AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO CONCEITUAL DE UNIVERSITÁRIOS


EVALUACIÓN DEL APRENDIZAJE COMO MEDIACIÓN PEDAGÓGICA EN LA EDUCACIÓN CONCEPTUAL DE ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS


LEARNING ASSESSMENT AS A PEDAGOGICAL MEDIATION IN CONCEPTUAL EDUCATION OF UNIVERSITY STUDENTS


Dirce Aparecida Foletto de MORAES 1

Claudia Maria de LIMA2 Analígia Miranda da SILVA3


RESUMO: Este estudo teve como objetivo analisar em que medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório-explicativo, que focalizou a realização de uma prova fundamentada nos pressupostos da teoria da cognição distribuída. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir dos seguintes instrumentos: observação participante, análise documental e um questionário. Os dados revelam que a prova serviu como mediação pedagógica na medida em que evidenciou as seguintes categorias: participação colaborativa, interação, parceria intelectual e artefatos. Além disso, superou a ideia individualista e isolada para oportunizar experiências mais humanizadas ao propor situações de trocas, diálogos, debates, confrontos, ajuda mútua e apoio aos processos cognitivos no tocante à compreensão conceitual, ao mesmo tempo que ofertou ao professor condições para intervir na zona de desenvolvimento iminente de seus alunos.


PALAVRAS-CHAVE: Avaliação da aprendizagem. Formação de conceitos. Mediação pedagógica. Cognição distribuída.


RESUMEN: Este estudio tiene como objetivo analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente. Se trata de una investigación cualitativa, exploratoria-explicativa, que se enfocó en realizar una prueba basada en los principios de la teoría de la cognición distribuida. Los datos de la investigación se obtuvieron de los siguientes instrumentos: observación participante, análisis documental y cuestionario. Los datos revelan que la prueba sirvió como mediación pedagógica, ya que evidenció las siguientes categorías: participación colaborativa, interacción, asociación intelectual y artefactos. Además, superó la


1 Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPEDU/UEL). Doutorado em Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1392-1605. E-mail: dircemoraes@uel.br

2 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente – SP – Brasil. Docente do Programa de Pós- Graduação em Educação. Livre Docente em Mídias e TIC na Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000- 0003-4979-5070. E-mail: claudia.lima@unesp.br.

3 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Corumbá – MS – Brasil. Professora Adjunta (CPAN/UFMG). Doutorado em Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3232-323X. E-mail: analigiamiranda@gmail.com




idea individualista y aislada para proporcionar experiencias más humanizadas al posibilitar situaciones de intercambios, diálogos, debates, confrontaciones, ayuda mutua y apoyo a los procesos cognitivos en torno a la comprensión conceptual, mientras ofreció al docente las condiciones para intervenir en la zona de desarrollo inminente de sus alumnos.


PALABRAS CLAVE: Evaluación del aprendizaje. Formación de conceptos. Mediación pedagógica. Cognición distribuida.


ABSTRACT: This study aimed to analyze how an assessment practice can contribute as a pedagogical mediation in the concept formation of university students in a teacher training course. This is qualitative research, with exploratory-explanatory approach, which focused on conducting a test based on the distributed cognition theory principles. The survey data were obtained from the following instruments: participant observation, document analysis and a questionnaire. The data reveal that the test suited as a pedagogical mediation as it highlighted the following categories: collaborative participation, interaction, intellectual partnership, and artifacts. In addition, it overcame the individualistic and isolated idea to provide more humanized experiences by affording opportunities for exchanges, dialogues, discussion, confrontations, mutual help, and support for cognitive processes regarding concept understanding, while providing teacher conditions to intervene in their students’ zone of proximal development.


KEYWORDS: Learning assessment. Concept formation. Pedagogical mediation. Distributed cognition.


Introdução


A prática avaliativa continua sendo uma das atividades mais polêmicas do contexto educativo por sempre causar dúvidas, incertezas e instabilidades, tanto para o professor, pois não sabe exatamente como os alunos vão reagir diante das propostas, como para os alunos, que muitas vezes não sabem se estão ou não correspondendo às expectativas dos seus educadores.

Apesar de ser uma ação constante no contexto pedagógico e dos inúmeros estudos na área ao longo das últimas décadas, a avaliação tem avançado pouco para além das práticas individualizadas e classificatórias em todos os níveis de escolaridade. Isso porque, na maioria das vezes, não conseguem desconectar a avaliação do seu caráter social e classificatório, o qual valoriza apenas os atos de comprovação, punição e cobrança, esquecendo-se do seu valor pedagógico, humanizador e outras possibilidades que a avaliação pode oferecer aos sujeitos do processo educativo.

Diante deste cenário, entendemos como necessária a proposição de práticas que busquem romper os paradigmas instituídos da avaliação e se constituam em novas agendas pedagógicas, capazes de oportunizar ao professor possibilidades para ensinar e, aos estudantes, diferentes experiências de aprendizagem. Assim, este estudo tem o objetivo de analisar em que



medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores. A teoria da cognição distribuída foi selecionada como base orientadora para o desenvolvimento do estudo.


Prática avaliativa que oportuniza a mediação pedagógica na formação conceitual


A avaliação da aprendizagem continua sendo culturalmente compreendida como uma ação estática que serve para aferir e dar um veredito final sobre as capacidades ou incapacidades do sujeito, consolidando-se em ações burocráticas que valorizam o produto e não o processo, contribuindo pouco para alterações pedagógicas. Além disso, revela um distanciamento e uma dissociação entre os processos de ensino, aprendizagem e a própria avaliação. De acordo com Roldão e Ferro (2015, p. 578), precisamos “[...] desconstruir as práticas avaliativas mais correntes, que dissociam a avaliação do processo de ensino, que subsumem a avaliação na dimensão certificativa, com a omnipresença da classificação-nota”.

Entender a avaliação para além da verificação da aprendizagem e da atividade individualizada avança em relação aos aspectos instituídos a esta prática no contexto educativo e permite aos sujeitos vivenciar experiências significativas e mais humanizadas.

Hoffmann (2009) defende a proposta da avaliação mediadora, a qual propõe que o professor dê mais atenção e busque entender melhor o aluno, propondo questões mais desafiadoras, que possam garantir maior autonomia do estudante e não somente uma nota certificativa. A autora ressalta trabalhos em grupo, porém destaca que as atividades avaliativas sejam realizadas individualmente para o que o professor possa observar e acompanhar o processo percorrido pelo estudante individualmente.

Em contrapartida, Karasavvidis (2002) expressa que os processos avaliativos praticados em sala de aula buscam inovar ao propor atividades como a resolução de problemas ou execução de tarefas, porém, ainda continuam sendo praticadas de forma isolada e pontuais, indicando a noção de cognição apenas na cabeça do sujeito e não como uma construção coletiva. Para a teoria da cognição distribuída, tal prática precisa ser superada por experiências coletivas com o apoio de pessoas e dos diferentes instrumentos disponíveis, os quais se tornam elementos mediadores do processo cognitivo. Pesquisadores que defendem esta teoria (KARASAVVIDIS, 2002; SALOMON et al., 1993) buscam subsídios nas bases vigotskianas




para defender que os processos mentais se constituem a partir da mediação das ações culturais coletivas, das interações e do uso dos artefatos4 em suas práticas.

Para Vigotski (2003), a mediação ocorre por meio de signos ou de ferramentas, sendo que o primeiro orienta para o interior, servindo como meio auxiliar para atuar na função psicológica. O segundo orienta para o exterior e ocorre quando as ferramentas medeiam as ações humanas. Nas palavras de Daniels (2011, p. 15), os elementos “[...] mediadores servem como o meio pelo qual o indivíduo exerce ação sobre os fatores sociais, culturais e históricos e sofre ação destes no curso da contínua atividade humana”. Assim, as outras ações ‘intermentais’, como a interação, a colaboração, a negociação, a linguagem e o próprio contexto são recursos mediadores das atividades cognitivas que se tornam ‘intramentais’ a partir das relações que se estabelecem.

A mediação provoca transformações, almeja o desenvolvimento dos sujeitos e tem papel crucial no processo de distribuição da cognição, no entanto, depende do trabalho com diferentes tipos de atividades e variadas estratégias (COLE; ENGESTRÕM, 1993). Werstch e Tulviste (2013) destacam que a mediação não facilita a aprendizagem, mas seu efeito está em torná-la qualitativamente diferente, dependendo da maneira como os sujeitos vão utilizá-la para conduzir suas ações.

Para tanto, os diferentes momentos do processo educativo devem ser projetos para fomentar a zona de desenvolvimento iminente e assumir uma postura essencialmente dialógica (BROWN et al., 1993) e não individualizada, em que as atividades, de natureza avaliativa ou não, sejam realizadas de forma mediada e interativa em pequenos ou grandes grupos, ou às vezes por algum artefato, em que cada participante assume parte do compromisso para atingir o objetivo comum.

Assim, ao conceber que a aprendizagem ocorre por um processo de mediação, entende- se que a avaliação também é atividade mediadora, capaz de servir como “[...] ferramenta favorável às interações, à medida que é vista como um sistema de trocas; de visualização dos vínculos que se cria a partir da mesma, constituindo momento de estudo por parte de todos os envolvidos” (PINTO, 2016, p. 68) e de experiências que ajudem o sujeito avaliado a compreender seus erros e acertos, ampliando a formação conceitual.


4 Os artefatos são classificados em três níveis: os primários, que se referem aos instrumentos materiais, entendidos como ferramentas criadas para usar no processo de produção, os secundários, considerados uma representação abstrata dos artefatos primários e se referem ao tipo de ação que se realiza utilizando-os, e os terciários, que se referem ao mundo imaginário (COLE, 1998).


RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 1, p. 0901-0919, mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587



Metodologia


Este estudo, de abordagem qualitativa e caráter exploratório-explicativo (GIL, 2002), buscou analisar em que medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores.

A prática avaliativa analisada se constitui como uma intervenção didática com uma turma do primeiro ano do curso de Pedagogia de uma universidade pública, composta por 41 estudantes, durante um bimestre letivo em um curso de licenciatura, tendo como proposta balizadora a realização de uma intervenção didática baseada na teoria da cognição distribuída para trabalhar os conceitos da disciplina e, como pressuposto, o entendimento de que a aprendizagem não é individual, mas social, construída por meio da mediação, do diálogo e da participação colaborativa dos sujeitos envolvidos em diferentes experiências.

Para avaliar as aprendizagens, foram realizadas as seguintes atividades: produção de mapa conceitual, prova, autoavaliação e produções de texto. Dentre os instrumentos avaliativos, neste estudo a prova foi escolhida como objeto de análise, justamente por ainda ser entendida e utilizada no meio acadêmico como elemento de seleção que apenas imprime a aprendizagem momentânea e pontual do estudante, com poucas chances de proporcionar ampliações conceituais, aprendizagens coletivas e experiências mais humanizadas.

A realização da prova consistiu em três momentos: elaborar um texto para responder a uma questão com critérios estabelecidos; trocar as provas para leitura e apreciação da produção do colega; reelaborar a sua resposta a partir da análise recebida. Esta envolveu situações em que os estudantes poderiam lançar mão de diálogo com a professora e colegas, troca de ideias, consulta a várias fontes, como textos, cadernos, grupo na rede social Facebook e outras. A única regra estabelecida foi a de que as respostas deveriam ser compostas por ideias produzidas e não copiadas.

Os quadros a seguir apresentam a questão a ser desenvolvida na prova e a lista de indicadores para apreciação do colega.


Quadro 1 – Proposta da prova


Kenski (2012) afirma que as tecnologias são essenciais, já a autora Sancho (1998) destaca que as tecnologias são permeadas por ambivalências. Assim, com base nos textos das duas autoras, nas discussões em sala e no grupo do Facebook, elabore um texto para responder a seguinte questão:

O QUE SÃO TECNOLOGIAS, POR QUE ELAS SÃO TÃO ESSENCIAIS E AMBIVALENTES AO MESMO TEMPO E QUAL SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO HISTÓRICO E CULTURAL?



CRITÉRIOS: o texto deve apresentar o que significa a palavra tecnologia, onde ela está presente, as ambivalências, a presença e o papel das tecnologias na sociedade, as transformações na sociedade e na cultura a partir das tecnologias (todos os itens devem ser explicados e exemplificados).

Fonte: Elaborado pelas autoras (2019)


Quadro 2 – Critérios para correção da prova


Critério:

Observação do avaliador:

Respondeu o que é e onde está a tecnologia e apresentou exemplos?


Explicou a história e a evolução da tecnologia?


Explicou o que são as ambivalências da tecnologia e deu exemplos?


Escreveu sobre a presença e o papel das tecnologias na sociedade?


Apresentou as transformações na sociedade na cultura a partir das tecnologias e deu exemplos?


Fonte: Elaborado pelas autoras (2019)


A teoria da cognição distribuída foi selecionada como unidade de análise por entender que esta considera que a cognição não está na cabeça individual, mas centra-se nos processos mentais que ocorrem a partir da mediação e da interação entre os sujeitos, destes com o contexto e com os dispositivos tecnológicos na realização de uma determinada atividade ou ainda na produção do conhecimento que envolve ações coletivas, participação colaborativa e variadas situações de mediação.

A observação participante (MINAYO, 2001) durante a realização da prova, um questionário com perguntas abertas e fechadas, respondido pelos estudantes após a prova, e a análise documental das fichas avaliativas e das provas reestruturadas a partir dos comentários dos colegas se constituíram como os instrumentos para coletar os dados.

A análise dos dados foi pautada, no primeiro momento, nas ‘cenas’ advindas da observação, buscando evidências de mediação a partir de categorias presentes na teoria da cognição distribuída, sendo elas: participação colaborativa, interação, parceria intelectual e artefatos e, no segundo momento, nos dados coletados no questionário e nas provas reelaboradas. Após a análise dos dados procedemos à triangulação para responder ao objetivo. A triangulação é uma das formas de assegurar a validade da pesquisa ao combinar e colidir variadas fontes e instrumentos, considerando os significados do contexto histórico e cultural em que a pesquisa ocorre. Essa fase tem por objetivo “[...] abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do foco em estudo” (TRIVIÑOS, 1990, p. 138).




Resultados e discussões


Primeiro momento: realização da prova


A prova, enquanto atividade avaliativa se constitui, culturalmente, como um momento fragmentado do processo educativo, em que predomina a seriedade, a individualidade e o ‘acerto de contas’, servindo mais para apurar resultados em relação à quantidade de erros e acertos do que para possibilitar experiências e ampliação da aprendizagem e dos processos cognitivos.

Assim, buscando caminhar na contramão deste formato pedagógico institucionalizado, a intervenção didática em que a prova analisada ocorreu propôs outra maneira de realizar tal prática avaliativa. Esta foi constituída em três momentos que serão descritos e analisados.

No dia da realização da prova, o professor iniciou a aula explicando que os estudantes poderiam dialogar, trocar conhecimentos, pedir ajuda aos demais colegas e ao professor, bem como poderiam utilizar diferentes artefatos para ajudar na elaboração do pensamento. Neste momento, como era de se esperar, percebemos uma atitude de passividade explícita no comportamento dos estudantes diante da proposta. Eles ficaram sentados em seus devidos lugares, pegaram os textos, começaram a ler e a escrever, quietos, como se estivessem fazendo uma ‘prova com consulta’, sendo o texto impresso o único elemento mediador.

Com essa atitude os estudantes demonstraram que estão condicionados a ter um comportamento específico quando se trata de ‘fazer uma prova’, pois entendem que este momento deve se constituir como uma atividade individual, como se fosse hora de provar o que sabem, e não se constitui como mais uma oportunidade para aprender ou ampliar as funções cognitivas.

Após nova orientação do professor, alguns grupos se formaram e os estudantes passaram a trocar ideias e discutir os indicadores da questão. Outros ficaram sentados próximos a um colega e ali conversaram em duplas. Percebemos que poucos estudantes (aproximadamente quatro) fizeram a opção de não se sentarem próximos a ninguém para trocar informações, apenas chamavam o docente quando sentiam necessidade. Após insistência do professor para que dialogassem e interagissem, foi possível perceber sinais da mediação nas cenas decorrentes da realização da prova.




Participação colaborativa


Na perspectiva da teoria da cognição distribuída, esta forma de mediação se refere às trocas, ao diálogo e às contribuições entre os sujeitos durante o trabalho para alcançar as metas, que podem servir como apoio para aqueles que necessitam poderem avançar em relação a compreensões conceituais mais complexas. Uma aluna perguntou:


- Professor, o que é mesmo ambivalência? (Aluna 19).


A pergunta causou certo espanto, pois esse conceito foi muito discutido e trabalhado durante as aulas. No entanto, só foi possível perceber que alguns estudantes não aprenderam, de fato, no momento da prova. Dúvidas em relação ao significado de outros conceitos também surgiram e foram manifestadas pelos jovens.

Esta cena deixa evidente a complexidade que é a formação conceitual, pois é um processo que não ocorre de forma direta e simples, mas requer um esforço e uma atividade mental mais intensa. Sforni (2004, p. 85) explica que “[...] o domínio conceitual vai além da compreensão do significado presente na palavra, e impõe como condição para sua apropriação a atividade psíquica que internaliza a atividade material e externa, determinantes do conceito”, ou seja, requer mediação para que o processo de apropriação conceitual ocorra.

Diante dos questionamentos o professor buscou estabelecer diálogos e problematizar tais conceitos para que os estudantes pudessem reorganizar e reelaborar suas ideias, assumindo o papel do par mais experiente.

As informações manifestadas pelos estudantes sobre suas aprendizagens são base para identificar avanços e dificuldades e também fazer intervenções necessárias na zona de desenvolvimento iminente, objetivando que essas se tornem zona de desenvolvimento real e que os alunos cheguem a níveis mais elevados do pensamento (VIGOTSKI, 2005).

Desta forma, consideramos que a prova proporcionou um momento oportuno para que os estudantes pudessem se autoavaliar e perceber que ainda não tinham propriedade com relação a conceitos que achavam ter compreendido durante as aulas, e ao professor poder intervir na aprendizagem do estudante. Entendemos que esse é o papel do professor que, com mais experiência e conhecimento, acompanha, orienta e direciona o trabalho dos estudantes, privilegiando a interação, as trocas, o diálogo e a parceria, a partir de intervenções didáticas que possibilitem a construção de novos ‘andaimes’ (BROWN et al., 1993), superando aulas no formato de ‘moeda de troca’, em que o professor ensina, o aluno aprende e devolve tudo ao professor na hora da prova.





Outra cena observada foi a de alguns estudantes manifestando a necessidade de confirmação sobre suas produções. Por entender que o aluno necessitava de alguma ajuda, o professor passou a dar um feedback imediato sobre o que estavam escrevendo ou sentava ao lado dos estudantes para dialogar, não no sentido de dizer se estava certo ou errado, mas para orientar e ajudar a encontrar o caminho.

De acordo com Fernandes (2008, p. 356), o feedback é importante “[...] para activar os processos cognitivos e metacognitivos dos alunos, que, por sua vez, regulam e controlam os processos de aprendizagem, assim como para melhorar a sua motivação e autoestima”. Como parte do processo avaliativo, o feedback deve possibilitar ao aluno “[...] informações importantes sobre o que já aprendeu e as condições reais do seu aprendizado, bem como os caminhos que precisa percorrer para superar as dificuldades e avançar nesse processo” (MORAES, 2014, p. 276).

As duas cenas nos fizeram entender que se fosse uma prova formatada nos moldes instituídos haveria poucas chances de perceber as reais necessidades dos estudantes e fazer a mediação necessária no processo de apropriação conceitual. Estas duas cenas expressam evidências da mediação a partir da participação colaborativa, colocada em prática a partir das necessidades expressas pelos estudantes. Pea (1993) explica que a mediação de outras pessoas na realização de uma atividade pode servir como alternativa cognitiva para solucionar um problema e para aprender, elementos fundamentais no processo educativo.


Parceria intelectual e Interação


Nos grupos, os estudantes passaram a interagir por meio de debates, confrontos e partilha de ideias sobre o assunto da prova. Também se ajudaram mutuamente, evidenciando a ocorrência da mediação por meio da interação e da parceria intelectual.

A mediação por meio da parceria intelectual se dá nos momentos em que ocorre uma postura de cooperação, no sentido de se responsabilizar por si e também pelo outro, auxiliando- o em suas necessidades, em que o sujeito ajuda o outro no desenvolvimento do pensamento, na construção de novos conhecimentos e no desempenho de tarefas que não seriam possíveis somente com o esforço do humano, sozinho. De acordo com Salomon (1993, p. 112), “o produto da parceria intelectual que resulta da distribuição de cognições entre indivíduos ou entre indivíduos e artefatos culturais é uma articulação entre todos os sujeitos; não pode ser atribuída unicamente a um ou a outro parceiro”. Na mediação que ocorre por meio da interação os sujeitos





compartilham suas experiências e conhecimentos e recebem as contribuições dos demais membros, afetando-se reciprocamente.

Alguns excertos dos diálogos presenciados nos grupos evidenciam as formas de mediação destacadas:

Grupo 1:




Grupo 3:


Diante dos dados apresentados, percebemos que essa segunda proposta atingiu seus propósitos de forma parcial. Podemos supor que, por não terem vivenciado tal experiência anteriormente, os estudantes tenham se surpreendido, e isso gerou certa instabilidade, como os próprios estudantes manifestaram. Assim, entendemos que é preciso proporcionar outros momentos em que possam vivenciar situações diferentes, talvez não exatamente no dia de prova.


Considerações finais


Este estudo buscou analisar em que medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores. Ao confrontar os dados levantados e analisados nas observações, na análise documental e no questionário foi possível inferir que a prova serviu como mediação pedagógica na medida em que evidenciou as seguintes categorias da teoria da cognição distribuída: participação colaborativa, interação, parceria intelectual e artefatos. Além disso, a forma da intervenção didática favoreceu a superação da ideia individualista e isolada da avaliação ao oportunizar situações de trocas, diálogos, debates, confrontos, ajuda mútua e apoio aos processos cognitivos no tocante à compreensão e formação conceitual, ao mesmo tempo em que proporcionou ao professor condições para avaliar e intervir na zona de desenvolvimento iminente de seus alunos.

A prova também possibilitou o entendimento de que é possível ensinar e aprender durante a realização de uma prova, superando a ideia compartimentada entre ensino, aprendizagem e avaliação, e, ainda, que esse momento pode ser profícuo para alguns estudantes




perceberem o que aprenderam e o que não aprenderam de forma mais clara e, a partir disso, buscarem alternativas para fazer os ajustamentos no processo aprendizagem. Assim, entendemos que a prova não serviu para provar o que o aluno sabe ou não, mas como uma ferramenta mediadora na formação conceitual.

Por outro lado, é importante lembrar que em vários momentos nos deparamos com a atuação individualizada, participação parcial por parte de alguns estudantes, resistência à proposta da prova e ao trabalho colaborativo. Além disso, por ser uma atividade totalmente diferente do que estão acostumados, para alguns alunos a experiência não foi positiva, gerou desconforto e exigiu atitudes que talvez não fizessem parte de suas práticas.

Ao propor uma nova experiência no contexto educativo é preciso considerar que os estudantes, adaptados ao modelo de educação hegemônico, estão acostumados com o engessamento de uma rotina acadêmica na qual sua tarefa é executar uma grande carga de atividades, em sua maioria de forma individualizada, na qual, mesmo trabalhando em grupo, atuam sozinhos, e isso se intensifica quando se refere ao processo avaliativo, pois entendem a prova como verificação da aprendizagem de determinado conteúdo, que resulta em um ato terminal, sem oportunizar qualquer possibilidade de mediação.

Assim, para ser ter êxitos mais elevados com atividades desta natureza, é preciso que se mude a cultura da sala de aula da universidade, em que os estudantes tenham mais oportunidade de vivenciar experiências que ajudem na formação de uma consciência coletiva de trabalho.

Para isso, necessitam de momentos significativos e interativos que proporcionem experiências diferentes e desafiadoras, entendendo que não só as práticas de aprendizagem são importantes na formação conceitual, mas a prova também pode se constituir como uma atividade intencionalmente dirigida à formação de conceitos, desde que possibilite experiências formativas aos estudantes e não somente a verificação da aprendizagem adquirida.


REFERÊNCIAS


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Como referenciar este artigo


MORAES, D. A. F.; LIMA, C. M.; SILVA, A. M. Avaliação da aprendizagem como mediação pedagógica na formação conceitual de universitários. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 1, p. 0901-0919, mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.1.15814


Submissão: 24/11/2021

Revisões requeridas: 19/02/2022 Aprovado em: 28/02/2022 Publicado em: 01/03/2022




EVALUACIÓN DEL APRENDIZAJE COMO MEDIACIÓN PEDAGÓGICA EN LA EDUCACIÓN CONCEPTUAL DE ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS


AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO CONCEITUAL DE UNIVERSITÁRIOS


LEARNING ASSESSMENT AS A PEDAGOGICAL MEDIATION IN CONCEPTUAL EDUCATION OF UNIVERSITY STUDENTS


Dirce Aparecida Foletto de MORAES 1

Claudia Maria de LIMA2 Analígia Miranda da SILVA3


RESUMEN: Este estudio tiene como objetivo analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente. Se trata de una investigación cualitativa, exploratoria-explicativa, que se enfocó en realizar una prueba basada en los principios de la teoría de la cognición distribuida. Los datos de la investigación se obtuvieron de los siguientes instrumentos: observación participante, análisis documental y cuestionario. Los datos revelan que la prueba sirvió como mediación pedagógica, ya que evidenció las siguientes categorías: participación colaborativa, interacción, asociación intelectual y artefactos. Además, superó la idea individualista y aislada para proporcionar experiencias más humanizadas al posibilitar situaciones de intercambios, diálogos, debates, confrontaciones, ayuda mutua y apoyo a los procesos cognitivos en torno a la comprensión conceptual, mientras ofreció al docente las condiciones para intervenir en la zona de desarrollo inminente de sus alumnos.


PALABRAS CLAVE: Evaluación del aprendizaje. Formación de conceptos. Mediación pedagógica. Cognición distribuida.


RESUMO: Este estudo teve como objetivo analisar em que medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório-explicativo, que focalizou a realização de uma prova fundamentada nos pressupostos da teoria da cognição distribuída. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir dos seguintes instrumentos: observação participante, análise documental e um questionário. Os dados revelam que a prova serviu como mediação pedagógica na medida em que evidenciou as seguintes categorias: participação colaborativa, interação, parceria


1 Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Profesor del Programa de Posgrado en Educación (PPEDU/UEL). Doctor en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1392-1605. Correo electrónico: dircemoraes@uel.br

2 Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Profesor del Programa de Posgrado en Educación (PPEDU/UEL). Doctor en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1392-1605. Correo electrónico: dircemoraes@uel.br

3 Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Profesor del Programa de Posgrado en Educación (PPEDU/UEL). Doctor en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1392-1605. Correo electrónico: dircemoraes@uel.br




intelectual e artefatos. Além disso, superou a ideia individualista e isolada para oportunizar experiências mais humanizadas ao propor situações de trocas, diálogos, debates, confrontos, ajuda mútua e apoio aos processos cognitivos no tocante à compreensão conceitual, ao mesmo tempo que ofertou ao professor condições para intervir na zona de desenvolvimento iminente de seus alunos.


PALAVRAS-CHAVE: Avaliação da aprendizagem. Formação de conceitos. Mediação pedagógica. Cognição distribuída.


ABSTRACT: This study aimed to analyze how an assessment practice can contribute as a pedagogical mediation in the concept formation of university students in a teacher training course. This is qualitative research, with exploratory-explanatory approach, which focused on conducting a test based on the distributed cognition theory principles. The survey data were obtained from the following instruments: participant observation, document analysis and a questionnaire. The data reveal that the test suited as a pedagogical mediation as it highlighted the following categories: collaborative participation, interaction, intellectual partnership, and artifacts. In addition, it overcame the individualistic and isolated idea to provide more humanized experiences by affording opportunities for exchanges, dialogues, discussion, confrontations, mutual help, and support for cognitive processes regarding concept understanding, while providing teacher conditions to intervene in their students’ zone of proximal development.


KEYWORDS: Learning assessment. Concept formation. Pedagogical mediation. Distributed cognition.


Introducción


La práctica de la evaluación sigue siendo una de las actividades más controvertidas del contexto educativo porque siempre provoca dudas, incertidumbres e inestabilidades, tanto para el profesor, porque no sabe exactamente cómo reaccionarán los alumnos a las propuestas, como para los alumnos, que muchas veces no saben si están cumpliendo o no con las expectativas de sus educadores.

A pesar de ser una acción constante en el contexto pedagógico y de los numerosos estudios en el área durante las últimas décadas, la evaluación ha avanzado poco más allá de las prácticas individualizadas y clasificatorias en todos los niveles educativos. Esto se debe a que, en la mayoría de los casos, no pueden desconectar la evaluación de su carácter social y clasificatorio, que valora únicamente los actos de prueba, castigo y recaudación, olvidando su valor pedagógico, humanizador y otras posibilidades que la evaluación puede ofrecer a los sujetos del proceso educativo.

Ante este escenario, entendemos como necesaria la propuesta de prácticas que buscan romper los paradigmas establecidos de evaluación y constituir nuevas agendas pedagógicas,


RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 1, p. 0901-0919, marzo 2022. e-ISSN: 1982-5587



capaces de brindar al docente posibilidades de enseñar y, a los estudiantes, diferentes experiencias de aprendizaje. Así, este estudio pretende analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente. La teoría de la cognición distribuida fue seleccionada como base guía para el desarrollo del estudio.


Práctica evaluativa con el oportunismo a la mediación pedagógica en la formación conceptual


La evaluación del aprendizaje sigue entendiéndose culturalmente como una acción estática que sirve para evaluar y dar un veredicto final sobre las capacidades o discapacidades del sujeto, consolidándose en acciones burocráticas que valoran el producto y no el proceso, contribuyendo poco a los cambios pedagógicos. Además, revela una distancia y disociación entre los procesos de enseñanza, aprendizaje y la propia evaluación. Según Roldão e Ferro (2015, p. 578), necesitamos "[...] deconstruir las prácticas de evaluación más comunes, que disocian la evaluación del proceso docente, que subsumen la evaluación en la dimensión de certificación, con la omnipresencia de la clasificación de grados".

Comprender la evaluación más allá de la verificación del aprendizaje y la actividad individualizada avanza en relación con los aspectos instituidos a esta práctica en el contexto educativo y permite a los sujetos experimentar experiencias significativas y más humanizadas. Hoffmann (2009) defiende la propuesta de la evaluación mediadora, que propone que el docente preste más atención y busque comprender mejor al alumno, proponiendo cuestiones más desafiantes que puedan garantizar una mayor autonomía del alumno y no solo una nota de certificación. El autor hace hincapié en el trabajo en grupo, pero señala que las actividades de evaluación se realizan de forma individual para que el profesor pueda observar y seguir el

proceso realizado por el alumno de forma individual.

Por otro lado, Karasavvidis (2002) expresa que los procesos de evaluación practicados en el aula buscan innovar proponiendo actividades como la resolución de problemas o la realización de tareas, pero aun así continúan practicándose de forma aislada y puntual, indicando la noción de cognición solo en la cabeza del sujeto y no como una construcción colectiva.

Para a teoria da cognição distribuída, tal prática precisa ser superada por experiências coletivas com o apoio de pessoas e dos diferentes instrumentos disponíveis, os quais se tornam elementos mediadores do processo cognitivo. Pesquisadores que defendem esta teoria




(KARASAVVIDIS, 2002; SALOMON et al. , 1993) buscar subsidios en bases vigorosas para defender que los procesos mentales se constituyen a partir de la mediación de acciones culturales colectivas, interacciones y el uso de artefactos4 en sus prácticas.

Según Vigotski (2003), la mediación se produce a través de signos o herramientas, la primera de las cuales guía el interior, sirviendo como medio auxiliar para actuar en la función psicológica. El segundo guía en el extranjero y ocurre cuando las herramientas apoyan las acciones humanas. En palabras de Daniels (2011, p. 15), los elementos "[...] los mediadores sirven como el medio por el cual el individuo toma medidas sobre factores sociales, culturales e históricos y sufre su acción en el curso de la actividad humana continua". Así, otras acciones 'intermentales', como la interacción, la colaboración, la negociación, el lenguaje y el propio contexto están mediando recursos de actividades cognitivas que se convierten en 'intramentales' a partir de las relaciones que se establecen.

La mediación causa transformaciones, apunta al desarrollo de los sujetos y juega un papel crucial en el proceso de distribución de la cognición, sin embargo, depende de trabajar con diferentes tipos de actividades y diversas estrategias (COLE; ENGESTRÕM, 1993). Werstch y Tulviste (2013) señalan que la mediación no facilita el aprendizaje, pero su efecto es hacerlo cualitativamente diferente, dependiendo de cómo los sujetos lo usarán para llevar a cabo sus acciones.

Por lo tanto, los diferentes momentos del proceso educativo deben ser proyectos para fomentar la zona de desarrollo inminente y asumir una postura esencialmente dialógica (BROWN et al., 1993) y no individualizada, en la que las actividades, de carácter evaluativo o no, se realizan de manera mediada e interactiva en grupos pequeños o grandes, o a veces por algún artefacto, en el que cada participante asume parte del compromiso para lograr el objetivo común.

Así, al concebir que el aprendizaje se produce a través de un proceso de mediación, se entiende que la evaluación es también una actividad mediadora, capaz de servir como "[...] herramienta amigable con la interacción, ya que se considera un sistema de comercio; visualización de los vínculos creados a partir de ella, constituyendo un momento de estudio por parte de todos los involucrados" (PINTO, 2016, p. 68) y experiencias que ayudan al sujeto evaluado a comprender sus errores y corregir respuestas, ampliando la formación conceptual.


4 Los artefactos se clasifican en tres niveles: los primarios, que se refieren a los instrumentos materiales, entendidos como herramientas creadas para usar en el proceso de producción, los secundarios, considerados una representación abstracta de los artefactos primarios y se refieren al tipo de acción que se realiza con ellos, y los terciarios, que se refieren al mundo imaginario (COLE, 1998).


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Metodología


Este estudio, con carácter cualitativo y exploratorio-explicativo (GIL, 2002), buscó analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente.

La práctica evaluada constituye una intervención didáctica con una clase del primer año del curso de Pedagogía de una universidad pública, compuesta por 41 estudiantes, durante una escuela bimestre en un curso de pregrado, teniendo como propuesta la realización de una intervención didáctica basada en la teoría de la cognición distribuida para trabajar los conceptos de la disciplina y, como presupuesto, la comprensión de que el aprendizaje no es individual, sino social, construido a través de la mediación, el diálogo y la participación colaborativa de los sujetos involucrados en diferentes experiencias.

Para evaluar el aprendizaje, se llevaron a cabo las siguientes actividades: producción de mapa conceptual, prueba, autoevaluación y producciones de texto. Entre los instrumentos evaluativos, en este estudio se eligió la prueba como objeto de análisis, precisamente porque aún se entiende y utiliza en el ámbito académico como un elemento de selección que solo imprime el aprendizaje momentáneo y puntual del alumno, con pocas posibilidades de aportar expansiones conceptuales, aprendizaje colectivo y experiencias más humanizadas.

La prueba consistió en tres momentos: preparar un texto para responder a una pregunta con criterios establecidos; intercambiar la evidencia para leer y evaluar la producción del colega; reelaborar su respuesta a partir del análisis recibido. Esto implicó situaciones en las que los estudiantes podían usar el diálogo con el maestro y sus colegas, intercambiar ideas, consultar con diversas fuentes, como textos, cuadernos, grupos en la red social Facebook y otros. La única regla establecida fue que las respuestas debían estar compuestas por ideas producidas y no copiadas.

Las siguientes tablas presentan la pregunta a desarrollar en la prueba y la lista de indicadores para la evaluación del colega.


Tabla 1 – Propuesta de la prueba


Kenski (2012) afirma que las tecnologías son esenciales, mientras que el autor Sancho (1998) señala que las tecnologías están impregnadas de ambivalencias. Así, a partir de los textos de los dos autores, las discusiones en la sala y el grupo de Facebook, elaboran un texto para responder a la siguiente pregunta:

¿QUÉ SON LAS TECNOLOGÍAS, POR QUÉ SON TAN ESENCIALES Y AMBIVALENTES AL MISMO TIEMPO Y CUÁL ES SU RELACIÓN CON EL PROCESO HISTÓRICO Y CULTURAL?



CRITERIOS: el texto debe presentar lo que significa la palabra tecnología, dónde está presente, las ambivalencias, la presencia y el papel de las tecnologías en la sociedad, las transformaciones en la sociedad y la cultura a partir de las tecnologías (todos los elementos deben ser explicados y ejemplificados).

Fuente: Elaboración propia (2019)


Tabla 2 – Criterios para corregir la prueba


Criterio:

Nota del evaluador:

¿Respondiste qué es la tecnología y dónde está y presentas ejemplos?


¿Explicaste la historia y evolución de la tecnología?


¿Explicó cuáles son las ambivalencias de la tecnología y dio ejemplos?


¿Escribiste sobre la presencia y el papel de las tecnologías en la sociedad?


¿Presentaste las transformaciones de la sociedad en la cultura a partir de la tecnología y diste ejemplos?


Fuente: Elaboración propia (2019)


La teoría de la cognición distribuida fue seleccionada como unidad de análisis porque entiende que considera que la cognición no está en la cabeza individual, sino que se centra en los procesos mentales que ocurren a partir de la mediación e interacción entre sujetos, estos con el contexto y con dispositivos tecnológicos en la realización de una determinada actividad o incluso en la producción de conocimiento que implica acciones colectivas, participación colaborativa y diversas situaciones de mediación.

La observación participante (MINAYO, 2001) durante la prueba, un cuestionario con preguntas abiertas y cerradas, contestadas por los estudiantes después de la prueba, y el análisis documental de los formularios de evaluación y las pruebas reestructuradas a partir de los comentarios de los colegas constituyeron como los instrumentos para recoger los datos.

El análisis de los datos se basó, en un primer momento, en las "escenas" que partían de la observación, buscando evidencias de mediación de categorías presentes en la teoría de la cognición distribuida, que eran: participación colaborativa, interacción, asociación intelectual y artefactos y, en el segundo momento, en los datos recogidos en el cuestionario y en las pruebas reelaboradas. Después del análisis de los datos, triangulamos para responder al objetivo. La triangulación es una de las formas de asegurar la validez de la investigación mediante la combinación y colisión de diversas fuentes e instrumentos, considerando los significados del contexto histórico y cultural en el que se desarrolla la investigación. Esta fase tiene como objetivo "[...] para abarcar la máxima extensión en la descripción, explicación y comprensión del enfoque en estudio" (TRIVIÑOS, 1990, p. 138).





Resultados y debates


Primer momento: realización de la prueba


La prueba, como actividad evaluativa, se constituye culturalmente como un momento fragmentado del proceso educativo, en el que predominan la seriedad, la individualidad y el 'reckoning', sirviendo más para determinar resultados en relación con la cantidad de errores y respuestas correctas que para posibilitar experiencias y expansión de los procesos de aprendizaje y cognitivos.

Así, buscando ir en contra de este formato pedagógico institucionalizado, la intervención didáctica en la que se produjo la prueba analizada propuso otra forma de realizar esta práctica evaluativa. Este se constituyó en tres momentos que serán descritos y analizados. El día de la prueba, el maestro comenzó la clase explicando que los estudiantes podían dialogar, intercambiar conocimientos, pedir ayuda a otros colegas y al maestro, así como usar diferentes artefactos para ayudar en la elaboración del pensamiento. En este momento, como era de esperar, percibimos una actitud de pasividad explícita en el comportamiento de los estudiantes hacia la propuesta. Se sentaron en sus lugares adecuados, tomaron los textos, comenzaron a leer y escribir, callados, como si estuvieran haciendo una "prueba con consulta",

siendo el texto impreso el único elemento mediador.

Con esta actitud, los alumnos demostraron que están condicionados a tener un comportamiento específico a la hora de 'hacer una prueba', pues entienden que este momento debe constituir una actividad individual, como si fuera el momento de demostrar lo que saben, y no constituye otra oportunidad para aprender o ampliar funciones cognitivas.

Después de una nueva orientación del maestro, se formaron algunos grupos y los estudiantes comenzaron a intercambiar ideas y discutir los indicadores del tema. Otros se sentaron junto a un colega y hablaron allí en parejas. Notamos que pocos estudiantes (aproximadamente cuatro) hicieron la opción de no sentarse al lado de nadie para intercambiar información, solo llamaron al maestro cuando sintieron la necesidad. Tras la insistencia del profesor en que dialogaran e interactuaran, fue posible percibir signos de mediación en las escenas resultantes de la prueba.


Participación colaborativa


Desde la perspectiva de la teoría de la cognición distribuida, esta forma de mediación se refiere a los intercambios, el diálogo y las contribuciones entre los sujetos durante el trabajo




para lograr objetivos, que pueden servir de apoyo para aquellos que necesitan poder avanzar en relación con entendimientos conceptuales más complejos. Un estudiante preguntó:


- Profesor, ¿qué es realmente la ambivalencia? (Estudiante 19).


La pregunta causó cierto asombro, ya que este concepto fue muy discutido y trabajado durante las clases. Sin embargo, solo fue posible darse cuenta de que algunos estudiantes no aprendieron realmente en el momento de la prueba. También surgieron dudas sobre el significado de otros conceptos que fueron expresadas por los jóvenes.

Esta escena pone de manifiesto la complejidad que supone la formación conceptual, pues es un proceso que no se produce de forma directa y sencilla, sino que requiere de un esfuerzo y actividad mental más intensos. Sforni (2004, p. 85) explica que "[...] el dominio conceptual va más allá de la comprensión del significado presente en la palabra, e impone como condición para su apropiación la actividad psíquica que internaliza la actividad material y externa, determinantes del concepto", es decir, requiere mediación para que se produzca el proceso de apropiación conceptual.

Ante las preguntas, el docente buscó establecer diálogos y problematizar estos conceptos para que los estudiantes pudieran reorganizar y reelaborar sus ideas, asumiendo el papel de la pareja más experimentada.

La información expresada por los estudiantes sobre su aprendizaje es la base para identificar avances y dificultades y también para realizar las intervenciones necesarias en el área de desarrollo inminente, con el objetivo de que se conviertan en una zona de desarrollo real y que los estudiantes alcancen niveles más altos de pensamiento (VIGOTSKI, 2005).

Así, consideramos que la prueba brindó un momento oportuno para que los alumnos pudieran autoevaluarse y darse cuenta de que aún no tenían propiedad en relación con conceptos que creían haber entendido durante las clases, y para que el profesor pudiera intervenir en el aprendizaje del alumno. Entendemos que este es el papel del docente que, con más experiencia y conocimiento, acompaña, guía y dirige el trabajo de los alumnos, privilegiando la interacción, los intercambios, el diálogo y la colaboración, a partir de intervenciones didácticas que posibiliten la construcción de nuevos 'andamios' (BROWN et al., 1993), superando las clases en forma de 'moneda de cambio', en las que el profesor enseña, el alumno aprende y devuelve todo al profesor en el momento de la prueba.

Otra escena observada fue la de algunos estudiantes expresando la necesidad de confirmación sobre sus producciones. Debido a que entendió que el estudiante necesitaba algo de ayuda, el maestro comenzó a feedback sobre lo que estaban escribiendo o se sentó junto a




los estudiantes para dialogar, no en el sentido de decir si estaba bien o mal, sino para guiar y ayudar a encontrar el camino.

Según Fernandes (2008, p. 356), el feedback es importante "[...] activar los procesos cognitivos y metacognitivos de los estudiantes, que a su vez regulan y controlan los procesos de aprendizaje, así como mejorar su motivación y autoestima". Como parte del proceso de evaluación, el feedback debe habilitar al estudiante "[...] información importante sobre lo que ya has aprendido y las condiciones reales de tu aprendizaje, así como los caminos que debes tomar para superar las dificultades y avanzar en este proceso" (MORAES, 2014, p. 276).

Las dos escenas nos hicieron entender que si se tratara de una prueba formateada en los moldes establecidos habría pocas posibilidades de percibir las necesidades reales de los alumnos y realizar la mediación necesaria en el proceso de apropiación conceptual. Estas dos escenas expresan evidencias de mediación a partir de la participación colaborativa, puesta en práctica en base a las necesidades expresadas por los estudiantes. Pea (1993) explica que la mediación de otras personas en la realización de una actividad puede servir como una alternativa cognitiva para resolver un problema y aprender, elementos fundamentales en el proceso educativo.


Asociación e interacción intelectual


En los grupos, los estudiantes comenzaron a interactuar a través de debates, confrontaciones y el intercambio de ideas sobre el tema de la prueba. También se ayudaron mutuamente, evidenciando la ocurrencia de la mediación a través de la interacción y la asociación intelectual.

La mediación a través de la asociación intelectual tiene lugar en momentos en que se produce una postura de cooperación, en el sentido de asumir la responsabilidad de unos de otros y también del otro, ayudándole en sus necesidades, en las que el sujeto ayuda al otro en el desarrollo del pensamiento, en la construcción de nuevos conocimientos y en el desempeño de tareas que no serían posibles solo con el esfuerzo del humano, solo. Según Salomon (1993, p. 112), "el producto de la asociación intelectual que resulta de la distribución de las cogniciones entre individuos o entre individuos y artefactos culturales es una articulación entre todos los sujetos; no puede atribuirse únicamente a uno u otro socio". En la mediación que se produce a través de la interacción, los sujetos comparten sus experiencias y conocimientos y reciben las aportaciones de los demás miembros, afectándose mutuamente.





Algunos extractos de los diálogos presenciados en los grupos muestran las formas de mediación destacadas:

Grupo 1:





demasiado un texto. Pero todos los problemas se abordaron con éxito (Estudiante 21).


Los comentarios retratan un análisis realizado a la vista de los criterios establecidos para ayudar al colega a dirigir lo que faltaba en el texto. Así, la evaluación por pares se entiende como una estrategia efectiva en el proceso de construcción del conocimiento, porque "[...] cuando una persona examina otras obras no sólo identifica sus inconsistencias, sino que también reconoce mejor las suyas propias" (SANMARTÍ, 2009, p. 66).

Así, aunque encontramos que la experiencia no fue positiva para parte de los alumnos, entendemos que ha conseguido sus propósitos en algunos aspectos. Por ejemplo, si pensamos desde el punto de vista de la formación de los futuros docentes, esta es una actividad que favorece a los estudiantes la comprensión más amplia y las nuevas experiencias relacionadas con el proceso de evaluación. Como estudiante, la experiencia fue capaz de ayudarles a reorganizar sus ideas, debilitar el aprendizaje y repensar la forma de elaborar un texto o una respuesta, porque "[...] el objetivo final de estas ayudas es conseguir que cada alumno sea capaz de autorregularse de forma autónoma" (SANMARTÍ, 2009, p. 67).


Tercer momento: volver a preparar su respuesta a partir del análisis recibido


Finalmente, analizamos las pruebas reestructuradas por los alumnos a partir de los comentarios de los compañeros. De los 41 estudiantes, solo 14 hicieron esta opción. Al principio, pensamos que el índice era pequeño, pero al hablar con algunos estudiantes, informaron que los diálogos, intercambios y otras oportunidades para reelaborar el pensamiento durante la prueba eran suficientes para responder a la pregunta, y no era necesario reestructurarla.

Al analizar las pruebas de los 14 alumnos, notamos que cinco reescribieron el texto y que nueve hicieron su reestructuración, ampliando y complementando las ideas. Aquí también encontramos que este pequeño número, sin embargo, debemos considerar que los estudiantes no están acostumbrados a esta práctica con respecto a la evaluación, y que necesitarían más experiencias para superar ciertos paradigmas.

Lo que sucede muy a menudo es el ritual de una prueba de calificación en la que, primero, se responde, luego es corregida por el maestro y entregada a los estudiantes. Al recibirlo, el estudiante mira la calificación y lo que se perdió sin el compromiso de tratar de superar los defectos identificados o incluso comprender las razones de ciertos errores. Sin embargo, a diferencia de una prueba tradicional, en la que los estudiantes solo responden




preguntas sin confrontar a alguien ni estar disponibles para el otro, esta propuesta fue oportuna para ayudar a comprender lo que aún era frágil y avanzar en la apropiación de conceptos.

Al final del proceso, con el fin de obtener datos más concretos sobre las percepciones de los estudiantes, les pedimos que expresaran sus impresiones sobre la prueba en un cuestionario. Las respuestas se organizaron en categorías: significativas, con un 65,90%, complejas, con un 22,73%, y diferentes, con un 11,37% de frecuencia. Estos datos se refieren al número de argumentos y no a los participantes.

La categoría 'significativa', más expresiva entre los estudiantes, considera que la prueba permitió el aprendizaje, la interacción y el intercambio de información con los compañeros. Además, permitió exponer el conocimiento comprendido, estimuló el razonamiento y la reflexión. Para este grupo la prueba fue simple, constructiva y fácil de entender. Pinto (2016,

p. 119) entiende que "[...] cualquier instrumento de evaluación es válido, incluidas las pruebas, siempre que las preguntas no sean mecánicas, vacías, sin sentido, y tengan objetivos de contribuir al aprendizaje, con las mediaciones de este aprendizaje".

El siguiente es un extracto que ilustra las opiniones de los estudiantes:


- Nunca he tenido una evaluación como esta, voto que evaluaciones como esta siempre suceden a lo largo de mi vida académica, porque realmente extrajo nuestros conocimientos adquiridos en el aula y a través de los textos (Estudiante 29).


Para que la evaluación se convierta en un elemento que contribuya a la formación conceptual de manera significativa, su función debe ir más allá de verificar, verificar, medir el aprendizaje y confirmarlo con notas, sino que debe posibilitar experiencias de aprendizaje. Solo de esta manera puede ayudar al profesor y a los alumnos a mapear las dificultades y necesidades reales, las debilidades o certezas de su aprendizaje, verificar los objetivos incumplidos y así proponer las mejores intervenciones, que ayuden a los alumnos a avanzar en el proceso.

Fernandes (2009, p. 40) señala que la forma de proceder y organizar el proceso de evaluación puede traer consecuencias diferentes y variadas, como "[...] motivar o desalentar a los estudiantes, constituir palancas importantes para superar obstáculos o ser, ellos mismos, otro obstáculo a superar puede ayudar a los estudiantes a estudiar y comprender bien sus limitaciones y potencialidades".

La categoría 'compleja', con un 22,73% de frecuencia, expresa que la experiencia vivida no fue mala, sino difícil, complicada, extensa y agotadora. Algunos extractos sobre las opiniones de los estudiantes:






A la vista de los datos presentados, observamos que esta segunda propuesta logró parcialmente sus propósitos. Podemos suponer que, debido a que no han experimentado esta experiencia antes, los estudiantes se sorprendieron, y esto generó cierta inestabilidad, como los propios estudiantes manifestaron. Así, entendemos que es necesario proporcionar otros momentos en los que puedan experimentar diferentes situaciones, quizás no exactamente el día de la prueba.


Consideraciones finales


Este estudio tuvo como objetivo analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente. Al componer los datos recogidos y analizados en las observaciones, análisis documental y cuestionario, fue posible inferir que la prueba sirvió como mediación pedagógica en la medida en que mostró las siguientes categorías de teoría de la cognición distribuida: participación colaborativa, interacción, asociación intelectual y artefactos. Además, la forma de intervención didáctica favoreció la superación de la idea individualista y aislada de evaluación al proporcionar situaciones de intercambios, diálogos, debates, confrontaciones, ayuda mutua y apoyo a los procesos cognitivos en materia de comprensión y formación conceptual, al tiempo que proporcionó al docente las condiciones para evaluar e intervenir en la zona de desarrollo inminente de sus alumnos.

La prueba también permitió entender que es posible enseñar y aprender durante la realización de una prueba, superando la idea compartimentada entre enseñanza, aprendizaje y evaluación, y también que este momento puede ser fructífero para que algunos alumnos se den




cuenta de lo que han aprendido y lo que no han aprendido con mayor claridad y, a partir de esto, alternativas para hacer ajustes en el proceso de aprendizaje. Así, entendemos que la prueba no sirvió para demostrar lo que el alumno sabe o no sabe, sino como herramienta mediadora en la formación conceptual.

Por otro lado, es importante recordar que en diversos momentos estamos en el proceso de desempeño individualizado, participación parcial por parte de algunos estudiantes, resistencia a la propuesta de la prueba y trabajo colaborativo. Además, debido a que es una actividad totalmente diferente a la que están acostumbrados, para algunos estudiantes la experiencia no fue positiva, generó malestar y exigió actitudes que podrían no ser parte de sus prácticas.

Al proponer una nueva experiencia en el contexto educativo, es necesario considerar que los estudiantes, adaptados al modelo educativo hegemónico, están acostumbrados al enlucido de una rutina académica en la que su tarea es realizar una gran carga de actividades, en su mayoría individualmente, en las que, incluso trabajando en grupos, trabajan solos, y esto se intensifica cuando se refiere al proceso de evaluación, porque entienden la prueba como verificación del aprendizaje de un contenido determinado, que resulta en un acto terminal, sin ninguna posibilidad oportunista de mediación.

Así, además de tener mayores éxitos con actividades de esta naturaleza, es necesario cambiar la cultura del aula universitaria, en la que los estudiantes tienen más oportunidades de experimentar experiencias que ayuden en la formación de una conciencia colectiva de trabajo. Para ello, necesitan momentos significativos e interactivos que aporten experiencias diferentes y desafiantes, entendiendo que no solo las prácticas de aprendizaje son importantes en la formación conceptual, sino que la prueba también puede constituir una actividad dirigida intencionalmente a la formación de conceptos, siempre que permita experiencias formativas a

los estudiantes y no solo la verificación del aprendizaje adquirido.


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Cómo hacer referencia a este artículo


MORAES, D. A. F.; LIMA, C. M.; SILVA, A. M. Evaluación del aprendizaje como mediación pedagógica en la educación conceptual de estudiantes universitarios. Revista Ibero- Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 1, p. 0901-0919, marzo 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.1.15814


Sumisión en: 24/11/2021

Revisiones requeridas en: 19/02/2022

Aprobado en: 28/02/2022

Publicado en: 01/03/2022




LEARNING ASSESSMENT AS A PEDAGOGICAL MEDIATION IN CONCEPTUAL EDUCATION OF UNIVERSITY STUDENTS


AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO CONCEITUAL DE UNIVERSITÁRIOS


EVALUACIÓN DEL APRENDIZAJE COMO MEDIACIÓN PEDAGÓGICA EN LA EDUCACIÓN CONCEPTUAL DE ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS


Dirce Aparecida Foletto de MORAES 1

Claudia Maria de LIMA2 Analígia Miranda da SILVA3


ABSTRACT: This study aimed to analyze how an assessment practice can contribute as a pedagogical mediation in the concept formation of university students in a teacher training course. This is qualitative research, with exploratory-explanatory approach, which focused on conducting a test based on the distributed cognition theory principles. The survey data were obtained from the following instruments: participant observation, document analysis and a questionnaire. The data reveal that the test suited as a pedagogical mediation as it highlighted the following categories: collaborative participation, interaction, intellectual partnership, and artifacts. In addition, it overcame the individualistic and isolated idea to provide more humanized experiences by affording opportunities for exchanges, dialogues, discussion, confrontations, mutual help, and support for cognitive processes regarding concept understanding, while providing teacher conditions to intervene in their students’ zone of proximal development.


KEYWORDS: Learning assessment. Concept formation. Pedagogical mediation. Distributed cognition.


RESUMO: Este estudo teve como objetivo analisar em que medida uma prática avaliativa pode contribuir como mediação pedagógica na formação conceitual de estudantes universitários em um curso de formação de professores. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório-explicativo, que focalizou a realização de uma prova fundamentada nos pressupostos da teoria da cognição distribuída. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir dos seguintes instrumentos: observação participante, análise documental e um questionário. Os dados revelam que a prova serviu como mediação pedagógica na medida em que evidenciou as seguintes categorias: participação colaborativa, interação, parceria


1 University of Londrina (UEL), Londrina – PR – Brazil. Professor of the Graduate Program in Education (PPEDU/UEL). PhD in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1392-1605. E-mail: dircemoraes@uel.br

2 São Paulo State University (UNESP), Presidente Prudente – SP – Brazil. Professor of the Graduate Program in Education. Lecturer in Media and ICT in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4979-5070. E-mail: claudia.lima@unesp.br.

3 Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Corumbá – MS – Brazil. Adjunct Professor (CPAN/UFMG). PhD in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3232-323X. E-mail: analigiamiranda@gmail.com




intelectual e artefatos. Além disso, superou a ideia individualista e isolada para oportunizar experiências mais humanizadas ao propor situações de trocas, diálogos, debates, confrontos, ajuda mútua e apoio aos processos cognitivos no tocante à compreensão conceitual, ao mesmo tempo que ofertou ao professor condições para intervir na zona de desenvolvimento iminente de seus alunos.


PALAVRAS-CHAVE: Avaliação da aprendizagem. Formação de conceitos. Mediação pedagógica. Cognição distribuída.


RESUMEN: Este estudio tiene como objetivo analizar en qué medida una práctica evaluativa puede contribuir como mediación pedagógica en la formación conceptual de estudiantes universitarios en un curso de formación docente. Se trata de una investigación cualitativa, exploratoria-explicativa, que se enfocó en realizar una prueba basada en los principios de la teoría de la cognición distribuida. Los datos de la investigación se obtuvieron de los siguientes instrumentos: observación participante, análisis documental y cuestionario. Los datos revelan que la prueba sirvió como mediación pedagógica, ya que evidenció las siguientes categorías: participación colaborativa, interacción, asociación intelectual y artefactos. Además, superó la idea individualista y aislada para proporcionar experiencias más humanizadas al posibilitar situaciones de intercambios, diálogos, debates, confrontaciones, ayuda mutua y apoyo a los procesos cognitivos en torno a la comprensión conceptual, mientras ofreció al docente las condiciones para intervenir en la zona de desarrollo inminente de sus alumnos.


PALABRAS CLAVE: Evaluación del aprendizaje. Formación de conceptos. Mediación pedagógica. Cognición distribuida.


Introduction


The evaluation practice continues to be one of the most controversial activities in the educational context because it always causes doubts, uncertainties and instabilities, both for the teacher, who does not know exactly how the students will react to the proposals, and for the students, who often do not know if they are or are not meeting the expectations of their educators.

Despite being a constant action in the pedagogical context and the numerous studies in the area over the last decades, evaluation has advanced little beyond individualized and classifying practices at all schooling levels. This is because, most of the times, they cannot disconnect the evaluation from its social and classifying character, which only values the acts of verification, punishment, and charging, forgetting its pedagogical, humanizing value and other possibilities that the evaluation can offer to the subjects of the educational process.

Facing this scenario, we believe it is necessary to propose practices that seek to break the established evaluation paradigms and constitute new pedagogical agendas, capable of providing opportunities for the teacher to teach and, for the students, different learning

RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 1, p. 0900-0918, Mar. 2022. e-ISSN: 1982-5587



experiences. Thus, this study aims to analyze to what extent an evaluation practice can contribute as pedagogical mediation in the conceptual formation of college students in a teacher-training course. The theory of distributed cognition was selected as the guiding basis for the development of the study.


Evaluative practice that provides an opportunity for pedagogical mediation in conceptual formation


Learning evaluation continues to be culturally understood as a static action that serves to assess and give a final verdict on the subject's abilities or incapacities, consolidating itself into bureaucratic actions that value the product and not the process, contributing little to pedagogical changes. In addition, it reveals a distancing and a dissociation between the teaching and learning processes and the evaluation itself. According to Roldão and Ferro (2015, p. 578), we need to "[...] deconstruct the most current evaluative practices, which dissociate the evaluation from the teaching process, which subsume the evaluation in the certifying dimension, with the omnipresence of the grade-note".

Understanding assessment beyond the verification of learning and individualized activity advances in relation to the aspects instituted to this practice in the educational context and allows subjects to experience meaningful and more humanized experiences.

Hoffmann (2009) defends the mediating evaluation proposal, which proposes that the teacher pays more attention and seeks to better understand the student, proposing more challenging questions that can ensure greater student autonomy and not only a certifying grade. The author emphasizes group work, but stresses that the evaluation activities must be done individually so that the teacher can observe and follow the process followed by the student individually.

On the other hand, Karasavvidis (2002) states that the evaluation processes practiced in the classroom seek to innovate by proposing activities such as problem solving or execution of tasks, however, they are still practiced in an isolated and punctual way, indicating the notion of cognition only in the head of the subject and not as a collective construction.

For the theory of distributed cognition, such practice needs to be overcome by collective experiences with the support of people and the different instruments available, which become mediating elements of the cognitive process. Researchers who defend this theory (KARASAVVIDIS, 2002; SALOMON et al., 1993) seek subsidies in the Vygotskian bases to




argue that mental processes are constituted from the mediation of collective cultural actions, interactions and the use of artifacts4 in their practices.

For Vygotsky (2003), mediation occurs by means of signs or tools, the first orienting inward, serving as an auxiliary means to act in the psychological function. The second orientates outward and occurs when tools mediate human actions. In the words of Daniels (2011, p. 15), the "[...] mediating elements serve as the means by which the individual exerts action on, and suffers action from, social, cultural, and historical factors in the course of ongoing human activity." Thus, the other 'intermental' actions, such as interaction, collaboration, negotiation, language, and context itself are mediating resources of cognitive activities that become 'intramental' from the relationships that are established.

Mediation causes transformations, aims at the development of subjects and plays a crucial role in the process of distribution of cognition; however, it depends on working with different types of activities and various strategies (COLE; ENGESTRÕM, 1993). Werstch and Tulviste (2013) point out that mediation does not facilitate learning, but its effect is in making it qualitatively different, depending on how the subjects will use it to conduct their actions.

To this end, the different moments of the educational process should be designed to foster the zone of imminent development and assume an essentially dialogical stance (BROWN et al., 1993) and not individualized, in which the activities, of an evaluative nature or not, are performed in a mediated and interactive way in small or large groups, or sometimes by some artifact, in which each participant assumes part of the commitment to achieve the common goal.

Thus, when conceiving that learning occurs through a mediation process, it is understood that assessment is also a mediating activity, capable of serving as "[...] a favorable tool for interactions, as it is seen as a system of exchanges; of visualization of the bonds that are created from it, constituting a moment of study by all involved" (PINTO, 2016, p. 68) and of experiences that help the subject evaluated to understand his mistakes and successes, expanding the conceptual formation.


4 Artifacts are classified into three levels: the primary, which refers to material instruments, understood as tools created to use in the production process, the secondary, considered an abstract representation of the primary artifacts and refers to the type of action that is performed using them, and the tertiary, which refers to the imaginary world (COLE, 1998).


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Methodology


This study, of qualitative approach and exploratory-explanatory character (GIL, 2002), sought to analyze to what extent an evaluative practice can contribute as pedagogical mediation in the conceptual formation of college students in a teacher education course.

The analyzed evaluative practice is constituted as a didactic intervention with a first year class of the Pedagogy course of a public university, composed by 41 students, during a two- month term in a graduation course, having as a guiding proposal the realization of a didactic intervention based on the theory of distributed cognition to work on the concepts of the discipline and, as an assumption, the understanding that learning is not individual, but social, built through mediation, dialogue and collaborative participation of the subjects involved in different experiences.

To assess learning, the following activities were carried out: production of concept maps, tests, self-evaluation, and text production. Among the evaluative instruments, in this study the test was chosen as an object of analysis, precisely because it is still understood and used in the academic environment as an element of selection that only imprints the momentary and punctual learning of the student, with little chance of providing conceptual expansions, collective learning, and more humanized experiences.

The performance of the test consisted of three moments: preparing a text to answer a question with established criteria; exchanging proofs to read and appreciate your classmate's production; reworking your answer based on the analysis received. This involved situations in which students could engage in dialogue with the teacher and classmates, exchange ideas, consult various sources such as texts, notebooks, Facebook social network group, and others. The only rule established was that the answers should be composed of ideas produced and not copied.

The following tables present the question to be developed in the exam and the list of indicators for your appreciation.




Chart 1 – Test proposal


Kenski (2012) states that technologies are essential, while the author Sancho (1998) highlights that technologies are permeated by ambivalence. Thus, based on the texts by the two authors, on the discussions in class and in the Facebook group, write a text to answer the following question:

WHAT ARE TECHNOLOGIES, WHY ARE THEY SO ESSENTIAL AND AMBIVALENT AT THE SAME TIME, AND WHAT IS THEIR RELATIONSHIP TO THE HISTORICAL AND CULTURAL PROCESS?


CRITERIA: the text should present what the word technology means, where it is present, the ambivalences, the presence and role of technologies in society, the transformations in society and culture from technologies (all items should be explained and exemplified).

Source: Prepared by the authors (2019)


Chart 2 – Criteria for test assessment


Criteria:

Examiner observation:

Did you answer what and where technology is and provide examples?


Explained the history and evolution of technology?


Explained what the ambivalences of technology are and gave examples?


Did you write about the presence and role of technologies in society?


Did you present the transformations in society in culture from technologies and give examples?


Source: Prepared by the authors (2019)


The theory of distributed cognition was selected as a unit of analysis because it considers that cognition is not in the individual head, but focuses on the mental processes that occur from the mediation and interaction between subjects, between them and the context and with the technological devices in the performance of a particular activity or even in the production of knowledge that involves collective actions, collaborative participation and various situations of mediation.

The participant observation (MINAYO, 2001) during the test, a questionnaire with open and closed questions, answered by the students after the test, and the documental analysis of the evaluation forms and the tests restructured based on the comments of the colleagues were the instruments to collect the data.

The data analysis was based, in the first moment, on the 'scenes' arising from the observation, searching for evidence of mediation from categories present in the theory of distributed cognition, which are: collaborative participation, interaction, intellectual partnership, and artifacts, and, in the second moment, on the data collected from the questionnaire and the reworked tests. After the data analysis we proceeded to triangulation to answer the objective. Triangulation is one way to ensure the validity of the research by



combining and colliding various sources and instruments, considering the meanings of the historical and cultural context in which the research takes place. This phase aims to "[...] encompass the maximum breadth in the description, explanation, and understanding of the focus under study" (TRIVIÑOS, 1990, p. 138).


Results and discussions


First moment: performance of the test


The test, as an evaluative activity, is culturally constituted as a fragmented moment of the educational process, in which the seriousness, the individuality and the "settling of scores" predominate, serving more to ascertain results in relation to the amount of mistakes and successes than to enable experiences and expansion of learning and cognitive processes.

Thus, in an attempt to go against this institutionalized pedagogical format, the didactic intervention in which the test analyzed occurred proposed another way to carry out this evaluative practice. This was composed of three moments that will be described and analyzed. On the day of the test, the teacher began the class explaining that the students could talk, exchange knowledge, ask for help from other classmates and the teacher, and could use different artifacts to help in the elaboration of their thoughts. At this moment, as expected, we noticed an attitude of passivity explicit in the students' behavior towards the proposal. They sat in their seats, took the texts, started to read and write, quietly, as if they were taking a 'test with

consultation', with the printed text as the only mediating element.

With this attitude the students showed that they are conditioned to have a specific behavior when it comes to 'taking a test', because they understand that this moment should be constituted as an individual activity, as if it were time to prove what they know, and not as another opportunity to learn or expand cognitive functions.

After further guidance by the teacher, some groups were formed and the students began to exchange ideas and discuss the indicators of the question. Others sat next to a classmate and talked in pairs. We noticed that few students (about four) chose not to sit next to anyone to exchange information, only calling the teacher when they felt the need. After the teacher insisted for them to dialogue and interact, it was possible to notice signs of mediation in the scenes resulting from the test.





Collaborative Participation


From the perspective of distributed cognition theory, this form of mediation refers to the exchanges, dialogue, and contributions between subjects during work to achieve goals, which can serve as support for those who need it to be able to advance toward more complex conceptual understandings. One student asked:


- Teacher, what really is ambivalence? (Student 19).


The question caused some astonishment, as this concept was much discussed and worked on during the classes. However, it was only possible to realize that some students had not really learned it at the time of the test. Doubts regarding the meaning of other concepts also arose and were expressed by the young people.

This scene makes evident how complex conceptual formation is, because it is a process that does not occur in a direct and simple way, but requires an effort and a more intense mental activity. Sforni (2004, p. 85) explains that "[...] the conceptual domain goes beyond the understanding of the meaning present in the word, and imposes as a condition for its appropriation the psychic activity that internalizes the material and external activity, determinants of the concept", that is, it requires mediation so that the process of conceptual appropriation occurs.

Faced with these questions, the teacher tried to establish dialogues and problematize these concepts so that the students could reorganize and rework their ideas, assuming the role of the more experienced peer.

The information manifested by the students about their learning is the basis to identify advances and difficulties and also to make necessary interventions in the zone of imminent development, aiming that these become zone of real development and that the students reach higher levels of thought (VIGOTSKI, 2005).

Thus, we consider that the test provided an opportune moment for the students to evaluate themselves and to realize that they still did not have ownership regarding concepts they thought they had understood during the classes, and for the teacher to be able to intervene in the student's learning. We understand that this is the role of the teacher who, with more experience and knowledge, accompanies, guides, and directs the students' work, favoring interaction, exchanges, dialogue, and partnership, based on didactic interventions that allow the construction of new 'scaffolding' (BROWN et al., 1993), overcoming classes in the 'bargaining




chip' format, in which the teacher teaches, the student learns, and gives everything back to the teacher at the time of the test.

Another scene observed was that of some students manifesting the need for confirmation about their productions. By understanding that the student needed some help, the teacher started to give immediate feedback on what they were writing, or sat next to the students to talk to them, not in the sense of saying whether they were right or wrong, but to guide and help them find their way.

According to Fernandes (2008, p. 356), feedback is important "[...] to activate students' cognitive and metacognitive processes, which in turn regulate and control learning processes, as well as to improve their motivation and self-esteem." As part of the evaluative process, feedback should enable the student "[...] important information about what he has already learned and the actual conditions of his learning, as well as the paths he needs to take to overcome difficulties and advance in this process" (MORAES, 2014, p. 276).

The two scenes made us understand that if it were a test formatted in the instituted molds, there would be little chance to perceive the real needs of students and make the necessary mediation in the process of conceptual appropriation. These two scenes express evidence of mediation based on collaborative participation, put into practice based on the needs expressed by the students. Pea (1993) explains that the mediation of other people in the performance of an activity can serve as a cognitive alternative to solve a problem and to learn, fundamental elements in the educational process.


Intellectual Partnership and Interaction


In the groups, the students began to interact through debates, confrontations, and sharing of ideas about the test subject. They also helped each other, evidencing the occurrence of mediation through interaction and intellectual partnership.

The mediation through intellectual partnership occurs when there is a cooperative attitude, in the sense of taking responsibility for oneself and also for the other, helping him in his needs, in which the subject helps the other in the development of thought, in the construction of new knowledge and in the performance of tasks that would not be possible only with the effort of the human being alone. According to Salomon (1993, p. 112), "the product of intellectual partnership that results from the distribution of cognitions between individuals or between individuals and cultural artifacts is an articulation between all subjects; it cannot be attributed solely to one or the other partner". In the mediation that occurs through interaction,




the subjects share their experiences and knowledge and receive the contributions of the other members, affecting each other reciprocally.

Some excerpts from the dialogues witnessed in the groups show the forms of mediation highlighted:

Group 1:


Girls, does anyone want to explain what they mean by technology? (Student 10).


Group 2:


Guys, you can't forget that you have the technical and scientific knowledge (Student 02).



Group 3:




The comments portray an analysis performed before the established criteria to help the colleague in directing what was missing in the text. Thus, peer evaluation is understood as an effective strategy in the process of knowledge construction, because "[...] when one examines other works, one not only identifies their inconsistencies, but also better recognizes one's own" (SANMARTÍ, 2009, p. 66).

Thus, even though the experience was not positive for some of the students, we understand that it achieved its purposes in some aspects. For example, if we think from the point of view of future teachers' training, this is an activity that provides students with a broader understanding and new experiences related to the evaluation process. As students, the experience could help them reorganize their ideas, weaken their learning and rethink about how to prepare a text or an answer, because "[...] the ultimate goal of these aids is to make each student able to self-regulate autonomously" (SANMARTÍ, 2009, p. 67).


Third moment: rework your answer from the analysis received


To conclude, we analyzed the proofs restructured by the students from the comments of their peers. Of the 41 students, only 14 made this option. At first, we thought that the rate was small, but when we talked to some students, they reported that the dialogues, the exchanges, and the other opportunities to rework their thoughts during the exam were enough to answer the question, and it was not necessary to restructure it.

When analyzing the proofs of the 14 students, we noticed that five rewrote the text and that nine restructured it, expanding and complementing the ideas. Here we also find this small number, however, we need to consider that the students are not used to this practice regarding evaluation, and that they would need more experiences to overcome certain paradigms.

What happens very often is the ritual of a graded test in which, first, it is answered, then corrected by the teacher and handed out to the students. Upon receiving it, the student looks at the grade and what he or she got wrong, without the commitment to try to overcome the flaws identified or even understand the reasons for certain mistakes. However, unlike a traditional test, in which students just answer the questions without confronting anyone or making themselves available to the other, this proposal was opportune to help in the understanding of what was still fragile and to advance in the appropriation of concepts.

At the end of the process, with the purpose of obtaining more concrete data about the students' perceptions, we asked them to express, through a questionnaire, their impressions about the test. The answers were organized into categories: significant, with 65.90%, complex,




with 22.73%, and different, with 11.37% frequency. These data refer to the number of arguments, not of participants.

The 'significant' category, more expressive among the students, considers that the test allowed learning, interaction and exchange of information with colleagues. In addition, it allowed the students to expose the understood knowledge, and stimulated reasoning and reflection. For this group, the test was simple, constructive, and easy to understand. Pinto (2016,

p. 119) understands that "[...] any assessment instrument is valid, including tests, as long as the questions are not mechanical, empty, meaningless, and have objectives of contributing to learning, with the mediations of this learning".

The following is an excerpt that illustrates the students' views:


- I had never had an assessment like that. I hope that evaluations like this one always happen during my academic life, because it really extracted our knowledge acquired in the classroom and through the texts (Student 29).


For assessment to become an element that contributes to conceptual formation in a meaningful way, its function must go beyond noting, verifying, measuring learning and confirming it with grades, but must enable learning experiences. Only then can it help the teacher and students map the real difficulties and needs, the weaknesses or certainties of their learning, verify the unmet goals and thus propose the best interventions to help students move forward in the process.

Fernandes (2009, p. 40) points out that the way to proceed and organize the assessment process can bring different and varied consequences, such as "[...] motivate or demotivate students, constitute important levers to overcome obstacles or be, themselves, another obstacle to overcome, can help students to study and understand well their limitations and potentialities".

The category 'complex', with 22.73% frequency, expresses that the lived experience was not bad, but difficult, complicated, extensive and stressful. Some excerpts about the students' opinions:



Given the data presented, we realize that this second proposal partially achieved its purposes. We can assume that, because they had not had this experience before, the students were surprised, and this generated some instability, as the students themselves stated. Thus, we understand that it is necessary to provide other moments in which they can experience different situations, perhaps not exactly on the day of the exam.


Final considerations


This study sought to analyze to what extent an evaluative practice can contribute as pedagogical mediation in the conceptual formation of college students in a teacher training course. By comparing the data collected and analyzed in the observations, the document analysis, and the questionnaire, it was possible to infer that the test served as pedagogical mediation insofar as it evidenced the following categories of the theory of distributed cognition: collaborative participation, interaction, intellectual partnership, and artifacts. Moreover, the form of the didactic intervention favored the overcoming of the individualistic and isolated idea of evaluation by providing the opportunity for situations of exchange, dialogues, debates, confrontations, mutual help, and support of cognitive processes in terms of understanding and conceptual formation, while providing the teacher with conditions to evaluate and intervene in the imminent development zone of his students.

The test also allowed the understanding that it is possible to teach and learn during a test, overcoming the compartmentalized idea between teaching, learning, and assessment, and also that this moment can be useful for some students to realize what they have learned and what they have not learned in a clearer way and, based on this, seek alternatives to make adjustments in the learning process. Thus, we understand that the test was not used to prove what the student knows or does not know, but as a mediating tool in conceptual formation.

On the other hand, it is important to remember that in several moments we were faced with individualized performance, partial participation by some students, resistance to the proposal of the test and to collaborative work. Besides, because it was a totally different activity from what they are used to, for some students the experience was not positive, it generated discomfort and demanded attitudes that perhaps were not part of their practices.



When proposing a new experience in the educational context it is necessary to consider that the students, adapted to the hegemonic model of education, are used to the plastering of an academic routine in which their task is to perform a large load of activities, mostly in an individualized way, in which, even working in groups, they act alone, and this intensifies when it comes to the evaluation process, because they understand the test as a verification of learning a certain content, which results in a terminal act, without providing any possibility of mediation. Thus, in order to have higher successes with activities of this nature, it is necessary to change the culture of the university classroom, where students have more opportunities to have experiences that help in the formation of a collective work conscience.

For this, they need meaningful and interactive moments that provide different and challenging experiences, understanding that not only learning practices are important in conceptual formation, but the test can also be constituted as an activity intentionally directed to the formation of concepts, provided that it enables formative experiences to students and not only the verification of acquired learning.


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Submitted: 24/11/2021 Revisions required: 19/02/2022 Approved: 28/02/2022 Published: 01/03/2022


Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt

Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva