida y carácter multidisciplinar. Hay un refuerzo en la defensa de la teoría de la praxis como elemento esencial para la transformación de la investigación en un instrumento eficaz para la transformación de la educación.
En el capítulo séptimo, Gamboa forma parte de la matriz epistemológica que organiza por complejidad los elementos que componen la investigación, desde los más concretos hasta los más abstractos, para definir los aspectos gnosiológicos de los enfoques epistemológicos y las teorías educativas utilizadas en la investigación educativa. El autor se ocupa del análisis del problema de la relación cognitiva entre el sujeto y el objeto, un campo de la filosofía que es esencial en la investigación, en el que tiene lugar la articulación lógica entre conceptos de objeto, sujeto (gnosiológico) y teorías de la educación como indicador de la calidad de la producción investigadora. Cita a Tedesco y Saviani para conceptualizar las tendencias y concepciones sobre la educación prevalentes en América Latina, y dentro de estos marcos explica la diversidad entre las teorías críticas, con respecto a la relación entre sociedad-
educación: ser llamativo y reproducista (teorías crítico-reproductivas) y ver una relación dialéctica de determinación y transformación de la sociedad y la educación (crítica-dialéctica). Gamboa explica que la mayor diferencia encontrada en los enfoques de los supuestos gnosiológicos respecto a los desarrollos metodológicos no está en las técnicas de recogida y tratamiento de datos, sino en la concepción del objeto, tal y como es entendido y entendido por el sujeto. Existe una relación intrínseca entre el método y los supuestos gnosiológicos. El método no se explica por sí mismo, depende del punto de salida y llegada de la investigación, depende de los significados atribuidos a los datos empíricos recogidos y de cómo se entiende el objeto como algo listo y dado o como un fenómeno en permanente construcción y
transformación.
El octavo capítulo está dedicado a la concepción del hombre en la investigación educativa. En ella, el autor rescata el papel de la investigación filosófica como fundamental para la construcción crítica de modelos científicos. Destaca que el desarrollo de la investigación epistemológica y filosófica da consistencia lógica a estas tendencias. Utilizando su "matriz paradigmática" fue posible recuperar los vínculos entre el registro y análisis de datos, enfoques metodológicos, teorías, concepciones epistemológicas y supuestos filosóficos. Cada enfoque se identifica con supuestos filosóficos, y se dividieron en dos dimensiones: gnosiológica (relación sujeto-objeto) y ontológica (concepción del hombre, historia y realidad). Presenta las diferentes concepciones del hombre a partir de cada modelo: hombre funcional y cuantificable, propio del racionalismo cartesiano de la matriz empírico-analítica; siendo de múltiples roles, inserto en el sistema que lo conforma, un ser transitorio e inacabado tal como lo presenta la matriz fenomenológico-hermenéutica o un ser incluido en el conjunto de relaciones sociales y capaz de liberarse de la determinación social a través de una práctica revolucionaria, como propone la matriz crítico-dialéctica.
Gamboa señala el creciente interés de los investigadores por comprender y explicar la acción educativa, las relaciones de la escuela con el conjunto social y las contradicciones sociales que se manifiestan en las luchas por erradicar la marginalidad, la exclusión y las estructuras de exploración, por lo que el marxismo y la dialéctica se afirman como teoría y método con una importante capacidad heurística, dada su proximidad al interés transformador. El noveno capítulo afirma que los fenómenos educativos, por su naturaleza social, también son históricos. Dice que, dependiendo del enfoque teórico-metodológico, la investigación en educación no siempre tiene en cuenta la historicidad del fenómeno educativo. La reflexión sobre la temporalidad e historicidad del fenómeno educativo se divide en tres etapas: como justificación de un nuevo campo para la historiografía; como presentación de
cómo la investigación educativa aborda la temporalidad e historicidad del objeto, y como temas que moverán el debate y los nuevos estudios. Inculcar las formas de abordar la temporalidad y la historicidad en la investigación educativa es una forma de desarrollar la crítica epistemológica e ideológica en función de la historiografía de la educación. Identificando los enfoques teórico-metodológicos utilizados en la investigación educativa y dilucidando los supuestos epistemológicos y gnosiológicos que los sustentan y que definen la categoría temporal y el enfoque de la historicidad de los fenómenos estudiados, se encontraron dos concepciones sobre la concepción ontológica de la realidad: una incrónica (empírica-analítica y fenomenológica/estructuralista) y otra diacrónica (fenomenológica/existencialista- hermenéutica y dialéctica). En la concepción sincrónica hay una idea del tiempo que tiende a la aprehensión estática del momento tomado como fondo o como reedición del contexto histórico. En la concepción diacrónica, el tiempo aparece dinámico, tanto como existencia viva como movimiento, evolución y dinámica de los fenómenos.
El décimo capítulo responde a la pregunta: ¿pueden los intereses cognitivos, presentes en los enfoques epistemológicos que sustentan la investigación en educación, ser abordados como una cuestión ética? Con la contribución de Habermas, plantea preguntas relacionadas con la postura ética de los investigadores en la construcción del conocimiento sobre la educación; preguntar sobre la separación entre ciencia y valores; la supuesta objetividad del método y la neutralidad axiológica del investigador. Critica la percepción de la ética en la ciencia, limitada al cuidado metodológico de la investigación y a la aplicación y uso de los resultados de la investigación.
Gamboa enfatiza el papel del investigador/investigadora en la elaboración del conocimiento científico, que es una producción social e histórica, distanciando la visión de una producción mecánica, con aplicación de elementos prefabricados. Este proceso articula varios elementos, entre ellos los supuestos epistemológicos y filosóficos, los más básicos, porque dilucidan y explican los otros técnico-metodológicos. Expone que los tres enfoques básicos de la investigación: el empírico-analítico; la historia hermenéutica y crítico-dialéctica corresponden, respectivamente, a los tres tipos de interés humano respecto a la producción de conocimiento: el técnico de control; el consenso dialógico y la crítica emancipadora. El pensamiento no puede disociarse de las tres dimensiones fundamentales de la vida humana: el trabajo, el lenguaje y el poder. El autor afirma que los tres enfoques corresponden a tres conjuntos lógicos: el conjunto trabajo-técnico-información, subyacente al enfoque empírico- analítico; el conjunto lenguaje-consenso-interpretación, contenido en el enfoque histórico- hermenéutico; y el conjunto poder-emancipación-crítica, implícito al enfoque dialéctico.
Al tratar con la ética en la investigación científica, el filósofo analiza cómo los intereses cognitivos de cada opción epistemológica se expresan en la investigación a través de técnicas, métodos y aspectos epistemológicos y filosóficos. Siendo consciente, el acto moral se realiza por convicción íntima y no de manera mecánica, externa o impersonal. Sin embargo, existe una mecanicidad en las acciones de los investigadores que no buscan las razones implícitas originadas en sus convicciones filosóficas, de las cuales concluimos que la acción ética puede verse perjudicada.
Gamboa concluye presentando la obra como un ensayo que contribuye a la profundización de aspectos relacionados con los fundamentos epistemológicos y filosóficos de la investigación educativa y no como un manual de investigación. Se refiere a la importancia del punto de partida: la práctica de la investigación científica, cuyo análisis se realiza en la búsqueda de una lógica que articule los elementos que componen la producción científica ya lista, siendo, por tanto, un análisis a posteriori. Reafirma que la investigación educativa debe ser percibida por la complejidad, que va desde la adopción de instrumentos, técnicas y procedimientos, pasando por un método que es una teoría de la ciencia en acción afirmada en una teoría del conocimiento. Señala el hecho de que no hay teoría del conocimiento sin una ontología, una concepción del mundo, una cosmovisión, y por lo tanto el conocimiento también se ve afectado ideológicamente.
La obra no es, de hecho, un manual de investigación, al contrario, es un manifiesto para el uso de supuestos filosóficos, epistemológicos y gnosiológicos en la construcción de la ciencia, ya sea en la educación o en cualquier otra área del conocimiento. El trabajo es una llamada a la valorización filosófica, dirigida a estudiantes, docentes e investigadores que buscan un pensamiento profundo sobre los temas relacionados con la investigación, que va más allá de los límites teórico-metodológicos, yendo a las raíces que sustentan nuestra forma de entender el mundo e intervenir en él. Gamboa busca dotar al investigador de la conciencia sobre las formas implícitas que condicionan la construcción del conocimiento, desde la naturaleza ontológica hasta los entramados de las etapas técnicas de la investigación.
GAMBOA, Silvio Sánchez. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. 3. ed. rev., atual. e ampl. Chapecó: Argos, 2018. e-PUB. ISBN: 978-85-7897-253-0.
D’ALMEIDA LÔBO, G. A.; LIMA, K. R. R. Investigación en educación: Métodos y epistemologías. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0594-0602, enero/marzo 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14618
Gustavo Adolfo D’ALMEIDA LÔBO1 Kátia Regina Rodrigues LIMA2
RESUMO: O livro Pesquisa em educação: métodos e epistemologias, de autoria do professor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, se enquadra no rol das leituras essenciais para quem envereda na pesquisa educacional: a obra traz uma rica contribuição ao processo de análise das produções acadêmicas sobre educação no Brasil e aponta importantes problemas e sugestões sobre a estrutura metodológica, epistemológica e filosófica da pesquisa em educação. Estabelece uma matriz paradigmática que, na edição resenhada, foi ampliada e torna-se uma matriz epistemológica, capaz de identificar os aspectos internos que compõem a construção dos textos científicos resultantes das pesquisas, bem como os fatores externos que impactam na investigação e produção acadêmica. A obra, dividida em 10 capítulos, conduz o leitor a uma percepção do processo lógico necessário ao trabalho científico, superando o viés tecnicista dos manuais de metodologia de pesquisa e levantando discussões sobre aspectos epistemológicos, filosóficos e éticos relevantes para uma ciência libertadora.
1 Ceará State University (UECE), Limoeiro do Norte – CE – Brazil. Assistant Professor of the History Degree Course of the Dom Aureliano Matos Faculty of Philosophy - FAFIDAM/UECE. Master in History (UFPE), Doctoral student in Education at PPGE/UECE. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2956-3758. E-mail: gustavo.lobo@uece.br
2 Regional University of Cariri (URCA), Crato – CE – Brazil. Associate Professor of the Department of Biological Sciences. Professor of PPGE/UECE. Post-Doctorate in Education (UFC); Doctorate in Education (UFSCar), Master in Education (UFC). ORCID https://orcid.org/0000-0002-9132-9551. E-mail: katia.lima@urca.br
PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia da pesquisa. Pesquisa em educação. Matriz epistemológica.
RESUMEN: El libro Investigación en educación: métodos y epistemologías, del profesor Sílvio Ancisar Sánchez Gamboa, se inscribe en la lista de lecturas esenciales para los dedicados a la investigación educativa, el trabajo trae una rica contribución al proceso de análisis de las producciones académicas sobre educación en Brasil y presenta importantes problemas y sugerencias sobre la estructura metodológica, epistemológica y filosófica de la investigación en educación. Establece una matriz paradigmática que, en la edición reseñada, se amplió y se convierte en una matriz epistemológica, capaz de identificar los aspectos internos que conforman la construcción de textos científicos resultantes de la investigación, así como factores externos que impactan la investigación y la producción científica. El trabajo, dividido en 10 capítulos, conduce al lector a una percepción del proceso lógico necesario para la producción científica, superando el sesgo técnico de los manuales de metodología de la investigación y planteando discusiones sobre aspectos epistemológicos, filosóficos y éticos relevantes para una ciencia liberadora.
PALABRAS CLAVE: Epistemología de la investigación. Investigación en educación. Matriz epistemológica.
Silvio Ancisar Sánchez Gamboa is a renowned Colombian professor, who have been living in Brazil for decades, and has contributed as a professor in the field of Philosophy and History of Education at Unicamp and as a visiting professor in several higher education institutions, in Brazil and in other South American countries.
The book Research in Education: Methods and Epistemologies, originates from reports of "research of research" experiences, carried out in the period between the beginning of the 1970s and 1984, in which Gamboa analyzes the existence and development of logical relations between the technical-methodological and epistemological-philosophical aspects present in educational research developed in the graduate programs he investigated.
The way the book is structured, divided into 10 chapters, demonstrates the author's concern with the logical process that he highlights throughout the text. The first chapters deal with a theoretical foundation necessary to understand the analysis carried out on the post- graduation production, presented in the following chapters. The author, besides basing the reader with essential concepts, points out the need to break with the classical paradigm of the established status of positive science, criticizes the publications on educational research for being technicist, for the lack of logical and epistemological foundations, for being little accessible to students and beginners in research, and for not articulating the technical- methodological aspects with the epistemological-philosophical aspects of research.
In the first chapter, he develops an explanation about the contribution of contemporary thinkers to the epistemology of scientific research and shows that the same concern has also developed in the field of education, from the 1970s on. The author leads the reader to the perception of how and why the paradigmatic matrix instrument was built to carry out his work of "research of research". He exposes a series of paradoxes implicit in the methods of the researched productions and proceeds to present them from the perceived conflicts in poles or pairs. Regarding the relationship between the subject and the object of research, he points to the breaking of the researcher-subject/object dichotomy. He stresses that in the Social Sciences everyone is a subject and the only plausible object to be known and transformed is reality.
Throughout the second chapter, Gamboa denounces the invasion of a technicist reduction of the practice of research in education and exalts scientific research as the creator of a theory of knowledge and a philosophy, and not only of a knowledge of the specific field of each area. He criticizes research manuals that only teach techniques and make research look like the mastery of ready-made and general recipes, without paying attention to the specificities of scientific work, such as the production of an implicit philosophy in the process of constructing organized answers to questions and establishing a worldview.
The author explains that an epistemological approach can clarify the relations between techniques, methods, paradigms, gnosiological and ontological assumptions, present in a more or less explicit way in each research. He states that the epistemological research on educational research aggregates the logical method to the historical method and can explain the paradigmatic transformations of scientific production. He says that the epistemological approach should not be seen as a model for project development, because it is an a posteriori analysis of work already done, in which one tries to see the paths and how the stages are related. He also states that the objective of the research project should not be to fix a priori a paradigmatic model, because besides creating false expectations, this choice limits the creativity and freedom of the researcher in contact with the reality to be researched.
In the third chapter, Gamboa presents the paradigmatic matrix, an instrument he elaborated and used to reconstruct the internal logic that drives the research and, from there, see the bases of the theoretical and methodological approach used. He states that realization is produced by the reciprocal movement in which facts and concepts correlate. It establishes different levels or groups of assumptions in which the elements of correlation are organized: the basic level refers to the logic in the relationship between Question and Answer, and the elaboration of the Answer integrates several levels of complexity (technical, methodological,
theoretical, epistemological assumptions, gnosiological assumptions, and ontological assumptions).
By deconstructing the concepts of purity and scientific neutrality, the author elucidates the interests behind each paradigm. He exposes the gnosiological presuppositions as a way of generalizing, an aspect that allows the recognition of common characters among objects that are also common. Each methodological approach has a way of conceiving the logical- gnosiological processes based on how the real, the abstract and the concrete are related, taking as ontological assumptions the conceptions of man, history and reality.
The fourth chapter, which has the collaboration of Professor Régis Henrique Reis da Silva and was added in this edition published in 2018, brings a requalification of the instrument developed by Gamboa, the paradigmatic matrix, which advanced, after absorbing the supervening criticisms, to an epistemological matrix that contemplates the sociopolitical and economic conditions of the environment in which the researcher is inserted. The association of external, historical-social aspects to internal, logical aspects in the analysis of action science research gives new nuances to the scientific production process, showing it to be more politicized and demanding more criticality. They place the world of need in the relation of problem composition, presenting the elements of context that influence the researcher's activity. The fifth chapter reports the epistemological studies he did on post-graduate studies in education in the state of São Paulo from 1971 to 1984. The research sought the relationship between the logical and the historical, reconstituting the epistemological models of the research, characterizing them as to the level of explicit articulation and implicit assumptions, elucidating the trends and paradigms and the historical conditions that explain the trajectory of these trends. It identified three epistemological trends: empirical-analytical, phenomenological-hermeneutic, and critical-dialectical. From the results it was possible to confront the logics of the three trends on several levels: technical, methodological, theoretical, epistemological, conception of science, gnosiological and ontological; in each one the author lists the characteristics that
differentiate them and discusses them.
Silvio Gamboa exposes the need for a better philosophical training for researchers throughout their formative process, so that they can understand aspects such as the theory of knowledge, scientific processes and epistemological foundations of research, to escape the reproduction of formulas or recipes such as those existing in traditional research manuals and escape from epistemological options as theoretical-methodological fads.
In the sixth chapter, the author identifies, from the theoretical-methodological approaches, the difficulties encountered in research projects to relate the research results to
educational practice and discuss the scientific status of education. He points out that a certain "utilitarian" tendency causes the meaning of research to be reversed, placing the use of its results as an objective, when the knowledge of the event/phenomenon should be prioritized. This aspect, by the way, causes an ethical problem that the author will address. He warns that problems are investigated. Projects that do not present problems/questions, but rather affirmations, are mistaken and run away from the logic of research. Understands that in the applicability of results, there is a relationship between the type of approach and the type of change proposed in a research, from the lowest level of change (homeostasis and incrementalism) to the highest level of change (neomovilism and metamorphosis). It deals with 'epistemological colonialism' or the invasion of theories or categories from other areas of knowledge into educational research due to the lack of an epistemological status proper to education.
It points to a new circuit of knowledge in which one starts from education, travels through other areas, and returns to education as the end point. The dialectic of praxis establishes the maxim that theory is valid to the extent that it transforms practice, and practice is also true to the extent that it transforms theory. The new epistemological field of education is built, with educational practice as the starting point and with a multidisciplinary character. There is a reinforcement in the defense of the theory of praxis as an essential element for the transformation of research into an effective instrument for the transformation of education.
In the seventh chapter, Gamboa starts from the epistemological matrix that organizes by complexity the elements that make up research, from the most concrete to the most abstract, to define the gnosiological aspects of epistemological approaches and educational theories used in educational research. The author deals with the analysis of the problem of the cognitive relationship between the subject and the object, a field of philosophy that is essential in research, in which the logical articulation between concepts of object, subject (gnosiological) and the theories of education takes place as an indicator of the quality of research production. He cites Tedesco and Saviani to conceptualize the trends and conceptions about education prevalent in Latin America, and within these frameworks he explains the diversity among critical theories, regarding the society-education relationship: being marked and reproductive (critical-reproductive theories) and seeing a dialectical relationship of determination and transformation of society and education (critical-dialectical).
Gamboa exposes that the biggest difference found in the approaches of the gnosiological assumptions regarding methodological unfoldings is not in the techniques of data collection and treatment, but in the conception of the object, how it is understood and comprehended by the
subject. There is an intrinsic relationship between method and the gnosiological assumptions. The method does not explain itself, it depends on the point of departure and arrival of the research, on the meanings attributed to the empirical data collected and on how the object is understood as something ready and given or as a phenomenon under construction and permanent transformation.
The eighth chapter is dedicated to the conception of man in educational research. In it, the author recalls the role of philosophical research as fundamental to the critical construction of scientific models. He emphasizes that the development of epistemological and philosophical research gives logical consistency to these tendencies. Making use of its "paradigmatic matrix" it was possible to recover the connections between data registration and analysis, methodological approaches, theories, epistemological conceptions, and philosophical assumptions. Each approach is identified with philosophical assumptions, and were divided into two dimensions: gnosiological (subject-object relationship) and ontological (conception of man, history and reality). He presents the different conceptions of man from each model: functional and quantifiable man, typical of the Cartesian rationalism of the empirical-analytical matrix; being of multiple roles, inserted in the system that conforms him, a transitory and unfinished being as presented by the phenomenological-hermeneutic matrix, or a being included in the set of social relations and capable of freeing himself from social determination through a revolutionary practice, as proposed by the critical-dialectic matrix.
Gamboa points out the growing interest of researchers for understanding and explaining the educational action, the relations of the school with the social whole and the social contradictions that manifest themselves in the struggles to eradicate marginality, exclusion and exploitation structures.
The ninth chapter states that educational phenomena, by their social nature, are also historical. It says that, depending on the theoretical-methodological approach, research in education does not always take into account the historicity of the educational phenomenon. The reflection on temporality and historicity of the educational phenomenon is divided into three stages: as a justification of a new field for historiography; as a presentation of how educational research approaches the temporality and historicity of the object, and as questions that will move the debate and new studies. Investigating the ways in which temporality and historicity are approached in educational research is a way to develop epistemological and ideological critique as a function of educational historiography. By identifying the theoretical- methodological approaches used in educational research and elucidating the epistemological and gnosiological assumptions that support them and that define the category of time and the
approach to the historicity of the phenomena studied, he found two conceptions about the ontological conception of reality: one synchronic (empirical-analytical and phenomenological/structuralist) and the other diachronic (phenomenological/existentialist- hermeneutic and dialectical). In the synchronic conception there is an idea of time that tends to the static apprehension of the moment taken as a background or as a replay of the historical context. In the diachronic conception time appears dynamic, either as living existence or as movement, evolution and dynamics of phenomena.
The tenth chapter answers the question: can cognitive interests, present in the epistemological approaches that underpin research in education, be addressed as an ethical issue? With the contribution of Habermas, it raises questions related to the ethical posture of researchers in the construction of knowledge about education; it inquires about the separation between science and values; the pretended objectivity of the method, and the axiological neutrality of the researcher. He criticizes the perception of ethics in science, limited to the methodological care of research and the application and use of research results.
Gamboa emphasizes the role of the investigator/researcher in the elaboration of scientific knowledge, which is a social and historical production, moving away from the vision of a mechanical production, with the application of ready-made elements. This process articulates several elements, including epistemological and philosophical assumptions, the most basic, because they elucidate and explain the others, technical and methodological. He explains that the three basic approaches of research: the empirical-analytical, the historical-hermeneutic, and the critical-dialectic, correspond, respectively, to the three types of human interest in the production of knowledge: the technical control, the dialogical consensus, and the critical- emancipating. Thinking cannot be dissociated from the three fundamental dimensions of human life: work, language, and power. The author states that the three approaches correspond to three logical sets: the work-technique-information set, underlying the empirical-analytical approach; the language-consensus-interpretation set, contained in the historical-hermeneutical approach; and the power-emancipation-criticism set, implicit in the dialectical approach.
In dealing with ethics in scientific research, the philosopher analyzes how the cognitive interests of each epistemological option are expressed in research through techniques, methods, and epistemological and philosophical aspects. Because it is conscious, the moral act happens by intimate conviction and not in a mechanical, external or impersonal way. However, there is a mechanicity in the actions of researchers who do not seek the implicit reasons originating from their philosophical convictions, from which we conclude that ethical action can be harmed.
Gamboa concludes by presenting the work as an essay that contributes to the deepening of the aspects related to the epistemological and philosophical foundations of educational research and not as a research manual. He refers to the importance of the starting point: the practice of scientific research, whose analysis takes place in the search for the logic that articulates the elements that compose the ready-made scientific production, being, therefore, an analysis a posteriori. It reaffirms that educational research must be perceived by its complexity, which goes from the adoption of instruments, techniques and procedures, to a method that is a theory of science in action stated in a theory of knowledge. It points to the fact that there is no theory of knowledge without an ontology, a conception of the world, a worldview, and therefore knowledge is also ideologically affected.
The work is not, in fact, a research manual; on the contrary, it is a manifesto for the use of philosophical, epistemological, and gnosiological assumptions in the construction of science, be it in education or in any other area of knowledge. The work is a call to philosophical appreciation, aimed at students, teachers, and researchers who seek an in-depth thought on issues related to research, which goes beyond the theoretical-methodological limits, going to the roots that sustain our way of understanding the world and intervening in it. Gamboa seeks to endow the researcher with awareness about the implicit forms that condition the construction of knowledge, from its ontological nature to the intricacies of the technical stages of research.
GAMBOA, Silvio Sánchez. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. 3. ed. rev., atual. e ampl. Chapecó: Argos, 2018. e-PUB. ISBN: 978-85-7897-253-0.
D’ALMEIDA LÔBO, G. A.; LIMA, K. R. R. Research in education: Methods and epistemologies. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 1, p. 0590-0597, Jan./Mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i1.14618