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A implementação da Política Cultural e Educacional Alemã para o Exterior: As Escolas Alemãs na América Latina
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-2455, nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
2433
A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL E EDUCACIONAL ALEMÃ
PARA O EXTERIOR: AS ESCOLAS ALEMÃS NA AMÉRICA LATINA
1
LA IMPLEMENTACIÓN DE LA POLÍTICA CULTURAL Y EDUCATIVA ALEMANA
EN EL EXTRANJERO: LAS ESCUELAS ALEMANAS EN AMÉRICA LATINA
THE IMPLEMENTATION OF GERMAN CULTURAL AND EDUCATIONAL POLICY
ABROAD: GERMAN SCHOOLS IN LATIN AMERICA
Paulo de CARVALHO JUNIOR
2
Cynthia PAES DE CARVALHO
3
Anne SCHIPPLING
4
RESUMO
: O artigo tem por objetivo apresentar as especificidades do contexto latino-
americano quanto à implementação da Política Cultural e Educacional da Alemanha para o
Exterior, através de uma análise das Escolas Alemãs no Exterior, localizadas nessa região.
Através de uma abordagem qualitativa, ele explora os dados constantes no Diretório de Escolas
no Exterior produzido pela Agência Central para Escolas no Exterior e a representação da
direção escolar disponibilizadas nos sítios eletrônicos oficiais dessas escolas, analisando-os à
luz de conceitos sobre implementação de políticas públicas. O artigo propõe que o sistema
escolar alemão no exterior, baseado em modelos de cooperação entre instâncias governamentais
alemãs e entidades privadas nos países anfitriões, se caracteriza pelo papel central de atores
locais na implementação dessa política. Ele conclui que as marcas de ambiguidade da Política
Cultural e Educacional da Alemanha para o Exterior possibilitam que o sistema se adapte às
diferentes realidades locais das escolas.
PALAVRAS-CHAVE
: Escolas alemãs no exterior. Implementação de políticas públicas.
Política cultural e educacional para o exterior.
RESUMEN
:
El artículo presenta las especificidades del contexto latinoamericano en cuanto
a la implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania en el Exterior a través de
un análisis de las Escuelas Alemanas en el Exterior. A través de un enfoque cualitativo, explora
informaciones elaboradas por la Agencia Central de Colegios en el Extranjero y la
representación de la gestión escolar en las páginas web oficiales de las escuelas, analizándolas
a la luz de los conceptos sobre la aplicación de las políticas públicas. El artículo propone que
el sistema escolar alemán en el extranjero, con cooperación entre organismos
gubernamentales alemanes y entidades privadas en países de acogida, se caracteriza por el
1
Agradecemos à Rede de Estudos sobre Implementação de Políticas Públicas Educacionais (REIPPE), com a
colaboração do Itaú Social, o apoio financeiro para as traduções deste artigo para o inglês e o espanhol.
2
Pontifícia Universidade Católica (PUC), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brasil. Doutorando em Educação. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3670-4662. E-mail: paulodecarvalhojr@gmail.com
3
Pontifícia Universidade Católica (PUC), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brasil. Professora. Doutorado em Educação (PUC-
Rio). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6139-5806. E-mail: cynthiapaesdecarvalho@puc-rio.br
4
Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-Iscte), Lisboa
–
Portugal. Investigadora Integrada.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8794-5554. E-mail: anne.schippling@iscte-iul.pt
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
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papel central de los actores locales en la implementación de esta política. Llega a la conclusión
de que las características de ambigüedad de la política permiten que el sistema se adapte a las
diferentes realidades locales de las escuelas.
PALABRAS CLAVE
: Colegios alemanes en el extranjero. Implementación de políticas
públicas. Política cultural y educativa en el extranjero.
ABSTRACT
: The article presents the specificities of the Latin American context with regard
to the implementation of German cultural and educational policy abroad through an analysis
of the German Schools Abroad located in this region. Using a qualitative approach, it explores
the data contained in the Directory of Schools Abroad produced by the Central Agency for
Schools Abroad and the representation of the school management provided on the official
websites of these schools, analyzing them according to concepts about public policy
implementation. The article proposes that the German school system abroad, based on models
of cooperation between German governmental bodies and private entities in host countries, is
characterized by the central role of local actors in the implementation of this policy. It
concludes that the hallmarks of ambiguity of the German Cultural and Educational Policy
Abroad enable the system to adapt to the different local realities of the schools.
KEYWORDS
:
German schools abroad. Implementation of public policies. Cultural and
educational policy abroad.
Introdução
O presente artigo trata da implementação da Política Cultural e Educacional para o
Exterior da Alemanha através de um de seus pilares: as Escolas Alemãs no Exterior, com foco
naquelas localizadas na América Latina. Ele tem por objetivo traçar um panorama das
especificidades do contexto latino-americano frente às demais regiões do globo no que tange à
implementação dessa política pública alemã, a partir de dados referentes à composição do corpo
docente e discente das escolas, bem como dos diplomas escolares ofertados e da composição
da direção escolar. A análise considera, sobretudo, a noção de ambiguidade da política
5
(MATLAND, 1995), que confere, nos diferentes contextos locais, certa maleabilidade ao
sistema escolar alemão no exterior. As Escolas Alemãs no Exterior se propõem a possibilitar
aos alunos o contato com a diversidade cultural, sobretudo, no que diz respeito à cultura alemã
e à cultura dos países anfitriões
6
, bem como a formar futuros profissionais capacitados de forma
intercultural para a sociedade, a economia, a ciência e a cultura, que possuam uma forte conexão
com a Alemanha (ZFA, 2018), configurando um investimento estratégico para a consolidação
5
O conceito de ambiguidade da política será abordado mais à frente.
6
Por “países anfitriões”
são entendidos, nesse contexto, os diferentes países nos quais estão sediadas as Escolas
Alemãs no Exterior.
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da Alemanha como um destino para a economia, os negócios e também para os estudos de nível
superior, frente à crescente demanda por estudantes universitários estrangeiros qualificados no
país (BOLLINGER, 2019). Essas escolas operam em um formato de cooperação entre
instâncias governamentais alemãs e entidades mantenedoras privadas nos países anfitriões, o
que confere aos atores locais, um papel central no âmbito da implementação dessa política
diretamente vinculada à diplomacia cultural alemã.
Referenciais teóricos e metodologia
Para a análise da implementação da Política Cultural e Educacional da Alemanha para
o Exterior, o artigo recorre ao levantamento de dados quantitativos sobre as Escolas Alemãs no
Exterior junto ao Diretório das Escolas no Exterior (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021),
documento de acesso público, disponível na página eletrônica da Agência Central para Escolas
no Exterior (
Zentralstelle für das Auslandsschulwesen
, ZfA). Nele estão reunidas diversas
informações sobre as escolas, dentre as quais, para efeito da presente análise, serão
considerados o ano de fundação das entidades mantenedoras das escolas, os diplomas escolares
ofertados e as informações disponíveis acerca dos alunos
–
proporção de alunos com cidadania
alemã e que possuem o alemão como primeira língua
–
e dos professores
–
proporção de
professores expatriados e de contratos locais, bem como de professores que lecionam em
alemão e nas respectivas línguas nacionais
7
. Esses dados são complementados pelo
levantamento de informações quanto ao caráter nacional ou binacional da direção de cada uma
das 138 Escolas Alemãs no Exterior em suas páginas eletrônicas oficiais, ou seja, pela
identificação dos casos em que a direção escolar é constituída exclusivamente pelo diretor
alemão, eventualmente com seu vice-diretor, enviado(s) pelos órgãos responsáveis alemães, e
os casos em que também é possível identificar um diretor ou um vice-diretor nacional do
respectivo país anfitrião.
Como referencial teórico para as análises, consideramos os estudos sobre a
implementação de políticas públicas, que, desde a década de 1970, constituem um campo de
análise que se debruça sobre a atuação do Estado e a materialização dessas políticas,
valorizando o olhar sobre os processos e ações que dão concretude à atividade governamental
em perspectiva processual, em um ciclo composto por quatro grandes etapas: agenda,
7
Além dessas informações, o documento traz ainda dados como os telefones e endereços (físico e eletrônico) das
escolas e dos respectivos consulados ou embaixadas alemãs responsáveis, as datas de recessos escolares e os
idiomas ensinados em cada escola - na maioria dos casos são o alemão, o respectivo idioma nacional, o inglês e,
eventualmente, mais uma língua estrangeira.
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formulação, implementação e avaliação (LOTTA, 2019). Ainda que tais etapas isoladamente
não correspondam necessariamente à realidade, elas constituem uma ferramenta de análise útil
para compreender esses processos. Nesse campo, uma referência fundamental para a análise da
Política Cultural e Educacional da Alemanha para o Exterior diz respeito ao modelo sintético
de análise da implementação desenvolvido por Richard Matland (1995), com ênfase nos
conceitos de conflito e ambiguidade das políticas. Quando há clareza sobre os objetivos e os
meios para alcançá-los, conflito e a ambiguidade são baixos e ocorre o que o autor denomina
de implementação administrativa, na qual as políticas tendem a ser executadas de maneira
padronizada, por atores com baixo grau de discricionariedade, alcançando resultados bastante
previsíveis (LOTTA
et al.
, 2021). Já quando há consenso sobre a necessidade de uma
determinada política, mas há divergências sobre como ela deve ser implementada, o conflito é
baixo e ambiguidade é alta. Tem-
se, então, a implementação experimental, na qual “[...]
condições contextuais dominam o processo”
8
(MATLAND, 1995, p. 165-166, tradução dos
autores). Nos contextos de alto conflito e baixa ambiguidade se dá a implementação política,
quando “[...] os atores possuem objetivos claramente definidos, mas o dissenso ocorre porque
estes objetivos claramente definidos são incompatíveis”
9
(MATLAND, 1995, p. 163, tradução
dos autores). Por fim, em contextos marcados por alto conflito e alta ambiguidade acontece a
implementação simbólica, na qual “[...] o curso da política é determinado pela coalizão de atores
no nível local que controlam os recursos disponíveis”
10
(MATLAND, 1995, p. 168, tradução
dos autores).
Outro conceito importante para a presente análise, envolve a autonomia das escolas.
Barroso (1996) trata desse aspecto em dois níveis, sendo o primeiro referente à noção de
autonomia decretada, perspectiva segundo a qual, o poder público meramente concede
autonomia às escolas, enquanto o segundo nível, da autonomia construída, diz respeito ao “[...]
jogo de dependências e de interdependências que os membros de uma organização estabelecem
entre si e com o meio envolvente e que permitem estruturar a sua acção organizada em função
de objectivos colectivos próprios” (BARROSO, 1996, p. 10). Todavia, o autor pondera que, a
rigor, não se pode decretar a autonomia, mas sim “[...] as normas e regras formais que regulam
a partilha de poderes e a distribuição de competências entre os diferentes níveis de
administração, incluindo o estabelecimento de ensino” (BARROSO, 2004, p. 71).
8
“[...] contextual conditions dominate the process”.
9
“Actors have clearly defined goals, but dissension occurs because these clearly defined goals are incompatible”.
10
“The policy course is determined by the coalition of actors at the local level who control the available resources”.
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Desse ponto de vista, enquanto a autonomia decretada é vista no âmbito dos discursos
legitimadores das políticas de descentralização, a autonomia construída reflete o processo de
reconhecimento das estratégias e das ações concretas das escolas. Nessa perspectiva, a escola
funciona como um espaço relacional, que articula “várias lógicas e interes
ses
–
políticos,
gestionários, profissionais e pedagógicos” (BARROSO, 1996, p.
185). Para compreender o
campo em que se situam as Escolas Alemães no Exterior e se desenvolve a implementação da
Política Cultural e Educacional da Alemanha para o Exterior, discutimos a seguir o contexto
das escolas internacionais em que elas se situam.
O contexto das Escolas Internacionais
Não há uma definição comumente aceita sobre o que qualifica uma escola como
internacional. Segundo Murphy (2000, apud SCHIPPLING; ABRANTES, 2018, p. 13)
, “
Até
agora, ninguém apresentou uma definição de ‘escola internacional’ que não exclua algumas
escolas que se autoconsideram internacionais e que não inclua outras que podem não o ser”.
Hornberg (2010) faz distinção entre quatro tipos de escolas internacionais: o primeiro são as
escolas no exterior fundadas por um país em outro, com o currículo e diplomas do país
fundador; o segundo são escolas privadas que oferecem o currículo e o diploma do país
anfitrião, assim como um ou vários currículos ou diplomas estrangeiros; o terceiro consiste nas
escolas privadas com currículos ou diplomas internacionais ou estrangeiros, como o
International Baccalaureate
(IB)
11
; o quarto e último, trata das escolas estatais que oferecem
aos seus alunos ramificações internacionais para além dos currículos e diplomas nacionais.
Já Bunnell, Fertig e James (2016) propõem outras categorias. Para os autores, até muito
recentemente, as escolas internacionais poderiam ser classificadas basicamente em dois grandes
tipos, conforme proposto por Hayden e Thompson (2008). O primeiro tipo é denominado
“tradicional” e se refere às escolas que oferecem educação aos filhos de pais com mobilidade
global. Geralmente são escolas privadas, sem fins lucrativos, financiadas por mensalidades
escolares e administradas por cooperativas de pais. A maioria dos alunos são expatriados,
normalmente oriundos de países ocidentais e não do país anfitrião. O segundo tipo, menor em
número, denominado “ideológico”, é composto por escolas comprometidas com a educação
para a paz global e o internacionalismo, que buscam garantir uma perspectiva internacional aos
11
International Baccalaureate
, em português “Bacharelado Internacional”, é uma fundação sem fins lucrativos,
sediada em Genebra, na Suíça, que oferece programas e currículos para diferentes etapas da educação básica,
reconhecidos internacionalmente.
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alunos por meio de seus currículos. Segundo os autores, esse cenário está sendo reconfigurado
pelo
rápido crescimento de um terceiro tipo de escola internacional, categorizado como “não
tradicional”. Trata
-se de escolas privadas, com fins lucrativos, que surgiram como um novo
nicho para negócios. Essas escolas tendem a receber seus alunos, majoritariamente, da
população local, atendendo crianças de famílias com aspiração à ascensão social ou filhos de
pais abastados.
Nesses casos, a escolha por escolas internacionais está ligada à tentativa por parte de
famílias de camadas médias de assegurar à prole, uma vantagem em sua trajetória educacional,
com vistas a melhores oportunidades no ensino superior e a melhores oportunidades de inserção
profissional no mercado global (ALMEIDA, 2002; NOGUEIRA, 2002). Amorim (2012)
destaca a internacionalização dos estudos, em diferentes níveis de escolarização, como uma
estratégia de distinção (BOURDIEU, 1984) e manutenção de fronteiras por parte de grupos
sociais detentores de maior capital cultural e econômico frente aos demais. Isso se deve à
desvalorização dos títulos resultante da democratização do acesso à educação e do
correspondente aumento do número de diplomados no mercado de trabalho, que impulsionam
a busca por níveis de ensino cada mais elevados e tipos de escolarização mais raros.
As Escolas Alemãs no Exterior e a Política Cultural e Educacional para o Exterior
A Alemanha é uma república federativa e seu sistema educacional tem como
características, a descentralização e o compartilhamento de responsabilidades entre as
diferentes esferas de governo. A organização da educação básica
12
é competência
essencialmente dos estados (
Länder
), que articulam ações tanto com o Governo Federal quanto
com as autoridades locais. O princípio federativo é cláusula pétrea da Lei Fundamental da
República Federal da Alemanha
13
e reproduz uma longa tradição de estruturas cultural e
12
A educação escolar tem início aos cinco ou seis anos de idade, conforme o estado, através da escola primária,
denominada
Grundschule
. Essa etapa configura o ciclo educacional comum para todas as crianças e dura, na
maioria dos estados, quatro anos. Após essa etapa, há três tipos básicos de ensino secundário. O primeiro tipo é a
Hauptschule
, concluída no 9º ano, com o diploma
Hauptschulabschluss
, que habilita o aluno a modelos de
formação profissionalizante de nível mais básico. O segundo tipo é a
Realschule
, concluída no 10º ano, com o
diploma
Realschulabschluss
, com o qual os alunos podem ingressar em uma escola técnica. O terceiro tipo é o
Gymnasium
, cuja conclusão ocorre no 12º ou no 13º ano, dependendo do estado, com o
Abitur
, o certificado de
conclusão do ensino ginasial que confere a maturidade escolar para o ensino superior. Além desses tipos de escola,
há ainda outros modelos alternativos, em que a
Hauptschule
, a
Realschule
e o
Gymnasium
podem ser oferecidos
em escolas integradas, que reúnem duas ou três possibilidades diferentes de conclusão (CARVALHO JUNIOR,
2020).
13
Após o término da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação. A Lei
Fundamental foi promulgada no contexto da fundação da República Federal da Alemanha, a partir das três zonas
ocupadas pelos Estados Unidos, pela França e pela Grã-
Bretanha, em 1949. O termo “constituição” não foi
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economicamente descentralizadas, de forma que os estados, além de suas funções políticas,
representam também identidades marcadamente regionais (BISCHOFF
et al.
, 2018).
No âmbito educacional, de maneira simplificada, cabe à União fiscalizar e distribuir os
recursos tributários aos governos estaduais, para que eles operem seus sistemas educacionais
(GONSALVES, 2013). As escolas não possuem uma organização centralizada e a
responsabilidade pelo desenho, pela administração e pela supervisão do sistema escolar recai
sobre cada um dos 16 estados federados. Assim, cada estado pode regulamentar seu currículo
escolar e definir como se dá a oferta de disciplinas, bem como a transição entre as diferentes
etapas escolares e tipos de escola (SCHÜTTLER-HANSPER, 2018). Ainda assim, a estrutura
curricular para a etapa da educação obrigatória
14
é similar em todos eles (MORDUCHOWIEZ;
ARANGO, 2010), graças à existência de uma instância de cooperação e acordo entre os estados,
denominada Conferência Permanente dos Ministros da Educação (
Kultusministerkonferenz
,
KMK), que coordena as políticas educacionais (OECD, 2014). A KMK garante a equivalência
ou equiparação dos cursos e diplomas (BISCHOFF
et al.
, 2018), garantindo assim, uma
considerável uniformidade da estrutura fundamental do sistema educacional alemão
(MORDUCHOWIEZ; ARANGO, 2010).
As Escolas Alemãs no Exterior são um dos diferentes formatos de escolas que integram
a Rede PASCH
–
Schulen: Partner der Zukunft
(Escolas: Parceiras do Futuro)
15
, atualmente.
Nessa rede, o Instituto Goethe supervisiona as cerca de 650 Escolas Fit
16
em todo o mundo,
enquanto a Agência Central para Educação no Exterior (
Zentralstelle für das
Auslandsschulwesen
, ZfA) é responsável por cerca de 1.100 Escolas DSD
17
, 27 Escolas com
Perfil Alemão
18
e ainda pelas 138 Escolas Alemãs no Exterior
19
. Dentre estas últimas, oito estão
adotado, pois, em princípio, tratava-se de uma lei com caráter provisório, em função da intenção de que ainda se
desse a integração com a quarta zona, administrada pelos soviéticos. Entretanto, a Lei Fundamental permaneceu
válida, mesmo após a reunificação do país, em 1990.
14
Na Alemanha, a primeira etapa escolar obrigatória é a escola primária, denominada
Grundschule
, que atende
crianças a partir dos cinco ou seis anos de idade. A idade de início na escola, bem como a data de corte para a
verificação da idade da criança e a quantidade de anos obrigatórios são regulamentadas por cada um dos estados
federados, através de legislação própria.
15
Trata-se de uma rede de escolas criada em 2008 por iniciativa do então Ministro das Relações Exteriores da
Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
16
Escolas nacionais que oferecem aulas de Alemão como Língua Estrangeira em um nível básico ou que estão em
etapa de implementação dessas aulas.
17
Escolas nacionais que ensinam Alemão como Língua Estrangeira e possibilitam aos alunos a realização do
Diploma de Língua Alemã DSD (
Deutsches Sprachdiplom
) emitido pela Conferência Permanente de Ministros da
Cultura (KMK).
18
Escolas nacionais, nas quais se ensina Alemão como Língua Estrangeira e, pelo menos, mais uma outra disciplina
na língua alemã até a conclusão do Ensino Médio.
19
Para maiores informações sobre Escolas Fit, Escolas DSD e Escolas com Perfil Alemão, ver SCHMIDT (2018)
e AUSWÄRTIGES (2019).
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localizadas na América do Norte
20
, 37 na América Latina
21
, 47 na Europa, 15 na África, 29 na
Ásia e duas na Oceania.
As 138 Escolas Alemãs no Exterior possuem, como objetivos centrais, o contato com a
sociedade e a cultura do país anfitrião, a garantia e a expansão do serviço escolar para crianças
alemãs no exterior e o fomento ao ensino da língua alemã no exterior (KLINGEBIEL, 2013).
Nestas escolas é possível
observar um processo gradual de mudança da política, pois “[...] se,
antes, elas eram ilhas para filhos de funcionários de embaixadas e para filhos de funcionários
de empresas alemãs enviados ao exterior, a maioria dessas escolas são agora chamadas escolas
de encontro, o que significa que são frequentadas principalmente por alunos locais”
22
(ERNDL,
2019, p. 15464, tradução dos autores). Elas são supervisionadas, no âmbito dos currículos e dos
exames oficiais, pela já citada Conferência Permanente de Ministros da Cultura
(
Kultusministerkonferenz
, KMK) e pelo Comitê Federal e Estadual para o Trabalho Escolar no
Exterior (
Bund-Länder-Ausschuss für schulische Arbeit im Ausland
, BLASchA) e recebem
verbas do orçamento do Ministério das Relações Exteriores, dada a sua vinculação direta à
diplomacia cultural alemã.
Voerkel (2018) traça um panorama histórico de como a Alemanha investiu nesse campo
da diplomacia cultural desde o século XIX, destacando a criação, no período da República de
Weimar, de importantes instituições de promoção de cultura e ciência, como o Serviço Alemão
de Intercâmbio Acadêmico (
Deutscher Akademischer Austauschdienst
, DAAD) e o Instituto
Goethe. O autor salienta, entretanto, que
[...] essa atitude de abertura para o mundo mudou radicalmente com a subida
ao poder dos nacional-socialistas e com a sua propaganda, que trazia uma
visão temática até muito reduzida, de língua e de cultura. A Segunda Guerra
Mundial, terminada em 1945, deixou a Alemanha como país dividido e sem
soberania sobre sua política exterior (que o país só ganharia de volta em 1990)
(VOERKEL, 2018, p. 147).
Após a Segunda Guerra, em particular nas décadas de 1950 e 1960, a política exterior
da Alemanha tinha como principal propósito, reconquistar a confiança de seus vizinhos
europeus, assim como dos outros países do mundo. Na década de 1970, o plano político foi
marcado por importantes rupturas, inovações e novos paradigmas, com o fortalecimento da
20
Esse número se refere apenas às escolas localizadas nos Estados Unidos e no Canadá. As escolas localizadas no
México são agrupadas na América Latina.
21
Esse número se refere ao total de Escolas Alemãs no Exterior, localizadas na América do Sul, na América
Central e no México.
22
“Waren sie früher Inseln für Kinder von Botschaftsangestellten und für Kinder von ins Ausland entsandten
Mitarbeiterinnen und Mitarbeitern deutscher Firmen, sind die meisten dieser Schulen heute sogenannte
Begegnungsschulen, das heißt, sie werden überwieg
end von einheimischen Schülerinnen und Schülern besucht”.
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política exterior e a Política Cultural
foi alçada à condição de “terceiro pilar” das relações com
outros países, ao lado da diplomacia clássica e da política econômica para o exterior (WDA,
2017). Desde a virada do milênio, a educação vem ganhando cada vez mais importância, de
forma que a “Política Cultural para o Exterior” passou
, em 2001, a ser oficialmente denominada
de “Política Cultural e Educacional para o Exterior” (VOERKEL, 2018).
Sua importância reside
no fato de que
[...] não apenas no campo econômico a Alemanha está em concorrência com
competidores tradicionais e novos, mas também no campo cultural [...]. Países
como Rússia e China usam a Política Cultural e Educacional para o Exterior
de maneira direcionada em termos de posicionamento político e econômico e
investem pesadamente na expansão de seus institutos culturais e de mídia
estrangeira. O campo da Política Cultural e Educacional para o Exterior
tornou-se mais denso e mais complexo
23
(ANHEIER, 2017, p. 3, tradução dos
autores).
No caso alemão, o Ministério de Relações Exteriores, assume a coordenação geral das
atividades culturais no exterior
, entretanto “[...] não são, na maioria das vezes, as instituições
do governo que estão envolvidas na execução das atividades culturais, mas sim organizações
legalmente independentes do estado, tais como ONGs, fundações, associações, bem como
empresas e pessoas privadas” (VOERKEL, 2018, p. 150). Embora as Escolas Alemãs no
Exterior sejam apoiadas com verbas públicas alemãs, cerca de 72% de suas receitas gerais, em
média, são obtidas de forma autônoma, através de mensalidades escolares, doações ou
contribuições de associados (WIFOR, 2018).
Enquanto a responsabilidade pelo financiamento e administração das escolas é
majoritariamente das suas entidades mantenedoras locais (via de regra, fundações ou
associações de pais), a principal tarefa dos órgãos governamentais alemães se concentra na
garantia de qualidade do ensino, sobretudo através das inspeções regulares realizadas de forma
conjunta pelo governo federal e pelos estados (BRÜSER-SOMMER, 2010), no envio de
diretores escolares e professores qualificados de acordo com os parâmetros alemães, e no
reconhecimento formal dos diplomas escolares que, mesmo obtidos no exterior, são alinhados
aos currículos escolares vigentes na Alemanha (KLINGEBIEL, 2013).
A composição das fontes de financiamento varia de forma considerável e os recursos
financeiros têm um impacto significativo no desenvolvimento de cada escola. “Isso se deve não
23
“Deutschland befindet sich nicht nur wirtschaftlich in einem Wettbewerb mit traditionellen und neuen
Konkurrenten, sondern auch kulturell […]. Länder wie Russland und China setzen die AKBP gezielt
im Sinne
einer politisch-wirtschaftlichen Positionierung ein und investieren massiv in den Ausbau ihrer Kulturinstitute und
Auslandsmedien. Das Feld der AKBP ist dichter und komplexer geworden”.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
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apenas à força financeira absoluta, mas também à origem dos fundos. Quanto maior, por
exemplo, a parcela das taxas escolares [cobradas aos pais] no orçamento total, maior a
influência da entidade mantenedora local em sua distribuição”
24
(FÖRSCHNER, 2013, p. 31,
tradução dos autores). Essa característica traz consigo desafios na interface entre a atuação dos
profissionais da escola e a dos membros não assalariados (voluntários) das entidades
mantenedoras. Enquanto os voluntários, em geral, possuem menos tempo à disposição, menos
conhecimento da organização da escola e menos informações relevantes para a tomada de
decisões sobre a sua gestão, a atuação dos profissionais da escola é marcada pelo seu nível de
especialização e pelo
know-how
. No caso das Escolas Alemãs no Exterior, essa interface se dá
entre os membros honorários dos conselhos das entidades mantenedoras e o diretor
administrativo, que assume a responsabilidade em termos financeiros, e o diretor escolar
alemão, responsável pela gestão pedagógica da escola (KLINGEBIEL, 2013).
A tensão entre a regulação central do estado alemão e a autonomia do órgão mantenedor
local se faz presente nas interações no âmbito da gestão das escolas, em cujo contexto também
há, frequentemente, uma interface cultural, já que “[...] por um lado, o conselho e o aparato
administrativo costumam vir do país anfitrião e, por outro lado, a direção escolar vem da
Alemanha”
25
(KLINGEBIEL, 2013, p. 57, tradução dos autores). Nessa perspectiva, Hayden e
Thompson (2008, p. 61-62, tradução dos autores)
apontam que, “[...] em alguns paí
ses, é uma
exigência legal que as escolas internacionais tenham um administrador do país anfitrião em
uma posição sênior”
26
, frequentemente com um cargo de gerente financeiro.
Para os autores, a relação entre este administrador local e o diretor escolar estrangeiro é
crucial para o funcionamento eficaz da escola. Devido a essa junção entre um aparato
administrativo do país anfitrião e um diretor escolar vindo do país de origem da escola, a
dimensão cultural dessas interações desempenha um papel especialmente importante no
contexto escolar internacional, onde “[...] o papel do diretor requer a compreensão das culturas
dentro de uma escola e a promoção da comunicação e do entendimento dentro e através dessas
24
“Dies ergibt sich nicht nur durch die absolute Finanzkraft
, sondern auch durch die Herkunft der Mittel. Je größer
z.B. der Anteil der Schulgebühren am Gesamtbudget ist, umso stärker ist der Einfluss des Schulträgers auf deren
Verteilung”.
25
“[…] da auf der einen Seite Vorstand und Verwaltungsapparat häufig aus de
m Sitzland und auf der anderen
Seite die Schulleitung aus Deutschland kommt”.
26
“In some countries it is a legal requirement that international schools should have a host country administrator
in a senior position”.
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A implementação da Política Cultural e Educacional Alemã para o Exterior: As Escolas Alemãs na América Latina
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2443
culturas”
27
(KELLER, 2015, p. 907, tradução dos autores). Por esta razão, enfatizamos a análise
da composição das equipes de gestão no desenvolvimento do presente estudo.
O perfil das Escolas Alemãs na América Latina
Ao longo do tempo, a fundação das Escolas Alemãs no Exterior se deu de formas
distintas nos diferentes continentes, em função dos diferentes objetivos políticos e estratégicos
traçados pelas autoridades alemãs em cada situação. Na América Latina há 37 Escolas Alemãs
no Exterior: quatro na Argentina, duas na Bolívia, quatro no Brasil, cinco no Chile, quatro na
Colômbia, uma na Costa Rica, uma em El Salvador, três no Equador, uma na Guatemala, cinco
no México, uma na Nicarágua, uma no Paraguai, três no Peru, uma no Uruguai e uma na
Venezuela. Uma parcela expressiva dessas escolas foi fundada num contexto vinculado aos
processos de migração alemã para as Américas ocorridos, fundamentalmente, na segunda
metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX (BADE, 1992). Três escolas foram
fundadas antes mesmo da unificação da Alemanha em 1871 e outras quinze foram fundadas
entre 1871 e 1918, ou seja, durante o Império Alemão. Com isso, 49% das escolas têm uma
trajetória que remonta a um período anterior à República de Weimar
28
e somente uma única
escola foi fundada após a reunificação alemã em 1990. Por outro lado, nas demais regiões do
globo, a realidade é bastante distinta: 28% das escolas têm sua fundação anterior à República
de Weimar e 31% foram fundadas desde a reunificação alemã em 1990, período em que se dá
uma expansão da rede de Escolas Alemãs no Exterior, sobretudo, para o leste europeu
29
e para
a Ásia
30
.
Em média, as Escolas Alemãs no Exterior localizadas na América Latina possuem 1.356
alunos, número bastante superior às matrículas das escolas das demais regiões. A média no
continente africano é de 727 alunos por escola, enquanto na Europa, esse número é de 579
alunos e na Ásia é de 446 alunos. Na América do Norte e na Oceania, as escolas possuem em
média 314 e 265 alunos, respectivamente. Assim, 49% de todos os alunos das Escolas Alemãs
no Exterior frequentam escolas na América Latina, frente a uma parcela de apenas 1% de alunos
27
“[…] the role of a principal requires
understanding the cultures within a school and promoting communication
and understanding within and across those cultures”.
28
Período compreendido entre 1918, após a capitulação alemã ao fim da Primeira Guerra Mundial, e 1933, quando
se instaura o regime nacional-nacionalista na Alemanha.
29
Desde 1990 foram fundadas Escolas Alemãs na Bulgária, na Croácia, na Eslováquia, na Geórgia, na Hungria,
na República Tcheca, na Romênia, na Rússia e na Ucrânia.
30
Desde 1990 foram fundadas Escolas Alemãs no Catar, na China, nos Emirados Árabes Unidos, no Iraque, na
Tailândia, em Taiwan e no Vietnã.
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na Oceania, 2% na América do Norte, 10% na África, 12% na Ásia e 26% na Europa
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Outra característica importante é que o corpo
discente das Escolas Alemãs na América Latina é composto, majoritariamente, por cidadãos
nacionais dos respectivos países onde as escolas estão localizadas. Nessa região, encontram-se
as menores parcelas de alunos falantes de alemão como língua materna (13%) e de alunos
cidadãos alemães (9%), como se pode verificar no Gráfico 1:
Gráfico 1
–
Alunos falantes de alemão ou cidadãos alemães
Fonte: Elaboração dos autores com base nos dados disponibilizados em Bundesverwaltungsamt (2021)
Os diplomas escolares ofertados nas diferentes regiões também variam de maneira
expressiva
31
. A América Latina é a única região em que praticamente todas as escolas (95%)
oferecem os diplomas escolares nacionais equivalentes ao Ensino Médio (que não é
reconhecido na Alemanha), percentual bastante superior ao das escolas localizadas na África
(64%), na América do Norte (50%), na Europa (28%) e na Ásia (7%). Por outro lado, a América
Latina é a região em que, proporcionalmente, um menor número de escolas (49%) oferece o
Abitur
, o diploma ginasial alemão que possibilita o ingresso no ensino superior na Alemanha.
Na Ásia esse número é de 56%, na América do Norte é de 63%, na África é 64%, e na Europa,
ele chega a 77% (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Os diplomas escolares ofertados
mantêm importantes correlações com as características da composição tanto do alunado como
31
As duas escolas na Oceania oferecem apenas diplomas internacionais do tipo
Gemischtsprachiges
Internationales Baccalaureate
(GIB), uma variante do diploma
International Baccalaureate
(IB), na qual, nos
dois últimos anos da realização do exame, pelo menos três disciplinas precisam ser lecionadas na língua alemã:
Alemão, História e Biologia ou Química.
70%
13%
38%
37%
41%
60%
61%
9%
37%
19%
47%
49%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
alunos falantes de alemão
alunos com cidadania alemã
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do corpo docente dessas escolas. Também nesse aspecto, a América Latina se diferencia das
demais regiões por ter, proporcionalmente, a menor presença de professores alemães e/ou que
lecionam em alemão (40%) e a maior presença de docentes nacionais e/ou que lecionam nas
respectivas línguas nacionais (60%), como se pode verificar no Gráfico 2.
Gráfico 2
–
Distribuição de professores por língua de instrução e continente
Fonte: Elaboração dos autores com base nos dados disponibilizados em Bundesverwaltungsamt (2021)
Percebe-se que há consideráveis diferenças regionais entre as Escolas Alemãs no
Exterior no que diz respeito ao período de fundação dessas escolas, ao seu número de alunos,
aos diplomas ofertados e à proporção de alunos e professores alemães expatriados e nacionais
que nelas estudam ou lecionam. Isso sinaliza que essa política é caracterizada por alta
ambiguidade, abarcando tais diferenças e adaptando-se a elas, favorecendo, com isso, uma
implementação fortemente impactada pelas condições contextuais das escolas (MATLAND,
1995).
Há diferenças significativas nos tipos de contrato dos professores nas Escolas Alemãs
no Exterior, podendo-se destacar dois grupos: os professores expatriados com contratos
alemães e os professores de contrato local. Aqueles expatriados com contratos alemães
vinculados diretamente aos órgãos oficiais alemães podem ser divididos em três subgrupos. O
primeiro e principal subgrupo consiste nos Professores do Serviço no Exterior
(
Auslandsdienstlehrkräfte
, ADLK), funcionários públicos ou não, cedidos por seus estados para
82%
40%
70%
65%
67%
81%
18%
60%
30%
35%
33%
19%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. alemães e/ou que lecionam em alemão
Prof. nacionais e/ou que lecionam na língua nacional
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2446
o serviço escolar no exterior
32
. Além da obrigação regular de ensino, esses professores podem
assumir tarefas especiais, como funções de gestão (inclusive a direção escolar), orientação
acadêmica e profissional para alunos, responsabilidade pela formação continuada dos
professores e coordenação de áreas e disciplinas. Os dois outros subgrupos consistem nos
Professores do Programa Federal (
Bundesprogrammlehrkräfte
, BPLK)
33
e nos Professores do
Programa Estadual (
Landesprogrammlehrkräfte
, LPLK)
34
(BOLLINGER, 2019;
FÖRSCHNER, 2013; WDA, 2017).
Em 2002, 24,2% dos professores das Escolas Alemãs no Exterior eram expatriados com
contratos alemães, mas essa parcela diminuiu, em 2012, para 20,1% (ADICK, 2017) e para
apenas 14,4% em 2021, de acordo com os dados constantes do Diretório das Escolas no Exterior
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Dessa forma, em 2021 85,6% dos professores se
enquadravam como Professores de Contrato Local (
Ortslehrkräfte
, OLK). Estes professores
são contratados diretamente pelas entidades mantenedoras das escolas, conforme as regras
trabalhistas vigentes no país anfitrião. Uma pequena parcela desses professores localmente
contratados (7,7%) pertencia, originalmente, ao sistema escolar alemão
35
, mas a grande maioria
(77,9%) não possuía quaisquer vínculos com o sistema escolar alemão. Como mostra o Gráfico
3, a relação entre professores expatriados de contrato alemão e professores de contrato local
varia de forma significativa entre os continentes, sendo a América Latina, a região com a maior
diferença entre esses dois grupos
–
9% dos professores são expatriados de contratos alemães e
91% possuem um contrato local.
32
Geralmente, o contrato é válido por um período de três anos com possibilidade de renovação por mais três anos
e a remuneração se baseia no salário na Alemanha com acréscimos que variam em função do local de trabalho no
exterior.
33
Professores cujos contratos têm duração de dois anos e, com a concordância da ZfA e da escola, podem ser
estendidos por um período máximo de até seis anos.
34
Professores cedidos por seus estados de origem na Alemanha para atuar, sobretudo, no desenvolvimento e
expansão do alemão como língua estrangeira em escolas dos Estados Bálticos, na Europa Central e Oriental e na
Ásia Central.
35
Trata-se de professores com titulação e reconhecimento segundo os parâmetros alemães, atuantes no sistema
escolar alemão, e que se candidatam diretamente para vagas disponíveis nas Escolas Alemãs no Exterior sem a
intermediação da ZfA. Esses professores obtêm uma licença junto aos seus empregadores (via de regra, os estados
alemães) e são contratados diretamente pelas entidades mantenedoras das escolas.
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A implementação da Política Cultural e Educacional Alemã para o Exterior: As Escolas Alemãs na América Latina
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Gráfico 3
–
Distribuição de professores por tipo de contrato e continente
Fonte: Elaboração dos autores com base nos dados disponibilizados em Bundesverwaltungsamt (2021)
Como apenas 14,4% dos professores das Escolas Alemãs no Exterior foram enviados
pelos órgãos oficiais alemães para o exterior, são as escolas que acabam por contratar e gerir
diretamente não apenas os professores nacionais, responsáveis por ministrar os currículos
nacionais nas suas respectivas línguas, mas também, a maior parte dos professores com as
qualificações necessárias para o projeto educacional em língua alemã. No caso latino-
americano, enquanto 40% dos professores são alemães ou lecionam em alemão, apenas 9%
deles são expatriados e os demais (31%), são contratados localmente pelas escolas.
Apesar de apenas 23,5% dos alunos das Escolas Alemãs no Exterior serem cidadãos
alemães e de 85,6% de todos os professores, incluindo-se aqueles que lecionam em alemão e
nas respectivas línguas nacionais, possuírem contratos locais de trabalho, os órgãos alemães
conferem a responsabilidade pela gestão educacional exclusivamente aos diretores escolares
alemães expatriados. Cabe observar que o contrato de serviços do diretor alemão enviado pela
ZfA (2016, n.p., tradução dos autores)
prevê que ele se comprometa a dirigir a escola “[...] no
sentido da Política Cultural e Educacional para o Exterior da Alemanha e no interesse da
entidade mantenedora da escola, levando em consideração os regulamentos do país anfitrião”
36
.
De acordo esse contrato, ele é “[...] responsável pela gestão educacional da escola”
37
e “[...] em
questões pedagógicas escolares, somente o diretor é responsável por dar instruções ao corpo
36
“[…] im Sinne der deutschen Auswärtigen Kultur
- und Bildungspolitik und im Interesse des Schulträgers unter
Berücksichtigung der Vorschriften des Gastlandes”.
37
“Für die pädagogische Leitung der Schule”.
16%
9%
20%
18%
15%
12%
84%
91%
80%
82%
85%
88%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. de contrato alemão
Prof. de contrato local
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-2455, nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
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2448
docente”
38
, sendo ele “[...] o superior de todos os funcionários empregados na escola. As
instruções para os funcionários da escola são emitidas apenas pelo diretor”
39
(ZFA, 2016, n.p.,
tradução dos autores).
Bollinger (2019) chama a atenção para o fato de que um diretor nacional, contratado
diretamente pela escola sem a intermediação dos órgãos alemães, frequentemente integra a
equipe gestora da escola juntamente com esse diretor alemão expatriado, no caso das escolas
que também oferecem diplomas escolares nacionais. Isso sinaliza para mecanismos de
adequação por parte das escolas, como exercício de sua autonomia construída (BARROSO,
1996; 2004) em função das especificidades políticas, administrativas e pedagógicas articuladas
na perspectiva local. Esse aspecto é corroborado pela visibilidade da direção na forma como as
escolas se representam em suas páginas institucionais na internet, conforme levantamento
realizado para este estudo. A despeito do fato de os órgãos alemães atribuírem a
responsabilidade exclusiva pela gestão educacional aos diretores escolares alemães expatriados,
é possível identificar nas apresentações institucionais na internet das 138 escolas, em 37% dos
casos, alguma instância nacional de direção ou vice direção escolar. Todavia, essa presença
nacional na direção se dá de forma bastante diversa nas diferentes regiões, como mostra o
Gráfico 4. A América Latina é a região em que, proporcionalmente, isso ocorre com maior
frequência, em 54% das escolas, seguida da Europa (44%), da África (27%), da América do
Norte (25%) e da Ásia (17%).
38
“In schulisch
-pädagogischen Angelegenheiten ist ausschließlich der Schulleiter verantwortlich und zuständig,
entsprechende Weisungen an das Lehrpersonal zu geben”.
39
“Der Schulleiter ist Vorgesetzter des gesamten an der Schule beschäftigten Perso
nals. Weisungen an das
Schulpersonal ergehen ausschließlich über den Schulleiter”
.
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A implementação da Política Cultural e Educacional Alemã para o Exterior: As Escolas Alemãs na América Latina
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Gráfico 4
–
Representação da direção escolar por continente
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados disponibilizados nas páginas eletrônicas oficias das
Escolas Alemãs no Exterior, que fazem parte do Diretório das Escolas no Exterior, levantamento de
agosto de 2021 (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021)
Esse fenômeno se dá à margem das determinações dos órgãos alemães, sem, contudo,
configurar uma violação das prerrogativas estabelecidas por eles, uma vez que essa política
carrega uma importante marca de ambiguidade (MATLAND, 1995) ao estabelecer a
obrigatoriedade da presença de uma direção alemã, sem menção à presença ou à ausência de
uma instância de direção nacional (ZFA, 2016, 2018). Essa omissão com relação às instâncias
nacionais na direção escolar parece mitigar o potencial conflito que poderia surgir, em âmbito
local, em função das possíveis expectativas das famílias locais de interlocução com um diretor
escolar que conheça sua cultura e fale sua língua, o que não necessariamente ocorre com os
diretores alemães, ou das autoridades educacionais locais às quais elas estão submetidas, já que,
além de integrarem a rede de Escolas Alemãs no Exterior, essas escolas também estão inseridas
nos respectivos sistemas escolares locais dos países anfitriões.
Dessa forma, a política pode experimentar uma forma de implementação bastante
permeável às condições contextuais em âmbito local. Ainda que a figura do diretor nacional
não seja reconhecida como um elemento partícipe das tomadas de decisão relativas ao âmbito
da gestão da Política Educacional e Cultural exercida pelo Ministério das Relações Exteriores,
ele se mostra como um ator presente em diversas escolas e, potencialmente, exerce, de fato, um
papel relevante na implementação da política no âmbito local, notadamente marcado
–
em
particular na América Latina - pela forte presença de alunos e professores oriundos dos países
anfitriões e pelas eventuais demandas das respectivas autoridades locais.
63%
46%
51%
67%
72%
100%
25%
54%
40%
27%
17%
4%
13%
4%
7%
10%
0%
25%
50%
75%
100%
América do
Norte
América LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
sem informações
somente direção nacional
tanto direção alemã quanto (vice)direção nacional
somente direção alemã
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2450
Considerações finais
As 138 Escolas Alemãs no Exterior, estabelecidas em 69 países como expressão da
Política Educacional e Cultural exercida pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha,
apresentam uma série de características comuns entre si. Elas são submetidas ao controle dos
órgãos alemães diretamente envolvidos com o sistema, que assumem responsabilidade por
diferentes âmbitos ou dimensões da qualidade das escolas (ZFA, 2006). Estas diferentes
dimensões da qualidade se materializam tanto nos processos de ensino e aprendizagem,
condição para o reconhecimento e a equivalência dos diplomas emitidos no exterior, quanto
nos processos organizacionais e administrativos, já que recursos públicos alemães são
investidos diretamente nessas escolas.
Por outro lado, os dados coletados neste estudo, autorizam a formulação da hipótese de
que existam diferentes fatores locais que marcam a identidade e a gestão dessas escolas. O
Quadro de Referência de Qualidade para as Escolas Alemãs no Estrangeiro, documento que
descreve as incumbências e objetivos dessas escolas no âmbito da Política Cultural e
Educacional para o Exterior da Alemanha, afirma que essas escolas precisam cada vez mais se
orientar “[...] profundamente de acordo com a
evolução dos mercados internacionais no que diz
respeito ao ensino, a fim de assegurarem a sua existência” (ZFA, 2006, p. 2) e que, nesse
contexto, é desejável que sua identidade também seja marcada pelas características do país
anfitrião. Assim, a ZfA reconhece que as Escolas Alemãs no Exterior operam em contextos
bastante diversos entre si e que elas não configuram espaços de educação estritamente alemães,
desvinculadas do contexto sociocultural em que estão inseridas.
O documento da Gestão da Qualidade Escolar no Exterior
(
Auslandsschulqualitätsmanagement
, AQM), que descreve as incumbências e objetivos dessas
escolas, aponta que “[...] os diferentes contextos jurídicos, as tradições historicamente
construídas e os diferentes interesses marcam os programas educacionais, a vida escolar e a
identidades das escolas”
40
(ZFA, 2018, p. 5, tradução dos autores). Assim,
[...] cada Escola Alemã no Exterior dispõe de sua própria estratégia de
desenvolvimento escolar e responde individualmente pela concretização de
seus objetivos. Essa estratégia se orienta, via de regra, pelas condições locais,
pela situação da concorrência no contexto local da escola e das expectativas
dos clientes, bem como pelas exigências de qualidade dos órgãos (alemães)
de apoio (e subvenção)
41
(ZFA, 2018, p. 6, tradução dos autores).
40
“Landesrecht, historisch gewachsene Traditionen und eigene Interessen prägen Bildungsprogramme,
Schulleben, Selbstbewusstsein und Identität der Schulen”.
41
“Jede Deutsche Auslandsschule verfügt dabei über eine eigene Schulentwicklungsstrategie und verantwortet
individuell die Umsetzung ihrer Ziele. Diese Strategie orientiert sich i. d. R. an den lokalen Bedingungen, der
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A implementação da Política Cultural e Educacional Alemã para o Exterior: As Escolas Alemãs na América Latina
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2451
A implementação da Política Cultural e Educacional para o Exterior da Alemanha se
concretiza através de um modelo de cooperação, no qual o Estado Alemão e associações
privadas sem fins lucrativos atuam como parceiros à frente das Escolas Alemãs no Exterior.
Essa cooperação entre instâncias públicas alemãs e as entidades privadas em âmbito local,
configura uma das principais características dessas escolas, em um desenho de política que
articula determinações e expectativas comuns, traçadas centralmente pelos órgãos alemães, ao
mesmo tempo que possibilita uma considerável heterogeneidade formal e favorece o
estabelecimento de espaço decisório no nível local das escolas.
A América Latina configura o caso em que a ambiguidade da política se expressa de
maneira especialmente nítida. Essa região possui o maior quantitativo de alunos
–
praticamente
a metade de todos os alunos das Escolas Alemãs no Exterior
–
e a maior parcela de alunos sem
vínculos (linguísticos ou de cidadania) com a Alemanha. A América Latina é também a região
em que a oferta de diplomas escolares nacionais é mais significativa, além de concentrar a maior
presença de professores de contrato local e que ministram aulas nas respectivas línguas
nacionais. Essas características confluem também para um papel peculiar dos atores locais no
âmbito da direção escolar, com a maior presença, entre todas as regiões do globo, das instâncias
nacionais na apresentação das escolas em suas páginas eletrônicas oficiais. A partir da análise
de um conjunto de dados referentes às Escolas Alemãs no Exterior à luz dos estudos sobre
implementação de políticas públicas, é possível inferir que os graus de ambiguidade e
autonomia na forma como essas escolas são geridas
–
do desenho da Política Cultural e
Educacional para o Exterior da Alemanha
–
constituem uma condição para a sua
permeabilidade e adequação às realidades locais tão diferentes entre si.
REFERÊNCIAS
ADICK, C. Internationaler Bildungstransfer im Namen der Diplomatie: die Auswärtige Kultur-
und Bildungspolitik der Bundesrepublik Deutschland.
Zeitschrift für Pädagogik
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Como referenciar este artigo
CARVALHO JUNIOR, P.; PAES DE CARVALHO, C.; SCHIPPLING, A. A implementação
da política cultural e educacional alemã para o exterior: As escolas alemãs na américa latina.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-
2455, nov. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
Submetido em:
08/03/2022
Revisões requeridas em
: 25/07/2022
Aprovado em
: 11/09/2022
Publicado em
: 30/11/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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La implementación de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América Latina
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
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LA IMPLEMENTACIÓN DE LA POLÍTICA CULTURAL Y EDUCATIVA
ALEMANA EN EL EXTRANJERO: ESCUELAS ALEMANAS EN AMÉRICA
LATINA
1
A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL E EDUCACIONAL ALEMÃ PARA O
EXTERIOR: AS ESCOLAS ALEMÃS NA AMÉRICA LATINA
THE IMPLEMENTATION OF GERMAN CULTURAL AND EDUCATIONAL POLICY
ABROAD: GERMAN SCHOOLS IN LATIN AMERICA
Paulo de CARVALHO JUNIOR
2
Cynthia PAES DE CARVALHO
3
Anne SCHIPPLING
4
RESUMEN
: El artículo presenta las especificidades del contexto latinoamericano en cuanto a
la implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania en el Exterior a través de un
análisis de las Escuelas Alemanas en el Exterior. A través de un enfoque cualitativo, explora
informaciones elaboradas por la Agencia Central de Colegios en el Extranjero y la
representación de la gestión escolar en las páginas web oficiales de las escuelas, analizándolas
a la luz de los conceptos sobre la aplicación de las políticas públicas. El artículo propone que
el sistema escolar alemán en el extranjero, con cooperación entre organismos gubernamentales
alemanes y entidades privadas en países de acogida, se caracteriza por el papel central de los
actores locales en la implementación de esta política. Llega a la conclusión de que las
características de ambigüedad de la política permiten que el sistema se adapte a las diferentes
realidades locales de las escuelas.
PALABRAS CLAVE
: Colegios alemanes en el extranjero. Implementación de políticas
públicas. Política cultural y educativa en el extranjero.
RESUMO
: O artigo tem por objetivo apresentar as especificidades do contexto latino-
americano quanto à implementação da Política Cultural e Educacional da Alemanha para o
Exterior, através de uma análise das Escolas Alemãs no Exterior, localizadas nessa região.
Através de uma abordagem qualitativa, ele explora os dados constantes no Diretório de
Escolas no Exterior produzido pela Agência Central para Escolas no Exterior e a
representação da direção escolar disponibilizadas nos sítios eletrônicos oficiais dessas
escolas, analisando-os à luz de conceitos sobre implementação de políticas públicas. O artigo
propõe que o sistema escolar alemão no exterior, baseado em modelos de cooperação entre
1
Agradecemos a la Red de Estudios sobre la Implementación de Políticas Públicas Educativas (REIPPE), con la
colaboración del Itaú Social, por el apoyo financiero para las traducciones de este artículo al inglés y al español.
2
Pontificia Universidad Católica (PUC), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Estudiante de doc
torado en Educación.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3670-4662. E-mail: paulodecarvalhojr@gmail.com
3
Pontificia Universidad Católica (PUC), Rio de Janeiro – RJ – Brasil. Profesora. Doctorado en Educación (PUC-
Rio). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6139-5806. E-mail: cynthiapaesdecarvalho@puc-rio.br
4
Centro de Investigación y Estudios de Sociología (CIES-Iscte), Lisboa – Portugal. Investigadora Integrada.
O
RCID: https://orcid.org/0000-0002-8794-5554. E-mail: anne.schippling@iscte-iul.pt
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
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instâncias governamentais alemãs e entidades privadas nos países anfitriões, se caracteriza
pelo papel central de atores locais na implementação dessa política. Ele conclui que as marcas
de ambiguidade da Política Cultural e Educacional da Alemanha para o Exterior possibilitam
que o sistema se adapte às diferentes realidades locais das escolas.
PALAVRAS-CHAVE
: Escolas alemãs no exterior. Implementação de políticas públicas.
Política cultural e educacional para o exterior.
ABSTRACT
: The article presents the specificities of the Latin American context with regard
to the implementation of German cultural and educational policy abroad through an analysis
of the German Schools Abroad located in this region. Using a qualitative approach, it explores
the data contained in the Directory of Schools Abroad produced by the Central Agency for
Schools Abroad and the representation of the school management provided on the official
websites of these schools, analyzing them according to concepts about public policy
implementation. The article proposes that the German school system abroad, based on models
of cooperation between German governmental bodies and private entities in host countries, is
characterized by the central role of local actors in the implementation of this policy. It
concludes that the hallmarks of ambiguity of the German Cultural and Educational Policy
Abroad enable the system to adapt to the different local realities of the schools.
KEYWORDS
:
German schools abroad. Implementation of public policies. Cultural and
educational policy abroad.
Introducción
Este artículo aborda la implementación de la Política Cultural y Educativa para el
Exterior de Alemania a través de uno de sus pilares: las Escuelas Alemanas en el Extranjero,
centrándose en aquellas ubicadas en América Latina. Su objetivo es esbozar una visión general
de las especificidades del contexto latinoamericano en relación con las otras regiones del mundo
con respecto a la implementación de esta política pública alemana, basada en datos sobre la
composición del personal docente y estudiantil de las escuelas, así como los diplomas escolares
ofrecidos y la composición del consejo escolar. El análisis considera, sobre todo, la noción de
ambigüedad de la política
5
(MATLAND, 1995), lo que confiere, en diferentes contextos
locales, una cierta maleabilidad al sistema escolar alemán en el extranjero. Escuelas de
Alemanas en el Extranjero propone permitir a los estudiantes contactar con la diversidad
cultural, especialmente con respecto a la cultura alemana y la cultura de los países de acogida
6
,
así como formar futuros profesionales formados de manera intercultural para la sociedad, la
5
El concepto de ambigüedad política se abordará más adelante.
6
Los "países de acogida" se entienden, en este contexto, los diferentes países en los que se basan las escuelas
alemanas en el extranjero.
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La implementación de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América Latina
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economía, la ciencia y la cultura, que tengan una fuerte conexión con Alemania (ZFA, 2018),
configurando una inversión estratégica para la consolidación de Alemania como destino para
la economía, los negocios y también para los estudios superiores, ante la creciente demanda de
estudiantes universitarios extranjeros calificados en el país (BOLLINGER, 2019). Estas
escuelas operan en un formato de cooperación entre las agencias gubernamentales alemanas y
las entidades privadas de mantenimiento en los países anfitriones, lo que otorga a los actores
locales un papel central en la implementación de esta política directamente vinculada a la
diplomacia cultural alemana.
Referencias teóricas y metodología
Para el análisis de la implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania
para el Extranjero, el artículo utiliza la recopilación de datos cuantitativos sobre las escuelas
alemanas en el extranjero del Directorio de escuelas en el extranjero
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021), documento de acceso público, disponible en el sitio
web de la Agencia Central para las Escuelas en el Extranjero (
Zentralstelle für das
Auslandsschulwesen
, ZfA). Reúne información diversa sobre las escuelas, entre las cuales, a
los efectos de este análisis, se considerará el año de fundación de las entidades de
mantenimiento de las escuelas, los diplomas escolares ofrecidos y la información disponible
sobre los estudiantes – proporción de estudiantes con ciudadanía alemana y que tienen el alemán
como primera lengua – y profesores – proporción de profesores expatriados y contratos locales,
profesores que enseñan en alemán y en sus lenguas nacionales
7
. Estos datos se complementan
con la recopilación de información sobre el carácter nacional o binacional de la gestión de cada
una de las 138 escuelas alemanas en el extranjero en sus páginas electrónicas oficiales, es decir,
identificando casos en los que la dirección de la escuela consiste exclusivamente en el director
alemán, posiblemente con su subdirector, enviado por los organismos responsables alemanes,
y los casos en que también es posible identificar a un director o director nacional adjunto del
país anfitrión.
Como referencia teórica para los análisis, consideramos los estudios sobre la
imp
lementación de políticas públicas, que, desde la década de 1970, constituyen un campo de
análisis que se centra en el desempeño del Estado y la materialización de estas políticas,
7
Además de esta información, el documento también proporciona datos como los números de teléfono y
direcciones (físicas y electrónicas) de las escuelas y sus consulados o embajadas alemanas responsables, las fechas
de los recreos escolares y los idiomas que se enseñan en cada escuela, en la mayoría de los casos es alemán, su
idioma nacional, inglés y, eventualmente, otro idioma extranjero.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
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2436
valorando la visión sobre los procesos y acciones que dan concreción a la actividad
gubernamental en una perspectiva procedimental, en un ciclo compuesto por cuatro grandes
etapas: agenda, formulación, implementación y evaluación (LOTTA, 2019). Aunque estos
pasos por sí solos no corresponden necesariamente a la realidad, constituyen una herramienta
de análisis útil para comprender estos procesos. En este campo, una referencia fundamental
para el análisis de la Política Cultural y Educativa de Alemania para el Extranjero se refiereal
modelo sintético de análisis de la implementación desarrollado por Richard Matland (1995),
con énfasis en los conceptos de conflicto y ambigüedad de las políticas. Cuando hay claridad
sobre los objetivos y los medios para alcanzarlos, el conflicto y la ambigüedad son bajos y
ocurre lo que el autor llama implementación administrativa, en la que las políticas tienden a ser
ejecutadas de manera estandarizada, por actores con un bajo grado de discrecionalidad,
logrando resultados muy predecibles (LOTTA
et al.
, 2021). Cuando hay consenso sobre la
necesidad de una política determinada, pero hay desacuerdos sobre cómo debe implementarse,
el conflicto es bajo y la ambigüedad es alta. Luego está la implementación experimental, en la
que "[...] Las condiciones contextuales dominan el proceso"
8
(MATLAND, 1995, p. 165-166,
traducción de los autores). En los contextos de alto conflicto y baja ambigüedad, la
implementación política tiene lugar, cuando "[...] Los actores tienen objetivos claramente
definidos, pero la disidencia se produce porque estos objetivos claramente definidos son
incompatibles
9
(MATLAND, 1995, p. 163, traducción de los autores). Finalmente, en contextos
marcados por un alto conflicto y una alta ambigüedad, tiene lugar una implementación
simbólica, en la que "[...] El curso de la política está determinado por la coalición de actores a
nivel local que controlan los recursos disponibles
10
(MATLAND, 1995, p. 168, Traducción de
los autores).
Otro concepto importante para el presente análisis tiene que ver con la autonomía de las
escuelas. Barroso (1996) aborda este aspecto en dos niveles, el primero se refiere a la noción
de autonomía decretada, una perspectiva según la cual, el poder público simplemente otorga
autonomía a las escuelas, mientras que el segundo nivel, de autonomía construida, se refiere al
"[...] el juego de dependencias e interdependencias que los miembros de una organización
establecen entre sí y con el entorno y que permiten estructurar su acción organizada de acuerdo
con sus propios objetivos colectivos" (BARROSO, 1996, p. 10). Sin embargo, el autor
8
"[...] Las condiciones contextuales dominan el proceso".
9
"Los actores tienen objetivos claramente definidos, pero la disensión ocurre porque estos objetivos claramente
definidos son incompatibles".
10
"El curso de la política está determinado por la coalición de actores a nivel local que controlan los recursos
disponibles".
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RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-2456, nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
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2437
considera que, estrictamente hablando, la autonomía no puede ser promulgada, sino más bien
"[...] normas formales y normas que rigen el reparto de poderes y la distribución de
competencias entre los diferentes niveles de la administración, incluido el centro educativo"
(BARROSO, 2004, p. 71).
Desde este punto de vista, mientras que la autonomía decretada se ve en el contexto de
los discursos que legitiman las políticas de descentralización, la autonomía construida refleja el
proceso de reconocimiento de las estrategias y acciones concretas de las escuelas. En esta
perspectiva, la escuela funciona como un espacio relacional, que articula "diversas lógicas e
intereses: políticos, de gestión, profesionales y pedagógicos" (Barroso, 1996, p. 185). Para
comprender el campo en el que se encuentran las escuelas alemanas en el extranjero y se
desarrolla la implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania en el extranjero,
discutimos el contexto de las escuelas internacionales en las que se encuentran.
El contexto de las Escuelas Internacionales
No existe una definición comúnmente aceptada de lo que califica a una escuela como
internacional. Según Murphy (2000, apud SCHIPPLING; ABRANTES, 2018, p. 13), "Hasta
ahora, nadie ha presentado una definición de 'escuela internacional' que no excluya a algunas
escuelas que se consideran internacionales y no incluya a otras que pueden no serlo". Hornberg
(2010) distingue entre cuatro tipos de escuelas internacionales: las primeras son escuelas en el
extranjero fundadas por un país en otro, con el plan de estudios y los diplomas del país fundador;
el segundo son las escuelas privadas que ofrecen el plan de estudios y el diploma del país
anfitrión, así como uno o más planes de estudio o diplomas extranjeros; el tercero consiste en
escuelas privadas con currículos o diplomas internacionales o extranjeros, como el
Bachillerato
Internacional
(IB)
11
; El cuarto y último, se ocupa de las escuelas estatales que ofrecen a sus
estudiantes ramificaciones internacionales más allá de los planes de estudio y diplomas
nacionales.
Bunnell, Fertig y James (2016) proponen otras categorías. Para los autores, hasta hace
muy poco, las escuelas internacionales podían clasificarse básicamente en dos tipos principales,
como proponen Hayden y Thompson (2008). El primer tipo se llama "tradicional" y se refiere
a las escuelas que ofrecen educación a los hijos de padres con movilidad global. Por lo general,
11
El Bachillerato Internacional, en
portugués "Bacharelado Internacional", es una fundación sin fines de lucro,
con sede en Ginebra, Suiza, que ofrece programas y planes de estudio para diferentes etapas de la educación básica,
reconocidos internacionalmente.
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son escuelas privadas sin fines de lucro, financiadas por las tasas escolares y administradas por
cooperativas de padres. La mayoría de los estudiantes son expatriados, generalmente de países
occidentales y no del país anfitrión. El segundo tipo, menor en número, llamado "ideológico",
está compuesto por escuelas comprometidas con la educación para la paz global y el
internacionalismo, que buscan garantizar una perspectiva internacional a los estudiantes a
través de sus planes de estudio. Según los autores, este escenario está siendo reconfigurado por
el rápido crecimiento de un tercer tipo de escuela internacional, categorizada como "no
tradicional". Estas son escuelas privadas con fines de lucro que han surgido como un nuevo
nicho para los negocios. Estas escuelas tienden a recibir a sus estudiantes, en su mayoría de la
población local, que atienden a niños de familias con aspiraciones de ascenso social o hijos de
padres ricos.
En estos casos, la elección de las escuelas internacionales está vinculada al intento de
las familias de clase media de asegurar a los hijos una ventaja en su trayectoria educativa, con
miras a mejores oportunidades en la educación superior y mejores oportunidades de inserción
profesional en el mercado global (ALMEIDA, 2002; NOGUEIRA, 2002). Amorim (2012)
destaca la internacionalización de los estudios, en diferentes niveles de escolaridad, como
estrategia de distinción (BOURDIEU, 1984) y el mantenimiento de fronteras por parte de
grupos sociales con mayor capital cultural y económico en comparación con los demás. Esto se
debe a la devaluación de los títulos resultante de la democratización del acceso a la educación
y el correspondiente aumento en el número de graduados en el mercado laboral, que impulsan
la búsqueda de niveles de educación cada vez más altos y tipos de escolarización más raros.
Escuelas de alemán en el extranjero y política cultural y educativa en el extranjero
Alemania es una república federativa y su sistema educativo tiene como características,
la descentralización y el reparto de responsabilidades entre las diferentes esferas de gobierno.
La organización de la educación básica
12
es esencialmente competencia de los Estados
12
La educación escolar comienza a los cinco o seis años de edad, dependiendo del estado, a través de la escuela
primaria, llamada
Grundschule
. Esta etapa configura el ciclo educativo común para todos los niños y dura, en la
mayoría de los estados, cuatro años. Después de este paso, hay tres tipos básicos de educación secundaria. El
primer tipo es Hauptschule, completado en el 9º grado, con el diploma
Hauptschulabschluss
, que permite al
estudiante entrenar modelos de nivel más básico. El segundo tipo es Realschule, completado en el 10º grado, con
el diploma
Realschulabschluss
, con el que los estudiantes pueden ingresar a una escuela técnica. El tercer tipo es
el
Gymnasium
, cuya finalización se produce en el 12º o 13º año, dependiendo del estado,
con Abitur
, el certificado
de finalización de la enseñanza gimnasial que confiere la madurez escolar para la educación superior. Además de
este tipo de escuelas, también existen otros modelos alternativos, en los que
Hauptschule
,
Realschule
y
Gymnasium
se pueden ofrecer en escuelas integradas, que reúnen dos o tres posibilidades diferentes de finalización
(CARVALHO JUNIOR, 2020).
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2439
(
Länder
), que articulan acciones tanto con el Gobierno Federal como con las autoridades
locales. El principio federativo es una cláusula de la Ley Fundamental de la República Federal
de Alemania
13
y reproduce una larga tradición de estructuras cultural y económicamente
descentralizadas, de modo que los Estados, además de sus funciones políticas, también
representan identidades marcadamente regionales (BISCHOFF
et al.
, 2018).
En el ámbito educativo, de manera simplificada, corresponde a la Unión monitorear y
distribuir los recursos tributarios a los gobiernos estatales, para que operen sus sistemas
educativos (GONSALVES, 2013). Las escuelas no tienen una organización centralizada y la
responsabilidad del diseño, administración y supervisión del sistema escolar recae en cada uno
de los 16 estados federales. Así, cada Estado puede regular su currículo escolar y definir cómo
se imparte las asignaturas, así como la transición entre las diferentes etapas escolares y tipos de
centros escolares (SCHÜTTLER-HANSPER, 2018). Aun así, la estructura curricular para la
etapa de educación obligatoria
14
es similar en todos ellos (MORDUCHOWIEZ; ARANGO,
2010), Gracias a la existencia de una instancia de cooperación y acuerdo entre Estados,
denominada Conferencia Permanente de Ministros de Educación (
Kultusministerkonferenz
,
KMK), que coordina las políticas educativas (OECD, 2014). A KMK garante a equivalência ou
equiparação dos cursos e diplomas (BISCHOFF
et al.
, 2018), garantizando así una uniformidad
considerable de la estructura fundamental del sistema educativo alemán (MORDUCHOWIEZ;
ARANGO, 2010).
Escuelas de Alemanas en el Extranjero es uno de los diferentes formatos de escuelas
que forman parte de la Red PASCH -
Schulen: Partner der Zukunft
(Escuelas: Parceiras do
Futuro)
15
, actualmente. En esta red, el Instituto Goethe supervisa las aproximadamente 650 Fit
Schools
16
en todo el mundo, mientras que la Agencia Central para la Educación en el Extranjero
(
Zentralstelle für das Auslandsschulwesen
, ZfA) es responsable de aproximadamente 1,100
13
Después del final de la Segunda Guerra Mundial, Alemania se dividió en cuatro zonas de ocupación. La Ley
Fundamental se promulgó en el contexto de la fundación de la República Federal de Alemania, a partir de las tres
zonas ocupadas por los Estados Unidos, Francia y Gran Bretaña en 1949. El término "constitución" no fue
adoptado, porque, en principio, era una ley de carácter provisional, dependiendo de la intención de que la
integración con la cuarta zona, administrada por los soviéticos, todavía tuviera lugar. Sin embargo, la Ley
Fundamental siguió siendo válida incluso después de la reunificación del país en 1990.
14
En Alemania, la primera etapa escolar obligatoria es la escuela primaria,
llamada Grundschule
, que atiende a
niños a partir de los cinco o seis años. La edad de iniciación en la escuela, así como la fecha límite para la
verificación de la edad del niño y la cantidad de años obligatorios están regulados por cada uno de los estados
federales, a través de su propia legislación.
15
Es una red de escuelas establecida en 2008 por iniciativa del entonces Ministro de Asuntos Exteriores alemán,
Frank-Walter Steinmeier.
16
Escuelas nacionales que ofrecen clases de alemán como lengua extranjera a nivel básico o que están en proceso
de implementar estas clases.
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2440
escuelas DSD
17
, 27 Escuelas con Perfil Alemán
18
y también por las 138 escuelas alemanas en
el extranjero
19
. De estos últimos, ocho se encuentran en América del Norte
20
, 37 en América
Latina
21
, 47 en Europa, 15 en África, 29 en Asia y dos en Oceanía.
Las 138 escuelas alemanas en el extranjero tienen, como objetivos centrales, el contacto
con la sociedad y la cultura del país de acogida, la garantía y expansión del servicio escolar
para los niños alemanes en el extranjero y la promoción de la enseñanza del idioma alemán en
el extranjero (KLINGEBIEL, 2013). En estas escuelas es posible observar un proceso gradual
de cambio de política, porque "[...] si, antes, eran islas para los hijos del personal de la embajada
y para los hijos de los empleados de las empresas alemanas enviadas al extranjero, la mayoría
de estas escuelas ahora se llaman escuelas de reuniones, lo que significa que asisten
principalmente estudiantes locales"
22
(ERNDL, 2019, p. 15464, tradução dos autores). Son
supervisados, en el marco de planes de estudios y exámenes oficiales, por la mencionada
Conferencia Permanente de Ministros de Cultura (
Kultusministerkonferenz
, KMK) y el Comité
Federal y Estatal para el Trabajo Escolar en el Extranjero (
Bund-Länder-Ausschuss für
schulische Arbeit im Ausland
, BLASchA) y recibir fondos del presupuesto del Ministerio de
Relaciones Exteriores, dado su vínculo directo con la diplomacia cultural alemana.
Voerkel (2018) traza una visión histórica de cómo Alemania ha invertido en este campo
de la diplomacia cultural desde el siglo 19, destacando la creación, en el período de la República
de Weimar, de importantes instituciones que promueven la cultura y la ciencia, como el Servicio
Alemán de Intercambio Académico. (
Deutscher Akademischer Austauschdienst
, DAAD) y el
Instituto Goethe. El autor subraya, sin embargo, que
[...] Esta actitud de apertura al mundo cambió radicalmente con el ascenso al
poder de los nacionalsocialistas y con su propaganda, que trajo una visión
temática incluso muy reducida, de la lengua y la cultura. La Segunda Guerra
Mundial, que terminó en 1945, dejó a Alemania como un país dividido sin
17
Escuelas nacionales que enseñan alemán como lengua extranjera y permiten a los estudiantes realizar el Diploma
de Lengua Alemana DSD (
Deutsches Sprachdiplom
) emitido por la Conferencia Permanente de Ministros de
Cultura (KMK).
18
Escuelas nacionales, en las que se enseña alemán como lengua extranjera y al menos otra asignatura en lengua
alemana hasta la finalización de la escuela secundaria.
19
Para obtener más información sobre Fit Schools, DSD Schools y German Profile Schools, consulte SCHMIDT
(2018) y AUSWÄRTIGES (2019).
20
Este número se refiere solo a las escuelas ubicadas en los Estados Unidos y Canadá. Las escuelas ubicadas en
México se agrupan en América Latina.
21
Este número se refiere al número total de escuelas de alemán en el extranjero, ubicadas en América del Sur,
América Central y México.
22
"Waren sie früher Inseln für Kinder von Botschaftsangestellten und für Kinder von ins Ausland entsandten
Mitarbeiterinnen und Mitarbeitern deutscher Firmen, sind die meisten dieser Schulen heute sogenannte
Begegnungsschulen, das heißt, sie werden überwiegend von einheimischen Schülerinnen und Schülern besucht".
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soberanía sobre su política exterior (que el país solo recuperaría en 1990)
(VOERKEL, 2018, p. 147).
Después de la Segunda Guerra Mundial, particularmente en las décadas de 1950 y 1960,
la política exterior de Alemania tenía como objetivo principal recuperar la confianza de sus
vecinos europeos, así como de otros países del mundo. En la década de 1970, el plan político
estuvo marcado por importantes rupturas, innovaciones y nuevos paradigmas, con el
fortalecimiento de la política exterior y la política cultural se elevó al estado de "tercer pilar"
de las relaciones con otros países, junto con la diplomacia clásica y la política económica en el
extranjero (WDA, 2017). Desde el cambio de milenio, la educación ha ido adquiriendo cada
vez más importancia, de modo que la "Política Cultural para el Exterior" comenzó, en 2001, a
llamarse oficialmente "Política Cultural y Educativa para el Exterior" (VOERKEL, 2018). Su
importancia radica en el hecho de que
[...] no sólo en el ámbito económico, Alemania compite con competidores
tradicionales y nuevos, sino también en el ámbito cultural [...]. Países como
Rusia y China utilizan la Política Cultural y Educativa para el Extranjero de
manera específica en términos de posicionamiento político y económico e
invierten fuertemente en la expansión de sus institutos culturales y de medios
extranjeros. El campo de la Política Cultural y Educativa para el Exterior se
ha vuelto más denso y complejo
23
(ANHEIER, 2017, p. 3, traducción de los
autores).
En el caso alemán, el Ministerio de Asuntos Exteriores asume la coordinación general
de las actividades culturales en el extranjero, sin embargo "[...] no son, en la mayoría de los
casos, instituciones gubernamentales que participan en la ejecución de actividades culturales,
sino organizaciones jurídicamente independientes del Estado, como ONG, fundaciones,
asociaciones, así como empresas y particulares" (VOERKEL, 2018, p. 150). Aunque las
escuelas alemanas en el extranjero son apoyadas con fondos públicos alemanes, alrededor del
72% de sus ingresos generales, en promedio, se obtienen de forma autónoma, a través de tasas
escolares, donaciones o contribuciones de asociados (WIFOR, 2018).
Si bien la responsabilidad de la financiación y la administración de las escuelas recae
principalmente en sus entidades locales de mantenimiento (por regla general, fundaciones o
asociaciones de padres), la tarea principal de las agencias gubernamentales alemanas se centra
en garantizar la calidad de la educación, especialmente a través de inspecciones periódicas
23
"Deutschland befindet sich nicht nur wirtschaftlich in einem Wettbewerb mit traditionellen und neuen
Konkurrenten, sondern auch kulturell [...]. Länder wie Russland und China setzen die AKBP gezielt im Sinne einer
politisch-wirtschaftlichen Positionierung ein und investieren massiv in den Ausbau ihrer Kulturinstitute und
Auslandsmedien. Das Feld der AKBP ist dichter und komplexer geworden".
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llevadas a cabo conjuntamente por el gobierno federal y los estados (BRÜSER-SOMMER,
2010), en el envío de directores de escuela y profesores calificados de acuerdo con los
parámetros alemanes, y en el reconocimiento formal de los diplomas escolares que, incluso
obtenidos en el extranjero, están alineados con los planes de estudio escolares vigentes en
Alemania (KLINGEBIEL, 2013).
La composición de las fuentes de financiación varía considerablemente y los recursos
financieros tienen un impacto significativo en el desarrollo de cada escuela. "Esto se debe no
solo a la fuerza financiera absoluta, sino también al origen de los fondos. Cuanto mayor, por
ejemplo, sea la proporción de las tasas escolares [cobradas a los padres] en el presupuesto total,
mayor será la influencia de la entidad local de mantenimiento en su distribución"
24
(FÖRSCHNER, 2013, p. 31, Traducción de los autores). Esta característica trae consigo
desafíos en la interfaz entre el desempeño de los profesionales escolares y el de los miembros
autónomos (voluntarios) de las entidades de mantenimiento. Mientras que los voluntarios
generalmente tienen menos tiempo disponible, menos conocimiento de la organización escolar
y menos información relevante para la toma de decisiones sobre su gestión, el desempeño de
los profesionales de la escuela está marcado por su nivel de experiencia y el
know-how
. En el
caso de las Escuelas Alemanas en el extranjero, esta interfaz tiene lugar entre los miembros
honorarios de los consejos de administración de las entidades de mantenimiento y el director
administrativo, que asume la responsabilidad en términos financieros, y el director de la escuela
alemana, responsable de la gestión pedagógica de la escuela (KLINGEBIEL, 2013).
La tensión entre la regulación central del Estado alemán y la autonomía del órgano de
gobierno local está presente en las interacciones en el contexto de la gestión escolar, en cuyo
contexto también existe a menudo una interfaz cultural, ya que "[...] por un lado, el consejo y
el estado administrativo generalmente provienen del país anfitrión y, por otro lado, la dirección
de la escuela proviene de Alemania"
25
(KLINGEBIEL, 2013, p. 57, traducción de los autores).
En esta perspectiva, Hayden y Thompson (2008, p. 61-62, traducción de los autores) señalan
que, "[...] En algunos países, es un requisito legal que las escuelas internacionales tengan un
administrador del país anfitrión en un puesto de alto nivel
26
", a menudo con un puesto de
gerente financiero.
24
"Dies ergibt sich nicht nur durch die absolute Finanzkraft, sondern auch durch die Herkunft der Mittel. Je größer
z.B. der Anteil der Schulgebühren am Gesamtbudget ist, aso stärker ist der Einfluss des Schulträgers auf deren
Verteilung".
25
"[...] da auf der einen Seite Vorstand und Verwaltungsapparat häufig aus dem Sitzland und auf der anderen Seite
die Schulleitung aus Deutschland kommt".
26
"En algunos países es un requisito legal que las escuelas internacionales tengan un administrador del país
anfitrión en un puesto superior".
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Para los autores, la relación entre este administrador local y el director de la escuela
extranjera es crucial para el funcionamiento efectivo de la escuela. Debido a esta combinación
entre un estado administrativo del país anfitrión y un director de escuela proveniente del país
de origen de la escuela, la dimensión cultural de estas interacciones juega un papel
especialmente importante en el contexto escolar internacional, donde "[...] El papel del director
requiere comprender las culturas dentro de una escuela y promover la comunicación y la
comprensión dentro y a través de esas culturas
27
(KELLER, 2015, p. 907, traducción de los
autores). Por esta razón, destacamos el análisis de la composición de los equipos directivos en
el desarrollo de este estudio.
El perfil de las escuelas de alemán en América Latina
Con el tiempo, la fundación de las Escuelas Alemanas en el Extranjero se llevó a cabo
de diferentes maneras en diferentes continentes, dependiendo de los diferentes objetivos
políticos y estratégicos trazados por las autoridades alemanas en cada situación. En América
Latina hay 37 escuelas de alemán en el extranjero: cuatro en Argentina, dos en Bolivia, cuatro
en Brasil, cinco en Chile, cuatro en Colombia, una en Costa Rica, una en El Salvador, tres en
Ecuador, una en Guatemala, cinco en México, una en Nicaragua, una en Paraguay, tres en Perú,
una en Uruguay y una en Venezuela. Una parte significativa de estas escuelas se fundó en un
contexto vinculado a los procesos de migración alemana a las Américas que ocurrieron,
fundamentalmente, en la segunda mitad del siglo 19 y en las primeras décadas del siglo 20
(BADE, 1992). Tres escuelas fueron fundadas incluso antes de la unificación de Alemania en
1871 y otras quince fueron fundadas entre 1871 y 1918, es decir, durante el Imperio Alemán.
En conjunto, el 49% de las escuelas tienen una trayectoria que se remonta a un período anterior
a la República de Weimar
28
y solo una escuela fue fundada después de la reunificación alemana
en 1990. Por otro lado, en las otras regiones del mundo, la realidad es muy diferente: el 28% de
las escuelas tienen su fundación antes de la República de Weimar y el 31% se han fundado
27
"[...] El papel de un director requiere comprender las culturas dentro de una escuela y promover la comunicación
y la comprensión dentro y entre esas culturas".
28
Período comprendido entre 1918, después de la capitulación alemana hasta el final de la Primera Guerra
Mundial, y 1933, cuando se estableció el régimen nacionalista en Alemania.
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desde la reunificación alemana en 1990, un período en el que hay una expansión de la red de
escuelas alemanas en el extranjero, especialmente a Europa del Este
29
y Asia
30
.
En promedio, las escuelas de alemán en el extranjero ubicadas en América Latina tienen
1.356 estudiantes, un número mucho más alto que la matrícula de escuelas en otras regiones.
El promedio en el continente africano es de 727 estudiantes por escuela, mientras que en Europa
este número es de 579 estudiantes y en Asia es de 446 estudiantes. En América del Norte y
Oceanía, las escuelas tienen un promedio de 314 y 265 estudiantes, respectivamente. Por lo
tanto, el 49% de todos los estudiantes de escuelas alemanas en el extranjero asisten a escuelas
en América Latina, en comparación con una proporción de solo el 1% de los estudiantes en
Oceanía, el 2% en América del Norte, el 10% en África, el 12% en Asia y el 26% en Europa
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Otra característica importante es que el cuerpo
estudiantil de las escuelas alemanas en América Latina está compuesto principalmente por
ciudadanos de los respectivos países donde se encuentran las escuelas. En esta región, hay las
proporciones más pequeñas de estudiantes que hablan alemán como lengua materna (13%) y
estudiantes ciudadanos alemanes (9%), como se puede ver en el Gráfico 1:
Gráfico 1 -
Estudiantes de habla alemana o ciudadanos alemanes
31
Fuente: Redacción de los autores basada en los datos disponibles en Bundesverwaltungsamt (2021)
29
Desde 1990, se han fundado escuelas alemanas en Bulgaria, Croacia, Eslovaquia, Georgia, Hungría, República
Checa, Rumania, Rusia y Ucrania.
30
Desde 1990, se han fundado escuelas alemanas en Qatar, China, Emiratos Árabes Unidos, Irak, Tailandia,
Taiwán y Vietnam.
31
Azul: estudiantes de habla alemana / Naranja: Estudiantes con ciudadanía alemana / América del Norte / América
Latina / Europa / África / Asia / Oceanía;
70%
13%
38%
37%
41%
60%
61%
9%
37%
19%
47%
49%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
alunos falantes de alemão
alunos com cidadania alemã
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2445
Los diplomas escolares ofrecidos en las diferentes regiones también varían
significativamente
32
. América Latina es la única región donde prácticamente todas las escuelas
(95%) ofrecen diplomas nacionales de escuela secundaria equivalentes a la escuela secundaria
(que no es reconocida en Alemania), un porcentaje mucho más alto que las escuelas ubicadas
en África (64%), América del Norte (50%), Europa (28%) y Asia (7%). Por otro lado, América
Latina es la región en la que, proporcionalmente, un número menor de escuelas (49%) ofrecen
Abitur
, el diploma alemán que permite ingresar a la educación superior en Alemania. En Asia
esta cifra es del 56%, en América del Norte es del 63%, en África es del 64% y en Europa,
alcanza el 77% (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Los diplomas escolares ofrecidos
mantienen importantes correlaciones con las características de la composición tanto del
estudiante como del profesorado de estas escuelas. También en este sentido, América Latina se
diferencia de las otras regiones porque tiene, proporcionalmente, la menor presencia de
profesores de alemán y/o que enseñan en alemán (40%) y la mayor presencia de profesores
nacionales y/o que enseñan en sus lenguas nacionales (60%), como se puede ver en el Gráfico
2.
Gráfico 2 -
Distribución de los profesores por idioma de instrucción y continente
33
Fuente: Redacción de los autores basada en los datos disponibles en Bundesverwaltungsamt (2021)
32
Las dos escuelas en Oceanía ofrecen solo diplomas internacionales del
tipo Gemischtsprachiges Internationales
Baccalaureate
(
GIB), una variante
del diploma del
Bachillerato Internacional
(IB), en el que, en los últimos
dos años del examen, al menos tres materias deben impartirse en alemán: alemán, historia y biología o química.
33
Azul: profesores de alemán y/o que enseñan alemán / Naranja: Profesores nacionales y/o que enseñan en la
lengua nacional. – América del Norte/ América Latina/ Europa/ África/ Asia/ Oceanía;
82%
40%
70%
65%
67%
81%
18%
60%
30%
35%
33%
19%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. alemães e/ou que lecionam em alemão
Prof. nacionais e/ou que lecionam na língua nacional
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Se observa que existen considerables diferencias regionales entre las escuelas alemanas
en el extranjero con respecto al período de fundación de estas escuelas, su número de
estudiantes, los diplomas ofrecidos y la proporción de estudiantes y profesores alemanes
expatriados y nacionales que estudian o enseñan en ellas. Esto indica que esta política se
caracteriza por una alta ambigüedad, incluyendo tales diferencias y adaptándose a ellas,
favoreciendo así una implementación fuertemente impactada por las condiciones contextuales
de las (MATLAND, 1995).
Existen diferencias significativas en los tipos de contratos de profesores en las escuelas
al
emanas en el extranjero, y se pueden destacar dos grupos: profesores expatriados con
contratos alemanes y profesores contratados locales. Los expatriados con contratos alemanes
vinculados directamente a organismos oficiales alemanes se pueden dividir en tres subgrupos.
El primer y principal subgrupo está formado por los Profesores del Servicio en el Extranjero
(
Auslandsdienstlehrkräfte
, ADLK), funcionarios públicos o no, asignados por sus Estados al
servicio escolar en el extranjero
34
. Además de la obligación docente regular, estos profesores
pueden asumir tareas especiales, como funciones de gestión (incluida la gestión escolar),
orientación académica y profesional para los estudiantes, responsabilidad de la formación
continua del profesorado y coordinación de áreas y disciplinas. Los otros dos subgrupos
consisten en los Profesores del Programa Federal (
Bundesprogrammlehrkräfte
, BPLK)
35
y el
Programa de Maestros del Estado (
Landesprogrammlehrkräfte
, LPLK)
36
(BOLLINGER, 2019;
FÖRSCHNER, 2013; WDA, 2017).
En 2002, el 24,2% de los profesores de las escuelas alemanas en el extranjero eran
e
xpatriados con contratos alemanes, pero esta proporción disminuyó en 2012 al 20,1%
(ADICK, 2017) y a solo el 14,4% en 2021, según datos del Directorio de Escuelas en el
Extranjero (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Así, en 2021 el 85,6% de los docentes
fueron clasificados como Profesores Locales Contratados (
Ortslehrkräfte
, OLK). Estos
profesores son contratados directamente por las entidades de mantenimiento de las escuelas, de
acuerdo con las normas laborales vigentes en el país de acogida. Una pequeña parte de estos
maestros contratados localmente (7,7%) pertenecían originalmente al sistema escolar
34
Generalmente, el contrato es válido por un período de tres años con la posibilidad de renovación por otros tres
años y la remuneración se basa en el salario en Alemania con aumentos que varían según el lugar de trabajo en el
extranjero.
35
Los profesores cuyos contratos duran dos años y, con el acuerdo de ZfA y la escuela, pueden prorrogarse por un
período máximo de hasta seis años.
36
Los profesores cedidos por sus estados de origen en Alemania para actuar principalmente en el desarrollo y la
expansión del alemán como lengua extranjera en las escuelas de los Estados bálticos, Europa central y oriental y
Asia Central.
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La implementación de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América Latina
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-2456, nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
2447
alemán.
37
, pero la gran mayoría (77,9%) no tenía vínculos con el sistema escolar alemán. Como
se muestra en el gráfico 3, la relación entre los profesores alemanes contratados y los profesores
locales contratados varía significativamente entre continentes, siendo América Latina la región
con la mayor diferencia entre estos dos grupos: el 9% de los profesores son expatriados con
contratos alemanes y el 91% tienen un contrato local.
Gráfico 3 -
Distribución de los docentes por tipo de contrato y continente
38
Fuente: Redacción de los autores basada en los datos disponibles en Bundesverwaltungsamt (2021)
Como solo el 14,4% de los profesores de las escuelas alemanas en el extranjero fueron
enviados por los organismos oficiales alemanes al extranjero, son las escuelas las que terminan
contratando y gestionando directamente no solo a los profesores nacionales, responsables de
enseñar los planes de estudio nacionales en sus respectivos idiomas, sino también a la mayoría
de los profesores con las calificaciones necesarias para el proyecto educativo en lengua
alemana. En el caso latinoamericano, mientras que el 40% de los profesores son alemanes o
enseñan en alemán, solo el 9% de ellos son expatriados y los demás (31%) son contratados
localmente por las escuelas.
Aunque solo el 23,5% de los estudiantes de las escuelas alemanas en el extranjero son
ciudadanos alemanes y el 85,6% de todos los profesores, incluidos los que enseñan en alemán
37
Estos son profesores con un título y reconocimiento de acuerdo con los parámetros alemanes, que trabajan en el
sistema escolar alemán, y que solicitan directamente las vacantes disponibles en las escuelas alemanas en el
extranjero sin la intermediación de ZfA. Estos profesores obtienen una licencia de sus empleadores (por regla
general, los estados alemanes) y son contratados directamente por las entidades de mantenimiento de la escuela.
38
Azul: profesores alemanes contratados/ Naranja: Profesores locales contratados; - América del Norte/ América
del Sur/ Europa/ África/ Asia/ Oceanía;
16%
9%
20%
18%
15%
12%
84%
91%
80%
82%
85%
88%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. de contrato alemão
Prof. de contrato local
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
2448
y sus idiomas nacionales, tienen contratos de trabajo locales, los organismos alemanes
confieren la responsabilidad de la gestión educativa exclusivamente a los directores de escuelas
alemanas expatriadas. Cabe señalar que el contrato de servicios del director alemán enviado por
ZfA (2016, n.p., traducción de los autores) establece que se compromete a dirigir la escuela
"[...] en el sentido de la Política Cultural y Educativa para el Exterior de Alemania y en interés
de la entidad de mantenimiento de la escuela, teniendo en cuenta las regulaciones del país
anfitrión"
39
. Según este contrato, es "[...] responsable de la gestión educativa de la escuela"
40
e
"[...] En cuestiones pedagógicas escolares, sólo el director es responsable de dar instrucciones
a la facultad"
41
, siendo "[...] El superior de todos los empleados en la escuela. Las instrucciones
para el personal de la escuela son emitidas solo por el director"
42
(ZFA, 2016, n.p., traducción
de los autores).
Bollinger (2019) llama la atención sobre el hecho de que un director nacional, contratado
directamente por la escuela sin la intermediación de organismos alemanes, a menudo integra el
equipo directivo de la escuela junto con este director alemán expatriado, en el caso de las
escuelas que también ofrecen diplomas escolares nacionales. Esto señala mecanismos de
adecuación por parte de las escuelas, como un ejercicio de su autonomía construida
(BARROSO, 1996; 2004) debido a las especificidades políticas, administrativas y pedagógicas
articuladas en la perspectiva local. Este aspecto es corroborado por la visibilidad de la gestión
en la forma en que las escuelas se representan a sí mismas en sus páginas institucionales en
Internet, según una encuesta realizada para este estudio. A pesar de que las agencias alemanas
atribuyen la responsabilidad exclusiva de la gestión educativa a los directores de escuelas
alemanas expatriadas, es posible identificar en las presentaciones institucionales en Internet de
las 138 escuelas, en el 37% de los casos, alguna instancia nacional de dirección o dirección vice
escolar. Sin embargo, esta presencia nacional en la dirección tiene lugar de una manera muy
diferente en las diferentes regiones, como se muestra en el Gráfico 4. América Latina es la
región en la que, proporcionalmente, esto ocurre con mayor frecuencia, en el 54% de las
escuelas, seguida de Europa (44%), África (27%), América del Norte (25%) y Asia (17%).
39
"[...] im Sinne der deutschen Auswärtigen Kultur- und Bildungspolitik und im Interesse des Schulträgers unter
Berücksichtigung der Vorschriften des Gastlandes".
40
«Für die pädagogische Leitung der Schule».
41
"In schulisch-pädagogischen Angelegenheiten ist ausschließlich der Schulleiter verantwortlich und zuständig,
entsprechende Weisungen an das Lehrpersonal zu geben".
42
"Der Schulleiter ist Vorgesetzter des gesamten an der Schule beschäftigten Personals. Weisungen an das
Schulpersonal ergehen ausschließlich über den Schulleiter".
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La implementación de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América Latina
RIAEE
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Gráfico 4 –
Representação da direção escolar por continente
43
Fuente: Elaboración del autor basada en los datos disponibles en las páginas electrónicas oficiales de
German Schools Abroad, que forman parte del Directorio de Escuelas en el Extranjero, encuesta de
agosto de 2021 (BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021)
Este fenómeno ocurre al margen de las determinaciones de los órganos alemanes, sin
configurar, sin embargo, una violación de las prerrogativas establecidas por ellos, ya que esta
política lleva una importante marca de ambigüedad (MATLAND, 1995) establecer la presencia
obligatoria de una dirección alemana, sin mencionar la presencia o ausencia de un órgano de
gestión nacional (ZFA, 2016, 2018). Esta omisión con respecto a los órganos nacionales en el
consejo escolar parece mitigar el conflicto potencial que podría surgir, a nivel local, debido a
las posibles expectativas de las familias locales de interlocución con un director de escuela que
conoce su cultura y habla su idioma, lo que no necesariamente ocurre con los directores
alemanes o las autoridades educativas locales a las que están sujetos. ya que, además de formar
parte de la red de Escuelas Alemanas en el Extranjero, estas escuelas también se insertan en los
respectivos sistemas escolares locales de los países de acogida.
De esta manera, la política puede experimentar una forma de implementarla que es muy
permeable a las condiciones contextuales a nivel local. Aunque la figura del director nacional
no es reconocida como un elemento participante de la toma de decisiones sobre el alcance de
la gestión de la Política Educativa y Cultural ejercida por el Ministerio de Relaciones
Exteriores, se muestra como un actor presente en varias escuelas y potencialmente desempeña,
de hecho, un papel relevante en la implementación de la política a nivel local, notificado,
43
Amarillo: sin información; Gris: dirección nacional solamente; Naranja: dirección alemana y dirección (vice)
nacional; Azul: dirección alemana solamente;/ América del Norte/ América del Sur/ Europa/ África/ Asia/
Oceanía;
63%
46%
51%
67%
72%
100%
25%
54%
40%
27%
17%
4%
13%
4%
7%
10%
0%
25%
50%
75%
100%
América do
Norte
América LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
sem informações
somente direção nacional
tanto direção alemã quanto (vice)direção nacional
somente direção alemã
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RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
2450
particularmente en América Latina, por la fuerte presencia de estudiantes y profesores de los
países anfitriones y por las posibles demandas de las respectivas autoridades locales.
Consideraciones finales
Las 138 Escuelas Alemanas en el Extranjero, establecidas en 69 países como expresión
de la política educativa y cultural ejercida por el Ministerio de Asuntos Exteriores alemán,
presentan una serie de características comunes entre sí. Están sujetos al control de las agencias
alemanas directamente involucradas con el sistema, que asumen la responsabilidad de
diferentes ámbitos o dimensiones de la calidad de las escuelas (ZFA, 2006). Estas diferentes
dimensiones de calidad se materializan tanto en los procesos de enseñanza y aprendizaje, una
condición para el reconocimiento y la equivalencia de los diplomas expedidos en el extranjero,
así como en los procesos organizativos y administrativos, ya que los recursos públicos alemanes
se invierten directamente en estas escuelas.
Por otro lado, los datos recogidos en este estudio autorizan la formulación de la hipótesis
de que existen diferentes factores locales que marcan la identidad y gestión de estas escuelas.
El Marco de Referencia de Calidad para las Escuelas Alemanas en el Extranjero, un documento
que describe las tareas y objetivos de estas escuelas en el contexto de la Política Cultural y
Educativa para el Exterior de Alemania, establece que estas escuelas necesitan cada vez más
orientarse "[...] profundamente en línea con la evolución de los mercados internacionales con
respecto a la educación, a fin de garantizar su existencia" (ZFA, 2006, p. 2) y que, en este
contexto, es deseable que su identidad también esté marcada por las características del país de
acogida. Así, la ZfA reconoce que las Escuelas Alemanas en el Extranjero operan en contextos
muy diversos y que no configuran espacios educativos estrictamente alemanes, desvinculados
del contexto sociocultural en el que se insertan.
El documento de Gestión de la Calidad Escolar en el extranjero
(
Auslandsschulqualitätsmanagement
, AQM), que describe las tareas y objetivos de estas
escuelas, señala que "[...] los diferentes contextos legales, las tradiciones construidas
históricamente y los diferentes intereses marcan los programas educativos, la vida escolar y las
identidades escolares"
44
(ZFA, 2018, p. 5, traducción de autores). Así
[...] cada escuela de alemán en el extranjero tiene su propia estrategia de
desarrollo escolar y responde individualmente al logro de sus objetivos. Esta
44
"Landesrecht, historisch gewachsene Traditionen und eigene Interessen prägen Bildungsprogramme,
Schulleben, Selbstbewusstsein und Identität der Schulen".
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La implementación de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América Latina
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
2451
estrategia generalmente se guía por las condiciones locales, la situación
competitiva en el contexto escolar local y las expectativas de los clientes, así
como los requisitos de calidad de los organismos de apoyo (y subvenciones)
(alemanes)
45
(ZFA, 2018, p. 6, traducción de los autores).
La implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania para Alemania
Extranjera se logra a través de un modelo de cooperación, en el que el Estado alemán y las
asociaciones privadas sin fines de lucro actúan como socios a la cabeza de las escuelas alemanas
en el extranjero. Esta cooperación entre organismos públicos alemanes y entidades privadas a
nivel local es una de las principales características de estas escuelas, en un diseño de políticas
que articula determinaciones y expectativas comunes, trazadas centralmente por las agencias
alemanas, al tiempo que permite una considerable heterogeneidad formal y favorece el
establecimiento de un espacio de toma de decisiones a nivel local de las escuelas.
América Latina configura el caso en el que la ambigüedad de la política se expresa de
una manera particularmente clara. Esta región tiene el mayor número de estudiantes, casi la
mitad de todos los estudiantes de escuelas alemanas en el extranjero, y la mayor proporción de
estudiantes sin vínculos (lingüísticos o de ciudadanía) con Alemania. América Latina es
también la región donde la oferta de diplomas escolares nacionales es más significativa, además
de concentrar la mayor presencia de maestros locales contratados que imparten clases en sus
idiomas nacionales. Estas características también se derivan de un papel peculiar de los actores
locales en el ámbito de la gestión escolar, con la mayor presencia, entre todas las regiones del
mundo, de los organismos nacionales en la presentación de las escuelas en sus páginas
electrónicas oficiales. Del análisis de un conjunto de datos referentes a las escuelas alemanas
en el extranjero a la luz de los estudios sobre la implementación de políticas públicas, es posible
inferir que los grados de ambigüedad y autonomía en la forma en que se gestionan estas escuelas
– desde el diseño de la Política Cultural y Educativa en el extranjero de Alemania – constituyen
una condición para su permeabilidad y adaptación a realidades locales tan diferentes entre sí.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2433-2456, nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
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Cómo hacer referencia a este artículo
CARVALHO JUNIOR, P.; PAES DE CARVALHO, C.; SCHIPPLING, A. La implementación
de la Política Cultural y Educativa Alemana en el Extranjero: Escuelas Alemanas en América
Latina.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p.
2433-2456, nov. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591.
Presentado en:
08/03/2022
Revisiones requeridas en
: 25/07/2022
Aprobado en
: 11/09/2022
Publicado en
: 30/11/2022
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2525-2447, Nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591
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THE IMPLEMENTATION OF GERMAN CULTURAL AND EDUCATIONAL
POLICY ABROAD: GERMAN SCHOOLS IN LATIN AMERICA
A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL E EDUCACIONAL ALEMÃ PARA O
EXTERIOR: AS ESCOLAS ALEMÃS NA AMÉRICA LATINA
1
LA IMPLEMENTACIÓN DE LA POLÍTICA CULTURAL Y EDUCATIVA ALEMANA
EN EL EXTRANJERO: ESCUELAS ALEMANAS EN AMÉRICA LATINA
Paulo de CARVALHO JUNIOR
2
Cynthia PAES DE CARVALHO
3
Anne SCHIPPLING
4
ABSTRACT
: The article presents the specificities of the Latin American context with regard
to the implementation of German cultural and educational policy abroad through an analysis of
the German Schools Abroad located in this region. Using a qualitative approach, it explores the
data contained in the Directory of Schools Abroad produced by the Central Agency for Schools
Abroad and the representation of the school management provided on the official websites of
these schools, analyzing them according to concepts about public policy implementation. The
article proposes that the German school system abroad, based on models of cooperation
between German governmental bodies and private entities in host countries, is characterized by
the central role of local actors in the implementation of this policy. It concludes that the
hallmarks of ambiguity of the German Cultural and Educational Policy Abroad enable the
system to adapt to the different local realities of the schools.
KEYWORDS
: German schools abroad. Implementation of public policies. Cultural and
educational policy abroad.
RESUMO
: O artigo tem por objetivo apresentar as especificidades do contexto latino-
americano quanto à implementação da Política Cultural e Educacional da Alemanha para o
Exterior, através de uma análise das Escolas Alemãs no Exterior, localizadas nessa região.
Através de uma abordagem qualitativa, ele explora os dados constantes no Diretório de
Escolas no Exterior produzido pela Agência Central para Escolas no Exterior e a
representação da direção escolar disponibilizadas nos sítios eletrônicos oficiais dessas
escolas, analisando-os à luz de conceitos sobre implementação de políticas públicas. O artigo
propõe que o sistema escolar alemão no exterior, baseado em modelos de cooperação entre
instâncias governamentais alemãs e entidades privadas nos países anfitriões, se caracteriza
1
We thank the Network of Studies on Implementation of Public Educational Policies (REIPPE), with the
collaboration of Itaú Social, for the financial support for the translations of this article into English and Spanish.
2
Pontifical Catholic University (PUC), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brazil. PhD student in Education. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3670-4662. E-mail: paulodecarvalhojr@gmail.com
3
Pontifical Catholic University (PUC), Rio de Janeiro
–
RJ
–
Brazil. Professor. PhD in Education (PUC-Rio).
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6139-5806. E-mail: cynthiapaesdecarvalho@puc-rio.br
4
Sociology Research and Studies Center (CIES-Iscte), Lisbon
–
Portugal. Integrated Researcher. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-8794-5554. E-mail: anne.schippling@iscte-iul.pt
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2525-2447, Nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
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2526
pelo papel central de atores locais na implementação dessa política. Ele conclui que as marcas
de ambiguidade da Política Cultural e Educacional da Alemanha para o Exterior possibilitam
que o sistema se adapte às diferentes realidades locais das escolas.
PALAVRAS-CHAVE
: Escolas alemãs no exterior. Implementação de políticas públicas.
Política cultural e educacional para o exterior.
RESUMEN
: El artículo presenta las especificidades del contexto latinoamericano en cuanto
a la implementación de la Política Cultural y Educativa de Alemania en el Exterior a través de
un análisis de las Escuelas Alemanas en el Exterior. A través de un enfoque cualitativo, explora
informaciones elaboradas por la Agencia Central de Colegios en el Extranjero y la
representación de la gestión escolar en las páginas web oficiales de las escuelas, analizándolas
a la luz de los conceptos sobre la aplicación de las políticas públicas. El artículo propone que
el sistema escolar alemán en el extranjero, con cooperación entre organismos
gubernamentales alemanes y entidades privadas en países de acogida, se caracteriza por el
papel central de los actores locales en la implementación de esta política. Llega a la conclusión
de que las características de ambigüedad de la política permiten que el sistema se adapte a las
diferentes realidades locales de las escuelas.
PALABRAS CLAVE
: Colegios alemanes en el extranjero. Implementación de políticas
públicas. Política cultural y educativa en el extranjero.
Introduction
This article deals with the implementation of the German Cultural and Educational
Policy Abroad through one of its pillars: German Schools Abroad, with a focus on those located
in Latin America. It aims to draw a panorama of the specificities of the Latin American context
in comparison to other regions of the world regarding the implementation of this German public
policy, based on data regarding the composition of the teaching and student body of the schools,
as well as the school diplomas offered and the composition of the school board. The analysis
considers, above all, the notion of policy ambiguity
5
(MATLAND, 1995), which gives the
German school system abroad a certain flexibility in the different local contexts. The German
schools abroad aim to enable students to have contact with cultural diversity, especially with
regard to German culture and the culture of the host countries
6
, as well as to train future
professionals who are interculturally qualified for society, business, science and culture and
who have a strong connection to Germany (ZFA, 2018). This is a strategic investment for the
consolidation of Germany as a destination for business, economy, and higher education in view
5
O conceito de ambiguidade da política será abordado mais à frente.
6
By "host countries" in this context we mean the various countries in which the German Schools Abroad are based.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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of the growing demand for qualified foreign university students in the country (BOLLINGER,
2019). These schools operate in a cooperative format between German government bodies and
private providers in the host countries, which gives local actors a central role in the
implementation of this policy directly linked to German cultural diplomacy.
Theoretical frameworks and methodology
In order to analyze the implementation of German cultural and educational policy
abroad, the article uses the Directory of German Schools Abroad
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021), a publicly accessible document available on the
website of the Central Agency for Schools Abroad (
Zentralstelle für Auslandsschulwesen, ZfA
).
It contains a wealth of information about the schools, including, for the purposes of this
analysis, the year in which the schools were founded, the school diplomas offered, and available
information about pupils - the proportion of pupils with German citizenship who have German
as their first language - and teachers - the proportion of expatriate and local contract teachers,
as well as teachers who teach in German and in the respective national languages
7
. This data is
complemented by information on the national or binational nature of the leadership of each of
the 138 German Schools Abroad on their official websites, i.e., to identify those cases in which
the school leadership consists exclusively of the German principal, possibly with his deputy
principal, sent by the responsible German authorities, and those cases in which it is also possible
to identify a national principal or deputy principal from the respective host country.
As a theoretical reference for the analyses, we considered the studies on the
implementation of public policies, which, since the 1970s, constitute a field of analysis that
focuses on the State's actions and the materialization of these policies, valuing the look on the
processes and actions that give concreteness to the governmental activity in a procedural
perspective, in a cycle composed of four major stages: agenda, formulation, implementation,
and evaluation (LOTTA, 2019). Although such stages in isolation do not necessarily correspond
to reality, they constitute a useful analytical tool to understand these processes. In this field, a
key reference for the analysis of Germany's Cultural and Educational Policy Abroad concerns
the synthetic model of implementation analysis developed by Richard Matland (1995), with
emphasis on the concepts of policy conflict and ambiguity. When there is clarity about the
7
Besides this information, the document also contains information such as the telephone numbers and addresses
(physical and electronic) of the schools and the respective German consulates or embassies responsible, the dates
of school holidays, and the languages taught at each school - in most cases German, the respective national
language, English, and possibly one more foreign language.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
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objectives and the means to achieve them, conflict and ambiguity are low and what the author
calls administrative implementation occurs, in which policies tend to be executed in a
standardized manner, by actors with a low degree of discretion, achieving fairly predictable
results (LOTTA
et al
., 2021). When there is consensus about the need for a particular policy,
but there are disagreements about how it should be implemented, the conflict is low and
ambiguity is high. There is, then, the experimental implementation, in which "[...] contextual
conditions dominate the process
”
(MATLAND, 1995, p. 165-166,
authors’ translation
). In
contexts of high conflict and low ambiguity, policy implementation occurs when "[...] actors
have clearly defined objectives, but dissent occurs because these clearly defined objectives are
incompatible
” (MATLAND, 1995, p. 163, authors’ translation
). Finally, in contexts marked by
high conflict and high ambiguity symbolic implementation occurs, in which "[...] the course of
policy is determined by the coalition of actors at the local level who control the available
resources
”
(MATLAND, 1995, p. 168,
authors’ translation
).
Another important concept for this analysis involves school autonomy. Barroso (1996)
deals with this aspect on two levels. The first refers to the notion of decreed autonomy,
according to which the public authorities merely grant autonomy to schools, while the second
level, of constructed autonomy, concerns the "[...] interplay of dependencies and
interdependencies that the members of an organization establish among themselves and with
their surroundings and that allow them to structure their organized action according to their
own collective objectives" (BARROSO, 1996, p. 10). However, the author considers that,
strictly speaking, autonomy cannot be decreed, but rather "[...] the formal norms and rules that
regulate the sharing of powers and the distribution of competencies among the different levels
of administration, including the educational establishment
” (BARROSO, 2004, p. 71).
From this point of view, while the decreed autonomy is seen within the scope of the
legitimizing discourses of decentralization policies, the constructed autonomy reflects the
process of recognition of the strategies and concrete actions of schools. From this perspective,
the school functions as a relational space, which articulates "several logics and interests -
political, managerial, professional, and pedagogical" (BARROSO, 1996, p. 185). In order to
understand the field in which the German Schools Abroad are situated and the implementation
of the German Cultural and Educational Policy Abroad, we discuss below the context of the
international schools in which they are situated.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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The Context of International Schools
There is no commonly accepted definition of what qualifies a school as international.
According to Murphy (2000, apud SCHIPPLING; ABRANTES, 2018, p. 13), "So far, no one
has come up with a definition of 'international school' that does not exclude some schools that
consider themselves international and does not include others that may not be." Hornberg
(2010) distinguishes between four types of international schools: the first are schools abroad
founded by one country in another, with the curriculum and diplomas of the founding country;
the second are private schools offering the curriculum and diploma of the host country, as well
as one or more foreign curricula or diplomas; the third consist of private schools with
international or foreign curricula or diplomas, such as the
International Baccalaureate
(IB)
8
;
the fourth and last, deals with state schools that offer their students international ramifications
beyond national curricula and diplomas.
Bunnell, Fertig, and James (2016) propose other categories. For the authors, until very
recently, international schools could basically be classified into two major types, as proposed
by Hayden and Thompson (2008). The first type is called "traditional" and refers to schools that
offer education to the children of globally mobile parents. They are usually private, non-profit
schools, funded by tuition fees and run by parent cooperatives. Most of the students are
expatriates, usually from Western countries and not from the host country. The second, smaller
type, called "ideological," is made up of schools committed to global peace education and
internationalism, which seek to ensure an international perspective for students through their
curricula. According to the authors, this scenario is being reconfigured by the rapid growth of
a third type of international school, categorized as "non-traditional. These are private, for-profit
schools that have emerged as a new niche for business. These schools tend to take their students
mostly from the local population, with children from upwardly mobile families or from wealthy
parents.
In these cases, the choice of international schools is linked to the attempt by middle-
class families to ensure their offspring an advantage in their educational trajectory, with a view
to better opportunities in higher education and better opportunities for professional insertion in
the global market (ALMEIDA, 2002; NOGUEIRA, 2002). Amorim (2012) highlights the
internationalization of studies, at different levels of schooling, as a strategy of distinction
(BOURDIEU, 1984) and maintenance of borders by social groups with greater cultural and
8
International Baccalaureate
,”
is a non-profit foundation based in Geneva, Switzerland, that offers internationally
recognized programs and curricula for different stages of basic education.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
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economic capital than others. This is due to the devaluation of titles resulting from the
democratization of access to education and the corresponding increase in the number of
graduates in the labor market, which drives the search for increasingly higher levels of
education and rarer types of schooling.
German Schools Abroad and Cultural and Educational Policy Abroad
Germany is a federal republic, and its educational system is characterized by
decentralization and the sharing of responsibilities among the different levels of government.
The organization of basic education
9
is primarily a matter for the federal states (
Länder
), which
coordinate their actions with both the federal government and the local authorities. The federal
principle is an inalienable clause in the Basic Law of the Federal Republic of Germany and
reproduces a long tradition of culturally and economically decentralized structures, so that the
federal states, in addition to their political functions, also represent strong regional identities
(BISCHOFF
et al.
, 2018).
In the educational realm, in a simplified way, it is up to the Union to oversee and
distribute tax resources to state governments, so that they operate their educational systems
(GONSALVES, 2013). Schools do not have a centralized organization, and the responsibility
for the design, administration, and oversight of the school system lies with each of the 16 federal
states. Thus, each state can regulate its school curriculum and define how subject offerings take
place, as well as the transition between different school stages and school types (SCHÜTTLER-
HANSPER, 2018). Still, the curriculum structure for the stage of compulsory education
10
is
similar in all of them (MORDUCHOWIEZ; ARANGO, 2010), thanks to the existence of an
instance of cooperation and agreement between the states, called the Permanent Conference of
Ministers of Education (
Kultusministerkonferenz
, KMK), which coordinates educational
policies (OECD, 2014). The KMK guarantees the equivalence or equivalence of courses and
9
Schooling begins at the age of five or six, depending on the state, through elementary school, called the
Grundschule
. This stage forms the common educational cycle for all children and lasts in most states for four
years. After this stage, there are three basic types of secondary education. The first type is the
Hauptschule
,
completed in the 9th grade, with the
Hauptschulabschluss
diploma, which qualifies the student for vocational
training models at a more basic level. The second type is the
Realschule
, completed in the 10th grade, with the
Realschulabschluss
diploma, with which students can enter a technical school. The third type is the
Gymnasium
,
which is completed in 12th or 13th grade, depending on the state, with the Abitur, the school-leaving certificate
that confers school maturity for higher education. In addition to these types of schools, there are also alternative
models, in which the
Hauptschule
,
Realschule
and
Gymnasium
can be offered in integrated schools, which
combine two or three different possibilities for completion (CARVALHO JUNIOR, 2020).
10
In Germany, the first compulsory school stage is elementary school, the
Grundschule
, which is for children from
the age of five or six. The age at which a child can start school, the cut-off date for age verification, and the number
of compulsory years are regulated by each federal state by means of separate legislation..
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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diplomas (BISCHOFF
et al
., 2018), thus ensuring considerable uniformity of the fundamental
structure of the German educational system (MORDUCHOWIEZ; ARANGO, 2010).
The German Schools Abroad are one of the different school formats that currently make
up the PASCH Network - Schulen: Partner der Zukunft (Schools: Partners of the Future)
11
. In
this network, the Goethe Institute supervises the approximately 650 Fit Schools
12
worldwide,
while the Central Agency for Education Abroad (Zentralstelle für das Auslandsschulwesen,
ZfA) is responsible for around 1,100 DSD schools
13
, 27 Schools with a German Profile
14
and
the 138 German Schools Abroad
15
. Of the latter, eight are located in North America
16
, 37 na
América Latina
17
, 47 in Europe, 15 in Africa, 29 in Asia and two in Oceania.
The 138 German Schools Abroad have as their central objectives contact with the
society and culture of the host country, the securing and expansion of school services for
German children abroad and the promotion of German language teaching abroad
(KLINGEBIEL, 2013). A gradual process of policy change can be observed in these schools,
as "[...] whereas previously they were islands for children of embassy staff and children of
employees of German companies sent abroad, most of these schools are now called encounter
schools, which means that they are attended primarily by local pupils
”
18
(ERNDL, 2019, p.
15464, author´s translation). They are supervised, within the framework of curricula and official
examinations, by the aforementioned Standing Conference of Ministers of Culture
(
Kultusministerkonferenz
, KMK) and the Federal and State Committee for Schoolwork Abroad
(
Bund-Länder-Ausschuss für schulische Arbeit im Ausland
, BLASchA) and receive funds from
the budget of the Federal Foreign Office because of their direct link to German cultural
diplomacy.
11
It is a network of schools created in 2008 on the initiative of the then German Foreign Minister Frank-Walter
Steinmeier.
12
National schools that offer German as a Foreign Language classes at a basic level or are in the process of
implementing such classes.
13
National schools that teach German as a foreign language and enable students to take the German Language
Diploma DSD (
Deutsches Sprachdiplom
) issued by the Standing Conference of Ministers of Culture (KMK).
14
National schools, in which German as a Foreign Language and at least one other subject in the German language
are taught until the end of High School.
15
For further information on Fit Schools, DSD Schools and German Profile Schools, see SCHMIDT (2018) and
AUSWÄRTIGES (2019)..
16
This number refers only to schools located in the United States and Canada. The schools in Mexico are grouped
under Latin America.
17
This figure refers to the total number of German Schools Abroad, located in South America, Central America
and Mexico.
18
“Waren sie früher Inseln für Kinder von Botschaftsangestellten und für Kinder von ins Ausland entsandten
Mitarbeiterinnen und Mitarbeitern deutscher Firmen, sind die meisten dieser Schulen heute sogenannte
Begegnungsschulen, das heißt, sie werden überwiegend von einheimischen Schülerinnen und Schülern besucht”.
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Voerkel (2018) provides a historical overview of how Germany has invested in this field
of cultural diplomacy since the 19th century, highlighting the creation, in the period of the
Weimar Republic, of important institutions promoting culture and science, such as the German
Academic Exchange Service (
Deutscher Akademischer Austauschdienst,
DAAD) and the
Goethe Institute. The author points out, however, that
[...] This attitude of openness to the world changed radically with the rise to
power of the National Socialists and their propaganda, which brought an even
very narrowly themed view of language and culture. The Second World War,
which ended in 1945, left Germany as a divided country and without
sovereignty over its foreign policy (which the country would only gain back
in 1990) (VOERKEL, 2018, p. 147, our translation).
After the Second World War, particularly in the 1950s and 1960s, Germany's foreign
policy was primarily aimed at regaining the trust of its European neighbors as well as of other
countries in the world. In the 1970s, the political plane was marked by important breaks,
innovations, and new paradigms as foreign policy was strengthened and Cultural Policy was
elevated to the status of a "third pillar" of relations with other countries, alongside classical
diplomacy and economic foreign policy (WDA, 2017). Since the turn of the millennium,
education has gained increasing importance, so that the "Cultural Foreign Policy" was officially
renamed "Cultural and Educational Foreign Policy" in 2001 (VOERKEL, 2018). Its importance
lies in the fact that
[...] not only in the economic field Germany is in competition with traditional
and new competitors, but also in the cultural field [...]. Countries like Russia
and China use Cultural and Educational Policy Abroad in a targeted manner
in terms of political and economic positioning and invest heavily in the
expansion of their foreign cultural and media institutes. The field of Cultural
and Educational Foreign Policy has become denser and more complex
19
(ANHEIER, 2017, p. 3, authors´ translation)
In the German case, the Federal Foreign Office assumes the overall coordination of
cultural activities abroad, however "[...] it is mostly not government institutions that are
involved in the execution of cultural activities, but rather organizations that are legally
independent of the state, such as NGOs, foundations, associations, as well as private companies
and individuals" (VOERKEL, 2018, p. 150). Although German Schools Abroad are supported
19
“Deutschland befindet sich nicht nur wirtschaftlich in einem Wettbewerb mit traditionellen und neuen
Konkur
renten, sondern auch kulturell […]. Länder wie Russland und China setzen die AKBP gezielt im Sinne
einer politisch-wirtschaftlichen Positionierung ein und investieren massiv in den Ausbau ihrer Kulturinstitute und
Auslandsmedien. Das Feld der AKBP ist dich
ter und komplexer geworden”.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2525-2447, Nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591
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with German public funds, about 72 percent of their overall revenues, on average, are raised
autonomously, through school fees, donations, or membership contributions (WIFOR, 2018).
While the responsibility for the financing and administration of schools lies mostly with
their local governing bodies (as a rule, foundations or parents' associations), the main task of
German government agencies focuses on quality assurance of education, mainly through
regular inspections carried out jointly by the federal government and the states (BRÜSER-
SOMMER, 2010), the sending of school principals and teachers qualified according to German
parameters, and the formal recognition of school diplomas which, even if obtained abroad, are
aligned with the school curricula in force in Germany (KLINGEBIEL, 2013).
The composition of funding sources varies considerably, and financial resources have a
significant impact on the development of each school. "This is due not only to the absolute
financial strength, but also to the origin of the funds. The greater, for example, the share of
school fees [charged to parents] in the total budget, the greater the influence of the local
governing body in its distribution
”
20
(FÖRSCHNER, 2013, p. 31, authors´ translation) This
characteristic brings with it challenges in the interface between the performance of school
professionals and that of the non-salaried members (volunteers) of the sponsoring entities.
While volunteers generally have less time at their disposal, less knowledge of the school's
organization and less information relevant to decision-making about its management, the work
of school professionals is marked by their level of expertise and know-how. In the case of
German Schools Abroad, this interface takes place between the honorary members of the boards
of trustees and the administrative head, who assumes responsibility in financial terms, and the
German school head, who is responsible for the pedagogical management of the school
(KLINGEBIEL, 2013).
The tension between central regulation by the German state and the autonomy of the
local governing body is present in the interactions within school management, in which context
there is also often a cultural interface, since "[...] on the one hand, the board and the
administrative apparatus usually come from the host country, and on the other hand, the school
management comes from Germany
”
21
(KLINGEBIEL, 2013, p. 57, authors´ translation). In this
perspective, Hayden and Thompson (2008, p. 61-62) point out that, "[...] in some countries, it
20
“Dies ergibt sich nicht nur durch die absolute Finanzkraft, sondern auch durch die Herkunft der Mittel. Je größer
z.B. der Anteil der Schulgebühren am Gesamtbudget ist, umso stärker ist der Einfluss des Schulträgers auf deren
Verteilung”.
21
“[…] da auf der einen Seite Vorstand und Verwaltungsapparat häufig aus dem Sitzland und auf der anderen
Seite die Schulleitung aus Deutschland kommt”.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
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2534
is a legal requirement that international schools have an administrator from the host country in
a senior position
”,
often with a financial manager position.
For the authors, the relationship between this local administrator and the foreign school
principal is crucial to the effective functioning of the school. Because of this junction between
an administrative apparatus from the host country and a school principal coming from the
school's home country, the cultural dimension of these interactions plays an especially
important role in the international school context, where
“
the role of a principal requires
understanding the cultures within a school and promoting communication and understanding
within and across those cultures”
(KELLER, 2015, p. 907). For this reason, we emphasize the
analysis of the composition of the management teams in the development of this study.
The Profile of German Schools in Latin America
Over time, the founding of German Schools abroad has taken place in different ways on
different continents, depending on the different political and strategic objectives set by the
German authorities in each situation. In Latin America there are 37 German Schools abroad:
four in Argentina, two in Bolivia, four in Brazil, five in Chile, four in Colombia, one in Costa
Rica, one in El Salvador, three in Ecuador, one in Guatemala, five in Mexico, one in Nicaragua,
one in Paraguay, three in Peru, one in Uruguay and one in Venezuela. A significant portion of
these schools were founded in a context linked to the German migration processes to the
Americas that took place, fundamentally, in the second half of the 19th century and the first
decades of the 20th century (BADE, 1992). Three schools were founded even before the
unification of Germany in 1871 and another fifteen were founded between 1871 and 1918, that
is, during the German Empire. Thus, 49% of the schools have a history that goes back to a
period before the Weimar Republic.
22
and only one school was founded after German
reunification in 1990. On the other hand, in the other regions of the world, the reality is quite
different: 28% of the schools were founded before the Weimar Republic and 31% have been
founded since German reunification in 1990, a period in which the network of German Schools
Abroad is expanding, especially in Eastern Europe.
23
And Asia
24
.
22
The period between 1918, after the German capitulation at the end of World War I, and 1933, when the
nationalist regime was established in Germany.
23
Since 1990 German Schools have been founded in Bulgaria, Croatia, Slovakia, Georgia, Hungary, Czech
Republic, Romania, Russia and Ukraine.
24
Since 1990 German Schools have been founded in Qatar, China, the United Arab Emirates, Iraq, Thailand,
Taiwan and Vietnam.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
RIAEE
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On average the German Schools abroad in Latin America have 1,356 pupils, far more
than the schools in other regions. The average in Africa is 727 students per school, while in
Europe the figure is 579 students and in Asia 446 students. In North America and Oceania,
schools average 314 and 265 students respectively. Thus 49% of all German Schools Abroad
students attend schools in Latin America compared to only 1% of students in Oceania, 2% in
North America, 10% in Africa, 12% in Asia and 26% in Europe
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). Another important feature is that the student body
of the German Schools in Latin America is composed mostly of nationals of the respective
countries where the schools are located. This region has the lowest proportions of native
German speakers (13%) and German citizen pupils (9%) as can be seen in the Graph 1:
Graph 1
–
German-speaking students or German citizens
25
Source: Prepared by the authors on the basis of data provided in Bundesverwaltungsamt (2021)
The school diplomas offered in the different regions also vary significantly
26
. Latin
America is the only region where nearly all schools (95%) offer the national high school
equivalent (which is not recognized in Germany), far more than schools in Africa (64%), North
America (50%), Europe (28%) and Asia (7%). On the other hand, Latin America is the region
where proportionally fewer schools (49%) offer the Abitur, the German school-leaving
25
Alunos falantes de alemão = German speaking students; alunos com cidadania alemã = students with German
citizenship; Améica do Norte = North America; América Latina = Latin America; Europa = Europe; África =
Africa; Ásia = Asia; Oceania = Oceania
26
The two schools in Oceania only offer international diplomas of the
Gemischtsprachiges Internationales
Baccalaureate
(GIB) type, a variant of the
International Baccalaureate
(IB) diploma in which, in the last two
years of the exam, at least three subjects must be taught in German: German, History and Biology or Chemistry.
70%
13%
38%
37%
41%
60%
61%
9%
37%
19%
47%
49%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
alunos falantes de alemão
alunos com cidadania alemã
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
RIAEE
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qualification that enables entrance to higher education in Germany. In Asia the figure is 56%,
in North America 63%, in Africa 64%, and in Europe as high as 77%.
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021). The school diplomas offered have important
correlations with the characteristics of the composition of both the students and the teaching
staff of these schools. Again, Latin America differs from other regions in having
proportionately the lowest number of German teachers and/or teachers teaching in German
(40%) and the highest number of national teachers and/or teachers teaching in their national
language (60%), as can be seen in Graph 2.
Graph 2
–
Distribution of teachers by language of instruction and continent
27
Source: Prepared by the authors on the basis of data provided in Bundesverwaltungsamt (2021)
It is noticeable that there are considerable regional differences between the German
Schools Abroad with respect to the period of foundation of the schools, the number of pupils,
the diplomas offered and the proportion of expatriate and national German pupils and teachers
who study or teach there. This indicates that this policy is characterized by high ambiguity,
embracing such differences and adapting to them, thus favoring an implementation strongly
impacted by the contextual conditions of the schools (MATLAND, 1995).
There are significant differences in the contract types of teachers in German Schools
Abroad, with two groups standing out: expatriate teachers with German contracts and local
contract teachers. Those expatriate teachers on German contracts who are directly attached to
27
América do Norte = North America; América Latina = Latin America; Europa = Europe; África = Africa; Ásia
= Asia; Oceania = Oceania; German teachers and/or those teaching in German; Prof. nacionais e / ou que lecionam
na língua nacional = National teachers and / or teaching in the national language
82%
40%
70%
65%
67%
81%
18%
60%
30%
35%
33%
19%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. alemães e/ou que lecionam em alemão
Prof. nacionais e/ou que lecionam na língua nacional
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591
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German official agencies can be divided into three subgroups. The first and main subgroup
consists of Foreign Service Teachers (
Auslandsdienstlehrkräfte
, ADLK), civil servants or not,
assigned by their states for school service abroad
28
. In addition to regular teaching duties, these
teachers may take on special tasks such as management duties (including school management),
academic and career guidance for students, responsibility for continuing teacher education, and
subject and subject area coordination. The two other subgroups consist of Federal Program
Teachers (
Bundesprogrammlehrkräfte
, BPLK)
29
and the State Program Teachers
(
Landesprogrammlehrkräfte
, LPLK)
30
(BOLLINGER, 2019; FÖRSCHNER, 2013; WDA,
2017).
In 2002, 24.2% of the teachers at German Schools Abroad were expatriates on German
contracts, but this share decreased in 2012 to 20.1% (ADICK, 2017) and to only 14.4% in 2021,
according to the data in the Directory of Schools Abroad (BUNDESVERWALTUNGSAMT,
2021). Thus, in 2021 85.6 percent of the teachers fell into the category of Local Contract
Teachers (
Ortslehrkräfte
, OLK). These teachers are hired directly by the school contracting
authorities, in accordance with the labor regulations in force in the host country. A small portion
of these locally hired teachers (7.7%) originally belonged to the German school system
31
, but
the vast majority (77.9%) had no ties to the German school system. As Graph 3 shows, the ratio
between German contract expatriate teachers and local contract teachers varies significantly
across continents, with Latin America being the region with the largest difference between these
two groups - 9% of teachers are German contract expatriates and 91% have a local contract.
28
Generally, the contract is valid for a period of three years with the possibility of renewal for another three years
and the remuneration is based on the salary in Germany with increments that vary according to the place of work
abroad.
29
Teachers whose contracts are for two years and, with the agreement of the ZfA and the school, can be extended
for up to six years.
30
Teachers on loan from their home states in Germany to work primarily in the development and expansion of
German as a foreign language in schools in the Baltic States, Central and Eastern Europe, and Central Asia.
31
These are teachers with qualifications and recognition according to German standards who are active in the
German school system and apply directly for available positions in German schools abroad without the
intermediation of the ZfA. These teachers obtain a license from their employers (usually the German states) and
are hired directly by the school authorities.
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Paulo de CARVALHO JUNIOR, Cynthia PAES DE CARVALHO, Anne SCHIPPLING
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Graph 3
–
Distribution of teachers by type of contract and continent
Source: Prepared by the authors on the basis of data provided in Bundesverwaltungsamt (2021)
Since only 14.4% of the teachers at German Schools Abroad were sent abroad by the
official German agencies, it is the schools that end up hiring and managing directly not only the
national teachers, responsible for teaching the national curricula in their respective languages,
but also, most of the teachers with the necessary qualifications for the German language
educational project. In the Latin American case, while 40% of the teachers are German or teach
in German, only 9% are expatriates and the rest (31%) are hired locally by the schools.
Although only 23.5 percent of the pupils in German Schools Abroad are German
citizens and 85.6 percent of all teachers, including those who teach in German and their national
languages, have local employment contracts, German bodies confer responsibility for
educational management exclusively on expatriate German school principals. It should be noted
that the German principal's service contract submitted by the ZfA (2016, n.p., authors'
translation) provides that the principal undertakes to run the school "[...] in the sense of the
German Cultural and Educational Policy Abroad and in the interest of the school's governing
body, taking into account the regulations of the host country
”
32
. According to this contract, he
is "[...] responsible for the educational management of the school
”
33
and "[...] in school
pedagogical matters, only the principal is responsible for giving instructions to the teaching
32
“[…] im Sinne der deutschen Auswärtigen Kultur
- und Bildungspolitik und im Interesse des Schulträgers unter
Berück
sichtigung der Vorschriften des Gastlandes”.
33
“Für die pädagogische Leitung der Schule”.
16%
9%
20%
18%
15%
12%
84%
91%
80%
82%
85%
88%
0%
25%
50%
75%
100%
América do NorteAmérica LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
Prof. de contrato alemão
Prof. de contrato local
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2525-2447, Nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.3.16591
2539
staff
”
34
, and he is "[...] the superior of all staff employed at the school. Instructions to school
employees are issued only by the principal
”
35
(ZFA, 2016, n.p., authors´ translation).
Bollinger (2019) draws attention to the fact that a national principal, hired directly by
the school without the intermediation of German bodies, often integrates the school
management team together with this expatriate German principal in the case of schools that also
offer national school diplomas. This points to adaptation mechanisms by the schools, as an
exercise of their built autonomy (BARROSO, 1996; 2004) according to the political,
administrative and pedagogical specificities articulated in the local perspective. This aspect is
corroborated by the visibility of the management in the way schools represent themselves on
their institutional pages on the Internet, according to a survey conducted for this study. Despite
the fact that the German authorities attribute exclusive responsibility for educational
management to expatriate German school principals, it is possible to identify in the institutional
presentations on the Internet of the 138 schools, in 37% of the cases, some national instance of
school management or vice-school management. However, this national steering presence
varies considerably from region to region, as can be seen in Graph 4. Latin America is the
region where, proportionally, this occurs most frequently, in 54% of the schools, followed by
Europe (44%), Africa (27%), North America (25%), and Asia (17%).
34
“In schulisch
-pädagogischen Angelegenheiten ist ausschließlich der Schulleiter verantwortlich und zuständig,
entsprechende Weisungen an das Lehrpersonal zu geben”.
35
“Der Schulleiter ist Vorgesetzter des gesamten an der Schule beschäftigten Personals. Wei
sungen an das
Schulpersonal ergehen ausschließlich über den Schulleiter”
.
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2540
Graph 4
–
Representation of school management by continent
36
Source: Prepared by the author based on data from the official web pages of the German Schools Abroad
that are part of the Directory of Schools Abroad, August 2021 survey
(BUNDESVERWALTUNGSAMT, 2021)
This phenomenon occurs outside the determinations of German bodies, without,
however, constituting a violation of the prerogatives established by them, since this policy
carries an important mark of ambiguity (MATLAND, 1995) by establishing the mandatory
presence of a German headmaster, without mentioning the presence or absence of a national
governing body (ZFA, 2016, 2018). This omission regarding the national instances of school
management seems to mitigate the potential conflict that could arise, at the local level, due to
the possible expectations of local families of dialogue with a school principal who knows their
culture and speaks their language, which does not necessarily occur with German principals, or
of the local educational authorities to which they are subjected, since, besides being part of the
German Schools Abroad network, these schools are also inserted in the respective local school
systems of the host countries.
In this way, the policy can experience a form of implementation that is very permeable
to contextual conditions at the local level. Although the figure of the national principal is not
recognized as an element of decision-making in the management of the educational and cultural
policy exercised by the Ministry of Foreign Affairs, he or she is present in several schools and
potentially plays a relevant role in the implementation of the policy at the local level, notably
marked - especially in Latin America - by the strong presence of students and teachers from the
host countries and by the eventual demands of the respective local authorities.
36
sem informações = no information or data; somente direção nacional = national management only; tanto direção
alemã quanto (vice)direção nacional = both German management and national (vice)management; somente direção
alemã = German management only
63%
46%
51%
67%
72%
100%
25%
54%
40%
27%
17%
4%
13%
4%
7%
10%
0%
25%
50%
75%
100%
América do
Norte
América LatinaEuropaÁfricaÁsiaOceania
sem informações
somente direção nacional
tanto direção alemã quanto (vice)direção nacional
somente direção alemã
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
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2541
Final remarks
The 138 German Schools Abroad, established in 69 countries as an expression of the
education and culture policy pursued by the Federal Foreign Office, have a number of
characteristics in common. They are subject to the control of the German agencies directly
involved in the system, which assume responsibility for different areas or dimensions of quality
of the schools (ZFA, 2006). These different dimensions of quality materialize both in the
teaching and learning processes, a condition for the recognition and equivalence of foreign
diplomas, and in the organizational and administrative processes, since German public
resources are directly invested in these schools.
On the other hand, the data collected in this study authorize the formulation of the
hypothesis that there are different local factors that mark the identity and management of these
schools. The Quality Framework for German Schools Abroad, a document that describes the
tasks and objectives of these schools within the framework of Germany's Cultural and
Educational Policy Abroad, states that these schools must increasingly orient themselves "[...]
profoundly according to the developments in international markets with regard to education in
order to secure their existence" (ZFA, 2006, p. 2) and that in this context it is desirable that their
identity also be marked by the characteristics of the host country. Thus, the ZfA recognizes that
the German Schools Abroad operate in very different contexts and that they are not strictly
German educational spaces, detached from the sociocultural context in which they operate.
The document of School Quality Management Abroad
(
Auslandsschulqualitätsmanagement
, AQM), which describes the incumbencies and goals of
these schools, points out that "[...] different legal contexts, historically constructed traditions,
and different interests mark the educational programs, school life, and identities of schools"
(ZFA, 2018, p. 5, authors' translation). Thus,
[...] Each German school abroad has its own school development strategy and
is individually responsible for the realization of its goals. This strategy is
generally guided by local conditions, the competitive situation in the local
context of the school and the expectations of customers as well as the quality
requirements of the (German) funding and subsidizing agencies.)
37
(ZFA,
2018, p. 6, our translation).
37
“Jede Deutsche Auslandsschule verfügt dabei über eine eigene Schulentwicklungsstrategie und verantw
ortet
individuell die Umsetzung ihrer Ziele. Diese Strategie orientiert sich i. d. R. an den lokalen Bedingungen, der
Wettbewerbssituation am Bildungsstandort und den Kundenerwartungen sowie den Qualitätsanforderungen der
f
ördernden Stellen”.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad is realized
through a cooperation model in which the German state and private non-profit associations act
as partners at the head of German Schools Abroad. This cooperation between German public
authorities and private organizations at the local level is one of the main characteristics of
these schools, in a policy design that articulates common determinations and expectations
outlined centrally by the German authorities, while at the same time allowing for considerable
formal heterogeneity and favoring the establishment of decision-making space at the local
school level.
Latin America is the case where the ambiguity of the policy is expressed in a particularly
clear way. This region has the largest number of pupils - almost half of all pupils at German
Schools Abroad - and the largest share of pupils with no ties (linguistic or citizenship) to
Germany. Latin America is also the region where the supply of national school diplomas is the
most significant and where there is the greatest presence of teachers with local contracts and
who teach in the respective national languages. These characteristics also converge to a peculiar
role of local actors in school management, with the largest presence, among all the regions of
the globe, of national authorities in the presentation of schools on their official web pages. From
the analysis of a set of data regarding German Schools Abroad in the light of studies on public
policy implementation, it is possible to infer that the degrees of ambiguity and autonomy in the
way these schools are managed - in the design of German Cultural and Educational Policy
Abroad - constitute a condition for their permeability and adaptation to local realities that are
so different from each other.
REFERENCES
ADICK, C. Internationaler Bildungstransfer im Namen der Diplomatie: die Auswärtige
Kultur- und Bildungspolitik der Bundesrepublik Deutschland.
Zeitschrift für Pädagogik
,
Beiheft 63, n. 3, p. 341-361, 2017. Available at:
https://www.pedocs.de/volltexte/2020/18543/pdf/ZfPaed_2017_3_Adick_Internationaler_Bil
dungstransfer.pdf. Access on: 13 Jan. 2021.
ALMEIDA, A. M. F. “Um colégio para a elite paulista”.
In
: ALMEIDA, A. M. F.;
NOGUEIRA, M. A. (org.).
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1, p. 44-65, set. 2012. Available at: http://repositorio.fjp.mg.gov.br/handle/123456789/3459.
Access on: 21 Feb. 2022.
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The implementation of German cultural and educational policy abroad: German schools in Latin America
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 3, p. 2525-2447, Nov. 2022 e-ISSN: 1982-5587
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ANHEIER, H.
Die Auswärtige Kultur- und Bildungspolitik Deutschlands im
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08/03/2022
Revisions required
: 25/07/2022
Approved
: 11/09/2022
Published
: 30/11/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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