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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1557
CORRIDA DE ORIENTAÇÃO, ESPORTE ORIENTAÇÃO, ORIENTAÇÃO: UM
ESTUDO DE REVISÃO
CARRERA DE ORIENTACIÓN, ORIENTACIÓN DEPORTIVA, ORIENTACIÓN: UN
ESTUDIO DE REVISIÓN
ORIENTATION RACE, SPORT ORIENTATION, ORIENTATION: A REVIEW STUDY
Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA
1
Cassio MARTINS
2
Cassiane Leite NUNES
3
Marcelo Paraiso ALVES
4
RESUMO
: O trabalho objetivou investigar as noções ou terminologias vinculadas à Corrida de
Orientação, Esporte Orientação e Orientação, bem como as suas especificidades e o modo como
são utilizadas. No intuito de atingir o objetivo da pesquisa, optamos pela revisão integrativa e,
especificamente, para a produção de dados, optamos pelas seguintes bases: Banco de Teses e
Dissertações da CAPES; SciELO; LILACS, e, por fim, os anais do CBAA, devido à sua
relevância nacional e internacional no âmbito das Atividades de Aventura. Considerando os
dados encontrados, foi possível perceber que: a) apesar de haver uma indicação da
Confederação para o uso da nomenclatura, as práticas extrapolam a padronização propagada
pelas instituições esportivas; b) ficou-nos evidente a ausência de uma terminologia matricial;
c) por fim, tornou-se evidente nos estudos a potência da Orientação enquanto elemento
educativo para a escola.
PALAVRAS-CHAVE
: Orientação. Escola. Educação Básica.
RESUMEN
: Este trabajo tuvo como objetivo investigar las nociones o terminologías
vinculadas a la Carrera de Orientación, la Orientación Deportiva y la Orientación, así como
sus especificidades y la forma en que se utilizan. Para alcanzar el objetivo de la investigación,
optamos por la revisión integradora y, respectivamente, para la producción de datos optamos
por las siguientes bases: Banco de Tesis y Disertaciones de la CAPES; SciELO; LILACS, y,
finalmente, los anales del CBAA, por su relevancia nacional e internacional en el ámbito de
las Actividades de Aventura. Considerando los datos encontrados, fue posible percibir que: a)
a pesar de haber una indicación de la Confederación para el uso de la nomenclatura, las
prácticas extrapolan la estandarización propagada por las instituciones deportivas; b) se nos
1
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brasil. Mestranda (MECSMA).
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7911-5921. E-mail: fernanda.leocadio@hotmail.com
2
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda - RJ - Brasil. Professor Titular. Mestrado
profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1851-
9268. E-mail: professorcassio@hotmail.com
3
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda - RJ - Brasil. Graduanda em Educação Física.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3948-3970. E-mail: cassianeln2.0@gmail.com
4
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda - RJ - Brasil. Professor Titular. Doutorado em
Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6236-3224. E-mail: marceloparaiso@outlook.com
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES e Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1558
hizo evidente la ausencia de una terminología matricial; c) finalmente, se evidenció en los
estudios el poder de la Orientación como elemento educativo para la escuela.
PALABRAS CLAVE
: Orientación. Colegio. Educación básica.
ABSTRACT
: This article aims to investigate the notions or terminologies linked to
Orienteering Race, Sporting Orienteering, and Orienteering, as well as their specificities and
the way they are used. To achieve the objective of the research, we opted for the integrative
review and, respectively, for data production we opted for the following foundation: CAPES
Dissertations and thesis bank; SciELO; LILACS, and, lastly, CBAA annals, due to its national
and international relevance in the scope of Adventure Activities. Considering the data found, it
was possible to notice: a) despite the Confederation's indication for the use of the
nomenclature, the practices exceed the standardization propagated by sports institutions; b)
the absence of a matrix terminology became evident; c) finally, the power of Orienteering as
an educational element for the school was evidenced in the studies.
KEYWORDS
: Orientation. School. basic education.
Introdução
O interior do “pensável” geralmente é habitado por algum tipo de herança de
natureza ideológica, pragmática e outras tantas. Aparentemente, o que pode
ser pensado encontra-se em repouso, é algo concluído, pleno. Confortável, eu
diria. Contudo, consoante ao que destaca Certeau, sempre há possibilidades
ao transbordamento do “pensável” e ao congruente emergir de outro pensar
(LACERDA, 2015, p. 2).
A surpresa é marcada pela imprevisibilidade, pela dúvida, pois ela abala as certezas,
desestrutura convicções e delineia novas rotas. Assim, inspirados(as) em Certeau (2011),
especificamente nos sujeitos ordinários, entendemos que somos consumidores dos produtos que
chegam até nós, entretanto, não agimos passivamente; pelo contrário, agimos a partir de
operações multiformes intervindo sutilmente na ordem dominante.
Desse modo, experienciando o projeto de extensão com foco na Orientação
5
,
desenvolvido pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ)
–
campus
avançado Resende,
fomos nos surpreendendo com as ações educativas propostas pela referida prática extensionista.
Tal surpresa se deve pelo potencial educativo desta prática (SILVA, 2020) e por sua
escassa difusão na região, pois, ao ultrapassar os limites do
campus
Resende, ocupando outros
5
“Caracteriza
-se por ser uma atividade desenvolvida em florestas, matas, trilhas e campos, onde os participantes
usam um mapa detalhado e uma bússola para encontrar pontos no terreno previamente mapeado. O percurso é
composto por um ponto de partida, um ponto de chegada e uma série de pontos intermediários numerados (ou PC
–
postos de controle), por onde o praticante terá que passar seguindo a sequência determinada no mapa”
(TAHARA; CAGLIARI; DARIDO, 2017, p. 3).
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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1559
espaços no município, as escolas foram convidadas a extrapolar os muros institucionais, a fim
de se apropriar de novos conhecimentos no âmbito da cultura corporal de movimento
(CÂNDIDO
et al.
, 2019).
Nesta linha de pensamento, e tomando o projeto supramencionado como inspiração,
optamos pelo enfrentamento à ótica que opera privilegiando a hegemonia dos esportes de
quadra nas aulas de Educação Física
–
Handebol, Futsal, Basquetebol, Voleibol
–
(TAHARA;
CAGLIARI; DARIDO, 2017), pois entendemos que o referido processo de ensino reduz as
experiências dos(as) estudantes aos esportes com bola.
Outrossim, entendemos que há desafios que ainda não foram exaustivamente debatidos,
uma dessas questões emerge da nomenclatura da referida cultura corporal de movimento, visto
ser esta denominada de múltiplas maneiras: Orientação, Orientação Pedestre, Corrida de
Orientação, Esporte Orientação, Desporto Orientação, para citar alguns.
Assim, no rastro do objetivo mencionado, intencionamos
des
velar (PAIS, 2003)
–
retirar
o véu, no sentido da mostração
6
–
, ações vinculadas a esses termos nos remetendo ao seguinte
questionamento: Até que ponto tais proposições dialogam com as múltiplas experiências que
se materializam nos cotidianos escolares?
Nesta linha de pensamento, é importante frisar que entendemos a experiência não como
algo “que nos passa”, mas como algo que nos acontece e nos marca (LARROSA, 2002, p. 21).
Portanto, embora a proposta de uma vivência possa ser única para determinado grupo, a
experiência é algo que varia de indivíduo para indivíduo. A esse respeito, Lacerda (2015) define
experiência como o encontro entre o que já é conhecido e os significados que emergem por
meio de novas percepções. Impossível ser experimentada da mesma forma por um coletivo,
mas pode ser socializada e conhecida a partir de múltiplos sentidos.
Nesta direção, é possível que um percurso de Orientação seja experienciado de formas
muito diferentes pelos sujeitos, podendo cumprir expectativas ligadas à realização de um
esporte em uma perspectiva competitiva e/ou de lazer, socialização ou mesmo como um
conteúdo a ser ensinado na escola por diferentes disciplinas para atingir objetivos convergentes
ou não.
6
Para Maffesoli (1998), a diferença entre mostração e demonstração emerge enredada à separação entre o
pensamento e a pós-modernidade. Enquanto na modernidade a centralidade está na preocupação de se comprovar
algo, por isso enredar-se às conclusões de ideias e argumentos, na pós-modernidade, a centralidade está no
desvelamento do pensamento plural: “[...] o mundo, sua retórica, seus feitos são, essencialmente, plurais, não se
prestam a uma conclusão, mas sim a uma abertura. [...] Não devem, portanto, constituir objeto de uma
demonstração, mas sim de uma mostração” (MAFFESOLI, 1998, p. 114).
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES e Marcelo Paraiso ALVES
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1560
Percurso metodológico
[...] o ofício artesanal se envolve no trabalho em si mesmo e por si mesmo; as
satisfações do trabalho são de
per se
uma recompensa; os detalhes do trabalho
cotidiano são ligados, no espírito do trabalhador, ao produto final; o
trabalhador pode controlar seus atos no trabalho; a habilidade se desenvolve
no processo do trabalho; o trabalho está ligado à liberdade de experimentar;
finalmente, a família, a comunidade e a política são avaliadas pelos padrões
de satisfação interior, coerência e experimentação artesanal (SENNETT,
2009, p. 38).
A Oficina e o artífice: desenho e periodização
Ao modo de artífice fomos traçando um percurso que pudesse alcançar o objetivo do
presente estudo. Desse modo, optamos por construir o projeto artesanalmente a partir da revisão
integrativa, pois este procedimento permite a composição dos dados a partir de estudos
publicados, possibilitando considerações a respeito do
modus operandi
de um determinado
fenômeno, conceito, noção, dentre outros.
Salientamos ainda que, a revisão integrativa da literatura (RIL) proporciona a
problematização e identificação das lacunas em relação ao fenômeno em análise, que, neste
estudo, emerge das noções de Orientação, Esporte de Orientação, Desporto Orientação e
Corrida de Orientação.
Com relação à revisão integrativa, Sousa, Silva e Carvalho (2010) mencionam que esta
permite também atualizar as discussões relacionadas a um tema específico, pois opera a partir
da síntese de estudos publicados. Desse modo, seguindo a lógica para a construção da revisão
aqui proposta, percorremos seis etapas: (I) estabelecimento da pergunta norteadora; (II)
interpretação de dados das bases; (III) criação de um banco de dados em uma planilha; (IV)
análises dos trabalhos por meio dos critérios de inclusão e exclusão; (V) apresentação e
discussão dos resultados e (VI) síntese do conhecimento.
Na primeira etapa, foi delineada a seguinte questão: quais conceitos fundamentam as
terminologias Esporte de Orientação, Esporte Orientação, Corrida de Orientação, Desporto
Orientação e Orientação?
No que se refere à produção de dados, as bases utilizadas foram as seguintes: Banco de
Teses e Dissertações da CAPES, SciELO, LILACS, e, por fim, os anais do CBAA, devido à
sua relevância nacional e internacional no âmbito da Aventura.
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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Na segunda fase
–
produção
7
de dados e os critérios de inclusão e exclusão
–
,
salientamos a necessidade de singularização do processo de pesquisa ao modo do artesão. Para
Sennett (2009, p. 19), a “[...] habilidade artesanal designa um impulso humano básico e
permanente, o desejo de um trabalho benfeito por si mesmo”. Essa noção de “habili
dade
artesanal” é mais abrangente que um trabalho derivado das habilidades manuais, pois “[...] diz
respeito ao programa de computador, ao médico e ao artista”, no nosso caso, aos orientistas e
aos docentes que utilizam tal cultura corporal de movimento.
Diante do exposto, a singularização da produção dos dados se deu pelo funcionamento
particularizado do portal da CAPES, que nos exigiu a realização da busca com os descritores
separadamente e com o uso de aspas: Esporte de Orientação, Esporte Orientação, Corrida de
Orientação, Desporto Orientação e Orientação. Acerca do recorte temporal, decidimos trabalhar
a partir do período compreendido entre os anos de 2001 e 2021, visto que o primeiro estudo
encontrado na referida plataforma emergiu no ano de 2001, justificando-se, portanto, a escolha.
Prosseguindo com a produção dos dados, ressaltamos que, nas bases de dados SciELO
e LILACS, os descritores acima mencionados foram articulados à área da Educação Física,
tendo sido utilizado o operador booleano
and
para otimizar a obtenção de informações,
conforme sugerem Teixeira
et al
. (2019). Portanto, a constituição dos descritores permaneceu
com a seguinte configuração: Esporte de Orientação e Educação Física, Corrida de Orientação
e Educação Física, Desporto Orientação e Educação Física, Orientação e Educação Física.
Em relação às publicações presentes nos anais do CBAA, realizamos a pesquisa nas dez
edições existentes no período compreendido entre 2006 e 2018. Foram lidos todos os trabalhos
completos, acima de 5 laudas, que se articulavam à terminologia Orientação. A referida escolha
se deu pela possibilidade do uso da ferramenta de pesquisa, por intermédio do Ctrl
–
F (Adobe
Acrobat) para Windows.
Cabe frisar que o localizador de palavras nos permitiu encontrar o termo Orientação em
todos os trabalhos publicados nos anais. Posteriormente, os trabalhos completos foram lidos e
incluídos como dados da pesquisa.
Assim, considerando as publicações produzidas a partir das bases, inicialmente fizemos
a leitura dos títulos dos trabalhos no intuito de identificar indícios (GINZBURG, 1989) de que
houvesse aderência aos descritores e ao objetivo da pesquisa, portanto, que nos remetessem ao
fenômeno aqui estudado: Orientação.
7
Neste estudo, a noção que nos remete ao uso do termo
–
produção de dados
–
emerge do sentido dado por Pais
(2003, p. 69), ao considerar que investigar “vem do termo latim
vestigo
, donde deriva também a palavra vestígio.
Investigar significa, então, ir na
pegada dos vestígios. Vestígios que são indiciantes de descobertas científicas”.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES e Marcelo Paraiso ALVES
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Tendo sido identificados os descritores nos títulos ou nas palavras-chave, iniciamos a
leitura dos resumos para verificar a aderência do trabalho apreendido nas bases com o escopo
da investigação. Por fim, os documentos selecionados foram lidos integralmente.
Com o intuito de criar um banco de dados, elaboramos uma planilha dividida em quatro
colunas que cumpriram a finalidade de apresentar as seguintes informações: título da
publicação; autores e autoras; delineamento da pesquisa; ano de publicação.
Assim, o processo de seleção dos estudos foi realizado via perspectiva indiciária
(GINZBURG, 1989) em títulos e resumos, de maneira que foram para o processo final os
trabalhos que atendiam aos critérios de inclusão já mencionados. Ao final do processo
mencionado, foram selecionados: nenhum artigo da SciELO; um trabalho da LILACS; oito
produções da CAPES (sendo 2 duas teses e seis dissertações); 12 artigos completos do CBAA,
compondo uma revisão com 21 trabalhos.
Corrida de Orientação, Desporto Orientação, Esporte de Orientação, Orientação: sinais
das diversas rotas percorridas
À Guisa de Apresentação dos Dados
Considerando que o fenômeno
–
Orientação
–
a ser investigado no estudo se constitui
de maneira complexa, inviabilizando a possibilidade de estabelecer relações lineares e
deterministas, ficou-nos evidente com os resultados que múltiplas rotas foram percorridas pelos
atores sociais.
Assim, delineamos neste momento alguns caminhos, prováveis encontros e bifurcações
que permearam este percurso: inicialmente, apresentaremos os dados referentes ao Banco de
Teses e Dissertações da CAPES com o uso dos seguintes descritores: Orientação, Corrida de
Orientação, Esporte de Orientação e Desporto de Orientação na Base. A inserção dos termos
ocorreu de forma individual e entre aspas. O recorte temporal utilizado foi 2001 (período de
registro da primeira publicação) até janeiro de 2021. Sendo assim, ao inserirmos o termo
“Orientação” encontramos 13 trabalhos; destes, seis foram descartados por tratarem do termo
Orientação com outro sentido do abordado neste estudo, por exemplo, orientação alimentar,
orientação escolar, dentre outros.
Com relação ao termo “Corrida de Orientação”, encontramos um total de quatro
trabalhos, sendo a dissertação de Murray (2001) descartada por não termos acesso à produção
na íntegra, o trabalho de Franca (2016) e Silva (2019) já foram identificados com o descritor
“Orientação”, resultando em apenas um trabalho.
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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Já o descritor “Esporte de Orientação” apresentou em sua busca cinco trabalhos, sendo
dois descartados por não tratarem da temática em questão: Hirota (2006) e Chaves (2015)
utilizaram o questionário do Esporte Orientação para tarefa e motivação esportiva do futebol.
Portanto, nos dois estudos, o termo “orientação” foi empregado em outro sentido.
Tanto os trabalhos de Scherma (2010) quanto de Bezerra (2018) já foram identificados
por meio dos descritores anteriores. E a dissertação de Valeriano (2011) não foi encontrada na
íntegra. Por fim, com o descritor “Desporto Orientação”, não encontramos trabalhos na Base
da CAPES. Desse modo, foram selecionados um total de oito trabalhos, conforme disposto na
tabela 1
.
Tabela 1
–
Base de Dados da CAPES
Título
Autor(a)
Pesquisa
Ano
1
Esporte Orientação e formação de
professores de Geografia: uma
experiência com cartografia escolar
Arcênio
Meneses da
Silva
Pesquisa
participante
2013
2
O Desporto Orientação como
ferramenta para o ensino da
Matemática
'
Adriana
Hartmann
Pesquisa
bibliográfica
2014
3
Práticas corporais de aventura nas
aulas de Educação Física: as
possibilidades pedagógicas no 5º ano
do Ensino Fundamental
Dilvano Leder
de Franca
Pesquisa
bibliográfica,
documental,
participante
2016
4
Memória de Atenah: trajetórias de
mulheres brasileiras na corrida de
aventura
Fabiana Duarte e
Silva
Pesquisa
descritiva
2018
5
O ensino do Esporte Orientação na
escola: possibilidades e limites de
uma proposta à luz da metodologia
crítico-superadora
Dayse Alisson
Camara Cauper
Pesquisa
participante
2018
6
Alfabetização cartográfica a partir do
Esporte de Orientação
'
Kleiton Ramires
Pires Bezerra
Pesquisa de
campo
2018
7
Corrida de Orientação: estratégia
pedagógica para a Educação Física na
Educação profissional e Tecnológica
Flávia Heloisa
da Silva
Estudo de caso
2019
8
Corrida de orientação: uma proposta
metodológica para o ensino da
Geografia e da Cartografia
Elka Paccelli
Scherma
Pesquisa-ação
2010
Fonte: Elaborada pelos autores
Com relação aos dados obtidos na SciELO e LILACS, ressaltamos que tivemos a
oportunidade de utilizar os descritores supracitados (Orientação, Corrida de Orientação,
Esporte de Orientação e Desporto de Orientação na Base) entre aspas, juntamente com o termo
Educação Física. Salientamos o uso do operador booleano
and
otimizando assim a pesquisa.
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Assim, na SciELO, ao inserirmos os termos Esportes de Orientação
and
Educação Física
encontramos 27 resultados, todos, porém, descartados.
Quando incluímos os termos Corrida de Orientação
and
Educação Física não obtivemos
nenhum resultado. O mesmo ocorreu ao utilizamos o termo Desporto de Orientação.
Já a pesquisa com o termo Orientação
and
Educação Física encontrou 75 resultados.
Após a leitura do título e dos resumos, apenas dois trabalhos foram escolhidos, visto que os 73
trabalhos excluídos utilizavam o termo orientação em sentido diferente do preconizado pelo
presente estudo. Todavia, ao aprofundar a leitura dos trabalhos posteriormente, percebemos que
os artigos eram referentes a testes de conhecimento tático processual, não sendo, por isso, úteis
para o levantamento de dados necessário. Nesse sentido, os dois trabalhos também foram
excluídos, não sendo possível apreender dados a partir do referido descritor.
Com relação ao LILACS, quando utilizamos o termo Esporte de Orientação e Educação
Física, encontramos um total de nove trabalhos, mas somente o artigo de Scopel
et al.
(2019)
estabelecia um diálogo com o nosso objeto de estudo.
A pesquisa com os termos Corrida de Orientação e Educação Física encontrou cinco
estudos, que foram descartados por não contemplarem a temática da pesquisa.
Por fim, com o termo Orientação e Educação Física foram encontrados 164 artigos,
sendo 163 descartados, por não atenderem ao escopo do estudo, permanecendo apenas um
estudo selecionado (SCOPEL
et al
., 2019). Contudo, o referido material já estava incluído no
estudo, por já ter sido selecionado na busca pelo descritor Esporte Orientação.
Com relação ao CBAA, sendo este um dos congressos significativos da área de aventura,
optamos por investigar as suas dez edições. Tal escolha nos permitiu trabalhar artesanalmente
(SENNETT, 2009), pois os anais do evento estavam em formato PDF, possibilitando-nos o uso
da pesquisa por intermédio do Ctrl
–
F (Adobe Acrobat) para Windows.
Em nossa pesquisa, detectamos que, nas edições I, II, III não havia produções com esta
temática. No IV, não encontramos trabalhos completos (mínimo de cinco laudas), apenas
resumos, o que não nos possibilitou acessar detalhes dos trabalhos.
Diante do exposto, salientamos que a partir do V CBAA, o seguinte quantitativo foi
identificado: quatro trabalhos completos dos autores Silva, Kippert e Merlo (2010). Já na sexta
edição encontramos um trabalho de Pereira (2011). No VII, encontramos dois artigos de Pereira
et al.
(2012). Também registramos dois artigos no
VIII
CBAA, cujos autores são Auricchio
et
al.
(2014). No IX, não obtivemos nenhum resultado e no último congresso identificamos três
artigos de autoria de Silva
et al
. (2018) e Silva, Mourão e Bandeira (2018). Vejamos a tabela a
seguir:
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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Tabela 2
–
Relação de dados recolhidos nos anais do CBAA
Título
Autores/autoras
Tipo de pesquisa
Ano/base
1
Atividade Física de
Aventura na natureza na
escola na cidade de Bonito,
MS: Um estudo de caso
Melo, R.A.; Soares,
I.C.
Estudo de caso
2010
2
Esporte de aventura: entre o
urbano e a natureza
Santos, J.P.;
Mendes, M.T.;
Alves, M.A.F.
Pesquisa
bibliográfica
2010
3
Esporte na natureza:
fragmentos contraditórios
de um objeto em construção
Pimentel, G.G. de
A.
Ensaio
2010
4
Educa
çã
o pela aventura?
Em cena a opini
ã
o dos
educadores participantes do
programa de extens
ã
o
Portas Abertas
Silva, A.; Kippert,
G.C.; Merlo, J.A.
Pesquisa qualitativa do
tipo exploratória e
descritiva/ pesquisa de
campo
2010
5
A arca de Noé e a Educação
Física
Pereira, D.W.
Qualitativa/estudo de
caso descritivo
2011
6
Atividade de Aventura
como prática pedagógica
para as aulas de Educação
Física
Pereira, G.G.C;
Bezerra, A.F.S.
Pesquisa
qualitativa/pesquisa-
ação
2012
7
Aplicação das atividades de
aventura em escola militar
do Ensino Médio: desafios e
possibilidades
Júnior, O.C.R;
Bezerra, A.F.S.
Pesquisa
qualitativa/pesquisa
ação
2012
8
Formação dos profissionais
da cidade de Socorro-SP em
atividades de aventura no
âmbito do lazer
Auricchio, J.R.
Pesquisa de campo
2014
9
Programa segundo tempo:
uma proposta de inserção de
atividades de aventura
Silva, E.R; Alves,
F.B; Pimentel,
G.G.A; Oliveira,
A.A.B
Pesquisa-ação
2014
10
Memórias de Atenah:
Trajetórias de mulheres
brasileiras na corrida de
aventura
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Pesquisa
qualitativa/narrativa
pessoal
2018
11
A aventura na Educação
Física escolar em questão:
diálogos sobre a formação
dos professores
Nicácio, L.G.;
Freitas, A.F.S.;
Silva, M.T.
2018
12
A verdadeira aventura:
relato de uma mãe atleta de
corrida de aventura na etapa
do campeonato Mundial
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Qualitativa/narração
2018
Fonte: Elaborada pelos autores
Assim, finalizando a quinta fase
–
apresentação dos dados
–
salientamos que o processo
de seleção dos estudos foi realizado por intermédio da leitura dos títulos e resumos, de modo
que foram para a seleção final somente os que atendiam aos critérios de inclusão
supramencionados na metodologia. Ao final, foram selecionados oito artigos da CAPES; 12
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES e Marcelo Paraiso ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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artigos do CBAA e um artigo do LILACS, o que permitiu compor um processo de revisão por
meio de 21 artigos.
Dentre os 21 trabalhos encontrados, 14 têm como espaço de discussão a escola. No
Banco de Teses e Dissertações da CAPES, encontramos sete trabalhos sobre a escola, diante de
um currículo fragmentado em disciplinas foi observado que a prática em estudo (Orientação)
foi tematizada nas disciplinas Educação Física (três trabalhos encontrados), Geografia (três
trabalhos encontrados) e Matemática (um trabalho).
Discussões dos Resultados
Ao considerarmos o movimento proposto na introdução do trabalho, deixamos nos
surpreender pelos dados por meio de uma sociologia compreensiva
–
mostração (MAFFESOLI,
1998)
–
, ao contrário daquela que prima pela demonstração e constatação do mesmo, optamos
por apresentar as discussões a partir de duas temáticas que consideramos centrais e que se
revelaram indiciariamente (GINZBURG, 1989): a primeira temática, que está enredada ao
objetivo do estudo
–
investigar os conceitos que fundamentam as terminologias Corrida de
Orientação, Orientação, Esporte Orientação e Desporto Orientação, que na discussão estão
sendo concebidas como um lugar de contradição entre o que é dito e o praticado
8
; E a segunda,
que emerge da ruptura com o mesmo, isto é, que se apresenta em um espaço híbrido, fluído,
multifacetado, porque mergulha com todos os sentidos na realidade singular do
espaçotempo
praticado (CERTEAU, 1994).
Corrida de Orientação, Desporto Orientação, Esporte de Orientação, Orientação: Onde
está o Azimute?
O que ficou evidente, no primeiro momento, foram os trabalhos de Silva (2013) e
Cauper (2018), em que ocorre a opção por um determinado termo, no caso, a Orientação. A
justificativa para o referido uso emerge da sugestão realizada pela Confederação Brasileira de
Orientação (CBO), conforme disposto a seguir:
Para evitar mal-entendidos, a
Confederação Brasileira de Orientação
(CBO)
estabeleceu a utilização do termo Orientação
, iniciada com letra
8
Neste estudo, vamos trabalhar com a ideia
certeauniana
de que o sujeito comum não é apenas um consumidor
passivo, mas que, em diversas oportunidades, reinventa aquilo que chega até ele de modo a atender as suas
demandas, anseios e necessidades (CERTEAU, 1994), portanto, o sujeito ordinário por intermédio de suas práticas
cotidianas ressignifica os produtos que consome.
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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maiúscula, como sendo o mais adequado para nomear esse
esporte
em língua
portuguesa (SILVA, 2013, p. 57, grifo do autor
)
.
Desse modo, gostaríamos de trazer à tona uma pista (GINZBURG, 1989) que nos remete
a uma direção: o uso da CBO como referência e a denominação de esporte para a referida prática
corporal. Trazer estes sinais à tona se deve por percebermos que ao trabalhar com a proposição
da confederação, Silva (2013) se aproxima do significado de esporte caracterizado por um
conceito que estabelece relações com as noções de competição, de prática de atividades físicas,
de promoção da saúde.
Sabemos, a partir de Melo (2010, p. 45), que a “literatura não é
conclusiva acerca da
possibilidade de uma história do conceito esporte”, mas existem tendências ou correntes que
buscam defini-lo:
Um olhar panorâmico nos permite identificar duas grandes tendências no que
se refere ao tema: a)
propugna-se que a manifestação esportiva já existia
na Antiguidade, sendo perceptível em jogos que eram praticados por
chineses, egípcios, gregos, romanos, entre outros;
b) procura-se entendê-lo
como um
fenômeno moderno, que, mesmo apresentando similaridades
técnicas com antigas manifestações culturais, possui sentidos e
significados bastante diferenciados daqueles jogos
“pré
-
esportivos”
(MELO, 2010, p. 45, grifo do autor).
Nessa linha de pensamento, e considerando estar acompanhado do referencial
estabelecido pela confederação, instituição que normatiza e se responsabiliza pelo
direcionamento dos desportos nacionais, fica-nos a impressão de que nos reportamos ao modelo
de esporte de competição, conforme anunciado no trabalho.
Todavia, no contexto apresentado por Silva (2013),
a modalidade é abordada como um
recurso didático e enredada ao ensino da cartografia no intuito de desenvolver determinados
objetivos de ensino nos processos de formação docente no âmbito da disciplina Geografia.
Desse modo, ao considerarmos a multiplicidade
de sentidos da palavra “orientação”,
sobretudo a partir de um estudo cujo objeto é a cartografia, observamos que apenas o emprego
em maiúsculo da palavra Orientação pode não ser suficiente para dar conta de seu sentido,
podendo gerar certa confusão. Nesse contexto, para evitar este tipo de situação, compreendemos
que a saída encontrada por Silva (2013) foi acrescentar a palavra “esporte”, com letra
minúscula, antes do termo Orientação:
O que o
esporte Orientação
traz de novo e contribui para o desenvolvimento
do universo da Cartografia escolar é o fato de que o participante, quando
realiza um percurso, vivencia uma experiência concreta, colocando em prática
as noções espaciais, além de recorrer intensamente à linguagem cartográfica
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por meio do uso de um mapa e uma bússola (SILVA, 2013, p. 165
,
grifo do
autor).
Outrossim, é importante observar o emprego da terminologia Esporte Orientação,
utilizada no título e grafada com letra maiúscula, não ficando evidente para o leitor se a intenção
era somente nomear a modalidade. Porém, no corpo do estudo, Silva (2013) evidencia a opção
pela nomenclatura referida
–
Orientação
–
, inclusive com apresentação de argumentos, fazendo-
nos compreender que esta foi sua escolha.
Já o estudo de Cauper (2018) se apresenta a partir de sua experiência como praticante
da Orientação e, simultaneamente, como docente de Educação Física da Educação Básica, de
modo que uma de suas preocupações é a contextualização da Orientação no âmbito da cultura
corporal de movimento, um patrimônio a ser democratizado na escola de forma crítica, por isso
problematiza as proposições feitas pelas Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Assim, ainda que Cauper (2018) utilize o termo sugerido pela Confederação Brasileira
de Orientação (CBO), uma instituição que opera de modo a universalizar e padronizar a prática
da Orientação, no corpo da dissertação é possível encontrar indícios de rupturas com a lógica
dominante:
Como se fosse possível haver uma prática que não fosse orientada por uma
teoria. A fim de romper com as dicotomias, a metodologia de ensino crítico
superadora propõe o trabalho como princípio educativo e assume o trato com
o ser humano a partir da sua totalidade, indicando a superação da
fragmentação do indivíduo e do conhecimento. Trata-se da ação consciente,
da indissociabilidade teoria e a prática, representada pela práxis (CAUPER,
2018, p. 47).
O esforço empreendido por Cauper (2018) fez emergir uma série de apropriações da
Orientação, considerando além do viés esportivo, amador e olímpico, o pedagógico em
perspectiva crítica, o treinamento militar e a brincadeira da caça ao tesouro, entre outros. No
parágrafo a seguir, a autora faz a seguinte consideração acerca do termo Corrida de Orientação:
Embora seja muito comum o uso do termo “Corrida de Orientação”, a CBO
recomenda que esse termo não seja o mais indicado, tendo em vista que nesse
esporte o praticante pode realizá-lo caminhando, correndo ou esquiando, e o
uso da palavra “Corrida” é restrit
ivo, pois não contempla todas as
possibilidades de prática desse esporte. Portanto, em nosso texto, utilizamos o
termo Orientação, estabelecido pela CBO como o mais adequado para se
referir a essa modalidade esportiva (SILVA, 2013, p. 57).
Esta prevalência acerca do termo Corrida de Orientação foi identificada nas
interpretações dos anais do CBAA, em que dos doze trabalhos encontrados, onze preconizavam
o uso da nomenclatura corrida de orientação, com exceção apenas do estudo de Santos, Mendes
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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e Alves (201
0), intitulado “Esporte de Aventura: entre o urbano e a natureza”, que aborda a
Orienta
çã
o (caminhada ou corrida) como possibilidade de prática. Cabe frisar que os autores
supracitados durante todo o trabalho defendem o esporte dentro da dimensão social, ficando
evidente a sua possibilidade de aplicação na escola.
Ao fazer esta abordagem, Santos, Mendes e Alves (2010) trazem uma reflexão
necessária: seria o termo corrida de orientação adequado para o espaço escolar? Uma vez que
o praticante pode fazê-lo correndo, caminhando, utilizando cadeira de rodas, bicicletas.
O termo corrida de orientação ou
carrera de orientación
surgiu diante de uma
dificuldade na tradução do termo Orientação nos países de língua latina. Em se tratando dos
países de língua inglesa, o termo o
rientation
se
refere ao sentido de auxílio, vocação, ajuda e,
para se referir à modalidade em estudo, utiliza-se
Orienteering
.
Já na língua portuguesa, temos uma única palavra para ambos os sentidos, o que causa
confusão. Para Pasini (2003), a palavra corrida foi introduzida com o intuito de fazer as devidas
distinções.
Outro trabalho que se utiliza da terminologia Orientação emerge da produção de Silva
(2018). O estudo investiga a vida esportiva de atletas da corrida de aventura, um esporte em
que predomina a presença de homens, brancos, com poder aquisitivo elevado. O trabalho aponta
a necessidade da aplicação da Orientação na escola, como espaço privilegiado para discutir as
questões de gênero, desigualdades sociais e raciais.
O estudo de Silva (2018) também nos provoca a refletir sobre a democratização das
práticas de aventura no ambiente escolar, rompendo com os esportes tradicionalmente
trabalhados nas aulas de Educação Física e tematizando questões fundamentais na formação
dos sujeitos, conforme supramencionado (gênero, desigualdades sociais e raciais).
No trabalho de Scopel, Pimentel, Starepravo (2018), encontrado na base de dados do
LILACS, os autores identificaram duas coalizões: a primeira, denominada de
múltiplas
vertentes
, compreende a Orientação como um fenômeno abrangente que engloba
concomitantemente esporte, turismo e lazer e propõe a sua inserção nos currículos escolares:
“[...] em todos os níveis, o desporto Orientação, como atividade capaz de agir na formação
integral d
e crianças, jovens e adultos, dentro de uma perspectiva de educação continuada”
(SCOPEL; PIMENTEL; STAREPRAVO, 2018, p. 163).
Já a segunda coalizão, que se encontra em vigência, compreende a Orientação como um
fenômeno exclusivamente esportivo competitivo, e, também, tem como proposta a sua inserção
Orientação no currículo das aulas de Educação Física. No entanto, apresenta objetivos
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diferentes: a promoção do esporte, conquistando mais adeptos, e a atuação na formação de
atletas.
Assim, apesar dos artigos de Silva (2018) e Scopel, Pimentel e Starepravo (2018) não
tratarem diretamente da temática escolar, ambos apresentam elementos importantes no que se
refere à escola. O primeiro propõe a vivência das práticas de aventura na escola com o intuito
de democratizá-las tematizando discussões sobre gênero e entendendo-a como um espaço
plural. O segundo sinaliza a inserção da Orientação na escola em uma perspectiva competitiva
incentivada pela CBO em busca de performance em um processo de exclusão e padronização
dos corpos. Seria possível?
Orientação, Esporte Orientação, Desporto Orientação: possíveis aproximações às
práticas ordinárias
Se inicialmente visibilizamos estudos que optaram em conceituar a Orientação a partir
das diretrizes da CBO, neste tópico vamos privilegiar os trabalhos que não tinham como
centralidade a preocupação com o uso da nomenclatura e com as orientações da referida
confederação, pois apresentaram terminologias diferenciadas com o uso de dois ou mais termos
para se referir à mesma cultura corporal de movimento: a Orientação.
No estudo de Scherma (2010), foi possível encontrar várias expressões para se referir à
prática em discussão: Corrida de Orientação, que aparece logo no título do trabalho; o termo
Orientação, empregado no resumo precedido da palavra esporte, aparecendo também em
diversas partes do texto; outra maneira de denominar a referida cultura corporal de movimento
se deu por meio do termo Orientação isoladamente; a palavra desporto também foi empregada,
contudo, Scherma (2010) menciona que, neste caso, o sentido é o mesmo da palavra esporte,
sendo uma tradução do português europeu para o português falado no Brasil.
Ao primeiro olhar, parece-nos que a perspectiva adotada pela CBO (Orientação) parece
ser a mais utilizada pelos autores, entretanto, sob o olhar mais aguçado, ficam-nos evidentes
algumas pistas (GINZBURG, 1989) que nos revelam que a modalidade é requisitada como uma
estratégia para atingir objetivos de ensino ligados à Cartografia. E, neste contexto, o
emaranhado de termos utilizados até então parece não dar conta do que é praticado no cotidiano
escolar.
Diante do exposto, fomos remetidos ao pensamento de Ginzburg (1989, p. 177), no
intuito de seguir as pistas para compreender o que se passa, pois em vários momentos fomos
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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levados a olhá-lo como se fosse um
ponto de fuga: “a realidade é opaca, existem zonas
privilegiadas
–
sinais, indícios
–
que permitem decifrá-
la”.
De outro modo, uma combinação utilizada por Scherma (2010) nos chamou a atenção,
pois ao determinar o objetivo da pesquisa mencionou que iria “
refletir sobre o uso das
práticas
de Orientação como alternativa para promover a leitura cartográfica” (SCHERMA, 2010, p. 20,
grifos nossos).
Sendo assim, cabe frisar que, apesar de buscarmos o termo “práticas de orientação”
(SCHERMA, 2010) como um indício (GINZBURG, 1989) de ruptura com o mesmo, isto é,
com as ações que se aproximam da perspectiva esportivista defendida pela CBO, salientamos
que Scherma (2010) não define o que seriam as práticas de orientação.
Tal indefinição não é algo incomum, pois Lazarotti Filho
et al.
(2010), ao investigarem
o uso do referido termo
–
práticas corporais
–
, a partir de um estudo de revisão, consideraram
que dos “260 artigos analisados, [...] a grande maioria não explicita o entendimento de práticas
corporais e somente 8%
o fazem” (LAZAROTTI FILHO
et al
., 2010, p. 18).
Igualmente, Lazarotti Filho
et al.
(2010, p. 24) nos chamam a atenção para o fato de que
o termo aparece, em sua grande maioria, se referindo a múltiplas expressões relacionadas a
diversas formas de ações: “
[...] atividade corporal ou de manifestações culturais, tais como:
atividades motoras, de lazer, ginástica, esporte, artes, recreação, exercícios, dietas, cirurgias
cosméticas, dança, jogos, lutas, capoeira e circo”.
Os autores Lazarotti Filho
et al
. (2010), ao final do estudo, apresentam como uma de
suas considerações, a potencialidade do uso do termo práticas corporais para se referir a um
dado comum da realidade:
Identificamos nos textos analisados que o termo “práticas corporais” já se
constitui com
potencialidade para ser estruturado como conceito
,
necessitando, porém, de
maior estabilidade e de um certo nível de consenso
dentre a comunidade acadêmica
(LAZAROTTI FILHO
et al.
, 2010, p. 25,
grifo do autor).
Assim, percebemos que o termo práticas de orientação nos auxilia a potencializar aquilo
que nos acontece em meio a ações educativas desenvolvidas no cotidiano escolar, visto que tais
produções
–
conteúdos da cultura corporal de movimento
–
, advindas da Educação Física
escolar, são marcadas pela singularidade da realidade social em que estão imersas, sendo
afetadas, portanto, pelas particularidades dos praticantes (CERTEAU, 1994) que habitam o
referido
espaçotempo
escolar em detrimento das suas demandas, necessidades, interesses, que
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são determinados por questões políticas, culturais, de gênero, de sexualidade, de raça, de classe
social, dentre outras demandas.
Especificamente nos trabalhos de Hartman (2014), Franca (2016), Bezerra (2018) e
Silva (2019), encontramos indiscriminadamente os termos corrida de orientação, Esporte
Orientação ou, ainda, esporte de Orientação e Desporto Orientação, não nos possibilitando
definir o termo mais utilizado por cada um dos autores supramencionados. Contudo, a palavra
que se repete em todas as terminologias é a Orientação. A partir disso, cabe perguntar: Seria
por ela, a Orientação, ser a origem? Para Carmona (2013), por muitos anos, orientar-se pelo sol
foi uma técnica utilizada de maneira significativa para muitas culturas.
Seguindo esse percurso, Pereira (2011) buscou na habilidade humana de se orientar os
elementos da natureza
–
tais como o sol, as estrelas, as marés
–
para tematizar as questões de
ensino em seu processo pedagógico. O estudo foi apresentado no VI CBAA, e utilizou como
contraponto a Arca de Noé.
Assim, o referido estudo estabeleceu uma relação direta com a Orientação, entretanto,
o diálogo realizado se deu a partir da navegação, pois a sua centralidade estava na
problematização de uma disciplina de Esportes Radicais no Ensino Superior no intuito de
propor a construção de um implemento navegável. Desse modo, a orientação, ao emergir
enredada à navegação, ganha a singularidade e contornos de outros modos de
pensarfazer
(CERTEAU, 1994) a referida prática.
Tal contorno se reveste da lógica polinésia que rompe com a racionalidade ocidental
que nos foi imposta, conforme nos chama a atenção Pereira (2011, p. 98-99):
A primeira lição era a atenção no ato de se orientar, que era aprendida desde
a infância pelos meninos, que observavam o mar, os ventos, os animais, as
estrelas e as ondas, por dias, para que pudessem adquirir um segundo
conhecimento, a percepção dos pontos de referência de cada lugar, em cada
momento. Era necessário nessa fase distinguir as correntes marítimas em cada
época do ano, pois os animais se movimentam em função disso e as pessoas
deveriam saber disso para se localizar e seguir para pontos seguros. A terceira
lição envolvia a memória de tudo que se percebia, como não havia mapas,
bússolas, GPS e outros instrumentos, toda a aprendizagem deveria ser
guardada na mente dos navegadores daquela região.
Considerando o exposto, salientamos que o trabalho supramencionado se aproxima de
uma perspectiva mais fluída, plural, ao contrário daquelas revestidas pela uniformidade e
engessamento do caráter esportivo.
Outrossim, Pereira (2011) dialoga com a noção de práticas de orientação, pois procura
a construção de conhecimento por outras lógicas, outros caminhos, conforme pode-se perceber:
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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Pensando em termos de licenciatura, pode ser um incentivo para o surgimento
de aulas de Educação Física escolar que requeiram do aluno o
gosto pelo
novo, pela descoberta, pelo fazer e compreender o que se faz
. Partir do
empírico no sentido como se propõe a disciplina pesquisada é
livrar-se de
métodos pouco libertários de ensino
, e propor um método que leve a
autonomia para
aprender e gostar do que se aprende
(PEREIRA, 2011, p.
99, grifo nosso).
Assim, ao sugerir o uso da noção de Práticas de Orientação, o fazemos para aqueles que
buscam o desenvolvimento das ações nas escolas, visto optarmos por trazer elementos que nos
auxiliam a compreendê-la enredada em uma perspectiva plural. Ressaltamos que entendemos a
noção como um elemento que não busca a precisão, a exatidão do conceito ou categoria, pois
trabalhamos com a ideia de veracidade, que é a produção da verdade a partir de um tempo e
espaço específico, não resguardando, portanto, sinais de universalismo e/ou conclusões e
verdades absolutas (MAFFESOLI, 1998).
Nesse sentido, ressaltamos que a noção de Prática, neste estudo, emerge fundada nos
pressupostos teóricos de Mayol (1996), porque a concebemos como uma:
[...] combinação mais ou menos coerente, mais ou menos fluida, de elementos
cotidianos concretos (
menu
gastronômico) ou ideológicos (religiosos,
políticos), ao mesmo tempo passados por uma tradição (de uma família, de
um grupo social) e realizados dia a dia através dos comportamentos que
traduzem uma visibilidade social fragmentos desse dispositivo cultural […].
Prático vem ser aquilo que é decisivo para a identidade de um usuário ou
de um grupo
a medida em que essa identidade lhe permite assumir o seu lugar
na rede das relações sociais inscritas no ambiente (MAYOL, 1996, p. 39-40,
grifo nosso).
Admitir a lógica supramencionada evidencia, portanto, que, ao trabalharmos com a
noção de prática
certeauniana
, operamos a partir da ideia de que somos todos sujeitos
ordinários que caminham pelas “linhas de erre desenhadas pelos jovens autistas” (CERTEAU,
1994, p. 45): subversivas, aleatórias, que não seguem o preestabelecido, a linearidade.
Portanto, não somos consumidores passivos, mas produtores de uma fabricação
silenciosa, quase invisível, porque empregamos de maneira sutil, multiforme, reinventando de
mil maneiras tudo aquilo que nos chega ao cotidiano escolar.
Baseados nesta concepção, tomamos como proposição o uso da noção de Práticas de
Orientação, a fim de que, talvez, ela contemple a multiplicidade das ações que serão relatadas
a seguir: Franca (2016) propôs em seu estudo os limites e possibilidades das práticas de
aventura na escola com enfoque na Educação Ambiental. O autor detectou algumas
dificuldades, como: materiais específicos, espaço, concepção da direção, da orientação técnica
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pedagógica, professores, alunos, riscos e imprevisibilidade das práticas, tempo de vivência das
práticas. A partir disso, foram propostas sugestões para a superação das dificuldades: as
bricolagens “[...] a união de vários elementos culturais que resultam em algo novo”
(CERTEAU, 1994).
Já o artigo produzido por Bezerra e Pereira (2012) se aproximou da noção de Práticas
de Orientação ao sugerir ações pedagógicas para a Educação Básica com enfoque na Educação
Ambiental. Na experiência relatada no VII CBAA, Bezerra e Pereira (2012) narram a confecção
e
a “[...] realização das vivências práticas que foram pensadas de acordo com a realidade da
escola e os espaços arredores disponíveis e seguros” (BEZERRA; PEREIRA, 2012, p. 149).
Outro trabalho que se aproximou da noção defendida no estudo
–
Práticas de Orientação
–
foi o artigo de Franca (2016) que, apesar de apontar inúmeras dificuldades no
desenvolvimento da referida prática
–
falta de espaço, aquisição de equipamentos específicos,
gerenciamento do risco devido à falta de conhecimentos técnicos por parte dos(as)
professores(as)
–
, partiu do movimento realizado pelos sujeitos ordinários para implantar um
programa de extensão para atender às escolas da Educação Básica.
No estudo de Bezerra (2018), que teve como proposição analisar o uso do Esporte de
Orientação como um instrumento didático possibilitando a aprendizagem da alfabetização
cartográfica crítica, ficou-nos evidente uma ação didática que ultrapassou a mera leitura dos
mapas, tendo em vista o movimento realizado para a compreensão da realidade social:
Ao chegarem ao parque o professor de Educação Física informou-lhes que a
intenção não era a execução do esporte de orientação para competição, com o
objetivo de vencerem, mas para aprenderem as características do lugar,
observarem, questionarem o que mais chamou a atenção deles e fazerem a
relação com os conteúdos ensinados em sala de aula (BEZERRA, 2018, p.
95).
Desse modo, a partir da experiência desenvolvida, Bezerra (2018) pede aos estudantes
para que respondam a um questionário e, diante das respostas, percebe que eles estabelecem
conexões com as desigualdades sociais, isto é, contextualiza o conteúdo ultrapassando as
questões procedimentais exigidas pela Orientação: bússola, leitura de mapas, dentre outros
procedimentos.
Outra pesquisa que apresentou sinais de um movimento contrário à lógica esportivista
emergiu da dissertação de Silva (2019). O estudo se desenvolveu no Instituto Federal do Paraná,
Campus Cascavel, no Curso Técnico em Informática, integrado ao Ensino Médio, com 88
estudantes com idades ente 14 e 17 anos.
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
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A pesquisa se desenvolveu por intermédio da pesquisa-ação, uma experiência que
permitiu a participação dos(as) estudantes, pois a cada etapa, “[...] faziam interferência e, por
conseguinte, contribuíam no processo, por meio da avaliação das práticas e das etapas
anteriores, propondo e sugerindo ações para as práticas seguintes” (SILVA, 2019, p. 57).
Silva (2019) esclarece que a sequência pedagógica se desenvolveu durante cinco aulas
e o processo final ocorreu no sábado no Parque Hilário Zardo, um espaço para além do ambiente
escolar. Posteriormente, os(as) estudantes foram convidados(as) a pensar a forma como seria
possível aquela prática ser desenvolvida dentro da escola,
“[...]
os estudantes deram sua opinião
sobre a vivência da aula anterior e como aprimorar a prática, de forma que sejam utilizadas as
instalações da escola” (SILVA, 2019, p. 97).
Para finalizar, gostaríamos de frisar que a opção de trabalhar com a noção de Práticas
de Orientação nos permite romper com as ações específicas da referida modalidade esportiva,
possibilitando a docentes e estudantes, que habitam nas pluralidades de escolas existentes em
um país como o Brasil, intervir e recriar os modos de
usarfazer
as ações educativas enredadas
às temáticas locais, atendendo às demandas, necessidades e determinantes que afetam os
múltiplos espaços.
Considerações finais
Considerando que o objetivo do estudo foi investigar os conceitos que fundamentam as
terminologias vinculadas à prática da Orientação, pode-se dizer que: a) apesar de diversos
autores optarem pela nomenclatura Orientação, por ser o termo sugerido pela Confederação
Brasileira de Orientação (CBO), as práticas desenvolvidas por eles extrapolam as formas
padronizadas e universais propagadas pelas instituições esportivas; b) ficou-nos evidente a falta
de preocupação em fazer a opção por uma única terminologia, visto que diversos estudos
utilizam termos diferentes para se reportar à mesma cultura corporal de movimento; c) Por fim,
ficou evidenciada a potência da Orientação enquanto elemento educativo para a escola, visto
que os estudos apresentaram em suas práticas a preocupação em proporcionar experiências,
contribuindo na construção do conhecimento.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES e Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Corrida de orientação, esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Como referenciar este artigo
SOMBRA, F. L. B.; MARTINS, C.; NUNES, C. L.; ALVES, M. P. Corrida de orientação,
esporte orientação, orientação: Um estudo de revisão.
Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1557-1577, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
Submetido em
: 17/08/2021
Revisões requeridas em
: 21/11/2021
Aprovado em:
08/03/2022
Publicado em:
01/04/2022
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1566
CARRERA DE ORIENTACIÓN, ORIENTACIÓN DEPORTIVA, ORIENTACIÓN:
UN ESTUDIO DE REVISIÓN
CORRIDA DE ORIENTAÇÃO, ESPORTE ORIENTAÇÃO, ORIENTAÇÃO: UM
ESTUDO DE REVISÃO
ORIENTATION RACE, SPORT ORIENTATION, ORIENTATION: A REVIEW STUDY
Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA
1
Cassio MARTINS
2
Cassiane Leite NUNES
3
Marcelo Paraiso ALVES
4
RESUMEN
: Este trabajo tuvo como objetivo investigar las nociones o terminologías
vinculadas a la Carrera de Orientación, la Orientación Deportiva y la Orientación, así como sus
especificidades y la forma en que se utilizan. Para alcanzar el objetivo de la investigación,
optamos por la revisión integradora y, respectivamente, para la producción de datos optamos
por las siguientes bases: Banco de Tesis y Disertaciones de la CAPES; SciELO; LILACS, y,
finalmente, los anales del CBAA, por su relevancia nacional e internacional en el ámbito de las
Actividades de Aventura. Considerando los datos encontrados, fue posible percibir que: a) a
pesar de haber una indicación de la Confederación para el uso de la nomenclatura, las prácticas
extrapolan la estandarización propagada por las instituciones deportivas; b) se nos hizo evidente
la ausencia de una terminología matricial; c) finalmente, se evidenció en los estudios el poder
de la Orientación como elemento educativo para la escuela.
PALABRAS CLAVE
: Orientación. Colegio. Educación básica.
RESUMO
: O trabalho objetivou investigar as noções ou terminologias vinculadas à Corrida
de Orientação, Esporte Orientação e Orientação, bem como as suas especificidades e o modo
como são utilizadas. No intuito de atingir o objetivo da pesquisa, optamos pela revisão
integrativa e, especificamente, para a produção de dados, optamos pelas seguintes bases:
Banco de Teses e Dissertações da CAPES; SciELO; LILACS, e, por fim, os anais do CBAA,
devido à sua relevância nacional e internacional no âmbito das Atividades de Aventura.
Considerando os dados encontrados, foi possível perceber que: a) apesar de haver uma
indicação da Confederação para o uso da nomenclatura, as práticas extrapolam a
padronização propagada pelas instituições esportivas; b) ficou-nos evidente a ausência de uma
1
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brasil. Estudiante de Maestría
(MECSMA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7911-5921. E-mail: fernanda.leocadio@hotmail.com
2
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brasil. Profesor Titular. Máster
Profesional en Docencia en Ciencias de la Salud y Medio Ambiente. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1851-
9268. E-mail: professorcassio@hotmail.com
3
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brasil. Estudiante de Educación Física.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3948-3970. E-mail: cassianeln2.0@gmail.com
4
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brasil. Profesor Titular. Doctorado en
Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6236-3224. E-mail: marceloparaiso@outlook.com
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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terminologia matricial; c) por fim, tornou-se evidente nos estudos a potência da Orientação
enquanto elemento educativo para a escola.
PALAVRAS-CHAVE
: Orientação. Escola. Educação Básica.
ABSTRACT
: This article aims to investigate the notions or terminologies linked to
Orienteering Race, Sporting Orienteering, and Orienteering, as well as their specificities and
the way they are used. To achieve the objective of the research, we opted for the integrative
review and, respectively, for data production we opted for the following foundation: CAPES
Dissertations and thesis bank; SciELO; LILACS, and, lastly, CBAA annals, due to its national
and international relevance in the scope of Adventure Activities. Considering the data found, it
was possible to notice: a) despite the Confederation's indication for the use of the
nomenclature, the practices exceed the standardization propagated by sports institutions; b)
the absence of a matrix terminology became evident; c) finally, the power of Orienteering as
an educational element for the school was evidenced in the studies.
KEYWORDS
: Orientation. School. basic education.
Introducción
El interior de lo "pensable" suele estar habitado por algún tipo de patrimonio
de carácter ideológico, pragmático y muchos otros. Aparentemente, lo que se
puede pensar está en reposo, es algo completo, lleno. Cómodo, diría yo. Sin
embargo, dependiendo de lo que señale Certeau, siempre hay posibilidades
para que el desbordamiento de lo "pensable" y lo congruente surja de otro
pensamiento (LACERDA, 2015, p. 2).
La sorpresa está marcada por la imprevisibilidad, por la duda, ya que sacude certezas,
desestructura convicciones y esboza nuevas rutas. Así, inspirados en Certeau (2011),
específicamente en temas ordinarios, entendemos que somos consumidores de los productos
que nos llegan, sin embargo, no actuamos pasivamente; por el contrario, actuamos a partir de
operaciones multiformes interviniendo sutilmente en el orden dominante.
Por lo tanto, experimentar el proyecto de extensión con un enfoque en
5
, desarrollado
por el Instituto Federal de Río de Janeiro (IFRJ)
–
Campus
Avanzado Resende, nos
sorprendieron las acciones educativas propuestas por dicha práctica extensionista.
Esta sorpresa se debe al potencial educativo de esta práctica (SILVA, 2020) y su escasa
difusión en la región, pues, al exceder los límites del
campus
de Resende, ocupando otros
5
"Se caracteriza por ser una actividad desarrollada en bosques, bosques, senderos y campos, donde los
participantes utilizan un mapa detallado y una brújula para encontrar puntos en el terreno previamente mapeado.
La ruta consiste en un punto de partida, un punto de llegada y una serie de puntos intermedios numerados (o PC
–
puntos de control), a través de los cuales el practicante tendrá que pasar siguiendo la secuencia determinada en el
mapa" (TAHARA; CAGLIARI; DARIDO, 2017, p. 3).
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1568
espacios del municipio, se invitó a las escuelas a ir más allá de los muros institucionales para
apropiarse de nuevos conocimientos dentro de la cultura corporal del movimiento (CÂNDIDO
et al.
,
2019).
En esta línea de pensamiento, y tomando como inspiración el citado proyecto, optamos
por enfrentarnos a la óptica que opera favoreciendo la hegemonía de los deportes de pista en
las clases de educación física
–
Balonmano, Fútbol Sala, Baloncesto, Voleibol
–
(TAHARA;
CAGLIARI; DARIDO, 2017), porque entendemos que este proceso de enseñanza reduce las
experiencias de los estudiantes a los deportes de pelota.
Por otra parte, entendemos que existen retos que aún no han sido debatidos a fondo, uno
de estos temas surge de la nomenclatura de dicha cultura corporal de movimiento, ya que a esto
se le llama de múltiples maneras: Orientación, Orientación Peatonal, Orientación Raza,
Orientación Deportiva, Orientación Deportiva, por nombrar algunas.
Así, a raíz del objetivo mencionado,
pretendemos des
velar (PAIS, 2003)
–
quitar el velo,
en el sentido de la exposición
6
–
, acciones vinculadas a estos términos que nos remiten a la
siguiente pregunta: ¿Hasta qué punto estas proposiciones dialogan con las múltiples
experiencias que se materializan en la vida cotidiana escolar?
En esta línea de pensamiento, es importante destacar que entendemos la experiencia no
como algo "que nos pasa", sino como algo que nos sucede y nos marca (LARROSA, 2002, p.
21). Por lo tanto, aunque la propuesta de una experiencia puede ser única para un grupo
determinado, la experiencia es algo que varía de individuo a individuo. En este sentido, Lacerda
(2015) define la experiencia como el encuentro entre lo ya conocido y los significados que
emergen a través de nuevas percepciones. Imposible de ser experimentado de la misma manera
por un colectivo, pero puede ser socializado y conocido desde múltiples sentidos.
En esta dirección, es posible que un camino de orientación sea experimentado de
maneras muy diferentes por los sujetos, pudiendo cumplir con las expectativas relacionadas con
la realización de un deporte en una perspectiva competitiva y/o de ocio, socialización o incluso
como un contenido a ser enseñado en la escuela por diferentes disciplinas para lograr metas
convergentes o no convergentes.
6
Para Maffesoli (1998), la diferencia entre espectáculo y demostración surge atrapada en la separación entre
pensamiento y posmodernidad. Mientras que en la modernidad la centralidad está en la preocupación de probar
algo, por lo que entrillar las conclusiones de las ideas y los argumentos, en la posmodernidad, la centralidad está
en el desmantelamiento del pensamiento plural: "[...] el mundo, su retórica, sus hechos son esencialmente plurales,
no se prestan a una conclusión, sino más bien a una apertura. [...] Por lo tanto, no deben ser objeto de una
demostración, sino de una demostración" (MAFFESOLI, 1998, p. 114).
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Trayectoria metodológica
[...] la artesanía se dedica al trabajo en sí misma y por sí misma; las
satisfacciones del trabajo son per
se una recompensa
; los detalles del trabajo
diario están vinculados, en el espíritu del trabajador, al producto final; el
trabajador puede controlar sus actos en el trabajo; la habilidad se desarrolla en
el proceso de trabajo; el trabajo está vinculado a la libertad de experimentar;
finalmente, la familia, la comunidad y la política son evaluadas por los
patrones de satisfacción interior, consistencia y experimentación artesanal
(SENNETT, 2009, p. 38).
El Taller y el artesano: diseño y periodización
En el camino de artesanos fuimos trazando un camino que pudiera lograr el objetivo de
este estudio. Por lo tanto, se optó por construir el proyecto artesanalmente a partir de la revisión
integradora, porque este procedimiento permite la composición de datos de estudios publicados,
permitiendo consideraciones sobre el
modus operandi
de un determinado fenómeno, concepto,
noción, entre otros.
También destacamos que la revisión integradora de la literatura (RIL) proporciona la
problematización e identificación de brechas en relación con el fenómeno bajo análisis, que, en
este estudio, surge de las nociones de Orientación, Orientación Deporte, Orientación Deportiva
y Carrera de Orientación.
Respecto a la revisión integradora, Sousa, Silva y Carvalho (2010) mencionan que
también permite actualizar las discusiones relacionadas con un tema específico, ya que opera a
partir de la síntesis de estudios publicados. Así, siguiendo la lógica para la construcción de la
revisión aquí propuesta, pasamos por seis etapas: (I) establecimiento de la pregunta de la
derecha; II) interpretación de los datos de las bases de datos; iii) crear una base de datos en una
hoja de cálculo; (IV) análisis del trabajo a través de los criterios de inclusión y exclusión; (V)
presentación y discusión de los resultados y (VI) síntesis del conocimiento.
En la primera etapa, se esbozó la siguiente pregunta: ¿qué conceptos subyacen a las
terminologías Guía Deportiva, Orientación Deportiva, Carrera de Orientación, Orientación
Deportiva y Orientación?
En cuanto a la producción de datos, las bases de datos utilizadas fueron: Capes,
SciELO
, LILACS, y, finalmente, las directrices de CBAA, debido a su relevancia nacional e
internacional en el contexto de Aventura.
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1570
En la segunda fase - producción
7
Criterios de inclusión y exclusión
–
destacamos la
necesidad de singularizar el proceso de investigación a la manera del artesano. Para Sennett
(2009, p. 19), "[...] La artesanía designa un impulso humano básico y permanente, el deseo de
una obra bendecida por él mismo". Esta noción de "artesanía" es más completa que un trabajo
derivado de las habilidades manuales, porque "[...] se trata del programa informático, del
médico y del artista", en nuestro caso, los orientistas y profesores que utilizan tal cultura
corporal del movimiento.
En vista de lo anterior, la singularización de la producción de datos se produjo por el
funcionamiento individualizado del portal CAPES, lo que nos obligó a realizar la búsqueda con
los descriptores por separado y con el uso de comillas: Orientación Deporte, Orientación
Deportiva, Carrera de Orientación, Orientación Deportiva y Orientación. En cuanto al marco
temporal, decidimos trabajar a partir del periodo comprendido entre 2001 y 2021, ya que en
2001 surgió el primer estudio encontrado en esta plataforma, justificando, por tanto, la elección.
Continuando con la producción de los datos, destacamos que, en las bases de datos
SciELO y LILACS, se articularon los descriptores antes mencionados al área de Educación
Física, y se utilizó el operador booleano
and
para optimizar la recopilación de información,
como sugieren Teixeira
et al
.
(2019). Por lo tanto, la constitución de los descriptores se
mantuvo con la siguiente configuración: Deportes de Orientación y Educación Física,
Orientación y Educación Física, Orientación Deportiva y Educación Física, Orientación y
Educación Física.
En relación con las publicaciones presentes en los anales de CBAA, realizamos la
investigación en las diez ediciones existentes en el periodo comprendido entre 2006 y 2018. Se
leyeron todos los documentos completos, por encima de 5 informes, que se articularon a la
terminología Orientación. Esta elección se realizó mediante la posibilidad de utilizar la
herramienta de búsqueda, a través de Ctrl - F (Adobe Acrobat) para Windows.
Cabe destacar que el buscador de palabras nos permitió encontrar el término Orientación
en todos los trabajos publicados en los anales. Posteriormente, los artículos completos fueron
leídos e incluidos como datos de investigación.
Así, considerando las publicaciones producidas a partir de las bases de datos,
inicialmente leímos los títulos de los trabajos con el fin de identificar indicios (GINZBURG,
7
En este estudio, la noción que nos remite al uso del término -producción de datos- surge del significado dado por
País (2003, p. 69), considerando que investigar "proviene del
término latino vestigo
, del que también deriva la
palabra vestigio. Investigar significa, entonces, ir en la huella de las huellas. Rastros que son acusaciones de
descubrimientos científicos".
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1571
1989) de que existía adherencia a los descriptores y al objetivo de la investigación, por lo tanto,
que nos remitiera al fenómeno aquí estudiado: Orientación.
Una vez identificados los descriptores en los títulos o palabras clave, comenzamos a leer
los resúmenes para verificar la adherencia del trabajo incautado en las bases de datos con el
alcance de la investigación. Por último, se leyeron íntegramente los documentos seleccionados.
Para crear una base de datos, desarrollamos una hoja de cálculo dividida en cuatro
columnas que cumplió con el propósito de presentar la siguiente información: título de la
publicación; autores y autores; diseño de investigación; año de publicación.
Así, el proceso de selección de estudios se llevó a cabo a través de una perspectiva
indicia (GINZBURG, 1989) en títulos y resúmenes, de modo que los estudios que cumplieron
con los criterios de inclusión mencionados fueron para el proceso final. Al final del proceso
mencionado, no se seleccionaron artículos de SciELO; un trabajo de lilas; ocho producciones
de la CAPES (2 son dos tesis y seis disertaciones); 12 artículos completos del CBAA,
componiendo una reseña con 21 artículos.
Carrera de Orientación, Orientación Deportiva, Orientación Deporte, Orientación:
señales de las distintas rutas recorridas
A la Guía de presentación de datos
Considerando que el fenómeno
–
Orientación
–
a investigar en el estudio constituye de
manera compleja, imposibilitando establecer relaciones lineales y deterministas, se nos hizo
evidente con los resultados que múltiples rutas fueron recorridas por actores sociales.
Así, actualmente esbozamos algunos caminos, encuentros probables y bifurcaciones que
impregnaron este camino: inicialmente, presentaremos los datos referentes a la Base de Datos
de Tesis y Disertaciones de Capes con el uso de los siguientes descriptores: Orientación, Carrera
de Orientación, Orientación Deporte y Orientación Deporte en la Base. Los términos se
incluyeron individualmente y entre comillas. El plazo utilizado fue 2001 (período de registro
de la primera publicación) hasta enero de 2021. Así, cuando insertamos el término
"Orientación" encontramos 13 obras; de estos, seis fueron descartados porque trataron el
término Orientación con otro significado del abordado en este estudio, por ejemplo, orientación
alimentaria, orientación escolar, entre otros.
En cuanto al término "Carrera de Orientación", encontramos un total de cuatro trabajos,
y la disertación de Murray (2001) fue descartada porque no tuvimos acceso a la producción en
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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su totalidad, el trabajo de Franca (2016) y Silva (2019) ya han sido identificados con el
descriptor "Orientación", resultando en un solo trabajo.
El descriptor "Deporte de Orientación" presentó en su búsqueda cinco trabajos, dos de
los cuales fueron descartados por no tratar el tema en cuestión: Hirota (2006) y Chaves (2015)
utilizaron el cuestionario de Orientación Deportiva para la tarea del fútbol y la motivación
deportiva. Por lo tanto, en ambos estudios, el término "orientación" se utilizó en otro sentido.
Tanto los trabajos de scherma (2010) como los de Bezerra (2018) ya han sido
identificados a través de descriptores anteriores. Y la disertación de valeriana (2011) no se
encontró en su totalidad. Finalmente, con el descriptor "Orientación Deportiva", no
encontramos trabajos en la Base CAPES. Así, se seleccionaron un total de ocho trabajos, como
se muestra en la tabla 1
.
Tabla 1
–
Base de datos CAPES
Título
Autor/Autora
Investigación
Año
1
Orientación deportiva y formación de
profesores de Geografía: una
experiencia con la cartografía escolar
Arcênio
Meneses da
Silva
Investigación
participante
2013
2
La Orientación Deportiva como
herramienta para la enseñanza de las
Matemáticas'
Adriana
Hartmann
Investigación
Bibliográfica
2014
3
Prácticas de aventura corporal en las
clases de Educación Física: las
posibilidades pedagógicas en el 5º
curso de primaria
Dilvano Leder
de Franca
Investigación
bibliográfica,
documental,
participante
2016
4
La memoria de Atenah: trayectorias
de las mujeres brasileñas en la carrera
de aventura
Fabiana Duarte e
Silva
Investigación
descriptiva
2018
5
La enseñanza de la Orientación
Deportiva en la escuela: posibilidades
y límites de una propuesta a la luz de
la metodología de superación crítica
Dayse Alisson
Camara Cauper
Investigación
participante
2018
6
Alfabetización cartográfica desde el
Deporte de la Orientación
'
Kleiton Ramires
Pires Bezerra
Investigación de
campo
2018
7
Carrera de Orientación: estrategia
pedagógica para la Educación Física
en educación profesional y
tecnológica
Flávia Heloisa
da Silva
Estudio de caso
2019
8
Carrera de orientación: una propuesta
metodológica para la enseñanza de la
Geografía y la Cartografía
Elka Paccelli
Scherma
Investigación-
acción
2010
Fuente: Elaboración propia
Respecto a los datos obtenidos en SciELO y LILACS, destacamos que tuvimos la
oportunidad de utilizar los descriptores antes mencionados (Orientación, Orientación Raza,
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1573
Orientación Deporte y Orientación Deporte en la Base) entre comillas, junto con el término
Educación Física. Destacamos el uso del operador booleano
and
optimizando la búsqueda. Así,
en SciELO, cuando entramos en los términos Orientación Deportiva
and
Educación Física
encontró 27 resultados, todos, sin embargo, descartados.
Cuando incluimos los términos Carrera de Orientación
and
Educación física no
obtuvimos ningún resultado. Lo mismo ocurrió cuando usamos el término Deporte de
Orientación.
La investigación con el término Orientación and Educación Física encontró 75
resultados. Después de leer el título y los resúmenes, solo se eligieron dos artículos, ya que los
73 artículos excluidos utilizaron el término orientación en un sentido diferente al recomendado
por el presente estudio. Sin embargo, al profundizar en la lectura de los artículos más adelante,
notamos que los artículos estaban relacionados con pruebas de conocimiento táctico
procedimental, y por lo tanto no eran útiles para la recopilación de datos necesarios. En este
sentido, ambos estudios también fueron excluidos, y no fue posible aprovechar los datos de
dicho descriptor.
Respecto a LILACS, cuando utilizamos el término Deportes de Orientación y Educación
Física, encontramos un total de nueve trabajos, pero solo el artículo de Scopel
et al.
(2019)
estableció un diálogo con nuestro objeto de estudio.
La investigación con los términos Carrera de orientación y Educación Física encontró
cinco estudios, que fueron descartados porque no contemplaban el tema de investigación.
Finalmente, con el término Orientación y Educación Física, se encontraron 164
artículos, 163 de los cuales fueron descartados por no cumplir con el alcance del estudio,
quedando solo un estudio seleccionado (SCOPEL
et al
., 2019). Sin embargo, este material ya
estaba incluido en el estudio, porque ya había sido seleccionado en la búsqueda del descriptor
Orientación Deportiva.
Con respecto al CBAA, siendo este uno de los congresos significativos de la zona de
aventura, optamos por investigar sus diez ediciones. Esta elección nos permitió trabajar a mano
(SENNETT, 2009), debido a que los eventos estaban en formato PDF, lo que nos permitió
utilizar la búsqueda a través de Ctrl - F (Adobe Acrobat) para Windows.
En nuestra investigación, detectamos que, en las ediciones I, II, III no había
producciones con este tema. En el IV, no encontramos trabajos completos (mínimo de cinco
páginas), solo resúmenes, que no nos permitieron acceder a detalles de los trabajos.
En vista de lo anterior, destacamos que a partir del V CBAA, se identificó lo siguiente
cuantitativo: cuatro trabajos completos de los autores Silva, Kippert y Merlo (2010). Ya en la
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1574
sexta edición encontramos una obra de Pereira (2011). En VII, encontramos dos artículos de
Pereira
et al.
(2012). También registramos dos artículos en el
VIII
CBAA, cuyos autores son
Auricchio
et al.
(2014). En el IX no obtuvimos ningún resultado y en el último congreso
identificamos tres artículos escritos por Silva
et al
. (2018) y Silva, Mourão y Bandeira (2018).
Veamos la siguiente tabla:
Tabla 2
- Lista de datos recogidos en los anales de CBAA
Título
Autores/autoras
Tipo de Investigación
Año/base
1
Actividad Física de
Aventura en la
naturaleza en la escuela
de la ciudad de Bonito,
MS: Un estudio de caso
Melo, R.A.; Soares,
I.C.
Estudio de caso
2010
2
Deporte de aventura: entre
lo urbano y la naturaleza
Santos, J.P.;
Mendes, M.T.;
Alves, M.A.F.
Investigación
bibliográfica
2010
3
Deporte en la naturaleza:
fragmentos contradictorios
de un objeto en
construcción
Pimentel, G.G. de
A.
Ensayo
2010
4
¿Educación de aventura?
En escena la opinión de los
educadores que participan
en el programa de
extensión Puertas Abiertas
Silva, A.; Kippert,
G.C.; Merlo, J.A.
Investigación cualitativa
exploratoria y
descriptiva /
investigación de campo
2010
5
El Arca de Noé y la
Educación Física
Pereira, D.W.
Estudio de caso
cualitativo/descriptivo
2011
6
Actividad de aventura
como práctica pedagógica
para las clases de
educación física
Pereira, G.G.C;
Bezerra, A.F.S.
Investigación
cualitativa/investigación-
acción
2012
7
Aplicación de actividades
de aventura en la escuela
secundaria militar: desafíos
y posibilidades
Júnior, O.C.R;
Bezerra, A.F.S.
Investigación
cualitativa/investigación-
acción
2012
8
Formación de
profesionales de la ciudad
de Socorro-SP en
actividades de aventura en
el ámbito del ocio
Auricchio, J.R.
Investigación de campo
2014
9
Programa segundo tempo:
uma proposta de inserção
de atividades de aventura
Silva, E.R; Alves,
F.B; Pimentel,
G.G.A; Oliveira,
A.A.B
Investigación-acción
2014
10
Memórias de Atenah:
Trajetórias de mulheres
brasileiras na corrida de
aventura
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Investigación
cualitativa/narrativa
personal
2018
11
A aventura na Educação
Física escolar em questão:
diálogos sobre a formação
dos professores
Nicácio, L.G.;
Freitas, A.F.S.;
Silva, M.T.
2018
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1575
12
A verdadeira aventura:
relato de uma mãe atleta de
corrida de aventura na
etapa do campeonato
Mundial
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Cualitativo/narración
2018
Fuente: Elaboración propia
Así, al final de la quinta fase -presentación de los datos- destacamos que el proceso de
selección de los estudios se llevó a cabo mediante la lectura de los títulos y resúmenes, de
manera que solo aquellos que cumplían con los criterios de inclusión mencionados en la
metodología fueron para la selección final. Al final, se seleccionaron ocho artículos de la
CAPES; 12 artículos de CBAA y un artículo de LILACS, lo que permitió realizar un proceso
de revisión a través de 21 artículos.
Entre los 21 estudios encontrados, 14 tienen la escuela como un espacio de discusión.
En el Banco de Tesis y Disertaciones de CAPES, encontramos siete trabajos sobre la escuela,
antes de un currículo fragmentado en disciplinas se observó que la práctica en estudio
(Orientación) estaba temática en las disciplinas Educación Física (tres trabajos encontrados),
Geografía (tres trabajos encontrados) y Matemáticas (un trabajo).
Discusiones de Resultados
Al considerar el movimiento propuesto en la introducción del trabajo, nos dejamos
sorprender por los datos a través de una sociología integral
–
exposición (MAFFESOLI, 1998)
–
a diferencia de la que sobresale en la demostración y verificación del mismo, elegimos
presentar las discusiones basadas en dos temas que consideramos centrales y que se revelaron
indiciariamente (GINZBURG, 1989): el primer tema, es decir, enaltecerse al objetivo del
estudio: investigar los conceptos que subyacen a las terminologías Orientación Raza,
Orientación, Orientación Deportiva y Orientación Deportiva, que en la discusión se están
concibiendo como un lugar de contradicción entre lo que se dice y lo que se practica
8
; Y la
segunda, que surge de la ruptura con ella, es decir, que se presenta en un espacio híbrido, fluido,
multifacético, porque se sumerge con todos los sentidos en la singular realidad
del espacio-
tiempo
practicado (CERTEAU, 1994).
8
En este estudio, trabajaremos con
la idea certeauniana
de que el sujeto común no es sólo un consumidor pasivo,
sino que, en varias ocasiones, reinventa lo que le llega para satisfacer sus demandas, anhelos y necesidades
(CERTEAU, 1994), por lo tanto, el sujeto ordinario a través de sus prácticas cotidianas resignifica los productos
que consume.
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1576
Carrera de Orientación, Orientación Deportiva, Orientación Deporte, Orientación:
¿Dónde está el Azimut?
Lo que fue evidente, en un principio, fueron las obras de Silva (2013) y Cauper (2018),
en las que se produce la opción por un determinado término, en este caso, la Orientación. La
justificación de este uso surge de la sugerencia hecha por la Confederación Brasileña de
Orientación (CBO), como se expone a continuación:
Para evitar malentendidos, la
Confederación Brasileña de Orientación
(CBO) estableció el uso del término Orientación
, iniciado con mayúscula,
como el más apropiado para nombrar este
deporte
en portugués (SILVA,
2013, p. 57, grifo del autor).
Así, nos gustaría traer a colación una pista (GINZBURG, 1989) que nos lleva a una
dirección: el uso de CBO como referencia y la denominación del deporte para dicha práctica
corporal. Poner estos signos en primer plano se debe al entendimiento de que al trabajar con la
propuesta de la confederación, Silva (2013) aborda el significado del deporte caracterizado por
un concepto que establece relaciones con las nociones de competencia, práctica de actividades
físicas, promoción de la salud.
Sabemos, por Melo (2010, p. 45), que "la literatura no es concluyente sobre la
posibilidad de una historia del concepto de deporte", pero hay tendencias o corrientes que
buscan definirlo:
Una mirada panorámica nos permite identificar dos grandes tendencias con
respecto al tema: a)
se defiende que la manifestación deportiva ya existía
en la antigüedad, notándose en juegos que eran practicados por chinos,
egipcios, griegos, romanos, entre otros;
b) buscamos entenderlo como un
fenómeno moderno, que, incluso presentando similitudes técnicas con
manifestaciones culturales antiguas, tiene significados y significados muy
diferentes de aquellos
juegos "predeportivos" (MELO, 2010, p. 45, el grifo
del autor).
En esta línea de pensamiento, y considerando ir acompañados de la referencia
establecida por la confederación, institución que regula y se encarga de la dirección del deporte
nacional, sentimos que nos reportamos al modelo de deporte de competición, tal y como se
anuncia en la obra.
Sin embargo, en el contexto presentado por Silva (2013), la modalidad se aborda como
un recurso didáctico y orientado a la enseñanza de la cartografía con el fin de desarrollar ciertos
objetivos didácticos en los procesos de formación docente en el ámbito de la disciplina
Geografía.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1577
Así, al considerar la multiplicidad de significados de la palabra "orientación",
especialmente a partir de un estudio cuyo objeto es la cartografía, observamos que solo el uso
en mayúsculas de la palabra Orientación puede no ser suficiente para explicar su significado, y
puede generar cierta confusión. En este contexto, para evitar este tipo de situaciones,
entendemos que el resultado encontrado por Silva (2013) fue agregar la palabra "deporte", con
letra minúscula, antes del término Orientación:
Lo que la
Orientación deportiva
aporta de nuevo y contribuye al desarrollo
del universo de la cartografía escolar es el hecho de que el participante, cuando
realiza un viaje, experimenta una experiencia concreta, poniendo en práctica
las nociones espaciales, además de recurrir intensamente al lenguaje
cartográfico mediante el uso de un mapa y una brújula (SILVA, 2013, p. 165
,
grifo del autor).
Además, es importante observar el uso de la terminología Orientación Deportiva,
utilizada en el título y deletreada con mayúscula, no siendo evidente para el lector si la intención
era solo nombrar la modalidad. Sin embargo, en el cuerpo del estudio, Silva (2013) evidencia
la elección de la nomenclatura referida
–
Orientación
–
incluso con la presentación de
argumentos, haciéndonos entender que esta fue su elección.
El estudio de Cauper (2018) se presenta desde su experiencia como practicante de
orientación y, simultáneamente, como profesor de Educación Física de Educación Básica, por
lo que una de sus preocupaciones es la contextualización de la orientación dentro de la cultura
corporal del movimiento, patrimonio a democratizar en la escuela críticamente, por lo tanto,
problematiza las proposiciones hechas por la Base Nacional de Currículo Común (BNCC).
Así, aunque Cauper (2018) utiliza el término sugerido por la Confederación Brasileña
de Orientación (CBO), institución que opera con el fin de universalizar y estandarizar la práctica
de la Orientación, en el cuerpo de la disertación es posible encontrar evidencias de rupturas con
la lógica dominante:
Como si fuera posible tener una práctica que no estuviera guiada por una
teoría. Para romper con las dicotomías, la metodología crítica de enseñanza
sobrepasa el trabajo como principio educativo y asume el trato con el ser
humano desde su totalidad, indicando la superación de la fragmentación del
individuo y del conocimiento. Es la acción consciente, la teoría y la práctica
de la indisociabilidad, representada por la praxis (CAUPER, 2018, p. 47).
El esfuerzo emprendido por Cauper (2018) dio lugar a una serie de apropiaciones de la
Orientación, considerando, además del sesgo deportivo, amateur y olímpico, el pedagógico en
una perspectiva crítica, el entrenamiento militar y el juego de la búsqueda del tesoro, entre otros.
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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En el siguiente párrafo, el autor hace la siguiente consideración del término Carrera de
Orientación:
Aunque es muy común utilizar el término "Carrera de Orientación", la CBO
recomienda que este término no sea el más indicado, considerando que en este
deporte el practicante puede realizarlo caminando, corriendo o esquiando, y el
uso de la palabra "Carrera" es restrictivo, pues no contempla todas las
posibilidades de practicar este deporte. Por ello, en nuestro texto, utilizamos
el término Orientación, establecido por la CBO como el más adecuado para
referirse a esta modalidad deportiva (SILVA, 2013, p. 57).
Esta prevalencia sobre el término Carrera de Orientación se identificó en las
interpretaciones anales del CBAA, en las que de los doce estudios encontrados, once
recomendaron el uso de la nomenclatura de carrera de orientación, excepto solo el estudio de
Santos, Mendes y Alves (2010), titulado "Deporte de aventura: entre lo urbano y la naturaleza",
que aborda la orientación (caminar o correr) como una posibilidad de práctica. Cabe destacar
que los autores mencionados anteriormente a lo largo de la obra defienden el deporte dentro de
la dimensión social, haciendo evidente su posibilidad de aplicación en la escuela.
Al hacer este enfoque, Santos, Mendes y Alves (2010) aportan una reflexión necesaria:
¿sería apropiado el término carrera de orientación para el espacio escolar? Ya que el practicante
puede hacerlo corriendo, caminando, usando silla de ruedas, bicicletas.
El término Carrera de orientación o
Carrera de orientación
surgió ante la dificultad de
traducir el término Orientación en los países de habla latina. Cuando se trata de países de habla
inglesa, el término o
rientation
se refiere al sentido de ayuda, vocación, ayuda y, para referirse
a la modalidad en estudio,
Orienteering
.
En portugués, tenemos una sola palabra para ambos sentidos, lo que causa confusión.
Para Pasini (2003), se introdujo la palabra raza con el fin de hacer las distinciones apropiadas.
Otro trabajo que utiliza la terminología Orientación surge de la producción de Silva
(2018). El estudio investiga la vida deportiva de los atletas de carreras de aventura, un deporte
en el que predomina la presencia de hombres blancos con alto poder adquisitivo. El documento
apunta a la necesidad de aplicar la Orientación en la escuela como un espacio privilegiado para
discutir temas de género, desigualdades sociales y raciales.
El estudio de Silva (2018) también nos provoca a reflexionar sobre la democratización
de las prácticas de aventura en el entorno escolar, rompiendo con los deportes tradicionalmente
trabajados en las clases de educación física y tema de cuestiones fundamentales en la formación
de asignaturas, como se mencionó anteriormente (desigualdades de género, sociales y raciales).
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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En el trabajo de Scopel, Pimentel, Starepravo (2018), encontrado en la base de datos
LILACS, los autores identificaron dos coaliciones: la primera, llamada
múltiples vertientes
,
comprende la orientación como un fenómeno integral que abarca el deporte, el turismo y el ocio
y propone su inserción en los currículos escolares: "[...] a todos los niveles, la Orientación
Deportiva, como actividad capaz de actuar en la formación integral de niños, jóvenes y adultos,
dentro de una perspectiva de educación continua" (SCOPEL; PIMENTEL; STAREPRAVO,
2018, p. 163).
Por otro lado, la segunda coalición, que está en vigor, entiende la Orientación como un
fenómeno deportivo exclusivamente competitivo, y también tiene como propuesta su
orientación de inserción en el currículo de las clases de educación física. Sin embargo, tiene
diferentes objetivos: la promoción del deporte, ganar más aficionados, y el rendimiento en el
entrenamiento de los atletas.
Así, aunque los artículos de Silva (2018) y Scopel, Pimentel y Starepravo (2018) no
tratan directamente el tema escolar, ambos presentan elementos importantes con respecto a la
escuela. El primero propone la experiencia de las prácticas de aventura en la escuela con el fin
de democratizarlas por tema de discusiones sobre género y entenderlo como un espacio plural.
El segundo señala la inserción de la orientación en la escuela en una perspectiva competitiva
alentada por la CBO en busca del desempeño en un proceso de exclusión y estandarización de
los organismos. ¿Sería eso posible?
Orientación, Orientación Deportiva, Orientación de Deporte: posibles aproximaciones a
las prácticas ordinarias
Si inicialmente visualizamos estudios que optaron por conceptualizar la Orientación a
partir de los lineamientos de la CBO, en este tema privilegiaremos los trabajos que no tenían
como centralidad la preocupación por el uso de la nomenclatura y con los lineamientos de dicha
confederación, pues presentaban terminologías diferentes con el uso de dos o más términos para
referirse a un mismo cuerpo de cultura de movimiento: Orientación.
En el estudio de Scherma (2010), fue posible encontrar varias expresiones para referirse
a la práctica en discusión: Raza de Orientación, que aparece inmediatamente en el título de la
obra; el término Orientación, utilizado en abstracto precedido por la palabra deporte, que
también aparece en varias partes del texto; otra forma de denominación de dicha cultura
corporal de movimiento se produjo a través del término Orientación solamente; también se
utilizó la palabra deporte, sin embargo, Scherma (2010) menciona que, en este caso, el
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1580
significado es el mismo que la palabra deporte, siendo una traducción del portugués europeo al
portugués hablado en Brasil.
A primera vista, nos parece que la perspectiva adoptada por la CBO (Guidance) parece
ser la más utilizada por los autores, sin embargo, bajo la mirada más aguda, somos evidentes
algunas pistas (GINZBURG, 1989) que nos revelan que la modalidad se solicita como estrategia
para lograr objetivos didácticos relacionados con la Cartografía. Y, en este contexto, la maraña
de términos utilizados hasta entonces no parece dar cuenta de lo que se practica en la vida
escolar cotidiana.
En vista de lo anterior, fuimos enviados al pensamiento de Ginzburg (1989, p. 177), con
el fin de seguir las pistas para entender lo que está sucediendo, porque en varios momentos nos
llevaron a mirarlo como si fuera un punto de escape: "la realidad es opaca, hay áreas
privilegiadas -signos, signos- que nos permiten descifrarla".
De lo contrario, una combinación utilizada por Scherma (2010) nos llamó la atención,
pues al determinar el objetivo de la investigación, mencionó que "reflexionaría sobre el uso de
prácticas de orientación como alternativa para promover la lectura cartográfica" (SCHERMA,
2010, p. 20, nuestros grifos).
Así, cabe destacar que, si bien buscamos el término "prácticas de orientación"
(SCHERMA, 2010) como indicación (GINZBURG, 1989) de ruptura con ella, es decir, con las
acciones que se acercan a la perspectiva deportiva propugnada por la CBO, destacamos que
Scherma (2010) no define cuáles serían las prácticas de orientación.
Tal incertidumbre no es algo inusual, ya que Lazarotti Filho
et al.
(2010), al investigar
el uso de este término -prácticas corporales- a partir de un estudio de revisión, consideraron que
de los "260 artículos analizados, [...] la gran mayoría no explica la comprensión de las prácticas
corporales y solo el 8% lo hace" (LAZAROTTI FILHO
et al
., 2010, p. 18).
Probablemente, Lazarotti Filho
et al.
(2010, p. 24) nos atrae el hecho de que el término
aparece, en su mayor parte, refiriéndose a múltiples expresiones relacionadas con diversas
formas de acción: "[...] actividad corporal o manifestaciones culturales, tales como: actividades
motoras, ocio, gimnasia, deporte, artes, recreación, ejercicios, dietas, cirugías estéticas, danza,
juegos, peleas, capoeira y circo".
Los autores Lazarotti Filho
et al
. (2010), al final del estudio, presentan como una de sus
consideraciones, la potencialidad del uso del término prácticas corporales para referirse a un
dato común de la realidad:
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1581
Identificamos en los textos analizados que el término "prácticas corporales"
ya está
constituido con el potencial de estructurarse
como concepto,
requiriendo, sin embargo,
mayor estabilidad y un cierto nivel de consenso
entre la comunidad académica
(LAZAROTTI FILHO
et al.
,
2010, p. 25,
grifo del autor).
Así, nos damos cuenta de que el término prácticas de orientación nos ayudan a potenciar
lo que nos sucede en medio de acciones educativas desarrolladas en la rutina escolar, ya que
tales producciones -contenidos de la cultura corporal del movimiento- partiendo de la escuela
educación física, están marcadas por la singularidad de la realidad social en la que están
inmersas, siendo afectadas, por tanto, por las particularidades de los practicantes (CERTEAU,
1994) que habitan este
espacio-tiempo
en detrimento de sus demandas, necesidades, intereses,
que están determinados por demandas políticas, culturales, de género, sexualidad, raza, clase
social, entre otras.
Concretamente en los trabajos de Hartman (2014), Franca (2016), Bezerra (2018) y
Silva (2019), encontramos indiscriminadamente los términos carrera de orientación,
Orientación Deportiva o, aun así, deporte de Orientación y Orientación Deportiva, no
permitiéndonos definir el término más utilizado por cada uno de los autores mencionados
anteriormente. Sin embargo, la palabra que se repite en todas las terminologías es orientación.
A partir de esto, vale la pena preguntarse: ¿Sería para ella, la Orientación, ¿ser el origen? Para
Carmona (2013), durante muchos años, orientarse por el sol fue una técnica utilizada
significativamente para muchas culturas.
Siguiendo este camino, Pereira (2011) buscó en el ser humano la capacidad de orientar
los elementos de la naturaleza -como el sol, las estrellas, las mareas- para tematizar los temas
de enseñanza en su proceso pedagógico. El estudio fue presentado en el VI CBAA, y utilizó el
arca de Noé como contrapunto.
Así, este estudio estableció una relación directa con la Orientación, sin embargo, el
diálogo se basó en la navegación, pues su centralidad estuvo en la problematización de una
disciplina de Deportes Extremos en la Educación Superior con el fin de proponer la
construcción de un implemento navegable. Así, la orientación, al emerger atrapada a la
navegación, gana la singularidad y los contornos de otras
formas de pensar
(CERTEAU, 1994)
esta práctica.
Este esquema se basa en una lógica polinesia que rompe con la racionalidad occidental
que se nos impone, como señala Pereira (2011, p. 98-99):
La primera lección fue la atención en el acto de orientarse, que aprendieron
desde la infancia los niños, que observaron el mar, los vientos, los animales,
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1582
las estrellas y las olas, durante días, para que pudieran adquirir un segundo
conocimiento, la percepción de los puntos de referencia de cada lugar, en cada
momento. Era necesario en esta etapa distinguir las corrientes marinas en cada
época del año, porque los animales se mueven en consecuencia y las personas
deben saber esto para ubicarse y moverse a lugares seguros. La tercera lección
involucraba la memoria de todo lo que se percibía, ya que no había mapas,
brújulas, GPS y otros instrumentos, todo el aprendizaje debía almacenarse en
la mente de los navegantes de esa región.
Considerando lo anterior, destacamos que la obra antes mencionada aborda una
perspectiva más fluida y plural, a diferencia de las revestidas por la uniformidad y el enlucido
del carácter deportivo.
Por otra parte, Pereira (2011) dialoga con la noción de prácticas de orientación, porque
busca la construcción del conocimiento por otras lógicas, otros caminos, como se puede ver:
Pensando en términos de graduación, puede ser un incentivo para el
surgimiento de clases escolares de Educación Física que requieren que al
estudiante
le guste lo nuevo, para descubrir, para hacer y comprender lo
que se hace
. Partiendo de lo empírico en el sentido propuesto por la disciplina
investigada
es deshacerse de los métodos de enseñanza no libertarios
, y
proponer un método que tome autonomía
para
aprender y gustar lo
aprendido
(PEREIRA, 2011, p. 99, nuestro grifo).
Así, al sugerir el uso de la noción de Prácticas de Orientación, lo hacemos para quienes
buscan el desarrollo de acciones en las escuelas, ya que optamos por aportar elementos que nos
ayuden a entenderla encerrada en una perspectiva plural. Enfatizamos que entendemos la
noción como un elemento que no busca la precisión, exactitud del concepto o categoría, porque
trabajamos con la idea de verdad, que es la producción de verdad desde un tiempo y espacio
específicos, no guardando así signos de universalismo y/o conclusiones y verdades absolutas
(MAFFESOLI, 1998).
En este sentido, destacamos que la noción de Práctica, en este estudio, surge a partir de
los supuestos teóricos de Mayol (1996), pues la concebimos como:
[...] una combinación de elementos cotidianos más o menos coherentes, más
o menos
fluidos, de elementos cotidianos concretos
(menú gastronómico) o
ideológicos (religiosos, políticos) (religiosos, políticos), al mismo tiempo
pasados por una tradición (de una familia, de un grupo social) y llevados a
cabo día a día a través de comportamientos que traducen una visibilidad social
fragmentos de este dispositivo cultural [...].
La práctica viene a ser lo
decisivo para la identidad de un usuario o
grupo en la medida en que esta
identidad le permite ocupar su lugar en la red de relaciones sociales inscritas
en el entorno (MAYOL, 1996, p. 39-40, nuestro grifo).
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Admitir la lógica antes mencionada muestra, por lo tanto, que, al trabajar con la noción
de práctica
certeauniana
, operamos desde la idea de que todos somos sujetos ordinarios que
caminan por las "líneas de erre trazadas por jóvenes autistas" (CERTEAU, 1994, p. 45):
subversivos, aleatorios, que no siguen la linealidad preestablecida.
Por lo tanto, no somos consumidores pasivos, sino productores de una fabricación
silenciosa, casi invisible, porque empleamos de una manera sutil, multiforme, reinventando de
mil maneras todo lo que nos llega en la vida escolar cotidiana.
A partir de esta concepción, tomamos como proposición el uso de la noción de Prácticas
de Orientación, para que, quizás, contemple la multiplicidad de acciones que se informarán a
continuación: Franca (2016) propuso en su estudio los límites y posibilidades de las prácticas
de aventura en la escuela con un enfoque en la Educación Ambiental. El autor detectó algunas
dificultades, tales como: materiales específicos, espacio, concepción de la dirección,
orientación pedagógica técnica, profesores, estudiantes, riesgos e imprevisibilidad de las
prácticas, tiempo de experiencia de las prácticas. A partir de esto, se propusieron sugerencias
para superar las dificultades: los bricolajes "[...] la unión de diversos elementos culturales que
dan lugar a algo nuevo" (CERTEAU, 1994).
El artículo producido por Bezerra y Pereira (2012) abordó la noción de Prácticas de
Orientación sugiriendo acciones pedagógicas para la Educación Básica con enfoque en la
Educación Ambiental. En la experiencia relatada en el VII CBAA, Bezerra y Pereira (2012)
narran la confección y el "[...] realización de experiencias prácticas que fueron pensadas de
acuerdo con la realidad de la escuela y los espacios circundantes disponibles y seguros"
(BEZERRA; PEREIRA, 2012, p. 149).
Otro trabajo que abordó la noción defendida en el estudio
–
Prácticas de Orientación
–
fue el artículo de Franca (2016) que, a pesar de señalar numerosas dificultades en el desarrollo
de esta práctica -falta de espacio, adquisición de equipos específicos, gestión de riesgos por la
falta de conocimientos técnicos por parte de los docentes- partió del movimiento llevado a cabo
por los sujetos ordinarios para implementar un programa de extensión al servicio de las escuelas
de educación básica.
En el estudio de Bezerra (2018), que tuvo como propuesta analizar el uso de El Deporte
de la Guía como instrumento didáctico que permite el aprendizaje de la alfabetización
cartográfica crítica, nos quedamos patentes en una acción didáctica que superó la mera lectura
de mapas, en vista del movimiento realizado para comprender la realidad social:
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Al llegar al parque, el profesor de Educación Física les informó que la
intención no era realizar el deporte de orientación para la competición, con el
objetivo de ganar, sino aprender las características del lugar, observar,
cuestionar lo que más les llamaba la atención y hacer la relación con los
contenidos impartidos en el aula (BEZERRA, 2018, 95).
Así, a partir de la experiencia desarrollada, Bezerra (2018) pide a los estudiantes que
respondan un cuestionario y, a la vista de las respuestas, se da cuenta de que establecen
conexiones con las desigualdades sociales, es decir, contextualiza el contenido yendo más allá
de las preguntas procedimentales requeridas por la Orientación: brújula, mapas de lectura, entre
otros procedimientos.
Otra investigación que mostró signos de un movimiento contrario a la polideportiva
surgió de la disertación de Silva (2019). El estudio se realizó en el Instituto Federal de Paraná,
Campus Cascavel, en el Curso Técnico en Informática, integrado a la preparatoria, con 88
estudiantes de entre 14 y 17 años.
La investigación se desarrolló a través de la investigación-acción, una experiencia que
permitió la participación de los estudiantes, ya que, en cada etapa, "[...] interfirieron y, por lo
tanto, contribuyeron al proceso, a través de la evaluación de prácticas y pasos previos,
proponiendo y sugiriendo acciones para las siguientes prácticas" (SILVA, 2019, p. 57).
Silva (2019) aclara que la secuencia pedagógica se desarrolló durante cinco clases y el
proceso final tuvo lugar el sábado en el Parque Hilário Zardo, un espacio más allá del ambiente
escolar. Posteriormente, se invitó a los alumnos a pensar en cómo sería posible que esa práctica
se desarrollara dentro de la escuela,
"[...]
los estudiantes dieron su opinión sobre la experiencia
de la clase anterior y cómo mejorar la práctica, para que se utilicen las instalaciones de la
escuela" (SILVA, 2019, p. 97).
Finalmente, nos gustaría destacar que la opción de trabajar con la noción de Prácticas
de Orientación nos permite romper con las acciones específicas de dicha modalidad deportiva,
permitiendo que profesores y estudiantes, que viven en las pluralidades de escuelas existentes
en un país como Brasil, intervengan y recreen
las
formas de utilizar las acciones
educativas
enmarcadas a temas locales, satisfaciendo las demandas, necesidades y determinantes que
afectan a los múltiples espacios.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Consideraciones finales
Considerando que el objetivo del estudio fue investigar los conceptos que subyacen a
las terminologías vinculadas a la práctica de la Orientación, se puede decir que: a) aunque varios
autores optan por la nomenclatura de Orientación, por ser el término sugerido por la
Confederación Brasileña de Orientación (CBO), las prácticas desarrolladas por ellos van más
allá de las formas estandarizadas y universales propagadas por las instituciones deportivas; b)
fue evidente la falta de preocupación al elegir una sola terminología, ya que varios estudios
utilizan términos diferentes para informar al mismo cuerpo cultura de movimiento; c)
Finalmente, se evidenció el poder de orientación como elemento educativo para la escuela, ya
que los estudios presentaron en sus prácticas la preocupación de aportar experiencias,
contribuyendo a la construcción del conocimiento.
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Carrera de orientación, orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión
RIAEE
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES y Marcelo Paraiso ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Cómo hacer referencia a este artículo
SOMBRA, F. L. B.; MARTINS, C.; NUNES, C. L.; ALVES, M. P. Carrera de orientación,
orientación deportiva, orientación: Un estudio de revisión.
Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1566-1587, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-
5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
Enviado en
: 17/08/2021
Revisiones requeridas en
: 21/11/2021
Aprobado en
:
08/03/2022
Publicado en
:
01/04/2022
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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ORIENTATION RACE, SPORT ORIENTATION, ORIENTATION: A REVIEW
STUDY
CORRIDA DE ORIENTAÇÃO, ESPORTE ORIENTAÇÃO, ORIENTAÇÃO: UM
ESTUDO DE REVISÃO
CARRERA DE ORIENTACIÓN, ORIENTACIÓN DEPORTIVA, ORIENTACIÓN: UN
ESTUDIO DE REVISIÓN
Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA
1
Cassio MARTINS
2
Cassiane Leite NUNES
3
Marcelo Paraiso ALVES
4
ABSTRACT
: This article aims to investigate the notions or terminologies linked to
Orienteering Race, Sporting Orienteering, and Orienteering, as well as their specificities and
the way they are used. To achieve the objective of the research, we opted for the integrative
review and, respectively, for data production we opted for the following foundation: CAPES
Dissertations and thesis bank; SciELO; LILACS, and, lastly, CBAA annals, due to its national
and international relevance in the scope of Adventure Activities. Considering the data found, it
was possible to notice: a) despite the Confederation's indication for the use of the nomenclature,
the practices exceed the standardization propagated by sports institutions; b) the absence of a
matrix terminology became evident; c) finally, the power of Orienteering as an educational
element for the school was evidenced in the studies.
KEYWORDS
: Orientation. School. basic education.
RESUMO
: O trabalho objetivou investigar as noções ou terminologias vinculadas à Corrida
de Orientação, Esporte Orientação e Orientação, bem como as suas especificidades e o modo
como são utilizadas. No intuito de atingir o objetivo da pesquisa, optamos pela revisão
integrativa e, especificamente, para a produção de dados, optamos pelas seguintes bases:
Banco de Teses e Dissertações da CAPES; SciELO; LILACS, e, por fim, os anais do CBAA,
devido à sua relevância nacional e internacional no âmbito das Atividades de Aventura.
Considerando os dados encontrados, foi possível perceber que: a) apesar de haver uma
indicação da Confederação para o uso da nomenclatura, as práticas extrapolam a
1
Volta Redonda University Center (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brazil. Master´s student (MECSMA).
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7911-5921. E-mail: fernanda.leocadio@hotmail.com
2
Volta Redonda University Center (UniFOA), Volta Redonda - RJ - Brazil. Professor. Professional Master's in
Teaching in Health and Environmental Sciences. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1851-9268. E-mail:
professorcassio@hotmail.com
3
Volta Redonda University Center (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brazil. Undergraduate in Physical Education.
ORCID: https://orcid.org/0003-3948-3970. E-mail: cassianeln2.0@gmail.com
3
Volta Redonda University Center (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brazil. Professor 0000-0003-3948-3970. E-
mail: cassianeln2.0@gmail.com
4
Volta Redonda University Center (UniFOA), Volta Redonda
–
RJ
–
Brazil. Professor. Doctorate in
Education.ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6236-3224. E-mail: marceloparaiso@outlook.com
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
1556
padronização propagada pelas instituições esportivas; b) ficou-nos evidente a ausência de uma
terminologia matricial; c) por fim, tornou-se evidente nos estudos a potência da Orientação
enquanto elemento educativo para a escola.
PALAVRAS-CHAVE
: Orientação. Escola. Educação Básica.
RESUMEN
: Este trabajo tuvo como objetivo investigar las nociones o terminologías
vinculadas a la Carrera de Orientación, la Orientación Deportiva y la Orientación, así como
sus especificidades y la forma en que se utilizan. Para alcanzar el objetivo de la investigación,
optamos por la revisión integradora y, respectivamente, para la producción de datos optamos
por las siguientes bases: Banco de Tesis y Disertaciones de la CAPES; SciELO; LILACS, y,
finalmente, los anales del CBAA, por su relevancia nacional e internacional en el ámbito de
las Actividades de Aventura. Considerando los datos encontrados, fue posible percibir que: a)
a pesar de haber una indicación de la Confederación para el uso de la nomenclatura, las
prácticas extrapolan la estandarización propagada por las instituciones deportivas; b) se nos
hizo evidente la ausencia de una terminología matricial; c) finalmente, se evidenció en los
estudios el poder de la Orientación como elemento educativo para la escuela.
PALABRAS CLAVE
: Orientación. Colegio. Educación básica.
Introduction
The interior of the "thinkable" is usually inhabited by some kind of heritage
of ideological, pragmatic, and other kinds. Apparently, what can be thought is
at rest, is something completed, full. Comfortable, I would say. However,
according to what Certeau highlights, there are always possibilities to the
overflow of the "thinkable" and the congruent emergence of another thinking
(LACERDA, 2015, p. 2).
Surprise is marked by unpredictability, by doubt, because it shakes the certainties,
unravels convictions and outlines new routes. Thus, inspired by Certeau (2011), specifically in
the ordinary subjects, we understand that we are consumers of the products that reach us,
however, we do not act passively; on the contrary, we act from multiform operations subtly
intervening in the dominant order.
In this way, experiencing the extension project focused on Orientation
5
, developed by
the Federal Institute of Rio de Janeiro (IFRJ) - Resende advanced campus, we have been
surprised by the educational actions proposed by this extensionist practice.
5
“
It is characterized by being an activity developed in forests, woods, trails, and fields, where participants use a
detailed map and a compass to find points on the previously mapped terrain. The course is composed of a starting
point, an ending point, and a series of numbered intermediate points (or CP - checkpoints), through which the
participant will have to pass following the sequence determined on the map”
(TAHARA; CAGLIARI; DARIDO,
2017, p. 3).
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Such surprise is due to the educational potential of this practice (SILVA, 2020) and its
scarce diffusion in the region, because, by going beyond the limits of Resende campus,
occupying other spaces in the city, schools were invited to extrapolate the institutional walls,
in order to appropriate new knowledge in the scope of body culture of movement (CÂNDIDO
et al
., 2019).
In this line of thought, and taking the aforementioned project as inspiration, we chose
to confront the view that operates privileging the hegemony of court sports in Physical
Education classes - Handball, Futsal, Basketball, Volleyball - (TAHARA; CAGLIARI;
DARIDO, 2017), because we understand that this teaching process reduces the students'
experiences to ball sports.
Furthermore, we understand that there are challenges that have not yet been exhaustively
debated, one of these issues emerges from the nomenclature of the mentioned body culture of
movement, since it is called in multiple ways: Orienteering, Pedestrian Orienteering, Running
Orienteering, Orienteering Sport, Orienteering Sport, to name a few.
Thus, in the track of the mentioned objective, we intend to unveil (PAIS, 2003) - to
remove the veil, in the sense of showing
6
–
, actions linked to these terms leading us to the
following question: To what extent such propositions dialogue with the multiple experiences
that materialize in everyday school?
In this line of thought, it is important to emphasize that we understand experience not
as something "that passes us by", but as something that happens to us and marks us (LARROSA,
2002, p. 21). Therefore, although the proposal of an experience may be unique for a given
group, the experience is something that varies from individual to individual. In this regard,
Lacerda (2015) defines experience as the encounter between what is already known and the
meanings that emerge through new perceptions. Impossible to be experienced in the same way
by a collective, but it can be socialized and known from multiple senses.
In this sense, it is possible that an orienteering course is experienced in very different
ways by the subjects, and it can fulfill expectations linked to the accomplishment of a sport in
a competitive and/or leisure perspective, socialization, or even as a content to be taught at
school by different disciplines to reach convergent or non-convergent goals.
6
For Maffesoli (1998), the difference between demonstration and showing emerges entangled to the separation
between thought and post-modernity. While in modernity the centrality is in the concern of proving something,
therefore getting entangled in the conclusions of ideas and arguments, in post-modernity, the centrality is in the
unveiling of plural thought: "[...] the world, its rhetoric, its doings are, essentially, plural, they do not lend
themselves to a conclusion, but to an opening. [...] They must not, therefore, be the object of a demonstration, but
of a showing". (MAFFESOLI, 1998, p. 114).
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Methodological approach
[...] the craft engages in work in and of itself; the satisfactions of work are of
themselves a reward; the details of everyday work are linked in the mind of
the worker to the final product; the worker can control his or her actions at
work; skill develops in the process of work; work is linked to the freedom to
experiment; finally, family, community, and politics are evaluated by the
standards of inner satisfaction, coherence, and craft experimentation
(SENNETT, 2009, p. 38).
The Workshop and the craftsman: design and periodization
As a craftsman, we traced a path that could achieve the objective of this study. Thus, we
chose to build the project by hand from the integrative review, because this procedure allows
the composition of data from published studies, allowing considerations about the
modus
operandi
of a particular phenomenon, concept, notion, among others.
We also emphasize that the integrative literature review (ILR) provides the
problematization and identification of gaps in relation to the phenomenon under analysis,
which, in this study, emerges from the notions of Orienteering, Orientation Sport, Orientation
Sport, and Orientation Race.
Regarding the integrative review, Sousa, Silva and Carvalho (2010) mention that it also
allows updating the discussions related to a specific theme, because it operates from the
synthesis of published studies. Thus, following the logic for the construction of the review
proposed here, we went through six steps: (I) establishment of the guiding question; (II)
interpretation of data from the databases; (III) creation of a database on a spreadsheet; (IV)
analysis of the studies by inclusion and exclusion criteria; (V) presentation and discussion of
results and (VI) synthesis of knowledge.
In the first stage, the following question was delineated: what concepts base the
terminologies Orientation Sport, Orientation Sport, Orientation Race, Orientation Sport, and
Orientation?
Regarding the data production, the following bases were used: Banco de Teses e
Dissertações da CAPES, SciELO, LILACS, and, finally, the annals of CBAA, due to its national
and international relevance in the Adventure field.
In the second phase - production
7
of data and the inclusion and exclusion criteria -, we
emphasize the need for singularization of the research process in the manner of the artisan. For
7
In this study, the notion that refers us to the use of the term - data production - emerges from the meaning given
by Pais (2003, p. 69), when considering that investigating "comes from the Latin term vestigo, from which the
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Sennett (2009, p. 19), "[...] craftsmanship designates a basic and abiding human impulse, the
desire for a well-made work for its own sake." This notion of "craftsmanship" is broader than a
work derived from manual skills, as it "[...] concerns the computer program, the doctor, and the
artist," in our case, the orienteers and teachers who use such body culture of movement.
In view of the above, the singularity of the data production was due to the particular
functioning of the CAPES portal, which required us to search with the descriptors separately
and with the use of quotation marks: Orientation Sport, Orientation Sport, Orientation Race,
Orientation Sport and Orientation. About the time frame, we decided to work from the period
between the years 2001 and 2021, since the first study found in the referred platform emerged
in 2001, justifying, therefore, the choice.
Proceeding with the production of data, we emphasize that, in the SciELO and LILACS
databases, the descriptors mentioned above were articulated to the area of Physical Education,
and the Boolean operator and was used to optimize the obtaining of information, as suggested
by Teixeira et al. (2019). Therefore, the constitution of the descriptors remained with the
following configuration: Orientation Sport and Physical Education, Orientation Race and
Physical Education, Orientation Sport and Physical Education, Orientation and Physical
Education.
Regarding the publications present in the CBAA annals, we searched the ten existing
editions in the period between 2006 and 2018. We read all the complete papers, longer than 5
pages, which were articulated to the terminology Orientation. This choice was made due to the
possibility of using the search tool, through Ctrl - F (Adobe Acrobat) for Windows.
It is worth mentioning that the word searcher allowed us to find the term Orientation in
all the papers published in the annals. Later, the complete papers were read and included as
research data.
Thus, considering the publications produced from the databases, we initially read the
titles of the works in order to identify clues (GINZBURG, 1989) that adhered to the descriptors
and to the research objective, therefore, that referred us to the phenomenon studied here:
Orientation.
Having identified the descriptors in the titles or in the key words, we started reading the
abstracts to verify the adherence of the work seized in the databases with the scope of the
investigation. Finally, the selected documents were read in their entirety.
word vestige also derives. To investigate means, then, to go in the footsteps of traces. Vestiges that are indicative
of scientific discoveries".
”.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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In order to create a database, we prepared a spreadsheet divided into four columns that
had the purpose of presenting the following information: title of the publication; authors;
research design; year of publication.
Thus, the selection process of the studies was done via an indicative perspective
(GINZBURG, 1989) in titles and abstracts, so that the works that met the inclusion criteria
already mentioned went to the final process. At the end of the aforementioned process, the
following were selected: no articles from SciELO; one work from LILACS; eight productions
from CAPES (two theses and six dissertations); 12 complete articles from CBAA, composing
a review with 21 papers.
Orienteering, Orienteering Sports, Orienteering Sport, Orienteering: signs of the
various routes traveled
By Way of Data Presentation
Considering that the phenomenon - Orientation - to be investigated in the study is
constituted in a complex way, making it impossible to establish linear and deterministic
relations, it became evident to us with the results that multiple routes were taken by the social
actors.
Thus, we delineate now some paths, probable meetings and bifurcations that permeated
this path: initially, we will present the data referring to the CAPES Theses and Dissertations
Database with the use of the following descriptors: Orienteering, Orientation Race, Orientation
Sport and Base Orienteering Sport. The insertion of the terms occurred individually and
between quotation marks. The time frame used was 2001 (period of the first publication) until
January 2021. Therefore, when we inserted the term "Orienteering", we found 13 works; six of
them were discarded because they dealt with the term Orienteering in another sense than the
one approached in this study, for example, food orienteering, school orienteering, among others.
Regarding the term "Orientation Race", we found a total of four works, and the
dissertation by Murray (2001) was discarded because we did not have access to the full
production; the work by Franca (2016) and Silva (2019) were already identified with the
descriptor "Orientation", resulting in only one work.
On the other hand, the descriptor "Orientation Sport" presented in its search five works,
being two discarded for not dealing with the theme in question: Hirota (2006) and Chaves
(2015) used the Sport Orientation questionnaire for task and sport motivation in soccer.
Therefore, in both studies, the term "orientation" was employed in another sense.
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
RIAEE
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Both the works by Scherma (2010) and Bezerra (2018) have already been identified by
means of the previous descriptors. And the dissertation by Valeriano (2011) was not found in
its entirety. Finally, with the descriptor "Orientation Sports", we did not find any work in the
CAPES database. Thus, a total of eight studies were selected, as shown in table 1.
Table 1
–
CAPES Database
Title
Author(s)
Research
Year
1
Orienteering Sports and the
Education of Geography Teachers: an
experience with school cartograph
Arcênio
Meneses da
Silva
Participatory
research
2013
2
Orienteering Sports as a tool for
teaching Mathematics'
Adriana
Hartmann
Bibliographic
research
2014
3
Adventure body practices in Physical
Education classes: the pedagogical
possibilities in the 5th grade of
elementary school
Dilvano Leder
de Franca
Bibliographic,
Documentary,
Participant
Research
2016
4
Atenah's Memory: the trajectories of
Brazilian women in adventure racing
Fabiana Duarte e
Silva
Descriptive
research
2018
5
The teaching of Orientation Sport in
school: possibilities and limits of a
proposal in the light of the critical-
superior methodology
Dayse Alisson
Camara Cauper
Participant
search
2018
6
Cartographic Literacy through
Orienteering Sport'.
Kleiton Ramires
Pires Bezerra
Field research
2018
7
Orientation Race: a pedagogical
strategy for Physical Education in
Professional and Technological
Education
Flávia Heloisa
da Silva
Case study
2019
8
Orientation race: a methodological
proposal for teaching Geography and
Cartography
Elka Paccelli
Scherma
Action research
2010
Source: Prepared by the authors
Regarding the data obtained in SciELO and LILACS, we emphasize that we had the
opportunity to use the aforementioned descriptors (Orienteering, Orientation Running,
Orientation Sport and Base Orienteering Sport) in quotes, together with the term Physical
Education. We emphasize the use of the Boolean operator and thus optimizing the search. Thus,
in SciELO, when we entered the terms Orienteering Sports and Physical Education, we found
27 results, but all of them were discarded.
When we included the terms Orientation Running and Physical Education, we didn't get
any results. The same happened when we used the term Orientation Sports.
The search with the terms Orienteering and Physical Education found 75 results. After
reading the title and the abstracts, only two works were chosen, because the 73 excluded works
used the term Orientação in a different sense than the one recommended by the present study.
However, when we read the papers further, we realized that the articles referred to tests of
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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procedural tactical knowledge and, therefore, were not useful for the necessary data collection.
In this sense, the two papers were also excluded, as it was not possible to gather data from this
descriptor.
Regarding LILACS, when we used the term Orientation Sport and Physical Education,
we found a total of nine papers, but only the article by Scopel
et al
. (2019) established a dialogue
with our object of study.
The search with the terms Orientation Race and Physical Education found five studies,
which were discarded for not contemplating the research theme.
Finally, with the term Orientation and Physical Education, 164 articles were found, and
163 were discarded, for not meeting the scope of the study, remaining only one selected study
(SCOPEL et al., 2019). However, the referred material was already included in the study, for
having already been selected in the search by the descriptor Orientation Sport.
Regarding the CBAA, being this one of the significant congresses in the adventure area,
we chose to investigate its ten editions. Such choice allowed us to work manually (SENNETT,
2009), because the annals of the event were in PDF format, allowing us to use Ctrl - F (Adobe
Acrobat) for Windows.
In our research, we detected that in the I, II, III editions there were no productions with
this theme. In the IV issue, we did not find complete papers (minimum of five pages), only
abstracts, which did not allow us to access details of the papers.
In view of the above, we emphasize that from the V CBAA on, the following quantity
was identified: four complete papers by Silva, Kippert and Merlo (2010). In the sixth edition
we found a paper by Pereira (2011). In the VII edition, we found two articles by Pereira et al.
(2012). We also registered two articles in the VIII CBAA, whose authors are Auricchio et al.
(2014). In IX, we did not obtain any results and in the last congress we identified three articles
authored by Silva et al. (2018) and Silva, Mourão and Bandeira (2018). One shall take a look
the following table:
Table 2
–
List of data collected in the annals of the CBAA
Title
Author(s)
Type of research
Year
1
Adventure Physical
Activity in nature at
school in the city of
Bonito, MS: A case study
Melo, R.A.;
Soares, I.C.
Case Study
2010
2
Adventure Sports:
between urban and nature
Santos, J.P.;
Mendes, M.T.;
Alves, M.A.F.
Research
2010
3
Sport in nature:
contradictory fragments
Pimentel, G.G. de
A.
Research
2010
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Source: Prepared by the authors
Thus, finalizing the fifth phase - data presentation - we emphasize that the selection
process of the studies was carried out by reading the titles and abstracts, so that only those that
met the inclusion criteria mentioned above in the methodology went to the final selection. In
the end, eight articles were selected from CAPES; 12 articles from CBAA, and one article from
LILACS, which made it possible to compose a review process through 21 articles.
Among the 21 articles found, 14 have the school as the space for discussion. In the
CAPES Theses and Dissertations Bank, we found seven works about the school, facing a
fragmented curriculum in disciplines it was observed that the practice under study (Orientation)
was thematicized in the disciplines Physical Education (three works found), Geography (three
works found) and Mathematics (one work).
of an object under
construction
4
Education through
adventure? The opinion of
educators participating in
the Open Doors extension
program
Silva, A.; Kippert,
G.C.; Merlo, J.A.
Essay
2010
5
Noah's Ark and Physical
Education
Pereira, D.W.
Qualitative exploratory and
descriptive research/field
research
2011
6
Adventure activity as a
pedagogical practice for
Physical Education
classes
Pereira, G.G.C;
Bezerra, A.F.S.
Qualitative/descriptive case
study
2012
7
Application of adventure
activities in military high
school: challenges and
possibilities
Júnior, O.C.R;
Bezerra, A.F.S.
Qualitative/action research
2012
8
Training professionals in
the city of Socorro-SP in
adventure activities in
leisure
Auricchio, J.R.
Qualitative/action research
2014
9
Second Half Program: a
proposal for the insertion
of adventure activities
Silva, E.R; Alves,
F.B; Pimentel,
G.G.A; Oliveira,
A.A.B
Field research
2014
10
Memories of Atenah:
Trajectories of Brazilian
women in adventure
racing
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Action research
2018
11
Adventure in School
Physical Education at
issue: dialogues about
teacher training
Nicácio, L.G.;
Freitas, A.F.S.;
Silva, M.T.
Qualitative/personal
narrative research
2018
12
The real adventure: report
of a mother who was an
adventure race athlete in
the World Championship
round
Silva, F.D.;
Mourão, L.N.;
Bandeira, M.M.
Qualitative / narration
2018
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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Discussion of Results
Considering the movement proposed in the introduction of the work, we let ourselves
be surprised by the data through a comprehensive sociology - demonstration (MAFFESOLI,
1998) -, as opposed to the one that excels in demonstration and verification of the same, we
chose to present the discussions from two themes that we consider central and that were
indicatively revealed (GINZBURG, 1989): the first thematic, which is entangled to the aim of
the study - to investigate the concepts that base the terminologies Running orienteering,
Orienteering, Orienteering Sport and Orienteering Sport, which in the discussion are being
conceived as a place of contradiction between what is said and what is practiced
8
; And the
second, which emerges from the rupture with it, that is, which presents itself in a hybrid, fluid,
multifaceted space, because it dives with all its senses into the singular reality of the space-time
practiced (CERTEAU, 1994).
Orientation Race, Orientention Sport, Orientention: Where is the Azimuth?
What was evident, at first, were the works of Silva (2013) and Cauper (2018), in which
the option for a certain term occurs, in this case, Orientation. The justification for this use
emerges from the suggestion made by the Brazilian Orienteering Confederation (CBO), as set
out below:
To avoid misunderstandings, the
Brazilian Orientation Confederation
(CBO) established the use of the term Orienteering
, starting with a capital
letter, as being the most appropriate to name this sport in Portuguese (SILVA,
2013, p. 57, emphasis added by the author). ).
Thus, we would like to bring up a clue (GINZBURG, 1989) that leads us to a direction:
the use of the CBO as a reference and the denomination of sport for the mentioned corporal
practice. Bringing these signs to the surface is because we realize that when working with the
proposition of the confederation, Silva (2013) approaches the meaning of sport characterized
by a concept that establishes relationships with the notions of competition, practice of physical
activities, and health promotion.
8
In this study, we will work with the Certeaunian idea that the ordinary subject is not only a passive consumer,
but that, in several opportunities, reinvents what comes to him in order to meet his demands, desires and needs
(CERTEAU, 1994), therefore, the ordinary subject, through his daily practices, gives new meaning to the products
he consumes.
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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We know, from Melo (2010, p. 45), that the "literature is not conclusive about the
possibility of a history of the concept of sport," but there are trends or currents that seek to
define it:
A panoramic look allows us to identify two major trends regarding the theme:
a)
it is proposed that the sport manifestation already existed in antiquity,
being perceptible in games that were practiced by Chinese, Egyptians,
Greeks, Romans, among others
; b) we seek to understand it
as a modern
phenomenon, which, despite presenting technical similarities with
ancient cultural manifestations, has senses and meanings quite different
from those
"pre-sportive" games (MELO, 2010, p. 45, emphasis added).
In this line of thought, and considering to be accompanied by the reference established
by the confederation, institution that regulates and is responsible for the direction of national
sports, we have the impression that we report to the model of competition sport, as announced
in the work.
However, in the context presented by Silva (2013), the modality is addressed as a
didactic resource and entangled to the teaching of cartography in order to develop certain
teaching objectives in the processes of teacher training within the Geography discipline.
In this way, when we consider the multiplicity of meanings of the word "orientation",
especially from a study whose object is cartography, we observe that only the use of the word
Orientation in capital letters may not be enough to account for its meaning, and may generate
some confusion. In this context, to avoid this kind of situation, we understand that the solution
found by Silva (2013) was to add the word "sport", with lowercase, after the term Orientation:
What
Orientation
sport
brings new and contributes to the development of the
school Cartography universe is the fact that the participant, when he runs a
course, lives a concrete experience, putting into practice the spatial notions,
besides intensely resorting to the cartographic language through the use of a
map and a compass (SILVA, 2013, p. 165, emphasis added).
Besides, it is important to notice the use of the terminology Orientation Sport, used in
the title and written in capital letters, not being evident to the reader if the intention was only to
name the modality. However, in the body of the study, Silva (2013) evidences the option for
the referred nomenclature - Orientation -, including the presentation of arguments, making us
understand that this was his choice.
Cauper's (2018) study, on the other hand, is presented from his experience as an
orienteer and, simultaneously, as a Physical Education teacher in Basic Education, so that one
of his concerns is the contextualization of Orientation within the body culture of movement, a
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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heritage to be democratized in the school in a critical way, therefore, he problematizes the
propositions made by the Common National Curricular Base (BNCC).
Thus, even though Cauper (2018) uses the term suggested by the Brazilian Orientation
Confederation (CBO), an institution that operates in order to universalize and standardize the
practice of Orientation, in the body of the dissertation it is possible to find signs of ruptures
with the dominant logic:
As if it were possible to have a practice that was not guided by a theory. In
order to break with the dichotomies, the critical overcoming teaching
methodology proposes work as an educational principle and assumes dealing
with the human being from its totality, indicating the overcoming of
fragmentation of the individual and of knowledge. It is about conscious action,
the inseparability of theory and practice, represented by praxis (CAUPER,
2018, p. 47).
The effort undertaken by Cauper (2018) made emerge a series of appropriations of
Orientation, considering beyond the sport, amateur, and Olympic biases, the pedagogical in a
critical perspective, the military training, and the treasure hunt game, among others. In the
following paragraph, the author makes the following consideration about the term Orientation
Race:
Although it is very common the use of the term "Orientation Race", the BOD
recommends that this term is not the most appropriate, considering that in this
sport the practitioner can perform it walking, running or skiing, and the use of
the word "Race" is restrictive, because it does not contemplate all the
possibilities of practice of this sport. Therefore, in our text, we use the term
Orientation, established by the CBO as the most appropriate to refer to this
sport (SILVA, 2013, p. 57).
This prevalence about the term Orientation Race was identified in the interpretations of
the annals of CBAA, in which of the twelve works found, eleven advocated the use of the
nomenclature Orientation Race, with exception only of the study of Santos, Mendes and Alves
(2010), entitled "Adventure Sport: between the urban and the nature", which approaches the
Orientation (walking or running) as a possibility of practice. It is worth mentioning that the
authors mentioned above defend the sport within the social dimension, making evident its
possibility of application at school.
When making this approach, Santos, Mendes, and Alves (2010) bring a necessary
reflection: would the term orienteering race be adequate to the school space? Since the
practitioner can do it running, walking, using wheelchairs, bicycles.
The term Orientation race or
carrera de orientación
arose due to a difficulty in the
translation of the term Orientation in the Latin speaking countries. In English speaking
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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countries, the term orientation refers to the sense of help, vocation, aid and, to refer to the
modality under study, Orienteering is used.
In the Portuguese language, we have a single word for both meanings, which causes
confusion. For Pasini (2003), the word race was introduced in order to make the proper
distinctions.
Another work that uses the terminology Orientation emerges from the production of
Silva (2018). The study investigates the sporting life of adventure race athletes, a sport in which
there is a predominance of men, white, with high purchasing power. The work points out the
need for the application of Orientation in school, as a privileged space to discuss gender issues,
social and racial inequalities.
The study by Silva (2018) also provokes us to reflect on the democratization of
adventure practices in the school environment, breaking with the sports traditionally worked in
Physical Education classes and thematizing fundamental issues in the formation of subjects, as
mentioned above (gender, social and racial inequalities).
In the work by Scopel, Pimentel, Starepravo (2018), found in the LILACS database, the
authors identified two coalitions: the first, called multiple strands, understands Orienteering as
a comprehensive phenomenon that concomitantly encompasses sport, tourism and leisure and
proposes its insertion in school curricula: "[. ...] in all levels, the sport Orientation, as an activity
capable of acting in the integral formation of children, youngsters, and adults, within a
perspective of continued education" (SCOPEL; PIMENTEL; STAREPRAVO, 2018, p. 163).
On the other hand, the second coalition, which is in force, understands Orienteering as
an exclusively competitive sport phenomenon, and, also, has as a proposal its insertion
Orienteering in the curriculum of Physical Education classes. However, it presents different
goals: the promotion of the sport, conquering more adepts, and the performance in the formation
of athletes.
Thus, although the articles by Silva (2018) and Scopel, Pimentel, and Starepravo (2018)
do not deal directly with the school theme, both present important elements regarding the
school. The first proposes the experience of adventure practices in school with the intention of
democratizing them by discussing gender and understanding it as a plural space. The second
one signals the insertion of Orienteering in school in a competitive perspective encouraged by
the CBO in search of performance in a process of exclusion and standardization of bodies.
Would it be possible?
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
RIAEE
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Orientation, Orientation Sport, Sport Orienteering: possible approaches to ordinary
practices
If initially we visualized studies that chose to conceptualize Orienteering from the CBO
guidelines, in this topic we will privilege the works that did not have as centrality the concern
with the use of nomenclature and with the guidelines of the mentioned confederation, because
they presented different terminologies with the use of two or more terms to refer to the same
body culture of movement: Orienteering.
In Scherma's (2010) study, it was possible to find several expressions to refer to the
practice under discussion: Orientation Race, which appears right in the title of the work; the
term Orientation, used in the summary preceded by the word sport, appearing also in several
parts of the text; another way to denominate the referred body culture of movement was through
the term Orientation alone; the word sport was also used, however, Scherma (2010) mentions
that, in this case, the meaning is the same as the word sport, being a translation from the
European Portuguese to the Portuguese spoken in Brazil.
At first glance, it seems to us that the perspective adopted by CBO (Orienteering) seems
to be the most used by the authors, however, under a closer look, some clues are evident
(GINZBURG, 1989) that reveal that the modality is requested as a strategy to achieve teaching
objectives related to Cartography. And, in this context, the entanglement of terms used so far
seems not to account for what is practiced in everyday school life.
Given the above, we were referred to the thought of Ginzburg (1989, p. 177), in order
to follow the clues to understand what is going on, because in several moments we were led to
look at it as if it were a vanishing point: "reality is opaque, there are privileged areas - signs,
indications - that allow us to decipher it".
On the other hand, a combination used by Scherma (2010) called our attention, for when
determining the research objective, she mentioned she would "reflect on the use of Orientation
practices as an alternative to promote cartographic reading" (SCHERMA, 2010, p. 20, our
emphasis).
Thus, we must emphasize that, despite looking for the term "orienteering practices"
(SCHERMA, 2010) as an indication (GINZBURG, 1989) of rupture with it, that is, with the
actions that are close to the sportivist perspective advocated by the BOD, we emphasize that
Scherma (2010) does not define what would be the orienteering practices.
Such indefinition is not unusual, because Lazarotti Filho
et al
. (2010), when
investigating the use of the term - body practices - from a review study, considered that from
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1555-1575, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
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"260 articles analyzed, [...] the vast majority does not explain the understanding of body
practices and only 8% do" (LAZAROTTI FILHO
et al
., 2010, p. 18).
Likewise, Lazarotti Filho
et al
. (2010, p. 24) draw our attention to the
fact that the term appears, for the most part, referring to multiple
expressions related to various forms of action: "[...] bodily activity or
cultural manifestations, such as: motor activities, leisure activities,
gymnastics, sports, the arts, recreation, exercises, diets, cosmetic
surgeries, dance, games, fights, capoeira and circus.
The authors Lazarotti Filho
et al
. (2010), at the end of their study, present as one of their
considerations, the potentiality of using the term body practices to refer to a common fact of
reality:
We identified in the texts analyzed that the term "body practices" already has
the potential to be structured as a concept,
requiring, however,
greater
stability and a certain level of consensus among the academic community
(LAZAROTTI FILHO
et al
., 2010, p. 25, our emphasis).
Thus, we notice that the term practices of orientation helps us to enhance what happens
to us in the midst of educational actions developed in the school everyday life, since such
productions - contents of the body culture of movement -, coming from school Physical
Education, are marked by the singularity of the social reality in which they are immersed, being
affected, therefore, by the particularities of the practitioners (CERTEAU, 1994) who inhabit
this school space-time in detriment of their demands, needs, interests, which are determined by
political, cultural, gender, sexuality, race, social class issues, among other demands.
Specifically in the works by Hartman (2014), Franca (2016), Bezerra (2018), and Silva
(2019), we indiscriminately find the terms orienteering race, orienteering sport, or even
orienteering sport and orienteering sport, not allowing us to define the term most used by each
of the aforementioned authors. However, the word that is repeated in all terminologies is
Orienteering. Based on that, we can ask: Could it be because it, Orienteering, is the origin? For
Carmona (2013), for many years, to orient oneself by the sun was a technique used in a
significant way for many cultures.
Following this path, Pereira (2011) sought in the human ability to orient himself by the
elements of nature - such as the sun, the stars, the tides - to thematize the teaching issues in his
pedagogical process. The study was presented at the VI CBAA, and used Noah's Ark as a
counterpoint.
Thus, the referred study established a direct relation with Orientation, however, the
dialog was performed from the navigation, because its centrality was in the problematization of
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
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a discipline of Extreme Sports in Higher Education in order to propose the construction of a
navigable implement. In this way, orientation, as it emerges entangled with navigation, gains
the singularity and contours of other ways of thinking-doing (CERTEAU, 1994) the mentioned
practice.
Such contour is covered by the Polynesian logic that breaks with the Western rationality that
was imposed on us, as Pereira (2011, p. 98-99) points out:
The first lesson was attention in the act of orienting oneself, which was learned
from childhood by the children, who would observe the sea, the winds, the
animals, the stars, and the waves for days, so that they could acquire a second
knowledge, the perception of the reference points of each place, at each
moment. It was necessary at this stage to distinguish the sea currents at each
time of the year, because the animals move according to this, and people
should know this in order to locate themselves and head for safe points. The
third lesson involved remembering everything that was perceived, as there
were no maps, compasses, GPS and other instruments, all learning had to be
kept in the minds of the navigators of that region.
Considering the above, we emphasize that the aforementioned work approaches a more
fluid, plural perspective, unlike those coated by the uniformity and plastering of the sportive
character.
Furthermore, Pereira (2011) dialogues with the notion of orienteering practices, because
he seeks the construction of knowledge through other logics, other ways, as one can see:
Thinking in terms of graduation, it can be an incentive for the emergence of
school Physical Education classes that require from the student the
taste for
the new, for the discovery, for doing and understanding what is done
.
Starting from the empirical in the sense as proposed by the researched subject
is to get rid of unlibertarian methods of teaching, and propose a method that
leads to autonomy to learn and enjoy what is learned
(PEREIRA, 2011, p.
99, our emphasis).
Thus, when suggesting the use of the notion of Orientation Practices, we do it for those
who seek the development of actions in schools, since we chose to bring elements that help us
understand it entangled in a plural perspective. We emphasize that we understand the notion as
an element that does not seek precision, the exactness of the concept or category, because we
work with the idea of veracity, which is the production of truth from a specific time and space,
therefore not safeguarding signs of universalism and/or conclusions and absolute truths
(MAFFESOLI, 1998).
In this sense, we emphasize that the notion of Practice, in this study, emerges founded
on the theoretical assumptions of Mayol (1996), because we conceive it as a:
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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[...] more or less coherent combination, more or less fluid, of concrete daily
elements (gastronomic menu) or ideological (religious, political), at the same
time passed by a tradition (of a family, a social group) and performed day by
day through the behaviors that translate a social visibility fragments of this
cultural device
[...]. Practical comes to be that which is decisive for the
identity of a user or a group
to the extent that this identity allows it to take
its place in the network of social relations inscribed in the environment
(MAYOL, 1996, p. 39-40, our emphasis).
Admitting the logic mentioned above shows, therefore, that when we work with the
notion of Certeaunian practice, we operate from the idea that we are all ordinary subjects who
walk the "lines of erre drawn by autistic youngsters" (CERTEAU, 1994, p. 45): subversive,
random, that do not follow the pre-established, the linearity.
Therefore, we are not passive consumers, but producers of a silent, almost invisible
fabrication, because we employ in a subtle and multiform way, reinventing in a thousand ways
everything that comes to us in our daily school life.
Based on this conception, we take as a proposition the use of the notion of Orientation
Practices, so that, perhaps, it contemplates the multiplicity of actions that will be reported
below: Franca (2016) proposed in his study the limits and possibilities of adventure practices
in school with a focus on Environmental Education. The author detected some difficulties, such
as: specific materials, space, conception of the direction, of the technical pedagogical
orientation, teachers, students, risks and unpredictability of the practices, time of experience of
the practices. From this, suggestions were proposed to overcome the difficulties: the bricolage
"[...] the union of several cultural elements that result in something new" (CERTEAU, 1994).
The article produced by Bezerra and Pereira (2012) approached the notion of
Orientation Practices when suggesting pedagogical actions for Basic Education with a focus on
Environmental Education. In the experience reported in VII CBAA, Bezerra and Pereira (2012)
narrate the making and the "[...] realization of practical experiences that were thought according
to the reality of the school and the surrounding spaces available and safe" (BEZERRA;
PEREIRA, 2012, p. 149).
Another work that came close to the notion defended in the study - Orientation Practices
- was the article by Franca (2016) that, despite pointing out countless difficulties in the
development of that practice - lack of space, acquisition of specific equipment, risk
management due to the lack of technical knowledge on the part of teachers -, started from the
movement made by ordinary subjects to implement an extension program to attend Basic
Education schools.
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Fernanda Leocadio Bitencourt SOMBRA; Cassio MARTINS; Cassiane Leite NUNES and Marcelo Paraiso ALVES
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In the study by Bezerra (2018), which had the proposition of analyzing the use of
Orienteering Sport as a didactic tool enabling the learning of critical cartographic literacy, it
was evident to us a didactic action that went beyond the mere reading of maps, in view of the
movement made towards the understanding of social reality:
When they arrived at the park the Physical Education teacher informed them
that the intention was not to perform the orienteering sport for competition,
aiming to win, but to learn the characteristics of the place, observe, question
what most caught their attention and make the relationship with the contents
taught in class (BEZERRA, 2018, p. 95).
Thus, from the experience developed, Bezerra (2018) asks students to answer a
questionnaire and, in view of the answers, he realizes that they establish connections with social
inequalities, that is, he contextualizes the content going beyond the procedural issues required
by Orientation: compass, map reading, among other procedures.
Another research that showed signs of a movement contrary to the sportivist logic
emerged from the dissertation by Silva (2019). The study was developed at the Federal Institute
of Paraná, Cascavel Campus, in the Technical Course in Computing, integrated to High School,
with 88 students aged between 14 and 17 years.
The research was developed through action research, an experience that allowed the
participation of the students, since at each stage, "[...] they interfered and, consequently,
contributed to the process, through the evaluation of the practices and the previous stages,
proposing and suggesting actions for the following practices" (SILVA, 2019, p. 57).
Silva (2019) clarifies that the pedagogical sequence was developed during five classes
and the final process occurred on Saturday at Hilário Zardo Park, a space beyond the school
environment. Afterwards, the students were invited to think about how it would be possible to
develop that practice inside the school, "[...] the students gave their opinion about the
experience of the previous class and how to improve the practice, so that the school facilities
could be used" (SILVA, 2019, p. 97).
To conclude, we would like to emphasize that the option of working with the notion of
Orientation Practices allows us to break with the specific actions of that sport modality,
enabling teachers and students, who live in the plurality of schools existing in a country like
Brazil, to intervene and recreate the ways of using and doing the educational actions entangled
to local themes, meeting the demands, needs, and determinants that affect the multiple spaces.
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Orientation race, sport orientation, orientation: A review study
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Final remarks
Considering that the aim of the study was to investigate the concepts that support the
terminologies related to the practice of Orienteering, it can be said that: (a) in spite of several
authors opting for the nomenclature Orientation, because it is the term suggested by the
Brazilian Orientation Confederation (CBO), the practices developed by them extrapolate the
standardized and universal forms propagated by sport institutions; b) the lack of preoccupation
in opting for a single terminology was evident, since several studies use different terms to refer
to the same body culture of movement; c) finally, the power of Orienteering as an educational
element for the school was evident, since the studies presented in their practices the
preoccupation in providing experiences, contributing to the construction of knowledge.
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How to reference this article
SOMBRA, F. L. B.; MARTINS, C.; NUNES, C. L.; ALVES, M. P. Orientation race, sport
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15331
Submitted
: 17/08/2021
Revisions required
: 21/11/2021
Approved
: 08/03/2022
Published
: 01/04/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação
Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva