ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERCEPÇÕES DO PROFESSOR SUPERVISOR E SUA ESTAGIÁRIA


PRÁCTICAS CURRICULARES SUPERVISADAS: UN ESTUDIO DE CASO SOBRE LAS PERCEPCIONES DE LA PROFESORA SUPERVISORA Y SU APRENDIZ


SUPERVISED CURRICULAR INTERNSHIP: A CASE STUDY ON THE PERCEPTIONS OF THE SUPERVISING TEACHER AND HIS INTERN


Diane Mota LIMA1 Miguel Ataíde Pinto da COSTA2 José Henrique dos SANTOS3


RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi comparar as percepções do Professor Supervisor (PS) e de sua Estagiária sobre todo o período de Estágio Curricular Supervisionado (ECS) na escola. A pesquisa se utilizou do método qualitativo, por um estudo de caso, na perspectiva de modelo analítico descritivo. Os participantes foram um Professor Supervisor de Educação Física da rede básica de ensino e uma estagiária de Educação Física, devidamente matriculada na atividade do ECS. Os instrumentos utilizados foram Notas de Campo, Entrevistas Semi- Estruturadas e Documento do Relatório Final do estagiário, submetidos à técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados dessa análise revelaram que a percepção de ambos sobre o mesmo período de estágio vivenciado foi bastante distinta. Esse estudo entende como necessário que os participantes dessa importante etapa da formação inicial trabalhem em parceria e conscientes dos papéis que representam e suas responsabilidades.


PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Estágio curricular supervisionado. Educação física.


RESUMEN: El objetivo de esta investigación fue comparar las percepciones del profesor supervisor (PS) y de su aprendiz sobre todo el período de las prácticas curriculares supervisadas (SCS) en la escuela. La investigación utilizó el método cualitativo, mediante un estudio de casos, en la perspectiva del modelo analítico descriptivo. Los participantes fueron un profesor supervisor de educación física de la red de educación básica y un pasante de educación física, debidamente inscritos en la actividad de la ECS. Los instrumentos utilizados fueron las Notas de Campo, las Entrevistas Semiestructuradas y el Documento de Informe Final del aprendiz, sometidos a la técnica de Análisis de Contenido. Los resultados de este análisis revelaron que la percepción de ambos sobre el mismo periodo de prácticas


1 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente – SP – Brasil. Mestrado pelo Programa de Pós- Graduação em Educação Física. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7933-2777. E-mail: dianemotalima@gmail.com

2 Colégio Pedro II (CPII), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Professor da Rede Básica de Ensino do Colégio Pedro II. Doutorado em Epidemiologia em Saúde Pública (FIOCRUZ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6498-3435. E-mail: miguelcosta.ef@gmail.com

3 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica – RJ – Brasil. Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação e da Graduação em Educação Física. Doutorado em Ciências da Educação (ULISBOA) – Portugal. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2159-6611. E-mail: henriquejoe@hotmail.com




experimentado era bastante diferente. Este estudio considera necesario que los participantes de esta importante etapa de la formación inicial trabajen en colaboración y sean conscientes de las funciones que representan y de sus responsabilidades.


PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Prácticas curriculares supervisadas. Educación física.


ABSTRACT: The objective of this research was to compare the perceptions of the Supervising Teacher (PS) and his Trainee about the whole period of the Supervised Curricular Internship (ECS) in the school. The research used the qualitative method, through a case study, in the perspective of a descriptive analytical model. The participants were a Physical Education Supervisor Teacher from the basic education network and a Physical Education intern, duly enrolled in the ECS activity. The instruments used were Field Notes, Semi-structured Interviews and a Final Report Document of the intern, submitted to the Content Analysis technique. The results of this analysis revealed that the perception of both participants about the same internship period was quite different. This study considers it necessary that the participants in this important stage of initial formation work in partnership and are aware of the roles they play and their responsibilities.


KEYWORDS: Teacher education. Supervised curricular internship. Physical education.


Introdução


No processo de formação inicial docente, o período do Estágio Curricular Supervisionado deve ser considerado como um “momento de exploração e aproximação da realidade, oportunidade de aprendizagem da profissão e de construção da identidade profissional” (PIMENTA; LIMA, 2019, p. 99-100).

O estágio supervisionado se constitui em importante período da formação inicial por oportunizar a reflexão sobre a dicotomia entre teoria e prática, ainda muito frequente nos cursos de formação de docentes.

Todos os participantes da escola devem colaborar e se sentir responsáveis pela formação do estagiário que recebe na unidade escolar, mas quem mais se destaca nessa importante função é o Professor Supervisor.

Para Sarti (2009), o professor supervisor (que recebe o estagiário em suas aulas) deve ser formado e habilitado com competências específicas para interagir com o estagiário no ambiente escolar. A função principal do professor é promover uma maior aproximação do estagiário a sua futura realidade laboral e permitir, com isso, a ampliação dos conhecimentos oriundos da ação pedagógica.

A legislação (BRASIL, 2001) é clara sobre a regulamentação do estágio nas universidades e nas escolas, esclarecendo diversas questões documentais e processuais, mas




não pontua como esse professor supervisor receberá a adequada formação continuada das universidades ou secretarias de ensino para acolher, verdadeiramente, o estagiário em suas aulas. De acordo com Souza Neto e Benites (2013), a legislação do estágio não contempla a formação do professor que orienta estagiários em suas aulas.

A ideia de acolhimento amplia e vai além do conceito de receber o estagiário na escola, significando um trabalho preocupado com a formação de qualidade do estagiário. Desse modo, o acolhimento se define como uma forma especial de receber o estagiário na escola, que considera sua história, formação e o faz se sentir parte do dia a dia escolar.

Para que haja um desenvolvimento profícuo do estágio supervisionado é importante que os participantes desse processo tenham uma relação próxima, em parceria, ao longo de todo o processo de estágio na escola. O professor supervisor deve demonstrar interesse e querer fazer parte da formação inicial do seu estagiário, oportunizando diversas ações e possibilidades no ambiente escolar.

Com isso, essa pesquisa buscou identificar quais as percepções que o professor supervisor e seu estagiário tiveram do mesmo período de estágio vivenciado.

Essa pesquisa entendeu como importante analisar de forma comparativa como ambos se vêm dentro desse processo de estágio, pois a percepção e reflexão do próprio papel são importantes para a construção de um ECS verdadeiramente positivo.


Caminhos Metodológicos


Esse estudo teve como método o qualitativo, documental, do tipo estudo de casos, utilizando-se dos procedimentos do modelo analítico descritivo. Os instrumentos utilizados foram entrevistas do tipo semi-estruturada (inicial e final), observações in loco com notas de campo e o documento institucional Relatório Final de Estágio.

Nesta pesquisa, os participantes foram uma dupla formada pelo Professor Supervisor de Educação Física da rede básica de ensino e sua Estagiária, aluna do curso de Licenciatura em Educação Física da Instituição de Ensino Superior (IES) pesquisada, devidamente matriculada na atividade de estágio. Os nomes dos participantes, ficticiamente adotados, são: professor Alan e estagiária Alice.

O período total de coleta dos dados foi de dois meses, totalizando oito dias de observação in loco, em um total de 20 horas de observação.

Após a coleta, os dados foram tratados e analisados sob a técnica de Análise de Conteúdos (BARDIN, 1977). Essa técnica de análise objetiva interpretar a mensagem do




conteúdo manifesto e do conteúdo latente do autor, sem interpretação subjetiva do pesquisador, ou seja, tudo aquilo que foi declarado e/ou ficou subentendido de forma simbólica.

Para aprofundar mais a análise dos dados, foram construídas nessa pesquisa as Categorias de Indicadores, que são ações e posturas adotadas pelo professor supervisor ao seu estagiário na escola durante o período do Estágio Curricular Supervisionado. São eles: Chegada, Apresentação de Instrumentos Pedagógicos (escola/professor), Disponibilidade de Comunicação e Demonstração de Interesse na Formação do Estagiário, Expectativas com o Estagiário, Participação do Estagiário, Socialização Profissional do Estagiário, Orientação e Feedback, Relacionamento entre PS e Estagiário e Reflexão sobre a Prática e Carreira Docente.


Resultados e Discussões Chegada do estagiário

Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Sobre o momento de recepção dos estagiários, o professor supervisor Alan relatou que faz “basicamente uma entrevista, um papo mesmo sobre a vida”, e com ela procura saber logo se o estagiário tem interesse na docência, pois alegou que se o estagiário o procura apenas para cumprir a carga horária da atividade, ele não vai dispor de mais tempo e dedicação nesses casos, transmitindo suas experiências docentes. E acrescentou que o estagiário que demonstra mais interesse pela educação tem mais de sua atenção e disponibilidade. “Mas o estagiário que chega lá já... olhando pra porta... é o básico, sabe? É uma relação prejudicial, acho que até pra ele, mas até pra ele do que pra mim porque depois ele vai embora, e eu continuo aqui” (Entrevista Inicial).

O professor Alan comentou que a estagiária Alice foi bem recebida na escola, tanto pela equipe de gestão quanto por ele, e que a rotina realizada com a estagiária Alice foi pautada no esforço e superação da estagiária.


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Sobre a sua recepção à escola, a estagiária Alice disse que foi muito bem recebida pela direção e funcionários da escola e que não teve qualquer problema na escolha dos horários e assinaturas de documentos do estágio.




A recepção do professor supervisor Alan também foi colocada pela estagiária como positiva, porém destacou algumas perguntas que o professor fez a ela logo no primeiro dia de estágio: “Aí eu cheguei na escola, ele me... recebeu bem, perguntou como é que eu tava (estava), perguntou se eu ainda não tinha desistido da profissão (risos)... eu falei que não, que eu não ia, eu falei: ‘não, nem vou!’ (risos)... foi assim”. (Entrevista Inicial).

A estagiária Alice relatou que as atividades pedagógicas destinadas a ela eram da área de Educação Física e que não foi remanejada para outra função dentro do ambiente escolar: “Sim, foram da área de Educação Física. Acho que se me fosse oferecido até da área pedagógica para ficar só em sala, eu não ia aceitar porque eu quero estagiar na área que eu estou me formando” (Entrevista Inicial). Comentou também que ficou quase um mês observando as aulas, por vontade própria para conhecer melhor as turmas.

Sobre a apresentação do espaço físico, a estagiária relatou que o professor supervisor Alan caminhou com ela pelas áreas externas da escola, deixando outros setores sem o conhecimento da estagiária. “Eu conheço mais os espaços em que eu preciso utilizar que é a área externa, a quadra, algumas salas de aula, mas a sala dos professores, por exemplo, eu não conheço, e têm outros espaços que são desconhecidos para mim” (Entrevista Inicial).


Apresentação de Instrumentos Pedagógicos (escola/professor)


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Sobre o planejamento do estagiário, o professor Alan esclareceu que não pediu nada formal. “[...] ela me mostrava. Ela tentava ao máximo mostrar os tópicos do que ela iria fazer. Eu não exigi dela nenhum plano de aula, não, algo formal como num estágio, mas um mínimo de organização e ela atendeu ao que foi pedido” (Entrevista Final).

Acrescentou também que pretendia pedir que a estagiária deixasse o “plano de aula na manga” para que, a qualquer momento, ele possa direcioná-la para ministrar uma aula completa, ou seja, para que a estagiária ministrasse todos os passos da aula sem a intervenção do professor supervisor, aprendendo a lidar assim com as possíveis frustrações. “Se o estagiário pegou a turma e perdeu o controle da turma e não conseguiu, eu vou deixar que ele tenha essa experiência mesmo que ela seja ruim porque ele precisa aprender a lidar com a frustração” (Entrevista Inicial).




Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Sobre o planejamento e a identidade da escola, a estagiária Alice afirmou que não teve acesso a qualquer planejamento ou apresentação da identidade da escola. “Não me foi apresentado (planejamento)” (Entrevista Inicial).

A estagiária Alice reafirmou na Entrevista Final que não houve qualquer planejamento apresentado a ela durante o período de estágio: “Não havia (planejamento), não havia. Porque ele sempre disse para mim que criança tem que ficar solta para brincar” (Entrevista Final).

A estagiária comentou que o professor supervisor não pediu os planejamentos dessas aulas ministradas e que foram confeccionados por ela, com pouco suporte do professor supervisor. “Então, eu fui pensando, tudo na minha mente. Não, ele não quis. Ele não pediu (planejamento), só escrevi. Eu até levei para o dia da aula para dar uma ajuda” (Entrevista Final).


Disponibilidade de Comunicação e Demonstração de Interesse do PS na Formação do Estagiário


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Quando perguntado sobre como concebia sua função junto ao estagiário nesse processo de formação que estava iniciando, o professor comentou ser um assunto complexo e não ter certeza se consegue exercer sempre sua função, mas que a entende como “a função de dar oportunidades e chance dele (estagiário) viver a experiência da docência”. Acrescentou ainda que gostaria de ser visto pelo estagiário como um parceiro, alguém que possa de fato ajudar e não apenas como um professor que assina a “folhinha dele, ou pra acuá-lo e colocá- lo na situação de menosprezo.” (Entrevista Inicial).

O docente Alan pontuou a sua concepção sobre o próprio papel no processo de formação do futuro e se definiu como “conselheiro” da estagiária sobre as vivências pedagógicas.

O professor acrescentou ser grande a responsabilidade de ter outra pessoa compartilhando de suas aulas e da necessidade de “lembrar” de fornecer os feedbacks e informações para a estagiária.


A responsabilidade ela traz um peso, que não chega a ser desconfortável, não é isso. Mas o peso da responsabilidade que tem alguém que está ali que eu preciso me dedicar esse pouquinho a mais porque eu tenho alguém ali ao





meu lado, eu não to sozinho e vou fazer sozinho. Tenho que lembrar de está sempre passando o feedback para ela para não ficar perdida no que eu vou fazer. Sem ela, eu não preciso dizer a ninguém o que eu vou fazer. Eu chego e faço. Eu tinha que ter esse cuidado de lembrar de estar sempre... Teve um dia que eu esqueci de avisar a ela que não tinha aula, aí ela chegou, essas coisas. de ter alguém (Entrevista Final).


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Para a estagiária, o professor não demonstrou interesse nas atividades de estágio: “Não, e ele não demonstrava interesse”. A estagiária ainda acrescentou que o professor Alan não deveria ser professor supervisor de estagiários, pois não apresentou ter conhecimento sobre a orientação e acompanhamentos de estagiários, assim como, seu papel na formação deles. “Eu acho que ele não deveria atuar como professor de estágio. Ele não tem orientação suficiente pra ser supervisor de estágio, dá pra ver pelas atitudes dele. Ele deixa os estagiários muito soltos, por conta própria” (Entrevista Final).

Certo dia, a estagiária Alice concedeu uma Entrevista Extra à pesquisadora e relatou como ficou desapontada com o professor supervisor, por este ter se ausentado da escola sem avisá-la com a devida antecedência: “Eu fiquei mofando. Aí ele foi e eu fiquei esperando esse tempo todo... e... agora eu fico imaginando se eu tivesse chegado na escola... antes de encontrar... depois dele sair... eu ia ficar sem informação nenhuma... entendeu? Porque ele não me avisou” (Entrevista Extra). Tal situação foi relatada também na sua Entrevista Final e em seu Relatório Final de Estágio como o “lado negativo” desse estágio. De acordo com a estagiária Alice, em outra ocasião, ocorreu algo parecido novamente.

Sobre essas situações, a estagiária criticou a “falta de respeito” e “falta de comunicação”. “Não teve aviso prévio, eu acho falta de comunicação, falta de respeito com o estagiário. É como se assim: ‘você se vira do seu jeito e eu faço o meu lado’. Eu fico pensando: ‘Imagina se eu morasse longe? Como é que ia ser para mim?” (Entrevista Final).


Expectativas do PS com o Estagiário


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


O professor ainda esclareceu que espera de um estagiário “o mínimo de dedicação... o mínimo porque às vezes nem isso, nem isso chega, entendeu?” e que tenha intenções de aprender a fazer, de aproveitar oportunidades e de conhecer as rotinas de uma escola. Além disso, o professor relatou que espera dedicação e envolvimento do estagiário com “aquele




brilho no olho e que ele venha aberto a viver experiência. Eu espero mesmo a postura e o compromisso deles na orientação com as crianças” (Entrevista Inicial).

O professor Alan destacou que o estagiário deve apresentar uma “postura e atitude respeitável, assim tem grande chance de sucesso, de evitar conflitos e de ter uma relação boa com a escola e com os outros agentes da escola”. O professor ainda pontuou que o estagiário que apresenta uma postura mais displicente tem grandes chances de se envolver em problemas, principalmente, “porque não vai ter o respeito das crianças” (Entrevista Inicial).

O professor Alan comentou que pretendia pedir à estagiária que fosse parceira e que tivesse postura de professora nos momentos de aula e complementou que para isso evita usar o termo estagiário perante a turma, apresentando o estagiário como professor ou professor formando, para que os alunos o enxerguem assim.

Sobre as questões de aula, o professor destacou que espera que a estagiária tenha aprendido a ser mais flexível e ter “jogo de cintura” com situações inesperadas e “sensibilidade” para perceber quando não é possível dar continuidade ao planejamento previamente estabelecido (Entrevista Final).


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


A estagiária Alice comentou ter boas expectativas com o atual estágio, apesar de ter algumas posições críticas e que acredita que terá grandes ensinamentos sobre o cotidiano pedagógico de uma escola. “Por mais que eu tenha uma visão crítica de muitos pontos do meu estágio, acredito que eu vou sair daqui com uma visão bem madura do que é a realidade da escola” (Entrevista Inicial).

Mesmo no início do período de estágio, a estagiária Alice pontuou negativamente a contribuição do professor Alan na sua formação e suas primeiras impressões sobre as aulas: “Não está sendo muito agradável porque a forma dele ministrar as aulas são totalmente contrárias ao que é correto. Normalmente ele não passa atividades para as crianças, as crianças fazem atividades livres, algumas sobem em árvores e outras chutam bola aleatoriamente, não estou tendo uma boa experiência por causa disso” (Entrevista Inicial).


Participação do estagiário no cotidiano escolar


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


O professor Alan comentou que a estagiária teve oportunidade de realizar diversas funções inerentes às de professor, tais como a condução de aulas, buscar turmas em sala e




material para as aulas. “Ela teve oportunidade de fazer um pouco de tudo. Desde conduzir turma, buscar em sala, às vezes eu pedia que ela buscasse a turma sozinha e para levar, conduzir um momento da aula, buscar material, para conhecer a rotina da escola” (Entrevista Final).

O professor Alan comentou que nos momentos de intervenção da estagiária nas aulas, ele preferiu não intervir e ficar distante, apenas em casos que fugissem ao controle da estagiária, e que os conteúdos dessas aulas eram selecionados por ele e a estagiária, “com total liberdade”. Sobre o comportamento da turma. “Eu até me afastava, olhando o mais de longe possível para turma não vir me procurar para pedir para beber água, ‘ ó, é com ela!’ E eu ficava observando à distância” (Entrevista Final).

O professor comentou que a estagiária sempre demonstrou boa receptividade às intervenções dele e apresentou um comportamento inseguro nas aulas. “Eu só percebi insegurança quando chegou o momento da aula... a gente construiu uma relação de muito diálogo. E era tranquilo. Até quando ela não tava apta a fazer alguma coisa, ela falava”.

Nesses momentos de intervenção nas aulas, o professor supervisor relatou que a estagiária organizava atividades que nem sempre davam certo e que não tinha problemas em receber um conselho.

Na opinião do professor, as intervenções nas aulas da estagiária foram como ele esperava, e que até quando ocorria algo diferente do planejado pela estagiária, já tinha sido previsto por ele. “Olha, eu posso dizer que saiu como eu esperava porque até o que deu errado era previsto dar errado [...]. Então nada fugiu ao controle” (Entrevista Final).


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Sobre os seus momentos de intervenção, a estagiária Alice relatou que após o período de observação das aulas, começou a ministrar aulas para diversas turmas. Nesses momentos de intervenção, o professor supervisor não apresentou muito interesse e se afastava do local das aulas. “Então, ele me deixou sozinha com as crianças. Ele se afastou, lá ele não tinha como intervir, entendeu? Então, praticamente é como se eu tivesse ficado sozinha, na parte externa” (Entrevista Final).

Ainda sobre as intervenções, a estagiária relatou que ficou assustada quando o professor supervisor Alan pediu que assumisse a turma sozinha, ela acredita que o professor deveria ter sido outro, mais atencioso. “Eu fiquei um pouco assustada [...] maior insegurança, na verdade, porém, eu acho que o professor deveria estar lá é... se dispondo caso (eu) precisasse de alguma coisa” (Entrevista Final).




A estagiária acrescentou que na sua terceira intervenção nas aulas contou com pouca orientação do professor supervisor para seu planejamento e que se organizou sem auxílio. “A minha terceira aula eu ministrei sozinha, montei o meu plano de aula sem o auxílio do professor orientador do estágio, e pensei nos materiais que eu iria utilizar, que foram bola e cones” (Entrevista Final).

E continuou sobre a postura do professor supervisor nesse dia da sua intervenção: “No momento dessa atividade o professor ficou afastado, observando de longe e tomando conta de uma outra turma que ele juntou no dia e que separou da área onde eu aplicaria as atividades, pois eram turmas diferentes”. (Relatório Final).


Socialização Profissional do Estagiário


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Sobre a socialização profissional da estagiária no ambiente da escola, o professor comentou que foi “muito pouco” devido a ele sempre estar presente e resolver as questões. “E não teve necessidade dela por em prática esses contatos muito assim, mas o pouco que precisou... ‘precisava pegar aquela chave lá, tem como pedir ao funcionário tal?’ Ela tranquilamente sabia quem era” (Entrevista Final).

Sobre a relação com os alunos, o professor descreveu que no início a estagiária teve muita insegurança e transpareceu estar assustada com aquela nova realidade, mas que aos poucos foi conseguindo lidar com as diversidades. “Ela tem um bom relacionamento com crianças. De repente ela já deve ter alguma experiência de recreação, não sei.” (Entrevista Final).

Os espaços mais frequentados pelo estagiário, na fala do professor, foram a quadra e o jardim de trás da escola (pátio ao ar livre), e eventualmente iam ao parquinho e ao auditório, em dias de chuva.


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Em uma avaliação da estagiária sobre seu período de estágio nessa escola, relatou que aprendeu muito sobre o relacionamento com os alunos, porém, não atribuiu esse aprendizado ao professor supervisor, concluindo que aprendeu sozinha. “Não, isso (amadurecimento) foi uma coisa que eu criei na hora de tentar me virar sozinha, entendeu? Isso daí foi como se eu tivesse me auto-amadurecido sem aquele calorzinho (nervosismo), entendeu?” (Entrevista Final).




De acordo com a estagiária, o relacionamento com a direção da escola e com os outros funcionários da escola foi pequeno, mas que sempre foi bem tratada por todos quando precisou entrar em contato: “Eu não tive uma ligação direta com os funcionários, mas às vezes que eu tive contato com eles pra buscar alguma informação, pegar algumas assinaturas, eu fui bem tratada”.

Sobre o contato com outros professores da escola, a estagiária pontuou que foram raros e que a baixa comunicação do professor supervisor com os demais colegas pode ter influenciado a sua interação com eles. “Já os demais professores da escola, estes costumavam ser educados comigo quando eu trocava alguma palavra com eles que, não era sempre, pois o professor docente não mantinha essa ligação com os demais” (Relatório Final).

Ela acrescentou que quando tinha um intervalo entre as aulas, ficava na quadra aguardando a próxima turma e que nem sempre o professor supervisor ficava no local com ela: “A gente (estagiária e pesquisadora) ficava na quadra, logo na entrada da escola. Eu ficava lá... esperando o tempo passar, fazer o que tinha que fazer” (Entrevista Final).


Orientação e Feedbacks


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Quando perguntado sobre a avaliação do período de estágio da Alice, o professor comentou que atuação foi “boa, muito boa. Regular em alguns momentos, mas por questão de insegurança, o que é perfeitamente compreensível. Não por desinteresse, jamais, ou por incapacidade”. O professor acrescentou ainda ser normal esse comportamento, por ser o estágio o local de aprender o “conhecimento prático de aula” (Entrevista Final).

O professor supervisor acrescentou que não houve necessidade de qualquer correção por comportamentos inadequados da estagiária e que a orientou sobre questões pedagógicas. “Em termos de postura, de comportamento ético, nada. O que a gente pontua é questão pedagógica”. O professor ainda pontuou a necessidade da estagiária desenvolver a autoconfiança e que, na sua opinião, isso dependeria de alguns fatores. “Não sei qual é o interesse profissional dela na Educação Física [...], então, se ela quiser ser professora, ela vai precisar trabalhar um pouco a autoconfiança perante a turma” (Entrevista Final).

Ainda sobre a avaliação da estagiária, o professor comentou ter sido proativa e ter ficado muito à vontade para correção, elogios, ensinamentos e suporte aos alunos, em casos de necessidade. O professor Alan resumiu o aproveitamento da estagiária como: “Então, o aproveitamento dela, sem dúvida, foi de bom para excelente” (Entrevista Final).




Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Os momentos de feedbacks do professor supervisor à estagiária também foram poucos e, de acordo com a estagiária Alice, o professor parecia não ter conhecimento da sua importância no processo do estágio supervisionado. “O diálogo entre professor-aluno, a troca de informações, em muitos momentos faltou, tive muitos momentos de estresse, acho que ele não tinha noção da importância que é esse estágio supervisionado” (Entrevista Final).

A estagiária ainda acrescentou que não houve qualquer avaliação do professor supervisor sobre sua prática pedagógica, apenas tomou conhecimento de alguns pontos quando o professor preencheu os documentos de estágio. “Só na hora de entregar para ele a folha da autoavaliação. Saiu preenchendo e depois só me deu para eu assinar onde eu tinha que assinar, e aí eu vi que deu um feedback positivo pra mim” (Entrevista Final).

Quando perguntada se sofreu alguma correção nas aulas do professor supervisor, a estagiária relatou que não recebeu orientações de correção e que tiveram momentos que o professor se ausentou da quadra: “Na primeira atividade que eu apliquei em grupo, ele não quis, ele não ficou perto também... ele até saiu da quadra. Ele foi lá para a secretaria, no dia. E... no dia que eu apliquei a atividade ele também se afastou” (Entrevista Final).


Relacionamento entre Professor Supervisor e Estagiário


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


O professor Alan acrescentou que teve um relacionamento “excelente” com a estagiária e que teve suas expectativas alcançadas com relação ao estágio da Alice. Porém, ele acrescentou sua insatisfação em não ter conhecimento prévio sobre o tempo que poderá contar com o estagiário em suas aulas. “O momento que ela esteve foi muito bom, mas o ideal é que a gente já soubesse previamente: ‘Ó, começou o ano, o estagiário vai estar lá a partir de tal semana e vai ficar até a semana tal’. Até para saber se vai dar tempo de combinar com ela ou com ele” (Entrevista Final).

Ele ainda destacou que espera que a estagiária Alice o tenha enxergado como um amigo, como alguém que estava ali para ajudar e quando perguntado se teria algum último conselho ou sugestão para a estagiária Alice, o professor disse “pensa, observa o que foi vivido, o que foi visto e considera os pontos positivos e negativos para saber se valem a pena dentro do que ela deseja como profissional” (Entrevista Final).




Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Para a estagiária Alice é importante para o sucesso do estágio supervisionado que o professor supervisor participe sempre “ajudando de alguma forma no direcionamento das práticas do estagiário e divida conhecimentos”, e sugere que professor Alan deveria “se portar melhor com os estagiários porque vão ser futuros professores, e que se ele acha que não teve uma boa formação, deveria dar esse tipo de formação digna pra quem estiver chegando à escola, o estagiário não tem que sofrer, está lá pra aprender”. (Entrevista Final).

Sobre o relacionamento com o professor supervisor Alan, a estagiária esclarece que foram momentos positivos com o professor, apesar de alguns momentos de estresse com ele durante as aulas do estágio. “Eu tive momentos agradáveis e bem chatos com o professor, alguns estresses por umas atitudes que ele tinha comigo. Ele fazia pouco caso de muita coisa. Mas no geral, eu tentava lidar bem com ele na medida do possível” (Entrevista Final).

Ainda sobre o relacionamento com o professor supervisor Alan, a estagiária Alice pontuou desapontamento com os poucos momentos de orientação ou demonstração de interesse pela sua formação. Na opinião da estagiária, o professor parece não ter formação adequada para orientar estagiários em suas aulas.


Muitas vezes ele não demonstrava estar disposto a trocar conhecimentos comigo ou sugerir alguma atividade para realizar com os alunos, sempre era eu fazendo pergunta. É lamentável essas situações aqui expostas, pois sabe-se o quanto a relação do professor com o estagiário é primordial para que o andamento do estágio seja de forma agradável e proveitosa, e consequentemente enriquecedora para ambos. Apesar disso, eu sempre mantive o profissionalismo na frente e sempre o tratei com respeito, o vi como um colega de profissão pois estou ciente de que os professores do estágio supervisionado aceitam receber nós, os estagiários, porém os mesmos não possuem o embasamento suficiente para que possa servir de orientação, durante o andamento do estágio (Relatório Final).


Reflexão sobre a prática docente no cotidiano escolar


Percepção do Estágio Supervisionado do Professor Supervisor Alan


Sobre o aprendizado da estagiária Alice em um ambiente escolar real, o professor Alan esclareceu a importância da estagiária ter presenciado a necessidade da flexibilidade no cotidiano escolar. “Flexibilidade, acho que foi um ponto forte. A gente trabalha numa escola, como qualquer escola, que existem fatores externos ao nosso planejamento, interfere. Como nesse dia que teve que juntar uma turma, falta água, ta chovendo muito, só veio metade da




turma (...)”. Destacou também que espera que a estagiária tenha aprendido sobre o funcionamento e a realidade da vida de professor. “Eu perguntava para ela: ‘Vale a pena mesmo ser professor? Ou partir para uma outra área? Ganha tanto, faz isso, tem esse tipo de cobrança’” (Entrevista Final).

Sobre as questões de aula, o professor destacou que espera que a estagiária tenha aprendido a ser mais flexível e ter “jogo de cintura” com situações inesperadas e “sensibilidade” para perceber quando não é possível dar continuidade ao planejamento previamente estabelecido (Entrevista Final).


Percepção do Estágio Supervisionado da Estagiária Alice


Sobre os conteúdos apreendidos nesse processo do estágio supervisionado com o professor supervisor Alan, a estagiária Alice afirmou que aprendeu a lidar com situações estressantes e a ser mais profissional, mesmo naqueles momentos em que discordava de algo. “Saber lidar com momentos estressantes e ser profissional nesses momentos (risos) porque, às vezes, eu estava lá, com raiva e estressada e eu não demonstrava, eu agia normal como tinha que agir durante o estágio” (Entrevista Final).


Discutindo os dados...


O professor supervisor Alan concebe o período do estágio curricular supervisionado como uma importante etapa da formação docente e acredita que a estagiária deve conhecer todos os espaços escolares e vivenciar todas as problemáticas inerentes a uma escola pública da cidade. Ele disse entender seu papel na formação profissional do estagiário como de bastante responsabilidade e espera ter sido visto pela estagiária Alice como um amigo que estava lá para ajudar.

O professor supervisor percebeu que ofereceu um estágio dotado de muita autonomia e que oportunizou à Alice o máximo de acesso à realidade escolar, proporcionando vivência antecipada de uma escola de verdade. Para ele, os espaços para a estagiária protagonizar sua autonomia junto aos alunos ocorreram nos momentos oportunos em que ele se ausentou da quadra, para que ela pudesse vivenciar a realidade de uma aula de Educação Física em uma escola pública. Alan avaliou o processo de estágio de forma positiva e destacou que a estagiária foi proativa, precisando apenas trabalhar mais sua insegurança nas aulas com os alunos.




Toda essa disponibilidade favorece o relacionamento mais próximo do PS com seu estagiário e amplia as oportunidades de orientação sobre as aulas, os alunos, a escola, a carreira docente, entre outros (BUENO; SOUZA, 2012).

Porém, a percepção do PS sobre o acolhimento oferecido a sua estagiária é bem distinta da percepção que a estagiária teve desse mesmo período. Nas suas entrevistas, Alice pontuou o desinteresse do PS pelo estágio, com ausências das aulas e poucos momentos destinados à orientação e feedbacks das intervenções realizadas. Além disso, comentou a falta de organização, de planejamento das aulas e do convite de Alan para participar de outros espaços e eventos escolares, limitando a vivência com outros professores/funcionários da escola.

Por fim, a estagiária Alice acredita que teve a oportunidade de aprender a lidar com situações estressantes e ainda ser profissional nesses momentos, sem demonstrar raiva ou insatisfação, pois em alguns momentos de desacordo com o PS, conseguiu conduzir o estágio sem brigas ou aborrecimentos. Ela entendeu que Alan não exerceu o seu papel de orientador e formador nesse processo, pois não demonstrava interesse e/ou conhecimento de como deveria conduzir o estágio curricular supervisionado.

A estagiária percebeu que o período de estágio vivido foi profícuo e enriquecedor por ter tido a oportunidade de exercer um pouco da docência, mesmo que sem a devida supervisão da PS, orientações e feedbacks sobre suas intervenções e reflexões sobre suas práticas pedagógicas. E pontuou que Alan não deveria estar exercendo a função de professor supervisor, dada a ausência de formação ou habilitação para receber um estagiário em suas aulas.

Segundo Araújo (2014), o PS deve enxergar seu estagiário como um parceiro profissional e o colocar nessa posição frente a outros professores, funcionários e os alunos, como um futuro colega de trabalho em formação. Posturas como essas permitem ao estagiário mais segurança e autonomia para interagir e intervir no ambiente profissional.


Trata-se de uma relação de companheirismo bastante específica, um acompanhamento formativo cujo foco está no futuro da existência do acompanhado que, neste caso, é o estagiário. Em tal relação, aquele que acompanha (a professora parceira) coloca à disposição do acompanhado condições necessárias para que ele possa descobrir suas possibilidades, organizando situações propícias para a formação ou aproveitando as situações favoráveis (SARTI, 2013, p. 94).




Considerações finais


A formação profissional do estagiário é de responsabilidade de vários participantes atuantes nesse processo: cada um exerce uma função distinta e igualmente importante. A universidade e a escola são dois espaços de formação e devem trabalhar em parceria para o verdadeiro sucesso do estágio curricular supervisionado (SARTI, 2009).

Na escola, o professor supervisor assume o protagonismo de receber e orientar o estagiário no ambiente, assim como, apresentá-lo o cotidiano docente. Mas para que isso seja de fato realizado o professor deve conhecer o seu papel de formador e ter interesse em fazer parte dessa importante etapa do licenciando. É fundamental que o professor reflita sobre suas ações e posturas junto ao seu estagiário, para que possa oportunizar um momento de estágio de qualidade (BENITES, 2012).

Neste estudo, a percepção do PS e de sua estagiária sobre o mesmo período de estágio foi bastante distinta e dotada de elementos, que configuram o estágio, vistos de forma diferentes. Essas diferenças dificultam e limitam o pleno desenvolvimento dessa importante etapa da formação inicial do graduando, trazendo prejuízos na vivência antecipada do local de futuro trabalho do estagiário.

Dentre os motivos que levam a essa situação, a percebida nesse estudo foi que o PS não possuía uma formação específica para receber e orientar um estagiário e não recebeu formações ou diretrizes pela universidade de origem do estagiário, situações essas que abriram espaço para um “fazer artesanal” do professor, agindo com a estagiária de maneira intuitiva e insegura. Esse fator pode ter influenciado a conduta e as diferenças nas percepções sobre o estágio supervisionado do professor supervisor e de sua estagiária.

Com isso, é fundamental a maior reflexão sobre o período do ECS e da formação especial desses professores supervisores, para que suas escolhas e atitudes com seus estagiários tenham maior consciência e intenção, oportunizando uma melhor experiência sobre o cotidiano docente.


AGRADECIMENTOS: À CAPES, pois o presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.





REFERÊNCIAS


BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.


BENITES, L. O professor-colaborador no estágio curricular supervisionado em Educação Física: perfil, papel e potencialidades. 2012. 180 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2012.


BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 28/2001, de 2 de outubro de 2001. Dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF: CNE, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.


MOTA, D. Licenciandos de Educação Física no contexto do Estágio Curricular Supervisionado: um estudo sobre indicadores de acolhimento. 2020. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2020.


PIMENTA, S.; LIMA, M. Estágio e docência. Ed. São Paulo: Cortez: São Paulo, 2019.


SARTI, F. M. Parceria intergeracional e formação docente. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 2, p. 133-152, 2009.


SOUZA NETO, BENITES. L. Os desafios da prática na formação inicial docente: experiência da Educação Física da UNESP de Rio Claro. Cadernos de Educação, p. 02-22, set./dez.

2013.


Como referenciar este artigo


LIMA, D. M.; COSTA, M. A. P.; SANTOS, J. H. Estágio curricular supervisionado: um estudo de caso sobre as percepções do professor supervisor e sua estagiária. Revista Ibero- Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2030-2046, jul./set. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.14705


Submetido em: 20/11/2020

Revisões requeridas em: 09/12/2020 Aprovado em: 10/01/2021 Publicado em: 01/07/2021




PRÁCTICAS CURRICULARES SUPERVISADAS: UN ESTUDIO DE CASO SOBRE LAS PERCEPCIONES DE LA PROFESORA SUPERVISORA Y SU APRENDIZ


ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERCEPÇÕES DO PROFESSOR SUPERVISOR E SUA ESTAGIÁRIA


SUPERVISED CURRICULAR INTERNSHIP: A CASE STUDY ON THE PERCEPTIONS OF THE SUPERVISING TEACHER AND HIS INTERN


Diane Mota LIMA1 Miguel Ataíde Pinto da COSTA2 José Henrique dos SANTOS3


RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi comparar as percepções do Professor Supervisor (PS) e de sua Estagiária sobre todo o período de Estágio Curricular Supervisionado (ECS) na escola. A pesquisa se utilizou do método qualitativo, por um estudo de caso, na perspectiva de modelo analítico descritivo. Os participantes foram um Professor Supervisor de Educação Física da rede básica de ensino e uma estagiária de Educação Física, devidamente matriculada na atividade do ECS. Os instrumentos utilizados foram Notas de Campo, Entrevistas Semi- Estruturadas e Documento do Relatório Final do estagiário, submetidos à técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados dessa análise revelaram que a percepção de ambos sobre o mesmo período de estágio vivenciado foi bastante distinta. Esse estudo entende como necessário que os participantes dessa importante etapa da formação inicial trabalhem em parceria e conscientes dos papéis que representam e suas responsabilidades.


PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Estágio curricular supervisionado. Educação física.


RESUMEN: El objetivo de esta investigación fue comparar las percepciones del profesor supervisor (PS) y de su aprendiz sobre todo el período de las prácticas curriculares supervisadas (SCS) en la escuela. La investigación utilizó el método cualitativo, mediante un estudio de casos, en la perspectiva del modelo analítico descriptivo. Los participantes fueron un profesor supervisor de educación física de la red de educación básica y un pasante de educación física, debidamente inscritos en la actividad de la ECS. Los instrumentos utilizados fueron las Notas de Campo, las Entrevistas Semiestructuradas y el Documento de Informe Final del aprendiz, sometidos a la técnica de Análisis de Contenido. Los resultados de este análisis revelaron que la percepción de ambos sobre el mismo periodo de prácticas experimentado era bastante diferente. Este estudio considera necesario que los participantes


1 Universidad Estatal Paulista (UNESP), Presidente Prudente – SP – Brasil. Máster por el Programa de Posgrado en Educación Física. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7933-2777. E-mail: dianemotalima@gmail.com

2 Colégio Pedro II (CPII), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Profesor de la Red Básica de Enseñanza del Colégio Pedro II. Doctorado en Epidemiología en Salud Pública (FIOCRUZ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6498- 3435. E-mail: miguelcosta.ef@gmail.com

3 Universidad Federal Rural de Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica – RJ – Brasil. Profesor en el Programa de Posgrado en Educación y del Grado en Educación Física. Doctorado en Ciencias de la Educación (ULISBOA) – Portugal. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2159-6611. E-mail: henriquejoe@hotmail.com

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2034-2050, jul./sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587



de esta importante etapa de la formación inicial trabajen en colaboración y sean conscientes de las funciones que representan y de sus responsabilidades.


PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Prácticas curriculares supervisadas. Educación física.


ABSTRACT: The objective of this research was to compare the perceptions of the Supervising Teacher (PS) and his Trainee about the whole period of the Supervised Curricular Internship (ECS) in the school. The research used the qualitative method, through a case study, in the perspective of a descriptive analytical model. The participants were a Physical Education Supervisor Teacher from the basic education network and a Physical Education intern, duly enrolled in the ECS activity. The instruments used were Field Notes, Semi-structured Interviews and a Final Report Document of the intern, submitted to the Content Analysis technique. The results of this analysis revealed that the perception of both participants about the same internship period was quite different. This study considers it necessary that the participants in this important stage of initial formation work in partnership and are aware of the roles they play and their responsibilities.


KEYWORDS: Teacher education. Supervised curricular internship. Physical education.


Introducción


En el proceso de formación inicial docente, el período de la Práctica Curricular Supervisada se debe considerar como un “momento de exploración y aproximación de la realidad, oportunidad de aprendizaje de la profesión y de construcción de la identidad profesional” (PIMENTA; LIMA, 2019, p. 99-100).

Las prácticas supervisadas son un periodo importante en la formación inicial porque ofrecen la oportunidad de reflexionar sobre la dicotomía entre la teoría y la práctica, todavía muy común en los cursos de formación de profesores.

Todos los participantes de la escuela deben colaborar y sentirse responsables de la formación del aprendiz que recibe en la unidad escolar, pero quien se destaca en este importante rol es el Profesor Supervisor.

Para Sarti (2009), el profesor supervisor (que recibe al aprendiz en sus clases) debe estar formado y cualificado con habilidades específicas para interactuar con el aprendiz en el entorno escolar. La función principal del profesor es promover una mayor proximidad del aprendiz a su futura realidad laboral y permitir así la ampliación de los conocimientos derivados de la acción pedagógica.

La legislación (BRASIL, 2001) es clara en cuanto a la regulación de las prácticas en universidades y escuelas, aclarando varias cuestiones documentales y de procedimiento, pero




no señala cómo este profesor supervisor recibirá una formación continua adecuada por parte de las universidades o departamentos de educación para acoger realmente al alumno en sus clases. Según Souza Neto y Benites (2013), la legislación de las prácticas no aborda la formación del profesor que orienta a los internos en sus clases.

La idea de acogida se extiende y va más allá del concepto de recibir al aprendiz en la escuela, significando un trabajo preocupado por la calidad de la formación del aprendiz. Así, la acogida se define como una forma especial de recibir al aprendiz en la escuela, que tiene en cuenta su historia, su formación y le hace sentirse parte de la escuela día a día.

Para que el desarrollo de las prácticas tuteladas sea fructífero, es importante que los participantes en este proceso mantengan una estrecha relación, en colaboración, durante todo el proceso de prácticas en la escuela. El profesor supervisor debe mostrar interés y querer formar parte de la formación inicial de su aprendiz, ofreciéndole oportunidades para diversas acciones y posibilidades en el entorno escolar.

Por ello, esta investigación pretendía identificar qué percepciones tenían el profesor supervisor y su alumno en prácticas sobre el mismo periodo de prácticas vivido.

Esta investigación entendió como importante analizar comparativamente cómo ambos se ven a sí mismos dentro de este proceso de prácticas, porque la percepción y la reflexión de su propio papel son importantes para la construcción de un SCE realmente positivo.


Caminos Metodológicos


Este estudio tuvo como método el cualitativo, documental, tipo estudio de caso, utilizando los procedimientos del modelo analítico descriptivo. Los instrumentos utilizados fueron entrevistas semiestructuradas (iniciales y finales), observaciones in situ con notas de campo y el documento institucional Informe final de prácticas.

En esta investigación, los participantes fueron una pareja formada por el Profesor Supervisor de Educación Física de la red de educación básica y su aprendiz, un estudiante de la Carrera de Educación Física de la Institución de Educación Superior (IES) investigada, debidamente inscrito en la actividad de pasantía. Los nombres de los participantes, adoptados ficticiamente, son: el profesor Alan y la aprendiz Alice.

El período total de recogida de datos fue de dos meses, con un total de ocho días de observación in situ, en un total de 20 horas de observación.

Tras la recogida, los datos se trataron y analizaron mediante la técnica del análisis de contenido (BARDIN, 1977). Esta técnica de análisis tiene como objetivo interpretar el




mensaje del contenido manifiesto y latente del autor, sin interpretación subjetiva del investigador, es decir, todo lo que fue declarado y/o fue implicado simbólicamente.

Para profundizar en el análisis de los datos, en esta investigación se construyeron las Categorías de Indicadores, que son acciones y actitudes adoptadas por el profesor supervisor ante su aprendiz en la escuela durante el periodo de la Práctica Curricular Supervisada. Lo son: Llegada, Presentación de los Instrumentos Pedagógicos (escuela/profesor), Disponibilidad de Comunicación y Demostración de Interés en la Formación del Practicante, Expectativas con el Practicante, Participación del Practicante, Socialización Profesional del Practicante, Orientación y Retroalimentación, Relación entre el PS y el Practicante y Reflexión sobre la Práctica y la Carrera Docente.


Resultados y Discusiones Llegada del pasante

Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


En cuanto al momento en que se recibe a los pasantes, el profesor supervisor Alan relató que realiza "básicamente una entrevista, una charla sobre la vida", y con ello trata de averiguar de inmediato si el pasante está interesado en la enseñanza, pues afirmó que si el pasante lo busca sólo para cumplir con la carga de trabajo de la actividad, no tendrá más tiempo y dedicación en estos casos, transmitiendo sus experiencias docentes. Añadió que el aprendiz que muestra más interés por la educación recibe más atención y disponibilidad. "Pero el pasante que llega allí ya... mirando a la puerta... es lo básico, ¿sabes? Es una relación perjudicial, creo que incluso para él, pero incluso para él que para mí porque luego él se va, y yo sigo aquí" (Entrevista inicial).

El profesor Alan comentó que la interna Alice fue bien recibida en la escuela, tanto por el equipo directivo como por él, y que la rutina realizada con la interna Alice se basó en el esfuerzo y la superación de la interna.


Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Sobre su recepción en la escuela, la pasante Alice dijo que fue muy bien recibida por la dirección y el personal de la escuela y que no tuvo problemas para elegir los horarios y firmar los documentos de las prácticas.




La recepción por parte del profesor supervisor Alan también fue considerada positiva por la aprendiz, pero destacó algunas preguntas que el profesor le hizo el primer día de prácticas: "Cuando llegué a la escuela, él me recibió bien, me preguntó cómo estaba, me preguntó si todavía no había dejado la profesión (risas)... Le dije que no, que no me iba, le dije: '¡no, no me voy! (risas)... eso fue todo". (Entrevista inicial).

La pasante Alice informó que las actividades pedagógicas destinadas a ella eran del área de Educación Física y que no fue reasignada a otra función dentro del ámbito escolar: "Sí, eran del área de Educación Física. Creo que si me ofrecieran incluso del área pedagógica para quedarme sólo en el aula, no aceptaría porque quiero hacer las prácticas en el área que me estoy graduando" (Entrevista inicial). También comentó que pasó casi un mes observando las clases, por voluntad propia, para conocerlas mejor.

Sobre la presentación del espacio físico, la pasante relató que el profesor supervisor Alan caminó con ella por las áreas externas de la escuela, dejando a otros sectores ajenos a la pasante. "Conozco más los espacios en los que tengo que utilizar que es el área externa, la cancha, algunas aulas, pero la sala de profesores, por ejemplo, no la conozco, y hay otros espacios que son desconocidos para mí" (Entrevista inicial).


Presentación de Instrumentos Pedagógicos (escuela/profesor)


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan



formal.

Sobre la planificación de la práctica, el profesor Alan aclaró que no solicitó nada


Sobre o planejamento do estagiário, o professor Alan esclareceu que não pediu nada

formal. "[...] ella me enseñaba. Se esforzó por mostrar los tópicos de lo que iba a hacer. No le exigí ningún plan de clases, no, algo formal como en unas prácticas, sino un mínimo de organización y cumplió con lo que se le pidió" (Entrevista final).

Acrescentó también que pretendia pedir que la pasante dejara el “plan de classe ya listo” para que, en cualquier momento, podía indicarle que impartiera una lección completa, es decir, que el alumno enseñara todos los pasos de la lección sin la intervención del profesor supervisor, aprendiendo así a lidiar con posibles frustraciones. "Si el alumno tomó la clase y perdió el control de la misma y no lo logró, le dejaré tener esa experiencia aunque sea mala porque necesita aprender a manejar la frustración" (Entrevista inicial).




Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


En cuanto a la planificación y la identidad de la escuela, la becaria Alice declaró que no tenía acceso a ninguna planificación o presentación de la identidad de la escuela. "No me presentaron (la planificación)" (Entrevista inicial).

La becaria Alice reafirmó en la entrevista final que no se le presentó ninguna planificación durante el periodo de prácticas: "No hubo (planificación), no la hubo. Porque siempre me decía que los niños tienen que ser libres para jugar" (Entrevista final).

La alumna comentó que el profesor supervisor no pedía la planificación de estas clases impartidas y que las hacía ella, con poco apoyo del profesor supervisor. "Entonces, estaba pensando, todo en mi mente. No, no quería. No me lo pidió (planificación), sólo lo escribí. Incluso me lo llevé el día de la clase para echar una mano" (Entrevista final).


Disponibilidad de Comunicación y Demostración de Interés del PS en la Formación del Pasante


Percepción del Pasante Supervisiado del Profesor Supervisor Alan


Cuando se le preguntó sobre cómo concebía su papel con el aprendiz en este proceso de formación que iniciaba, el profesor comentó que es un asunto complejo y que no está seguro de poder desempeñar siempre su papel, pero que lo entiende como "el papel de proporcionar oportunidades y una oportunidad para que él (el aprendiz) viva la experiencia de la enseñanza". También añadió que le gustaría que el aprendiz lo viera como un compañero, alguien que realmente puede ayudar y no sólo como un profesor que le firma su "folletito, o para asustarlo y ponerlo en una situación de desprecio". (Entrevista inicial).

Alan señaló su concepción de su propio papel en el proceso de educación del futuro y se definió como "asesor" de la aprendiz en sus experiencias pedagógicas.

El profesor añadió que era una gran responsabilidad tener a otra persona compartiendo sus clases y la necesidad de "acordarse" de proporcionar feedback e información al aprendiz.


La responsabilidad conlleva un peso, que no es incómodo, no es eso. Pero el peso de la responsabilidad de que hay alguien que está ahí y tengo que dedicar un poco más porque tengo a alguien a mi lado, no estoy solo y lo haré solo. Tengo que acordarme de darle siempre un feedback para no perderme en lo que voy a hacer. Sin ella, no necesito decirle a nadie lo que voy a hacer. Simplemente voy y lo hago. Tuve que tener cuidado de recordar siempre... Un día se me olvidó decirle que no tenía clase, entonces llegó, ese tipo de cosas. (Entrevista Final).




Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Para el alumno, el profesor no mostró interés en las actividades de las prácticas: "No, y no mostró interés". El alumno también añadió que el profesor Alan no debería ser un profesor que supervisara a los alumnos, ya que no demostró ningún conocimiento sobre la orientación y el seguimiento de los alumnos, así como su papel en su formación. "No creo que deba ser profesor de prácticas. No tiene la suficiente orientación para ser supervisor de prácticas, se nota en sus actitudes. Deja a los becarios muy sueltos, por su cuenta" (Entrevista final).

Un día, la aprendiz Alice concedió una entrevista extra a la investigadora e informó de lo decepcionada que estaba con el profesor supervisor, porque había dejado la escuela sin avisar con suficiente antelación: "Estaba mofando. Luego se fue y yo estuve esperando todo este tiempo ... y ... ahora me pregunto si hubiera llegado a la escuela... antes de conocerlo... después de que se fuera... no habría tenido ninguna información... ¿entiendes? Porque no me lo dijo" (Entrevista extra). Esta situación también fue señalada en su entrevista final y en su informe final de prácticas como el "lado negativo" de estas prácticas. Según la aprendiz Alice, en otra ocasión volvió a ocurrir algo similar.

Sobre estas situaciones, el becario criticó la "falta de respeto" y la "falta de comunicación". "No se avisó, me parece una falta de comunicación, una falta de respeto al aprendiz. Es así: 'tú lo haces a tu manera y yo a la mía'. No dejo de pensar: "¿Imagina que yo viviera lejos? ¿Cómo sería para mí? (Entrevista Final).


Expectativas del PS con el Pasante


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


El profesor también explicó que espera que un becario tenga "el mínimo de dedicación... el mínimo porque a veces ni siquiera eso, ni siquiera eso es suficiente, ¿me entiendes?" y que tenga la intención de aprender a hacer, de aprovechar las oportunidades y de conocer las rutinas de una escuela. Además, el profesor informó de que espera dedicación e implicación del alumno con "ese brillo en los ojos y que venga abierto a la experiencia". Realmente espero su actitud y compromiso en su orientación con los niños" (Entrevista inicial).

El profesor Alan señaló que el becario debe tener una "actitud y postura respetable, para que tenga muchas posibilidades de éxito, de evitar conflictos y de tener una buena relación con la escuela y con los demás agentes de la misma". El profesor también señaló que

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2034-2050, jul./sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587



el aprendiz que presenta una actitud más descuidada tiene grandes posibilidades de verse envuelto en problemas, principalmente "porque no tendrá el respeto de los niños" (Entrevista inicial).

El profesor Alan comentó que pretendía pedir al becario que fuera un compañero y tuviera una actitud de profesor en clase y añadió que para ello evitaba utilizar el término becario delante de la clase, presentando al becario como profesor o maestro en prácticas, para que los alumnos lo vieran como tal.

En cuanto a las cuestiones de clase, el profesor destacó que espera que el alumno haya aprendido a ser más flexible y a tener "flexibilidad" con las situaciones inesperadas y "sensibilidad" para darse cuenta de cuándo no es posible continuar con la planificación previamente establecida (Entrevista final).


Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


La pasante Alice comentó que tiene buenas expectativas de las actuales prácticas, a pesar de tener algunas posiciones críticas y que cree que tendrá grandes lecciones sobre la vida cotidiana pedagógica de una escuela. "Aunque tengo una visión crítica de muchos puntos de mis prácticas, creo que saldré de aquí con una visión muy madura de lo que es la realidad de la escuela" (Entrevista inicial).

Ya al principio del periodo de prácticas, la alumna Alice señaló negativamente la contribución del profesor Alan en su formación y sus primeras impresiones sobre las clases: "No está siendo muy agradable porque su forma de impartir las clases es totalmente contraria a lo que es correcto. Normalmente no da actividades a los niños, los niños hacen actividades gratuitas, algunos se suben a los árboles y otros patean una pelota al azar, no estoy teniendo una buena experiencia por esto". (Entrevista Inicial).


Participación del pasante en el cotidiano escolar


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


El profesor Alan comentó que el aprendiz tuvo la oportunidad de realizar varias funciones inherentes a las de un profesor, como dirigir las clases, ir a buscar las clases y los materiales para las mismas. "Tuvo la oportunidad de hacer un poco de todo. De conducir la clase, buscar en la clase, a veces le pedí que buscara la clase sola y que la llevara, conducir un momento de la clase, buscar material, conocer la rutina de la escuela" (Entrevista final).




El profesor Alan comentó que cuando el alumno intervenía en las clases, él prefería no intervenir y mantenerse al margen, sólo en casos ajenos al alumno, y que los contenidos de estas clases eran seleccionados por él y el alumno, "con total libertad". Sobre el comportamiento de la clase. "Incluso me mantuve alejado, mirando lo más lejos posible para que la clase no viniera a buscarme para pedir un trago de agua, '¡oh, le toca a ella!' Y seguí observando desde la distancia" (Entrevista final).

El profesor comentó que el alumno siempre mostraba una buena receptividad a sus intervenciones y presentaba un comportamiento inseguro en clase. "Sólo noté inseguridad cuando llegó el momento de la clase... construimos una relación de mucho diálogo. Y estaba tranquilo. Incluso cuando no era capaz de hacer algo, hablaba".

En estos momentos de intervención en las clases, la profesora supervisora informó de que la becaria organizaba actividades que no siempre funcionaban y que no tenía problemas para recibir consejos.

En la opinión del profesor, las intervenciones en las clases de la pasante han sido como se esperaba, y que hasta cuando ocurría algo diferente del planificado por la pasante, ya había sido provisionado por él. “Mira, yo puedo decir que salió como esperaba porque hasta lo que salió mal era previsto para salir mal […]. Entonces nada salió del control” (Entrevista Final).


Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Sobre los momentos de intervención, la pasante Alice relató que tras el período de observación de las clases, empezó a impartir clases para diversos grupos. En estos momentos de intervención, el profesor supervisor no presentó mucho interés y se alejaba del local de las clases. “Entonces, me dejó sola con los niños. Se alejó, allá él no tenía como intervenir,

¿entiendes? Entonces, prácticamente es como si yo hubiera quedado sola, en la parte

externa” (Entrevista Final).

Aun sobre las intervenciones, la pasante relató que se puso asustada cuando el profesor supervisor Alan pidió que asumiera el grupo solo, ella creía que el profesor debería haber sido otro, más atento. “Me quedé un poco asustada […] mayor inseguridad, en realidad, pero, creo que el profesor debería estar allá y… disponiéndose caso (yo) necesitara de algo” (Entrevista Final).

La pasante añadió que en su tercera intervención en las clases contó con poca orientación del profesor supervisor para su planificación y que se organizó sin auxilio. “La tercera clase la impartí sola, elaboré mi plan de clase sin el auxilio del profesor orientador

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2034-2050, jul./sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587



de la práctica, y pensé en los materiales que iba utilizar, que fueron pelota y conos”

(Entrevista Final).

Y siguió sobre la postura del profesor supervisor en este día de su intervención: “En el momento de esa actividad el profesor quedó alejado, observando de lejos y cuidando de otra clase que él juntó en el día y que separó del área donde yo aplicaría las actividades, pues eran grupos distintos”. (Informe final).


Socialización Profesional del Pasante


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


En cuanto a la socialización profesional del becario en el entorno escolar, el profesor comentó que era "muy poca" debido a que siempre estaba presente y resolviendo cuestiones. "Y no era necesario que pusiera en práctica mucho estos contactos, pero lo poco que necesitaba... Necesitaba conseguir esa llave allí, ¿puedes preguntarle al empleado tal y cual?' Ella sabía tranquilamente de quién se trataba" (Entrevista final).

En cuanto a la relación con los alumnos, el profesor describió que al principio la alumna se mostraba muy insegura y parecía tener miedo de esa nueva realidad, pero que poco a poco fue capaz de afrontar la diversidad. "Tiene una buena relación con los niños. De repente, ya debe tener alguna experiencia en recreación, no sé". (Entrevista final).

Los espacios más frecuentados por el alumno, según el profesor, eran la cancha y el jardín trasero de la escuela (patio exterior), y eventualmente iban al patio y al auditorio en los días de lluvia.


Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


En una evaluación de la pasante sobre su período de práctica en esa escuela, relató que aprendió mucho sobre el relacionamiento con los alumnos, pero no atribuyó ese aprendizaje al profesor supervisor, concluyendo que aprendió sola. "No, esto (madurar) fue algo que creé cuando intentaba salir adelante por mi cuenta, ¿sabes? Era como si hubiera madurado sin ese pequeño calor (nerviosismo), ¿sabes?” (Entrevista final).

Según la alumna, la relación con la dirección de la escuela y con otros funcionarios de la misma era escasa, pero siempre fue bien tratada por todos cuando necesitaba ponerse en contacto con ellos: "No tenía una relación directa con los funcionarios, pero a veces cuando tenía contacto con ellos para buscar alguna información, conseguir algunas firmas, me trataban bien.”



En cuanto a los contactos con otros profesores del centro, la alumna señaló que eran escasos y que la escasa comunicación del profesor supervisor con los demás colegas puede haber influido en su interacción con ellos. "En cuanto a los otros profesores de la escuela, éstos solían ser educados conmigo cuando intercambiaba alguna palabra con ellos, lo cual, no era siempre, porque el profesor de enseñanza no mantenía esta conexión con los demás" (Informe final).

Añadió que cuando había un descanso entre clases, se quedaba en la cuadra esperando la siguiente clase y que el profesor supervisor no siempre se quedaba allí con ella: "Nosotras (aprendiz e investigadora) nos quedábamos en la cuadra, justo a la entrada de la escuela. Me quedé allí... esperando que pasara el tiempo, haciendo lo que tenía que hacer" (Entrevista final).


Orientación y Feedbacks


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


Cuando se preguntó sobre la evaluación del período de la práctica de Alice, el profesor comentó que la actuación fue “buena, muy buena. Regular en algunos momentos, pero por cuestión de inseguridad, lo que se entiende perfectamente. No por desinterés, jamás, o por incapacidad”. El profesor también añadió que este comportamiento era normal, ya que las prácticas eran el lugar para aprender los "conocimientos prácticos del aula" (Entrevista final). El profesor supervisor añadió que no fue necesario corregir el comportamiento inadecuado de la aprendiz y que la orientó en cuestiones pedagógicas. "En términos de postura, comportamiento ético, nada. Lo que señalamos es la cuestión pedagógica". El profesor también señaló la necesidad de que el alumno desarrolle la confianza en sí mismo y que, en su opinión, esto dependería de algunos factores. "No sé cuál es su interés profesional por la Educación Física [...], así que si quiere ser profesora, tendrá que trabajar un poco su

autoestima antes de la clase" (Entrevista final).

Todavía sobre la evaluación de la pasante, el profesor comentó que había sido proactiva y se había sentido muy cómoda para corregir, elogiar, enseñar y apoyar a los alumnos, en casos de necesidad. El profesor Alan resumió el rendimiento de la alumna como: "Su rendimiento fue definitivamente de bueno a excelente" (Entrevista final).




Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Los momentos de retroalimentación del profesor supervisor al aprendiz también fueron escasos y, según la aprendiz Alice, el profesor parecía no ser consciente de su importancia en el proceso de las prácticas supervisadas. "El diálogo entre profesor-alumno, el intercambio de información, en muchos momentos faltó, tuve muchos momentos de estrés, creo que no tenía idea de la importancia que tiene esta práctica supervisada" (Entrevista final).

La becaria también añadió que no había ninguna evaluación de la profesora supervisora sobre su práctica pedagógica, sólo se dio cuenta de algunos puntos cuando la profesora rellenó los documentos de las prácticas. "Sólo cuando le entregué la hoja de autoevaluación. Dejó el relleno y luego sólo me dio a firmar donde tenía que firmar, y luego vi que me dio una valoración positiva" (Entrevista final).

Cuando se le preguntó si había sufrido alguna corrección en las clases del profesor supervisor, la aprendiz informó que no había recibido correcciones y que había habido momentos en los que el profesor se ausentaba de la cancha: "En la primera actividad que apliqué en grupo, él no quiso, no se quedó cerca también... incluso se fue de la cancha. Ese día fue a la secretaría. Y... el día que apliqué la actividad también se fue" (Entrevista final).


Relacionamiento entre Profesor Supervisor y Pasante


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


Alan añadió que tenía una relación "excelente" con la becaria y que sus expectativas sobre las prácticas de Alice se habían cumplido. Sin embargo, añadió su descontento al no tener conocimiento previo sobre el tiempo que puede contar con el becario en sus clases. "El momento en que estuvo allí fue muy bueno, pero lo ideal hubiera sido saber de antemano: 'Oh, el año comenzó, la pasante estará allí desde tal semana y se quedará hasta tal semana'. Incluso para saber si habrá tiempo para arreglar con ella o con él" (Entrevista final).

También destacó que espera que la aprendiz Alice lo viera como un amigo, como alguien que estaba ahí para ayudar y cuando se le preguntó si tenía algún último consejo o sugerencia para la aprendiz Alice, el profesor dijo "piense, observe lo que se vivió, lo que se vio y considere los aspectos positivos y negativos para saber si valen la pena dentro de lo que ella quiere como profesional" (Entrevista final).




Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Para la pasante Alice, es importante para el éxito de las prácticas supervisadas que el profesor supervisor participe siempre "ayudando de alguna manera en la dirección de las prácticas del pasante y compartiendo conocimientos", y sugiere que el profesor Alan debería "comportarse mejor con los pasantes porque van a ser futuros profesores, y si cree que no tuvo una buena formación, debería dar este tipo de formación digna a los que están llegando a la escuela, el pasante no tiene que sufrir, está ahí para aprender". (Entrevista final).

Sobre la relación con el profesor supervisor Alan, el alumno explica que hubo momentos positivos con el profesor, a pesar de algunos momentos de tensión con él durante las clases de prácticas. "Tuve momentos agradables y muy molestos con el profesor, algo de estrés por algunas actitudes que tuvo conmigo. No le dio importancia a muchas cosas. Pero en general, intenté tratar bien con él en la medida de lo posible" (Entrevista final).

Siguiendo con la relación con el profesor supervisor Alan, la aprendiz Alice señaló su decepción por los pocos momentos de orientación o demostración de interés en su formación. En opinión del alumno, el profesor no parece tener la formación adecuada para guiar a los alumnos en sus clases.


A menudo no mostraba voluntad de intercambiar conocimientos conmigo o sugerir alguna actividad para realizar con los alumnos, siempre era yo quien hacía las preguntas. Es lamentable estas situaciones aquí expuestas, pues es sabido lo primordial que es la relación del profesor con el alumno para que el progreso de las prácticas sea agradable y fructífero, y en consecuencia enriquecedor para ambos. A pesar de ello, siempre mantuve la profesionalidad por delante y siempre lo traté con respeto, lo veía como un compañero de profesión porque soy consciente de que los profesores de prácticas tuteladas nos aceptan a nosotros, los becarios, pero no tienen la misma base suficiente que pueda servir de orientación, durante el transcurso de las prácticas (Informe Final).


Reflexión sobre la práctica docente en el cotidiano escolar


Percepción de la Práctica Supervisada del Profesor Supervisor Alan


Sobre el aprendizaje en prácticas de Alice en un entorno escolar real, el profesor Alan aclaró la importancia de que el becario haya sido testigo de la necesidad de flexibilidad en la vida escolar cotidiana. "La flexibilidad, creo que fue un punto fuerte. Trabajamos en una escuela, como cualquier escuela, que hay factores ajenos a nuestra planificación, interfiere. Como este día que tuvimos que reunir una clase, no hay agua, está lloviendo mucho, sólo vino la mitad de la clase (...)". También destacó que esperaba que el becario hubiera



aprendido el funcionamiento y la realidad de la vida como profesor. "Solía preguntarle: '¿realmente vale la pena ser profesor? ¿O se va a otra zona? Ganas tanto, haces esto, tienes este tipo de cargo'" (Entrevista final).

En cuanto a las cuestiones del aula, el profesor destacó que esperaba que el alumno hubiera aprendido a ser más flexible y a tener "flexibilidad" con las situaciones inesperadas y "sensibilidad" para darse cuenta de cuándo no es posible continuar con la planificación previamente establecida (Entrevista final).


Percepción de la Práctica Supervisada de la Pasante Alice


Sobre los contenidos aprendidos en este proceso de prácticas supervisadas con el profesor supervisor Alan, la aprendiz Alice dijo que aprendió a manejar situaciones de estrés y a ser más profesional, incluso en aquellos momentos en los que no estaba de acuerdo con algo. "Saber afrontar los momentos de estrés y ser profesional en esos momentos (risas) porque a veces estaba allí, enfadado y estresado y no lo demostraba, actuaba normal como tenía que actuar durante las prácticas" (Entrevista final).


Discutiendo los datos...


El profesor supervisor Alan considera que el periodo de prácticas curriculares supervisadas es una etapa importante en la formación del profesorado y cree que el alumno debe conocer todos los espacios escolares y experimentar todos los problemas inherentes a una escuela pública de la ciudad. Dijo que entendía su papel en el desarrollo profesional de la aprendiz como uno de gran responsabilidad y espera haber sido visto por la aprendiz Alice como un amigo que estaba allí para ayudar.

El profesor supervisor consideraba que había proporcionado a Alice unas prácticas con mucha autonomía y que le había dado el máximo acceso a la realidad de la vida escolar, proporcionándole una experiencia temprana de una escuela real. Para él, los espacios de protagonismo de la aprendiz con los alumnos se producían en los momentos oportunos en los que él se ausentaba de la pista, para que ella pudiera experimentar la realidad de una clase de Educación Física en una escuela pública. Alan evaluó positivamente el proceso de prácticas y señaló que la becaria era proactiva, sólo necesitaba trabajar más su inseguridad en las clases con los alumnos.




Toda esta disponibilidad promueve una relación más estrecha entre el PS y su aprendiz y aumenta las oportunidades de orientación sobre las clases, los estudiantes, la escuela, la carrera docente, entre otros (BUENO; SOUZA, 2012).

Sin embargo, la percepción del HCP sobre la acogida ofrecida a su aprendiz es bastante diferente de la percepción del aprendiz en el mismo periodo. En sus entrevistas, Alice señaló la falta de interés del PS en las prácticas, con ausencias a las clases y pocos momentos de orientación y retroalimentación sobre las intervenciones realizadas. Además, comentó la falta de organización y planificación de las clases y la invitación de Alan a participar en otros espacios y eventos de la escuela, limitando la experiencia con otros profesores/empleados de la escuela.

Por último, la pasante Alice cree que tuvo la oportunidad de aprender a lidiar con situaciones estresantes y seguir siendo profesional en estos momentos, sin mostrar enfado o descontento, ya que en algunos momentos de desacuerdo con el PS, consiguió llevar a cabo las prácticas sin peleas ni enfados. Entendió que Alan no ejerció su papel de mentor y formador en este proceso, ya que no mostró interés y/o conocimiento de cómo debía realizar las prácticas curriculares supervisadas.

La becaria se dio cuenta de que el periodo de prácticas fue fructífero y enriquecedor porque tuvo la oportunidad de ejercer un poco de docencia, incluso sin la debida supervisión del PS, la orientación y el feedback sobre sus intervenciones y las reflexiones sobre sus prácticas docentes. Y señaló que Alan no debería estar ejerciendo la función de profesor supervisor, dada la falta de formación o cualificación para recibir a un alumno en sus clases.

Según Araújo (2014), el PS debe ver a su aprendiz como un socio profesional y colocarlo en esta posición frente a otros profesores, empleados y los estudiantes, como un futuro compañero de trabajo en la formación. Este tipo de puestos permiten al aprendiz tener más seguridad y autonomía para interactuar e intervenir en el entorno profesional.


Se trata de una relación de acompañamiento muy específica, un acompañamiento formativo cuyo enfoque es el futuro de la existencia del acompañado, que en este caso es el aprendiz. En esta relación, el que acompaña (el profesor-socio) pone a disposición del acompañado las condiciones necesarias para que pueda descubrir sus posibilidades, organizando situaciones favorables para la formación o aprovechando situaciones favorables (SARTI, 2013, p. 94).




Consideraciones finales


La formación profesional del aprendiz es responsabilidad de varios participantes que actúan en este proceso: cada uno desempeña un papel distinto e igualmente importante. La universidad y la escuela son dos espacios de formación y deben trabajar en colaboración para el éxito real de las prácticas curriculares supervisadas (SARTI, 2009).

En la escuela, el profesor supervisor asume el papel principal de recibir y guiar al aprendiz en el entorno, así como de presentarle la enseñanza diaria. Pero para que esto se lleve a cabo, el profesor debe conocer su papel como formador y estar interesado en formar parte de esta importante etapa del pregrado. Es fundamental que el profesor reflexione sobre sus acciones y actitudes con su aprendiz, para que pueda ofrecer un momento de prácticas de calidad (BENITES, 2012).

En este estudio, la percepción del PS y de su aprendiz sobre el mismo periodo de prácticas era bastante diferente y estaba dotada de elementos, que configuran las prácticas, vistos de forma distinta. Estas diferencias dificultan y limitan el pleno desarrollo de esta importante etapa de formación inicial del estudiante, trayendo consigo pérdidas en la experiencia temprana del lugar de trabajo futuro del aprendiz.

Entre las razones que llevaron a esta situación, la que se percibió en este estudio fue que el PS no tenía una formación específica para recibir y guiar a un aprendiz y no recibió formación ni directrices de la universidad de origen del aprendiz. Este factor puede haber influido en la conducta y en las diferencias de percepción sobre las prácticas supervisadas del profesor supervisor y su aprendiz.

Por lo tanto, es esencial reflexionar más sobre el período de la ECS y la formación especial de estos profesores supervisores, para que sus opciones y actitudes con sus alumnos tengan mayor conciencia e intención, proporcionando una mejor experiencia en la enseñanza diaria.


AGRADECIMIENTOS: A CAPES, este trabajo se realizó con el apoyo de la Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.




REFERENCIAS


BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.


BENITES, L. O professor-colaborador no estágio curricular supervisionado em Educação Física: perfil, papel e potencialidades. 2012. 180 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2012.


BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 28/2001, de 2 de outubro de 2001. Dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF: CNE, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.


MOTA, D. Licenciandos de Educação Física no contexto do Estágio Curricular Supervisionado: um estudo sobre indicadores de acolhimento. 2020. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2020.


PIMENTA, S.; LIMA, M. Estágio e docência. Ed. São Paulo: Cortez: São Paulo, 2019.


SARTI, F. M. Parceria intergeracional e formação docente. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 2, p. 133-152, 2009.


SOUZA NETO, BENITES. L. Os desafios da prática na formação inicial docente: experiência da Educação Física da UNESP de Rio Claro. Cadernos de Educação, p. 02-22, set./dez.

2013.


Cómo referenciar este artículo


LIMA, D. M.; COSTA, M. A. P.; SANTOS, J. H. Prácticas curriculares supervisadas: un estudio de caso sobre las percepciones de la profesora supervisora y su aprendiz. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2034-2050, jul./sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.14705


Enviado el: 20/11/2020

Revisiones requeridas el: 09/12/2020

Aprobado el: 10/01/2021

Publicado el: 01/07/2021




SUPERVISED CURRICULAR INTERNSHIP: A CASE STUDY ON THE PERCEPTIONS OF THE SUPERVISING TEACHER AND HIS INTERN


ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERCEPÇÕES DO PROFESSOR SUPERVISOR E SUA ESTAGIÁRIA


PRÁCTICAS CURRICULARES SUPERVISADAS: UN ESTUDIO DE CASO SOBRE LAS PERCEPCIONES DE LA PROFESORA SUPERVISORA Y SU APRENDIZ


Diane Mota LIMA1 Miguel Ataíde Pinto da COSTA2 José Henrique dos SANTOS3


ABSTRACT: The objective of this research was to compare the perceptions of the Supervising Teacher (PS) and his Trainee about the whole period of the Supervised Curricular Internship (ECS) in the school. The research used the qualitative method, through a case study, in the perspective of a descriptive analytical model. The participants were a Physical Education Supervisor Teacher from the basic education network and a Physical Education intern, duly enrolled in the ECS activity. The instruments used were Field Notes, Semi- structured Interviews and a Final Report Document of the intern, submitted to the Content Analysis technique. The results of this analysis revealed that the perception of both participants about the same internship period was quite different. This study considers it necessary that the participants in this important stage of initial formation work in partnership and are aware of the roles they play and their responsibilities.


KEYWORDS: Teacher education. Supervised curricular internship. Physical education.


RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi comparar as percepções do Professor Supervisor (PS) e de sua Estagiária sobre todo o período de Estágio Curricular Supervisionado (ECS) na escola. A pesquisa se utilizou do método qualitativo, por um estudo de caso, na perspectiva de modelo analítico descritivo. Os participantes foram um Professor Supervisor de Educação Física da rede básica de ensino e uma estagiária de Educação Física, devidamente matriculada na atividade do ECS. Os instrumentos utilizados foram Notas de Campo, Entrevistas Semi-Estruturadas e Documento do Relatório Final do estagiário, submetidos à técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados dessa análise revelaram que a percepção de ambos sobre o mesmo período de estágio vivenciado foi bastante distinta. Esse estudo entende como necessário que os participantes dessa importante etapa da formação


1 São Paulo State University (UNESP), Presidente Prudente – SP – Brazil. Master's Degree from the Postgraduate Program in Physical Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7933-2777. E-mail: dianemotalima@gmail.com

2 Pedro II High School (CPII), Rio de Janeiro – RJ – Brazil. Teacher at the Basic Education Network at Pedro II High School. Doctorate in Public Health Epidemiology (FIOCRUZ). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6498- 3435. E-mail: miguelcosta.ef@gmail.com

3 Federal Rural University of Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica – RJ – Brazil. Professor in the Postgraduate Program in Education and Postgraduate Program in Physical Education. Doctorate in Educational Sciences (ULISBOA) – Portugal. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2159-6611. E-mail: henriquejoe@hotmail.com




inicial trabalhem em parceria e conscientes dos papéis que representam e suas responsabilidades.


PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Estágio curricular supervisionado. Educação física.


RESUMEN: El objetivo de esta investigación fue comparar las percepciones del profesor supervisor (PS) y de su aprendiz sobre todo el período de las prácticas curriculares supervisadas (SCS) en la escuela. La investigación utilizó el método cualitativo, mediante un estudio de casos, en la perspectiva del modelo analítico descriptivo. Los participantes fueron un profesor supervisor de educación física de la red de educación básica y un pasante de educación física, debidamente inscritos en la actividad de la ECS. Los instrumentos utilizados fueron las Notas de Campo, las Entrevistas Semiestructuradas y el Documento de Informe Final del aprendiz, sometidos a la técnica de Análisis de Contenido. Los resultados de este análisis revelaron que la percepción de ambos sobre el mismo periodo de prácticas experimentado era bastante diferente. Este estudio considera necesario que los participantes de esta importante etapa de la formación inicial trabajen en colaboración y sean conscientes de las funciones que representan y de sus responsabilidades.


PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Prácticas curriculares supervisadas. Educación física.


Introduction


In the initial teacher formation process, the Supervised Curricular Internship (ECS, Portuguese initials) period should be considered as a “moment of exploration and approximation of reality, opportunity to learn the profession and construction of professional identity” (PIMENTA; LIMA, 2019, p. 99-100, our translation).

The supervised internship is an important period of initial formation because it provides opportunities for reflection on the dichotomy between theory and practice, which is still very common in teacher formation courses.

All school participants must collaborate and feel responsible for the formation of the intern they receive at the school unit, but the one who stands out in this important role is the Supervisor Teacher.

For Sarti (2009), the supervisor teacher (who receives the intern in their classes) must be formed and qualified with specific skills to interact with the intern in the school environment. The main function of the teacher is to promote a greater approximation of the intern to their future work reality and thus allow the expansion of knowledge arising from the pedagogical action.





The legislation (BRASIL, 2001) is clear on the regulation of internship in universities and schools, clarifying several documental and procedural issues, but it does not point out how this supervisor teacher will receive the adequate continuing education from universities or education departments to truly welcome the intern in his classes. According to Souza Neto and Benites (2013), the internship legislation does not include the formation of the teacher who guides interns in their classes.

The idea of welcoming expands and goes beyond the concept of receiving the intern at school, meaning work concerned with the quality of formation of the intern. In this way, welcoming is defined as a special way of receiving the intern at school, which considers their history, formation and makes them feel part of everyday school life.

So that there is a fruitful development of the supervised internship, it is important that the participants in this process have a close relationship, in partnership, throughout the entire internship process at the school. The supervising teacher must show interest and want to be part of the intern's initial formation, providing opportunities for various actions and possibilities in the school environment.

Thus, this research sought to identify what perceptions the supervisor teacher and his intern had of the same internship period experienced.

This research considered it important to analyze in a comparative way how both see each other within this internship process, as the perception and reflection of their own role are important for the construction of a truly positive ECS.


Methodological paths


This study used the qualitative, documentary, case study method, using the procedures of the descriptive analytical model. The instruments used were semi-structured interviews (initial and final), on-site observations with field notes and the institutional document Final Internship Report.

In this research, the participants were a pair formed by the Physical Education Supervisor Professor of the basic education network and his Intern, a student of the Teaching Degree in Physical Education at a Higher Education Institution (HEI) researched, duly enrolled in the internship activity. The names of the participants, fictionally adopted, are: teacher Alan and intern Alice.

The total period of data collection was two months, totaling eight days of on-site observation, in a total of 20 hours of observation.




After collection, the data were treated and analyzed using the Content Analysis technique (BARDIN, 1977). This analysis technique aims to interpret the message of the author's manifest content and latent content, without the researcher's subjective interpretation, that is, everything that was declared and/or was symbolically implied.

To further deepen the data analysis, Indicator Categories were built in this research, which are actions and postures adopted by the supervising teacher to his intern at the school during the period of the Supervised Curriculum Internship. They are: Arrival, Presentation of Pedagogical Instruments (school/teacher), Availability of Communication and Demonstration of Interest in the Formation of the Intern, Expectations with the Intern, Intern Participation, Intern Professional Socialization, Guidance and Feedback, Relationship between ST and Intern and Reflection on Teaching Practice and Career.


Results and Discussions Intern's arrival

Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


About the moment of reception of the interns, the supervisor teacher Alan reported that he does "basically an interview, a real conversation about life", and with it he tries to find out immediately if the intern is interested in teaching, as he claimed that if the intern seeks him out just to fulfill the workload of the activity, he will not make available more time and dedication in these cases, transmitting his teaching experiences. And he added that the intern who shows more interest in education has more of his attention and availability. “But the intern who gets there right away... looking at the door... it's the basics, you know? It's a harmful relationship, I think even for him, even more for him than for me because then he leaves, and I'm still here” (Initial Interview, our translation).

Professor Alan commented that the intern Alice was well received at the school, both by the management team and by him, and that the routine carried out with the intern Alice was based on the intern's efforts and overcoming of difficulties.


Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


About her reception at the school, the intern Alice said that she was very well received by the school's management and employees and that she had no problem choosing the hours and signing of the internship documents.




The reception of the supervising teacher Alan was also considered positive by the intern, but she highlighted some questions that the professor asked her on the first day of the internship: “Then I arrived at school, he... welcomed me, asked how I was, asked if I hadn't given up on the profession (laughs)... I said no, I wouldn't, I said: 'no, I won't!' (laughs)... it was like that” (Initial interview, our translation).

The intern Alice reported that the pedagogical activities for her were in the area of Physical Education and that she was not relocated to another function within the school environment.: “Yes, they were from the Physical Education area. I think that if I were offered even from the pedagogical area to stay only in the classroom, I would not accept it because I want to do an internship in the area I am graduating at.” (Initial interview, our translation). She also commented that she spent almost a month observing the classes, willingly to get to know the classes better.

About the presentation of the physical space, the intern reported that the supervising teacher Alan walked with her through the external areas of the school, leaving other sectors without the intern's knowledge. "I know more about the spaces I need to use, which are the outdoor area, the court, some classrooms, but the teachers' lounge, for example, I don't know, and there are other spaces that are unknown to me" (Initial Interview, our translation).


Presentation of Pedagogical Instruments (school/teacher)


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


About the intern's planning, Teacher Alan clarified that he did not ask for anything formal. “[...] she showed me. She tried her best to show the topics of what she was going to do. I didn't demand from her any lesson plan, no, something formal like an internship, but a minimum of organization and she complied with what was asked” (Final Interview, our translation).

He also added that he intended to ask the intern to leave the "class plan up her sleeve" so that, at any time, he could direct her to teach a complete class, that is, so that the intern could teach all the steps of the class without the intervention of the supervisor teacher, learning to deal with possible frustrations. “If the intern took the class and lost control of the class and couldn't, I'll let her have this experience even if it's bad because she needs to learn to deal with frustration” (Initial Interview, our translation).




Intern Alice's Perception of Supervised Internship


About the planning and identity of the school, the intern Alice stated that she did not have access to any planning or presentation of the school's identity. “It was not presented to me (planning)” (Initial Interview, our translation).

The intern Alice reaffirmed in the Final Interview that there was no planning presented to her during the internship period: “There wasn't (planning), there wasn't. Because he always told me that children have to be free to play” (Final Interview, our translation).

The intern commented that the supervising teacher did not ask for the plans for these classes taught and that they were made by her, with little support from the supervising teacher. “So, I was thinking, all in my mind. No, he didn't. He didn't ask (planning), I just wrote. I even took it to the day of the class to help out” (Final Interview, our translation).


Availability of Communication and Demonstration of ST Interest in the formation of the Intern


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


When asked about how he conceived of his role with the intern in this formative process he was starting, the teacher commented that it is a complex subject and he is not sure if he can always exercise his role, but that he understands it as “the function of giving her (intern) opportunities and chances to live the experience of teaching”. He also added that he would like to be seen by the intern as a partner, someone who can actually help and not just as a teacher who signs her "sheet, or to corner her and put her in a situation of contempt." (Initial Interview, our translation).

Teacher Alan pointed out his conception of his own role in the process of shaping the

future and defined himself as the intern's “adviser” on pedagogical experiences.

The teacher added that the responsibility of having another person share his classes

and the need to “remember” to provide feedback and information for the intern is great.


The responsibility brings a weight, which is not uncomfortable, that's not it. But the weight of responsibility that someone who is there and that I need to dedicate myself a little bit more because I have someone there by my side, I'm not alone and not going to do it alone. I have to remember that I'm always giving her feedback so she doesn't get lost in what I'm going to do. Without her, I don't need to tell anyone what I'm going to do. I come and do it. I had to be careful to remember to always be... One day I forgot to tell her that I didn't have class, then she came, stuff like that, to have someone (Final Interview, our translation).




Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


For the intern, the teacher showed no interest in the internship activities: “No, and he didn't show interest”. The intern also added that teacher Alan should not be a supervising professor of interns, as he did not present knowledge about the orientation and follow-up of interns, as well as his role in their formation. “I think he shouldn't act as an internship teacher. He doesn't make enough guidance to be an internship supervisor, you can see from his attitudes. He leaves the interns very loose, on their own” (Final Interview, our translation).

One day, the intern Alice granted an Extra Interview to the researcher and reported how disappointed she was with the supervising teacher, who was absent from the school without giving her sufficient notice: “I was getting irritated. Then he went and I've been waiting all this time... and... now I wonder if I had arrived at school... before I found it... after he left... I'd be without any information... do you understand? Because he didn't tell me” (Extra Interview, our translation). This situation was also reported in her Final Interview and in her Final Internship Report as the “downside” of this internship. According to intern Alice, on another occasion, something similar happened again.

About these situations, the intern criticized the “lack of respect” and “lack of communication”. “There was no prior notice, I think lack of communication, lack of respect for the intern. It's like: 'you make it your way and I do my side'. I keep thinking: ‘Can you imagine if I lived far away? How was it going to be for me?” (Final Interview, our translation).


ST Expectations with the Intern


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


The teacher also clarified that he expects from an intern “the minimum dedication... the minimum because sometimes even that is not done, understand?” and that he has intentions of learning how to do, of seizing opportunities and of getting to know the routines of a school. In addition, the teacher reported that he expects the intern's dedication and involvement with “that sparkle in her eye and that she will be open to living an experience. I really expect their attitude and commitment to the guidance with children” (Initial Interview, our translation).

Teacher Alan highlighted that the intern must have a “respectable posture and attitude, so they have a great chance of success, of avoiding conflicts and of having a good




relationship with the school and with the other agents of the school”. The teacher also pointed out that the intern who presents a more casual attitude has a great chance of getting involved in problems, mainly, “because he won't have the children's respect” (Initial Interview, our translation).

Teacher Alan commented that he intended to ask the intern to be a partner and to have the attitude of a teacher in class moments and added that for this he avoids using the term intern in front of the class, introducing the intern as a teacher or graduating teacher, so that the students see that way.

Regarding class issues, the teacher highlighted that he hopes that the intern has learned to be more flexible and to know how to "handle" unexpected situations and have "sensitivity" to realize when it is not possible to continue with the previously established planning (Final Interview).


Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


The intern Alice commented that she had good expectations with the current internship, despite having some critical positions and that she believes she will have great lessons about the pedagogical routine of a school. “As much as I have a critical view of many aspects of my internship, I believe that I will leave here with a very mature vision of what the reality of the school is” (Initial Interview, our translation).

Even at the beginning of the internship period, the intern Alice negatively rated Teacher Alan's contribution to her formation and her first impressions of the classes:


It's not been very pleasant because his way of administering the classes is totally contrary to what is correct. Usually, he doesn't pass on activities for the children, the children do free activities, some climb trees and others randomly kick a ball, I'm not having a good experience because of that (Initial Interview, our translation).


Intern participation in daily school life


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


Teacher Alan commented that the intern had the opportunity to perform various functions inherent to those of a teacher, such as conducting classes, looking for classes in the classroom and material for the classes. “She had the opportunity to do a little bit of everything. From leading a class, to looking in the classroom, sometimes I asked her to bring




the class alone, lead a moment of the class, look for material, to get to know the school's routine” (Final Interview, our translation).

Teacher Alan commented that when the intern intervened in classes, he preferred not to intervene and stay away, only in cases that were beyond the intern's control, and that the contents of these classes were selected by him and the intern, “with complete freedom”. About the behavior of the class. “I even walked away, looking as far away as possible so that the group would not come looking for me to ask for water, look, it's up to her!’ And I kept watching from a distance” (Final Interview, our translation).

The teacher commented that the intern always showed good receptiveness to his interventions and showed a behavior of insecurity in class. “I only realized insecurity when it was time for class... we built a relationship with a lot of dialogue. And it was ok. Even when she wasn't able to do something, she spoke” (our translation).

During these moments of intervention in the classes, the supervising teacher reported that the intern organized activities that did not always work out and that she had no problems receiving advice.

In the teacher's opinion, the interventions in the intern's classes were as he expected, and that even when something different from what was planned by the intern happened, it had already been foreseen by him. “Look, I can say that it turned out as I expected because even what went wrong was expected to go wrong [...]. So nothing got out of hand” (Final Interview, our translation).


Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


About her moments of intervention, the intern Alice reported that after the period of observation of classes, she began to teach classes to several groups. In these moments of intervention, the supervising teacher did not show much interest and moved away from the classroom. “So, he left me alone with the kids. He walked away, there he had no way to intervene, understand? So, it's practically like I was left alone, outside” (Final Interview, our translation).

Still on the interventions, the intern reported that she was scared when the supervising teacher Alan asked her to take over the class alone, she believes that the teacher should have been someone else, more attentive. “I was a little scared [...] greater insecurity, actually, however, I think the teacher should be there… if available in case I needed something” (Final Interview, our translation).




The intern added that in her third intervention in classes, she had little guidance from the supervising teacher for her planning and that she organized herself without help. “My third class I taught alone, I set up my lesson plan without the help of the advisor teacher of the internship, and I thought about the materials I would use, which were balls and cones” (Final Interview, our translation).

And he continued about the posture of the supervisor teacher on that day of his intervention: “At the time of this activity, the teacher was away, observing from a distance and taking care of another class that he joined that day and which separated from the area where I would apply the activities, because they were different groups” (Final report, our translation).


Intern's Professional Socialization


Perception of Supervised Internship by Professor Alan


About the intern's professional socialization in the school environment, the teacher commented that it was “very little” because he always being present and solving the issues. “And there was no need for her to put these contacts into practice like that, just the little it took... 'I needed to get that key there, can you ask the employee for that?' She calmly knew who it was” (Final Interview, our translation).

Regarding the relationship with the students, the teacher described that at the beginning the intern was very insecure and appeared to be frightened by that new reality, but that she was gradually managing to deal with the differences. “She has a good relationship with children. Maybe she already have some recreational experience, I don't know” (Final Interview, our translation).

The spaces most frequented by the intern, according to the teacher, were the court and the back garden of the school (outdoor patio), and occasionally they went to the playground and the auditorium, on rainy days.


Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


In an evaluation of the intern about her internship period at this school, she reported that she learned a lot about the relationship with students, however, she did not attribute this learning to the supervising teacher, concluding that she learned alone. “No, this (maturity) was something I created when trying to get by on my own, got it? It was like I had self- matured without that heat (nervousness), you know?” (Final Interview, our translation).

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2019-2035, July/Sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587



According to the intern, the relationship with the school board and with other school employees was small, but she was always treated well by everyone when she needed to get in touch: “I didn't have a direct connection with the employees, but at times I had contact with them to get some information, get some signatures, I was treated well” (our translation).

Regarding contact with other teachers at the school, the intern pointed out that they were rare and that the supervisory teacher's poor communication with other colleagues may have influenced her interaction with them. “As for the other teachers at the school, they used to be polite to me when I exchanged a word with them, which was not always, because the supervisor teacher did not maintain this connection with the others” (Final Report, our translation).

She added that when there was a break between classes, she stayed on the court waiting for the next class and that the supervising teacher was not always there with her: “We (intern and researcher) stayed on the court, right at the entrance to the school. I stayed there... waiting for time to pass, to do what I had to do” (Final Interview, our translation).


Guidance and Feedback


Percepção do Estágio Supervisionado do Teacher Supervisor Alan


When asked about Alice's internship period evaluation, the teacher commented that her performance was “good, very good. Regular at times, but for reasons of insecurity, which is perfectly understandable. Not because of lack of interest, ever, or because of incapacity”. The teacher also added that this behavior is normal, as the internship is the place to learn the “practical knowledge of class” (Final Interview, our translation).

The supervising professor added that there was no need for any correction for the intern's inappropriate behavior and that he guided her on pedagogical issues. “In terms of posture, ethical behavior, nothing. What we point out is a pedagogical issue”. The teacher also pointed out the need for the intern to develop self-confidence and that, in his opinion, this would depend on some factors. “I don't know what her professional interest is in Physical Education [...], so, if she wants to be a teacher, she will need to work a little on her self- confidence in front of the class” (Final Interview, our translation).

Still on the intern's assessment, the teacher commented that she was proactive and was very comfortable with correction, praise, teaching and support to students, in case of need. Teacher Alan summarized the intern's achievement as: “So, her achievement, without a doubt, went from good to excellent” (Final Interview, our translation).



Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


The moments of feedback from the supervisor teacher to the intern were also few and, according to the intern Alice, the teacher seemed not to be aware of its importance in the supervised internship process. “The dialogue between teacher-students, the exchange of information, was lacking in many moments, I had many moments of stress, I think he was not aware of the importance of this supervised internship” (Final Interview, our translation).

The intern also added that there was no evaluation by the supervising professor about her pedagogical practice, she only became aware of some points when the teacher filled out the internship documents. “Only when handing him the self-assessment sheet. He filled out and then just gave me to sign where I had to sign, and then I saw that he gave me positive feedback” (Final Interview, our translation).

When asked if she suffered any corrections in the supervisor teacher's classes, the intern reported that she did not receive correction guidance and that there were moments when the teacher was absent from the court: “In the first activity I applied in a group, he did not want to, he did not stay close too... he even left the court. He went there to the secretariat that day. And... on the day I applied the activity, he also left” (Final Interview, our translation).


Relationship between Supervisor Teacher and Intern


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


Teacher Alan added that he had an “excellent” relationship with the intern and that his expectations were met regarding Alice's internship. However, he added his dissatisfaction at not having prior knowledge about the time the intern will be able to be present in his classes. “The moment she was in was very good, but the ideal is that we already knew in advance: 'Oh, the year has started, the intern will be there from that week and will stay until that week'. Even to find out if there will be time to discuss with her or with him” (Final Interview, our translation).

He also highlighted that he hopes intern Alice has seen him as a friend, as someone who was there to help and when asked if he would have any last advice or suggestions for intern Alice, the teacher said “think, observe what was experienced, what was seen and considers the positive and negative points to know if they are worth it within what she wants as a professional” (Final Interview, our translation).




Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


For the intern Alice, it is important for the success of the supervised internship that the supervising professor always participates "helping in some way in directing the intern's practices and sharing knowledge", and suggests that professor Alan should “behave better with the interns because they will be future teachers, and if he thinks he hasn't had a good formation, he should give this type of dignifying formation to whoever is coming to school, the intern doesn't have to suffer, he's there to learn” (Final Interview, our translation).

About the relationship with the supervising teacher Alan, the intern explains that there were positive moments with the teacher, despite some stressful moments with him during the internship classes. “I had pleasant and boring moments with the teacher, some stress due to some attitudes he had with me. He disdained a lot of things. But overall, I tried to deal well with him as much as possible” (Final Interview, our translation).

Still on the relationship with the supervising teacher Alan, the intern Alice pointed out that she was disappointed with the few moments of orientation or demonstration of interest in her education. In the intern's opinion, the teacher does not seem to have adequate formation to guide interns in his classes.


He often showed no willingness to exchange knowledge with me or suggest some activity to do with the students, it was always me asking a question. These situations exposed here are regrettable, as it is known how essential the relationship between the teacher and the intern is so that the internship progresses in a pleasant and beneficial way, consequently enriching for both. Despite this, I always kept my professionalism up front and always treated him with respect, I saw him as a professional colleague because I am aware that the supervised internship teachers accept to receive us, the interns, but they do not have sufficient foundation so that can serve as guidance during the internship (Final Report, our translation).


Reflection on teaching practice in everyday school life


Perception of Supervised Internship by Teacher Alan


About the intern Alice's learning in a real school environment, teacher Alan clarified the importance of the intern having witnessed the need for flexibility in daily school life. “Flexibility, I think it was a strong point. We work in a school, like any school, where there are factors external to our planning, interference. As on that day I had to mix a group, there is no water, it's raining a lot, only half the group came (...)”. He also highlighted that he hopes the intern has learned about the functioning and reality of the teacher's life. “I asked





her: 'Is it really worth being a teacher? Or move to another area? He earns this much, he does this, there is this type of demand’” (Final Interview, our translation).

Regarding class issues, the teacher highlighted that he hopes that the intern has learned to be more flexible and to "handle" unexpected situations and to have "sensitivity" to realize when it is not possible to continue with the previously established planning (Final Interview) .


Intern Alice's Perception of the Supervised Internship


About the contents learned in this supervised internship process with the supervising teacher Alan, the intern Alice stated that she learned to deal with stressful situations and to be more professional, even in those moments when she disagreed with something. “Knowing how to deal with stressful moments and being professional in those moments (laughs) because sometimes I was there, angry and stressed and I didn't show it, I acted normal as I had to act during the internship” (Final Interview, our translation).


Discussing the data...


Supervising teacher Alan sees the supervised curricular internship period as an important stage in teacher education and believes that the intern must know all school spaces and experience all the problems inherent to a public school in the city. He said he understands his role in the intern's professional formation as one of great responsibility and hopes to have been seen by the intern Alice as a friend who was there to help.

The supervising teacher realized that he offered an internship endowed with a lot of autonomy and that it gave Alice maximum access to the school reality, providing an anticipated experience of a real school. For him, the spaces for the intern to act out her autonomy with the students occurred at the opportune moments when he left the court, so that she could experience the reality of a Physical Education class in a public school. Alan evaluated the internship process positively and highlighted that the intern was proactive, needing only to work more on her insecurity in class with the students.

All this availability favors a closer relationship between the ST and its intern and expands the opportunities for guidance about classes, students, the school, the teaching career, among others (BUENO; SOUZA, 2012).

However, the ST's perception of the welcome offered to his intern is quite different from the intern's perception of the same period. In her interviews, Alice pointed out the ST's lack of interest in the internship, with absences from classes and few moments for guidance




and feedback on the interventions carried out. In addition, she commented on the lack of organization, class planning and Alan's invitation to participate in other spaces and school events, limiting her experience with other teachers/school staff.

Finally, the intern Alice believes that she had the opportunity to learn to deal with stressful situations and still be a professional in these moments, without showing anger or dissatisfaction, because in some moments of disagreement with the ST, she managed to conduct the internship without fights or annoyances. She understood that Alan did not exercise his role as advisor and educator in this process, as he did not show interest and/or knowledge of how he should conduct the supervised curricular internship.

The intern realized that the internship period she experienced was fruitful and enriching as she had the opportunity to practice a little teaching, even without proper supervision, guidance and feedback on her interventions and reflections on her pedagogical practices by the ST. And she pointed out that Alan should not be acting as a supervising teacher, given the lack of formation or qualification to receive an intern in his classes.

According to Araújo (2014), the ST should see their intern as a professional partner and put them in that position in front of other teachers, employees and students, as a future co- worker in formation. Postures like these allow the intern more security and autonomy to interact and intervene in the professional environment.


It is a very specific relationship of companionship, a formative accompaniment whose focus is on the future of the existence of the accompanied person, which, in this case, is the intern. In such a relationship, the one who accompanies (the partner teacher) provides the person with the necessary conditions so that he can discover his possibilities, organizing favorable situations for formation or taking advantage of favorable situations (SARTI, 2013, p. 94, our translation).


Final considerations


The professional formation of the intern is the responsibility of several active participants in this process: each one has a distinct and equally important role. The university and the school are two formative spaces and must work in partnership for the true success of the supervised curricular internship (SARTI, 2009).

At school, the supervising teacher assumes the role of receiving and guiding the intern in the environment, as well as introducing him to the teaching routine. But for this to be actually done, the teacher must know their role as an educator and be interested in being part of this important stage of the student teacher. It is essential for the teacher to reflect on their




actions and postures with their intern, so that they can provide a quality internship moment (BENITES, 2012).

In this study, the perception of the ST and his intern about the same internship period was quite distinct and endowed with elements that configure the internship, seen in different ways. These differences make it difficult and limit the full development of this important stage of the undergraduate student's initial education, bringing harm to the anticipated experience of the intern's future workplace.

Among the reasons that lead to this situation, the one perceived in this study was that the ST did not have specific formation to receive and guide an intern and did not receive formation or guidelines by the intern's university of origin, situations that opened space for a "handicraft doing” of the teacher, acting with the intern in an intuitive and insecure manner. This factor may have influenced the conduct and differences in perceptions about the supervised internship of the supervising teacher and his intern.

Thus, it is essential to reflect further on the period of ECS and the special formation of these supervisor teachers, so that their choices and attitudes towards their interns have greater awareness and intention, providing opportunities for a better experience about the daily life of teachers.


ACKNOWLEDGMENTS: To CAPES, because this work was carried out with the support of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel - Brazil (CAPES) - Financing Code 001.


REFERENCES


BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.


BENITES, L. O professor-colaborador no estágio curricular supervisionado em Educação Física: perfil, papel e potencialidades. 2012. 180 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2012.


BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 28/2001, de 2 de outubro de 2001. Dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF: CNE, 2001. Available: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028.pdf. Access: 10 Oct. 2020.





MOTA, D. Licenciandos de Educação Física no contexto do Estágio Curricular Supervisionado: um estudo sobre indicadores de acolhimento. 2020. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2020.


PIMENTA, S.; LIMA, M. Estágio e docência. Ed. São Paulo: Cortez: São Paulo, 2019.


SARTI, F. M. Parceria intergeracional e formação docente. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 2, p. 133-152, 2009.


SOUZA NETO, BENITES. L. Os desafios da prática na formação inicial docente: experiência da Educação Física da UNESP de Rio Claro. Cadernos de Educação, p. 02-22, set./dez.

2013.


How to reference this article


LIMA, D. M.; COSTA, M. A. P.; SANTOS, J. H. Supervised curricular internship: a case study on the perceptions of the supervising teacher and his intern. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 3, p. 2019-2035, July/Sep. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.14705


Submitted: 20/11/2020 Required revisions: 09/12/2020 Approved: 10/01/2021 Published: 01/07/2021