A PESQUISA FORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS1


FORMACIÓN DE INVESTIGACIÓN EN EDUCACIÓN INFANTIL: FUNDAMENTOS Y PRINCIPIO


THE RESEARCH TRAINING IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION: FOUNDATIONS AND PRINCIPLES


Maria de Nazareth Fernandes MARTINS2 Maria Vilani Cosme de CARVALHO3


RESUMO: As ideias apresentadas neste artigo estão relacionadas aos fundamentos e princípios da pesquisa formação como modalidade de pesquisa. A questão que orienta a discussão empreendida é: quais os caminhos e possibilidades de realização da pesquisa formação com professoras da Educação Infantil ao se ter como fundamento a formação humana? Para produzir informações que criassem condições de explicitar os processos constitutivos da prática pedagógica da Educação Infantil mediada pelo brincar, objeto de estudo de tese de doutorado, foi desenvolvido um percurso metodológico com fundamento no Materialismo Histórico-Dialético e na Psicologia Histórico-Cultural. Com base nesses fundamentos, definimos como princípios: Reflexão crítica sobre a prática com seus fundamentos teóricos; Análise de necessidades formativas como mediação para reflexão crítica e condição para o desenvolvimento profissional; Criação de situações de contradição para produção de afetos alegres sobre a formação e sobre o desenvolvimento da prática; Produção do novo sobre o desenvolvimento da prática.


PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa formação. Formação humana. Educação infantil.


RESUMEN: Las ideas presentadas en este artículo están relacionadas con los fundamentos y principios de la capacitación en investigación como modalidad de investigación. La pregunta que guía la discusión emprendida es: ¿cuáles son las formas y posibilidades de llevar a cabo una capacitación en investigación con maestros de educación infantil basada en la formación humana? Para producir información que permita aclarar los procesos constitutivos de la práctica pedagógica de la educación de la primera infancia mediada por el juego, objeto de un estudio de tesis doctoral, se desarrolló un curso metodológico basado en el materialismo dialéctico histórico y la psicología histórico-cultural. En base a estos fundamentos, definimos como principios: Reflexión crítica sobre la práctica con sus fundamentos teóricos; Análisis de las necesidades formativas como mediación para la reflexión crítica y la condición para el desarrollo profesional; Creación de situaciones


1 Parecer Consubstanciado do CEP – CAEE 09863219.1.0000.5214.

2 Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI – Brasil. Professora Adjunta do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino. Doutorado em Educação (UFPI). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7486-888X. E- mail: nazarethfernandesmartins@ufpi.edu.br

3 Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina – PI – Brasil. Professora Associada do Departamento de Fundamentos da Educação. Doutorado em Educação (PUCSP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1675-1808. E-mail: vilacosme@ufpi.edu.br




contradictorias para la producción de afectos felices en la formación y el desarrollo de la práctica; Producción de lo nuevo sobre el desarrollo de la práctica.


PALABRAS CLAVE: Formación en investigación. Formación humana. Educación infantil.


ABSTRACT: The ideas presented in this article are related to the foundations and principles of the research training as a research modality. The question that leads the discussion undertaken is: which ways and possibilities of carrying out the research training with Early Childhood Education teachers for having the human training as a base? To produce information that could create conditions to clarify the constitutive processes of the pedagogical practice of Early Childhood Education mediated by the playing practice, study object of doctoral thesis, a methodological path was developed based on Dialectic Historical Materialism and on the Historical and Cultural psychology. Based on these foundations, we have defined as principles: Critical reflection on the practice with its theoretical foundations; Analysis of training needs as mediation for the critical reflection and condition for the professional development; Creation of situations of contradition for the production of joyful affections about the training and about the practice development; Production of what is new on the practice development.


KEYWORDS: Research training. Human training. Early childhood education.


Notas introdutórias


Iniciamos a discussão sobre a pesquisa formação ressaltando que para produção de conhecimento científico, como explicita Afanasiev (1982), são elaborados ideias, noções, juízos que precisam evoluir para se transformarem em teoria científica:


No processo de realização da ideia e no decurso da pesquisa nascem noções, imagens, juízos que concretizam a ideia, a encarnam em teses científicas, conclusões e leis que, depois de serem verificadas pela prática, formam finalmente no seu conjunto e unidade, uma teoria científica (AFANASIEV, 1982, p. 167).


No decurso da pesquisa é exigido ao pesquisador ou pesquisadora a organização de caminhos que possibilitem chegar ao concreto pensado. Este concreto que constitui a realidade investigada é uma síntese de múltiplas determinações, e para ser desvelada necessita ter como princípio o movimento da vida, a constituição do ser.

A realidade que se manifesta em sua aparência, na pesquisa formação, é investigada, porque buscamos chegar a sua essência, que não é alcançada por pesquisas mecanicistas, pragmáticas, deterministas, mas por pesquisas firmadas na compreensão da realidade constituída por suas leis, com a explicitação de suas conexões internas, na realidade formada por contradições que incidem sobre os sujeitos e geram transformação, na totalidade como




contradição e na contradição como totalidade (KOSIK, 1976). Seguindo essa lógica, a pesquisa formação que realizamos se constituiu em um processo revelador das múltiplas determinações da prática pedagógica da Educação Infantil mediada pelo brincar.

Para irmos ao encontro das múltiplas determinações da prática pedagógica, a pesquisa formação que foi realizada, tendo como fundamento o Materialismo Histórico-Dialético e a Psicologia Histórico-Cultural, justifica-se, também, pelo fato dela visar conhecer o desenvolvimento do psiquismo humano na relação dialética do indivíduo com a realidade objetiva e subjetiva.

Assim, explicitamos que o processo de realização de pesquisa no Brasil e em outros países tem apresentado mudanças na forma de desenvolvimento. As pesquisas que se fundamentam na lógica dialética são pesquisas que rompem com a consideração de ser de abordagem qualitativa ou quantitativa (FERNANDES, 2017; IBIAPINA, 2010; MARQUES, 2014; SINGULANI, 2016; TEIXEIRA, 2014). Isso ocorre quando é considerada a relação entre os aspectos constituintes da realidade para se produzir conhecimento que vá além da aparência.

A mudança a que nos referimos foi possibilitada pela base teórico-metodológica que fundamenta os trabalhos mencionados anteriormente, porque a lógica seguida é que aspectos quantitativos e qualitativos estão em constante relação, imprimindo mudanças e transformações na realidade. É desta relação, expressa na lei da dialética, da transformação da quantidade em qualidade (LEFEBVRE, 1975) que encontramos fundamento para a pesquisa formação realizada.

Outro fator que tem sido questionado e apresenta mudanças refere-se aos tipos de metodologia de pesquisa. Durante as décadas de 1960 a 1990, o processo de formação de professores passou a considerar a escola e os profissionais da educação apenas como objeto de pesquisa (GATTI; BARRETO, 2009). Numa subdivisão do trabalho, assim como explica Marx (1996), que caracteriza os vários estágios do desenvolvimento da sociedade capitalista, o pesquisador passou a ser um profissional, e o professor pesquisado outro. Isso demarca muitas pesquisas, nas quais o pesquisador produz dados sobre o objeto de estudo e ao pesquisado cabe apenas a tarefa de fornecer esses dados. Essa forma acaba por determinar relações entre eles que se dicotomizam, sendo realizadas atividades diferentes.

Mas ambos são professores e devem ter a pesquisa como princípio constitutivo de seu trabalho. O que implica processos formativos para a professora que realiza a pesquisa formação como produtora de um relatório científico e para a professora que também realiza pesquisa formação, porém com o objetivo de desenvolver a prática pedagógica. A




convergência reside no desenvolvimento profissional da professora/pesquisadora e das professoras/pesquisadas.

A pesquisa formação como modalidade de pesquisa objetiva criar condições de conhecimento e transformação da prática pedagógica por meio da reflexão crítica. O movimento seguido foi tratar do que compreendemos por pesquisa e formação, porque realizar esse tipo de pesquisa, e também como a formação da Educação Infantil foi constituída. E, para singularizar e particularizar a pesquisa formação desenvolvida, apresentamos os seus princípios constitutivos para criar condições das partícipes refletirem criticamente sobre a prática pedagógica com vistas ao desenvolvimento profissional. Citamos, também, outras formas de realizar a pesquisa formação com as outras denominações adotadas (ALVORADA PRADA, 2012; FREIRE, 1987, 1977; GATTI; BARRETTO; ANDRÉ; ALMEIDA, 2019; IBIAPINA; BANDEIRA; ARAUJO, 2016; MORIN, 2004). Na próxima

seção tratamos da compreensão de pesquisa formação como modalidade de pesquisa que visa o desenvolvimento profissional dos envolvidos no processo.


A pesquisa formação e o processo de formação humana: estudo e reflexão sobre os fundamentos da prática pedagógica da Educação Infantil


Com base na pesquisa como princípio constitutivo da atividade docente, utilizamos a pesquisa formação como modalidade de pesquisa que realiza atividades de formação e de produção de conhecimento de forma interdependente, em que a formação orienta a produção dos dados, e estes explicitam necessidades formativas que orientam os estudos da formação.

A proposta desenvolvida tem como fundamento a totalidade, expressa na realidade concreta que constitui a professora pesquisadora, que tem um projeto de pesquisa a desenvolver em nível de doutorado, e as professoras partícipes da pesquisa, que têm a formação como mediação para o desenvolvimento da prática pedagógica.

A compreensão de formação e de pesquisa é de atividades que medeiam o desenvolvimento profissional. A questão que devemos esclarecer é a compreensão explícita destas atividades como unidade que compreende a relação objetividade/subjetividade na produção do conhecimento. A unidade de que tratamos na pesquisa formação é determinante para o desenvolvimento profissional ao buscar a produção de novas relações das professoras com o conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e sobre o brincar, com a prática pedagógica realizada e com as exigências da Secretaria de Educação do Município de Teresina/PI.




Assim, a pesquisa formação que apresentamos como recorte do relatório da tese de Martins (2019), teve o objetivo de mediar o desenvolvimento profissional das professoras partícipes, ancorada nas ações de estudo e de escrita sobre o processo formativo, como necessidade para a formação que visa à reflexão crítica sobre a prática pedagógica.

A pesquisa é uma atividade humana para produção da cultura, e quando esta se relaciona ao desenvolvimento do conhecimento científico exige rigor, sistematização e fundamento numa base teórica. Portanto, esta atividade humana, na realização da prática pedagógica, visa desenvolver o pensamento crítico reflexivo. Reflexividade esta definida como processo que culmina no reconstruir de práticas, primeiro em nível de movimento de pensamento e depois em ação no mundo.

Com base nesta compreensão de pesquisa, a formação de que tratamos é a que humaniza. Assim como Vieira Pinto (2010) e Saviani (2012), compreendemos que a formação ocorre por meio da educação e se justifica falar de educação para humanizar quando Saviani (2012) reitera a existência de educação que desumaniza quando deforma o ser humano. A pesquisa formação se justifica na luta por uma educação formadora, humanizadora. E Marx (2010) corrobora ao ressaltar que a formação humana ocorre por meio do processo histórico de objetivação do gênero humano e de sua vida como ser social.

A pesquisa formação é uma modalidade de pesquisa que visa ampliar o processo de humanização por meio da reflexão crítica sobre práticas educativas, sejam elas pedagógicas ou docentes, e as teorias que as fundamentam. E, quanto ao processo de humanização, relacionamos ao que Politzer (1970) enfatiza quando trata da luta contra o capitalismo, ao considerar que, para nos humanizarmos, precisamos combater o que nos desumaniza, isso porque a realidade é dialética. Fazemos isso quando realizamos pesquisa e formação como atividades constitutivas do processo de humanização.

Corroboram com esta perspectiva de relacionar a pesquisa formação com o processo de humanização as ideias de Freire (1987), ao tratar da humanização/desumanização. O autor ressalta que:


Constatar esta preocupação implica, indiscutivelmente, reconhecer a desumanização, não apenas como viabilidade ontológica, mas como realidade histórica. É também, e talvez, sobretudo, a partir desta dolorosa constatação que os homens se perguntam sobre a outra viabilidade – a de sua humanização (FREIRE, 1987, p. 40).


Humanização e desumanização, na perspectiva freireana, estão implicadas pela busca incessante dos seres humanos pelo conhecimento, pela sua incompletude, pela desalienação,




pela formação de seres para si, conforme explicita Duarte (2013). A contradição entre humanização e desumanização gera o movimento do pensamento, as idas e vindas dos questionamentos que nos fazemos sobre a realidade na qual atuamos como profissionais e em que desejamos imprimir mudanças com vistas à formação para humanização.

Nessa lógica, as professoras de Educação Infantil, na medida em que lutam para superar práticas biologizantes e de mera escolarização (LAZARETTI, 2013), estão buscando combater o desumano na formação das crianças. E, podemos criar possibilidades de a professora refletir criticamente sobre este processo quando utilizamos a pesquisa formação como caminho para estabelecer ligações internas entre a prática desenvolvida e a teoria sobre o desenvolvimento infantil, pela mediação da reflexão crítica que analisa o cotidiano para reconstruí-lo. Isso foi possível nas Oficinas Pedagógicas (Oficinas de Brincar), como, também, nos momentos da Entrevista Reflexiva Coletiva, nos registros escrito na forma do Memorial Reflexivo do Processo Formativo e das Cartas Pedagógicas4.

Ao abordarmos a pesquisa formação estamos estabelecendo relação com a formação de professores, e as pesquisas que têm esse foco são identificadas como pesquisas sobre a formação inicial (RIBEIRO, 2015) e pesquisas sobre a formação contínua (LEITE, 2017; MASSARO, 2016). Quando tratam de formação contínua, elas podem estar relacionadas a professores iniciantes (BANDEIRA, 2014) e formação em serviço (BAHIA; MOCIUTTI, 2017; SANTA’NNA, 2016; ZURAWSKI, 2009); como, também, podem estar relacionadas com a definição de desenvolvimento como unidade para tratar da pesquisa formação, possibilidade de desenvolvimento profissional ao criar condições de surgimento do novo. É desta pesquisa formação que tratamos.

Foi nesta perspectiva que as Oficinas de Brincar5 foram realizadas e envolveram momentos de reflexão crítica sobre a prática pedagógica mediada pelos fundamentos teórico- metodológicos da Psicologia Histórico-Cultural, pelos relatos das atividades desenvolvidas, pelos questionamentos sobre aspectos do desenvolvimento infantil realizados pelas professoras e sobre a atividade de brincar, fonte de desenvolvimento infantil que “se realiza em condições de relação recíproca com o meio, quando a forma ideal, terminal, a que deve


4 No processo de produção das informações sobre o objeto de estudo da tese, prática pedagógica mediada pelo brincar (MARTINS, 2019), foram realizadas entrevistas, oficinas pedagógicas e registro escrito na forma de memorial e de cartas pedagógicas.

5 As Oficinas de Brincar tiveram como estrutura de ações: jogos, leitura de crônicas, apreciação de obras de arte, atividades com instrumentos musicais, brincadeiras diversas como momento inicial dos encontros de formação, momentos de diálogo sobre o que as professoras desejavam conversar naquele encontro, que pode ser referente à atividade de acolhimento, a questões relativas à escola, às crianças ou às atividades desenvolvidas em sala de aula, e estudo de textos sobre a atividade de brincar e desenvolvimento infantil.




surgir ao final do desenvolvimento” (VIGOTSKI, 2018, p. 85), já existe e medeia a aprendizagem.

Na Educação Infantil, por conta das condições históricas de seu surgimento, essa discussão de formação para o desenvolvimento profissional esteve atrelada à formação inicial, porque a realidade apresentava um número significativo de professores atuando sem formação específica (GATTI; BARRETO, 2009), como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 no seu artigo 61 (BRANDÃO, 2010).

No Piauí esta realidade não foi diferente, de acordo com pesquisa de Lima (2016), que envolveu 8.156 professores atuantes na Educação Infantil no ano de 2013. O perfil é formado por professores com formação em nível médio, Normal Superior, Ensino Fundamental completo e incompleto, sendo a formação contínua quase inexistente.

Esses dados são relevantes para validar a necessidade de desenvolvimento de pesquisa formação na Educação Infantil como forma de criar condições da formação contínua se efetivar e gerar contextos de reflexão crítica sobre as práticas que nela se realizam. Baseado na pesquisa de Lima (2016), podemos mencionar as políticas de formação do Ministério da Educação para a Educação Infantil, como o ProInfantil, um curso em nível médio a distância, na Modalidade Normal, destinado aos profissionais que atuavam nas creches e pré-escolas sem formação específica. O ProInfantil foi desenvolvido em parceria com os municípios que recebiam o material do Ministério da Educação (MEC) e deveriam ofertar a infraestrutura e recursos humanos para acompanhar o desenvolvimento das ações de formação.

O ProInfantil foi lançado em 2005, e de acordo com a pesquisa de Lima (2016), no ano de 2013 ainda existiam professores sem formação em nível médio atuando na Educação Infantil. O que significa que transcorridos 08 anos, o Programa não tinha atingido seu objetivo no Piauí, de formar, ao menos em nível médio, profissionais atuantes nas salas de aula de creches e pré-escolas da Educação Infantil.

Com base nestes dados, podemos inferir que a formação contínua para profissionais da Educação Infantil é recente e a própria formação inicial foi contemplada no Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia (PPC) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) somente no ano de 2009, quando passou a habilitar para atuação nesta etapa de ensino.

A pesquisa formação é uma forma de realizar a formação contínua que busca problematizar a prática e a formação realizada pelos professores, para tomada de consciência sobre os conhecimentos produzidos no percurso formativo e as ações realizadas para mediar a formação de crianças. Para Gatti et al. (2019, p. 17): “Ao problematizar as questões ligadas à




formação de professores e ao trabalho docente, objetiva-se a criação de condições para mudanças, uma vez que não se está problematizando por deleite abstrato”.

É desta perspectiva que Gatti et al. (2019) compreendem a formação de professores como necessidade para uma educação que atenda as exigências da sociedade. Isso porque, não é possível pensar a educação escolar sem profissionais formados, sem um nível de consciência elevado sobre os aspectos históricos e sociais da sociedade, sobre as demandas globais, nacionais e locais. Os profissionais da educação não são indivíduos com vocação, que trabalham simplesmente por amor, mas devem ter formação sólida e de forma permanente. Desta forma, Gatti et al. (2019, p. 19) explicitam:


A docência deixou de ser uma ação espontânea, que pode ser desenvolvida por intuições, apenas, para se tornar campo de ação com base em fundamentos filosófico-sociais, histórico-psicológicos e fundamentos de práticas específicas que demandam domínio de conhecimentos integrados a conhecimentos científicos e humanistas para a ação educacional voltada às novas gerações, em que linguagens, tecnologias e estruturas interpretativas constituem seu cerne.


Com base nestes argumentos, evidenciamos que as políticas de formação atendem aos interesses da sociedade capitalista com alto índice de desigualdade social, e estão pautadas na fragilidade da formação dos professores da Educação Infantil. Necessitamos superar a falsa consciência dessas políticas que, de forma intencional, não garantem um mínimo de formação aos profissionais da educação, e isso reverbera na qualidade das práticas desenvolvidas, visando somente ao processo de aquisição das habilidades específicas e com predomínio da dimensão cognitiva sobre as demais dimensões que constituem o desenvolvimento infantil.

A realidade da formação de professores da Educação Infantil justifica a necessidade de realização da pesquisa formação que desenvolvemos, pois, tendo como fundamento o processo de reflexão crítica sobre a prática, conforme Freire (1977) e Liberali (2010), a mesma atende às necessidades de formação dos professores e cria as condições desta reflexão. Zurawski (2009), no desenvolvimento de sua dissertação sobre formação de professores da Educação Infantil, fez uso da pesquisa formação e elaborou uma etapa deste processo, chamada de cadeia formativa. Essa cadeia teve a função de demarcar conteúdos fundamentais do processo formativo no movimento de levantamento das necessidades, na observação da prática docente, nos encontros de formação e rodas de conversa. Esses

conteúdos são denominados pela autora de temas.

A proposta de Zurawski (2009) se aproxima da que propomos por objetivar mudança nas práticas docentes – embora na sua pesquisa o objeto seja o trabalho com as famílias na




educação da criança de creche – e, também, por considerar a necessidade de conhecer o que as crianças, professores e formadores necessitam aprender. Mas a base teórica que fundamenta a pesquisa formação realizada em nível de doutorado diverge da proposta da autora mencionada, porque consideramos como fundamental analisar as necessidades formativas no processo e não apenas no início, como é mencionado por Zurawski (2009), que ao tratar da cadeia formativa, afirma que esta orienta a elaboração do plano de formação.

Do que foi discutido, compreendemos que a pesquisa formação se constitui num movimento de idas e vindas, mediadas pela análise das necessidades formativas para se definirem os conteúdos da formação. No processo, a professora vai aprendendo coisas, gerando dúvidas, produzindo novas necessidades, implicações do processo de reflexão crítica sobre a prática pedagógica da Educação Infantil e sobre a prática da pesquisadora na produção do conhecimento que originou o relatório da tese de Martins (2019). Ambas, pesquisadora e professoras, se formam em dimensões diferentes, mas atendendo às mesmas necessidades formativas inerentes ao processo de realização da prática.

É por esse motivo que corroboramos com a discussão de Gatti et al. (2019) ao tratar da valorização de uma postura investigativa na formação de professores, ao ressaltar a necessidade da relação entre aspectos da formação e do trabalho docente, o que valida a relevância da pesquisa formação como proposta para pensar e realizar a formação de professores.


Existem determinados aspectos do exercício docente que podem ser melhor desenvolvidos a partir da problematização e da investigação sistemática com base em fundamentos e instrumentos teórico-metodológicos. A formação para a investigação auxilia o docente a aprender como olhar para o mundo a partir de múltiplas perspectivas, inclusive as dos alunos [crianças], cujas vivências são muito diferentes das do professor e, sobretudo, a utilizar esse conhecimento para lançar mão de práticas mais equitativas na sala de aula [sala de atividades] (GATTI et al., 2019, p. 188, grifos dos autores).


Nesta relação de pesquisa com formação, Lefebvre (1975) nos auxilia quando explica sobre o processo de produção do conhecimento por meio do movimento do pensamento na luta pela explicação da realidade. Para o autor, o ser humano na busca pelo conhecimento faz um esforço para abstrair, refletir e ampliar sua consciência. E para refletir criticamente, é necessário que o pensamento consiga ligar termos, como o ser e o nada; o devir e o ser; a qualidade e a quantidade; precisa ser movimento de pensamento e pensamento em movimento; precisa evidenciar as contradições e depois as relacionar, definir a unidade entre elas e, por fim, introduzir o novo, o salto, o pensamento que avança.




O pensamento se destrói enquanto pensamento a partir do momento em que se separa do conteúdo, a partir do momento em que o conteúdo não é posto como conteúdo (natural e social) do pensamento, ainda não apreendido ou apenas globalmente apreendido, ainda não analisado (LEFEBVRE, 1975, p. 179).


O conteúdo do pensamento para o qual desejamos criar condições de ser movimento é o desenvolvimento infantil por meio do brincar, atividade guia e fonte do desenvolvimento da criança, para uma reflexão crítica sobre a prática pedagógica da Educação Infantil. E estamos considerando que a realização da pesquisa formação com vistas à reflexão crítica sobre os fundamentos da prática é possível se for firmada no movimento do conteúdo e na forma de ser professora da Educação Infantil.

Assim, a pesquisa formação é marcada pela reflexão crítica sobre os fundamentos da prática; pela negociação de ações formativas; pela análise das necessidades formativas e por um pensar, sentir e agir que negue o determinismo, um pensar, sentir e agir determinados social e historicamente e com vistas à humanização. Vejamos os princípios constitutivos da pesquisa formação desenvolvida no processo de doutoramento em educação realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd/UFPI.


Pesquisa formação e seus princípios constitutivos


O propósito de definir como pesquisa formação, a modalidade de pesquisa realizada, se ancorou também nas muitas denominações dadas às pesquisas que consideram a unidade pesquisa e formação e nas muitas formas de realizar essa modalidade de pesquisa. E, considerando a historicidade desta modalidade de pesquisa é que apresentamos a seguir algumas formas de realizar a pesquisa com formação de professores, pesquisas que visam estabelecer relações entre pesquisador e pesquisado.

Dentre estas, destacamos a historicidade apresentada por Alvorada Prada (2012) na intenção de demarcar as pesquisas firmadas também na formação. O autor buscou mapear as denominações dadas pelos autores das dissertações e teses dos Programas de Pós-graduação em Educação das Universidades Brasileiras, no período 1999-2008, às modalidades de pesquisa e/ou metodologias realizadas mediante pesquisas de intervenção para formação de professores. Com esta pesquisa, o autor identificou várias denominações para essa forma de fazer pesquisa com formação. Podemos mencionar a pesquisa-ação, a pesquisa colaborativa e a denominada pelo autor como pesquisa coletiva.





As pesquisas que Ibiapina, Bandeira e Araujo (2016) desenvolvem são caracterizadas de colaborativas, demarcadas como as que produzem conhecimento mediado por processos investigativos da ação dos professores e com estes professores. Pesquisas realizadas em colaboração entre os participantes da investigação. Existem também as denominadas de pesquisa-ação, e ainda, as pesquisas críticas de colaboração. Outra forma de realizar pesquisa formação é definida por Morin (2004) de pesquisa-ação integral e sistêmica, que considera sua essência ser a participação, e ao exigi-la, os atores são envolvidos em todas as etapas do processo, desde a elaboração do projeto formativo. Assim, todos se transformam em pesquisadores.

Estas formas de fazer pesquisa formação visam ao desenvolvimento profissional dos partícipes envolvidos, caracterizado pela produção de conhecimento e autorreflexão. Mas criar condições de desenvolvimento profissional nos partícipes deste processo que revelem tendências referentes à prática pedagógica e suas relações com a atividade de brincar fazem a pesquisa formação desenvolvida ser particularizada pela produção de diferentes formas de registro para mediar o processo de reflexão crítica, pela análise das significações produzidas no processo de pesquisa como caminho para o desenvolvimento profissional. Isto porque, toda atividade é significada e toda transformação da prática exige transformação das significações, nas e pelas criações de situações de contradição para produção de afetos alegres.

A proposta que se discute e se encaminha é de considerar pesquisa formação para definir instrumentos e formas de utilização destes que não descaracterizem a compreensão da modalidade de pesquisa e a relação desta com a base teórica. São inúmeras as possibilidades que esta metodologia cria. A opção por essa modalidade de pesquisa se explica pela base teórica da tese que se fundamenta nas categorias de mediação e de totalidade como categorias que auxiliam o indivíduo/pesquisadora na explicação da realidade de forma múltipla e em movimento.

É esta compreensão da realidade das professoras que fizeram parte da pesquisa, em relação às necessidades produzidas na realização dos estudos, como também no processo de reflexão crítica e na produção dos instrumentos de registro escrito, na qual fizemos uso do Memorial Reflexivo do Processo Formativo e das Cartas Pedagógicas, além da participação nas Oficinas de Brincar, para, assim, criar condições de gerar desenvolvimento profissional.

No processo de pesquisa formação, os agentes estão implicados por meio de relações, ligações e concatenações fundadas no devir, no processo de conhecer e saber que o




conhecimento se manifesta de forma aparente, mas a essência pode ser desvelada. A pesquisa formação que foi desenvolvida teve como princípios:



Critical reflection on practice permeated the entire process of conducting the formation research and was evidenced along the way through the appropriation of theoretical foundations on child development and on the activity of playing, which produced new formative needs regarding the development of pedagogical practice.

The formative needs are implied in this process of critical reflection by enabling teachers to express a desire to learn about child development, about how to organize pedagogical practice guided by the objective of developing the child fully, and not just in some skills that prioritize only the dimension cognitive.

In the course of the formation research, the creation of situations of contradiction was generated from the moment when the narratives of the collective reflective interview were problematized and we highlighted excerpts in which the participating teachers addressed the presence of playing in the activities developed and related them to Vygotski's explanations (2018) and its appropriators about what is development, and what is playing as a child's main activity.

Thus, we reiterate that the creation of conditions for professional development is linked to formation that has as its principle the critical reflection on the formative process and on the development of practice, considering the social and historical conditions, based on theories that mediate the analysis of practice with the production of the new, because professional development occurs when changes are materialized in the pedagogical practice.

The process of transforming practice is complex and multi-determined. In this perspective, we turn to Saviani (2011, p. 91, our translation), when he addresses the




possibility of transforming the practice through critical reflection and the precariousness of the conditions for this transformation to happen:


[...] as the conditions for the development of practice are precarious, obstacles are also created, challenges to the development of theory are created, and this in a double sense: in a first sense, insofar as, if the practice that underlies the theory, which operates as its criterion of truth and its purpose, has a precarious development, facing complex obstacles within its materiality, it places limits on theory, hindering its progress; in a second sense, as the precarious conditions of practice cause theory to find ways to understand these obstacles and, when understanding them, seek effective mechanisms and, therefore, also practical, formulating them with the clarity that the theory demands, in view of its mobilization for the effective transformation of these same conditions.


The objective and subjective conditions for the transformation of the practice are precarious, as stated by the author, due to the very characteristics of capitalist society, based on the division of classes. In this perspective, social institutions such as the school end up guaranteeing this precariousness in teaching. Therefore, formation should create conditions for teachers to find ways to resolve these obstacles and seek to develop a practice aimed at emancipation. It is in this terrain that critical reflection becomes necessary for the formative process.

However, as Saviani (2011) attests, the precarious conditions of practice lead the theory to find ways, paths, alternatives to understand these obstacles. The obstacle to which we refer is the pedagogical practice that aims only to make children literate, a pedagogical practice with weaknesses in knowledge about the child and about their development and learning process.

Saviani's (2011) explanation allows us to mention the nature of critical reflection in teacher education. It resides in raising the level of awareness about the practice developed, creating reasons to continue reflecting on their actions at school to form individuals, in this case, children.

These arguments corroborate Freire (1977), Zeichner (2008), Ibiapina (2010), Carvalho (2012), considering that the process of critical reflection enables professionals to make decisions about their activities in a conscious way, as they can analyze the structures institutions and the awareness of who they are, what they do and think, are able to look at reality and understand the contradictions that constitute it. Carvalho (2012, p. 101, our translation) clarifies that: “the formative processes mediated by critical reflection can form and transform the teacher, constituting him as a being for himself; professional capable of thinking, feeling, acting towards social, educational and school transformation”.



The production of the new about practice was constituted in a deeper understanding of the limitations of pedagogical practice that aimed only at learning to read and write, and repetitively, through many demands, because the knowledge of these skills is measured in tests and teachers and schools are rewarded for their children's performance on these tests.

What made our proposal for formation research a situation of contradiction, as the instituted meets the needs of capitalist society that always aims for a final product that can be added to the valorization of teaching work. The situation of contradiction was also created when the use of playing as a teaching strategy was attested, and it also started to think of playing as a child's activity with its specificities and possibilities of appropriation and objectification of human culture.

In the research developed by Marques (2014, p. 23, our translation), the author bases herself on Spinoza (2016) to emphasize that “the experience of the educational process, mediated by the production of happy affections, helps teachers and students to discover what potentially makes them happier". This author's idea gains strength in our research, because in it the experience of happy affections created conditions for teachers to increase their power to act, regarding the development of pedagogical practice. What the teachers experienced in the formation research generated the production of happy affections, as new meanings were produced about the pedagogical practice they performed, signaling zones of meaning that indicated the possibility of change.

Of course, formation developed through formation research should be a space and time to produce happy affections to increase, according to Spinoza (2016), the power to act, either by transforming thinking about pedagogical practice, or by transforming this practice, or creating reasons to continue studying and reflecting on the integral development of the individual, through the production of new zones of meaning. We intend to highlight these zones of meaning in the final considerations of this article.


Inconclusive notes


In the process of producing knowledge about the constituent elements of the pedagogical practice mediated by play, the meanings produced by the teachers participating in the formation research generated joyful affections on the formative process, on the possibilities of sharing the challenges of teaching Early Childhood Education. The joyful affections made the Play Workshops moments of laughter, attentive listening, aesthetic beauty, of need for the teachers who reported in their Pedagogical Letters the desire to




continue studying about the child's development, to continue the meetings, regardless of completion of the research that gave rise to the doctoral thesis report.

The feelings produced by the teachers about the formation research oscillated between joy and sadness, pleasure and suffering. It was joy because they were meetings that enabled attentive listening, sharing the challenges of teaching. However, there was also sadness and suffering when they understood the practice as limiting, when they found that they were not creating conditions for playing to happen at school, aiming at the child's integral development. And joy again, as they look at their pedagogical practice mediated by playing and understand that they have produced knowledge about this practice.

The mixture of feelings produced about formation research, combined with explanations about the understanding of the practice and the need to do things differently, is indicative of the internal struggle, the struggle of opposites (KOPNIN, 1978; LEFEBVRE, 1975), as a condition for the emergence of new. The knowledge of literacy teaching practice was coming into conflict with knowledge about child development, with knowledge about playing as a guiding activity for the integral development of the child.

Conflicts were intensified when the teachers, based on the knowledge produced in the formation research, thought about how to organize the practice and did not know how to do it; then, there is a need to know more about playing and child development.

With the learning produced, the teachers looked at practice as something that can be changed, based on knowledge about playing and child development. The teachers found that it is not a simple relationship of appropriation of theory with the realization of pedagogical practice, but a process of comings and goings, permeated by critical reflection on teaching and on children and their needs, a struggle between new learning and practices already consolidated that generated professional development.


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https://doi.org/10.21723/riaee.v16i3.15420


Submitted: 20/12/2020 Required revisions: 18/01/2021 Approved: 21/02/2021 Published: 01/07/2021