RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 1
EDUCAÇÃO ESCOLAR DO PARAGUAI: ORGANIZAÇÃO, GÊNERO E
DOCÊNCIA MASCULINA
EDUCACIÓN ESCOLAR EN PARAGUAY: ORGANIZACIÓN, GÉNERO Y DOCENCIA
MASCULINA
PARAGUAY EDUCATION: ORGANIZATION, GENDER AND MALE TEACHING
Beatriz Gouvea LOPES1
e-mail:beatrizgouvealopes2016@gmail.com
Josiane Peres GONÇALVES2
e-mail: josianeperes7@hotmail.com
Como referenciar este artigo:
LOPES, B. G.; GONÇALVES, J. P. Educação escolar do
Paraguai: Organização, gênero e docência masculina. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18,
n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16155
| Submetido em: 22/01/2022
| Revisões requeridas em: 05/02/2022
| Aprovado em: 12/10/2022
| Publicado em: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Naviraí MS Brasil. Licenciada em Pedagogia.
2
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria RS Brasil. Professora. Pós-doutorado em
Educação (PUCRS).
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 2
RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo identificar e analisar o que foi publicado em
forma de livros e artigos científicos no Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior (CAPES) sobre o primeiro nível da educação
pública paraguaia, com ênfase para as relações de gênero, mais especificamente sobre a
docência masculina no Paraguai. O trabalho, de natureza qualitativa, mostrou em seus
resultados que o professor homem inicialmente era presença predominante na docência do
Paraguai, porém este fator foi mudando ao longo dos anos, com o direito ao acesso à
educação para as mulheres. Houve a feminização do magistério, e atualmente à docência
masculina está em maior proporção na zona rural. Até o momento de finalização do presente
estudo foi percebida a ausência de referenciais teóricos que abordem à docência masculina no
país.
PALAVRAS-CHAVE: Educação paraguaia. Gênero dos docentes. Professores homens.
RESUMEN: El objetivo de la investigacíon fue identificar y analizar lo publicado en forma
de libros y artículos científicos en el Portal de Periódicos de la Coordinación de
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES) sobre el primer nivel de la
educación pública paraguaya, con énfasis en las relaciones de género, más específicamente
sobre la docencia masculina en Paraguay. El trabajo cualitativo arrojó en sus resultados que
el docente varón fue inicialmente una presencia predominante en la docencia en Paraguay,
pero este factor ha ido cambiando a lo largo de los años, con el derecho de acceso a la
educación de las mujeres. Hubo la feminización de la docencia, actualmente la docencia
masculina es en mayor proporción en las zonas rurales. Al momento de culminar el presente
estudio, se percibió la ausencia de referentes teóricos que aborden sobre la docencia
masculina en el país.
PALABRAS CLAVE: Educación paraguaya. Género de los docentes. Profesores varones.
ABSTRACT: This research aimed to identify and analyze what was published in the form of
books and scientific articles in the Portal of Periodicals of the Coordination for the
Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) about the first level of Paraguayan
public education, with emphasis on gender relations, more specifically on male teaching in
Paraguay. The qualitative work showed in its results that the male teacher was initially a
predominant presence in teaching in Paraguay, but this factor has changed over the years,
with the right to access education for women. There was the feminization of teaching,
currently, male teaching is in greater proportion in rural areas. By the time of completion of
the present study, the absence of theoretical references that discuss male teaching in the
country was perceived.
KEYWORDS: Paraguayan education. Gender of teachers. Male teachers.
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 3
Introdução
O presente estudo teve como foco realizar um levantamento bibliográfico sobre o que
se tem publicado a respeito da educação paraguaia, com enfoque para as questões de gênero
dos docentes, a fim de apresentar, discutir e analisar as produções que abordam o primeiro
nível da educação do Paraguai.
Posto isto, é importante entendermos inicialmente como são divididos os níveis da
educação escolar do Paraguai para facilitar a compreensão, uma vez que difere da educação
brasileira. Ao abordar sobre a organização escolar paraguaia, Roesler (2017) destaca que em
1994 ocorreu uma proposta de reforma educacional, que se materializou na Lei Geral da
Educação 1.264/1998 (PARAGUAY, 1998), a qual estabelece que em todo o país a educação
formal está estruturada em três níveis, a saber:
[...] o primeiro corresponde à educação inicial e à educação escolar básica, o
segundo se constitui pela educação média e o terceiro compreende o ensino
superior. Quanto ao primeiro nível, que é constituído pela educação inicial,
compreende dois momentos: um que se estende até os três anos e o outro até
os quatro anos. Também conforma esse nível a educação escolar básica que
é organizada em nove anos, obrigatória e gratuita nas escolas públicas com a
inclusão do pré-escolar (ROESLER, 2017, p. 146).
Segundo Rivarola (2000), com a mais recente reforma na educação paraguaia, o
desenvolvimento educacional foi visto como a universalização da educação primária e
progresso em direção a níveis mais altos de educação secundária. Anteriormente, a educação
das crianças até sete anos era vista como obrigação de suas respectivas famílias.
Dando continuidade ao assunto, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) do
Paraguai incorporou a pré-escola como parte da educação formal, que se distingue em
diferentes níveis: o estágio materno (0 a 2 anos); jardim de infância (3 a 4 anos) e pré-escola
(5 anos). A educação escolar básica gratuita e obrigatória tem nove anos de duração, que são
divididos em três ciclos de três anos cada um (MEC, 2008). Esta divisão será mais bem
apresentada na tabela a seguir:
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 4
Tabela 1 Níveis da educação pública do Paraguai
Fonte: Paraguay (2014)
Por meio da Tabela 1, observamos que o Cine 0, Cine 1 e Cine 2, assim como as
idades equivalentes a cada ciclo, correspondem ao Primeiro Nível da Educação Pública
Paraguaia. Percebemos também que houve uma atualização nessas divisões, uma vez que o
nível inicial compreende o maternal 2, maternal 3, jardim e pré-escola. O primeiro ciclo
corresponde ao primeiro grado, segundo grado e terceiro grado. O segundo ciclo corresponde
ao quarto grado, quinto grado e sexto grado. Fazem parte do terceiro ciclo da educação básica
o sétimo grado, oitavo grado e nono grado. O denominado bacharelado corresponde ao
primeiro ano, segundo ano e terceiro ano do que seria o ensino médio no Brasil.
Diante do exposto, tendo em vista o objetivo deste estudo, foram encontradas
publicações com as estatísticas de professores da educação básica, assim como alguns
arquivos que discutem sobre as relações de gênero e a feminização do magistério, que antes
era composto em sua maioria por professores homens, realidade que mudou ao longo dos
anos.
Nesta perspectiva, a pesquisa tem como objetivos específicos: a) realizar buscas no
Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) para identificar as publicações acerca do primeiro nível da educação pública do
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 5
Paraguai; b) analisar se as publicações relativas à educação escolar do Paraguai apresentam
discussões sobre as relações de gênero, mais especificamente sobre o processo de feminização
do magistério e atuação de professores homens com crianças. Mediante o exposto, buscamos
responder os seguintes questionamentos: Quais representações de gênero se fazem presentes
no grupo docente das séries iniciais do ensino fundamental no Paraguai? Qual o percentual de
professores homens? Como ocorreu o processo de feminização do magistério? Quais foram os
aspectos históricos marcantes em relação às discussões de gênero? São estas indagações que
pretendemos responder no decorrer da pesquisa.
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste estudo se ampara no campo da
pesquisa qualitativa, por se tratar de uma abordagem que mais se adequa para o alcance dos
objetivos aqui apresentados. Assim, feito um levantamento nas bases de dados digitais, para a
revisão bibliográfica destes escritos foram utilizados os estudos de Rivarola (2000), que
contribuiu para a compreensão da reforma educativa do Paraguai; Ferreira (2004) e Rossi
(2008, 2015), que contribuíram com suas discussões sobre a formação docente e questões de
gênero no Paraguai; dados quantitativos que encontramos no site do MEC Paraguai (2009),
Ortolan (2010), Gonçalves e Carvalho (2016), entre outros, que discutem sobre aspectos
históricos acerca da educação paraguaia, gênero e docência.
Este trabalho traz inicialmente uma breve apresentação e discussão de aspectos
históricos que envolvem o acesso de homens e mulheres à educação, assim como seu ingresso
no magistério. Em seguida, mostramos e analisamos dados quantitativos sobre a presença de
professores homens e mulheres na educação paraguaia, com enfoque para o primeiro nível,
inclusive a formação que estes professores possuem, dando seguimento com as conclusões
finais.
Discutir sobre esta temática é relevante para que possamos entender os processos que
se fazem presentes na educação paraguaia quanto às relações de gênero, visando compreender
o fator que ocasionou a predominância das mulheres no espaço da docência, como também
buscar contribuir com o referencial teórico a respeito do assunto, visto que não foram
identificadas até a finalização da pesquisa publicações que discutem sobre as práticas de
professores homens no primeiro nível da educação paraguaia, fator que mostra o limitado
estudo que o país possui sobre as questões de gênero e prática docente.
Por fim, objetivamos contribuir com o referencial teórico que discute o assunto, assim
como promover maior visibilidade e discussão sobre gênero e docência masculina nas escolas
do Paraguai, destacando aqui o professor homem que leciona no primeiro nível da educação
básica.
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 6
Metodologia
Para o desenvolvimento deste estudo utilizamos a abordagem de pesquisa qualitativa;
quanto à natureza, podemos classificá-la como uma pesquisa de caráter analítico. Quando
pensado no desenrolar do processo investigativo, pode vir a ser conduzido por diferentes
caminhos, devido aos resultados das pesquisas (GODOY, 1995). Nesta perspectiva, o objetivo
deste estudo é mapear a produção do conhecimento científico sobre as relações de gênero
presentes no primeiro nível da Educação Básica do Paraguai, realizando a discussão e análise
do referencial bibliográfico encontrado nas bases de dados de diferentes plataformas digitais:
sites, revistas, livros, artigos, teses e dissertações que abordam a temática.
Para este artigo, selecionamos a metodologia de pesquisa qualitativa em educação de
caráter analítico, a fim de alcançar o objetivo proposto pelo estudo, em que nos concentramos
na busca por referenciais bibliográficos que discorrem sobre a educação paraguaia, discutindo
também as relações de gênero nestes espaços. Deste modo, trazemos Bogdan e Biklen (1994,
p. 195), que afirmam:
[...] os investigadores qualitativos dispõem-se a recolha de dados
quantitativos de forma crítica. O investigador qualitativo tende a virar o
processo de compilação na sua cabeça perguntando-se o que os números
dizem acerca das suposições das pessoas que os usam e os compilam.
Neste sentido, trazemos o estudo de Godoy (1995, p. 21), por salientar que [...] um
fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte,
devendo ser analisado numa perspectiva integrada”. Além disto, foram realizadas pesquisas
documentais nas bases digitais do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e do Governo do
Paraguai, onde foi possível localizar dados quantitativos acerca dos professores que lecionam
na educação básica paraguaia, enfatizando o gênero destes docentes, proporcionando um olhar
crítico, reflexivo e comparativo entre a porcentagem de homens e mulheres que seguem esta
carreira profissional.
Destarte, a partir do direcionamento e modos operantes desta pesquisa, colocamos
nossos esforços na leitura e categorização dos referenciais encontrados, selecionando os focos
investigativos, a fim de traçar um quadro analítico sobre a discussão que nos propusemos
fazer neste trabalho.
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 7
Aspectos históricos acerca da educação paraguaia: Um olhar para as
questões de gênero
De início, é importante entendermos como se deu o processo de educação dos homens
e mulheres paraguaios(as) ao longo da história, para que pudessem alcançar o magistério,
tendo em vista que é impossível desvincularmos os estudos da docência das relações de
gênero, que em seguida serão aqui apresentadas. Isto posto, Ferreira (2004) enfatiza que para
que possamos compreender esta profissão, precisamos reconhecer e entender como ocorrem
as transformações sociais, que permitiram de forma gradativa o ingresso das mulheres na sala
de aula, antes como alunas, para depois retornarem como professoras, uma vez que esta era
uma oportunidade desde o princípio voltada para o homem.
Sobre este aspecto, Enciso (2014) aponta que no Arquivo Nacional do Paraguai há
documentos que comprovam que Lázaro Lopes foi designado em 1596 como professor para
ensinar crianças: ele seria o primeiro professor conhecido no século XVI. Na época, a
educação era apenas para os meninos; as meninas eram proibidas de estudarem em escolas de
meninos, e dessa forma, elas cresciam analfabetas. No mesmo século, as ordens religiosas dos
Mercedários, Jerônimos, Franciscanos, Dominicanos e Jesuítas adentraram o país, e por falta
de instrutores eles eram os professores do processo educacional. Os professores até o século
XVIII eram religiosos ou de formação religiosa civil.
Ademais, dentre os professores pioneiros que se dedicaram ao ensino do povo
paraguaio temos José Gabriel Téllez, nomeado professor em 1802, e o argentino Juan Pedro
Escalada, que lecionou de 1807 a 1869. Devido a falta de professores, o Conselho Superior do
Governo recomendou o uso do método Lancasteriano, no qual os alunos mais avançados e
instruídos ensinavam os iniciantes (ENCISO, 2014)
Dando continuidade, por volta da década de 1860, em um momento pré-Guerra no
Paraguai, a taxa de alfabetização dos homens era considerável, a escola gratuita e obrigatória
era destinada aos meninos, sendo elevada a níveis superiores, enquanto as mulheres eram
analfabetas. Contudo, com o passar dos anos esta situação se modificou: foi desenvolvido um
novo programa escolar em um contexto, agora, pós-Guerra (a partir de 1870), em que a
imprensa anuncia a criação de uma escola exclusiva para meninas, sendo inaugurada a
princípio em Assunção, na capital, a chamada Escuela Central de Niñas (Escola Central de
Meninas). Esta escola exclusiva para meninas trazia uma diferença no ensino, sendo
caracterizada, segundo Ortolan (2010, p. 96), como:
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 8
[...] uma escola de refinamento cultural, preocupando-se muito mais em
torná-las damas aptas ao convívio social, virtuosas e polidas, de tal forma
que pudessem educar bem seus filhos. [...] Concretizando, pois, não um
projeto de formação pessoal, mas os propósitos educativos e de moral social
que a sociedade do pós-Guerra almejava.
Neste período a educação representava o progresso, a evolução da sociedade, era
importante que as mulheres também fossem instruídas, porém, em um modelo aceito pela
sociedade, associado ao processo de regeneração para o povo paraguaio, a fim de inserir o
país nas nações modernas (ORTOLAN, 2010).
O processo de acesso à educação das mulheres passou por muitos desafios, ainda
assim, poucas tiveram acesso ao ensino superior. No século XIX as portas para esta etapa dos
estudos foram abertas através do exercício do magistério. Dentre as professoras, receberam
destaque as irmãs Adela e Celsa Speratti, que apesar do ensino ser precário, ensinaram e
formaram muitas moças na capital e cidades próximas. Neste sentido, Ortolan (2010, p. 99)
destaca ainda que “a primeira escola graduada para meninas foi a Escola de Mestres que, mais
tarde, em 1896, no governo do Presidente Juan Bautista Egusquiza, daria origem a Escola
Normal de Mestras. Segundo o Anuário Estadístico de 1887, dos 448 educadores, 33% (148)
eram mulheres”.
Acrescentando-se aos aspectos mencionados, dados do MEC (2009) que trazem o
número de estudantes homens e mulheres que ingressaram em cursos de formação para a
profissão docente mostram que houve um aumento significativo das mulheres na procura pelo
magistério, como apresentado na tabela abaixo:
Tabela 2 Proporção de estudantes matriculados na formação docente segundo gênero
GÊNERO
GÊNERO %
TOTAL
TOTAL
Município
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Asunción
422
707
37,4
62,6
1.129
31,1
Concepción
55
98
35,9
64,1
153
4,2
San Pedro
114
183
38,4
61,6
297
8,2
Cordillera
62
71
46,6
53,4
133
3,7
Guairá
107
176
37,8
62,2
283
7,8
Caaguazú
106
208
33,8
66,2
314
8,7
Caazapá
67
101
39,9
60,1
168
4,6
Itapúa
25
73
25,5
74,5
98
2,7
Misiones
-
11
-
100,0
11
0,3
Paraguarí
84
125
40,2
59,8
209
5,8
Alto Paraná
34
86
28,3
72,7
120
3,3
Central
97
228
29,8
70,2
325
9,0
Ñeembucú
41
74
35,7
64,3
115
3,2
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 9
Amambay
6
38
13,6
86,4
44
1,2
Canindeyú
34
33
50,7
49,3
67
1,8
Pdte. Hayes
29
44
39,7
60,3
73
2,0
Boquerón
15
72
17,2
82,8
87
2,4
TOTAL
1.298
2.328
35,8 %
64,2 %
3.626
100 %
Fonte: Adaptado de Paraguay (2013)
Percebe-se então que as mulheres foram ganhando espaço na docência, começando a
crescer o número de professoras mulheres em um espaço que era predominantemente ocupado
por homens, representando aproximadamente o dobro do número de ingressantes homens.
Foram traçados caminhos mais equitativos de acesso à educação no final do século
XIX, com a Ley General de Educación do Paraguay nº 1.264 de 1998: de acordo com ela toda
a população tem o direito à Educação, e o Estado deve criar condições e oferecer uma
educação de qualidade para todos (PARAGUAY, 1998). No entanto, fazendo uma analogia à
educação de homens e mulheres na zona urbana e rural, Rossi (2008, p. 03, tradução nossa)
afirma que As mulheres têm menos anos de estudo do que os homens. Um homem do setor
urbano tem o dobro de anos de estudo que uma mulher do setor rural enfatizando, assim, que
ainda existe desigualdade no acesso das mulheres do setor rural à educação escolar.
Portanto, é importante destacarmos aqui o que enfatiza Rabelo (2013, p. 05) sobre as
discussões de gênero: “os estudos de gênero são importantes para a análise da presença dos
homens em atividades socialmente consideradas femininas, pois o trabalho desses
profissionais entra em conflitualidade com as expectativas e pode mostrar exceções aos
padrões de gênero”. Ou seja, ela nos convida a refletir sobre o trabalho destes profissionais,
compreendendo que a presença de professores homens neste espaço exerce uma quebra aos
padrões, com suas particularidades. Muitas vezes, por haver a predominância de mulheres no
ensino de crianças, os meninos estão expostos a menos professores do sexo masculino,
consequentemente, eles podem reforçar a ideia em sua cabeça de que as profissões que
existem mais mulheres são tipicamente femininas.
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 10
A presença masculina e feminina no magistério do primeiro nível da
educação paraguaia: uma abordagem quantitativa
No Brasil o magistério é considerado uma profissão feminina devido ao número de
professoras que atuam na área da Educação, o que não é muito diferente da realidade do
Paraguai, como pontuado anteriormente. Com o passar do tempo, esta profissão passou a ser
vista como sendo mais adequada para o público feminino, sendo associada às habilidades
maternas, desconsiderando o processo de formação profissional de cada indivíduo. Estes
fatores se caracterizam como representações sociais que influenciam o modo de pensar e o
comportamento das pessoas que se encontram inseridas em determinados contextos da
sociedade (GONÇALVES; CARVALHO, 2016).
Ainda de acordo com estas autoras, o magistério foi uma profissão inicialmente
masculina, em que apenas homens estudavam e ensinavam. Porém, ao longo do tempo, com a
associação das características femininas e outros fatores à profissão docente, as mulheres
começaram a entrar no mercado de trabalho e a exercer esta profissão, o que é chamado por
muitos autores de processo de feminização do magistério ou desmasculinização do
magistério, para outros.
Tendo isto em vista, toda profissão quando se feminiza sofre um processo de
desvalorização, com diminuição de salário, por exemplo. Neste sentido, trazemos Rossi
(2008, p. 5, tradução nossa), que afirma este aspecto: Historicamente, tem-se mostrado que
as atividades, áreas de estudo, setores de poder e trabalho feminizados tendem a sofrer uma
desvalorização social que se manifesta tanto no nível de remuneração quanto nos ramos de
atividade onde predominam as mulheres.
A partir desta perspectiva, Rossi (2008) questiona sobre o que pode estar acontecendo
com a formação de professores, pois no ensino primário do Paraguai, no início dos anos 2000,
quando realizou seus estudos, percebeu que a maioria dos docentes eram mulheres: 84% do
corpo docente era predominante feminino e apenas 16% masculino. no nível médio, esta
porcentagem cai para 65%, enquanto a masculina sobe para 35% (ou seja, as porcentagens se
alternam de acordo com o nível de ensino).
Martins, Rios e Vieira (2016) ampliam nossos olhares a fim de que possamos
compreender como se dão as relações de gênero no âmbito educacional, assim, se faz
necessário entendermos que ela é permeada pelo gênero e que precisamos pensar sobre as
construções sociais e culturais do masculino e feminino. Quanto a estas construções, que
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 11
definem as relações entre as pessoas, Vianna (2001) ressalta que perduram vários estereótipos
sobre os homens e mulheres, dentre os quais:
[...] agressivos, militaristas, racionais, para eles; dóceis, relacionais, afetivas,
para elas. Em decorrência, funções como alimentação, maternidade,
preservação, educação e cuidado com os outros ficam mais identificadas
com os corpos e as mentes femininas, ganhando, assim, um lugar inferior na
sociedade, quando comparadas às funções tidas como masculinas
(VIANNA, 2001, p. 13).
Face ao exposto, de acordo com Bravo (1994), nem tudo é melhor no lado masculino,
pois a sociedade exige do homem que ele cumpra suas funções sociais, e quando ele decide
ficar em casa, cozinhar, limpar ou cuidar dos filhos, isto é visto como um desvio de sua
verdadeira identidade, visto que, agindo assim, a esposa dele pode o dominar. A partir do
momento em que o homem e a mulher rompem com papéis e espaços destinados a eles, a
autora enfatiza que eles podem sentir medo, vergonha ou culpa por estarem rompendo com os
padrões pré-estabelecidos. Pelo mesmo viés, a autora nos convida a pensar: “Assim, supõe-se
que homens e mulheres tenham uma ‘natureza’ diferente. O ditado ‘homens não choram’ é
um dos exemplos mais claros. O arranjo aparência e controle corporal são eixos fundamentais
nesse processo de polarização” (BRAVO, 1994, p. 22, grifos da autora).
Desse modo, no que diz respeito à feminização do magistério no Paraguai, Rossi
(1991) salienta que a formação de professores foi se tornando uma carreira feminina devido
ao fato de ser considerada a única atividade de trabalho (profissão), fora daquelas funções
realizadas em casa, que uma mulher supostamente “decente e digna” poderia executar. Isto
acontecia independentemente da classe social à qual a mulher pertencia, ou seja, foi
considerada a única carreira socialmente admitida para o gênero feminino. Entretanto, a partir
do momento em que se feminiza, o magistério acaba perdendo a notoriedade e prestígio,
passando a ser considerada uma profissão que não exige muita formação ou treinamento
profissional (ROSSI, 2015). No entanto, Rabelo (2013) volta nosso olhar para os estudos de
gênero no magistério, informando que:
Ao enfatizar as vozes femininas nas atuais investigações educacionais, corre-
se o risco de desconhecer o pensamento dos homens que se enveredam pelo
magistério e o processo de adaptação/recriação do masculino no ambiente
escolar. Quando se trata do olhar masculino do professor desse segmento,
quase não são encontradas referências ao tema (RABELO, 2013, p. 3).
Este fator vai ao encontro dos estudos apresentados, haja vista que ao realizarmos um
levantamento bibliográfico sobre publicações que abordam a docência masculina na educação
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 12
básica paraguaia não conseguimos encontrar um número significativo de pesquisas que
abordassem especificamente esse tema. Entretanto, no Brasil é possível encontrar diversas
publicações a respeito.
Considerando os aspectos discutidos, dados do Ministério da Educação e Cultura
(MEC) informam que, no ano de 2010, o Paraguai tinha por volta de 73.637 professores no
primeiro nível da educação básica paraguaia. Isto posto, destacamos, por meio da Tabela 3, a
seguir, dados referentes à quantidade de professores paraguaios do primeiro nível da educação
básica. Estes dados nos proporcionam a compreensão do número de professores homens,
comparado com as mulheres, as quais são predominantes no corpo docente.
Tabela 3 Professores por nível, zona e setor (2010)
NÍVEL
Educação Inicial
Educação Escolar Básica
Formal
Não formal
Primeiro e segundo
ciclo
Terceiro ciclo
ZONA
Urbana
4.643
79
17.642
18.756
Rural
3.652
31
18.410
10.424
SETOR
Oficial
5.507
83
28.839
23.978
Subvencionado
1.107
15
3.545
2.437
Privado
1.681
12
3.668
2.765
GÊNERO
Homem
1.282
2
10.701
10.819
Mulher
7.013
108
25.351
18.361
TOTAL
8.295
110
36.052
29.180
Fonte: Adaptado de MEC-DGPE (2010 apud PARAGUAI, 2013)
A partir dos dados apresentados é possível perceber que o número de professores
homens na educação inicial era cerca de duas vezes menor que a quantidade de professoras
mulheres. Estes são dados de dez anos atrás, suscetíveis à mudança com o passar do tempo.
São números impactantes, em que percebemos claramente a predominância feminina nestes
espaços.
Posto isto, em relação aos professores homens, cabe salientar o que Rabelo (2013, p.
16) afirma: “A presença de professores do sexo masculino na docência nas séries iniciais do
ensino fundamental é uma forma de inserir as questões de gênero na educação e demonstrar às
crianças que o homem também pode escolher essa atividade e ter sucesso”, haja vista que o
professor exerce forte influência em seus alunos. Logo, pode servir de modelo a crianças que
se identifiquem com a profissão docente.
Outrossim, como afirmamos, estes são dados de 2010. Segundo dados da Direção
Geral de Estatística, Pesquisas e Censos (DGEEC), no ano de 2017 havia aproximadamente
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 13
119.000 profissionais dedicados à docência em todo o país. Desse modo, percebemos que
houve um crescimento no número de docentes, como será apresentado na tabela a seguir:
Tabela 4 Quantidade de professores segundo gênero e zona (2017)
Total:
119.000
Zona Urbana:
88.000
Zona Rural:
31.000
Fonte: Paraguay DGEEC (2018)
Constatamos com base nos dados apresentados que a quantidade de professores
homens é significativa, contudo, não está equilibrada à porcentagem de mulheres. Uma das
visões estereotipadas desta profissão, que se faz presente inclusive no Brasil, e que pode
possivelmente ser um dos motivos de não existir uma margem equitativa de professores
homens em relação às mulheres, diz respeito ao salário. Sobre este aspecto, Rabelo (2013, p.
14) ressalta que a representação de que essa profissão é mal paga e, por isso, não é para
homens discrimina e pode ser um estímulo para a não escolha ou a fuga do homem em relação
à docência”.
Desta forma, Driessen (2007) ressalta que o gênero do docente não interfere no
rendimento, mas defender a necessidade de que haja modelos masculinos na escola pode
reforçar estereótipos de acordo com o sexo, como por exemplo, que o professor impõe mais
‘disciplina’, já a professora é mais ‘dócil’. Em contrarresposta a isto, Rabelo (2013) considera
que os homens não perdem sua masculinidade exercendo esta profissão, mas muitas vezes,
eles são considerados como homossexuais, pedófilos ou sem jeito para a profissão. Em outros
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 14
casos ele também pode reafirmar algumas destas representações sociais do homem no
trabalho com crianças pequenas.
Face ao exposto, Sayão (2005, p. 262) afirma que “o trabalho docente e a profissão de
professor atravessam fronteiras de gênero, desmistificam concepções e redefinem posições”,
assim, junto ao trabalho docente acrescentamos as discussões sobre gênero, que podem
contribuir significativamente para esta desconstrução de pensamentos e padrões p-
estabelecidos. Acrescentamos ainda que as questões de gênero, sendo sociais, deveriam ser
trabalhadas em todas as áreas do conhecimento, para que possamos contribuir com a
construção de uma sociedade onde haja mais equidade.
Dando continuidade a esses assuntos, encontramos dados do MEC (2009) sobre a
faixa etária dos professores. Estes mostram que no Paraguai a idade dos docentes, sejam
homens ou mulheres, varia conforme o nível educacional que eles ensinam. No primeiro
nível, que engloba a educação inicial, a maior parte dos professores possui entre 30 e 39 anos;
em seguida no ranking estão os professores mais jovens, com menos de 30 anos. Os docentes
com menos de 30 até 39 anos alcançam juntos cerca de 70% do total. Um fator interessante a
se destacar é que na educação inicial 35,1% dos professores possuem menos de 30 anos, já na
educação básica, que compreende o primeiro, segundo e terceiro ciclo, 49,8% do corpo
docente possui entre 30 e 39 anos, e a quantidade de professores com menos de 30 diminui
para 23,2%.
Ainda relacionado ao perfil dos professores do Paraguai, é relevante discutirmos sobre
a qualificação acadêmica destes, devido ao fato de possuírem um papel muito importante para
a melhoria na qualidade da educação do país. Tendo isto em vista, os dados da Tabela 5
evidenciam, que em 2012, oito de cada dez professores do nível inicial da educação
concluíram a formação inicial de professores, porém apenas um a cada dez conseguiram
terminar a universidade (PARAGUAY, 2014), como mostra a tabela:
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 15
Tabela 5 Distribuição percentual de professores conforme qualificação acadêmica e nível
de educação (pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e superior) respectivamente
Fonte: MEC-DPGE (2012 apud PARAGUAY, 2014)
Com base na Tabela 5 podemos inferir que os professores que possuem maior
graduação (formação para o magistério, formação universitária e pós-graduação) lecionam
nos níveis mais altos, como no Cine 2 e Cine 3. Foi possível perceber, ainda, que a
porcentagem de docentes que possuem formação universitária é em geral baixa, e a
porcentagem de qualificação dos professores homens segue de forma crescente, mostrando
que a grande maioria deles buscam a formação inicial para lecionar. Cabe salientar que 83%
dos homens que atuam na educação básica possuem a formação docente compatível para o
nível de ensino.
Neste sentido, quanto à formação de docentes para atuar na educação inicial, a Lei
1.264/98 em seu Art. 30 afirma que:
A formação inicial será ministrada por profissionais da especialidade. Na
impossibilidade de haver pessoal suficiente, profissionais não especializados
no assunto poderão ser autorizados a lecionar, com autorização expressa do
Vice-Ministro da Educação (PARAGUAY, 1998, p. 7, tradução nossa).
Tendo isto em vista, de acordo com esta lei, é permitido que profissionais sem
especialização possam lecionar naquela etapa, por isto, nem todos possuem a formação
necessária, assim como mostrado na Tabela 5. No entanto, para ser educador, este cidadão
precisa ter o título de profissional correspondente ao cargo conforme o Art. 133 O exercício
da profissão de educador estará a cargo de pessoas de reconhecida conduta ética e idoneidade
comprovada, providos do título profissional correspondente, de acordo com o disposto na
legislação correspondente” (PARAGUAY, 1998, p. 22, tradução nossa).
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 16
Sendo assim, dentre as instituições de formação de nível superior, estão os Institutos
de Formação Docente, que formam os professores para a educação inicial; por outro lado,
para lecionar na pré-escola, é preciso ter curso superior não universitário, feito nos Institutos
Superiores Pedagógicos. Ainda assim, segundo o Ministério da Educação do Brasil, em
estudos sobre a Educação Infantil nos países do Mercosul (BRASIL, 2013), o acesso a esta
carreira exige o título de habilitação para exercer a função, boa conduta e idoneidade: esta
última pode ser comprovada mediante prova de competência profissional. Com a
apresentação destes dados, foi possível observar que nem todos os professores possuem a
formação adequada, mas ainda assim exercem a profissão, devido ao fato de terem adquirido
experiências durante sua trajetória. Esses e vários outros fatores que discorremos ao longo
destes escritos são de grande importância para os estudos e reflexões acerca da temática,
diálogos pertinentes para se pensar em questões de gênero.
Considerações finais
No início da pesquisa apresentamos como objetivo geral identificar e analisar o que foi
publicado em forma de livros e artigos científicos sobre o primeiro nível da educação pública
paraguaia, que compreende educação infantil, pré-escola e educação escolar básica
organizada em nove anos, com ênfase para as relações de gênero e a atuação de professores
homens.
Sendo assim, os resultados do estudo evidenciaram que o magistério no Paraguai é
uma profissão predominantemente feminina, contudo, o homem ocupa um espaço bastante
significativo nos espaços escolares, com uma porcentagem maior na zona rural do que na
zona urbana. Posto isto, alguns autores destacam que nos primórdios da educação escolar
paraguaia os pais de meninas que moravam no campo/zona rural não autorizavam que elas
fossem à escola, pelas influências que elas poderiam receber nestes espaços.
Esta era a realidade da zona rural; na zona urbana era permitido apenas que os
meninos estudassem. Além disso, acrescentamos o fato de que os primeiros professores do
Paraguai de que se tem informação e conhecimento foram homens. Por conseguinte, em um
momento pós-guerra do Paraguai e com a reorganização das políticas educacionais, as
mulheres conseguiram o direito de irem à escola e, neste sentido, quanto à carreira
profissional, a elas era permitido (tendo em vista os rótulos/padrões culturais e socialmente
construídos) apenas seguirem a profissão de professoras, pois era a que mais se encaixava ao
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 17
perfil de mulheres, uma profissão dita “mais feminina”. Essas transformações sociais
permitiram o ingresso das mulheres na sala de aula, primeiramente como alunas e, adiante,
como professoras. Contudo, houve uma desvalorização da profissão, pois tinha-se a ideia de
que por ser mulher e essa profissão ser considerada na época como uma extensão das
atividades domésticas, ela poderia receber menos. Assim, os homens, que inicialmente eram a
grande maioria na carreira docente, aos poucos foram se tornando minoria.
Outro fator interessante em relação ao perfil destes professores foi possível perceber
com as pesquisas: até o ano de 2009, a maioria dos professores do primeiro nível possuíam
entre menos de 30 a 39 anos, ou seja, entre a fase jovem e a adulta. Além disto, os dados de
2012 proporcionaram a reflexão de que o professor homem possui maior nível de instrução
para a formação docente do que as mulheres, que faz com que paremos para pensar sobre
como este fator se dá: “será que é exigido mais formação dos homens do que das mulheres,
visto que elas carregam a bagagem e experiência da maternidade e educação dos filhos?”.
Trata-se de um questionamento que nos convida à reflexão, suscetível a estudos futuros.
Mediante o exposto, vale destacar que um número limitado de publicações que
abordam a educação paraguaia, principalmente sobre as relações de gênero na profissão
docente. Os resultados encontrados são, em sua maioria, de fontes e bases documentais
fornecidos na plataforma digital do MEC do Paraguai, e alguns artigos de revistas em
espanhol, publicado por autores de países da América Latina e do Sul. Diante disso, é
importante mencionar que até a finalização deste estudo não foram encontradas publicações
que discutem a atuação de professores homens nos espaços escolares do Paraguai e, dessa
forma, ressaltamos a importância do desenvolvimento de novas pesquisas que abordem o
tema, considerada sua relevância para os estudos sobre gênero e educação.
Em síntese, foi possível perceber, com base em meses dedicados à pesquisa de
publicações que discorrem sobre a temática, que a falta de estudos que abordem a atuação
destes professores são mecanismos ativos para que sejam desenvolvidas novas pesquisas
sobre o assunto, pois é preciso dar visibilidade e conhecer a realidade deste professor homem,
entender as barreiras e comentários que ele recebe por escolher trabalhar com crianças.
Embora exista um grande número de estudos sobre a atuação de professores do gênero
masculino com crianças no Brasil, no Paraguai a realidade é divergente, portanto, não é
possível estabelecer comparações, visto que não se tem muito conhecimento sobre essa
temática no contexto da educação paraguaia.
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 18
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq), que financiou a pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. A educação infantil nos países do MERCOSUL: Análise comparativa da
legislação. Brasília, DF: MEC; SEB, 2013. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/wp-
content/uploads/2016/01/mercosul1.pdf. Acesso em: 10 abr. 2020.
BRAVO, P. R. Género, educacion y desarrollo. Santiago, Chile: UNESCO, 1994.
Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139579. Acesso em: 16 dez.
2019.
BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação Matemática:
Uma introdução à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994.
DRIESSEN, G. The feminization of primary education: Effects of teachers’ sex on pupil
achievement, attitudes, and behavior. International Review of Education, n. 53, p. 183-203,
abr. 2007. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11159-007-9039-y.
Acesso em: 23 nov. 2021.
ENCISO, A. Preferencias Peripecias de la docencia a través de la historia del Paraguay.
Kuaapy Ayvu Revista Científico-Pedagógica del ISE, v. 4, n. 4/5, p. 23-32, 2014.
Disponível em: http://www.inaesdi.edu.py/Revistas/index.php/ayvu/article/view/64. Acesso
em: 15 abr. 2022.
FERREIRA, M. O. V. Mulheres e homens em sindicato docente: Um estudo de caso.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 391-410, maio/ago. 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742004000200006&script=sci_arttext. Acesso
em: 12 maio 2020.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, maio/jun. 1995. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3. Acesso em: 29 jan. 2020.
GONÇALVES, J. P.; DE CARVALHO, V. S. C. Estudo das representações sociais de
professores homens de Mato Grosso do Sul sobre o trabalho realizado com crianças. Revista
Latino-Americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 7, n. 2, p. 93-104, ago./dez.
2016. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/7920. Acesso em:
13 maio 2020.
MARTINS, A. M.; RIOS, P. P. S.; VIEIRA, A. R. L. Relações de gênero na gestão escolar:
A dicotomia entre mulheres e homens no cargo de diretora/diretor escolar. Ponta Grossa, PR:
Athena Editora, 2019.
ORTOLAN, F. L. Dócil, elegante e caridosa: Representações das mulheres paraguaias na
imprensa do pós-Guerra do Paraguai (1869-1904). 2010. Tese (Doutorado em História)
Beatriz Gouvea LOPES e Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 19
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em:
https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/24851. Acesso em: 09 abr. 2022.
PARAGUAI. Estado del arte de la profesión docente en Paraguay: Ideas inspiradoras para
la elaboración de Políticas Educativas. Paraguai: Banco Mundial, 2013. Disponível em:
https://documents1.worldbank.org/curated/pt/712631467986248993/pdf/98203-WP-P129179-
Box391506B-PUBLIC-SPANISH-Estado-del-Arte-de-la-Profesion-Docente-en-Paraguay.pdf.
Acesso em: 14 jan. 2020.
PARAGUAI. Informe nacional Paraguay educación para todos: Revisión nacional 2015
de la educación para todos. Assunción: Ministerio de Educacion y Cultura, 2014. Disponível
em: https://desarrollo.org.py/admin/app/webroot/pdf/publications/08-10-2015-14-58-25-
265246542.pdf. Acesso em: 07 maio 2020.
PARAGUAI. Ley n. 1.264. Ley General de Educación, de 26 de maio de 1998. Asunción:
Ministério de Educación y Cultura. Disponível em: https://www.bacn.gov.py/leyes-
paraguayas/3766/ley-n-1264-general-de-educacion. Acesso em: 10 fev. 2020.
RABELO, A. O. Professores discriminados: Um estudo sobre os docentes do sexo masculino
nas séries do ensino fundamental. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 907-925,
out./dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
97022013005000004&script=sci_arttext. Acesso em: 05 jun. 2020.
RIVAROLA, D. M. La reforma educativa en el Paraguay. CEPAL, n. 40, p. 1-31, 2000.
Disponível em: https://repositorio.cepal.org/handle/11362/5972. Acesso em: 13 mar. 2020.
ROESLER, P. S. A educação paraguaia: Quatro marcos históricos decisivos. Germinal:
Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 3, p. 136-150, dez. 2017. Disponível
em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/23054. Acesso em: 26
jan. 2022.
ROSSI, L. I. Z. La socialización escolar desde una perspectiva de género: Las maestras
parvularias en el Paraguay. Población y Desarrollo, v. 2, n. 3, p. 20-23, 1991. Disponível em:
https://revistascientificas.una.py/index.php/RE/article/view/182. Acesso em: 19 nov. 2020.
ROSSI, L. I. Z. Repensando la educación paraguaya desde la perspectiva de género. IX
Corredor de las ideas, p. 1-10, 2008. Disponível em:
http://corredordelasideas.org/ixcorredor/mesa5.html. Acesso em: 20 jun. 2020.
ROSSI, L. I. Z. História de la formación docente en Paraguay. Praxis Educativa, v. 19, n. 3,
p. 32-44, set./dez. 2015. Disponível em:
https://www.redalyc.org/jatsRepo/1531/153143329003/html/index.html#fn8. Acesso em: 22
jun. 2020.
SAYÃO, D. T. Relações de gênero e trabalho docente na educação infantil: Um estudo de
professores em creche. 2005. Tese (Doutorado em Educação) Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/106572/223081.pdf?sequen. Acesso
em: 18 jan. 2022.
Educação escolar do Paraguai: Organização, gênero e docência masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 20
VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos pagu, v. 17/18, p. 81-103, 2002.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
83332002000100003&script=sci_arttext. Acesso em: 08 jun. 2020.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecemos a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus
de Navir (UFMS/CPNV), assim como ao CNPq pela concessão de bolsas e incentivo à
pesquisa com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq).
Conflitos de interesse: o há.
Aprovação ética: O trabalho respeitou a ética durante a pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: Ambas as autoras contribuíram com a estruturação,
organização e desenvolvimento desta pesquisa, sua correção e revisão. Houve
contribuição e colaboração de ambas para que se chegasse ao resultado final.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 1
EDUCACIÓN ESCOLAR EN PARAGUAY: ORGANIZACIÓN, GÉNERO Y
DOCENCIA MASCULINA
EDUCAÇÃO ESCOLAR DO PARAGUAI: ORGANIZAÇÃO, GÊNERO E DOCÊNCIA
MASCULINA
PARAGUAY EDUCATION: ORGANIZATION, GENDER AND MALE TEACHING
Beatriz Gouvea LOPES1
e-mail:beatrizgouvealopes2016@gmail.com
Josiane Peres GONÇALVES2
e-mail: josianeperes7@hotmail.com
Cómo hacer referencia a este artículo:
LOPES, B. G.; GONÇALVES, J. P. Educación escolar en
Paraguay: Organización, género y docencia masculina. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18,
n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16155
| Presentado en: 22/01/2022
| Presentado en: 05/02/2022
| Aprobado en: 12/10/2022
| Publicado en: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Naviraí MS Brasil. Graduada en Pedagogía.
2
Universidad Federal de Santa María (UFSM), Santa Maria RS Brasil. Profesora. Postdoctorado en
Educación (PUCRS).
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 2
RESUMEN: El objetivo de la investigacíon fue identificar y analizar lo publicado en forma
de libros y artículos científicos en el Portal de Periódicos de la Coordinación de
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES) sobre el primer nivel de la
educación pública paraguaya, con énfasis en las relaciones de género, más específicamente
sobre la docencia masculina en Paraguay. El trabajo cualitativo arrojó en sus resultados que el
docente varón fue inicialmente una presencia predominante en la docencia en Paraguay, pero
este factor ha ido cambiando a lo largo de los años, con el derecho de acceso a la educación
de las mujeres. Hubo la feminización de la docencia, actualmente la docencia masculina es en
mayor proporción en las zonas rurales. Al momento de culminar el presente estudio, se
percibió la ausencia de referentes teóricos que aborden sobre la docencia masculina en el país.
PALABRAS CLAVE: Educación paraguaya. Género de los docentes. Profesores varones.
RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo identificar e analisar o que foi publicado em
forma de livros e artigos científicos no Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior (CAPES) sobre o primeiro nível da educação
pública paraguaia, com ênfase para as relações de gênero, mais especificamente sobre a
docência masculina no Paraguai. O trabalho, de natureza qualitativa, mostrou em seus
resultados que o professor homem inicialmente era presença predominante na docência do
Paraguai, porém este fator foi mudando ao longo dos anos, com o direito ao acesso à
educação para as mulheres. Houve a feminização do magistério, e atualmente à docência
masculina está em maior proporção na zona rural. Até o momento de finalização do presente
estudo foi percebida a ausência de referenciais teóricos que abordem à docência masculina
no país.
PALAVRAS-CHAVE: Educação paraguaia. Gênero dos docentes. Professores homens.
ABSTRACT: This research aimed to identify and analyze what was published in the form of
books and scientific articles in the Portal of Periodicals of the Coordination for the
Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) about the first level of Paraguayan
public education, with emphasis on gender relations, more specifically on male teaching in
Paraguay. The qualitative work showed in its results that the male teacher was initially a
predominant presence in teaching in Paraguay, but this factor has changed over the years,
with the right to access education for women. There was the feminization of teaching,
currently, male teaching is in greater proportion in rural areas. By the time of completion of
the present study, the absence of theoretical references that discuss male teaching in the
country was perceived.
KEYWORDS: Paraguayan education. Gender of teachers. Male teachers.
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 3
Introducción
El presente estudio se centró en la realización de una encuesta bibliográfica sobre lo
publicado sobre la educación paraguaya, centrándose en las cuestiones de género de los
docentes, con el fin de presentar, discutir y analizar las producciones que abordan el primer
nivel de educación en Paraguay.
Dicho esto, es importante entender inicialmente cómo se dividen los niveles de
educación escolar en Paraguay para facilitar la comprensión, ya que difiere de la educación
brasileña. Al dirigirse a la organización escolar paraguaya, Roesler (2017) señala que en 1994
hubo una propuesta de reforma educativa, que se materializó en la Ley General de Educación
1.264/1998 (PARAGUAY, 1998), que establece que en todo el país la educación formal se
estructura en tres niveles, a saber:
[...] La primera corresponde a la educación inicial y la educación básica, la
segunda es la educación media y la tercera comprende la educación superior.
En cuanto al primer nivel, que consiste en educación inicial, comprende dos
momentos: uno que se extiende hasta tres años y el otro hasta cuatro años.
Este nivel también se ajusta a la educación escolar básica que se organiza en
nueve años, obligatoria y gratuita en las escuelas públicas con la inclusión de
preescolar (ROESLER, 2017, p. 146, nuestra traducción).
Según Rivarola (2000), con la última reforma en la educación paraguaya, el desarrollo
educativo fue visto como la universalización de la educación primaria y el progreso hacia
niveles superiores de educación secundaria. Anteriormente, la educación de los niños de hasta
siete años se consideraba una obligación de sus respectivas familias.
Continuando con la asignatura, el Ministerio de Educación y Cultura (MEC) de
Paraguay incorporó el preescolar como parte de la educación formal, que se distingue en
diferentes niveles: la pasantía materna (0 a 2 años); jardín de infantes (3 a 4 años) y preescolar
(5 años). La educación básica gratuita y obligatoria dura nueve años, que se dividen en tres
ciclos de tres años cada uno (MEC, 2008). Esta división se presentará mejor en la siguiente
tabla:
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 4
Tabla 1 - Niveles de educación pública en Paraguay
Fuente: Paraguay (2014)
A través de la Tabla 1, observamos que el Cine 0, Cine 1 y Cine 2, así como las edades
equivalentes a cada ciclo, corresponden al Primer Nivel de la Educación Pública Paraguaya.
También notamos que hubo una actualización en estas divisiones, ya que el nivel inicial
comprende materno 2, materno 3, jardín y preescolar. El primer ciclo corresponde al primer
grado, segundo grado y tercer grado. El segundo ciclo corresponde al cuarto grado, quinto
grado y sexto grado. El tercer ciclo de educación básica forma parte del séptimo grado, octavo
grado y noveno grado. La llamada licenciatura corresponde al primer año, segundo año y
tercer año de lo que sería la escuela secundaria en Brasil.
En vista de lo anterior, en vista del objetivo de este estudio, se encontraron
publicaciones con las estadísticas de maestros de educación básica, así como algunos archivos
que discuten sobre las relaciones de género y la feminización de la enseñanza, que
anteriormente estaba compuesta en su mayoría por maestros varones, una realidad que ha
cambiado a lo largo de los años.
En esta perspectiva, la investigación tiene como objetivos específicos: a) realizar
búsquedas en el Portal de Revistas de la Coordinación de Perfeccionamiento del Personal de
Educación Superior (CAPES) para identificar publicaciones sobre el primer nivel de
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 5
educación pública en Paraguay; b) analizar si las publicaciones relacionadas con la educación
escolar en Paraguay presentan discusiones sobre las relaciones de género, más
específicamente sobre el proceso de feminización de la enseñanza y el desempeño de los
maestros varones con hijos. Con base en lo anterior, buscamos responder a las siguientes
preguntas: ¿Qué representaciones de género están presentes en el grupo docente de los grados
iniciales de la escuela primaria en Paraguay? ¿Cuál es el porcentaje de maestros varones?
¿Cómo se produjo el proceso de feminización del magisterio? ¿Cuáles fueron los aspectos
históricos sorprendentes de las discusiones de género? Son estas preguntas las que
pretendemos responder durante la investigación.
La metodología adoptada para el desarrollo de este estudio se basa en el campo de la
investigación cualitativa, porque es el enfoque que mejor se adapta al logro de los objetivos
aquí presentados. Así, cuando se realizó una encuesta en las bases de datos digitales, para la
revisión bibliográfica de estos escritos, se utilizaron estudios de Rivarola (2000), que
contribuyeron para la comprensión de la reforma educativa del Paraguay; Ferreira (2004) y
Rossi (2008, 2015), quienes contribuyeron con sus discusiones sobre formación docente y
cuestiones de género en Paraguay; datos cuantitativos que encontramos en el sitio web de
MEC Paraguay (2009), Ortolan (2010), Gonçalves y Carvalho (2016), entre otros, que
discuten aspectos históricos sobre la educación, el género y la enseñanza paraguayas.
Este trabajo trae inicialmente una breve presentación y discusión de aspectos
históricos que involucran el acceso de hombres y mujeres a la educación, así como su ingreso
en la profesión docente. A continuación, mostramos y analizamos datos cuantitativos sobre la
presencia de docentes y docentes en la educación paraguaya, centrándonos en el primer nivel,
incluyendo la formación que tienen estos docentes, siguiendo las conclusiones finales.
Discutir este tema es relevante para que podamos comprender los procesos que están
presentes en la educación paraguaya con respecto a las relaciones de género, con el objetivo
de comprender el factor que causó el predominio de las mujeres en el espacio docente, así
como buscar contribuir al marco teórico sobre el tema, ya que las publicaciones que discuten
las prácticas de los maestros varones en el primer nivel de la educación paraguaya no fueron
identificadas hasta el final de la investigación, factor que muestra el escaso estudio que tiene
el país sobre temas de género y práctica docente.
Finalmente, pretendemos contribuir al marco teórico que discute el tema, así como
promover una mayor visibilidad y discusión sobre género y enseñanza masculina en las
escuelas de Paraguay, destacando aquí al maestro varón que enseña en el primer nivel de
educación básica.
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 6
Metodología
Para el desarrollo de este estudio se utilizó el enfoque de investigación cualitativa; En
cuanto a la naturaleza, podemos clasificarla como una investigación analítica. Al pensar en el
desarrollo del proceso de investigación, puede ser conducido por diferentes caminos, debido a
los resultados de las investigaciones (GODOY, 1995). En esta perspectiva, el objetivo de este
estudio es mapear la producción de conocimiento científico sobre las relaciones de género
presentes en el primer nivel de Educación Básica en Paraguay, realizando la discusión y
análisis del marco bibliográfico que se encuentra en las bases de datos de diferentes
plataformas digitales: sitios web, revistas, libros, artículos, tesis y disertaciones que abordan el
tema.
Para este artículo, seleccionamos la metodología de la investigación cualitativa en
educación analítica, con el fin de lograr el objetivo propuesto por el estudio, en el que nos
centramos en la búsqueda de referencias bibliográficas que discutan la educación paraguaya,
discutiendo también las relaciones de género en estos espacios. De esta manera, traemos a
Bogdan y Biklen (1994, p. 195, nuestra traducción), quienes afirman:
[...] Los investigadores cualitativos están disponibles para la recopilación
de datos cuantitativos de manera crítica. El investigador cualitativo tiende a
darle la vuelta al proceso de compilación preguntándose qué dicen los
números sobre las suposiciones de las personas que las usan y las compilan.
En este sentido, traemos el estudio de Godoy (1995, p. 21, nuestra traducción), porque
destacamos que "[...] Un fenómeno puede entenderse mejor en el contexto en el que se
produce y del que forma parte, y debe analizarse en una perspectiva integrada". Además, se
realizó una investigación documental en las bases de datos digitales del Ministerio de
Educación y Cultura (MEC) y del Gobierno de Paraguay, donde fue posible localizar datos
cuantitativos sobre los docentes que imparten enseñanza básica paraguaya, enfatizando el
género de estos docentes, proporcionando una mirada crítica, reflexiva y comparativa entre el
porcentaje de hombres y mujeres que siguen esta carrera profesional.
Así, desde la dirección y los modos de trabajo de esta investigación, ponemos nuestros
esfuerzos en leer y categorizar las referencias encontradas, seleccionando los focos de
investigación, con el fin de trazar un marco analítico sobre la discusión que nos propusimos
hacer en este trabajo.
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 7
Aspectos históricos de la educación paraguaya: Una mirada a las cuestiones
de género
En un primer lugar, es importante entender cómo se ha desarrollado el proceso de
educación de los hombres y mujeres paraguayos a lo largo de la historia, para que puedan
llegar al magisterio, considerando que es imposible desvincular los estudios de la enseñanza
de las relaciones de género, que luego se presentarán aquí. Dicho esto, Ferreira (2004)
enfatiza que, para entender esta profesión, necesitamos reconocer y comprender cómo ocurren
las transformaciones sociales, que gradualmente permitieron que las mujeres ingresaran al
aula, antes como estudiantes, y luego regresaran como maestras, ya que esta fue una
oportunidad desde el principio enfocada en los hombres.
Sobre este punto, Enciso (2014) señala que en el Archivo Nacional de Paraguay hay
documentos que prueban que Lázaro Lopes fue nombrado en 1596 como maestro para
enseñar a los niños: sería el primer maestro conocido en el siglo XVI. A las niñas se les
prohibió estudiar en las escuelas de niños, y de esta manera, se volvieron analfabetas. En el
mismo siglo, las órdenes religiosas de los mercedarios, Jerónimos, franciscanos, dominicos y
jesuitas entraron en el país, y por falta de instructores fueron los maestros del proceso
educativo. Los maestros hasta el siglo 18 eran religiosos o de origen religioso civil.
Además, entre los maestros pioneros que se dedicaron a la enseñanza del pueblo
paraguayo se encuentran José Gabriel Téllez, nombrado profesor en 1802, y el argentino Juan
Pedro Escalada, quien enseñó de 1807 a 1869. Debido a la falta de maestros, el Consejo
Superior del Gobierno recomendó el uso del método lancasteriano, en el que los estudiantes
más avanzados y educados enseñaban principiantes (ENCISO, 2014)
Continuando, alrededor de la década de 1860, en una época anterior a la guerra en
Paraguay, la tasa de alfabetización de los hombres era considerable, la escuela gratuita y
obligatoria estaba dirigida a los niños, siendo elevada a niveles más altos, mientras que las
mujeres eran analfabetas. Sin embargo, con el paso de los años esta situación ha cambiado: se
ha desarrollado un nuevo programa escolar en un contexto, ahora de posguerra (desde 1870),
en el que la prensa anuncia la creación de una escuela exclusiva para niñas, siendo inaugurada
en un primer momento en Asunción, en la capital, la llamada Escuela Central de Niñas. Esta
escuela exclusivamente para niñas tuvo una diferencia en la enseñanza, siendo caracterizada,
según Ortolan (2010, p. 96, nuestra traducción), como:
[...] Una escuela de refinamiento cultural, preocupándose mucho más por
hacerlos adherentes aptos para la interacción social, virtuosos y pulidos, de
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 8
tal manera que pudieran educar bien a sus hijos. [...] Por lo tanto, no solo un
proyecto de formación personal, sino los fines educativos y morales sociales
que la sociedad de posguerra deseaba.
En este período la educación representó el progreso, la evolución de la sociedad, era
importante que las mujeres también fueran instruidas, sin embargo, en un modelo aceptado
por la sociedad, asociado al proceso de regeneración del pueblo paraguayo, con el fin de
insertar al país en las naciones modernas (ORTOLAN, 2010).
El proceso de acceso a la educación de las mujeres ha enfrentado muchos desafíos,
pero pocos han tenido acceso a la educación superior. En el siglo 19 las puertas a esta etapa de
estudios se abrieron a través del ejercicio de la enseñanza. Entre las maestras se destacaron las
hermanas Adela y Celsa Speratti, quienes, a pesar de ser precarias en la enseñanza, enseñaron
y formaron a muchas mujeres jóvenes en la capital y ciudades cercanas. En este sentido,
Ortolan (2010, p. 99) también señala que "la primera escuela de posgrado para niñas fue la
Escuela de Maestros que, más tarde en 1896, bajo el presidente Juan Bautista Egusquiza, daría
lugar a la Escuela Normal de Maestros. Según el Anuario Estatal de 1887, de los 448
educadores, el 33% (148) eran mujeres.
Además de los aspectos mencionados, los datos del MEC (2009) que arrojan el
número de estudiantes y alumnas que han ingresado a cursos de formación para la profesión
docente muestran que ha habido un aumento significativo de mujeres en la búsqueda de la
enseñanza, como se muestra en la siguiente tabla:
Tabla 2 Proporción de estudiantes matriculados en la formación docente por género
GÉNERO
GÉNERO %
TOTAL
TOTAL
Municipio
Hombres
Mujeres
Hombres
Mujeres
Asunción
422
707
37,4
62,6
1.129
31,1
Concepción
55
98
35,9
64,1
153
4,2
San Pedro
114
183
38,4
61,6
297
8,2
Cordillera
62
71
46,6
53,4
133
3,7
Guairá
107
176
37,8
62,2
283
7,8
Caaguazú
106
208
33,8
66,2
314
8,7
Caazapá
67
101
39,9
60,1
168
4,6
Itapúa
25
73
25,5
74,5
98
2,7
Misiones
-
11
-
100,0
11
0,3
Paraguarí
84
125
40,2
59,8
209
5,8
Alto Paraná
34
86
28,3
72,7
120
3,3
Central
97
228
29,8
70,2
325
9,0
Ñeembucú
41
74
35,7
64,3
115
3,2
Amambay
6
38
13,6
86,4
44
1,2
Canindeyú
34
33
50,7
49,3
67
1,8
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 9
Pdte. Hayes
29
44
39,7
60,3
73
2,0
Boquerón
15
72
17,2
82,8
87
2,4
TOTAL
1.298
2.328
35,8 %
64,2 %
3.626
100 %
Fuente: Adaptado de Paraguay (2013)
Entonces se observa que las mujeres estaban ganando espacio en la enseñanza,
comenzando a aumentar el número de maestras en un espacio que estaba predominantemente
ocupado por hombres, lo que representa aproximadamente el doble del número de mujeres
masculinas entrantes.
Caminos más equitativos de acceso a la educación se trazaron a finales del siglo XIX,
con la Ley General de Educación del Paraguay nº 1.264 de 1998: según ella, toda la población
tiene derecho a la educación, y el Estado debe crear condiciones y ofrecer una educación de
calidad para todos (PARAGUAY, 1998). Sin embargo, haciendo una analogía con la
educación de hombres y mujeres en áreas urbanas y rurales, Rossi (2008, p. 03) afirma que
Las mujeres presentan menores años de estudio que los hombres. Un hombre del sector
urbano tienen el doble de años de estudio que una mujer del sector rural”
3
enfatizando, por lo
tanto, que aún existe desigualdad en el acceso de las mujeres del sector rural a la educación
escolar.
Por lo tanto, es importante destacar aquí lo que enfatiza Rabelo (2013, p. 05, nuestra
traducción) sobre las discusiones de género: "los estudios de género son importantes para el
análisis de la presencia de hombres en actividades femeninas consideradas socialmente,
porque el trabajo de estos profesionales entra en conflicto con las expectativas y puede
mostrar excepciones a los estándares de género". Es decir, nos invita a reflexionar sobre el
trabajo de estos profesionales, entendiendo que la presencia de maestros varones en este
espacio ejerce una ruptura a los estándares, con sus particularidades. A menudo, debido a que
hay un predominio de mujeres en la enseñanza de los niños, los niños están expuestos a
menos maestros varones, en consecuencia, pueden reforzar la idea en su cabeza de que las
profesiones que existen más mujeres son típicamente femeninas.
3
Las mujeres tienen menos años de estudio que los hombres. Un hombre en el sector urbano tiene el doble de
años de estudio que una mujer del sector rural" (ROSSI, 2008, p. 03, nuestra traducción).
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 10
La presencia masculina y femenina en la enseñanza del primer nivel de la
educación paraguaya: un enfoque cuantitativo
En Brasil, la enseñanza se considera una profesión femenina debido a la cantidad de
maestras que trabajan en la educación, que no es muy diferente de la realidad de Paraguay,
como se puntuó anteriormente. Con el tiempo, esta profesión comenzó a ser vista como más
adecuada para el público femenino, siendo asociada a las habilidades maternas, sin tener en
cuenta el proceso de formación profesional de cada individuo. Estos factores se caracterizan
como representaciones sociales que influyen en la forma de pensar y comportamiento de las
personas que se insertan en ciertos contextos de la sociedad (GONÇALVES; ROBLE, 2016).
También según estos autores, el magisterio era una profesión inicialmente masculina,
en la que solo los hombres estudiaban y enseñaban. Sin embargo, con el tiempo, con la
asociación de las características femeninas y otros factores con la profesión docente, las
mujeres comenzaron a ingresar al mercado laboral y a ejercer esta profesión, que es llamada
por muchos autores del proceso de feminización de la enseñanza o desmasculinización de la
enseñanza, para otros.
En vista de esto, toda profesión cuando se feminiza sufre un proceso de devaluación,
con una disminución del salario, por ejemplo. En este sentido, traemos a Rossi (2008, p. 5),
que establece este aspecto: Históricamente, se ha evidenciado que las actividades, áreas de
estudio, sectores de poder y de trabajo que se feminizan tienden a experimentar una
desvalorización social que se manifiesta ya sea en el nivel de remuneración y ramas de
actividad donde predominan mujeres.
Desde esta perspectiva, Rossi (2008) cuestiona lo que puede estar sucediendo con la
formación docente, porque en la escuela primaria en Paraguay, a principios de la década de
2000, cuando estudia, se dio cuenta de que la mayoría de los maestros eran mujeres: el 84%
del personal docente era predominantemente femenino y solo el 16% masculino. En el nivel
medio, este porcentaje cae al 65%, mientras que el nivel masculino se eleva al 35% (es decir,
los porcentajes se alternan según el nivel de educación).
Martins, Rios y Vieira (2016) amplían nuestras miradas para que podamos entender
cómo se desarrollan las relaciones de género en el ámbito educativo, por lo tanto, es necesario
entender que está permeado por el género y que necesitamos pensar en las construcciones
sociales y culturales de lo masculino y lo femenino. En cuanto a estas construcciones, que
definen las relaciones entre las personas, Vianna (2001) señala que persisten varios
estereotipos sobre hombres y mujeres, entre los que se encuentran:
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 11
[...] agresivo, militarista, racional, para ellos; dócil, relacional, afectivo, para
ellos. Como resultado, funciones como la alimentación, la maternidad, la
preservación, la educación y el cuidado de los demás se identifican más con
los cuerpos y las mentes femeninas, ganando así un lugar más bajo en la
sociedad en comparación con las funciones vistas como masculinas.
(VIANNA, 2001, p. 13, nuestra traducción).
Dado lo anterior, según Bravo (1994), no todo es mejor por parte masculina, porque la
sociedad requiere que el hombre cumpla con sus funciones sociales, y cuando decide quedarse
en casa, cocinar, limpiar o cuidar a sus hijos, esto es visto como una desviación de su
verdadera identidad, ya que, actuando así, su esposa puede dominarlo. Desde el momento en
que el hombre y la mujer rompen con roles y espacios destinados a ellos, el autor enfatiza que
pueden sentir miedo, vergüenza o culpa por romper con estándares preestablecidos. Por el
mismo sesgo, el autor nos invita a pensar: "Por lo tanto, se supone que los hombres y las
mujeres tienen una 'naturaleza' diferente. El dicho "los hombres no lloran" es uno de los
ejemplos más claros. La disposición de la apariencia y el control corporal son ejes
fundamentales en este proceso de polarización" (BRAVO, 1994, p. 22, los grifos de la autora
nuestra traducción).
Así, con respecto a la feminización de la enseñanza en Paraguay, Rossi (1991) señala
que la formación docente se estaba convirtiendo en una carrera femenina debido a que se
consideraba la única actividad laboral (profesión), fuera de las funciones realizadas en el
hogar, que una mujer supuestamente "decente y digna" podía realizar. Esto sucedía
independientemente de la clase social a la que pertenecía la mujer, es decir, se consideraba la
única carrera socialmente admitida para el género femenino. Sin embargo, desde el momento
en que se feminiza, el magisterio acaba perdiendo notoriedad y prestigio, pasando a
considerarse una profesión que no requiere mucha formación o formación profesional
(ROSSI, 2015). Sin embargo, Rabelo (2013) dirige nuestra mirada a los estudios de género en
el magisterio, afirmando que:
Al enfatizar las voces femeninas en las investigaciones educativas actuales,
existe el riesgo de no conocer el pensamiento de los hombres que pasan por
el magisterio y el proceso de adaptación/recreación del varón en el entorno
escolar. Cuando se trata de la mirada masculina del maestro en este
segmento, casi no se encuentran referencias al tema (RABELO, 2013, p. 3
nuestra traducción).
Este factor está en línea con los estudios presentados, dado que al realizar una
encuesta bibliográfica sobre publicaciones que abordan la enseñanza masculina en la
educación básica paraguaya, no pudimos encontrar un número significativo de estudios que
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 12
abordaran específicamente este tema. Sin embargo, en Brasil es posible encontrar varias
publicaciones al respecto.
Considerando los aspectos tratados, datos del Ministerio de Educación y Cultura
(MEC) indican que, en 2010, Paraguay contaba con alrededor de 73.637 docentes en el primer
nivel de educación básica paraguaya. Dicho esto, destacamos, a través de la Tabla 3, a
continuación, datos sobre el número de docentes paraguayos del primer nivel de educación
básica. Estos datos nos permiten comprender el número de profesores varones, en
comparación con las mujeres, que son predominantes en el profesorado.
Tabla 3 Docentes por nivel, área y sector (2010)
NIVEL
Educación Inicial
Educación Escolar Básica
Formal
No formal
Primer y segundo
ciclo
Tercer ciclo
ZONA
Urbano
4.643
79
17.642
18.756
Rural
3.652
31
18.410
10.424
SECTOR
Oficial
5.507
83
28.839
23.978
Subvencionado
1.107
15
3.545
2.437
Privado
1.681
12
3.668
2.765
GÉNERO
Hombre
1.282
2
10.701
10.819
Mujer
7.013
108
25.351
18.361
TOTAL
8.295
110
36.052
29.180
Fuente: Adaptado de MEC-DGPE (2010 apud PARAGUAY, 2013)
A partir de los datos presentados, es posible observar que el número de maestros
varones en la educación inicial era aproximadamente el doble que el número de maestras.
Estos son datos de hace diez años, susceptibles de cambiar con el tiempo. Son números
llamativos, en los que percibimos claramente el predominio femenino en estos espacios.
Dicho esto, en relación con los maestros varones, vale la pena señalar lo que Rabelo
(2013, p. 16, nuestra traducción) afirma: "La presencia de maestros varones en la enseñanza
en los primeros grados de la escuela primaria es una forma de insertar las cuestiones de
género en la educación y demostrar a los niños que los hombres también pueden elegir esta
actividad y tener éxito", ya que el maestro ejerce una fuerte influencia sobre sus alumnos. Por
lo tanto, puede servir de modelo para los niños que se identifican con la profesión docente.
Además, como decimos, estos son datos de 2010. Según datos de la Dirección General
de Estadísticas, Encuestas y Censos (DGEEC), en 2017 había aproximadamente 119.000
profesionales dedicados a la docencia en todo el país. Por lo tanto, notamos que hubo un
aumento en el número de maestros, como se presentará en la siguiente tabla:
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 13
Tabla 4 Número de docentes por género y área (2017)
Total:
119.000
Zona urbana:
88.000
Campo:
31.000
Fuente: Paraguay DGEEC (2018)
Encontramos en base a los datos presentados que el número de maestros varones es
significativo, sin embargo, no está equilibrado con el porcentaje de mujeres. Una de las
visiones estereotipadas de esta profesión, que está presente incluso en Brasil, y que
posiblemente sea una de las razones para no tener un margen justo de maestros varones en
relación con las mujeres, se refiere al salario. Sobre este aspecto, Rabelo (2013, p. 14, nuestra
traducción) señala que "la representación de que esta profesión está mal pagada y, por lo
tanto, no es para hombres discrimina y puede ser un estímulo para la no elección o escape del
hombre en relación con la enseñanza".
Así, Driessen (2007) señala que el género del profesor no interfiere con el
rendimiento, pero defender la necesidad de modelos masculinos en la escuela puede reforzar
los estereotipos según el sexo, como que el profesor impone más "disciplina", mientras que el
profesor es más "dócil". En respuesta a esto, Rabelo (2013) considera que los hombres no
pierden su masculinidad al ejercer esta profesión, sino que a menudo, son considerados como
homosexuales, pedófilos o torpemente para la profesión. En otros casos, también puede
reafirmar algunas de estas representaciones sociales del hombre en el trabajo con niños
pequeños.
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 14
En vista de lo anterior, Sayão (2005, p. 262, nuestra traducción) afirma que "el trabajo
y la profesión docentes cruzan las fronteras de género, desmitifican las concepciones y
redefinen las posiciones", por lo que, junto con el trabajo docente, agregamos discusiones
sobre género, que pueden contribuir significativamente a esta deconstrucción de pensamientos
y estándares preestablecidos. También agregamos que los temas de género, al ser sociales,
deben ser trabajados en todas las áreas del conocimiento, para que podamos contribuir a la
construcción de una sociedad donde haya más equidad.
Continuando con estas asignaturas, encontramos datos del MEC (2009) sobre el grupo
de edad de los docentes. Estos muestran que en Paraguay la edad de los maestros, ya sean
hombres o mujeres, varía según el nivel educativo que enseñan. En el primer nivel, que
incluye la educación inicial, la mayoría de los maestros tienen entre 30 y 39 años; Los
siguientes en el ranking son los profesores más jóvenes, menores de 30 años. Los maestros
menores de 30 a 39 años juntos alcanzan alrededor del 70% del total. Un factor interesante
para destacar es que en la educación inicial el 35,1% de los profesores son menores de 30
años, mientras que, en la educación básica, que comprende el primer, segundo y tercer ciclo,
el 49,8% del profesorado tiene entre 30 y 39 años, y el número de profesores menores de 30
años disminuye al 23,2%.
Aún relacionado con el perfil de los docentes en Paraguay, es relevante discutir su
calificación académica, debido a que tienen un papel muy importante para mejorar la calidad
de la educación en el país. En vista de esto, los datos de la Tabla 5 muestran que en 2012,
ocho de cada diez docentes en el nivel inicial de educación completaron la formación inicial
docente, pero solo uno de cada diez pudo terminar la universidad (PARAGUAY, 2014), como
se muestra en la tabla:
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 15
Tabla 5 - Distribución porcentual de los docentes según la cualificación académica y el nivel
de educación (preescolar, primaria, secundaria y superior), respectivamente
Fuente: MEC-DPGE (2012 apud PARAGUAY, 2014)
Con base en la Tabla 5, podemos inferir que los profesores que tienen un tulo
superior (formación para la enseñanza, educación universitaria y posgrado) enseñan en los
niveles más altos, como Cine 2 y Cine 3. También fue posible observar que el porcentaje de
maestros que tienen una educación universitaria es generalmente bajo, y el porcentaje de
calificación de los maestros varones continúa aumentando, lo que demuestra que la gran
mayoría de ellos buscan capacitación inicial para enseñar. Cabe señalar que el 83% de los
hombres que trabajan en la educación básica tienen la formacn docente compatible con el
nivel de educación.
En este sentido, en cuanto a la formación de docentes para actuar en la educación
inicial, la Ley Nº 1.264/98 en su Art. 30 establece que:
La educación inicial será impartida por profesionales de la especialidad. En
caso de imposibilidad de contar con suficiente personal, se podrán autorizar
a profesionales no especializados en la materia para ejercer dicha docencia,
con expressa autorización del Vice Ministro de Educación (PARAGUAY,
1998, p. 7).
En vista de esto, de acuerdo con esta ley, está permitido que los profesionales sin
especialización puedan enseñar en esa etapa, por lo que no todos tienen la capacitación
necesaria, como se muestra en la Tabla 5. Sin embargo, para ser educador, este ciudadano
debe tener el título de profesional correspondiente al cargo según el art. 133 El ejercicio de la
profesión de educador estará a cargo de personas de reconocido comportamiento ético y de
idoneidad comprobada, provistas de tulo profesional correspondiente, conforme a lo
prescrito en la legislación correspondiente” (PARAGUAY, 1998, p. 22).
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 16
Así, entre las instituciones de educación superior se encuentran los Institutos de
Formación Docente, que capacitan a los maestros para la educación inicial; por otro lado, para
enseñar en preescolar, es necesario tener un título no universitario, realizado en los Institutos
Pedagógicos Superiores. Sin embargo, según el Ministerio de Educación de Brasil, en los
estudios sobre Educación Infantil en los países del Mercosur (BRASIL, 2013), el acceso a
esta carrera requiere el título de calificación para desempeñar la función, buena conducta e
idoneidad: esta última puede ser probada por prueba de competencia profesional. Con la
presentación de estos datos, fue posible observar que no todos los docentes tienen una
formación adecuada, pero aún ejercen la profesión, debido a que han adquirido experiencias
durante su trayectoria. Estos y varios otros factores que discutimos a lo largo de estos escritos
son de gran importancia para los estudios y reflexiones sobre el tema, diálogos relevantes para
pensar sobre cuestiones de género.
Consideraciones finales
Al inicio de la investigación presentamos como objetivo general identificar y analizar
lo publicado en forma de libros y artículos científicos sobre el primer nivel de la educación
pública paraguaya, que incluye la educación infantil, preescolar y básica organizada en nueve
años, con énfasis en las relaciones de género y el desempeño de los maestros varones.
Así, los resultados del estudio mostraron que la enseñanza en Paraguay es una
profesión predominantemente femenina, sin embargo, los hombres ocupan un espacio muy
significativo en los espacios escolares, con un mayor porcentaje en el área rural que en el área
urbana. Dicho esto, algunos autores señalan que en los primeros días de la educación escolar
paraguaya los padres de las niñas que vivían en el campo/zona rural no las autorizaban a ir a
la escuela, debido a las influencias que podían recibir en estos espacios.
Esta era la realidad del campo; En el área urbana sólo se permitía que los niños
estudiaran. Además, agregamos el hecho de que los primeros maestros en Paraguay de los que
tenemos información y conocimiento fueron hombres. Por lo tanto, en un momento de
posguerra en Paraguay y con la reorganización de las políticas educativas, las mujeres tenían
derecho a ir a la escuela y, en este sentido, en cuanto a su carrera profesional, se les permitió
(en vista de las etiquetas/patrones culturales y socialmente construidos) seguir solo la
profesión de maestra, ya que era la que mejor se ajustaba al perfil de las mujeres, una
profesión llamada "más femenina". Estas transformaciones sociales permitieron que las
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 17
mujeres ingresaran al aula, primero como estudiantes y, más tarde, como maestras. Sin
embargo, hubo una devaluación de la profesión, porque existía la idea de que debido a que era
mujer y esta profesión se consideraba en ese momento como una extensión de las actividades
domésticas, podía recibir menos. Así, los hombres, que inicialmente eran la gran mayoría en
la carrera docente, gradualmente se convirtieron en una minoría.
Otro factor interesante en relación con el perfil de estos profesores fue posible percibir
con la investigación: hasta 2009, la mayoría de los profesores del primer nivel tenían entre 30
y 39 años, es decir, entre la fase joven y la adulta. Además, los datos de 2012 proporcionaron
la reflexión de que el docente masculino tiene un mayor nivel de educación para la formación
docente que las mujeres, lo que nos hace detenernos a pensar en cómo sucede este factor: "¿se
requiere más capacitación de los hombres que de las mujeres, ya que llevan el bagaje y la
experiencia de la maternidad y la educación de los hijos?". Esta es una pregunta que nos
invita a reflexionar, susceptible de futuros estudios. De lo anterior, cabe mencionar que existe
un número limitado de publicaciones que abordan la educación paraguaya, especialmente
sobre las relaciones de género en la profesión docente. Los resultados encontrados provienen
en su mayoría de fuentes documentales y bases proporcionadas en la plataforma digital MEC
do Paraguay, y algunos artículos de revistas en español, publicados por autores de países de
América Latina y del Sur. Por lo tanto, es importante mencionar que hasta el final de este
estudio, no se encontraron publicaciones que discutan el desempeño de los docentes varones
en los espacios escolares de Paraguay y, por lo tanto, enfatizamos la importancia de
desarrollar nuevas investigaciones que aborden el tema, considerando su relevancia para los
estudios sobre género y educación.
En resumen, fue posible percibir, a partir de meses dedicados a la investigación de
publicaciones que discuten el tema, que la falta de estudios que aborden el desempeño de
estos maestros son mecanismos activos para el desarrollo de nuevas investigaciones sobre el
tema, porque es necesario dar visibilidad y conocer la realidad de este maestro varón,
comprender las barreras y comentarios que recibe por elegir trabajar con niños. Aunque
existen una gran cantidad de estudios sobre el desempeño de los maestros varones con hijos
en Brasil, en Paraguay la realidad es divergente, por lo que no es posible establecer
comparaciones, ya que no hay mucho conocimiento sobre este tema en el contexto de la
educación paraguaya.
GRACIAS: Agradecemos al Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico
(CNPq), que financió la investigación.
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 18
REFERENCIAS
BRASIL. A educação infantil nos países do MERCOSUL: Análise comparativa da
legislação. Brasília, DF: MEC; SEB, 2013. Disponible en: http://primeirainfancia.org.br/wp-
content/uploads/2016/01/mercosul1.pdf. Acceso: 10 abr. 2020.
BRAVO, P. R. Género, educacion y desarrollo. Santiago, Chile: UNESCO, 1994.
Disponible en: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139579. Acceso: 16 dic. 2019.
BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação Matemática:
Uma introdução à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994.
DRIESSEN, G. The feminization of primary education: Effects of teachers’ sex on pupil
achievement, attitudes, and behavior. International Review of Education, n. 53, p. 183-203,
abr. 2007. Disponible en: https://link.springer.com/article/10.1007/s11159-007-9039-y.
Acceso: 23 nov. 2021.
ENCISO, A. Preferencias Peripecias de la docencia a través de la historia del Paraguay.
Kuaapy Ayvu Revista Científico-Pedagógica del ISE, v. 4, n. 4/5, p. 23-32, 2014.
Disponible en: http://www.inaesdi.edu.py/Revistas/index.php/ayvu/article/view/64. Acceso:
15 abr. 2022.
FERREIRA, M. O. V. Mulheres e homens em sindicato docente: Um estudo de caso.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 391-410, maio/ago. 2004. Disponible en:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742004000200006&script=sci_arttext.
Acceso: 12 mayo 2020.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, maio/jun. 1995. Disponible
en: http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3. Acceso: 29 enero 2020.
GONÇALVES, J. P.; DE CARVALHO, V. S. C. Estudo das representações sociais de
professores homens de Mato Grosso do Sul sobre o trabalho realizado com crianças. Revista
Latino-Americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 7, n. 2, p. 93-104, ago./dez.
2016. Disponible en: https://revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/7920. Acceso: 13
mayo 2020.
MARTINS, A. M.; RIOS, P. P. S.; VIEIRA, A. R. L. Relações de gênero na gestão escolar:
A dicotomia entre mulheres e homens no cargo de diretora/diretor escolar. Ponta Grossa, PR:
Athena Editora, 2019.
ORTOLAN, F. L. Dócil, elegante e caridosa: Representações das mulheres paraguaias na
imprensa do pós-Guerra do Paraguai (1869-1904). 2010. Tese (Doutorado em História)
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponible en:
https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/24851. Acceso: 09 abr. 2022.
PARAGUAI. Estado del arte de la profesión docente en Paraguay: Ideas inspiradoras para
la elaboración de Políticas Educativas. Paraguai: Banco Mundial, 2013. Disponible en:
https://documents1.worldbank.org/curated/pt/712631467986248993/pdf/98203-WP-P129179-
Beatriz Gouvea LOPES y Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 19
Box391506B-PUBLIC-SPANISH-Estado-del-Arte-de-la-Profesion-Docente-en-Paraguay.pdf.
Acceso: 14 enero 2020.
PARAGUAI. Informe nacional Paraguay educación para todos: Revisión nacional 2015
de la educación para todos. Assunción: Ministerio de Educacion y Cultura, 2014. Disponible
en: https://desarrollo.org.py/admin/app/webroot/pdf/publications/08-10-2015-14-58-25-
265246542.pdf. Acceso: 07 mayo 2020.
PARAGUAI. Ley n. 1.264. Ley General de Educación, de 26 de maio de 1998. Asunción:
Ministério de Educación y Cultura. Disponible en: https://www.bacn.gov.py/leyes-
paraguayas/3766/ley-n-1264-general-de-educacion. Acceso: 10 feb. 2020.
RABELO, A. O. Professores discriminados: Um estudo sobre os docentes do sexo masculino
nas séries do ensino fundamental. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 907-925,
out./dez. 2013. Disponible en: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
97022013005000004&script=sci_arttext. Acceso: 05 jun. 2020.
RIVAROLA, D. M. La reforma educativa en el Paraguay. CEPAL, n. 40, p. 1-31, 2000.
Disponible en: https://repositorio.cepal.org/handle/11362/5972. Acceso: 13 marzo 2020.
ROESLER, P. S. A educação paraguaia: Quatro marcos históricos decisivos. Germinal:
Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 3, p. 136-150, dez. 2017. Disponible
en: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/23054. Acceso: 26 enero
2022.
ROSSI, L. I. Z. La socialización escolar desde una perspectiva de género: Las maestras
parvularias en el Paraguay. Población y Desarrollo, v. 2, n. 3, p. 20-23, 1991. Disponible en:
https://revistascientificas.una.py/index.php/RE/article/view/182. Acceso: 19 nov. 2020.
ROSSI, L. I. Z. Repensando la educación paraguaya desde la perspectiva de género. IX
Corredor de las ideas, p. 1-10, 2008. Disponible en:
http://corredordelasideas.org/ixcorredor/mesa5.html. Acceso: 20 jun. 2020.
ROSSI, L. I. Z. História de la formación docente en Paraguay. Praxis Educativa, v. 19, n. 3,
p. 32-44, set./dez. 2015. Disponible en:
https://www.redalyc.org/jatsRepo/1531/153143329003/html/index.html#fn8. Acceso: 22 jun.
2020.
SAYÃO, D. T. Relações de gênero e trabalho docente na educação infantil: Um estudo de
professores em creche. 2005. Tese (Doutorado em Educação) Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponible en:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/106572/223081.pdf?sequen. Acceso:
18 enero 2022.
VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos pagu, v. 17/18, p. 81-103, 2002.
Disponible en: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
83332002000100003&script=sci_arttext. Acceso: 08 jun. 2020.
Educación escolar en Paraguay: Organización, género y docencia masculina
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 20
CRediT Author Statement
Reconocimientos: Agradecemos a la Universidad Federal de Mato Grosso do Sul,
Campus de Naviraí (UFMS/CPNV), así como al CNPq por otorgar becas y fomentar la
investigación con el Programa Institucional de Becas de Iniciación Científica.
Financiamiento: Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq).
Conflictos de intereses: No aplica.
Aprobación ética: El trabajo respetó la ética durante la investigación
Disponibilidad de datos y material: No aplica.
Contribuciones de los autores: Ambos autores contribuyeron a la estructuración,
organización y desarrollo de esta investigación, su corrección y revisión. Hubo
contribución y colaboración de ambos para llegar al resultado final.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 1
PARAGUAY EDUCATION: ORGANIZATION, GENDER AND MALE TEACHING
EDUCAÇÃO ESCOLAR DO PARAGUAI: ORGANIZAÇÃO, GÊNERO E DOCÊNCIA
MASCULINA
EDUCACIÓN ESCOLAR EN PARAGUAY: ORGANIZACIÓN, GÉNERO Y DOCENCIA
MASCULINA
Beatriz Gouvea LOPES1
e-mail:beatrizgouvealopes2016@gmail.com
Josiane Peres GONÇALVES2
e-mail: josianeperes7@hotmail.com
How to reference this paper:
LOPES, B. G.; GONÇALVES, J. P. Paraguay education:
Organization, gender and male teaching. Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00,
e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16155
Submitted: 22/01/2022
Revisions required: 05/02/2022
Approved: 12/10/2022
Published: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Naviraí MS Brazil. Degree in Pedagogy.
2
Federal University of Santa Maria (UFSM), Santa Maria RS Brazil. Professor. Postdoctoral in Education
(PUCRS).
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 2
ABSTRACT: This research aimed to identify and analyze what was published in the form of
books and scientific articles in the Portal of Periodicals of the Coordination for the Improvement
of Higher Education Personnel (CAPES) about the first level of Paraguayan public education,
with emphasis on gender relations, more specifically on male teaching in Paraguay. The
qualitative work showed in its results that the male teacher was initially a predominant presence
in teaching in Paraguay, but this factor has changed over the years, with the right to access
education for women. There was the feminization of teaching, currently, male teaching is in
greater proportion in rural areas. By the time of completion of the present study, the absence of
theoretical references that discuss male teaching in the country was perceived.
KEYWORDS: Paraguayan education. Gender of teachers. Male teachers.
RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo identificar e analisar o que foi publicado em
forma de livros e artigos científicos no Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamentos de Pessoal de Nível Superior (CAPES) sobre o primeiro nível da educação
pública paraguaia, com ênfase para as relações de gênero, mais especificamente sobre a
docência masculina no Paraguai. O trabalho, de natureza qualitativa, mostrou em seus
resultados que o professor homem inicialmente era presença predominante na docência do
Paraguai, porém este fator foi mudando ao longo dos anos, com o direito ao acesso à educação
para as mulheres. Houve a feminização do magistério, e atualmente à docência masculina está
em maior proporção na zona rural. Até o momento de finalização do presente estudo foi
percebida a ausência de referenciais teóricos que abordem à docência masculina no país.
PALAVRAS-CHAVE: Educação paraguaia. Gênero dos docentes. Professores homens.
RESUMEN: El objetivo de la investigacíon fue identificar y analizar lo publicado en forma de
libros y artículos científicos en el Portal de Periódicos de la Coordinación de
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (CAPES) sobre el primer nivel de la
educación pública paraguaya, con énfasis en las relaciones de género, más específicamente
sobre la docencia masculina en Paraguay. El trabajo cualitativo arrojó en sus resultados que
el docente varón fue inicialmente una presencia predominante en la docencia en Paraguay,
pero este factor ha ido cambiando a lo largo de los os, con el derecho de acceso a la
educación de las mujeres. Hubo la feminización de la docencia, actualmente la docencia
masculina es en mayor proporción en las zonas rurales. Al momento de culminar el presente
estudio, se percibió la ausencia de referentes teóricos que aborden sobre la docencia masculina
en el país.
PALABRAS CLAVE: Educación paraguaya. Género de los docentes. Profesores varones.
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 3
Introduction
The present study focused on conducting a bibliographic survey on what has been
published about Paraguayan education, with a focus on gender issues of teachers, in order to
present, discuss and analyze the productions that address the first level of education in
Paraguay.
Having said this, it is important to initially understand how the levels of school
education in Paraguay are divided to facilitate understanding, since it differs from Brazilian
education. When addressing the Paraguayan school organization, Roesler (2017) highlights that
in 1994 a proposal for educational reform occurred, which materialized in the General
Education Law 1.264/1998 (PARAGUAY, 1998), which establishes that throughout the
country formal education is structured in three levels, namely:
[...] The first corresponds to initial education and basic schooling, the second
to middle education, and the third to higher education. As for the first level,
which is made up of initial education, it comprises two stages: one lasting up
to the age of three and the other up to the age of four. This level also includes
basic schooling, which is organized in nine years, compulsory and free in
public schools, including pre-school (ROESLER, 2017, p. 146, our
translation).
According to Rivarola (2000), with the most recent reform in Paraguayan education,
educational development was seen as the universalization of primary education and progress
toward higher levels of secondary education. Previously, the education of children up to seven
years old was seen as the obligation of their respective families.
Continuing the issue, the Ministry of Education and Culture (MEC) of Paraguay
incorporated preschool as part of formal education, which is distinguished into different levels:
the maternal stage (0 to 2 years old); kindergarten (3 to 4 years old) and preschool (5 years old).
Free and compulsory basic school education is nine years long, which are divided into three
cycles of three years each (MEC, 2008). This division is better presented in the following table:
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 4
Table 1 Levels of Public Education in Paraguay
Source: Paraguay (2014)
Through Table 1, we observe that Cine 0, Cine 1 and Cine 2, as well as the ages
equivalent to each cycle, correspond to the First Level of Paraguayan Public Education. We
also notice that there has been an update in these divisions, since the initial level comprises
Kindergarten 2, Kindergarten 3, Kindergarten and Preschool. The first cycle corresponds to 1st
grade, 2nd grade and 3rd grade. The second cycle corresponds to the fourth grade, fifth grade
and sixth grade. The third cycle of basic education includes the seventh grade, eighth grade,
and ninth grade. The so-called baccalaureate corresponds to the first year, second year and third
year of what would be high school in Brazil.
Given the above, in view of the objective of this study, publications were found with the
statistics of basic education teachers, as well as some files that discuss gender relations and the
feminization of the teaching profession, which used to be composed mostly by male teachers,
a reality that has changed over the years.
From this perspective, the research has as specific objectives: a) to search the Periodical
Portal of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel - (CAPES) to
identify the publications about the first level of public education in Paraguay; b) to analyze if
the publications related to school education in Paraguay present discussions about gender
relations, more specifically about the process of feminization of the teaching profession and the
performance of male teachers with children. In the light of the above, we seek to answer the
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 5
following questions: What gender representations are present in the teaching group of the initial
grades of elementary education in Paraguay? What is the percentage of male teachers? How did
the feminization process of the teaching profession occur? What were the historical aspects that
marked the discussion about gender? These are the questions we intend to answer during the
research.
The methodology adopted for the development of this study is based on the field of
qualitative research, as it is the most appropriate approach to achieve the objectives presented
here. Thus, a survey was made in digital databases, for the bibliographic review of these
writings, we used the studies of Rivarola (2000), who contributed to the understanding of
Paraguay's educational reform; Ferreira (2004) and Rossi (2008, 2015), who contributed with
their discussions about teacher training and gender issues in Paraguay; quantitative data found
on the website of the MEC Paraguay (2009), Ortolan (2010), Gonçalves and Carvalho (2016),
among others, who discuss historical aspects about Paraguayan education, gender and teaching.
This paper initially brings a brief presentation and discussion of historical aspects
involving the access of men and women to education, as well as their entry into teaching. Then,
we show and analyze quantitative data about the presence of male and female teachers in
Paraguayan education, with a focus on the first level, including the training that these teachers
have, followed by the final conclusions.
Discussing this issue is relevant so that we can understand the processes that are present
in Paraguayan education regarding gender relations, aiming to understand the factor that caused
the predominance of women in the teaching space, as well as seek to contribute to the theoretical
framework on the subject, since we have not identified publications that discuss the practices
of male teachers at the first level of Paraguayan education, a factor that shows the limited study
that the country has on gender issues and teaching practice.
Finally, we aimed to contribute to the theoretical framework that discusses the subject,
as well as to promote greater visibility and discussion on gender and male teaching in
Paraguayan schools, highlighting here the male teacher who teaches at the first level of basic
education.
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 6
Methodology
For the development of this study, we used the qualitative research approach; as to the
nature, we can classify it as research of analytical character. When thought of in the course of
the investigative process, it can be led by different paths, due to the research results (GODOY,
1995). In this perspective, the objective of this study is to map the production of scientific
knowledge about gender relations present in the first level of Basic Education in Paraguay,
performing the discussion and analysis of the bibliographic reference found in the databases of
different digital platforms: websites, magazines, books, articles, theses and dissertations that
address the theme.
For this article, we selected the methodology of qualitative research in education of an
analytical nature, in order to achieve the objective proposed by the study, in which we focused
on the search for bibliographic references that discuss Paraguayan education, also discussing
gender relations in these spaces. Thus, we bring Bogdan and Biklen (1994, p. 195, our
translation), who state:
[...] Qualitative researchers dispose of quantitative data collection critically.
The qualitative researcher tends to turn the compilation process on its head
by asking what the numbers say about the assumptions of the people who
use and compile them.
In this sense, we bring the study of Godoy (1995, p. 21), for emphasizing that "[...] a
phenomenon can be better understood in the context in which it occurs and of which it is part,
and should be analyzed in an integrated perspective. In addition, documentary research was
conducted in the digital databases of the Ministry of Education and Culture (MEC) and the
Government of Paraguay, where it was possible to locate quantitative data about the teachers
who teach in Paraguayan basic education, emphasizing the gender of these teachers, providing
a critical, reflective and comparative look between the percentage of men and women who
follow this professional career.
Thus, from the direction and operating modes of this research, we put our efforts in the
reading and categorization of the references found, selecting the investigative focuses in order
to draw an analytical framework about the discussion that we proposed to make in this work.
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 7
Historical Aspects of Paraguayan Education: A Look at Gender Issues
First, it is important to understand how the process of education of Paraguayan men and
women throughout history took place, so that they could reach the teaching profession, bearing
in mind that it is impossible to separate the studies of teaching from gender relations, which
will be presented hereafter. That said, Ferreira (2004) emphasizes that in order to understand
this profession, we need to recognize and understand how social transformations occurred,
which gradually allowed women to enter the classroom, first as students, and then return as
teachers, since this was an opportunity from the beginning aimed at men.
On this aspect, Enciso (2014) points out that in the National Archive of Paraguay there
are documents that prove that Lázaro Lopes was assigned in 1596 as a teacher to teach children:
he would be the first known teacher in the 16th century. At that time, education was only for
boys; girls were forbidden to study in boys' schools, and thus, they grew up illiterate. In the
same century, the religious orders of the Mercedarians, Jeronimos, Franciscans, Dominicans
and Jesuits entered the country, and for lack of instructors they were the teachers of the
educational process. The teachers until the 18th century were religious or civil religious
formation.
Moreover, among the pioneer teachers who dedicated themselves to teaching the
Paraguayan people we have José Gabriel Téllez, appointed teacher in 1802, and the Argentine
Juan Pedro Escalada, who taught from 1807 to 1869. Due to the lack of teachers, the Superior
Council of the Government recommended the use of the Lancasterian method, in which the
most advanced and educated students taught the beginners (ENCISO, 2014).
Continuing, by the 1860s, in a pre-War time in Paraguay, the literacy rate of men was
considerable, free and compulsory schooling was intended for boys, being raised to higher
levels, while women were illiterate. However, over the years this situation changed: a new
school program was developed in a now post-war context (from 1870), in which the press
announced the creation of an exclusive school for girls, inaugurated at first in Asunción, in the
capital, the so-called Escuela Central de Ninas (Central School for Girls). This exclusive school
for girls brought a difference in teaching, being characterized, according to Ortolan (2010, p.
96, our translation), as:
[...] a school of cultural refinement, concerned much more with making them
ladies suitable for social interaction, virtuous and polished, so that they could
educate their children well. [...] Thus, not only materializing a personal
training project, but also the educational and social moral purposes that
postwar society aspired to.
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 8
In this period education represented the progress, the evolution of society, it was
important that women were also educated, but in a model accepted by society, associated with
the regeneration process for the Paraguayan people, in order to insert the country in modern
nations (ORTOLAN, 2010).
The process of access to education for women went through many challenges, still, few
had access to higher education. In the nineteenth century the doors to this stage of studies were
opened through the exercise of teaching. Among the female teachers, the sisters Adela and
Celsa Speratti were highlighted, who, despite the precarious education, taught and trained many
girls in the capital and nearby cities. In this sense, Ortolan (2010, p. 99) also points out that "the
first graduated school for girls was the Escola de Mestres, which later, in 1896, under President
Juan Bautista Egusquiza, would give rise to the Escola Normal de Mestras. According to the
Statistical Yearbook of 1887, of the 448 educators, 33% (148) were women."
In addition to the aspects mentioned, data from MEC (2009) that show the number of
male and female students who enrolled in training courses for the teaching profession show that
there has been a significant increase of women in the demand for teaching, as shown in the table
below:
Table 2 Proportion of students enrolled in teacher training by gender
GENDER
GENDER %
TOTAL
TOTAL
Municipality
Male
Female
Male
Female
Asunción
422
707
37,4
62,6
1.129
31,1
Concepción
55
98
35,9
64,1
153
4,2
San Pedro
114
183
38,4
61,6
297
8,2
Cordillera
62
71
46,6
53,4
133
3,7
Guairá
107
176
37,8
62,2
283
7,8
Caaguazú
106
208
33,8
66,2
314
8,7
Caazapá
67
101
39,9
60,1
168
4,6
Itapúa
25
73
25,5
74,5
98
2,7
Misiones
-
11
-
100,0
11
0,3
Paraguarí
84
125
40,2
59,8
209
5,8
Alto Paraná
34
86
28,3
72,7
120
3,3
Central
97
228
29,8
70,2
325
9,0
Ñeembucú
41
74
35,7
64,3
115
3,2
Amambay
6
38
13,6
86,4
44
1,2
Canindeyú
34
33
50,7
49,3
67
1,8
Pdte. Hayes
29
44
39,7
60,3
73
2,0
Boquerón
15
72
17,2
82,8
87
2,4
TOTAL
1.298
2.328
35,8 %
64,2 %
3.626
100 %
Source: Adapted from Paraguay (2013)
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 9
It can be seen then that women were gaining space in the teaching profession, with the
number of female teachers beginning to grow in a space that was predominantly occupied by
men, representing approximately double the number of male entrants.
More equitable access to education was established at the end of the 19th century, with
Paraguay's General Education Law nº 1.264 of 1998: according to it, the entire population has
the right to education, and the State must create conditions and offer quality education for all
(PARAGUAY, 1998). However, making an analogy to the education of men and women in
urban and rural areas, Rossi (2008, p. 03, our translation) states that "Women have fewer years
of schooling than men. A man in the urban sector has twice as many years of schooling as a
woman in the rural sector.thus emphasizing that there is still inequality in rural women's
access to school education.
Therefore, it is important to highlight here what Rabelo (2013, p. 05, our translation)
emphasizes about gender discussions: "gender studies are important for the analysis of the
presence of men in activities socially considered feminine, because the work of these
professionals clashes with expectations and can show exceptions to gender standards". In other
words, she invites us to reflect about the work of these professionals, understanding that the
presence of male teachers in this space exerts a break to the standards, with its particularities.
Many times, because there is a predominance of women in teaching children, boys are exposed
to fewer male teachers, consequently, they can reinforce the idea in their heads that professions
where there are more women are typically female.
The presence of men and women in the teaching profession at the first level
of Paraguayan education: a quantitative approach
In Brazil, teaching is considered a female profession due to the number of female
teachers working in the field of education, which is not very different from the reality in
Paraguay, as pointed out above. Over time, this profession has come to be seen as being more
suitable for the female public, being associated with maternal skills, disregarding the
professional training process of each individual. These factors are characterized as social
representations that influence the way of thinking and the behavior of people who are inserted
in certain contexts of society (GONÇALVES; CARVALHO, 2016).
Also, according to these authors, teaching was initially a male profession, in which only
men studied and taught. However, over time, with the association of feminine characteristics
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 10
and other factors to the teaching profession, women began to enter the labor market and to
exercise this profession, which is called by many authors the process of feminization of teaching
or de-masculinization of teaching, to others.
With this in mind, every profession that becomes feminized suffers a devaluation
process, with a decrease in salaries, for example. In this sense, we bring Rossi (2008, p. 5, our
translation), who states this aspect: Historically, it has been shown that activities, areas of
study, sectors of power and work that are feminized tend to experience a social devaluation that
is manifested either in the level of remuneration and branches of activity in which women
predominate, or in the level of the work they perform.”
From this perspective, Rossi (2008) questions what may be happening with teacher
training, since in primary education in Paraguay in the early 2000s, when she carried out her
studies, she noticed that most of the teachers were women: 84% of the teaching staff was
predominantly female and only 16% male. At the secondary level, this percentage drops to
65%, while the male percentage rises to 35% (i.e., the percentages alternate according to the
level of education).
Martins, Rios and Vieira (2016) broaden our views so that we can understand how
gender relations occur in the educational field, thus, it is necessary to understand that it is
permeated by gender and that we need to think about the social and cultural constructions of
masculinity and femininity. Regarding these constructions, which define the relationships
between people, Vianna (2001) points out that several stereotypes about men and women
persist, among which:
[...] aggressive, militaristic, rational, for them; docile, relational, affective, for
them. As a result, functions such as feeding, motherhood, preservation,
education, and caring for others become more identified with female bodies
and minds, thus gaining an inferior place in society when compared to
functions considered to be male (VIANNA, 2001, p. 13, our translation).
In view of the above, according to Bravo (1994), not everything is better on the male
side, since society demands that men fulfill their social functions, and when they decide to stay
at home, cook, clean, or take care of the children, this is seen as a deviation from their true
identity, since, by acting this way, his wife can dominate him. From the moment that men and
women break with roles and spaces designed for them, the author emphasizes that they may
feel fear, shame, or guilt for breaking with pre-established standards. By the same token, the
author invites us to think: "Thus, it is assumed that men and women have a different 'nature'.
The saying 'men don't cry' is one of the clearest examples. The arrangement of appearance and
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 11
body control are fundamental axes in this polarization process" (BRAVO, 1994, p. 22, emphasis
added, our translation).
In this way, regarding the feminization of teaching in Paraguay, Rossi (1991) points out
that teacher training became a female career due to the fact that it was considered the only work
activity (profession), outside of those functions performed at home, that a supposedly "decent
and dignified" woman could perform. This was regardless of the social class to which the
woman belonged, that is, it was considered the only socially accepted career for the female
gender. However, from the moment it becomes feminized, teaching ends up losing its notoriety
and prestige, becoming considered a profession that does not require much education or
professional training (ROSSI, 2015). However, Rabelo (2013) turns our gaze to gender studies
in the teaching profession, reporting that:
When emphasizing the female voices in current educational research, we run
the risk of ignoring the thinking of men who go into teaching and the process
of adaptation/recreation of the masculine in the school environment. When it
comes to the male view of the teacher in this segment, there are almost no
references to the theme (RABELO, 2013, p. 3, our translation).
This factor is in line with the studies presented, given that when we conducted a
bibliographic survey of publications on male teaching in Paraguayan basic education, we were
unable to find a significant number of studies that specifically addressed this issue. However,
in Brazil it is possible to find several publications on the subject.
Considering the discussed aspects, data from the Ministry of Education and Culture
(MEC) inform that, in 2010, Paraguay had around 73,637 teachers in the first level of
Paraguayan basic education. That said, we highlight, through Table 3 below, data regarding the
number of Paraguayan teachers in the first level of basic education. This data provides us with
an understanding of the number of male teachers compared to the number of female teachers,
who are predominant in the teaching force.
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 12
Table 3 Teachers by level, zone and sector (2010)
LEVEL
Early Education
Elementary School Education
Formal
Not formal
First and second
cycle
Third cycle
ZONA
Urban
4.643
79
17.642
18.756
Rural
3.652
31
18.410
10.424
SETOR
Oficial
5.507
83
28.839
23.978
Subsidized
1.107
15
3.545
2.437
Private
1.681
12
3.668
2.765
GENDER
Male
1.282
2
10.701
10.819
Female
7.013
108
25.351
18.361
TOTAL
8.295
110
36.052
29.180
Source: Adapted from MEC-DGPE (2010) apud Paraguay (2013)
From the data presented it is possible to see that the number of male teachers in initial
education was about twice as low as the number of female teachers. These are data from ten
years ago, and are susceptible to change as time goes by. These are impacting numbers, in
which we clearly perceive the female predominance in these spaces.
Having said this, in relation to male teachers, it is worth noting what Rabelo (2013, p.
16) states: "The presence of male teachers teaching in the early grades of elementary school is
a way to insert gender issues in education and show children that men can also choose this
activity and be successful," considering that the teacher has a strong influence on his students.
Therefore, they can serve as role models for children who identify with the teaching profession.
Moreover, as we said, these are data from 2010. According to data from the General
Directorate of Statistics, Surveys, and Census (DGEEC), in 2017 there were approximately
119,000 professionals dedicated to teaching throughout the country. Thus, we can see that there
has been an increase in the number of teachers, as shown in the following table:
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 13
Table 4 Number of teachers by gender and zone (2017)
Total:
119.000
Urban:
88.000
Rural:
31.000
Source: Paraguay DGEEC (2018)
Based on the data presented, we can see that the number of male teachers is significant,
but not balanced with the percentage of female teachers. One of the stereotypical views of this
profession, which is present even in Brazil, and which may possibly be one of the reasons why
there is not an equitable margin of male teachers in relation to female teachers, concerns the
salary. On this aspect, Rabelo (2013, p. 14, our translation) points out that "the representation
that this profession is poorly paid and, therefore, is not for men discriminates and can be a
stimulus for the non-choice or the escape of the man in relation to teaching".
Thus, Driessen (2007) points out that the gender of the teacher does not interfere with
performance, but advocating the need for male role models at school can reinforce gender
stereotypes, such as, for example, that the teacher imposes more 'discipline', while the female
teacher is more 'docile'. In contradiction to this, Rabelo (2013) considers that men do not lose
their masculinity exercising this profession, but many times, they are considered as
homosexuals, pedophiles or not good for the profession. In other cases, he may also reaffirm
some of these social representations of men in working with young children.
In view of the above, Sayão (2005, p. 262, our translation) states that "the teaching work
and the teaching profession cross gender boundaries, demystify conceptions and redefine
positions", thus, along with the teaching work we add the discussions about gender, which can
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 14
contribute significantly to this deconstruction of pre-established thoughts and patterns. We also
add that gender issues, being social, should be worked on in all areas of knowledge, so that we
can contribute to the construction of a society where there is more equity.
Continuing with these issues, we find data from the MEC (2009) on the age range of
teachers. These show that in Paraguay the age of teachers, whether men or women, varies
according to the educational level they teach. At the first level, which encompasses initial
education, most teachers are between 30 and 39 years old; next in the ranking are the youngest
teachers, under 30. Teachers between the ages of 30 and 39 together make up about 70% of the
total. An interesting factor to note is that in early education, 35.1% of the teachers are under 30
years old, while in basic education, which includes the first, second, and third cycles, 49.8% of
the teaching staff is between 30 and 39 years old, and the number of teachers under 30 decreases
to 23.2%.
Still related to the profile of teachers in Paraguay, it is relevant to discuss their academic
qualifications, due to the fact that they play a very important role in improving the quality of
education in the country. With this in mind, the data in Table 5 show, that in 2012, eight out of
ten teachers at the initial level of education completed initial teacher training, but only one out
of ten managed to finish university (PARAGUAY, 2014), as shown in the table:
Table 5 Percentage distribution of teachers according to academic qualification and level of
education (pre-school, elementary, high school, and college) respectively
Source: MEC-DPGE (2012), apud Paraguay (2014)
Based on Table 5, we can infer that teachers with higher degrees (teacher education,
university education, and post-graduate education) teach at the highest levels, as in Cine 2 and
Cine 3. It was also possible to notice that the percentage of teachers who have a university
degree is generally low, and the percentage of qualified male teachers follows an increasing
trend, showing that the great majority of them seek initial training to teach. It is worth noting
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 15
that 83% of the men who work in basic education have a teaching degree compatible with the
level of education.
In this sense, with regard to the training of teachers to work in initial education, Law
No. 1,264/98 in Article 30 establishes that:
La educación inicial será impartida por profesionales de la especialidad. En
caso de imposibilidad de contar con suficiente personal, se podrán autorizar a
profesionales no especializados en la materia para ejercer dicha docencia, con
expressa autorización del Vice Ministro de Educación (PARAGUAY, 1998,
p. 7, our translation)
3
.
With this in mind, according to this law, professionals without specialization are
allowed to teach at that stage, so not everyone has the necessary training, as shown in Table 5.
However, to be an educator, this citizen must have the professional title corresponding to the
position, according to Art. 133 "The exercise of the teaching profession will be in charge of
people of recognized ethical behavior and proven suitability, with the corresponding
professional title, as prescribed in the corresponding legislation" (PARAGUAY, 1998, p. 22,
our translation).
Thus, among the higher education institutions are the Teacher Training Institutes, which
train teachers for initial education; on the other hand, to teach in pre-school, it is necessary to
have a non-university degree from the Higher Pedagogical Institutes. Even so, according to the
Brazilian Ministry of Education, in studies on Early Childhood Education in Mercosur countries
(BRAZIL, 2013), access to this career requires the title of qualification to exercise the function,
good conduct and suitability: the latter can be proven by proof of professional competence.
With the presentation of these data, it was possible to observe that not all teachers have the
appropriate training, but still practice the profession, due to the fact that they have acquired
experience during their trajectory. These and several other factors that we have discussed
throughout these writings are of great importance for the studies and reflections about the
theme, pertinent dialogues to think about gender issues.
3
“Initial training will be provided by professionals in the specialty. If there are insufficient personnel, professionals
not specialized in the subject may be authorized to teach, with the express authorization of the Vice-Minister of
Education” (PARAGUAY, 1998, p. 7, our translation)
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 16
Final remarks
At the beginning of the research, the general objective was to identify and analyze what
has been published in the form of books and scientific articles about the first level of Paraguayan
public education, which includes early childhood education, preschool and basic education
organized in nine years, with emphasis on gender relations and the role of male teachers.
Thus, the results of the study showed that teaching in Paraguay is a predominantly
female profession; however, men occupy a significant space in school spaces, with a higher
percentage in rural areas than in urban areas. That said, some authors point out that in the early
days of Paraguayan school education, the parents of girls who lived in the countryside did not
allow them to go to school, due to the influences they could receive in these spaces.
This was the reality in the rural area; in the urban area, only boys were allowed to study.
In addition, we have to add the fact that the first teachers in Paraguay that we know of were
men. Therefore, in a post-war moment in Paraguay and with the reorganization of educational
policies, women got the right to go to school and, in this sense, regarding the professional
career, they were allowed (in view of the cultural and socially constructed labels/standards)
only to follow the profession of teachers, because it was the profession that best fit the profile
of women, a so-called "more feminine" profession. These social transformations allowed
women to enter the classroom, first as students and then as teachers. However, there was a
devaluation of the profession, since the idea was that, because she was a woman and because
this profession was considered at the time as an extension of domestic activities, she could be
paid less. Thus, men, who initially were the great majority in the teaching career, gradually
became a minority.
Another interesting factor in relation to the profile of these teachers was that until 2009,
most first-level teachers were between the ages of 30 and 39, that is, between the young and
adult years. Moreover, the 2012 data provided the reflection that male teachers have a higher
level of education for teacher training than female teachers, which makes us stop to think about
how this factor occurs: "is it that more training is required of men than of women, since they
carry the baggage and experience of motherhood and child rearing?" This is a question that
invites us to reflect, susceptible to future studies.
In view of the above, it is worth noting that there is a limited number of publications
that address Paraguayan education, especially about gender relations in the teaching profession.
The results found are mostly from sources and documentary bases provided in the digital
platform of the MEC of Paraguay, and some journal articles in Spanish, published by authors
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 17
from Latin and South American countries. Therefore, it is important to mention that until the
completion of this study no publications were found that discuss the performance of male
teachers in school spaces in Paraguay and, thus, we emphasize the importance of developing
new research that addresses the topic, considering its relevance to studies on gender and
education.
In summary, it was possible to realize, based on months dedicated to the research of
publications that deal with the subject, that the lack of studies that address the performance of
these teachers are active mechanisms to develop new research on the subject, because it is
necessary to give visibility and know the reality of this male teacher, understand the barriers
and comments that he receives for choosing to work with children. Although there is a large
number of studies on the performance of male teachers with children in Brazil, in Paraguay the
reality is divergent, therefore, it is not possible to establish comparisons, since there is not much
knowledge about this issue in the context of Paraguayan education.
ACKNOWLEDGMENTS: We thank the National Council for Scientific and Technological
Development (CNPq), which financed the research.
REFERENCES
BRAZIL. A educação infantil nos países do MERCOSUL: Análise comparativa da
legislação. Brasília, DF: MEC; SEB, 2013. Available at: http://primeirainfancia.org.br/wp-
content/uploads/2016/01/mercosul1.pdf. Access: 10 Apr. 2020.
BRAVO, P. R. Género, educacion y desarrollo. Santiago, Chile: UNESCO, 1994. Available
at: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139579. Access: 16 Dec. 2019.
BOGDAN, R. C.; BIKLEN, S. K. Investigação Qualitativa em Educação Matemática:
Uma introdução à teoria e aos métodos. Lisboa: Porto Editora, 1994.
DRIESSEN, G. The feminization of primary education: Effects of teachers’ sex on pupil
achievement, attitudes, and behavior. International Review of Education, n. 53, p. 183-203,
abr. 2007. Available at: https://link.springer.com/article/10.1007/s11159-007-9039-y. Access:
23 Nov. 2021.
ENCISO, A. Preferencias Peripecias de la docencia a través de la historia del Paraguay.
Kuaapy Ayvu Revista Científico-Pedagógica del ISE, v. 4, n. 4/5, p. 23-32, 2014.
Available at: http://www.inaesdi.edu.py/Revistas/index.php/ayvu/article/view/64. Access: 15
Apr. 2022.
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 18
FERREIRA, M. O. V. Mulheres e homens em sindicato docente: Um estudo de caso.
Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 391-410, maio/ago. 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-15742004000200006&script=sci_arttext.
Access: 12 May 2020.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de
Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, maio/jun. 1995. Available at:
http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a04v35n3. Access: 29 Jan. 2020.
GONÇALVES, J. P.; DE CARVALHO, V. S. C. Estudo das representações sociais de
professores homens de Mato Grosso do Sul sobre o trabalho realizado com crianças. Revista
Latino-Americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 7, n. 2, p. 93-104, ago./dez.
2016. Available at https://revistas2.uepg.br/index.php/rlagg/article/view/7920. Access: 13
May 2020.
MARTINS, A. M.; RIOS, P. P. S.; VIEIRA, A. R. L. Relações de gênero na gestão escolar:
A dicotomia entre mulheres e homens no cargo de diretora/diretor escolar. Ponta Grossa, PR:
Athena Editora, 2019.
ORTOLAN, F. L. Dócil, elegante e caridosa: Representações das mulheres paraguaias na
imprensa do pós-Guerra do Paraguai (1869-1904). 2010. Tese (Doutorado em História)
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Available at:
https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/24851. Access: 09 Apr. 2022.
PARAGUAY. Estado del arte de la profesión docente en Paraguay: Ideas inspiradoras
para la elaboración de Políticas Educativas. Paraguai: Banco Mundial, 2013. Available at:
https://documents1.worldbank.org/curated/pt/712631467986248993/pdf/98203-WP-P129179-
Box391506B-PUBLIC-SPANISH-Estado-del-Arte-de-la-Profesion-Docente-en-Paraguay.pdf.
Access: 14 Jan. 2020.
PARAGUAY. Informe nacional Paraguay educación para todos: Revisión nacional 2015
de la educación para todos. Assunción: Ministerio de Educacion y Cultura, 2014. Available
at: https://desarrollo.org.py/admin/app/webroot/pdf/publications/08-10-2015-14-58-25-
265246542.pdf. Access: 07 May 2020.
PARAGUAY. Ley n. 1.264. Ley General de Educación, de 26 de maio de 1998. Asunción:
Ministério de Educación y Cultura. Available at: https://www.bacn.gov.py/leyes-
paraguayas/3766/ley-n-1264-general-de-educacion. Access: 10 Feb. 2020.
RABELO, A. O. Professores discriminados: Um estudo sobre os docentes do sexo masculino
nas séries do ensino fundamental. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 907-925,
out./dez. 2013. Available at: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
97022013005000004&script=sci_arttext. Access: 05 June 2020.
RIVAROLA, D. M. La reforma educativa en el Paraguay. CEPAL, n. 40, p. 1-31, 2000.
Available at: https://repositorio.cepal.org/handle/11362/5972. Access: 13 Mar. 2020.
Beatriz Gouvea LOPES and Josiane Peres GONÇALVES
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 19
ROESLER, P. S. A educação paraguaia: Quatro marcos históricos decisivos. Germinal:
Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 3, p. 136-150, dez. 2017. Available at:
https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/23054. Access: 26 Jan. 2022.
ROSSI, L. I. Z. La socialización escolar desde una perspectiva de género: Las maestras
parvularias en el Paraguay. Población y Desarrollo, v. 2, n. 3, p. 20-23, 1991. Available at:
https://revistascientificas.una.py/index.php/RE/article/view/182. Access: 19 Nov. 2020.
ROSSI, L. I. Z. Repensando la educación paraguaya desde la perspectiva de género. IX
Corredor de las ideas, p. 1-10, 2008. Available at:
http://corredordelasideas.org/ixcorredor/mesa5.html. Access: 20 June 2020.
ROSSI, L. I. Z. História de la formación docente en Paraguay. Praxis Educativa, v. 19, n. 3,
p. 32-44, set./dez. 2015. Available at:
https://www.redalyc.org/jatsRepo/1531/153143329003/html/index.html#fn8. Access: 22 June
2020.
SAYÃO, D. T. Relações de gênero e trabalho docente na educação infantil: Um estudo de
professores em creche. 2005. Tese (Doutorado em Educação) Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Available at
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/106572/223081.pdf?sequen. Access:
18 Jan. 2022.
VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. Cadernos pagu, v. 17/18, p. 81-103, 2002.
Available at https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
83332002000100003&script=sci_arttext. Access: 08 June 2020.
Paraguay education: Organization, gender and male teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023021, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16155 20
CRediT Author Statement
Acknowledgments: We thank the Federal University of Mato Grosso do Sul, Naviraí
campus (UFMS/CPNV), as well as CNPq for granting scholarships and encouraging
research with the Institutional Program for Scientific Initiation Scholarships.
Funding: National Council for Scientific and Technological Development (CNPq).
Conflicts of interest: None.
Ethical approval: The work respected ethics during the research.
Data and material availability: Not applicable.
Author’s contributions: Both authors contributed to the structuring, organization and
development of this research, its correction and revision. There was contribution and
collaboration of both to reach the final result.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.