EDUCACIÓN Y ÉTICA: EL VALOR DE LA PRESENCIA Y LA ALTERIDAD EN LA FORMACIÓN Y PRÁCTICA DEL PROFESOR
EDUCATION AND ETHICS: THE VALUE OF PRESENCE AND ALTERITY IN THE TEACHER'S TRAINING AND PRACTICE
Sandra Regina Mantovani LEITE2 Rodolfo Gabriel TRISLTZ3 Alonso Bezerra de CARVALHO4
1 Este texto, agora ampliado e reorganizado, foi publicado nos Anais do II Congresso Nacional de Formação de Professores e XII Congresso Estadual Paulista da Formação de Educadores.
2 Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Docente do Departamento de Educação. Doutorado em Educação (UEL). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4908-8379. E-mail: sleite@uel.br
3 Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Aluno Especial no Programa de Pós- Graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7335-0146. E-mail: rodolfotrisltz@gmail.com
4 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Assis – SP – Brasil. Professor Adjunto - Livre Docente (Departamento de Didática). Professor Livre Docente no Departamento de Educação (UNESP/Assis) e do Programa de Pós- Graduação em Educação (UNESP/Marília). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5106-2517. E-mail: alonso.carvalho@unesp.br
RESUMEN: Este estudio tiene como objetivo comprender y profundizar la reflexión sobre la dimensión ética en la formación y desempeño docente, enfatizando su importancia para el desarrollo de una praxis pedagógica a favor de las relaciones dialógicas. Ante un contexto pedagógico marcado por las concepciones presentes en la contemporaneidad que se guían por la condición de que los estudiantes no sean vistos como sujetos de su propia historia y por el desarrollo científico que privilegia el hacer sobre el pensar, enumeramos como preguntas principales: Cuáles las acciones podrían ayudar a los docentes a repensar su práctica pedagógica, trabajando para que la educación humana se convierta en el aspecto esencial? Mediante una investigación bibliográfica cualitativa, basada en autores como Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016), entre otros, buscaremos afirmar la importancia de la alteridad y presencia en la relación entre profesores y estudiantes para una educación humanizadora y emancipadora. Consideramos que toda acción pedagógica, desde su origen y propósitos, objetivos y metas, tiene una estrecha relación con la Dimensión Ética y, por tanto, son procesos éticos que, cuando se llevan a cabo en la institución escolar, se comprometen a elevar al alumno de su condición de individuo en busca de su humanización y emancipación.
PALABRAS CLAVE: Educación. Ética. Formación de profesores. Humanización.
ABSTRACT: This study aims to understand and deepen the reflection on the ethical dimension in teacher education and performance, emphasizing its importance for the development of a pedagogical praxis in favor of dialogical relationships. Faced with a pedagogical context marked by the conceptions present in contemporaneity that are guided by the condition that students are not seen as subjects of their own history and by the scientific development that privileges doing over thinking, we listed as main questions: what are the actions Could they help teachers to rethink their pedagogical practice, working so that human education becomes the essential aspect? Through a qualitative bibliographic research, based on authors such as Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016), among others, we will seek to affirm the importance of alterity and presence in the relationship between teachers and students for a humanizing and emancipating education. We consider that every pedagogical action, from its origin and purposes, objectives and goals, has a close relationship with the Ethical Dimension and, therefore, they are ethical processes that, when carried out in the school institution, are committed to elevating the student from his condition as an individual in search of its humanization and emancipation.
KEYWORDS: Education. Ethic. Teacher training. Humanization
Apenas estamos iniciando a reflexão sobre a importância da categoria da presencialidade como fundante de uma nova sociedade, orientada em categorias como alteridade, multiculturalidade, tolerância, diálogo. (GOERGEN, 2011, p. 10)
Ao partirmos da realidade da escola, podemos observar relações e conflitos entre o discurso trabalhado na formação do futuro professor e a prática pedagógica dos professores que atuam nas escolas. De um modo geral, essa discussão têm sido uma constante no campo
educacional, tendo em vista as relações que envolvem a função social da instituição escolar. Considerando, seguindo Saviani (2015), que a educação, “pertencendo ao âmbito do trabalho não- material, tem a ver com conhecimentos, ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes, habilidades, tais elementos, entretanto, não lhe interessam em si mesmos, como algo exterior ao homem” (p. 287). Ou seja, é um processo de construção, uma elaboração própria do ser humano, e que é entendida a partir de um processo social, histórico e político amplo, assim, entendemos a escola como espaço dominante para que essa educação aconteça.
Atualmente, se percebe um grande descontentamento com o ensino oferecido pela escola pública, isto aparece tanto nas falas, nas ideias e vivências no âmbito dos estabelecimentos de ensino, como nas produções acadêmicas e nos discursos sobre as políticas públicas educacionais. Esta crise da educação pública, que faz parte de um projeto perverso de exclusão e porque não dizer de dominação social, tem sido marcada porque, como país em desenvolvimento, o Brasil não alcançou os patamares mínimos de uma justiça social compatível com a riqueza produzida e usufruída por uma minoria.
Existe uma diferença marcante no grau de usufruto da cultura produzida pelos homens. A instituição escolar é um instrumento importante de participação e disseminação cultural, o trabalho educativo que acontece por meio da escola precisa possibilitar aos que a frequentam a oportunidade de formarem-se, tornando-se homens e que tenham diante de si formas para realizar sua própria individualidade de maneira produtiva para eles e para coletividade.
A educação só se compreende e se legitima quando concebida e praticada como uma das formas de mediação das mediações existenciais da vida humana, quando for efetivo investimento em busca das condições do trabalho, da sociabilidade e da cultura simbólica. Portanto, só se legitima como mediação para a construção da cidadania. Por isso, enquanto investe, do lado do sujeito pessoal, na construção dessa condição de cidadania, do lado dos sujeitos sociais, estará investindo na construção da democracia, que é a qualidade da sociedade que assegura a todos os seus integrantes a efetivação coletiva dessas mediações (SEVERINO, 2010, p. 158).
Diante de um contexto pedagógico marcado pelas concepções presentes na contemporaneidade que se pautam pela condição de que os alunos não são vistos como sujeitos de sua própria história e pelo desenvolvimento científico que privilegia o fazer em detrimento do pensar, podemos buscar responder por meio das reflexões aqui apresentadas as seguintes questões: quais as ações poderiam auxiliar para que o professor repense sua prática pedagógica, trabalhando para que a formação humana se torne o aspecto essencial? Como o professor, entendendo a importância do seu papel como mestre, numa visão aristotélica, trabalha e vivencia a dimensão ética na relação e no trabalho com seus alunos?
Seguindo com as questões que norteiam este artigo, há que se ressaltar que a instituição escolar precisa levar em consideração o relacionamento entre as pessoas, que são estabelecidas no cotidiano da sala de aula, assim, como se estabelecem as relações de amizade entre professor-aluno e entre aluno-aluno?
Este estudo, portanto, tem como intuito compreender e aprofundar a reflexão sobre a dimensão ética na formação e atuação do professor, ressaltando a importância dessa dimensão no desenvolvimento de uma práxis pedagógica em favor de relações dialógicas
Daí a magia da ação educativa quando assumimos a confluência proposta por Aristóteles dessa imitação/representação do bom, do belo e do bem – tríade necessária para pensar a formação da virtude ao educar. Trata-se de bons hábitos; no justo meio; pela prudência do discernimento; alicerçados pela equidade das práticas; e criações de rotinas e de rituais coletivos, públicos e dirigidos ao bem comum; e, portanto, à felicidade – como se fosse por amizade [...] (BOTO, 2002, p.11)
Portanto, é na ação do professor e nas suas interações com os alunos que as atitudes potencializam um projeto de desenvolvimento de personalidades em busca da humanização e que se revelam em propostas pedagógicas baseadas em valores e saberes que visam proporcionar a emancipação humana e não sua dominação. Assim, podemos afirmar que os saberes historicamente produzidos, do ponto de vista da educação, não interessam por si mesmos, mas enquanto condições que por meio de “cada indivíduo singular sintetiza, em si próprio, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.” (SAVIANI, 2016, p. 70)
É no processo educativo, nos cursos de formação de professores, que vislumbramos como necessárias as dimensões: epistemológica, ética, política, estética, psicológica, embora na prática deste profissional percebemos que a cobrança por um ensino de qualidade acaba por valorizar apenas a dimensão epistemológica. Existe assim uma hipertrofia desta em relação às outras, fazendo com que o processo de formação da pessoa não alcance o desenvolvimento integral tão esperado pela escola, pela sociedade e pelo próprio sujeito que, em vários momentos, se sente incapaz e submisso ao que se impõe como sendo verdadeiro, sem questionamentos e reflexões.
Ao analisar a importância da formação dos educadores, é necessário inferir que o fazer-
se professor vai além de instrumentos e conhecimentos desligados do ser, a “ideia de formação
é, pois, aquela do alcance de um modo de ser, mediante um devir” (SEVERINO, A. J., 2011, p. 132). Ao pensar o professor, qualificamos o seu modo de ser com uma qualidade possível de emancipação, uma condição de plena autonomia do sujeito. Em outras palavras, a formação do professor precisa valorizar uma educação vista como investimento formativo do humano. “A interação docente é mediação universal e insubstituível dessa formação, tendo-se em vista a condição de educabilidade do homem” (SEVERINO, A. J., 2011, p. 132).
Nesse sentido que a educação, segundo Massi e Giacóia Junior (1998), é entendida como um processo essencialmente humano. É o esforço histórico de autoconstituição da humanidade, a educação é a obra da práxis humana, somente pela educação é que o homem se torna homem. É importante ressaltar que “a educação envolve uma finalidade que implica uma necessária referência axiológica, uma relação ao mundo dos valores... Esta referência constitui a dimensão ética do processo educativo.” (MASSI; GIACÓIA Jr, 1998, p. 353). Nesse sentido, é preciso que a humanidade sempre busque caminhar um passo adiante, se tornando melhor, em direção a uma perfeição, a um ideal. É preciso lutar por uma sociedade na qual todos os indivíduos possam se desenvolver por meio de uma vida plena de conteúdo e atividades plenas de sentido (DUARTE, 2013, p. 71)
Para entendermos melhor a importância da dimensão ética na prática educativa utilizamos Chauí (1994, p.340), que esclarece que o termo ética advém do sentido grego ‘éthos’ – caráter, índole natural, temperamento. “A ação ética ancora-se, pois, na intencionalidade da ação, na relação da consciência para consigo mesma, na integridade do ser humano frente aos seus semelhantes”. O sujeito moral é aquele capaz de decidir, de escolher, capaz de distinguir entre o bem e o mal, sendo que a inter-relação entre o tema ética e a matéria educativa está justamente entre a autonomia da vontade e a possível formação pedagógica que habilita o professor. “Do ponto de vista ético, a ação humana precisa orientar- se por um conjunto de valores, qualificado de virtudes, as quais descrevem, possibilitam e realizam a finalidade humana” (RAMOS, 2011, p. 29).
Relacionando a ética e a educação pode-se ressaltar que é necessário que a instituição busque um educar para o viver bem, proporcionando vivências prazerosas e contextualizadas, que são também necessárias na aquisição dos conhecimentos básicos.
A educação deve promover uma formação do espírito que desestabilize a apatia da razão de tal forma que o aluno possa aventurar-se por si mesmo sem cristalizações ou idéias fixas. E mais: que crie a aversão à violência física, social, econômica, política etc. Que sejamos capazes de reconhecer o outro, não para dominá-lo e fazê-lo servo, mas que a amizade (philia) pelo saber
(sophos) seja símbolo de amor pelos homens, ou melhor, pelos humanos e seu habitat (CARVALHO, 2016, p. 13, grifo do autor).
O ser humano precisa ser visto como pessoa, como sujeito moral. “Pessoa é sujeito moral, investido de um valor absoluto [...] Esse valor é o que impede que uma pessoa possa ser tratada apenas como meio ou instrumento [...]” (MASSI; GIACÓIA Jr, 1998, p.356).
Para Aristóteles (1987), a virtude seria uma disposição de espírito que desabrocha pela força do hábito, nesse sentido, percebe-se a dimensão pedagógica da ética, pois remeter-se ao hábito requer valorizar a formação. Pelos atos que praticamos com os outros homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos na presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites das emoções e da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos. (ARISTÓTELES, 1987, p. 27-28).
A palavra grega philia apresenta um sentido mais amplo do que temos na modernidade com o coleguismo. Integra-se a qualquer relação de sociabilidade entre seres humanos que tem afeição uns pelos outros e são conscientes desse sentimento. Ela inclui todas as formas de atração que um ser humano pode ter em relação ao outro, como exemplo o amor dos pais pelos filhos, do marido pela esposa, do amigo em relação ao semelhante, se resume em querer para o alguém aquilo que é bom para o outro, sendo feitas por causa desse outro (RAMOS, 2011).
É na relação social, na relação com os outros, que a ética se desenvolve, não se forma o ser ético apenas pelo conhecimento. A ética fala ao espírito e à alma, só pode ser reconhecida quando praticada, então para se tornar bom, é preciso praticar atos bons. Todo agir coletivo revela-se propício cenário para a prática da ética cotidiana, e assim, percebe-se a relevância apontada por Aristóteles para a Amizade. “Amizade como escolha do outro, como reconhecimento do outro no outro e como encontro de si mesmo nesse reconhecimento do outro. Amizade como partilha e como projeto” (BOTO 2001, p.128).
A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente (ARISTÓTELES, 1987, p. 381). A amizade ganha em Aristóteles um estatuto bastante elevado para a produção de escolhas acertadas, o seu exercício estrutura o próprio ideal de autonomia. Como diria Ramos: “a
amizade é, pois, uma condição essencial para a realização da felicidade. Sem ela o homem
carece de algo que é necessário para a sua realização na convivência humana” (2011, p.43).
Segundo Ramos, o caráter de reciprocidade entre iguais torna a amizade uma virtude ética-política que vincula relações de solidariedade no âmbito da comunidade. Nesse sentido, entendendo a importância da educação escolar na vida das pessoas, principalmente na vida das novas gerações, ressaltamos o quanto a dimensão ética e a valorização do sentimento de amizade na prática pedagógica poderá possibilitar o desenvolvimento integral do ser humano e das relações sociais que fazem parte do processo educativo.
Ao analisarmos o contexto que estamos vivenciando, as situações de crise, sofrimento, luto e desespero, percebemos o quanto é importante a Presença do outro e o relacionamento humano para que possamos estar de forma saudável fisicamente, psicologicamente e espiritualmente. Em tempos em que o distanciamento social é imperativo para que possamos salvar vidas, a educação tecnológica, por meio do ensino remoto, das aulas online ou da educação à distância surge como a única alternativa para que o ensino formal aconteça. Com isso, a relação humana, a mediação da aprendizagem realizada pelo professor, o contato entre professor e aluno e entre os alunos acontece de forma deficitária, ou melhor, de maneira inexistente.
O contato do humano com o humano não pode ser rompido pela intermediação da máquina, sobretudo não no processo formativo. Não se trata aqui de negar a importância e as vantagens da educação à distância, mas de alertar sobre a importância formativa da presença. A presença ou presencialidade, como alguns preferem, enquanto categoria ontológica do ser humano, deve ser considerada elemento estruturante da formação humana (GOERGEN, 2011, p. 10)
A instituição escolar é um instrumento importante de participação e disseminação cultural. O trabalho educativo que acontece por meio da escola precisa possibilitar aos que a frequentam a oportunidade de formarem-se, tornando-se homens, e que tenham diante de si formas para realizar sua própria individualidade de maneira produtiva para eles e para a coletividade. “Precisamos, portanto, do conhecimento, para formar em nós mesmos essa concepção de mundo mais ampla. É por isso que o professor que está na sala de aula, desde a educação infantil até o ensino superior, precisa de teoria” (DUARTE, 2014, p. 70)
Citando Carvalho (2010), para que o mundo e a vida não deixem de ser apenas uma possibilidade abstrata, é necessário que enfrentemos o mundo burocrático, que estabelece um cenário racional, essa deve ser a responsabilidade da ação educativa. Sendo assim, quando pensamos na qualidade do que é produzido na Instituição Escolar precisamos pensar em um ensino formal que leve o ser humano a construir sua humanidade, democratizando cada vez mais o saber. “A escola é o local onde o indivíduo estaria se instrumentalizando para atuar no meio social a que pertence” (OLIVEIRA, 1985, p. 92).
É sabido que atualmente a proletarização do trabalho docente na contemporaneidade, resultado do desenvolvimento tecnológico e científico, tem possibilitado uma educação e o desenvolvimento dos alunos de maneira desvinculada dos fatores importantes à integralidade do humano, como: o aspecto físico, emocional, afetivo, intelectual, dentre outros, sem os quais a emancipação humana não acontece.
Nesse sentido, a função do professor se resume ao “explicador” de saberes. A atividade docente transformou-se em mera técnica ou aplicação de conhecimentos produzidos pelas ciências da educação, atendendo à necessidade social de aumento da eficiência, à demanda da qualificação profissional e aos padrões de consumo. Mera atividade repetidora, incapaz de traduzir-se em experiências narráveis, o professor prioriza a dimensão epistemológica em detrimento das demais dimensões da prática pedagógica.
Em tal instrumentalismo da razão, sequer a prática do pensar que incide sobre os modos de existência do educador e a sua subjetividade é considerada necessária. Ao ser minimizada nessa atividade e nos saberes e práticas com os quais esse sujeito opera, é incorporada como uma espécie de mecanismo que, mesmo para o educador, parece destituído de sentido. Por sua vez, os destinatários dessa atividade também parecem ser privados dessa prática do pensar e das interpelações sobre os sentidos de sua existência que, no limite, somente são exercitados no tempo e no espaço fora do domínio institucional da escola: ao menos, quando aí também não estão subordinados a outros mecanismos sociais, que ampliam ao extremo essa interdição do pensar e do problematizar a existência (PAGNI; GELAMO, 2007, p. 23).
Assim, pode-se afirmar que o fator propulsor da atividade pedagógica é o pensamento reflexivo e criativo, mas o professor envolvido pelo deslumbramento tecnológico se deixa levar pela degeneração do pensamento reflexivo, ameaçando o conteúdo ético do processo formativo. O fazer pedagógico e a própria formação docente se esvazia da possibilidade de experimentar novas formas de desenvolvimento intelectual para ele e consequentemente para o aluno, de ver o outro como participante da relação humana que ocorre na ação pedagógica e privilegia em contrapartida um saber técnico, que prioriza a razão, em detrimento do saber filosófico e criativo do pensamento, da reflexão crítica sobre a educação voltada para emancipação humana.
A formação vai dissolvendo-se como experiência formativa silenciada e esvaziada de conteúdos que se esgotam na própria relação formal com o conhecimento, impedindo que forneçam ao professor e aos educandos formas para refletir sobre os problemas que enfrentam e para encontrar meios de solucionar os mesmos.
Faz-se necessário que a formação docente privilegie a coragem de enfrentar as situações adversas que a própria prática introduz, privilegiando um ensino que potencialize as várias dimensões da práxis docente. Nesse sentido, o ambiente escolar, espaço essencial em que se objetiva a apropriação do saber elaborado, intencional tanto para os professores como para os, alunos é desprovido de importância, sobretudo no relacionamento entre o ser professor e o ser aluno, não garantindo a compreensão para os envolvidos de se entenderem como pessoas que se conduzem diante de seus semelhantes.
A falta de valorização do outro, do reconhecimento do outro e de se ver no outro, faz com que aquilo que se vive no espaço pedagógico não tenha nada a ver com um ou outro. Percebe-se que no ambiente da escola, ao final do dia letivo, tanto professores como alunos saem da instituição escolar mudos, sem ter o que dizer, pois foram expropriados da sua própria vontade por meio de dispositivos que encarceram e hierarquizam o fazer docente e separam os dois sujeitos que fazem parte do mesmo espaço – a sala de aula.
Os professores e a instituição escolar precisam colocar-se na contramão desse processo de confinamento e se empenhar em reconhecer a importância da dimensão ética e do relacionamento solidário e alicerçado na amizade e na construção do ser humano. A ação do educador demanda um cuidado ético, dessa forma impõe-se impregnar a formação do professor de práticas que priorizem a sensibilidade ética, sem a qual não há como esperar uma atuação de qualidade em favor da humanização desejada (SEVERINO, F. E. S., 2011). Também é fundamental perceber “as manifestações emocionais, essencialmente caracterizadas pelas impressões associadas ao bem-estar ou ao mal-estar”, como sensações. E, como tal, que se mobilizam por estímulos específicos cuja captação sensorial representa uma porta de entrada do mundo na consciência (MARTINS; CARVALHO, 2016, p. 707).
O professor como agente de mudanças e promotor do saber pode utilizar de sua atividade docente com a função de afetar, de sensibilizar os envolvidos que estejam dispostos a dar-lhe significado. O significado se efetiva à medida que as pessoas se relacionam, se conhecem e se respeitam, seja pela palavra, seja pela linguagem, por um gesto ou simplesmente por estarem dispostas a buscar a compreensão acerca de si ou do mundo.
Com isso, reafirmamos que a atuação do professor e sua relação envolvem e proporcionam aos alunos uma formação humana que privilegia e possibilita ferramentas
necessárias para o enfrentamento e entendimento da vida em sociedade, “a Educação é uma modalidade de ação intrinsecamente relacionada à existência do outro. E uma prática que, por sua natureza, pressupõe uma intervenção sistemática na condição do outro” (SEVERINO, A. J., 2011, p. 130).
Enfim, não somos apenas um ser que pensa, em que o intelecto torna-se a única instância para se edificar um projeto pedagógico e uma ação educativa. É nesse sentido que podemos pensar em uma ética que leve em conta a relação entre os sujeitos; uma ética que saia do solipsismo que tudo quer abarcar, que tudo quer dominar. E, segundo nosso ponto de vista, a noção de amizade nos fornece essa possibilidade (CARVALHO, 2015, p. 27)
Percebemos na atuação comprometida do professor a maneira pela qual o ensino pode possibilitar uma educação acolhedora e humanizadora. Para tanto, acreditamos que isso acontecerá com a atitude de um professor que se relaciona com seus alunos, de forma a valorizar suas falas, ações, emoções, que potencializa as experiências que podem culminar em novos conhecimentos, que, por meio de uma escuta sensível, está atento para a totalidade do outro, no sentido da alteridade. Alteridade, como questão ética, “em que o outro possa ser reconhecido no seu movimento constitutivo, e dar visibilidade às exigências de um processo formativo que considere a diferença e a singularidade.” (HERMANN, 2014, p. 13)
Para Aristóteles, na sua obra “Ética à Nicomaco”, o professor é um mestre, um amigo a ser imitado. A amizade, entendida como virtude política que vincula relações de solidariedade no âmbito da comunidade. No entender de Hermann (2014, p. 121-122), o professor que está atento ao seu aluno e ao que ele quer dizer, impregna sua atuação no sentido de uma “relação com a alteridade e supere o universalismo que assimila e nivela para criar uma nova sensibilidade”. Do ponto de vista da Ética, o trabalho com a alteridade possibilita reconhecer que existe um outro que me interpela, que me incomoda, que me deixa feliz, “levando em consideração as particularidades dos indivíduos concretos” (HERMANN, 2014, p.123).
É arriscando, criando, desejando, escolhendo e habitando esse mundo que os homens revelam e experimentam a sua singularidade, o que na sala de aula significaria constituir-se como sujeitos que se familiarizam com suas paixões– o outro que habita em nós -, medos, faltas e falhas. Todavia, se o reconhecimento dessas dimensões não ocorre ou elas não são levadas em consideração, a tendência é acarretar violências incontroláveis e conflitos contra os outros, contra a polis, na verdade contra si mesmo (CARVALHO, 2013, p. 194).
Dessa forma, podemos iniciar uma transformação na relação entre os envolvidos no processo pedagógico, superando os conflitos, as barreiras que existem para atuação comprometida do professor, valorizando o outro e seus sentimentos.
Desde o início das nossas vidas, portanto, respiramos alteridade. É a partir do outro que nos tornamos, no início e ao longo de toda a nossa vida, aquilo que somos. Sem alter jamais existiria ego. Podemos, então, dizer que antiético é tudo o que prejudica este sentido essencial da nossa vida de tornarmo-nos o que somos, isto é, seres humanos sociais. Não é possível que isso ocorra sem a inclusão do outro. Negar o outro ou destruí-lo é o mesmo que negar a si mesmo, enquanto ser humano. Há um condicionamento mútuo entre o ego e alter. Sem o outro não se constitui a identidade do eu e sem esta identidade o eu não pode abrir-se ao outro. O homem que não for único em sua identidade não pode pluralizar-se, não pode aliar-se aos outros, tronar-se um ser verdadeiramente humano. O homem só pode caminhar em direção ao outro a partir de si mesmo, a partir de sua própria identidade, mas a constituição dessa identidade só se dá a partir da inclusão do outro (GOERGEN, 2011, p. 105).
Somos sujeitos completos, com razão, emoção e paixões, precisamos realizar os projetos pedagógicos para que percebam a subjetividade e a singularidade, a pluralidade, a importância de cada ser no mundo em que vivemos, isso é, que nos faz ter esperança que o trabalho realizado possa modificar as estruturas que até então são inquestionáveis.
Corroborando com Carvalho (2013, p. 193), acreditamos que “se as éticas tradicionais baseavam-se no princípio de que nada existe sem a razão, a ética contemporânea, para bem contribuir com a educação, deve levar em conta as experiências humanas singulares”.
Nesse sentido, é trabalho dos cursos de formação de professores, como também da formação em serviço, possibilitar aos educadores momentos em que possam refletir sobre a sua prática, sobre suas ações, de maneira coletiva, de forma crítica, utilizando da teoria e da ética para fundamentar o caminho da atuação com as crianças.
Se a humanidade é algo que tem que começar com a razão, com o sentimento, com relações humanas mais estreitas e mais limpas, com maior conhecimento do outro, eu diria que estamos cada vez mais longe disso. Se não mudarmos o caminho, o homem do futuro poderá estar caminhando em direção a algo que poderíamos chamar de desastre. (SARAMAGO, 2010, p. 149
Como afirmamos neste artigo, o homem é um ser cultural, e, portanto, “essa cultura é fruto do trabalho imemorial do homem na sua relação com a natureza e com seus semelhantes” (GOERGEN, 2011, p. 105). Nesse sentido, segundo Rios (2000), a ética é antes de tudo um acostumar-se com os valores, costumes, tradições e regras construídas coletivamente. Considerando e exercendo a liberdade humana, o homem acostuma-se e qualifica as ações como boas ou más. O ser humano faz escolhas e por meio da reflexão tem suas atitudes na busca de uma vida melhor e de qualidade para si e para os outros.
Dessa forma, percebemos a essencialidade do trabalho educativo do professor e da sua postura com relação à organização do trabalho pedagógico. A percepção do outro para formação do eu não se encontra como valorização do individualismo5, e sim como consciência de que como professor é preciso conhecer a realidade, o contexto macro e micro que envolve a instituição escolar e com isso refletir sobre as possibilidades, para com e por meio do trabalho pedagógico tornar os envolvidos no processo educativo pessoas melhores, com uma vida melhor e de qualidade.
A partir do compromisso e da responsabilidade, o professor na organização do seu trabalho, partindo dos princípios que regulam as suas ações, podem almejar um novo sentido para a própria prática, refletindo sobre a importância de entrelaçar as principais dimensões para o agir docente: epistemológica, técnica e política. Essas três dimensões, segundo Severino, A.
J. (2011), só serão articuladas por meio da Dimensão Ética. Nessa perspectiva, “o envolvimento pessoal, a sensibilidade ética do educador estão radicalmente vinculados a um compromisso com o destino dos homens” (p. 147).
Reiteramos que toda ação pedagógica, desde sua origem e finalidades, objetivos e metas, possui estreita relação com a Ética, e por isso são processos éticos que ao se realizarem na instituição escolar tem o compromisso de elevar o educando de sua condição de indivíduo, possibilitando um reavaliar de seus valores.
Como início para um novo caminhar na formação de professores temos o esclarecimento, conscientização e mudança de paradigmas que envolvam os projetos de curso. É mister que os cursos de formação de professores atentem para o valor das emoções, das paixões. O trabalho educativo não existe somente com a dimensão epistemológica, não se realiza apenas pela técnica. A ação pedagógica envolve decisões, discernimento, compreensão. É preciso que o indivíduo tome a si próprio, à sua atividade, à sua inserção nas relações sociais, à sociedade na qual ele vive, como objeto de reflexão crítica, como objeto de apropriação crítica e de transformação (DUARTE, 2013, p. 71).
Acreditamos que o diálogo, a presença do professor, a solidariedade, a liberdade, o respeito, a amizade, a cidadania, como valores ou virtudes, mas também como formas de expressar as paixões, podem fazer com que a formação se realize, em uma permanente responsabilidade pelo outro. Um processo de envolvimento em que o educador realmente se
5 Como distinção entre individualismo e individualidade recorremos a Goergen (2011). Individualidade é a especificidade, o conjunto de propriedades e características a partir das quais um ser humano se considera personalidade específica e única. O individualismo, ao contrário, é aquela orientação do pensar, sentir e querer que julga o indivíduo um fim em si e vê na felicidade individual e no desenvolvimento da personalidade o sentido mais elevado da aspiração humana, colocando a seu serviço a sociedade (os outros) e o Estado.
comprometa com o sujeito que precisa dele para se constituir como ser humano autônomo e consciente de seu valor na sociedade.
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5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.1.16317
EDUCACIÓN Y ÉTICA: EL VALOR DE LA PRESENCIA Y LA ALTERIDAD EN LA FORMACIÓN Y PRÁCTICA DEL PROFESOR1
EDUCATION AND ETHICS: THE VALUE OF PRESENCE AND ALTERITY IN THE TEACHER'S TRAINING AND PRACTICE
Sandra Regina Mantovani LEITE2 Rodolfo Gabriel TRISLTZ3 Alonso Bezerra de CARVALHO4
RESUMO: Este estudo tem como intuito compreender e aprofundar a reflexão sobre a dimensão ética na formação e atuação do professor, ressaltando a importância dessa para o desenvolvimento de uma práxis pedagógica em favor de relações dialógicas. Diante de um
1 Este texto, ahora ampliado y reorganizado, fue publicado en los Anais del II Congreso Nacional de Formación de Profesores y el XII Congreso Del Estado Paulista de la Formación de los Educadores.
2 Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Profesor del Departamento de Educación. Doctorado en Educación (UEL). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4908-8379. Correo electrónico: sleite@uel.br
3 Universidad Estatal de Londrina (UEL), Londrina – PR – Brasil. Estudiante Especial en el Programa de Posgrado en Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7335-0146. Correo electrónico: rodolfotrisltz@gmail.com
4 Universidad Estatal Paulista (UNESP), Assis – SP – Brasil. Profesor Adjunto - Libre Docente (Departamento de Didáctica). Profesor Libre Docente en el Departamento de Educación (UNESP/Assis) y el Programa de Posgrado en Educación (UNESP/Marília). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5106-2517. Correo electrónico: alonso.carvalho@unesp.br
contexto pedagógico marcado pelas concepções presentes na contemporaneidade que se pautam pela condição de que os alunos não são vistos como sujeitos de sua própria história e pelo desenvolvimento científico que privilegia o fazer em detrimento do pensar, elencamos como questões principais: quais as ações poderiam auxiliar para que o professor repense sua prática pedagógica, trabalhando para que a formação humana se torne o aspecto essencial? Por meio de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, fundamentando-se em autores como Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016) entre outros, buscaremos afirmar a importância da alteridade e da presencialidade na relação entre os professores e alunos para uma educação humanizadora e emancipadora. Consideramos que toda ação pedagógica, desde sua origem e finalidades, objetivos e metas, possui estreita relação com a Dimensão Ética, e por isso são processos éticos que ao se realizarem na instituição escolar tem o compromisso de elevar o educando de sua condição de indivíduo em busca da sua humanização e emancipação.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Ética. Formação de professores. Humanização.
ABSTRACT: This study aims to understand and deepen the reflection on the ethical dimension in teacher education and performance, emphasizing its importance for the development of a pedagogical praxis in favor of dialogical relationships. Faced with a pedagogical context marked by the conceptions present in contemporaneity that are guided by the condition that students are not seen as subjects of their own history and by the scientific development that privileges doing over thinking, we listed as main questions: what are the actions Could they help teachers to rethink their pedagogical practice, working so that human education becomes the essential aspect? Through a qualitative bibliographic research, based on authors such as Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016), among others, we will seek to affirm the importance of alterity and presence in the relationship between teachers and students for a humanizing and emancipating education. We consider that every pedagogical action, from its origin and purposes, objectives and goals, has a close relationship with the Ethical Dimension and, therefore, they are ethical processes that, when carried out in the school institution, are committed to elevating the student from his condition as an individual in search of its humanization and emancipation.
KEYWORDS: Education. Ethic. Teacher training. Humanization
Apenas estamos empezando a reflexionar sobre la importancia de la categoría de cara a cara como fundamento de una nueva sociedad, orientada en categorías como la alteridad, la multiculturalidad, la tolerancia, el diálogo. (GOERGEN, 2011, p. 10)
Partiendo de la realidad de la escuela, podemos observar relaciones y conflictos entre el discurso trabajado en la formación del futuro docente y la práctica pedagógica de los docentes que trabajan en las escuelas. En general, esta discusión ha sido una constante en el ámbito educativo, considerando las relaciones que involucran la función social de la institución escolar. Considerando, siguiendo a Saviani (2015), que la educación, "perteneciente al ámbito del
trabajo no material, tiene que ver con conocimientos, ideas, conceptos, valores, símbolos, hábitos, actitudes, habilidades, tales elementos, sin embargo, no los interesan en sí mismos, como algo fuera del hombre" (p. 287). Es decir, es un proceso de construcción, una elaboración propia del ser humano, y que se entiende desde un amplio proceso social, histórico y político, así, entendemos a la escuela como el espacio dominante para que esta educación suceda.
Actualmente, existe un gran descontento con la enseñanza que ofrece la escuela pública, esto aparece tanto en los discursos, en las ideas y experiencias dentro de los establecimientos educativos, como en las producciones académicas y en los discursos sobre políticas públicas educativas. Esta crisis de la educación pública, que forma parte de un perverso proyecto de exclusión y porque no dice dominación social, ha quedado marcada porque, como país en desarrollo, Brasil no ha alcanzado los niveles mínimos de justicia social compatibles con la riqueza producida y disfrutada por una minoría.
Hay una marcada diferencia en el grado de disfrute de la cultura producida por los hombres. La institución escolar es un importante instrumento de participación y difusión cultural, la labor educativa que se realiza a través de la escuela necesita capacitar a quienes asisten a ella la oportunidad de graduarse, convertirse en hombres y tener ante sí formas de realizar su propia individualidad de manera productiva para ellos y para la colectividad.
La educación sólo se entiende y legitima cuando se concibe y practica como una de las formas de mediación de mediación existencial de la vida humana, cuando es una inversión efectiva en la búsqueda de las condiciones de trabajo, sociabilidad y cultura simbólica. Por lo tanto, solo se legitima como mediación para la construcción de ciudadanía. Por lo tanto, mientras se invierte, del lado del sujeto personal, en la construcción de esta condición de ciudadanía, del lado de los sujetos sociales, se estará invirtiendo en la construcción de la democracia, que es la calidad de la sociedad que asegura a todos sus miembros la realización colectiva de estas mediaciones (SEVERINO, 2010, p. 158).
Frente a un contexto pedagógico marcado por las concepciones presentes en la contemporaneidad que se guían por la condición de que los estudiantes no sean vistos como sujetos de su propia historia y por el desarrollo científico que privilegia el hacer sobre el pensamiento, podemos tratar de responder a través de las reflexiones aquí presentadas las siguientes preguntas: qué acciones podrían ayudar al maestro a repensar su práctica pedagógica, trabajando para hacer de la formación humana el aspecto esencial? ¿Cómo trabaja y experimenta el maestro, entendiendo la importancia de su papel como maestro, desde una visión aristotélica, la dimensión ética en la relación y el trabajo con sus alumnos?
Siguiendo las preguntas que guían este artículo, se debe enfatizar que la institución escolar debe tener en cuenta la relación entre las personas, que se establecen en el aula diaria,
por lo tanto, ¿cómo se establecen las relaciones de amistad entre maestro-estudiante y estudiante-estudiante?
Este estudio, por lo tanto, tiene como objetivo comprender y profundizar la reflexión sobre la dimensión ética en la formación y el desempeño del docente, enfatizando la importancia de esta dimensión en el desarrollo de una praxis pedagógica a favor de las relaciones dialógicas.
De ahí la magia de la acción educativa cuando asumimos la confluencia propuesta por Aristóteles de esta imitación/representación del bien, lo bello y lo bueno, tríada necesaria para pensar en la formación de la virtud al educar. Estos son buenos hábitos; en el entorno adecuado; prudencia de discernimiento; basada en la equidad de las prácticas; y creaciones de rutinas y rituales colectivos, públicos y comunes; y, por tanto, a la felicidad – como si fuera por amistad [...] (BOTO, 2002, p.11)
Por lo tanto, es en la acción del profesor y en sus interacciones con los estudiantes que las actitudes potencian un proyecto de desarrollo de personalidades en busca de la humanización y que se revelan en propuestas pedagógicas basadas en valores y conocimientos que tienen como objetivo proporcionar emancipación humana y no su dominación. Así, podemos afirmar que el conocimiento producido históricamente, desde el punto de vista de la educación, no se interesa a sí mismo, sino como condiciones que a través de "cada individuo singular sintetiza, en sí mismo, la humanidad que es producida histórica y colectivamente por el conjunto de los hombres". (SAVIANI, 2016, p. 70)
Es en el proceso educativo, en los cursos de formación docente, que visualizamos como necesarias las dimensiones: epistemológica, ética, política, estética, psicológica, aunque en la práctica de este profesional nos damos cuenta de que la colección para una enseñanza de calidad termina valorando solo la dimensión epistemológica. Así, existe una hipertrofia de esto en relación con los demás, haciendo que el proceso de formación de la persona no logre el desarrollo integral largamente esperado por la escuela, la sociedad y el propio sujeto que, en diversos momentos, se siente incapaz y sumiso a lo que se impone como verdadero, sin cuestionamientos y reflexiones.
Al analizar la importancia de la educación de los educadores, es necesario inferir que convertirse en maestro va más allá de instrumentos y conocimientos desconectados del ser, la "idea de formación es, por tanto, la del alcance de una forma de ser, a través de un devenir" (SEVERINO, A. J. J., 2011, p. 132). Al pensar en el maestro, calificamos su forma de ser con
una posible cualidad de emancipación, una condición de plena autonomía del sujeto. En otras palabras, la formación docente necesita valorar una educación vista como una inversión formativa del ser humano. "La interacción docente es mediación universal e insustituible de esta formación, considerando la condición de la educación humana" (SEVERINO, A. J. J., 2011, p. 132).
En este sentido, la educación, según Massi y Giacóia Junior (1998), se entiende como un proceso esencialmente humano. Es el esfuerzo histórico de autoconstitución de la humanidad, la educación es el trabajo de la praxis humana, sólo por la educación el hombre se hace hombre. Es importante destacar que "la educación implica un propósito que implica una necesaria referencia axiológica, una relación con el mundo de los valores... Esta referencia constituye la dimensión ética del proceso educativo". (MASSI; GIACÓIA Jr., 1998, p. 353). En este sentido, la humanidad siempre debe buscar avanzar un paso más, volviéndose mejor, hacia la perfección, en un ideal. Es necesario luchar por una sociedad en la que todos los individuos puedan desarrollarse a través de una vida llena de contenidos y actividades llenas de sentido (DUARTE, 2013, p. 71)
Para comprender mejor la importancia de la dimensión ética en la práctica educativa, utilizamos Chauí (1994, p.340), que aclara que el término ética proviene del griego que significa 'éthos' – carácter, naturaleza natural, temperamento. "La acción ética está, por lo tanto, anclada en la intencionalidad de la acción, en la relación de conciencia hacia uno mismo, en la integridad del ser humano en relación con sus semejantes". El sujeto moral es el capaz de decidir, de elegir, capaz de distinguir entre el bien y el mal, y la interrelación entre el tema ético y la asignatura educativa es precisamente entre la autonomía de la voluntad y la posible formación pedagógica que habilita el profesor. "Desde un punto de vista ético, la acción humana necesita ser guiada por un conjunto de valores, calificados como virtudes, que describen, habilitan y realizan el propósito humano" (RAMOS, 2011, p. 29).
Relacionando ética y educación, se puede enfatizar que es necesario que la institución busque una educación para vivir bien, proporcionando experiencias placenteras y contextualizadas, que también son necesarias en la adquisición de conocimientos básicos.
La educación debe promover una formación del espíritu que desestabilice la apatía de la razón de tal manera que el estudiante pueda aventurarse por sí mismo sin cristalizaciones ni ideas fijas. Además, eso crea una aversión a la violencia física, social, económica, política, etc. Que seamos capaces de reconocer al otro, no de superarlo y convertirlo en siervo, sino que la amistad (philia) por el conocimiento (sophos) es un símbolo de amor por los hombres, o más bien por los humanos y su hábitat (CARVALHO, 2016, p. 13, grifo del autor).
El ser humano necesita ser visto como una persona, como un sujeto moral. "La persona es sujeto moral, investido de un valor absoluto [...] Este valor es el que impide que una persona sea tratada solo como un medio o instrumento...]" (MASSI; GIACÓIA Jr., 1998, p.356).
Para Aristóteles (1987), la virtud sería una disposición del espíritu que florece por la fuerza del hábito, en este sentido, se percibe la dimensión pedagógica de la ética, porque referirse al hábito requiere valorar la formación. Por los actos que hacemos con otros hombres llegamos a ser justos o injustos; por lo que hacemos en presencia del peligro y por el hábito del miedo o la audacia, nos volvemos valientes o cobardes. Lo mismo puede decirse de los apetitos de emociones y enojo: algunos se vuelven templados y tranquilos, otros se vuelven resistentes e irascibles, llevando de una manera u otra en circunstancias iguales. En una palabra: las diferencias de carácter nacen de actividades similares. Por lo tanto, es necesario mirar la calidad de los actos que hacemos. (ARISTÓTELES, 1987, p. 27-28).
La palabra griega philia presenta un sentido más amplio de lo que tenemos en la modernidad con el compañerismo. Se integra con cualquier relación de sociabilidad entre seres humanos que se afecten entre sí y sean conscientes de este sentimiento. Incluye todas las formas de atracción que un ser humano puede tener hacia el otro, como ejemplo el amor de los padres por los hijos, del marido por la esposa, del amigo en relación con lo semejante, se reduce a querer para uno lo que es bueno para el otro, que se hace por ese otro (RAMOS, 2011).
Es en la relación social, en la relación con los demás, donde se desarrolla la ética, el ser ético no está formado sólo por el conocimiento. La ética habla al espíritu y al alma, solo se puede reconocer cuando se practica, por lo que, para ser bueno, debe practicar buenos actos. Toda acción colectiva resulta ser un escenario propicio para la práctica de la ética cotidiana, y así, se percibe la relevancia señalada por Aristóteles para la Amistad. "La amistad como elección del otro, como reconocimiento del otro en el otro y como encuentro de unos en este reconocimiento del otro. La amistad como compartir y como proyecto" (BOTO 2001, p.128).
La amistad perfecta es la de los hombres que son buenos y se gustan en virtud, porque desean igual de bien el uno para el otro como bueno, y son buenos en sí mismos. Ahora bien, aquellos que desean lo mejor para sí mismos son los más verdaderamente amigos, porque lo hacen por su propia naturaleza y no accidentalmente (ARISTÓTELES, 1987, p. 381). La amistad gana en Aristóteles un estatus muy alto para la producción de elecciones correctas, su estructura de ejercicio el ideal mismo de autonomía. Como diría Ramos: "La amistad es, por lo tanto, una condición esencial para la realización de la felicidad. Sin ella, el hombre carece de algo que es necesario para su realización en la convivencia humana" (2011, p.43).
Según Ramos, el carácter de reciprocidad entre iguales hace de la amistad una virtud ético-política que vincula las relaciones de solidaridad dentro de la comunidad. En este sentido, entendiendo la importancia de la educación escolar en la vida de las personas, especialmente en la vida de las nuevas generaciones, enfatizamos cómo la dimensión ética y la apreciación del sentimiento de amistad en la práctica pedagógica pueden posibilitar el desarrollo integral del ser humano y las relaciones sociales que forman parte del proceso educativo.
Al analizar el contexto que estamos viviendo, las situaciones de crisis, sufrimiento, duelo y desesperación, nos damos cuenta de lo importante que es la Presencia del otro y la relación humana para que podamos estar sanos física, psicológica y espiritualmente. En tiempos en que el distanciamiento social es imperativo para que salvemos vidas, la educación tecnológica, a través de la educación remota, las clases en línea o la educación a distancia, surge como la única alternativa para que la educación formal suceda. Así, la relación humana, la mediación del aprendizaje realizado por el profesor, el contacto entre profesor y alumno y entre alumnos ocurre de forma deficiente, o mejor dicho, de forma inexistente.
El contacto humano con el humano no puede romperse por la intermediación de la máquina, especialmente no en el proceso formativo. No se trata de negar la importancia y las ventajas de la educación a distancia, sino de advertir sobre la importancia formativa de la presencia. La presencia o cara a cara, como algunos prefieren, como categoría ontológica del ser humano, debe considerarse un elemento estructurante de la formación humana (GOERGEN, 2011, p. 10)
La institución escolar es un importante instrumento de participación y difusión cultural. El trabajo educativo que se realiza a través de la escuela necesita capacitar a aquellos que asisten a la oportunidad de graduarse, convertirse en hombres, y que tienen ante sí formas de realizar su propia individualidad de una manera productiva para ellos y para la colectividad. "Por lo tanto, necesitamos conocimiento para formar en nosotros mismos esta concepción más amplia del mundo. Es por eso que el maestro que está en el aula, desde la educación infantil hasta la educación superior, necesita teoría" (DUARTE, 2014, p. 70)
Citando a Carvalho (2010), para que el mundo y la vida no sean solo una posibilidad abstracta, es necesario que nos enfrentemos al mundo burocrático, que establece un escenario racional, esto debe ser responsabilidad de la acción educativa. Por lo tanto, cuando pensamos en la calidad de lo que se produce en la Institución Escolar necesitamos pensar en una educación
formal que lleve al ser humano a construir su humanidad, democratizando cada vez más el conocimiento. "La escuela es el lugar donde el individuo se estaría instrumentalizando para actuar en el entorno social al que pertenece" (OLIVEIRA, 1985, p. 92).
Se sabe que actualmente la proletarización del trabajo docente en la contemporaneidad, fruto del desarrollo tecnológico y científico, ha permitido una educación y el desarrollo de los estudiantes de una manera ajena a los factores importantes para la integralidad del ser humano, tales como: el aspecto físico, emocional, afectivo, intelectual, entre otros, sin los cuales la emancipación humana no ocurre.
En este sentido, la función del maestro se limita al "explicador" del conocimiento. La actividad docente se transformó en una mera técnica o aplicación del conocimiento producido por las ciencias de la educación, satisfaciendo la necesidad social de aumentar la eficiencia, la demanda de cualificación profesional y los patrones de consumo. La mera actividad repetitiva, incapaz de traducirse en experiencias narrables, el profesor prioriza la dimensión epistemológica en detrimento de las otras dimensiones de la práctica pedagógica.
En tal instrumentalismo de la razón, incluso la práctica del pensamiento que se centra en los modos de existencia del educador y su subjetividad se considera necesaria. Al ser minimizada en esta actividad y en los conocimientos y prácticas con los que opera esta asignatura, se incorpora como una especie de mecanismo que, incluso para el educador, parece carente de sentido. A su vez, los destinatarios de esta actividad también parecen verse privados de esta práctica de pensar y cuestionarse sobre los significados de su existencia que, en el límite, solo se ejercen en el tiempo y el espacio fuera del dominio institucional de la escuela: al menos, cuando tampoco están subordinados a otros mecanismos sociales, que extienden al extremo esta prohibición de pensar y problematizar la existencia (PAGNI; GELAMO, 2007, p. 23).
Así, se puede afirmar que el factor impulsor de la actividad pedagógica es el pensamiento reflexivo y creativo, pero el docente involucrado en el deslumbramiento tecnológico está liderado por la degeneración del pensamiento reflexivo, amenazando el contenido ético del proceso formativo. La práctica pedagógica y la propia formación del profesor se vacía de la posibilidad de experimentar nuevas formas de desarrollo intelectual para él y, en consecuencia, para el estudiante, de ver al otro como partícipe de la relación humana que se produce en la acción pedagógica y privilegia, por otro lado, un conocimiento técnico, que prioriza la razón, en detrimento del conocimiento filosófico y creativo del pensamiento, reflexión crítica sobre la educación centrada en la emancipación humana.
La formación se disuelve como una experiencia formativa silenciada y vacía de contenidos que se agotan en la relación formal con el conocimiento, impidiéndoles proporcionar
al profesor y a los alumnos formas de reflexionar sobre los problemas a los que se enfrentan y de encontrar formas de resolverlos.
Es necesario que la formación docente privilegie la valentía para enfrentar las situaciones adversas que la propia práctica introduce, favoreciendo una enseñanza que potencie las diversas dimensiones de la praxis docente. En este sentido, el entorno escolar, un espacio esencial en el que la apropiación de conocimientos elaborados e intencionados tanto para profesores como para alumnos carece de importancia, especialmente en la relación entre ser docente y ser alumno, no garantizando la comprensión para que los implicados se entiendan a sí mismos como personas que se comportan ante sus compañeros.
La falta de aprecio del otro, el reconocimiento del otro y de verse, hace que lo que se vive en el espacio pedagógico no tenga nada que ver con uno u otro. Se percibe que, en el ámbito escolar, al final de la jornada escolar, tanto profesores como alumnos dejan la escuela mudo, sin tener que decirlo, porque fueron expropiados por voluntad propia a través de dispositivos que encarcelan y jerarquizan la práctica docente y separan las dos asignaturas que forman parte de un mismo espacio: el aula.
Los docentes y la institución escolar deben oponerse a este proceso de confinamiento y esforzarse por reconocer la importancia de la dimensión ética y la relación de solidaridad y basada en la amistad y la construcción del ser humano. La acción del educador exige un cuidado ético, por lo que es necesario impregnar la formación del docente de prácticas que prioricen la sensibilidad ética, sin la cual no hay forma de esperar un desempeño de calidad a favor de la humanización deseada (SEVERINO, F. E. S., 2011). También es esencial percibir "manifestaciones emocionales, caracterizadas esencialmente por impresiones asociadas con el bienestar o el malestar", como sensaciones. Y, como tales, son movilizados por estímulos específicos cuya captura sensorial representa una puerta de entrada al mundo en la conciencia (MARTINS; CARVALHO, 2016, p. 707).
El docente como agente de cambio y promotor del conocimiento puede utilizar su actividad docente con la función de afectar, de sensibilizar a los implicados que están dispuestos a darle sentido. El significado es efectivo a medida que las personas se relacionan, se conocen y se respetan mutuamente, ya sea por palabra, lenguaje, gesto o simplemente porque están dispuestas a buscar comprensión sobre sí mismas o sobre el mundo.
Con ello, reafirmamos que el desempeño y la relación del docente implican y proporcionan a los estudiantes una formación humana que privilegia y habilita las herramientas necesarias para afrontar y comprender la vida en sociedad, "La educación es una modalidad de acción intrínsecamente relacionada con la existencia del otro. Y una práctica que, por su
naturaleza, presupone una intervención sistemática en la condición del otro" (SEVERINO, A. J. J., 2011, p. 130).
Finalmente, no somos solo un ser que piensa, en el que el intelecto se convierte en la única instancia para construir un proyecto pedagógico y una acción educativa. Es en este sentido que podemos pensar en una ética que tenga en cuenta la relación entre los sujetos; una ética que surge del solipsismo que todo quiere encarnar, que todo quiere dominar. Y, según nuestro punto de vista, la noción de amistad nos proporciona esta posibilidad (CARVALHO, 2015, p. 27)
Percibimos en el desempeño comprometido del docente la forma en que la enseñanza puede posibilitar una educación acogedora y humanizadora. Por lo tanto, creemos que esto sucederá con la actitud de un maestro que se relaciona con sus alumnos, con el fin de valorar sus discursos, acciones, emociones, lo que potencia las experiencias que pueden culminar en nuevos conocimientos, que, a través de una escucha sensible, está atento a la totalidad del otro, en el sentido de la alteridad. La alteridad, como cuestión ética, "en la que el otro puede ser reconocido en su movimiento constitutivo, y dar visibilidad a las exigencias de un proceso formativo que considere la diferencia y la singularidad". (HERMANN, 2014, p. 13)
Para Aristóteles, en su obra "Ética à Nicomaco", el maestro es un maestro, un amigo a imitar. La amistad, entendida como una virtud política que une relaciones de solidaridad dentro de la comunidad. Según Hermann (2014, p. 121-122), el maestro que está atento a su alumno y a lo que quiere decir, impregna su desempeño en el sentido de una "relación con la alteridad y supera el universalismo que asimila y nivela para crear una nueva sensibilidad". Desde el punto de vista de la Ética, trabajar con la alteridad permite reconocer que hay otra que me llama, que me molesta, que me hace feliz, "teniendo en cuenta las particularidades de los individuos concretos" (HERMANN, 2014, p.123).
Es arriesgar, crear, desear, elegir y habitar este mundo que los hombres revelen y experimenten su singularidad, lo que en el aula significaría constituirse como sujetos que se familiarizan con sus pasiones, el otro que habita en nosotros, miedos, faltas y fracasos. Sin embargo, si el reconocimiento de estas dimensiones no se produce o no se tienen en cuenta, la tendencia es conducir a la violencia incontrolable y a conflictos contra otros, contra la polis, de hecho contra otros (CARVALHO, 2013, p. 194).
Así, podemos iniciar una transformación en la relación entre los involucrados en el proceso pedagógico, superando los conflictos, las barreras que existen para la acción comprometida del docente, valorando al otro y sus sentimientos.
Desde el principio de nuestras vidas, por lo tanto, respiramos alteridad. Es del otro que nos convertimos, al principio y a lo largo de nuestra vida, en lo que somos. Sin alter nunca existiría ego. Entonces podemos decir que lo poco ético es todo lo que socava este sentido esencial de nuestra vida de convertirnos en lo que somos, es decir, seres humanos sociales. No es posible que esto ocurra sin la inclusión del otro. Negar a los demás o destruirlos es lo mismo que negarse a sí mismo como ser humano. Hay un condicionamiento mutuo entre el ego y el alter. Sin el otro no constituye la identidad del yo y sin esta identidad el yo no puedo abrirme al otro. El hombre que no es único en su identidad no puede ser pluralizado, no puede aliarse con los demás, convertirse en un ser verdaderamente humano. El hombre sólo puede caminar hacia el otro desde sí mismo, desde su propia identidad, pero la constitución de esta identidad sólo se produce a partir de la inclusión del otro (GOERGEN, 2011, p. 105).
Somos sujetos completos, con razón, emoción y pasiones, necesitamos realizar proyectos pedagógicos para que perciban la subjetividad y la singularidad, la pluralidad, la importancia de cada ser en el mundo en el que vivimos, es decir, que nos haga esperar que el trabajo realizado pueda modificar las estructuras que hasta entonces son incuestionables.
Corroborando Carvalho (2013, p. 193), creemos que "si la ética tradicional se basara en el principio de que nada existe sin razón, la ética contemporánea, para contribuir bien a la educación, debería tener en cuenta experiencias humanas singulares".
En este sentido, es el trabajo de los cursos de formación docente, así como de la formación en el servicio, permitir a los educadores tener momentos en los que puedan reflexionar sobre su práctica, sobre sus acciones, colectivamente, críticamente, utilizando la teoría y la ética para fundamentar el camino de la acción con los niños.
Si la humanidad es algo que tiene que empezar por la razón, por el sentimiento, por las relaciones humanas más cercanas y limpias, con un mayor conocimiento del otro, yo diría que estamos cada vez más lejos de él. Si no cambiamos el camino, el hombre del futuro puede estar caminando hacia algo que podríamos llamar un desastre. (SARAMAGO, 2010, p. 149
Como afirmamos en este artículo, el hombre es un ser cultural, y por lo tanto "esta cultura es el fruto del trabajo inmemorial del hombre en su relación con la naturaleza y sus semejantes" (GOERGEN, 2011, p. 105). En este sentido, según Ríos (2000), la ética es ante todo una acostumbrada a los valores, costumbres, tradiciones y reglas construidas colectivamente. Considerando y ejerciendo la libertad humana, el hombre se acostumbra y califica las acciones como buenas o malas. El ser humano toma decisiones y a través de la
reflexión tiene sus actitudes en la búsqueda de una vida mejor y de calidad para sí mismo y para los demás.
Así, percibimos la esencialidad de la labor educativa del docente y su actitud hacia la organización del trabajo pedagógico. La percepción del otro para la formación del yo no se encuentra como una apreciación del individualismo5, sino como una conciencia de que como docente es necesario conocer la realidad, el macro y micro contexto que involucra a la institución escolar y con ello reflexionar sobre las posibilidades, para y a través del trabajo pedagógico de hacer mejores personas a los involucrados en el proceso educativo, con una vida mejor y de calidad.
A partir del compromiso y la responsabilidad, el docente en la organización de su trabajo, partiendo de los principios que regulan sus acciones, puede aspirar a un nuevo significado para la práctica misma, reflexionando sobre la importancia de entrelazar las principales dimensiones para la acción docente: epistemológica, técnica y política. Estas tres dimensiones, según Severino, A. J. J. (2011), sólo se articulará a través de la Dimensión Ética. En esta perspectiva, "la implicación personal, la sensibilidad ética del educador están radicalmente ligadas a un compromiso con el destino de los hombres" (p. 147).
Reiteramos que toda acción pedagógica, desde su origen y propósitos, objetivos y metas, tiene una estrecha relación con la ética, y por lo tanto son procesos éticos que, cuando se llevan a cabo en la institución escolar, se comprometen a elevar al estudiante de su condición de individuo, posibilitando una reevaluación de sus valores.
Como inicio para un nuevo camino en la formación del profesorado tenemos la clarificación, la conciencia y el cambio de paradigma que implican los proyectos del curso. Es necesario que los cursos de formación docente atenúen el valor de las emociones, las pasiones. El trabajo educativo no existe solo con la dimensión epistemológica, no se realiza solo por técnica. La acción pedagógica implica decisiones, discernimiento, comprensión. Es necesario que el individuo se lleve a sí mismo, a su actividad, a su inserción en las relaciones sociales, a la sociedad en la que vive, como objeto de reflexión crítica, como objeto de apropiación crítica y transformación (DUARTE, 2013, p. 71).
Creemos que el diálogo, la presencia del maestro, la solidaridad, la libertad, el respeto, la amistad, la ciudadanía, como valores o virtudes, pero también como formas de expresar las
5 Como distinción entre individualismo e individualidad utilizamos Goergen (2011). La individualidad es la especificidad, el conjunto de propiedades y características a partir de las cuales un ser humano se considera una personalidad específica y única. El individualismo, por el contrario, es aquella orientación de pensar, sentir y querer que juzga al individuo un fin en sí mismo y ve en la felicidad individual y en el desarrollo de la personalidad el más alto sentido de la aspiración humana, poniendo a su servicio a la sociedad (los demás) y al Estado.
pasiones, pueden hacer que la formación tenga lugar, en una responsabilidad permanente por el otro. Un proceso de implicación en el que el educador se compromete realmente con el sujeto que lo necesita para constituirse como un ser humano autónomo y consciente de su valor en la sociedad.
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EDUCAÇÃO E ÉTICA: O VALOR DA PRESENCIALIDADE E DA ALTERIDADE NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFESSOR1
EDUCACIÓN Y ÉTICA: EL VALOR DE LA PRESENCIA Y LA ALTERIDAD EN LA FORMACIÓN Y PRÁCTICA DEL PROFESOR
Sandra Regina Mantovani LEITE2 Rodolfo Gabriel TRISLTZ3 Alonso Bezerra de CARVALHO4
RESUMO: Este estudo tem como intuito compreender e aprofundar a reflexão sobre a dimensão ética na formação e atuação do professor, ressaltando a importância dessa para o desenvolvimento de uma práxis pedagógica em favor de relações dialógicas. Diante de um contexto pedagógico marcado pelas concepções presentes na contemporaneidade que se pautam pela condição de que os alunos não são vistos como sujeitos de sua própria história e
1 This text, now expanded and reorganized, was published in the Annals of the II National Congress on Teacher Education and the XII São Paulo State Congress on Teacher Education.
2 University of Londrina (UEL), Londrina – PR – Brazil. Professor at the Department of Education. PhD in Education (UEL). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4908-8379. E-mail: sleite@uel.br
3 University of Londrina (UEL), Londrina – PR – Brazil. Special Student at the Graduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7335-0146. E-mail: rodolfotrisltz@gmail.com
4 São Paulo State University (UNESP), Assis – SP – Brazil. Associate Professor - Full Professor (Didactics Department). Full Professor in the Department of Education (UNESP/Assis) and in the Graduate Program in Education (UNESP/Marília).). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5106-2517. E-mail: alonso.carvalho@unesp.br
pelo desenvolvimento científico que privilegia o fazer em detrimento do pensar, elencamos como questões principais: quais as ações poderiam auxiliar para que o professor repense sua prática pedagógica, trabalhando para que a formação humana se torne o aspecto essencial? Por meio de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, fundamentando-se em autores como Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016) entre outros, buscaremos afirmar a importância da alteridade e da presencialidade na relação entre os professores e alunos para uma educação humanizadora e emancipadora. Consideramos que toda ação pedagógica, desde sua origem e finalidades, objetivos e metas, possui estreita relação com a Dimensão Ética, e por isso são processos éticos que ao se realizarem na instituição escolar tem o compromisso de elevar o educando de sua condição de indivíduo em busca da sua humanização e emancipação.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Ética. Formação de professores. Humanização.
RESUMEN: Este estudio tiene como objetivo comprender y profundizar la reflexión sobre la dimensión ética en la formación y desempeño docente, enfatizando su importancia para el desarrollo de una praxis pedagógica a favor de las relaciones dialógicas. Ante un contexto pedagógico marcado por las concepciones presentes en la contemporaneidad que se guían por la condición de que los estudiantes no sean vistos como sujetos de su propia historia y por el desarrollo científico que privilegia el hacer sobre el pensar, enumeramos como preguntas principales: Cuáles las acciones podrían ayudar a los docentes a repensar su práctica pedagógica, trabajando para que la educación humana se convierta en el aspecto esencial? Mediante una investigación bibliográfica cualitativa, basada en autores como Severino, A. J. (2011, 2010), Saviani (2015, 2016), Goergen (2011), Carvalho (2013, 2015, 2016), entre otros, buscaremos afirmar la importancia de la alteridad y presencia en la relación entre profesores y estudiantes para una educación humanizadora y emancipadora. Consideramos que toda acción pedagógica, desde su origen y propósitos, objetivos y metas, tiene una estrecha relación con la Dimensión Ética y, por tanto, son procesos éticos que, cuando se llevan a cabo en la institución escolar, se comprometen a elevar al alumno de su condición de individuo en busca de su humanización y emancipación.
PALABRAS CLAVE: Educación. Ética. Formación de profesores. Humanización.
We are just beginning to reflect on the importance of the category of presence as the foundation of a new society, guided by categories such as alterity, multiculturalism, tolerance, and dialogue. (GOERGEN, 2011, p. 10)
When we start from the reality of the school, we can observe relationships and conflicts between the discourse worked in the training of future teachers and the pedagogical practice of teachers who work in schools. In general, this discussion has been a constant in the educational field, considering the relationships that involve the social function of the school institution. Considering, following Saviani (2015), that education, "belonging to the realm of non-material work, has to do with knowledge, ideas, concepts, values, symbols, habits, attitudes, skills, such
elements, however, do not interest him in themselves, as something external to man" (p. 287). That is, it is a process of construction, an elaboration of the human being, and that is understood from a broad social, historical, and political process, thus, we understand the school as the dominant space for this education to happen.
Currently, there is a great discontent with the education offered by public schools, which appears both in the speeches, ideas, and experiences in the educational establishments, and in the academic productions and speeches about public educational policies. This crisis of public education, which is part of a perverse project of exclusion and, why not say, of social domination, has been marked because, as a developing country, Brazil has not reached the minimum levels of social justice compatible with the wealth produced and enjoyed by a minority.
There is a remarkable difference in the degree of enjoyment of the culture produced by men. The school institution is an important instrument of cultural participation and dissemination, the educational work that happens through the school needs to enable those who attend it the opportunity to be formed, becoming men and having before them ways to realize their own individuality in a productive way for them and for the collectivity.
Education is only understood and legitimized when it is conceived and practiced as one of the forms of mediation of the existential mediations of human life, when it is an effective investment in the search for the conditions of work, sociability, and symbolic culture. Therefore, it is only legitimate as a mediation for the construction of citizenship. Therefore, while investing, from the personal subject's side, in the construction of this condition of citizenship, from the social subjects' side, it will be investing in the construction of democracy, which is the quality of the society that ensures to all its members the collective accomplishment of these mediations (SEVERINO, 2010, p. 158).
Facing a pedagogical context marked by the conceptions present in contemporaneity that are guided by the condition that students are not seen as subjects of their own history and by the scientific development that privileges doing in detriment of thinking, we can seek to answer through the reflections presented here the following questions: what actions could help the teacher to rethink his pedagogical practice, working so that human formation becomes the essential aspect? How does the teacher, understanding the importance of his role as a teacher, in an Aristotelian view, work and experience the ethical dimension in the relationship and work with his students?
Following with the questions that guide this article, it should be noted that the school institution needs to take into account the relationship between people, which are established in
the daily life of the classroom, so, how are the relationships established between teacher-student and between student-student?
This study, therefore, aims to understand and deepen the reflection on the ethical dimension in teacher training and performance, highlighting the importance of this dimension in the development of a pedagogical praxis in favor of dialogical relations
Hence the magic of the educational action when we assume the confluence proposed by Aristotle of this imitation/representation of the good, the beautiful, and the good - a necessary triad to think about the formation of virtue when educating. It is about good habits; in the right way; by the prudence of discernment; founded by the equity of practices; and creations of routines and collective rituals, public and directed to the common good; and, therefore, to happiness - as if by friendship [...] (BOTO, 2002, p.11)
So, it is in the teacher's actions and in their interactions with the students that attitudes empower a project for the development of personalities in search of humanization and that are revealed in pedagogical proposals based on values and knowledge that aim to provide human emancipation and not domination. Thus, we can state that the historically produced knowledges, from the point of view of education, do not matter in themselves, but as conditions that through "each singular individual synthesizes, in himself, the humanity that is produced historically and collectively by the set of men" (SAVIANI, 2016, p. 70).
It is in the educational process, in teacher training courses, that we see the following dimensions as necessary: epistemological, ethical, political, aesthetic, psychological, although in the practice of this professional we realize that the demand for a quality education ends up valuing only the epistemological dimension. There is thus a hypertrophy of this dimension in relation to the others, which prevents the formation process from reaching the integral development so expected by the school, by society, and by the subject itself who, in many moments, feels incapable and submissive to what is imposed as being true, without questioning and reflection.
When analyzing the importance of educators' training, it is necessary to infer that becoming a teacher goes beyond instruments and knowledge disconnected from the being, the "idea of training is, therefore, that of reaching a way of being, through a becoming" (SEVERINO, A. J., 2011, p. 132). When thinking about the teacher, we qualify his or her way of being with a possible quality of emancipation, a condition of full autonomy of the subject.
In other words, teacher training needs to value an education seen as a formative investment of the human. "Teacher interaction is the universal and irreplaceable mediation of this formation, considering the condition of man's educability" (SEVERINO, A. J., 2011, p. 132).
In this sense, education, according to Massi and Giacóia Junior (1998), is understood as an essentially human process. It is the historical effort of humanity's self-constitution, education is the work of human praxis, it is only through education that man becomes man. It is important to emphasize that "education involves a purpose that implies a necessary axiological reference, a relation to the world of values... This reference constitutes the ethical dimension of the educational process." (MASSI; GIACÓIA Jr, 1998, p. 353). In this sense, it is necessary that humanity always seeks to go one step further, becoming better, towards perfection, towards an ideal. We must strive for a society in which all individuals can develop through a life full of content and meaningful activities (DUARTE, 2013, p. 71)
To better understand the importance of the ethical dimension in educational practice we use Chauí (1994, p.340), who clarifies that the term ethics comes from the Greek meaning 'éthos' - character, natural character, temperament. "Ethical action is anchored, therefore, in the intentionality of action, in the relationship of consciousness with itself, in the integrity of the human being in relation to his fellows". The moral subject is the one capable of deciding, of choosing, capable of distinguishing between good and evil, and the interrelation between the subject of ethics and the educational subject is precisely between the autonomy of the will and the possible pedagogical training that enables the teacher. "From the ethical point of view, human action needs to be guided by a set of values, qualified as virtues, which describe, enable and realize the human purpose" (RAMOS, 2011, p. 29).
Relating ethics and education, one can point out that it is necessary that the institution seeks to educate for a good life, providing pleasurable and contextualized experiences, which are also necessary in the acquisition of basic knowledge.
Education must promote a formation of the spirit that destabilizes the apathy of reason in such a way that the student can venture out on his own without crystallizations or fixed ideas. And more: that it creates an aversion to physical, social, economic, political violence, etc. That we are able to recognize the other, not to dominate him and make him a servant, but that friendship (philia) for knowledge (sophos) is a symbol of love for men, or rather, for humans and their habitat (CARVALHO, 2016, p. 13, emphasis added).
The human being must be seen as a person, as a moral subject. "A person is a moral subject, invested with an absolute value [...] This value is what prevents a person from being treated only as a means or instrument [...]" (MASSI; GIACÓIA Jr, 1998, p.356).
For Aristotle (1987), virtue would be a disposition of the spirit that blossoms by the force of habit, in this sense, the pedagogical dimension of ethics is perceived, since referring to habit requires valuing formation. By the acts we do with other men we become just or unjust; by what we do in the presence of danger and by the habit of fear or of daring, we become brave or cowardly. The same can be said of the appetites of emotions and anger: some become temperate and calm, others intemperate and irascible, behaving one way or the other in equal circumstances. In a word: the differences in character are born from similar activities. It is necessary, therefore, to pay attention to the quality of the acts we perform (ARISTOTELES, 1987, p. 27-28).
The Greek word philia has a broader meaning than what we have in modernity with collegiality. It integrates any sociability relationship between human beings who have affection for each other and are conscious of this feeling. It includes all forms of attraction that a human being can have towards the other, as an example the love of parents for their children, of a husband for his wife, of a friend for his neighbor, it is summarized in wanting for someone what is good for the other, being done for the sake of that other (RAMOS, 2011).
It is in the social relationship, in the relationship with others, that ethics is developed. Ethics speaks to the spirit and to the soul, it can only be recognized when practiced, so to become good, one must practice good acts. Every collective act reveals itself to be a propitious scenario for the practice of daily ethics, and thus, one realizes the relevance pointed out by Aristotle for Friendship. "Friendship as the choice of the other, as the recognition of the other in the other and as the encounter of oneself in this recognition of the other. Friendship as sharing and as project" (BOTO 2001, p. 128).
The perfect friendship is that of men who are good and kindred in virtue, for they equally wish each other well insofar as they are good, and are good in themselves. Now, those who wish their friends well for themselves are the most truly friends, because they do so by reason of their own nature and not accidentally (ARISTOTELES, 1987, p. 381). Friendship gains in Aristotle a rather high status for the production of right choices, its exercise structures the very ideal of autonomy. As Ramos would say: "friendship is, therefore, an essential condition for the realization of happiness. Without it man lacks something that is necessary for his realization in human coexistence" (2011, p. 43).
According to Ramos, the reciprocal character between equals makes friendship an ethical-political virtue that links relationships of solidarity within the community. In this sense, understanding the importance of school education in people's lives, especially in the lives of new generations, we emphasize how the ethical dimension and the appreciation of the feeling of friendship in the pedagogical practice can enable the integral development of the human being and of the social relationships that are part of the educational process.
By analyzing the context that we are living, the situations of crisis, suffering, mourning, and despair, we realize how important the Presence of the other and the human relationship is for us to be healthy physically, psychologically, and spiritually. In times when social distance is imperative for us to save lives, technological education, through remote learning, online classes, or distance education, emerges as the only alternative for formal education to take place. With this, the human relationship, the mediation of learning performed by the teacher, the contact between teacher and student and among students happens in a deficit way, or better, in a non-existent way.
The contact of human with human cannot be broken by the intermediation of the machine, especially not in the formative process. This is not to deny the importance and advantages of distance education, but to warn about the formative importance of presence. Presence or presence, as some prefer, as an ontological category of the human being, should be considered a structuring element of human formation (GOERGEN, 2011, p. 10).
The school institution is an important instrument of cultural participation and dissemination. The educational work that happens through the school needs to enable those who attend it to have the opportunity to form themselves, to become men, and to have before them ways to realize their own individuality in a productive way for themselves and for the collectivity. "We need, therefore, knowledge, to form in ourselves this broader conception of the world. That is why the teacher who is in the classroom, from early childhood education to higher education, needs theory" (DUARTE, 2014, p. 70).
Quoting Carvalho (2010), for the world and life not to stop being just an abstract possibility, it is necessary that we face the bureaucratic world, which establishes a rational scenario, this should be the responsibility of the educational action. Thus, when we think about the quality of what is produced in the school institution, we need to think about formal education
that leads human beings to build their humanity, democratizing knowledge more and more. "The school is the place where the individual would be instrumentalized to act in the social environment to which he belongs" (OLIVEIRA, 1985, p. 92).
It is known that currently the proletarianization of the teaching work in the contemporaneity, a result of the technological and scientific development, has made possible an education and the development of the students in a way that is disconnected from the important factors to the integrality of the human being, such as: the physical, emotional, affective, intellectual aspects, among others, without which the human emancipation does not happen.
In this sense, the teacher's function is reduced to the "explainer" of knowledge. The teaching activity has become a mere technique or application of knowledge produced by the educational sciences, meeting the social need for increased efficiency, the demand for professional qualification, and consumption patterns. A mere repetitive activity, unable to translate itself into narrative experiences, the teacher prioritizes the epistemological dimension to the detriment of the other dimensions of pedagogical practice.
In such instrumentalism of reason, not even the practice of thinking that affects the educator's modes of existence and subjectivity is considered necessary. As it is minimized in this activity and in the knowledge and practices with which this subject operates, it is incorporated as a kind of mechanism that, even for the educator, seems meaningless. In turn, the recipients of this activity also seem to be deprived of this practice of thinking and of the interpellations about the meanings of their existence that, in the limit, are only exercised in time and space outside the institutional domain of the school: at least, when they are not also subordinated to other social mechanisms, which amplify to the extreme this interdiction of thinking and problematizing existence (PAGNI; GELAMO, 2007, p. 23).
Thus, it can be said that the driving factor of pedagogical activity is reflective and creative thinking, but the teacher involved by the technological dazzle lets himself be taken by the degeneration of reflective thinking, threatening the ethical content of the educational process. The pedagogical process and teacher training itself is emptied of the possibility of experimenting new forms of intellectual development for the teacher and, consequently, for the student, of seeing the other as a participant in the human relationship that takes place in the pedagogical action.
The formation is dissolving as a formative experience silenced and emptied of contents that are exhausted in the very formal relationship with knowledge, preventing it from providing the teacher and the students with ways to reflect on the problems they face and to find ways to solve them.
It is necessary that the teacher education emphasizes the courage to face the adverse situations that the practice itself introduces, giving priority to a teaching that enhances the various dimensions of the teaching praxis. In this sense, the school environment, an essential space in which the appropriation of knowledge is aimed, intentional for both teachers and students, is unimportant, especially in the relationship between being a teacher and being a student, not ensuring the understanding for those involved to understand themselves as people who conduct themselves before their peers.
The lack of appreciation of the other, of the recognition of the other and of seeing oneself in the other, means that what is experienced in the pedagogical space has nothing to do with one or the other. At the end of the school day, it can be seen that both teachers and students leave the school institution mute, with nothing to say, because they have been expropriated of their own will by means of devices that imprison and hierarchize the teaching process and separate the two subjects that are part of the same space - the classroom.
The teachers and the school institution need to go against this confinement process and strive to recognize the importance of the ethical dimension and the solidary relationship based on friendship and the construction of the human being. The educator's action demands an ethical care, so it is necessary to impregnate the teacher's training with practices that prioritize the ethical sensitivity, without which there is no way to expect a quality performance in favor of the desired humanization (SEVERINO, F. E. S., 2011). It is also fundamental to perceive "the emotional manifestations, essentially characterized by impressions associated with well-being or uneasiness", as sensations. And, as such, that are mobilized by specific stimuli whose sensory capture represents a gateway from the world into consciousness (MARTINS; CARVALHO, 2016, p. 707).
The teacher as an agent of change and promoter of knowledge can use his teaching activity with the function of affecting, of sensitizing those involved who are willing to give it meaning. The meaning becomes effective as people relate, know and respect each other, whether through words, language, a gesture, or simply by being willing to seek understanding about themselves or the world.
With that, we reaffirm that the teacher's performance and his relationship involve and provide students with a human formation that privileges and enables necessary tools to face and understand life in society, "Education is a mode of action intrinsically related to the existence of the other. And a practice that, by its nature, presupposes a systematic intervention in the other's condition" (SEVERINO, A. J., 2011, p. 130).
Finally, we are not just a being that thinks, in which the intellect becomes the only instance to build a pedagogical project and an educational action. It is in this sense that we can think of an ethics that takes into account the relationship between subjects; an ethics that leaves the solipsism that wants to embrace everything, that wants to dominate everything. And, according to our point of view, the notion of friendship provides us with this possibility (CARVALHO, 2015, p. 27)
We perceive in the teacher's committed performance the way in which teaching can enable a welcoming and humanizing education. To this end, we believe that this will happen with the attitude of a teacher who relates with his or her students in a way that values their speeches, actions, and emotions, who enhances the experiences that may culminate in new knowledge, who, by means of sensitive listening, is attentive to the totality of the other, in the sense of alterity. Alterity, as an ethical issue, "in which the other can be recognized in its constitutive movement, and give visibility to the demands of a formative process that considers difference and singularity" (HERMANN, 2014, p. 13)
For Aristotle, in his work "Ethics Nicomachean", the teacher is a master, a friend to be imitated. Friendship, understood as a political virtue that binds relationships of solidarity within the community. In Hermann's view (2014, p. 121-122), the teacher who is attentive to his student and to what he wants to say, imbues his performance in the sense of a "relationship with alterity and overcomes the universalism that assimilates and levels to create a new sensibility." From the point of view of Ethics, working with alterity makes it possible to recognize that there is another who questions me, who bothers me, who makes me happy, "taking into consideration the particularities of concrete individuals" (HERMANN, 2014, p.123).
It is by risking, creating, desiring, choosing, and inhabiting this world that men reveal and experience their uniqueness, which in the classroom would mean constituting themselves as subjects who become familiar with their passions - the other that dwells in us -, fears, faults, and failures. However, if the recognition of these dimensions does not occur or they are not taken into consideration, the tendency is to bring about uncontrollable violence and conflicts against others, against the polis, in fact against oneself (CARVALHO, 2013, p. 194).
In this way, we can start a transformation in the relationship between those involved in the pedagogical process, overcoming the conflicts, the barriers that exist for a committed performance by the teacher, valuing the other and his/her feelings.
From the very beginning of our lives, therefore, we breathe alterity. It is from the other that we become, at the beginning and throughout our lives, what we are. Without alter there would never be an ego. We can, then, say that unethical is everything that undermines this essential meaning of our life of becoming what we are, that is, social human beings. This cannot happen
without the inclusion of the other. To deny the other or to destroy him is the same as denying oneself as a human being. There is a mutual conditioning between ego and alter. Without the other the identity of the self is not constituted, and without this identity the self cannot open itself to the other. The man who is not unique in his identity cannot pluralize himself, cannot ally himself with others, cannot become a truly human being. Man can only walk towards the other from himself, from his own identity, but the constitution of this identity only occurs from the inclusion of the other (GOERGEN, 2011, p. 105).
We are complete subjects, with reason, emotion, and passions, we need to carry out pedagogical projects so that they perceive the subjectivity and uniqueness, plurality, the importance of each being in the world in which we live, that is, that makes us hope that the work done can modify the structures that until then are unquestionable.
Corroborating with Carvalho (2013, p. 193), we believe that "if traditional ethics were based on the principle that nothing exists without reason, contemporary ethics, in order to contribute well to education, must take into account the unique human experiences.
In this sense, it is the work of teacher training courses, as well as in-service training, to provide educators with moments in which they can reflect on their practice, on their actions, in a collective and critical way, using theory and ethics as a basis for their work with children.
If humanity is something that has to start with reason, with feeling, with closer and cleaner human relationships, with greater knowledge of the other, I would say that we are getting further and further away from that. If we don't change the path, the man of the future may be heading towards something we could call a disaster (SARAMAGO, 2010, p. 149).
As we have stated in this article, man is a cultural being, and, therefore, "this culture is the fruit of the immemorial work of man in his relationship with nature and with his fellow men" (GOERGEN, 2011, p. 105). In this sense, according to Rios (2000), ethics is first of all a getting used to the collectively constructed values, customs, traditions, and rules. Considering and exercising human freedom, man gets used to and qualifies actions as good or bad. The human being makes choices and, through reflection, has his attitudes in search of a better and quality life for himself and for others.
In this way, we realize the essentiality of the teacher's educational work and his or her attitude toward the organization of pedagogical work. The perception of the other for the
formation of the self is not found as an appreciation of individualism5, but as awareness that as a teacher, it is necessary to know the reality, the macro and micro context that involves the school institution and thus reflect on the possibilities, with and through the pedagogical work, to make those involved in the educational process better people, with a better and quality life.
Based on commitment and responsibility, the teacher, when organizing his work and based on the principles that regulate his actions, can aim at a new meaning for his own practice, reflecting on the importance of interlacing the main dimensions of teaching: epistemological, technical, and political. These three dimensions, according to Severino, A. J. (2011), will only be articulated through the Ethical Dimension. In this perspective, "the personal involvement, the ethical sensibility of the educator are radically linked to a commitment to the destiny of men" (p. 147).
We reiterate that every pedagogical action, from its origin and purposes, objectives and goals, is closely related to Ethics, and for this reason they are ethical processes that, when carried out in the school institution, have the commitment to raise the student from his individual condition, making it possible to reevaluate his values.
As a start for a new path in teacher education we have the clarification, awareness and change of paradigms that involve the course projects. It is necessary that the teacher education courses pay attention to the value of emotions, of passions. The educational work does not exist only with the epistemological dimension, it is not accomplished only through technique. Pedagogical action involves decisions, discernment, understanding. It is necessary that the individual takes himself, his activity, his insertion in social relations, the society in which he lives, as an object of critical reflection, as an object of critical appropriation and transformation (DUARTE, 2013, p. 71).
We believe that dialogue, the presence of the teacher, solidarity, freedom, respect, friendship, citizenship, as values or virtues, but also as ways of expressing passions, can make formation happen, in a permanent responsibility for the other. A process of involvement in which the educator really commits himself to the subject that needs him to constitute himself as an autonomous human being, aware of his value in society.
5 As a distinction between individualism and individuality we turn to Goergen (2011). Individuality is the specificity, the set of properties and characteristics from which a human being considers himself a specific and unique personality. Individualism, on the contrary, is that orientation of thinking, feeling and wanting that judges the individual an end in itself and sees in individual happiness and the development of personality the highest sense of human aspiration, placing society (others) and the state at its service.
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