image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792666DIVERSIDADE BIOLÓGICA E CULTURAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA: ALGUMA RELAÇÃO?DIVERSIDAD BIOLÓGICA Y CULTURAL EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE BIOLOGÍA: ¿ALGUNA RELACIÓN?BIOLOGICAL AND CULTURAL DIVERSITY IN BIOLOGY TEACHER FORMATION: ANY RELATION?Isabela Mayara dos SANTOS1Alice Alexandre PAGAN2RESUMO: Neste trabalho, objetivamos discutir,qualitativamente, possíveis associações entre diversidade biológica e diversidade cultural na formação de professores de biologia. Essas reflexões podem ampliaro entendimentodas relações entre sociedade e natureza, bem comoaconstruçãode currículos para a licenciatura em biologia.Abordamos,algumas perspectivas ecológicas de biodiversidadee diversidade cultural;nesta,demarcamos as percepções das singularidades individuais e coletivas como possível descritor de perfil sociocultural contemporâneo. Buscandoaproximar as diversidades, apresentamos as abordagens biocultural e biocêntrica, e a possibilidade de inserção de elementos integradores, desintegradores, biocêntricos e antropocêntricos para análise das percepções de licenciandos.Concluímos que o reconhecimento das relações entre particularidades/coletividades e as temáticas relacionadas à variabilidade dos seres vivos auxilia no processo de emancipação social do professor/professora em formação. Ademais,consideramosqueuma abordagembiocêntrica, baseada na equidade, possibilita oreconhecimento das alteridades interespecíficas dos seres vivos, proporcionandoa (re)conexão,a(re)integração e a convivência diplomática.PALAVRAS-CHAVE: Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.RESUMEN:En este trabajo, pretendemos discutir, cualitativamente, posibles asociaciones entre diversidad biológica y diversidad cultural en la formación de profesores de biología. Estas reflexiones pueden ampliar la comprensión de la relación entre sociedad y naturaleza, así como la construcción de currículos para la carrera de biología. Abordamos algunas perspectivas ecológicas de la biodiversidad y la diversidad cultural; en éste, delimitamos las percepciones de las singularidades individuales y colectivas como posible descriptor de un perfil sociocultural contemporáneo. Buscando aproximar las diversidades, presentamos los enfoques biocultural y biocéntrico, y la posibilidad de insertar elementos integradores, desintegradores, biocéntricos y antropocéntricos para analizar las percepciones de los estudiantes de grado. Concluimos que el reconocimiento de las relaciones entre particularidades/colectividades y los temas relacionados con la variabilidad de los seres vivos 1Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão SEBrasil. Mestradoem Ensino de Ciências e Matemática. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4609-890X. E-mail: isamay2@hotmail.com2Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá MTBrasil. Professora associada do Departamento de Biologia e Zoologia do Instituto de Biociências (IB). Doutorado em Educação (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9757-4304. E-mail: alice.pagan@ufmt.br
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792667ayuda en el proceso de emancipación social del profesor en formación. Además, consideramos que un enfoque biocéntrico, basado en la equidad, posibilita el reconocimiento de las alteridades interespecíficas de los seres vivos, propiciando la (re)conexión, la (re)integración y la convivencia diplomática.PALABRAS CLAVE:Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.ABSTRACT:In this work, we aim to discuss, qualitatively, possible associations between biological diversity and cultural diversity in the formationof biology teachers. These reflections can broaden the understanding of the relationship between society and nature, as well as the construction of curricula for the degree in biology. We approach some ecological perspectives of biodiversity and cultural diversity; in this one, we demarcate the perceptions of individual and collective singularities as a possible descriptor of a contemporary sociocultural profile. Seeking to approximate diversities, we present the biocultural and biocentric approaches, and the possibility of inserting integrating, disintegrating, biocentric and anthropocentric elements to analyze the perceptions of undergraduates. We conclude that the recognition of the relationships between particularities/collectivities and the themes related to the variability of living beings helps in the process of social emancipation of the teacher in training. Furthermore, we consider that a biocentric approach, based on equity, enables the recognition of the interspecific alterities of living beings, providing (re)connection, (re)integration and diplomatic coexistence.KEYWORDS:Interspecific alterities. Biocentrism. Singularities.IntroduçãoConsiderando como, nos últimos anos, a crise ambiental tem se agravado e prejudicado a riqueza e a abundância de espécies do planeta, é crucial que repensemos nossas relações com o ambiente, visto que nossa espécie e as demais estão interconectadas com a natureza, em uma associação interdependente. Sobre isso, Pagan (2020) relata que a busca pelo entendimento dos elementos naturais, partindo de uma perspectiva de controle dos demais seres vivos, tem nos desconectado e nos separado de outras espécies, o que pode dificultar a adoção dajustiça ambiental e das práticas ecologicamente diplomáticas.Discorrer sobre diversidade biológica abre precedentes para diferentes abordagens, que vão desde a perspectiva ecológica, própria dos estudos científicos relacionados aolhares que separam sujeito e objeto, até às inclusões sociais, políticas, culturais, éticas e econômicas, na discussão dessa matéria. A relação entre essas perspectivas é muito debatida no Brasil, que é um país rico tanto em diversidade biológica quanto em diversidade cultural. Apesar disso, as questões ambientais inerentes da biodiversidade são, em geral, pautadas em elementos
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792668antropocêntricos, centrados na espécie humana e em suas “necessidades”, o que tem dificultado ações efetivas de recuperação, preservação e conservação ambiental.Desse modo, discutir possíveis associações entre diversidade biológica e diversidade cultural amplia o escopo de abrangência das relações entre sociedade e natureza, possibilitando novas abordagens da temática socioambiental, bem como questiona discriminações e hierarquizações,podendo diminuir processos excludentes e silenciadores. Essas reflexões podem ainda permitir uma conformação mais comunitária entre todos os seres vivos, baseada no reconhecimento do valor intrínseco dos indivíduos e da necessidade de equilíbrio no convívio do coletivo de habitantes deste planeta.Neste trabalho, tentamos associar a temática da diversidade biológica com acultural, a partir da hipótese de que a percepção e o respeito às singularidades de todos os seres vivos são relacionáveis, ou seja, a aceitação da diversidade em nossa própria espécie relaciona-se com a aceitação e compreensão da diversidade nas demais. Podemos nos reconhecer como diversidade humana a partir do respeito à variabilidade de seres vivos. Nesse sentido, questionamos se atitudes menos sexistas, homofóbicas e meritocráticas podem direcionar posicionamentos menos especistas, configurando maior harmonia entre todas as espécies.Na formação de professores de biologia,buscamos propor maior atenção ao ativismo pela diversidade, com vistas à inclusão. Sobre isso, aparentemente nos deparamos com uma lacuna entre dois campos de debates que parecem interagir muito pouco: o ativismo ambiental e o ativismo social. Não é incomum encontrarmos, de um lado, discursos sobre preservação e conservação do meio ambiente desconexos das necessidades sociais, bem como do outro, aqueles que defendem a equidade social sem qualquer menção às necessidades coletivas das demais espécies que habitam o planeta.Contudo, atualmente, tanto a diversidade biológica quanto a cultural apresentam-se como conceitos centrais na formação de professores de biologia. Uma das mais importantes questões que atacamos nesse processo é:como nossa espécie pode existir de maneira próspera, garantindo necessidades sociais diversas, a partir das relações que estabelece com o planeta? Diante de tais questões, temos debatido que a diversidade, seja ela ecológica ou social, é positiva para aampliação de nosso tempo de existência na terra. Dessa forma, buscar o entendimento de possíveis intersecções entre esses conceitos pode ampliar nossa compreensão sobre a construção dos currículos de formação da licenciatura em biologia. A partir da análise de processos educativos e de formação de professores de biologia, Pagan et al.(2021) discutiram como a biologia, cujas discussões constroem significações sobre os seres vivos, podem refletir em nossas concepções sobre o que somos como humanidade,
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792669individualmente e coletivamente. Como desdobramento dessa preocupação, questionamo-nos: existem perfis socioculturais que apontem indicadores sobre quais docentes e discentes apresentam maior ou menor sensibilidade à biodiversidade? Partindo dessa questão, buscamos neste trabalho relacionar os aspectos da diversidade biológica e da diversidade cultural, no âmbito da formação de professores de biologia.Para isso, primeiramente abordamos algumas perspectivas ecológicas relativas ao conceito de biodiversidade. Em um segundo momento,discutimos sobre a diversidade cultural, tópico no qual demarcamos as percepções das singularidades individuais e coletivas como possível descritor de perfil sociocultural contemporâneo. E, por fim, como maneira de aproximar as discussões entre diversidade biológica e diversidade cultural, apresentamos as abordagens biocultural e biocêntrica, e discutimos a seguir a possibilidade de inserção de elementos integradores, desintegradores, biocêntricos e antropocêntricos para análise das percepções de licenciandos em biologia, caminhando para o ponto que defendemos como fundamental neste artigo, as alteridades interespecíficas como elemento chave para o aprofundamento de relações equitativas entre as diversidades.Diversidade biológicaAs relações de nossa espécie com as demais que habitam ou habitaram o planeta são tão antigas quanto a formação da própria humanidade (FRANCO, 2013). A fascinação com a variedade de formas e comportamentos de animais eplantas, a necessidade de alimentação e sua utilização nos trabalhos diários fizeram com que os indivíduos procurassem classificar e quantificar, mesmo que forma rudimentar, seus companheiros terrestres.Apesar das referências de diversos estudos sobre a crucialidade de proteger e recuperar a variabilidade dos seres vivos (BARBIERI, 2010; LÉVÊQUE, 1999; WILSON, 2012), as agressões ao meio ambiente têm aumentado assustadoramente nas últimas décadas. Elas ameaçam diretamente o equilíbrio biológico, que,por sua vez,influencia na qualidade de vida de todos os seres. Verifica-se ainda que os conceitos e características dos estudos referentes à diversidade biológica foram pensados e desenvolvidos incialmente no ambiente científico; portanto, torna-se nítido que os primeiros estudos se referiram, especificamente, a propostas biológicas, ecológicas, genéticas e evolucionistas, alinhados, em sua maioria,para o entendimento e aplicação desse conhecimento para preservação, conservação e/ou uso sustentável.Com isso, a definição mais popular de diversidade biológica do meio científico é apresentada no artigo 2 daConvecção da Diversidade Biológica-CDB:
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792670[...] a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (BRASIL, 2000, p.9).Em Lévêque (1999, p. 16-18), estes três níveis básicos, produtos da evolução biológica e interligados entre si, estão configurados da seguinte forma: diversidade de espécies corresponde àquantificação de indivíduos em determinada área geográfica; diversidade genética embasada em estudos da biologia molecular, coloca a diversidade gênica entre mesmas espécies; e diversidade ecológica apresenta as complexas relações particulares existentes entre os organismos e os meios físicos que vivem. Portanto, a biodiversidade pode ser estudada a partir de diversos parâmetros, dos mais restritos como espécies e gêneros, até os mais amplos, reinos e filos. Contudo, Wilson (2012, p. 29) afirma que “o conceito de espécie biológica, é crucial para o estudo da diversidade biológica”, pois a partir dele se consegue uma abordagem mais definida e minuciosa dessa variabilidade.Dessa maneira, o agrupamento em níveis hierárquicos da biodiversidade, resultado de longos períodos de evolução biológica, configura a diversidade de seres de modo dinâmico, que se modificouao longo do tempo e continua se modificando atualmente. As respostas às mudanças ambientais e mutações permitiram a adaptação dos organismos a distintos ambientes do planeta e proporcionam certa estabilidade numérica e de variabilidade (LÉVEQUE, 1999; WILSON, 2012). As atividades humanas, são, sem dúvida, as principais responsáveis pelo desaparecimento da diversidade de formas de vida do planeta. Para mais, o próprio ser humano coloca em perigo seu próprio bem-estar, posto que a biodiversidade é responsável pela disponibilidade de água e alimento necessários à sua subsistência. Além disso, os desequilíbrios biológicos podem provocar eventos indesejáveis,como a proliferação de pragas e doenças, bem como o aumento das emissões de gás carbônico, um dos principais responsáveis pelas mudanças climáticas (BONONI, 2010; IBERDROLA, 2021). A atual pandemia do novo coronavírus é o exemplo mais recente de que devemos frear adegradação de áreas naturais, para evitar a emergência de novas zoonoses. Equilibrar a proteção da diversidade biológica e o uso dos bens naturais não é uma tarefa fácil. Diversos mecanismos devem ser acionados para obtenção de sucesso, dentre os quais está a ação do governo em regulamentar a exploração da caça, pesca, uso de terra e poluição ambiental por meio de leis e com a criação de áreas protegidas, como unidades de conservação
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792671(PRIMACK; RODRIGUES, 2001).Conforme salientam Primack e Rodrigues (2001), a biologia da conservação assume o importante papel de buscar soluções para a atual crise da diversidade biológica. Para isso, os autores propõem: o aumento do registro científico de espécies, buscando conhecer os processos oriundos da diversidade genética; e entender as relações tróficas existentes dentro das comunidades, intensificando o registro de espécies chaves, que afetam a organização dos demais seres da localidade.Desse modo, ao longo do tempo, foram formuladas diversas propostas de preservação e conservação da diversidade biológica, dentre as quais a preservação se mostra mais eficiente; nessa perspectiva, foram estabelecidas as áreas de proteção, que objetivam, cada uma em suas especificidades, salvaguardar os processos biológicos das espécies. Dentre os métodos reparadores estão as práticas de reflorestamento, reintrodução de espécies, monitoramento de animais em risco de extinção, criação de unidades de conservação, dentre outros (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Diversidade culturalAo procurar na literatura uma definição para diversidade cultural nos deparamos com uma diversidade de informações baseadas em aspectos antropológicos, sociológicos e filosóficos. Uma controvérsia comum é se o aspecto da cultura é próprio das pessoas ou está contida nelas; para a primeira hipótese, considera-se que é atributo interno dos sujeitos, enquanto para segunda, corresponde a elementos externos que são aderidos pelos indivíduos e grupos sociais (OLIVEIRA, 2008). Nesse aspecto, podemos refletir se quem somos e as escolhas que fazemos partem de dentro de nós ou são moldadas pela sociedade (família, escola, grupos religiosos etc.).Assim como Cardoso (2014) e Oliveira (2008), apoiamo-nos na premissa de que ambas as afirmações estão corretas, e que as individualidades e coletividades culturais são construídas e reconstruídas de modo dinâmico, com trocas entre a essência humana (enfatizadanos estudos antropológicos) e as influências sociais externas (debatidas amplamente pela sociologia).Como forma de entender a diversidade cultural, Cardoso (2014) propõe uma análise que se baseia, usualmente, em aspectos substanciais da cultura, especificamente nos símbolos que a compõe. Estes são elementos dotados de sentido e, geralmente, são bastante representativos dos grupos. De maneira simples, podemos citar, como exemplo, torcedores/torcedoras de times de futebol que se agrupam em torno de uma mesma canção, escudo e cores. Outro exemplo, bastante complexo, seriam os recorrentes casos de discriminação de pessoas negras que, por
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792672seus traços característicos, são abordadas de forma violenta e tratadas previamente como culpadas. Entendemos, portanto, a constante mudança dos contextos socioculturais pelo caráter mutável das pluralidades, que estão sempre aderindo novos símbolos e regras ou excluindo-os, sobretudo, devido àinfluência das transformações históricas e sociais, ou por ressignificações individuais e coletivas. A depender do contexto, cada cultura pode revestir-se de sobrevivência e de resistência, caso estejam, mesmo que momentaneamente, ameaçadas (FERREYRA, 2011).Percebemos essa situação quando falamos sobre as chamadas minorias que estão presentes no território brasileiro. Apesar do termo minoria estar associado ao significado de numericamente menor, quando tratamos de grupos socioculturais minoritários nem sempre essa relação se estabelece. Mulheres são consideradas minorias quando se discute a menor remuneração,se comparadacomos rendimentos doshomens, apesar de estatisticamente serem maior população no Brasil. As minorias são alvos frequentes de intolerância, discriminação, racismo e preconceitos, sobretudo no Brasil, que apresenta índices nada louváveis de morte da comunidade negra, feminicídio e transfeminicídio, por exemplo (CARMO, 2016). Para abranger tais perspectivas, há um consenso literário em definir uma minoria social como grupos que em determinadas situações específicas podem ser privados de exercer funções sociais comuns equitativas, perdendo assim suas identidades, num processo gerador de invisibilidades, estereótipos e vulnerabilidades (CARMO, 2016). Estes desafios podem proporcionar um processo reflexivo de sua existência no mundo e podem moldar aspectos sociais e acadêmicos, que se refletem em suas ações diárias, processos de aprendizagem e práxis profissional (PAGAN, 2018).A democratização envolvida na promoção e na proteção da diversidade sociocultural tornou-se, ao longo dos anos, ainda mais necessária, sobretudo pelos crescentes processos homogeneizadores, decorrentes da globalização (CARDOSO, 2014). Ao buscar uniformizar valores, modelos e práticas, há, inevitavelmente, silenciamentos e exclusões. Estes são perceptíveis,por exemplo, na hierarquização dos saberes tradicionais e científicos, nas exigências sociais discrepantes entre homens e mulheres, nos constantes aumentos de ataques homofóbicos, nas oportunidades e acessibilidades da comunidadenegra, na estereotipização das comunidades do campo, dentre outros. Apesar do processo de globalização favorecer a comunicação ente culturas de todo mundo, a busca pela padronização mundial tem colocado em risco a diversidade cultural, sobretudo de países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, devido, entre outros fatores, àunificação dos mercados, àfusão das indústrias audiovisuais e à imposição de poder de algumas
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792673nações. A depender do nível intelectual e tecnológico, alguns países podem não resistir àintrodução de valores culturais externos, ocasionando,muitas vezes,a secundarização das pluralidades locais (CARDOSO; MUZETTI, 2007). A partir dessas discussões, percebemos que o termo diversidade cultural pode desvelar especificidades associadas a determinados grupos que compõem nossa espécie. Dentre essas características,podemos elencar, dentre outras, a diversidade étnico-racial, sexual, de gênero, religiosa e demográfica, de maneira a caracterizar e dar visibilidade a grupos minoritários geralmente invisibilizados ou discriminados a partir de uma concepção padronizadora de mundo patriarcal, heterossexual, cisgênero e europeu,que tem dominado historicamente a produção de discursos e significados no contexto coletivo.Apesar das características bastante evidentes da diversidade cultural, ela não é percebida somente de maneira visual, pode ser manifestada de forma interna e individual. Além disso, Gomes (2012, p. 2) relata que “[...] falar de diversidade cultural não diz respeito somente ao reconhecimento, mas significa pensar a relação entre o eu e o outro”.Convém refletir como estão configuradas essas relações: se justas, equitativas e comunitárias, ou de opressão, exclusão e silenciamento. Desse modo, percebemos que a diversidade cultural pode seridentificada na formação de singularidades e de alteridades, ou seja, no reconhecimento das minhas individualidades e das demais ao meu redor. É a partirdesta variabilidade que Gomes (2012) ressalta a necessidade de um olhar mais crítico e político para multiculturalidade, pois assim,as diferenças serão respeitadas em suas especificidades e terão garantiaequitativados direitos sociais.Portanto, entende-se que a formação da identidade e da diversidade cultural se configura num processo dinâmico de associação entre o eu e o outro, que é diferente de mim, possibilitando assim discutir relações mais diplomáticas, não só com nossa própria espécie, mas também com as demais espécies do planeta, abrindo precedentes para uma coexistência mais equilibrada (FURTADO, 2016; PAGAN, 2020).Pressupõe-se ainda que características de gênero e identidade, moradia em zona urbana ou rural, necessidades especiais, etnia e crenças religiosas, configurações familiares, renda e formação educacional, podem refletir singularidades, a depender do contexto em que são identificadas e discutidas. E estas, por sua vez, podem revelar características configurativas da diversidade sociocultural.Considerando a complexidade de perceber individualidades, optamos por seguir um sistema de identificação semelhante ao utilizado por Santana (2017), que descreveu algumas singularidades de licenciandos em biologia a partir de características sociodemográficas. Em
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792674nosso caso, essas características serão a de grupos minoritários brasileiros, que alémde apresentarem marcadamente subjetividades características, estão em constante conflito interno e social de afirmação identitária.Essas especificidades sociais, culturais e subjetivas seriam traços biográficos que nos tornam únicos no mundo, e esses modos refletem nos diversos ambientes que vivemos, inclusive no acadêmico,que orienta, por exemplo, as formas com que nos relacionamos com os colegas, professores e nossos processos de aprendizagem (SANTANA;PARANHOS;PAGAN, 2017).Santana (2017), a partir da associação de singularidades e inovação inclusiva de licenciandos em Ciências Biológicas, chegou à conclusão de que as nossas subjetividades, ao mesmo tempo em que nos diferenciam dos demais cidadãos, podem proporcionar uma compreensão mais ampla do mundo ao nosso redor, potencializando nossas relações intrapessoais e interpessoais, o que pode ser efetivo em relações culturais e associações mais solidárias com a natureza e os seres vivos.Buscamos, então, não apenas pensar sobre características que descrevam licenciandos e professores de biologia, mas também compreender as relações de sensibilidade que tais estudantes desenvolvem frente a outros grupos minoritários, na tentativa de interpretarmos se determinados perfis de singularidade e receptividade sociocultural se relacionam a maior reconhecimento das alteridades interespecíficas, e caminham para ideias mais biocêntricas na percepção das demais espécies.Diversidade biológica e cultural na formação de professores de ciências e biologia: algumas aproximaçõesO aspecto da diversidade diz respeito à diferença, que não se atém somente àquelas que são visíveis externamente, mas também àquelas mais internas, que podem ser observadas de maneira sistemática, e as que estão sendo construídas no decorrer da história das relações sociais (GOMES, 2012). Sob essa ótica, podemos,por exemplo, perceber de maneira visível a diversidade cultural de povos tradicionais, ou buscar entender processos de racismo e discriminação de determinados sujeitos a partir da análise de suas falas, bem como refletir sobre como processos históricos têm proposto o silenciamento e a marginalização de diversos grupos. Particularidades individuais e coletivas não são respeitadas igualmente, visto que, socialmente, há um padrão heteronormativo patriarcal de branquitude que tende a controlar ou excluir tudo que for diferente dele. Nessa lógica, homens héteros brancos podemser
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792675considerados mais “humanos” do que mulheres, homossexuais, povos tradicionais e negros, e isso refletiu nas formas de dominação, exclusão e escravização presentes na formação brasileira. Paralelamente, a animalidade traz essa mesma distinção, trazendouma graduação vertical de seres humanos e não humanos, no qual os primeiros estão falsamente localizados em um patamar tido como superior (INGOLD, 1995; PAGAN, 2020).Ao discutir natureza e cultura como princípio de classificação social, Pérez, Moscovici e Chulvi (2002) apresentam a ideia de que alguns grupos sociais são mais integráveis ao mapa da humanidade do que outros, ou seja, a animalidade estaria derivada do natural, selvagem e instintivo, enquanto a cultura à civilidade, ao raciocínio. Esse panorama tem influenciado nos processos de discriminação, que se apresentam predominantemente de forma latente, pouco manifesta, e, por esse motivo, argumentam que a compreensão das representações sociais (individualidades sociais e coletivas) seriam mais apropriadas para entender esses processos de exclusão (PÉREZ; MOSCOVICI; CHULVI, 2002). Assim, concordamos com Marin (2020, p. 7), que deve haver a superação da oposição das diferenças, que estimula processos exclusivos de identidades e culturas, sendo necessária a proposição de “[...] uma lógica da interação com os outros seres que não recaia em uma visão naturalista ingênua [...]”,e que possibilite a coexistência de todas as formas de vida.Essa coexistência tem sido amplamente debatida nas discussões multiculturalistas e interculturalistas. O multiculturalismo defende a pluralidade, a heterogeneidade, como forma de opor-se à uniformização imposta por grupos dominantes. Suas principais caraterísticas estão ligadas ao direito às diferenças, tolerância, democracia e justiça social. Readaptando esses itens, a interculturalidade propõe para além do respeito e reconhecimento das pluralidades, a convivência e interação cultural, através do diálogo (LOPES, 2012). Como expressão particular da diversidade biológica, a diversidade cultural possibilita maior escopo de explicação para aquela. A preservação e conservação dos elementos naturais podem ser mais eficazes se houver “[...] fortalecimento comunitário[...], capacitação de todos inclusive mulheres e crianças[...] e cuidado do meio ambiente que sustenta sobrevivências locais” (LIBÂNEO, 1994, p. 4). Além disso, Libâneo (1994) realça propostas de intervenção que buscam investigar as percepções etnoecológicas, cujas investigações são capazes de perceber amplamente a diversidade de processos ecológicos, em contraposiçãoa um modelo único de abordagem ambiental.Apesar da sociedade brasileira apresentar grande pluralismo, e essa multiplicidade estar prevista em documentos normativos, há carência de ações efetivas que tendem a distanciar teoria e prática. A exemplo disso,colocamos as constantes lutas das comunidades indígenas
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792676brasileiras pela demarcação de terras, em oposição a projetos governamentais que afetam os territórios tradicionais, decorrentes de atividades de mineração, muitas vezes ilegais, e a expansão agropecuária. Considerando ainda a intrínseca relação entre a democracia e a pluralidade, entremeada no direito de exercer a diferença, entendemos que a diversidade cultural possa dar subsídio para a discussão de relações ecossociais, inclusive, com as demais espécies de seres vivos, reconhecendo-lhes alteridades. A educação é, sem dúvida, uma das principais ferramentas de enfrentamento das problemáticas socioculturais;isso inclui asde ordem ambiental, na qual está a crise da diversidade biológica. Além de definir a relevância declassificar e de quantificar os seres vivos, as discussões relacionadas à biodiversidade precisam tratar de aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos e éticos, aumentando assim o escopo paraasolução da crise associada. Na literatura indicada nas disciplinas de formação do ensino superior, que abarcam a temática da variabilidade de seres vivos, é notável que a maioria apresenta essas concepções focadas em uma vertente científica/biológica, na qual as análises específica, genética e ecológica são apresentadas. Em contrapartida, estudos sobre a percepção de licenciandos tem mostrado a ampla variedade de significados identificados no que se refere àbiodiversidade, remetendo as suas experiências pessoais e comunitárias com a natureza (FAUSTINO; ROBERTO; SILVA, 2017; KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003; SANTOS; SANTOS; PAGAN, 2021) estas podem oferecer ricos subsídiosformativos, mesmo quando não atendem as exigências da perspectiva científica ocidental hegemônica. Nesse sentido, a proposição de uma educação para a biodiversidade pressupõe aplicar os conceitos científicos, com associação de particularidades, individuais e coletivas, presentes da diversidade cultural, com vistas àpreservação e conservação do equilíbrio natural, proporcionado pela variabilidade de seres. Pode ser justificada ainda pela aproximação da diversidade biológica com os serviços e usos relacionados às atividades humanas, numa perspectiva socioambiental (KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003). A escola, e consequentemente os demais ambientes formativos, foram estabelecidos inicialmente para a igualdade: reproduzir conhecimentos científicos padronizados, exigindo que os alunos utilizassem quase que exclusivamente habilidades cognitivas (TACCA; GONZÁLEZ-REY, 2008). Porém, essas didáticas homogêneas encontram na heterogênea subjetividade cultural dos estudantes uma barreira que, mesmo atualmente, está difícil de ser transposta. Nesse caso, licenciandos sentem-se desafiados a incorporar os itens subjetivos na aprendizagem de seus alunos, mas precisam de uma formação que lhes dê suporte para tal.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792677Nota-se que esses sujeitos entram na universidade com experiências, individuais e/ou coletivas, de natureza, próprias de seu processo formativo pessoal, que são, geralmente, secundarizadas por uma normatização histórica de enaltecimento do saber científico perante os demais. Em contrapartida, na parte pedagógica da formação,o futuro professor é orientado a levar em consideração os conceitos prévios que seus alunos possam ter. Essa didática contraditória dificulta o desenvolvimento de uma prática pedagógica consistente,que atenda os objetivos de um ensino de ciências paraacidadania. Considerando a subjetividade do docente em formação é impossível desvincular suas percepções de sua inserção sociocultural. É nesse sentido que as concepções de diversidade biológica são construídas, levando em consideração o que se aprende e oque se vive. Desse modo, uma perspectiva mais abrangente que envolva também os atributos individuais, sociais e culturais da vida humana no ambiente educativo pode auxiliar na melhoria da relação entre ser humano e natureza, bem como identificar meios quedimensionam a conservação e preservação dos elementos naturais, além de práticas ecologicamente sustentáveis.Abordagens biocultural e biocêntrica sobre biodiversidadesComo maneira de aproximar as discussões entre diversidade biológica e cultura, apresentamos as abordagens biocultural e biocêntrica, e discutimos a seguir a possibilidade de inserção de elementos integradores, desintegradores, biocêntricos e antropocêntricos, para análise das percepções de licenciandos em biologia, caminhando para o ponto que defendemos como fundamental neste artigo, as alteridades interespecíficas como elemento chave para o aprofundamento de relações equitativas entre as diversidades.Percebe-se que a proximidade que indivíduos e comunidades têm da natureza moldam suas percepções, práticas e pensamentos ambientais.Dessa maneira, a diversidade biológica pode envolvernão só a quantificação dos organismos vivos, em termos biológicos, mas também aspectos: econômicos, pela retirada de elementos essenciais para sobrevivência humana; ecológicos, por seu papel na regulação do equilíbrio físico-químico da biosfera; éticos, que ensejam o dever humano de não degradação das outras formas de vida do planeta (LÉVEQUE, 1999, p. 14-16); políticos, pela responsabilidade das nações em implementar modos de gestão sustentável da biodiversidade (BRASIL, 1998);socioculturais, pelo entendimento das relações únicas que indivíduos e comunidades apresentam com a natureza (DIEGUES; ARRUDA, 2001; TOLEDO; BARRERA-BASSOLS, 2015), dentre outros.
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792678A partir disso,constatamos a possibilidade de tratá-la sob diversas vertentes, as quais parecem partir dos mesmos princípios básicos, mas podem divergir quanto aos meios e fins a que se destinam. A partir da análise de Santos, Santos e Pagan (2021), duas outras abordagens que têm emergido são: a biocultural, na qual há o reconhecimento das diversas formas de conexão dos grupos sociais com o ambiente, ressaltando as experiências mais sustentáveis de utilização dos elementos naturais; e a biocêntrica, cujas basesdestacam a essencialidade de repensar o posicionamento de nossa espécie para com as demais, partindo dos preceitos éticos de direitos equitativos à vida e à sobrevivência.De modo geral, as perspectivas biocultural e biocêntrica de biodiversidade, classificadas por Santos, Santos e Pagan (2021), frisam que não há possibilidade de tratar as relações de convivência, conservação e proteção de outras espécies e do planeta como um todo, sem incluir o ser humano, ser social, dotado de subjetividades e interrelações, que carrega consigo seus elementos singulares, culturais, políticos, econômicos, dentre outros. Além disso, partem de perspectivas sociológicas e antropológicas, ao refletirem como os meios de desenvolvimento sociocultural da espécie humana moldam as formas de tratar o meio ambiente e os seres vivos.A antropologia biocultural foca nas relações que os indivíduos possuem com seus ambientes; nesse contexto, a cultura molda as formas adaptativas, políticas e comportamentais das pessoas (LENDE, 2013). A partir dessa perspectiva, a bioculturalidade, quando associada à diversidade biológica, pode ser proposta na linha de que comunidades rurais e tradicionais, geralmente, apresentam relações mais harmônicas e respeitosas para com os seres vivos, ensejando em práticas mais sustentáveis, por exemplo. Nessa abordagem estão presentes dois elementos opostos: integradores e desintegradores. Estes podem dar indícios se as representações sobre a natureza e os seres vivos incorporam as práticas humanas. Respondendo positivamente a essa incorporação, dizemos que há ideias integradoras. Posicionando-se negativamente, encontramos concepções que trazem a separação entre espécie humana e natureza, entre ambiente urbano e do campo, dentre outras dicotomias. Em seu trabalho,Diegues (2008) busca ultrapassar essa proposta de natureza intocada e selvagem, defendida por estudiosos preservacionistas, ao defender que a espécie humana e seus contextos socioculturais estão integrados à biodiversidade.A riqueza da sociobiodiversidade brasileira ilustra essasvariadas interrelações. As comunidades tradicionais locais, por exemplo, devido aos seus preceitos éticos,expressos em suas crenças e práticas, são capazes de coexistir com os demais seres vivos, em concentrações humanas relativamente altas, com taxas mínimas de impacto, podendo, inclusive, proporcionar restaurações bioculturais (PRIMACK; RODRIGUES, 2001).
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792679Estas restaurações reforçam a íntima relação entre diversidade biológica e diversidade cultural, nas quais práticas de agricultura, por exemplo, baseadas na etnoecologia, favorecem a “[...] a preservação da cultura e etnociência, dos agroecossistemas naturais e dos recursos genéticos dos cultivos locais(PRIMACK; RODRIGUES, 2001, p. 284). Porém, Toledo e Barrera-Bassols (2015) apontam que essas percepções locais foram taxadas de ultrapassadas e sem fundamentos pela racionalidade tecnocientífica e econômica de desenvolvimento; o rural e suas concepções foram, desse modo, tornando-se irrelevantes para a visão de progresso urbano emlarga escala.Apesar das notáveis contribuições da perspectiva biocultural, propomos a essencialidade de uma abordagem biocêntrica, por considerar a equidade como valor fundamental da relação entre os seres vivos e destes com a natureza. Essa ética equitativa trata do reconhecimento das singularidades de todas as espécies e pressupõe o reconhecimento de suas alteridades interespecíficas. A abordagem biocêntrica é aqui designada com base na perspectiva de uma ética equitativa. Para isso, baseamo-nos primeiramente nas proposições de Ingold (1995),que apresenta a espécie humana como apenas mais uma dentre as incontáveis existentes no planeta. Num pensamento de ordem antropológica, defende a superação da dicotomia histórica entre “humanos e animais” para estabelecer novos sentidos relacionais entre todas as espécies do planeta, respeitando as diversidades existentes (INGOLD, 1995).O pensamento biocêntrico propõe ainda uma natureza com “[...]valor em si, na tentativa de resgatar o imperativo ético essencial”(LEVAI, 2011, p. 12), ou seja, a percepção do valor intrínseco dos seres vivos incentiva a mudança de pensamentos e hábitos de indiferença humana sobre eles e advoga o direito de vivência e sobrevivência de todos, pregando a equidade como forma de alcançara justiça ambiental. A partir das discussões sobre o conhecimento da natureza e o autoconhecimento da humanidade e as relações de alteridade com os demais seres vivos, Pagan (2018, p. 75), sob uma perspectiva biocêntrica, que defendemos aqui, afirma que “[...] ensinar sobre natureza partindo do autoconhecimento e do etnoconhecimento, pode ser muito mais profundo e efetivo para o aprendizado discente”. Dessa maneira, a formação de professores e professoras de biologia e o ensino de ciências podem dar a devida atenção ao sujeito que aprende e ensina ao mesmo tempo, reforçando também a necessidade de incluir aspectos não cognitivos de aprendizagem, como o elemento afetivo (PAGAN, 2018).Para isso, é essencial que se busque admitir as alteridades interespecíficas como elemento sustentador do biocentrismo. Estas reforçam que a espécie humana é apenas uma
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792680dentre tantas outras que habitam o planeta. Apesar disso, é notável o quanto definimos, a partir das diferenças naturais, aqueles que tem maior ou menor direitoà vida; foi assim, ao longo da história, que excluímos do “patamar mais alto” das espécies a comunidade negra, indígenas, mulheres, “animais de consumo”, dentre tantos outros grupos. Cientes das perspectivas singulares de todos os seres vivos é crucial que docentes em formação tenham a sensibilidade de percebê-las e entendê-las,para que suas práticas proporcionem a inclusão dessas particularidades, bem como de suas percepções de mundo. Por isso, apontamos a importância de uma educação para a biodiversidade mais humanizada, no sentido de reconhecimento das experiências socioculturais que estes apresentam com os seres vivos, e como essas práticas se relacionam a pensamentos e ações perante o ambiente de modo geral, reconhecendo a equidade como valor fundamental na construção e respeito aalteridades que envolvam as espécies que habitam este planeta, além de tentar dirimir processos discriminatórios, autoritários e intolerantes.Considerações finaisDesse modo, consideramos que as características individuais e sociais podem moldar as formas de se relacionar com os demais seres vivos,desde que estejam em conformidade tanto a consideração de alteridades sociais entre os membros da nossa espécie, como aquelas interespecíficas,que consideram uma ética biocêntrica na relação com o mundo vivo. Nesse contexto, características que,por vezes,parecem aos estudantes como traços que lhes conferemum status de anormal, na verdade lhes garantemhabilidades especiais que lhes favorecemver o mundo de óticas específicas e inovadoras. Essa necessidade mais humanizadora da formação de professores se mostra relevante em temáticas como a diversidade biológica, sobretudo quando aliada à questão ambiental, pela necessidade da sensibilização e engajamento dos indivíduos em práticas sustentáveis efetivas e resistência de saberes e práticas locais.Propomos ainda que o reconhecimento das relações entre particularidades/coletividades e as temáticas relacionadas à variabilidade dos seres vivos auxilia no processo de emancipação social do professor/professora em formação, posto que,ao entrar no ambiente acadêmico, ele/ela se vê em um local que inspira o desenvolvimento de habilidades cognitivas para os pensamentos e práticas científicas. Quanto às abordagens biocultural e biocêntrica, estas apresentam possibilidades eficientes de aproximação entre diversidade biológica e diversidade cultural, através da análise das conformações individuais, sócio-históricas e da natureza. Entretanto, a perspectiva
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792681biocêntrica inova ao propor a equidade,que, a partir do reconhecimento das alteridades interespecíficas dos seres vivos, abre caminho para a construção de um ensino que reconheça os direitos das demais espécies do planeta e proporcione a (re)conexão,a(re)integração e a convivência diplomática.REFERÊNCIASBARBIERI, E. Biodiversidade:A variedade de vida no planeta terra. São Paulo: PESCA, 2010. Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/biodiversidade.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021.BONONI, V. L. R. Biodiversidade. São Paulo: SMA, 2010.BRASIL. Decreto n. 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2519.htm. Acesso em: 17 abr. 2021.BRASIL. Convenção da diversidade biológica. Cópia do Decreto Legislativo no. 2, de 5 de junho de 1992. Brasília, DF: MMA, 2000. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf. Acesso em: 21 maio 2021.CARDOSO, D. M. Dimensões, centralidade e transversalidade da cultura. In: CARDOSO, D. M.; LIMA, S. M. S.; FERNANDES, S. C. L. Diversidade Cultural e Desenvolvimento.Belém: Assessoria de Educação a Distância UFP, 2014. Disponível em: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/107219/mod_resource/content/0/eixo_2_diversidade_cultural_e_desenvolvimento/Book_Curso_de_Gesta_o_Cultural_revisao02_final.pdf#page=17. Acesso em: 01 nov. 2021.CARDOSO, S. M. V.; MUZZETI, L. R. As dimensões da diversidade cultural brasileira. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 1, p. 1-11, dez. 2007. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/451. Acesso em: 04 nov. 2021.CARMO, C. M. Grupos minoritários, grupos vulneráveis e o problema da (in)tolerância: Uma relação linguístico-discursiva e ideológica entre o desrespeito e a manifestação do ódio no contexto brasileiro. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 64, p.201-223,ago.2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rieb/a/gjKScQCrZpKtyM6mHz7S38g/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29 maio 2021.DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras USP/Hucitec, 2008.DIEGUES, A. C.; ARRUDA, R.S.V. (org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2001.
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792682FAUSTINO, M. T.; ROBERTO, E. C. O.; SILVA, R. L. F. Utilizando um mural digital para investigar significados da biodiversidade apresentados por professores (as). In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE INVESTIGACIÓN EN DIDÁCTICA DE LAS CIÊNCIAS, 10., 2017, Sevilla. Anais[...]. Sevilla, 2017. Disponível em:https://ddd.uab.cat/pub/edlc/edlc_a2017nEXTRA/22._utilizando_um_mural_digital_para_investigar_significados_da_biodiversidade.pdf. Acesso em:26 abr. 2021.FERREYRA, N. C. C. A análise da convenção sobre a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABRI, 3., 2011, São Paulo. Anais[...]. São Paulo, 2011. Disponível em:http://www.abri.org.br/anais/3_Encontro_Nacional_ABRI/instituicoes%20e%20organizacoes%20internacionais/IOIS%207_Natali%20Catarina%20An+%EDlise%20da%20Conven+%BAao%20sobre%20a%20prote+%BA+%FAo%20e%20promo+%BA+%FAo%20da%20Diversidade%20das%20Expres.pdf. Acesso em: 07 nov. 2021.FRANCO, J. L. A. O conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação: Da preservação da wildernessà conservação da biodiversidade. História,São Paulo, v. 32, n.2, p. 21-48, dez. 2013. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742013000200003&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 20 maio 2021.FURTADO, J. Docência e alteridade. In: COEB, 6., 2016, Florianópolis. Anais[...]. Florianópolis, SC: UFSC, 2016. Disponível em: http://juliofurtado.com.br/wp-content/uploads/2016/03/coeb.pdf. Acesso em: 26 maio 2021.GOMES, N. L. Educação e diversidade cultural: Refletindo sobre as diferentes presenças na escola. 2012. Disponível em: https://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2012/01/educa%C3%87%C3%83o-e-diversidade-cultural.pdf. Acesso em: 28 out. 2021.INGOLD, T. Humanidade e Animalidade. 1995. Disponível em: http://www.iea.usp.br/eventos/destaques/ingold-humanidade. Acesso em: 30 maio 2021.KAWASAKI, C. S. OLIVEIRA, L. B. Biodiversidade e educação: As concepções de biodiversidade dos formadores de professores de biologia. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, São Paulo. Anais[...]. São Paulo, 2003. Disponível em: http://abrapecnet.org.br/enpec/iv-enpec/orais/ORAL047.pdf. Acesso em: 28 mar. 2021.LENDE, D. Antropologia Biocultural. Oxford bibliographies, 2013. Disponível em: https://www.oxfordbibliographies.com/view/document/obo-9780199766567/obo-9780199766567-0095.xml. Acesso em: 20 set. 2021.LEVAI, L. F. Ética ambiental biocêntrica: pensamento compassivo e respeito à vida. Revista Eletrônica de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Cruzeiro do Sul,São Paulo, v. 1, n. 1, p. 7-20, jul./dez. 2011. Disponível em: http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/jus_humanum/article/view/26. Acesso em: 21 abr. 2021.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792683LÉVÊQUE, C. A Biodiversidade. Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1999.LIBÂNEO, J. C. A. Diversidade Biológica e Cultural. São Paulo: ISA, 1994. Disponível em: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/L9D00016.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.LOPES, A. M. D. Da coexistência à convivência com o outro: Entre o multiculturalismo e a interculturalidade. Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, n. 38, p. 67-81, jan./jun. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/remhu/a/fSCcYc75jd7jw8pwLC8wZLQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11. nov. 2021.MARIN, A. A. Vidas que as “vidas que importam” comportam: alteridade e exclusões. ClimaCom Epidemiologias, Campinas, ano 7, n. 19, 2020. Disponível em: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/vidas-que-importam/. Acesso em: 20 set. 2021.OLIVEIRA, C. A. V. O conceito de diversidade cultural e suas implicações para a formação do professor de matemática no interiorde mato grosso: Estudo de caso com licenciandos em Matemática na UNEMAT. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (EDUCERE), 7., 2008, Curitiba. Anais[...]. Curitiba: PUCPR, 2008. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/159_896.pdf. Acesso em: 20 out. 2021.PAGAN, A. A. O ser humano do Ensino de Biologia: Uma abordagem fundamentada no autoconhecimento. Revista entreideias, Salvador, v. 7, n. esp., p.73-86, dez. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/entreideias/article/view/26530. Acesso em: 20 abr. 2021.PAGAN, A. A. Entre o bélico e o diplomático: Transicionar a ciência como possibilidade de humanizar a educação ambiental. Revista Sergipana de Educação Ambiental, São Cristóvão, v. 7, n. esp., p. 1-19, nov. 2020. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revisea/article/view/14387/11027. Acesso em: 20. abr. 2021.PAGAN, A. A.et al. Cosmovisões etnocientíficas no ensino de biologia: Algumas reflexões. In: URBAN, S. P. Conhecimento popular e acadêmico em diálogo:Educação e práticas emancipatórias. Rio Grande do Norte: UERN, 2021.PERDA de biodiversidade: Um risco para o meio ambiente e para a humanidade. IBERDROLA, 2021. Disponível em: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/perda-de-biodiversidade. Acesso em:22 maio 2021.PÉREZ, J. A.; MOSCOVICI, S.; CHULVI, B. Natura y cultura como principio de clasificación social: Anclaje de representaciones sociales sobre minorías étnicas. Revista de Psicología Social, v. 17, n. 1, p. 51-67, 2002. Disponível em:https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1174/021347402753408668. Acesso em: 28 out. 2021.PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001.
image/svg+xmlDiversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792684SANTANA, A. M. Inovação inclusiva e singularidades:Um estudo com licenciados de ciências biológicas da UFS.2017.Dissertação(Mestrado em Ciências e Matemática) Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão,Sergipe,2017.Disponível em: https://ri.ufs.br/jspui/handle/123456789/5124. Acesso em: 09 jan. 2022.SANTANA, A. M.; PARANHOS, M.C. R.; PAGAN, A. A. Singularidades de alguns graduandos de ciências biológicas e as políticas afirmativas na Universidade Federal de Sergipe. Scientia Plena, v. 13, n. 5,059907, jan.2017. Disponível em: https://www.scientiaplena.org.br/sp/article/view/3443. Acesso em: 21 abr. 2021.SANTOS, E. F.; SANTOS, S. S. C.;PAGAN, A. A. Concepções de biodiversidade para futuros professores de Ciências da Natureza. Revista de Ensino de Ciências e Matemática,São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-25, jul./set. 2021. Disponível em: https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2931. Acesso em: 02 dez. 2021.TACCA, M. C. V. R.; GONZÁLEZ-REY, F. L. Produção de sentido subjetivo: As singularidades dos alunos no processo de aprender. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v. 28, n. 1, p. 138-161, abr./nov. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/bbcCdWWg9v49xZfktJLrDcT/?lang=pt. Acesso em: 26 maio 2021.TOLEDO, V. M.; BARRERA-BASSOLS, N. A memória bioculturalA importância ecológica das sabedorias tradicionais. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2015.WILSON, E. O. Diversidade da vida. Tradução: Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS e Alice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792685Como referenciar este artigoSANTOS, I. M.; PAGAN, A. A. Diversidade biológica e cultural na formação de professores de biologia: Alguma relação?Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2666-2685, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16079Submetido em: 06/01/2022Revisões requeridas em:14/07/2022Aprovado em: 20/10/2022Publicado em: 30/12/2022Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792667DIVERSIDAD BIOLÓGICA Y CULTURAL EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE BIOLOGÍA: ¿ALGUNA RELACIÓN?DIVERSIDADE BIOLÓGICA E CULTURAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA: ALGUMA RELAÇÃO?BIOLOGICAL AND CULTURAL DIVERSITY IN BIOLOGY TEACHER FORMATION: ANY RELATION?Isabela Mayara dos SANTOS1Alice Alexandre PAGAN2RESUMEN: En este trabajo, pretendemos discutir, cualitativamente, posibles asociaciones entre diversidad biológica y diversidad cultural en la formación de profesores de biología. Estas reflexiones pueden ampliar la comprensión de la relación entre sociedad y naturaleza, así como la construcción de currículos para la carrera de biología. Abordamos algunas perspectivas ecológicas de la biodiversidad y la diversidad cultural; en éste, delimitamos las percepciones de las singularidades individuales y colectivas como posible descriptor de un perfil sociocultural contemporáneo. Buscando aproximar las diversidades, presentamos los enfoques biocultural y biocéntrico, y la posibilidad de insertar elementos integradores, desintegradores, biocéntricos y antropocéntricos paraanalizar las percepciones de los estudiantes de grado. Concluimos que el reconocimiento de las relaciones entre particularidades/colectividades y los temas relacionados con la variabilidad de los seres vivos ayuda en el proceso de emancipación social del profesor en formación. Además, consideramos que un enfoque biocéntrico, basado en la equidad, posibilita el reconocimiento de las alteridades interespecíficas de los seres vivos, propiciando la (re)conexión, la (re)integración y la convivencia diplomática.PALABRAS CLAVE: Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.RESUMO: Neste trabalho, objetivamos discutir,qualitativamente, possíveis associações entre diversidade biológica e diversidade cultural na formação de professores de biologia.Essas reflexões podem ampliaro entendimentodas relações entre sociedade e natureza, bem comoaconstruçãode currículos para a licenciatura em biologia.Abordamos,algumas perspectivas ecológicas de biodiversidadee diversidade cultural;nesta,demarcamos as percepções das singularidades individuais e coletivas como possível descritor de perfil sociocultural contemporâneo. Buscandoaproximar as diversidades, apresentamos as abordagens biocultural e biocêntrica, e a possibilidade de inserção de elementos integradores, desintegradores, biocêntricos e antropocêntricos para análise das percepções de licenciandos.Concluímos que o reconhecimento das relações entre particularidades/coletividades e as temáticas relacionadas à variabilidade dos seres vivos auxilia no processo de emancipação 1Universidad Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão SEBrasil. Maestríaen Enseñanza de la Ciencia y Matemáticas. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4609-890X. E-mail: isamay2@hotmail.com2Universidad Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá MTBrasil. ProfesoraAsociada delDepartamento de Biología y Zoología, Instituto de Biociencias (IB). Doctorado en Educación (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9757-4304. E-mail: alice.pagan@ufmt.br
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792668social do professor/professora em formação. Ademais,consideramos queuma abordagembiocêntrica, baseada na equidade, possibilita oreconhecimento das alteridades interespecíficas dos seres vivos, proporcionandoa (re)conexão,a(re)integração e a convivência diplomática.PALAVRAS-CHAVE: Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.ABSTRACT:In this work, we aim to discuss, qualitatively, possible associations between biological diversity and cultural diversity in the formationof biology teachers. These reflections can broaden the understanding of the relationship between society and nature, as well as the construction of curricula for the degree in biology. We approach some ecological perspectives of biodiversity and cultural diversity; in this one, we demarcate the perceptions of individual and collective singularities as a possible descriptor of a contemporary sociocultural profile. Seeking to approximate diversities, we present the biocultural and biocentric approaches, and the possibility of inserting integrating, disintegrating, biocentric and anthropocentric elements to analyze the perceptions of undergraduates. We conclude that the recognition of the relationships between particularities/collectivities and the themes related to the variability of living beings helps in the process of social emancipation of the teacher in training. Furthermore, we consider that a biocentric approach, based on equity, enables the recognition of the interspecific alterities of living beings, providing (re)connection, (re)integration and diplomatic coexistence.KEYWORDS:Interspecific alterities. Biocentrism. Singularities.IntroducciónTeniendo en cuenta cómo, en los últimos años, la crisis ambiental ha empeorado y perjudicado la riqueza y abundancia de especies en el planeta, es crucial que repensemos nuestras relaciones con el medio ambiente, ya que nuestra especie y la otra están interconectadas con la naturaleza, en una asociación interdependiente.Sobre esto, Pagan (2020) informa que la búsqueda de comprender los elementos naturales, a partir de una perspectiva de control de otros seres vivos, nos ha desconectado y separado de otras especies, lo que puede dificultar la adopción de la justicia ambiental y las prácticas ecológicamente diplomáticas.Discutir la diversidad biológica abre precedentes para diferentes enfoques, que van desde la perspectiva ecológica, específica de los estudios científicos relacionados con las perspectivas que separan sujeto y objeto, hasta las inclusiones sociales, políticas, culturales, éticas y económicas, en la discusión de este asunto. La relación entreestas perspectivas es muy debatida en Brasil, que es un país rico tanto en diversidad biológica como en diversidad cultural.Sin embargo, los problemas ambientales inherentes a la biodiversidad se basan, en general, en
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792669elementos antropocéntricos, centrados en la especie humana y sus "necesidades", lo que ha obstaculizado acciones efectivas de recuperación, preservación y conservación ambiental.Por lo tanto, discutir posibles asociaciones entre diversidad biológica y diversidad cultural amplía el alcance de la cobertura de las relaciones entre la sociedad y la naturaleza, permitiendo nuevos enfoques del tema socioambiental, así como cuestionando la discriminación y las jerarquías, que pueden reducir los procesos excluyentes y silenciadores. Estas reflexiones también pueden permitir una conformación más comunitaria entre todos los seres vivos, basada en el reconocimiento del valor intrínseco de los individuos y la necesidad de equilibrio en la convivencia del colectivo de habitantes de este planeta.En este trabajo, tratamos de asociar el tema de la diversidad biológica con la diversidad cultural, partiendo de la hipótesis de que la percepción y el respeto por las singularidades de todos los seres vivos están relacionados, es decir, la aceptación de la diversidad en nuestra propia especie está relacionada con la aceptación y comprensión de la diversidad en la otra. Podemos reconocernos como diversidad humana basada en el respeto a la variabilidad de los seres vivos. En este sentido, nos cuestionamos si las actitudes menos sexistas, homofóbicas y meritocráticas pueden dirigir posiciones menos específicas, configurando una mayor armonía entre todas las especies.En la formación de profesores de biología, buscamos proponer una mayor atención al activismo por la diversidad, con miras a la inclusión. Sobre esto, aparentemente nos encontramos con una brecha entre dos campos de debate que parecen interactuar muy poco: el activismo ambiental y el activismo social. No es raro encontrar, por un lado, discursos sobre la preservación y conservación del medio ambiente desarticulados de las necesidades sociales, así como por otro, aquellos que defienden la equidad social sin ninguna mención de las necesidades colectivas de las otras especies que habitan el planeta.Sin embargo,actualmente, tanto la diversidad biológica como la cultural son conceptos centrales en la formación de los profesores de biología. Una de las preguntas más importantes que atacamos en este proceso es: ¿cómo puede nuestra especie existir de manera próspera, asegurando diversas necesidades sociales, a partir de las relaciones que establece con el planeta? Frente a estas cuestiones, hemos debatido que la diversidad, ya sea ecológica o social, es positiva para la expansión de nuestro tiempo de existencia en latierra. Por lo tanto, buscar la comprensión de posibles intersecciones entre estos conceptos puede ampliar nuestra comprensión de la construcción de los currículos de educación de biología de pregrado. A partir del análisis de los procesos educativos y la formación de profesores de biología, Pagan et al.(2021) discutió cómo la biología, cuyas discusiones construyen significados sobre
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792670los seres vivos, puede reflexionar sobre nuestras concepciones de quiénes somos como humanidad, individual y colectivamente. Como consecuencia de esta preocupación, nos preguntamos: ¿existen perfiles socioculturales que apunten indicadores sobre qué profesores y alumnos tienen mayor o menor sensibilidad a la biodiversidad? Con base en este tema, buscamos en este trabajo relacionar los aspectos de la diversidad biológica y la diversidad cultural, en el contexto de la formación de profesores de biología.Con este fin, primero abordamos algunas perspectivas ecológicas relacionadas con el concepto de biodiversidad. En un segundo momento, discutimos la diversidad cultural, un tema en el que demarcamos las percepciones de las singularidades individuales y colectivas como un posible descriptor de un perfil sociocultural contemporáneo. Finalmente, como una forma de aproximar las discusiones entre diversidad biológica y diversidad cultural, presentamos los enfoques bioculturales y biocéntricos, y discutimos a continuación la posibilidad de insertar elementos integradores, desintegrativos, biocéntricos y antropocéntricos para el análisis de las percepciones de los estudiantes de biología, pasando al punto que defendemos como fundamentales en este artículo, las alteridades interespecíficas como elemento clave para la profundización de las relaciones. entre diversidades.Diversidad biológicaLas relaciones de nuestra especie con las demás que habitan o habitan el planeta son tan antiguas como la formación de la propia humanidad (FRANCO, 2013). La fascinación por la variedad de formas y comportamientos de animales y plantas, la necesidad de alimento y su uso en el trabajo diario hizo que los individuos buscaran clasificar y cuantificar, incluso de forma rudimentaria,a sus compañeros terrestres. A pesar de las referencias de varios estudios sobre la importancia de proteger y recuperar la variabilidad de los seres vivos (BARBIERI, 2010; LÉVÊQUE, 1999; WILSON, 2012), los ataques ambientales han aumentado de manera alarmante en las últimas décadas. Amenazan directamente el equilibrio biológico, que a su vez influye en la calidad de vida de todos los seres. También se verifica que los conceptos y características de los estudios relacionados con la diversidad biológica fueron inicialmente pensados y desarrollados en el entorno científico; Por lo tanto, está claro que los primeros estudios se referían específicamente a propuestas biológicas, ecológicas, genéticas y evolutivas, en su mayoría alineadas para la comprensión y aplicación de este conocimiento para la preservación, conservación y/o uso sostenible. Con
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792671esto, la definición más popular de diversidad biológica del entorno científico se presenta en el Artículo 2 de la Convección de la Diversidad Biológica -CDB: [...] la variabilidad de los organismos vivos de todos los orígenes, que comprenden, entre otros, los ecosistemas terrestres, marinos y otros ecosistemas acuáticos y los complejos ecológicos de los que forman parte; también comprender la diversidad dentro de las especies, entre las especies y los ecosistemas (BRASIL, 2000, p.9, nuestra traducción).En Lévêque (1999, p. 16-18, nuestra traducción), estos tres niveles básicos, productos de la evolución biológica e interconectados, se configuran de la siguiente manera: diversidad de especies corresponde a la cuantificación de individuos en un área geográfica determinada; diversidad genética: basada en estudios de biología molecular, coloca la diversidad genética entre las mismas especies; y diversidad ecológica: presenta las complejas relaciones particulares existentes entre los organismos y los medios físicos en los que viven. Por lo tanto, la biodiversidad se puede estudiar a partir de diversos parámetros, desde las especies y géneros más restringidos, hasta los más amplios, reinos y filos. Sin embargo, Wilson (2012, p. 29, nuestra traducción) afirma que "el concepto de especie biológicaes crucial para el estudio de la diversidad biológica", porque a partir de él se logra un enfoque más definido y detallado de esta variabilidad.Así, la agrupación a niveles jerárquicos de la biodiversidad, resultado de largos periodos de evolución biológica, configura la diversidad de seres de forma dinámica, que ha cambiado con el tiempo y sigue cambiando en la actualidad. Las respuestas a los cambios y mutaciones ambientales permitieron la adaptación de los organismos a diferentes ambientes del planeta y proporcionan cierta estabilidad numérica y variabilidad (LÉVEQUE, 1999; WILSON, 2012). Las actividades humanas son, sin duda, las principales responsables de la desaparición de la diversidad de formas de vida en el planeta. Además, el propio ser humano pone en peligro su propio bienestar, ya que la biodiversidad es responsable de la disponibilidad de agua y alimentos necesarios para su subsistencia. Además, los desequilibrios biológicos pueden causar eventos indeseables, como la proliferación de plagas yenfermedades, así como un aumento de las emisiones de dióxido de carbono, uno de los principales responsables del cambio climático (BONONI, 2010; IBERDROLA, 2021). La actual pandemia del nuevo coronavirus es el último ejemplo de que debemos frenar la degradación de los espacios naturales para evitar la aparición de nuevas zoonosis. Equilibrar la protección de la diversidad biológica y el uso de bienes naturales no es una tarea fácil. Se deben activar varios mecanismos para lograr el éxito, entre los que se encuentra
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792672la acción del gobierno en la regulación de la explotación de la caza, la pesca, el uso de la tierra y la contaminación ambiental a través de leyes y con la creación de áreas protegidas, como unidades de conservación (PRIMACK; RODRIGUES, 2001).Como señalan Primack y Rodrigues (2001), la biología de la conservación asume el importante papel de buscar soluciones a la crisis actual de la diversidad biológica. Para ello, los autores proponen: el aumento del registro científico de las especies, buscando conocer los procesos derivados de la diversidad genética; y comprender las relaciones tróficas existentes dentro de las comunidades, intensificando el registro de especies clave, que afectan la organización de otros seres de la localidad.Así, a lo largo del tiempo, se han formulado varias propuestas para la preservación y conservación de la diversidad biológica, entre las cuales la preservación es más eficiente; En esta perspectiva, se establecieron las áreas de protección, que tienen como objetivo, cada una en sus especificidades, salvaguardar los procesos biológicos de la especie. Entre los métodos reparatorios se encuentran las prácticas de reforestación, reintroducción de especies, monitoreo de animales en riesgo de extinción, creación de unidades de conservación, entre otros (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Diversidad culturalAl buscar en la literatura una definición de diversidad cultural se nos compara con una diversidad de información basada en aspectos antropológicos, sociológicos y filosóficos. Una controversia común es si el aspecto de la cultura es propio o está contenido en las personas; Para la primera hipótesis, se considera que es un atributo interno de los sujetos, mientras que, para la segunda, corresponde a elementos externos a los que se adhieren individuos y grupos sociales (OLIVEIRA, 2008). En este sentido, podemos reflexionar si quiénes somos y las elecciones que hacemos provienen de nuestro interior o están moldeadas por la sociedad (familia, escuela, grupos religiosos, etc.).Al igual que Cardoso (2014) y Oliveira (2008), nos basamos en la premisa de que ambas afirmaciones son correctas, y que las individualidades y las colectividades culturales se construyen y reconstruyen dinámicamente, con intercambios entre la esencia humana (enfatizada en los estudios antropológicos) y las influencias sociales externas (ampliamente debatidas por la sociología).Como forma de entender la diversidad cultural, Cardoso (2014) propone un análisis que suele basarse en aspectos sustancialesde la cultura, concretamente en los símbolos que la
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792673componen. Estos son elementos dotados de significado y generalmente son bastante representativos de los grupos.De forma sencilla, podemos mencionar, a modo de ejemplo, a aficionados/as de equipos de fútbol que se agrupan en torno a una misma canción, escudo y colores. Otro ejemplo, bastante complejo, serían los casos recurrentes de discriminación contra personas negras que, por sus rasgos característicos, son tratadas violentamente y previamente tratadascomo culpables.. Entendemos, por tanto, el cambio constante de contextos socioculturales por el carácter cambiante de las pluralidades, que siempre se adhieren a nuevos símbolos y reglas o los excluyen, principalmente, debido a la influencia de transformaciones históricas y sociales, o por resignificaciones individuales y colectivas. Dependiendo del contexto, cada cultivo puede ser de supervivencia y resistencia si, aunque sea momentáneamente, están amenazados (FERREYRA, 2011).Percibimos esta situación cuando hablamos de las llamadas minorías que están presentes en el territorio brasileño. Aunque el término minoría se asocia con el significado de numéricamente inferior, cuando se trata de grupos socioculturales minoritarios, esta relación no siempre se establece. Las mujeres son consideradas minorías cuando se habla de salarios más bajos, en comparación con los ingresos de los hombres, aunque estadísticamente son la población más grande de Brasil. Las minorías son blanco frecuente de intolerancia, discriminación, racismo y prejuicios, especialmente en Brasil, que tiene tasas poco encomiables de muerte de la comunidad negra, feminicidio y transfeminicidio, por ejemplo (CARMO, 2016). Para cubrir tales perspectivas, existe un consenso literario en la definición de una minoría social como grupos que en ciertas situaciones específicas pueden verse privados de realizar funciones sociales comunes equitativas, perdiendo así sus identidades, en un proceso que genera invisibilidades, estereotipos y vulnerabilidades (CARMO, 2016). Estos desafíos pueden proporcionar un proceso reflexivo de su existencia en el mundo y pueden dar forma a aspectos sociales y académicos, que se reflejan en sus acciones diarias, procesos de aprendizaje y praxis profesional (PAGAN, 2018).La democratización que implica la promoción y protección de la diversidad sociocultural se ha vuelto aún más necesaria, a lo largo de los años, especialmente debido a los crecientes procesos de homogeneización resultantes de la globalización (CARDOSO,2014). Cuando se busca estandarizar valores, modelos y prácticas, inevitablemente hay silenciamientos y exclusiones. Estos se notan, por ejemplo, en la jerarquía del conocimiento tradicional y científico, en las demandas sociales discrepantes entre hombres y mujeres, en el
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792674aumento constante de ataques homofóbicos, en las oportunidades y accesibilidad de la comunidad negra, en los estereotipos de las comunidades rurales, entre otros. Aunque el proceso de globalización favorece la comunicación entre culturas de todo el mundo, la búsqueda de la normalización global ha puesto en peligro la diversidad cultural, especialmente en los países en desarrollo y subdesarrollados, debido, entre otros factores, a la unificación de mercados, la fusión de las industrias audiovisuales y la imposición del poder de algunas naciones. Dependiendo del nivel intelectual y tecnológico, algunos países pueden no resistir la introducción de valores culturales externos, lo que a menudo provoca la secundización de las pluralidades locales (CARDOSO; MUZETTI, 2007). A partir de estas discusiones, nos damos cuenta de que el término diversidad cultural puede ver las especificidades asociadas con ciertos grupos que conforman nuestra especie. Entre estas características, podemos enumerar, entre otras, la diversidad étnico-racial, sexual, de género, religiosa y demográfica, con el fin de caracterizar y dar visibilidad a grupos minoritarios generalmente invisibles o discriminados desde una concepción estandarizada del mundo patriarcal, heterosexual, cisgénero y europeo, que históricamente ha dominado la producción de discursos y significados en el contexto colectivo.A pesar de las características muy evidentes de la diversidad cultural, no se percibe solo de manera visual, sino que puede manifestarse interna e individualmente. Además, Gomes (2012, p. 2, nuestra traducción) informa que "[...] Hablar de diversidad cultural no es solo reconocimiento, sino que significa pensar en la relación entre el yo y el otro". Es apropiado reflexionar cómo se configuran estas relaciones: si son justas, equitativas y comunitarias, uopresión, exclusión y silenciamiento. Así, nos damos cuenta de que la diversidad cultural puede identificarse en la formación de singularidades y otredades, es decir, en el reconocimiento de mis individualidades y las otras que me rodean. Es a partir de esta variabilidad que Gomes (2012) enfatiza la necesidad de una mirada más crítica y política sobre el multiculturalismo, porque así, las diferencias serán respetadas en sus especificidades y tendrán una garantía equitativa de los derechos sociales.Por lo tanto,se entiende que la formación de la identidad y la diversidad cultural se configura en un proceso dinámico de asociación entre el yo y el otro, que es diferente a mí, lo que permite discutir relaciones más diplomáticas, no solo con nuestra propia especie, sino también con las otras especies del planeta, sentando precedentes para una convivencia más equilibrada (FURTADO, 2016; PAGAN, 2020).También se asume que las características de género e identidad, la vivienda en áreas urbanas o rurales, las necesidadesespeciales, las creencias étnicas y religiosas, las
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792675configuraciones familiares, los ingresos y la educación educativa, pueden reflejar singularidades, dependiendo del contexto en el que se identifican y discuten. Y estos, a su vez, pueden revelar características configuradoras de la diversidad sociocultural.Considerando la complejidad de percibir individualidades, optamos por seguir un sistema de identificación similar al utilizado por Santana (2017), quien describió algunas singularidades de los estudiantes de biología a partir de características sociodemográficas. En nuestro caso, estas características serán las de los grupos minoritarios brasileños, que, además de presentar subjetividades marcadamente características, están en constante conflicto interno y social de afirmación de identidad.Estas especificidades sociales, culturales y subjetivas serían rasgos biográficos que nos hacen únicos en el mundo, y estos modos se reflejan en los diversos entornos en los que vivimos, incluido el académico, que guía, por ejemplo, las formas en que nos relacionamos con colegas, profesores y nuestros procesos de aprendizaje (SANTANA;PARANHOS;PAGAN, 2017).Santana (2017), de la asociación de singularidades e innovación inclusiva de los estudiantes de Ciencias Biológicas, llegó a la conclusión de que nuestras subjetividades, al tiempo que nos diferencian de otros ciudadanos, pueden proporcionar una comprensión más amplia del mundo que nos rodea, mejorando nuestras relaciones intrapersonales e interpersonales, que pueden ser efectivas en relaciones culturales y asociaciones más solidarias con la naturaleza y los seres vivos.Buscamos, entonces, no solo pensar en las características que describen a los estudiantes de pregrado y profesores de biología, sino también comprender las relaciones de sensibilidad que estos estudiantes desarrollan en relación con otros grupos minoritarios, en un intento de interpretar si ciertos perfiles de singularidad y receptividad sociocultural se relacionan con un mayor reconocimiento de alteridades interespecíficas, y avanzar hacia ideas más biocéntricas en la percepción de otras especies.Diversidad biológica y cultural en la formación de profesores de ciencias y biología: algunos enfoquesEl aspecto de la diversidad se refiere a la diferencia, que no sólo son similares a las que son visibles externamente, sino también a las que son más internas, que se pueden observar sistemáticamente, y las que se están construyendo a lo largo de la historia de las relaciones sociales (GOMES, 2012). Desdeesta perspectiva, podemos, por ejemplo, percibir de manera visible la diversidad cultural de los pueblos tradicionales, o buscar comprender los procesos de
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792676racismo y discriminación de ciertos sujetos a partir del análisis de sus declaraciones, así como reflexionar sobre cómo los procesos históricos han propuesto el silenciamiento y la marginación de diversos grupos. Las particularidades individuales y colectivas no son igualmente respetadas, ya que, socialmente, existe un patrón patriarcal heteronormativode blancura que tiende a controlar o excluir todo lo diferente de ella. En esta lógica, los hombres blancos heterosexuales pueden ser considerados más "humanos" que las mujeres, los homosexuales, los pueblos tradicionales y negros, y esto se refleja en las formas de dominación, exclusión y esclavitud presentes en la formación brasileña. Al mismo tiempo, la animalidad trae esta misma distinción, trayendo una graduación vertical de seres humanos y no humanos, en la que los primeros se ubican falsamente en unnivel considerado superior (INGOLD, 1995; PAGAN, 2020).Al hablar de naturaleza y cultura como principio de clasificación social, Pérez, Moscovici y Chulvi (2002) presentan la idea de que algunos grupos sociales son más integrables al mapa de la humanidadque otros, es decir, la animalidad se derivaría de lo natural, salvaje e instintivo, mientras que la cultura a la civilidad, el razonamiento. Este panorama ha influido en los procesos de discriminación, que son predominantemente latentes, poco manifiestos, y, por esta razón, argumentan que la comprensión de las representaciones sociales (individualidades sociales y colectivas) sería más apropiada para comprender estos procesos de exclusión (PÉREZ; MOSCOVICI; CHULVI, 2002). Por lo tanto, estamos de acuerdo con Marin (2020, p. 7, nuestra traducción), que debe haber superación de la oposición de las diferencias, que estimula procesos exclusivos de identidades y culturas, y es necesario proponer "[...] una lógica de interacción con otros seres que no caiga en una visión naturalista ingenua [...]", y que permita la coexistencia de todas las formas de vida. Esta convivencia ha sido ampliamente debatida en discusiones multiculturalistas e interculturalistas. El multiculturalismo defiende la pluralidad, la heterogeneidad, como una forma de oponerse contra la uniformidad impuesta por los grupos dominantes. Suas principais caraterísticas estão ligadas ao direito às diferenças, tolerância, democracia e justiça social. Readaptando estos ítems, la interculturalidad propone más allá del respeto y reconocimiento de las pluralidades, la convivencia y la interacción cultural, a través del diálogo (LOPES, 2012). Como expresión particular de la diversidad biológica, la diversidad cultural permite un mayor alcance de explicación de la misma. La preservación y conservación de los elementos naturales puede ser más efectiva si hay "[...] fortalecimiento comunitario [...], empoderamiento de todos, incluidas las mujeres y los niños [...] y cuidado del medio ambiente que sustenta las
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792677supervivencias locales" (LIBÂNEO, 1994, p. 4, nuestra traducción). Además, Libâneo (1994) destaca propuestas de intervención que buscan investigar percepciones etnoecológicas, cuyas investigaciones son capaces de percibir ampliamente la diversidad de los procesos ecológicos, en oposición a un modelo único de enfoque ambiental.Aunque la sociedad brasileña tiene un gran pluralismo, y esta multiplicidad está prevista en documentos normativos, hay una falta de acciones efectivas que tiendan a distanciar la teoría y la práctica. Como ejemplo, colocamos las constantes luchas de las comunidades indígenas brasileñas por la demarcación de tierras, en oposición a los proyectos gubernamentales que afectan los territorios tradicionales, como resultado de las actividades mineras, a menudo ilegales, y la expansión agrícola. Considerando también la relación intrínseca entre democracia y pluralidad, intercalando en el derecho a ejercer la diferencia, creemos que la diversidad cultural puede apoyar la discusión de las relaciones ecosociales, incluso con otras especies de seres vivos, reconociendo su alteridad. La educación es, sin duda, una de las principales herramientas para hacer frente a los problemas socioculturales; Esto incluye cuestiones ambientales, en las que se encuentra la crisis de la diversidad biológica. Además de definir la pertinencia de clasificar y cuantificar a los seres vivos, las discusionesrelacionadas con la biodiversidad deben abordar aspectos sociales, culturales, económicos, políticos y éticos, aumentando así el alcance para la solución de la crisis asociada. En la literatura indicada en las disciplinas de educación superior, que cubren el tema de la variabilidad de los seres vivos, es notable que la mayoría de ellas presentan estas concepciones centradas en un aspecto científico/biológico, en el que se presentan análisis específicos, genéticos y ecológicos. Por otro lado, los estudios sobre la percepción de los estudiantes universitarios han mostrado la gran variedad de significados identificados con respecto a la biodiversidad, refiriéndose a sus experiencias personales y comunitarias con la naturaleza (FAUSTINO; ROBERTO; SILVA, 2017; KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003; SANTOS; SANTOS; PAGAN, 2021) estos pueden ofrecer ricos subsidios formativos, incluso cuando no cumplen con los requisitos de la perspectiva científica occidental hegemónica. En este sentido, la propuesta de una educación para labiodiversidad presupone la aplicación de conceptos científicos, con asociación de particularidades individuales y colectivas, presentes de la diversidad cultural, con miras a preservar y preservar el equilibrio natural, proporcionado por la variabilidad de los seres. También puede justificarse por la aproximación de la diversidad biológica con servicios y usos relacionados con las actividades humanas, desde una perspectiva socioambiental (KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003).
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792678La escuela, y en consecuencia los otros entornos formativos, se establecieron inicialmente para la igualdad: para reproducir el conocimiento científico estandarizado, requiriendo que los estudiantes usen casi exclusivamente habilidades cognitivas (TACCA; GONZÁLEZ-REY, 2008). Sin embargo, estas didácticas homogéneas encuentran en la heterogénea subjetividad cultural de los estudiantes una barrera que, aún hoy, es difícil de transponer. En este caso, los graduados se sienten desafiados a incorporar elementos subjetivos en el aprendizaje de sus estudiantes, pero necesitan capacitación que los apoye.Se observa que estos sujetos ingresan a la universidad con experiencias, individuales y/o colectivas, de una naturaleza, típica de su proceso formativo personal, que generalmente son secundadas por una estandarización histórica de elogio del conocimiento científico antes que el otro. Por otro lado, en la parte pedagógica de la formación, el futuro profesor está orientado a tener en cuenta los conceptos previos que puedan tener sus alumnos. Esta didáctica contradictoria dificulta el desarrollo de una práctica pedagógica consistente que cumpla con los objetivos de una enseñanza de ciencias para la ciudadanía. Considerando la subjetividad del profesor en formación, es imposible desvincular suspercepciones de su inserción sociocultural.Es en este sentido que se construyen las concepciones de la diversidad biológica, teniendo en cuenta lo que se aprende y lo que se vive. Por lo tanto, una perspectiva más amplia que también involucre los atributos individuales, sociales y culturales de la vida humana en el entorno educativo puede ayudar a mejorar la relación entre el ser humano y la naturaleza, así como identificar medios que dimensionen la conservación y preservación de los elementos naturales, así como las prácticas ecológicamente sostenibles.Enfoques bioculturales y biocéntricos de la biodiversidadComo una forma de aproximar las discusiones entre diversidad biológica y cultura, presentamos los enfoques bioculturales y biocéntricos, y discutimos a continuación la posibilidad de insertar elementos integradores, desintegrantes, biocéntricos y antropocéntricos, para analizar las percepciones de los estudiantes de pregrado en biología,Pasando al punto que defendemos como fundamentales en este artículo, las alteridades interespecíficas como elemento clave para la profundización de las relaciones equitativas entre diversidades.Se percibe que la proximidad que los individuos y las comunidades tienen a la naturaleza moldean sus percepciones, prácticas y pensamientos ambientales. Así, la diversidad biológica puede implicar no sólo la cuantificación de organismos vivos, en términos biológicos, sino
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792679también aspectos: económicos, mediante la eliminación de elementos esenciales para la supervivencia humana; papel en la regulación del equilibrio físico-químico de la biosfera; Deber humano de no degradación de otras formas de vida en el planeta (LÉVEQUE, 1999, p. 14-16); la responsabilidad de las naciones de implementar modos de gestión sostenible de la biodiversidad (BRASIL, 1998); comprender las relaciones únicas que los individuos y las comunidades presentan con la naturaleza (DIEGUES; ARRUDA, 2001; TOLEDO; BARRERA-BASSOLS, 2015), entre otros.De esto, vemos la posibilidad de tratarlo desde varios aspectos, que parecen basarse en los mismos principios básicos, pero pueden diferir en cuanto a los medios y propósitos para los que están destinados. Del análisis de Santos, Santos y Pagan (2021), han surgido otros dos enfoques son: el biocultural, en el que se reconocen las diversas formas de conexión de los grupos sociales con el medio ambiente, destacando las experiencias más sostenibles de uso de elementos naturales; y la biocéntrica, cuyas bases resaltan la esencialidad de repensar el posicionamiento de nuestra especie hacia la otra, a partir de los preceptos éticos de los derechos equitativos a la vida y la supervivencia.En general, las perspectivas bioculturales y biocéntricas de la biodiversidad, clasificadas por Santos, Santos y Pagan (2021), enfatizan que no hay posibilidad de tratar las relaciones de convivencia, conservación y protección de otras especies y del planeta en su conjunto, sin incluir al ser humano, ser social, dotado de subjetividades e interrelaciones, que lleva consigo sus elementos únicos, culturales, políticos, económicos, entre otros. Además, parten de perspectivas sociológicas y antropológicas, reflejando cómo los medios de desarrollo sociocultural de la especie humana configuran las formas de tratar el medio ambiente y los seres vivos.La antropología biocultural se centra en las relaciones que los individuos tienen con sus entornos; en este contexto, la cultura moldea las formas adaptativas, políticas y de comportamiento de las personas (LENDE, 2013). Desde esta perspectiva, la bioculturalidad, cuando se asocia con la diversidad biológica, se puede proponer en la línea de que las comunidades rurales y tradicionales generalmente tienen relaciones más armoniosas y respetuosas con los seres vivos, lo que resulta en prácticas más sostenibles, por ejemplo. En este enfoque, dos elementos opuestos están presentes: integradores y desintegradores. Estos pueden dar pistas sobre si las representaciones sobre la naturaleza y los seres vivos encarnan las prácticas humanas.Respondiendo positivamente a esta incorporación, decimos que hay ideas integradoras. Posicionándonos negativamente, encontramos concepciones que traen la separación entre la especie humana y la naturaleza, entre el entorno
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792680urbano y el campo, entre otras dicotomías. En su obra, Diegues (2008) busca superar esta propuesta de naturaleza virgen y salvaje, defendida por estudiosos conservacionistas, defendiendo que la especie humana y sus contextos socioculturales están integrados con la biodiversidad.La riqueza de la sociobiodiversidad brasileña ilustra estas variadas interrelaciones. Las comunidades locales tradicionales, por ejemplo, debido a sus preceptos éticos, expresados en sus creencias y prácticas, pueden coexistir con otros seres vivos, en concentraciones humanas relativamente altas, con tasas de impacto mínimas, e incluso pueden proporcionar restauraciones bioculturales (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Estas restauraciones refuerzan la estrecha relación entre diversidad biológica y diversidad cultural, en la que las prácticas agrícolas, por ejemplo, basadas en la etnoecología, favorecen "[...] la preservación de la cultura y la etnociencia, los agroecosistemas naturales y los recursos genéticos de los cultivos locales" (PRIMACK; RODRIGUES, 2001, p. 284, nuestra traducción). Sin embargo, Toledo y Barrera-Bassols (2015) señalan que estas percepciones locales fueron gravadas de manera obsoleta e infundada por la racionalidad tecnocientífica y económica del desarrollo; Lo rural y sus concepciones se estaban volviendo irrelevantes para la visión del progreso urbano a gran escala.A pesar de las notables contribuciones de la perspectiva biocultural, proponemos la esencialidad de un enfoque biocéntrico, considerando la equidad como un valor fundamental de la relación entre los seres vivos y estos con la naturaleza. Esta ética equitativa se ocupa del reconocimiento de las singularidades de todas las especies y presupone el reconocimiento de sus alteridades interespecíficas. El enfoque biocéntrico se hereda sobre la base de la perspectiva de una ética equitativa. Para ello, primero nos basamos en las proposiciones de Ingold (1995), que presenta a la especie humana como una de las innumerables existentes en el planeta. En un pensamiento antropológico, aboga por superar la dicotomía histórica entre "humanos y animales" para establecer nuevos sentidos relacionales entre todas las especies del planeta, respetando las diversidades existentes (INGOLD, 1995).El pensamiento biocéntrico también propone una naturaleza con "[...]valor en sí mismo, en un intento de rescatar el imperativo ético esencial" (LEVAI, 2011, p. 12, nuestra traducción), es decir, la percepción del valor intrínseco de los seres vivos fomenta el cambio de pensamientos y hábitos de indiferencia humana sobre ellos y aboga por el derecho a la experiencia y la supervivencia de todos, predicando la equidad como una forma de lograr la justicia ambiental.
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792681A partir de las discusiones sobre el conocimiento de la naturaleza y el autoconocimiento de la humanidad y las relaciones de alteridad con otros seres vivos, Pagan (2018, p. 75, nuestra traducción), desde una perspectiva biocéntrica, que defendemos aquí, afirma que "[...] Enseñar sobre la naturaleza desde el autoconocimiento y el etnoconocimiento puede ser mucho más profundo y efectivo para el aprendizaje de los estudiantes". Así, la formación de los profesores de biología y la enseñanza de las ciencias pueden prestar la debida atención al sujeto que aprende y enseña al mismo tiempo, reforzando también la necesidad de incluir aspectos no cognitivos del aprendizaje, como el elemento afectivo (PAGAN, 2018).Para ello, es esencial buscar admitir alteridades interespecíficas como elemento de apoyo del biocentrismo. Estos refuerzan que la especie humana es solo una de lasmuchas otras que habitan el planeta. Sin embargo, es notable cuánto definimos, a partir de las diferencias naturales, a aquellos que tienen mayor o menor derecho a la vida; Fue así, a lo largo de la historia, que excluimos del "nivel más alto" de la especie a la comunidad negra, los indígenas, las mujeres, los "animales de consumo", entre muchos otros grupos. Conscientes de las perspectivas únicas de todos los seres vivos, es crucial que los maestros en formación tengan la sensibilidad para percibirlas y comprenderlas, para que sus prácticas proporcionen la inclusión de estas particularidades, así como sus percepciones del mundo. Por lo tanto, señalamos la importancia de una educación para una biodiversidad más humanizada, en el sentido de reconocer las experiencias socioculturales que presentan con los seres vivos, y cómo estas prácticas se relacionan con pensamientos y acciones ante el medio ambiente en general, reconociendo la equidad como un valor fundamental en la construcción y respeto a la alteridad que involucran a las especies que habitan este planeta, además de tratar de resolver procesos discriminatorios, autoritarios e intolerantes.Consideraciones finalesAsí, consideramos que las características individuales y sociales pueden moldear las formas de relacionarse con otros seres vivos, siempre que tanto la consideración de las alteraciones sociales entre los miembros de nuestra especie como aquellos que consideran una ética biocéntrica en la relación con el mundo vivo estén en conformidad. En este contexto, características que a veces les parecen a los estudiantes rasgos que les dan un estado anormal, de hecho les garantizan habilidades especiales que les favorecen para ver el mundo desde ópticas específicas e innovadoras. Esta necesidad más humanizadora de formación docente es relevante en temas como la diversidad biológica, especialmente cuando se relaciona con el tema
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792682ambiental, debido a la necesidad de sensibilizar e involucrar a las personas en prácticas sostenibles efectivas y resistencia a los conocimientos y prácticas locales.También proponemos que el reconocimiento de las relaciones entre particularidades/colectividades y los temas relacionados con la variabilidad de los seres vivos ayuda en el proceso de emancipación social del maestro/maestro en formación, ya que, al ingresar al ambiente académico, se ve a sí mismo en un lugar que inspira el desarrollo de habilidades cognitivas para pensamientos y prácticas científicas. En cuanto a los enfoques bioculturales y biocéntricos, estos presentan posibilidades eficientes de aproximación entre diversidad biológica y diversidad cultural, a través del análisis de conformaciones individuales, sociohistóricas y de la naturaleza. Sin embargo, la perspectiva biocéntrica innova al proponer la equidad, que, a partir del reconocimiento de las alteridades interespecíficas de los seres vivos, allana el camino para la construcción de una enseñanza que reconozca los derechos de otras especies en el planeta y proporcione (re)conexión, (re)integración y convivencia diplomática.REFERENCIASBARBIERI, E. Biodiversidade:A variedade de vida no planeta terra. São Paulo: PESCA, 2010. Disponible en: https://www.pesca.sp.gov.br/biodiversidade.pdf. Acceso: 17 abr.2021.BONONI, V. L. R. Biodiversidade. São Paulo: SMA, 2010.BRASIL. Decreto n. 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponible en: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2519.htm. Acceso: 17 abr. 2021.BRASIL. Convenção da diversidade biológica. Cópia do Decreto Legislativo no. 2, de 5 de junho de 1992. Brasília, DF: MMA, 2000. Disponible en: https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf. Acceso: 21 mayo 2021.CARDOSO, D. M. Dimensões, centralidade e transversalidade da cultura. In: CARDOSO, D. M.; LIMA, S. M. S.; FERNANDES, S. C. L. Diversidade Cultural e Desenvolvimento.Belém: Assessoria de Educação a Distância UFP, 2014. Disponible en: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/107219/mod_resource/content/0/eixo_2_diversidade_cultural_e_desenvolvimento/Book_Curso_de_Gesta_o_Cultural_revisao02_final.pdf#page=17. Acceso: 01 nov. 2021.CARDOSO, S. M. V.; MUZZETI, L. R. As dimensões da diversidade cultural brasileira. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 1, p. 1-11, dez. 2007. Disponible en: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/451. Acceso: 04 nov. 2021.CARMO, C. M. Grupos minoritários, grupos vulneráveis e o problema da (in)tolerância: Uma relação linguístico-discursiva e ideológica entre o desrespeito e a manifestação do ódio no contexto brasileiro. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 64, p.201-223,ago.2016. Disponible en: https://www.scielo.br/j/rieb/a/gjKScQCrZpKtyM6mHz7S38g/?format=pdf&lang=pt. Acceso: 29 mayo 2021.
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792683DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras USP/Hucitec, 2008.DIEGUES, A. C.; ARRUDA, R.S.V. (org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2001.FAUSTINO, M. T.; ROBERTO, E. C. O.; SILVA, R. L. F. Utilizando um mural digital para investigar significados da biodiversidade apresentados por professores (as). In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE INVESTIGACIÓN EN DIDÁCTICA DE LAS CIÊNCIAS, 10., 2017, Sevilla. Anais[...]. Sevilla, 2017. Disponible en: https://ddd.uab.cat/pub/edlc/edlc_a2017nEXTRA/22._utilizando_um_mural_digital_para_investigar_significados_da_biodiversidade.pdf. Acceso: 26 abr. 2021.FERREYRA, N. C. C. A análise da convenção sobre a proteção e promoção da diversidade dasexpressões culturais. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABRI, 3., 2011, São Paulo. Anais[...]. São Paulo, 2011. Disponible en: http://www.abri.org.br/anais/3_Encontro_Nacional_ABRI/instituicoes%20e%20organizacoes%20internacionais/IOIS%207_Natali%20Catarina%20An+%EDlise%20da%20Conven+%BAao%20sobre%20a%20prote+%BA+%FAo%20e%20promo+%BA+%FAo%20da%20Diversidade%20das%20Expres.pdf. Acceso: 07 nov. 2021.FRANCO, J. L. A. O conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação: Da preservação da wildernessà conservação da biodiversidade. História,São Paulo, v. 32, n.2, p. 21-48, dez. 2013. Disponible en: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742013000200003&lng=pt&tlng=pt. Acceso: 20 mayo 2021.FURTADO,J. Docência e alteridade. In: COEB, 6., 2016, Florianópolis. Anais[...]. Florianópolis, SC: UFSC, 2016. Disponible en: http://juliofurtado.com.br/wp-content/uploads/2016/03/coeb.pdf. Acceso: 26 mayo 2021.GOMES, N. L. Educação e diversidade cultural: Refletindo sobre as diferentes presenças na escola. 2012. Disponible en: https://www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2012/01/educa%C3%87%C3%83o-e-diversidade-cultural.pdf. Acceso: 28 oct. 2021.INGOLD, T. Humanidade e Animalidade. 1995. Disponible en: http://www.iea.usp.br/eventos/destaques/ingold-humanidade. Acceso: 30 de mayo de 2021.KAWASAKI, C. S. OLIVEIRA, L. B. Biodiversidade e educação: As concepções de biodiversidade dos formadores de professores de biologia. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 4., 2003, São Paulo. Anais[...]. São Paulo, 2003. Disponible en: http://abrapecnet.org.br/enpec/iv-enpec/orais/ORAL047.pdf. Acceso el: 28 marzo. 2021.LENDE, D. Antropologia Biocultural. Oxford bibliographies, 2013. Disponible en: https://www.oxfordbibliographies.com/view/document/obo-9780199766567/obo-9780199766567-0095.xml. Acceso: 20 sept. 2021.LEVAI, L. F. Ética ambiental biocêntrica: pensamento compassivo e respeito à vida. Revista Eletrônica de Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Cruzeiro do Sul,São Paulo, v. 1, n. 1, p. 7-20, jul./dez. 2011. Disponible en: http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/jus_humanum/article/view/26. Acceso: 21 abr.2021.LÉVÊQUE, C. A Biodiversidade. Bauru, SP: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1999.LIBÂNEO, J. C. A. Diversidade Biológica e Cultural. São Paulo: ISA, 1994. Disponible en: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/L9D00016.pdf. Acceso: 05 nov. 2021.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS yAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792684LOPES, A. M. D. Da coexistência à convivência com o outro: Entre o multiculturalismo e a interculturalidade. Rev. Inter. Mob. Hum., Brasília, n. 38, p. 67-81, jan./jun. 2012. Disponible en: https://www.scielo.br/j/remhu/a/fSCcYc75jd7jw8pwLC8wZLQ/?format=pdf&lang=pt. Acceso: 11. nov. 2021.MARIN, A. A. Vidas que as “vidas que importam” comportam: alteridade e exclusões. ClimaCom Epidemiologias, Campinas, ano 7, n. 19, 2020. Disponible en: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/vidas-que-importam/. Acceso: 20 sept. 2021.OLIVEIRA, C. A. V. O conceito de diversidade cultural e suas implicações para a formação do professor de matemática no interior de mato grosso: Estudo de caso com licenciandos em Matemática na UNEMAT. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (EDUCERE), 7., 2008, Curitiba. Anais[...]. Curitiba: PUCPR, 2008. Disponible en: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2008/159_896.pdf. Acceso: 20 oct. 2021.PAGAN, A. A. O ser humano do Ensino de Biologia: Uma abordagem fundamentada no autoconhecimento. Revista entreideias, Salvador, v. 7, n. esp., p.73-86, dez. 2018. Disponible en: https://periodicos.ufba.br/index.php/entreideias/article/view/26530. Acceso: 20 abr.2021.PAGAN, A. A. Entre o bélico e o diplomático: Transicionar a ciência como possibilidade de humanizar a educação ambiental. Revista Sergipana de Educação Ambiental, São Cristóvão, v. 7, n. esp., p. 1-19, nov. 2020. Disponible en: https://seer.ufs.br/index.php/revisea/article/view/14387/11027. Acceso en: 20 abr. 2021.PAGAN, A. A.et al. Cosmovisões etnocientíficas no ensino de biologia: Algumas reflexões. In: URBAN, S. P. Conhecimento popular e acadêmico em diálogo:Educação e práticas emancipatórias. Rio Grande do Norte: UERN, 2021.PERDA de biodiversidade: Um risco para o meio ambiente e para a humanidade. IBERDROLA, 2021. Disponible en: https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/perda-de-biodiversidade. Acceso: 22 mayo 2021.PÉREZ, J. A.; MOSCOVICI, S.; CHULVI, B. Natura y cultura como principio de clasificación social: Anclaje de representaciones sociales sobre minorías étnicas. Revista de Psicología Social, v. 17, n. 1, p. 51-67, 2002. Disponible en: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1174/021347402753408668. Acceso: 28 oct. 2021.PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001.SANTANA, A. M. Inovação inclusiva e singularidades:Um estudo com licenciados de ciências biológicas da UFS.2017.Dissertação(Mestrado em Ciências e Matemática) Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão,Sergipe,2017.Disponible en: https://ri.ufs.br/jspui/handle/123456789/5124. Acceso: 09 enero2022.SANTANA, A. M.; PARANHOS, M. C. R.; PAGAN, A. A. Singularidades de alguns graduandos de ciências biológicas e as políticas afirmativas na Universidade Federal de Sergipe. Scientia Plena, v. 13, n. 5,059907, jan.2017. Disponible en: https://www.scientiaplena.org.br/sp/article/view/3443. Acceso: 21 abr.2021.SANTOS, E. F.; SANTOS, S. S. C.;PAGAN, A. A. Concepções de biodiversidade para futuros professores de Ciências da Natureza. Revista de Ensino de Ciências e Matemática,São Paulo, v. 12, n. 4, p. 1-25, jul./set. 2021. Disponible en: https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2931. Acceso: 02 dic. 2021.TACCA, M. C. V. R.; GONZÁLEZ-REY, F. L. Produção de sentido subjetivo: As singularidades dos alunos no processo de aprender. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v. 28, n. 1, p. 138-161, abr./nov.
image/svg+xmlDiversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1607926852008. Disponible en: https://www.scielo.br/j/pcp/a/bbcCdWWg9v49xZfktJLrDcT/?lang=pt. Acceso: 26 mayo 2021.TOLEDO, V. M.; BARRERA-BASSOLS, N. A memória bioculturalA importância ecológica das sabedorias tradicionais. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2015.WILSON, E. O. Diversidade da vida. Tradução: Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.Cómo hacer referencia a este artículoSANTOS, I. M.; PAGAN, A. A. Diversidad biológica y cultural en la formación de profesores de biología: ¿Alguna relación?Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2667-2685, oct./dic. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16079Presentado en:06/01/2022Revisiones requeridas en:14/07/2022Aprobado en: 20/10/2022Publicado en:30/12/2022Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación -EIAE.Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792664BIOLOGICAL AND CULTURAL DIVERSITY IN BIOLOGY TEACHER FORMATION: ANY RELATION?DIVERSIDADE BIOLÓGICA E CULTURAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA: ALGUMA RELAÇÃO?DIVERSIDAD BIOLÓGICA Y CULTURAL EN LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE BIOLOGÍA: ¿ALGUNA RELACIÓN?Isabela Mayara dos SANTOS1Alice Alexandre PAGAN2ABSTRACT: In this work, we aim to discuss, qualitatively, possible associations between biological diversity and cultural diversity in the formation of biology teachers. These reflections can broaden the understanding of the relationship between society and nature, as well as the construction of curricula for the degree in biology. We approach some ecological perspectives of biodiversity and cultural diversity; in this one, we demarcate the perceptions of individual and collective singularities as a possible descriptor of a contemporary sociocultural profile. Seeking to approximate diversities, we present the biocultural and biocentric approaches, and the possibility of inserting integrating, disintegrating, biocentric and anthropocentric elements to analyze the perceptions of undergraduates. We conclude that the recognition of the relationships between particularities/collectivities and the themes related to the variability of living beings helps in the process of social emancipation of the teacher in training. Furthermore, we consider that a biocentric approach, based on equity, enables the recognition of the interspecific alterities of living beings, providing (re)connection, (re)integration and diplomatic coexistence.KEYWORDS: Interspecific alterities. Biocentrism. Singularities.RESUMO: Neste trabalho, objetivamos discutir,qualitativamente, possíveis associações entre diversidade biológica e diversidade cultural na formação de professores de biologia. Essas reflexões podem ampliaro entendimentodas relações entre sociedade e natureza, bem comoaconstruçãode currículos para a licenciatura em biologia.Abordamos,algumas perspectivas ecológicas de biodiversidadee diversidade cultural;nesta,demarcamos as percepções das singularidades individuais e coletivas como possível descritor de perfil sociocultural contemporâneo. Buscandoaproximar as diversidades, apresentamos as abordagens biocultural e biocêntrica, e a possibilidade de inserção de elementos integradores, desintegradores, biocêntricos e antropocêntricos para análise das percepções de licenciandos.Concluímos que o reconhecimento das relações entre particularidades/coletividades e as temáticas relacionadas à variabilidade dos seres vivos auxilia no processo de emancipação 1Federal University of Sergipe(UFS), São Cristóvão SEBrazil. Master in Science and Mathematics Teaching. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4609-890X. E-mail: isamay2@hotmail.com2Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá MTBrazil. Associate Professor, Department of Biology and Zoology, Institute of Biosciences (IB). PhD in Education (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9757-4304. E-mail: alice.pagan@ufmt.br
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792665social do professor/professora em formação. Ademais,consideramos queuma abordagembiocêntrica, baseada na equidade, possibilita oreconhecimento das alteridades interespecíficas dos seres vivos, proporcionandoa (re)conexão,a(re)integração e a convivência diplomática.PALAVRAS-CHAVE: Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.RESUMEN:En este trabajo, pretendemos discutir, cualitativamente, posibles asociaciones entre diversidad biológica y diversidad cultural en la formación de profesores de biología. Estas reflexiones pueden ampliar la comprensión de la relación entre sociedad y naturaleza, así como la construcción de currículos para la carrera de biología. Abordamos algunas perspectivas ecológicas de la biodiversidad y la diversidad cultural; en éste, delimitamos las percepciones de las singularidades individuales y colectivas como posible descriptor de un perfil sociocultural contemporáneo. Buscando aproximar las diversidades, presentamos los enfoques biocultural y biocéntrico, y la posibilidad de insertar elementos integradores, desintegradores, biocéntricos y antropocéntricos para analizar las percepciones de los estudiantes de grado. Concluimos que el reconocimiento de las relaciones entre particularidades/colectividades y los temas relacionados con la variabilidad de los seres vivos ayuda en el proceso deemancipación social del profesor en formación. Además, consideramos que un enfoque biocéntrico, basado en la equidad, posibilita el reconocimiento de las alteridades interespecíficas de los seres vivos, propiciando la (re)conexión, la (re)integración y laconvivencia diplomática.PALABRAS CLAVE:Alteridades interespecíficas. Biocentrismo. Singularidades.IntroductionConsidering how, in recent years, the environmental crisis has worsened and damaged the wealth and abundance of species on the planet, it is crucial that we rethink our relationship with the environment, since our species and the others are interconnected with nature, in an interdependent association. About this, Pagan (2020) reports that the search for understanding natural elements from a perspective of control of other living beings has disconnected and separated us from other species, which may hinder the adoption of environmental justice and ecologically diplomatic practices.Discussing biological diversity opens up precedents for different approaches, ranging from the ecological perspective, typical of scientific studies related to looks that separate subject and object, to the social, political, cultural, ethical, and economic inclusions in the discussion of this matter. The relationship between these perspectives is much debated in Brazil, which is a country rich in both biological and cultural diversity. Despite this, the environmental issues inherent to biodiversity are, ingeneral, based on anthropocentric elements, centered on the
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792666human species and its "needs", which has hindered effective actions for environmental recovery, preservation, and conservation.Thus, discussing possible associations between biological and cultural diversity broadens the scope of the relations between society and nature, enabling new approaches to the socio-environmental theme, as well as questioning discriminations and hierarchizations, and possibly reducing exclusionary and silencing processes.These reflections may also allow a more communitarian conformation among all living beings, based on the recognition of the intrinsic value of individuals and the need for balance in the coexistence of the collective inhabitants of this planet.In this work, we try to associate the theme of biological diversity with cultural diversity, based on the hypothesis that the perception and respect for the singularities of all living beings are related, that is, the acceptance of diversity in our own species is related to the acceptance and understanding of diversity in others. We can recognize ourselves as human diversity from the respect for the variability of living beings. In this sense, we question whether less sexist, homophobic, and meritocratic attitudes can lead to less speciesist positions, configuring greater harmony among all species.In the training of biology teachers, we seek to propose greater attention to activism for diversity, with a view to inclusion. About this, we apparently face a gap between two fields of debate that seem to interact very little: environmental activism and social activism. It is not uncommon to find, on one side, discourses on environmental preservation and conservation disconnected from social needs, and on the other, those who defend social equity without any mention of the collective needs of other species inhabiting the planet.However, today, both biological and cultural diversity are central concepts in the training of biology teachers. One of the most important questionsthat we attack in this process is: how can our species exist in a prosperous way, guaranteeing diverse social needs, based on the relationships it establishes with the planet? Facing such questions, we have debated that diversity, be it ecological or social, is positive for the extension of our time of existence on earth. Thus, seeking to understand the possible intersections between these concepts can broaden our understanding of the construction of curricula for the biology undergraduate course. Based on the analysis of educational processes and training of biology teachers, Pagan et al. (2021) discussed how biology, whose discussions build meanings about living beings, can reflect on our conceptions of who we are as humanity, individually and collectively. As an unfolding of this concern, we ask ourselves: are there sociocultural profiles that point to
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792667indicators about which teachers and students have greater or lesser sensitivity to biodiversity? Based on this question, this paper aims to relate aspects of biological diversity and cultural diversity in the context of biology teacher education.To this end, we first discuss some ecological perspectives on the concept of biodiversity. In a second moment, we discuss cultural diversity, a topic in which we demarcate the perceptions of individual and collective singularities as a possible descriptor of the contemporary sociocultural profile. And, finally, as a way to approach the discussions between biological diversity and cultural diversity, we present the biocultural and biocentric approaches, and discuss the possibility of inserting integrative, disintegrative, biocentric, and anthropocentric elements to analyze the perceptions of biology undergraduates, moving towards the point that we defend as fundamental in this article, the interspecific alterities as a key element for the deepening of equitable relations among diversities..Biological DiversityThe relations of our species with the others that inhabit or have inhabited the planet are as old as the formation of humanity itself (FRANCO, 2013). The fascination with the variety of forms and behaviors of animals and plants, the need for food and their use in daily work have led individuals to seek to classify and quantify, even if in a rudimentary way, their terrestrial companions. Despite the references of several studies on the cruciality of protecting and recovering the variability of living beings (BARBIERI, 2010; LÉVÊQUE, 1999; WILSON, 2012), the aggressions to the environment have increased alarmingly in recent decades. They directly threaten the biological balance, which, in turn, influences the quality of life of all beings. It is also evident that the concepts and characteristics of the studies related to biological diversity were initiallythought and developed in the scientific environment; therefore, it is clear that the first studies referred specifically to biological, ecological, genetic, and evolutionary proposals, aligned, for the most part, to the understanding and application of this knowledge for preservation, conservation, and/or sustainable use. Thus, the most popular definition of biological diversity in the scientific environment is presented in Article 2 of the Convention on Biological Diversity -CBD: [...] the variability among living organisms from all sources including, inter alia, terrestrial, marine and other aquatic ecosystems and the ecological complexes of which they are part; this includes diversity within species, between species and of ecosystems (BRAZIL, 2000, p.9, our translation).
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792668In Lévêque (1999, p. 16-18), these three basic levels, products of biological evolution and interconnected among themselves, are configured as follows: species diversity -corresponds to the quantification of individuals in a givengeographical area; genetic diversity -based on studies of molecular biology, places the gene diversity among the same species; and ecological diversity -presents the complex particular relationships existing between organisms and the physical environments in which they live. Therefore, biodiversity can be studied from various parameters, from the narrowest such as species and genera, to the broadest, kingdoms and phyla. However, Wilson (2012, p. 29) states that "the concept of biological species is crucial for the study of biological diversity", because from it we can get a more defined and detailed approach to this variability.In this way, the grouping in hierarchical levels of biodiversity, the result of long periods of biological evolution, configuresthe diversity of beings in a dynamic way, which has changed over time and continues to change today. Responses to environmental changes and mutations have allowed organisms to adapt to different environments on the planet, and provide a certain numerical stability and variability (LÉVEQUE, 1999; WILSON, 2012). Human activities are, without a doubt, the main ones responsible for the disappearance of the diversity of life forms on the planet. Moreover, human beings themselves endanger their own well-being, since biodiversity is responsible for the availability of water and food necessary for their subsistence. Moreover, biological imbalances can cause undesirable events, such as the proliferation of pests and diseases, as well as increased emissions of carbon dioxide, one of the main causes of climate change (BONONI, 2010; IBERDROLA, 2021). The current pandemic of the new coronavirus is the most recent example that we must curb the degradation of natural areas to prevent the emergence of new zoonoses. Balancing the protection of biological diversity and the use of natural assets is not an easy task. Several mechanisms must be used to achieve success, among which is the government's action in regulating the exploitation of hunting, fishing, land use and environmental pollution through laws and the creation of protected areas, such as conservation units (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). As Primack and Rodrigues (2001) point out, conservation biology assumes the important role of seeking solutions to the current crisisof biological diversity. To this end, the authors propose: increasing the scientific record of species, seeking to understand the processes arising from genetic diversity; and understanding the trophic relationships within communities, intensifying the recording of key species, which affect the organization of other beings in the locality.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792669Thus, over time, several proposals for the preservation and conservation of biological diversity have been formulated, among which preservation proves to be more efficient; from this perspective, protection areas have been established, each with its own specificities, to safeguard the biological processes of the species. Among the restorative methods are reforestation practices, species reintroduction, monitoring of animals at risk of extinction, and the creation of conservation units, among others (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). Cultural DiversityWhen searching the literature for a definition of cultural diversity we come across a diversity of information based on anthropological, sociological, and philosophical aspects. A common controversy is whether the aspect of culture is proper of people or is contained in them; for the first hypothesis, it is considered that it is internal attribute of the subjects, while forthe second, it corresponds to external elements that are adhered by individuals and social groups (OLIVEIRA, 2008). In this aspect, we can reflect on whether who we are and the choices we make come from within us or are shaped by society (family, school, religious groups, etc.).Like Cardoso (2014) and Oliveira (2008), we rely on the premise that both statements are correct, and that cultural individualities and collectivities are dynamically constructed and reconstructed, with exchanges between the human essence (emphasized in anthropological studies) and external social influences (widely discussed by sociology).As a way to understand cultural diversity, Cardoso (2014) proposes an analysis that is usually based on substantial aspects of culture, specifically on the symbols that compose it. These are elements endowed with meaning and, generally, are quite representative of the groups. In a simple way, we can cite, as an example, soccer team supporters who group around the same song, shield, and colors. Another example, quite complex, would be the recurrent cases of discrimination against black people who, because oftheir characteristic traits, are approached in a violent way and previously treated as guilty. We understand, therefore, the constant change in sociocultural contexts by the changing character of pluralities, which are always adhering to new symbols and rules or excluding them, mainly due to the influence of historical and social transformations, or by individual and collective re-significations. Depending on the context, each culture may take on survival and resistance, if they are, even momentarily, threatened (FERREYRA, 2011).We notice this situation when we talk about the so-called minorities that are present in the Brazilian territory. Although the term minority is associated with the meaning of
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792670numerically smaller, when we deal with minority socio-cultural groups this relationship is not always established. Women are considered minorities when the lower remuneration compared to men's income is discussed, despite the fact that statistically they are the largest population in Brazil. Minorities are frequent targets of intolerance, discrimination, racism, and prejudice, especially in Brazil, which has unacceptable rates of death of the black community, feminicide, and transfeminicide, for example (CARMO, 2016). To encompass such perspectives, there is aliterary consensus in defining a social minority as groups that in certain specific situations may be deprived of exercising common equitable social roles, thus losing their identities, in a process that generates invisibilities, stereotypes, and vulnerabilities (CARMO, 2016). These challenges can provide a reflective process of their existence in the world and can shape social and academic aspects, which are reflected in their daily actions, learning processes, and professional praxis (PAGAN, 2018).The democratization involved in the promotion and protection of sociocultural diversity has become, over the years, even more necessary, especially due to the increasing homogenizing processes, arising from globalization (CARDOSO, 2014). In seeking to standardize values, models and practices, there is inevitably silencing and exclusion. These are perceptible, for example, in the hierarchization of traditional and scientific knowledge, in the discrepant social demands between men and women, in the constant increase of homophobic attacks, in the opportunities and accessibility of the black community, in the stereotyping of rural communities, among others. Although the globalization process favors communication between cultures around the world, the search for worldwide standardization has put cultural diversity at risk, especially in developing and underdeveloped countries, due, among other factors, to the unification of markets, the merger of audiovisual industries, and the imposition of power by some nations. Depending on their intellectual and technological level, some countries may not be able to resist the introduction of external cultural values, often causing local pluralities to become secondary.(CARDOSO; MUZETTI, 2007). From these discussions, we realize that the term cultural diversity can unveil specificities associated with certain groups that make up our species. Among these characteristics, we can list, among others, ethno-racial, sexual, gender, religious, and demographic diversity, in order to characterize and give visibility to minority groups usually invisible or discriminated against from a standardizing conception of the patriarchal, heterosexual, cisgender, and European world, which has historically dominated the production of discourses and meanings in the collective context.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792671Despite the quite evident characteristics of cultural diversity, it is not only perceived in a visual way, it can be manifested internally and individually. Moreover, Gomes (2012, p. 2, our translation) reports that "[...] to talk about cultural diversity is not only about recognition, but means to think about the relationship between the self and the other. It is important to reflect on how these relations are configured: if they are fair, equitable, and communitarian, or of oppression, exclusion, and silencing. In this way, we realize that cultural diversity can be identified in the formation of singularities and othernesses, that is, in the recognition of my individuality and that of others around me. It is from this variability that Gomes (2012) emphasizes the need for a more critical and political look at multiculturalism, for then, differences will be respected in their specificities and have equitable guarantees of social rights.Therefore, it is understood that the formation of identity and cultural diversity is configured in a dynamic process of association between the self and the other, which is different from me, thus making it possible to discuss more diplomatic relations, not only with our own species, but also with other species on the planet, opening precedents for a more balanced coexistence(FURTADO, 2016; PAGAN, 2020).It is also assumed that gender and identity characteristics, living in urban or rural areas, special needs, ethnicity and religious beliefs, family configurations, income and educational background, may reflect singularities, depending on the context in which they are identified and discussed. And these, in turn, may reveal characteristics that configure sociocultural diversity.Considering the complexity of perceiving individualities, we chose to follow an identification system similar to the one used by Santana (2017), who described some singularities of biology undergraduates from sociodemographic characteristics. In our case, these characteristics will be those of Brazilian minority groups, which besides presenting markedly characteristic subjectivities, are in constant internal and social conflict of identity affirmation.These social, cultural and subjective specificities would be biographical traits that make us unique in the world, and these ways reflect in the various environments we live, including the academic, which guides, for example, the ways in which we relate to colleagues, teachers and our learning processes (SANTANA; PARANHOS; PAGAN, 2017).Santana (2017), from the association of singularities and inclusive innovation of undergraduates in Biological Sciences, came to the conclusion that our subjectivities, while differentiating us from other citizens, can provide a broader understanding of the world around
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792672us, enhancing our intrapersonal and interpersonal relationships, which can be effective in cultural relations and more solidary associations with nature and living beings.We seek, then, not only to think about characteristics that describe undergraduate biology students and teachers, but also to understand the relations of sensitivity that such students develop in relation to other minority groups, in an attempt to interpret whether certain profiles of uniqueness and sociocultural receptivity relate to greater recognition of interspecific otherness, and move towards more biocentric ideas in the perception of other species.Biological and cultural diversity in science and biology teacher education: some approachesThe aspect of diversity concerns the difference, which is not limited to those that are externally visible, but also to those that are more internal, which can be observed in a systematic way, and those that are being built throughout the history of social relations (GOMES, 2012). From this point of view, we can, for example, perceive in a visible way the cultural diversity of traditional peoples, or seek to understand processes of racism and discrimination of certain subjects from the analysis of their speeches, as wellas reflect on how historical processes have proposed the silencing and marginalization of various groups. Individual and collective particularities are not equally respected, since, socially, there is a patriarchal heteronormative standard of whiteness that tends to control or exclude everything that is different from it. In this logic, straight white men can be considered more "human" than women, homosexuals, traditional peoples, and blacks, and this has reflected in the forms of domination, exclusion, and enslavement present in the Brazilian formation. In parallel, animality brings this same distinction, bringing a vertical graduation of human beings and non-human beings, in which the former are falsely located in a level considered superior (INGOLD, 1995; PAGAN, 2020).When discussing nature and culture as a principle of social classification, Pérez, Moscovici and Chulvi (2002) present the idea that some social groups are more integrable to the map of humanity than others, that is, animality would be derived from the natural, wild and instinctive, while culture to civility, to reasoning. This panorama has influenced the discrimination processes, which are predominantly presented in a latent form, not very manifest, and, for this reason, they argue that the understanding of social representations (social and collective individualities) would be more appropriate to understand these exclusion processes(PÉREZ; MOSCOVICI; CHULVI, 2002).
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792673Thus, we agree with Marin (2020, p. 7, our translation), that there must be the overcoming of the opposition of differences, which stimulates exclusive processes of identities and cultures, being necessary the proposition of "[...] a logic of interaction with other beings that does not fall into a naive naturalistic view [...]", and that enables the coexistence of all forms of life. This coexistence has been widely debated in multiculturalist and interculturalist discussions. Multiculturalism defends plurality, heterogeneity, as a way to oppose the uniformity imposed by dominant groups. Its main features are linked to the right to differences, tolerance, democracy, and social justice. Readapting these items, interculturality proposes, in addition to respect and recognition of pluralities, coexistence and cultural interaction through dialogue (LOPES, 2012). As a particular expression of biological diversity, cultural diversity enables a greater scope of explanation for the former. The preservation and conservation of natural elements can be more effective if there is "[...] community empowerment [...], empowerment of all -including women and children [...] and care for the environment that sustains local livelihoods" (LIBÂNEO, 1994, p. 4, our translation). In addition, Libâneo (1994) highlights proposals for intervention that seek to investigate ethnoecological perceptions, whose investigations are capable of broadly perceiving the diversity of ecological processes, as opposed to a single model of environmental approach.Although Brazilian society presents great pluralism, and this multiplicity is foreseen in normative documents, there is a lack of effective actions that tend to distance theory from practice. An example of this is the constant struggles of Brazilian indigenous communities for the demarcation of lands, in opposition to government projects that affect traditional territories, resulting from mining activities, often illegal, and the expansion of agriculture and cattle raising. Considering also the intrinsic relationship between democracy and plurality, intertwined with the right to exercise difference, we understand that cultural diversity can provide subsidies for the discussion of eco-social relations, including with other species of living beings, recognizing their otherness. Education is, without a doubt, one of the main tools to face sociocultural problems; this includes environmental ones, in which the biological diversity crisis is included. Besides defining the relevance of classifying and quantifying living things, discussions related to biodiversity need to address social, cultural, economic, political, and ethical aspects, thus increasing the scope for solving the associated crisis. In the literature indicated in higher education training courses that cover the theme of variability of livingthings, it is notable that most present these conceptions focused on a
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792674scientific/biological strand, in which specific, genetic, and ecological analyses are presented. In contrast, studies on the perception of undergraduates have shown the wide variety ofmeanings identified with regard to biodiversity, referring to their personal and community experiences with nature (FAUSTINO; ROBERTO; SILVA, 2017; KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003; SANTOS; SANTOS; PAGAN, 2021) these can offer rich formative subsidies, even when they do not meet the requirements of the hegemonic Western scientific perspective. In this sense, the proposition of an education for biodiversity presupposes the application of scientific concepts, with the association of individual and collective particularities, present in cultural diversity, with a view to the preservation and conservation of the natural balance, provided by the variability of beings. It can also be justified by the approximation of biological diversity with the services and uses related to human activities, from a socio-environmental perspective(KAWASAKI; OLIVEIRA, 2003). The school, and consequently the other formative environments, were initially established for equality: reproduce standardized scientific knowledge, requiring students to use almost exclusively cognitive skills (TACCA; GONZÁLEZ-REY, 2008). However, these homogeneous didactics find in the heterogeneous cultural subjectivity of students a barrier that, even today, is difficult to overcome. In this case, undergraduate students feel challenged to incorporate subjective items in their students' learning, but need a training that gives them support for such.It can be noticed that these subjects enter the university with individual and/or collective experiences of their ownpersonal formative process, which are generally relegated to the background due to a historical standardization that exalts scientific knowledge over all others. On the other hand, in the pedagogical part of the training, the future teacher is oriented totake into consideration the previous concepts that his students may have. This contradictory didactics hinders the development of a consistent pedagogical practice, which meets the objectives of a science teaching for citizenship. Considering the subjectivity of the teacher in training, it is impossible to separate his perceptions from his sociocultural insertion. It is in this sense that the conceptions of biological diversity are constructed, taking into account what is learned and what is lived. Thus, a more comprehensive perspective that also involves the individual, social, and cultural attributes of human life in the educational environment can help improve the relationship between human beings and nature, as well as identify means that dimension theconservation and preservation of natural elements, and ecologically sustainable practices.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792675Biocultural and biocentric approaches to biodiversityAs a way to approach the discussions between biological diversity and culture, we present the biocultural and biocentric approaches, and then discuss the possibility of inserting integrative, disintegrative, biocentric, and anthropocentric elements to analyze the perceptions of biology undergraduates, moving towards the point that we defend as fundamental in this article, the interspecific alterities as a key element for the deepening of equitable relationships among diversities.The proximity that individuals and communities have to nature shapes their environmental perceptions, practices, and thoughts. Thus, biological diversity may involve not only the quantification of living organisms, in biological terms, but also economic aspects, due to the removal of elements that are essential for human survival; ecological, due to its role in regulating the physical and chemical balance of the biosphere; ethical, which entails the human duty not to degrade the other forms of life on the planet (LÉVEQUE, 1999, p. 14-16); political, due to the responsibility of the people for the environment. 14-16); political, for the responsibility of nations to implement sustainable management modes of biodiversity (BRASIL, 1998); sociocultural, by understanding the unique relationships that individuals and communities have with nature (DIEGUES; ARRUDA, 2001; TOLEDO; BARRERA-BASSOLS, 2015), among others.From this, we see the possibility of treating it under different aspects, which seem to start from the same basic principles, but may diverge in terms of the means and ends to which they are intended. Based on the analysis of Santos, Santos, and Pagan (2021), two other approaches that have emerged are: the biocultural, in which there is recognition of the various forms of connection of social groups with the environment, emphasizing the most sustainable experiences of use of natural elements; and the biocentric, whose bases highlight the essentiality of rethinking the position of our species towards others, based on ethical precepts of equitable rights to life and survival.In general, the biocultural and biocentric perspectives of biodiversity, as classified by Santos, Santos, and Pagan (2021), emphasize that there is no possibility of dealing with coexistence relations, conservation, and protection of other species and the planet as a whole without including the human being, a social being, endowed with subjectivity and interrelationships, who carries with him his unique cultural, political, and economic elements, among others. Moreover, they are based on sociological and anthropological perspectives,
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792676reflecting how the means of sociocultural development of the human species shape the ways of treating the environment and living beings.Biocultural anthropology focuses on the relationships that individuals have with their environments; in this context, culture shapes the adaptive, political and behavioral forms of people (LENDE, 2013). From this perspective, bioculturalism, when associated with biological diversity, can be proposed along the lines that rural and traditional communities generally have more harmonious and respectful relationships with living beings, leading to more sustainable practices, for example. In this approach,two opposing elements are present: integrators and disintegrators. These can indicate whether the representations of nature and living beings incorporate human practices. Responding positively to this incorporation, we say that there are integrative ideas. Positioning themselves negatively, we find conceptions that bring the separation between human kind and nature, between urban and rural environments, among other dichotomies. In his work, Diegues (2008) seeks to overcome this proposal of untouched and wild nature, defended by preservationist scholars, by arguing that the human species and its sociocultural contexts are integrated to biodiversity.The richness of Brazilian socio-biodiversity illustrates these varied interrelations. Local traditional communities, for example, due to their ethical precepts, expressed in their beliefs and practices, are able to coexist with other living beings, in relatively high human concentrations, with minimal impact rates, and can even provide biocultural restorations (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). These restorations reinforce the close relationship between biological and cultural diversity, in which farming practices, for example, based on ethnoecology, favor "[...] the preservation of culture and ethnoscience, of natural agroecosystems, and of the genetic resources of local crops" (PRIMACK; RODRIGUES, 2001, p. 284, our translation). However, Toledo and Barrera-Bassols (2015) point out that these local perceptions have been labeled outdated and unfounded by the techno-scientific and economic rationality of development; the rural and its conceptions have thus become irrelevant to the vision of large-scale urban progress.Despite the notable contributions of the biocultural perspective, we propose the essentiality of a biocentric approach, considering equity as a fundamental value of the relationship among living beings and between living beings and nature. This equitable ethic is about recognizing the uniqueness of all species and presupposes the recognition of their interspecific otherness.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792677The biocentric approach is designated here based on the perspective of equitable ethics. For this, we first base ourselves on the propositions of Ingold (1995), who presents the human species as just one more among the countless existing on the planet. In an anthropological thought, he defends the overcoming of the historical dichotomy between "humans and animals" to establish new relational meanings among all species on the planet, respecting the existing diversities (INGOLD, 1995).Biocentric thinking also proposes a nature with "[...] value in itself, in an attempt to rescue the essential ethical imperative" (LEVAI, 2011, p. 12, our translation), that is, the perception of the intrinsic value of living beings encourages the change of thoughts and habits of human indifference about them and advocates the right to live and survive for all, preaching equity as a way to achieve environmental justice. From the discussions about nature knowledge and humanity's self-knowledge and alterity relationships with other living beings, Pagan (2018, p. 75), from a biocentric perspective, which we advocate here, states that "[...] teaching about nature starting from self-knowledge and ethno-knowledge, can be much deeper and more effective for student learning." In this way, biology teacher education and science teaching can give due attention to the subject that learns and teaches at the same time, also reinforcing the need to include non-cognitive aspects of learning, such as the affective element (PAGAN, 2018).To this end, it is essential that we seek to admit the interspecific alterities as a sustaining element of biocentrism. These reinforce that thehuman species is just one among many others that inhabit the planet. Despite this, it is remarkable how much we define, based on natural differences, those who have greater or lesser right to life; this is how, throughout history, we have excluded from the "highest level" of species the black community, indigenous people, women, "consumer animals", among many other groups. Aware of the unique perspectives of all living beings, it is crucial that teachers in training have the sensitivity to perceive and understand them, so that their practices provide the inclusion of these particularities, as well as their perceptions of the world. Therefore, we point out the importance of a more humanized education for biodiversity, in the sense of recognizing the sociocultural experiences that they have with living beings, and how these practices relate to thoughts and actions towards the environment in general, recognizing equity as a fundamental value in the construction and respect for otherness involving the species that inhabit this planet, in addition to trying to solve discriminatory, authoritarian, and intolerant processes.
image/svg+xmlBiological and cultural diversity in biology teacher formation: Any relation?RIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792678Final remarksIn this way, we consider that individual and social characteristics can shape the ways of relating to other living beings, as long as they conform to both the consideration of social otherness among the members of our species, as well as interspecific ones, which consider a biocentric ethic in the relationship with the living world. In this context, characteristicsthat sometimes appear to students as traits that give them an abnormal status, in fact grant them special abilities that allow them to see the world from specific and innovative points of view. This need for a more humanizing teacher education is relevantin themes such as biological diversity, especially when combined with the environmental issue, due to the need for awareness and engagement of individuals in effective sustainable practices and the resistance of local knowledge and practices.We also propose that the recognition of the relations between particularities/collectivities and the themes related to the variability of living beings helps in the process of social emancipation of the teacher in training, since, when entering the academic environment, he/she sees him/herself in a place that inspires the development of cognitive skills for scientific thoughts and practices. As for the biocultural and biocentric approaches, they present efficient possibilities of approximation between biological and cultural diversity, through the analysis of individual, socio-historical and natural conformations. However, the biocentric perspective innovates by proposing equity, which, based on the recognition of the interspecific alterities of living beings, opens the way for the construction of an education that recognizes the rights of other species on the planet and provides for (re)connection, (re)integration, and diplomatic coexistence.
image/svg+xmlIsabela Mayara dos SANTOS andAlice Alexandre PAGANRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2664-2683, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.160792679REFERENCESBARBIERI, E. Biodiversidade:A variedade de vida no planeta terra. São Paulo: PESCA, 2010. Available at: https://www.pesca.sp.gov.br/biodiversidade.pdf. Access on: 17 Apr. 2021.BONONI, V. L. R. Biodiversidade. São Paulo: SMA, 2010.BRAZIL. Decreto n. 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Available at: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2519.htm. Access on: 17 Apr. 2021.BRAZIL. Convenção da diversidade biológica. Cópia do Decreto Legislativo no. 2, de 5 de junho de 1992. Brasília, DF: MMA, 2000. Available at: https://www.gov.br/mma/pt-br/textoconvenoportugus.pdf. Access on: 21 May2021.CARDOSO, D. M. Dimensões, centralidade e transversalidade da cultura. In: CARDOSO, D. M.; LIMA, S. M. S.; FERNANDES, S. C. L. Diversidade Cultural e Desenvolvimento.Belém: Assessoria de Educação a Distância UFP, 2014. Available at: https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/107219/mod_resource/content/0/eixo_2_diversidade_cultural_e_desenvolvimento/Book_Curso_de_Gesta_o_Cultural_revisao02_final.pdf#page=17. Access on: 01 Nov. 2021.CARDOSO, S. M. V.; MUZZETI, L. R. As dimensões da diversidade cultural brasileira. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 1, p. 1-11, dez. 2007. Available at: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/451. Access on: 04 Nov. 2021.CARMO, C. M. Grupos minoritários, grupos vulneráveis e o problema da (in)tolerância: Uma relação linguístico-discursiva e ideológica entre o desrespeito e a manifestação do ódio no contexto brasileiro. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 64, p. 201-223,ago.2016. Available at: https://www.scielo.br/j/rieb/a/gjKScQCrZpKtyM6mHz7S38g/?format=pdf&lang=pt. Access on: 29 May2021.DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas Brasileiras USP/Hucitec, 2008.DIEGUES, A. C.; ARRUDA, R.S.V. (org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2001.FAUSTINO, M. T.; ROBERTO, E. C. O.; SILVA, R. L. F. Utilizando um mural digital para investigar significados da biodiversidade apresentados por professores (as). In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE INVESTIGACIÓN EN DIDÁCTICA DE LAS CIÊNCIAS, 10., 2017, Sevilla. Anais[...]. Sevilla, 2017. Available at https://ddd.uab.cat/pub/edlc/edlc_a2017nEXTRA/22._utilizando_um_mural_digital_para_investigar_significados_da_biodiversidade.pdf. Access on26 Apr. 2021.FERREYRA, N. C. C. A análise da convenção sobre a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais. In: ENCONTRO NACIONAL DA ABRI, 3., 2011, São Paulo.
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