image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621181GÊNERO E SEXUALIDADE: VIVÊNCIAS E CONCEPÇÕES DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS/AS DO CURSO DE PSICOLOGIA DA CIDADE DE SÃO PAULOGÉNERO Y SEXUALIDAD: VIVENCIAS Y CONCEPTOS DE JÓVENES UNIVERSITARIOS/AS DE LA CARRERA DE PSICOLOGÍA EN LA CIUDAD DE SÃO PAULOGENDER AND SEXUALITY: EXPERIENCES AND CONCEPTS OF YOUNG UNIVERSITY STUDENTS FROM THE PSYCHOLOGY COURSE IN THE CITY OF SÃO PAULO Marina TEDESCHI CANO1Ana Paula LEIVAR BRANCALEONI2RESUMO: A promoção de debates sobre desigualdades sexuais e de gênero entre os jovens universitários torna-se cada vez mais necessária. Esta pesquisa tem por objetivo identificar compreensões de jovens universitários de cursos de Psicologia, de instituições de Ensino Superior particulares da cidade de São Paulo, sobre sexualidade e gênero, assim como o papel formador, exercido por elas, no que se refere aos temas. Adotou-se abordagem qualitativa e, como instrumento de coleta de dados, entrevistas semiestruturadas com dez universitários/as, analisadas pela Análise Temática. Constatou-se que: as instituições não apresentam propostas de trabalho com gênero e sexualidade; existe pouco espaço de promoção de discussões sobre os temas; as instituições não são meios de obtenção de informação sobre o tema; são reproduzidos preconceitos e discriminações em práticas institucionais; as relações dos universitários com seus pares participam da construção de suas concepções sobre sexualidade. Destaca-se, portanto, a importância do fomento à educação sexual no Ensino Superior. PALAVRAS-CHAVE:Gênero. Sexualidade. Universitários. Educação sexual. RESUMEN: La promoción de debates sobre desigualdades sexuales y de género entre los jóvenes universitarios se hace cada vez más necesaria. Se tiene por objetivo identificar entendimientos de jóvenes universitarios de carreras de Psicología de instituciones de Enseñanza Superior privadas de la ciudad de São Paulo sobre sexualidad y género, así como el rol formativo ejercido por las mismas con relación a esos temas. Se adoptó el enfoque cualitativo y, como instrumento de recolección de datos, entrevistas semiestructuradas con diez universitarios/as, analizadas por el Análisis Temático. Se constató que: las instituciones no presentan propuestas de trabajo con género y sexualidad; hay poco espacio de promoción de debates sobre los temas; se reproducen prejuicios y discriminaciones en prácticas institucionales; las relaciones de los universitarios entre sus pares participan de la 1Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SP Brasil. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Sexual. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2174-6288. E-mail: matedeschicano@gmail.com 2Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara SP Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Sexual. Doutorado em Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5927-4175. E-mail: ana.brancaleoni@unesp.br
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621182construcción de sus concepciones sobre sexualidad. Se destaca, por lo tanto, la importancia del fomento a la educación sexual en la Enseñanza Superior.PALABRAS CLAVES: Género. Sexualidad. Universitarios. Educación sexual.ABSTRACT: It has been necessary to broaden the debate and struggles against both sexual and gender inequalities. This article aims to identify the understandings of young university students, enrolled of Psychology courses at private higher education institutions in the city of São Paulo, about sexuality and gender, as well as your formative role in relation to the subject. The qualitative approach was adopted and interviews with ten university students were conducted by Thematic Analysis and it was found that: institutions do not deal with gender and sexuality-related issues; there is little or no space for debate and discussion on the topic; institutions have not been a vehicle for obtaining information about the subjects; prejudice and discrimination are reproduced in institutional practices; university students' relationships among their peers participate in the construction of their conceptions about sexuality. The found data highlight the importance of creating / expanding spaces for reflection and discussion related to gender and sexuality in Higher Education.KEYWORDS:Gender. Sexuality. College students. Sex education.IntroduçãoDesde o nascimento de uma criança, a classificação de gênero pauta-se na noção binária dos corpos biológicos, designando-se se é homem ou mulher. Esse registro, a partir do momento em que é realizado, traz consigo uma série de características que vão “dizer” de que maneira esse sujeito deverá se constituir ao longo de sua vida, formando uma delimitação muito bem definida da naturalização dessas construções (LUCIFORA et al., 2019). O sujeito que transitar entre ambas as categorias estará se colocando em uma dimensão de questionamento em relação à sua sexualidade e/ou identidade de gênero, a partir das normas sociais, políticas e culturais de um determinado contexto histórico.O conceito de gênero surge na década de 1970, tornando-se notório nas ciências apenas a partir da década de 80. Tem como intuito inicial distinguir a dimensão biológica da dimensão da construção histórica da constituição dos sujeitos. Esse conceito permitiu a abertura de um novo campo de ação para desconstruir categorias já estabelecidas, e é a partir do uso do mesmo que foi possível começar o questionamento e a desconstrução das categorias homem e masculino/mulher e feminino (MATOS, 2008). O debate sobre Gênero e Sexualidade vêm ganhando cada vez mais relevância. No Brasil, questões como as desigualdades de gênero e os altos índices de violência contra mulheres, pessoas transexuais e homossexuais demandam que o assunto seja profundamente
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621183debatido no âmbito acadêmico e que a categorização e a naturalização dos gêneros, nos diversos espaços sociais, sejam problematizadas. Louro (2007) nos adverte sobre os processos de hierarquização, em que as diferenças são tomadas como atributos de desigualdade, pautando relações sociais de poder.Os processos de classificação e hierarquização binária e heteronormativa dos gêneros resulta em exclusão, abjeção e violência. Os números de violência de gênero, no Brasil, expressam os efeitos nefastos dessa configuração. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos - MDH (2018), registrou-se, através da Central de Atendimento à Mulher, 79.661 relatos de violência física e psicológica no período de janeiro a julho de 2018. Além disso, o Brasil é o país no qual mais se registram mortes contra minorias sexuais. Os relatórios realizados pelo Grupo Gay da Bahia (MICHELS, 2018) apontam o índice de uma morte a cada 20 horas, por assassinato ou suicídio, de vítimas da LGBTfobia, apenas no ano de 2018. Durante o ano de 2019, houve 297 homicídios e 32 casos de suicídio (OLIVEIRA; MOTT, 2020).Destaca-se que a violência ainda se agrava quando se trata de pessoas transexuais e travestis. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, por meio de boletim informativo, registraram-se 151 assassinatos de travestis no período de 1º a 31 de outubro de 2020, ou seja, 22% a mais em relação ao ano de 2019, que totalizou 124 mortes (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVESTIS E TRANSEXUAIS, 2020). Assim, é essencial problematizar a forma como as diferenças anatômicas, sexuais e de gênero são hierarquizadas, uma vez que nossa sociedade produz, através dos processos linguísticos e dos discursos de significação, o diferente como algo que não é “normal”. Para Louro (2018), essa inscrição é feita, nos corpos, a partir das marcas de determinadas culturas, compostas e definidas pelas redes de poder de uma sociedade. Butler (2003) aponta que: Em outras palavras, a construção política do sujeito procede vinculada a certos objetivos de legitimação e de exclusão, e essas operações políticas são efetivamente ocultas e naturalizadas por uma análise política que toma as estruturas ocultas e naturalizadas por uma análise política que toma as estruturas jurídicas como seu fundamento (BUTLER, 2003, p. 19). Sob a perspectiva da compreensão da construção histórica, social, política e cultural dos conceitos de gênero, sexualidade, feminino e masculino, se faz necessário entender também de que maneira os sujeitos sociais reproduzem essas categorias nos diversos setores de nossa sociedade. No que diz respeito ao setor educacional no Brasil, é possível encontrar diversos trabalhos e estudos a respeito do tema gênero e sexualidade, relacionados à Educação
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621184Básica e à formação de professores. O que nos chama atenção é que, quando se refere ao Ensino Superior, o trabalho com jovens universitários em relação a essa temática ainda é pouco problematizado, mesmo que seja um espaço educacional propício à discussão e à reflexão sobre as categorizações de gênero. Destaca-se também que a atribuição do Ensino Superior é formar profissionais capacitados para respeitar e lidar com as diversidades. De acordo com a LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), número 9.394/96, artigo 43, a Universidade deve garantir a formação de profissionais em diversas áreas do conhecimento, que atuem profissionalmente em setores de trabalho que visem o desenvolvimento da sociedade, permitindo que os alunos e alunas recebam estímulos para criação cultural, desenvolvimento do pensamento crítico e conhecimento científico (BRASIL, 1996). Além disso, é também dever da Universidade a formação de cidadãos responsáveis com a sociedade, que prestem serviços à comunidade e que se conscientizem dos problemas do mundo (CASTRO et al., 2016). Os jovens universitários, de acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), são categorizados como juventude ou adolescência tardia, um período que compreende a tentativa de atingir um processo de maturidade cognitiva, emocional, física e social, além da busca por sua individualidade. É um período em que o jovem transita da infância para a vida adulta, vivenciando novas experiências sexuais atreladas a incertezas e dúvidas, como seria o caso das preocupações com gravidez, doenças sexualmente transmissíveis etc (ZOCCA et al., 2016).Qual seria, então, o trabalho desenvolvido pelas instituições de Ensino Superior em relação à Educação Sexual? Como o tema sexualidade e gênero está inserido nesse contexto? Os alunos e alunas possuem algum acesso à formação e/ou fontes de informação relacionados ao tema em sua formação na graduação? Essas questões foram importantes para delimitar o campo do presente artigo, partindo do questionamento sobre a relação entre universitários e a temática gênero e sexualidade. Assim, a partir da relevância de discussões e debates em relação ao tema gênero e sexualidade entre o público universitário, propõe-se investigar a percepção de graduandos de psicologia sobre a formação em sexualidade e gênero promovida pela Universidade, assim como o papel desempenhado pela mesma na constituição de suas concepções atuais sobre as temáticas. Destaca-se que, segundo a Resolução do Conselho Federal de Psicologia de n. 001/99, Art. 2º, os profissionais formados em Psicologia devem contribuir com seu conhecimento
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621185para uma reflexão sobre o preconceito, visando o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas e proíbe qualquer ação de psicólogos(as) que possam colaborar com uma representação da homossexualidade como doença ou anormalidade, bem como realizar terapias para mudança de sua orientação sexual. Além disso, os cursos de Psicologia devem estar em consonância com a temática da diversidade, integrando-a em seu programa, já que o debate das políticas de inclusão das minorias é um dos desafios da Educação e, também, por ser um curso que tem sido muito influente nos discursos educacionais (DINIS, 2012). Ressalta-se que o código de ética profissional do psicólogo (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005) também prevê, segundo seus princípios fundamentais, que o psicólogo deve trabalhar visando promover saúde e qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Procedimentos metodológicosAdotou-se abordagem qualitativa de pesquisa, escolhida por possibilitar o trabalho com questões que não podem ser quantificadas. Seu objeto se relaciona com o universo dos significados, crenças, valores, aspirações e atitudes, que dizem respeito aos fenômenos humanos que estão atrelados aos pensamentos e interpretações de suas ações a partir de uma realidade vivida (MINAYO, 1994). Como nos indica Minayo (1994): “a interrelação que contempla o afetivo, o existencial, o contexto do dia a dia, as experiências e a linguagem do senso comum no ato da entrevista é condição sine qua nondo êxito da pesquisa qualitativa.” Em relação aos sujeitos da pesquisa, são jovens do último ano da graduação de cursos de Psicologia de Instituições de Ensino Superior da cidade de São Paulo. Escolheu-se como recorte o último ano de graduação uma vez que a pesquisa está relacionada às experiências vivenciadas pelos entrevistados ao longo de sua permanência nas instituições. A escolha por alunos e alunas do curso de Psicologia foi feita em função da proximidade entre Psicologia com o tema sexualidade, pois embora os currículos, em geral, não possuam nenhuma disciplina específica sobre essa temática, a Psicanálise está presente em toda formação de graduação em Psicologia, o que faz com que de uma forma ou de outra encontrem-se por dada perspectiva teórica com o tema (MOURA et al., 2011). Destaca-se também que faz parte da formação do psicólogo o desenvolvimento da escuta qualificada, ou seja, uma escuta que não traga juízo de valores e moral, possibilitando
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621186que assuntos polêmicos possam surgir nessa abertura de espaço para a diversidade, preconizada pelo código de ética da profissão (MOURA et al., 2011). Assim, para que esta condição seja promovida, é fundamental que os cursos contemplem a dimensão da diversidade e do respeito à mesma, rompendo com padrões normativos instituintes e mantenedores de relações de exclusão e violência.Para a realização da pesquisa foram escolhidos dez sujeitos, e as entrevistas foram analisadas profundamente para que os significados das respostas não fossem elaborados superficialmente. De acordo com Bogdan e Biklen (1994), o interesse por esse tipo de pesquisa se dá pelo fato de o pesquisador querer entender a maneira que as pessoas vivenciam suas experiências, o que pensam sobre as mesmas e como estão inseridas em seus contextos de vida. Dessa forma, a troca entre o investigador e o sujeito é mais semelhante a uma conversa do que uma sessão formal de perguntas. Os sujeitos foram escolhidos a partir da divulgação da pesquisa através de pessoas do círculo social de uma das pesquisadoras. O critério de exclusão foi de sujeitos que não estivessem cursando o último ano do curso de Psicologia. Foram escolhidas 5 universitárias do gênero feminino e 5 do gênero masculino, com o intuito de obter paridade de gênero.O convite para a participação foi realizado pessoalmente, com as explicações sobre os objetivos da pesquisa e a entrega e leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, elaborado pelos pesquisadores e assinados digitalmente antes do início da pesquisa, após aprovação pelo Comitê de Ética.Para a coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada, que possibilita que os sujeitos possam expressar livremente suas opiniões e reflexões além da proposta da pesquisa. Foi elaborado pelos pesquisadores um roteiro de entrevistas. As entrevistas foram áudio-gravadas e integralmente transcritas posteriormente. Decidiu-se que as entrevistas fossem realizadas por videochamada em função da pandemia por Covid-19 que assola o país. Para análise de dados, utilizou-se o método de Análise Temática, proposto por Minayo (1994). Ele consiste em analisar as falas dos sujeitos a partir do contexto social em que estão inseridos, sendo os resultados constituídos numa aproximação da realidade social. Esse método possui dois níveis de interpretação dos dados coletados: o primeiro se refere à conjuntura sócio-histórica que o grupo pesquisado está inserido e o segundo ao que aparece no encontro que realizamos com os fatos que surgem na investigação (GOMES, 1994). As categorias da pesquisa foram elaboradas a priori, baseadas no roteiro de entrevista utilizado para a coleta de dados. Para o presente artigo, a categoria analisada segue no quadro abaixo:
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621187Quadro 1Descrição da categoria analisada Tema Categoria Descrição Relações entre instituições de Ensino Superior e questões de gênero e sexualidade; Espaços de informação e discussão nas instituições de Ensino Superior; Informação sobre gênero e sexualidade; Experiências e compreensões a partir de vivências universitárias. Instituições de Ensino Superior e educação sexual Nessa categoria discute-se quais ações formativas as instituições de Ensino Superior fornecem em relação ao gênero e à sexualidade; espaços de discussão e acolhimento institucional. Discute-se também a atuação de coletivos de estudantes nesse processo formativo. Fonte: Elaborado pelas autoras Resultados e DiscussãoPerfil dos entrevistadosOs entrevistados e entrevistadas tinham idade que variou entre 23 e 33 anos. Foram identificados, ao longo do trabalho, com a letra S, sendo, portanto, o primeiro entrevistado o S1, o segundo S2, e assim sucessivamente até o S10.Eram provenientes de instituições de Ensino Superior privadas, sendo 3 Universidades e 1 Centro Universitário, e apenas 2 realizaram o Ensino Médio em instituições públicas de ensino. Dos 10 entrevistados, 2 se declararam bissexuais, 2 homossexuais e 6 heterossexuais; 2 possuem relacionamento fixo, sendo que 1 mora com seu(sua) parceiro(a), e 8 são solteiros. Os 10 entrevistados se declararam cis gênero e não possuem filhos(as). Quanto à religião, 1 se declarou ateu, 1 católico, 1 adventista do sétimo dia, 1 judeu e 6 não possuem religião.Quadro 2Perfil dos entrevistados Sujeitos Idade Gênero Rede de ensino médio Instituição universitária Estado Civil Sexualidade Religião Renda familiar (salário-mínimo) Estuda/ trabalha S 1 33 Mulher Privada Privada Solteira Lésbica Atéia 10 a 15 Estuda/ trabalha S 2 28 Mulher Privada Privada Solteira Bissexual Não possui 6 Estuda/ trabalha S 3 23 Mulher Pública Privada Solteira Heterossexual Adventista do Sétimo Dia 3 a 4 Estuda/ trabalha S4 23 Mulher Pública Privada Solteira Heterossexual Católica 2 Estuda/ trabalha S5 24 Mulher Privada Privada Solteira Lésbica Não possui 3 Estuda S 6 28 Homem Privada Privada Solteiro Heterossexual Judeu 20 Estuda/ trabalha S 7 28 Homem Privada Privada Solteiro Heterossexual Não possui 25 a 30 Estuda/ trabalha S 8 23 Homem Privada Privada Solteiro Heterossexual Não possui 5 a 6 Estuda/ trabalha S 9 24 Homem Privada Privada Solteiro Bissexual Não possui 5 a 6 Estuda/
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621188trabalha S 10 30 Homem Privada Privada Solteiro Heterossexual Não possui 3 a 5 Estuda/ trabalha Fonte: Elaborado pelas autoras Relação entre instituições de Ensino Superior e questões de gênero e sexualidadeAo serem questionados a respeito da maneira como as instituições de Ensino Superior lidam com as questões de gênero e sexualidade, as respostas foram muito parecidas, ainda que tenhamos, na amostra da pesquisa, 4 instituições particulares diferentes. A grande parte dos entrevistados respondeu que a instituição “não lida bem” com as questões de gênero e sexualidade. Apontaram para o silenciamento, por parte das instituições de Ensino Superior, tanto em relação aos preconceitos e discriminações ocorridos dentro quanto fora da mesma, como também a omissão do tratamento pedagógico dos temas, ou promoção de espaços para debate, discussões e reflexões sobre as questões. Como afirmam as pessoas entrevistadas:“Não lida bem. Eu acho que a gente vive um momento que está caminhando para isso, então, hoje, a universidade tem grupos de discussão para isso, sobre o tema. Mas, no geral, é comum você estar na universidade e você ouvir falar de episódios de homofobia, por exemplo... assédio. Eu acho que a universidade, no geral, precisa melhorar, ainda precisa trabalhar isso... precisa trazer isso para a luz.” (S4)“Mal, muito mal... E isso eu tô falando da instituição. É péssimo porque, se depender de todo o processo burocrático da instituição, não se fala de gênero... a gente conversa sobre gênero porque é uma movimentação dos alunos... coletivos... dos alunos... se depender da universidade, não tem.” (S7)“São pouquíssimos professores que eu vi fazerem qualquer tipo de discussão em relação a gênero durante esses cinco anos de faculdade, tem até alguns professores com preocupação a isso e estamos no décimo semestre ouvindo gente dizer que não sabe o que é Trans, o que é Cis... o que é o que... esse papo, mas isso não tem nada a ver com a matéria.” (S1)É importante ressaltar que, quando os entrevistados trazem a ideia de que a instituição de Ensino Superior “não lida”, eles se referem ao fato da mesma não oferecer nenhum tipo de acolhimento para situações que ocorrem relacionadas a assédio, preconceito, assim como não apresenta espaço para que o tema seja debatido e trabalhado entre os universitários e possa abrir para que as pessoas sejam ouvidas, pois na medida em que se silencia, de uma forma ou de outra, coaduna-se com preconceitos e discriminações, como relata o S3, por exemplo: “A universidade, no geral, não. Qualquer coisa em relação a esse assunto é... vamos esconder. Isso estou falando e vai ficar entra a gente, né? Que
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621189eles me expulsam, mas é isso... Vamos esconder sempre, não vamos falar sobre isso”.A partir dessa fala, notamos que a prática do silenciamento está intimamente presente dentro da instituição de Ensino Superior. Essa constatação vai ao encontro de Junqueira (2013), que afirma que a escola, assim como diversos outros espaços sociais e institucionais, mantém práticas regulatórias a partir dos parâmetros da heteronormatividade. O silenciamento, ou o que também podemos chamar de pedagogia do armário, molda pedagogicamente as relações do sujeito que sofreu violências sexuais e de gênero, e que não foi ouvido/acolhido, com o mundo. Esse processo de ocultação, além de regular a vida social das pessoas, também faz com que elas permaneçam caladas, escondidas dentro do “armário”. A resposta acima, de S3, indica não apenas o fato da instituição de Ensino Superior não oferecer o acolhimento em relação ao tema, mas também que ela, além disso, “esconde”. Isso também aparece na continuação da resposta do S7:“[...] Inclusive, eu participei de duas semanas da psicologia, de montar cronograma, de conversar sobre a administração de como vai ser, chamando gente para palestrar e o que acabou acontecendo foi que você vai chamar uma pessoa trans para falar sobre diversidade trans, sexualidade, sei lá... simplesmente não pode... é vetado diretamente pelo reitor e pela galera da administração”.Temos, portanto, no depoimento, a ratificação do apagamento da possibilidade de respeitar o lugar de fala de pessoas transexuais, como forma de luta contra o preconceito e a transfobia que, nesse caso, é reforçada pela negação desse espaço. Esse também é um dos mecanismos de terrorismo impostos pela heteronormatividade, que inibe um comportamento, a existência de corpos chamados de “estranhos”, utilizando a invisibilização como mecanismo de eliminação de discursos que escapam à normatividade (BENTO, 2011).Como refere Louro (2008, p. 22):Quanto à diferença, é possível dizer que ela seja um atributo que só faz sentido ou só pode se constituir em uma relação. A diferença não preexiste nos corpos dos indivíduos para ser simplesmente reconhecida; em vez disso, ela é atribuída a um sujeito (ou a um corpo, uma prática, ou seja lá o que for) quando relacionamos esse sujeito (ou esse corpo ou essa prática) a um outro que é tomado como referência. Embora as instituições de Ensino Superior sejam um campo propício para a construção de saberes e desenvolvimento de pensamento crítico por parte dos universitários, nota-se que há uma omissão e, até mesmo, uma negação de trabalho relacionado a gênero e sexualidade. As instituições de Ensino Superior, dessa forma, seguem o mesmo caminho que tantas outras
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621190instituições no Brasil: reproduzem padrões e marcadores sociais, contribuindo para a manutenção de preconceitos, desigualdades, hierarquias sociais, sem que isso apareça como opressão ou dominação (NARDI et al., 2013). Espaço de discussão nas Instituições de Ensino SuperiorNesse aspecto, as respostas dos entrevistados variaram, quando questionados a respeito dos espaços oferecidos pelas instituições para informação e discussão sobre sexualidade e gênero. Parte dos entrevistados foram categóricos em afirmar que não existe espaço nenhum em relação a isso, com afirmações simples como “Não!”ou “Não, nunca vi”ou ainda “Posso ser sincero? Que eu saiba não”. Somado a essas respostas, alguns dos entrevistados trouxeram, em suas falas, a confirmação de tais afirmações, dizendo que passam o dia na universidade e que nunca viram nenhum movimento ou divulgação de eventos que acontecem nesse sentido, como trazido por esse sujeito: “[...] eu passo o dia na universidade e eu não tive acesso a esse tipo de informação... nesse sentido, não é muito divulgado não”.Também encontramos o relato sobre espaços esporádicos para o estudo do tema, de acordo com o S5: “Pouquíssimos, eu acho que ao longo da graduação existiu um núcleo que aborda as questões sobre sexualidade. Eu frequentei uma ou duas reuniões, e ainda é algo meio fechado, meio que aquilo que é falado e que é transmitido não necessariamente carrega algumas rupturas sobre o que é a orientação sexual ou do que é gênero” (S5).Os sujeitos que afirmaram que sim, que a instituição de Ensino Superior oferecia espaço, apresentaram dados em relação a alguns professores do curso de Psicologia que “provocavam” os alunos em sala de aula sobre questões relacionadas ao tema; um núcleo de estudos que aconteceu há alguns anos e que não possui mais frequência de encontros; um grupo que se reúne para debater o assunto, mas que é apenas frequentado por alunos de Psicologia, Ciências Sociais e Enfermagem, mas que surgiu a partir de iniciativas dos próprios alunos e não da instituição, como segue a abaixo: “Eu vejo muito mais uma disponibilidade da instituição em dar espaço para os alunos... então, eu sou do comitê organização da jornada psicodinâmica e a gente já, em algumas palestras, já trouxemos a questão do gênero. Então, eles oferecem espaço para os alunos que buscam, mas a iniciativa é dos alunos” (S10).
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621191Os dados coletados para a pesquisa revelam que na percepção das pessoas entrevistadas, as instituições de Ensino Superior em que estudam não promovem práticas relacionadas ao debate e discussão do tema gênero e sexualidade, não oferecem serviços de acolhimento para vítimas de agressão, mantendo práticas como silenciamento e invisibilidade, ainda que continue sendo nesse contexto que relatem suas mais diversas vivências de sexualidade e de relações de gênero. Informações sobre sexualidade e gêneroAo serem questionados sobre as fontes que utilizavam para obterem informações relacionadas a gênero e sexualidade, a referência às instituições de Ensino Superior não aparece em nenhuma das respostas dos entrevistados. Em quase todas as entrevistas os meios mais citados são as plataformas digitais como Facebook, Twitter, Youtube, Instagram, podcasts, blogs e redes sociais em geral, como podemos constatar nas falas abaixo: “Eu faço muito parte do Twitter, então eu pego muita coisa pelo Twitter que eu sempre acabo parando em algum blog... ou algum vídeo que tem texto, é geralmente Twitter e Instagram também”. (S2)“É... hoje? Acaba sendo meio ocasional. A maior parte é por página no Facebook, no Instagram... não existe algo que eu busque como referência muito sólida”. (S8)Comparecem também, como fontes de informações, os livros, filmes, documentários e artigos científicos, como buscas pessoais, presentes nas seguintes afirmações: “Internet, redes sociais... coisas que eu leio que eu procuro para ler... artigos e livros.” (S3)“Livros, blogs, artigos científicos, documentários, filmes...”. (S9)“Eu acho que eu comecei há uns anos... é... por conta de grupos feministas via Facebook, e aí comecei por ai estudar. Fui estudar teoria de gênero, comecei a pesquisar mais. Acho que teve um tanto também desse estudo que fez parte da minha descoberta, da minha aceitação enquanto mulher lésbica... acho que foi um pouco por essa área aí também”. (S1)A partir da análise dos dados, indica-se que as instituições de Ensino Superior não são reconhecidas como locais de busca, troca e construção de conhecimentos sobre sexualidade e gênero. Em pesquisa realizada com 32 alunos de um curso de graduação de uma universidade pública, por Brancaleoni, Oliveira e Silva (2018), também foi constatado que a instituição universitária e os profissionais de saúde foram os menos citados em relação às fontes de informações sobre gênero e sexualidade. Os autores da referida pesquisa também afirmam:
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621192A universidade é um espaço de interação, circulação e construção de valores em que os universitários, em sua maioria, encontram-se em uma fase de descobertas e experiências sexuais, assim como de questionamentos acerca da sexualidade e do gênero. Por outro lado, o meio universitário também se constitui como espaço em que preconceitos e estereótipos sobre sexualidade e gênero são mantidos e reproduzidos” (2018, p. 27).Reforça-se, com isso, a ideia de que as instituições de Ensino Superior continuam exercendo a função de manutenção de padrões de gênero e sexualidade, uma vez que não favorecem a circulação de informações sistematizadas e confiáveis sobre a temática, sendo pouco reconhecidas como espaço confiável de informação e formação pelos entrevistados, em detrimento das redes sociais, por exemplo. Experiências e comprenssões a partir da vivência universitáriaNo que se refere a compreensões sobre gênero e sexualidade a partir das experiências universitárias, todos os entrevistados disseram que sim, que as vivências nas instituições de Ensino Superior trouxeram novos conhecimentos sobre sexualidade e gênero. As vivências relatas pelos entrevistados deram-se a partir de troca com os amigos e colegas de sala, contato com a diversidade sexual, experiências que eles tiveram em relação à própria sexualidade e busca por informações a partir de uma preocupação com a profissão, por exemplo:“Acho que sim, até pela psicologia tratar de pessoas, você tem que estar preparado para ouvir muitas coisas que, às vezes, você não conheça, não saiba...acho que é algo que eu tenho que me aprofundar mais. Como eu disse, tenho dificuldade em associar os termos às palavras, tenho que procurar saber até mais. O curso nunca me propiciou nada direto, como “ah, vamos ler sobre esse tema”, mas é algo meio inerente à profissão... posso estar atendendo ano que vem e ter um paciente que fale sobre essas questões... seria bem estranho eu demonstrar desconhecimento sobre a dor dele.” (S8)Outro dado importante é que a OMS Organização Mundial da Saúde estabelece que é considerado jovem o sujeito que se encontra entre a faixa etária de 10 a 24 anos, e que essa é a população mais suscetível a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Grande parte dos jovens universitários encontra-se nessa categoria, como nota-se nos dados coletados da presente pesquisa, onde 50% dos entrevistados estão nessa faixa etária, estando, portanto, mais expostos a doenças como gonorreia, vírus da Hepatite B e vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis, infecção por clamídia etc. (CASTRO et al., 2016). Além disso, soma-
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621193se o fato de que esses jovens estão se inserindo socialmente e vivenciando experiências que vão fazer parte de seus processos de identidade. Sendo assim, o debate sobre gênero e sexualidade se torna fundamental entre os jovens universitários, tanto em relação ao aspecto social dessa temática como ao aspecto da saúde, já que é nesse momento que os conhecimentos sobre si mesmo, sobre sua sexualidade, subjetividade e lugar que ocupa na sociedade se fazem urgentes e necessários. Além disso, é importante que as instituições de Ensino Superior sejam espaços formadores de cidadania, contribuindo para a diminuição das taxas de homicídio e suicídio, tanto da população LGBT+ como também de casos de violência contra a mulher, feminicídios, e qualquer crime e violência relacionada a gênero e sexualidade. Considerações finaisDe acordo com as respostas, as Instituições de Ensino Superior não propiciam um campo de informações e discussões sobre o tema, assim como há falta de acolhimento para questões que emergem no contexto universitário, ainda que seja papel formativo da instituição oferecer o espaço para construção de pensamento crítico, de trabalho com a diversidade. Os dados encontrados na pesquisa estão em consonância com o que foi apresentado a partir da revisão bibliográfica da introdução do presente artigo, apontado para o fato de que a educação sexual deve estar presente também no Ensino Superior, pois os sujeitos entrevistados apresentaram pontos relevantes no que diz respeito à falta de envolvimento das Instituições de Ensino Superior com as questões de gênero e sexualidade. O fato de os entrevistados serem alunos do último ano de Psicologia também é importante de ser ressaltado, pois o curso, apesar de proporcionar algumas poucas disciplinas pontuais a respeito do tema, ainda apresenta escassez de debates e proporção de aulas e professores que se aprofundam sobre essas questões, aparecendo somente nas respostas de poucos sujeitos da pesquisa. Os profissionais que atuarão como psicólogos carecem ter desenvolvido a escuta não normativa como ferramenta de trabalho, sendo necessário que tenham uma formação plural e diversa, pois vão lidar com pessoas que ocupam lugares diversos na nossa sociedade. Assim, a partir dos dados encontrados, depreende-se que as Instituições de Ensino Superior em questão não estão atendo a quesitos necessários à formação efetiva do psicólogo.
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621194REFERÊNCIASANTRA. Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Boletim n. 05/2020 - 01 de janeiro a 31 de outubro de 2020:assassinatos contra travestis e transexuais brasileiras em 2020. Salvador: ANTRA, 2020. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/11/boletim-5-2020-assassinatos-antra.pdf. Acesso em: 28 dez. 2020. BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Femininos, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, ago. 2011. DOI: 10.1590/S0104-026X2011000200016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/DMNhmpzNbKWgH8zbgQhLQks/?lang=pt. Acesso em: 10 out. 2021. BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação:uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Editora Porto, 1994. BRANCALEONI, A. P. L.; OLIVEIRA, R. R.; SILVA, C. S. F. Educação sexual e universidade: compreensões de graduandos sobre sexualidade e gênero. Revista Brasileira de Ensino Superior, Passo Fundo, v. 4, n. 4, p. 25-42, out./dez. 2018. DOI: 10.18256/2447-3944.2018.v4i4.2563. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/view/2563. Acesso em: 12 fev. 2021. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da Republica, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 30 dez. 2020. BUTLER, J. Problemas de gênero:feminismo e subversão da identidade. Tradução: R. Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CASTRO, E. L. et al. O conhecimento e o ensino sobre doenças sexualmente transmissíveis entre universitários. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 6, p. 1975-1984, jun. 2016. DOI: 10.1590/1413-81232015216.00492015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/trKSmLBwFPd3LC4x64N4Tnf/?lang=pt. Acesso em: 12 fev. 2021. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo.Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia, 2005. Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf. Acesso em: 30 dez 2020. DINIS, N. F. Discursos sobre homossexualidade e gênero em um curso de formação em psicologia. ETD Educ. Tem. Dig., Campinas, v. 14, n. 1, p. 62-75, maio 2012. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1241. Acesso em: 19 mar. 2021. GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In:MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social:teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. JUNQUEIRA, R. D. A pedagogia do armário: a normatividade em ação. Rev. Ret. Esc., Brasília, v. 7, n. 13, p. 481-498, jul./dez. 2013. Disponível em:
image/svg+xmlGênero e sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários/as do curso de psicologia da cidade de São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621195https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4255854/mod_resource/content/1/PedagogiaDoArmario_RogerioJunqueira.pdf. Acesso em: 23 dez. 2021. LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 46, p. 201-218, dez. 2007. DOI: 10.1590/S0102-46982007000200008. LOURO, G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19, n. 2, p. 17-23, ago. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/5mdHWDNFqgDFQyh5hj5RbPD/?lang=pt. Acesso em: 22 out. 2021. LOURO, G. L. (org.). O corpo educado:pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. LUCIFORA, C. A. et al. Marcas sociais de nossos tempos: gênero, sexualidade e educação em âmbito escolar. Revista Ibero-Americana De Estudos Em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 13951409, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.2.12607. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12607/8340. Acesso em: 24 out. 2021. MATOS, M. Teorias de gênero ou teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformaram em um campo novo para as ciências. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 333-357, ago. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ref/a/6Y8dcfxYKPXWmyyZmhF5yph/?lang=pt. Acesso em: 12 maio 2021. MICHELS, E. Mortes violentas de LGBT+ no Brasil:Relatório 2018. Bahia: Grupo Gay da Bahia, 2018. Disponível em: https://grupogaydabahia.com.br/relatorios-anuais-de-morte-de-lgbti/. Acesso em: 28 dez 2020. MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social:teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. MDH divulga dados sobre feminicídio. Brasília, DF: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2018/agosto/ligue-180-recebe-e-encaminha-denuncias-de-violencia-contra-as-mulheres#:~:text=De%20janeiro%20a%20julho%20de%202018%2C%20o%20Ligue%20180%20registrou,e%20118%20tentativas%20de%20homic%C3%ADdios. Acesso em: 03 fev. 2020. MOURA, A. F. M. et al. V. Possíveis contribuições da psicologia para a educação sexual em contexto escolar. Psic. Arg., Curitiba, v. 29, n. 67, p. 437-446, 2011. Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/20217. Acesso em: 20 jun. 2020. NARDI, H. C. et al. O “armário” da universidade: o silêncio institucional e a violência, entre a espetacularização e a vivência cotidiana dos preconceitos sexuais e de gênero. Rev. Teo. Soc., Belo Horizonte, v. 21, n. 2, p. 179-200, 2013. Disponível em:
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO e Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621196https://teoriaesociedade.fafich.ufmg.br/index.php/rts/article/view/87. Acesso em: 28 dez. 2020. OLIVEIRA, J. M. D.; MOTT, L. (org.). Mortes violentas de LGBT+ no Brasil 2019:relatório do Grupo Gay da Bahia. Salvador: Editora Grupo Gay da Bahia, 2020. ZOCCA, A. R. et al. Percepções de adolescentes sobre sexualidade e educação sexual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 10, n. esp. 2, p. 14631476, 2016. DOI: 10.21723/riaee.v10i6.8331. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8331. Acesso em: 14 dez. 2020. Como referenciar este artigoCANO, M. T.; BRANCALEONI, A. P. L. Gênero e Sexualidade: Vivências e concepções de jovens universitários do curso de Psicologia da cidade de São Paulo.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 7, n. 2, p. 1181-1196, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14662 Submetido em: 22/01/2021 Revisões requeridas em: 15/02/2021 Aprovado em: 09/03/2022 Publicado em: 01/04/2022
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621186GÉNERO Y SEXUALIDAD: VIVENCIAS Y CONCEPTOS DE JÓVENES UNIVERSITARIOS/AS DE LA CARRERA DE PSICOLOGÍA EN LA CIUDAD DE SÃO PAULOGÊNERO E SEXUALIDADE: VIVÊNCIAS E CONCEPÇÕES DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS/AS DO CURSO DE PSICOLOGIA DA CIDADE DE SÃO PAULOGENDER AND SEXUALITY: EXPERIENCES AND CONCEPTS OF YOUNG UNIVERSITY STUDENTS FROM THE PSYCHOLOGY COURSE IN THE CITY OF SÃO PAULO Marina TEDESCHI CANO1Ana Paula LEIVAR BRANCALEONI2RESUMEN: La promoción de debates sobre desigualdades sexuales y de género entre los jóvenes universitarios se hace cada vez más necesaria. Se tiene por objetivo identificar entendimientos de jóvenes universitarios de carreras de Psicología de instituciones de Enseñanza Superior privadas de la ciudad de São Paulo sobre sexualidad y género, así como el rol formativo ejercido por las mismas con relación a esos temas. Se adoptó el enfoque cualitativo y, como instrumento de recolección de datos, entrevistas semiestructuradas con diez universitarios/as, analizadas por el Análisis Temático. Se constató que: las instituciones no presentan propuestas de trabajo con género y sexualidad; hay poco espacio de promoción de debates sobre los temas; se reproducen prejuicios y discriminaciones en prácticas institucionales; las relaciones de los universitarios entre sus pares participan de la construcción de sus concepciones sobre sexualidad. Se destaca, por lo tanto, la importancia del fomento a la educación sexual en la Enseñanza Superior. PALABRAS CLAVES: Género. Sexualidad. Universitarios. Educación sexual. RESUMO: A promoção de debates sobre desigualdades sexuais e de gênero entre os jovens universitários torna-se cada vez mais necessária. Esta pesquisa tem por objetivo identificar compreensões de jovens universitários de cursos de Psicologia, de instituições de Ensino Superior particulares da cidade de São Paulo, sobre sexualidade e gênero, assim como o papel formador, exercido por elas, no que se refere aos temas. Adotou-se abordagem qualitativa e, como instrumento de coleta de dados, entrevistas semiestruturadas com dez universitários/as, analisadas pela Análise Temática. Constatou-se que: as instituições não apresentam propostas de trabalho com gênero e sexualidade; existe pouco espaço de promoção de discussões sobre os temas; as instituições não são meios de obtenção de informação sobre o tema; são reproduzidos preconceitos e discriminações em práticas 1Universidad Estatal Paulista (UNESP), Araraquara - SP - Brasil. Estudiante de maestría en el Programa de Posgrado en Educación Sexual. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2174-6288. E-mail: matedeschicano@gmail.com 2Universidad Estatal Paulista (UNESP), Araraquara - SP - Brasil. Profesora del Programa de Posgrado en Educación Sexual. Doctora en Psicología. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5927-4175. E-mail: ana.brancaleoni@unesp.br
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621187institucionais; as relações dos universitários com seus pares participam da construção de suas concepções sobre sexualidade. Destaca-se, portanto, a importância do fomento à educação sexual no Ensino Superior. PALAVRAS-CHAVE:Gênero. Sexualidade. Universitários. Educação sexual. ABSTRACT: It has been necessary to broaden the debate and struggles against both sexual and gender inequalities. This article aims to identify the understandings of young university students, enrolled of Psychology courses at private higher education institutions in the city of São Paulo, about sexuality and gender, as well as your formative role in relation to the subject. The qualitative approach was adopted and interviews with ten university students were conducted by Thematic Analysis and it was found that: institutions do not deal with gender and sexuality-related issues; there is little or no space for debate and discussion on the topic; institutions have not been a vehicle for obtaining information about the subjects; prejudice and discrimination are reproduced in institutional practices; university students' relationships among their peers participate in the construction of their conceptions about sexuality. The found data highlight the importance of creating / expanding spaces for reflection and discussion related to gender and sexuality in Higher Education.KEYWORDS:Gender. Sexuality. College students. Sex education.IntroducciónDesde el nacimiento de un niño, la clasificación de género se basa en la noción binaria de cuerpos biológicos, designando si es masculino o femenino. Este registro, desde el momento en que se realiza, trae consigo una serie de características que "dirán" cómo debe constituirse este sujeto a lo largo de su vida, formando una delimitación muy bien definida de la naturalización de estas construcciones (LUCIFORA et al.,2019). El sujeto que transita entre ambas categorías se estará situando en una dimensión de cuestionamiento en relación a su sexualidad y/o identidad de género, desde las normas sociales, políticas y culturales de un contexto histórico determinado. El concepto de género surgió en la década de 1970, haciéndose notorio en la ciencia solo a partir de la década de 1980. Su propósito inicial es distinguir la dimensión biológica de la dimensión de la construcción histórica de la constitución de los sujetos. Este concepto permitió la apertura de un nuevo campo de acción para deconstruir categorías ya establecidas, y es a partir del uso de las mismas que se logró iniciar el cuestionamiento y deconstrucción de las categorías masculino y masculino/femenino y femenino (MATOS, 2008). El debate sobre Género y Sexualidad está ganando cada vez más relevancia. En Brasil, temas como las desigualdades de género y los altos índices de violencia contra las mujeres,
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621188las personas transgénero y los homosexuales exigen que el tema sea profundamente debatido en el ámbito académico y que se problematice la categorización y naturalización de los géneros, en los diversos espacios sociales. Louro (2007) nos advierte sobre los procesos de jerarquía, en los que las diferencias se toman como atributos de desigualdad, guiando las relaciones sociales de poder.Los procesos de clasificación y jerarquización binaria y heteronormativa de los géneros resultan en exclusión, abyección y violencia. Las cifras de violencia de género en Brasil expresan los efectos nocivos de esta configuración. Según el Ministerio de Derechos Humanos - MDH (2018), de enero a julio de 2018 se registraron 79.661 denuncias de violencia física y psicológica a través del Centro de Atención a la Mujer. Además, Brasil es el país en el que más se registran las muertes contra minorías sexuales. Los informes realizados por el Grupo Gay de Bahía (MICHELS, 2018) indican la tasa de una muerte cada 20 horas, por asesinato o suicidio, de víctimas de LGBTfobia, solo en 2018. Durante 2019, hubo 297 homicidios y 32 casos de suicidio (OLIVEIRA; MOTT, 2020).Cabe destacar que la violencia sigue agravada cuando se trata de personas transexuales y travestis. Según la Asociación Nacional de Travestis y Transexuales - ANTRA, a través de un boletín, se registraron 151 asesinatos de travestis en el periodo del 1 al 31 de octubre de 2020, es decir, un 22% más que en 2019, que totalizaron 124 muertes (ASOCIACIÓN NACIONAL DE TRAVESTIS Y TRANSEXUALES, 2020).Así, es fundamental problematizar la forma en que las diferencias anatómicas, sexuales y de género son jerárquicas, ya que nuestra sociedad produce, a través de procesos lingüísticos y discursos de significado, lo diferente como algo que no es "normal". Para Louro (2018), esta inscripción se realiza, en los cuerpos, a partir de las marcas de ciertas culturas, compuestas y definidas por las redes de poder de una sociedad. Butler (2003) señala que: En otras palabras, la construcción política del sujeto está ligada a ciertos objetivos de legitimación y exclusión, y estas operaciones políticas son efectivamente ocultas y naturalizadas por un análisis político que toma las estructuras ocultas y naturalizadas por un análisis político que toma las estructuras jurídicas como fundamento (BUTLER, 2003, p. 19). Desde la perspectiva de comprender la construcción histórica, social, política y cultural de los conceptos de género, sexualidad, femenino y masculino, también es necesario comprender cómo los sujetos sociales reproducen estas categorías en los diversos sectores de nuestra sociedad. Con respecto al sector educativo en Brasil, es posible encontrar varios estudios y estudios sobre el tema género y sexualidad, relacionados con la Educación Básica y
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621189la formación docente. Lo que nos llama la atención es que, cuando se trata de Educación Superior, el trabajo con jóvenes universitarios en relación con este tema todavía está poco problematizado, aunque sea un espacio educativo propicio para la discusión y reflexión sobre las categorizaciones de género. También es de destacar que la atribución de la Educación Superior es formar profesionales capacitados para respetar y tratar las diversidades. De acuerdo con la LDB Ley de Lineamientos y Bases de la Educación Nacional (LDB), número 9.394/96, artículo 43, la Universidad debe asegurar la formación de profesionales en diversas áreas del conocimiento, que trabajen profesionalmente en sectores de trabajo orientados al desarrollo de la sociedad, permitiendo a los alumnos recibir estímulos para la creación cultural, el desarrollo del pensamiento crítico y el conocimiento científico (BRASIL, 1996). Además, también es deber de la Universidad formar ciudadanos responsables con la sociedad, prestar servicios a la comunidad y tomar conciencia de los problemas del mundo (CASTRO et al.,2016). Los jóvenes universitarios, según la Organización Panamericana de la Salud (OPS), son categorizados como jóvenes o adolescencia tardía, período que incluye el intento de alcanzar un proceso de madurez cognitiva, emocional, física y social, además de la búsqueda de su individualidad. Es un período en el que el joven pasa de la infancia a la edad adulta, experimentando nuevas experiencias sexuales relacionadas con incertidumbres y dudas, como sería el caso de las preocupaciones sobre el embarazo, las enfermedades de transmisión sexual, etc. (ZOCCA et al.,2016).¿Cuál sería, entonces, el trabajo desarrollado por las instituciones de educación superior en relación con la Educación Sexual? ¿Cómo se inserta el tema sexualidad y género en este contexto? ¿Los estudiantes tienen algún acceso a la capacitación y / o fuentes de información relacionadas con el tema en su formación de pregrado? Estas preguntas fueron importantes para delimitar el campo de este artículo, a partir del cuestionamiento sobre la relación entre los estudiantes universitarios y el tema género y sexualidad. Así, a partir de la relevancia de las discusiones y debates sobre género y sexualidad entre el público universitario, se propone investigar la percepción de los estudiantes de psicología sobre la formación en sexualidad y género promovida por la Universidad, así como el papel desempeñado por la universidad en la constitución de sus concepciones actuales sobre los temas. Cabe destacar que, de acuerdo con la Resolución del Consejo Federal de Psicología del n. 001/99, Art. 2, los profesionales formados en Psicología deben aportar sus
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621190conocimientos a una reflexión sobre los prejuicios, con el objetivo de desaparecer la discriminación y estigmatización contra quienes presentan conductas o prácticas homoeróticas y prohíbe cualquier acción de psicólogos que puedan colaborar con una representación de la homosexualidad como enfermedad o anormalidad, así como realizar terapias para cambiar su orientación sexual. Además, los cursos de psicología deben estar en línea con el tema de la diversidad, integrándolo en su programa, ya que el debate de políticas para la inclusión de las minorías es uno de los desafíos de la Educación y también porque es un curso que ha sido muy influyente en los discursos educativos (DINIS, 2012). Es de destacar que el código de ética profesional del psicólogo (CONSEJO FEDERAL DE PSICOLOGÍA, 2005) también establece, de acuerdo con sus principios fundamentales, que el psicólogo debe trabajar para promover la salud y la calidad de vida de las personas y las colectividades y contribuirá a la eliminación de cualquier forma de abandono, discriminación, explotación, violencia, crueldad y opresión. Procedimientos metodológicosSe adoptó un enfoque de investigación cualitativa, elegido porque permite trabajar con preguntas que no se pueden cuantificar. Su objeto se relaciona con el universo de significados, creencias, valores, aspiraciones y actitudes, que se relacionan con fenómenos humanos que están vinculados a los pensamientos e interpretaciones de sus acciones desde una realidad vivida (MINAYO, 1994). Como indica Minayo (1994): "la interrelación que contempla lo afectivo, lo existencial, el contexto de la vida cotidiana, las experiencias y el lenguaje del sentido común en el momento de la entrevista es condiciónsine qua nondel éxito de la investigación cualitativa". En relación con los sujetos de investigación, son jóvenes del último año del curso de pregrado de Psicología de Instituciones de Educación Superior en la ciudad de São Paulo. El último año de graduación fue elegido un recorte, ya que la investigación está relacionada con las experiencias vividas por los entrevistados durante su estancia en las instituciones. La elección de los estudiantes del curso de Psicología se realizó debido a la proximidad entre la Psicología y la sexualidad, ya que, aunque los planes de estudio, en general, no tienen ninguna disciplina específica sobre este tema, el Psicoanálisis está presente en toda la formación de pregrado en Psicología, lo que hace que de una manera u otra se basen en una perspectiva teórica con el tema (MOURA et al.,2011).
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621191También es de destacar que forma parte de la formación del psicólogo el desarrollo de la escucha cualificada, es decir, una escucha que no trae juicio de valores y moral, permitiendo que surjan cuestiones controvertidas en esta apertura de espacio para la diversidad, recomendada por el código deontológico de la profesión (MOURA et al.,2011). Así, para que se promueva esta condición, es fundamental que los cursos contemplen la dimensión de la diversidad y el respeto a la misma, rompiendo con la institución de estándares normativos y manteniendo relaciones de exclusión y violencia.Se eligieron diez sujetos para llevar a cabo la investigación, y las entrevistas se analizaron en profundidad para que los significados de las respuestas no se elaboraran superficialmente. Según Bogdan y Biklen (1994), el interés por este tipo de investigación se debe a que el investigador quiere entender la forma en que las personas experimentan sus experiencias, qué piensan de ellas y cómo se insertan en sus contextos de vida. Por lo tanto, el intercambio entre el investigador y el sujeto es más similar a una conversación que a una sesión de preguntas formal. Los sujetos fueron elegidos a partir de la difusión de la investigación a través de personas del círculo social de uno de los investigadores. El criterio de exclusión fue el de los sujetos que no asistían al último año del curso de Psicología. Cinco estudiantes universitarios femeninos y 5 varones fueron elegidos para obtener la paridad de género.La invitación a participar se realizó de manera presencial, con explicaciones sobre los objetivos de la investigación y la entrega y lectura del Formulario de Consentimiento Libre e Informado, elaborado por los investigadores y firmado digitalmente antes del inicio de la investigación, previa aprobación por parte del Comité de Ética.Para la recolección de datos se utilizó la entrevista semiestructurada, que permite a los sujetos expresar libremente sus opiniones y reflexiones más allá de la propuesta de investigación. Los investigadores prepararon un guion de entrevistas. Las entrevistas fueron grabadas en audio y transcritas completamente más tarde. Se decidió que las entrevistas se realizaran por videollamada debido a la pandemia por Covid-19 que azota al país. Para el análisis de los datos se utilizó el método de Análisis Temático propuesto por Minayo (1994). Consiste en analizar las declaraciones de los sujetos a partir del contexto social en el que se insertan, y los resultados se constituyen en una aproximación de la realidad social. Este método tiene dos niveles de interpretación de los datos recolectados: el primero se refiere a la coyuntura sociohistórica que inserta el grupo investigado y el segundo a lo que aparece en la reunión que realizamos con los hechos que surgen en la investigación (GOMES, 1994). Las categorías de investigación se elaboraron a priori, a partir del guion de la entrevista
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621192utilizada para la recolección de datos. Para este artículo, la categoría analizada sigue en la siguiente tabla: Tabla 1- Descripción de la categoría analizada Tema Categoría Descripción Relaciones entre instituciones educativas Educación superior y cuestiones de género y sexualidad; Espacios de información y discusión en instituciones de educación superior; Información sobre género y sexualidad; Experiencias y entendimientos a partir de experiencias universitarias. Instituciones de Educación Superior y Educación Sexual Esta categoría discute qué acciones formativas brindan las instituciones de educación superior en relación con el género y la sexualidad; espacios de discusión y recepción institucional. También se discute el trabajo de los colectivos estudiantiles en este proceso formativo. Fuente: Elaboración propia Resultados y discusiónPerfil de los encuestadosLos entrevistados y entrevistados tenían entre 23 y 33 años. Se identificaron, a lo largo de la obra, con la letra S, siendo, por tanto, el primer entrevistado s1, el segundo S2, y así sucesivamente hasta el S10.Provenían de instituciones privadas de educación superior, siendo 3 Universidades y 1 Centro Universitario, y solo 2 realizaban bachillerato en instituciones educativas públicas. De los 10 entrevistados, 2 se declararon bisexuales, 2 homosexuales y 6 heterosexuales; 2 tienen una relación fija, con uno viviendo con su pareja, y 8 son solteros. Los 10 entrevistados se declararon de género cis y no tuvieron hijos. En cuanto a la religión, 1 se declaró ateo, 1 católico, 1 adventista del séptimo día, 1 judío y 6 no tienen religión.Cuadro 2- Perfil de los encuestados Sujetos Edad Género Red de escuelas secundarias Institución universitaria Estado civil Sexualidad Religión Ingresos familiares (salario mínimo)) Estudia/ Trabaja S 1 33 Mujer Privado Privado Soltera Lésbica Atea 10 a 15 Estudia/ Trabaja S 2 28 Mujer Privado Privado Soltera Bisexual No posee 6 Estudia/ Trabaja S 3 23 Mulher Público Privado Soltera Heterosexual Adventista del Séptimo Día 3 a 4 Estudia/ Trabaja S4 23 Mujer Público Privado Soltera Heterosexual Católica 2 Estudia/ Trabaja S5 24 Mujer Privado Privado Soltera Lésbica No posee 3 Estudia S 6 28 Hombre Privado Privado Soltero Heterosexual Judío 20 Estudia/
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621193Trabaja S 7 28 Hombre Privado Privado Soltero Heterosexual No posee 25 a 30 Estudia/ Trabaja S 8 23 Hombre Privado Privado Soltero Heterosexual No posee 5 a 6 Estudia/ Trabaja S 9 24 Hombre Privado Privado Soltero Bisexual No posee 5 a 6 Estudia/ Trabaja S 10 30 Hombre Privado Privado Soltero Heterosexual No posee 3 a 5 Estudia/ Trabaja Fuente: Elaboración propia Relación entre las instituciones de educación superior y las cuestiones de género y sexualidadCuando se les preguntó sobre la forma en que las instituciones de educación superior tratan los problemas de género y sexualidad, las respuestas fueron muy similares, a pesar de que teníamos, en la muestra de investigación, 4 instituciones privadas diferentes. La mayoría de los entrevistados respondieron que la institución "no trata bien" los temas de género y sexualidad. Señalaron el silenciamiento por parte de las instituciones de educación superior, tanto en relación con los prejuicios y discriminaciones que se produjeron dentro y fuera de ella, como la omisión del tratamiento pedagógico de los temas, o la promoción de espacios de debate, discusión y reflexión sobre los temas. Como dicen las personas entrevistadas:"No lo manejas bien. Creo que vivimos un momento que se está moviendo hacia esto, por eso hoy, la universidad tiene grupos de discusión para esto, sobre el tema. Pero en general, es común que estés en la universidad y escuches sobre episodios de homofobia, por ejemplo... acoso. Creo que la universidad, en general, necesita mejorar, todavía tiene que trabajar en ello... necesito sacar eso a la luz". (S4)"Malvado, muy mal ... Y de eso hablo de la institución. Es malo porque, si dependes de todo el proceso burocrático de la institución, no hablas de género... hablamos de género porque es un movimiento de estudiantes... Colectivo... de los estudiantes... si dependes de la universidad, no la tienes". (S7)"Hay muy pocos maestros que he visto hacer algún tipo de discusión sobre género durante estos cinco años de universidad, incluso hay algunos maestros con preocupación por esto y estamos en el décimo semestre escuchando a la gente decir que no saben qué es Trans, qué es Cis... qué es qué... esta charla, pero no tiene nada que ver con el asunto". (S1)Es importante destacar que cuando los entrevistados traen la idea de que la institución de Educación Superior "no es leída", se refieren a que no ofrece ningún tipo de acogida para situaciones que ocurren relacionadas con el acoso, los prejuicios, así como no presenta espacio para que el tema sea debatido y trabajado entre los estudiantes universitarios y pueda abrirse para que las personas sean escuchadas, porque en la medida en que uno silencia, de
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621194una manera u otra, es consistente con prejuicios y discriminaciones, como lo informa S3, por ejemplo: "La universidad, en general, no lo hace. Cualquier cosa sobre esto es... Vamos a ocultarlo. Estoy hablando de eso y nos va a meter, ¿verdad? Que me echan, pero ya está... Lo vamos a ocultar todo el tiempo, no vamos a hablar de eso".A partir de esta declaración, notamos que la práctica del silenciamiento está íntimamente presente dentro de la institución de educación superior. Este hallazgo va a Junqueira (2013), que afirma que la escuela, así como varios otros espacios sociales e institucionales, mantiene prácticas regulatorias basadas en los parámetros de heteronormatividad. El silenciamiento, o lo que también podemos llamar la pedagogía del armario, moldea pedagógicamente las relaciones del sujeto que sufrió violencia sexual y de género, y que no fue escuchado/acogido, con el mundo. Este proceso de ocultamiento, además de regular la vida social de las personas, también hace que permanezcan en silencio, escondidas dentro del "armario". La respuesta anterior, de S3, indica no solo el hecho de que la institución de educación superior no ofrece la recepción en relación con el tema, sino también que, además, "oculta". Esto también aparece en la continuación de la respuesta S7:"[...] Incluso, participé en dos semanas de psicología, para establecer horarios, para hablar de la administración de cómo será, llamar a la gente a hablar y lo que terminó pasando fue que llamarás a una persona trans para hablar de diversidad trans, sexualidad, no sé... simplemente no puedes ... es vetado directamente por el rector y la galera de la administración".Tenemos, por tanto, en el testimonio, la ratificación del pago de la posibilidad de respetar el lugar de expresión de las personas transgénero, como forma de combatir los prejuicios y la transfobia, que, en este caso, se ve reforzada por la negación de este espacio. Este es también uno de los mecanismos de terrorismo impuestos por la heteronormatividad, que inhibe el comportamiento, la existencia de cuerpos llamados "extraños", utilizando la invisibilidad como mecanismo para eliminar discursos que escapan a la normatividad (BENTO, 2011).Como se refiere Louro (2008, p. 22):En cuanto a la diferencia, es posible decir que es un atributo que solo tiene sentido o solo puede constituirse en una relación. La diferencia no preexiste en los cuerpos de los individuos para ser simplemente reconocida; en cambio, se atribuye a un sujeto (o un cuerpo, una práctica, o lo que sea)
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621195cuando relacionamos ese sujeto (o ese cuerpo o esa práctica) con otro que se toma como referencia. Si bien las instituciones de educación superior son un campo propicio para la construcción del conocimiento y el desarrollo del pensamiento crítico por parte de los estudiantes universitarios, se observa que existe una omisión e incluso una negación del trabajo relacionado con el género y la sexualidad. Las instituciones de educación superior, de esta manera, siguen el mismo camino que tantas otras instituciones en Brasil: reproducen patrones y marcadores sociales, contribuyendo al mantenimiento de prejuicios, desigualdades, jerarquías sociales, sin que esto aparezca como opresión o dominación (NARDI et al.,2013). Espacio de discusión en Instituciones de Educación SuperiorEn este aspecto, las respuestas de los entrevistados variaron cuando se les preguntó sobre los espacios ofrecidos por las instituciones para la información y la discusión sobre sexualidad y género. Parte de los entrevistados fueron categóricos al afirmar que no hay espacio al respecto, con afirmaciones sencillas como "¡No!".o "No, nunca visto"o incluso "¿Puedo ser honesto? No es que yo sepa". Sumado a estas respuestas, algunos de los entrevistados trajeron, en sus declaraciones, la confirmación de tales declaraciones, diciendo que pasan el día en la universidad y que nunca han visto ningún movimiento o difusión de hechos que sucedan en este sentido, como lo trae este tema: "[...] Paso el día en la universidad y no tenía acceso a ese tipo de información... en ese sentido, no es muy publicitado no".También encontramos el informe sobre espacios esporádicos para el estudio de la temática, según S5: "Muy pocos, creo que a lo largo de la graduación hubo un núcleo que aborda temas sobre sexualidad. Asistí a una o dos reuniones, y sigue siendo algo medio cerrado, algo así como que lo que se habla y que se transmite no necesariamente conlleva algunos descansos sobre lo que es orientación sexual o lo que es género" (S5).Los sujetos que manifestaron sí, que la institución de Educación Superior ofrecía espacio, presentaron datos en relación a algunos docentes del curso de Psicología que "provocaron" a los estudiantes en el aula sobre temas relacionados con el tema; un núcleo de estudios que tuvo lugar hace unos años y que no tiene más frecuencia de reuniones; un grupo que se reúne para discutir el tema, pero al que solo asisten estudiantes de Psicología, Ciencias
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621196Sociales y Enfermería, pero que surgió de las iniciativas de los propios estudiantes y no de la institución, de la siguiente manera: "Veo mucho más de la voluntad de la institución de hacer espacio para los estudiantes ... entonces, soy del comité organizador del viaje psicodinámico y ya, en algunas conferencias, ya hemos traído el tema del género. Así que ofrecen espacio para los estudiantes que buscan, pero la iniciativa son los estudiantes" (S10).Los datos recolectados para la investigación revelan que en la percepción de las personas entrevistadas, las instituciones de educación superior en las que estudian no promueven prácticas relacionadas con el debate y discusión del tema género y sexualidad, no ofrecen servicios de recepción para víctimas de agresión, manteniendo prácticas como el silenciamiento y la invisibilidad, a pesar de que continúan siendo en este contexto que relatan sus más diversas experiencias de sexualidad y relaciones de género. Información sobre sexualidad y géneroCuando se les preguntó sobre las fuentes que utilizaron para obtener información relacionada con el género y la sexualidad, la referencia a las instituciones de educación superior no aparece en ninguna de las respuestas de los entrevistados. En casi todas las entrevistas los medios más citados son plataformas digitales como Facebook, Twitter, Youtube, Instagram, podcasts, blogs y redes sociales en general, como ver en los siguientes comunicados: "Soy una gran parte de Twitter, así que recibo muchas cosas en Twitter que siempre termino deteniéndome en algún blog ... el video algún que tenga texto, es Twitter e Instagram también". (S2)"Es... ¿Hoy? Resulta ser un poco casual. La mayor parte es por página de Facebook, en Instagram... no hay nada que busque como referencia muy sólida". (S8)También están presentes, como fuentes de información, libros, películas, documentales y artículos científicos, como búsquedas personales, presentes en las siguientes declaraciones: "Internet, redes sociales... cosas que leo que busco leer... artículos y libros". (S3)"Libros, blogs, artículos científicos, documentales, películas...". (S9)
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621197"Creo que empecé hace unos años... es... por los grupos feministas a través de Facebook, y luego empecé a estudiar. Fui a estudiar teoría de género, empecé a investigar más. Creo que hubo mucho de ese estudio que fue parte de mi descubrimiento, de mi aceptación como mujer lesbiana... Creo que también fue un poco alrededor de esa área allí". (S1)A partir del análisis de datos, se indica que las instituciones de educación superior no son reconocidas como lugares de búsqueda, intercambio y construcción de conocimientos sobre sexualidad y género. En una investigación realizada con 32 estudiantes de un curso de posgrado de una universidad pública, por Brancaleoni, Oliveira e Silva (2018), también se encontró que la institución universitaria y los profesionales de la salud fueron los menos citados en relación con las fuentes de información sobre género y sexualidad. Los autores de esta investigación también afirman:La universidad es un espacio de interacción, circulación y construcción de valores en el que la mayoría de los universitarios se encuentran en una fase de descubrimientos y experiencias sexuales, así como de preguntas sobre sexualidad y género. Por otro lado, el entorno universitario también constituye un espacio en el que se mantienen y reproducen prejuicios y estereotipos sobre sexualidad y género" (2018, p. 27).Así, se refuerza la idea de que las instituciones de educación superior continúen ejerciendo la función de mantener estándares de género y sexualidad, ya que no favorecen la circulación de información sistematizada y confiable sobre el tema, siendo poco reconocidas como un espacio confiable de información y capacitación por parte de los entrevistados, en detrimento de las redes sociales, por ejemplo. Experiencias y entendimientos de la experiencia universitariaEn cuanto a la comprensión sobre género y sexualidad a partir de experiencias universitarias, todos los entrevistados dijeron que sí, que las experiencias en instituciones de educación superior aportaron nuevos conocimientos sobre sexualidad y género. Las experiencias relatadas por los entrevistados se basaron en el intercambio con amigos y compañeros de clase, el contacto con la diversidad sexual, las experiencias que tuvieron en relación con su propia sexualidad y la búsqueda de información desde una preocupación con la profesión, por ejemplo:"Creo que sí, incluso por psicología tratando con personas, tienes que estar preparado para escuchar muchas cosas que a veces no sabes, no sabes... Creo que es algo en lo que tengo que profundizar. Como dije, tengo dificultades para asociar los términos con las palabras, tengo que tratar de
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621198saber aún más. El curso nunca me proporcionó nada directo, como "ah, leamos sobre este tema", pero es algo inherente a la profesión ... Es posible que asista el próximo año y tenga un paciente que hable sobre estos temas ... sería muy extraño para mí mostrar ignorancia sobre su dolor". (S8)Otro dato importante es que la OMS Organización Mundial de la Saludestablece que el sujeto entre 10 y 24 años de edad es considerado joven, y que esta es la población más susceptible a las infecciones de transmisión sexual (ITS). La mayoría de los jóvenes universitarios se encuentran en esta categoría, como se señala en los datos recogidos del presente estudio, donde el 50% de los entrevistados se encuentran en este grupo de edad, estando, por tanto, más expuestos a enfermedades como la gonorrea, el virus de la hepatitis B y el virus de la inmunodeficiencia humana (VIH), la sífilis, la infección por clamidia, etc. (CASTRO et al.,2016). Además, se suma el hecho de que estos jóvenes se están insertando socialmente y experimentando experiencias que formarán parte de sus procesos de identidad. Así, el debate sobre género y sexualidad se vuelve fundamental entre los jóvenes universitarios, tanto en relación con el aspecto social de este tema como con el aspecto de la salud, ya que es en este momento que el conocimiento sobre un solo, sobre su sexualidad, subjetividad y el lugar que ocupan en la sociedad son urgentes y necesarios. Además, es importante que las instituciones de educación superior sean espacios de formación ciudadana, contribuyendo a la disminución de las tasas de homicidios y suicidios, tanto en la población LGBT+, como en los casos de violencia contra las mujeres, feminicidios, y cualquier delito y violencia relacionada con el género y la sexualidad. Consideraciones finalesDe acuerdo con las respuestas, las instituciones de educación superior no brindan un campo de información y discusión sobre el tema, así como existe una falta de recepción de los temas que surgen en el contexto universitario, incluso si es el papel formativo de la institución ofrecer el espacio para la construcción del pensamiento crítico, el trabajo con diversidad. Los datos encontrados en la investigación están en línea con lo presentado a partir de la revisión bibliográfica de la introducción de este artículo, apuntando a que la educación sexual también debe estar presente en la Educación Superior, debido a que los sujetos entrevistados presentaron puntos relevantes respecto a la falta de involucramiento de las instituciones de educación superior con temas de género y sexualidad. También es importante destacar el hecho de que los entrevistados sean estudiantes del último año de Psicología, porque el curso, a pesar de proporcionar algunas materias
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621199específicas sobre el tema, todavía presenta una escasez de debates y proporción de clases y profesores que profundizan en estas preguntas, apareciendo solo en las respuestas de pocos sujetos de investigación. Los profesionales que actuarán como psicólogos necesitan haber desarrollado la escucha no normativa como herramienta de trabajo, y es necesario que tengan una educación plural y diversa, porque tratarán con personas que ocupan diferentes lugares de nuestra sociedad. Así, a partir de los datos encontrados, se puede instigir que las Instituciones de Educación Superior en cuestión no están cumpliendo con las preguntas necesarias para la formación efectiva del psicólogo. REFERENCIASANTRA. Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Boletim n. 05/2020 - 01 de janeiro a 31 de outubro de 2020:assassinatos contra travestis e transexuais brasileiras em 2020. Salvador: ANTRA, 2020. Disponible en: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/11/boletim-5-2020-assassinatos-antra.pdf. Acceso: 28 dic. 2020. BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Femininos, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, ago. 2011. DOI: 10.1590/S0104-026X2011000200016. Disponible en: https://www.scielo.br/j/ref/a/DMNhmpzNbKWgH8zbgQhLQks/?lang=pt. Acceso: 10 Oct. Año 2021. BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação:uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Editora Porto, 1994. BRANCALEONI, A. P. L.; OLIVEIRA, R. R.; SILVA, C. S. F. Educação sexual e universidade: compreensões de graduandos sobre sexualidade e gênero. Revista Brasileira de Ensino Superior, Passo Fundo, v. 4, n. 4, p. 25-42, out./dez. 2018. DOI: 10.18256/2447-3944.2018.v4i4.2563. Disponible en: https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/view/2563. Acceso: 12 feb. Año 2021. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da Republica, 1996. Disponible en: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acceso: 30 Dic. 2020. BUTLER, J. Problemas de gênero:feminismo e subversão da identidade. Tradução: R. Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CASTRO, E. L. et al. O conhecimento e o ensino sobre doenças sexualmente transmissíveis entre universitários. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 6, p. 1975-1984, jun. 2016. DOI: 10.1590/1413-81232015216.00492015. Disponible en: https://www.scielo.br/j/csc/a/trKSmLBwFPd3LC4x64N4Tnf/?lang=pt. Acceso: 12 feb. Año 2021.
image/svg+xmlGénero y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621200CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo.Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia, 2005. Disponible en: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf. Acceso: 30 dic 2020. DINIS, N. F. Discursos sobre homossexualidade e gênero em um curso de formação em psicologia. ETD Educ. Tem. Dig., Campinas, v. 14, n. 1, p. 62-75, maio 2012. Disponible en: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1241. Acceso: 19 Mar. Año 2021. GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In:MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social:teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. JUNQUEIRA, R. D. A pedagogia do armário: a normatividade em ação. Rev. Ret. Esc., Brasília, v. 7, n. 13, p. 481-498, jul./dez. 2013. Disponible en: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4255854/mod_resource/content/1/PedagogiaDoArmario_RogerioJunqueira.pdf. Acceso: 23 dic. Año 2021. LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 46, p. 201-218, dez. 2007. DOI: 10.1590/S0102-46982007000200008. LOURO, G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19, n. 2, p. 17-23, ago. 2008. Disponible en: https://www.scielo.br/j/edur/a/5mdHWDNFqgDFQyh5hj5RbPD/?lang=pt. Acceso: 22 oct. Año 2021. LOURO, G. L. (org.). O corpo educado:pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. LUCIFORA, C. A. et al. Marcas sociais de nossos tempos: gênero, sexualidade e educação em âmbito escolar. Revista Ibero-Americana De Estudos Em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 13951409, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.2.12607. Disponible en: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12607/8340. Acceso: 24 oct. Año 2021. MATOS, M. Teorias de gênero ou teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformaram em um campo novo para as ciências. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 333-357, ago. 2008. Disponible en: https://www.scielo.br/j/ref/a/6Y8dcfxYKPXWmyyZmhF5yph/?lang=pt. Acceso: 12 de mayo de 2021. MICHELS, E. Mortes violentas de LGBT+ no Brasil:Relatório 2018. Bahia: Grupo Gay da Bahia, 2018. Disponível em: https://grupogaydabahia.com.br/relatorios-anuais-de-morte-de-lgbti/. Acesso em: 28 dez 2020. MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social:teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. MDH divulga dados sobre feminicídio. Brasília, DF: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, 2018. Disponible en:
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO y Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621201https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2018/agosto/ligue-180-recebe-e-encaminha-denuncias-de-violencia-contra-as-mulheres#:~:text=De%20janeiro%20a%20julho%20de%202018%2C%20o%20Ligue%20180%20registrou,e%20118%20tentativas%20de%20homic%C3%ADdios. Acceso: 03 Feb. 2020. MOURA, A. F. M. et al. V. Possíveis contribuições da psicologia para a educação sexual em contexto escolar. Psic. Arg., Curitiba, v. 29, n. 67, p. 437-446, 2011. Disponible en: https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/20217. Acceso: 20 Jun. 2020. NARDI, H. C. et al. O “armário” da universidade: o silêncio institucional e a violência, entre a espetacularização e a vivência cotidiana dos preconceitos sexuais e de gênero. Rev. Teo. Soc., Belo Horizonte, v. 21, n. 2, p. 179-200, 2013. Disponible en: https://teoriaesociedade.fafich.ufmg.br/index.php/rts/article/view/87. Acceso: 28 dic. 2020. OLIVEIRA, J. M. D.; MOTT, L. (org.). Mortes violentas de LGBT+ no Brasil 2019:relatório do Grupo Gay da Bahia. Salvador: Editora Grupo Gay da Bahia, 2020. ZOCCA, A. R. et al. Percepções de adolescentes sobre sexualidade e educação sexual. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 10, n. esp. 2, p. 14631476, 2016. DOI: 10.21723/riaee.v10i6.8331. Disponible en: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8331.Acceso: 14 dic. 2020. Cómo hacer referencia a este artículoCANO, M. T.; BRANCALEONI, A. P. L. Género y sexualidad: Vivencias y conceptos de jóvenes universitarios/as de la carrera de psicología en la ciudad de São Paulo.Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 7, n. 2, p. 1186-1201, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14662 Enviado en: 22/01/2021 Revisiones requeridas en: 15/02/2021 Aprobado en: 09/03/2022 Publicado en: 01/04/2022
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621181GENDER AND SEXUALITY: EXPERIENCES AND CONCEPTS OF YOUNG UNIVERSITY STUDENTS FROM THE PSYCHOLOGY COURSE IN THE CITY OF SÃO PAULO GÊNERO E SEXUALIDADE: VIVÊNCIAS E CONCEPÇÕES DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS/AS DO CURSO DE PSICOLOGIA DA CIDADE DE SÃO PAULOGÉNERO Y SEXUALIDAD: VIVENCIAS Y CONCEPTOS DE JÓVENES UNIVERSITARIOS/AS DE LA CARRERA DE PSICOLOGÍA EN LA CIUDAD DE SÃO PAULOMarina TEDESCHI CANO1Ana Paula LEIVAR BRANCALEONI2ABSTRACT: It has been necessary to broaden the debate and struggles against both sexual and gender inequalities. This article aims to identify the understandings of young university students, enrolled of Psychology courses at private higher education institutions in the city of São Paulo, about sexuality and gender, as well as your formative role in relation to the subject. The qualitative approach was adopted and interviews with ten university students were conducted by Thematic Analysis and it was found that: institutions do not deal with gender and sexuality-related issues; there is little or no space for debate and discussion on the topic; institutions have not been a vehicle for obtaining information about the subjects; prejudice and discrimination are reproduced in institutional practices; university students' relationships among their peers participate in the construction of their conceptions about sexuality. The found data highlight the importance of creating / expanding spaces for reflection and discussion related to gender and sexuality in Higher Education. KEYWORDS:Gender. Sexuality. College students. Sex education. RESUMO: A promoção de debates sobre desigualdades sexuais e de gênero entre os jovens universitários torna-se cada vez mais necessária. Esta pesquisa tem por objetivo identificar compreensões de jovens universitários de cursos de Psicologia, de instituições de Ensino Superior particulares da cidade de São Paulo, sobre sexualidade e gênero, assim como o papel formador, exercido por elas, no que se refere aos temas. Adotou-se abordagem qualitativa e, como instrumento de coleta de dados, entrevistas semiestruturadas com dez universitários/as, analisadas pela Análise Temática. Constatou-se que: as instituições não apresentam propostas de trabalho com gênero e sexualidade; existe pouco espaço de promoção de discussões sobre os temas; as instituições não são meios de obtenção de informação sobre o tema; são reproduzidos preconceitos e discriminações em práticas institucionais; as relações dos 1São Paulo State University (UNESP), Araraquara SP Brazil. Master's student in the Graduate Program in Sexual Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2174-6288. E-mail: matedeschicano@gmail.com 2São Paulo State University (UNESP), Araraquara SP Brazil. Professor of the Graduate Program in Sex Education. Doctorate in Psychology. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5927-4175. Email: ana.brancaleoni@unesp.br
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621182universitários com seus pares participam da construção de suas concepções sobre sexualidade. Destaca-se, portanto, a importância do fomento à educação sexual no Ensino Superior. PALAVRAS-CHAVE:Gênero. Sexualidade. Universitários. Educação sexual. RESUMEN: La promoción de debates sobre desigualdades sexuales y de género entre los jóvenes universitarios se hace cada vez más necesaria. Se tiene por objetivo identificar entendimientos de jóvenes universitarios de carreras de Psicología de instituciones de Enseñanza Superior privadas de la ciudad de São Paulo sobre sexualidad y género, así como el rol formativo ejercido por las mismas con relación a esos temas. Se adoptó el enfoque cualitativo y, como instrumento de recolección de datos, entrevistas semiestructuradas con diez universitarios/as, analizadas por el Análisis Temático. Se constató que: las instituciones no presentan propuestas de trabajo con género y sexualidad; hay poco espacio de promoción de debates sobre los temas; se reproducen prejuicios y discriminaciones en prácticas institucionales; las relaciones de los universitarios entre sus pares participan de la construcción de sus concepciones sobre sexualidad. Se destaca, por lo tanto, la importancia del fomento a la educación sexual en la Enseñanza Superior.PALABRAS CLAVES: Género. Sexualidad. Universitarios. Educación sexual.IntroductionSince the birth of a child, the gender classification is based on the binary notion of biological bodies, designating whether it is male or female. This record, from the moment it is made, brings with it a series of characteristics that will "say" how this subject should constitute himself throughout his life, forming a very well-defined delimitation of the naturalization of these constructions (LUCIFORA et al., 2019). The subject that transits between both categories will be placing himself in a dimension of questioning in relation to his sexuality and/or gender identity, from the social, political and cultural norms of a given historical context. The concept of gender emerged in the 1970s, becoming notorious in the sciences only in the 1980s. Its initial intent was to distinguish the biological dimension from the dimension of the historical construction of the constitution of subjects. This concept allowed the opening of a new field of action to deconstruct already established categories, and it is from the use of this concept that it was possible to start questioning and deconstructing the categories man and masculine/woman and feminine (MATOS, 2008). The debate about Gender and Sexuality has been gaining more and more relevance. In Brazil, issues such as gender inequalities and the high rates of violence against women, transsexuals, and homosexuals demand that the subject be deeply debated in the academic sphere and that the categorization and naturalization of genders, in the various social spaces, be
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621183problematized. Louro (2007) warns us about the processes of hierarchization, in which differences are taken as attributes of inequality, guiding social power relations. The binary and heteronormative processes of gender classification and hierarchization result in exclusion, abjection, and violence. The numbers of gender violence in Brazil express the harmful effects of this configuration. According to the Ministry of Human Rights - MHR (2018), 79,661 reports of physical and psychological violence were registered through the Women's Call Center in the period from January to July 2018. Furthermore, Brazil is the country in which the most deaths against sexual minorities are recorded. Reports conducted by the Gay Group of Bahia (MICHELS, 2018) point to the rate of one death every 20 hours, by murder or suicide, of victims of LGBTphobia, in the year 2018 alone. During the year 2019, there were 297 homicides and 32 cases of suicide (OLIVEIRA; MOTT, 2020). It is noteworthy that violence is even worse when it comes to transgender and transvestite people. According to the National Association of Transvestites and Transsexuals - ANTRA, through a newsletter, 151 murders of transvestites were registered in the period from October 1 to October 31, 2020, that is, 22% more compared to 2019, which totaled 124 deaths (NATIONAL ASSOCIATION OF TRAVESTISTS AND TRANSEXUALS, 2020). Thus, it is essential to problematize how anatomical, sexual and gender differences are hierarchized, since our society produces, through linguistic processes and discourses of signification, the different as something that is not "normal". For Louro (2018), this inscription is made, in the bodies, from the marks of certain cultures, composed and defined by the power networks of a society. Butler (2003) points out that: In other words, the political construction of the subject proceeds linked to certain goals of legitimation and exclusion, and these political operations are effectively hidden and naturalized by a political analysis that takes the hidden structures and naturalized by a political analysis that takes the legal structures as its foundation (BUTLER, 2003, p. 19). From the perspective of understanding the historical, social, political and cultural construction of the concepts of gender, sexuality, femininity and masculinity, it is also necessary to understand how social subjects reproduce these categories in the various sectors of our society. Regarding the educational sector in Brazil, it is possible to find several works and studies about gender and sexuality related to Basic Education and teacher training. What calls our attention is that, when it comes to Higher Education, the work with university students regarding this theme is still little problematized, even though it is an educational space propitious to the discussion and reflection on gender categorizations.
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621184It is also worth mentioning that Higher Education is responsible for training professionals capable of respecting and dealing with diversities. According to the LDB - Law of Directives and Bases of National Education, number 9.394/96, article 43, the University must ensure the formation of professionals in various areas of knowledge, who act professionally in work sectors that aim at the development of society, allowing students to receive stimuli for cultural creation, development of critical thinking and scientific knowledge (BRAZIL, 1996). In addition, it is also the University's duty to train citizens who are responsible to society, who provide services to the community and who are aware of the world's problems (CASTRO et al., 2016). University youth, according to the Pan American Health Organization (PAHO), are categorized as youth or late adolescence, a period that comprises the attempt to reach a process of cognitive, emotional, physical and social maturity, in addition to the search for their individuality. It is a period in which young people transition from childhood to adulthood, experiencing new sexual experiences linked to uncertainties and doubts, as would be the case of concerns about pregnancy, sexually transmitted diseases, etc. (ZOCCA et al., 2016). What would be, then, the work developed by Higher Education institutions in relation to Sex Education? How is the theme sexuality and gender inserted in this context? Do male and female students have any access to training and/or sources of information related to the theme during their undergraduate education? These questions were important to delimit the field of this article, starting from the questioning about the relationship between college students and the theme of gender and sexuality. Thus, based on the relevance of discussions and debates on the theme of gender and sexuality among university students, we propose to investigate the perception of psychology undergraduates about the training in sexuality and gender promoted by the University, as well as the role played by it in the constitution of their current conceptions on the themes. It is noteworthy that, according to the Resolution of the Federal Council of Psychology No. 001/99, Article 2, the professionals trained in Psychology should contribute with their knowledge to a reflection on prejudice, aiming at the disappearance of discrimination and stigmatization against those who present homoerotic behaviors or practices and prohibits any action of psychologists who may collaborate with a representation of homosexuality as a disease or abnormality, as well as to perform therapies to change their sexual orientation. In addition, Psychology courses should be in line with the theme of diversity, integrating it into their program, since the debate on inclusion policies for minorities is one of the challenges in education and also because it is a course that has been very influential in
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621185educational discourses (DINIS, 2012). It is noteworthy that the psychologist professional code of ethics (FEDERAL COUNCIL OF PSYCHOLOGY, 2005) also provides, according to its fundamental principles, that the psychologist should work to promote health and quality of life of people and communities and contribute to the elimination of any form of neglect, discrimination, exploitation, violence, cruelty and oppression. Methodological proceduresA qualitative research approach was adopted, chosen because it enables working with issues that cannot be quantified. Its object relates to the universe of meanings, beliefs, values, aspirations and attitudes, which concern human phenomena that are linked to thoughts and interpretations of their actions from a lived reality (MINAYO, 1994). As Minayo (1994) indicates: "the interrelation that contemplates the affective, the existential, the everyday context, the experiences and the language of common sense in the act of the interview is a sine qua noncondition for the success of qualitative research." In relation to the research subjects, they are young people in their last year of graduation from Psychology courses in Higher Education Institutions in the city of São Paulo. The last year of graduation was chosen as a cutout, since the research is related to the experiences lived by the interviewees throughout their stay in the institutions. The choice of students from the Psychology course was made due to the proximity between Psychology and the theme sexuality, because although the curricula, in general, do not have any specific discipline on this theme, Psychoanalysis is present in all undergraduate training in Psychology, which makes them, in one way or another, find themselves by a given theoretical perspective with the theme (MOURA et al., 2011). It is also noteworthy that it is part of the psychologist training the development of qualified listening, i.e., a listening that does not bring moral and value judgment, allowing that controversial issues may arise in this open space for diversity, recommended by the code of ethics of the profession (MOURA et al., 2011). Thus, for this condition to be promoted, it is essential that the courses contemplate the dimension of diversity and respect for it, breaking with normative patterns that institute and maintain relations of exclusion and violence. For the research ten subjects were chosen, and the interviews were analyzed in depth so that the meanings of the answers were not elaborated superficially. According to Bogdan and Biklen (1994), the interest for this type of research is due to the fact that the researcher wants to understand the way people live their experiences, what they think about them and how they
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621186are inserted in their life contexts. Thus, the exchange between the researcher and the subject is more like a conversation than a formal questioning session. The subjects were chosen based on the disclosure of the research through people in the social circle of one of the researchers. The exclusion criterion was subjects that were not in their last year of the Psychology course. Five female and five male university students were chosen, in order to obtain gender parity. The invitation to participate was made personally, with explanations about the research objectives and the delivery and reading of the Free and Informed Consent Form, prepared by the researchers and digitally signed before the beginning of the research, after approval by the Ethics Committee. For data collection, the semi-structured interview was used, which allows the subjects to freely express their opinions and reflections beyond the research proposal. An interview script was prepared by the researchers. The interviews were audio-recorded and later transcribed in their entirety. It was decided that the interviews would be carried out by video call due to the Covid-19 pandemic that is ravaging the country. For data analysis, we used the Thematic Analysis method, proposed by Minayo (1994). It consists of analyzing the subjects' speeches from the social context in which they are inserted, with the results constituting an approximation of social reality. This method has two levels of interpretation of the data collected: the first refers to the social-historical conjuncture in which the researched group is inserted, and the second to what appears in the encounter we have with the facts that arise in the investigation (GOMES, 1994). The research categories were elaborated a priori, based on the interview script used for data collection. For this article, the analyzed category follows in the chart below: Chart 1Description of the Analyzed Category Topic Category Description Relationships between Higher Education institutions and gender and sexuality issues; Spaces for information and discussion in Higher Education institutions; Information on gender and sexuality; Experiences and understandings from university experiences. Higher Education Institutions and Sex Education This category discusses what formative actions Higher Education institutions provide in relation to gender and sexuality; spaces for discussion and institutional reception. The performance of student collectives in this formative process is also discussed. Source: Prepared by the authors
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621187Results and Discussion Profile of the intervieweesThe interviewees ranged in age from 23 to 33 years old. They were identified throughout the study with the letter S, so the first interviewee was S1, the second S2, and so on until S10. They came from private Higher Education institutions, being 3 Universities and 1 University Center, and only 2 did their High Schooling in public educational institutions. Of the 10 interviewees, 2 declared themselves bisexual, 2 homosexual and 6 heterosexual; 2 are in a fixed relationship, 1 living with his partner, and 8 are single. The 10 interviewees declared themselves cis-gender and have no children. As for religion, 1 declared to be atheist, 1 Catholic, 1 Seventh-day Adventist, 1 Jewish, and 6 have no religion. Chart 2Profile of the interviwees Subjects Age Gendero High School System University Marrital status Sexuality Religion Household income (minimum wage) Study/ Work S 1 33 Womanr Private Private Single Lesbian Atéia 10 a 15 Study/ Work S 2 28 Womanr Private Private Single Bissexual Não possui 6 Study/ Work S 3 23 Womanr Public Private Single Heterossexual Adventista do Sétimo Dia 3 a 4 Study/ Work S4 23 Womanr Public Private Single Heterossexual Católica 2 Study/ Work S5 24 Womanr Private Private Single Lesbian Não possui 3 Study S 6 28 Man Private Private Single Heterossexual Judeu 20 Study/ Work S 7 28 Man Private Private Single Heterossexual Não possui 25 a 30 Study/ Work S 8 23 Man Private Private Single Heterossexual Não possui 5 a 6 Study/ Work S 9 24 Man Private Private Single Bissexual Não possui 5 a 6 Study/ Work S 10 30 Man Private Private Single Heterossexual Não possui 3 a 5 Study/ Work Source: Prepared by the authors Relation between Higher Education institutions and gender and sexuality issuesWhen asked about the way higher education institutions deal with issues of gender and sexuality, the answers were very similar, even though we have four different private institutions in the research sample. The great majority of the interviewees answered that the institution "doesn't deal well" with gender and sexuality issues. They pointed to the silencing, on the part
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621188of the Higher Education institutions, both in relation to the prejudices and discriminations that occur inside and outside of them, as well as the omission of the pedagogical treatment of the themes, or the promotion of spaces for debate, discussions and reflections on the issues. As the people interviewed affirm: "It doesn't deal well. I think that we live a moment that is moving towards this, so, today, the university has discussion groups for this, about the theme. But, in general, it is common to be at the university and hear about episodes of homophobia, for example... harassment. I think that the university, in general, needs to improve, still needs to work on this... needs to bring this to light." (S4) "Badly, very badly... And I am talking about the institution. It's terrible because, if it depends on the whole bureaucratic process of the institution, we don't talk about gender... we talk about gender because it is a movement of the students... collectives... of the students... if it depends on the university, we don't have it." (S7) "There are very few professors that I have seen discussing gender in these five years of college, there are even some professors who are concerned about this and we are in the tenth semester hearing people say that they don't know what trans is, what is cis... what is what... this talk, but this has nothing to do with the subject. (S1)It is important to emphasize that when the interviewees bring the idea that the institution of Higher Education "doesn't deal with it", they are referring to the fact that it doesn't offer any kind of shelter for situations that occur related to harassment, prejudice, as well as it doesn't present space for the theme to be debated and worked on among the university students and to open it so that people can be heard, because to the extent that it is silent, in one way or another, it is consistent with prejudice and discrimination, as reported by S3, for example: "The university, in general, no. Anything related to this subject is... let's hide it. I'm telling you this and it will stay with us, right? That they expel me, but that's it. We will always hide it, we won't talk about it. From this speech, we note that the practice of silencing is closely present within the institution of Higher Education. This finding is in line with Junqueira (2013), who states that school, as well as several other social and institutional spaces, maintains regulatory practices based on the parameters of heteronormativity. Silencing, or what we can also call the pedagogy of the closet, pedagogically shapes the relations of the subject who suffered sexual and gender violence, and who was not heard/accepted, with the world. This process of concealment, besides regulating people's social life, also causes them to remain silent, hidden inside the "closet".
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621189The answer above, from S3, indicates not only the fact that the institution of Higher Education does not offer the welcoming in relation to the theme, but also that it, in addition, "hides". This also appears in the continuation of S7's answer: "[...] I even participated in two weeks of psychology, of putting together a schedule, of talking about the administration of how it is going to be, calling people to speak and what ended up happening was that you are going to call a trans person to talk about trans diversity, sexuality, I don't know... you just can't... it is vetoed directly by the dean and the administration people. We have, therefore, in the statement, the ratification of the erasure of the possibility of respecting the place of speech of transgender people, as a way to fight against prejudice and transphobia that, in this case, is reinforced by the denial of this space. This is also one of the mechanisms of terrorism imposed by heteronormativity, which inhibits a behavior, the existence of bodies called "strange", using invisibilization as a mechanism of elimination of discourses that escape normativity (BENTO, 2011). As Louro (2008, p. 22) states: As for difference, it can be said to be an attribute that only makes sense or can only constitute itself in a relation. Difference does not pre-exist in the bodies of individuals to be simply recognized; rather, it is attributed to a subject (or a body, a practice, or whatever) when we relate that subject (or that body or that practice) to another that is taken as reference. Although Higher Education institutions are an appropriate field for the construction of knowledge and development of critical thinking on the part of university students, it is noted that there is an omission and even a denial of work related to gender and sexuality. Higher education institutions, thus, follow the same path as so many other institutions in Brazil: they reproduce social patterns and markers, contributing to the maintenance of prejudices, inequalities, social hierarchies, without this appearing as oppression or domination (NARDI et al., 2013). Discussion Space in Higher Education Institutions In this aspect, the answers of the interviewees varied, when asked about the spaces offered by the institutions for information and discussion about sexuality and gender. Some of the interviewees were categorical in affirming that there is no space at all in relation to this, with simple statements like "No!" or "No, I've never seen" or even "Can I be honest? Not that I knowof”. Addedto these answers, some of the interviewees brought, in their speeches, the
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621190confirmation of such statements, saying that they spend the day at the university and that they have never seen any movement or disclosure of events that happen in this sense, as brought by this subject: "[...] I spend the day at the university and I didn't have access to this kind of information... in this sense, it is not very publicized.We also found the report about sporadic spaces for studying the topic, according to S5: "Very few, I think that during the undergraduate course there was a nucleus that addresses questions about sexuality. I attended one or two meetings, and it is still something kind of closed, and what is talked about and what is transmitted does not necessarily carry some ruptures about what sexual orientation or gender is" (S5).The subjects who said yes, that the Higher Education institution offered space, presented data in relation to some professors from the Psychology course who "provoked" the students in class about issues related to the theme; a nucleus of studies that took place a few years ago and no longer meets frequently; a group that meets to discuss the subject, but is only attended by Psychology, Social Sciences and Nursing students, but that arose from the students' own initiatives and not from the institution, as follows below: I see much more a willingness of the institution to give space for students... so, I am on the organization committee of the psychodynamic day and we have already, in some lectures, brought the issue of gender. So, they offer space for the students who seek it, but it is the students' initiative" (S10). The data collected for the research reveal that in the perception of the people interviewed, the Higher Education institutions where they study do not promote practices related to the debate and discussion of the theme of gender and sexuality, do not offer welcoming services for victims of aggression, maintaining practices such as silencing and invisibility, even though it is still in this context that they report their most diverse experiences of sexuality and gender relations. Information on sexuality and genderWhen asked about the sources they used to obtain information related to gender and sexuality, the reference to Higher Education institutions does not appear in any of the interviewees' answers. In almost all the interviews, the most mentioned media are the digital platforms such as Facebook, Twitter, Youtube, Instagram, podcasts, blogs and social media in general, as we can see in the statements below:
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621191"I'm very much part of Twitter, so I get a lot of stuff through Twitter that I always end up stopping at some blog...or some video that has text, it's usually Twitter and Instagram as well." (S2) "It's... today? It ends up being kind of occasional. Mostly it's by Facebook page, Instagram... there's not something I look for as a very solid reference." (S8) Books, films, documentaries and scientific articles also appear as sources of information, as personal searches, present in the following statements: "Internet, social media... things that I read that I look for to read... articles and books." (S3) "Books, blogs, scientific articles, documentaries, movies..." (S9) "I think I started a few years ago... it's... because of feminist groups via Facebook, and then I started out there to study. I went to study gender theory, started to research more. I think that some of this study was also part of my discovery, of my acceptance as a lesbian woman... I think it was a little bit in this area. (S1) From the data analysis, it is indicated that Higher Education institutions are not recognized as places of search, exchange and construction of knowledge about sexuality and gender. In a survey conducted with 32 students from an undergraduate course at a public university, by Brancaleoni, Oliveira and Silva (2018), it was also found that the university institution and health professionals were the least cited in relation to sources of information about gender and sexuality. The authors of the aforementioned research also state: The university is a space of interaction, circulation and construction of values in which college students, for the most part, are in a phase of sexual discoveries and experiences, as well as questioning about sexuality and gender. On the other hand, the university environment is also constituted as a space in which prejudices and stereotypes about sexuality and gender are maintained and reproduced" (2018, p. 27). This reinforces the idea that higher education institutions continue to maintain gender and sexuality standards, since they do not favor the circulation of systematized and reliable information on the theme, being little recognized as a reliable space for information and education by the interviewees, to the detriment of social networks, for example.
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621192Experiences and understandings from the university living With regard to understandings about gender and sexuality based on university experiences, all interviewees said yes, that the experiences in Higher Education institutions brought new knowledge about sexuality and gender. The experiences reported by the interviewees were based on exchanges with friends and classmates, contact with sexual diversity, experiences they had in relation to their own sexuality and the search for information based on a concern with their profession, for example: "I think so, because psychology deals with people, you have to be prepared to hear many things that, sometimes, you don't know, don't know...I think it is something that I have to go deeper into. As I said, I have difficulty in associating terms with words, I have to try to know even more. The course never gave me anything direct, like "ah, let's read about this topic", but it is something kind of inherent to the profession... I may be seeing a patient next year and have him talk about these issues... it would be very strange for me to show ignorance about his pain. (S8) Another important fact is that the WHO - World Health Organization - establishes that young people are considered to be those between the ages of 10 and 24, and that this is the population most susceptible to sexually transmitted infections (STIs). A large part of young college students are in this category, as noted in the data collected in this research, where 50% of respondents are in this age group, being, therefore, more exposed to diseases such as gonorrhea, Hepatitis B virus and human immunodeficiency virus (HIV), syphilis, chlamydia infection etc. (CASTRO et al., 2016). In addition, there is the fact that these young people are being inserted socially and living experiences that will be part of their identity processes. Therefore, the debate about gender and sexuality becomes fundamental among young university students, both in relation to the social aspect of this issue and the health aspect, since it is at this time that knowledge about themselves, their sexuality, subjectivity and their place in society is urgent and necessary. Besides, it is important that Higher Education institutions be spaces that form citizenship, contributing to the reduction of homicide and suicide rates, both among the LGBT+ population and also in cases of violence against women, feminicides, and any crime and violence related to gender and sexuality.
image/svg+xmlGender and sexuality: Experiences and concepts of young university students from the psychology course in the city of São PauloRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621193Final remarksAccording to the answers, the Higher Education Institutions do not provide a field for information and discussions about the theme, as well as there is a lack of welcoming to issues that emerge in the university context, even though it is the formative role of the institution to offer space for the construction of critical thinking, of working with diversity. The data found in the research are in consonance with what was presented from the literature review in the introduction of this article, pointing to the fact that sex education should also be present in Higher Education, because the interviewed subjects presented relevant points regarding the lack of involvement of Higher Education Institutions with gender and sexuality issues. The fact that the interviewees are final year Psychology students is also important to emphasize, for the course, despite providing a few specific disciplines on the theme, still presents a scarcity of debates and a proportion of classes and professors who go into depth on these issues, appearing only in the answers of a few of the research subjects. The professionals who will work as psychologists need to have developed non-normative listening as a working tool, being necessary that they have a plural and diverse education, because they will deal with people who occupy different places in our society. Thus, from the data found, it appears that the Higher Education Institutions in question are not meeting the necessary requirements for the effective training of psychologists. REFERENCESANTRA. National association of travestists and transexuals. Boletim n. 05/2020 - 01 de janeiro a 31 de outubro de 2020:assassinatos contra travestis e transexuais brasileiras em 2020. Salvador: ANTRA, 2020. Available at: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/11/boletim-5-2020-assassinatos-antra.pdf. Accessed on: 28 Dec. 2020. BENTO, B. Na escola se aprende que a diferença faz a diferença. Revista Estudos Femininos, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 549-559, ago. 2011. DOI: 10.1590/S0104-026X2011000200016. Available at: https://www.scielo.br/j/ref/a/DMNhmpzNbKWgH8zbgQhLQks/?lang=pt. Accessed on: 10 Oct. 2021. BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação:uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Editora Porto, 1994. BRANCALEONI, A. P. L.; OLIVEIRA, R. R.; SILVA, C. S. F. Educação sexual e universidade: compreensões de graduandos sobre sexualidade e gênero. Revista Brasileira de
image/svg+xmlMarina TEDESCHI CANO and Ana Paula LEIVAR BRANCALEONIRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1181-1196, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.146621194Ensino Superior, Passo Fundo, v. 4, n. 4, p. 25-42, out./dez. 2018. DOI: 10.18256/2447-3944.2018.v4i4.2563. Available at: https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/view/2563. Accessed on: 12 Feb. 2021. BRAZIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da Republica, 1996. Available at: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Accessed on: 30 Dec. 2020. BUTLER, J. Problemas de gênero:feminismo e subversão da identidade. Tradução: R. Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. CASTRO, E. L. et al. O conhecimento e o ensino sobre doenças sexualmente transmissíveis entre universitários. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 6, p. 1975-1984, jun. 2016. DOI: 10.1590/1413-81232015216.00492015. Available at: https://www.scielo.br/j/csc/a/trKSmLBwFPd3LC4x64N4Tnf/?lang=pt. Accessed on: 12 Feb. 2021. DINIS, N. F. Discursos sobre homossexualidade e gênero em um curso de formação em psicologia. ETD Educ. Tem. Dig., Campinas, v. 14, n. 1, p. 62-75, maio 2012. Available at: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1241. Accessed on: 19 Mar. 2021. FEDERAL COUNCIL OF PSYCHOLOGY. Código de Ética Profissional do Psicólogo.Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia, 2005. Available at: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf. Accessed on: 30 Dec 2020. GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In:MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social:teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994. JUNQUEIRA, R. D. A pedagogia do armário: a normatividade em ação. Rev. Ret. Esc., Brasília, v. 7, n. 13, p. 481-498, jul./dez. 2013. Available at: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4255854/mod_resource/content/1/PedagogiaDoArmario_RogerioJunqueira.pdf. Accessed on: 23 Dec. 2021. LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 46, p. 201-218, dez. 2007. DOI: 10.1590/S0102-46982007000200008. LOURO, G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, Campinas, v. 19, n. 2, p. 17-23, ago. 2008. Available at: https://www.scielo.br/j/edur/a/5mdHWDNFqgDFQyh5hj5RbPD/?lang=pt. Accessed on: 22 Oct. 2021. LOURO, G. L. (org.). O corpo educado:pedagogias da sexualidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. LUCIFORA, C. A. et al. Marcas sociais de nossos tempos: gênero, sexualidade e educação em âmbito escolar. Revista Ibero-Americana De Estudos Em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 13951409, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.2.12607. Available at:
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