AMOROSIDADE, AUTOPOIESE E ‘COM-VERSAÇÕES’: A POTÊNCIA DOS

‘ENTRELAÇOS NÓS’ NA EDUCAÇÃO E NA CIÊNCIA


AMOROSIDAD, AUTOPOIESIS Y ‘CON-VERSACIONES’: LA POTENCIA DEL

‘ENTRETEJIDO DEL NOSOTROS’ EN LA EDUCACIÓN Y LA CIENCIA


LOVINGNESS, AUTOPOIESIS AND 'CONVERSATIONS': THE POWER OF 'WE INTERLACES' IN EDUCATION AND SCIENCE


Maria Luiza Cardinale BAPTISTA1


RESUMO: O texto tem caráter ensaístico, abordando a potência da amorosidade, da autopoiese e das ‘com-versações’, no acionamento dos ‘entrelaços nós’ na Educação e na Ciência. Traz o relato de reflexões, resultantes de percursos de aprendizagem direta com Humberto Maturana, em conexão com formação holística e esquizoanalítica. O ensaio fundamenta-se em produção científica de mais de 30 anos, em pesquisas, supervisões de escrita de teses, dissertações e monografias, em muitos universos de saberes, e orientações diretas de investigadores no Sul do Brasil, em Comunicação, Turismo e Hospitalidade. Relata emergências, urgências e potencialidades, expressas nas conversas e pesquisas do Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese, que se acirram com as demandas para o mundo Pós-Pandemia Covid-19. Entre elas, está a urgência de uma ‘re-evolução’ amorosa, em termos reflexivos e de produção, em que os ‘nós’

– as conexões intensas e afetivas de seres e ecossistemas – sejam reconhecidos como a grande potência de reinvenção e como chance de sobrevivência da Educação, da Ciência e do Planeta.


PALAVRAS-CHAVE: Educação. Amorosidade. Com-versações. Biologia cultural. Esquizoanálise.


RESUMEN: El texto tiene un carácter ensayístico, abordando el poder de lo amoroso, de la autopoiesis y de las "con-versaciones", en la activación del " entretejido del nosotros" en la Educación y en la Ciencia. Trae el informe de las reflexiones, resultantes de los caminos de aprendizaje directo con Humberto Maturana, en relación con la educación holística y esquizoanalítica. El ensayo se basa en una producción científica de más de 30 años, en direcciones de investigación, tesis, disertación y redacción de monografías, en muchos universos del conocimiento, y en la orientación directa de investigadores en el Sur de Brasil, en Comunicación, Turismo y Hospitalidad. ¡Da cuenta de urgencias, emergencias y potencialidades, expresadas en las conversaciones e investigaciones de Amorcomtur! Grupo de Estudio sobre Comunicación, Turismo, Amorosidad y Autopoiesis, que se agudizan con las



1 Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS – Brasil. Professora e Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade e dos cursos de Comunicação Social da UCS. Coordenadora do Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese. Professora Colaboradora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Pós-doutoranda em Sociedade e Cultura da Amazônia (UFAM). Doutora em Ciências da Comunicação (ECA/USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002- 7096-1160. E-mail: malu@pazza.com.br



exigencias del mundo postoccidental. Entre ellas, la urgencia de una "re-evolución" amorosa, en términos reflexivos y de producción, en la que el "nosotros" -las conexiones intensas y afectivas de los seres y los ecosistemas- se reconozca como la gran potencia de reinvención y como posibilidad de supervivencia de la Educación, la Ciencia y el Planeta.


PALABRAS CLAVE: Educación. Amorosidad. Con-versaciones. Biología cultural. Esquizoanálisis.


ABSTRACT: The text has an essay character, addressing the power of amorosity, of self- poiesis and of the "conversations", in the activation of the "we-interlaces" in Education and in Science. It brings the report of reflections, resulting from direct learning paths with Humberto Maturana, in connection with holistic and schizoanalytical education. The essay is based on a scientific production of over 30 years, in research, thesis, dissertation and monograph writing supervisions, in many universes of knowledge, and direct guidance of researchers in the South of Brazil, in Communication, Tourism and Hospitality. It reports emergencies, urgencies, and potentialities, expressed in the conversations and research of Amorcomtur! Study Group on Communication, Tourism, Amorosity and Selfopoiesis, which are sharpened by the demands for the post-Covid-19 pandemic world. Among them is the urgency of a loving 're-evolution', in reflexive and production terms, in which the 'we' - the intense and affective connections of beings and ecosystems - are recognized as the great power of reinvention and as a chance of survival for Education, Science and the Planet.


KEYWORDS: Education. Amorosity. Conversations. Cultural biology. Schizoanalysis.


Primeiras declarações (amorosas)


“Inicio, como é próprio do meu iniciar, com o verbo amar. Com o gosto do amor pelo que faço, pelo encanto e intensidade do traço,

de artista do cotidiano, intensamente encantada e envolvida por Comunicação e poesia...”.


Decidi começar pelo verso do meu poema, escrito há muitos anos, intitulado “Amor Derramado”, porque ele ainda me representa, me apresenta. Na época, escrever esse poema foi importante para mim, porque ele representou um momento da vida em que entendi que o Amor, traço tão marcante nas minhas ações e orientações de vida, precisava ser dito em verso e prosa, nos escritos e falas, relativos a todas as áreas da vida. Foi um tempo em que entendi que o Amor deveria estar presente na poesia e na Ciência. Percebi que o Amor é uma marca de potência, ainda que nem sempre seja visto assim, porque, na deriva histórica, a humanidade se perdeu em descaminhos e abandonou a lógica amorosa da família ancestral matrística, para substituí-la pela lógica capitalista, competitiva e produtivista. Assim, nessa outra visão de mundo, o Amor passou a ser visto como o sentimento que desorienta, que fragiliza, que tira o sujeito da produção continuada e eficiente, no contato com as máquinas




capitalísticas. Nessa lógica histórica capitalística, o Amor perdeu o sentido. Para mim, não; para mim, nunca! Para mim, o Amor é sempre o sentido, a direção, o direcionamento da vida, em todos os universos existenciais ou ‘domínios’ da existência – para usar uma expressão de Maturana, durante os cursos que fiz com ele entre 2020 e início de 2021.

Nascida no interior de São Paulo, sudeste do Brasil, em uma minúscula cidade do interior, chamada Guarantã – nome de uma árvore –, fui forjada na poética de menina do interior, estudiosa e dedicada, amorosa e voltada à poesia, à poiese da vida e suas nuanças, aos encontros e desencontros. Sempre fui apaixonada por narrativas, por viagens e suas desterritorializações, pelos desafios dos seus engendramentos e pela mobilização de afetos. As primeiras viagens de que me lembro foram na literatura, no Reino Mágico das Águas Claras, dos textos de Monteiro Lobato, mas também em textos de História Antiga da Grécia, para um trabalho de escola. Lembro-me de fui lendo a história dos embates entre Atenas e Esparta e, claro, torcia por Atenas, como se estivesse revivendo a história. Eu imaginava os lugares, as pessoas, as roupas, tudo, as tristezas, as desventuras, as vitórias, as conquistas. Vivia, desde então, um ‘amor pelo estudo’ e pelas viagens do conhecimento, também um profundo amor pelas narrativas.

Nesse processo de crescimento e encantamento do mundo, para mim, o Amor nunca foi um jogo de ‘investimentos libidinais’, na ‘economia’ dos afetos, expressões que encontrei, mais tarde, de Freud2 e que me causou espanto. O amor sempre foi sentido como o ar que eu respiro, como o agenciamento de potência que me faz levantar todos os dias. No caso, já era a grande inspiração da criança Luiza, que me fazia levantar de madrugada para ler, ler, ler... viajar, aprender. Assim, fui vivendo e entendendo o que hoje posso chamar de o Avesso do Amor, inspirada na minha própria proposição de Avesso do Turismo, em meus estudos recentes.


A parte da frente é a que todo (e qualquer um) vê. O avesso não. Só quem sabe vê e olha o avesso e percebe que ali, exatamente ali, estão as amarrações da vida, as tramas da tessitura existencial que mostra o bonito e o feio, o que nem todo mundo quer ver, mas sem o qual a costura ‘da frente’ que se mostra exibida, não existe. Assim é também o Turismo. Sem o avesso, o Turismo não existe. A parte da frente, que se mostra em fotos, vídeos, nos mais diversos dispositivos comunicacionais, foi preparada para ser vista como bonita. Para existir, ela precisa do avesso, da trama do avesso e essa, por sua vez, não se sustenta sem a tessitura amarrada de fios, nós, laços, entrelaços, arremates. (BAPTISTA, 2020, p.3)


2 Meus estudos psicanalíticos freudianos envolveram grande parte dos livros da coleção Obras Psicológicas Completas, assim como o trabalho com autores que apresentam releituras da obra desse tão importante autor, como Renato Mezan (1991; 1987).

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Assim é também o Amor, que se faz nos avessos da trama dos arremates ‘nós’. Assim é também a Educação e a Ciência. Nos seus avessos! Ali e aqui mesmo onde as relações se engendram e se constituem em sua inteiricidade, capaz e potente de ‘segurar a trama toda’, os puxões e repuxos do mar da vida. Eu tenho amadurecido minha visão sobre o Amor, a Educação e a Ciência, ao longo desses muitos anos de estrada. No início dos anos de 1990, tendo assumido a coordenação de percurso de aprendizagem intitulado Psicologia da Comunicação, na Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Sul do Brasil, criei o Gráfico do Amor, para explicar para alunos de Comunicação Social a lógica de ‘investimentos desejantes amorosos’, que agenciam o desencadeamento e desenvolvimento amoroso, na desterritorialização afetiva que se inicia com a paixão ou a amizade. O Gráfico do Amor também me ajudava a pensar os riscos da paixão, das mobilizações impulsivas e não pautadas pela ‘c’alma’ amorosa, seja em relação a uma pessoa, a um lugar, a um projeto ou ao Universo todo. O Gráfico do Amor já me ajudava a pensar os vínculos, resultantes dos investimentos desejantes em seres, projetos, caminhos, produtos, engendramentos existenciais.

Nessa época, nos anos de 1990, vivia a iniciação aos meus estudos sobre Holismo e sobre o Pós-Moderno, o que fez entrar em ebulição os meus conhecimentos prévios, minhas pressuposições. Foi um processo que me ajudou muito, no sentido de refletir sobre como ocorre o agenciamento das emoções – temática tão cara para mim, na pesquisa do Mestrado (BAPTISTA, 1996) e que transversaliza todos os campos de conhecimento e, numa visão ampliada de Ciência, todo o Mundo da Vida.

Igualmente, a compreensão sobre o que eu chamo de ‘com-versações’ foi sendo amadurecida aos poucos, ao longo da vida e de minha formação. A última década do século XX era um tempo em que eu já estava em ‘com-versações teóricas’ com muitos autores que permanecem na trama-trilha teórica que fundamenta a orientação filosófica epistemológico- teórica de meus estudos. Autores que já sinalizavam os limites do paradigma Moderno, da Ciência Tradicional, decorrente da Revolução Científica – grande mutação do pensamento científico que ocorreu no final do século XIX e início do século XVII. Entre eles, estão autores da Física, como Capra3 e Luisi (2014); da Psicologia Transacional, com Roberto Crema (1989); da Química, como Ilya Prigogine (2001); da Educação, com Edgar Morin (2003; 2013; 2020) e Paulo Freire (1996); da Esquizoanálise, como Félix Guattari, Gilles


3 O conteúdo estudado de Capra está retomado em revisão com Luisi, em 2014, mas há uma sequência de textos do autor que sinalizou para a lógica da mutação da Ciência. Textos que foram trabalhados desde os anos de 1990 e que seguem me acompanhando, como substrato do meu pensamento: O Tao da Física (1990), O Ponto de Mutação (1991), A Teia da Vida (1997).


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Deleuze e Suely Rolnik (1992; 1995 [1997]; 1986); da Biologia, como Humberto Maturana e Francisco Varela (1997); da Comunicação, como Muniz Sodré (2006; 2009), Ciro Marcondes Filho (2010), Cremilda Medina e Milton Grecco (1990 [1991]) e Edvaldo Pereira Lima (1998; 2004; 2009), entre muitos outros.

Foram autores decisivos para a inflexão filosófica do meu pensamento e das minhas pesquisas, bem como para a construção das minhas proposições epistemológico-teórico- metodológicas, como a Cartografia dos Saberes e Matrizes Rizomáticas. Maturana trouxe, para mim, ensinamentos sobre a constituição do ser vivo e a proposição de que o fundamento do humano e dos laços sociais é o amor. Guattari – juntamente com Deleuze e Rolnik – expandiu o universo do meu conhecimento, me ajudando a compreender, de modo entrelaçado, a produção da subjetividade, os equipamentos coletivos dessa produção – entre eles, os Meios de Comunicação –, os engendramentos das máquinas autopoiéticas abstratas do Capitalismo Mundial Integrado, que transversalizam o todo, o cosmo. Eu fui entendendo que, na deriva histórica da humanidade, o Capitalismo e suas variantes, o Colonialismo e Patriarcado (SANTOS, 1997), representaram uma afronta à condição inerente à espécie humana, que é o amor, como “reconhecimento do outro, como legítimo outro na convivência” (MATURANA, 1998)

Assim, compreendi também que, nessa deriva histórica, foi desenvolvida a ênfase ao capital, à industrialização, à urbanização, sob o domínio da Comunicação Social, a Educação, a Matemática, a Medicina, a Psicologia, o Turismo... a Educação e a Ciência. Enfim, desde a fragmentação cartesiana dos saberes, foram criadas as bases para grandes e importantes descobertas, mas também a ênfase racionalista objetivista que compõe a lógica capitalística produtivista, com suas amarras e axiomáticas. Desse modo, foram cristalizadas atitudes geradoras de importantes e quantitativas informações científicas, que possibilitaram desenvolvimento tecnológico, mas não exatamente de vida, em sua potente e urgente condição.

Pode-se dizer, ao menos, que o paradigma mecanicista, cartesiano e reducionista não ‘gerou vida’, considerada como existência coletiva em uma dinâmica contínua de autoprodução, como nos ensinou Maturana, Varela e D’Ávila (1984; 2015). Provavelmente, a grande limitação desse paradigma seja exatamente no que diz respeito à possibilidade de o ser humano e seu nicho ecológico continuarem se autoproduzindo, em harmonia de bem-estar. Isso quer dizer que a falha está exatamente no que é crucial para a sequência de vida, que é a potência autopoiética. O sistema está falhando no agenciamento em si. Daí ao colapso é um passo. Em certo sentido, estamos nele, o colapso do Antropoceno.

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Nessa linha de discussão, nos Seminários da Escola Matrística, que tive o privilégio de acompanhar, entre o final de 2020 e início de 2021, nos seus últimos meses de vida, Maturana insistia no limite do pensamento de Darwin, quando ele propôs que ‘sobrevive o mais apto’. Maturana explicava que ‘sobrevive o apto’, o organismo que é apto a existir nas condições de seu nicho ecológico, o que não significa que ele tem que ser (ou ter) mais que outro organismo. Nas conversas entre Maturana e Ximena D’Ávila, nos Seminários do Curso de Fundamentos da Biologia Cultural, o questionamento a Darwin colocava em xeque as bases de naturalização da competição, como inerente ao humano. Está claro que esta é uma falácia. Maturana produziu grande parte de sua obra para demonstrar que a cooperação, e não a competição, é natural da espécie humana. O fato de que a humanidade tenha perdido essa compreensão e tenha deixado de atuar segundo essa lógica é uma aberração histórica, de consequências catastróficas, como as que estamos vivenciando nesses anos primeiros anos do século XXI, especialmente com a ocorrência da Pandemia do Covid-19. Deste ponto de compreensão é que precisamos refletir as possibilidades de reinvenção da Educação e da Ciência. O que precisa ser feito, para que possamos ‘sobre-viver’ como campo de fazeres e saberes, em lógicas rizomáticas e de entrelaçamentos nos mais diversos ecossistemas educacionais e científicos?

Este é o ponto em discussão neste texto, de caráter ensaístico, decorrente de muitas pesquisas realizadas diretamente por mim e de uma longa trajetória de estudos orientados, no entrelaçamento de muitos saberes, especialmente da Biologia Amorosa, do Conhecimento e Cultural, e da Esquizonálise, em combinação dos outros feixes de saberes que sinalizam para as mutações contemporâneas. Como foi anunciado no título, trata-se aqui de discutir ‘com- versações’ e amorosidade e potência dos entrelaçamentos entre nós (sujeitos da Educação e da Ciência) e dos ‘nós’ (diferentes fatores que transversalizam os nichos ecológicos de nossas vivências e produções), segundo uma lógica que eu venho chamando de Trama-Teia Ecossistêmica Complexa. Para avançar, elaborei um percurso narrativo da ‘viagem-texto’, envolvendo a Trama-Teia de desafios da Educação e da Ciência, a Amorosidade e Autopoiese, e as ‘Com-Versações’, para refletir sobre sinalizadores da potência dos ‘entrelaços nós’ na Educação e na Ciência.


A Trama-Teia de desafios da Educação e da Ciência


A noção de ‘trama’ está na base epistemológico-teórico-conceitual deste texto e dos estudos que venho desenvolvendo, desde o doutorado em Ciências da Comunicação, pela




ECA/USP, no ano 2000. Assim, a ‘trama’ é pressuposto científico, educacional, turístico, comunicacional e subjetivo, presente em vários textos meus, resultados de estudos recentes na área do Turismo e da Hospitalidade, em interface com os da Comunicação e a Subjetividade. O termo comunicação-trama, cunhado no doutoramento, foi transposto para a composição turismo-trama e subjetividade-trama, representando o conjunto de entrelaçamentos, de fatores, elementos, substâncias e matérias intervenientes nos processos e práticas comunicacionais, turísticas e subjetivas, envolvidos nos fenômenos analisados. Os pressupostos gerais, nesse sentido, vêm se consolidando a partir de estudos ao longo de minha carreira e são relativos à visão complexo-sistêmica. Foram apresentados em vários textos (BAPTISTA, 1996; 1999a; 1999b; 2000; 2001), como confluência de perspectivas, às vezes sintetizada pela denominação Ciência Pós-Moderna, como representação de ruptura dos pressupostos da Modernidade. Vale dizer: eu também penso em Educação e Ciência como inextricavelmente associadas ao complemento ‘trama’. Assim, defino-as como Educação-Trama e Ciência-Trama, no sentido de Trama-Teia Complexa Ecossistêmica, Rizomática, Caosmótica, Processual e Dissipativa.

A visão ecossistêmica está em sintonia com a compreensão das complexas máquinas abstratas que constituem os universos existenciais e de máquinas autopoiéticas rizomáticas desejantes e, portanto, de alta potência, passíveis de serem entendidas a partir dos estudos da Esquizoanálise, especialmente com autores como Félix Guattari (1992), Guattari e Deleuze (1995 [1997]) e Guattari e Suely Rolnik (1986). Isso significa considerar o ecossistema educacional científico em função dos múltiplos fatores intervenientes nas tramas comunicacionais e subjetivas, nas mais diversas transversalidades, em processos de desenvolvimento de saberes e fazeres.

Há o pressuposto de que existem complexas teias-tramas de engendramentos do desejo de produção de saberes, na Educação e na Ciência, acionando e direcionando as desterritorializações dos sujeitos, em relação aos processos educacionais. Na lógica esquizoanalítica, o sujeito se desterritorializa, se desacomoda da condição à qual está habituado e se movimenta, aciona movimentos desejantes, em relação à mutação de si mesmo, à autoprodução, à autopoiese, à reinvenção de si. São tramas de agenciamentos, como conjuntos e processos complexos de entrelaçamentos de elementos, trilhas e fios, tanto inerentes ao processo mesmo de desterritorialização, que é característico da saída da condição de estar em um território conhecido, quanto à lógica de derivações e dissipações de seus filamentos rizomáticos comunicacionais e subjetivos.

Entendo que a Educação e a Ciência também se produzem conectadas a uma complexa trama ecossistêmica midiática e subjetiva, que é agenciada pelo capital, mas que também vem

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se reinventando e buscando modos se autopoietizar, em processos rizomáticos de linhas de fuga, em brotações potentes que se engendram nas relações, na prática, nas múltiplas ‘com- versações’ subjetivas e ecossistêmicas. Pode ser percebido, especialmente nesses últimos anos, um campo morfogenético de produção de energias potentes de criação e recriação. Nesse sentido, no cenário contemporâneo, as condições de produção e a interação ecossistêmica atingem pontos extremos, a serem repensados. Resgato aqui trecho de fala emblemática de Guattari, nesse sentido.


As condições de produção evocadas nesse esboço de redefinição implicam, então, conjuntamente, instâncias humanas inter-subjetivas manifestadas pela linguagem e instâncias sugestivas ou identificatórias concernentes a etologia, interações institucionais de diferentes naturezas, dispositivos maquínicos, tais como aqueles que recorrem ao trabalho com computador, Universos de referência incorporais, tais como aqueles relativos a música e às artes plásticas. Essa parte nao-humana pre-pessoal da subjetividade e essencial, já que é a partir dela que pode se desenvolver sua heterogênese” (GUATTARI, 1992, p. 21)


A fala de Guattari está no livro intitulado Caosmose. Um novo paradigma ético- estético, referindo-se às condições de produção de subjetividade, mas, como é possível perceber, pode ser pensada também para a Educação e a Ciência, assim como venho transpondo para os estudos relacionados à Comunicação e ao Turismo. A expressão ‘caosmose’ resulta da composição por aglutinação, a partir de ‘caos’, ‘osmose’ e ‘cosmo’, o que ajuda a pensar o cenário contemporâneo, em sua complexidade. A associação das palavras, nessa fusão, informa sobre a condição caótica e de osmose que caracteriza o cosmo, o universo. Essa perspectiva chama atenção para o quanto é preciso levar em conta as dimensões visíveis e invisíveis – na terminologia esquizoanalítica: os universos corporais e incorporais.

Pode-se dizer que esses universos são feixes, fluxos de dimensões múltiplas, que se entrelaçam, na produção da trama complexa, de saberes, de vivências, de sujeitos. Estão em jogo aqui matérias, substâncias, energias, na composição de processos de produção contínuos, em mundos de desmanche e reconstituição autopoiética. Todos os fluxos são envolvidos ‘em relação’, por muitos agenciamentos, em uma engrenagem maquínica que se movimenta por maquinismos abstratos, mais que nas expressões semiológicas e nas axiomáticas territorializadas.

Diante da caosmose da Ciência Contemporânea e dos processos educacionais na contemporaneidade, refletidos também a partir do que Harvey (2005; 2012) chamou de “capitalismo por espoliação”, nos vemos desafiados a compreender os processos relacionais,




de trocas e de deslocamentos e aprendizados, no mundo. A questão é o que faremos desse caos, dessa osmose no cosmo? Qual é a ‘ação oportuna’, para lembrar uma expressão de Maturana, quando reconhecemos as forças dos entrelaçamentos no ecossistema educacional e científico? Esse desafio se depara com as novas configurações de forças políticas mundiais e os novos fluxos de bens materiais, de recursos financeiros, de recursos naturais e, também, claro, de bens simbólicos e de pessoas. Há também, a considerar, novas configurações políticas e econômicas, que emergiram diante das urgências do tempo da Pandemia Covid-19, que evidenciaram, cristalizaram e recrudesceram o cenário de mutação, em sentido amplo.

É preciso reconhecer que há uma nova ordem de circulação de cultura e de conhecimentos em nível mundial. Uma ordem em desordem, pode-se dizer, não pautada pela ordem propriamente dita, mas pela caosmose. Essa (des)ordem existe em sentido macro, amplo, e também no interior dos processos vários de produção, sendo que aqui me refiro, mais detidamente, aos da Educação e da Ciência, bem como venho estudando nos de Comunicação, do Turismo e de produção de Subjetividades, compreendendo que há aspectos gerais que perpassam outras áreas de produção e de saberes.


Amorosidade e Autopoiese na Educação e na Ciência


Retomo aqui, neste ponto, a ‘com-versação’ a respeito do Amor, da Amorosidade e da Autopoiese, na Educação e na Ciência. Esses são conceitos basilares do grupo que coordeno na Universidade de Caxias do Sul, no Sul do Brasil, em entrelaços caosmóticos e amorosos, com muitos outros pesquisadores, nessa universidade e em universidades de mais de 15 países no mundo. Posso dizer que falar de Amor na Academia, na Educação e na Ciência, não tem sido fácil, mas, ao mesmo tempo, para mim, trata-se de algo óbvio. Ou isso ou nada. Falo de processos de amorosidade e autopoiese ou não tenho como referir-me ao que realmente acredito, ou seja, a essência dos processos interacionais que provocam, promovem, agenciam crescimento. Há muitos anos venho trabalhando com e aprofundando os estudos no entendimento proposto por Humberto Maturana, a respeito do amor e dos seres vivos, também dos seres humanos. Com a palavra, o professor: “[...] o amor é o fundamento emocional que faz possível o surgimento evolutivo de nosso viver humano na origem da linguagem [...] os seres humanos somos seres biologicamente amorosos e [...] nossa identidade biológica-cultural é Homo-sapiens-amans-amans” (MATURANA apud D’ÁVILA; MATURANA, 2015, p. 10).




Maturana ensina que ninguém nasce sem amor, no sentido da espécie humana, sem conjunção, sem a confluência de elementos de seres que se juntam. Ninguém vive sem amor. Ninguém vive de fato, eu penso, e quando digo isso não me refiro ao sentido vegetativo do termo ‘viver’, no sentido de ‘navegar sem saber porque’, pelo simples sentido de existir. “Somos mamíferos, nascemos num âmbito de cercania materno-infantil. Nascemos como fetos entregues ao mundo. Nossa fisiologia está feita de tal modo que pressupõe que vai ser acolhido – nascemos nessa confiança amorosa” (MATURANA, 2017).

Nessa linha de reflexões, tenho insistido, nos últimos anos, no que venho chamando de ‘questão Cajuína’, especialmente ligada às áreas do meu viver. Trata-se do resgate do questionamento da canção de Caetano Veloso, intitulada Cajuína: “Existirmos, a que será que se destina?”, transpondo-o para os meus múltiplos fazeres ‘ser em existência’, em busca de ‘sobre-vivência’. Esta é uma questão existencial e, para mim, tem sido a companheira de madrugadas, aulas, encontros científicos internacionais, reflexões pessoais de toda ordem e desordem, com seres que amo, nos meus diversos universos existenciais – domínios da vida, como os denomina Humberto Maturana. Surge, nesse ponto, o verso de um dos nossos maiores poetas, Carlos Drummond de Andrade (2002): “Que pode uma criatura, se não entre outras criaturas, amar?”

Assim, como já referi, Amorosidade e Autopoiese são conceitos que dão nome ao Amorcomtur!, não por acaso, mas por convicção, desde o início do grupo, em 2011. Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese é a síntese dos estudos sobre esses campos complexos: Comunicação e Turismo, transversalizados pela discussão sobre Epistemologia da Ciência, Metodologia da Pesquisa, Educação e os Estudos de Subjetividade, com o viés ecossistêmico e holístico. Nesse sentido, vale compreender a proposição de Maturana sobre o amor. Ele apresenta o amor relacionado à emoção que nos leva a investir na convivência, na manutenção da rede viva de cooperação, de ações recorrentes que produzem mais vida. Para o biológo, o amor é o que funda o social, como entrelaçamento de seres que se respeitam e investem na continuidade da relação. O amor é que faz possível a trama viva continuar existindo, segundo ele, mesmo dizendo isso em outras palavras. Vale lembrar que ele nos ensinou isso a partir de conhecimento produzido desde a Biologia, na produção de constructos que foram se consolidando como o que se conhece hoje como Biologia Amorosa ou do Conhecimento, mais recentemente como Biologia Cultural, a partir do início dos anos 2000, quando ele estabeleceu a parceria com Ximena D’Ávila. “É o modo de vida hominídeo o que faz possível a linguagem, e é o amor como emoção que constitui o espaço de ações em




que se dá o modo de viver hominídeo, a emoção central na história evolutiva que nos dá origem” (MATURANA, 1995, p. 8).

Ressalto, também, a profunda conexão do meu pensamento e vivências na produção da Educação e da Ciência com o conceito de autopoiese, conceito proposto também por Maturana. Reconheço nesse conceito uma das potências de acionamento de vida, também em mim, a partir do momento em que passei a compreender a força do engendramento sinalizado, gerador de vida, em contínuo processo de produção, de autoprodução. Então, autopoiese, segundo Maturana, é autoprodução contínua, o que caracteriza o ser vivo, a partir de uma dinâmica de acionamentos contínuos, resultante de acoplamentos estruturais e movimentos constantes de fluxos e processos internos. Tendo esse entendimento como inspiração, em uma visão ampliada, penso a autopoiese de cada sujeito ou corpo-sujeito – o que pode ser um coletivo – como reinvenção de si. Reflito que é possível pensar assim, já que essa dinâmica significa, de certa forma, o enfrentamento de toda e qualquer transversalização e intempérie, que coloque em risco a harmonia do sistema, que se desconstrói e reconstrói continuamente, para viver os múltiplos e sequenciais processos de adaptação ao nicho ecológico.


[...] a forma da arquitetura dinâmica de cada organismo implica em cada instante de seu contínuo câmbio um entorno estrutural dinâmico que faz possível seu viver de modo que ele conserva seu viver como totalidade somente enquanto suas interações ocorrem em um meio que é dinamicamente congruente com ele em todas as dimensões de realização de seu viver (DÁVILA; MATURANA, 2008, p. 9).


Vale dizer, então, que esse nicho também está sempre em continua transformação, ou seja, parece existir uma constante desconstrução para reconstruir, posteriormente, outra condição de existência. Trata-se de desterritorializar para reterritorializar territórios existenciais, a partir de um ponto umbilical do qual ‘se encarna uma posicionalidade subjetiva’, para lembrar Guattari (1992). É como se Guattari dissesse que a vida se produz de explosões múltiplas e contatos de universos subjetivos, sob o que ele chama de ‘foco de caosmose’. Tem-se, aqui, o que o próprio autor referiu como a reconciliação entre o caos e a complexidade. O foco de caosmose relaciona-se diretamente com o núcleo de autopoiese, “[...] sobre o qual se realizam constantemente e se formam, insistem e tomam consistência os territórios existenciais e os universos de referências incorporais” (GUATTARI, 1992, p. 102). É interessante a fala de Maturana, para ajudar a compreender autopoiese,

especialmente pensando em ampliação do conceito para outros processos vivos.




Um ser vivo não é um conjunto de moléculas, mas uma dinâmica molecular, um processo que acontece como unidade separada e singular como resultado do operar e no operar, das diferentes classes de moléculas que a compõem, em um interjogo de interações e relações de proximidade que o especificam e realizam como uma rede fechada de câmbios e sínteses moleculares que produzem as mesmas classes de moléculas que a constituem, configurando uma dinâmica que ao mesmo tempo especifica em cada instante seus limites e extensão. É a esta rede de produção de componentes, que resulta fechada sobre si mesma, porque os componentes que produz a constituem ao gerar as próprias dinâmicas de produções que a produziu e ao determinar sua extensão como um ente circunscrito, através do qual existe um contínuo fluxo de elementos que se fazem e deixam de ser componentes segundo participam ou deixam de participar nessa rede, o que neste livro denominamos autopoiese (MATURANA, 1997, s/p).


O conceito de autopoiese, desde que foi proposto, no século passado, mesmo tendo sido concebido para referir à questão biológica, molecular, com aplicações específicas, tem gerado discussões profundas neste e em outros campos. Tem sido utilizado de modo expansivo e metafórico, considerando a própria etimologia do termo, como ‘auto-produção’, para pensar a confluência de jogos interacionais, entre seres em diferentes ecossistemas, implicando o acionamento de força motriz de reinvenção do que se engendra no processo autopoiético. Na aproximação com a Esquizoanálise, o conceito amplia-se para o de máquinas autopoiéticas desejantes, que, no meu entendimento, são os dispositivos de produção potente, acionados em processos de ‘com_versação’ na produção das subjetividades, da Comunicação, do Turismo, da Educação e da Ciência.


‘Com-versar’ – Narrativas Transpoiéticas Sensíveis


Há que se considerar, especialmente, a importância da produção das narrativas, na composição dessa caosmose contemporânea, assim como na potência de superação e reinvenção dos sujeitos e seus nichos ecológicos, considerados aqui especialmente em processos de produção da Educação e da Ciência. Os estudos do Amorcomtur! sinalizam para as narrativas e as conversas, ‘com-versações’, que acionam processos de pulsação de vida compartilhada, de produção conjunta em acoplamentos subjetivos e de ecologia profunda. Um dos estudos, neste sentido, é o projeto internacional intitulado “‘Com-Versar’ Amorcomtur Lugares e Sujeitos! Narrativas Transversais Sensíveis, envolvendo Sujeitos em Processos de Desterritorialização – Brasil, Espanha, Portugal, Itália, México, Colômbia, Egito, Omã e Índia”, desenvolvido na Universidade de Caxias do Sul, em parceria com pesquisadores de três outras universidades brasileiras, de instituições de mais de 10 países, envolvendo mais de





25 pesquisadores ao todo. Tendo como uma das inspirações os estudos da Escola Matrística de Santiago do Chile, em uma visão ampliada, afirmo que, assim como os seres vivos, Educação e Ciência se produzem e autoproduzem, em seus nichos ecológicos, em seus ecossistemas, pelo que conservam e transmutam na dinâmica autopoiética do presente contínuo de transformações. Essa dinâmica se dá em grande parte em processos de transpoiese, de transversalizações, por meio de ‘com-versações’ transpoiéticas sensíveis.

Anteriormente, já apresentei a ideia subjacente à proposição ‘com-versar’, como feixes de aproximações, atravessamentos, transversalizações e enredamentos mútuos. Lembrando uma novelista importante no Brasil, Janete Clair, citada por Ismael Fernandes (1987), é possível afirmar que a narrativa é o desenrolar do novelo, é puxar o fio da novela e ir desenrolando, narrando. A narrativa, nesse sentido, também é processo, o que vai adiante, dissipando, diluindo, desenvolvendo a trama, de modo a compreender os sujeitos entrelaçados seus conflitos, seus dramas, suas escolhas, suas características, materialidades e imaterialidades do percurso. É assim na novela, é assim na Ciência, na própria história de vida de Lugares e Sujeitos.

Mais uma vez, recorro a Maturana (1995, p. 3). “A palavra conversar vem da união de duas raízes latinas, ‘cum’ que quer dizer ‘com’ e versare que quer dizer ‘dar voltas’, de modo que conversar em sua origem significa ‘dar voltas com’ outro.”. Então, ele questiona: “Que ocorre no dar voltas juntos dos que conversam e que passa ali com as emoções, a linguagem e a razão?”. Este é um ponto central dos ensinamentos de Maturana, em que ele ressalta a importância da linguagem e do linguagear, trazendo pistas importantes para que seja possível compreender toda a importância da conversa. Segundo ele, linguagem “[...] como fenômeno biológico consiste em um fluir em interações recorrentes que constituem um sistema de coordenações condutuais consensuais de coordenações condutuais consensuais” (p. 3, grifo meu).

Nesse sentido, a prática dos Encontros Caóticos Amorcomtur!, nossas rodas de conversa semanais têm demonstrado a potência dos processos de narrativas subjetivas, na transversalização das ‘com-versações’ para deixar aparecer as pesquisas, nos seus caminhos e descaminhos. Esses encontros são realizados semanalmente pelos integrantes do grupo Amorcomtur!, contando inclusive com a frequente presença de parceiros internacionais.

Além disso, tenho trabalhado com a ideia de narrativas de viagem, também para a Viagem Investigativa, para a Ciência, o que reforça a coerência entre produzir conhecimento e ‘com-versar’ lugares e sujeitos, quando se trata de pesquisas nas áreas do Turismo, da Comunicação, da Esquizoanálise e suas transversalidades. O sujeito estuda e pesquisa a partir

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do seu lugar, dos seus lugares, de onde ele vem e para onde ele pretende ir, também considerando onde pretender chegar. Tem-se, então, presente a lógica do acionamento do desejo e, portanto, da desterritorialização desejante, que precisa ser agenciada, ou seja, o sujeito tem que querer aprender, pesquisar, o que ocorre com mais facilidade ‘com-versando’, em processos de ‘com-versações’.

Assim, a ideia de ‘Com-versar’ Lugares e Sujeitos se apresenta com o propósito de acionar a produção de narrativas de amorosidade e autopoiese, lembrando que se trata de ações de produção em que, elas mesmas, são processos investigativos e também de produção de conhecimento, buscando sinalizadores de saberes e devires. Isso implica dizer que o próprio ‘com-versar’ é dispositivo metodológico ou que o caminho da pesquisa se faz ‘com- versando’. É interessante, aqui, então, falar de que narrativa se está tratando, a que narrativas me refiro, quando as proponho como sendo de amorosidade e autopoiese.

Em vários eventos nacionais e internacionais, ao apresentar relatos parciais desta pesquisa, tenho salientado que as narrativas, as ‘com-versações’ são amorosas transpoiéticas sensíveis. São amorosas, porque são pautadas pela ética da relação, pelo respeito ao Outro, como legítimo outro na Convivência. Considera-se aqui Lugares e Sujeitos, como uma trama de conexões. Uma trama de ‘com-vers-ações’! As ‘com-versações’ são transpoiéticas, porque são transversais, relacionadas à potência de reinvenção no movimento, tanto o movimento do sujeito nos lugares, mas também o movimento entre os sujeitos que ‘com-versam’, produzem ‘com-versações’. São transpoiéticas também no movimento dos dispositivos comunicacionais, utilizados como recursos para a produção da narrativa. Isso quer dizer que a ‘transpoiese’ – termo que proponho para representação da produção transversalizada, seguindo a lógica esquizoanalítica – se dá também no trânsito entre recursos narrativos... A narrativa, a ‘com-versação’, não é somente verbal. Todos os sentidos são acionados e potencializados para a produção de saberes e a consideração na trama ecossistêmica geradora de relações, autoprodução dos pesquisadores envolvidos, em uma dinâmica contínua de produção.

Mais uma vez, Maturana (1995, p. 4) ensina: “[...] somos seres multidimensionais em nossa dinâmica estrutural e de relações. Vemos em nossa corporalidade a interseção de muitos domínios de interações que gatilham nela câmbios estruturais que pertencem a cursos operacionais diferentes.”

Um dos resultados, nesse sentido, do projeto internacional ‘Com-versar’ Amorcomtur! tem sido as múltiplas conversas com os parceiros da pesquisa, com apresentações riquíssimas, marcadas pelo acionamento plural de dispositivos comunicacionais, com o uso de fotografias,



músicas, poemas visuais e verbais, com o acionamento da lógica da convergência midiática, para o agenciamento de múltiplos sentidos. Foi o caso, por exemplo, da conversa do 25 de novembro de 2020, intitulada: Um Olhar sobre a Amazônia: Encantos que vêm da Floresta e de suas Águas. Conexão Nacional – Palestra de Dra. Maria Leônia Alves do Vale Brasil, Doutora em Administração e Turismo, no Seminário do PPGTURH, de Narrativas Visuais e Midiatização do Turismo.

Além disso, a partir das interações e das conversas do Amorcomtur com o Instituto de Longevidade da UCS, no início de 2021, foi criado o Núcleo Amorcomtur Longevidade, que está trabalhando no Programa de Rádio ‘Com-verso Toda a Vida’. Esse programa é literalmente resultado de muitas conversas, em decorrência da mobilização de várias instâncias da Universidade, desde pró-reitores, professores de vários cursos e níveis acadêmicos e estudantes também de diferentes áreas de formação. Será veiculado todos os domingos de manhã, na UCS FM, abordando temáticas relacionadas à vida. Na produção direta do Programa, no Núcleo Amorcomtur Longevidade, estão pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade, em nível de doutorado, mestrado e iniciação científica, estudantes de Jornalismo e do Bacharelado em Música da UCS, o que implica o acionamento de várias dimensões de aprendizagem, em associação, em ‘com-versações’. Educação e Ciência em ‘com-versações’, em ‘Com-verso’ Toda a Vida, em uma proposta transpoiética sensível. O programa contempla espaços de conversas jornalísticas, poéticas, musicais, teatrais, de apresentação de personagens com textos produzidos especialmente para cada edição temática. Envolve a participação da comunidade acadêmica e tem o objetivo de participação da comunidade mais ampla, começando por Caxias do Sul e região. O objetivo é ampliar a conversa sobre a vida, trazendo informação e promovendo interação entre saberes e sujeitos diversos, realmente e efetivamente em ‘com-versações’.

Esse programa ajuda também a refletir sobre porque as narrativas são sensíveis – inspiradas no termo ‘splacnisomai’ – mencionado por Luis Carlos Restrepo (1998), em O Direito à Ternura. O termo significa literalmente “Sentir com as tripas”, quer dizer, a ideia é produzir narrativas que expressem os ‘sentires íntimos’ – expressão de Maturana – dos sujeitos em relação aos lugares.

O projeto também tem como resultado e, ao mesmo tempo, suporte de desenvolvimento, um dos Seminários Avançados do PPGTURH, que coordeno neste segundo semestre de 2021, com participação de pesquisadores de quatro estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Amazonas. O Seminário é intitulado: ‘Com-



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versar’ Lugares e Sujeitos: Narrativas Sensíveis Para a Reinvenção do Turismo - Doutorado em Turismo e Hospitalidade.

Apresento a seguir alguns fragmentos de narrativas, produzidos por dois pós- graduandos, em atividades de inscriações no Seminário – inscrições de si, pautadas por criações e acionamentos de devires textos.


Tramando costuras

(Newton Ávila, doutorando em Turismo e Hospitalidade PPGTURH)

As tramas narrativas que se inscreveram no percurso entrelaçaram formas e formatos diferentes que tranversalizaram outras histórias. Foram passeios familiares, de infância, de vida adulta, memórias e rememorações. Tudo regado e contado com a emoção da volta no tempo.

Histórias que remeteram às lembranças de fragmentos de minhas histórias. Histórias que fizeram relembrar filmes. Histórias que preencheram os minutos e fizeram as horas parecerem pequenas. Histórias que se conectam com sujeitos e com lugares da pesquisa.

Sujeito eu, sujeito morador, lugar pequeno, lugar grande. Na prosa de cada um, os corpos misturados iam delineando ‘com-versas’ rizomáticas que pareciam ir se interligando, se cruzando, se costurando, como se a colcha fosse de retalhos, como se as amarras, em algum ponto, se amarrassem. Textos soltos de várias partes do Brasil foram se alinhando e no repensar, na reflexão de relembrar a aula, parece que traziam sutis pedaços de um pequeno município que compõe minha pesquisa. E me instigou que as metáforas dos dois processos se cruzaram formando nós.

A infância que foi evidenciada no primeiro texto me fez pensar no início da construção da escrita, quando foram feitas as primeiras visitas ao lócus de pesquisa, as primeiras descobertas. Que também se entrecruzaram com a primeira viagem, que foi possível descobrir outros mundos. Na pesquisa, nada foi diferente, pois, outros mundos se apresentam para serem descobertos e quem sabe redescobertos, quiçá, reinventados. Que por igual se encostaram nos relatos exteriorizados pelos ‘participantes-outros’, entremeados ao ‘eu-participante’.

Histórias a todo tempo tramando costuras que costuram combinações teóricas, vivências e experiências múltiplas de um cotidiano sentido pelo olhar do coração.


Reflexões sobre aproximação entre narrativa de primeira viagem e desenvolvimento da viagem doutoral - Renan de Lima da Silva (Doutorando em Turismo e Hospitalidade do PPGTURH)

O quanto de nossas lembranças estão presentes nos nossos fazeres e o quanto de desenvolvimento pessoal estão todo o tempo, o tempo todo, na maneira como transitamos e deslocamos vida? Isso me faz perceber que, no presente contínuo, algumas coisas são sempre presentes.

No desenvolvimento da viagem/vida, alguns nós ou encontros são pontos de passagens sempre presente, em novos entrelaçamentos ou emaranhados, ou no retorno de passagem em caminho que, em maior ou menor medida, nascem ou se desenvolvem na passagem e no retorno a esses nós.

Algumas constantes são perceptíveis a partir dessa premissa: os nós, a necessidade dos encontros, o presente contínuo e a existência de deslocamentos, a vida toda, o tempo todo. Isso cria as singularidades e nós





que são sinalizadores dessas. Assim, a maneira como nos deslocamos tem a ver com o processo de onde viemos.

Os nós representativos dessa sinalização são marcas, vistas nas memórias e nas práticas que temos como comum ao longo da vida. Assim surge a maneira como nos relacionamos com esses deslocamentos, lidando melhor ou pior com o que causa desterritorialização e, consequentemente, com os desejos que o contato desterritorializante causa, em produção autopoietica de acoplamentos provenientes, dos nós de encontro.

Refletir sobre isso, no meu discurso em aula e em aproximações da minha narrativa em relação à narrativa dos colegas, também é dispositivo sinalizador do dito anteriormente, e ressignifica a importância do turismo para mim, e a contribuição que o mesmo pode ter no mundo, se a vida for entendida como o emaranhado de múltiplas narrativas de viagens, o que significa que viajamos num presente continuo, em vivências de encontros de corpos mais ou menos dispostos, de nós de acoplamentos e trânsitos de ondas, ondas e vindas que empilham turismos no mundo inconsciente.


Produções como essas demonstram que narrativas amorosas de Ciência, relacionadas às pesquisas, acionam a produção de narrativas de viagem de vida. São textos em que o sujeito vai se permitindo ser autor da sua própria escrita, que começa a ser jorrada, inscrita, com as marcas que o constituem. Narrativas amorosas transpoiéticas sensíveis fazem brotar, florescer autores da Ciência, que começam a ser cientes de si mesmos até terem ampliada a compreensão da trama ecossistêmica que estão investigando. Assim, as ‘com-versações’ soltas, espontâneas e rodas de conversas-aula, seguidas de inscriações, inscrições de si em narrativas transpoiéticas, acionam a desterritorialização desejante, proposta como potência desencadeadora de autopoiese. Isso possibilita a vivência do desejo de inscre’ver-se’, de autorizar-se a ser autor da inscrição de si e, por óbvio, do conhecimento que está produzindo, como potência de devires saberes, resultantes de uma multiplicidade, que é própria de uma cientificidade holística.


Convite (desta) ‘com-versação’!


Assim como ocorre nos Encontros Caóticos Amorcomtur!, nas nossas rodas de ‘com- versações’ e nos encontros do Seminário Avançado, ainda que não se queira, chega o momento de um desfecho temporário da conversa. No caso, aqui, o desfecho leva a um convite. O que foi apresentado é recorrente em relação aos meus estudos e, ao mesmo tempo, representa algumas sinalizações de aprofundamentos de conversa com Humberto Maturana e Ximena D’Ávila, mais diretamente, assim como com Claudio Yusta, mentor do meu grupo, no Curso Diplomado em Biologia Cultural, que concluí em julho de 2021.

Assim, depois de toda a conversa, imagino ter ficado claro que, quando penso em

narrativas ou no ato de narrar, tenho em mente os pressupostos gerais, da dimensão trama

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ecossistêmica complexa, de visão holística, remetendo à compreensão da ecologia profunda e sensível, como não poderia deixar de ser. Desse modo, venho propondo o termo ‘narrativas transpoiéticas sensíveis’, como potente dispositivo de ‘entrelaços nós’, que acionem a potência autopoiética para a Educação e a Ciência. Certa de que esses entrelaços também me possibilitam afirmar que sua constituição é complexa, decorrente do acionamento de muitas substâncias, matérias e dimensões de imaterialidade quântica, ou seja, energias. Por isso mesmo, eles precisam ser trabalhados com suavidade, profundidade e intensidade recursiva, de ‘com-versações’ na dinâmica recorrente do sistema de coordenações condutuais consensuais de coordenações condutuais consensuais – e aqui a redundância é proposital e inspirada nos ensinamentos da Escola Matrística.

Ao mesmo tempo, compreendo bem que precisam fluir espontaneamente como resultado do fluir entrelaçado de linguagear e emocionar, como nos ensinou Maturana. Desse modo, também em coerência à vinculação de uma vida inteira dedicada à narrativa e ao entrelaçamento com vários autores nesse universo de produção de ‘com-versações’, vou acreditando na possibilidade de uma produção que, constantemente, desafia o autor a uma escrita viva, pulsante, ética, produzida com esmero e com a compreensão da necessidade de entrelaçamentos de saberes, de códigos do inscrição, de ‘com-versação’ com outras áreas, seja a Literatura, a Pintura, a Fotografia, o Audiovisual.

Fica então um convite de acionamento de usinas de narrativas autopoiéticas, em que se possam acionar ‘com-versações’ sobre os fluxos de afeto nessa espécie de ‘máquina abstrata’ que extrapola as materialidades da pesquisa. Também sobre os fluxos de afetos que tocam as pessoas e as conectam com sentimentos profundos, avassaladores, daqueles que dão sentido à vida. ‘Com-versações’ que nos ajudem a refletir sobre a Educação-Trama e a Ciência-Trama e que, assim, em meio aos laços e entrelaços dessas conversas-trama, seja possível acionar a potência dos entrelaços ‘nós’, nós mesmos e os nós investigativos da Ciência para o Novo Mundo.


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Como referenciar este artigo


BAPTISTA, M. L. C. Amorosidade, autopoiese e ‘com-versações’: a potência dos ‘entrelaços nós’ na educação e na ciência. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2358-2378, out./dez. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.15676


Submetido em: 01/08/2021

Revisões requeridas em: 25/09/2021 Aprovado em: 01/10/2021 Publicado em: 21/10/2021



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AMOROSIDAD, AUTOPOIESIS Y ‘CON-VERSACIONES’: LA POTENCIA DEL ‘ENTRETEJIDO DEL NOSOTROS’ EN LA EDUCACIÓN Y LA CIENCIA


AMOROSIDADE, AUTOPOIESE E ‘COM-VERSAÇÕES’: A POTÊNCIA DOS ‘ENTRELAÇOS NÓS’ NA EDUCAÇÃO E NA CIÊNCIA


LOVINGNESS, AUTOPOIESIS AND 'CONVERSATIONS': THE POWER OF 'WE INTERLACES' IN EDUCATION AND SCIENCE


Maria Luiza Cardinale BAPTISTA1


RESUMEN: El texto tiene un carácter ensayístico, abordando el poder de lo amoroso, de la autopoiesis y de las "con-versaciones", en la activación del " entretejido del nosotros" en la Educación y en la Ciencia. Trae el informe de las reflexiones, resultantes de los caminos de aprendizaje directo con Humberto Maturana, en relación con la educación holística y esquizoanalítica. El ensayo se basa en una producción científica de más de 30 años, en direcciones de investigación, tesis, disertación y redacción de monografías, en muchos universos del conocimiento, y en la orientación directa de investigadores en el Sur de Brasil, en Comunicación, Turismo y Hospitalidad. ¡Da cuenta de urgencias, emergencias y potencialidades, expresadas en las conversaciones e investigaciones de Amorcomtur! Grupo de Estudio sobre Comunicación, Turismo, Amorosidad y Autopoiesis, que se agudizan con las exigencias del mundo postoccidental. Entre ellas, la urgencia de una "re-evolución" amorosa, en términos reflexivos y de producción, en la que el "nosotros" -las conexiones intensas y afectivas de los seres y los ecosistemas- se reconozca como la gran potencia de reinvención y como posibilidad de supervivencia de la Educación, la Ciencia y el Planeta.


PALABRAS CLAVE: Educación. Amorosidad. Con-versaciones. Biología cultural. Esquizoanálisis.


RESUMO: O texto tem caráter ensaístico, abordando a potência da amorosidade, da autopoiese e das ‘com-versações’, no acionamento dos ‘entrelaços nós’ na Educação e na Ciência. Traz o relato de reflexões, resultantes de percursos de aprendizagem direta com Humberto Maturana, em conexão com formação holística e esquizoanalítica. O ensaio fundamenta-se em produção científica de mais de 30 anos, em pesquisas, supervisões de escrita de teses, dissertações e monografias, em muitos universos de saberes, e orientações diretas de investigadores no Sul do Brasil, em Comunicação, Turismo e Hospitalidade. Relata emergências, urgências e potencialidades, expressas nas conversas e pesquisas do Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese, que se acirram com as demandas para o mundo Pós-Pandemia Covid-19. Entre elas, está a



1 Universidad de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS – Brasil. Profesora e Investigadora del Programa de Posgrado en Turismo y Hospitalidad y cursos de Comunicación Social en UCS. Coordinadora de la

¡Amorcomtur! Comisión de Estudio sobre Comunicación, Turismo, Amorosidad y Autopoiese. Profesora Colaboradora de la Universidad Federal de Amazonas (UFAM). Estudiante de postgrado en Sociedad y Cultura de la Amazonía (UFAM). Doctora en Ciencias de la Comunicación (ECA/USP). ORCID: https://orcid.org/0000- 0002-7096-1160. E-mail: malu@pazza.com.br


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urgência de uma ‘re-evolução’ amorosa, em termos reflexivos e de produção, em que os ‘nós’

– as conexões intensas e afetivas de seres e ecossistemas – sejam reconhecidos como a grande potência de reinvenção e como chance de sobrevivência da Educação, da Ciência e do Planeta.


PALAVRAS-CHAVE: Educação. Amorosidade. Com-versações. Biologia cultural. Esquizoanálise.


ABSTRACT: The text has an essay character, addressing the power of amorosity, of self- poiesis and of the "conversations", in the activation of the "we-interlaces" in Education and in Science. It brings the report of reflections, resulting from direct learning paths with Humberto Maturana, in connection with holistic and schizoanalytical education. The essay is based on a scientific production of over 30 years, in research, thesis, dissertation and monograph writing supervisions, in many universes of knowledge, and direct guidance of researchers in the South of Brazil, in Communication, Tourism and Hospitality. It reports emergencies, urgencies, and potentialities, expressed in the conversations and research of Amorcomtur! Study Group on Communication, Tourism, Amorosity and Selfopoiesis, which are sharpened by the demands for the post-Covid-19 pandemic world. Among them is the urgency of a loving 're-evolution', in reflexive and production terms, in which the 'we' - the intense and affective connections of beings and ecosystems - are recognized as the great power of reinvention and as a chance of survival for Education, Science and the Planet.


KEYWORDS: Education. Amorosity. Conversations. Cultural biology. Schizoanalysis.


Primeras declaraciones (amorosas)


"Empiezo, como es propio de mi comienzo, con el verbo amar. Con el gusto del amor por lo que hago, por el encanto y la intensidad del rasgo,

de artista cotidiano, intensamente encantado e involucrado en la Comunicación y la poesía...".


Decidí comenzar con el verso de mi poema, escrito hace muchos años, titulado "Amor Derramado", porque todavía me representa, me presenta. En ese momento, escribir este poema era importante para mí, porque representaba un momento en la vida en el que entendía que el Amor, un rasgo tan llamativo en mis acciones y orientaciones de vida, necesitaba ser dicho en verso y prosa, en escritos y discursos, relacionados con todas las áreas de la vida. Fue un momento en que entendí que el Amor debía estar presente en la poesía y la ciencia. Me di cuenta de que el Amor es una marca de poder, aunque no siempre se vea así, porque, en la deriva histórica, la humanidad se perdió en los caminos equivocados y abandonó la lógica amorosa de la familia ancestral mística, para reemplazarla por la lógica capitalista, competitiva y productivista. Así, en esta otra cosmovisión, el Amor llegó a ser visto como el sentimiento que desorienta, que debilita, que saca al sujeto de la producción continua y


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eficiente, en contacto con las máquinas capitalistas. En esta lógica histórica capitalista, el Amor ha perdido su significado. No para mí; para mí, ¡nunca! Para mí, el Amor es siempre el significado, la dirección, la dirección de la vida, en todos los universos existenciales o 'dominios' de la existencia, para usar una expresión de Maturana, durante los cursos que hice con él entre 2020 y principios de 2021.

Nacida en el interior de São Paulo, al sureste de Brasil, en una pequeña ciudad rural llamada Guarantã – el nombre de un árbol – me forjé en la poética de una niña del campo, estudiosa y dedicada, amorosa y centrada en la poesía, el equilibrio de la vida y sus matices, encuentros y desajustes. Siempre me han apasionado las narrativas, los viajes y sus desterritorializaciones, los desafíos de sus engendramientos y la movilización de afectos. Los primeros viajes que recuerdo fueron en literatura, en el Reino Mágico de Águas Claras, los textos de Monteiro Lobato, pero también en textos de Historia Antigua de Grecia, para una obra escolar. Recuerdo haber leído la historia de los enfrentamientos entre Atenas y Esparta y, por supuesto, animar a Atenas, como si estuviera reviviendo la historia. Imaginé los lugares, la gente, la ropa, todo, las penas, las desventuras, las victorias, los logros. Desde entonces, ha vivido un "amor por el estudio" y los viajes del conocimiento, también un profundo amor por las narrativas.

En este proceso de crecimiento y encantamiento del mundo, para mí, el Amor nunca fue un juego de 'inversiones libidinosas', en la 'economía' de afectos, expresiones que luego encontré de Freud y que me causaron asombro. El amor siempre se ha sentido como el aire que respiro, como el agente de poder que me hace levantarme todos los días. En este caso, ya fue la gran inspiración de la niña Luiza, que me hizo levantarme de madrugada para leer, leer, leer... viajar, aprender. Por lo tanto, he estado viviendo y entendiendo lo que ahora puedo llamar el Interior del Amor, inspirado por mi propia propuesta de Turismo Averso, en mis estudios recientes.2


El frente es lo que todos (y cualquiera) ven. No de adentro hacia afuera. Solo los que saben ven y miran al revés y se dan cuenta de que ahí, exactamente ahí, están los amarres de la vida, las tramas de tesitura existencial que muestra lo bello y lo feo, lo que no todo el mundo quiere ver, pero sin el cual la costura 'desde el frente' que se muestra, no existe. También lo es el turismo. Sin el de adentro hacia afuera, el turismo no existe. El frente, que se muestra en fotos, videos, en los más diversos dispositivos de comunicación, estaba preparado para ser visto como hermoso. Para existir, necesita el revés hacia afuera, la trama de adentro hacia afuera y esto, a su vez, no se sostiene


2 Mis estudios psicoanalíticos freudianos involucraron la mayoría de los libros de la colección Obras. Psicológico completo, así como el trabajo con autores que presentan relecturas de la obra de este importante autor, como Renato Mezan (1991; 1987).


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sin la tesitura atada con hilos, nudos, corbatas, corbatas, arcos, acabados. (BAPTISTA, 2020, p.3)


Así es el Amor, que se hace en la aversión de la trama de los planos 'nosotros'. También lo es la educación y la ciencia. ¡Al revés! Allí y aquí donde las relaciones engendran y se constituyen en su totalidad, capaces y poderosas de 'sostener toda la trama', los tirones y las pulsiones del mar de la vida. He madurado mi visión del Amor, la Educación y la Ciencia a lo largo de estos muchos años en el camino. A principios de la década de 1990, habiendo asumido la coordinación de un camino de aprendizaje titulado Psicología de la Comunicación, en la Universidad Luterana de Brasil, en Canoas, sur de Brasil, creé el Gráfico de Amor, para explicar a los estudiantes de comunicación social la lógica de las "inversiones amorosas y deseosas", que intermedian en el desarrollo desencadenante y amoroso, en la desterritorialización afectiva que comienza con la pasión o la amistad. La Carta del Amor también me ayudó a pensar en los riesgos de la pasión, las movilizaciones impulsivas y no guiado por el 'alma' amorosa, ya sea en relación con una persona, un lugar, un proyecto o todo el Universo. La Carta del Amor ya me ayudó a pensar en los vínculos, resultantes de desear inversiones en seres, proyectos, caminos, productos, engendramientos existenciales.

En ese momento, en la década de 1990, viví la iniciación a mis estudios sobre el holismo y la posmoderna, lo que hizo que mis conocimientos previos, mis suposiciones hirvieran. Fue un proceso que me ayudó mucho, en el sentido de reflexionar sobre cómo se produce la agencia de las emociones, un tema tan costoso para mí, en la Investigación del Máster (BAPTISTA, 1996) y que transversaliza todos los campos del conocimiento y, en una visión ampliada de la Ciencia, todo el Mundo de la Vida.

Igualmente, la comprensión de lo que yo llamo "con-versaciones" fue madurando gradualmente a lo largo de mi vida y mi formación. La última década del siglo XX fue una época en la que ya estaba 'con-versaciones teóricas' con muchos autores que permanecen en la trama teórica que subyace a la orientación filosófica epistemológico-teórica de mis estudios. Autores que ya señalaban los límites del paradigma moderno de la Ciencia Tradicional, resultante de la Revolución Científica, una gran mutación del pensamiento científico que se produjo a finales del siglo XIX y principios del XVII. Entre ellos se encuentran autores de la física, como Capra3 y Luisi (2014); Psicología transaccional, con Roberto Crema (1989); química, como Ilya Prigogine (2001); de la Educación, con Edgar Morin (2003; 2013; 2020) y


3 El contenido estudiado por Capra se retoma en revisión con Luisi en 2014, pero hay una secuencia de textos del autor que señalan la lógica de la mutación de la ciencia. Textos en los que he trabajado desde los años 90 y que aún me acompañan, como sustrato de mi pensamiento: El Tao de la física (1990), El punto de Mutación (1991), La red de la vida (1997).

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Paulo Freire (1996); de Esquizoanálisis, como Félix Guattari, Gilles Deleuze y Suely Rolnik (1992; 1995 [1997]; 1986); de la Biología, como Humberto Maturana y Francisco Varela

(1997); de la Comunicación, como Muniz Sodré (2006; 2009), Ciro Marcondes Filho (2010),

Cremilda Medina y Milton Grecco (1990 [1991]) y Edvaldo Pereira Lima (1998; 2004; 2009), entre muchos otros.

Fueron autores decisivos para la inflexión filosófica de mi pensamiento y mi investigación, así como para la construcción de mis proposiciones epistemológicas-teóricas- metodológicas, como la Cartografía del Conocimiento y las Matrices Rizomáticas. Maturana me trajo enseñanzas sobre la constitución del ser vivo y la proposición de que el fundamento del ser humano y los lazos sociales es el amor. Guattari – junto con Deleuze y Rolnik – expandió el universo de mi conocimiento, ayudándome a comprender, de manera entrelazada, la producción de subjetividad, el equipamiento colectivo de esta producción – entre ellos, los Medios de Comunicación – los enredos de las máquinas autopoiéticas abstractas del Capitalismo Mundial Integrado, que transversalizan el todo, el cosmos. Entendí que, en la deriva histórica de la humanidad, el capitalismo y sus variantes, colonialismo y patriarcado (SANTOS, 1997), representaban una afrenta a la condición inherente a la especie humana, que es el amor, como "reconocimiento del otro, como un otro legítimo en convivencia" (MATURANA, 1998)

Así, también entendí que, en esta deriva histórica, el énfasis en el capital, la industrialización, la urbanización, bajo el dominio de la Comunicación Social, la Educación, las Matemáticas, la Medicina, la Psicología, el Turismo... Educación y Ciencia. Finalmente, desde la fragmentación cartesiana del conocimiento, se han creado las bases para grandes e importantes descubrimientos, pero también el énfasis racionalista objetivista que compone la lógica capitalista productivista, con sus ataduras y axiomáticas. Así, se cristalizaron actitudes que generan información científica importante y cuantitativa, lo que permitió el desarrollo tecnológico, pero no precisamente de la vida, en su condición poderosa y urgente.

Se puede decir, al menos, que el paradigma mecanicista, cartesiano y reduccionista no 'generó vida', considerada como una existencia colectiva en una dinámica continua de autoproducción, como nos enseñaron maturana, Varela y D'Ávila (1984; 2015). Probablemente, la gran limitación de este paradigma es exactamente con respecto a la posibilidad de que el ser humano y su nicho ecológico continúen autoproduciéndose, en armonía con el bienestar. Esto significa que la culpa radica exactamente en lo que es crucial para la secuencia de vida, que es el poder autopoiético. El sistema le está fallando a la propia




agencia. Por lo tanto, el colapso es un paso. En cierto sentido, estamos en ello, el colapso del Antropoceno.

En esta línea de discusión, en los Seminarios de la Escuela Matritense, que tuve el privilegio de seguir, entre finales de 2020 y principios de 2021, en sus últimos meses de vida, Maturana insistió en el límite del pensamiento de Darwin, cuando propuso que "sobrevive al más apto". Maturana explicó que 'el apto sobrevive', el organismo que es capaz de existir bajo las condiciones de su nicho ecológico, lo que no significa que tenga que ser (o tener) más que otro organismo. En las conversaciones entre Maturana y Ximena D'Ávila, en los Seminarios del Curso de Fundamentos de Biología Cultural, el cuestionamiento de Darwin puso en tela de juicio las bases de naturalización de la competencia, como inherentes a lo humano. Está claro que esto es una falacia. Maturana produjo gran parte de su trabajo para demostrar que la cooperación, no la competencia, es natural para la especie humana. El hecho de que la humanidad haya perdido esta comprensión y haya dejado de actuar de acuerdo con esta lógica es una aberración histórica, con consecuencias catastróficas, como las que estamos experimentando en estos primeros años del siglo 21, especialmente con la ocurrencia de la Pandemia de Covid-19. Desde este punto de entendimiento es que necesitamos reflejar las posibilidades de reinvención de la Educación y la Ciencia. ¿Qué hay que hacer, para que podamos "sobrevivir" como un campo de hacer y conocer, en lógicas rizomáticas y entrelazados en los más diversos ecosistemas educativos y científicos?

Este es el punto en discusión en este texto, de carácter ensayista, resultado de muchas investigaciones realizadas directamente por mí y de una larga trayectoria de estudios guiados, en el entrelazamiento de muchos conocimientos, especialmente el amor a la biología, el conocimiento y el Cultural, y el Esquizoanálisis, en combinación con los otros haces de conocimiento que señalan mutaciones contemporáneas. Como se anuncia en el título, se trata de discutir 'con-versaciones' y amorosidad y el poder del entrelazamiento entre nosotros (sujetos de Educación y Ciencia) y el 'nosotros' (diferentes factores que cruzan los nichos ecológicos de nuestras experiencias y producciones), de acuerdo con una lógica que he estado llamando red de ecosistemas complejos. Para avanzar, elaboré un recorrido narrativo del "texto-viaje", que involucra la Red de desafíos de la Educación y la Ciencia, el Amor y la Autopoiesis, y las "Con-Versaciones", para reflexionar sobre los indicios de la potencia del "nosotros entretejido" en la Educación y la Ciencia.




La Red de Desafíos de la Educación y la Ciencia


La noción de 'trama' se basa en la base epistemológica-teórico-conceptual de este texto y de los estudios que vengo desarrollando desde el doctorado en Ciencias de la Comunicación por la ECA/USP en el año 2000. Así, la 'trama' es un presupuesto científico, educativo, turístico, comunicacional y subjetivo, presente en varios de mis textos, resultados de estudios recientes en el área de Turismo y Hostelería, en interfaz con los de Comunicación y Subjetividad. El término comunicación-trama, acuñado en el doctorado, se transpuso a la composición turismo-trama y subjetividad-trama, representando el conjunto de entrelazados, factores, elementos, sustancias y materiales que intervienen en los procesos y la comunicación asignados, las prácticas turísticas y subjetivas, implicadas en los fenómenos analizados. Los supuestos generales, en este sentido, se han ido consolidando a partir de estudios a lo largo de mi carrera y están relacionados con la visión complejo-sistémica. Fueron presentados en varios textos (BAPTISTA, 1996; 1999a; 1999b; 2000; 2001), como una confluencia de perspectivas, a veces sintetizadas por el término Ciencia Posmoderna, como una representación de ruptura de los supuestos de la Modernidad. Vale la pena decir: también pienso en la Educación y la Ciencia como inextricablemente asociadas con la "trama" complementaria. Así, los defino como Educación-Trama y Ciencia-Trama, en el sentido de Complejo Red-Trama, Rizomática, Caosmótica, Procedimental y Disipativa.

La visión ecosistémica está en sintonía con la comprensión de las complejas máquinas abstractas que constituyen los universos existenciales y las máquinas autopoiéticas rizomáticas deseosas y, por tanto, de alto poder, que pueden entenderse a partir de los estudios del esquizoanálisis, especialmente con autores como Félix Guattari (1992), Guattari y Deleuze (1995 [1997]) y Guattari y Suely Rolnik (1986). Esto significa considerar el ecosistema educativo científico debido a los múltiples factores intervinientes en las redes comunicacionales y subjetivas, en las más diversas transversalidades, en los procesos de desarrollo del conocimiento y el hacer.

Se supone que existen complejas redes-tramas de engendramiento del deseo de producir conocimiento, en Educación y Ciencia, desencadenando y dirigiendo las desterritorializaciones de los sujetos, en relación con los procesos educativos. En la lógica esquizoanalítica, el sujeto desterritorializa, inquieta la condición a la que está acostumbrado y se mueve, desencadena movimientos deseantes, en relación con la mutación de sí mismo, la autoproducción, la autopoiesis, la reinvención de sí mismo. Son tramas de agencias, como conjuntos complejos y procesos de entrelazamiento de elementos, pistas y alambres, ambos




inherentes al propio proceso de desterritorialización, que es característico de la salida de la condición de estar en un territorio conocido, así como de la lógica de derivaciones y disipaciones de sus filamentos riomáticos comunicacionales y subjetivos.

Entiendo que la Educación y la Ciencia también se producen conectadas a una compleja trama mediática y subjetiva del ecosistema, que es intermediada por el capital, pero que también se ha ido reinventando y buscando formas de auto-pomizarse, en procesos rizomáticos de líneas de escape, en poderosos brotes que se engendran en las relaciones, en la práctica, en múltiples 'con-versaciones' subjetivas y sistémicas. Se puede percibir, especialmente en los últimos años, un campo morfogenético de producción de poderosas energías de creación y recreación. En este sentido, en el escenario contemporáneo, las condiciones de producción e interacción ecosistémica alcanzan puntos extremos, para ser repensadas. Rescato aquí un extracto del discurso emblemático de Guattari, en este sentido.


Las condiciones de producción evocadas en este borrador de redefinición implican, entonces, en conjunto, instancias humanas intersubjetivas manifestadas por el lenguaje e instancias sugestivas o identificativas sobre etología, interacciones institucionales de diferente naturaleza, dispositivos maquínicos, como los que utilizan el trabajo informático, inincorporando universos de referencia, como los relacionados con la música y las artes visuales. Esta parte prepersonal y esencial no-humana de la subjetividad, ya que es a partir de ella que puede desarrollarse su heterogeneidad" (GUATTARI, 1992, p. 21)


El discurso de Guattari está en el libro titulado Caosmose. Un nuevo paradigma ético- estético, referido a las condiciones de producción de la subjetividad, pero, como se puede ver, también se puede pensar para la Educación y la Ciencia, como vengo transponiendo a estudios relacionados con la Comunicación y el Turismo. La expresión 'caosmosis' resulta de la composición por aglutinación, de 'caos', 'ósmosis' y 'cosmo', lo que ayuda a pensar el escenario contemporáneo, en su complejidad. La asociación de palabras, en esta fusión, informa sobre la condición caótica y de ósmosis que caracteriza al cosmos, al universo. Esta perspectiva llama la atención sobre cuánto es necesario tener en cuenta las dimensiones visibles e invisibles, en terminología esquizoanalítica: el cuerpo y los universos incorporais.

Se puede decir que estos universos son haces, flujos de múltiples dimensiones, que se entrelazan, en la producción de la compleja red, del conocimiento, de las experiencias, de los sujetos. Materiales, sustancias, energías, en la composición de los procesos de producción continua, en mundos de desmantelamiento y reconstitución autopoiética están en juego aquí. Todos los flujos están implicados 'en relación', por muchos organismos, en un engranaje




maquínica que se mueve por maquinaria abstracta, más que en expresiones semiológicas y axiomáticas territorializadas.

Frente al caos de la Ciencia Contemporánea y los procesos educativos en los tiempos contemporáneos, reflejados también en lo que Harvey (2005; 2012) llamó "capitalismo por expolio", nos encontramos desafiados a comprender los procesos relacionales, intercambios y desplazamientos y aprendizajes, en el mundo. La pregunta es, ¿qué vamos a hacer con este caos, esta ósmosis en el cosmos? ¿Cuál es la "acción oportuna", para recordar una expresión de Maturana, cuando reconocemos las fuerzas de entrelazamiento en el ecosistema educativo y científico? Este desafío son las nuevas configuraciones de las fuerzas políticas globales y los nuevos flujos de bienes materiales, recursos financieros, recursos naturales y, por supuesto, bienes y personas simbólicas. También hay, a considerar, nuevas configuraciones políticas y económicas, que surgieron ante las urgencias de la pandemia del covid-19, que evidenciaron, cristalizaron y volvieron a cruzar el escenario de mutación, en un sentido amplio.

Hay que reconocer que existe un nuevo orden de movimiento de la cultura y el conocimiento en todo el mundo. Un orden en desorden, se podría decir, no guiado por el orden en sí, sino por el caos. Este (des)orden existe en un sentido macro, amplio, y también dentro de los diversos procesos productivos, y aquí me refiero, más en detalle, a los de la Educación y la Ciencia, así como he estado estudiando en la comunicación, el turismo y la producción de subjetividades, entendiendo que hay aspectos generales que impregnan otras áreas de producción y conocimiento.


Amorosidad y Autopoiesis en Educación y Ciencia


Vuelvo aquí, en este punto, a la 'con-versaciones' sobre el Amor, la Amorosidad y la Autopoiesis, en la Educación y la Ciencia. Estos son conceptos básicos del grupo que coordino en la Universidad de Caxias do Sul, en el sur de Brasil, en lazos caosmóticos y amorosos, con muchos otros investigadores, en esta universidad y en universidades de más de 15 países en todo el mundo. Puedo decir que hablar de Amor en la Academia, en la Educación y en la Ciencia no ha sido fácil, pero al mismo tiempo, para mí, es algo obvio. Es eso o nada. Hablo de procesos de amor y autopoiesis o no tengo forma de referirme a lo que realmente creo, es decir, la esencia de los procesos interaccionales que provocan, promueven, intermedian el crecimiento. Durante muchos años he estado trabajando y profundizando estudios en la comprensión propuesta por Humberto Maturana, sobre el amor y los seres




vivos, también de los seres humanos. Con la palabra, el maestro: "[...] el amor es el fundamento emocional que hace posible el surgimiento evolutivo de nuestra vida humana en el origen del lenguaje [...] los seres humanos somos seres biológicamente amorosos y [...] nuestra identidad biológico-cultural es Homo-sapiens-amans-amans" (MATURANA apud D'ÁVILA; MATURANA, 2015, p. 10).

Maturana enseña que nadie nace sin amor, en el sentido de la especie humana, sin conjunción, sin la confluencia de elementos de seres que se unen. Nadie vive sin amor. Nadie vive realmente, creo, y cuando digo esto no me refiero al significado vegetativo del término "vivir", en el sentido de "navegar sin saber por qué", por el simple sentido de la existencia. "Somos mamíferos, nacemos en un contexto de entorno materno-infantil. Nacimos como fetos entregados al mundo. Nuestra fisiología se hace de tal manera que asume que será bienvenida: nacemos en esta confianza amorosa" (MATURANA, 2017).

En esta línea de reflexiones, he insistido, en los últimos años, en lo que vengo llamando el 'tema Cajuina', especialmente vinculado a los ámbitos de mi vida. Este es el rescate del cuestionamiento de la canción de Caetano Veloso, titulada Cajuína: "¿Existimos, para qué está destinado?", transponiéndola a mis múltiples creaciones 'estar en existencia', en busca de 'sobreexperimentación'. Este es un tema existencial y, para mí, ha sido compañero de amaneceres, clases, encuentros científicos internacionales, reflexiones personales de todo orden y desorden, con seres que amo, en mis diversos universos existenciales, dominios de la vida, como los llama Humberto Maturana. En este punto, el verso de uno de nuestros más grandes poetas, Carlos Drummond de Andrade (2002): "¿Qué puede amar una criatura, si no entre otras criaturas?"

Así, como mencioné, Amorosidad y Autopoiese son conceptos que dan nombre a

¡Amorcomtur!, no por casualidad, sino por convicción, desde el inicio del grupo, en 2011. El Grupo de Estudio sobre Comunicación, Turismo, Amorosidad y Autopoiesis es la síntesis de estudios sobre estos campos complejos: Comunicación y Turismo, transversalizados por la discusión sobre Epistemología de la Ciencia, Metodología de la Investigación, Educación y Estudios de Subjetividad, con sesgo ecosistémico y holístico. En este sentido, vale la pena entender la proposición de Maturana sobre el amor. Presenta el amor relacionado con la emoción que nos lleva a invertir en la convivencia, en el mantenimiento de la red viva de cooperación, de acciones recurrentes que producen más vida. Para el biológo, el amor es lo que funda lo social, como un entrelazamiento de seres que se respetan mutuamente e invierten en la continuidad de la relación. El amor es lo que hace posible que la trama viva siga existiendo, dice, incluso diciéndolo en otras palabras. Vale la pena recordar que nos enseñó

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esto a partir del conocimiento producido desde la biología, en la producción de constructos que se fueron consolidando como lo que hoy se conoce como Biología Amorosa o Conocimiento, más recientemente como Biología Cultural, desde principios de la década de 2000, cuando estableció la asociación con Ximena D'Ávila. "Es el modo de vida de los homínidos el que hace posible el lenguaje, y es el amor como emoción el que constituye el espacio de acciones en el que tiene lugar la forma de vida homínida, la emoción central en la historia evolutiva que nos da origen" (MATURANA, 1995, p. 8).

También destaco la profunda conexión de mi pensamiento y experiencias en la producción de Educación y Ciencia con el concepto de autopoiesis, un concepto también propuesto por Maturana. Reconozco en este concepto uno de los poderes de la vida impulsada, también en mí, desde el momento en que comencé a entender la fuerza de la generación señalada, la generación de vida, en el proceso de producción continua, la autoproducción. Entonces, la autopoiesis, según Maturana, es la autoproducción continua, que caracteriza al ser vivo, a partir de una dinámica de accionamientos continuos, resultante de acoplamientos estructurales y movimientos constantes de flujos y procesos internos. Teniendo esta comprensión como inspiración, en una visión ampliada, pienso en la autopoiesis de cada sujeto o sujeto-cuerpo -que puede ser un colectivo- como una reinvención de uno mismo. Reflexiono que es posible pensar de esta manera, ya que esta dinámica significa, en cierto modo, la confrontación de toda transversalización y clima, lo que pone en riesgo la armonía del sistema, que se deconstruye y reconstruye continuamente, para vivir los múltiples y secuenciales procesos de adaptación al nicho ecológico.


[...] la forma de la arquitectura dinámica de cada organismo implica en cada momento de su intercambio continuo un entorno estructural dinámico que permite vivirlo para que conserve su vida como una totalidad sólo mientras sus interacciones se producen en un medio que es dinámicamente congruente con él en todas las dimensiones de la realización de su vida (DÁVILA; MATURANA, 2008, p. 9).


Vale la pena decir, entonces, que este nicho también está siempre en continua transformación, es decir, parece haber una deconstrucción constante para reconstruir, más tarde, otra condición de existencia. Se trata de desterritorializar para reterritorializar territorios existenciales, desde un punto umbilical desde el que 'se encarna una posicionalidad subjetiva', para recordar a Guattari (1992). Es como si Guattari dijera que la vida se produce a partir de múltiples explosiones y contactos de universos subjetivos, bajo lo que él llama el "foco del caos". Aquí tenemos lo que el propio autor denominó la reconciliación entre el caos y la complejidad. El foco de la caosmosis se relaciona directamente con el núcleo de la



autopoiesis, "[...] sobre los cuales los territorios existenciales y universos de referencias de incorporación se llevan a cabo constantemente y se forman y forman constantemente, insisten y toman consistencia" (GUATTARI, 1992, p. 102).

Es interesante el discurso de Maturana, para ayudar a entender la autopoiesis, sobre todo pensando en ampliar el concepto a otros procesos vivos.


Un ser vivo no es un conjunto de moléculas, sino una dinámica molecular, un proceso que sucede como una unidad separada y singular como resultado de operar y operar, de las diferentes clases de moléculas que lo componen, en un interjuego de interacciones y relaciones de proximidad que lo especifican y lo realizan como una red cerrada de intercambios y síntesis molecular que producen las mismas clases de moléculas que lo constituyen, configurando una dinámica que al mismo tiempo especifica sus límites y extensión en cada instante. Es a esta red de producción de componentes, que se cierra sobre sí misma, porque los componentes que produce constituyen generando la dinámica misma de producciones que la produjeron y determinando su extensión como persona circunscrita, a través de la cual hay un flujo continuo de elementos que se hacen y dejan de ser componentes según participar o dejar de participar en esa red, lo que en este libro llamamos autopoiesis (MATURANA, 1997, s/p).


El concepto de autopoiesis, desde que se propuso en el siglo pasado, a pesar de que fue diseñado para referirse a la cuestión biológica, molecular, con aplicaciones específicas, ha generado profundas discusiones en este y otros campos. Se ha utilizado de manera expansiva y metafórica, considerando la etimología del propio término, como 'autoproducción', para pensar la confluencia de juegos interaccionales, entre seres en diferentes ecosistemas, implicando la activación de una fuerza motriz de reinvención de lo que se engendra en el proceso autopoiético. En el enfoque con el esquizoanálisis, el concepto se expande al de desear máquinas autopoiéticas, que, en mi opinión, son los poderosos dispositivos de producción, desencadenados en procesos de 'con-versación' en la producción de subjetividades, Comunicación, Turismo, Educación y Ciencia.


‘Con-versación’ - Narrativas trans-poéticas sensibles


Es necesario considerar, especialmente, la importancia de la producción de narrativas, en la composición de esta caosmosis contemporánea, así como en el poder de superación y reinvención de los sujetos y sus nichos ecológicos, considerados aquí especialmente en los procesos de producción de Educación y Ciencia. Los estudios de ¡Amorcomtur! señal a las narrativas y conversaciones, 'con-puntos de vista', que desencadenan procesos de pulsación de


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la vida compartida, producción conjunta en acoplamientos subjetivos y ecología profunda.

Uno de los estudios en este sentido es el proyecto internacional titulado “‘Com-Versar’

¡Amorcomtur, Lugares y Sujetos! Narrativas transversales sensibles, que involucran Sujetos en Procesos de Desterritorialización – Brasil, España, Portugal, Italia, México, Colombia, Egipto, Omán e India", desarrollado en la Universidad de Caxias do Sul, en asociación con investigadores de otras tres universidades brasileñas, de instituciones de más de 10 países, involucrando a más de 25 investigadores en total. Teniendo como una de las inspiraciones los estudios de la Escuela Matritense de Santiago de Chile, en una visión ampliada, afirmo que, al igual que los seres vivos, la Educación y la Ciencia se producen y autoproducen, en sus nichos ecológicos, en sus ecosistemas, por lo que preservan y transmutan en la dinámica autopoiética del presente continuo de transformaciones. Esta dinámica es en gran parte en los procesos de transpoiesis, de transpoiesis, a través de trans-poeticos sensibles 'con- versaciones'.

Anteriormente, he presentado la idea subyacente a la proposición ‘con-versación’, como haces de aproximaciones, cruces, transversalizaciones y mutualidades. Recordando a una importante novelista en Brasil, Janete Clair, citada por Ismael Fernandes (1987), es posible afirmar que la narrativa es el despliegue de la novela, es tirar del hilo de la novela e ir desenrollando, narrando. La narrativa, en este sentido, es también un proceso, que va por delante, disipando, diluyendo, desarrollando la trama, con el fin de comprender los sujetos entrelazados sus conflictos, sus dramas, sus elecciones, sus características, materialidades e inmaterialidades del viaje. Es así en la novela, es así en la Ciencia, en la historia de vida de lugares y sujetos.

Una vez más, recurro a Maturana (1995, p. 3). "La palabra hablar proviene de la unión de dos raíces latinas, 'cum' que significa 'con' y versare que significa 'dar vueltas', por lo que hablar en su origen significa 'dar vueltas con' otro". Luego se pregunta: "¿Qué pasa en el turno de los que hablan y que pasan por allí con emociones, lenguaje y razón?". Este es un punto central de las enseñanzas de Maturana, en el que enfatiza la importancia del lenguaje y el lenguaje, aportando pistas importantes para que sea posible comprender toda la importancia de la conversación. Según él, el lenguaje "[...] como fenómeno biológico consiste en un flujo en interacciones recurrentes que constituyen un sistema de coordinaciones de conducción consensuadas de coordinaciones de conducción consensuadas" (p. 3, mí énfasis).

En este sentido, la práctica de Los Encuentros Caóticos ¡Amorcomtur!, nuestras ruedas de conversación semanales han demostrado el poder de los procesos de narrativas subjetivas, en la transversalización de los 'con-los-puntos de vista' para dejar aparecer las



investigaciones, en sus caminos y desenfrenados. Estas reuniones son realizadas semanalmente por los miembros del grupo ¡Amorcomtur!, incluyendo la presencia frecuente de socios internacionales.

Además, he estado trabajando con la idea de narrativas de viajes, también para Viajes de Investigación, para Ciencia, que refuerza la coherencia entre la producción de conocimiento y los lugares y temas 'com-versar', cuando se trata de investigación en las áreas de Turismo, Comunicación, Esquizoanálisis y sus transversalidades. El sujeto estudia e investiga desde su lugar, desde sus lugares, de dónde viene y a dónde pretende ir, considerando también a dónde pretende ir. La lógica de la activación del deseo y, por lo tanto, del deseo de desterritorialización, que necesita ser negociada, está presente, es decir, el sujeto tiene que querer aprender, investigar, lo que ocurre más fácilmente 'con-verso', en procesos de 'con-versaciones'.

Así, se presenta la idea de ‘Con-versación’ Lugares y Sujetos con el propósito de desencadenar la producción de narrativas de hermosura y autopoiesis, recordando que se trata de acciones de producción en las que, en sí mismas, son procesos de investigación y también de producción de conocimiento, buscando banderas de conocimiento y devires. Esto implica decir que el 'con-versación' en sí mismo es un dispositivo metodológico o que el camino de la investigación se hace 'con-verso'. Es interesante, aquí, entonces, hablar de qué narrativa se está tratando, a qué narrativas me refiero, cuando las propongo como de amor y autopoiesis.

En varios eventos nacionales e internacionales, al presentar informes parciales de esta investigación, he señalado que las narrativas, las 'con-versaciones son sensibles amores transpoiéticas. Son amorosos, porque se guían por la ética de la relación, por el respeto al Otro, como un otro legítimo en convivencia. Se considera aquí Lugares y Sujetos, como una trama de conexiones. ¡Una trama de com-vers-acciones! Las 'con-versaciones' son transpoiéticas, porque son transversales, relacionadas con el poder de reinvención en movimiento, tanto el movimiento del sujeto en los lugares, como también el movimiento entre los sujetos que 'con-versan', producen 'con-versaciones'. Son transpoyéticos también en el movimiento de dispositivos de comunicación, utilizados como recursos para la producción de narrativa. Esto significa que la 'transpoiesis' -término que propongo para la representación de la producción transversalizada, siguiendo la lógica esquizoanalítica- también tiene lugar en el tránsito entre recursos narrativos... La narrativa, el 'con-versación', no es sólo verbal. Todos los significados se disparan y potencian para la producción de conocimiento y la consideración en la red ecosistémica generando relaciones, autoproducción de los investigadores involucrados, en una dinámica continua de producción.

RIAEE – Revista Iberoamericana de Estudios en Educación, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2358-2379, out./dez. 2021. e- ISSN: 1982-5587



Una vez más, Maturana (1995, p. 4) enseña: "[...] somos seres multidimensionales en nuestras dinámicas y relaciones estructurales. Vemos en nuestra corporalidad la intersección de muchos dominios de interacciones que estimulan en ella intercambios estructurales que pertenecen a diferentes cursos operativos".

Uno de los resultados, en este sentido, del proyecto internacional ‘con-versación’

¡Amorcomtur! han sido las múltiples conversaciones con los socios investigadores, con presentaciones muy ricas, marcadas por la activación plural de dispositivos de comunicación, con el uso de fotografías, música, poemas visuales y verbales, con la activación de la lógica de convergencia mediática, para la agencia de múltiples sentidos. Este fue el caso, por ejemplo, de la conversación del 25 de noviembre de 2020, titulada: Una mirada a la Amazonía: encantos que vienen del bosque y sus aguas. Conexión Nacional – Conferencia de la Dra. Maria Leonia Alves do Vale Brasil, Doctora en Administración y Turismo, en el Seminario PPGTURH, Narrativas Visuales y Medios Turísticos.

Además, a partir de las interacciones y conversaciones de Amorcomtur con el Instituto de Longevidad de UCS a principios de 2021, se creó el Núcleo de Longevidad de Amorcomtur, que está trabajando en el programa de radio 'Con-versación Toda La Vida'. Este programa es literalmente el resultado de muchas conversaciones, debido a la movilización de diversas instancias de la Universidad, desde prorrectores, profesores de diversos cursos y niveles académicos y estudiantes también de diferentes áreas de formación. Se transmitirá todos los domingos por la mañana en UCS FM, abordando temas relacionados con la vida. En la producción directa del Programa, en el Centro de Longevidad Amorcomtur, se encuentran investigadores del Programa de Posgrado en Turismo y Hospitalidad, a nivel de doctorado, maestría e iniciación científica, estudiantes de periodismo y la Licenciatura en Música de la UCS, lo que implica la activación de diversas dimensiones del aprendizaje, en asociación, en 'con-versiones'. Educación y Ciencia en 'Con-Versaciones', en 'Con-Versación' Toda la Vida, en una propuesta transpoyética sensible. El programa incluye espacios de conversaciones periodísticas, poéticas, musicales, teatrales, de presentación de personajes con textos producidos especialmente para cada edición temática. Implica la participación de la comunidad académica y tiene el objetivo de la participación de la comunidad en general, comenzando con Caxias do Sul y la región. El objetivo es ampliar la conversación sobre la vida, aportando información y promoviendo la interacción entre diversos conocimientos y temas, de manera real y efectiva en 'con-versaciones'.

Este programa también ayuda a reflexionar sobre por qué las narrativas son sensibles - inspiradas en el término 'splacnisomai'- mencionado por Luis Carlos Restrepo (1998), en El



Derecho a la Ternura. El término significa literalmente "Sentir con las tripas", es decir, la idea es producir narrativas que expresen los 'sentimientos íntimos' - expresión de Maturana - de los sujetos en relación con los lugares.

El proyecto también cuenta como resultado y, al mismo tiempo, apoyo al desarrollo, uno de los Seminarios Avanzados del PPGTURH, que coordino en este segundo semestre de 2021, con la participación de investigadores de cuatro estados brasileños: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Río de Janeiro y Amazonas. El Seminario se titula: Lugares y temas 'Con- versación': Narrativas sensibles para la reinvención del turismo - Doctorado en Turismo y Hospitalidad.

Presento a continuación algunos fragmentos de narraciones, producidas por dos estudiantes de posgrado, en actividades de creaciones en el Seminario – inscripciones de sí mismos, guiadas por creaciones e impulsos de textos devenires.


Humectación de costuras

(Newton Ávila, doctoranda en Turismo y Hostelería PPGTURH)

Las tramas narrativas que se inscribieron en el camino entrelazaron diferentes formas y formatos que transversaron otras historias. Eran paseos familiares, infancia, vida adulta, recuerdos y rememprayers. Todo regado y contado con la emoción del giro en el tiempo.

Historias que hacían referencia a los recuerdos de fragmentos de mis historias. Historias que nos recordaban a las películas. Historias que llenaban los minutos y hacían que las horas parecieran pequeñas. Historias que conectan con sujetos y lugares de investigación.

Sujeto, chico residente, lugar pequeño, lugar grande. En la prosa de cada uno, los cuerpos mixtos se perfilaban con 'with-versas' rizomáticos que parecían interconectarse, cruzarse, coser, como si la colcha fuera patchwork, como si las corbatas, en algún momento, estuvieran atadas. Textos sueltos de varias partes de Brasil fueron alineándose y repensándose, en el reflejo de recordar la clase, parece que trajeron piezas sutiles de un pequeño municipio que compone mi investigación. Y me instó a que las metáforas de los dos procesos se cruzaran en nosotros.

La infancia que se evidenció en el primer texto me hizo pensar en el inicio de la construcción de la escritura, cuando se hicieron las primeras visitas al locus de investigación, los primeros descubrimientos. Quien también se cruzó con el primer viaje, que fue posible descubrir otros mundos. En la investigación, nada fue diferente, porque otros mundos se presentan para ser descubiertos y tal vez redescubiertos, tal vez, reinventados. Del mismo modo, se refirieron a los informes externalizados por los 'participantes- otros', entre los 'i-participantes'.

Historias todo el tiempo tramando costuras que cosen combinaciones teóricas, experiencias y múltiples experiencias de una vida cotidiana sentidas por la mirada del corazón.


Reflexiones sobre la aproximación entre la narrativa del primer viaje y el desarrollo doctoral - Renan de Lima da Silva (Doctoranda en Turismo y Hospitalidad en PPGTURH)




¿Cuánto de nuestros recuerdos están presentes en nuestras acciones y cuánto desarrollo personal hay todo el tiempo, todo el tiempo, en la forma en que nos movemos y movemos la vida? Me hace darme cuenta de que, en el presente continuo, algunas cosas siempre están presentes.

En el desarrollo del viaje/vida, algunos nodos o encuentros son puntos de pasajes siempre presentes, en nuevos entrelazados o enredos, o en el retorno de paso en un camino que, en mayor o menor medida, nacen o se desarrollan en el pasaje y regresan a estos nodos.

Algunas constantes son perceptibles a partir de esta premisa: los nudos, la necesidad de encuentros, el presente continuo y la existencia de desplazamientos, toda la vida, todo el tiempo. Esto crea las singularidades y nodos que son banderas de estos. Así que la forma en que nos movemos tiene que ver con el proceso del que venimos.

Los nodos que representan esta señalización son marcas, vistas en los recuerdos y prácticas que tenemos como comunes a lo largo de la vida. Surge así la forma en que nos relacionamos con estos desplazamientos, tratando mejor o peor lo que causa la desterritorialización y, en consecuencia, con los deseos que provoca el contacto desterritorializante, en la producción autopoiética de acoplamientos desde, desde los nodos de encuentro.

Reflexionar sobre esto, en mi discurso en clase y en aproximaciones de mi narrativa en relación con la narrativa de colegas, es también un dispositivo de señal de lo anterior, y resignifica la importancia del turismo para mí, y la contribución que puede tener en el mundo, si la vida se entiende como la maraña de múltiples narrativas de viajes, lo que significa que viajamos en un presente continuo, en experiencias de encuentros de cuerpos más o menos dispuestos, de nudos y tránsitos de olas, olas y venidas que apilan el turismo en el mundo inconsciente.


Producciones como estas demuestran que las narrativas amorosas de la Ciencia, relacionadas con la investigación, desencadenan la producción de narrativas de viajes de vida. Son textos en los que el sujeto se permite ser el autor de su propia escritura, que comienza a ser escupida, inscrita, con las marcas que la constituyen. Surgen narrativas de amor transpoiéticas sensibles, los autores científicos comienzan a ser conscientes de sí mismos hasta que han ampliado su comprensión de la trama del ecosistema que están investigando. Así, los "con secciones" sueltos y espontáneos y las ruedas de las conversaciones en el aula, seguidas de increaciones, inscripciones de sí mismas en narrativas transpoiéticas, desencadenan la desterritorialización deseable, propuesta como un poder desencadenante de la autopoiesis. Esto permite la experiencia del deseo de incre'bir-se, de autorizarse a sí mismo a ser el autor de la inscripción de uno mismo y, por supuesto, del conocimiento que está produciendo, como un poder de devenires conocimiento, resultante de una multiplicidad, que es propia de una cientificidad holística.




¡Invitación (de esto) 'con-versión'!


Al igual que en el ¡Amorcomtur!, nuestras reuniones "con el camino" y las reuniones del Seminario Avanzado, incluso si uno no quiere, llega el momento de un resultado temporal de la conversación. En este caso, aquí, el resultado conduce a una invitación. Lo que se ha presentado es recurrente con relación a mis estudios y, al mismo tiempo, representa algunos signos de profundización de la conversación con Humberto Maturana y Ximena D'Ávila, más directamente, así como con Claudio Yusta, mentor de mi grupo, en el Curso de Posgrado en Biología Cultural, que concluí en julio de 2021.

Así, después de toda la charla, imagino que quedó claro que, cuando pienso en narrativas o en el acto de narrar, tengo en mente los supuestos generales de la compleja dimensión de la trama ecosistémica, de visión holística, referida a la comprensión de la ecología profunda y sensible, como no podía dejar de ser. Así, he venido proponiendo el término 'narrativas transpoiéticas sensibles', como un poderoso dispositivo de 'nos lazos', que disparan el poder autopoiético para la Educación y la Ciencia. Cierto que estos lazos también me permiten afirmar que su constitución es compleja, resultante de la activación de muchas sustancias, materiales y dimensiones de la inmaterialidad cuántica, es decir, las energías. Para esta misma parte, necesitan ser trabajados con suavidad, profundidad e intensidad recursiva, de "con-versaciones" en la dinámica recurrente del sistema de coordinaciones conductoras consensuadas de coordinaciones conductivas consensuadas, y aquí la redundancia es intencional e inspirada por las enseñanzas de la Escuela Matritense.

Al mismo tiempo, entiendo bien que necesitan fluir espontáneamente como resultado del flujo entrelazado de linguagear y emoción, como Maturana nos enseñó. Así, también en coherencia con la vinculación de toda una vida dedicada a la narrativa y entrelazada con varios autores en este universo de producción de 'con-versaciones', creo en la posibilidad de una producción que desafíe constantemente al autor a una escritura viva, palpitante, ética, producida con cuidado y con la comprensión de la necesidad de entrelazamiento del conocimiento, de códigos de inscripción, de 'con-versación' con otras áreas, ya sea Literatura, Pintura, Fotografía, Audiovisual.

Luego hay una invitación a desencadenar plantas narrativas autopoiéticas, en las que pueden desencadenar 'con-versaciones' sobre los flujos de afecto en este tipo de 'máquina abstracta' que extrapola las materialidades de la investigación. También sobre los flujos de afectos que tocan a las personas y las conectan con sentimientos profundos, abrumadores, de quienes dan sentido a la vida. 'Con-versaciones’ que nos ayudan a reflexionar sobre La




Educación-Trama y La Ciencia de la Trama y así, en medio de los lazos y ataduras de estas conversaciones argumentales, es posible desencadenar el poder de los entrelazos de 'nosotros', nosotros mismos y los nodos investigadores de Ciencia para el Nuevo Mundo.


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Cómo hacer referencia a este artículo


BAPTISTA, M. L. C. Amorosidad, autopoiese y 'con-versaciones': el poder del ‘entretejido del nosostros’ en la educación y la ciencia. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2358-2379, out./dez. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.15676


Enviado: 01/08/2021

Revisiones requeridas: 25/09/2021

Aprobado: 01/10/2021

Publicado: 21/10/2021





LOVINGNESS, AUTOPOIESIS AND 'CONVERSATIONS': THE POWER OF 'WE INTERLACES' IN EDUCATION AND SCIENCE


AMOROSIDADE, AUTOPOIESE E ‘CONVERSAÇÕES’: A POTÊNCIA DOS

‘ENTRELAÇOS NÓS’ NA EDUCAÇÃO E NA CIÊNCIA


AMOROSIDAD, AUTOPOIESIS Y ‘CON-VERSACIONES’: LA POTENCIA DEL ‘ENTRETEJIDO DEL NOSOTROS’ EN LA EDUCACIÓN Y LA CIENCIA


Maria Luiza Cardinale BAPTISTA1


ABSTRACT: The text has an essayistic character, approaching the power of lovingness, autopoiesis and 'conversations', in activating the 'we interlaces' in Education and Science. It brings the account of reflections, resulting from direct learning paths with Humberto Maturana, in connection with holistic and schizoanalytic formation. The essay is based on scientific production for over 30 years, in research, supervision of the writing of theses, dissertations and monographs, in many fields of knowledge, and direct guidance from researchers in southern Brazil, in Communication, Tourism and Hospitality. Reports emergencies, urgencies and potential, expressed in conversations and surveys of Amorcomtur! Study Group on Communication, Tourism, Lovingness and Autopoiesis, which are incited with the demands for the Post Covid19 Pandemic world. Among them is the urgency of a loving 're-evolution', in reflexive and production terms, in which the 'we' – the intense and affective connections of beings and ecosystems – are recognized as the great power for reinvention and as a chance of survival of Education, Science and the Planet.


KEYWORDS: Education. Lovingness. Conversations. Cultural biology. Schizoanalysis.


RESUMO: O texto tem caráter ensaístico, abordando a potência da amorosidade, da autopoiese e das ‘conversações’, no acionamento dos ‘entrelaços nós’ na Educação e na Ciência. Traz o relato de reflexões, resultantes de percursos de aprendizagem direta com Humberto Maturana, em conexão com formação holística e esquizoanalítica. O ensaio fundamenta-se em produção científica de mais de 30 anos, em pesquisas, supervisões de escrita de teses, dissertações e monografias, em muitos universos de saberes, e orientações diretas de investigadores no Sul do Brasil, em Comunicação, Turismo e Hospitalidade. Relata emergências, urgências e potencialidades, expressas nas conversas e pesquisas do Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese, que se acirram com as demandas para o mundo Pós-Pandemia Covid-19. Entre elas, está a urgência de uma ‘re-evolução’ amorosa, em termos reflexivos e de produção, em que os ‘nós’

– as conexões intensas e afetivas de seres e ecossistemas – sejam reconhecidos como a



1 University of Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS – Brazil. Professor and Researcher at the Postgraduate Program in Tourism and Hospitality and at UCS's Social Communication courses. Coordinator of Amorcomtur! Study Group on Communication, Tourism, Lovingness and Autopoiesis. Collaborating Professor at the Federal University of Amazonas (UFAM). Postdoctoral student in Society and Culture of the Amazon (UFAM). PhD in Communication Sciences (ECA/USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7096-1160. E-mail: malu@pazza.com.br


RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2355-2375, Oct./Dec. 2021. e-ISSN: 1982-5587



grande potência de reinvenção e como chance de sobrevivência da Educação, da Ciência e do Planeta.


PALAVRAS-CHAVE: Educação. Amorosidade. Conversações. Biologia cultural. Esquizoanálise.


RESUMEN: El texto tiene un carácter ensayístico, abordando el poder de lo amoroso, de la autopoiesis y de las "con-versaciones", en la activación del " entretejido del nosotros" en la Educación y en la Ciencia. Trae el informe de las reflexiones, resultantes de los caminos de aprendizaje directo con Humberto Maturana, en relación con la educación holística y esquizoanalítica. El ensayo se basa en una producción científica de más de 30 años, en direcciones de investigación, tesis, disertación y redacción de monografías, en muchos universos del conocimiento, y en la orientación directa de investigadores en el Sur de Brasil, en Comunicación, Turismo y Hospitalidad. ¡Da cuenta de urgencias, emergencias y potencialidades, expresadas en las conversaciones e investigaciones de Amorcomtur! Grupo de Estudio sobre Comunicación, Turismo, Amorosidad y Autopoiesis, que se agudizan con las exigencias del mundo postoccidental. Entre ellas, la urgencia de una "re-evolución" amorosa, en términos reflexivos y de producción, en la que el "nosotros" -las conexiones intensas y afectivas de los seres y los ecosistemas- se reconozca como la gran potencia de reinvención y como posibilidad de supervivencia de la Educación, la Ciencia y el Planeta.


PALABRAS CLAVE: Educación. Amorosidad. Con-versaciones. Biología cultural. Esquizoanálisis.


First declarations (loving)


“I start, as befits my start, with the verb to love. With the taste of love for what I do, for the charm and intensity of the line,

of everyday artist, intensely enchanted and involved in Communication and poetry...”.


I decided to start with the verse of my poem, written many years ago, entitled “Spilled Love”, because it still represents me, introduces me. At the time, writing this poem was important to me, because it represented a moment in my life when I understood that Love, such a striking feature in my actions and life guidelines, needed to be said in verse and prose, in writings and speeches relative to all areas of life. It was a time when I understood that Love should be present in poetry and science. I realized that Love is a mark of potency, although it is not always seen that way, because, in the historical drift, humanity has lost its way and abandoned the loving logic of the matristic ancestral family, to replace it with the capitalist, competitive and productivist. Thus, in this other view of the world, Love came to be seen as the feeling that disorients, weakens, takes the subject away from continued and efficient production, in contact with capitalistic machines. In this capitalistic historical logic, Love lost




its meaning. Not for me; for me, never! For me, Love is always the meaning, the direction, the direction of life, in all existential universes or 'domains' of existence – to use an expression of Maturana, during the courses I took with him between 2020 and early 2021.

Nascida no interior de São Paulo, sudeste do Brasil, em uma minúscula cidade do interior, chamada Guarantã – nome de uma árvore –, fui forjada na poética de menina do interior, estudiosa e dedicada, amorosa e voltada à poesia, à poiese da vida e suas nuanças, aos encontros e desencontros. Sempre fui apaixonada por narrativas, por viagens e suas desterritorializações, pelos desafios dos seus engendramentos e pela mobilização de afetos. As primeiras viagens de que me lembro foram na literatura, no Reino Mágico das Águas Claras, dos textos de Monteiro Lobato, mas também em textos de História Antiga da Grécia, para um trabalho de escola. Lembro-me de fui lendo a história dos embates entre Atenas e Esparta e, claro, torcia por Atenas, como se estivesse revivendo a história. Eu imaginava os lugares, as pessoas, as roupas, tudo, as tristezas, as desventuras, as vitórias, as conquistas. Vivia, desde então, um ‘amor pelo estudo’ e pelas viagens do conhecimento, também um profundo amor pelas narrativas. Born in the interior of São Paulo, southeastern Brazil, in a tiny town in the interior, called Guarantã – the name of a tree –, I was forged in the poetics of a girl from the interior, studious and dedicated, loving and devoted to poetry, to the poetry of life and its nuances, to meetings and disagreements. I have always been passionate about narratives, travels and their deterritorializations, the challenges of their engenders and the mobilization of affections. The first trips I remember were in literature, in the Magic Kingdom of Águas Claras, of texts by Monteiro Lobato, but also in texts on Ancient History of Greece, for a school assignment. I remember reading the story of the clashes between Athens and Sparta and, of course, rooting for Athens, as if I were reliving history. I imagined the places, the people, the clothes, everything, the sorrows, the misadventures, the victories, the conquests. Since then, she has lived a 'love for study' and for knowledge travels, as well as a deep love for narratives.

In this process of growth and enchantment of the world, for me, Love was never a game of 'libidinal investments', in the 'economy' of affections, expressions that I found later on from Freud2 and which surprised me. Love has always been felt like the air I breathe, like the power that makes me get up every day. In this case, it was already the great inspiration of the child Luiza, who made me get up at dawn to read, read, read... travel, learn. Thus, I started



2 My Freudian psychoanalytic studies involved most of the books in the Complete Psychological Works collection, as well as work with authors who present reinterpretations of the work of this important author, such as Renato Mezan (1991; 1987).


RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2355-2375, Oct./Dec. 2021. e-ISSN: 1982-5587



living and understanding what I can now call the Averse of Love, inspired by my own proposal of Averse of Tourism, in my recent studies.


The front is what everyone (and anyone) sees. Not the opposite. Only those who know can see and look inside out and realize that there, exactly there, are the ties of life, the weaves of the existential fabric that show the beautiful and the ugly, which not everyone wants to see, but without which sewing 'of the front' which is shown displayed does not exist. So is Tourism. Without the reverse, Tourism does not exist. The front, which is shown in photos, videos, in the most diverse communication devices, was prepared to be seen as beautiful. To exist, it needs the inside out, the inside out, and this, in turn, cannot be sustained without the tied fabric of threads, knots, loops, interlaces, finishing. (BAPTISTA, 2020, p. 3, our translation)


This is also the case of Love, which is made on the reverse side of the plot of the 'we' ends. So are Education and Science. Upside down! There and right here where relationships are engendered and constituted in their entirety, capable and powerful of 'holding the whole plot', the tugs and pulls of the sea of life. I have matured my vision of Love, Education and Science over these many years on the road. In the early 1990s, having assumed the coordination of a learning path entitled Psychology of Communication, at the Lutheran University of Brazil, in Canoas, Southern Brazil, I created the Graphic of Love, to explain to Social Communication students the logic of 'loving desiring investments', which facilitate the triggering and development of love, in the affective deterritorialization that begins with passion or friendship. The Graphic of Love also helped me to think about the risks of passion, impulsive mobilizations and not guided by a loving calm, whether in relation to a person, a place, a project or the entire Universe. The Graphic of Love already helped me to think about the bonds resulting from desiring investments in beings, projects, paths, products, existential engenders.

At that time, in the 1990s, I was beginning to study Holism and the Post-Modern, which made my previous knowledge and assumptions come to the boil. It was a process that helped me a lot, in the sense of reflecting on how emotions are managed – a topic that is so dear to me in the Master's research (BAPTISTA, 1996) and which crosses all fields of knowledge and, in a broad view of Science, the entire World of Life.

Likewise, the understanding of what I call 'conversations' gradually matured throughout my life and training. The last decade of the 20th century was a time when I was already in 'theoretical conversations' with many authors who remain on the theoretical trail that underlies the epistemological-theoretical philosophical orientation of my studies. Authors who already signaled the limits of the Modern paradigm, of Traditional Science, resulting




from the Scientific Revolution – a great change in scientific thought that took place in the late nineteenth and early seventeenth centuries. Among them are authors of Physics, such as Capra and Luisi (2014); Transactional Psychology, with Roberto Crema (1989); from Chemistry, such as Ilya Prigogine (2001); Education, with Edgar Morin (2003; 2013; 2020) and Paulo Freire (1996); from Schizoanalysis, such as Félix Guattari, Gilles Deleuze and Suely Rolnik (1992; 1995 [1997]; 1986); in Biology, such as Humberto Maturana and Francisco Varela

(1997); of Communication, such as Muniz Sodré (2006; 2009), Ciro Marcondes Filho (2010),

Cremilda Medina and Milton Grecco (1990 [1991]) and Edvaldo Pereira Lima (1998; 2004; 2009), among many others.

They were decisive authors for the philosophical inflection of my thought and research, as well as for the construction of my epistemological-theoretical-methodological propositions, such as the Cartography of Knowledge and Rhizomatic Matrices. Maturana brought to me teachings about the constitution of the living being and the proposition that the foundation of the human and social bonds is love. Guattari – together with Deleuze and Rolnik – expanded the universe of my knowledge, helping me to understand, in an intertwined way, the production of subjectivity, the collective equipment of this production – among them, the Media –, the engendering of abstract autopoietic machines of Integrated World Capitalism, which cut across the whole, the cosmos. I came to understand that, in the historical drift of humanity, Capitalism and its variants, Colonialism and Patriarchy (SANTOS, 1997), represented an affront to the inherent condition of the human species, which is love, as "recognition of the other, as legitimate another in coexistence” (MATURANA, 1998)

Thus, I also understood that, in this historical drift, the emphasis on capital, industrialization, urbanization was developed, under the domain of Social Communication, Education, Mathematics, Medicine, Psychology, Tourism... Education and the science. Finally, from the Cartesian fragmentation of knowledge, the bases for great and important discoveries were created, as well as the objectivist rationalist emphasis that composes the productivist capitalistic logic, with its ties and axiomatics. In this way, attitudes that generated important and quantitative scientific information were crystallized, which enabled technological development, but not exactly of life, in its potent and urgent condition.

It can be said, at least, that the mechanistic, Cartesian and reductionist paradigm did not 'give life', considered as a collective existence in a continuous dynamic of self-production, as taught by Maturana, Varela and D'Ávila (1984; 2015). Probably, the greatest limitation of this paradigm is precisely regarding the possibility of human beings and their ecological niche



to continue to produce themselves, in harmony with well-being. This means that the fault lies in exactly what is crucial to the life sequence, which is the autopoietic potency. The system is failing to arrange itself. From there to collapse is a step. In a sense, we are in it, the Anthropocene collapse.

In this line of discussion, in the Matrics School Seminars, which I had the privilege of following, between the end of 2020 and beginning of 2021, in the last months of his life, Maturana insisted on the limits of Darwin's thought, when he proposed that 'survive the fittest'. Maturana explained that 'survive the fit', the organism that is able to exist in the conditions of its ecological niche, which does not mean that it has to be (or have) more than another organism. In conversations between Maturana and Ximena D'Ávila, in the Seminars of the Course on Fundamentals of Cultural Biology, the questioning of Darwin called into question the bases for naturalizing competition, as inherent to the human. It is clear that this is a fallacy. Maturana produced much of his work to demonstrate that cooperation, not competition, is natural to the human species. The fact that humanity has lost this understanding and has failed to act according to this logic is a historical aberration, with catastrophic consequences, such as we are experiencing in these early years of the 21st century, especially with the occurrence of the Covid-19 Pandemic. It is from this point of understanding that we need to reflect on the possibilities of reinventing Education and Science. What needs to be done, so that we can 'survive' as a field of doings and knowledge, in rhizomatic and intertwined logics in the most diverse educational and scientific ecosystems?

This is the point under discussion in this essayistic text, resulting from several research carried out directly by me and from a long trajectory of guided studies, in the intertwining of many knowledges, especially of Love, Knowledge and Cultural Biology, and Schizonallysis, in combination with the other bundles of knowledge that signal contemporary mutations. As announced in the title, this is about discussing 'conversations' and love and the power of the intertwining between us (subjects of Education and Science) and 'us' (different factors that cross the ecological niches of our experiences and productions), according to a logic that I have been calling the Complex Ecosystemic Web. To move forward, I elaborated a narrative route of the 'text-travel', involving the Weft-Web of Education and Science challenges, Lovingness and Autopoiesis, and 'Conversations', to reflect on signs of the potency of the 'we interlaces' in Education and Science.




The Web of Challenges of Education and Science


The notion of 'plot' is at the epistemological-theoretical-conceptual basis of this text and of the studies I have been developing, since my doctorate in Communication Sciences, at ECA/USP, in 2000. Thus, the 'plot' is a scientific assumption, educational, touristic, communicational and subjective, present in several of my texts, results of recent studies in the area of Tourism and Hospitality, in interface with those of Communication and Subjectivity. The term communication-plot, coined in the PhD, was transposed to the composition tourism- plot and subjectivity-plot, representing the set of intertwines, factors, elements, substances and matters intervening in the communicational, tourist and subjective processes and practices involved in the analyzed phenomena. The general assumptions, in this sense, have been consolidated from studies throughout my career and are related to the complex-systemic view. They have been presented in several texts (BAPTISTA, 1996; 1999a; 1999b; 2000; 2001), as a confluence of perspectives, sometimes synthesized by the name Post-Modern Science, as a representation of the rupture of the assumptions of Modernity. That is to say: I also think of Education and Science as inextricably associated with the 'plot' complement. Thus, I define them as Plot-Education and Plot-Science, in the sense of Ecosystemic, Rhizomatic, Chaosmotic, Procedural and Dissipative Complex Web-Weave.

The ecosystem vision is in line with the understanding of the complex abstract machines that constitute the existential universes and of desiring rhizomatic autopoietic machines and, therefore, of high power, capable of being understood from the studies of Schizoanalysis, especially with authors such as Félix Guattari (1992), Guattari and Deleuze (1995 [1997]) and Guattari and Suely Rolnik (1986). This means considering the scientific educational ecosystem as a function of the multiple intervening factors in the communicational and subjective plots, in the most diverse transversalities, in the development processes of knowledge and practices.

There is the assumption that there are complex webs of engendering the desire to produce knowledge, in Education and Science, triggering and directing the deterritorialization of subjects in relation to educational processes. In the schizoanalytical logic, the subject deterritorializes himself, gets out of the condition to which he is used to and moves, triggers desiring movements, in relation to the mutation of himself, to self-production, to autopoiesis, to the reinvention of the self. They are webs of assemblages, such as complex sets and processes of intertwining elements, tracks and threads, both inherent to the process of deterritorialization itself, which is characteristic of the exit from the condition of being in a




known territory, as well as the logic of derivations and dissipations of its communicational and subjective rhizomatic filaments.

I understand that Education and Science are also produced connected to a complex, mediatic and subjective ecosystem web, which is managed by capital, but which has also been reinventing itself and seeking ways to the act of autopoiesis, in rhizomatic processes of lines of flight, in potent sprouts that they engender in relationships, in practice, in multiple subjective and ecosystemic 'conversations'. It can be noticed, especially in recent years, a morphogenetic field of production of powerful energies of creation and recreation. In this sense, in the contemporary scenario, production conditions and ecosystem interaction reach extreme points, to be rethought. Here I retrieve an excerpt from Guattari's emblematic speech, in this sense.


The production conditions evoked in this redefinition sketch, therefore, jointly imply inter-subjective human instances manifested by language and suggestive or identifying instances concerning ethology, institutional interactions of different natures, machinic devices, such as those that resort to computer work, Incorporeal reference universes, such as those related to music and the visual arts. This pre-personal non-human part of subjectivity is essential, as it is from it that its heterogenesis can develop (GUATTARI, 1992, p. 21, our translation)


Guattari's speech is in the book entitled Chaosmosis. A new ethical-aesthetic paradigm, referring to the conditions of production of subjectivity, but, as you can see, it can also be thought of for Education and Science, as I have been transposing to studies related to Communication and Tourism. The expression 'chaosmosis' results from the composition by agglutination, from 'chaos', 'osmosis' and 'cosmos', which helps to think about the contemporary scenario, in its complexity. The association of words, in this fusion, informs about the chaotic and osmosis condition that characterizes the cosmos, the universe. This perspective draws attention to how much it is necessary to consider the visible and invisible dimensions – in schizoanalytic terminology: the corporeal and incorporeal universes.

It can be said that these universes are bundles, flows of multiple dimensions, which intertwine, in the production of a complex web of knowledge, experiences, subjects. Matters, substances, energies are at play here, in the composition of continuous production processes, in worlds of dismantling and autopoietic reconstitution. All flows are involved 'in relation', by many assemblages, in a machinic gear that moves through abstract mechanisms, rather than in semiological and territorialized axiomatic expressions.




Faced with the chaosmosis of Contemporary Science and contemporary educational processes, also reflected in what Harvey (2005; 2012) called “capitalism by dispossession”, we are challenged to understand the relational processes, exchanges and displacements and learning, in the world. The question is, what are we going to make of this chaos, this osmosis in the cosmos? What is 'timely action', to recall an expression of Maturana, when we recognize the forces of intertwining in the educational and scientific ecosystem? This challenge is faced with new configurations of world political forces and new flows of material goods, financial resources, natural resources and, of course, symbolic goods and people. There are also, to be considered, new political and economic configurations, which emerged in face of the urgency of the time of the Covid-19 Pandemic, which evidenced, crystallized and intensified the changing scenario, in a broad sense.

It is necessary to recognize that there is a new order of circulation of culture and knowledge at a world level. An order in disorder, one might say, not ruled by order itself, but by chaosmosis. This (dis)order exists in a macro, broad sense, and also within the various production processes, and here I refer more closely to those of Education and Science, as well as I have been studying in Communication, Tourism and production of Subjectivities, understanding that there are general aspects that permeate other areas of production and knowledge.


Lovingness and Autopoiesis in Education and Science


At this point, I return to the 'conversation' about Love, Lovingness and Autopoiesis, in Education and Science. These are basic concepts of the group that I coordinate at the University of Caxias do Sul, in southern Brazil, in chaosmotic and loving relationships, with many other researchers, at this university and at universities in more than 15 countries around the world. I can say that talking about Love in Academia, Education and Science has not been easy, but at the same time, for me, it is something obvious. Either that or nothing. I speak of processes of love and autopoiesis, or I cannot refer to what I really believe, that is, the essence of the interactional processes that provoke, promote and broker growth. For many years I have been working with and deepening studies in the understanding proposed by Humberto Maturana, about love and living beings, including human beings. With the word, the teacher: “[...] love is the emotional foundation that makes possible the evolutionary emergence of our human life at the origin of language [...] human beings are biologically loving beings and [...]





our biological-cultural identity is Homo-sapiens-amans-amans” (MATURANA apud

D'ÁVILA; MATURANA, 2015, p. 10, our translation).

Maturana teaches that no one is born without love, in the sense of the human species, without conjunction, without the confluence of elements of beings that come together. Nobody lives without love. Nobody really lives, I think, and when I say this I do not mean the vegetative sense of the term 'living', in the sense of 'navigating without knowing why', in the simple sense of existing. “We are mammals, we are born in a maternal-infant environment. We are born as fetuses given to the world. Our physiology is made in such a way that it presupposes that it will be welcomed – we are born in this loving trust” (MATURANA, 2017, our translation).

In this line of reflection, I have insisted, in recent years, on what I have been calling the 'Cajuína question', especially linked to the areas of my life. It is about rescuing the questioning of Caetano Veloso's song, entitled Cajuína: “Our existence, what is it intended for?”, transposing it to my multiple doings 'being in existence', in search of 'survival'. This is an existential question and, for me, it has been the companion of dawns, classes, international scientific meetings, personal reflections of all order and disorder, with beings I love, in my various existential universes – domains of life, as Humberto calls them Mature. At this point, the verse of one of our greatest poets, Carlos Drummond de Andrade (2002), appears: “What can a creature, if not among other creatures, love?”

Thus, as I mentioned, Lovingness and Autopoiese are concepts that give Amorcomtur! its name, not by chance, but by conviction, since the group's inception in 2011. Study Group on Communication, Tourism, Lovingness and Autopoiese is the synthesis of studies on these complex fields: Communication and Tourism, transversalized by the discussion on Epistemology of Science, Research Methodology, Education and Subjectivity Studies, with an ecosystem and holistic perspective. In this sense, it is worth understanding Maturana's proposition about love. It presents the love related to the emotion that leads us to invest in coexistence, in maintaining a living network of cooperation, in recurring actions that produce more life. For the biologist, love is what founds the social, as an intertwining of beings that respect and invest in the continuity of the relationship. Love is what makes it possible for the live plot to continue to exist, according to him, even if he says it in other words. It is worth remembering that he taught us this from knowledge produced since Biology, in the production of constructs that were consolidated as what is known today as Love Biology or Knowledge, more recently as Cultural Biology, from the beginning of the 2000s, when he established the partnership with Ximena D'Ávila. "It is the hominid way of life that makes language possible,

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and it is love as an emotion that constitutes the space for actions in which the hominid way of life takes place, the central emotion in the evolutionary history that gives rise to us" (MATURANA, 1995, p. 8, our translation).

I also emphasize the deep connection between my thoughts and experiences in the production of Education and Science with the concept of autopoiesis, a concept also proposed by Maturana. I recognize in this concept one of the powers that trigger life, also in me, from the moment I started to understand the power of signaled engendering, generator of life, in a continuous process of production, of self-production. So, autopoiesis, according to Maturana, is continuous self-production, which characterizes the living being, based on a dynamic of continuous drives, resulting from structural couplings and constant movements of internal flows and processes. Taking this understanding as inspiration, in a broader view, I think of the autopoiesis of each subject or subject-body – which can be a collective – as a reinvention of itself. I reflect that it is possible to think like that, since this dynamic means, in a way, facing any and all transversalization and bad weather, which jeopardizes the harmony of the system, which is continuously deconstructed and reconstructed, to experience the multiple and sequential processes adaptation to the ecological niche.


[...] the form of the dynamic architecture of each organism implies, at each instant of its continuous exchange, a dynamic structural environment that makes its living possible in such a way that it preserves its living as a totality only while its interactions occur in an environment that is dynamically congruent with him in all dimensions of the fulfillment of his life (DÁVILA; MATURANA, 2008, p. 9, our translation).


It is worth saying, then, that this niche is also always in continuous transformation, that is, there seems to be a constant deconstruction in order to reconstruct, later, another condition of existence. It is about deterritorializing in order to reterritorialize existential territories, from an umbilical point from which 'subjective positionality is incarnated', to recall Guattari (1992). It is as if Guattari said that life is produced from multiple explosions and contacts of subjective universes, under what he calls the 'focus of chaosmosis'. Here we have what the author himself referred to as the reconciliation between chaos and complexity. The focus of chaosmosis is directly related to the nucleus of autopoiesis, “[...] on which existential territories and universes of incorporeal references are constantly carried out and formed, persist and take consistency” (GUATTARI, 1992, p 102, our translation).

Maturana's speech is interesting to help understand autopoiesis, especially considering the expansion of the concept to other living processes.




A living being is not a set of molecules, but a molecular dynamic, a process that takes place as a separate and singular unit as a result of operating and in operating, of the different classes of molecules that compose it, in an interplay of interactions and close relationships that specify and perform it as a closed network of changes and molecular syntheses that produce the same classes of molecules that constitute it, configuring a dynamic that at the same time specifies its limits and extension at each instant. It is this network of component production, which is closed in on itself, because the components it produces constitute it by generating the very dynamics of productions that produced it and by determining its extension as a circumscribed entity, through which there is a continuous flow of elements that make themselves and cease to be components as they participate or cease to participate in this network, which in this book we call autopoiesis (MATURANA, 1997, s/p, our translation).


The concept of autopoiesis, since it was proposed in the last century, even though it was conceived to refer to the biological, molecular issue, with specific applications, has generated profound discussions in this and other fields. It has been used in an expansive and metaphorical way, considering the very etymology of the term, as 'self-production', to think about the confluence of interactional games, between beings in different ecosystems, implying the activation of the driving force of reinvention of what is engendered in the autopoietic process. In the approach to Schizoanalysis, the concept expands to that of desiring autopoietic machines, which, in my understanding, are powerful production devices, activated in processes of 'conversation' in the production of subjectivities, Communication, Tourism, Education and Science.


'Talk' – Sensitive Transpoietic Narratives


The importance of the production of narratives in the composition of this contemporary chaosmosis, as well as the power of overcoming and reinventing subjects and their ecological niches, considered here especially in the production processes of Education and Science, must be considered. Amorcomtur's studies! they signal 'conversations' to the narratives and conversations, which trigger processes of shared life pulsation, joint production in subjective couplings and deep ecology. One of the studies, in this sense, is the international project entitled “‘Com-Versar’ Amorcomtur Lugares e Sujeitos! Sensitive Transversal Narratives, involving Subjects in Deterritorialization Processes – Brazil, Spain, Portugal, Italy, Mexico, Colombia, Egypt, Oman and India”, developed at the University of Caxias do Sul, in partnership with researchers from three other Brazilian universities, from institutions from more than 10 countries, involving more than 25 researchers in all. Taking as one of the


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inspirations the studies of the Matristic School of Santiago de Chile, in a broader view, I affirm that, just like living beings, Education and Science are produced and self-produced, in their ecological niches, in their ecosystems, by what they conserve and they transmute into the autopoietic dynamics of the present continuum of transformations. This dynamic takes place largely in processes of transpoiesis, transversalizations, through sensitive transpoietic 'conversations'.

Previously, I have already presented the idea underlying the 'talk' proposition, as bundles of approximations, crossings, transversalizations and mutual entanglements. Remembering an important novelist in Brazil, Janete Clair, cited by Ismael Fernandes (1987), it is possible to state that narrative is the unfolding of the skein, it is pulling the thread of the novel and going on, narrating. The narrative, in this sense, is also a process, which goes ahead, dissipating, diluting, developing the plot, in order to understand the intertwined subjects, their conflicts, their dramas, their choices, their characteristics, materialities and immaterialities of the path. It's like that in the novel, it's like that in Science, in the life history of Places and Subjects.

Again, I turn to Maturana (1995, p. 3, our translation). "The word to converse comes from the union of two Latin roots, 'cum' which means 'with' and ‘versare’ which means 'to walk around', so conversing in its origins means 'to walk around with' another.”. So, he asks: “What happens in going around together with those who converse and what happens there with emotions, language and reason?”. This is a central point of Maturana's teachings, in which he emphasizes the importance of language and idiom, bringing important clues so that it is possible to understand the full importance of conversation. According to him, language “[...] as a biological phenomenon consists of a flow in recurrent interactions that constitute a system of consensual conduct coordination of consensual conduct coordination” (p. 3, author’s highlights, our translation).

In this sense, the practice of Amorcomtur! Chaotic Meetings, our weekly conversation circles, have demonstrated the power of subjective narrative processes, in the transversalization of 'conversations' to allow research to appear, in its paths and detours. These meetings are held weekly by the members of the Amorcomtur! group, including the frequent presence of international partners.

In addition, I have been working with the idea of travel narratives, also for Investigative Travel, for Science, which reinforces the coherence between producing knowledge and 'conversing' places and subjects, when it comes to research in the areas of Tourism, of Communication, Schizoanalysis and its transversalities. The subject studies and



research from his place, his places, where he comes from and where he intends to go, also considering where he intends to arrive. Therefore, the logic of triggering desire and, therefore, desiring deterritorialization is present, which needs to be managed, that is, the subject has to want to learn, research, which happens more easily 'conversing', in processes of 'conversations'.

Thus, the idea of 'Conversing' Places and Subjects is presented with the purpose of triggering the production of narratives of love and autopoiesis, remembering that these are production actions in which, themselves, are investigative processes and also knowledge production, looking for signs of knowledge and becomings. This implies saying that the 'conversing' itself is a methodological device or that the research path is made 'with-versando'. It is interesting, then, to talk about what narrative is being dealt with, which narratives I am referring to, when I propose them as being of love and autopoiesis.

In several national and international events, when presenting partial reports of this research, I have emphasized that the narratives, the 'conversations' are sensitive transpoietic loves. They are loving, because they are guided by the ethics of the relationship, by respect for the Other, as a legitimate other in the Coexistence. Here, Places and Subjects are considered as a web of connections. A conversation plot! The 'conversations' are transpoietic, because they are transversal, related to the power of reinvention in the movement, both the movement of the subject in places, but also the movement between the subjects that 'talk', produce 'conversations'. They are also transpoietic in the movement of communicational devices, used as resources for the production of the narrative. This means that 'transpoiesis' – a term I propose for the representation of transversalized production, following the schizoanalytical logic – also takes place in the transit between narrative resources... The narrative, the 'conversation', is not only verbal. All senses are activated and potentialized for the production of knowledge and consideration in the ecosystem that generates relationships, self-production of the researchers involved, in a continuous dynamic of production.

Once again, Maturana (1995, p. 4, our translation) teaches: “[...] we are multidimensional beings in our structural and relationship dynamics. We see in our corporeality the intersection of many domains of interactions that trigger structural changes in it that belong to different operational courses.”

One of the results, in this sense, of the international project ‘Com-versar’ Amorcomtur! it has been the multiple conversations with research partners, with very rich presentations, marked by the plural activation of communicational devices, with the use of

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photographs, music, visual and verbal poems, with the activation of the logic of media convergence, for the agency of multiple senses. This was the case, for example, of the conversation on November 25, 2020, entitled: A Look at the Amazon: Enchantments that come from the Forest and its Waters. National Connection – Lecture by Dr. Maria Leônia Alves do Vale Brasil, PhD in Administration and Tourism, at the PPGTURH Seminar on Visual Narratives and Mediatization of Tourism.

In addition, from Amorcomtur's interactions and conversations with the UCS Longevity Institute, in early 2021, the Amorcomtur Longevity Nucleus was created, which is working on the 'Com-verso Toda a Vida' Radio Program. This program is literally the result of many conversations, as a result of the mobilization of several instances of the University, from deans, professors from various courses and academic levels, and students from different areas of training. It will be broadcast every Sunday morning on UCS FM, addressing issues related to life. The direct production of the Program, at the Amorcomtur Longevity Center, are researchers from the Postgraduate Program in Tourism and Hospitality, at the doctoral, master's and scientific initiation levels, Journalism and Bachelor's Degree in Music students at UCS, which implies the activation of various dimensions of learning, in association, in 'conversations'. Education and Science in 'conversations', in 'Com-verso' All Life, in a sensitive transpoietic proposal. The program includes spaces for journalistic, poetic, musical, theatrical conversations, for the presentation of characters with texts produced especially for each thematic edition. It involves the participation of the academic community and aims to involve the wider community, starting with Caxias do Sul and the region. The objective is to broaden the conversation about life, bringing information and promoting interaction between different knowledge and subjects, really and effectively in 'conversations'.

This program also helps to reflect on why the narratives are sensitive – inspired by the term 'splacnisomai' – mentioned by Luis Carlos Restrepo (1998), in O Direito à Ternura (The Right to Tenderness). The term literally means “Feeling with your guts”, that is, the idea is to produce narratives that express the 'intimate feelings' – Maturana's expression – of the subjects in relation to places.

The project also has as a result and, at the same time, development support, one of the PPGTURH Advanced Seminars, which I coordinate in the second half of 2021, with the participation of researchers from four Brazilian states: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de January and Amazon. The Seminar is entitled: ‘Conversing’ Places and Subjects: Sensitive Narratives for the Reinvention of Tourism - Doctorate in Tourism and Hospitality.




I present below some fragments of narratives, produced by two graduate students, in enrollment activities in the Seminar – inscriptions of themselves, guided by creations and activations of becoming texts.


Weaving seams

(Newton Ávila, Doctoral student in Tourism and Hospitality PPGTURH) The narrative plots that entered the course intertwined different forms and formats that transposed other stories. There were family outings, childhood, adult life, memories and remembrances. All washed down and told with the emotion of going back in time.

Stories that brought back memories of fragments of my stories. Stories that made movies recall. Stories that filled the minutes and made the hours seem short. Stories that connect with research subjects and places.

Subject me, local subject, small place, big place. In each one's prose, the mixed bodies were delineating rhizomatic 'conversations' that seemed to be interlinking, crossing, sewing, as if the quilt were patchwork, as if the ties, at some point, were tied. Single texts from various parts of Brazil were aligned and in rethinking, in the reflection of remembering the class, it seems that they brought subtle pieces of a small town that makes up my research. And it urged me that the metaphors of the two processes intersected forming knots. The childhood that was evidenced in the first text made me think of the beginning of the construction of writing, when the first visits to the research locus were made, the first discoveries. That also intertwined with the first trip, that it was possible to discover other worlds. In the research, nothing was different, as other worlds present themselves to be discovered and perhaps rediscovered, perhaps reinvented. That equally leaned on the reports externalized by the 'participants-others', interspersed with the 'me- participant'.

Stories all the time weaving seams that sew theoretical combinations, experiences and multiple experiences of a daily life felt through the eyes of the heart.


Reflections on the approximation between the first trip narrative and the development of the doctoral trip - Renan de Lima da Silva (Doctoral Student in Tourism and Hospitality of the PPGTURH)

How much of our memories are present in our doings and how much of personal development are there all the time, all the time, in the way we transit and displace life? This makes me realize that, in the continuous present, some things are always present.

In the development of the journey/life, some knots or encounters are points of passages that are always present, in new entanglements or interlaces, or in the return of a passage on a path that, to a greater or lesser extent, are born or develop in the passage and return to these we.

Some constants are perceptible from this premise: the knots, the need for meetings, the continuous present and the existence of displacements, all of life, all of the time. This creates the singularities and nodes that are flags of these. So the way we move has to do with the process we came from.

The nodes that represent this sign are marks, seen in the memories and practices that we share throughout life. Thus, the way in which we relate to these displacements emerges, dealing better or worse with what causes deterritorialization and, consequently, with the desires that the deterritorializing contact causes, in autopoietic production of couplings arising from the nodes of encounter.




Reflecting on this, in my speech in class and in approximations of my narrative in relation to the narrative of colleagues, is also a signaling device of what was said above, and it reframes the importance of tourism for me, and the contribution it can have in the world, if life is understood as the tangle of multiple travel narratives, which means that we travel in a continuous present, in experiences of encounters of more or less willing bodies, of nodes of couplings and transits of waves, waves and comings that pile up tourism in the unconscious world.


Productions like these demonstrate that love narratives of Science, related to research, trigger the production of life travel narratives. These are texts in which the subject allows himself to be the author of his own writing, which begins to be spouted, inscribed, with the marks that constitute it. Sensitive transpoietic love narratives make authors of Science flourish, who begin to be aware of themselves until they have broadened their understanding of the ecosystemic plot they are investigating. Thus, the loose, spontaneous 'conversations' and rounds of classroom conversations, followed by inscriptions, inscriptions of oneself in transpoietic narratives, trigger the desiring deterritorialization, proposed as the triggering power of autopoiesis. This makes it possible to experience the desire to inscribe oneself, to authorize oneself to be the author of the inscription of oneself and, of course, of the knowledge that it is producing, as a power of knowledge becomings, resulting from a multiplicity, which is its own of a holistic scientificity.


Invitation (of this) ‘conversation’!


As happens in the Amorcomtur! Chaotic Meetings, in our 'conversations' circles and in the meetings of the Advanced Seminar, even if you don't want to, the time comes for a temporary ending of the conversation. In this case, here, the outcome leads to an invitation. What was presented is recurrent in relation to my studies and, at the same time, represents some signs of deepening conversations with Humberto Maturana and Ximena D'Ávila, more directly, as well as with Claudio Yusta, mentor of my group, in the Diplomado Course in Cultural Biology, which I completed in July 2021.

So, after all the conversation, I imagine it's clear that, when I think about narratives or the act of narrating, I have in mind the general assumptions, of the complex ecosystem-plot dimension, with a holistic view, referring to the understanding of deep and sensitive ecology, as it could not be otherwise. Thus, I have been proposing the term 'sensitive transpoietic narratives', as a powerful device of 'knot entanglements', which trigger the autopoietic power for Education and Science. Certain that these entanglements also enable me to say that its





constitution is complex, resulting from the activation of many substances, materials and dimensions of quantum immateriality, that is, energies. For this very reason, they need to be worked with smoothness, depth and recursive intensity, of 'conversations' in the recurrent dynamics of the system of consensual conductive coordinations of consensual conductive coordinations – and here the redundancy is purposeful and inspired by the teachings of the Matristic School.

At the same time, I fully understand that they need to flow spontaneously as a result of the intertwined flow of language and emotion, as taught by Maturana. In this way, also in coherence with the link of an entire life dedicated to narrative and intertwining with various authors in this universe of production of 'conversations', I believe in the possibility of a production that constantly challenges the author to a living, pulsating writing, ethics, produced with care and with the understanding of the need for intertwining knowledge, inscription codes, 'conversation' with other areas, whether Literature, Painting, Photography, Audiovisual.

It is then an invitation to activate autopoietic narrative plants, in which 'conversations' about the flows of affection can be started in this kind of 'abstract machine' that extrapolates the materialities of the research. Also, about the flows of affection that touch people and connect them with deep, overwhelming feelings, those that give meaning to life. 'Conversations' that help us to reflect on the Plot-Education and the Plot-Science and that, in this way, amidst the ties and interweaving of these plot-conversations, it is possible to activate the potency of the interlacing 'we', ourselves and the nodes research of Science for the New World.


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BAPTISTA, M. L. C. Lovingness, autopoiesis and 'conversations': the power of 'we interlaces' in education and science. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. 4, p. 2355-2375, Oct./Dec. 2021. e-ISSN: 1982-5587. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16i4.15676


Submitted: 01/08/2021 Required revisions: 25/09/2021 Approved: 01/10/2021 Published: 21/10/2021