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Inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-cultural
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–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
1610
INCLUSÃO DE ACADÊMICOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR:
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA HISTÓRICO-
CULTURAL
INCLUSIÓN DE ACADÉMICOS CON DISCAPACIDAD EN LA EDUCACIÓN
SUPERIOR: UNA REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA DESDE LA PERSPECTIVA DE LA
TEORÍA HISTÓRICO-CULTURAL
INCLUSION OF SCHOLARS WITH DISABILITIES IN HIGHER EDUCATION: A
BIBLIOGRAPHIC REVIEW FROM THE PERSPECTIVE OF HISTORICAL-
CULTURAL THEORY
Kátia Maria de Moura EVÊNCIO
1
Giovana Maria Belém FALCÃO
2
RESUMO
: Este escrito se refere a um recorte referente ao Estado da Questão desenvolvido
entre setembro de 2020 a março de 2021, que compõe a pesquisa de doutoramento em educação,
ainda em andamento, a qual investiga sobre os sentidos de inclusão produzidos por acadêmicos
com autismo na educação superior. O objetivo deste artigo é mapear as pesquisas sobre inclusão
de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e
2020, à luz da teoria histórico-cultural. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-graduação
stricto
sensu
(mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a Biblioteca de Teses e
Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O
resultado do levantamento identificou um número reduzido de pesquisas que tiveram como base
epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, o que reverbera na compreensão
da inclusão enquanto fenômeno dialético histórico, social e culturalmente construído e,
portanto, nos modos de pensar e fazer inclusivos.
PALAVRAS-CHAVE
: Inclusão. Educação superior. Revisão bibliográfica. Deficiência.
RESUMEN
:
Este escrito se refiere a un recorte referente al Estado de la Cuestión
desarrollado entre septiembre de 2020 a marzo de 2021, que compone la investigación de
doctorado en educación, aún en curso, la cual, investiga sobre los sentidos de inclusión
producidos por académicos con autismo en la educación superior. El objetivo de este artículo
es mapear las investigaciones sobre inclusión de académicos con discapacidad en la educación
superior desarrolladas en Brasil entre 2012 a 2020, a la luz de la teoría histórico-cultural. Por
dar énfasis a las investigaciones de posgrado stricto sensu (maestría y doctorado), la principal
base de datos consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la Coordinación para el
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES). El resultado del
levantamiento identificó un número reducido de investigaciones que tuvieron como base
1
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Doutoranda em Educação. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3070-0086. E-mail: katiamaria@pcs.uespi.br
2
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Professora Adjunta e Professora do Programa
de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0995-
1614. E-mail: giovana.falcao@uece.br
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski, lo que reverbera en la
comprensión de la inclusión como fenómeno dialéctico histórico, social y culturalmente
construido y, por lo tanto, en los modos de pensar y hacer inclusivos.
PALABRAS CLAVE
: Inclusión. Educación superior. Revisión bibliográfica. Discapacidad.
ABSTRACT
:
This writing refers to a clipping referring to the State of the Question developed
between September 2020 and March 2021,
which makes up the ongoing doctoral research in
education, investigates the meanings of inclusion produced by academics with autism in higher
education.
The purpose of this article isso to map the research on inclusion of academics with
disabilities in higher education carried out in Brazil between 2012 and 2020, in the light of
cultural-historical theory.
Because we emphasize stricto sensu postgraduate research (masters
and doctorate),
the main database consulted was the Theses and Dissertations Library of the
Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel.
The result of the survey
identified a small number of researches that had as epistemological basis the Historical-
Cultural Psychology of Vigotski,
which reverberates in the understanding of inclusion as a
historical, social and culturally constructed dialectical phenomenon and, therefore, in inclusive
ways of thinking and doing.
KEYWORDS
:
Inclusion. University education. Literature review. Deficiency.
Introdução
A história da educação especial no Brasil é marcada por lento processo de
sistematização, sendo que significativas conquistas e marcos históricos pelo reconhecimento da
equidade datam ainda dos anos de 1990, processo de efervescência política pela democracia
nacional que muito contribuiu no campo da Educação como direito de todos. Embora seja
possível falarmos que é uma história recente, a literatura nos mostra densas produções
científicas que contribuem com a formação e práticas pedagógicas inclusivas, além de leis que
garantem e reconhecem o direito da inclusão e da acessibilidade (BRUNO; NOZU, 2019;
EVÊNCIO, 2019; SANTOS; FALCÃO, 2020).
E quanto à inclusão de acadêmicos na educação superior? A universidade ocupa um
espaço de conflito, pois é o lócus de produção de conhecimento e formação profissional com
estreita relação com o desenvolvimento das sociedades, porém, desde as formas de ingresso
nesse espaço são excludentes, o que contribui para reforçar uma cultura de desigualdades e de
exclusão. Esse caráter que atravessa a história da inclusão de pessoas com deficiência e a
própria história das universidades contribui para buscarmos entender o porquê que ainda são
tão incipientes as ações inclusivas que de fato suscitem o sentimento de pertencimento do
público da educação especial. Ademais, constatamos no decorrer de nossos estudos que o
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incentivo à democratização de acesso à educação superior, como, por exemplo, o programa
INCLUIR (BRASIL, 2015); a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva
(BRASIL, 2008) e a Lei Brasileira de Inclusão - Lei nº 13.146/2015 (BRASIL, 2015), não se
mantêm para a permanência do acadêmico em mesma proporção, o que denota uma barreira
quanto à acessibilidade pedagógica, atitudinal e metodológica, desvelando que a inclusão na
educação superior exige avanços quantitativos, mas, sobretudo, qualitativos.
Investigar aspectos da inclusão de pessoas com deficiência nos mobiliza a compreendê-
lo enquanto um fenômeno dialético de inclusão-exclusão e historicamente construído. Sawaia
(2014) evidencia o processo de exclusão como produto do funcionamento do sistema, enquanto
Wanderley (2014) discute aspectos da naturalização dos mecanismos excludentes que afetarão
as pessoas em níveis variados, contribuindo para o sentimento de acolhimento ou rejeição.
Nesse processo, a naturalização dos fenômenos que caracterizam o processo de exclusão
social contribui para a postura passiva diante das desigualdades, como se nada pudesse ser feito
para enfrentar e superar dado problema, o que contribui para a reprodução de condutas
excludentes decorrentes de um processo cultural segregador das diferenças, onde as pessoas
internalizam padrões e os fortalecem, ainda que não no plano da consciência. No campo da
educação, esta concepção é explicitada por meio de teorias educacionais que partem da
compreensão do sujeito como ser puramente biológico, que defendem o desenvolvimento a
partir de leis universais, que uniformiza e estrutura o desenvolvimento em estágios sucessivos
a serem percorridos e superados como um caminho natural e espontâneo (PASQUALINI,
2009), em que é esperado que a criança consiga atingir determinados níveis de desenvolvimento
para oferecer-lhe estímulos externos para consolidar etapas de aprendizagem. Mas, e quando a
criança tem dificuldades advindas da deficiência?
No cotidiano das aulas esse entendimento se materializa em discriminação e
culpabilização do próprio estudante sobre as dificuldades enfrentadas advindas da condição da
deficiência. Fatos que comprovamos e são explicitados também por Nunes e Lustosa (2020)
quando professores e outros profissionais se defendem e expõem um horizonte de dificuldades:
“já tentei de tudo e nada deu certo, ele (a) não aprende”; “não sou preparada para ensinar”; “não
temos formação para ensinar alunos com esse tipo de deficiência”, etc. Mas, a
final, o que está
implícito por trás de cada afirmação dessa que evidencia a própria formação como desafio?
Em contrapartida à abordagem supracitada, Vigotski (1997) propõe uma educação
social e inclusiva, compreendendo o desenvolvimento dos sistemas compensatórios,
estimulados também através das ações intencionais e planejadas no coletivo, nas interações e
socializações. Vigotski (1997) embasou seus estudos numa nova compreensão sobre a
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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especificidade do desenvolvimento afetado pela deficiência e sobre o sujeito que a tem,
sobretudo pautada nas potencialidades existentes e as possíveis de serem desenvolvidas pela
mediação planejada e intencional dos professores, além de evidenciar sobre a gravidade não da
condição da deficiência em si, mas para a forma como a cultura lida com a diferença.
Conceber o direito das pessoas com deficiência é importante conquista, porém isso não
é o suficiente para efetivar na prática a inclusão das pessoas com deficiência. Fato que fica
facilmente comprovado quando observamos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE (2010), que afirma que a população brasileira é de cento e noventa milhões,
setecentos e trinta e dois mil e seiscentos e noventa e quatro pessoas (190.732.694), sendo que
há cerca de quarenta e cinco milhões, seiscentos e vinte e três mil e novecentos e dez pessoas
com algum tipo de deficiência (45.623.910) e, segundo Brasil (2019), cerca 48.520 matrículas
de acadêmicos com deficiência, correspondendo a 6% da estimativa projetada por faixa etária
de ingresso na universidade. Fenômeno que nos coloca a perguntar onde estão esses jovens e
por que não estão nas universidades? Nessa perspectiva, esse estudo está norteado pela seguinte
questão: como estão sendo desenvolvidas as pesquisas sobre a inclusão de acadêmicos com
deficiência na educação superior, sobretudo, nos cursos de mestrado e doutorado no Brasil?
Isto posto, visando saber como as pesquisas e concepções sobre inclusão vêm sendo
desenvolvidas e como contribuem para as práticas docentes, definimos como objetivo do
presente escrito: mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na
educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural.
Para alcançar o proposto, o caminho metodológico configura-se pela abordagem qualitativa do
tipo bibliográfica de objetivo descritivo. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-graduação
stricto sensu
(mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a Biblioteca de
Teses e Dissertações CAPES.
A seguir está descrito nosso percurso metodológico explicitando nossos movimentos de
buscas, diálogos com os trabalhos selecionados e como esta revisão contribuiu para nossa nova
investigação, além de favorecer profissionais do campo da Educação e demais pesquisadores
que se debruçam sobre a inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior.
Metodologia
A produção do conhecimento científico impõe fazeres sistemáticos que mobilizam o
pesquisador num processo de tomada de decisão quanto aos caminhos investigativos que irá
percorrer. Este processo está muito além da definição de métodos e técnicas para coleta ou
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produção e análise de dados, envolve, portanto, saber qual o panorama de conhecimento já
produzido e atualizado do tema sobre o qual o pesquisador se propõe investigar.
É um exercício exaustivo de buscas, de leituras, seleção e análise de estudos que tenham
aproximação ao seu tema ou área de interesse, os quais favorecerão ao pesquisador identificar
necessidades investigativas, lacunas e como sua nova pesquisa contribui com o cenário de
conhecimentos já produzidos (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004). Podemos inferir
que se refere a um processo sistemático, porém não linear, haja visto que esse exercício crítico
de revisão bibliográfica pode confrontar e levar o pesquisador a repensar seu objeto de estudo,
bem como defender qual contribuição ao campo do saber poderá proporcionar.
Fizemos uma revisão bibliográfica que é uma “etapa preliminar da elaboração de uma
proposta [...] identifica estratégias específicas que serão úteis na busca e na revisão dos recursos
disponíveis para planejar um estudo” (CRESWE
LL, 2007, p. 45) com intuito de compreender
o conhecimento já produzido a respeito do tema de interesse: inclusão de acadêmicos na
educação superior. Nosso processo de tessitura para a revisão bibliográfica possibilitou
reafirmar nosso objeto de estudo dialogando com os conhecimentos já postos, de modo que
esses diálogos nos direcionem às possíveis novas contribuições decorrentes dessa investidura.
Se faz oportuno esclarecer ao nosso leitor que o presente levantamento foi desenvolvido em
dois grandes momentos especificados no decorrer deste estudo, a saber:
1º)
investigamos o que temos de conhecimentos produzidos sobre a temática geral de
inclusão da pessoa com deficiência na educação superior;
2º)
afinamos nossas buscas por trabalhos desenvolvidos à luz da Psicologia Histórico-
Cultural (PHC).
Ambas as buscas tiveram como teoria basilar e como principal critério de inclusão dos
achados a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski. Utilizamos como bases de dados o
Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações -
BDTD. Entretanto, como os trabalhos encontrados nesta última plataforma citada foram
trabalhos repetidos, ou seja, já encontrados e selecionados no Catálogo de Teses e Dissertações
CAPES, optamos por descrever somente desta plataforma.
Nossos descritores iniciais de busca foram
“inclusão no ensino superior”
;
“inclusão na
universidade”
e
“acadêmicos com deficiência”.
Definimos como critérios de seleção/inclusão
de trabalhos os achados que cumprissem com as seguintes características:
●
Fundamentação epistemológica:
Psicologia Histórico-Cultural (Vigotski
);
●
Recorte temporal
dos últimos oito anos (2012-2020) levando em consideração o
aumento dos debates de inclusão social na educação superior fortalecidos com a Lei de
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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Cotas, que favoreceu outras percepções sobre o acesso às universidades, embora
somente em 2015 a referida Lei de Cotas tenha sido reformulada, passando a integrar o
público da educação especial;
●
Aproximação do
objeto de estudo
referente à pesquisa doutoral da autora deste escrito:
inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior;
●
Pesquisas desenvolvidas nas áreas de Humanas; programas de pós-graduação em
educação, educação especial, psicologia.
Resultados e discussão
Nessa primeira busca, em todas as bases consultadas, utilizamos como critérios para
exclusão: os trabalhos cujos objetos de estudo se ocuparam de uma deficiência ou condição
específica; inclusão de outras perspectivas de inclusão como: digital, gênero, racial e étnica;
base epistemológica divergente da Psicologia Histórico-Cultural; investigação da inclusão de
acadêmicos em situações específicas
3
do curso.
Apresentaremos as pesquisas selecionadas do nosso levantamento nessa primeira busca
da seguinte maneira: seção 1.1
Apresentação dos achados
conforme a base de dados.
Contribuiu para visualizar e descrever os aspectos quantitativos das pesquisas selecionadas (por
terem aproximação com nossa temática), dos objetivos e resultados, visando avançarmos no
entendimento e investigação da nossa pesquisa nessa seara da Inclusão na educação Superior.
Desse modo, com as pesquisas selecionadas traçamos diálogos de como a proposta da nossa
nova pesquisa poderia contribuir com o cenário de conhecimento já produzido (NÓBREGA-
THERRIEN; THERRIEN, 2004).
Por isso, os diálogos envolvem compreensões sobre metodologia de abordagem
qualitativa, tendo como teoria epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e
discussão dos resultados, sem a pretensão de avaliar o conhecimento produzido, mas sim de
buscar meios para fortalecer nossos estudos.
3
Por exemplo, produção que investigou a inclusão no ensino superior no âmbito do estágio supervisionado.
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Catálogo de Teses e Dissertações CAPES:
Apresentação dos achados
Nos dias 02, 03 e 11 de novembro de 2020 demos início ao levantamento bibliográfico
utilizando como descritores de buscas:
“inclusão no ensino superior”
;
“inclusão na
universidade”
e
“acadêmicos com deficiência”.
O resultado somou 131 trabalhos, dos quais
aplicados os critérios acima elencados de inclusão de pesquisas foi possível separar de acordo
o enfoque dado na pesquisa
4
, conforme segue na Tabela 01.
Tabela 1
–
Enfoque da pesquisa
Acessibilidade
Acadêmico com
deficiência
Universidade
(políticas e gestão)
Docência
06
05
03
03
Total 17
Total Base Epistemológica Psicologia Histórico-Cultural/Materialismo Histórico-Dialético
Total 04
Fonte: Elaborado pelos autores
O critério epistemológico traz repercussões também na concepção de inclusão, pessoa
com deficiência e sociedade, pois, sendo toda teoria do conhecimento alicerçada em concepções
distintas sobre a relação entre o fenômeno investigado e o sujeito, traz em sua constituição
valores do social, histórico, político, ideológico. Logo, negar essa natureza do conhecimento é
limitar ou falsear a possibilidade de conhecimento. Por essa razão, dessa busca foram
selecionadas quatro pesquisas que mantém relação com nosso objeto de estudo e perspectiva
epistemológica, a teoria Histórico-Cultural de L. S Vigotski, fundamentada nos princípios do
Materialismo Histórico-Dialético, conforme apresentado no Quadro 1.
Quadro 1
–
Achados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES
AUTOR
TÍTULO
OBJETIVO
TIPO
Silva
(2017)
A escola sacudida em suas
bases: significações
produzidas pelo professor do
ensino superior acerca da
inclusão de alunos com
NEEs
Analisar as significações produzidas pelo
professor do Ensino Superior acerca da
inclusão escolar de alunos com NEEs que
medeiam a constituição da prática docente
inclusiva.
Resultados: revelou que as zonas de sentido
produzidas pela professora evidenciam que
seus modos de ser docente em condições
objetivas e subjetivas da realidade da inclusão
na universidade a transformou na medida em
que foi alargando o potencial para desenvolver
prática docente inclusiva
Dissertação
4
Uso da tabela para ilustrar o quantitativo de achados.
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
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Passos
(2016)
Eu e tu, nós os diferentes: a
percepção dos estudantes
com deficiência sobre a
inclusão no ensino superior
Analisar a inclusão no ensino superior público
a partir da percepção dos estudantes com
deficiência.
Resultados: apontou uma série de limites e
desafios à inclusão no ensino superior, dentre
os quais: a invisibilidade vivida em nível
interpessoal e institucional; a interferência das
desigualdades sociais no acesso, permanência
e desenvolvimento; a distância entre a
legislação brasileira e sua materialização; a
falta, inadequação ou insuficiência da
acessibilidade física e pedagógica, com a
necessidade premente de formação e
informação aos docentes e discentes, além da
implementação de uma política interna mais
estruturada e eficaz.
Dissertação
Tavares
(2014)
Educação especial no ensino
superior: reflexões acerca da
acessibilidade no processo
de inclusão escolar a partir
de relatos de acadêmicos
com deficiência
Buscar junto aos acadêmicos deficientes,
egressos formados na Universidade Estadual
de Maringá na década de 2000 a 2010,
informações sobre a inclusão no ensino
superior, no que diz respeito à acessibilidade,
enquanto condição para apropriação dos
conteúdos científicos, na universidade.
Resultados: Revelou dificuldades de
implementação e desenvolvimento quanto a
acessibilidade enquanto condição de
apropriação dos conteúdos.
Dissertação
Govêa
(2019)
A inclusão de estudantes
com especificidades no
ensino superior: sujeitos e
significações
Analisar as significações da inclusão no
ensino superior na perspectiva dos estudantes
com deficiência e com sofrimento psíquico.
Resultados: Revelou a função da universidade
de mediadora na ressignificação sobre si
mesmos e sobre o contexto social do qual
participam.
Dissertação
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao analisar o quadro indagamos sobre o quantitativo restrito de produções norteadas à
inclusão de estudantes com deficiência na educação superior, sobretudo pesquisas
desenvolvidas segundo a teoria histórico-cultural de Vigotski, sendo que dos 131 filtrados,
ficamos com 4 achados dessa base de dados. Esse dado nos chamou a atenção tendo em vista
os estudos da defectología de Vigotski, que nos ensina o valor da educação inclusiva das
pessoas com deficiência. Dentre seus ensinamentos, ressaltamos a função da educação como
essencial para o desenvolvimento dos sistemas compensatórios que favorecerão a
aprendizagem e desenvolvimento do sujeito. Nesse entendimento, nos inquieta perceber que
uma teoria que tanto pode (trans)formar as práticas pedagógicas vem ficando à margem do
conhecimento e, por conseguinte, reverberando nas práticas docentes na perspectiva inclusiva.
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Além da especificidade a respeito da inclusão de pessoas com deficiência, é válido frisar
que a Psicologia Histórico-Cultural está alicerçada no Materialismo Histórico-Dialético, nesse
sentido, Silva (2017) enfatiza a importância dessa teoria ao relacionar as leis fundamentais
como a luta dos contrários e da negação da negação. Tais leis são necessárias para compreender
o desvelamento da contradição dialética entre exclusão e inclusão, enquanto fenômeno social
constituído historicamente, assim como também o homem enquanto ser social e histórico.
Desse modo, podemos compreender que pesquisas orientadas para a inclusão exigem
do pesquisador compreender que não é consequência natural a superação da exclusão, mas uma
construção histórica: precisam ser estudados os mecanismos do fenômeno exclusão, as
dinâmicas dos conceitos de segregação, integração e inclusão na educação, sobretudo enquanto
mov
imento constituído dialética e historicamente, pois, conforme Silva (2017, p. 77), “os
fenômenos podem ser compreendidos de maneira complexa, abordando sua totalidade e
contrariedades e não negligenciá-las, comprometendo-nos, assim, com a dimensão social e
histórica que constitui o movimento de inclusão”.
Além da pertinência para compreensão do homem e da sociedade, Govêa (2019, p. 65)
defende a contribuição da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski para o campo educacional,
ressaltando o social como fonte de desenvolvimento do sujeito, a sua função primordial de
“propiciar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores na atividade de
aprendizagem dos estudantes”, um novo olhar sobre como o sujeito se constitui à medida que
se relaciona com o meio, com as pessoas, constrói a consciência mediada pela linguagem,
cultura e pela história, “um novo paradigma de compreensão do sujeito” (GOVÊA, 2019, p.
67).
Concernente, observamos em Tavares (2014, p. 52) a defesa de que o entendimento da
educação passa
pelo conhecimento do “desenvolvimento humano, do processo de
aprendizagem, bem como as relações desses processos fundamentais para a educação escolar”,
num movimento de dinamicidade de apropriação cultural e social. No tocante a Passos (2016)
podemos afirmar que o embasamento na teoria da Psicologia Histórico-cultural (PHC) de
Vigotski nos permite investigar o fenômeno dialético da inclusão de modo a perceber as
negações, contradições, a historicidade da exclusão sob a ótica da construção excludente da
sociedade. Partimos em defesa dessa abordagem epistemológica por concordar que, para além
de favorecer o aprofundamento da compreensão em torno da construção dialética da
exclusão/inclusão, nos permite refletir subsídios quanto ao devir da educação e a função social
que a educação superior ocupa nesse processo.
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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Para a análise dialógica das pesquisas selecionadas recorremos às categorias da PHC,
pois defendemos que essa abordagem favorece o aprofundamento dos conhecimentos para além
do visível, da realidade material, buscando as razões historicamente construídas para a
existência do fenômeno investigado.
À vista disto, entendemos que a educação superior traz em suas raízes históricas a
reprodução da sociedade que, organizada sob a ótica do capitalismo, se apresenta em suas bases
excludentes e dividida. Não podemos negligenciar essa relação entre sociedade e educação
superior, pois compreendendo o sujeito humano como ser que se constitui singularmente a partir
do social, da coletividade e da cultura, as condutas, formas de sentir, ver e agir são produtos
dessa construção, sem perder de vista que ao passo que se forma, transforma ao seu redor.
Assim, a universidade assume um papel profícuo à organização capital, reforçando, então, o
caráter segregador e excludente. Explicitados os trabalhos daremos sequência com a análise
dialógica destes.
Diálogos e relações entre as pesquisas:
Análise dos objetivos das pesquisas selecionadas
Conforme o
Quadro 1:
Achados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES
, do
objetivo geral das quatro pesquisas selecionadas observamos que dois deles enfocaram a análise
das significações e percepções, respectivamente, sobre inclusão produzidas por acadêmicos
com deficiência, a saber: Govêa (2019) e Passos (2016); enquanto Silva (2017) enfocou as
significações sobre inclusão produzidas por professores universitários. Já Tavares (2014)
investigou a acessibilidade, salientando o acesso ao conhecimento curricular, sob a perspectiva
dos acadêmicos e egressos com deficiência. Embora as duas pesquisas tenham como foco o
acadêmico com deficiência, observamos a centralidade que ocupa o professor nos debates sobre
inclusão, o que nos instiga a refletir sobre como sua atuação pode favorecer ou não o processo
de inclusão.
Então, a análise das pesquisas selecionadas para esta atividade foi desenvolvida nas
seguintes categorias predominantes: Significações
5
e mediação docente.
Verificamos que as pesquisas tiveram como objeto de investigação ora professores
universitários, ora acadêmicos com deficiência, não tendo sido identificadas pesquisas que
tiveram como objeto de estudo ambos os públicos e de forma relacionada, de modo a identificar
5
Mantivemos enquanto categoria PHC de Vigotski por entender que a autora (SILVA, 2017) utilizou esse termo
referindo-se aos sentidos e significados, no entanto, reiteramos que o termo
significações
é mais presente nos
estudos de Gonzalez Rey
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Inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-cultural
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
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necessidades, anseios e possibilidades com vista à práxis inclusiva. Entretanto, verificamos que,
de maneira mais intensa ou em apontamentos, em todas as pesquisas foram identificadas
questões sobre as necessidades e fragilidades da formação e prática inclusivas dos professores.
Diante do exposto, identificamos que são diversas as pesquisas sobre a inclusão
educacional de pessoas com deficiência, sendo a maioria dedicadas à fase da infância e
educação escolar básica. Em menor proporção, encontramos as pesquisas que tiveram como
objeto de estudo a inclusão na educação superior. Entretanto, nos saltam às vistas a
problemática em torno da base teórica-metodológica que sustenta e norteia os estudos,
sobretudo nesse nível de formação. Fato que nos provoca a atender qual a situação de inclusão
(ou não) nesse nível de formação. Assim, é importante pensarmos sobre a quantidade de pessoas
com deficiência relacionando ao quantitativo de matrículas dessas pessoas, não as reduzindo a
dados estatísticos, mas buscando saber onde estão, porque não estão nas universidades,
principalmente, o que deflagra a evasão deste público nestas instituições.
Considerações finais
Diante das multi possibilidades de investigar a inclusão e da análise por nós realizada,
foi possível definirmos como objeto de estudo a produção dos sentidos de inclusão de
acadêmicos com deficiência, tendo em vista que os sentidos produzidos repercutem nos modos
de pensar e fazer a inclusão. Nossa orientação teórica-metodológica consiste na Psicologia
Histórico-Cultural de Vigotski e, por isso, partimos da concepção que os sentidos exprimem
uma das dimensões da palavra: o fenômeno psicológico, o qual é revestido de emoções
decorrentes da experiência vivida (VIGOTSKI, 2009). A palavra possui um significado, o qual
é social, independe do contexto, é estável, no entanto, cada palavra guarda para o sujeito um
sentido, o qual assume sua singularidade dinâmica, complexa, flexível e dependente de como o
sujeito vivenciou dada experiência, atribuindo nova significação.
Desse modo, podemos inferir que as experiências docentes de inclusão expressam muito
mais a singularidade da experiência vivida pelos docentes neste contexto do que o
reconhecimento do direito à inclusão, ou seja, do significado social de inclusão, por isso,
fundamentar epistemologicamente as pesquisas com base em teorias que assumem a dimensão
histórica, social e cultural é determinante para compreender o fenômeno dialético de inclusão
em sua totalidade, como a Psicologia Histórico-Cultural. Portanto, a presente revisão crítica
possibilitou, além de mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na
educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural,
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1621
também identificar necessidades de outras investigações no campo das subjetividades para
melhor compreender e desenvolver práticas pedagógicas inclusivas no contexto da educação
superior.
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Inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-cultural
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Como referenciar este artigo
EVÊNCIO, K. M. M.; FALCÃO, G. M. B. Inclusão de acadêmicos com deficiência na
educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-cultural.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623,
jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
Submetido em
:
27/12/2021
Revisões requeridas em
: 04/02/2022
Aprovado em
: 18/04/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-
cultural
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
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INCLUSIÓN DE ACADÉMICOS CON DISCAPACIDAD EN LA EDUCACIÓN
SUPERIOR: UNA REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA DESDE LA PERSPECTIVA DE LA
TEORÍA HISTÓRICO-CULTURAL
INCLUSÃO DE ACADÊMICOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR:
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA HISTÓRICO-
CULTURAL
INCLUSION OF SCHOLARS WITH DISABILITIES IN HIGHER EDUCATION: A
BIBLIOGRAPHIC REVIEW FROM THE PERSPECTIVE OF HISTORICAL-
CULTURAL THEORY
Kátia Maria de Moura EVÊNCIO
1
Giovana Maria Belém FALCÃO
2
RESUMEN
:
Este escrito se refiere a un recorte referente al Estado de la Cuestión desarrollado
entre septiembre de 2020 a marzo de 2021, que compone la investigación de doctorado en
educación, aún en curso, la cual, investiga sobre los sentidos de inclusión producidos por
académicos con autismo en la educación superior. El objetivo de este artículo es mapear las
investigaciones sobre inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior
desarrolladas en Brasil entre 2012 a 2020, a la luz de la teoría histórico-cultural. Por dar énfasis
a las investigaciones de posgrado stricto sensu (maestría y doctorado), la principal base de datos
consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la Coordinación para el
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES). El resultado del
levantamiento identificó un número reducido de investigaciones que tuvieron como base
epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski, lo que reverbera en la
comprensión de la inclusión como fenómeno dialéctico histórico, social y culturalmente
construido y, por lo tanto, en los modos de pensar y hacer inclusivos.
PALABRAS CLAVE
: Inclusión. Educación superior. Revisión bibliográfica. Discapacidad.
RESUMO
: Este escrito se refere a um recorte referente ao Estado da Questão desenvolvido
entre setembro de 2020 a março de 2021, que compõe a pesquisa de doutoramento em
educação, ainda em andamento, a qual investiga sobre os sentidos de inclusão produzidos por
acadêmicos com autismo na educação superior. O objetivo deste artigo é mapear as pesquisas
sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil
entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-
graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a
Biblioteca de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES). O resultado do levantamento identificou um número reduzido de pesquisas
1
Universidad Estatal de Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Doctorado en Educación. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3070-0086. E-mail: katiamaria@pcs.uespi.br
2
Universidad Estatal de Ceará (UECE), Fortaleza
–
CE
–
Brasil. Profesora Adjunta y Profesora del Programa de
Posgrado en Educación. Doctorado en Educación (UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0995-1614. E-
mail: giovana.falcao@uece.br
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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que tiveram como base epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, o que
reverbera na compreensão da inclusão enquanto fenômeno dialético histórico, social e
culturalmente construído e, portanto, nos modos de pensar e fazer inclusivos.
PALAVRAS-CHAVE
: Inclusão. Educação superior. Revisão bibliográfica. Deficiência.
ABSTRACT
:
This writing refers to a clipping referring to the State of the Question developed
between September 2020 and March 2021,
which makes up the ongoing doctoral research in
education, investigates the meanings of inclusion produced by academics with autism in higher
education.
The purpose of this article isso to map the research on inclusion of academics with
disabilities in higher education carried out in Brazil between 2012 and 2020, in the light of
cultural-historical theory.
Because we emphasize stricto sensu postgraduate research (masters
and doctorate),
the main database consulted was the Theses and Dissertations Library of the
Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel.
The result of the survey
identified a small number of researches that had as epistemological basis the Historical-
Cultural Psychology of Vigotski,
which reverberates in the understanding of inclusion as a
historical, social and culturally constructed dialectical phenomenon and, therefore, in inclusive
ways of thinking and doing.
KEYWORDS
:
Inclusion. University education. Literature review. Deficiency.
Introducción
La historia de la educación especial en Brasil está marcada por un lento proceso de
sistematización, y los logros significativos e hitos históricos para el reconocimiento de la
equidad se remontan a la década de 1990, un proceso de efervescencia política por parte de la
democracia nacional que ha contribuido en gran medida en el campo de la Educación como un
derecho de todos. Si bien es posible decir que es una historia reciente, la literatura nos muestra
densas producciones científicas que contribuyen a la formación y prácticas pedagógicas
inclusivas, además de leyes que garantizan y reconocen el derecho de inclusión y accesibilidad
(BRUNO; NOZU, 2019; ENCINCIO, 2019; SANTOS; FALCÃO, 2020).
¿Qué pasa con la inclusión de los académicos en la educación superior? La universidad
ocupa un espacio de conflicto, porque es el lugar de producción de conocimiento y formación
profesional con estrecha relación con el desarrollo de las sociedades, pero dado que las formas
de entrada en este espacio son excluyentes, lo que contribuye a reforzar una cultura de
desigualdades y exclusión. Este carácter que atraviesa la historia de la inclusión de las personas
con discapacidad y la propia historia de las universidades contribuye a buscar entender por qué
las acciones inclusivas siguen siendo tan incipientes que en realidad apoyan el sentimiento de
pertenencia del público de educación especial. Además, encontramos en el curso de nuestros
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Inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-
cultural
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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estudios que el incentivo para democratizar el acceso a la educación superior, como el programa
INCLUDE (BRASIL, 2015); la Política Nacional de Educación Especial en la Perspectiva
Inclusiva (BRASIL, 2008) y la Ley Brasileña de Inclusión - Ley N° 13.146/2015 (BRASIL,
2015), no permanecen para la permanencia del académico en la misma proporción, lo que
denota una barrera para la accesibilidad pedagógica, actitudinal y metodológica, desvelando
que la inclusión en la educación superior requiere avances cuantitativos, pero, cualitativo.
Investigar aspectos de la inclusión de las personas con discapacidad nos moviliza a
entenderla como un fenómeno dialéctico de inclusión-exclusión e históricamente construido.
Sawaia (2014) destaca el proceso de exclusión como producto del funcionamiento del sistema,
mientras que Wanderley (2014) discute aspectos de la naturalización de mecanismos
excluyentes que afectarán a las personas en diferentes niveles, contribuyendo al sentimiento de
aceptación o rechazo.
En este proceso, la naturalización de los fenómenos que caracterizan el proceso de
exclusión social contribuye a la postura pasiva frente a las desigualdades, como si nada se
pudiera hacer para enfrentar y superar un problema dado, lo que contribuye a la reproducción
de comportamientos excluyentes resultantes de un proceso cultural segregando las diferencias,
donde las personas internalizan patrones y los fortalecen, aunque no esté en el plano de la
conciencia. En el campo de la educación, esta concepción se explica a través de teorías
educativas que parten de la comprensión del sujeto como puramente biológico, que defienden
el desarrollo desde leyes universales, que estandarizan y estructuran el desarrollo en etapas
sucesivas a seguir y superar como un camino natural y espontáneo (PASQUALINI, 2009), en
el que se espera que el niño alcance ciertos niveles de desarrollo para ofrecerle estímulos
externos a consolidar los pasos de aprendizaje. Pero ¿qué pasa cuando el niño tiene dificultades
por la discapacidad?
En la rutina diaria de las clases, esta comprensión se materializa en la discriminación y
culpando al propio estudiante de las dificultades que enfrenta la condición de discapacidad.
Hechos que probamos y que también son explicados por Nunes y Lustosa (2020) cuando
profesores y otros profesionales se defienden y exponen un horizonte de dificultades: "Lo he
intentado todo y nada ha funcionado, él (a) no aprende"; "No estoy preparado para enseñar";
"no tenemos la formación para enseñar a los alumnos con este tipo de discapacidad", etc. Pero,
después de todo, ¿qué hay detrás de cada afirmación de esto que evidencia la propia formación
como un desafío?
En contraste con el enfoque antes mencionado, Vigotski (1997) propone una educación
social e inclusiva, que comprende el desarrollo de sistemas compensatorios, también
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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estimulados a través de acciones intencionales y planificadas en el colectivo, en las
interacciones y socializaciones. Vigotski (1997) basó sus estudios en una nueva comprensión
de la especificidad del desarrollo afectado por la discapacidad y en el sujeto que la tiene,
principalmente en función de las potencialidades existentes y las posibles que se desarrollarán
mediante la mediación planificada e intencional de los docentes, además de mostrar sobre la
gravedad no de la condición de la discapacidad en sí, sino en la forma en que la cultura trata la
diferencia.
Concebir el derecho de las personas con discapacidad es un logro importante, pero esto
no es suficiente para lograr en la práctica la inclusión de las personas con discapacidad. Este
hecho se demuestra fácilmente cuando observamos datos del Instituto Brasileño de Geografía
y Estadística - IBGE (2010), que afirma que la población brasileña es de ciento noventa
millones, setenta treinta y dos mil seiscientas noventa y cuatro personas (190.732.694), y hay
alrededor de cuarenta y cinco millones, seiscientos veintitrés mil novecientos diecinueve
personas con algún tipo de discapacidad (45.623.910) y, según Brasil (2019), alrededor de
48.520 inscripciones de estudiantes con discapacidad, lo que corresponde al 6% de la
estimación proyectada por grupo de edad de admisión a la universidad. ¿Un fenómeno que nos
pone preguntándonos dónde están estos jóvenes y por qué no están en las universidades? Desde
esta perspectiva, este estudio se basa en la siguiente pregunta: ¿cómo son las investigaciones
sobre la inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior, especialmente en
los cursos de maestría y doctorado en Brasil?
Dicho esto, con el fin de conocer cómo se han desarrollado las investigaciones y
concepciones sobre la inclusión y cómo contribuyen a las prácticas docentes, definimos como
objetivo de este escrito: mapear la investigación sobre inclusión de estudiantes con discapacidad
en la educación superior desarrollada en Brasil entre 2012 y 2020, a la luz de la teoría histórico-
cultural. Para lograr la propuesta, el camino metodológico se configura por el enfoque
cualitativo del tipo bibliográfico de objetivo descriptivo. Debido a que enfatizamos la
investigación de posgrado
stricto sensu
(maestría y doctorado), la principal base de datos
consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la CAPES.
A continuación, se describe nuestro camino metodológico explicando nuestros
movimientos de búsqueda, diálogos con los trabajos seleccionados y cómo esta revisión
contribuyó a nuestra nueva investigación, además de favorecer a los profesionales del campo
de la Educación y a otros investigadores que se centran en la inclusión de estudiantes con
discapacidad en la educación superior.
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Inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-
cultural
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Metodología
La producción de conocimiento científico impone actividades sistemáticas que
movilizan al investigador en un proceso de toma de decisiones sobre los caminos investigativos
que seguirá. Este proceso va mucho más allá de la definición de métodos y técnicas para la
recolección o producción y análisis de datos, por lo tanto, implica conocer el panorama del
conocimiento ya producido y actualizado del tema sobre el cual el investigador se propone
investigar.
Es un ejercicio exhaustivo de búsquedas, lecturas, selección y análisis de estudios que
tienen acercamiento a su temática o área de interés, lo que favorecerá al investigador para
identificar necesidades investigativas, brechas y cómo su nueva investigación contribuye al
escenario de conocimiento ya producido (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004).
Podemos inferir que se refiere a un proceso sistemático, pero no lineal, ya que este ejercicio
crítico de revisión bibliográfica puede confrontar y llevar al investigador a repensar su objeto
de estudio, así como defender qué contribución al campo del conocimiento puede aportar.
Hicimos una revisión bibliográfica que es una "etapa preliminar en la preparación de
una propuesta [...] identifica estrategias específicas que serán útiles en la búsqueda y revisión
de los recursos disponibles para planificar un estudio" (CRESWELL, 2007, p. 45) con el fin de
comprender el conocimiento ya producido sobre el tema de interés: la inclusión de académicos
en la educación superior. Nuestro proceso de tesitura para la revisión de la literatura permitió
reafirmar nuestro objeto de estudio dialogando con el conocimiento ya puesto, de modo que
estos diálogos nos dirijan a posibles nuevos aportes resultantes de esta dotación. Es oportuno
aclarar a nuestro lector que esta encuesta se desarrolló en dos grandes momentos especificados
durante este estudio, a saber:
1º)
investigamos lo que tenemos del conocimiento producido sobre el tema general de
la inclusión de las personas con discapacidad en la educación superior;
2º)
afinamos nuestra búsqueda de obras desarrolladas a la luz de la Psicología Histórico-
Cultural (PHC).
Ambas búsquedas tuvieron como principal criterio de inclusión la Psicología Histórico-
Cultural de Vigotski y la principal inclusión de los hallazgos. Utilizamos como bases de datos
el Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes y la Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones
- BDTD. Sin embargo, como los trabajos encontrados en esta última plataforma mencionada
eran trabajos repetidos, es decir, ya encontrados y seleccionados en el Catálogo de Tesis y
Disertaciones de Capes, elegimos describir solo esta plataforma.
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
1620
Los descriptores de búsqueda
iniciales fueron "inclusión en la educación superior”;
“inclusión en la universidad"
y
"académicos con discapacidad".
Se definieron como criterios
de selección/inclusión de estudios los hallazgos que cumplían las siguientes características:
•
Fundamento epistemológico:
Psicología Histórico-Cultural (Vigotski
);
•
Un marco
temporal de los últimos ocho años (2012-2020) teniendo en cuenta el aumento
de los debates de inclusión social en la educación superior fortalecido con la Ley de
Cupos, que favoreció otras percepciones sobre el acceso a las universidades, aunque
solo en 2015 se reformuló dicha Ley de Cupos, uniéndose al público de educación
especial;
•
Aproximación del
objeto de estudio
referido a la investigación doctoral del autor de este
escrito: inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior;
•
Investigación desarrollada en las áreas de Humanidades; programas de posgrado en
educación, educación especial, psicología.
Resultados y discusión
En esta primera búsqueda, en todas las bases de datos consultadas, se utilizaron como
criterios de exclusión: los trabajos cuyos objetos de estudio estaban ocupados con una
discapacidad o condición específica; inclusión de otras perspectivas de inclusión como: digital,
de género, racial y étnica; bases epistemológicas divergentes de la Psicología Histórico-
Cultural; investigación de la inclusión de académicos en situaciones específicas
3
del curso.
Presentaremos las encuestas seleccionadas de nuestra encuesta en esta primera búsqueda
de la siguiente manera: sección 1.1
Presentación de los hallazgos
según la base de datos.
Contribuyó a visualizar y describir los aspectos cuantitativos de la investigación seleccionada
(porque son cercanos a nuestra temática), los objetivos y resultados, con el objetivo de avanzar
en la comprensión e investigación de nuestra investigación en este campo de la Inclusión en la
Educación Superior. Así, con las investigaciones seleccionadas trazamos diálogos sobre cómo
la propuesta de nuestra nueva investigación podría contribuir al escenario de conocimiento ya
producido (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004).
Por lo tanto, los diálogos implican entendimientos sobre la metodología de enfoque
cualitativo, teniendo como teoría epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski
3
Por ejemplo, la producción que investigó la inclusión en la educación superior bajo pasantía supervisada.
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Inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-
cultural
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
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y la discusión de los resultados, sin la intención de evaluar el conocimiento producido, sino más
bien de buscar medios para fortalecer nuestros estudios.
Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes:
Presentación de hallazgos
Los días 02, 03 y 11 de noviembre de 2020 iniciamos la encuesta bibliográfica utilizando
como descriptores de búsqueda:
"inclusión en la educación superior”; “inclusión en la
universidad"
y
"académicos con discapacidad".
El resultado totalizó 131 estudios, de los
cuales se aplicaron los criterios de inclusión de la investigación antes mencionados, se pudo
separar según el enfoque dado en la investigación
4
, como sigue en la Tabla 01.
Tabla 01
- Enfoque de la investigación
Accesibilidad
Académico con
discapacidad
Universidad
(políticas y gestión)
Enseñanza
06
05
03
03
Total 17
Base Epistemológica Total Materialismo Histórico-Cultural/Histórico-Dialéctico
Total 04
Fuente: Elaboración propia
El criterio epistemológico también repercute en la concepción de la inclusión, las
personas con discapacidad y la sociedad, porque, dado que toda la teoría del conocimiento se
basa en distintas concepciones sobre la relación entre el fenómeno investigado y el sujeto,
aporta en su constitución valores sociales, históricos, políticos, ideológicos. Por lo tanto, negar
esta naturaleza del conocimiento es limitar o distorsionar la posibilidad del conocimiento. Por
esta razón, se seleccionaron cuatro estudios de esta búsqueda que mantiene una relación con
nuestro objeto de estudio y perspectiva epistemológica, la teoría Histórico-Cultural de L. S
Vigotski, basada en los principios del Materialismo Histórico-Dialéctico, como se presenta en
el Cuadro 1.
Cuadro 1 -
Hallazgos en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes
AUTOR
TÍTULO
OBJETIVO
TIPO
Silva
(2017)
La escuela sacudida en sus
bases: significados
producidos por el profesor
de educación superior sobre
Analizar los significados producidos por el
docente de educación superior sobre la
inclusión escolar de estudiantes con NEEs que
apoyen la constitución de práctica docente
inclusiva.
Disertación
4
Uso de la tabla para ilustrar la cuantitativa de los hallazgos.
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Kátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053
1622
la inclusión de estudiantes
con NEEs
Resultados: reveló que las áreas de significado
producidas por la docente muestran que sus
formas de ser docente en condiciones
objetivas y subjetivas de la realidad de
inclusión en la universidad la transformaron
en la medida en que fue ampliando el potencial
para desarrollar una práctica docente
inclusiva.
Passos
(2016)
Yo y tú, los diferentes: la
percepción de los
estudiantes con discapacidad
sobre la inclusión en la
educación superior
Analizar la inclusión en la educación superior
pública a partir de la percepción del alumnado
con discapacidad.
Resultados: señaló una serie de límites y
desafíos para la inclusión en la educación
superior, entre los cuales: la invisibilidad
experimentada a nivel interpersonal e
institucional; la injerencia de las
desigualdades sociales en el acceso, la
permanencia y el desarrollo; la distancia entre
la legislación brasileña y su materialización; la
falta, insuficiencia o insuficiencia de
accesibilidad física y pedagógica, con la
urgente necesidad de capacitación e
información a docentes y estudiantes, además
de la implementación de una política interna
más estructurada y efectiva.
Disertación