image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1641 VIOLÊNCIA NO NAMORO NA VISÃO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS VIOLENCIA DE PAREJA SEGÚN LA VISTA DE LOS JÓVENES UNIVERSITARIOS DATING VIOLENCE IN THE VIEW OF YOUNG COLLEGE STUDENTS Rosana Alves de MELO1Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA2Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES3RESUMO: Esta pesquisa objetiva analisar o conhecimento de jovens universitários sobre situações de violência nas relações de namoro. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal de abordagem quantitativa, realizada com 506 jovens universitários. A coleta dos dados ocorreu entre maio e junho de 2019, recorrendo-se a análise por estatística descritiva com distribuição de frequência em seus valores absolutos e relativos. Observou-se que o ciúme foi apontado como o principal precursor dos conflitos nos relacionamentos; e o baixo rendimento escolar e a gravidez indesejada foram vistos como uma possível consequência da violência no relacionamento. A maioria dos participantes não apresentou nenhuma evidência de depressão pelo Escore de Beck. Assim, conclui-se que algumas situações cotidianas vivenciadas nos relacionamentos não são reconhecidas como violência e, dessa forma, é necessária a implementação de ações e políticas de conscientização e prevenção da violência afetiva na fase da adolescência e juventude. PALAVRAS-CHAVE: Violência. Adulto jovem. Adolescente. RESUMEN: Esta investigación tiene como objetivo analizar el conocimiento de jóvenes universitarios sobre situaciones de violencia en las relaciones amorasas. Se trata de una investigación descriptiva y transversal de abordaje cuantitativo realizada con 506 estudiantes universitarios. La recolección de datos ocurrió entre mayo y junio de 2019, utilizando análisis estadístico descriptivo con distribución de frecuencias en sus valores absolutos y relativos.Se observó que los celos fueron identificados como el principal precursor de conflictos en las relaciones; y el bajo rendimiento escolar y los embarazos no deseados se vieron como una posible consecuencia de la violencia en la relación. La mayoría de los participantes no tenían evidencia de depresión en el puntaje de Beck. Así, se concluye que algunas situaciones 1Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina – PE – Brasil. Docente adjunta do colegiado de enfermagem e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas de Desenvolvimento do Semiárido (PPGDIDES). Doutorado em Inovação Terapêutica (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9217-921X. E-mail: rosana.melo@univasf.edu.br 2Prefeitura Municipal de Petrolina (PMP), Petrolina – PE – Brasil. Enfermeira da Equipe de Saúde da Família. Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental para o Semiárido (UPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4537-5215. E-mail: thainara_kauanne@hotmail.com 3Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina – PE – Brasil. Docente adjunta do colegiado de enfermagem e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI). Doutorado em Inovação Terapêutica (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2840-8561. E-mail: flavia.fernandes@upe.br
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1642 cotidianas vividas en las relaciones no son reconocidas como violencia y, por lo tanto, es necesario implementar acciones y políticas de sensibilización y prevención de la violencia afectiva en la adolescencia y juventud. PALABRAS CLAVE:Violencia. Adulto joven. Adolescente. ABSTRACT: This research aims to analyze the knowledge of college students about situations of violence in dating relationships. Descriptive and cross-sectional research with a quantitative approach, carried out with 506 university students. Data collection was from May to June 2019 and analysis using descriptive statistics with frequency distribution in their absolute and relative values. It was observed that jealousy was identified as the main precursor of conflicts in relationships; and low school performance and unwanted pregnancy were seen as a possible consequence of violence in the relationship. Most participants had no evidence of depression on the Beck Score. Thus, it is concluded that some everyday situations experienced in relationships are not recognized as violence and, therefore, it is necessary to implement actions and policies to raise awareness and prevent affective violence in adolescence and youth. KEYWORDS: Violence. Young adult. Adolescent. Introdução A violência no namoro é um fenômeno grave e de elevada magnitude, apresentando significativa prevalência em nível nacional e internacional, como também consequências na saúde física e mental dos indivíduos (NELAS et al., 2016). Neste contexto, as ações abusivas vivenciadas nas relações íntimas de adolescentes e jovens são consideradas um problema social preocupante (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a violência no namoro pode ser definida como um comportamento dentro de um relacionamento íntimo que causa dano físico, sexual ou psicológico, incluindo atos de agressão física, coerção sexual, abuso psicológico e comportamentos de controle (WHO, 2009). Dessa forma, a violência entre namorados é um forte preditor da violência conjugal, iniciando geralmente nas relações na fase da adolescência e no início da idade adulta, podendo intensificar-se e torna-se crônica nas relações maritais (OMS, 2016; SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). A vivência de violência nas relações de namoro advém de múltiplas causas de diferentes naturezas, envolvendo aspectos individuais, sociais e culturais, que necessitam de ações intersetoriais para uma abordagem efetiva (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). Existem diversos modelos explicativos para a ocorrência da violência nas relações afetivo-sexuais entre adolescentes (BITTAR; NAKANO, 2017).Dentre eles, pode-se destacar os fatores
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1643 sociodemográficos (gênero, idade, etnia, religião); ambientais (observar violência na comunidade em que vive); intrapessoais (depressão, baixa autoestima); contextuais (consumo de álcool e outras drogas); e familiares (observar violência interparental, práticas parentais maltratantes, abuso sexual na infância), sendo este último um preditor basilar para o seu acontecimento (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). No campo social, políticas de enfrentamento da violência afetiva e a luta pela igualdade entre os gêneros tornam-se bastante difundidas em busca de relações afetivo-sexuais mais igualitárias e simétricas. Contudo, ainda persistem valores tradicionais que endossam a violência entre parceiros íntimos e que os adolescentes e jovens utilizam como premissa para manter agressões contra seus parceiros (OLIVEIRA et al., 2016). Tudo isso se baseia no machismo cultural e nas relações de poder simbólico, que estão ainda fortemente presentes na contemporaneidade, e fazem com que a violência de gênero se perpetue, e seja uma referência para diferenciar homens e mulheres (BITTAR; NAKANO, 2017).Um dos fatores mais agravantes da violência nas relações de namoro se dá pela não percepção do que se configura como violência dentro da relação afetiva e pela naturalização com que são percebidas e reproduzidas no cotidiano desses adolescentes e jovens (OLIVEIRA et al., 2016). Ademais, a perpetuação da violência, principalmente nas fases iniciais da vida, tem o potencial de causar um impacto significativo, com consequências físicas, sociais e emocionais na vida dos envolvidos (ANDRADE; LIMA, 2018). Essas consequências envolvem alterações no padrão de sono; perturbações alimentares; distorção da imagem corporal, ansiedade, medo, culpa, vergonha, dependência emocional e comportamentos depressivos, dentre outros (ANDRADE; LIMA, 2018). Ademais, nesse contexto de relações afetivas entre indivíduos mais jovens, a vitimização é bidirecional, ou seja, tanto o sexo masculino quanto o feminino perpetuam a violência, havendo uma diferenciação tão somente na forma e na intensidade da violência propagada contra o parceiro (CONCEIÇÃO et al., 2018). Todavia, as mulheres correm maior risco de serem vítimas nessas relações, sofrendo, principalmente, abusos sexuais por parte do parceiro íntimo (OMS, 2016). Ressalta-se que muitos registros sobre violência nas relações de namoro são incipientes, pelo fato de muitos adolescentes e jovens ocultarem essas ocorrências, por medo, vergonha ou dificuldade de diálogo, principalmente entre pais e familiares que seriam importantes referenciais e suporte de apoio aos filhos (ANDRADE; LIMA, 2018; SIMÕES et al., 2019).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1644 Nesse ínterim, considerando as informações elencadas, e a escassez de publicações na perspectiva da violência no namoro, principalmente quando se trata da identificação das situações de violência vivenciadas e praticadas contra o parceiro íntimo e o enfrentamento desse fenômeno, a pesquisa partiu do seguinte questionamento: como os jovens universitários percebem a violência vivenciada no namoro? Assim, o objetivo do estudo foi analisar o conhecimento de jovens universitários sobre situações de violência nas relações de namoro. Método Trata-se de uma pesquisa analítica e descritiva, de abordagem quantitativa. A abordagem quantitativa utiliza a linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, entre outros. A pesquisa analítica e descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada realidade social (MINAYO et al., 2009). A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de maio a junho de 2019, com 506 jovens universitários matriculados em uma instituição de ensino superior pública federal e outra instituição privada, ambas localizadas em um município do interior do nordeste brasileiro. Adotou-se como critérios de inclusão os jovens entre 19 e 24 anos de idade, devidamente matriculados em algum dos cursos das Instituições; estarem em um relacionamento afetivo atualmente ou já ter tido pelo menos um relacionamento amoroso/afetivo nos últimos três anos. Os critérios de exclusão foram os jovens que, mesmo vinculados a algum curso de graduação das instituições pesquisadas, estivessem com trancamento de matrícula ou atestado médico no período de realização da pesquisa. O número de participantes foi estabelecido a partir de cálculo amostral, através do Programa Sample Size Calculation for X-Sectional Surveys, utilizando o desenho de 1,5, considerando a necessidade de correção da imprecisão pelo processo de amostragem que foi por conglomerados. O cálculo teve um nível de confiança de 95% e erro amostral de 5%. A forma de recrutamento dos participantes se deu em sala de aula, onde foi explicado na turma o intuito da pesquisa e sua operacionalização, e aqueles que mostrassem interesse em participar poderiam sinalizar para que as pesquisadoras pudessem fazer a abordagem em momento posterior, de forma que fosse mais conveniente para os interessados. Os dados foram coletados através de questionário autoaplicável, construído pelas pesquisadoras. O questionário possuía questões de múltipla escolha, e foi elaborado com três núcleos: 1) o primeiro núcleo apresentava 19 perguntas referentes a dados sociodemográficos e econômicos, com as seguintes
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1645 variáveis: idade; sexo; relação de namoro; renda familiar; estado civil dos pais; com quem reside; se já sofreu violência dos pais; 2) o segundo apresentava 28 questões específicas referentes à violência por parceiro íntimo; 3) o terceiro núcleo incluía a Escala de Depressão de Beck/Inventário de Depressão de Beck, composta(o) por 21 itens (BECK et al., 1961). Todos os núcleos supracitados eram autoaplicáveis, de forma que o participante respondia os quesitos que mais se assemelhassem à sua realidade. Os dados coletados foram analisados a partir da estatística descritiva por meio da distribuição de seus valores absolutos e relativos. Foram calculados os Intervalos de Confiança de 95% (IC95%) para a proporção, assumindo a distribuição Binomial. A pesquisa seguiu todos os preceitos éticos e legais constantes na resolução 466/2012, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco, sob o nº do parecer 2.936.52 e CAAE nº 97242018.2.0000.5196. Inicialmente, foram esclarecidos aos participantes os objetivos do estudo e, após os devidos esclarecimentos, solicitou-se a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, deixando claro o compromisso do pesquisador com o sigilo e confidencialidade das informações, e assegurando o direito do participante em se recusar a participar da pesquisa e/ou de desistir do estudo a qualquer momento. Resultados Analisando o perfil sociodemográfico e econômico dos participantes do estudo, observou-se uma maior proporção de jovens entre 20 e 24 anos (65,4%), mulheres (74,1%), com renda maior que um salário mínimo (66,3%), residindo com pai, mãe ou ambos (58,1%), e estando estes casados ou em união estável (60,1%). A maioria não tem namorado ou vivia alguma relação de namoro no momento da pesquisa (52,3%). Predominaram ainda aqueles(as) que não percebiam o bairro em que residiam como violento (82,0%), assim como não sofreu violência dos pais em nenhum momento da vida (78,7%). Analisando o nível de depressão segundo o escore de Beck, observou-se que a maioria (66,6%) não evidenciou nenhuma depressão (Tabela 1).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1646 Tabela 1 – Perfil sociodemográfico, econômico e estratificação de risco de depressão, segundo a escala de Beck n%IC95%Idade 19 anos17534,630,638,920 a 24 anos33165,461,169,4Sexo Feminino 366 74,170,0 77,8 Masculino12825,922,230,0Renda familiarSem renda fixa ou até 1 salário mínimo16933,729,738,0Maior que 1 salário mínimo 33266,362,070,3Estado civil dos pais Solteiros/divorciado/viúvo20239,935,744,3Casados/união estável 30460,155,764,3Com quem resideSozinho469,26,912,1Pai, mãe ou ambos29158,153,762,3Familiares, amigos ou outros16432,728,837,0Tem namorado ou vive relação amorosaSim 23647,743,352,1Não 25952,347,956,7Considera o bairro em que vive violento?Sim9018,014,921,6Não41082,078,485,1Já sofreu alguma violência dos pais?Sim10721,317,925,1Não39678,774,982,1Classificação de depressão pela escala de Beck Nenhuma depressão 337 66,662,4 70,6 Depressão leve 89 17,614,5 21,2 Depressão moderada 52 10,37,9 13,3 Depressão grave 28 5,53,8 7,9 Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa Com relação às situações de violência percebidas pelos jovens universitários, observou-se que a maioria deles concorda que o ciúme é umas das principais causas de violência no namoro (92,3%), e que obrigar o(a) namorado(a) a iniciar a atividade sexual contra a vontade é uma forma de violência (90,3%), ao mesmo tempo que concordam com a existência de violência nas relações de namoro (96,8%). Quanto a algumas atitudes praticadas dentro da relação afetiva, a maior parte discorda de que quando se namora, deve-se sempre fazer aquilo que agrada o outro (71,5%), um empurrão não é um comportamento violento (95,9%), e que os(as) namorados(as) provocam a violência pela forma como se vestem (87,3%) (Tabela 2).
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1647 A maioria concorda que o baixo rendimento escolar (51,4%) e a gravidez indesejada (55,0%) podem ser consequências da violência no namoro, no entanto, discordam de que os amigos não comuns prejudicam a relação de namoro (86,3%) e que tenham o direito de dar um beijo no(a) namorado(a) sempre que desejar (84,3%). Discordam ainda que os(as) namorados(as) podem ler as mensagens no celular um do outro sempre que quiser (62,4%), e que os(as) namorados(as) devem informar ao parceiro sempre onde estão (69,6%) ou com quem estão (74,0%) (Tabela 2). Tabela 2 – Situações de violência percebidas por jovens universitários n%IC95%O ciúme é umas das principais causas de violência no namoroConcordo46692,389,694,3Discordo397,75,710,4Violência no namoro não existeConcordo163,21,95,1Discordo49096,894,998,1Quando se namora, devemos sempre fazer aquilo que agrada o outroConcordo14228,524,732,7Discordo35671,567,375,3Um empurrão não é um comportamento violentoConcordo214,22,76,3Discordo48595,993,797,3Os(as) namorados(as) provocam a violência pela forma como se vestemConcordo6412,710,115,9Discordo44087,384,189,9O baixo rendimento escolar pode ser consequência de violência no namoroConcordo25851,447,055,8Discordo24448,644,253,0Os amigos não comuns prejudicam a relação de namoroConcordo6913,710,917,0Discordo43586,383,089,1Tenho o direito de dar um beijo em meu(minha) namorado(a) sempre que eu queroConcordo7915,712,819,2Discordo42384,380,887,2A gravidez indesejada pode ser uma consequência da violência no namoroConcordo27755,050,659,3
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1648 Discordo22745,040,749,4Os(as) namorados(as) podem ler as mensagens no celular um do outro sempre que quiserConcordo18937,633,441,9Discordo31462,458,166,6Os(as) namorados(as) devem informar ao parceiro sempre onde estãoConcordo15330,426,534,6Discordo35069,665,473,5Os(as) namorados(as) devem informar ao parceiro sempre com quem estãoConcordo13126,022,430,1Discordo37274,069,977,6Obrigar o(a) namorado(a) a iniciar a atividade sexual é uma forma de violênciaConcordo45690,387,492,6Discordo499,77,412,6Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa Houve concordância da maioria dos jovens universitários quanto à afirmação de que a violência no namoro ocorre porque os casais pensam que têm o direito de se impor um ao outro (86%), o mesmo tempo em que discordam que um tapa na cara é algo normal no namoro e não faz mal (98,8%), ou que a violência no namoro é um problema apenas do casal (97,4%). Discordam ainda que o controle sobre o outro é justificado pelo sentimento de gostar muito (98,2%), e que tirar sarro das opiniões do(a) namorado(a) (80,8%) ou exercer o poder sobre ele(a) não é violência (97,8%) (Tabela 3). Os participantes não concordam que se o(a) namorado(a) se sentir contrariado, o/a mesmo/a tem o direito de lhe gritar mesmo que seja em público (95,5%), que os(as) namorados(as) só podem sair se forem juntos (95,8%), ou devem se vestir para agradar um ao outro (93,0%). Também não concordam que a violência no namoro não tem consequências psicológicas(95,5%) ou que somente apresenta consequências físicas (96,8%) (Tabela 3). Tabela 3 – Situações sutis de violência pouco percebidas pelos jovens universitários. n%IC95%A violência no namoro ocorre porque os casais pensam que tem o direito de se impor um ao outroConcordo43486,583,289,2Discordo6813,610,816,8Um tapa na cara é algo normal no namoro e não faz malConcordo61,20,52,6Discordo49798,897,499,5A violência no namoro é um problema que só diz respeito ao casal de namorados
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1649 Concordo132,61,54,4Discordo49397,495,698,5O(a) namorado(a) só controla o outro porque gosta muito dele(a)Concordo91,80,93,4Discordo49798,296,699,1Tirar sarro das opiniões do(a) namorado(a) não é violênciaConcordo9719,316,022,9Discordo40780,877,184,0Exercer o poder sobre o(a) namorado(a) não é violênciaConcordo112,21,23,9Discordo49497,896,198,8Se meu(minha) namorado(a) me contrariar tenho o direito de lhe gritar mesmo que seja em públicoConcordo234,63,06,8Discordo48395,593,297,0Os(as) namorados(as) só podem sair se forem juntosConcordo214,22,76,3Discordo48395,893,797,3Os(as) namorados(as) devem se vestir para agradar um ao outroConcordo357,05,09,5Discordo46893,090,595,0A violência no namoro não tem consequências psicológicasConcordo234,63,06,8Discordo48395,593,297,0A violência no namoro só tem consequências físicasConcordo163,21,95,1Discordo49096,894,998,1Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa Discussão Os resultados do estudo demonstraram a predominância de universitários do sexo feminino, com renda maior que um salário mínimo e residindo com os pais, achados estes que corroboram com um estudo realizado com estudantes universitários da Universidade Federal do Paraná, nessa mesma perspectiva (KREFER; VAYEGO, 2019). A maioria não percebe o bairro em que reside como um local violento, são filhos de pais que se encontram casados ou em união estável, e referiram nunca terem sofrido violência dos pais. Sabe-se que a exposição à violência em casa é um dos precursores de risco para vivência de violência nas relações de namoro e, dessa forma, os adolescentes e jovens que testemunharam ou testemunham violência marital por longos ou curtos períodos tendem a replicar os abusos visualizados, agindo
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1650 agressivamente nos seus relacionamentos, pela tendência de naturalização de violência no seu cotidiano (TAQUETTE; MONTEIRO,2018). Observou-se que a prevalência de depressão entre os participantes foi baixa, considerando a aplicação do Inventário com Escore de Beck, divergindo do resultado de um estudo realizado com estudantes do curso de Enfermagem de uma universidade pública federal, que evidenciou uma forte prevalência de depressão moderada a grave, bem como sintomas de ansiedade, sendo as mulheres aquelas mais acometidas (FERNANDES et al., 2018). Isso parece indicar que, em nosso modelo de sociedade, o papel social dado à mulher, atrelado às diversas questões culturais de gênero, tem o potencial de produzir sofrimento e se torna um sério fator de risco (KREFER; VAYEGO, 2019). Outro aspecto que foi identificado nos resultados foi o fato dos participantes entenderem que o ciúme é uma das principais causas de violência no namoro. Apesar de ser algo considerado comum nas relações amorosas, o ciúme excessivo pode ser um risco para a relação e também para a saúde mental dos envolvidos, transformando-se em um problema na relação quando o casal passa a não ter mais uma relação saudável e os conflitos tornam-se prejudiciais para a qualidade do relacionamento (TURATTI; LUCAS, 2016). Nessa perspectiva, um estudo realizado com 3.205 adolescentes, com idade entre 15 a 19 anos, estudantes do 2º ano do Ensino Médio de escolas públicas e privadas de 10 capitais brasileiras, mostrou que o ciúme e a infidelidade têm sido fatores que legitimam e justificam as agressões físicas entre namorados, tanto por parte dos meninos, quanto por parte das meninas. Tal legitimidade encontra respaldo em normas de gênero que se expressam na violência como construção da masculinidade, na banalização da violência física feminina e na violência física contra meninas perpetradas por ambos os sexos (OLIVEIRA et al., 2016). A violência como construção da masculinidade se expressa quando jovens qualificam a agressão física como algo intrínseco ao homem e percebem-na como algo mais praticado pelos namorados contra suas parceiras do que o contrário. Já a violência praticada por meninas é considerada menos danosa, e a perpetração de agressões físicas é identificada como uma forma de revide e autodefesa frente às agressões sofridas por seus parceiros (OLIVEIRA et al., 2016). Quanto a obrigar o(a) namorado(a) a iniciar a atividade sexual contra a própria vontade, amaioria dos participantes pesquisados reconhece esse contexto como sendo violência no namoro, concordando que gravidez indesejada pode ser consequência desse comportamento violento dentro do relacionamento. Em pesquisa da Universidade de Goiás foi identificado como violência sexual a intimidação e/ou indução a participar e/ou realizar condutas sexuais
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1651 em desacordo com elas. Embora esse tipo de abuso tenha sido reconhecido como violência por alguns participantes, foi também bastante perpetuada, o que demonstra certa banalização (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Em relação a algumas atitudes em um relacionamento, a maioria discorda de que se deve sempre fazer aquilo que agrada o parceiro, que o mesmo deve se vestir da forma que agrade ao outro, e que os(as) namorados(as) provocam a violência pela forma como se vestem. Em pesquisa realizada com 30 jovens universitárias do sexo feminino, percebeu-se o perfil de dominação masculina na forma como esses indivíduos as tratavam como se fossem objetos, evidente nas ações de determinar como e com quem elas deveriam se relacionar; a postura de comportamento social; e a determinação de como deveriam ou não se vestir (SIMÕES et al., 2019). A agressão de cunho psicológico é comumente praticada nos relacionamentos, entendida como estratégia utilizada para supostamente evitar traições e controlar o comportamento da parceira, e em muitos casos não é reconhecida como violência propriamente dita (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Considerando o fato de um empurrão no outro ser ou não visto como violência, para a maior parte dos participantes deste estudo, essa atitude foi sim identificada como um ato violento contra o(a) parceiro(a). Nesse contexto, uma pesquisa realizada em Portugal, com estudantes com idade entre 16 e 24, as atitudes como “atirar objetos em outra pessoa”; “dar pontapés ou cabeçadas”; e “dar empurrões violentos” foram também percebidas como atitudes violentas, corroborando com o estudo em questão, sendo que a maioria desses atos eram praticados por indivíduos do sexo masculino para com as meninas (BESERRA et al., 2016). O cenário social em que essa violência eclode é caracterizado pela vigência da ideologia machista entremeando as relações de gênero, tendo como resultante a naturalização da dominação masculina (BITTAR; NAKANO, 2017). Bourdieu ainda evidencia a violência simbólica, suave, insensível, invisível a suas próprias vítimas, que se exerce essencialmente pelas vias puramente simbólicas da comunicação e do conhecimento. A violência simbólica se diferencia da violência física, porém em alguns casos pode se expressar sob esta forma. Essa relação social oferece uma ocasião única de apreender a lógica da dominação, exercida em nome de um princípio simbólico conhecido e reconhecido tanto pelo dominante quanto pelo dominado, de uma língua (ou uma maneira de falar) e/ou de um estilo de vida (ou uma maneira de pensar, de falar ou de agir), e esse tipo de agressão se torna muito mais danosa quando situado em questões de raça, gênero, etnia e classe social (BOURDIEU, 2007).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1652 Outro achado importante foi o fato dos participantes discordarem que o parceiro tem direito de dar um beijo no outro sempre que desejar, mesmo que essa não seja a vontade do outro no momento. Na Escola Superior de Educação de Lisboa, a pesquisa realizada com adolescentes identificou que 23,7% deles já foram beijados/as pelo parceiro quando não queriam, assim como foram tocados sexualmente contra a sua vontade, e ameaçados para terem relações sexuais com os seus/suas parceiros/as também contra sua vontade (GAMA; VERÍSSIMO; TOMÁS, 2017). Ressalta-se que o contexto da violência no namoro contribui para diminuição da qualidade de vida e o bem-estar psicológico dos envolvidos na situação de violência, bem como o baixo rendimento acadêmico e abandono escolar (BORGES, 2016). Os estudantes, a partir de suas respostas, discordam que os(as) namorados(as) podem ler as mensagens no celular um do outro sempre que quiserem, mesmo sem autorização. Esses achados coadunam com o resultado de demais pesquisas, em que as relações íntimo-afetivas se caracterizam por comportamentos abusivos, com parceiros ciumentos e controladores, que tendem a proibir e/ou determinar com quem o(a) parceiro(a) deve falar, as roupas que devem usar, e controlam a senha do celular ou de aplicativos de mensagens (SIMÕES et al., 2019; SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Sabe-se que o sentimento de insegurança resulta muitas vezes no desejo desenfreado de controlar as ações e atitudes do outro, devido a uma concepção cultural persistente, que pode fazer com que essas atitudes controladoras sejam identificadas como atos de amor e cuidado (SIMÕES et al., 2019). No entanto, todos esses comportamentos perfazem as características de violência psicológica (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Há de se considerar que existe a necessidade de um olhar mais minucioso para os significados atribuídos a diversas situações de violência cotidiana, levando-se em consideração os limites mais abrangentes que esse problema apresenta. Assim, a compreensão da violência que se perpetua dentro das relações de namoro precisa ser enxergada para além do entendimento de cuidado e amor, pois essas relações permeiam situações de dominação, através do poder simbólico. Essa construção social, baseada na dominação do outro, é abordada por Pierre Bourdieu, que também utiliza o conceito de dominação para analisar as relações de gênero, onde o masculino quase sempre domina o feminino (BOURDIEU, 2007). O processo de dominação simbólica se dá de forma sutil e eficiente porque a maioria das mulheres não está ciente da sua condição de dominada (BITTAR; NAKANO, 2017). Quanto à concordância da maioria dos jovens sobre o fato de que a violência no namoro ocorre porque os casais pensam que tem o direito de se impor um ao outro, e da discordância
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1653 de que o controle sobre o outro é justificado pelo sentimento de gostar muito, vai ao encontro com o controle masculino permeado nas relações afetivas num processo de construção social cultural, onde se identifica a violência simbólica contra as mulheres, que se perpetua ao longo da história (BITTAR; NAKANO, 2017). Embora a dominação masculina seja bastante reconhecida até mesmo por indivíduos do sexo masculino, pode-se também ser uma premissa percebida e perpetrada pelas mulheres, que podem identificar o parceiro amoroso como objeto de pertencimento seu, gerando o sentimento de posse, que vem acompanhado de ciúme e, posteriormente, de agressão física (OLIVEIRA et al., 2016). A divisão socialmente construída entre os sexos é evidente e adquire, assim, todo um reconhecimento de legitimação, conformando-a aos princípios de uma visão mítica do mundo, enraizada na relação arbitrária de dominação dos homens sobre as mulheres. A ordem social funciona como uma imensa máquina simbólica que tende a ratificar a dominação masculina sobre a qual se alicerça: é a divisão social do trabalho, distribuição bastante estrita das atividades atribuídas a cada um dos dois sexos (BOURDIEU, 2007). A violência é o resultado da complexa interação dos fatores individuais, relacionais, sociais, culturais e ambientais. Compreender como esses fatores estão relacionados com a violência é um dos passos importantes na abordagem da saúde pública para a prevenção da violência (DAHLBERG; KRUG, 2007). Ademais, houve a discordância da maioria dos participantes de que um tapa na cara é algo normal no namoro; que a violência no namoro é um problema apenas do casal; e que tirar sarro das opiniões do(a) namorado(a) ou exercer o poder sobre ele(a) não é violência. Esses achados coadunam com outra pesquisa que apontou questões sobre a violência relacional, em que14% dos/as estudantes entrevistados já foram gozados pelo companheiro, que fizeram pouco caso dele na frente de outras pessoas (GAMA; VERÍSSIMO; TOMÁS, 2017). Considera-se que essa dinâmica envolvendo mistura de amor e violência, principalmente nas relações de namoro de adolescentes e jovens, pode ser um preditor para violências futuras na relação, com impacto na vivência harmoniosa do casal e dos filhos (BESERRA et al., 2016). A violência nas relações de intimidade não é uma experiência incomum entre os jovens, sendo na atualidade amplamente reconhecida como uma problemática de dimensões preocupantes e efeitos alarmantes, não somente a nível individual, mas em toda a esfera social. As faixas etárias mais jovens não estão imunes a este problema, sugerindo quer a existência de indicadores significativos de vitimação e agressão, quer a manutenção de discursos legitimadores deste tipo de violência (CARIDADE; MACHADO, 2013).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1654 Nos resultados obtidos, observou-se também que os sujeitos discordam que se um dos dois se sentir contrariado com o parceiro, o/a mesmo/a tem o direito de lhe gritar, e que só podem sair se forem juntos. Estudo similar evidenciou que, dentre os comportamentos sofridos pelas vítimas, destacam-se os insultos, a chantagem emocional, o fato de seus parceiros gritarem com eles com o intuito de intimidar, tal como de impedir de ter amigos, e de falar ou sair com eles (BORGES, 2016). Ressalta-se que as situações que se enquadram em proibições e intimidações nas relações afetivas, muitas vezes, não são entendidas como violência, baseadas no mito de amor romântico, que faz como que muitos casais não se imponham diante dessas situações por acreditar num ideal de felicidade eterna e que as agressões vão passar, não reconhecendo que esta se apresenta como um disparador para situações de violência à longo prazo (FERRIANI et al., 2019). No que diz respeito às consequências da violência no namoro, os universitários afirmam que existem consequências psicológicase físicas. A violência física é identificada como a modalidade mais reconhecida, contudo, agressões psicológicas e morais têm maior prevalência apesar de não serem, muitas vezes, percebidas como abusivas. Dessa forma, a violência psicológica e moral podem estar mais presentes nos relacionamentos (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). A violência no namoro durante a adolescência é um evento frequente e faz parte da realidade de jovens de diferentes classes sociais; a violência nos relacionamentos íntimos é um fenômeno multicultural, possuindo elevada extensão e gravidade, e traz consequências à saúde física e mental dos envolvidos, a curto e longo prazo (SILVA et al., 2019). Caridade e Machado consideram que a compreensão da violência no namoro depende de um modelo integrador dos diversos fatores compreensivos, complexos e de natureza multidimensional, sejam individuais, interpessoais, estruturais e/ou culturais, que interagem mutuamente nos comportamentos de violência no namoro (CARIDADE; MACHADO, 2013). A violência não faz parte da natureza humana, é um fenômeno biopsicossocial complexo e dinâmico que se forma e desenvolve no contexto da sociedade. A interação destas predisposições com fatores familiares, culturais, comunitários ou outros é que podem originar situações de violência (DAHLBERG; KRUG, 2007).
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1655 ConclusãoOs achados da pesquisa demonstram o caráter dominador e nocivo vivenciado em muitas relações de namoro, principalmente na fase da juventude, sendo a maioria das situações de abuso não reconhecidas como violência, e naturalizadas dentro dessas relações afetivas. A maioria dos participantes reconhece haver violência nas relações de namoro, apesar de não identificarem diversas situações cotidianas como violência propriamente dita, e compreendem que o ciúme é visto como um fator predisponente para ocorrência de violência nas relações de namoro. Considerando o início das relações de namoro na fase da adolescência e juventude, e de forma a se evitar a vivência de relações afetivas com violência, é necessário ações de conscientização já nessas fases da vida de forma a se prevenir a ocorrência de violência nas relações afetivas a longo prazo. Para tanto, são imprescindíveis políticas públicas efetivas, que visem o esclarecimento dos adolescentes e jovens sobre os aspectos que envolvem essa problemática, e possibilitem a construção de estratégias para promoção de relações de intimidade saudáveis a partir da desconstrução de mitos do amor romântico. Ainda que seja um contexto circunscrito, os resultados obtidos contribuem para o debate acerca do papel que as instituições de ensino, desde as escolas até mesmo as Universidades, assumem, ou podem assumir, na desocultação do fenômeno e na intervenção do problema. As limitações do estudo envolvem o fato de muitos participantes terem se recusado a participar da pesquisa justificando não saber o que discorrer sobre a temática em questão, evidenciando a complexidade em se abordar o tema da violência, principalmente quando se trata daquela vivenciada nas relações de namoro.REFERÊNCIAS ANDRADE, T. A.; LIMA, A. O. Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura.Desidades, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 20-35, 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 29 abr. 2020. BECK, A. T. et al. An inventory for measuring depression. Arch Gen Psychiatry, v. 4, p. 561-571,1961. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/487993. Acesso em: 30 abr. 2020. BESERRA, M. A. et al. Prevalência e características da violência no namoro entre adolescentes escolares de Portugal. Esc. Anna Nery, v. 20, n. 1, p. 183-191, 2016. Disponível
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1656 em: https://www.scielo.br/pdf/ean/v20n1/1414-8145-ean-20-01-0183.pdf. Acesso em: 18 maio 2020. BITTAR, D. B.; NAKANO, A. M. S. Symbolic violence among adolescents in affective dating relationships. Rev. Esc. Enferm, São Paulo, v. 51, e03298, 2017. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342017000100482&lng=pt. Acesso em: 30 abr. 2020. BORGES, I. A. Violência no namoro e consumos de substâncias em jovens estudantes universitários. 2016. Dissertação (Mestrado em Criminologia) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2016. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/5338. Acesso em: 06 mar. 2020. BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. CARIDADE, S.; MACHADO, C. Violência nas relações juvenis de intimidade: Uma revisão da teoria, da investigação e da prática. Psicologia, v. 27, n. 1, p. 91-113, 2013. Disponível em: https://revista.appsicologia.org/index.php/rpsicologia/article/view/244. Acesso em: 23 maio 2020. CONCEIÇÃO, T. B. et al. Assimetria e simetria de gênero na violência por parceiro íntimo em pesquisas realizadas no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 11, p. 3597-3607, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232018001103597&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 06 maio 2020. DAHLBERG, L.; KRUG, E. Violência: Um problema global de saúde pública. Ciência e Saúde Coletiva, n. 11, p. 1163-1178, 2007. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2006.v11suppl0/1163-1178/. Acesso em: 10 abr. 2020. FERNANDES, M. A. et al. Prevalence of anxious and depressive symptoms in college students of a public institution. Rev Bras Enferm., v. 71, n. 5, p. 2169-2175, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/reben/v71s5/pt_0034-7167-reben-71-s5-2169.pdf. Acesso em: 18 abr. 2020. FERRIANI, M. G. C. et al. Compreendendo e contextualizando a violência nas relações de intimidade entre adolescentes. Esc. Anna Nery, v. 23, n. 3, e20180349, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452019000300214&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 10 maio 2020. GAMA, A.; VERÍSSIMO, A.; TOMÁS, C. Violência no Namoro na Escola Superior de Educação de Lisboa. Ex aequo, n. 36, p. 77-98, 2017. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602017000200006&lng=pt&nrm=iso. Acesso: 30 abr. 2020. KREFER, L.; VAYEGO, S. A. Prevalência de sintomas depressivos em estudantes universitários. Brazilian Journal of Mental Health, v. 11, n. 28, p. 170-181, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/68838/41449. Acesso em: 20 abr. 2020.
image/svg+xmlViolência no namoro na visão de jovens universitários RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1657 MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. NELAS, P. et al. Violência no namoro, adaptabilidade e coesão familiar em estudantes do ensino superior. International Journal of Developmental and Educational Psychology INFAD de Psicología,Espanha, v. 2, n. 1, p. 357-364, 2016. Disponível em: http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/234/242. Acesso em: 30 abr. 2020. OLIVEIRA, Q. B. M. et al. Violência Física Perpetrada por Ciúmes no Namoro de Adolescentes: Um recorte de Gênero em Dez Capitais Brasileiras.Psic.: Teor. e Pesq.,Brasília, v. 32, n. 3, e32323, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722016000300236&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 29 abr. 2020. OMS. Organização Mundial da Saúde. Prevenindo a violência juvenil: Um panorama das evidências. São Paulo: OMS, 2016. Disponível em: https://nev.prp.usp.br/wp-content/uploads/2016/10/Prevenindo-a-viole%CC%82ncia-juvenil-Pt-Br-1.pdf. Acesso em: 10 abr. 2020. SILVA, A. M. et al. Violência nas relações de intimidade envolvendo adolescentes: Perspectivas e desafios para a educação e saúde. Rev Caravana - Diálogos entre Extensão e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 137-148, 2019. Disponível em: http://caravana.ifpe.edu.br/index.php/caravana/article/view/377/pdf. Acesso em: 27 abr. 2020. SIMÕES, A. V. et al. Relações afetivas íntimas de jovens universitários: narrativas de estudantes de enfermagem. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, e34355, 2019. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/viewFile/34355/29587. Acesso em: 30 abr. 2020. SOUZA, T. M. C.; PASCOALETO, T. E.; MENDONÇA, N. D. Violência contra mulher no namoro: Percepções de jovens universitários. Revista Psicologia e Saúde, Campo Grande, v. 10, n. 3, p. 31-43, set./dez. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2018000300004&lng=pt. Acesso em: 27 abr. 2020. TAQUETTE, S. R.; MONTEIRO, D. L. M. Violência e namoro na adolescência: Uma revisão de literatura.Desidades, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-35, abr./jun. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003. Acesso em: 02 set. 2021. TURATTI, M. C.; LUCAS, M. G. Compreendendo o ciúme na relação conjugal: Um olhar sistêmico. Unoesc &Amp; Ciência - ACBS, v. 7, n. 2, p. 145–152, 2016. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/11945. Acesso em: 06 abr. 2020. WHO. World Health Organization. Violence prevention: the evidence. Centre for Public Health, 2009.
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA e Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1658 Como referenciar este artigo MELO, R. A.; ALMEIDA, T. K. P.; FERNANDES, F. E. C. V. Violência no namoro na visão de jovens universitários. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1641-1658, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 Submetido em: 09/09/2021 Revisões requeridas em: 20/02/2022 Aprovado em: 13/05/2022 Publicado em: 01/07/2022 Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1647 VIOLENCIA DE PAREJA SEGÚN LA VISTA DE LOS JÓVENES UNIVERSITARIOS VIOLÊNCIA NO NAMORO NA VISÃO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DATING VIOLENCE IN THE VIEW OF YOUNG COLLEGE STUDENTS Rosana Alves de MELO1Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA2Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES3RESUMEN:Esta investigación tiene como objetivo analizar el conocimiento de jóvenes universitarios sobre situaciones de violencia en las relaciones amorasas. Se trata de una investigación descriptiva y transversal de abordaje cuantitativo realizada con 506 estudiantes universitarios. La recolección de datos ocurrió entre mayo y junio de 2019, utilizando análisis estadístico descriptivo con distribución de frecuencias en sus valores absolutos y relativos.Se observó que los celos fueron identificados como el principal precursor de conflictos en las relaciones; y el bajo rendimiento escolar y los embarazos no deseados se vieron como una posible consecuencia de la violencia en la relación. La mayoría de los participantes no tenían evidencia de depresión en el puntaje de Beck. Así, se concluye que algunas situaciones cotidianas vividas en las relaciones no son reconocidas como violencia y, por lo tanto, es necesario implementar acciones y políticas de sensibilización y prevención de la violencia afectiva en la adolescencia y juventud. PALABRAS CLAVE: Violencia. Adulto joven. Adolescente. RESUMO: Esta pesquisa objetiva analisar o conhecimento de jovens universitários sobre situações de violência nas relações de namoro. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal de abordagem quantitativa, realizada com 506 jovens universitários. A coleta dos dados ocorreu entre maio e junho de 2019, recorrendo-se a análise por estatística descritiva com distribuição de frequência em seus valores absolutos e relativos. Observou-se que o ciúme foi apontado como o principal precursor dos conflitos nos relacionamentos; e o baixo rendimento escolar e a gravidez indesejada foram vistos como uma possível consequência da violência no relacionamento. A maioria dos participantes não apresentou nenhuma evidência 1Universidad Federal del Valle de San Francisco (UNIVASF), Petrolina – PE – Brasil. Profesora adjunta del colegiado de enfermería y profesora permanente del Programa de Posgrado en Dinámica de desarrollo de los Semiáridos (PPGDIDES). Doctorado en Innovación Terapéutica(UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9217-921X. E-mail: rosana.melo@univasf.edu.br 2Ayuntamiento de Petrolina (PMP), Petrolina – PE – Brasil. Enfermera del Equipo de Salud de la Familia. Maestría universitaria en Ciencia y Tecnología Ambiental para el Semiárido (UPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4537-5215. E-mail: thainara_kauanne@hotmail.com 3Universidad de Pernambuco (UPE), Petrolina – PE – Brasil. Profesora adjunta de enfermería colegiada y profesora permanente del Programa de Posgrado en Formación Docente y Prácticas Interdisciplinarias (PPGFPPI). Doctorado en Innovación Terapéutica (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2840-8561. E-mail: flavia.fernandes@upe.br
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1648 de depressão pelo Escore de Beck. Assim, conclui-se que algumas situações cotidianas vivenciadas nos relacionamentos não são reconhecidas como violência e, dessa forma, é necessária a implementação de ações e políticas de conscientização e prevenção da violência afetiva na fase da adolescência e juventude. PALAVRAS-CHAVE: Violência. Adulto jovem. Adolescente. ABSTRACT:This research aims to analyze the knowledge of college students about situations of violence in dating relationships. Descriptive and cross-sectional research with a quantitative approach, carried out with 506 university students. Data collection was from May to June 2019 and analysis using descriptive statistics with frequency distribution in their absolute and relative values. It was observed that jealousy was identified as the main precursor of conflicts in relationships; and low school performance and unwanted pregnancy were seen as a possible consequence of violence in the relationship. Most participants had no evidence of depression on the Beck Score. Thus, it is concluded that some everyday situations experienced in relationships are not recognized as violence and, therefore, it is necessary to implement actions and policies to raise awareness and prevent affective violence in adolescence and youth. KEYWORDS: Violence. Young adult. Adolescent. Introducción La violencia en el noviazgo es un fenómeno grave y de gran magnitud, que presenta una prevalencia significativa a nivel nacional e internacional, así como consecuencias sobre la salud física y mental de las personas (NELAS et al.,2016). En este contexto, las acciones abusivas experimentadas en las relaciones íntimas de adolescentes y jóvenes son consideradas un problema social preocupante (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Según la Organización Mundial de la Salud, la violencia en el noviazgo se puede definir como un comportamiento dentro de una relación íntima que causa daño físico, sexual o psicológico, incluidos actos de agresión física, coerción sexual, abuso psicológico y comportamientos de control (OMS, 2009). Por lo tanto, la violencia entre novios es un fuerte predictor de violencia conyugal, que generalmente comienza en las relaciones en la adolescencia y la edad adulta temprana, y puede intensificarse y volverse crónica en las relaciones matrimoniales (OMS, 2016; Souza, SOUZA, PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). La experiencia de violencia en las relaciones de noviazgo proviene de múltiples causas de diferente naturaleza, involucrando aspectos individuales, sociales y culturales, que requieren acciones intersectoriales para un abordaje efectivo (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). Existen varios modelos explicativos de la ocurrencia de violencia en las relaciones afectivo-sexuales
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1649 entre adolescentes (BITTAR; NAKANO, 2017). Entre ellos, se pueden destacar factores sociodemográficos (género, edad, etnia, religión); (observar la violencia en la comunidad en la que vives); intrapersonal (depresión, baja autoestima); (consumo de alcohol y otras drogas); y los miembros de la familia (observando violencia interparental, prácticas parentales abusivas, abuso sexual en la infancia), siendo este último un predictor básico de su evento (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). En el ámbito social, las políticas para enfrentar la violencia afectiva y la lucha por la igualdad de género se generalizan en busca de relaciones afectivo-sexuales más igualitarias y simétricas. Sin embargo, aún persisten valores tradicionales que avalan la violencia de pareja íntima y que adolescentes y jóvenes utilizan como premisa para mantener la agresión contra sus parejas (OLIVEIRA et al.,2016). Todo ello se basa en el machismo cultural y las relaciones de poder simbólicas, que siguen estando fuertemente presentes en la contemporaneidad, y hacen que la violencia de género se perpetúe, y sea un referente para diferenciar hombres y mujeres (BITTAR; NAKANO, 2017).Uno de los factores más agravantes de la violencia en las relaciones de noviazgo se debe a la no percepción de lo que se configura como violencia dentro de la relación afectiva y la naturalización con la que se perciben y reproducen en la vida cotidiana de estos adolescentes y jóvenes (OLIVEIRA et al.,2016). Además, la perpetuación de la violencia, especialmente en las primeras etapas de la vida, tiene el potencial de causar un impacto significativo, con consecuencias físicas, sociales y emocionales en la vida de los involucrados (ANDRADE; LIMA, 2018). Estas consecuencias implican cambios en los patrones de sueño; trastornos alimentarios; distorsión de la imagen corporal, ansiedad, miedo, culpa, vergüenza, dependencia emocional y conductas depresivas, entre otras (ANDRADE; LIMA, 2018). Además, en este contexto de relaciones afectivas entre individuos más jóvenes, la victimización es bidireccional, es decir, tanto hombres como mujeres perpetúan la violencia, con una diferenciación solo en la forma e intensidad de la violencia propagada contra la pareja (CONCEIÇÃO et al.,2018). Sin embargo, las mujeres corren un mayor riesgo de ser víctimas en estas relaciones, principalmente sufriendo abuso sexual por parte de sus parejas íntimas (OMS, 2016). Se enfatiza que muchos registros sobre violencia en las relaciones de noviazgo son incipientes, debido a que muchos adolescentes y jóvenes ocultan estos hechos, por miedo, vergüenza o dificultad de diálogo, especialmente entre padres y familiares que serían importantes referentes y apoyo para sus hijos (ANDRADE; LIMA, 2018; SIMÕES et al.,2019).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1650 Mientras tanto, considerando la información enumerada, y la escasez de publicaciones desde la perspectiva de la violencia en las citas, especialmente cuando se trata de la identificación de situaciones de violencia experimentadas y practicadas contra la pareja íntima y hacer frente a este fenómeno, la investigación partió de la siguiente pregunta: ¿cómo perciben los jóvenes universitarios la violencia experimentada en las citas? Así, el objetivo de este estudio fue analizar el conocimiento de jóvenes universitarios sobre situaciones de violencia en las relaciones de noviazgo. Método Se trata de una investigación analítica y descriptiva, con un enfoque cuantitativo. El enfoque cuantitativo utiliza el lenguaje matemático para describir las causas de un fenómeno, las relaciones entre variables, entre otros. El objetivo principal de la investigación analítica y descriptiva es describir las características de una realidad social dada (MINAYO et al.,2009). La investigación se desarrolló entre mayo y junio de 2019, con 506 jóvenes universitarios matriculados en una institución pública federal de educación superior y otra institución privada, ambas ubicadas en un municipio del interior del noreste de Brasil. Los criterios de inclusión fueron los jóvenes entre 19 y 24 años, debidamente matriculados en cualquiera de los cursos de las Instituciones; estar en una relación afectiva hoy o haber tenido al menos una relación amorosa/afectiva en los últimos tres años. Los criterios de exclusión fueron los jóvenes que, incluso vinculados a algún curso de pregrado de las instituciones encuestadas, estuvieron con candado de inscripción o certificado médico durante el período de investigación. El número de participantes se estableció a partir del cálculo de la muestra, a través del Sample Size Calculation for X-Sectional Surveys, utilizando el diseño de 1.5, considerando la necesidad de corregir la inexactitud por el proceso de muestreo que fue por conglomerados. El cálculo tuvo un nivel de confianza del 95% y un error de muestreo del 5%. La forma de reclutamiento de los participantes tuvo lugar en el aula, donde se explicó el propósito de la investigación y su operacionalización en la clase, y aquellos que mostraron interés en participar pudieron señalar para que los investigadores pudieran hacer el enfoque en un momento posterior, de modo que fuera más conveniente para los interesados. Los datos fueron recolectados a través de un cuestionario autoadministrado, construido por los investigadores. El cuestionario tenía preguntas de opción múltiple, y se elaboró con tres núcleos: 1) el primer núcleo presentó 19 preguntas referidas a datos sociodemográficos y
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1651 económicos, con las siguientes variables: edad; sexo; relación de noviazgo; ingresos familiares; estado civil de los padres; con quien reside; si alguna vez has sufrido violencia por parte de tus padres; 2) el segundo presentó 28 preguntas específicas relacionadas con la violencia de pareja; 3) el tercer núcleo incluyó la Escala de Depresión de Beck/Inventario de Depresión de Beck, compuesto por 21 ítems (BECK et al., 1961). Todos los núcleos mencionados eran auto aplicables, de modo que el participante respondía a las preguntas que más se parecían a su realidad. Los datos recolectados fueron analizados a partir de estadísticas descriptivas distribuyendo sus valores absolutos y relativos. Los intervalos de confianza del 95% (IC del 95%) se calcularon para la proporción, asumiendo la distribución binomial. La investigación siguió todos los preceptos éticos y legales contenidos en la resolución 466/2012, siendo aprobada por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal de Vale do São Francisco, bajo dictamen nº 2.936.52 y CAAE nº 97242018.2.0000.5196. Inicialmente, se informó a los participantes sobre los objetivos del estudio y, después de las aclaraciones adecuadas, se solicitó el formulario de consentimiento libre e informado, dejando claro el compromiso del investigador con la confidencialidad y confidencialidad de la información, y asegurando el derecho del participante a negarse a participar en la investigación y / o renunciar al estudio en cualquier momento. Resultados Analizando el perfil sociodemográfico y económico de los participantes del estudio, una mayor proporción de jóvenes entre 20 y 24 años (65,4%), mujeres (74,1%), con ingresos superiores a un salario mínimo (66,3%), que viven con un padre, madre o ambos (58,1%), y que están casados o en unión estable (60,1%). La mayoría de ellos no tenían novio ni tenían ninguna relación de noviazgo en el momento de la investigación (52,3%). También predominaron quienes no entendieron el barrio en el que vivían como violento (82,0%), así como no sufrieron violencia por parte de sus padres en ningún momento de sus vidas (78,7%). Analizando el nivel de depresión según la puntuación de Beck, se observó que la mayoría (66,6%) no mostró ninguna depresión (Tabla 1).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1652 Tabla 1 - Estratificación sociodemográfica, del perfil económico y del riesgo de depresión, según escala Beck n%IC95%Edad 19 años17534,630,638,920 a 24 años33165,461,169,4Sexo Hembra 366 74,170,0 77,8 Masculino12825,922,230,0Ingresos del hogarSin ingresos fijos o hasta 1 salario mínimo16933,729,738,0Más de 1 salario mínimo 33266,362,070,3Estado civil de los padres Solteros/divorciados/viudos20239,935,744,3Matrimonio casado/estable 30460,155,764,3Con quién vivesSolo469,26,912,1Padre, madre o ambos29158,153,762,3Familia, amigos u otras personas16432,728,837,0Tener novio o vivir una relación amorosa23647,743,352,1No 25952,347,956,7¿Consideras violento el barrio en el que vives?9018,014,921,6No41082,078,485,1¿Alguna vez has sufrido alguna violencia por parte de tus padres?10721,317,925,1No39678,774,982,1Clasificación de la depresión por escala de Beck Sin depresión 337 66,662,4 70,6 Depresión leve 89 17,614,5 21,2 Depresión moderada 52 10,37,9 13,3 Depresión severa 28 5,53,8 7,9 Fuente: Elaborado por los autores, a partir de los datos de la investigación En cuanto a las situaciones de violencia percibidas por los jóvenes universitarios, se observó que la mayoría de ellos coinciden en que los celos son una de las principales causas de violencia en las citas (92,3%), y que obligar al novio a iniciar una actividad sexual en contra de su voluntad es una forma de violencia (90,3%), mientras que coinciden con la existencia de violencia en las relaciones de noviazgo (96,8%). Respecto a algunas actitudes practicadas dentro de la relación afectiva, la mayoría discrepa de que, a la hora de salir, uno siempre debe hacer lo que le agrada al otro (71,5%), un empujón no es un comportamiento violento (95,9%), y que los novios provocan violencia por la forma en que se visten (87,3%) (Tabla 2).
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1653 La mayoría está de acuerdo en que el bajo rendimiento escolar (51.4%) y el embarazo no deseado (55.0%) pueden ser consecuencias de la violencia en el noviazgo, sin embargo, no están de acuerdo en que los amigos no comunes perjudiquen su relación (86.3%) y tengan derecho a besar a su novio cuando lo deseen (84.3%). También discrepan de que los novios puedan leer los mensajes del teléfono celular del otro cuando quieran (62.4%), y que los novios siempre deben informar a su pareja dónde están (69.6%) o con quién están (74.0%) (Tabla 2). Tabla 2 - Situaciones de violencia percibidas por jóvenes universitarios n%IC95%Los celos son una de las principales causas de la violencia en el noviazgoConvenir46692,389,694,3Discrepar397,75,710,4La violencia en el noviazgo no existeConvenir163,21,95,1Discrepar49096,894,998,1Cuando estás saliendo, siempre debes hacer lo que te gusta hacer.Convenir14228,524,732,7Discrepar35671,567,375,3Un empujón no es un comportamiento violentoConvenir214,22,76,3Discrepar48595,993,797,3Los novios provocan violencia por la forma en que se vistenConvenir6412,710,115,9Discrepar44087,384,189,9El bajo rendimiento escolar puede ser una consecuencia de la violencia en el noviazgoConvenir25851,447,055,8Discrepar24448,644,253,0Los amigos no ordinarios dañan su relación de citasConvenir6913,710,917,0Discrepar43586,383,089,1Tengo derecho a besar a mi novio cuando quieraConvenir7915,712,819,2Discrepar42384,380,887,2El embarazo no deseado puede ser una consecuencia de la violencia en el noviazgoConvenir27755,050,659,3Discrepar22745,040,749,4
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1654 Los novios pueden leer mensajes en el móvil del otro cuando lo deseenConvenir18937,633,441,9Discrepar31462,458,166,6Los novios siempre deben informar a su pareja dónde están.Convenir15330,426,534,6Discrepar35069,665,473,5Los novios siempre deben informar a su pareja con quién estánConvenir13126,022,430,1Discrepar37274,069,977,6Obligar a un novio a iniciar la actividad sexual es una forma de violenciaConvenir45690,387,492,6Discrepar499,77,412,6Fuente: Elaborado por los autores a partir de los datos de la investigación Hubo acuerdo de la mayoría de los jóvenes universitarios respecto a la afirmación de que la violencia en el noviazgo se produce porque las parejas piensan que tienen derecho a imponerse el uno al otro (86%), mientras que no están de acuerdo en que una bofetada en la cara es algo normal en las citas y no duele (98,8%), o que la violencia en las citas es un problema solo de la pareja (97,4%). También discrepan de que el control sobre el otro se justifique por la sensación de gustar demasiado (98,2%), y que burlarse de las opiniones del novio (80,8%) o ejercer poder sobre él no es violencia (97,8%) (Tabla 3). Los participantes no están de acuerdo en que, si el novio se siente molesto, tiene derecho a gritarle incluso si es en público (95.5%), que los novios solo pueden irse si salen juntos (95.8%), o deben vestirse para complacerse mutuamente (93.0%). Tampoco están de acuerdo en que la violencia en el noviazgo no tenga consecuencias psicológicas (95,5%) o que solo tenga consecuencias físicas (96,8%) (Tabla 3). Tabla 3 - Situaciones sutiles de violencia poco percibidas por los jóvenes universitarios. n%IC95%La violencia en el noviazgo ocurre porque las parejas piensan que tienen derecho a imponerse el uno al otro.Convenir43486,583,289,2Discrepar6813,610,816,8Una bofetada en la cara es algo normal en las citas y está bienConvenir61,20,52,6Discrepar49798,897,499,5La violencia en el noviazgo es un problema que solo concierne a la pareja de noviosConvenir132,61,54,4
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1655 Discrepar49397,495,698,5El novio solo controla al otro porque le gusta muchoConvenir91,80,93,4Discrepar49798,296,699,1Burlarse de las opiniones del novio no es violenciaConvenir9719,316,022,9Discrepar40780,877,184,0Ejercer poder sobre tu novio no es violenciaConvenir112,21,23,9Discrepar49497,896,198,8Si mi novio me contradice, tengo derecho a gritarte incluso si es en público.Convenir234,63,06,8Discrepar48395,593,297,0Los novios solo pueden irse si van juntosConvenir214,22,76,3Discrepar48395,893,797,3Los novios deben vestirse para complacerse mutuamenteConvenir357,05,09,5Discrepar46893,090,595,0La violencia en el noviazgo no tiene consecuencias psicológicasConvenir234,63,06,8Discrepar48395,593,297,0La violencia en el noviazgo solo tiene consecuencias físicasConvenir163,21,95,1Discrepar49096,894,998,1Fuente: Elaborado por los autores a partir de los datos de la investigación Discusión Los resultados del estudio demostraron el predominio de mujeres universitarias, con ingresos superiores a un salario mínimo y viviendo con sus padres, hallazgos que corroboran un estudio realizado con estudiantes universitarias de la Universidad Federal de Paraná, en esta misma perspectiva (KREFER; VAYEGO, 2019). La mayoría no percibe el barrio en el que viven como un lugar violento, son hijos de padres casados o en unión estable, y reportaron nunca haber sufrido violencia por parte de sus padres. Se sabe que la exposición a la violencia en el hogar es uno de los precursores del riesgo de experimentar violencia en las relaciones de noviazgo y, por lo tanto, los adolescentes y jóvenes que han presenciado o presenciado violencia conyugal durante largos o cortos períodos tienden a replicar los abusos visualizados, actuando
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1656 agresivamente en sus relaciones, debido a la tendencia de naturalización de la violencia en su vida cotidiana (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). Se observó que la prevalencia de depresión entre los participantes fue baja, considerando la aplicación del Inventario de Puntaje de Beck, divergiendo del resultado de un estudio realizado con estudiantes de enfermería de una universidad pública federal, que mostró una fuerte prevalencia de depresión moderada a severa, así como síntomas de ansiedad, siendo las mujeres las más afectadas (FERNANDES et al.,2018). Esto parece indicar que, en nuestro modelo de sociedad, el papel social dado a las mujeres, ligado a las diversas cuestiones culturales de género, tiene el potencial de producir sufrimiento y se convierte en un grave factor de riesgo (KREFER; VAYEGO, 2019). Otro aspecto que se identificó en los resultados fue el hecho de que los participantes entendieron que los celos son una de las principales causas de la violencia en el noviazgo. A pesar de ser considerados comunes en las relaciones amorosas, los celos excesivos pueden ser un riesgo para la relación y también para la salud mental de los involucrados, convirtiéndose en un problema en la relación cuando la pareja ya no tiene una relación sana y los conflictos se vuelven perjudiciales para la calidad de la relación (TURATTI; LUCAS, 2016). En esta perspectiva, un estudio realizado con 3.205 adolescentes, de entre 15 y 19 años, estudiantes de secundaria de escuelas públicas y privadas de 10 capitales brasileñas, mostró que los celos y la infidelidad han sido factores que legitiman y justifican la agresión física entre novios, tanto por parte de niños como de niñas. Esta legitimidad está respaldada por normas de género que se expresan en la violencia como construcción de la masculinidad, en la banalización de la violencia física femenina y en la violencia física contra las niñas perpetrada por ambos sexos (OLIVEIRA et al.,2016). La violencia como construcción de la masculinidad se expresa cuando los jóvenes califican la agresión física como algo intrínseco al hombre y la perciben como algo más practicado por los novios contra sus parejas que al revés. La violencia cometida por las niñas se considera menos dañina, y la perpetración de una agresión física se identifica como una forma de video y autodefensa frente a la agresión sufrida por sus parejas (OLIVEIRA et al.,2016). En cuanto a obligar al novio a iniciar una actividad sexual en contra de su propia voluntad, la mayoría de las participantes encuestadas reconocen este contexto como violencia en las citas, coincidiendo en que el embarazo no deseado puede ser consecuencia de este comportamiento violento dentro de la relación. En una investigación realizada por la
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1657 Universidad de Goiás, la intimidación y / o la intimidación inducida para participar y / o realizar conductas sexuales en desacuerdo con ellos se identificaron como violencia sexual. Aunque este tipo de abuso fue reconocido como violencia por algunos participantes, también se perpetuó bastante, lo que demuestra cierta banalización (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). En relación con algunas actitudes en una relación, la mayoría no está de acuerdo en que uno siempre debe hacer lo que le agrada a la pareja, que la pareja debe vestirse de la manera que agrada al otro, y que los novios provocan violencia por la forma en que se visten. En una investigación realizada con 30 jóvenes universitarias, percibimos el perfil de dominación masculina en la forma en que estos individuos las trataban como objetos, evidente en las acciones de determinar cómo y con quién debían relacionarse; la actitud de comportamiento social; y la determinación de cómo deben o no vestirse (SIMÕES et al.,2019). La agresión psicológica se practica comúnmente en las relaciones, entendida como una estrategia utilizada para supuestamente evitar la traición y controlar el comportamiento de la pareja, y en muchos casos no se reconoce como violencia en sí misma (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Teniendo en cuenta el hecho de que un empujón en el otro es o no visto como violencia, para la mayoría de los participantes de este estudio, esta actitud fue identificada como un acto violento contra la pareja. En este contexto, una encuesta realizada en Portugal, con estudiantes de entre 16 y 24 años, actitudes como "arrojar objetos a otra persona"; "patadas o cabezazos"; y "dar sacudidas violentas" también fueron percibidas como actitudes violentas, corroborando el estudio en cuestión, y la mayoría de estos actos fueron realizados por individuos masculinos hacia las niñas (BESERRA et al.,2016). El escenario social en el que estalla esta violencia se caracteriza por la vigencia de la ideología machista intercalando las relaciones de género, resultando en la naturalización de la dominación masculina (BITTAR; NAKANO, 2017). Bourdieu también destaca la violencia simbólica, suave, insensible, invisible para sus propias víctimas, que se ejerce esencialmente a través de los caminos puramente simbólicos de la comunicación y el conocimiento. La violencia simbólica difiere de la violencia física, pero en algunos casos puede expresarse de esta forma. Esta relación social ofrece una oportunidad única para captar la lógica de la dominación, ejercida en nombre de un principio simbólico conocido y reconocido tanto por el dominante como por el dominado, un lenguaje (o una forma de hablar) y / o un estilo de vida (o una forma de pensar, hablar o actuar), y este tipo de agresión se vuelve mucho más dañina cuando se sitúa en asuntos de raza, etnia y clase social (BOURDIEU, 2007).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1658 Otro hallazgo importante fue el hecho de que los participantes no están de acuerdo en que la pareja tiene derecho a besar al otro cuando lo deseen, incluso si esta no es la voluntad del otro en este momento. En la Escola Superior de Educación de Lisboa, la investigación realizada con adolescentes identificó que el 23,7% de ellos ya han sido besados por su pareja cuando no querían, además de ser tocados sexualmente contra su voluntad, y amenazados con tener relaciones sexuales con sus parejas también en contra de su voluntad (GAMA; MUY VERANIEGO; THOMAS, 2017). Se enfatiza que el contexto de violencia en el noviazgo contribuye a una reducción en la calidad de vida y bienestar psicológico de quienes se involucran en la situación de violencia, así como al bajo rendimiento académico y deserción escolar (BORGES, 2016). Los estudiantes, según sus respuestas, no están de acuerdo en que los novios puedan leer los mensajes del teléfono celular del otro cuando lo deseen, incluso sin autorización. Estos hallazgos son consistentes con el resultado de otros estudios, en los que las relaciones íntimo-afectivas se caracterizan por comportamientos abusivos, con parejas celosas y controladoras, que tienden a prohibir y/o determinar con quién debe hablar la pareja, la ropa que deben usar, y controlar la contraseña del teléfono móvil o aplicaciones de mensajería (SIMÕES et al.,2019; Souza, SOUZA, PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Se sabe que la sensación de inseguridad a menudo resulta en el deseo desenfrenado de controlar las acciones y actitudes del otro, debido a una concepción cultural persistente, lo que puede hacer que estas actitudes controladoras se identifiquen como actos de amor y cuidado (SIMÕES et al.,2019). Sin embargo, todas estas conductas conforman las características de la violencia psicológica (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Cabe considerar que es necesario una mirada más detallada a los significados atribuidos adiversas situaciones de violencia cotidiana, teniendo en cuenta los límites más amplios que presenta este problema. Por lo tanto, la comprensión de la violencia que se perpetúa dentro de las relaciones de noviazgo debe verse más allá de la comprensión del cuidado y el amor, porque estas relaciones impregnan situaciones de dominación, a través del poder simbólico. Esta construcción social, basada en la dominación del otro, es abordada por Pierre Bourdieu, quien también utiliza el concepto de dominación para analizar las relaciones de género, donde lo masculino casi siempre domina lo femenino (BOURDIEU, 2007). El proceso de dominación simbólica tiene lugar de una manera sutil y eficiente porque la mayoría de las mujeres no son conscientes de su condición dominada (BITTAR; NAKANO, 2017).
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1659 En cuanto al acuerdo de la mayoría de los jóvenes sobre el hecho de que la violencia en el noviazgo se produce porque las parejas piensan que tienen derecho a imponerse el uno al otro, y el desacuerdo de que el control sobre el otro se justifica por el sentimiento de gusto mucho, va a encontrarse con el control masculino permeado en las relaciones afectivas en un proceso de construcción social cultural, donde se identifica la violencia simbólica contra las mujeres, que se perpetúa a lo largo de la historia (BITTAR; NAKANO, 2017). Aunque la dominación masculina es bien reconocida incluso por los individuos masculinos, también puede ser una premisa percibida y perpetrada por las mujeres, que pueden identificar a la pareja amorosa como un objeto de pertenencia a ellas, generando el sentimiento de posesión, que se acompaña de celos y, posteriormente, agresión física (OLIVEIRA et al.,2016). La división socialmente construida entre los sexos es evidente y adquiere así todo un reconocimiento de legitimación, conformándola a los principios de una visión mítica del mundo, enraizada en la relación arbitraria de dominación de los hombres sobre las mujeres. El orden social funciona como una inmensa máquina simbólica que tiende a ratificar la dominación masculina en la que se basa: es la división social del trabajo, una distribución muy estricta de las actividades atribuidas a cada uno de los dos sexos (BOURDIEU, 2007). La violencia es el resultado de la compleja interacción de factores individuales, relacionales, sociales, culturales y ambientales. Comprender cómo estos factores están relacionados con la violencia es uno de los pasos importantes en el enfoque de salud pública para la prevención de la violencia (DAHLBERG; KRUG, 2007). Además, hubo desacuerdo de la mayoría de los participantes en que una bofetada en la cara es algo normal en las citas; que la violencia en el noviazgo es un problema solo de la pareja; y que burlarse de las opiniones del novio o ejercer poder sobre él no es violencia. Estos hallazgos son consistentes con otro estudio que señaló preguntas sobre la violencia relacional, en el que el 14% de los estudiantes entrevistados ya fueron tomados por su pareja, quien hizo poco caso para él frente a otras personas (GAMA; MUY VERANIEGO; THOMAS, 2017). Se considera que esta dinámica que implica una mezcla de amor y violencia, especialmente en las relaciones de noviazgo de adolescentes y jóvenes, puede ser un predictor de violencia futura en la relación, con un impacto en la experiencia armoniosa de la pareja y sus hijos (BESERRA et al.,2016). La violencia en las relaciones íntimas no es una experiencia inusual entre los jóvenes, y actualmente es ampliamente reconocida como un problema de dimensiones preocupantes y efectos alarmantes, no solo a nivel individual, sino en toda la esfera social. Los grupos de edad
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1660 más jóvenes no son inmunes a este problema, sugiriendo la existencia de indicadores significativos de victimización y agresión, o el mantenimiento de discursos que legitiman este tipo de violencia (CARIDAD; MACHADO, 2013). En los resultados obtenidos, también se observó que los sujetos no están de acuerdo en que, si uno de los dos se siente molesto con la pareja, la pareja tiene derecho a gritarle, y que solo pueden irse si van juntos. Un estudio similar mostró que, entre las conductas sufridas por las víctimas, destacan los insultos, el chantaje emocional, el hecho de que sus parejas les griten con el fin de intimidarlos, como impedirles tener amigos, y hablar o salir con ellos (BORGES, 2016). Se enfatiza que las situaciones que caen en prohibiciones e intimidaciones en las relaciones afectivas muchas veces no se entienden como violencia, basada en el mito del amor romántico, lo que hace que muchas parejas no se impongan en estas situaciones creyendo en un ideal de felicidad eterna y que las agresiones pasarán, sin reconocer que esto se presenta como un desencadenante de situaciones de violencia a largo plazo (FERRIANI et al.,2019). Con respecto a las consecuencias de la violencia en el noviazgo, los estudiantes universitarios afirman que hay consecuencias psicológicas y físicas. La violencia física se identifica como la modalidad más reconocida, sin embargo, las agresiones psicológicas y morales tienen una mayor prevalencia a pesar de no ser a menudo percibidas como abusivas. Así, la violencia psicológica y moral puede estar más presente en las relaciones (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). La violencia en las citas durante la adolescencia es un hecho frecuente y forma parte de la realidad de los jóvenes de diferentes clases sociales; la violencia en las relaciones íntimas es un fenómeno multicultural, que posee una alta extensión y gravedad, y trae consecuencias a la salud física y mental de los involucrados, a corto y largo plazo (SILVA et al.,2019). Caridade y Machado consideran que la comprensión de la violencia en el noviazgo depende de un modelo integrador de los diversos factores integrales, complejos y multidimensionales, ya sean individuales, interpersonales, estructurales y/o culturales, que interactúan entre sí en los comportamientos de violencia en el noviazgo (CARIDAD; MACHADO, 2013). La violencia no forma parte de la naturaleza humana, es un fenómeno biopsicosocial complejo y dinámico que se forma y se desarrolla en el contexto de la sociedad. La interacción de estas predisposiciones con factores familiares, culturales, comunitarios u otros puede conducir a situaciones de violencia (DAHLBERG; KRUG, 2007).
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1661 Conclusión Los hallazgos de la investigación demuestran el carácter dominante y dañino experimentado en muchas relaciones de noviazgo, especialmente en la fase juvenil, con la mayoría de las situaciones de abuso no reconocidas como violencia, y naturalizadas dentro de estas relaciones afectivas. La mayoría de los participantes reconocen la violencia en las relaciones de noviazgo, aunque no identifican varias situaciones cotidianas como violencia en sí, y entienden que los celos son vistos como un factor predisponente para la ocurrencia de violencia en las relaciones de noviazgo. Considerando el inicio de las relaciones de noviazgo en la fase de adolescencia y juventud, y para evitar la experiencia de relaciones afectivas con violencia, se necesitan acciones de concientización ya en estas fases de la vida para prevenir la ocurrencia de violencia en las relaciones afectivas a largo plazo. Por lo tanto, son esenciales políticas públicas efectivas, orientadas a esclarecer a adolescentes y jóvenes sobre los aspectos que involucran este problema, y posibilitar la construcción de estrategias para promover relaciones íntimas saludables desde la deconstrucción de mitos románticos del amor. Aunque se trata de un contexto circunscrito, los resultados obtenidos contribuyen al debate sobre el papel que las instituciones educativas, desde las escuelas hasta incluso las universidades, asumen, o pueden asumir, en el desconocimiento del fenómeno y en la intervención del problema. Las limitaciones del estudio implican el hecho de que muchos participantes se negaron a participar en la investigación justificando no saber qué discutir sobre el tema en cuestión, evidenciando la complejidad en abordar el tema de la violencia, especialmente cuando se trata de lo experimentado en las relaciones de noviazgo. REFERENCIAS ANDRADE, T. A.; LIMA, A. O. Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura.Desidades, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 20-35, 2018. Disponible en: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003&lng=pt&nrm=iso. Acceso: 29 abr. 2020. BECK, A. T. et al. An inventory for measuring depression. Arch Gen Psychiatry, v. 4, p. 561-571,1961. Disponible en: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/487993. Acceso: 30 abr. 2020. BESERRA, M. A. et al. Prevalência e características da violência no namoro entre adolescentes escolares de Portugal. Esc. Anna Nery, v.20, n. 1, p. 183-191, 2016. Disponible
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1662 en: https://www.scielo.br/pdf/ean/v20n1/1414-8145-ean-20-01-0183.pdf. Acceso: 18 mayo 2020. BITTAR, D. B.; NAKANO, A. M. S. Symbolic violence among adolescents in affective dating relationships. Rev. Esc. Enferm, São Paulo, v. 51, e03298, 2017. Disponible en: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342017000100482&lng=pt. Acceso: 30 abr. 2020. BORGES, I. A. Violência no namoro e consumos de substâncias em jovens estudantes universitários. 2016. Dissertação (Mestrado em Criminologia) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2016. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/5338. Acesso em: 06 mar. 2020. BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. CARIDADE, S.; MACHADO, C. Violência nas relações juvenis de intimidade: Uma revisão da teoria, da investigação e da prática. Psicologia, v. 27, n. 1, p. 91-113, 2013. Disponible en: https://revista.appsicologia.org/index.php/rpsicologia/article/view/244. Acceso: 23 mayo 2020. CONCEIÇÃO, T. B. et al. Assimetria e simetria de gênero na violência por parceiro íntimo em pesquisas realizadas no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 11, p. 3597-3607, 2018. Disponible en: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232018001103597&lng=pt&nrm=iso. Acceso: 06 mayo 2020. DAHLBERG, L.; KRUG, E. Violência: Um problema global de saúde pública. Ciência e Saúde Coletiva, n. 11, p. 1163-1178, 2007. Disponible en: https://www.scielosp.org/article/csc/2006.v11suppl0/1163-1178/. Acceso: 10 abr. 2020. FERNANDES, M. A. et al. Prevalence of anxious and depressive symptoms in college students of a public institution. Rev Bras Enferm, v. 71, n. 5, p. 2169-2175, 2018. Disponible en: https://www.scielo.br/pdf/reben/v71s5/pt_0034-7167-reben-71-s5-2169.pdf. Acceso: 18 abr. 2020. FERRIANI, M. G. C. et al. Compreendendo e contextualizando a violência nas relações de intimidade entre adolescentes. Esc. Anna Nery, v. 23, n. 3, e20180349, 2019. Disponible en: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452019000300214&script=sci_arttext&tlng=pt. Acceso: 10 mayo 2020. GAMA, A.; VERÍSSIMO, A.; TOMÁS, C. Violência no Namoro na Escola Superior de Educação de Lisboa. Ex aequo, n. 36, p. 77-98, 2017. Disponible en: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602017000200006&lng=pt&nrm=iso. Acceso: 30 abr. 2020. KREFER, L.; VAYEGO, S. A. Prevalência de sintomas depressivos em estudantes universitários. Brazilian Journal of Mental Health, v. 11, n. 28, p. 170-181, 2019. Disponible en: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/68838/41449. Acceso: 20 abr. 2020.
image/svg+xmlViolencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1663 MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. NELAS, P. et al. Violência no namoro, adaptabilidade e coesão familiar em estudantes do ensino superior. International Journal of Developmental and Educational Psychology INFAD de Psicología, Espanha, v. 2, n. 1, p. 357-364, 2016. Disponible en: http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/234/242. Acceso: 30 abr. 2020. OLIVEIRA, Q. B. M. et al. Violência Física Perpetrada por Ciúmes no Namoro de Adolescentes: Um recorte de Gênero em Dez Capitais Brasileiras.Psic.: Teor. e Pesq.,Brasília, v. 32, n. 3, e32323, 2016. Disponible en: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722016000300236&lng=en&nrm=iso. Acceso: 29 abr. 2020. OMS. Organização Mundial da Saúde. Prevenindo a violência juvenil: Um panorama das evidências. São Paulo: OMS, 2016. Disponible en: https://nev.prp.usp.br/wp-content/uploads/2016/10/Prevenindo-a-viole%CC%82ncia-juvenil-Pt-Br-1.pdf. Acceso: 10 abr. 2020. SILVA, A. M. et al. Violência nas relações de intimidade envolvendo adolescentes: Perspectivas e desafios para a educação e saúde. Rev Caravana - Diálogos entre Extensão e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 137-148, 2019. Disponible en: http://caravana.ifpe.edu.br/index.php/caravana/article/view/377/pdf. Acceso: 27 abr. 2020. SIMÕES, A. V. et al. Relações afetivas íntimas de jovens universitários: narrativas de estudantes de enfermagem. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, e34355, 2019. Disponible en: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/viewFile/34355/29587. Acceso: 30 abr. 2020. SOUZA, T. M. C.; PASCOALETO, T. E.; MENDONÇA, N. D. Violência contra mulher no namoro: Percepções de jovens universitários. Revista Psicologia e Saúde, Campo Grande, v. 10, n. 3, p. 31-43, set./dez. 2018. Disponible en: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2018000300004&lng=pt. Acceso: 27 abr. 2020. TAQUETTE, S. R.; MONTEIRO, D. L. M. Violência e namoro na adolescência: Uma revisão de literatura.Desidades, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-35, abr./jun. 2018. Disponible en: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003. Acceso: 02 sept. 2021. TURATTI, M. C.; LUCAS, M. G. Compreendendo o ciúme na relação conjugal: Um olhar sistêmico. Unoesc &Amp; Ciência - ACBS, v. 7, n. 2, p. 145–152, 2016. Disponible en: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/11945. Acceso: 06 abr. 2020. WHO. World Health Organization. Violence prevention: the evidence. Centre for Public Health, 2009.
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA yFlávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1664 Cómo hacer referencia a este artículo MELO, R. A.; ALMEIDA, T. K. P.; FERNANDES, F. E. C. V. Violencia de pareja según la vista de los jóvenes universitarios. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1647-1664, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 Enviado en:09/09/2021 Revisiones requeridas en: 20/02/2022 Aprobado en: 13/05/2022 Publicado en: 01/07/2022 Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação. Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1642 DATING VIOLENCE IN THE VIEW OF YOUNG COLLEGE STUDENTS VIOLÊNCIA NO NAMORO NA VISÃO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS VIOLENCIA DE PAREJA SEGÚN LA VISTA DE LOS JÓVENES UNIVERSITARIOS Rosana Alves de MELO1Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA2Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES3ABSTRACT:This research aims to analyze the knowledge of college students about situations of violence in dating relationships. Descriptive and cross-sectional research with a quantitative approach, carried out with 506 university students. Data collection was from May to June 2019 and analysis using descriptive statistics with frequency distribution in their absolute and relative values. It was observed that jealousy was identified as the main precursor of conflicts in relationships; and low school performance and unwanted pregnancy were seen as a possible consequence of violence in the relationship. Most participants had no evidence of depression on the Beck Score. Thus, it is concluded that some everyday situations experienced in relationships are not recognized as violence and, therefore, it is necessary to implement actions and policies to raise awareness and prevent affective violence in adolescence and youth. KEYWORDS: Violence. Young adult. Adolescent. RESUMO: Esta pesquisa objetiva analisar o conhecimento de jovens universitários sobre situações de violência nas relações de namoro. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal de abordagem quantitativa, realizada com 506 jovens universitários. A coleta dos dados ocorreu entre maio e junho de 2019, recorrendo-se a análise por estatística descritiva com distribuição de frequência em seus valores absolutos e relativos. Observou-se que o ciúme foi apontado como o principal precursor dos conflitos nos relacionamentos; e o baixo rendimento escolar e a gravidez indesejada foram vistos como uma possível consequência da violência no relacionamento. A maioria dos participantes não apresentou nenhuma evidência de depressão pelo Escore de Beck. Assim, conclui-se que algumas situações cotidianas vivenciadas nos relacionamentos não são reconhecidas como violência e, dessa forma, é 1Federal University of São Francisco Valley (UNIVASF), Petrolina – PE – Brazil. Associate professor of the nursing collegiate and permanent professor of the Postgraduate Program in Dynamics of Development of the Semi-Arid Region (PPGDIDES). PhD in Therapeutic Innovation (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9217-921X. E-mail: rosana.melo@univasf.edu.br 2Municipal Administration of Petrolina (PMP), Petrolina – PE – Brazil. Nurse of the Family Health Team. Master in Environmental Science and Technology for the Semiarid Region (UPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4537-5215. E-mail: thainara_kauanne@hotmail.com 3University of Pernambuco (UPE), Petrolina – PE – Brazil. Associate professor of the nursing collegiate and permanent professor of the Graduate Program in Teacher Training and Interdisciplinary Practices (PPGFPPI). PhD in Therapeutic Innovation (UFPE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2840-8561. E-mail: flavia.fernandes@upe.br
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1643 necessária a implementação de ações e políticas de conscientização e prevenção da violência afetiva na fase da adolescência e juventude. PALAVRAS-CHAVE: Violência. Adulto jovem. Adolescente. RESUMEN:Esta investigación tiene como objetivo analizar el conocimiento de jóvenes universitarios sobre situaciones de violencia en las relaciones amorasas. Se trata de una investigación descriptiva y transversal de abordaje cuantitativo realizada con 506 estudiantes universitarios. La recolección de datos ocurrió entre mayo y junio de 2019, utilizando análisis estadístico descriptivo con distribución de frecuencias en sus valores absolutos y relativos.Se observó que los celos fueron identificados como el principal precursor de conflictos en las relaciones; y el bajo rendimiento escolar y los embarazos no deseados se vieron como una posible consecuencia de la violencia en la relación. La mayoría de los participantes no tenían evidencia de depresión en el puntaje de Beck. Así, se concluye que algunas situaciones cotidianas vividas en las relaciones no son reconocidas como violencia y, por lo tanto, es necesario implementar acciones y políticas de sensibilización y prevención de la violencia afectiva en la adolescencia y juventud. PALABRAS CLAVE: Violencia. Adulto joven. Adolescente. Introduction Dating violence is a serious phenomenon of high magnitude, with significant prevalence at national and international levels, as well as consequences on the physical and mental health of individuals (NELAS et al., 2016). In this context, the abusive actions experienced in the intimate relationships of adolescents and young people are considered a worrying social problem (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). According to the World Health Organization, dating violence can be defined as behavior within an intimate relationship that causes physical, sexual, or psychological harm, including acts of physical aggression, sexual coercion, psychological abuse, and controlling behaviors (WHO, 2009). Thus, dating violence is a strong predictor of marital violence, usually beginning in relationships in adolescence and early adulthood, and may intensify and become chronic in marital relationships (WHO, 2016; SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). The experience of violence in dating relationships stems from multiple causes of different natures, involving individual, social and cultural aspects, which require intersectoral actions for an effective approach (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). There are several explanatory models for the occurrence of violence in affective-sexual relationships among adolescents (BITTAR; NAKANO, 2017). Among them, one can highlight the
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1644 sociodemographic factors (gender, age, ethnicity, religion); environmental (observe violence in the community where they live); intrapersonal (depression, low self-esteem); contextual (consumption of alcohol and other drugs); and family (observe interparental violence, mistreating parenting practices, childhood sexual abuse), the latter being a basic predictor for its occurrence (TAQUETTE; MONTEIRO, 2018). In the social field, policies to combat affective violence and the fight for equality between genders have become widespread in search of more egalitarian and symmetrical affective-sexual relationships. However, traditional values that endorse violence between intimate partners still persist and that adolescents and young people use as a premise to maintain aggression against their partners (OLIVEIRA et al., 2016). All this is based on cultural machismo and symbolic power relations, which are still strongly present in contemporary times, and make gender violence perpetuated, and a reference to differentiate men and women (BITTAR; NAKANO, 2017). One of the most aggravating factors of violence in dating relationships is the non-perception of what is configured as violence within the affective relationship and the naturalization with which they are perceived and reproduced in the daily lives of these adolescents and young people (OLIVEIRA et al., 2016). Moreover, the perpetuation of violence, especially in the early stages of life, has the potential to cause a significant impact, with physical, social, and emotional consequences in the lives of those involved (ANDRADE; LIMA, 2018). These consequences involve changes in sleep patterns; eating disorders; body image distortion, anxiety, fear, guilt, shame, emotional dependence, and depressive behaviors, among others (ANDRADE; LIMA, 2018). Moreover, in this context of affective relationships between younger individuals, victimization is bidirectional, i.e., both males and females perpetuate violence, with a difference only in the form and intensity of the violence spread against the partner (CONCEIÇÃO et al., 2018). However, women are at greater risk of being victims in these relationships, suffering mainly sexual abuse by the intimate partner (WHO, 2016). It is noteworthy that many records on violence in dating relationships are incipient, due to the fact that many adolescents and young people hide these occurrences, out of fear, shame or difficulty in dialogue, especially among parents and family members who would be important references and support for their children (ANDRADE; LIMA, 2018; SIMÕES et al., 2019). Meanwhile, considering the information listed, and the scarcity of publications from the perspective of dating violence, especially when it comes to the identification of situations
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1645 of violence experienced and practiced against the intimate partner and coping with this phenomenon, the research started with the following question: how do young college students perceive the violence experienced in dating? Thus, the objective of the study was to analyze the knowledge of young college students about situations of violence in dating relationships. Method This is an analytical and descriptive research with a quantitative approach. The quantitative approach uses mathematical language to describe the causes of a phenomenon, the relationships between variables, among others. The analytical and descriptive research has as its main objective to describe characteristics of a given social reality (MINAYO et al., 2009). The research was developed between the months of May and June 2019, with 506 young university students enrolled in a federal public higher education institution and another private institution, both located in a municipality in the interior of northeastern Brazil. Inclusion criteria adopted were young people between 19 and 24 years old, duly enrolled in any of the Institutions' courses; being in an affective relationship currently or having already had at least one loving/affectionate relationship in the last three years. The exclusion criteria were young people who, even though they were enrolled in an undergraduate course at the researched institutions, had locked their enrollment or had a medical certificate during the research period. The number of participants was established based on a sample calculation using the Sample Size Calculation for X-Sectional Surveys program, using a design of 1.5, considering the need to correct for imprecision due to the conglomerate sampling process. The calculation had a confidence level of 95% and sampling error of 5%. The participants were recruited in the classroom, where the purpose of the research and its operation was explained to the class, and those who showed interest in participating could signal so that the researchers could approach them at a later time, in a way that was more convenient for those interested. The data were collected through a self-administered questionnaire designed by the researchers. The questionnaire had multiple choice questions, and was elaborated in three sections: 1) the first section had 19 questions referring to socio-demographic and economic data, with the following variables: age; sex; dating relationship; family income; parents' marital status; who lives with them; if they have ever suffered violence from their parents; 2) the second section had 28 specific questions referring to
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1646 intimate partner violence; 3) the third section included the Beck Depression Scale/Beck Depression Inventory, with 21 items (BECK et al, 1961). All the aforementioned items were self-applicable, so that the participant answered the questions that were most similar to his/her reality. The data collected were analyzed from descriptive statistics through the distribution of their absolute and relative values. The 95% Confidence Intervals (95%CI) for the proportion were calculated, assuming the Binomial distribution. The research followed all the ethical and legal precepts contained in resolution 466/2012, being approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of São Francisco Valley, under opinion number 2.936.52 and CAAE number 97242018.2.0000.5196. Initially, the participants were informed about the study objectives and, after due clarification, they were asked to sign the Informed Consent Form, making clear the researcher's commitment to the secrecy and confidentiality of information, and ensuring the participant's right to refuse to participate in the research and/or to withdraw from the study at any time. Results Analyzing the socio-demographic and economic profile of the study participants, we observed a higher proportion of young people between 20 and 24 years old (65.4%), women (74.1%), with income greater than one minimum wage (66.3%), living with father, mother, or both (58.1%), and being married or in a stable union (60.1%). Most of them do not have a boyfriend or were in a dating relationship at the time of the study (52.3%). There was also a predominance of those who did not perceive the neighborhood in which they lived as violent (82.0%), as well as those who did not suffer violence from their parents at any time in their lives (78.7%). Analyzing the level of depression according to Beck's score, it was observed that the majority (66.6%) did not show any depression (Table 1). Table 1 – Sociodemographic and economic profile and risk stratification of depression, according to Beck's scale n%IC95%Age 19 years old17534,630,638,920 to24 years old33165,461,169,4Gender Female 366 74,1 70,0 77,8
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1647 Male 128 25,9 22,2 30,0 Family incomeNo fixed income or up to 1 minimum wage16933,729,738,0More than 1 minimum wage 33266,362,070,3Parents’ marital status Single/divorced/widow20239,935,744,3Married/stable union 30460,155,764,3With whom onelivesAlone469,26,912,1Father, mother or both29158,153,762,3Relatives, friends or others16432,728,837,0Has a boyfriend/girlfriend or is in a loving relationshipYes 23647,743,352,1No 25952,347,956,7Does oneconsider the neighborhood in which onelivesviolent?Yes9018,014,921,6No41082,078,485,1Has oneever suffered any violence from one’sparents?Yes10721,317,925,1No39678,774,982,1Classification of depression by the Beck scale No depression337 66,6 62,4 70,6 Mild depression89 17,6 14,5 21,2 Moderate depression52 10,3 7,9 13,3 Severe depression285,53,87,9Source: Prepared by the authors, based on survey data Regarding the situations of violence perceived by young college students, it was observed that most of them agree that jealousy is one of the main causes of dating violence (92.3%), and that forcing the boyfriend/girlfriend to start sexual activity against their will is a form of violence (90.3%), while they agree with the existence of violence in dating relationships (96.8%). As for some attitudes practiced within the affective relationship, most disagree that when dating, one should always do what pleases the other (71.5%), a push is not a violent behavior (95.9%), and that boyfriends and girlfriends provoke violence by the way they dress (87.3%) (Table 2). Most agree that low school performance (51.4%) and unwanted pregnancy (55.0%) can be consequences of dating violence, however, they disagree that uncommon friends harm the dating relationship (86.3%) and that they have the right to kiss their boyfriend/girlfriend whenever they want (84.3%). They also disagree that boyfriends and girlfriends can read each other's cell phone messages whenever they want (62.4%), and that boyfriends and girlfriends
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1648 should always tell their partners where they are (69.6%) or with whom they are (74.0%) (Table 2). Table 2 – Situations of violence perceived by university students n%IC95%Jealousy is one of the main causes of dating violenceAgree46692,389,694,3Disagree397,75,710,4There is not such a thing as dating violenceAgree163,21,95,1Disagree49096,894,998,1When you are dating, you should always do what pleases the other personAgree14228,524,732,7Disagree35671,567,375,3A push is not a violent behaviorAgree214,22,76,3Disagre48595,993,797,3Boyfriends/girlfriends provoke violence by the way they dressAgree6412,710,115,9Disagre44087,384,189,9Low school performance can be a consequence of dating violenceAgree25851,447,055,8Disagre24448,644,253,0Non-common friends harm the dating relationshipAgree6913,710,917,0Disagre43586,383,089,1I have the right to kiss my boyfriend/girlfriend whenever I wantAgree7915,712,819,2Disagre42384,380,887,2Unwanted pregnancy can be a consequence of dating violenceAgree27755,050,659,3Disagre22745,040,749,4Boyfriends and girlfriends can read each other's cell phone messages whenever they wantAgree18937,633,441,9Disagre31462,458,166,6Boyfriends and girlfriends should always tell their partners where they areAgree15330,426,534,6
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1649 Disagre35069,665,473,5Boyfriends and girlfriends should always tell their partners who they are withAgree13126,022,430,1Disagre37274,069,977,6Forcing the boyfriend/girlfriend to initiate sexual intercourse is a form of violenceAgree45690,387,492,6Disagre499,77,412,6Source: Prepared by the authors from the research data There was agreement from most young college students about the statement that dating violence occurs because couples think they have the right to impose themselves on each other (86%), while they disagree that a slap in the face is something normal in dating and does no harm (98.8%), or that dating violence is only a problem of the couple (97.4%). They also disagree that control over the other is justified by the feeling of liking a lot (98.2%), and that making fun of the boyfriend's opinions (80.8%) or exerting power over him/her is not violence (97.8%) (Table 3). The participants do not agree that if their boyfriend/girlfriend feels unhappy, he/she has the right to yell at him/her, even if it is in public (95.5%), that boyfriend/girlfriend can only go out together (95.8%), or that they should dress to please each other (93.0%). They also do not agree that dating violence has no psychological consequences (95.5%) or that it only has physical consequences (96.8%) (Table 3). Table 3 – Subtle situations of violence little noticed by university students. n%IC95%Dating violence occurs because couples think they have the right to impose themselves on each otherAgree43486,583,289,2Disagree6813,610,816,8A slap in the face is a normal part of dating and is okayAgree61,20,52,6Disagree49798,897,499,5Dating violence is a problem that only concerns the dating coupleAgree132,61,54,4Disagree49397,495,698,5The boyfriend/girlfriend only controls the other because he/she likes him/her so much)Agree91,80,93,4Disagree49798,296,699,1
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1650 Making fun of your partner's opinions is not violenceAgree9719,316,022,9Disagree40780,877,184,0Exerting power over your boyfriend/girlfriend is not violenceAgree112,21,23,9Disagree49497,896,198,8If my boyfriend/girlfriend contradicts me, I have the right to yell at him/her, even if it is in publicAgree234,63,06,8Disagree48395,593,297,0Couples can only go out if they go out togetherAgree214,22,76,3Disagree48395,893,797,3Boyfriends and girlfriends should dress to please each otherAgree357,05,09,5Disagree46893,090,595,0Dating violence has no psychological consequencesAgree234,63,06,8Disagree48395,593,297,0Dating violence has only physical consequencesAgree163,21,95,1Disagree49096,894,998,1Source: Prepared by the authors from the research data Discussion The results of the study showed the predominance of female college students, with an income greater than one minimum wage and living with their parents, findings that corroborate a study conducted with college students from the Federal University of Paraná, in this same perspective (KREFER; VAYEGO, 2019). Most do not perceive the neighborhood in which they live as a violent place, are children of parents who are married or in a stable union, and reported never having suffered violence from their parents. It is known that exposure to violence at home is one of the precursors of risk for experiencing violence in dating relationships and, thus, adolescents and young people who have witnessed or witness marital violence for long or short periods tend to replicate the visualized abuses, acting aggressively in their relationships, by the tendency to naturalize violence in their daily lives (TAQUETTE; MONTEIRO,2018).
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1651 It was observed that the prevalence of depression among the participants was low, considering the application of the Beck Inventory Score, diverging from the result of a study conducted with nursing students from a federal public university, which showed a strong prevalence of moderate to severe depression, as well as anxiety symptoms, with women being those most affected (FERNANDES et al., 2018). This seems to indicate that, in our model of society, the social role given to women, tied to the various cultural gender issues, has the potential to produce suffering and becomes a serious risk factor (KREFER; VAYEGO, 2019). Another aspect that was identified in the results was the fact that the participants understood that jealousy is one of the main causes of dating violence. Despite being something considered common in love relationships, excessive jealousy can be a risk to the relationship and also to the mental health of those involved, becoming a problem in the relationship when the couple no longer has a healthy relationship and conflicts become harmful to the quality of the relationship (TURATTI; LUCAS, 2016). From this perspective, a study conducted with 3,205 adolescents aged 15 to 19 years, students in the 2nd year of high school in public and private schools in 10 Brazilian capitals, showed that jealousy and infidelity have been factors that legitimize and justify physical aggression between boyfriends, both by boys and girls. Such legitimacy is supported by gender norms that are expressed in violence as a construction of masculinity, in the trivialization of female physical violence and in physical violence against girls perpetrated by both sexes (OLIVEIRA et al., 2016). Violence as a construction of masculinity is expressed when young men qualify physical aggression as something intrinsic to men and perceive it as something practiced more by boyfriends against their partners than the opposite. On the other hand, violence committed by girls is considered less harmful, and the perpetration of physical aggression is identified as a form of retaliation and self-defense against the aggression suffered by their partners (OLIVEIRA et al., 2016). As for forcing the boyfriend/girlfriend to initiate sexual activity against their own will, most of the participants surveyed recognize this context as dating violence, agreeing that unwanted pregnancy can be a consequence of this violent behavior within the relationship. In a research from the University of Goiás, the intimidation and/or induction to participate and/or perform sexual conducts in disagreement with them was identified as sexual violence. Although this type of abuse was recognized as violence by some participants, it was also quite
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1652 perpetuated, which demonstrates a certain trivialization (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Regarding some attitudes in a relationship, most disagree that one should always do what pleases the partner, that one should dress in a way that pleases the other, and that boyfriends and girlfriends provoke violence by the way they dress. In a research conducted with 30 young female college students, the profile of male domination was perceived in the way these individuals treated them as if they were objects, evident in the actions of determining how and with whom they should relate; the posture of social behavior; and the determination of how they should or should not dress (SIMÕES et al., 2019). Aggression of psychological nature is commonly practiced in relationships, understood as a strategy used to supposedly avoid betrayal and control the behavior of the partner, and in many cases it is not recognized as violence itself (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Considering the fact that pushing another person is or is not seen as violence, for most participants in this study, this attitude was yes identified as a violent act against the partner. In this context, a survey conducted in Portugal, with students aged 16 to 24, attitudes such as "throwing objects at another person"; "kicking or head-butting"; and "violently pushing" were also perceived as violent attitudes, corroborating the study in question, and most of these acts were practiced by males towards girls (BESERRA et al., 2016). The social scenario in which this violence erupts is characterized by the prevalence of macho ideology intermingling gender relations, resulting in the naturalization of male domination (BITTAR; NAKANO, 2017). Bourdieu also highlights the symbolic violence, soft, insensitive, invisible to its own victims, which is essentially exercised through purely symbolic ways of communication and knowledge. Symbolic violence is different from physical violence, but in some cases it can be expressed in this form. This social relationship offers a unique occasion to apprehend the logic of domination, exercised in the name of a symbolic principle known and recognized by both the dominant and the dominated, of a language (or a way of speaking) and/or of a lifestyle (or a way of thinking, speaking, or acting), and this type of aggression becomes much more damaging when situated in issues of race, gender, ethnicity, and social class (BOURDIEU, 2007). Another important finding was the fact that the participants disagreed that the partner has the right to kiss the other whenever he/she wants, even if this is not the other's will at the moment. In the Lisbon School of Education, the research conducted with adolescents identified that 23.7% of them have already been kissed by their partner when they did not
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1653 want to, as well as have been touched sexually against their will, and threatened to have sexual intercourse with their partners also against their will (GAMA; VERÍSSIMO; TOMÁS, 2017). It is noteworthy that the context of dating violence contributes to decreased quality of life and psychological well-being of those involved in the situation of violence, as well as low academic performance and school dropout (BORGES, 2016). The students, from their answers, disagree that boyfriends and girlfriends can read each other's cell phone messages whenever they want, even without authorization. These findings are consistent with the results of other research, in which intimate-affective relationships are characterized by abusive behaviors, with jealous and controlling partners, who tend to prohibit and/or determine with whom the partner should talk, the clothes they should wear, and control the password of the cell phone or messaging apps (SIMÕES et al., 2019; SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). It is known that the feeling of insecurity often results in the unbridled desire to control the actions and attitudes of the other, due to a persistent cultural conception, which can make these controlling attitudes be identified as acts of love and care (SIMÕES et al., 2019). However, all these behaviors make up the characteristics of psychological violence (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). It must be considered that there is a need for a more detailed look at the meanings attributed to the various situations of daily violence, taking into consideration the broader limits that this problem presents. Thus, the understanding of violence that is perpetuated within dating relationships needs to be seen beyond the understanding of care and love, because these relationships permeate situations of domination, through symbolic power. This social construction, based on the domination of the other, is addressed by Pierre Bourdieu, who also uses the concept of domination to analyze gender relations, where the masculine almost always dominates the feminine (BOURDIEU, 2007). The process of symbolic domination happens in a subtle and efficient way because most women are not aware of their condition of dominated (BITTAR; NAKANO, 2017). As for the agreement of most young people on the fact that dating violence occurs because couples think they have the right to impose themselves on each other, and the disagreement that control over the other is justified by the feeling of liking a lot, it meets the male control permeated in affective relationships in a process of social cultural construction, where symbolic violence against women is identified, which is perpetuated throughout history (BITTAR; NAKANO, 2017). Although male domination is quite recognized even by male
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1654 individuals, it can also be a premise perceived and perpetrated by women, who may identify the love partner as an object of their belonging, generating the feeling of possession, which comes accompanied by jealousy and, subsequently, physical aggression (OLIVEIRA et al., 2016). The socially constructed division between the sexes is evident and thus acquires a whole recognition of legitimation, conforming it to the principles of a mythical worldview, rooted in the arbitrary relationship of domination of men over women. The social order works as an immense symbolic machine that tends to ratify the male domination on which it is based: it is the social division of labor, a very strict distribution of the activities assigned to each of the two sexes (BOURDIEU, 2007). Violence is the result of the complex interaction of individual, relational, social, cultural, and environmental factors. Understanding how these factors are related to violence is one of the important steps in the public health approach to violence prevention (DAHLBERG; KRUG, 2007). Furthermore, there was disagreement among most participants that a slap in the face is something normal in dating; that dating violence is only a problem for the couple; and that making fun of the boyfriend/girlfriend's opinions or exerting power over him/her is not violence. These findings are in line with another research that pointed out issues about relational violence, in which 14% of the interviewed students have already been made fun of by their partner, who made fun of them in front of other people (GAMA; VERÍSSIMO; TOMÁS, 2017). It is considered that this dynamic involving mixture of love and violence, especially in the dating relationships of adolescents and young people, can be a predictor for future violence in the relationship, with an impact on the harmonious living of the couple and their children (BESERRA et al., 2016). Violence in intimate relationships is not an uncommon experience among young people, and is currently widely recognized as a problem of worrying dimensions and alarming effects, not only at the individual level, but throughout the social sphere. The younger age groups are not immune to this problem, suggesting both the existence of significant indicators of victimization and aggression, and the maintenance of discourses legitimizing this type of violence (CARIDADE; MACHADO, 2013). In the results obtained, it was also observed that the subjects disagree that if one of the two feels angry with his/her partner, he/she has the right to yell at him/her, and that they can only go out if they go out together. A similar study showed that, among the behaviors suffered by the victims, insults, emotional blackmail, the fact that their partners yell at them with the
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1655 intention of intimidating them, such as preventing them from having friends, and from talking or going out with them, stand out (BORGES, 2016). It is noteworthy that situations that fall under prohibitions and intimidation in affective relationships are often not understood as violence, based on the myth of romantic love, which causes many couples not to stand up to these situations because they believe in an ideal of eternal happiness and that the aggressions will pass, not recognizing that this presents itself as a trigger for long-term situations of violence (FERRIANI et al., 2019). With regard to the consequences of dating violence, college students state that there are psychological and physical consequences. Physical violence is identified as the most recognized modality, however, psychological and moral aggression are more prevalent despite often not being perceived as abusive. Thus, psychological and moral violence may be more present in relationships (SOUZA; PASCOALETO; MENDONÇA, 2018). Dating violence during adolescence is a frequent event and is part of the reality of young people from different social classes; violence in intimate relationships is a multicultural phenomenon, possessing high extent and severity, and brings consequences to the physical and mental health of those involved, in the short and long term (SILVA et al., 2019). Caridade and Machado consider that understanding dating violence depends on an integrative model of the various comprehensive, complex and multidimensional factors, whether individual, interpersonal, structural and/or cultural, that mutually interact in dating violence behaviors (CARIDADE; MACHADO, 2013). Violence is not part of human nature, it is a complex and dynamic biopsychosocial phenomenon that forms and develops in the context of society. The interaction of these predispositions with family, cultural, community or other factors may give rise to violent situations (DAHLBERG; KRUG, 2007). Conclusion The research findings demonstrate the domineering and harmful character experienced in many dating relationships, especially in the youth phase, with most situations of abuse not recognized as violence, and naturalized within these affective relationships. Most of the participants recognize that there is violence in dating relationships, although they do not identify several daily situations as violence per se, and understand that jealousy is seen as a predisposing factor for the occurrence of violence in dating relationships. Considering the beginning of dating relationships during adolescence and youth, and in order to avoid the experience of affective relationships with violence, it is necessary to
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1656 raise awareness already in these phases of life in order to prevent the occurrence of violence in long-term affective relationships. To this end, effective public policies are essential, aimed at enlightening adolescents and young people about the aspects involving this problem, and enabling the construction of strategies for promoting healthy intimate relationships from the deconstruction of myths of romantic love. Although it is a limited context, the results obtained contribute to the debate about the role that educational institutions, from schools to even universities, assume, or can assume, in the disclosure of the phenomenon and in the intervention of the problem. The limitations of the study involve the fact that many participants refused to participate in the research, justifying not knowing what to say about the theme in question, showing the complexity of approaching the theme of violence, especially when it comes to that experienced in dating relationships. REFERENCES ANDRADE, T. A.; LIMA, A. O. Violência e namoro na adolescência: uma revisão de literatura. Desidades, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 20-35, 2018. Available at: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003&lng=pt&nrm=iso. Access on: 29 Apr. 2020. BECK, A. T. et al. An inventory for measuring depression. Arch Gen Psychiatry, v. 4, p. 561-571,1961. Available at: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/487993. Access on: 30 Apr. 2020. BESERRA, M. A. et al. Prevalência e características da violência no namoro entre adolescentes escolares de Portugal. Esc. Anna Nery, v.20, n. 1, p. 183-191, 2016. Available at: https://www.scielo.br/pdf/ean/v20n1/1414-8145-ean-20-01-0183.pdf. Access on: 18 May 2020. BITTAR, D. B.; NAKANO, A. M. S. Symbolic violence among adolescents in affective dating relationships. Rev. Esc. Enferm, São Paulo, v. 51, e03298, 2017. Available at: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342017000100482&lng=pt. Access on: 30 Apr. 2020. BORGES, I. A. Violência no namoro e consumos de substâncias em jovens estudantes universitários. 2016. Dissertação (Mestrado em Criminologia) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2016. Available at: https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/5338. Access on: 06 Mar. 2020. BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. CARIDADE, S.; MACHADO, C. Violência nas relações juvenis de intimidade: Uma revisão da teoria, da investigação e da prática. Psicologia,v. 27, n. 1, p. 91-113, 2013. Available at:
image/svg+xmlRosana Alves de MELO; Thainara Kauanne Pacheco ALMEIDA and Flávia Emília Cavalcante Valença FERNANDES RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1657 https://revista.appsicologia.org/index.php/rpsicologia/article/view/244. Access on: 23 May 2020. CONCEIÇÃO, T. B. et al. Assimetria e simetria de gênero na violência por parceiro íntimo em pesquisas realizadas no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 11, p. 3597-3607, 2018. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232018001103597&lng=pt&nrm=iso. Access on: 06 May 2020. DAHLBERG, L.; KRUG, E. Violência: Um problema global de saúde pública. Ciência e Saúde Coletiva, n. 11, p. 1163-1178, 2007. Available at: https://www.scielosp.org/article/csc/2006.v11suppl0/1163-1178/. Access on: 10 Apr. 2020. FERNANDES, M. A. et al. Prevalence of anxious and depressive symptoms in college students of a public institution. Rev Bras Enferm, v. 71, n. 5, p. 2169-2175, 2018. Available at: https://www.scielo.br/pdf/reben/v71s5/pt_0034-7167-reben-71-s5-2169.pdf. Access on: 18 Apr. 2020. FERRIANI, M. G. C. et al. Compreendendo e contextualizando a violência nas relações de intimidade entre adolescentes. Esc. Anna Nery, v. 23, n. 3, e20180349, 2019. Available at: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452019000300214&script=sci_arttext&tlng=pt. Access on: 10 May 2020. GAMA, A.; VERÍSSIMO, A.; TOMÁS, C. Violência no Namoro na Escola Superior de Educação de Lisboa. Ex aequo, n. 36, p. 77-98, 2017. Available at: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602017000200006&lng=pt&nrm=iso. Access on: 30 Apr. 2020. KREFER, L.; VAYEGO, S. A. Prevalência de sintomas depressivos em estudantes universitários. Brazilian Journal of Mental Health, v. 11, n. 28, p. 170-181, 2019. Available at: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/68838/41449. Access on: 20 Apr. 2020. MINAYO, M. C. S. et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. NELAS, P. et al. Violência no namoro, adaptabilidade e coesão familiar em estudantes do ensino superior. International Journal of Developmental and Educational Psychology INFAD de Psicología, Espanha, v. 2, n. 1, p. 357-364, 2016. Available at: http://www.infad.eu/RevistaINFAD/OJS/index.php/IJODAEP/article/view/234/242. Access on: 30 Apr. 2020. OLIVEIRA, Q. B. M. et al. Violência Física Perpetrada por Ciúmes no Namoro de Adolescentes: Um recorte de Gênero em Dez Capitais Brasileiras.Psic.: Teor. e Pesq.,Brasília, v. 32, n. 3, e32323, 2016. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722016000300236&lng=en&nrm=iso. Access on: 29 Apr. 2020. OMS. Organização Mundial da Saúde (WHO). Prevenindo a violência juvenil: Um panorama das evidências. São Paulo: OMS, 2016. Available at: https://nev.prp.usp.br/wp-
image/svg+xmlDating violence in the view of young college students RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 1658 content/uploads/2016/10/Prevenindo-a-viole%CC%82ncia-juvenil-Pt-Br-1.pdf. Access on: 10 Apr. 2020. SILVA, A. M. et al. Violência nas relações de intimidade envolvendo adolescentes: Perspectivas e desafios para a educação e saúde. Rev Caravana - Diálogos entre Extensão e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 137-148, 2019. Available at: http://caravana.ifpe.edu.br/index.php/caravana/article/view/377/pdf. Access on: 27 Apr. 2020. SIMÕES, A. V. et al. Relações afetivas íntimas de jovens universitários: narrativas de estudantes de enfermagem. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, e34355, 2019. Available at: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/viewFile/34355/29587. Access on: 30 Apr. 2020. SOUZA, T. M. C.; PASCOALETO, T. E.; MENDONÇA, N. D. Violência contra mulher no namoro: Percepções de jovens universitários. Revista Psicologia e Saúde, Campo Grande, v. 10, n. 3, p. 31-43, set./dez. 2018. Available at: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2018000300004&lng=pt. Access on: 27 Apr. 2020. TAQUETTE, S. R.; MONTEIRO, D. L. M. Violência e namoro na adolescência: Uma revisão de literatura.Desidades, Rio de Janeiro, n. 19, p. 20-35, abr./jun. 2018. Available at: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2318-92822018000200003. Access on: 02 Sept. 2021. TURATTI, M. C.; LUCAS, M. G. Compreendendo o ciúme na relação conjugal: Um olhar sistêmico. Unoesc &Amp; Ciência - ACBS, v. 7, n. 2, p. 145–152, 2016. Available at: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/11945. Access on: 06 Apr. 2020. WHO. World Health Organization. Violence prevention: the evidence. Centre for Public Health, 2009. How to reference this article MELO, R. A.; ALMEIDA, T. K. P.; FERNANDES, F. E. C. V. Dating violence in the view of young college students. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1642-1658, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.15482 Submitted:09/09/2021 Revisions required: 20/02/2022 Approved: 13/05/2022 Published: 01/07/2022 Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, standardization and translation.