image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241402OS POEMAS E OS HINOS ESCOLARES NO ENSINO PRIMÁRIO PARAENSE: DIFUNDINDO O SENTIMENTO REPUBLICANO (1904-1905)LOS POEMAS Y LOS HIMNOS ESCOLARES EN LA ENSEÑANZA PRIMARIA PARAENSE: PIFUNDIENDO EL SENTIMIENTO REPUBLICANO (1904-1905) THE POEMS AND SCHOOL ANTHEMS IN THE ELEMENTARY SCHOOLS OF PARÁ: SPREADING REPUBLICAN SENTIMENT (1904-1905)Mário Allan da Silva LOPES1Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇA2RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar os poemas e os hinos escolares que eram utilizados na educação escolar republicana paraense como difusores do pensamento republicano. Foram utilizadas como fontes os poemas “O credo”, “A casa” e “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” de Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) e “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), além dos hinos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) e o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). O aporte teórico assenta-se em Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018) e Lopes (2018), autores que contribuíram para compreender a educação na Primeira República, bem como o sentimento de patriotismo em circulação à época. Verificou-se que as poesias e hinos escolares contribuíram para difundir entre as crianças o sentimento republicano de amor pela pátria e de luta pelo desenvolvimento intelectual. Portanto, considera-se assim que na primeira república foram utilizados diferentes artifícios para trilhar o caminho do alunado nos moldes da civilidade e do bom moralismo. PALAVRAS-CHAVE: Poesias escolares. Hinos escolares. Ensino primário. República. Pará. RESUMEN: Este artículo tiene por objetivo analizar los poemas y los himnos escolares que eran utilizados en la educación escolar republicana paraense como difusores del pensamiento republicano. Fueron utilizadas como fuentes los poemas “O credo”, “A casa” y “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” del Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) y “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), además de los himnos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) y o “Hymno Escolar” de TheodoroRodrigues (1905). El aporte teórico se asienta en Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), Lopes (2018), autores que contribuyeron para comprender la educación en la Primera República, así como el sentimiento de patriotismo en circulación en la época. Se verificó que las poesías e himnos escolares 1Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém PA Brasil. Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6682-4633. E-mail: marioallan19@yahoo.com.br 2Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém PA Brasil. Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da UEPA. Doutorado em Educação (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6974-2606. E-mail: socorroavelino@hotmail.com
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241403contribuyeron a difundir entre los niños el sentimiento republicano de amor por la patria y de lucha por el desarrollo intelectual. Por lo tanto, se considera así que en la primera república se utilizaron diferentes artificios para recorrer el camino del alumnado en los moldes de la civilidad y del buen moralismo.PALABRAS CLAVE: Poema escolar. Himnos escolares. Enseñanza primaria. República. Pará.ABSTRACT: This article aims to analyze the poems and school anthems that were used in the Pará Republican school education as diffusers of the Republican thought. The poems "O credo", "A casa" and "A Pátria" by Olavo Bilac (1904), "A Instrução" by Fernandes Bello (1904), "Anjo Enfermo" by Affonso Celso Junior (1905) and "Bons Conselhos" by Octaviano Mello (1905) were used as sources, besides the school hymns "A Marselheza do Estudo" by Raymundo Bertoldo Nunes (1904), "Hymno ao Estudo" by Guilherme de Miranda (1904), "Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo" by Antonio Macedo (1905) and the "Hymno Escolar" by Theodoro Rodrigues (1905). The theoretical contribution is based on Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), and Lopes (2018), authors who contributed to understanding education in the First Republic, as well as the feeling of patriotism in circulation at the time. It was found that school poems and anthems contributed to spread among children the republican sentiment of love for the motherland and the struggle for intellectual development. Therefore, it is considered that in the first republic, different artifices were used to guide the students in the path of civility and good moralism.KEYWORDS: School poem. School anthems. Primary education. Republic. Pará.IntroduçãoO processo de institucionalização da escola pública primária no estado do Pará, no primeiro decênio da República, utilizou-se de muitos mecanismos que viessem somar às tentativas de alavancar a imagem que se pretendia construir em torno do novo regime. Entre esses mecanismos, destacamos a utilização de materiais impressos para o desenvolvimento da leitura de professores e crianças das escolas do estado. Esses impressos serviriam naquele momento como suporte na circulação do imaginário que se criara; este é o caso do impresso A Escola,criado especialmente como aliado do poder administrativo paraense. Com efeito, [a Revista A Escola],nasce[u] e configu[rou-se] como um apoio à educação pública, sendo assim porta de entrada para a realização dos desejos de um grupo de intelectuais que as produziram e que viram na educação a ascensão do cidadão aproximada ao padrão de modernidade europeia. Tais intelectuais já demonstravam em suas páginas certa preocupação com a instrução dos futuros brasileiros, destacando assim uma instrução vinculada à cidadania política na Primeira República (SANTOS, 2018, p. 26).
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241404Diante disso, analisaremos alguns poemas publicados nesta revista e em livros, como “A Pátria”, “A Casa” e “O Credo” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” de Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) e “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905). É importante mencionar que os termos poemae poesiasão diferentes. O primeiro refere-se a um gênero textual, com características próprias como os versos, a musicalidade, as metáforas. Já o termo poesia refere-se às manifestações artísticas, que nem sempre podem estar vinculadas a um poema. A poesia extrapola o texto, podendo estar manifestada em pinturas, músicas, esculturas, fotografias, entre outras3. Também trabalharemos com os hinos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) e o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). É fato que a República no Pará se constituiu de intelectuais de diversas áreas e atuações, que pensavam a política, a economia e a cultura paraense, cheios de ideários, percepções e valores, visualizados naquilo que produziam, como as poesias e os hinos escolares criados especialmente para o ensino, que ganhavam visibilidade nas páginas da revista A Escola e alcançaram um grande espaço na educação do futuro cidadão republicano. Sobre as poesias voltadas para o ensino primário no estado nos anos iniciais do regime que se consolidava no Pará, chamou-nos atenção a frequência e visibilidade dada a esse tipo de produção não somente no cotidiano das salas de aulas, mas sobretudo nas cerimônias e festejos cívicos. Mediante o exposto, elencou-se a seguinte questão: qual o papel dos poemas e dos hinos escolares no ensino primário no Pará? Com isso, trazemos como objetivo deste artigo analisar como a poesia e os hinos escolares eram utilizados na educação escolar republicana paraense como difusores do pensamento republicano. Para isso, entendemos que os gêneros literários, entre eles o poema, constituiu-se como ferramenta da educação na construção do Estado nacionalista brasileiro na primeira república, visto que As produções literárias, marcadas pelo sentimento nacionalista e moralista, se faziam presentes nas poesias e poemas. Essa influência nacionalista, regia inclusive a composição dos hinos escolares nas escolas paraenses, assim, todas 3Conforme “Poesia, poema e soneto”. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/poesia-poema-soneto.htm. Acesso em: 07 nov. 2021.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241405essas produções destacavam a educação como a fonte regeneradora para o progresso do país (SANTOS, 2018, p. 39). Segundo Roberto Acízelo de Souza, a literatura expressa os sentimentos, os valores e a cultura, ou seja, as peculiaridades de uma nação e, além disso, essas peculiaridades estão ligadas ao tempo histórico em que esses textos foram pensados, escritos e lidos pelos sujeitos. Assim, A configuração de seu objeto, portanto, parte de premissa central do romantismo: cada nação se distingue por peculiaridades físico-geográficas e culturais, sendo a literatura especialmente sensível a tais peculiaridades, do que deriva sua condição de privilegiada parcela da cultura, funcionando à maneira de um espelho em que o espírito nacional pode mirar-se e reconhecer-se. Senhora de um objeto assim tão estratégico para a sondagem e a identificação “caráter nacional”. [...] foi a única que se instalou ao lado de uma história que se poderia qualificar como geral (na verdade, de dominância política), nos currículos escolares, integrando assim os sistemas de educação cívica implantados nos vários estados nacionais (SOUZA, R. A., 2014, p. 58). Sendo assim, este artigo se dividirá em dois momentos. Inicialmente, analisaremos alguns poemas escolares encontrados em publicações da revista A Escola(1904-1905) e que foram recitadas em uma festa no 5º grupo escolar. No segundo momento, analisaremos hinos escolares, bastante comuns naquele período e que também foram publicados na referida revista. A poesia nos impressos pedagógicosA educação era vista pelos governantes da República como um espaço de difusão do sentimento republicano, contudo, eram necessárias ferramentas para que esse sentimento fosse inscrito no imaginário que se construía em torno no novo regime. Para isso, o sentimento patriótico precisava fazer parte das vidas das crianças, e a escola era espaço propício para a disseminação de rituais que incluíam o uso de textos literários, destacando-se aqui os poemas. Para McLaren (1991), os rituais possuem uma forma específica de atuação, visam à integração social ao desempenharem um papel significativo na formação da personalidade do indivíduo. Esse autor esclarece que os rituais podem inclusive se utilizar da linguagem codificada com o uso de textos, estabelecendo assim uma certa autoridade sobre aqueles que se apropriam dessas leituras. Além de poemas publicados na revista A Escola, também eram publicados livros de grandes intelectuais da época, pessoas que se destacaram e contribuíram para a formação das crianças, seja com livros sobre as disciplinas escolares, seja com livros de poemas, como é o caso de Poesias infantis, de Olavo Bilac.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241406Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac4nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu em 28 de dezembro de 1918; foi jornalista, poeta e inspetor de ensino. Suas produções poéticas enquadravam-se na escola literária francesa conhecida como Parnasianismo, que tinha algumas características marcantes, como o uso de palavras rebuscadas, rimas, poucas figuras de linguagem e se preocupava em olhar o mundo de uma forma mais objetiva, diferentemente do sentimentalismo do Romantismo. [...] a constante preocupação com a língua, com a forma, com a técnica do verso; nenhum espaço para as emoções, para os sentimentos. No todo, certa elegância necessária, um distanciamento estudado, uma pose aristocrática de grande artista, tudo bem característico da estética parnasiana lançada por Leconte de Lisle (PEIXOTO, 2010, p. 110). No entanto, o Parnasianismo brasileiro, representado principalmente por Olavo Bilac, veio com uma certa diferença do que fora proposto na França. Bilac trazia em seus textos algo que o aproximava das emoções e, de certa forma, isso acabou sendo aproveitado nas escolas primárias, visto que, ao mesmo tempo que se trabalhava a racionalidade advinda da modernidade, não se perdia as emoções que deveriam ser vividas pelas crianças da República: Foi ele [Olavo Bilac] um dos que mais se afastaram da teoria parnasiana francesa, inclusive, [...] escrevendo uma paráfrase do decididamente antiparnasiano Baudelaire. Seu mais conhecido poema, por figurar em todos os livros didáticos, é “Profissão de fé”. Nele se vê ferido o princípio básico do Parnasianismo: a objetividade, a isenção pessoal. Se dissermos que “Profissão de fé” não contém elementos da grande arte parnasiana, estaríamos mentindo; aí vemos a preocupação com as rimas ricas, com o tom solene e nobre, com a palavra rara em busca de uma rara beleza antiga, com os muitas vezes artificiais enjambements. Entretanto, tudo isso se encontra, no poema, de certo modo subvertido por um poeta essencialmente lírico. A emoção e o entusiasmo do poeta sobrepuja [sic] a razão raciocinante, e Bilac deixa que seu eu domine todo o conjunto (PEIXOTO, 2010, p. 110). O livro Poesias infantisteve uma grande aceitação pelos intelectuais paraenses; ganhou inclusive uma notícia veiculada na revista A Escolado ano de 1904 e escrita por Arthur Vianna (A ESCOLA, 1904, p. 182, grifo nosso): Um bom livroRecommendamos ao professorado paraense uma excelente obrinha destinada ao uso das escolas, intitulada Poesias infantis. A feitura artistica da obra é bôa, quer quanto a parte typographica, quer em relação ás gravuras illustrativas, impressas em uma só tinta, mas variando de coloração cada página. 4Conforme “Olavo Bilac”. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/biografia. Acesso em: 21 dez. 2018.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241407Olavo Bilac era um poeta reconhecido no Brasil e muito respeitado pela intelectualidade educacional. Isso confirma o apreço que se tinha pela sua poesia e o papel dela no processo de ensino das crianças. Vemos na própria fala de Arthur Vianna o quanto esse livro contribuiria para a formação da criança, não só intelectual, mas também moral e patriótica, levando as crianças a amarem seu lar, seus pais, a humanidade, a pátria e os pobres: Firma a sympathica obrinha o nome festejado de Olavo Bilac, o que por si só, vale uma recommendação especial. É preciso, entretanto, considerar que não basta ser um Bilac para produzir um trabalho bom neste genero pedagogico difficil, não seria mesmo de preferencia escolhido para elaborar tal livro grande e consagrado poeta, se lhe faltassem a orientação techinica, por assim dizer, para conceber as idéas e explanal-as em versos simples ao alcance dos cerebros infantis. Uma obediência restricta aos preceitos da arte poetica, ou uma preocupação de apuro, desvirtuaria a obra, emprestando-lhe os defeitos de incomprehensivo e maçante. Olavo Bilac, porém, empunhando a sua penna laureada, soube escolher os assumptos, soube tratal-os convenientemente, de modo a fazer vibrar os sentimentos affectivos da creança, fallando-lhe ao coração a linguagem terna do amôr pelo lar, pelos paes, pela humanidade, pela pátria e pelos pobres. É uma joia o livro, tão simples, tão bem cuidado, tão rico de vivificantes ensinamentos de moral (A ESCOLA, 1904, p. 182). A moral era um ponto muito trabalhado nas obras do ensino primário. Nos poemas não seria diferente, porque era muito comum seu conteúdo orientar a boa conduta e moral, para que, assim, a criança estivesse cada vez mais vinculada, através de belas e rebuscadas palavras, ao sentimento patriota tão buscado pelo governo paraense e brasileiro. A expansão da escola primária e o fortalecimento dos estados-nação, a partir de meados do século XIX, proporcionaram o crescimento da produção de livros escolares em vários países do mundo. Entre esses livros, aparecem os de leitura corrente, com narrativas que traziam lições de História, Geografia, e Ciências, mas, sobretudo, de Moral (COELHO, 2015, p. 195). Um dos poemas que compunham o livro de Olavo Bilac chama-se “O credo”, que objetiva apresentar o sentimento republicano de amor, respeito e zelo pela pátria, para extrair das crianças sentimentos puros e verdadeiros, sem perder de vista o sentimento de “luta” que ela deveria ter para enfrentar o dia a dia (na escola, na rua, em casa). O CREDO Crê no Dever e na Virtude! É um combate insano e rude A vida, em que tu vaes entrar. Mas, sendo bom, com esse escudo, Serás feliz, vencerás tudo: Quem nasce, vem luctar. E crê na Pátria! Inda que a vejas, Presa de idéas malfazejas,
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241408Em qualquer epocha, infeliz, - Não abandones! por que a Gloria Inda has de ver numa victoria Mudar cada uma cicatriz. E crê no Bem! Inda que, um dia, No desespero e na agonia, Mais desgraçado que ninguem, Te negas pobre e injuriado, De toda a gente desprezado Perdôa o mal! E crê no Bem! E crê no Amor! Se pode a guerra Cobri de sangue toda a terra, Levanto a toda a assolação, - Mas póde, límpida e sublime Caindo sobre um grande crime Uma palavra de perdão! (BILAC, 1904, p. 112-113). Arthur Vianna fez um elogio explicando um pouco do que ele mesmo absorveu da leitura do poema de Bilac. Palavras que expressam o sentimento do belo e de que a poesia alcança níveis de interação com as crianças capazes de influenciar e incitá-las a exaltar a pátria brasileira: Não é bello? Sem descambar para os velhos moldes, antes enveredando pelas idéas modernas, apresenta o credo infantil em cinco palavras que encerram epopéas: o dever, a virtude, a patria, o bem e o amôr! Depois, apresentando ao menino a pátria e incitando-o a querel-a com amôr, como o fez tocantemente (A ESCOLA, 1904, p. 183). Aí percebemos a importância da educação patriótica. Ela preocupava-se em formar, para além de profissionais e intelectuais, e para além das ciências, seres humanos moldados nas virtudes da república, compreendo uma formação moral, cultural e social: Educar pressupunha um compromisso com a formação integral da criança que ia muito além da simples transmissão de conhecimentos úteis dados pela instrução e implicava essencialmente a formação do caráter mediante a aprendizagem da disciplina social obediência, asseio, ordem, pontualidade, amor ao trabalho, honestidade, respeito às autoridades, virtudes morais e valores cívico-patrióticos necessários à formação do espírito de nacionalidade (SOUZA, R. F., 2014, p. 119).Outro poema que fazia parte do livro de Olavo Bilac tem como título “A casa”. Nesta poesia o autor traz à tona a questão da moral das crianças. Essa moral implicaria o respeito para com os mais velhos, o respeito pela casa (que também pode referir-se à pátria brasileira), e é
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241409nesta casa que a criança deverá receber os bons exemplos, aprender a ser justa e meiga. A criança deve dar valor a sua casa, pois dela, um dia, estará distante: A CASA Vê como as aves teem, debaixo d’aza,O filho implume, no calor do ninho!... Deves amar, creança, a tua casa! Ama o calor do maternal carinho! Dentro da casa, em que nascestes, és tudo... Como tudo é feliz, no fim do dia, Quando voltas das aulas e dos estudos! Volta, quando voltas, a alegria! Aqui deves entrar como num templo, Como a alma pura, e o coração sem susto: Aqui recebes da Virtude o exemplo. Aqui aprendes a ser meigo e justo. Ama esta casa! Pede a Deus que a guarde. Pede a Deus que a proteja eternamente! Porque talvez, em lagrimas, mais tarde, Te vejas, triste, d’esta casa ausente...E, já homem, já velho e fadigado, Te lembrarás da casa que perdeste, E nas horas de chorar, lembrando o teu passado... - Ama creança, a casa em que nascestes! (BILAC, 1904, p. 116-117). Os escritos de Olavo Bilac são um grande exemplo do conteúdo que circulava no período republicano, e isso era reconhecido por pessoas ilustres do governo da época. Valorizava-se a produção local, e, quando esta ia para as escolas, era muito bem recebida e apreciada pela comunidade educacional. Estes textos tinham o papel de acender nas crianças o fogo do patriotismo, que normalmente enraizava-se nas páginas dos livros daquela época. E, assim, a cada novo sucesso produzido, as notícias corriam soltas pelas páginas de revistas e jornais de renome: Sãospecimens estes das licções cívicas do livro, licções vibrantes que vão lançar nos pequeninos peitos a scentelha fecunda do patriotismo. A moral desdobra-se por todo o livro, em multiplas quadrinhas meigas e doces, poeticas, singelamente poetica. Auguramos ao novo livrinho um grande sucesso a que incontestavelmente tem direito e deixamos aqui registrada a confissão de que a leitura seguida e ininterrupta dos seus belos versos, arrebatando-nos aos tempos venturosos da nossa infancia, commoveu-nos até as lagrimas. Oxalá que em todo o vasto territorio da nossa patria, cada um dos nossos pequeninos compatriotas podesse manusear continuamente o mimoso catecismo de Olavo Bilac. Arthur Vianna (A ESCOLA, 1904, p. 185).
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241410Em outra edição da revista A Escola, nº 58 de 1905, temos um poema intitulada “Bons conselhos”, de Octaviano de Mello5, no qual o autor cria uma personagem chamada Joãozinho, que aparentemente ainda é uma criança em idade escolar e sonha em ser um homem de muitas conquistas e glórias, desejando ser imortalizado pelos seus feitos: BONS CONSELHOS Um dia poz-se o Joãozinho, Socegado a meditar Qual seria o bom caminho, Para glorias conquistar. - Na guerra, diz, com fartura Louros colher poderei, E, marechal por bravura Logo nomeado serei. Meus feitos imorredouros, Por toda a parte espalhados, Pelos meninos vindouros, Serão todos relembrados. E assim, meu nome, na Historia, Em letras de ouro gravado Será exemplo de gloria E civismo, ao povo dado. (MELLO, 1905, p. 238-240). É interessante a busca de Joãozinho por uma vida de glórias. Vemos que ele primeiramente imagina-se um soldado, uma das profissões que muito representa o amor à pátria e ao governo republicano. O soldado era aquele que lutava pelo Brasil e que com grandes feitos era reconhecido e imortalizado na memória dos brasileiros. No entanto, é uma profissão árdua e que, por muitas vezes, requer sacrifícios, para que assim sejam lembrados como heróis. Diante desse difícil caminho, Joãozinho continua a refletir: Mas depois de refletir Sobre o caminho encontrado, Viu que devia partir Da posição de soldado. Achou-se a nobre, elevada: Mas sentiu tal desalento, Que logo a idéa arranjada Varreu de seu pensamento. - Escolherei, disse então O nosso ex-marechal, 5Dados sobre o autor não foram encontrados no momento da escrita deste artigo.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241411Outra carreira, onde não Se encontre obstac’lo egual.E poz-se, assim, á procura De outro caminho a andar, Onde tivesse a ventura De a gloria logo encontrar. Ninguem viu entrar na sala (Tão distrahido ficou) E, perdeu até a fala, Quando a maninha o abraçou. Esta, com arte e carinho, Num sorriso de encantar, Pergunta ao seu irmãozinho: - Em que estás, tu, a pensar? - Quero ser grande, ter glorias, Quero ter muitas côroas, Que me assignalem victorias, E outras tantas coisas bôas. Debalde tenho empregado Todo o esforço em procurar O caminho desejado, Para glorias conquistar. Depois de tel-o escutado, Num silencio religioso, Voltou-se ao mano adorado E disse, em tom carinhoso: - Si louros, em tua vida, Desejas tu merecer, Ouve o que tua querida Maninha vai te dizer: Para ser grande, ser forte, Trabalhar muito é mistér, E, há quem se extingua co a morte Sem chegar ao fim que quer. Demais, também é preciso Do principio começar E, neste ponto é que friso O meu modo de pensar. Assim, pois, é pelo estudo Que um futuro pódes ter Vai á Escola, antes que tudo, O necessario apprender (MELLO, 1905, p. 238-240).
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241412Por fim, a irmã de Joãozinho, que não recebe nome no poema, é aquela que tenta fazê-lo perceber que somente através da educação ele poderá conquistar e fazer grandes feitos. A irmã pode ser comparada à própria consciência e razão de Joãozinho. De forma sentimental, ele pensa nas glórias que podia conquistar, no entanto, de forma racional e objetiva a irmã fala que é na escola, antes de mais nada, que ele fará seus primeiros grandes feitos. Era bem comum em discursos da época, deste modo, verificarmos a afirmação de que é na escola que tudo deveria iniciar-se: Discurso da professora dona Vigília Valle, no dia do encerramento das aulas do grupo escolar de Nazaré. Sr. Diretor Colegas: [...] Cultivai, pois, adoradas crianças, o vosso espírito, com todas as forças do vosso coração; prestai culto ao gênio, oferecendo-lhe o estudo, o trabalho, e as vigílias, que são o tributo que ele aceita mais benigno e que retribui, satisfeito e contente, com a mão larga e verdadeiramente generosa. Não esqueçais o templo e os sacerdotes, que o Grupo Escolar de Nazaré vai oferecer para esse culto, graças ao Exmº Governador do Estado, Dr. Augusto Montenegro; porque é na escola que vós apurais o sangue mais nobre que vos corre nas veias e vos prepareis convenientemente para os gloriosos combates da civilização (A ESCOLA, 1903, p. 57-59). Outro poema que chamou a atenção durante o levantamento das fontes foi o intitulado “Anjo Enfermo”, de Afonso Celso Junior6, encontrado em uma edição da revista A Escolado ano de 1905, sem numeração devido a capa ter se perdido com o tempo. ANJO ENFERMO Geme no berço, enferma, a criancinha, Que não fala, não anda, e já padece... Penas assim crueis, por que as merece Quem mal entrando na existencia vinha? O melindroso ser, ó filha minha, Si os céos me ouvissem a paterna prece, E a mim o teu soffrer passar podesse, Gôso me fôra a dôr que te espesinha. Como te aperta a angustia o fragil peito! E Deus, que tudo vê, não t’a extermina,Deus que é bom, Deus que é pae, Deus que é perfeito. Sim, é pae... mas a crença nol- o ensina: Se viu morrer Jesus quando homem feito, Nunca teve uma tilha pequenina. (CELSO JUNIOR, 1905, p. 360). 6Era natural de Ouro Preto (MG), nascido em 31 de março de 1860; faleceu em 11 de julho 1938 no Rio de Janeiro. Começou a carreira poética com 15 de anos de idade, publicando Prelúdios.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241413O poema “Anjo Enfermo” é aquele tipo de texto que nos faz refletir não só de um ponto de vista educacional, mas também de uma visão geral acerca da saúde no estado do Pará. O autor tentou passar para os leitores a dor de ter um filho, uma criança, doente. Deve-se entender que, no período inicial da República, o estado do Pará enfrentava um grave problema de enfermidades transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti, que transmitia a febre amarela, doença que matou e afastou muitas crianças das escolas. Logo, a mortalidade infantil passaria a ser uma problemática bastante discutida no período republicano, como aponta Laura Alves (2015, p. 41-45): Com o raiar da República nos finais do século XIX e início do XX, a mortandade infantil tornou-se um problema mais intensamente discutido, uma vez que a infância foi concebida como o “embrião” do país, o sujeito que necessitava ser “saudável”, “forte” e “robusto” para ser capaz de contribuir para o progresso da Nação, por isso, as crianças, enquanto “as sementes do futuro”, necessitavam ser cuidadas e higienizadas. A higiene da escola e das crianças também se configurou como uma discussão essencial na vida daquela juventude. Limpeza e cuidados com o corpo se tornariam sinônimos de desenvolvimento saudável das crianças republicanas e, consequentemente, o desenvolvimento da pátria brasileira. Crianças com corpo saudável e mente sã representavam também a preocupação com a pátria. É nesse cenário que surge a preocupação com a infância, que passava a ser considerada importante para o progresso e desenvolvimento do país, ou seja, descobre-se a infância, e a necessidade de se constituir uma sociedade sadia, moral e fisicamente forte, que pudesse dar continuidade aos processos de modernização do Brasil (ARAÚJO, 2014 apud ALVES, 2015, p. 41-42). Devemos ter em mente que as crianças tinham um papel fundamental na manutenção do regime republicano. Elas seriam responsáveis por difundir o sentimento patriótico que o estado republicano pregava. Eram os pequenos adultos, que desde cedo já teriam grandes responsabilidades com o seu país, como bem aponta Lopes (2018, p. 27-28): [...] a criança republicana passar a ser vista como a responsável pela manutenção política-ideológica da nação, dito de outra forma, a criança republicana é a base da estrutura política da pátria brasileira e através dela, principalmente, seria difundida a ordem e o progresso do Brasil. Portanto, esses poemas publicados em livros e revistas seriam fundamentais para alcançar essas crianças, através de leituras e exposições em sala de aula e, também, fora dela. Para prestar este papel, a revista A Escolaganhará muita força e se colocará como uma
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241414instituição formadora no meio educacional, tanto das crianças, como também dos professores e professoras, a ponto de Santos (2018, p. 120) afirmar que [...] a revista A Escola, como instituição do Estado, procurou dar forma e desenvolver uma República forte e legítima, portanto, o caráter monumental e dominador que assumia frente ao ensino no Estado identificava esse poder estatal, e bem mais que isso, mostrava o tipo de sociedade que se pretendia formar, logo as publicações via artigos, discursos, orientações, poesias, entre outros escritos veiculados por esse impresso reforçavam o papel da República no ensino no Pará. As instituições educativas utilizaram uma diversidade de estratégias para desenvolver nas crianças o sentimento patriótico no país. No Pará, por exemplo, os artigos publicados na Revista A Escolasobre poemas e hinos contribuíram para a difusão do sentimento patriótico. A poesia nas festas escolaresNas escolas, a poesia também se faria presente em momentos de festas escolares. Era comum na primeira república a elite política e intelectual da época, que se dedicava ao desenvolvimento e bem-estar do Brasil, ser homenageada e muito bem recebida em reuniões, visitas aos órgãos públicos e discursos oficiais de políticos. E um desses homens foi o Barão do Rio Branco, que, quando morreu, recebeu homenagens em todo o país, com vários governantes brasileiros expressando o luto em diferentes estados. No Pará, o 5º grupo escolar iria imortalizar o nome de José da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco. Esses eventos contavam com inúmeras apresentações e, entre elas, as recitações de poemas. Dessa forma, no dia 10 de março de 1912, às 09h30 da manhã, ocorreu no 5º grupo escolar uma sessão cívica realizada pelo governo do estado do Pará para homenagear o Barão do Rio Branco, tendo como responsável do Dr. José Fléxa Pinto Ribeiro, Secretário de Estado do Interior, Justiça e Instrução Pública. O evento iniciou com um breve discurso do secretário, seguido de uma apresentação cantada do hino à bandeira, realizada pelas alunas do 5º grupo escolar. Após o canto, Fléxa Ribeiro homenageou o Barão do Rio Branco, convidando as crianças e os jovens a tê-lo como exemplo de patriotismo e fortalecimento da República. O evento contou com recitações de poesias, que tinham como mensagem o respeito e amor à pátria. Iniciando as recitações, o aluno Donato Pires dos Reis recitou o poema de Olavo Bilac intitulado “A Pátria”, que fazia parte do livro Poesias infantis. Esta poesia reflete as simbologias que permeavam a educação na República. Nela, o Brasil é retratado como um lugar
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241415rico em belezas naturais, que produz com eficiência e que abriga a todos com carinho. O poema exalta o amor ao Brasil, e com o verbo “amar” no modo imperativo, com um tom de ordem, direciona justamente às crianças o futuro da República. Abaixo o poema na íntegra: A PÁTRIA Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste! (BILAC, 1904, p. 1). A aluna Elodie Teixeira recitou a poesia de Fernandes Bello, “A Instrução”. Esse poema aborda a dedicação das crianças aos estudos, sendo este o único meio para alcançar novos e grandes patamares. A escola aparece como oficina do saber. Trabalhar era a palavra-chave nesses escritos, reforçando que estudar seria benéfico à criança. O estudo e o trabalho são apresentados como fontes para se chegar a luz: que liberta, que faz as pessoas caminharem na glória. A instrução e a educação são a chave para a libertação da ignorância e da escuridão que o ser humano conserva: A INSTRUÇÃO O século é da instrução. O livro, como Roma, Há de um dia também o mundo conquistar Olhai. Já no horizonte a fresca luz assoma... Que esplendido porvir! Mancebos, trabalhar! Trabalhar e seguir! A escola é a oficina, A grande ebulição, a onde preparais Com vossa débil mão escultural, franzina, A matéria sutil das obras imortais.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241416Não trepideis! avante! A senda da ciência É a estrada escabrosa e ingente do porvir! O estudo fortalece a luz da consciência E nos explica a lei fatal do progredir. Mancebos, trabalhar! Nesta sublime luta Jamais deve temer o crente lutador? Quando Sócrates viu o cálice de cicuta Viu também sobre a fronte o augusto resplendor. Nas páginas do livro a alma agonizante Vai em fonte de luz fartar a sede atroz, - Na fonte da verdade onde beberam Dante, E Galileu e Cristo, os mártires heróis. Mancebos, trabalhar! Deixai que em nossos peitos O direito e o dever, com sua luz ideal, Façam cair por terra os velhos preconceitos E as velhas tradições geradas pelo mal. Deixai que sobre vós, levitas do futuro, Caia a benção do céu em laminas de luz! - Nós todos temos sim! Neste viver obscuro As glorias imortais depois de ter a cruz. (BELLO, 1904, p. 214). Foi apresentado durante a cerimônia um retrato do Barão do Rio Branco, por duas alunas do 5º grupo escolar, e a banda da brigada militar começou a entoar o hino nacional. Nos momentos de celebrações, o patriotismo era cada vez mais exaltado, momentos oportunos para elevar o espírito republicano nos presentes. Por fim, a então diretora do 5º grupo escolar, Maria do Amaral, discursou em agradecimento pela instituição ter recebido o nome do Barão do Rio Branco. A cerimônia finalizou com a apresentação do Hino Nacional pelas alunas do 5º grupo escolar, regido por Manoel Paiva. Depois da programação, Fléxa Ribeiro convidou todos os presentes para assistirem à inauguração da lápide comemorativa, que se encontra até hoje na Escola Barão do Rio Branco. Alfredo Bosi (1977, p. 111) afirma que “a atividade poética busca uma intensa relação com o ‘mundo-da-vida’”. Essa relação se dá principalmente a partir da forma que o poeta expressa, ou seja, dá vida às palavras de acordo com o que ele vive. No caso da poesia na primeira república, esperava-se que as crianças também vivenciassem as mesmas aspirações do poeta. Neste momento da história, a poesia desempenha um papel muito mais instrutivo e moldador de caráter do que necessariamente ser um texto reflexivo, sendo um instrumento muito utilizado para difundir o patriotismo entre as crianças nas escolas.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241417Os hinos escolaresOs hinos escolares foram outra forma de aproximar a escola e, consequentemente, as crianças do sentimento patriótico e de exaltação à pátria brasileira. Esse sentimento de amor pela pátria deveria se efetivar através do amor pelo estudo, pois era com o pequeno cidadão republicano bem formado na moral e civilidade que a pátria se desenvolveria. Santos (2018, p. 129) destaca que [...] o ensino cívico disseminado pel[os] [...] hinos escolares, ressaltando que essas composições se estabeleceram no ensino primário paraense como um ornato perfeito para as celebrações cívicas das escolas, além de se agregarem aos conteúdos das leituras diárias desses alunos, compondo assim o rol curricular da proposta de educação republicana que se utilizou de diversos artifícios para pôr em prática seus ideais. O primeiro hino que trazemos para análise é de Raymundo Bertoldo Nunes7, intitulado “A Marselheza do Estudo”. O título faz referência ao hino nacional francês intitulado La Marseillaise8, que foi composto pelo oficial Claude Joseph Rouget de Lisle, ficando muito conhecido durante a Revolução Francesa. Neste canto, o autor trabalha com a união de palavras como luta, estudo, respeito e civismo, procurando incutir nos jovens republicanos o sentimento de dever e luta pela árdua busca da educação, assim como os franceses lutaram durante a revolução. Eis o hino na íntegra: A MARSELHEZA DO ESTUDO (Versos de Raymundo Bertoldo Nunes Música do Maestro Bernardi) CôroEia, jovens! Á luta! Á conquista Do direito, da luz, da razão! Alarguemos contentes a vista Do futuro na vasta amplidão SoloSério estudo, união e respeito Formam nobre e sublime trindade Realçada por esta divisa: - lei, civismo, constância, igualdade! Eia, jovens, etc. 7Era educador e sempre lutou pelo ensino primário em Vigia; foi um dos fundadores da Sociedade Literária e Beneficente “Cinco de Agosto”. Na esfera educacional, sua contribuição foi a ideia de a educação ser promovida pela implantação de uma Escola Primária e de um Externato (estabelecimento de ensino somente com alunos externos, ou seja, que não residem no mesmo), para levar instrução gratuita à população desprivilegiada. Disponível em: https://www.culturavigilenga.com/copia-biografias. Acesso em: 06 nov. 2019. 8A Marselhesa.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241418- Estudar, estudar com afinco Do Cruzeiro eis a senha, eis o grito. O que já conquistamos é muito, O que resta saber... infinito. Eia, jovens, etc. Prossigamos, portanto, na luta, A cantar, a estudar, a sorrir! E cobertos de louros e bençãos, Chegaremos com gloria ao porvir. Eia, jovens, etc. (NUNES, 1904, p. 54). Podemos perceber que os hinos traziam fortemente, mesmo que diluídos, o que Nunes (1904) chamou de “nobre e sublime trindade”. O estudo, a união (característica do patriotismo) e o respeito (mesmo que imposto) eram fundamentais para a constituição desse sujeito. Era importante esse reforço tanto nos monumentos e nomes de ruas, como dentro das escolas, através de vários mecanismos, como os hinos. Nunca desassociado disso, o autor mostra com este hino claramente que “lei, civismo” e o estudo deviam andar lado a lado impreterivelmente, pois, como afirmam Costa e Menezes Neto (2016, p. 74), “tornou-se importante a divulgação dos ideais e valores republicanos nas escolas primárias a fim de formar cidadãos úteis à pátria”.Outro hino escolar é de Guilherme de Miranda9, que tem como título “Hymno ao Estudo”:HYMNO AO ESTUDO Nas batalhas serenas do estudo Seja o nosso phanal... a victoria; Nossos livros que sirvam de escudo Nas conquistas supremas da Glória. Como os astros que brilham na calma D’estes límpidos céus do Equador,Brilhe sempre vivaz, em noss’alma,Da instrução esse intérmino amor. Guerra eterna façamos á treva, Surja a luz que nos guie a vencel-a... Da ignorância a bandeira se eleva Nós seremos heróis pra abatel-a. Piedade em noss’alma não moreSe a bandeira rasgarmos cruéis; Nossa fronte serena se enflore Dos mais bellos e eternos laureis. (MIRANDA, 1904, p. 85). 9Não foram encontrados dados sobre autor.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241419As pesquisas têm mostrado que nossos antepassados republicanos tinham um apreço por comparar os alunos, o estudo e a escola a soldados em um campo de batalha, onde as armas e as defesas eram representadas pelos livros, materiais escolares e o próprio conhecimento. O Brasil enquanto país republicano sempre exaltou os seus “heróis” nacionais, desde grandes generais até políticos e diplomatas que tiveram papéis importantes nas conquistas políticas e territoriais do país. Era bastante comum esses “heróis” serem homenageados em monumentos republicanos, em nomes de ruas (como já mencionado acima), em eventos (pela cidade e os escolares), nos poemas e hinos. Percebe-se assim que os poetas, compositores, escritores e outros artistas que contribuíam ou estavam diretamente ligados à educação queriam dar um pouco desse gosto do “herói patriota” para pessoas comuns da sociedade, então, por que não fazer isso com as crianças? Desde cedo as crianças teriam contato com esses atos de “heroísmo” e, assim, comparar a educação a uma batalha “heroica” fazia bastante sentido, quando entendemos ser uma estratégia daquela época, como reforça Gomes (2009, p. 12): [...] o fato da glória e do heroísmo não existirem apenas nos eventos e homens extraordinários, mas também nos ordinários, no cotidiano das pessoas comuns. Seria então importante ensinar às novas gerações que a pátria também se faz com muitos heróis anônimos, que trabalham se esforçam e participam da construção de uma nacionalidade, devendo lembrados e cultuados. O intuito, em grande parte, dos hinos escolares, era comparar o estudo ao trabalho. Por isso, eram comuns palavras de ordem, como a do “Hymnoescolar”, escrito por Theodoro Rodrigues10. Podemos notar a utilização das palavras “avante” e “trabalhar” em tom de ordem, como se as crianças fossem soldados do poderoso exército que era a escola primária. E com isso, as crianças eram submetidas a aceitar o árduo “trabalho” de estudar e, para além disso, a missão de fazer da instrução pública paraense um exemplo para todo o país: As palavras de ordem como “avante” e “marchamos”, anunciavam e convocavam todos para a marcha, rumo a um país forte, a uma nação honrada. O entusiasmo ufanista da marcha melódica que o hino soava adentravam aos ouvidos das crianças do ensino paraense, como refrigério que nutria seus corações. Contudo, esse tipo de produção literária uniformizava o sujeito, isto é, os padronizava em seus anseios, convicções e escolhas, arrisco aqui em dizer que, de certa forma, essas crianças não tinham escolhas, o “encanto” republicano se colocava como única opção para suas vidas (SANTOS, 2018, p. 133-134, grifo nosso).10Theodoro era de Vigia, no Pará. Nasceu em 1874 e morreu em 1912. Passou a vida no Amazonas, estado em que teve grande vivência profissional e literária.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241420O “Hymnoescolar” de Theodoro Rodrigues era um desses hinos, que convocava os pequenos republicanos para a luta pela instrução, para o desenvolvimento da educação paraense, da moral e da civilidade do povo paraense e brasileiro: HYMNO ESCOLAR Como a flor que recebe do orvalho Toda a seiva da vida que tem, Largos haustos de luz no trabalho, Nossas almas recebem também. CôroTrabalhar! Avante! Avante! Que o livro á gloria conduz! Rompa o combate incessante Pela conquista da luz. Nas estrelas que tem o alphabeto, Nos exemplos que os livros nos dão, Encontramos o sol predilecto, Que ilumina atravez da licção. CôroTrabalhar! Avante! Avante! Que o livro á gloria conduz! Rompa o combate incessante Pela conquista da luz. Saberemos vencer. Para tanto, Nossas armas são grandes demais! Contra o erro o combate é tão santo E as victorias do livro immortaes! CôroTrabalhar! Avante! Avante! Que o livro á gloria conduz! Rompa o combate incessante Pela conquista da luz. (RODRIGUES, 1905, p. 363). Neste hino, é possível observarmos a comparação da instrução com as ações da natureza, ou seja, tão bela e formosa como a seiva que dá vida às flores é a instrução, que dá vida às crianças. Assim como o sol ilumina a terra, a instrução iluminaria a mente das crianças, através das lições e dos livros. Veja que a instrução no período republicano era vista como a única capaz de tirar as crianças da obscuridade que era a ignorância, conquistando a luz das ciências através do trabalho e de muita dedicação aos estudos. Nesse sentido, [...] a responsabilidade para obtenção de um país culto, moderno, científico, forte e grandioso não somente em povos, mas em estruturas territoriais, econômicas e agrícolas, recaía sobre o pequeno ser, a criança, o cidadão que
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241421ali estava sendo gestacionado, moldado mediante ideais claros e precisos do projeto republicano. À criança se exigia o compromisso cívico e pátrio, era o seu dever seguir o que lhe era posto, não existia outro caminho a ser seguido, do contrário, estaria esse pequeno ser fadado ao fracasso e insucesso social (SANTOS, 2018, p. 133). Na mesma intenção dos hinos escolares criados por diversos autores e compositores daquela época, as instituições de ensino também passariam a ter seus próprios hinos, representando aquela instituição em momentos de festividades escolares. Era o caso do “Hymno do grupo Escolar José Verissimo”, escrito por Antonio de Macedo11: HYMNO DO GRUPO ESCOLAR JOSÉ VERISSIMO Sorridentes, felizes crianças, Vimos todas beber instrucção Neste grupo que aninha Esperanças Na cultura da nossa razão. CôroNossa patria, que é mãe extremosa, De seus filhos confia no amor. Para ser no povir venturosa, Sem temer inimigo furor. Companheiros, o estudo é Jordão Que nossa alma redime e ennobrece! Quem desdenha de tal redempção Nas batalhas da vida esmorece. CôroNossa patria etc. Nossos livros irão nos motrando Plagas onde é eterna a manhã, Qual calumna de fogo guinando Os hebreus á feliz Chanaan. CôroNossa patria etc. Sob a sombra fecunda da Paz Há de então o Brasil progredir, - Estas terra que a todos apraz Ver feliz, elevar-se e subir. (MACEDO, 1905, p. 250). Esse hino de Antonio Macedo mostra uma criança feliz por estar estudando e recebendo a instrução, neste caso, no grupo escolar José Verissimo. Notemos algo que parece corriqueiro, tanto em hinos quanto em poesias: a adoração ao livro. O livro seria um instrumento 11Não foram encontrados dados sobre o autor.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241422considerado eficaz para o ensinamento das crianças na primeira república, e por este motivo o governo não media esforços para trazer e produzir bons livros. O governo paraense também passou a investir na educação moderna, enviando especialistas da área da educação para viagens a países europeus, com o intuito de apreender o que de mais moderno e eficiente havia nos ramos da educação estrangeira e, assim, garantir a eficácia de suas metodologias educacionais, como podemos observar na mensagem a seguir, escrita por Augusto Olympio de Araujo e Souza, secretário do governo: Secretaria do Estado do Pará Belém, 4 de julho de 1900 Sr. Dr. Chefe de segurança. Comunico-vos, para os devidos fins, que Sr. Dr. Governador do Estado, resolveu comissionar o Dr. Paulino d’Almeida Britto, durante 6 meses, para ir à Europa estudar assuntos relativos a instrução primária e iniciar a publicação de uma série de livros elementares com que deseja metodizar o ensino entre nós, devendo durante aquele tempo ser-lhe abonado o ordenado de cargo de secretário desse estabelecimento e ficar a respectiva gratificação em favor de seu substituto Saúde e fraternidade (PARÁ, 1900, p. 04). O governador buscava a modernização da educação através da produção de livros mais qualificados, incluindo os livros de poesias e os conteúdos que compunham a revista A Escola, além de professores capacitados, materiais escolares de qualidade e um currículo que satisfizesse o pensamento republicano, ao menos, em teoria. Fazendo parte do aspecto formativo da escola, as comemorações, as festas, as homenagens, os desfiles e espetáculos, o hasteamento da bandeira, a entoação do hino nacional [e hinos escolares], a visita a túmulos, o torneio de boas ações, entre outros, eram rituais que visavam a instituir uma memória coletiva da República. Demonstravam quem e como devia ser lembrado e quem e o que deveria ser negligenciado e esquecido. Nesse contexto, a escola estaria participando na criação de uma tradição coletiva (ROSSI, 2017, p. 167). Dessa forma, estabelecia-se o que Hobsbawm e Ranger (1997, p. 9) chamam de “tradições inventadas”, que no caso da primeira república, consistiam em rituais que tinham por objetivo orientar a formação da criança com os valores e preceitos do governo republicano através de comportamentos repetitivos, que se fincassem no intelecto dos pequenos republicanos. E o canto dos hinos seriam um desses rituais, que se perpetuariam nas escolas por longos anos.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241423Considerações finaisO conteúdo temático dos poemas no período da primeira república dava destaque ao civismo, patriotismo e à instrução do corpo e da mente. Esse destaque era uma forma de moldar a criança através da arte da leitura na sala de aula. As letras apresentavam instruções de como a criança deveria comportar-se em sala de aula e no cotidiano externo à escola, pois com bons modos e civilidade ela cresceria de forma adequada para ser um bom cidadão republicano. O poema e a poesia passaram a ser veiculados com frequência nas revistas, principalmente na revista A Escola, que era de caráter obrigatório para os professores. Logo, os poemas passaram a fazer parte não só do cotidiano escolar, mas também do cotidiano social, fora da escola, na família, com os amigos, nas festividades, contribuindo para a construção, através deste gênero literário, do futuro do Brasil: as crianças. Logo, percebemos que os poemas e as poesias se configuraram, na primeira república brasileira, um instrumento de poder político, que passou a ser amplamente difundido em revistas, como A Escola, em livros, como Poesias Infantis, e em festas escolares, com o intuito de levar ideais patrióticos muito fortes naquele período. Não muito diferente dos poemas, os hinos escolares acompanharam o processo de inculcação dos sentimentos patrióticos da primeira república. Normalmente cantados em festas escolares, eles traziam, para além da letra, melodia que envolveria todos os presentes e que acabaria por assujeitar esses atores sociais a partir de tais discursos, ou como diria Althusser (2001), Aparelhos Ideológicos de Estado. A criação de hinos escolares passava a ser uma marca das instituições paraenses, que com seus hinos próprios homenageavam o Brasil, o Pará e todos os que contribuíram para a formação da pátria, além de fortalecerem através da música a missão que lhes foi dada: trazer as crianças para o patriotismo e para o desenvolvimento da instrução pública. REFERÊNCIASA ESCOLA:revista oficial do ensino. Belém: Imprensa Official, n. 34, jan. 1903. A ESCOLA: revista official de ensino. Belém: Imprensa Official, n. 47, v. VIII, fev. 1904. ALVES, L. M. S. A. A política de caridade, assistência, e proteção à infância desvalida em Belém do Pará. Revista Arquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 3, n. 6, p. 34-64, ago./dez., 2015. Disponível em: periodicos.pucminas.br/index.php/arquivobrasileiroeducacao/article/download/P.2318-7344.2015v3n6p34/10169. Acesso em: 01 jan. 2019.
image/svg+xmlOs poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241424BELLO, F. A Instrução. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 4, n. 48, p. 214, mar. 1904. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-48-1904/. Acesso em: 10 out. 2021. BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Francisco Alves, 1904. BOSI, A.O ser e o tempo na poesia. São Paulo: Cultrix LTDA, 1977. CELSO JUNIOR, A. Anjo enfermo. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 5, n. 60, p. 360, jan. 1905. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-60-1905/. Acesso em: 05 out. 2021. COELHO, M. O. Livros escolares: portadores de formação do sentimento nacional. In:ARAÚJO, S. M. S.; FRANÇA, M. P. S. G. S. A.; ALVES, L. M. S. A. (org.). Educação e instrução pública no Pará imperial e republicano. Belém: EDUEPA, 2015. p. 195-216. COSTA, M. B. C.; MENEZES NETO, G. M. Livros escolares e provas de “portuguez”: formação civilizadora na instrução pública do Pará (1898-1912). Revista Latino-Americana de História, v. 5, n. 15, p. 69-90, jul. 2016. Disponível em: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/download/722/664. Acesso em: 3 set. 2020. FEITOSA, J. A. A Educação no Pará: documentário. Belém, PA: Secretária de Estado e Educação, 1987. GOMES, A. C. República, educação cívica e história pátria: Brasil e Portugal. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 25., 2009, Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: UFC, 2009. 12p. Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772007_7a9c0f9f89c6fd79a0accc00fe84ed64.pdf. Acesso em: 3 set. 2020. HOBSBAWM, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Tradução: Celina Cardim Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Coleção Pensamento Crítico; v. 55. LOPES, M. A. da S. Vitrine da república: a educação de crianças no 5º grupo escolar “Barão do Rio Branco” em Belém-PA (1900-1912). 2018. 120 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade do Estado do Pará, Belém, 2018. MACEDO, A. Hymno do grupo Escolar José Verissimo. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 250, jan. 1905. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Acesso em: 12 dez. 2018. MCLAREN, P. Rituais na Escola: em direção a uma economia política de símbolos e gestos na educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. MELLO, O. Bons Conselhos. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 238-240, jan. 1905. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Acesso em: 12 dez. 2018.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES e Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241425MIRANDA, G. Hymno ao Estudo. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 4, n. 56, p. 85, nov. 1904. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-56-1904/. Acesso em: 27 maio 2020 NUNES, R. B. A Marselheza do Estudo. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 4, n. 56, p. 54, nov. 1904. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-56-1904/. Acesso em: 27 maio 2020. PARÁ. Diário oficial do Estado do Pará. Ano X 12., n. 2669, Belém, 04 de julho de 1900. PEIXOTO, S. A. O parnasianismo no Brasil: variações sobre um mesmo tema. O eixo e a roda: v. 19, n. 2, p. 107-117, 2010. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/viewFile/3355/3285. Acesso em: 19 dez. 2018. RODRIGUES, T. Hymno Escolar. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 5, n. 60, p. 363, jan. 1905. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-60-1905/. Acesso em: 15 abr. 2021. ROSSI, E. R. A educação escolar primária na Primeira República (1889-1929). Série-Estudos, Campo Grande, v. 22, n. 45, p. 159-171, maio/ago. 2017. Disponível em: www.serie-estudos.ucdb.br/index.php/serie-studos/article/download/1048/pdf. Acesso em: 12 dez. 2018. SANTOS, D. S. M. A arte de civilizar: a educação cívico patriótica na revista A Escola e na Revista do Ensino no Pará republicano (1900-1912). 2018. 148 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Pará, Belém, 2018. SOUZA, R. A. História da Literatura: trajetória, fundamentos, problemas. São Paulo: É Realizações Editora. 2014. SOUZA, R. F. Lições da Escola Primária. In:SAVIANI, D. et al.O legado educacional do século XX no Brasil. 3 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2014. p. 101-141. Como referenciar este artigo LOPES, M. A. S.; FRANÇA, M. P. S G. S. A. Os poemas e os hinos escolares no ensino primário Paraense: Difundindo o sentimento republicano (1904-1905). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15824 Submetido em:08/11/2021 Revisões requeridas em: 25/12/2021 Aprovado em: 10/02/2022 Publicado em:01/04/2022
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241410LOS POEMAS Y LOS HIMNOS ESCOLARES EN LA ENSEÑANZA PRIMARIA PARAENSE: DIFUNDIENDO EL SENTIMIENTO REPUBLICANO (1904-1905) OS POEMAS E OS HINOS ESCOLARES NO ENSINO PRIMÁRIO PARAENSE: DIFUNDINDO O SENTIMENTO REPUBLICANO (1904-1905)THE POEMS AND SCHOOL ANTHEMS IN THE ELEMENTARY SCHOOLS OF PARÁ: SPREADING REPUBLICAN SENTIMENT (1904-1905)Mário Allan da Silva LOPES1Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇA2RESUMEN: Este artículo tiene por objetivo analizar los poemas y los himnos escolares que eran utilizados en la educación escolar republicana paraense como difusores del pensamiento republicano. Fueron utilizadas como fuentes los poemas “O credo”, “A casa” y “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” del Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) y “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), además de los himnos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) y o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). El aporte teórico se asienta en Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), Lopes (2018), autores que contribuyeron para comprender la educación en la Primera República, así como el sentimiento de patriotismo en circulación en la época. Se verificó que las poesías e himnos escolares contribuyeron a difundir entre los niños el sentimiento republicano de amor por la patria y de lucha por el desarrollo intelectual. Por lo tanto, se considera así que en la primera república se utilizaron diferentes artificios para recorrer el camino del alumnado en los moldes de la civilidad y del buen moralismo. PALABRAS CLAVE: Poema escolar. Himnos escolares. Enseñanza primaria. República. Pará. RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar os poemas e os hinos escolares que eram utilizados na educação escolar republicana paraense como difusores do pensamento republicano. Foram utilizadas como fontes os poemas “O credo”, “A casa” e “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” de Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) e “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), além dos hinos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) e o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). O aporte teórico assenta-se em Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018) e Lopes (2018), autores que contribuíram 1Universidad Estatal de Pará (UEPA), Belém PA Brasil. Doctorando en Educación por el Programa de Posgrado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6682-4633. E-mail: marioallan19@yahoo.com.br 2Universidad Estatal de Pará (UEPA), Belém PA Brasil. Profesora del Programa de Posgrado en Educación de la UEPA. Doctorada en Educación (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6974-2606. E-mail: socorroavelino@hotmail.com
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241411para compreender a educação na Primeira República, bem como o sentimento de patriotismo em circulação à época. Verificou-se que as poesias e hinos escolares contribuíram para difundir entre as crianças o sentimento republicano de amor pela pátria e de luta pelo desenvolvimento intelectual. Portanto, considera-se assim que na primeira república foram utilizados diferentes artifícios para trilhar o caminho do alunado nos moldes da civilidade e do bom moralismo. PALAVRAS-CHAVE: Poesias escolares. Hinos escolares. Ensino primário. República. Pará. ABSTRACT: This article aims to analyze the poems and school anthems that were used in the Pará Republican school education as diffusers of the Republican thought. The poems "O credo", "A casa" and "A Pátria" by Olavo Bilac (1904), "A Instrução" by Fernandes Bello (1904), "Anjo Enfermo" by Affonso Celso Junior (1905) and "Bons Conselhos" by Octaviano Mello (1905) were used as sources, besides the school hymns "A Marselheza do Estudo" by Raymundo Bertoldo Nunes (1904), "Hymno ao Estudo" by Guilherme de Miranda (1904), "Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo" by Antonio Macedo (1905) and the "Hymno Escolar" by Theodoro Rodrigues (1905). The theoretical contribution is based on Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), and Lopes (2018), authors who contributed to understanding education in the First Republic, as well as the feeling of patriotism in circulation at the time. It was found that school poems and anthems contributed to spread among children the republican sentiment of love for the motherland and the struggle for intellectual development. Therefore, it is considered that in the first republic, different artifices were used to guide the students in the path of civility and good moralism.KEYWORDS: School poem. School anthems. Primary education. Republic. Pará.IntroducciónEl proceso de institucionalización de la escuela pública primaria en el estado de Pará, en la primera década de la República, utilizó muchos mecanismos que se sumarían a los intentos de aprovechar la imagen que se pretendía construir en torno al nuevo régimen. Entre estos mecanismos, destacamos el uso de materiales impresos para el desarrollo de la lectura de maestros y niños de escuelas estatales. Estas formas servirían en ese momento como soporte en la circulación del imaginario que se había creado; es el caso de la impresaLa Escuela, creada especialmente como aliada del poder administrativo de Pará. De hecho, la revista [La Escuela] nacióy configu[ró] como un apoyo a la educación pública, siendo así una puerta de entrada al cumplimiento de los deseos de un grupo de intelectuales que los produjeron y que vieron en la educación el ascenso del ciudadano cercano al estándar de la modernidad europea. Estos intelectuales ya demostraron en sus páginas una cierta preocupación por la instrucción de los futuros brasileños, destacando así una instrucción vinculada a la ciudadanía política en la Primera República (SANTOS, 2018, p. 26).
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241412En vista de esto, analizaremos algunos poemas publicados en esta revista y en libros, como "A Pátria", "A Casa" y "O Credo" de Olavo Bilac (1904), "A Instrução" de Fernandes Bello (1904), "Anjo Enfermo" de Affonso Celso Junior (1905) y "Bons Conselhos" de Octaviano Mello (1905). Es importante mencionar que los términospoemay poesíason diferentes. El primero se refiere a un género textual, con características propias como versos, musicalidad, metáforas. El término poesía se refiere a manifestaciones artísticas, que no siempre pueden estar vinculadas a un poema. La poesía extrapola el texto, y puede manifestarse en pinturas, música, esculturas, fotografías, entre otros.3. También trabajaremos con los himnos escolares "A Marselheza do Estudo" de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), "Hymno ao Estudo" de Guilherme de Miranda (1904), "Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo" de Antonio Macedo (1905) e "Hymno Escolar" de Theodoro Rodrigues (1905). Es un hecho que la República en Pará fue constituida por intelectuales de diversas áreas y performances, que pensaron la política, la economía y la cultura de Pará, llenas de ideas, percepciones y valores, visualizados en lo que produjeron, como la poesía y los himnos escolares creados especialmente para la enseñanza, que ganaron visibilidad en las páginas de la revistaA Escola y alcanzaron un gran espacio en la educación del futuro ciudadano republicano. Sobre la poesía centrada en la educación primaria en el estado en los primeros años del régimen que se consolidó en Pará, nos atrajo la frecuencia y la visibilidad que se le da a este tipo de producción no solo en la vida cotidiana de las aulas, sino especialmente en las ceremonias y celebraciones cívicas. Sobre la base de lo anterior, se hizo la siguiente pregunta: ¿cuál es el papel de los poemas y los himnos escolares en la escuela primaria de Pará? Con esto, pretendemos analizar cómo la poesía y los himnos escolares fueron utilizados en la educación escolar republicana de Pará como difusores del pensamiento republicano. Para ello, entendemos que los géneros literarios, incluido el poema, se constituyeron como una herramienta de educación en la construcción del estado nacionalista brasileño en la primera república, ya que Las producciones literarias, marcadas por el sentimiento nacionalista y moralista, estuvieron presentes en la poesía y los poemas. Esta influencia nacionalista también gobernó la composición de los himnos escolares en las escuelas de Pará, por lo tanto, todas estas producciones destacaron la 3Según "Poesía, poema y soneto". Disponible en: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/poesia-poema-soneto.htm. Acceso en: 07 nov. 2021.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241413educación como la fuente regeneradora para el progreso del país (SANTOS, 2018, p. 39). Según Roberto Acízelo de Souza, la literatura expresa sentimientos, valores y cultura, es decir, las peculiaridades de una nación y, además, estas peculiaridades están vinculadas al tiempo histórico en el que estos textos fueron pensados, escritos y leídos por los sujetos. Así La configuración de su objeto, por lo tanto, forma parte de la premisa central del romanticismo: cada nación se distingue por peculiaridades físico-geográficas y culturales, y la literatura es especialmente sensible a tales peculiaridades, de lo que deriva su condición de porción privilegiada de la cultura, funcionando a la manera de un espejo en el que el espíritu nacional puede apuntar y reconocerse. Dama de tal objeto estratégico para sondear e identificar el "carácter nacional". [...] fue la única que se asentó junto a una historia que podría calificarse como general (de hecho, de dominio político) en los currículos escolares, integrando así los sistemas de educación cívica implementados en los diversos estados nacionales (SOUZA, R. A., 2014, p. 58). Por lo tanto, este artículo se dividirá en dos momentos. Inicialmente, analizaremos algunos poemas escolares encontrados en publicaciones de la revistaA Escola(1904-1905) y que fueron recitados en una fiesta en el 5º grupo escolar. En el segundo momento, analizaremos los himnos escolares, bastante comunes en ese período y que también se publicaron en la revista. Poesía en los impresos pedagógicosLa educación era vista por los gobernantes de la República como un espacio para la difusión del sentimiento republicano, sin embargo, se necesitaban herramientas para que este sentimiento se inscribiera en el imaginario que se construyó en torno al nuevo régimen. Para ello, el sentimiento patriótico necesitaba ser parte de la vida de los niños, y la escuela era un espacio propicio para la difusión de rituales que incluían el uso de textos literarios, especialmente aquí los poemas. Para McLaren (1991), los rituales tienen una forma específica de acción, dirigida a la integración social al desempeñar un papel significativo en la formación de la personalidad del individuo. Este autor aclara que los rituales pueden incluso utilizar el lenguaje codificado con el uso de textos, estableciendo así una cierta autoridad sobre quienes se apropian de estas lecturas. Además de poemas publicados en la revista A Escola, también se publicaron libros de grandes intelectuales de la época, personas que destacaron y contribuyeron a la formación de
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241414los niños, ya sea con libros sobre temas escolares, o con libros de poemas, como es el caso de Poesías Infantis, deOlavo Bilac. Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac4nació en Río de Janeiro el 16 de diciembre de 1865 y murió el 28 de diciembre de 1918; fue periodista, poeta e inspector de educación. Sus producciones poéticas encajan en la escuela literaria francesa conocida como parnasianismo, que tenía algunas características llamativas, como el uso de palabras descabelladas, rimas, pocas figuras del lenguaje y se preocupaba por mirar el mundo de una manera más objetiva, a diferencia del sentimentalismo del romanticismo. [...] la preocupación constante por el lenguaje, por la forma, por la técnica del verso; no hay lugar para las emociones, para los sentimientos. En definitiva, una cierta elegancia necesaria, un distanciamiento estudiado, una pose aristocrática de un gran artista, todo ello bien característico de la estética parnasiana lanzada por Leconte de Lisle (PEIXOTO, 2010, p. 110). Sin embargo, el parnasianismo brasileño, representado principalmente por Olavo Bilac, venía con una cierta diferencia de lo que se había propuesto en Francia. Bilac trajo en sus textos algo que lo acercó a las emociones y, en cierto modo, esto terminó siendo utilizado en las escuelas primarias, ya que, al mismo tiempo que la racionalidad se desprendía de la modernidad, las emociones que debían vivir los niños de la República no se perdían: Fue él [Olavo Bilac] uno de los que más se apartó de la teoría parnasiana francesa, incluyendo [...] escribiendo una paráfrasis del decididamente antiparnasiano Baudelaire. Su poema más conocido, por aparecer en todos los libros de texto, es "Profesión de fe". Está herido el principio básico del parnasianismo: objetividad, exención personal. Si decimos que la "Profesión de fe" no contiene elementos del gran arte parnasiano, estaríamos mintiendo; allí vemos la preocupación por las ricas rimas, con el tono solemne y noble, con la rara palabra en busca de una rara belleza antigua, con los enjambementos a menudo artificiales. Sin embargo, todo esto se encuentra, en el poema, de alguna manera subvertido por un poeta esencialmente lírico. La emoción y el entusiasmo del poeta superan [sic] la razón, y Bilac deja que su i domine todo el conjunto (PEIXOTO, 2010, p. 110). El libro Poesias infantistuvo una gran aceptación por parte de los intelectuales de Pará; incluso ganó un artículo de noticias publicado en la revistaA Escolado ano de 1904 y escrito por Arthur Vianna (A ESCOLA, 1904, p. 182, grifo nuestro) Un buen libroRecomendamos al maestro de Pará una excelente obrinha destinada al uso de las escuelas, titulada Poesía infantil. La realización artística de la obra es 4Según "Olavo Bilac". Disponible en: http://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/biografia. Acceso: 21 dic. 2018.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241415bôa, tanto como parte tipográfica, como en relación con grabados ilustrativos, impresos en una sola tinta, pero variando en coloración cada página. Olavo Bilac fue un poeta reconocido en Brasil y muy respetado por su intelectualidad educativa. Esto confirma el aprecio que se tenía por su poesía y su papel en el proceso de enseñanza de los niños. Vemos en el propio discurso de Arthur Vianna cuánto contribuiría este libro a la formación del niño, no solo intelectual, sino también moral y patriótico, llevando a los niños a amar su hogar, sus padres, la humanidad, la patria y los pobres: Firme la simpatía obrinha el célebre nombre de Olavo Bilac, que en sí mismo, vale una recomendación especial. Es necesario, sin embargo, considerar que no basta con ser un Bilac para producir una buena obra en este difícil pedagógico género, ni siquiera sería preferible elaborar un libro poeta tan grande y consagrado, si careciera de la orientación técnica, por así decirlo, para concebir las ideas y explicarlas en versos sencillos al alcance del cerebro de los niños. Una obediencia restringida a los preceptos del arte poético, o una preocupación por los problemas, tergiversaría la obra, prestándole los defectos de incomprensible y aburrida. Olavo Bilac, sin embargo, empuñando su pena laureada, supo elegir los asuntos, supo tratarlos adecuadamente, para hacer vibrar los sentimientos afectivos de la crianza, dándole a su corazón el lenguaje del traje del amor por el hogar, el país, por la humanidad, por la patria y por los pobres. Es una joya en el libro, tan simple, tan bien cuidada, tan rica en enseñanzas morales vivificantes (LA ESCUELA, 1904, p. 182). La moralidad era un punto muy trabajador en las obras de la educación primaria. En los poemas no sería diferente, porque era muy común que su contenido guiara la buena conducta y la moral, de modo que, así, el niño estaba cada vez más vinculado, a través de palabras hermosas y descabelladas, al sentimiento patriótico tan buscado por el Gobierno de Pará y Brasil. La expansión de las escuelas primarias y el fortalecimiento de los estados nacionales desde mediados del siglo 19 han proporcionado el crecimiento de la producción de libros escolares en varios países de todo el mundo. Entre estos libros, están los de lectura actual, con narrativas que trajeron lecciones de Historia, Geografía y Ciencias, pero, sobre todo, de Moral (COELHO, 2015, p. 195). Uno de los poemas que conformaron el libro de Olavo Bilac se llama "El credo", que pretende presentar el sentimiento republicano de amor, respeto y celo por la patria, para extraer de los niños sentimientos puros y verdaderos, sin perder de vista el sentimiento de "lucha" que debería tener que enfrentar el día a día (en la escuela, en la calle, en casa). EL CREDO ¡Cree en el deber y la virtud! Es una pelea loca y grosera La vida, vas a entrar. Pero, siendo bueno, con este escudo, Serás feliz, ganarás todo:
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241416Quien nace se beneficia. ¡Y cree en la patria! En la forma en que la ves, Presa de las idéas malvadas, En cualquier época, infeliz, ¡No te rindas! ¿Por qué Gloria? Ir a ver en una victoria Cambia cada cicatriz. ¡Y cree en el bien! Inda que, un día, En la desesperación y la agonía, Más miserable que nadie, Te niegas pobre y vilipendiado, De todos los despreciados ¡Perdona el mal! ¡Y cree en el bien! ¡Y cree en el Amor! Se puede hacer la guerra Cubrí toda la tierra con sangre, Levanto a toda la desolación, - Pero polvo, claro y sublime Caer en un gran crimen ¡Una palabra de perdón! (BILAC, 1904, p. 112-113). (Traducción nuestra) Arthur Vianna hizo un cumplido explicando más bien lo que él mismo absorbió al leer el poema de Bilac. Palabras que expresan el sentimiento de belleza y que la poesía alcanza niveles de interacción con los niños capaces de influir e incitarlos a exaltar la patria brasileña: ¿No es eso bello? Sin escatimar en los viejos moldes, antes de pasar por las ideas modernas, presenta el credo infantil en cinco palabras que contienen epopeyas: deber, virtud, patria, ¡bien y amor! Luego, presentando al niño al niño e instándolo a que lo relaje con amor, como lo hizo conmovedoramente (THE SCHOOL, 1904, p. 183). Entonces nos dimos cuenta de la importancia de la educación patriótica. Se preocupó por formar, además de profesionales e intelectuales, y además de las ciencias, seres humanos moldeados en las virtudes de la república, entiendo una formación moral, cultural y social: La educación presuponía un compromiso con la formación integral del niño que iba mucho más allá de la simple transmisión de conocimientos útiles dados por la educación e implicaba esencialmente la formación del carácter a través del aprendizaje de la disciplina social: obediencia, limpieza, orden, puntualidad, amor al trabajo, honestidad, respeto a las autoridades, virtudes morales y valores cívico-patrióticos necesarios para la formación del espíritu de nacionalidad (SOUZA, R. F., 2014, p. 119).Otro poema que formó parte del libro de Olavo Bilac se titula "La Casa". En esta poesía el autor plantea la cuestión de la moral de los niños. Esta moraleja implicaría respeto por los ancianos, respeto por la casa (que también puede referirse a la patria brasileña), y es en esta
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241417casa donde el niño debe recibir los buenos ejemplos, aprender a ser justo y dulce. El niño debe valorar su casa, pues un día de ella estará distante: LA CASA Vea cómo las aves tienen, bajo aza, El hijo implume, en el calor del nido!... ¡Debes amar, creer, tu hogar! ¡Ama la calidez del afecto maternal! Dentro de la casa en la que estabas, eres todo... Qué feliz es todo, al final del día, ¡Cuando regreses de la escuela y la escuela! Vuelve, cuando vuelvas, ¡alegría! Aquí debes entrar como un templo, Como el alma pura, y el corazón sin miedo: Aquí recibes de Virtud el ejemplo. Aquí aprendes a ser dulce y justo. ¡Me encanta esta casa! Pídele a Dios que lo guarde. ¡Pídele a Dios que te proteja para siempre! Porque tal vez, llorando, más tarde, Mírate, triste, desde esta casa de distancia... Y ya un hombre, viejo y cansado, Recordarás la casa que perdiste, Y en tiempos de llanto, recordando tu pasado... - ¡Ama crianza, la casa en la que naciste! (BILAC, 1904, p. 116-117). Los escritos de Olavo Bilac son un gran ejemplo del contenido que circulaba en el período republicano, y esto fue reconocido por personas ilustres del gobierno de la época. Se valoraba la producción local, y cuando iba a los colegios, era muy bien recibida y apreciada por la comunidad educativa. Estos textos tenían la función de encender en los niños el fuego del patriotismo, que solía echar raíces en las páginas de los libros de la época. Y así, con cada nuevo éxito producido, las noticias corrían sueltas a través de las páginas de revistas y periódicos de renombre: Se trata de especímenes de las locaciones cívicas del libro, vibrantes lecciones que proyectarán en los diminutos pechos el fructífero aroma del patriotismo. La moralidad se despliega a lo largo del libro, en múltiples cuadrangulares dulces y dulces, poéticos, simplemente poéticos. Tenemos un gran éxito para el nuevo folleto que sin duda se titula y hemos registrado aquí la confesión de que la lectura seguida e ininterrumpida de sus hermosos versos, arrebatándonos a los tiempos aventureros de nuestra infancia, nos conmovió hasta las lágrimas. Espero que, en todo el vasto territorio de nuestra patria, cada uno de nuestros pequeños compatriotas pueda manejar continuamente el catecismo mimado de Olaf Bilac. Arthur Vianna (LA ESCUELA, 1904, p. 185).
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241418En otro número de la revista La Escuela, nº 58 de 1905, tenemos un poema titulado "Buenos consejos" de Octaviano de Mello5, en el que el autor crea un personaje llamado Joãozinho, que aparentemente todavía es un niño en edad escolar y sueña con ser un hombre de muchos logros y glorias, deseando ser inmortalizado por sus hechos: BUEN CONSEJO Un día, pequeño John's, Cegados para meditar ¿Cuál sería el camino correcto, Para que los regodeos conquisten. - En la guerra, dice, con abundancia Laureles cosecha puedo, Y, mariscal por valentía Pronto seré nominado. Mis obras eternas, Por todas partes dispersos, Para que vengan los chicos, Todos ustedes serán recordados. Y así, mi nombre, en la historia, En letras de oro grabadas Será un ejemplo de gloria Y el civismo, al pueblo dado. (MELLO, 1905, p. 238-240). Es interesante la búsqueda de Joãozinho para una vida de glorias. Vemos que primero se imagina a sí mismo como un soldado, una de las profesiones que representa en gran medida el amor por la patria y el gobierno republicano. El soldado fue el que luchó por Brasil y quien con grandes hazañas fue reconocido e inmortalizado en la memoria de los brasileños. Sin embargo, es una profesión ardua que a menudo requiere sacrificios, por lo que son recordados como héroes. Frente a este difícil camino, Joãozinho sigue reflexionando: Pero después de reflexionar Acerca de la ruta encontrada, Viste que debías irte Desde la posición de soldado. Se encontró el noble, alto: Pero sintió tal consternación, Que pronto la idéa arreglada Se alejó de su pensamiento. - Voy a elegir, voy a decir 5No se encontraron datos sobre el autor en el momento de escribir este artículo.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241419Nuestro ex mariscal, Otra carrera, donde no hay Encuéntrate obstac'lo egual. Y pozse arriba, entonces, buscando De otro camino a seguir, Dondequiera que el ventura tuviera Para encontrar gloria pronto. Nadie lo vio entrar en la habitación. (Tan distraído estaba) Y, perdió en su discurso, Cuando la niña lo abrazó. Esto, con arte y cariño, En una sonrisa de deleite, Pregúntale a tu hermano pequeño: ¿Qué estás pensando? - Quiero ser grande, tener regodeos, Quiero tener muchas acciones, Que me señalen victorias, Y tantas otras cosas. Debalde He estado empleado Todos los esfuerzos en la búsqueda El camino deseado, Para que los regodeos conquisten. Después de haberlo escuchado, En un silencio religioso, Se volvió hacia el amado hermano Y dijo, en un tono amoroso: - Si te laureles, en tu vida, Desearías merecer, Escucha lo que tu querida La niña te dirá: Ser grande, ser fuerte, Trabajar duro es mistér, Y hay quienes se extinguen con la muerte. Sin llegar al final que quieres. Demasiado, también es necesario Desde el principio hasta el principio Y en este punto es que friso Mi forma de pensar. Entonces, por lo tanto, es por el estudio Que un futuro puede tener Ir a la escuela, antes de todo, El apéndice necesario (MELLO, 1905, p. 238-240).
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241420Finalmente, la hermana de Joãozinho, que no recibe un nombre en el poema, es la que trata de hacerle darse cuenta de que solo a través de la educación puede conquistar y hacer grandes obras. La hermana puede ser comparada con la propia conciencia y razón de Juan. De manera sentimental, piensa en las glorias que podría conquistar, sin embargo, racional y objetivamente la hermana dice que es en la escuela, en primer lugar, donde hará sus primeras grandes obras. Era muy común en los discursos de la época, por lo que verificamos la afirmación de que es en la escuela donde todo debe comenzar: Discurso de la maestra doña Vigília Valle, el día de la clausura de las clases del grupo escolar de Nazaré. Sr. Director Colegas: [...] Por lo tanto, cultivad a vuestros amados hijos, vuestro espíritu, con todas las fuerzas de vuestro corazón; adorar al genio, ofreciéndole el estudio, el trabajo y las vigilias, que son el tributo que más benigno acepta y que corresponde, satisfecho y contento, con una mano amplia y verdaderamente generosa. No olviden el templo y los sacerdotes, que el Grupo Escolar Nazareno ofrecerá para este servicio, gracias al Exmº Gobernador del Estado, Dr. Augusto Montenegro; porque es en la escuela donde constatas la sangre más noble que fluye por tus venas y te preparas adecuadamente para los gloriosos combates de la civilización (LA ESCUELA (1903, p. 57-59). Otro poema que llamó la atención durante el relevamiento de las fuentes fue el titulado "Anjo Enfermo", de Afonso Celso Junior6, encontrado en un número de la revistaLaEscuela del Año 1905, sin numeración debido a que la portada se había perdido con el tiempo. ÁNGEL ENFERMO Gemido hinchado en la cuna, enfermo, el niño pequeño, Quien no habla, no camina y ya sufre... Plumas tan crueles, ¿por qué te las mereces? ¿Quién apenas entró en la existencia? La aprensiva de ser, oh hija mía, Si los perros me escucharon la oración paterna, Y para mí tu pase de soffrer podría, Gôso, yo soy el que te ha estado molestando. ¡Cómo exprimes la angustia del pecho débil! Y Dios, que todo lo ve, no extermina, Dios que es bueno, Dios que es pae, Dios que es perfecto. Sí, es pae... pero la creencia le enseña: Si vio morir a Jesús como un hombre hecho, Nunca has tenido un poco de lata. (CELSO JUNIOR, 1905, p. 360). 6Nació en Ouro Preto (MG), nacido el 31 de marzo de 1860; murió el 11 de julio de 1938 en Río de Janeiro. Comenzó su carrera poética a la edad de 15 años, publicando Preludios.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241421El poema "Anjo Enfermo" es ese tipo de texto que nos hace reflexionar no solo desde un punto de vista educativo, sino también desde una visión general sobre la salud en el estado de Pará. El autor trató de transmitir a los lectores el dolor de tener un hijo, un niño, un niño enfermo. Debe entenderse que, en el período inicial de la República, el estado de Pará enfrentó un grave problema de enfermedades transmitidas por mosquitos, como elAedes Aegypti, que transmitía la fiebre amarilla, una enfermedad que mató y alejó a muchos niños de las escuelas. Por lo tanto, la mortalidad infantil se convertiría en un problema muy discutido en el período republicano, como señala Laura Alves (2015, p. 41-45): Con los albores de la República a finales del siglo XIX y principios del XX, la mortalidad infantil se convirtió en un problema más intensamente discutido, ya que la infancia fue concebida como el "embrión" del país, el sujeto que necesitaba ser "sano", "fuerte" y "robusto" para poder contribuir al progreso de la nación, por lo tanto, los niños, si bien son "las semillas del futuro", necesitan ser cuidados y desinfectados. La higiene de la escuela y de los niños también se convirtió en una discusión esencial en la vida de ese joven. La limpieza y el cuidado del cuerpo se convertirían en sinónimo del desarrollo saludable de los niños republicanos y, en consecuencia, del desarrollo de la patria brasileña. Los niños con un cuerpo sano y una mente sana también representaban la preocupación por la patria. Es en este escenario que surge la preocupación por la infancia, que se volvió importante para el progreso y desarrollo del país, es decir, se descubre la infancia, y la necesidad de constituir una sociedad sana, moral y físicamente fuerte que pueda continuar los procesos de modernización de Brasil (ARAÚJO, 2014 apud ALVES, 2015, págs. 41-42). Debemos tener en cuenta que los niños tuvieron un papel clave en el mantenimiento del régimen republicano. Ellos serían los responsables de difundir el sentimiento patriótico que predicaba el estado republicano. Eran los pequeños adultos, que desde temprana edad tendrían grandes responsabilidades con su país, como señala Lopes (2018, p. 27-28): [...] el niño republicano llega a ser visto como responsable del mantenimiento político-ideológico de la nación, dicho de otra manera, el niño republicano es la base de la estructura política de la patria brasileña y a través de ella, principalmente, se difundiría el orden y el progreso de Brasil. Por ello, estos poemas publicados en libros y revistas serían fundamentales para llegar a estos niños, a través de lecturas y exposiciones en el aula y también fuera de ella. Para aportar
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241422este rol, la revistaA Escolaganará mucha fuerza y será una institución formativa en el ámbito educativo, tanto de niños, como de docentes, al punto que Santos (2018, p. 120) afirma que [...] la revista A Escola, como institución del Estado, buscó conformar y desarrollar una República fuerte y legítima, por ello, el carácter monumental y dominante que asumió frente a la educación en el Estado identificó este poder estatal, y mucho más que eso, mostró el tipo de sociedad que se pretendía formar, por lo que las publicaciones a través de artículos, discursos, orientaciones, la poesía, entre otros escritos publicados por esta forma, reforzó el papel de la República en la enseñanza en Pará. Las instituciones educativas utilizaron una variedad de estrategias para desarrollar el sentimiento patriótico en los niños del país. En Pará, por ejemplo, los artículos publicados en la revista La Escuelasobre poemas e himnos contribuyeron a la difusión del sentimiento patriótico. Poesía en las fiestas escolaresEn las escuelas, la poesía también estaría presente en las vacaciones escolares. Era común en la primera república que la élite política e intelectual de la época, que se dedicaba al desarrollo y bienestar de Brasil, ser honrados y muy bien recibidos en reuniones, visitas a agencias públicas y discursos oficiales de políticos. Y uno de estos hombres fue el Barón de Río Branco, quien, cuando murió, recibió homenajes en todo el país, con varios gobernantes brasileños expresando luto en diferentes estados. En Pará, el 5º grupo escolar inmortalizaría el nombre de José da Silva Paranhos Junior, el Barón de Río Branco. Estos eventos tuvieron numerosas presentaciones y, entre ellas, las recitaciones de poemas. Así, el 10 de marzo de 1912, a las 9:30 a.m., se realizó una sesión cívica en el 5º grupo escolar realizado por el gobierno del estado de Pará para honrar al Barón de Río Branco, siendo responsable el Dr. José Fléxa Pinto Ribeiro, Secretario de Estado para el Interior, Justicia y Educación Pública. El acto comenzó con un breve discurso de la secretaria, seguido de una presentación cantada del himno a la bandera, interpretado por los alumnos del 5º grupo escolar. Después del canto, Fléxa Ribeiro rindió homenaje al Barón de Río Branco, invitando a niños y jóvenes a tenerlo como ejemplo de patriotismo y fortalecimiento de la República. El evento contó con recitaciones de poesía, que tuvieron como mensaje el respeto y el amor por la patria. Comenzando las recitaciones, el estudiante Donato Pires dos Reis recitó el poema de Olavo Bilac titulado "La Patria", que formaba parte del libro Poesía infantil. Esta
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241423poesía refleja las simbologías que impregnaron la educación en la República. En él, Brasil es retratado como un lugar rico en bellezas naturales, que produce eficientemente y que cobija a todos con afecto. El poema exalta el amor por Brasil, y con el verbo "amar" en el modo imperativo, con un tono de orden, dirige precisamente a los niños el futuro de la República. Debajo del poema completo: LA PATRIA ¡Ama, con fe y orgullo, la tierra en la que naciste! ¡Niño! ¡No verás ningún país como este! ¡Mira ese cielo! ¡qué mar! ¡qué ríos! ¡Qué bosque! Naturaleza, aquí, perpetuamente en celebración, Es el monís de una madre rebosante de afecto. ¡Mira lo que es la vida en el suelo! ver tanta vida en los nidos, ¡Que se balanceen en el aire, entre las ramas inquietas! ¡Mira qué luz, qué calor, qué multitud de insectos! Ver esa gran extensión de bosques, donde reina ¡Fructífera y luminosa, eterna primavera! ¡Buena tierra! nunca negado a los que trabajan El pan que mata el hambre, el techo que envuelve... Quien con su sudor fertiliza y moja, ¡Ves que pagas tu esfuerzo, y eres feliz, y te haces rico! ¡Niño! no verás ningún país como este: ¡Imita en grandeza la tierra en la que naciste! (BILAC, 1904, p. 1). La alumna Elodie Teixeira recitó la poesía de Fernandes Bello, "A Instrução". Este poema aborda la dedicación de los niños a los estudios, que es el único medio para alcanzar nuevos y grandes niveles. La escuela aparece como un taller de conocimiento. Trabajar era la palabra clave en estos escritos, reforzando que estudiar sería beneficioso para el niño. El estudio y el trabajo se presentan como fuentes para alcanzar la luz: que libera, que hace que las personas caminen en gloria. La educación y la educación son la clave para la liberación de la ignorancia y la oscuridad que los seres humanos preservan: LA INSTRUCCIÓN El siglo es de educación. El libro, como Roma, También hay un día en que el mundo conquista Mirar. Ya en el horizonte la luz fresca suma... ¡Qué espléndido por venir! "Mancebos, ¡trabaja! ¡Trabaja y sigue! " La escuela es el taller,
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241424La gran ebullición, donde se prepara Con su débil, delgado, La materia sutil de las obras inmortales. ¡No lo entiendas! - ¡adelante! - El camino de la ciencia ¡Es el camino en mal estado y poco genuino de los venideros! El estudio fortalece la luz de la conciencia Y nos explica la ley fatal del progreso. ¡Mancebos, trabajo! En esta lucha sublime ¿Deberías temer alguna vez al creyente luchador? Cuando Sócrates vio la copa de cicuta También vio en la frente el esplendor augusto. En las páginas del libro el alma agonizante Entra en la fuente de luz hartar la semilla atroz, - En la fuente de la verdad donde dante bebió, Y Galileo y Cristo, los héroes mártires. ¡Mancebos, trabajo! Déjalo en nuestros pechos El derecho y el deber, con su luz ideal, Derribar los viejos prejuicios Y las viejas tradiciones generadas por el mal. Déjate, levitas del futuro, ¡Deja caer la bendición del cielo en hojas de luz! ¡Todos lo hacemos! En esta vida oscura Las glorias inmortales después de tener la cruz. (BELLO, 1904, p. 214). Durante la ceremonia, un retrato del Barón de Río Branco fue presentado por dos estudiantes del 5to grupo escolar, y la banda de la brigada militar comenzó a cantar el himno nacional. En momentos de celebraciones, el patriotismo fue cada vez más exaltado, momentos oportunos para elevar el espíritu republicano en el presente. Finalmente, la entonces directora del 5º grupo escolar, Maria do Amaral, habló en agradecimiento por haber recibido la institución el nombre de Barón de Río Branco. La ceremonia finalizó con la presentación del Himno Nacional por parte de los alumnos del 5º grupo escolar, conducido por Manoel Paiva. Después del programa, Fléxa Ribeiro invitó a todos los presentes a asistir a la inauguración de la lápida conmemorativa, que todavía se encuentra en la escuela Barão de Río Branco. Alfredo Bosi (1977, p. 111) afirma que "la actividad poética busca una relación intensa con el 'mundo de la vida'". Esta relación se basa principalmente en la forma en que el poeta expresa, es decir, da vida a las palabras según lo que vive. En el caso de la poesía en la primera república, se esperaba que los niños también experimentaran las mismas aspiraciones que el poeta. A estas alturas de la historia, la poesía juega un papel mucho más instructivo y en forma
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241425de personaje que ser necesariamente un texto reflexivo, siendo un instrumento muy utilizado para difundir el patriotismo entre los niños en las escuelas. Himnos escolaresLos himnos escolares eran otra forma de acercar la escuela y, en consecuencia, a los niños al sentimiento patriótico y la exaltación a la patria brasileña. Este sentimiento de amor por la patria debería ser efectivo a través del amor al estudio, porque fue con el pequeño ciudadano republicano bien entrenado en moral y civilidad que la patria se desarrollaría. Santos (2018, p. 129) señala que [...] la enseñanza cívica difundida por los himnos escolares, enfatizando que estas composiciones se establecieron en la educación primaria en Pará como un ornato perfecto para las celebraciones cívicas de las escuelas, además de agregar a los contenidos de las lecturas diarias de estos estudiantes, componiendo así el currículo de la propuesta de educación republicana que utilizó diversos dispositivos para poner en práctica sus ideales. El primer himno que traemos para el análisis es Raymundo Bertoldo Nunes7, titulado "El Marsellesa del Estudio". El título hace referencia al himno nacional francés titulado La Marseillaise8, que fue compuesta por el oficial Claude Joseph Rouget de Lisle, haciéndose muy conocido durante la Revolución Francesa. En este rincón, el autor trabaja con la unión de palabras como lucha, estudio, respeto y civilismo, buscando inculcar en los jóvenes republicanos el sentimiento de deber y lucha por la ardua búsqueda de la educación, tal como los franceses lucharon durante la revolución. Aquí está el himno completo: EL MARSELLEZA DEL ESTUDIO (Versos de Raymundo Bertoldo Nunes - Música del Maestro Bernardi) Coro¡Hola, jóvenes! ¡Luchar! A la conquista ¡De la ley, de la luz, de la razón! Ampliemos con gusto la vista Desde el futuro en la vasta extensión SoloEstudio serio, unidad y respeto Forma noble y sublime trinidad 7Fue educador y siempre luchó por la escuela primaria en Vigía; fue uno de los fundadores de la Sociedad Literaria y Benéfica "Cinco de Agosto". En el ámbito educativo, su aporte fue la idea de que la educación se promoviera mediante la implementación de una Escuela Primaria y un Externato (establecimiento educativo solo con estudiantes externos, es decir, que no residen en él), para acercar la educación gratuita a la población desfavorecida. Disponible en: https://www.culturavigilenga.com/copia-biografias. Acceso: 06 nov. 2019. 8A Marsellesa.
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241426Destacado por este lema: - ¡Ley, civismo, constancia, igualdad! Oye, jóvenes, etc. - Estudiar, estudiar mucho - Desde el Crucero aquí está la contraseña, aquí está el grito. Lo que ya hemos logrado es mucho, Lo que queda por saber... infinito. Oye, jóvenes, etc. Por lo tanto, continuemos en la lucha, ¡Cantando, estudiando, sonriendo! Y cubierto de laureles y bendiciones, Llegaremos con gloria a medida que vengamos. Oye, jóvenes, etc. (NUNES, 1904, p. 54). Podemos ver que los himnos llevaban fuertemente, aunque diluidos, lo que Nunes (1904) llamó "noble y sublime trinidad". El estudio, la unión (característica del patriotismo) y el respeto (aunque se impusiera) fueron fundamentales para la constitución de este sujeto. Este refuerzo fue importante tanto en monumentos y nombres de calles, como dentro de las escuelas, a través de diversos mecanismos, como los himnos. Nunca disociado de esto, el autor muestra claramente que "derecho, civismo" y estudio deben ir de la mano, porque, como afirman Costa y Menezes Neto (2016, p. 74), "se ha vuelto importante difundir los ideales y valores republicanos en las escuelas primarias para formar ciudadanos útiles a la patria". Otro himno escolar es de Guilherme de Miranda9, que tiene el título "Hymno ao Estudo": HIMNO PARA ESTUDIAR En las serenas batallas del estudio Sé nuestro phanal... victoria; Nuestros libros que sirven de escudo En las conquistas supremas de la Gloria. Como las estrellas que brillan en la calma Desde estos cielos despejados de Ecuador, Brilla siempre vivaz, en noss'alma, De la instrucción que acaba con el amor. La guerra eterna hagamos oscuridad, Surge la luz que nos guiará para ganarlo... De la ignorancia se levanta la bandera Vamos a ser héroes para masacrarla. 9No se encontraron datos de los autores.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241427Piedad en noss'alma no más Si la bandera la rasgamos cruel; Nuestra serena frente está sobresembrada Del fuelle y laureis eterna. (MIRANDA, 1904, p. 85). La investigación ha demostrado que nuestros antepasados republicanos apreciaban comparar a los estudiantes, el estudio y la escuela con los soldados en un campo de batalla, donde las armas y las defensas estaban representadas por libros, materiales escolares y el conocimiento mismo. Brasil, como país republicano, siempre ha exaltado a sus "héroes" nacionales, desde grandes generales hasta políticos y diplomáticos que desempeñaron papeles importantes en los logros políticos y territoriales del país. Era bastante común que estos "héroes" fueran honrados en monumentos republicanos, en nombres de calles (como ya se mencionó anteriormente), en eventos (alrededor de la ciudad y escolares), en poemas e himnos. Por lo tanto, se percibe que los poetas, compositores, escritores y otros artistas que contribuyeron o estuvieron directamente relacionados con la educación querían dar un poco de ese sabor del "héroe patriota" a la gente común en la sociedad, así que ¿por qué no hacer esto a los niños? Desde temprana edad los niños tendrían contacto con estos actos de "heroísmo" y, por lo tanto, comparar la educación con una batalla "heroica" tenía mucho sentido, cuando entendimos que era una estrategia de la época, como lo refuerza Gomes (2009, p. 12): [...] el hecho de que la gloria y el heroísmo existen no solo en eventos y hombres extraordinarios, sino también en lo ordinario, en la vida cotidiana de la gente común. Entonces sería importante enseñar a las nuevas generaciones que la patria también se hace con muchos héroes anónimos, que trabajan duro y participan en la construcción de una nacionalidad, y deben recordar y adorar. El propósito, en gran parte, de los himnos escolares era comparar el estudio con el trabajo. Por lo tanto, las palabras comunes de orden eran comunes, como la de "Hymno escolar", escrita por Theodoro Rodrigues.10Podemos ver el uso de las palabras "adelante" y "trabajo" en orden, como si los niños fueran soldados del poderoso ejército que era la escuela primaria. Y con esto, los niños fueron sometidos a aceptar el duro "trabajo" de estudiar y, además, la misión de hacer de la educación pública en Pará un ejemplo para todo el país: Las palabras de orden como "adelante" y "marchamos", anunciaron y llamaron a todos a marchar, hacia un país fuerte, a una nación honorable. El entusiasmo ufanoso de la marcha melódica que sonaba el himno llegó a los oídos de los niños de la enseñanza de Pará, como un refresco que alimentó sus corazones. Sin embargo, este tipo de producción literaria estandarizó el tema, es decir, 10Theodoro era de Vigia, en Pará. Nació en 1874 y murió en 1912. Pasó su vida en la Amazonía, estado en el que tuvo una gran experiencia profesional y literaria.
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241428los estandarizó en sus anhelos, convicciones y elecciones, me atrevo aquí a decir que, en cierto modo, estos niños no tenían opciones, el "encanto" republicano era la única opción para sus vidas. (SANTOS, 2018, p. 133-134, grifo nosso).El "Hymno escolar" de Theodoro Rodrigues fue uno de estos himnos, que llamó a los pequeños republicanos a luchar por la educación, por el desarrollo de la educación en Pará, la moral y la civilidad de los pueblos de Pará y Brasil: HYMNO ESCOLAR Como la flor que recibe del rocío Toda la savia de la vida que tienes, Amplios haustos de luz en el trabajo, A nuestras almas también se les paga. Coro¡Trabajo! ¡Adelante! ¡Adelante! ¡Que el libro a la gloria conduce! Rompe la lucha incesante Por la conquista de la luz. En las estrellas que tienen alfabeto, En los ejemplos que nos dan los libros, Encontramos el sol preferido, Eso ilumina la transferencia de la lication. Coro¡Trabajo! ¡Adelante! ¡Adelante! ¡Que el libro a la gloria conduce! Rompe la lucha incesante Por la conquista de la luz. Sabremos cómo ganar. Para ello, ¡Nuestras armas son demasiado grandes! Contra el error la lucha es tan santa ¡Y las victorias del libro inmortales! Coro¡Trabajo! ¡Adelante! ¡Adelante! ¡Que el libro a la gloria conduce! Rompe la lucha incesante Por la conquista de la luz. (RODRIGUES, 1905, p. 363). En este himno, es posible observar la comparación de la instrucción con las acciones de la naturaleza, es decir, tan bella y bella como la savia que da vida a las flores es la instrucción, que da vida a los niños. Así como el sol ilumina la tierra, la instrucción iluminaría las mentes de los niños a través de lecciones y libros. Vea que la educación en el período republicano era vista como la única capaz de sacar a los niños de la oscuridad que era la ignorancia, ganar luz de las ciencias a través del trabajo y mucha dedicación a los estudios. En este sentido,
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241429[...] la responsabilidad de obtener un país culto, moderno, científico, fuerte y grandioso no sólo en los pueblos, sino en las estructuras territoriales, económicas y agrícolas, recayó en el pequeño ser, el niño, el ciudadano que allí se estacionaba, moldeado por ideales claros y precisos del proyecto republicano. Al niño se le exigía tener compromiso cívico y nacional, era su deber seguir lo que se le ponía, no había otro camino a seguir, de lo contrario este pequeño estaría condenado al fracaso y al fracaso social (SANTOS, 2018, p. 133). En la misma intención que los himnos escolares creados por varios autores y compositores de la época, las instituciones educativas también tendrían sus propios himnos, representando a esa institución en momentos de festividades escolares. Este fue el caso del "Himno del Grupo Escolar José Verissimo", escrito por Antonio de Macedo11: HIMNO DEL GRUPO ESCOLAR JOSÉ VERISSIMO Niños sonrientes y felices, Todos hemos visto instrucción para beber En este grupo que anida Esperanzas En la cultura de nuestra razón. CoroNuestra patria, que es una madre extrema, Tus hijos confían en el amor. Estar en el povir aventurero, Furia enemiga intrépida. Compañeros, el estudio es Jordan ¡Que nuestras almas rediman y ennoblezcan! ¿Quién desdeña tal red? En las batallas de la vida se desvanece. CoroNuestra patria etc. Nuestros libros nos molerán Plagas donde la mañana es eterna, Qué ardiente guiñada calumna Los hebreos son felices Chanaan. CoroNuestra patria etc. Bajo la fructífera sombra de la Paz Brasil avanzará entonces, - Estas tierras que agradan a todos Ver feliz, levantarse y elevarse. (MACEDO, 1905, p. 250). 11No se encontraron datos sobre el autor.
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241430Este himno de Antonio Macedo muestra a un niño feliz de estar estudiando y recibiendo instrucción, en este caso, en el grupo escolar José Verissimo. Observemos algo que parece un lugar común, tanto en los himnos como en la poesía: la adoración del libro. El libro sería un instrumento considerado efectivo para la enseñanza de los niños en la primera república, y por esta razón el gobierno no medió esfuerzos para traer y producir buenos libros. El Gobierno de Pará también comenzó a invertir en la educación moderna, enviando especialistas en el campo de la educación para viajar a los países europeos, con el fin de aprehender lo que era más moderno y eficiente en las ramas de la educación extranjera y, así, garantizar la efectividad de sus metodologías educativas, como podemos ver en el siguiente mensaje, escrito por Augusto Olympio de Araujo y Souza, Secretario de Gobierno: Secretario de Estado de Pará - Belém, 4 de julio de 1900 - Sr. Dr. Jefe de Seguridad. Les comunico, para los fines adecuados, que el Sr. Dr. Gobernador del Estado, decidió encargar al Dr. Paulino d'Almeida Britto, por 6 meses, que se fuera a Europa a estudiar asuntos relacionados con la educación primaria e iniciara la publicación de una serie de libros elementales con los que desea metodizar la enseñanza entre nosotros, y durante ese tiempo se le deberá pagar el cargo de secretario de este establecimiento y quedarse con el respectivo bono a favor de su sustituto Salud y fraternidad (PARÁ, 1900, p. 04). El gobernador buscó modernizar la educación a través de la producción de libros más calificados, entre ellos libros de poesía y los contenidos que conformaban la revista La Escuela, además de maestros calificados, materiales escolares de calidad y un plan de estudios que satisfaga el pensamiento republicano, al menos en teoría. Ser parte del aspecto formativo de la escuela, las celebraciones, las festividades, los homenajes, los desfiles y espectáculos, el izamiento de la bandera, el canto del himno nacional [e himnos escolares], la visita a tumbas, el torneo de buenas obras, entre otros, fueron rituales que tenían como objetivo instituir una memoria colectiva de la República. Demostraron quién y cómo deben ser recordados y quién y qué debe ser descuidado y olvidado. En este contexto, la escuela estaría participando en la creación de una tradición colectiva (ROSSI, 2017, p. 167). Así, lo que Hobsbawm y Ranger (1997, p. 9) llamaron "tradiciones inventadas", que en el caso de la primera república, consistían en rituales que tenían como objetivo guiar la formación del niño con los valores y preceptos del gobierno republicano a través de comportamientos repetitivos, que se basaban en el intelecto de los pequeños republicanos. Y el canto de himnos sería uno de esos rituales, que se perpetuaría en las escuelas durante muchos años.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241431Consideraciones finalesEl contenido temático de los poemas en el período de la primera república destacó el civilismo, el patriotismo y la instrucción del cuerpo y la mente. Este punto culminante fue una forma de formar al niño a través del arte de leer en el aula. La letra presentaba instrucciones sobre cómo el niño debe comportarse en el aula y en la vida cotidiana fuera de la escuela, porque con buenos modales y civismo crecería adecuadamente para ser un buen ciudadano republicano. El poema y la poesía comenzaron a publicarse con frecuencia en revistas, principalmente en la revista A Escola, que era obligatoria para los maestros. Pronto, los poemas se convirtieron en parte no solo de la rutina escolar, sino también de la vida cotidiana social, fuera de la escuela, en la familia, con los amigos, en las festividades, contribuyendo a la construcción, a través de este género literario, del futuro de Brasil: los niños. Pronto, nos dimos cuenta de que los poemas y la poesía se configuraron, en la primera república brasileña, un instrumento de poder político, que comenzó a difundirse ampliamente en revistas, como La Escuela, en libros, comoPoesía Infantil, y en fiestas escolares, con el fin de traer ideales patrióticos muy fuertes en ese período. A diferencia de los poemas, los himnos escolares acompañaron el proceso de inculcación de los sentimientos patrióticos de la primera república. Habitualmente cantadas en las fiestas escolares, traían, además de la letra, melodías que involucrarían a todos los presentes y que eventualmente someterían a estos actores sociales de tales discursos, o como diría Althusser (2001), Aparato Ideológico del Estado. La creación de himnos escolares se convirtió en una marca de las instituciones de Pará, que con sus propios himnos honraron a Brasil, Pará y a todos aquellos que contribuyeron a la formación de la patria, además de fortalecer a través de la música la misión que se les dio: llevar a los niños al patriotismo y al desarrollo de la educación pública. REFERENCIASA ESCOLA:revista oficial do ensino. Belém: Imprensa Official, n. 34, jan. 1903. A ESCOLA: revista official de ensino. Belém: Imprensa Official, n. 47, v. VIII, fev. 1904. ALVES, L. M. S. A. A política de caridade, assistência, e proteção à infância desvalida em Belém do Pará. Revista Arquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 3, n. 6, p. 34-64, ago./dez., 2015. Disponible en: periodicos.pucminas.br/index.php/arquivobrasileiroeducacao/article/download/P.2318-7344.2015v3n6p34/10169. Acceso: 01 ene. 2019.
image/svg+xmlLos poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241432BELLO, F. A Instrução. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 4, n. 48, p. 214, mar. 1904. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-48-1904/. Acceso: 10 oct. Año 2021. BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Francisco Alves, 1904. BOSI, A.O ser e o tempo na poesia. São Paulo: Cultrix LTDA, 1977. CELSO JUNIOR, A. Anjo enfermo. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 5, n. 60, p. 360, jan. 1905. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-60-1905/. Acceso: 05 oct. Año 2021. COELHO, M. O. Livros escolares: portadores de formação do sentimento nacional. In:ARAÚJO, S. M. S.; FRANÇA, M. P. S. G. S. A.; ALVES, L. M. S. A. (org.). Educação e instrução pública no Pará imperial e republicano. Belém: EDUEPA, 2015. p. 195-216. COSTA, M. B. C.; MENEZES NETO, G. M. Livros escolares e provas de “portuguez”: formação civilizadora na instrução pública do Pará (1898-1912). Revista Latino-Americana de História, v. 5, n. 15, p. 69-90, jul. 2016. Disponible en: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/download/722/664. Acceso el: 3 Sep. 2020. FEITOSA, J. A. A Educação no Pará: documentário. Belém, PA: Secretária de Estado e Educação, 1987. GOMES, A. C. República, educação cívica e história pátria: Brasil e Portugal. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 25., 2009, Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: UFC, 2009. 12p. Disponible en: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772007_7a9c0f9f89c6fd79a0accc00fe84ed64.pdf. Acceso el: 3 sep. 2020. HOBSBAWM, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Tradução: Celina Cardim Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Coleção Pensamento Crítico; v. 55. LOPES, M. A. da S. Vitrine da república: a educação de crianças no 5º grupo escolar “Barão do Rio Branco” em Belém-PA (1900-1912). 2018. 120 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade do Estado do Pará, Belém, 2018. MACEDO, A. Hymno do grupo Escolar José Verissimo. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 250, jan. 1905. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Acceso: 12 dic. 2018. MCLAREN, P. Rituais na Escola: em direção a uma economia política de símbolos e gestos na educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. MELLO, O. Bons Conselhos. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 238-240, jan. 1905. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Acceso: 12 dic. 2018.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES y Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241433MIRANDA, G. Hymno ao Estudo. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 4, n. 56, p. 85, nov. 1904. Disponível em: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-56-1904/. Acesso em: 27 maio 2020 NUNES, R. B. A Marselheza do Estudo. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 4, n. 56, p. 54, nov. 1904. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-56-1904/. Acceso: 27 de mayo de 2020. PARÁ. Diário oficial do Estado do Pará. Ano X 12., n. 2669, Belém, 04 de julho de 1900. PEIXOTO, S. A. O parnasianismo no Brasil: variações sobre um mesmo tema. O eixo e a roda: v. 19, n. 2, p. 107-117, 2010. Disponible en: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/viewFile/3355/3285. Acceso: 19 dic. 2018. RODRIGUES, T. Hymno Escolar. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 5, n. 60, p. 363, jan. 1905. Disponible en: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-60-1905/. Acceso: 15 abr. 2021. ROSSI, E. R. A educação escolar primária na Primeira República (1889-1929). Série-Estudos, Campo Grande, v. 22, n. 45, p. 159-171, maio/ago. 2017. Disponible en: www.serie-estudos.ucdb.br/index.php/serie-studos/article/download/1048/pdf. Acceso: 12 dic. 2018. SANTOS, D. S. M. A arte de civilizar: a educação cívico patriótica na revista A Escola e na Revista do Ensino no Pará republicano (1900-1912). 2018. 148 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Pará, Belém, 2018. SOUZA, R. A. História da Literatura: trajetória, fundamentos, problemas. São Paulo: É Realizações Editora. 2014. SOUZA, R. F. Lições da Escola Primária. In:SAVIANI, D. et al.O legado educacional do século XX no Brasil. 3 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2014. p. 101-141. Cómo hacer referencia a este artículo LOPES, M. A. S.; FRANÇA, M. P. S G. S. A. Los poemas e himnos escolares en la enseñanza primaria Paraense: Difundiendo el sentimiento republicano (1904-1905). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1410-1433, abr./jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.15824 Enviado en: 08/11/2021 Revisiones requeridas en:25/12/2021 Aprobado en:10/02/2022 Publicado en: 01/04/2022
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241402THE POEMS AND SCHOOL ANTHEMS IN THE ELEMENTARY SCHOOLS OF PARÁ: SPREADING REPUBLICAN SENTIMENT (1904-1905)OS POEMAS E OS HINOS ESCOLARES NO ENSINO PRIMÁRIO PARAENSE: DIFUNDINDO O SENTIMENTO REPUBLICANO (1904-1905)LOS POEMAS Y LOS HIMNOS ESCOLARES EN LA ENSEÑANZA PRIMARIA PARAENSE: PIFUNDIENDO EL SENTIMIENTO REPUBLICANO (1904-1905) Mário Allan da Silva LOPES1Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇA2ABSTRACT: This article aims to analyze the poems and school anthems that were used in the Pará Republican school education as diffusers of the Republican thought. The poems "O credo", "A casa" and "A Pátria" by Olavo Bilac (1904), "A Instrução" by Fernandes Bello (1904), "Anjo Enfermo" by Affonso Celso Junior (1905) and "Bons Conselhos" by Octaviano Mello (1905) were used as sources, besides the school hymns "A Marselheza do Estudo" by Raymundo Bertoldo Nunes (1904), "Hymno ao Estudo" by Guilherme de Miranda (1904), "Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo" by Antonio Macedo (1905) and the "Hymno Escolar" by Theodoro Rodrigues (1905). The theoretical contribution is based on Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), and Lopes (2018), authors who contributed to understanding education in the First Republic, as well as the feeling of patriotism in circulation at the time. It was found that school poems and anthems contributed to spread among children the republican sentiment of love for the motherland and the struggle for intellectual development. Therefore, it is considered that in the first republic, different artifices were used to guide the students in the path of civility and good moralism. KEYWORDS: School poem. School anthems. Primary education. Republic. Pará. RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar os poemas e os hinos escolares que eram utilizados na educação escolar republicana paraense como difusores do pensamento republicano. Foram utilizadas como fontes os poemas “O credo”, “A casa” e “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” de Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) e “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), além dos hinos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) e o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). O aporte teórico assenta-se em Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018) e Lopes (2018), autores que contribuíram para compreender a educação na Primeira República, bem como o sentimento de patriotismo em circulação à época. Verificou-se que as poesias e hinos escolares contribuíram para 1Pará State University (UEPA), Belém PA Brazil. Doctoral student in Education at the Graduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6682-4633. E-mail: marioallan19@yahoo.com.br 2Pará State University (UEPA), Belém PA Brazil. Professor at the Graduate Program in Education at UEPA. PhD in Education (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6974-2606. E-mail: socorroavelino@hotmail.com
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241403difundir entre as crianças o sentimento republicano de amor pela pátria e de luta pelo desenvolvimento intelectual. Portanto, considera-se assim que na primeira república foram utilizados diferentes artifícios para trilhar o caminho do alunado nos moldes da civilidade e do bom moralismo. PALAVRAS-CHAVE: Poesias escolares. Hinos escolares. Ensino primário. República. Pará. RESUMEN: Este artículo tiene por objetivo analizar los poemas y los himnos escolares que eran utilizados en la educación escolar republicana paraense como difusores del pensamiento republicano. Fueron utilizadas como fuentes los poemas “O credo”, “A casa” y “A Pátria” de Olavo Bilac (1904), “A Instrução” del Fernandes Bello (1904), “Anjo Enfermo” de Affonso Celso Junior (1905) y “Bons Conselhos” de Octaviano Mello (1905), además de los himnos escolares “A Marselheza do Estudo” de Raymundo Bertoldo Nunes (1904), “Hymno ao Estudo” de Guilherme de Miranda (1904), “Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo” de Antonio Macedo (1905) y o “Hymno Escolar” de Theodoro Rodrigues (1905). El aporte teórico se asienta en Souza, R. A. (2014), Mclaren (1991), Santos (2018), Lopes (2018), autores que contribuyeron para comprender la educación en la Primera República, así como el sentimiento de patriotismo en circulación en la época. Se verificó que las poesías e himnos escolares contribuyeron a difundir entre los niños el sentimiento republicano de amor por la patria y de lucha por el desarrollo intelectual. Por lo tanto, se considera así que en la primera república se utilizaron diferentes artificios para recorrer el camino del alumnado en los moldes de la civilidad y del buen moralismo.PALABRAS CLAVE: Poema escolar. Himnos escolares. Enseñanza primaria. República. Pará.IntroductionThe process of institutionalization of the public elementary school in the state of Pará, in the first decade of the Republic, used many mechanisms to add to the attempts to leverage the image that was intended to be built around the new regime. Among these mechanisms, we highlight the use of printed materials to develop reading skills among teachers and children in the state's schools. These printed materials would serve at that moment as a support in the circulation of the imaginary that was created; this is the case of the printed material A Escola, created especially as an ally of the administrative power of Pará. Indeed, [the Journal A Escola] was born and configured as a support to public education, thus being a gateway to the fulfillment of the wishes of a group of intellectuals who produced them and who saw in education the rise of the citizen approached to the standard of European modernity. Such intellectuals already demonstrated in their pages certain concern with the instruction of future Brazilians, thus highlighting an instruction linked to political citizenship in the First Republic (SANTOS, 2018, p. 26).
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241404In light of this, we will analyze some poems published in this magazine and in books, such as "A Pátria", "A Casa" and "O Credo" by Olavo Bilac (1904), "A Instrução" by Fernandes Bello (1904), "Anjo Enfermo" by Affonso Celso Junior (1905) and "Bons Conselhos" by Octaviano Mello (1905). It is important to mention that the terms poem and poetry are different. The first one refers to a textual genre, with its own characteristics such as verses, musicality, and metaphors. The term poetry, on the other hand, refers to artistic manifestations, which may not always be linked to a poem. Poetry goes beyond the text, and can be manifested in paintings, music, sculptures, photographs, among others3. We will also work with the school hymns "A Marselheza do Estudo" by Raymundo Bertoldo Nunes (1904), "Hymno ao Estudo" by Guilherme de Miranda (1904), "Hymno do Grupo Escolar José Veríssimo" by Antonio Macedo (1905) and the "Hymno Escolar" by Theodoro Rodrigues (1905). It is a fact that the Republic in Pará was composed of intellectuals from various areas and performances, who thought the politics, the economy and the culture of Pará, full of ideals, perceptions and values, visualized in what they produced, such as the poems and the school hymns created especially for teaching, which gained visibility in the pages of the journal A Escola and achieved a large space in the education of the future Republican citizen. About the poems aimed at primary education in the state in the early years of the regime that was being consolidated in Pará, we noticed the frequency and visibility given to this type of production not only in the daily life of the classrooms, but especially in the ceremonies and civic celebrations. In view of the above, the following question was raised: what is the role of school poems and hymns in primary education in Pará? With that, we bring as objective of this article to analyze how poetry and school hymns were used in the republican school education in Pará as diffusers of the republican thought. For this, we understand that literary genres, among them the poem, constituted itself as an educational tool in the construction of the Brazilian nationalist state in the first republic, since The literary productions, marked by the nationalist and moralist sentiment, were present in poetry and poems. This nationalist influence even governed the composition of school anthems in Pará schools, thus, all these productions 3As stated in "Poetry, poem and sonnet". Available at: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/poesia-poema-soneto.htm. Accessed on: 07 Nov. 2021.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241405highlighted education as the regenerative source for the country's progress (SANTOS, 2018, p. 39). According to Roberto Acízelo de Souza, literature expresses the feelings, the values, and the culture, that is, the peculiarities of a nation and, furthermore, these peculiarities are linked to the historical time in which these texts were thought, written, and read by the subjects. Thus, The configuration of his object, therefore, is based on a central premise of Romanticism: each nation is distinguished by physical, geographical and cultural peculiarities, and literature is especially sensitive to such peculiarities, from which derives its condition as a privileged part of culture, functioning as a mirror in which the national spirit can look at and recognize itself. Mistress of such a strategic object for probing and identifying "national character [...] was the only one that was installed alongside a history that could be qualified as general (in fact, of political dominance), in school curricula, thus integrating the systems of civic education implemented in the various national states (SOUZA, R. A., 2014, p. 58). Therefore, this article will be divided in two moments. Initially, we will analyze some school poems found in publications of the magazine A Escola(1904-1905) and that were recited in a party in the 5th school group. In the second moment, we will analyze school hymns, quite common in that period and that were also published in the mentioned magazine. Poetry in Educational Prints Education was seen by the rulers of the Republic as a space to spread the republican sentiment, however, tools were needed for this sentiment to be inscribed in the imaginary that was being built around the new regime. For this, the patriotic feeling needed to be part of children's lives, and the school was an appropriate space for the dissemination of rituals that included the use of literary texts, especially poems. For McLaren (1991), rituals have a specific way of acting, they aim at social integration by playing a significant role in the formation of the individual's personality. This author explains that rituals can even use codified language through the use of texts, thus establishing a certain authority over those who appropriate these readings. Besides the poems published in the magazine A Escola, there were also published books by great intellectuals of the time, people who stood out and contributed to the formation of children, either with books on school subjects or with books of poems, as is the case of Poesias infantis, by Olavo Bilac.
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241406Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac4was born in Rio de Janeiro, on December 16, 1865, and died on December 28, 1918; he was a journalist, poet, and school inspector. His poetic productions fit into the French literary school known as Parnasianism, which had some striking characteristics, such as the use of refined words, rhymes, few figures of speech, and was concerned with looking at the world in a more objective way, unlike the sentimentalism of Romanticism.[...] the constant concern with the language, with the form, with the technique of verse; no space for emotions, for feelings. All in all, a certain necessary elegance, a studied detachment, an aristocratic pose of a great artist, all very characteristic of the Parnassian aesthetic launched by Leconte de Lisle (PEIXOTO, 2010, p. 110). However, the Brazilian Parnasianism, represented mainly by Olavo Bilac, came with a certain difference from what was proposed in France. Bilac brought in his texts something that brought him closer to the emotions and, in a certain way, this ended up being used in elementary school, since, at the same time that the rationality of modernity was being worked on, the emotions that should be lived by the children of the Republic were not lost: He [Olavo Bilac] was one of those who most distanced himself from French Parnassian theory, even [...] writing a paraphrase of the decidedly anti-Parnasian Baudelaire. His best known poem, because it appears in all textbooks, is "Profession of Faith". In it, the basic principle of Parnassianism is wounded: objectivity, personal exemption. If we say that "Profession of Faith" does not contain elements of great Parnassian art, we would be lying; there we see the concern with rich rhymes, with the solemn and noble tone, with the rare word in search of a rare ancient beauty, with the often artificial enjambements. However, all this is, in the poem, somewhat subverted by an essentially lyrical poet. The emotion and enthusiasm of the poet overpowers [sic] the reasoning reason, and Bilac lets his self dominate the whole (PEIXOTO, 2010, p. 110). The bookPoesias infantis(Children's Poems) was very well received by the intellectuals of Pará; it even won a notice published in the magazine A Escolain 1904 and written by Arthur Vianna (A ESCOLA, 1904, p. 182, our emphasis): A Good Book We recommend to the teachers of Pará an excellent little book for the use of schools, entitled Children´s Poems. The artistic workmanship is good, both as to the typography and the illustrative engravings, printed in one ink, but varying in color each page. 4According to "Olavo Bilac". Available at: http://www.academia.org.br/academicos/olavo-bilac/biografia. Accessed on: 21 Dec. 2018.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241407Olavo Bilac was a renowned poet in Brazil and highly respected by the educational intelligentsia. This confirms the appreciation for his poetry and its role in the teaching process of children. We can see in Arthur Vianna's own words how much this book would contribute to the formation of the child, not only intellectually, but also morally and patriotically, leading children to love their home, their parents, humanity, their homeland, and the poor: The sympathetic little work is supported by the celebrated name of Olavo Bilac, which by itself is worth a special recommendation. It is necessary, however, to consider that it is not enough to be a Bilac to produce a good work in this difficult pedagogical genre, it would not even be preferably chosen to elaborate such a book, a great and consecrated poet, if he lacked the technical orientation, so to speak, to conceive the ideas and explain them in simple verses within the reach of children's brains. A strict obedience to the precepts of the poetic art, or a concern for refinement, would distort the work, giving it the defects of incomprehensible and dull. Olavo Bilac, however, wielding his laureate pen, knew how to choose the topics, how to treat them conveniently, so as to vibrate the affective feelings of the child, speaking to his heart the tender language of love for home, for parents, for humanity, for the homeland, and for the poor. The book is a jewel, so simple, so well cared for, so rich in vivifying moral teachings (A ESCOLA, 1904, p. 182). Morality was a point often worked in the works of primary education. In the poems it would be no different, because it was very common for their content to guide good conduct and morals, so that, in this way, the child would be increasingly linked, through beautiful and far-fetched words, to the patriotic sentiment so sought by the Pará and Brazilian government. The expansion of elementary school and the strengthening of nation-states, from the mid-nineteenth century, provided the growth of the production of schoolbooks in several countries around the world. Among these books, there appeared those of current reading, with narratives that brought lessons of History, Geography, and Science, but, above all, of Moral (COELHO, 2015, p. 195). One of the poems that made up Olavo Bilac's book is called "O credo" (The Creed), which aims to present the republican sentiment of love, respect, and zeal for the fatherland, to extract from children pure and true feelings, without losing sight of the feeling of "struggle" that they should have to face the day to day (at school, on the street, at home). THE CREED Believe in Duty and Virtue! It is an insane and rude combat The life you are about to enter. But, being good, with this shield You will be happy, you will conquer all: He who is born, comes to fight.
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241408And believe in the Homeland! Even if you see her, Trapped by evil ideas, In any epoch, unhappy, - Don't forsake it! for the glory In a victory you shall see To change every scar. And believe in Good! Unless, one day, In despair and agony, More wretched than anyone else, You deny yourself poor and reviled, Of all the people despised Forgive the evil! And believe in Good! And believe in Love! If war can Cover the whole earth in blood, I lift up all desolation, - But can it, clear and sublime Falling on a great crime A word of pardon! (BILAC, 1904, p. 112-113, our translation). Arthur Vianna gave a eulogy explaining a little of what he himself absorbed from the reading of Bilac's poem. Words that express the feeling of beauty and that poetry reaches levels of interaction with children capable of influencing and inciting them to exalt the Brazilian homeland: Isn't it beautiful? Without falling into the old molds, but rather embarking on modern ideas, he presents the children's creed in five words that contain epics: duty, virtue, homeland, good and love! Then, presenting the homeland to the boy and urging him to cherish it with love, as he touchingly did (A ESCOLA, 1904, p. 183). There we see the importance of patriotic education. It was concerned with forming, beyond professionals and intellectuals, and beyond the sciences, human beings molded in the virtues of the republic, comprising a moral, cultural, and social formation: Educating presupposed a commitment to the integral formation of the child that went far beyond the simple transmission of useful knowledge given by instruction and essentially implied the formation of character through learning social discipline - obedience, neatness, order, punctuality, love of work, honesty, respect for authorities, moral virtues and civic-patriotic values necessary for the formation of the spirit of nationality (SOUZA, R. F., 2014, p. 119). Another poem that was part of Olavo Bilac's book is entitled "A Casa" (The House). In this poem the author brings up the issue of children's morals. This morality would involve
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241409respect for one's elders, respect for the house (which can also refer to the Brazilian homeland), and it is in this house that the child should receive good examples, learn to be fair and gentle. The child should value his home, because from it, one day, he will be far away: THE HOUSE See how the birds have, under the aza, The implumed child, in the warmth of the nest! You must love your home, child! Love the warmth of maternal affection! In the house where you were born, you are everything... How happy everything is at the end of the day, When you return from classes and studies! Come back, when you return, the joy! Here you must enter as into a temple, With pure soul, and heart without fear: Here you receive from Virtue the example. Here you learn to be gentle and just. Love this house! Ask God to keep it. Ask God to protect it forever! Because maybe, in tears, later on you'll see yourself, sad, absent from this house... And, already a man, already old and tired, You'll remember the house you lost, And in times of weeping, remembering your past... - Nanny, child, the house where you were born! (BILAC, 1904, p. 116-117, our translation). Olavo Bilac's writings are a great example of the content that circulated in the republican period, and this was recognized by distinguished people in the government of the time. Local production was valued, and when it went to the schools, it was very well received and appreciated by the educational community. These texts had the role of igniting in the children the fire of patriotism, which usually took root in the pages of the books of that time. And so, with each new success produced, the news ran wild in the pages of renowned magazines and newspapers: These are specimens of the civic lessons of the book, vibrant lessons that will launch in the little chests the fertile spark of patriotism. The moral unfolds throughout the book, in many sweet and gentle little squares, poetically, simply poetically. We wish the new booklet the great success to which it is unquestionably entitled, and we leave here registered the confession that the continuous and uninterrupted reading of its beautiful verses, taking us to the happy times of our childhood, moved us to tears. I wish that in all the vast territory of our country, each one of our little compatriots could continuously
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241410handle the loving catechism of Olavo Bilac. Arthur Vianna (A ESCOLA, 1904, p. 185). In another issue of the magazine A Escola, #58, 1905, we have a poem entitled "Bons conselhos" (Good advice), by Octaviano de Mello in which the author creates a character named Joãozinho, who is apparently still a schoolchild and dreams of becoming a man of many conquests and glories, wishing to be immortalized for his deeds: GOOD ADVICE One day Joãozinho got up, Quietly meditating What would be the good way To conquer glories. - In war, he says, with plenty I shall reap laurels, And, marshal for bravery Soon shall I be named. My deeds undying, Everywhere scattered, By children to come, Will all be remembered. And so, my name, in History, In letters of gold engraved Will be an example of glory And civism, to the people given. (MELLO, 1905, p. 238-240, our translation). Joãozinho's search for a life of glory is interesting. We see that he first imagines himself to be a soldier, one of the professions that greatly represents the love for the fatherland and the republican government. The soldier was the one who fought for Brazil and with great deeds was recognized and immortalized in the memory of the Brazilians. However, it is an arduous profession that often requires sacrifices, so that they can be remembered as heroes. Facing this difficult path, Joãozinho continues to reflect: But after reflecting On the path he had found, He saw that he must leave From the soldier's position. He found himself noble, elevated: But he felt so discouraged, That soon the arranged idea I'll choose, he said. - I'll choose, then said
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241411Our former marshal, Another career, where no To find no equal obstacle. And so he set out to find To find another way to walk, Where he might be fortunate To find the glory soon to come. I'm not going to have to wait for you to come back to me. (And, as he was so distracted, he lost his speech.) And, lost even his speech When his little sister embraced him. And, with art and affection, With a charming smile, Asks her little brother: - What are you, you, thinking? - I want to be great, to have glories, I want to have many crowns, That signify my victories, And so many other good things. In vain have I employed I have made every effort to seek The desired path, To conquer glories. After having listened to him, In a religious silence, He turned to his beloved brother And said, in an affectionate tone: - If laurels in your life, Do you wish you deserved, Listen to what your dear Little sister will tell you: To be great, be strong, To work hard is a mystery, And there are those who are exhausted by death Without reaching the end they want. Besides, it is also necessary From the beginning And, on this point I stress My way of thinking. Thus, it is through study That a future you can have Go to school, before anything else, The necessary to learn (MELLO, 1905, p. 238-240, our translation).
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241412Finally, Joãozinho's sister, who is not named in the poem, is the one who tries to make him realize that only through education can he conquer and do great things. The sister can be compared to Johnny's own conscience and reason. In a sentimental way, he thinks about the glories he could conquer, however, in a rational and objective way, his sister says that it is at school, first of all, that he will do his first great deeds. It was very common in speeches of the time, in this way, to verify the statement that it is at school that everything should start: Teacher Vigília Valle's speech, on the closing day of classes at the Nazaré school group. Mr. Principal Colleagues: [...] Cultivate, then, beloved children, your spirit, with all the strength of your heart; pay worship to the genius, offering him the study, the work, and the vigils, which are the tribute that he accepts most benignly and that he returns, satisfied and content, with a broad and truly generous hand. Do not forget the temple and the priests that the School Group of Nazareth will offer for this cult, thanks to the State Governor, Dr. Augusto Montenegro; because it is in the school that you purify the noblest blood that runs in your veins and prepare yourselves conveniently for the glorious battles of civilization (A ESCOLA, 1903, p. 57-59). Another poem that called attention during the survey of sources was the one entitled "Anjo Enfermo" (Sick Angel), by Afonso Celso Junior 5, found in an issue of the magazine A Escola from the year 1905, unnumbered because the cover has been lost over time. SICK ANGEL The little child in the cradle, sickly, groans, Who cannot speak, cannot walk, and already suffers... If you are a man, why should you be so cruel? Who, who, barely entering into existence, have come? If Heaven were to hear me, I would be a child, If the heavens could hear my fatherly prayer, And to me your suffering could pass, I would be glad of the pain that grieves you. How does anguish clutch at your fragile breast! And God, who sees all, does not exterminate it, God who is good, God who is Father, God who is perfect. Yes, he is father... but belief teaches us this: He saw Jesus die when he was a grown man, He never had a tiny little tile. (CELSO JUNIOR, 1905, p. 360, our translation). 5He was from Ouro Preto (MG), born on March 31, 1860; he died on July 11, 1938 in Rio de Janeiro. He began his poetic career at the age of 15, publishing Preludes.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241413The poem "Anjo Enfermo" is that kind of text that makes us reflect not only from an educational point of view, but also from a general view about health in the state of Pará. The author tried to pass on to the readers the pain of having a child, a child, sick. It should be understood that, in the early period of the Republic, the state of Pará faced a serious problem of diseases transmitted by mosquitoes, such as the Aedes aegypti, which transmitted yellow fever, a disease that killed and kept many children away from schools. Soon, infant mortality would become a much discussed problem in the republican period, as Laura Alves (2015, p. 41-45) points out: With the dawn of the Republic in the late 19th and early 20th centuries, child mortality became a more intensely discussed problem, since childhood was conceived as the "embryo" of the country, the subject that needed to be "healthy," "strong," and "robust" to be able to contribute to the progress of the Nation, so children, as "the seeds of the future," needed to be cared for and sanitized. The hygiene of the school and of the children was also configured as an essential discussion in the life of that youth. Cleanliness and care of the body would become synonymous with the healthy development of republican children and, consequently, the development of the Brazilian homeland. Children with healthy bodies and healthy minds also represented the concern for the motherland. It is in this scenario that the concern with childhood arises, which began to be considered important for the progress and development of the country, that is, childhood is discovered, and the need to constitute a healthy society, morally and physically strong, which could continue the processes of modernization of Brazil (ARAÚJO, 2014 apud ALVES, 2015, p. 41-42). We must keep in mind that children had a fundamental role in the maintenance of the republican regime. They would be responsible for spreading the patriotic feeling that the republican state preached. They were the little adults, who from an early age would already have great responsibilities with their country, as Lopes (2018, p. 27-28) points out: [...] the republican child comes to be seen as responsible for the political-ideological maintenance of the nation, in other words, the republican child is the basis of the political structure of the Brazilian homeland and through him, mainly, would be spread the order and progress of Brazil. Therefore, these poems published in books and magazines would be fundamental to reach these children, through readings and exhibitions in the classroom and, also, outside of it. To provide this role, the journal A Escolawould gain much strength and place itself as a
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241414formative institution in the educational environment, both for children and also for teachers, to the point that Santos (2018, p. 120) states that [...] the journal A Escola,as a state institution, sought to shape and develop a strong and legitimate Republic, therefore, the monumental and domineering character that it assumed facing education in the state identified this state power, and much more than that, showed the type of society that was intended to form, so the publications via articles, speeches, guidelines, poetry, among other writings conveyed by this print reinforced the role of the Republic in education in Pará. Educational institutions used a diversity of strategies to develop in children the patriotic feeling in the country. In Pará, for example, the articles published in A Escola magazine about poems and hymns contributed to the diffusion of the patriotic feeling. Poetry at school partiesIn schools, poetry would also be present during school parties. It was common in the first republic for the political and intellectual elite of the time, who were dedicated to the development and welfare of Brazil, to be honored and very well received in meetings, visits to public agencies, and official speeches by politicians. And one of these men was the Baron of Rio Branco, who, when he died, received tributes all over the country, with several Brazilian governors expressing their mourning in different states. In Pará, the 5th school group would immortalize the name of José da Silva Paranhos Junior, the Baron of Rio Branco. These events featured numerous presentations and, among them, poem recitations. Thus, on March 10, 1912, at 9:30 a.m., a civic session held by the Pará state government to honor the Baron of Rio Branco took place at the 5th school group. Dr. José Fléxa Pinto Ribeiro, State Secretary for the Interior, Justice and Public Instruction, was in charge. The event began with a brief speech by the secretary, followed by a presentation of the hymn to the flag, sung by the students of the 5th school group. After the singing, Fléxa Ribeiro paid tribute to the Baron of Rio Branco, inviting children and young people to have him as an example of patriotism and strengthening of the Republic. The event included poem recitations, which had as a message respect and love for the homeland. Starting the recitations, student Donato Pires dos Reis recited the poem by Olavo Bilac entitled "A Pátria" (The Homeland), which was part of the book Poesias infantis. This poem reflects the symbologies that permeated education in the Republic. In it, Brazil is portrayed as a place rich in natural beauty, which produces efficiently and shelters everyone
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241415with affection. The poem exalts love for Brazil, and with the verb "to love" in the imperative mode, with a tone of order, directs precisely to the children the future of the Republic. Below is the poem in its entirety: THE HOMELAND Love, with faith and pride, the land where you were born! Child! you will see no country like this one! Look at what a sky! what a sea! what rivers! what a forest! Nature, here, perpetually in celebration, Is a mother's bosom overflowing with love. See what life there is on the ground! See what life there is in the nests That sway in the air, among the restless branches! See what light, what warmth, what a multitude of insects! See what a vast expanse of forest, where the eternal life Fruitful and bright, the eternal spring! Good earth! Never has it denied those who work The bread that kills hunger, the roof that shelters... Who with his sweat fertilizes and moistens it, Sees his efforts paid for, and is happy, and rich! Child, you will see no country like this one: Imitate in greatness the land in which you were born! (BILAC, 1904, p. 1, our translation). Student Elodie Teixeira recited Fernandes Bello's poem "A Instrução" (The Instruction). This poem addresses the dedication of children to study, this being the only means to reach new and great heights. The school appears as a workshop of knowledge. Work was the key word in these writings, reinforcing that studying would be beneficial to the child. Study and work are presented as sources to reach the light: that which liberates, which makes people walk in glory. Instruction and education are the key to liberation from ignorance and from the darkness that the human being retains: THE INSTRUCTION The century is one of instruction. The book, like Rome, Will one day also conquer the world Behold. Already on the horizon the fresh light rises... What a splendid future! - Young men, work! Work and go on! - The school is the workshop, The great ebullience, where you prepare With your frail, sculptural hand The subtle matter of immortal works.
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241416Do not tremble! - forward! - The path of science It is the steep and steep road to the future! Study strengthens the light of consciousness And explains to us the fatal law of progress. Young men, work! - In this sublime struggle Should the believing fighter never fear? When Socrates saw the hemlock chalice He also saw on his forehead the august splendor. In the pages of the book the agonizing soul Goes to the fountain of light to quench its atrocious thirst, - In the fountain of truth where Dante drank, And Galileo and Christ, the martyred heroes. Young men, work! Let in our breasts Right and duty, with their ideal light Let old prejudices fall to the ground And the old traditions spawned by evil. Let upon you, ye Levites of the future Let the blessing of heaven fall on you in blades of light! - Yes, we all do! In this obscure life The immortal glories after the cross. (BELLO, 1904, p. 214, our translation). A portrait of the Baron of Rio Branco was presented during the ceremony, by two students from the 5th school group, and the military brigade band began to sing the national anthem. In the moments of celebration, patriotism was increasingly exalted, opportune moments to raise the republican spirit in those present. Finally, the then director of the 5th school group, Maria do Amaral, gave a speech in thanks for the institution being named after the Baron of Rio Branco. The ceremony ended with the presentation of the National Anthem by the students of the 5th school group, conducted by Manoel Paiva. After the program, Fléxa Ribeiro invited all those present to attend the inauguration of the commemorative stone, which is still there, at the Barão do Rio Branco School. Alfredo Bosi (1977, p. 111) states that "poetic activity seeks an intense relationship with the 'life-world'". This relationship occurs mainly through the way the poet expresses himself, that is, he gives life to the words according to what he lives. In the case of poetry in the first republic, children were also expected to experience the same aspirations as the poet. At this point in history, poetry plays a much more instructive and character-shaping role than necessarily being a reflective text, and is a widely used tool for spreading patriotism among children in schools.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241417The school anthems The school anthems were another way to bring the school and, consequently, the children closer to the patriotic feeling and exaltation of the Brazilian homeland. This feeling of love for the motherland should take effect through love for study, because it was with the little republican citizen well formed in morality and civility that the motherland would develop. Santos (2018, p. 129) emphasizes that [...] the civic teaching disseminated by [the] [...] school hymns, emphasizing that these compositions were established in the Pará elementary school as a perfect ornament for the civic celebrations of the schools, besides being added to the contents of the daily readings of these students, thus composing the curricular roll of the republican education proposal that used several artifices to put into practice its ideals. The first hymn we bring to analysis is by Raymundo Bertoldo Nunes , entitled "A Marselheza do Estudo" (The Marseillaise of Study). The title makes reference to the French national anthem entitled La Marseillaise , which was composed by the officer Claude Joseph Rouget de Lisle, and became very well known during the French Revolution. In this song, the author works with the union of words such as struggle, study, respect, and civism, trying to instill in young Republicans the feeling of duty and struggle for the arduous pursuit of education, just as the French fought during the revolution. Here is the hymn in its entirety: THE MARSEILLAISE OF STUDY(Verses by Raymundo Bertoldo Nunes - Music by Maestro Bernardi) Choir Come on, young people! To the fight! To the conquest Of right, of light, of reason! Let us joyfully raise our eyes Of the future in the vast expanse Solo Serious study, union and respect Form a noble and sublime trinity Highlighted by this motto - Law, civility, constancy, equality! Hey, young people, etc. - Study, study hard - From the Cruzeiro, this is the password, this is the cry. What we have already conquered is a lot, What remains is infinite. Ahoy there, youngsters, etc. Let us continue, therefore, in the fight,
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241418Singing, studying, smiling! And covered with laurels and blessings, We'll reach the future with glory. Hello, young people, etc. (NUNES, 1904, p. 54, our translation). We can notice that the hymns brought strongly, even if diluted, what Nunes (1904) called "noble and sublime trinity". The study, the union (characteristic of patriotism) and the respect (even if imposed) were fundamental for the constitution of this subject. This reinforcement was important both in monuments and street names, and inside the schools, through various mechanisms, such as the hymns. Never disassociated from that, the author clearly shows with this hymn that "law, civism" and study should walk side by side unfailingly, because, as Costa and Menezes Neto (2016, p. 74) state, "it became important the dissemination of republican ideals and values in elementary school in order to form useful citizens to the homeland". Another school anthem is by Guilherme de Miranda 6, entitled Hymno ao Estudo(Ode to study): ODE TO STUDYIn the serene battles of study Be our phanal... the victory; May our books serve as a shield In the supreme conquests of Glory. Like the stars that shine in the calm Of these clear skies of the equator, And, like the stars that shine in the calm of the equator's clear skies And, like the stars that shine in the calm of the equator's clear skies. Let us make eternal war on darkness, Let the light emerge to guide us to overcome it... From ignorance the flag rises We'll be heroes to bring it down. Pity in our soul no more If we tear the flag cruel; Our serene foreheads will blossom With the most beautiful and eternal laurels. (MIRANDA, 1904, p. 85, our translation). Research has shown that our republican ancestors had a fondness for comparing students, study and school to soldiers on a battlefield, where weapons and defenses were represented by books, school materials and knowledge itself. Brazil as a republican country 6No author data was found.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241419always exalted its national "heroes", from great generals to politicians and diplomats who played important roles in the political and territorial conquests of the country. It was quite common for these "heroes" to be honored in republican monuments, in street names (as mentioned above), in events (by the city and the schools), in poems and hymns. It can be seen that the poets, composers, writers and other artists who contributed or were directly connected to education wanted to give some of this "patriotic hero" flavor to common people in society, so why not do this with the children? From an early age children would have contact with these acts of "heroism" and, thus, comparing education to a "heroic" battle made a lot of sense, when we understand it to be a strategy of that time, as Gomes (2009, p. 12) reinforces: [...] the fact that glory and heroism do not exist only in extraordinary events and men, but also in the ordinary ones, in the everyday life of ordinary people. It would then be important to teach the new generations that the homeland is also made with many anonymous heroes, who work hard and participate in the construction of a nationality, and that they should be remembered and worshipped. The intention, in great part, of school hymns was to compare study to work. Therefore, words of order were common, as in the "Hymno escolar",written by Theodoro Rodrigues. We can notice the use of the words "forward" and "work" in tone of order, as if the children were soldiers of the powerful army that was the elementary school. And with this, the children were submitted to accept the hard "work" of studying and, in addition, the mission of making public education in Pará an example for the whole country: The slogans like "forward" and "let's march" announced and called everyone to the march, towards a strong country, an honorable nation. The ufanistic enthusiasm of the melodic march that the hymn sounded entered the ears of the Pará school children, as a refreshment that nourished their hearts. However, this kind of literary production standardized the subject, that is, standardized them in their longings, convictions, and choices, I risk saying that, in a certain way, these children had no choices, the republican "charm" was the only option for their lives (SANTOS, 2018, p. 133-134, our emphasis). Theodoro Rodrigues' "Hymno Escolar” (School Hymn) was one of these hymns, which summoned the little republicans to the struggle for instruction, for the development of Paraense education, morality and civility of the Para and Brazilian people: SCHOOL HYMN Like the flower that receives from the dew All the sap of life it has,
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241420Long shafts of light at work, Our souls also receive. Chorus Work! Forward! Forward! That the book leads to glory! Break the incessant fight For the conquest of light. In the stars that the alphabet has, In the examples that books give us, We find the favorite sun, That illuminates through the lesson. Chorus Work! Forward! Forward! That the book leads to glory! Break the incessant fight For the conquest of the light. We will know how to win. To do so, Our weapons are too big! Against error the combat is so holy And the book's victories immortal! Chorus Work! Forward! Forward! That the book leads to glory! Break the incessant fight For the conquest of light. (RODRIGUES, 1905, p. 363, our translation). In this hymn, we can observe the comparison of instruction with the actions of nature, that is, as beautiful and beautiful as the sap that gives life to flowers is instruction, which gives life to children. Just as the sun illuminates the earth, instruction would illuminate the minds of children, through lessons and books. In the republican period, education was seen as the only way to bring children out of the darkness of ignorance and into the light of science through hard work and dedication to study. In this regard, [...] the responsibility for obtaining a country educated, modern, scientific, strong and great not only in people, but in territorial, economic and agricultural structures, fell on the little being, the child, the citizen who was being gestated there, shaped by clear and precise ideals of the republican project. The child was required to civic and patriotic commitment, it was his duty to follow what was set, there was no other path to be followed, otherwise, this little being would be doomed to failure and social failure (SANTOS, 2018, p. 133). In the same intention of the school hymns created by several authors and composers of that time, the educational institutions would also start to have their own hymns, representing
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241421that institution in moments of school festivities. It was the case of the "Hymn of the School Group José Verissimo", written by Antonio de Macedo7: HYMN OF THE SCHOOL GROUP JOSÉ VERISSIMO Smiling, happy children, We all come to drink instruction In this group that nests Hopes In the culture of our reason. Chorus Our country, which is a loving mother Trusts in the love of her children. To be a happy people, Without fearing the enemy's wrath. Companions, study is Jordan That our soul redeems and ennobles! Whoever disdains such redemption In life's battles crumbles. Chorus Our country, etc. Our books will motivate us Plagas where the morning is eternal, Like a calumna of fire guiding The Hebrews to happy Chanaan. Chorus Our country, etc. Under the fruitful shade of Peace Brazil will then progress, - These lands that we all love To see it happy, rising up. (MACEDO, 1905, p. 250, our translation). This hymn by Antonio Macedo shows a child happy to be studying and receiving instruction, in this case, at the José Verissimo school group. Let's notice something that seems commonplace, both in hymns and in poetry: the adoration to the book. Books would be considered an effective instrument for teaching children in the first republic, and for this reason the government did not measure efforts to bring and produce good books. The Pará State government also started to invest in modern education, sending specialists in the field of education on trips to European countries, in order to learn what was most modern and efficient in foreign education, and thus ensure the effectiveness of their 7No data on the author could be found.
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241422educational methodologies, as we can see in the following message, written by Augusto Olympio de Araujo e Souza, the government secretary: Secretary of State of Pará - Belém, July 4, 1900 - Mr. Dr. Chief of Security. I hereby inform you, for all due purposes, that the Governor of the State has decided to commission Dr. Paulino d'Almeida Britto, for six months, to go to Europe to study subjects related to primary education and to begin the publication of a series of elementary books with which he wishes to methodize teaching among us, and during that time he should be paid the salary for his position as secretary of that establishment and the respective bonus should be left in favor of his substitute - Saúde e fraternidade (PARÁ, 1900, p. 04). The governor sought the modernization of education through the production of more qualified books, including poetry books and the content that made up the magazine A Escola, as well as trained teachers, quality school materials, and a curriculum that satisfied republican thinking, at least in theory. Part of the formative aspect of the school, the commemorations, feasts, tributes, parades and spectacles, the raising of the flag, the singing of the national anthem [and school anthems], the visit to graves, the tournament of good deeds, among others, were rituals aimed at instituting a collective memory of the Republic. They demonstrated who and how should be remembered and who and what should be neglected and forgotten. In this context, the school would be participating in the creation of a collective tradition (ROSSI, 2017, p. 167). Thus, it was established what Hobsbawm and Ranger (1997, p. 9) call "invented traditions", which in the case of the first republic, consisted of rituals that aimed to guide the formation of the child with the values and precepts of the republican government through repetitive behaviors, which were anchored in the intellect of the little republicans. And the singing of the hymns would be one of these rituals, which would be perpetuated in the schools for long years.
image/svg+xmlMário Allan da Silva LOPES and Maria do Perpétuo Socorro Gomes de Souza AVELINO DE FRANÇARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241423Final remarksThe thematic content of the poems in the period of the first republic gave prominence to civism, patriotism, and the instruction of body and mind. This emphasis was a way of molding the child through the art of reading in the classroom. The letters presented instructions on how the child should behave in the classroom and in everyday life outside the school, for with good manners and civility he would grow up properly to be a good republican citizen. Poems and poetry began to be frequently published in magazines, especially in the magazine A Escola, which was mandatory for teachers. Soon, the poems became part not only of the school routine, but also of the social routine, outside the school, in the family, with friends, at festivities, contributing to the construction, through this literary genre, of the future of Brazil: the children. Thus, we can see that poems and poetry became, in the first Brazilian republic, an instrument of political power, which started to be widely disseminated in magazines, such as A Escola, in books, such as Poesias Infantis, and in school parties, with the purpose of carrying patriotic ideals that were very strong in that period. Not very different from the poems, the school hymns accompanied the process of inculcation of the patriotic feelings of the first republic. Usually sung in school parties, they brought, besides the lyrics, a melody that would involve all the presents and that would end up by subjecting these social actors from such speeches, or as Althusser (2001) would say, Ideological State Apparatus. The creation of school hymns became a mark of the Pará institutions, which with their own hymns paid homage to Brazil, Pará and all those who contributed to the formation of the homeland, besides strengthening through music the mission they were given: to bring children to the patriotism and to the development of public instruction. REFERENCES A ESCOLA:revista oficial do ensino. Belém: Imprensa Official, n. 34, jan. 1903. A ESCOLA: revista official de ensino. Belém: Imprensa Official, n. 47, v. VIII, fev. 1904. ALVES, L. M. S. A. A política de caridade, assistência, e proteção à infância desvalida em Belém do Pará. Revista Arquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 3, n. 6, p. 34-64, ago./dez., 2015. Available at: periodicos.pucminas.br/index.php/arquivobrasileiroeducacao/article/download/P.2318-7344.2015v3n6p34/10169. Accessed on 01 Jan. 2019.
image/svg+xmlThe poems and school anthems in the elementary schools of Pará: Spreading republican sentiment (1904-1905)RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, p. 1402-1425, Apr./June. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i2.158241424BELLO, F. A Instrução. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 4, n. 48, p. 214, mar. 1904. Available at: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-4-n-48-1904/. Accessed on: 10 Oct. 2021. BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Francisco Alves, 1904. BOSI, A.O ser e o tempo na poesia. São Paulo: Cultrix LTDA, 1977. CELSO JUNIOR, A. Anjo enfermo. A Escola Revista Oficial de Ensino,Belém, v. 5, n. 60, p. 360, jan. 1905. Available at: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-60-1905/. Accessed on: 05 Oct. 2021. COELHO, M. O. Livros escolares: portadores de formação do sentimento nacional. In:ARAÚJO, S. M. S.; FRANÇA, M. P. S. G. S. A.; ALVES, L. M. S. A. (org.). Educação e instrução pública no Pará imperial e republicano. Belém: EDUEPA, 2015. p. 195-216. COSTA, M. B. C.; MENEZES NETO, G. M. Livros escolares e provas de “portuguez”: formação civilizadora na instrução pública do Pará (1898-1912). Revista Latino-Americana de História, v. 5, n. 15, p. 69-90, jul. 2016. Available at: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/download/722/664. Accessed on: 3 Sept. 2020. FEITOSA, J. A. A Educação no Pará: documentário. Belém, PA: Secretária de Estado e Educação, 1987. GOMES, A. C. República, educação cívica e história pátria: Brasil e Portugal. In:SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 25., 2009, Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: UFC, 2009. 12p. Available at: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772007_7a9c0f9f89c6fd79a0accc00fe84ed64.pdf. Accessed on: 3 Sept. 2020. HOBSBAWM, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Tradução: Celina Cardim Cavalcante. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Coleção Pensamento Crítico; v. 55. LOPES, M. A. da S. Vitrine da república: a educação de crianças no 5º grupo escolar “Barão do Rio Branco” em Belém-PA (1900-1912). 2018. 120 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade do Estado do Pará, Belém, 2018. MACEDO, A. Hymno do grupo Escolar José Verissimo. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 250, jan. 1905. Available at: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Accessed on: 12 Dec. 2018. MCLAREN, P. Rituais na Escola: em direção a uma economia política de símbolos e gestos na educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1991. MELLO, O. Bons Conselhos. A Escola Revista Oficial de Ensino, Belém, v. 5, n. 58, p. 238-240, jan. 1905. Available at: http://www.fcp.pa.gov.br/obrasraras/a-escola-revista-oficial-de-ensino-v-5-n-58-1905/. Accessed on: 12 Dec. 2018.
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