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Quo vadis, Doutorado profissional (DP)? Análises e exemplos com amparo da didática profissional
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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QUO VADIS,
DOUTORADO PROFISSIONAL (DP)? ANÁLISES E EXEMPLOS COM
AMPARO DA DIDÁTICA PROFISSIONAL
QUO VADIS, DOCTORADO PROFESIONAL (DP)? ANÁLISIS Y EJEMPLOS CON EL
APOYO DE DIDÁCTICA PROFESIONAL
QUO VADIS, PROFESSIONAL DOCTORATE (PD)? ANALYSIS AND EXAMPLES
FROM PROFESSIONAL DIDACTICS
Francisco Regis Vieira ALVES
1
RESUMO
: A variante do “
Ph.D.”
(
Philosophiae Doctor
), denominada de Doutorado
Profissional, se estabeleceu como noção e gênese no
locus
acadêmico em resposta assíncrona
da Universidade diante de um amplo espectro de desafios e críticas levantadas por uma
sociedade cada vez mais permeada por necessidades envolvendo conhecimentos técnicos e
científicos especializados, bem como conhecimentos e habilidades profissionais cada vez mais
robustas, no sentido de responder aos desafios correspondentes para determinado campo
profissional. Nesse sentido, o presente trabalho discute um processo evolutivo sobre a noção de
Doutorado Profissional, mediante um exame necessário dos conhecimentos profissionais, por
vezes pragmáticos e que, de alguma forma, requerem determinados paradigmas, visando seu
reconhecimento pela academia. Em seguida, com o amparo dos pressupostos da Didática
Profissional, apresenta algumas implicações que permitem estabelecer um protocolo de
validação de conhecimentos originados em Produtos Educacionais.
PALAVRAS-CHAVE
: Doutorado profissional. Doutorado acadêmico. Aprendizagem e
competência profissional. Didática profissional.
RESUMEN
: La variante de "Ph.D." (Philosophiae Doctor), denominada Doctorado
Profesional, nace como una noción, con génesis en el locus académico, como una respuesta
asincrónica de la universidad, ante un amplio espectro de desafíos y críticas planteadas por
una sociedad, cada vez más permeada por necesidades que involucran conocimientos técnicos.
y conocimientos científicos especializados, así como conocimientos y habilidades profesionales
cada vez más robustos, para dar respuesta a los retos correspondientes a un determinado
campo profesional. En este sentido, este artículo discute un proceso evolutivo sobre la noción
de Doctorado Profesional, a través de un necesario examen del conocimiento profesional, que
en ocasiones es pragmático y que, de alguna manera, requiere de ciertos paradigmas,
apuntando a su reconocimiento por parte de la academia. Luego, con el apoyo de los supuestos
de la Didáctica Profesional, presenta algunas implicaciones que permiten el establecimiento
de un protocolo de validación de conocimientos originados en productos.
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará (IFCE) Fortaleza
–
CE
–
Brasil.
Professor Titular do departamento de Matemática e Física. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
–
CNPq
–
PQ2 (2020
–
2023). Coordenador doutorado
RENOEN
–
POLO
–
IFCE. Doutorado em Educação (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3710-1561. E-
mail: fregis@ifce.edu.br
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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PALABRAS CLAVE
: Doctorado profesional. Doctorado académico. Aprendizaje y
competencia profesional. Didáctica profesional.
ABSTRACT
:
The variant of "Ph.D." (Philosophiae Doctor), called Professional Doctorate,
was established as a notion, with genesis in the academic locus, as an asynchronous response
of the university, facing a wide spectrum of challenges and criticisms raised by a society,
increasingly permeated by needs involving technical knowledge and specialized scientific
knowledge, as well as increasingly robust professional knowledge and skills, in order to
respond to the corresponding challenges for a given professional field. In this sense, this paper
discusses an evolutionary process on the notion of Professional Doctorate, through a necessary
examination of professional knowledge, which is sometimes pragmatic and that, in some way,
requires certain paradigms, aiming at its recognition by the academy. Then, with the support
of the assumptions of Professional Didactics, it presents some implications that allow the
establishment of a validation protocol for knowledge originated in products.
KEYWORDS
: Professional doctorate. Academic doctorate. Learning and professional
competence. Professional didactics.
Introdução
No âmbito da História das Universidades (COBBAN, 2001; COMPAYRÉ, 1902;
MOORE, 2019; RASHDALL, 1936; RÜEGG, 2004; WENER, 2013) podemos constatar que a
noção de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
) acumulou uma emblemática tradição em contexto
histórico
–
evolutivo e social, na medida em que a própria Universidade passou por alterações
e significados, como consequência natural das exigências de uma cultura local do país, da época
considerada e, sobretudo, das necessidades e dos desafios impostos pela sociedade (RÜEGG,
2004). Moore (2019), por exemplo, explica determinadas influências das antigas escolas
medievais na formação que, hodiernamente, consideramos como o terceiro ciclo, ao assinalar a
influência ainda presente da noção de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
), segundo um viés moderno
e, também, bastante hegemônico de Universidade, ao observar que:
Os tratados medievais nas Ciências eram rotineiramente escritos por
professores de Teologia, que davam continuidade aos interesses científicos
que haviam desenvolvido ao estudar Filosofia Natural. A influência contínua
dessas três categorias filosóficas ainda pode ser vista hoje no grau de Doutor
em Filosofia - um grau rotineiramente concedido a pessoas em quase todas as
disciplinas. [...] um doutorado em Teologia, Direito ou Medicina, os
qualificaria, pelo menos em teoria, para ensinar sua matéria em qualquer
universidade - e o Ph.D. ainda desfruta desse
status
nas universidades em todo
o mundo (MOORE, 2019, p. 23).
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Mais recentemente, por intermédio das explicações de Lee
et al
. (2000), podemos
constatar que, ao decurso de séculos, o significado da noção de
Ph.D.,
como configuração do
título máximo concedido pelas Universidades, enfrentou a transição de maior ênfase no ensino
e, segundo os moldes da Universidade moderna, para um processo que tornava preponderante
o interesse pela importância da pesquisa, respaldada por um viés nem sempre aplicado, como
depreendemos abaixo.
A aquisição de um PhD foi, pelo menos desde o final da Segunda Guerra
Mundial, a licença da universidade para pesquisa independente e baseada em
disciplinas. O PhD se tornou tão naturalizado e enraizado na história da
universidade e seus modos de produção de conhecimento que é fácil esquecer
o quão recente ele chegou. À luz da rápida mudança recente e do debate no
ensino superior, no entanto, não é surpreendente que o PhD e o treinamento
em pesquisa mais geralmente estão sob intenso escrutínio (LEE
et al
., 2000,
p. 118).
Decorridos alguns séculos, de forma particular, podemos constatar em inúmeros países
de cultura anglo-saxônica e outros da Europa que um viés de ampliação ou modificação da
noção de
Ph.D.
ocorreu por intermédio da necessidade de resposta da Universidade frente a
inúmeros desafios. Dessa forma, ocorreu a emergência do que alguns autores (GREEN;
POWELL, 2005; KEHM, 2005, 2007; PARK, 2005) denominam de variantes do doutorado
tradicional acadêmico e, de forma específica, o Doutorado Profissional se apresenta como uma
variante, de forma extremamente recente e de repercussão pouco conhecida no Brasil. Tal fato
distingue uma experiência acumulada que constatamos em outros países, diferentemente dos
primeiros cursos nesta nova modalidade que, aqui no Brasil, pautaram-se pelas orientações do
Manual de Apresentação de Proposta de Curso Novo (APCN), da CAPES, de 20 de setembro
de 2017. Nesse contexto, Curi
et al
. (2021) apresentam um interesse ou indicadores importantes
e que devem ser incorporados ao perfil de formação de um portador do título de doutorado, em
uma modalidade profissional, ao observarem que:
Portanto, almeja-se que o egresso de um DP da área de Ensino deve ter, ao
final do seu curso, a competência para avaliação crítica e intervenção na
prática profissional tendo em vista a resolução de problemas, além de ter
desenvolvido competências para o desenvolvimento de projetos e captação de
recursos financeiros compatíveis com o título de doutor (CURI
et al.
, 2021, p.
220).
Reparemos no trecho anterior, de forma re
corrente, o emprego do termo “competência”
que, em termos de melhor compreensão subsequente, denominaremos como “competência
profissional” e/ou “competência acadêmica”. Ademais, podemos observar nas considerações
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de Curi
et al
. (2021) que o binômio competência profissional
–
resolução de problemas, de igual
modo, adquire um significado distinguido e esperado ao egresso de um Doutorado Profissional.
Por sua vez, quando recorremos ao pensamento de Pastré (2002), podemos constatar que a
noção de “competência profissional” se apresenta visceralmente evidenciada em uma sociedade
moderna e, em certa medida, as Universidades precisam dar uma resposta a tais indicadores e
incessantes exigências. Nesses termos, Pastré (2001) explica e produz um significado do termo
com raízes no pensamento piagetiano, ao indicar que:
[...] é que o problema das competências se tornou e está a tornar-se cada vez
mais uma questão importante do nosso tempo e da nossa sociedade e que isso
se expressa, em particular, nos debates de tipo social, pelo fato de estarmos no
processo de mudança de um sistema de qualificação para o que pode ser
chamado de sistema de competências. A minha segunda convicção é que se
queremos que este problema das competências ocupe o lugar que deveria
ocupar, não devemos antes de tudo reduzir a questão ao debate qualificação /
competências, isto é, a um problema de reconhecimento social das
competências, mas é preciso também pensar no desenvolvimento de
competências, ou seja, ter uma visão pedagógica (PASTRÉ, 2001, p. 1).
Diante dos argumentos anteriores propomos o seguinte problema: De que forma a
formação proporcionada em um Doutorado Profissional necessita considerar os mecanismos de
aprendizagem no e do trabalho? Que fatores ou elementos carecem de uma melhor compreensão
desta nova variante e o que podemos esperar de um Doutorado Profissional no porvir?
Com o escopo de responder pelo menos de forma provisória o questionamento anterior,
indicamos os seguintes objetivos: (i) identificar aspectos históricos e evolutivos em torno da
noção de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
); (ii)
descrever o cenário brasileiro atual sobre os
mestrados profissionais e os doutorados profissionais e certas dificuldades impostas; (iii)
aplicar determinadas noções originadas da vertente francesa da Didática Profissional ao
contexto da carreira profissional
–
acadêmica, da competência e da formação.
Na seção subsequente, com o escopo de responder os aspectos indicados no item (i),
evidenciaremos um itinerário evolutivo sobre a noção de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
) até os
dias atuais. Em seguida, descreveremos alguns elementos que deverão auxiliar a compreensão
das práticas atuais formativas desenvolvidas em nível de mestrado profissional e, mais
recentemente, em nível de doutorado profissional, com o escopo de responder o item (ii).
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Alguns aspectos sobre a história das universidades e a noção de
Ph.D.
(
Philosophiae
Doctor
)
Antes de aprofundarmos alguma discussão sobre a noção de Doutorado Profissional, se
mostra imprescindível a compreensão de alguns vestígios ou traços característicos invariantes
que podemos perceber no passado, quando examinamos o componente da História das
Universidades (COMPAYRÉ, 1902; MOORE, 2019; RÜEGG, 2004; WENER, 2013), tendo
em vista entendermos um cenário atualizado do
locus
acadêmico. Nesses termos, o
financiamento de estudos aprofundados e especializados sempre ocorreu segundo uma
acomodação de interesse e exigências da sociedade. Para exemplificar, basta considerar um dos
cenários históricos considerados como o “berço” de um antigo
design
e cultura medieval,
todavia, europeu de Universidade. Os problemas e tensões com o financiamento dos estudos
especializados podem ser constatados, por exemplo,
[...] no século XVII as academias não sofreram tanto quanto as universidades
com a redução geral dos recursos públicos disponíveis, que eram quase
exclusivamente usados para a construção de igrejas e palácios e para fins de
entretenimento (PEPE, 2006, p. 144).
Pouco mais adiante, o pesquisador italiano explica sobre o fenômeno de atração social
e investimento nas Universidades:
A Itália é o lar de muitas das universidades mais antigas da Europa,
começando com a fundação da Universidade de Bolonha no século 11.
Inicialmente, os professores eram pagos pelos alunos, mas com o passar do
tempo as contribuições públicas foram fornecidas pelas comunas e
governantes do Renascimento. As universidades italianas atraíram alunos e
professores famosos de toda a Europa (PEPE, 2006, p. 143).
Com o florescimento e sua disseminação para outros países europeus podemos constatar
a configuração de uma classe de indivíduos com um papel extremamente importante. Nesses
termos, os professores adquiriam uma formação cada vez mais erudita, com repercussão para a
sua distinção social e outros direitos que refletiam em prestígio (social e acadêmico) e a
aquisição de títulos concedidos e, de modo distinguido, aos portadores do título de doutor, cuja
palavra em inglês “
doctor
” se origina do latin “
doctus
”, o que envolve o particípio passado de
“
docere
” e “
docerem
” o que significa, respectivamente, ensinar (
To teach
) e professor. Na
Itália, por exemplo, o título já era concedido em 1219.
Assim, segundo uma terminologia moderna, o “
Ph.D.
”
(
Philosophiae Doctor
) carrega
todo um significado do prestígio secular exercido pelo campo tradicional da Filosofia e das
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Artes, enquanto área do saber que costumava desafiar seus oradores ao campo da inquirição
sistemática e do debate científico vigoroso. Aos antigos doutores das Universidades, segundo
o estilo medieval, cabe compreender o sentido da expressão latina “
licentia docendi ubique”
,
como depreendemos das considerações a seguir do historiador Moore (2019, p. 30).
O desenvolvimento das universidades tendeu a seguir os padrões
estabelecidos no final do século XIII. Naquela época, as universidades tinham
sistemas de exames orais que permitiam ao aluno obter um certificado ou
diploma que certificava que ele era qualificado para ensinar artes liberais ou
uma das disciplinas avançadas. Os titulares da licença para lecionar em
qualquer lugar da cristandade (
licentia docendi ubique
) podiam ser chamados
de mestres ou doutores, embora o doutorado viesse a ser necessário para
lecionar nas faculdades de graduação.
Ainda sobre a cultura acadêmica originada na Itália, urge uma compreensão evolutiva e
não estática em torno de um amplo espectro de relações sociais em torno do interesse pelo
“ensino” e, diferentemente como identificamos hodierna
mente, não tanto pela pesquisa e a
produção de novos conhecimentos. Por exemplo, nas Universidades italianas do século XVII,
um conjunto particular de profissões (dos juristas, dos médicos e teólogos) adquiria seu maior
prestígio e beneficiamento. Nesse contexto, segundo a cultura acadêmica originada na Itália, se
distinguia o ambiente das “Universidades” e das “academias”. Pepe (2006) acentua e diferencia
os comportamentos e
habitus
desenvolvidos nas “Universidades” e nas “academias”.
Assim, ao longo do século 16 na Itália seria equivocado em contrastar as
universidades e as academias. Eram, em alguns aspectos, complementares, e
as cidades universitárias eram animadas pelas mesmas pessoas. O ensino
universitário era ministrado em latim, servindo para a formação profissional
de juristas, médicos e teólogos. As palestras nas academias, quase sempre em
italiano, eram menos formais e, a princípio, voltadas para o aumento do
conhecimento e o prazer da comunicação entre os estudiosos. Essa liberdade
dentro das academias também teve seu lado negativo. [...] As universidades
do século 17, a Itália deixou de atrair professores ilustres por falta de salários
adequados, enquanto as divisões políticas e religiosas reduziram
consideravelmente o fluxo de estudantes estrangeiros (PEPE, 2006, p. 143).
Ainda no século 17, a Itália perdeu sua hegemonia anterior na cultura literária e
científica, ficando para trás pelo menos 20-30 anos em comparação com outros países europeus.
A nobreza italiana, que não exigia credenciamento universitário para as profissões jurídicas e
médicas, continuou a abandonar as Universidades, cujo atendimento ficou restrito aos que
desejassem ingressar nas classes profissionais das cidades, em grande parte filhos de
advogados, médicos, boticários e alguns homens de letras. Pepe (2006) assinala um viés de
crítica recorrente às Universidades, ao mencionar o caso da Universidade de Bolonha:
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Anton Felice Marsili
acreditava que a criação das academias serve para
reformar a universidade, na qual o número de docentes chegou a ultrapassar o
dos alunos matriculados. Ele reconheceu três defeitos principais na
Universidade de Bolonha: 1. O não cumprimento dos requisitos de frequência
como condição para receber um diploma. 2. Confirmação automática de
professores temporários (na prática, uma nomeação anual tornou-se
permanente). 3. Antiguidade de inscrição nas escolas de doutoramento como
único critério de prioridade nas nomeações para cargos docentes (PEPE, 2006,
p. 145).
A paralisia institucional em que a Universidade de Bolonha caiu gradativamente no
século XVII e as tentativas malsucedidas de reforma refletem essa situação, que não se limitou
à Itália. Um episódio importante nas relações entre universidades e academias do século XVII
“pode ser
visto em Bolonha, quando
Anton Felice Marsili
se propôs a fundar uma academia
eclesiástica em 1686 e outra de Filosofia experimental” (PEPE, 2006, p. 145). Para exemplificar
o caso de umas das profissões medievais mais valorizadas socialmente, recordamos q
ue, “para
situar historicamente o desenvolvimento da educação médica durante o Renascimento, é
preciso lembrar que, naquela época, a Medicina era o único tipo de ocupação científica que
havia se profissionalizado” (PINERO, 2006, p. 65). Outras qualificaçõe
s começaram a ser
regulamentadas no século 12 e no século 13 e também a educação a ser recebida por aqueles
que desejam se qualificar como médicos. Pinero (2006) explica um itinerário de formação no
terceiro ciclo de Medicina, ao descrever a natureza de uma tese.
Isso foi seguido por uma média de 3 ou 4 anos no corpo docente da Medicina
culminando no bacharelado em Medicina, que normalmente era exigido para
ser um médico em exercício. Porém, para a obtenção do título de licenciado
ou de doutor, o único requisito consistia apenas na defesa de uma tese sobre
determinada matéria. O método didático era escolástico, baseado na “
lectio
”
que consistia em textos de autoridades clássicas sendo lidos e interpretados, e
quaisquer passagens difíceis ou obscuras que gerassem problemas
(“
quaestiones
”) eram então discutidas (“
disputatio
”) (PINERO, 2006, p. 65).
Depreendemos a partir das considerações de Pinero (2006) que o título de doutor era
concedido a um indivíduo com reconhecida capacidade de ensino e distinguido conhecimento
aprofundado em determinados textos clássicos, a depender das áreas mais evidenciadas e
valorizadas, de um ponto de vista social. No período medieval, não por acaso, a grande
influência da Filosofia e do debate sistemático determinaram sua influência e uma marca
residual até os dias atuais, quando examinamos o título ou etiqueta moderna denominada de
“
Ph.D.”
(
Philosophiae Doctor
). Alemu (2018) comenta, por exemplo, o papel de proeminência
das Universidades na Idade Média e sua ampla influência cultural.
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As universidades obtêm grande prestígio de sua história, onde garantiram
algum tipo de autonomia administrativa. As universidades, no período
medieval, foram uma das instituições mais privilegiadas e prestigiadas para o
desenvolvimento escolar e acadêmico, pensamento e cultura. Por
constituírem, em um mesmo lugar, acadêmicos diversificados, as
universidades foram e ainda são agentes de crescimento de um conhecimento
que possui o poder de mudar o mundo (ALEMU, 2018, p. 211).
Depreendemos das considerações de Alemu (2018) e outros autores, que as
Universidades passaram a representar um ambiente visando o desenvolvimento do pensamento
e da
cultura. Todavia, quando confrontamos a “pesquisa” desenvolvida nas antigas escolas
medievais e a moderna pesquisa desenvolvida nos dias atuais, podemos compreender um
processo evolutivo e de mudança dos paradigmas valorizados nos séculos anteriores. Nesses
termos, MacIntyre (2009) assinala que a pesquisa moderna da Universidade teve um sucesso
notável em pelo menos três maneiras. No trecho seguinte o autor aponta um primeiro motivo.
O primeiro é - sem surpresa - em pesquisa: em Topologia e Teoria dos
números, em Física de partículas e Cosmologia, em Bioquímica e
Neurofisiologia, em Arqueologia e História e em muitas outras áreas - a lista
de descobertas e avanços em quase qualquer ano é extraordinária. O sucesso
na pesquisa é o efeito do sucesso na produção de pesquisadores, inquiridores
estreita e intensamente focados em resolver problemas bem definidos, com
base em um conhecimento em grande profundidade de sua área particular
limitada de investigação. As direções tomadas pela pesquisa, entretanto,
geralmente não são ditadas por pesquisadores, mas por aqueles que fornecem
seus fundos - e o que é financiado depende de uma variedade de interesses
intelectuais, econômicos e políticos (MACINTYRE, 2009, p. 173).
Um segundo sucesso da Universidade de pesquisa não é independente do primeiro. “As
universidades de pesquisa, por meio de suas várias empresas de pós-graduação, fornecem os
recursos humanos especializados e profissionalizados e as habilidades necessárias em uma
sociedade capitalista avançada” (MACINTYRE, 2009, p. 173), não apenas cientistas
pesquisadores especializados e profissionalizados, mas também os médicos, os economistas, os
advogados, MBAs, engenheiros e especialistas em relações públicas e publicidade.
Pouco mais adiante, MacIntyre (2009) indica um segundo motivo, visceralmente
condicionado pela complexidade das relações sociais e que demandam a Universidade. Uma
profusão e especialidade de disciplinas emergentes, quer sejam constituídas por itinerários
autônomos ou não, conferem um estádio cada vez mais evoluído do pensamento humano.
A educação de graduação agora se tornou amplamente um prólogo à
especialização e profissionalização, e o prestígio em fornecer educação de
graduação em sua maior parte está vinculado às instituições que preparam seus
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alunos de maneira mais eficaz para a admissão em programas de pós-
graduação de prestígio. Assim, o currículo tem se tornado cada vez mais
composto por uma variedade de disciplinas e subdisciplinas, cada uma
exercida e ensinada com relativa independência de todas as outras, e as
realizações dentro de cada uma consistem na formação da mente de um
especialista dedicado (MACINTYRE, 2009, p. 173).
MacIntyre (2009) indica, finalmente, um terceiro aspecto que, por intermédio dos
vestígios do passado, podemos compreender um cenário atual que envolve e exige, por um lado,
o financiamento da pesquisa e, por outro lado, um acesso desigual para determinadas classes
sociais que reproduz, em determinados aspectos, tais dessimetrias e desigualdades ao acesso do
saber científico de nível estratégico e patamar intelectivo elevado para um país.
O terceiro aspecto em que as universidades de pesquisa são notavelmente
bem-sucedidas não é independente dos dois primeiros. Essas universidades
têm se tornado cada vez mais ricas e mais ricas e, ao mesmo tempo, cada vez
mais caras. Eles se tornaram mais ricos porque atraem fundos maciços e
dotações de governos, corporações e indivíduos em razão de seu lugar na
ordem econômica geral e na vida dos alunos empenhados em adquirir essas
qualidades e as qualificações mais prováveis de fazer eles foram
excepcionalmente bem-sucedidos. Eles se tornaram mais caros porque cobram
o que seu mercado pode suportar. As universidades de pesquisa no início do
século XXI são corporações empresariais maravilhosamente bem-sucedidas
subsidiadas por isenções fiscais e exibindo todas as ambições aquisitivas de
tais corporações (MACINTYRE, 2009, p. 174).
Finalmente, por intermédio do ponto de vista de MacIntyre (2009) e outros autores,
adquirimos uma compreensão sobre as respostas da Universidade, diante dos interesses de uma
sociedade e dos fatores mais importantes para a Economia em um determinado contexto
históricossocial e o caráter de profissionalização da carreira. Por conseguinte, seria uma
percepção ingênua acreditar que os paradigmas acadêmicos e os interesses na mais alta pesquisa
acadêmica são desprovidos de interesses de ordem econômica e, a depender do ramo de
pesquisa ou da natureza e posição social dos futuros portadores de um título de doutor.
De modo especial, quando examinamos os paradigmas de formação no campo
educacional e, por que não mencionar, a formação de professores, sob um prisma necessário de
formação contínua e investimentos amparados por um planejamento a médio e em longo prazo,
podemos identificar determinados fenômenos, como o aligeiramento (encurtamento) do
período de formação, e a resposta da Universidade, relativamente aos indicadores de
diplomados. Nessas condições, quando examinamos o caso de outros países, depreendemos
lições importantes que podemos extrair com o escopo necessário de compreender o fenômeno
da proliferação da pós graduação na modalidade profissional no Brasil (OSTERMANN;
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REZENDE, 2009), nomeadamente, no caso dos mestrados profissionais e dos hodiernos
doutorados profissionais.
Duas décadas de experiência em Mestrados Profissionais e o Doutorado Profissional no
Brasil
Na seção anterior confirmamos um processo histórico evolutivo sobre as práticas e
cultura acadêmica, todavia, com viés expressamente determinado por uma cultura ocidental
(ALEMU, 2018). Na seção atual abordaremos um exemplo específico denominado por alguns
autores de variante do doutorado acadêmico e tradicional (
Ph.D
.). De forma particular e
seguindo uma lógica sistemática, vejamos que os mestrados profissionais acumulam no Brasil
cerca de 20 anos de experiência e de disseminação. Com o escopo de fornecer uma melhor
compreensão ao leitor, examinaremos algumas relações e preocupação sobre os mestrados
profissionais, concernentemente à área de EDUCAÇÃO (38) e de ENSINO (46)
–
CAPES.
Com efeito, Ribeiro (2005) acentua uma dicotomia que envolve um viés de tensão entre
as modalidades acadêmicas e profissionais que persistem até os dias atuais. Com tal
preocupação, apesar de modo não exclusivo, o autor explica que “no MA
pretende-se pela
imersão na pesquisa, formar, em longo prazo, um pesquisador”. Já no MP, segundo o autor,
também deve ocorrer à imersão na pesquisa, mas o objetivo é formar, embora com um viés
acentuadamente utópico, alguém que “saiba localizar, reconhece
r, identificar e, sobretudo,
utilizar a pesquisa de modo a agregar valor à sua atividade” (RIBEIRO, 2005, p. 15).
Apesar de razoável e compreensível o tirocínio expresso por Ribeiro (2005), não
poderíamos enveredar por um equívoco, ao compreendermos que as capacidades ou habilidades
de localizar, reconhecer, identificar e, sobretudo, utilizar a pesquisa de modo a agregar valor à
sua atividade não se mostrem inerentes, em maior ou em menor substância, ao caso da
modalidade acadêmica. Pouco mais adiante, André (2017) relata um caráter de resistência,
correspondente ao processo de instalação e oferta de mestrado profissional. Decerto que a
ideologia subliminar apontada por André (2017), que interpretamos como um juízo envolvendo
qualificar o mestrado profissional, em nível inferior e de negação (e menos rigor) à pesquisa,
não revela uma compreensão típica ou restrita apenas aos especialistas que atuam na área de
Educação (38) CAPES. Para tanto, André (2017) descortina um pensamento circunstanciado
pelo
locus
acadêmico e, de igual modo, irredutivelmente vinculado ao campo de atividade
profissional de determinada categoria de pesquisadores, neste caso, dos especialistas que atuam
no campo da Educação (área 38
–
CAPES), ao observar que:
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Quo vadis, Doutorado profissional (DP)? Análises e exemplos com amparo da didática profissional
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
1765
A área de Educação relutou muito para aceitar a implantação dos mestrados
profissionais no Brasil, baseada em justificativas razoáveis, uma das quais o
temor de perda de valorização da pesquisa, espaço conquistado com muito
esforço. Assim, por tratar-se de uma iniciativa bastante recente
—
o primeiro
mestrado profissional em Educação foi aprovado pela CAPES em 2009
—
torna-se oportuno discutir as diferenças e similitudes entre o mestrado
profissional e o acadêmico (ANDRÉ, 2017, p. 826).
Pouco mais adiante, André (2017) revela um dilema e/ou entrave que atinge e afeta tanto
o campo da compreensão de estudantes, bem como a compreensão dos professores
–
formadores, sobre um entendimento pragmático necessário para separar, não de forma
estanque, um itinerário de formação acadêmica do itinerário correspondente da formação
profissional, evitando determinadas dicotomias (prática/pesquisa) ao observar que:
Tínhamos consciência de que nosso trabalho no Mestrado Profissional não
poderia repetir o que fazíamos no mestrado acadêmico, teríamos que aprender
a fazer de um outro jeito. Uma questão básica era a seguinte: como estruturar
o Programa de modo a contemplar a articulação entre pesquisa e prática?
Subjacente a essa, estava a dúvida maior: o que distingue o mestrado
profissional do acadêmico? E, associada a essa, havia outra questão bem
específica: em que consiste o trabalho final de conclusão do mestrado
profissional? (ANDRÉ, 2017, p. 827).
Mais uma vez, ao resgatarmos o pensamento de Ribeiro (2006), deparamos uma
compreensão ou tipificação de difícil ou impossível demarcação (quer seja inerente à
modalidade acadêmica ou modalidade profissional), na medida em que a importância da
pesquisa, em qualquer caso, busca cotejar um denso espectro de argumentos ou indicadores que
confirmam ou impulsionam o engajamento do pesquisador, em quaisquer das modalidades.
Outrossim, ocorre um viés idealista, na medida em que a expectativa de emergência da
capacidade de antevisão, no que concerne ao cenário dinâmico da realização de uma pesquisa,
objetivando determinado objeto, depende da capacidade e experiência do pesquisador. De igual
modo e forma, a capacidade de encontrá-la, com propriedade e eficiência, nem mesmo em um
nível de formação no terceiro ciclo (doutorado) costumamos registrar tal evolução substancial
de um candidato. Em todo caso, Ribeiro (2006, p. 215) insiste na seguinte tese utópica:
O que se almeja é algo aparentemente simples, mas bastante ambicioso e
difícil, que o aluno entenda a importância da pesquisa em sua área
profissional, que saiba onde encontrar a pesquisa ainda não feita, mas que se
fará no futuro
–
e finalmente, que seja capaz de incorporá-la em seu exercício
da profissão.
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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As indicações de André (2017), Ribeiro (2005, 2006) e outros autores, mesmo diante de
um acúmulo de duas décadas de experiência, confirmam que a atuação do professor,
correspondentemente aos dois cenários ou ambas as modalidades de formação envolvem
condicionantes de complexa resolução, na medida em que, até mesmo para o
experts
, de extensa
e prestigiada carreira acadêmica, ocorrem incompreensões acerca da modalidade profissional,
tendo em vista sua formação prioritariamente ter ocorrido na modalidade acadêmica. Rizatti
et
al
. (2020, p. 3) confirmam tal entendimento, na medida em que:
Embora o conceito venha sendo construído ao longo dos anos de existência da
área de Ensino, conforme podemos verificar nos documentos norteadores e
que constam da Memória da Área, nem sempre foi completamente assimilado
pelos pesquisadores diretamente ligados a essa modalidade. Assumimos como
hipóteses para essas incompreensões o fato da formação da maioria do corpo
docente dos PPGs ter ocorrido em cursos da modalidade acadêmica, aliada ao
desconhecimento dos documentos norteadores por parte dos professores
quanto alunos dos programas.
Não custa mencionar que, no Brasil, em termos de uma ideologia própria responsável
pela conformação de modelos e paradigmas universitários, identificamos toda uma influência
essencialmente exógena, na medida em que países como França e EUA disseminaram, por
intermédio da veiculação de ideias oriundas de pesquisadores de amplo prestígio, responsáveis
pela formação de várias gerações de pesquisadores brasileiros que, em maior ou em menor
substância, replicam e reproduzem um modelo de formação sob influência estrangeira e
exógena. Calderón
et al
. (2019, p. 142) confirma esse cenário, quando explicam que:
No Brasil, originalmente, a constituição das universidades seguiu forte
influência europeia, sobretudo, buscando fundamentação no modelo francês
no que diz respeito à organização dos professores em cátedras. Até antes da
Reforma Universitária de 1968, de acordo com Verhine (2008, p. 168), alguns
poucos cursos de doutorado foram criados no país pelas principais
universidades, e o doutorado era obtido pela defesa de uma tese (tipicamente
preparada sem orientador), diante de um comitê de professores catedráticos.
Nessa mesma perspectiva, segundo Sguissardi (2006), o doutorado existia,
mas era um sistema livre, sem estrutura curricular uniforme e seguia o modelo
europeu, em que a relação entre orientando e orientador se constituía no fator
quase único para que a titulação se efetivasse. Com a reforma de 1968, a Pós-
Graduação no Brasil foi reestruturada, tendo como referência o modelo norte-
americano [...].
De forma semelhante, uma tendência que nos deparamos em vários países, a
Universidade foi alvo de críticas constantes, na medida em que nem sempre respondia de modo
síncrono aos desafios, interesses e demandas dinâmicas da sociedade. De forma particular, no
Brasil, uma forma de resposta à sociedade, por intermédio de um expediente de crítica à
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Quo vadis, Doutorado profissional (DP)? Análises e exemplos com amparo da didática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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modalidade acadêmica pode ser registada desde a década de 60, quando Calderón
et al
. (2019)
contextualizam um movimento de um Programa de Flexibilização do Modelo de Pós-
Graduação
stricto sensu
, sob influência de uma cultura acadêmica estrangeira.
As mudanças que ora se configuram para o presente e o futuro da Pós-
Graduação em nível profissional, em especial no nível de doutorado, partem
das premissas internacionais formuladas no Parecer Ministerial nº 977/65, de
03 de dezembro de 1965 (ALMEIDA JUNIOR,
et al
, 2005), o chamado
Parecer Sucupira, que, a partir da realidade norte-americana, distinguia duas
modalidades de doutorado: de pesquisa (acadêmico) e profissional. [...]
Entretanto, de acordo com Maciel e Nogueira (2012), somente em 1995 é que
a modalidade MP passou a ser praticada por meio do Programa de
Flexibilização do Modelo de Pós-Graduação
stricto sensu
, reconhecido pela
Portaria nº 47 de 17 de outubro de 1995, que previa os procedimentos
apropriados à recomendação, acompanhamento e avaliação de cursos de
mestrado dirigidos à formação profissional, (CAPES, 2005) (CALDERÓN
et
al.
, 2019, p. 142).
No excerto anterior, podemos divisar que Calderón
et al
. (2019) não desperdiçam a
oportunidade de falar sobre uma variante do doutorado acadêmico, denominada de doutorado
profissional. Reparemos, todavia, que a modalidade profissional possui uma característica
intrinsecamente vinculada ao
habitus
profissional do indivíduo e que, de modo inescapável,
envolve uma forma ou paradigma de como considerar, como avaliar um conhecimento expresso
essencialmente de uma natureza profissional, derivado e condicionado de uma forma particular
(a depender do ofício), e de que maneira a Universidade referenda/valida tal
corpus
de
conhecimentos ou, ainda, se consideramos um clássico dilema proposto por Bourdieu (1984),
as diferenças entre o conhecimento prático (
practical knowledge
) e um conhecimento erudito
(
scholarly knowledge
). Bourdieu (1984) assinala a dificuldade correspondente à natureza
de
per si
, envolvendo um viés da experiência, considerando um exame sistemático de suas partes
constituintes e sua recomposição. Basta recordar, segundo o próprio Bourdieu (1984), que o
conhecimento científico, quando buscamos transmiti-lo, no que concerne a determinado objeto
de interesse, se reproduz especialmente quando empregamos a mídia da escrita/digital.
Bourdieu (1984) recorda uma estratégia retórica, quando buscamos tornar algo claro e
preciso, por intermédio da persuasão de alguém em descrever sua própria experiência
(profissional)
2
. Neste caso, a redução do componente subjetivo se evidencia quase impossível.
2
Pastré (2008) identifica enormes diferenças entre o saber científico e um conhecimento derivado da atividade
profissional. Por exemplo, o saber científico necessário para a realização de um procedimento cirúrgico por parte
de um médico (saber científico). A escolha de uma técnica cirúrgica particular, em detrimento de outras técnicas
semelhantes e de mesmo fim, todavia, que proporciona maior segurança ao médico, de acordo com sua experiência
profissional.
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Pouco mais adiante, Bourdieu (1984) determina alguns paralelos e fragilidades, por exemplo,
acerca do conhecimento sociológico, como categoria de interesse de um pesquisador, todavia,
nem sempre totalmente contemplado pelo formalismo abstrato da academia.
Assim, o conhecimento sociológico está sempre exposto a ser trazido à
primeira visão pela leitura "interessada" que adere à anedota e aos detalhes
singulares e que, por não poder ser detida por um formalismo abstrato, reduz
ao seu sentido comum das palavras comuns à linguagem acadêmica e à
linguagem geral. Esta leitura quase inevitavelmente parcial busca uma falsa
compreensão, fundada no desconhecimento de tudo o que define o
conhecimento propriamente científico como tal, ou seja, a estrutura sistema
explicativo em si: desfaz o que a construção do cientista fez, misturando o que
foi separado, principalmente o indivíduo construído (pessoa singular ou
instituição), que não existe senão na rede de relações elaboradas pelo trabalho
científico (BOURDIEU, 1984, p. 3).
No trecho anterior, identificamos que o autor identifica as fragilidades, por exemplo, de
um conhecimento sociológico. Em um cenário ampliado, não se escapa do trabalho de
construção e elaboração de um objeto científico e da responsabilidade que isso implica.
Não há objeto que não carregue um ponto de vista, mesmo que seja o objeto
produzido com a intenção de abolir tal ponto de vista, isto é, parcialidade: para
ir além da perspectiva parcial que está associada (BOURDIEU, 1984, p. 17).
Apoiando-se no pensamento de Bourdieu (1984) vejamos as considerações emitidas por
Curi
et al
. (2021) sobre uma noção hodierna de objeto denominado no interior da academia por
“Produto Educacional”. (PE)
Como a tese deve apresentar, descrever e analisar a aplicação e validação do
PE, reforçasse aqui que é essencial que no DP exista a vinculação do problema
de pesquisa à prática profissional. Assim, o PE deve ser fruto do envolvimento
do profissional com seu campo de atuação, possuir caráter intervencionista,
ser gerado a partir de problemas identificados na e pela prática profissional do
pós-graduando, devendo ser resultado de uma pesquisa que tenha foco
evidente no contexto de atuação profissional deste estudante e pesquisador
(CURI
et al
., 2021, p. 219).
Mais uma vez, apoiamo-nos na perspectiva de Bourdieu (1984), com o ensejo de
examinar as informações expressas por Curi
et al
. (2021) no excerto anterior. Nesses termos,
Bourdieu (1984) discute o emprego de determinadas operações linguistas, recorrentemente
discriminadas no discurso acadêmico,
e outros problemas, como no caso da “objetivação do
não objetivado, por exemplo, o prestígio científico” (BOURDIEU, 1984, p. 21). De igual modo,
quando consideramos o objeto denominado por Produto Educacional, com o escopo de
compreender seu processo de elaboração e de construção, seu caráter intervencionista e
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visceralmente vinculado ao campo de atuação profissional, deverá condicionar e delimitar um
conjunto finito de propriedades essenciais ao mesmo. Por exemplo, Bourdieu (1984) explica
alguns elementos vinculados ao processo de construção de um objeto teórico.
O trabalho de construção de um objeto delimita um conjunto finito de
propriedades pertinentes, instituídas por hipóteses e variáveis eficazes, cujas
as variações estão associadas às variações do fenômeno observado, e define
ao mesmo tempo uma população de indivíduos construídos, eles próprios
caracterizados pela posse dessas propriedades em diferentes graus
(BOURDIEU, 1984, p. 21).
Mais uma vez, com o amparo da perspectiva de Bourdieu (1984), não podemos
negligenciar, no âmbito do desenvolvimento da pesquisa peculiar ao
locus
acadêmico, seu viés
pragmático, como, por exemplo, a pluralidade de hierarquias acadêmicas e a coexistência de
poderes praticamente incomensurável do prestígio científico e que emana uma espécie de poder
universitário, reconhecimento interno, assim como o renome externo é essencialmente
determinado pelas relações entre seus ocupantes, a depender de sua carreira acadêmica, que
envolve os professores
–
formadores inexperientes e, também, outros experientes. Basta
observar, por exemplo, incompreensões recorrentes relatadas por Rôças e Bomfim (2018) que
não envolvem quadro de exceção e, sim, via regra. Nesses termos, os autores relatam:
Com base na vivência do nosso curso de MP, assim como nas trocas com
colegas de outros cursos, percebemos que, em geral, os docentes menos
experientes, em orientação (mais próximos ainda de suas formações
acadêmicas) têm mais dificuldades de compreender o percurso de um aluno
da modalidade profissional. Ele leva um tempo para compreender que a
dissertação não deve ser descolada da elaboração do PE e que deve contar a
história de sua elaboração, desde a sua emergência (contextualizada a partir
de um diagnóstico) até a sua validação, apresentando um referencial teórico-
metodológico coeso em todas as etapas do processo (RÔÇAS; BOMFIM,
2018, p. 5-6).
Quando examinamos o binômio “professor –
produto” podemos registrar dois
movimentos dialéticos possíveis. O primeiro consiste em acentuar, de forma prioritária, uma
corrida desenfreada em busca do Produto Educacional que, de forma equivocada, adquire um
papel de “centro de gravidade” ou justifica toda a ação, mais ou menos assumindo uma
simbologia de “
Sanctus Graal
”. Em um sentido contrário, divisamos um percurso acadêmico
que visa proporcionar uma evolução e incorporação de saberes acadêmicos ao indivíduo que
realiza uma pó
s graduação na modalidade profissional e, por fim, o produto educacional
refletirá e resultará do acumulo ou a síntese de saberes originados de sua prática, e outros
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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essencialmente derivados da atividade sistemática de pesquisa na universidade. Nesses termos,
assumimos posição concorde com Rizatti
et al
. (2020, p. 14), quando afirmam que:
Considerando que os PPGs são lócus de formação de recursos humanos,
ressaltamos que o principal “produto” da modalidade profissional é o
professor/profissional que termina os cursos da área, pois eles estão aptos a
refletirem sobre suas práticas a partir de um referencial teórico metodológico,
identificando situações-problema e propondo soluções
–
o PE. Portanto, as
dissertações e teses são as narrativas sobre os percursos percorridos e o PE
elaborado. E nesse contexto podemos afirmar que a produção que emana dos
programas profissionais não se trata de uma reprodução tecnicista, e sim a
materialização de uma análise crítica sobre diferentes contextos profissionais
relacionados ao Ensino, pautada na reflexão e utilização de referenciais
teóricos e metodológicos.
Antes de finalizarmos, regatamos uma tese de Bourdieu (1984) quando assinala que os
professores das diferentes faculdades estão distribuídos entre o polo do poder econômico e
político e o polo do prestígio científico - cultural, de acordo com os mesmos princípios que
refletem as diferentes frações da classe dominante. Com efeito, Bourdieu (1984, p. 56) alerta
que:
Na verdade, é visto aumentar a frequência das propriedades mais
características das frações dominantes da classe dominante à medida que se
passa das faculdades de Ciências para as faculdades de Letras, destas últimas
para as faculdades de Direito e Medicina (enquanto a posse das marcas
distintivas de excelência acadêmica, como nomeações por general competição
tende a variar inversamente com a hierarquia social das faculdades).
O pensamento de Bourdieu (1984) assinala uma preocupação ou fenômeno, na medida
em que examinamos o impacto social e a relevância concedida ao Produto Educacional (PE), a
depender do “nicho acadêmico” de sua produção (e
origem) e das “classes acadêmicas” de
pesquisadores correspondentes vinculadas na academia. Nesses termos, poderíamos inferir que
um Produto Educacional concebido no âmbito da pesquisa em Saúde ou no Direito possuiria
maior lastro e representatividade social, no sentido de referendar uma tese de doutorado
profissional? O valor da competência profissional agregada a um determinado Produto
Educacional (PE) ocorre nos mesmos termos ou não, quer consideremos pesquisa em Saúde ou
no Direito ou no campo educacional, quando examinamos o caso de professores?
Quando consideramos os produtos educacionais derivados de um acúmulo de 20 anos
de experiência da ÁREA de ENSINO
–
46 possuímos indicadores no Brasil de um avanço
representativo ou, de igual modo à crítica direcionada à modalidade acadêmica, trata-se, ainda,
de um acúmulo, com baixa e/ou nenhuma repercussão, de produtos educacionais que se
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Quo vadis, Doutorado profissional (DP)? Análises e exemplos com amparo da didática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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evidenciam por uma “segunda categoria de rigor”, amparadas por trajetórias individuais de
pesquisadores e/ou incipientes no
métier
, com inexpressivo prestígio no interior da academia?
Decerto que esta e outras perguntas, diante do caráter recente de implantação do
doutorado e o egresso correspondente dos primeiros portadores do título e, acrescentamos, de
uma “etiqueta social” concedida pela universidade como pesquisadores, não buscamos
responder de forma definitiva no presente trabalho. Não obstante, assumimos posição concorde
com Rizatti
et al
. (2020, p. 4
) quando observam que “o PE deve ser elaborado com o intuito de
responder a uma pergunta/problema oriunda do campo de prática profissional
”
. Diante disto,
de forma inescapável, assinalamos que a prática profissional, um amplo espectro de
conhecimentos pragmáticos e rituais intrínsecos de determinado
métier
, habilidades e outros
elementos profundamente condicionados pelo campo profissional requerem, então, de uma
espécie de “protocolo” de tratamento pela universidade, posto que sua gênese, do ponto de vista
de conhecimentos, se evidencia completamente exógena ao
locus
acadêmico. Por conseguinte,
na seção vindoura, apresentaremos alguns pressupostos da vertente francesa da Didática
Profissional, com o ensejo de sugerir e indicar determinados elementos visceralmente
vinculados aos produtos educacionais, sob uma melhor ênfase de um processo evolutivo de
aprendizagem profissional (ALVES, 2021).
A Didática Profissional e a noção de competência do professor - pesquisador
A vertente francesa da Didática Profissional proporciona um viés diferenciado, quando
examinamos sua preocupação com a aprendizagem no trabalho e decorrente das atividades
especializadas desenvolvidas no trabalho. Nesses termos, como decorrência e extensão do
pensamento piagetiano, que coloca em posição diferenciada da ação, da adaptação e
aprendizagem da criança, mediante a produção e conceptualização de ações, na medida em que
interage com objetos e com o meio. De forma semelhante, a Didática Profissional dedica
interesse especial à competência profissional, mediante a necessidade imprescindível da
incorporação de habilidades especializadas no trabalho. Quando examinamos, por exemplo, a
carreira acadêmica, constatamos um amplo espectro de componentes que exigem uma
competência profissional presumida, concernente aos portadores de um título de doutor, como
constatamos nas informações indicadas por Wickramasinghe e Borger (2020).
Embora muitos comecem como pesquisadores de pós-doutorado, PhD o
número de graduados ainda supera enormemente a demanda por
pesquisadores de pós-doutorado. E aqueles que alcançam esta posição com
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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sucesso são rapidamente lançados em um clima severo de "publicar ou
perecer". À medida que nosso mundo continua a crescer científica e
tecnologicamente, nossas comunidades precisam se tornar mais alfabetizadas
nessas áreas para competir com sucesso em uma economia baseada no
conhecimento (WICKRAMASINGHE; BORGER, 2020, p. 1).
A vertente francesa da Didática Profissional, mais recentemente, adquiriu um viés ou
interpretação como uma vertente da Didática dos conhecimentos profissionais e, no caso da
carreira acadêmica e atividade desenvolvida na academia, podemos constatar que o papel da
“aprendizagem” figura em um modo central de interesse, c
omo vemos a seguir.
A Didática Profissional nasceu de um desejo de reversão, de natureza
epistemológica, no modo de considerar, em relação à aprendizagem, as
relações entre atividade e conhecimento. Na prática científica, a ação não está
ausente, mas subordinada à produção do conhecimento. Na prática escolar, a
ação também não está ausente - basta ver todo o desenvolvimento dos métodos
ativos - mas também está subordinada à transmissão do conhecimento. Assim
se formou a didática disciplinar: o verdadeiro objeto de aprendizagem é o
conhecimento e a ação servirá de veículo para a aquisição desse
conhecimento. Isso significa que podemos muito bem conceber a "
Didática
dos conhecimentos profissionais
", no modelo da didática das disciplinas,
importando os conceitos (PASTRÉ, 2008, p. 3).
A partir do ponto de vista de Pastré (2001) adquirimos uma perspectiva a respeito da
noção de competência profissional, quer seja no interior da Universidade ou não, como
elemento constitutivo e com forte nuances de relação a determinado grupo ou gênero
profissional. O tema da “competência profissional” se revela, por exemplo, nas Universidades,
na medida em que o seu principal produto reside, de forma prosaica, na formação de um novo
pesquisador. Pastré (2001) coloca ênfase no debate qualificação profissional/competências no
interior da pesquisa em Didática Profissional, quando esclarece que:
A Didática Profissional nasceu da convergência dessas três abordagens:
analisando o trabalho usando uma abordagem de desenvolvimento cognitivo
em adultos; analisar o trabalho com particular ênfase na dimensão cognitiva,
conceitualização. Analisar as atividades de mediação, auxílio das habilidades
de construção. Temos uma convergência bastante forte entre J. Leplat, pela
Psicologia do Trabalho e G. Vergnaud pelo papel da conceituação. E ele cada
vez mais importante se interessar pelas interações, na forma de linguagem,
mas também a transmissão de gestos, levando em conta, portanto, o papel da
mediação de outros na construção de competências (PASTRÉ, 2001, p. 6).
Podemos registrar na literatura elementos consideráveis que revelam conflitos
psicológicos, tensão e a solidão intelectual costumeiramente identificada no período de
formação de um futuro pesquisador. A indução e a aprendizagem de novos pesquisadores,
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incluindo-se o crescimento pessoal e profissional, configuram-se como elementos que não
podem ser negligenciados, como depreendemos das considerações a seguir.
Em algum ponto durante sua graduação, os alunos de doutorado enfrentam
desafios, como redirecionamento de projetos, manutenção do equilíbrio entre
vida e trabalho e relacionamentos com o supervisor, que eles precisam
aprender a administrar. Essas lutas, junto com mais situações de confronto
psicológico mudanças, incluindo solidão intelectual, isolamento profissional
e social e ansiedade, são reconhecidas por muitas instituições de ensino
superior instituições. Em particular, é reconhecida por instituições que
executam programas de indução destinados a apoiar o aluno de doutorado a
ajustando-se ao seu novo status de pesquisadores novatos. Apesar desses
obstáculos, o valor da conclusão do doutorado permanece inestimável, e de
acordo com ex-alunos de doutorado, inclui alcançar amplo crescimento
pessoal e profissional, desenvolver habilidades especializadas e transferíveis
e abrir portas para diversas oportunidades de emprego são apenas alguns dos
benefícios de longo prazo de concluir um doutorado (WICKRAMASINGHE;
BORGER, 2020, p. 1).
Quando objetivamos o crescimento pessoal e profissional de novos pesquisadores
(recém doutores), cabe observar dois componentes inerentes ao processo. O primeiro
componente confere a competência profissional dos conhecimentos e domínio técnico-
científico de saberes inerentes à determinada área de pesquisa e atuação. Por outro lado, um
segundo componente possui natureza essencialmente pragmática e seu sentido e significado
evolui, na medida da interação do indivíduo com uma estrutura fundamental de situações
profissionais intrínsecas à atividade do pesquisador. Pastré (2007a) explica um pouco a função
do componente pragmático das situações quando indica determinados invariantes.
Na Didática Profissional, vim falar sobre conceitos pragmáticos, a estrutura
conceitual de uma situação, modelos operacionais. Estamos de fato em uma
perspectiva de conceituação em ação, que prevê uma organização de
atividades complexas na forma de "grandes" esquemas. Em particular,
procuro destacar os dois acoplamentos: o acoplamento esquema-situação, com
a articulação da estrutura conceitual da situação (do lado da situação) e o
modelo operacional (do lado do esquema e dos invariantes quais são o seu
núcleo) e o acoplamento invariância-adaptação: a invariância é representada
por conceitos organizadores que servem para orientar e guiar a ação, em
particular para estabelecer um bom diagnóstico da situação. Esses conceitos
organizadores podem ser pragmáticos ou pragmatizados, dependendo de sua
origem (empírica ou científica) (PASTRÉ, 2007a, p. 86-87).
Vejamos alguns exemplos de conceitos pragmático relacionados aos determinantes do
sucesso na carreira. As variáveis que determinam os salários recebidos pelo trabalhador podem
ser divididas em dois grupos. O primeiro conjunto de variáveis permite uma avaliação objetiva
da situação familiar e laboral do trabalhador: características pessoais (sexo, idade e situação
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familiar); treinamento (o campo de conhecimento do
PhD
); características do cargo
(antiguidade, setor de atividade, duração do contrato e jornada de trabalho); e produção
científica (número de livros e artigos de periódicos publicados e número de patentes
registradas). O segundo grupo de variáveis determina a avaliação subjetiva da situação de
trabalho de um indivíduo e inclui três aspectos: a relação entre a posição de trabalho e o nível
de estudos; a adequação do treinamento de doutorado à posição de trabalho; e satisfação no
trabalho. Na figura 1, os autores Wickramasinghe e Borger (2020) apresentam um diagrama
explicativo sobre vertentes de atuação profissional aos portadores de um título de doutor e, por
razõ
es de ordem pragmática, divisamos que um espectro correspondente de competências do
professor não se demonstra simbolizado. Decerto que por razões históricas, em diversos países,
como no caso da cultura anglo-saxônica, a formação de professores tendo em vista seu
aperfeiçoamento profissional permaneceu à margem de muitas reformas educacionais.
Figura 1
–
Esquema das diversas oportunidades de carreira disponíveis para graduados de
doutorado
Fonte: Wickramasinghe e Borger (2020, p. 1)
Antes de finalizar a seção atual, a figura sugerida por Wickramasinghe e Borger (2020),
a despeito de sua ausência, revela uma preocupação com a formação de um pesquisador e,
segundo nossa maior atenção, de um pesquisador portador de um doutorado profissional. Na
seção subsequente, buscaremos ilustrar uma habilidade profissional originada de um viés
essencialmente pragmático, entretanto, requerida cada vez mais no mundo das profissões que
envolvem o fenômeno social da colaboração profissional.
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Algumas aplicações da Didática Profissional: o caso da colaboração profissional
Com amparo dos argumentos indicados nas seções predecessoras, assinalamos
claramente um dilema envolvendo a dicotomia entre o conhecimento técnico
–
científico, cujo
prestígio social no
locus
acadêmico se demonstra primordial, com um conhecimento
pragmático e profissional, profundamente condicionado e alinhado com uma categoria
particular de um
métier
. Para exemplificar uma forma de sua manifestação, quando assinalamos
o componente de um conhecimento pragmático e profissional, vejamos o caso da noção de
colaboração profissional. O processo de colaboração profissional envolve uma diversidade de
aspectos e complexas nuances que devem concorrer para uma substancial constituição de um
portofólio profissional e de um incremento de esquemas de conduta e de eficiência profissional.
Por sua vez, quando objetivamos a colaboração profissional envolvendo professores,
não podemos desconsiderar a natureza de dois tipos, categorias de saberes ou campos distintos.
O primeiro “saber” se situa em um campo (conceitual) essencialmente epistêmico e se evidencia
profundamente marcado e condicionado por um saber científico e clássico de referência e, neste
caso, indicamos o saber científico. Por outro lado, quando objetivamos um ambiente de
aprendizagem e de formação profissional, não podemos negligenciar todo um processo de
aprendizagem dos autores (professores) envolvidos. Assim, o segundo saber diz respeito à
aquisição de um conhecimento essencialmente pragmático e originalmente circunstancial, que
corresponde a uma espécie de campo profissional (PASTRÉ, 2007a; 2007b).
Assinalamos que o conhecimento pragmático profissional, cuja identidade e as
características são incorporadas ao decorrer no tempo da atividade profissional, se revela como
elemento, fator ou uma categoria de saber imprescindível e intrinsecamente vinculado a
qualquer tipo de atividade de formação profissional ou constituição de um itinerário de
formação, cuja necessidade de colaboração profissional se mostra necessária. Por outro lado, o
processo de colaboração profissional pode ser examinado a partir de um ponto de vista
essencialmente cognitivista, na medida em que consideramos a atividade do professor e os
processos de aprendizagem do adulto decorrentes de sua atividade organizada e especializada,
da execução de tarefas fundamentais do trabalho e de colaboração profissional entre outros
sujeitos pertencentes ao mesmo gênero de ofício, categoria profissional ou
métier
.
Visando nossa discussão e um exame de elementos que concorrem para uma
identificação de elementos que concorrem para a colaboção profissional, envolvendo
professores, não podemos desconsiderar a noção de gênero profissional, tendo em vista que “o
gênero profissional pode ser apresentado como uma espécie de estoque pré-fabricado, de
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“
encenações
”
,
“
colocadas em palavras
”, mas também de conceituações pragmáticas” (CLOT;
FAITA, 2000, p. 13). No caso ilustrado na figura 2, Pariê (2006) emprega a metáfora do
formigueiro. O autor constata que a sua eficiência operacional é realmente um caos aparente, e
não ocorre nenhuma “representação de processo”, nenhuma compreensão aprofundada do
objetivo coletivo, nenhuma compreensão se revela das condições para a eficiência coletiva e
que é necessária no nível de um agente individual do formigueiro (a formiga). Ademais, o autor
assinala ainda que “eles se desenvolvem e estabilizam à beira do caos: eles criam ordem
(invariantes, regras, regularidades, estruturas) contra o caos, mas precisam de desordem
residual para sobreviver” (PARIÊ, 2006, p. 51).
Figura 2
–
Pariê (2006) ampara seu pensamento na metáfora do formigueiro
Fonte: Pariê (2006, p. 51)
Não obstante, Pariê
(2006) emprega a “metáfora do formigueiro”, na medida em que
a manifestação de um comportamento coletivo e organizado se mostra imprescindível no campo
profissional dos sujeitos e, de modo particular, quando objetivamos o egresso de um doutorado
profissional. Nesses termos, de suas considerações, compreendemos que:
As formigas praticamente não têm cérebros (cerca de cem neurônios, contra
cerca de cem bilhões para humanos). Pode-se então rejeitar fortemente uma
legitimidade de qualquer comparação, mesmo metafórica, entre enxames de
insetos e sociedades humanas. No entanto, os humanos exibem um
comportamento coletivo baseado na interação de regras individuais bastante
simples. O comportamento de grupo ou multidão durante a evacuação de
aeronaves, navios, túneis ou edifícios, ou simplesmente fluxos diários de
pedestres ou engarrafamentos de automóveis podem ser e foram modelados
usando simuladores de software baseados em interação de regras individuais
de baixo nível (PARIÊ, 2006, p. 50).
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Em sua tese de doutorado em Educação, intitulada “Explorando o impacto de um
doutorado profissional na Educação Superior em organizações educacionais: uma perspectiva
realista crítica”, a autora Lundgren
-Resenterra (2017) dedicou interesse especial ao fenômeno
do impacto de um doutorado profissional sobre os alunos e suas organizações, que se tornou
um tema recente de interesse dos pesquisadores, no entanto, tem se discutido o impacto do
profissional em sua organização e se isso representa a manifestação direta de uma aprendizagem
profissional. Nesses termos, a autora assinala que “
a produção de conhecimento é, portanto,
percebida como resultante da interação entre a academia, o ambiente de trabalho e a profissão,
e não derivada apenas de pesquisas acadêmicas” (LUNDGREN
-RESENTERRA, 2017, p. 30).
Pouco mais adiante, a mesma explica que:
Esse conceito foi transferido para o doutorado profissional por Lee
et al
.
(2000), que estabeleceram uma relação clara entre a aprendizagem que ocorre
durante um Doutorado Profissional na academia, o local de trabalho e a
profissão, estabelecendo assim um novo modelo de produção híbrida de
conhecimento. Na verdade, Lee
et al
. argumentaram que o resultado final de
um doutorado profissional está na interseção entre o ambiente de ensino
superior e o local de trabalho do projeto. Seu inter-relacionamento produz
novos tipos de conhecimento e prática profissional com base em deliberações
reflexivas que resultam na transformação organizacional (LUNDGREN-
RESENTERRA, 2017, p. 30).
Com origem no pensamento de Lundgren-Resenterra (2017) e, em alguma medida, na
metáfora de Pariê (2006) sobre a colaboração profissional, confirmamos o caráter de
imprescindibilidade de cotejar um conjunto de alterações que não podem ser simplesmente
replicadas da modalidade acadêmica.
Assim, na figura 3, configuramos nossa proposta de constituição de júri de doutorado,
tendo em vista considerar a dimensão técnica científica e clássica, regularmente averiguada
pelos cinco examinadores originados do
locus
acadêmico e, com mesmo valor e expressividade
no processo, o escrutínio de três
experts
, de reconhecida prática e experiência no âmbito que se
enquadra o Produto Educacional.
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Figura 3
–
Configuração de banca de exame ou júri final de Doutorado Profissional:
componentes técnicos
–
científicos e componentes pragmáticos
Fonte: Elaborado pelo autor
Segundo a configuração proposta da figura 3, assumimos o caráter imprescindível de
cooperação profissional e solidária de profissionais da academia e profissionais com
reconhecido “notório saber” em determinado campo profissional (v
er figura 3). Outrossim, no
lado esquerdo da mesma figura, afirmamos um viés de debilidade (acréscido de seus
indicadores
–
endogenia, baixa visibilidade e impacto, etc), quando empregamos o clássico
modelo de júri e avaliação desenvolvido na universidade. Barata (2006) expressa um ponto de
vista que se coaduna visceralmente com o nosso, ao advertir que:
Outra característica própria do mestrado profissional diz respeito ao corpo
docente e à avaliação do produto final. A maioria do seu corpo docente
apresenta as mesmas características daquele dedicado ao mestrado acadêmico;
entretanto, podem ser incorporados profissionais com reconhecida
experiência, ainda que não possuam titulação acadêmica, no intuito de
complementar a formação por meio do compartilhamento e de reflexões
induzidas pelo acúmulo de experiência. Do mesmo modo, a avaliação do
produto final pode contar com a participação de profissionais com reconhecida
expertise
no tema estudado, independentemente de possuírem ou não titulação
acadêmica (BARATA, 2006, p. 270).
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Outrossim, nossa configuração expressa na figura 3, mais uma vez, encontra respaldo
nos argumentos e advertências de Barata (2006), indicando entraves em etapas primordiais no
processo de formação de um futuro mestre, oriundo da modalidade profissional.
Os cursos também têm encontrado dificuldades nos momentos de avaliação
formal: o exame de qualificação e o julgamento do produto final. A maioria
dos docentes que podem compor as bancas não está habituada aos novos
formatos previstos pelo mestrado profissional, e não há critérios claros e
estabelecidos de argüição nessas situações. Talvez fosse interessante ter como
critério de composição dessas bancas a participação obrigatória de um
profissional do campo em questão, independentemente de titulação
acadêmica. A natureza, potencialmente bastante diversificada, dos produtos
finais torna necessário o acúmulo de experiência por parte daqueles que irão
julgá-los. A maioria dos docentes está habituada com a avaliação de teses e
dissertações ou artigos científicos, mas não possui experiência na avaliação
de materiais mais instrumentais de uso pelos serviços, ou de alguns produtos
como vídeos e
softwares
(BARATA, 2006, p. 278).
Pelo exposto, resgatando o objetivo (iii) do presente trabalho, assinalamos um
componente imprescidível da criação de um protocolo acadêmico concernente ao exame dos
conhecimentos pragmáticos e conhecimentos profissionais derivados do campo profissional do
futuro portador de um título originado em um Doutorado Profissional.
Considerações finais
Nas seções antecessoras orientamos nossa discussão em torno de uma preocupação
amplamente justificada, na medida em que a formação proporcionada em um Doutorado
Profissional necessita considerar os mecanismos de aprendizagem no e do trabalho. Outrossim,
o interesse pelos fatores ou elementos carecem de uma melhor compreensão desta nova
variante, sem desconsiderar o componente dos próprios professores - formadores e, finalmente,
o que podemos esperar de um Doutorado Profissional no porvir.
Identificamos aspectos históricos e elementos evolutivos em torno da noção de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
), que confirmam uma posição de prestígio científico e social
aos
respectivos portadores do título de terceiro ciclo, segundo uma tradição europeia, não
desconsiderando uma alteração da ênfase e dos paradigmas valorizados pelas Universidades
que, na Idade Média, conferiam maior distinção, segundo as habilidades acadêmicas reveladas
pelo estudo de antigos textos clássicos e disciplinares. Não obstante, segundo uma acepção
moderna de Universidade, inaugurada na Alemanha e disseminada por países anglo-saxônicos,
compreendemos que a carreira acadêmica e a correspondente competência profissional se
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mostrou confirmada pela eficiência na pesquisa e n
o “desbravamento” de novos e inéditos
campos disciplinares.
Por outro lado, quando consideramos o cenário brasileiro atual sobre os mestrados
profissionais (BARATA, 2006) e os doutorados profissionais e dificuldades impostas,
compreendemos que a variante de um doutorado acadêmico que, em nosso caso, adquiriu sua
identidade e seu caráter de aceitação e permissibilidade acadêmica com origem no binômio
“Doutorado Profissional –
Produto Educacional” ainda carece de um demorado processo de
ajuste (BARATA, 2006), adaptação (ver figura 3) e a demarcação de uma área de formação que
requer considerar conhecimentos híbridos e novo modelo de produção híbrida de conhecimento
(LUNDGREN-RESENTERRA, 2017).
Para tanto, trazemos na figura 3 nossa proposta de uma configuração de banca ou júri
de defesa de tese em um Doutorado Profissional. Na mesma, como buscamos acentuar a
metáfora apontada por Pariê (2006), a colaboração profissional se constitui como possibilidade
e fator de equilíbrio e avaliação de um amplo espectro de elementos constituintes de um Produto
Educacional. Sem desconsiderar uma crítica, ainda vigorosa, de acordo com Ostermann e
Rezende (2009), quando sinalizam que o ranço tecnicista da concepção de produto educacional,
pois, ao se elaborar um produto final, está-se dando prioridade ao como ensinar, e não ao porquê
ou ao quê, além de estar implícito que a introdução de um produto trará qualidade ou
solucionará os problemas educacionais.
Em todo caso, da tensão originada do binômio “acadêmico x profissional”, s
e torna
necessário e constante “uma reflexão aprofundada sobre a natureza dos cursos de mestrado
profissional em ensino e sobre seu possível impacto na sociedade brasileira” (OSTERMAN;
REZENDE, 2009, p. 2) e, diante de nossa realidade, o caso do doutorado profissional também,
questão ainda praticamente ausente da produção acadêmica das áreas de Educação e Ensino.
Em um plano internacional e recente, não desconsideramos que a tensão entre oferta e
demanda no mercado acadêmico tem sido estudada principalmente através do questionamento
da possível escassez de faculdades: a partir da década de 1970, foram feitas projeções de futura
escassez de faculdades nos Estados Unidos, o que levou a um renovado interesse pelos
mercados de trabalho acadêmico e, mais especificamente, a adequação entre o número de
doutores produzidos e as vagas a serem preenchidas (GOASTELLEC
et al
., 2013). Nesses
termos, a exigência pela formação de novos doutores se constituirá cada vez mais
representativa.
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Finalmente, quando examinamos determinadas noções e aplicações originadas da
vertente francesa da Didática Profissional ao contexto do perfil, na carreira profissional -
acadêmica e da formação, podemos deparar um componente essencialmente pragmático, de
viés social e, ao mesmo tempo, cognitivo, quando consideramos de
per si
um amplo conjunto
de fenômenos decorrentes da aprendizagem no e do trabalho (ALVES, 2021).
Outrossim, com amparo de um caráter aparente ou provisório de uma resposta definitiva
para as indagações assinalados no preâmbulo do presente trabalho, resgatamos uma expressão
latina que, de forma prosaica, consubstancia nossa preocupação com uma forma variante do
doutorado acadêmico, por hora, com repercussão (acadêmica, social e educacional)
desconhecida e, por conseguinte, reafirmamos nossa preocupação introdutória e não
contingencial, ante ao questionamento:
Quo vadis
, doutorado profissional?
AGRADECIMENTOS
: Agradecemos os recursos e o apoio financeiro concedido pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
–
CNPq.
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Como referenciar este artigo
ALVES, F. R. V.
Quo vadis
, Doutorado profissional (DP)? Análises e exemplos com amparo
da didática profissional.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v.
17, n. 3, p. 1755-1784, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
Submetido em
: 27/12/2021
Revisões requeridas em
: 13/03/2022
Aprovado em
: 09/05/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Quo vadis, Doctorado Profesional (DP)? Análisis y ejemplos con el apoyo de didáctica profesional
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QUO VADIS
, DOCTORADO PROFESIONAL (DP)? ANÁLISIS Y EJEMPLOS CON
EL APOYO DE DIDÁCTICA PROFESIONAL
QUO VADIS, DOUTORADO PROFISSIONAL (DP)? ANÁLISES E EXEMPLOS COM
AMPARO DA DIDÁTICA PROFISSIONAL
QUO VADIS, PROFESSIONAL DOCTORATE (PD)? ANALYSIS AND EXAMPLES
FROM PROFESSIONAL DIDACTICS
Francisco Regis Vieira ALVES
1
RESUMEN
: La variante de "Ph.D." (Philosophiae Doctor), denominada Doctorado
Profesional, nace como una noción, con génesis en el locus académico, como una respuesta
asincrónica de la universidad, ante un amplio espectro de desafíos y críticas planteadas por una
sociedad, cada vez más permeada por necesidades que involucran conocimientos técnicos. y
conocimientos científicos especializados, así como conocimientos y habilidades profesionales
cada vez más robustos, para dar respuesta a los retos correspondientes a un determinado campo
profesional. En este sentido, este artículo discute un proceso evolutivo sobre la noción de
Doctorado Profesional, a través de un necesario examen del conocimiento profesional, que en
ocasiones es pragmático y que, de alguna manera, requiere de ciertos paradigmas, apuntando a
su reconocimiento por parte de la academia. Luego, con el apoyo de los supuestos de la
Didáctica Profesional, presenta algunas implicaciones que permiten el establecimiento de un
protocolo de validación de conocimientos originados en productos.
PALABRAS CLAVE
: Doctorado profesional. Doctorado académico. Aprendizaje y
competencia profesional. Didáctica profesional.
RESUMO
: A variante do “Ph.D.” (Philosophiae Doctor
), denominada de Doutorado
Profissional, se estabeleceu como noção e gênese no locus acadêmico em resposta assíncrona
da Universidade diante de um amplo espectro de desafios e críticas levantadas por uma
sociedade cada vez mais permeada por necessidades envolvendo conhecimentos técnicos e
científicos especializados, bem como conhecimentos e habilidades profissionais cada vez mais
robustas, no sentido de responder aos desafios correspondentes para determinado campo
profissional. Nesse sentido, o presente trabalho discute um processo evolutivo sobre a noção
de Doutorado Profissional, mediante um exame necessário dos conhecimentos profissionais,
por vezes pragmáticos e que, de alguma forma, requerem determinados paradigmas, visando
seu reconhecimento pela academia. Em seguida, com o amparo dos pressupostos da Didática
Profissional, apresenta algumas implicações que permitem estabelecer um protocolo de
validação de conhecimentos originados em Produtos Educacionais.
PALAVRAS-CHAVE
: Doutorado profissional. Doutorado acadêmico. Aprendizagem e
competência profissional. Didática profissional.
1
Instituto Federal de Educación, Ciencia y Tecnología del Estado de Ceará (IFCE) Fortaleza
–
CE
–
Brasil.
Catedrático de Matemáticas y Física. Becario de Productividad investigadora del Consejo Nacional de Desarrollo
Científico y Tecnológico - CNPq - PQ2 (2020 - 2023). Coordinador de doctorado RENOEN - POLO - IFCE.
Doctorado en Educación (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3710-1561. E-mail: fregis@ifce.edu.br
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Francisco Regis Vieira ALVES
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ABSTRACT
:
The variant of "Ph.D." (Philosophiae Doctor), called Professional Doctorate,
was established as a notion, with genesis in the academic locus, as an asynchronous response
of the university, facing a wide spectrum of challenges and criticisms raised by a society,
increasingly permeated by needs involving technical knowledge and specialized scientific
knowledge, as well as increasingly robust professional knowledge and skills, in order to
respond to the corresponding challenges for a given professional field. In this sense, this paper
discusses an evolutionary process on the notion of Professional Doctorate, through a necessary
examination of professional knowledge, which is sometimes pragmatic and that, in some way,
requires certain paradigms, aiming at its recognition by the academy. Then, with the support
of the assumptions of Professional Didactics, it presents some implications that allow the
establishment of a validation protocol for knowledge originated in products.
KEYWORDS
: Professional doctorate. Academic doctorate. Learning and professional
competence. Professional didactics.
Introducción
En el campo de la Historia Universitaria (COBBAN, 2001; COMPAYRÉ, 1902;
MOORE, 2019; RASHDALL, 1936; RÜEGG, 2004; WENER, 2013) podemos ver que la
noción de Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
) ha acumulado una tradición emblemática en el contexto
histórico
–
evolutivo y social, en la medida en que la propia Universidad ha sufrido cambios y
significados, como consecuencia natural de las demandas de una cultura local del país, del
tiempo considerado y, sobre todo, de las necesidades y desafíos impuestos por la sociedad
(RÜEGG, 2004). Moore (2019), por ejemplo, explica ciertas influencias de las antiguas
escuelas medievales en la formación que ahora consideramos como el tercer ciclo, señalando
la influencia aún presente de la
noción de Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
), según un sesgo
moderno y también bastante hegemónico de la Universidad, observando que:
Los tratados medievales de ciencia fueron escritos rutinariamente por
profesores de teología, que continuaron los intereses científicos que habían
desarrollado al estudiar Filosofía Natural. La influencia continua de estas tres
categorías filosóficas todavía se puede ver hoy en día en el grado de Doctor
en Filosofía, un título otorgado rutinariamente a personas en casi todas las
disciplinas. [...] un doctorado en Teología, Derecho o Medicina los calificaría,
al menos en teoría, para enseñar su materia en cualquier universidad, y el
Ph.D. todavía
disfruta de este estatus en
universidades de todo el mundo
(MOORE, 2019, p. 23).
Más recientemente, a través de las explicaciones de Lee
et al
. (2000)
,
podemos ver que,
a lo largo de los siglos, el significado de la noción de
Ph.D.,
como configuración del título
máximo otorgado por las universidades, se enfrentó a la transición de mayor énfasis en la
docencia y, según los moldes de la Universidad moderna, a un proceso que hacía preponderante
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el interés por la importancia de la investigación, apoyado en un sesgo no siempre aplicado,
como hemos visto a continuación.
La adquisición de un PhD fue, al menos desde el final de la Segunda Guerra
Mundial, la licencia de la universidad para la investigación independiente
basada en la disciplina. El PhD se ha naturalizado tanto y arraigado en la
historia de la universidad y sus modos de producción de conocimiento que es
fácil olvidar lo reciente que ha llegado. Sin embargo, a la luz del rápido
cambio reciente y el debate en la educación superior, no es sorprendente que
el PhD y la capacitación en investigación está más a menudo bajo un intenso
escrutinio (LEE
et al
., 2000, p. 118).
Después de unos siglos, en particular, podemos ver en innumerables países de cultura
anglosajona y otros en Europa que un sesgo de expansión o modificación de la noción de
Ph.D.
ocurrió a través de la necesidad de la universidad de responder a numerosos desafíos.
Por lo
tanto, hubo una emergencia que algunos autores (VERDE; POWELL, 2005; KEHM, 2005,
2007; PARK, 2005) llamadas variantes del doctorado académico tradicional y, específicamente,
el Doctorado Profesional se presenta como una variante de forma extremadamente reciente y
de escasa repercusión conocida en Brasil. Este hecho distingue una experiencia acumulada que
hemos visto en otros países, a diferencia de los primeros cursos en esta nueva modalidad que,
aquí en Brasil, se guiaron por los lineamientos del Manual de Propuesta de Nuevos Cursos
(APCN), capes, del 20 de septiembre de 2017. En este contexto, Curi ,
et al
. (2021) presentar
un interés o indicadores importantes que deben incorporarse al perfil formativo de un
doctorando, en una modalidad profesional, al observar que:
Por lo tanto, se pretende que el graduado de un DP el área docente debe tener,
al final de su curso, la competencia para la evaluación crítica y la intervención
en la práctica profesional con miras a la resolución de problemas, además de
haber desarrollado competencias para el desarrollo de proyectos y la obtención
de recursos financieros compatibles con el título de doctor (CURI
et al.
,
2021,
p. 220).
Observamos en el extracto anterior, de manera recurrente, el uso del término
"competencia" que, en términos de una mejor comprensión posterior, llamaremos "competencia
profesional" y / o "competencia académica". Además, podemos observar en las consideraciones
de Curi
et al
. (2021) que el binomio competencia profesional
–
resolución de problemas,
asimismo, adquiere un significado distinguido y esperado para el egresado de un Doctorado
Profesional. A su vez, cuando nos dirigimos al pensamiento de Pastré (2002), podemos ver que
la noción de "competencia profesional" se evidencia visceralmente en una sociedad moderna y,
en cierta medida, las universidades necesitan responder a tales indicadores y demandas
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incesantes. En estos términos, Pastré (2001) explica y produce un significado del término con
raíces en el pensamiento piagetiano, al indicar que:
[...] es que el problema de las competencias se ha convertido y se está
convirtiendo cada vez más en un tema importante de nuestro tiempo y de
nuestra sociedad y que esto se expresa, en particular, en los debates sociales,
porque estamos en el proceso de cambiar un sistema de cualificaciones a lo
que se puede llamar el sistema de competencias. Mi segunda convicción es
que si queremos que este problema de habilidades ocupe el lugar que debe
ocupar, no debemos ante todo reducir el tema al debate
cualificación/habilidades, es decir, a un problema de reconocimiento social de
habilidades, sino que también debemos pensar en el desarrollo de habilidades,
es decir, tener una visión pedagógica (PASTRÉ, 2001, p. 1).
En vista de los argumentos anteriores, proponemos el siguiente problema: ¿Cómo la
formación impartida en un Doctorado Profesional debe considerar los mecanismos de
aprendizaje en y desde el trabajo? ¿Qué factores o elementos necesitan una mejor comprensión
de esta nueva variante y qué podemos esperar de un Doctorado Profesional en el futuro?
Con el alcance de responder al menos provisionalmente a la pregunta anterior,
indicamos los siguientes objetivos: (i) identificar aspectos históricos y evolutivos en torno a la
noción de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
); (ii) describir el escenario brasileño actual de las
maestrías profesionales y doctorados profesionales y ciertas dificultades impuestas; (iii) aplicar
ciertos aspectos originados en el aspecto francés de la Didáctica Profesional al contexto de la
carrera profesional: académica, competencia y formación.
En el apartado siguiente, con el alcance de responder a los aspectos indicados en el ítem
(i), mostraremos un itinerario evolutivo sobre la noción de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
) hasta
nuestros días. A continuación, describiremos algunos elementos que deben ayudar a la
comprensión de las prácticas formativas actuales desarrolladas a nivel de maestría profesional
y, más recientemente, a nivel de doctorado profesional, con el alcance de responder al ítem (ii).
Algunos aspectos de la historia de las universidades y la noción de
Ph.D.
(
Philosophiae
Doctor
)
Antes de seguir discutiendo sobre la noción de Doctorado Profesional, es fundamental
comprender algunos rastros o rasgos característicos invariantes que podemos percibir en el
pasado, cuando examinamos el componente de la Historia de las Universidades (COMPAYRÉ,
1902; MOORE, 2019; RÜEGG, 2004; WENER, 2013), con el fin de comprender un escenario
actualizado del
locus académico
. En estos términos, la financiación de estudios en profundidad
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y especializados siempre se ha producido de acuerdo con un acomodo de interés y demandas
de la sociedad. Para ejemplificar, basta con considerar uno de los escenarios históricos
considerados como la "cuna" de un antiguo
design
y la cultura medieval, sin embargo, la
Universidad Europea. Los problemas y tensiones con la financiación de estudios especializados
pueden verse, por ejemplo, por
[...] en el siglo XVII las academias no sufrieron tanto como las universidades
con la reducción general de los recursos públicos disponibles, que se utilizaron
casi exclusivamente para la construcción de iglesias y palacios y con fines de
entretenimiento (PEPE, 2006, p. 144).
Un poco más adelante, el investigador italiano explica sobre el fenómeno de la atracción
social y la inversión en las universidades:
Italia es el hogar de muchas de las universidades más antiguas de Europa,
comenzando con la fundación de la Universidad de Bolonia en el siglo 11.
Inicialmente, los maestros eran pagados por los estudiantes, pero con el
tiempo las contribuciones públicas fueron proporcionadas por las comunas y
los gobernantes del Renacimiento. Las universidades italianas atrajeron a
estudiantes y profesores famosos de toda Europa (EIFF, 2006, p. 143).
Con el florecimiento y su difusión a otros países europeos podemos ver la configuración
de una clase de individuos con un papel extremadamente importante. En estos términos, los
docentes adquirieron una formación cada vez más erudita, con repercusiones por su distinción
social y otros derechos que se reflejaban en el prestigio (social y académico) y la adquisición
de títulos otorgados y, de manera distinguida, a los titulares del título de doctor, cuya palabra
inglesa "
doctor
" proviene del latín "
doctos
", que implica el participio pasado de "
docere
" y
"
docerem".
" lo que significa, respectivamente, enseñar (
To teach
) y profesor. En Italia, por
ejemplo, el título ya se concedió en 1219.
Así, según la terminología moderna, el
“
Ph.D.”
(
Philosophiae Doctor
) lleva todo un
significado del prestigio secular ejercido por el campo tradicional de la Filosofía y las Artes,
como un área de conocimiento que solía desafiar a sus hablantes al campo de la investigación
sistemática y el debate científico vigoroso. Para los antiguos doctores de las Universidades,
según el estilo medieval, vale la pena comprender el significado de la expresión latina
“
licentia
docendi ubique”
, como aprendemos de las siguientes consideraciones del historiador Moore
(2019).
El desarrollo de las universidades tendió a seguir los estándares establecidos
a finales del siglo 13. Los titulares de la licencia para enseñar en cualquier
lugar del cristianismo (
licentia docendi ubique
) podrían llamarse maestros o
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doctores, aunque se requerían doctorados para enseñar en universidades de
pregrado (MOORE, 2019, p. 30).
Todavía en la cultura académica se originó en Italia, una comprensión evolutiva y no
estática en torno a un amplio espectro de relaciones sociales en torno al interés por la
"enseñanza" y, a diferencia de lo que identificamos hoy, no tanto por la investigación y la
producción de nuevos conocimientos. Por ejemplo, en las universidades italianas del siglo
XVII, un conjunto particular de profesiones (de juristas, médicos y teólogos) adquirió su mayor
prestigio y mejora. En este contexto, de acuerdo con la cultura académica originada en Italia,
se distinguió el entorno de las "Universidades" y "academias". Pepe (2006) acentúa y diferencia
los comportamientos y
habitus
desarrollados en "Universidades" y "academias".
Por lo tanto, a lo largo del siglo 16 en Italia se equivocaría al contrastar
universidades y academias. Eran, en algunos aspectos, complementarias, y las
ciudades universitarias estaban animadas por las mismas personas. La
educación universitaria se impartía en latín, sirviendo como formación
profesional de juristas, médicos y teólogos. Las conferencias en las academias,
casi siempre en italiano, eran menos formales y, al principio, se centraban en
el aumento del conocimiento y el placer de la comunicación entre los
académicos. Esta libertad dentro de las academias también tuvo su lado
negativo. [...] Las universidades del siglo 17, Italia dejaron de atraer a
maestros distinguidos por falta de salarios adecuados, mientras que las
divisiones políticas y religiosas redujeron considerablemente el flujo de
estudiantes extranjeros (PEPE, 2006, p. 143).
Incluso en el siglo 17, Italia perdió su hegemonía anterior en la cultura literaria y
científica, quedando rezagada al menos 20-30 años en comparación con otros países europeos.
La nobleza italiana, que no requería acreditación universitaria para las profesiones legales y
médicas, continuó abandonando las Universidades, cuyo cuidado estaba restringido a aquellos
que deseaban ingresar a las clases profesionales de las ciudades, en gran parte hijos de
abogados, médicos, boticarios y algunos hombres de letras. Pepe (2006) señala un sesgo crítico
recurrente a las universidades, mencionando el caso de la Universidad de Bolonia:
Anton Felice Marsili
creía que la creación de academias sirve para reformar
la universidad, en la que el número de profesores incluso superaba al de
estudiantes matriculados. Reconoció tres defectos principales en la
Universidad de Bolonia: 1. Incumplimiento de los requisitos de asistencia
como condición para recibir un diploma. 2. Confirmación automática de
profesores temporales (en la práctica, un nombramiento anual se ha convertido
en permanente). 3. La antigüedad de la matrícula en las escuelas de doctorado
como único criterio prioritario en los nombramientos para puestos docentes
(PEPE, 2006, p. 145).
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La parálisis institucional en la que la Universidad de Bolonia cayó gradualmente en el
siglo 17 y los intentos infructuosos de reforma reflejan esta situación, que no se limitó a Italia.
Un episodio importante en las relaciones entre universidades y academias del siglo XVII "se
puede ver en
Bolonia, cuando Anton Felice Marsili
se propuso fundar una academia eclesiástica
en 1686 y otra de filosofía experimental" (PEPE, 2006, p. 145). Para ejemplificar el caso de
una de las profesiones medievales más valoradas socialmente, recordamos que "para situar
históricamente el desarrollo de la educación médica durante el Renacimiento, es necesario
recordar que, en ese momento, la Medicina era el único tipo de ocupación científica que se
había profesionalizado" (PINERO, 2006, p. 65). Otras calificaciones comenzaron a ser
reguladas en el siglo 12 y en el siglo 13 y también la educación que deben recibir aquellos que
desean calificar como médicos. Piñero (2006) explica un itinerario de formación en el tercer
ciclo de Medicina, al describir la naturaleza de una tesis.
Esto fue seguido por un promedio de 3 o 4 años en la facultad de Medicina
que culminó en una licenciatura en medicina, que generalmente se requería
ser un médico interino. Sin embargo, para obtener el título de graduado o
doctor, el único requisito era solo defender una tesis sobre un tema en
particular. El método didáctico fue el escolástico, basado en la "
lectio
" que
consistía en textos de las autoridades clásicas que se leían e interpretaban, y
luego se discutían los pasajes difíciles u oscuros que generaban problemas
("
quaestiones
") ("
disputatio
") (PINERO, 2006, p. 65).
Podemos ver en las consideraciones de pinero (2006) que el título de doctor se otorgaba
a un individuo con reconocida capacidad docente y conocimiento profundo distinguido en
ciertos textos clásicos, dependiendo de las áreas más evidenciadas y valoradas, desde un punto
de vista social. En el período medieval, no por casualidad, la gran influencia de la Filosofía y
el debate sistemático determinaron su influencia y una marca residual hasta el día de hoy,
cuando examinamos el título moderno o etiqueta llamada "
Ph.D."
(
Doctor Philosophiae
).
Alemu (2018) comenta, por ejemplo, sobre el papel destacado de las universidades en la Edad
Media y su amplia influencia cultural.
Las universidades obtienen gran prestigio de su historia, donde han
garantizado algún tipo de autonomía administrativa. Las universidades, en la
época medieval, fueron una de las instituciones más privilegiadas y
prestigiosas para el desarrollo escolar y académico, el pensamiento y la
cultura. Debido a que constituyen, en el mismo lugar, académicos
diversificados, las universidades fueron y siguen siendo agentes de
crecimiento del conocimiento que tiene el poder de cambiar el mundo
(ALEMU, 2018, p. 211).
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Aprendemos de las consideraciones de Alemu (2018) y otros autores, que las
universidades comenzaron a representar un entorno orientado al desarrollo del pensamiento y
la cultura. Sin embargo, cuando nos enfrentamos a la "investigación" desarrollada en las
antiguas escuelas medievales y a la investigación moderna desarrollada en la actualidad,
podemos entender un proceso evolutivo y cambiante de paradigmas valorados en siglos
anteriores. En estos términos, MacIntyre (2009) señala que la investigación universitaria
moderna ha tenido un éxito notable en al menos tres formas. En el siguiente extracto el autor
señala una primera razón.
El primero es, como era de esperar, en la investigación: en Topología y Teoría
de Números, en Física de Partículas y Cosmología, en Bioquímica y
Neurofisiología, en Arqueología e Historia y en muchas otras áreas, la lista de
descubrimientos y avances en casi cualquier año es extraordinaria. El éxito en
la investigación es el efecto del éxito en la producción de investigadores,
topógrafos estrecha e intensamente enfocados en resolver problemas bien
definidos, basados en un conocimiento profundo de su área particular limitada
de investigación. Las direcciones tomadas por la investigación, sin embargo,
generalmente no son dictadas por los investigadores, sino por aquellos que
proporcionan sus fondos, y lo que se financia depende de una variedad de
intereses intelectuales, económicos y políticos (MACINTYRE, 2009, p. 173).
Un segundo éxito de la Universidad de Investigación no es independiente del primero.
"Las universidades de investigación, a través de sus diversas empresas de posgrado,
proporcionan los recursos humanos especializados y profesionalizados y las habilidades
necesarias en una sociedad capitalista avanzada" (MACINTYRE, 2009, p. 173), no solo
científicos investigadores especializados y profesionalizados, sino también médicos,
economistas, abogados, MBA, ingenieros y especialistas en relaciones públicas y publicidad.
Un poco más adelante, MacIntyre (2009) indica una segunda razón, condicionada
visceralmente por la complejidad de las relaciones sociales y exigente con la Universidad. Una
profusión y especialidad de disciplinas emergentes, constituidas o no por itinerarios autónomos,
confieren una etapa cada vez más evolucionada del pensamiento humano.
La educación de pregrado ahora se ha convertido en gran medida en un
prólogo a la especialización y la profesionalización, y el prestigio en la
provisión de educación de pregrado está principalmente vinculado a las
instituciones que preparan a sus estudiantes de manera más efectiva para la
admisión a prestigiosos programas de posgrado. Por lo tanto, el plan de
estudios se ha compuesto cada vez más de una variedad de disciplinas y
subdisciplinas, cada una ejercitada y enseñada con relativa independencia de
todas las demás, y los logros dentro de cada una consisten en la formación de
la mente de un especialista dedicado (MACINTYRE, 2009, p. 173).
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Quo vadis, Doctorado Profesional (DP)? Análisis y ejemplos con el apoyo de didáctica profesional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1762-1791, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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MacIntyre (2009) señala finalmente un tercer aspecto que, a través de las huellas del
pasado, podemos entender un escenario actual que implica y requiere, por un lado, la
financiación de la investigación y, por otro lado, el acceso desigual a ciertas clases sociales que
reproduce, en ciertos aspectos, tales disimetrías y desigualdades al acceso al conocimiento
científico de nivel estratégico y alto nivel de intelecto para un país.
El tercer aspecto en el que las universidades de investigación tienen un éxito
notable no es independiente de los dos primeros. Estas universidades se han
vuelto cada vez más ricas y, al mismo tiempo, más caras. Se han vuelto más
ricos porque atraen fondos y asignaciones masivas de gobiernos,
corporaciones e individuos debido a su lugar en el orden económico general y
en las vidas de los estudiantes comprometidos a adquirir estas cualidades y las
calificaciones más propensas a hacerlos excepcionalmente exitosos. Se han
vuelto más caros porque cobran lo que su mercado puede soportar. Las
universidades de investigación a principios del siglo 21 son corporaciones
comerciales maravillosamente exitosas subsidiadas por exenciones fiscales y
que exhiben todas las ambiciones de compra de tales corporaciones
(MACINTYRE, 2009, p. 174).
Finalmente, a través del punto de vista de MacIntyre (2009) y otros autores, adquirimos
una comprensión de las respuestas de la universidad, dados los intereses de una sociedad y los
factores más importantes para la economía en un contexto social histórico dado y el carácter de
la profesionalización profesional. Por lo tanto, sería una percepción ingenua creer que los
paradigmas e intereses académicos en la investigación académica más alta están desprovistos
de intereses económicos y, dependiendo de la rama de investigación o de la naturaleza y
posición social de los futuros titulares de un título de doctor.
De manera especial, cuando examinamos los paradigmas de la formación en el ámbito
educativo y, por qué no mencionar, la formación del profesorado, desde una perspectiva
necesaria de formación continua e inversiones basadas en la planificación a medio y largo plazo,
podemos identificar ciertos fenómenos, como el ablandamiento (acortamiento) del período de
formación y la respuesta de la Universidad, indicadores de graduados. En estas condiciones,
cuando examinamos el caso de otros países, aprendemos importantes lecciones que podemos
extraer del alcance necesario para comprender el fenómeno de la proliferación de programa de
posgrado en
la modalidad brasileña (OSTERMANN; REZENDE, 2009), en particular, en el
caso de los másteres y doctorados profesionales.
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Francisco Regis Vieira ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1762-1791, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Dos décadas de experiencia en Maestrías Profesionales y Doctorados Profesionales en
Brasil
En la sección anterior confirmamos un proceso histórico evolutivo sobre las prácticas
académicas y la cultura, sin embargo, con sesgo expresamente determinado por una cultura
occidental (ALEMU, 2018). En la sección actual discutiremos un ejemplo específico nombrado
por algunos autores de la variante de doctorado académico y tradicional (
Ph.D
.). De manera
particular y siguiendo una lógica sistemática, veamos que las maestrías profesionales acumulan
en Brasil unos 20 años de experiencia y difusión. Con el objetivo de proporcionar una mejor
comprensión al lector, examinaremos algunas relaciones y preocupaciones sobre los másteres
profesionales, en relación con el área de EDUCACIÓN (38) y ENSEÑANZA (46)
–
CAPES.
De hecho, Ribeiro (2005) enfatiza una dicotomía que implica un sesgo de tensión entre
modalidades académicas y profesionales que persisten hasta nuestros días. Con esta
preocupación, aunque no exclusivamente, el autor explica que "en la EM se pretende por
inmersión en la investigación, formar, a largo plazo, un investigador". En el MP, según el autor,
también debería ocurrir la inmersión en la investigación, pero el objetivo es formar, aunque con
un sesgo marcadamente utópico, a alguien que "sepa localizar, reconocer, identificar y, sobre
todo, utilizar la investigación para añadir valor a su actividad" (RIBEIRO, 2005, p. 15).
Aunque razonable y comprensible las tiroxinas expresado por Ribeiro (2005), no
podíamos ir por un error, entendiendo que las habilidades o destrezas para localizar, reconocer,
identificar y, sobre todo, utilizar la investigación con el fin de añadir valor a su actividad no son
inherentes, en mayor o menor sustancia, al caso de la modalidad académica. Un poco más
adelante, André (2017) reporta un carácter de resistencia, correspondiente al proceso de
instalación y oferta de maestría profesional. Estoy seguro de que la ideología subliminal
señalada por André (2017), que interpretamos como una sentencia que implica calificar el título
de máster profesional, a un nivel inferior y de negación (y menos rigor) a la investigación, no
revela una comprensión típica o restringida solo a los especialistas que trabajan en el área de
Educación (38) CAPES. Para ello, André (2017) desvela un pensamiento detallado por
el locus
académico y, asimismo, irreductiblemente vinculado al campo de actividad profesional de una
determinada categoría de investigadores, en este caso, de especialistas que trabajan en el campo
de la Educación (área 38
–
CAPES), observando que:
El área de Educación era muy reacia a aceptar la implementación de maestrías
profesionales en Brasil, basadas en justificaciones razonables, una de las
cuales el miedo a la pérdida de apreciación de la investigación, un espacio
conquistado con gran esfuerzo. Así, por tratarse de una iniciativa muy reciente
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1762-1791, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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—
la primera maestría profesional en Educación fue aprobada por la CAPES
en 2009
—
, es oportuno discutir las diferencias y similitudes entre las
maestrías profesionales y académicas (ANDRÉ, 2017, p. 826).
Un poco más allá, André (2017) revela un dilema y/u obstáculo que afecta y afecta tanto
al campo de la comprensión de los estudiantes, como a la comprensión de los profesores
–
formadores, sobre una comprensión pragmática necesaria para separar, no de forma hermética,
un itinerario de formación académica del itinerario correspondiente de formación profesional,
evitando ciertas dicotomías (práctica/investigación) observando que:
Éramos conscientes de que nuestro trabajo en el Máster Profesional no podía
repetir lo que hacíamos en el máster académico, tendríamos que aprender a
hacerlo de otra manera. Una pregunta básica fue esta: ¿cómo estructurar el
Programa para contemplar la articulación entre investigación y práctica?
Detrás de esto estaba la pregunta más importante: ¿qué distingue al máster
profesional del académico? Y, asociado a esto, había otra pregunta muy
concreta: ¿cuál es el trabajo final de completar el máster profesional?
(ANDRÉ, 2017, p. 827).
Una vez más, al rescatar el pensamiento de Ribeiro (2006), nos encontramos con una
comprensión o tipificación de una demarcación difícil o imposible (ya sea inherente a la
modalidad académica o profesional), en la medida en que la importancia de la investigación, en
cualquier caso, busca cotejar un denso espectro de argumentos o indicadores que confirmen o
impulsen el compromiso del investigador, en cualquiera de las modalidades. Además, se
produce un sesgo idealista, en la medida en que la expectativa de emergencia de la capacidad
de visión, con respecto al escenario dinámico de la realización de una investigación, dirigida a
un objeto determinado, depende de la capacidad y la experiencia del investigador. Asimismo,
y en cierto modo, la capacidad de encontrarlo, con propiedad y eficiencia, ni siquiera a nivel de
formación en el tercer ciclo (doctorado) solemos registrar una evolución tan sustancial de un
candidato. En cualquier caso, Ribeiro (2006, p. 215) insiste en la siguiente tesis utópica: De
Lo que se desea es algo aparentemente sencillo, pero bastante ambicioso y
difícil, que el alumno entienda la importancia de la investigación en su área
profesional, que sepa dónde encontrar la investigación aún no realizada, pero
que se hará en el futuro
–
y finalmente, que sea capaz de incorporarla en su
ejercicio de la profesión.
Las indicaciones de André (2017), Ribeiro (2005, 2006) y otros autores, incluso ante
una acumulación de dos décadas de experiencia, confirman que el desempeño del docente,
correspondiente a los dos escenarios o ambas modalidades de formación implican
condicionantes de resolución compleja, hasta el punto de que, incluso para
los expertos
, una
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Francisco Regis Vieira ALVES
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extensa y prestigiosa carrera académica, se producen incomprensiones sobre la modalidad
profesional, considerando que su formación se produjo principalmente en la modalidad
académica. Rizatti
et al
. (2020, p. 3) confirmar tal entendimiento, en la medida en que:
Aunque el concepto se ha construido a lo largo de los años de existencia del
área docente, como podemos ver en los documentos guía y que están
contenidos en la Memoria del Área, no siempre ha sido completamente
asimilado por investigadores directamente vinculados a esta modalidad.
Asumimos como hipótesis para estos malentendidos el hecho de que la
formación de la mayoría del profesorado de los PPGs se produjo en cursos de
la modalidad académica, aliado al desconocimiento de los documentos de
orientación por parte de los profesores como estudiantes de los programas.
No vale la pena mencionar que, en Brasil, en términos de su propia ideología
responsable de la conformación de modelos y paradigmas universitarios, identificamos toda
una influencia esencialmente exógena, en la medida en que países como Francia y los Estados
Unidos difundieron, a través de la difusión de ideas de investigadores de amplio prestigio,
responsables de la formación de varias generaciones de investigadores brasileños que, en
mayor o menor sustancia, replicar y reproducir un modelo de entrenamiento bajo influencia
extraña y exógena. Calderón
et al
. (2019, p. 142) confirma este escenario cuando explican que:
En Brasil, originalmente, la constitución de las universidades siguió una fuerte
influencia europea, especialmente, buscando basar el modelo francés con
respecto a la organización de los profesores en cátedras. Incluso antes de la
Reforma Universitaria de 1968, según Verhine (2008, p. 168),
algunos cursos
de doctorado fueron creados en el país por las principales universidades, y el
doctorado se obtuvo defendiendo una tesis (típicamente preparada sin
orientación) ante un comité de profesores. En esta misma perspectiva, según
Sguissardi (2006),
el doctorado existía, pero era un sistema libre, sin una
estructura curricular uniforme y seguía el modelo europeo, en el que la
relación entre orientación y asesor era el factor casi único para que la titulación
surtiera efecto. Con la reforma de 1968, se reestructuró el Programa de
Posgrado en Brasil, con referencia al modelo norteamericano [...].
Del mismo modo, una tendencia que hemos enfrentado en varios países, la Universidad
ha sido objeto de críticas constantes, ya que no siempre respondió sincrónicamente a los
desafíos, intereses y demandas dinámicas de la sociedad. En particular, en Brasil, se puede
registrar una forma de respuesta a la sociedad, a través de un expediente de crítica a la
modalidad académica desde la década de 1960, cuando Calderón ,nos
et al
. (2019)
contextualizar un movimiento de un Programa de Flexibilización Modelo de Posgrado
Stricto
Sensu
, bajo la influencia de una cultura académica extranjera.
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Los cambios que ahora se configuran para el presente y el futuro de los
estudios de posgrado a nivel profesional, especialmente a nivel doctoral,
parten de las premisas internacionales formuladas en el Dictamen Ministerial
Nº 977/65, de 3 de diciembre de 1965 (ALMEIDA JUNIOR, et al, 2005), la
llamada Opinión Sucupira, que, desde la realidad norteamericana, distinguió
dos modalidades de doctorado: investigación (académica) y profesional. [...]
Sin embargo, según Maciel y Nogueira (2012),
fue recién en 1995 que se
comenzó a practicar la modalidad MP a través del
Programa de Flexibilización
Modelo
de Posgrado Stricto sensu
, reconocido por la Ordenanza No. 47 del 17
de octubre de 1995, que dispuso los procedimientos adecuados para la
recomendación, seguimiento y evaluación de los cursos de maestría
orientados a la formación profesional, (CAPES, 2005) (CALDERÓN
et al.
,
2019, p. 142).
En el extracto anterior, podemos ver que Calderón
et al
. (2019) no desperdicie la
oportunidad de hablar de una variante del doctorado académico, llamado doctorado profesional.
Observamos, sin embargo, que la modalidad profesional tiene una característica
intrínsecamente ligada al que
habitus
profesional
del individuo y que, de manera ineludible,
implica una forma o paradigma de cómo considerar, cómo evaluar un conocimiento expresado
esencialmente de carácter profesional, derivado y condicionado de una manera particular
(dependiendo del oficio), y cómo la Universidad avala/valida dicho
corpus
conocimiento o,
incluso, si consideramos un dilema clásico propuesto por Bourdieu (1984), las diferencias entre
el conocimiento práctico (
practical knowledge
) y un conocimiento aprendido (
scholarly
knowledge
). Bourdieu (1984) señala la
dificultad correspondiente a la naturaleza de per se
,
que implica un sesgo de la experiencia, considerando un examen sistemático de sus partes
constituyentes y su recomposición. Basta recordar, según el propio Bourdieu (1984), que el
conocimiento científico, cuando buscamos transmitirlo, con respecto a un objeto particular de
interés, se reproduce especialmente cuando empleamos los medios de escritura / digital.
Bourdieu (1984) recuerda una estrategia retórica cuando buscamos hacer algo claro y
preciso, a través de la persuasión de alguien al describir su propia experiencia (profesional)
2
.
En este caso, la reducción del componente subjetivo es casi imposible. Un poco más tarde,
Bourdieu (1984) determina algunos paralelismos y debilidades, por ejemplo, sobre el
conocimiento sociológico, como categoría de interés de un investigador, sin embargo, no
siempre plenamente contemplada por el formalismo abstracto de la academia.
2
Pastré (2008) identifica enormes diferencias entre el conocimiento científico y el conocimiento derivado de la
actividad profesional. Por ejemplo, el conocimiento científico necesario para la realización de un procedimiento
quirúrgico por un médico (conocimiento científico). La elección de una técnica quirúrgica en particular, en
detrimento de otras técnicas similares y de la misma finalidad, sin embargo, lo que proporciona una mayor
seguridad al médico, de acuerdo con su experiencia profesional.
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Así, el conocimiento sociológico está siempre expuesto a ser llevado a la
primera visión por la lectura "interesada" que se adhiere a la anécdota y a los
detalles singulares y que, por no poder ser sostenido por el formalismo
abstracto, reduce a su sentido común de palabras comunes al lenguaje
académico y al lenguaje general. Esta lectura casi inevitablemente parcial
busca una falsa comprensión, fundada en la ignorancia de todo lo que define
el conocimiento científico como tal, es decir, la propia estructura del sistema
explicativo: deshace lo que hizo la construcción del científico, mezclando lo
que estaba separado, especialmente el individuo construido (persona singular
o institución), que existe solo en la red de relaciones elaboradas por el trabajo
científico (BOURDIEU, 1984, p. 3).
En el pasaje anterior, identificamos que el autor identifica las debilidades, por ejemplo,
de un conocimiento sociológico. En un escenario ampliado, no escapa al trabajo de construcción
y elaboración de un objeto científico y a la responsabilidad que ello implica.
No hay objeto que no lleve un punto de vista, aunque sea el objeto producido
con la intención de abolir tal punto de vista, es decir, la parcialidad: ir más allá
de la perspectiva parcial que se asocia (BOURDIEU, 1984, p. 17).
Apoyándonos en el pensamiento de Bourdieu (1984) veamos las consideraciones
emitidas por Curi
et al
. (2021) sobre una noción de objeto de hoy nombrado dentro de la
academia por "Producto Educativo". (PE)
Como la tesis debe presentar, describir y analizar la aplicación y validación
del PE, debe reforzarse aquí que es esencial que en el PD exista la vinculación
del problema de investigación con la práctica profesional. Por lo tanto, el Pe
debe ser el resultado de la implicación del profesional con su campo de
actividad, poseyendo un carácter intervencionista, generándose a partir de
problemas identificados en y por la práctica profesional de los estudiantes de
posgrado, y debe ser el resultado de una investigación que tenga un enfoque
evidente en el contexto de desempeño profesional de este estudiante e
investigador (CURI
et al
., 2021, p. 219).
Una vez más, nos basamos en la perspectiva de Bourdieu (1984), con la oportunidad de
examinar la información expresada por Curi
et al
. (2021) en el extracto anterior. En estos
términos, Bourdieu (1984) discute el uso de ciertas operaciones lingüísticas, que son
repetidamente discriminadas en el discurso académico y otros problemas, como en el caso de
la "objetivación de lo no objetivado, por ejemplo, el prestigio científico" (BOURDIEU, 1984,
p. 21). Del mismo modo, cuando consideramos el objeto denominado producto educativo, con
el alcance de comprender su proceso de elaboración y construcción, su carácter intervencionista
y visceralmente ligado al campo de la actividad profesional debe condicionar y delimitar un
conjunto finito de propiedades esenciales para el mismo. Por ejemplo, Bourdieu (1984) explica
algunos elementos vinculados al proceso de construcción de un objeto teórico.
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El trabajo de construcción de un objeto delimita un conjunto finito de
propiedades relevantes, instituidas por hipótesis y variables efectivas, cuyas
variaciones se asocian con variaciones del fenómeno observado, y define al
mismo tiempo una población de individuos construidos, caracterizados por la
posesión de estas propiedades en diferentes grados (BOURDIEU, 1984, p.
21).
Una vez más, con el apoyo de la perspectiva de Bourdieu (1984), no podemos descuidar,
en el contexto del desarrollo de la investigación propia del
locus
académico , su sesgo
pragmático, como la pluralidad de jerarquías académicas y la coexistencia de poderes
prácticamente inconmensurables de prestigio científico y emanados de una especie de poder
universitario, el reconocimiento interno, así como la reputación externa está esencialmente
determinado por las relaciones entre sus ocupantes, para depender de su carrera académica,
que involucra a maestros, capacitadores sin experiencia y también otros experimentados. Basta
con observar, por ejemplo, malentendidos recurrentes reportados por Rôças y Bomfim (2018)
que no implican una excepción, sino más bien como regla. En estos términos, los autores
informan:
Basándonos en la experiencia de nuestro curso de MP, así como en los
intercambios con colegas de otros cursos, notamos que, en general, los
profesores menos experimentados, en orientación (incluso más cerca de sus
antecedentes académicos) tienen más dificultades para comprender el camino
de un estudiante profesional. Se necesita un tiempo para entender que la
disertación no debe ser despegada de la elaboración del PE y que debe contar
la historia de su elaboración, desde su aparición (contextualizada a partir de
un diagnóstico) hasta su validación, presentando un marco teórico-
metodológico cohesivo en todas las etapas del proceso (RÔÇAS; BOMFIM,
2018, p. 5-6).
Cuando examinamos el binomio "profesor - producto" podemos registrar dos posibles
movimientos dialécticos. La primera consiste en acentuar, de manera prioritaria, una raza
desenfrenada en busca del Producto Educativo que adquiera erróneamente un papel de "centro
de gravedad" o justifique toda la acción, asumiendo más o menos una simbología de "
Sanctus
Graal
". En sentido contrario, dividimos un camino académico que pretende proporcionar una
evolución e incorporación de conocimientos académicos al individuo que realiza una
posgraduación
en
la modalidad profesional y, finalmente, el producto educativo reflejará y
resultará de la acumulación o síntesis de conocimientos originados a partir de su práctica, y
otros esencialmente derivados de la actividad sistemática de investigación en la universidad.
En estos términos, asumimos una posición de acuerdo con Rizatti
et al
. (2020, p. 14), cuando
afirman que:
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Considerando que los PPGs son locus de formación de recursos humanos,
destacamos que el principal "producto" de la modalidad profesional es el
docente/profesional que finaliza los cursos en el área, porque son capaces de
reflexionar sobre sus prácticas desde un marco teórico metodológico,
identificando situaciones problemáticas y proponiendo soluciones
–
el PE. Por
lo tanto, las disertaciones y tesis son las narrativas sobre los caminos
recorridos y el Pe elaborado. Y en este contexto podemos afirmar que la
producción que emanó de los programas profesionales no es una reproducción
técnica, sino la materialización de un análisis crítico sobre diferentes
contextos profesionales relacionados con la Docencia, basado en la reflexión
y el uso de referencias teóricas y metodológicas.
Antes de terminar, regateamos una tesis de Bourdieu (1984) cuando señala que los
profesores de las diferentes facultades se reparten entre los polos del poder económico y político
y el polo del prestigio científico-cultural, de acuerdo con los mismos principios que reflejan las
diferentes fracciones de la clase dominante. Bourdieu (1984, p. 56) advierte que:
De hecho, se ve que aumenta la frecuencia de las propiedades más
características de las fracciones dominantes de la clase dominante a medida
que se mueve de las facultades de Ciencias a las facultades de Letras, de estas
últimas a las facultades de Derecho y Medicina (mientras que la posesión de
las marcas distintivas de excelencia académica, ya que los nombramientos por
competencia general tienden a variar inversamente con la jerarquía social de
las facultades).
El pensamiento de Bourdieu (1984) apunta a una preocupación o fenómeno, ya que
examinamos el impacto social y la relevancia otorgada al Producto Educativo (EP),
dependiendo del "nicho académico" de su producción (y origen) y las "clases académicas" de
los investigadores correspondientes vinculados a la academia. En estos términos, ¿podríamos
inferir que un Producto Educativo concebido en el ámbito de la investigación o el derecho
sanitario tendría mayor lastre y representatividad social, en el sentido de referirse a una tesis
doctoral profesional? ¿El valor de la competencia profesional añadida a un determinado
Producto Educativo (EP) se produce en los mismos términos o no, tanto si consideramos la
investigación en Salud o derecho como en el ámbito educativo, cuando examinamos el caso de
los docentes?
Cuando consideramos productos educativos derivados de una acumulación de 20 años
de experiencia en el ÁREA DE ENSEÑANZA
–
46 tenemos indicadores en Brasil de un avance
representativo o, asimismo, la crítica dirigida a la modalidad académica, también es una
acumulación, con baja y/o nula repercusión, de productos educativos que se evidencian por una
"segunda categoría de rigor", basado en trayectorias individuales de investigadores y/o
incipientes en el
métier
, con prestigio inexpresivo dentro de la academia?
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Es cierto que esta y otras preguntas, dado el carácter reciente de la implementación del
doctorado y el correspondiente egresado de los primeros titulares del título y, agregamos, de
una "etiqueta social" otorgada por la universidad como investigadores, no buscamos responder
definitivamente en el presente estudio. Sin embargo, tomamos una posición de acuerdo con
Rizatti
et al
. (2020, p. 4) cuando observan que "el PE debe estar preparado para responder a
una pregunta/problema que surja del ámbito de la práctica profesional". En vista de ello,
ineludible, señalamos que la práctica profesional, un amplio espectro de conocimientos
pragmáticos y rituales intrínsecos de cierto
métier
, habilidades y otros elementos
profundamente condicionados por el campo profesional requieren, entonces, una especie de
"protocolo" de tratamiento por parte de la universidad, ya que su génesis, desde el punto de
vista del conocimiento, es completamente exógena al
locus.
académico. Por lo tanto, en la
siguiente sección, presentaremos algunos supuestos del aspecto francés de la Didáctica
Profesional, con la oportunidad de sugerir e indicar ciertos elementos visceralmente vinculados
a productos educativos, bajo un mejor énfasis de un proceso evolutivo de aprendizaje
profesional (ALVES, 2021).
Didáctica profesional y la noción de competencia del profesor - investigador
El aspecto francés de la Didáctica Profesional proporciona un sesgo diferenciado cuando
examinamos su preocupación por el aprendizaje en el trabajo y el resultado de las actividades
especializadas desarrolladas en el trabajo. En estos términos, como resultado y extensión del
pensamiento piagetiano, que coloca en una posición diferenciada de la acción, adaptación y
aprendizaje del niño, a través de la producción y conceptualización de acciones, en la medida
en que interactúa con los objetos y con el entorno. Del mismo modo, la Didáctica Profesional
dedica especial interés a la competencia profesional, a través de la necesidad indispensable de
la incorporación de habilidades especializadas en el trabajo. Cuando examinamos, por ejemplo,
la carrera académica, encontramos un amplio espectro de componentes que requieren una
presunta competencia profesional, concernientes a los titulares de un título de doctor, como
encontramos en la información indicada por Wickramasinghe y Borger (2020).
Aunque muchos comienzan como investigadores postdoctorales, los
graduados de doctorado aún superan con creces la demanda de investigadores
postdoctorales. Y aquellos que logran con éxito esta posición se ven
rápidamente arrojados a un duro clima de "publicación o perecimiento". A
medida que nuestro mundo continúa creciendo científica y tecnológicamente,
nuestras comunidades necesitan alfabetizarse más en estas áreas para competir
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con éxito en una economía basada en el conocimiento
(WICKRAMASINGHE; BORGER, 2020, p. 1).
El aspecto francés de la Didáctica Profesional, más recientemente, ha adquirido un sesgo
o interpretación como aspecto de la didáctica del conocimiento profesional y, en el caso de la
carrera académica y la actividad desarrollada en la academia, podemos ver que el papel del
"aprendizaje" figura en un modo central de interés, como vemos a continuación.
La Didáctica Profesional nace de un deseo de inversión, de carácter
epistemológico, en la forma de considerar, en relación con el aprendizaje, las
relaciones entre actividad y conocimiento. En la práctica científica, la acción
no está ausente, sino subordinada a la producción de conocimiento. En la
práctica escolar, la acción tampoco está ausente -basta con ver todo el
desarrollo de métodos activos-, sino que también está subordinada a la
transmisión de conocimientos. Así, se formó la didáctica disciplinar: el
verdadero objeto del aprendizaje es el conocimiento y la acción servirá como
vehículo para la adquisición de este conocimiento. Esto significa que podemos
concebir muy bien la "
Didáctica del conocimiento profesional
", en el modelo
de didáctica de las disciplinas, importando los conceptos (PASTRÉ, 2008, p.
3).
Desde el punto de vista de Pastré (2001) adquirimos una perspectiva sobre la noción de
competencia profesional, ya sea dentro de la Universidad o no, como elemento constitutivo y
con fuertes matices de relación con un determinado grupo o género profesional. El tema de la
"competencia profesional" se revela, por ejemplo, en las universidades, en la medida en que su
producto principal radica, de manera prosaica, en la formación de un nuevo investigador. Pastré
(2001) pone énfasis en el debate de cualificación/competencias profesionales dentro de la
investigación en Didáctica Profesional, cuando aclara que:
La Didáctica Profesional nace de la convergencia de estos tres enfoques:
analizar el trabajo utilizando un enfoque de desarrollo cognitivo en adultos;
analizar el trabajo con especial énfasis en la dimensión cognitiva,
conceptualización. Analizar actividades de mediación, asistencia de
habilidades de construcción. Tenemos una convergencia muy fuerte entre J.
Leplat, de The Psychology of Work y G. Vergnaud por el papel de la
conceptualización. Y cada vez es más importante interesarse por las
interacciones, en forma de lenguaje, pero también por la transmisión de gestos,
teniendo en cuenta, por tanto, el papel de la mediación ajena en la construcción
de competencias (PASTRÉ, 2001, p. 6).
Podemos registrar en la literatura elementos considerables que revelan conflictos
psicológicos, tensión y soledad intelectual generalmente identificados en el período de
formación de un futuro investigador. La inducción y el aprendizaje de nuevos investigadores,
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incluido el crecimiento personal y profesional, se configuran como elementos que no se pueden
descuidar, como podemos ver en las siguientes consideraciones.
En algún momento durante su graduación, los estudiantes de doctorado
enfrentan desafíos como redirigir proyectos, mantener el equilibrio entre el
trabajo y la vida personal y las relaciones con el supervisor, que deben
aprender a manejar. Estas luchas, junto con más situaciones de cambios de
confrontación psicológica, incluida la soledad intelectual, el aislamiento
profesional y social y la ansiedad, son reconocidas por muchas instituciones
de educación superior. En particular, es reconocido por las instituciones que
implementan programas de inducción diseñados para apoyar al estudiante de
doctorado ajustándose a su nuevo estatus como investigadores novatos. A
pesar de estos obstáculos, el valor de completar el doctorado sigue siendo
invaluable, y según los ex estudiantes de doctorado, incluye lograr un amplio
crecimiento personal y profesional, desarrollar habilidades especializadas y
transferibles, y abrir puertas a diversas oportunidades de trabajo son solo
algunos de los beneficios a largo plazo de completar un doctorado
(WICKRAMASINGHE; BORGER, 2020, p. 1).
Cuando se apunta al crecimiento personal y profesional de nuevos investigadores
(médicos recientes), vale la pena observar dos componentes inherentes al proceso. El primer
componente confiere la competencia profesional del conocimiento y el dominio técnico-
científico del conocimiento inherente al área dada de investigación y rendimiento. Por otro lado,
un segundo componente tiene un carácter esencialmente pragmático y su significado y
significado evoluciona, a medida que el individuo interactúa con una estructura fundamental de
situaciones profesionales intrínsecas a la actividad del investigador. Pastré (2007a) explica un
poco la función del componente pragmático de las situaciones cuando indica ciertas invariantes.
En Didáctica Profesional, llegué a hablar de conceptos pragmáticos, la
estructura conceptual de una situación, modelos operativos. De hecho,
estamos en una perspectiva de conceptualización en acción, que prevé una
organización de actividades complejas en forma de esquemas "grandes". En
particular, trato de destacar los dos acoplamientos: el acoplamiento esquema-
situación, con la articulación de la estructura conceptual de la situación (por
el lado de la situación) y el modelo operativo (por el lado del esquema y los
invariantes que son su núcleo) y el acoplamiento invariancia-adaptación: la
invariancia se representa organizando conceptos que sirven para guiar y guiar
la acción, en particular para establecer un buen diagnóstico de la situación.
Estos conceptos organizativos pueden ser pragmáticos o pragmatizados,
dependiendo de su origen (empírico o científico) (
PASTRÉ, 2007
a, p. 86-87).
Veamos algunos ejemplos de conceptos pragmáticos relacionados con los determinantes
del éxito profesional. Las variables que determinan los salarios percibidos por el trabajador se
pueden dividir en dos grupos. El primer conjunto de variables permite una evaluación objetiva
de la situación familiar y laboral del trabajador: características personales (género, edad y
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situación familiar); formación (el campo de conocimiento del
PhD
); características del puesto
(antigüedad, sector de actividad, duración del contrato y jornada); y producción científica
(número de libros y artículos de revistas publicadas y número de patentes registradas). El
segundo grupo de variables determina la valoración subjetiva de la situación laboral de un
individuo e incluye tres aspectos: la relación entre el puesto de trabajo y el nivel de estudios; la
adecuación de la formación doctoral al puesto de trabajo; y satisfacción laboral. En la Figura 1,
los autores Wickramasinghe y Borger (2020) presentan un diagrama explicativo sobre aspectos
del desempeño profesional a pacientes con un título de médico y,
por
razones de orden
pragmático, vemos que no se simboliza un espectro correspondiente de habilidades docentes.
Ciertamente, por razones históricas, en varios países, como en el caso de la cultura anglosajona,
la formación del profesorado en vista de su mejora profesional se mantuvo al margen de muchas
reformas educativas.
Figura 1
- Esquema de las diversas oportunidades de carrera disponibles para los graduados
de doctorado
3
Fonte: Wickramasinghe e Borger (2020, p. 1)
Antes de terminar la sección actual, la figura sugerida por Wickramasinghe y Borger
(2020), a pesar de su ausencia, revela una preocupación por la formación de un investigador y,
según nuestra mayor atención, de un investigador con un doctorado profesional. En el apartado
siguiente, buscaremos ilustrar una habilidad profesional originada a partir de un sesgo
esencialmente pragmático, sin embargo, cada vez más requerido en el mundo de las profesiones
que involucran el fenómeno social de la colaboración profesional.
3
Investigación clínica, Industria Farmacéutica, Salud Pública, Comunicación, Investigación Académica y
Derecho/Policía;
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Algunas aplicaciones de la Didáctica Profesional: el caso de la colaboración profesional
Con el apoyo de los argumentos indicados en las secciones predecesoras, señalamos
claramente un dilema que implica la dicotomía entre el conocimiento técnico - científico, cuyo
prestigio social en el locus académico
es primordial, con un conocimiento pragmático y
profesional, profundamente condicionado y alineado con una categoría particular de un
métier.
Para ejemplificar una forma de su manifestación, cuando señalamos el componente de un
conocimiento pragmático y profesional, veamos el caso de la noción de colaboración
profesional. El proceso de colaboración profesional implica una diversidad de aspectos y
matices complejos que deben contribuir a una constitución sustancial de una cartera profesional
y a un aumento de los esquemas de conducta y eficiencia profesional.
A su vez, cuando apuntamos a la colaboración profesional que involucra a los maestros,
no podemos ignorar la naturaleza de dos tipos, categorías de conocimiento o campos diferentes.
El primer "conocimiento" se sitúa en un campo esencialmente epistémico (conceptual) y está
profundamente marcado y condicionado por un conocimiento científico y clásico de referencia
y, en este caso, indicamos conocimiento científico. Por otro lado, cuando apuntamos a un
entorno de aprendizaje y formación profesional, no podemos descuidar todo un proceso de
aprendizaje de los autores (profesores) implicados. Así, el segundo conocimiento se refiere a la
adquisición de un conocimiento esencialmente pragmático y originalmente circunstancial, que
corresponde a una especie de campo profesional (PASTRÉ, 2007a;
2007
b).
Señalamos que el conocimiento pragmático profesional, cuya identidad y características
se incorporan durante el tiempo de actividad profesional, se revela como elemento, factor o
categoría de conocimiento esencial e intrínsecamente vinculado a cualquier tipo de actividad
de formación profesional o constitución de un itinerario formativo, cuya necesidad de
colaboración profesional sea necesaria. Por otro lado, el proceso de colaboración profesional
puede ser examinado desde un punto de vista esencialmente cognitivista, ya que consideramos
la actividad del docente y los procesos de aprendizaje del adulto resultantes de su actividad
organizada y especializada, la ejecución de tareas laborales fundamentales y la colaboración
profesional entre otras materias pertenecientes al mismo género de oficio, categoría profesional
o
métier
.
Apuntando a nuestra discusión y a un examen de elementos que contribuyan a una
identificación de elementos que contribuyan a la colaboración profesional, involucrando a los
docentes, no podemos ignorar la noción de género profesional, considerando que "el género
profesional puede presentarse como una especie de stock prefabricado, de
“
escenarios
”
,
“
poner
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en palabras
”
, pero también de conceptualizaciones pragmáticas
” (CLOT; FAITA, 2000, p. 13).
En el caso ilustrado en la Figura 2, Pariê (2006) emplea la metáfora del hormiguero. El autor
señala que su eficiencia operativa es de hecho un caos aparente, y no hay una "representación
del proceso", no hay una comprensión profunda del objetivo colectivo, no se revela ninguna
comprensión de las condiciones para la eficiencia colectiva y que es necesario a nivel de un
agente individual de la hormiga (la hormiga). Además, el autor también señala que "se
desarrollan y estabilizan al borde del caos: crean orden (invariantes, reglas, regularidades,
estructuras) contra el caos, pero necesitan desorden residual para sobrevivir" (PARIÊ, 2006, p.
51).
Figura 2 -
Pariê (2006) apoya su pensamiento en la metáfora del hormiguero
Fuente: Pariê (2006, p. 51)
Sin embargo, Pariê (2006) emplea la "metáfora del hormigueo", en la medida en que la
manifestación de un comportamiento colectivo y organizado es indispensable en el campo
profesional de las asignaturas y, en particular, cuando objetivamos el egreso de un doctorado
profesional. En estos términos, a partir de sus consideraciones, entendemos que:
Las hormigas prácticamente no tienen cerebro (alrededor de cien neuronas,
contra alrededor de cien mil millones para los humanos). Uno puede entonces
rechazar enérgicamente la legitimidad de cualquier comparación, incluso
metafórica, entre enjambres de insectos y sociedades humanas. Sin embargo,
los humanos exhiben un comportamiento colectivo basado en la interacción
de reglas individuales bastante simple. El comportamiento grupal o de
multitudes durante la evacuación de aeronaves, barcos, túneles o edificios, o
simplemente los flujos diarios de peatones o los atascos de tráfico de
automóviles pueden ser y han sido modelados utilizando simuladores de
software basados en la interacción de reglas individuales de bajo nivel
(PARIÊ, 2006, p. 50).
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En su tesis doctoral en Educación, titulada "Explorando el impacto de un doctorado
profesional en Educación Superior en las organizaciones educativas: una perspectiva crítica
realista", la autora Lundgren-Resenterra (2017) dedicó especial interés al fenómeno del impacto
de un doctorado profesional en los estudiantes y sus organizaciones, que se ha convertido en un
tema reciente de interés para los investigadores, sin embargo, se ha discutido el impacto del
profesional en su organización y si esto representa la manifestación directa del aprendizaje
profesional. En estos términos, el autor señala que "la producción de conocimiento se percibe,
por lo tanto, como resultado de la interacción entre la academia, el ambiente de trabajo y la
profesión, y no se deriva solo de la investigación académica" (LUNDGREN-RESENTERRA,
2017, p. 30). Un poco más adelante, explica que:
Este concepto fue transferido al doctorado profesional por Lee
et al
. (2000),
que estableció una clara relación entre el aprendizaje que se produce durante
un Doctorado Profesional en la academia, el lugar de trabajo y la profesión,
estableciendo así un nuevo modelo de producción híbrida de conocimiento.
De hecho, Lee
et al
. argumentaron que el resultado final de un doctorado
profesional se encuentra en la intersección entre el entorno de la educación
superior y el lugar de trabajo del proyecto. Su interrelación produce nuevos
tipos de conocimiento y práctica profesional basados en deliberaciones
reflexivas que resultan en la transformación organizacional (LUNDGREN-
RESENTERRA, 2017, p. 30).
A partir del pensamiento de Lundgren-Resenterra (2017) y, en cierta medida, de la
metáfora de Pariê (2006) sobre la colaboración profesional, confirmamos el carácter
imprescindible de componer un conjunto de cambios que no pueden ser simplemente replicados
en la modalidad académica.
Así, en la Figura 3, configuramos nuestra propuesta para constituir un jurado doctoral,
con el fin de considerar la dimensión científica y técnica clásica, investigada regularmente por
los cinco examinadores originarios del
locus
académico y, con el mismo valor y expresividad
en el proceso, el escrutinio de tres
expertos
, de reconocida práctica y experiencia en el ámbito
que se ajusta al Producto Educativo.
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Figura 3
- Configuración del tribunal examinador o jurado final del Doctorado Profesional:
componentes técnicos - científicos y componentes pragmáticos
Fuente: Elaboración propia
De acuerdo con la configuración propuesta en la Figura 3, asumimos el carácter
indispensable de la cooperación profesional y solidaria de los profesionales de la academia y
los profesionales con reconocidos "conocimientos notorios" en un campo profesional
determinado (ver Figura 3).
Además, en el lado izquierdo de la misma figura, afirmamos un
sesgo de debilidad (más sus indicadores: endógena, baja visibilidad e impacto, etc.), cuando
empleamos el modelo clásico de jurado y evaluación desarrollada en la universidad. Barata
(2006) expresa una visión visceralmente en línea con la nuestra, al advertir que:
Otra característica del máster profesional se refiere al profesorado y a la
evaluación del producto final. La mayor parte de su facultad tiene las mismas
características que la dedicada al máster académico; sin embargo, se pueden
incorporar profesionales con experiencia reconocida, aunque no tengan un
título académico, con el fin de complementar la formación a través del
intercambio y las reflexiones inducidas por la acumulación de experiencia.
Asimismo, la evaluación del producto final puede contar con la participación
de profesionales reconocidos en el tema estudiado, independientemente de
que cuenten o no con un título académico (BARATA, 2006, p. 270).
Además, nuestra configuración expresada en la Figura 3, una vez más, se apoya en los
argumentos y advertencias de Barata (2006), que indican obstáculos en etapas primordiales en
el proceso de formación de un futuro maestro, derivados de la modalidad profesional.
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Los cursos también han encontrado dificultades en los momentos de
evaluación formal: el examen de calificación y el juicio del producto final. La
mayoría de los profesores que pueden conformar los puestos no están
acostumbrados a los nuevos formatos previstos por el máster profesional, y no
hay criterios claros y establecidos de exámenes en estas situaciones. Quizás
sería interesante tener como criterio de composición de estos puestos la
participación obligatoria de un profesional en el campo en cuestión,
independientemente de su grado académico. La naturaleza potencialmente
muy diversa de los productos finales hace que sea necesario que aquellos que
los juzgarán acumulen experiencia. La mayoría de los profesores están
acostumbrados a la evaluación de tesis y disertaciones o artículos científicos,
pero no tienen experiencia en la evaluación de materiales más instrumentales
de uso por parte de los servicios, o de algunos productos como videos y
Software
(BARATA, 2006, p. 278).
Por ello, rescatando el objetivo (iii) del presente estudio, destacamos un componente
indispensable de la creación de un protocolo académico relativo al examen de los
conocimientos pragmáticos y profesionales derivados del ámbito profesional del futuro titular
de un título originado en un Doctorado Profesional.
Consideraciones finales
En las secciones predecesoras guiamos nuestra discusión en torno a una preocupación
ampliamente justificada, en la medida en que la formación impartida en un Doctorado
Profesional debe considerar los mecanismos de aprendizaje en y desde el trabajo. Además, el
interés por los factores o elementos carece de una mejor comprensión de esta nueva variante,
sin desconocer el componente de los propios profesores- formadores y, finalmente, lo que
podemos esperar de un Doctorado Profesional en el futuro.
Identificamos aspectos históricos y elementos evolutivos en torno a la noción de
Ph.D.
(
Philosophiae Doctor
), que confirman una posición de prestigio científico y social a los
respectivos titulares del título de tercer ciclo, según una tradición europea, sin desconocer un
cambio en el énfasis y paradigmas valorados por las universidades que, en la Edad Media,
conferían mayor distinción, según las habilidades académicas reveladas por el estudio de
antiguos textos clásicos y disciplinares. Sin embargo, según un sentido universitario moderno,
inaugurado en Alemania y difundido por los países anglosajones, entendemos que la carrera
académica y la competencia profesional correspondiente se confirmó por la eficiencia en la
investigación y el "descubrimiento" de nuevos y sin precedentes campos disciplinarios.
Por otro lado, cuando consideramos el escenario brasileño actual sobre maestrías
profesionales (BARATA, 2006) y doctorados profesionales y dificultades impuestas,
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entendemos que la variante de un doctorado académico que, en nuestro caso, adquirió su
identidad y su carácter de aceptación y permisibilidad académica del binomio "Doctorado
Profesional - Producto Educativo" todavía carece de un proceso de ajuste que consume mucho
tiempo (BARATA, 2006), la adaptación (ver Figura 3) y la demarcación de un área de
capacitación que requiere considerar el conocimiento híbrido y un nuevo modelo de producción
de conocimiento híbrido (LUNDGREN-RESENTERRA, 2017).
Para ello, traemos en la Figura 3 nuestra propuesta de configuración de un panel o jurado
de defensa de tesis en un Doctorado Profesional. En el mismo, como buscamos acentuar la
metáfora señalada por Pariê (2006), la colaboración profesional constituye un factor de
posibilidad y equilibrio y evaluación de un amplio espectro de elementos constitutivos de un
Producto Educativo. Sin descuidar una crítica, sigue siendo vigorosa, según Ostermann y
Rezende (2009), cuando señalan que la rancidez técnica del diseño de producto educativo,
porque, al preparar un producto final, se está dando prioridad a cómo enseñar, y no a por qué o
a qué, además de estar implícito que la introducción de un producto traerá calidad o resolverá
problemas educativos.
En cualquier caso, la tensión se originó a partir del binomio "académico x profesional",
se hace necesaria y constante "una reflexión en profundidad sobre la naturaleza de los cursos
de maestría profesional en la enseñanza y sobre su posible impacto en la sociedad brasileña"
(OSTERMAN; REZENDE, 2009, p. 2) y, en vista de nuestra realidad, el caso del doctorado
profesional también, un tema aun prácticamente ausente de la producción académica de las
áreas de Educación y Docencia.
A nivel internacional y reciente, no ignoramos que la tensión entre la oferta y la demanda
en el mercado académico se ha estudiado principalmente a través del cuestionamiento de la
posible escasez de universidades: desde la década de 1970, se han hecho proyecciones de
escasez futura de universidades en los Estados Unidos, lo que ha llevado a un renovado interés
en los mercados laborales académicos y, más concretamente, la adecuación entre el número de
médicos producidos y las vacantes a cubrir (GOASTELLEC
et al
., 2013). En estos términos, la
exigencia para la formación de nuevos médicos será cada vez más representativa.
Finalmente, cuando examinamos ciertos aspectos y aplicaciones originados desde el
aspecto francés de la Didáctica Profesional al contexto de perfil, carrera profesional - académica
y formación, podemos ver un componente esencialmente pragmático, de social y, al mismo
tiempo, cognitivo, cuando consideramos
per si
un amplio conjunto de fenómenos resultantes
del aprendizaje en el trabajo (ALVES, 2021).
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Además, con el apoyo de carácter aparente o provisional de una respuesta definitiva a
las preguntas indicadas en el preámbulo del presente estudio, rescatamos una expresión latina
que, de manera prosaica, constituye nuestra preocupación por una forma variante del doctorado
académico, por hora, con repercusión desconocida (académica, social y educativa) y, en
consecuencia, reafirmamos nuestra preocupación introductoria y no contingencia, antes de la
pregunta:
Quo vadis
, ¿doctorado profesional?
GRACIAS
: Agradecemos los recursos y el apoyo financiero otorgado por el Consejo Nacional
de Desarrollo Científico y Tecnológico - CNPq.
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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Cómo hacer referencia a este artículo
ALVES, F. R. V. Quo vadis, Doctorado Profesional (DP)? Análisis y ejemplos con el apoyo de
didáctica profesional.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
Enviado en
: 12/27/2021
Revisiones requeridas en
: 13/03/2022
Aprobado en
: 09/05/2022
Publicado en
: 01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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QUO VADIS
, PROFESSIONAL DOCTORATE (PD)? ANALYSIS AND EXAMPLES
FROM PROFESSIONAL DIDACTICS
QUO VADIS, DOUTORADO PROFISSIONAL (DP)? ANÁLISES E EXEMPLOS COM
AMPARO DA DIDÁTICA PROFISSIONAL
QUO VADIS, DOCTORADO PROFESIONAL (DP)? ANÁLISIS Y EJEMPLOS CON EL
APOYO DE DIDÁCTICA PROFESIONAL
Francisco Regis Vieira ALVES
1
ABSTRACT
: The variant of "Ph.D." (Philosophiae Doctor), called Professional Doctorate,
was established as a notion, with genesis in the academic locus, as an asynchronous response
of the university, facing a wide spectrum of challenges and criticisms raised by a society,
increasingly permeated by needs involving technical knowledge and specialized scientific
knowledge, as well as increasingly robust professional knowledge and skills, in order to
respond to the corresponding challenges for a given professional field. In this sense, this paper
discusses an evolutionary process on the notion of Professional Doctorate, through a
necessary examination of professional knowledge, which is sometimes pragmatic and that, in
some way, requires certain paradigms, aiming at its recognition by the academy. Then, with
the support of the assumptions of Professional Didactics, it presents some implications that
allow the establishment of a validation protocol for knowledge originated in products.
KEYWORDS
: Professional doctorate. Academic doctorate. Learning and professional
competence. Professional didactics.
RESUMO
: A variante do “Ph.D.” (Philosophiae Doctor
), denominada de Doutorado
Profissional, se estabeleceu como noção e gênese no locus acadêmico em resposta
assíncrona da Universidade diante de um amplo espectro de desafios e críticas levantadas
por uma sociedade cada vez mais permeada por necessidades envolvendo conhecimentos
técnicos e científicos especializados, bem como conhecimentos e habilidades profissionais
cada vez mais robustas, no sentido de responder aos desafios correspondentes para
determinado campo profissional. Nesse sentido, o presente trabalho discute um processo
evolutivo sobre a noção de Doutorado Profissional, mediante um exame necessário dos
conhecimentos profissionais, por vezes pragmáticos e que, de alguma forma, requerem
determinados paradigmas, visando seu reconhecimento pela academia. Em seguida, com o
amparo dos pressupostos da Didática Profissional, apresenta algumas implicações que
permitem estabelecer um protocolo de validação de conhecimentos originados em Produtos
Educacionais.
1
Federal Institute of Education, Science and Technology of the State of Ceará (IFCE) Fortaleza
–
CE
–
Brazil.
Head Professor of the Department of Mathematics and Physics. Research Productivity Scholarship from the
National Council for Scientific and Technological Development
–
CNPq
–
PQ2 (2020
–
2023). PhD coordinator
RENOEN
–
POLO
–
IFCE. Doctorate in Education (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3710-1561. E-
mail: fregis@ifce.edu.br
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
1755
PALAVRAS-CHAVE
: Doutorado profissional. Doutorado acadêmico. Aprendizagem e
competência profissional. Didática profissional.
RESUMEN
: La variante de "Ph.D." (Philosophiae Doctor), denominada Doctorado
Profesional, nace como una noción, con génesis en el locus académico, como una respuesta
asincrónica de la universidad, ante un amplio espectro de desafíos y críticas planteadas por
una sociedad, cada vez más permeada por necesidades que involucran conocimientos
técnicos. y conocimientos científicos especializados, así como conocimientos y habilidades
profesionales cada vez más robustos, para dar respuesta a los retos correspondientes a un
determinado campo profesional. En este sentido, este artículo discute un proceso evolutivo
sobre la noción de Doctorado Profesional, a través de un necesario examen del conocimiento
profesional, que en ocasiones es pragmático y que, de alguna manera, requiere de ciertos
paradigmas, apuntando a su reconocimiento por parte de la academia. Luego, con el apoyo
de los supuestos de la Didáctica Profesional, presenta algunas implicaciones que permiten el
establecimiento de un protocolo de validación de conocimientos originados en productos.
PALABRAS CLAVE
: Doctorado profesional. Doctorado académico. Aprendizaje y
competencia profesional. Didáctica profesional.
Introduction
Within the framework of the History of Universities (COBBAN, 2001; COMPAYRÉ,
1902; MOORE, 2019; RASHDALL, 1936; RÜEGG, 2004; WENER, 2013) we can see that
the notion of Ph.D. (Philosophiae Doctor) has accumulated an emblematic tradition in
historical - evolutionary and social context, insofar as the University itself has undergone
changes and meanings, as a natural consequence of the demands of a country's local culture,
of the time considered and, above all, of the needs and challenges imposed by society
(RÜEGG, 2004). Moore (2019), for example, explains certain influences of the ancient
medieval schools in the formation that, hodiernly, we consider as the third cycle, by pointing
out the influence still present of the notion of Ph.D. (Philosophiae Doctor), according to a
modern and, also, quite hegemonic bias of University, by observing that:
Medieval treatises in the sciences were routinely written by professors of
theology, who were continuing the scientific interests they had developed
while studying natural philosophy. The continuing influence of these three
philosophical categories can still be seen today in the degree of Doctor of
Philosophy - a degree routinely awarded to people in almost all disciplines.
[...] a doctorate in theology, law, or medicine, would qualify them, at least in
theory, to teach their subject at any university - and the Ph. (MOORE, 2019,
p. 23).
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
1756
More recently, through the explanations of Lee
et al
. (2000), we can see that over the
centuries, the meaning of the notion of Ph.D., as a configuration of the highest degree
awarded by the Universities, faced the transition from a greater emphasis on teaching and,
according to the molds of the modern University, to a process that made preponderant the
interest for the importance of research, supported by a bias not always applied, as we can see
below.
The acquisition of a PhD has been, at least since the end of World War II,
the university's license for independent, discipline-based research. The PhD
has become so naturalized and ingrained in the history of the university and
its modes of knowledge production that it is easy to forget how recent it has
become. In light of the recent rapid change and debate in higher education,
however, it is not surprising that the PhD and research training more
generally are under intense scrutiny (LEE
et al
., 2000, p. 118).
After a few centuries, particularly in many countries of Anglo-Saxon culture and other
European countries, we can see that a bias towards expansion or modification of the notion of
Ph. Thus, there was the emergence of what some authors (GREEN; POWELL, 2005; KEHM,
2005, 2007; PARK, 2005) call variants of the traditional academic doctorate and, specifically,
the Professional Doctorate presents itself as a variant, in an extremely recent way and with
little known repercussion in Brazil. Such fact distinguishes an accumulated experience that we
have found in other countries, unlike the first courses in this new modality that, here in Brazil,
were guided by the guidelines of the CAPES's New Course Proposal Presentation Manual
(APCN in the Portuguese acronym) of September 20, 2017. In this context, Curi
et al
. (2021)
present an interest or important indicators that should be incorporated into the training profile
of a doctoral degree holder, in a professional modality, when they note that:
Therefore, it is aimed that the graduate of a PD of the Teaching area should
have, at the end of his course, the competence for critical evaluation and
intervention in professional practice with a view to problem solving, besides
having developed skills for project development and fundraising compatible
with the title of doctor (CURI
et al.
, 2021, p. 220).
We notice in the previous excerpt, recurrently, the use of the term "competence" that,
in terms of better subsequent understanding, we will call "professional competence" and/or
"academic competence". Moreover, we can observe in the considerations of Curi
et al
. (2021)
that the binomial professional competence-problem solving, in the same way, acquires a
distinguished and expected meaning to the Professional Doctorate graduate. In turn, when we
resort to the thought of Pastré (2002), we can see that the notion of "professional competence"
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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is viscerally evidenced in a modern society and, to some extent, Universities need to respond
to such indicators and incessant demands. In these terms, Pastré (2001) explains and produces
a meaning of the term with roots in the Piagetian thought, by indicating that:
[...] is that the problem of competences has become and is becoming more
and more an important issue of our time and our society and that this is
expressed, in particular, in debates of a social type, by the fact that we are in
the process of changing from a system of qualification to what can be called
a system of competences. My second conviction is that if we want this
problem of competences to occupy the place that it should occupy, we must
not first of all reduce the issue to the qualification / competences debate, that
is, to a problem of social recognition of competences, but we must also think
about the development of competences, that is, have a pedagogical vision
(PASTRÉ, 2001, p. 1).
Given the previous arguments, we propose the following problem: How does the
training provided in a Professional Doctorate need to consider the mechanisms of learning on
and from work? What factors or elements need a better understanding of this new variant and
what can we expect from a Professional Doctorate in the future?
In order to answer, at least provisionally, the previous question, we indicate the following
objectives: (i) to identify historical and evolutionary aspects around the notion of Ph.D.
(Philosophiae Doctor); (ii) to describe the current Brazilian scenario concerning professional
master's degrees and professional doctorates and certain imposed difficulties; (iii) to apply
certain notions originated from the French branch of Professional Didactics to the context of
the professional career - academic, competence and training.
In the subsequent section, in order to answer the aspects indicated in item (i), we will
highlight an evolutionary itinerary on the notion of Ph.D. (Philosophiae Doctor) up to the
present day. Then, we will describe some elements that should help the understanding of the
current formative practices developed at the professional master's level and, more recently, at
the professional doctoral level, with the purpose of answering item (ii).
Some aspects about the history of universities and the notion of Ph.D
.
(
Philosophiae
Doctor
)
Before we delve into some further discussion about the notion of Professional
Doctorate, it is essential to understand some invariant traces or characteristic features that we
can perceive in the past, when we examine the component of the History of Universities
(COMPAYRÉ, 1902; MOORE, 2019; RÜEGG, 2004; WENER, 2013), in order to understand
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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an updated scenario of the academic locus. In these terms, the funding of in-depth and
specialized studies has always occurred according to an accommodation of societal interest
and demands. To exemplify, it is enough to consider one of the historical settings considered
as the "cradle" of an ancient medieval yet European design and culture of University. The
problems and tensions with the financing of specialized studies can be seen, for example,
[...]in the 17th century the academies did not suffer as much as the
universities from the general reduction in available public resources, which
were almost exclusively used for building churches and palaces and for
entertainment purposes (PEPE, 2006, p. 144).
A little further on, the Italian researcher explains about the phenomenon of social
attraction and investment in Universities:
Italy is home to many of the oldest universities in Europe, beginning with
the founding of the University of Bologna in the 11th century. Initially,
professors were paid by the students, but over time public contributions were
provided by Renaissance communes and rulers. Italian universities attracted
famous students and professors from all over Europe (PEPE, 2006, p. 143).
With the flourishing and its dissemination to other European countries we can see the
configuration of a class of individuals with an extremely important role. In these terms,
teachers acquired an increasingly erudite education, with repercussions for their social
distinction and other rights that reflected in prestige (social and academic) and the acquisition
of titles granted to, and distinguished by, holders of the title of doctor, whose English word
"doctor" comes from the Latin "
doctus
", which involves the past participle of "
docere
" and
"
docerem
" meaning, respectively, to teach (toteach) and professor. In Italy, for example, the
title was already granted in 1219.
Thus, according to modern terminology, the "Ph.D." (Philosophiae Doctor) carries a
whole meaning of the centuries-old prestige exercised by the traditional field of Philosophy
and the Arts, as an area of knowledge that used to challenge its speakers to the field of
systematic inquiry and vigorous scientific debate. To the ancient doctors of the Universities,
according to the medieval style, it is up to them to understand the meaning of the Latin
expression "
licentiadocendiubique
", as we deduce from the following considerations of the
historian Moore (2019).
The development of universities tended to follow the patterns established at
the end of the 13th century. At that time, universities had systems of oral
examinations that allowed the student to obtain a certificate or diploma
which certified that he was qualified to teach liberal arts or one of the
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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advanced disciplines. Holders of the license to teach anywhere in
Christendom (
licentiadocendiubiqu
e) could be called masters or doctors,
although the doctorate came to be required for teaching in undergraduate
colleges (MOORE, 2019, p. 30).
Still on the academic culture that originated in Italy, we urge an evolutionary and not
static understanding around a broad spectrum of social relations around the interest for
"teaching" and, differently as we identify today, not so much for research and the production
of new knowledge. For example, in the Italian Universities of the seventeenth century, a
particular set of professions (of jurists, physicians and theologians) acquired their greatest
prestige and benefit. In this context, according to the academic culture originated in Italy, the
environment of the "Universities" and the "academies" was distinguished. Pepe (2006)
emphasizes and differentiates the behaviors and habits developed in the "Universities" and in
the "academies
”.
Thus, throughout the 16th century in Italy it would be wrong to contrast the
universities and the academies. They were in some ways complementary,
and the university towns were animated by the same people. University
education was taught in Latin, and served to train jurists, physicians and
theologians. Lectures in the academies, almost always in Italian, were less
formal and, at first, aimed at increasing knowledge and enjoying
communication among scholars. This freedom within the academies also had
its negative side. [...] In the universities of the 17th century, Italy ceased to
attract distinguished professors for lack of adequate salaries, while political
and religious divisions considerably reduced the flow of foreign students
(PEPE, 2006, p. 143).
Also in the 17th century, Italy lost its earlier hegemony in literary and scientific
culture, lagging behind at least 20-30 years in comparison with other European countries. The
Italian nobility, which did not require university accreditation for the legal and medical
professions, continued to abandon the Universities, whose attendance was restricted to those
who wished to enter the professional classes of the cities, largely the children of lawyers,
physicians, apothecaries, and some men of letters. Pepe (2006) points out a recurrent criticism
of Universities, mentioning the case of the University of Bologna:
Anton Felice Marsili
believed that the creation of the academies serves to
reform the university, in which the number of faculty members has come to
exceed that of the students enrolled. He recognized three main defects in the
University of Bologna: 1. The failure to meet attendance requirements as a
condition for receiving a degree. 2. automatic confirmation of temporary
professors (in practice, an annual appointment became permanent). 3.
seniority of enrollment in doctoral schools as the sole criterion for priority in
appointments to faculty positions (PEPE, 2006, p. 145).
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
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The institutional paralysis into which the University of Bologna gradually fell in the
seventeenth century and the unsuccessful attempts at reform reflect this situation, which was
not limited to Italy. An important episode in the relations between universities and academies
in the seventeenth century "can be seen in Bologna, when Anton Felice Marsili proposed to
found an ecclesiastical academy in 1686 and another of experimental Philosophy" (PEPE,
2006, p. 145). To exemplify the case of one of the most socially valued medieval professions,
we recall that, "to situate historically the development of medical education during the
Renaissance, we must remember that, at that time, Medicine was the only type of scientific
occupation that had become professionalized" (PINERO, 2006, p. 65). Other qualifications
began to be regulated in the 12th century and the 13th century and also the education to be
received by those wishing to qualify as physicians. Pinero (2006) explains an itinerary of
education in the third cycle of Medicine, when describing the nature of a thesis.
This was followed by an average of 3 or 4 years in the medical faculty
culminating in the bachelor of medicine degree, which was normally
required to be a practicing physician. However, to obtain the degree of
licentiate or doctor, the only requirement was the defense of a thesis on a
certain subject. The didactic method was scholastic, based on the "
lectio
"
that consisted of texts from classical authorities being read and interpreted,
and any difficult or obscure passages that generated problems
("
quaestiones
") were then discussed
(“
disputatio
”) (PINERO, 2006, p. 65).
We deduce from the considerations of Pinero (2006) that the title of doctor was
awarded to an individual with recognized teaching ability and distinguished in-depth
knowledge in certain classical texts, depending on the most evidenced and valued areas, from
a social point of view. In the medieval period, not by chance, the great influence of
Philosophy and systematic debate determined its influence and a residual mark until the
present day, when we examine the modern title or label called "Ph.D." (Philosophiae Doctor).
Alemu (2018) comments, for example, on the prominent role of Universities in the Middle
Ages and their broad cultural influence.
Universities derive great prestige from their history, where they have secured
some kind of administrative autonomy. Universities, in the medieval period,
were one of the most privileged and prestigious institutions for scholarly and
academic development, thought and culture. By constituting, in the same
place, diversified academics, universities were and still are agents of growth
of a knowledge that has the power to change the world (ALEMU, 2018, p.
211).
We deduce from the considerations of Alemu (2018) and other authors, that
Universities came to represent an environment aimed at the development of thought and
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
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culture. However, when we confront the "research" developed in the ancient medieval schools
and the modern research developed nowadays, we can understand an evolutionary process and
a change of the paradigms valued in previous centuries. In these terms, MacIntyre (2009)
points out that modern university research has been remarkably successful in at least three
ways. In the following excerpt the author points out a first reason.
The first is - not surprisingly - in research: in Topology and Number Theory,
in Particle Physics and Cosmology, in Biochemistry and Neurophysiology,
in Archaeology and History, and in many other areas - the list of discoveries
and advances in almost any year is extraordinary. Success in research is the
effect of the successful production of researchers, narrowly and intensely
focused inquirers to solve well-defined problems, based on an in-depth
knowledge of their particular limited area of investigation. The directions
taken by research, however, are usually dictated not by researchers but by
those who provide their funding - and what is funded depends on a variety of
intellectual, economic, and political interests (MACINTYRE, 2009, p. 173).
A second success of the research university is not independent of the first. "Research
universities, through their various graduate enterprises, provide the specialized and
professionalized human resources and skills needed in an advanced capitalist society"
(MACINTYRE, 2009, p. 173), not only specialized and professionalized research scientists,
but also the doctors, the economists, the lawyers, MBAs, engineers, and specialists in public
relations and advertising.
A little further on, MacIntyre (2009) indicates a second reason, viscerally conditioned
by the complexity of social relations and demanding the University. A profusion and specialty
of emerging disciplines, whether constituted by autonomous itineraries or not, confer an
increasingly evolved stage of human thought.
Undergraduate education has now largely become a prologue to
specialization and professionalization, and the prestige in providing
undergraduate education is mostly tied to those institutions that prepare their
students most effectively for admission to prestigious graduate programs.
Thus, the curriculum has become increasingly composed of a variety of
disciplines and sub-disciplines, each exercised and taught relatively
independently of all the others, and the achievements within each consist in
forming the mind of a dedicated specialist (MACINTYRE, 2009, p. 173).
MacIntyre (2009) indicates, finally, a third aspect that, through the traces of the past,
we can understand a current scenario that involves and demands, on the one hand, research
funding and, on the other hand, unequal access for certain social classes that reproduces, in
certain aspects, such as desimetries and inequalities to the access of scientific knowledge of
strategic level and high intellectual level for a country.
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The third aspect in which research universities are remarkably successful is
not independent of the first two. These universities have become
increasingly wealthy and richer and, at the same time, increasingly
expensive. They have become richer because they attract massive funds and
endowments from governments, corporations, and individuals because of
their place in the overall economic order and in the lives of students
committed to acquiring those qualities and qualifications most likely to make
them exceptionally successful. They have become more expensive because
they charge what their market can bear. Research universities in the early
21st century are wonderfully successful business corporations subsidized by
tax breaks and exhibiting all the acquisitive ambitions of such corporations
(MACINTYRE, 2009, p. 174).
Finally, through the viewpoint of MacIntyre (2009) and other authors, we gain an
understanding about the responses of the University, in the face of the interests of a society
and the most important factors for Economics in a given historical-social context and the
professionalization character of the career. Therefore, it would be a naive perception to
believe that academic paradigms and interests in the highest academic research are devoid of
economic interests and, depending on the branch of research or the nature and social position
of the future holders of a doctoral degree.
In a special way, when we examine the training paradigms in the educational field and,
why not mention it, teacher training, under a necessary prism of continuous training and
investments supported by medium and long term planning, we can identify certain
phenomena, such as the lightening (shortening) of the training period, and the response of the
University, relative to the indicators of graduates. Under these conditions, when we examine
the case of other countries, we deduce important lessons that we can extract with the
necessary scope of understanding the phenomenon of proliferation of post graduation in the
professional modality in Brazil (OSTERMANN; REZENDE, 2009), namely, in the case of
professional master's degrees and the modern professional doctorates.
Two decades of experience in Professional Master's Degrees and the Professional
Doctorate in Brazil
In the previous section we confirmed an evolutionary historical process about
academic practices and culture, however, with a bias expressly determined by a Western
culture (ALEMU, 2018). In the current section we will address a specific example called by
some authors a variant of the academic and traditional doctorate (Ph.D.). In a particular way
and following a systematic logic, let us see that professional master's degrees have
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accumulated in Brazil about 20 years of experience and dissemination. In order to provide the
reader with a better understanding, we will examine some relations and concerns about
professional masters, concerning the area of EDUCATION (38) and TEACHING (46) -
CAPES.
In fact, Ribeiro (2005) emphasizes a dichotomy that involves a bias of tension between
the academic and professional modalities that persists until today. With such concern,
although not exclusively, the author explains that "in the MA, the intention is, through
immersion in research, to form, in the long term, a researcher". In the MP, according to the
author, immersion in research should also occur, but the goal is to train, although with a
markedly utopian bias, someone who "knows how to locate, recognize, identify and, above
all, use research in order to add value to their activity" (RIBEIRO, 2005, p. 15).
Although the reasoning expressed by Ribeiro (2005) is reasonable and understandable,
we could not be mistaken if we understand that the abilities or skills to locate, recognize,
identify and, above all, use research in order to add value to their activity are not inherent, to a
greater or lesser extent, in the case of the academic modality. A little further on, André (2017)
reports a character of resistance, corresponding to the process of installing and offering
professional master's degrees. Certainly, the subliminal ideology pointed out by André (2017),
which we interpret as a judgment involving qualifying the professional master's degree at an
inferior level and of denial (and less rigor) to research, does not reveal an understanding
typical or restricted only to specialists working in the area of Education (38) CAPES. To this
end, André (2017) unveils a thought circumstanced by the academic locus and, likewise,
irreducibly linked to the field of professional activity of a certain category of researchers, in
this case, the specialists who work in the field of Education (area 38 - CAPES), when
observing that:
The area of Education was very reluctant to accept the implementation of
professional masters in Brazil, based on reasonable justifications, one of
which was the fear of loss of appreciation of research, a space conquered
with much effort. Thus, because it is a fairly recent initiative - the first
professional master's degree in Education was approved by CAPES in 2009 -
it becomes opportune to discuss the differences and similarities between
professional and academic master's degrees (ANDRÉ, 2017, p. 826).
A little further on, André (2017) reveals a dilemma and/or obstacle that reaches and
affects both the field of students' understanding, as well as the understanding of teachers -
trainers, about a pragmatic understanding necessary to separate, not in a watertight way, an
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academic training itinerary from the corresponding itinerary of professional training, avoiding
certain dichotomies (practice/research) by observing that:
We were aware that our work in the Professional Master's could not repeat
what we did in the academic master's; we would have to learn to do it in a
different way. A basic question was the following: how to structure the
program in such a way as to contemplate the articulation between research
and practice? Underlying this was the larger question: what distinguishes the
professional master's degree from the academic one? And associated with
this, there was another very specific question: what does the final work for
the conclusion of the professional master's degree consist of? (ANDRÉ,
2017, p. 827).
Once again, when we rescue the thought of Ribeiro (2006), we find an understanding
or typification of difficult or impossible demarcation (whether inherent to the academic
modality or professional modality), to the extent that the importance of research, in any case,
seeks to collate a dense spectrum of arguments or indicators that confirm or drive the
engagement of the researcher, in any of the modalities. Moreover, there is an idealistic bias, to
the extent that the expectation of the emergence of the ability to foresee, with respect to the
dynamic scenario of conducting research, aiming at a certain object, depends on the ability
and experience of the researcher. In the same way and manner, the ability to find it, with
property and efficiency, not even at a level of training in the third cycle (doctorate) we usually
register such a substantial evolution of a candidate. In any case, Ribeiro (2006, p. 215) insists
on the following utopian thesis:
The goal is something apparently simple, but quite ambitious and difficult,
that the student understands the importance of research in his professional
area, that he knows where to find the research that has not yet been done, but
will be done in the future - and finally, that he is able to incorporate it in his
professional practice.
The indications of André (2017), Ribeiro (2005, 2006), and other authors, even in the
face of an accumulation of two decades of experience, confirm that the performance of the
teacher, corresponding to the two scenarios or both training modalities, involve conditions of
complex resolution, to the extent that, even for the experts, of extensive and prestigious
academic career, misunderstandings about the professional modality occur, in view of their
training having occurred primarily in the academic modality. Rizatti
et al
. (2020, p. 3)
confirm this understanding, to the extent that:
Although the concept has been built over the years of existence of the
Teaching area, as we can see in the guiding documents and in the Memory of
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the Area, it has not always been completely assimilated by researchers
directly linked to this modality. We assume as hypotheses for these
misunderstandings the fact that most of the faculty of the PPGs
(Postgraduate Programs) were trained in academic courses, together with the
lack of knowledge of the guiding documents by teachers and students of the
programs.
It is not worth mentioning that, in Brazil, in terms of its own ideology responsible for
the conformation of university models and paradigms, we identify an essentially exogenous
influence, to the extent that countries such as France and the USA have disseminated, through
the dissemination of ideas coming from researchers of broad prestige, responsible for the
formation of several generations of Brazilian researchers who, to a greater or lesser extent,
replicate and reproduce a training model under foreign and exogenous influence. Calderón
et
al
. (2019, p. 142) confirms this scenario when they explain that:
In Brazil, originally, the constitution of the universities followed a strong
European influence, especially, seeking grounding in the French model
regarding the organization of professors in professorships. Until before the
University Reform of 1968, according to Verhine (2008, p. 168), a few
doctoral courses were created in the country by major universities, and the
doctorate was obtained through the defense of a thesis (typically prepared
without an advisor), before a committee of professors. In this same
perspective, according to Sguissardi (2006), the doctorate existed, but it was
a free system, without a uniform curricular structure and followed the
European model, in which the relationship between student and advisor was
the almost unique factor for the title to become effective. With the 1968
reform, the Post-Graduation in Brazil was restructured, having as reference
the North-American model [...].
Similarly, a trend we encountered in several countries, the University was the target of
constant criticism, to the extent that it did not always respond synchronously to the
challenges, interests and dynamic demands of society. In particular, in Brazil, a form of
response to society, through an expedient of criticism of the academic modality can be
registered since the 1960s, when Calderón
et al
. (2019) contextualize a movement of a
Flexibilization Program of the stricto sensu Post-Graduation Model, under the influence of a
foreign academic culture.
The changes that are now configured for the present and future of the Post-
Graduation at professional level, especially at the doctoral level, are based
on international assumptions formulated in the Ministerial Opinion No.
977/65 of December 3, 1965 (ALMEIDA JUNIOR,
et al
, 2005), the so-
called Sucupira Opinion, which, from the North American reality,
distinguished two modalities of doctorate: research (academic) and
professional. [...] However, according to Maciel and Nogueira (2012), only
in 1995 the MP modality started to be practiced through the Flexibility
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Program of the Post-Graduation Modelostricto sensu, recognized by
Ordinance No. 47 of October 17, 1995, which provided the appropriate
procedures for the recommendation, monitoring and evaluation of master's
courses aimed at professional training, (CAPES, 2005) (CALDERÓN
et al.
,
2019, p. 142).
In the previous excerpt, we can see that Calderón
et al
. (2019) do not miss the
opportunity to talk about a variant of the academic doctorate, called professional doctorate.
Let us notice, however, that the professional modality has a characteristic that is intrinsically
linked to the professional habitus of the individual and that, inescapably, involves a form or
paradigm of how to consider, how to evaluate a knowledge expressed essentially of a
professional nature, derived and conditioned in a particular way (depending on the craft), and
in what way the University references/validates such knowledge corpus or, still, if we
consider a classic dilemma proposed by Bourdieu (1984), the differences between practical
knowledge and scholarly knowledge. Bourdieu (1984) points out the difficulty corresponding
to the nature of per se, involving a bias of experience, considering a systematic examination
of its constituent parts and their recomposition. Just remember, according to Bourdieu himself
(1984), that scientific knowledge, when we seek to transmit it, concerning a given object of
interest, is reproduced especially when we employ the written/digital media.
Bourdieu (1984) recalls a rhetorical strategy, when we seek to make something clear
and precise, through the persuasion of someone to describe their own (professional)
experience. In this case, the reduction of the subjective component becomes almost
impossible. A little further on, Bourdieu (1984) determines some parallels and weaknesses,
for example, about sociological knowledge, as a category of interest for a researcher,
however, not always fully contemplated by the abstract formalism of the academy.
Thus, sociological knowledge is always exposed to be brought to the first
sight by the "interested" reading that adheres to anecdote and singular details
and that, because it cannot be stopped by an abstract formalism, reduces to
its common sense of the words common to academic and general language.
This almost inevitably partial reading seeks a false understanding, founded
on ignorance of everything that defines scientific knowledge as such, that is,
the structure of the explanatory system itself: it undoes what the scientist's
construction has done, mixing up what has been separated, mainly the
constructed individual (natural person or institution), which does not exist
except in the network of relations elaborated by the scientific work
(BOURDIEU, 1984, p. 3).
In the previous excerpt, we can see that the author identifies the weaknesses, for
example, of a sociological knowledge. In an expanded scenario, one cannot escape the work
of construction and elaboration of a scientific object and the responsibility that this implies.
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There is no object that does not carry a point of view, even if it is the object
produced with the intention of abolishing that point of view, that is,
partiality: to go beyond the partial perspective that is associated
(BOURDIEU, 1984, p. 17).
Based on Bourdieu's thought (1984), let's look at the considerations issued by Curi
et
al
. (2021) about a modern notion of object called within the academy as "Educational
Product
”.
(EP)
As the thesis should present, describe and analyze the application and
validation of the EP, it is essential that in the PD there is a link between the
research problem and professional practice. Thus, the EP should be the result
of the professional's involvement with his field of work, have an
interventionist character, be generated from problems identified in and by
the professional practice of the graduate student, and should be the result of
research that has an evident focus on the context of professional activity of
this student and researcher (CURI
et al
., 2021, p. 219).
Once again, we rely on Bourdieu's (1984) perspective, in order to examine the
information expressed by Curi
et al
. (2021) in the previous excerpt. In these terms, Bourdieu
(1984) discusses the use of certain linguistic operations, recurrently discriminated in academic
discourse, and other problems, as in the case of the "objectification of the unobjectified, for
example, scientific prestige" (BOURDIEU, 1984, p. 21). Similarly, when we consider the
object called Educational Product, in order to understand its elaboration and construction
process, its interventionist character, viscerally linked to the field of professional activity,
should condition and delimit a finite set of essential properties to it. For example, Bourdieu
(1984) explains some elements linked to the process of construction of a theoretical object.
The work of constructing an object delimits a finite set of pertinent
properties, instituted by effective hypotheses and variables, whose variations
are associated with variations in the observed phenomenon, and at the same
time defines a population of constructed individuals, themselves
characterized by the possession of these properties to varying degrees
(BOURDIEU, 1984, p. 21).
Again, with the support of Bourdieu's perspective (1984), we cannot neglect, within
the development of research peculiar to the academic locus, its pragmatic bias, such as, for
example, the plurality of academic hierarchies and the coexistence of powers practically
incommensurable of scientific prestige and that emanates a kind of university power, internal
recognition, as well as external renown is essentially determined by the relationships between
its occupants, depending on their academic career, which involves teachers - inexperienced
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trainers and, also, other experienced. Just observe, for example, recurrent misunderstandings
reported by Rôças and Bomfim (2018) that do not involve exception framework and, yes, via
rule. In these terms, the authors report:
Based on the experience of our professional master's course, as well as on
the exchanges with colleagues from other courses, we realize that, in
general, less experienced professors in orientation (even closer to their
academic training) have more difficulty understanding the path of a student
in the professional modality. It takes time to understand that the dissertation
should not be detached from the elaboration of the EP and that it should tell
the story of its elaboration, from its emergence (contextualized from a
diagnosis) to its validation, presenting a cohesive theoretical-methodological
referential in all stages of the process (RÔÇAS; BOMFIM, 2018, p. 5-6).
When we examine the binomial "teacher - product" we can register two possible
dialectical movements. The first one consists in emphasizing, as a priority, an unbridled race
in search of the Educational Product that, mistakenly, acquires a role of "center of gravity" or
justifies the whole action, more or less assuming a symbology of "
Sanctus Graal
". In an
opposite sense, we see an academic path that aims to provide an evolution and incorporation
of academic knowledge to the individual who takes a post-graduate course in the professional
modality and, finally, the educational product will reflect and result from the accumulation or
the synthesis of knowledge originated from his practice, and others essentially derived from
the systematic research activity at the university. In these terms, we take a position in
agreement with Rizatti
et al
. (2020, p. 14), when they state that:
Considering that the PPGs are locus of human resources formation, we
emphasize that the main "product" of the professional modality is the
teacher/professional who finishes the courses in the area, because they are
able to reflect on their practices from a theoretical-methodological
referential, identifying problem situations and proposing solutions - the EP.
Therefore, dissertations and thesis are the narratives about the paths taken
and the EP elaborated. And in this context we can affirm that the production
that emanates from professional programs is not a technicist reproduction,
but the materialization of a critical analysis of different professional contexts
related to Teaching, based on the reflection and use of theoretical and
methodological references.
Before we finish, let us regatta a thesis of Bourdieu (1984) when he points out that the
professors of the different faculties are distributed between the pole of economic and political
power and the pole of scientific - cultural prestige, according to the same principles that
reflect the different fractions of the dominant class. In effect, Bourdieu (1984, p. 56) warns
that:
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Indeed, the frequency of the properties most characteristic of the dominant
fractions of the ruling class is seen to increase as one moves from the
faculties of science to the faculties of letters, from the latter to the faculties
of law and medicine (while the possession of the distinctive marks of
academic excellence, such as appointments by general competition tends to
vary inversely with the social hierarchy of the faculties).
Bourdieu's thought (1984) points out a concern or phenomenon, as we examine the
social impact and relevance granted to the Educational Product (EP), depending on the
"academic niche" of its production (and origin) and the "academic classes" of corresponding
researchers linked in the academy. In these terms, could we infer that an Educational Product
conceived within the scope of Health or Law research would have greater social ballast and
representativeness, in the sense of referencing a professional doctoral thesis? Does the value
of professional competence attached to a given Educational Product (EP) occur in the same
terms or not, whether we consider research in Health or Law or in the educational field, when
we examine the case of teachers?
When we consider the educational products derived from an accumulation of 20 years
of experience in the TEACHING AREA - 46 do we have indicators in Brazil of a
representative advance or, similarly to the criticism directed at the academic modality, is it
still an accumulation, with low and/or no repercussion, of educational products that are
evidenced by a "second category of rigor", supported by individual trajectories of researchers
and/or incipient in the métier, with inexpressive prestige within the academy?
Certainly, this and other questions, in view of the recent implantation of the doctorate
and the corresponding egress of the first holders of the title and, we add, of a "social label"
granted by the university as researchers, we do not seek to answer definitively in the present
work. Nevertheless, we agree with Rizatti
et al
. (2020, p. 4) when they observe that "the EP
should be prepared with the intention of answering a question/problem arising from the field
of professional practice". Given this, inescapably, we point out that professional practice, a
broad spectrum of pragmatic knowledge and rituals intrinsic to a particular métier, skills and
other elements deeply conditioned by the professional field require, then, a kind of "protocol"
treatment by the university, since its genesis, from the point of view of knowledge, is
completely exogenous to the academic locus. Therefore, in the next section, we will present
some assumptions of the French branch of Professional Didactics, in order to suggest and
indicate certain elements viscerally linked to educational products, under a better emphasis of
an evolutionary process of professional learning (ALVES, 2021).
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Professional Didactics and the notion of teacher-researcher competence
The French branch of Professional Didactics provides a differentiated bias when we
examine its concern with learning at work and arising from the specialized activities
developed at work. In these terms, as a consequence and extension of Piagetian thought,
which places in a differentiated position the action, adaptation, and learning of the child,
through the production and conceptualization of actions, as he interacts with objects and the
environment. Similarly, Professional Didactics devotes special interest to professional
competence, through the indispensable need for the incorporation of specialized skills at
work. When we examine, for example, the academic career, we see a broad spectrum of
components that require a presumed professional competence concerning those with a
doctoral degree, as we see in the information indicated by Wickramasinghe and Borger
(2020).
Although many start out as postdoctoral researchers, PhD the number of
graduates still greatly exceeds the demand for postdoctoral researchers. And
those who successfully reach this position are quickly thrown into a harsh
climate of "publish or perish." As our world continues to grow scientifically
and technologically, our communities must become more literate in these
areas to compete successfully in a knowledge-based economy
(WICKRAMASINGHE; BORGER, 2020, p. 1).
The French branch of Professional Didactics, more recently, has acquired a bias or
interpretation as a branch of the Didactics of professional knowledge and, in the case of the
academic career and activity developed in the academy, we can see that the role of "learning"
figures in a central mode of interest, as we see below.
Professional Didactics was born from a desire to reverse, of an
epistemological nature, the way of considering, in relation to learning, the
relationship between activity and knowledge. In scientific practice, action is
not absent, but subordinated to the production of knowledge. In school
practice, action is also not absent - just look at all the development of active
methods - but it is also subordinated to the transmission of knowledge. This
is how disciplinary didactics was formed: the real object of learning is
knowledge, and action will serve as a vehicle for the acquisition of this
knowledge. This means that we can very well conceive of the "
Didactics of
professional knowledge
" on the model of the didactics of disciplines,
importing the concepts (PASTRÉ, 2008, p. 3).
From the point of view of Pastré (2001) we acquire a perspective about the notion of
professional competence, whether inside the University or not, as a constitutive element and
with strong nuances of relation to a certain group or professional gender. The theme of
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"professional competence" is revealed, for example, in Universities, to the extent that its main
product resides, in a prosaic way, in the formation of a new researcher. Pastré (2001)
emphasizes the professional qualification/competences debate within research in Professional
Didactics, when he clarifies that:
Professional Didactics grew out of the convergence of these three
approaches: analyzing work using a cognitive development approach in
adults; analyzing work with particular emphasis on the cognitive dimension,
conceptualization. Analyzing mediation activities, aiding building skills. We
have a fairly strong convergence between J. Leplat, for the Psychology of
Work and G. Vergnaud for the role of conceptualization. And he
increasingly important to be interested in interactions, in the form of
language, but also the transmission of gestures, thus taking into account the
role of mediation of others in the construction of skills (PASTRÉ, 2001, p.
6).
We can register in the literature considerable elements that reveal psychological
conflicts, tension, and the intellectual solitude usually identified in the formation period of a
future researcher. The induction and the learning of new researchers, including personal and
professional growth, are elements that cannot be neglected, as we deduce from the following
considerations.
At some point during their degree, doctoral students face challenges, such as
redirecting projects, maintaining life-work balance, and relationships with
their supervisor, that they need to learn to manage. These struggles, along
with more confronting psychological changes, including intellectual
loneliness, professional and social isolation, and anxiety, are recognized by
many higher education institutions. In particular, it is recognized by
institutions running induction programs designed to support the doctoral
student in adjusting to their new status as novice researchers. Despite these
obstacles, the value of completing a PhD remains invaluable, and according
to former PhD students, includes achieving broad personal and professional
growth, developing specialized and transferable skills, and opening doors to
diverse employment opportunities are just some of the long-term benefits of
completing a PhD (WICKRAMASINGHE; BORGER, 2020, p. 1).
When we aim at the personal and professional growth of new researchers (new PhDs),
two components inherent to the process must be observed. The first component confers the
professional competence of knowledge and technical-scientific mastery of knowledge
inherent to a certain area of research and performance. On the other hand, a second
component has an essentially pragmatic nature and its sense and meaning evolves as the
individual interacts with a fundamental structure of professional situations intrinsic to the
researcher's activity. Pastré (2007a) explains a little the function of the pragmatic component
of the situations when he indicates certain invariants.
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In Professional Didactics, I came to talk about pragmatic concepts, the
conceptual structure of a situation, operational models. We are indeed in a
perspective of conceptualization in action, which envisages an organization
of complex activities in the form of "grand" schemas. In particular, I try to
highlight the two couplings: the schema-situation coupling, with the
articulation of the conceptual structure of the situation (on the situation side)
and the operational model (on the schema side and the invariants that are its
core) and the invariance-adaptation coupling: the invariance is represented
by organizing concepts that serve to orient and guide action, in particular to
establish a good diagnosis of the situation. These organizing concepts can be
pragmatic or pragmatized, depending on their origin (empirical or scientific)
(PASTRÉ, 2007a, p. 86-87).
Let's look at some examples of pragmatic concepts related to the determinants of
career success. The variables that determine the wages received by the worker can be divided
into two groups. The first set of variables allows an objective evaluation of the worker's
family and work situation: personal characteristics (gender, age and family situation); training
(the PhD's field of knowledge); job characteristics (seniority, activity sector, contract duration
and working hours); and scientific production (number of books and journal articles published
and number of patents registered). The second group of variables determines the subjective
evaluation of an individual's work situation and includes three aspects: the relationship
between the work position and the level of studies; the adequacy of doctoral training to the
work position; and job satisfaction. In Figure 1, authors Wickramasinghe and Borger (2020)
present an explanatory diagram about professional performance strands for doctoral degree
holders, and for pragmatic reasons we see that a corresponding spectrum of teacher
competencies is not shown symbolized. It is true that for historical reasons, in several
countries, as in the case of Anglo-Saxon culture, the training of teachers with a view to their
professional development has remained on the sidelines of many educational reforms.
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Francisco Regis Vieira ALVES
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Figure 1
–
Outline of the various career opportunities available to doctoral graduates
Source: Wickramasinghe e Borger (2020, p. 1)
Before ending the current section, the figure suggested by Wickramasinghe and
Borger (2020), despite its absence, reveals a concern with the training of a researcher and,
according to our further attention, of a researcher holding a professional doctorate. In the
subsequent section, we will seek to illustrate a professional skill originating from an
essentially pragmatic bias, however, increasingly required in the world of professions
involving the social phenomenon of professional collaboration.
Some Applications of Professional Didactics: The Case of Professional Collaboration
With the support of the arguments indicated in the previous sections, we clearly point
out a dilemma involving the dichotomy between technical-scientific knowledge, whose social
prestige in the academic locus proves to be paramount, with a pragmatic and professional
knowledge, deeply conditioned and aligned with a particular category of a métier. To
exemplify one form of its manifestation, when we point out the component of a pragmatic and
professional knowledge, let us take the case of the notion of professional collaboration. The
process of professional collaboration involves a diversity of aspects and complex nuances that
must contribute to a substantial constitution of a professional portfolio and an increase in
conduct schemes and professional efficiency.
In turn, when we aim at professional collaboration involving teachers, we cannot
disregard the nature of two distinct types, categories of knowledge or fields. The first
"knowledge" is situated in an essentially epistemic (conceptual) field and is deeply marked
and conditioned by a scientific and classical reference knowledge, and in this case we indicate
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
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scientific knowledge. On the other hand, when we aim at a learning and professional training
environment, we cannot neglect a whole learning process of the authors (teachers) involved.
Thus, the second knowledge concerns the acquisition of an essentially pragmatic and
originally circumstantial knowledge, which corresponds to a kind of professional field
(PASTRÉ, 2007a; 2007b).
We point out that pragmatic professional knowledge, whose identity and
characteristics are incorporated over the time of professional activity, reveals itself as an
element, factor or a category of indispensable knowledge intrinsically linked to any type of
professional training activity or constitution of a training itinerary, where professional
collaboration is necessary. On the other hand, the process of professional collaboration can be
examined from an essentially cognitivist point of view, insofar as we consider the teacher's
activity and the adult learning processes arising from his/her organized and specialized
activity, from the execution of fundamental work tasks, and from professional collaboration
among other subjects belonging to the same kind of craft, professional category or métier.
Aiming at our discussion and an examination of elements that contribute to an
identification of elements that contribute to professional collaboration, involving teachers, we
cannot disregard the notion of professional genre, considering that "the professional genre can
be presented as a kind of prefabricated stock, of "enactments", "put into words", but also of
pragmatic conceptualizations" (CLOT; FAITA, 2000, p. 13). In the case illustrated in Figure
2, Pariê (2006) employs the anthill metaphor. The author notes that its operational efficiency
is really an apparent chaos, and no "process representation" occurs, no in-depth understanding
of the collective goal, no understanding is revealed of the conditions for the collective
efficiency that is needed at the level of an individual agent of the anthill (the ant).
Furthermore, the author also points out that "they develop and stabilize on the edge of chaos:
they create order (invariants, rules, regularities, structures) against chaos, but need residual
disorder to survive" (PARIÊ, 2006, p. 51).
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Francisco Regis Vieira ALVES
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Figure 2
–
Pariê (2006) supports his thought with the metaphor of the anthill
Source: Pariê (2006, p. 51)
Nevertheless, Pariê (2006) employs the "anthill metaphor", insofar as the
manifestation of a collective and organized behavior is indispensable in the professional field
of subjects and, in a particular way, when we aim at the egress of a professional doctorate. In
these terms, from his considerations, we understand that:
Ants have practically no brains (about one hundred neurons, compared to
about one hundred billion for humans). One can then strongly reject a
legitimacy of any comparison, even metaphorical, between insect swarms
and human societies. However, humans exhibit collective behavior based on
the interaction of fairly simple individual rules. Group or crowd behavior
during the evacuation of aircraft, ships, tunnels or buildings, or simply daily
flows of pedestrians or car jams can be and have been modeled using
software simulators based on the interaction of low-level individual rules
(PARIÊ, 2006, p. 50).
In her doctoral thesis in Education, entitled "Exploring the impact of a professional
doctorate in Higher Education on educational organizations: a critical realist perspective,"
author Lundgren-Resenterra (2017) devoted special interest to the phenomenon of the impact
of a professional doctorate on students and their organizations, which has become a recent
topic of interest to researchers, however, there has been discussion of the impact of the
professional on their organization and whether this represents the direct manifestation of
professional learning. In these terms, the author points out that "knowledge production is
therefore perceived as resulting from the interaction between academia, the workplace, and
the profession, and not derived solely from academic research" (LUNDGREN-
RESENTERRA, 2017, p. 30). A little further on, she explains that:
This concept was transferred to the professional doctorate by Lee
et al
.
(2000), who established a clear relationship between the learning that occurs
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Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from professional didactics
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during a Professional Doctorate in academia, the workplace, and the
profession, thus establishing a new model of hybrid knowledge production.
Indeed, Lee
et al
. argued that the end result of a professional doctorate lies at
the intersection between the higher education environment and the project
workplace. Their interrelationship produces new kinds of knowledge and
professional practice based on reflective deliberations that result in
organizational transformation (LUNDGREN-RESENTERRA, 2017, p. 30).
With origin in the thought of Lundgren-Resenterra (2017) and, to some extent, in
Pariê's metaphor (2006) about professional collaboration, we confirm the indispensability of
collating a set of changes that cannot be simply replicated from the academic modality.
Thus, in figure 3, we configure our proposal for the constitution of a doctoral jury,
taking into account the technical scientific and classical dimension, regularly verified by the
five examiners originated from the academic locus and, with the same value and
expressiveness in the process, the scrutiny of three experts, of recognized practice and
experience in the field that the Educational Product is framed.
Figure 3
–
Professional Doctorate final exam board or jury configuration: technical -
scientific and pragmatic components
Source: Prepared by the auhtor
According to the proposed configuration of figure 3, we assume the indispensable
character of professional cooperation and solidarity of professionals from academia and
professionals with recognized "notorious knowledge" in a given professional field (see figure
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3). On the left side of the same figure, we affirm a weakness bias (plus its indicators -
endogeneity, low visibility and impact, etc.), when we employ the classic jury and evaluation
model developed in the university. Barata (2006) expresses a point of view that is viscerally
in line with ours, when he warns that:
According to the proposed configuration of figure 3, we assume the
indispensable character of professional cooperation and solidarity of
professionals from academia and professionals with recognized "notorious
knowledge" in a given professional field (see figure 3). On the left side of
the same figure, we affirm a weakness bias (plus its indicators - endogeneity,
low visibility and impact, etc.), when we employ the classic jury and
evaluation model developed in the university. Barata (2006) expresses a
point of view that is viscerally in line with ours, when he warns that
(BARATA, 2006, p. 270).
Once again, our configuration expressed in figure 3 is supported by the arguments and
warnings of Barata (2006), indicating hindrances in primordial stages in the formation process
of a future master, coming from the professional modality.
The courses have also encountered difficulties in the moments of formal
evaluation: the qualifying exam and the judgment of the final product. Most
of the professors who may sit on the boards are not used to the new formats
provided by the professional master's degree, and there are no clear and
established criteria for the examinations in these situations. Perhaps it would
be interesting to have as a criterion for the composition of these panels the
mandatory participation of a professional from the field in question,
regardless of academic qualifications. The potentially diversified nature of
the final products makes it necessary for those who will judge them to
accumulate experience. Most faculty members are used to evaluating theses
and dissertations, or scientific articles, but have no experience in evaluating
more instrumental materials used by the services, or some products such as
videos and software (BARATA, 2006, p. 278).
For all the above reasons, recovering the objective (iii) of the present work, we point
out an indispensable component of the creation of an academic protocol concerning the
examination of the pragmatic knowledge and professional knowledge derived from the
professional field of the future holder of a title originated in a Professional Doctorate.
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Final remarks
In the previous sections we oriented our discussion around a widely justified concern,
insofar as the training provided in a Professional Doctorate needs to consider the mechanisms
of learning on and from the job. Moreover, the interest for the factors or elements that need a
better understanding of this new variant, without disregarding the component of the teachers -
trainers themselves, and finally, what we can expect from a Professional Doctorate in the
future.
We have identified historical aspects and evolutionary elements around the notion of
Ph.D. (Philosophiae Doctor), which confirm a position of scientific and social prestige to the
respective holders of the third cycle title, according to a European tradition, not disregarding a
change in emphasis and paradigms valued by Universities that, in the Middle Ages, conferred
greater distinction, according to the academic skills revealed by the study of ancient classical
and disciplinary texts. Nevertheless, according to a modern understanding of the University,
started in Germany and disseminated through Anglo-Saxon countries, we understand that the
academic career and the corresponding professional competence was confirmed by the
efficiency in research and in the "unveiling" of new and unprecedented disciplinary fields.
On the other hand, when we consider the current Brazilian scenario about professional
master's degrees (BARATA, 2006) and professional doctorates and the difficulties imposed,
we understand that the variant of an academic doctorate that, in our case, acquired its identity
and its character of academic acceptance and permissibility with origin in the binomial
"Professional Doctorate - Educational Product" still lacks a lengthy process of adjustment
(BARATA, 2006), adaptation (see figure 3) and the demarcation of a training area that
requires considering hybrid knowledge and new model of hybrid knowledge production
(LUNDGREN-RESENTERRA, 2017).
To this end, we bring in figure 3 our proposal for a configuration of a jury of thesis
defense in a Professional Doctorate. In the same, as we seek to emphasize the metaphor
pointed out by Pariê (2006), professional collaboration is constituted as a possibility and
factor of balance and evaluation of a broad spectrum of elements that constitute an
Educational Product. Without disregarding a criticism, still vigorous, according to Ostermann
and Rezende (2009), when they point out that the technicist rancidity of the conception of
educational product, because when preparing a final product, priority is being given to how to
teach, and not to why or what, besides being implicit that the introduction of a product will
bring quality or solve educational problems.
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Francisco Regis Vieira ALVES
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In any case, from the tension originated in the binomial "academic x professional", it
becomes necessary and constant "an in-depth reflection on the nature of professional master's
courses in teaching and its possible impact on Brazilian society" (OSTERMAN; REZENDE,
2009, p.2) and, facing our reality, the case of the professional doctorate as well, an issue still
practically absent from the academic production in the areas of Education and Teaching.
On an international and recent level, we do not disregard that the tension between
supply and demand in the academic market has been studied mainly by questioning the
possible shortage of faculty: from the 1970s, projections of a future shortage of faculty in the
United States were made, which led to a renewed interest in academic labor markets and,
more specifically, the adequacy between the number of PhDs produced and the vacancies to
be filled (GOASTELLEC
et al
., 2013). In these terms, the demand for the training of new
doctors will be increasingly representative.
Finally, when we examine certain notions and applications originated from the French
branch of Professional Didactics to the context of the profile, in the professional career -
academic and training, we can find an essentially pragmatic component, of social bias and, at
the same time, cognitive, when we consider per se a wide range of phenomena arising from
learning in and from work (ALVES, 2021).
Moreover, with support of an apparent or provisional character of a definitive answer
to the questions outlined in the preamble of this work, we rescue a Latin expression that, in a
prosaic way, embodies our concern with a variant form of academic doctorate, for now, with
unknown repercussions (academic, social and educational) and, therefore, we reaffirm our
introductory concern and not contingent, before the questioning: Quo vadis, professional
doctorate?
ACKNOWLEDGMENTS:
We are grateful for the resources and financial support provided
by the National Council for Scientific and Technological Development
–
CNPq
.
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. Oxford: Berghahn Books, 2013.
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Francisco Regis Vieira ALVES
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1754-1783, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
1783
WICKRAMASINGHE, L. C.; BORGER, J. G. The newageofthe PhD: Transformingthe PhD
from a productto a process.
Journalof Life Sciences
, v. 2, n. 1, p. 1-10, 2020. Available at:
https://journaloflifesciences.org/file_journal/1521_17686183.pdf. Access on: 29 Apr. 2021.
How to reference this article
ALVES, F. R. V. Quo vadis, Professional Doctorate (PD)? Analysis and examples from
professional didactics.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v.
17, n. 3, p. 1754-1783, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16051
Submitted
: 27/12/2021
Revisions required
: 13/03/2022
Approved
: 09/05/2022
Published
: 01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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