image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531610 INCLUSÃO DE ACADÊMICOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL INCLUSIÓN DE ACADÉMICOS CON DISCAPACIDAD EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR: UNA REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA DESDE LA PERSPECTIVA DE LA TEORÍA HISTÓRICO-CULTURALINCLUSION OF SCHOLARS WITH DISABILITIES IN HIGHER EDUCATION: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW FROM THE PERSPECTIVE OF HISTORICAL-CULTURAL THEORYKátia Maria de Moura EVÊNCIO1Giovana Maria Belém FALCÃO2RESUMO: Este escrito se refere a um recorte referente ao Estado da Questão desenvolvido entre setembro de 2020 a março de 2021, que compõe a pesquisa de doutoramento em educação, ainda em andamento, a qual investiga sobre os sentidos de inclusão produzidos por acadêmicos com autismo na educação superior. O objetivo deste artigo é mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-graduação stricto sensu(mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a Biblioteca de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O resultado do levantamento identificou um número reduzido de pesquisas que tiveram como base epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, o que reverbera na compreensão da inclusão enquanto fenômeno dialético histórico, social e culturalmente construído e, portanto, nos modos de pensar e fazer inclusivos. PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Educação superior. Revisão bibliográfica. Deficiência. RESUMEN:Este escrito se refiere a un recorte referente al Estado de la Cuestión desarrollado entre septiembre de 2020 a marzo de 2021, que compone la investigación de doctorado en educación, aún en curso, la cual, investiga sobre los sentidos de inclusión producidos por académicos con autismo en la educación superior. El objetivo de este artículo es mapear las investigaciones sobre inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior desarrolladas en Brasil entre 2012 a 2020, a la luz de la teoría histórico-cultural. Por dar énfasis a las investigaciones de posgrado stricto sensu (maestría y doctorado), la principal base de datos consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la Coordinación para el Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES). El resultado del levantamiento identificó un número reducido de investigaciones que tuvieron como base 1Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza CE Brasil. Doutoranda em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3070-0086. E-mail: katiamaria@pcs.uespi.br 2Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza CE Brasil. Professora Adjunta e Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0995-1614. E-mail: giovana.falcao@uece.br
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531611 epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski, lo que reverbera en la comprensión de la inclusión como fenómeno dialéctico histórico, social y culturalmente construido y, por lo tanto, en los modos de pensar y hacer inclusivos. PALABRAS CLAVE: Inclusión. Educación superior. Revisión bibliográfica. Discapacidad. ABSTRACT:This writing refers to a clipping referring to the State of the Question developed between September 2020 and March 2021,which makes up the ongoing doctoral research in education, investigates the meanings of inclusion produced by academics with autism in higher education.The purpose of this article isso to map the research on inclusion of academics with disabilities in higher education carried out in Brazil between 2012 and 2020, in the light of cultural-historical theory.Because we emphasize stricto sensu postgraduate research (masters and doctorate),the main database consulted was the Theses and Dissertations Library of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel.The result of the survey identified a small number of researches that had as epistemological basis the Historical-Cultural Psychology of Vigotski,which reverberates in the understanding of inclusion as a historical, social and culturally constructed dialectical phenomenon and, therefore, in inclusive ways of thinking and doing.KEYWORDS:Inclusion. University education. Literature review. Deficiency.IntroduçãoA história da educação especial no Brasil é marcada por lento processo de sistematização, sendo que significativas conquistas e marcos históricos pelo reconhecimento da equidade datam ainda dos anos de 1990, processo de efervescência política pela democracia nacional que muito contribuiu no campo da Educação como direito de todos. Embora seja possível falarmos que é uma história recente, a literatura nos mostra densas produções científicas que contribuem com a formação e práticas pedagógicas inclusivas, além de leis que garantem e reconhecem o direito da inclusão e da acessibilidade (BRUNO; NOZU, 2019; EVÊNCIO, 2019; SANTOS; FALCÃO, 2020). E quanto à inclusão de acadêmicos na educação superior? A universidade ocupa um espaço de conflito, pois é o lócus de produção de conhecimento e formação profissional com estreita relação com o desenvolvimento das sociedades, porém, desde as formas de ingresso nesse espaço são excludentes, o que contribui para reforçar uma cultura de desigualdades e de exclusão. Esse caráter que atravessa a história da inclusão de pessoas com deficiência e a própria história das universidades contribui para buscarmos entender o porquê que ainda são tão incipientes as ações inclusivas que de fato suscitem o sentimento de pertencimento do público da educação especial. Ademais, constatamos no decorrer de nossos estudos que o
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531612 incentivo à democratização de acesso à educação superior, como, por exemplo, o programa INCLUIR (BRASIL, 2015); a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (BRASIL, 2008) e a Lei Brasileira de Inclusão - Lei nº 13.146/2015 (BRASIL, 2015), não se mantêm para a permanência do acadêmico em mesma proporção, o que denota uma barreira quanto à acessibilidade pedagógica, atitudinal e metodológica, desvelando que a inclusão na educação superior exige avanços quantitativos, mas, sobretudo, qualitativos. Investigar aspectos da inclusão de pessoas com deficiência nos mobiliza a compreendê-lo enquanto um fenômeno dialético de inclusão-exclusão e historicamente construído. Sawaia (2014) evidencia o processo de exclusão como produto do funcionamento do sistema, enquanto Wanderley (2014) discute aspectos da naturalização dos mecanismos excludentes que afetarão as pessoas em níveis variados, contribuindo para o sentimento de acolhimento ou rejeição. Nesse processo, a naturalização dos fenômenos que caracterizam o processo de exclusão social contribui para a postura passiva diante das desigualdades, como se nada pudesse ser feito para enfrentar e superar dado problema, o que contribui para a reprodução de condutas excludentes decorrentes de um processo cultural segregador das diferenças, onde as pessoas internalizam padrões e os fortalecem, ainda que não no plano da consciência. No campo da educação, esta concepção é explicitada por meio de teorias educacionais que partem da compreensão do sujeito como ser puramente biológico, que defendem o desenvolvimento a partir de leis universais, que uniformiza e estrutura o desenvolvimento em estágios sucessivos a serem percorridos e superados como um caminho natural e espontâneo (PASQUALINI, 2009), em que é esperado que a criança consiga atingir determinados níveis de desenvolvimento para oferecer-lhe estímulos externos para consolidar etapas de aprendizagem. Mas, e quando a criança tem dificuldades advindas da deficiência? No cotidiano das aulas esse entendimento se materializa em discriminação e culpabilização do próprio estudante sobre as dificuldades enfrentadas advindas da condição da deficiência. Fatos que comprovamos e são explicitados também por Nunes e Lustosa (2020) quando professores e outros profissionais se defendem e expõem um horizonte de dificuldades: “já tentei de tudo e nada deu certo, ele (a) não aprende”; “não sou preparada para ensinar”; “não temos formação para ensinar alunos com esse tipo de deficiência”, etc. Mas, afinal, o que está implícito por trás de cada afirmação dessa que evidencia a própria formação como desafio? Em contrapartida à abordagem supracitada, Vigotski (1997) propõe uma educação social e inclusiva, compreendendo o desenvolvimento dos sistemas compensatórios, estimulados também através das ações intencionais e planejadas no coletivo, nas interações e socializações. Vigotski (1997) embasou seus estudos numa nova compreensão sobre a
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531613 especificidade do desenvolvimento afetado pela deficiência e sobre o sujeito que a tem, sobretudo pautada nas potencialidades existentes e as possíveis de serem desenvolvidas pela mediação planejada e intencional dos professores, além de evidenciar sobre a gravidade não da condição da deficiência em si, mas para a forma como a cultura lida com a diferença. Conceber o direito das pessoas com deficiência é importante conquista, porém isso não é o suficiente para efetivar na prática a inclusão das pessoas com deficiência. Fato que fica facilmente comprovado quando observamos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), que afirma que a população brasileira é de cento e noventa milhões, setecentos e trinta e dois mil e seiscentos e noventa e quatro pessoas (190.732.694), sendo que há cerca de quarenta e cinco milhões, seiscentos e vinte e três mil e novecentos e dez pessoas com algum tipo de deficiência (45.623.910) e, segundo Brasil (2019), cerca 48.520 matrículas de acadêmicos com deficiência, correspondendo a 6% da estimativa projetada por faixa etária de ingresso na universidade. Fenômeno que nos coloca a perguntar onde estão esses jovens e por que não estão nas universidades? Nessa perspectiva, esse estudo está norteado pela seguinte questão: como estão sendo desenvolvidas as pesquisas sobre a inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior, sobretudo, nos cursos de mestrado e doutorado no Brasil? Isto posto, visando saber como as pesquisas e concepções sobre inclusão vêm sendo desenvolvidas e como contribuem para as práticas docentes, definimos como objetivo do presente escrito: mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural. Para alcançar o proposto, o caminho metodológico configura-se pela abordagem qualitativa do tipo bibliográfica de objetivo descritivo. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-graduação stricto sensu(mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a Biblioteca de Teses e Dissertações CAPES. A seguir está descrito nosso percurso metodológico explicitando nossos movimentos de buscas, diálogos com os trabalhos selecionados e como esta revisão contribuiu para nossa nova investigação, além de favorecer profissionais do campo da Educação e demais pesquisadores que se debruçam sobre a inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior. Metodologia A produção do conhecimento científico impõe fazeres sistemáticos que mobilizam o pesquisador num processo de tomada de decisão quanto aos caminhos investigativos que irá percorrer. Este processo está muito além da definição de métodos e técnicas para coleta ou
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531614 produção e análise de dados, envolve, portanto, saber qual o panorama de conhecimento já produzido e atualizado do tema sobre o qual o pesquisador se propõe investigar. É um exercício exaustivo de buscas, de leituras, seleção e análise de estudos que tenham aproximação ao seu tema ou área de interesse, os quais favorecerão ao pesquisador identificar necessidades investigativas, lacunas e como sua nova pesquisa contribui com o cenário de conhecimentos já produzidos (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004). Podemos inferir que se refere a um processo sistemático, porém não linear, haja visto que esse exercício crítico de revisão bibliográfica pode confrontar e levar o pesquisador a repensar seu objeto de estudo, bem como defender qual contribuição ao campo do saber poderá proporcionar. Fizemos uma revisão bibliográfica que é uma “etapa preliminar da elaboração de uma proposta [...] identifica estratégias específicas que serão úteis na busca e na revisão dos recursos disponíveis para planejar um estudo” (CRESWELL, 2007, p. 45) com intuito de compreender o conhecimento já produzido a respeito do tema de interesse: inclusão de acadêmicos na educação superior. Nosso processo de tessitura para a revisão bibliográfica possibilitou reafirmar nosso objeto de estudo dialogando com os conhecimentos já postos, de modo que esses diálogos nos direcionem às possíveis novas contribuições decorrentes dessa investidura. Se faz oportuno esclarecer ao nosso leitor que o presente levantamento foi desenvolvido em dois grandes momentos especificados no decorrer deste estudo, a saber: 1º)investigamos o que temos de conhecimentos produzidos sobre a temática geral de inclusão da pessoa com deficiência na educação superior; 2º)afinamos nossas buscas por trabalhos desenvolvidos à luz da Psicologia Histórico-Cultural (PHC). Ambas as buscas tiveram como teoria basilar e como principal critério de inclusão dos achados a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski. Utilizamos como bases de dados o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - BDTD. Entretanto, como os trabalhos encontrados nesta última plataforma citada foram trabalhos repetidos, ou seja, já encontrados e selecionados no Catálogo de Teses e Dissertações CAPES, optamos por descrever somente desta plataforma. Nossos descritores iniciais de busca foram “inclusão no ensino superior”;“inclusão na universidade” e“acadêmicos com deficiência”. Definimos como critérios de seleção/inclusão de trabalhos os achados que cumprissem com as seguintes características: Fundamentação epistemológica: Psicologia Histórico-Cultural (Vigotski); Recorte temporaldos últimos oito anos (2012-2020) levando em consideração o aumento dos debates de inclusão social na educação superior fortalecidos com a Lei de
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531615 Cotas, que favoreceu outras percepções sobre o acesso às universidades, embora somente em 2015 a referida Lei de Cotas tenha sido reformulada, passando a integrar o público da educação especial; Aproximação do objeto de estudo referente à pesquisa doutoral da autora deste escrito: inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior; Pesquisas desenvolvidas nas áreas de Humanas; programas de pós-graduação em educação, educação especial, psicologia. Resultados e discussão Nessa primeira busca, em todas as bases consultadas, utilizamos como critérios para exclusão: os trabalhos cujos objetos de estudo se ocuparam de uma deficiência ou condição específica; inclusão de outras perspectivas de inclusão como: digital, gênero, racial e étnica; base epistemológica divergente da Psicologia Histórico-Cultural; investigação da inclusão de acadêmicos em situações específicas3do curso. Apresentaremos as pesquisas selecionadas do nosso levantamento nessa primeira busca da seguinte maneira: seção 1.1 Apresentação dos achadosconforme a base de dados. Contribuiu para visualizar e descrever os aspectos quantitativos das pesquisas selecionadas (por terem aproximação com nossa temática), dos objetivos e resultados, visando avançarmos no entendimento e investigação da nossa pesquisa nessa seara da Inclusão na educação Superior. Desse modo, com as pesquisas selecionadas traçamos diálogos de como a proposta da nossa nova pesquisa poderia contribuir com o cenário de conhecimento já produzido (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004). Por isso, os diálogos envolvem compreensões sobre metodologia de abordagem qualitativa, tendo como teoria epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e discussão dos resultados, sem a pretensão de avaliar o conhecimento produzido, mas sim de buscar meios para fortalecer nossos estudos. 3Por exemplo, produção que investigou a inclusão no ensino superior no âmbito do estágio supervisionado.
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531616 Catálogo de Teses e Dissertações CAPES:Apresentação dos achados Nos dias 02, 03 e 11 de novembro de 2020 demos início ao levantamento bibliográfico utilizando como descritores de buscas: “inclusão no ensino superior”;“inclusão na universidade” e“acadêmicos com deficiência”.O resultado somou 131 trabalhos, dos quais aplicados os critérios acima elencados de inclusão de pesquisas foi possível separar de acordo o enfoque dado na pesquisa4, conforme segue na Tabela 01. Tabela 1 Enfoque da pesquisa AcessibilidadeAcadêmico com deficiênciaUniversidade(políticas e gestão) Docência06 05 03 03 Total 17 Total Base Epistemológica Psicologia Histórico-Cultural/Materialismo Histórico-Dialético Total 04 Fonte: Elaborado pelos autores O critério epistemológico traz repercussões também na concepção de inclusão, pessoa com deficiência e sociedade, pois, sendo toda teoria do conhecimento alicerçada em concepções distintas sobre a relação entre o fenômeno investigado e o sujeito, traz em sua constituição valores do social, histórico, político, ideológico. Logo, negar essa natureza do conhecimento é limitar ou falsear a possibilidade de conhecimento. Por essa razão, dessa busca foram selecionadas quatro pesquisas que mantém relação com nosso objeto de estudo e perspectiva epistemológica, a teoria Histórico-Cultural de L. S Vigotski, fundamentada nos princípios do Materialismo Histórico-Dialético, conforme apresentado no Quadro 1. Quadro 1 Achados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES AUTORTÍTULOOBJETIVOTIPOSilva (2017) A escola sacudida em suas bases: significações produzidas pelo professor do ensino superior acerca da inclusão de alunos com NEEs Analisar as significações produzidas pelo professor do Ensino Superior acerca da inclusão escolar de alunos com NEEs que medeiam a constituição da prática docente inclusiva. Resultados: revelou que as zonas de sentido produzidas pela professora evidenciam que seus modos de ser docente em condições objetivas e subjetivas da realidade da inclusão na universidade a transformou na medida em que foi alargando o potencial para desenvolver prática docente inclusiva Dissertação 4Uso da tabela para ilustrar o quantitativo de achados.
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531617 Passos (2016) Eu e tu, nós os diferentes: a percepção dos estudantes com deficiência sobre a inclusão no ensino superior Analisar a inclusão no ensino superior público a partir da percepção dos estudantes com deficiência. Resultados: apontou uma série de limites e desafios à inclusão no ensino superior, dentre os quais: a invisibilidade vivida em nível interpessoal e institucional; a interferência das desigualdades sociais no acesso, permanência e desenvolvimento; a distância entre a legislação brasileira e sua materialização; a falta, inadequação ou insuficiência da acessibilidade física e pedagógica, com a necessidade premente de formação e informação aos docentes e discentes, além da implementação de uma política interna mais estruturada e eficaz. Dissertação Tavares (2014) Educação especial no ensino superior: reflexões acerca da acessibilidade no processo de inclusão escolar a partir de relatos de acadêmicos com deficiência Buscar junto aos acadêmicos deficientes, egressos formados na Universidade Estadual de Maringá na década de 2000 a 2010, informações sobre a inclusão no ensino superior, no que diz respeito à acessibilidade, enquanto condição para apropriação dos conteúdos científicos, na universidade. Resultados: Revelou dificuldades de implementação e desenvolvimento quanto a acessibilidade enquanto condição de apropriação dos conteúdos. Dissertação Govêa (2019) A inclusão de estudantes com especificidades no ensino superior: sujeitos e significações Analisar as significações da inclusão no ensino superior na perspectiva dos estudantes com deficiência e com sofrimento psíquico. Resultados: Revelou a função da universidade de mediadora na ressignificação sobre si mesmos e sobre o contexto social do qual participam. Dissertação Fonte: Elaborado pelos autores Ao analisar o quadro indagamos sobre o quantitativo restrito de produções norteadas à inclusão de estudantes com deficiência na educação superior, sobretudo pesquisas desenvolvidas segundo a teoria histórico-cultural de Vigotski, sendo que dos 131 filtrados, ficamos com 4 achados dessa base de dados. Esse dado nos chamou a atenção tendo em vista os estudos da defectología de Vigotski, que nos ensina o valor da educação inclusiva das pessoas com deficiência. Dentre seus ensinamentos, ressaltamos a função da educação como essencial para o desenvolvimento dos sistemas compensatórios que favorecerão a aprendizagem e desenvolvimento do sujeito. Nesse entendimento, nos inquieta perceber que uma teoria que tanto pode (trans)formar as práticas pedagógicas vem ficando à margem do conhecimento e, por conseguinte, reverberando nas práticas docentes na perspectiva inclusiva.
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531618 Além da especificidade a respeito da inclusão de pessoas com deficiência, é válido frisar que a Psicologia Histórico-Cultural está alicerçada no Materialismo Histórico-Dialético, nesse sentido, Silva (2017) enfatiza a importância dessa teoria ao relacionar as leis fundamentais como a luta dos contrários e da negação da negação. Tais leis são necessárias para compreender o desvelamento da contradição dialética entre exclusão e inclusão, enquanto fenômeno social constituído historicamente, assim como também o homem enquanto ser social e histórico. Desse modo, podemos compreender que pesquisas orientadas para a inclusão exigem do pesquisador compreender que não é consequência natural a superação da exclusão, mas uma construção histórica: precisam ser estudados os mecanismos do fenômeno exclusão, as dinâmicas dos conceitos de segregação, integração e inclusão na educação, sobretudo enquanto movimento constituído dialética e historicamente, pois, conforme Silva (2017, p. 77), “os fenômenos podem ser compreendidos de maneira complexa, abordando sua totalidade e contrariedades e não negligenciá-las, comprometendo-nos, assim, com a dimensão social e histórica que constitui o movimento de inclusão”.Além da pertinência para compreensão do homem e da sociedade, Govêa (2019, p. 65) defende a contribuição da Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski para o campo educacional, ressaltando o social como fonte de desenvolvimento do sujeito, a sua função primordial de “propiciar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores na atividade de aprendizagem dos estudantes”, um novo olhar sobre como o sujeito se constitui à medida que se relaciona com o meio, com as pessoas, constrói a consciência mediada pela linguagem, cultura e pela história, “um novo paradigma de compreensão do sujeito” (GOVÊA, 2019, p. 67). Concernente, observamos em Tavares (2014, p. 52) a defesa de que o entendimento da educação passa pelo conhecimento do “desenvolvimento humano, do processo de aprendizagem, bem como as relações desses processos fundamentais para a educação escolar”, num movimento de dinamicidade de apropriação cultural e social. No tocante a Passos (2016) podemos afirmar que o embasamento na teoria da Psicologia Histórico-cultural (PHC) de Vigotski nos permite investigar o fenômeno dialético da inclusão de modo a perceber as negações, contradições, a historicidade da exclusão sob a ótica da construção excludente da sociedade. Partimos em defesa dessa abordagem epistemológica por concordar que, para além de favorecer o aprofundamento da compreensão em torno da construção dialética da exclusão/inclusão, nos permite refletir subsídios quanto ao devir da educação e a função social que a educação superior ocupa nesse processo.
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531619 Para a análise dialógica das pesquisas selecionadas recorremos às categorias da PHC, pois defendemos que essa abordagem favorece o aprofundamento dos conhecimentos para além do visível, da realidade material, buscando as razões historicamente construídas para a existência do fenômeno investigado. À vista disto, entendemos que a educação superior traz em suas raízes históricas a reprodução da sociedade que, organizada sob a ótica do capitalismo, se apresenta em suas bases excludentes e dividida. Não podemos negligenciar essa relação entre sociedade e educação superior, pois compreendendo o sujeito humano como ser que se constitui singularmente a partir do social, da coletividade e da cultura, as condutas, formas de sentir, ver e agir são produtos dessa construção, sem perder de vista que ao passo que se forma, transforma ao seu redor. Assim, a universidade assume um papel profícuo à organização capital, reforçando, então, o caráter segregador e excludente. Explicitados os trabalhos daremos sequência com a análise dialógica destes. Diálogos e relações entre as pesquisas: Análise dos objetivos das pesquisas selecionadasConforme o Quadro 1:Achados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, do objetivo geral das quatro pesquisas selecionadas observamos que dois deles enfocaram a análise das significações e percepções, respectivamente, sobre inclusão produzidas por acadêmicos com deficiência, a saber: Govêa (2019) e Passos (2016); enquanto Silva (2017) enfocou as significações sobre inclusão produzidas por professores universitários. Já Tavares (2014) investigou a acessibilidade, salientando o acesso ao conhecimento curricular, sob a perspectiva dos acadêmicos e egressos com deficiência. Embora as duas pesquisas tenham como foco o acadêmico com deficiência, observamos a centralidade que ocupa o professor nos debates sobre inclusão, o que nos instiga a refletir sobre como sua atuação pode favorecer ou não o processo de inclusão. Então, a análise das pesquisas selecionadas para esta atividade foi desenvolvida nas seguintes categorias predominantes: Significações5e mediação docente. Verificamos que as pesquisas tiveram como objeto de investigação ora professores universitários, ora acadêmicos com deficiência, não tendo sido identificadas pesquisas que tiveram como objeto de estudo ambos os públicos e de forma relacionada, de modo a identificar 5Mantivemos enquanto categoria PHC de Vigotski por entender que a autora (SILVA, 2017) utilizou esse termo referindo-se aos sentidos e significados, no entanto, reiteramos que o termo significações é mais presente nos estudos de Gonzalez Rey
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531620 necessidades, anseios e possibilidades com vista à práxis inclusiva. Entretanto, verificamos que, de maneira mais intensa ou em apontamentos, em todas as pesquisas foram identificadas questões sobre as necessidades e fragilidades da formação e prática inclusivas dos professores. Diante do exposto, identificamos que são diversas as pesquisas sobre a inclusão educacional de pessoas com deficiência, sendo a maioria dedicadas à fase da infância e educação escolar básica. Em menor proporção, encontramos as pesquisas que tiveram como objeto de estudo a inclusão na educação superior. Entretanto, nos saltam às vistas a problemática em torno da base teórica-metodológica que sustenta e norteia os estudos, sobretudo nesse nível de formação. Fato que nos provoca a atender qual a situação de inclusão (ou não) nesse nível de formação. Assim, é importante pensarmos sobre a quantidade de pessoas com deficiência relacionando ao quantitativo de matrículas dessas pessoas, não as reduzindo a dados estatísticos, mas buscando saber onde estão, porque não estão nas universidades, principalmente, o que deflagra a evasão deste público nestas instituições. Considerações finais Diante das multi possibilidades de investigar a inclusão e da análise por nós realizada, foi possível definirmos como objeto de estudo a produção dos sentidos de inclusão de acadêmicos com deficiência, tendo em vista que os sentidos produzidos repercutem nos modos de pensar e fazer a inclusão. Nossa orientação teórica-metodológica consiste na Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski e, por isso, partimos da concepção que os sentidos exprimem uma das dimensões da palavra: o fenômeno psicológico, o qual é revestido de emoções decorrentes da experiência vivida (VIGOTSKI, 2009). A palavra possui um significado, o qual é social, independe do contexto, é estável, no entanto, cada palavra guarda para o sujeito um sentido, o qual assume sua singularidade dinâmica, complexa, flexível e dependente de como o sujeito vivenciou dada experiência, atribuindo nova significação. Desse modo, podemos inferir que as experiências docentes de inclusão expressam muito mais a singularidade da experiência vivida pelos docentes neste contexto do que o reconhecimento do direito à inclusão, ou seja, do significado social de inclusão, por isso, fundamentar epistemologicamente as pesquisas com base em teorias que assumem a dimensão histórica, social e cultural é determinante para compreender o fenômeno dialético de inclusão em sua totalidade, como a Psicologia Histórico-Cultural. Portanto, a presente revisão crítica possibilitou, além de mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural,
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531621 também identificar necessidades de outras investigações no campo das subjetividades para melhor compreender e desenvolver práticas pedagógicas inclusivas no contexto da educação superior. REFERÊNCIAS BRASIL. Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC; SEESP, 2008 BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 12 jun. 2021. BRASIL. Censo da Educação Superior2019: Notas estatísticas. Brasília, DF: INEP, 2019. BRUNO, M. M. G.; NOZU, W. C. S. Política de inclusão na Educação Infantil: Avanços, limites e desafios. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,Araraquara, v. 14, n. esp. 1, p. 686-701, abr. 2019. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12199. Acesso em: 18 fev. 2021. CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa:Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução: Luciana de Oliveira da Rocha. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. EVÊNCIO, K. M. M. Transtorno do Espectro do Autismo:Práticas pedagógicas para o processo de inclusão escolar. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação) Crato, 2019. GOVÊA, C. P. A inclusão de estudantes com especificidades no ensino superior:Sujeitos e significações. 2019. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, 2019. Disponível em: http://bdtd.unifal-mg.edu.br:8080/handle/tede/1471. Acesso em: 09 mar. 2021. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. NÓBREGA-THERRIEN, S. M.; THERRIEN, J. Trabalhos científicos e o Estado da Questão: Reflexões teórico-metodológicas. Estudos em Avaliação Educacional, v. 15, n. 30, p. 5-16, jul./dez. 2004. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/2148. Acesso em: 21 fev. 2021. NUNES, C. A.; LUSTOSA, F. G. Considerações sobre a formação docente para práticas pedagógicas inclusivas. In: SANTOS, G. C. S.; FALCÃO, G. M. B. Educação especial inclusiva e formação de professores: Contribuições teóricas e práticas. 1. ed. Curitiba: Appris, 2020. Disponível em: https://proinclusao.ufc.br/pt/consideracoes-sobre-formacao-docente-para-praticas-pedagogicas-inclusivas/. Acesso em: 12 mar. 2021.
image/svg+xmlInclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-culturalRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531622 PASQUALINI, J. C. A perspectiva histórico-dialética da periodização do desenvolvimento infantil. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 1, p. 31-40, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/RWgYCJ8KJvkYfjzvDbcF3PF/abstract/?lang=pt. Acesso em: 08 fev. 2021. PASSOS, S. F. C. Eu e tu, nós os diferentes:A percepção dos estudantes com deficiência sobre a inclusão no ensino superior. 2016. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2016. Disponível em: https://ri.ufmt.br/handle/1/1194. Acesso em: 08 mar. 2021. SANTOS, G. C. S.; FALCÃO, G. M. B. Educação especial inclusiva e formação de professores: Contribuições teóricas e práticas. Curitiba: Appris, 2020. SAWAIA, B. (org.). As artimanhas da exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. SILVA, D. M. C. A escola sacudida em suas bases: Significações produzidas pelo professor do ensino superior acerca da inclusão de alunos com NEEs. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2017. TAVARES, A. P. P. Educação especial no ensino superior: Reflexões acerca da acessibilidade no processo de inclusão escolar a partir de relatos de acadêmicos com deficiência. 2014. Dissertação (Mestrado em Psicologia) Universidade Estadual de Maringá, 2014. Disponível em: http://repositorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/3039. Acesso em: 23 mar. 2021. VIGOTSKY, L. S. Obras Escogidas Tomo V: Fundamentos de Defectología. Madrid: A. Machado Libros S. A., 1997 VIGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução: Paulo Bezerra, 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. WANDERLEY, M. B. Refletindo sobre a noção de exclusão. In: SAWAIA, B. (org.). As artimanhas da exclusão: Análise psicossocial e ética da desigualdade social. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO e Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531623 Como referenciar este artigoEVÊNCIO, K. M. M.; FALCÃO, G. M. B. Inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior: Uma revisão bibliográfica na perspectiva da teoria histórico-cultural. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1610-1623, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16053 Submetido em:27/12/2021 Revisões requeridas em: 04/02/2022 Aprovado em: 18/04/2022 Publicado em: 01/07/2022 Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlInclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-cultural RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531615 INCLUSIÓN DE ACADÉMICOS CON DISCAPACIDAD EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR: UNA REVISIÓN BIBLIOGRÁFICA DESDE LA PERSPECTIVA DE LA TEORÍA HISTÓRICO-CULTURAL INCLUSÃO DE ACADÊMICOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NA PERSPECTIVA DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL INCLUSION OF SCHOLARS WITH DISABILITIES IN HIGHER EDUCATION: A BIBLIOGRAPHIC REVIEW FROM THE PERSPECTIVE OF HISTORICAL-CULTURAL THEORYKátia Maria de Moura EVÊNCIO1Giovana Maria Belém FALCÃO2RESUMEN:Este escrito se refiere a un recorte referente al Estado de la Cuestión desarrollado entre septiembre de 2020 a marzo de 2021, que compone la investigación de doctorado en educación, aún en curso, la cual, investiga sobre los sentidos de inclusión producidos por académicos con autismo en la educación superior. El objetivo de este artículo es mapear las investigaciones sobre inclusión de académicos con discapacidad en la educación superior desarrolladas en Brasil entre 2012 a 2020, a la luz de la teoría histórico-cultural. Por dar énfasis a las investigaciones de posgrado stricto sensu (maestría y doctorado), la principal base de datos consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la Coordinación para el Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES). El resultado del levantamiento identificó un número reducido de investigaciones que tuvieron como base epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski, lo que reverbera en la comprensión de la inclusión como fenómeno dialéctico histórico, social y culturalmente construido y, por lo tanto, en los modos de pensar y hacer inclusivos. PALABRAS CLAVE: Inclusión. Educación superior. Revisión bibliográfica. Discapacidad. RESUMO: Este escrito se refere a um recorte referente ao Estado da Questão desenvolvido entre setembro de 2020 a março de 2021, que compõe a pesquisa de doutoramento em educação, ainda em andamento, a qual investiga sobre os sentidos de inclusão produzidos por acadêmicos com autismo na educação superior. O objetivo deste artigo é mapear as pesquisas sobre inclusão de acadêmicos com deficiência na educação superior desenvolvidas no Brasil entre 2012 e 2020, à luz da teoria histórico-cultural. Por darmos ênfase às pesquisas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), a principal base de dados consultada foi a Biblioteca de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O resultado do levantamento identificou um número reduzido de pesquisas 1Universidad Estatal de Ceará (UECE), Fortaleza CE Brasil. Doctorado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3070-0086. E-mail: katiamaria@pcs.uespi.br 2Universidad Estatal de Ceará (UECE), Fortaleza CE Brasil. Profesora Adjunta y Profesora del Programa de Posgrado en Educación. Doctorado en Educación (UECE). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0995-1614. E-mail: giovana.falcao@uece.br
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531616 que tiveram como base epistemológica a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, o que reverbera na compreensão da inclusão enquanto fenômeno dialético histórico, social e culturalmente construído e, portanto, nos modos de pensar e fazer inclusivos. PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Educação superior. Revisão bibliográfica. Deficiência. ABSTRACT:This writing refers to a clipping referring to the State of the Question developed between September 2020 and March 2021,which makes up the ongoing doctoral research in education, investigates the meanings of inclusion produced by academics with autism in higher education.The purpose of this article isso to map the research on inclusion of academics with disabilities in higher education carried out in Brazil between 2012 and 2020, in the light of cultural-historical theory.Because we emphasize stricto sensu postgraduate research (masters and doctorate),the main database consulted was the Theses and Dissertations Library of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel.The result of the survey identified a small number of researches that had as epistemological basis the Historical-Cultural Psychology of Vigotski,which reverberates in the understanding of inclusion as a historical, social and culturally constructed dialectical phenomenon and, therefore, in inclusive ways of thinking and doing.KEYWORDS:Inclusion. University education. Literature review. Deficiency.IntroducciónLa historia de la educación especial en Brasil está marcada por un lento proceso de sistematización, y los logros significativos e hitos históricos para el reconocimiento de la equidad se remontan a la década de 1990, un proceso de efervescencia política por parte de la democracia nacional que ha contribuido en gran medida en el campo de la Educación como un derecho de todos. Si bien es posible decir que es una historia reciente, la literatura nos muestra densas producciones científicas que contribuyen a la formación y prácticas pedagógicas inclusivas, además de leyes que garantizan y reconocen el derecho de inclusión y accesibilidad (BRUNO; NOZU, 2019; ENCINCIO, 2019; SANTOS; FALCÃO, 2020). ¿Qué pasa con la inclusión de los académicos en la educación superior? La universidad ocupa un espacio de conflicto, porque es el lugar de producción de conocimiento y formación profesional con estrecha relación con el desarrollo de las sociedades, pero dado que las formas de entrada en este espacio son excluyentes, lo que contribuye a reforzar una cultura de desigualdades y exclusión. Este carácter que atraviesa la historia de la inclusión de las personas con discapacidad y la propia historia de las universidades contribuye a buscar entender por qué las acciones inclusivas siguen siendo tan incipientes que en realidad apoyan el sentimiento de pertenencia del público de educación especial. Además, encontramos en el curso de nuestros
image/svg+xmlInclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-cultural RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531617 estudios que el incentivo para democratizar el acceso a la educación superior, como el programa INCLUDE (BRASIL, 2015); la Política Nacional de Educación Especial en la Perspectiva Inclusiva (BRASIL, 2008) y la Ley Brasileña de Inclusión - Ley N° 13.146/2015 (BRASIL, 2015), no permanecen para la permanencia del académico en la misma proporción, lo que denota una barrera para la accesibilidad pedagógica, actitudinal y metodológica, desvelando que la inclusión en la educación superior requiere avances cuantitativos, pero, cualitativo. Investigar aspectos de la inclusión de las personas con discapacidad nos moviliza a entenderla como un fenómeno dialéctico de inclusión-exclusión e históricamente construido. Sawaia (2014) destaca el proceso de exclusión como producto del funcionamiento del sistema, mientras que Wanderley (2014) discute aspectos de la naturalización de mecanismos excluyentes que afectarán a las personas en diferentes niveles, contribuyendo al sentimiento de aceptación o rechazo. En este proceso, la naturalización de los fenómenos que caracterizan el proceso de exclusión social contribuye a la postura pasiva frente a las desigualdades, como si nada se pudiera hacer para enfrentar y superar un problema dado, lo que contribuye a la reproducción de comportamientos excluyentes resultantes de un proceso cultural segregando las diferencias, donde las personas internalizan patrones y los fortalecen, aunque no esté en el plano de la conciencia. En el campo de la educación, esta concepción se explica a través de teorías educativas que parten de la comprensión del sujeto como puramente biológico, que defienden el desarrollo desde leyes universales, que estandarizan y estructuran el desarrollo en etapas sucesivas a seguir y superar como un camino natural y espontáneo (PASQUALINI, 2009), en el que se espera que el niño alcance ciertos niveles de desarrollo para ofrecerle estímulos externos a consolidar los pasos de aprendizaje. Pero ¿qué pasa cuando el niño tiene dificultades por la discapacidad? En la rutina diaria de las clases, esta comprensión se materializa en la discriminación y culpando al propio estudiante de las dificultades que enfrenta la condición de discapacidad. Hechos que probamos y que también son explicados por Nunes y Lustosa (2020) cuando profesores y otros profesionales se defienden y exponen un horizonte de dificultades: "Lo he intentado todo y nada ha funcionado, él (a) no aprende"; "No estoy preparado para enseñar"; "no tenemos la formación para enseñar a los alumnos con este tipo de discapacidad", etc. Pero, después de todo, ¿qué hay detrás de cada afirmación de esto que evidencia la propia formación como un desafío? En contraste con el enfoque antes mencionado, Vigotski (1997) propone una educación social e inclusiva, que comprende el desarrollo de sistemas compensatorios, también
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531618 estimulados a través de acciones intencionales y planificadas en el colectivo, en las interacciones y socializaciones. Vigotski (1997) basó sus estudios en una nueva comprensión de la especificidad del desarrollo afectado por la discapacidad y en el sujeto que la tiene, principalmente en función de las potencialidades existentes y las posibles que se desarrollarán mediante la mediación planificada e intencional de los docentes, además de mostrar sobre la gravedad no de la condición de la discapacidad en sí, sino en la forma en que la cultura trata la diferencia. Concebir el derecho de las personas con discapacidad es un logro importante, pero esto no es suficiente para lograr en la práctica la inclusión de las personas con discapacidad. Este hecho se demuestra fácilmente cuando observamos datos del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística - IBGE (2010), que afirma que la población brasileña es de ciento noventa millones, setenta treinta y dos mil seiscientas noventa y cuatro personas (190.732.694), y hay alrededor de cuarenta y cinco millones, seiscientos veintitrés mil novecientos diecinueve personas con algún tipo de discapacidad (45.623.910) y, según Brasil (2019), alrededor de 48.520 inscripciones de estudiantes con discapacidad, lo que corresponde al 6% de la estimación proyectada por grupo de edad de admisión a la universidad. ¿Un fenómeno que nos pone preguntándonos dónde están estos jóvenes y por qué no están en las universidades? Desde esta perspectiva, este estudio se basa en la siguiente pregunta: ¿cómo son las investigaciones sobre la inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior, especialmente en los cursos de maestría y doctorado en Brasil? Dicho esto, con el fin de conocer cómo se han desarrollado las investigaciones y concepciones sobre la inclusión y cómo contribuyen a las prácticas docentes, definimos como objetivo de este escrito: mapear la investigación sobre inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior desarrollada en Brasil entre 2012 y 2020, a la luz de la teoría histórico-cultural. Para lograr la propuesta, el camino metodológico se configura por el enfoque cualitativo del tipo bibliográfico de objetivo descriptivo. Debido a que enfatizamos la investigación de posgrado stricto sensu(maestría y doctorado), la principal base de datos consultada fue la Biblioteca de Tesis y Disertaciones de la CAPES. A continuación, se describe nuestro camino metodológico explicando nuestros movimientos de búsqueda, diálogos con los trabajos seleccionados y cómo esta revisión contribuyó a nuestra nueva investigación, además de favorecer a los profesionales del campo de la Educación y a otros investigadores que se centran en la inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior.
image/svg+xmlInclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-cultural RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531619 Metodología La producción de conocimiento científico impone actividades sistemáticas que movilizan al investigador en un proceso de toma de decisiones sobre los caminos investigativos que seguirá. Este proceso va mucho más allá de la definición de métodos y técnicas para la recolección o producción y análisis de datos, por lo tanto, implica conocer el panorama del conocimiento ya producido y actualizado del tema sobre el cual el investigador se propone investigar. Es un ejercicio exhaustivo de búsquedas, lecturas, selección y análisis de estudios que tienen acercamiento a su temática o área de interés, lo que favorecerá al investigador para identificar necesidades investigativas, brechas y cómo su nueva investigación contribuye al escenario de conocimiento ya producido (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004). Podemos inferir que se refiere a un proceso sistemático, pero no lineal, ya que este ejercicio crítico de revisión bibliográfica puede confrontar y llevar al investigador a repensar su objeto de estudio, así como defender qué contribución al campo del conocimiento puede aportar. Hicimos una revisión bibliográfica que es una "etapa preliminar en la preparación de una propuesta [...] identifica estrategias específicas que serán útiles en la búsqueda y revisión de los recursos disponibles para planificar un estudio" (CRESWELL, 2007, p. 45) con el fin de comprender el conocimiento ya producido sobre el tema de interés: la inclusión de académicos en la educación superior. Nuestro proceso de tesitura para la revisión de la literatura permitió reafirmar nuestro objeto de estudio dialogando con el conocimiento ya puesto, de modo que estos diálogos nos dirijan a posibles nuevos aportes resultantes de esta dotación. Es oportuno aclarar a nuestro lector que esta encuesta se desarrolló en dos grandes momentos especificados durante este estudio, a saber: 1º)investigamos lo que tenemos del conocimiento producido sobre el tema general de la inclusión de las personas con discapacidad en la educación superior; 2º)afinamos nuestra búsqueda de obras desarrolladas a la luz de la Psicología Histórico-Cultural (PHC). Ambas búsquedas tuvieron como principal criterio de inclusión la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski y la principal inclusión de los hallazgos. Utilizamos como bases de datos el Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes y la Biblioteca Digital de Tesis y Disertaciones - BDTD. Sin embargo, como los trabajos encontrados en esta última plataforma mencionada eran trabajos repetidos, es decir, ya encontrados y seleccionados en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes, elegimos describir solo esta plataforma.
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531620 Los descriptores de búsqueda iniciales fueron "inclusión en la educación superior”; “inclusión en la universidad" y"académicos con discapacidad". Se definieron como criterios de selección/inclusión de estudios los hallazgos que cumplían las siguientes características: Fundamento epistemológico: Psicología Histórico-Cultural (Vigotski); Un marcotemporal de los últimos ocho años (2012-2020) teniendo en cuenta el aumento de los debates de inclusión social en la educación superior fortalecido con la Ley de Cupos, que favoreció otras percepciones sobre el acceso a las universidades, aunque solo en 2015 se reformuló dicha Ley de Cupos, uniéndose al público de educación especial; Aproximación del objeto de estudio referido a la investigación doctoral del autor de este escrito: inclusión de estudiantes con discapacidad en la educación superior; Investigación desarrollada en las áreas de Humanidades; programas de posgrado en educación, educación especial, psicología. Resultados y discusión En esta primera búsqueda, en todas las bases de datos consultadas, se utilizaron como criterios de exclusión: los trabajos cuyos objetos de estudio estaban ocupados con una discapacidad o condición específica; inclusión de otras perspectivas de inclusión como: digital, de género, racial y étnica; bases epistemológicas divergentes de la Psicología Histórico-Cultural; investigación de la inclusión de académicos en situaciones específicas3del curso. Presentaremos las encuestas seleccionadas de nuestra encuesta en esta primera búsqueda de la siguiente manera: sección 1.1 Presentación de los hallazgossegún la base de datos. Contribuyó a visualizar y describir los aspectos cuantitativos de la investigación seleccionada (porque son cercanos a nuestra temática), los objetivos y resultados, con el objetivo de avanzar en la comprensión e investigación de nuestra investigación en este campo de la Inclusión en la Educación Superior. Así, con las investigaciones seleccionadas trazamos diálogos sobre cómo la propuesta de nuestra nueva investigación podría contribuir al escenario de conocimiento ya producido (NÓBREGA-THERRIEN; THERRIEN, 2004). Por lo tanto, los diálogos implican entendimientos sobre la metodología de enfoque cualitativo, teniendo como teoría epistemológica la Psicología Histórico-Cultural de Vigotski 3Por ejemplo, la producción que investigó la inclusión en la educación superior bajo pasantía supervisada.
image/svg+xmlInclusión de académicos con discapacidad en la educación superior: Una revisión bibliográfica desde la perspectiva de la teoría histórico-cultural RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531621 y la discusión de los resultados, sin la intención de evaluar el conocimiento producido, sino más bien de buscar medios para fortalecer nuestros estudios. Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes:Presentación de hallazgos Los días 02, 03 y 11 de noviembre de 2020 iniciamos la encuesta bibliográfica utilizando como descriptores de búsqueda: "inclusión en la educación superior”; “inclusión en la universidad" y"académicos con discapacidad".El resultado totalizó 131 estudios, de los cuales se aplicaron los criterios de inclusión de la investigación antes mencionados, se pudo separar según el enfoque dado en la investigación4, como sigue en la Tabla 01. Tabla 01 - Enfoque de la investigación AccesibilidadAcadémico con discapacidadUniversidad(políticas y gestión) Enseñanza06 05 03 03 Total 17 Base Epistemológica Total Materialismo Histórico-Cultural/Histórico-Dialéctico Total 04 Fuente: Elaboración propia El criterio epistemológico también repercute en la concepción de la inclusión, las personas con discapacidad y la sociedad, porque, dado que toda la teoría del conocimiento se basa en distintas concepciones sobre la relación entre el fenómeno investigado y el sujeto, aporta en su constitución valores sociales, históricos, políticos, ideológicos. Por lo tanto, negar esta naturaleza del conocimiento es limitar o distorsionar la posibilidad del conocimiento. Por esta razón, se seleccionaron cuatro estudios de esta búsqueda que mantiene una relación con nuestro objeto de estudio y perspectiva epistemológica, la teoría Histórico-Cultural de L. S Vigotski, basada en los principios del Materialismo Histórico-Dialéctico, como se presenta en el Cuadro 1. Cuadro 1 - Hallazgos en el Catálogo de Tesis y Disertaciones de Capes AUTORTÍTULOOBJETIVOTIPOSilva (2017) La escuela sacudida en sus bases: significados producidos por el profesor de educación superior sobre Analizar los significados producidos por el docente de educación superior sobre la inclusión escolar de estudiantes con NEEs que apoyen la constitución de práctica docente inclusiva. Disertación 4Uso de la tabla para ilustrar la cuantitativa de los hallazgos.
image/svg+xmlKátia Maria de Moura EVÊNCIO y Giovana Maria Belém FALCÃO RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1615-1628, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.160531622 la inclusión de estudiantes con NEEs Resultados: reveló que las áreas de significado producidas por la docente muestran que sus formas de ser docente en condiciones objetivas y subjetivas de la realidad de inclusión en la universidad la transformaron en la medida en que fue ampliando el potencial para desarrollar una práctica docente inclusiva. Passos (2016) Yo y tú, los diferentes: la percepción de los estudiantes con discapacidad sobre la inclusión en la educación superior Analizar la inclusión en la educación superior pública a partir de la percepción del alumnado con discapacidad. Resultados: señaló una serie de límites y desafíos para la inclusión en la educación superior, entre los cuales: la invisibilidad experimentada a nivel interpersonal e institucional; la injerencia de las desigualdades sociales en el acceso, la permanencia y el desarrollo; la distancia entre la legislación brasileña y su materialización; la falta, insuficiencia o insuficiencia de accesibilidad física y pedagógica, con la urgente necesidad de capacitación e información a docentes y estudiantes, además de la implementación de una política interna más estructurada y efectiva. Disertación