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A política nacional de alfabetização (PNA) de 2019: Algumas reflexões
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
1012
A POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO (PNA) DE 2019: ALGUMAS
REFLEXÕES
LA POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZACIÓN (PNA) DE 2019: ALGUNAS
REFLEXIONES
THE NATIONAL LITERACY POLICY (PNA) IN 2019: SOME REFLECTIONS
Magna Melo VIANA
1
Glauber Barros Alves COSTA
2
Ana Luiza Salgado CUNHA
3
RESUMO:
Analisar a Política Nacional de Alfabetização, criada pelo Decreto nº 9.765 de 11
de abril de 2019
4
, é o objetivo central deste artigo. Resultado do projeto de pesquisa intitulado
“
A construção do processo de leitura e escrita na alfabetização: o olhar das crianças dos anos
iniciais do Ensino Fundamental”
e das leituras realizadas durante a Disciplina Cultura Escolar,
Saberes e Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação
stricto sensu
em Ensino,
Linguagem e Sociedade (PPGELS). Percebemos no decorrer da análise a perspectiva colonial
dessa ação governamental, abordada sob a ótica da colonialidade; e a formação do professor
alfabetizador, voltada para treinamentos, escolha de um método de ensino, de modo a destituir
a autonomia docente; um currículo autoritário, conflitivo e disputado; e a importância de
compreender a educação enquanto ato político, o que possibilita resistir e ressurgir a estas
propostas oficiais antidemocráticas.
PALAVRAS-CHAVE
: Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização. Política pública.
RESUMEN
: El análisis de la Política Nacional de Alfabetización, instituida por el Decreto nº.
9.765 del 11 de abril de 2019 es el objetivo central de este artículo. Resultado de los caminos
ya recorridos en el proyecto de investigación titulado “La construcción del proceso de lectura
y escritura en la alfabetización: la mirada de los niños en los primeros años de la escuela
primaria” y las lecturas realizadas durante la Disciplina Escolar Cultura, Conocimiento y
Prácticas Educativas del Programa de Educación Stricto sensu de Posgrado en Docencia,
Lengua y Sociedad (PPGELS). Durante el análisis percibimos la perspectiva colonial de esta
1
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brasil. Mestranda do Departamento de Ciências
Humanas
–
Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade- PPGELS, Campus VI. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-9731-5081. E-mail: magnameloviana@hotmail.com
2
Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brasil. Professor e coordenador do Programa de Pós-
graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade (PPGELS) e do Departamento de Ciências Humanas (DCH).
Campus VI. Doutor em Educação (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4368-2964. E-mail:
glauberbarros@hotmail.com
3
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Vitória da Conquista
–
BA
–
Brasil. Professora do
Departamento de Filosofia e Ciências Humanas. Pós-doutoranda no Departamento de Ciências Humanas (DCH)
–
Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade- PPGELS, Campus VI- Caetité, pela (UNEB).
Doutora em Educação (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9244-130X. E-mail:
ana.luiza@uesb.edu.br
4
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9765.htm. Acesso em: 10 fev. 2022.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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acción gubernamental, abordada desde la perspectiva de la colonialidad; y la formación del
alfabetizador, centrada en la formación, eligiendo un método de enseñanza, para privar de
autonomía docente; un plan de estudios autoritario, conflictivo y controvertido; y la
importancia de entender la educación como un acto político, que permita resistir y resurgir
estas propuestas oficiales antidemocráticas.
PALABRAS CLAVE
: Alfabetización. Política Nacional de Alfabetización. Política pública.
ABSTRACT
: Analyzing the National Literacy Policy, established by law 9.765 in April 11,
2019 is the central objective of this article. Result of the paths already trodden in the research
project entitled "T
he construction of the process of reading and writing in literacy: the children’
vision of the early years of Elementary School" and the readings held during the School Culture
Discipline, Knowledge and Educational Practices of the Graduate Program stricto sensu in
Teaching, Language and Society (PPGELS). We perceive in the course of the analysis the
colonial perspective of this governmental action, addressed from the perspective of
coloniality; and the training of the literacy teacher, focused on training, choice of a teaching
method, so dismiss teaching autonomy; an authoritarian, conflicting and disputed
curriculum; and the importance of understanding education as a political act, which makes it
possible to resist and resurface these anti-democratic official proposals.
KEYWORDS
: Literacy. National Literacy Policy. Public policy.
Para início de conversa
Este artigo é resultado dos percursos já trilhados no projeto de pesquisa intitulado “
A
construção do processo de leitura e escrita na alfabetização: o olhar das crianças dos anos
iniciais do Ensino Fundamental”
, e das leituras realizadas durante a Disciplina Cultura Escolar,
Saberes e Práticas Educativas
5
do Programa de Pós-Graduação
stricto sensu
em Ensino,
Linguagem e Sociedade (PPGELS), na pretensão de investigar os relatos de crianças em
distorção idade-série já alfabetizadas, compreendendo os processos que construíram sua
aprendizagem da leitura e escrita, tornando-as protagonistas de suas histórias e quais os
significados atribuídos às práticas de leitura e escrita, o sentido conferido à escola.
Analisamos, primeiramente, a Política Nacional de Alfabetização, criada dentro do atual
Governo brasileiro, instituída pelo Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019
6
. Constituída por:
deliberações, materiais didáticos, cadernos on-line, programas e cursos, aqui analisado o curso
de Formação Continuada Práticas de Alfabetização, vinculado ao Programa Tempo de
5
Disciplina do Programa de Pós-Graduação
stricto sensu
em Ensino, Linguagem e Sociedade (PPGELS), Linha
de pesquisa II - Ensino, Saberes e Práticas Educativas, docente orientadora Ana Luiza Salgado Cunha.
6
Disponível no site: http://portal.mec.gov.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9765.htm. Acesso em: 10 fev. 2022.
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Aprender
7
, ambos disponíveis em plataformas digitais. As ações pretendidas para esta política
estão planejadas tanto para ambientes presenciais como virtuais, mas, desde suas
concretizações, vem acontecendo somente na esfera virtual.
A Política Nacional de Alfabetização (PNA) é uma política de Estado voltada para a
Educação Básica, instituindo programas e ações para a alfabetização, tendo como envolvidos
alunos, professores, gestores e famílias. Os beneficiários primeiros são crianças da primeira
infância e alunos do Ensino Fundamental dos anos iniciais. Os objetivos aparecem no decreto,
como elevar a qualidade do ensino e aprendizagem e contribuir para alcançar a meta 5 do Plano
Nacional de Educação (PNE), alfabetizar todas as crianças, no máximo até o final do 3º ano do
ensino fundamental; a meta 9 do PNE é elevar a taxa de alfabetização da população com 15
anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo
absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional (BRASIL, 2019).
Sobre as impressões da Política Nacional de Alfabetização debruçou-se este artigo.
Dialogou sobre: no primeiro tópico: “A educação norte
-centrada da PNA
”
discute a perspectiva
colonial desta ação governamental. Segundo tópico:
“Entrelaçamentos de formação, currículo
e politicidade”
, analisa a perspectiva de formação do professor alfabetizador dessa política; a
concepção de currículo pressuposta nas entrelinhas da PNA; educação/alfabetização enquanto
ato político, até concluirmos estas primeiras reflexões em nossas considerações finais.
O projeto de Educação Norte-centrado da Política Nacional de Alfabetização
Mesmo com o fim do período colonial
8
, ainda é muito presente a dependência de países
sul-americanos aos países do norte (ocidente). A subordinação da América do Sul tanto se dá
nas relações econômicas, políticas, como nas epistemológicas. É produzido o discurso do
conhecimento eurocêntrico como aquele universal e científico, dito por europeus para africanos,
europeus para asiáticos e europeus para americanos. Resultado, tem-se escrito ainda uma única
história para todos os povos, destituindo saberes e vidas, ao subordinar-se aos padrões de vida
da Europa.
Essas relações de dependência adentram para o cenário educacional e também para a
Política Pública Educacional
9
aqui analisada, numa perspectiva colonial. O colonialismo não
7
(Programa Tempo de Aprender). Disponível no site: http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-aprender.
8
Período de exploração territorial do Brasil, iniciado por volta de 1549 até 1822, com sua independência política.
As decisões econômicas e políticas eram tomadas pela metrópole portuguesa.
9
Para explicar o conceito de Política Pública Educacional, outros dois termos são importantes: Política e Política
Pública. Sobre a concepção de
Política
de Bobbio, menciona Costa (2019, p. 102)
: “
Política é um conceito
imprescindível para entender a práxis humana ligada ao Poder. O ser humano é um ser por natureza político por
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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acabou, e sim se modificou, mesmo que haja o “fim” da ocupação territorial, isso não significa
o fim do colonialismo, muda para perspectiva da colonialidade de acordo Quijano (2010), sendo
este um conceito diferente de colonialismo, pois é mais moderno e fortemente perpetuado, mas
ainda está vinculado ao colonialismo
(CUNHA, 2018). “Aníbal Quijano cria o termo
‘colonialidade’, para denunciar que a dominação presente nos sistemas coloniais perdura
mesmo com o fim das colônias. Para ele, os padrões de poder, de saber e de ser são impostos
pela lógica europeia, capi
talista, ‘nortecentrada’ (LEITE;
RAMALHO; CARVALHO, 2019, p.
1).
Nosso país ainda continua importando modelos de políticas públicas, sistemas de
avaliação, pesquisas, teorias e saberes de outros países, muitas vezes desconsiderando os
condicionantes históricos, sociais, econômicos e políticos do Brasil, que muitas vezes são
discrepantes de outras realidades internacionais. Cabe ao Brasil resistir a essa lógica e buscar
construir suas políticas a partir do conhecimento produzido pela comunidade de pesquisadores
no sentido de não apenas fortalecer a ciência que aqui se produz, mas também de assumir as
rédeas do processo de descolonização, condição para um desenvolvimento sustentável e
autônomo (NUNES, 2019).
Respaldamos as críticas da perspectiva colonial da PNA pelas seguintes análises:
quantidade expressiva de especialistas estrangeiros na elaboração desta ação governamental
brasileira (dados constam na revisão técnica e de conteúdo no caderno eletrônico). E, quanto
aos brasileiros que participam de sua elaboração, se restringem a apenas alguns especialistas
que discutem alfabetização na perspectiva linguística, com ênfase nas Ciências Cognitivas de
Leitura. Ao longo de todo documento, aparece enfaticamente que a política é baseada em
evidências científicas, tendo como modelos padrões internacionais. Nomes como Inglaterra,
Portugal, Austrália, Israel, Finlândia, França, Estados Unidos e Grã-Bretanha são citados no
decorrer do texto.
Para reafirmar a cientificidade defendida na PNA, mencionam seus elaboradores as
evidências cientí
ficas que “norteiam” a alfabetização dessa ação governamental. Relatam no
caderno virtual breve histórico de relatório sobre alfabetização, enfatizando documentos
possuir a capacidade de se relacionar com o outro dentro da sociedade em que vive. Essa natureza reside na ideia
de desenvolver e entender as relações de poder que, por sua vez são, segundo o autor, relações políticas. O ser
humano precisa da política por não ser autárquico e, consequentemente, depende do outro para sua própria
existência”.
São caracterizadas como
Políticas Públicas:
“[...] as diretrizes, princípios norteadores de ação do
poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da
sociedade e do Estado” (TEIXE
IRA, 2002, p. 02, apud COSTA, 2019 p. 108). E
As Políticas Públicas
Educacionais
são entendidas como aquelas que regulam e orientam os sistemas de ensino. O Brasil desenvolve
atualmente diversas políticas públicas educacionais focadas na Educação Básica e tudo o que rodeia o mundo da
escola.
(COSTA, 2019, p. 109)
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A política nacional de alfabetização (PNA) de 2019: Algumas reflexões
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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internacionais. Citam o primeiro relatório científico dos Estados Unidos, produzido por Jeanne
Chall, que publicou em 1967 o livro
Learning to Read
;
o segundo citado:
Preventing Reading
Difficulties in Young Children
, de 1998; o terceiro é de 2000, quando foi divulgado o relatório
do
National Reading Panel
nos Estados Unidos; o quarto mencionado,
Developing Early
Literacy
, do
National Early Literacy Panel
(NELP), publicado em 2009 (BRASIL, 2019). Ao
final do caderno virtual da PNA, pode se observar que as referências utilizadas para respaldar
teoricamente a política são de maioria estrangeiras, 48 referências internacionais e 37
referências brasileiras.
As epistemologias validadas pela Política Nacional de Alfabetização muitas vezes não
condizem com as diferentes realidades das escolas brasileiras. Não dialogam com as
especificidades das escolas públicas periféricas, escolas quilombolas, escolas indígenas e
escolas do campo. Ao propor um conhecimento no âmbito internacional para o nacional, até
mesmo dentro da esfera Brasil, tende de se pensar nos nossos diversos
‘
Brasis
’
.
Numa lógica diferente, propõe Santos (2009) um pensamento pós-abissal, ou seja,
aprender com o Sul (o conjunto de países e regiões do mundo que foram submetidos pelo
colonialismo europeu), usando as epistemologias do Sul, confrontando a monocultura das
ciências modernas, em interações sustentáveis e dinâmicas e sem comprometer sua autonomia.
Propondo uma ecologia de saberes, que é o reconhecimento de uma pluralidade de formas de
conhecimento, para além do conhecimento científico universal, ao mesmo tempo buscar
credibilidade para esses conhecimentos, renunciando a qualquer epistemologia geral.
Reconhecendo, de tal modo, a diversidade de conhecimentos, não somente aqueles
importados dos discursos dos colonizadores, ou dos currículos hegemônicos, para além desses,
as vivências e saberes construídos no cotidiano das escolas brasileiras que as avalições externas
não conseguem captar, muitas vezes não presentes nas políticas públicas educacionais.
As políticas públicas, ao importar modelos de conhecimentos europeus e norte-
americanos, também copia os moldes de se fazer pesquisa, utilizam as mesmas metodologias
de investigação. Os seus métodos são considerados como únicos, válidos e eficazes. E, deste
modo, faz investigação nos mesmos trajetos norte-centrados, passando por vias, estradas e rotas
diferentes, mas espera-se os mesmos resultados.
Deste modo, as políticas públicas educacionais tendem a valorizar e ser construídas
dentro de dados mais precisos, respostas que parecem mais completas e prontas, trilhando por
métodos que trazem estes aspectos. Porém, muitas vezes as subjetividades, os contextos sociais
das escolas brasileiras e a realidade de seus alunos não podem em sua totalidade serem
revelados.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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Essa cientificidade proposta pela PNA propõe um único modelo de fazer ciência, ainda
baseado nos moldes de outros países, de modo a inferiorizar a Ciência realizada no Brasil, que
tem tantos conhecimentos aqui já construídos por brasileiros. Nota-se esta análise pelo
apagamento das pesquisas brasileiras, que não discutem alfabetização no mesmo viés proposto
por esta política. Pesquisadores e especialistas das Ciências e das subjetividades que
contribuíram para se pensar alfabetização em nosso país não são citados nos seus documentos.
Não se pretende desvalorizar estudos não brasileiros. Diferentemente do que propõe
essa ação governamental, defende-se diálogos com pesquisas internacionais, mas partindo das
vivências das escolas e universidades brasileiras. Para, conforme já se tem feito, a construção
de nossa ciência embasada nas nossas realidades, e as teorias construídas a partir delas. Um
equívoco dessa política colonial, de modo proposital, é o apagamento de referências brasileiras,
que contribuíram em evidências científicas para o campo da alfabetização no país. Neste ensaio,
nomes como: Paulo Freire, presente! Magda Soares, presente! Cabe aqui mencionar.
Ao revelar a presença e as contribuições destes intelectuais citados, buscamos
contemplar tantos outros pesquisadores/ estudiosos que coadunam com os pensamentos destes
educadores, ou defendem uma alfabetização como direito de todas as crianças, como processo
para além da decodificação e codificação, aprender a ler e escrever como prática social,
enquanto ato político defendido por Freire (1996).
Torna-se contraditório o texto da PNA, pois enfadonhamente diz se basear em
evidências científicas, mas é pensada apenas dentro de um grupo fechado de especialistas que
discutem alfabetização dentro de única perspectiva, a faceta linguística. O que torna
contraditório pensar nessa cientificidade, pois se faz ciência também nas multiplicidades de
pensamentos, nas contradições, inquietações, imprecisões e pelas faltas. A ciência acontece
para além de tabulação de dados e conceitos teóricos, mas sobretudo no diálogo e trocas entre
pesquisadores e educadores.
Entrelaçamentos de formação, currículo e politicidade
Foi possível percebermos as perspectivas da Política Nacional de Alfabetização para o
processo formativo do professor alfabetizador através das análises realizadas a partir do
material da PNA, a partir do curso de Formação Continuada Práticas de Alfabetização,
destinado a professores alfabetizadores dos 1º e 2º anos iniciais do Ensino Fundamental,
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vinculado ao Programa Tempo de Aprender, oferecido pelo Ministério de Educação por meio
de sua plataforma Avamec
10
.
O ambiente virtual é onde acontece o curso on-line de formação continuada Práticas de
Alfabetização, constituído por videoaulas subdividas em módulos: módulo 1 introdução,
módulo 2 aprendendo a ouvir, módulo 3 conhecimentos alfabéticos, módulo 4 fluência, módulo
5 vocabulário, módulo 6 compreensões, módulo 7 produção de escrita, e o questionário de
finalização (BRASIL, 2019).
Percebe-se que a formação continuada é voltada para o treinamento de conteúdos
pressupostos pela PNA. Definimos aqui como curso meramente técnico e solitário, uma vez
que a capacitação não permite relações e trocas entre os educadores, sejam elas de saberes,
experiências e práticas. O que se tem é um programa meramente teórico, no intuito de ensinar
conceitos.
Diferente dessa formação, propõe Gadotti (2011) mais do que uma formação técnica, a
nova formação deve estar centrada na formação política para o educador exercer com
competência a sua profissão. É preciso valorizar uma formação colaborativa e cooperativa,
fundamentada na troca entre os profissionais da educação, baseada no diálogo.
Ao esbarrar numa concepção para treinamento, na lógica do curso Práticas de
Alfabetização,
que foca em ensinar a professores alfabetizadores “novos métodos científicos”
,
o curso deixou de construir uma ponte entre as experiências e práticas dos educadores com as
teorias de alfabetização. Alerta Freire (1996) que formar é muito mais que treinar.
E possibilita questionarmos: Será que podemos considerar essa ação do Programa
Tempo de Aprender com um processo formativo? Para responder tal questão, trazemos as
colaborações de Alves (2017), que considera que a formação docente se dá por redes educativas
que se articulam, atuando em diversos espaços e tempos, como dentro e fora da escola. Sobre
as ‘práticateorias’ é citado no trabalho da autora
:
Essas redes se
caracterizam como de ‘práticasteorias’ pois nela
desenvolvemos processos educativos e os pensamos, continuamente. Até o
presente, tenho podido trabalhar com as seguintes redes: a das ‘práticasteorias’
da formação acadêmica; a
das ‘práticasteorias’ pedagógi
cas cotidianas; a das
‘práticasteorias’ das políticas de governo; a das ‘práticasteorias’ coletivas dos
movimentos sociais; a das ‘práticasteorias’ das pesquisas em educação; a das
‘práticasteorias’ das manifestações artísticas; a das ‘práticasteorias’ de
produção e ‘usos’ de mídias; e a das ‘práticasteorias’ de vivências nas cidades,
10
Avamec é uma plataforma de ambiente virtual de aprendizagem do Ministério da Educação que oferece cursos
gratuitos de educação a distância em parceria com universidades públicas e disponibilizando certificação. Essas
ações são disponíveis para profissionais da educação cadastrados na plataforma, pelo seguinte site:
https://avamec.mec.gov.br. Acesso em: 10 fev. 2022.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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no campo ou à beira das estradas (OLIVEIRA, 2012 apud ALVES, 2017, p.
2).
A autora defende a formação para além da escola, tanto no domínio das práticas como
das teorias. Diante dessa concepção de formação, as políticas públicas educacionais podem ser
formativas, desde que não sejam isoladas, pelo contrário, devem atuar em diversos âmbitos e
envolver vários sujeitos e espaços para sua efetivação.
Acrescento ainda as concepções de Freire, de que a formação como processo
permanente deve ter “[...] o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É
pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”.
(FREIRE, 1996, p. 39).
Deste modo, como processo formativo contínuo, o professor precisa refletir e avaliar
suas práticas, suas concepções de educação, suas metodologias de trabalho, relação professor-
aluno, de modo que possa estar se construindo, reconstruindo e desconstruindo, ou seja se
formando.
É importante que este movimento, de reflexão e ação, ou seja, reflexão crítica sobre a
prática, e como resultado a práxis, faça parte da formação continuada e dos programas
curriculares das políticas públicas educacionais que visam à formação de professores
alfabetizadores.
Outras análises levam a entender que a partir da visão pressuposta de formação
continuada no curso Práticas de Alfabetização ocorre um esvaziamento na autonomia do
professor. São prescritos aos educadores como alfabetizar, os métodos e atividades didáticas a
serem utilizados, destituindo professores de decisões que são de seu ofício.
Sobre autonomia como um dos princípios da prática educativa, coloca Freire (1996),
centrada em experiências estimuladoras de decisão e da responsabilidade, vale dizer, em
experiências respeitosas da liberdade. São posições de mundo que tomamos ao longo de nossa
existência.
Autonomia na docência, professores nas suas trajetórias profissionais têm liberdade de
tomar decisões condizentes com suas práticas educativas na sala de aula. E o esvaziamento
ocorre diante da padronização e imposições pelo sistema, ou seja, decisões tomadas por
“outros” sobre seus cotidianos, e este
s não estão autorizados a participar.
Nestas prescrições ao professor, tanto no programa observado como nos demais
documentos da PNA, aparece explícita a priorização de um método de ensino: o método fônico
para alfabetizar, e expressa também a legitimidade das Ciências Cognitivas da Leitura, indo ao
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A política nacional de alfabetização (PNA) de 2019: Algumas reflexões
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encontro das reflexões proporcionadas pela metáfora
“Cegos e o Elefante”
. A narrativa conta
que seis homens cegos, para descobrir do que se tratava um animal a sua frente, apalparam uma
“parte” do seu corpo
; para fundamentar suas posições, cada homem tem um discurso de verdade
sobre o elefante, a partir do seu tato.
Cada sujeito construiu uma concepção do todo (elefante) a partir de uma única parte
(membro do corpo). Fazemos analogia dos cegos à Política Nacional de Alfabetização, que
enfatizou apenas uma das “partes” do processo de
alfabetização. A mesma metáfora,
“Cegos e
elefantes”
, é analisada por Soares (2016, p. 33):
“[..] que chega à seguinte conclusão: cada cego
examinou apenas uma parte do elefante, e erradamente generalizou, tomando a parte pelo todo,
assim também as propostas e métodos para aprendizagem inicial da língua escrita restringem-
se, em geral a uma parte do processo, equivocadamente considerando que a parte é o todo”.
Deste modo, o método sempre foi uma questão que privilegia uma faceta, determinada
função, determinado pressuposto teórico, ignorando os demais. A alfabetização é fenômeno
completo, envolve a complexa interação entre as práticas sociais da língua escrita, e aquele que
lê ou escreve pressupõe o exercício simultâneo de muitas e diferenciadas competências. É o
que se tem denominado alfabetizar letrando (SOARES, 2016
).
Diante do que já foi analisado leva-se também a fazer algumas observações sobre o
modelo de currículo pressuposto na Política Nacional de Alfabetização, uma vez que esta
normatização pode exercer influências sobre o trabalho do professor em sala de aula.
Nas entrelinhas da PNA percebe-se a constituição de um currículo conflitivo e
autoritário: é reduzida a autoria docente pelas prescrições de como ensinar da política de
formação continuada para o professor alfabetizador, já analisada em parágrafos anteriores.
É extremamente relevante discutir e refletir sobre currículo, uma vez que segundo
Arroyo (2013) ele é o núcleo, o espaço central mais estruturante da função da escola. Por isso
o território mais cercado, mais normatizado. Mas também mais politizado, inovado e
ressignificado.
O currículo passa a ser um campo de interesse porque é um campo político. No seu
território revelam-se disputas por projetos de sociedade (ARROYO, 2013). Percebe-se que os
modos de ensinar do professor, os conteúdos e a avaliação passam a ser de preocupação das
políticas públicas educacionais. Essas questões tendem a revelar as propostas de educação de
um grupo, suas concepções de ensino e de aprendizagem.
Como campo de interesses o currículo acontece por diferentes formas de pensar a
sociedade, diferentes formas de refletir educação/alfabetização, tornando-se um território de
disputas. Cita Arroyo (2013): disputas de conhecimentos, o que ensinar; disputas das relações
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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sociais em que grupos negados lutam por espaços e reconhecimentos; disputas dos professores
contra as normatizações que tentam controlar o seu trabalho; disputas políticas e da sociedade
e Estado e de suas instituições, como também de suas políticas e diretrizes.
No campo do currículo, e quando priorizam apenas uma concepção de sociedade e de
educação, negam a história e participação de sujeitos, negam saberes ditos do “senso comum”
–
o que denominamos saberes da vida
–
, negam conhecimentos. Na didática, quando recusam
os diferentes modos de ensinar, as diferentes metodologias, produz-se um currículo autoritário.
Foi perceptível esse autoritarismo na PNA, que se deu a partir de modelo único de
conhecimento sobre alfabetização e de método, no intuito de findar um pensamento
hegemônico partindo da unicidade.
Nesse modelo de currículo pressuposto nas entrelinhas da Política Nacional de
Alfabetização prevalece a hegemonia de um grupo, cujo plano social tem o perfil semelhante
do projeto relatado por Silva (2001), centrado na primazia do mercado, nos valores puramente
econômicos, nos interesses dos grandes grupos industriais e financeiros. Os significados
privilegiados desse discurso são: competitividade, flexibilização, ajuste, globalização,
privatização, desregulamentação, consumidor, mercado. Nesse projeto, a educação é vista como
simplesmente instrumental.
Além de ser um campo de interesses, não somente educacionais, mas também
econômicos, o currículo perpassa relações sociais de poder. O que significa fazer valer
significados particulares, próprios de um grupo social, sobre os significados de outros grupos,
o que pressupõe o gradiente, um diferencial de poder entre eles. Implica ver o campo de
produção de significado e de sentido como contestado, disputado e conflitivo. A luta pelo
significado é luta por hegemonia e por predomínio (SILVA, 2001).
Todas essas contendas são visíveis nas políticas públicas educacionais, pois é um campo
potente de formação. Ficaria até mais apropriado a expressão política de governo do que política
pública educacional. A educação no Brasil sempre foi um campo de disputas de ideias políticas,
em cada governo vemos uma corrente de pensamento hegemônico atuando explicitamente no
campo da educação e do ensino.
No contexto educacional são implantadas as ideologias hegemônicas da unicidade, ao
mesmo tempo em que é um campo de resistir e ressurgir, de onde pode acontecer os movimentos
de conscientização política do sujeito. Segundo Freire (1996, p. 38):
“[...] a educação é u
ma
forma de intervenção no mundo. Intervenção que além dos conhecimentos dos conteúdos bem
ou mal ensinados e/ou aprendidos implica tanto o espaço de reprodução da ideologia dominante,
quanto seu desmascaramento”.
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A política nacional de alfabetização (PNA) de 2019: Algumas reflexões
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Aqui, insistimos e reafirmamos a importância de compreender a educação enquanto ato
político. Não de caráter partidário, mas compreender que a prática educativa não é neutra, todos
os sujeitos fazem suas escolhas e assumem posições, movidos por suas histórias, experiências,
conhecimentos e convicções.
Como ação especificamente humana, que endereça sonhos, utopias e objetivos, o que se
chama politicidade da educação é a sua impossibilidade de neutralidade, e a educabilidade do
ser humano, que se funda no seu inacabamento e a consciência de seu inacabamento histórico:
necessariamente o ser humano se faria um ser ético, um ser de opção e de decisão (FREIRE,
1989).
Como sujeitos históricos inacabados, sociais e políticos, capazes de tomar decisões,
assumir discursos, reivindicar e lutar por aquilo que acredita e consequentemente construir uma
educação melhor e para todos. Diferentemente, quando não se assume esse movimento de busca
política, mas sim a passividade, os riscos são ma
iores de “outros” tomarem as decisões por nós,
privilegiando apenas uma minoria. Deste modo, a comodidade e o desinteresse podem significar
a ocultação de nossas vidas e a negação de nossos projetos de sociedade.
É preciso que a educação sempre seja prioridade, ela está vinculada a todas as esferas
do meio social, por isso tem de ser sempre o centro de nossos interesses. De modo que fica
claro:
[...] Tanto no caso do processo educativo quanto no do ato político, uma das
questões fundamentais seja a clareza em torno de a favor de quem e do quê,
portanto contra quem e contra o quê, fazemos a educação e de a favor de quem
e do quê, portanto, contra quem e contra o quê, desenvolvemos a atividade
política. (FREIRE, 1989, p. 15).
Conforme cita o autor, é necessário clareza a favor de quem está se construindo a
educação: é para todos? Ou para uma minoria? Ter nitidez contra quem nos posicionamos, se
são grupos, sujeitos e/ou instituições. Essas questões devem ter a centralidade ao se pensar o
ato educativo, para que as posições e práticas assumidas sejam coerentes e vinculadas ao projeto
de educação e sociedade que queremos.
Deste modo, a politicidade da educação permite que ela seja reproduzida/ressignificada,
excludente/inclusiva e autoritária/democrática. Assim, as políticas públicas educacionais são
construídas por seres humanos movidos por seus interesses, que muitas vezes não são comuns
aos interesses de uma maioria, alguns pensam a formação de sujeito e sociedade para o
mercado, para fins lucrativos, e quando isso acontece existe a possibilidade de transgressão,
violar essas estruturas, somente possível quando se assume posturas críticas e se põe em
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movimento, pois esta realidade não está findada, porque o ato educativo é político e existe
sempre a possibilidade de mudanças.
Finalizamos este ciclo com as palavras de Guimarães (2017): sempre é possível criar
algo para além da simples resistência às propostas oficiais. Sair da agenda imposta e propor
movimentos diversos e criadores que possam produzir debates e avanços nessa e em outras
questões. “Resistir é necessário; viver exige muito mais: exige criação!”
(GUIMARAES, 2017,
p. 16).
Considerações finais
Não terminamos aqui nossas impressões sobre a Política Nacional de Alfabetização,
mas neste ciclo a nós é permitido tecer algumas considerações. Essa ação governamental vai
contra um projeto de alfabetização/educação democrática ao assumir posturas autoritárias e
coloniais. Ao adotar “
evidências cientí
ficas” para alfabetização, baseadas em cópias de países
da Europa e modelo dos Estados Unidos, sem diálogo com a comunidade de pesquisadores
brasileiros que discutem a alfabetização em diversas perspectivas: se equivocam
propositalmente.
Para não bastar, prescrevem aos professores os modos de ensinar, propondo único
método de ensino, como se esse fosse o problema da alfabetização no Brasil, para tampar de
fato o local das feridas da educação que não mencionam: escolas inadequadas, poucos
investimentos, professores mal pagos, programas de formação continuada voltados para
treinamentos, escolas segregadas, escolas das periferias, escolas do campo, escolas quilombolas
e escolas indígenas esquecidas e negadas, salas superlotadas, escolas nada inclusivas desde a
estrutura física até as condições pedagógicas. Enquanto não se enxergar o problema da
alfabetização para além do pedagógico, em seu caráter social, não é possível sarar machucados
que nunca foram tratados.
Enquanto isso, são negados os direitos de aprendizagem de leitura e escrita às crianças
brasileiras, sendo estas a maioria, das camadas populares. Diante desta realidade da
alfabetização em nosso país, e com a instituição desta ação governamental antidemocrática, foi
necessário, enquanto indivíduos políticos, assumirmos uma posição contra este tipo educação:
formação de professor voltada para treinamento, perspectiva colonial e currículo autoritário, a
favor de uma alfabetização que inclua todas as crianças brasileiras, que não precise de jovens e
adultos reivindicando estes direitos. Que elas aprendam o Sistema de Escrita Alfabético, mas
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A política nacional de alfabetização (PNA) de 2019: Algumas reflexões
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para além disso compreendam a função da leitura e da escrita de modo a participar criticamente
da sociedade em que estão inseridas, sendo possível a partir do ato de alfabetizar/letrando.
REFERÊNCIAS
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2019. Tese (Doutorado)
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Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos, São
Carlos, 2019.
CUNHA, A. L. S.
Extensão Universitária na Universidade Federal de São Carlos:
(des)
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Universidade Federal de
São Carlos, campus São Carlos, São Carlos, 2018.
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FREIRE, P.
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em três artigos que se completam. São Paulo:
Autores Associados: Cortez, 1989.
FREIRE, P.
Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, M.
Boniteza de um sonho:
ensinar-e-aprender com sentido. 2. ed. São Paulo:
Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2011.
LEITE, L. H. A.; RAMALHO, B. B. M.; CARVALHO, P. F. L. A educação como prática de
liberdade: uma perspectiva decolonial sobre a escola.
Educação em Revista
, Belo Horizonte,
v. 35, e214079, 2019. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
46982019000100205&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24 set. 2020.
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Revista brasileira de
alfabetização - ABAlf
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v. 1, n. 10, p 63-65, jul./dez. 2019.
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saberes.
In:
MENESES, M. P. (org.).
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. Coimbra: Almedina, 2009. p.
23-71.
SOARES, M.
Alfabetização:
a questão de métodos. 1. ed. 3. reimpressão. São Paulo:
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SILVA, T. T.
O currículo como fetiche:
a poética e a política do texto curricular. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2001.
Como referenciar este artigo
VIANA, M. M.; COSTA, G. B. A.; CUNHA A. L. S. A política nacional de alfabetização
(PNA) de 2019: Algumas reflexões.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
Submetido em
: 24/02/2021
Revisões requeridas em
: 13/06/2021
Aprovado em:
05/02/2022
Publicado em
: 01/04/2022
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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LA POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZACIÓN (PNA) DE 2019: ALGUNAS
REFLEXIONES
A POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO (PNA) DE 2019: ALGUMAS
REFLEXÕES
THE NATIONAL LITERACY POLICY (PNA) IN 2019: SOME REFLECTIONS
Magna Melo VIANA
1
Glauber Barros Alves COSTA
2
Ana Luiza Salgado CUNHA
3
RESUMEN
: El análisis de la Política Nacional de Alfabetización, instituida por el Decreto nº.
9.765 del 11 de abril de 2019 es el objetivo central de este artículo. Resultado de los caminos
ya recorridos en el proyecto de investigación titulado “La construcción d
el proceso de lectura
y escritura en la alfabetización: la mirada de los niños en los primeros años de la escuela
primaria” y las lecturas realizadas durante la Disciplina Escolar Cultura, Conocimiento y
Prácticas Educativas del Programa de Educación Stricto sensu de Posgrado en Docencia,
Lengua y Sociedad (PPGELS). Durante el análisis percibimos la perspectiva colonial de esta
acción gubernamental, abordada desde la perspectiva de la colonialidad; y la formación del
alfabetizador, centrada en la formación, eligiendo un método de enseñanza, para privar de
autonomía docente; un plan de estudios autoritario, conflictivo y controvertido; y la importancia
de entender la educación como un acto político, que permita resistir y resurgir estas propuestas
oficiales antidemocráticas.
PALABRAS CLAVE
: Alfabetización. Política Nacional de Alfabetización. Política pública.
RESUMO:
Analisar a Política Nacional de Alfabetização, criada pelo Decreto nº 9.765 de 11
de abril de 2019
4
, é o objetivo central deste artigo. Resultado do projeto de pesquisa intitulado
“
A construção do processo de leitura e escrita na alfabetização: o olhar das crianças dos anos
iniciais do Ensino Fundamental”
e das leituras realizadas durante a Disciplina Cultura
Escolar, Saberes e Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em
Ensino, Linguagem e Sociedade (PPGELS). Percebemos no decorrer da análise a perspectiva
1
Universidad del Estado de Bahía (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brasil. Estudiante de Máster del Departamento de
Humanidades - Programa de Postgrado en Enseñanza, Lengua y Sociedad - PPGELS, Campus VI. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-9731-5081. E-mail: magnameloviana@hotmail.com
2
Universidad del Estado de Bahía (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brasil. Profesor y coordinador del Programa de
Posgrado en Enseñanza, Lengua y Sociedad (PPGELS) y del Departamento de Humanidades (DCH). Campus VI.
Doctor en Educación (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4368-2964. E-mail:
glauberbarros@hotmail.com
3
Universidad Estatal del Sudoeste de la Bahia (UESB), Vitória da Conquista
–
BA
–
Brasil. Profesora del
Departamento de Filosofía y Ciencias Humanas. Estudiante postdoctoral en el Departamento Ciencias Humanas
(DCH)
–
Programa de Posgrado en Enseñanza, Lenguaje y Sociedad- PPGELS, Campus VI- Caetité, (UNEB).
Doctorado en Educación (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9244-130X. E-mail:
ana.luiza@uesb.edu.br
4
Disponible en: http://portal.mec.gov.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9765.htm. Acceso: 10 feb. 2022.
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colonial dessa ação governamental, abordada sob a ótica da colonialidade; e a formação do
professor alfabetizador, voltada para treinamentos, escolha de um método de ensino, de modo
a destituir a autonomia docente; um currículo autoritário, conflitivo e disputado; e a
importância de compreender a educação enquanto ato político, o que possibilita resistir e
ressurgir a estas propostas oficiais antidemocráticas.
PALAVRAS-CHAVE
: Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização. Política pública.
ABSTRACT
: Analyzing the National Literacy Policy, established by law 9.765 in April 11,
2019 is the central objective of this article. Result of the paths already trodden in the research
project entitled "The construction of the process of reading and writing in literacy: the chi
ldren’
vision of the early years of Elementary School" and the readings held during the School Culture
Discipline, Knowledge and Educational Practices of the Graduate Program stricto sensu in
Teaching, Language and Society (PPGELS). We perceive in the course of the analysis the
colonial perspective of this governmental action, addressed from the perspective of
coloniality; and the training of the literacy teacher, focused on training, choice of a teaching
method, so dismiss teaching autonomy; an authoritarian, conflicting and disputed
curriculum; and the importance of understanding education as a political act, which makes it
possible to resist and resurface these anti-democratic official proposals.
KEYWORDS
: Literacy. National Literacy Policy. Public policy.
Para el inicio de la conversación
Este artículo es el resultado de los caminos ya recorridos en el proyecto de investigación
titulado "La construcción del proceso de lectura y escritura en la alfabetización: la mirada de
los niños desde los primeros años de la escuela primaria", y las lecturas realizadas durante la
Disciplina Escuela Cultura, Conocimiento y Prácticas Educativas
5
del Programa de Posgrado
Stricto Sensu
en
Enseñanza, Lengua y Sociedad (PPGELS), con la intención de investigar los
informes de niños en distorsión de grado de edad ya alfabetizados, comprender los procesos
que construyeron su aprendizaje de la lectura y la escritura, convirtiéndolos en protagonistas de
sus historias y qué significados atribuyen a las prácticas de lectura y escritura, el significado
dado a la escuela.
Analizamos, en primer lugar, la Política Nacional de Alfabetización, creada dentro del
actual Gobierno brasileño, instituida por el Decreto Nº 9.765 del 11 de abril de 2019
6
.
Compuesto por: deliberaciones, material didáctico, cuadernos on-line, programas y cursos, aquí
5
Disciplina del Programa de Posgrado
Stricto Sensu en
Enseñanza, Lengua y Sociedad (PPGELS), Línea de
Investigación II - Docencia, Conocimiento y Prácticas Educativas, orientando a la profesora Ana Luiza Salgado
Cunha.
6
Disponible en la página web: http://portal.mec.gov.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9765.htm. Acceso: 10 feb. 2022.
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analizó el curso de Prácticas de Alfabetización en Educación Continua, vinculado al Programa
tiempo de aprendizaje
7
, ambos disponibles en plataformas digitales. Las acciones destinadas a
esta política están previstas tanto para entornos presenciales como virtuales, pero desde sus
implementaciones, ha estado sucediendo solo en la esfera virtual.
La Política Nacional de Alfabetización (PNA) es una política de Estado enfocada en la
Educación Básica, instituyendo programas y acciones para la alfabetización, con estudiantes,
docentes, directivos y familias involucradas. Los primeros beneficiarios son los niños de la
primera infancia y los estudiantes de primaria desde los primeros años. Los objetivos aparecen
en el decreto, como elevar la calidad de la enseñanza y el aprendizaje y contribuir al logro de
la meta 5 del Plan Nacional de Educación (PNE), alfabetizar a todos los niños, como máximo
hasta el final del 3er año de la escuela primaria; el objetivo 9 del PNE es elevar la tasa de
alfabetización de la población de 15 años o más al 93,5% para 2015 y, al final del período de
este PNE, erradicar el analfabetismo absoluto y reducir la tasa de analfabetismo funcional en
un 50% (BRASIL, 2019).
Este artículo fue abordado sobre las impresiones de la Política Nacional de
Alfabetización. Habló de: en el primer tema: "Educación centrada en el norte del PNA
”
discute
la perspectiva colonial de esta acción gubernamental. Segundo tema: "Entrelazamientos de
formación, currículo y politicidad", analiza la perspectiva de alfabetización docente de la
formación docente de esta política; el concepto de currículo presupuesto entre las líneas del
PNA; la educación/alfabetización como acto político, hasta que concluyamos estas primeras
reflexiones en nuestras consideraciones finales.
El proyecto de Educación Centrada en el Norte de la Política Nacional de Alfabetización
Incluso con el final del período colonial
8
, la dependencia de los países sudamericanos
de los países del norte (oeste) sigue estando muy presente. La subordinación de América del
Sur tiene lugar tanto en las relaciones económicas y políticas como en las relaciones
epistemológicas. Se produce el discurso del conocimiento eurocéntrico como aquel universal y
científico, dicho por los europeos para los africanos, los europeos para los asiáticos y los
europeos para los estadounidenses. Como resultado, se ha escrito una sola historia para todos
7
(Programa de Tiempo de Aprendizaje). Disponible en la página web: http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-
aprender.
8
Período de explotación territorial de Brasil, iniciado alrededor de 1549 hasta 1822, con su independencia política.
Las decisiones económicas y políticas fueron tomadas por la metrópoli portuguesa.
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los pueblos, el conocimiento y las vidas de la indigencia, al estar subordinados a los niveles de
vida de Europa.
Estas relaciones de dependencia entran en el escenario educativo y también en la Política
Pública Educativa
9
analizado aquí, desde una perspectiva colonial. El colonialismo no ha
terminado, sino que ha cambiado, aunque exista el "fin" de la ocupación territorial, esto no
significa el fin del colonialismo, cambia a la perspectiva de la colonialidad según Quijano
(2010), siendo este un concepto diferente del colonialismo, porque es más moderno y
fuertemente perpetuado, pero sigue vinculado al colonialismo (CUNHA, 2018). "Aníbal
Quijano crea el término 'colonialidad', para denunciar que la dominación presente en los
sistemas coloniales persiste incluso con el fin de las colonias. Para él, los estándares del poder,
del conocimiento y del ser son impuestos por la lógica europea, capitalista,
‘
norte centrado
’
(LEITE; RAMALHO; CARVALHO, 2019, p. 1).
Nuestro país sigue importando modelos de políticas públicas, sistemas de evaluación,
investigaciones, teorías y conocimientos de otros países, a menudo sin tener en cuenta las
limitaciones históricas, sociales, económicas y políticas de Brasil, que a menudo son
discrepantes de otras realidades internacionales. Corresponde a Brasil resistir esta lógica y
buscar construir sus políticas basadas en el conocimiento producido por la comunidad de
investigadores para no solo fortalecer la ciencia que aquí se produce, sino también para tomar
las riendas del proceso de descolonización, condición para el desarrollo sostenible y autónomo
(NUNES, 2019).
Apoyamos las críticas a la perspectiva colonial del PNA mediante los siguientes
análisis: número significativo de expertos extranjeros en la elaboración de esta acción del
gobierno brasileño (los datos se incluyen en la revisión técnica y de contenido en el cuaderno
electrónico). Y, en cuanto a los brasileños que participan en su elaboración, están restringidos
a solo unos pocos especialistas que discuten la alfabetización desde una perspectiva lingüística,
con énfasis en las Ciencias cognitivas de la lectura. A lo largo del documento, parece
9
Para explicar el concepto de Política Pública Educativa, otros dos términos son importantes: Política y Política
Pública. Sobre la concepción de Bobbio de la política, dice Costa (2019, p. 102): "La política es un concepto
indispensable para entender la praxis humana vinculada al Poder. El ser humano es un ser por naturaleza política
porque tiene la capacidad de relacionarse con el otro dentro de la sociedad en la que vive. Esta naturaleza radica
en la idea de desarrollar y comprender las relaciones de poder que, a su vez, son, según el autor, relaciones políticas.
El ser humano necesita política porque no es autárquico y, en consecuencia, depende del otro para su propia
existencia". Se caracterizan como
Políticas Públicas:
"[...] las directrices, principios rectores de actuación de los
poderes públicos; normas y procedimientos para las relaciones entre el poder público y la sociedad, mediaciones
entre los actores de la sociedad y el Estado" (TEIXEIRA, 2002, p. 02, apud COSTA, 2019 p. 108). Y
se entiende
por
Políticas Públicas Educativas
aquellas que regulan y guían los sistemas educativos. Brasil desarrolla
actualmente varias políticas públicas educativas centradas en la Educación Básica y todo lo que rodea al mundo
de la escuela. (COSTA, 2019, p. 109)
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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enfáticamente que la política se basa en evidencia científica, teniendo como modelos estándares
internacionales. Nombres como Inglaterra, Portugal, Australia, Israel, Finlandia, Francia,
Estados Unidos y Gran Bretaña se mencionan en todo el texto.
Reafirmar la cientificidad defendida en el PNA, mencionan a sus elaboradores la
evidencia científica que "guía" la alfabetización de esta acción gubernamental. Informan en el
breve cuaderno virtual un informe sobre alfabetización, haciendo hincapié en los documentos
internacionales. Citan el primer informe científico de los Estados Unidos, producido por Jeanne
Chall, quien publicó en 1967 el libro
Learning to Read
;
el segundo citado:
Preventing Reading
Difficulties in Young Children
, de 1998; el tercero es 2000, cuándo se divulgó el informe de la
National Reading Panel
en los Estados Unidos; el cuarto mencionado,
Developing Early
Literacy
, do
National Early Literacy Panel
(NELP), publicado en 2009 (BRASIL, 2019). Al
final del PNA, se puede observar que las referencias utilizadas para apoyar teóricamente la
política son en su mayoría extranjeras, 48 referencias internacionales y 37 referencias
brasileñas.
Las epistemologías validadas por la Política Nacional de Alfabetización a menudo no
concuerdan con las diferentes realidades de las escuelas brasileñas. No dialogan con las
especificidades de las escuelas públicas periféricas, las escuelas cimarronas, las escuelas
indígenas y las escuelas rurales. Al proponer un conocimiento en el ámbito internacional para
lo nacional, incluso dentro de la Esfera Brasil, uno tiende a pensar en nuestros diversos 'Brasis'.
En una lógica diferente, Santos propone (2009) un pensamiento post-abisal, es decir,
aprender del Sur (el conjunto de países y regiones del mundo que fueron sometidos por el
colonialismo europeo), utilizando las epistemologías del Sur, confrontando el monocultivo de
las ciencias modernas, en interacciones sostenibles y dinámicas y sin comprometer su
autonomía. Proponer una ecología del conocimiento, que es el reconocimiento de una pluralidad
de formas de conocimiento, además del conocimiento científico universal, al mismo tiempo que
se busca la credibilidad de este conocimiento, renunciando a cualquier epistemología general.
Reconociendo, de tal manera, la diversidad de conocimientos, no sólo los importados
de los discursos de los colonizadores, o de los currículos hegemónicos, además de estos, las
experiencias y conocimientos construidos en la vida cotidiana de las escuelas brasileñas que las
medidas externas no logran capturar, a menudo no presentes en las políticas educativas
públicas.
Las políticas públicas, al importar modelos de conocimiento europeos y
norteamericanos, también copian las plantillas de hacer investigación, utilizando las mismas
metodologías de investigación. Sus métodos se consideran únicos, válidos y efectivos. De esta
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022.
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manera, investiga sobre los mismos caminos centrados en el norte, pasando por diferentes
caminos, caminos y rutas, pero se esperan los mismos resultados.
Así, las políticas públicas educativas tienden a valorar y construirse dentro de datos más
precisos, respuestas que parecen más completas y listas, tendiendo a través de métodos que
traen estos aspectos. Sin embargo, a menudo las subjetividades, los contextos sociales de las
escuelas brasileñas y la realidad de sus estudiantes no pueden ser revelados en su totalidad.
Esta cientificidad propuesta por el PNA propone un modelo único de hacer ciencia, aún
basado en los moldes de otros países, con el fin de inferiorizar la ciencia llevada a cabo en
Brasil, que tiene tanto conocimiento aquí ya construido por brasileños. Este análisis se observa
por el pago de la investigación brasileña, que no discute la alfabetización en el mismo sesgo
propuesto por esta política. Los investigadores y especialistas de la ciencia y las subjetividades
que contribuyeron a pensar la alfabetización en nuestro país no son mencionados en sus
documentos.
No pretende devaluar, inferiorizar los estudios no brasileños. A diferencia de lo que
propone esta acción gubernamental, se aboga por diálogos con la investigación internacional,
pero basados en las experiencias de las escuelas y universidades brasileñas. Porque, como ya
se ha hecho, la construcción de nuestra ciencia a partir de nuestras realidades, y las teorías
construidas a partir de ellas. Un error de esta política colonial, de manera propositiva, es el
borrado de referencias brasileñas, que contribuyeron a la evidencia científica para el campo de
la alfabetización en el país. En este ensayo, nombres como: Paulo Freire, ¡presente! Magda
Soares, ¡regalo! Vale la pena mencionarlo aquí.
Al revelar la presencia y las contribuciones de estos intelectuales citados, buscamos
contemplar a tantos otros investigadores/estudiosos que son coherentes con los pensamientos
de estos educadores, o defienden la alfabetización como el derecho de todos los niños, como
un proceso más allá de la decodificación y la codificación, a aprender a leer y escribir como
una práctica social, como un acto político defendido por Freire (1996).
El texto del PNA, porque se dice aburridamente que se basa en evidencia científica, pero
se piensa solo dentro de un grupo cerrado de expertos que discuten la alfabetización dentro de
una sola perspectiva, la faceta lingüística. Esto hace que sea contradictorio pensar en esta
cientificidad, porque la ciencia también se hace en la multiplicidad de pensamientos,
contradicciones, preocupaciones, inexactitudes y carencias. La ciencia sucede más allá de la
tabulación de datos y conceptos teóricos, sino sobre todo en el diálogo y los intercambios entre
investigadores y educadores.
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Entrelazamiento de la formación, el currículo y la políticidad
Se pudieron percibir las perspectivas de la Política Nacional de Alfabetización para el
proceso formativo del maestro de alfabetización a través de los análisis realizados a partir del
material del PNA, del curso de Prácticas de Alfabetización de Educación Continuada, dirigidos
a alfabetizadores de los primeros 1º y 2º de primaria, vinculados al Programa tiempo de
aprendizaje, ofrecido por el Ministerio de Educación a través de su plataforma Avamec
10
.
El entorno virtual es donde se lleva a cabo el curso en línea de prácticas de alfabetización
en formación continua, que consiste en clases en video subdivididas en módulos: módulo 1
introducción, módulo 2 aprender a escuchar, módulo 3 conocimientos alfabéticos, módulo 4
fluidez, módulo 5 vocabulario, módulo 6 entendimientos, módulo 7 producción de escritura y
el cuestionario de finalización (BRASIL, 2019).
Se advierte que la formación continua se centra en la formación de contenidos asumida
por el PNA. Definimos aquí como un curso puramente técnico y solitario, ya que la formación
no permite relaciones e intercambios entre educadores, ya sean conocimientos, experiencias y
prácticas. Lo que uno tiene es un programa puramente teórico, con el fin de enseñar conceptos.
A diferencia de esta formación, Gadotti (2011) propone más que la formación técnica,
la nueva formación debe estar centrada en la formación política para que los educadores ejerzan
su profesión de manera competente. Es necesario valorar una formación colaborativa y
cooperativa, basada en el intercambio entre profesionales de la educación, basada en el diálogo.
Al toparse con una concepción para la formación, en la lógica del curso de Prácticas de
Alfabetización, que se centra en enseñar a los alfabetizadores "nuevos métodos científicos", el
curso dejó de construir un puente entre las experiencias y prácticas de los educadores con teorías
de alfabetización. Alerta Freire (1996) que el entrenamiento es mucho más que entrenamiento.
Y nos hace preguntarnos: ¿Podemos considerar esta acción del Programa de Tiempo de
Aprendizaje con un proceso formativo? Para responder a esta pregunta, traemos las
colaboraciones de Alves (2017), quien considera que la formación docente se da a través de
redes educativas que se articulan, actuando en diversos espacios y tiempos, como dentro y fuera
de la escuela. Acerca de la
‘práticateorias’
se cita en la obra del autor:
Estas redes se caracterizan por
‘práticasteorias’
porque en ella desarrollamos
procesos educativos y pensamos en ellos continuamente. Hasta la fecha, he
10
Avamec es una plataforma de entorno virtual de aprendizaje del Ministerio de Educación que ofrece cursos
gratuitos de educación a distancia en asociación con universidades públicas y proporcionando certificación. Estas
acciones están a disposición de los profesionales de la educación registrados en la plataforma, a través de la
siguiente página web: https://avamec.mec.gov.br. Acceso: 10 de febrero. Año 2022.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022.
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podido trabajar con las siguientes redes: la de
‘práticasteorias’
formación
académica; la de la
‘práticasteorias’
actividades pedagógicas cotidianas; la de
la
‘práticasteorias’
políticas gubernamentales; la de la
‘práticasteorias’
grupos
colectivos de movimientos sociales; la de la
‘práticasteorias’
investigación
educativa; la de la
‘práticasteorias’
manifestaciones artísticas; la de la
‘práticasteorias’
producción y "usos" de los medios; y la de
‘práticasteorias’
de experiencias en las ciudades, en el campo o en la carretera (OLIVEIRA,
2012 apud ALVES, 2017, p. 2). (traducción nuestra)
El autor aboga por la formación más allá de la escuela, tanto en el campo de las prácticas
como de las teorías. Ante esta concepción de la formación, las políticas públicas educativas
pueden ser formativas, siempre que no sean aisladas, por el contrario, deben actuar en varios
ámbitos e involucrar a varios sujetos y espacios para su implementación.
También agrego las concepciones de Freire de que la formación como proceso
permanente debe tener "[...] el momento fundamental es el de la reflexión crítica sobre la
práctica. Es pensar críticamente en la práctica de hoy o de ayer que uno puede mejorar la
siguiente práctica". (FREIRE, 1996, p. 39).
Así, como proceso formativo continuo, el docente necesita reflexionar y evaluar sus
prácticas, sus concepciones de la educación, sus metodologías de trabajo, la relación profesor-
alumno, para que pueda ir construyendo, reconstruyendo y deconstruyendo, es decir, formando.
Es importante que este movimiento, de reflexión y acción, es decir, reflexión crítica
sobre la práctica, y como resultado de la praxis, forme parte de los programas de educación
continua y curriculares de las políticas educativas públicas dirigidas a la formación de
alfabetizadores.
Otros análisis nos llevan a entender que, desde la supuesta visión de la educación
continua en el curso de Prácticas de Alfabetización, hay un vaciamiento en la autonomía del
docente. Los educadores se prescriben como alfabetización, los métodos de enseñanza y las
actividades a utilizar, desahogando a los maestros de las decisiones que son de su oficio.
Sobre autonomia como um dos princípios da prática educativa, coloca Freire (1996),
centrada em experiências estimuladoras de decisão e da responsabilidade, vale dizer, em
experiências respeitosas da liberdade. São posições de mundo que tomamos ao longo de nossa
existência.
Autonomía en la enseñanza, los docentes en sus trayectorias profesionales tienen la
libertad de tomar decisiones coherentes con sus prácticas educativas en el aula. Y el
vaciamiento se produce frente a la estandarización y las imposiciones del sistema, es decir, las
decisiones tomadas por "otros" sobre su vida cotidiana, y no se les permite participar.
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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En estas prescripciones al profesor, tanto en el programa observado como en los otros
documentos del PNA, aparece explícita la priorización de un método de enseñanza: el método
fónico para la alfabetización, y también expresa la legitimidad de las Ciencias Cognitivas de la
Lectura, encontrando las reflexiones proporcionadas por la metáfora "Ciego y el Elefante". La
narración cuenta que seis ciegos, para averiguar de qué se trataba un animal frente a ellos,
manosearon una "parte" de su cuerpo; para fundamentar sus posiciones, cada hombre tiene un
verdadero discurso sobre el elefante, desde su tacto.
Cada sujeto construyó una concepción del todo (elefante) a partir de una sola parte
(miembro del cuerpo). Hacemos analogía de los ciegos con la Política Nacional de
Alfabetización, que enfatizó solo una de las "partes" del proceso de alfabetización. La misma
metáfora, "Ciegos y elefantes", es analizada por Soares (2016, p. 33): "[..] lo que llega a la
siguiente conclusión: cada ciego examinó solo una parte del elefante, y generalizó
erróneamente, tomando la parte por el todo, por lo que también las propuestas y métodos para
el aprendizaje inicial de la lengua escrita se restringen, en general a una parte del proceso,
considerando erróneamente que la parte es el todo".
Así, el método siempre ha sido una cuestión que privilegia una faceta, una determinada
función, un cierto supuesto teórico, ignorando al otro. La alfabetización es un fenómeno
completo, implica la compleja interacción entre las prácticas sociales del lenguaje escrito, y
quien lee o escribe presupone el ejercicio simultáneo de muchas y diferenciadas competencias.
Esto es lo que se ha llamado alfabetización (SOARES, 2016
).
A la vista de lo ya analizado, también es posible hacer algunas observaciones sobre el
modelo curricular asumido en la Política Nacional de Alfabetización, ya que esta
estandarización puede ejercer influencias en el trabajo del docente en el aula.
Entre líneas de la PNA, podemos ver la constitución de un currículo conflictivo y
autoritario: la autoría docente se reduce por las prescripciones de cómo enseñar la política de
educación continua al alfabetizador, ya analizadas en párrafos anteriores.
Es sumamente relevante discutir y reflexionar sobre el currículo, ya que según Arroyo
(2013) es el núcleo, el espacio central más estructurante de la función de la escuela. Por eso el
territorio está más vallado, más estandarizado. Pero también más politizado, innovador y
resignificado.
El currículo se convierte en un campo de interés porque es un campo político. En su
territorio existen disputas por proyectos de sociedad (ARROYO, 2013). Se percibe que los
métodos de enseñanza, contenidos y evaluación del docente se convierten en motivo de
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022.
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preocupación para las políticas públicas educativas. Estas preguntas tienden a revelar las
propuestas educativas de un grupo, sus concepciones de la enseñanza y el aprendizaje.
Como campo de intereses, el currículo pasa por diferentes formas de pensar sobre la
sociedad, diferentes formas de reflejar la educación / alfabetización, convirtiéndose en un
territorio de disputas. Cita Arroyo (2013): disputas de conocimiento, qué enseñar; disputas de
relaciones sociales en las que grupos negados luchan por espacios y reconocimientos; las
disputas de los maestros contra las normas que intentan controlar su trabajo; las controversias
políticas y la sociedad y el Estado y sus instituciones, así como sus políticas y directrices.
En el campo del currículo, y cuando priorizan solo una concepción de la sociedad y la
educación, niegan la historia y la participación de las asignaturas, niegan el llamado
conocimiento del "sentido común" -lo que llamamos conocimiento de la vida- niegan el
conocimiento. En didáctica, cuando se rechazan las diferentes formas de enseñar, las diferentes
metodologías producen un currículo autoritario. Se notó este autoritarismo en el PNA, que se
basó en un modelo único de conocimiento sobre alfabetización y método, para acabar con un
pensamiento hegemónico a partir de la unidad.
En este modelo de currículo asumido entre las líneas de la Política Nacional de
Alfabetización prevalece la hegemonía de un grupo, cuyo plan social tiene el perfil similar del
proyecto reportado por Silva (2001), centrado en la primacía del mercado, en los valores
puramente económicos, en los intereses de los grandes grupos industriales y financieros. Los
significados privilegiados de este discurso son: competitividad, flexibilización, ajuste,
globalización, privatización, desregulación, consumo, mercado. En este proyecto, la educación
es vista como simplemente instrumental.
Además de ser un campo de intereses, no solo educativos, sino también económicos, el
currículo impregna las relaciones sociales de poder. Esto significa hacer significados privados,
propios de un grupo social, sobre los significados de otros grupos, lo que presupone el gradiente,
un diferencial de poder entre ellos. Implica ver el campo de producción de significado y
significado como disputado, disputado y conflictivo. La lucha por el sentido es una lucha por
la hegemonía y el dominio (SILVA, 2001).
Todas estas contenciones son visibles en las políticas educativas públicas, ya que es un
poderoso campo de formación. La expresión política del gobierno que la política pública
educativa sería aún más apropiada. La educación en Brasil siempre ha sido un campo de
disputas de ideas políticas, en cada gobierno vemos una corriente de pensamiento hegemónico
que actúa explícitamente en el campo de la educación y la enseñanza.
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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En el contexto educativo, se implementan las ideologías hegemónicas de unidad, a la
vez que son un campo de resistencia y resurgimiento, a partir del cual pueden tener lugar los
movimientos de conciencia política del sujeto. Según Freire (1996, p. 38): "[...] la educación es
una forma de intervención en el mundo. Intervención que además del conocimiento de
contenidos bien o mal enseñados y/o aprendidos implica tanto el espacio de reproducción de la
ideología dominante como su desenmascaramiento".
Aquí, insistimos y reafirmamos la importancia de entender la educación como un acto
político. No de carácter partidista, sino entendiendo que la práctica educativa no es neutral,
todos los sujetos toman sus decisiones y asumen posiciones, impulsados por sus historias,
experiencias, conocimientos y convicciones.
Como acción específicamente humana, que aborda sueños, utopías y objetivos, lo que
se denomina politicidad de la educación es su imposibilidad de neutralidad, y la educabilidad
del ser humano, que se basa en su incompletitud y la conciencia de su incompletitud histórica:
necesariamente el ser humano se convertiría en un ser ético, un ser de elección y decisión
(FREIRE, 1989).
Como sujetos históricos inconclusos, sociales y políticos, capaces de tomar decisiones,
tomar discursos, reclamar y luchar por aquello en lo que crees y en consecuencia construir una
mejor educación y para todos. En otros tiempos, cuando no se asume este movimiento de
búsqueda política, sino pasividad, los riesgos son mayores para que "otros" tomen decisiones
por nosotros, favoreciendo solo a una minoría. De esta manera, la conveniencia y el desinterés
pueden significar el ocultamiento de nuestras vidas y la negación de nuestras sociedades.
La educación debe ser siempre una prioridad, está vinculada a todos los ámbitos del
entorno social, por lo que siempre debe ser el centro de nuestros intereses. Así que eso está
claro:
[...] Tanto en el caso del proceso educativo como en el caso del acto político,
una de las cuestiones fundamentales es la claridad en torno a quién y qué, por
lo tanto, contra quién y contra qué, hacemos educación y para quién, por lo
tanto, contra quién y contra qué, desarrollamos la actividad política. (FREIRE,
1989, p. 15). (traducción nuestra)
Como menciona el autor, se necesita claridad para aquellos que están construyendo
educación: ¿es para todos? ¿O para una minoría? Tener agudeza frente a quienes nos
posicionamos, ya sean grupos, sujetos y/o instituciones. Estas cuestiones deben tener la
centralidad a la hora de pensar el acto educativo, para que las posturas y prácticas asumidas
sean coherentes y estén vinculadas al proyecto de educación y sociedad que queremos.
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022.
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Así, la política de la educación permite que sea reproducida/resignificada,
excluyente/inclusiva y autoritaria/democrática. Así, las políticas públicas educativas son
construidas por seres humanos impulsados por sus intereses, que muchas veces no son comunes
a los intereses de una mayoría, algunos piensan que la formación del sujeto y la sociedad para
el mercado, con fines de lucro, y cuando esto sucede existe la posibilidad de transgresión,
violando estas estructuras, solo posible cuando se asumen posturas críticas y se pone en
movimiento, porque esta realidad no está acabada, porque el acto educativo es político y
siempre existe la posibilidad de cambio.
Terminamos este ciclo con las palabras de Guimarães (2017): siempre es posible crear
algo más allá de la simple resistencia a las propuestas oficiales. Salir de la agenda impuesta y
proponer diversos movimientos y creadores que puedan producir debates y avances en este y
otros temas. "Resistir es necesario; vivir requiere mucho más: ¡requiere creación!"
(GUIMARAES, 2017, p. 16).
Consideraciones finales
No hemos terminado nuestras impresiones de la Política Nacional de Alfabetización
aquí, pero en este ciclo se nos permite hacer algunas consideraciones. Esta acción del gobierno
va en contra de un proyecto democrático de alfabetización / educación al adoptar posturas
autoritarias y coloniales. Al adoptar "evidencia científica" para la alfabetización, basada en
copias de países europeos y modelo de los Estados Unidos, sin diálogo con la comunidad de
investigadores brasileños que discuten la alfabetización en diversas perspectivas: se equivocan
deliberadamente.
No son suficientes, prescriben a los maestros las formas de enseñar, proponiendo un
método de enseñanza único, como si este fuera el problema de la alfabetización en Brasil, para
cubrir de hecho el lugar de las heridas de la educación que no mencionan: escuelas inadecuadas,
pocas inversiones, maestros mal pagados, programas de formación continua dirigidos a la
formación, escuelas segregadas, escuelas en las periferias, escuelas de campo, escuelas
cimarrones y escuelas indígenas olvidadas y negadas, salas superpobladas, escuelas no
inclusivas desde la estructura física hasta las condiciones pedagógicas. Hasta que no se vea el
problema de la alfabetización más allá de lo pedagógico, en su carácter social, no es posible
curar moretones que nunca han sido tratados.
Mientras tanto, se niegan los derechos de lectura y escritura a los niños brasileños, la
mayoría de ellos de las clases populares. Frente a esta realidad de alfabetización en nuestro país,
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La Política Nacional de Alfabetización (PNA) de 2019: Algunas reflexiones
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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y con la institución de esta acción gubernamental antidemocrática, fue necesario, como
individuos políticos, asumir una posición en contra de este tipo de educación: formación
docente centrada en la formación, la perspectiva colonial y el currículo autoritario, a favor de
una alfabetización que incluya a todos los niños brasileños, que no necesitan jóvenes y adultos
que reclamen estos derechos. Que aprendan el Sistema de Escritura Alfabética, pero también
comprendan la función de la lectura y la escritura para participar críticamente en la sociedad en
la que se insertan, siendo posible desde el acto de alfabetización/alfabetización.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA e Ana Luiza Salgado CUNHA
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022.
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Cómo hacer referencia a este artículo
VIANA, M. M.; COSTA, G. B. A.; CUNHA A. L. S. La Política Nacional de Alfabetización
(PNA) de 2019: Algunas reflexiones.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
Presentado en
: 24/02/2021
Revisiones requeridas en
:13/06/2021
Aprobado en:
05/02/2022
Publicado en
: 01/04/2022
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
1012
THE NATIONAL LITERACY POLICY (PNA) IN 2019: SOME REFLECTIONS
A POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO (PNA) DE 2019: ALGUMAS
REFLEXÕES
LA POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZACIÓN (PNA) DE 2019: ALGUNAS
REFLEXIONES
Magna Melo VIANA
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Glauber Barros Alves COSTA
2
Ana Luiza Salgado CUNHA
3
ABSTRACT
: Analyzing the National Literacy Policy, established by law 9.765 in April 11,
2019 is the central objective of this article. Result of the paths already trodden in the research
project entitled "The construction of the process of reading and writing in literacy: the children’
vision of the early years of Elementary School" and the readings held during the School Culture
Discipline, Knowledge and Educational Practices of the Graduate Program stricto sensu in
Teaching, Language and Society (PPGELS). We perceive in the course of the analysis the
colonial perspective of this governmental action, addressed from the perspective of
coloniality; and the training of the literacy teacher, focused on training, choice of a teaching
method, so dismiss teaching autonomy; an authoritarian, conflicting and disputed
curriculum; and the importance of understanding education as a political act, which makes it
possible to resist and resurface these anti-democratic official proposals.
KEYWORDS
: Literacy. National Literacy Policy. Public policy.
RESUMO:
Analisar a Política Nacional de Alfabetização, criada pelo Decreto nº 9.765 de 11
de abril de 2019
4
, é o objetivo central deste artigo. Resultado do projeto de pesquisa intitulado
“
A construção do processo de leitura e escrita na alfabetização: o olhar das crianças dos anos
iniciais do Ensino Fundamental”
e das leituras realizadas durante a Disciplina Cultura
Escolar, Saberes e Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação stricto sensu em
Ensino, Linguagem e Sociedade (PPGELS). Percebemos no decorrer da análise a perspectiva
colonial dessa ação governamental, abordada sob a ótica da colonialidade; e a formação do
professor alfabetizador, voltada para treinamentos, escolha de um método de ensino, de modo
1
Bahia State University (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brazil. Master's student at the Department of Humanities -
Postgraduate Program in Teaching, Language and Society - PPGELS, Campus VI. ORCID: https://orcid.org/0000-
0001-9731-5081. E-mail: magnameloviana@hotmail.com
2
Bahia State University (UNEB), Caetité
–
BA
–
Brasil. Professor and coordinator of the Graduate Program in
Teaching, Language and Society (PPGELS) and the Department of Humanities (DCH). Campus VI. PhD in
Education (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4368-2964. E-mail: glauberbarros@hotmail.com
3
State University of Southwestern Bahia (UESB), Vitória da Conquista
–
BA
–
Brazil. Professor and coordinator
of the Graduate Program in Teaching, Language and Society (PPGELS) and the Department of Humanities (DCH).
Campus VI. PhD in Education (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9244-130X. E-mail:
ana.luiza@uesb.edu.br
4
Available at: http://portal.mec.gov.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9765.htm. Accessed on: 10 Feb. 2022.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
1013
a destituir a autonomia docente; um currículo autoritário, conflitivo e disputado; e a
importância de compreender a educação enquanto ato político, o que possibilita resistir e
ressurgir a estas propostas oficiais antidemocráticas.
PALAVRAS-CHAVE
: Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização. Política pública.
RESUMEN
: El análisis de la Política Nacional de Alfabetización, instituida por el Decreto nº.
9.765 del 11 de abril de 2019 es el objetivo central de este artículo. Resultado de los caminos
ya recorridos en el proyecto de investigación titulado “La construcción del proceso de lectura
y escritura en la alfabetización: la mirada de los niños en los primeros años de la escuela
pri
maria” y las lecturas realizadas durante la Disciplina Escolar Cultura, Conocimiento y
Prácticas Educativas del Programa de Educación Stricto sensu de Posgrado en Docencia,
Lengua y Sociedad (PPGELS). Durante el análisis percibimos la perspectiva colonial de esta
acción gubernamental, abordada desde la perspectiva de la colonialidad; y la formación del
alfabetizador, centrada en la formación, eligiendo un método de enseñanza, para privar de
autonomía docente; un plan de estudios autoritario, conflictivo y controvertido; y la
importancia de entender la educación como un acto político, que permita resistir y resurgir
estas propuestas oficiales antidemocráticas.
PALABRAS CLAVE
: Alfabetización. Política Nacional de Alfabetización. Política pública.
To begin with
This article is the result of the paths already taken in the research project entitled "The
construction of the reading and writing process in literacy: the view of children in the early
years of elementary school", and of the readings carried out during the discipline School
Culture, Knowledge and Educational Practices
5
of the Postgraduate Program stricto sensu in
Teaching, Language and Society (PPGELS), with the intention of investigating the reports of
children in age-grade distortion already literate, understanding the processes that built their
learning of reading and writing, making them protagonists of their stories and what meanings
are attributed to reading and writing practices, the meaning given to the school.
We first analyze the National Literacy Policy, created within the current Brazilian
government, instituted by Decree No. 9,765, April 11, 2019
.
Constituted by: deliberations,
didactic materials, on-line books, programs and courses, here analyzed the Continuing
Education Course Literacy Practices, linked to the
Tempo de Aprender
Program
6
, both available
in digital platforms. The actions intended for this policy are planned for both face-to-face and
virtual environments, but, since its concretion, it has been happening only in the virtual sphere.
5
Post-graduate program in Teaching, Language and Society (PPGELS), Research Group II - Teaching, Knowledge
and Educational Practices, supervisor Ana Luiza Salgado Cunha.
6
(Tempo de Aprender Program). Available at: http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-aprender.
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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The National Literacy Policy (PNA) is a State policy aimed at Basic Education,
instituting programs and actions for literacy, involving students, teachers, managers and
families. The first beneficiaries are children in early childhood and students in Elementary
School in the initial years. The objectives appear in the decree, such as raising the quality of
teaching and learning and contributing to achieve goal 5 of the National Education Plan (PNE),
to make all children literate by the end of the 3rd year of elementary school at the latest; goal 9
of the PNE is to raise the literacy rate of the population aged 15 years or older to 93.5% by
2015 and, by the end of the term of this PNE, to eradicate absolute illiteracy and reduce by 50%
the functional illiteracy rate (BRAZIL, 2019).
This article is about the impressions of the National Literacy Policy. In the first topic:
"The North-centered education of the PNA", it discusses the colonial perspective of this
governmental action. The second topic: "Interweaving of formation, curriculum and
politicality", analyzes the perspective of formation of the literacy teacher of this policy; the
conception of curriculum presupposed between the lines of the PNA; education/literacy as a
political act, until we conclude these first reflections in our final considerations.
The North-centric Education Project of the National Literacy Policy
Even with the end of the colonial period
7
, the dependence of South American countries
on the Northern (Western) countries is still very present. The subordination of South America
takes place in economic, political, and epistemological relations. The Eurocentric knowledge
discourse is produced as the universal and scientific one, said by Europeans for Africans,
Europeans for Asians, and Europeans for Americans. As a result, a single history has been
written for all peoples, depriving knowledge and lives by subordinating them to European
standards of living.
These relations of dependence penetrate into the educational scenario and also into
Public Educational Policy
8
analyzed here, from a colonial perspective. Colonialism has not
7
Period of territorial exploration of Brazil, starting around 1549 until 1822, with its political independence.
Economic and political decisions were made by the Portuguese metropolis.
8
To explain the concept of Public Educational Policy, two other terms are important: Politics and Public Policy.
About Bobbio's concept of
Politics,
Costa (2019, p. 102) mentions: "Politics is an indispensable concept to
understand human praxis linked to Power. Human beings are political beings by nature because they possess the
ability to relate to others within the society in which they live. This nature lies in the idea of developing and
understanding power relations which, in turn, are, according to the author, political relations. The human being
needs politics because he is not autarchic and, consequently, depends on the other for his own existence". They
are characterized as
Public Policies
: "[...] the guidelines, guiding principles of action of public power; rules and
procedures for relations between public power and society, mediations between actors of society and the State"
(TEIXEIRA, 2002, p. 02, apud COSTA, 2019 p. 108). And
Public Educational Policies
are understood as those
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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ended, but has been modified, even if there is the "end" of territorial occupation, this does not
mean the end of colonialism, it changes to the perspective of coloniality according to Quijano
(2010), this being a different concept from colonialism, as it is more modern and strongly
perpetuated, but is still linked to colonialism (CUNHA, 2018). "Aníbal Quijano creates the term
'coloniality' to denounce that the domination present in colonial systems endures even with the
end of colonies. For him, the patterns of power, knowledge, and being are imposed by the
European, capitalist, 'north-centered' logic (LEITE; RAMALHO; CARVALHO, 2019, p. 1).
Our country still continues to import public policy models, evaluation systems, research,
theories and knowledge from other countries, often disregarding the historical, social, economic
and political constraints of Brazil, which are often discrepant from other international realities.
It is up to Brazil to resist this logic and seek to build its policies from the knowledge produced
by the research community in the sense of not only strengthening the science that is produced
here, but also to take the reins of the decolonization process, a condition for a sustainable and
autonomous development (NUNES, 2019).
We support the criticism of the colonial perspective of the PNA by the following
analyses: expressive amount of foreign experts in the elaboration of this Brazilian government
action (data are in the technical and content review in the electronic notebook). And, as for the
Brazilians who participated in its elaboration, they are restricted to only a few specialists who
discuss literacy from a linguistic perspective, with emphasis on the Cognitive Sciences of
Reading. Throughout the document, it is emphatically stated that the policy is based on
scientific evidence, using international standards as models. Names such as England, Portugal,
Australia, Israel, Finland, France, the United States, and Great Britain are cited throughout the
text.
To reaffirm the scientificity defended in the PNA, its elaborators mention the scientific
evidence that "guides" the literacy of this governmental action. They report in the virtual
notebook a brief history of reports on literacy, emphasizing international documents. They cite
the first scientific report from the United States, produced by Jeanne Chall, who published the
book Learning to Read in 1967; the second cited: Preventing Reading Difficulties in Young
Children, from 1998; the third is from 2000, when the National Reading Panel report was
released in the United States; the fourth mentioned, Developing Early Literacy, from the
National Early Literacy Panel (NELP), published in 2009 (BRAZIL, 2019). At the end of the
that regulate and guide the education systems. Brazil currently develops several educational public policies focused
on Basic Education and everything that surrounds the world of the school.(COSTA, 2019, p. 109)
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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PNA virtual notebook, it can be observed that the references used to theoretically support the
policy are mostly foreign, 48 international references and 37 Brazilian references.
The epistemologies validated by the National Literacy Policy often do not match the
different realities of Brazilian schools. They do not dialogue with the specificities of peripheral
public schools, quilombola schools, indigenous schools, and rural schools. When proposing
knowledge from the international to the national sphere, even within the Brazil sphere, one
tends to think of our various 'Brasis'.
In a different logic, Santos (2009) proposes a post-abyssal thinking, that is, learning
from the South (the set of countries and regions of the world that were subjected by European
colonialism), using the epistemologies of the South, confronting the monoculture of modern
sciences, in sustainable and dynamic interactions and without compromising its autonomy.
Proposing an ecology of knowledges, which is the recognition of a plurality of forms of
knowledge, beyond universal scientific knowledge, while seeking credibility for these
knowledges, renouncing any general epistemology.
Recognizing, in such a way, the diversity of knowledge, not only the knowledge
imported from the discourses of the colonizers, or from the hegemonic curricula, but also the
experience and knowledge built in the daily life of Brazilian schools that the external
evaluations are unable to capture, often not present in public educational policies.
Public policies, by importing European and North American knowledge models, also
copy the ways of doing research, using the same research methodologies. Their methods are
considered as unique, valid and effective. And, in this way, it does research along the same
North-centric paths, passing through different ways, roads and routes, but expecting the same
results.
In this way, educational public policies tend to value and be built within more precise
data, answers that seem more complete and ready, treading through methods that bring these
aspects. However, many times the subjectivities, the social contexts of Brazilian schools and
the reality of their students cannot be fully revealed.
This scientificity proposed by the PNA proposes a single model of how to do science,
still based on the molds of other countries, in order to inferiorize the science done in Brazil,
which has so much knowledge already built here by Brazilians. We can notice this analysis by
the erasing of Brazilian research, which does not discuss literacy in the same bias proposed by
this policy. Researchers and specialists in the sciences and subjectivities that contributed to
thinking about literacy in our country are not cited in its documents.
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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The intention is not to devalue non-Brazilian studies. Differently from what this
governmental action proposes, we defend dialogues with international research, but starting
from the experiences of Brazilian schools and universities. For, as has already been done, the
construction of our science based on our realities, and the theories built from them. One mistake
of this colonial policy, on purpose, is the erasing of Brazilian references, which contributed
scientific evidence to the field of literacy in the country. In this essay, names like: Paulo Freire,
present! Magda Soares, present! It is worth mentioning here.
By revealing the presence and contributions of these intellectuals cited, we seek to
contemplate many other researchers / scholars who agree with the thoughts of these educators,
or defend literacy as a right of all children, as a process beyond decoding and codification,
learning to read and write as social practice, as a political act advocated by Freire (1996).
It becomes contradictory the text of the PNA, because it tediously says it is based on
scientific evidence, but it is thought only within a closed group of experts who discuss literacy
within a single perspective, the linguistic facet. What makes it contradictory to think of this
scientificity, because science is also made in the multiplicities of thoughts, in the contradictions,
restlessness, inaccuracies, and by the faults. Science happens beyond the tabulation of data and
theoretical concepts, but especially in the dialogue and exchanges between researchers and
educators.
Interweaving of training, curriculum, and politicality
It was possible to perceive the perspectives of the National Literacy Policy for the
literacy teacher's training process through the analyses carried out on the PNA material, from
the Continuous Training Course Literacy Practices, aimed at literacy teachers of the 1st and 2nd
initial years of Elementary School, linked to the Tempo de Aprender Program, offered by the
Ministry of Education through its Avamec platform
9
.
O ambiente virtual é onde acontece o curso on-line de formação continuada Práticas de
Alfabetização, constituído por videoaulas subdividas em módulos: módulo 1 introdução,
módulo 2 aprendendo a ouvir, módulo 3 conhecimentos alfabéticos, módulo 4 fluência, módulo
5 vocabulário, módulo 6 compreensões, módulo 7 produção de escrita, e o questionário de
finalização (BRASIL, 2019).
9
Avamec is a virtual learning environment platform of the Ministry of Education that offers free distance education
courses in partnership with public universities and providing certification. These courses are available to education
professionals registered on the platform, through the following site: https://avamec.mec.gov.br. Accessed on: 10
Feb. 2022.
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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It can be seen that continuing education is focused on the training of contents
presupposed by the PNA. We define it here as a merely technical and solitary course, since the
training does not allow relationships and exchanges between educators, whether of knowledge,
experiences and practices. What we have is a merely theoretical program, aimed at teaching
concepts.
Differently from this training, Gadotti (2011) proposes that, more than a technical
training, the new training should be centered on political training for the educator to exercise
his profession with competence. It is necessary to value a collaborative and cooperative
training, founded on the exchange between educational professionals, based on dialogue.
By bumping up against a conception for training, in the logic of the Literacy Practices
course, which focuses on teaching literacy teachers "new scientific methods", the course failed
to build a bridge between educators' experiences and practices with literacy theories. Freire
(1996) warns us that training is much more than training.
And this makes it possible for us to question ourselves: Can we consider this action of
the Tempo de Aprender Program a formative process? To answer such a question, we bring the
contributions of Alves (2017), who considers that teacher training takes place through
educational networks that are articulated, acting in various spaces and times, such as inside and
outside the school. About the 'practice-theories' is quoted in the author's work:
These networks are characterized as "theory-practices" because in them we
develop educational processes and think about them, continuously. So far, I
have been able to work with the following networks: that of the 'praetheories'
of academic education; that of everyday pedagogical 'praetheories'; that of the
'praetheories' of government policies; that of the collective 'praetheories' of
social movements; that of the 'praetheories' of research in education; the
'praetheories' of artistic manifestations; the 'praetheories' of production and
'uses' of media; and the 'praetheories' of experiences in cities, in the
countryside or by the roadside (OLIVEIRA, 2012 apud ALVES, 2017, p. 2).
The author defends training beyond the school, both in the realm of practices and
theories. In view of this conception of formation, public educational policies can be formative,
as long as they are not isolated; on the contrary, they should act in several spheres and involve
several subjects and spaces for their effectiveness.
I also add Freire's conceptions that the formation as a permanent process must have "[...]
the fundamental moment is that of critical reflection on the practice. It is by critically thinking
about today's or yesterday's practice that one can improve the next practice. (FREIRE, 1996, p.
39).
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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In this way, as a continuous formative process, the teacher needs to reflect and evaluate
his practices, his conceptions of education, his work methodologies, the teacher-student
relationship, so that he can be building, rebuilding and deconstructing, that is, forming himself.
It is important that this movement of reflection and action, that is, critical reflection on
the practice, and as a result the praxis, be part of the continuing education and curricular
programs of the educational public policies that aim to train literacy teachers.
Other analyses lead us to understand that from the presupposed vision of continuing
education in the course Literacy Practices there is an emptying of the teacher's autonomy.
Educators are prescribed how to teach literacy, the methods and didactic activities to be used,
depriving teachers of decisions that are part of their job.
Freire (1996) talks about autonomy as one of the principles of educational practice,
centered on experiences that stimulate decision making and responsibility, in other words,
experiences that respect freedom. These are world positions we take throughout our existence.
Autonomy in teaching, teachers in their professional trajectories have the freedom to
make decisions consistent with their educational practices in the classroom. And the emptiness
occurs in the face of standardization and impositions by the system, that is, decisions made by
"others" about their daily lives, and these are not allowed to participate.
In these prescriptions to the teacher, both in the program observed and in other PNA
documents, the prioritization of a teaching method appears explicit: the phonic method for
literacy, and also expresses the legitimacy of the Cognitive Sciences of Reading, going along
with the reflections provided by the metaphor "Blind Men and the Elephant". The narrative tells
that six blind men, to find out what an animal in front of them was about, felt a "part" of its
body; to support their positions, each man has a discourse of truth about the elephant, from his
touch.
Each subject constructed a conception of the whole (elephant) from a single part (body
member). We analogize blind people to the National Literacy Policy, which emphasized only
one of the "parts" of the literacy process. The same metaphor, "Blind people and elephants," is
analyzed by Soares (2016, p. 33): "[...] who comes to the following conclusion: each blind man
examined only a part of the elephant, and mistakenly generalized, taking the part for the whole,
so also the proposals and methods for initial learning of the written language are restricted, in
general to a part of the process, mistakenly considering that the part is the whole."
Thus, the method has always been a question that privileges one facet, a certain function,
a certain theoretical assumption, ignoring the others. Literacy is a complete phenomenon,
involving the complex interaction between the social practices of the written language, and the
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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one who reads or writes presupposes the simultaneous exercise of many different competencies.
This is what has been called literacy teaching (SOARES, 2016).
In view of what has already been analyzed, we can also make some observations about
the model of curriculum presupposed in the National Literacy Policy, since this normatization
can exert influences on the teacher's work in the classroom.
Between the lines of the PNA we can see the constitution of a conflicting and
authoritarian curriculum: the teacher's authorship is reduced by the prescriptions of how to teach
of the continuing education policy for the literacy teacher, already analyzed in previous
paragraphs.
It is extremely relevant to discuss and reflect on curriculum, since according to Arroyo
(2013) it is the core, the most structuring central space of the school's function. Therefore, it is
the most fenced territory, the most normatized. But also the most politicized, innovated, and re-
signified.
The curriculum becomes a field of interest because it is a political field. In its territory
are revealed disputes for society projects (ARROYO, 2013). It can be noticed that the teacher's
ways of teaching, the contents and the evaluation become a concern of educational public
policies. These issues tend to reveal the educational proposals of a group, their conceptions of
teaching and learning.
As a field of interests, the curriculum happens by different ways of thinking about
society, different ways of thinking about education/literacy, becoming a territory of disputes.
Cites Arroyo (2013): disputes of knowledge, what to teach; disputes of social relations in which
denied groups fight for spaces and recognition; teachers' disputes against the normatizations
that try to control their work; political disputes and of society and State and its institutions, as
well as its policies and guidelines.
In the field of curriculum, when they prioritize only one conception of society and
education, they deny the history and participation of subjects, they deny so-called "common
sense" knowledge - what we call life knowledge - they deny knowledge. In didactics, when they
refuse the different ways of teaching, the different methodologies, an authoritarian curriculum
is produced. This authoritarianism was noticeable in the PNA, which was based on a unique
model of knowledge about literacy and method, with the intention of ending a hegemonic
thought based on uniqueness.
In this model of curriculum presupposed between the lines of the National Literacy
Policy, the hegemony of a group prevails, whose social plan has the profile similar to the project
reported by Silva (2001), centered on the primacy of the market, on purely economic values,
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
1021
on the interests of large industrial and financial groups. The privileged meanings of this
discourse are: competitiveness, flexibilization, adjustment, globalization, privatization,
deregulation, consumer, market. In this project, education is seen as simply instrumental.
Besides being a field of interests, not only educational but also economic, the curriculum
permeates social power relations. This means to assert particular meanings, proper to one social
group, over the meanings of other groups, which presupposes a gradient, a differential of power
between them. It implies seeing the field of meaning and meaning production as contested,
disputed and conflictive. The struggle for meaning is a struggle for hegemony and for
dominance (SILVA, 2001).
All these contests are visible in public educational policies, as it is a potent field of
formation. It would even be more appropriate the expression government policy than public
educational policy. Education in Brazil has always been a field of disputed political ideas; in
each government we see a hegemonic current of thought acting explicitly in the field of
education and teaching.
In the educational context the hegemonic ideologies of oneness are implanted, at the
same time it is a field of resisting and resurgence, from where the movements of political
awareness of the subject can take place. According to Freire (1996, p. 38): "[...] education is a
form of intervention in the world. Intervention that, beyond the knowledge of the contents that
are well or badly taught and/or learned, implies both the space of reproduction of the dominant
ideology and its unmasking".
Here, we insist and reaffirm the importance of understanding education as a political
act. Not of a partisan nature, but understanding that the educational practice is not neutral, that
all subjects make their choices and take positions, driven by their histories, experiences,
knowledge, and convictions.
As a specifically human action, which addresses dreams, utopias, and goals, what is
called politicality of education is its impossibility of neutrality, and the educability of the human
being, which is based on his unfinishing and the awareness of his historical unfinishing:
necessarily the human being would become an ethical being, a being of choice and decision
(FREIRE, 1989).
As unfinished historical, social, and political subjects, capable of making decisions,
taking on speeches, claiming and fighting for what they believe in, and consequently building
a better education for all. Differently, when this movement of political search is not assumed,
but rather passivity, the risks are greater that "others" make the decisions for us, privileging
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The national literacy policy (PNA) in 2019: Some reflections
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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only a minority. In this way, comfort and disinterest can mean the hiding of our lives and the
denial of our projects for society.
Education must always be a priority, it is linked to all spheres of the social environment,
so it must always be the center of our interests. So it is clear:
[...] In the case of both the educational process and the political act, one of the
fundamental questions is clarity about for whom and for what, therefore
against whom and against what, we do education, and for whom and for what,
therefore against whom and against what, we carry out political activity.
(FREIRE, 1989, p. 15).
As the author quotes, clarity is needed in whose favor education is being built: is it for
all? Or for a minority? To be clear about who we are positioning ourselves against, if they are
groups, subjects, and/or institutions. These questions should be central when thinking about the
educational act, so that the positions and practices taken are coherent and linked to the project
of education and society that we want.
In this way, the politicity of education allows it to be reproduced/ re-signified,
exclusionary/inclusive, and authoritarian/democratic. Thus, the educational public policies are
built by human beings moved by their interests, which many times are not common to the
interests of the majority, some think the formation of the subject and society for the market, for
profit, and when this happens there is the possibility of transgression, to violate these structures,
only possible when one takes critical positions and sets them in motion, because this reality is
not finished, because the educational act is political and there is always the possibility of
changes.
We end this cycle with the words of Guimarães (2017): it is always possible to create
something beyond the simple resistance to official proposals. To leave the imposed agenda and
propose diverse and creative movements that can produce debates and advances in this and
other issues. "Resisting is necessary; living demands much more: it demands creation!"
(GUIMARAES, 2017, p. 16).
Final remarks
We have not finished here our impressions of the National Literacy Policy, but in this
cycle we are allowed to make some considerations. This governmental action goes against a
democratic literacy/education project by assuming authoritarian and colonial postures. By
adopting "scientific evidence" for literacy, based on copies from European countries and the
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Magna Melo VIANA; Glauber Barros Alves COSTA and Ana Luiza Salgado CUNHA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
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United States model, without dialogue with the community of Brazilian researchers who discuss
literacy from various perspectives: they are deliberately mistaken.
Not only that, they prescribe to teachers the ways of teaching, proposing a single
teaching method, as if this were the problem of literacy in Brazil, to cover up the wounds in
education that they do not mention: inadequate schools, few investments, poorly paid teachers,
continuing education programs focused on training, segregated schools, schools in the
periphery, countryside schools, quilombola and indigenous schools forgotten and denied,
overcrowded classrooms, schools that are not inclusive from the physical structure to the
pedagogical conditions. While the problem of literacy is not seen beyond the pedagogical, in
its social character, it is not possible to heal injuries that were never treated.
Meanwhile, Brazilian children are denied the right to learn how to read and write, most
of them from the lower social classes. Facing this reality of literacy in our country, and with the
institution of this anti-democratic government action, it was necessary, as political individuals,
for us to take a stand against this kind of education: teacher training-oriented, colonial
perspective and authoritarian curriculum, in favor of a literacy that includes all Brazilian
children, that doesn't need young people and adults claiming these rights. That they learn the
Alphabetic Writing System, but beyond this understand the function of reading and writing in
order to participate critically in the society in which they are inserted.
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VIANA, M. M.; COSTA, G. B. A.; CUNHA A. L. S. The national literacy policy (PNA) in
2019: Some reflections.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v.
17, n. 2, p. 1012-1025, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14800
Submitted
: 24/02/2021
Revisions required
: 13/06/2021
Approved:
05/02/2022
Published
: 01/04/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação
Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva