HUMANIZACIÓN Y SUFRIMIENTO PSICOLÓGICO EN EL PROCESO EDUCATIVO: INTEGRACIÓN Y DESINTEGRACIÓN DE LA PERSONALIDAD
HUMANIZATION AND PSYCHOLOGICAL SUFFERING IN THE EDUCATIONAL PROCESS: PERSONALITY INTEGRATION AND DISINTEGRATION
Armando Marino FILHO2
RESUMEN: Este artículo analiza el sufrimiento psicológico como una condición de la actividad vital de los individuos. Su objetivo es comprender su génesis en la actividad educativa. Se basa en el hecho de que el sistema psicológico es una síntesis de los sistemas de orientación biológica que son incorporados por el sistema educativo. Esto puede ser representado por el proceso simbólico de significado de las relaciones sociales. Se utilizó el método bibliográfico basado en la Psicología Histórico-Cultural y el análisis teórico conceptual basado en el materialismo histórico y dialéctico. Los resultados del análisis nos llevaron a comprender que la transición del sistema psíquico animal al sistema psicológico humano social crea las contradicciones que son la base del sufrimiento psicológico. El sufrimiento y la enfermedad se entienden como formas de integración y desintegración de la actividad consciente. Entendemos que el sufrimiento no está encapsulado en el individuo, sino
1 Discussão apresentada oralmente na 40ª Reunião Nacional ANPED – 2021, sob o título: Atividade vital, sofrimento e adoecimento psicológico: a educação como integração e desintegração da atividade.
2 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brasil. Professor Efetivo do Departamento de Educação e colaborador no Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5212-3972. E-mail: armando.marino@ufms.br
que existe objetivamente en el entorno material donde tiene lugar la actividad vital. También entendemos que, dado que el sistema psicológico está integrado en el sistema social, el sufrimiento y la enfermedad están socialmente referenciados por las formas de organización social de la actividad consciente de los sujetos.
PALABRAS CLAVE: Humanización. Educación. Conciencia. Sufrimiento psicológico.
ABSTRACT: This article analyzes psychological suffering as a condition of the vital activity of individuals. It aims to understand its genesis in the educational activity. It is based on the idea that the psychological system is a synthesis of the biological systems of orientation that are incorporated by the educational system. This can be represented by the symbolic process of signification of social relations. We used the bibliographic method based on the Cultural- Historical Psychology and the theoretical conceptual analysis based on the historical and dialectical materialism. The results of the analysis led us to understand that the transition from the animal psychological system to the human social psychological system creates the contradictions that are the basis of psychological suffering. Suffering and illness are understood as forms of integration and disintegration of conscious activity. We understand that suffering is not encapsulated in the individual, but exists objectively in the material environment where vital activity takes place. We further understand that, since the psychological system is integrated into the social system, suffering and illness are socially referenced by the forms of social organization of the subjects' conscious activity.
KEYWORDS: Humanization. Education. Consciousness. Psychological suffering.
Seja qual for o modelo educativo em diferentes culturas e sociedades, ele tem como princípio a transição do sistema psíquico orgânico para o cultural. Está diretamente relacionado com as formas de orientação na realidade e suas contradições (LEONTIEV, 1978a). Essas serão compreendidas somente se abarcarmos a atividade vital humana, a formação de valores afetivos e emocionais, o desenvolvimento da consciência, da personalidade e da visão de mundo dos sujeitos, integralizados em um sistema de relações subjetivas e objetivas.
O problema em foco é que o sofrimento é uma condição do ser vivo, tem características próprias no âmbito da natureza e adquire novas características e complexidade quando os homens passam para a vida em sociedade. Compõe, ainda, o fato de que a educação está correlacionada com a formação da personalidade, compreendida essa como síntese do desenvolvimento psicológico cultural, que representa a história particular dos processos de significação em cada indivíduo (BOZHÓVICH, 1987). Por isso, a educação tem uma marcante influência nas formas como os indivíduos enfrentam o sofrimento.
A base teórico filosófica para a discussão assenta-se nos fundamentos da Psicologia Histórico-Cultural, principalmente nos conceitos de atividade vital, consciência, significação e personalidade. Consideramos, por meio dessa teoria, que o sistema psicológico nas características do ser social e o seu desenvolvimento estão relacionados à educação e ao sofrimento psicológico.
Para realizar essa discussão faremos um breve percurso do desenvolvimento psíquico ao sistema psicológico cultural. A discussão sobre o sofrimento se justifica pelo crescente número de casos de adoecimento psicológico que temos presenciado em nossa sociedade, no sistema educacional entre professores e alunos, e em todo o sistema laboral, no mundo do trabalho.
Começo considerando o movimento como forma de existência dos fenômenos que estudamos. Por isso, é preciso apontar que as análises feitas aqui têm como objetivo compreender os movimentos de inter-relação entre os componentes da atividade vital, do sofrimento e do adoecimento psicológico humano, com base nos processos educativos.
Quero destacar que não temos meios para afirmar que o movimento das formas inorgânicas da natureza tem uma necessidade e/ou finalidade à priori, postas como motor da sua existência. Como consequência, essa condição nos limita conhecê-las na sua imediata objetividade.
Quando, no entanto, entramos na esfera do conhecimento da matéria orgânica, dos seres vivos, podemos fazer afirmações sobre necessidades e finalidades dos seus movimentos que, agora organizados pelo princípio da vida, se caracterizam como atividade de um organismo direcionada a um objeto. Como afirma Leontiev (1978a, p. 68), “A característica básica, como se costuma dizer, constitutiva da atividade é sua objetividade. Rigorosamente, o conceito mesmo de atividade está implicitamente contido no conceito de objeto”. Além da objetividade nos deparamos com o surgimento de uma nova forma, a subjetividade que resulta da unidade do organismo com o objeto fora de si, isto é, uma atividade interior correlacionada à outra exterior ao organismo.
A gênese da subjetividade se dá no momento em que o organismo vivo reflete no seu interior processos que existem no exterior, nas relações. Leontiev (1978a, p. 47) explica que “[...] a subjetividade a nível do reflexo sensorial não deve ser compreendida como subjetivismo, senão como sua ‘sujeitualidade’, quer dizer, seu pertencimento ao sujeito ativo.” Outra
característica é que o movimento subjetivo como reflexo da realidade objetiva acontece, também, na ausência direta da objetividade que o produz. Assim, surge no interior do organismo uma atividade nova que reproduz de diferentes formas de ideação as relações.
A atividade, por isso, é a forma de existência dos seres vivos, especialmente dos animais. Especialmente, porque não é possível afirmar a existência de um sistema psíquico ou subjetividade para os vegetais, visto que esses não se deslocam no espaço em busca do objeto da sua nutrição, mas extraem diretamente do meio aquilo que demanda a sua sobrevivência (ILYENKOV, 2010).
Na atividade o movimento organizado responde a uma necessidade e à busca de um objeto que está fora corpo e que a satisfaz, que forma o sentido para a atividade. Essa é a estrutura mais básica da atividade, que se desenvolve pelo princípio de manutenção da existência e reprodução do ser orgânico.
A atividade vital é aquela que tem como princípio a produção da vida. Por isso, é princípio explicativo do sentido, estruturação e funcionamento do sistema psicológico como seu reflexo psíquico (LEONTIEV, 1978b; MARX, 2004). Assim, o sofrimento e o adoecimento, para serem compreendidos, cobram sentido da atividade vital como forma e como conteúdo da sua existência, como unidade entre objetividade e subjetividade.
Com a transformação evolutiva da atividade vital e a transição para formas mais complexas, os organismos desenvolveram a sensibilidade. Essa se configura como meio para processos exteriores ao corpo, e dos quais depende a manutenção da vida. O seu surgimento tem como fundamento a “[...] irritabilidade em relação aos agentes exteriores que preenchem a função de sinal” (LEONTIEV 1978b, p. 20). O sinal pode ser compreendido como o indicador de sentido objetivo de orientação no espaço/tempo de execução da atividade.
Nesse estágio de desenvolvimento os objetos que cumprem a função de sinal têm uma dupla forma de existência. Primeiro, ocupam o lugar de campo de orientação do movimento organizado para a execução da atividade no espaço, e segundo, se transformam em reflexo psíquico da realidade. O mais relevante da nossa discussão aqui é que com isso forma-se na mesma medida um sentido biológico da atividade na realidade. Como explica Leontiev (1978b, p. 22),
As ligações de sentido têm também um outro carácter, o de serem “bilaterais”; com efeito, a sua formação não tem apenas como resultado que a ação do excitante provoca uma reação determinada, um comportamento determinado, mas também que a necessidade correspondente se “reconheça” desde logo de certa maneira no objeto excitante considerado, se concretize nele e provoque um comportamento ativo de busca em relação a ele.
A importância do aparecimento do sentido biológico do objeto é que ele é formado a partir do seu valor para a manutenção da vida do organismo. Este é um fato de relevante importância, já que esse valor é resultado da afetação e, portanto, meio de explicação da subjetividade nos indivíduos. Explicação essa importante para compreendermos a formação de afetos, da sua generalização e transformação em sentido simbólico do sofrimento e do adoecimento psicológico, no sujeito social.
A irritabilidade dos tecidos e a sensibilidade se objetivam na forma de órgãos dos sentidos. Estes são unidades funcionais objetivas de reconhecimento do objeto da atividade, são, por isso, órgãos de análise da realidade objetiva, meios para a organização da atividade de busca do objeto específico para uma dada necessidade. A importância disso é que o psiquismo começa, assim, a se constituir como sistema de análise da unidade da atividade composta pela integração da necessidade/objeto e sentido/valor.
Tal integração complexifica a atividade vital presente no organismo como forma de autoatividade pertencente ao movimento complexo da objetividade. Isto quer dizer que agora o próprio meio é o corpo da sua existência singular, portanto, é parte integrante da sua vida. Nesse sentido o ser singular do organismo é a sua unidade integrada com o meio circundante. Como explica Leontiev (1978b, p. 40, grifo nosso):
O nascimento e o desenvolvimento do psiquismo perceptivo nos animais são condicionados por mudanças anatômicas e fisiológicas profundas. A principal de entre elas é o desenvolvimento e a transformação do papel dos órgãos dos sentidos que agem à distância, em primeiro lugar da visão. O seu desenvolvimento traduz-se por uma modificação tanto da importância que eles têm no sistema geral da atividade como da forma das suas correlações anatômicas com o aparelho nervoso central. Se, no estádio precedente [sensibilidade, AMF], a diferenciação dos órgãos dos sentidos conduzia a isolar de entre eles os órgãos dominantes, nos Vertebrados os órgãos diretores são cada vez mais órgãos que integram os estímulos exteriores. Esta integração é possível graças a uma reorganização do sistema nervoso central com a formação do cérebro anterior, depois do córtex cerebral (em primeiro lugar nos Répteis).
A atividade perceptiva é analítica e tem a função de abstração dos componentes da realidade para identificação daquilo que é vital e daquilo que não é. Isso ocorre porque a atividade está orientada pelo objeto da sua necessidade e pelo sentido subjetivo da sua satisfação. Com a abstração desenvolvem-se, necessariamente, processos de generalização da diversidade da realidade, da sua função como meio ou obstáculo para a execução de ações, portanto, do valor vital que representam. É importante compreender que a percepção será mediada por esse valor e sua função no sistema integrado subjetividade/objetividade. A
percepção tem a dupla função de relacionar o movimento objetivo do meio com as alterações de valor subjetivo do organismo.
Desenvolve-se, com isso, a sinalização como meio de deflagração da atividade do organismo. O sinal adquire a qualidade de orientação generalizada do valor vital como unidade da diversidade da existência objetiva/subjetiva do organismo. O valor vital dos objetos e a sua existência integrada é o meio pelo qual o organismo analisa, abstrai e generaliza. O valor vital está no centro dos processos de afetação e transformações da atividade. É por isso que toda vez que o meio se transforma, obrigatoriamente a título de evitar o perecimento, o próprio organismo se transforma na medida em que as novas condições do meio adquirem novos e diferenciados valores vitais.
É importante afirmação feita por A. Leontiev na citação acima quando fala das profundas mudanças anatômicas e fisiológicas e diz que “A principal dentre elas é o desenvolvimento e a transformação do papel dos órgãos dos sentidos que agem à distância [...]”. A ampliação do campo perceptivo, a percepção da diversidade de objetos e relações, a necessidade de generalização, a unidade desta com os processos afetivos e de formação de valor, complexifica sobremaneira a atividade vital. Em vista dessa complexidade se desenvolve a necessidade de preparação da atividade, a antecipação das operações, da identificação dos obstáculos e meios, da previsão das consequências das operações e do seu valor, e por isso de um processo de análise para selecionar e escolher entre as diferentes possibilidades aquilo que melhor se ajusta à totalidade da atividade.
Esse processo de antecipação e escolha dos caminhos, dos meios e das consequências está no centro da forma de processamento das informações objetivas que se transformarão em atividade intelectual, e no centro do processamento da atividade subjetivamente representada. A importância para a compreensão do desenvolvimento do sistema psíquico é que a integração da totalidade da realidade subjetiva/objetiva pode iniciar-se agora no campo da subjetividade, na formação de uma imagem subjetiva da totalidade da atividade. Como explicita Leontiev (1978b, p. 56, grifo nosso):
[...] a passagem ao terceiro estádio do desenvolvimento animal manifesta uma nova complexidade na estrutura da atividade. Antes, a atividade assentava num processo único; agora, diferencia-se em duas fases: a fase preparatória e a fase de realização. É a existência de uma fase de preparação que constitui o traço característico "do comportamento intelectual. O intelecto aparece, portanto, pela primeira vez, onde aparece um processo que prepara a possibilidade de realizar tal ou tal operação ou hábito. O signo essencial da atividade bifásica é que novas condições não provocam no animal simples movimentos de exploração, mas tentativas de diferentes procedimentos, operações elaboradas anteriormente.
Essa transformação revolucionária na subjetividade, isto é, “tentativas de diferentes procedimentos, operações elaboradas anteriormente”, e que se expressa como antecipação da atividade na subjetividade, proporciona o surgimento de uma transformação radical no seu desenvolvimento quando os homens transformam criativamente a realidade objetiva. Essa possibilidade está fundada no fato de que, como afirma Leontiev (1978b, p. 40), “[...] Doravante o animal reflete a realidade circundante sob forma de imagens mais ou menos segmentares de coisas individualizadas.”
Porque as imagens são segmentações de coisas individualizadas quer dizer que a generalização precisa ter a qualidade de integrar componentes distintos da realidade em um movimento articulado e constituído de sentido. Essa é a base necessária para a organização de operações na forma de ações completas direcionadas a uma finalidade. Está dada, assim, a possibilidade do surgimento de uma atividade complexa constituída por várias ações em direção a um objeto/objetivo que é a representação antecipada da imagem final das transformações que os homens podem realizar na realidade objetiva.
Tal condição marca, na evolução biológica do homem, o processo de transição da hominização, ou seja, a história natural de formação do tipo biológico do homem, que leva à possibilidade de humanização, isto é, às transformações no seu ser singular produzidas por ele mesmo a partir da sua subjetividade e na transformação da objetividade dos meios da produção e manutenção da sua vida. Assim, está dada a possibilidade do trabalho (MARX, 2004) como forma social de relação dos homens entre si que altera, também, na subjetividade a formação da valoração das coisas, portanto, das afetações e criação de sentidos afetivos e emocionais, agora como produção cultural.
Para compreender o processo de transição para a humanização é preciso colocar a diversidade das formas de existência das relações dos homens em unidade. Isso é necessário para que a nova forma da sua existência possa ser compreendida como unidade da diversidade, como universo do mundo humano. Assim, ao mesmo tempo em que ocorre uma lenta transição surgem qualidades essenciais da humanização. O marco fundamental é o trabalho cooperativo (LUKÁCS, 2004) mediado por instrumentos.
Com essa forma de atividade surgem novos fenômenos na vida dos homens que marcam o surgimento de uma nova natureza para o sistema psíquico. Nos referimos ao novo como
sistema psicológico a título de diferenciar o da natureza biológica do de natureza cultural. Essa diferenciação é importante para podermos compreender o sofrimento e adoecimento nas suas especificidades da vida sociocultural. É importante lembrar que não são duas coisas separadas, mas que o segundo representa o salto qualitativo do primeiro, agora integrado no sistema cultural.
Consideremos apenas algumas condições essenciais para a estruturação do novo sistema, que na realidade se produzem sistematicamente, e ao mesmo tempo, em unidade. Primeiro, que na produção de instrumentos que mediatizarão as operações da ação, antecipadas pela atividade intelectual, ocorre um processo de generalização criativa, por isso, é preciso alçar o nível simbólico da imaginação. Segundo, com a criação de objetos e, portanto, novas relações com eles, surge a referente necessidade de criação de novas formas de comunicação, a criação de sinais artificiais para uma natureza também artificialmente produzida e, com isso, o desenvolvimento de novas formas de linguagem para tudo que é novo e criado pelo próprio homem. Terceiro, que a criação de instrumentos medeia também a relação dos homens entre si, alterando a sua sociabilidade, criando novas formas de relações de poder e de dominação. Quarto, os produtos materiais e simbólicos dessas novas relações acumulam-se nos objetos (LEONTIEV, 1978a) como cultura humana, e por isso não são hereditariamente transmitidos às novas gerações, o que demanda uma atividade especialmente desenvolvida para isso, a educação.
O mais importante da unidade desses processos é que eles sempre resultam em significação, isto é, um processo do qual resulta a criação de signos, significados e sentidos pessoais para a atividade social. Os signos e significados ocupam uma posição central na organização do sistema psicológico. É por meio deles que, agora, se organizam as funções de orientação, execução e controle da atividade vital.
O que antes era impulsividade dada pela unidade do valor afetivo e emocional na percepção da realidade, com a significação se transforma em autocontrole da conduta, na forma de pensamento. Isto quer dizer que a percepção se tornou insuficiente para atender às novas condições dos homens e será superada por incorporação no sistema mais complexo da significação. A percepção passa ser organizada pelo uso dos signos e da atividade orientada pela significação, incluída nessa todas as afetações formadoras de sentido.
A atividade vital que antes tinha a qualidade de ser a repetição dos processos naturais transmitidos principalmente pela hereditariedade se transforma em atividade vital social. O ponto nodal dessa transformação é o desenvolvimento da consciência como a forma na qual o homem percebe a si mesmo no ato da criação e transformação da natureza. No ato da criação o
homem percebe a si como agente, como sujeito do e no objeto que produz. À distância, no objeto da sua produção ele pode reconhecer a si mesmo e refletir sobre as suas ações e operações. O mundo e ele mesmo no mundo com os outros homens se tornam objetos do seu pensamento.
O mais importante dessa atividade vital social é que as alternativas que eram apreendidas pela percepção da realidade e estavam determinadas pelas forças da natureza, como transformações na subjetividade decorrentes das transformações do meio, são agora criadas pelos próprios homens. As contradições com a natureza estavam fora do domínio dos homens. Com o afastamento do sujeito do seu objeto, com a sua desintegração da natureza por meio da criação de um novo mundo objetivo e objetivado por si mesmo e o surgimento da consciência, as escolhas, as alternativas são também criadas por ele. O homem supera a adaptação passiva frente à natureza e atua como ser consciente na adaptação da natureza às suas necessidades, agindo na transformação das contradições (VIGOTSKI, 2000).
A humanização é, por isso, o processo de autocriação dos homens. Isso significa que ao criar um novo meio no qual produz a sua vida, cria ao mesmo tempo novas condições para a subjetivação da realidade objetiva. Que a subjetividade reflete as inter-relações criadas pelo homem significa a possibilidade de criá-la também. Isso ocorre na autoatividade do sujeito no processo educativo. O que ocorre agora é a unidade contraditória da criação da subjetividade que é ao mesmo tempo e por um lado uma produção social da ação dos homens entre si, e por outro uma produção pessoal do homem sobre si mesmo com aquilo que os outros fazem com ele.
Nesse sentido, a educação é de forma geral a atividade de transformação da natureza dos sujeitos, mediada por outros e para uma dada socialização. As contradições dessa atividade tem como componentes, primeiro, o fato de a natureza do psiquismo não coincidir com o sistema psicológico criado pelos homens na forma de significação; segundo, que o ato educativo significa ao mesmo tempo uma desintegração do psiquismo perceptivo natural em função da integração do sujeito por meio da significação como atividade consciente; terceiro que a atividade de integração da consciência no sistema psicológico socialmente criado se dá por aceitação e conflitos, por afirmações e negações do ser, em uma constante luta entre os sentidos pessoais e os sociais na produção da vida. Como esclarece Bozhóvich (1987, p. 20): “A personalidade é examinada como o sistema integrativo superior que, no desenvolvimento ontogenético, é caracterizado pelo surgimento sucessivo de novas formações psíquicas.”
É por meio dessas contradições e neoformações que tem início o desenvolvimento da personalidade como expressão das escolhas alternativas que a criança sujeitada às relações
sociais faz e cria como modo de busca de integração na vida social. A personalidade resulta desse drama afetivo, emocional e cognitivo do desenvolvimento do sujeito como transformação da sua singularidade biológica em individualidade sociocultural. Segundo Vigotski (2000, p. 328), “[...] o correlativo à personalidade é a relação entre as reações primitivas e superiores[...]”. A personalidade é a expressão da nova formação nos modos de subjetivação do sujeito social, no processo educativo. Como afirma o mesmo autor e obra: (p. 303) “O desenvolvimento da criança somente pode ser compreendido como um processo vivo de desenvolvimento, de formação, de luta [...]”.
O núcleo da personalidade dessa nova forma de subjetivação é o sistema “Eu”. Esse sistema é primeiro a manifestação social da autoatividade que se constitui com a atividade significativa dos outros. Isto é, os outros colocam o sujeito, sujeitado em determinado lugar nas relações sociais, com determinados valores e funções, com uma valoração heterônoma do seu ser. Segundo, o sujeito coloca a si mesmo nesse lugar, mas não sem luta, afirma os seus valores pessoais e luta por eles com uma valoração autônoma.
O momento decisivo no desenvolvimento da personalidade da criança é a tomada de
consciência desse “eu”. Como assinala Vigotski (1997, p. 336-337),
[...] J. Baldwin assinalou acertadamente que o conceito de “eu” se desenvolve na criança por meio do conceito sobre outros. Assim, o conceito de “personalidade” é social, é um conceito reflexo que a criança forma ao aplicar a si mesmo os procedimentos de adaptação que aplica aos demais. Podemos assim dizer que a personalidade é o social em nós.
Uma questão importante que se nos apresenta agora é o surgimento da vontade como expressão do domínio dos meios para travar essa luta, como uma das formas de expressão da personalidade. O domínio do comportamento em meio às contradições do processo educativo e participação social significa a superação da ação impulsiva, impessoal, por uma consciente, articulada pelas necessidades e motivos da personalidade. A vontade, por isso, não significa um ato de pura racionalidade, mas da articulação afetiva, emocional e cognitiva da criação de alternativas e possibilidades do ser individual. Isso significa que é uma pessoa que diz a si mesma, na condição de sujeito, o que e como realizar uma ação. De acordo com Leontiev (1978b, p. 154, grifo nosso),
[...] o processo voluntário da “efetuação de uma ação” é inicialmente mediatizado por um sinal exterior, pelo qual um outro homem age sobre o comportamento do sujeito que efetua a ação considerada. Neste estádio de formação, a estrutura mediatizada não caracteriza o processo realizado pelo sujeito agente, mas o processo “interpsicológico” correspondente, isto é, o processo no seu conjunto, no qual intervêm tanto a pessoa que reage ao sinal
realizando a ação como a ou as pessoas que dão o sinal. Só posteriormente, quando numa estrutura análoga o sinal de partida começa a ser dado pelo próprio sujeito agente (“auto-comando”), é que o processo adquire um carácter mediatizado “intrapsicológico”, isto é, integralmente realizado por um só homem; nasce assim a estrutura elementar da ação voluntária, o ato de vontade.
É sobre esse enfoque da formação da personalidade e do ato volitivo que consideramos no próximo tópico a estrutura da atividade e a sua relação com a atividade consciente como processo de integração do ser social da pessoa. Com isso, alçamos considerar no último tópico as relações entre a atividade educativa, a personalidade e o sofrimento e/ou adoecimento psicológico.
A estrutura do sistema psicológico reflete a estrutura da atividade social. Isso quer dizer que tanto a atividade dos homens entre si como a atividade de um sujeito isolado são psicológica e socialmente estruturadas pelo mesmo princípio. Quando criam as suas atividades o fazem a partir da realidade subjetiva no enfrentamento com a realidade objetiva, por isso, é no domínio do movimento dessas duas esferas da realidade que objetivam a sua vida.
A consciência, como vimos, pode ser compreendida na transição da natureza para a cultura como desintegração/integração do ser. O ser singular da espécie biológica se transforma em humano social, autor das suas ações, reconhecendo-se nelas e nos produtos da sua atividade de forma criativa, isto é, a subjetividade como reflexo psíquico não é uma repetição das forças dadas pela natureza, mas a sua transformação. Ao mesmo tempo tal desintegração do ser singular e o seu desenvolvimento cria uma nova necessidade de integração no e para o seu ser social, isto é, na atividade com outros homens.
A atividade consciente como busca pela integração tem como via principal a reprodução da atividade social já constituída historicamente. Cada indivíduo tem que se apropriar das formas de ser social por meio da significação que ocorre em todas as atividades das quais participa. Por isso, a participação nas atividades inclui a totalidade da constituição da subjetividade, tanto no seu aspecto afetivo e emocional quanto no cognitivo. Na atividade social o homem se desenvolve como ser integral, como indivíduo, como personalidade.
Tal integração, no entanto, não significa uma adoção irrestrita aos sentidos sociais, como vimos. A consciência, como expressão subjetiva da personalidade, busca por uma relação na qual atendendo às necessidades da atividade social atende, na mesma medida, as da
personalidade. Por isso, do sujeito como ser autônomo, vontade e autorrealização social como pessoa.
A estrutura geral da atividade humana é compreendida por operações e ações que se realizam com base em uma necessidade cujo objeto de satisfação se transforma em motivo que deflagra a atividade (LEONTIEV, 1978a). Esta é realizada por indivíduos que existem em dadas situações, ocupam um lugar nas relações ao qual precisam corresponder e, por outro lado, têm determinadas condições, isto é, o poder e domínio da significação, instrumentos, conhecimentos etc., que são os meios com os quais pode, ou não, responder ao lugar que ocupa como sujeito. É nessa estrutura que se integrando na vida social os indivíduos também estruturam de forma integrada o seu sistema psicológico. Este não é uma cópia da atividade social. Embora a atividade subjetiva se organize a partir de necessidades e objetivos, tenha ações e operações do pensamento que refletem a estrutura da atividade social, nela os indivíduos criam e antecipam para si um ser social que ainda não existe na realidade, mas está sempre presente como desejo, aspiração, ambição, vontade e satisfação de necessidades estritamente pessoais. Em pensamento os indivíduos criam alternativas de autorrealização que precisam efetivar-se na realidade. O desenvolvimento harmônico da personalidade precisa dessa efetivação da integração da subjetividade como possibilidade na realidade.
A autorrealização significa ter o poder e o domínio para criar alternativas para as contradições postas pelos outros, pelas outras personalidades que também buscam o espaço da sua autorrealização e pela sociedade como meio simbólico da vontade coletiva. É na relação eu/outro e sociedade que os conflitos entre significação social e sentidos pessoais desintegram o sistema de orientação psicológica (LURIA, 1976).
A participação nas atividades produz nos sujeitos uma antecipação dessa possibilidade de autorrealização que se constitui de forma geral com motivos da personalidade. A efetivação desses motivos significa a integração e o contrário a desintegração do sistema psicológico na sua particularidade. Isso quer dizer, nesse caso, que os sujeitos não encontram os sentidos pessoais de orientação por meio dos significados sociais naquela esfera específica de atuação. A desintegração se caracteriza, por isso, como frustração da efetivação de si como subjetividade na objetividade da vida social. Isso pode ser compreendido de forma geral como a existência concreta de um conflito eu/outro.
O significado de sofrimento foi tomado aqui principalmente como a atividade de suportar uma dada condição na qual o sujeito despende seus recursos materiais, físicos e psicológicos para garantir a continuidade da existência da sua situação. Por isso, o ser animal, ao suportar por meio da sua atividade vital as condições de sua nutrição, abrigo e reprodução, por exemplo, sofre. Como compreende Marx (2004, p.127, grifos do autor),
O homem é imediatamente ser natural. Como ser natural, e como ser natural vivo, está, por um lado, munido de forças naturais, de forças vitais, é um ser natural ativo; estas forças existem nele como possibilidades e capacidades (Anlagen und Fahigkeiten), como pulsões; por outro, enquanto ser natural, corpóreo, sensível, objetivo, ele é um ser que sofre, dependente e limitado, assim como o animal e a planta, isto é, os objetos de suas pulsões existem fora dele, como objetos independentes dele. (grifos do autor)
Nesse sentido o sofrimento é inerente ao ser dos homens. Como condição de produção da sua vida os homens não têm como extinguir o sofrimento, o dispêndio das suas forças, o enfrentamento das necessidades. Cotidianamente têm que produzir a sua vida e consumi-la com isso.
Podemos pensar, então, que no plano do psiquismo animal o sofrimento se configura como o ajuste do comportamento ao conjunto de sinalizações que na subjetividade se refletem como necessidade de repetir o comportamento adequado à realidade tal qual ela se apresenta. No plano do psiquismo animal não há alternativas criativas de forma consciente.
Do ponto de vista do sistema psicológico, a condição do sofrimento é bem diferente. O fato de o homem produzir criativamente o ambiente e os significados com os quais organiza a sua atividade vital, o fato de essa criação poder substituir-se por novas alternativas criadas por ele mesmo, coloca o sofrimento sempre na possibilidade de ser superado. Tal possibilidade aparece sempre na projeção do vir a ser pessoal na realidade e na criação de meios e instrumentos para isso. O homem projeta a si mesmo como possibilidade de superação do sofrimento por meio da criação de novas formas de ser.
É notório que historicamente a humanidade superou e continua superando o sofrimento cotidiano na produção da sua vida por meio do conhecimento e tecnologia. No entanto, na vida individual, quando consideramos a subjetividade e a personalidade encontramos a autocriação das alternativas afetivas e emocionais para o sofrimento. Assim, aquilo que é vital do ponto de vista da produção da vida material não necessariamente ocupa o lugar de vital no campo da autorrealização pessoal. Uma motivação pessoal pode ocupar o lugar central, o lugar de
atividade vital da personalidade. É nesse campo da subjetividade humana que consideramos o sofrimento psicológico. Tanto quanto a carência material na produção da vida biológica, a carência do poder e do domínio sobre a vida psicológica causam sofrimento.
A educação figura em relação a isso como centro do desenvolvimento de uma personalidade que tem poder ou não para o enfrentamento do sofrimento psicológico. Concordo com Mészáros (2005, p. 44, grifo do autor) quando afirma que,
[...] no sentido verdadeiramente amplo do termo educação, trata-se de uma questão de “internalização” pelos indivíduos [...] da legitimidade da posição que lhes foi atribuída na hierarquia social, juntamente com suas expectativas “adequadas” e as formas de conduta “certas”, mais ou menos explicitamente estipuladas nesse terreno.
O fato de que a educação representa, assim, um ato de força na prática social que determina, orienta, regula e controla “as formas de conduta certas” a serem internalizadas pelos sujeitos a coloca como campo de conflitos entre os interesses sociais e as alternativas da personalidade na sua superação. Por isso, o caráter contraditório da educação é que ao mesmo tempo em que medeia a humanização proporciona o surgimento de contradições vitais para a personalidade. É nesse sentido que o drama do desenvolvimento é a expressão de um jogo dinâmico de alteração do valor posicional dos sujeitos e as suas possibilidades alternativas de autorrealização. Essas, encontram resistência e impedimentos pelos interesses heterogêneos de formação, que só podem ser superados, contraditoriamente pela própria educação, na formação do poder e domínio do movimento da realidade, como conhecimento e autocontrole das ações, como vontade e consciência nos indivíduos.
A educação é a atividade que liga o homem à sociedade e à cultura. É, por isso, o âmbito fundamental do desenvolvimento psicológico. As formas da sua organização, seus conteúdos, o lugar que os sujeitos ocupam nela, os objetivos e sentidos sociais que a engendram produzem motivos e sentidos para a personalidade, entendendo essa como a expressão mais abrangente do ser social dos indivíduos.
Porque a educação significa a transição da forma natural do comportamento para a cultural, no seu interior e sob as relações de poder, se produzem contradições essenciais da formação da personalidade. Essas contradições, quando referem aos sentidos que adquiriram um valor vital para o indivíduo, se constituem no centro da autoatividade subjetiva de sustentação da integração do sistema psicológico. Nesse sentido, elas geram sofrimento
psicológico, e quando o indivíduo não sustenta as contradições advém, então, o adoecimento psicológico e/ou orgânico.
Neste artigo considerou-se, portanto, ser importante pensar a educação nas suas contradições e não somente na sua positividade. A importância dessa análise se reveste do fato de produzirmos conceitos do que seja a educação na realidade, isto é, como de fato ela acontece, e que são eles os instrumentos que nos permitem pensar a superação dos problemas atuais que enfrentamos: se não levarmos em conta as contradições não alcançaremos um conceito que nos ajude na importante tarefa que temos nessa área.
A importância de tratar do sofrimento psicológico gerado na educação está em que as funções psicológicas superiores, essas que nos ligam à cultura, são fundamentalmente organizadas e operadas pela personalidade. Assim, em qualquer lugar ou forma na qual ela ocorra as funções correlacionadas a tal ou tal atividade se constituem como funções da personalidade, que tem como centro a relação eu/outro, motivada por afetos, emoções e conhecimentos que são o resultado das vivências individuais dos sujeitos. Por isso, essa análise é essencial quando queremos compreender o papel da educação na humanização dos indivíduos e das relações sociais que esperamos para o seu desenvolvimento.
BOZHÓVICH, L. Las etapas de formación de la personalidad en la ontogénesis. In: SHUARE, M. (org.) La psicologia evolutiva y pedagógica em la URSS: antologia. Moscú: Editorial Progresso, 1987.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.1.16313
HUMANIZAÇÃO E SOFRIMENTO PSICOLÓGICO NO PROCESSO EDUCATIVO: INTEGRAÇÃO E DESINTEGRAÇÃO DA PERSONALIDADE1
HUMANIZATION AND PSYCHOLOGICAL SUFFERING IN THE EDUCATIONAL PROCESS: PERSONALITY INTEGRATION AND DISINTEGRATION
Armando Marino FILHO2
RESUMO: Este artigo analisa o sofrimento psicológico como condição da atividade vital dos indivíduos. Objetiva compreender a sua gênese na atividade educativa. Tem como fundamento que o sistema psicológico é uma síntese dos sistemas biológicos de orientação que são incorporados pelo sistema educativo. Este, pode ser representado pelo processo simbólico de significação das relações sociais. Foi empregado o método bibliográfico com base na Psicologia Histórico-Cultural e a análise teórico conceitual com base no materialismo histórico e dialético. Os resultados da análise nos levaram a compreender que a transição do sistema psíquico animal para o sistema psicológico humano social cria as contradições que estão na base do sofrimento psicológico. O sofrimento e o adoecimento são compreendidos como formas de integração e desintegração da atividade consciente. Compreendemos que o
1 Discusión presentada por vía oral en el 40º Encuentro Nacional ANPED - 2021, bajo el título: Actividad vital, sufrimiento y enfermedad psicológica: la educación como integración y desintegración de la actividad.
2 Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brasil. Profesor Efectivo del Departamento de Educación y colaborador en el Programa de Posgrado en Educación. Doctorado en Educación (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5212-3972. Correo electrónico: armando.marino@ufms.br
sofrimento não está encapsulado no indivíduo, mas existe objetivamente no meio material onde a atividade vital se realiza. Compreendemos ainda que, sendo o sistema psicológico integrado no sistema social, o sofrimento e adoecimento são socialmente referenciados pelas formas de organização social da atividade consciente dos sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Humanização. Educação. Consciência. Sofrimento psicológico.
ABSTRACT: This article analyzes psychological suffering as a condition of the vital activity of individuals. It aims to understand its genesis in the educational activity. It is based on the idea that the psychological system is a synthesis of the biological systems of orientation that are incorporated by the educational system. This can be represented by the symbolic process of signification of social relations. We used the bibliographic method based on the Cultural- Historical Psychology and the theoretical conceptual analysis based on the historical and dialectical materialism. The results of the analysis led us to understand that the transition from the animal psychological system to the human social psychological system creates the contradictions that are the basis of psychological suffering. Suffering and illness are understood as forms of integration and disintegration of conscious activity. We understand that suffering is not encapsulated in the individual, but exists objectively in the material environment where vital activity takes place. We further understand that, since the psychological system is integrated into the social system, suffering and illness are socially referenced by the forms of social organization of the subjects' conscious activity.
KEYWORDS: Humanization. Education. Consciousness. Psychological suffering.
Cualquiera que sea el modelo educativo en diferentes culturas y sociedades, tiene como principio la transición del sistema psíquico orgánico al cultural. Está directamente relacionado con las formas de orientación en la realidad y sus contradicciones (LEONTIEV, 1978a). Estos sólo se entenderán si comprendemos la actividad humana vital, la formación de valores afectivos y emocionales, el desarrollo de la conciencia, la personalidad y la cosmovisión de los sujetos, integrados en un sistema de relaciones subjetivas y objetivas.
El problema en cuestión es que el sufrimiento es una condición del ser vivo, tiene sus propias características en el contexto de la naturaleza y adquiere nuevas características y complejidad cuando los hombres pasan a la vida en sociedad. También compone el hecho de que la educación se correlaciona con la formación de la personalidad, entendida como una síntesis del desarrollo psicológico cultural, que representa la historia particular de los procesos de significado en cada individuo (BOZHÓVICH, 1987). Por lo tanto, la educación tiene una marcada influencia en las formas en que las personas enfrentan el sufrimiento.
La base teórica filosófica para la discusión se basa en los fundamentos de la Psicología Histórico-Cultural, principalmente en los conceptos de actividad vital, conciencia, significado y personalidad. Consideramos, a través de esta teoría, que el sistema psicológico en las características del ser social y su desarrollo están relacionados con la educación y el sufrimiento psicológico.
Para llevar a cabo esta discusión haremos un breve camino desde el desarrollo psíquico hasta el sistema psicológico cultural. La discusión sobre el sufrimiento se justifica por el creciente número de casos de enfermedades psicológicas que hemos presenciado en nuestra sociedad, en el sistema educativo entre profesores y estudiantes, y en todo el sistema laboral, en el mundo del trabajo.
Empiezo por considerar el movimiento como una forma de existencia de los fenómenos que estudiamos. Por lo tanto, es necesario señalar que los análisis realizados aquí tienen como objetivo comprender los movimientos de interrelación entre los componentes de la actividad vital, el sufrimiento y la enfermedad psicológica humana, a partir de procesos educativos.
Quiero señalar que no tenemos los medios para afirmar que el movimiento de las formas inorgánicas de la naturaleza tiene una necesidad y/o propósito a priori, puesto como motor de su existencia. Como consecuencia, esta condición nos limita a conocerlos en su objetividad inmediata.
Sin embargo, cuando entramos en la esfera del conocimiento de la materia orgánica, de los seres vivos, podemos hacer declaraciones sobre las necesidades y propósitos de sus movimientos que, ahora organizados por el principio de la vida, se caracterizan como una actividad de un organismo dirigida a un objeto. Como dice Leontiev (1978a, p. 68), "La característica básica, como se suele decir, constitutiva de la actividad es su objetividad. Estrictamente, el mismo concepto de actividad está implícitamente contenido en el concepto de objeto". Además de la objetividad somos capaces de crear una nueva forma, la subjetividad que resulta de la unidad del organismo con el objeto fuera de sí mismo, es decir, una actividad interna correlacionada con el otro fuera del organismo.
La génesis de la subjetividad tiene lugar en el momento en que el organismo vivo se refleja dentro de los procesos que existen en el extranjero, en las relaciones. Leontiev (1978a,
p. 47) explica que "[...] La subjetividad a nivel del reflejo sensorial no debe entenderse como subjetivismo, sino como su 'subjetividad', es decir, su pertenencia al sujeto. ativo.” Outra
característica es que el movimiento subjetivo como reflejo de la realidad objetiva también ocurre en ausencia directa de la objetividad que la produce. Así, surge una nueva actividad dentro del organismo que reproduce relaciones a partir de diferentes formas de ideación.
La actividad, por lo tanto, es la forma de existencia de los seres vivos, especialmente los animales. Sobre todo, porque no es posible afirmar la existencia de un sistema psíquico o de subjetividad para los vegetales, ya que no se mueven en el espacio en busca del objeto de su nutrición, sino que extraen directamente del medio ambiente lo que exige su supervivencia (ILYENKOV, 2010).
En la actividad el movimiento organizado responde a una necesidad y a la búsqueda de un objeto que está fuera del cuerpo y que lo satisface, que forma el significado de la actividad. Esta es la estructura más básica de la actividad, que se desarrolla por el principio de mantener la existencia y reproducción del ser orgánico.
La actividad vital es aquella que tiene como principio la producción de vida. Por lo tanto, es un principio explicativo del significado, estructuración y funcionamiento del sistema psicológico como su reflejo psíquico (LEONTIEV, 1978b; MARX, 2004). Así, el sufrimiento y la enfermedad, para ser entendidos, exigen el sentido de la actividad vital como forma y como contenido de su existencia, como unidad entre objetividad y subjetividad.
Con la transformación evolutiva de la actividad vital y la transición a formas más complejas, los organismos han desarrollado sensibilidad. Esto se configura como un medio para procesos fuera del cuerpo, y de los cuales depende el mantenimiento de la vida. Su surgimiento se basa en "[...] irritabilidad en relación con agentes externos que cumplen la función de señal" (LEONTIEV 1978b, p. 20). La señal puede entenderse como el indicador objetivo de dirección de orientación en el espacio/tiempo de ejecución de la actividad.
En esta etapa de desarrollo, los objetos que cumplen la función de señal tienen una doble forma de existencia. Primero, ocupan la posición de campo de orientación del movimiento organizado para la ejecución de la actividad en el espacio, y segundo, se convierten en un reflejo psíquico de la realidad. La parte más relevante de nuestra discusión aquí es que con esto se forma un sentido biológico de la actividad en la realidad. Como explica Leontiev (1978b, p. 22),
Los vínculos de significado también tienen otro carácter, el de ser "bilateral"; de hecho, su formación no solo resulta en que la acción de lo excitante provoque una reacción determinada, un comportamiento determinado, sino también que la necesidad correspondiente sea "reconocida" de cierta manera en el objeto excitante considerado, se materialice en él y provoque un comportamiento de búsqueda activa en relación con él.
La importancia de la aparición del sentido biológico del objeto es que se forma a partir de su valor para el mantenimiento de la vida del organismo. Este es un hecho de importancia relevante, ya que este valor es el resultado de la afectación y, por lo tanto, un medio para explicar la subjetividad en los individuos. Esta importante explicación para entender la formación de afectos, su generalización y transformación en un sentido simbólico de sufrimiento y enfermedad psicológica en el sujeto social.
La irritabilidad y la sensibilidad de los tejidos están dirigidas a la forma de los órganos de los sentidos. Se trata de unidades funcionales objetivas de reconocimiento del objeto de la actividad, que son por tanto órganos de análisis de la realidad objetiva, medios para la organización de la actividad de búsqueda del objeto específico para una necesidad dada. La importancia de esto es que la psique comienza, así, a constituirse como un sistema de análisis de la unidad de actividad compuesto por la integración de necesidad/objeto y sentido/valor.
Esta integración complejiza la actividad vital presente en el organismo como una forma de autoactividad perteneciente al complejo movimiento de la objetividad. Esto significa que ahora el medio mismo es el cuerpo de su existencia singular, por lo que es una parte integral de tu vida. En este sentido el ser singular del organismo es su unidad integrada con el entorno circundante. Como explica Leontiev (1978b, p. 40, nuestro grifo):
El nacimiento y desarrollo de la psique perceptiva en animales están condicionados por profundos cambios anatómicos y fisiológicos. El principal de ellos es el desarrollo y la transformación del papel de los órganos de los sentidos que actúan a distancia, en primer lugar, de la visión. Su desarrollo se traduce en una modificación tanto de la importancia que tienen en el sistema general de actividad como en la forma de sus correlaciones anatómicas con el sistema nervioso central. Si, en la etapa anterior [sensibilidad, AMF], la diferenciación de los órganos de los sentidos llevó al aislamiento de los órganos dominantes de entre ellos, en los Vertebrados los órganos rectores son cada vez más órganos que integran los estímulos externos. Esta integración es posible gracias a una reorganización del sistema nervioso central con la formación del cerebro anterior, después de la corteza cerebral (primero en los reptiles).
La actividad perceptiva es analítica y tiene la función de abstracción de los componentes de la realidad para identificar lo que es vital y lo que no lo es. Esto se debe a que la actividad está guiada por el objeto de su necesidad y el sentido subjetivo de su satisfacción. Con la abstracción se desarrollan procesos de generalización de la diversidad de la realidad, de su función como medio u obstáculo para la ejecución de acciones, por tanto, del valor vital que representan. Es importante entender que la percepción estará mediada por este valor y su función en el sistema integrado de subjetividad/objetividad. La percepción tiene la doble
función de relacionar el movimiento objetivo del entorno con los cambios en el valor subjetivo del organismo.
Esto desarrolla la señalización como un medio para desencadenar la actividad del organismo. El signo adquiere la cualidad de orientación generalizada del valor vital como unidad de la diversidad de la existencia objetiva/subjetiva del organismo. El valor vital de los objetos y su existencia integrada es el medio por el cual el organismo analiza, abstrae y generaliza. El valor vital está en el corazón de los procesos y transformaciones de afectación de la actividad. Es por ello que cada vez que se transforma el medio ambiente, necesariamente para evitar perecer, el propio organismo se transforma en la medida en que las nuevas condiciones del entorno adquieren nuevos y diferenciados valores vitales.
Es una declaración importante hecha por A. Leontiev en la cita anterior cuando habla de los profundos cambios anatómicos y fisiológicos y dice que "El principal de ellos es el desarrollo y la transformación del papel de los órganos de los sentidos que actúan a distancia [...]". La expansión del campo perceptivo, la percepción de la diversidad de objetos y relaciones, la necesidad de generalización, la unidad de este con los procesos afectivos y la formación de valores complejiza enormemente la actividad vital. Ante esta complejidad, la necesidad de preparación de la actividad, la anticipación de las operaciones, la identificación de obstáculos y medios, la predicción de las consecuencias de las operaciones y su valor, y por tanto un proceso de análisis para seleccionar y elegir entre las diferentes posibilidades lo que mejor se adapte a toda la actividad.
Este proceso de anticipación y elección de caminos, medios y consecuencias está en el centro de la forma de procesamiento de la información objetiva que se convertirá en actividad intelectual, y en el centro del procesamiento de la actividad representada subjetivamente. La importancia para comprender el desarrollo del sistema psíquico es que la integración de la totalidad de la realidad subjetiva / objetiva puede comenzar ahora en el campo de la subjetividad, en la formación de una imagen subjetiva de la totalidad de la actividad. Como explica Leontiev (1978b, p. 56, nuestro grifo):
[...] el paso a la tercera etapa del desarrollo animal manifiesta una nueva complejidad en la estructura de la actividad. Anteriormente, la actividad se basaba en un único proceso; ahora difiere en dos fases: la fase preparatoria y la fase de implementación. Es la existencia de una fase de preparación lo que constituye el "rasgo" característico del comportamiento intelectual. El intelecto aparece, por lo tanto, por primera vez, donde aparece un proceso que prepara la posibilidad de realizar tal o cual operación o hábito. El signo esencial de la actividad bifásica es que las nuevas condiciones no provocan en el animal simples movimientos de explotación, sino intentos de diferentes procedimientos, operaciones elaboradas anteriormente.
Esta transformación revolucionaria en la subjetividad, es decir, "intentos de diferentes procedimientos, operaciones elaboradas previamente", y que se expresa como anticipación de la actividad en la subjetividad, proporciona el surgimiento de una transformación radical en su desarrollo cuando los hombres transforman creativamente la realidad objetiva. Esta posibilidad se basa en el hecho de que, como afirma Leontiev (1978b, p. 40), "[...] De ahora en adelante, el animal refleja la realidad circundante en forma de imágenes más o menos segmentarias de cosas individualizadas".
Debido a que las imágenes son segmentaciones de cosas individualizadas, significa que la generalización debe tener la cualidad de integrar distintos componentes de la realidad en un movimiento articulado que está hecho de significado. Esta es la base necesaria para organizar las operaciones en forma de acciones completas dirigidas a un propósito. Así, se da la posibilidad de la aparición de una actividad compleja consistente en varias acciones hacia un objeto/objetivo, que es la representación temprana de la imagen final de las transformaciones que los hombres pueden realizar en la realidad objetiva.
Esta condición marca, en la evolución biológica del hombre, el proceso de transición de la hominización, es decir, la historia natural de formación del tipo biológico del hombre, que conduce a la posibilidad de humanización, es decir, a las transformaciones en su singular ser producidas por él mismo a partir de su subjetividad y en la transformación de la objetividad de los medios de producción y mantenimiento de su vida. Así, se da la posibilidad de trabajar (MARX, 2004) como una forma social de relación de los hombres entre sí, que también altera en la subjetividad la formación del valor de las cosas, por lo tanto, de las afectaciones y la creación de sentidos afectivos y emocionales, ahora como producción cultural.
Para comprender el proceso de transición a la humanización, es necesario poner en unidad la diversidad de las formas de existencia de las relaciones de los hombres. Esto es necesario para que la nueva forma de su existencia pueda entenderse como una unidad de diversidad, como un universo del mundo humano. Así, al mismo tiempo que se produce una transición lenta cualidades esenciales de la humanización. El marco fundamental es el trabajo cooperativo (LUKÁCS, 2004) mediado por instrumentos.
Con esta forma de actividad, surgen nuevos fenómenos en la vida de los hombres que marcan el surgimiento de una nueva naturaleza para el sistema psíquico. Nos referimos a lo
nuevo como un sistema psicológico para diferenciar el de la naturaleza biológica del de naturaleza cultural. Esta diferenciación es importante para que podamos entender el sufrimiento y la enfermedad en sus especificidades de la vida sociocultural. Es importante recordar que no son dos cosas separadas, sino que la segunda representa el salto cualitativo de la primera, ahora integrada en el sistema cultural.
Consideremos sólo unas pocas condiciones esenciales para la estructuración del nuevo sistema, que en realidad se producen sistemáticamente, y al mismo tiempo, en unidad. Primero, que en la producción de instrumentos que mediarán las operaciones de la acción, anticipadas por la actividad intelectual, se produce un proceso de generalización creativa, por lo que es necesario elevar el nivel simbólico de la imaginación. En segundo lugar, con la creación de objetos y, por lo tanto, las nuevas relaciones con ellos, surge la necesidad referente de la creación de nuevas formas de comunicación, la creación de señales artificiales para una naturaleza también producida artificialmente y, con esto, el desarrollo de nuevas formas de lenguaje para todo lo que es nuevo y creado por el hombre mismo. En tercer lugar, que la creación de instrumentos también medió la relación de los hombres entre sí, alterando su sociabilidad, creando nuevas formas de relaciones de poder y dominación. Cuarto, los productos materiales y simbólicos de estas nuevas relaciones se acumulan en los objetos (LEONTIEV, 1978a) como cultura humana, y por lo tanto no se transmiten como herencia a las nuevas generaciones, lo que demanda una actividad especialmente desarrollada para ello, la educación.
Lo más importante de la unidad de estos procesos es que siempre resultan en significado, es decir, un proceso del cual resulta la creación de signos, significados y significados personales para la actividad social. Los signos y significados ocupan una posición central en la organización del sistema psicológico. Es a través de ellos que, ahora, se organizan las funciones de orientación, ejecución y control de la actividad vital.
Lo que una vez fue impulsividad dada por la unidad de valor afectivo y emocional en la percepción de la realidad, con sentido se convierte en autocontrol de la conducta, en forma de pensamiento. Esto significa que la percepción se ha vuelto insuficiente para satisfacer las nuevas condiciones de los hombres y será superada por la incorporación al sistema más complejo de significado. La percepción está organizada por el uso de signos y la actividad guiada por el significado, incluida en todas estas afectaciones que determinan el significado.
La actividad vital que una vez tuvo la cualidad de ser la repetición de procesos naturales transmitidos principalmente por la herencia se convierte en una actividad social vital. El punto nodal de esta transformación es el desarrollo de la conciencia como la forma en que el hombre
se percibe a sí mismo en el acto de creación y transformación de la naturaleza. En el acto de la creación el hombre se percibe a sí mismo como un agente, como el sujeto de y en el objeto que produce. Desde la distancia, en el objeto de su producción puede reconocerse y reflexionar sobre sus acciones y operaciones. El mundo y él mismo en el mundo con otros hombres se convierten en objetos de su pensamiento.
Lo más importante de esta actividad social vital es que las alternativas que fueron aprovechadas por la percepción de la realidad y fueron determinadas por las fuerzas de la naturaleza, como transformaciones en la subjetividad resultantes de las transformaciones del entorno, ahora son creadas por los propios hombres. Las contradicciones con la naturaleza estaban fuera del dominio de los hombres. Con el distanciamiento del sujeto de su objeto, con su desintegración de la naturaleza a través de la creación de un nuevo mundo objetivo y objetivado por sí mismo y el surgimiento de la conciencia, las elecciones, las alternativas también son creadas por él. El hombre supera la adaptación pasiva a la naturaleza y actúa como un ser consciente en la adaptación de la naturaleza a sus necesidades, actuando en la transformación de las contradicciones (VIGOTSKI, 2000).
La humanización es, por lo tanto, el proceso de auto creación de los hombres. Esto significa que al crear un nuevo medio en el que produce su vida, crea nuevas condiciones para la subjetivación de la realidad objetiva. Que la subjetividad refleja las interrelaciones creadas por el hombre significa la posibilidad de crearla también. Esto ocurre en la autoactividad del sujeto en el proceso educativo. Lo que sucede ahora es la unidad contradictoria de la creación de la subjetividad que es al mismo tiempo y por un lado una producción social de la acción de los hombres entre sí, y por el otro una producción personal del hombre sobre sí mismo con lo que otros hacen con él.
En este sentido, la educación es en general la actividad de transformar la naturaleza de los sujetos, mediada por otros y para una socialización determinada. Las contradicciones de esta actividad tienen como componentes, en primer lugar, el hecho de que la naturaleza del psiquismo no coincide con el sistema psicológico creado por los hombres en forma de significado; segundo, que el acto educativo significa al mismo tiempo una desintegración de la psique perceptiva natural en función de la integración del sujeto a través del significado como actividad consciente; tercero, que la actividad de integración de la conciencia en el sistema psicológico socialmente creado se produce por la aceptación y los conflictos, por las afirmaciones y negaciones del ser, en una lucha constante entre los sentidos personal y social en la producción de la vida. Como explica Bozhóvich (1987, p. 20): "La personalidad se
examina como el sistema integrador superior que, en el desarrollo ontogenético, se caracteriza por la aparición sucesiva de nuevas formaciones psíquicas".
Es a través de estas contradicciones y neoformaciones que el desarrollo de la personalidad comienza como una expresión de las elecciones alternativas que el niño sometido a las relaciones sociales hace y crea como una forma de buscar la integración en la vida social. La personalidad resulta de este drama afectivo, emocional y cognitivo del desarrollo del sujeto como transformación de su singularidad biológica en individualidad sociocultural. Según Vigotski (2000, p. 328), "[...] el correlativo a la personalidad es la relación entre reacciones primitivas y superiores[...]". La personalidad es la expresión de la nueva formación en los modos de subjetivación del sujeto social, en el proceso educativo. Como dice el mismo autor y obra: (p. 303) "El desarrollo del niño sólo puede entenderse como un proceso vivo de desarrollo, formación, lucha [...]".
El núcleo de la personalidad de esta nueva forma de subjetivación es el sistema "yo". Este sistema es la primera manifestación social de la autoactividad que se constituye con la actividad significativa de los demás. Es decir, otros sitúan al sujeto, sometido en un determinado lugar de las relaciones sociales, con ciertos valores y funciones, con un valor seudónima de su ser. En segundo lugar, el sujeto se pone en este lugar, pero no sin lucha, afirma sus valores personales y lucha por ellos con una valorización autónoma.
El momento decisivo en el desarrollo de la personalidad del niño es la conciencia de este "yo". Como señala Vigotski (1997, p. 336-337),
[...] J. Baldwin señaló acertadamente que el concepto de "yo" se desarrolla en el niño a través del concepto sobre los demás. Así, el concepto de "personalidad" es social, es un concepto reflejo que el niño forma aplicándose a sí mismo los procedimientos de adaptación que aplica a los demás. Por lo tanto, podemos decir que la personalidad es lo social en nosotros.
Un tema importante que se nos presenta ahora es el surgimiento de la voluntad como expresión del dominio de los medios para librar esta lucha, como una de las formas de expresión de la personalidad. El dominio del comportamiento en medio de las contradicciones del proceso educativo y de la participación social significa la superación de la acción impulsiva, impersonal, por parte de una consciente, articulada por las necesidades y motivos de la personalidad. La voluntad, por tanto, no significa un acto de pura racionalidad, sino de la articulación afectiva, emocional y cognitiva de la creación de alternativas y posibilidades del ser individual. Esto significa que es una persona que se dice a sí misma, en la condición de sujeto, qué y cómo realizar una acción. Según Leontiev (1978b, p. 154, nuestro grifo),
[...] el proceso voluntario de "realizar una acción" está mediado inicialmente por un signo externo, por el cual otro hombre actúa sobre el comportamiento del sujeto que realiza la acción considerada. En esta etapa de formación, la estructura mediada no caracteriza el proceso realizado por el sujeto agente, sino el correspondiente proceso "interpsicológico", es decir, el proceso en su conjunto, en el que intervienen tanto la persona que reacciona a la señal que realiza la acción como las personas que dan la señal. Sólo más tarde, cuando en una estructura similar la señal de partida comienza a ser dada por el propio sujeto agente ("auto mando"), el proceso adquiere un carácter mediatizado "intrapsicológico", es decir, llevado a cabo enteramente por un hombre; así nace la estructura elemental de la acción voluntaria, el acto de voluntad.
Es sobre este enfoque de formación de la personalidad y acto volitiónico que consideramos en el siguiente tema la estructura de la actividad y su relación con la actividad consciente como proceso de integración del ser social de la persona. Con ello, podemos considerar en el último tema las relaciones entre la actividad educativa, la personalidad y el sufrimiento y/o la enfermedad psicológica.
La estructura del sistema psicológico refleja la estructura de la actividad social. Esto significa que tanto la actividad de los hombres entre sí como la actividad de un sujeto aislado están estructuradas psicológica y socialmente por el mismo principio. Cuando crean sus actividades lo hacen desde la realidad subjetiva en la confrontación con la realidad objetiva, por lo que es en el dominio del movimiento de estas dos esferas de la realidad que apuntan a su vida.
La conciencia, como hemos visto, puede entenderse en la transición de la naturaleza a la cultura como desintegración/integración del ser. El ser singular de la especie biológica se convierte en un humano social, autor de sus acciones, reconociéndose en ellas y en los productos de su actividad de manera creativa, es decir, la subjetividad como reflexión psíquica no es una repetición de las fuerzas dadas por la naturaleza, sino su transformación. Al mismo tiempo, esta desintegración del ser singular y su desarrollo crea una nueva necesidad de integración en y para su ser social, es decir, en la actividad con otros hombres.
La actividad consciente como búsqueda de integración tiene como principal vía la reproducción de la actividad social ya constituida históricamente. Cada individuo tiene que apropiarse de las formas de ser social a través del significado que se produce en todas las actividades en las que participa. Por tanto, la participación en actividades incluye la totalidad de la constitución de la subjetividad, tanto en sus aspectos afectivos como emocionales y
cognitivos. En la actividad social, el hombre se desarrolla como un ser integral, como un individuo, como una personalidad.
Tal integración, sin embargo, no significa una adopción irrestricta de los sentidos sociales, como hemos visto. La conciencia, como expresión subjetiva de la personalidad, busca una relación en la que, satisfaciendo las necesidades de la actividad social, se encuentre, en la misma medida, con las de la personalidad. Por lo tanto, el sujeto como un ser autónomo, voluntad y autorrealización social como persona.
La estructura general de la actividad humana se entiende por operaciones y acciones que se llevan a cabo en base a una necesidad cuyo objeto de satisfacción se convierte en una razón que desencadena la actividad (LEONTIEV, 1978a). Esto lo llevan a cabo individuos que existen en determinadas situaciones, ocupan un lugar en las relaciones a las que necesitan corresponder y, por otro lado, tienen ciertas condiciones, es decir, el poder y dominio del significado, instrumentos, conocimientos, etc., que son los medios con los que puede, o no, responder al lugar que ocupa como sujeto. Es en esta estructura que al integrarse en la vida social los individuos también estructuran su sistema psicológico de manera integrada. Esto no es una copia de la actividad social. Aunque la actividad subjetiva se organiza en base a necesidades y objetivos, tiene acciones y operaciones de pensamiento que reflejan la estructura de la actividad social, en ella los individuos crean y anticipan para sí mismos un ser social que aún no existe en la realidad, pero que siempre está presente como deseo, aspiración, ambición, voluntad y satisfacción de necesidades estrictamente personales. En el pensamiento, los individuos crean alternativas de autorrealización que necesitan ser efectivas en la realidad. El desarrollo armónico de la personalidad necesita esta eficacia de la integración de la subjetividad como posibilidad en la realidad.
La autorrealización significa tener el poder y el dominio para crear alternativas a las contradicciones planteadas por otros, por otras personalidades que también buscan el espacio de su autorrealización y por la sociedad como un medio simbólico de voluntad colectiva. Es en la relación yo/otro y en la sociedad donde los conflictos entre el significado social y los sentidos personales desintegran el sistema de orientación psicológica (LURIA, 1976).
La participación en actividades produce en los sujetos una anticipación de esta posibilidad de autorrealización que se constituye en general con motivos de personalidad. La eficacia de estas razones significa la integración y lo contrario de la desintegración del sistema psicológico en su particularidad. Esto significa, en este caso, que los sujetos no encuentran los sentidos personales de orientación a través de los significados sociales en esa esfera específica de acción. La desintegración se caracteriza, por tanto, como frustración de la eficacia de unos
como subjetividad en la objetividad de la vida social. Esto puede entenderse en general como la existencia concreta de un conflicto yo/otro.
El significado de sufrimiento fue tomado aquí principalmente como la actividad de apoyar una condición dada en la que el sujeto gasta sus recursos materiales, físicos y psicológicos para asegurar la continuidad de la existencia de su situación. Por lo tanto, el ser animal, al apoyar a través de su actividad vital las condiciones de su nutrición, refugio y reproducción, por ejemplo, sufre. Como Marx (2004, p.127, grifos de los autores) entiende,
El hombre debe ser inmediatamente natural. Como ser natural, y como ser natural vivo, está, por un lado, armado con fuerzas naturales, de fuerzas vitales, es un ser natural activo; estas fuerzas existen en ella como posibilidades y capacidades (Anlagen und Fahigkeiten), como pulsiones; por otro lado, mientras que es natural, corporal, sensible, objetivo, es un ser sufriente, dependiente y limitado, así como el animal y la planta, es decir, los objetos de su impulso existen fuera de él, como objetos independientes de él. (grifos del autor)
En este sentido, el sufrimiento es inherente al ser de los hombres. Como condición de la producción de sus vidas, los hombres no pueden extinguir el sufrimiento, el gasto de sus fuerzas, el afrontamiento de las necesidades. Todos los días tienen que producir su vida y consumirla con ella.
Podemos pensar entonces que, en el plano de la psique animal, el sufrimiento se configura como el ajuste de la conducta al conjunto de signos que en la subjetividad se reflejan como una necesidad de repetir la conducta adecuada a la realidad tal y como se presenta. En el plano de la psique animal no hay alternativas creativas conscientemente.
Desde el punto de vista del sistema psicológico, la condición del sufrimiento es bastante diferente. El hecho de que el hombre produzca creativamente el entorno y los significados con los que organiza su actividad vital, el hecho de que esta creación pueda ser reemplazada por nuevas alternativas creadas por él mismo, siempre pone el sufrimiento en la posibilidad de ser superado. Esta posibilidad aparece siempre en la proyección de hacerse personal en la realidad y en la creación de medios e instrumentos para ello. El hombre se proyecta como una posibilidad de superación del sufrimiento a través de la creación de nuevas formas de ser.
Es notorio que históricamente la humanidad ha superado y sigue superando el sufrimiento cotidiano en la producción de su vida a través del conocimiento y la tecnología. Sin embargo, en la vida individual, cuando consideramos la subjetividad y la personalidad
encontramos la auto creación de alternativas afectivas y emocionales al sufrimiento. Por lo tanto, lo que es vital desde el punto de vista de la producción de la vida material no ocupa necesariamente el lugar vital en el campo de la autorrealización personal. Una motivación personal puede ocupar el lugar central, el lugar de actividad vital de la personalidad. Es en este campo de la subjetividad humana que consideramos el sufrimiento psicológico. Por mucho que la falta material en la producción de vida biológica, la falta de poder y dominio sobre la vida psicológica cause sufrimiento.
La educación figura en este sentido como el centro del desarrollo de una personalidad que tiene poder o no para hacer frente al sufrimiento psicológico. Estoy de acuerdo con Mészáros (2005, p. 44, el grifo del autor) cuando afirma que,
[...] en el sentido verdaderamente amplio del término educación, se trata de una "internalización" por parte de los individuos [...] de la legitimidad de la posición que se les asigna en la jerarquía social, junto con sus expectativas "adecuadas" y las formas "correctas" de conducta, más o menos explícitamente estipuladas en este campo.
El hecho de que la educación represente, así, un acto de fuerza en la práctica social que determina, orienta, regula y controla "las formas correctas de conducta" a ser interiorizadas por los sujetos la coloca como un campo de conflictos entre los intereses sociales y las alternativas de la personalidad en su superación. Por lo tanto, la naturaleza contradictoria de la educación es que al mismo tiempo que media la humanización proporciona el surgimiento de contradicciones vitales para la personalidad. Es en este sentido que el drama del desarrollo es la expresión de un juego dinámico de cambio en el valor posicional de los sujetos y sus posibilidades alternativas de autorrealización. Estos encuentran resistencias e impedimentos por intereses heterogéneos de formación, que sólo pueden ser superados, contradictoriamente por la educación misma, en la formación del poder y el dominio del movimiento de la realidad, como el conocimiento y el autocontrol de las acciones, como la voluntad y la conciencia en los individuos.
La educación es la actividad que conecta al hombre con la sociedad y la cultura. Por lo tanto, es el alcance fundamental del desarrollo psicológico. Las formas de su organización, sus contenidos, el lugar que los sujetos ocupan en ella, los objetivos y significados sociales que la engendran producen motivos y significados para la personalidad, entendiendo ésta como la expresión más completa del ser social de los individuos.
Debido a que la educación significa la transición de la forma natural de comportamiento a la cultural, dentro y bajo las relaciones de poder, se producen contradicciones esenciales de la formación de la personalidad. Estas contradicciones, al referirse a los significados que han adquirido un valor vital para el individuo, constituyen el centro de la autoactividad subjetiva para apoyar la integración del sistema psicológico. En este sentido, generan sufrimiento psicológico, y cuando el individuo no sostiene las contradicciones, entonces, proviene la enfermedad psicológica y/u orgánica.
En este artículo se consideró, por tanto, importante pensar la educación en sus contradicciones y no sólo en su positividad. La importancia de este análisis se basa en que producimos conceptos de lo que es la educación en realidad, es decir, cómo sucede realmente, y que son los instrumentos que nos permiten pensar en superar los problemas actuales que enfrentamos: si no tenemos en cuenta las contradicciones no lograremos un concepto que nos ayude en la importante tarea que tenemos en esta área.
La importancia de lidiar con el sufrimiento psicológico generado en la educación es que las funciones psicológicas superiores, que nos unen a la cultura, están fundamentalmente organizadas y operadas por la personalidad. Así, en cualquier lugar o forma en que se produzca las funciones correlacionadas a tal o cual actividad se constituyen como funciones de personalidad, que tiene como centro la relación yo/otro, motivada por afectos, emociones y conocimientos que son el resultado de las experiencias individuales de los sujetos. Por lo tanto, este análisis es esencial cuando queremos entender el papel de la educación en la humanización de los individuos y las relaciones sociales que esperamos para su desarrollo.
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HUMANIZAÇÃO E SOFRIMENTO PSICOLÓGICO NO PROCESSO EDUCATIVO: INTEGRAÇÃO E DESINTEGRAÇÃO DA PERSONALIDADE1
HUMANIZACIÓN Y SUFRIMIENTO PSICOLÓGICO EN EL PROCESO EDUCATIVO: INTEGRACIÓN Y DESINTEGRACIÓN DE LA PERSONALIDAD
Armando Marino FILHO2
RESUMO: Este artigo analisa o sofrimento psicológico como condição da atividade vital dos indivíduos. Objetiva compreender a sua gênese na atividade educativa. Tem como fundamento que o sistema psicológico é uma síntese dos sistemas biológicos de orientação que são incorporados pelo sistema educativo. Este, pode ser representado pelo processo simbólico de significação das relações sociais. Foi empregado o método bibliográfico com base na Psicologia Histórico-Cultural e a análise teórico conceitual com base no materialismo histórico e dialético. Os resultados da análise nos levaram a compreender que a transição do sistema psíquico animal para o sistema psicológico humano social cria as contradições que estão na base do sofrimento psicológico. O sofrimento e o adoecimento são compreendidos como formas de integração e desintegração da atividade consciente. Compreendemos que o sofrimento não está encapsulado no indivíduo, mas existe objetivamente no meio material onde a atividade vital se realiza. Compreendemos ainda que, sendo o sistema psicológico integrado
1 Oral presentation at the 40th ANPED National Meeting - 2021, entitled: Vital activity, suffering and psychological illness: education as integration and disintegration of activity.
2 Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brazil. Full Professor in the Department of Education and collaborator in the Graduate Program in Education. PhD in Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5212-3972. E-mail: armando.marino@ufms.br
no sistema social, o sofrimento e adoecimento são socialmente referenciados pelas formas de organização social da atividade consciente dos sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Humanização. Educação. Consciência. Sofrimento psicológico.
RESUMEN: Este artículo analiza el sufrimiento psicológico como una condición de la actividad vital de los individuos. Su objetivo es comprender su génesis en la actividad educativa. Se basa en el hecho de que el sistema psicológico es una síntesis de los sistemas de orientación biológica que son incorporados por el sistema educativo. Esto puede ser representado por el proceso simbólico de significado de las relaciones sociales. Se utilizó el método bibliográfico basado en la Psicología Histórico-Cultural y el análisis teórico conceptual basado en el materialismo histórico y dialéctico. Los resultados del análisis nos llevaron a comprender que la transición del sistema psíquico animal al sistema psicológico humano social crea las contradicciones que son la base del sufrimiento psicológico. El sufrimiento y la enfermedad se entienden como formas de integración y desintegración de la actividad consciente. Entendemos que el sufrimiento no está encapsulado en el individuo, sino que existe objetivamente en el entorno material donde tiene lugar la actividad vital. También entendemos que, dado que el sistema psicológico está integrado en el sistema social, el sufrimiento y la enfermedad están socialmente referenciados por las formas de organización social de la actividad consciente de los sujetos.
PALABRAS CLAVE: Humanización. Educación. Conciencia. Sufrimiento psicológico.
Whatever the educational model in different cultures and societies, it has as its principle the transition from the organic psychic system to the cultural one. It is directly related to the forms of orientation in reality and its contradictions (LEONTIEV, 1978a). These will only be understood if we embrace the human vital activity, the formation of affective and emotional values, the development of consciousness, personality and worldview of the subjects, integrated in a system of subjective and objective relations.
The problem in focus is that suffering is a condition of living beings, has its own characteristics in the realm of nature, and acquires new characteristics and complexity when men start living in society. It is also compounded by the fact that education is correlated to the formation of personality, understood as a synthesis of cultural psychological development, which represents the particular history of meaning processes in each individual (BOZHÓVICH, 1987). Therefore, education has a marked influence on the ways individuals face suffering.
The theoretical and philosophical basis for the discussion is based on the foundations of Cultural-Historical Psychology, especially in the concepts of vital activity, consciousness,
meaning, and personality. We consider, through this theory, that the psychological system in the characteristics of the social being and its development are related to education and psychological suffering.
To carry out this discussion, we will briefly go from the psychic development to the cultural psychological system. The discussion about suffering is justified by the growing number of cases of psychological illness that we have seen in our society, in the educational system among teachers and students, and throughout the labor system, in the world of work.
I begin by considering movement as a form of existence of the phenomena we study. Therefore, it is necessary to point out that the analyses made here aim to understand the movements of interrelation between the components of vital activity, suffering, and human psychological illness, based on educational processes.
I want to point out that we have no means to affirm that the movement of the inorganic forms of nature has an a priori necessity and/or purpose, posited as the motor of their existence. As a consequence, this condition limits us to know them in their immediate objectivity.
When, however, we enter the sphere of knowledge of organic matter, of living beings, we can make statements about needs and purposes of their movements that, now organized by the principle of life, are characterized as an organism's activity directed to an object. As Leontiev (1978a, p. 68) states, "The basic, as they say, constitutive characteristic of activity is its objectivity. Strictly speaking, the very concept of activity is implicitly contained in the concept of object. Besides objectivity we are faced with the emergence of a new form, the subjectivity that results from the unity of the organism with the object outside itself, that is, an inner activity correlated to another one outside the organism.
The genesis of subjectivity occurs at the moment in which the living organism reflects inside itself processes that exist outside, in relationships. Leontiev (1978a, p. 47) explains that "[...] subjectivity at the level of sensory reflex should not be understood as subjectivism, but as its 'subjectuality,' that is, its belonging to the active subject." Another characteristic is that subjective movement as a reflection of objective reality happens, also, in the direct absence of the objectivity that produces it. Thus, a new activity arises within the organism that reproduces in different forms of ideation the relations.
Activity, therefore, is the form of existence of living beings, especially animals. Especially, because it is not possible to affirm the existence of a psychic system or subjectivity for vegetables, since they do not move in space in search of the object of their nutrition, but extract directly from the environment that which demands their survival (ILYENKOV, 2010). In activity, organized movement responds to a need and the search for an object that is outside the body and that satisfies it, which forms the meaning for the activity. This is the most basic structure of activity, which develops by the principle of maintenance of existence and
reproduction of the organic being.
Vital activity is that which has as its principle the production of life. Therefore, it is the explanatory principle of the meaning, structuring and functioning of the psychological system as its psychic reflex (LEONTIEV, 1978b; MARX, 2004). Thus, suffering and illness, to be understood, demand meaning from the vital activity as form and content of its existence, as unity between objectivity and subjectivity.
With the evolutionary transformation of vital activity and the transition to more complex forms, organisms developed sensibility. This is configured as a means for processes outside the body, on which the maintenance of life depends. Its emergence is based on "[...] irritability in relation to external agents that fulfill the function of a signal" (LEONTIEV 1978b, p. 20). The signal can be understood as the objective sense indicator of orientation in the space/time of activity execution.
At this stage of development, the objects that fulfill the function of a sign have a double form of existence. First, they take the place of the orientation field of the organized movement for the execution of the activity in space, and second, they become a psychic reflection of reality. The most relevant of our discussion here is that with this a biological sense of the activity in reality is formed in the same measure. As Leontiev (1978b, p. 22) explains,
Sense links also have another character, that of being "bilateral"; in effect, their formation does not only result in the action of the stimulant causing a determined reaction, a determined behavior, but also in the corresponding need being "recognized" in a certain way in the considered stimulant object, becoming concrete in it and causing an active search behavior towards it.
The importance of the appearance of the biological meaning of the object is that it is formed from its value for the maintenance of the organism's life. This is a fact of relevant importance, since this value is the result of affectation and, therefore, a means of explaining subjectivity in individuals. This explanation is important to understand the formation of affections, their generalization and transformation into a symbolic meaning of suffering and psychological illness in the social subject.
Tissue irritability and sensitivity are objectified in the form of sense organs. These are objective functional units of recognition of the object of activity, they are therefore organs of analysis of objective reality, means for the organization of the activity of seeking the specific object for a given need. The importance of this is that the psychism thus begins to constitute itself as a system of analysis of the unity of activity composed of the integration of need/object and meaning/value.
Such integration complexifies the vital activity present in the organism as a form of self- activity belonging to the complex movement of objectivity. This means that now the environment itself is the body of its singular existence, therefore it is an integral part of its life. In this sense the organism's singular being is its integrated unity with its surroundings. As Leontiev (1978b, p. 40, emphasis added) explains:
The birth and development of the perceptual psychism in animals are conditioned by profound anatomical and physiological changes. Chief among them is the development and transformation of the role of the sense organs that act at a distance, primarily vision. Their development is translated by a modification both of their importance in the general system of activity and of the form of their anatomical correlations with the central nervous system. If, in the preceding stage [sensibility, MFA], the differentiation of the sense organs led to the isolation of the dominant organs from among them, in the Vertebrates the directing organs are increasingly organs which integrate the external stimuli. This integration is made possible by a reorganization of the central nervous system with the formation of the forebrain, then the cerebral cortex (first in Reptiles).
The perceptual activity is analytical and has the function of abstracting the components of reality to identify what is vital and what is not. This occurs because the activity is guided by the object of its need and by the subjective sense of its satisfaction. With abstraction, processes of generalization of the diversity of reality are necessarily developed, of their function as means or obstacles to the execution of actions, therefore, of the vital value they represent. It is important to understand that perception will be mediated by this value and its function in the integrated subjectivity/objectivity system. Perception has the double function of relating the objective movement of the environment with the changes in the organism's subjective value.
In this way, signaling is developed as a means of triggering the organism's activity. The sign acquires the quality of a generalized orientation of vital value as a unity of the diversity of the organism's objective/subjective existence. The vital value of objects and their integrated existence is the means by which the organism analyzes, abstracts, and generalizes. Vital value is at the center of the affective processes and transformations of activity. This is why every time the environment is transformed, necessarily in order to avoid perishing, the organism itself is transformed as the new conditions of the environment acquire new and differentiated vital values.
It is an important statement made by A. Leontiev in the quote above when he talks about the profound anatomical and physiological changes and says that "Chief among them is the development and transformation of the role of the sense organs that act at a distance [...]". The expansion of the perceptive field, the perception of the diversity of objects and relations, the need for generalization, the unity of this with the affective and value-forming processes, greatly complicates vital activity. In view of this complexity, the need for preparation of the activity develops, the anticipation of operations, the identification of obstacles and means, the foreseeing of the consequences of the operations and their value, and therefore a process of analysis to select and choose among the different possibilities that which best fits the totality of the activity.
This process of anticipating and choosing the ways, means, and consequences is at the center of how the objective information that will become intellectual activity is processed, and at the center of how the subjectively represented activity is processed. The importance for understanding the development of the psychic system is that the integration of the totality of subjective/objective reality can now begin in the field of subjectivity, in the formation of a subjective image of the totality of the activity. As Leontiev (1978b, p. 56, our emphasis) explains
[...] the passage to the third stage of animal development manifests a new complexity in the structure of activity. Before, activity was based on a single process; now it is differentiated into two phases: the preparatory phase and the realization phase. It is the existence of a preparatory phase that constitutes the characteristic feature "of intellectual behavior. The intellect appears, therefore, for the first time, where a process appears that prepares the possibility of performing such and such an operation or habit. The essential sign of biphasic activity is that new conditions do not provoke in the animal simple movements of exploration, but attempts at different procedures, previously elaborated operations.
This revolutionary transformation in subjectivity, that is, "attempts at different procedures, previously elaborated operations," and which is expressed as anticipation of the activity in subjectivity, provides the emergence of a radical transformation in its development when men creatively transform the objective reality. This possibility is founded on the fact that, as Leontiev (1978b, p. 40) states, "[...] Henceforth the animal reflects the surrounding reality in the form of more or less segmentary images of individualized things."
Because images are segmentations of individualized things means that generalization needs to have the quality of integrating distinct components of reality into an articulated and meaning-constituted movement. This is the necessary basis for the organization of operations in the form of complete, purpose-directed actions. Thus, the possibility is given for the emergence of a complex activity made up of various actions toward an object/objective that is the anticipated representation of the final image of the transformations that men can make in objective reality.
Such condition marks, in the biological evolution of man, the transition process of hominization, that is, the natural history of formation of man's biological type, which leads to the possibility of humanization, that is, to the transformations in his singular being produced by himself from his subjectivity and in the transformation of the objectivity of the means of production and maintenance of his life. Thus, the possibility of work (MARX, 2004) is given as a social form of relationship of men among themselves that also changes, in subjectivity, the formation of the valuation of things, therefore, of affectations and creation of affective and emotional meanings, now as cultural production.
To understand the process of transition to humanization it is necessary to put the diversity of the forms of existence of men's relations into unity. This is necessary so that the new form of their existence can be understood as the unity of diversity, as the universe of the human world. Thus, at the same time that a slow transition occurs, essential qualities of humanization emerge. The fundamental landmark is cooperative work (LUKÁCS, 2004) mediated by instruments.
With this form of activity new phenomena arise in the lives of men that mark the emergence of a new nature for the psychic system. We refer to the new as psychological system in order to differentiate the biological nature from the cultural nature. This differentiation is important so that we can understand suffering and illness in its specificities of sociocultural life.
It is important to remember that they are not two separate things, but that the second represents the qualitative leap of the first, now integrated in the cultural system.
Let us consider just a few essential conditions for the structuring of the new system, which in reality are produced systematically, and at the same time, in unity. First, that in the production of instruments that will mediate the operations of action, anticipated by intellectual activity, a process of creative generalization occurs, therefore, it is necessary to raise the symbolic level of imagination. Second, with the creation of objects and, therefore, new relations with them, arises the related need to create new forms of communication, the creation of artificial signs for a nature also artificially produced and, with this, the development of new forms of language for everything that is new and created by man himself. Third, that the creation of instruments also mediates the relationship of men among themselves, changing their sociability, creating new forms of power relations and domination. Fourth, the material and symbolic products of these new relations accumulate in objects (LEONTIEV, 1978a) as human culture, and therefore are not hereditarily transmitted to new generations, which demands an activity specially developed for this purpose, education.
The most important aspect of the unity of these processes is that they always result in signification, that is, a process from which results the creation of signs, meanings and personal meanings for social activity. Signs and meanings occupy a central position in the organization of the psychological system. It is through them that the functions of orientation, execution and control of vital activity are now organized.
What used to be impulsivity given by the unity of affective and emotional value in the perception of reality, with signification is transformed into self-control of behavior, in the form of thought. This means that perception has become insufficient to meet the new conditions of men and will be overcome by incorporation into the more complex system of signification. Perception becomes organized by the use of signs and of activity oriented by signification, including all meaning-forming affections.
The vital activity that before had the quality of being the repetition of natural processes transmitted mainly by heredity is transformed into a social vital activity. The nodal point of this transformation is the development of consciousness as the form in which man perceives himself in the act of creating and transforming nature. In the act of creation man perceives himself as agent, as subject of and in the object he produces. From a distance, in the object of his production he can recognize himself and reflect on his actions and operations. The world and himself in the world with other men become objects of his thinking.
O most important of this social vital activity is that the alternatives that were apprehended by the perception of reality and were determined by the forces of nature, as transformations in subjectivity arising from the transformations of the environment, are now created by men themselves. The contradictions with nature were outside the domain of men. With the removal of the subject from his object, with his disintegration from nature through the creation of a new objective and objectified world by himself and the emergence of consciousness, the choices, the alternatives are also created by him. Man overcomes passive adaptation to nature and acts as a conscious being in the adaptation of nature to his needs, acting in the transformation of contradictions (VIGOTSKI, 2000).
Humanization is, therefore, the process of man's self-creation. This means that in creating a new environment in which to produce his life, he creates at the same time new conditions for the subjectivation of objective reality. That subjectivity reflects the interrelationships created by man means the possibility of creating it as well. This occurs in the subject's self-activity in the educational process. What occurs now is the contradictory unity of the creation of subjectivity that is at the same time and on the one hand a social production of the action of men among themselves, and on the other hand a personal production of man about himself with what others do to him.
In this sense, education is, in general, the activity of transformation of the nature of subjects, mediated by others and for a given socialization. The contradictions of this activity have as components, first, the fact that the nature of the psychism does not coincide with the psychological system created by men in the form of signification; second, that the educational act means at the same time a disintegration of the natural perceptual psychism as a function of the integration of the subject by means of signification as a conscious activity; third, that the activity of integrating consciousness into the socially created psychological system occurs through acceptance and conflicts, through affirmations and denials of being, in a constant struggle between personal and social meanings in the production of life. As Bozhóvich (1987,
p. 20) clarifies, "Personality is examined as the higher integrative system which, in ontogenetic development, is characterized by the successive emergence of new psychic formations".
It is through these contradictions and neoformations that the development of personality begins as an expression of the alternative choices that the child subjected to social relations makes and creates as a way of seeking integration into social life. The personality results from this affective, emotional, and cognitive drama of the subject's development as a transformation of its biological singularity into a sociocultural individuality. According to Vygotsky (2000, p. 328), "[...] the correlative to personality is the relationship between primitive and higher
reactions[...]". Personality is the expression of the new formation in the modes of subjectivation of the social subject, in the educational process. As the same author and work states: (p. 303) "The development of the child can only be understood as a living process of development, of formation, of struggle [...]".
The core of the personality of this new form of subjectivation is the "I" system. This system is first the social manifestation of self-activity that is constituted with the meaningful activity of others. That is, the others place the subject, subject in a certain place in social relations, with certain values and functions, with a heteronomous valuation of his being. Second, the subject places himself in this place, but not without struggle, affirms his personal values and fights for them with an autonomous valuation.
The decisive moment in the development of the child's personality is the awareness of this "I". As Vygotsky (1997, p. 336-337) points out,
[...] J. Baldwin has rightly pointed out that the concept of "self" develops in the child through the concept of others. Thus, the concept of "personality" is social, it is a reflex concept that the child forms by applying to himself the procedures of adaptation that he applies to others. We can thus say that personality is the social in us.
An important question that now presents itself to us is the emergence of the will as an expression of the mastery of the means to wage this struggle, as one of the forms of expression of the personality. The mastery of behavior amid the contradictions of the educational process and social participation means the overcoming of impulsive, impersonal action by conscious action, articulated by the needs and motives of the personality. Will, therefore, does not mean an act of pure rationality, but of the affective, emotional, and cognitive articulation of the creation of alternatives and possibilities of the individual being. This means that it is a person who tells himself, in the condition of subject, what and how to perform an action. According to Leontiev (1978b, p. 154, emphasis added),
[...] the voluntary process of "performing an action" is initially mediated by an external sign, by which another man acts on the behavior of the subject who performs the action under consideration. At this stage of formation, the mediated structure does not characterize the process performed by the agent subject, but the corresponding "interpsychological" process, that is, the process as a whole, in which both the person reacting to the signal by performing the action and the person or persons giving the signal intervene. Only later, when in an analogous structure the starting signal begins to be given by the agent subject himself ("self-command"), does the process acquire a mediated "intrapsychological" character, that is, fully realized by one man; thus is born the elementary structure of voluntary action, the act of will.
It is from this focus of the formation of personality and volitional act that we consider in the next topic the structure of the activity and its relation to conscious activity as a process of integration of the person's social being. With this, we consider in the last topic the relations between educational activity, personality, and psychological suffering and/or illness.
The structure of the psychological system reflects the structure of social activity. This means that both the activity of men among themselves and the activity of an isolated subject are psychologically and socially structured by the same principle. When they create their activities they do so from subjective reality in confrontation with objective reality, so it is in the realm of the movement of these two spheres of reality that they objectify their life.
Consciousness, as we have seen, can be understood in the transition from nature to culture as disintegration/integration of being. The singular being of the biological species is transformed into a social human, author of his actions, recognizing himself in them and in the products of his activity in a creative way, that is, subjectivity as a psychic reflex is not a repetition of the forces given by nature, but its transformation. At the same time such disintegration of the singular being and its development creates a new need for integration in and for its social being, that is, in activity with other men.
Conscious activity as a search for integration has as its main path the reproduction of social activity already historically constituted. Each individual has to appropriate the forms of social being by means of the signification that occurs in all the activities in which he participates. Therefore, the participation in activities includes the whole constitution of subjectivity, in its affective and emotional aspects as well as in its cognitive. In social activity man develops as an integral being, as an individual, as a personality.
Such integration, however, does not mean an unrestricted adoption of social meanings, as we have seen. The consciousness, as a subjective expression of the personality, seeks a relation in which attending to the necessities of social activity attends, in the same measure, to those of the personality. Therefore, of the subject as an autonomous being, will and social self- realization as a person.
The general structure of human activity is understood by operations and actions that take place based on a need whose object of satisfaction becomes the reason that triggers the activity (LEONTIEV, 1978a). This is performed by individuals who exist in given situations, occupy a place in relations to which they must correspond and, on the other hand, have certain
conditions, that is, the power and mastery of signification, instruments, knowledge, etc., which are the means with which they can, or cannot, respond to the place they occupy as subjects. It is in this framework that by integrating themselves into social life individuals also structure in an integrated way their psychological system. This is not a copy of social activity. Although subjective activity is organized on the basis of needs and objectives, it has actions and operations of thought that reflect the structure of social activity, in it individuals create and anticipate for themselves a social being that does not yet exist in reality, but is always present as desire, aspiration, ambition, will, and satisfaction of strictly personal needs. In thought, individuals create alternatives for self-realization that need to be realized in reality. The harmonious development of personality needs this realization of the integration of subjectivity as possibility in reality.
Self-realization means having the power and the dominion to create alternatives to the contradictions posed by others, by other personalities that also seek the space of their self- realization, and by society as a symbolic means of the collective will. It is in the relationship self/other and society that the conflicts between social signification and personal meanings disintegrate the psychological guidance system (LURIA, 1976).
The participation in activities produces in the subjects an anticipation of this possibility of self-realization that is constituted in a general way with personality motives. The realization of these motives means the integration and the opposite, the disintegration of the psychological system in its particularity. This means, in this case, that the subjects do not find the personal meanings of orientation through the social meanings in that specific sphere of action. The disintegration is characterized, therefore, as frustration of the realization of the self as subjectivity in the objectivity of social life. This can be broadly understood as the concrete existence of an I/other conflict.
The meaning of suffering was taken here primarily as the activity of enduring a given condition in which the subject expends his material, physical, and psychological resources to ensure the continued existence of his situation. Therefore, the animal being, by supporting through its vital activity the conditions of its nutrition, shelter, and reproduction, for example, suffers. As Marx (2004, p.127, emphasis added) understands it
Man is immediately a natural being. As a natural being, and as a living natural being, he is, on the one hand, endowed with natural forces, with vital forces, he is an active natural being; these forces exist in him as possibilities and capacities (Anlagen und Fahigkeiten), as drives; on the other hand, as a natural, corporeal, sensitive, objective being, he is a suffering, dependent, and limited being, just like the animal and the plant, that is, the objects of his drives exist outside him, as objects independent of him. (author's emphasis)
In this sense, suffering is inherent to the being of men. As a condition for the production of life, men have no way to extinguish suffering, the expenditure of their strength, the confrontation of needs. Everyday they have to produce their life and consume it with that.
We can think, then, that at the level of the animal psyche suffering is configured as the adjustment of behavior to the set of signals that in subjectivity are reflected as the need to repeat the behavior that is adequate to reality as it is. At the level of the animal psychism there are no conscious creative alternatives.
From the point of view of the psychological system, the condition of suffering is quite different. The fact that man creatively produces the environment and the meanings with which he organizes his vital activity, the fact that this creation can be substituted by new alternatives created by himself, places suffering always in the possibility of being overcome. This possibility always appears in the projection of the personal becoming into reality and in the creation of means and instruments for this. Man projects himself as the possibility of overcoming suffering through the creation of new ways of being.
It is notorious that historically humanity has overcome and continues to overcome daily suffering in the production of its life through knowledge and technology. However, in individual life, when we consider subjectivity and personality we find the self-creation of affective and emotional alternatives to suffering. Thus, that which is vital from the point of view of the production of material life does not necessarily occupy the place of vital in the field of personal self-realization. A personal motivation can occupy the central place, the place of vital activity of the personality. It is in this field of human subjectivity that we consider psychological suffering. As much as material lack in the production of biological life, the lack of power and mastery over psychological life causes suffering.
Education appears in relation to this as the center of the development of a personality that has the power or not to face psychological suffering. I agree with Mészáros (2005, p. 44, emphasis added) when he states that,
[...] in the truly broad sense of the term education, it is a matter of the "internalization" by individuals [...] of the legitimacy of the position assigned
to them in the social hierarchy, together with its "proper" expectations and the "right" forms of conduct more or less explicitly stipulated on that ground.
The fact that education thus represents an act of force in social practice that determines, guides, regulates, and controls "the right forms of conduct" to be internalized by subjects places it as a field of conflict between social interests and the alternatives of the personality in overcoming them. Therefore, the contradictory character of education is that at the same time that it mediates humanization it provides the emergence of contradictions vital to the personality. It is in this sense that the drama of development is the expression of a dynamic game of changing the positional value of the subjects and their alternative possibilities of self- realization. These are resisted and impeded by the heterogeneous interests of formation, which can only be overcome, contradictorily, by education itself, in the formation of power and mastery of the movement of reality, as knowledge and self-control of actions, as will and consciousness in individuals.
Education is the activity that links man to society and culture. It is, therefore, the fundamental sphere of psychological development. The forms of its organization, its contents, the place that the subjects occupy in it, the objectives and social meanings that engender it, produce motives and meanings for the personality, this being understood as the most comprehensive expression of the social being of individuals.
Because education means the transition from the natural form of behavior to the cultural one, within it and under power relations, essential contradictions of personality formation are produced. These contradictions, when they refer to the meanings that have acquired a vital value for the individual, constitute the center of the subjective self-activity that sustains the integration of the psychological system. In this sense, they generate psychological suffering, and when the individual does not sustain the contradictions, then comes the psychological and/or organic illness.
In this article, therefore, it was considered important to think about education in its contradictions and not only in its positivity. The importance of this analysis lies in the fact that we produce concepts of what education is in reality, that is, how it actually happens, and that these are the tools that allow us to think about overcoming the current problems we face: if we do not take into account the contradictions we will not achieve a concept that helps us in the important task we have in this area.
The importance of dealing with the psychological suffering generated in education lies in the fact that the higher psychological functions, those that link us to culture, are fundamentally organized and operated by the personality. Thus, in any place or form in which it occurs, the functions correlated to such and such activity are constituted as personality functions, which has as its center the relation self/other, motivated by affections, emotions, and knowledge that are the result of the subjects' individual experiences. Therefore, this analysis is essential when we want to understand the role of education in the humanization of individuals and the social relations that we expect for their development.
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Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação Translator: Thiago Faquim Bittencourt
Translation reviewer: Alexander Vinícius Leite da Silva