image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362544CIDADANIA CIBERNÉTICA: CONTRIBUIÇÕES DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA À SOCIEDADECIUDADANÍA CIBERNÉTICA: APORTES DE UNA ACCIÓN EXTENSIONISTA A LA SOCIEDADCYBERNETIC CITIZENSHIP: CONTRIBUTIONS OF AN EXTENSIONIST ACTION TO SOCIETYMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA1Natalia Diniz SCHWETHER2Fernando Henrique CASALUNGA3RESUMO: A Era da Informação trouxe consigo novos mecanismos de sociabilidade, bem como grandes desafios à cidadania. Nesse cenário, é fulcral a ação dos Estados enquanto propositores de políticas públicas, sendo a educação um importante componente do alicerce central. Em vista disso, a partir de um conjunto de aulas teórico/práticas, empregamos o método lúdico pedagógico emum projeto de extensão inovador que tem por objetivo fortalecer o exercício da cidadania cibernética em jovens estudantes. Na medida em quecontribui para a identificação dos participantes de sua condição enquanto cidadãos digitais, a ação extensionista projetauma nova realidade social, expandindo os conhecimentos adquiridos na universidade à comunidade.Estamos certos de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão impulsiona a produção de conhecimentos, na medida em que estabelece um vínculo de confiança entre acadêmicos e sociedade civil, em um esforço conjunto para transformar a realidade dos cidadãos.PALAVRAS-CHAVE: Cidadania. Cibernética. Extensão universitária.RESUMEN:La Era de la Información ha traído consigo nuevos mecanismos de sociabilidad, así como grandes desafíos para la ciudadanía. En este escenario, la acción de los Estados como propuestas de políticas públicas es central, y la educación es un componente importante de la base central. En vista de esto, a partir de un conjunto de clases teórico-prácticas, utilizamos el método lúdico pedagógico en un proyecto de extensión innovador que tiene como objetivo fortalecer el ejercicio de la ciudadanía cibernética en jóvenes estudiantes. Al contribuir a la identificación de los participantes de su condición de ciudadanos digitales, la acción extensionista proyecta una nueva realidad social, ampliando los conocimientosadquiridos en la universidad a la comunidad. Estamos seguros de que la inseparabilidad entre investigación, docencia y extensión impulsa la producción de conocimiento, ya que establece 1Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife PE Brasil. Professor Titularde Ciência Políticano Departamento de Ciência Política. Doutorado em Government (ESSEX/Inglaterra). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9792-5453. E-mail: guedes@hotmail.com2Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife PE Brasil. Pós-doutoranda no Departamento de Ciência Política. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8022-237X.E-mail: natalia.schwether@ufpe.br3Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre RS Brasil. Doutorando no Departamento de Ciência Política. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0130-4471.E-mail: fernandocasalunga@gmail.com
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362545un vínculo de confianza entre los académicos y la sociedad civil, en un esfuerzo conjunto por transformar la realidad de los ciudadanos.PALABRAS CLAVE:Ciudadanía. Cibernética. Extensión universitaria.ABSTRACT:New social norms and significant civic challenges were both brought about by the information age. In this situation, the role of States in promoting public policy is critical, with education serving as a key tenet of the fundamental structure. To improve the practice of cybernetic citizenship in young pupils, we applied the playful pedagogical technique in an original extension project from a series of theoretical/practical lessons.The extensionist action creates a new social reality by bringing the knowledge learned at the university to the community. It is confident that the interdependence of research, teaching, and extension drives the production of knowledge as it forges a trusting relationship between academics and civil society in an effort to change citizens' realities.KEYWORDS:Citizenship. Cybernetics. University extension.IntroduçãoNa Era da Informação, identificada a partir de meados da década de 1990, a humanidade passou a vivenciar uma profunda mudança social provocada pela rápida expansão da infraestrutura de rede e pela urgência de aprendizado e uso das mais variadas tecnologiasda informação e comunicação (TIC). Conforme o artigo 1º da Constituição Federal (CF) de 1988(BRASIL, 1988), a cidadania é um fundamento do Estado Democrático de Direito. Ser cidadão sugere que o indivíduo possua direitos civis (vida, liberdade, propriedade, igualdade), participe ativamente da sociedade, por meio de seus direitos políticos e, concomitantemente, tenha garantido seus direitos sociais (educação, trabalho, saúde) (PINSKY, 2003).Em 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU),em vista da natureza única e transformadora da Internet, afirmou ser um direito de todos o de buscar, receber e transmitir informações e ideias pela Internet. Diante disso, ser cidadão recebeu um novo atributo que diz respeito à sua capacidade de acessar a Internet e participar de maneira engajada das redes (PATROCÍNIO, 2003).No Brasil, a Lei que apresenta as diretrizes básicas da educação,LDB.9.394/96(BRASIL, 1996),afirma ser atribuição da família e da escola, especialmente da educação básica, assegurar formação ao indivíduo que o capacite para exercício de sua cidadania. Considerando que ter domínio sob as TIC é requisito para fruição plena da cidadania, torna-se parte das competências escolares, também, a educação cibernética.
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362546Os dados da agência de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC,2019) revelam que mais de 70% da população brasileira tem acesso à Internet, o que corresponde a, aproximadamente, 130 milhões de indivíduos (TIC, 2019). Em 2020, a agência Hootsuite identificou que superamos os 140 milhões de usuários de mídias sociais, um crescimento de 11 milhões (+8,2%) entre abril de 2019 e janeiro de 2020.De acordo com o relatório do Youth Internet Safety Study (YISS 1, 2 e 3), estudo que detalhou as experiências de jovens com situações indesejadas na Internet, houve, entre 2000 e 2010, um aumento no uso da Internet e das novas tecnologias por jovens e, paralelamente, dos casos de assédio online, especialmente de meninas. Para os analistas, a questão exige projetos específicos que possam difundir mensagens relevantes aos pais e aos jovens, os quais precisam estar informados sobre como agir em situações particulares (JONES; MITCHELL; FINKELHOR, 2012).Frente a emergência de uma sociedade altamente conectada, uma gama de riscos e ameaçasà segurança dos usuários se multiplicaram, ampliando a preocupação do poder público com a segurança cibernética, e exigindo a tomada de medidas com vistas à proteção de dados e infraestruturas de rede. Diante disso, o Estado,enquanto principal agente formulador de políticas públicas para o desenvolvimento da educação digital,tem nas universidades públicas brasileiras um importante vetor para sua implementação. Por esta razão, o artigo propõe uma discussão a respeito do papel das ações extensionistas como contributos ao desenvolvimento da educação digital e, mais em específico, daquilo que se entende por cidadania cibernética; em sequência, apresenta um projeto de extensão inovador desenvolvido por discentes e egressos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), intitulado ‘Cyber-Cid: da sala de aula para o computador’,aplicado em jovens estudantes de escolas da rede pública.A atividade de extensão adveio da constatação de uma carência de informações a respeito do ambiente cibernético no ensino públicobrasileiro, aliado a um forte anseio do grupo de transpor os estudos realizados no meio acadêmico à sociedade civil. Deste modo, os autores acreditam que conferir maior visibilidade à prática extensionista, em especial, e ao tema, no geral, são estímulos a novas ações ou a replicação deste modelo em outras localidades, com o fim último de contribuir para o fomento da cidadania cibernética.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362547O tripé acadêmicoO tripé acadêmico ensino, pesquisa e extensão é o alicerce da produção e difusão do conhecimento de nível superior no Brasil. A CF, no artigo 207, dispôs que “as universidades gozam de autonomia didático-científico, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”(BRASIL, 1988).Assim, uma vez equiparadas pela lei, essas três atividades merecem receber igual tratamento pelas instituições de ensino superior (IES) (MOITA; ANDRADE, 2009).A CF(BRASIL, 1988)não foi, no entanto, o primeiro documento a mencionar otermo ‘extensão’ em solo nacional.Épossível localizar, ainda em 1931, no Estatuto das Universidades Brasileiras,um conjunto de objetivos atribuídos à extensão universitária, dentre eles, a difusão de conhecimentos úteis à vida particular e coletiva e a solução de problemas sociais. Em 1968, a Lei .5.540/1968(BRASIL, 1968), também contemplou o assunto, porém nesta segunda aproximação ao tema é manifestadauma reorientação das atividades,de forma a cercear o espaço de diálogo constituído, até aquele momento, entre as IES e a comunidade (CARBONARI; PEREIRA, 2007).Anos mais tarde, na década de 1980, em um contexto de ressurgimento dos movimentos sociais, o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras emerge como um importante ator na definição dos rumos da extensão universitária no país. Em suas discussões, pleitearam, de início, por uma maior precisão do conceito de extensão e sua organização enquanto órgão próprio, com orçamento e método de avaliação (NOGUEIRA, 2003;CARBONARI; PEREIRA, 2007).O Fórum foi responsável pela elaboração do Programa de Fomento à Extensão Universitária (PROEXTE) e o Plano Nacional de Extensão. Proposto em 1993, o PROEXTE resultou de um esforço conjunto entre o Ministério da Educação (MEC) e o Fórum, perante o qual o primeiro se comprometeu a destinar recursos às IES públicas para a realização das atividades extensionistas. Contudo, a iniciativa não prosperou e foi desativada. Em seu lugar, foi proposto o Plano Nacional (1991/2001) para orientar as ações nas universidades, porém este não obteve semelhante colaboração do MEC (NOGUEIRA, 2003).Naquela mesma década, em 1996, foi aprovada a Lei .9.394/1996 (BRASIL, 1996), Leide Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio da qual a extensão retoma sua proximidade com a comunidade: “A educação superior tem por finalidade: VII-promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição”
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362548(BRASIL, 1996, art. 43, inciso VII). Anos mais tarde, adiciona-se inciso à Lei, revigorando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.Em 2003, o PROEXTE ressurge intitulado como Programa de Apoio à Extensão Universitária.Seus formuladores estavam convictos de que as universidades representavam um contributo importante para implementação de políticas públicas de ensino. Em 2008, sofre uma nova alteração em seu nome, com o Decreto .6.495/2008 (BRASIL, 2008), passando a chamar Programa de Extensão Universitária (ProExt) e, a partir de então, converte-se na principal iniciativa de fomento à extensão universitária brasileira (KOGLIN; KOGLIN, 2019; NOGUEIRA, 2003).Destaca-se queo orçamento do ProExt permitiu, em 2016, a possibilidade de que as instituições universitárias apresentassem proposta para concorrer a, aproximadamente, R$16 milhões cada. Para Koglin e Koglin (2019),o continuado e crescente investimento, entre os anos de 2014 e 2016, recobrou a importância da questão, bem como representou uma avaliação positiva de seus resultados pelo governo. Porém, a partir de 2017, o cenário se modifica.Não são abertos novos editais, iniciando um período de ausência de recursos e dificuldade no desenvolvimento de projetos.Não obstante, as ações extensionistas não perderam em importância.Em 2018, o Plano Nacional de Educação (2014-2024) exigiu que as instituições de ensino superior assegurassem, no mínimo, 10% dos créditos curriculares em programas e projetos de extensão, até 2021 (PNE, meta 12.7).Tal medida demandou das universidades ações que recobrassem o prestígio da extensão no tripé acadêmico.Ainda que as primeiras experiências de extensão, no Brasil, remontem ao início do século XX, historicamente, observa-se nas universidades a priorização de recursos e esforços para as áreas de ensino e pesquisa; isto é, na graduação,a ênfase é conferida ao ensino,e na pós-graduação,o foco está na pesquisa (CARBONARI; PEREIRA, 2007; MOITA; ANDRADE, 2009;).Para Santos (1995),o compromisso universitário só será cumprido, em sua totalidade, quando as atividades de extensão se aprofundarem de tal forma que passem a integrar as atividades de pesquisa e de ensino. Não obstante, no caso brasileiro, a extensão tem sido relegada muito em virtude da pouca atenção conferida pelos órgãos de fomento e gestão a esse importante elo de interação: universidade-sociedade (NUNES; SILVA, 2011). A extensão visa, justamente, intensificar as relações entre esses dois espaços. A universidade, por meio da extensão, influenciaria e seria influenciada pela comunidade, em uma relação de troca mútua. A academia encontra na sociedade a oportunidade da prática e da
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362549empiria, já a extensão permite que a universidade leve à comunidade conhecimentos, em um processo de socialização das informações (SILVA, 1997; NUNES; SILVA, 2011).A relação de troca mútua entre a universidade e a comunidade se fortalece por meioda extensão, seja pela abertura de um espaço de diálogo ou pela possibilidade de desenvolvimento de ações sociais (SILVA, 2011). Para Carbonari e Pereira (2007),o grande desafio da extensão é reajustar a relação do ensino e da pesquisa com as necessidades sociais; a universidade seria, então, um instrumento capaz de auxiliar no aprofundamento da cidadania e na transformação social (CALIPO, 2009). Portanto, é com o auxílio das atividades extensionistas que o meio acadêmico tem a oportunidade de estabelecer uma relação dialógica, na qual a comunidade participe ativa e construtivamente das dinâmicas propostas e as universidades se comprometam com a atenção à comunidade e o compartilhamento do conhecimento. Com isso, a extensão deixa de ter um caráter compulsório e ganha aspectos de um compromisso social (JENIZE, 2004; MORA-OSEJO; BORDA, 2004; MOITA; ANDRADE, 2009).Nesse sentido, a unidade entre ensino, pesquisa e extensão tanto potencializa a qualidade da produção acadêmica quanto a promove de forma ética, haja vista que a articulação apenas entre ensino e extensão carece da pesquisa para produção de conhecimento científico.Já a articulação entre ensino e pesquisa, falha na compreensão social. E a articulação entre extensão e pesquisa exclui o ensino, perdendo a dimensão formativa da universidade (MOITA; ANDRADE, 2009). No que tange à ética, ao não omitir as carências materiais e informacionais inerentes à população, a atividade de extensão contribui para a construção de melhores condições de cidadania. É, portanto, uma ferramenta para construção de conhecimento, não limitada aos pares, mas que abrange uma diversidade de interlocutores (ARROYO; ROCHA, 2010). Desse modo, a chave é pensarmos como a extensão pode contribuir mais incisivamente na solução dos problemas sociais, com ênfase no papel que a tecnologia detém na educação, diante da importância crescente de se pensar o conhecimento, também, sob a abordagem tecnológica (ALMEIDA; FERNANDES; GOI, 2019).No Brasil, as iniciativas de aplicação das TIC na educação básica iniciaram em meados da década de 1980, com a Secretaria Especial de Informática (SEI),responsável por regular e supervisionar o setor e pesquisar aspectos teóricos da aplicabilidade dos computadores no ensino. Em 1983, a SEI instituiu a Comissão Especial de Informática na Educação, cujo objetivo principal foi elaborar o primeiro projeto de Informática na Educação. Em 1989 foi
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362550criado o Programa Nacional de Informática Educativa, a fim de assegurar uma convergência política, técnica e científicados investimentos no setor. Outras importantes iniciativas na área foram: o estabelecimento de uma seção nos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre a necessidade do uso das TIC na educação; a criação da Universidade Aberta do Brasil; a aprovação daLei .6.964/06(BRASIL, 2006),que obriga escolas públicas, do ensino fundamental e médio, a manterem laboratórios de informática em suas instalações; e a Lei .13.415/17(BRASIL, 2017),que acrescentou às diretrizes e bases da educação nacional o termo “esuas tecnologias”. Em âmbito global, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), elencou no Objetivo 4a tecnologia como importante fonte de acesso ao conhecimento e ferramenta pedagógica. Diante deste cenário, a atividade de extensão ‘Cyber-Cid: da sala de aula para o computador’ entendeu como fundamental estimular a cidadania cibernética entre os jovens (conceito desenvolvido à continuidade) de maneira simples e didática, estimulando um uso responsável e crítico das tecnologias da comunicação.Cidadania Cibernética Os primeiros usos do termo cidadania cibernética faziam referência, exclusivamente, ao acesso das redes;mais recentemente tem-se utilizado o termo para o uso seguro e o comportamento responsável no espaço online(JONES; MITCHELL, 2016). Cidadania cibernética pode ser entendida, ainda, como a capacidade de participar da sociedade de forma eletrônica, já o cidadão digital seria aquele que usa a Internet de forma regular, seja na busca por informações políticas, para cumprir sua função cívica, ou no trabalho, com fins puramente econômicos (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).A Internet provê imenso conteúdo em diferentes áreas, além de espaço para discussão e mobilização. A posse de informações é um recurso importante à emancipação individual, aliado àleitura frequente de notícias,que estimula o debate e o interesse por um tema, como a política. Em conjunto, o conhecimento, a discussão e o interesse criam as condições para o engajamento social, contudo, as mesmas dificuldades que os grupos mais desfavorecidos experimentam no acesso à educação, a empregos e ao processo político, ocorre no meio cibernético (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).No Brasil, embora grande parte da população tenha acesso regular à Internet, podendo ser considerada usuária, existe um percentual de jovens que poucas vezes ou nunca acessaram a rede mundial de computadores. Trata-se de indivíduos localizados,em sua maioria,em zonas
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362551rurais e nas regiões Norte e Nordeste do país,que, dentre outros motivos, enfrentam dificuldades como a indisponibilidade de Internet em sua localidade, falta de conhecimento para manuseio da ferramenta e a carência de computadores,que inviabiliza a utilizaçãoda rede,seja em suas casas, empregos ou escolas. Por outro lado, os dados apontam que a região Sul é aquela em que os jovens mais acessam a rede, mais de uma vez por dia (CGI.BR, 2018).A exclusão digital, cada vez mais, marginaliza os indivíduos da vida pública, o que,consequentemente,acarreta menores capacidades para competirem por empregos, realizarem boas formações, entre outros. Para Amartya Sen (1993),a pobreza e a desigualdade não devem ser pensadas em termos de posses materiais, mas à luz das capacidades que os membros da sociedade detêm; isto posto,não apenas os que estão offlinepossuem desvantagens, mas, também, aqueles que não possuem uma conexão em suas casas e dependem de serviços de pouca qualidade ofertados pelo Estado (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).Para Van Dijk (2005),ao mesmo tempo em que se verifica um crescimento no uso da Internet (como é possível observar no Gráfico 1), aumentam, também, as destrezas que os indivíduos devem possuir para efetivamente estarem online. Por essa lógica, para ser um cidadão cibernético,é necessário tanto uma conexão de qualidade quanto habilidades específicas de leitura, escrita e compreensão das informações disponíveis eletronicamente.Gráfico 1 Adolescentes com perfil próprio em rede social (BRASIL, 2013-2016)Fonte:Elaborado pelos autores, baseado em CGI.br (2018)Diante disso, o papel da educação digital na promoção da inclusão torna-se proeminente.Por exemplo, estudos demonstram que o nível de escolaridade está relacionado diretamente com a quantidade de horas que as pessoas passam conectadas (online),realizando buscas por conteúdos relativos a ensino, trabalho, saúde, finanças, ciências e, também, notícias, governo e política (DIMAGGIO; CELESTE, 2004). 758085909510012345678
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362552De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2016, n.p.):“A forma como o sistema educacional incorpora as TIC afeta diretamente à diminuição da exclusão digital”. No Brasil, a pesquisa TIC Educação 2017 verificou que 97% das escolas detinham acesso à Internet, porém,a quantidade de equipamentos conectados era muito limitada; na maioria delas, havia uma proporção de quarenta alunos para cada computador disponível. O estudo identificou que o aprendizado sobre o manuseio da ferramenta ocorria, em geral, de maneira autodidata. Conforme apontaram os dados, 80% dos alunos de escolas públicas e privadas do país aprenderam a usar a Internet por conta própria, e apenas a metade deles recebeu instruções de seus professores sobre a importância da verificação das informações obtidas na Internet em mais de uma fonte (CGI.BR, 2017).Frente a esse cenário, o incentivo à análise dos textos e do conteúdo das informações disponíveis na rede, bem como o estímulo a uma maior ponderação no compartilhamento das informações constitui um dos pilares fundamentais da educação digital, ao passo em que estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e reduz a vulnerabilidade do cidadão à desinformação (CANTO, 2019).A educação digital engloba, também, as habilidades necessárias ao uso dos computadores e da Internet,como, por exemplo, a requisição de informações do poder público que se encontram disponíveis em portais de transparência; as estratégias para utilizar buscadores; a criação de senhas fortes; o uso de softwarespara evitar mensagens indesejadas (spams) e/ou ataques maliciosos (KOLTAY, 2011; MENDEL, 2009; SONCKet al.,2011).Ademais, fazem parte desta educação as recomendações contra comportamentos impróprios, como práticas de agressão moral, organizadas por grupos, contra uma determinada pessoa e alimentadas via Internet (cyberbullying); o envio eletrônico de textos ou fotografias de caráter sexual (sexting) (HINDUJA; PATCHIN, 2010); e, não menos importante,o incentivoàprática de comportamentos respeitosos e atividades que impulsionem o engajamento cívico (JONES; MITCHELL, 2016).Por essa razão, Ribble (2010) elencou nove elementos que, em sua opinião, compõem a cidadania digital ou cibernética, dispostos na Tabela 1:
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362553Tabela 1 Elementos da cidadania cibernética1. Etiqueta Padrões eletrônicos de conduta e uso responsável do espaço digital;2. ComunicaçãoTroca eletrônica de informação dinâmica e célere;3. LiteraciaProcesso de ensinar e aprender sobre tecnologia e seu uso;4. Acesso Participação eletrônica irrestrita;5. Comércio Compra e venda eletrônica de bens;6. Lei Responsabilidade eletrônica sobre ações, ética da tecnologia;7.Direitos e ResponsabilidadeLiberdades no espaço digital (privacidade, liberdade de expressão); 8. Saúde e Bem-EstarSegurança da visão, boas práticas ergonómicasetc.;9. Segurança Precauções eletrônicas para garantir a segurança dos dados.Fonte: Ribble (2010)Os nove elementos conformam um guia para a abordagem do tema nas escolas,que demanda um perfil bastante específico de educador e conhecimentos na área de ensino. De modo sucinto, o primeiro elemento trata do direito ao acesso à rede e considera que o foco dos Estados deve estar na garantia de acesso irrestrito. No que tange à comunicação digital, destaca-se a preparação necessária para uso das ferramentas. Sobre a literacia, considera que a sociedade precisa aprender a respeitar os padrões eletrônicos de conduta eprocedimentos, para aproveitar o conteúdo disponível onlinede modo objetivo. No tocante ao comércio digital, salienta a atenção redobrada que se deve ter com ilegalidades e/ou fraudes. No aspecto da saúde física e mental, frisa a importância do cultivo de bons hábitos. Por fim, alerta para a adoção de medidas preventivas,como a instalação de antivírus, o armazenamento de dados (backups), construir senhas seguras, dentre outros (RIBBLE, 2010; SIMÃO; CARNEIRO, 2015). Na Tabela 2,estão organizados os noves elementos em três categorias:Tabela 2 Categorias da Cidadania CibernéticaAprendizagem dos estudantes e desempenho acadêmico digitalComportamento dos estudantes no ambiente digitalVida digital dos estudantes fora do Ambiente AcadêmicoAcessoComunicaçãoSegurança e ProteçãoLiteraciaEtiquetaDireitos e Deveres DigitaisLegislaçãoComércioSaúde e Bem-estarFonte: Adaptado de Ribble (2007)Depreende-se da Tabela 2 que os noves elementos não estão isolados, há uma interconexão entre eles assente na proximidade que conservam com o ambiente escolar.Diante disso,foram criadas três categorias a partir de seus efeitos no espaço digital: a) na aprendizagem e desempenho acadêmico; b) no ambiente escolar e no comportamento dos alunos; e, c) na vida
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362554do aluno fora do ambiente escolar. Frente a tais categorias,e considerando os desafios que cada estabelecimento de ensino enfrenta, os educadores podem optar por conferir maior ênfase a uma delas ou escolher qual conjunto abordarão primeiro, mantendo o objetivo geral de capacitar os discentes a exercerem sua cidadania cibernética (RIBBLE, 2007).De acordo com Jones e Mitchell (2016),o melhor formato para que esse conhecimento alcance o público jovem são discussões que os façam pensar em como cada uma dessas práticas são requeridas no uso cotidiano do espaço cibernético. Tal ação pode ser fomentada a partir da construção de jogos didáticos que elucidem as situações e como agir diante delas. Outra opção é encorajar que os discentes, em grupos de discussão, a encontrem falhas e divergências em suas próprias redes sociais ou em redes anônimas, capacitando-os de forma prática a utilizar a linguagem cibernética.O Projeto Cyber-Cid Frente ao exposto, o projeto de extensão “Cyber-Cid: da sala de aula para o computadorfoi estruturado a partir de quatro principais módulos: acesso à informação; infraestrutura de rede; crimes cibernéticos e uso das redes sociais,que empregam o método lúdico pedagógico para estimular o exercício da cidadania cibernética por jovens estudantes.Os móduloscontam com atividades práticas desenvolvidas com os seguintes objetivos: i) oferecer ferramentas para busca e aquisição de informações sobre o poder público, incentivando medidas de governança como a transparência dos gastos públicos; ii) ensinar como proteger os aparelhos conectados à rede, evitando a contaminação por ameaças nocivas que circulam no espaço digital; iii) alertar sobre os problemas relacionados aos crimes cibernéticos, no intento de reduzir a probabilidade de perpetração de práticas danosas,como assédio e violência verbal,nesse ambiente; iv) incentivar o uso respeitoso e solidário das redes sociais e do espaço digital. As subseções seguintes apresentam o arranjo e a experiência de aplicação da intervenção.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362555Arranjo PráticoSob a égide do argumento central deste artigo, o projeto foi elaborado com intuito de oferecer condições para ampliar o exercício cidadão de jovens no espaço cibernético. Nesse sentido, o aumento do engajamento eletrônico (motivado, em grande medida, por projetos de educação cibernética) capacita a sociedade civil para agir de forma respeitosa e solidária online.A metodologia empregada buscou promover a construção do conhecimento acerca da importância do exercício da cidadania cibernética por meio de aulas expositivas, asquais elucidaram os mecanismos de participação social e propuseram atividades práticas para fixação do conteúdo.No que concerne à sua estrutura, a estratégia utilizada para a realização da atividade percorreu três principais etapas:1. Seleção e planejamento: estabelecimento de contatos com instituições de ensino, levando em consideração elementos pragmáticos (viabilidade de acesso, público atendido, recursos técnicos disponíveis e demonstração de interesse em participar de modo voluntário). Esta etapa contemplou, também, o planejamento colaborativo das atividades de ensino, bem como a aplicação de um piloto composto por quatro aulas-testes, para preparação dos discentes responsáveis pelo projeto.2. Ação: implementação da atividade extensionista a partir de aulas expositivas, produtos audiovisuais e a proposição de atividades práticas (acesso aos portais da transparência, jogos temáticos, rodas de diálogos, fóruns de debate e dinâmicas de grupo) para fixação do conteúdo e, por fim, a produção de uma cartilha informativa. 3. Observação e reflexão: realização periódica de reuniões para aprimoramento das atividades e coleta de informações que permitiram agregar os resultados dessa experiência, especialmente sob o ponto de vista dos professores.No que se refere à sua aplicação, o conteúdo do projeto foi transmitido por discentes (graduandos e pós-graduandos) e egressos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que fazem parte do Núcleo de Estudos Americanos (NEA), sob a direção do Professor Dr. Marcos Aurélio Guedes de Oliveira (UFPE). A equipe composta por oito indivíduos ministrou uma série de aulas, priorizando técnicas de aprendizagem ativa. Cada um dos quatro módulos foi compartilhado por uma equipe de dois facilitadores.De modo geral, o primeiro módulo centrou-se na utilização dos mecanismos de participação eletrônica, discorrendo sobre a evolução histórica dos direitos ao acesso à informação; o segundo ilustrou o funcionamento da infraestrutura da rede mundial de
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362556computadores e suas vulnerabilidades; o terceiro discutiu a incidência de crimes cibernéticos, instruindo o público-alvo a buscar ajuda, especialmente em casos sensíveis; por fim, o quarto módulo concluiu indicando caminhos para o uso responsável das redes sociais, principalmente no tocante à identificação de notícias falsas.Em suma, o curso ofertou uma carga horária total de dezesseis horas/aula para, aproximadamente, quarenta alunos da rede pública. Os quatro módulos foram apresentados em sequência, durante dois mesesno ano de 2019, em duas horas/aula ministradas semanalmente com a ajuda das parcerias firmadas com aEscola DomBoscoe a Biblioteca do Centro Comunitário da Paz CompazEscritor Ariano Suassuna, ambaslocalizadas em Recife, Pernambuco.PráticaA Unesco(2003) indica um aumento vertiginoso no número de países que adotam leis de acesso à informação pública em suas constituições, subindo de treze, em 1990, para mais de setenta, em 2010. Igualmente, organizações intergovernamentais como bancos multilateraisde desenvolvimento e instituições financeiras internacionais aderiram ao processo de divulgação de informações, de tal maneira que o direito à informação passou à esfera dos direitos humanos fundamentais e ampliou a capacidade do cidadão em controlar as ações dos agentes públicos (MENDEL, 2009).Nesse sentido, o primeiro módulo instruiu os jovens sobre como utilizar as ferramentas de acesso à informação e participação disponíveis online. Para isso, destacou a importância da implementação da Lei de Acesso àInformação (LAI) na transformação da cultura institucional brasileira, tendo em vista o seu papel na promoção da transparência, participação social no processo decisório e cooperação entre os órgãos públicos e os cidadãos. Para tanto, foi exposto o aparato legal internacional e nacional, com enfoque específico na importância da produção de informações e dados confiáveis e acessíveis por órgãos públicos. De forma a demonstrar aos jovens o poder que a transparência oferece à sociedade na reivindicação de maior eficiência nas ações públicas foram discutidos conceitos como transparência ativa e passiva.Em uma das atividades propostas,os estudantes foram encorajados a buscar porinformações de seu interesse eletronicamente, por meio da utilização do portal eletrônico Serviço de Informação ao Cidadão (E-SIC),do governo federal. Para tal, valeu-se dos recursos multimídia (tablets) fornecidos pela instituição de ensino e um modelo de requerimento
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362557elaborado pela equipe. Tendo em vista que essa atividade requer umperíodo (vinte dias úteis) para que a informação seja disponibilizada, foi criado um grupo de acompanhamento, em uma plataforma de comunicação, para orientações. O grupo foi útil, ainda, para discutir a importância da produção de dados confiáveis e acessíveis. Embora a atividade prática fosse considerada fundamental para o êxito do módulo, é valido ressaltar que houve baixa adesão dos estudantes, resultado atribuído, em grande medida, ao difícil acesso à Internet e àalta carga de trabalho e/ou escolar dos jovens. A despeito disso, aqueles que a desempenharam puderam compartilhar a experiência do exercício da cidadania cibernética. Com a realização da atividade, os participantes puderam reconhecer o arcabouço legal e ter ciência de suas responsabilidades egarantias, bem como se tornaram capazes de identificar os canais de comunicação entre a sociedade civil e o poder público.No segundo módulo foram ofertadas noções básicas de infraestrutura de rede, tendo em vista que o ciberespaço é, cada vez mais, frequentado por novas gerações, estimuladas a vivenciar o mundo virtual desde muito cedo. Diante disso, entender os riscos e as ameaças da navegação em rede é de grande importância. Para isso, definições como rede de computadores e Internet foram transmitidas, a partir de estímulos à aprendizagem ativa e participação dos estudantes em atividades lúdicas. Um dos jogos desenvolvidos foi intitulado “Vírus vs. Usuário”;nele,a turma foi dividida em dois grupos, onde metade desempenhou o papel de um vírus com a missão de infectar os servidores dos usuários (outra metadedo grupo). A representação contou com bexigas de ar infladas distribuídas aos usuários, as quais deveriam ser estouradas pelos vírus, no menor tempo possível. Como esperado,as bexigas foram rapidamente estouradas, demonstrando de maneira simples a facilidade que um vírus possui de infectar um sistema operacional, quando vulnerável.Já na discussão sobre a importância da segurança dos dados,foi proposta a simulação de um ataque hacker. Nessa oportunidade, os estudantes receberam pen-drivesinfectados e puderam corrigi-los. Houve, também, a comparação dos sistemas operacionais em termos de segurança, custo, funções e aplicabilidade, assim como os estudantes foram estimulados ase preveniremde ataques maliciosos por meio de softwaresde proteção e senhas fortes. No terceiro módulo,a temática central foram os crimes cibernéticos e os direitos e deveres dos usuários nas redes. A prevenção à criminalidade cibernética trata-se dequestão fulcral ao cidadão brasileiro, uma vez que o país ocupa o segundo lugar no rankingde crimes cibernéticos, que afeta cerca de 62 milhões de pessoastodos os anos, causando um prejuízo anual em torno de 100 bilhões de reais (SYMANTEC CORPORATION, 2017).
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362558Frente a este cenário, fomentou-se o uso seguro dos meios digitais, a partir da descrição do funcionamento de mecanismos disponibilizados pelo Estado para proteção dos cidadãos contra essa contravenção. O conceito de crime cibernético, seus tipos penais e legislação correlata (Marco Civil da Internet) foram trabalhados, com o intuito de ajudar os participantes na identificação e utilização dos mecanismos de ação social para denúncia e controle. Nesse ensejo, demonstrou-se aos participantes que os dados individuais são informações elementares do direito à privacidade e devem ser respeitados, tanto pela iniciativa privada quanto pelo governo.A espionagem cibernéticatambém foi tema de discussão, apresentando sua definição, casos práticos e o seu combate. Nessa etapa, foram expostas a Lei de Crimes Cibernéticos, a Lei .12.737/2012(Lei Carolina Dieckmann)(BRASIL, 2012)e o Direito Penal Brasileiro(BRASIL, 1984), na perspectiva da configuração de crimes pelas redes em decorrência de seu mau uso, em casos de: injúria racial, ameaça, pornografia infanto-juvenil, delitos de ódio, dentre outros. Por último, os conceitos de cyberbullying, sextorsão, pornografia de vingança foram tratados, questionando, por exemplo, como o indivíduo (vítima) deve se proteger nessas situações e quais os cuidados devem ser observados no uso das redes sociais para evitar uma possível má conduta.A fim de fixar o conteúdo ministrado, se propôs uma atividade prática na qual os estudantes foram expostos a situações hipotéticas de crimes cibernéticos e, a partir delas, estimulados a identificar a quecategorias os delitos correspondiam;uma vez identificados, os participantes deveriam indicar quais ações deveriam ser tomadas para lidar com a situação. Essa atividade contribuiu para estabelecer um diálogo claro e objetivo a respeito da importância da denúncia de ações cibernéticas nocivas à sociedade civil:os estudantes reagiram com entusiasmo à possibilidade de ação diante de contravenções, até então pouco compreendidas.O quartoe último módulo identificou as principais problemáticas que os jovens enfrentam ao utilizar as plataformas de interação social e apresentou meios para saná-las. Uma vez que, por um lado, as redes sociais promovem a aproximação entre as pessoas, o compartilhamento de notícias e o aprendizado, por outro, estão associadas ao roubo de dados pessoais, ao compartilhamento de notícias falsas e àmanipulação da opinião pública. Para tanto, foram apresentados o histórico, o funcionamento e as regas de utilização das principais redes sociais. Igualmente, discutiu-se com os jovens qual o propósito de cada uma delas, seus benefícios, direitos e deveres que organizam a convivência entre os usuários. Foram
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362559informados sobre a captação de dados pessoais por empresas de tecnologia e como funcionam os botsresponsáveis por aumentar as interações em determinadas páginas e/ou assuntos.Ademais, o módulo se dedicou ao uso de ferramentas para identificação e combate às fakenews, incentivando os alunos a verificarem pontos sensíveis de uma notícia, tais como: tom alarmista, sitedesconhecido, erros gramaticais, conteúdo sensacionalista, especialistas não reconhecidos, ausência de autoria, pedido para compartilhamento imediato. Nesse momento, estimulou-se os estudantes a indicarem manchetes e linksde notícias como verdadeiras ou falsas. A atividade despertou grande engajamento e curiosidade, tornando-se a mais citada após o término do projeto.Por fim, a atividade extensionista encerrou enfatizando a importância da educação digitalpara o exercício da cidadania cibernética, em um mundo em que todos os seus processos e estruturas estão, cada vez mais, dependentes desse domínio.Considerações finaisO incremento no uso das novas tecnologias trouxe consigo a necessidade de novos conhecimentos que permitam ao cidadão ser capaz de retirar delas o seu melhor nas mais diversas áreas, desde a busca por informações críveis, trabalho, ensino, relacionamentos pessoais, até como instrumento de cobrança dos governantes por maior transparência nos dados e apresentação de resultados.Conforme o exposto, o poder público e a escola são os principais agentes responsáveis pelo processo de capacitação da sociedade civil, jovens em específico, para o exercício da cidadania digital. Mediante o fornecimento do acesso à Internet de qualidade para todos, é fundamental promover a capacitação deste público para que se tornem conscientes de seus direitos e deveres,e da oferta de conhecimento para que possam proteger suas informações pessoais e privacidade no espaço cibernético. Em vista disto, este artigo apresentou a experiência prática dos discentese egressosda Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os quais,por meio de uma atividade de extensão,buscaram contribuir com a projeção desta novarealidade social, expandindo os conhecimentos adquiridos na universidade à comunidade, certos de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão impulsiona a produção de conhecimentos, na medida em que estabelece um vínculo de confiança entre acadêmicos e sociedade civil, em um esforço conjunto para transformar a realidade dos cidadãos.
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362560O sucesso do projeto adveio de sua extrema atualidade, ao propor um conteúdo inovador, além de preencher a lacuna de total carência que as escolas possuem na oferta de projetos semelhantes. Por esta lógica, a extensão cumpre seu papel de ser uma ferramenta efetiva para intervir e modificar a realidade. A iniciativa permitiu aos estudantes e professores se familiarizarem com conceitos novos, tanto de forma teórica quanto prática;estimulou, ainda, a troca de experiências e a sensibilização com situações fáticas e, fundamentalmente, proporcionou aos participantes sua identificação na qualidade de cidadãos digitais, parte de uma comunidade mais ampla, na qual podem e devem atuar politicamente.Por fim, como desafio, identificamos a necessidade de ampliar a vivência cidadã digital, para que não se reduza a processos formativos esporádicos. A construção de uma cultura democrática e cívica requer um repensar substancial dos diferentes componentes da vida dos jovens, para além dos muros escolares. Neste ensejo, estimulamos a educação digital através da replicação deste projeto em diferentes regiões e para os mais variados públicos, certos de que a mobilização para oexercício da cidadania cibernética de modo seguro e eficiente é indispensável para agir frente às demandas da Era Digital.AGRADECIMENTOS:À Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pernambuco (Proexc-UFPE); à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); à Escola DomBosco Recife/PE e à Biblioteca do Centro Comunitário da Paz CompazEscritor Ariano Suassuna.REFERÊNCIASALMEIDA, S.; FERNANDES, J.Á.; GOI, V. El uso de las tecnologías digitales en las escuelas: Un estudio basado en los informes de políticas públicas brasileñas. Revista do Centro de Educação UFSM, Santa Maria, v. 44, p. 1-12, fev./set. 2019.Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/1171/117158942065/117158942065.pdf. Acesso em: 05 jan. 2022.ARROYO, D.; ROCHA, M. Meta Avaliação de uma extensão universitária: Estudo de caso. Avaliação, Campinas, v. 15,n. 2,p. 135-161,jul.2010.Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/KTgP6wrJ6QDbJZyBNpsxYJd/abstract/?lang=pt. Acesso em: 13 jan. 2022.BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de setembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1940. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Acesso em: 10 jan. 2022.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362561BRASIL. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1968. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5540.htm.Acesso em: 10 dez. 2022.BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.Acesso em: 10 dez. 2022.BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República,1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.Acesso em: 10 dez. 2022.BRASIL. Projeto de Lei n.6964/06, de 2006.Da Sra. Professora Raquel Teixeira, 2006. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node01uia9d963j5vj8r3ck1gn87ez1248531.node0?codteor=391744&filename=PL+6964/2006. Acesso em: 10 dez. 2022.BRASIL. Decreto n. 6.495, de 30 de junho de 2008. Institui o Programa de Extensão Universitária PROEXT. Brasília, DF: Presidência da República,2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6495.htm. Acesso em: 10 dez. 2022.BRASIL. Lei n. 12.737, de 30 de novembro de 2012.Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -Código Penal; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2012. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm. Acesso em: 10 jan. 2022.BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República,2017. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2017/lei-13415-16-fevereiro-2017-784336-publicacaooriginal-152003-pl.html. Acesso em: 10 dez. 2022.CALIPO, D. Projetos de Extensão universitária crítica: Uma ação educativa transformadora. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Universidade Estadual de Campinas, 2009. Disponível em: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/390135. Acesso em: 10 jan. 2022.CANTO, M. O letramento midiático em escolas: Lutando contra a desinformação. TIC Educação. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019.CARBONARI, M.E.; PEREIRA, A. A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, Londrina, v. 10,n. 10,p. 23-28, jul./set. 2007.Disponível em: https://seer.pgsskroton.com/educ/about/contact. Acesso em: 21 set. 2021.
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362562DIMAGGIO, P.; CELESTE, C. Technological Careers: Adoption, Deepening, and Dropping Out in a Panel of Internet Users, 2004.E-SIC. Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão. Disponível em: http://www.acessoainformacao.mg.gov.br/sistema/site/index.html. Acesso em: 14 out. 2019.HINDUJA, S.; PATCHIN, J. Sexting: A brief guide for educators and parents. Cyberbulling Research Center, 2010. Disponível em: https://cyberbullying.org/sexting-research-summary-2022.pdf. Acesso em: 13 maio 2020.JENIZE, E. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo Horizonte. Anais[...].Belo Horizonte: UFMG, 2004. Disponível em: https://www.ufmg.br/congrext/Gestao/Gestao12.pdf. Acesso em: 10 jan. 2022.JONES, L.; MITCHELL, K. Defining and measuring youth digital citizenship. New media & Society, v. 18, n. 9, p. 2063-2079,jul.2016.Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1461444815577797. Acesso em: 03 set. 2021.JONES, L.; MITCHELL, K.; FINKELHOR, D. Trends in Youth Internet Victimization: Findings from three youth internet safety surveys 2000-2010. Journal of Adolescent Health, v. 50, n. 2, p. 179-186, fev. 2012.Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1054139X11003387. Acesso em: 13 mar. 2019.KOGLIN, T.; KOGLIN, J.C. A Importância da extensão nas Universidades Brasileiras e a transição do reconhecimento ao descaso. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 10,n. 2,p. 71-78, jun. 2019.Disponível em: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RBEU/article/view/10658. Acesso em: 22 jan. 2022.KOLTAY, T. Os media e as literacias: Literacia mediática, literacia informacional, literacia digital. Media, Culture & Society, v. 33, n. 2, p. 211-212, mar. 2011.Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0163443710393382. Acesso em: 04 set. 2021.MENDEL, T. Liberdade de informação: Um estudo de direito comparado. Brasília, DF: Unesco, 2009.MOITA, F.; ANDRADE, F. Ensino-pesquisa-extensão um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14,n. 41, p. 269-393, maio/ago.2009.Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/gmGjD689HxfJhy5bgykz6qr/abstract/?lang=pt. Acesso em: 11 ago. 2021.MORA-OSEJO, L.; BORDA, O. A superação do eurocentrismo. Enriquecimento do saber sistémico e endógeno sobre nosso contexto tropical. In: SANTOS, B. S.(org.). Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortez, 2004.MOSSBERGER, K.; TOLBERT, C.; MCNEAL, R.Digital Citizenship: The internet, society and participation. Cambridge: The MIT Press, 2008.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERe Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362563NOGUEIRA, M.(org.). Avaliação da extensão universitária: Práticas e discussões da comissão permanente de avaliação da extensão. Belo Horizonte: FORPROEX/CPAE; PROEX/UFMG, 2003.NUNES, A.; SILVA, M. A extensão universitária no ensino superior e a sociedade. Mal-Estar e Sociedade, Barbacena, v. 4, n. 7, p. 119-133,jul./dez.2011. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/gtic-malestar/article/view/60. Acesso em: 16 out. 2021.PATROCÍNIO, T.Educação e Cidadania global. In: GOUVEIA, L.Cidades e Regiões Digitais: Impacte nas cidades e nas pessoas. Porto: Fundação Fernando Pessoa, 2003.PINSKY, J. Introdução. In: PINSKY, J.; BASSANEZI, C.História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.Relatório de Crimes Cibernéticos NORTON: O impacto humano.Symantec Corporation,2017.Disponível em: https://www.symantec.com/content/en/us/home_homeoffice/media/pdf/cybercrime_report/Norton_Portuguese-Human%20Impact-A4_Aug18.pdf.Acesso em:06 maio 2019.RIBBLE, M. Digital Citizenship in Schools. Washington: ISTE, 2007.RIBBLE, M. Nine Elements of Digital Citizenship. Washington: ISTE, 2010. Disponível em: http://www.iste.org. Acesso em: 10 jan. 2022.SANTOS, B. S. Pela mão de Alice: O social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.SEN, A. O desenvolvimento como expansão de capacidades. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, v. 28-29, 1993. SILVA, O. O que é extensão universitária. Integração: ensino, pesquisa e extensão, São Paulo, v. 3, n. 9, 1997.SIMÃO, P.; CARDOSO, F. Digital citizenship in schools: nine elements all students should know, in Mike Ribble, 3. ed. Arlington, VA, USA: International Society for Technology in Education, 2015. EccoS Revista Científica, v. 47, p. 472-476, 2018. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/10778/5254. Acesso em: 10 jan. 2022.SONCK, N. et al. Digital literacy and safety skills. London: London School of Economics & Political Science, 2011.TIC. Tecnologia de Informação e Comunicação. Domicílios com acesso à Internet. 2019. Disponível em: https://cetic.br/pt/tics/domicilios/2019/domicilios/A4/.Acessoem: 12 mar. 2019.UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Prefácio. 2003. In: MENDEL, T. Liberdade de informação: Um estudo de direito comparado. Brasília, DF: Unesco, 2009.UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. TIC na
image/svg+xmlCidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedadeRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362564Educação. 2016. Disponível em: https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/ict-education-brazil. Acesso em: 10 jan. 2022.VAN DIJK, J. The Deepening Divide: Inequality in the Information Society. London: Sage Publications, 2005.Como referenciar este artigoOLIVEIRA, M. A. G.; SCHWETHER, N. D.; CASALUNGA, F. H. Cidadania cibernética: Contribuições de uma ação extensionista à sociedade. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16436Submetido em:10/03/2022Revisões requeridas em:19/07/2022Aprovado em: 24/10/2022Publicado em: 30/12/2022Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362547CIUDADANÍA CIBERNÉTICA: APORTES DE UNA ACCIÓN EXTENSIONISTA A LA SOCIEDADCIDADANIA CIBERNÉTICA: CONTRIBUIÇÕES DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA À SOCIEDADECYBERNETIC CITIZENSHIP: CONTRIBUTIONS OF AN EXTENSIONIST ACTION TO SOCIETYMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA1Natalia Diniz SCHWETHER2Fernando Henrique CASALUNGA3RESUMEN: La Era de la Información ha traído consigo nuevos mecanismos de sociabilidad, así como grandes desafíos para la ciudadanía. En este escenario, la acción de los Estados como propuestas de políticas públicas es central, y la educación es un componente importante de la base central. En vista de esto, a partir de un conjunto de clases teórico-prácticas, utilizamos el método lúdico pedagógico en un proyecto de extensión innovador que tiene como objetivo fortalecer el ejercicio de la ciudadanía cibernética en jóvenes estudiantes. Al contribuir a la identificación de los participantes de su condición de ciudadanos digitales, la acción extensionista proyectauna nueva realidad social, ampliando los conocimientos adquiridos en la universidad a la comunidad. Estamos seguros de que la inseparabilidad entre investigación, docencia y extensión impulsa la producción de conocimiento, ya que establece un vínculo de confianza entre los académicos y la sociedad civil, en un esfuerzo conjunto por transformar la realidad de los ciudadanos.PALABRAS CLAVE: Ciudadanía. Cibernética. Extensión universitaria.RESUMO: A Era da Informação trouxe consigo novos mecanismos de sociabilidade, bem como grandes desafios à cidadania. Nesse cenário, é fulcral a ação dos Estados enquanto propositores de políticas públicas, sendo a educação um importante componente do alicerce central. Em vista disso, a partir de um conjunto de aulas teórico/práticas, empregamos o método lúdico pedagógico emum projeto de extensão inovador que tem por objetivo fortalecer o exercício da cidadania cibernética em jovens estudantes. Na medida em quecontribui para a identificação dos participantes de sua condição enquanto cidadãos digitais, a ação extensionista projetauma nova realidade social, expandindo os conhecimentos adquiridos na universidade à comunidade.Estamos certos de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino 1Universidad Federal de Pernambuco (UFPE), Recife PE Brasil. Catedrático de Ciencia Política en el Departamento de Ciencia Política. Doctorado en Gobierno (ESSEX/Inglaterra). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9792-5453. E-mail: guedes@hotmail.com2Universidad Federal de Pernambuco (UFPE), Recife PE Brasil. Estudiante postdoctoral en el Departamento de Ciencia Política. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8022-237X.E-mail: natalia.schwether@ufpe.br3Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre RS Brasil. Estudiante de Doctorado en el Departamento de Ciencia Política. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0130-4471.E-mail: fernandocasalunga@gmail.com
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362548e extensão impulsiona a produção de conhecimentos, na medida em que estabelece um vínculo de confiança entre acadêmicos e sociedade civil, em um esforço conjunto para transformar a realidade dos cidadãos.PALAVRAS-CHAVE: Cidadania. Cibernética. Extensão universitária.ABSTRACT:New social norms and significant civic challenges were both brought about by the information age. In this situation, the role of States in promoting public policy is critical, with education serving as a key tenet of the fundamental structure. To improve the practice of cybernetic citizenship in young pupils, we applied the playful pedagogical technique in an original extension project from a series of theoretical/practical lessons.The extensionist action creates a new social reality by bringing the knowledge learned at the university to the community. It is confident that the interdependence of research, teaching, and extension drives the production of knowledge as it forges a trusting relationship between academics and civil society in an effort to change citizens' realities.KEYWORDS:Citizenship. Cybernetics. University extension.IntroducciónEn la Era de la Información, identificada desde mediados de la década de 1990, la humanidad comenzó a experimentar un profundo cambio social causado por la rápida expansión de la infraestructura de red y la urgencia de aprender y utilizar las más variadas tecnologías de la información y la comunicación (TIC). Según el artículo 1 de la Constitución Federal (CF) de 1988 (BRASIL, 1988), la ciudadanía es un fundamento del Estado Democrático de Derecho. Ser ciudadano sugiere que el individuo tiene derechos civiles (vida, libertad, propiedad, igualdad), participa activamente en la sociedad, a través de sus derechos políticos y, concomitantemente, tiene garantizados sus derechos sociales (educación, trabajo, salud) (PINSKY, 2003).En 2011, la Organización de las Naciones Unidas (ONU), en vista de la naturaleza única y transformadora de Internet, dijo que era un derecho de todos buscar, recibir y transmitir información e ideas a través de Internet. Por lo tanto, ser ciudadano recibió un nuevo atributo que se refierea su capacidad de acceder a Internet y participar de manera comprometida de las redes (PATROCÍNIO, 2003).En Brasil, la Ley que presenta las directrices básicas de educación, LDB No. 9.394/96 (BRASIL, 1996), pretende ser la asignación de la familia y la escuela, especialmente la educación básica, para garantizar la capacitación de la persona que lo faculta para ejercer su ciudadanía. Teniendo en cuenta que tener dominio bajo las TIC es un requisito para el pleno
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362549disfrute de la ciudadanía, también se convierte en parte de las habilidades escolares, la educación cibernética.Datos de la Agencia de Tecnologías de la Información y la Comunicación (ICT, 2019) muestran que más del 70% de la población brasileña tiene acceso a Internet, lo que corresponde a aproximadamente 130 millones de personas (TIC, 2019). En 2020, Hootsuite identificó que superamos los 140 millones de usuarios de redes sociales, un aumento de 11 millones (+ 8.2%) entre abril de 2019 y enero de 2020.Según el informe del Youth Internet Safety Study (YISS 1, 2 e 3), un estudio que detallaba las experiencias de los jóvenes con situaciones no deseadas en Internet hubo, entre 2000 y 2010, un aumento en el uso de Internet y las nuevas tecnologías por parte de los jóvenes y, en paralelo, de casos de acosoen línea, especialmente de niñas. Para los analistas, el tema requiere proyectos específicos que puedan difundir mensajes relevantes a los padres y jóvenes, que necesitan ser informados sobre cómo actuar en situaciones particulares(JONES; MITCHELL; FINKELHOR, 2012).Ante la aparición de una sociedad altamente conectada, se han multiplicado una serie de riesgos y amenazas para la seguridad de los usuarios, ampliando la preocupación del público por la ciberseguridad y requiriendo acciones para proteger los datos y la infraestructura de red. Por lo tanto, el Estado, como principal agente formulador de políticas públicas para el desarrollo de la educación digital, tiene un vector importante para su implementación en las universidades blicas brasileñas. Por esta razón, el artículo propone una discusión sobre el papel de las acciones extensionistas como contribuciones al desarrollo de la educación digital y, más específicamente, de lo que se entiende por ciber ciudadanía; en secuencia, presenta un innovador proyecto de extensión desarrollado por estudiantes y graduados de la Universidad Federal de Pernambuco (UFPE), titulado 'Cyber-Cid: del aula a la computadora', aplicado a jóvenes estudiantes de escuelas públicas.La actividad de extensión surgió del hallazgo de una falta de información sobre el entorno cibernético en la educación pública brasileña, combinada con un fuerte esfuerzo del grupo para transponer los estudios realizados en el entorno académico a la sociedad civil. Por lo tanto, los autores creen que dar mayor visibilidad a la práctica extensionista, en particular, y al tema, en general, son incentivos para nuevas acciones o la replicación de este modelo en otros lugares, con el objetivo final de contribuir a la promoción de laciber ciudadanía.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362550El trípode académicoEl trípode académico enseñanza, investigación y extensión es la base de la producción y difusión del conocimiento de la educación superior en Brasil. El CF, en su artículo 207, decía que "las universidades gozan de autonomía didáctico-científica, administrativa y financiera y de gestión patrimonial, y obedecen al principio de inseparabilidad entre enseñanza, investigación y extensión" (BRASIL, 1988). Así, una vez equiparadas por ley, estas tresactividades merecen recibir el mismo trato por parte de las instituciones de educación superior (IES) (MOITA; ANDRADE, 2009).El FC (BRASIL, 1988) no fue, sin embargo, el primer documento en mencionar el término "extensión" en suelo nacional. Es posible ubicar, también en 1931, en el Estatuto de las Universidades Brasileñas, un conjunto de objetivos atribuidos a la extensión universitaria, entre ellos, la difusión de conocimientos útiles a la vida privada y colectiva y la solución de problemas sociales. En1968, la Ley No. 5.540/1968 (BRASIL, 1968), también contempló el tema, pero en este segundo acercamiento al tema se manifiesta una reorientación de las actividades, con el fin de cerrar el espacio de diálogo constituido, hasta ese momento, entre las IES yla comunidad (CARBONARI; PEREIRA, 2007).Años más tarde, en la década de 1980, en un contexto de resurgimiento de los movimientos sociales, el Foro de Prorrectoresde Extensión de las Universidades Públicas Brasileñas surge como un actor importante en ladefinición de las direcciones de la extensión universitaria en el país. En sus discusiones, pidieron en primer lugar una mayor precisión del concepto de extensión y su organización como órgano propio, con presupuesto y método de evaluación (NOGUEIRA, 2003;CARBONARI; PEREIRA, 2007).El Foro fue responsable de la elaboración del Programa de Promoción de la Extensión Universitaria (PROEXTE) y del Plan Nacional de Extensión. Propuesto en 1993, PROEXTE fue el resultado de un esfuerzo conjunto entre el Ministerio de Educación (MEC) y el Foro, ante el cual el primero se comprometió a asignar recursos a los IES públicas para llevar a cabo actividades de extensión. Sin embargo, la iniciativa no prosperó y fue desactivada. En su lugar, se propuso el Plan Nacional (1991/2001) para orientar las acciones en las universidades, pero no se obtuvo dicha colaboración del MEC (NOGUEIRA, 2003).En esa misma década, en 1996, la Ley No. 9.394/1996 (BRASIL, 1996), Ley de Directrices y Bases de la Educación Nacional, a través de la cual la extensión retoma su proximidad a la comunidad: "La educación superior tiene como objetivo: VII-promover la extensión, abierta a la participación de la población, con el objetivo de difundir los logros y
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362551beneficios resultantes de la creación cultural y la investigación científica y tecnológica generada en la institución" (BRASIL, 1996, art. 43, punto VII). Años más tarde, se agrega a la Ley, revitalizando la indisociabilidad entre docencia, investigación y extensión.En 2003, PROEXTE reaparece titulado como Programa de Apoyo a la Extensión Universitaria. Sus formuladores están convencidos de que las universidades representan una contribución importante a la implementación de políticas públicas de educación. En 2008, se somete a un nuevo cambio ensu nombre, con el Decreto No. 6.495/2008 (BRASIL, 2008), comienza a convocar el Programa de Extensión Universitaria (ProExt) y, a partir de entonces, se convierte en la principal iniciativa para promover la extensión universitaria brasileña (KOGLIN; KOGLIN, 2019; NOGUEIRA, 2003).Cabe destacar que el presupuesto del ProExt permitió, en 2016, la posibilidad de que las instituciones universitarias presentaran una propuesta para competir por aproximadamente R$ 16 millones cada una. Para Koglin y Koglin (2019), la inversión continua y creciente entre 2014 y 2016 recuperó la importancia del tema, además de representar una evaluación positiva de sus resultados por parte del gobierno. Sin embargo, a partir de 2017, el escenario cambia. No se abren nuevos edictos, iniciando un período de falta de recursos y dificultad en el desarrollo del proyecto.Sin embargo, las acciones extensionistas no han perdido importancia. En 2018, el Plan Nacional de Educación (2014-2024) exigió que las instituciones de educación superior obtuvieran al menos el 10% de los créditos curriculares en programas y proyectos de extensión para 2021 (PNE, meta 12.7). Esta medida requirió que las universidades recuperaran el prestigio de la extensión en el trípode académico.Aunque las primeras experiencias de extensión en Brasilduran a principios del siglo 20, históricamente, se observa en las universidades la priorización de recursos y esfuerzos para las áreas de enseñanza e investigación; Es decir, en los estudios de pregrado, el énfasis sepone en la enseñanza, y en la escuela de posgrado, el enfoque está en la investigación(CARBONARI; PEREIRA, 2007; MOITA; ANDRADE, 2009).Para Santos (1995), el compromiso universitario sólo se cumplirá, en su totalidad, cuando las actividades de extensiónse profundicen de tal manera que pasen a formar parte de las actividades de investigación y docencia. Sin embargo, en el caso brasileño, la extensión ha sido muy relegada debido a la poca atención prestada por las agencias de promoción y gestión a este importante vínculo de interacción: universidad-sociedad (NUNES; SILVA, 2011). La ampliación pretende, precisamente, intensificar las relaciones entre estos dos espacios. La universidad, a través de la extensión, influiría y sería influenciada por la
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362552comunidad, en una relación de intercambio mutuo. La academia encuentra en la sociedad la oportunidad de la práctica y el empiria,La extensión permite a la universidad aportar a la comunidad conocimientos, en un proceso de socialización de la información (SILVA, 1997; NUNES; SILVA, 2011).La relación de intercambio mutuo entre la universidad y la comunidad se fortalece a través de la extensión, ya sea por la apertura de un espacio para el diálogo o por la posibilidad de desarrollar acciones sociales (SILVA, 2011).Para Carbonari y Pereira (2007), el gran desafío de la extensión es reajustar la relación entre enseñanza e investigación y necesidades sociales; la universidad sería entonces un instrumento capaz de ayudar en la profundización de la ciudadanía y la transformación social (CALIPO, 2009). Por lo tanto, es con la ayuda de las actividades de extensión que el ambiente académico tiene la oportunidad de establecer una relación dialógica, en la que la comunidad participa activa y constructivamente en las dinámicas propuestas y las universidades se comprometen con el cuidado comunitario y el intercambio de conocimientos. Con ello, la prórroga deja de tener carácter obligatorio y gana aspectos de compromiso social (JENIZE, 2004; MORA-OSEJO; BORDA, 2004; MOITA; ANDRADE, 2009).En este sentido, la unidad entre enseñanza, investigación y extensión mejora la calidad de la producción académica y la promueve éticamente, ya que la articulación sólo entre enseñanza y extensión carece de investigación para la producción de conocimiento científico. Por otro lado, la articulación entre enseñanza e investigación falla en la comprensión social. Y la articulación entre extensión e investigación excluye la docencia, perdiendo la dimensión formativa de la universidad (MOITA; ANDRADE, 2009). Con respecto a la ética, al no omitir las deficiencias materiales e informativas inherentes a la población, la actividad de extensión contribuye a la construcción de mejores condiciones de ciudadanía. Es, por lo tanto, una herramienta para la construcción del conocimiento, no limitada a los pares, sino que abarca una diversidad de interlocutores (ARROYO; ROCHA, 2010). Por lo tanto, la clave es pensar cómo la extensión puede contribuir de manera más incisiva a la solución de los problemas sociales, con énfasis en el papel que la tecnología tiene en la educación, dada la creciente importancia de pensar el conocimiento, también bajo el enfoque tecnológico (ALMEIDA; FERNANDES; GOI, 2019).En Brasil, las iniciativas de aplicación de las TIC en la educación básica comenzaron a mediados de la década de 1980, con la Secretaría Especial de Informática (SEI), responsable de regular y supervisar el sector e investigar los aspectos teóricos de la aplicabilidad de las
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362553computadoras en la enseñanza. En 1983, SEI estableció la Comisión Especial de Informática en la Educación, cuyo objetivo principal era elaborar el primer proyecto de Informática en la Educación. En 1989, se creó el Programa Nacional de Informática Educativa con el fin de garantizar una convergenciapolítica, técnica y científica de las inversiones en el sector. Otras iniciativas importantes en esta esfera fueron: el establecimiento de una sección en los Parámetros del plan de estudios nacional sobre la necesidad de utilizar las TIC en la educación; la creación de la Universidad Abierta de Brasil; la aprobación dela Ley No. 6.964/06 (BRASIL, 2006), que exige que las escuelas públicas primarias y secundarias mantengan laboratorios de computación en sus instalaciones; y la Ley No. 13.415/17 (BRASIL, 2017), que agregó a las directrices y bases de la educación nacional el término "y sus tecnologías". A nivel mundial, la Agenda 2030 para el Desarrollo Sostenible de las Naciones Unidas (ONU) ha enumerado la tecnología como una importante fuente de acceso al conocimiento y una herramienta pedagógica. Ante este escenario,la actividad de extensión 'Cyber-Cid: del aula a la computadora' se entiende como fundamental para estimular la ciber ciudadaníaentre los jóvenes (concepto desarrollado a la continuidad) de forma sencilla y didáctica, estimulando un uso responsable y crítico de las tecnologías de la comunicación.Ciber ciudadaníaLos primeros usos del término ciber ciudadaníase referían exclusivamente al acceso a las redes; Más recientemente, se ha utilizadoel término para el uso seguro y el comportamiento responsable en el espacio en línea(JONES; MITCHELL, 2016). La ciber ciudadaníatambién puede entenderse como la capacidad de participar en la sociedad electrónicamente, mientras que el ciudadano digital sería el que utiliza Internet regularmente, ya sea en la búsqueda de información política, para cumplir su función cívica, o en el trabajo, con fines puramente económicos (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).Internet proporciona una gran cantidad de contenido en diferentes áreas, así como espacio para la discusión y la movilización. La posesión de información es un recurso importante para la emancipación individual, combinado con la lectura frecuente de noticias, que estimula el debate y el interés en un tema, como la política. Juntos, el conocimiento, la discusión y el interés crean las condiciones para el compromiso social, sin embargo, las mismas dificultades que experimentan los grupos más desfavorecidos en el acceso a la educación, el
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362554empleo y el proceso político ocurren en el entorno cibernético (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).En Brasil, aunque una gran parte de la población tiene acceso regular a Internet y puede ser considerada un usuario, hay un porcentaje de jóvenes que rara vez o nunca han accedido a la red informática mundial. Se trata de individuos ubicados en su mayoría en zonas rurales y en las regiones Norte y Nordeste del país, quienes, entre otras razones, enfrentan dificultades como la falta de disponibilidad de Internet en su localidad, la falta de conocimiento para el manejo de la herramienta y la falta de computadoras, lo que hace imposible el uso de la red, ya sea en sus hogares, trabajos o escuelas. Por otro lado, los datos indican que la región Sur es aquella en la que los jóvenes acceden a la red más de una vez al día (CGI.BR, 2018).La exclusión digital margina cada vez más a las personas de la vida pública, lo que en consecuencia implica una menor capacidad para competir por puestos de trabajo, para realizar una buena formación, entre otros. Para Amartya Sen (1993), la pobreza y la desigualdad no deben pensarse en términos de posesiones materiales, sino a la luz de las capacidades que poseenlos miembros de la sociedad; esto se dice, no solo aquellos que estánofflinetienen desventajas, sino también aquellos que no tienen una conexiónen sus hogares y dependen de servicios de mala calidad ofrecidos por el Estado (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL,2008).Para Van Dijk (2005), si bien hay un crecimiento en el uso de Internet (como se puede ver en el Gráfico 1), las habilidades que los individuos deben tener para estar efectivamenteen línea tambiénaumentan. Por essa lógica, para ser um cidadão cibernético,é necessário tanto uma conexão de qualidade quanto habilidades específicas de leitura, escrita e compreensão das informações disponíveis eletronicamente.Gráfico 1 -Adolescentes con perfil social propio (BRASIL, 2013-2016)Fuente: Elaborado por los autores, basado en CGI.br (2018)758085909510012345678
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362555En vista de esto, el papel de la educación digital en la promoción de la inclusión se vuelve prominente. Por ejemplo, los estudios muestran que el nivel de educación está directamente relacionado con la cantidad de horas que las personas pasan conectadas(en línea), realizando búsquedas de contenido relacionado con la enseñanza, el trabajo, la salud, las finanzas, la ciencia y también las noticias, el gobierno y la política (DIMAGGIO; CELESTE, 2004). Según la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO, 2016, n.p.): "La forma en que el sistema educativo incorpora las TIC afecta directamente a la reducción de la exclusión digital". En Brasil, la investigación TIC Educación2017 encontró que el 97% de las escuelas tenían acceso a Internet, pero la cantidad de equipos conectados era muy limitada; En la mayoría de ellos, había una proporción de cuarenta estudiantes por cada computadora disponible. El estudio identificó que el aprendizaje sobre el manejo de la herramienta ocurrió, en general, de manera autodidacta. Como mostraron los datos, el 80% de los estudiantes de escuelas públicas y privadas del país aprendieron a usar Internet por su cuenta, y solo la mitad de ellos recibió instrucciones de sus maestros sobre la importancia de verificar la información obtenida en Internet de más de una fuente. (CGI.BR, 2017).Ante este escenario, fomentar el análisis de los textos y el contenido de la información disponible en la red, así como fomentar una mayor consideración en el intercambio de información es uno de los pilares fundamentales de la educación digital, al tiempo que estimula el desarrollo del pensamiento crítico y reduce la vulnerabilidad de los ciudadanos a la desinformación (CANTO, 2019).La educación digital también abarca las habilidades necesarias para el uso de computadoras e Internet, como la solicitud de información de las autoridades públicas que están disponibles en los portales de transparencia; estrategias para el uso de motores de búsqueda; crear contraseñas seguras; el uso desoftwarepara evitar mensajes no deseados(spam) y/o ataques maliciosos (KOLTAY, 2011; MENDEL, 2009; SONCKet al.,2011).Además, esta educación incluye recomendaciones contra el comportamiento inapropiado, como las prácticas de agresión moral, organizadas por grupos, contra una persona en particular y alimentadas a través de Internet (cyberbullying); el envío electrónico de textos o fotografías de carácter sexual (sexting) (HINDUJA; PATCHIN, 2010); e, no menos importante, fomentar la práctica de comportamientos y actividades respetuosas que impulsen el compromiso cívico (JONES; MITCHELL, 2016).
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362556Por este motivo, Ribble (2010) ha arrojado nueve elementos que, a su juicio, conforman la ciudadanía digital o cibernética, dispuestos en la Tabla 1:Tabla 1 -Elementos de la ciber ciudadanía1. Etiqueta Normas electrónicas de conducta y uso responsable del espacio digital;2. ComunicaciónIntercambio electrónico de información dinámica y rápida;3. AlfabetizaciónProceso de enseñanza y aprendizaje sobre la tecnología y su uso;4. Acceso Participación electrónica sin restricciones;5. Comercio Compra y venta electrónica de bienes;6. Ley Responsabilidad electrónica por acciones, ética de la tecnología;7. Derechos y responsabilidadLibertades en el espacio digital (privacidad, libertad de expresión); 8. Salud y bienestarSeguridad visual, buenas prácticas ergonómicas, etc.;9. Seguridad Precauciones electrónicas para garantizar la seguridad de los datos.Fuente: Ribble (2010)Los nueve elementos forman una guía para el enfoque del tema en las escuelas, que requiere un perfil muy específico de educador y conocimiento en el área de la enseñanza. De manera sucinta, el primer elemento se refiere al derecho de acceso a la red y considera que los Estados deben centrarse en garantizar el acceso sin restricciones. Con respecto a la comunicación digital, destacamos la preparación necesaria para el uso de las herramientas. En cuanto a la alfabetización, considera que la sociedad necesita aprender a respetar las normas y procedimientos electrónicos, para aprovechar objetivamente los contenidos disponibles en línea. Con respecto al comercio digital, destaca la mayor atención que debe prestarse a las ilegalidades y/o al fraude. En el aspecto de la salud física y mental, destaca la importancia de cultivar buenos hábitos. Por último, advierte de la adopción de medidas preventivas, como la instalación de antivirus, el almacenamiento de datos (backups), construir contraseñas seguras, entre otros (RIBBLE, 2010; SIMON; CARNEIRO, 2015). La Tabla 2 muestra los nueve elementos en tres categorías:
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362557Tabla 2 -Categorías de ciber ciudadaníaAprendizaje de los estudiantes y rendimiento académico digitalComportamiento de los estudiantes en el entorno digitalVida digital de los estudiantes fuera del Entorno AcadémicoAccesoComunicaciónSeguridad y protecciónAlfabetismoEtiquetaDerechos y deberes digitalesLegislaciónComercioSalud y BienestarFuente: Adaptado de Ribble (2007)Se puede deducir de la Tabla 2 que los nueve elementos no están aislados, existe una interconexión entre ellos basada en la proximidad que mantienen con el entorno escolar. Por lo tanto, se crearon tres categorías basadas en sus efectos en el espacio digital: a) sobre el aprendizaje y el rendimiento académico; b) en el ambiente escolar y en el comportamiento de los estudiantes;y c) en la vida del estudiante fuera del entorno escolar.Frente a estas categorías, y considerando los desafíos que enfrenta cada establecimiento educativo, los educadores pueden optar por poner mayor énfasis en una de ellas o elegir a qué conjunto se acercarán primero, manteniendo el objetivo general de empoderar a los estudiantes para que ejerzan su ciber ciudadanía(RIBBLE, 2007).Según Jones y Mitchell (2016), el mejor formato para que este conocimiento llegue al público joven son las discusiones que les hagan pensar en cómo se requiere cada una de estas prácticas en el uso diario del ciberespacio. Esta acción puede fomentarse a partir de la construcción de juegos didácticos que diluciden las situaciones y cómo actuar ante ellas. Otra opción es animar a los estudiantes, en grupos de discusión, a encontrar fallas y divergencias en sus propias redes sociales o en redes anónimas, empoderándolos de una manera práctica para usar el ciber lenguaje.El Proyecto Cyber-Cid Frente a lo anterior, el proyecto de extensión "Cyber-Cid: del aula a la computadora" se estructuró a partir de cuatro módulos principales: acceso a la información; infraestructura de red; los ciberdelitos y el uso de las redes sociales, que emplean el método pedagógico lúdico para estimular el ejercicio de la ciber ciudadaníapor parte de los jóvenes estudiantes.Los módulos cuentan con actividades prácticas desarrolladas con los siguientes objetivos: i) proporcionar herramientas para la búsqueda y adquisición de información sobre el gobierno, fomentando medidas de gobernanza como la transparencia del gasto público; ii) enseñar cómo proteger los dispositivos conectados a la red, evitando la contaminación por
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362558amenazas dañinas que circulan en el espacio digital; iii) advertir sobre los problemas relacionados con la ciberdelincuencia, con el fin de reducir la probabilidad de perpetración de prácticas nocivas, como el acoso y la violencia verbal, en este entorno; iv) fomentar el uso respetuoso y solidario de lasredes sociales y del espacio digital. Las siguientes subsecciones presentan la disposición y la experiencia de la aplicación de la intervención.Disposición prácticaBajo la égida del argumento central de este artículo, el proyecto fue elaborado con el fin de ofrecer condiciones para expandir el ejercicio ciudadano de los jóvenes en el ciberespacio. En este sentido, el aumento de la participación electrónica (motivada en gran medida por proyectos de ciber educación) empodera a la sociedad civil para actuar de manera respetuosa y solidaria en línea.La metodología utilizada buscó promover la construcción de conocimiento sobre la importancia del ejercicio de la ciber ciudadaníaa través de clases de exhibición, que dilucidaron los mecanismos de participación social y propusieron actividades prácticas para fijar el contenido.Con respecto a su estructura, la estrategia utilizada para llevar a cabo la actividad pasó por tres pasos principales:1. Selección y planificación: establecimiento de contactos con instituciones educativas, teniendo en cuenta elementos pragmáticos (viabilidad de acceso, servicio público, recursos técnicos disponibles y demostración de interés en participar de manera voluntaria). Esta etapa también incluyó la planificación colaborativa de las actividades docentes, así como la aplicación de un piloto compuesto por cuatro clases de prueba, para preparar a los estudiantes responsables del proyecto.2. Acción: implementación de la actividad extensionista a partir de clases de exhibición, productos audiovisuales y la propuesta de actividades prácticas (acceso a portales de transparencia, juegos temáticos, ruedas de diálogo, foros de discusión y dinámicas de grupo) para fijar el contenido y, finalmente, la producción de un folleto informativo. 3. Observación y reflexión: reuniones periódicas para mejorar las actividades y recopilar información que permitiera agregar los resultados de esta experiencia, especialmente desde el punto de vista de los docentes.
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362559Con respecto a su aplicación, el contenido del proyecto fue transmitido por estudiantes (estudiantes de pregrado y posgrado) y graduados de la Universidad Federal de Pernambuco (UFPE) que forman parte del Centro de Estudios Americanos (NEA), bajo la dirección del profesor Dr. Marcos Aurélio Guedes de Oliveira (UFPE). El equipo de ocho personas impartió una serie de clases, priorizando las técnicas de aprendizaje activo. Cada uno de los cuatro módulos fue compartido por un equipo de dos facilitadores.En general, el primer módulo se centró en el uso de mecanismos electrónicos de participación, discutiendo la evolución histórica de los derechos de acceso a la información; el segundo ilustra el funcionamiento de la infraestructura de la red informática mundial y sus vulnerabilidades; el tercero discutió la incidencia del delito cibernético, instruyendo al público objetivo a buscar ayuda, especialmente en casos delicados; Finalmente, el cuarto módulo concluyó indicando formas de uso responsable de las redes sociales, especialmente en lo que respecta a la identificación de noticias falsas.En resumen, el curso ofrecía una carga de trabajo total de dieciséis horas / clase para aproximadamente cuarenta estudiantes de escuelas públicas. Los cuatro módulos fueron presentados en secuencia, durante dos meses en 2019, en dos horas/clase impartida semanalmente con la ayuda de asociaciones firmadas con la Escuela Don Bosco y la Biblioteca del Centro Comunitario de Paz Compaz Escritor Ariano Suassuna, ambos ubicados en Recife, Pernambuco.PrácticaLa Unesco (2003) indica un aumento dramático en el número de países que adoptan leyes de acceso a la información pública en sus constituciones, pasando de trece en 1990 a más de setenta en 2010. Del mismo modo, las organizaciones intergubernamentales como los bancos multilaterales de desarrollo y las instituciones financieras internacionales se han adherido al proceso de difusión de información, de modo que el derecho a la información se ha trasladado a la esfera de los derechos humanos fundamentales y ha ampliado la capacidad del ciudadano para controlar las acciones de los agentes públicos (MENDEL, 2009).En este sentido, el primer módulo instruyó a los jóvenes sobre cómo utilizar las herramientas de información y participación disponibles en línea. Con este fin, destacó la importancia de implementar la Ley de Acceso a la Información (LAI) en la transformación de la cultura institucional brasileña, en vista de su papel en la promoción de la transparencia, la
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362560participación social en el proceso de toma de decisiones y la cooperación entre las agencias públicas y los ciudadanos. Con este fin, se expuso el marco legal internacional y nacional, con un enfoque específico en la importancia de producir información y datos confiables y accesibles por parte de las agencias públicas. Con el fin de demostrar a los jóvenes el poder que la transparencia ofrece a la sociedad en la demanda de una mayor eficiencia en las acciones públicas, se discutieron conceptos como transparencia activa y pasiva.En una de las actividades propuestas, se incentivó a los estudiantes a buscar información de interés electrónicamente, a través del uso del portal electrónico Servicio de Información Ciudadana (E-SIC), del gobierno federal. Para ello, se utilizaron los recursos multimedia (tabletas) proporcionados por la institución educativa y un modelo de aplicación elaborado por el equipo. Considerando que esta actividad requiere un período (veinte días hábiles) para que la información esté disponible, se creó un grupo de monitoreo, en una plataforma de comunicación, para orientación. El grupo también fue útil para discutir la importancia de producir datos confiables y accesibles. Aunque la actividad práctica fue considerada fundamental para el éxito del módulo, vale la pena mencionar que hubo un bajo apoyo estudiantil, resultado atribuido en gran medida al difícil acceso a Internet y a la alta carga de trabajo y/o escuela de los jóvenes. A pesar de ello, quienes lo realizaron pudieron compartir la experiencia del ejercicio de la ciber ciudadanía. Con la realización de la actividad, los participantes pudieron reconocer el marco legal y ser conscientes de sus responsabilidades y garantías, así como pudieron identificar los canales de comunicación entre la sociedad civil y las autoridades públicas.En el segundo módulo, se ofrecieron los fundamentos de la infraestructura de red, considerando que el ciberespacio es cada vez más frecuentado por las nuevas generaciones, estimuladas a experimentar el mundo virtual desde una edad temprana. Por lo tanto, comprender los riesgos y amenazas de la navegación de red es de gran importancia. Para ello, se transmitieron definiciones como red informática e Internet, desde estímulos hasta aprendizaje activo y participación de los alumnos en actividades recreativas. Uno de los juegos desarrollados se tituló "Virus vs. Usuario"; En él, la clase se dividió en dos grupos, donde la mitad desempeñó el papel de un virus con la misión de infectar los servidores de los usuarios (otra mitad del grupo). La representación había inflado las vejigas de aire distribuidas a los usuarios, que deberían ser sopladas por los virus en el menor tiempo posible. Como era de esperar, las vejigas se rompieron rápidamente, simplemente demostrando la facilidad que tiene un virus de infectar un sistema operativo cuando es vulnerable.
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362561En la discusión sobre la importancia de la seguridad de los datos, se propuso simular un ataque dehackers. En este momento, los estudiantes recibieron pendrivesinfectados y fueron capaces de corregirlos. También se comparó los sistemas operativos en términos de seguridad, costo, funciones y aplicabilidad, así como se alentó a los estudiantes a prevenir ataques maliciosos a través de softwaresde protección y contraseñas seguras. En el tercer módulo, el tema central fueron los delitos cibernéticos y los derechos y deberes de los usuarios en las redes. La prevención del cibercrimen es un tema clave para el ciudadano brasileño, ya que el país ocupa el segundo lugar en elranking de ciberdelincuencia, que afecta a unos 62 millones de personas cada año, causando una pérdida anual de alrededor de 100 mil millones de reales (SYMANTEC CORPORATION, 2017).Ante este escenario, se promovió el uso seguro de los medios digitales, a partir de la descripción del funcionamiento de los mecanismos puestos a disposición por el Estado para proteger a los ciudadanos contra este delito. Se trabajó el concepto de delito cibernético, sus tipos penales y la legislación relacionada (Marco Civil de Internet), con el fin de ayudar a los participantes en la identificación y uso de mecanismos de acción social para la denuncia y el control. En esta opinión, se demostró a los participantes que los datos individuales son información elemental del derecho a la privacidad y deben ser respetados tanto por el privado como por el gobierno.El ciber espionajetambién fue objeto de discusión, presentando su definición, casos prácticos y su combate. En esta etapa, la Ley de Delitos Cibernéticos fue expuesta,la Ley .12.737/2012(LeyCarolina Dieckmann) (BRASIL, 2012) y Derecho Penal Brasileño (BRASIL, 1984), en vista de la configuración de delitos por redes debido a su uso indebido, en casos de: lesiones raciales, amenaza, pornografía infantil y juvenil, crímenes de odio, entre otros. Por último, los conceptos de cyberbullying, sextorsión, porno de venganza fueron tratados, cuestionando, por ejemplo, cómo el individuo (víctima) debe protegerse en estas situaciones y qué cuidado debe observarse en el uso de las redes sociales para evitar posibles conductas indebidas. Para fijar los contenidos enseñados, se propuso una actividad práctica en la que se expuso a los alumnos a situaciones hipotéticas de ciberdelincuencia y, a partir de ellas, se les animó a identificar a qué categorías correspondían los delitos; Una vez identificados, los participantes deben indicar qué medidas deben tomarse para hacer frente a la situación. Esta actividad contribuyó a establecer un diálogo claro y objetivo sobre la importancia de denunciar
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362562acciones cibernéticas perjudiciales para la sociedad civil: los estudiantes reaccionaron con entusiasmo a la posibilidad de acción frente a delitos menores, que han sido poco comprendidos.El cuarto y último módulo identificó los principales problemas que enfrentan los jóvenes cuando usan plataformas de interacción social y presentó formas de abordarlos. Dado que, por un lado, las redes sociales promueven el acercamiento entre las personas, el intercambio de noticias y el aprendizaje, por otro, están asociadas con el robo de datos personales, el intercambio de noticias falsas y la manipulación de la opinión pública. Para ello, se presentó la historia, funcionamiento y riego de uso de las principales redes sociales. Al igual que se discutió con los jóvenes cuál es el propósito de cada uno de ellos, sus beneficios, derechos y deberes que organizan laconvivencia entre los usuarios. Se les informó sobre la captura de datos personales por parte de empresas tecnológicas y cómo funcionan los bots responsables de aumentarlas interacciones en determinadas páginas y/o temas.Además, el módulo se dedicó al uso de herramientas para identificar y combatir lasnoticias falsas, alentando a los estudiantes a verificar puntos sensibles de una noticia, tales como: tono alarmista, sitiodesconocido, errores gramaticales, contenido sensacionalista, especialistas no reconocidos, ausencia de autoría, solicitud de intercambio inmediato. En ese momento, se alentó a los estudiantes a indicar los titulares de noticias y los enlacescomo verdaderos o falsos. La actividad despertó gran compromisoy curiosidad, convirtiéndose en la más citada tras finalizar el proyecto.Finalmente, la actividad extensionista finalizó enfatizando la importancia de la educación digital para el ejercicio de la ciber ciudadanía, en un mundo en el que todos sus procesos y estructuras dependen cada vez más de este dominio.Consideraciones finalesEl aumento en el uso de las nuevas tecnologías ha traído consigo la necesidad de nuevos conocimientos que permitan a los ciudadanos poder retirar lo mejor de sí mismos en las más diversas áreas, desde la búsqueda de información creíble, el trabajo, la enseñanza, las relaciones personales, incluso como un instrumento de cobrar a los gobiernos por una mayor transparencia en los datos y la presentación de resultados.De acuerdo con lo anterior, el gobierno y la escuela son los principales agentes responsables del proceso de capacitación de la sociedad civil, en particular de los jóvenes, para el ejercicio de la ciudadanía digital. Al proporcionar acceso a Internet de calidad para todos, es esencial promover elempoderamiento de este público para que tome conciencia de sus derechos
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362563y deberes, y la provisión de conocimiento para que puedan proteger su información personal y privacidad en el ciberespacio. En vista de esto, este artículo presentó la experiencia práctica de estudiantes y graduados de la Universidad Federal de Pernambuco (UFPE), quienes, a través de una actividad de extensión, buscaron contribuir a la proyección de esta nueva realidad social, expandiendo los conocimientos adquiridos en la universidada la comunidad, seguros de que la indisociabilidad entre investigación, enseñanza y extensión impulsa la producción de conocimiento, ya que establece un vínculo de confianza entre los académicos y la sociedad civil, en un esfuerzo conjunto por transformar la realidad de los ciudadanos.El éxito del proyecto vino de su extrema relevancia, al proponer un contenido innovador, además de llenar el vacío de carencia total que tienen las escuelas en la oferta de proyectos similares. Por esta lógica, la extensióncumple su papel de ser una herramienta eficaz para intervenir y modificar la realidad. La iniciativa permitió a estudiantes y profesores familiarizarse con nuevos conceptos, tanto teóricamente como en la práctica; También estimuló el intercambio de experiencias y la conciencia con situaciones fácticas y, fundamentalmente, proporcionó a los participantes su identificación como ciudadanos digitales, parte de una comunidad más amplia, en la que pueden y deben actuar políticamente.Finalmente, como reto, identificamos la necesidad de ampliar la experiencia ciudadana digital, para que no se reduzca a procesos formativos esporádicos. La construcción de una cultura democrática y cívica requiere un replanteamiento sustancial de los diferentes componentes de la vida de los jóvenes más allá de los muros escolares. En esta oportunidad, fomentamos la educación digital a través de la replicación de este proyecto en diferentes regiones y para los más variados públicos, seguros de que la movilización para el ejercicio de la ciber ciudadanía de manera segura y eficiente es indispensable para actuar frente a las exigencias de la Era Digital.GRACIAS: A la Pro-Rectoría de Extensión y Cultura de la Universidad Federal de Pernambuco (Proexc-UFPE); a la Coordinación para el Perfeccionamiento del Personal de Enseñanza Superior (CAPES); a la Escuela Don Bosco -Recife/PE y a la Biblioteca del Centro Comunitario de Paz -Compaz -Escritor Ariano Suassuna.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362564REFERENCIASALMEIDA, S.; FERNANDES, J.Á.; GOI, V. El uso de las tecnologías digitales en las escuelas: Un estudio basado en los informes de políticas públicas brasileñas. Revista do Centro de Educação UFSM, Santa Maria, v. 44, p. 1-12, fev./set. 2019.Disponible en: https://www.redalyc.org/journal/1171/117158942065/117158942065.pdf. Acceso: 05 enero2022.ARROYO, D.; ROCHA, M. Meta Avaliação de uma extensão universitária: Estudo de caso. Avaliação, Campinas, v. 15,n. 2,p. 135-161,jul.2010.Disponible en: https://www.scielo.br/j/aval/a/KTgP6wrJ6QDbJZyBNpsxYJd/abstract/?lang=pt. Acceso: 13 enero2022.BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de setembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1940. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Acceso: 10 enero2022.BRASIL. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1968. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5540.htm. Acceso: 10 dic. 2022.BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,1988. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acceso: 10 dic. 2022.BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República,1996. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acceso: 10 dic. 2022.BRASIL. Projeto de Lei n.6964/06, de 2006. Da Sra. Professora Raquel Teixeira, 2006. Disponible en: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node01uia9d963j5vj8r3ck1gn87ez1248531.node0?codteor=391744&filename=PL+6964/2006. Acceso: 10 dic. 2022.BRASIL. Decreto n. 6.495, de 30 de junho de 2008. Institui o Programa de Extensão Universitária PROEXT. Brasília, DF: Presidência da República,2008. Disponible en: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6495.htm. Acceso: 10 dic. 2022.BRASIL. Lei n. 12.737, de 30 de novembro de 2012.Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -Código Penal; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2012. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm. Acceso: 10 enero2022.BRASIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República,2017. Disponible en:
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362565https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2017/lei-13415-16-fevereiro-2017-784336-publicacaooriginal-152003-pl.html. Acceso: 10 dic. 2022.CALIPO, D. Projetos de Extensão universitária crítica: Uma ação educativa transformadora. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Universidade Estadual de Campinas, 2009. Disponible en: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/390135. Acceso: 10 enero2022.CANTO, M. O letramento midiático em escolas: Lutando contra a desinformação. TIC Educação. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019.CARBONARI, M.E.; PEREIRA, A. A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, Londrina, v. 10,n. 10,p. 23-28, jul./set. 2007.Disponible en: https://seer.pgsskroton.com/educ/about/contact. Acceso: 21 sept. 2021.DIMAGGIO, P.; CELESTE, C. Technological Careers: Adoption, Deepening, and Dropping Out in a Panel of Internet Users, 2004.E-SIC. Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão. Disponible en: http://www.acessoainformacao.mg.gov.br/sistema/site/index.html. Acceso: 14 oct. 2019.HINDUJA, S.; PATCHIN, J. Sexting: A brief guide for educators and parents. Cyberbulling Research Center, 2010. Disponible en: https://cyberbullying.org/sexting-research-summary-2022.pdf. Acceso: 13 mayo 2020.JENIZE, E. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo Horizonte. Anais[...]. Belo Horizonte: UFMG, 2004. Disponible en: https://www.ufmg.br/congrext/Gestao/Gestao12.pdf. Acceso: 10 enero2022.JONES, L.; MITCHELL, K. Defining and measuring youth digital citizenship. New media & Society, v. 18, n. 9, p. 2063-2079,jul.2016.Disponible en: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1461444815577797. Acceso: 03 sept. 2021.JONES, L.; MITCHELL, K.; FINKELHOR, D. Trends in Youth Internet Victimization: Findings from three youth internet safety surveys 2000-2010. Journal of Adolescent Health, v. 50, n. 2, p. 179-186, fev. 2012.Disponible en: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1054139X11003387. Acceso: 13 marzo2019.KOGLIN, T.; KOGLIN, J.C. A Importância da extensão nas Universidades Brasileiras e a transição do reconhecimento ao descaso. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 10,n. 2,p. 71-78, jun. 2019.Disponible en: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RBEU/article/view/10658. Acceso: 22 enero2022.KOLTAY, T. Os media e as literacias: Literacia mediática, literacia informacional, literacia digital. Media, Culture & Society, v. 33, n. 2, p. 211-212, mar. 2011.Disponible en: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0163443710393382. Acceso: 04 sept. 2021.MENDEL, T. Liberdade de informação: Um estudo de direito comparado. Brasília, DF:
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362566Unesco, 2009.MOITA, F.; ANDRADE, F. Ensino-pesquisa-extensão um exercício de indissociabilidade na pós-graduação. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14,n. 41, p. 269-393, maio/ago.2009.Disponible en: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/gmGjD689HxfJhy5bgykz6qr/abstract/?lang=pt. Acceso: 11 agosto 2021.MORA-OSEJO, L.; BORDA, O. A superação do eurocentrismo. Enriquecimento do saber sistémico e endógeno sobre nosso contexto tropical. In: SANTOS, B. S.(org.). Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortez, 2004.MOSSBERGER, K.; TOLBERT, C.; MCNEAL, R.Digital Citizenship: The internet, society and participation. Cambridge: The MIT Press, 2008.NOGUEIRA, M.(org.). Avaliação da extensão universitária: Práticas e discussões da comissão permanente de avaliação da extensão. Belo Horizonte: FORPROEX/CPAE; PROEX/UFMG, 2003.NUNES, A.; SILVA, M. A extensão universitária no ensino superior e a sociedade. Mal-Estar e Sociedade, Barbacena, v. 4, n. 7, p. 119-133,jul./dez.2011. Disponible en: https://revista.uemg.br/index.php/gtic-malestar/article/view/60. Acceso: 16 oct. 2021.PATROCÍNIO, T.Educação e Cidadania global. In: GOUVEIA, L.Cidades e Regiões Digitais: Impacte nas cidades e nas pessoas. Porto: Fundação Fernando Pessoa, 2003.PINSKY, J. Introdução. In: PINSKY, J.; BASSANEZI, C.História da Cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.Relatório de Crimes Cibernéticos NORTON: O impacto humano.Symantec Corporation,2017.Disponible en: https://www.symantec.com/content/en/us/home_homeoffice/media/pdf/cybercrime_report/Norton_Portuguese-Human%20Impact-A4_Aug18.pdf.Acceso: 6 mayo 2019.RIBBLE, M. Digital Citizenship in Schools. Washington: ISTE, 2007.RIBBLE, M. Nine Elements of Digital Citizenship. Washington: ISTE, 2010. Disponible en: http://www.iste.org. Acceso: 10 ene. 2022.SANTOS, B. S. Pela mão de Alice: O social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.SEN, A. O desenvolvimento como expansão de capacidades. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, v. 28-29, 1993. SILVA, O. O que é extensão universitária. Integração: ensino, pesquisa e extensão, São Paulo, v. 3, n. 9, 1997.SIMÃO, P.; CARDOSO, F. Digital citizenship in schools: nine elements all students should know, in Mike Ribble, 3. ed. Arlington, VA, USA: International Society for Technology in
image/svg+xmlCiudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedadRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362567Education, 2015. EccoS Revista Científica, v. 47, p. 472-476, 2018. Disponible en: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/10778/5254. Acceso: 10 enero2022.SONCK, N. et al. Digital literacy and safety skills. London: London School of Economics & Political Science, 2011.TIC. Tecnologia de Informação e Comunicação. Domicílios com acesso à Internet. 2019. Disponible en: https://cetic.br/pt/tics/domicilios/2019/domicilios/A4/.Acceso:12 marzo2019.UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Prefácio. 2003. In: MENDEL, T. Liberdade de informação: Um estudo de direito comparado. Brasília, DF: Unesco, 2009.UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. TIC na Educação. 2016. Disponible en: https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/ict-education-brazil. Acceso: 10 enero2022.VAN DIJK, J. The Deepening Divide: Inequality in the Information Society. London: Sage Publications, 2005.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERyFernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362568Cómo hacer referencia a este artículoOLIVEIRA, M. A. G.; SCHWETHER, N. D.; CASALUNGA, F. H. Ciudadanía cibernética: Aportes de una acción extensionista a la sociedad. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2547-2568, oct./dic. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16436Presentado en: 10/03/2022Revisiones requeridas en: 19/07/2022Aprobado en: 24/10/2022Publicado en: 30/12/2022Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación -EIAE.Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362544CYBERNETIC CITIZENSHIP: CONTRIBUTIONS OF AN EXTENSIONIST ACTION TO SOCIETYCIDADANIA CIBERNÉTICA: CONTRIBUIÇÕES DE UMA AÇÃO EXTENSIONISTA À SOCIEDADECIUDADANÍA CIBERNÉTICA: APORTES DE UNA ACCIÓN EXTENSIONISTA A LA SOCIEDADMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA1Natalia Diniz SCHWETHER2Fernando Henrique CASALUNGA3ABSTRACT: New social norms and significant civic challenges were both brought about by the information age. In this situation, the role of States in promoting public policy is critical, with education serving as a key tenet of the fundamental structure. To improvethe practice of cybernetic citizenship in young pupils, we applied the playful pedagogical technique in an original extension project from a series of theoretical/practical lessons. The extensionist action creates a new social reality by bringing the knowledge learned at the university to the community. It is confident that the interdependence of research, teaching, and extension drives the production of knowledge as it forges a trusting relationship between academics and civil society in an effort to change citizens' realities.KEYWORDS: Citizenship. Cybernetics. University extension.RESUMO: A Era da Informação trouxe consigo novos mecanismos de sociabilidade, bem como grandes desafios à cidadania. Nesse cenário, é fulcral a ação dos Estados enquanto propositores de políticas públicas, sendo a educação um importante componente do alicerce central. Em vista disso, a partir de um conjunto de aulas teórico/práticas, empregamos o método lúdico pedagógico emum projeto de extensão inovador que tem por objetivo fortalecer o exercício da cidadania cibernética em jovens estudantes. Na medida em quecontribui para a identificação dos participantes de sua condição enquanto cidadãos digitais, a ação extensionista projetauma nova realidade social, expandindo os conhecimentos adquiridos na universidade à comunidade.Estamos certos de que a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão impulsiona a produção de conhecimentos, na medida em que estabelece um vínculo de confiança entre acadêmicos e sociedade civil, em um esforço conjunto para transformar a realidade dos cidadãos.PALAVRAS-CHAVE: Cidadania. Cibernética. Extensão universitária.1Federal University of Pernambuco(UFPE), Recife PE Brazil. Full Professor of Political Science in the Department of Political Science. PhD in Government (ESSEX/England).). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9792-5453. E-mail: guedes@hotmail.com2Federal University of Pernambuco (UFPE), Recife PE Brazil. Postdoctoral Student at the Department of Political Science. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8022-237X.E-mail: natalia.schwether@ufpe.br3Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre RS Brazil. PhD student at the Department of Political Science. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0130-4471.E-mail: fernandocasalunga@gmail.com
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362545RESUMEN:La Era de la Información ha traído consigo nuevos mecanismos de sociabilidad, así como grandes desafíos para la ciudadanía. En este escenario, la acción de los Estados como propuestas de políticas públicas es central, y la educación es un componente importante de la base central. En vista de esto, a partir de un conjunto de clases teórico-prácticas, utilizamos el método lúdico pedagógico en un proyecto de extensión innovador que tiene como objetivo fortalecer el ejercicio de la ciudadanía cibernética en jóvenes estudiantes. Al contribuir a la identificación de los participantes de su condición de ciudadanos digitales, la acción extensionista proyecta una nueva realidad social, ampliando los conocimientos adquiridos en la universidad a la comunidad. Estamos seguros de que la inseparabilidad entre investigación, docencia y extensión impulsa la producción de conocimiento, ya que establece un vínculo de confianza entre los académicos y la sociedad civil, en un esfuerzo conjunto por transformar la realidad de los ciudadanos.PALABRAS CLAVE:Ciudadanía. Cibernética. Extensión universitaria.IntroductionIn the Information Age, identified since the mid-1990s, humanity has experienced a profound social change caused by the rapid expansion of network infrastructure and the urgency of learning and using the most varied information and communication technologies (ICT). According to Article 1 of the 1988 Federal Constitution (FC) (BRAZIL, 1988), citizenship is a foundation of the Democratic State of Law. Being a citizen suggests that the individual has civil rights (life, freedom, property, equality), participates actively in society, through his political rights and, concomitantly, has guaranteed his social rights (education, work, health) (PINSKY, 2003).In 2011, the United Nations Organization (UNO), in view of the unique and transforming nature of the Internet, stated that it is everyone's right to seek, receive and transmit information and ideas over the Internet. In light of this, being a citizen has received a new attribute that concerns one's ability to access the Internet and participate in an engaged manner in networks (PATROCÍNIO, 2003).In Brazil, the Law that presents the basic guidelines for education, LDB(Law of Directives and Bases)No. 9.394/96 (BRAZIL, 1996), states that the family and the school, especially the basic education, must ensure the individual's education to enable him to exercise his citizenship. Considering that having ICT domain is a requirement for the full fruition of citizenship, it becomes part of the school competencies, also, the cybernetic education.Data from the Information and Communication Technology agency (TIC, 2019) reveal that more than 70% of the Brazilian population has access to the Internet, which corresponds to approximately 130 million individuals (TIC, 2019). In 2020, the agency Hootsuite identified
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362546that we surpassed 140 million social media users, a growth of 11 million (+8.2%) between April 2019 and January 2020.According to the Youth Internet Safety Study (YISS 1, 2 and 3) report, a study that detailed young people's experiences with unwanted situations on the Internet, there was, between 2000 and 2010, an increase in the use of the Internet and new technologies by young people and, in parallel, of cases of online harassment, especially of girls. For analysts, the issue requires specific projects that can spread relevant messages to parents and young people, who need to be informed about how to act in particular situations (JONES; MITCHELL; FINKELHOR, 2012).Faced with the emergence of a highly connected society, a range of risks and threats to users'security have multiplied, increasing the public authorities' concern with cybersecurity, and requiring measures to be taken to protect data and network infrastructures. In this context, the State, as the main agent for the formulation of public policies for the development of digital education, has in the Brazilian public universities an important vector for its implementation. For this reason, the article proposes a discussion about the role of extension actions as contributions to the development of digital education and, more specifically, of what is understood as cyber citizenship; in sequence, it presents an innovative extension project developed by students and graduates of the Federal University of Pernambuco (UFPE), entitled 'Cyber-Cid: from the classroom to the computer', applied to young students from public schools.The extension activity came from a lack of information about the cyber environment in Brazilian public schools, combined with a strong desire of the group to transpose the studies conducted in academia to civil society. Thus, the authors believe that giving greater visibility to the extensionist practice, in particular, and to the theme, in general, are stimuli for new actions or the replication of this model in other locations, with the ultimate goal of contributing to the promotion of cyber citizenship.The academic tripodThe academic tripod -teaching, research and extension -is the foundation of the production and diffusion of higher-levelknowledge in Brazil. The Federal Constitution, in Article 207, states that "universities have didactic-scientific and administrative autonomy, as well as financial and patrimonial management, and will obey the principle of inseparability between teaching, research, and extension" (BRAZIL, 1988). Thus, once equated by law, these
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362547three activities deserve to receive equal treatment by higher education institutions (HEI) (MOITA; ANDRADE, 2009).The FC (BRAZIL, 1988) was not, however, the first document to mention the term 'extension' on national soil. It is possible to find, still in 1931, in the Statute of Brazilian Universities, a set of objectives attributed to university extension, among them, the dissemination of knowledge useful to private and collective life and the solution of socialproblems. In 1968, Law no. 5.540/1968 (BRAZIL, 1968), also contemplated the subject, but in this second approach to the theme a reorientation of activities is manifested, in order to curtail the space of dialogue constituted, until that moment, between the HEIs and the community (CARBONARI; PEREIRA, 2007).Years later, in the 1980s, in a context of resurgence of social movements, the Forum of Pro-Rectors of Extension of Brazilian Public Universities emerges as an important factorin defining the directions of university extension in the country. In their discussions, they pleaded, at first, for a greater precision of the extension concept and its organization as its own organ, with budget and evaluation method (NOGUEIRA, 2003; CARBONARI; PEREIRA, 2007). The Forum was responsible for drafting the Program for Promotion of University Extension (PROEXTE) and the National Extension Plan. Proposed in 1993, PROEXTE resulted from a joint effort between the Ministry of Education (MEC) and the Forum, to which the former committed itself to allocate resources to public HEIs to carry out extension activities. However, the initiative did not prosper and was deactivated. In its place, the National Plan (1991/2001) was proposed to guide the actions in universities, but this did not get similar collaboration from the MEC (NOGUEIRA, 2003).In that same decade, in 1996, Law No. 9.394/1996 was approved (BRAZIL, 1996), Law of Directives and Bases of National Education, through which the extension resumes its proximity to the community: "Higher education has as its purpose: VII-promote the extension, open to the participation of the population, aiming at the diffusion of achievements and benefits resulting from cultural creation and scientific and technological research generated in the institution" (BRAZIL, 1996, art. 43, item VII). Years later, an additional clause is added to the Law, reinvigorating the inseparability between teaching, research and extension.In 2003, PROEXTE re-emerged entitled as the University Extension Support Program. Its formulators were convinced that universities represented an important contribution to the implementation of public education policies. In 2008, it undergoes a new change in its name, with Decree No. 6.495/2008 (BRASIL, 2008), changing itsname to University Extension
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362548Program (ProExt) and, from then on, it becomes the main initiative to foster Brazilian university extension (KOGLIN; KOGLIN, 2019; NOGUEIRA, 2003).It is noteworthy that the ProExt budget allowed, in 2016, the possibility for university institutions to submit proposal to compete for approximately R$ 16 million each. For Koglin and Koglin (2019), the continued and increasing investment, between the years 2014 and 2016, regained the importance of the issue, as well as representeda positive evaluation of its results by the government. However, from 2017 on, the scenario changes. No new calls for proposals are opened, starting a period of lack of resources and difficulty in developing projects.Nevertheless, extension actions have not lost importance. In 2018, the National Education PlanPNE in the Portuguese acronym(2014-2024) required higher education institutions to ensure at least 10% of curricular credits in extension programs and projects by 2021 (PNE, goal 12.7). This measure demanded from universities actions to recover the prestige of extension in the academic tripod.Although the first experiences of extension, in Brazil, date back to the beginning of the twentieth century, historically, it is observed in universities the prioritization of resources and efforts for the areas of teaching and research; that is, at undergraduate level, the emphasis is given to teaching, and at postgraduate level, the focus is on research (CARBONARI; PEREIRA, 2007; MOITA; ANDRADE, 2009;).For Santos (1995), the university commitment will only be fulfilled, in its entirety, when extension activities are deepened in such a way as to integrate research and teaching activities. However, in the Brazilian case, the extension has been relegated much because of the little attention given by development and management agencies to this important link of interaction: university-society (NUNES; SILVA, 2011). Extension aims, precisely, to intensify the relations between these two spaces. Theuniversity, through extension, would influence and be influenced by the community, in a mutual exchange relationship. The academy finds in society the opportunity for practice and empirics, while the extension allows the university to bring knowledge to the community, in a process of socialization of information (SILVA, 1997; NUNES; SILVA, 2011).The relationship of mutual exchange between the university and the community is strengthened through extension, either by opening a space for dialogue or by the possibility of developing social actions (SILVA, 2011). For Carbonari and Pereira (2007), the great challenge of the extension is to readjust the relationship of teaching and research with social needs; the university would then be an instrument capable of assisting in the deepening of citizenship and social transformation (CALIPO, 2009).
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362549Therefore, it is with the help of extension activities that the academic environment has the opportunity to establish a dialogic relationship, in which the community participates actively and constructively in the proposed dynamics and universities are committed to the attention to the community and the sharing of knowledge. With this, the extension ceases to have a compulsory character and gains aspects of a social commitment (JENIZE, 2004; MORA-OSEJO; BORDA, 2004; MOITA; ANDRADE, 2009). In this sense, the unity between teaching, researchand extension both enhances the quality of academic production and promotes it ethically, given that the articulation only between teaching and extension lacks research for the production of scientific knowledge. The articulation between teaching and research, on the other hand, fails in social understanding. And the articulation between extension and research excludes teaching, losing the formative dimension of the university (MOITA; ANDRADE, 2009). Regarding ethics, by not omitting the material and informational needs inherent to the population, the extension activity contributes to the construction of better conditions of citizenship. It is, therefore, a tool for knowledge construction, not limited to peers, but encompassing a diversity of interlocutors(ARROYO; ROCHA, 2010). Thus, the key is to think about how extension can contribute more incisively to the solution of social problems, with emphasis on the role that technology holds in education, in view of the growing importance of thinking knowledge,also, under the technological approach (ALMEIDA; FERNANDES; GOI, 2019).In Brazil, the initiatives to apply ICT in basic education began in the mid-1980s, with the Special Secretariat for Informatics (SEI), responsible for regulating and supervising the sector and researching theoretical aspects of the applicability of computers in education. In 1983, the SEI created the Special Commission on Informatics in Education, whose main objective was to elaborate the first project on Informatics in Education. In 1989 the National Program of Educational Informatics was created, in order to ensure a political, technical and scientific convergence of investments in the sector. Other important initiatives in the area were: the establishment of a section in the National Curricular Parameters about the need to use ICT in education; the creation of the Open University of Brazil; the approval of Law nº. 6.964/06 (BRAZIL, 2006), which requires public elementary and high schools to maintain computer labs on their premises; and Law nº. 13.415/17 (BRAZIL, 2017), which added the term "and its technologies" to the guidelines and bases of national education.
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362550At the global level, the United Nations' (UN) 2030 Agenda for Sustainable Development listed in Goal 4 technology as an important source of access to knowledge and pedagogical tool. Given this scenario, the extension activity 'Cyber-Cid: from the classroom to the computer' understood as fundamental to stimulate cyber-citizenship among young people (concept developed in continuity) in a simple and didactic way, encouraging a responsible and critical use of communication technologies.Cyber CitizenshipThe first uses of the term cyber citizenship referred exclusively to network access; more recently, the term has been used forsafe use and responsible behavior in the online space (JONES; MITCHELL, 2016). Cyber citizenship can also be understood as the ability to participate in society electronically, while the digital citizen would be the one who uses the Internet on a regular basis, either in the search for political information, to fulfill their civic function, or at work, with purely economic purposes (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).The Internet provides immense content in different areas, as well as space for discussionand mobilization. The possession of information is an important resource for individual emancipation, together with the frequent reading of news, which stimulates debate and interest in a theme, such as politics. Together, knowledge, discussion, and interest create the conditions for social engagement; however, the same difficulties that disadvantaged groups experience in accessing education, jobs, and the political process occur in the cyber environment (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).In Brazil, although a large part of the population has regular access to the Internet, and can be considered users, there is a percentage of young people who rarely or never accessed the World Wide Web. These are individuals located mostly in rural areas and in the Northand Northeast regions of the country, who, among other reasons, face difficulties such as the unavailability of Internet in their locality, lack of knowledge to handle the tool, and the lack of computers, which makes the use of the network unfeasible, either in their homes, jobs or schools. On the other hand, the data indicate that the South region is the one where young people access the net the most, more than once a day (CGI.BR, 2018).Digital exclusion increasingly marginalizes individuals from public life, which consequently leads to lower capabilities to compete for jobs, to get good educations, among others. For Amartya Sen (1993), poverty and inequality should not be thought of in terms of
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362551material possessions, but in light of the capabilities that members of society have; that is, not only those who are offline have disadvantages, but also those who do not have a connection in their homes and depend on poor quality services offered by the State (MOSSBERGER; TOLBERT; MCNEAL, 2008).For Van Dijk (2005), at the same time that there is a growth in the use of the Internet (as can be seen in Graph 1), the skills that individuals must possess to effectively be online are also increasing. By this logic, to be a cyber citizen, it is necessary both a quality connection and specific skills in reading, writing and understanding electronically available information.Graph1 Teenagers with their own profile on a social network (BRAZIL, 2013-2016)Source: Prepared by the authors, based on CGI.br (2018)In light of this, the role of digital education in promoting inclusion becomes prominent. For example, studies show that the level of education is directly related to the amount of hours people spend connected (online), searching for content related to education, work, health, finance, science, and also news, government, and politics (DIMAGGIO; CELESTE, 2004). According to the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO, 2016): "The way the educational system incorporates ICT directly affects the reduction of the digital divide. In Brazil, the ICT Education 2017 survey found that 97% of schools had Internet access, but the amount of connected equipment was very limited; in most of them, there was a ratio of forty students for every computer available. The study identified that learning how to use the tool generally occurs in a self-taught way. As pointed out by the data, 80% of students in public and private schools in the country learned to use the Internet on their own, and only half of them received instructions from their teachers about the importance of checking the information obtained on the Internet from more than one source (CGI.BR, 2017).758085909510012345678
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362552Given this scenario, encouraging the analysis of the texts and content of the information available on the web, as well as encouraging greater consideration in sharing information, is one of the fundamental pillars of digital education, as it stimulates the development of critical thinking and reduces citizens' vulnerability to misinformation. (CANTO, 2019).Digital education also encompasses the necessary skills to use computers and the Internet, such as, for example, requesting information from the government that are available in transparency portals; strategies to use search engines; the creation of strong passwords; the use of software to avoid unwanted messages (spam) and/or malicious attacks (KOLTAY, 2011; MENDEL, 2009; SONCK et al., 2011).Moreover, part of this education are recommendations against inappropriate behaviors, such as practices of moral aggression, organized by groups, against a particular person and fed via the Internet (cyberbullying); the electronic sending of texts or photographs of a sexual nature (sexting) (HINDUJA; PATCHIN, 2010); and, not least, the encouragement to practice respectful behaviors and activities that boost civic engagement (JONES; MITCHELL, 2016).For this reason, Ribble (2010) listed nine elements that, in his opinion, make up digital or cyber citizenship, arranged in Table 1:Table1 Elements of cyber citizenship1.EtiquetteElectronic standards of conduct and responsible use of digital space;2. CommunicationDynamic and fast electronic exchange of information;3. LiteracyThe process of teaching and learning about technology and its use;4. AccessUnrestricted electronic participation;5. CommerceElectronic purchase and sale of goods;6. LawElectronic responsibility over actions, ethics of technology;7.Rights and ResponsibilityFreedom in the digital space (privacy, freedom of speech);8. Health and Well-BeingVision safety, good ergonomic practices, etc;9. SefetyElectronic precautions to ensure data security.Source: Ribble (2010)The nine elements constitute a guide for addressing the issue in schools, which requires a very specific profile of educator and knowledge in the area of education. Briefly, the first element deals with the right to network access and considers that the focus of states should be on ensuring unrestricted access. Regarding digital communication, it highlights the necessary preparation for using the tools. On literacy, he considers that society needs to learn to respect electronic standards of conduct and procedures, in order to take advantage of the content available online in an objective way. Regarding digital commerce, he stresses the redoubled
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362553attention that must be paid to illegality and/or fraud. As for physical and mental health, he stresses the importance of cultivating good habits. Finally, it alerts for the adoption of preventive measures, such as the installation of antivirus, data storage (backups), building secure passwords, among others (RIBBLE, 2010; SIMÃO; CARNEIRO, 2015). In Table 2, the nine elements are organized into three categories:Table2 Categories of Cyber-CitizenshipStudent learning and digital academic performanceStudent behavior in the digital environmentDigital life of students outside the Academic EnvironmentAccessCommunicationSafety and SecurityLiteracyEtiquetteDigital Rights and ObligationsLegislationCommerceHealth and well-beingSource: Adapted from Ribble (2007)Table 2 shows that thosenine elements are not isolated, there is an interconnection between them based on their proximity to the school environment. Therefore, three categories were created based on their effects in the digital space: a) on learning and academic performance; b) on the school environment and on student behavior; and, c) on the student's life outside the school environment. Faced with such categories, and considering the challenges faced by each educational institution, educators may choose to place greater emphasis on one of them or choose which set they will address first, while maintaining the overall goal of empowering students to exercise their cyber citizenship (RIBBLE, 2007).According to Jones and Mitchell (2016), the best format for this knowledge to reach young audiences are discussions that make them think about how each of these practices are required in the everyday use of cyberspace. Such action can be promoted through the construction of educational games that clarify the situations and how to act in front of them. Another option is to encourage students, in discussion groups, to find faults and disagreements in their own social networks or anonymous networks, enabling them in a practical way to use the cyber language.
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362554The Cyber-Cid ProjectIn view of the above, the extension project "Cyber-Cid: from the classroom to the computer" was structured from four main modules: access to information; network infrastructure; cybercrime and use of social networks, which employ the ludic pedagogical method to stimulate the exercise of cyber citizenship by young students.The modules have practical activities developed with the following objectives: i) to provide tools for searching and acquiring information about the government, encouraging governance measures such as transparency in public spending; ii) to teach how to protect the devices connected to the network, avoiding contamination by harmful threats that circulate in digital space; iii) to warn about problems related to cybercrime, in order to reduce the likelihood of perpetration of harmful practices such as harassment and verbal violence in this environment; iv) to encourage respectful and supportive use of social networks and digital space. The following subsections present the arrangement and the experience of application of the intervention.Practical ArrangementUnder the aegis of the central argument of this article, the project was elaborated with the intention of offering conditions to increase the exercise of citizenship by young people in cyberspace. In this sense, the increase in electronic engagement (largely motivated by cyber education projects) enables civil society to act in a respectful and solidary manner online.The methodology used sought to promote the construction of knowledge about the importance of exercising cyber citizenship through expository lessons, which elucidated the mechanisms of social participation and proposed practical activities to fix the content.As far as its structure is concerned, the strategy used to carry out the activity went through three main stages:1. Selection and planning: establishing contacts with educational institutions, taking into consideration pragmatic elements (accessibility, audience, technical resources available, and demonstration of interest in participating on a voluntary basis). This stage also contemplated the collaborative planning of the teaching activities, as well as the application of a pilot composed of four test classes, to prepare the students responsible for the project.2. Action: implementation of the extensionist activity based on lectures, audiovisual products and the proposition of practical activities (access to the transparency portals, thematic
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362555games, dialogue rounds, debate forums and group dynamics) to fix the content and, finally, the production of an informative booklet. 3. Observation and reflection: periodic meetings to improve the activities and collect information that allowed us to aggregate the results of this experience, especially from the teachers' point of view.As far as its application is concerned, the project's content was delivered by students (undergraduates and postgraduates) and graduates of the Federal University of Pernambuco (UFPE) who are part of the Center for American Studies (NEA), under the direction of Professor Dr. Marcos Aurélio Guedes de Oliveira (UFPE). The team of eight individuals taught a series of classes, prioritizing active learning techniques. Each of the four modules was shared by a team of two facilitators.In general, the first module focused on the use of electronic participation mechanisms, discussing the historical evolution of the rights of access to information; the second illustrated the functioning of the World Wide Web's infrastructure and its vulnerabilities; the third discussed the incidence of cybercrime, instructing the target audience to seek help, especially in sensitive cases; finally, the fourth module concluded by indicating paths for the responsible use of social networks, especially with regard to identifying fake news.In short, the course offered a total workload of sixteen hours/class for approximately forty students from the public network. The four modules were presented in sequence, during two months in the year 2019, in two hours/class taught weekly with the help of partnerships signed with the Dom Bosco School and the Community Peace Center Library -Compaz -Writer Ariano Suassuna, both located in Recife, Pernambuco.PracticeUNESCO (2003) indicates a steep increase in the number of countries adopting laws of access to public information in their constitutions, rising from thirteen in 1990 to over seventy in 2010. Also, intergovernmental organizations such as multilateral development banks and international financial institutions have joined the process of disclosure of information, so that the right to information has moved into the sphere of fundamental human rights and expanded the citizen's ability to control the actions of public officials (MENDEL, 2009).In this sense, the first module instructed young people on how to use the tools of access to information and participation available online. To this end, it highlighted the importance of implementing the Access to Information Law (LAIin the Portuguese acronym) in the
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362556transformation of Brazilian institutional culture, given its role in promoting transparency, social participation in the decision-making process and cooperation between public agencies and citizens. To this end, the international and national legal apparatus was exposed, with specific focus on the importance of the production of reliable and accessible information and data by public agencies. In order to demonstrate to young people the power that transparency offers society in demanding greater efficiency in public actions, concepts such as active and passive transparency were discussed.In one of the proposed activities, students were encouraged to search for information of their interest electronically, through the use of the electronic portal Citizen Information Service (E-SIC), of the federal government. To do this, they made use of multimedia resources (tablets) provided by the educational institution and a request template prepared by the team. Considering that this activity requires a period (twenty working days) for the information to be made available, a follow-up group was created on a communication platform for guidance. The group was also useful to discuss the importance of producing reliable and accessible data. Although the practical activity was considered essential to the success of the module, it is worth noting that there was low student participation, a result largely attributed to the difficult access to the Internet and the high work and/or school load of young people. Despite this, those who performed the activity were able to share the experience of exercising cyber citizenship. Through this activity, the participants were able to recognize the legal framework and become aware of their responsibilities and guarantees, and were also able to identify the communication channels between civil society and public authorities.In the second module, basic notions of network infrastructure were offered, bearing in mind that cyberspace is increasingly frequented by new generations, who are encouraged to experience the virtual world from an early age. Therefore, understanding the risks and threats of surfing the net is of great importance. To this end, definitions such as computer network and Internet were transmitted, starting with stimuli for active learning and studentparticipation in playful activities. One of the games developed was entitled "Virus vs. User"; in it, the class was divided into two groups, where half played the role of a virus with the mission of infecting the users' servers (the other half of the group). The role-play relied on inflated air bladders distributed to the users, which had to be popped by the virus in the shortest time possible. As expected, the bladders were quickly popped, demonstrating in a simple way the facility that a virus has to infect an operating system, when vulnerable.
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362557During the discussion about the importance of data security, a simulation of a hacker attack was proposed. In this opportunity, the students received infected pen-drives and were able to correct them. There was also a comparison of operating systems in terms of security, cost, functions and applicability, and students were encouraged to prevent themselves from malicious attacks by means of protective software and strong passwords. In the third module the central theme was cybercrime and the rights and obligations of users on networks. The prevention of cybercrime is a central issue for the Brazilian citizen, since the country ranks second in cybercrime, affecting about 62 million people every year, causing an annual loss of around 100 billion reals(SYMANTEC CORPORATION, 2017).Faced with this scenario, the safe use of digital media was promoted, based on the description of the mechanisms provided by the State to protect citizens against this misdemeanor. The concept of cybercrime, its criminal types and related legislation (Internet Civil Framework) were discussed in order to help participants identify and use social action mechanisms for denunciation and control. In this context, it was shown to the participants that individual data is basic information of the right to privacy and must be respected, both by the private sector and by the government.Cyber espionage was also a topic of discussion, presenting its definition, practical cases, and how to combat it. At this stage, the Cybercrime Law, Law no. 12,737/2012 (Carolina Dieckmann Law) (BRAZIL, 2012) and the Brazilian Criminal Law (BRAZIL, 1984) were exposed, in the perspective of the configuration of crimes by networks as a result of their misuse, in cases of: racial insult, threat, child pornography, hate crimes, among others. Finally, the concepts of cyberbullying, sextortion, revenge pornography were dealt with, questioning, for example, how the individual (victim) should protect him/herself in these situations and what care should be taken when using social networks to avoid possible misconduct. In order to fix the content taught, a practical activity was proposed in which students were exposed to hypothetical situations of cybercrime and, from these, stimulated to identify which categories the offenses corresponded to; once identified, the participants should indicate which actions should be taken to deal with the situation. This activity contributed to establish a clear and objective dialogue about the importance of denouncing cyber actions harmful to civil society: students reacted with enthusiasm to the possibility of action in the face of misdemeanors, until then little understood.The fourth and final module identified the main issues young people face when using social interaction platforms and presented ways to address them. Since, on the one hand, social
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362558networks promote bringing people together, sharing news, and learning, on the other hand, they are associated with the theft of personal data, the sharing of fake news, and the manipulation of public opinion. To this end, the history, operation, and rules of use of the main social networks were presented. We also discussed with the young people the purpose of each one of them, their benefits, rights, and duties that organize the coexistence among users. They were informed about the capture of personal data by technology companies and how the bots responsible for increasing interactions on certain pages and/or subjects work.Moreover, the module was dedicated to the use of tools to identify and combat fake news, encouraging students to verify sensitive points in a news item, such as: alarmist tone, unknown site, grammatical errors, sensationalist content, unrecognized experts, absence of authorship, request for immediate sharing. At this point, students were encouragedto indicate news headlines and links as true or false. The activity aroused great engagement and curiosity, becoming the most quoted activity after the end of the project.Finally, the extension activity ended emphasizing the importance of digital education for the exercise of cyber citizenship, in a world where all its processes and structures are increasingly dependent on this domain.Final remarksThe increase in the use of new technologies has brought with it the need for new knowledge that allows the citizen to be able to get the best out of them in the most diverse areas, from the search for credible information, work, teaching, personal relationships, to as a tool to charge the government for greater transparency in data and presentation of results.According to the above, the government and the school are the main agents responsible for the process of empowering civil society, young people in particular, to exercise digital citizenship. By providing quality Internet access for all, it is essential to promote the training of this audience so that they become aware of their rights and duties, and the provision of knowledge so that they can protect their personal information and privacy in cyberspace. In view of this, this article presented the practical experience of students and graduates of the Federal University of Pernambuco (UFPE), who, through an extension activity, sought to contribute to the projection of this new social reality, expanding the knowledge acquired at the university to the community, certain that the inseparability between research, teaching and
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362559extension drives the production of knowledge, as it establishes a bond of trust between academics and civil society, in a joint effort to transform the reality of citizens.The project's success came from its extreme actuality, by proposing innovative content, besides filling the gap of total lack that schools have in offering similar projects. By this logic, extension fulfills its role of being an effective tool to intervene and modify reality. The initiative allowed students and teachers to become familiar with new concepts, both theoretically and practically; it also stimulated the exchange of experiences and the awareness of factual situations and, fundamentally, provided the participants with their identification as digital citizens, part of a wider community, in which they can and should act politically.Finally, as a challenge, we identify the need to expand the digital citizen experience, so that it is not reduced to sporadic formative processes. The construction of a democratic and civic culture requires a substantial rethinking of the different components of young people's lives, beyond the school walls. In this context, we encourage digital education through the replication of this project in different regions and for a variety of audiences, certain that the mobilization for the exercise of cyber-citizenship in a safe and efficient way is indispensable to act on the demands of the Digital Age.ACKNOWLEDGEMENTS:To the Dean of Extension and Culture at the Federal University of Pernambuco (Proexc-UFPE); the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES); the Dom Bosco School -Recife/PE, and the Library of the Peace Community Center -Compaz -Writer Ariano Suassuna.
image/svg+xmlCybernetic citizenship: Contributions of an extensionist action to societyRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362560REFERENCESALMEIDA, S.; FERNANDES, J.Á.; GOI, V. El uso de las tecnologías digitales en las escuelas: Un estudio basado en los informes de políticas públicas brasileñas. Revista do Centro de Educação UFSM, Santa Maria, v. 44, p. 1-12, fev./set. 2019.Available at: https://www.redalyc.org/journal/1171/117158942065/117158942065.pdf. Access on: 05 Jan. 2022.ARROYO, D.; ROCHA, M. Meta Avaliação de uma extensão universitária: Estudo de caso. Avaliação, Campinas, v. 15,n. 2,p. 135-161,jul.2010.Available at: https://www.scielo.br/j/aval/a/KTgP6wrJ6QDbJZyBNpsxYJd/abstract/?lang=pt. Access on: 13 Jan. 2022.BRAZIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de setembro de 1940. Código Penal. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1940. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Access on: 10 Jan. 2022.BRAZIL. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1968. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5540.htm.Access on: 10 Dec. 2022.BRAZIL.Constituição da República Federativa do Brasil: Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,1988. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.Access on: 10 Dec. 2022.BRAZIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República,1996. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.Access on: 10 Dec. 2022.BRAZIL. Projeto de Lei n.6964/06, de 2006. Da Sra. Professora Raquel Teixeira, 2006. Available at: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=node01uia9d963j5vj8r3ck1gn87ez1248531.node0?codteor=391744&filename=PL+6964/2006. Access on: 10 Dec. 2022.BRAZIL. Decreto n. 6.495, de 30 de junho de 2008. Institui o Programa de Extensão Universitária PROEXT. Brasília, DF: Presidência da República,2008. Available at: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6495.htm. Access on: 10 Dec. 2022.BRAZIL. Lei n. 12.737, de 30 de novembro de 2012.Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -Código Penal; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2012. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm. Access on: 10 Jan. 2022.BRAZIL. Lei n. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educaçãonacional. Brasília, DF:
image/svg+xmlMarcos Aurelio Guedes de OLIVEIRA; Natalia Diniz SCHWETHERand Fernando Henrique CASALUNGARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2544-2564, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.164362561Presidência da República,2017. Available at: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2017/lei-13415-16-fevereiro-2017-784336-publicacaooriginal-152003-pl.html. Access on: 10 Dec. 2022.CALIPO, D. Projetos de Extensão universitária crítica: Uma ação educativa transformadora. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Universidade Estadual de Campinas, 2009. Available at: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/390135. Access on: 10 Jan. 2022.CANTO, M. O letramento midiático em escolas: Lutando contra a desinformação. TIC Educação. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019.CARBONARI, M.E.; PEREIRA, A. A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, Londrina, v. 10,n. 10,p. 23-28, jul./set. 2007.Available at: https://seer.pgsskroton.com/educ/about/contact. Access on: 21 Sept. 2021.DIMAGGIO, P.; CELESTE, C. Technological Careers: Adoption, Deepening, and Dropping Out in a Panel of Internet Users, 2004.E-SIC. Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão. Available at: http://www.acessoainformacao.mg.gov.br/sistema/site/index.html. Access on: 14 Oct. 2019.HINDUJA, S.; PATCHIN, J. Sexting: A brief guide for educators and parents. Cyberbulling Research Center, 2010. Available at: https://cyberbullying.org/sexting-research-summary-2022.pdf. Access on: 13 May2020.JENIZE, E. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo Horizonte. Anais[...]. Belo Horizonte: UFMG, 2004. Available at: https://www.ufmg.br/congrext/Gestao/Gestao12.pdf. Access on: 10 Jan. 2022.JONES, L.; MITCHELL, K. Defining and measuring youth digital citizenship. New media & Society, v. 18, n. 9, p. 2063-2079,jul.2016.Available at: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1461444815577797. Access on: 03 Sept. 2021.JONES, L.; MITCHELL, K.; FINKELHOR, D. Trends in Youth Internet Victimization: Findings from three youth internet safety surveys 2000-2010. Journal of Adolescent Health, v. 50, n. 2, p. 179-186, fev. 2012.Available at: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1054139X11003387. Access on: 13 Mar. 2019.KOGLIN, T.; KOGLIN, J.C. A Importância da extensão nas Universidades Brasileiras e a transição do reconhecimento ao descaso. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 10,n. 2,p. 71-78, jun. 2019.Available at: https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RBEU/article/view/10658. Access on: 22 Jan. 2022.KOLTAY, T. Os media e as literacias: Literacia mediática, literacia informacional, literacia digital. Media, Culture & Society, v. 33, n. 2, p. 211-212, mar. 2011.Available at: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0163443710393382. Access on: 04 Sept. 2021.
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