image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1453
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DO COMPONENTE CURRICULAR
DIDÁTICA EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19
RETOS Y PERSPECTIVAS DE LA ENSEÑANZA DEL COMPONENTE CURRICULAR
DIDÁCTICA EN MEDIO A LA PANDEMIA DE COVID-19
CHALLENGES AND PERSPECTIVES OF TEACHING DIDACTICS CURRICULAR
COMPONENT DURING COVID-19 PANDEMICS
Suzana dos Santos GOMES
1
Giovana Cristina ZEN
2
Cristina D’ÁVILA
3
RESUMO
:
A pandemia da Covid-19 tem afetado os sistemas de ensino e as universidades,
interferindo na organização do trabalho acadêmico nos cursos de graduação. Nesse contexto, o
Ensino Remoto Emergencial (ERE) foi adotado pelas universidades a fim de minimizar as
perdas no processo ensino-aprendizagem no período de isolamento social. Diante do exposto,
este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que objetivou analisar o ensino de Didática,
no período do isolamento social, problematizando desafios, tensões e possibilidades face ao
trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias digitais no contexto da pandemia. Quanto à
metodologia, trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantitativa e qualitativa. Os
resultados indicaram ausência de interação efetiva entre estudantes e docentes, provocada pela
falta de condições materiais e pelo acesso limitado à internet de qualidade. Os estudantes
destacaram ainda a importância do ensino presencial para preservar a qualidade do processo
ensino-aprendizagem na universidade.
PALAVRAS-CHAVE
:
Ensino superior. Didática. Ensino-aprendizagem. Pandemia. Ensino
remoto emergencial
.
RESUMEN
:
La pandemia de Covid-19 ha afectado a los sistemas de enseñanza y las
universidades, interfiriendo en la organización del trabajo académico en los cursos de
graduación. En ese contexto, la Educación Remota de Emergencia (ERE) fue adoptada por las
universidades a fin de minimizar las pérdidas en el proceso enseñanza-aprendizaje en el
periodo de asolamiento social. Delante ese factor, este artículo presenta resultados de una
investigación que objetivó analizar la enseñanza de didáctica, en el periodo de asolamiento
social, problematizando retos, tensiones y posibilidades enfrentado por el trabajo pedagógico
1
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte
–
MG
–
Brasil. Professora Associada do
Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social. Pós-Doutorado pela Universidade de
Lisboa (UL) e Universidade de São Paulo (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8660-1741. E-mail:
suzanasgomes@fae.ufmg.br
2
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brasil. Professora Titular e Professora Permanente do
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Pós-doutorado Universidade Sorbonne, Paris. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-6405-9843. E-mail: giovana.zen@ufba.br
3
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brasil. Professora Titular e Professora Permanente do
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Pós-doutorado Universidade Sorbonne, Paris. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-5946-9178. E-mail: cristdavila@gmail.com
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1454
mediado por las tecnologías digitales en el contexto de la pandemia. Cuanto a la metodología,
eso es un estudio exploratorio de abordaje cuantitativa y cualitativa. Los resultados indican
ausencia de interacción efectiva entre estudiantes y maestros, provocada por la falta de
condiciones materiales y por el acceso limitado a la internet de calidad. Los estudiantes
destacaron la importancia de la enseñanza presencial para preservar la calidad del proceso
enseñanza-aprendizaje en la universidad.
PALABRAS-CLAVE
:
Enseñanza superior. Didáctica. Enseñanza-aprendizaje. Pandemia.
Educación remota de emergencia.
ABSTRACT
:
Covid-19 pandemics has been affecting the educational systems and the
universities, intervening in the organization of academic work in the undergraduate courses.
In the context, Emergency Remote Teaching (ERT) has been adopted by the universities in order
to minimize the losses on the teaching-learning process in the period of social isolation. Given
that fact, this paper presents results of a research that aimed at analysing the teaching of
didactics, in the period of social isolation, problematizing challenges, tensions and possibilities
in face of the pedagogical work mediated by digital technology in the context of the pandemics.
Regarding methodology, it if an exploratory study of quantitative and qualitative approach.
The results indicated absence of effective interaction between students and teaches, caused by
the lack of material conditions and by the limited access to quality internet. The students
highlighted still the importance of presence teaching to preserve the quality of the teaching-
learning process at the university.
KEYWORDS
:
Higher education. Didactics. Teaching-learning. Pandemics. Emergency
remote teaching.
Introdução
O presente estudo foi realizado no contexto de enfrentamento mundial da pandemia da
Covid-19. Dentre os impactos causados, destaca-se que as medidas de isolamento social
fizeram com que se intensificasse o uso de meios digitais nos processos de comunicação. Nesse
sentido, com a pandemia da Covid-19, emergiu a necessidade de as pessoas se adequarem ao
uso de aparatos tecnológicos, uma vez que várias práticas sociais, como o trabalho, o estudo e
a vida social, passaram a ser realizadas de modo
on-line
.
Pode-se afirmar que a complexidade do cenário pandêmico acentua as desigualdades
sociais e aprofunda, ainda mais, uma crise político-econômica e social incontornável,
proveniente de um governo de extrema direita e neoliberalista, instituído no país desde 2019,
que não tem assumido efetivamente o compromisso político para conter/minimizar a doença,
contribuindo, assim, para sua propagação.
Nesse contexto, o sistema educacional merece destaque, uma vez que, em função da
pandemia e do necessário distanciamento social, a educação passou a ser ministrada no formato
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1455
remoto. Esta mudança tem acentuado a desigualdade social, pois os estudantes provenientes de
diferentes classes sociais têm acesso diferenciado aos recursos tecnológicos e,
consequentemente, à formação acadêmica.
Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
4
no período
entre agosto e dezembro de 2018, divulgada em 2019, atesta que 58% dos domicílios no Brasil
não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Entre as classes mais baixas, o
acesso é ainda mais restrito. Os dados revelam que, nas áreas rurais, nem mesmo as escolas têm
acesso à rede mundial de computadores: 43% delas afirmaram que o problema é a falta de
infraestrutura para o sinal chegar aos locais mais distantes.
Constata-se que o ensino mediado pelas Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação (TDIC), pode, de certo modo, atenuar o impacto da pandemia na área
educacional. Porém, todas as ações políticas nesse âmbito devem ser pensadas sob diferentes
perspectivas, considerando aspectos positivos e limites existentes que não impliquem em
prejuízos à aprendizagem dos estudantes. Essas questões são objeto de análise e discussão da
Didática por meio da atuação de seus pesquisadores e professores.
Em sintonia com esses pressupostos, a Associação Nacional de Didática e Práticas de
Ensino (ANDIPE), traz à luz resultados de uma pesquisa recente realizada sobre o ensino de
Didática no contexto pandêmico. Procurou-se com este estudo analisar o ensino de Didática,
no período do isolamento social, problematizando desafios, tensões e possibilidades face ao
trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias digitais no contexto da pandemia da Covid-19.
Finalmente, este artigo está organizado em cinco seções: a primeira apresenta e
contextualiza o tema da pesquisa em pauta. A segunda explicita o percurso metodológico
realizado no estudo. A terceira seção traz uma breve revisão sobre a Didática como campo
investigativo e componente curricular fundamental à formação de professores. Na quarta e na
quinta seções são apresentados e analisados os dados obtidos no estudo. A quarta seção discute
o ensino de Didática ofertado no formato remoto do ponto de vista dos sujeitos que ministram
esse componente curricular, sobretudo no atual contexto pandêmico, marcado pela mediação
das TDIC. Finalmente, na quinta seção, procurou-se focalizar os dados obtidos junto aos
docentes sobre o posicionamento dos estudantes frente à adoção do formato Ensino Remoto
Emergencial (ERE). Seguem as considerações finais e as referências.
4
Disponível em: https://cetic.br
/
. Acesso em: 22 set. 2020.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1456
Percurso metodológico
Nesta seção, apresenta-se o percurso metodológico adotado no estudo que culminou
com a escrita deste artigo. A opção pela pesquisa exploratória justifica-se pela necessidade de
produzir dados quantitativos e qualitativos que possam ampliar a familiaridade dos
pesquisadores com o tema em questão, oferecendo conceitos e hipóteses para estudos
posteriores. Para tanto, foi aplicado um questionário
on-line
no período de junho a julho de
2020, junto a professores de Didática de cursos de Licenciatura em Instituições Públicas de
Ensino Superior (IFES) federais e estaduais das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste
do país.
O questionário
on-line
se configurou como o instrumento de investigação mais
adequado para recolher informações de um número representativo de professores de Didática
que atuaram no ERE durante o contexto pandêmico. Ainda que o questionário não permita a
interação direta entre os pesquisadores e os participantes da pesquisa, as questões elaboradas
tinham o propósito de suscitar a reflexão sobre os desafios e prospecções do ensino da Didática.
O questionário
on-line
foi organizado em sete seções, totalizando 33 questões, sendo 22
fechadas e 11 abertas. Na primeira, o participante tinha acesso à apresentação da pesquisa,
informava seu endereço eletrônico e concordava ou não com o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE). Na segunda e terceira seções, composta pr 14 questões fechadas, foram
solicitadas informações pessoais e profissionais com o intuito de definir o perfil dos
participantes. Na quarta e na quinta seção, os participantes responderam 8 questões fechadas e
5 abertas sobre o uso das tecnologias digitais no Ensino da Didática, com a diferença de que na
quarta seção as questões versavam sobre o período anterior à pandemia, e na quinta as questões
focalizavam o contexto pandêmico. A sexta seção, proposta com 5 questões abertas,
apresentava questionamentos sobre a possível incorporação dos princípios da Educação
on-line
no ensino da Didática. Na última seção, apenas um espaço para dúvidas, reclamações e/ou
sugestões.
A escolha e inclusão das instituições públicas de ensino superior nesse estudo se deu
mediante identificação daquelas que ofertaram o componente curricular Didática no curso de
Licenciatura, por meio do ERE, durante o ano de 2020. Após esse levantamento, os
pesquisadores envolvidos entraram em contato com os diretores das Faculdades de Educação e
dos coordenadores do campo da Didática, a fim de solicitar permissão e apoio para realização
da pesquisa. A partir do aceite de cada instituição, o questionário foi enviado para todos os
docentes em exercício. Os professores de Didática foram contatados via correio eletrônico, a
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1457
partir do critério de pertencimento ao componente curricular Didática ofertado em suas
instituições.
Apesar do respectivo estudo estar direcionado para os professores de Didática das
instituições públicas de ensino superior, professores de instituições particulares e de outros
componentes curriculares também responderam o questionário. Assim, com base nessa
constatação, foram considerados como válidos 174 questionários. De um universo de docentes
provenientes de quatro regiões, 174 professores de Didática responderam o questionário
on-
line
.
Quanto aos procedimentos adotados para a análise dos dados, optou-se pela análise de
contéudo, tendo como referência as contribuições de Bardin (2011). Nesse sentido, o
consolidado obtido por meio das respostas ao questionário foi objeto de análise dos
pesquisadores envolvidos em um movimento dialético, analítico e integrado que permitiu
desvelar os desafios que o campo epistemológico da Didática tem enfrentado e que deverá
assumir face à emergência do ERE
,
no contexto da pandemia e no pós-pandemia no ensino
presencial.
Para tratamento dos dados produzidos a partir do questionário
on-line
foram definidos
quatro eixos de análise: 1. Perfil, condições de trabalho e experiências anteriores dos docentes
com o uso das ferramentas digitais em sala de aula; 2. Mudanças percebidas/vividas pelos
docentes no processo ensino-aprendizagem no contexto pandêmico; 3. Mudanças percebidas
pelos docentes na postura dos estudantes no ensino-aprendizagem no contexto pandêmico; 4.
Potencialidades e desafios das novas experiências de ensino para o campo da Didática.
Nos limites deste artigo, serão apresentados e discutidos os dados do eixo de análise 3.
Estreitamente ligado a esse problema, pretendeu-se, nesse estudo, analisar questões relativas às
condições materiais do processo ensino-aprendizagem, assim como identificar os desafios e as
experiências vivenciadas pelos docentes.
A Didática como campo investigativo e componente curricular fundamental à formação
de professores
No contexto deste estudo, torna-se relevante esclarecer nosso lugar no discurso, como
professoras e pesquisadoras do campo da Didática. Assim, a Didática pode ser compreendida a
partir de duas abordagens: enquanto campo epistêmico
–
teoria ou ciência do ensino
–
e
enquanto disciplina, componente curricular (FRANCO; LIBANEO; PIMENTA, 2011).
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1458
Enquanto campo epistêmico, a Didática investiga o fenômeno do ensino e, por
conseguinte, da aprendizagem (D’ÁVILA, 2021). São o ensino e a aprendizagem, também, por
sua vez, fenômenos interdependentes, mas que não podem ser confundidos como sinônimos. A
sinonímia emprestada a este par dialético não colabora com a compreensão científica da
Didática e seu objeto, portanto, não contribui para a valorização da formação e das práticas de
ensino. Nesse sentido, o uso da expressão ensino-aprendizagem revela modos sintéticos de
tratar um processo complexo que possui, em si, uma relação de interdependência e, por tal
desígnio, necessita de abordagens singulares não amalgamadas.
Torna-se relevante destacar que a Didática é um campo epistêmico advindo da ciência
pedagógica (PIMENTA; SEVERO, 2021). Trata-se de duas áreas de conhecimento que têm
entre si uma relação de interdependência, mas cada uma tem a sua especificidade.
A Pedagogia é a ciência que investiga o fenômeno educacional, compreendido por um
amplo espectro. A educação, como fenômeno complexo, multifacetado e multideterminado,
pode ser vislumbrada numa perspectiva rizomática, depreendendo-se de tal imagem a derivação
de pelo menos três manifestações que são também três práticas sociais, resumidas nos formatos
em que se expressam: formal ou institucionalizada (a educação escolar); não formal (a educação
no terceiro setor dos movimentos sociais, cursos livres) e informal (a educação que se dá nas
relações sociais cotidianas, a exemplo da educação doméstica). A Pedagogia é, pois, uma
ciência humana, social e aplicada, interdisciplinar, de caráter teórico-prático, que investiga o
fenômeno educacional buscando a sua compreensão a partir de diferentes manifestações
(GHEDIN; MACIEL; SILVA, 2021; LIBÂNEO, 2005).
Já o fenômeno do ensino, com toda sua complexidade, é objeto da Didática. Trata-se de
um fenômeno abrangente que extrapola os muros da sala de aula porque é eivado de múltiplas
dimensões e determinações. O ensino, numa visão sistêmica, deve ser interligado às questões
educacionais (D’ÁVILA, 2021).
Coerente com essa perspectiva, este artigo focaliza a Didática enquanto componente do
ensino, disciplina central nos cursos de Licenciatura; componente que introduz o estudante no
campo pedagógico. Assim, a Didática é compreendida como campo de ensino no qual se
destacam os fenômenos sociopolíticos que têm alterado compreensões sobre o seu lugar na
formação de professores.
A partir da Didática se enraízam as disciplinas metodológicas, ou didáticas específicas,
e os estágios docentes supervisionados. Essas disciplinas, em seu conjunto, concorrem para a
formação inicial de professores para a Educação Básica. Desde que instituída como matéria
obrigatória nos cursos de Licenciatura para a Educação Básica, no século XX, a Didática ocupa
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1459
papel central na formação de professores. Seu
status
normativo foi preponderante, sobretudo,
depois da reforma consubstanciada na Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692, de 11 de agosto de
1971, período áureo do tecnicismo no Brasil (BRASIL, 1971
).
Este breve recuo histórico é relevante na compreensão da realidade atual. Com a
emergência do governo de extrema direita no Brasil e, no seu bojo, da agenda neoliberal em
vigor, os cursos de licenciatura passaram por nova reformulação. Trata-se da Resolução do
Conselho Nacional de Educação - CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que atualiza as
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para cursos de licenciatura e institui a Base Nacional
Comum (BNC) para a formação de professores (BRASIL, 2019).
Estreitamente ligadas aos princípios e determinações da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018), as novas DCN se apresentam como um projeto
neotecnicista de validação da ideologia política neoliberal em vigor no país. Vale dizer que essa
ideologia é refutável pelo fato de alijar do processo educativo capacidades e valores
fundamentais à formação dos estudantes e ao exercício profissional dos professores. Além de
destituir a autonomia docente, portanto, trata-se de uma normativa prescritiva; nesse sentido, a
proposta das DCN em pauta ceifa dos estudantes a condição do pensar crítico.
A Didática como componente curricular obrigatório nos cursos de Licenciatura visa à
formação de professores, em perspectiva abrangente. Como tal, traz no seu escopo a
compreensão do ensino e da aprendizagem como fenômenos interligados dialeticamente, bem
como a compreensão de teorias pedagógicas e estudo dos estruturantes didáticos fundamentais
ao trabalho docente e à formação de professores. Coerente com essa perspectiva, a relevância
do artigo está em compreender o ensino de Didática do ponto de vista dos sujeitos que
ministram esse componente curricular, sobretudo no atual contexto pandêmico, marcado pela
mediação das TDIC, que como exposto, sofre influências das políticas neoliberais em voga no
país.
A relação da Didática com as TDIC vem se estreitando desde o final do século XX e se
intensificado desde a primeira década do século XXI. Autores como Pimentel e Carvalho
(2020), Santos (2019), Silva (2010), dentre outros, são a favor do paradigma da Educação
On-
line
, aportando importantes contribuições para a Didática. A Educação
On-line
, como sustenta
Santos (2019), é um paradigma emergente e um fenômeno cibercultural que adota como
princípios: o trabalho pedagógico calcado sobre a interatividade, aprendizagem colaborativa,
autoria, curadoria de conteúdos e mediação compartilhada (PIMENTEL; CARVALHO, 2020).
Torna-se relevante destacar Silva (2010) como defensor da interatividade na sala de aula remota
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1460
ou presencial. Estes autores aportam um legado para o campo da Didática pautada na
interatividade, mediante um trabalho pedagógico que integra atividades presenciais e
on-line.
A exigência do ensino mediado pelas Tecnologias Digitais no contexto pandêmico
As instituições de todo o mundo foram afetadas pela pandemia da Covid-19. O
prolongamento das medidas de distanciamento físico entre as pessoas impôs a incorporação do
formato remoto em todos os segmentos educacionais, inclusive no Ensino Superior. A
suspensão das atividades presenciais gerou grande desconforto entre os professores
universitários, que se depararam com o desafio de desenvolver atividades de ensino mediadas
pelas TDIC, sem preparação prévia.
Para Alves (2020, p. 352), o ensino remoto emergencial pode ser entendido como
“práticas pedagógicas mediadas por plataformas digitais, como aplicativos com os conteúdos,
tarefas, notificações e/ou plataformas síncronas e assíncronas como o
Teams
(
Microsoft
),
Google Class
,
Google Meet,
Zoom
[...]”. Para a aut
ora, essa alternativa se configura como sendo
temporária e como meio viável para concretização dos estudos na Educação Básica e Superior
no contexto pandêmico. Também Moreira, Henriques e Barros (2020) afirmam que a pandemia
da Covid-19 exigiu dos professores a adoção de mudanças rápidas em suas práticas de ensino.
Trata-
se de uma crise que “gerou a obrigatoriedade dos professores e estudantes migrarem para
a realidade
on-line,
transferindo e transpondo metodologias e práticas pedagógicas típicas dos
territórios físicos de aprendizagem, naquilo que tem sido designado por ensino remoto de
emergência” (MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020, p. 352).
No contexto da docência universitária não são poucos os docentes que realizam os
encontros síncronos com agendas do presencial, ou seja, conferências em tempo real
transmitidas pelas plataformas digitais. O que se viu também foi uma corrida por recursos
tecnológicos que pudessem suavizar a aridez do distanciamento físico. Entretanto, a aquisição
de plataformas e interfaces digitais não foi suficiente para oferecer as condições necessárias
para se reinventar no ambiente digital. Pensar no ERE como uma possibilidade de produzir
sentidos para o ato de aprender e de ensinar, mediados pelas tecnologias, pressupõe o
entendimento de que a educação
on-line
é um fenômeno da cibercultura (SANTOS, 2005, 2019;
SILVA; SANTOS, 2009) que precisa ser compreendido como uma composição de práticas e
de situações de processos formativos, que exige metodologia própria e contextualizada.
Sobre essa questão, verificou-se que,
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1461
Para que o potencial comunicacional e interativo das TIC não seja subutilizado
em educação, é necessário um investimento epistemológico e metodológico
em práticas pedagógicas, de ações docentes e de pesquisa que apresentem
conceitos e dispositivos que dialoguem com o potencial sociotécnico da
cibercultura (SANTOS, 2019, p. 60).
Embora quase todos os professores sejam usuários eventuais ou assíduos das TDIC, a
organização do ensino remoto emergencial na perspectiva da educação
on-line
demandou
aprofundamentos teóricos e metodológicos. Nesse contexto verificou-se a realização de uma
diversidade de “
lives
” e tutoriais, mas foi a experiência concreta de exercer a docência diante
das telas que colocou em suspensão pretensas certezas.
A transição do ensino presencial para o formato remoto colocou em questão várias
crenças. Rapidamente, muitos professores universitários perceberam que as práticas
pedagógicas mediadas pelas TDIC possuíam características próprias e que não era possível
realizar uma transposição direta do ensino presencial para o remoto. Essa constatação ampliou
significativamente a reflexão sobre determinados procedimentos e ações que estavam
consolidados na prática pedagógica do Ensino Superior.
A própria concepção de aula precisou ser revista para ser compreendida como um
projeto de construção coletiva que fomenta situações nas quais os sujeitos aprendem uns com
os outros. Como afirma Veiga (2011), a aula “é um ato técnico
-político, criativo, expressão de
beleza e dos valores científicos e éticos de cada um dos envolvidos no processo de ensino.
Enfim, a aula é um espaço de
formação humana e de produção cultural”.
Uma aula não é, portanto, um amontoado de práticas isoladas nas quais os sujeitos
envolvidos não dialogam e não produzem conhecimento coletivamente. Por esse motivo, a mera
adoção de diversas interfaces digitais não seria suficiente para romper com uma perspectiva
academicista de ensino. Para Pimentel e Carvalho (2020), a perspectiva de educação
on-line
pressupõe o reconhecimento de determinados princípios que, correlacionados, compõem um
conjunto coerente de concepções e ações necessárias para a sua efetivação:
[...] não é possível promover aprendizagem colaborativa (4º princípio), se não
houver conversação entre todos (5º princípio); para efetivar a colaboração (4º
princípio) promovendo conversação (5º princípio) e coautorias (6º princípio),
é preciso haver mediação docente ativa (7º princípio); atividades autorais (6º
princípio) só fazem sentido quando o conhecimento é entendido como obra
aberta (1º princípio); entre outras relações (PIMENTEL; CARVALHO, 2020,
s./p.).
Nessa perspectiva, a educação
on-line
não pode ser compreendida como aquela que se
realiza apenas no ERE, mas como uma abordagem didático-pedagógica que emerge da
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1462
aproximação entre a comunicação e a educação. Ela está pautada nas ações de troca e de
colaboração mediadas pelas TDIC e não se limita apenas à noção de estar conectado. Por este
motivo, a autoria, o compartilhamento, a conectividade e a colaboração são marcos que definem
a abordagem da educação
on-line.
Para os professores responsáveis pelo ensino da Didática, este pode ter sido um desafio
ainda maior. A coerência entre o que se elege como conteúdos do componente curricular e o
modo como se organiza a proposta pedagógica do curso de Didática se configura como um
desafio interessante para aqueles que consideram a sua própria prática como objeto de
investigação.
Por este motivo, no contexto da pesquisa sobre o ensino de Didática durante a pandemia
da Covid-19, considerou-se relevante identificar como ocorreu o acompanhamento das
atividades e interações dos estudantes nos ambientes colaborativos
on-line
antes do
distanciamento social e, ainda, obter dados sobre as interações entre os estudantes durante o
distanciamento social potencializadas pelas atividades propostas.
Em relação à origem geográfica dos professores de Didática participantes da pesquisa,
33% atuam no Nordeste, 32% no Sudeste, 30% no Sul e 5% no Centro-Oeste. Da totalidade dos
respondentes, 76% se encontram na faixa etária de 40 anos ou mais, sendo 32% na faixa entre
40-49 anos e 44% com 50 anos ou mais. Quanto ao tempo de atuação, 46% da totalidade
informou que lecionava há mais de 20 anos e 20% possuíam menos de 10 anos de exercício na
docência universitária.
No que concerne ao acompanhamento das atividades e interações dos estudantes nos
ambientes colaborativos
on-line
antes do distanciamento social, verificou-se que cerca de
40,23% dos professores de Didática não utilizavam ambientes digitais com os estudantes ou
não acompanhavam as atividades dos estudantes nos ambientes
on-line
utilizados. Esses dados
podem ser observados na Tabela 1.
Tabela 1
–
Acompanhamento das atividades e interações dos estudantes nos
ambientes colaborativos
on-line
antes do distanciamento social
Indicadores
nº
%
Não utilizava ambientes digitais com os meus estudantes
54
31,04
Ocasionalmente verificava as discussões
on-line
dos estudantes
39
22,41
Acompanhava, analisava e fazia intervenções com comentários motivadores
ou
feedback
regularmente
34
19,54
Acompanhava as atividades
on-line
dos estudantes regularmente
31
17,81
Não acompanhava as atividades dos estudantes nos ambientes
on-line
que
utilizo
16
9,19
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1463
Total
174
100%
Fonte: Dados da pesquisa
(2020)
Verificou-se também que apesar dessa interação
on-line
já existir antes do contexto
imposto pela pandemia, cerca de 37,35% dos professores de Didática realizavam
acompanhamentos regulares das atividades dos estudantes, desses, menos de 20% com
devolutivas. Com base nos dados, pode-se inferir que, mesmo no ensino presencial, o uso das
ferramentas digitais para a interação e a realização de atividades já eram utilizadas. Talvez com
menos frequência por não ser o principal meio de interação, já que esta se dava mais entre os
pares de modo presencial; também porque as atividades poderiam ser realizadas
individualmente ou coletivamente a partir da apresentação e do acompanhamento de modos
mais usuais de práticas pedagógicas.
A educação em rede, apesar de já existir antes do isolamento social, não ocupava lugar
de destaque no ensino presencial nem lugar prioritário na realização de atividades e de
socialização, como também não demandava dos professores e estudantes amplo uso. Nesse
sentido, pode-se afirmar que essas ferramentas digitais eram utilizadas com menos frequência
no ensino presencial (GOMES
et al.
2022
;
SILVA; PETRY; UGGIONI, 2020).
Quanto às interações entre os estudantes durante o distanciamento social,
potencializadas pelas atividades propostas, quase 57% dos professores de Didática responderam
que essas não aconteceram, cerca de 43% responderam que não estavam em atividades nesse
período. Esses dados encontram-se descritos na Tabela 2.
Tabela 2
–
Interações entre os estudantes durante o distanciamento social
Indicadores
nº
%
Não se aplica, não estava em atividade de ensino durante a pandemia
41
23,56
Não foram realizadas atividades nesse período
35
20,11
Os estudantes trocaram evidências e construíram conhecimento juntos, em um espaço
colaborativo remoto
23
13,21
Não houve interação entre eles
22
12,64
Incentivei os estudantes a trabalhar em grupo para procurar informações
on-line
ou
apresentar os resultados em um formato digital
19
10,91
Solicitei aos estudantes trabalhos em grupos e acesso à internet para realização de
pesquisa e apresentação dos resultados em um formato digital
12
6,89
Os estudantes realizaram apenas atividades individuais
11
6,32
Não foi possível integrar tecnologias digitais em trabalho em grupo
11
6,32
Total
174
100%
Fonte: Dados da pesquisa
(2020)
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1464
Como se vê, das interações propostas pelas atividades, apenas 12,64% eram para as
tarefas individuais, por impossibilidade de realização em grupo ou por terem sido propostas já
nesse formato. Cerca de 31,01% dos professores de Didática incentivaram ou apresentaram
proposta de interação grupal, colaborativa e
on-line
aos estudantes.
A emergência de novas possibilidades pedagógicas surge com o ensino remoto, uma
delas se dá pelo uso das tecnologias digitais como instrumento de trabalho, de aprendizagem,
de aproximação, de interação e de realização de atividades e de avaliações. Desse modo, o
professor de Didática, assim como os demais, passa a ter atribuições que outrora não lhe cabia
com obrigatoriedade, como propor atividades
on-line
aos estudantes e acompanhá-las.
Pode-
se afirmar que, no contexto atual, o professor é aquele que “deve
agora guiar o
processo de aprendizagem do estudante de forma a desenvolver as suas capacidades de aprender
a aprender, da sua autoaprendizagem e da sua autonomia” (MOREIRA; HENRIQUES;
BARROS, 2020, p. 354). Nesse sentido, a pandemia exigiu novos papéis aos professores e
estudantes que deveriam mobilizar o uso das ferramentas digitais como meio de trabalho e de
estudo. Ou seja, constata-se ainda o enfrentamento nesse processo de outros desafios para
garantir as ações de ensinar e de aprender.
Desse modo, pode-se afirmar com base nos dados que a interação nem sempre se fez
presente, pois 12,64% dos professores assim se manifestaram. Torna-se relevante verificar se
isso ocorreu por causa da falta de conhecimento sobre o ambiente virtual, pela falta de uso de
ferramentas que promovessem a interação, ou ainda, se isto é reflexo de uma emergência que
“poupou”, inclusive, professores de terem uma formação voltada para o uso das TDIC e sua
utilização nesse contexto pandêmico.
Constatou-se com base nos dados da Tabela 1 e 2 que não houve um distanciamento
total quanto às interações dos estudantes, que, na lógica, deveriam ter sido mais intensas e
constantes no cenário do ERE, por ser o modo viável para que isso acontecesse e as TDIC serem
de uso obrigatório. Assim, a interação, que deve se fazer presente na educação e no cenário
acadêmico, pelo seu caráter de importância no processo de aprendizagem (tanto no aspecto
cognitivo quanto emocional), pode não estar sendo promovida no ERE por várias razões,
provocando prejuízos ainda maiores para a crise já instalada no âmbito educacional.
Assim, na pesquisa realizada, notou-se que a proposição de atividades no ERE não se
configura como um desafio apenas para os professores. Ao contrário do que se imaginava,
apesar da suposta familiaridade dos jovens com os recursos tecnológicos, as dificuldades para
o acompanhamento das atividades pelos estudantes também são inúmeras e revelam problemas
estruturais do sistema de ensino e da sociedade em geral.
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1465
Um dos questionamentos apresentados aos professores de Didática, no contexto da
pesquisa, refere-se às dificuldades que os estudantes apresentaram para acompanhar as
atividades propostas durante a pandemia da Covid-19. Entre os 103 professores de Didática que
atuaram no ERE, apenas 3,9% não relataram problemas. A principal dificuldade indicada pelos
docentes foi o acesso aos recursos tecnológicos e à internet, representado por 87,37%. Como
denuncia Santos, “qualquer quarentena é sempre discriminatória, mais difícil para uns grupos
sociai
s que para outros” (SANTOS, 2020b, p.
15).
O expressivo percentual de estudantes que reportaram dificuldades com a internet e com
os recursos tecnológicos evidencia as desigualdades sociais presentes no país. Esse dado nos
instiga a levantar algumas questões: quem são os estudantes que não conseguem ter conexão
de qualidade ou não dispõem de recursos tecnológicos adequados? Quem são os estudantes que
precisam compartilhar computadores com outras pessoas da família? Quem são os estudantes
que dispõem apenas de um
smartphone
para acompanhar as atividades propostas por suas
universidades?
Estudos realizados nesse contexto atestam que os estudantes das universidades públicas
brasileiras são, em sua maioria, oriundos das classes menos favorecidas. O ingresso na
universidade pública representou para a maioria uma conquista social que na pandemia revela
seu lado mais perverso. Os estudantes tiveram acesso ao ensino superior gratuito de qualidade,
mas não estão tendo asseguradas as condições de permanência, de desenvolvimento e de
aprendizagem (BARBOSA; VIEGAS; BATISTA, 2020; MOREIRA; HENRIQUES;
BARROS, 2020; SANTOS, 2020a, 2020b).
Torna-se relevante destacar que o acesso aos recursos tecnológicos e à internet de boa
qualidade não são exigências impostas apenas durante as atividades remotas realizadas pelas
universidades públicas brasileiras, em virtude da pandemia da Covid-19. Trata-se de uma
demanda incorporada na rotina acadêmica e que marca a diferença de condições materiais entre
os estudantes.
Sobre os potenciais conhecimentos decorrentes da pandemia da Covid-19, Santos
(2020a
, p. 4) afirma que “a atual pandemia não é uma situação de crise claramente contraposta
a uma situação de normalidade. Desde a década de 1980 [...] o mundo tem vivido em
permanente estado d
e crise”. Para o autor, o objetivo da crise permanente é não ser resolvida.
Coerente com essa perspectiva, a relação entre a dificuldade em acompanhar as
atividades e as condições socioeconômicas também pode ser identificada quando os docentes
relatam que os estudantes indicam o acúmulo de atividades no ambiente doméstico (9,7%) e a
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1466
inadequação do espaço físico em casa (2%). Além disso, 5,8% dos professores de Didática
apresentam questões relativas aos aspectos socioeconômicos.
Nesse sentido, esses dados se vinculam aos 87,37% de professores de Didática que
fizeram referência às dificuldades dos estudantes com os recursos tecnológicos, problemas de
conexão com internet, e reforçam a ideia que, de fato, a pandemia da Covid-19 não atinge a
todos do mesmo modo. Ainda que o novo coronavírus não escolha gênero, raça, credo ou classe
social, a pandemia é extremamente seletiva e atinge de forma diferenciada os setores sociais, a
exemplo do sistema público de ensino e dos estudantes que dele dependem.
Além dos aspectos socioeconômicos, os professores de Didática também indicaram as
condições emocionais: 15,53% dos estudantes enfrentaram desafios no acompanhamento das
atividades. O medo e a ansiedade foram os aspectos mais destacados. Apesar de, em números
absolutos, representar apenas 16 dos 103 professores de Didática que atuaram no ERE
,
esse é
um aspecto que merece destaque. A pandemia da Covid-19 explicitou de forma global a
fragilidade humana. A ansiedade e o medo se instalaram diante da eminência da morte, do
desemprego e da fome.
Os aspectos socioeconômicos e emocionais podem justificar também os 8,73% de
professores de Didática que apresentaram dificuldades no cumprimento das atividades no
tempo previsto, alegando falta de concentração, desafios para a auto-organização, dentre outros.
Ao contrário do que é veiculado pela mídia e pelas organizações internacionais, a quarentena
“não só torna mais visíveis, como reforça a injustiça, a discriminação, a exclusão social e o
sofrimento injusto que elas provocam” (SANT
OS, 2020a, p. 22).
É importante ressaltar que, entre os professores de Didática que participaram da
pesquisa, 76% indicaram a dificuldade de alguns estudantes na compreensão e/ou aceitação da
proposta do ERE, representado por 7,76%, e cerca de 16% indicaram dificuldades dos
estudantes na resolução de questões didático-pedagógicas. Nesse sentido, a suposta dificuldade
dos estudantes em compreender a proposta talvez esteja diretamente relacionada à dificuldade
dos próprios professores de Didática em organizar uma proposta de ensino que leve em
consideração os princípios da educação
on-line
. Apesar da ampla discussão sobre o ensino e
sua complexidade, a emergência do ERE também surpreendeu os professores de Didática,
colocando em questão crenças e práticas.
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1467
O ensino da didática mediado pelas tecnologias digitais no contexto da pandemia: o olhar
docente
Neste estudo, também se considerou relevante saber como os estudantes se
posicionaram diante do novo formato de aula remota, durante a pandemia da Covid-19. Das
174 respostas obtidas, 49,5% dos docentes relataram não estar em atividade remota. Dos 88
docentes que afirmaram estar em atividade remota, 18,4% se reportaram positivamente às aulas
remotas
;
13,5% a encararam de forma razoável; 13,8% dos alunos teriam se posicionado
contrariamente às atividades remotas; desconfiados e preocupados estariam 1,2% dos
estudantes e 4,5% dos professores não responderam.
Com base nesses dados, realizou-se a classificação do posicionamento dos estudantes
em três categorias: posicionamentos favoráveis; posicionamentos favoráveis com críticas;
posicionamentos desfavoráveis.
De acordo com os 88 professores de Didática que afirmaram estar, à época da pesquisa,
exercendo a docência neste período pandêmico, 18,4% dos estudantes se posicionaram com
positividade sobre o trabalho acadêmico com as tecnologias digitais no atual contexto, como
revelam alguns depoimentos:
São mundos distintos. Os estudantes de EaD logo se adaptaram ao novo.
Nossas avaliações antes presenciais foram realizadas remotamente. Os
estudantes do presencial estão apenas com acompanhamento de leituras e
vídeos para futura discussão. Gostam muito de tudo que envio via plataforma
digital e lamentam que paramos por tanto tempo.
Docente 1
A maioria se manifesta de forma positiva sobre os materiais didáticos e a
abordagem da disciplina.
Docente 2
Muitos manifestaram entusiasmo porque já vinham utilizando as ferramentas
digitais. Outros entraram em desespero, outros em depressão. Estão
aprendendo a lidar com a situação.
Docente 3
Dos estudantes que se posicionaram de modo favorável, mas com críticas, verificou-se
que para 13,5%, as questões que aparecem com maior frequência são o acesso à internet e as
condições inadequadas em suas residências. Assim,
[...] não é a negação as ferramentas digitais mas sim as condições,
dificuldade para acessar à internet, realizar leituras e assistir aulas pelo
celular, além da falta de acesso a ferramentas apropriadas.
Docente 4
Eles se integram muito bem aos debates, e dizem se sentir reconfortados com
os momentos realizados na disciplina, porém registram a preocupação com a
possibilidade futura de um ensino remoto obrigatório, por conta dos colegas
que possuem impedimentos para participar das aulas.
Docente 5
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1468
Os posicionamentos são diversos, visto que as condições de acesso não são
iguais. Em algumas turmas houve ampla aceitação, mas nem todos têm acesso
facilitado à internet.
Docente 6
Mesmo com razoável aceitabilidade, os alunos têm críticas dadas às suas condições
materiais de existência. Torna-se relevante destacar os desafios econômicos enfrentados pelos
estudantes de instituições públicas, sobretudo aqueles oriundos dos cursos de licenciatura.
Constatou-se
5
em pesquisa realizada, a dificuldade de acesso às tecnologias digitais e à conexão
em rede por parte de 70% da população estudantil. Nos cursos de licenciatura esse percentual
é ainda maior: mais de 80% dos estudantes afirmaram não ter condições ambientais adequadas.
Esses estudantes possuem apenas
smartphone e
internet via pacote de dados (GOMES
et al.,
2022
;
LAGO
et al.
, 2021; SILVA; GOULART; CABRAL, 2021).
De acordo com os professores participantes da pesquisa, muitos estudantes afirmaram
que aprendem pouco do conteúdo com a leitura do material, necessitando de interação e suporte
do professor de Didática. Outros estudantes revelaram temor e tensão próprias do contexto da
pandemia e resistência. Outros, alegaram cansaço e desmotivação, pois estão sobrecarregados
de tarefas. Sobre essas questões, verificou-se que:
Bem [...] observei que no início os estudantes estavam empolgados,
participando do grupo de WhatsApp, e também nas primeiras semanas na
Plataforma Moodle. Depois percebi que, alguns não haviam realizado as
atividades, então procurei agendar um encontro no Google Meet, mas alguns
estavam no ambiente com um estranhamento, inclusive fecharam a câmera, e
só participaram no chat. Avalio que isso ocorreu por ter sido a primeira vez
que reunimos com o uso desse recurso.
Docente 7.
Com o passar das semanas a pontualidade foi caindo e a adesão às aulas
síncronas foi diminuindo.
Docente 8
No início, queriam a continuidade das aulas de forma remota, mas após a
segunda aula neste formato, menos da metade dos alunos dão retorno às
aulas.
Docente 9.
Entre os estudantes, 13,8% revelaram posicionamento contrário às atividades remotas.
Observou-se que esse posicionamento foi motivado por: preocupação com a exclusão vividas
por muitos colegas; despreparo dos professores e, ainda, falta de clareza com relação aos
contratos com grandes corporações. Somados a esse quesito os 1,2% de estudantes que se
manifestaram “preocupados e desconfiados”, este percentual de descontentes sobe para 15%.
De acordo com alguns professores de Didática,
5
D'ÁVILA, C., MACHADO, R., CHAVES, D. O olhar de estudantes de licenciatura da Universidade Federal da
Bahia sobre EaD e ensino de Didática no contexto da pandemia pela COVID - 19.
Relatório de pesquisa.
Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2020
.
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1469
Nossos alunos estão resistindo muito. Nós professores do Curso de História
também estamos resistindo porque a universidade não realizou o debate
adequado sobre o ensino remoto.
Docente 10.
A grande maioria é contrária ao ensino remoto, mas compreende que é uma
necessidade devido a situação emergencial. O ensino presencial é destacado
pelos alunos como forma de manutenção da qualidade da formação e se
sentem desmotivados pela falta de interação social presencial e de atividades
de natureza prática.
Docente
11.
Uma parte dos acadêmicos tem resistência quanto ao novo formato, pelo fato
de terem pouco conhecimento do Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA.
Avalio que falta experiência para identificarem possibilidades e limites.
Docente 12.
As tensões e contradições fazem parte do jogo e é necessário percebê-las. A ênfase dada
por um professor de Didática sobre a falta de debate adequado, em sua instituição, sobre o
ensino remoto, é reveladora de um problema grave
–
a falta de participação democrática dos
professores nas decisões institucionais. Trata-se de um depoimento único, mas que no atual
contexto retrata a avaliação de muitos professores e merece destaque, tendo em vista os
inúmeros embates enfrentados nas universidades no atual governo.
Apesar dos grandes desafios estruturais, econômicos, emocionais e pedagógicos,
constata-se nos depoimentos dos professores de Didática esforços e desejo de avançar, a busca
de saídas para as inúmeras crises, mesmo enfrentando os limites advindos da adoção do ERE.
Perguntados sobre o modo pelo qual os estudantes avaliaram as aulas de Didática
realizadas com o uso de ferramentas tecnológicas durante a pandemia da Covid-19, dentre os
174 respondentes, 60,33% responderam não ter iniciado o ERE em suas instituições; 14,52%
indicaram que a avaliação dos estudantes foi satisfatória; 10% afirmaram que a avaliação foi
positiva; seguido de 5% que afirmaram que a avaliação foi ruim. Verificou-se ainda que 1,67%
dos estudantes consideraram as aulas muito positivas e apenas um estudante avaliou as aulas
realizadas como regular.
Vale ressaltar que a soma dos percentuais dos estudantes que consideram as aulas
realizadas satisfatórias, positivas e muito positivas, representa apenas 26,19%, dado que revela
um resultado abaixo da média. Pode-se inferir que, provavelmente, a situação de isolamento
social, a ausência física do professor e dos pares, tenha repercutido negativamente na avaliação
dos estudantes. Além disso, muitos professores de Didática revelaram insegurança no uso das
ferramentas tecnológicas na modalidade
on-line
pelo fato de não terem utilizado esses
instrumentos antes da pandemia no ensino presencial. O uso imediato, sem planejamento, e a
ausência de experiências prévias dos docentes no uso das tecnologias digitais pode ter incidido
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1470
negativamente na avaliação dos estudantes (GOMES
et al
., 2022
;
GOMES, 2017; LAGO
et al.,
2022
;
SILVA; GOULART; CABRAL, 2021).
Como se vê, esse dado enfatiza a relevância da avaliação, considerada como uma ação
integrada ao processo de aprendizagem, que funcione como um elemento articulador da
aprendizagem. Segundo Gomes
et al.
(2021), é importante que esse processo de avaliação esteja
aberto para os estudantes. Sendo assim, torna-se relevante ouvir os estudantes a respeito da
proposta pedagógica, das atividades que estão sendo realizadas, do quanto estão adaptadas ou
não aos objetivos pretendidos, e de como estão colaborando para a consecução dos objetivos.
Recomenda-se, também, a oportunidade de se trocar
feedback
a respeito do desempenho dos
professores de Didática, das ações de intervenção, das interações e dos resultados com relação
aos objetivos previstos.
E, ainda, é preciso que as atividades presenciais e remotas permitam aos estudantes e ao
professor de Didática o exercício da autoavaliação. Os comentários e as reflexões registradas
ao longo das atividades, quando bem feitos, constituir-se-ão em informações relevantes para a
aprendizagem, uma vez que serão provindos do próprio estudante que saberá indicar aspectos
que demandam revisão e/ou mudanças.
No que diz respeito a outro aspecto presente no dado
–
insegurança do professor no uso
das ferramentas tecnológicas no formato remoto
–
, torna-se relevante destacar que o trabalho
com as tecnologias requer formação continuada. Pode-se afirmar que, muitas vezes, são
oferecidos aos professores cursos de capacitação que, de modo geral, reforçam a atividade
docente isolada e individual. É como se pelo ato de conhecer a ferramenta e pelo oferecimento
de cursos de atualização o professor estivesse preparado a utilizá-la. Para Lévy (1999), o uso
das tecnologias envolve criação, invenção de uma forma a partir de uma configuração dinâmica.
Torna-se relevante destacar que muitos professores alegaram que não foram formados
tanto no curso de licenciatura quanto na escola para o uso pedagógico das tecnologias. Porém,
em um contexto em que os usos das tecnologias redefinem as formas de produção e de
socialização do conhecimento e as relações das pessoas entre si, e com uma cultura fortemente
caracterizada pela presença dos meios digitais, os desafios da educação e da formação inicial e
continuada de professores são imensos (PADILHA; ZABALZA, 2016; SIMPLÍCIO; MATOS;
RIBEIRO, 2021).
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1471
Considerações finais
Este artigo é parte de uma pesquisa realizada pela Andipe que procurou analisar o ensino
de Didática no período do isolamento social, problematizando desafios, tensões, e
possibilidades face ao trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias digitais no contexto da
pandemia da Covid-19. Nesse sentido, focalizou-se o seguinte problema:
que mudanças foram
percebidas pelos docentes, na postura dos estudantes no contexto pandêmico?
Ao concluir este artigo, torna-se relevante tecer algumas considerações obtidas por meio
deste estudo. Uma primeira consideração diz respeito ao impacto provocado pela crise sanitária
no Brasil e no mundo. O ano de 2020 está marcado pela pandemia da Covid-19 e,
consequentemente, pelas mudanças provocadas na vida da população mundial, trazendo
repercussões no campo econômico, político-social, educacional e afetivo-emocional. No Brasil,
assim como no restante do mundo, a pandemia registra a paralisação das atividades presenciais
no sistema educacional e um replanejamento para o retorno das aulas no formato remoto
.
Os impactos trazidos pela pandemia da Covid-19 colocaram em evidência o processo
de ensino-aprendizagem. Trata-se de um cenário complexo que demanda um debruçar sobre os
desafios a fim de pensar caminhos e possibilidades a serem adotados neste contexto e no futuro
pós-pandêmico.
Uma segunda consideração diz respeito à Didática, componente curricular dos cursos
de licenciatura que investiga, entre outros, o fenômeno do ensino e da aprendizagem. Interessa
à Didática uma relação pedagógica pautada pela mediação, construída por estudantes e
professores, situada e formativa.
A crise sanitária, por um lado, acentuou as diferenças entre aqueles que tinham mais
dificuldades de aprender; exigiu um novo perfil docente, que precisou se reinventar, se adaptar
às tecnologias digitais; por outro lado, tem inspirado projetos e intervenções didáticas, que
fomentam a autonomia, a criticidade, o protagonismo e a formação de efetivas redes de
aprendizagem.
Finalmente, uma terceira consideração diz respeito à adoção do ensino no formato
remoto
.
Os resultados da pesquisa indicam ausência de efetiva interação entre estudantes e
docentes, provocada pela ausência de condições materiais e acesso limitado à internet de
qualidade. Segundo os professores de Didática, percentual significativo de estudantes se
posicionaram favoráveis às atividades remotas
;
seguido dos estudantes que se posicionaram
desfavoráveis, enfatizando, entre outros, a ausência de recursos e pouco debate nas instituições
sobre a adoção do formato remoto durante a pandemia. E, finalmente, os estudantes destacaram
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1472
ainda a importância do ensino presencial para preservar a qualidade do processo de ensino-
aprendizagem na universidade.
REFERÊNCIAS
ALVES, L. Educação remota: Entre a ilusão e a realidade.
Interfaces Científicas
, Aracaju, v.
8, n. 3, p. 348-365, 2020. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/9251. Acesso em: 14 ago. 2020.
D'ÁVILA, C., MACHADO, R., CHAVES, D. O olhar de estudantes de licenciatura da
Universidade Federal da Bahia sobre EaD e ensino de Didática no contexto da pandemia pela
COVID - 19.
Relatório de pesquisa.
Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2020
.
D’ÁVILA, C. A Didática como campo epistêmico e formativo da Pedagogia.
In
: PIMENTA,
S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia. Teoria, formação e profissão
. São Paulo: Editora
Cortez, 2021.
BARBOSA, A. M.; VIEGAS, M. A. S.; BATISTA, R. L. N. F. Aulas presenciais em tempos
de pandemia: Relatos de experiência de professores do Ensino Superior sobre as aulas
remotas.
Revista Augustus
, v. 25, n. 51, p. 255-280, 2020. Disponível em: https://revistas.
unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/565. Acesso em: 02 maio 2021.
BRASIL.
Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971
. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1°
e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1971. Disponível
em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. Acesso em: 10 fev. 2022.
BRASIL.
Base Nacional Comum Curricular
–
BNCC
. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acesso em: 12 fev. 2021.
BRASIL.
Resolução CNE/CP n. 2, de 20 de dezembro de 2019
. Define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e
institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica
(BNC-Formação). Brasília, DF: Presidência do Conselho Nacional de Educação, 2019.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file.
Acesso em: 10 fev. 2022.
FRANCO, M. A. S., LIBÂNEO, J. C.; PIMENTA, S. G. As dimensões constitutivas da
Pedagogia como campo de conhecimento.
Educação Em Foco
, v. 14, n. 17, p. 55-78, 2011.
Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/103. Acesso
em: 16 jun. 2021.
GHEDIN, E. L.; MACIEL, C. C. M.; SILVA, A. M. Didática e formação inicial do professor:
Desafios e perspectivas na visão dos acadêmicos do curso de pedagogia de uma Instituição de
Ensino Superior (IES) do município de Parintins-AM.
Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação
, Araraquara, v. 16, n. esp. 1, p. 881-895, mar. 2021. Disponível em:
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1473
https://periodicos.fclar.unesp.br/ iberoamericana/article/view/14923. Acesso em: 13 fev.
2022.
GOMES, S. S. A avaliação da aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento.
In
:
CORRÊA, H. T.; AMBRÓSIO, M. (org.).
Mediação Tecnológica e Formação Docente
.
Curitiba: CRV, 2017.
GOMES, S. S.
et al
. Gestão educacional e avaliação no contexto da pandemia da covid-19.
Linhas Críticas
, v. 27, e39048, 2022. Disponível em:
https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/39048. Acesso em: 13 fev.
2022.
LAGO, N. C.; TERRA, S. X.; CATEN, C. S. T.; RIBEIRO, J. L. D. Ensino remoto
emergencial: Investigação dos fatores de aprendizado na educação superior.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 16, n. 2, p. 391-406, 2021. Disponível
em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14439. Acesso em: 13 fev.
2022.
LÉVY, P.
Cibercultura
. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.
LIBÂNEO, J. C.
Pedagogia e pedagogos, para quê?
8. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MOREIRA, J. A. M.; HENRIQUES, S.; BARROS, D. Transitando de um ensino remoto
emergencial para uma educação digital em rede, em tempos de pandemia.
Dialogia,
São
Paulo, n. 34, p. 351-364, jan./abr. 2020. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/
dialogia/article/view/17123/8228. Acesso em: 14 ago. 2020.
PADILHA, M. A. S.; ZABALZA, M. A. Um cenário de integração de tecnologias digitais na
Educação Superior: Em busca de uma coreografia didática inovadora.
Revista e-Curriculum,
v. 14, n. 3, p. 837-863, 2016. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/28698. Acesso em: 10 fev. 2022.
PIMENTA, S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia. Teoria, formação e profissão
. São
Paulo: Editora Cortez, 2021.
PIMENTEL, M.; CARVALHO, F. S. P. Princípios da Educação
On-line:
Para sua aula não
ficar massiva nem maçante!
SBC Horizontes
, maio 2020. Disponível em:
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/23/principios-educacao-online. Acesso em: 07
maio 2021.
SANTOS, B. S.
A cruel pedagogia do vírus
(Pandemia Capital). São Paulo: Boitempo
Editorial, 2020a.
SANTOS, B. S. A universidade pós-pandêmica.
Outras Palavras
, jul. 2020b. Disponível em:
https://outraspalavras.net/alemdamercadoria/boaventura-a-universidade-pos-pandemica/.
Acesso em: 10 jul. 2020.
SANTOS, E. O. dos.
Educação on-line:
Cibercultura e pesquisa-formação na prática
docente. 2005. Tese (Doutorado em Educação)
–
Faculdade de Educação, Universidade
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN e
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1474
Federal da Bahia, Salvador, BA, 2005. Disponível em:
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/11800. Acesso em: 20 abr. 2021.
SANTOS, E. O.
Pesquisa-formação na cibercultura
. Teresina: EDUFPI, 2019.
SILVA, M.; SANTOS, E. Conteúdos de aprendizagem na educação on-line: Inspirar-se no
hipertexto.
Educação & Linguagem
, São Paulo, v. 12, n. 19, p. 124-142, jan./jun. 2009.
Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ EL/
article/view/817. Acesso em: 20 abr. 2021.
SILVA, M.
Sala de aula interativa
: Educação, comunicação, mídia clássica, internet,
tecnologias digitais, arte, mercado, sociedade, cidadania. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2010.
SILVA, J.; GOULART, I. C. V.; CABRAL, G. R. Ensino remoto na educação superior:
Impactos na formação inicial docente.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 16, n. 2, p. 407-423, 2021. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14238. Acesso em: 13 fev. 2022.
SILVA, L. A.; PETRY, Z. J. R.; UGGIONI, N. Desafios da educação em tempos de
pandemia: como conectar professores desconectados, relato da prática do estado de Santa
Catarina.
In
: PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. (org.).
Desafios da educação em
tempos de pandemia
. 1. ed. Cruz Alta, RS: Editora Ilustração, 2020. Disponível em:
http://www.sed.sc.gov.br/professores-egestores/30754-desafios-da-educacao-em-tempos-de-
pandemia. Acesso em: 27 set. 2020.
SIMPLÍCIO, A. K. M.; MATOS, E. G.; RIBEIRO, L. T. F. Os desafios atuais do ensino
remoto: Uma didática replanejada.
Ensino em Perspectivas
, v. 2, n. 4, p. 1-9, 2021.
Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/6155.
Acesso em: 13 fev. 2022.
VEIGA, I. P. A. (org.).
Aula
: Gênese, dimensões, princípios e práticas. 2. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2011.
image/svg+xml
Desafios e perspectivas do ensino do componente curricular didática em meio a pandemia da Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1475
Como referenciar este artigo
GOMES, S.
S.; ZEN, G. C.; D’ÁVILA, C. Desafios e perspectivas do ensino do componente
curricular Didática em meio a pandemia da Covid-19.
Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1475, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
Submetido em
:
20/02/2022
Revisões requeridas em
: 13/04/2022
Aprovado em
: 08/06/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1454
RETOS Y PERSPECTIVAS DE LA ENSEÑANZA DEL COMPONENTE
CURRICULAR DIDÁCTICA EN MEDIO A LA PANDEMIA DE COVID-19
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DO COMPONENTE CURRICULAR
DIDÁTICA EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19
CHALLENGES AND PERSPECTIVES OF TEACHING DIDACTICS CURRICULAR
COMPONENT DURING COVID-19 PANDEMICS
Suzana dos Santos GOMES
1
Giovana Cristina ZEN
2
Cristina D’ÁVILA
3
RESUMEN
:
La pandemia de Covid-19 ha afectado a los sistemas de enseñanza y las
universidades, interfiriendo en la organización del trabajo académico en los cursos de
graduación. En ese contexto, la Educación Remota de Emergencia (ERE) fue adoptada por las
universidades a fin de minimizar las pérdidas en el proceso enseñanza-aprendizaje en el periodo
de asolamiento social. Delante ese factor, este artículo presenta resultados de una investigación
que objetivó analizar la enseñanza de didáctica, en el periodo de asolamiento social,
problematizando retos, tensiones y posibilidades enfrentado por el trabajo pedagógico mediado
por las tecnologías digitales en el contexto de la pandemia. Cuanto, a la metodología, eso es un
estudio exploratorio de abordaje cuantitativa y cualitativa. Los resultados indican ausencia de
interacción efectiva entre estudiantes y maestros, provocada por la falta de condiciones
materiales y por el acceso limitado a la internet de calidad. Los estudiantes destacaron la
importancia de la enseñanza presencial para preservar la calidad del proceso enseñanza-
aprendizaje en la universidad.
PALABRAS-CLAVE
:
Enseñanza superior. Didáctica. Enseñanza-aprendizaje. Pandemia.
Educación remota de emergencia.
RESUMO
:
A pandemia da Covid-19 tem afetado os sistemas de ensino e as universidades,
interferindo na organização do trabalho acadêmico nos cursos de graduação. Nesse contexto,
o Ensino Remoto Emergencial (ERE) foi adotado pelas universidades a fim de minimizar as
perdas no processo ensino-aprendizagem no período de isolamento social. Diante do exposto,
este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que objetivou analisar o ensino de Didática,
no período do isolamento social, problematizando desafios, tensões e possibilidades face ao
1
Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte
–
MG
–
Brasil. Profesora Asociada del Programa
de Posgrado en Educación: Conocimiento e Inclusión Social. Postdoctorado en la Universidad de Lisboa (UL) y
Universidad de São Paulo (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8660-1741. E-mail:
suzanasgomes@fae.ufmg.br
2
Universidad Federal de Bahía (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brasil. Profesora Titular y Profesora Permanente del
Programa de Posgrado en Educación (PPGE). Postdoctoral Universidad de la Sorbona, París. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-6405-9843. E-mail: giovana.zen@ufba.br
3
Universidad Federal de Bahía (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brasil. Profesora Titular y Profesora Permanente del
Programa de Posgrado en Educación (PPGE). Postdoctoral Universidad Sorbona, París. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-5946-9178. E-mail: cristdavila@gmail.com
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1455
trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias digitais no contexto da pandemia. Quanto à
metodologia, trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantitativa e qualitativa. Os
resultados indicaram ausência de interação efetiva entre estudantes e docentes, provocada
pela falta de condições materiais e pelo acesso limitado à internet de qualidade. Os estudantes
destacaram ainda a importância do ensino presencial para preservar a qualidade do processo
ensino-aprendizagem na universidade.
PALAVRAS-CHAVE
:
Ensino superior. Didática. Ensino-aprendizagem. Pandemia. Ensino
remoto emergencial.
ABSTRACT
:
Covid-19 pandemics has been affecting the educational systems and the
universities, intervening in the organization of academic work in the undergraduate courses.
In the context, Emergency Remote Teaching (ERT) has been adopted by the universities in order
to minimize the losses on the teaching-learning process in the period of social isolation. Given
that fact, this paper presents results of a research that aimed at analysing the teaching of
didactics, in the period of social isolation, problematizing challenges, tensions and possibilities
in face of the pedagogical work mediated by digital technology in the context of the pandemics.
Regarding methodology, it if an exploratory study of quantitative and qualitative approach.
The results indicated absence of effective interaction between students and teaches, caused by
the lack of material conditions and by the limited access to quality internet. The students
highlighted still the importance of presence teaching to preserve the quality of the teaching-
learning process at the university.
KEYWORDS
:
Higher education. Didactics. Teaching-learning. Pandemics. Emergency
remote teaching.
Introducción
El presente estudio se realizó en el contexto de la confrontación global de la pandemia
de Covid-19. Entre los impactos causados, cabe destacar que las medidas de aislamiento social
han intensificado el uso de los medios digitales en los procesos de comunicación. En este
sentido, con la pandemia del Covid-19 surgió la necesidad de que las personas se adapten al
uso de dispositivos tecnológicos, ya que diversas prácticas sociales, como el trabajo, el estudio
y la vida social, comenzaron a llevarse a cabo de manera
on-line
.
Se puede afirmar que la complejidad del escenario pandémico acentúa las desigualdades
sociales y profundiza, aún más, una inevitable crisis político-económica y social, proveniente
de un gobierno de extrema derecha y neoliberal, establecido en el país desde 2019, que no ha
asumido efectivamente el compromiso político de contener/minimizar la enfermedad,
contribuyendo así a su propagación.
En este contexto, el sistema educativo merece atención, ya que, debido a la pandemia y
al distanciamiento social necesario, la educación comenzó a impartirse en formato remoto. Este
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1456
cambio ha acentuado la desigualdad social, porque los estudiantes de diferentes clases sociales
tienen un acceso diferenciado a los recursos tecnológicos y, en consecuencia, a la educación
académica.
Una encuesta realizada por el Comité Directivo de Internet en Brasil (CGI.br)
4
en el
período comprendido entre agosto y diciembre de 2018, publicado en 2019, atestigua que el
58% de los hogares en Brasil no tienen acceso a computadoras y el 33% no tienen internet.
Entre las clases más bajas, el acceso es aún más restringido. Los datos revelan que, en las zonas
rurales, ni siquiera las escuelas tienen acceso a la red informática del mundo: el 43% de ellas
dijo que el problema es la falta de infraestructura para que la señal llegue a los lugares más
distantes.
Se observa que la enseñanza mediada por las Tecnologías Digitales de la Información y
la Comunicación (TDIC) puede, en cierto modo, mitigar el impacto de la pandemia en el ámbito
educativo. Sin embargo, todas las acciones políticas en esta área deben considerarse desde
diferentes perspectivas, considerando aspectos positivos y límites existentes que no resulten en
daño al aprendizaje de los estudiantes. Estas preguntas son objeto de análisis y discusión de la
Didáctica a través de las acciones de sus investigadores y docentes.
En línea con estos supuestos, la Asociación Nacional de Didáctica y Prácticas Docentes
(ANDIPE) saca a la luz los resultados de una reciente investigación realizada sobre la enseñanza
de la Didáctica en el contexto de pandemia. Este estudio tuvo como objetivo analizar la
enseñanza de la Didáctica, en el período de aislamiento social, problematizando desafíos,
tensiones y posibilidades frente al trabajo pedagógico mediado por las tecnologías digitales en
el contexto de la pandemia de Covid-19.
Finalmente, este artículo está organizado en cinco secciones: la primera presenta y
contextualiza el tema de la investigación en cuestión. El segundo explica el camino
metodológico realizado en el estudio. La tercera sección ofrece una breve revisión sobre la
didáctica como campo de investigación y componente curricular fundamental para la formación
docente. En las secciones cuarta y quinta se presentan y analizan los datos obtenidos en el
estudio. En el cuarto apartado se analiza la enseñanza de la Didáctica ofrecida en formato
remoto desde el punto de vista de las asignaturas que imparten este componente curricular,
especialmente en el actual contexto de pandemia, marcado por la mediación de la TDIC.
Finalmente, en el quinto apartado, se intentó centrarnos en los datos obtenidos de los profesores
4
Disponible en: https://cetic.br
/
. Acceso: 22 Sept. 2020.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1457
sobre el posicionamiento del alumnado en relación con la adopción del formato de Enseñanza
a Distancia de Emergencia (ERE). Las siguientes son las consideraciones y referencias finales.
Trayectoria metodológica
En esta sección, presentamos el camino metodológico adoptado en el estudio que
culminó con la redacción de este artículo. La opción de la investigación exploratoria se justifica
por la necesidad de producir datos cuantitativos y cualitativos que puedan aumentar la
familiaridad de los investigadores con el tema en cuestión, ofreciendo conceptos e hipótesis
para estudios posteriores. Para ello, se aplicó un cuestionario
online de
junio a julio de 2020,
con docentes didácticos de cursos de pregrado en instituciones públicas de educación superior
(IFES) federales y estatales de las regiones Noreste, Sureste, Sur y Medio Oeste del país.
El cuestionario
on-line
se configurado como la herramienta de investigación más
adecuada para recopilar información de un número representativo de profesores didácticos que
trabajaron en el ERS durante el contexto de pandemia. Aunque el cuestionario no permitió la
interacción directa entre los investigadores y los participantes de la investigación, las preguntas
elaboradas tenían el propósito de plantear la reflexión sobre los desafíos y la prospección de la
enseñanza didáctica.
El cuestionario
on-line
se organizó en siete secciones, totalizando 33 preguntas, 22
cerradas y 11 abiertas. En la primera, el participante tuvo acceso a la presentación de la
investigación, informó su dirección de correo electrónico y si estaba de acuerdo o no con el
Formulario de Consentimiento Informado (TCLE). En las secciones segunda y tercera,
compuestas por 14 preguntas cerradas, se solicitó información personal y profesional con el fin
de definir el perfil de los participantes. En la cuarta y quinta sección, los participantes
respondieron 8 preguntas cerradas y 5 abiertas sobre el uso de las tecnologías digitales en la
enseñanza didáctica, con la diferencia de que en la cuarta sección las preguntas fueron sobre el
período anterior a la pandemia, y en la quinta las preguntas se centraron en el contexto
pandémico. La sexta sección, propuesta con 5 preguntas abiertas, presentó preguntas sobre la
posible incorporación de los principios de la Educación
on-line
Didáctica Docente. En el último
apartado, solo un espacio para preguntas, quejas y/o sugerencias.
La elección e inclusión de las instituciones públicas de educación superior en este
estudio fue a través de la identificación de quienes ofrecieron el componente curricular
didáctico en el curso de Pregrado, a través del ERE, durante el año 2020. Después de esta
encuesta, los investigadores involucrados se pusieron en contacto con los directores de las
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1458
Facultades de Educación y los coordinadores del campo de la Didáctica, con el fin de solicitar
permiso y apoyo para llevar a cabo la investigación. A partir de la aceptación de cada
institución, el cuestionario fue enviado a todos los docentes actuales. Los docentes de didáctica
fueron contactados vía correo electrónico, a partir del criterio de pertenencia al componente
curricular didáctico ofrecido en sus instituciones.
Aunque el estudio respectivo está dirigido a docentes didácticos de instituciones
públicas de educación superior, docentes de instituciones privadas y otros componentes
curriculares también respondieron al cuestionario. Así, a partir de este hallazgo, se consideraron
válidos 174 cuestionarios. De un universo de profesores de cuatro regiones, 174 profesores
didácticos respondieron al cuestionario
on-line
.
En cuanto a los procedimientos adoptados para el análisis de datos, se optó por el análisis
de contenido, basado en las contribuciones de Bardin (2011). En este sentido, lo consolidado
obtenido a través de las respuestas al cuestionario fue objeto de análisis de los investigadores
implicados en un movimiento dialéctico, analítico e integrado que permitió desentrañar los retos
a los que se ha enfrentado el campo epistemológico de la Didáctica y que deberían asumir el
surgimiento del ERE
,
en el contexto de la pandemia y en el postpandemia en la enseñanza
presencial.
Para el tratamiento de los datos producidos a partir del cuestionario
on-line
se definieron
cuatro ejes de análisis: 1. Perfil, condiciones de trabajo y experiencias previas de docentes con
el uso de herramientas digitales en el aula; 2. Cambios percibidos/experimentados por los
docentes en el proceso de enseñanza-aprendizaje en el contexto de pandemia; 3. Cambios
percibidos por los docentes en la actitud de los estudiantes en la enseñanza-aprendizaje en el
contexto de pandemia; 4. Potencialidades y retos de las nuevas experiencias docentes para el
ámbito de la Didáctica.
Dentro de los límites de este artículo, se presentarán y discutirán los datos del eje de
análisis 3. Estrechamente vinculado a esta problemática, este estudio tuvo como objetivo
analizar cuestiones relacionadas con las condiciones materiales del proceso de enseñanza-
aprendizaje, así como identificar los desafíos y experiencias experimentadas por los docentes.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1459
La Didáctica como campo de investigación y componente curricular fundamental para la
formación del profesorado
En el contexto de este estudio, es importante aclarar nuestro lugar en el discurso, como
docentes e investigadores en el campo de la Didáctica. Así, la didáctica puede entenderse desde
dos enfoques: como campo epistémico -teoría o ciencia de la enseñanza- y como disciplina,
componente curricular (FRANCO; LIBANEO; PIMIENTA, 2011).
Como campo epistémico, la Didáctica investiga el fenómeno de la enseñanza y, en
consecuencia, del aprendizaje (D'ÁVILA, 2021). Están enseñando y aprendiendo, también, a
su vez, fenómenos interdependientes, pero eso no puede confundirse como sinónimos. El
sonido de este par dialéctico no contribuye a la comprensión científica de la Didáctica y su
objeto, por lo tanto, no contribuye a la valorización de las prácticas educativas y docentes. En
este sentido, el uso de la expresión enseñanza-aprendizaje revela formas sintéticas de tratar un
proceso complejo que tiene, en sí mismo, una relación de interdependencia y, para ello, requiere
enfoques singulares no amalgamados.
Es importante destacar que la Didáctica es un campo epistémico alejado de la ciencia
pedagógica (PIMENTA; SEVERO, 2021). Estas son dos áreas de conocimiento que tienen una
relación de interdependencia, pero cada una tiene su especificidad.
La pedagogía es la ciencia que investiga el fenómeno educativo, entendido por un
amplio espectro. La educación, como fenómeno complejo, multifacético y multideterminado,
puede vislumbrarse en una perspectiva rizomática, derivando de esta imagen la derivación de
al menos tres manifestaciones que son también tres prácticas sociales, resumidas en los
formatos en que se expresan: formal o institucionalizada (educación escolar); no formal
(educación en el tercer sector de los movimientos sociales, cursos gratuitos) e informal (la
educación que tiene lugar en las relaciones sociales cotidianas, como la educación doméstica).
La pedagogía es, por tanto, una ciencia humana, social y aplicada, interdisciplinaria, de carácter
teórico-práctico, que investiga el fenómeno educativo buscando su comprensión desde
diferentes manifestaciones (GHEDIN; MACIEL; SILVA, 2021; LÍBANO, 2005).
El fenómeno de la enseñanza, con toda su complejidad, es objeto de la Didáctica. Es un
fenómeno integral que va más allá de las paredes del aula porque está lleno de múltiples
dimensiones y determinaciones. La docencia, desde una visión sistémica, debe estar vinculada
a las cuestiones educativas (D'ÁVILA, 2021).
Consecuente con esta perspectiva, este artículo se centra en la Didáctica como
componente de la docencia, disciplina central en los cursos de pregrado; componente que
introduce al alumno en el ámbito pedagógico. Así, la Didáctica se entiende como un campo
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1460
docente en el que destacan los fenómenos sociopolíticos que han alterado la comprensión sobre
su lugar en la formación docente.
Desde la didáctica, las disciplinas metodológicas, o didácticas específicas, y las
prácticas docentes supervisadas son las raíces. Estas disciplinas, en su conjunto, contribuyen a
la formación inicial del profesorado de Educación Básica. Desde que se estableció como una
asignatura obligatoria en los cursos de pregrado para la Educación Básica en el siglo 20, la
didáctica ocupa un papel central en la formación del profesorado. Su
estatus normativo
fue
predominante, especialmente después de la reforma plasmada en la Ley de Directrices y Bases
Nº 5.692, del 11 de agosto de 1971, un período de tecnicismo de un año en Brasil (BRASIL,
1971
).
Este breve retroceso histórico es relevante para comprender la realidad actual. Con el
surgimiento del gobierno de extrema derecha en Brasil y, en su protuberancia, la agenda
neoliberal vigente, los cursos de pregrado experimentaron una nueva reformulación. Esta es la
Resolución del Consejo Nacional de Educación - CNE/CP No. 2, del 20 de diciembre de 2019,
que actualiza los Lineamientos Curriculares Nacionales (DCN) para cursos de pregrado y
establece la Base Nacional Común (BNC) para la formación docente (BRASIL, 2019).
Estrechamente vinculadas a los principios y determinaciones de la Base Curricular
Común Nacional (BNCC) (BRASIL, 2018), las nuevas ENT se presentan como un proyecto
neotecnisista para validar la ideología política neoliberal vigente en el país. Vale la pena decir
que esta ideología es refutable por el hecho de que las capacidades y valores fundamentales se
alivian para la formación de los estudiantes y la práctica profesional de los maestros. Además
de la indigencia de la autonomía docente, por lo tanto, es una normativa prescriptiva; en este
sentido, la propuesta de las ENT en la agenda significa que los estudiantes son la condición del
pensamiento crítico.
La didáctica como componente curricular obligatorio en los cursos de grado tiene como
objetivo la formación del profesorado, desde una perspectiva integral. Como tal, aporta en su
ámbito la comprensión de la enseñanza y el aprendizaje como fenómenos dialécticamente
interconectados, así como la comprensión de las teorías pedagógicas y el estudio de la
estructuración didáctica fundamental para el trabajo y la formación docentes. Consecuente con
esta perspectiva, la relevancia del artículo es entender la enseñanza de la Didáctica desde el
punto de vista de las asignaturas que ministran este componente curricular, especialmente en el
actual contexto pandémico, marcado por la mediación del DICT, que, como se expone, sufre
influencias de las políticas neoliberales en boga en el país.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1461
La relación de didáctica con TDIC se ha ido estrechando desde finales del siglo 20 y se
ha intensificado desde la primera década del siglo 21. Autores como Pimentel y Carvalho
(2020), Santos (2019), Silva (2010), entre otros, están a favor del
paradigma de la Educación
Online
, aportando importantes aportes a la Didáctica. Educación
On-line
, como sostiene Santos
(2019), es un paradigma emergente y un fenómeno cibercultural que adopta como principios:
trabajo pedagógico basado en la interactividad, el aprendizaje colaborativo, la autoría, la
curaduría de contenidos y la mediación compartida (PIMENTEL; ROBLE, 2020). Es
importante destacar a Silva (2010) como defensora de la interactividad en el aula remota o
presencial. Estos autores aportan un legado al campo de la Didáctica basado en la interactividad,
a través de un trabajo pedagógico que integra actividades presenciales y
online.
La demanda de docencia mediada por las Tecnologías Digitales en el contexto de
pandemia
Las instituciones de todo el mundo se han visto afectadas por la pandemia de Covid-19.
La extensión de las medidas de distanciamiento físico entre personas impuso la incorporación
del formato remoto en todos los segmentos educativos, incluida la educación superior. La
suspensión de actividades presenciales generó un gran malestar entre los profesores
universitarios, que se enfrentaron al reto de desarrollar actividades docentes mediadas por
TDIC, sin preparación previa.
Para Alves (2020, p. 352), la enseñanza a distancia de emergencia puede entenderse
como "prácticas pedagógicas mediadas por plataformas digitales, como aplicaciones con
contenidos, tareas, notificaciones y/o plataformas síncronas y asíncronas como
Teams
(
Microsoft
),
Google Class
,
Google Meet,
Zoom
[...]". Para el autor, esta alternativa se configura
como temporal y como un medio viable para la realización de estudios en Educación Básica y
Superior en el contexto de pandemia. Moreira, Henriques y Barros (2020) también afirman que
la pandemia de Covid-19 requirió que los maestros tomaran cambios rápidos en sus prácticas
docentes. Se trata de una crisis que "ha generado la obligación de docentes y alumnos de migrar
a la realidad de
online,
transferir y transponer metodologías y prácticas pedagógicas propias de
los territorios de aprendizaje físico, en lo que se ha denominado educación de emergencia a
distancia" (MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020, p. 352).
En el contexto de la docencia universitaria, no son pocos los docentes que mantienen
encuentros sincrónicos con agendas presenciales, es decir, conferencias en tiempo real
transmitidas por plataformas digitales. Lo que también se vio fue una carrera por recursos
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1462
tecnológicos que pudieran suavizar la aridez del distanciamiento físico. Sin embargo, la
adquisición de plataformas e interfaces digitales no fue suficiente para proporcionar las
condiciones necesarias para reinventarse en el entorno digital. Pensar en la ER como una
posibilidad de producir significados para el acto de aprender y enseñar, mediado por las
tecnologías, presupone la comprensión de que la educación
online
es un fenómeno de la
cibercultura (SANTOS, 2005, 2019; SILVA; SANTOS, 2009) que debe entenderse como una
composición de prácticas y situaciones de procesos formativos, que requiere de una
metodología propia y contextualizada.
Sobre este tema, se encontró que,
De esta manera, el potencial comunicacional e interactivo de las TIC no está
subutilizado en la educación, es necesaria una inversión epistemológica y
metodológica en prácticas pedagógicas, prácticas docentes y de investigación
que presenten conceptos y dispositivos que dialoguen con el potencial
sociotécnico de la cibercultura (SANTOS, 2019, p. 60).
Aunque casi todos los docentes son usuarios ocasionales o asiduos de THET, la
organización de la educación remota de emergencia desde la perspectiva de la educación
online
requirió profundización teórica y metodológica. En este contexto, había una diversidad de
“
lives
”
y tutorías, pero fue la experiencia concreta de ejercer la docencia ante las pantallas la
que puso en suspenso supuestas certezas.
La transición de la enseñanza presencial al formato remoto ha puesto en tela de juicio
varias creencias. Muchos profesores universitarios se dieron cuenta rápidamente de que las
prácticas pedagógicas mediadas por TDIC tenían sus propias características y que no era posible
llevar a cabo una transposición directa de la enseñanza presencial al remoto. Este hallazgo
amplió significativamente la reflexión sobre ciertos procedimientos y acciones que se
consolidaron en la práctica pedagógica de la Educación Superior.
La concepción misma de la clase tuvo que ser revisada para ser entendida como un
proyecto de construcción colectiva que fomenta situaciones en las que los sujetos aprenden
unos de otros. Como afirma Veiga (2011), la clase "es un acto técnico-político, creativo,
expresión de la belleza y de los valores científicos y éticos de cada uno de los involucrados en
el proceso de enseñanza. Finalmente, la clase es un espacio para la formación humana y la
producción cultural".
Una clase no es, por lo tanto, un cúmulo de prácticas aisladas en las que los sujetos
involucrados no dialogan y no producen conocimiento colectivamente. Por esta razón, la mera
adopción de varias interfaces digitales no sería suficiente para romper con una perspectiva
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1463
academicista de la enseñanza. Para Pimentel y Carvalho (2020), la perspectiva de la educación
online
presupone el reconocimiento de ciertos principios que, correlacionados, conforman un
conjunto coherente de concepciones y acciones necesarias para su eficacia:
[...] no es posible promover el aprendizaje colaborativo (4º principio), si no
hay conversación entre todos (5º principio); para llevar a cabo la colaboración
(4º principio) promoviendo la conversación (5º principio) y la coautoría (6º
principio), debe haber una mediación activa del profesorado (7º principio); las
actividades de derecho de autor (6º principio) sólo tienen sentido cuando el
conocimiento se entiende como obra abierta (1º principio); entre otras
relaciones (PIMENTEL; CARVALHO, 2020, s./p.).
Desde esta perspectiva, la educación
online
no puede entenderse como algo que tiene
lugar únicamente en el ERE, sino como un enfoque didáctico-pedagógico que surge de la
aproximación entre comunicación y educación. Se basa en acciones de intercambio y
colaboración mediadas por el TDIC y no se limita solo a la noción de estar conectado. Por esta
razón, la autoría, el compartir, la conectividad y la colaboración son hitos que definen el
enfoque de la educación
online.
Para los profesores responsables de la enseñanza de la Didáctica, esto puede haber sido
un desafío aún mayor. La coherencia entre lo que se elige contenidos del componente curricular
y la forma en que se organiza la propuesta pedagógica del curso de Didáctica es un reto
interesante para quienes consideran su propia práctica como objeto de investigación.
Por esta razón, en el contexto de la investigación sobre la enseñanza didáctica durante
la pandemia de Covid-19, se consideró relevante identificar cómo se produjeron las actividades
e interacciones de los estudiantes en entornos colaborativos
online
antes del distanciamiento
social y, también, para obtener datos sobre las interacciones entre estudiantes durante el
distanciamiento social reforzado por las actividades propuestas.
En cuanto al origen geográfico de los docentes didácticos que participan en la
investigación, el 33% trabaja en el Noreste, el 32% en el Sureste, el 30% en el Sur y el 5% en
el Medio Oeste. De todos los encuestados, el 76% se encuentra en el grupo de edad de 40 años
o más, siendo el 32% en el rango entre 40-49 años y el 44% de 50 años o más. En cuanto al
tiempo de trabajo, el 46% del total informó que llevaba más de 20 años impartiendo docencia
y el 20% tenía menos de 10 años de ejercicio en la docencia universitaria.
Con respecto al seguimiento de las actividades e interacciones de los estudiantes en
entornos colaborativos
online
antes del distanciamiento social, se encontró que alrededor del
40,23% de los profesores didácticos no utilizaban entornos digitales con los estudiantes o no
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1464
seguían las
actividades de los estudiantes en los entornos en línea utilizados
. Estos datos se
pueden ver en la Tabla 1.
Tabla 1
–
Seguimiento de las actividades e interacciones de los estudiantes en
entornos colaborativos
online
antes del distanciamiento social
Indicadores
#1
%
No utilicé entornos digitales con mis alumnos
54
31,04
Ocasionalmente revisaba las discusiones
en línea de los
estudiantes
39
22,41
Monitoreó, analizó e hizo intervenciones con comentarios motivadores o
retroalimentación
regularmente
34
19,54
Monitoreo de las actividades
en línea de los
estudiantes regularmente
31
17,81
No monitoreé las actividades de los estudiantes
en los entornos en línea
que
uso
16
9,19
Total
174
100%
Fuente: Datos de la encuesta (2020)
También se encontró que a pesar de esta interacción
online
Ya existen antes del contexto
impuesto por la pandemia, cerca del 37,35% de los docentes didácticos realizaban seguimientos
regulares de las actividades de los alumnos, de los cuales menos del 20% con retornos. Con
base en los datos, se puede inferir que, incluso en la enseñanza presencial, ya se utilizó el uso
de herramientas digitales para la interacción y las actividades. Quizás con menos frecuencia
porque no es el principal medio de interacción, ya que era más común entre los compañeros en
persona; también porque las actividades podrían realizarse de forma individual o colectiva a
partir de la presentación y acompañamiento de formas más comunes de prácticas pedagógicas.
La educación en rojo, aunque ya existe antes del aislamiento social, no ocupaba un lugar
destacado en la docencia presencial ni un lugar prioritario en la realización de actividades y
socialización, ya que tampoco requería que los profesores y alumnos utilizaran un uso
extensivo. En este sentido, se puede afirmar que estas herramientas digitales se utilizaron con
menos frecuencia en la enseñanza presencial (GOMES
et al.
2022
;
SILVA; PETRY;
UGGIONI, 2020).
En cuanto a las interacciones entre estudiantes durante el distanciamiento social,
potenciadas por las actividades propuestas, casi el 57% de los docentes didácticos respondieron
que estas no ocurrieron, cerca del 43% respondió que no estaban en actividades durante este
periodo. Estos datos se describen en la Tabla 2.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1465
Tabla 2
–
Interacciones entre estudiantes durante el distanciamiento social
Indicadores
#1
%
No aplica, no estuvo en actividad docente durante la pandemia
41
23,56
No se llevaron a cabo actividades durante este período
35
20,11
Los estudiantes intercambiaron evidencia y construyeron conocimiento juntos en un
espacio colaborativo remoto
23
13,21
No hubo interacción entre ellos
22
12,64
Animó a los estudiantes a trabajar en grupo
para buscar información en línea o
presentar los resultados en un formato digital
19
10,91
Solicité a los estudiantes que trabajen en grupos y acceso a internet para realizar
investigaciones y presentación de resultados en formato digital
12
6,89
Los estudiantes realizaron solo actividades individuales
11
6,32
Las tecnologías digitales no pudieron integrarse en el trabajo en grupo
11
6,32
Total
174
100%
Fuente: Datos de la encuesta (2020)
Como se puede observar, de las interacciones propuestas por las actividades, solo el
12,64% fueron para tareas individuales, por la imposibilidad de realizarse en grupos o porque
ya fueron propuestas en este formato. Alrededor del 31,01% de los profesores de didáctica
fomentaron o presentaron una propuesta de trabajo en grupo, colaborativa y
online
a los
estudiantes.
La aparición de nuevas posibilidades pedagógicas surge con la enseñanza a distancia,
una de las cuales es el uso de las tecnologías digitales como instrumento de trabajo, aprendizaje,
aproximación, interacción y realización de actividades y evaluaciones. Así, el profesor de
Didáctica, así como los demás, comienza a tener atribuciones que antes no le quedaban
con
obligación,
como proponer actividades
online a
los alumnos y acompañarlos.
Se puede afirmar que, en el contexto actual, el profesor es quien "debe orientar ahora el
proceso de aprendizaje del alumno para desarrollar sus habilidades de aprendizaje y
aprendizaje, su autoaprendizaje y su autonomía" (MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020,
p. 354). En este sentido, la pandemia requirió nuevos roles a docentes y estudiantes que deberían
movilizar el uso de herramientas digitales como medio de trabajo y estudio. En otras palabras,
también hay una cara en este proceso de otros desafíos para asegurar las acciones de enseñanza
y aprendizaje.
Así, se puede afirmar en base a los datos que la interacción no siempre estuvo presente,
pues el 12,64% de los docentes se manifestó. Se vuelve relevante verificar si esto ocurrió por
la falta de conocimiento sobre el entorno virtual, la falta de uso de herramientas que
promovieran la interacción, o si esto es un reflejo de una emergencia que "se salvó", incluyendo
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1466
a los docentes que tienen una capacitación enfocada en el uso de DIC TDIC y su uso en este
contexto de pandemia.
Se encontró con base en los datos de la Tabla 1 y 2 que no hubo un distanciamiento total
de las interacciones de los estudiantes, lo que, en lógica, debería haber sido más intenso y
constante en el escenario de ER, porque es la forma viable para que esto suceda y el TDIC
debería ser de uso obligatorio. Así, la interacción, que debería estar presente en la educación y
en el escenario académico, por su carácter de importancia en el proceso de aprendizaje (tanto
en los aspectos cognitivos como emocionales), puede no estar siendo promovida en el ER por
varias razones, causando un daño aún mayor a la crisis ya instalada en el ámbito educativo.
Así, en la investigación realizada, se observó que la propuesta de actividades en el ERE
no se configura como un reto solo para docentes. Contrariamente a lo que se imaginaba, a pesar
de la supuesta familiaridad de los jóvenes con los recursos tecnológicos, las dificultades en el
seguimiento de las actividades de los estudiantes también son numerosas y revelan problemas
estructurales del sistema educativo y de la sociedad en general.
Una de las preguntas presentadas a los docentes didácticos, en el contexto de la
investigación, se refiere a las dificultades que los estudiantes presentaron para monitorear las
actividades propuestas durante la pandemia de Covid-19. Entre los 103 docentes didácticos que
trabajaban en el ERE, solo el 3,9% no reportó problemas. La principal dificultad señalada por
los docentes fue el acceso a los recursos tecnológicos e Internet, representado por el 87,37%.
Como denuncia Santos, "cualquier cuarentena es siempre discriminatoria, más difícil para unos
grupos sociales que para otros" (SANTOS, 2020b, p. 15).
El importante porcentaje de estudiantes que reportaron dificultades con Internet y los
recursos tecnológicos pone de manifiesto las desigualdades sociales presentes en el país. Estos
datos nos llevan a plantearnos algunas preguntas: ¿quiénes son los estudiantes que no pueden
tener una conexión de calidad o no tienen los recursos tecnológicos adecuados? ¿Quiénes son
los estudiantes que necesitan compartir computadoras con otros miembros de la familia?
¿Quiénes son los estudiantes que solo tienen un
smartphone
para seguir las actividades
propuestas por sus universidades?
Los estudios realizados en este contexto atestiguan que los estudiantes de las
universidades públicas brasileñas son en su mayoría de las clases menos favorecidas. El ingreso
a la universidad pública representó para lo más un logro social que en la pandemia revela su
lado más perverso. Los estudiantes han tenido acceso a una educación superior gratuita de
calidad, pero no están teniendo garantizadas las condiciones de permanencia, desarrollo y
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1467
aprendizaje (BARBOSA; VIEGAS; BATISTA, 2020; MOREIRA; HENRIQUES; BARROS,
2020; SANTOS, 2020a, 2020b).
Es importante destacar que el acceso a los recursos tecnológicos y al internet de buena
calidad no son requisitos impuestos solo durante las actividades remotas realizadas por las
universidades públicas brasileñas, debido a la pandemia de Covid-19. Es una demanda
incorporada en la rutina académica y que marca la diferencia de condiciones materiales entre
los alumnos.
Sobre el conocimiento potencial derivado de la pandemia del Covid-19, Santos (2020a,
p. 4) afirma que "la pandemia actual no es una situación de crisis claramente ogada a una
situación de normalidad. Desde la década de 1980 [...] el mundo ha vivido en un estado
permanente de crisis". Para el autor, el objetivo de la crisis permanente no es resolverse.
De acuerdo con esta perspectiva, la relación entre la dificultad en el monitoreo de las
actividades y las condiciones socioeconómicas también se puede identificar cuando los
maestros informan que los estudiantes indican la acumulación de actividades en el entorno
doméstico (9,7%) y la insuficiencia del espacio físico en el hogar (2%). Además, el 5,8% de los
docentes didácticos presentan preguntas relacionadas con aspectos socioeconómicos.
En este sentido, estos datos se vinculan al 87,37% de los docentes didácticos que se
refirieron a las dificultades de los alumnos con los recursos tecnológicos, problemas de
conexión a internet, y refuerzan la idea de que, de hecho, la pandemia del Covid-19 no llega a
todos de la misma manera. Aunque el nuevo coronavirus no elige género, raza, credo o clase
social, la pandemia es extremadamente selectiva y afecta de manera diferente a los sectores
sociales, como el sistema educativo público y los estudiantes que dependen de él.
Además de los aspectos socioeconómicos, los profesores de didáctica también indicaron
condiciones emocionales: el 15,53% de los estudiantes enfrentaron desafíos en el seguimiento
de las actividades. El miedo y la ansiedad fueron los aspectos más destacados. Aunque, en
números absolutos, representan solo 16 de los 103 profesores didácticos que trabajaron en la
sala
de
emergencias, este es un aspecto que merece ser destacado. La pandemia de Covid-19 ha
hecho que la fragilidad humana se explique a nivel mundial. La ansiedad y el miedo se
asentaron ante la eminencia de la muerte, el desempleo y el hambre.
Los aspectos socioeconómicos y emocionales también pueden justificar el 8,73% de los
docentes didácticos que presentaron dificultades para realizar actividades en el tiempo
esperado, alegando falta de concentración, desafíos para la autoorganización, entre otros.
Contrariamente a lo que transmiten los medios de comunicación y los organismos
internacionales, la cuarentena "no solo la visibiliza, sino que también refuerza la injusticia, la
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1468
discriminación, la exclusión social y el sufrimiento injusto que causan" (SANTOS, 2020a, p.
22).
Es importante destacar que, entre los docentes didácticos que participaron en la
investigación, el 76% indicó la dificultad de algunos estudiantes para comprender y/o aceptar
la propuesta de ERE, representada por el 7,76%, y alrededor del 16% indicó dificultades de los
estudiantes para resolver preguntas didáctico-pedagógicas. En este sentido, la supuesta
dificultad de los alumnos para entender la propuesta puede estar directamente relacionada con
la dificultad de los propios profesores didácticos para organizar una propuesta docente que
tenga en cuenta los principios de la educación
online
. A pesar de la amplia discusión sobre la
enseñanza y su complejidad, la aparición del ERE también sorprendió a los profesores
didácticos, poniendo en tela de juicio creencias y prácticas.
Didáctica docente mediada por las tecnologías digitales en el contexto de la pandemia: la
visión docente
En este estudio, también se consideró relevante conocer cómo se posicionaron los
estudiantes en el nuevo formato de clase remota durante la pandemia de Covid-19. De las 174
respuestas obtenidas, el 49,5% de los docentes reportaron no estar en actividad remota. De los
88 docentes que afirmaron estar en actividad remota, el 18,4% reportó positivamente a clases a
distancia
;
El 13,5% lo vio razonablemente; el 13,8% de los estudiantes se habría posicionado
en contra de las actividades remotas; sospechoso y preocupado sería el 1,2% de los estudiantes
y el 4,5% de los profesores no respondieron.
Con base en estos datos, la posición de los estudiantes se clasificó en tres categorías:
posiciones favorables; posiciones favorables con críticas; posiciones desfavorables.
Según los 88 profesores de Didáctica que manifestaron que estaban, al momento de la
investigación, ejerciendo la docencia en este periodo de pandemia, el 18,4% de los estudiantes
se posicionaron con positividad sobre el trabajo académico con tecnologías digitales en el
contexto actual, como revelan algunas declaraciones:
Son mundos diferentes. Los estudiantes de EaD pronto se adaptaron a lo
nuevo. Nuestras evaluaciones antes en persona se realizaron de forma
remota. Los alumnos del presencial solo van acompañados de lecturas y
vídeos para futuras discusiones. Les encanta todo lo que envío a través de la
plataforma digital y lamentan que hayamos parado durante tanto tiempo.
Profesor 1
La mayoría de ellos se expresan positivamente sobre los materiales de
enseñanza y el enfoque de la disciplina.
Profesor 2
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1469
Muchos expresaron entusiasmo porque ya habían estado utilizando
herramientas digitales. Otros entraron en desesperación, otros en depresión.
Están aprendiendo a lidiar con la situación.
Profesor 3
De los estudiantes que se posicionaron de manera favorable, pero con críticas, se
encontró que para el 13.5%, los temas que aparecen con mayor frecuencia son el acceso a
internet y las condiciones inadecuadas en sus hogares. Así
[...] no es la negación de las herramientas digitales sino las condiciones, la
dificultad para acceder a Internet, realizar lecturas y asistir a clases por
teléfono móvil, además de la falta de acceso a herramientas adecuadas.
Profesor 4
Se integran muy bien con los debates, y dicen sentirse reconfortados por los
momentos que se celebran en la disciplina, pero registran la preocupación
por la posibilidad futura de la educación a distancia obligatoria, a causa de
colegas que tienen impedimentos para participar en las clases.
Profesor 5
Las posiciones son diversas, ya que las condiciones de acceso no son las
mismas. En algunas clases hubo una amplia aceptación, pero no todas tienen
fácil acceso a Internet.
Profesor 6
Incluso con una aceptabilidad razonable, los estudiantes tienen críticas dadas a sus
condiciones materiales de existencia. Es importante destacar los desafíos económicos que
enfrentan los estudiantes de instituciones públicas, especialmente los de los cursos de pregrado.
Se encontró que
5
en la investigación realizada, la dificultad de acceso a las tecnologías digitales
y la creación de redes por parte del 70% de la población estudiantil. En los cursos de pregrado
este porcentaje es aún mayor: más del 80% de los estudiantes declararon que no tenían
condiciones ambientales adecuadas. Estos estudiantes solo tienen
smartphone e Internet
a
través del paquete de datos (GOMES
et al.,
2022
;
LAGO
et al.
, 2021; SILVA; GOULART;
CABRAL, 2021).
Según los profesores que participaron en la investigación, muchos estudiantes afirmaron
que aprenden poco del contenido de la lectura del material, lo que requiere interacción y apoyo
del profesor didáctico. Otros estudiantes revelaron miedo y tensión específicos del contexto de
la pandemia y la resistencia. Otros afirmaron cansancio y desmotivación porque están
sobrecargados de tareas. Sobre estas cuestiones, se constató que:
Bueno [...] Noté que al principio los estudiantes estaban emocionados,
participando en el grupo de WhatsApp, y también en las primeras semanas en
5
D'ÁVILA, C.; MACHADO, R.; CHAVES, D. La mirada de los estudiantes de pregrado de la Universidad Federal
de Bahía sobre la enseñanza a distancia DAE y didáctica en el contexto de la pandemia por COVID - 19.
Informe
de investigación.
Salvador: Universidad Federal de Bahía, 2020
.
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1470
la Plataforma Moodle. Entonces me di cuenta de que algunos no habían
realizado las actividades, así que traté de programar una reunión en Google
Meet, pero algunos estaban en el ambiente con una extrañeza, incluso
cerraron la cámara, y solo participaron en el chat. Valoro que esta fue la
primera vez que nos reunimos con el uso de esta función.
Profesor 7.
A medida que pasaban las semanas, la puntualidad disminuía y el número de
clases síncronas disminuía.
Profesor 8
Al principio, querían continuar las clases de forma remota, pero después de
la segunda lección en este formato, menos de la mitad de los estudiantes
regresan a clases.
Profesor 9.
Entre los estudiantes, el 13,8% reveló una posición contraria a las actividades remotas.
Se observó que esta posición estaba motivada por: la preocupación por la exclusión
experimentada por muchos colegas; falta de preparación de los docentes y, también, falta de
claridad respecto a los contratos con las grandes corporaciones. Además de este ítem, el 1,2%
de los estudiantes que expresaron "preocupados y sospechosos", este porcentaje de personas
descontentas se eleva al 15%.
Según algunos profesores didácticos,
Nuestros estudiantes están resistiendo mucho. Los profesores de historia
también nos resistimos porque la universidad no ha mantenido el debate
adecuado sobre la educación a distancia.
Profesor 10.
La gran mayoría se opone a la educación a distancia, pero entiende que es
una necesidad debido a la situación de emergencia. La docencia presencial
es destacada por los alumnos como una forma de mantener la calidad de la
formación y sentirse desmotivados por la falta de interacción social
presencial y actividades prácticas.
Profesor
11.
Parte de los estudiantes tienen resistencia al nuevo formato, porque tienen
poco conocimiento del Entorno Virtual de Aprendizaje - AVA. Creo que hay
una falta de experiencia para identificar posibilidades y límites.
Profesor 12.
Las tensiones y contradicciones son parte del juego y es necesario entenderlas. El énfasis
dado por un docente didáctico a la falta de un debate adecuado en su institución sobre la
educación a distancia está revelando un grave problema: la falta de participación democrática
de los docentes en las decisiones institucionales. Este es un testimonio único, pero en el
contexto actual retrata la evaluación de muchos profesores y merece atención, dados los
numerosos enfrentamientos que enfrentan las universidades en el actual gobierno.
A pesar de los grandes desafíos estructurales, económicos, emocionales y pedagógicos,
se observa en las declaraciones de los docentes didácticos los esfuerzos y el deseo de avanzar,
la búsqueda de salidas a las numerosas crisis, incluso enfrentando los límites derivados de la
adopción del ERE.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1471
Consultados sobre la forma en que los estudiantes evaluaron las clases didácticas
realizadas con el uso de herramientas tecnológicas durante la pandemia del Covid-19, entre los
174 encuestados, el 60,33% respondió que no iniciaron el ERE en sus instituciones; el 14,52%
indicó que la evaluación de los estudiantes fue satisfactoria; el 10% declaró que la evaluación
fue positiva; seguido por el 5% que declaró que la evaluación fue deficiente. También se
encontró que el 1,67% de los estudiantes consideró las clases muy positivas y solo un estudiante
evaluó las clases realizadas como regulares.
Cabe destacar que la suma de los porcentajes de alumnos que consideran que las clases
se desempeñaron satisfactorias, positivas y muy positivas, representa solo el 26,19%, ya que
revela un resultado por debajo de la media. Se puede inferir que, probablemente, la situación
de aislamiento social, la ausencia física del profesor y de los compañeros, ha tenido un impacto
negativo en la evaluación de los alumnos. Además, muchos docentes didácticos revelaron
inseguridad en el uso de herramientas tecnológicas en la modalidad
online
porque no utilizaban
estos instrumentos antes de la pandemia en la docencia presencial. El uso inmediato, sin
planificación, y la ausencia de experiencias previas de los docentes en el uso de las tecnologías
digitales pueden haber afectado negativamente la evaluación de los estudiantes (GOMES
et al
.,
2022
;
GOMES, 2017; LAGO
et al.,
2022
;
SILVA; GOULART; CABRAL, 2021).
Como se puede observar, estos datos enfatizan la relevancia de la evaluación,
considerada como una acción integrada al proceso de aprendizaje, que funciona como un
elemento articulador del aprendizaje. Según Gomes
et al.
(2021), es importante que este proceso
de evaluación esté abierto a los estudiantes. Por lo tanto, es importante escuchar a los
estudiantes sobre la propuesta pedagógica, las actividades que se realizan, qué tan bien se
adaptan a los objetivos previstos o no, y cómo están colaborando para lograr los objetivos.
También se recomienda que tenga la oportunidad de cambiar
feedback
respecto al desempeño
del docente didáctico, acciones de intervención, interacciones y resultados con relación a los
objetivos esperados.
Además, es necesario que las actividades presenciales y remotas permitan al alumnado
y al profesor didáctico ejercer la autoevaluación. Los comentarios y reflexiones registrados a lo
largo de las actividades, cuando estén bien hechos, constituirán información relevante para el
aprendizaje, ya que provendrán del propio alumno que sabrá indicar aspectos que requieren
revisión y/o cambios.
Con respecto a otro aspecto presente en los datos, la inseguridad docente en el uso de
herramientas tecnológicas en formato remoto
–
es importante destacar que trabajar con
tecnologías requiere una formación continua. Se puede afirmar que, a menudo, a los profesores
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1472
se les ofrecen cursos de formación que, en general, refuerzan la actividad docente aislada e
individual. Es como si conociera la herramienta y ofreciera cursos de actualización el profesor
estuviera preparado para utilizarla. Para Lévy (1999), el uso de las tecnologías implica la
creación, la invención de una forma a partir de una configuración dinámica.
Es importante destacar que muchos docentes afirmaron que no se graduaron tanto en el
pregrado como en la escuela para el uso pedagógico de las tecnologías. Sin embargo, en un
contexto en el que los usos de las tecnologías redefinen las formas de producción y socialización
del conocimiento y las relaciones de las personas entre sí, y con una cultura fuertemente
caracterizada por la presencia de los medios digitales, los desafíos de la educación y la
formación inicial y continua de los docentes son inmensos (PADILHA; ZABALZA, 2016;
SIMPLÓN; MATOS; RIBEIRO, 2021).
Consideraciones finales
Este artículo forma parte de una investigación realizada por Andipe que buscó analizar
la enseñanza de la Didáctica en el período de aislamiento social, problematizando desafíos,
tensiones y posibilidades frente al trabajo pedagógico mediado por las tecnologías digitales en
el contexto de la pandemia de Covid-19. En este sentido, se centró el siguiente problema:
¿qué
cambios percibieron los docentes en la actitud de los estudiantes en el contexto de pandemia?
Al concluir este artículo, es relevante hacer algunas consideraciones obtenidas a través
de este estudio. Una primera consideración se refiere al impacto causado por la crisis sanitaria
en Brasil y en todo el mundo. El año 2020 está marcado por la pandemia del Covid-19 y, en
consecuencia, por los cambios provocados en la vida de la población mundial, trayendo
repercusiones en el ámbito económico, político-social, educativo y afectivo-emocional. En
Brasil, así como en el resto del mundo, la pandemia registra el paro de actividades presenciales
en el sistema educativo y una replanificación para el regreso de clases en formato remoto
.
Los impactos provocados por la pandemia de Covid-19 destacaron el proceso de
enseñanza-aprendizaje. Es un escenario complejo que exige una mirada a los desafíos para
pensar en caminos y posibilidades a adoptar en este contexto y en el futuro postpandemia.
Una segunda consideración se refiere a la Didáctica, un componente curricular de los
cursos de pregrado que investiga, entre otros, el fenómeno de la enseñanza y el aprendizaje. La
didáctica se interesa por una relación pedagógica basada en la mediación, construida por
alumnos y profesores, situada y formativa.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1473
La crisis sanitaria, por un lado, acentuó las diferencias entre los que tenían más
dificultades para aprender; exigió un nuevo perfil docente, que necesitaba reinventarse,
adaptarse a las tecnologías digitales; por otro lado, ha inspirado proyectos e intervenciones
didácticas, que fomentan la autonomía, la criticidad, el protagonismo y la formación de redes
de aprendizaje efectivas.
Por último, una tercera consideración se refiere a la adopción de la enseñanza en el
formato a distancia
.
Los resultados de la investigación indican la ausencia de interacción
efectiva entre estudiantes y profesores, causada por la ausencia de condiciones materiales y el
acceso limitado a Internet de calidad. Según los profesores didácticos, un porcentaje
significativo de estudiantes se mostró favorable a las actividades a distancia
;
seguido de
estudiantes que se posicionaron desfavorables, destacando, entre otros, la falta de recursos y
poco debate en las instituciones sobre la adopción del formato remoto durante la pandemia.
Finalmente, los estudiantes también destacaron la importancia de la enseñanza presencial para
preservar la calidad del proceso de enseñanza-aprendizaje en la universidad.
REFERENCIAS
ALVES, L. Educação remota: Entre a ilusão e a realidade.
Interfaces Científicas
, Aracaju, v.
8, n. 3, p. 348-365, 2020. Disponible en:
https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/9251. Acceso: 14 agosto 2020.
D'ÁVILA, C., MACHADO, R., CHAVES, D. O olhar de estudantes de licenciatura da
Universidade Federal da Bahia sobre EaD e ensino de Didática no contexto da pandemia pela
COVID - 19.
Relatório de pesquisa
. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2020.
D’ÁVILA, C. A Didática como cam
po epistêmico e formativo da Pedagogia.
In
: PIMENTA,
S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia
. Teoria, formação e profissão. São Paulo: Editora
Cortez, 2021.
BARBOSA, A. M.; VIEGAS, M. A. S.; BATISTA, R. L. N. F. Aulas presenciais em tempos
de pandemia: Relatos de experiência de professores do Ensino Superior sobre as aulas
remotas.
Revista Augustus
, v. 25, n. 51, p. 255-280, 2020. Disponible en: https://revistas.
unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/565. Acceso: 02 mayo 2021.
BRASIL.
Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971
. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1°
e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1971. Disponible
en www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. Acceso: 10 feb. 2022.
BRASIL.
Base Nacional Comum Curricular
–
BNCC
. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponible en:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Acceso: 12 feb. 2021.
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1474
BRASIL.
Resolução CNE/CP n. 2, de 20 de dezembro de 2019
. Define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e
institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica
(BNC-Formação). Brasília, DF: Presidência do Conselho Nacional de Educação, 2019.
Disponible en: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file.
Acceso: 10 feb. 2022.
FRANCO, M. A. S., LIBÂNEO, J. C.; PIMENTA, S. G. As dimensões constitutivas da
Pedagogia como campo de conhecimento.
Educação Em Foco
, v. 14, n. 17, p. 55-78, 2011.
Disponible en: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/103. Acceso:
16 jun. 2021.
GHEDIN, E. L.; MACIEL, C. C. M.; SILVA, A. M. Didática e formação inicial do professor:
Desafios e perspectivas na visão dos acadêmicos do curso de pedagogia de uma Instituição de
Ensino Superior (IES) do município de Parintins-AM.
Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação
, Araraquara, v. 16, n. esp. 1, p. 881-895, mar. 2021. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br//article/view/14923. Acceso: 13 feb. 2022.
GOMES, S. S. A avaliação da aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento.
In
:
CORRÊA, H. T.; AMBRÓSIO, M. (org.).
Mediação Tecnológica e Formação Docente
.
Curitiba: CRV, 2017.
GOMES, S. S.
et al
. Gestão educacional e avaliação no contexto da pandemia da covid-19.
Linhas Críticas
, v. 27, e39048, 2022. Disponible en:
https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/39048. Acceso: 13 feb. 2022.
LAGO, N. C.; TERRA, S. X.; CATEN, C. S. T.; RIBEIRO, J. L. D. Ensino remoto
emergencial: Investigação dos fatores de aprendizado na educação superior.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 16, n. 2, p. 391-406, 2021. Disponible
en: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14439. Acceso: 13 feb. 2022.
LÉVY, P.
Cibercultura
. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.
LIBÂNEO, J. C.
Pedagogia e pedagogos, para quê?
8. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MOREIRA, J. A. M.; HENRIQUES, S.; BARROS, D. Transitando de um ensino remoto
emergencial para uma educação digital em rede, em tempos de pandemia.
Dialogia,
São
Paulo, n. 34, p. 351-364, jan./abr. 2020. Disponible en:
https://periodicos.uninove.br//article/view/17123/8228. Acceso: 14 ago. 2020.
PADILHA, M. A. S.; ZABALZA, M. A. Um cenário de integração de tecnologias digitais na
Educação Superior: Em busca de uma coreografia didática inovadora.
Revista e-Curriculum,
v. 14, n. 3, p. 837-863, 2016. Disponible en:
https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/28698. Acceso: 10 feb. 2022.
PIMENTA, S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia. Teoria, formação e profissão
. São
Paulo: Editora Cortez, 2021.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN y
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1475
PIMENTEL, M.; CARVALHO, F. S. P. Princípios da Educação
On-line:
Para sua aula não
ficar massiva nem maçante!
SBC Horizontes
, maio 2020. Disponible en:
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/23/principios-educacao-online. Acceso: 07
mayo 2021.
SANTOS, B. S.
A cruel pedagogia do vírus
(Pandemia Capital). São Paulo: Boitempo
Editorial, 2020a.
SANTOS, B. S. A universidade pós-pandêmica.
Outras Palavras
, jul. 2020b. Disponible en:
https://outraspalavras.net/alemdamercadoria/boaventura-a-universidade-pos-pandemica/.
Acceso: 10 jul. 2020.
SANTOS, E. O. dos.
Educação on-line:
Cibercultura e pesquisa-formação na prática
docente. 2005. Tese (Doutorado em Educação)
–
Faculdade de Educação, Universidade
Federal da Bahia, Salvador, BA, 2005. Disponible en:
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/11800. Acceso: 20 abr. 2021.
SANTOS, E. O.
Pesquisa-formação na cibercultura
. Teresina: EDUFPI, 2019.
SILVA, M.; SANTOS, E. Conteúdos de aprendizagem na educação on-line: Inspirar-se no
hipertexto.
Educação & Linguagem
, São Paulo, v. 12, n. 19, p. 124-142, jan./jun. 2009.
Disponible en: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ EL/article/view/817.
Acceso: 20 abr. 2021.
SILVA, M.
Sala de aula interativa
: Educação, comunicação, mídia clássica, internet,
tecnologias digitais, arte, mercado, sociedade, cidadania. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2010.
SILVA, J.; GOULART, I. C. V.; CABRAL, G. R. Ensino remoto na educação superior:
Impactos na formação inicial docente.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 16, n. 2, p. 407-423, 2021. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14238. Acceso: 13 feb. 2022.
SILVA, L. A.; PETRY, Z. J. R.; UGGIONI, N. Desafios da educação em tempos de
pandemia: como conectar professores desconectados, relato da prática do estado de Santa
Catarina.
In
: PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. (org.).
Desafios da educação em
tempos de pandemia
. 1. ed. Cruz Alta, RS: Editora Ilustração, 2020. Disponible en:
http://www.sed.sc.gov.br/professores-egestores/30754-desafios-da-educacao-em-tempos-de-
pandemia. Acceso: 27 sept. 2020.
SIMPLÍCIO, A. K. M.; MATOS, E. G.; RIBEIRO, L. T. F. Os desafios atuais do ensino
remoto: Uma didática replanejada.
Ensino em Perspectivas
, v. 2, n. 4, p. 1-9, 2021.
Disponible en: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/6155.
Acceso: 13 feb. 2022.
VEIGA, I. P. A. (org.).
Aula
: Gênese, dimensões, princípios e práticas. 2. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2011.
image/svg+xml
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022
.
e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1476
Cómo hacer referencia a este artículo
GOMES, S.
S.; ZEN, G. C.; D’ÁVILA, C.
Retos y perspectivas de la enseñanza del componente
curricular didáctica en medio a la pandemia de Covid-19.
Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1454-1476, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-
5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
Enviado en
:
20/02/2022
Revisiones requeridas en
: 13/04/2022
Aprobado en
: 08/06/2022
Publicado en
: 01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1453
CHALLENGES AND PERSPECTIVES OF TEACHING DIDACTICS CURRICULAR
COMPONENT DURING COVID-19 PANDEMICS
RETOS Y PERSPECTIVAS DE LA ENSEÑANZA DEL COMPONENTE CURRICULAR
DIDÁCTICA EN MEDIO A LA PANDEMIA DE COVID-19
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DO COMPONENTE CURRICULAR
DIDÁTICA EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19
Suzana dos Santos GOMES
1
Giovana Cristina ZEN
2
Cristina D’ÁVILA
3
ABSTRACT
:
Covid-19 pandemics has been affecting the educational systems and the
universities, intervening in the organization of academic work in the undergraduate courses.
In the context, Emergency Remote Teaching (ERT) has been adopted by the universities in
order to minimize the losses on the teaching-learning process in the period of social isolation.
Given that fact, this paper presents results of a research that aimed at analysing the teaching of
didactics, in the period of social isolation, problematizing challenges, tensions and
possibilities in face of the pedagogical work mediated by digital technology in the context of
the pandemics. Regarding methodology, it if an exploratory study of quantitative and
qualitative approach. The results indicated absence of effective interaction between students
and teaches, caused by the lack of material conditions and by the limited access to quality
internet. The students highlighted still the importance of presence teaching to preserve the
quality of the teaching-learning process at the university.
KEYWORDS
:
Higher education. Didactics. Teaching-learning. Pandemics. Emergency
remote teaching.
RESUMEN
:
La pandemia de Covid-19 ha afectado a los sistemas de enseñanza y las
universidades, interfiriendo en la organización del trabajo académico en los cursos de
graduación. En ese contexto, la Educación Remota de Emergencia (ERE) fue adoptada por
las universidades a fin de minimizar las pérdidas en el proceso enseñanza-aprendizaje en el
periodo de asolamiento social. Delante ese factor, este artículo presenta resultados de una
investigación que objetivó analizar la enseñanza de didáctica, en el periodo de asolamiento
social, problematizando retos, tensiones y posibilidades enfrentado por el trabajo pedagógico
1
Federal University of Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte
–
MG
–
Brazil. Associate Professor of the
Graduate Program in Education: Knowledge and Social Inclusion. Post-Doctorate at the University of Lisbon
(UL) and University of São Paulo (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8660-1741. E-mail:
suzanasgomes@fae.ufmg.br
2
Federal University of Bahia (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brazil. Full Professor and Permanent Professor of the
Graduate Program in Education (PPGE). Post-doctorate Sorbonne University, Paris. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-6405-9843. E-mail:giovana.zen@ufba.br
3
Federal University of Bahia (UFBA), Salvador
–
BA
–
Brazil. Full Professor and Permanent Professor of the
Graduate Program in Education (PPGE). Post-doctorate Sorbonne University, Paris. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-5946-9178. E-mail: cristdavila@gmail.com
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1454
mediado por las tecnologías digitales en el contexto de la pandemia. Cuanto, a la
metodología, eso es un estudio exploratorio de abordaje cuantitativa y cualitativa. Los
resultados indican ausencia de interacción efectiva entre estudiantes y maestros, provocada
por la falta de condiciones materiales y por el acceso limitado a la internet de calidad. Los
estudiantes destacaron la importancia de la enseñanza presencial para preservar la calidad
del proceso enseñanza-aprendizaje en la universidad.
PALABRAS-CLAVE
:
Enseñanza superior. Didáctica. Enseñanza-aprendizaje. Pandemia.
Educación remota de emergencia.
RESUMO
:
A pandemia da Covid-19 tem afetado os sistemas de ensino e as universidades,
interferindo na organização do trabalho acadêmico nos cursos de graduação. Nesse
contexto, o Ensino Remoto Emergencial (ERE) foi adotado pelas universidades a fim de
minimizar as perdas no processo ensino-aprendizagem no período de isolamento social.
Diante do exposto, este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que objetivou analisar o
ensino de Didática, no período do isolamento social, problematizando desafios, tensões e
possibilidades face ao trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias digitais no contexto
da pandemia. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo exploratório de abordagem
quantitativa e qualitativa. Os resultados indicaram ausência de interação efetiva entre
estudantes e docentes, provocada pela falta de condições materiais e pelo acesso limitado à
internet de qualidade. Os estudantes destacaram ainda a importância do ensino presencial
para preservar a qualidade do processo ensino-aprendizagem na universidade.
PALAVRAS-CHAVE
:
Ensino superior. Didática. Ensino-aprendizagem. Pandemia. Ensino
remoto emergencial.
Introduction
The present study was conducted in the context of facing the Covid-19 pandemic
worldwide. Among the impacts caused, it is noteworthy that the measures of social isolation
have intensified the use of digital media in communication processes. In this sense, with the
Covid-19 pandemic, the need emerged for people to adapt to the use of technological devices,
since several social practices, such as work, study, and social life, started to be performed
online.
It can be stated that the complexity of the pandemic scenario accentuates social
inequalities and further deepens an unavoidable political-economic and social crisis,
stemming from an extreme right-wing and neoliberalist government, instituted in the country
since 2019, which has not effectively assumed the political commitment to contain/minimize
the disease, thus contributing to its spread.
In this context, the educational system deserves to be highlighted, since, due to the
pandemic and the necessary social distance, education started to be provided in a remote
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1455
format. This change has accentuated social inequality, since students coming from different
social classes have different access to technological resources and, consequently, to academic
education.
A survey conducted by the Brazilian Internet Management Committee (CGI.br) in the
period between August and December 2018, released in 2019, attests that 58% of households
in Brazil do not have access to computers and 33% do not have internet. Among the lower
classes, access is even more restricted. The data reveals that, in rural areas, not even schools
have access to the World Wide Web: 43% of them stated that the problem is the lack of
infrastructure for the signal to reach the most distant places.
It can be seen that teaching mediated by Digital Information and Communication
Technologies (DICTs) can, to some extent, mitigate the impact of the pandemic in the
educational area. However, all political actions in this field must be thought from different
perspectives, considering positive aspects and existing limits that do not imply in damages to
the students' learning. These issues are the object of analysis and discussion of Didactics
through the actions of its researchers and teachers.
In line with these assumptions, the National Association of Didactics and Teaching
Practices (ANDIPE), brings to light results of a recent research conducted on the teaching of
Didactics in the pandemic context. This study sought to analyze the teaching of Didactics in
the period of social isolation, problematizing challenges, tensions and possibilities in the face
of pedagogical work mediated by digital technologies in the context of the Covid-19
pandemic.
Finally, this article is organized into five sections: the first section presents and
contextualizes the research topic at hand. The second section explains the methodological
approach taken in the study. The third section presents a brief review of Didactics as an
investigative field and a curricular component fundamental to teacher education. The fourth
and fifth sections present and analyze the data obtained in the study. The fourth section
discusses the teaching of Didactics offered in the remote format from the point of view of
those who teach this curricular component, especially in the current pandemic context,
marked by the mediation of DICT. Finally, in the fifth section, we sought to focus on the data
obtained from the teachers about the students' position towards the adoption of the Emergency
Remote Teaching (ERT) format. The final considerations and references follow.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1456
Methodological approach
This section presents the methodological approach adopted in the study that
culminated in the writing of this article. The choice of exploratory research is justified by the
need to produce quantitative and qualitative data that can increase the familiarity of
researchers with the theme in question, offering concepts and hypotheses for further studies.
To this end, an online questionnaire was applied from June to July 2020, to professors of
Didactics in undergraduate courses at federal and state Higher Education Public Institutions
(HEPIs) in the Northeast, Southeast, South, and Center-West regions of the country.
The online questionnaire was configured as the most adequate research instrument to
collect information from a representative number of Didactics teachers who worked in the
ERT during the pandemic context. Although the questionnaire does not allow direct
interaction between the researchers and the research participants, the questions were designed
to encourage reflection on the challenges and prospects of teaching Didactics.
The online questionnaire was organized into seven sections, totaling 33 questions, 22
closed and 11 open. In the first, the participant had access to the research presentation,
informed his or her e-mail address, and agreed or not to the Informed Consent Form (ICF). In
the second and third sections, composed of 14 closed questions, personal and professional
information was requested in order to define the profile of the participants. In the fourth and
fifth sections, the participants answered 8 closed and 5 open questions about the use of digital
technologies in teaching didactics, with the difference that in the fourth section the questions
were about the period before the pandemic, and in the fifth section the questions focused on
the pandemic context. The sixth section, proposed with 5 open questions, presented questions
about the possible incorporation of Online Education principles in the teaching of Didactics.
In the last section, there was only one space for doubts, complaints and/or suggestions.
The choice and inclusion of public higher education institutions in this study was
made by identifying those that offered the curricular component Didactics in the
undergraduate course, through the ERT, during the year 2020. After this survey, the
researchers involved contacted the directors of the Faculties of Education and the coordinators
of the Didactics field in order to request permission and support to carry out the research.
After each institution accepted the request, the questionnaire was sent to all practicing
professors. The professors of Didactics were contacted via email, based on the criteria of
belonging to the Didactics curricular component offered in their institutions.
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1457
Although the respective study was directed to Didactics professors from public higher
education institutions, professors from private institutions and from other curricular
components also answered the questionnaire. Thus, based on this finding, 174 questionnaires
were considered valid. From a universe of professors coming from four regions, 174 didactic
professors answered the online questionnaire.
As for the procedures adopted for data analysis, we opted for content analysis, with
reference to the contributions of Bardin (2011). In this sense, the consolidated obtained
through the answers to the questionnaire was subject of analysis of the researchers involved in
a dialectical, analytical and integrated movement that allowed unveiling the challenges that
the epistemological field of Didactics has faced and that it should assume in the face of the
emergence of the ERT, in the context of the pandemic and post-pandemic in classroom
education.
To treat the data produced from the online questionnaire, four axes of analysis were
defined: 1. profile, working conditions and previous experiences of teachers with the use of
digital tools in the classroom; 2. changes perceived/lived by teachers in the teaching-learning
process in the pandemic context; 3. changes perceived by teachers in the students' attitude in
teaching-learning in the pandemic context; 4. potentialities and challenges of the new
teaching experiences for the field of Didactics.
Within the limits of this article, the data from analysis axis 3 will be presented and
discussed. Closely linked to this problem, the aim of this study was to analyze issues related
to the material conditions of the teaching-learning process, as well as to identify the
challenges and experiences experienced by teachers.
Didactics as an investigative field and a fundamental curriculum component for teacher
training
In the context of this study, it becomes relevant to clarify our place in the discourse, as
teachers and researchers in the field of Didactics. Thus, Didactics can be understood from two
approaches: as an epistemic field
–
theory or science of teaching
–
and as a discipline, a
curricular component (FRANCO; LIBANEO; PIMENTA, 2011).
As an epistemic field, Didactics investigates the phenomenon of teaching and,
consequently, learning (D'ÁVILA, 2021). Teaching and learning are also, in turn,
interdependent phenomena, but they cannot be confused as synonyms. The synonymy lent to
this dialectical pair does not collaborate with the scientific understanding of Didactics and its
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1458
object, therefore, does not contribute to the enhancement of training and teaching practices. In
this sense, the use of the expression teaching-learning reveals synthetic ways of treating a
complex process that has, in itself, a relationship of interdependence and, for such design,
needs singular approaches not amalgamated.
It is relevant to highlight that Didactics is an epistemic field arising from the
pedagogical science (PIMENTA; SEVERO, 2021). These are two areas of knowledge that
have an interdependent relationship with each other, but each has its own specificity.
Pedagogy is the science that investigates the educational phenomenon, understood by
a broad spectrum. Education, as a complex, multifaceted, and multidetermined phenomenon,
can be glimpsed in a rhizomatic perspective, deducing from such an image the derivation of at
least three manifestations that are also three social practices, summarized in the formats in
which they are expressed: formal or institutionalized (school education); non-formal
(education in the third sector of social movements, free courses), and informal (education that
takes place in everyday social relations, such as home education). Pedagogy is, therefore, a
human, social and applied science, interdisciplinary, of theoretical and practical character,
which investigates the educational phenomenon seeking to understand it from different
manifestations (GHEDIN; MACIEL; SILVA, 2021; LIBÂNEO, 2005).
The phenomenon of teaching, with all its complexity, is the object of Didactics. It is a
comprehensive phenomenon that goes beyond the walls of the classroom because it is
surrounded by multiple dimensions and determinations. Teaching, in a systemic view, must
be interconnected to educational issues (D'ÁVILA, 2021).
Consistent with this perspective, this article focuses on Didactics as a teaching
component, a central discipline in undergraduate courses; a component that introduces the
student to the pedagogical field. Thus, Didactics is understood as a teaching field in which the
sociopolitical phenomena that have altered understandings about its place in teacher education
are highlighted.
Methodological subjects, or specific didactics, and supervised teaching internships are
rooted in Didactics. These disciplines, as a whole, contribute to the initial education of
teachers for Basic Education. Since it was established as a compulsory subject in Basic
Education courses in the 20th century, Didactics has occupied a central role in teacher
education. Its normative status was preponderant, especially after the reform embodied in the
Law of Directives and Bases nº 5.692, of August 11, 1971, the golden period of technicism in
Brazil (BRAZIL, 1971
).
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1459
This brief historical review is relevant for understanding the current reality. With the
emergence of the extreme right-wing government in Brazil and, in its wake, the neoliberal
agenda in force, undergraduate courses underwent a new reformulation. It is the Resolution of
the National Education Council - CNE/CP No. 2, of December 20, 2019, which updates the
National Curriculum Guidelines (DCN, in the Portuguese acronym) for degree courses and
establishes the Common National Base (BNC, in the Portuguese acronym) for teacher training
(BRAZIL, 2019).
Closely linked to the principles and determinations of the Common National
Curricular Base (BNCC) (BRAZIL, 2018), the new DCN are presented as a neotechnicalist
project of validation of the neoliberal political ideology in force in the country. It is worth
saying that this ideology is refutable by the fact that it alienates from the educational process
capabilities and values that are fundamental to the training of students and the professional
practice of teachers. Besides depriving teaching autonomy, therefore, it is a prescriptive norm;
in this sense, the proposal of the DCN in question takes from the students the condition of
critical thinking.
Didactics as a mandatory curricular component in undergraduate courses aims at the
formation of teachers, in a comprehensive perspective. As such, it brings in its scope the
understanding of teaching and learning as dialectically interconnected phenomena, as well as
the understanding of pedagogical theories and the study of didactic structuring fundamental to
the teaching work and teacher education. Consistent with this perspective, the relevance of
this article is to understand the teaching of Didactics from the point of view of the subjects
that teach this curricular component, especially in the current pandemic context, marked by
the mediation of DICT, which, as exposed, suffers influences of neoliberal policies in vogue
in the country.
The relationship between Didactics and DICT has been narrowing since the end of the
20th century and has intensified since the first decade of the 21st century. Authors such as
Pimentel and Carvalho (2020), Santos (2019), Silva (2010), among others, are in favor of the
paradigm of Online Education, contributing important contributions to Didactics. Online
Education, as Santos (2019) argues, is an emerging paradigm and a cybercultural
phenomenon that adopts as principles: pedagogical work based on interactivity, collaborative
learning, authorship, content curation, and shared mediation (PIMENTEL; CARVALHO,
2020). It is relevant to highlight Silva (2010) as a defender of interactivity in the remote or
face-to-face classroom. These authors contribute a legacy to the field of Didactics based on
interactivity, through a pedagogical work that integrates face-to-face and online activities
.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1460
The requirement of teaching mediated by Digital Technologies in the pandemic context
Institutions around the world have been affected by the Covid-19 pandemic. The
extension of physical distancing measures between people imposed the incorporation of the
remote format in all educational segments, including Higher Education. The suspension of
face-to-face activities generated great discomfort among university professors, who faced the
challenge of developing teaching activities mediated by DICT, without prior preparation.
For Alves (2020, p. 352), emergency remote teaching can be understood as
“pedagogical practices mediated by digital platforms, such as applications with content, tasks,
notifications and/or synchronous and asynchronous platforms such as Teams (Microsoft),
Google Class, Google Meet, Zoom [...]”. For the author, this alternative is configured as being
temporary and as a viable means to carry out studies in Basic and Higher Education in the
pandemic context. Moreira, Henriques and Barros (2020) also state that the Covid-19
pandemic required teachers to adopt rapid changes in their teaching practices. It is a crisis that
“generated the obligation of teachers and students to migrate to the online reality, transferring
and transposing methodologies and pedagogical practices typical of physical learning
territories, in what has been called emergency remote teaching”
(MOREIRA; HENRIQUES;
BARROS, 2020, p. 352).
In the context of university teaching, there are many professors who hold synchronous
meetings with face-to-face agendas, that is, real-time conferences transmitted by digital
platforms. What was also seen was a race for technological resources that could soften the
aridity of physical distance. However, the acquisition of digital platforms and interfaces was
not enough to provide the necessary conditions to reinvent itself in the digital environment.
Thinking of the ERE as a possibility to produce meanings for the act of learning and teaching,
mediated by technologies, presupposes the understanding that online education is a
phenomenon of cyberculture (SANTOS, 2005, 2019; SILVA; SANTOS, 2009) that needs to
be understood as a composition of practices and situations of training processes, which
requires its own and contextualized methodology.
In this regard, it was found that,
For the communicational and interactive potential of ICT not to be
underused in education, it is necessary an epistemological and
methodological investment in pedagogical practices, teaching and research
actions that present concepts and devices that dialogue with the socio-
technical potential of cyberculture (SANTOS, 2019, p. 60).
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1461
Although almost all teachers are occasional or assiduous users of DICTs, the
organization of emergency remote teaching in the perspective of online education demanded
theoretical and methodological deepening. In this context, it was verified that a diversity of
"lives" and tutorials were carried out, but it was the concrete experience of teaching in front of
a screen that put in abeyance pretended certainties.
The transition from face-to-face teaching to the remote format has called into question
several beliefs. Many university professors quickly realized that pedagogical practices
mediated by DICTs had their own characteristics and that it was not possible to make a direct
transposition from face-to-face teaching to remote teaching. This realization has significantly
broadened the reflection about certain procedures and actions that were consolidated in the
pedagogical practice of higher education.
The very concept of class needed to be revised to be understood as a project of
collective construction that fosters situations in which subjects learn from each other. As
Veiga (2011) states, the class "is a technical-political, creative act, an expression of beauty
and of the scientific and ethical values of each of those involved in the teaching process. In
short, the class is a space of human formation and cultural production
”.
A class is not, therefore, a bunch of isolated practices in which the subjects involved
do not dialog and do not collectively produce knowledge. For this reason, the mere adoption
of several digital interfaces would not be enough to break with an academic teaching
perspective. For Pimentel and Carvalho (2020), the perspective of online education
presupposes the recognition of certain principles that, correlated, compose a coherent set of
conceptions and actions necessary for its effectiveness:
[...] it is not possible to promote collaborative learning (4th principle) if there
is no conversation among everyone (5th principle); to make collaboration
(4th principle) effective by promoting conversation (5th principle) and co-
authorship (6th principle), there must be active teaching mediation (7th
principle); authorial activities (6th principle) only make sense when
knowledge is understood as an open work (1st principle); among other
relations (PIMENTEL; CARVALHO, 2020, s./p.).
From this perspective, online education cannot be understood as that which takes place
only in the ERT, but as a didactic-pedagogical approach that emerges from the approximation
between communication and education. It is based on the actions of exchange and
collaboration mediated by DICTs and is not limited only to the notion of being connected. For
this reason, authorship, sharing, connectivity and collaboration are hallmarks that define the
online education approach.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1462
For the teachers responsible for teaching Didactics, this may have been an even greater
challenge. The coherence between what is elected as content of the curricular component and
the way the pedagogical proposal of the Didactics course is organized is an interesting
challenge for those who consider their own practice as an object of investigation.
For this reason, in the context of the research on the teaching of Didactics during the
Covid-19 pandemic, it was considered relevant to identify how the monitoring of students'
activities and interactions in collaborative online environments took place before the social
distance and, also, to obtain data about the interactions among students during the social
distance enhanced by the proposed activities.
Regarding the geographical origin of the Didactics teachers participating in the survey,
33% work in the Northeast, 32% in the Southeast, 30% in the South, and 5% in the Midwest.
Of all the respondents, 76% are in the age bracket of 40 years or older, 32% are between 40-
49 years old, and 44% are 50 years old or older. As for the time they have been teaching, 46%
said they had been teaching for more than 20 years, and 20% had less than 10 years.
Regarding the monitoring of students' activities and interactions in collaborative
online environments before the social distance, it was found that about 40.23% of the
Didactics teachers did not use digital environments with the students, or did not monitor the
students' activities in the online environments used. These data can be seen in Table 1.
Table 1
–
Tracking student activities and interactions in online collaborative environments
before the social distancing
Indicators
nº
%
I did not use digital environments with my students
54
31,04
Occasionally checked students' online discussions
39
22,41
Regularly monitored, analyzed, and intervened with motivating comments or
feedback
34
19,54
Followed students' online activities regularly
31
17,81
Did not track students' activities in the online environments I use
16
9,19
Total
174
100%
Source: Research data (2020)
It was also verified that although this online interaction already existed before the
context imposed by the pandemic, about 37.35% of the Didactics teachers performed regular
follow-ups of the students' activities, and of these, less than 20% with feedback. Based on the
data, it can be inferred that, even in face-to-face teaching, the use of digital tools for
interaction and activities was already being used. Perhaps with less frequency because it was
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1463
not the main means of interaction, since this took place more among peers face-to-face; also
because the activities could be carried out individually or collectively from the presentation
and monitoring of more usual modes of pedagogical practices.
Although networked education existed before social isolation, it did not occupy a
prominent place in face-to-face teaching, nor a priority place for activities and socialization,
nor did it demand a wide use from teachers and students. In this sense, it can be said that these
digital tools were used less frequently in face-to-face teaching (GOMES
et al.,
2022
;
SILVA;
PETRY; UGGIONI, 2020).
As for the interactions between students during the social distance, enhanced by the
proposed activities, almost 57% of the Didactics teachers answered that these did not happen,
and about 43% answered that they were not in activities during this period. These data are
described in Table 2.
Table 2
–
Interactions between students during social withdrawal
Indicators
nº
%
Not applicable, I was not in teaching activity during the pandemic
41
23,56
There were no activities during this period
35
20,11
Students exchanged evidence and built knowledge together, in a remote collaborative
space
23
13,21
There was no interaction between them
22
12,64
I encouraged students to work in groups to search for information online or to present
the results in a digital format
19
10,91
I required students to work in groups and access the internet to conduct research and
present the results in a digital format
12
6,89
Students did only individual activities
11
6,32
Could not integrate digital technologies into group work
11
6,32
Total
174
100%
Source: Research data (2020)
As can be seen, of the interactions proposed by the activities, only 12.64% were for
individual tasks, either because it was impossible to do them in groups or because they were
already proposed in this format. About 31.01% of the Didactics teachers encouraged or
proposed group, collaborative and online interaction to the students.
The emergence of new pedagogical possibilities arises with remote teaching, one of
which is the use of digital technologies as a tool for working, learning, approaching,
interacting, and carrying out activities and evaluations. In this way, the Didactics teacher, as
well as the others, now has attributions that were not mandatory in the past, such as proposing
online activities to students and following up on them.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1464
It can be said that, in the current context, the teacher is the one who "must now guide
the student's learning process in order to develop their ability to learn how to learn, their self-
learning and their autonomy" (MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020, p. 354). In this
sense, the pandemic demanded new roles for teachers and students who should mobilize the
use of digital tools as a means of work and study. In other words, there are still other
challenges to be faced in this process in order to guarantee the actions of teaching and
learning.
Thus, it can be said, based on the data, that interaction was not always present, since
12.64% of the teachers said so. It becomes relevant to verify if this occurred because of the
lack of knowledge about the virtual environment, the lack of use of tools that promote
interaction, or even if this is a reflection of an emergency that "spared", including teachers
from having a training focused on the use of DICTs and its use in this pandemic context.
It was found based on the data in Table 1 and 2 that there was not a total detachment
regarding the interactions of students, which, logically, should have been more intense and
constant in the scenario of the ERT, because it is the viable way for this to happen and the use
of DICTs is mandatory. Thus, interaction, which should be present in education and in the
academic scenario, due to its importance in the learning process (both in the cognitive and
emotional aspect), may not be being promoted in the RPE for several reasons, causing even
greater damage to the crisis already installed in the educational environment.
Thus, in the research conducted, it was noted that the proposal of activities in the ERT
is not only a challenge for teachers. Contrary to what was imagined, despite the supposed
familiarity of young people with technological resources, the difficulties for students to
follow the activities are also numerous and reveal structural problems of the education system
and society in general.
One of the questions presented to the Didactics teachers, in the context of the research,
refers to the difficulties that the students presented to follow the proposed activities during the
Covid-19 pandemic. Among the 103 Didactics teachers who worked in the ERT, only 3.9%
reported no problems. The main difficulty indicated by the teachers was access to
technological resources and the internet, represented by 87.37%. As Santos denounces, "any
quarantine is always discriminatory, more difficult for some social groups than for others"
(SANTOS, 2020b, p. 15).
The significant percentage of students who reported difficulties with the Internet and
technological resources highlights the social inequalities present in the country. This data
encourages us to raise some questions: who are the students that cannot have quality
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1465
connection or do not have adequate technological resources? Who are the students who need
to share computers with other people in the family? Who are the students who only have a
smartphone to follow the activities proposed by their universities?
Studies carried out in this context attest that the majority of students in Brazilian
public universities come from the least favored classes. For the majority, admission to a
public university represented a social conquest that, in the pandemic, reveals its most perverse
side. Students have had access to free, quality higher education, but are not being assured the
conditions for permanence, development, and learning (BARBOSA; VIEGAS; BATISTA,
2020; MOREIRA; HENRIQUES; BARROS, 2020; SANTOS, 2020a, 2020b).
It becomes relevant to highlight that access to technological resources and good
quality internet are not demands imposed only during remote activities performed by
Brazilian public universities, due to the Covid-19 pandemic. It is a demand incorporated into
the academic routine and that marks the difference in material conditions among students.
On the potential knowledge arising from the Covid-19 pandemic, Santos (2020a, p. 4)
states that "the current pandemic is not a crisis situation clearly opposed to a situation of
normality. Since the 1980s [...] the world has lived in a permanent state of crisis". For the
author, the point of permanent crisis is not to be solved.
Consistent with this perspective, the relationship between the difficulty in keeping up
with activities and socioeconomic conditions can also be identified when teachers report that
students indicate the accumulation of activities in the home environment (9.7%) and the
inadequacy of physical space at home (2%). In addition, 5.8% of the Didactics teachers
present issues related to socioeconomic aspects.
In this sense, these data tie in with the 87.37% of Didactics teachers who made
reference to students' difficulties with technological resources, internet connection problems,
and reinforce the idea that, in fact, the Covid-19 pandemic does not affect everyone in the
same way. Although the new coronavirus does not choose gender, race, creed, or social class,
the pandemic is extremely selective and hits social sectors differently, such as the public
school system and the students who depend on it.
Besides the socioeconomic aspects, the Didactics teachers also indicated the emotional
conditions: 15.53% of the students faced challenges when following the activities. Fear and
anxiety were the most highlighted aspects. Although, in absolute numbers, this represents
only 16 of the 103 Didactics teachers who worked in the ERT, this is an aspect that deserves
to be highlighted. The Covid-19 pandemic made human frailty globally explicit. Anxiety and
fear took hold in the face of imminent death, unemployment, and hunger.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1466
Socioeconomic and emotional aspects may also justify the 8.73% of Didactics teachers
who presented difficulties in completing the activities in the allotted time, alleging lack of
concentration, challenges to self-organization, among others. Contrary to what is reported by
the media and international organizations, quarantine "not only makes more visible, but also
reinforces injustice, discrimination, social exclusion, and the unjust suffering they cause"
(SANTOS, 2020a, p. 22).
It is important to note that, among the Didactics teachers who participated in the
survey, 76% indicated the difficulty of some students in understanding and/or accepting the
ERT proposal, represented by 7.76%, and about 16% indicated students' difficulties in solving
didactic-pedagogical issues. In this sense, the supposed difficulty of students in understanding
the proposal may be directly related to the difficulty of the Didactics teachers themselves in
organizing a teaching proposal that takes into account the principles of online education.
Despite the broad discussion about teaching and its complexity, the emergence of the ERT
also surprised the Didactics teachers, calling into question beliefs and practices.
The teaching of didactics mediated by digital technologies in the context of the
pandemic: the teaching perspective
In this study, it was also considered relevant to know how students positioned
themselves in the face of the new remote class format during the Covid-19 pandemic. Of the
174 responses obtained, 49.5% of the professors reported not being in remote activity. Of the
88 professors who claimed to be working remotely, 18.4% reported positively to remote
classes; 13.5% saw it reasonably; 13.8% of students would have positioned themselves
against remote activities; 1.2% of students were suspicious and worried and 4.5% of teachers
did not respond.
Based on these data, the students' positioning was classified into three categories:
favorable positioning; favorable positioning with criticism; unfavorable positions.
According to the 88 Didactics teachers who claimed to be, at the time of the research,
teaching in this pandemic period, 18.4% of the students were positively positioned about
academic work with digital technologies in the current context, as revealed by some
testimonies:
They are worlds apart. DE students soon adapted to the new. Our previously
face-to-face assessments have been done remotely. The face-to-face students
are just following up on readings and videos for further discussion. They
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1467
really like everything I send via the digital platform and regret that we
stopped for so long.
Professor 1
Most are positive about the teaching materials and the approach to the
subject.
Professor 2
Many expressed enthusiasm because they had already been using digital
tools. Others went into despair, others into depression. They are learning
how to deal with the situation.
Professor 3
Of the students who positioned themselves in a favorable but critical way, it was found
that for 13.5%, the issues that appear most often are access to the internet and the inadequate
conditions in their homes. Therefore,
[...]is not the denial of digital tools but the conditions, the difficulty to access
the Internet, to do readings and watch classes over the cell phone, and the
lack of access to appropriate tools.
Professor 4
They integrate very well into the debates, and say they feel comforted by the
moments in the discipline, but they register their concern about the future
possibility of compulsory remote teaching, because of colleagues who have
impediments to participating in the classes.
Professor 5
The positions are diverse, since the conditions of access are not equal. In
some classes there was broad acceptance, but not everyone has easy access
to the Internet.
Professor 6
Even with reasonable acceptability, students have criticisms given their material
conditions of existence. It is relevant to highlight the economic challenges faced by students
from public institutions, especially those from undergraduate programs. A survey showed that
70% of the student population has difficulty in accessing digital technologies and network
connections. In the undergraduate courses this percentage is even higher: more than 80% of
the students said they did not have adequate environmental conditions. These students have
only a smartphone and internet via mobile data (GOMES
et al.,
2022
;
LAGO
et al.
, 2021;
SILVA; GOULART; CABRAL, 2021).
According to the teachers participating in the survey, many students said that they
learn little of the content from reading the material, requiring interaction and support from the
Didactics teacher. Other students revealed fear and tension typical of the pandemic context
and resistance. Others claimed tiredness and demotivation, because they are overloaded with
tasks. About these issues, we found that:
Well [...] I observed that at first the students were excited, participating in
the WhatsApp group, and also in the first weeks on the Moodle Platform.
Then I realized that some had not done the activities, so I tried to schedule a
meeting on Google Meet, but some were in the environment with a
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1468
strangeness, even closed the camera, and only participated in the chat. I
think this happened because it was the first time we met using this resource.
Professor 7
As the weeks went by, punctuality dropped and adherence to synchronous
classes decreased.
Professor 8
At first they wanted to continue classes remotely, but after the second class
in this format, less than half the students return to class.
Professor 9
Among the students, 13.8% were against remote activities. It was observed that this
position was motivated by: concern with the exclusion experienced by many colleagues;
unpreparedness of teachers, and also lack of clarity regarding contracts with large
corporations. Add to this the 1.2% of students who expressed themselves as "worried and
suspicious", this percentage of dissatisfied students rises to 15%.
According to some Didactics teachers,
Our students are resisting a lot. We professors from the History course are
also resisting because the university didn't have the proper debate about
remote teaching.
Professor 10
The vast majority is against remote teaching, but understands that it is a
necessity due to the emergency situation. They feel unmotivated by the lack
of face-to-face social interaction and activities of a practical nature.
Professor 11
.
A part of the academics have resistance to the new format, due to the fact
that they have little knowledge of the Virtual Learning Environment - VLE. I
believe they lack the experience to identify possibilities and limits.
Professor
12
Tensions and contradictions are part of the game, and it is necessary to perceive them.
The emphasis given by a professor of Didactics on the lack of adequate debate in his
institution about remote teaching reveals a serious problem - the lack of democratic
participation of professors in institutional decisions. This is a unique statement, but in the
current context it portrays the evaluation of many professors and deserves to be highlighted,
considering the numerous struggles faced in the universities under the current government.
Despite the great structural, economic, emotional, and pedagogical challenges, one can
see in the statements of the Didactics teachers efforts and desire to move forward, the search
for solutions to the numerous crises, even facing the limits resulting from the adoption of the
ERT.
Asked about how the students evaluated the Didactics classes held using technological
tools during the Covid-19 pandemic, among the 174 respondents, 60.33% answered that they
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1469
had not started the ERT in their institutions; 14.52% indicated that the students' evaluation
was satisfactory; 10% said the evaluation was positive; followed by 5% who said the
evaluation was bad. It was also verified that 1.67% of the students considered the classes very
positive, and only one student evaluated the classes as regular.
It is worth noting that the sum of the percentages of students who considered the
classes satisfactory, positive and very positive, represents only 26.19%, which reveals a result
below the average. It can be inferred that the social isolation situation, the physical absence of
the teacher and peers, probably had a negative impact on the students' evaluation. Besides,
many Didactics teachers revealed insecurity in the use of technological tools in the online
modality due to the fact that they had not used these instruments before the pandemic in face-
to-face teaching. The immediate use, without planning, and the teachers' lack of previous
experience in using digital technologies may have had a negative impact on the students'
evaluation (GOMES
et al
., 2022
;
GOMES, 2017; LAGO
et al.,
2022
;
SILVA; GOULART;
CABRAL, 2021).
As can be seen, this data emphasizes the relevance of assessment, considered as an
action integrated to the learning process, which works as an articulating element of learning.
According to Gomes
et al
. (2021), it is important that this evaluation process is open to the
students. Thus, it is important to listen to the students about the pedagogical proposal, the
activities that are being carried out, how well they are adapted or not to the intended goals,
and how they are collaborating to achieve the objectives. It is also recommended the
opportunity to exchange feedback about the performance of the Didactics teachers, the
intervention actions, the interactions, and the results with respect to the intended objectives.
It is also necessary that the face-to-face and remote activities allow the students and
the professor of Didactics to exercise self-evaluation. The comments and reflections recorded
throughout the activities, when well done, will constitute relevant information for learning,
since they will come from the students themselves, who will be able to indicate aspects that
require revision and/or changes.
Regarding another aspect present in the data - teacher insecurity in the use of
technological tools in remote format -, it is important to highlight that working with
technologies requires continuous training. It can be said that teachers are often offered
training courses that, in general, reinforce isolated and individual teaching activities. It is as if
by knowing the tool and offering refresher courses the teacher is prepared to use it. For Lévy
(1999), the use of technologies involves creation, the invention of a form from a dynamic
configuration.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1470
It is relevant to point out that many teachers claimed that they were not trained either
in the undergraduate course or in the school for the pedagogical use of technologies.
However, in a context where the use of technologies redefines the ways of production and
socialization of knowledge and people's relationships among themselves, and with a culture
strongly characterized by the presence of digital media, the challenges of education and initial
and continuing teacher training are immense (PADILHA; ZABALZA, 2016; SIMPLÍCIO;
MATOS; RIBEIRO, 2021).
Final remarks
This article is part of a research conducted by Andipe that sought to analyze the
teaching of Didactics in the period of social isolation, problematizing challenges, tensions,
and possibilities facing the pedagogical work mediated by digital technologies in the context
of the Covid-19 pandemic. In this sense, we focused on the following problem:
what changes
were perceived by teachers in the students' attitude in the pandemic context
?
In concluding this article, it is relevant to make some considerations obtained through
this study. A first consideration concerns the impact caused by the health crisis in Brazil and
in the world. The year 2020 is marked by the Covid-19 pandemic and, consequently, by the
changes provoked in the life of the world population, bringing repercussions in the economic,
political-social, educational, and affective-emotional fields. In Brazil, as in the rest of the
world, the pandemic has led to the paralyzation of classroom activities in the educational
system and to a redesign for the return of classes in a remote format.
The impacts brought about by the Covid-19 pandemic have put the teaching-learning
process in evidence. This is a complex scenario that demands a look at the challenges in order
to think about ways and possibilities to be adopted in this context and in the post-pandemic
future.
A second consideration concerns Didactics, a curricular component of undergraduate
courses that investigates, among others, the teaching and learning phenomena. Didactics is
interested in a pedagogical relationship based on mediation, constructed by students and
teachers, situated and formative.
The health crisis, on the one hand, has accentuated the differences between those who
have more difficulty in learning; it has required a new teaching profile, which needed to
reinvent itself, to adapt to digital technologies; on the other hand, it has inspired projects and
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1471
teaching interventions, which foster autonomy, critical thinking, protagonism, and the
formation of effective learning networks.
Finally, a third consideration concerns the adoption of remote format teaching. The
survey results indicate a lack of effective interaction between students and professors, caused
by the absence of material conditions and limited access to quality internet. According to the
Didactics teachers, a significant percentage of students were favorable to remote activities,
followed by students who were unfavorable, emphasizing, among others, the lack of resources
and little debate in the institutions about the adoption of the remote format during the
pandemic. And, finally, students also highlighted the importance of face-to-face teaching to
preserve the quality of the teaching-learning process in the university.
REFERENCES
ALVES, L. Educação remota: Entre a ilusão e a realidade.
Interfaces Científicas
, Aracaju, v.
8, n. 3, p. 348-365, 2020. Available at:
https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/9251. Access on: 14 Aug. 2020.
D'ÁVILA, C., MACHADO, R., CHAVES, D. O olhar de estudantes de licenciatura da
Universidade Federal da Bahia sobre EaD e ensino de Didática no contexto da pandemia pela
COVID - 19.
Relatório de pesquisa.
Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2020
.
D’ÁVILA, C. A Didática como campo epistêmico e formativo da Pedagogia.
In
: PIMENTA,
S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia. Teoria, formação e profissão
. São Paulo: Editora
Cortez, 2021.
BARBOSA, A. M.; VIEGAS, M. A. S.; BATISTA, R. L. N. F. Aulas presenciais em tempos
de pandemia: Relatos de experiência de professores do Ensino Superior sobre as aulas
remotas.
Revista Augustus
, v. 25, n. 51, p. 255-280, 2020. Available at: https://revistas.
unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/565. Access on: 02 May 2021.
BRAZIL.
Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971
. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1°
e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1971. Available
at: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. Access on: 10 Feb. 2022.
BRAZIL.
Base Nacional Comum Curricular
–
BNCC
. Brasília, DF: MEC, 2018. Available
at:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf.
Access on: 12 Feb. 2021.
BRAZIL.
Resolução CNE/CP n. 2, de 20 de dezembro de 2019
. Define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e
institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica
(BNC-Formação). Brasília, DF: Presidência do Conselho Nacional de Educação, 2019.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1472
Available at: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file.
Access on: 10 Feb. 2022.
FRANCO, M. A. S., LIBÂNEO, J. C.; PIMENTA, S. G. As dimensões constitutivas da
Pedagogia como campo de conhecimento.
Educação Em Foco
, v. 14, n. 17, p. 55-78, 2011.
Available at: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/view/103. Access on:
16 June 2021.
GHEDIN, E. L.; MACIEL, C. C. M.; SILVA, A. M. Didática e formação inicial do professor:
Desafios e perspectivas na visão dos acadêmicos do curso de pedagogia de uma Instituição de
Ensino Superior (IES) do município de Parintins-AM.
Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação
, Araraquara, v. 16, n. esp.1, p. 881-895, mar. 2021. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/ iberoamericana/article/view/14923. Access on: 13 Feb. 2022.
GOMES, S. S. A avaliação da aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento.
In
:
CORRÊA, H. T.; AMBRÓSIO, M. (org.).
Mediação Tecnológica e Formação Docente
.
Curitiba: CRV, 2017.
GOMES, S. S.
et al
. Gestão educacional e avaliação no contexto da pandemia da covid-19.
Linhas Críticas
, v. 27, e39048, 2022. Available at:
https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/39048. Access on: 13 Feb.
2022.
LAGO, N. C.; TERRA, S. X.; CATEN, C. S. T.; RIBEIRO, J. L. D. Ensino remoto
emergencial: Investigação dos fatores de aprendizado na educação superior.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 16, n. 2, p. 391-406, 2021. Available
at: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14439. Access on: 13 Feb.
2022.
LÉVY, P.
Cibercultura
. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999.
LIBÂNEO, J. C.
Pedagogia e pedagogos, para quê?
8. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MOREIRA, J. A. M.; HENRIQUES, S.; BARROS, D. Transitando de um ensino remoto
emergencial para uma educação digital em rede, em tempos de pandemia.
Dialogia,
São
Paulo, n. 34, p. 351-364, jan./abr. 2020. Available at: https://periodicos.uninove.br/
dialogia/article/view/17123/8228. Access on: 14 Aug. 2020.
PADILHA, M. A. S.; ZABALZA, M. A. Um cenário de integração de tecnologias digitais na
Educação Superior: Em busca de uma coreografia didática inovadora.
Revista e-Curriculum,
v. 14, n. 3, p. 837-863, 2016. Available at:
https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/28698. Access on: 10 Feb. 2022.
PIMENTA, S. G.; SEVERO, L. R. (org.)
Pedagogia
. Teoria, formação e profissão. São
Paulo: Editora Cortez, 2021.
PIMENTEL, M.; CARVALHO, F. S. P. Princípios da Educação
On-line:
Para sua aula não
ficar massiva nem maçante!
SBC Horizontes
, maio 2020. Available at:
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/23/principios-educacao-online. Access on: 07
May 2021.
image/svg+xml
Challenges and perspectives of teaching didactics curricular component during Covid-19 pandemics
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1473
SANTOS, B. S.
A cruel pedagogia do vírus
(Pandemia Capital). São Paulo: Boitempo
Editorial, 2020a.
SANTOS, B. S. A universidade pós-pandêmica.
Outras Palavras
, jul. 2020b. Available at:
https://outraspalavras.net/alemdamercadoria/boaventura-a-universidade-pos-pandemica/.
Access on: 10 July 2020.
SANTOS, E. O. dos.
Educação on-line:
Cibercultura e pesquisa-formação na prática docente.
2005. Tese (Doutorado em Educação)
–
Faculdade de Educação, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, BA, 2005. Available at: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/11800. Access
on: 20 Apr. 2021.
SANTOS, E. O.
Pesquisa-formação na cibercultura
. Teresina: EDUFPI, 2019.
SILVA, M.; SANTOS, E. Conteúdos de aprendizagem na educação on-line: Inspirar-se no
hipertexto.
Educação & Linguagem
, São Paulo, v. 12, n. 19, p. 124-142, jan./jun. 2009.
Available at: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ EL/ article/view/817.
Access on: 20 Apr. 2021.
SILVA, M.
Sala de aula interativa
: Educação, comunicação, mídia clássica, internet,
tecnologias digitais, arte, mercado, sociedade, cidadania. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2010.
SILVA, J.; GOULART, I. C. V.; CABRAL, G. R. Ensino remoto na educação superior:
Impactos na formação inicial docente.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 16, n. 2, p. 407-423, 2021. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14238. Access on: 13 Feb. 2022.
SILVA, L. A.; PETRY, Z. J. R.; UGGIONI, N. Desafios da educação em tempos de
pandemia: como conectar professores desconectados, relato da prática do estado de Santa
Catarina.
In
: PALÚ, J.; SCHÜTZ, J. A.; MAYER, L. (org.).
Desafios da educação em
tempos de pandemia
. 1. ed. Cruz Alta, RS: Editora Ilustração, 2020. Available at:
http://www.sed.sc.gov.br/professores-egestores/30754-desafios-da-educacao-em-tempos-de-
pandemia. Access on: 27 Sept. 2020.
SIMPLÍCIO, A. K. M.; MATOS, E. G.; RIBEIRO, L. T. F. Os desafios atuais do ensino
remoto: Uma didática replanejada.
Ensino em Perspectivas
, v. 2, n. 4, p. 1-9, 2021.
Available at: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/6155.
Access on: 13 Feb. 2022.
VEIGA, I. P. A. (org.).
Aula
: Gênese, dimensões, princípios e práticas. 2. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2011.
image/svg+xml
Suzana dos Santos GOMES; Giovana Cristina ZEN and
Cristina D’ÁVILA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
1474
How to reference this article
GOMES, S.S.; ZEN, G. C.; D’ÁVILA, C.
Challenges and perspectives of teaching didactics
curricular component during Covid-19 pandemics.
Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1453-1474, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16330
Submitted
:
20/02/2022
Revisions required
: 13/04/2022
Approved
: 08/06/2022
Published
: 01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.