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Sala de aula invertida e tecnologias digitais: Possibilidade didática para o ensino de ciências em uma proposta de metodologia ativa
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1387-1401, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15807
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SALA DE AULA INVERTIDA E TECNOLOGIAS DIGITAIS: POSSIBILIDADE
DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA PROPOSTA DE
METODOLOGIA ATIVA
AULA INVERTIDA Y TECNOLOGÍAS DIGITALES: POSIBILIDAD DIDÁCTICA
PARA LA ENSEÑANZA DE LAS CIENCIAS EN UNA PROPUESTA DE
METODOLOGÍA ACTIVA
FLIPPED CLASSROOM AND DIGITAL TECHNOLOGIES: DIDACTIC POSSIBILITY
FOR SCIENCE TEACHING IN AN ACTIVE METHODOLOGY PROPOSAL
Iasmim Ferreira da SILVA
1
Cinthia Maria FELÍCIO
2
Paulo Vitor TEODORO
3
RESUMO
: Este texto objetiva apresentar análises e reflexões sobre uma Sequência Didática
(SD) desenvolvida com 25 estudantes do Ensino Médio de uma Instituição pública federal,
localizada no Centro Oeste Brasileiro, durante o período de ensino remoto. Optamos por uma
adaptação da Sala de Aula Invertida (SAI), alternando momentos assíncronos no Ambiente
Virtual de Aprendizagem com momentos síncronos, por meio do
Google Meet
. Trabalhamos
estratégias dialógicas visando o protagonismo estudantil, a partir de fóruns e questionamentos
sobre a relação entre a veracidade de informações disseminadas na sociedade e critérios de
cientificidade para identificá-la. Os estudantes foram orientados a buscar fundamentações sobre
notícias veiculadas referentes ao novo Coronavírus,
Sars-Cov-2
. A partir da pesquisa realizada,
foi possível depreender que a sequência didática estruturada permitiu criar espaços para a
dialogicidade, desencadear ações de embates de ideias, refutar e argumentar informações não
fidedignas e, ainda, viabilizar produções acadêmicas (por exemplo, apresentações), por parte
dos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE
: Sala de aula invertida. Metodologias ativas. Ensino de Ciências.
RESUMEN
:
Este texto tiene como objetivo presentar análisis y reflexiones sobre una
Secuencia Didáctica (DS) desarrollada con 25 estudiantes de secundaria de una institución
pública federal, ubicada en el Medio Oeste brasileño, durante el período de enseñanza a
distancia. Optamos por una adaptación del Aula Invertida (SAI, in Portuguese), alternando
momentos asincrónicos en el Entorno Virtual de Aprendizaje con momentos sincrónicos, a
través de Google Meet. Trabajamos estrategias dialógicas, buscando el protagonismo de los
1
Instituto Federal Goiano (IFGOIANO), Morrinhos
–
GO
–
Brasil. Mestranda em Educação Profissional e
Tecnológica. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3707-4751. E-mail: iasmim.ped@gmail.com
2
Instituto Federal Goiano (IFGOIANO), Morrinhos
–
GO
–
Brasil. Professora, Pesquisadora e Extensionista.
Doutora em Química (UFG). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8362-2846. E-mail:
cinthia.felicio@ifgoiano.edu.br
3
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Ituiutaba
–
MG
–
Brasil. Professor, Pesquisador e Extensionista da
UFU. Doutorado em Educação em Ciências (UNB). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0939-984X. E-mail:
paulovitorteodoro@ufu.br
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO e Paulo Vitor TEODORO
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1387-1401, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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estudiantes, a partir de foros y preguntas sobre la relación entre la veracidad de la información
difundida en la sociedad y los criterios científicos para identificarlos. Se instruyó a los
estudiantes para que buscaran las razones de la transmisión de noticias referentes al nuevo
Coronavirus, Sars-Cov-2. De la investigación realizada se pudo inferir que la secuencia
didáctica estructurada permitió la creación de espacios de dialogicidad, desencadenando
acciones de choque de ideas, refutando y argumentando información poco confiable y
posibilitando también la producción académica (por ejemplo, presentaciones), sobre el tema
.
PALABRAS CLAVE
:
Aula invertida. Metodologías activas. Enseñanza de las ciencias
.
ABSTRACT
: In this text, we presented some analyzes and reflections on a Didactic Sequence
developed with 25 high school students from a federal public institution, located in the Brazilian
Midwest, during the period of Remote Education are presented. We opted for an adaptation of
the Flipped Classroom (SAI, in Portuguese), alternating asynchronous moments in the Virtual
Learning Environment with synchronous moments, through Google Meet. We work on dialogic
strategies, aiming at student protagonism, based on forums and questions about the
relationship between the veracity of information and scientific criteria. The students were
instructed to seek reasons for the news broadcast referring to the new Coronavirus, Sars-Cov-
2. From the research carried out, it was possible to infer that the structured didactic sequence
allowed the creation of spaces for dialogicity, triggering actions of clash of ideas, refuting and
arguing unreliable information and also enabling academic production (for example, some
presentations to other students), on the part of students
.
KEYWORDS
:
Flipped classroom. Active methodologies. Science teaching
.
Introdução
Em tempos de distanciamento social, embora a presencialidade necessite ser
ressignificada, faz-se necessária a continuidade do processo de ensino-aprendizagem que, como
as demais atividades, necessitou sofrer adaptações. Todavia, mesmo antes desse cenário, já era
possível observar mudanças na sociedade, que se refletiam nos modos de ensinar e aprender,
devido às inovações tecnológicas e à grande quantidade de informações e recursos disponíveis
em rede. Destarte, torna-se fundamental que a qualidade desse processo seja buscada e
alcançada com planejamento e abertura para novas formas de aprendizagens.
Nesse contexto, uma possibilidade para trabalhar com foco na ação dos estudantes e na
promoção de vivências em situações desafiadoras é a Sala de Aula Invertida (SAI), com base
em Tecnologias Digitais. Esse recurso permite aos professores dialogar com os estudantes e
mediar ações que os mobilizem a agir e tomar decisões, possibilitando auxiliar o aprendizado
de seus alunos (ARRUDA; GOMES; ARRUDA, 2021). Logo, se por um lado há chances de
sucesso no uso de tais recursos, por outro, questiona-se: a familiaridade que os jovens
apresentam com o mundo digital pode ser bem explorada didaticamente, no sentido de
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Sala de aula invertida e tecnologias digitais: Possibilidade didática para o ensino de ciências em uma proposta de metodologia ativa
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personalizar a aprendizagem individual e coletiva, por meio da intencionalidade que o trabalho
docente demanda?
Diferentemente do que ocorre no método convencional/tradicional (SILVA
et al
., 2017),
nessa perspectiva os professores precisam ter fundamentação e conhecimento de que o centro
do processo de aprendizagem deixará de ser eles mesmos para culminar na formação conceitual
pelo estudante. Assim, é importante que os professores busquem possibilidades de um formato
de aprendizado ativo por parte do aprendiz.
Nesse sentido, para a fundamentação de sua práxis, as teorias de aprendizagem podem
ser focadas, por exemplo, na interação social de Vygotsky; nas experiências de Dewey, no que
se refere ao ensino ativo; na aprendizagem significativa, de Ausubel; ou nos aspectos
pedagógicos de Paulo Freire, em relação ao desenvolvimento da autonomia do estudante,
conforme nos apresentam Diesel, Baldez e Martins (2017).
Entre as possibilidades, reiteramos o nosso interesse pela SAI que, segundo Martín
(2017), procura envolver o estudante, com vistas a favorecer o desenvolvimento do raciocínio
crítico e da criatividade, da comunicação e da colaboração. No entanto, ainda precisamos
destacar que a implantação de propostas com esse foco depende do planejamento e da
intencionalidade pedagógica do professor (MORI; CURVELO, 2016). Com efeito, Mori e
Curvelo (2016) discutem que as diferentes ações pedagógicas são dependentes da
intencionalidade, ou seja, da inclusão da estratégia [ou mesmo um material] em uma forma
sistematizada de educação.
Na SAI, visando a autonomia dos estudantes, as aulas convencionais podem ser
substituídas por imagens, textos, vídeos e tecnologias digitais para que sejam introduzidos
conteúdos básicos disponibilizados previamente aos estudantes. E como pode ser a
materialização da SAI em sala de aula? Esses possuem contato com o objeto de estudo em
ambientes variados antes do início da aula, em diversos formatos ou recursos, além de
questionamentos direcionados aos objetivos de aprendizagem. Especialmente nesse período
pandêmico, em que as aulas acontecem de forma remota, o contato físico e a presencialidade
ficam destinados à interação entre os estudantes e o professor, mediadas pelo uso de recursos
tecnológicos. Esses, por sua vez, assumiram a função de instrumentos da mediação e/ou
problematização do professor para aprendizagem de seus estudantes. Na impossibilidade de que
isto aconteça presencialmente, essa mediação pode se efetivar pelo uso de tecnologias.
Destarte, a SAI possibilita que o estudante se torne protagonista de sua aprendizagem e
faça a gestão do seu tempo com o intuito de executar as atividades propostas e buscar recursos
para sanar suas dúvidas e melhorar seu entendimento, orientado pelo professor. O fato de ter
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acesso antecipado ao material selecionado e problematizado por sua ação mediadora pode levar
os estudantes ao desejo de se inteirar das informações e, com isso, relacioná-las aos seus
conhecimentos prévios e trazer novos significados em uma aprendizagem mais significativa
(MOREIRA, 2019).
Para tanto, a SAI deverá ter respaldo didático-pedagógico para subsidiar as propostas
de ações coletivas e direcionar a seleção dos materiais a serem trabalhados inicialmente pelos
estudantes, os quais podem ser divididos em duplas ou em pequenos grupos, orientados pelo
professor em processos dialógicos.
Nessa perspectiva, com base nas propostas de Vygotsky (2009), o mediador-professor
pode criar situações de ensino por meio de leitura de textos e enunciados entre os estudantes,
possibilitando a discussão sobre o que foi lido. Quanto ao uso de recursos audiovisuais, esses
poderão ser utilizados para ampliar as ideias e avançar em seus conhecimentos sobre uma dada
temática. A internalização desses conhecimentos também se consolida pela mediação dialógica
entre eles e o professor. Cabe-nos ainda ressaltar a importância do suporte tecnológico no
momento em que essa prática pedagógica está sendo realizada. Pois no atual contexto, é ele que
sustentará a interação das possibilidades dialógicas em momentos de ensino e aprendizagem,
principalmente nesse momento de pandemia.
Considerando essas situações, elaboramos uma proposta de intervenção em sala de aula
com o planejamento de uma Sequência Didática (SD), buscando utilizar a SAI para auxiliar na
compreensão dos estudantes do Ensino Médio sobre as formas de prevenção da disseminação
de uma nova doença, denominada Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-
se de uma sigla da expressão inglesa
Coronavirus Disease
, relacionada ao nome da doença, à
qual se adicionou o número que identifica o ano de seu surgimento (2019), conforme nos
apresentam Sobrinho-Junior e Moraes (2020).
Verificamos que, neste contexto pandêmico
–
em que vigora a exigência do afastamento
das pessoas até que se encontre uma forma de se evitar a contaminação em um convívio social
mais seguro
–
, torna-se importante planejar e buscar entender como o conhecimento
químico/científico pode ajudar na prevenção e no combate a desinformações envolvendo esta
doença, que já causou milhões de mortes no mundo todo. Assim, objetivamos disseminar a
importância do trabalho docente no sentido de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem
em trabalhos contextualizados e com temáticas relevantes para a vida dos estudantes e para um
dado contexto social e tecnológico, que ao ser vivenciado precisa ser analisado e refletido
com/por eles, no sentido de se situarem e tomarem suas decisões de forma consciente.
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Fundamentação teórica
A mera introdução de novas tecnologias na educação não implica em melhorias do
processo de ensino-aprendizagem. O avanço educacional requer mudança de mentalidade de
toda comunidade escolar envolvida e, em especial, do professor (CIPRIANI; MOREIRA;
CARIUS, 2021). Esse precisa buscar estratégias que possibilitem aos estudantes irem além dos
conhecimentos específicos. Asseveramos ser importante buscar tanto competências
pedagógicas quanto tecnológico-digitais.
Moran (2018) afirma que a tecnologia, atualmente, habita todos os espaços. Dessa
forma, o processo de ensino-aprendizagem pode acontecer na interligação entre o mundo físico
e o mundo digital, já que esses dois espaços não são excludentes entre si. A propósito, podem
se desenvolver mutuamente e de maneira sinérgica, favorecendo a formação de ambientes
ampliados e híbridos. Ao professor, por conseguinte, compete mediar situações de
aprendizagem voltadas ao atendimento das necessidades de seus estudantes.
Entretanto, conforme mostra a pesquisa realizada por Cipriani, Moreira e Carius (2021),
a ação docente, na tentativa de consolidar o processo de ensino-aprendizagem de forma remota,
tem culminado na sobrecarga de trabalho, gerando ansiedade, preocupação e angústia aos
professores. Com efeito, conforme mostram Morgado, Sousa e Pacheco (2020), dependendo da
forma que a tecnologia é inserida no processo educacional, o professor pode ser
involuntariamente inserido na “Era do 24/7” (vinte e quatro horas e sete d
ias por semana). Por
isso, é fundamental considerar as mudanças da profissão docente e seu significado na realidade
digital (MORGADO; SOUSA; PACHECO, 2020).
Nesse sentido, a SAI pode, inclusive, diminuir a sobrecarga de trabalho docente, desde
que inserida no âmbito educacional de forma planejada e estruturada pelo professor, em que os
estudantes buscam respostas para as problemáticas trazidas pelo docente. No entanto, faz-se
necessário ressaltar que o sistema educacional carece de uma inovação e mudança
conscientemente assumida na organização dos processos de ensino e aprendizagem em relação
aos modelos vigentes. De fato, inovar não se reduz apenas à utilização de tecnologias digitais,
aleatoriamente. A metodologia utilizada pelo professor se torna fundamental para a
dinamização da aprendizagem e a produção de conhecimento por parte dos estudantes
(BERGMANN; SAMS; 2016).
Para Valente (2014), a SAI é uma modalidade
e-learning
, também conhecida como
‘Educação online’, na qual são dadas instruções que podem gerar conhecimento conceitual,
antes da interação com o professor. O momento da aula é destinado ao trabalho com esses
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO e Paulo Vitor TEODORO
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conteúdos já estudados por meio de atividades práticas, tais como: resolução de problemas,
rodas de conversa, discussões em grupo, aprendizagem colaborativa e elaboração de projetos.
Essa inversão aconteceria em relação ao ensino convencional/tradicional, no qual,
normalmente, o professor disponibiliza informações ao estudante, que deve estudar o material
após o momento de interação e, em seguida, realizar alguma atividade avaliativa.
Na SAI, o estudante pode assumir, dependendo da abordagem do professor, o
protagonismo de uma aprendizagem ativa, baseada em questionamentos, buscas, discussões e
atividades práticas. Nesse cenário, o docente deixa de fazer apresentações sobre conteúdos e
envereda em ações que possibilitem o trabalho com as dificuldades do aluno. Em outras
palavras, o professor supera a exposição de conteúdo, fundamentada em regras memorísticas
(SILVA
et al
., 2017), para contribuir com a construção de propostas individuais e coletivas.
Outrossim, pode ser desenvolvido de forma intencional e planejada pelo professor que pretende
experienciar esse processo, podendo, para tal fim, se utilizar de uma SD.
Para Zabala (1998), a SD é recurso educacional com elemento diferenciador dos modos
de ensinar e aprender. Trata-se de uma série de ações procedimentais didáticas, destinadas a
uma unidade de aprendizagem. O modo de articulação entre as atividades vai determinar a
especificidade da proposta. O tema, as observações, as discussões e a avaliação podem possuir
vários propósitos, de acordo com o papel atribuído a esses elementos e aos sujeitos que
participem da atividade. Sobretudo, o método como será desenvolvida é tão primordial quanto
o planejamento, a execução e a avaliação dessa sequência. Reiteramos, assim, nossa proposta
de intervenção com o planejamento de uma SD, que tematizou as formas de prevenção da
Covid-19. Para tanto, foi essencial buscar formas para levantar o conhecimento prévio dos
estudantes, a partir do aumento dos processos intersubjetivos, possibilitados pela interação
dialógica, por meio do uso de tecnologias digitais. Isso é importante pois a dialogia propicia o
desenvolvimento da linguagem e a compreensão dos signos a partir de trocas de experiências
sociais, o que permite o desenvolvimento de um pensamento mais elaborado.
Para Vygotsky (2009), o conhecimento pode ser formado na interação entre informação
e sujeito, mediada pelo diálogo com outros sujeitos e o desenvolvimento da linguagem interior.
Após diversas interações, o novo conhecimento pode ser internalizado, possibilitando novas
ideias e propiciando diferentes processos de intersubjetividades e alterações, tanto na estrutura
cognitiva dos envolvidos quanto no processo de elaboração do conhecimento dos estudantes.
No entanto, cabe-nos destacar que, conforme nos mostra Barcelos
et. al
. (2021), estão
cada vez mais potentes as interações dos estudantes com diversas mídias [por exemplo,
WhatsApp
,
Facebook
e
Instagram
], em que se materializam o processo de disseminação de
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Sala de aula invertida e tecnologias digitais: Possibilidade didática para o ensino de ciências em uma proposta de metodologia ativa
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notícias falsas. De fato, em uma fase de avanço do movimento anticientífico e,
consequentemente, de
Fake News
, consideramos de extrema relevância buscar desenvolver, em
nossa prática pedagógica, ações em que se concretizem as diversas e possíveis interações entre
os estudantes, mas considerando também o desenvolvimento da criticidade para estabelecer
critérios na verificação e na busca pela validação de informações veiculadas pelas mídias.
Percurso Metodológico
Considerando o problema a ser investigado, a comunidade participante da pesquisa e os
momentos de interação e estudo em
lócus
com os estudantes/participantes, este estudo trata de
uma pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa-ação. Para Moreira e Caleffe (2008), esta é uma
metodologia de intervenção social no mundo real com exame dos efeitos de sua intervenção.
Assim, é fundamental, na investigação, que o pesquisador esteja inserido de modo cooperativo
em meio aos sujeitos investigados. A pesquisa-ação pode contribuir para a proposta de práticas
educativas mais críticas, sendo muito utilizada nesse tipo de investigação.
Os sujeitos desta, e, por conseguinte, coautores, em nossa concepção, foram os
estudantes do Curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio de uma instituição
localizada em área rural do Centro Oeste brasileiro. Nessa turma, no início do desenvolvimento
das atividades, havia um total de trinta e quatro alunos matriculados. Procedemos ao
planejamento de uma sequência didática em conjunto com a professora de Química da
instituição em que desenvolvemos a pesquisa. Inicialmente, foram planejadas e ministradas três
aulas com base na metodologia de SAI sobre o conhecimento químico relacionado com a
Covid-19. Porém ao longo do desenvolvimento foi necessário desenvolvermos mais três aulas,
totalizando seis encontros para a conclusão da proposta. Assim, tivemos seis encontros no 2.º
semestre de 2020, sendo cada um deles contabilizado como três horas [o equivalente a quatro
aulas de 45 minutos]. As atividades foram desenvolvidas em grupos de até três alunos.
Constituímos como instrumentos de coleta de dados: observação das interações em
fóruns de discussão dos estudantes sobre conhecimentos prévios relacionados à questão
problematizadora no fórum
AVA-Moodle
; análise de questões envolvendo os materiais
disponibilizados pela professora regente no
Moodle
(hipertextos,
hiperlinks
e vídeos); estudo
da interação simultânea da turma com a professora pelo
Google Meet
durante as aulas; exame
das atividades desenvolvidas pelos alunos e da participação deles na apresentação desenvolvida
pelos grupos.
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Esse momento de pré-interação de aula simultânea com o professor e os estudantes
serviu como recurso de problematização para novas buscas e questionamentos, em que, de certa
forma, o professor buscou trazer inquietações para suscitar mais conhecimentos, cumprindo sua
intencionalidade pedagógica como mediador do processo. No caso, essas questões foram
levantadas tanto no
AVA-Moodle
, nos momentos assíncronos, por meio de fóruns e atividades
orientadas para pesquisas bibliográficas, quanto nos momentos síncronos que foram realizados
para o desenvolvimento da proposta.
O encontro inaugural foi dividido em dois momentos, ambos dispostos como elementos
pré-aula. No primeiro, abriu-se um fórum de discussão no
Moodle
, no qual foi solicitado que
os estudantes relacionassem seus conhecimentos científicos prévios em relação ao Coronavírus.
Em seguida, foram disponibilizados vídeos e textos de fontes confiáveis na mesma plataforma,
com os seguintes temas: química do Coronavírus; alternativas sanitizantes; o que o sabão pode
fazer com o Coronavírus. Abrimos, aqui, uma observação para esclarecer que a SAI, como
metodologia ativa, não pode se limitar à indicação de vídeos ou textos. Todavia, esse recurso
pode trazer respostas e esclarecimentos a questionamentos postos pelo professor, auxiliando o
estudante a compreender melhor as suas concepções a partir das leituras e discussões com os
colegas. Na sequência do encontro, foi aberto outro fórum, no qual se focalizaram comentários
sobre esses materiais.
No segundo, realçamos a exposição interativa mediada pela professora regente com o
apoio da pesquisadora e dos estudantes por meio do
Google Meet
. Nessa aula, tratamos dos
seguintes assuntos: importância do conhecimento científico em razão do fluxo contínuo de
informações sobre o Coronavírus; necessidade de criticidade ao pensar e agir ante os cuidados
necessários; demanda de conhecimentos científicos/desenvolvimento do pensamento crítico
apoiado no conhecimento de questões em Química básica, relacionadas a ela. Ao final,
desenvolvemos uma proposta de atividade, na qual os estudantes deveriam se dividir em grupos
com até três integrantes. Nessa proposta, eles apresentariam, no segundo encontro, uma notícia
que tivesse chamado sua atenção. Os colegas deveriam discutir e se posicionar, expondo sua
opinião e argumentando para fundamentar sua análise com base nos textos e discussões da aula
anterior, além dos conhecimentos que traziam de reportagens e outras leituras sobre essa
temática. Na sequência, decidiriam se a notícia apresentada por cada grupo seria verdadeira ou
falsa.
No terceiro e no quarto encontros, em momento síncrono pelo
Google Meet
, os grupos
apresentaram notícias à turma, por meio da dinâmica “Fato ou
Fake
?”. A SD se encerraria com
uma roda de conversa sobre o trabalho desenvolvido. Porém, percebemos a necessidade de
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discutir com esses alunos aspectos de ética na ciência/pesquisa e as questões de reconhecimento
de autoria e citações que deveriam ser relacionadas. Então, houve o replanejamento, com o
intuito de alcançar uma postura mais crítica e o desenvolvimento de reflexões sobre ética na
ciência, em que os estudantes pudessem reconhecer a necessidade de citar as fontes, nas quais
realizaram as buscas sobre temáticas relacionadas com a Covid-19, bem como a importância da
continuidade dessas SD no sentido de trabalhar conhecimentos procedimentais e atitudinais,
além dos factuais e conceituais discutidos por Zabala (1998). No primeiro momento do quarto
encontro foram disponibilizados, novamente no
Moodle
, textos e vídeos que refletiam sobre a
importância de referências em trabalhos científicos e do respeito à autoria.
Realizamos o quinto encontro, promovendo mais uma interação síncrona no
Google
Meet
, para fecharmos essa discussão, com o esclarecimento de algumas dúvidas e a orientação
para a conclusão da proposta com o diário de bordo a ser entregue no
AVA-Moodle
junto às
apresentações finais. Por fim, no sexto encontro, fizemos a roda de conversa, utilizando o
Google Meet
, em que dialogamos sobre a elaboração da atividade de apresentação em grupo e
as dificuldades/soluções para construírem essa atividade, assim como as demais apresentadas
no AVA.
Resultados e Discussão
Com base nas teorias da aprendizagem mediada, proposta por Vygotsky (2009),
levantamos, primeiro, uma questão sobre a relação que esses estudantes faziam entre o estudo
de conceitos químicos e os problemas causados em todo o mundo, a partir dos
Sars-Cov-2
,
causador da Covid-19. A primeira atividade sugerida foi um fórum de discussão, em que
pedimos aos estudantes para relacionarem seus conhecimentos adquiridos em Química com as
notícias que vinham recebendo sobre o novo Coronavírus. Obtivemos o total de vinte e cinco
interações, quantidade relevante, tendo em vista o panorama atual de aulas totalmente
online
e
considerando que o acesso às tecnologias, muitas vezes, ainda é limitado, especialmente na
Instituição em que foi desenvolvida a pesquisa, localizada em uma área rural.
Entre as interações e repostas dos estudantes nas questões do fórum, alguns comentaram
que esta é uma doença nova e, por isso, ainda não existem medicamentos, tampouco métodos
efetivamente testados e comprovados cientificamente para produção de uma vacina ou mesmo
uma suposta forma de imunização. Falaram da questão do álcool em gel e do sabão para lavar
as mãos. Além disso, os estudantes discutiram a quantidade de
Fake News
dispostas
diariamente, o que pode ser percebido na fala do estud
ante 11: “
Nem tudo o que recebemos é
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confiável, afinal, ainda estão sendo elaborados estudos sobre substâncias que podem
contribuir para o fim deste vírus.
” Esse extrato mostra a atenção do estudante em relação a
informações veiculadas nas mídias sociais. Ademais, ressaltaram que a Química pode auxiliar
a compreender melhor os métodos de prevenção e combate, interação de substâncias para
produção de medicamentos, vacinas e produção de sanitizantes.
Um ponto que merece destaque se refere à discussão sobre a necessidade de que os
cientistas busquem, com o auxílio da Química, compreender a estrutura viral, bem como
“
identificar o código genético e descobrir os pontos fracos do novo Coronavírus
” (estudante
18). Com isso, “
podem descobrir uma possível cura
” (estudante 7). Com base nesse discurso,
notamos a possibilidade de a interdisciplinaridade do tema adentrar nos mais diversos
componentes curriculares, neste caso, Biologia, Biomedicina ou Bioquímica, Farmácia, Saúde
e outras áreas. Ressaltamos a complexidade para alcançarmos propostas que sejam
efetivamente interdisciplinares (SOUZA; SILVEIRA; LONGHINI, 2015), mas consideramos
que esta possibilidade deve ser buscada e que colaborações entre professores de diferentes áreas
auxiliam efetivamente no interesse e na participação dos estudantes. Dessa forma, concordamos
com Souza, Silveira e Longhini (2015), segundo os quais as ações podem
tender à
interdisciplinaridade
, uma vez que ainda precisamos avançar [e muito] nessa compreensão para
que, um dia, tenhamos intervenções que sejam, de fato, interdisciplinares. As interfaces entre
as áreas foram comentadas pelos estudantes, como por exemplo o que aconteceu com o
estudante 13, ao perguntar se “
Isso não deveria ser trabalhado nas aulas de biologia?
”, quando
iniciamos o primeiro momento com a roda de conversas pelo
Google
Meet.
Outro caso foi o do
estudante 6, ao dizer que “
Não sabia que a Química tinha relação até com a Biologia.
”.
A estratégia de problematizar as questões relacionando a Química e a investigação de
Fake News
chamou a atenção dos estudantes. Cabe-nos considerar que, no segundo fórum,
voltado a dúvidas sobre o material disponibilizado, um estudante demonstrou interesse pela
estrutura da Enzima Conversora da Angiotensina 2 [em inglês,
Angiotensin-Converting Enzyme
(ACE 2)], isto é, um receptor celular desenhado como tentativa de explicar como o
vírus acessa
as células humanas.
Assim, elucidamos a função dessas células no organismo, normalmente associadas à
produção de uma substância química denominada Angiostatina, responsável pelo controle da
pressão sanguínea. Outro estudante ainda questionou sobre os surtos de psicose e alucinações
supostamente relacionados ao Coronavírus. Esse questionamento foi discutido no momento de
interação da aula e, portanto, colocado em debate, chegando a considerações de que as
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informações se mostravam precoces para podermos afirmar isso com mais confiabilidade, pois
muito ainda precisava ser investigado e evidenciado.
A turma chegou a considerar, também, que talvez as referidas alucinações fossem
devido à febre muito alta, bastante relatada pelos doentes da Covid-19, o que poderia causar
alguma alteração metabólica, podendo levar a alterações cognitivas. Reiteramos que,
posteriormente, poderiam surgir estudos que esclarecessem melhor como esse vírus pode
acessar as células cerebrais. Momentaneamente, não se alcançou um consenso entre os
componentes da comunidade científica e, somente após diversos estudos e melhor compreensão
do mecanismo de ação desse microrganismo, poder-se-á entender os mecanismos e problemas
que a contaminação pelo vírus pode causar ao organismo humano. Esse quadro reflete
novamente a necessidade de desenvolvimento de trabalhos coletivos e interdisciplinares, dada
a complexidade da temática.
Segundo Vygotsky (2009), quando o processo de aquisição de conhecimento é mediado
pelo outro e, no caso, pela escola, inferimos que a partir das vivências e interações entre aluno-
aluno e aluno-professor
–
ou mesmo nas interações sociais fora da escola
–
, o estudante, pela
linguagem e mediação de outros signos, consegue elaborar um conhecimento que esteja
estudando. A partir dessas relações, buscamos estimular a pesquisa e a formulação de hipóteses,
sempre tentando compreender o que seria consenso ou não em termos do saber científico.
Verificamos que esse aspecto se fez importante quando percebida a necessidade de se trabalhar
a natureza científica do conhecimento químico, suas relações interdisciplinares e as questões
éticas bastante pertinentes no contexto atual. Isso porque a consciência humana tem mais
facilidade para atribuir significado quando consegue relacionar os objetos com os quais
interage, intermediados pelas relações sociais.
Diante de nossa experiência, acreditamos que o professor pode estimular a reflexão pela
problematização de situações relevantes e que isso ajude no desenvolvimento da autonomia do
estudante como protagonista e coautor de sua aprendizagem, bem como possibilite instigar
novas inquietações, estimulando a curiosidade epistemológica proposta por Freire (1996),
defendida e intencionada por nossa prática pedagógica.
Por fim, propusemos um trabalho de pesquisa e apresentação referentes a notícias
verdadeiras ou falsas que deveriam ser respondidas pelos colegas no momento síncrono. A ideia
foi
tão bem aceita que os estudantes preferiram chamar a dinâmica de “Fato ou
Fake
”. Essa
iniciativa vai totalmente ao encontro dos pressupostos da SAI quanto ao protagonismo
estudantil, conforme discutimos na fundamentação teórica deste texto (por exemplo, em
GOMES; PENNA; ARROIO, 2020).
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO e Paulo Vitor TEODORO
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No terceiro momento, concluímos a primeira avaliação da SAI, em que cada grupo
apresentou uma notícia diferente e problematizou sua apresentação. Alguns foram além, com
uma proposta de “
Quis
”, visando dinamizar sua apresentaçã
o e chamar a atenção dos colegas.
A proposta inicial de tempo a ser utilizado seria de um a três minutos para apresentação de cada
grupo. Entretanto, quatro grupos estimularam discussões capazes de despertar a curiosidade dos
colegas, que se detiveram por mais tempo no debate, chegando a dez minutos de discussão. Isso
favoreceu a aprendizagem por pares, já que os próprios estudantes proporcionaram momentos
de aprendizagem a outros a partir de um estudo mais aprofundado da questão.
O final da aula seria a postagem do material utilizado pelos estudantes para apresentação
dos trabalhos no
Moodle
, junto ao diário de bordo. Algumas apresentações despertaram a
atenção pelo fato de não possuírem referências. Em uma das postagens, um estudante chegou a
nomear o arqu
ivo como “
Slide referente a uma notícia fake que eu vi circulando nas redes
sociais, de minha autoria
” (Aluno 25). Desse modo, vimos a necessidade de trabalhar, em mais
um momento específico, a questão de procedimentos éticos na pesquisa
–
houve discussões
sobre autoria e plágio
–
, justificando que o conhecimento científico deve ser considerado não
apenas na busca pela cura do Coronavírus, mas em outras áreas do saber.
Tratamos, ainda, de questões éticas e da natureza do conhecimento científico, além da
necessidade de cooperação entre diferentes áreas, como temos observado em diversos
momentos no atual contexto, em jornais e revistas. Isso pode colaborar para que haja mais
interesse pela Ciência e se busque melhor divulgá-la e valorizá-la.
Por último, propusemos a reformulação dos trabalhos apresentados no sentido de dar os
devidos créditos às referências utilizadas. Essa iniciativa foi pensada acerca da prática educativa
amparada pela
práxis
. Para Franco (2016), conforme já mencionado, a mediação na prática
educativa é o mesmo que colocar o professor como mediador, incentivador ou motivador da
aprendizagem em uma perspectiva sempre reflexiva. Esta, por certo, traz proposições para que
os estudantes possam agir ativamente e, assim, alcançar seus objetivos. Todavia, tal estratégia
só possuirá inteligibilidade quando regida por critérios éticos que caracterizam uma ação tecida
pedagogicamente, construída
na
e
para
a
práxis
.
É válido ressaltar que caminhar para um processo de ensino-aprendizagem que vise à
emancipação dos sujeitos não é uma atribuição apenas do professor. É necessário estimular
também nos estudantes esse movimento de reflexão, ação, reflexão e nova ação, a fim de
aprimorar, constantemente, sua forma de intervenção social. Entendemos que assim seria
possível promover a formação de uma sociedade mais consciente de sua responsabilidade
social.
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Considerações finais
Recursos educacionais podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e têm sido
essenciais nesses tempos de ascensão do ensino no formato remoto, em que permanecemos sem
encontros presenciais, e o processo de retomada do ensino presencial ainda seja visto com
receio por grande parte das escolas brasileiras. Respondendo a nossa questão-problema inicial,
foi possível notar que a sequência didática estruturada pedagogicamente e possibilitada por
tecnologias nos permitiu dialogar e desencadear ações, reflexões e novas atitudes em nossos
estudantes.
Faz-se necessário ressaltar que, considerando os objetivos e os resultados aqui
discutidos, foram necessários planejamento e revisões, bem como a colaboração de professores,
o uso de tecnologias, diálogos e a constante reflexão para flexibilização das atividades, não se
limitando à mera exposição de conteúdos que normalmente tem sido realizada nas instituições
de ensino, em que prevalece a repetição e a reprodução daquilo que já foi dito pelo professor,
o que, na maioria das vezes, empobrece o processo de ensino-aprendizagem.
No que se refere ao incentivo dos nossos estudantes a consultas na
internet
, no momento
atual, desde que pautadas em orientações, critérios e parâmetros que possam orientar a tomada
de decisões, tende a ser ponto de partida para novas experiências de aprendizagem. Por isso,
devemos sempre estar atentos aos pressupostos da
práxis
, pois o ato de refletir criticamente
sobre a prática aprimora o trabalho docente com base em metodologias ativas. Nessa
conjuntura, a SAI, adaptada às atividades remotas aqui apresentadas, nos possibilitou ações de
ensinar e aprender mais dinâmicas e reflexivas.
Cabe-nos, por fim, refletir sobre as práticas voltadas para o potencial de construção e
desempenho do estudante, destacando que estas precisam ser planejadas e replanejadas,
envolvendo a participação atenta do professor nos processos de mediação pedagógica.
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Como referenciar este artigo
SILVA, I. F.; FELÍCIO, C. M; TEODORO, P. V. Sala de aula invertida e tecnologias digitais:
Possibilidade didática para o ensino de ciências em uma proposta de metodologia ativa.
Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1387-1401, abr./jun.
2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15807
Submetido em:
04/11/2021
Revisões requeridas em
: 20/12/2021
Aprovado em
: 05/02/2022
Publicado em
: 01/04/2022
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Aula invertida y tecnologías digitales: Posibilidad didáctica para la enseñanza de las ciencias en una propuesta de metodología activa
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AULA INVERTIDA Y TECNOLOGÍAS DIGITALES: POSIBILIDAD DIDÁCTICA
PARA LA ENSEÑANZA DE LAS CIENCIAS EN UNA PROPUESTA DE
METODOLOGÍA ACTIVA
SALA DE AULA INVERTIDA E TECNOLOGIAS DIGITAIS: POSSIBILIDADE
DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA PROPOSTA DE
METODOLOGIA ATIVA
FLIPPED CLASSROOM AND DIGITAL TECHNOLOGIES: DIDACTIC POSSIBILITY
FOR SCIENCE TEACHING IN AN ACTIVE METHODOLOGY PROPOSAL
Iasmim Ferreira da SILVA
1
Cinthia Maria FELÍCIO
2
Paulo Vitor TEODORO
3
RESUMEN
: Este texto tiene como objetivo presentar análisis y reflexiones sobre una
Secuencia Didáctica (DS) desarrollada con 25 estudiantes de secundaria de una institución
pública federal, ubicada en el Medio Oeste brasileño, durante el período de enseñanza a
distancia. Optamos por una adaptación del Aula Invertida (SAI, in Portuguese), alternando
momentos asincrónicos en el Entorno Virtual de Aprendizaje con momentos sincrónicos, a
través de Google Meet. Trabajamos estrategias dialógicas, buscando el protagonismo de los
estudiantes, a partir de foros y preguntas sobre la relación entre la veracidad de la información
difundida en la sociedad y los criterios científicos para identificarlos. Se instruyó a los
estudiantes para que buscaran las razones de la transmisión de noticias referentes al nuevo
Coronavirus, Sars-Cov-2. De la investigación realizada se pudo inferir que la secuencia
didáctica estructurada permitió la creación de espacios de dialogicidad, desencadenando
acciones de choque de ideas, refutando y argumentando información poco confiable y
posibilitando también la producción académica (por ejemplo, presentaciones), sobre el tema.
PALABRAS CLAVE
: Aula invertida. Metodologías activas. Enseñanza de las ciencias.
RESUMO
: Este texto objetiva apresentar análises e reflexões sobre uma Sequência Didática
(SD) desenvolvida com 25 estudantes do Ensino Médio de uma Instituição pública federal,
localizada no Centro Oeste Brasileiro, durante o período de ensino remoto. Optamos por uma
adaptação da Sala de Aula Invertida (SAI), alternando momentos assíncronos no Ambiente
Virtual de Aprendizagem com momentos síncronos, por meio do Google Meet. Trabalhamos
estratégias dialógicas visando o protagonismo estudantil, a partir de fóruns e questionamentos
1
Instituto Federal Goiano (IFGOIANO), Morrinhos - GO - Brasil. Maestría en Educación Profesional y
Tecnológica. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3707-4751.E-mail: iasmim.ped@gmail.com
2
Instituto Federal Goiano (IFGOIANO), Morrinhos
–
GO
–
Brasil. Profesora, Investigadora y Extensionista.
Doctora en Química (UFG). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8362-2846. E-mail:
cinthia.felicio@ifgoiano.edu.br
3
Universidad Federal de Uberlândia (UFU), Ituiutaba
–
MG
–
Brasil. Profesor, Investigador y Extensionista en
UFU. Doctorado en Educación Científica (UNB). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0939-984X. E-mail:
paulovitorteodoro@ufu.br
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO y Paulo Vitor TEODORO
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sobre a relação entre a veracidade de informações disseminadas na sociedade e critérios de
cientificidade para identificá-la. Os estudantes foram orientados a buscar fundamentações
sobre notícias veiculadas referentes ao novo Coronavírus, Sars-Cov-2. A partir da pesquisa
realizada, foi possível depreender que a sequência didática estruturada permitiu criar espaços
para a dialogicidade, desencadear ações de embates de ideias, refutar e argumentar
informações não fidedignas e, ainda, viabilizar produções acadêmicas (por exemplo,
apresentações), por parte dos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE
: Sala de aula invertida. Metodologias ativas. Ensino de Ciências.
ABSTRACT
: In this text, we presented some analyzes and reflections on a Didactic Sequence
developed with 25 high school students from a federal public institution, located in the Brazilian
Midwest, during the period of Remote Education are presented. We opted for an adaptation of
the Flipped Classroom (SAI, in Portuguese), alternating asynchronous moments in the Virtual
Learning Environment with synchronous moments, through Google Meet. We work on dialogic
strategies, aiming at student protagonism, based on forums and questions about the
relationship between the veracity of information and scientific criteria. The students were
instructed to seek reasons for the news broadcast referring to the new Coronavirus, Sars-Cov-
2. From the research carried out, it was possible to infer that the structured didactic sequence
allowed the creation of spaces for dialogicity, triggering actions of clash of ideas, refuting and
arguing unreliable information and also enabling academic production (for example, some
presentations to other students), on the part of students
.
KEYWORDS
:
Flipped classroom. Active methodologies. Science teaching
.
Introducción
En tiempos de distanciamiento social, aunque es necesario resignificar la presencialidad,
es necesario continuar el proceso de enseñanza-aprendizaje, que, como otras actividades,
necesitaba someterse a adaptaciones. Sin embargo, incluso antes de este escenario, ya era
posible observar cambios en la sociedad, que se reflejaban en las formas de enseñar y aprender,
debido a las innovaciones tecnológicas y la gran cantidad de información y recursos disponibles
en red. Por lo tanto, es esencial que la calidad de este proceso se busque y logre con
planificación y apertura a nuevas formas de aprendizaje.
En este contexto, una posibilidad para trabajar con un enfoque en la acción estudiantil
y la promoción de experiencias en situaciones desafiantes es el Aula Invertida (AI), basada en
Tecnologías Digitales. Este recurso permite a los docentes dialogar con los estudiantes y mediar
acciones que los movilicen para actuar y tomar decisiones, permitiéndoles asistir al aprendizaje
de sus estudiantes (ARRUDA; GOMES, GOHETS ARRUDA, 2021). Por lo tanto, si, por un
lado, existen posibilidades de éxito en el uso de tales recursos, por otro lado, la pregunta es: ¿la
familiaridad que los jóvenes presentan con el mundo digital puede ser bien explorada
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didácticamente, con el fin de personalizar el aprendizaje individual y colectivo, a través de la
intencionalidad que exige el trabajo docente?
A diferencia de lo que sucede en el método convencional/tradicional (SILVA
et al
.,
2017), en esta perspectiva los docentes necesitan tener fundamento y conocimiento de que el
centro del proceso de aprendizaje ya no será ellos mismos para culminar en la formación
conceptual por parte del alumno. Por lo tanto, es importante que los maestros busquen
posibilidades para un formato de aprendizaje activo por parte del alumno.
En este sentido, para el fundamento de su praxis, las teorías del aprendizaje pueden
centrarse, por ejemplo, en la interacción social de Vygotsky; en las experiencias de Dewey, con
respecto a la enseñanza activa; aprendizaje significativo, de Ausubel; o en los aspectos
pedagógicos de Paulo Freire, en relación con el desarrollo de la autonomía estudiantil, como
nos lo presentan Diesel, Baldez y Martins (2017).
Entre las posibilidades, reiteramos nuestro interés por el AI, que, según Martín (2017),
busca involucrar al alumno, con miras a favorecer el desarrollo del razonamiento crítico y la
creatividad, la comunicación y la colaboración. Sin embargo, aún nos queda destacar que la
implementación de propuestas con este enfoque depende de la planificación e intencionalidad
pedagógica del docente (MORI; CURVELO, 2016). De hecho, Mori y Curvelo (2016) discuten
que las diferentes acciones pedagógicas dependen de la intencionalidad, es decir, de la inclusión
de la estrategia [o incluso de un material] en una forma sistematizada de educación.
En el AI, apuntando a la autonomía de los estudiantes, las clases convencionales pueden
ser sustituidas por imágenes, textos, vídeos y tecnologías digitales para que se introduzcan
contenidos básicos previamente disponibles para los alumnos. ¿Y cómo puede ser la
materialización del AI en el aula? Estos tienen contacto con el objeto de estudio en ambientes
variados antes del inicio de la clase, en diversos formatos o recursos, además de preguntas
dirigidas a los objetivos de aprendizaje. Especialmente en este periodo de pandemia, en el que
las clases se desarrollan de forma remota, el contacto físico y presencial están destinados a la
interacción entre alumnos y el profesor, mediada por el uso de recursos tecnológicos. Estos, a
su vez, asumieron la función de instrumentos de mediación y/o problematización del docente
para el aprendizaje de sus alumnos. Ante la imposibilidad de que esto suceda en persona, esta
mediación puede efectuarse mediante el uso de tecnologías.
Así, el AI permite al alumno convertirse en el protagonista de su aprendizaje y gestionar
su tiempo con el fin de realizar las actividades propuestas y buscar recursos para responder a
sus dudas y mejorar su comprensión, guiado por el profesor. El hecho de tener acceso temprano
al material seleccionado y problematizado por su acción mediadora puede llevar a los
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estudiantes al deseo de aprender sobre la información y, con ello, relacionarlos con sus
conocimientos previos y aportar nuevos significados en un aprendizaje más significativo
(MOREIRA, 2019).
Por ello, el AI debe contar con apoyo didáctico-pedagógico para apoyar las propuestas
de acciones colectivas y dirigir la selección de materiales a trabajar inicialmente por los
alumnos, los cuales pueden ser divididos en parejas o pequeños grupos, guiados por el docente
en procesos dialógicos.
En esta perspectiva, basada en las propuestas de Vygotsky (2009), el maestro mediador
puede crear situaciones de enseñanza a través de la lectura de textos y expresiones entre los
estudiantes, lo que permite la discusión sobre lo que se leyó. En cuanto al uso de recursos
audiovisuales, estos pueden ser utilizados para ampliar ideas y avanzar en sus conocimientos
sobre un tema determinado. La interiorización de este conocimiento también se consolida por
la mediación dialógica entre ellos y el profesor. También vale la pena enfatizar la importancia
del soporte tecnológico en el momento en que se está llevando a cabo esta práctica pedagógica.
Porque en el contexto actual, es él quien sostendrá la interacción de las posibilidades dialógicas
en momentos de enseñanza y aprendizaje, especialmente en este momento de pandemia.
Considerando estas situaciones, elaboramos una propuesta de intervención en el aula
con la planificación de una Secuencia Didáctica (DS), buscando utilizar el AI para ayudar en la
comprensión de los estudiantes de secundaria sobre las formas de prevenir la propagación de
una nueva enfermedad, llamada Covid-19 por la Organización Mundial de la Salud (OMS). Se
trata de un acrónimo de la expresión inglesa
Coronavirus Disease
, relacionado con el nombre
de la enfermedad, al que se suma el número que identifica el año de su aparición (2019), tal y
como nos presentaron Sobrinho-Junior y Moraes (2020).
Encontramos que, en este contexto de pandemia, en el que el requisito de la eliminación
de personas está vigente hasta que se encuentre una forma de evitar la contaminación en una
vida social más segura
–
es importante planificar y tratar de comprender cómo el conocimiento
químico / científico puede ayudar a prevenir y combatir la desinformación que involucra esta
enfermedad, que ya ha causado millones de muertes en todo el mundo. Así, pretendemos
difundir la importancia del trabajo docente en el sentido de impulsar el proceso de enseñanza-
aprendizaje en trabajos contextualizados y con temáticas relevantes para la vida de los alumnos
y para un contexto social y tecnológico determinado, que al ser experimentado necesita ser
analizado y reflexionado con/por ellos, con el fin de situarse y tomar sus decisiones
conscientemente.
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Fundamento teórico
La mera introducción de nuevas tecnologías en la educación no implica mejoras en el
proceso de enseñanza-aprendizaje. El avance educativo requiere un cambio de mentalidad de
toda la comunidad escolar involucrada y, en particular, del docente (CIPRIANI; MOREIRA,
MOREIRA, CARIUS, 2021). Esto necesita buscar estrategias que permitan a los estudiantes ir
más allá de los conocimientos específicos. Afirmamos que es importante buscar habilidades
tanto pedagógicas como tecnológico-digitales.
Moran (2018) afirma que la tecnología actualmente habita en todos los espacios. Así, el
proceso de enseñanza-aprendizaje puede darse en la interconexión entre el mundo físico y el
mundo digital, ya que estos dos espacios no son excluyentes entre sí. Por cierto, pueden
desarrollarse entre sí sinérgicamente, favoreciendo la formación de entornos ampliados e
híbridos. El profesor, por lo tanto, es responsable de mediar situaciones de aprendizaje
destinadas a satisfacer las necesidades de sus estudiantes.
Sin embargo, como se muestra en la investigación realizada por Cipriani, Moreira y
Carius (2021), la acción docente, en un intento de consolidar el proceso de enseñanza-
aprendizaje a distancia, ha culminado en sobrecarga laboral, generando ansiedad, preocupación
y angustia a los docentes. De hecho, como lo demuestran Morgado, Sousa y Pacheco (2020),
dependiendo de la forma en que la tecnología se inserta en el proceso educativo, el maestro
puede insertarse involuntariamente en la "Era de 24/7" (veinticuatro horas y siete días a la
semana). Por ello, es fundamental considerar los cambios de la profesión docente y su
significado en la realidad digital (MORGADO; SOUSA, LA SOUSA PACHECO, 2020).
En este sentido, el AI puede incluso reducir la carga del trabajo docente, siempre y
cuando se inserte en el ámbito educativo de forma planificada y estructurada por el profesor, en
el que los alumnos busquen respuestas a los problemas planteados por el profesor. Sin embargo,
es necesario destacar que el sistema educativo carece de una innovación y cambio asumido
conscientemente en la organización de los procesos de enseñanza y aprendizaje en relación con
los modelos actuales. De hecho, la innovación no solo se reduce al uso de tecnologías digitales,
de forma aleatoria. La metodología utilizada por el profesor se vuelve fundamental para la
dinámica del aprendizaje y la producción de conocimiento por parte de los estudiantes
(BERGMANN; SAMS; 2016).
Para Valente (2014), el AI es una modalidad de
e-learning
, también conocida como
'Educación Online', en la que se dan instrucciones que pueden generar conocimiento
conceptual, antes de la interacción con el profesor. El momento de la clase está destinado a
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trabajar con estos contenidos ya estudiados a través de actividades prácticas, tales como:
resolución de problemas, ruedas de conversación, discusiones grupales, aprendizaje
colaborativo y desarrollo de proyectos. Esta inversión ocurriría en relación con la enseñanza
convencional/tradicional, en la que, normalmente, el profesor proporciona información al
alumno, quien debe estudiar el material después del momento de interacción y luego realizar
alguna actividad evaluativa.
En el AI, el alumno puede asumir, en función del enfoque del profesor, el papel de un
aprendizaje activo, basado en preguntas, búsquedas, discusiones y actividades prácticas. En este
escenario, el profesor deja de hacer presentaciones sobre el contenido y se involucra en acciones
que permiten trabajar con las dificultades del estudiante. En otras palabras, el docente supera la
exposición de contenidos, basada en reglas memorísticas (SILVA
et al
., 2017), para contribuir
a la construcción de propuestas individuales y colectivas. Además, puede ser desarrollado
intencionalmente y planificado por el maestro que tiene la intención de experimentar este
proceso, y puede, para este propósito, usar un SD.
Para Zabala (1998), SD es un recurso educativo con un elemento diferenciador de las
formas de enseñar y aprender. Se trata de una serie de acciones procedimentales didácticas,
dirigidas a una unidad de aprendizaje. La forma de articulación entre las actividades
determinará la especificidad de la propuesta. El tema, las observaciones, las discusiones y la
evaluación pueden tener varios propósitos, de acuerdo con el papel asignado a estos elementos
y a los sujetos que participan en la actividad. Sobre todo, el método tal y como se desarrollará
es tan primordial como la planificación, ejecución y evaluación de esta secuencia. Por lo tanto,
reiteramos nuestra propuesta de intervención con la planificación de un DS, que tematizó las
formas de prevención del Covid-19. Por lo tanto, era esencial buscar formas de elevar los
conocimientos previos de los estudiantes, a partir del aumento de los procesos intersubjetivos,
posibilitados por la interacción dialógica, a través del uso de tecnologías digitales. Esto es
importante porque el diálogo proporciona el desarrollo del lenguaje y la comprensión de los
signos a partir de intercambios de experiencias sociales, lo que permite el desarrollo de un
pensamiento más elaborado.
Según Vygotsky (2009), el conocimiento puede formarse en la interacción entre
información y sujeto, mediado por el diálogo con otros sujetos y el desarrollo del lenguaje
interno. Después de varias interacciones, el nuevo conocimiento puede ser interiorizado,
posibilitando nuevas ideas y proporcionando diferentes procesos de intersubjetividades y
alteraciones, tanto en la estructura cognitiva de los involucrados como en el proceso de
elaboración del conocimiento de los estudiantes.
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Sin embargo, vale la pena señalar que, como lo demuestran Barcelos
et al
. (2021), las
interacciones de los estudiantes con diversos medios son cada vez más poderosas [ por ejemplo,
WhatsApp
,
Facebook
e
Instagram
], en las que se materializa el proceso de difusión de noticias
falsas. De hecho, en una fase de avance del movimiento anticientífico y, en consecuencia, de
Fake News
, consideramos sumamente importante buscar desarrollar, en nuestra práctica
pedagógica, acciones en las que se realicen las diversas y posibles interacciones entre
estudiantes, pero también considerando el desarrollo de la criticidad para establecer criterios en
la verificación y búsqueda de la validación de la información transmitida por los medios de
comunicación.
Trayectoria metodológica
Considerando el problema a investigar, la comunidad participante en la investigación y
los momentos de interacción y estudio en
lócus
con estudiantes / participantes, este estudio se
ocupa de una investigación cualitativa, investigación de acción. Para Moreira y Caleffe (2008),
se trata de una metodología de intervención social en el mundo real con examen de los efectos
de su intervención. Por lo tanto, es esencial, en la investigación, que el investigador se inserte
cooperativamente entre los sujetos investigados. La investigación-acción puede contribuir a la
propuesta de prácticas educativas más críticas, siendo ampliamente utilizada en este tipo de
investigación.
Los sujetos de este, y, en consecuencia, coautores, en nuestra concepción, fueron los
estudiantes del Curso Técnico en Informática integrado a la escuela secundaria de una
institución ubicada en el área rural del Medio Oeste brasileño. En esta clase, al inicio del
desarrollo de las actividades, había un total de treinta y cuatro alumnos matriculados. Se
procedió a la planificación de una secuencia didáctica junto con el profesor de química de la
institución en la que desarrollamos la investigación. Inicialmente, se planificaron e impartieron
tres clases basadas en la metodología del AI sobre conocimientos químicos relacionados con
covid-19. Sin embargo, a lo largo del desarrollo fue necesario desarrollar tres clases más,
totalizando seis reuniones para la conclusión de la propuesta. Por lo tanto, tuvimos seis
reuniones en la segunda mitad de 2020, cada una de las cuales contó como tres horas [el
equivalente a cuatro clases de 45 minutos]. Las actividades se desarrollaron en grupos de hasta
tres alumnos.
Se constituyeron como instrumentos para la recolección de datos: observación de
interacciones en foros de discusión de estudiantes sobre conocimientos previos relacionados
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con el tema problematizador en el foro
AVA-Moodle
; análisis de cuestiones relacionadas con
los materiales puestos a disposición por el profesor regente en
Moodle
(hipertextos,
hipervínculos
y vídeos); estudio de la interacción simultánea de la clase con el profesor por
Google Meet
durante las clases; examen de las actividades desarrolladas por los alumnos y su
participación en la presentación desarrollada por los grupos.
Este momento de pre-interacción simultánea con el docente y los alumnos sirvió como
recurso de problematización para nuevas búsquedas y preguntas, en las que, en cierto modo, el
docente buscaba aportar inquietudes para plantear más conocimientos, cumpliendo su intención
pedagógica como mediador del proceso. En este caso, estas preguntas se plantearon tanto en el
AVA-Moodle
, en los momentos asíncronos, a través de foros y actividades orientadas a la
investigación bibliográfica, como en los momentos sincrónicos que se realizaron para el
desarrollo de la propuesta.
La reunión inaugural se dividió en dos momentos, ambos dispuestos como elementos
pre-clase. En el primero, se abrió un foro de discusión en
Moodle
, en el que se pidió a los
estudiantes que relacionaran sus conocimientos científicos previos en relación con el
Coronavirus. Luego, se pusieron a disposición en la misma plataforma videos y textos de
fuentes confiables, con los siguientes temas: Química del coronavirus; alternativas de
desinfección; qué puede hacer el jabón con el Coronavirus. Aquí abrimos una observación para
aclarar que el AI, como metodología activa, no puede limitarse a la indicación de vídeos o
textos. Sin embargo, este recurso puede aportar respuestas y aclaraciones a las preguntas
planteadas por el maestro, ayudando al estudiante a comprender mejor sus concepciones a partir
de lecturas y discusiones con colegas. Después de la reunión, se abrió otro foro, en el que se
centraron los comentarios sobre estos materiales.
En la segunda, destacamos la exposición interactiva mediada por el profesor regente con
el apoyo del investigador y los alumnos a través de
Google Meet
. En esta clase, tratamos los
siguientes temas: importancia del conocimiento científico debido al flujo continuo de
información sobre el Coronavirus; la necesidad de criticidad a la hora de pensar y actuar ante
los cuidados necesarios; demanda de conocimiento científico / desarrollo del pensamiento
crítico basado en el conocimiento de temas de química básica relacionados con él. Al final,
desarrollamos una propuesta de actividad, en la que los estudiantes deben dividirse en grupos
con hasta tres miembros. En esta propuesta, presentarían, en la segunda reunión, una noticia
que les había llamado la atención. Los colegas deben discutir y posicionarse, exponiendo su
opinión y argumentando para basar su análisis en base a los textos y discusiones de la clase
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anterior, además del conocimiento que trajeron de los informes y otras lecturas sobre este tema.
Luego decidirían si las noticias presentadas por cada grupo serían verdaderas o falsas.
En la tercera y cuarta reunión, en un momento sincrónico por
Google Meet
, los grupos
presentaron noticias a la clase, a través de la dinámica ¿"Facto o
Fake
?”.
El SD terminaría con
una rueda de conversación sobre el trabajo desarrollado. Sin embargo, notamos la necesidad de
discutir con estos estudiantes aspectos de la ética en la ciencia / investigación y las cuestiones
de reconocimiento de la autoría y las citas que deberían estar relacionadas. Luego, estuvo la
replanificación, con el fin de lograr una postura más crítica y el desarrollo de reflexiones sobre
ética en la ciencia, en las que los estudiantes pudieron reconocer la necesidad de citar las
fuentes, en las que realizaron las búsquedas sobre temas relacionados con el Covid-19, así como
la importancia de la continuidad de estos SD en el sentido de trabajar el conocimiento
procedimental y actitudinales, más allá de los aspectos fácticos y conceptuales discutidos por
Zabala (1998). En el primer momento de la cuarta reunión, se volvieron a poner a disposición
en
Moodle
textos y vídeos que reflexionaban sobre la importancia de las referencias en las obras
científicas y el respeto a la autoría.
Celebramos la quinta reunión, promoviendo otra interacción síncrona en
Google Meet
,
para cerrar esta discusión, con la aclaración de algunas dudas y la orientación para la
finalización de la propuesta con el cuaderno de bitácora que se entregará a
AVA-Moodle
junto
a las presentaciones finales. Finalmente, en el sexto encuentro, realizamos la rueda de
conversación, utilizando
Google Meet
, en la que hablamos sobre la preparación de la actividad
de presentación grupal y las dificultades/soluciones para construir esta actividad, así como la
otra presentada en el AVA.
Resultados y Discusión
A partir de las teorías del aprendizaje mediado, propuestas por Vygotsky (2009),
planteamos primero una pregunta sobre la relación que estos estudiantes hicieron entre el
estudio de los conceptos químicos y los problemas causados a nivel mundial, desde
el Sars-
Cov-2
, que causó el Covid-19. La primera actividad sugerida fue un foro de discusión, en el
que pedimos a los estudiantes que relacionaran sus conocimientos adquiridos en Química con
las noticias que habían estado recibiendo sobre el nuevo Coronavirus. Obtuvimos un total de
veinticinco interacciones, cantidad relevante, considerando el panorama actual de clases
totalmente
online
y considerando que el acceso a las tecnologías suele ser aún limitado,
especialmente en la institución donde se desarrolló la investigación, ubicada en una zona rural.
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Entre las interacciones y respuestas de los estudiantes en las preguntas del foro, algunos
comentaron que se trata de una enfermedad nueva y, por lo tanto, no existen medicamentos, ni
métodos efectivamente probados y científicamente probados para la producción de una vacuna
o incluso una supuesta forma de inmunización. Hablaron sobre el tema del alcohol en gel y el
jabón para lavarse las manos. Además, los estudiantes discutieron la cantidad de
Fake News
disponible diariamente, lo que se puede percibir en el discurso del estudiante 11: "
No todo lo
que recibimos es confiable, después de todo, todavía se están desarrollando estudios sobre
sustancias que pueden contribuir al fin de este virus.
Esta declaración muestra la atención del
estudiante a la información publicada en las redes sociales. Además, enfatizaron que la Química
puede ayudar a comprender mejor los métodos de prevención y combate, la interacción de
sustancias para la producción de medicamentos, vacunas y la producción de desinfectantes.
Un punto que vale la pena mencionar es la discusión sobre la necesidad de que los
científicos busquen, con la ayuda de la Química, comprender la estructura viral, así como
"identificar
el código genético y descubrir las debilidades del nuevo Coronavirus
" (estudiante
18). Con esto, "
pueden descubrir una posible cura
" (estudiante 7). A partir de este discurso,
observamos la posibilidad de que la interdisciplinariedad del tema entre en los más diversos
componentes curriculares, en este caso Biología, Biomedicina o Bioquímica, Farmacia, Salud
y otras áreas. Destacamos la complejidad para lograr propuestas que sean efectivamente
interdisciplinarias (SOUZA; SILVEIRA; LONGHINI, 2015), pero consideramos que se debe
buscar esta posibilidad y que las colaboraciones entre docentes de diferentes áreas ayuden
efectivamente en el interés y la participación de los estudiantes. Así, coincidimos con Souza,
Silveira y Longhini (2015), según las cuales las acciones pueden
tender
a la
interdisciplinariedad, ya que aún necesitamos avanzar [y mucho] en este entendimiento para
que, algún día, tengamos intervenciones que sean, de hecho, interdisciplinarias. Las interfaces
entre las áreas fueron comentadas por los estudiantes, como lo que le sucedió al estudiante 13,
al preguntar si "¿
No se debe trabajar esto en las clases de biología?
" ", quando iniciamos o
primeiro momento com a roda de conversas pelo
Google
Meet.
Outro caso foi o do estudante
6, ao dizer que “
Não sabia que a Química tinha relação até com a Biologia.
”.
La estrategia de problematizar temas relacionados con la Química y la investigación de
Fake News
llamó la atención de los estudiantes. Vale la pena considerar que, en el segundo
foro, centrado en las dudas sobre el material disponible, un estudiante mostró interés en la
estructura del receptor celular de la
Enzima Convertidora de Angiotensina
(ACE 2)] (ACE 2)]
diseñado como un intento de explicar cómo el virus accede a las células humanas.
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Así, dilucidamos la función de estas células en el organismo, generalmente asociada a
la producción de una sustancia química llamada Angiostatina, responsable del control de la
presión arterial. Otro estudiante también cuestionó sobre los brotes de psicosis y alucinaciones
supuestamente relacionados con el Coronavirus. Esta cuestión fue discutida en el momento de
la interacción de la clase y, por lo tanto, puesta en debate, llegando a las consideraciones de que
la información era temprana para que pudiéramos afirmar esto de manera más confiable, porque
aún quedaba mucho por investigar y evidenciar.
La clase también consideró que quizás las alucinaciones antes mencionadas se debieron
a fiebre muy alta, ampliamente reportada por pacientes de Covid-19, lo que podría causar
alguna alteración metabólica, lo que podría conducir a alteraciones cognitivas. Reiteramos que
más adelante podrían surgir estudios que aclararían mejor cómo este virus puede acceder a las
células cerebrales. Momentáneamente, no se ha llegado a un consenso entre los componentes
de la comunidad científica y, solo después de varios estudios y una mejor comprensión del
mecanismo de acción de este microorganismo, se pueden comprender los mecanismos y
problemas que la contaminación por el virus puede causar al organismo humano. Este marco
refleja una vez más la necesidad de desarrollar trabajos colectivos e interdisciplinarios, dada la
complejidad del tema.
Según Vygotsky (2009), cuando el proceso de adquisición de conocimientos está
mediado por el otro y, en este caso, por la escuela, inferimos que de las experiencias e
interacciones entre alumno-alumno y alumno-profesor -o incluso en interacciones sociales
fuera de la escuela- el alumno, por el lenguaje y la mediación de otros signos, puede elaborar
un conocimiento que está estudiando. A partir de estas relaciones, buscamos estimular la
investigación y la formulación de hipótesis, siempre tratando de entender qué consenso sería o
no en términos de conocimiento científico. Comprobamos que este aspecto era importante
cuando se percibió la necesidad de trabajar sobre la naturaleza científica del conocimiento
químico, sus relaciones interdisciplinarias y cuestiones éticas bastante pertinentes en el
contexto actual. Esto se debe a que la conciencia humana es más fácil de atribuir significado
cuando puede relacionar los objetos con los que interactúa, mediada por las relaciones sociales.
A la vista de nuestra experiencia, creemos que el profesor puede estimular la reflexión
problematizando situaciones relevantes y que esto ayuda al desarrollo de la autonomía del
alumno como protagonista y coautor de su aprendizaje, así como a instigar nuevas inquietudes,
estimulando la curiosidad epistemológica propuesta por Freire (1996), defendida y pretendida
por nuestra práctica pedagógica.
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Finalmente, propusimos un trabajo de investigación y presentación sobre noticias
verdaderas o falsas que deben ser respondidas por colegas en el momento sincrónico. La idea
fue tan bien aceptada que los estudiantes prefirieron llamar a la dinámica
"Facto o Fake".
Esta
iniciativa cumple plenamente con los supuestos del AI con respecto al protagonismo estudiantil,
como discutimos en el fundamento teórico de este texto (por ejemplo, en GOMES; PENNA;
ARROIO, 2020).
En el tercer momento, completamos la primera evaluación de las NIC, en la que cada
grupo presentó una noticia diferente y problematizó su presentación. Algunos fueron más allá,
con una propuesta de "
Quis
", con el objetivo de impulsar su presentación y llamar la atención
de los colegas. La propuesta inicial de tiempo a utilizar sería de uno a tres minutos para la
presentación de cada grupo. Sin embargo, cuatro grupos estimularon discusiones capaces de
despertar la curiosidad de los colegas, que mantuvieron un debate más largo, alcanzando los
diez minutos de discusión. Esto favoreció el aprendizaje entre pares, ya que los propios
estudiantes proporcionaron momentos de aprendizaje a otros a partir de un estudio más
profundo del tema.
El final de la clase sería la publicación del material utilizado por los estudiantes para
presentar el trabajo
en Moodle
, junto al cuaderno de bitácora. Algunas presentaciones
despertaron la atención porque no tenían referencias. En una de las publicaciones, un estudiante
incluso nombró el archivo como "
Diapositiva que se refiere a una noticia falsa que vi
circulando en las redes sociales, por mi cuenta
" (Estudiante 25). Así, vimos la necesidad de
trabajar, en otro momento concreto, el tema de los procedimientos éticos en la investigación -
hubo discusiones sobre autoría y plagio - justificando que el conocimiento científico debe ser
considerado no solo en la búsqueda de la cura del Coronavirus, sino en otras áreas del
conocimiento.
También nos ocupamos de cuestiones éticas y de la naturaleza del conocimiento
científico, además de la necesidad de cooperación entre diferentes áreas, como hemos
observado en diversas ocasiones en el contexto actual, en periódicos y revistas. Esto puede
ayudar a interesarse más por la ciencia y buscar mejor difundirla y valorarla.
Finalmente, hemos propuesto la reformulación de los trabajos presentados con el fin de
dar el debido crédito a las referencias utilizadas. Esta iniciativa fue pensada en la práctica
educativa sometida a
praxis
. Para Franco (2016), como ya se ha mencionado, la mediación en
la práctica educativa es lo mismo que situar al profesor como mediador, animador o motivador
del aprendizaje en una perspectiva siempre reflexiva. Esto, por supuesto, trae propuestas para
que los estudiantes puedan actuar activamente y así lograr sus metas. Sin embargo, tal estrategia
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sólo tendrá inteligibilidad cuando se rija por criterios éticos que caractericen una acción
pedagógicamente tejida, construida
sobre
y
para la praxis
.
Cabe mencionar que caminar hacia un proceso de enseñanza-aprendizaje que es a la
emancipación de las asignaturas no es una atribución solo del docente. También es necesario
estimular en los estudiantes este movimiento de reflexión, acción, reflexión y nueva acción, con
el fin de mejorar constantemente su forma de intervención social. Entendemos que esto sería
posible para promover la formación de una sociedad más consciente de su responsabilidad
social.
Consideraciones finales
Los recursos educativos pueden ayudar en el proceso de enseñanza-aprendizaje y han
sido esenciales en estos tiempos de auge de la enseñanza en el formato remoto, en los que nos
quedamos sin reuniones presenciales, y el proceso de reanudación de la enseñanza presencial
todavía es visto con temor por la mayoría de las escuelas brasileñas. Respondiendo a nuestra
pregunta inicial del problema, fue posible notar que la secuencia didáctica pedagógicamente
estructurada y posibilitada por las tecnologías nos permitió dialogar y desencadenar acciones,
reflexiones y nuevas actitudes en nuestros estudiantes.
Es necesario destacar que, considerando los objetivos y resultados aquí discutidos, fue
necesaria la planificación y revisiones, así como la colaboración de docentes, el uso de
tecnologías, diálogos y la reflexión constante para la flexibilización de actividades, no
limitándose a la mera exposición de contenidos que se ha llevado a cabo habitualmente en
instituciones educativas, en las que prevalece la repetición y reproducción de lo ya dicho por
parte del docente, lo que, en la mayoría de los casos, empobrece el proceso de enseñanza-
aprendizaje.
En cuanto al incentivo de nuestros estudiantes a consultar en
Internet
en la actualidad,
siempre que se basen en pautas, criterios y parámetros que puedan guiar la toma de decisiones,
tiende a ser un punto de partida para nuevas experiencias de aprendizaje. Por lo tanto, siempre
debemos estar atentos a los supuestos de la
praxis
, porque el acto de reflexionar críticamente
sobre la práctica mejora el trabajo docente basado en metodologías activas. En esta coyuntura,
el AI, adaptado a las actividades remotas aquí presentadas, nos permitió enseñar y aprender
acciones más dinámicas y reflexivas.
Finalmente, nos corresponde reflexionar sobre las prácticas enfocadas en el potencial de
construcción y desempeño del estudiante, destacando que estas necesitan ser planificadas y
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1394-1409, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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replanificadas, involucrando la participación atenta del docente en los procesos de mediación
pedagógica.
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educacional em tempos de pandemia da Covid-19.
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Cómo hacer referencia a este artículo
SILVA, I. F.; FELÍCIO, C. M; TEODORO, P. V. Aula invertida y tecnologías digitales:
Posibilidad didáctica para la enseñanza de las ciencias en una propuesta de metodología activa.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1394-1409,
abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15807
Enviado en
:
04/11/2021
Revisiones requeridas en
: 20/12/2021
Aprobado en
: 05/02/2022
Publicado en
: 01/04/2022
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Flipped classroom and digital Technologies: Didatic possibility for Science teaching in an active methodology proposal
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1387-1401, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15807
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FLIPPED CLASSROOM AND DIGITAL TECHNOLOGIES: DIDACTIC
POSSIBILITY FOR SCIENCE TEACHING IN AN ACTIVE METHODOLOGY
PROPOSAL
SALA DE AULA INVERTIDA E TECNOLOGIAS DIGITAIS: POSSIBILIDADE
DIDÁTICA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA PROPOSTA DE
METODOLOGIA ATIVA
AULA INVERTIDA Y TECNOLOGÍAS DIGITALES: POSIBILIDAD DIDÁCTICA
PARA LA ENSEÑANZA DE LAS CIENCIAS EN UNA PROPUESTA DE
METODOLOGÍA ACTIVA
Iasmim Ferreira da SILVA
1
Cinthia Maria FELÍCIO
2
Paulo Vitor TEODORO
3
ABSTRACT
: In this text, we presented some analyzes and reflections on a Didactic Sequence
developed with 25 high school students from a federal public institution, located in the Brazilian
Midwest, during the period of Remote Education are presented. We opted for an adaptation of
the Flipped Classroom (SAI, in Portuguese), alternating asynchronous moments in the Virtual
Learning Environment with synchronous moments, through Google Meet. We work on dialogic
strategies, aiming at student protagonism, based on forums and questions about the relationship
between the veracity of information and scientific criteria. The students were instructed to seek
reasons for the news broadcast referring to the new Coronavirus, Sars-Cov-2. From the research
carried out, it was possible to infer that the structured didactic sequence allowed the creation of
spaces for dialogicity, triggering actions of clash of ideas, refuting and arguing unreliable
information and also enabling academic production (for example, some presentations to other
students), on the part of students.
KEYWORDS
: Flipped classroom. Active methodologies. Science teaching.
RESUMO
: Este texto objetiva apresentar análises e reflexões sobre uma Sequência Didática
(SD) desenvolvida com 25 estudantes do Ensino Médio de uma Instituição pública federal,
localizada no Centro Oeste Brasileiro, durante o período de ensino remoto. Optamos por uma
adaptação da Sala de Aula Invertida (SAI), alternando momentos assíncronos no Ambiente
Virtual de Aprendizagem com momentos síncronos, por meio do Google Meet. Trabalhamos
estratégias dialógicas visando o protagonismo estudantil, a partir de fóruns e questionamentos
1
Federal Institute of Goiás (IFGOIANO), Morrinhos
–
GO
–
Brazil. Master's student in Professional and
Technological Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3707-4751. E-mail: iasmim.ped@gmail.com
2
Federal Institute of Goiás (IFGOIANO), Morrinhos
–
GO
–
Brazil. Professor, Researcher and Extensionist.
Doctor in Chemistry (UFG). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8362-2846. E-mail:
cinthia.felicio@ifgoiano.edu.br
3
Federal University of Uberlândia (UFU), Ituiutaba
–
MG
–
Brazil. Professor, Researcher and Extensionist at
UFU. Doctorate in Science Education (UNB). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0939-984X. E-mail:
paulovitorteodoro@ufu.br
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO and Paulo Vitor TEODORO
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sobre a relação entre a veracidade de informações disseminadas na sociedade e critérios de
cientificidade para identificá-la. Os estudantes foram orientados a buscar fundamentações
sobre notícias veiculadas referentes ao novo Coronavírus, Sars-Cov-2. A partir da pesquisa
realizada, foi possível depreender que a sequência didática estruturada permitiu criar espaços
para a dialogicidade, desencadear ações de embates de ideias, refutar e argumentar
informações não fidedignas e, ainda, viabilizar produções acadêmicas (por exemplo,
apresentações), por parte dos estudantes.
PALAVRAS-CHAVE
: Sala de aula invertida. Metodologias ativas. Ensino de Ciências.
RESUMEN
:
Este texto tiene como objetivo presentar análisis y reflexiones sobre una
Secuencia Didáctica (DS) desarrollada con 25 estudiantes de secundaria de una institución
pública federal, ubicada en el Medio Oeste brasileño, durante el período de enseñanza a
distancia. Optamos por una adaptación del Aula Invertida (SAI, in Portuguese), alternando
momentos asincrónicos en el Entorno Virtual de Aprendizaje con momentos sincrónicos, a
través de Google Meet. Trabajamos estrategias dialógicas, buscando el protagonismo de los
estudiantes, a partir de foros y preguntas sobre la relación entre la veracidad de la información
difundida en la sociedad y los criterios científicos para identificarlos. Se instruyó a los
estudiantes para que buscaran las razones de la transmisión de noticias referentes al nuevo
Coronavirus, Sars-Cov-2. De la investigación realizada se pudo inferir que la secuencia
didáctica estructurada permitió la creación de espacios de dialogicidad, desencadenando
acciones de choque de ideas, refutando y argumentando información poco confiable y
posibilitando también la producción académica (por ejemplo, presentaciones), sobre el tema
.
PALABRAS CLAVE
:
Aula invertida. Metodologías activas. Enseñanza de las ciencias
.
Introduction
In times of social distancing, although the face-to-face nature needs to be re-signified,
the continuity of the teaching-learning process is necessary, which, like the other activities,
needed to undergo adaptations. However, even before this scenario, it was already possible to
observe changes in society, which were reflected in the ways of teaching and learning, due to
technological innovations and the large amount of information and resources available on the
network. Therefore, it becomes fundamental that the quality of this process is sought and
achieved with planning and openness to new ways of learning.
In this context, one possibility to work with a focus on student action and on promoting
experiences in challenging situations is the Inverted Classroom (SAI, in Portuguese), based on
Digital Technologies. This resource allows teachers to dialogue with students and mediate
actions that mobilize them to act and make decisions, enabling them to assist their students'
learning (ARRUDA; GOMES; ARRUDA, 2021). Therefore, if on the one hand there are
chances of success in the use of such resources, on the other, the question is: can the familiarity
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Flipped classroom and digital Technologies: Didatic possibility for Science teaching in an active methodology proposal
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that young people have with the digital world be well explored didactically, in order to
personalize individual and collective learning, through the intentionality that the teaching work
demands?
Unlike what happens in the conventional/traditional method (SILVA
et al
., 2017), in
this perspective teachers need to have grounding and knowledge that the center of the learning
process will no longer be themselves but will culminate in conceptual formation by the student.
Thus, it is important that teachers seek possibilities for an active learning format by the learner.
In this sense, for the foundation of their praxis, learning theories can be focused, for
example, on Vygotsky's social interaction; Dewey's experiences, regarding active teaching;
Ausubel's meaningful learning; or Paulo Freire's pedagogical aspects regarding the
development of student autonomy, as presented to us by Diesel, Baldez, and Martins (2017).
Among the possibilities, we reiterate our interest in SAI, which, according to Martín
(2017), seeks to engage the student, with a view to favoring the development of critical thinking
and creativity, communication, and collaboration. However, we still need to highlight that the
implementation of proposals with this focus depends on the teacher's planning and pedagogical
intentionality (MORI; CURVELO, 2016). Indeed, Mori and Curvelo (2016) discuss that the
different pedagogical actions are dependent on the intentionality, that is, the inclusion of the
strategy [or even a material] in a systematized form of education.
In SAI, aiming at student autonomy, conventional classes can be replaced by images,
texts, videos, and digital technologies to introduce basic content previously made available to
students. And how can SAI be materialized in the classroom? These have contact with the object
of study in various environments before the class starts, in various formats or resources, and
questioning directed at the learning objectives. Especially in this pandemic period, when classes
take place remotely, physical contact and face-to-face presence are destined to the interaction
between students and teacher, mediated by the use of technological resources. These, in turn,
have taken on the function of instruments of mediation and/or problematization by the teacher
for the learning of his or her students. If this cannot happen in person, this mediation can be
done through the use of technology.
Thus, SAI enables the student to become the protagonist of his learning and manage his
time in order to execute the proposed activities and seek resources to solve his doubts and
improve his understanding, guided by the teacher. The fact of having early access to the selected
material and problematized by its mediating action can lead students to the desire to learn about
the information and, thus, relate it to their previous knowledge and bring new meanings in a
more meaningful learning (MOREIRA, 2019).
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO and Paulo Vitor TEODORO
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Therefore, the SAI should have didactic-pedagogical support to subsidize the proposals
of collective actions and direct the selection of materials to be worked initially by students,
which can be divided into pairs or small groups, guided by the teacher in dialogical processes.
In this perspective, based on the proposals of Vygotsky (2009), the mediator-teacher
can create teaching situations by reading texts and statements among students, enabling
discussion about what was read. As for the use of audiovisual resources, these can be used to
broaden their ideas and advance their knowledge about a given theme. The internalization of
this knowledge is also consolidated by the dialogical mediation between them and the teacher.
We must also emphasize the importance of technological support at the moment when this
pedagogical practice is being carried out. In the current context, this is what will sustain the
interaction of dialogic possibilities in teaching and learning moments, especially in this moment
of pandemic.
Considering these situations, we developed a proposal for classroom intervention with
the planning of a Teaching Sequence (TS), seeking to use the SAI to assist in the understanding
of high school students about ways to prevent the spread of a new disease, called Covid-19 by
the World Health Organization (WHO). This is an acronym of the English expression
Coronavirus Disease, related to the name of the disease, to which we added the number that
identifies the year of its emergence (2019), as presented to us by Sobrinho-Junior and Moraes
(2020).
We found that, in this pandemic context - in which there is a demand for people to stay
away until a way to avoid contamination in a safer social environment is found - it is important
to plan and seek to understand how chemical/scientific knowledge can help in the prevention
and combat of misinformation involving this disease, which has already caused millions of
deaths worldwide. Thus, we aim to disseminate the importance of teachers' work in the sense
of making the teaching-learning process more dynamic through contextualized work and with
themes that are relevant to the lives of students and to a given social and technological context,
which, when experienced, needs to be analyzed and reflected upon with and by them, in order
to situate themselves and make decisions in a conscious manner.
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Flipped classroom and digital Technologies: Didatic possibility for Science teaching in an active methodology proposal
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Theoretical basis
The mere introduction of new technologies in education does not imply improvements
in the teaching-learning process. Educational advancement requires a change of mentality from
the whole school community involved and, especially, from the teacher (CIPRIANI;
MOREIRA; CARIUS, 2021). The teacher needs to seek strategies that allow students to go
beyond specific knowledge. We assert that it is important to seek both pedagogical and digital-
technological competencies.
Moran (2018) states that technology currently inhabits all spaces. Thus, the teaching-
learning process can happen in the interconnection between the physical world and the digital
world, since these two spaces are not mutually exclusive. By the way, they can develop
mutually and synergistically, favoring the formation of expanded and hybrid environments. The
teacher, therefore, is responsible for mediating learning situations aimed at meeting the needs
of his or her students.
However, as shown in the research conducted by Cipriani, Moreira and Carius (2021),
the teacher's actions, in an attempt to consolidate the teaching-learning process remotely, have
culminated in work overload, generating anxiety, concern and anguish for teachers. Indeed, as
Morgado, Sousa and Pacheco (2020) show, depending on the way technology is inserted into
the educational process, the teacher may be involuntarily inserted into the "24/7 Era" (twenty-
four hours, seven days a week). Therefore, it is fundamental to consider the changes in the
teaching profession and its meaning in the digital reality (MORGADO; SOUSA; PACHECO,
2020).
In this sense, SAI can also reduce the teachers' workload, as long as it is inserted in the
educational environment in a planned and structured way by the teacher, in which students seek
answers to the problems brought by the teacher. However, it is necessary to point out that the
educational system lacks innovation and change consciously assumed in the organization of the
teaching and learning processes in relation to the models in force. In fact, innovation is not just
the random use of digital technologies. The methodology used by the teacher becomes
fundamental for the dynamization of learning and the production of knowledge by students
(BERGMANN; SAMS; 2016).
For Valente (2014), SAI is an e-learning modality, also known as 'Online Education', in
which instructions that can generate conceptual knowledge are given before the interaction with
the teacher. The moment of the class is destined to work with those contents already studied
through practical activities, such as: problem solving, conversation wheels, group discussions,
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Iasmim Ferreira da SILVA; Cinthia Maria FELÍCIO and Paulo Vitor TEODORO
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collaborative learning, and project development. This inversion would happen in relation to
conventional/traditional teaching, in which, normally, the teacher provides information to the
student, who must study the material after the moment of interaction and, then, perform some
evaluative activity.
At SAI, the student can assume, depending on the teacher's approach, the protagonism
of an active learning, based on questioning, searches, discussions, and practical activities. In
this scenario, the teacher stops making presentations on content and engages in actions that
make it possible to work with the student's difficulties. In other words, the teacher goes beyond
the exposure of content, based on memoristic rules (SILVA
et al
., 2017), to contribute to the
construction of individual and collective proposals. Moreover, it can be developed in an
intentional and planned way by the teacher who intends to experience this process, and, for this
purpose, can use a TS.
For Zabala (1998), the TS is an educational resource with a differentiating element in
the ways of teaching and learning. It is a series of didactic procedural actions aimed at a learning
unit. The way the activities are articulated will determine the specificity of the proposal. The
theme, the observations, the discussions, and the evaluation can have various purposes,
according to the role attributed to these elements and to the subjects that participate in the
activity. Above all, the method by which it will be developed is as paramount as the planning,
execution and evaluation of this sequence. Thus, we reiterate our intervention proposal with the
planning of a TS, which thematized the forms of prevention of Covid-19. For this, it was
essential to seek ways to raise the students' prior knowledge, from the increase of intersubjective
processes, made possible by dialogic interaction, through the use of digital technologies. This
is important because dialog provides the development of language and the understanding of
signs from the exchange of social experiences, which allows the development of a more
elaborate thinking.
For Vygotsky (2009), knowledge can be formed in the interaction between information
and subject, mediated by dialogue with other subjects and the development of inner language.
After several interactions, the new knowledge can be internalized, enabling new ideas and
providing different processes of intersubjectivity and changes, both in the cognitive structure
of those involved and in the process of knowledge elaboration of students.
However, it is worth noting that, as Barcelos et. al. (2021) show us, students' interactions
with various media [for example, WhatsApp, Facebook, and Instagram], in which the process
of dissemination of fake news is materialized, are increasingly potent. In fact, in a phase of
advancement of the anti-scientific movement and, consequently, of Fake News, we consider of
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extreme relevance to seek to develop, in our pedagogical practice, actions in which the several
and possible interactions among students are materialized, but also considering the
development of criticality to establish criteria in the verification and search for validation of
information conveyed by the media.
Methodological Path
Considering the problem to be investigated, the community participating in the research
and the moments of interaction and study in
locus
with the students/participants, this study is a
qualitative research, of the research-action type. For Moreira and Caleffe (2008), this is a
methodology of social intervention in the real world with examination of the effects of its
intervention. Thus, it is essential that the researcher be cooperatively inserted in the
investigation among the investigated subjects. Action research can contribute to the proposal
of more critical educational practices, and is widely used in this type of investigation.
The subjects of this research, and, therefore, co-authors, in our conception, were the
students of the Technical Course in Informatics integrated to the High School of an institution
located in a rural area of the Midwest of Brazil. In this class, at the beginning of the activities'
development, there were thirty-four students enrolled. We proceeded to plan a didactic
sequence together with the chemistry teacher of the institution where we developed the
research. Initially, three lessons were planned and taught based on the SAI methodology about
the chemical knowledge related to Covid-19. However, throughout the development it was
necessary to develop three more classes, totaling six meetings for the conclusion of the
proposal. Thus, we had six encounters in the 2nd semester of 2020, each of them being counted
as three hours [the equivalent to four 45-minute lessons]. The activities were developed in
groups of up to three students.
We constituted as data collection instruments: observation of interactions in students'
discussion forums about previous knowledge related to the problematizing question in the VLE-
Moodle forum; analysis of questions involving the materials made available by the teacher in
Moodle (hypertexts, hyperlinks and videos); study of the simultaneous interaction of the class
with the teacher through Google Meet during the classes; examination of the activities
developed by the students and their participation in the presentation developed by the groups.
This moment of pre-interaction of the simultaneous class with the teacher and the
students served as a problematization resource for new searches and questions, in which, in a
way, the teacher sought to bring concerns to raise more knowledge, fulfilling his pedagogical
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intention as a mediator of the process. In this case, these questions were raised both in the VLE-
Moodle, in asynchronous moments, through forums and activities oriented towards
bibliographic research, and in the synchronous moments that were carried out for the
development of the proposal.
The inaugural meeting was divided into two moments, both arranged as pre-class
elements. In the first one, a discussion forum was opened in Moodle, in which students were
asked to relate their previous scientific knowledge regarding the Coronavirus. Then, videos and
texts from reliable sources were made available on the same platform, with the following
themes: chemistry of the Coronavirus; sanitizing alternatives; what soap can do with the
coronavirus. Here, we open an observation to clarify that SAI, as an active methodology, cannot
be limited to the indication of videos or texts. However, this resource can bring answers and
clarifications to questions posed by the teacher, helping the student to better understand their
conceptions from readings and discussions with colleagues. Following the meeting, another
forum was opened, in which comments on these materials were focused.
In the second, we highlight the interactive exhibition mediated by the regular teacher
with the support of the researcher and students through Google Meet. In this class, we addressed
the following issues: importance of scientific knowledge due to the continuous flow of
information about the Coronavirus; need for critical thinking and acting towards the necessary
care; demand for scientific knowledge/development of critical thinking supported by the
knowledge of issues in basic chemistry, related to it. At the end, we developed an activity
proposal, in which students should divide themselves into groups of up to three members. In
this proposal, they would present, in the second meeting, a news story that had caught their
attention. The classmates should discuss and position themselves, stating their opinion and
arguments to support their analysis based on the texts and discussions from the previous class,
as well as their knowledge of the news and other readings on this theme. Then they would
decide whether the news presented by each group was true or false.
In the third and fourth meetings, in a synchronous moment using Google Meet, the
groups presented news to the class through the dynamic "Fact or Fake?” The TS would end
with a round of conversation about the work developed. However, we realized the need to
discuss with these students aspects of ethics in science/research and the issues of authorship
recognition and citations that should be related. Then, there was the redesign, in order to achieve
a more critical posture and the development of reflections on ethics in science, in which students
could recognize the need to cite the sources in which they conducted the research on themes
related to Covid-19, as well as the importance of continuing these TS in order to work
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Flipped classroom and digital Technologies: Didatic possibility for Science teaching in an active methodology proposal
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procedural and attitudinal knowledge, in addition to factual and conceptual knowledge
discussed by Zabala (1998). In the first moment of the fourth meeting, texts and videos were
again made available on Moodle, reflecting on the importance of references in scientific papers
and respect for authorship.
We held the fifth meeting, promoting another synchronous interaction on Google Meet,
to close this discussion, with the clarification of some doubts and the orientation to complete
the proposal with the logbook to be delivered in the VLE-Moodle with the final presentations.
Finally, in the sixth meeting, we had a conversation circle, using Google Meet, in which we
talked about the elaboration of the group presentation activity and the difficulties/solutions to
build this activity, as well as the others presented in the VLE.
Results and Discussion
Based on the theories of mediated learning, proposed by Vygotsky (2009), we first
raised a question about the relationship these students were making between the study of
chemical concepts and the problems caused worldwide from Sars-Cov-2, the cause of Covid-
19. The first suggested activity was a discussion forum, in which we asked the students to relate
their acquired knowledge in Chemistry to the news they had been receiving about the new
Coronavirus. We obtained a total of twenty-five interactions, a relevant quantity, considering
the current panorama of totally online classes and considering that access to technologies, many
times, is still limited, especially in the institution where the research was developed, located in
a rural area.
Among the interactions and answers of the students on the forum questions, some
commented that this is a new disease and, therefore, there are still no drugs, nor methods
effectively tested and scientifically proven to produce a vaccine or even a supposed form of
immunization. They talked about the issue of alcohol gel and soap for washing hands. In
addition, the students discussed the amount of Fake News laid out daily, which can be seen in
student 11's speech, "
Not everything we receive is reliable, after all, studies are still being
developed on substances that can contribute to the end of this virus
." This excerpt shows the
student's attention to information conveyed on social media. Moreover, they emphasized that
chemistry can help to better understand the methods of prevention and combat, interaction of
substances for the production of medicines, vaccines and production of sanitizers.
A point worth mentioning refers to the discussion about the need for scientists to seek,
with the help of chemistry, to understand the viral structure, as well as "
identify the genetic code
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and discover the weak points of the new Coronavirus
" (student 18). With this, "
they can
discover a possible cure
" (student 7). Based on this discourse, we note the possibility of
interdisciplinarity of the theme entering into the most diverse curricular components, in this
case, Biology, Biomedicine or Biochemistry, Pharmacy, Health and other areas. We emphasize
the complexity to achieve proposals that are effectively interdisciplinary (SOUZA; SILVEIRA;
LONGHINI, 2015), but we consider that this possibility should be sought and that
collaborations between teachers from different areas effectively help in the interest and
participation of students. Thus, we agree with Souza, Silveira, and Longhini (2015), according
to whom the actions may tend to interdisciplinarity, since we still need to advance [and a lot]
in this understanding so that, one day, we have interventions that are, in fact, interdisciplinary.
The interfaces between the areas were commented by the students, as for example what
happened with student 13, when he asked if "
Shouldn't this be worked on in biology classes?
",
when we started the first moment with the conversation circle through Google Meet. Another
case was that of student 6, when he said that "
I didn't know that chemistry was even related to
biology
”.
The strategy of problematizing the questions relating Chemistry and the investigation
of Fake News caught the students' attention. It is worth considering that, in the second forum,
focused on questions about the material provided, a student showed interest in the structure of
the Angiotensin-Converting Enzyme 2 (ACE 2), i.e., a cell receptor designed as an attempt to
explain how the virus accesses human cells.
Thus, we elucidate the function of these cells in the body, normally associated with the
production of a chemical substance called Angiostatin, responsible for controlling blood
pressure. Yet another student asked about the outbreaks of psychosis and hallucinations
supposedly related to the Coronavirus. This question was discussed in the interaction moment
of the class and, therefore, put up for debate, arriving to the consideration that the information
was too early for us to be able to state this with more reliability, because much still needed to
be investigated and evidenced.
The class also considered that perhaps these hallucinations were due to the very high
fever, often reported by Covid-19 patients, which could cause some metabolic alteration,
possibly leading to cognitive alterations. We reiterate that studies could come at a later date that
would shed more light on how this virus can access the brain cells. At the moment, no consensus
has been reached among the components of the scientific community, and only after several
studies and a better understanding of the mechanism of action of this microorganism will it be
possible to understand the mechanisms and problems that the contamination by the virus can
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cause to the human organism. This scenario reflects again the need to develop collective and
interdisciplinary work, given the complexity of the theme.
According to Vygotsky (2009), when the process of knowledge acquisition is mediated
by the other and, in this case, by the school, we infer that from the experiences and interactions
between student-student and student-teacher - or even in social interactions outside school - the
student, through language and mediation of other signs, can elaborate a knowledge that is being
studied. Based on these relationships, we try to stimulate research and the formulation of
hypotheses, always trying to understand what would be consensus or not in terms of scientific
knowledge. We found that this aspect became important when we realized the need to work on
the scientific nature of chemical knowledge, its interdisciplinary relations, and the ethical issues
that are quite pertinent in the current context. This is because human consciousness finds it
easier to assign meaning when it is able to relate the objects with which it interacts, mediated
by social relations.
In our experience, we believe that the teacher can stimulate reflection by problematizing
relevant situations and that this helps in the development of the student's autonomy as the
protagonist and co-author of his/her learning, as well as makes it possible to instigate new
inquietudes, stimulating the epistemological curiosity proposed by Freire (1996), defended and
intended by our pedagogical practice.
Finally, we proposed a research work and presentation referring to true or false news
that should be answered by the colleagues in the synchronous moment. The idea was so well
accepted that the students preferred to call the dynamic "Fact or Fake". This initiative is totally
in line with SAI's assumptions about student protagonism, as discussed in the theoretical
foundation of this text (for example, in GOMES; PENNA; ARROIO, 2020).
In the third moment, we concluded the first SAI evaluation, in which each group
presented a different news item and problematized its presentation. Some went further, with a
Quiz proposal, aiming to make their presentation more dynamic and get the attention of their
colleagues. The initial proposal was to use one to three minutes for each group's presentation.
However, four groups stimulated discussions capable of arousing the curiosity of their
colleagues, who stayed longer in the debate, up to ten minutes of discussion. This favored peer
learning, as the students themselves provided learning moments to others from a more in-depth
study of the issue.
The end of the class would be the posting of the material used by the students to present
their work on Moodle, along with the logbook. Some presentations drew attention for the fact
that they lacked references. In one of the posts, a student named the file as "
Slide about a fake
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news that I saw circulating on social networks, my own
" (Student 25). Thus, we saw the need
to work, in another specific moment, the issue of ethical procedures in research - there were
discussions about authorship and plagiarism - justifying that scientific knowledge should be
considered not only in the search for a cure for the Coronavirus, but in other areas of knowledge.
We also dealt with ethical issues and the nature of scientific knowledge, as well as the
need for cooperation between different areas, as we have observed several times in the current
context, in newspapers and magazines. This can contribute to a greater interest in Science and
to a better dissemination and appreciation of it.
Finally, we proposed the reformulation of the works presented in order to give due credit
to the references used. This initiative was thought about the educational practice supported by
praxis. For Franco (2016), as already mentioned, mediation in educational practice is the same
as placing the teacher as a mediator, motivator, or motivator of learning in a perspective that is
always reflective. This, of course, brings propositions so that students can act actively and thus
achieve their goals. However, this strategy will only be intelligible when it is governed by
ethical criteria that characterize an action pedagogically woven, built in and for the
praxis
.
It is worth pointing out that moving towards a teaching-learning process that aims at the
emancipation of the subjects is not only a task of the teacher. It is also necessary to stimulate in
the students this movement of reflection, action, reflection, and new action, in order to
constantly improve their form of social intervention. We understand that it would thus be
possible to promote the formation of a society that is more aware of its social responsibility.
Final remarks
Educational resources can help in the teaching-learning process and have been essential
in these times of the rise of teaching in remote format, in which we remain without face-to-face
meetings, and the process of resuming face-to-face teaching is still seen with fear by most
Brazilian schools. Answering our initial problem-question, it was possible to notice that the
didactic sequence pedagogically structured and made possible by technologies allowed us to
dialogue and trigger actions, reflections, and new attitudes in our students.
It is necessary to emphasize that, considering the objectives and the results discussed
here, planning and revisions were necessary, as well as the collaboration of teachers, the use of
technologies, dialogues, and constant reflection to make the activities more flexible, not limited
to the mere exposition of content that has usually been performed in educational institutions, in
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which the repetition and reproduction of what has already been said by the teacher prevails,
which, most of the time, impoverishes the teaching-learning process.
As for our students' incentive to consult the internet, at the present moment, as long as
it is based on guidelines, criteria, and parameters that can guide their decision making, it tends
to be a starting point for new learning experiences. Therefore, we must always be attentive to
the assumptions of
praxis
, because the act of critically reflecting on the practice enhances the
teaching work based on active methodologies. At this juncture, the SAI, adapted to the remote
activities presented here, allowed us more dynamic and reflective teaching and learning actions.
Finally, it is up to us to reflect on the practices focused on the student's potential construction
and performance, highlighting that these need to be planned and replanned, involving the close
participation of the teacher in the pedagogical mediation processes.
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, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1387-1401, Apr./June. 2022.
e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15807
Submitted:
04/11/2021
Revisions required
: 20/12/2021
Approved
: 05/02/2022
Published
: 01/04/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação
Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva