image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1215A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A EDUCAÇÃO DO CAMPO:OPÇÃO EPISTEMOLÓGICA E APORTE POLÍTICO IDEOLÓGICOLA PRODUCCIÓN DE CONOCIMIENTO SOBRE LA EDUCACIÓN DE CAMPO: OPCIÓN EPISTEMOLÓGICA Y APOYO POLÍTICO IDEOLÓGICOTHE PRODUCTION OF KNOWLEDGE ABOUT RURAL EDUCATION: EPISTEMOLOGICAL OPTION AND IDEOLOGICAL POLITICAL SUPPORTSolange Martins Oliveira MAGALHÃES1Amone Inácia ALVES2RESUMO: O objetivo deste texto é identificar e analisar dissertações e teses desenvolvidas sobre a temática Educação do Campo, no PPGE/Faculdade de Educação/Universidade Federal de Goiás, período 2018-2019. Construiu-se o Estado da Arte sobre o tema a partir da análise das perspectivas teóricas e epistemológicas desenvolvidas. O recorte foi feito a partir de dois descritores: movimentos sociais, trabalho e educação no/do campo. Nossas questões: que perspectivas teóricas foram escolhidas pelos autores? Qual é o conceito de educação do campo defendido? A análise identificou que as bases epistemológicas endossam uma proposta de Educação do Campo crítica e emancipadora, portanto, teoricamente associada à perspectiva da bildung, ou seja, representante do viés contra-hegemônico. PALAVRAS-CHAVE: Bildung. Educação do campo. Movimentos sociais. Trabalho. RESUMEN: El propósito de este texto es identificar y analizar disertaciones y tesis desarrolladas sobre el tema Educación Rural, realizadas en el PPGE/Facultad de Educación/Universidad Federal de Goiás, período 2018-2019. A partir del tema, se construyó el Estado del Arte sobre el tema, además del análisis de las perspectivas teóricas y epistemológicas desarrolladas. El corte se hizo a partir de dos descriptores: movimientos sociales, trabajo y educación en/desde el campo. El método dialéctico ayudó a responder las siguientes preguntas: ¿qué perspectivas teóricas eligieron los autores? ¿Cuál es el concepto de educación de campo que se defiende? El análisis identificó que las bases epistemológicas avalan una propuesta de educación crítica y contrahegemónica, por tanto, asumida teóricamente desde la perspectiva de la bildung, es decir, como representante del sesgo contrahegemónico.PALABRAS CLAVE: Bildung. Educación rural. Movimientos sociales. Trabajo.1Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brasil. Docente do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1187-112X. E-mail: solufg@hotmail.com 2Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3131-6230. E-mail: amoneinacia@gmail.com
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1216ABSTRACT: The purpose of this text is to identify and analyze dissertations and theses developed on the theme Rural Education, carried out at PPGE/Faculty of Education/Federal University of Goiás, period 2018-2019. From the theme, the State of the Art was built on the theme, in addition to the analysis of the theoretical and epistemological perspectives developed. The cut was made from two descriptors: social movements, work and education in/from the countryside. The dialectical method helped to answer the following questions: what theoretical perspectives were chosen by the authors? What is the concept of field education advocated? The analysis identified that the epistemological bases endorse a proposal of critical and counter-hegemonic education, therefore, assumed theoretically from the perspective of bildung, that is, as a representative of the anti-hegemonic bias.KEYWORDS: Bildung. Rural education. Social movements. Work. IntroduçãoA proposição de uma Educação do Campo na contramão das atuais reformas educacionais neoliberais, ou seja, pensada para libertar os povos do campo ou como expressão das lutas dos movimentos sociais, tem encontrado bastante resistência nos últimos anos (RAMOS; CUNHA, 2020). E quanto mais ela conseguir dar visibilidade aos sujeitos do campo, atuar como geradora de conscientização do homem do campo, para que ele possa se fixar na terra, ser representante dos movimentos sociais (GOHN, 2020) e dos assentamentos, além de tudo o que esses representam para as comunidades agrárias, maior se constitui a resistência à sua consolidação. O caso é que quanto mais a proposição de uma Educação do Campo consolidar um sentido político e ideológico voltado aos interesses dos povos do campo, portanto, contra-hegemônico, maior tende a ser a força imposta na sua resistência e na consolidação de um modelo de educação que seja conformadora do campesinato brasileiro (RAMOS; CUNHA, 2020). Defender e militar por uma Educação do Campo, conforme as lutas dos ativistas representantes da base da sociedade campesina, como argumentam Magalhães e Moura (2020a, p. 645), não prescinde do apoio das universidades públicas que, por meio de várias ações, mas sobretudo pelo material formativo, advindo da produção acadêmica, apoia a consolidação de uma “natureza epistemológica e ontológica de educação do campo, com base formativa voltada à consciência política crítica”, influenciando na construção da identidade dos povos campesinos. Isso significa que apartir do enfoque acadêmico, de aportes teóricos sólidos, como por exemplo, a partir de uma produção com centralidade no método Materialista Histórico-Dialético, ajuda-se a reforçar “outra compreensão da realidade”, o que envolve postura política
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1217esclarecedora (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 645). Nesse sentido, o espaço privilegiado e representativo da produção acadêmica se configura como espaço de defesa de bases teóricas que garantam posicionamentos ético-políticos, mediados pela emergência de consciências capazes de gerar de novas alternativas da ação social. A mesma produção tende a ser representativa da militância dos movimentos sociais em defesa do campesinato brasileiro. Na particularidade da pós-graduação em educação, com é o caso do Programa de Pós-graduação em Educação (FE/UFG), a produção de teses e dissertações tem ajudado a fortalecer uma perspectiva política de educação (FREIRE, 1996; 1998), o que se mostra bastante interessante e significativo à militância social, uma vez que ajuda a questionar e a romper com instrumentos de controle social (MAGALHÃES; SOUZA, 2019). Como asseverou Gramsci (1999), investir em meios e formas de esclarecimento se faz importante no movimento de superação das ações do grupo dominante, de sua lógica, princípios e valores. Ao sustentar um referencial teórico crítico, a produção acadêmica torna-se importante material formativo, capaz de ajudar os sujeitos a saírem da condição de dominação (MAGALHÃES; MOURA, 2020a). Além disso, o sentido político e ideológico pode reforçar uma Educação do Campo que normatiza um princípio educativo e pedagógico, voltado à denúncia e esclarecimento da ideologia dominante. Do que se entende que a ampla difusão da produção acadêmica sobre o tema poderá promover um pensar, estrategicamente, voltado à manutenção das lutas contra as desigualdades sociais e a exclusão das minorias. No campo da educação, como afirmou Saviani (2013, p. 17), se faz necessário entender que há dois grandes grupos de teorias educacionais: o primeirorefere-se às Pedagogias Hegemônicas, ligadas aos interesses da burguesia (classe dominante), as quais visam à manutenção da lógica atual; o segundogrupo visa transformar a sociedade, correspondendo aos “interesses dos dominados (classe operária), situando-se no movimento contra-hegemônico”. Kuenzer e Grabowski, (2006, p. 314) complementam sustentando que a contra-hegemonia refere-se a uma outra possibilidade de sustentar novas bases à uma educação para os que vivem do trabalho. A educação contra-hegemônica é voltada a um “projeto associado às demandas populares, articulando afirmação e negação, conquista e manutenção de processos de hegemonia e contra-hegemonia”. Freire (1998) e Gramsci (1999) reforçam que a aspiração dos movimentos sociais é a conscientização, e para que isso aconteça se faz necessário a manutenção de uma relação pedagógica que assegure diferentes elementos ao campo social. Do que se entende que, nos termos da hegemonia, ainda conforme Gramsci (1999), há a necessidade de uma educação
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1218mantenedora da ordem social, a qual deve seguir educando sujeitos adaptados, que se tornam cada vez mais alienados (MAGALHÃES; MOURA, 2020a). Nesse sentido, a educação sempre será assumida como principal estratégia da propagação e consolidação do consenso nos moldes da hegemonia, mas sobretudo, terá função alienadora, o que inviabiliza a compreensão da luta de classes e da divisão social. Dessa forma, associada aos motivos políticos, sociais, históricos e culturais, que reverberam na estrutura de classes da sociedade, a Educação do Campo recebe forte retaguarda ideológica, uma vez que a própria história brasileira mostra a constante manutenção da oligarquia agrária, para que se mantenha o controle dos povos do campo – via educação conformadora. Felizmente, a contradição existe, e a educação também se mostra forma de resistência e, nesse sentido, na mesma diligência, este trabalho configura-se como instrumento de luta e resistência, no sentido de ajudar a fortalecer uma concepção de Educação do Campo como Bildung (SOUZA, 2014). Sustenta-se que a pós-graduação em educação se constitui como espaço privilegiado de debate e sistematização de conhecimento formativo, que pode apoiar a lutas pelos direitos dos povos do campo. Ampliando essa discussão, o percurso desse artigo sustenta: a) Educação do campo como bildung; b)A produção acadêmica e a ancoragem de bases epistemológicas à Educação do Campo; c) A produção do conhecimento sobre a educação do campo: opção epistemológica x aporte político ideológico. Educação do campo como bildung: pressuposto teóricoO conceito de bildungé analisado por Souza (2014) que, a partir de Hegel (1988), o associa à educação como processo integral de formação histórica; como caminho da consciência e do espírito para a liberdade, ideia que tambémse relaciona ao desenvolvimento interior do sujeito, de sua autonomia. A bildung, enquanto base formativa, implica resistência ao processo desumanizador, o que exige essencialmente postura ética e política. Severino (2013), em seus escritos, sustenta que a autêntica bildung sustenta a base epistemológica materialista histórica e dialética, o que pressupõe ir além de aquisição de informações, habilidades técnicas ou didáticas, cuidado com a personalidade, a subjetividade, a sensibilidade dos sujeitos. Também exige que a formação esteja envolvida com a teia da vida sócio-cultural, sua compreensão histórica. Como fundante do processo de humanização, a bildungsustenta à Educação do Campo a necessidade de romper com a ideia puramente conteudista, meritocrática e individual, tão presente numa educação tradicional e seus discursos, em torno da ideia de competências e
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1219habilidades, como é sustentado pelos documentos oficiais, a exemplo da atual Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Por certo, como descreveu Gramsci (1999), trata-se de uma educação voltada a uma outra hegemonia – a camponesa; representativa de lutas para a conquista da terra, e para a construção de um projeto de mudança mais incisiva e revolucionária. Caldart (2000; 2004; 2009), na mesma linha reflexiva, mostrou que uma Educação do Campobildungapresenta bases e princípios capazes de ajudar a desvelar os estereótipos e condicionamentos postos aos povos do campo. Poderá elucidar as contradições das polaridades que lhes são impostas: “negatividade-positividade; denúncia/resistência, luta entre hegemonia/contra hegemonia” (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 650). Caldart (2009, p. 67-86 apud MAGALHÃES; MOURA, 2020c, p. 70402) afirma que sem uma ação reflexiva e propositiva, os povos do campo continuarão sendo: [...] tratados como inferiores, atrasados, pessoas de segunda categoria; que a situação de miséria seja o seu destino; que no campo não tenha escola, que seja preciso sair do campo para frequentar uma escola; que o acesso à educação se restrinja à escola, que o conhecimento produzido pelos camponeses seja desprezado como ignorância [...]. Ianni (1997), ao debater aspectos dos movimentos sociais e urbanos, também é referência na defesa de uma hegemonia camponesa. Ele sustenta que os trabalhadores rurais precisam ser comprometidos com as lutas por seus direitos, precisam dominar os saberes históricos e socialmente produzidos pela perspectiva da economia camponesa. Assim, sua preocupação resgata os termos da bildungque se ocupam da organização de saberes, capacidade crítica e de julgar a situação política, capacidade de “[...] distinguir os movimentos políticos mais amplos que podem determiná-la”: certamente essas questões só poderiam estar filiadas à educação como bildung (p. 83). Para finalizar a descrição da concepção de educação do campo3sustentada nesse trabalho, ou seja, como bildung, assume-se com Caldart (2009, p. 37) que é necessário “um movimento real de combate ao “atual estado de coisas”: que oriente ações/lutas concretas. Arroyo e Caldart (2009) ainda reforçam que a base de luta deve ser de denúncia, o que se combinará com os anseios dos povos do campo, ajudando-os a ressignificar suas práticas, saberes, formas de produção, organização comunitária rural e, quiçá, formulará novas bases de um projeto de educação alternativa, crítica e emancipatória. 3Dentre as conquistas, a Resolução CNE/CEB nº 2, de 28 de abril de 2008, conceitua a “educação do campo” como: aquela da área de localização da população (populações rurais) e aquela dos grupos, povos ou comunidades que se reconhecem como tal.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1220Como discutido, tendo em vista que não existe uma concepção de Educação do Campo, mas várias, e que elas estão em constante tensão, sendo representativas de vários grupos sociais, a pós-graduação tem importante papel ao retornar ao debate sobre a consolidação de epistemologias, que ancoram concepções de educação contra-hegemônica. Essa é a próxima discussão. A produção acadêmica e a ancoragem de bases epistemológicas contra-hegemônicas à Educação do CampoO domínio da epistemologia é a ferramenta de que o homem dispõe para cuidar da orientação da produção do conhecimento. Ajuda os sujeitos no entendimento e intervenção no mundo natural e no mundo social (MAGALHÃES, 2018a; MAGALHÃES; SOUZA, 2018). A produção do conhecimento ancora epistemologias, o que será aqui pensado a partir da epistemologia da prática e epistemologia da práxis. A epistemologia da prática liga-se à vertente mercadológica, valida práticas hegemônicas e subordina a educação aos princípios liberais que legitimaram valores de competitividade. Já a epistemologia da práxis associa-se à vertente emancipadora, que está relacionada a uma posição crítica contra-hegemônica, sobretudo na promoção da educação como práxis. Essas duas vertentes estão postas na produção acadêmica, instituindo discursos que são utilizados como material formativo, por isso acabam por influenciar nas formas como se pensa a concepção de educação posta aos povos campesinos. Além disso, essas duas vertentes também implicam explicitar um posicionamento político e ético, não só dos pesquisadores, mas entre aqueles que utilizam esse material como base formativa. Portanto, as vertentes mercadológicas e emancipadoras sustentam suas próprias bases epistemológicas, e essas sustentam a explicitação de conceitos, concepções, ideias, valores e princípios que circulam no campo da Educação do Campo, e não só no campo acadêmico, mas no exercício da prática social. Como explicado por Frigotto (2006), se o direcionamento assumido se pautar no método materialista histórico e dialético, portanto, na epistemologia da práxis, o conhecimento é ajustado à problematização da realidade e da cultura vivida; mas se for pautado em perspectivas pragmáticas, ou seja, em favor da ideologia que obscurece o real, mantém-se a alienação dos homens e sua incapacidade de reconhecer com clareza a sua própria história, será mantenedor da estrutura social. Saviani (2011; 2013; 2016) complementa ao afirmar que a epistemologia trata do estudo das possibilidades, legitimidade, valor e limites do conhecimento científico. A perspectiva
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1221epistemológica define uma racionalidade ou estruturas conceituais prévias, cujos princípios dizem como são sustentadas as ideias ou paradigmas orientadores da produção do conhecimento. A partir das bases epistemológicas torna-se possível desenhar, em sentido amplo, as características dos que optam pela epistemologia da prática e dos que escolhem a epistemologia da práxis. Essas escolhas refletem teoricamente, do ponto de vista da epistemologia da práxis, como definiu Magalhães (2018b), a produção do conhecimento que é sustentada pelo materialismo histórico-dialético (MHD), e em termos contra-hegemônicos, sustenta atividades pedagógicas que oportunizam construções diversas, de maneira crítica, aberta e autônoma, o que demanda a elaboração reflexiva e saberes emancipatórios, portanto bildung.Por outro lado, a epistemologia da prática liga-se à perspectiva positivista do pensamento convergente, que sustenta e reforça o atual sentido ideológico. Anuncia e sustenta visões de mundo e de sociedade que encobrem as diferenças entre os homens, em especial as diferenças das classes sociais, numa imbricação que interfere no desenvolvimento do pensamento e da própria consciência dos sujeitos. Por isso, sustenta um intento que sugere constante controle e avaliação da produção do conhecimento, que deve ser voltado às competências e à eficácia, conforme conceitos originários da indústria e da iniciativa privada, sujeito à mercantilização, o que também se estende à educação. Ambas as epistemologias – práxis e da prática, estão relacionadas à consistência epistemológica da produção do conhecimento, explicita o posicionamento político e ideológico postos na produção que assume como tema a Educação do Campo. Nesse sentido, questiona-se se essa descrição teórica pode ser identificada na produção da pós-graduação em educação e se a opção epistemológica assumida nas pesquisas propaga e contribui para a consolidação de uma concepção de educação do campo que represente as lutas dos movimentos sociais. A produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: opção epistemológica x aporte político ideológicoÉ inconteste que nos últimos anos a universidade pública e a sociedade brasileira se deparam com as pressões neoliberais que, ostensivamente, dirige ameaças, fundadas numa racionalidade obscurantista, negadora da ciência, da crítica, da verdade e do pensamento livre. Os ataques também são direcionados a seus cursos de pós-graduação, impondo-lhes forças antiemancipatórias, antidemocráticas, pró-capitalistas, como pilares da visão do atual governo, reformista e fundamentalista. Pode-se afirmar que a educação se encontra sob a tutela de uma
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1222regulamentação que se sustenta em costumes e em uma moral conservadora, voltados à formalização imposta por parte do atual governo federal. Conforme já explicado, a imposição da lógica utilitarista sustenta transformações de ordem epistêmicas e sociais, que no caso da educação sustenta a passagem do caráter formativo ao informativo, movimento que exige várias formas de resistência (MAGALHÃES; MOURA, 2020b). No campo da pós-graduação evidencia-se a mesma correlação de forças, as quais tencionam o que se pretende com a Educação do Campo e referenda os movimentos sociais ou o imposto pelas políticas educativas. É preocupante a forma como se embasa a produção acadêmica, entendendo, como já dito, que ela sustenta valores e princípios. A produção do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação/Universidade Federal de Goiás, período 2018-19, filiada à linha “Trabalho, Educação e Movimentos Sociais”, é representativa da temática, ajudando na identificação do que se propõe a Educação do Campo. Na sistematização dos trabalhos optamos pela construção de categorias de análise que ajudaram a responder se era possível identificar a base epistemológica assumida; se havia posicionamento político ideológico entre os pesquisadores; e, ainda, se ele coincidiria com o dos movimentos sociais. No quadro 1 descreve-se o que se busca com cada categoria de análise: Quadro 1 –Descrição das categorias de análise que sustentam a interpretação da concepção de educação do campo CATEGORIAS DE ANÁLISE: DESCRIÇÃO DE SEUS SIGNIFICADOSCategoriasDescrição de ementasBase epistemológicaExpressa a lógica de toda investigação científica; revela a escolha epistemológica, o como o pesquisador interpreta a realidade, o como imprime um posicionamento gnosiológico, político e uma ética na pesquisa. O nível de análise epistemológico relaciona-se à construção do conhecimento, ao como se sabe ou que se crê saber. Envolve concepções do real ou visões de mundo, que de forma implícita sustentam toda relação cognitiva.TemaA categoria tema relaciona-se ao objeto de estudo, sua clareza sustenta a revisão da literatura,os condicionamentosque o envolve e delimita oobjeto depesquisa.Concepção de educaçãoRelaciona-se a concepções articuladas ao ideário pedagógico, elas expressam: visões de mundo, homem, sociedade, educação, escola, professor, aluno, processo ensino-aprendizagem, construídas conforme pressupostos coerentes com uma abordagem crítica. Base teóricaImplica no referencial teórico assumido, no diálogo com os pensadores, ao mesmo tempo, sustenta a reflexão crítica, a coerência na variedade de conceitos utilizados. Também se refere à lente que baliza teoricamente o olhar do pesquisador sobreo objeto de estudo, de forma implícita sustenta a relação cognitiva construída. Essa categoria implica um diálogo com pensadores, mas, ao mesmo tempo, reflexão e crítica constante às questões e às respostas deles. A opção teórica demonstra coerência na variedade de conceitos que o pesquisador constrói a partir da escolha dos autores.
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1223Posicionamento políticoEstá relacionada à orientação político-ideológica do pesquisador; é o responsável pela manutenção ou posição contrária à hegemonia. O posicionamento político revela a ética e o ideológico do pesquisador, quais são seus objetivos perante a realidade social.Fonte: Magalhães (2018a, p. 11) A pesquisa inicia-se pela identificação dos trabalhos do período, como mostra o quadro 2. Em seguida, apresenta-se recortes das dissertações e teses. Na linha “Trabalho, Educação e Movimentos Sociais” localizou-se 12 teses e 10 dissertações defendidas no período proposto por essa pesquisa. Seus temas eram variados, sobretudo no campo da luta sindical, educação popular, educação de jovens e adultos, trabalho docente, formação política, dentre outros. Para analisar a Educação do Campo, desenvolveu-se a abordagem qualitativa, na composição do Estudo de Caso. A seleção das dissertações e teses seguiu os seguintes descritores: movimentos sociais, educação do campo, formação de educadores. Ao localizá-las, nos ocupamos da leitura integral, o que revelou que o objeto de estudo estava centrado nos seguintes trabalhos: Quadro 2 – Teses e dissertações defendidas no PPGE 2018-2019: Temas TIPOTÍTULOSTEMAAUTORESANO DE DEFESA1DModo de vida e reprodução camponesa no Assentamento Vila Boa em Goiás Cultura; saberes; posicionamento político;Rodrigo Bastos Daude 20182DSer Kalunga: Entre a modernidade e a tradição Identidade; Tradição;Rosolindo Neto de Souza Vila Real20183D Aprender a jogar o jogo: práticas educativas e reprodução camponesa Educação do campo;Posicionamento político;Juliana Carneiro Guimarães 20184DSaberes sociais e memórias de territórios camponeses em GoiásLideranças políticas;Memória; Saberes;Joyce de Almeida Borges2019MEscola Família Agrícola e reprodução social camponesa: Construindo caminhos de resistênciaEducação do campo;Posicionamento político;Érika Fernanda Pereira de Souza 20196MMemória camponesa: Os conflitos pela terra e a educação do campo no município de BarreirasEducação do campo;Posicionamento político;Cleonice Ferreira dos Santos 2018Fonte: Elaborado pelas autoras No que se refere à categoria tema, o trabalho 1, tese intitulada “Modo de vida e reprodução camponesa no Assentamento Vila Boa em Goiás”, por meio de um estudo bibliográfico buscou compreender a cultura no assentamento rural de Vila Boa no município de Goiás-GO. Identificou-se os impasses e avanços na cultura, a partir dos elementos característicos do modo de vida dos assentados no sentido da reprodução social. Trata da questão agrária, campesinato e da política agrária no Brasil, bem como das primeiras ocupações e assentamentos rurais em Goiás. O trabalho contribui com esse estudo no sentido de que
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1224identificou a Educação do Campo como reflexo da cultura, criação e um conjunto de práticas, técnicas, símbolos e valores para convivência social. Indicou-se que a cultura campesina é mantenedora de um conjunto de práticas representativas de seu modo de vida, sua preservação significa a manutenção da vida social do camponês. O trabalho 1 reforça a necessidade de uma Educação do Campo nos termos da bildung, pois ela pode favorecer a compreensão de aspectos relacionados à reprodução social do camponês. No trabalho 2,“Ser Kalunga: Entre a modernidade e a tradição”, foi desenvolvido um estudo etnográfico que teve como objetivo geral investigar a condição da identidade de atores que vivem na comunidade Kalunga. Embora o trabalho não trate da especificidade da Educação do Campo, contribui ao destacar que aquela comunidade campesina possui elementos da tradição que precisam ser preservados e que eles participam da construção da própria identidade dos kalungas. O trabalho 2 também reforça a necessidade de uma concepção de educação nos termos da bildung, destacando como ela implica na formação da identidade dos sujeitos campesinos. O trabalho 3, “Aprender a jogar o jogo: práticas educativas e reprodução camponesa”,pesquisou sobre o papel da educação na reprodução camponesa, por meio da análise das práticas educativas ofertadas pelos diferentes agentes e instituições que lidam com o campesinato no campo agrário jataiense. Identificou-se que a educação tem um papel central no processo de reprodução social do campesinato e interfere diretamente na (re)capitalização ou descapitalização desse segmento social no interior do campo agrário, pois influencia, principalmente, na produção, distribuição e comercialização de seus produtos e na renda familiar, responsável, em boa medida, pela manutenção do campesinato no campo e na terra. O estudo 3 destacou a importância da função social da educação, enquanto mediadora de consciência política frente à manutenção do campesinato na terra, o que reforça a necessidade de uma Educação do Campo, nos termos da bildung, na especificidade de sua função social emancipadora. O trabalho 4, “Saberes sociais e memórias de territórios camponeses em Goiás”, analisou as lideranças presentes em movimentos sociais camponeses, em Comunidades Eclesiais de Base, e nos sindicatos dos trabalhadores rurais. Indicou que essas desempenharam papéis determinantes no enfrentamento das tensões entre o capital agrário e o campesinato. Fez parte do corpo da análise as ações desenvolvidas e as intermediações nos conflitos no campo, as memórias de lutas e as resistências de atores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e ao Movimento Terra Livre (MTL). Ao compor a história da comunidade campesina analisada, denotou-se que os assentados possuem conhecimentos e saberes ligados
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1225aos aspectos formais e informais, transitam ainda entre as práticas religiosas, com menor participação hoje em movimentos sociais. Embora a especificidade do trabalho 4 não esteja relacionada à discussão de uma educação do campo, enfatizou a existência de um saber social construído a partir de confrontos sociais, por meio do diálogo, das ações coletivas e individuais, e de construções pedagógicas do cotidiano, através de formação, como a participação em reuniões, em místicas, em círculos de debates, em cursos, em equipes de trabalho, em ocupações e palestras, aspectos que estão diretamente relacionados a uma educação que seja mantenedora de saberes próprios do grupo, no sentido defendido por Brandão – educação como cultura, a qual possibilitará, por meio de sua abordagem política, novas práticas de enfrentamento coletivo e popular na formação das pessoas do campo, como novos sujeitos históricos, capazes de realizar uma leitura mais crítica e política do mundo. O trabalho 5, desenvolvido na dissertação intitulada “Escola Família Agrícola e reprodução social camponesa: Construindo caminhos de resistência”, realizou uma revisão bibliográfica que sustentou a reflexão sobre o movimento por uma Educação do Campo e as condições de reprodução social camponesa. Destacou os caminhos para consolidação dos Centros de Formação por Alternância e o histórico de conquistas e desafios da Educação do Campo em Minas Gerais. Foi dada centralidade à prática político-pedagógica da escola, o que influenciou os índices de atuação profissional e produtiva dos jovens egressos. Os aspectos destacados no trabalho 5 consolidam a concepção de Educação do Campo crítica contra-hegemônica como meio de enfrentamento e resistência dos desafios estruturais para a reprodução social no território e a necessidade de fortalecimento e articulação entre os movimentos sociais na busca por melhores condições de vida para as pessoas do campo, ideia que a reforça como bildung. O trabalho 6, dissertação intitulada “Memória camponesa: Os conflitos pela terra e a educação do campo no município de Barreiras”,apresentou um estudo bibliográfico, de abordagem qualitativa, que analisou os conflitos no campo e como contribuíram para a democratização ou a conquista da terra e educação para os diversos povos do campo no município de Barreiras. O estudo expressa a proposta de uma educação do campo crítica e contra-hegemônica, portanto, bildung, uma vez que indicou que ela deveria resgatar a memória coletiva dos camponeses e camponesas, mesmo diante de condições adversas, e deveria ajudar os camponeses a resistirem ao modelo fundiário perverso. A partir da leitura e entendimento dos temas desenvolvidos, três trabalhos, apesar de foco em outros objetivos, apresentaram características que ajudam a compor a concepção de educação que é sustentada nos estudos. Os outros três trabalhos dialogaram diretamente com a
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1226especificidade da Educação do Campo, de forma que os recortes apresentados expressavam o ideário pedagógico, podendo ser articulados à concepção de educação como bildung. Isso implica assumir que as bases teóricas de todos os trabalhos estão filiadas à perspectiva da epistemologia da práxis. Ao se analisar os temas e os referenciais teóricos, pode-se inferir que tanto a base epistemológica quanto o posicionamento político e ideológico dos autores, duas outras categorias de análise, podem ser associadas à epistemologia da práxis. No que se refere à categoria referencial teórico, categoria articulada na análise, emergiu do estudo da revisão da literatura presente nos trabalhos aportes teóricos que se situam numa postura política a partir do pensamento libertário de Karl Marx, como: Antônio Gramsci, Paulo Freire, Demerval Saviani, Milton Santos, Moacir Gadotti, Mariano Fernández Enguita, Gaudêncio Frigotto, Antônio Joaquim Severino, Moacir Gadotti, Germano, Boaventura de Sousa Santos, Francisco Gutiérrez, Octavio Ianni, Michel Löwy, István Mészáros, David Harvey, Ricardo Antunes, Miguel Gonzales Arroyo, Frei Betto; Leonardo Boff, Carlos Rodrigues Brandão, Roseli Salete Caldart, Marilena Chauí, Enrique Dussel, R. B Laraia, Sérgio Lessa, José Paulo Netto, Milton Santos, Karl Korsch. Ainda compondo o referencial teórico tem-se: Pierre Bourdieu, Le Goff, Jacques Lefebvre; Maurice Halbwachs, Jean Jacques Rousseau, Fredric Jameson, Theodor W. Adorno, Michel Foucault, Max Horkheimer, Paul Singer, Marx Weber, Ecléa Bosi. No conjunto, os teóricos são representativos de uma base crítica, filiados a uma epistemologia da práxis. Considerações finaisAo iniciarmos essa discussão, partimos do seguinte questionamento: Quais temas de pesquisas foram desenvolvidos? Qual a base epistemológica assumida? As produções acadêmicas carregam aspectos que podem ser relacionados a uma concepção de educação a partir da bildung? E, ainda, na especificidade da produção do PPGE, é possível identificar um posicionamento político ideológico entre os pesquisadores? Ele coincide com a opção dos movimentos sociais? A análise da produção identificou que na articulação das categorias: temas, concepção de educação, bases teóricas e posicionamento epistemológico, presentes nas pesquisas, é possível afirmar que elas expressam as contradições, conflitos e resistências presentes no campo da pesquisa educacional que se relaciona com a Educação do Campo, mas da análise das discussões empreendidas pode-se afirmar que se relacionam ao estatuto epistemológico da
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1227práxis. Portanto, foi possível identificar o posicionamento político dos pesquisadores: contra-hegemônico. No que se refere aos aspectos relacionados à concepção de Educação do Campo, vimos que é voltada à bildung,o que reforça a militância dos movimentos sociais e, conforme afirmou Freire (1996; 1998), ao estar condizente com o entendimento de emancipação, humanização, conscientização em processo, sustenta-se a militância dos movimentos sociais que se ocupam de uma nova sociabilidade para os povos do campo. Afirma-se que a discussão aqui apresentada se distancia de um trabalho avaliativo das dissertações e teses, ao contrário, invita esforços para entender se o estatuto epistemológico se relaciona não só à superação de perspectivas mantenedoras das condições atuais dos campesinos, mas se havia a assunção de um posicionamento político, sustentado pelos movimentos sociais. Esse movimento é sustentado pela diretiva de Severino (2019), que afirma que o conhecimento expressa as condições históricas, opera no pensamento e ação, tornando os sujeitos capaz de intervir na realidade, o que favorece a identificação do posicionamento político e ideológico nos estudos – crítico e contra-hegemônico –, o qual sustenta a função de viabilizar a “disponibilidade e acessibilidade aos recursos materiais e simbólicos necessários ao aprimoramento das condições de vida” do campesinato (SEVERINO, 2019, p. 902). Portanto, o posicionamento político dos autores é pertinente em responder às demandas políticas dos movimentos sociais, atrelando-se à preservação dos saberes e da cultura campesina como componentes de suas identidades.Além disso, no que se refere à concepção de Educação do Campo, as discussões tecem um caminho para sua construção nos moldes da bildung, que revela uma educação como ação política, que referenda a luta dos movimentos sociais, capaz de ajudar a manter, por meio de uma ação consciente dos sujeitos, os direitos dos povos do campo.REFERÊNCIASARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. Por uma educação do campo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento sem Terra:escola é mais do que Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. CALDART, R. S. Educação do Campo:traços de uma identidade em construção. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1228CALDART, R. S. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 35-64, mar./jun. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/z6LjzpG6H8ghXxbGtMsYG3f/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 jan. 2021. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.São Paulo: Editora Cortez, 1996. FREIRE, P. A importância do Ato de Ler. São Paulo: Editora Cortez, 1998. FRIGOTTO, G. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In:FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2006, p. 69-90. GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. v. 1. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1999. GOHN, M. G. A produção sobre os movimentos sociais na América Latina. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 13, n. 28, p. 79-103, set./dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2014v13n28p79. Acesso em: 09 dez. 2020. HEGEL, G. W. F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Ed. 70, 1988. IANNI, O. Teorias da globalização. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. KUENZER, A. Z.; GRABOWSKI, G. Educação Profissional: desafios para a construção de um projeto para os que vivem do trabalho. Perspectiva, v. 24, n. 1, p. 297-318, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10762. Acesso em: 21 ago. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. Epistemologia da práxis e a produção do conhecimento. R. Educ. Públ., Cuiabá, v. 27, n. 64, p. 17-40, jan./abr. 2018a. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/1702. Acesso em: 19 dez. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Análise epistemológica da produção acadêmica sobre educação ambiental: a perspectiva crítica. Revista Educere Et Educare, v. 13, n. 30, jan./abr. 2018a. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/18125. Acesso em: 10 out. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Epistemologia da práxis: enfoque emancipatório e contra hegemônico na produção acadêmica. Revista Intersaberes,v. 13, n. 30, 2018b. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. de. (org.). Epistemologia da práxis e epistemologia da prática: Repercussões na produção de conhecimentos sobre professores. Série as dimensões da formação humana. Campinas: Mercado de Letras, 2019. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, M. V. Docência universitária na universidade pública brasileira: resistência em tempos de pandemia da COVID-19. Revista Trabalho, Política e
image/svg+xmlA produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1229Sociedade, v. 5, n. 09, p. 637-656, jul./dez. 2020a. Disponível em: http://costalima.ufrrj.br/index.php/RTPS/article/view/700. Acesso em: 12 jun. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. de. Educação do Campo e Formação de Educadores na Perspectiva do Ensino Desenvolvimental: Por uma Educação Crítica e Emancipatória aos Povos do Campo. Obutchénie Revista de Didática e Psicologia Pedagógica. Uberlândia, v. 4, n. 3, p. 643-666. set./dez. 2020b. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/58431. Acesso em: 19 jul. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. Aspectos epistemológicos da educação do campo como resultado da militância dos movimentos sociais. Brazilian Journal of Development., Curitiba, v. 6, n. 9, p. 70396-70410, set. 2020c. Disponible en: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/17015. Acceso: 12 maio 2020. RAMOS, J. R. S.; CUNHA, K. A educação do campo como política curricular nas “Amazônias”: territórios, insurgências e re(existências). Revista Teias, v. 21, n. 61, abr./jun. 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/49776. Acesso em: 30 ago. 2021. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Autores Associados; 2013. SAVIANI, D. A Pedagogia Histórico-Crítica na Educação do Campo. In:BASSO, J. D.; NETO, J. L. S.; BEZERRA, M. C. S. Pedagogia histórico-crítica e educação no campo:história, desafios e perspectivas atuais. São Carlos: Pedro & João Editores, 2016. SEVERINO, A. J. Epistemologias da política educacional: algumas precisões conceituais. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa,v. 2, n. 1, p. 1-5, 2013. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/retepe/article/view/10477. Acesso em: 15 abr. 2021. SEVERINO, A. J. Pesquisa educacional: da consistência epistemológica ao compromisso ético. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. 3, p. 900-916, jul./set. 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14i3.12445. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12445. Acesso em: 18 maio 2021. SOUZA, R. C. C. R. de. Qualidades epistemológicas e sociais na formação, profissionalização e prática dos professores. In:SOUZA, R. C. C. R.; MAGALHÃES, S. M. O. (org.). Poiésis e Práxis II: formação, profissionalização, práticas pedagógicas. Goiânia: América, 2014.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES e Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1230Como referenciar este artigo MAGALHÃES, S. M. O.; ALVES A. I. A produção do conhecimento sobre a Educação do Campo: Opção epistemológica e aporte político ideológico. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 Submetido em:01/02/2021 Revisões requeridas em: 15/05/2021 Aprovado em: 27/02/2022 Publicado em:01/04/2022
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1221LA PRODUCCIÓN DE CONOCIMIENTO SOBRE LA EDUCACIÓN DE CAMPO: OPCIÓN EPISTEMOLÓGICA Y APOYO POLÍTICO IDEOLÓGICOA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A EDUCAÇÃO DO CAMPO:OPÇÃO EPISTEMOLÓGICA E APORTE POLÍTICO IDEOLÓGICOTHE PRODUCTION OF KNOWLEDGE ABOUT RURAL EDUCATION: EPISTEMOLOGICAL OPTION AND IDEOLOGICAL POLITICAL SUPPORTSolange Martins Oliveira MAGALHÃES1Amone Inácia ALVES2RESUMEN: El propósito de este texto es identificar y analizar disertaciones y tesis desarrolladas sobre el tema Educación Rural, realizadas en el PPGE/Facultad de Educación/Universidad Federal de Goiás, período 2018-2019. A partir del tema, se construyó el Estado del Arte sobre el tema, además del análisis de las perspectivas teóricas y epistemológicas desarrolladas. El corte se hizo a partir de dos descriptores: movimientos sociales, trabajo y educación en/desde el campo. El método dialéctico ayudó a responder las siguientes preguntas: ¿qué perspectivas teóricas eligieron los autores? ¿Cuál es el concepto de educación de campo que se defiende? El análisis identificó que las bases epistemológicas avalan una propuesta de educación crítica y contrahegemónica, por tanto, asumida teóricamente desde la perspectiva de la bildung, es decir, como representante del sesgo contrahegemónico. PALABRAS CLAVE: Bildung. Educación rural. Movimientos sociales. Trabajo. RESUMO: O objetivo deste texto é identificar e analisar dissertações e teses desenvolvidas sobre a temática Educação do Campo, no PPGE/Faculdade de Educação/Universidade Federal de Goiás, período 2018-2019. Construiu-se o Estado da Arte sobre o tema a partir da análise das perspectivas teóricas e epistemológicas desenvolvidas. O recorte foi feito a partir de dois descritores: movimentos sociais, trabalho e educação no/do campo. Nossas questões: que perspectivas teóricas foram escolhidas pelos autores? Qual é o conceito de educação do campo defendido? A análise identificou que as bases epistemológicas endossam uma proposta de Educação do Campo crítica e emancipadora, portanto, teoricamente associada à perspectiva da bildung, ou seja, representante do viés contra-hegemônico. PALAVRAS-CHAVE: Bildung. Educação do campo. Movimentos sociais. Trabalho. 1Universidad Federal de Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brasil. Profesora del curso de Pedagogía y del Programa de Posgrado en Educación. Doctor en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1187-112X. E-mail: solufg@hotmail.com 2Universidad Federal de Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brasil. Profesora del Programa de Posgrado en Educación. Doctor en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3131-6230. E-mail: amoneinacia@gmail.com
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1222ABSTRACT: The purpose of this text is to identify and analyze dissertations and theses developed on the theme Rural Education, carried out at PPGE/Faculty of Education/Federal University of Goiás, period 2018-2019. From the theme, the State of the Art was built on the theme, in addition to the analysis of the theoretical and epistemological perspectives developed. The cut was made from two descriptors: social movements, work and education in/from the countryside. The dialectical method helped to answer the following questions: what theoretical perspectives were chosen by the authors? What is the concept of field education advocated? The analysis identified that the epistemological bases endorse a proposal of critical and counter-hegemonic education, therefore, assumed theoretically from the perspective of bildung, that is, as a representative of the anti-hegemonic bias.KEYWORDS: Bildung. Rural education. Social movements. Work. IntroducciónLa propuesta de una Educación de Campo en el contexto de las actuales reformas educativas neoliberales, es decir, diseñada para liberar a los pueblos del campo o como expresión de las luchas de los movimientos sociales, ha encontrado una gran resistencia en los últimos años (RAMOS; CUNHA, 2020). Y cuanto más pueda dar visibilidad a los sujetos del campo, actuar como generador de conciencia del hombre del campo, para que pueda asentarse en el terreno, ser representativo de los movimientos sociales (GOHN, 2020) y asentamientos, además de todo lo que representan para las comunidades agrarias, mayor será la resistencia a su consolidación. El caso es que cuanto más consolida la propuesta de una Educación de Campo un sentido político e ideológico centrado en los intereses de los pueblos del campo, por lo tanto, contrahegemónico, mayor es la fuerza impuesta en su resistencia y en la consolidación de un modelo de educación que se ajusta al campesino brasileño (RAMOS; CUNHA, 2020). Defender y militar por una Educación de Campo, según las luchas de los activistas que representan la base de la sociedad campesina, como argumentan Magalhães y Moura (2020a, p. 645), no prescinde del apoyo de las universidades públicas que, a través de diversas acciones, sino sobre todo por el material formativo, proveniente de la producción académica, apoya la consolidación de un "carácter epistemológico y ontológico de la educación de campo, basado en la conciencia formativa centrada en la conciencia política crítica", influyendo en la construcción de la identidad de los pueblos campesinos. Esto significa que, desde el enfoque académico, de sólidos aportes teóricos, como de una producción con centralidad en el método materialista histórico-dialéctico, ayuda a reforzar "otra comprensión de la realidad", que implica una postura política esclarecedora (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 645). En este sentido, el espacio privilegiado y
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1223representativo de la producción académica se configura como un espacio de defensa de bases teóricas que garanticen posiciones ético-políticas, mediadas por el surgimiento de conciencias capaces de generar nuevas alternativas a la acción social. La misma producción tiende a ser representativa de la militancia de los movimientos sociales en defensa del campesino brasileño". En la particularidad de los estudios de posgrado en educación, como el Programa de Posgrado en Educación (FE/UFG), la producción de tesis y disertaciones ha ayudado a fortalecer una perspectiva política de la educación (FREIRE, 1996; 1998), que es muy interesante y significativa para la militancia social, ya que ayuda a cuestionar y romper con los instrumentos de control social (MAGALHÃES; SOUZA, 2019). Como atacó Gramsci (1999), invertir en medios y formas de clarificación es importante en el movimiento para superar las acciones del grupo dominante, su lógica, principios y valores. Al sostener un marco teórico crítico, la producción académica se convierte en un importante material formativo, capaz de ayudar a los sujetos a salir de la condición de dominación (MAGALHÃES; MOURA, 2020a). Además, el sentido político e ideológico puede reforzar una Educación de Campo que regule un principio educativo y pedagógico, dirigido a denunciar y clarificar la ideología dominante. De lo que se entiende que la amplia difusión de la producción académica sobre el tema puede promover un pensamiento, estratégicamente, dirigido a mantener las luchas contra las desigualdades sociales y la exclusión de las minorías. En el campo de la educación, como afirmó Saviani (2013, p. 17), es necesario entender que existen dos grandes grupos de teorías educativas: la primera se refiere a pedagogías hegemónicas, vinculadas a los intereses de la burguesía (clase dominante), que tienen como objetivo mantener la lógica actual; el segundogrupo tiene como objetivo transformar la sociedad, correspondiente a los "intereses de los dominados (clase trabajadora), en el movimiento contrahegemónico". Kuenzer y Grabowski, (2006, p. 314) complementan argumentando que la contrahegemonía se refiere a otra posibilidad de sostener nuevas bases para una educación para quienes viven del trabajo. La educación contrahegemónica se centra en un "proyecto asociado a las demandas populares, articulando afirmación y negación, conquista y mantenimiento de los procesos de hegemonía y contrahegemonía". Freire (1998) y Gramsci (1999) refuerzan que la aspiración de los movimientos sociales es la conciencia, y para que esto suceda es necesario mantener una relación pedagógica que asegure diferentes elementos al campo social. De lo que se entiende que, en términos de hegemonía, todavía según Gramsci (1999), existe la necesidad de una educación de
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1224mantenimiento del orden social, que debe seguir educando sujetos adaptados, que se vuelven cada vez más alienados (MAGALHÃES; MOURA, 2020a). En este sentido, la educación siempre será asumida como la principal estrategia de propagación y consolidación del consenso en líneas de hegemonía, pero, sobre todo, tendrá una función alienante, que imposibilita entender la lucha de clases y la división social. Así, asociada a razones políticas, sociales, históricas y culturales, que repercuten en la estructura de clases de la sociedad, Campo Educación recibe un fuerte respaldo ideológico, ya que la propia historia brasileña muestra el mantenimiento constante de la oligarquía agraria, de modo que se mantiene el control de los pueblos del campo – a través de una educación conforme. Afortunadamente, la contradicción existe, y la educación también muestra una forma de resistencia y, en este sentido, en la misma diligencia, este trabajo se configura como un instrumento de lucha y resistencia, con el fin de ayudar a fortalecer una concepción de la Educación de Campo como Bildung (SOUZA, 2014). Se argumenta que los estudios de posgrado en educación constituyen un espacio privilegiado para el debate y la sistematización del conocimiento formativo, que puede apoyar las luchas por los derechos de los pueblos del campo. Ampliando esta discusión, el curso de este artículo apoya: a) La educación de campo como bildung; b) La producción académica y el anclaje de las bases epistemológicas a la educación de campo; c) La producción de conocimiento sobre la educación de campo: opción epistemológica x contribución política ideológica. La educación de campo como bildung: supuesto teóricoEl concepto de bildunges analizado por Souza (2014) quien, desde Hegel (1988), lo asocia con la educación como proceso integral de formación histórica; como camino de conciencia y espíritu hacia la libertad, idea que también se relaciona con el desarrollo interno del sujeto, de su autonomía. Bildung, como base formativa, implica resistencia al proceso deshumanizador, que esencialmente requiere una postura ética y política. Severino (2013), en sus escritos, sostiene que el auténtico bildung apoya la base epistemológica materialista histórica y dialéctica, que presupone ir más allá de la adquisición de información, habilidades técnicas o didácticas, cuidado de la personalidad, subjetividad, sensibilidad de los sujetos. También requiere que la formación se involucre con la red de la vida sociocultural, su comprensión histórica. Como fundamento del proceso de humanización, bildung apoyala educación del país en la necesidad de romper con la idea puramente conteudista, meritocrática e individual, tan
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1225presente en una educación tradicional y sus discursos, en torno a la idea de habilidades y destrezas, tal como lo respaldan documentos oficiales, como la actual Base Curricular Nacional Común - BNCC. Ciertamente, como lo describió Gramsci (1999) es una educación centrada en otra hegemonía: la campesina; representativo de las luchas por la conquista de la tierra, y por la construcción de un proyecto de cambio más incisivo y revolucionario. Caldart (2000; 2004; 2009), en la misma línea reflexiva, mostró que unaEducación de Campo Bildung presentabases y principios capaces de ayudar a develar los estereotipos y condicionamientos puestos a los pueblos del campo. Puede dilucidar las contradicciones de las polaridades que se les imponen: "negatividad-positividad; denuncia/resistencia, lucha entre hegemonía/contra hegemonía" (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 650). Caldart (2009, p. 67-86 apud MAGALHÃES; MOURA, 2020c, p. 70402) afirma que, sin una acción reflexiva y propositiva, los pueblos del campo seguirán siendo: [...] tratados como personas inferiores, atrasadas y de segunda clase; que la situación de miseria es su destino; que en el campo no hay escuela, que es necesario salir del campo para asistir a una escuela; que el acceso a la educación está restringido a la escuela, que el conocimiento producido por los campesinos es despreciado como ignorancia [...]. Ianni (1997), al discutir aspectos de los movimientos sociales y urbanos, es también un referente en la defensa de una hegemonía campesina. Sostiene que los trabajadores rurales necesitan estar comprometidos con las luchas por sus derechos, necesitan dominar el conocimiento histórico y socialmente producido desde la perspectiva de la economía campesina. Así, su preocupación rescata los términos delbildungque se ocupan de la organización del conocimiento, la capacidad crítica y de juzgar la situación política, la capacidad de "[...] distinguir los movimientos políticos más amplios que pueden determinarlo": ciertamente estos temas sólo podrían estar relacionados con la educación como bildung(p. 83). Finalizar la descripción de la concepción de la educación del campo3sostenido en este trabajo, es decir, como bildung, se asume con Caldart (2009, p. 37) que es necesario "un movimiento real para combatir el "estado actual de las cosas": guiar acciones/luchas concretas. Arroyo y Caldart (2009) también refuerzan que la base de la lucha debe ser de denuncia, que se combinará con los anhelos de los pueblos del campo, ayudándoles a resignificar sus prácticas, 3Entre los logros, la Resolución CNE/CEB Nº 2, de 28 de abril de 2008, conceptualiza la "educación de campo" como: la del área de ubicación de la población (poblaciones rurales) y la de grupos, pueblos o comunidades que se reconocen como tales.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1226conocimientos, formas de producción, organización comunitaria rural y, tal vez, formularán nuevas bases de un proyecto educativo alternativo, crítico y emancipador. Como se discutió, considerando que no existe una concepción de la Educación de Campo, sino varias, y que están en constante tensión, siendo representativas de diversos grupos sociales, los estudios de posgrado juegan un papel importante en el retorno al debate sobre la consolidación de las epistemologías, que anclan concepciones de la educación contrahegemónica. Esta es la siguiente discusión. La producción académica y el anclaje de bases epistemológicas contrahegemónicas a la educación de campoEl dominio de la epistemología es la herramienta de que dispone el hombre para ocuparse de la orientación de la producción de conocimiento. Ayuda a los sujetos en la comprensión e intervención en el mundo natural y en el mundo social (MAGALHÃES, 2018a; MAGALLANES; SOUZA, 2018). La producción de conocimiento ancla epistemologías, que aquí se pensarán desde la epistemología de la práctica y la epistemología de la praxis. La epistemología de la práctica está conectada con el aspecto de mercado, valida las prácticas hegemónicas y subordina la educación a principios liberales que legitiman los valores de competitividad. La epistemología de la praxis se asocia con el aspecto emancipatorio, que se relaciona con una posición contrahegemónica crítica, especialmente en la promoción de la educación como praxis. Estos dos aspectos se colocan en la producción académica, instituyendo discursos que se utilizan como material formativo, por lo que terminan influyendo en las formas en que se piensa la concepción de la educación puesta a los pueblos campesinos. Además, estos dos aspectos implican también explicar una posición política y ética, no solo de los investigadores, sino entre quienes utilizan este material como base formativa. Por lo tanto, los aspectos de mercado y emancipatorios sostienen sus propias bases epistemológicas, y estas apoyan la explicitud de conceptos, concepciones, ideas, valores y principios que circulan en el campo de la Educación de Campo, y no sólo en el campo académico, sino en el ejercicio de la práctica social. Como explica Frigotto (2006), si la dirección asumida se basa en el método materialista histórico y dialéctico, por lo tanto, en la epistemología de la praxis, el conocimiento se ajusta a la problematización de la realidad y la cultura vivida; pero si se basa en perspectivas pragmáticas, es decir, a favor de la ideología que oscurece lo real, se mantiene la alienación de
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1227los hombres y su incapacidad para reconocer claramente su propia historia, mantendrá la estructura social. Saviani (2011; 2013; 2016) complementa afirmando que la epistemología se ocupa del estudio de las posibilidades, legitimidad, valor y límites del conocimiento científico. La perspectiva epistemológica define una racionalidad o estructuras conceptuales previas, cuyos principios cuentan cómo se sostienen las ideas rectoras o paradigmas de la producción de conocimiento. De las bases epistemológicas es posible extraer, en un sentido amplio, las características de quienes eligen la epistemología de la práctica y de quienes eligen la epistemología de la praxis. Estas elecciones reflejan teóricamente, desde el punto de vista de la epistemología de la praxis, tal como la define Magallanes (2018b), la producción de conocimiento que se apoya en el materialismo histórico-dialéctico (MHD), y en términos contrahegemónicos, sustenta actividades pedagógicas que brindan oportunidades para construcciones diversas, de manera crítica, abierta y autónoma, lo que requiere una elaboración reflexiva y un conocimiento emancipador, por lo tanto, bildung.Por otro lado, la epistemología de la práctica está conectada con la perspectiva positivista del pensamiento convergente, que sostiene y refuerza el sentido ideológico actual. Anuncia y sostiene visiones del mundo y de la sociedad que cubren las diferencias entre los hombres, especialmente las diferencias de clases sociales, en una imbricación que interfiere en el desarrollo del pensamiento y en la conciencia misma de los sujetos. Por lo tanto, apoya una intención que sugiere un control y evaluación constante de la producción de conocimiento, que debe centrarse en las habilidades y la eficacia, de acuerdo con conceptos originados en la industria y la iniciativa privada, sujetos a mercantilización, que también se extiende a la educación. Ambas epistemologías – praxis y práctica, están relacionadas con la consistencia epistemológica de la producción de conocimiento, explica el posicionamiento político e ideológico puesto en la producción que asume como tema la Educación de Campo. En este sentido, se cuestiona si esta descripción teórica puede identificarse en la producción de estudios de posgrado en educación y si la opción epistemológica asumida en la investigación propaga y contribuye a la consolidación de una concepción de la educación del campo que representa las luchas de los movimientos sociales.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1228La producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: opción epistemológica x contribución política ideológicaEs innegable que en los últimos años la universidad pública y la sociedad brasileña se enfrentan a las presiones neoliberales que, ostensiblemente, amenaza directa, fundada en una racionalidad oscurantista, negadora de la ciencia, la crítica, la verdad y el libre pensamiento. Los ataques también se dirigen a sus cursos de posgrado, imponiéndoles fuerzas anti emancipatorias, antidemocráticas, procapitalistas, como pilares de la visión del actual gobierno, reformistas y fundamentalistas. Se puede afirmar que la educación está bajo la tutela de una regulación que se basa en costumbres y una moral conservadora, orientada a la formalización impuesta por el actual gobierno federal. Como ya se ha explicado, la imposición de la lógica utilitarista sostiene transformaciones epistémicas y sociales, que en el caso de la educación sostiene el paso del carácter formativo al informativo, un movimiento que requiere diversas formas de resistencia (MAGALHÃES; MOURA, 2020b). En el campo de los estudios de posgrado, se evidencia la misma correlación de fuerzas, que pretenden lo que se pretende con la Educación de Campo y avala los movimientos sociales o los impuestos por las políticas educativas. Es preocupante cómo se basa la producción académica, entendiendo, como ya se ha dicho, que apoya valores y principios. La producción del Programa de Posgrado en Educación de la Facultad de Educación/Universidad Federal de Goiás, período 2018-19, afiliado a la línea "Trabajo, Educación y Movimientos Sociales", es representativa del tema, ayudando en la identificación de lo que se propone Educación de Campo. En la sistematización de los estudios, se optó por la construcción de categorías de análisis que ayudaron a responder si era posible identificar la base epistemológica asumida; si había posicionamiento político ideológico entre los investigadores; y, además, si coincidiría con la de los movimientos sociales. La Tabla 1 describe lo que se busca con cada categoría de análisis: Tabla 1 -Descripción de las categorías de análisis que apoyan la interpretación de la concepción de la educación en el campo CATEGORÍAS DE ANÁLISIS: DESCRIPCIÓN DE SUS SIGNIFICADOSCategoríasDescripción de los menúsBases epistemológicasExpresa la lógica de toda investigación científica; revela la elección epistemológica, cómo el investigador interpreta la realidad, cómo imprime una gnoseología, política y una ética en la investigación. El nivel de análisis epistemológico está relacionado con la construcción del conocimiento, con cómo se sabe o se cree que sabe. Implica concepciones de las visiones reales o del mundo, que sostienen implícitamente toda relación cognitiva.
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1229TemaLa categoría temática está relacionada con el objeto de estudio, su claridad apoya la revisión de la literatura, los condicionamientos que la rodean y delimita el objeto de investigación.Concepción de la educaciónSe relaciona con concepciones articuladas a la ideación pedagógica, expresan: cosmovisiones, hombre, sociedad, educación, escuela, maestro, alumno, proceso de enseñanza-aprendizaje, construidos de acuerdo con supuestos consistentes con un enfoque crítico. Base teóricaImplica que el marco teórico asumido, en el diálogo con los pensadores, al mismo tiempo, sostiene la reflexión crítica, la coherencia en la variedad de conceptos utilizados. También se refiere a la lente que teóricamente guía la mirada del investigador sobre el objeto de estudio, sostiene implícitamente la relación cognitiva construida. Esta categoría implica un diálogo con los pensadores, pero al mismo tiempo, una constante reflexión y crítica de sus preguntas y respuestas. La opción teórica demuestra coherencia en la variedad de conceptos que el investigador construye a partir de la elección de los autores.Posicionamiento políticoSe relaciona con la orientación político-ideológica del investigador; es responsable de mantener u oponerse a la hegemonía. El posicionamiento político revela la ética e ideológica del investigador, cuáles son sus objetivos ante la realidad social.Fuente: Magalhães (2018a, p. 11) La investigación comienza identificando las obras de la época, como se muestra en el gráfico 2. Luego, se presentan recortes de disertaciones y tesis. En la línea "Trabajo, Educación y Movimientos Sociales" se localizaron 12 tesis y 10 disertaciones defendidas en el periodo propuesto por esta investigación. Sus temáticas fueron variadas, especialmente en el campo de la lucha sindical, la educación popular, la educación de jóvenes y adultos, el trabajo docente, la formación política, entre otros. Para analizar la educación de campo, se desarrolló el enfoque cualitativo en la composición del Estudio de Caso. La selección de disertaciones y tesis siguió los siguientes descriptores: movimientos sociales, educación de campo, educación de educadores. Al localizarlos, estuvimos trabajando en la lectura completa, que reveló que el objeto de estudio se centraba en los siguientes estudios: Tabla 2 – Tesis y disertaciones defendidas en PPGE 2018-2019: Temas TIPOTÍTULOSTEMAAUTORESAÑO DE DEFENSA1DForma de vida y reproducción campesina en el Asentamiento Vila Boa en Goiás Cultura; conocimiento; posicionamiento político;Rodrigo Bastos Daude 20182DSer Kalunga: Entre la modernidad y latradiciónIdentidad; Tradición;RosolindoNeto de Souza Vila Real20183D Aprender a jugar el juego: prácticas educativas y reproducción campesina Educación sobre el terreno; Posicionamiento político;Juliana Carneiro Guimarães 20184DConocimiento social y memorias de territorios campesinos en Goiás Líderes políticos;Memoria; Conocimiento;Joyce de Almeida Borges 2019
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 12305 MEscuela Familiar Agrícola y Reproducción Social Campesina: Construyendo Caminos de Resistencia Educación sobre el terreno; Posicionamiento político;Érika Fernanda Pereira de Souza 20196MMemoria campesina: Conflictos por la tierra y la educación de campo en el municipio de Barreiras Educación sobre elterreno; Posicionamiento político;Cleonice Ferreira dos Santos 2018Fuente: Elaboración propia Con respecto a la categoría temática, el trabajo 1, tesis titulada "Forma de vida y reproducción campesina en el Asentamiento Vila Boa en Goiás", a través de un estudio bibliográfico buscó comprender la cultura en el asentamiento rural de Vila Boa en el municipio de Goiás-GO. Se identificaron los impasses y avances en la cultura, a partir de los elementos característicos de la forma de vida de los pobladores en el sentido de reproducción social. Se ocupa de la política agraria, campesina y agraria en Brasil, así como de las primeras ocupaciones y asentamientos rurales en Goiás. El trabajo contribuye a este estudio en el sentido de que identificó la Educación de Campo como un reflejo de la cultura, la creación y un conjunto de prácticas, técnicas, símbolos y valores para la convivencia social. Se indicó que la cultura campesina es el mantenimiento de un conjunto de prácticas representativas de su forma de vida, su preservación significa el mantenimiento de la vida social del campesino. El trabajo 1 refuerza la necesidad de una educación de campo en términos de bildung, ya que puede favorecer la comprensión de aspectos relacionados con la reproducción social del campesino. En el trabajo 2, "Ser Kalunga: Entre la modernidad y la tradición", se desarrolló un estudio etnográfico que tuvo como objetivo investigar la condición de la identidad de los actores que viven en la comunidad Kalunga. Aunque el trabajo no aborda la especificidad de la Educación de Campo, contribuye destacando que esta comunidad campesina tiene elementos de tradición que necesitan ser preservados y que participan en la construcción de la propia identidad de los kalungas. El trabajo 2 también refuerza la necesidad de una concepción de la educación en términos de bildung, destacando cómo implica en la formación de la identidad de los sujetos campesinos. El trabajo 3, "Aprender a jugar el juego: prácticas educativas y reproducción campesina", investigó el papel de la educación en la reproducción campesina, a través del análisis de las prácticas educativas ofrecidas por diferentes agentes e instituciones que se ocupan del campesinado en el campo agrario jataiense. Se identificó que la educación juega un papel central en el proceso de reproducción social del campesinado e interfiere directamente con la (re)capitalización o descapitalización de este segmento social dentro del campo agrario, porque influye principalmente en la producción, distribución y comercialización de sus
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1231productos e ingresos familiares, responsables, en gran medida, del mantenimiento del campesinado en el campo y en la tierra. El Estudio 3 destacó la importancia de la función social de la educación, como mediadora de la conciencia política frente al mantenimiento de los campesinos en la tierra, lo que refuerza la necesidad de una Educación de Campo, en términos de bildung, en la especificidad de su función social emancipadora. El trabajo 4, "Conocimiento social y memorias de los territorios campesinos en Goiás", analizó a los líderes presentes en los movimientos sociales campesinos, en las Comunidades Eclesiales de Base y en los sindicatos de trabajadores rurales. Indicó que estos jugaron un papel decisivo para hacer frente a las tensiones entre el capital agrario y el campesinado. El cuerpo de análisis fueron las acciones desarrolladas y las intermediaciones en los conflictos en el campo, las memorias de las luchas y la resistencia de los actores vinculados al Movimiento de los Trabajadores Sin Tierra (MST) y al Movimiento por la Tierra Libre (MTL). Al componer la historia de la comunidad campesina analizada, se observó que los colonos tienen conocimientos y conocimientos relacionados con aspectos formales y formales, aun transitando entre prácticas religiosas, con menor participación hoy en los movimientos sociales. Aunque la especificidad del trabajo 4 no está relacionada con la discusión de una educación de campo, enfatizó la existencia de conocimientos sociales construidos a partir de confrontaciones sociales, a través del diálogo, acciones colectivas e individuales, y construcciones pedagógicas de la vida cotidiana, a través de la formación, como la participación en encuentros, en místicos, en círculos de debate, en cursos, en equipos de trabajo, en ocupaciones y conferencias, aspectos que están directamente relacionados con una educación que es el mantenimiento del conocimiento propio del grupo, en el sentido defendido por Brandão – la educación como cultura, que permitirá, a través de su enfoque político, nuevas prácticas de confrontación colectiva y popular en la formación de personas en el campo, como nuevos sujetos históricos, capaces de realizar una lectura más crítica y política del mundo. El trabajo 5, desarrollado en la disertación titulada "Escuela Familiar Agrícola y Reproducción Social Campesina: Construyendo Caminos de Resistencia ", realizó una revisión bibliográfica que apoyó la reflexión sobre el movimiento por una Educación Rural y las condiciones de reproducción social campesina. Destacó los caminos para la consolidación de los Centros de Capacitación por Alternancia y la historia de logros y desafíos de la Educación de Campo en Minas Gerais. Se dio centralidad a la práctica político-pedagógica de la escuela, lo que influyó en las tasas de desempeño profesional y productivo de los jóvenes graduados. Los aspectos destacados en el trabajo 5 consolidan el concepto de educación de campo crítica contrahegemónica como medio para enfrentar y resistir los desafíos estructurales para la
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1232reproducción social en el territorio y la necesidad de fortalecimiento y articulación entre los movimientos sociales en la búsqueda de mejores condiciones de vida para las personas en el campo, idea que lo refuerza como bildung. El trabajo 6, disertación titulada "Memoria campesina: Conflictos por la tierra y la educación campestre en el municipio de Barreiras", presentó un estudio bibliográfico, con un enfoque cualitativo, que analizó los conflictos en el campo y cómo contribuyeron a la democratización o conquista de la tierra y la educación para los diversos pueblos del campo en el municipio de Barreiras. El estudio expresa la propuesta de una educación de campo crítica y contrahegemónica, por lo tanto, bildung, ya que indicó que debe rescatar la memoria colectiva de campesinos y campesinas, incluso frente a condiciones adversas, y debe ayudar a los campesinos a resistir el perverso modelo de tierra. A partir de la lectura y comprensión de los temas desarrollados, tres estudios, a pesar de enfocarse en otros objetivos, presentaron características que ayudan a conformar la concepción de la educación que se sustenta en los estudios. Los otros tres estudios dialogaron directamente con la especificidad de la Educación de Campo, de modo que los recortes presentados expresaron la idea pedagógica, y pueden articularse a la concepción de la educación comobildung. Esto implica asumir que las bases teóricas de todos los trabajos están afiliadas a la perspectiva de la epistemología praxis. Al analizar los temas y referencias teóricas, se puede inferir que tanto la base epistemológica como el posicionamiento político e ideológico de los autores, otras dos categorías de análisis, pueden asociarse a la epistemología de la praxis. En cuanto a la categoría de referencia teórica, categoría articulada en el análisis, surgió del estudio de la revisión bibliográfica presente en las obras aportes teóricos que se sitúan en una postura política desde el pensamiento libertario de Karl Marx, tales como: Antônio Gramsci, Paulo Freire, Demerval Saviani, Milton Santos, Moacir Gadotti, Mariano Fernández Enguita, Gaudêncio Frigotto, Antônio Joaquim Severino, Moacir Gadotti, Germano, Boaventura de Sousa Santos, Francisco Gutiérrez, Octavio Ianni, Michel Löwy, István Mészáros, David Harvey, Ricardo Antunes, Miguel Gonzales Arroyo, Frei Betto; Leonardo Boff, Carlos Rodrigues Brandão, Roseli Salete Caldart, Marilena Chauí, Enrique Dussel, R.B Laraia, Sérgio Lessa, José Paulo Netto, Milton Santos, Karl Korsch. Todavía componen el marco teórico Pierre Bourdieu, Le Goff, Jacques Lefebvre; Maurice Halbwachs, Jean Jacques Rousseau, Fredric Jameson, Theodor W. Adorno, Michel Foucault, Max Horkheimer, Paul Singer, Marx Weber, Ecléa Bosi. En general, los teóricos son representativos de una base crítica, afiliada a una epistemología de la praxis.
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1233Consideraciones finalesCuando comenzamos esta discusión, partimos de la siguiente pregunta: ¿Qué temas de investigación se han desarrollado? ¿Cuál es la base epistemológica asumida? ¿Las producciones académicas llevan aspectos que pueden relacionarse con una concepción de la educación desde el bildung? Y, también, en la especificidad de la producción del PPGE, ¿es posible identificar una posición política ideológica entre los investigadores? ¿Coincide con la opción de los movimientos sociales? El análisis de la producción identificó que en la articulación de las categorías: temas, concepción de la educación, bases teóricas y posicionamiento epistemológico, presentes en las investigaciones, es posible afirmar que expresan las contradicciones, conflictos y resistencias presentes en el campo de la investigación educativa que se relaciona con la Educación de Campo, pero a partir del análisis de las discusiones emprendidas se puede afirmar que se relacionan con el estado epistemológico de la praxis. Por lo tanto, fue posible identificar la posición política de los investigadores: contrahegemónica. Con respecto a los aspectos relacionados con la concepción de la Educación de Campo, vimos que está enfocada en elbildung,lo que refuerza la militancia de los movimientos sociales y, como afirmó Freire (1996; 1998), siendo coherente con la comprensión de la emancipación, la humanización, la conciencia en proceso, apoya la militancia de los movimientos sociales que se ocupan de una nueva sociabilidad para los pueblos del campo. Se afirma que la discusión aquí presentada está alejada de un trabajo evaluativo de las disertaciones y tesis, por el contrario, se esfuerza por comprender si el estatus epistemológico está relacionado no solo con la superación de perspectivas que mantienen las condiciones actuales de los campesinos, sino si existió la asunción de una posición política, apoyada por los movimientos sociales. Este movimiento se apoya en la directiva de Severino (2019), que establece que el conocimiento expresa condiciones históricas, opera en el pensamiento y la acción, haciendo que los sujetos puedan intervenir en la realidad, lo que favorece la identificación del posicionamiento político e ideológico en los estudios -críticos y contrahegemónicos- que apoya la función de posibilitar la "disponibilidad y accesibilidad a los recursos materiales y simbólicos necesarios para la mejora de las condiciones de vida" del campesino. (SEVERINO, 2019, p. 902). Por lo tanto, el posicionamiento político de los autores es pertinente para responder a las demandas políticas de los movimientos sociales, vinculándose a la preservación del conocimiento y la cultura campesina como componentes de sus identidades. Además, con respecto a la concepción de la Educación de Campo, las discusiones
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1234tejen un camino para su construcción en la línea del bildung, que revela una educación como acción política, que avala la lucha de los movimientos sociales, capaces de ayudar a mantener, a través de una acción consciente de los sujetos, los derechos de los pueblos del campo.REFERENCIASARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. Por uma educação do campo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento sem Terra:escola é mais do que Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. CALDART, R. S. Educação do Campo:traços de uma identidade em construção. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. CALDART, R. S. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 35-64, mar./jun. 2009. Disponible en: https://www.scielo.br/j/tes/a/z6LjzpG6H8ghXxbGtMsYG3f/abstract/?lang=pt. Acceso: 10 de enero. Año 2021. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.São Paulo: Editora Cortez, 1996. FREIRE, P. A importância do Ato de Ler. São Paulo: Editora Cortez, 1998. FRIGOTTO, G. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In:FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2006, p. 69-90. GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. v. 1. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1999. GOHN, M. G. A produção sobre os movimentos sociais na América Latina. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 13, n. 28, p. 79-103, set./dez. 2014. Disponible en: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2014v13n28p79. Acceso: 09 dic. 2020. HEGEL, G. W. F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Ed. 70, 1988. IANNI, O. Teorias da globalização. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. KUENZER, A. Z.; GRABOWSKI, G. Educação Profissional: desafios para a construção de um projeto para os que vivem do trabalho. Perspectiva, v. 24, n. 1, p. 297-318, 2006. Disponible en: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10762. Acceso: 21 de agosto. Año 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. Epistemologia da práxis e a produção do conhecimento. R. Educ. Públ., Cuiabá, v. 27, n. 64, p. 17-40, jan./abr. 2018. Disponível em:
image/svg+xmlLa producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológicoRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1235https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/1702. Acesso em: 19 dez. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Análise epistemológica da produção acadêmica sobre educação ambiental: a perspectiva crítica. Revista Educere Et Educare, v. 13, n. 30, jan./abr. 2018a. Disponible en: https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/18125. Acceso: 10 oct. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Epistemologia da práxis: enfoque emancipatório e contra hegemônico na produção acadêmica. Revista Intersaberes,v. 13, n. 30, 2018b. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. de. (org.). Epistemologia da práxis e epistemologia da prática: Repercussões na produção de conhecimentos sobre professores. Série as dimensões da formação humana. Campinas: Mercado de Letras, 2019. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, M. V. Docência universitária na universidade pública brasileira: resistência em tempos de pandemia da COVID-19. Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 5, n. 09, p. 637-656, jul./dez. 2020a. Disponible en: http://costalima.ufrrj.br/index.php/RTPS/article/view/700. Acceso: 12 jun 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. de. Educação do Campo e Formação de Educadores na Perspectiva do Ensino Desenvolvimental: Por uma Educação Crítica e Emancipatória aos Povos do Campo. Obutchénie Revista de Didática e Psicologia Pedagógica. Uberlândia, v. 4, n. 3, p. 643-666. set./dez. 2020b. Disponible en: https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/58431. Acceso: 19 jul. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. Aspectos epistemológicos da educação do campo como resultado da militância dos movimentos sociais. Brazilian Journal of Development., Curitiba, v. 6, n. 9, p. 70396-70410, set. 2020c. Disponible en: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/17015. Acceso: 12 mayo de 2020. RAMOS, J. R. S.; CUNHA, K. A educação do campo como política curricular nas “Amazônias”: territórios, insurgências e re(existências). Revista Teias, v. 21, n. 61, abr./jun. 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/49776. Acesso em: 30 ago. 2021. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Autores Associados; 2013. SAVIANI, D. A Pedagogia Histórico-Crítica na Educação do Campo. In:BASSO, J. D.; NETO, J. L. S.; BEZERRA, M. C. S. Pedagogia histórico-crítica e educação no campo:história, desafios e perspectivas atuais. São Carlos: Pedro & João Editores, 2016. SEVERINO, A. J. Epistemologias da política educacional: algumas precisões conceituais. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa,v. 2, n. 1, p. 1-5, 2013. Disponible en: https://revistas2.uepg.br/index.php/retepe/article/view/10477. Acceso: 15 abr. 2021.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES y Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, Abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1236SEVERINO, A. J. Pesquisa educacional: da consistência epistemológica ao compromisso ético. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. 3, p. 900-916, jul./set. 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14i3.12445. Disponible en: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12445. Acceso: 18 mayo 2021. SOUZA, R. C. C. R. de. Qualidades epistemológicas e sociais na formação, profissionalização e prática dos professores. In:SOUZA, R. C. C. R.; MAGALHÃES, S. M. O. (org.). Poiésis e Práxis II: formação, profissionalização, práticas pedagógicas. Goiânia: América, 2014. Cómo hacer referencia a este artículo MAGALHÃES, S. M. O.; ALVES A. I. La producción de conocimiento sobre la Educación de Campo: Opción epistemológica y apoyo político ideológico. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1221-1236, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 Enviado en:01/02/2021 Revisiones requeridas en: 15/05/2021 Aprobado en: 27/02/2022 Publicado en: 01/04/2022
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1215THE PRODUCTION OF KNOWLEDGE ABOUT RURAL EDUCATION: EPISTEMOLOGICAL OPTION AND IDEOLOGICAL POLITICAL SUPPORTA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A EDUCAÇÃO DO CAMPO:OPÇÃO EPISTEMOLÓGICA E APORTE POLÍTICO IDEOLÓGICOLA PRODUCCIÓN DE CONOCIMIENTO SOBRE LA EDUCACIÓN DE CAMPO: OPCIÓN EPISTEMOLÓGICA Y APOYO POLÍTICO IDEOLÓGICOSolange Martins Oliveira MAGALHÃES1Amone Inácia ALVES2ABSTRACT: The purpose of this text is to identify and analyze dissertations and theses developed on the theme Rural Education, carried out at PPGE/Faculty of Education/Federal University of Goiás, period 2018-2019. From the theme, the State of the Art was built on the theme, in addition to the analysis of the theoretical and epistemological perspectives developed. The cut was made from two descriptors: social movements, work and education in/from the countryside. The dialectical method helped to answer the following questions: what theoretical perspectives were chosen by the authors? What is the concept of field education advocated? The analysis identified that the epistemological bases endorse a proposal of critical and counter-hegemonic education, therefore, assumed theoretically from the perspective of bildung, that is, as a representative of the anti-hegemonic bias. KEYWORDS: Bildung. Rural education. Social movements. Work. RESUMO: O objetivo deste texto é identificar e analisar dissertações e teses desenvolvidas sobre a temática Educação do Campo, no PPGE/Faculdade de Educação/Universidade Federal de Goiás, período 2018-2019. Construiu-se o Estado da Arte sobre o tema a partir da análise das perspectivas teóricas e epistemológicas desenvolvidas. O recorte foi feito a partir de dois descritores: movimentos sociais, trabalho e educação no/do campo. Nossas questões: que perspectivas teóricas foram escolhidas pelos autores? Qual é o conceito de educação do campo defendido? A análise identificou que as bases epistemológicas endossam uma proposta de Educação do Campo crítica e emancipadora, portanto, teoricamente associada à perspectiva da bildung, ou seja, representante do viés contra-hegemônico. PALAVRAS-CHAVE: Bildung. Educação do campo. Movimentos sociais. Trabalho. RESUMEN: El propósito de este texto es identificar y analizar disertaciones y tesis desarrolladas sobre el tema Educación Rural, realizadas en el PPGE/Facultad de 1Federal University of Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brazil. Professor at the Pedagogy course and at the Graduate Program in Education. Doctorate in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1187-112X. E-mail: solufg@hotmail.com 2Federal University of Goiás (UFG), Goiânia – GO – Brazil. Professor of the Graduate Program in Education. Doctorate in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3131-6230. E-mail: amoneinacia@gmail.com
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1216Educación/Universidad Federal de Goiás, período 2018-2019. A partir del tema, se construyó el Estado del Arte sobre el tema, además del análisis de las perspectivas teóricas y epistemológicas desarrolladas. El corte se hizo a partir de dos descriptores: movimientos sociales, trabajo y educación en/desde el campo. El método dialéctico ayudó a responder las siguientes preguntas: ¿qué perspectivas teóricas eligieron los autores? ¿Cuál es el concepto de educación de campo que se defiende? El análisis identificó que las bases epistemológicas avalan una propuesta de educación crítica y contrahegemónica, por tanto, asumida teóricamente desde la perspectiva de la bildung, es decir, como representante del sesgo contrahegemónico.PALABRAS CLAVE: Bildung. Educación rural. Movimientos sociales. Trabajo.IntroductionThe proposition of a Rural Education against the current neoliberal educational reforms, i.e., thought to liberate the rural people or as an expression of the social movements' struggles, has met a lot of resistance in recent years (RAMOS; CUNHA, 2020). And the more it manages to give visibility to the rural subjects, to act as a generator of awareness of the rural man, so that he can settle in the land, to be representative of the social movements (GOHN, 2020) and of the settlements, besides everything that these represent to the agrarian communities, the greater the resistance to its consolidation. The case is that the more the proposition of a Field Education consolidates a political and ideological sense directed to the interests of the rural people, therefore, counter-hegemonic, the greater tends to be the strength imposed in its resistance and in the consolidation of an education model that is conformative of the Brazilian peasantry (RAMOS; CUNHA, 2020). Defending and militating for a Rural Education, according to the struggles of the activists representing the base of peasant society, as Magalhães and Moura (2020a, p. 645) argue, does not dispense with the support of public universities that, through various actions, but especially through the formative material, coming from the academic production, supports the consolidation of an "epistemological and ontological nature of field education, with a formative base aimed at critical political consciousness", influencing the construction of the identity of peasant peoples. This means that from the academic approach, from solid theoretical contributions, for example, from a production centered on the Historical-Dialectical Materialist method, it helps to strengthen "another understanding of reality", which involves an enlightening political stance (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 645). In this sense, the privileged and representative space of academic production is configured as a space for the defense of theoretical bases that
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1217guarantee ethical-political positions, mediated by the emergence of consciences capable of generating new alternatives for social action. The same production tends to be representative of the militancy of social movements in defense of the Brazilian peasantry. In the particularity of post-graduate education, as is the case of the Post-Graduate Program in Education (FE/UFG), the production of theses and dissertations has helped to strengthen a political perspective of education (FREIRE, 1996; 1998), which proves to be quite interesting and significant to social militancy, since it helps to question and break with instruments of social control (MAGALHÃES; SOUZA, 2019). As Gramsci (1999) stated, investing in means and forms of enlightenment is important in the movement to overcome the actions of the dominant group, its logic, principles, and values. By supporting a critical theoretical reference, the academic production becomes important formative material, capable of helping subjects to leave the condition of domination (MAGALHÃES; MOURA, 2020a). Moreover, the political and ideological sense can reinforce a Field Education that regulates an educational and pedagogical principle, aimed at denouncing and clarifying the dominant ideology. It is understood that the wide diffusion of the academic production on the theme can promote a thinking that is strategically directed to the maintenance of the struggles against social inequalities and the exclusion of minorities. In the field of education, as stated Saviani (2013, p. 17), it is necessary to understand that there are two major groups of educational theories: the first refers to the Hegemonic Pedagogies, linked to the interests of the bourgeoisie (dominant class), which aim to maintain the current logic; the second group aims to transform society, corresponding to the "interests of the dominated (working class), being situated in the counter-hegemonic movement. Kuenzer and Grabowski (2006, p. 314) complement this by sustaining that counter-hegemony refers to another possibility of sustaining new bases for an education for those who live from work. Counter-hegemonic education is aimed at a "project associated with popular demands, articulating affirmation and negation, conquest and maintenance of processes of hegemony and counter-hegemony. Freire (1998) and Gramsci (1999) reinforce that the aspiration of social movements is conscientization, and for that to happen, it is necessary to maintain a pedagogical relationship that assures different elements to the social field. It is understood that, in terms of hegemony, still according to Gramsci (1999), there is the need for an education that maintains the social order, which should continue educating adapted subjects, who become more and more alienated (MAGALHÃES; MOURA, 2020a).
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1218In this sense, education will always be assumed as the main strategy for the propagation and consolidation of consensus along the lines of hegemony, but above all, it will have an alienating function, which makes it impossible to understand the class struggle and the social division. Thus, associated to political, social, historical, and cultural reasons, which reverberate in the class structure of society, rural education receives a strong ideological backing, since Brazilian history itself shows the constant maintenance of the agrarian oligarchy in order to keep the control of the rural people - via conformist education. Fortunately, contradiction exists, and education also shows itself to be a form of resistance and, in this sense, in the same diligence, this work configures itself as an instrument of struggle and resistance, in the sense of helping to strengthen a conception of Rural Education as Bildung(SOUZA, 2014). It is argued that graduate education constitutes a privileged space for debate and systematization of formative knowledge, which can support the struggles for the rights of rural people. Expanding this discussion, the path of this article sustains: a) Rural education as bildung; b) The academic production and the anchoring of epistemological bases to Rural Education; c) The production of knowledge about field education: epistemological option x political ideological contribution. Rural education as bildung: theoretical assumptions The concept of bildungis analyzed by Souza (2014) who, based on Hegel (1988), associates it to education as a comprehensive process of historical formation; as the path of consciousness and spirit to freedom, an idea that also relates to the inner development of the subject, of his autonomy. Bildung, as a formative basis, implies resistance to the dehumanizing process, which essentially requires ethical and political stance. Severino (2013), in his writings, maintains that authentic bildungsupports the epistemological materialist historical and dialectical basis, which presupposes going beyond the acquisition of information, technical or didactic skills, care for the personality, the subjectivity, the sensitivity of the subjects. It also demands that the formation is involved with the web of socio-cultural life, its historical understanding. As the foundation of the humanization process, bildungsupports to Rural Education the need to break with the purely content-based, meritocratic and individual idea, so present in a traditional education and its discourses, around the idea of competencies and skills, as supported by official documents, such as the current Common National Curriculum Base - BNCC.
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1219Certainly, as Gramsci (1999) described, it is an education aimed at another hegemony - the peasantry; representative of struggles for the conquest of the land, and for the construction of a project of more incisive and revolutionary change. Caldart (2000; 2004; 2009), in the same reflective line, showed that a bildungRural Education presents bases and principles capable of helping to unveil the stereotypes and conditionings placed on rural people. It will be able to elucidate the contradictions of the polarities imposed on them: "negativity-positivity; denunciation/resistance, struggle between hegemony/counter-hegemony" (MAGALHÃES; MOURA, 2020a, p. 650). Caldart (2009, p. 67-86 apud MAGALHÃES; MOURA, 2020c, p. 70402) state that without a reflexive and propositional action, rural people will continue to be: [...] treated as inferior, backward, second-class people; that the situation of misery is their destiny; that there is no school in the countryside, that it is necessary to leave the countryside to attend a school; that access to education is restricted to the school, that the knowledge produced by peasants is despised as ignorance [...]. Ianni (1997), when discussing aspects of social and urban movements, is also a reference in the defense of a peasant hegemony. He maintains that rural workers need to be committed to the struggles for their rights, they need to master the historical and socially produced knowledge from the perspective of the peasant economy. Thus, his concern rescues the terms of bildungthat deal with the organization of knowledge, critical and judgmental capacity of the political situation, ability to "[...] distinguish the broader political movements that can determine it": surely these issues could only be affiliated to education as bildung(p. 83). To conclude the description of the conception of rural education 3sustained in this work, that is, as bildung, it is assumed with Caldart (2009, p. 37) that it is necessary "a real movement to combat the "current state of things": that guides concrete actions/fights. Arroyo and Caldart (2009) also reinforce that the basis of the struggle should be denunciation, which will combine with the longings of rural people, helping them to re-signify their practices, knowledge, forms of production, rural community organization and, perhaps, formulate new bases for an alternative, critical, and emancipatory education project. As discussed, considering that there is not one conception of Rural Education, but several, and that they are in constant tension, being representative of various social groups, 3Among the achievements, Resolution CNE/CEB nº 2, of April 28, 2008, defines " rural education" as: that of the area where the population is located (rural populations) and that of the groups, peoples, or communities that recognize themselves as such.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1220graduate education has an important role in returning to the debate about the consolidation of epistemologies, which anchor counter-hegemonic educational conceptions. This is the next discussion. The academic production and the anchoring of counter-hegemonic epistemological bases to Field Education The mastery of epistemology is the tool available to man to take care of the orientation of knowledge production. It helps subjects in understanding and intervening in the natural world and the social world (MAGALHÃES, 2018a; MAGALHÃES; SOUZA, 2018). The production of knowledge anchors epistemologies, which will be thought of here from the epistemology of practice and epistemology of praxis. The epistemology of practice is linked to the market aspect, validates hegemonic practices, and subordinates education to liberal principles that legitimize competitive values. The epistemology of praxis, on the other hand, is associated with the emancipatory aspect, which is related to a counter-hegemonic critical position, especially in the promotion of education as praxis. These two aspects are present in the academic production, instituting discourses that are used as formative material, therefore, they end up influencing the ways in which the conception of education for peasant peoples is thought. Moreover, these two aspects also imply making explicit a political and ethical positioning, not only of the researchers, but also of those who use this material as a formative basis. Therefore, the marketing and emancipating strands support their own epistemological bases, and these support the explicitness of concepts, conceptions, ideas, values, and principles that circulate in the field of Rural Education, and not only in the academic field, but in the exercise of social practice. As explained by Frigotto (2006), if the direction taken is based on the historical and dialectical materialist method, therefore, on the epistemology of praxis, knowledge is adjusted to the problematization of reality and lived culture; but if it is based on pragmatic perspectives, i.e., in favor of ideology that obscures reality, the alienation of men and their inability to clearly recognize their own history is maintained, it will be maintainer of the social structure. Saviani (2011; 2013; 2016) complements by stating that epistemology deals with the study of the possibilities, legitimacy, value, and limits of scientific knowledge. The epistemological perspective defines a rationality or previous conceptual structures, whose principles say how the ideas or paradigms that guide the production of knowledge are sustained.
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1221From the epistemological bases it becomes possible to draw, in a broad sense, the characteristics of those who choose the epistemology of practice and those who choose the epistemology of praxis. These choices reflect theoretically, from the point of view of the epistemology of praxis, as defined by Magalhães (2018b), the production of knowledge that is supported by historical-dialectical materialism (HDM), and in counter-hegemonic terms, supports pedagogical activities that provide opportunities for diverse constructions, in a critical, open and autonomous way, which demands reflective elaboration and emancipatory knowledge, therefore bildung.On the other hand, the epistemology of practice is linked to the positivist perspective of convergent thinking, which sustains and reinforces the current ideological sense. It announces and sustains world and society visions that cover up the differences among men, especially the differences of social classes, in an imbrication that interferes in the development of thought and the very consciousness of the subjects. Therefore, it sustains an intent that suggests constant control and evaluation of the production of knowledge, which must be focused on competencies and efficiency, according to concepts originating in industry and private enterprise, subject to commodification, which also extends to education. Both epistemologies - praxis and practice - are related to the epistemological consistency of the production of knowledge, making explicit the political and ideological positioning in the production that takes rural education as a theme. In this sense, we question if this theoretical description can be identified in the production of post-graduate education and if the epistemological option assumed in the researches propagates and contributes to the consolidation of a conception of rural education that represents the struggles of social movements. The production of knowledge about Rural Education: epistemological option x political and ideological contribution It is undeniable that in recent years the public university and Brazilian society are faced with neoliberal pressures that ostensibly direct threats, founded on an obscurantist rationality, denying science, criticism, truth and free thought. The attacks are also directed at its graduate courses, imposing on them anti-emancipatory, anti-democratic, pro-capitalist forces, as pillars of the vision of the current government, reformist and fundamentalist. It can be said that education is under the tutelage of a regulation that is sustained by customs and a conservative moral, aimed at the formalization imposed by the current federal government.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1222As already explained, the imposition of utilitarian logic sustains epistemic and social transformations, which in the case of education sustains the shift from the formative to the informative character, a movement that requires various forms of resistance (MAGALHÃES; MOURA, 2020b). In the field of post-graduation, the same correlation of forces is evidenced, which intend what is intended with Rural Education and refer the social movements or what is imposed by the educational policies. The way in which academic production is based is worrisome, understanding, as already said, that it supports values and principles. The production of the Postgraduate Program in Education of the College of Education from the Federal University of Goiás, period 2018-19, affiliated to the line "Work, Education and Social Movements", is representative of the theme, helping in the identification of what Field Education proposes. In the systematization of the works, we opted for the construction of analysis categories that helped to answer if it was possible to identify the epistemological basis assumed; if there was ideological political positioning among the researchers; and, also, if it coincided with that of the social movements. Chart 1 describes what is sought with each category of analysis: Chart 1 –Description of the analysis categories that support the interpretation of the conception of field education CATEGORIES OF ANALYSIS: DESCRIPTION OF THEIR MEANINGSCategoriesMenu descriptionEpistemological Basis It expresses the logic of every scientific investigation; it reveals the epistemological choice, how the researcher interprets reality, how he or she imprints a gnosiological, political, and ethical positioning on the research. The epistemological level ofanalysis is related to the construction of knowledge, to how one knows or believes to know. It involves conceptions of reality or worldviews, which implicitly sustain every cognitive relationship.TopicThe theme category is related to the object of study; its clarity supports the literature review, the conditions that surround it, and delimits the object of research.Conception of education It is related to the conceptions articulated to the pedagogical ideology, which express world views, man, society, education, school, teacher, student, and the teaching-learning process, built according to assumptions that are coherent with a critical approach. Theoretical basisIt implies the theoretical referential assumed, the dialog with thinkers, and, at the same time, sustains the critical reflection, the coherence in the variety of concepts used. It also refers to the lens that theoretically marks the gaze of the researcher on the object of study, implicitly sustaining the cognitive relationship built. This category implies a dialogue with thinkers, but at the same time, constant reflection and critique of their questions and answers. The theoretical option shows coherence in the variety of concepts that the researcher builds from the choice of authors.Political stanceIt is related to the political-ideological orientation of the researcher; it is responsible for maintaining or opposing the hegemony. Political positioning reveals the ethics and ideology of the researcher, what his or her objectives are in relation to social reality.Source: Magalhães (2018a, p. 11)
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1223The research starts by identifying the works of the period, as shown in chart 2. Next, we present clippings of the dissertations and theses. In the line "Work, Education and Social Movements" we found 12 theses and 10 dissertations defended during the period proposed by this research. Their themes were varied, especially in the fields of union struggles, popular education, youth and adult education, teachers' work, and political education, among others. To analyze Rural Education, a qualitative approach was developed, in the composition of the Case Study. The selection of dissertations and theses followed the following descriptors: social movements, rural education, educator training. When locating them, we occupied ourselves with a full reading, which revealed that the object of study was centered on the following works: Chart 2: Theses and dissertations defended at PPGE 2018-2019: Themes TYPETITLESTOPICAUTHORSYEAR1DPeasant livelihoods and reproduction in the Vila Boa settlement in GoiásCulture; Knowledge; Political positioning;Rodrigo Bastos Daude20182DBeing Kalunga: Between modernity and tradition Identity; Tradition;RosolindoNeto de Souza Vila Real20183DLearning to play the game: educational practices and peasant reproductionRural education;Juliana Carneiro Guimarães20184DSocial knowledge and memories of peasant territories in GoiásPolitical positioning;Joyce de Almeida Borges2019MFamily Agricultural School and peasant social reproduction: Building paths of resistancePolitical Leadership;Érika Fernanda Pereira de Souza 20196MPeasant memory: Land conflicts and rural education in the city of BarreirasMemory; Knowledge;Cleonice Ferreira dos Santos2018Source: Prepared by the authors Regarding the theme category, work 1, a thesis entitled "Way of life and peasant reproduction in the Vila Boa settlement in Goiás", by means of a bibliographical study sought to understand the culture in the rural settlement of Vila Boa in the municipality of Goiás-GO. It identified the impasses and advances in culture, from the characteristic elements of the settlers' way of life in the sense of social reproduction. It deals with the agrarian issue, peasantry and agrarian policy in Brazil, as well as the first occupations and rural settlements in Goiás. The work contributes to this study in the sense that it identified Rural Education as a reflection of culture, creation, and a set of practices, techniques, symbols, and values for social coexistence. It indicated that the peasant culture is the maintainer of a set of practices representative of their way of life, its preservation means the maintenance of the peasant's social life. Paper 1 reinforces the need for a rural education in terms of bildung, since it can favor the understanding of aspects related to the social reproduction of the peasant.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1224In paper 2, "Being Kalunga: Between modernity and tradition", an ethnographic study was developed with the general objective of investigating the identity condition of actors who live in the Kalunga community. Although the work does not deal with the specificity of Field Education, it contributes by highlighting that that peasant community has elements of tradition that need to be preserved and that they participate in the construction of the very identity of the Kalungas. Paper 2 also reinforces the need for a conception of education in terms of bildung, highlighting how it implies in the formation of the identity of peasant subjects. Paper 3, "Learning to play the game: educational practices and peasant reproduction", researched the role of education in peasant reproduction, by analyzing the educational practices offered by different agents and institutions that deal with the peasantry in the agrarian field of Jatai. It was identified that education plays a central role in the process of social reproduction of the peasantry and interferes directly in the (re)capitalization or decapitalization of this social segment within the agrarian field, since it influences, mainly, the production, distribution, and commercialization of its products and the family income, which is responsible, in good measure, for maintaining the peasantry in the field and on the land. Study 3 highlighted the importance of the social function of education, as a mediator of political consciousness towards the maintenance of the peasantry on the land, which reinforces the need for a Field Education, in terms of bildung, in the specificity of its emancipating social function. Work 4, "Social knowledge and memories of peasant territories in Goiás", analyzed the leaderships present in peasant social movements, in Base Ecclesial Communities, and in rural workers' unions. It indicated that they played decisive roles in confronting the tensions between agrarian capital and peasants. The body of the analysis included the actions developed and the intermediation in conflicts in the countryside, the memories of the struggles and the resistance of actors linked to the Landless Workers' Movement (MST) and to the Free Land Movement (MTL). In composing the history of the peasant community analyzed, it was found that the settlers have knowledge and wisdom connected to formal and informal aspects, they also transit between religious practices, with less participation today in social movements. Although the specificity of work 4 is not related to the discussion of a rural education, it emphasized the existence of a social knowledge built from social confrontations, through dialog, collective and individual actions, and from pedagogical constructions of the everyday life, through formation, such as the participation in meetings, in mystics, in debate circles, in courses, in work teams in occupations and lectures, aspects that are directly related to an education that is the keeper of the group's own knowledge, in the sense defended by Brandão - education as culture, which will enable, through its political approach, new practices of collective and popular confrontation
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1225in the formation of rural people as new historical subjects, capable of a more critical and political reading of the world. Work 5, developed in the dissertation entitled "School of Agricultural Family and peasant social reproduction: building paths of resistance", carried out a bibliographical review that supported the reflection on the movement for a Countryside Education and the conditions for peasant social reproduction. It highlighted the paths to consolidation of the Centers for Formation through Alternating Cycle and the history of achievements and challenges of Rural Education in Minas Gerais. Centrality was given to the political-pedagogical practice of the school, which influenced the rates of professional and productive performance of the young graduates. The aspects highlighted in paper 5 consolidate the concept of counter-hegemonic critical Field Education as a means of confronting and resisting the structural challenges for social reproduction in the territory and the need for strengthening and articulation among social movements in the search for better living conditions for rural people, an idea which reinforces it as bildung. Paper 6, a dissertation entitled "Peasant Memory: Conflicts for land and rural education in the municipality of Barreiras", presented a bibliographic study, of qualitative approach, which analyzed the conflicts in the countryside and how they contributed to the democratization or the conquest of land and education for the several rural people in the municipality of Barreiras. The study expresses the proposal of a critical and counter-hegemonic rural education, therefore, bildung, since it indicated that it should rescue the peasants' collective memory, even in the face of adverse conditions, and should help peasants to resist the perverse land model. From the reading and understanding of the themes developed, three works, despite focusing on other objectives, presented characteristics that help to compose the conception of education that is sustained in the studies. The other three works dialogued directly with the specificity of Field Education, so that the clippings presented expressed the pedagogical ideology, and could be articulated to the conception of education as bildung. This implies assuming that the theoretical bases of all the works are affiliated to the perspective of the epistemology of praxis. By analyzing the themes and the theoretical references, it can be inferred that both the epistemological basis and the political and ideological positioning of the authors, two other categories of analysis, can be associated with the epistemology of praxis. In relation to the theoretical reference category, a category articulated in the analysis, it emerged from the literature review study present in the works theoretical contributions that are situated in a political stance based on the libertarian thought of Karl Marx, such as: Antônio Gramsci, Paulo Freire, Demerval Saviani, Milton Santos, Moacir Gadotti, Mariano Fernández
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1226Enguita, Gaudêncio Frigotto, Antônio Joaquim Severino, Moacir Gadotti, Germano, Boaventura de Sousa Santos, Francisco Gutiérrez, Octavio Ianni, Michel Löwy, István Mészáros, David Harvey, Ricardo Antunes, Miguel Gonzales Arroyo, Frei Betto; Leonardo Boff, Carlos Rodrigues Brandão, Roseli Salete Caldart, Marilena Chauí, Enrique Dussel, R. B Laraia, Sérgio Lessa, José Paulo Netto, Milton Santos, Karl Korsch. Still composing the theoretical referential are: Pierre Bourdieu, Le Goff, Jacques Lefebvre; Maurice Halbwachs, Jean Jacques Rousseau, Fredric Jameson, Theodor W. Adorno, Michel Foucault, Max Horkheimer, Paul Singer, Marx Weber, Ecléa Bosi. On the whole, the theorists are representative of a critical base, affiliated to an epistemology of praxis. Final remarksAs we begin this discussion, we start from the following question: What research themes were developed? What is the epistemological basis assumed? Do the academic productions carry aspects that can be related to a conception of education based on bildung? And, yet, in the specificity of the production of the PPGE, is it possible to identify a political ideological positioning among the researchers? Does it coincide with the option of social movements? The analysis of the production identified that in the articulation of the categories: themes, conception of education, theoretical bases and epistemological position, present in the researches, it is possible to affirm that they express the contradictions, conflicts and resistance present in the field of educational research that relates to Field Education, but from the analysis of the discussions it is possible to affirm that they relate to the epistemological status of the praxis. Therefore, it was possible to identify the political positioning of the researchers: counter-hegemonic. Regarding the aspects related to the conception of Rural Education, we saw that it is focused on bildung, which reinforces the militancy of social movements and, as Freire (1996; 1998) stated, being consistent with the understanding of emancipation, humanization, and conscientization in process, it supports the militancy of social movements concerned with a new sociability for rural people. It is affirmed that the discussion presented here is far from an evaluative work of the dissertations and thesis; on the contrary, it invites efforts to understand if the epistemological statute is related not only to the overcoming of perspectives that maintain the current conditions of peasants, but if there was the assumption of a political position, supported by the social movements. This movement is supported by the directive of Severino (2019), who states that
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1227knowledge expresses the historical conditions, operates in thought and action, making subjects able to intervene in reality, which favors the identification of the political and ideological positioning in the studies - critical and counter-hegemonic -, which supports the function of enabling the "availability and accessibility to material and symbolic resources necessary for the improvement of living conditions" of the peasantry (SEVERINO, 2019, p. 902). Therefore, the authors' political positioning is pertinent in responding to the political demands of social movements, tying themselves to the preservation of peasant knowledge and culture as components of their identities. Moreover, regarding the conception of Rural Education, the discussions weave a path for its construction along the lines of bildung, which reveals an education as a political action, referencing the struggle of social movements, able to help maintain, through a conscious action of the subjects, the rights of rural peoples. REFERENCESARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. Por uma educação do campo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento sem Terra:escola é mais do que Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. CALDART, R. S. Educação do Campo:traços de uma identidade em construção. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. CALDART, R. S. Educação do Campo: notas para uma análise de percurso. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 35-64, mar./jun. 2009. Available at: https://www.scielo.br/j/tes/a/z6LjzpG6H8ghXxbGtMsYG3f/abstract/?lang=pt. Accessed on: 10 Jan. 2021. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido.São Paulo: Editora Cortez, 1996. FREIRE, P. A importância do Ato de Ler. São Paulo: Editora Cortez, 1998. FRIGOTTO, G. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In:FAZENDA, I. (org.). Metodologia da pesquisa educacional. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2006, p. 69-90. GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. v. 1. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1999. GOHN, M. G. A produção sobre os movimentos sociais na América Latina. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 13, n. 28, p. 79-103, set./dez. 2014. Available at: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2014v13n28p79. Accessed on: 09 Dec. 2020.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1228HEGEL, G. W. F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome. Tradução: Artur Morão. Lisboa: Ed. 70, 1988. IANNI, O. Teorias da globalização. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997. KUENZER, A. Z.; GRABOWSKI, G. Educação Profissional: desafios para a construção de um projeto para os que vivem do trabalho. Perspectiva, v. 24, n. 1, p. 297-318, 2006. Available at: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10762. Accessed on: 21 Aug. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. Epistemologia da práxis e a produção do conhecimento. R. Educ. Públ., Cuiabá, v. 27, n. 64, p. 17-40, jan./abr. 2018. Available at: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/1702. Accessed on: 19 Dec. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Análise epistemológica da produção acadêmica sobre educação ambiental: a perspectiva crítica. Revista Educere Et Educare, v. 13, n. 30, jan./abr. 2018a. Available at: https://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/18125. Accessed on: 10 Oct. 2021. MAGALHÃES, S. M. O. Epistemologia da práxis: enfoque emancipatório e contra hegemônico na produção acadêmica. Revista Intersaberes,v. 13, n. 30, 2018b. MAGALHÃES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. de. (org.). Epistemologia da práxis e epistemologia da prática: Repercussões na produção de conhecimentos sobre professores. Série as dimensões da formação humana. Campinas: Mercado de Letras, 2019. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, M. V. Docência universitária na universidade pública brasileira: resistência em tempos de pandemia da COVID-19. Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 5, n. 09, p. 637-656, jul./dez. 2020a. Available at: http://costalima.ufrrj.br/index.php/RTPS/article/view/700. Accessed on: 12 June. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. Educação do Campo e Formação de Educadores na Perspectiva do Ensino Desenvolvimental: Por uma Educação Crítica e Emancipatória aos Povos do Campo. Obutchénie Revista de Didática e Psicologia Pedagógica. Uberlândia, v. 4, n. 3, p. 643-666. set./dez. 2020b. Available at: https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/58431. Accessed on: 19 July. 2021. MAGALHÃES, S. M. O.; MOURA, S. A. T. Aspectos epistemológicos da educação do campo como resultado da militância dos movimentos sociais. Brazilian Journal of Development., Curitiba, v. 6, n. 9, p. 70396-70410, set. 2020c. Available at: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/17015. Accessed on: 12 May 2020. RAMOS, J. R. S.; CUNHA, K. A educação do campo como política curricular nas “Amazônias”: territórios, insurgências e re(existências). Revista Teias, v. 21, n. 61, abr./jun. 2020. Available at: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/49776. Accessed on: 30 Aug. 2021.
image/svg+xmlThe production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political supportRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1229SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed. Campinas: Autores Associados; 2013. SAVIANI, D. A Pedagogia Histórico-Crítica na Educação do Campo. In:BASSO, J. D.; NETO, J. L. S.; BEZERRA, M. C. S. Pedagogia histórico-crítica e educação no campo:história, desafios e perspectivas atuais. São Carlos: Pedro & João Editores, 2016. SEVERINO, A. J. Epistemologias da política educacional: algumas precisões conceituais. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa,v. 2, n. 1, p. 1-5, 2013. Available at: https://revistas2.uepg.br/index.php/retepe/article/view/10477. Accessed on: 15 Apr. 2021. SEVERINO, A. J. Pesquisa educacional: da consistência epistemológica ao compromisso ético. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. 3, p. 900-916, jul./set. 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14i3.12445. Available at: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12445. Accessed on: 18 May 2021. SOUZA, R. C. C. R. de. Qualidades epistemológicas e sociais na formação, profissionalização e prática dos professores. In:SOUZA, R. C. C. R.; MAGALHÃES, S. M. O. (org.). Poiésis e Práxis II: formação, profissionalização, práticas pedagógicas. Goiânia: América, 2014.
image/svg+xmlSolange Martins Oliveira MAGALHÃES and Amone Inácia ALVESRIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 1230How to reference this article MAGALHÃES, S. M. O.; ALVES A. I. The production of knowledge about rural education: Epistemological option and ideological political support. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1215-1230, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14721 Submitted:01/02/2021 Revisions required: 15/05/2021 Approved: 27/02/2022 Published: 01/04/2022 Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva